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BRUNO TODESCHINI/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA FOTOS MARIANA FONTOURA/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA Fotografe com o celular e entre direto no site Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS Ano 16 n° 31 - Porto Alegre, RS, Brasil - Julho 2010 Versão digital: www.rrpponline.com.br RRPP Atualidades SEM FRONTEIRAS ABRAPCORP • PUCRS recebe estudantes de todo o mundo e os daqui vão para o exterior A materialização dos teóricos Ícones dos livros de Comunicação Organizacional participam de encontro nacional na PUCRS

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BRUNO TODESCHINI/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA

FOTOS MARIANA FONTOURA/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA

∆ Fotografecom o celulare entre diretono site

Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS Ano 16 n° 31 - Porto Alegre, RS, Brasil - Julho 2010

Versão digital: www.rrpponline.com.brRRPPAtualidades

SEM FRONTEIRAS

ABRAPCORP

• PUCRSrecebeestudantesdetodoomundoeosdaquivãoparaoexterior

A materializaçãodos teóricos

Ícones dos livrosde Comunicação

Organizacionalparticipam de encontro

nacional na PUCRS

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2 RRPPAtualidades/JULHO 2010 CONGRESSO BRASILEIRO

MÁRCIO OLIVEIRA/ RRPP

∆∆ As lideranças da área: Cláudia Moura, Sidinéia Freitas, Marlene Marchiori, Esnel Fagundes, Maria Aparecida Ferrari, João José Curvello, Ivone de Lourdes Oliveira, Márcio Simeone, Valéria Lopes, Rudimar Baldissera e Margarida Kunsch

Abrapcorp traz a Porto AlegreO IV Abrapcorp – Congresso

Brasileiro Científico de Comunica-ção Organizacional e de Relações Públicas, realizado em Porto Ale-gre, oportunizou aos acadêmicos de RRPP o contato face a face com grandes teóricos e pensadores co-nhecidos, até então, apenas em textos e artigos indicados por seus professores. Entre eles, desfilavam pelos painéis Margarida Kunsch, Sidnéia Freitas e Celsi Silvestrin.

A quarta edição do evento, tendo como tema central “Comu-nicação Pública: interesses públi-cos e privados”, ocorreu nos dias 20, 21 e 22 de maio no teatro do prédio 40 da PUCRS. Tratou-se de

uma promoção conjunta da Ponti-fícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS) e a Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universida-de Federal do Rio Grande do Sul (Fabico/UFRGS), Foram dias de intensa movimentação na comu-nidade acadêmica com palestras, painéis e oficinas que propiciaram a interação entre teoria e prática e a troca de impressões entre autor e público leitor.

A solene abertura foi introduzi-da pelo assessor da Coordenadoria de Relações Públicas da Famecos, Uriel Ricachenevsky. Ele convidou para participar da mesa do evento

a presidente da entidade, Profª. Drª. Margarida Kunsch; a diretora da Famecos, Profª. Draª. Mágda Cunha; o diretor da Fabico, Prof. Dr. Ri-cardo Schneider da Silva; a coordenadora do Pós-Graduação da Fabico, Profª. Drª. Maria Helena Weber, e a Coordenado-ra Geral do evento, Profª. Drª. Souvenir Dornelles. Os professores Magda, Ricardo e Margarida agradeceram a presença de todos, destacaram a importância do evento

para a área da co-municação e de-sejaram a todos boas discussões e trocas de expe-riência.

A conferência de aber-tura esteve a cargo da fran-cesa Nicole d´Almeida, professora da Universi-dade Sorbonne de Paris. Abordou “Opinião pública e construção da imagem institucional”. Para ela, a comunicação organiza-cional é um processo de linguagem, conversação e práticas, relacionando marketing, relações públi-cas e administração numa

mesma esfera comunicacional. Di-vidiu em dois tópicos os chamados “relatos do bem-comum”. São eles: os relatos da casa, que partem do interior da organização, fazendo parte da sua história e são destina-dos a fortalecer o local de trabalho; e os relatos de engajamento de in-teresse público, com uma missão superior. “A troca comercial deve passar pelo pessoal, pela troca de valores e o bem-estar da humani-dade, mantendo uma relação ho-rizontal com os públicos”, disse a conferencista.

•Durantetrêsdias,CongressoBrasileirodeComunicaçãoOrganizacionaldiscutiunaPUCRS

∆∆ Debates∆lotaram∆o∆teatro∆do∆prédio∆40∆do∆campus∆da∆PUC

FOTOS BRUNO TODESCHINI/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA

∆∆ Nicole∆d´Almeida,∆da∆Sorbonne,∆Paris

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3RRPPAtualidades/JULHO 2010

teóricos de Relações Públicaso desenvolvimento das estratégias das instituições aplicadas nas esferas públicas e privadas

“Brasil, grande país que eu amo.” Foi com esse entusiasmo que o ensaísta, escritor e jornalista Ste-fano Rolando iniciou a conferência da segunda manhã do IV Congresso Brasileiro Científico de Comunica-ção Organizacional e Relações Pú-blicas, da Abrapcorp, no dia 21 de maio, no Teatro do Prédio 40 da PUCRS. O italiano veio a Porto Ale-

gre a fim de debater o tema “Comu-nicação Pública: Interesses Públi-cos e Privados”. Durante o evento, despertou a plateia para questões relativas à felicidade, cidadania e democracia.

Formado em Ciências Políticas (Universitá IULM – Milão), com especializações nas áreas de Plane-jamento Estratégico e Economia, o

conferencista trouxe à tona a dis-cussão da felicidade sob uma ótica pública. “Quem disse que a felici-dade é um bem particular, privado? Quem disse que a felicidade não é um problema público?”, indagou o cientista. Segundo ele, a felici-dade pode ser entendida como um sentimento coletivo, um direito de todos os cidadãos e, portanto, um processo que depende das políticas governamentais.

Stefano ressaltou o papel da comunicação para a conquista do bem-comum: “os comunicadores são os arquitetos sociais”. Tais pro-fissionais projetam e constroem a ponte que liga os interesses da po-

pulação aos das instituições, sem-pre mantendo a lealdade perante ambos os lados. Urgem trabalhar com base na “estatística verdadei-ra”, aquela que ultrapassa o valor numérico, revela os contextos his-tóricos intervenientes. A comunica-ção de utilidade pública tem a mis-são de clarificar as leis para que a população possa utilizá-las a favor do desenvolvimento nacional.

ALINA SOUZA, CAROLINA BOLZAN,DÉBORA SZCZESNY, MARTA CAPITÃO,REBECA D’ALBERTO, JULIA WILHELM,

LARISSA GENEHR, MAYARA ALOY,MAYRA MAGGENTI TELMA LAMBERT,

FRANCISCO BARROS E DEISI CONTERATTO

A professora Sidinéia Freitas (ECA-USP) sublinhou a “partici-pação efetiva” dos associados e dos estudantes de graduação “neste mundo de redes sociais que hoje abre um espaço de uma forma muito clara para multidisciplina-ridade”. A professora Margarida Kunsch (também ECA-USP) vê um avanço nos estudos do campo na Comunicação Organizacional.

CELINA GOMES, MÁRCIO OLIVEIRAE PÂMELA STODUTO

A Profª Drª Ana Lucia Novelli, da Universidade Católica de Brasí-lia, coordenou o GT Comunicação Pública, governamental e política. Os estudos abordaram os proces-sos que envolvem a gestão das re-des públicas do país. Os trabalhos abordam Comunicação, Política e Democracia, TV Pública Digital, TV Câmara, A Justiça em Pauta e a Análise e Avaliação de Processo em Relações Públicas Governamental.

Matheus Lock e Rudimar Bal-dissera (ambos da UFRGS) apre-sentaram o trabalho “Comunicação

política on-line: estratégias de ad-ministração da visibilidade no am-biente da Web 2.0”. Foi analisada a campanha eleitoral do presidente Barack Obama. O modo como o ambiente online e as redes sociais foram articulados para atingir os eleitores, organização dos voluntá-rios, arrecadação de verbas e moni-toramento da opinião pública. Slo-gans com conceitos de esperança similares ao “Yes we can” também são utilizados”, observou Lock.

PAULA PASSOS

Sob a coordenação da profes-sora da UFRGS Maria Berenice Machado, a oficina de Propaganda Política no IV Congresso Abrap-corp consistiu de uma apresenta-ção em slides, debates e filmes. Foi mostrado um panorama de toda a história da política desde os seus primórdios, passando desde Roma e Grécia até os dias atuais. “A polí-tica não é tudo, mas tudo é políti-ca”, disse a palestrante.

GABRIELA MOSCOVICH

Trabalhar no IV Congresso do Abrapcorp foi uma experiência inusitada. Nos três dias de evento, as funções foram as mais diversas. Os 11 volantes do Núcleo de Even-tos estiveram envolvidos em todos os turnos em que o evento acon-teceu e contaram com o apoio de mais 20 alunos que trabalharam voluntariamente.

Muitos acreditam que sabem trabalhar em grupo e receber crí-ticas. É muito fácil trabalhar com nossos amigos e colegas, contudo no momento em que somos con-frontados com pessoas diferentes

e opiniões opostas, a situação com-plica. Aceitar diferenças, escutar reclamações e, ao mesmo tempo, manter o sorriso não é fácil. É uma tarefa que necessita preparo psico-lógico e, como diz a mestre Neka Machado, muito açúcar e afeto.

Gostaríamos de agradecer todo o empenho oferecido pelos monito-res e, principalmente, à Vanessa Purper e Neka Machado, que tanto se dispuseram para sanar nossas dúvidas e ajudar em momentos de dificuldade.

