rrpp atualidades 2008/1

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FOTO ELSON SEMPÉ PEDROSO/ F AMECOS Como prospectar investimentos? Chegou a vez do profissional de Relações Públicas formatar projetos sociais, culturais e de mercado Revista semestral. Curso de Relações Públicas da Famecos/ PUCRS Ano 14 n° 27 Porto Alegre, RS, Brasil, julho 2008 RRPP Atualidades Laury Job participa de projetos sociais ARQUIVO RRPP PEDRO GARCIA/ HIPER VINICIUS CARVALHO/ HIPER Progresso sustentável é desafio A filosofia liberal de mercado Fórum da Liberdade em Porto Alegre Polêmico confronto profissional Vitor Necchi vê crescimento de assessorias VERSÃO DIGITAL: www.rrpponline.com.br

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Revista RRPP Atualidades - versão impressa 2008/1 - ano 14 - n° 27 - julho de 2008

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Comoprospectarinvestimentos?

Chegou a vezdo profissionalde Relações Públicasformatar projetos sociais,culturais e de mercado

Revista semestral. Curso de Relações Públicas da Famecos/PUCRS Ano 14 n° 27 Porto Alegre, RS, Brasil, julho 2008

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Laury Jobparticipa deprojetos sociais

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A filosofialiberal de mercadoFórum daLiberdade emPorto Alegre

PolêmicoconfrontoprofissionalVitor Necchi vêcrescimentode assessorias

Versão digital: www.rrpponline.com.br

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2 RRPPAtualidades/julho 2008

Publicação informativa e de reflexão do curso de Relações Públicas da Faculdade de Co-municação Social (Famecos), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil.Versão Online:www.rrpponline.com.brE-mails: [email protected]; [email protected]: Ir. Dr. Joaquim ClotetVice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio TeixeiraDiretora da Famecos: Drª. Mágda CunhaCoordenadora do Curso: Drª. Souvenir DornellesProfessores responsáveis: Tibério Vargas Ramos e Silvana SandiniEdição dos alunos de Produção de Mídia Impressa e Digital em Relações Públicas

Turma da manhã: Antonia de Souza Abichequer, Ariel Soldatelli, Bruna Feijó Biasuz, Carina Machado Kras, Carolina Liotti Machado, Débora C Hin-chinck Dias, Elisabete Scheid, Evandro Viana Caletti, Fabiana Fraga Cintra, Felipe Hammes Rodrigues, Fernanda Melo da Cruz, Fernando De Conto, Fran-ciele Berti, Gabrielle Signor Ro-drigues, Guilherme Max Silva, Gustavo Jacques S. Dornelles, João Francisco A.M. de Vargas, Laura Garcia de Freitas, Letícia Vasconcellos Ferreira, Luisa To-masini Portich, Natalia Rodri-gues Borges, Paola Kras Borges Ferreira, Patrícia Alexandre Pa-dilha, Patrícia Cardoso Camilo, Paula Cristiane Plácido, Pedro Alberto Santana Sanhudo, Ra-faela Peruffoo Boeckel, Raisa Potter, Renata de Souza Cou-tinho, Renata Fialho Dydzian, Renata Gomes Folletto, Roberta de Lima Y Fernandez, Sarah de Cássia Ribeiro, Tassia Letícia Stoltz, Tatiana Luderitz Lamb, Tayana Suertegaray Noronha, Tiago Allmer Costa, Vanessa Viedo Moreira.

Turma da noite: Allan Colar Jacino, Ariele Oliveira Gomes da Silva, Bibiana Reginatto Griza, Bruna Zanoni Ledur, Camila Santana Felix, Carolina Casagrande, Carolina Haetin-ger Silber, Cristina Schneider Miguel, Daniel Nunes, Daniele dos Santos Frasson, Deivid Paz Cardoso, Ellen Saraiva Oliveira, Fernanda Sanchez Zanchetta, Filipe Borba da Silva Braga, Francielle de A. Grusche, Fran-cine Carvalho da Costa, Graziel-le Sbardelotto da Costa, Juliana Guedes Amaral Pereira, Juliane Contieri Kramer Silva, Kelly Aparecida G. de Aguiar, Ligia-ne Dias Pinto, Lívia Schereder da Silva, Luis Leandro Ferreira Rosa, Luiza Teichmann Espina, Luziane Yasmin de Faria Schu-ck, Mileni Alves Bender, Natalia Brito Couto, Natalia Gabineski Taborda, Patrícia Scaraffuni Gomes, Priscilla Freitas Rizzon, Raisa de Oliveira Santos, Renan Baptista do Nascimento, Rober-ta da Silva Santos, Rochele Ra-chi da Rosa, Vanessa dos Reis Martins, Vanessa Echevengua Padilha, Vanessa Veiverberg da Silva.

aberturaExpEdiEntE

Um estudo concluído pelo Insti-tuto do Trabalho, dos Estados Uni-dos, realizou projeções para desco-brir quais serão as carreiras mais promissoras dos próximos dez anos. Sete entre 20 listadas exigem experi-ência em computação. Relações Pú-blicas ocupa a 7ª colocação em um ranking geral publicado pela revista Exame.

O interesse pela profissão tem crescido consideravelmente nos últi-mos tempos no mercado brasileiro. Uma atividade que ainda é das mais estereotipadas, agora já pode se con-siderar uma das 10 profissões mais promissoras da próxima década.

A função de um profissional da área abrange diversos ramos a serem seguidos. Apesar do instrumento evento ser o mais “divul-gado”, um RRPP não sobrevive só nessa área. Ten-do o relacionamento e a comunicação palavras-chaves que ajudam a compreender a especificidade da área, o profissional estuda comportamentos, analisa e traça perfis estratégicos das empre-sas. Pode assim, definir a melhor forma de abordagem, considerando os interesses e os conflitos existen-tes.

O futuro da atividade de RRPP não será apenas de um “promotor de festinhas”. O perfil das futuras organizações, como hospitais, uni-

versidades, escolas, governo, multinacionais, en-tre tantas, tornará imprescindível às instituições montar seu próprio departamento de Relações Públicas, com funcionários com competência para

transitar em assuntos de ciência, tecnolo-gia, finanças, medici-na, temas internacio-nais e outros campos da atualidade.

É baseado nes-ses aspectos que a atividade de RRPP se sobressai perante outras profissões. Di-ferente da maioria, as RRPP têm um amplo

espaço a ser trabalhado. É uma das atividades mais fascinantes para quem gosta de comunica-ção e informação. Somos ca-pazes de construir, valorizar e manter a imagem de um clien-te, e este tende a crescer ainda mais. Acreditem em nosso futu-ro e no sucesso das organizações que contratarão amanhã nosso talento, ousadia, responsabili-dade, formação, competência e trabalho.

Natália GabiNeski taborda,

Natália brito Coutoe deivid Paz Cardoso

54%42%36%33%28%28%28%26%

Engenheiro ambiental Analista de sistemas e informações Conselheiro de finanças pessoaisAdministradores de banco de dadosEngenheiro de softwareEngenheiro biomédicoRelações públicasAdministrador de infossistema

As carreiras mais promissoraspara os próximos dez anos:

Por que Relações Públicasé a profissão do futuro?

A turma da manhã de Produção de Mídia Impressa e Digital em RP

Turma da noite, conheça todos os textos produzidos na versão online

Fotos silvana sandini

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3RRPPAtualidades/julho 2008

Hoje em dia, percebe-se que o conceito de cultura está sendo trazi-do à tona pelos gestores e autores. A partir do planejamento estratégico, a preocupação com a cultura das orga-nizações aflora. Espera-se que os fun-cionários reconheçam e reproduzam a trajetória de seu local de trabalho e não simplesmente exerçam funções mecânicas dentro do sistema. É pre-ciso coerência e um conhecimento abrangente das tradições que balizam as atividades e objetivos da organiza-ção.

Os autores da obra Administra-ção de Marketing, Kotler e Keller, referem-se à cultura como cultura corporativa e explicam: “alguns [exe-cutivos] definem como ‘a experiência, as histórias, as convicções e as normas compartilhadas que caracterizam uma empresa’. Entretanto, basta entrar em qualquer empresa e a primeira coisa que você nota é a cultura corporativa – a maneira como as pessoas se ves-tem, como se dirigem umas às outras e como cumprimentam os clientes”.

Segundo Cleusa Maria Andra-de Scroferneker, responsável pela disciplina de Comunicação Organizacional do Curso de Relações Públicas e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universi-dade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/ PUCRS), “a cultura organizacional compreende todas as manifestações e materializações visíveis (e invisíveis) de uma organização. Dizem respei-to aos significados e relações que são propos-tos, estabelecidos e compartilhados na (e pela) organização. A cultura organizacional se revela e é revelada pela comunicação”. A professora também destaca, citando Mary Shall, “que a or-ganização é um fenômeno de comunicação. Sua cultura estabelece-se, modifica-se e cristaliza-se por meio da comunicação; portanto, a cultura deve ser tratada como comunicação”. Partindo-se dessas afirmações, entende-se a relevância da comunicação, especialmente a interna em uma organização, enfatiza. “A cultura se articula, no-tadamente, a partir dos seguintes elementos: missão ou razão de ser, a filosofia ou linha de ação, o cultivo de valores, das crenças, dos mitos,

dos heróis, entre outros fatores”, explica a pro-fessora em sala de aula. Mais do que estabelecer e falar sobre eles, é preciso vivenciá-los. Caso contrário, os funcionários perceberão o discurso forjado e o descompasso entre o que é o dito e o que realmente é feito no ambiente organizacio-nal. “O respeito e a confiança são obtidos quan-do há coerência entre o que se fala (e se exige) com as ações que efetivamente são realizadas”, conclui Cleusa.

É muito difícil que alguém que não sabe de onde veio, saiba para onde vai. Baseadas nesse pensamento, as organizações têm resgatado sua tradição. Procuram deixar os funcionários cien-tes do local em que se encontram como parte integrante e importante, para sua consolidação. Esse resgate serve como motivação para o com-prometimento, pois inicia um processo de união entre o empregado e o empregador através de uma cultura organizacional.

Revalidando a CulturaOrganizacional

Renata Coutinho, João VaRgase saRah RibeiRo

gCleusa Scroferneker e a Comunicação Organizacional

iQuem não sabe de onde veio,não sabe para onde vai

Renata Coutinho

Só quem sabe chega aos 30 sem parar de crescer!

A Mostra de Talentos em Relações Públicas é um evento organizado pela Faculdade de Co-municação Social da PUCRS (Famecos), onde os formandos têm a oportunidade de expor e apre-sentar-se à comunidade, junto a seus trabalhos de conclusão de curso. O Evento visa um melhor entendimento desta área que vem crescendo muito no mercado de trabalho.

Este ano a Mostra completa 15 anos e sua 30ª Edição estará acontecendo no dia 19 de junho, das 18h às 22h, no prédio 7 da PUCRS, Campus Central. Para obter maiores informa-ções acesse o site:

www.mostradetalentos.raioz.comNão perca a oportunidade de conhecer este

mundo!

Serviço:

o que? 30ª Mostra de Talentos em Relações Públicas.

Quando? 19 de Junho de 2008. Das 18h às 22h.

onde? PUCRS, Av. Ipiranga, 668. Sa-guão do prédio 7.

Quanto? Entrada franca.

Mostra de Talentoscompleta 15 anos

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4 RRPPAtualidades/julho 2008

A prática de Assessoria de Imprensa é mais bem feita por Jornalistas ou por Relações Públi-cas? Essa é uma disputa dentro da qual estão en-volvidos estudantes e profissionais de duas áreas da Comunicação Social. Há diversos pensamen-tos: algumas pessoas acreditam que é função ex-clusiva de uma dessas áreas; outras, que é uma atividade a ser feita de forma integrada.

Em primeiro lugar, é necessário explicitar quais são as designações de uma Assessoria de Imprensa. Seu principal objetivo é estabelecer e manter elos entre organizações ou pessoas com

a mídia, criando uma relação de credibilidade para firmar-se como uma boa fonte de informa-ção. E, dentre as áreas citadas, quem é a respon-sável por administrar relacionamentos, sendo a mediadora entre público e entidade? Relações Públicas, certamente. É sua principal premissa.

