Rui CostaGovernador do Estado

Jerônimo Rodrigues SouzaSecretário de Desenvolvimento Rural

Ivan Leite FontesChefe de Gabinete

Wilson DiasDiretor Executivo CAR

Marcelo Vieira Matos da PazSuperintendente de Agricultura Familiar – SDR

Renata RossiSuperintendente de Políticas Territoriais e Reforma Agrária – SDR

Ariosvaldo José de SouzaCoordenador Executivo – SDR

Elionaldo de Faro TelesSuperintendente de Assistência Técnica e Extensão Rural – SDR

Orlando Peixoto FilhoCoordenador Executivo de Pesquisa e Extensão – SDR

Fotos: acervo CAR, Aurelino Xavier, Secom

Plano Safra da AgriculturaFamiliar 2015/2016

Alimentos Saudáveis para a Bahia

Seguindo a mesma estratégia federal, o Governo da Bahia apresenta o seu planejamento para apoiar a Agricultura Familiar no Estado, para o período de julho de 2015 a junho de 2016, incorporando investimentos para potencializar os resultados e estabelecendo metas e recursos para o recorte territorial e estadual.

Ao todo, a pretensão é investir R$ 2,7 bilhões, através dos diversos programas, sejam aqueles originados e gerenciados pela União, com contrapartida financeira e de execução estadual, sejam aqueles concebidos e operacionalizados pelo Governo do Estado, em estreita sintonia com o Plano Nacional.

EIXO ESTRATÉGICO GOVERNO FEDERAL GOVERNO ESTADUAL TOTALReforma agrária e regularização fundiária 83.900.000,00 14.300.000,00 98.200.000.00

Assistência técnica e extensão rural 60.000.000,00 140.000.000,00 200.000.000,00Fomento à produção 1.554.180.000,00 148.800.000,00 1.702.980.000,00

Agroindustrialização e acesso aos mercados 174.000.000,00 60.000.000,00 234.000.000,00Convivência com o Semiárido 398.000.000,00 67.800.000,00 465.800.000,00

TOTAL 2.270.080.000,00 430.900.000,00 2.700.980.000,00

I – REFORMA AGRÁRIA EREGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

A Bahia é o segundo Estado do Brasil com maior número de assentamentos rurais e de assentados. Através das ações do MDA/INCRA, são 674 assentamentos, nos 27 Territórios de Identidade, agregando 45.932 famílias assentadas pelo Programa Nacional de Reforma Agrária, e através de par-ceria da Secretaria de Reordenamento Agrário (SRA), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), são 9.998 famílias beneficiadas distribuídas em 329 assentamentos através dos Programas Cédula da Terra e Programa Nacio-nal de Crédito Fundiário. O grande desafio para o Plano Safra 2015–2016 é dotar todos os assentamentos das condições essenciais para dinamizar a produção e a produtividade das famílias

assentadas que se traduz pelo parcelamento definitivo dos lotes, pela regularização ambiental e pelo Plano de Desenvol-vimento do Assentamento. Com estes requisitos atendidos, as famílias assentadas podem receber a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e acessar os recursos para inves-timento nas propriedades (até R$ 25 mil com juros de 0,5% ao ano e bônus de adimplência de 43% para pagamento das parcelas em dias, com até 10 anos para pagar e 3 anos de carência) e para custeio (até R$ 7, 5 mil por safra, com juros de 1,5% ao ano e até 2 anos para pagar). Além disso, as famílias beneficiárias do PNRA têm direito ao Crédito Instalação que consiste nas modalidades Apoio Inicial I (R$ 2.400,00), Apoio Inicial II (R$ 2.800,00), Fomento (até R$ 6.400,00) e Fomento Mulher (R$ 3.000,00).

