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HISTÓRIAS DEAVENTURAS

7º ANO D — NOVEMBRO DE 2012

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APRESENTAÇÃO

O livro “Histórias de Aventuras” é o resultado de um longo processo vivido pelos alunos durante o 1º semestre na leitura e estudo das narrativas de aven-tura, entre eles os romances clássicos dos autores do século XIX e as histórias contemporâneas de aventura que recorrem a elementos fantásticos e mágicos, até chegarmos aos relatos verídicos.

A produção escrita de um texto de aventura envolveu diferentes etapas de trabalho individuais e coletivas, que solicitaram dos alunos muita perseveran-ça e dedicação. Cada classe organizou-se em pequenos grupos, as “oficinas de texto”, com o propósito de elaborar coletivamente a trama de uma história de aventura, delineando seus personagens, seus cenários, o contexto histórico, o conflito e o desfecho, com a finalidade de se basear nesse roteiro coletivo para a escrita das produções individuais.

Essa vivência proporcionou aos alunos condições de apresentar suas ideias, ouvir as dos colegas, trocar opiniões e, dessa forma, permitir que os escritores, durante a produção individual, pudessem enriquecer o roteiro original, valen-do-se de seus recursos pessoais de estilo e de linguagem.

Depois de produzidos, os textos de cada aluno passaram por momentos de leitura nos grupos de criação, com a intenção de apontar aspectos que poderiam ser melhorados, sempre considerando o roteiro original.

Este livro reúne uma produção de cada grupo de criação após uma seleção feita pelos professores e alunos. O texto selecionado passou por uma nova leitu-ra e revisão do próprio autor, de acordo com a última versão produzida. Ainda assim, alguns textos apresentarão algumas incorreções gramaticais ou estilísti-cas, o que se deve a nossa intenção de respeitar o limite das possibilidades de cada autor-revisor.

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ÍNDICE

Mundo Jaba........................................................................6Uma escola macabra............................................................11As desventuras de Liam ......................................................18O retorno de Apófis.............................................................27O Reino de Gelo..................................................................37O colar perdido..................................................................48O suspeito invisível.............................................................54

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Hans Maier era um menino que nasceu na Rússia e vivia apenas com a mãe, que era muito bondosa. No seu aniversário de 12 anos perguntou a sua mãe por-que seu pai havia desaparecido. Ela disse que quando tinha 2 anos, seu pai foi em uma missão astronauta secreta em nome de seu país. Estava tudo sob con-trole, quando sua nave simplesmente desapareceu. Ninguém sabe o que aconte-ceu. Todos que souberam desta missão achavam que ele havia morrido, mas não Hans. Ele achava que seu pai ainda estava vivo.

Surpreso com a história, o menino saiu correndo para o quintal para gritar. Olhou para cima, mas não gritou. Uma coisa chamou sua atenção. Havia uma estrela vermelha no céu, que parecia estar aumentando. E estava aumentando mesmo! Hans percebeu que era um meteorito e se esquivou. Por um triz não acertou sua cabeça. Não era um meteorito qualquer. Era uma caixa.

Hans a pegou e abriu, encontrou um cristal avermelhado e uma bola metálica perfeitamente redonda. Ele pegou o cristal e sentiu uma sensação profunda, fe-chando os olhos, mas, quando os abriu novamente, encontrou o cristal grudado em seu peito. Tentou tirá-lo dali, mas era inútil. Ele estava se sentindo mais leve, mais forte. Ficou com tanto medo que escondeu os vestígios do meteorito e foi para casa, sem contar nada a ninguém.

No dia seguinte, Hans criou coragem e foi rever os pedaços do meteorito. Ele pegou a esfera para observar, mas ela era muito escorregadia e ele a deixou cair. Ela abriu um portal.

Hans era um menino curioso e pensou que talvez seu pai estivesse do outro lado do portal. Então, sem mais nem menos o portal o atravessou. Mas ele não encontrou seu pai, muito pelo contrário: encontrou vários monstros grandes, amarelos e esquisitos. Alguma coisa dizia que os monstros queriam comê-lo. Hans não sabia como, mas conseguia ler seus pensamentos.

MUNDO JABA

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Mas, antes de tocar no menino, um dos monstros gritou:

— GUARDAS!!!!!!!!

Os guardas o puseram em uma gaiola e o levaram por uma floresta. Mas antes de chegar ao seu destino, Hans é libertado por outro bando de monstros que também quer comê-lo. Um dos monstros, que parece ser o líder, o leva para um lugar subterrâneo. Lá, ele fala:

— Você é comida, bichinho?

— NÃO! Eu sou um humano e sou... Hã, venenoso.

— Droga, por que só encontramos comida venenosa?! Bom... você pode ser nosso faxineiro. Deixe eu me apresentar, sou Sbrables, líder desta resistência.

— Resistência contra o quê?

— Contra o imperador! Ele rouba o dinheiro do povo e maltrata todos!

— Mas... Onde estamos?

— No planeta Jaba!

— Aliás, qual é seu nome?

— Hans — disse ele.

Sbrables já ia embora quando Hans disse:

— Espere! Você sabe onde posso encontrar meu pai?

— Eu sei que o imperador possui minas de diamante no interior de seu caste-lo, talvez seu pai trabalhe lá como escravo.

— Você sabe como entro no castelo?

— Provavelmente, Chog sabe.

— Quem é Chog?

— Neste planeta existe uma área que chamamos de florestas proibidas. Es-tas florestas são proibidas, pois são habitadas por uma espécie de urso-macaco--gigante super selvagem chamada Lumbos. Eles são os monstros mais temidos de todo o Jaba, e ninguém ousa enfrentá-los. Ninguém além de Chog. Ele é um velho jabiano muito esperto, e diz a lenda que ele conseguiu domesticar os Lum-bos. Se você conseguir encontrá-lo, ele responderá a todas as suas perguntas.

— Eu vou invadir o castelo do imperador e encontrar meu pai

— HAHAHAHAHA, isso é impossível!!!!!!!

— Eu vou, prometo!

— Você acha que vou confiar em um mini humano para invadir o castelo mais protegido que existe?

— Se eu encontrar Chog você confiará em mim?

— Sim, mas isso é mais impossível ainda.

— Eu vou, prometo.

— Bom, se insiste, eu lhe darei equipamento. Você terá que cavar um túnel por baixo das florestas. Cuidado para não fazer barulho, pois os Lumbos têm sentidos muito bons e cavam muito bem. Vou te dar uma bússola, suprimentos, equipamentos de escavação e as coordenadas aproximadas do abrigo de Chog.

— O.K.

— Você é que sabe, se achar que podemos invadir o castelo do rei, vou prepa-rar meus soldados. — disse Sbrables.

Hans pegou a escavadeira que Sbrables lhe dera, que funcionava com uma energia desconhecida, e começou a cavar de acordo com as coordenadas de Chog. Ele cavou por um dia, comendo os suprimentos que seu amigo lhe dera, até que começou a ouvir os rugidos dos Lumbos, vindos da superfície. Estava indo bem, quando deixou sua bússola cair, ela fez um barulhão. Ele começou a ouvir rugidos mais altos e cada vez mais próximos. Os Lumbos cavaram até o menino e o levaram por um caminho na mata, que levou a Chog.

— Quem é você? — disse Chog

— Eu sou Hans e vim encontrar meu pai!

— Eu sabia que um dia você iria me encontrar.

— Se você sabe tudo, onde ele está?

— Ele está no castelo do rei, na sala principal. Ele é seu faxineiro. Mas antes terá de cuidar do imperador. Há alguns anos, ele era um imperador bom, mas então, terroristas o envenenaram, fazendo-o ficar maléfico. A única cura desta doença está nesta faca, enfie-a no imperador e ele voltará ao normal.

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— Já tenho o suficiente para voltar para a resistência.

— Espere! Você não gostaria de saber do cristal?

— Claro!

— Eu que o enviei para você, para vir até aqui e combater o imperador. Ele dá a seu portador 4 poderes: força, invisibilidade, o poder de ficar minúsculo e de ler a mente.

Hans foi embora pelo túnel. Chegou na resistência e falou todo o ocorrido a Sbrables, que reuniu seus 10 soldados para invadir o castelo. Ao reuni-los, e ex-plicá-los o seu plano, Hans leu a mente de um e descobriu que ele era um traidor e trabalhava para o imperador. O soldado percebeu e saiu correndo mato a fora para arruinar o plano de Sbrables. O menino descobriu um poder que Chog não tinha citado: velocidade. Ele conseguiu alcançar o traidor, e nocauteá-lo com um soco bem no nariz, usando sua força.

Chegou o dia. Enquanto a patrulha de Sbrables desarmava as armadilhas do castelo Hans penetrava no castelo. Primeiro o garoto usou invisibilidade para penetrar na porta principal sem ser visto pelos guardas. Enquanto os guardas desarmavam as armadilhas no mapa de Chog, Hans andava calmamente pelo corredor que dava no quarto do rei. No fundo do corredor, encontrou uma porta de ferro, mas não era uma porta normal, pois não era possível abri-la. Então se lembrou do cristal. Com ele ficou tão pequeno que conseguiu passar por baixo da porta. Chegando lá, o rei estava acordado, segurando um machado mortal.

O rei deu uma forte investida no menino, mas, com uma força e velocidade que não sabia ter, ele conseguiu parar a machadada com uma mão e com a outra enfiar a faca mágica em sua barriga. Com o rei caído no chão, ele perguntou:

— Agora me diga, onde está meu pai??!!!!

— Hans, eu sou seu pai.

O pai de Hans nomeou Sbrables o novo rei do Jaba e, junto com seu filho, abriu o portal de volta para casa. Lá encontrou a mãe de Hans chorando. Ao vê--lo parou de chorar imediatamente e desmaiou. Mas não foi grave. Ela logo se recuperou e todos viveram felizes por bastante tempo.

TEXTO Caubi Karman ROTEIRO E ILUSTRAÇÃO Aline Nery Qualiotto, Caubi Karman, Jean Carlo Mercadante de Paola, Sofia Blanco Belmonte

Uma garota chamada Sara, de 12 anos, cabelos longos e lisos de cor castanho como seus olhos vivia na Inglaterra em 1889. Vivia com o pai e a mãe, mas eles eram separados.

Seus dias eram muito comuns como os de todo e qualquer estudante. Acor-dava as quinze para as sete, ia para a escola após um café da manhã comum, voltava ao meio dia e, após o almoço, ela fazia os seus deveres.

Certo dia, em casa, recebeu a notícia de que ia mudar de escola, pois as últimas notas haviam sido muito abaixo da média e a suposta escola poderia ajudá-la.

A escola era um internato com aulas de Inglês, Matemática, Geografia, His-tória, Ciências, Ginástica, Dança, Música e Teatro. Além das regras rígidas em que as crianças deveriam dormir e comer na escola, cada aluno só poderia man-dar uma carta por ano para fora da escola.

A pobre Sara mal sabia sobre o extremo perigo que estava correndo, pois na escola havia o costume de matar e esconder os corpos dos alunos que se com-portavam mal.

Na manhã de 26 de Agosto de 1889, Sara foi à sua nova escola pela primeira vez.