Estabelecida essa relação, a Assessoria deve focar-se na elaboração de press-releases, que contenham notícias da organização e que sejam de interesse público, para divulgá-los no mo-mento adequado e para mais de um veículo de comunicação. E são os jornalistas que têm mais experiência na elaboração de textos, já que con-vivem diretamente com esse encargo, embora essa não seja uma qualidade específica deles. São eles também os mais indicados ao relaciona-mento direto com os colegas de jornalismo, pois sabem o que é relevante aos meios de comunica-

ção e como eles atuam. Ainda é função da As-

sessoria a tarefa de criar situações que favoreçam a imagem positiva do re-presentado perante a opi-nião pública. Novamente estamos tratando de uma função primordial da prá-tica de Relações Públicas. É ela a responsável por criar uma identidade or-ganizacional favorável junto aos seus públicos. O mapeamento, bem como o estudo de possíveis rea-ções da opinião pública, é outro posto de RRPP.

Também é tarefa exclusiva de Relações Públicas trabalhar com a Comunicação Organi-zacional, utilizando-se de diferentes ferramentas, buscando a compreen-são do funcionamento de uma organização para administrá-la melhor. Estamos falando de mais uma função da Assessoria de Imprensa.

Formada em Jorna-lismo, a apresentadora da

TVE-RS Lena Kurtz entende que a Assessoria de Imprensa, “mesmo contando com um relações-públicas, deve, obrigatoriamente, ter um jorna-lista”. Ela ainda acrescenta que “há o risco de o jornalista perder a isenção devido ao jogo de interesses”. Lena também pensa que “o Relações

Públicas tem a vantagem quan-to à aproximação junto às pessoas, sendo um agluti-nador. Seu outro mérito é que o RRPP pode criar fatos para virar notícia, enquanto o jornalista ape-nas noticia”.

Por seu lado, a professora Neka Machado, formada tanto em Jornalismo quan-to em Relações Públicas, afirma que existem legis-lações em ambas as profissões. “O que conta é o mercado de trabalho, que exige a competência”, afirma a docente. Ela deixa claro que é necessá-rio que os profissionais parem com a “ignorância de disputa de campo, pois, caso continuem, ou-tras áreas podem se interessar pela Assessoria”.

Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, há normas rígidas quanto ao trabalho de jornalistas em Assessorias de Imprensa. Eles acabam perdendo provisoriamente seus regis-tros, ficando, assim, proibidos de trabalharem em veículos de imprensa. O que vale dizer que, enquanto estão exercendo a função de assessor, eles não são jornalistas.

Essa disputa é um tema deveras polêmico. Certamente, se prolongará por mais alguns anos. Talvez, o mais correto e benéfico seria integrar, em uma Assessoria de Imprensa, tanto jorna-listas, quanto relações-rúblicas, já que ambos têm condições intelectuais para a função. A As-sessoria é um setor muito amplo, com distintas necessidades, e cada um desses profissionais é necessário para cumprir os objetivos dela. Desde que sejam competentes, dedicados e eficientes, a titulação será mero detalhe.

AntoniA Abichequer,Ariel SoldAtelli,

Felipe hAmmeS,Guilherme mAx

e GuStAvo dornelleS

Assessoria de Imprensa: cabe ajornalistas ou relações-públicas?iA atividade, constituída por várias funções, é disputada por comunicadores das duas áreas

gNeka Machado defende a integração dos profissionais

polêmica

gLena Kurtz considera indispensável a presença de um jornalista

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Ascensão daassessoriade imprensano Brasil

A Assessoria de Imprensa é um instru-mento dentro do composto de Comunicação desenvolvida para as organizações, fazendo parte das atividades da área de comunica-ção. Sua principal tarefa é tratar da gestão do relacionamento entre uma pessoa física, entidade, empresa ou órgão público, e a im-prensa.

No Brasil, os profissionais que desem-penham a função de Assessoria de Impren-sa costumam ter formação em Relações Públicas ou em Jornalismo, porém, muitas pessoas ainda não conhecem as reais fun-ções de um assessor de imprensa, o que ele faz, onde e como trabalham, quais são seus objetivos, entre tantas outras dúvidas freqüentes na população. Em meio a tanto desconhecimento, percebe-se uma ascen-são da área de assessoria de imprensa. O jornalista, assessor de imprensa e professor da Famecos, Vitor Necchi, faz uma distin-ção entre as figuras do assessor de imprensa e do porta-voz. “Hoje em dia o assessor de imprensa age mais nos bastidores, embora alguns destes profissionais venham a públi-co se manifestar em nome do assessorado. A profissionalização da área levou a uma situação em que o assessor sai dos holofo-tes, dando mais evidência à corporação ou à pessoa para quem trabalha”, explica.

Orientação

Há algumas décadas, quem utilizava ou contratava assessoria de imprensa era ape-nas para falar em lugar dos presidentes, ge-rentes, funcionários de empresas ou órgãos que não queriam, não gostavam ou não sa-biam se comunicar com a imprensa, respon-dendo perguntas. Hoje, porém, encontra-se uma evolução nas funções do assessor, se assimilando aos padrões europeus, onde a assessoria de imprensa é função do rela-

ções-públicas e não do jornalista.

A assessoria de imprensa no Bra-sil passou a atuar cada vez mais nos bastidores. Menos assessores falam em nome das em-presas, políticos, celebridades ou governos. O mais comum é fazerem o papel de orien-tar o assessorado, capacitando as au-toridades e empre-sas a lidarem com a imprensa e com a população diante dos fatos que momen-taneamente os envolvam ou iniciativa que tenham de anunciar. “Assim, os dirigentes das empresas se mostram para a população como face da organização, aquele que to-dos querem ver e ouvir, e não um terceiro contratado”, observa Vitor Necchi. Em sua opinião, o assessor tem que avaliar quando o seu assessorado deve vir a público ou ter a sua imagem preservada. “É preciso bom senso, rapidez de decisão e visão estratégica para decidir qual a melhor ação a ser adota-da”, ensina o professor.

Uma assessoria de imprensa trabalha para um assessorado, que pode ser um clien-te particular ou uma instituição. Empresas, pessoas físicas como personalidades públi-cas, médicos, advogados, músicos, atletas, instituições e organizações como empresas estatais, autarquias, ONGs, indivíduos, en-tre outros, costumam utilizar serviços de as-sessoria de imprensa. Os locais de trabalho dos assessores de imprensa mais visados pela população se encontram em governos,

assessorando autoridades públicas a falar sobre diversos assuntos como a realidade do país, dos estados, cidades e dos municípios, apontando problemas e soluções, auxilian-do de várias formas a comunicação com o povo. Em partidos políticos, assessoram candidatos a falar sobre realidades de bair-ros, ruas, educação, violência dos locais de atuação política, com o objetivo de produzir relatos sinceros e que contribuam para uma eleição vitoriosa. Nos clubes de futebol, que é uma paixão do povo brasileiro, o assessor, entre outras funções, auxilia nas entrevistas coletivas, orientando jogadores, técnicos e a diretoria sobre o que falar. Como explicar vitórias, como amenizar crises e o compor-tamento que devem ter com a imprensa, que representa a torcida naquele momento. O interesse pela assessoria, em geral, é de-terminado pela geração de informações de interesse público e é isso que sustenta essa área de atuação.

Filipe BorBa da Silva Braga

i“O assessor sai dos holofotes, dando mais evidênciaà corporação ou à pessoapara quem trabalha”

gVitor Necchi, jornalista, professor e assessor de imprensa

Vinícius carValho/ hipertexto

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6 RRPPAtualidades/julho 2008

Profissionais lutam pela áreaComo estudantes de comunicação social,

sempre ouvimos falar da disputa existente entre os profissionais de Relações Públicas e Jorna-lismo relacionado à atividade de Assessoria de Imprensa. Alguns profissionais entendem que a profissão é exclusivamente exercida pelos jor-nalistas, outros, não tão extremistas, defendem que a atividade é para quem tem competência, independente da graduação.

Concordamos em parte: é correto afirmar que a competência faz valer muito, mas no nos-so ponto de vista, independe da graduação. De qualquer forma, buscamos ouvir duas profissio-nais destas diferentes áreas.

A jornalista Andréa Sanhudo, professora do Curso de Jornalismo na Universidade de Soro-caba/SP, determina que a função de assessor de imprensa cabe ao jornalista, que é o intermedi-ário entre empresa e veículos de comunicação. “É ele que sabe a linguagem adequada a cada veículo, quais ações da empresa que podem ser notícias e qual a melhor maneira de informá-las”, diz.

No entanto, na opinião de Andréa, o rela-

ções-públicas também ocupa uma função im-portante na comunicação organizacional, mas não como assessor de imprensa. “Ao relações-públicas cabe as ações internas, como o plane-jamento estratégico para o estabelecimento de canais de comunicação com os públicos internos e externos.”

Já na opinião da professora Souvenir Dor-nelles, coordenadora do Curso de Relações Pú-blicas da Famecos, as áreas podem se comple-mentar, tanto em nível de competência, quanto em espaço de trabalho. Qualquer dos dois pro-fissionais pode exercer esta função, baseando-se nos conhecimentos adquiridos nos cursos. “Para o mercado de trabalho, o que importa são as competências e habilidades do profissional con-tratado. Esta reserva de mercado está caindo por terra, em ambos os lados, já que profissionais de jornalismo também vêm trabalhando com a co-municação corporativa”, observa.

O profissional de Relações Públicas é um dos que possuem os conhecimentos específicos para exercer a função de assessor de imprensa. Existem, por exemplo, diversas técnicas que se

precisa conhecer, como mediar interesses das organizações e seus públicos, trabalhar conflitos e buscar cooperação em todos os níveis organi-zacionais, como gerenciar crises internas ou ex-ternas.

Essa construção não se dá pelo simples fato de estarmos buscando, de forma corporativista, defender os interesses da atividade que estamos estudando, mas sim, pelo perfil que os jornalis-tas identificam ser necessário a um profissional para exercer o papel de assessor de imprensa. É importante falarmos que a atividade de jornalis-mo é muito reconhecida na nossa sociedade.

Devemos deixar claro que ambos se comple-tam para o sucesso da comunicação de qualquer insituição. E o melhor indicado para a atividade de Assessoria de Imprensa seria o profissional que possa contar com muitos conhecimentos e ferramentas, entre elas, a comunicação orga-nizacional, tendo assim, melhor condição de conduzi-la.

Bruna feijó, luisa potrich,paola ferreira e pedro sanhudo

gRelações-públicas e jornalistas disputam espaços em assessorias de imprensa. No mercado, firmam-se os melhores. É preciso estar preparado

OpiniãO da turma

pedro sanhudo

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7RRPPAtualidades/julho 2008

Definir o telemarketing atual como instrumento de Relações Públi-cas pode provocar interpretações equivocadas dessa área da comunicação. Afinal, a profissão é defensora de uma comunicação cuidadosa, delicada e que não agride os públicos alvos. Esta ferramenta, que deveria aproximar os públicos, muitas vezes é utilizada de forma massiva, provocando um efeito contrário, tornando-se inclu-sive “mal vista” pelo coletivo.

Por interferir na imagem da empresa com a função de ouvir as opiniões da sociedade, suas recla-mações, informando-a e detectando falhas no atendimento, o telema-rketing acaba por ser associado a um encargo de Relações Públicas. Atua no campo da comunicação mercadológica que visa aumentar o número de vendas e o número de clientes, portanto interage ativa-mente com o público, que é o objeto alvo da comunicação institucional desenvolvida pelas Relações Públi-cas. Segundo Kunsch em seu livro Obtendo Resultados com Relações Públicas (2006), “deve haver total integração entre a comunicação in-terna, a comunicação institucional e a comunicação de negócios para a busca e alcance da eficácia, da eficiência e da efetividade organizacional, em benefício dos públicos e da sociedade como um todo e não só da em-presa isoladamente”.

A proprietária da gráfica Copyserv, Hermínia Alves, é fiel defensora

do instrumento de telamarketing e sempre exige que a técnica seja em-pregada pelo relações-públicas que esteja trabalhando na copiadora. Ela afirma que é uma maneira rápida e direta de abordar futuros clientes: “A propaganda por telefone é instantânea e interativa, o que por e-mail, por

exemplo, não é, por ser muitas vezes ignorado e excluído.” Outra vanta-gem citada por Hermínia é que para empresas de pequeno porte como a dela, o telemarketing é uma forma barata de divulgação do produto em questão, já que propagandas publici-tárias possuem um custo muito alto.