Por esta razão, a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) vai executar R$ 37,6 milhões, dos quais R$ 33 mi-lhões serão aplicados pelo MDA/INCRA e R$ 4,6 milhões serão aplicados como contrapartida pelo Governo do Estado, a partir da reestruturação da parceria com o INCRA que terá como metas:

• Realizar vistoria de 50 imóveis para fins de desapropria-ção e regularização dos lotes de 700 famílias através da Supervisão Ocupacional;

• Realizar 10 Ações Discriminatórias visando à arrecadação de terras para a Reforma Agrária;

• Elaborar 120 Planos Territoriais de Desenvolvimento de Assentamentos e universalizar Cadastros Ambientais Rurais (CAR/CEFIR) dos Projetos de Assentamento, em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) e aten-dendo ao prazo estabelecido pelo Ministério do Meio Ambiente;

• Implantar 20.000 financiamentos de Crédito de Instalação, sendo 10.000 de Crédito Fomento Mulher, o que permitirá o aporte de até R$ 94 milhões no fomento à produção dos projetos de assentamento garantindo assim o direito à auto-nomia econômica das mulheres trabalhadoras rurais;

• Apoiar a emissão de 35.000 DAPs para acesso ao PRONAF A (investimento e custeio), possibilitando a alavancagem de R$ 200 milhões para atividades produtivas nos assen-tamentos;

• Elaborar 50 Projetos de Agroindustrialização e Comer-cialização de produtos da Reforma Agrária;

• Aplicar questionários sobre a infraestrutura em todos os Projetos de Assentamento da Reforma Agrária, ampliando as possibilidades de planejamento e implementação de polí-ticas públicas da Reforma Agrária;

• Elaborar estudos sobre o impacto da aplicação do crédito na economia dos territórios além de estudos sobre a pro-dução e qualidade de vida nos Projetos de Assentamento de Reforma Agrária;

• Elaborar Chamadas Públicas para a prestação do serviço de Assistência Técnica, Social e Ambiental (ATES) para os Projetos de Assentamento de Reforma Agrária.

Além das ações de desenvolvimento dos Projetos de Assentamento previstos na parceria com o MDA/INCRA, a SDR, em parceria com Ministério da Pesca (MPA), e com a Bahia Pesca implementará, o Projeto de Desenvolvimen-to Sustentável da Piscicultura para Famílias Assentadas da Reforma Agrária no Estado da Bahia que resultará no investimento de R$ 4,5 milhões de recursos do Governo federal, com a contrapartida de R$ 110 mil pelo Governo do Estado.

Neste Plano Safra 2015–2016, as 154 comunidades de Fundo de Pasto reconhecidas pelo INCRA vão se incorpo-rar ao ciclo de investimentos do Governo, começando pelo

crédito inicial no valor de R$ 2.400,00. Neste início, 4.242 famílias farão jus ao benefício, fruto da parceria firmada entre a Secretaria de Desenvolvimento Rural, através da Superintendência de Políticas Territoriais e Reforma Agrá-ria (SUTRAG), da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), da Secretaria de Promoção da Igualdade (SEPROMI) e do INCRA. Esta ação permitirá a concessão de R$ 10,1 milhões em créditos. Ainda nesta ação, serão aportados até R$ 1,4 milhão para 594 famílias assentadas em 14 novos Projetos de Assentamento de Reforma Agrária. Além disso, em parceria com o INCRA, será realizada a concessão do Crédito Instalação às mais de 3.500 famílias que integram as 4 Reservas Extrativistas (RESEX) federais no Estado.

Além daquelas Comunidades de Fundo de Pasto reconhe-cidas pelo MDA/INCRA, a Bahia possui 107 Comunidades de Fundo e Fecho de Pasto já tituladas pela SDR/CDA e 139 certificadas pela SEPROMI, totalizando 8.369 famílias beneficiadas.

Há, também, 638 comunidades remanescentes de quilombo certificadas pela Fundação Cultural Palmares (FCP) em áreas rurais, agregando um total de 27.536 famílias. Ao serem reconhecidas como quilombolas, as comunidades passam a ter direito a programas como o Minha Casa Minha Vida Rural, o Programa Luz para Todos, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e o Programa de Bolsa Permanência.

