russo, rafaeldossantosramos. aplicacao dos punitive damages. emerj

Upload: marcelo-florencio

Post on 03-Apr-2018

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    1/27

    Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro

    Aplicao Efetiva dos Punitive Damages no atual Ordenamento Jurdico Brasileiro

    Rafael dos Santos Ramos Russo

    Rio de Janeiro

    2009

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    2/27

    RAFAEL DOS SANTOS RAMOS RUSSO

    Aplicao Efetiva dos Punitive Damages no atual Ordenamento Jurdico Brasileiro

    Artigo Cientfico apresentado Escola de Magistraturado Estado do Rio de Janeiro, como exigncia paraobteno do ttulo de Ps-Graduao.Orientadores: Prof. Neli Fetzner

    Prof. Nelson TavaresProf.. Mnica Arcal

    Rio de Janeiro

    2009

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    3/27

    2

    APLICAO EFETIVA DOSPUNITIVE DAMAGES NO ATUAL ORDENAMENTOJURDICO BRASILEIRO

    Rafael dos Santos Ramos Russo

    Advogado.

    Resumo: O foco deste trabalho gira em torno da fixao dos valores a ttulo de dano moral,sendo analisada a aplicao dos punitive damages no direito brasileiro. Abordar-se-o os atuaisrequisitos utilizados para quantificar o dano moral, bem como se, ainda, so eficientes bastante a

    obstaculizar as condutas lesivas dignidade da pessoa humana. Para tanto, ser abordada amoderna viso civil-constitucional da responsabilidade civil, a qual garante, no somente umaproteo legal, mas, tambm, o amparo constitucional. Passando pelo histrico e conceito doinstituto, chegar-se- ao estudo de sua real aplicao e efetividade diante do atual ordenamentojurdico brasileiro, quando ser verificado que no mais subsistem razes para que doutrina ejurisprudncia ptria deixem de abraar ospunitive damages.

    Palavras-chave: Direito Civil. Responsabilidade Civil.Dano Moral. Punitive Damages.

    Sumrio: Introduo; 1. Da Responsabilidade Civil; 2. Dano moral sob a atual viso civil-constitucional; 3. Punitive ou Exemplary Damages; 3.1. Breve Histrico; 3.2. Conceito eFinalidade; 3.3. Avaliao e Quantificao do Dano; 3.4. Aplicao efetiva dos punitivedamages; 4. Punitive damages e o dano social; 5. Concluso; Referncias.

    INTRODUO

    O tema abordado neste trabalho gravita na rbita da possibilidade de aplicao da teoria

    dos punitive damages no direito brasileiro, devendo, assim, necessariamente abordar o carter

    punitivo-pedaggico do dano moral, o qual se encontra estreitamente ligado ao campo da

    responsabilidade civil.

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    4/27

    3

    Inicialmente, cumpre registrar a incidncia da responsabilidade civil nas relaes entres

    os homens que compem a sociedade, vindo a surgir, principalmente, para delimitar os anseios

    situados na subjetividade de cada indivduo formador do grupo em que vive. Com isso, cria-se o

    instituto do dano material e, posteriormente, do dano moral, para uma melhor regulamentao do

    comportamento humano. Dentre esses, so criados outros inmeros ramos, cada vez mais

    especficos, norteadores da atividade humana. Ademais, a anlise ser realizada sob a moderna

    viso civil-constitucional que acompanha a responsabilidade civil.

    O dano material se atm, a rigor, s questes patrimoniais, tendo como principal

    finalidade impor regras s relaes de cunho, normalmente, patrimonial.

    O instituto do dano moral, por sua vez, tradicionalmente apresenta natureza jurdica

    dplice, ou melhor, uma dupla finalidade, tendo em vista que, ao mesmo tempo em que deve

    atuar de forma pedaggica perante o autor do evento danoso, deve ainda compensar o lesado.

    Uma de suas finalidades se traduz na compensao daquele dano suportado, sendo

    apenas uma forma de minimizar o sofrimento, a perda, dor de algum em face quela conduta

    lesiva. Importante salientar que no h, diante do ordenamento jurdico ptrio, como quantificar

    com exatido o dano moral, j que este circula sempre na rbita subjetiva do autor.

    Ressalta-se que, no direito brasileiro, o dano moral observa, a princpio, alguns critrios

    criados pela doutrina e jurisprudncia, quais sejam: reprovabilidade da conduta ilcita;

    intensidade e durao do sofrimento experimentado pela vtima; capacidade econmica do

    causador do dano; e, por fim, as condies sociais do ofendido. Por outro lado, a jurisprudncia e

    doutrina traam novos parmetros fixao do valor estipulado a ttulo de dano moral.