Ao entrar na escola sua sensação foi de estar sendo atravessada por um fan-tasma, pois o lugar era um pequeno “castelo” com um portão gótico e paredes de tijolos de pedra. A primeira coisa que viu foi um campo de críquete (um es-porte com bolas e tacos) à sua direita e um canteiro com flores à sua esquerda.

Os dormitórios ficavam no quarto andar, no terceiro corredor. O quarto em que ela ficou tinha o nome de coelho e era o último do corredor. No quarto, Sara conheceu Elizabete, Duda, Suzana e Matilda, essa uma garota quieta e um tanto estranha.

Após suas primeiras três aulas, de Inglês, Matemática e História, o almoço

UMA ESCOLA MACABRA

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foi servido. A comida tinha uma aparência boa, mas o suco não. Sua cor era verde claro.

Quando Sara foi tomar seu primeiro gole, foi impedida por dois sussurros da mesa de trás:

— Não garota, não toma isso!

— É um veneno!! — sussurraram os dois.

Sara, assustada, derrubou o copo no chão e perguntou ainda sem coragem de olhar para trás:

— Como vocês sabem? E quem são vocês?

— Eu sou Jonathan e ele é o Pedro.

— Ainda não me responderam. Como sabem sobre o suco?

— É uma longa história, nos encontre na biblioteca a uma da tarde, na área de fábulas.

Sara continuou seu almoço, depois foi ao local combinado e viu os dois lendo uma fábula. Assim que se sentou no local, os dois começaram a falar:

— Nós não tomamos esse suco, então notamos coisas esquisitas à noite, como sons estranhos e durante o dia sempre uma criança desaparece, mas ninguém percebe o por que. Só pode ser por causa do suco. E quando nós perguntamos para os outros o que houve com o aluno que sumiu, eles não respondem e...

Eles foram interrompidos pelo sinal do fim do recreio.

Depois do recreio, Sara teve uma sensação estranha durante as suas aulas de Dança, Geografia e Ginástica.

À noite, às sete e meia, Sara começou a escrever em seu diário tudo sobre seu primeiro dia e às dez da noite os quartos foram trancados.

Na manhã seguinte, no dia 27 de Agosto de 1889, Sara acordou às seis horas, com o som de um sino.

Durante as suas aulas de Inglês, Matemática e Teatro Sara não sentiu falta de nenhuma aluna ou aluno de sua classe e já estava começando a esquecer a história sobre o sumiço dos alunos e o veneno do suco quando recebeu um bilhete dizendo:

“Nos encontre na biblioteca na mesma seção de ontem, na mesma mesa e no mesmo horário.”

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A noite foi bem quieta e Sara logo adormeceu, sonhou com seus pais, suas amigas do colégio antigo e muitas mais.

Na manhã seguinte, no dia 29 de Agosto de 1889, Sara foi mais uma vez acor-dada pelo maldito sino.

Depois do almoço, Sara, Pedro e Jonathan acharam um papel na grama que continuava o bilhete, mas desta vez ele não fazia sentido:

“Quem não se comporta direito deve pagar o sanduíche”

— Isto não faz sentido! — disseram os três.

E por final, combinaram que iam se encontrar à noite na biblioteca.

Após as últimas três aulas, Sara fez como de costume, mas esperou todas as colegas dormirem, pegou seu clipes de cabelo, usou-o para abrir a porta e andou pé ante pé até a biblioteca, onde os dois a aguardavam.

Durante esta noite eles encontraram uma porta secreta que dava para uma sala e lá eles combinaram que seria a sala de investigação.

Depois disso, Sara voltou para o quarto onde dormiu profundamente.

Na manhã do dia 30 de agosto de 1889, a diretoria avisou que colocaram dois seguranças noturnos, pois na noite anterior a escola foi invadida e pichada.

Após as aulas e o almoço, Sara e os outros amigos discutiram:

— Vai ser muito mais difícil ir para a sala 20 (número da sala encontrada na noite passada). — disse Sara.

— É, mas não podemos ficar esperando. — disse Jonathan.

O sinal do fim do recreio tocou e Sara teve de aguentar mais três aulas até anoitecer. Ela fez o de costume, escreveu no diário, mas a noite adormeceu e não foi nem à sala 20 e nem se lembrou de ter sonhado. Acordou às seis horas do dia seguinte pelo sino.

No dia 31 de agosto de 1889, o grupo de amigos encontrou um bilhete entre uma tecla do órgão.

Desta vez o bilhete fazia mais sentido:

“Quem não se comporta deve pagar o preço...”

Após o almoço, Sara foi para a biblioteca e se sentou à mesa de Jonathan e Pedro. Perguntou:

— O que foi?

— Nós sabemos que você não deve estar acreditando, mas hoje nós tivemos aula de Ciências e nós vimos o corpo de Jorge no armário. Ele tinha um bilhete que eu peguei...

— E o que dizia? — interrompeu Sara.

— Leia. — disse Pedro entregando o pedaço de papel rasgado a Sara.

“Quem não se...deve pag...”

— Que estranho! — disse Sara assustada.

O sinal do fim do recreio toca e ela volta para a classe para mais aulas de His-tória, Inglês e Ciências. Após essas aulas, Sara jantou, foi para o quarto e conti-nuou a escrever sobre suas descobertas em seu diário.

A segunda noite foi complicada. Sara estava assustada. Ela ouvia sons de ba-tida no andar de baixo, teve um pesadelo horrível em que era devorada por um monstro e acabou acordando às cinco da manhã do dia 28 de Agosto de 1889. Ela não conseguiu dormir mais.

No almoço, Sara encontrou parte do bilhete em sua comida. E durante o re-creio foi falar com Jonathan e Pedro:

— Ei, vocês! — disse Sara.

— Sim. — responderam os dois.

— Encontrei outro pedaço do bilhete! — disse ela.

— Onde? — perguntou Pedro.

— No meu purê de batatas.

E agora o bilhete ficou assim:

“Quem não se comporta direito deve pag...”

O sinal do fim do recreio bateu. Durante o resto das aulas Sara se saiu muito bem. Após o jantar, escreveu sobre suas descobertas e a verdade da escola em seu diário e foi para a cama.

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“Quem não se comporta direito deve pagar o preço da morte”.

D.F.Matilda

Sara se enfureceu, mas não podia tomar decisões precipitadas. No dia 2 de Setembro de 1889 o trio estava tão envolvido com o mistério que se esqueceu de mandar a carta aos seus pais e amigos no único dia em que podiam.

À noite o grupo usou lençóis amarrados como uma corda para descer até o pátio e lá eles correram até o portão. Sara esticou o braço para fora até a caixa de correio e por sorte conseguiu colocar uma carta contando suas descobertas e evidências ainda a tempo de ser mandada para a polícia.

No dia 3 de Setembro de 1889, Sara e os outros espionaram a garota Matilda por todos os cantos em que ela foi e descobriram que ela era na verdade a direto-ra, disfarçada de aluna, e que era ela quem matava os alunos.

Após as aulas Sara escreveu pela última vez em seu diário e dormiu tranquila sonhando com seus pais.

No dia 4 de Setembro e 1889, no recreio, a escola foi cercada por policiais, jornalistas e curiosos alegando crimes contra a vida cometidos por D.F.Matilda.

A diretora pegou uma faca, lembrou-se de Sara a seguindo e a procurou ater-rorizando os outros alunos. Assim que a encontrou, ela ameaçou cortar-lhe a garganta se todos não saíssem de perto da escola e deixassem-na fugir.

A diretora estava quase no portão quando um policial atirou em seu braço, fazendo com que ela largasse a faca no chão. Ela desequilibrou-se e caiu ao chão. Os policiais a prenderam. Os peritos recolheram os corpos dos alunos que en-contraram e os jornalistas entrevistaram Sara e seus amigos sobre o mistério en-fim revelado.

Anos depois, foi publicado um livro que se chamava “O Diário de Sara”. E em 1999 foi feito o filme sobre a escola e ele se chamava “Uma escola macabra”. Sara viveu feliz, pois seus pais reataram o casamento e ela finalmente entrou em uma escola boa. Assim ela conseguiu descobrir o que gostava de fazer e se tornou uma estilista mundialmente famosa.

TEXTO Eric Gomes Gregory ROTEIRO E ILUSTRAÇÃO Beatriz Helena Mofatti Lindo, Eric Gomes Gregory, Marina Oliveira e Silva Barion, Tomás Haddad Caldas

À noite, novamente, Sara não conseguiu ir à sala 20. Mas desta vez espiou na maçaneta e viu o “segurança” que na verdade era um Golem de pedra.

No dia 1º. de Setembro de 1889, durante o recreio, eles encontraram um livro no fundo da prateleira da biblioteca. O livro não tinha nome e tinha uma tranca estranha. Um funcionário viu quando ela escondeu o livro, mas Sara escapou da biblioteca. Por causa desse evento ela foi proibida de ir à biblioteca por dois dias.

Após as aulas, o jantar e aguardar as amigas dormirem, Sara e seus amigos fo-ram para a sala 20 e tentaram abrir o livro. Repentinamente os Golens invadiram a biblioteca e a sala. Jonathan e Pedro subiram cada um em cima de um armário e de um relógio e usaram lenços para vendar os Golens a tempo de ninguém ser visto.

O silêncio tomou conta do local. Os Golens ficaram parados e os três amigos tentaram abrir o livro sem chamar atenção deles. Até que o livro criou vida. Sua capa ganhou dentes e começou a abrir e fechar como se quisesse morder. Sara correu para a biblioteca, pegou uma espada que enfeitava uma das paredes e fincou no livro. Assim, conseguiu abri-lo, pois ele havia “morrido”. Lá tinha um feitiço para acabar com o corredor interditado. Ela não entendeu.

Na manhã seguinte, as professoras avisaram que um corredor estava interdi-tado e, por isso, a porta de acesso a ele estava fechada.

Após as três primeiras aulas, o grupo combinou que iriam usar o livro para abrir o corredor e discutiram sobre o que poderia haver lá:

— Acho que é uma armadilha. — disse Pedro.

— Você está é com medo! Eu acho que vai ter outra pista lá. — respondeu Jonathan.

— Eu também acho. — concordou Sara.

Depois das três últimas aulas, do jantar e da rotina de sempre, Sara levou o livro para o corredor. Lá os outros tentavam chegar ao fim dele, mas sempre acabavam voltando ao seu início, como se tivessem andando em círculo:

— Maldita escola! Eles colocaram uma magia no corredor. — disse Jonathan.

— E nós temos a solução. — Respondeu Sara com um tom irônico.

Ela leu as palavras mágicas do livro e Jonathan conseguiu passar e achou o úl-timo pedaço do bilhete ao final do corredor. O bilhete ficou da seguinte maneira:

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AS DESVENTURAS DE LIAM

Até que enfim, ali estava ela. A jovem corsa mal sabia que sua cabeça estava no alvo do arco de Liam. Ela estava com a perna machucada por causa de uma de suas armadilhas e estava ao lado de sua mãe, mas longe do pai protetor.

Liam era um garoto meio elfo - meio humano, de 16 anos de idade. Ele vivia com seus amigos numa fazenda. Trabalhavam de manhã e de tarde e caçavam, pois o que conseguiam plantar, não era suficiente para comerem. Ele tinha ca-belos, olhos e sobrancelhas castanhos. Ele era o único de sua vila que tinha co-ragem para se aventurar nas montanhas Leviston. Dizem que o rei da Alagaësia perdeu metade de suas tropas na tentativa de exterminar os Orcs, que têm seus acampamentos nas montanhas.