A regularização fundiária na Bahia será intensificada com a titulação de 30.000 novos imóveis e será concluída a regularização completa da malha fundiária de 10 municí-pios na operação conhecida como “varredura”. A intenção do Governo é, após esta primeira experiência, expandir a regularização fundiária para novos municípios através da titulação de imóveis da Agricultura Familiar em parceria com os consórcios públicos territoriais. Além dos títulos individuais de terra, o Governo do Estado, através da SDR/CDA, também emitirá o título para 20 áreas quilombolas e assinará o contrato de concessão de direito real de uso de 154 Comunidades de Fundo e Fechos de Pastos, que beneficiará mais de 2.000 famílias. Para cum-prir com as ações de regularização fundiário, o Governo do Estado aportará R$ 3,7 milhões..O Crédito Fundiário continuará a ser um instrumento com-plementar à Reforma Agrária para imóveis rurais que não se enquadrarem nos critérios de desapropriação. Neste Plano Safra 2015–2016, o planejamento da CDA, em consonân-cia com a Secretaria Nacional de Reordenamento Agrário (SRA), é viabilizar contratação de 22 propostas de compra de terra, beneficiando 440 famílias. Para implementar esta ação o Governo do Estado aportará aproximadamente R$ 1 milhão e o Governo Federal, através do MDA/Banco do Nordeste, aportará o recurso na ordem de R$ 35 milhões para aquisição dos imóveis e investimentos comunitários não reembolsáveis.

II – ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

A Bahia foi o primeiro Estado do Brasil a ter uma lei pró-pria de Assistência Técnica e Extensão Rural (Lei Estadual 12.372/2011), tendo como referência a Lei Federal 12.188/2010. Com o regramento nacional e estadual, os serviços estão sendo melhor ordenados e qualificados e vai chegar ao atendimento de 200.000 famílias na Bahia dentro dessa nova modelagem.

O Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Agricultura Familiar – SAF/MDA, já faz o atendimento de 60 mil famílias por meio de Chamadas Públicas. O Governo do Estado, através da recém-criada BAHIATER, órgão da SDR, realizará, também, novas Chamadas Públicas para o atendimento de 100 mil famílias, totalizando 160.000 famílias atendidas na Bahia.

Mas não vai parar por aí nesse novo momento de qualificação dos serviços da ATER. Por meio dos Projetos Bahia Produtiva e Pró-Semiárido, executados pela SDR/CAR, será realizado o atendimento sistemático para mais 25.000 famílias.

A SDR/BAHIATER, com seu corpo técnico especializado e dedicado a ATER, terá a atribuição de organizar e dar suporte a uma Rede Estadual de prEstadores de serviços, assim como, monitorar e avaliar os resultados, cumprindo a função pública de garantir serviços efetivos e transformadores da realidade rural baiana.

Para organizar as redes de entidades prEstadoras de serviços de ATER, no sentido de evitar o sombreamento e comparti-

lhar boas práticas, a SDR/BAHIATER viabilizará o intercâm-bio de experiências, promoverá a formação coletiva de equipes técnicas e facilitará o suporte técnico especializa-do, além do monitoramento e a avaliação dos contratos. Complementarmente, serão elaborados e/ou atualizados 27 Planos Territoriais de Assistência Técnica – PLATERs, instrumento metodológico de articulação e integração dos serviços de ATER nos Territórios. Os serviços de ATER trarão: 1 – o enfoque agroecológico, unindo produção sustentável de alimentos saudáveis com preservação e recuperação ambiental; 2 – convivência produtiva inerente aos principais biomas do Estado (Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado), 3 – acesso às políticas públi-cas que elevem as condições de vida da população rural.

Os serviços de ATER serão avaliados pelos resultados efetivos das famílias atendidas, referente às mudanças objetivas na renda da produção agropecuária, nas transformações dos sistemas produtivos, na agregação de valor aos produtos, na relação com o mercado, na transição agroecológica e na atração e acesso a outras políticas públicas como o PAA, PNAE, Garantia Safra e o Crédito Rural. Um sistema informa-tizado de controle ajudará a medir esses resultados.