    Todavia, modernamente, surge uma terceira funo do dano moral, que a punitiva,

    tendo por finalidade desestimular a prtica reiterada da conduta danosa. Assim, face do dano

    moral tem, por fim, sancionar aquela que gerou o dano, diminuindo, portanto, seu patrimnio

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    5/27

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    6/27

    5

    em que o dano ocorreu, como um dano social consumidores ensejaria a aplicao dospunitive

    damages, na qual o valor seria convertido no parte lesada, mas sim quele fundo. Passo

    contnuo, abordar-se- a aplicao indenizao punitiva diante da ocorrncia do dano social.

    Resta saber assim, se h possibilidade de ser aplicada esta teoria diante do atual

    ordenamento jurdico brasileiro, bem como quais seriam os limites dos valores aplicados como

    multa. A contrario sensu, abordaria a ineficcia da quantia fixada a ttulo de dano moral

    atualmente aplicado pela jurisprudncia, a qual no contm um carter desestimulante, nem

    tampouco sancionatrio, tal como deveria, chegando, s vezes, ser um fator motivador empresa

    dar continuidade aos atos lesivos praticados costumeiramente.

    1.DARESPONSABILIDADECIVIL

    Inicialmente, antes de adentrar no cerne da questo objetiva do presente trabalho, h que

    se passar, ainda que brevemente, por noes gerais da Responsabilidade Civil, bero ao qual

    repousa o dano moral e, por consequncia, a teoria do valor do desestmulo ou punitive damages.

    O primeiro expressamente positivado no artigo 186 do Cdigo Civil, definido como

    aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar

    dano a outrem, ainda que exclusivamente moral e, ainda, comete ato ilcito o titular de um

    direito que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econmico ou

    social, pela boa-f ou pelos bons costumes.O artigo 927 do atual Cdigo Civil aponta a responsabilidade civil como decorrncia do

    artigo supracitado ao dispor aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    7/27

    6

    fica obrigado a repar-lo. Diante da conjugao dos artigos ento expostos, artigo 186 e 927,

    ambos do Cdigo Civil, a concluso no destoa da afirmativa que, em regra, a prtica do ato

    ilcito tem como consequncia o surgimento da obrigao de indenizar, importando registrar que,

    diante de eventuais excees, haver o dever de reparao, mesma quando da prtica de um ato

    lcito.

    A bem da verdade, muito embora a doutrina apresente diversas classificaes que se

    perfazem nos contornos da responsabilidade civil, o presente trabalho, em breve explanao,

    atentar mormente aquela de cunho subjetivo, onde h campo de discusso da culpa, lato sensu,

    se contrapondo, assim, a objetiva, quando h responsabilizao sem os debates em torno daquela.

    Desse modo, com o fito de retratar o panorama geral da responsabilidade civil subjetiva

    em poucas linhas, cumpre trazer baila os pressupostos frequentemente traados pela doutrina,

    identificando-os no artigo 186 do Cdigo Civilista, como a conduta culposa do agente, nexo

    causal e dano.

    Consoante descrito no artigo 927 do Cdigo Civil, quando algum culposamente violar

    direito de outrem lhe causando dano, cometer ato ilcito e, por consequncia, dever indeniz-la.

    Ressalta-se que a expresso culpa, neste mbito, empregada no sentido lato, ou seja, na

    dimenso de sua amplitude, abrangendo tanto o dolo quanto a culpa stricto sensu.

    Nas lies de CAVALIERI FILHO (2008, p. 18), encontra-se conceituada a violao de

    direito ao asseverar que deve-se entender todo e qualquer direito subjetivo, no s os relativos,

    que se fazem mais presentes no campo da responsabilidade contratual, mas tambm e

    principalmente os absolutos, reais e personalssimos, nestes includos o direito vida, sade,

    liberdade, honra, intimidade, ao nome e imagem.

    Percebe-se que, com o advento da Constituio Federal de 1988 e, posteriormente, com

    o auxlio do Cdigo Civil de 2002, o foco de proteo do lesado se d no mais somente quanto

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    8/27

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    9/27

    8

    O dano moral atualmente visto, primariamente, como decorrncia da violao do

    postulado da dignidade da pessoa humana, uma vez que modernamente a doutrina aponta para

    uma viso civil-constitucional do instituto.

    ROSENVALD (2005) bem salienta a disseminao dos princpios e postulados

    constitucionais por todo o sistema, sendo certo que as regras de direito civil devero ser

    interpretadas conforme a Constituio, com a finalidade de preservar o princpio da unidade do

    ordenamento.