No momento que iria atirar a flecha que determinaria o fim da vida da corsa, ele pressentiu um movimento à sua direita. Tristemente a corsa se assustou e ele perdeu a caça. Tudo bem não abater aquela corsa, mesmo sendo raro achá-las, pois ele já havia caçado vários ratos e coelhos.

Ao se aproximar, Liam conseguiu ver um homem bem alto e magro montado em uma lhama e com uma armadura escura com o semblante de um dragão. Ele já tinha visto alguns dragões sobrevoarem a vila de Therinsford, a dele, mas nunca um dourado vivo como o do brasão. O homem estendeu-lhe uma caixi-nha de madeira escrito em cima:

Para Liam Bronson de Therinsford, Alagaesia.

Na hora em que levantou o olhar da caixa para poder agradecer o homem, ele havia sumido sem deixar rastros, o que o intrigou.

Ele voltou para a casa que dividia com três amigos: Arya, uma elfa de 15 anos, Roran, um humano que 16 anos, e que era o melhor amigo de Liam e Baldor, um garoto de 14 anos que era um humano. Todos os dias, eles iam cuidar da planta-

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Ao passar pelo ferroaria, perguntou a Hilst, o filho do ferreiro, seu amigo. Ele disse que o homem estava hospedado na estalagem Carvahall. Então, Liam se dirigiu para lá.

O primeiro salão que viu, logo que entrou, era grande e bonito, cheio de en-feites e adornos de pedras preciosas. O teto era abobadado e alto dando a im-pressão de importância.

Ao atravessar o corredor em direção ao atendente para perguntar se o entre-gador do pacote havia passado por lá, todos os hóspedes que estavam no salão olharam para ele com os olhos fulminantes, provavelmente falando que ele era pobre e outras coisas.

Ele perguntou ao atendente se o cavalheiro esteve por lá. Ele respondeu que sim, mas que não havia retornado por três dias, mesmo tendo deixado suas coi-sas no quarto da hospedagem. Liam ficou indignando, pois o homem havia lhe entregado o pacote ontem.

Ele saiu da hospedagem e deu uma volta. Atrás dela, havia uma pequena ca-sinha para guardar materiais de jardinagem e foi investigar. Ele viu um líquido vermelho escorrendo debaixo da porta, que caracterizou como sangue. Ele se apavorou e abriu a porta rapidamente:

Dentro da pequena casinha estava o corpo do mensageiro com a armadura de dragão, e atravessando o seu peito, estava uma espada do metal mais puro e bem forjado que ele já viu. A bainha era enrolada em couro e em um dos lados do punhal havia um rubi idêntico ao seu.

Na lâmina da espada estava escrito algo que ele não identificou como sendo na língua da sua terra. Não sabia ler e nem ao menos reconhecia os caracteres. O desenho que as letras formavam era algo muito diferente:

O Mensageiro, enquanto contemplava os seus últimos segundos de vida, por fim disse:

Leve essa espada... Tire-a daqui... Leve... Eldest... Eldest... Eldest...

Ele retirou a espada do corpo do homem como mandado, vendo então o ho-mem fechar os olhos pela última vez. Ele avaliou o peso da espada e achou-a

ção, vender no mercado o que sobrava da colheita e depois caçar. Ao entrar na pequena cabana que chamava de lar, reparou que Roran não havia ainda voltado da caçada. Ele nunca chega no horário.

Sentou-se na sua cama que não era nada mais nada menos que uma pilha de palha que ficava num dos cantos da casa humilde. A casa se compunha de uma fogueirinha no centro e as quatro camas em volta. Além das camas, pendurado no teto de pano, havia milhões de coisas: panelas, roupas, bacias, mapas, teci-dos, poucas armas. Não havia nenhum livro, pois não sabiam ler. Na verdade, a Arya sabia ler e apenas poucos feitiços, mas não sabia usá-los com perfeição.

Ele abriu a caixa e dentro havia um rubi vermelho lindamente trabalhado, com um desenho de pétalas no centro. Ele achou estranho que alguém lhe tenha dado um rubi, uma coisa que valia uma fortuna. Arya se aproximou dele e exclamou:

— Onde você roubou isso? Do rei? Obvio que não! De um comerciante rico? De um lorde?

— Claro que não roubaria nada. Foi muito estranho...

E ele contou a história do que havia acontecido com ele desde a saída para a caça até o presente momento. Ela ficou um pouco intrigada e perguntou o por-que dele ganhar um rubi. Liam respondeu que não sabia.

E com isso, fechou a caixa com o rubi dentro e puxou o pano, que pendia do teto para dar a cada um, privacidade enquanto dormia, indicando que não que-ria mais interrupções naquela noite.

Ele teve pesadelos, sonhou que todos os seus amigos estavam se matando na frente de casa porque queriam o rubi só para eles, enquanto ele só aplaudia.

Liam acordou todo suado e ofegante. O fogo estava apagado e somente Roran estava na cabana dormindo, os outros já deviam ter saído. Ele conferiu o rubi para ver se havia sido roubado, mas este estava intacto.

Ele se lembrou do homem que o entregou e se preparou para sair. Deixou para trás sua fazendinha, passou pelo moinho e pelas casas pequenas, seguiu andando pela estrada de terra batida e a todos que encontrava, perguntava se tinham visto um homem com armadura e montaria, o que era muito incomum na vila. Ninguém o tinha visto.

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— É sim, por que você precisa saber onde é Frodos?

Ele primeiro se perguntou se deveria dizer a ela, mas se convenceu que sim. Ele estendeu a espada a ela e disse para ler. Ela não conseguiu ler, disse que só o que via era uma língua quase não usada, que só os dragões e os montadores de dragões conseguiam entender.

Ele ficou encabulado e disse que conseguia ler o que estava escrito. Ela gritou de felicidade e por fim perguntou o que estava escrito. Ele recitou o verso três vezes porque chegaram Roran e Baldor querendo saber o verso e dar os parabéns ao seu amigo.

— E agora? Devemos ir à montanha? — perguntou Baldor.

— Eu acho que sim. — respondeu Roran.

— Temos comida suficiente? — perguntou Arya.

— Devemos ter, senão, caçamos. Quando partimos? — disse Liam.

— Que tal em uma semana? — e todos resmungaram em concordância.

E assim dito, assim feito, em uma semana se organizaram com as provisões, arrumaram as suas malas com pouca coisa e em uma semana partiram para o sul, em direção de Dras-Leona.

Após quatro dias de viagem árdua, eles viram uma placa de “Cuidado”, com um velho homem sentado numa pedra ao lado dela. Eles não tinham visto nin-guém na viagem até então, por isso, se surpreenderam ao ver um homem em um local tão desolador. Ele disse:

— Se vocês seguirem por esse caminho, encontrarão o vale das almas. Elas tentarão atrai-los para onde vocês viverão com elas eternamente, apenas como almas chamando pessoas.

Os garotos ficaram um pouco assustados, mas não recuaram, agradeceram ao homem por tê-los avisado do perigo e seguiram em frente. Era um caminho cheio de pedras e pedregulhos irregulares na estrada. Tudo era coberto por uma estranha névoa branca que só deixava Liam enxergar os seus amigos e a estrada.

De repente, ele vê um vulto acinzentado passar rapidamente, mais rápido que um elfo correndo em plena guerra ou uma carroça descendo uma ladeira

perfeita, mas ficou se perguntando quem que poderia ter matado um homem tão imponente. Liam limpou a espada no riacho ali perto e a levou para casa.

Todos não paravam de fulminá-lo com perguntas e ele respondeu a todas elas. No fim, todos ficaram cansados e dormiram. Todos menos Liam.

Ele observou o buraco do outro lado, parecia que era feito para o rubi. Sen-tou-se na sua cama e colocou o seu rubi no buraco que parecia destinado a ele.

Ao colocá-lo, a espada brilhou numa intensidade que Liam acreditava, até então, somente o sol seria capaz. A mão que estava segurando a espada estava queimando e ele sentiu que iria perder a consciência, então, soltou-a. Escondeu a espada e caiu desmaiado em cima da cama.

Liam acordou com os olhos ardendo como fogo e com a cabeça doendo como se tivessem jogado uma pedra nela. Os seus amigos estavam do lado de fora já trabalhando no campo de onde só sairiam para trocar produtos ou para almoçar.

Liam se recordou da noite anterior só até a cena de tentar encaixar o rubi no buraco. Assim lembrou-se da espada e a pegou de debaixo da palha. Examinou cada canto da espada, de ponta a ponta, mas ao olhar para as letras estranhas, conseguiu ver as letras se movendo até formar a frase que conseguiu ler:

Eldest rei de todos, espera-te na montanha Frodos.

Não importa; rei ou camponês, sempre terá a sua vez.

Ele se lembrou do que o mensageiro havia falado algo sobre dar a espada ao Eldest e agora sabia que este estava na montanha Frodos. Ele pegou alguns dos mapas pendurados no teto e procurou pelo que queria. Enfim, achou o mapa da Alagaesia: ele viu todos os rios e cidades, até a capital, Dras-Leona, onde o rei Jeod comandava o seu reino.

Liam não sabia ler, porém, Arya sabia algumas palavras...

— Arya, você pode ler algo para mim? — chamou Liam.

— Já estou indo...

Arya entrou e viu a bagunça que ele havia feito, mas não reclamou, apenas disse:

— O que você quer de mim?

— Preciso que diga se essa montanha do lado de Dras-Leona é Frodos.

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No dia seguinte pareceu que todos os outros não haviam conseguido dormir direito também, pois todos estavam com os olhos vermelhos e com olheiras ro-xas abaixo dos olhos. Todos comeram o café, desmontaram o acampamento e partiram em busca da montanha Frodos.

Em sete dias eles avistaram o cume de uma montanha no horizonte da longa campina. Arya anunciou ser aquela a montanha Frodos, de acordo com o mapa que traziam. Eles entraram correndo na montanha. A sala que encontraram ao entrar na montanha era prateada e brilhante. Liam só tinha visto prata uma vez na sua vida, quando um guerreiro do rei veio patrulhar a cidade.

No meio da sala, tinha um gigantesco dragão dourado deitado, olhando para eles com seus grandes olhos azuis que conseguia falar-lhes diretamente, sem usar palavras.

— Que bom que conseguiram chegar. Sabia que iria encontrá-los. Se você, Liam, jovem guerreiro de Therinsford, realmente estiver disposto a encontrar--se com seu dragão e viver eternamente com ele, atravesse essa porta atrás de mim. Mas se não desejar, sinto em te informar que sua viagem até aqui foi inútil.

No mesmo instante, cinco elfos do bem colocaram Roran em cima de uma maca e o carregaram para dentro de um dos vários corredores que davam para a sala central.

— Meu nome é Eldest, rei de todos, e acho que vocês talvez me conheçam. Soube que meu mensageiro foi assassinado por monstros, mas não faz mal, a mensagem conseguiu ser transmitida com sucesso.