Será também objetivo dos serviços de ATER a integração e vinculação com outras políticas públicas, tendo estes serviços como pré-requisitos para a obtenção de sementes e mudas, tecnologias de água para produção, a implementação

R$ 30 MILHÕES PARA MULHERES ASSENTADAS

5.000 FAMÍLIAS ASSENTADAS

R$ 200 MILHÕES EM CRÉDITO DO PRONAF A

30.000 NOVOS TÍTULOS DE TERRA

TITULAÇÃO DE 300 ÁREAS QUILOMBOLAS E DE FUNDO DE PASTO

R$ 105 MILHÕES DE CRÉDITO DE APOIO INICIAL E FOMENTO

de agroindústrias e centros de comercialização, entre muitas outras.

Outra novidade deste Plano Safra 2015–2016 é que daqui por diante, as entidades executoras dos serviços de ATER pode-rão emitir as Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP) para os agricultores por ela atendida. Assim, a Bahia continuará sendo destaque nacional na emissão deste importante documento que deve alcançar a marca total de 800.000 DAPs ativas.

800.000 FAMÍLIAS COM DAP ATIVA

280.000 FAMÍLIAS COM ATER SISTEMÁTICA60 INSTITUIÇÕES EM REDE, PRESTANDO ATER

R$ 200 MILHÕES APLICADOS

III – FOMENTO E PROTEÇÃO À PRODUÇÃO RURAL

A meta dos Governos Federal e Estadual, juntos, é ultrapas-sar nesse Plano Safra 2015–2016 a aplicação de R$ 1 bilhão. Para isso estará à disposição o montante de R$ 1,4 bilhão para todas as linhas de crédito do PRONAF. Os principais agentes financeiros serão os Bancos do Nordeste e Banco do Brasil, mais a Caixa Econômica Federal, a Desenbahia e as Coope-rativas de Crédito também atuarão com mais intensidade na oferta de recursos, ampliando assim a rede de atendimento em todo o interior do Estado.

O Governo do Estado manterá, como vem fazendo nos últimos 04 anos, o pagamento dos juros para as linhas de crédito “PRONAF mais Alimentos”, “PRONAF Jovem”, “PRO-NAF Mulher” e “PRONAF Semiárido” para as operações até R$ 30.000,00, garantindo JUROS ZERO para estimular a produção de alimentos e inclusão de jovens, mulheres e os agricultores que investirem na produção e uso de água.

O Governo da Bahia também manterá o pagamento de 50% do valor das cotas de inscrição do Programa Garantia Safra, que seria de responsabilidade das Prefeituras e dos agricul-tores. Com investimento de R$ 46 milhões, o Governo espera

alcançar 335.000. Com o subsídio, cada cota de adesão da Prefeitura Municipal será de R$ 25,50, do agricultor familiar de R$ 8,50, do Estado de R$ 136,00 e da União (MDA) R$ 340,00. Caso haja perda das culturas do feijão, milho, man-dioca ou algodão em patamar superior a 50%, cada família receberá uma indenização de R$ 850,00 em 5 parcelas de R$ 170,00.

Para os agricultores que não têm acesso ao crédito rural, o Governo distribuirá 3.000 toneladas de sementes de feijão e milho, em investimento de R$ 18 milhões de reais para atender a 300.000 famílias. A partir da parceria firmada com a CONAB e com o MDS através do PAA Sementes, o Governo do Estado espera elevar de 40% para 70% o volume de sementes compra-das diretamente de cooperativas de agricultores familiares que se dedicam à produção desse insumo.

