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HISTÓRIAS DEAVENTURAS

7º ANO B — NOVEMBRO DE 2012

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APRESENTAÇÃO

O livro “Histórias de Aventuras” é o resultado de um longo processo vivido pelos alunos durante o 1º semestre na leitura e estudo das narrativas de aven-tura, entre eles os romances clássicos dos autores do século XIX e as histórias contemporâneas de aventura que recorrem a elementos fantásticos e mágicos, até chegarmos aos relatos verídicos.

A produção escrita de um texto de aventura envolveu diferentes etapas de trabalho individuais e coletivas, que solicitaram dos alunos muita perseveran-ça e dedicação. Cada classe organizou-se em pequenos grupos, as “oficinas de texto”, com o propósito de elaborar coletivamente a trama de uma história de aventura, delineando seus personagens, seus cenários, o contexto histórico, o conflito e o desfecho, com a finalidade de se basear nesse roteiro coletivo para a escrita das produções individuais.

Essa vivência proporcionou aos alunos condições de apresentar suas ideias, ouvir as dos colegas, trocar opiniões e, dessa forma, permitir que os escritores, durante a produção individual, pudessem enriquecer o roteiro original, valen-do-se de seus recursos pessoais de estilo e de linguagem.

Depois de produzidos, os textos de cada aluno passaram por momentos de leitura nos grupos de criação, com a intenção de apontar aspectos que poderiam ser melhorados, sempre considerando o roteiro original.

Este livro reúne uma produção de cada grupo de criação após uma seleção feita pelos professores e alunos. O texto selecionado passou por uma nova leitu-ra e revisão do próprio autor, de acordo com a última versão produzida. Ainda assim, alguns textos apresentarão algumas incorreções gramaticais ou estilísti-cas, o que se deve a nossa intenção de respeitar o limite das possibilidades de cada autor-revisor.

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ÍNDICE

Longa vida ao rei!................................................................6Abigail..............................................................................26 A máquina do tempo...........................................................31À caminho da vila..............................................................34A ira de Osome...................................................................37O sumiço de Carolina..........................................................43Um passado revoltante........................................................48Uma história de um anão....................................................54Os quatro protetores da Terra..............................................57

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LONGA VIDA AO REI!

A CAÇADA Luke ajoelhou-se na grama pisada, examinou atentamente as pegadas com seu olhar experiente. As pegadas disseram-lhe que o cervo esteve naquela cam-pina há apenas meia hora. Logo, todos iriam dormir. Seu alvo, um pequeno cervo que mancava da pata esquerda, quase não conseguia acompanhar o rebanho. Ele estava surpreso pelo pobre animal não ter sido capturado por um urso ou lobos.

O céu estava limpo e escuro, e uma brisa leve agitava no ar. Uma nuvem pra-teada se formava sobre as montanhas que o cercavam, cujos picos resplande-ciam com a luz da lua. Riachos extensos corriam montanha abaixo, surgindo das geleiras e da leve camada de neve. Uma névoa pesada arrastava-se pelo solo do vale, quase espessa o bastante para ocultar os seus pés.

Luke tinha quinze anos, e de acordo com os costumes da época, faltava menos de um ano para atingir a idade adulta. Cabelos loiros e sobrancelhas claras fica-vam acima de seus vivos olhos verdes. Suas roupas sujas e esfarrapadas revelavam que ele não levava uma vida muito fácil. Usava um cinto, com uma faca de caça e, sobre seus ombros, uma pele de alce protegia seu arco da neve e da neblina.

A perseguição do cervo o levou até os lugares mais escondidos da Beor, uma cadeia de montanhas que se estendia do começo ao fim das terras da Alagaesia. Frequentemente, histórias estranhas de homens surgindo dessas montanhas tra-zendo má sorte e doenças, chegavam até a aldeia. Luke não sentia medo de Beor, era o único caçador de Feinster que ousava caçar em seus cantos mais íngremes.

Era o terceiro dia de caça e mais da metade de sua ração já se fora. Se não aba-tesse o cervo, seria obrigado a voltar para casa de mãos vazias. O combinado é que só poderia continuar caçando se sempre voltasse para casa com algo para comer.

No crepúsculo congelante de inverno, Luke estava em pé, confiante de sua capacidade de caçador. Logo entrou na floresta em direção a um vale extenso e

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profundo, onde tinha certeza de onde o animal estaria. As árvores bloqueavam a visão do céu e produziam sombras horripilantes no chão. Só olhava para as pega-das ocasionalmente, pois conhecia o caminho.

No vale estreito, esticou o arco com segurança, sacou três flechas da aljava, colocando uma na arma e as outras segurando com a mão esquerda. O luar re-velou vinte montinhos de neve. Eram os cervos dormindo. O cervo que Luke queria estava localizado na ponta do rebanho, com a pata dianteira esquerda machucada.

Ele aproximou-se sorrateiramente mantendo o arco em punho. Todo o traba-lho e esforço que teve nos últimos dias seriam finalmente recompensados. Respirou fundo pela última vez, e… um urso gigante saiu da floresta em direção à clareira.

Um urso molhado, alto e com um aspecto monstruoso apareceu nas árvores.

— Sai dai, vai estragar tudo! — pensou Luke.

Quando o urso se aproximou ele bateu num galho. Luke preparou uma flecha com fogo na ponta e atirou, mas já era tarde demais.

O rebanho disparou. Luke pulou para frente e saiu correndo pela noite en-quanto o vento causado pela explosão ardia em seu rosto. Parou de correr por um segundo e atirou uma flecha no animal escolhido. Errou por um triz, e a flecha foi para a escuridão. Praguejou e virou-se, preparando outra flecha, mas desistiu, pois os cervos já estavam no outro lado do vale por causa do susto.

Atrás dele, onde os cervos estavam, ardia em chamas um grande círculo em volta das árvores. Muitos dos pinheiros estavam sem galhos e a grama em volta do círculo estava plana. Um monte de fumaça subia pelo ar, girando, enroscan-do-se e fazendo um cheiro de queimado. No centro do lugar onde aconteceu a explosão repousava o urso deitado de costas.

Luke esperou por longos minutos para se certificar de que não havia nenhum perigo, mas a única coisa que se mexia era a névoa. Cautelosamente, afrouxou a tensão do arco e avançou.

Luke notou no urso garras enormes e brilhantes e acreditando que poderiam ter algum valor, recolheu-as cuidadosamente, para que não se quebrassem.

O vale estava muito exposto para servir como um abrigo seguro, então vol-

tou para a floresta e esticou sua manta de dormir embaixo da raiz de uma árvore caída. Depois de um jantar de pão e queijo, se enrolou no cobertor e adormeceu.

O sol nasceu na manhã seguinte esquentando o rosto moreno de Luke. O ar estava agradável, havia gelo às margens dos riachos quase congelados. Depois de comer um mingau, Luke voltou para o vale e examinou a área queimada para ver se encontrava algo mais. A luz da manhã não revelou novos detalhes, então desistiu de procurar e seguiu em direção a sua casa.

A trilha de terra estava ligeiramente desgastada e, em alguns lugares, era preciso vários minutos para se achar o caminho. Por ter sido feita pelos animais correndo, a trilha ia para um lado, rodopiava e levava a lugares do outro lado das montanhas.

A montanha era um dos poucos lugares que Glaer não podia dizer que era dele. Ainda contam histórias de como mais da metade do exército dele desapa-receu depois de marchar para dentro da antiga floresta. Poucas pessoas podiam passar por Beor e não sofrer nenhum acidente. Luke era um dos poucos que conseguiam, mas não por causa de um dom em particular, pensava ele, mas sim por causa de sua constante vigilância e reflexos aguçados. Já caminhava naque-las montanhas há muitos anos, mas mesmo assim prosseguia sempre com muita cautela. Todas as vezes que achava que tinha desvendado o segredo das monta-nhas, algo acontecia para frustrar sua compreensão que tinha delas, como o urso.

Mantinha o passo acelerado e os quilômetros desapareciam rapidamente. No final da tarde, chegou à beira do precipício de uma ravina. O rio Anora corria lá embaixo, na direção do Vale Palancar onde ficava Feinster, um monte de edi-ficações marrons e um castelo enorme no alto de uma montanha. A fumaça da lenha que esquentava as casa subia das chaminés. Naquela altura, as fazendas eram pequenos quadrados, menores do que a ponta do dedo de Luke.

Depois de uma pausa para um lanche, Luke saiu da pedra onde estava senta-do e começou a descer a trilha.

CONFUSÃO NO AÇOUGUE

Chegando embaixo, já podia avistar Feinster, sob o sol que se punha. Além de Dras-Leona, Feinster era o único vilarejo no Vale Palancar. Poucas pessoas passavam por lá, com exceção dos mercadores e caçadores.

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O vilarejo era formado por edificações resistentes feitas de madeira e palha, com teto baixo. As casas tinham varandas largas, onde as pessoas podiam se reu-nir e conversar. Ocasionalmente, uma janela brilhava quando uma vela ou um lampião eram acesos. Luke ouviu homens conversando alto, cantando e dan-çando bêbados e as suas mulheres que vinham busca-los, com raiva por estarem atrasados.

Luke seguiu seu caminho entre as casas até o açougue, que era um casarão com grossas pilastras de madeira. Abriu a porta e entrou no salão espaçoso, que estava quente e bem iluminado pelo fogo aceso na lareira de pedra. Um balcão se esticava até a outra extremidade da sala. Havia palha por todo o piso e o que mais incomodava é que estava tudo extremamente limpo, como se o dono passasse seu tempo livre raspando toda a sujeira do chão. Atrás do balcão estava Sloan, com uma cara entediada.

— Ora, o todo poderoso caçador veio se juntar ao resto dos mortais. Quanto pegou hoje?- perguntou Sloan com ironia

— Nenhum. — responde Luke. Sloan sempre o tratou com desdém, como se fosse alguém inferior. Na verdade, sempre teve inveja por Luke ser o príncipe da Alagaesia.

— Estou impressionado- responde Sloan sarcasticamente — E é por isso que veio aqui?

— É. — responde Luke, entre os dentes.

— Então pode ir mostrando o dinheiro. — retruca Sloan — Vamos, você tem dinheiro ou não?- Luke mostra as poucas dracmas de ouro que tinha no seu saco de couro.

— Isto é tudo o que tenho de moedas, mas tenho isso…

— O que? Não tem mais dinheiro? — interrompeu o açougueiro, rispidamen-te. — E espera comprar algum pedaço de carne com estas moedas!? Os outros comerciantes estão dando mercadorias? Acha que isso é o suficiente? Isto não dá nem para coxas de frango. Além do mais, o expediente já encerrou. Volte ama-nhã com mais dinheiro.

Luke coloca as garras polidas do urso em cima da mesa.

— Deve ter roubado. — resmunga Sloan, inclinando-se para frente, parecen-do muito interessado.

— Eu achei em Beor. Eu estava caçando. — responde o garoto.

— Fora! — ordenou Sloan, empurrando as garras para longe de si.

— Por quê? — pergunta Luke. Ele puxou as garras para perto, para protegê--las da fúria de Sloan.

— Não quero ter nada a ver com aquelas montanhas amaldiçoadas.

— Você esta se recusando a me vender! — responde o garoto.

— Saí daqui agora com essas garras de urso. Vá, antes que eu te espete com isso! — grita Sloan, levantando a sua faca e apontando-a para Luke.

A porta atrás dele abriu-se com violência. Luke virou-se rapidamente pronto para enfrentar mais problemas. Eldest entrou pisando forte. Ele era um homem grande, corpulento. A filha de Sloan, Katniss, entrou atrás dele com uma ex-pressão determinada no rosto. Luke ficou surpreso em vê-la, pois geralmente, ela não se metia em discussões que envolviam o pai. Sloan olhou para eles com um olhar preocupado e começou a acusar Luke:

— Ele não…

— Silêncio — determinou Eldest com uma voz grossa. Ele era o ferreiro de Feinster, o que se notava rapidamente, observando-se suas cicatrizes no pescoço e marcas no avental de trabalho. Tinha braços fortes e uma grande parte de sua camisa estava suja. – Sloan, o que você fez desta vez?