Liam não estava entendendo, como é que ele o conhecia e além do mais, como é que Eldest tinha certeza que a espada chegaria a ele. Foi ele que man-dou os monstros matarem seu próprio soldado? Respondendo às suas perguntas, sem ele ter perguntado, Eldest disse:

— Não, não é o que você pensa. Eu enviei meu mensageiro Albert para en-tregar-te o rubi e a espada, e se você fosse esperto o bastante para acionar a es-pada de Aberon, saberia seu destino. Mas quando Albert saiu para te entregar os pacotes, esqueceu aqui a espada, então mandei cinco monstros entregarem ao Albert, mas desobedecendo as minhas ordens, mataram-no e deixaram a espada nele. Primeiramente pensei que você não receberia a mensagem, mas aqui está

íngreme. Então, pouco depois, eles avistam um fantasma flutuando a 3 metros de Roran e a 10 centímetros do chão. Eles se apavoraram, mas o vulto apenas os olhava com seus olhos vazios e cinzentos.

Liam nunca teve tanto medo em toda a sua vida, seu coração estava a mil e mal conseguia respirar. Então a fantasma disse com uma voz calma e suave:

— Vocês não querem juntar-se a nós? Não sentimos fome nem frio como vo-cês. Aqui é maravilhoso, juntem-se a nós. Por favor. Só por um tempinho... —disse ela enquanto dava um sorriso assustador.

Enquanto se concentravam no vulto que lhes falava, não repararam que mi-lhões de outros fantasmas se juntavam em volta deles. Quando Liam se virou, levou um susto e deu um grito, pois viu Baldor se afastar com dois fantasmas, um homem e uma mulher, de mãos dadas com ele.

— Baldor, não! — gritou Liam.

Em seu desespero, saltou em direção a Baldor, mas algo segurou a sua perna. Era Arya.

— Ele está totalmente em transe, você não conseguirá salvá-lo desta vez.

— Pai, mãe! Onde vocês estavam?-perguntou Baldor em uma voz que soava quase assustadora.

— Esperando você chegar. — disseram os dois fantasmas em uníssono.

Liam entendeu tudo, Baldor queria pular para os seus pais e virar fantasma junto com eles. Ele não poderia fazer nada em relação ao amor de pai para filho. Então disse a Arya para passarem correndo antes que também fossem atraídos pelos fantasmas, e Arya concordou. Então Arya, Roran e Liam saíram correndo pelo vale das almas, mas antes de sair, Liam ouviu o grito de terror de Baldor.

Arya, Roran e Liam passaram os próximos dias sem falar uns com os outros, pois estavam ainda chocados com o fato de seu amigo ter morrido na frente dos olhos deles, o que era muito traumatizante. Agora, sem Baldor, não tinham tan-tas bocas para alimentar, assim, a comida duraria um pouco mais. Mas ainda é um peso no coração.

Naquela noite Liam mal dormiu. Ficava repetindo sem parar na sua cabeça ima-gens de Baldor: desde quando se conheceram até seu último grito de desespero.

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você! Você deseja se tornar um cavaleiro?

— Sim, majestade, eu desejo me tornar um cavaleiro de dragão e conhecer o meu próprio.

— Se é isso que desejas, pode atravessar o corredor norte e viver eternamente como cavaleiro de dragão, você, Arya e Roran.

E assim, dito assim feito, em uma semana Roran estava bem e Liam com Arya montaram no seu dragão de cor safira, que por esta razão tem esse nome: Safira.

Eles juntos viveram grandes aventuras, combateram o mal e foram felizes.

TEXTO Joana Getlinger Santomauro ROTEIRO Arthur Henriques Murtinho, Joana Getlinger Santomauro, Marina Milanesi Marques, Miguel Maschion Pavoski dos Santos ILUSTRAÇÃO Marina Milanesi Marques

O RETORNO DE APÓFIS

Olá, para começar a história meu nome é Steve Meelark, tenho 16 anos e moro em uma ilha que não sei a localização, com meu tio, irmão de minha mãe, que me bate e me odeia e me dá sobras de comida como refeição. Moro com ele, pois quando nasci minha mãe morreu e meu pai sumiu. Hoje meu tio saiu para beber, como toda noite, e eu tive que limpar o porão. Lá achei um baú todo empoeirado.

Ao abri-lo, encontrei meu “sumido” passaporte, um livro escrito em algu-ma língua, que não reconheci, chaves da moto BMW de meu pai que é uma das únicas coisas que ele deixou para mim e uma carteira cheia de dinheiro. Peguei esses objetos e subi para meu quarto. Na carteira havia cerca de U$ 4.500,00 e 10 moedas que não sei de onde eram. Comecei a ler o livrinho. Ele contava a histó-ria dos deuses do Egito, que algumas vezes se apaixonavam por mulheres mor-tais e tinham filhos com elas. No final tinha um bilhete de meu pai para mim:

— Filho, se estiver lendo este bilhete quero dizer que a resposta de porque abandonei você está no Egito.

Ao ler aquilo, comecei a pensar se era real ou era só uma das brincadeirinhas de meu tio. Eu pensei “qualquer coisa deve ser melhor do que ficar aqui”, então peguei minha mochila, coloquei dentro dela minha única jaqueta, duas camise-tas, uma calça, um shorts, o livrinho e a escova de dentes, além de por as chaves da moto e a carteira cheia de dinheiro no bolso com as moedas.

Desci para a garagem e depois de muito procurar achei a minha moto atrás de várias caixas. Liguei a moto e fui ao aeroporto. Chegando lá fui ao balcão e peguei um mapa. O mapa mostrava que a ilha em que estou fica perto da Irlanda. No balcão pedi para a atendente:

— Uma passagem para o Cairo ainda hoje.

— Tudo bem se tiver escala em Londres?

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— Sim.

— A passagem custa 1.700 dólares, entrada no portão 2B, daqui a 8 minutos.

— Obrigado.

Peguei a passagem. Passei pela segurança e entrei no avião. Sentei no meu assento e fiquei pensando se não estava maluco sobre fugir de casa. Veio uma aeromoça que perguntou:

— O senhor quer algo para comer?

— Claro.

— As opções de hoje são: macarrão ao molho Alfredo di Roma ou o bife de filé mignon com arroz. Qual o senhor gostaria?

— Eu gostaria do macarrão.

— Algo para beber?

— Uma Coca-Cola.

— Algo de sobremesa?

— Três Kit-Kats e um pacote de bombom de chocolate.

— Muito bom, traremos dentro de vinte minutos.

Fiquei muito feliz, pois pela primeira vez iria comer algo que não fosse sobra. Como havia dito, a comida chegou em vinte minutos e estava excelente. Comi o macarrão, bebi uma Coca e comi um Kit-Kat. Os outros doces guardei na mo-chila e aproveitei para dormir um pouco.

Enquanto dormia sonhei com uma guerra entre deuses egípcios e o retorno de uma cobra gigante. De manhã, uma moça veio me trazer um copo de suco de laranja e um pão com manteiga e queijo e me informou que dentro de 10 minutos pousaríamos em Londres.

Chegando a Londres, uma jovem de cabelos loiros, olhos azuis, de uns 15 anos subiu no avião e se sentou ao meu lado. Peguei o meu livrinho e comecei a lê-lo outra vez e percebi que era uma língua diferente do tradicional inglês. A jovem viu que eu estava lendo esse livro diferente sem problema e disse:

— Como você consegue ler isso?3313131313113111113131311311131311331113133311

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— Esse é o único modo de chegar ao refúgio.

Depois de 15 minutos, finalmente chegamos ao refúgio. Lá, Rachel me disse que ali era o único lugar em que semideuses podiam aprender a lutar e também descobrir qual deus é seu parente.

Ela me mostrou o lugar, que tinha campos de treino, arsenal, dormitórios, refeitórios, enfermaria, templos (um para cada deus) e oficinas. Ela também me explicou que todo deus tem um animal símbolo no qual seus filhos podem se transformar e também fazer um avatar para batalha. Ela me disse que seu pai é o deus Seth.

Seth é o deus que matou seu irmão Osíris, pois ele tinha as terras mais férteis do Egito e Seth tinha ficado com a região montanhosa e desértica para si. Revol-tado por essas condições precárias, o deus promoveu uma festa para o irmão. Na festa Seth deu de presente a Osíris um caixão feito por seus súditos, onde o tran-cou e o jogou no rio, achando que o caixão com Osíris afundaria e ele morreria. Não contava que a madeira do caixão não afundasse.

No decorrer dos anos, Osíris foi considerado morto e Seth tomou todo o Egi-to. A mulher de Osíris, Ísis, procurou o caixão por anos. A correnteza levou o caixão e por onde ele passava nasciam flores de lótus. Ísis começou a seguir as flores de lótus na beira do rio até que um dia achou o caixão. Osíris, o deus da morte, estava intacto e poderia voltar a viver, porém, se algum súdito de Seth visse o caixão mandaria matar quem estivesse com o ele, então Ísis deixou seu recém-nascido filho, Hórus, com Néftis, esposa de Seth que amava Osíris. Ísis tinha a obrigação de levar Osíris ao mundo dos mortos para trazê-lo de volta para a vida, mantendo seu filho escondido.

Hórus cresceu em segredo sabendo quem eram seus verdadeiros pais. Ele aprendeu a lutar, pois odiava Seth e queria tomar o poder que um dia fora de seu pai. Ele desafiou Seth para uma batalha e ganhou. O Egito agora lhe pertencia e Ísis pôde reencontrar seu filho.

Depois de ouvir aquilo, ela me disse que deveríamos encontrar o chefe do acampamento para descobrir qual deus era meu pai e também me advertiu:

— Nunca interrompa Dylan no meio de seus rituais, pois ele ficará irritado.

No caminho, passamos pelo arsenal e pelo refeitório. Dylan era um garoto de

— Não sei, eu só consigo. Por quê?

— Não, nada. Para onde você vai?

— Eu vou para o Egito procurar meu pai.

— Como assim?

— Meu pai foi embora quando eu nasci e me deixou esse livro com esse bilhete.

Ela leu o bilhete e disse:

— Você é um semideus, como eu.

— Não sou não, pois semideuses não existem.

— Eles existem e seu pai fez como o meu, deixando um livrinho, pois nossos pais são deuses.

— Isso é um absurdo.

— Você leu o livro?

— Sim.

— Você não leu que deuses se apaixonam por mortais e têm filhos?

— Sim.

— Venha comigo que mostrarei que você é um semideus.

— Está bem, mas só porque não sei o quê fazer quando chegar ao Cairo.

— Eu sou Rachel Dawson e sou de Liverpool, Inglaterra.

— Oi, sou Steve Meelark e sou de uma ilha perto da Irlanda.

Chegando ao Cairo, minha companheira e eu saímos do avião e ela disse:

— Você tem alguma daquelas moedas estranhas escritas “Ushabti”?

— Tenho, por quê?

— Pois para chegar ao refúgio dos semideuses vou precisar de 3 dessas moedas.

Entreguei 3 moedas e ela me levou a uma rua pouco movimentada. Lá ela jogou as moedas no meio da rua e disse “Ushabti”. Então de repente apareceu uma espécie de táxi. Nós entramos no táxi e ela me disse:

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uma semana e meia. No décimo dia, lembrei as palavras de Dylan que havia mencionado sobre uma guerra entre deuses e uma tal Apófis e fui perguntar para Rachel sobre isso:

— Que guerra é essa entre deuses?