    Assim, como forma de concretizar uma proteo, ainda maior, do referido preceito, a

    doutrina cita como principal instrumento a denominada clusula geral de tutela da pessoa, que,

    por sua vez, decorre daquele balizativo, possibilitando o frequente dilogo do cdigo civilista

    com a Constituio da Repblica de 1988.

    Desta forma, cumpre ressaltar que, em se tratando de situaes jurdicas subjetivas no

    patrimoniais, a tutela ser sempre do valor da pessoa, motivo pelo qual no h como aferir e taxar

    quais seriam os interesses passveis de uma predisposio legal, ou seja, em se tratando de valor

    humano, este ilimitado, sempre direcionado a um dos fundamentos da Constituio Federal de

    1988, o qual se define na dignidade da pessoa humana, expressamente previsto no inciso III, do

    artigo 1, do texto constitucional.

    Neste mesmo sentido, MORAES (2003), manifesta seu entendimento sustentando que

    sempre quando relao de cunho particular apresentar um conflito entre uma situao jurdica

    subjetiva existencial e uma situao jurdica patrimonial, a primeira dever prevalecer,

    preservando, desta forma, o postulado constitucional da dignidade da pessoa humana como o

    norte do sistema.

    A contrario sensu, pode-se afirmar que o dano moral ou extrapatrimonial nasce da

    violao do direito dignidade da pessoa humana, definida em sentido amplo, ou seja, existir

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    10/27

    9

    sempre que alcanado um de seus pressupostos, sumariamente definidos como liberdade,

    igualdade, integridade psicofsica e solidariedade. Por consequncia, antes de se chegar

    concluso exposta, deve ser mencionado o natural alargamento do conceito de nexo causal, sob

    pena de no atingir a finalidade que o Constituinte pretendia quando da promulgao da magna

    Carta.

    Contudo, ressalta-se a no configurao do dano moral quando se tratar de mero

    aborrecimento, dissabor ou irritao, ou seja, a dignidade humana no for propriamente atingida,

    pois certos fatos fazem parte do dia a dia da sociedade, sob pena de banalizao do dano moral,

    se assim no fosse entendido.

    Cumpre mencionar que a doutrina, em sua grande maioria, classifica o dano moral, de

    forma no exaustiva, em sete categorias, no que diz respeito origem do dano, a saber: causados

    ao crdito de uma pessoa, criando, consequentemente, dificuldades para a realizao de negcios

    jurdicos bilaterais de natureza civil ou de natureza comercial; causados honra de qualquer ser

    humano; causados aos direitos de personalidade do ser humano; causados moral e aos bons

    costumes a serem cumpridos pelos cidados em sociedade; causados ao ser humano com

    repercusso na sua vida social e profissional; de natureza esttica; e morais ao meio ambiente.

    Assim, muito embora o entendimento doutrinrio dominante aponte a classificao em

    sete categorias, esta jamais poderia se dar de forma taxativa, tendo em vista que a evoluo

    acelerada da sociedade no permite ao legislador a astcia de acompanhar o dinmico conceito de

    dignidade da pessoa humana, sendo frequentemente alvo de ilao do seu alcance.

    3.PUNITIVEDAMAGESOUEXEMPLARYDAMAGES

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    11/27

    10

    3.1.BREVEHISTRICO

    A teoria dos punitive damages ou exemplary damages, atualmente denominada pela

    doutrina ptria, teoria do valor do desestmulo ou indenizao punitiva, encontra origem em

    Roma e, posteriormente, no sculo XVIII, adentra as terras do Reino Unido, porm ganha

    notoriedade e reiterada aplicao no direito norte-americano, no sistema da Common Law. Na

    atualidade, tem espao conquistado em grande parte do continente europeu, em especial na

    Frana, Itlia e Portugal.

    Ainda no referido sculo, quando ospunitive damages foram exportados para os Estados

    Unidos da Amrica, h registro do primeiro episdio que oportunizou sua aplicao, intitulado

    como caso Genay versus Norris, o qual teve como desfecho a aplicao dos exemplary damages.

    Em 1784, aquele ltimo ofereceu um drinque ao rival, propondo uma suposta reconciliao.

    Todavia, por detrs da encorpada taa de vinho que ilustrava uma aparente situao amistosa,

    maquiavelicamente inseriu, de forma sorrateira, alta dose de toxina capaz de gerar inflamao nos

    tecidos humanos, o que se traduziu em fortes dores em seu desafeto.

    A Suprema Corte da Carolina do Sul (EUA) entendeu que, no emblemtico caso, as

    dores extremas provocadas vtima pela malcia do mdico mereciam, naquelas circunstncias,

    uma punio exemplar (Disponvel em: . Acesso em: 13 set. 2009).