Aproximadamente 2,3 milhões de mudas de fruteiras e essências florestais serão produzidas no Instituto Biofábrica de Cacau em Ilhéus e distribuídas para 40.000 famílias. Outras 300 mil mudas de citrus serão produzidas em 5 vi-veiros protegidos, localizados nos Territórios do Recôncavo

e Litoral Norte/Agreste Baiano e deverão atender a 672 famí-lias nestes Territórios. O Projeto RENIVA (Rede de Multiplica-ção de Manivas de Mandioca), em parceria com a EMBRAPA, UFRB, Ceplac e uma rede de ONGs, entregará 2,5 milhões de mudas para 150 maniveiros e chegará a todas as regiões pro-dutoras do Estado, um investimento de R$ 1,6 milhão.

Outras duas opções para os agricultores que têm acesso limi-tado ao crédito do PRONAF serão os Projetos Pró-Semiárido e Bahia Produtiva. O Pró-Semiárido (parceria da SDR/CAR com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola – FIDA) atuará em 408 comunidades rurais, de 30 municípios do Sertão e aplicará recursos em diversas atividades de

fomento à produção local. O Projeto Bahia Produtiva (parce-ria da SDR/CAR com Banco Mundial) firmará mais de 400 convênios com associações e cooperativas de agricultores familiares de todo Estado, principalmente para viabilizar as compras e uso de insumos produtivos. Estes dois projetos juntos vão aplicar R$ 60 milhões no fomento à produção.

Ainda para os que não têm acesso ao Crédito Rural, o Plano Brasil Sem Miséria do Governo Federal (MDA e MDS) alcan-çará mais 14.700 famílias, desta feita nos Territórios do Sisal e Semiárido Nordeste II, aplicando R$ 2.400,00 por família em fomento à produção, R$ 35,3 milhões a serem aplicados.

1,4 BILHÃO DO PRONAF

JUROS ZERO NAS LINHAS PRONAF MAIS ALIMENTOS, MULHER, JOVEM E SEMIÁRIDO

R$ 60 MILHÕES DO BAHIA PRODUTIVA E PRÓ-SEMIÁRIDO

335.OOO ADESÕES DO GARANTIA SAFRA3.000 TONELADAS DE SEMENTES

IV – AGROINDUSTRIALIZAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

O mercado sempre foi um dos principais gargalos dos agri-cultores em função da insegurança na venda, a preços justos, do que se produz. Exatamente por esta razão, os Programas criados pelos Governos Federal e Estadual têm sido aliados importantes na hora da comercialização da produção.

Para entrar e permanecer no mercado é preciso ter qualida-de, escala e oferta permanente de produtos. Por isso, trans-formar a produção e agregar valor é essencial. Neste novo Plano Safra 2015–2016, o Governo do Estado vai continuar investindo em agroindústrias para beneficiar frutas, mel, leite, mandioca e tantos outros produtos dos agricultores e agri-cultoras familiares. Pelo Projeto Bahia Produtiva, operaciona-lizado pela CAR, são aplicados R$ 60 milhões que deverão fazer surgir mais 80 novas pequenas e médias agroindústrias conduzidas por Cooperativas e Associações de Agricultores Familiares, além de potencializar a atuação de outras 150 já em funcionamento, com o apoio na gestão, no desenvol-vimento de marcas, embalagens e na conquista de novos mercados.

A Bahia continuará se destacando na certificação de produ-tos originários da Agricultura Familiar. A outorga do Selo de Identificação de Participação na Agricultura Familiar (SIPAF), em parceria com o MDA, deve saltar de 1.106 para 1.700 pro-dutos autorizados a usar. Além de conceder e auditar o uso do Selo, a Superintendência de Agricultura Familiar – SUAF, da SDR, continuará estreitando as relações entre as organi-zações da Agricultura Familiar e a de rede de mercados va-rejistas através das rodadas de negócio e da participação e

promoção de Feiras nos Territórios de caráter estadual. Os produtos com SIPAF continuarão a ter isenção e deferimento de ICMS para estimular as vendas no atacado.