— O maior pesadelo dos deuses está retornando e eles estão se culpando e se dividiram em dois grupos: o de Hórus, que está culpando o deus Seth, e o de Seth, que está culpando o deus Hórus.

— Quem é essa tal de Apófis?

— É o maior pesadelo dos deuses do Egito, ela é uma mistura de dragão e de serpente que mata nossos deuses e se fortalece com isso e há muito os deuses a trancaram em uma torre.

— E por que Dylan disse que terei que parar essa guerra, matar Apófis?

— Deus Hórus teve somente um filho, você, e existe uma profecia que diz que quando os maus tempos vierem, um filho de Hórus irá eliminar o mal parando a guerra e matando Apófis.

— E quando eu terei que fazer isso?

— Você ficará mais quatro dias aqui e então escolherá uma pessoa para ajudá--lo nessa árdua tarefa. Você terá que partir no seu vigésimo dia aqui.

Saí andando, pensando sobre essa profecia. Sem prestar muita atenção ao caminho que fazia, fui me afastando do refúgio. De repente, apareceu uma cobra grossa, igual a um tronco de coqueiro. Ela me fitou e pulou em mim. Quando ela estava quase conseguindo me morder, uma flecha voou e acertou sua cabeça, a cobra se desintegrou.

Olhei para o lado para descobrir quem havia me salvado, essa pessoa era Ra-chel. Achei estranho, pois já havia ficado seu amigo, porém, nunca tinha visto ela com um arco e flecha. Fui até ela e perguntei:

— Por que nunca vi você com arco e flecha?

— Por que não pratico aqui no acampamento.

— Como você sabe atirar com tanta perfeição.

— Aprendi quando criança, mas não quero falar sobre isso.

uns 19 anos, cabelos desgrenhados, usava jeans e uma camiseta listada. Ele es-tava em um templo totalmente silencioso, com altas colunas, tatames e um piso elevado. Dylan estava dissecando um pombo para prever o futuro. Ele olhou suas entranhas, fez uma cara de preocupado e se voltou para Rachel:

— O que é agora Rachel?

— Encontrei um semideus e preciso que descubra seu deus parente.

— Pois bem, venha cá semideus, posso sentir grande poder dentro de você.

Ele me levou até uma sala onde havia vários animais mortos, cada um desses animais tinha o nome de um deus egípcio escrito em sua testa. Dylan me expli-cou que cada um desses animais representava um deus e que quando eu tocas-se no animal que representasse meu pai ele brilharia. E foi isso que aconteceu. Quando eu toquei no falcão, Dylan olhou para mim surpreso e disse:

— Hórus.

— O quê?

— Hórus, o deus Hórus, o grande guerreiro, é seu pai, você é o único que pode parar a guerra entre deuses matando Apófis.

— Que guerra?

— Isso Rachel lhe explicará depois. Você ficará no chalé 7 e aprenderá a lutar para salvar o mundo.

Eu e Rachel saímos do templo, ela me levou ao meu chalé e disse que era para eu por minhas coisas lá, pois nós íamos ter um treino na floresta com o objeti-vo de pegar a bandeira do outro time. Depois da seleção de times, peguei uma espada, um escudo, um colete azul, que todo o meu time usaria, e um peitoral. Rachel me explicou que não podia matar o adversário, somente machucá-lo.

O treino começou. Estava com meu time avançando quando o primeiro ini-migo apareceu e depois vieram mais, mais e mais. Brandi minha espada e corri para a batalha. Derrubei 1, 2, 3 e quando vi estava sozinho derrubando todos os meus adversários. Derrubei mais alguns e cheguei na bandeira. Peguei-a e meu time ganhou.

O resto do dia foi só farra. Tivemos churrasco feito na fogueira e refrigerante, além de música para dançarmos. Depois fui dormir. Essa foi minha rotina por

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animal. Logo vi no alto da torre dois demônios e fui avisar Rachel. Ela atirou duas flechas e eles se desintegraram. Entramos na torre. Rachel virou um cão negro e com sua super audição escutou que havia mais dois demônios, além de Apófis.

O primeiro foi fácil de matar, o segundo, um pouco mais difícil, mas con-seguimos. Subimos até o alto da torre onde estava Apófis. Entramos em uma grande sala com uma das paredes destruída, partes de correntes para todo o lado e no meio uma coisa que não sei muito bem definir: era uma cobra meio dragão com chifres, a coisa mais feia que já havia visto. Ela disse:

— Então você veio! Achei que não conseguiria.

— Mas consegui. Como você sabe que eu viria?

— Filho de Hórus, há muitas coisas que eu sei que você não faz a mínima ideia.

— Vamos ao que interessa, vou acabar com você.

— Venha tentar.

Brandi em um braço a espada e no outro o escudo. Eu tentava golpear Apó-fis com a espada e Rachel, com as flechas, mas parecia que o bicho tinha uma pele impenetrável e ele nos golpeava fortemente com suas garras. Não percebi, porém fui para o lado com a parede destruída tentando atacar o monstro, mas, com uma ação repentina, ele poderia me golpear de forma que eu iria cair da torre. Naquele momento, Rachel pulou, me jogou para o lado, caiu e Apófis, de tão frustrada, caiu junto. Eu pensei, não vou deixar minha namorada cair e me transformei em falcão e pulei atrás dela. Quando ela estava quase atingindo o solo, consegui alcançá-la e puxá-la para cima.

Levei-a ao chão suavemente, me transformei em humano e beijei-a. Naquele momento viramos namorados. Voltamos ao acampamento e fomos muito bem recebidos. Os deuses Seth e Hórus estavam a nossa espera, nos saudaram. Eu tive tempo para falar com meu pai e Rachel com o dela.

Ele me explicou que os vilões dos deuses querem acabar com sua linhagem e para caçar os semideuses basta cheirar o ar, pois os semideuses têm cheiro dife-renciado. Quando eu nasci meu pai pegou roupas minhas, fios de cabelo e unhas para levar o cheiro para um lugar difícil de achar, para não arriscar a minha vida. Quando um deus passa tempo demais com seu filho, pega o seu cheiro, então os

Durante esses dias tinha simpatizado com meu professor de esgrima, Ramon. Depois da aula do vigésimo primeiro dia, ele me chamou e me deu uma espada de cobre, chamada Attackium, e um escudo de titânio, além de me dizer;

— Amanhã é um dia importante filho, você é um dos melhores alunos que já tive então não me desaponte.

— Muito obrigado, senhor, não irei desapontá-lo.

Fui dormir pensando sobre como eu, um simples adolescente, iria conseguir matar uma serpente demônio que mata deuses e se eu não conseguisse o mundo acabaria.

Quando eu acordei, só tinha uma coisa na cabeça, eu levaria Rachel comigo, pois ela era uma excelente guerreira e eu estava meio afim dela.

Dylan havia marcado uma reunião comigo, para esclarecer o que eu deveria fazer. A primeira pergunta foi:

— Quem você quer levar com você nessa missão?

— Rachel Dawson, filha de Seth.

— Está bem, como pretende chegar à prisão de Apófis?

— Não faço a mínima ideia.

— Bom, te darei um mapa, mantimentos, dinheiro e te desejo boa sorte Steve.

— Obrigado Dylan.

Eu e Rachel partimos de avião com destino a Tebas. Chegamos ao meio dia. Lá fomos até o templo mais protegido dos deuses, que só semideuses e deuses conhecem, onde há o portal que liga o mundo mortal à prisão de Apófis.

Entramos no portal e nos encontramos em um local escuro, silencioso, a frente tinha a torre da prisão. Estava caindo um temporal, significava que logo Apófis se reergueria. Rachel me surpreendeu me dando um beijo:

— Para dar sorte.

Andamos silenciosamente com cautela, de mãos dadas até a torre, pois sabía-mos que haveria demônios de Apófis guardando a torre. Virei falcão, que era um poder de semideus que eu tinha, para ter uma visão melhor, uma habilidade do

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vilões acham seus filhos. Ele disse que foi pela minha segurança que foi embora. Eu perguntei:

— Pai, vou vê-lo novamente?

— Não posso afirmar ou negar, mas nada é impossível.

— A guerra já acabou?

— Sim, agora tenho que partir.

— Tchau, pai.

Aquele foi o momento mais feliz da minha vida, consegui salvar o mundo, fa-lei com meu pai pela primeira vez e consegui uma lindíssima namorada. Depois daquele dia passei a viver no refúgio.

TEXTO João Marques Hassun ROTEIRO Bento Pestana Hubner, Carolina Wurzmann, João Marques Hassun, Marcello Ferreira Paim ILUSTRAÇÃO Bento Pestana Hubner

O REINO DE GELO

Estou sentado no sofá da minha sala, comendo uns biscoitos da minha mãe, a lareira chega a queimar minhas bochechas. O tempo está chuvoso e muito frio. Quando abrem a porta, uma mulher russa entra em casa, mamãe grita e de re-pente o silêncio toma conta da sala e quando eu olho para a minha mãe, ela está morta. A russa se volta para mim com o amuleto que minha mãe usava pendu-rado no pescoço. A mulher chega perto, eu ouço um choro de alguma criança de mais ou menos dois anos (minha idade) e quando a mulher ergue os braços para me pegar... Acordo suando frio e tremendo no meio da noite. Esse sonho se repete todas as noites, desde quando eu era pequeno.

Sou Spencer, tenho 14 anos e moro com meu pai. Nós não sabemos se minha mãe esta viva ou não, ela sumiu quando eu tinha 2 anos. Mas mesmo sem mãe, vivo uma vida normal de adolescente aqui na Suíça. Meu pai não gosta muito de falar sobre o meu passado e nem sobre a minha mãe. Ele sempre diz que ela sumiu e que era uma ótima pessoa, que devemos seguir em frente. Depois ele chora um pouco e dá uns tapinhas nas minhas costas. Eu e meu pai temos o mesmo amuleto que o de mamãe em meu sonho. Meu pai disse que esse amuleto é como um símbolo da nossa família, ele tem uma corrente de prata com uma pedra grande de rubi como pingente.

Na escola tem sempre um grupo de meninos malvados que implicam comigo e com meus amigos, só porque são populares acham que tem que implicar com alguém. Esses meninos são tão medrosos que nunca chegam perto de mim, só me provocam. Eu queria muito bater neles, mas meu pai não iria gostar nada disso, aposto que ficaria de castigo, então, geralmente eu fico quieto, mas ainda pego eles. Eu sou zagueiro do time de futebol americano da escola, não acho que jogo bem, mas o treinador disse que me colocou no time porque sou alto e forte.

Em um dia comum da semana, eu estava voltando da escola, o ar estava cal-mo e frio como sempre, estava nevando. Quando cheguei em casa deparei com

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uma cena que meu coração quase parou de funcionar. Senti um nó na garganta e vontade de morrer. Meu pai estava caído no chão, morto e sem o seu amuleto. Tentei acordá-lo, mas isso não foi possível. Chamei a ambulância que veio cor-rendo para socorrê-lo, mas um dos paramédicos confirmou que ele estava mor-to. Depois de todo o sofrimento que passei, tendo que enterrar meu pai sozinho e me virar em casa sem ajuda de ninguém, alguma coisa ainda me incomodava.