— Nada — ele olhou furiosamente para Luke — Este… garoto entrou aqui querendo comprar carne, mas sem ter dinheiro. Pedi para que fosse embora e só voltasse quando tivesse como me pagar. Cheguei a ameaça-lo, mas ele conti-nuou insistindo! — Sloan parecia encolher enquanto olhava para Eldest

— É verdade? — pergunta o ferreiro.

— Não! — respondeu Luke — Ofereci estas garras como pagamento por uma porção de carne, mas quando disse que as achei em Beor, ele se recusou a aceitá--las. Que diferença faz de onde as garras vieram?

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Eldest olhou fixamente para as garras com um ar estupefato por um minuto e depois disse:

— Por que você não quer negociar com ele, Sloan? — Eu também não amo Beor, mas se for uma questão de quanto às garras valem, posso lhe pagar.

A questão ficou no ar por um momento. Sloan passou a língua nos lábios e disse:

— Esta loja é minha. Posso fazer o que bem quiser.

Katniss saiu de trás de Eldest e disse:

— Pai, Eldest quer pagar. Dê a carne a Luke e, depois, podemos jantar.

— Volte para casa. Você não tem nada a ver com isso… Já mandei você ir! — esbravejou o pai.

A expressão no rosto da garota se fecha e ela sai do salão.

— Tudo bem, você pode negociar comigo. Quanto você pedia pelas garras, Luke?

O máximo que eu pudesse receber.

Eldest pegou uma bolsa e contou uma pilha de moedas.

— Pode me dar as suas melhores carnes para bifes. Que seja o bastante para encher a saca de Luke.

Olhando com uma expressão de muita raiva, Sloan foi até uma sala nos fun-dos. Voltou trazendo uma pilha de carne.

Eldest pegou a carne e saiu andando da loja. Luke saiu apressado atrás dele com sua pilha de carne.

— Obrigado Eldest, o rei ainda me deixará caçar.

Eldest riu baixinho.

— Não me agradeça. Eu queria fazer aquilo há muito tempo. Sloan é um tre-mendo encrenqueiro e um pouco de humilhação é sempre bom para ele. Katniss ouviu o que estava acontecendo e saiu correndo para me chamar. Você deve-ria agradecê-la. Infelizmente, acho que ele nunca mais venderá carne para você quando for à loja dele, mesmo tendo moedas suficientes. Quanto às garras... Não são de um urso qualquer. São do Grande Urso, um urso preto, que vem ator-mentando a cidade de Hadarac, que fica além das montanhas Beor, há muitos

anos. Você conseguiu matá-lo, o que é um sinal. A profecia diz que quem conse-guir matar o Grande Urso, conseguirá também matar o rei.

— Mas eu nem matei…

— Já esta tarde, agora vá.

Luke saiu carregando a carne e foi caminhando em direção à montanha do castelo. Deixou as luzes quentes e aconchegantes do lugar para trás e subindo a encosta, logo avistou o enorme portão.

O CASTELO DA ALAGAESIA

O castelo da Alagaesia tinha um aspecto intimidador. Na entrada, havia uma ponte que acabava em um muro alto de pedra. Passando pelos portões, existia um pátio extenso. A esquerda ficava o quartel de combate, onde eram tomadas as decisões de guerra. Ao lado, havia uma gigantesca sala de reuniões, onde Luke não era autorizado a entrar. Em frente, ficavam os quartos do rei e o humilde apartamento de Luke. No lado direito, ficava a sala dos escribas.

— Tio, sou eu, Luke. Deixe-me entrar.

Uma porta se abriu. O rei permaneceu com a mão na maçaneta. Vestia a ar-madura real de combate, como de costume. Tinha um peitoral de aço com a in-sígnia de Feinster, calças também de aço com uma bainha de couro. Uma larga espada, metade bronze, metade metal. Seu punho tinha dois rubis vermelhos de cada lado. Sua espada Morde-Costas intimidava só de olhar. Seu formato reto e pontudo deixava claro que o contato com a lamina, seria morte instantânea.

— O que trouxe?

— Eu… — responde Luke.

— Você trouxe carne ou não? — diz friamente o rei.

— Sim, eu trouxe porco e javali, mas eu…

— Leve a carne para a cozinha e suma.

O rei sempre o odiou e sempre falou com ele rispidamente. Talvez tivesse medo de um dia ele vir a matá-lo para roubar-lhe o trono.

Luke levou a carne para os cozinheiros e foi dormir.

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A DESCOBERTA

Ao amanhecer, os raios do sol entraram pela janela, se é que se podia chamar uma buraco na parede e barras de ferro de janela. Esfregando os olhos, Luke sen-tou-se na cama. Esticou as pernas doloridas e coçou as costas. Colocou as botas e olhou para o chão, pensando. Este era um dia especial. Foi neste exato dia, há quinze anos, que sua mãe, a rainha Selena, voltou para Feinster, sua vila natal, sozinha e grávida, enquanto seu marido, o rei, permanecia em combate. O bebê nasceu e deram-lhe o nome de Luke. Depois disso, partiu e nunca mais voltou. Perguntava-se: Por que sua mãe o abandonou? Outra coisa o incomodava profun-damente: como seu pai morreu? Seu tio afirmava que ele havia morrido em com-bate, na guerra contra Elesméra, mas Luke não conseguia acreditar nesta versão da história. Dizia-se em Feinster, que seu pai era um exímio guerreiro. Como teria caído em combate? Queria a todo custo descobrir a verdade.

Sua tia, uma mulher alta, loira e muito inteligente, entrou na sala e encostou a porta silenciosamente, de forma a não emitir qualquer som. Estava com cara de quem iria a um baile real ou coisa assim, pois trajava um longo vestido majes-toso, azul-turquesa,

— Bom, não temos muito tempo, então vamos direto ao assunto. Você terá que fugir agora, os guardas imperiais foram mandados para te executar, impedindo assim que você reivindique o trono. E quero que você fuja até Dras-Leona. No caminho você en-contrará alguém que vai lhe ajudar. Agora vá.

— Mas como assim, eu nem sei onde é Dras-Leona? — respondeu Luke surpreso.

— Apenas siga sempre para o leste. — respondeu a tia. — Fique com isso, vai precisar.

Sua tia tirou um longo objeto envolto em um pano. Devia ter mais ou menos um metro e meio e, pelo jeito como ela o segurava, devia ser bem pesado.

Retirou o pano, faixa por faixa, como se uma múmia estivesse sendo desco-berta. Luke olhava admirado, imóvel, quando uma espada foi revelada. O botão da espada era dourado e tinha a forma de uma lágrima com o símbolo de um urso rugindo. O punho era prateado, polido e brilhava como uma estrela. Havia ainda uma bainha e um cinto de couro. A última faixa de pano caiu e a tia passou a espada para Luke.

O punho encaixou-se perfeitamente na mão dele como se fosse feita exata-mente para ele. Luke olhou a espada atentamente. A lâmina lisa tinha uma cor vermelha, as laterais afiadas curvavam-se até formarem uma ponta afiada. Uma duplicata do símbolo do urso estava inscrita no metal. O balanceamento da es-pada era perfeito, parecia uma extensão de seu braço. Um ar poderoso pairava em volta ela. Ela foi forjada para as violentas batalhas, para tirar a vida de quem a desafiasse e tinha uma beleza incrível.

— Onde a conseguiu? — quis saber Luke. Ele voltou a embrulhar a espada com o pano e tentou devolver a espada para a tia, mas esta não fez qualquer mo-vimento para pegá-la.

— Não importa — respondeu ela — Apenas direi que passei por uma série de aventuras e desventuras perigosas para obtê-la. Considere-a sua. Você tem mais direito a ela do que eu. Acima de tudo, você precisará muito dela.

O presente pegou Luke de surpresa.

— Nossa, obrigado — Luke pegou a espada — Que símbolo é este?

— Essa é a insígnia da Antiga Alagaesia. — responde sua tia.

— Incrível! Mas por que ela é chamada de Antiga Alagaesia e não só de Alagaesia?

— Porque os elfos viviam aqui antes de nós.

— Mas a raça deles se extinguiu? — indagou Luke com uma expressão de curiosidade no rosto.

— Não. Hoje em dia eles vivem em Asgard. — respondeu pacientemente sua tia — Voltando ao que é importante, preste bem atenção: hoje à tarde você terá de fugir. O rei quer matá-lo, porque logo você chegará à idade adulta. Ele or-ganizou muitos homens para ir atrás de você, até imperiais de elite, mas tome cuidad… — disse ela.

— O que são imperiais de elite? São guardas do rei? — indagou Luke

— Os imperiais de elite nunca foram vistos antes de seu tio virar rei. — res-pondeu sua tia - Ele deve tê-los achado em uma de suas viagens e os alistou para servi-lo. Sabe-se pouco ou quase nada sobre eles. Entretanto, posso garantir: não são humanos. Quanto ao poder deles, são mais fortes do que qualquer ho-mem e podem saltar alturas incríveis, mas não podem usar magia. Você deve

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agradecê-los por isso, senão já teriam tomado o poder há tempos. Nunca subes-time um imperial de elite, pois eles são espertos e cheios de golpes baixos. Agora, pegue o que precise, se arrume e vá embora, pois preciso ir.

A tia saiu do quarto de Luke batendo a porta.

ESTRANHOS EM FEINSTER

Luke escondia-se nas sombras enquanto examinava cada rua, tomando cui-dado com o menor ruído. Ele lembrou-se de que deixara o arco em seu quarto. Queria estar com ele durante sua viagem. Rondou por Feinster, evitando todas as pessoas que avistava até escutar uma voz sibilante por trás de uma casa. Em-bora a audição dele fosse muito boa, ele teve que se esforçar para ouvir o que estava sendo dito.

— Quando isso aconteceu? — As palavras eram suaves e pareciam serpentear pelo ar.

— Há-há-há pouco — respondeu outra pessoa gaguejando com muito medo. Luke identificou-a como a de Sloan.

Maldito! Ele está contando tudo… Decidiu que daria um murro em Sloan na próxima vez que o visse.

Uma terceira voz diz:

— Tem certeza? Odiaríamos pensar que está nos enganando, seria muito, ahn, como posso dizer… desagradável para você. - Luke podia acreditar perfei-tamente no que eles fariam.

— Tenho ce-cer-cer-certeza. Estava com ele. Muita gente sabe disso. Pode perguntar. Pa-pa-para todo mundo — Sloan parecia abalado. Ele disse outra coisa que Luke não conseguiu ouvir.

— As pessoas estão sendo… pouco cooperativas conosco, sabe como é que é. - a voz tinha um tom sarcástico — A sua informação foi útil. Não nos esquecere-mos de você. — Luke acreditou neles.

Sloan balbuciou algo, e depois Luke ouviu alguém se afastar com pressa. Es-piou pela esquina para ver o que estava acontecendo. Dois homens altos estavam

em pé na rua. Ambos vestiam armadura de aço completa com a insígnia dos im-periais. Luke já ouvira falar deles, os imperiais de elite. Eram muito fortes. Um chute na costela significava uma costela quebrada. Suas lâminas tiravam vidas de pessoas facilmente. Com certeza era a última coisa que Luke queria encontrar pela frente.

Um dos estranhos parou e sussurrou de modo bem peculiar para o outro. Os dois viraram de repente e agacharam. Luke havia sido visto. Ficou sem respi-ração, o medo tomou conta dele. Uma força imobilizante dominou sua mente, mantendo-o parado fixamente no lugar. Lutou contra aquilo e gritou desespe-radamente para si mesmo: Mexa-se! Suas pernas tremeram, mas isso de nada adiantou. Os estranhos aproximaram-se silenciosamente dele, sabia que tinha sido identificado. Estavam quase na esquina com espadas nas mãos… para Luke estava claro: era lutar, ou morrer.

Luke pulou na frente do caminho deles, sua espada em punho. Ele ergueu a espada e atacou, esquecendo que estava em irremediável desvantagem. Gol-peou o primeiro imperial na barriga. Quando ele se dobrou de dor, atingiu-o no nariz com o punho da espada e o deixou inconsciente. O segundo investiu de lado quase amputando, sem anestésico, o braço de Luke. O jovem investiu para derrubar sua espada, mas o homem bloqueou o golpe e deu um soco no nariz do garoto. Com o nariz sangrando, Luke, com muita raiva, avançou e cortou o bra-ço direito do imperial. O soldado gritou de dor e caiu no chão. “Nada mal para uma primeira luta”— pensou Luke.