As compras governamentais terão neste Plano Safra 2015–2016 mais um instrumento para se somar ao PAA e PNAE: a Compra Institucional. Por esta via, não apenas as escolas, mas também todos os órgãos públicos federais estarão obri-gados a comprar, no mínimo, 30% da Agricultura Familiar. O Governo da Bahia, seguindo no mesmo caminho, deverá es-tender esta obrigatoriedade para as Secretarias e repartições públicas estaduais.

As 5.000 refeições diárias dos dois Restaurantes Populares de Salvador (Comércio e Liberdade) e os alimentos distribuídos pelas Voluntárias Sociais à população de baixa renda passarão a ter produtos da Agricultura Familiar nos cardápios.

O Programa de Aquisição de Alimentos – PAA aplicará R$ 120 milhões neste novo período. Serão R$ 40 milhões pela CONAB, dentro das modalidades Doação Simultânea, PAA Sementes e Formação de Estoque e R$ 80 milhões pela Se-cretaria Estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvi-mento Social (SJDHDS) nas modalidades Doação Simultânea com adesão de municípios (R$ 40 milhões) e Doação Simul-tânea de Leite – PAA Leite (R$ 40 milhões). A Bahia também deve seguir avançando nas aquisições de alimentos da Agricultura Familiar para a alimentação escolar através do PNAE. O valor da cota obrigatória de 30% dispo-nibilizado pelo Ministério da Educação (MEC) deve alcançar R$ 24 milhões para o Estado e R$ 30 milhões para os muni-cípios neste novo ciclo.

R$ 120 MILHÕES DE PAAR$ 60 MILHÕES PARA 80 AGROINDÚSTRIASR$ 54 MILHÕES DO PNAE1.700 PRODUTOS COM SELO DA AGRICULTURA FAMILIAR

V – CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO

Conviver com o semiárido é disseminar a cultura do esto-que para que a população tenha condição de permanecer no campo nos períodos de estiagem prolongada. Por isso, o Estado da Bahia vem investindo esforços na implementação de programas e projetos estruturantes no campo da seguran-ça alimentar e hídrica, na assistência técnica e extensão rural, na comercialização da produção da Agricultura Familiar, no incentivo à produção e distribuição de mudas adaptadas ao clima seco.

No que se refere à segurança hídrica, já foram entregues 300.000 cisternas de 16 mil litros de água implantadas na Bahia. Agora, o Estado se aproxima cada vez mais da uni-versalização do acesso das famílias a essa tecnologia simpli-ficada. Para esse novo período, a SDR/CAR e da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social – SJ-DHDS que, em parceria com os Ministérios da Integração (MI) e Desenvolvimento Social (MDS), respectivamente, devem implantar 20.000 cisternas. Outras 30.000 deverão ser im-plantados pelos Consórcios Públicos e pelas entidades inte-grantes da Articulação do Semiárido (ASA).

Na medida em que o número de cisternas de abastecimento vai alcançando todas as famílias do Semiárido, garantindo-lhes uma fonte segura de água potável em casa, os Governos Federal e Estadual vão ganhando fôlego para investir cada vez mais na água de produção ou “2ª Água”. Com preço mé-dio bem superior à cisterna de abastecimento humano, agora a previsão é implantar 30.000 novas tecnologias nessa moda-lidade, incluindo cisterna calçadão, barreiro trincheira familiar, barreiros comunitários e barragens subterrâneas. A execu-ção, pelo Estado, ficará a cargo da CAR/SDR, que se somará ao que será executado pelos Consórcios Públicos e pela ASA todos com recursos do MDS, num total de R$ 142 milhões investidos.

Um destaque neste Plano Safra 2015/2016 em ações estru-turantes para a convivência com o Semiárido será o início da operacionalização do Projeto Pró-Semiárido, parceria do Governo da Bahia através da SDR/CAR com o Fundo In-ternacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), que abrange-rá 30 municípios do Sertão da Bahia, envolvendo os Terri-tórios do Sertão do São Francisco, Piemonte Norte Itapicuru, Piemonte da Diamantina, Sisal e Bacia do Jacuípe. A duração do projeto será de 6 anos e beneficiará 70.000 famílias (começando com 12.000) de 816 comunidades rurais, priori-tariamente Quilombolas, Fundos de Pasto e Assentamentos de Reforma Agrária. Todos os investimentos serão em ações de convivência com o Semiárido, desde a assistência técnica até a agroindustrialização e a comercialização da produção. O total de investimento previsto é de R$ 300 milhões, dos quais R$ 50 milhões neste Plano Safra.