    Posteriormente, outros casos fizeram parte da histria evolutiva da teoria dos punitive

    damages, o que trouxe um refinamento em sua aplicao, como forma de no banalizar sua

    incidncia, nem tampouco dar azo a um enriquecimento sem causa por parte dos demandantes.

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    12/27

    11

    Um dos principais marcos, seno o principal leading case, ocorreu quando a Corte

    Americana se deparou com o caso Grimshaw vs. Ford Motor Company.

    O notrio caso, tambm apelidado de Pinto Case ou exploding Pinto, tem incio quando,

    em meados do ms de maio de 1968, a Ford Motor Company, decidiu introduzir um novo carro

    no cenrio automobilstico, denominado Ford Pinto.

    O intuito do projeto era criar um conforto interno maior e, com isso, posicionaram o

    tanque de combustvel situado atrs do eixo traseiro, ao invs de acima. O problema com esse

    projeto se tornou evidente, tendo em vista que o Pinto se tornou vulnervel a uma coliso

    traseira. Essa vulnerabilidade foi reforada por outros fatores, como a distncia entre o tanque de

    gasolina e o eixo traseiro, separados por apenas nove polegadas, tanto quanto o posicionamento

    dos parafusos, que ameaavam o compartimento de combustvel. Ademais, a mangueira que

    alimentava tanque de gasolina continha grande probabilidade de se romper diante da ocorrncia

    de eventual acidente, provocando o derramamento de combustvel, aumentando, assim, a chance

    da ocorrncia de um fatdico incndio. Devido a essas inmeras falhas de projeto, surgia a

    polmica em torno do Ford Pinto.

    Em maio 1972, Lily Gray acompanhada de Richard Grimshaw viajavam em um Ford

    Pinto, quando um outro carro colidiu em sua traseira. O impacto provocou um incndio no Pinto,

    ocasionando a morte deLily Gray, bem como srios ferimentos emRichard Grimshaw.

    Durante o processo, foi apurado que esses fatos eram de conhecimento da empresa

    condenada, a qual tinha encomendado um estudo para analisar o problema e apurar o montante

    que seria necessrio despender para resolv-lo. Porm, a Ford no o solucionou, mantendo o

    design original e, por consequncia, comercializando-o. Posteriormente, semelhantes casos

    surgiram, sendo estimado um nmero final de aproximadamente 500 bitos decorrentes da falha

    de produo do automvel. Como justificativa, alegou que o custo-benefcio de no adequar o

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    13/27

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    14/27

    13

    O instituto, ora abordado, tem por finalidade, alm de analisar a pretenso autoral,

    exercer uma funo em prol do interesse pblico e social, aplicando uma punio de grande

    monte pecunirio, com o intuito de desestimular o agressor a cometer outra vez aquele mesmo

    ato lesivo que antigamente havia realizado, servindo de exemplo tal punio a toda sociedade, o

    que a jurisprudncia aliengena convencionou denominar de punitive damages, tambm

    chamados exemplary damages, vindictive damages ou smart money.

    ANDRADE (2006, p. 195) diferencia de forma tcnica e conclusiva ospunitive damages

    dos compensatory damages ao afirmar que aqueles constituem uma soma de valor varivel,

    estabelecida em separado dos compensatory damages, quando o dano decorrncia de um

    comportamento lesivo marcado por grave negligncia, malcia ou opresso. Acrescenta-se,

    ainda, que estes so definidos como uma compensao em valores das perdas e danos

    comprovados, enquanto os exemplary damages so uma adio indenizao compensatria

    quando o ofensor agiu com negligncia malcia ou dolo.

    MARTINS-COSTA (2005, p. 31), por sua vez, tambm distingue os institutos acima

    mencionados, definindo a indenizao punitiva como um valor fixado expressivamente alm

    daquele suficiente a compensar o dano, atingindo, assim, um primeiro objetivo, de cunho

    punitivo, bem como traduz uma segunda funo, de aspecto preventivo, desenhada na

    exemplaridade da pena aplicada. Os compensatory damages, ao contrrio, no desempenham

    esse duplo papel, pois o valor fixado a ttulo indenizatrio se limita a ressarcir o prejuzo.

    Ressalta-se que a traduo do referido instituto quando ao p da letra tem o significado

    de danos punitivos; entretanto, ao ser incorporada no ordenamento jurdico brasileiro teve sua

    nomenclatura alterada pela doutrina ptria, denominando-a indenizao punitiva ou, ainda, teoria

    do Valor do Desestmulo, a qual se encontra intimamente atrelada ao dano moral.

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    15/27

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    16/27

    15

    Dispe o artigo 944 do Cdigo Civil que a indenizao ser mensurada pela extenso do

    dano, aclamando o princpio da restitutio in integrum, o qual se define como o dever de reparar

    integralmente o dano ocasionado, fazendo com que a vtima retorne ao status que se encontrava

    antes de amargar aquele malefcio.