A JORNADA

Luke começou a cavalgar subindo a encosta. Em alguns locais, a trilha desapa-recia por completo, deixando por sua conta achar o caminho. Às vezes, tinha que desmontar e guiar o cavalo a pé, segurando-se em árvores para não rolar monta-nha abaixo. Havia várias pedras soltas, o que tornava a caminhada traiçoeira.

Quando finalmente subiu toda a montanha, já era por volta da meia-noite, deitou-se e cochilou até o amanhecer.

O rio Dente-de-Urso virava a esquerda e corria rumo ao norte. Um vento cor-tante chicoteava a paisagem. O solo estava ressecado, e a poeira voava em seu olho.

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Luke sentiu-se intimidado por tudo ser tão plano. Não havia nem pequenas elevações. Sua vida inteira esteve cercado por montanhas e colinhas. Sem elas, sentia-se exposto e vulnerável, como um rato vigiado pelo olhar aguçado de uma águia.

A trilha dividiu-se em três quando chegou à floresta. Sentiu-se aliviado por entrar em um lugar menos exposto. O primeiro caminho voltava-se para o nor-te, em direção a Yazuac. O segundo atravessava a floresta e seguia até Dras-Leo-na e o último levava ao sul, até Farthen Dûr.

Luke entrou na floresta, na trilha quase imperceptível de terra, em direção a Dras-Leona. As únicas amostras de vida que apareciam na floresta eram as árvores e os pássaros. Era um lugar bem sinistro e, a qualquer som, Luke já de-sembainhava sua espada.

De repente, Luke escutou um som diferente do canto dos pássaros. Era o som de vozes, vozes bem perto. Luke abriu caminho por entre a mata até chegar numa clareira.

A COMUNIDADE REBELDE

Um acampamento com milhares de casas se revelou. Mesas, que Luke acre-ditava serem para reuniões e para refeições, estavam dispostas de um lado, ca-valos de outro. Mas, não viu ninguém por ali. Luke entrou no acampamento montado em seu cavalo, esforçando-se para fazer silêncio. Luke segurou a espa-da, seus olhos examinavam todos os lugares. “Isto não esta me cheirando bem” penso Luke. Ele olhou para o chão e ficou aliviado por ver pegadas de pessoas. Mas onde elas estariam?

O jovem ficou tenso quando chegou ao centro do acampamento e viu o local vazio. O vento soprava sob as casas coloridas e pequenos redemoinhos de poeira passavam. Luke fez o cavalo mudar de direção, então decidiu ir embora, para bem longe dali.

Deu apenas alguns passos até que várias carroças saíram de trás das barracas, bloqueando o caminho. O cavalo do garoto bufou e fincou os cascos no chão. Uma adolescente morena pulou por cima da carroça ficando em pé na frente deles. Luke ergueu a arma em direção da jovem, que ordenou:

— Alto! Abaixem as armas! Você esta cercado por sessenta arqueiros. Eles atirarão se você se mexer.

Como se aquilo fosse uma ordem, uma coluna de homens se formou em cima do telhado das casas que o rodeava.

— O que vocês querem? — perguntou Luke calmamente

— Por que veio aqui? — inquiriu a menina

— Estou fugindo.

— Você está fortemente armado.

— Vocês também — disse Luke — Estamos vivendo tempos perigosos.

— De fato. — A jovem olhou para ele cuidadosamente — Não acho que queira nos fazer mal, mas tivemos encontros demais com Imperiais e bandidos para eu poder confiar apenas em sua palavra. Mas de onde você fugiu?

— De Feinster, o meu tio estava tentando me matar.

— Mas quem é seu tio?

— Meu tio é o rei da Alagae… quer dizer ... Ele é só um fazendeiro. —Luke sentiu que não deveria ter dito isso de jeito algum.

— O que? Você é um deles? Atirem nele! — ordenou ela

— Não, não, não! Eu estou fugindo dele — lembrou Luke.

— Quem mais esta com você? — perguntou ela.

— Eu estou viajando sozinho.

— Quem mais lhe ajudou? — perguntou ela.

— Bom a rainha e um homem chamado Eldest — respondeu ele.

— Eldest! Ele esta vivo! Meu pai esta vivo! — disse ela alegremente.

— Como assim? Eldest é se-seu pai?— perguntou ele.

— Sim, é óbvio que ele é meu pai. Não foi isso que eu acabei de dizer? Se meu pai lhe ajudou, deve ter sido por uma boa razão. Venha, sei que posso confiar em você. Vou lhe mostrar o lugar.

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Ela passou pelas mesas onde havia pessoas comendo e outra discutindo, de-bruçados sobre um mapa.

— Este é o setor de armas, onde as pessoas treinam para os combates. — disse ela.

— Mas que combate? — perguntou Luke.

— A batalha para derrubar o rei, oras! — respondeu a garota como se Luke fosse um completo idiota.

— Meu nome é Luke — disse o garoto, finalmente se apresentando.

— Annie. Sou a chefe da comunidade rebelde. — respondeu ela, estenden-do a mão.

Ela conduz Luke até uma cabana, que aparentemente estava desocupada.

— Está aqui pode ser sua casa temporariamente. Você pode até vir a calhar nos nossos planos. Agora vá descansar, você precisa.

Era uma tenda com uma cama, um pequeno criado-mudo com gavetas. Nada mais.

Luke foi se deitar. Realmente estava exausto por causa da viagem.

No dia seguinte, um guarda o acordou dizendo que era para ele ir à mesa de reuniões. Luke se arrumou, comeu um pouco da carne que havia sobrado da viagem e caminhou para o local determinado. O acampamento era bem movi-mentado. Todos trabalhavam, seja fazendo armas, armaduras, seja cultivando a terra, coletando frutos, ou ainda discutindo as estratégias de batalha.

Luke sentou-se na mesa em que Annie estava reunida com outros, que pare-ciam ser generais. Havia um mapa de Feinster sobre a mesa e os generais e coro-néis estudavam-no com cuidado. Annie se levantou e chamou a atenção de todos:

— Bom dia pessoal, estou aqui para apresentar a vocês o príncipe da Alagae-sia. — São escutados murmúrios e sussurros ao fundo — Ele vai ser bem impor-tante para nosso plano, pois tem conhecimento do castelo. Isso pode nos ajudar muito na invasão.

Os generais aguardavam uma explicação. Se ele era o sobrinho do rei, não estaria a favor de seu tio?

Percebendo o olhar indagador de todos na mesa, Luke contou sua historia nos mínimos detalhes, desde a morte do urso na floresta ate aquele momento.

— Nossa, o urso representa nossa comunidade! Este garoto parece ser a pes-soas para nos guiar na invasão. — disse uma das mulheres.

— Como assim? Que invasão? — perguntou Luke.

— Você esta por fora de tudo, não esta? A invasão para matar o rei, seu cabeça de vento. Você pode nos ajudar, já que conhece todos os pontos fracos do caste-lo. — respondeu Annie.

— Puxa vocês antes da minha chegada, já planejavam matar o rei? Incrível.

— Então, como você acha que podemos entrar ilesos no castelo? Como é por-tão do castelo? É de madeira? Como se abre? — indagou ela.

— Bom, o portão é de madeira e ele se abre com uma alavanca, numa sala próxima, do lado de dentro do castelo. A única maneira de chegar nesta sala sem ser visto, é entrar através da saída de esgoto. Se vocês pretendem atacar, eu aconselho que avancem pelo lado da montanha oposto à vila, onde a vigilância é menor. Assim, levarão menos flechadas. Só que entrando pela lateral do castelo, terão que evitar as minas terrestres. – respondeu rapidamente Luke.

— Inacreditável! Essa era a informação que precisávamos. Então, muito obrigada, exclamou Annie. Isso será bem útil. Não nos esqueceremos de você.- Isto lembrava Luke de algo bem familiar.

— Claro — disse Luke nervosamente.

— Então Luke, vá para a área de treinamento onde você aprenderá a ma-nusear uma espada. Se você preferir temos um arco à disposição. —comandou Annie, muito satisfeita.

BOGGS

Luke se dirigiu ao setor de treinamento. Muitas pessoas olhavam para ele com um tom de inveja, outros, com respeito. Todos usavam armadura, é claro.

Chegando ao local, primeiro avistou muitos espantalhos e alvos, depois vá-rios cavalos, prontos para serem testados. Ele escolheu um arco, uma aljava de

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flechas e foi em direção aos alvos. Três flechadas, três flechas no alvo. Vai para o setor de espadas, onde Boggs esta lhe esperando.

— Olá, sou Boggs, general da comunidade rebelde. Annie me pediu que lhe mostrasse como manusear uma espada, afirma.

— Sim, mas não precisamos começar do zero. Eu já aprendi um pouco a usar uma espada, então, pode ir para ao próximo estágio. — responde Luke.

— Bom, a primeira coisa é para você nunca deve subestime seu inimigo. Ele pode dar golpes inesperados, ou lhe surpreender, o que levaria a sua morte. Se-gundo, não se sinta abaixo do nível de seu inimigo, isto também pode provocar a sua morte. Sempre tente investir no adversário pelo lado, não pela frente. Por exemplo, tente dar uma investida de frente.

Luke golpeou Boggs. O general agarrou sua espada, e deu um soco bem no nariz de Luke.

— Ai, ai, eu pensei que seria apenas uma demonstração.

— Achei que teria de ser algo além de uma demonstração. – respondeu o ho-mem rindo baixinho.

E assim foram treinando Luke e Boggs. No final do dia, Luke já podia ser consi-derado um lutador amador. Ele estava satisfeito com seu progresso.

Luke foi se deitar, estava todo cheio de hematomas pelo corpo.

ELDEST E A LUTA

Quando Luke acordou era mais ou menos meio-dia. Apressou-se, se arru-mou, e foi para a mesa de reuniões.

Annie esta esperando por Luke, com uma cara impaciente. Ela diz:

— Acordou finalmente, dorminhoco.

— Perdi o horário — respondeu ele

— Claro. Bom, cabeça de vento, Eldest chegou de viagem hoje. Ele disse que participará da invasão.

— Eldest chegou! Ele deve ser bom de briga, você sabe corpulento e tudo mais.

— Vou chama-lo! — disse ela

Annie volta com Eldest, vestido com as mesmas roupas que Luke o viu pela última vez, exceto pelo avental que estava vestindo no dia.

— Pronto para a batalha? — perguntou ele

— Nasci pronto. — disse Luke

— Afinal, acho que devo lhe contar a verdade sobre a morte de seu pai. Eu estava lutando ao lado dele quando seu tio o golpeou pelas costas, para tomar--lhe o trono. Luke fica perplexo por um bom tempo. Não podia acreditar no que tinha ouvido ha pouco. Agora sim, tudo fazia sentido... A partida de sua mãe logo após o seu nascimento, a maneira como seu tio sempre lhe tratara.

***

Chegava enfim a hora da batalha. Lá estava Luke, em sua amadura de aço, sua espada a posto, Annie e Eldest a seu lado e mais cem pessoas prontas para a batalha ao lado de fora de Feinster.

— Aonde é o campo minado? — perguntou Eldest

— Mais para frente. Eu mostro quando chegarmos. — respondeu Luke

Eles vio caminhando sorrateiramente pela relva escura por causa do luar. Passando despercebidos por guardas, chegaram a um ponto com montes de rel-va empilhados.

— Aqui é o campo minado. — disse Luke

Mas algumas pessoas pelo jeito não escutaram e foram caminhando calma-mente pelas minas.

— Nãããããããoooo! Ai é um campo minado! — disse Eldest

As pessoas nem tem tempo de reagir quando as minas explodem. Gritos são escutados na multidão, as pessoas se revoltam.

— Pai, por favor, ajude estas pessoas. — disse perplexa Annie

- Eldest não sabia como poderia ajudar, mas quando viu o desespero de An-nie, disse- Vou ver o que posso fazer.

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Eldest vai caminhando em meio aos feridos, tentando cura-los até que uma mina explode bem próxima a onde ele estava.