A entrega de matrizes e reprodutores caprinos e ovinos, das máquinas forrageiras e dos kits de produção apícola iniciadas em 2014, fruto de parceria do Governo do Estado com o Ministério de Integração Nacional (MI) também são iniciati-vas governamentais que potencializará a vida de homens, mulheres e jovens que vivem na região semiárida. Desse modo, serão construídas as casas de mel e as agroindústrias simplificadas de beneficiamento de frutas. Da mesma forma, serão implantadas as unidades de multiplicação de palma e manivas, em parceria com a CODEVASF.

A distribuição de raquetes de palma, diferente da etapa anterior que o Estado comprou emergencialmente de fornecedores particulares, daqui por diante terá um modelo mais eficiente com a produção em campos próprios do Estado que serão mantidos em parceria da SDR com Cooperativas e Prefeituras para ofertar regularmente aos agricultores até que seja al-cançada a universalização do plantio em toda propriedade

rural do Semiárido. A previsão para este Plano Safra é dis-tribuir 26 milhões de mudas de palma para 26.000 famílias. Nesta ação serão investidos R$ 7,8 milhões.

Além disso, em parceria com 14 Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), serão produzidas e distribuídas 44.800 mudas de umbuzeiro gigante e 476.000 mudas de maracujazeiro do mato, que serão destinadas à implantação de projetos pro-dutivos de 1.400 jovens alunos e ex-alunos de todas as EFAs do Semiárido baiano, num investimento de R$ 840 mil.

Resultado de intenso debate com a sociedade, o Governo do Estado vai enviar para a Assembleia Legislativa o Projeto de Lei de Convivência com o Semiárido, um marco jurídico importante para ampliar os compromissos do Estado com esta população que representa 2/3 da área e 6.740.697 pessoas, traduzidos em investimentos na etapa subsequente.

R$ 225 MILHÕES PARA CISTERNAS

R$ 156 MILHÕES PARA 2ª ÁGUA26 MILHÕES DE MUDAS DE PALMA

R$ 50 MILHÕES DO PROJETO PRÓ-SEMIÁRIDO

REDES DE EXECUÇÃO E GOVERNANÇA

SETAF e SEMAFO Serviço Territorial de Apoio à Agricultura Familiar (SETAF) é uma unidade territorial descentralizada de representação da SDR, cuja finalidade é permitir a desconcentração, des-centralização, articulação e implementação dos programas, projetos e ações, além de outras políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural.

Cabe ao SETAF desenvolver, em cada Território de Identi-dade, ações de coordenação, gestão e articulação de polí-ticas públicas destinadas à promoção do desenvolvimento rural, em acordo com as orientações e diretrizes da SDR e suas áreas.

Os SETAFs deverão atuar em parceria com o Serviço Muni-cipal de Apoio à Agricultura Familiar (SEMAF). O SEMAF é uma unidade municipal, cujo objetivo é promover a articulação, gestão e implementação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural, com atuação de forma integrada no Território de Identidade, através do SETAF.

A participação dos Municípios será por meio de Termo de Adesão, que estabelecerá os princípios, objetivos, metas e o arranjo institucional necessário para implantação e fun-cionamento do SEMAF, articulado ao respectivo SETAF do Território, para a execução, na base municipal, das políticas públicas e a prestação de serviços aos agricultores(as) familiares.

EIXOS DE ATUAÇÃO

• Regularização Fundiária e Estruturação Produtiva de Assentamentos Rurais;• Oferta de Assistência Técnica e Extensão Rural;• Disponibilização de insumos produtivos (seguro, semen- tes, água e mudas);• Implantação de infraestrutura rural (habitação, água e equipamentos públicos);• Implantação de Agroindústrias Familiares;• Apoio para acesso ao mercado tradicional e institucional.