    No entanto, conforme expressamente previsto no artigo 947 daquele diploma legal, ter-

    se- a reparao por equivalncia ou compensao, que ocorrer sempre diante da

    impossibilidade da reparao in natura.

    Com efeito, em se tratando de dano moral, impossvel ser sua reparao naqueles

    moldes, uma vez que no h como mensurar com exatido a profundidade da leso dignidade

    humana, nem tampouco quantificar os bens que a integram. Desse modo, a indenizao dos danos

    extrapatrimoniais somente poderia se dar como satisfao, ou seja, a entrega de determinada

    monta em pecnia ao lesado teria o condo de aliviar ou amenizar o abalo a sua moral.

    Como principal baliza de quantificao do dano moral aponta-se a vedao do

    enriquecimento ilcito, isto , o quantum debeatur da indenizao no poder se dar com

    inobservncia da equidade, razoabilidade e proporcionalidade, sob pena de estar gerando um

    enriquecimento indevido ao lesado.

    Nesse vis, ensina CAVALIERI FILHO (2008, p. 93) que ao arbitrar o valor do dano

    moral, dever o magistrado fixar quantia de acordo com seu prudente arbtrio , desde que seja

    compatvel com a reprovabilidade da conduta ilcita, a intensidade e durao do sofrimento

    experimentado pela vtima, a capacidade econmica do causador do dano, as condies sociais do

    ofendido, e outras circunstncias mais que se fizessem presentes.

    Dando continuidade ao raciocnio, conclui no vislumbrar que uma indenizao pelo

    dano moral possa ser superior quilo que a vtima ganharia durante toda a sua vida.

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    17/27

    16

    Em contrapartida, buscando maior efetividade ao carter punitivo-pegadgico, NUNES

    e CALDEIRA (1999), trazem novos critrios utilizados pela jurisprudncia para quantificar o

    dano moral, sendo eles: a natureza especfica da ofensa sofrida; intensidade real, concreta, efetiva

    do sofrimento do ofendido; repercusso da ofensa no meio social em que vive o ofendido;

    existncia de dolo por parte do ofensor na prtica do ato dano e o grau de sua culpa; situao

    econmica do ofensor; posio social do ofendido; capacidade e possibilidade real e efetiva de o

    ofensor voltar a praticar e vir a ser responsabilizado pelo mesmo fato danoso; prtica anterior do

    ofensor relativa ao mesmo fato danoso, ou seja, se ele j cometeu a mesma falha; prticas

    atenuantes realizadas pelo ofensor com vistas a diminuir a dor do ofendido.

    Dentre os critrios mencionados, destaque para os trs ltimos, os quais buscam

    verificar se houve emprego de desmedidos esforos com a finalidade de no gerar ou evitar que

    se repita a conduta lesiva, isto , giram em torno da postura do ofensor, tanto adotada antes da

    ocorrncia lesiva, atuando de forma preventiva, quanto a conduta posterior, evitando que a

    mesma volta a ocorrer.

    3.4. APLICAO EFETIVA DOS PUNITIVE DAMAGES

    Atualmente, a aplicao dospunitive damages se d em praticamente todo territrio dos

    EUA, salvo raras excees como ocorre nos Estados de Louisiana, Massachusetts, Nebraska,

    Washington e New Hampshire. No obstante, muitas das legislaes estaduais limitam o valor

    dospunitive damages, como, por exemplo, ocorre no Alabama, Colorado e em New Jersey.

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    18/27

    17

    MARTINS-COSTA (2005) salienta que nos Estados Unidos cabe ao jri fixar os

    exemplary damages, motivo pelo qual levou a Suprema Corte, visando evitar eventuais exageros,

    apontar trs diretrizes para fixao da indenizao punitiva, sendo eles: o grau de reprovabilidade

    da conduta do ru; a desproporcionalidade entre o dano causado e o valor arbitrado a ttulo de

    punitive damages; similaridade entre as multas civis autorizadas ou impostas em semelhantes

    casos e ospunitive damages arbitrados pelo jri.

    Ainda nesse pas, diversas so as espcies de damages ou substantial damages, os quais

    no se confundem com o instituto abordado neste trabalho, podendo citar as seguintes espcies:

    compensatory damages ou actual damages; nominal damages; general damages ou direct

    damages; special damages; e, por fim, os multiple damages.