GLÓRIA OU MORTE

Luke ficou tonto pelo que acabou de acontecer e Annie desmaiou. Eldest se fora, estava morto. Luke ficou abalado por longos momentos, não podia acre-ditar, simplesmente não poderia estar acontecendo. O mesmo homem que lhe ajudara a dar uma lição em Sloan, que provavelmente forjara sua espada, se fora. Todo mundo ficou perplexo, olhando para o que acabou de ocorrer.

Quando Annie recuperou os sentidos, ela começou a chorar imediatamente. Luke a consolou, mas era inútil. Ela apenas disse:

— Temos que prosseguir. Senão eles nos acharão.

Foram caminhando com centenas de pessoas juntos. Chegando ao fosso, Luke disse:

— Quem irá pelo fosso e abrirá o portão?

— Você, cabeça de vento. — respondeu Annie. Pelo menos ela esta com o mesmo senso de humor, pensou Luke.

— Mas… eu… ah esta bem! — respondeu Luke

Luke se dirige ao fosso e entra com facilidade. O cheiro é insuportável, e o lugar também é pouco espaçoso. Luke vai achando caminho e nadando. Até que chegou numa espécie de bueiro.

Luke retirou a grade e caminhou silenciosamente até a sala. Havia um guar-da monitorando o portão, Luke tirou sua vida facilmente. Aperta então a ala-vanca e o portão abre. Todos os guerreiros entram, porém um guarda os avista e aciona o alarme.

De repente, um monte de guardas abriram muitas portas e sairam todos ar-mados. Luke e Annie atravessaram pelos guardas tirando suas vidas. A luta du-rou uns 10 minutos com gente morrendo igualmente dos dois lados. Os guerrei-ros gritavam “Longa vida ao verdadeiro rei”. Luke avistou uma passagem pela parede e entrou, seguido por Annie.

Estava tudo tão silencioso. Havia um corredor com várias portas e Annie abriu a porta dos fundos e os dois entraram. Ali, estava o rei sentado em seu trono. Annie arremessou uma faca nele, mas errou. O rei se levantou e desem-bainhou sua espada.

— Ora, ora, ora, se não é o príncipe fugitivo. Veio morrer?— perguntou ele.

— Vim lhe matar, isso sim. Por tudo que você fez a meu pai, minha mãe e a mim. — Luke avançou em sua direção, mas o rei fugiu para o telhado, por uma escada lateral.

Luke o seguiu até o telhado. Chegando ao topo, Luke mal reparou que foi desarmado enquanto tomava um soco no nariz.

— Porque sempre no nariz? — esbravejou Luke.

Luke tenta acertar o rei, mas ele é bloqueado e leva de novo um soco no na-riz, que a esta altura do campeonato, já devia ter se quebrado. Luke estava quase perdendo a luta quando avistou uma flecha. Ele girou, pegou a flecha e fincou-a no pescoço do ditador.

— Isto é pelo meu pai! Longa vida ao verdadeiro rei!

O rei puxou a flecha do pescoço e tombou para frente, sentindo que sua vida chegara ao fim.

TEXTO E ILUSTRAÇÃO Mateus Getlinger Santomauro ROTEIRO Cecília Franco Cardoso da Silva, Felipe Speyer Carlos, Júlia Keunecke Salerno Moreira de Carvalho, Mateus Getlinger Santomauro

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ABIGAIL O cheiro de sândalo que pouco tempo atrás inundava minhas narinas, bru-talmente fora trocado pelo o cheiro de sangue. A floresta não parecia à mesma, aqui não era mais um lugar seguro, agora era parte do território de guerra. Eu tentava me levantar mais estava fraca demais, ferimentos múltiplos nas per-nas e braços, eu deveria ter pelo menos três unhas quebradas e queimaduras de primeiro grau cobriam uma parte do meu corpo. “eu tenho que me levantar”- pensei- “Tenho que vencer essa guerra”

— Abigail! — era Ian meu melhor amigo, ele estava longe... 99% do meu corpo exigia que eu morresse mais eu tinha esse pequeno 1% de esperança que se eu me Levanta-se conseguiria vencer a guerra

— ABIGAIL!

Ian estava perto de mim agora, ele tentava me levantar e eu também tentava. Ele me fitava preocupado com seus olhos claros. Se eu quisesse ver alguma coisa pela última vez na vida, seriam seus olhos azul-cobalto. Finalmente levantada, após muito esforço, avistei meu machado em sua mão:

— Dá isso para mim...

Demorou certo tempo até que ele me devolvesse o machado, mas por fim ele o entregou. Nos dois ouvimos gritos de pessoas aterrorizadas vindo do nosso vila-rejo. Começamos a Correr, mesmo que eu estava terrivelmente machucada con-segui reunir forças suficientes para lutar. Eu me sentia enjoada com o cheiro de cadáveres que estavam na floresta. Chegando lá finalmente podíamos ver o por-quê às pessoas estavam gritando.

O vilarejo estava em chamas.

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CAPÍTULO 1

Um flashback me ocorreu e me lembrei de tudo que fiz hoje:

— Abigail!

Virei-me para ver quem era e não me surpreendi ao vê-lo. Ian estava me tra-zendo um pequeno bolinho com cobertura de morango para mim:

— Pelo visto você não se esqueceu do meu aniversario - falei- Pra falar a ver-dade, acho que você nunca se esqueceu.

— Claro que não! Posso me esquecer de qualquer coisa menos do seu aniver-sario! Feliz 16, Abigail.

Decidi dar uma pausa do meu trabalho, que é o de cortar árvores, para apro-veitar o dia na floresta com o meu melhor amigo. Andamos por ai e comemos o bolo, rimos, corremos e fizemos muitas outras coisas. No meio da tarde foi que os problemas começaram, um homem bem baixinho veio atrás de nos e gritou:

— ELE ESTÁ VINDO! ELE ESTÁ VINDO!!!!

— Quem está vindo? — Perguntei — O que está acontecendo?

Estava completamente confusa nunca vi alguém tão pálido, e tão baixo...

— TEODORO! ELE ESTÁ VINDO!!

Senti um frio percorrer a espinha. O que o homem acabara de dizer não devia ser brincadeira, o vilarejo todo temia seu nome. Ninguém ousa falar seu nome. Teodoro era o mago mais poderoso, cruel e fatal que o mundo inteiro já ouviu falar. E o que ele mais queria era se vingar da aldeia que o baniu por homicídio, e foi nesse dia em que meu pai e minha mãe morreram. Morreram por sua causa...

Ouvimos gritos altos e assustados percorrendo a floresta, eu já sabia. O ata-que começou. Mais de 10 homens saíram das arvores nesse momento todos ar-mados com arco e flechas. Facilmente um dos atiradores matou o pequeno ho-mem que nos acompanhavam. Consegui decapitar três deles com meu machado enquanto Ian torcia o pescoço de outros, conseguimos derrotar sete deles, dois foram direto a pancadaria atrás de Ian e o outro me deu uma flechada na perna retirei-a rapidamente, mas logo notei que avia alguma coisa errada estava fi-

cando tonta, a imagens embaçadas e cai no chão. A última coisa que vi fora Ian sendo arrastado sangrando para outro lugar.

CAPÍTULO 2

— Quanto tempo estava apagada? — Perguntei ao Ian enquanto Corríamos a caminho do vilarejo:

— Não faço a mínima ideia, achei você uns 20 minutos depois de ter acordado.

Quanto mais perto chegávamos mais a temperatura subia. Vimos muitos corpos quase completamente queimados no chão, muitas pessoas estavam mor-tas. Em meio dos gritos da multidão gritei ao Ian:

— Pegue o máximo de pessoas que conseguir e os leves para longe, Eu cuido do Teodoro!

Ian assentiu com a cabeça e mexeu os lábios dizendo “Boa Sorte”

Corri em meio da aldeia em chamas tomando muito cuidado, procurando o homem que tirou a vida de meus pais. Só conseguia ouvir os gritos abafados dos aldeões aterrorizados e somente via o destemido fogo fazer sua dança da morte. Estava ficando sem ar, a fumaça preenchia meu pulmão. “Não vou sobreviver” pensei “eu falhei...”. Nesse momento toda a fumaça que me cobria foi colocada pra fora de um tipo de parede invisível que um homem velho produzia. Não ti-nha duvidas eu sabia que aquele homem, era Teodoro:

— Acha que consegue me derrotar? Sua tola você está completamente errada.

Levantei, segurando meu machado em posição de ataque. Mas nesse instante fui levantada do chão por as mãos fortes de Teodoro:

— Tola você não conseguiria me matar nem em um milhão de anos.

O olhar frio dele me dava arrepios mais suas mãos fortes me segurando pelo pescoço me dava mais medo ainda. Foi então que ouvi uma voz familiar gritando por meu nome. Ian tinha entrado na barreira de proteção contra fumaça que Te-odoro projetou mais foi nesse exato momento em que ele pegou a segunda mão e posicionou em minha cabeça girando as duas ao mesmo tempo em direções opostas. Meu pescoço se partiu Teodoro jogou meu corpo sem vida no chão. Ian

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foi ao meu encontro lagrimas percorriam seu rosto, até que se levantou pegando meu machado e gritou:

— Você me paga Teodoro! EU VOU TE MATAR!!!

Teodoro estava muito ocupado dando risadas feito um louco, e foi nesse mo-mento em que Ian atirou meu machado acertando a cabeça dele. O corpo do mago caiu sem vida, igual ao meu...

TEXTO Sofia Pereira Rodriguez ROTEIRO Júlia Nogueira Perez, Rita Tiné Torkomian, Sofia Pereira Rodriguez ILUSTRAÇÃO Rita Tiné Torkomian

A MÁQUINA DO TEMPO

John Lee um grande cientista, desde que deixou a universidade trabalhou para o governo americano. Sempre foi muito curioso e essa característica o aju-dou em sua profissão. De tão competente, foi contratado por uma subdivisão secreta de CIA. Sua missão inicialmente foi desenvolver uma maquina do tempo em forma de relógio, para que os espiões da agência pudessem utilizá-la em seus serviços de espionagem. A idéia de voltar no tempo e se infiltrar no local deseja-do para realizar descobertas sempre impressionou muito o governo americano. Além disso, certamente a maquina renderia alguns milhares de dólares para o criador da maquina.

Para o grande desafio, John-Lee contou com um parceiro: Tom Hudson. O que John não sabia, era que Tom na realidade era seu maior inimigo. Seu gran-de interesse era roubar tecnologia que John desenvolveria para vendê-la para a agencia de espionagem da Rússia. Os parceiros trabalharam durante muito tempo na máquina do tempo, e devido a seu empenho, inteligência e é claro experiência, John finalmente conseguiu o que tanto desejava: a máquina ficou pronta. Depois de muitos testes, os cientistas chegaram à conclusão que o gran-de momento de usar a máquina havia chegado.

Numa manhã fria de sábado em Washington, o teste da máquina do tempo em forma relógio começou. John mal conseguira pregar o olho durante a noite, e Tom se esforçava para que seu desejo secreto não fosse descoberto: caso os testes dessem certo, ele ganharia muito dinheiro com os Russos. Às 09:00 da manhã, finalmente, os testes começaram a ser realizados. Seguindo o que havia sido pla-nejado, Tom apagou a luz da sala, e no momento que John apertou o botão do relógio, Tom saltou e fizeram isso junto. De repente, os dois se viram em um grande corredor escuro, e sem saber o que estava ocorrendo, foram até o fim do túnel, que terminava em Veneza no ano de 1489.

Por algum motivo não conhecido, John desmaiou no término do túnel, e quando acordou viu apenas Tom de longe, pois este corria sem parar para um

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lugar muito distante, assim descobriu as reais intenções de Tom e que o mesmo era um grande inimigo. John reparou que o relógio, que na verdade era a máqui-na do tempo, estava todo despedaçado em seu pulso. Neste momento, John ficou preocupado, pois sabia que precisava acabar com sua viagem ao passado em no Maximo três dias e se isso não acontecesse, ficaria preso até o fim de sua vida. Para arrumar a máquina do relógio, John sabia que não poderia contar com seu parceiro, que na verdade, descobrira, que era um grande inimigo.