JOANA OLIVEIRA E MARIANA MUNIZ

A organização do Congresso

Sidinéia e Kunsch em destaque

A propagandaeleitoral

Política centraliza debate em grupo

∆∆ Stefano∆Rolando,∆professor∆italiano∆de∆Milão

FOTOS BRUNO TODESCHINI/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA

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4 RRPPAtualidades/JULHO 2010 COMUNICAÇÃO

Uma febre contagiante

Uma das redes sociais de comunicação mais utilizada atualmente, o Twitter, conta com a presença de inúmeras celebridades, tais como o es-critor Paulo Coelho, a humo-rista do Pânico na TV Sabrina Sato, a atriz Luana Piovani, o apresentador do CQC Rafinha Bastos e a cantora Pitty. Eles usam deste meio para intera-ção com seus fãs, é uma maneira de ficarem mais próximos.

Criado em março de 2006 por Evan Willia-ms, Biz Stone e Jack Dorsey, é uma ferramenta gratuita, que pode ser utilizada por qual-quer internauta sem convite, basta entrar no site, fazer o ca-dastro e em seguida começar a “seguir” (termo usado pe-los twitteiros). E o mais legal é que pode ser atualizado de qualquer lugar e acessado via celulares e smartphones.

O Twitter hoje é muito procurado por ser um serviço prático para publicar e receber mensagens de pessoas que fa-zem parte de uma mesma rede de contatos. Possibilita, assim, a postagem de mensagens, também chamadas de tweets, como: novidades, notícias, links interessantes, links de conteúdos multimídias, coisas do cotidiano, acontecimentos, localização, conversas, qual-quer coisa que venha à cabeça. Isso é o que desperta a curio-sidade em usar e abusar des-ta ferramenta, pois é de uso pessoal e sem moderações, um meio de comunicação com inúmeras pessoas de diversos lugares.

O melhor é que não tem limite de “following/seguido-res”, mas possui um limite de 140 caracteres, que é o sufi-ciente, comparando-se a uma

mensagem de celular. Ser ob-jetivo, é o objetivo do twitter.

Como participarNunca um “@” foi tão usa-

do. Escrever uma mensagem diretamente a alguém é como escrever um e-mail: é necessá-rio usar o “@” seguido do en-dereço do destinatário, criado pelo usuário (utilizado para

enviar e receber mensagens). E a quantidade de RTs inespera-dos, conhecido pelos twitteiros por retweets, não é nada mais do que uma re-

petição de um tweet/post/mensagem já públicado, uma informação compartilhada a mais “seguidores”.

Uma das curiosidades do Twiitter são as imagens usa-das como identidade visual. O cantar entrecortado dos pás-saros caracterizado por sons curtos, agitados e agudos, em inglês, é que dá significado ao nome “twitter”. Não é à toa que o simbolo principal é o pássaro. Já a imagem da ba-leia carregada por pássaros, representa uma sobrecarga em solicitações ao servidor, e a coruja, aparece em pági-nas suspensas/bloqueadas por spammers, como se fosse uma mensagem de “estamos de olho”.

Depois de voar nas asas do Twitter, difícil querer pousar. Vanessa Purper, professora da Famecos, diz usar seu Twitter para atingir os alunos de for-ma rápida e eficaz. Para ela, o uso dessa ferramenta agrega informações importantes com rapidez e agilidade. “Propor-ciona uma multiplicidade de informações”, destaca a pro-fessora.

MÁRCIO OLIVEIRAPÂMELA STODUTO

Marcelo Tas, que atual-mente apresenta o Programa CQC nas noites de segunda-feira na Band, esteve dia 6 de maio na FIERGS para falar sobre Inovação: A Criatividade na era Digital. De uma maneira bem descontraída e agradável, o dinâmico Marcelo quebrou o gelo e abordou o tema sem a formalidade das palestras tra-dicionais.

As informações hoje cir-culam muito, correm o mundo em questão de minutos. E por estar falando em criativida-de na era digital, Marcelo cita Alec H. Reeves que revolucio-nou a comunicação visualizan-do as ondas elétricas, onde a informação começa a chegar a todos os lugares, pela infor-mação circular. Depois traz Arthur C. Clarke que criou os satélites, trazendo então dois nerds, que inovaram a área

digital. Logo, usou de exem-plo, os celulares, chamados de “tijolão” e também o aparelho “startac” que, na sua época de lançamento, revelavam status para a sociedade.

Marcelo Tas apresentou três virtudes da era digital: 1) Colaboração. Exemplo: a Wikipédia; 2) Transparência. Exemplo: o Twitter; 3) Ouvir. Exemplo: o manual do Twitter, o prefácio foi elaborado com contribuição de twitteiros. Ele conclui com a última dica: “Neste mundo que se trans-forma tão rapidamente, caso você não consiga acompanhar, observe o comportamento das crianças. Elas são fortes consu-midores”.

THAMIRA MENDINA, MAYARA ALOY, PAMELA STODUTO,

LARISSA GENEHR,CAMILA PIAN E MÁRCIO OLIVEIRA

“Anos atrás víamos sempre

o desenho dos Jackson’s que sempre

se mostravam vivendo no futuro, hoje

aquele futuro é o presente”,

comentou Marcelo Tas.

“ Uso meu twitter para

atingir os alunos de

forma rápida e eficaz. ” (Vanessa Purper)

Inovar na era digital

MÁRCIO OLIVEIRA/ RRPP

TWITTER

∆∆ Vanessa∆Ourique∆Purper∆é∆professora∆da∆Faculdade∆de∆Comunicação∆Social∆da∆PUCRS,∆formada∆em∆Relações∆Públicas∆pela∆Famecos∆(2001/2),∆com∆atuação∆durante∆seis∆anos∆no∆mercado∆internacional∆de∆RRPP,∆voltado∆ao∆terceiro∆setor.∆Neste∆tempo,∆cinco∆anos∆foram∆dedicados∆em∆experiências∆na∆África∆do∆Sul.∆Atu-almente∆leciona∆algumas∆disciplinas∆do∆curso∆de∆RRPP∆e∆é∆co-coordenadora∆do∆Núcleo∆de∆Eventos∆do∆Espaço∆Experiência∆da∆Famecos.∆(Damiela Jalmusny)

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5RRPPAtualidades/JULHO 2010INTERCÂMBIO

ESTEMUNDO, PUCRS

∆∆ Intercambistas∆da∆África∆juntamente∆com∆alunas∆da∆PUCRS,∆Virginia,∆Caroline,∆Iabna,∆Paula,∆Deoclidiana∆,∆Ussumane∆e∆Rebeca

• Acadasemestre,aFamecosrecebeestudantesprovenientesdediversospaíses.Elesbuscamencontrarumambientereceptivoparaproporcionarnovasoportunidades,complementaçãodeconhecimentostécnicos,assimcomoexpansãocultural.

Os estudantes estrangeiros que procuram qualificar sua formação, encontram no inter-câmbio possibilidade para isso. É através dele que muitos alunos interagem com o mundo em experiências acadêmicas e profissionais. Além de adquirir conhecimentos linguísticos e forma-ção, os intercambistas somam às suas culturas, muitas outras.

Diversos países possuem universidades com parcerias firmadas com a PUCRS. São es-tes: Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, China, Coréia do Sul, Espanha, EUA, França, Israel, Itália, México, Noruega, Japão, Portugal, Uru-guai, Áustria, Dinamarca, Finlândia, Suécia e vários países da África. Através desse vínculo, há uma facilidade de locomoção e interação dos estudantes entre as universidades. A Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucio-nais é um órgão vinculado à Reitoria da PUCRS e tem como principal objetivo articular estes contatos com as instituições.

A Famecos recebeu no segundo semestre de 2009 até o início deste ano 12 estudantes inter-cambistas, provenientes de Guiné-Bissau, Cabo Verde, Japão e França. Três intercambistas afri-canos de Relações Públicas relataram suas expe-riências aqui no Sul à revista e site RRPP Atu-alidades. Iabna Faga, 20 anos, diz que sempre sonhou em conhecer culturas diferentes e luga-

res que aprimorassem seu conhecimento. “Eu escolhi o Brasil porque é o país que mais coope-ra diplomaticamente com Guiné-Bissau”, conta. Ele prestou vestibular na embaixada brasileira e foi enviado à PUCRS. Reconheceu o prestígio da Universidade no Brasil e ao ingressar não se arrependeu. “Fui recebido trilegal pelos alunos e professores da Unidade”, disse Faga, que pelo visto já está se aculturando.

Deoclidiana Cassamá, de 19 anos, confessa que não es-colheu o Rio Grande do Sul e nem a PUCRS porque nem sa-bia que existia um estado com esse nome nem essa instituição. “Mas quando fui selecionada para estudar aqui, nossa, come-cei a imaginar como será que é a cidade e o que eu vou fazer lá? Depois que cheguei aqui, queria mudar para o Nordeste. Após um semestre decidi ficar porque é muito legal a maneira como a PRAC trata a gente”, re-lata a intercambista também de Guiné-Bissau. Cassamá afirma que uma de suas maiores di-ficuldades foi enfrentar o frio do inverno gaúcho. Depois de

formada, ela pretende voltar para casa. “Tenho um compromisso com o meu país como cidadã, trabalhar lá é uma honra e ajudar no seu desen-volvimento também”, enfatiza a estudante.

Ao contrário de sua amiga Deoclidiana, Us-sumane Djaló, 20 anos, pretende ficar por aqui a vida toda, tentar uma oportunidade de mes-trado e constituir uma família. “As maiores di-ficuldades que eu encontrei aqui no Brasil é que os costumes de Guiné-Bissau são diferentes, cultura diferente, alguns povos do Rio Grande do Sul são fechados, e também porque fiquei um mês e meio sem fazer o TRI e gastei todo o meu dinheiro pra pegar ônibus pra vir à faculdade”, lamentou o africano.

Por trás de cada um desses relatos sabe-se que existe uma história de vida. Deixar seu país de origem, familiares, raízes culturais e ir para outro lugar não é tarefa fácil para ninguém. Sa-bendo disso é que a Famecos tem o prazer de acolher em seu ambiente acadêmico todos estes alunos.