    A doutrina norte-americana, a rigor, geralmente utiliza o instituto de maneira larga,

    sendo, porm, frequentemente aplicada quando h: responsabilidade pelo fato do produto,

    product liability; difamao, defamation; erro mdico, medical malpractice; acidentes de trnsito,

    transportation injuries; responsabilidade de profissionais em geral, liability of the Professional;

    fraude, fraudou misrepresentation; invaso de privacidade, invasion of privacy; assdio sexual,

    sexual harasment, dentre outros inmeros ilcitos intencionais, intentional torts.

    Outros ordenamentos jurdicos aliengenas tambm admitem e aplicam os exemplary

    damages como ocorre na Inglaterra, Irlanda, Austrlia, Nova Zelndia, Canad, bem como

    praticamente em todos os pases que adotam o sistema da commom law.

    Em terras nacionais, sua aplicao ainda tmida, sendo por muitas vezes rechaadas

    pela doutrina e jurisprudncia. Na verdade, para que possa vir a ser corretamente aplicado, dever

    ser compatibilizado com o princpio da vedao do enriquecimento sem causa, o que por parte da

    jurisprudncia visto como bice absoluto ao instituto, tendo em vista que inviabilizam a sua

    incidncia de maneira radical, utilizando como escopo o artigo 884 do Cdigo Civil.

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    19/27

    18

    No direito civil brasileiro, no h entendimento consolidado das Cortes Superiores

    acerca da aplicao efetiva dos punitive damages. Entretanto, considervel parte da doutrina

    entende que a defesa da indenizao punitiva seria equivocada, principalmente, por trs razes.

    Um primeiro argumento, bastante frgil, se funda diante da hiptese de uma condenao

    penal, na qual seja fixado um valor de dano compensatrio, seguida de uma condenao no juzo

    cvel, onde se arbitra um segundo valor em carter punitivo, a qual caracterizaria bis in idem, pois

    o ofendido j teve sua condenao esgotada no juzo penal.

    Como contra argumento, diz-se que a tendncia do direito penal contemporneo a

    ultima ratio, ou seja, s age em casos extremos. Assim, quando as situaes so de baixo

    interesse penal, essa punio transferida para o direito civil. Ento, hoje raramente pode-se falar

    em uma incidncia conjunta de direito penal e civil. Ademais, a pena do direito penal no tem o

    mesmo carter ontolgico daquela aplicada na seara civil, visto que aquela pretende punir por um

    aspecto de reprimenda, enquanto para o cdigo civilista, a pena significa apenas um aspecto

    inibitrio, preventivo, de desestmulo a outras condutas que esta pessoa poderia praticar.

    Outro ponto no qual a doutrina se baseia para negar a aplicao dospunitive damages se

    encontra na ausncia de previso legal do instituto, arguindo que no poderia aplicar-se uma pena

    no direito civil se no existe dispositivo prevendo o dano punitivo. Alm disso, no direito

    brasileiro vigora o brocardo nullum crimen, nulla poena sine lege, isso , s sepode aplicar pena,

    se prevista em lei.

    Todavia, esse argumento cai por terra, tendo em vista que, em se tratando de fixao de

    reparao por dano moral, no h necessidade de expressa disposio legal, pois essa somente

    exigida quando a pena tiver sua natureza de restrio da liberdade. Salienta-se, neste ponto, que o

    direito penal limita seu campo de atuao s ofensas mais graves ordem social, por fora do

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    20/27

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    21/27

    20

    necessariamente o Ministrio Pblico e representantes da comunidade, sendo seus recursos

    destinados reconstituio dos bens lesados. Como possvel observar que, em se tratando de

    danos transindividuais, a multa aplicada ser mantida em um fundo pblico, isto , o valor da

    punio aplicada ter como destinatrio a coletividade.

    Essa tem sido a orientao de alguns estados norte-americanos, como ocorre na Flrida,

    Iowa e Missouri, onde estabelecem que determinada parte dos valores fixados a ttulo depunitive

    damages ser reservada ao respectivo fundo estadual.

    Logo, verifica-se que no mais subsistem razes suficientes a afastar a aplicao dos

    exemplary damages em terras tupiniquins, ao contrrio, deve a teoria ser abraada pela doutrina e

    jurisprudncia para atender as novas perspectivas e finalidades da responsabilidade civil,

    franqueando, assim, a nova viso civil-constitucional do direito brasileiro. Por essa razo,

    MARTINS-COSTA (2005) fala numa progressiva aceitao dospunitive damages pela doutrina e

    jurisprudncia ptria.

    Por outro lado, poder a indenizao punitiva servir de instrumento protetivo aos que se

    encontram em relao de inferioridade, na qual se insere, como regra, os consumidores,

    trabalhadores assalariados, dentre outros vulnerveis.