A Itália de 1849 não oferecia grandes avanços tecnológicos, que tornava a vida ainda mais complicada. Por onde começar? John decidiu iniciar sua jornada com uma breve exploração na cidade. Após um passeio, viu que sua intuição estava correta: a cidade não dispunha dos materiais que ele necessitaria para consertar seu relógio e voltar para casa. Depois de pensar muito, John se lem-brou que Roma, nesta época, contava com grandes cientistas e que talvez eles pudessem lhe oferecer algum auxílio.

Decidido a encontrar alguém que pudesse lhe ajudar, John foi pedir infor-mações sobre como chegaria a Roma. A primeira pessoa que passou na rua lhe passou confiança e ele, então, começou uma conversa. Além de conseguir a informação que queria, ganhou uma grande amiga: Dante Auditore. Os três se deram bem imediatamente, e apesar de se conhecerem a pouco tempo, já eram grandes amigos.

John contou-lhes sobre seu grande projeto e também tudo o que ocorreu após o inicio dos testes. Maria e Dante logo acreditaram na história, pois viram que os trajes usados por John eram esquisitos para aquela época. John também lhes contou sobre seu parceiro traidor e todos ficaram empenhados em conser-tar a máquina do tempo em forma de relógio. John lhes explicou o que precisava para realizar os consertos no relógio e Dante logo se apressou em comprar todo o material necessário no mercado central da cidade. Com alguns improvisos, eles certamente conseguiriam tudo o que quisessem.

Maria ofereceu sua casa como oficina de trabalho, com grande empenho, de-pois de dois dias de trabalho o relógio finalmente ficou pronto. O cientista tinha então os dois grandes problemas: Como encontrar Tom e levá-lo de volta para casa para que fosse punido pelo Governo Americano? Teria ele tempo hábil para realizar esta tarefa? A outra grande questão seria a saudade que sentiria de seus novos dois irmãos. Vendo o problema que vivia seu novo amigo, Maria e Dan-te prometeram continuar trabalhando duro na parte do projeto que lhes cabia:

caçar incansavelmente Tom e mandá-lo para o calabouço do castelo de Veneza. Quanto à saudade, guardariam John para sempre em suas memórias.

Acordo feito, John iniciou os testes da máquina novamente em apenas três segundos, voltara para casa, desta vez, sem grandes complicações. Maria e Dan-te, em 1849, cumpriram sua promessa e depois de aproximadamente um mês encontraram o traidor. Conforme prometeram, mandaram-no para o calabouço do Castelo de Veneza, e lá ele apodreceu e pagou mesmo que de forma épica por seus crimes.

A CAIXA DE PANDORA

Quando habitava o monte Olimpo o titã Prometheu criou os homens. Vendo sua criação viver como verdadeiros animais (os homens apenas caçavam, co-miam e dormiam), ele decidiu roubar o poder do fogo e dá-lo aos homens. O poder do fogo não havia sido permitido aos homens por Zeus, pois ele acreditava que com este poder os homens poderiam causar muitos problemas dominando a natureza, aprimorando suas armas e também fabricando moedas de ouro.

Para se vingar de Prometheu, Zeus decidiu criar a primeira mulher do mun-do. Pandora era a mulher perfeita, e ganhou de cada Deus do monte Olimpo um poder. Zeus deu a Pandora uma caixa, e a missão de que ela desse a caixa para Prometheu. Zeus recomendou a Pandora que nunca abrisse a caixa, quem deve-ria fazê-lo seria Prometheu apenas.

Para cumprir sua missão, Pandora casou-se com Prometheu, e na noite de casamento deu o presente ao marido. Prometheu havia sido alertado sobre fúria de Zeus e possível tentativa de vingança por seu irmão, e decidiu que não abriria o presente. Ele avisou a Pandora que também não o fizesse em hipótese alguma.

Ao ver a caixa dia após dia, Pandora não conseguiu segurar a curiosidade e decidiu abrir a caixa. O que ela não esperava era encontrar dentro do presen-te algo que jamais poderia imaginar: a caixa tinha todos os males do mundo, e quando foi aberta eles foram libertados para o mundo. Mesmo depois disso, Zeus não desistiu da vingança e prendeu Prometheu no monte Caucásio. Todos os dias, a águia de Zeus ia ao encontro de Prometheu e bicava-lhe o estômago, para assim destruir o gigante.

TEXTO Gabriel de Oliveira Xavier ROTEIRO Antonio Capuzzo Stocche, Gabriel de Oliveira Xavier, Matheus Graciano Gomes

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até a vila, e, ele estaria por conta própria. Por isso, precisava de bastante comi-da, muita água e uma varinha de ótima qualidade. Depois que terminou, partiu!

Foi caminhando muito rápido, tinha que ser desse jeito. Se fosse mais de-vagar, chegaria na vila e todos já estariam mortos. Andou por horas, até um momento que decidiu que não daria mais e teria que dormir. Procurou um abri-go, e, acabou achando uma pequena caverna na qual seria um ótimo lugar para dormir.

Luffin dormiu por horas, mais até do que queria. Quando acordou estava preso, completamente enroscado em cordas bem firmes nas quais não conseguia se soltar. Deu um grito de desespero, não podia perder mais tempo!

O grito foi tão alto que até um outro elfo ouviu. Ele se aproximou de Luffin e perguntou o que estava fazendo. Luffin explicou para o elfo que dormiu naquela caverna e acordou preso naquelas cordas e também que não podia perder tempo porque tinha que matar o dragão antes que ele matasse as pessoas da vila. O elfo olhou para Luffin e perguntou:

— Espera um minuto, você também está á caminho da vila para matar o dragão??

— Sim, agora você pode por favor me ajudar a soltar essas cordas?? Pelo jeito a pessoa que me prendeu aqui era muito forte!

— Claro! Além disso, fui eu quem te prendeu aí. Me desculpe, achei que você fosse um elfo do mal.

— Tudo bem!

Ele ajudou Luffin a se soltar das cordas e perguntou se não queria prosseguir o caminho acompanhado dele. Luffin aceitou, e assim os dois prosseguiram o caminho até a vila.

Depois de horas de caminhada os dois chegaram na vila. Estava tudo muito vazio, as casas estavam todas destruídas e não se via o dragão. Então sem perder tempo, eles foram em busca dele. A vila era bem pequena, então não seria difícil de achá-lo.

Os dois andaram um pouco até que acharam o dragão! Não era apenas um dragão, era um super dragão! Uma criatura super grande, com garras enormes e que cuspia fogo.

Em um mundo totalmente diferente do nosso, havia um elfo chamado Lu-ffin. Luffin era muito inteligente, corajoso e tinha apenas 18 anos. Ele morava em uma vila com um ‘professor’ de magia, mas quando era apenas um bebê morava com sua família em outra vila que era cercada de montanhas. Quando era menor teve que sair da vila para aprender magia, porque para os elfos há uma regra de que todos tem que que aprender para poder voltar a morar com sua família.

Era o último ano do Luffin naquela vila aprendendo magia, depois que ele passasse nos testes poderia voltar a ver seus familiares.

Naquele dia, Luffin acordou como todos os dias, tomou café da manhã e foi pra o treinamento. Chegando na arena de batalha mágica, não encontrou o pro-fessor, estranhou porque em todos aqueles anos ele nunca tinha chegado uma vez atrasado. “Bom, há sempre uma primeira vez!”- pensou ele.

Luffin ficou sentado por um longo tempo, apenas esperando o professor. Até que o avistou. Ele estava branco! Com aquele cara de quem vê alguma coisa as-sustadora. Luffin como é muito curioso, perguntou oque havia acontecido.

— Luffin, hoje eu recebi uma carta. Nessa carta estava escrito que na vila onde você nasceu e onde sua família mora, tem um dragão! E, essa carta é um pedido de socorro, você precisa ir até lá, matar essa dragão para salvar todos que estão correndo perigo!- disse o professor

— Como assim?! Eu não posso fazer isso! Não estou preparado! — ele come-çou a surtar

— Você pode sim, já está preparado, todos esses anos esteve! Você precisa partir, agora! Nós não temos muito tempo!

Apressando- se, começou a fazer as malas. Era um caminho muito longo dali

À CAMINHO DA VILA

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A criatura os avistou e começou a cuspir fogo sem parar, incendiando toda a vila! Luffin rapidamente partiu pra cima do dragão, mas como a criatura era bem mais ágil, o pegou primeiro. Luffin caiu no chão, o dragão pulou em cima dele e começou a mordê-lo, o matando lentamente. O outro elfo ficou com tanta raiva daquele dragão, que pegou uma espada e enfiou- a no coração da criatu-ra. O dragão rapidamente caiu morto no chão, mas infelizmente Luffin já tinha morrido!

O elfo se pôs a chorar, ele não podia acreditar que depois de tanto esforço que seu companheiro tinha feito, acabaria morto! Eram tanta dor que ele sentia pelo amigo, que pegou a espada e se matou.

TEXTO Marina Jordão Whittle ROTEIRO Aron Kisilevzky, Francesca Colucci Ribeiro, João Rossi Corbett, Marina Jordão Whittle

PRÓLOGO

Hoje é meu aniversário de 18 anos. Estou pronto. Amanhã partirei em busca da minha vida.

Durante os próximos anos, estarei descobrindo quem sou eu e para que vim ao mundo.

Não é a hora perfeita para deixar minha família, mas é agora ou nunca.

1

Me chamo Luffin. Sou um elfo. Moro em um vilarejo, que fica num vale en-tre duas grandes montanhas. É um local muito perigoso, pois na Montanha das Águas Claras vive um enorme

dragão chamado Osome. Minha mãe nunca se cansa de contar a história de Osome. Ontem mesmo ela me contou.

— Osome tem um sono profundo, e só desperta a cada 30 anos. Amanhã, no dia do seu aniversário, fará exatamente 28 anos que ele acordou pela última vez. Me lembro exatamente desse dia, foi o primeiro ataque dele desde que eu estou viva. Eram 23:50h, eu tinha 20 anos, e a vila toda estava alerta, aguardando o momento dele se levantar. Ele abriu os enormes olhos amarelos, esticou suas asas e levantou voo. Foi da Montanha das Águas Claras até a das Águas Negras e parou. Olhou em direção a vila e soltou um jato de fogo na direção de nossa casa. Alguns minutos depois estava tudo em chamas, muitos tinham morrido, inclu-sive meu pai... Minha mãe, eu e meu irmão estávamos em uma das várias caver-nas construídas especialmente para a ocasião, na parede da montanha. Junto de nós estava um outro moço, que viria a ser seu pai. Quando deram 02:00h,

A IRA DE OSOME

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— Você sabe como são as coisas por aqui. Homens, ao fazer 18 anos, vão aprender magia.

Mulheres, ao completarem a mesma idade, vão aprender a serem professoras ou donas de casa.

As leis da vida. Como eu as odeio.

2

É hoje. Minha pequena mochila está pronta, e em algumas horas começarei a andar em direção ao Vale das Águas Negras. Milla e minha mãe estão todas chorosas com minha partida, e não param de se despedir. Minha irmã é tão ca-rinhosa...

— Se desse pra escolher irmãos, eu com certeza não te escolheria, mas como eu não tenho outro, eu te desejo sorte em sua jornada. Eu acho injusto eu ter de ficar o resto da minha vida lavando louça e costurando e você ir curtir sua juventude no vale, mas essas são as regras. Sobreviva para me contar como é, tá bem? – e cai no choro.

Milla já é bem emotiva, mas em quantidade de lágrimas, minha mãe vence.

— Meu filho, tome cuidado, não coma nada suspeito, se achar alguma cria-tura no caminho, não banque o herói, não se arrisque, tente se salvar! – então ela me abraça como uma ursa desesperada e fica falando como me ama e como o filhinho dela cresceu rápido.

Chegou a hora. Agora minha vida tomará um rumo diferente, e a partir de hoje eu serei independente.

Saí de casa definitivamente ao 12:00h, somente com uma mochila, esperança e confiança em mim mesmo. Comecei a escalar um pedaço da montanha. Depois de 1 hora só subindo, encontrei um lugar razoavelmente plano para dar uma pa-rada. Isso cansava bem mais do que eu nunca imaginei... Tomei água e olhei para o céu. Não poderia ficar parando toda hora assim!