Um dia, fazendo lição, lembrei que no dia que encontrei meu pai morto ele estava sem o seu amuleto, fiquei pensando naquilo a tarde inteira... Até que de-cidi procurá-lo. Revirei toda a casa e nada de amuleto. Achei tudo aquilo muito estranho. Será que alguém assassinou o meu pai só para pegar seu amuleto?

Eu estava tão incomodado com tudo aquilo que decidi sair de casa. Decidi ou-vir o conselho do meu pai “seguir em frente”. Não conseguia mais viver com o passado. Decidi que naquela casa eu só morava com meu pai. Após um dia de cansaço, arrumando as minhas coisas, resolvi levar apenas uma mochila de mão.

No dia seguinte, quando eu já estava de partida, tranquei a casa e levei a chave e, sem ninguém ver, parti à procura de uma vida melhor. Andando pela rua en-contrei um mendigo louco que falava sozinho, ele começou a me seguir. Quando percebi que ele tinha um ovo grande na mão, parei para ouvi-lo e percebi que não estava falando sozinho... Ele falava comigo e dizia:

— Leve esse ovo para os Alpes Suíços e coloque-o no topo da montanha mais alta. — ele disse me entregando o ovo — Assim que fizer isso espere meia hora perto do ovo para garantir que ninguém irá rouba-lo. Depois de meia hora pro-cure uma caverna e não saia dela até completar um dia e uma noite. Então o traga de volta para mim. Estarei te esperando em sua casa.

Achei que aquele mendigo estava bêbado ou coisa parecida, pois tudo aquilo foi muito estranho. Mas alguma coisa dentro de mim pedia que eu escutasse o velho. Eu queria fazer algumas perguntas, mas quando vi o mendigo não estava mais lá. Já que não sabia o que fazer da vida, resolvi ir aos Alpes Suíços.

Eu já estava muito cansado de escalar e subir e quando me dei conta já estava no topo. Era muito frio lá em cima, então coloquei o ovo logo em um lugar bem alto e esperei... Fiquei pensando porque iriam roubar um ovo grande e quase transparente no meio daquele gelo.

Depois de meia hora, fui procurar uma caverna bem quente e aconchegante 414141411414114141114141114114114141141411

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— A chave daqui de casa! Vai senhor! Responda e pare de enrolar!

— Eu peguei da sua mochila quando você andava na rua... — disse ele coçan-do a cabeça.

— Mas como? Você pegou... — eu disse conferindo na mochila, mas realmen-te a chave não estava lá! — Hum ... Tá, mas e o ovo? E o dragão?

— Garoto isso não importa agora! — ele se levantou e colocou suas mãos nos meus ombros - O que importa é que o dragão é seu!

— Nossa! Sério? Mas para que eu vou usar um dragão?

— Spencer, você quer saber sobre o seu passado? Sobre sua mãe? Sobre o amuleto? E sobre o seu sonho?

— Quero mais do que tudo!

— Então...

— Espera, como você sabe de tudo isso? — eu disse o cortando

— Isso também não importa! O que importa é que se você quer saber sobre a sua vida, você tem que ir para a parte gelada da Russia com o Snow Flake, e quando chegar lá tem que encontrar um portal de gelo. Desse ponto em diante eu não serei mais de grande ajuda e o dragão já saberá o que fazer.

Depois dessa explicação maluca eu quis perguntar mais coisas, mas não que-ria discutir agora. Troquei de roupa e coloquei um pouco de comida na minha mochila, coloquei um pouco de dinheiro também e tentei arrumar alguma coisa para eu me segurar no Snow Flake. O mendigo me disse que o dragão podia me entender.

Consegui me instalar bem no animal, fiz uma espécie de cela. Assim que de-colamos eu disse ao Snow Flake para não ir tão depressa, pois não estava tão acostumado a voar em dragões. Depois de algumas horas de voo um vento mui-to forte começou a soprar em nossa direcção. Snow Flake tentou desviar, mas não dava mais tempo, fomos cercados por milhares de nuvens pretas e gordas que tomavam conta do céu. Depois de alguns minutos de pavor, um raio atingiu inesperadamente a asa direita do pobre animal. Começamos a cair tão rápido que nem deu tempo de piscar e já estávamos no chão. Eu só não morri porque o Snow Flake me enrolou entre suas duas asas antes de cair.

para dormir. Assim que achei uma caverna com enormes estalactites de gelo, me instalei em uma pedra meio arredondada e dormi. No dia seguinte, já que não podia sair da caverna, fui explorá-la. Lá dentro havia rochas maravilhosas e plantas estrangeiras de várias cores. Achei tudo aquilo o máximo, nunca tinha visto nada parecido.

No fim do dia, sai da caverna e fui até o lugar onde eu havia deixado o ovo. Quando cheguei lá, o ovo estava quebrado! Senti um bafo na minha nuca e quan-do virei levei um susto tão grande que meu coração quase pulou para fora. Um dragão enorme e branco estava prestes a me engolir. De repente, ele começou a esfregar sua cabeça em mim e eu percebi que ele era dócil. Comecei a fazer ca-rinho nele e acho que ele gostou tanto que se deitou nos meus pés. Imagine um dragão imenso deitado nos seus pés e te pedindo carinho. Depois de uns 10 mi-nutos fazendo carinho no dragão, ele se levantou e me empurrou até eu cair em cima do seu pescoço. Quando eu vi suas asas levantarem, fiquei tão apavorado que tentei pular do animal, mas não deu tempo. Quando olhei para baixo acho que já estávamos a mais de 20 metros do chão. Percebi então que ele estava me levando para a cidade, ou melhor, para a minha casa!

Assim que pousamos no meu quintal eu desci correndo do pescoço do dra-gão e fui encontrar o mendigo que havia me esperado esse tempo todo em casa. Quando cheguei lá dentro o folgado do mendigo estava deitado na minha cama jogando os meus jogos de vídeo game e comendo os meus salgadinhos! Ele levou um susto quando eu cheguei, parecia até que tinha feito algo de errado...

— Você chegou rápido camarada! — ele disse coçando as costas e abrindo outra latinha de refrigerante diet - Já conheceu o Snow Flake?

— Quem?

— O dragão!

— Ah então ele tem nome! Escuta cara, como você sabia desse dragão? Como você conseguiu aquele ovo? E como conseguiu a chave de casa?

— Calma, garoto! Uma pergunta de cada vez!

— Tá,então como você conseguiu a chave?

— Que chave? — disse ele tentando me enrolar.

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Mas na hora em que ela fez isso os dois amuletos começaram a brilhar e nos levaram até o centro da sala. Quando eles se encontram pareciam imãs, nós ten-tamos desgrudá-los, mas não conseguimos. Assim que decidimos parar de ten-tar desgruda-los, os dois amuletos pararam de brilhar e se abriram. Dentro deles havia um pequeno papel rasgado ao meio e todo amassado. Eu peguei e comecei a ler em voz alta, nele dizia:

“Os Walker’s sem amuleto malditos serão e morrerão...”

O rasgo no papel cortava um pouco do (morrerão), mas era tudo muito estranho.

— O que a minha família tem a ver com esse amuleto? — eu disse

— Sua família? Walker? Esse é o meu sobrenome, por tanto é a minha família!

— Espera, como você chama?

— Katie Walker e você?

— Spencer Walker.

— Nossa que coincidência! E... Quantos anos você tem?

— Eu tenho 14 anos e você?

— Também! Que dia você nasceu?

— Dia 24 de Agosto. Ah e às 11h47 da manhã...

— Eu também... Que estranho ...

Pois é....

Quando começamos a perceber uma série de coincidências, percebi que Ka-tie era muito parecida comigo. Então resolvi falar:

— Você também acha que é muita coincidência só ter nós dois aqui?

— Não... — ela respondeu com bastante segurança — Eu acho que a gente está aqui por algum motivo... É, eu até achei que....

— Você achou que.... O quê?

— Sabe, eu tenho um sonho que se repete todas as noites.... E nesse sonho uma mulher... — a medida que eu ia falando, o olhar de Katie ia ficando cada vez mais intrigado no meu sonho, como se ela o reconhecesse.

Caímos em algum iceberg perto do polo norte. Já que a asa do Snow Flake estava muito machucada e que a tempestade ainda não havia acabado decidi esperar mais um ou dois dias. Aliás, eu não sei quanto tempo demora uma re-cuperação de dragão. Não sei como consegui fazer uma fogueira naquela neve, parecia até magia! Mais tarde fiz um curativo na asa do Snow Flake com casacos que eu tinha pegado antes de sair de casa.

No dia seguinte eu queria explorar o iceberg e então pedi que Snow Flake ficasse onde estava e só saísse de lá se eu o chamasse no walk-talk, que ganhei do meu pai no último natal. Ao meu redor só tinha gelo, mas quando come-cei a observar o chão, percebi algo muito estranho, haviam algumas pegadas nele! Comecei a segui-las e depois de alguns quilómetros eu percebi que era uma armadilha! Quatro homens russos surgiram de repente de trás das pedras, um deles me agarrou por trás e um dos outros atirou um dardo tranquilizante na minha perna. Só me lembro da escuridão tomando conta do meu corpo.

Quando acordei eu estava em um lugar que parecia um campo de concen-tração só que menor. Lá só tinham dois “chalés” e acho que eu estava sozinho... Estava morrendo de medo e então entrei no “chalé” da esquerda. Dentro dele estava muito escuro com uma fresta de luz iluminando um banquinho, onde uma menina muito bonita, porém suja e descuidada estava sentada. Ela olhou para mim e disse:

— Eles também te pegaram?

— Eles quem?

— Os russos, é claro!

— Ah, sim — eu disse enquanto a observava um pouco.

— Ei! Onde você conseguiu esse amuleto? — disse ela apontando para o meu pescoço.

Estranhei a pergunta mas quando olhei o pescoço dela percebi que ela tinha exatamente o mesmo amuleto que o meu. Então respondi:

— Acho que eu tenho esse amuleto desde que eu nasci... Mas porque você fez essa pergunta?

— Garoto você não viu isso daqui não é? — ela disse levantando o amuleto o máximo que conseguia de seu pescoço.

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Começamos a andar e enquanto passávamos por uma floresta, encontramos um lobo enorme. Tentamos não fazer barulho, mas eu infelizmente pisei em um galho e o lobo pulou em cima de mim. Mas antes dele chegar perto eu estendi a minha mão e de repente ele começou a pegar fogo. Katie olhou pra mim muito surpresa.

— Uau! O que foi isso? — eu disse tentando fazer de novo.

— Não sei! Será que eu também tenho poderes? — Ela disse esperançosa.

— Não sei.... Tente erguer sua mão assim! — eu disse lhe mostrando como se faz.

Assim que ela fez o movimento um jato de água saiu da palma de sua mão. Ago-ra sabíamos que tínhamos poderes! Katie da água e eu do fogo! Mais tarde avis-tamos um castelo imenso de gelo. Ele tinha uma torre muito alta e várias outras torres pequenininhas em volta. Antes de entrar no castelo eu disse ao Snow Flake que ficasse esperando lá fora e que se eu precisasse dele iria chama-lo no walk-talk.