    Necessrio se faz mencionar os pressupostos dos punitive damages, os quais se

    desenham pouco alm daqueles da responsabilidade civil, isto , a conduta, o dano, nexo de

    causalidade, o dano moral decorrente da violao de algum direito inerente a dignidade da pessoa

    humana, obteno de lucro com o ilcito e, por fim, a culpa grave do ofensor ou, mesmo, o dolo.

    Nesse vis, desenha-se a indenizao punitiva quando, presentes os pressupostos da

    responsabilidade civil, se somam certas peculiaridades como a inteno lesiva de praticar o ato

    ilcito ou, ainda, quando este ocorre com desprezo ou indiferena pelo direito alheio, em especial,

    aqueles inerentes pessoa humana.

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    22/27

    21

    Por outro lado, no estaria caracterizada a hiptese capaz de incidir a pena civil quando

    o dano decorresse de culpa leve, sob pena de banalizar o instituto, sendo certo que, nesse caso, a

    desproporcionalidade estaria patente, violando a base primordial de qualquer sano.

    Dentre as j mencionadas finalidades do instituto ora abordado, cumpre destacar a de

    face social, qual seja, a de obstar a denominada indstria do dano moral. Assim, alm de evitar a

    enxurrada de aes que atualmente emperram o maquinrio judicial, tambm tem por funo

    repelir as constantes pretenses ajuizadas, principalmente por consumidores, nas quais, em sua

    maioria das vezes, buscam a indenizao por dano moral, o que gera uma indstria desse, sendo,

    at mesmo, rotina para grande parte dos brasileiros.

    Porm, as altas Cortes nacionais tm rechaado veementemente a aplicao da

    indenizao punitiva, servindo o princpio da vedao do enriquecimento sem causa como

    principal fundamento para sua negao.

    A jurisprudncia fluminense, contudo, vem adotando, ainda que de forma tmida e

    prematura, a aplicao dos punitive damages. O desembargador SILVA (2009), costumeiro

    utilizador do instituto no tribunal carioca, realiza uma abordagem diversa da viso ora trabalhada,

    uma vez que invoca o instituto em seus julgados, mas no lhe d a conotao desejada, ao passo

    que os valores fixados a ttulo depunitive damages ainda no alcanam patamares suficientes a

    dar o verdadeiro carter desestimulador.

    4. PUNITIVE DAMAGESE O DANO SOCIAL

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    23/27

    22

    Muito embora a doutrina traga argumentos, ainda que frgeis, para afastar a aplicao da

    indenizao punitiva, esses no mais se manteriam diante da tese criada por JUNQUEIRA (2004,

    p. 214-215), ao conectar as quantias aplicadas a ttulo desestmulo com uma nova espcie de

    dano, denominado dano social. Assevera que um ato, se doloso ou gravemente culposo, ou se

    negativamente exemplar, no lesivo somente ao patrimnio material ou moral da vtima mas

    sim, atinge a toda a sociedade, num rebaixamento imediato do nvel de vida da populao, causa

    dano social.

    O citado autor defende expressamente o agravamento da indenizao a ttulo de

    desestmulo, atingindo tanto um fato pretrito, com a devida punio, bem como um

    comportamento futuro, atuando como forma de preveno, quando o Poder Judicirio estiver

    diante de um dano social. Na verdade, noutras palavras, nada mais seria que a aplicao dos

    punitive damages aplicados a esse novo tipo de dano.

    Como exemplo, uma empresa area que comumente faz uso do chamado overbooking

    no ter uma sano com carter punitivo e suficientemente desestimulante, caso venha a ser

    condenada em sede de ao indenizatria movida pela vtima, tendo em vista que, seguindo a

    atual linha adotada pela jurisprudncia nacional, o valor seria insignificante perante o robusto

    patrimnio da empresa. Esta, por sua vez, optar em manter a conduta ilcita e pagar eventuais

    indenizaes, pois caso contrrio, ao tentar adequar sua conduta ao sistema legal, despender alta

    monta pecuniria, jamais alcanada por aqueles valores ocasionalmente pagos.

    Assim, os corriqueiros atos, frequentemente, praticados por pessoas jurdicas devem ser

    combatidos, sendo inclusive uma maneira encontrada para enxugar o judicirio, atualmente

    sobrecarregado de aes preenchidas em seu polo passivo por aquelas empresas que por costume

    desprezam a dignidade da pessoa humana de considervel parcela da sociedade em detrimento de

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    24/27

    23

    interesse econmico prprio mediante a prtica de condutas corriqueiras que causam mal estar

    social.

    REIS (2003, p. 48) salienta que, modernamente, a indenizao no mais restrita ao

    interesse particular da vtima, mas sim de toda sociedade, qual tem interesse ainda maior no

    restabelecimento do equilbrio social. Nesse sentido, destaca que atrs do ofendido se encontra

    um conjunto de regras e pessoas interessadas no equacionamento dos delitos, que ferem a sua

    estabilidade e contribuem para o desequilbrio da ordem.