Precisava parar de ser tão mole e voltar a andar logo.

Continuei andando e seis horas depois, com somente duas paradas, eu che-

Osome parece que se cansou de colocar fogo no que já estava queimado. Abriu as asas e saiu voando para o Norte, já fora do nosso alcance. Andamos entre os entulhos e demos uma boa olhada na... não sei se dava pra chamar de vila... Tudo estava destruído. Levaríamos meses, talvez mais de um ano para recons-truir tudo... E foi exatamente isso que aconteceu. Depois de muito tempo, cerca de 1 ano, conseguimos ter a vila como ela era antes. E agora estamos aqui.

Daqui a 2 anos acontecerá tudo de novo. Provavelmente será pior ainda...

Minha mãe terminou de falar e se sentou na poltrona da sala, olhando para o horizonte...

— Você sabe que aos 18 anos todos os elfos homens tem que se aventurar por 7 anos do outro lado da montanha, no Vale das Águas Negras. Amanhã é seu dia de partir na sua jornada para ser um aprendiz de mago. Luffin, meu filho, ouça o que eu lhe digo. Durante o caminho, tenha cuidado, pois você, em certo mo-mento de seu trajeto, encontrará um mago, bem velho, usando trapos azuis e amarelos compridos. Ele é um elfo como você, e é preciso ter cautela e respeito ao se dirigir a ele. Seu nome é Loren, e ele lhe guiará por desafios e aulas durante os próximos 7 anos.

— Oito anos. — corrigi minha mãe.

— Oito? Mas porquê você ficaria fora um ano a mais?

— Ora, é claro que daqui a dois anos eu pararei minhas aulas e voltarei para cá, para proteger você e Milla de Osome.

— O quê?! Nem pense em parar seu aprendizado de vida para vir correr risco de morte junto de sua velha mãe e se sua irmã! – ela parecia muito zangada com o que eu tinha insinuado, mas eu simplesmente não tinha outra opção. Eu pre-feria morrer com pessoas que eu amo do que vê-las morrer sem fazer nada.

— Meu filho, preste bem atenção. Não desperdice sua vida para salvar a mi-nha. Eu já vivi por quase 50 anos, e já vi a fúria de Osome. Não quero que você e Milla tenham experiências parecidas, mas sua irmã é mulher e não pode sair da vila antes de casar.

— Milla tem minha idade. Nós somos gêmeos. Porque ela não pode ir em bus-ca de sua vida também, assim como eu farei em breve?

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poderia imaginar em toda a minha vida. Fiz inúmeras vezes, com pedrinhas e folhas. Loren mandou eu tentar com uma pedra mais pesada, e eu confesso que fiquei decepcionado por não ter conseguido... Mas depois de muitas tentativas eu consegui, e toda a minha alegria voltou.

Loren também me contou que os elfos tem uma magia limitada. Não é pos-sível ficar fazendo infinitamente feitiços para sempre, porque a energia usada para conseguir se esgota. Por isso fazíamos pausas entre algumas aulas e outras, para a magia se recarregar.

Continuei assim, aprendendo feitiços durante 2 anos. Loren me ensinou fei-tiços simples, desde levitação, empurrar coisas, puxar portas, cortar objetos até feitiços mais difíceis, como conjurar água, conjurar fogo, criar um campo de proteção em volta de si... Também ensinou feitiços coletivos. Em certo momen-to encontramos outros dois elfos da minha idade que iriam aprender feitiços coletivos. Conjuramos água coletivamente, e posso dizer que daria para encher um pequeno lago com aquela quantidade.

Então, no dia do meu aniversário de 20 anos, Loren abriu uma tela no ar, que mostrava a minha vila, do outro lado da montanha. Tudo estava pegando fogo. Osome estava lançando chamas para todos os lados e foi então que eu as vi. Mi-nha mãe e Milla. Estavam em uma caverna na parede da montanha, Milla estava chorando e abraçando um homem e minha mãe olhava o tempo todo para o topo da montanha, tentando, provavelmente, ver se eu aparecia para salválas...

No momento em que vi as duas sofrendo, decidi. Eu iria para lá, salvá-las.

4

Eu precisava chegar em casa o mais rápido possível. Loren tentou me impe-dir, mas nada que ele dissesse iria mudar minha ideia. Eu preferia morrer saben-do que lutei até o último momento do que ficar vivo e saber que minha família morreu por minha causa. Decidi usar a magia mais difícil que tinha aprendido até agora. Eu iria me teletransportar até a vila para salvar Milla e minha mãe.

Usei todas as minhas forças, me concentrei e consegui.

Em alguns segundos eu me encontrei no meio do fogo, com pessoas gritando e chorando para todos os lados. Fui logo procurar elfos que dominavam magia

guei ao topo da montanha. Não no ponto mais alto, é claro, mas de onde eu esta-va tinha um longo caminho plano a percorrer, e iria chega ao vale. Eram 19:00h, e estava começando a escurecer, então andei mas um pouquinho e quando de-ram 20:00h, eu decidi que já era hora de achar um lugar para passar a noite e montar minha barraca.

Continuei nesse mesmo ritmo por 3 dias, quando o vi. Loren, o mago.

3

Loren olhava fixamente para mim entre as árvores, e começou a falar assim que percebeu que eu também tinha o visto.

— Olá, Luffin. Como você já sabe quem eu sou, espero, vou poupar explica-ções. Vou lhe ensinar magia e lhe guiar pelos próximos 7 anos. Você veio até aqui, e não tem mais volta. Não é hora para desistir, certo?

— Não irei desistir.

— Ótimo. Bem, o tempo é precioso, e a magia é uma coisa muito complexa e complicada.

Loren ficou um tempo olhando para o rio e depois disse, agitado:

— Bem, mas como eu disse anteriormente, o tempo é precioso, então vamos começar a aprender o mais rápido possível, aqui mesmo.

— Já? Não vai me levar para um templo ou algo assim?

— Templo? A floresta é o meu templo, Luffin. Posso ensinar perfeitamente aqui. Então, vamos lá. Vamos começar com algo bem simples, como a arte da le-vitação. Fazer as coisas flutuarem é mais fácil do que você pode imaginar. Repita baixinho “Levoflu” e gire o dedo indicador em círculos para cima. Assim. — e então mostrou como é. Pegou uma folha e a fez levitar.

Foi tão bonito. Agora entendi o que ele quis dizer com sentir a energia. Eu a senti, só por ter um pouco de magia perto de mim naquele momento.

Então eu tentei fazer o mesmo. Murmurei repetidamente as palavras, fiz exatamente o movimento que Loren fez com os dedos e funcionou. Eu fiz ma-gia. Nunca me senti tão feliz em toda a minha vida. Foi muito melhor do que eu

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e achei 8. Nos juntamos para conjurar água em grupo e eu estraguei tudo. Tinha gastado toda a minha energia me teletransportando e não conseguia mais fazer magia. Me senti tão fraco que desmaiei no chão.

Minha mãe e minha irmã foram gritando e chorando até mim e alguns outros elfos também.

Osome, ao ver todas aquelas vítimas reunidas e distraídas em um só ponto, não teve dúvida. Lançou um jato de chamas em cima de nós.

E foi assim que eu morri.

EPÍLOGO

Agora eu e toda a minha família estamos mortos. Nunca dominei magia. Milla nunca se casou e virou dona de casa ou professora. Minha mãe nunca viveu 70 anos. As leis da vida. Como eu as odeio.

TEXTO Francesca Colucci Ribeiro ROTEIRO Aron Kisilevzky, Francesca Colucci Ribeiro, João Rossi Corbett, Marina Jordão Whittle

O SUMIÇO DE CAROLINA

Em Washington havia uma família muito rica que era do presidente dos Es-tados Unidos. Na família tinha três irmãs Maria a filha mais velha Laura a do meio e Carolina a filha mais nova que tinha 19 anos. Carolina e uma menina lin-da, saudável, seus cabelos são loiros, longos e liso em cima, e cacheado nas pon-tas, ela e mais baixinha. Todas elas moram juntas com seus pais em uma grande mansão, a casa branca, ela tinha um grande jardim cheio de plantas e uma deco-ração linda.

No aniversario de Maria seus pais a deram uma grande festa e convidaram muitas pessoas. A festa era na casa branca que estava toda colorida e enfeitada. Quando a festa acabou e todos já haviam ido embora as meninas foram dormir, mas Carol não estava em nenhum lugar da casa e seus pais não se preocuparam, pois acharam que ela tinha ido dormir na casa de uma amiga. Dois dias se passa-ram e Carol não apareceu. Sua família já estava muito preocupada e resolveram contratar um detetive, o melhor detetive. Rapidamente Chicharito Juarez {o de-tetive )e Sherlock Fred (seu assistente), como sempre vestindo um bleizer xadrez com cor Bagé e sua boina preta. Chegam a casa branca para discutir sobre o as-sunto com Augusto e Sara os pais de Carolina. Mau Chicharito entrou na mansão e começou a fazer varias perguntas ao seus pais com o seu jeito arrogante.

— Ah que horas exatamente Carolina sumiu? Onde? Quando? Responda-me, responde-me rápido.

— Eu não sei! Nós demos uma grande festa de aniversario para nossa filha e depois não vimos mais a nossa Cacazinha. Achamos-nos que ela tinha ido para a casa de uma amiga, mas ela não volta a dois dias, nos já ligamos para ela e nin-guém atende, ligamos para suas amigas e ela não estava. Não a encontramos em lugar nenhum e então resolvemos chamá-lo.

— Uhm ... Muito peculiar! Diz Sherlock Fred.

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— Nos vamos investigar o caso. Podemos olhar a casa para ver se tem alguma pista? Diz Chicharito.

— Sim! Sim! Claro. Venha comigo eu vou mostra onde aconteceu a festa. Res-pondeu Sara com um tom triste.

Então Sherlock Fred e Chicharito a seguiram e começaram a investigar sobre o assunto.

Uma hora depois os dois estavam saindo de casa sem nem uma pista, quando o telefone da casa toca. Sara atende-o, um tempo depois ela desliga palida. Diz que sequestraram Carolina e que só vão solta-Ia se Augusto der seu cargo de presidente para ele e que ele só tinha 48 horas para se decidir ou então Carolina morreria.

— E agora o que agente vai fazer? Diz o presidente.

— Eu e Sherlock Fred vamos atrás dela. Vamos rastrear esse numero.

No dia seguinte os dois detetives acordam com um barulho de um “bipbip-bip” no computador e foram olhar para ver o que era, estava à localização dos sequestradores, Os dois começaram a dar uma risada e se entreolharam.

— Nossa que estranho eles estão em Las Vegas! Diz Sherlock Fred.

— O que eles estão em LasVegas? Como nós vamos fazer para achar ele agora?

— Eu não sei.

— Eu sei. Arrume suas malas nos vamos para Las Vegas hoje. Diz Chicharito determinado.

Quando eles chegaram logo no aeroporto policias apareceram e disseram que os dois estavam presos. Eles não entenderam e também não tinham o que fazer, pois não sabiam por que tinham sido presos. Cinco horas depois os policias os soltaram e disseram que havia sido um engano.

— Chicharito vamos descansar em algum hotel? Pergunta Sherlock Fred.

— Sim vamos, vamos para aquele hotel do cassino!!!!!!

— Boa vamos.

Eles chegaram ao hotel e foram dormir um pouco, pois estavam muito can-

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sados quando eles acordaram saíram para ver se achavam alguma pista de Ca-rolina, mas na saída do hotel onde ficava o cassino algumas pessoas puxaram--nos para dentro. Eles tentaram sair, mas não conseguiram, quando entraram no cassino, ficam empinotizados não queriam sair de Ia. Era maravilhoso tinha de tudo, varias estatuas de ouro, muitas possibilidades de jogos, era todo colori-do e iluminado com luzes de diversas cores e todo mundo estava feliz Ia, mesmo quem estava perdendo dinheiro parecia que todos estavam meio empinotizados, mas eles nem notaram, por que eles ‘” também estavam empinotizados. Então eles falaram:

— Não vai fazer mal se nos jogarmos só uma partida.