CAROLINE TRAMONTINAPAULA PASSOS

REBECA MATIUZZI

∆∆ Intercambistas∆da∆França,∆Lea,∆Jean,∆Alison

PRODUÇÃO ESPAÇO EXPERIÊNCIA

VIVA

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6 RRPPAtualidades/JULHO 2010 INTERCÂMBIO

O mercado de tra-balho se encontra em um momento de dispu-tas acirradas por uma vaga, apenas os concor-rentes mais qualificados se destacam e é neces-sário buscar meios de se diferenciar da grande massa. Frente a esse panorama, uma opção cada vez mais procura-da pelos estudantes são os programas que pro-porcionam experiências no exterior. Nesse que-sito, existe um variado leque de possibilidades, como mobilidade aca-dêmica, estágio, dupla diplomação, mestrado, doutorado, entre outros. O programa mais procurado entre jovens que cursam sua primeira graduação é o de mo-bilidade acadêmica, oferecido por diversas universidades.

A mobilidade acadêmica acon-tece através de um convênio feito entre universidades nacionais com outras do exterior e o processo é semelhante em praticamente to-das as instituições de ensino que o oferecem. O que ocorre é como uma troca, a universidade manda estudantes para o exterior por um período de seis meses a um ano e, ao mesmo tempo, recebe alunos es-

trangeiros. No caso de instituições pagas, o normal é que o aluno siga quitando as mensalidades em sua universidade de origem, ficando isento da taxa universitária do país visitado. Enquanto estiver no exte-rior, o aluno é responsável por suas despesas extras como hospedagem e alimentação, salvo em casos raros onde universidades públicas ofe-recem bolsas para despesas extra-acadêmicas.

Malas prontasEscolhido o destino, é impres-

cindível, para qualquer viagem de estudos, saber pelo menos o básico do idioma local, analisar o custo-

benefício, o clima e ter informa-ções sobre o visto. O essencial é já embarcar com todas as dúvi-das respondidas e a viagem pla-nejada. Empresas de turismo, como a Real Intercâmbio, dis-ponibilizam em sua home page a escolha de cada detalhe do curso no exterior, esclarece dúvidas e compara cursos em escolas de diversos países do mundo, além de analisar preços e caracterís-

ticas das escolas e dos cursos oferecidos.

A estudante Vivia-ne Lutz Bueno, gradu-ada em Engenharia de Materiais pela UFR-GS, foi selecionada pelo professor Carlos Bergmann (Laborató-rio de Cerâmicos - LA-CER/UFRGS) para o programa com bolsa-auxílio em passagens aéreas, moradia e sa-lário mensal para es-tudos na Suíça. Ela foi escolhida pelo mérito acadêmico, baseando-se, principalmente, no currículo escolar e

na carta de motivação. “A recepção no país estrangeiro foi muito boa, pois éramos estudantes vindos de diferentes lugares do mundo com o mesmo objetivo. Durou um ano”, contou Viviane. Apesar dos pon-tos negativos como a distância dos amigos e da família, a gaúcha enu-mera os pontos positivos: o cresci-mento pessoal, a oportunidade de conhecer diferentes culturas, viajar para outros países e aprender uma nova língua.

No entanto, em muitos casos, os estudantes procuram algo além da experiência profissional, que acrescente à sua formação pessoal. Muitas vezes é a primeira vez que os jovens se veem realmente inde-pendentes, sozinhos em um lugar ao qual não estão familiarizados. Todos esses fatores propiciam o amadurecimento do jovem para a vida adulta. É o exemplo de Da-niela Carrion Venturini, estudante de Relações Públicas da Famecos/PUCRS. “Nunca passei dificuldade alguma na minha vida, então pra mim foi outro aprendizado. Ter que

estar sozinha é uma coisa que as pessoas acham que conseguem mas no fundo não. Um encontro entre o ‘mim’ e o ‘eu mesmo’. Aprendi a ser mais auto-suficiente, não financei-ramente, mas mental e psicologica-mente”, enfatiza.

O convívio com outra cultura também é de grande valia na for-mação de adultos melhores, mais conscientes e tolerantes quanto às diferenças entre cada individuo. Segundo Daniela Venturini, que fez intercâmbio para Sydney, Austrá-lia, “o melhor aprendizado foi con-viver com o diferente, aprender a respeitar, compreender”. Manoela Canova, estudante de Engenharia Química/UFRGS e intercambista que retornou da França em 2009 (com o objetivo de dupla diploma-ção), reforça a visão de Daniela ao afirmar que “conhecer e se integrar a uma nova cultura e ter a oportu-nidade de conhecer novos lugares pelo mundo, é, com certeza, muito enriquecedor”.

AOCONHECIMENTO•Osestudospelomundoenriquecemocurrículoeampliampossibilidadesparaestágioseempregos

∆∆ Viviane∆Lutz∆fez∆estágio∆na∆Suíça

O Programa de Mobilidade Aca-dêmica da PUCRS é oferecido ex-clusivamente para seus alunos de Graduação.

Quem pode participar:•Ter cursado pelo menos 25% de seu curso; •Ter Idade mínima de 18 (dezoito) anos; •Apresentar Coeficiente de Rendi-mento igual ou superior a 5.0;

O PMA terá a duração má-xima de dois semestres leti-vos (consecutivos ou não).

Verifique junto ao Núcleo de Mo-bilidade Acadêmica se as inscri-ções estão abertas para a Universi-dade desejada no semestre de seu interesse.

Países parceiros:

ITÁLIA, PORTUGAL, SUÉCIA, ÁUSTRIA, DINAMARCA,ESPANHA, FINLÂNDIA,FRANÇA e ALEMANHA

MOBILIDADE ACADÊMICA

PUCRSVIAGEM

∆∆ Daniela∆Carrion∆na∆Australian∆College∆of∆English

ACERVO PESSOAL

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7RRPPAtualidades/JULHO 2010

É consenso entre os estudan-tes intercambistas que a experiên-cia de estudar no exterior se torna valiosa, tanto no sentido profissio-nal quanto no pessoal – um inves-timento que será útil a vida inteira. Daniela Venturini comenta que é uma viagem cara, mas afirma que a relação custo-benefício compensa. “Aprendi em quatro meses a falar inglês fluente, sendo que em três anos de curso de inglês mal apren-di o básico”, no entanto, é necessá-rio um bom planejamento para que não ocorram imprevistos. Por se estar em um país estrangeiro, em meio a uma cultura desconhecida, podem surgir grandes problemas. É importante ter conhecimento bá-sico sobre os hábitos e crenças da população, bom preparo financeiro e psicológico, saber o que fazer em caso de emergência e se informar sobre seguros de viagem, entre ou-tros.

Por conseguinte, é necessário estar sempre prevenido, com toda informação possível buscada em fontes confiáveis. Se o estudante se certificar que todos esses fatores estão corretos, basta fazer as malas e aproveitar a viagem com tudo o que ela tem a oferecer, e com cer-teza será uma experiência inesque-cível e maravilhosa. Além de tudo, segundo Manoela, “oferece muitas possibilidades, tendo em vista os possíveis estágios e oportunida-des de emprego que podem surgir tanto no País escolhido, quanto em empresas multinacionais que reco-nheçam um currículo diferenciado com uma experiência no exterior”.

CAROLINA ETCHICHURY,DANIELA JALMUSNY,HELOÍSA SCHWANKEE SAMYRA CHANAN

FOTOS ACERVOS PESSOAIS

∆∆ Manoela∆Canova∆em∆Paris

FUTEBOL

Paixão e frenesi•Não importa se perto ou longe, sempre tem alguém a segui-los.

Independentemente se o clube é grande ou pequeno, do interior ou da capital, um grupo de aficio-nados faz o possível e o impossível, move mundos e fundos para acom-panhar e demonstrar o amor pelo seu clube do coração. Inúmeras histórias inusitadas já aconteceram e acontecem por todos os cantos do mundo e, às vezes, a paixão por um

clube leva os torcedores a comete-rem atitudes impensadas que aca-bam gerando momentos de tensão e de grande violência nas cidades, alguns de forma organizada, con-fundindo futebol com criminalida-de.

Bruno Dornelles, 25 anos, membro da Geral do Grêmio, acre-dita que a violência no futebol tor-nou-se algo comum porque a crimi-nalidade das ruas acabou chegando às arquibancadas. “Torcidas bri-gam para defenderem as cores do seu clube e o seu território e tam-bém por ódio do rival”, observa.

Ele já fez de tudo para acompa-nhar seu time de coração. “Já faltei dia das mães e dos pais, aniversá-rios de amigos e familiares, perdi provas e trabalhos, quase fui demi-tido várias vezes em diversos em-pregos, já fui quase sem dinheiro

pra outros países e acabei passan-do necessidades como fome e frio. Mas faria isso tudo de novo quan-tas vezes fosse necessário”, admite Bruno.

O futebol mudou bastante, na maneira de jogar e de administrar um clube. Esse esporte passou de um simples lazer para algo muito mais sério e também um meio onde circula muito dinheiro, é nada mais do que um negócio. Empresários e políticos estão tomando conta do futebol, porém, ainda o que move este esporte é a paixão das massas.

“Dizem que futebol é uma questão de vida ou morte, Eu dis-cordo... Para mim futebol é muito mais do que isso.” (Bill Shankly, ex-técnico do Liverpool).

AUGUSTO ALMEIDA EDUARDO CAVALLI

MARKETINGPROMOCIONAL

As empresas hoje em dia conseguem ver os eventos empresariais como uma grande ferramenta do marketing promocional. Além de estimular, motivar, incentivar equipes in-ternas e distribuidores, são focadas nos pú-blicos em que o cliente quer atingir.

Reconhecer, premiar o esforço, a su-peração, a performance destacada. É isto que significa marketing de relacionamento. Construir uma base sólida capaz de susten-tar os relacionamentos com os clientes, inte-grando todos os públicos com a marca. É uma estratégia de negócio empregando várias fer-ramentas para desenvolver relacionamentos pró-ativos significativos entre a organização e seus clientes.