Dentro do castelo era tudo feito de gelo, tinham muitas estátuas e muitas ou-tras coisas. Falamos para uns soldados que desejávamos ver a rainha. Então eles disseram algumas coisas em russo e nos levaram até ela algemados.

Chegamos a uma sala onde a mulher do meu sonho estava sentada em um trono enorme e muito detalhado de gelo. Haviam dois lobos enormes de cada lado do trono. Um pequeno homem declarou:

— Vossa majestade, aqui estão os gêmeos da maldição.

— Ora, ora — a mulher disse levantando do trono — Vejam só. Spencer e Ka-tie correto?

— Sim... — eu disse — E a senhora é....?

— Yuka Whomanoff, mas o que traz os dois ao meu reino?

— Queremos saber o que significa isso! - disse eu lhe mostrando o papel com metade da maldição.

— Sobre o nosso sonho e nossos pais! - Katie completou.

— Bem crianças, aquilo que vocês chamam de sonho aconteceu de verdade. É só uma lembrança da mãe de vocês.

— Mas sonho sempre acaba com você tentando nos pegar...

Quando eu terminei de contar o sonho ela se sentou e disse:

— Eu tenho exatamente o mesmo sonho que você e também ouço uma crian-ça chorando mas nunca soube quem é. Agora eu sei...

— Quem é?

— É o meu irmão...

— Irmão?

— É você! Você não percebe? Essas coisas que temos em comum não são coin-cidências!

— Ah... É verdade! Temos que sair daqui e ir até a Rússia!

— Rússia?

— Depois eu te explico... — coloquei as mãos nos bolsos e achei o walk-talk — Tive uma ideia ...

Chamei Snow Flake que depois de 10 minutos demoliu todas as paredes do lugar e congelou todos os russos.

— Eu não sabia que você cuspia gelo em vez de fogo - eu disse ao Snow Flake antes de subir em suas costas — Venha Katie ele é bonzinho!

Assim que ela subiu no dragão ele levantou voo. Estávamos indo para a Russia, de novo. Pousamos em um lugar perto do Monte Elbrus que é a Montanha mais Alta da Europa e uma das mais geladas da Russia. Achei que o mendigo estava se referindo a essa parte gelada da Russia, onde fica o monte, então fomos para ele.

Após duas horas de caminhada, encontramos um arco grande de gelo com al-gumas flores pequenininhas e rosas ao seu redor. Era o portal de gelo, mas para passar por ele, tínhamos que enfrentar dois trols de mais ou menos 3 metros de al-tura. Eu e Katie nos entreolhamos quando tive uma ideia: Nós dois iríamos distrair os trols e leva-los para longe do portal, até Snow Flake que daria um jeito neles.

Eu e Katie saímos de trás das árvores e fizemos de tudo para os trols nos no-tarem. Assim que eles começaram a correr atrás de nós, conseguimos leva-los até o Snow Flake. O dragão deu um jeito neles com um só golpe. Depois disso fomos os três correndo para o portal e ao entrar um incrível reino de gelo se abriu diante de nós.

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Carta encontrada, escrita por Katie

Acredito que meu irmão ainda esteja vivo. Não vou descansar até encontrá--lo. Já o procurei na Russia inteira e na Suíça. Vou tentar ir ao Monte Elbrus e se ele não estiver lá, vou viver no reino de gelo com Snow Flake.

Ass: Katie Walker

TEXTO Laís Oliveira Afonso Cortes ROTEIRO E ILUSTRAÇÃO Isadora Lazaretti Teixeira, Laís Oliveira Afonso Cortes, Leonardo Vacaro Nogueira, Pedro de Mattos Lopes

— Eu peguei só a Katie, depois ia trazê-la até aqui para criá-la como minha ajudante, mas infelizmente a perdi na rua.

— Por que matou nossa mãe? — eu disse

— Eu não matei a mãe de vocês! Eu só peguei seu amuleto!

— A maldição! - Katie disse olhando para mim. — Mas por que você quis o amuleto?

— Porque eu só vivo a base de amuletos! E já que estão aqui.... Me deem seus amuletos!

— Não! — eu disse ligando o walk-talk e chamando o Snow Flake.

Snow Flake apareceu um piscar de olhos. Ele quebrou a parede e eu o pedi para agarrar Yuka. Ela não escapou, pois o dragão fez que falei e a mulher estava tentando se soltar das patas do animal enquanto nós estávamos usando nossos poderes contra os russos. Mas assim que derrotamos todos os soldados, um cor-vo preto apareceu e bicou a pata do Snow Flake até ele soltar Yuka.

— Bom garoto Mr. Cuddles — disse Yuka fazendo carinho na nuca do corvo feio.

Eu disse para Katie subir no dragão, ela não queria, mas insisti. Disse para Snow Flake levar Katie a um lugar seguro.

Quando eu e Yuka já estávamos sozinhos, percebemos que começaria a nossa batalha. A cada golpe de fogo que eu dava, ela ricocheteava com gelo. Depois de muita dor e esforço consegui acertar o corvo com um golpe. Ele ficou muito desesperado e sem querer empurrou Yuka contra a parede de vidro.

Antes de morrer, Yuka se transformou nos dois amuletos dos meus pais. Quando os peguei, eles se abriram e a outra metade da maldição foi revelada.

“Yuka Whomanoff gelada e bonita busca no amuleto alimento para a sua vida. A maldição só pode ser quebrada se destruída for a rainha gelada”

Naquele momento descobri que eu havia quebrado a maldição. Achei que aquele reino deveria ser governado por alguém melhor... Eu.

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O COLAR PERDIDO

Ademílson é um menino de 14 anos que vive na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Ele vive com seu pai que é um homem gordo baixo, de bigode e barba, de mais ou menos 46 anos e sua mãe, uma mulher forte, alta, de cabelos loiros e longos.

Sua vida é igual à de um garoto comum que vive na favela, vai para escola, joga futebol, brinca de pega-pega, etc. Ele até que gosta de sua vida, exceto por uma coisa: seu pai e sua mãe não lhe dão carinho e nem amor, praticamente não ligam para o filho.

Eles vivem num barraco feito de lona e tijolos perto da quadra de futebol, da escola e da casa de seu melhor amigo. A casa possui vários cômodos pequenos. O quarto do menino é o mais perto da entrada, depois vem o de seus pais. No meio dos quartos há um alçapão onde seu pai nunca o deixava entrar. Ele fica-va curioso em saber o que tinha lá dentro, mas nunca tivera a oportunidade de descobrir, já que seus pais nunca o deixava aberto.

Uma noite, a criança estava brincando com seus amigos de futebol. Já era bem tarde e o menino começou a ficar com sono. Ele se despediu de seus amigos e foi caminhando para casa.

Quando chegou em seu barraco, viu a porta aberta e entrou. Não tinha nin-guém na casa. Ele foi em direção ao quarto de sua mãe e viu o alçapão aberto. Não resistiu e entrou. Desceu as escadas e, quando ligou a luz, viu várias garrafas de pinga no chão e vários sacos de drogas.

Ademílson não pode acreditar. Acabara de descobrir que seus pais eram tra-ficantes. Ele se sentou e começou a chorar. Depois de um tempo, viu uma luz brilhante perto de algumas garrafas. Levantou-se e foi ver o que era.

Ao chegar perto, viu que era um colar com várias pedras de todas as cores

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Ademílson tirou seu colar e colocou-o em cima da foto do colar de dona Ma-ria, a louca. Começou a soprar um vento forte e um portal começou a se abrir. Ele pulou dentro do portal e acabou desmaiando.

Quando acordou, viu que estava sentado embaixo de um poste, em um reino completamente diferente. Olhou atrás e viu um cartaz com várias pessoas em volta dele. Pareciam indignadas. Quando finalmente foram embora, leu o que estava escrito:

— O colar de dona Maria, a louca, foi roubado! A recompensa é um desejo que poderá ser realizado!

A criança não pode acreditar. Quando devolvesse o colar poderia pedir qual-quer coisa! Mas ele se lembrou de que estava faltando uma pedra. Tinha de co-meçar a procurar e devolver a pedra antes que alguém a achasse.

Pensou em procurar em algum lugar. Viu várias cavernas e decidiu procurar lá. Ele foi direto para lá, mas quando chegou ao lugar viu um dragão gigante de três cabeças cuspindo fogo. A primeira ideia que teve foi de jogar pedras no dragão, mas não deu certo. Depois teve a ideia de tentar prender o dragão em alguma das cavernas ao lado, saiu correndo e entrou na outra caverna, onde o dragão acabou entalando.

Ele saiu por debaixo da perna do dragão e foi procurar na outra caverna, mas ficou surpreso, pois só havia rochas. Ele procurou entre as pedras, no chão e em todo o resto, mas não conseguiu achar nada e isso aconteceu em toda as cavernas.

O menino ficou triste em saber que não havia chance de procurar no meio da-quela confusão. Ele foi caminhando sem rumo quando viu de novo um grupo de pessoas aglomerados em volta de um poste. Foi correndo ver o que era e quando chegou lá, recebeu outra péssima notícia: tinham achado a pedra que faltava.

Ademílson foi para um banco. Sentou-se e começou a chorar, pois acabara de perder uma grande chance. Ele começou a olhar para o chão e viu uma coisa brilhante no meio da rua. Quando pararam de passar os carros, ele atravessou a rua e pegou o objeto brilhante e sentou-se de novo no banco.

Ao olhar mais de perto, viu que era uma pedra de cor verde, coincidente-mente a cor que não havia em seu colar. Ficou confuso, pois havia duas pedras. Pensando nisso, pegou seu colar e tentou encaixar a pedra nele, quando um ho-

possíveis, exceto a cor verde. Estava faltando uma pedra. No lugar desta pedra estava um bilhete. Ele abriu e leu em voz alta:

— Vá para a biblioteca R, mais conhecida como biblioteca...

O resto estava borrado e não dava para ler. Ele ficou pensando qual biblioteca poderia ter como sua primeira letra R.

Estava de noite e, já que não tinha nenhuma ideia de onde achar a biblioteca, resolveu dormir. Talvez no dia seguinte conseguisse ter alguma ideia.

No dia seguinte, acordou empolgado para começar a busca e, já que era sá-bado, não tinha de ir para escola. Ele teve a ideia de ir para a biblioteca mais próxima e perguntar para a bibliotecária se ela conhecia alguma biblioteca que começasse com a letra R.

Saiu de casa e começou a andar para o topo do morro. A biblioteca não era tão longe, então conseguiu chegar lá em apenas dez minutos.

Na biblioteca, encontrou a bibliotecária e perguntou:

— Você conhece alguma biblioteca que começa com R?

— Não, mas eu conheço uma que se chamava Biblioteca Real, mas agora já mudou de nome e se chama Biblioteca Nacional.

— Você sabe onde ela fica?

— Sim, fica na rua General Labatut, número 27.

— Obrigado.

O menino então saiu da biblioteca e foi em direção à Biblioteca Nacional. O caminho também não era tão longo, apenas umas dez quadras.

Chegando lá, ele perguntou a atendente:

— Você tem alguns livros sobre colares?

— Sim, eles estão ali. — disse a atendente apontando para o lado.

Ele pegou os livros e começou a folhá-los. Uma foto tinha chamado sua aten-ção: era a de um colar muito semelhante ao dele. Em cima da foto estava escrito: esse colar era usado por dona Maria, a louca, mãe de Dom João VI, que foi rei de Portugal.