A coordenadora do curso de Re-lações Públicas da PUCRS, Souvenir Maria Graczyk Dornelles, pontua que o telemarketing não é um produto ruim, porém mal utilizado. Ela argu-menta que através de textos decora-dos, impessoais e com gerúndios em excesso, o funcionário até comunica o receptor, porém não o persuade. “O que poderia ser uma ferramenta de aproximação e conquista de mer-cado acaba não exercendo todo o poder que detém,” observa. Ela ain-da acrescenta que uma das soluções

do processo é não invadir a privacidade do cliente. “O coerente é procurá-lo pelo número residencial, em horário comercial e sempre questionar se aquele momento é oportuno”, aconselha a professora.

. Evandro CalEtti, laura FrEitas E raisa PottEr

tElEMarKEtinG MadE in rElaÇÕEs PÚBliCas

Transmarketing: um conceito ainda desconhecido

Waldyr Gutierrez Fortes, autor do livro Transmarketing Estratégias Avançadas de Relações Públicas no Campo do Marketing, mostra em seu livro a interligação prática entre Relações Públicas e Marketing, expli-cando seu conceito e seu campo de ação. O livro tem a intenção de formar um novo pa-radigma, onde a interação dessas duas áreas resulta no melhor desenvolvimento para a organização.

Transmarketing é um termo pouco ad-mitido e utilizado no meio empresarial e até entre os profissionais de gestão e comunica-

ção. Segundo Fortes, devido ao prefixo trans, significa “movimento para além de”, “posição para além de”; logo é o que está além do marketing, fora, antes e depois dele – e é função das Rela-ções Públicas anteceder e suceder ao marketing nas organizações.

A proposta é que se junte a visão mercadológica (que valoriza o lucro,

característica do marketing) com a preocupação quanto aos públicos e altruísmo, característicos da atuação do relações-públicas. Segundo José Fernando Azevedo, professor de Publicidade e Propaganda da Famecos, podemos colocar como responsabilidade de Marketing as estratégias voltadas para a conquista do mercado e Relações Públicas com a fun-ção de cativar e manter o relacionamento com os mais variados públicos existentes dentro de uma organização. “Dessa forma, o transmarketing auxilia na sinergia entre os segmentos da organização e se preocupa com a melhoria da produtividade, atendimento e relacionamento com os clientes e também com toda a comunidade”, explica o publicitário.

José Fernando lembra que a comunicação é muito extensa e está sempre em movimento, “modificando-se e ampliando-se em suas possi-bilidades”. Para ele, o transmarketing pode auxiliar empresas modernas e dinâmicas para que atinjam plenamente suas metas. Esta é uma pro-posta inovadora que merece atenção tanto no campo profissional quanto no acadêmico de comunicação.

FaBiana Cintra, FErnanda MElo E GaBriEllE siGnor

iAs Relações Públicas podem e devem auxiliar o telemarketing na relação com o público

gO desafio é contatar no momento oportuno

Raisa PotteR

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8 RRPPAtualidades/julho 2008

iNova realidade No mercado do relações Públicas

As funções do relações-públicas extrapolam em muito a área do Cerimonial e Protocolo, com que geralmente se costuma associar a profissão. Entre outras funções, cabe-lhe o planejamento

da comunicação organizacional, a realização de pesquisas de opinião pública, a mediação de con-

flitos, o gerenciamento de crises e o planejamen-to e execução de projetos especiais e eventos.

Uma das etapas da execução de projetos e eventos é destinada à captação de recursos, ou

seja, meios para via-bilizar sua realização. “Compreendemos que o trabalho do profis-sional nesta área vai da formulação do projeto à escolha e contato dos potencias patrocinado-res”, discorre Luciana Forell, coordenadora do Departamento de Plane-jamento de Projetos da Federação das Associa-ções Comerciais do RS – Federasul.

Luciana ensina que na definição de poten-ciais patrocinadores é importante considerar, em primeiro lugar, a identificação da empre-sa ou entidade com o perfil do evento. “Não deve apenas haver coin-cidência de interesses quanto ao público-alvo e ao foco, entre outros aspectos, mas o poten-cial investidor precisa ter a cara do evento”, aconselha. As organi-zações recebem muitas propostas de patrocínio, por esta razão, o projeto deve ser elaborado de forma profissional, estar bem estruturado, conter

informações precisas sobre o evento, seus obje-tivos e outros dados que permitam à investidora

vislumbrar sua relevância; retorno e visibilidade a serem obtidos, entre outros propósitos. O va-lor proposto para a participação do patrocinador terá de ser compatível com o porte da empresa. Outra questão a ser considerada com cuidado é a relação com o patrocinador, desde o primeiro contato até o pós-evento. “O relacionamento é responsável por 100% dos fechamentos”, garan-te.

A assessoria de imprensa da TIM, que patro-cina com exclusividade o Tá Mesa, um dos mais tradicionais eventos promovidos pela Federasul, aponta os fatores que levaram a empresa a in-vestir na iniciativa: “A TIM define a escolha de seus parceiros/fornecedores baseada em três pilares: retorno institucional, promocional e de fortalecimento da marca TIM. Por isso, fatores como público-alvo, seriedade da marca parceira e afinidade de valores como ética e compromisso com a sociedade são algumas das exigências para associarmos a nossa marca a qualquer evento.

Num âmbito acadêmico, a professora Neka Machado, antiga coordenadora do curso de Re-lações Públicas da PUCRS, relata existirem disci-plinas compatíveis com a função de captação de recursos e que auxiliarão teoricamente a quem procura atuar nesta área. Elas são Empreende-dorismo, Eventos e Negociação. Porém, falta sa-nar especificamente a necessidade de uma disci-plina focada nesta função; que é uma área que se expande no mercado e própria dos relacionistas. Portanto abre-se aqui um espaço à discussão da criação dessa nova disciplina que abranja a de-manda que essa atividade oferece.

Existem, no mercado, empresas especializa-das na captação de recursos, no obstante, o dife-rencial do relações-públicas é ser o profissional capacitado para desenvolver todas as fases que envolvem a elaboração e a execução de projetos de captação.

Fernanda Zanchetta, Lívia Scheredere Patricia ScaraFFuni

caPtaÇÃOde recurSOS

prospecção de investimentos

gLuciana Forell: O investidor deve ter a “cara do evento”

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9RRPPAtualidades/julho 2008

Em vigor há 15 anos, a Lei Rouanet foi con-cebida com o objetivo de estimular pessoas físi-cas e jurídicas a destinar parte de seu Imposto de Renda ao financiamento de projetos culturais brasileiros.

Em 2005, a Lei Rouanet propiciou a cap-tação de R$ 677 milhões em incentivos, que fo-ram disputados por 2.383 projetos. Os críticos dessa lei afirmam que ela institucionalizou o mecenato, sob a forma de patrocínios nas áreas de música, artes plásticas, artes cênicas e litera-tura. Segundo eles, ao permitir que empresas e bancos utilizassem os incentivos para criar seus próprios institutos culturais, a lei se desfigurou, convertendo-se em mero instrumento para o marketing de empresas particulares com dinhei-ro público, vindo de renúncia fiscal.

Em vez de financiar projetos culturais de pequenos produtores independentes, a Lei Rou-anet beneficiou empresários do setor de diver-sões e lazer, permitindo-lhes obter incentivos para projetos meramente comerciais e altamen-te rentáveis. O caso considerado exemplar é o de uma empresa de origem mexicana que promo-ve o musical O Fantasma da Ópera e trouxe ao Brasil a trupe canadense Cirque du Soleil.

Lançado em 2005, e cobrando ingressos en-tre R$ 60 e R$ 200, o musical alcançou tanto sucesso que eles prorrogaram a temporada até 2007, tendo sido autorizada pelo Ministério da Cultura (Minc) a captar mais R$ 5,1 milhões em incentivos fiscais. O Cirque du Soleil, outra iniciativa comercial que também nada tem a ver com a cultura brasileira, foi autorizado a captar

R$ 9,4 milhões em incentivos. Além de preços nada populares, que variam entre R$ 50 e R$ 370, têm preferência na compra dos ingressos desse espetáculo os clientes “private” de um grande banco particular.

Nomes e marcas de empresas privadas são normais estarem associados a produções cultu-rais, como estratégia de marketing. Como produ-tor cultural, critico essa forma de investimento. Os investimentos deveriam vir das próprias em-presas e não de renúncia fiscal do poder público. Projetos e eventos comerciais não precisam de dinheiro público para serem viáveis. Com isso, sobrariam recursos para projetos mais modes-tos dos pequenos produtores locais.

FERNANDO DE CONTO

Quem deve ser beneficiado

O Grupo Gerdau segue os princípios do desenvolvimento sustentável e acredita que o crescimento de uma empresa está diretamente relacionado à evolução das comunidades onde atua.

A empresa acredita que programas culturais que promovem a educação e a inclusão social são fundamentais no desenvolvimento da auto-estima, da sensibilidade e do conhecimento de crianças e adolescentes, aumentando o nível de consciência destes, que assim são estimulados enquanto cidadãos a integrar a sociedade que fazem parte.

O grupo Gerdau apóia diversos projetos culturais nas localidades onde atua. Pode-se destacar: Fundação Iberê Camargo (RS/Bra-sil), Fundação Bienal do Mercosul (RS/Brasil), Orquestra Sinfônica do Brasil (RJ/Brasil), A Voz do Cidadão (RJ/Brasil), Doutores da Ale-gria (SP/Brasil), Fundação de Artes de Ouro Preto (MG/Brasil), Museu do Oratório (MG/Brasil), Associación Bilbaína de Amigos de La Ópera(Bilbao/Espanha), entre outros.

“Para a Gerdau investir na cultura gera be-

nefícios no desenvolvimento das comunidades onde estão inseridos, impactando diretamente na organização e acrescentando significativo va-lor sustentável para a empresa perante todos os públicos”, cita Isabel Reis, RRPP Gerdau. Para a relações-públicas, investimentos em cultura contribuem para a formação da imagem da em-presa, pois possuem um alto grau de visibilida-de de marca e noticiabilidade para a empresa, assim como a ampliação da rede que este tipo de ação possibilita.

Para a arrecadação de recursos, a influência é indireta e os investimentos sociais que a Ger-dau realiza estrategicamente não estão ligados ao aumento no faturamento da organização, mas sim a geração de valor sustentável à empre-sa. Projetos culturais são a forma de fundações “venderem seus produtos” à sociedade. “Se bem planejados e se a entidade possuir capacidade gerencial, são fontes de sustentabilidade e saú-de financeira dos projetos”, conclui Isabel Reis.

BiBiANA GRizA, BRuNA LEDuR, FRANCiELLE GRusChE, JuLiANA GuEDEs E VANEssA MARTiNs

Gerdau apóia projetosculturais e de inclusão

Arquivo pessoAl

gIsabel Reis, RRPP do Instituto Gerdau

u

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O evento é uma ferramenta de comunicação eficaz quando bem utilizada. Mas não se pode cometer erros, às vezes eles são irreversíveis. “Para produção de eventos é preciso conhecer o planejamento, o valor que vai ser gasto para a sua realização (o orçamento) e o principal é ter um banco de dados de fornecedores para todos os tipos de eventos”, explica a professora Mari-sa de Carvalho Soares, mestre em comunicação pela PUCRS, especialistas da área na Famecos e uma das responsáveis pelo Laboratório de Eventos da faculdade.

A característica principal da produção de um evento é propiciar uma ocasião extraordi-nária ao encontro de pessoas, com finalidade específica, e um tema principal que justificam sua realização. Sua finalidade não é só institu-cional, mas também financeira pela crescente dependência das empresas que são obrigadas a investir muito em eventos, sob pena de ficarem fora do mercado.

As instituições públicas e privadas promo-vem eventos tanto internos como externos. É

de suma importância e vem crescendo cada vez mais e se tornando essencial à vida econômica das empresas, competindo e, eventualmente, superando a publicidade e a propaganda que antes dominaram o mercado de comunicação e a preferência das empresas na aplicação de seus recursos de comunicação. Os eventos as-sumiram o papel de cartão visita das empresas e o posto para fechamento de negócios dos seus produtos e serviços.

Muitas pessoas e profissionais de outras áreas relacionam o profissional de Relações Públicas aos eventos, causando, assim, contra-dições e alvoroços, pois seriam considerados como festinhas e badalações. As produções, entretanto, são complexas. Evento de negócios, por exemplo, exige especializações e responsa-bilidade. Portanto, são necessárias contrata-ções de profissionais capacitados para planejar e executar as inúmeras tarefas em um curto prazo de tempo, às vezes essenciais à sobrevi-vência da empresas. Improvisações de última hora feitas por pessoas sem preparos específi-

cos, podem até mesmo comprometer o evento e a imagem da empresa e dos seus produtos.