Um dos maiores eventos empresariais

que já aconteceu em Porto Alegre, foi o Jan-tar do Centenário do Sport Club Internacio-nal, realizado pela Marprom Marketing e Promoções.

Foram necessários mais de 4 meses in-tensos de trabalho, 3.500 fornecedores dire-tos e indiretos envolvidos no processo, 3.200 pessoas presentes no evento, mais de 1.500 staffs no dia do evento, 1.500 garrafas de es-pumantes, 46,5 mil litros de água, 7.750 kg de comida, 2.000 m de lycra, 1.050 quilowat-ts de energia elétrica, 2.000 veículos. Todos esses números geraram emissão de CO2 e foram neutralizados em uma ação através do plantio de 320 árvores.

RENATA KELLER

∆∆ Gigantinho∆transformado∆para∆o∆evento∆do∆centenário∆do∆Inter

Quatro∆meses∆de∆intensos∆

trabalhos∆para∆preparar∆o∆cenário

FOTO DIVULGAÇÃO

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8 RRPPAtualidades/JULHO 2010 MEMÓRIA

Eu marchei rumo à vida

O Holocausto ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1939 a 1945. Foi impos-to pelo presidente alemão Adolf Hitler com um único propósito: eliminar todos os “indesejáveis” da face da terra. Entre esse grupo de indesejáveis, estava o povo judeu.

Mas por que a Polônia, e não a Alemanha? O motivo é bem sim-ples. É claro que Hitler queria a ex-tinção de todos os judeus da Euro-pa, mas se concentrou primeiro em seu país. Mesmo tendo vários cam-pos de concentração na Alemanha, muitas pessoas foram enviadas para outros países, para “purificar” o solo alemão. Na Polônia, havia o maior número de comunidades judaicas e o nazismo a transfor-mou no principal pólo de campos de concentração, onde ocorreram mais mortes.

Foi uma viagem, no mínimo, marcante. Desde o primeiro dia, já fui inserida ao mundo sombrio des-se genocídio, visitando o cemitério judaico de Varsóvia, onde há mais de 50 mil túmulos – o seu tamanho é incalculável. E posso dizer que isso foi o mais leve. Visitei alguns vilarejos onde as comunidades ju-daicas viviam antes da Guerra, e de onde foram retiradas de um dia para o outro. Ver tudo aquilo prati-camente vazio (com apenas os mo-radores que vivem lá hoje em dia)

e saber que um dia tinha uma vida agitada por lá, desperta um senti-mento de perda, como se nos tives-sem arrancado algo.

Fiquei impressionada no dia em que fui conhecer o famoso Gueto de Varsóvia, construído na capital polonesa. Ele reunia toda a comunidade judaica da cidade (que era enorme) em um espaço que não ocupava nem um terço dela. A vida era miserável. Imagine só, pessoas que um dia tinham exercido pro-fissões de respeito, agora ficavam morando entre muros e passavam fome e frio, sem o direito de sair. O guia contava histórias da vida no local, uma delas falava de uma mãe que dormia sempre com um olho aberto, para conseguir enxergar caso algum dos filhos roubasse um pouco da comida durante a noite.

E há várias paredes de pé. Um dos pedaços do muro, inclusive. Há paredes com marcas de bala, prédios com as janelas destruídas. Mas o mais surpreendente é que eu caminhava por diversas ruas nor-mais, com prédios comuns e gente morando neles, sem saber que, na realidade, tudo aquilo fazia parte do Gueto.

Mas o pior de tudo foi ir aos campos de extermínio. Visitei cinco no total. Em três deles, havia ape-nas monumentos em homenagem aos ali assassinados, pois os nazis-tas destruíram tudo para não haver vestígios. E em cada campo o siste-ma de matança era o mesmo: trens chegavam de todas as partes da Europa com vários passageiros nos pequenos vagões, e logo eles eram encaminhados para a Seleção, onde as pessoas eram separadas por sexo e idade e “escolhidos” – ou se era selecionado para trabalhar por um tempo, ou se era selecionado para a morte direta.

Então, fui para Auschwitz. Esse é o lugar onde foi morto o maior número de pessoas do Ho-locausto inteiro. Lá, foram assassi-nados cerca de um milhão e meio

de indivíduos, em menos de cinco anos de funcionamento. Eu sem-pre pensei que fosse apenas um só campo, bem grande. Mas assim que cheguei lá, informaram que era um complexo com mais de 40 cam-pos – três deles principais e outros trinta e nove auxiliares. O “passeio” pelo campo começou em Auschvitz I (o primeiro a ser construído, e que era o centro administrativo de todo o complexo), onde fica o “museu”. Foi então que aconteceu, realmen-te, o meu primeiro encontro face a face com o genocídio.

As marcas da tragédia são ex-postas em diversas salas, montadas dentro dos barracões onde a “vida” acontecia. Em um dos prédios, os corredores estavam repletos de fo-tos de prisioneiros, todos padroni-zados: de cabeça raspada e roupa listrada, com um olhar melancó-lico. Parecia que eles estavam me encarando. Em uma sala enorme contém um espaço com os cabelos das vítimas, uma pilha gigante que ia de parede a parede, do teto ao chão. Em outro salão estão empi-lhados os sapatos de quem passou pelo campo. Há um outro lugar onde há um a pilha de cinzas dos mortos. E há, em uma das salas, as roupas e os brinquedos das crian-ças enviadas ao campo.

O choque maior ocorreu logo que saí da “exposição”, e entrei em uma das câmaras de gás. Foi com esse sistema que a maioria das víti-mas foi assassinada. As pessoas en-travam - nuas - nas câmaras, pen-sando que iam tomar um banho. Mas ninguém saía daquela ducha vivo. Em cerca de vinte minutos, aproximadamente cinco mil indi-víduos eram mortos por vez, por causa do gás utilizado, o Zyclon B. Após, todos os corpos eram quei-mados nos crematórios, colados nas câmaras.

Em um momento do dia em que se visita Auschwitz, ocorre a Marcha de Vida. É quando todos os 10 mil integrantes desse programa

se reúnem para marchar de Aus-chwitz I para Auschwitz-Birkenau (o segundo campo a ser construído, esse sendo utilizado exclusivamen-te para o extermínio). A caminha-da tem três quilômetros, e o mais curioso é que esse caminho era chamado de “Caminho da Morte”, pois era por onde se ia para a morte certa.

E isso despertou algo difícil de descrever em mim. Ver tanta gente caminhando em conjunto, cheios de vida, como se tivessem todos um objetivo em comum. Era uma homenagem aos mortos, como se estivéssemos dizendo a eles que es-távamos ali por eles, que a sua me-mória estava guardada. Foi emo-cionante.

Voltei de lá mudada, e com uma missão: não deixar essa histó-ria morrer.

GABRIELA MOSCOVICH

•Nodia7deabril,embarqueiparaumaexperiênciainesquecível,aMarchadaVida.ÉumprogramaondemilharesdejudeusdomundointeiroviajamàPolôniaeláficamporumasemana,visitandovárioslocaispertencentesaumdosperíodosmaiscruéisdaHistória:oHolocausto.

FOTOS GABRIELA MOSCOVICH/ RRPP

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9RRPPAtualidades/JULHO 2010

A NOVA ERA 3D

• Atecnologiaquedáumtommaisrealàficçãodocinema

A tecnologia 3D chegou para revolucionar o mundo do cinema, com suas novas imagens que fazem você viver cada momento como se fosse real. A inovação faz com que o público faça parte da história.

Ao chegar à sala de cinema, o telespectador recebe óculos para assistir ao filme. Estes óculos são modificados e causam a impressão de profundidade, do contorno de objetos e pessoas e proporcionam cores mais reais às imagens. Isso dá mais vitalidade ao que se está presenciando.

“O grande aumento da pro-dução de filmes pirateados, antes mesmo de estrear nos cinemas, fez a indústria recorrer a novas tecno-logias”, observa João Guilherme Barone, professor de Cinema da PUCRS. O cinema 3D representa um método de continuar trazendo público às salas e o lucro às gran-des produções. “Até os donos de cinemas têm preferido filmes com essa tecnologia inovadora, pois a apresentação das películas tornam as salas mais rentáveis”, detecta o professor.

A estereoscopiaO que poucos sabem é que o

3D não existe. Este efeito é causado por um defeito de percepção, o qual o cérebro é enganado devido ao uso do acessório. O nome deste efeito natural é estereoscopia. A imagem que é vista pelo olho direito, não é exatamente igual a que o olho es-querdo percebe. A fusão entre as

distintas imagens gera a ilusão de profundidade, distância, posição e tamanho dos objetos. O resultado deste fenômeno é o que chamamos de tridimensional. Alguns oftalmo-logistas dizem que a nova tecno-logia pode ser prejudicial e causar alguns sintomas, tais como dor de cabeça, náuseas e tonturas.

A maior ousadia até o momen-to - em termos de novas tecnologias – é o filme Avatar (2009). O roteiro ficou guardado durante 14 anos até ter sido concluído, pois na época não havia tecnologia capaz criar os efeitos que o autor desejava. Para que o filme fosse posto em prática, seu idealizador – James Cameron – precisou recorrer a novos métodos de realizar o desafio de constituir o mundo dos Na’Vi (humanóides que protagonizam o filme, criados pelo diretor). Câmeras especiais fo-ram criadas para que as filmagens pudessem ser realizadas conforme a idealização do diretor. Tendo como diferença os novos métodos de interpretação, os quais se torna-ram determinantes para a atuação de experientes atores, e um árduo trabalho de técnicos em sistemas tridimensionais, uma nova manei-ra de fazer filme foi imposta pela equipe de Avatar.

Para a opinião pública, o filme representou um marco para a – nem tão nova – tecnologia 3D. Os cinemas tiveram um grande públi-co em suas salas e a película conse-guiu conquistar o recorde de maior bilheteria da história dos cinemas

(mais de US$ 2 bilhões). Mesmo que não gostassem do enredo, a be-leza das imagens contagiou o públi-co que foi aos cinemas. Até aqueles que não possuíam salas capacita-das procuraram se adaptar para o filme que entraria na história.