E assim foi, só que o problema e que eles não jogaram só uma partida eles jogaram varias partidas e não conseguiam parar. Eles estavam perdendo dinhei-ro e tempo. Agora só tinham mais 33 horas. Pois ficaram 2horas no aeroporto, 3 no aviam, 5 horas presos, 2 dormindo e estavam jogando a 3 horas. Sherlock Fred então lembrou que eles tinham que procurar Carolina e que eles não ti-nham mais muito tempo. Então ele foi procurar Chicharito, mas quando o achou Chicharito não queria sair. Ele insistiu e consegui. Os dois saíram correndo para fora para tentar ter alguma pista.

Eles subiram para o quarto de novo para ver se no computador tinha alguma pista de alguma localização dos sequestradores. E lá estava no computador es-crito onde eles estavam. Eles saíram do quarto correndo com uma arma e foram ate o endereço, mas o problema foi que era em um lugar muito distante e escon-dido, era em outra cidade, levaram 4 horas mas conseguiram chegar.

Quando chegaram lá estavam fazendo o mínimo de barulho possível. Era uma casa em um beco escuro. Ela era uma casa pequena, toda rachada, com a tinta gasta e velha e parecia estar abandonada. Só tinha uma pequena ilumina-ção que parecia ser de uma vela. Eles começaram escutar umas vozes, mas não conseguiam entender direito o que elas falavam. Eles conseguiam ver Carolina, mas o problema e que essa sala estava rodeada de homens armados.

Eles pararam para pensa, pois não podiam invadir a casa. Chicharito teve uma idea:

— Nos jogamos uma pedra ou algo que faça um barulho alto na frente da casa.

Alguns deles vão sair para ver o que é. Eu entro pela porta dos fundos e me escondo atrás de uma parede. Você ataca uma pedra do outro lado da casa en-quanto outros “seguranças” saem da casa. Eu entro e me encontro com você então nos saímos de trás da parede e atacamos os homens que sobraram.

— Combinado. Disse Sherlock Fred

Assim feito, eles conseguiram salvar Carolina.

Mas quando eles estavam saindo alguém atirou em Sherlock Fred. Ele estava perdendo muito sangue e sentindo muita dor, sabia que não ia resistir. Disse:

— Continue sem mim eu não vou aguentar eu vou morrer mesmo!

— Não nos não vamos te deixar aqui você me ajudou a salvar Carolina e agora nos vamos ajudar a salvar você.

Chicharito pegou Sherlock Fred no colo e eles saíram correndo para um hos-pital, mas Sherlock Fred não agüentou. Ele morreu.

Michelle e Chicharito voltaram para Washington Michelle encontrou seus pais e Chicharito recebeu sua recompensa.

TEXTO Rita Bandeira de Mello Burti ROTEIRO E ILUSTRAÇÃO Frederico de Campos Berg, Guilherme Francisco Sollberger Cembranelli, Isabela Ract Pousada, Rita Bandeira de Mello Burti

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UM PASSADO REVOLTANTE

Havia, há alguns anos atrás, uma menina que tinha 16 anos chamada Avril. Ela morava nos Estados Unidos, no Sul da cidade de São Francisco. Avril era um protótipo da perfeição: tinha longos cabelos lisos e castanhos, era magra, com uma altura média, olhos bem verdes, uma pele clara, era meiga com todos e muito popular em sua escola. Seus pais eram muito ricos, por isso, morava em uma das maiores mansões de sua cidade. Avril tinha um melhor amigo que se chamava Josh. Eles se conheciam desde pequenos e faziam tudo juntos. Josh era da mesma altura de Avril, tinha 17 anos, moreno, olho escuro, não era muito magro, tinha várias sardas na cara e era muito ciumento. Eles estudavam juntos e estavam no segundo colegial.

Um belo dia Avril conheceu um menino da mesma idade que a sua chamado Luke. Ele havia acabado de entrar em seu colégio. Luke era bem alto, era loiro, magro, tinha olhos azuis, era muito misterioso. Eles acabaram virando amigos e logo já estavam namorando. Josh não gostou nada disso. Seu ciúme crescia cada vez mais

— Ei, Avril. Você tá mesmo namorando aquele tal de Luke? — disse Josh, uma vez no intervalo

— Estou sim por quê? — respondeu Avril desconfiada

— Nossa! Ouvi dizer que ele é muito estranho!

— Que pena, porque eu o amo!

— Você já viu com quem ele anda? E as roupas que veste?

— Para de ser tão ciumento e tão preconceituoso, Josh! Ele é meu namorado! — protestou Avril

— Não estou sendo nem ciumento nem preconceituoso. Estou sendo realis-

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— Como eu vou saber? Olha, eu estou tão preocupado quanto você!

— Eu vou te quebrar! — ameaçou Josh

— Ei, calma, eu tive uma ideia! — disse Luke — Primeiro fique sabendo que eu também não gosto de você mas eu acho que nós mesmos poderíamos procurá-la!

— Você enlouqueceu? — disse Josh — Se policiais não a acharam como nós vamos encontrá-la?

— Não sei, mas proponho que na manhã deste sábado comecemos a procurá--la. Você topa? — disse Luke desafiante.

Josh pensou um pouco e respondeu:

— Tudo bem, mas fique sabendo que eu estou fazendo isso pela Avril.

— Não me importo. — disse Luke feliz por Josh ter aceitado.

Como combinado, sábado, de manhã, se encontraram e começaram a busca. Procuraram o dia inteiro, até que no final da tarde se depararam com uma anti-ga fábrica abandonada que fabricava sabonetes. Entraram para procurar pistas. Vasculharam todos os andares e corredores até que viram uma luz no final de um corredor. Ela estava longe, mas parecia ter alguém lá.

— Siga-me — mandou Luke

Os dois se aproximaram da luz. Quando chegaram perto viram que havia um velhinho segurando um lampião.

— Olá — disseram os meninos educadamente

— Olá — disse o velhinho — O que dois adolescentes como vocês fazem aqui? Estão procurando alguma coisa?

— Sim, estamos — disse Luke.

— Minha melhor amiga desapareceu faz alguns dias e estão todos procurando por ela... O senhor sabe de alguma coisa? — perguntou Josh

O velhinho pareceu sério e logo disse:

— Sim, eu sei. Ela infelizmente foi sequestrada. Por um psicopata.

Os meninos sentiram calafrios e ficaram pálidos. Luke perguntou assustado:

ta... Olha Avril — suspirou Josh — eu reparei que a gente se separou muito desde que você começou a namorar esse cara. E eu não quero discutir com você.

— Eu também não quero discutir com você. É que você já sai falando dele sem ao menos saber seus motivos! Bom, eu preciso ir para a aula! Tchau Josh – disse Avril correndo para a sala.

Logo Josh também estava indo para sua aula de biologia.

No final da tarde Luke foi para a casa de Avril estudar.

— Então Luke — disse Avril — como você estava dizendo ontem o que acon-teceu com seus pais mesmo?

— Ai Avril... — falou Luke em um tom melancólico — Não gosto muito de fa-lar sobre isso, mas eu te conto, amor. Você sabe que eu moro com os meus tios e pelo o que eles me falaram quando eu tinha 3 meses meu pai voltou para casa um dia completamente bêbado. Começou a discutir com a minha mãe e perdendo o controle... Bom... – Luke suspirou - Deu um tiro nela! Ele me deixou com seu irmão, que ao contrário dele, sempre gostou de mim. Desde esse dia ele sumiu e ninguém nunca mais o viu.

Houve silêncio por alguns minutos até que Avril disse consolante:

— Luke.... Eu sinto muito!

— Obrigado....

Semanas e semanas foram passando até que um dia Josh e Luke repararam que Avril estava estranha: estava pálida, andava depressa, não falava com as pessoas do mesmo jeito e só saia de casa para ir à escola. Josh estava desconfiado de Luke.

Foi assim por mais cinco dias até que Avril, do nada, desapareceu. Foi uma loucura! Seus pais desesperados mandaram policiais, bombeiros e detetives procurarem-na, mas nada acharam. Josh estava furioso com Luke achando que ele tivesse feito alguma coisa. Um dia chegou gritando para ele:

— O que você fez com ela seu monstro?!?

— Eu? Não fiz nada, está louco? — respondeu Luke assustado.

— Então como ela pode sumir do nada??

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Passaram o dia inteiro procurando até que começou escurecer. Os meninos pas-saram por uma rua que era familiar para Josh. Eles entraram nessa rua. Era escu-ra e sombria. Seguiram até o final e a última casa Josh reconheceu que era essa. A porta estava aberta e logo quando entraram viram um homem olhando a va-randa de costas para eles. Era o sequestrador. Luke estava com tanta raiva desse homem que não perdeu tempo. Começou a socá-lo enquanto Josh ia resgatar Avril no porão.

— MAS O QUE É ISSO?!? — berrou o homem desesperado

Luke continuava batendo nele até que o sequestrador se virou. Luke o reco-nheceu. Se encararam por um instante.

— Pare com isso!! — gritou de novo — Luke, eu sou seu pai!

— Não!!!! Você vai pagar por ter matado minha mãe e sequestrado minha na-morada por dinheiro! — gritou Luke dando um soco na cara de seu pai o que fez com que batesse a cabeça na quina da mesa e caísse desmaiado.

(...)

Quando todos já estavam em suas casas tudo havia voltado ao normal. Luke, Josh e Avril não podiam estar mais felizes. Os meninos entregaram o sequestra-dor para a polícia e os três haviam aparecido em jornais, em revistas e canais de televisão. Avril estava salva e finalmente Josh e Luke viraram grandes amigos.

TEXTO E ILUSTRAÇÃO Carolina Hesketh Gomes ROTEIRO Carolina Hesketh Gomes, Clara Souza Guimarães Marques, Paulo Egydio Martins de Moraes e Téo Puliti Serson

— O que? Você sabe onde ela está??

— Não, mas posso ajudá-los a descobrir onde ela está com isso — disse o ve-lhinho tirando um aparelho com a aparência antiga do bolso.

— E o que seria isto? — indagou Josh

— Isto é uma máquina do tempo portátil, muito raras mas aqui está uma! — disse o velho — Vocês podem voltar no tempo para ver quem a sequestrou e como.

— Genial! — disse Luke — E como a usamos?

— Está vendo isto? — disse o velho apontando para um botão na lateral —Você o aperta e diz para qual momento do passado ou futuro você quer ir. Mas há um porém... Só um de vocês poderá ir.

— Deixa que eu vou! — disse Josh corajoso

— Tudo bem! — disse Luke um tanto inseguro

Rapidamente Josh pegou a máquina, apertou o botão e disse: “Quero ir para quando Avril foi sequestrada!”.

Um buraco de luz apareceu no chão e levou Josh.

— Ele não deve demorar — disse o velho

Josh em instantes estava flutuando em um túnel de luz azul vendo um re-tângulo que mostrava cenas do passado. As primeiras cenas que viu foram as de Avril fugindo de um homem que durante vários dias a segue antes de ir para a escola. Josh viu que Avril estava assustada e pensou que devia ser por isso que andava tão estranha. Havia um homem a perseguindo. A próxima cena foi Avril voltando para casa depois da escola, quando aquele mesmo homem a puxou pelo braço e a colocou em um carro. Ele a levou para uma casa em uma cidade perto de São Francisco. O homem a trancou em um porão e só lhe dava comida de vez em quando. Ele tentava ligar para os pais de Avril para pedir resgate, mas não percebia que onde estavam não havia sinal de celular.

De repente tudo começou a se desmanchar e Josh voltou para a fábrica junto a Luke e o velhinho. Contou tudo o que viu para Luke. Logo, eles deixaram a fábrica agradecendo o velhinho pela ajuda.

No dia seguinte os dois foram até aquela cidade, de carro, procurar a casa.

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mem. O anão o viu. Ele começou a correr. Pegou o machado e preparou-se para o pior. O lobisomem correu muito rapidamente e em um golpe só causou-lhe um grande corte sobre o braço inteiro. Van deu-lhe um golpe e arrancou o braço da criatura. Ela urrou, correu e se se escondeu nas árvores. O anão o procurou por mais ou menos uma hora, até que o achou. O lobisomem correu atrás dele, Van se preparou para dar um golpe e bem na hora decepou a cabeça do lobisomem. Ele pegou a pele do lobisomem para se aquecer. Voltou para o acampamento e dormiu.