Os eventos trazem inúmeros benefícios às empresas como estreitamento das relações com os clientes, possibilitando a interação deles com todos os profissionais da empresa e gera empatia entre as partes. Com isso, facilita as vendas, ao apresentar os produtos ou serviços da empresa para seu mercado-alvo. Acabam ganhando novos clientes, por meio da venda a curto, médio e longo prazos. Os eventos propor-cionam, ainda, informações sobre o mercado e seus concorrentes.

Mesmo assim, as empresas não estão sa-bendo valorizar profissionais da áreas. Muitas incumbem estagiários inexperientes para a re-alização de eventos, forçado-os a aprender na prática e com seus próprios erros, muitas vezes irreparáveis. Quem perdem é a imagem de em-presa e seus eventuais futuros negócios.

Patrícia Padilhae carina Krás

EvEntos, umaferramentaeficaz se bemutilizada

debateCamila Domingues/Hipertexto

gDonna Fashion Iguatemi 2008, um sucesso de público e charme que se repete todos os anos em Porto Alegre

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O mercado de trabalho para os relações-pú-blicas está se expandindo cada vez mais. Porém, ao mesmo tempo, pessoas que não têm habilita-ção em comunicação atuam nessa área, seja or-ganizando eventos, seja trabalhando em grandes empresas. Algumas pessoas, por não saberem o que faz um profissional de RRPP, acabam fa-lando que o mesmo faz só eventos. Um evento é uma ferramenta de comunicação utilizada pelo RP, mas sabemos que não é somente isso que o RP faz. Sendo o profissional mais bem prepa-rado para atuar como gestor da comunicação, o relações públicas pode e deve atuar em diversas áreas na comunicação.

Cláudia Palma, formada em Rela-ções Públicas pela UFRGS, dá sua opi-nião, em entrevista exclusiva, sobre o que acha de alguém que atua na área de eventos e não é formada. “Tecni-camente, ele acaba aprendendo com a experiência, mas sem dúvida o pro-fissionalismo na área de eventos vem muito das premissas e conceitos de Relações Públicas.” Em sua opinião, o evento é uma das grandes ferramentas de comunicação com os públicos que o RP tem, pois sabe que não se obtém resultados apenas com ações pontuais e o conjunto das ações é que leva ao ob-jetivo final, seja qual for. O profissional que não tem formação na comunicação encontra maior dificuldade para com-preender o processo da comunicação dentro da empresa. Tem maiores difi-culdades em mensurar os resultados, apresentar gráficos e apontar estraté-gias e soluções na comunicação”.

A produtora de eventos Bettina Be-cker, formada em Direito, admite que sente falta da habilitação em comunicação e diz que acredita que seria melhor desenvolvido se a tivesse. “Quando preciso de comunicação, nor-malmente contrato uma assessora de imprensa para este trabalho, mesmo que a nossa empresa tenha um bom relacionamento com pessoas da área. Talvez o que aprendi no decorrer dos úl-timos anos é que se eu tivesse uma base teórica teria facilitado um pouco mais. Acho que prática e teoria caminham juntas e levam à construção de um bom profissional.”

Para seguir no ramo de eventos, o profissio-nal deve possuir certas características diferen-ciadoras. Ter relacionamento interpessoal é o principal. Cláudia, que já trabalhou como produ-tora de eventos na agência Storck Bruno, Rádio Ipanema, e estagiou como RP na Dado Bier, hoje é produtora da revista Void. Ela contou quais quesitos que considera básicos para formar um evento e para ser um profissional da área. Para

ela, em casos de eventos empresariais, sejam promocionais, motivacionais, ou institucionais, sem dúvida os quesitos são postos na seguinte ordem de importância: diagnosticar o objetivo final do evento e a função do que se quer com esse evento, planejar o macro, planejar as etapas do evento através de plano de ação (cronogra-ma + check list), orçar e executar o evento com ferramentas próprias e utilizar profissionais ex-perientes - não é qualquer pessoa que sabe criar, planejar e executar. Por fim, na opinião de Cláu-dia, também é importante saber mensurar os resultados e avaliar o evento. O profissional de

RRPP que pretende trabalhar com eventos, seja dentro da organização ou como prestador de serviço deve ser muito pró-ativo e deve, acima de tudo, saber lidar com diferentes profissionais. Muitas vezes, no evento, profissionais de áreas distintas estão envolvidos e sequer compreen-dem o processo de comunicação. Além disso, o profissional de eventos tem que se propor a ter uma ampla rede de relacionamentos: com clientes, fornecedores, imprensa e prestadores de serviços em geral. Deve também saber prever os imprevistos e estar disposto a executar diver-sos tipos de atividades, uma vez que em muitos casos o próprio profissional terá que executar ações ou resolver problemas de outras áreas, como informática, jornalismo, administração e até contabilidade

Já Bettina diz que “para fazer um evento o primeiro passo é saber o foco do cliente, o que ele deseja, sendo o evento empresarial ou pessoal.

Para ter um evento de sucesso é imprescindível uma boa organização, mailling, local apropriado e itens como decoração, buffet, sonorização, ilu-minação, entre outros. O fundamental é o acom-panhamento durante todo o planejamento do evento, estar sempre presente em todas as eta-pas”. Acredita, ainda, que o profissional precisa ter responsabilidade, pontualidade, dedicação, disponibilidade e simpatia, passando soluções para o cliente, e não problemas.

Nos dias de hoje os eventos estão toman-do conta do mercado de publicidade. Empresas usam eventos para a divulgação de produtos,

facilitando as vendas, o contato com os clientes e até mesmo entre os públicos internos. Gran-des empresas estão aderindo a febre dos eventos para consagrar os produtos. Mas, sempre cui-dando para escolher o profissional certo, pois um pequeno erro pode acabar com a imagem e repu-tação da empresa e da marca. A concorrência é algo inevitável no atual mercado de trabalho. Os RRPP também sentem essa forte concorrência, tanto de profissionais da mesma área quanto de áreas distintas, os quais mostram-se competen-tes e dedicados. O RRPP é o profissional com o currículo mais apropriado e com maior embasa-mento teórico para exercer essa função, porém, cabe ao mesmo mostrar essa capacitação, com responsabilidade, estudo de teoria e dedicação na prática.

Luiza Espina, CaroLina CasagrandEE CaroLina siLbEr

Preparados para dar tudo certo

Camila Domingues/Hipertexto

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Na tarde do dia 27 de março, no prédio da Famecos, PUCRS, às 18h, ocorreu a recepção aos alunos chineses. Os 18 novos es-tudantes da universidade confra-ternizaram com a direção, profes-sores e colegas.

Com o famoso cafezinho da Famecos e pães de queijo, a re-cepção durou cerca de uma hora. Entre exibições de vídeos e con-versas diversificadas, a maior curiosidade existente era o mo-tivo da escolha de virem para o Brasil, e ao perguntar para eles, a resposta era rápida e clara: “Es-colhi o Brasil por curiosidade, por ser o país que tem pessoas mais alegres e simpáticas”, disse Elisa Liu. O grande espanto foi quando os intercambistas contaram que já estão no país há meio ano fa-zendo aulas de português no pré-dio de Letras na PUCRS , poucos presentes no evento sabiam da curiosidade. Durante o encontro cada um se apresentou para que houvesse melhor integração do

grupo. Após o primeiro contato, os

estagiários do LABE (Laboratório de Eventos) entregaram um pe-queno kit com camiseta, caneta, bóton e marca página para cada um deles. Com o decorrer da re-cepção, todos puderam assistir aos vídeos que outros chineses fizeram quando estavam aqui no país. Os conteúdos passados eram de sua cultura, opiniões e depoimentos sobre suas novas experiências, além de um telejor-nal apresentado por eles.

O objetivo do evento foi con-cretizado. Felizes, os alunos sa-íram com novos aprendizados e contatos. A repercussão foi gran-de, e com o “jeitinho brasileiro”, entre uma conversa e outra, os alunos combinaram festas e en-contros fora da faculdade para se reunirem e dar continuidade ao convívio.

Famecos recebe alunos visitantesvindos da ChinaUma tarde de confraternização na faculdade

Rafaela PeRuffo, TayananoRonha e RobeRTa feRnandez.

gIntercarmbistas e alunos da Famecos confraternizam na chegada

Foto Divulgação Intercâmbiono campus da PUCRS

Atualmente, uma das maiores vontades dos universitários é fa-zer intercâmbios para a busca de novas experiências profissionais. Com a recente desvalorização do dólar, os estudantes estão se moti-vando a partir para um universo de oportunidades e vantagens, além de incrementar os estudos e dar um “plus” na carreira.

Matheus Bertini, 20 anos, aluno do segundo semestre de Pu-blicidade da PUCRS, viajou para a cidade de Coventry, no estado de Connecticut (EUA), para Hood River, no estado do Oregon, tam-bém nos EUA, e para Florença, na Itália. Segundo ele, “coragem e disposição” são primordiais para um intercâmbio. “Uma experiência de intercâmbio agrega muito, tanto pesso-al como profissionalmente, pois amplia sua visão de mundo e te torna mais per-ceptivo as diferenças. Além disso, tem a questão do idioma, ter o inglês fluente é muito valorizada no merca-do de trabalho atual”, desta-ca Matheus.

Com todas essas ex-pectativas, a PUCRS oferece para seus alunos um Programa de Mo-bilidade Acadêmica – PMA, que disponibiliza convênios com várias universidades do exterior. Para se candidatar, o aluno deve estar de-vidamente matriculado, não sendo permitido o trancamento do curso, portanto, deverá continuar pagan-do as mensalidades da PUCRS, com isso, ficará isento de anuidade da Universidade de destino.

Para poder viajar por esse pro-grama, é exigido idade mínima de 18 anos no momento da inscrição, ter cursado no mínimo 25% dos créditos do currículo do curso em que estiver matriculado, apresen-tar Coeficiente de Rendimento

igual ou superior a 5.0, conheci-mento do idioma do país de desti-no, Plano de Estudos expresso no Formulário de Compatibilidade e também uma documentação pela comissão de seleção da universi-dade. O candidato estará efetiva-mente aceito para estudar na Uni-versidade de destino somente no momento em que receber a Carta de Aceite da mesma.

As inscrições ocorrem duas vezes por ano, em março e agos-to. Confira as Universidades Con-veniadas e dicas para o Programa de Mobilidade Acadêmica no site http://www.pucrs.br/aaii/pma/.

Aos alunos que querem ter

uma experiência no exterior, Ber-tini enfatiza: “Para ir é preciso co-ragem e determinação, uma mente aberta, disposta a absorver e tole-rar as muitas diferenças culturais que serão encontradas. E quando se retorna, se traz uma carga cultu-ral muito rica, além de um nível de maturidade muito maior”.

A PUCRS, através da Asses-soria para Assuntos Internacio-nais e Interinstitucionais, estimu-la e orienta para que esse sonho se concretize da melhor maneira possível, da forma mais adequada para cada aluno.

CaRolIna MaChado, Paula PlaCIdo e VaneSSa MoReIRa

gMatheus (E) em viagem ao exterior

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Em qual área você trabalha?Além do ensino, trabalho com consultoria

em pesquisa de opinião e mercado.Por que escolheu a área?Desde que estudava Relações Públicas, esta

foi uma área que me encantou e também onde fiz a maioria dos estágios. Contudo, depois de formada trabalhei inicialmente em empresas, abrindo minha consultoria somente uns anos depois, quando já tinha mais conhecimento e segurança.

Então, desde que decidiu começar a trabalhar em Relações Públicas já pensa-va em trabalhar com pesquisa?

Sim, durante o curso me apaixonei pela área de pesquisa.

Qual o tipo de pesquisa melhor para se trabalhar?

Gosto de todos os tipos. Atualmente eu te-nho realizado muitos trabalhos de pesquisa em

Relações Públicas como auditoria de imagem, opinião, análise de cenários empresáriais inter-nos e externos, clima organizacional. Tenho tra-balhado muito também com a pesquisa qualita-tiva durante os períodos de campanha eleitoral.

Com quais empresas você trabalha ou já trabalhou?

Entre tantas, algumas redes de supermerca-dos, instituições hospitalares, industrias como Bettanin, Florestal, Fruki, além do Governo do Estado, Municípios do RS, partidos políticos (durante as eleições), agências de publicidade e assessorias de comunicação.

Você acha que o campo para esta área é grande?