O sucesso poderia ser maior. Os críticos do cinema – a Acade-mia do Oscar – não reconheceram seu sucesso. O filme conquistou três das nove indicações ao Oscar, apenas em categorias técnicas, tais como efeitos visuais, fotografia e di-reção de arte. Isso comprovou que a tecnologia ainda não conseguiu superar os roteiros tradicionais.

A grande inovação não se restringe apenas às telonas, mas também poderá ser apreciada (em breve) no conforto do lar. Grandes marcas de televisores, videogames e computadores irão se adaptar. Já existem alguns modelos, mas são apenas protótipos em experiência para saber a reação do público-alvo e da opinião pública. Uma das maiores emissoras de televisão do Brasil já está estudando um novo método de realizar programas e no-velas em tecnologia tridimensional.

Barone mencionou que não é uma tecnologia nova, contudo ela está sendo, atualmente, mais tra-balhada. Devemos ficar à espera do que esta nova tecnologia prome-te revolucionar, tanto no cinema quanto nas nossas residências.

MAYRA MEGGENTI CAROLINA BOLZAN

FOTO DIVULGAÇÃO

∆∆ Neytiri,∆personagem∆principal∆do∆filme∆Avatar,∆de∆James∆Cameron,∆em∆uma∆cena∆com∆a∆tecnologia∆3D

TENDÊNCIA

O Hoax ea Gestãode Crises

A sociedade contemporânea optou por uma vida impessoal: a internet. Através desse meio, as pessoas fazem tudo em seu dia-a-dia: vão a bancos, compram, se relacionam, enfim, têm suas vidas pautadas pela rede virtual, portan-to, algo que já é comum para todos é o Hoax. Já identificou o que é? São aquelas correntes que você re-cebe diariamente por e-mail.

Os assuntos são os mais va-riados: desde o caso policial até a criancinha doente que precisa de assinaturas para se tratar. Todos esses pretextos existem para lhe enganar, e são meticulosamente montados, para que você acredite e passe adiante.

Na esfera das Relações Públi-cas, o Hoax surge como o estopim de muitas crises de imagem. Segun-do a professora universitária Gla-fira Furtado, o Hoax equivale aos boatos de antigamente. “Podería-mos dizer que boatos constituem a Opinião Pública não-instituciona-lizada”, explica a professora. “Um boato, quando é repetido muitas vezes, se torna uma verdade ir-refutável para a Opinião Pública, e pode gerar uma grande crise de imagem”, alerta Glafira.

Para combater os boatos, as companhias procuram esclarecê-los em seus sites. Alguns gerados por Hoax ficaram famosos e exigiu muito trabalho das empresas para desfazê-los.

FERNANDA MORANDIRAFAELA PINTO

RODRIGO BASEGGIO

HAMBURGER de minhocaCOBRAS na piscina de boli-nhas levam criança à óbitoMENTHOS e Coca-Cola quan-do são ingeridos juntos cau-sam explosãoGUARANÁ Kuat tem ingre-diente cancerígenoINFECÇÃO mortal é causada por absorventes internos

VERDADE?

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10 RRPPAtualidades/JULHO 2010 RESPONSABILIDADE

A humanidade vem sen-tindo cada vez mais os efeitos causados pelo uso indevido dos recursos naturais. Diante deste quadro, é possível observar a crescente preocupação das or-ganizações. É nesse momento que aparece o termo susten-tabilidade, que nada mais é do que um equilíbrio entre desen-volvimento econômico, social e ambiental.

O marco deste tema, no Brasil, deu-se com a realização do encontro internacional da Agenda 21, no Rio de Janeiro, em junho de 1992, que reuniu entidades voltadas ao meio ambiente e representantes dos principais países do mundo. Com o lema “Pensar global-mente e agir localmente”, a Agenda 21 consiste em um pla-no de ação mundial para orien-tar a transformação desenvol-vimentista, tendo como pilares os princípios de ética, justiça, participação, democracia e sa-tisfação de necessidades.

A preocupação com o fu-turo da humanidade e seus recursos está obrigando as empresas a agir de acordo com os princípios da trans-parência, sustentabilidade e mestiçagem (NASSAR, 2006). Aquelas que não se adaptam a

essas condições tendem a so-frer as conseqüências perante a Opinião Pública. É por isso que muitas organizações es-tão adotando programas desse tipo em sua gestão. ‘’Quando uma empresa trabalha com as suas operações ligadas ao tema da responsabilidade social, ela fortalece relacionamentos éticos e parcerias estratégicas, agrega valor à marca, tem im-pactos positivos na imagem da empresa, e provoca o orgulho e a satisfação de seus colabo-radores’’ observa Ana Paula Mohr, relações-públicas da empresa Gerdau na área de responsabilidade social.

Como exemplo de empre-sa preocupada com esse tema, a Gerdau criou o Instituto Ger-dau, o qual direciona o tema responsabilidade social nas empresas do grupo. Sua mis-são é ‘’propor políticas e dire-trizes de responsabialidade so-cial para a Gerdau e promover ações sociais empreendedoras, que contribuam de forma efi-caz para a melhoria da qua-lidade de vida, objetivando o desenvolvimento sustentável’’, sustenta Ana Paula.

São empresas como a Ger-dau que dão credibilidade para a construção de um futuro

sustentável. Com isso, outras empresas devem aderir a este pensamento, dando assim ga-rantia de que essa idéia não será facultativa, mas, obriga-tória. Esta postura, então, não deverá ser vista apenas como propaganda institucional, mas como ideologia de trabalho. E você, vai aderir?

JOANA OLIVEIRAMARIANA MUNIZ

VICTORIA BALDO

Sustentabilidade: já aderiu?

•Você está fazendo sua parte? Empresas gaúchas como a Gerdau já assumiram

MARIANA MUNIZ

Empresas que não se adaptam tendem a sofrer as

conseqüên-cias perante

a Opinião Pública.

Atividades do Instituto Gerdau (IG):

• Garantir as melhores práticas de Respon-sabilidade So-cial Empresarial no GBS de todos os processos.• Contribuir para a consolidação e dissemi-nação da Cultura Empresarial Gerdau, atra-vés da Responsabilidade Social.• Garantir a implantação dos Comitês do Instituto Gerdau e do Programa. • Voluntário Gerdau em todas as Operações de Negócio.• Contribuir para a consolidação e dissemi-nação global da imagem e da marca Gerdau.• Garantir o alinhamento das iniciativas do Instituto Gerdau à estratégia e à situação do negócio.

SAIBA MAIS:

A Organização Não Go-vernamental Mãos Unidas, da casa lar Mãos Unidas, que presta assistência a mulheres moradoras de rua de Porto Alegre, realiza mensalmente o seu tradicional brechó benefi-cente, com o objetivo de anga-riar recursos. Ocorre sempre no 1° domingo após o dia 05, exceto nos meses de maio e de agosto, devido ao Dia das Mães e ao Dia dos Pais. No evento, realizam a venda peças de sapatos, acessórios e roupas masculinas, femininas e infan-tis, com preços que variam de R$1,00 a R$3,00.

Devido aos poucos recur-sos, os diretores da ONG es-tarão recebendo doações de seus visitantes que quiserem contribuir para a atividade de maior fonte de recursos para a instituição. Além dos objetos de uso pessoal, a organização aceita doações de eletrodo-mésticos, móveis, utensílios domésticos e louças, pois que-rem estruturar uma cozinha para voltar a fazer o famoso Sopão e distribuir para os mo-radores de rua. A colaboração através dos donativos é uma forma de ajudar, mesmo à dis-tância, pessoas em situações sócio-econômicas desfavore-cidas.

O objetivo da ONG é co-laborar na reinserção social de moradores de rua da ci-dade de Porto Alegre, seja no acolhimento institucional, na reaproximação com a família, no encaminhamento ao mer-cado de trabalho, no resgate de sua auto-estima, no auxílio na área da saúde, na condução a emergências hospitalares e exames médicos. O grupo de alunos da disciplina de Projeto Experimental Comunitário, do Curso de Relações Públicas da PUCRS, fizeram um projeto de comunicação para a ong.

Mais informações: www.maosunidas.org.br

GRAZIELA FREITAS GOMES

Mãos Unidaspromovebrechó social

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11RRPPAtualidades/JULHO 2010ESPECIAL

O TEMPOPRESERVADO

•Museu de Comunicação Hipólito José da Costa

Criado em 1974, o Museu de Comunicação Hipólito José

da Costa está voltado para con-servação, pesquisa e divulga-ção da história da Comunica-

ção Social. Promove atividades culturais para que estudantes,

pesquisadores, profissionais da comunicação e a sociedade possam vivenciar a trajetória da imprensa, televisão, rádio,

publicidade e propaganda, fotografia e cinema. Localizado

no Centro Histórico de Porto Alegre, o Museu viabiliza a

preservação da memória cultu-ral dos acontecimentos do Rio Grande do Sul, oferecendo um acervo inestimável relacionado

ao patrimônio da comunica-ção, além de cursos, palestras, seminários, mostras temáticas

e eventos.Às vésperas de completar

35 anos, o memorial entrou em reforma. A intervenção preten-de apagar as marcas da ação do tempo e conta com o Programa

Monumenta, projeto de recu-peração do patrimônio cultural urbano brasileiro, realizado em

parceria com o Ministério da Cultura e Banco Interamerica-

no de Desenvolvimento.