27 SETAFS, UM EM CADA TERRITÓRIO DE IDENTIDADE.COMPOSTO POR EQUIPES TÉCNICAS DA SDR E DE OUTRAS INSTITUIÇÕES PARCEIRAS

MONITORAMENTO E GESTÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICASOs Colegiados Territoriais e os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Sustentável (CMDS) são espaços de pla-nejamento, gestão e controle social de políticas públicas, que articula e fomenta programas e projetos visando ao desenvolvimento sustentável e solidário dos territórios e municípios.

Os Colegiados Territoriais, compostos por entidades da so-ciedade civil organizada e instituições públicas, fazem a re-

presentação dos 27 Territórios, articulados em rede através da Coordenação Estadual dos Territórios de Identidade da Bahia (CET). A SDR atuará no fortalecimento dos Colegia-dos Territoriais, enfocando as políticas públicas e organi-zações do meio rural buscando a inclusão das mulheres, dos povos e comunidades tradicionais, a população LGBT e a juventude. Quanto aos CMDS, se intensificará o apoio ao processo de organização e planejamento destes Con-selhos Municipais, para que ampliem sua capacidade de monitoramento e gestão das políticas públicas no âmbito municipal.

Serão aportados R$ 1,6 milhão pelo MDA, em parceria com a SDR, para elaboração do Plano Estadual de Desenvolvi-mento Rural Sustentável Solidário (PEDRSS) e a concepção do Sistema Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (SEDRSS).

2006 2010 2014 2016 2006 2010 2014 2016

Famílias assentadas da Reforma Agrária

(meta) (meta) (meta) (meta)

Famílias assentadas pelo Crédito Fundiário

I – REFORMA AGRÁRIA E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

TRAJETÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARAA AGRICULTURA FAMILIAR NA BAHIA

2006 2010 2014 2016 2006 2010 2014 2016

Famílias com ATER sistemática

(meta)

08

41

87

130

2006 2010 2014 2016

Nº de entidades prEstadoras de serviços de ATER

DAPS emitidas pelas entidades de ATER

II – ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

31.90040.068

45.93251.000

4.426

(meta)2006 2010 2014 2016

Famílias com Títulos de Terra emitidos

86.000

127.000146.000

176.000

68.000 204.000

714.000800.000

0

105.000132.000

200.000

7.9159.998

10.438

2006 2010 2014 2016 2010 2014 2016

Famílias aderidas ao Fundo Garantia Safra

2006

Famílias beneficiadas com distribuiçãode sementes

III – FOMENTO E PROTEÇÃO À PRODUÇÃO RURAL

6.067

64.879 139.342

0

284.966 270.803

335.000 300.000

2010 20102014 20142016 2016

Cisternas de 16m3 instaladas

2006 2006

Famílias com tecnologias de 2ª Água implantadas

IV – CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO

86.000 12.00026.000 0

270.000 50.000

320.000 80.000

(meta) (meta) (meta) (meta)

2006 2010 2014 2016

Volume de recursos do Pronaf aplicadona safra (R$ 1.000,00)

292.845325.665

924.300

1.400.000

(meta)

Produtos com selo da AgriculturaFamiliar (SIPAF)

2006 2010 2014 20162006 2010 2014 2016

Aplicação de recursos do PAA –CONAB (R$ 1.000,00)

V – AGROINDUSTRIALIZAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

10,5

185

0

27,01.106 38,0

1.700 40,0

CONDIÇÕES DAS LINHAS DE CRÉDITODO PRONAF PARA A SAFRA 2015/2016

(meta) (meta)

Municípios da Bahia que compram 30% pelo PNAE

2006 2010 2014 2016

0

37169

350

(meta)

COORDENAÇÃO DEDESENVOLVIMENTOAGRÁRIO