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— Tudo bem.

— Nós te amamos muito.

Ademílson voltou para casa com seu pai e sua mãe e a partir daquele momen-to Ademílson finalmente sentiu que tinha uma família.

TEXTO Luiz Felipe Ganeff Tavares ROTEIRO Beatriz Arruda Fontenelle, Enzo Codazzi Corrêa de Mendonça, Luiz Felipe Ganeff Tavares, Rodrigo Kalaidjian ILUSTRAÇÃO Rodrigo Kalaidjian

mem passou correndo tentando roubar a pedra dele. Ele o agarrou e começou a dar chutes na perna dele tentando faze-lo cair, mas o homem era muito forte e nem ameaçava a cair. Ele teve a ideia de empurrá-lo para a rua e conseguiu. O cara acabou sendo atropelado e Ademílson saiu correndo. Sentou-se de novo em um banco e tentou encaixar a pedra no lugar.

A pedra encaixou direitinho! O colar estava completo, mas ele não tinha a menor ideia de como achar a dona Maria, a louca. Olhou o seu bilhete e viu que estava escrito outra coisa e ele leu em voz baixa:

— Você achou o meu colar. Agora vá para o morro Pão de Açúcar e entregue--o para mim. Lá realizarei o seu pedido.

A criança foi para o morro do Pão de Açúcar. Chegando lá subiu no bondinho e foi para o topo do morro.

Quando saiu do bonde deu de cara com dona Maria, a louca. Ademílson en-tregou-lhe o colar e ficou esperando. Ela falou:

— Menino, como você se chama?

— Ademílson

— Ademílson, você é um menino muito bondoso e pode fazer um pedido, que eu o realizarei.

— Eu quero que meu pai e minha mãe parem de fumar e sejam bondosos.

Quando Ademílson falou sua última palavra, acabou desmaiando. Ele acor-dou e viu que estava no hospital. Olhou para o lado e viu seu pai e sua mãe sen-tados no sofá. Sua mãe falou:

— Você se lembra do que aconteceu?

— Não.

— Disseram que você bateu com a cabeça na trave quando jogava futebol. Está tudo bem?

— Está sim.

— Nós temos uma notícia para te contar. Paramos de fumar e de beber, me desculpa – falou a mãe quase chorando.

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O SUSPEITO INVISÍVEL

Nos fundos de uma oficina de armas, vivia um jovem armeiro chamado Ci-dus. Ele era órfão, e devido às suas habilidades de armeiro, tornou-se o fornece-dor de armas favorito do Rei Tritão, que governava aquela região.

O Rei Tritão era muito famoso pela força de seu exército e por participar pes-soalmente das batalhas, colecionando muitas conquistas e riquezas dos reinos vencidos por ele.

Um dia, Cidus estava trabalhando na oficina quando foi chamado por um oficial do Rei para preparar uma encomenda. O Rei queria uma espada muito especial, com punhal cravejado de pedras preciosas e com o brasão real. Cidus ficou muito feliz porque ele teria a oportunidade de falar pessoalmente com o rei ao entregar a espada.

No dia da entrega, Cidus foi até o castelo do Rei e entregou-lhe a espada.

— Aqui está a sua espada, Vossa Majestade.

— Obrigado, meu caro Cidus. Você fez um bom trabalho. Como recompensa, você receberá um saco de ouro — disse o Rei. Dirigindo-se a um de seus empre-gados, o Rei falou:

— Leve este rapaz até a sala dos tesouros e lhe dê um saco de ouro.

Cidus se despediu do Rei com uma reverência e seguiu o empregado. Ao abrir a sala do tesouro, Cidus ficou maravilhado. Havia muito ouro e joias, armadu-ras, coroas e pedras preciosas. O empregado pegou um dos vários sacos e entre-gou rapidamente ao jovem, que ficou muito feliz.

Ao sair do castelo, Cidus trombou com um homem. Ele percebeu que o ho-mem tinha uma queimadura enorme no rosto e estava muito nervoso.

— Ei, olhe por onde anda! — disse Cidus.

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— E agora, o que eu faço?

— Você pode ficar escondido na minha casa até descobrirem o verdadeiro ladrão.

Mas Cidus percebeu que a melhor forma de provar sua inocência era ele mes-mo descobrir quem era o verdadeiro ladrão. Lembrou-se do homem com a quei-madura no rosto e com uma atitude muito suspeita. Lembrou-se também que o homem estava correndo na direção da Aldeia de Monte Cristo, uma das aldeias mais pobres do reino.

— Epélio, eu mesmo vou resolver este mistério. Mas antes vou mostrar algo que vai te deixar chocado.

Então, ele colocou a capa e mostrou para Epélio, que ficou tão chocado quan-to Cidus.

— Muito bem, se você quer sair, então vá. Mas tome muito cuidado e me pro-cure se estiver em perigo.

— Sim, e preciso ser rápido, pois a capa não funciona à noite.

Dizendo isso, Cidus se despediu, vestiu a capa e foi na direção da Aldeia de Monte Cristo.

Andar com a capa era uma sensação muito esquisita. Ninguém o via, mas ele tinha que tomar cuidado para não fazer barulho, nem esbarrar em ninguém. Ele passou por vários soldados que o estavam procurando, mas não o viram por causa da capa.

Ao chegar na Aldeia, onde não tinha mais guardas, Cidus entrou em um beco deserto e tirou a capa. Ficou visível novamente, entrou na taverna da aldeia e saiu perguntando se alguém conhecia o homem com uma grande queimadura no rosto.

Então o taverneiro disse:

— Eu conheço esse homem de quem você está falando. Ele se chama Cratus e teve o rosto queimado porque sua casa pegou fogo e ele perdeu tudo. Ele ficava o dia inteiro no bar porque era desempregado, mas ontem ele disse que estava rico, porque ganhou uma herança de um parente distante, e pagou a conta para todo mundo aqui na taverna.

Mas o homem nem respondeu e continuou correndo.

Ao chegar em casa, o jovem armeiro teve uma surpresa. Ao abrir o saco, en-controu não apenas ouro, mas também uma velha capa marrom, com os símbo-los de sol bordado.

— Que estranho! — pensou ele.

Já era noite. Ele vestiu a capa, olhou-se no espelho e não viu nada de anormal.

No dia seguinte, acordou com a capa e olhou-se no espelho novamente. Mas desta vez, tomou um grande susto: não conseguiu ver seu reflexo. Estava invi-sível! Tirou rapidamente a capa e imediatamente seu reflexo reapareceu. Cidus tirou e colocou a capa várias vezes, sempre com o mesmo resultado.

— Meu Deus, é uma capa de invisibilidade!

Ele percebeu que aquele poderia ser o segredo do sucesso do Rei Tritão em suas guerras: ele usava a capa para ficar invisível nas batalhas e atacar os inimi-gos. Ele percebeu também que a capa só funcionava de dia, por isso havia o sol bordado nela.

— O empregado do Rei deve ter se confundido e me entregado por engano, entre tantos tesouros. Mas preciso devolver esta capa antes que me traga proble-mas. Não quero atrair a ira do Rei Tritão.

Neste momento, ele ouviu batidas na porta da oficina. Era o seu melhor ami-go, Epélio, que chegava com a respiração ofegante. Epélio era seu amigo desde a infância, pois cresceram juntos no orfanato.

— Cidus, você precisa fugir! Os soldados do Rei podem chegar a qualquer momento. — falou Epélio muito nervoso.

— Como assim? — disse Cidus surpreso.

— Houve um roubo de joias no castelo do Rei Tritão ontem. Como você estava perto da sala do tesouro, é o maior suspeito. Eu ouvi na cidade que os soldados estão vindo te prender.

— Mas eu sou inocente, Epélio!

— Eu acredito em você, porque te conheço desde a infância e sei que você não faria isto, mas acho que o Rei não vai acreditar.

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— Você sabe onde ele mora? — perguntou Cidus.

— Claro, aqui é uma aldeia pequena. É na segunda casa de madeira depois da praça.

Cidus agradeceu e foi até a casa. Chegando lá perto, vestiu novamente a capa e entrou na casa de Cratus, que não o viu. Ele percebeu que Cratus estava se ar-rumando para uma festa que tinha no reino naquele dia e avistou também o baú com as joias do Rei. Mas Cidus sabia que se ele só pegasse as joias e as devolvesse, iria para a cadeia, porque o Rei pensaria que ele tinha roubado mesmo as joias e só estava arrependido. Então, ele bolou um plano.

Assim que Cratus sentou na carroça para ir à festa do reino, Cidus, ainda in-visível, pegou o baú de joias do Rei e colocou na carroça sem Cratus perceber. Ele sabia que todas as carroças eram revistadas na entrada do reino.

Quando chegou no reino, os guardas avistaram a carroça de Cratus e acha-ram o baú com as joias.

— As joias do Rei estão aqui! Este é o ladrão! Prendam-no! — falou um dos guardas.

Cratus tentou negar, mas não importava. Ele foi levado para a prisão e Cidus parou de ser perseguido.

O Rei percebeu que havia cometido um engano e chamou o jovem armeiro para se desculpar. Então Cidus dirigiu-se ao Rei e entregou-lhe a capa da invisi-bilidade.

— Como Vossa Majestade viu, eu não sou ladrão. Tanto que estou devolvendo esta capa, que me foi entregue por engano.

— Você realmente é honesto. Por isso, vou te dar uma grande recompensa. — disse o Rei.

Cidus deu uma parte da recompensa a seu amigo Epélio como reconheci-mento pela ajuda e a partir daí ele passou a ser muito mais conhecido e respeita-do no reino.

TEXTO Raphael Dall´acqua Morgan ROTEIRO Beatriz Ferraz Kaletrianos, Gabriel Ribeiro Magalhães, Rafael Bim Gomez, Raphael Dall´acqua Morgan, Vivian Toledo de Mello ILUSTRAÇÃO Vivian Toledo de Mello

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CRÉDITOS

7º ano D

Arthur Henriques MurtinhoBento Pestana HubnerCaubi KarmanEnzo Codazzi Corrêa de MendonçaEric Gomes GregoryGabriel Ribeiro MagalhãesJean Carlo Mercadante de PaolaJoão Marques HassunLeonardo Vacaro NogueiraLuiz Felipe Ganeff TavaresMarcello Ferreira PaimMiguel Maschion Pavoski dos SantosPedro de Mattos LopesRafael Bim GomezRaphael Dall´acqua MorganRodrigo KalaidjianTomás Haddad CaldasAline Nery QualiottoBeatriz Arruda FontenelleBeatriz Ferraz KaletrianosBeatriz Helena Mofatti LindoCarolina WurzmannIsadora Lazaretti TeixeiraJoana Getlinger SantomauroLaís Oliveira Afonso CortesMarina Milanesi MarquesMarina Oliveira e Silva BarionSofia Blanco BelmonteVivian Toledo de Mello

ProfessorasMaria José de Queiroz FreireAndréia Cristina Silva

DireçãoMaria Stella Galli Mercadante

CoordenaçãoVera Lúcia Telles Cretella Conn

Assessoria PedagógicaMárcia das Dores Leite

OrientadoraGláucia de Britto Affonso

Novembro de 2012

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