JULIA GEBHARDT WILHELMMÁRCIO DA SILVA OLIVEIRA

TELMA SILVINO LAMBERTTHAMIRA SANTANA MENDINA

FOTOS JULIA WILHELM

∆∆ O∆Museu∆de∆Comunicação∆fica∆na∆Rua∆dos∆Andradas∆959,∆Centro∆Histórico∆de∆Porto∆Alegre∆∆ Uma∆antiga∆impressora∆plana

∆∆ Ramas∆de∆ferro∆para∆montagem∆das∆páginas

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12 RRPPAtualidades/JULHO 2010 ESPECIAL

O Museu de Comunicação Hi-pólito José da Costa, entre os anos 1922 a 1937, foi sede do jornal “A Federação”. O diário tinha o ob-jetivo de divulgar os ideais repu-blicanos do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR). Em 1974, a instituição foi transformada em Museu. Em 2010, passa por mu-danças e disponibiliza para pesqui-sas cerca de oito mil exemplares de revistas e jornais, com temas relacionados a todos os setores da comunicação.

As mudanças começaram pelo subsolo, passando pelo mezanino, hall e salas de acervo, ganhando novas cores, equipamentos, re-novando a estrutura antiga e sua identidade. A vice-diretora Ma-ria Esther Saldanha do Museu e a Secretaria Estadual da Cultura solicitam mais investimentos de voluntários para tornar o edifício acessível aos portadores de neces-sidades especiais. Futuramente, é pretendido obter recursos para climatizar o local e trocar os eleva-dores.

A agência de Publicidade e Propaganda, SLM Ogilvy, respon-sável pela renovação da identida-de do museu, liderou uma intensa

mobilização de diversas empresas da área de comunicação, que con-tribuíram, disponibilizando pro-fissionais, equipamentos e mate-riais de forma gratuita. O nome da instituição passou de “Museu de Comunicação Social” para “Museu de Comunicação”, simplificando-o. O Logotipo também foi renovado, inspirado num novo conceito de-senvolvido “Você vê. Você ouve. Você lê. Você vive.”. Segundo Da-niela Maciel, assistente de Mídia da agência SLM Ogilvy, a mudança de identidade é essencial para que o memorial tenha maior visibilida-de entre estudantes, profissionais da comunicação e curiosos. “Com o layout simplificado, o objetivo do Museu ficou claro e mais atraente”, destacou a publicitária.

Com o apoio de inúmeras enti-dades por trás dos projetos e cam-panhas, o Museu Hipólito busca ainda uma maior participação da sociedade. A visita é uma boa op-ção para quem procura cultura e lazer. Para conhecer a história da Comunicação, o Museu fica dispo-nível gratuitamente para todos os públicos de terça a sexta-feira das 9h às 18h e, aos sábados, das 9h às 12h30min.

Com o objetivo de es-timular a área central, o Centro de Porto Alegre é abraçado por um projeto da Secretaria de Planeja-mento Municipal. O Viva o Centro, além de atrair vi-sitantes, preocupa-se com a paisagem, a recuperação de prédios e áreas públi-cas, o transporte coletivo e individual, a segurança, a moradia e o comércio in-formal. O Museu Hipólito José da Costa é uma das atrações culturais atendi-das pelo projeto.

O Museu recupera espaços

Viva o Centro valoriza prédios históricos

∆∆ Linotipo:∆antiga∆máquina∆de∆compor∆os∆textos∆em∆barras∆de∆chumbo

∆∆ Reforma∆do∆velho∆prédio∆do∆jornal∆A∆Federação,∆no∆centro∆da∆capital,∆começou∆pela∆fachada

FOTOS JULIA WILHELM

“Você vê. Você ouve.

Você lê. Você vive.”

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13RRPPAtualidades/JULHO 2010ESPECIAL

Dispostas em setores específi-cos, as exposições do Museu de Co-municação Hipólito José da Costa se dividem por áreas da comunica-ção. Peças do acervo datam desde o século XIX até os dias de hoje.

No setor de Rádio e Fonogra-fia, localizado no terceiro andar do prédio, são disponibilizados do-cumentos sonoros e gráficos e de equipamentos fonográficos, como Scripts de programas radiofônicos dos anos 40, 50, 60, gravações com registro de eventos, depoimentos e entrevistas relacionados à ativida-de política e cultural do país e gra-vações de jingles e spots veiculados ao rádio brasileiro.

O setor de Vídeo e Televisão guarda a memória do material usa-do para a produção, transmissão e recepção de televisão. No acervo encontram-se scripts de programas televisivos, filmes em vídeo e docu-mentários, além de acervo de equi-pamentos e programas da TV Pira-tini – Canal 5, inaugurada em 1959 e um televisor a válvula quando chegou a Porto Alegre, nos anos 60.

A área de Imprensa Escrita,

jornais, revistas e cartuns publi-cados no Estado e também pelos principais periódicos do país fazem parte da exposição. Entre os mais de 3.000 títulos, destacam-se, en-tre outros títulos, o Diário de Por-to Alegre (1827), primeiro jornal impresso no Rio Grande do Sul; O Noticiador (1832), primeiro órgão de imprensa do interior do Estado; O Sentinela do Sul, primeiro jornal ilustrado do Sul do país (1867); A Reforma (1869) e A Federação (1884), exemplares da fase do jor-nalismo político-partidário do Es-tado; Partenon Literário (1871), re-vista de grande expressão cultural na Porto Alegre do Século XIX; e a Revista do Globo, lançada em 1929, com sucesso de repercussão nacio-nal.

O principal do setor de Publi-cidade e Propaganda é a preserva-ção e reconstituição da memória desta atividade no Rio Grande do Sul, além de contar com materiais nacionais e de fora do país. Impres-sos, folhetos de propaganda polí-tica, religiosa, cartazes, catálogos, bilhetes de loteria, calendários,

brindes e jingles formam o acervo. O Setor de Fotografia dispõe de

coleções de fotógrafos de conhecida relevância no cenário cultural, ou que atuaram na imprensa gaúcha, além de equipamentos fotográficos, em diversos exemplares datados, principalmente, entre 1890 e 1940.

Na área do Cinema é preser-vada a memória da produção cine-matografia do Estado. Neste caso o acervo é composto por documentá-rios, cinejornais, curtas-metragens, e telejornais, datados de meados da década de 40 até a década de 80. São registros da vida cotidiana, as-pectos sociais e eventos políticos.

Através de um Projeto aprova-do e financiado pela Fundação VI-TAE de São Paulo, no setor da Re-serva Técnica, o Museu implantou peças para exposições tridimen-sionais, incluindo equipamentos da Extinta TV Piratini e da extinta CRT, disponível através de como-dato. Foram adquiridos armários deslizantes de compactação de ar-quivos, desumidificador, computa-dor e software para tombamento e informação das peças.

Nascido em 13 de agosto de 1774, na Colônia do Sacramen-to, Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça foi jorna-lista, maçom, diplomata brasileiro e patrono da Academia Brasileira de Letras. Hipólito se formou em Leis, Filosofia e Matemática. Além do Brasil, passou por Portugal, Estados Unidos, México, Inglater-ra, Espanha, Grã-Bretanha. Teve uma grande participação na luta por idéias liberais. Em Londres, no ano de 1808, fundou o primeiro jornal brasileiro: Jornal Brazilien-se. Faleceu em 1823 e in memorian foi nomeado cônsul do Império do Brasil. Hoje nosso país o considera Patrono da Imprensa.

Quem foi Hipólito José da Costa?

REPRODUÇÃO

JULIA WILHELM

Os acervos em exposição∆∆ Segundo∆andar∆

do∆prédio,∆aCronologia∆daComunicação

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14 RRPPAtualidades/JULHO 2010 ENTREVISTA

Se o assunto é banda, a estu-dante de Relações Públicas Dani Lima entende do assunto, há quase dois anos ela trabalha com as Ban-das Papas da Língua, Reação em Cadeia, e Chimarruts. Segundo ela “o ramo da música é encantador mais exige muita organização”.

Conte um pouco de você.Estou no último semestre do

curso de Relações Públicas da PU-CRS. Trabalho numa produtora de bandas chamada TW Carangacci, trabalhamos com as bandas Papas da Língua, Chimarruts e Reação em Cadeia. Nas minhas horas vagas, ajudo na organização e na comuni-cação da banda que está começan-do agora em Porto Alegre, Zamba Ben, da qual realizei o lançamento do EP no teatro Tulio Piva.

Qual o seu trabalho na TW produtora?

Trabalho com a assessoria de comunicação da empresa, e isso inclui: comunicação interna e co-municação de cada banda que está associada à produtora. Faço todos os relacionamentos, desde o públi-co, como fãs, até relacionamento com a imprensa. Agendo entre-vistas, mando materiais da banda para que o entrevistador saiba com quem está falando e não deixo o ar-tista constrangido, envio materiais do programa para o artista tam-bém, para que ele saiba com quem conversará. Algumas vezes (sempre que possível) acompanho a banda na entrevista agendada.

Devo sempre tomar cuidado com horários, mando mensagens no dia marcado para todos os com-ponentes da banda para lembrá-los, às vezes até ligo. Me preocupo em saber como foi a entrevista e onde ela será vinculada, normal-

mente recolho o material e coloco no clipping da banda.

Faço a comunicação virtual de outras mídias como site, blog, Orkut, Myspace, YouTube, Twitter etc. Mantenho sempre atualiza-do com as últimas informações da banda, além de elaborar o mailing.

O que você aprende com o seu trabalho?

Procuro aprimorar os conhe-cimentos, busco informações de outras áreas para entender todo o processo da empresa, sempre ques-tiono o setor de vendas, de produ-ção de shows e até o setor finan-ceiro, acho importante sabermos como as coisas funcionam. A equi-pe que trabalha são pessoas que trabalham em família. Acredito que o maior aprendizado, que é muito forte na área de Relações Públicas, é o relacionamento com as pessoas, aprendo todo o dia a ter paciência, a cumprir prazos para não preju-dicar um colega ou alguém da im-

prensa, aprendo todo o dia um pou-co mais sobre trabalho em equipe, a respeitar diferenças e não julgar o próximo.

Quais são suas maiores di-ficuldades?

Talvez a falta de tempo possa ser a mais importante, às vezes saio de lá com trabalho pendente e com a agenda do outro dia lotada, mas sempre consigo cumprir. Outra di-ficuldade pode ser a agenda dos ar-tistas que muitas vezes não suporta todas as mídias, mas neste caso por mais que eles e nós tenhamos von-tade de atender a todos, algumas vezes isso se torna inviável.