Sim, porque cada vez mais as empresas precisam acompanhar a evolução da sociedade e dos seus relacionamentos, buscando informa-ções concretas para tomar decisões corretas.

Qual o perfil do profissional que tra-balha nessa área?

O profissional deve ser curioso, observador, buscar constante atualização na área de pesqui-sa e comunicação corporativa, disponibilidade e interesse de conhecer a empresa como um todo, além de possuir habilidade de não misturar seus posicionamentos e opiniões pessoais nas análi-ses e laudos de pesquisa.

Você acha que os estudantes de Rela-

ções Públicas estão preparados para tra-balhar com isso?

Sim, na medida em que buscarem infor-mações mais profundas, por meio de leituras, análise de cases e conversas com profissionais e professores. Relações Públicas é um dos cursos que mais possui disciplinas voltadas para a pes-quisa.

Quais são as diferenças de pesquisa de Marketing e de RRPP?

Basicamente, a de Marketing é focada em produto/serviço: na relação consumidor-em-presa-marca. A pesquisa de Relações Públicas também precisa ter dados de marketing, contu-do está mais focada na opinião, imagem orga-nizacional e relacionamentos com os diferentes públicos. Na verdade, a nossa área trabalha com todos os públicos que interagem com a organi-zação.

Você se considera realizada nesta profissão?

Plenamente realizada e o que me completa é ser professora nesta área, pois posso trabalhar tanto com a prática como com a teoria. Meus alunos são minha inspiração, que me levam a buscar sempre novidades e ficar atenta às modi-ficações dos cenários.

Franciele Berti e tassia stoltz

Professora da Famecos e coorde-nadora do curso de Relações Públi-cas, Souvenir Dornelles, formada desde 1985, com doutorado em Co-municação Social, concedeu uma en-trevista à revista RRPP Atualidades sobre sua área de maior interesse: pesquisa.

“Pesquisa,uma áreaque meencantou”

Entrevista/ Souvenir Dornelles

Tassia sTolTz

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Foram meses e meses de pre-paração. Diversas previsões orça-mentárias feitas e refeitas, a fim de encaixar os valores para que o evento sediado na PUCRS deixas-se marcas a serem seguidas pelas demais edições. O Endipe (Encon-tro Nacional de Didática e Prática de Ensino) é um evento itinerante voltado à educação que contou, na edição de 2008, com uma equipe afinada de professores da Faculda-de de Educação da PUC, Unisinos e demais instituições apoiadoras.

Nesse ano, aconteceu de 27 a 30 de abril e contou com conferen-cistas como Maurice Tardif, autor de “Saberes docentes e formação profissional”; Marie-Christine Jos-so, que é Professora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Edu-cação da Universidade de Genève e uma das principais especialistas internacionais no campo das His-tórias de Vida e Formação; e Mário Sérgio Cortella, filósofo, mestre e doutor em Educação pela PUC-SP, entre outros profissionais de reno-me internacional no âmbito da di-dática e prática de ensino. Os pai-néis e salas de conversa tomaram todos os auditórios da Universida-

de, além de todas as salas de aula do prédio 40. O operacional do evento, que contou com cerca de quatro mil participantes, foi feito pela Coorde-nadoria de Eventos (encarregada pela operacionalização) e CEPUC (responsável pelo espaço físico e equipamentos), ambos da PUCRS.

Em geral, eventos desse por-te realizados na Universidade são operacionalizados por empresas terceirizadas. O Endipe, segun-do a equipe da Coordenadoria de Eventos, foi um desafio que prova as condições da Universidade em sediar tais eventos e ficar responsá-vel, desde a solicitação de material gráfico, até a programação cultural e recepção dos participantes do evento. Para isso, além da equipe fixa da Coordenadoria, foram re-crutados alunos de todos os cursos que haviam se inscrito para moni-toria. A realização e o sucesso dessa edição do evento passaram 100% pelas mãos dos profissionais e alu-nos da PUC gaúcha.

Ariele OliveirA, DAniele FrAssOn, ellen sArAivA,

riscillA rizzOne renAn BAptistA

A organização do EncontroNacional de Ensino na PUC

Ocorreu no dia 24 de abril, no auditório da Faculdade de Comuni-cação Social, da Pontifícia Universi-dade Católica do Rio Grande do Sul, o Encontro Aberje – Rio Grande do Sul, promovido pela Coordena-ção do Prêmio Aberje, cuja missão é “Fortalecer a visão estratégica da comunicação empresarial por meio do estímulo do reconhecimento e da divulgação de esforços e de ini-ciativas na área”.

O evento teve como finalidade apresentar o regulamento, catego-rias e novidades da edição de 2008 do Prêmio. Será a 34ª que ocorre este que é a mais tradicional pre-miação do Brasil na área de Comu-nicação Corporativa, já tendo agra-ciado 236 organizações.

Jovanka Mariana de Genova, coordenadora do Prêmio Aberje que esteve no Encontro, explicou a divulgação é dividida em regiões: São Paulo, Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro, Minas Gerais e Centro-Oeste e Norte e Nordeste. Após o término das inscrições no dia 26 de maio, é feito um cadastro dos pro-jetos e, assim, passa-se à primeira etapa. Nela, três projetos de cada categoria são escolhidos por região. Os finalistas apresentam, então, seus projetos aos julgadores. Os vencedores, os quais são divulgados apenas na cerimônia regional, con-correm ao Prêmio Aberje nacional que, segundo Jovanka, “busca reco-

Lançadoo PrêmioAberjede 2008iEncontro na Famecos esclareceregulamentoda premiação queconstará de18 categorias gJovanka Mariana de Genova, coordenadora do Prêmio Aberje esteve no auditório da faculdade

nhecer as práticas da comunicação das empresas.”

As organizações vencedoras ganham “visibilidade e reconhe-cimento de suas ações”, afirma a coordenadora. “A Aberje é a única instituição que reconhece ações de comunicação no Brasil. A empresa leva um troféu e um certificado”, conclui.

O Prêmio Aberje 2008 contará com 18 categorias. Entre elas, são inéditas: Comunicação de Ações de Sustentabilidade, Comunicação de Marca, e duas para Pequenas e Médias Empresas – “já que é difícil para elas concorrerem com empre-sas que têm grande verba”, explica Jovanka. Renomadas instituições, como Petrobras, Vale, Gerdau, Na-tura, Avon, Wal-Mart, entre outras, são algumas das postulantes.

Durante o evento, foram dis-ponibilizados exemplares da re-vista Comunicação Empresarial, da própria Aberje. Entrevistado, o diretor-geral da organização, Paulo Nassar, afirma que “nós (da Aberje) cumprimos nosso papel de fazer as corporações entenderem que a co-municação reúne diversos saberes na construção de marcas, reputa-ções e relacionamentos.”

AntoniA Abichequer, Ariel SoldAtelli, Felipe hAmmeS,

Guilherme mAxe GuStAvo dornelleS

ComuniCaçãoCorporativa

gerenCiamento de eventos

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15RRPPAtualidades/julho 2008

A Comunicação Interna são as interações, os processos de trocas, os relacionamentos dentro de uma empresa ou instituição. É responsável por fazer circular as informações, o conhecimen-to, de forma vertical, ou seja, da direção para os níveis subordinados; e horizontal, entre os em-pregados de mesmo nível de subordinação.

Para a doutora em Ciências da Comunica-ção, Marlene Marchiori, que também é membro do corpo de palestrantes da Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, a busca da valorização da comunicação interna deve ser entendida como estratégia básica dos empresá-rios que desejam a efetividade de sua organiza-ção. “É por meio da comunicação que uma or-ganização recebe, oferece, canaliza informação e constrói conhecimento, tomando decisões mais acertadas”, explica Marchiori.

Segundo o professor, pesquisador e con-sultor de empresas na área de Comunicação Empresarial, Wilson da Costa Bueno, a Comu-nicação Interna é de suma importância numa organização, porque cada colaborador tem um papel a desempenhar em seu desenvolvimento e não só o ‘staff’ profissional de comunicação.

Mas por que a Comunicação Interna é tão importante numa organização? Os empregados são parceiros e quanto mais bem informados estiverem, mais envolvidos com aquela em-presa, sua missão e seu negócio, eles estarão.

A Comunicação Interna amplia a visão do em-pregado, dando-lhe um conhecimento sistêmico do processo. “As ações da empresa devem ter sentido para as pessoas – sendo necessário que encontrem no processo de comunicação as jus-tificativas para o seu posicionamento e compro-metimento”, define a doutora em Ciências da Comunicação, Marlene Marchiori, em sua obra “Comunicação Organizacional: conhecimento estratégico no relacionamento e na comunica-ção dos empregados”. Assim, o funcionário, sa-bendo o que seu trabalho representa no todo da organização, qual a importância das tarefas que realiza, do que produz, o desempenhará com mais eficiência.

De acordo com o professor Bueno, os em-pregados são os “melhores porta-vozes” da ins-tituição em que trabalha. Sua opinião sobre a organização vale muito para quem está de fora. Ele é o maior propagandista de sua própria orga-nização. “Funcionários descontentes, mal infor-mados, geram prejuízos imensos às instituições porque podem expressar, com mais autenticida-de do que outros públicos, os valores positivos ou negativos da cultura organizacional. Fica fá-cil acreditar no que eles dizem porque, afinal de contas, eles estão vivendo lá dentro. Como sabe-mos, a imagem e a reputação se formam assim, a partir de pequenas vivências e convivências e os públicos internos têm papel fundamental neste

processo”, diz Bueno. Para ele, investir na comu-nicação interna é investir no clima organizacio-nal e em marketing.

“Com a globalização e a disseminação de novas tecnologias, a Comunicação Interna tem uma função importante, no sentido de fazer cir-cular as informações novas, promover o debate e a interação entre os vários segmentos da orga-nização e, sobretudo, capacitar os funcionários para os novos desafios”, defende o professor Wilson Bueno. Sua opinião é compartilhada com a professora Margarida Maria Krohling Kunsch, para quem a comunicação interna “deixa de ser uma área periférica e alia-se aos demais setores, tornando-se assim uma ferramenta imprescin-dível para a obtenção de resultados”.

Por isso, o processo de comunicação interna precisa ser valorizado e os canais que ele dispõe (jornais, boletins, intranet, murais etc) dispo-nibilizados de forma eficaz e atrativa para que realmente cumpram sua missão de integrar todo o quadro funcional de uma organização. Comu-nicar é mais que informar, é atrair, é envolver. E neste processo, todos os empregados possuem seu valor e atuam de forma a tornar uma orga-nização bem informada ou não. Enfim, uma boa comunicação interna depende de todos.

Patrícia cardoso camilo e renata Gomes Folletto

Comunicação InternaA importância da

Pedro Sanhudo

gAs organizações devem promover comunicação em forma vertical, vinda da direção, e horizontal, entre os funcionários

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16 RRPPAtualidades/julho 2008

Ser extrovertido e adorar fa-zer festas não são as características fundamentais para cursar Relações Públicas, diferentemente do que se pensa. Mesmo que o profissional tenha de organizar eventos depois de ingressar no mercado de traba-lho, eles serão sempre relacionados a aspectos mais amplos da comuni-cação das empresas, o grande alvo da carreira.

A executiva da agência de rela-ções públicas LVBA, Flávia Regina Valsani, formada há dois anos em Relações Públicas na USP. Teve de organizar recentemente uma fes-ta para um cliente, uma empresa de imagem e material fotográfico, entretanto, ela não foi responsável por conseguir as mesas ou contra-tar garçons, o que é terceirizado, mas teve de pensar no “conceito” do evento de acordo com a imagem que pretendia passar.

“A empresa tinha patrocinado a restauração de acervo de um fo-tográfo importante que tinha feito um livro. Aproveitamos a sua fes-ta anual para posicioná-la como apoiadora da cultura. Então, cria-mos um conceito para o evento, com a idéia de recuperar o passado com a tecnologia do futuro. O even-to tem de ter uma função, não é a festa pela festa. É uma ferramenta para trabalhar o posicionamento da empresa”, explica Flávia.

Uma empresa tem de se comu-nicar com seus diversos públicos, os funcionários, os acionistas, a co-munidade ao redor de sua fábrica, o Estado, a imprensa e o restante da sociedade. “Quando uma empresa instala uma fábrica em uma região, ela tem de se integrar com os mo-radores. Nós, então, promovendo algumas ações, como visitações.” Como conseguir manter um rela-cionamento positivo com todos e integrando diversas ferramentas de comunicação? Esta é a função do profissional de relações públicas.