    No quadro de fornecedores de produtos e servios mais acionados nos Juizados

    Especiais Cveis, de longa data, algumas empresas ocupam as primeiras colocaes no ranking

    divulgado no site do Tribunal de Justia do Estado do Rio de Janeiro, sendo certo que, na grande

    maioria das vezes, h apenas modificao em relao ao polo ativo, permanecendo intacto o polo

    passivo, bem como a causa de pedir. Assim, verificam-se os frequentadores do topo daquele rol

    no exemplar.

    Dessa forma, se no houver motivos suficientes a bancar o afastamento da aplicao do

    instituto na seara individual, muito menos existiro para afast-los quando da ocorrncia do dano

    social. Logo, no h como a doutrina e jurisprudncia no abraarem a teoria abordada no

    presente trabalho, tendo em vista que a linearidade do princpio da reparao na sociedade atual,

    no mais comporta a eficincia inicial em obstar um comportamento danoso sociedade.

    5. CONCLUSO

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    25/27

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    26/27

    25

    Dessa forma, parcela da doutrina, principalmente a aliengena, utiliza da aplicao dos

    punitive damages para combater as mazelas que acompanham a evoluo da sociedade. Essas,

    no somente podem, como devem, ser introduzidas por completo no ordenamento jurdico

    brasileiro, servindo de instrumento reestruturador da paz social, atualmente rompida em face a

    sua corriqueira violao.

    Sob outro aspecto, o Judicirio se viria livre das aes repetitrias, nas quais, a rigor,

    somente se alteram o polo passivo da relao jurdica, abrindo espao para que as demais causas,

    no solucionadas pelos exemplary damages, pudessem vir a ser apreciadas e solucionadas em

    tempo, de fato, razovel.

    Nesse contexto, a concluso desemboca na lucidez que a candura no ser incorporada,

    num piscar de olhos, nas atuaes maliciosas e contnuas dos agentes manejadores de ilcitos

    que, na busca incessante de um enriquecimento veloz, atropelam a sociedade, sendo certo que o

    freio para tais condutas desenha-se nospunitive damages.

    REFERNCIAS

    ANDRADE, Andr Gustavo Corra.Dano moral e a indenizao punitiva: ospunitive damagesna experincia do common law e na perspectiva do Direito brasileiro. Rio de Janeiro: Forense,2006.

    AZEVEDO, Antonio Junqueira de. Por uma nova categoria de dano na responsabilidade civil: odano social.Revista Trimestral de Direito Civil. Rio de Janeiro, v. 5 , n.19, p. 211-218, jul./set.2004.

  • 7/28/2019 Russo, RafaeldosSantosRamos. Aplicacao Dos Punitive Damages. EMERJ

    27/27

    26

    BRASIL. Tribunal de Justia do Estado do Rio de Janeiro. Consulta s Empresas MaisAcionadas. Disponvel em: . Acesso em: 03 dez. 2009.

    BRASIL. Tribunal de Justia do Estado do Rio de Janeiro. Apelao n. 2009.001.55290. Relator:Des. Ricardo de Abreu e Silva. Publicado no DO de 07.12.09.

    CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de responsabilidade civil. 8. ed. So Paulo: Atlas, 2008.

    CELINA BODIN DE MORAES, Maria. Danos Pessoa Humana: Uma Leitura Civil-Constitucional dos Danos Morais. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.

    FURNISS, Jerry; et al. Punitive damages:courts set limits to restore fair play. Disponvel em:. Acesso em: 13 set. 2009.

    LEGGETT, Christopher. The Ford Pinto Case: The valuation of life as it applies to thenegligence-efficiency argument. Disponvel em: . Acesso em: 16 set. 2009.

    MARTINS-COSTA, Judith; PARGENDLER, Mariana Souza. Usos e abusos da funo punitiva(punitive damages e o direito brasileiro). Revista da AJURIS. Porto Alegre, v. 32 , n.100, p.

    229-262, dez. 2005.

    NUNES, Luiz A. Rizzatto; CALDEIRA, Mirella DAngelo. O Dano moral e sua interpretaojurisprudencial. So Paulo: Saraiva, 1999.

    REIS, Clayton.Avaliao do dano moral. Rio de Janeiro: Forense, 2002.REIS, Clayton. Os novos rumos da indenizao do dano moral. Rio de Janeiro: Forense, 2003.

    ROSENVALD, Nelson.Dignidade humana e boa-f no cdigo civil. So Paulo: Saraiva, 2005.