Como é o seu relaciona-mento com os fãs das bandas?

Eu procuro sempre tratá-los muito bem e com muito respeito, parto do pressuposto que se não fossem eles, a banda não existiria. Eles me ajudam demais, tudo que preciso em termo de divulgações eles sempre me estendem a mão,

inclusive muitas vezes chegam com novas idéias e criam estratégias, eles são ótimos.

No dia que os Papas lançaram o novo disco em Porto Alegre, no teatro Bourbon Country, as meni-nas do fã clube me levaram um cai-xa com doces de Pelotas, aquele foi um gesto que pra elas era simples e pra mim significou muito, foi um reconhecimento muito especial por parte delas, senti que fiz diferença para as gurias em algum momento.

O que você almeja para o futuro?

Penso em trabalhar sozinha e construir o meu negócio para trabalhar com outros setores ar-tísticos, como artesanatos, artes visuais, teatro, etc. Eu gostaria de auxiliar a cultura pelo menos no setor da comunicação, no que for preciso, como uma consultoria.

RENATA DYDZIANE ALESSANDRA CAMARGO

Produção, amor e muita Música!!!∆∆ Dani Lima, da TW Carangacci, participa da produção das bandas Papas da Língua, Chimarruts

∆∆ Reação em Cadeia, outra das bandas assessoradas

FOTOS DIVULGAÇÃO

•Trabalhar na assessoria de bandas reconhecidas e independentes também é tarefa do relações-públicas

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15RRPPAtualidades/JULHO 2010TRANSPARÊNCIA

Manipular imagenspode distorcer valores

A Europa luta contra o uso do Photoshop em fotos de me-nores de idade. O Congresso Francês quer exigir um selo em imagens modificadas por ele. O Governo Brasileiro anuncia que, em fotos de pessoas para campanhas publicitárias, um aviso pode se tornar obrigató-rio. De quem estamos falando? Do Photoshop. Rugas, celuli-te, claridade, lagos, estradas, excesso de gordura, fumaça, paisagem ou cabelos. Não im-porta o quê, as ferramentas de modificação de imagem po-dem tirar ou colocar qualquer coisa, e se tornam, cada vez mais, essenciais nas formações de conceitos para campanhas publicitárias.

O uso da mais famosa dessas ferramentas - o Pho-toshop – vem sendo discutido em vários continentes, como a Europa. Após o escândalo na campanha que envolvia a mar-ca Olay e a modelo ícone dos anos 60, Twiggy, os europeus querem que as fotos retocadas com a ferramenta venham no-tificadas e que seu uso só seja permitido em ensaios com mo-delos maiores de idade. A de-putada francesa Valorie Boyer acredita que a medida causará efeito positivo nos adolescen-tes que veem na realidade falsa um ideal a ser alcançado.

Para o professor de foto-jornalismo da Faculdade de Comunicação Social da PU-CRS, Elson Sempé Pedroso, é importante que o profissional saiba utilizar a ferramenta com clareza e sem excessos, destacando também que uma “foto publicitária é conceito e imagem, não somente foto”. Os profissionais da área de Pu-blicidade e Propaganda devem ao Photoshop, muitas vezes, sua conquista de transmitir um conceito por imagem. A ferramenta proporciona que

os limites da ima-ginação sejam quebrados por um programa que tor-na qualquer figura possível.

A discussão sobre alterações, porém, vai muito além de campa-nhas publicitárias. Às jovens que bus-cam ter um corpo igual à de certas modelos, fica a dica: as revistas não retratam a verdade quando o assunto é a beleza das tops.

A preocupa-ção em relação ao Photoshop se inicia quando adultos e, principalmente, as adolescentes buscam manter-se no atual padrão de beleza imposto pela mídia e acabam adoecendo. Tratamentos para anorexia e bulimia tornam-se cada vez mais frequentes, fa-zendo com que cresça a polê-mica sobre a ferramenta que, de certa forma, induziu ado-lescentes a crer que precisa-vam modificar seu corpo. Ca-rolina de Siqueira, jornalista, acredita que “a modificação de imagens não pode ser definida como certa ou errada. Ela deve ser plausível à realidade, im-pedindo, assim, que a mente confunda o que é real com o que é ideal ou belo”.

Em 2004, a marca Dove lançou a “Campanha pela Real Beleza”, tendo como modelos mulheres reais e com uma be-leza atingível. Ultrapassando o padrão usual até então, a mar-ca de cosméticos revolucionou no sentido publicitário e legiti-mou ainda mais clientes. Após a campanha, Dove seguiu com seu propósito e entrevistou milhares de mulheres ao re-

dor do mundo em busca do conceito de beleza ideal para “mulheres reais”. Constatou que apenas 6% das brasileiras se descrevem como belas e a maioria gostaria que a mídia retratasse uma beleza não só baseada em atratividade física, mas sim, uma beleza que pres-cinde da aparência.

Não há como discutir o uso do Photoshop sem ques-tionar o atual conceito de be-leza. A distorção de imagem ocorre por alguma razão e aca-ba tornando valores pessoais em regra de massa. Embora difícil de acreditar, é possível tornar os estereótipos de be-leza menos sufocantes, basta medir a beleza de si mesmo por suas singulares qualida-des. A beleza não é, afinal, só atrativos físicos — ela também inclui a autorrealização de cada pessoa, assim como sua dignidade. E pode ser gerada pela autoestima, não o contrá-rio.

CAMILA PIANCARMELA PECCIN

DEISI CONTERATTO

∆∆ ∆Aluna∆faz∆o∆tratamento∆da∆imagem

ARTE MAIARA BOEIRA

•A discussão do uso do Photoshop em campanhas publicitárias

A comunicação organizacio-nal deixou de ser uma das áreas mais antigas e tradicionais de Relações Públicas para se tor-nar uma das mais modernas ao se apropriar do desenvolvimen-to tecnológico para aplicá-lo na comunicação institucional e em-presarial.

As empresas se modernizam cada vez mais, utilizando fer-ramentas da web para efetuar o seu desenvolvimento na área da comunicação organizacional com base no planejamento es-tratégico, objetivos, e o envolvi-mento dos públicos de interesse.

“As empresas, versões pós-modernas das fábricas, também experimentam um relaciona-mento com seus públicos através das novas tecnologias de comu-nicação. A Internet media uma boa parcela das comunicações realizadas nas empresas, tan-to internamente quanto entre a instituição e seu ambiente exter-no”, afirma Monica Elisa Dias Pon (Unisc/RS) no texto: Novas tecnologias na comunicação em-presarial. É a comunicação que proporciona espaço de intera-ção e diálogo para a construção de relacionamentos sentidos e significados, resultando em comprometimento e participa-ção. Na dimensão estratégica da comunicação, um dos principais públicos-alvo é o público inter-no, do qual depende o cumpri-mento da missão de qualquer organização.

As organizações públicas no Brasil vêm passando por proces-sos de modernização e assumin-do tecnologias gerenciais já ado-tadas no setor privado.

MAIARA BOEIRA

Comunicação Organizacionalé modernidade

“A inser-

ção das novas tecno-logias permi-te que a em-presa comu-nique-se com seus públi-cos de forma mais

econo-mica e rápida.” (Moni-ca Pon).

CARMELA PECCIN

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16 RRPPAtualidades/JULHO 2010 ESPAÇO

DÉBORA CORREA SZCZESNY

DEU ROCK NA RP

Em 1984, Vinicius Câmara despretensiosamente dá o pontapé inicial que incluiu o Rio Grande do Sul no roteiro dos grandes shows de rock. Iniciou trazendo Os Para-lamas do Sucesso e produziu im-portantes bandas do Estado.

Eles eram apenas três amigos que queriam agitar. O ano era 1984 e o cenário era de muito rock ‘n’ roll – menos em Porto Alegre. Bandas como Barão Vermelho, Kid Abelha, Legião Urbana, Ira!, Titãs despon-tavam no cenário do rock nacional. Foi então que, fugindo de um verão escaldante, os três embarcaram rumo ao Rio de Janeiro e trouxeram para tocar em solo gaúcho ninguém menos que Herbert Viana e Os Pa-ralamas do Sucesso. O show trouxe prejuízo para os rapazes, mas valeu como aprendizado. Destacou Porto Alegre como referência musical, deu início à cena do rock gaúcho e a várias carreiras de sucesso.

Hoje, com mais de 20 anos de profissão, Vinícius Câmara Can-to, o Vini, um dos três agitadores, se dedica à carreira solo do cantor

Nei Van Soria (ex-TNT e ex-Cas-cavelletes) que atualmente possui gravadora própria, uma loja de ins-trumentos musicais e está lançando o DVD Nei Van Soria 40 anos – Ao Vivo no Ocidente. A história do Nei e do Vini se cruza desde 1984 com o TNT e desde então os dois constro-em uma trajetória que conta com o apoio de outros profissionais inde-pendentes, como o Miguel DJ que divulga trabalhos específicos.

Quando Vini começou a traba-lhar com músicos, a profissão de produtor musical e assessor ainda não existia no Rio Grande do Sul, apesar de ser conhecida nacional-mente. Ele passou a exercer a ati-vidade confiando muito no empi-rismo, sem as bases teóricas, “na cara e na coragem”, como ele mes-mo define. Aprendeu muito com a observação dos que outros artistas estavam fazendo e no contato com as gravadoras. Ao conhecer o Zé Fortes, produtor dos Paralamas do Sucesso, percebeu que existia essa figura, esse papel, alguém que de-sempenhava essa função, e mais:

viu que existia uma cena local mui-to forte e os artistas gaúchos ainda não possuíam produtores. Bingo!