O anão acordou e começou a caminhar, olhou para frente e percebeu que estava chegando num pântano. Observou o mapa e constatou que estava no caminho certo. O pântano tinha um cheiro muito ruim, e isso o deixou muito enjoado e com muito medo. Ele começou a sentir muita fome, parou e assou a carne de lobisomem. Estava melhor. Continuou caminhando, porém muito devagar, com medo de encontrar alguma coisa. Parou e bebeu água. O liquido estava muito sujo mas mesmo assim ele bebeu pois a carne deixou-o com muita sede. Olhou para o céu e percebeu que estava ficando de noite. Parou e fez uma fogueira. Decidiu acampar e dormir.

Van Idenburg acordou, percebeu o quanto o pântano era grande. Começou a caminhar e de repente se deparou com uma grande casa, uma casa de ogro. No mesmo instante começou a correr mas o ogro o viu. A horrenda fera começou a correr e acabou alcançando o anão, pelo fato de ser muito maior que ele. Ele bateu com um grande pedaço de madeira na cabeça de Van, que em seguida des-maiou.

Quando acordou, percebeu que o ogro ia assá-lo. O anão correu. O monstro verde não o percebeu. Ele voltou ao acampamento e pegou seu machado. Foi para a casa do monstro, entrou e com um golpe, decepou a cabeça da fera.

Voltou a caminhar e percebeu que tinha chegado a floresta. Procurou por algo grande. Começou a correr na direção da coisa. Percebeu que era um dragão. Começou a gritar, mas o incrivelmente grande monstro deu um grito que aca-bou paralisando o anão. O dragão disse:

— Não se preocupe, eu sei oque procura. Você procura o cogumelo crescente e eu dou para você se conseguir me matar.

— Então que seja.

UMA HISTÓRIA DE UM ANÃO

Há muito tempo atrás havia um grande vilarejo de gigantes vikings. Neste vilarejo um dia, nasceu um anão, filho de dois gigantes, chamado Van Idenburg. Todos o achavam muito estranho pelo fato de serem bem maiores do que ele. O tempo passou e o anão cresceu, ficou forte e ganhou uma cicatriz no olho. Ele sempre carregava seu machado, um presente que havia ganhado de seus pais.

Van Idenburg resolveu achar algo que fizesse ele crescer e ficar do tamanho de seus pais gigantes. Perguntou a eles se sabiam algum meio de isso acontecer mas eles disseram que não. Ele resolveu procurar em algum livro de seus pais e acabou encontrando um livro chamado: “Artefatos mágicos para modificações no corpo”. Não achou nada sobre crescer, porém conseguiu observar que no livro estava escrito para ele procurar na grande floresta dos cogumelos doura-dos o maior cogumelo de todos. No livro também havia um mapa com o local marcado com um x. Resolveu que iria partir no dia seguinte. Pegou suas roupas e disse a seus pais:

— Mãe e Pai, parto para achar um meio de crescer e ficar tão grande quanto vocês. Procurei em um livro de objetos mágicos e achei meu destino.

Sua mãe ficou muito preocupada, disse para seu pai fazer alguma coisa mas ele disse apenas isso:

— Boa sorte meu filho, espero que encontre o que procura.

O filho disse:

— Adeus meus pais.

Ele pegou seu machado e saiu caminhando em direção a seu destino.

Estava no meio do caminho, mas precisamente em uma pequena colina, quando parou para acampar. Colocou seu machado de lado, estava quase dor-mindo quando ouviu um uivo. Olhou para baixo e lá estava um grande lobiso-

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Ele correu como nunca e decepou os braços do dragão. O dragão revidou cau-sando-lhe a cegueira em um dos olhos. Van correu, mas o dragão o alcançou. Ele estava pronto para matá-lo quando o anão alcançou seu macha do e cortou a língua do dragão fora. A fera urrou. Com muita coragem o anão aproveitou a distração e correu. Esperou cerca de uma hora mas o dragão continuava o pro-curando. Van tomou coragem e saiu do seu esconderijo. Correu enquanto o dra-gão estava virado e decepou sua cabeça

O dragão caiu e de seu corpo brotou um cogumelo dourado. O anão o pegou e levou contigo para sua aldeia.

A jornada foi longa, porém quando chegou comeu o cogumelo e no mesmo instante cresceu e ficou do tamanho de seus pais.

TEXTO João Pedro Grinover Borgneth ROTEIRO Giovanna Tito Nastas, João Pedro Grinover Borgneth, Vinícius Araujo da Costa, Yara Esam Hashim Hakeem

OS QUATRO PROTETORES DA TERRA

No ano de 2555, Jake, um adolescente descolado, loiro e jogador de futebol estava num dos seus piores dias. Ele tinha acabado de brigar com a sua mãe, que sempre quis que ele fosse como seu irmão, John, certinho e com boas notas na escola. Mas, ele gostava mesmo de futebol. Um dia, Jake ficou pensando que queria ser como o seu irmão. Por mais estranho que pareça, quando ele olhou para o retrato do seu irmão, ele se transformou no próprio. A partir desse dia, descobriu que tinha o poder de se transformar em quem ele quisesse.

No dia seguinte, bateram na porta da casa dele e ele atendeu a porta. Um homem negro, chamado Sagon, dizia vir de outro planeta e queria que ele fosse treinar lá com os outros três escolhidos para proteger a Terra de Tony, um vilão que tinha o poder de fazer com que as pessoas fizessem o que ele queria. Jake perguntou para o tal homem:

— Quando e como vou para o outro planeta?

— Você vai hoje mesmo. Pessoas estão sumindo ao redor do mundo e se jun-tando a Tony. Não podemos deixar isso continuar. Daqui a três horas você pe-gará suas malas e ir á para o aeroporto. De lá, uma espaçonave secreta, disfarça-da de avião, levará você a outro planeta.

Jake pensou no que ia falar para sua mãe. Nada veio a sua cabeça. Então re-solveu dizer o que dizia sempre:

— Mãe, vou jogar futebol na quadra do fim da rua. Volto em uma hora.

Jake nem deixou sua mãe responder. Pegou suas coisas e saiu.

Mais tarde, já na espaçonave, que por fora parecia mesmo um avião e por dentro tinha todos os equipamentos necessários para uma viagem interespacial, Jake conheceu Tedd, um outro “escolhido”, um adolescente forte e gordo, que adorava comer hamburguer e dormir. Na decolagem, estavam muito tensos.

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Mas, assim que a nave saiu da atmosfera, passaram a se divertir muito por causa da falta de gravidade. Depois de três dias de viagem, eles chegaram ao planeta Orto, desconhecido pelos habitantes da Terra. Assim que saíram da nave, Tedd perguntou se poderiam fazer uma “boquinha”, que queria ir a um fast food, pois já estava cheio da comida em pó servida na nave. Sagon disse que não havia tempo para isso. Que tinham que pegar o Orto taxi para ir direto para a acade-mia de treinamento de novos protetores.

Chegando na academia Jake e Tedd conheceram Jennifer, uma garota bonita que tinha o poder de cuspir fogo e voar. E também conheceram Tom, um garoto forte que tinha o poder de cuspir ácido.

— Caramba! — disse Tedd impressionado com a academia. Isso é mais mo-derno que a Doceria do Futuro em Nova York.

— É bem moderno e bonito mesmo! — disse Jake.

Depois de uma hora, se conhecendo melhor, eles começaram os treinos. Aprenderam a mexer com armas a laser e com um tipo de arco e flecha. Apren-deram a melhorar as suas técnicas. Tedd não estava gordo como quando tinha chegado em Orto, mas conseguia, com a sua força e com a agilidade que tinha aprendido na academia, dominar qualquer inimigo. Jake aprimorou o seu jeito de se transforma. Tom aprendeu a controlar o cuspe de ácido. Jennifer melhorou sua técnica de voo e conseguiu cuspir fogo mais forte.

O dia da batalha chegou. Depois de muito treino, os quatro protetores volta-ram a Terra para defende-la de seu pior inimigo, Tony. Lá, quando chegaram no hangar secreto do aeroporto, foram surpreendidos por robôs com armas pode-rosas que queriam acabar com eles. Mas, Tedd percebeu com rapidez o ataque e quebrou um robô ao meio só com um soco. Jake combinou com Tom e Jennifer que se transformaria em um deles para confundi-los, para com que eles pudes-sem atacar os inimigos. E foi isso mesmo o que aconteceu.

Mais tarde, quando chegaram na cidade, encontram - na com várias naves inimigas a procura deles pois eles sabiam dos protetores. Imediatamente, pega-ram suas armas espaciais para se proteger. Jennifer com seu poder de voo subiu o suficiente para roubar uma nave inimiga e descobrir onde Tony, o vilão, se encontrava. Ele estava no último andar do Empire State Building. Jennifer foi ao topo do prédio e ficou vigiando o vilão e a ação dos inimigos. Jake, disfarçado

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de carteiro, foi de elevador à sala onde Tony estava. Enquanto isso, Tedd e Tom destruíam o máximo de inimigos que podiam.

Foi uma longa batalha. Quando estavam para se reunir e acabar de vez com Tony, uma nave inimiga atingiu a antena do Empire State Bulding, que caiu em cima de Jennifer e ela morreu na hora. Tedd, já no prédio, recebeu um ataque surpresa de um robô a qual ele achava ter destruído mas que ainda estava vivo. Tedd morreu com um tiro de arma a laser. Tom percebeu a ação do robô e o eli-minou com o arco e flecha espacial. Jake e Tony, ficaram frente a frente numa batalha. Depois de muitos tiros de laser, os dois ficaram sem munição. Jake se transformou então em Tony, o vilão, no momento em que seu amigo Tom apa-receu. Tom teve que decidir quem iria matar com o seu poderoso cuspe de ácido. Como ele conhecia o poder de seu amigo de se transformar e não sabia quem era quem, perguntou:

— Quem ganhou a copa do mundo de futebol do ano passado?

— Brasil! — gritou Jake.

Nesse momento, Tom, sabendo quem era o seu amigo e quem era o seu inimi-go, cospiu ácido contra o verdadeiro Tony, que morreu derretido.

Depois de tudo voltar ao normal, eles saíram comemorando e recebendo um prêmio do prefeito de Nova York por salvar a cidade e um prêmio de cada país do mundo por salvar a Terra.

— Ganhamos, Jake! — disse Tom.

— Só estou triste por Jennifer e Tedd.

— Vamos fazer uma cerimônia mundial, porque sem eles não teríamos con-seguido vencer — disse Tom.

TEXTO Rafael Diogo Piesco Polifemi ROTEIRO Leonardo de Almeida Ramos Vismona, Matheus Graciano Gomes, Rafael Diogo Piesco Polifemi ILUSTRAÇÃO Leonardo de Almeida Ramos Vismona

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7º ano B

Antonio Capuzzo StoccheAron KisilevzkyFelipe Speyer CarlosFrederico de Campos BergGabriel de Oliveira XavierGuilherme Francisco Sollberger CembranelliJoão Pedro Grinover BorgnethJoão Rossi CorbettLeonardo de Almeida Ramos VismonaMateus Getlinger SantomauroMatheus Graciano GomesMathias Franch Soares LeitePaulo Egydio Martins de MoraesRafael Diogo Piesco PolifemiTéo Puliti SersonVinícius Araujo da CostaCarolina Hesketh GomesCecília Franco Cardoso da SilvaClara Souza Guimarães MarquesFrancesca Colucci RibeiroGiovanna Tito NastasIsabela Ract PousadaJúlia Keunecke Salerno Moreira de CarvalhoJúlia Nogueira PerezMarina Jordão WhittleRita Bandeira de Mello BurtiRita Tiné TorkomianSofia Pereira RodriguezYara Esam Hashim Hakeem

ProfessorasGisele AssuarDaniella Ferreira Borges Bahia

CRÉDITOS

DireçãoMaria Stella Galli Mercadante

CoordenaçãoVera Lúcia Telles Cretella Conn

Assessoria PedagógicaMárcia das Dores Leite

OrientadoraGláucia de Britto Affonso

Novembro de 2012

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