Uma das ferramentas mais co-muns das relações públicas, segun-

do ela, é a assessoria de imprensa, que é a intermediação entre as em-presas e os meios de comunicação. “Antes, o mais comum era o traba-lho de assessoria de imprensa, mas agora as empresas estão se cons-cientizando da importância de um trabalho mais amplo de comunica-ção”, disse Flávia.

Essa antiga ênfase na asses-soria foi responsável, segundo ela, pelo seu primeiro baque na pro-fissão. “A gente vê na faculdade grandes projetos integrados, a im-portância do planejamento estraté-gico, mas acabava fazendo apenas assessoria de imprensa. Agora está melhorando, mas o dia-a-dia não é só estratégico, tem coisas mais sim-ples também”.

O primeiro trabalho que o es-tagiário faz em uma agência de relações públicas, geralmente, é o chamado clipping, que é o acompa-nhamento das notícias vinculadas pela imprensa. “Para ganhar expe-riência, é muito importante enten-der como funcionam os veículos”, afirma.

Um dos trabalhos mais im-portantes sob responsabilidade do relações-públicas é o gerenciamen-to de crise, em que é montada uma estrutura para atender os casos de emergência. Além disso, são feitos treinamentos em que são testadas as reações das pessoas envolvidas. Para isso é feita uma simulação, por exemplo, de um vazamento de produto químico, em que a empre-sa seria acusada. Além das provi-dências de segurança, tem de dar informações para a imprensa, para o governo, para ambientalistas e outros interessados.

“Nessas situações, de forma ne-nhuma pode-se mentir. Temos de dar informações certas e de forma clara para evitar mal-entendidos. É algo difícil de coordenar, e trei-namos com uma espécie de teatro”, conclui Flávia Regina Valsani.

Camila Felix

Profissional define comunicação integrada e gerencia crises

EntrEvista

Profissionais, estudantes e professores debaterão a interação da mídia, ecologia e sociedade du-rante o 31º Congresso Brasileira de Ciências da Comunicação, que se relaizará durante a primeira se-mana de setembro, do dia 2 ao 6, em Natal, capital do Rio Grande do Norte. A promoção da Sociedade Brasileira de Estudos Interdiscipli-nares da Comunicação (Intercom) homenageia em 2008 os 50 anos de fundação da Universidade Fe-deral do Rio Grande do Norte e os 110 anos de nascimento da Câmara Cascudo. O evento terá como tema central o estudo da cultura de mas-sas, com foco em análises cruzadas com fenômenos típicos das cultu-ras erudita e popular.

Figuras internacionais já con-firmaram presença, como os es-panhóis Manuel Pares i Maicas, Margarida Ledo, Francisco Sierra e Bernardo Diaz Nosty, os portugue-ses Antonio Fidalgo, Jorge Pedro de Sousa e Luis Humberto Marcos, o cubano-mexicano Mário Nieves, os argentinos Gustavo Climadevilla e Luis Albornoz e o mexicano Gus-

tavo León. Também participarão ícones da comunicação no Brasil, como Carlos Eduardo Lins da Silva, Wilson Bueno, Gaudêncio Torqua-to, Carlos Chaparro, Luitgarde de Oliveira Barros, José Geraldo W. Marques, Norval Baitello Jr., Ju-remir Machado da Silva, Adisia Sá, Roberto Benjamin, Marcius Freire, Antonio Fausto Neto.

Os Congressos da Intercom destinam-se a estimular a produ-ção científica nos diversos espaços de ensino, pesquisa e produção em comunicação. Sua meta é instaurar um fértil diálogo plural entre su-jeitos diferenciados, no sentido de fomentar as diversidades regionais para fortalecer a identidade nacio-nal, numa conjuntura marcada pela globalização. Pesquisadores, edu-cadores e empreendedores de cada região são convidados a refletir so-bre o tema central escolhido para o Congresso Nacional da Intercom, ajudando a promover o debate de questões de ponta no cenário da comunicação.

Raisa de OliveiRa santOs

31º Congresso da Intercom

Em novembro do ano passado, o Brasil conheceu a nova identida-de de uma das maiores empresas do país. A troca de marca foi algo estudado e planejado durante anos. Antes do surgimento da nova em-presa, reforçou-se com os empre-gados durante três eta-pas a sua Missão, visão entendida como valores. Somente após concre-tizar estes itens saiu do ar uma marca dura com perfil estatal. Surgiu uma marca simples, deixando clara sua bra-silidade, ficando para trás o nome Cia. Vale do Rio Doce, passando a se chamar Vale.

A Vale apresentou seu novo posicionamento, assim como sua nova identidade, com o nome abre-viado e nas cores verde e amarelo. “A empresa quis se destacar”. Em todo o processo de mudança a prin-cipal preocupação da empresa era

a rejeição dos empregados mais antigos, inclusive os que já estavam aposentados. O foco era que os fun-cionários conhecem a marca antes do público externo.

Uma semana antes da apresen-tação, os empregados foram conhe-

cendo cada produto e tendo a visão das trans-formações que estavam acontecendo. A impor-tância dos empregados para uma empresa é

determinante para o sucesso dela, pois uma marca é constituída pri-meiro pelo seu público interno. E como fez muito sucesso entre eles, a Vale trabalhou o conceito de transformação, a apresentação da nova identidade foi feita em um evento de gestores no mundo todo, com transmissão via satélite e pela internet.

CRistina sChneideR

Um case: surge a marca Valeu

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Nos dias 7 e 8 de abril, Porto Alegre sediou o XXI Fórum da Liberdade, que ocorreu na PUC, produzido pelo IEE – Instituto de Estudos Em-presariais. Com a temática “Agora, O Mercado é o Mundo”, os participantes debateram a aceleração obtida na comunicação e a conseqüente alteração que trouxe para os mercados e às culturas. As palestras atraíram os mais diferentes públicos, desde estudantes de varia-das áreas, até grandes empresários. O interesse era comum: entender o que realmente é o mercado atual e ouvir a opinião e a dicas de investido-res bem-sucedidos.

A abertura contou com as pre-senças do vice-governador Paulo Fei-jó e do presidente do IEE, Giancarlo Mandelli. O ciclo de palestras foi ini-ciado por Salim Mattar, presidente da Localiza, maior empresa da rede de aluguel de carros da América La-tina. O que surpreende é a história da empresa, a qual começou com apenas seis fuscas usados e comprados a cré-dito.

Mattar comentou sobre as difi-culdades que as empresas brasilei-ras já enfrentaram e enfrentam até hoje. Citou o problema da burocra-cia. “Para abrir um negócio no Brasil, são necessário em média 150 dias, enquanto na França a média é de 50 dias”, comparou o palestrante. Tam-bém relacionou a corrupção, a alta taxa de juros e a imagem ruim que o Brasil tem no exterior, “o que as or-ganizações acabam, muitas vezes injustamente, levando consigo”, lamentou o conferencista.

Como segundo palestrante, David Feffer, presidente da Suzano Holding e presidente do Conselho de Administração da Suzano Papel e Celulose, apresentou a “Geração Y”. Segundo ele, essa geração preza pela qualidade de vida, preocupa-se não apenas com o dinheiro, mas também com valores e desafios empresariais. Ao final, afirmou que o mercado atual é composto por ‘três efes”: Flexible, Focused, Fast (flexível, focado e rápido). Feffer, segundo algumas opini-ões, não superou as expectativas da maioria do

público.Na primeira noite, o terceiro e último a falar

foi um ícone entre os empresários bem-sucedi-dos: Jorge Gerdau Johannpeter. Sob sua lide-

rança, o Grupo Gerdau tornou-se uma empresa internacional, que hoje ocupa a 14ª posição de acordo com o ranking do Internacional and Steel Institute sobre os maiores produtores siderúrgi-cos do mundo. Johannpeter disse ser o mercado uma soma de atitudes de comportamentos dos indivíduos. Ele afirmou que “a democracia li-beral é a que permite a verdadeira liberdade de mercado” e “os fenômenos de globalização são imensuráveis e imprevisíveis”. Lembrou que as instituições precisam aprender a respeitar as forças e a dinâmica dos mercados e deu a dica: “Só sobreviverão as empresas que se atualiza-

rem sempre e que ajustarem ao novo mercado global.”

O segundo dia foi aberto com o painel Livre Comércio - Ameaça ou Oportunidade? ministrado por Ciro Gomes, Paulo Guedes e o americano Tom Palmer. Outro destaque foi o debate entre Luiz Carlos Molion, bacharel em Física pela USP e doutor em Meteorologia – Proteção Ambiental e Philip Fearnside, pes-quisador do Instituto Nacional de Pesquisas

da Amazônia (INPA), em Manaus. As discussões intensificaram-se devido ao contraponto entre as duas teses sobre o tema Aquecimento ou His-teria Global?

O Prêmio Liberdade de Imprensa foi en-tregue a Carlos Sandemberg. Em seu discurso, ressaltou a importância da imprensa não mais depender do auxílio do Estado e a sua melho-ria no cenário atual. Criticou o atraso latino-americano, tanto econômico quanto ideológico e defendeu a não criação de leis especificas para imprensa.

Carolina Casagrande, Carolina silber, Fernanda ZanChetta, lívia sChereder, luís

leandro Ferreira rosa, Mileni bender e PatríCia sCaraFFunni

Mercado, culturae comunicação

Fórum da Liberdade

gJorge Gerdau Johannpeter, um dos principais empresários brasileiros, proferiu palestra

Pedro Garcia/ HiPertexto

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A política em boas mãos

As Relações Públicas vivem um importan-te momento na redefinição das suas atividades, não sendo mais associada a “organizador de fes-tas”. Procura-se relacioná-la hoje a uma visão mais moderna, evidenciando a busca de equilí-brio entre os interesses das organizações e dos públicos. Em 2008, um ano de eleições munici-pais, abrem-se espaços para os profissionais de RRPP.

A profissão é voltada à harmonização ou gestão da comunicação entre todos os públicos envolvidos com uma organização. Relacionando a profissão com a política, visa promover um en-tendimento entre as necessidades dos eleitores e os interesses do candidato, priorizando uma boa relação entre ambos para promover uma aceita-ção junto à população.

“A profissão de Relações Públicas é essen-cial para o meio político, pois contribui para a elevação da imagem do político para qual o pro-fissional trabalha, visando promover um enten-dimento entre as necessidades dos eleitores e os interesses do candidato, para que haja uma boa relação entre ambos”, diz Margareth Massing Deutsch, relações-públicas e assessora de Co-municação Social do Grupo CEEE.

As estratégias de comunicação utilizadas pelas Relações Públicas durante o período de campanha prevêem que todos os investimentos sejam muito bem planejados e calculados antes do seu início. Começa então o desenvolvimento do seu trabalho de comunicação que contribuirá muito para o sucesso da campanha eleitoral. O profissional utiliza várias ferramentas de comu-nicação, acompanha o processo de campanha, corrige falhas, mantêm contato permanente com os eleitores, tudo isso com o objetivo de dar cre-dibilidade ao político. Essa capacidade endossa o bom desempenho dos profissionais de Relações Públicas nesta área como o bem-sucedido exem-

plo de Itatiana Lacerda, que atua há muitos anos no meio político com sucesso. “Minha experiên-cia com a política, se faz desde que nasci. Vivo entre políticos, participo de campanhas políticas há 42 anos, e minha atividade se faz através de cargos junto a eles, gerenciado-os. Sempre tra-balhei com políticos. Exerço atividades no setor privado e publico. Meu ultimo cargo foi como chefe de gabinete do deputado estadual Jose La-cerda Neto, hoje, atual vice-governador do Esta-do da Paraíba”, conta Itatiana por e-mail.

Para a divulgação da campanha, os assesso-res do político buscam espaço em quase todos os veículos de comunicação existentes, ganhando maior espaço na televisão, por ser mais acessado pelos brasileiros.

Após a eleição, o papel do relações-públicas é continuar em contato constante com o políti-co e eleitores, mantendo-se sempre informado para assim continuar executando seu plano de comunicação. A idéia é manter a credibilidade do político ou partido envolvidos.

Francine costa,

Grazielle sbardelotto da costa,Juliane Kramer e luziane schucK

iRelações Públicas: o PRofissional ideal PaRa geRiR camPanhas eleitoRais

Slogans geralmente refletem o conceito de uma marca, mas muitas vezes deixam marcas em um conceito. Cumprem impor-tante papel para a fixação da ima-gem, chegando até a tornar-se um ícone em alguns casos. Grandes slogans são feitos por grandes pu-blicitários, mas nem sempre para grandes marcas.

