PHRONESIS E PRETENSÃO DE CORREÇÃO: APROXIMAÇÕES ENTREARISTÓTELES E ROBERT ALEXY

RESUMO

AUTOR PRINCIPAL:Jéssica Regina Di Domênico

E-MAIL:jessica.dido@hotmail.com

TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC::Não

CO-AUTORES:Pedro Caetano Machado Barbiero

ORIENTADOR:Fausto Santos de Morais

ÁREA:Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes

ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ:Ciências Sociais Aplicadas

UNIVERSIDADE:IMED

INTRODUÇÃO:O presente artigo tem por objetivo ressaltar semelhanças entre a teoria de justiça distributiva de Aristóteles e o princípio daproporcionalidade. A hipótese trabalhada está na aparente semelhança entre os fundamentos à aplicação do princípio daproporcionalidade e a noção de justiça distributiva aristotélica. Tanto a proporcionalidade, dependente da pretensão decorreção, quanto à justiça distributiva, devedora da phronesis, possuem um âmbito em comum, visível quando se exige aaplicação do princípio jurídico da igualdade. A interlocução das teorias seria possível pela noção de phronesis comoelemento fundante daquilo que Alexy vai denominar como pretensão de correção. Assim, a aplicação do princípio daproporcionalidade, recorrente na atual práxis jurisprudencial, teria como fundamento uma pretensão de correção moldadapor um modo-de-ser que poderia ser identificada, transversalmente na filosofia aristotélica, como a phronesis.

METODOLOGIA:Metodologicamente, o trabalho procura amparo no método fenomenológico hermenêutico para fazer uma revisãobibliográfica sobre os temas tratados O estudo proposto se justifica pela necessidade de apuração dos fundamentosteóricos à aplicação do Direito pelos tribunais pátrios como forma de se obter um modelo de Direito apto a lidar com anecessidade de concretização dos Direitos Fundamentais, consistentemente, preocupando-se com o impacto desse agir apresentes e futuras gerações, como uma exigência da noção de constitucionalismo dirigente como pressuposto àdemocracia sustentável.

RESULTADOS E DISCUSSÕES:Não é o direito em si que realiza a pretensão de correção, mas sim os seus intérpretes. Uma das características dapretensão de correção é a fundamentabilidade, que se constitui no dever de fundamentar na maior medida possível adecisão jurídica. Assim a pretensão de correção seria um elemento moral- discursivo que legitima as decisões judiciais.(TRINDADE; MORAIS, 2012, p.157-158). Nesse sentido, como se especula, a phronesis, compreendida como prudência,sustenta a pretensão de correção como capacidade de deliberar acerca do que é justo ou injusto, diante de determinadaspeculiaridades. Portanto, pode-se entender a phronesis como uma fundamentação acerca da escolha certa de ações.Fazendo essa aproximação e propondo uma releitura hermenêutica de Aristóteles permite especular que o jurista atravésda sua atuação diante dos desafios jurídicos constitui, paulatinamente, conhecimentos que correspondem, em certamedida, a noção de phronesis, constituindo, assim um âmbito de precompreensões intersubjetivas sobre o que é direito,justo, correto. Condição essa que permite, num esforço argumentativo, apresentar razões que fundamentem as decisõesjudiciais.Com o advento do neoconstitucionalismo, se exige que a fundamentação da resposta do julgador seja compreendida emum âmbito intersubjetivo, ou seja, em um âmbito de linguagem. Para tanto se valendo de uma base estrutural garantidapela phronesis mostra-se necessário uma apresentação desta estrutura (pretensão de correção). Portanto, a noção depretensão de correção apresentada por Robert Alexy, que é a fundamentação racional da decisão, está vinculada aphronesis, pois é através da mesma que se forma os argumentos interiores do correto e do incorreto, que serão utilizadosna pretensão de correção. É dizer, o argumento só é correto porque a phronesis garante o entendimento sobre o que écorreto.

CONCLUSÃO:Assim sendo, apresenta-se um novo olhar sobre a fundamentação do direito, como um empreendimento intersubjetivo, emque a noção de justiça distributiva ¿ e equidade ¿ é construída progressivamente nos moldes da noção de phronesisaristotélica ou, como se especulou, pretensão de correção de Robert Alexy.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação jurídica: a teoria do discurso como teoria da fundamentação jurídica. 2ed. SãoPaulo: Landy Editora, 2005.ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução Virgílio Afonso da Silva. 2 ed. São Paulo: Malheiros editores,2006.ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. 4 ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.BARNES, Jonathan. Aristóteles. 2 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

Assinatura do aluno Assinatura do orientador