A professora Marisa de Carva-lho Soares, mestre em Comunica-ção desde 1998 pela PUCRS, vê o slogan como uma ferramenta de comunicação que pode ser utiliza-da tanto pelo profissional publici-tário como o de relações públicas, dependendo de sua aplicação. “Um RP pode utilizá-lo para cam-panhas institucionais, divulgação de eventos e comunicação inter-na, ele determina e planeja a necessidade de um slogan, mas quem executa e cria a

peça é um PP”, explica Marisa Soares. Nem todo slogan serve para vender

produtos, um exemplo é a Coca Cola, que trabalha sua mensagem na marca. A professora da Fame-cos citou o apelo da TAM: “Paixão por voar e servir”, onde em todas as peças publicitárias da campa-nha mostram os funcionários ex-pressando o seu compromisso e a confiança na empresa.

Como professora de Plane-jamento e Produção de Eventos, Marisa destacou a campanha da Famecos, onde alguns dos profes-sores do curso de RP, com a neces-sidade de uma ação diferenciada para o incentivo da leitura, plane-jaram a campanha “Leia e passe adiante”, com o objetivo propor que livros e revistas circulem pelo maior número de pessoas possível. A campanha foi um sucesso

liGiane dias pinto e Vanessa VeiVerberG

O efeito causado por um bom slogan

gMarisa Soares, professora graduada em Relações Públicas

Ligiane Dias Pinto

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19RRPPAtualidades/julho 2008

desenvolvimento sustentável

Com a crescente preocupação com o aque-cimento global e suas conseqüências, o mundo todo encontra-se em alerta e as pessoas estão se mobilizando para tentar conter o estrago que o próprio homem produziu. Para a atividade de Relações Públicas não poderia ser diferen-te, pois responsabilidade socioambiental é de suma importância para todos. Para conhecer um belo trabalho de preservação e conscienti-zação ambiental, liderado por profissionais de Relações Públicas, não é preciso ir muito longe: a poucos minutos de Porto Alegre, no município de Viamão, se encontra o Instituto Via-Montes.

O Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Sustentável Via-Montes foi fundado por empre-sários viamonenses em 1º de agosto de 2007, em parceria com o Campus Viamão da Pontifí-cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, através do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvi-mento de Turismo e Hotelaria da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS e com o apoio da Prefeitura do Município de Viamão.

O Via-Montes é uma Organização da So-ciedade Civil de Interesses Públicos (OSCIP) que pretende somar forças aos interessados em

promover o desenvolvimento sustentável da ci-dade. Essa entidade do Terceiro Setor tem for-mado um conceito mais amplo de Turismo, for-talecendo a identidade local ao criar uma cadeia de processos que consolidam a importância do turismo sustentável na comunidade, de forma ampla e não isolada. O instituto tem na sua di-retoria duas profissionais de Relações Públicas. Na assessoria de comunicação, Cristina Almeida e Laury Job, presidente da Instituição e profes-sora da Famecos. Segundo Laury, “o Instituto Via-Montes nasceu da necessidade da comu-nidade de Viamão dispor de uma organização civil para apoiar as ações de Turismo Susten-tável a serem implantadas naquele município”.

A OSCIP tem como finalidade promover a defesa e a valorização do Patrimônio Natural do município, dos referenciais históricos e das ma-nifestações artístico-culturais das comunidades. Os associados pretendem colaborar com a preser-vação dos patrimônios ambiental, cultural e his-tórico da cidade para proporcionar qualidade de vida a seus habitantes e visitantes. Paralelamen-te, o instituto almeja articular ações para o de-senvolvimento econômico e o combate à pobreza

no município, como forma de motivar a respon-sabilidade social de todos os agentes e parceiros.

O Via-Montes quer atuar, permanente-mente, junto aos órgãos governamentais, enti-dades civis, empresários e sociedade em geral, posicionando-se de forma pró-ativa, na busca de ações que conduzam ao desenvolvimento sustentável do Brasil. Além disso, irá promover o intercâmbio com outras entidades similares, educacionais e de pesquisa, tanto nacionais quanto internacionais, como forma de comple-mentar os projetos desenvolvidos pela entidade.

A presidente do Via–Montes vê nos espaços de Responsabilidade Social e Ambiental uma das essências da profissão de Relações Públicas. “Relacionamento com a comunidade tem sido ao longo dos tempos um ponto fortíssimo de nossa profissão. Portanto, para nós não é um assunto novo, carregamos no nosso DNA profissional a preocupação com um diálogo efetivo com a co-munidade. Quando falo diálogo, falo em ações concretas: ouvir as necessidades e tentar de al-guma forma minorá-las”, conclui Laury Job.

Rochele Rachi e claRissa FReibeRgeR

Relações Públicas cuidando dapreservação social e ambiental

Para quem tem interesse em atuar nes-sa área, que a cada dia cresce e tem a ne-cessidade de profissionais éticos e compro-metidos, a professora Laury Job descreve o perfil ideal para o profissional desta área:

AMA as pessoas e todos os seres vi-vos: entendendo que AMOR implica em RESPONSABILIDADE;

ACREDITA que é sempre possível fazer alguma coisa: mesmo que seja simples e pequenina;

É PERSISTENTE: não deu para fazer agora, tenta depois e quem sabe de um jeito diferente;

Tem uma postura de FACILITA-DOR: é o profissional que busca soluções;

ENTENDE que no social não deve se preocupar tanto com concorrência: por-que no social o universo de clientes é “infi-nito”, especialmente no Brasil.

Perfil dovoluntário

gProfessora Laury Job preside instituto de desenvolvimento sustentável, em Viamão

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Fotos Camila Domingues/ Hipertexto

Há algum tempo, profissionais vêm exer-cendo a função de comunicação estratégica de RRPP voltada única e exclusivamente para a responsabilidade social. São alguns militantes anti-partidários vindos de diversos movimentos sociais. Esses militantes acreditam que quando ocorrer a “grande mudança” na conjuntura po-lítica, estrutural e social no país, a profissão que cuidará de todo o processo de articulação, escla-recimento e reorganização do povo nessa nova ordem de trabalho, serão os profissionais que dominam a técnica da comunicação, e citam em especial as RRPP.

“RP é a profissão que tem o poder de per-suadir, convencer e mobilizar pessoas através de suas técnicas, usando a informação como matéria prima”, afirma a relações-públicas Ma-gali De Rossi, que faz parte da ONG apoiadora de movimentos sociais Madre Cristina. “Esses profissionais e formandos na atividade de RRPP trabalham a informação como uma ferramen-ta de formação e não como um instrumento de alienação, tentando garantir, assim, a afirmação do ser humano como um sujeito social”, disse. Formada em RRPP na UFGRS, em 1999, ela re-centemente concluiu o curso de História na Uni-versidade IPA Metodista.

Magali De Rossi trabalha com projetos ela-borados para garantir o patrocínio financeiro de grandes empresas, em eventos culturais e sociais envolvendo as classes desfavorecidas. Em seu trabalho para garimpar recursos, a re-lações- públicas descobriu que uma idéia, para ser aceita por empresários, é necessário que seja um projeto transparente em sua proposta, com pautas claras e plausíveis, mas o que facilita, mesmo, é a questão da legislação, à qual as gran-des instituições têm que se adequar ao 3° setor, facilitando seu comprometimento com ações de apoio comunitário. “Nada é neutro, existe

a disputa de classes, e seria um crime se estes recursos estivessem na sua totalidade em mãos de uma só classe, no caso a burguesia”, afirma Magali De Rossi.

Os profissionais de RRPP, que exercem a função de militância política a favor de movi-mentos sociais, criticam que as RRPP podem, sim, trabalhar apenas com eventos, mas que os mesmos sejam na sua maioria para inserção

cultural, e não de exclusão social. “Só assim a essência dessa profissão terá sentido histórico e social. O conhecimento de seus profissionais quanto à comunicação, deve ser uma ferramenta para transformação social, e não para manuten-ção do estado e das classes dominantes”, conclui Magali de Rossi

Luis Leandro Ferreira rosa e CaroLina siLber

iProfissional de relações PúblicasPode exercer sua função como

ativista Político revolucionário?

O relações-públicas militante

gAtuação junto a lideranças populares nos movimentos sociais, na periferia, é um campo que se abre às Relações Públicas

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MENSAGEM SUBLIMINARVerdade ou mentira?

Em uma sociedade em que os meios de comunicação bombardeiam com ima-gens, símbolos e sons como elementos que interagem em um grande sistema, a obje-tividade das mensagens passa por vieses consciente e inconsciente. No que tange à publicidade, Marshall McLuhan, admi-rado por uns e criticado por outros, como filósofo da comunicação, escreveu que os anúncios são pílulas subliminares para o subconsciente, com o rito de exercer um feitiço hipnótico.

O termo propaganda tem sua origem etimológica no latim, pangere, plantar. Todo o ato de comunicação visa, assim, plantar uma mensagem no receptor, sob forma de propaganda de produtos ou de publicidade ideológico, político e eleito-ral. Como afirma McLuham, os anúncios são pílulas subliminares que vão, homeo-paticamente, persuadindo o consumidor-eleitor.

De acordo com a professora da PUCRS, Susana Gib Azevedo, formada em Psicolo-

gia com foco em Publicidade e Propagan-da, “a mensagem é um processo proibido, pois as mensagens têm que seguir o umbral da consciência, onde as pessoas captem de acordo com os seus objetivos”.

Para Suzana, dizer que toda a comu-nicação é intencional é polêmico, mas al-gumas mensagens acabam sendo sublimi-nares, porque quem faz pode ter seu lado subliminar. Um bom exemplo da veraci-dade destas afirmações seria o filme “Uma chamada perdida”, onde o espectador, bus-cando encontrar a mensagem subliminar, vê na cena inicial do filme, a propaganda do jogo xbox-360 na janela do ônibus.

No âmbito cinematográfico, temos ou-tros exemplos de mensagens subliminares, porém nem tão verídicos, como a árvore falante de Pocahontas, que é vista pelo site Projeto Ockham como referência pagã. O professor e jornalista Celso A. Shröder diz que, “nos desenhos esse conceito vem dos anos 40, 50. Iniciou através de uma cartilha norte-americana que começou a

analisar os desenhos e atribuir-lhes certa maledicência”.

Mas nem tudo é mito. O desenho de 1977, “Bernardo e Bianca”, realmente contém dois frames (não consecutivos) na qual uma mulher aparece nua em uma janela. Diferentemente do caso anterior, a cena é clara e inconfundível, mas não pode ser percebida durante a exibição normal nem pelos olhos mais atentos; é preciso congelar a imagem no ponto exato para vê-la. Neste caso, o detalhe conveniente-mente ignorado pelos sites crédulos é que ninguém havia notado a cena até 1999, quando a própria Disney anunciou o recall das fitas. Quando a Disney anuncia recall das suas fitas, faz com o intuito de gerar uma polêmica em torno de todos os seus desenhos, fazendo assim com que as pes-soas procurem outras mensagens em suas obras.

DEBoRA DIAS, NAtALIA RoDRIGUESE tAtIANA LAMB

Os quatro Beatles, andando em fila, simbolizam a procissão de

um enterro. John de branco seria o padre ou o médico; Ringo é o

agente funerário; Paul é o morto e Harrisson, trajando um surrado jeans, seria o coveiro. Na anima-

ção dos Simpsons, a paródia da cena histórica.

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22 RRPPAtualidades/julho 2008

A atividade de Relações Pú-blicas é abrangente. O profissional da área pode atuar em diversos setores e inclusive no cinema. Um filme pronto para ser um sucesso de Hollywood, por exemplo, pode não conquistar o público se não fo-rem utilizadas estratégias corretas de divulgação. É nesta hora que o profissional de RRPP coloca a teo-ria em prática. Um bom meio para iniciar esse processo é conhecer o seu público alvo (através da pesqui-sa de opinião) e a partir disso deve definir estratégias para propagação da sétima arte.

A internet pode ser considera-da, atualmente, um dos principais meios de comunicação. Um veículo que cada dia ganha novos usuários. Por isso, é considerada uma das melhores estratégias de divulgação de filmes, porque é um mecanismo

barato e que atinge públi-cos diferentes. As produto-ras de cinema, juntamente com seus profissionais de comunicação, podem usu-fruir desse meio para ob-terem melhores resultados e alcançarem recorde de público, sucesso de bilheteria e uma arre-cadação que supere a cifra dos mi-lhões de dólares. É o que garante o coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Produção Audio-visual (Teccine) da Famecos, João Guilherme Barone. Segundo ele, no Brasil uma divulgação não sai por menos de R$ 1 milhão e a Internet possibilita um custo mais acessível. “A Internet é usada como estraté-gia para criar interesse pelo filme”, destaca Barone.

Conforme o coordenador, mui-tos filmes que sequer foram filma-

dos já estão em sites e blogs ou com notícias espalhadas pela web. O fil-me Cloverfield é citado como exem-plo. A produção espalhou imagens falsas da obra cinematográfica, fa-zendo com que as pessoas tivessem curiosidade, o que gerou mais de 40 milhões de dólares em arreca-dação durante a estréia do filme

O professor e cineasta Carlos Gerbase, da Teccine da PUCRS, re-lata que ao estrear seu filme 3 Efes colocou-o em três mídias: salas de cinema, televisão e Internet. “Se não fosse a Internet, não teria di-nheiro para colocar o filme nas sa-

las de cinema. Mais de 150 mil pes-soas assistiram ao filme pela web e no cinema obtivemos um público de três mil pessoas na primeira se-mana”, ressalta Gerbase.

Neste contexto, o profissional de Relações Públicas se torna o maior aliado das produtoras na di-vulgação da sétima arte. Na dispu-ta do mercado cinematográfico em mundo globalizado, a divulgação das produções é determinante para o sucesso ou não da obra.

Franciele Bertie tassia stoltz

Um aliado na divulgação da sétima arteiAtualmente, a estratégia utilizada nadivulgação de filmes no cinema é aInternet, pelo baixo custo e praticidade

gProfessores de Cinema, João Guilherme Barone e Carlos Gerbase

Coleção RP: Quem sabe faz mais um livro Será lançado,

no início do segundo semestre, a segunda edição da Coleção RP – Relações Públicas: Quem sabe, faz e ex-plica. Escrita e produ-zida por professores da Famecos/PUCRS, a coleção tem o in-tuito de explorar as Relações Públicas de forma mais didática e a segunda edição, especificamente, as atividades e campos de atuação na área instru-mental. A príncipio, a Coleção RP terá quatro edições, visando explo-rar o máximo possível a área de Re-lações Públicas e sua relação com a comunicação corporativa. Os livros

seguem uma estrutura com textos, exercícios, fontes consultadas e fontes indicadas, volta-da principalmente para alunos.

Na primeira edição foram abordados temas de acordo com os cam-pos de atuação mais valorizados e presentes hoje, além de conceitos e definições básicos. Já nesta segunda edição,

serão abordadas algumas ativida-des, campos de atuação na área instrumental como planejamento, públicos, mídia impressa e digital, ferramentas etc. Os artigos são es-critos por professores da Famecos de acordo com a sua área de exce-

lência, a idéia é de que cada pro-fessor esteja presente ao menos em um livro. Esta edição terá um ta-manho muito próximo da primeira, com cerca de nove artigos, e nosso grande teórico, Roberto Porto Si-mões, estará presente em todos, sempre com o primeiro capítulo, escrevendo sobre temas polêmicos e instigantes. A professora e coor-denadora do Curso de Reações Pú-blicas, Souvenir Dornelles, também organizadora da coleção, diz que “há uma busca de aprimoramen-to em cada edição e que algo será acrescentado, mas isto é surpresa.”

O lançamento será na Fame-cos, assim como na primeira edição, com preço especial para os alunos no dia. Mas existe todo um plane-jamento de divulgação e projeção

do livro que é elaborado pelo LARP (Laboratório de Relações Públicas) da própria Famecos e a exemplo da edição anterior, o livro irá no-vamente para a Feira do Livro de Porto Alegre, para a Intercom – um evento promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdiscipli-nares da Comunicação, Congresso da Abrapcorp, Seminário Interna-cional da Comunicação, Semana Acadêmica em Ijuí, Semana Acadê-mica na Unicruz, entre outros. Se-gundo Souvenir, a idéia é criar uma identidade aos livros, valorizando uma produção que é realizada e di-vulgada pela Famecos.

elisaBete scheid, letíciaVasconcellos Ferreira

e tiago allmer

Tassia sTolTz

gPrimeira edição

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23RRPPAtualidades/julho 2008

O escritor norte-ame-ricano Tom Connellan foi o criador do livro Nos bas-tidores da Disney (edito-ra Futura). A obra tem por finalidade apresentar suas observações sobre o que faz da Disneyworld uma orga-nização de sucesso. Connellan participou de seminários e pesquisou a bibliografia da em-presa para montar uma série de lições que podem ser aplicadas por qualquer outra ins-tituição. Os textos fluem fácil pelos olhos do leitor à medida que a história é contada por personagens fictícios. Porém, eles revelam da-dos verdadeiros e relevantes na construção de líderes e no incentivo a equipes para que supe-rem as expectativas de seus clientes.

Como Relações Públicas é a atividade que gere a comunicação de forma planejada e estratégica nas organizações, os passos do li-vro estão diretamente ligados à profissão. O primeiro fator que Connellan leva em conta, antes mesmo de citar as sete lições principais, é a cultura. Todos os membros do elenco (fun-cionários) passam por uma série de cursos que definem as tradições e modo de ser da Disney.

A primeira premissa apresentada – “con-corrente é qualquer empresa com a qual o cliente o compara” – amplia a idéia de dis-puta. Selecionar como concorrência somente as empresas da área em que se está inserido, é pouco. “Quaisquer ou-tras organizações que fazem tarefas iguais a sua, como atender ao telefone, serão ponto de partida para que clientes as usem como parâmetros de atendimento. Assim, a Disney é concorrente de todos e todos são seus con-correntes”, amplia o autor.

O aspecto número dois diz respeito à “fan-tástica atenção aos detalhes”. Dentro do Ma-gic Kingdom, há postes para amarrar cavalos.

As pontas mais gastas desses postes são retiradas e retoca-das todas as noites. As rou-pas dos presidentes do Hall of Presidents são feitas com tecidos de época e costuradas conforme as técnicas do tem-po de seus respectivos presi-dentes. Tudo isso parece um tanto exagerado, pois seriam pouquíssimos os convidados que notariam minuciosos de-talhes. Em contrapartida, é a soma desses cuidados que faz com que a Disney torne seus dias mágicos. Conseqüente-mente, a fidelidade dos clien-tes aumenta.

A terceira observação é que “todos mos-tram entusiasmo”. Não há algumas centenas de membros do elenco na equipe de limpeza. Os 45 mil membros fazem parte dela. Ou seja, todos que trabalham na Disney têm por cos-tume e exemplo das gerências recolher o lixo. Não é uma regra escrita, mas enfatizada pela prática comum. Trata-se de um fator intrín-seco às ações dos membros do elenco. Dentro dessa lição, também se destaca o ser “agressi-

vamente gentil”. Prever e ajudar os visitantes sem ser requisitado são formas de demonstrar entusiasmo e facilitar o passeio.

Na seqüência, a li-ção 4 reforça que “tudo mostra entusiasmo”. Um exemplo disso é a tinta usada num car-rossel na casa do rato mais famoso do mun-do. As partes aparente-mente pintadas de dou-

rado, na verdade são decoradas à base de pó de ouro, segundo o autor. Mas para que gastar os recursos limitados de uma empresa em algo tão supérfluo? Afinal, uma tinta dourada faria o mesmo efeito. Connellan respondeu através de um de seus personagens: “todos os mem-

bros do elenco sabem que se trata de tinta de pó de ouro 23k. E isso é importante para eles. É apenas uma das manei-ras de fazer com que saibam que, quando se trata de nos-sos convidados, não impomos limites naquilo que fazemos”.

A quinta idéia aborda a condição de ouvir os clientes: múltiplos postos de escuta. Mais do que utilizar pesqui-sas formais, os funcionários devem ser incentivados a de-senvolver atenção sobre o que os clientes querem. Esses pos-tos de escuta são a empresa ouvindo-os em vez de ouvirem

uns aos outros ou eles próprios.Outro segredo do sucesso da Disney cons-

ta na sexta lição. Recompensa, reconhecimen-to e comemoração. Consideraram-se cruciais os três elementos. A maioria das pessoas não consegue entender a má sensação causada pela ausência de feedback. Normalmente, quando se é feito um bom trabalho, não o reconhece-mos como tal. Por outro lado, se uma equi-pe ou indivíduo comete um erro, o feedback negativo pesa bastante. É necessário lembrar os colaboradores que estão fazendo um bom trabalho quando o realmente fazem. Aqui, re-compensa (salário) é como água e reconheci-mento (elogio) é como comida. Sem água ou recompensa, se morre em pouco tempo. Sem comida ou reconhecimento também se morre. Só que demora um pouco mais.

Por último, o autor revela a importância que se deve dar a todas as pessoas. Essa lição engloba as outras seis, pois reforça o caráter de equipe de uma organização que visa fideli-zar clientes. Derrubar as paredes de uma em-presa faz-se preciso. Sem utilizar a expressão “Comunicação Integrada”, Tom Connellan faz jus a ela. O livro Nos bastidores da Disney pode servir, portanto, como um guia prático para profissionais, principalmente, os rela-ções-públicas.

Renata Coutinho

iNos bastidores da Disney, de Tom Connellan, mostra como organizar uma instituição bem-sucedida

Disney ensina os setesegredos para o sucesso

Resenha cRítica

gObra publicada pela Futura

gTom Connellan

gTodo o cuidado para encantar os turistas

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24 RRPPAtualidades/julho 2007

a torre da cultura

A Biblioteca Central da PUCRS está pas-sando por uma ampla reformulação. A chamada Torre da Cultura vem sendo construída no cen-tro dos três andares do antigo edifício. Com 14 pavimentos e 21 mil metros de área, fica locali-zada no prédio 16 do campus e se diferencia dos demais por ser um dos mais altos e proporcio-nar uma vista panorâmica da cidade.

A consulta ao acervo também é aberta à comunidade. Disponibiliza inúmeros serviços, como o catálogo online que possibilita a busca de materiais através da Internet, orientações para uso de normas técnicas de documentação, renovação de empréstimos pela rede, consulta à base de dados, entre outros. A Biblioteca conta atualmente com 880 mil exemplares de livros. O mais antigo é de 1622, de Carlo Montecuccoli. A área de conhecimento com mais publicações é a de Ciências Humanas.

A primeira biblioteca da história da PUCRS ficava no colégio Marista Rosário, no centro da cidade, onde as primeiras faculdades foram ins-taladas, a partir de 1940, constituídas em univer-sidade a partir de 1948, ainda no mesmo local. Só em 1967, com a inauguração do campus atu-al, no bairro Partenon, a Biblioteca transferiu-se para o primeiro andar do prédio da Reitoria.

Na época, algumas faculdades mantinham suas próprias coleções de obras, inclusive a Famecos. Em 1977, por iniciativa do Ir. José Otão, reitor à época, foi construída a atual biblioteca,que tem como público-alvo alunos, professores e funcio-nários da universidade. Após sua morte, um ano depois, foi colocado o seu nome na Biblioteca Central.

O passado e o futuroSegundo o funcionário Antonio Ernesto Tri-

ches, um dos responsáveis pela logística do pré-dio, a nova biblio-teca terá, na ala central, no 2° e 3° andares, áreas de estudos. Elas se-rão equipadas com estofados, ilhas de computadores e acesso de micros portáteis à rede sem fio. Também

estão previstas uma sala para assistir vídeos e outra para atendimento a usuários especiais .

No térreo, será criado o memorial da Uni-versidade. Outros acervos especiais também fa-

rão parte, como Obras Raras, coleções especiais da Universidade e Iconográfica, além de acervos Cinematográficos, Literários, Histórico e Mapo-teca. “Está sendo estudado o uso de novas tec-nologias para serem implantadas na automati-zação de serviços e agilidade no aten-dimento”, antecipa Triches.

Para Ednei Freitas Silveira, bi-bliotecário Sênior, as expectativas são grandes em relação à nova biblioteca da PUCRS. “Esta-mos nos esforçan-do para oferecer ambientes melhores e acolhedores, com novos espaços, para que não seja um ambiente ape-nas de retirada e devolução de livros e, sim, um local moderno, com toda a infra-estrutura para pesquisa e o uso da internet sem fio (wireless) e outros suportes necessários ao usuário”, conclui Silveira.

Renata Fialho DyDzian

PUCRS amplia e modernizaBiblioteca Irmão José Otão

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