É aí que o TNT, na época a ban-da do Nei Van Soria, entra na his-tória. O Vini começa a atuar como produtor musical, assessorando a banda, correndo atrás do marke-ting e da publicidade para que o artista ficasse conhecido. Ele fazia o relacionamento com a mídia, le-vava o que a banda produzia no es-túdio até os radialistas que colocam o material no ar. “A necessidade de ter apoio em áreas complementares sempre existiu. Isso é fruto de um amadurecimento, eu tive a sorte de poder contar com um cara que se desdobrou em vários papéis desde produtor até a parte de assessoria, nós tivemos a sorte de começar jun-tos. Assim podemos levar com mais eficiência o trabalho musical que eu faço até as pessoas”, garante Nei Van Soria. Segundo ele, a quantida-de de trabalho é muito grande para ser feito só internamente, obri-gando a contratação de pessoas de fora da produtora, como o Miguel

DJ, que faz trabalhos específicos como divulgador de marketing. “A importância deles pra mim é com-plementar, tem que colocar tudo no lugar certo, cada um tem o seu espaço”, comenta o cantor.

O Miguel começou a trabalhar meio sem querer (e sem saber mui-to bem o que era) em 1975. Além de DJ, ele divulgou os primeiros discos da Alcione, Beth Carvalho, Sidnei Magal, Amado Batista, Rou-pa Nova, passando por Roberto Carlos, Skank, Jota Quest, Marce-lo D2 e Cidade Negra. “O divulga-dor é o fabricante de sucesso e a música trata de emoção, é preciso emocionar. Não senti necessidade de formação acadêmica, agora, por exemplo, eu tô fazendo uma agen-da pra um artista italiano que vai estar em Porto Alegre e aprendi as coisas no corpo a corpo. Com o Vini e com o Nei funciona bem, a gente tem uma sintonia muito legal, mas tem os artistas que são chatos de se trabalhar, e outras assessorias são mais artista que o próprio artista”, conta Miguel.

∆∆ Miguel DJ, Nei Van Soria e Vinícius Câmara Canto: de corpo e alma na produção e divulgação de carreiras de sucesso

• Assessoriaqueimpulsionaosucessodasbandasgaúchas

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17RRPPAtualidades/JULHO 2010ESPAÇO

Além do TNT, que depois se desdobrou nos Cascavelletes, o Vini trabalhou com Os Replicantes, Julio Reny, Maria do Relento e fez a divulgação do Rock Grande do Sul, um dos discos mais importan-tes do rock gaúcho. O TNT (cujos integrantes na época tinham entre 15 e 16 anos) começou a abrir os shows dos Replicantes que, apesar de não ter muito a ver com o TNT, apadrinhou a banda. E então a cena do rock gaúcho começou a se de-senvolver – e a aparecer.

Engana-se quem pensa que o Vini nunca frequentou a faculda-de. Ele diz: “Talvez o meu mundo não seja tão acadêmico, acho que é preciso ter o embasamento teórico, mas a prática ensina bastante, a convivência com o diretor artístico de uma gravadora me ensinou mui-to.” Ele cursou Relações Públicas na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) da UFRGS por dois anos, mas cansou do curso por “não chegar nunca aonde acha-

va que deveria chegar: na prática, lidando com os problemas, vendo como se soluciona as questões”.

O trabalho do Vini vai além da assessoria de comunicação: como produtor musical, ele negocia con-tratos, venda de shows, divulga-ção, cuida da relação do Nei com a mídia e os públicos. “A internet aproxima o artista do público, mas o acesso ao veículo oficial está mais restrito, a mídia eletrônica atinge um público mais popular. Como eu trabalho especificamente com rock e com artistas de uma geração an-terior, essa mídia nem sempre está tão aberta pra te dar espaço. E o Nei agora tá viciadinho no twitter (@NeiVanSoria) e ele tem o blog (www.neivansoria.com/blog) tam-bém. Isso permite uma proximida-de muito maior”, reconhece. Para Vini, tudo abre caminhos.

DÉBORA SZCZESNYMARTA CAPITÃO

REBECA N. D’ALBERTO

Discografia do Nei Van Soria1995 - CD Avalon1998 - CD Jardim Inglês2001 - CD Cidade Grande2003 - CD O Dia + Feliz da Minha Vida2005 - CD Só (ao vivo)2007 - CD Mundo Perfeito2009 - DVD Nei Van Soria 40 Anos ao Vivo no Ocidente

∆∆ Nei∆Van∆Soria∆lança∆DVD∆40∆Anos∆ao∆Vivo∆no∆Ocidente

FOTO DIVULGAÇÃO

Conforme afirmam diversos autores da área da comunicação, estamos vivendo a Era da Infor-mação. A comunicação tornou-se digital e com isso o profissional de Relações Públicas ficou responsá-vel por manter o relacionamento das organizações com os seus públicos estratégicos também no mun-do virtual.

Uma das atividades que vem sendo desenvol-vida por alguns profissionais é a criação e envio de comunicados institucionais mais conhecidos como newsletters e também de e-mail marketing (comunicados comerciais). Mas como conseguir transmitir uma informação qualificada para os públicos sem que isso pareça um spam?

Todo o cuidado é pouco quando lidamos com imagem e reputação de uma organização, des-ta forma, algumas dicas são importantes para uma comunicação eficiente. Vamos começar pelo assunto – identifique no campo do que se trata a mensagem. É importante mostrar a vantagem que o leitor terá ao abrir o e-mail. Evite frases longas, já que alguns softwares exibem apenas determina-da quantidade de caracteres. Envie o comunicado somente ao público estratégico com comprovado interesse potencial na mensagem, não compre lis-tas de e-mails, crie você mesmo um banco de da-dos. Uma forma de conseguir multiplicar os seus contatos é criando um cadastro no site da organi-zação em que o usuário autoriza o envio de e-mails institucionais. Identifique claramente os dados completos do remetente. Sempre insira a marca de sua empresa. Quando possível, personalize as mensagens, crie diferentes e-mails para diferen-tes públicos. Facilite a exclusão dos destinatários enviando telefones e outros endereços de correios eletrônicos para contato. Evite incluir anexos. E por fim, cuidado com a acessibilidade –12kb é o tamanho recomendado pelo IAB – Interactive Ad-vertising Bureau.

Como todos sabem, os desafios impostos pe-las novas tecnologias são enormes para qualquer área profissional, mas para o relações-públicas, em específico, acostumado a escrever releases, te-mos um novo caminho a desbravar.

MARIANA OLIVEIRA

Nem só de releases nós vivemos

Comentário

Fontes:Código de Autorregulamentação para a prática de e-mail marketing.Como fazer e-mail marketing legalmente. Autor: Gil-berto Martins de Almeida.http://www.wbibrasil.com.br/boletim.php?id_bole-tim=310http://www.imasters.com.br/artigo/5257/e-mail_marketing/boas_praticas_de_e-mail_marketing/

A mídia eletrônica atinge um

público mais popular

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18 RRPPAtualidades/ JULHO 2010 EVENTOS

A 4ª Semana do Livro, que aconteceu em abril, na Pontifícia Universidade Ca-tólica do Rio Grande do Sul (PUCRS), teve o lançamento da obra “Relações Públicas: Construindo relacionamen-tos estratégicos” – segundo livro da coleção “Relações Públicas” – , que tem como organizadora e autora a coor-denadora do curso de RRPP da PUC, professora Souvenir Maria Graczyk Dornelles.

O livro tem como objeti-vo desenvolver o assunto em maior evidência na atualidade pelos profissionais dessa área – o relacionamento – através do conhecimento dos profes-sores e pesquisadores da área. A edição tem autores conhe-cidos do meio, tais como: Ro-berto José Porto Simões, Gla-

fira Furtado, Cássio Scelovsky Grinberg, Marisa de Carvalho Soares, Nadege Gonçalves Lo-mando, Rosane Palacci San-tos, Silvana Sandini, Susana Gib Azevedo e Tibério Vargas Ramos.

O evento – que ocorreu às 19 horas, do dia 19 de abril – contou com a presença dos autores dos artigos, familia-res, alunos e amigos. Além deles, uma equipe do site RRPP Online compareceu ao local para cobrir, entrevistar e prestigiar os homenagea-dos da noite. Entrevistas com cada um dos autores confira no site: WWW.rrpponline.com.br

BIANCA PEDROSO DOS SANTOSCAROLINA BOLZAN

MAYARA ALOY CUNHA

Professores e alunos de graduação e pós da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) representaram a Pontifícia Universidade Cató-lica do Rio Grande do Sul na IX edição da Cum-bre Iberoamericana de Comunicadores, reali-zada nos dias 28, 29 e 30 de abril, no campus de Miguelete da Universidad de San Martín, em Buenos Aires. O evento reuniu especialistas e pesquisadores de comunicação de 20 países para debater a Comunicação Política e as mu-danças no cenário sociocultural do século XXI.

Na delegação de PUCRS, estava o presi-dente da Sociedade Brasileira de Estudos In-terdisciplinares da Comunicação (Intercom), professor Antônio Hohlfeldt, um dos palestran-tes convidados. Também viajaram à Argentina, a coordenadora do curso de Relações Públicas, professora Souvenir Dornelles, e os professores Cláudia Moura, Cleusa Andrade Scroferneker e Luciano Klöckner.

Durante o evento, foram discutidos mídia e jornalismo político, discriminação, comuni-cação política, eleitoral, censura, liberdade de expressão e opinião pública. Também estive-ram em pauta estratégias de comunicação para

governos, a informação em crises e governabi-lidade. Ainda foi analisada a responsabilidade social empresarial. Segundo a professora Cláu-dia Moura, um dos pontos mais importantes debatidos foi “a Comunicação Institucional a ser trabalhada em prol de relacionamentos en-tre as organizações e os seus públicos de inte-resse.”

Um dos conferencistas mais destacados foi o espanhol Toni Puig Picart, especialista em gestão cultural e um dos responsáveis pela criação da marca Barcelona. Ele falou sobre “O Retorno do Público: a comunicação como uma grande conversação para a mútua confiança”, e conquistou a todos os presentes com suas ideias e visão de marketing público. Puig traba-lhou o conceito de city marketing, cuja função principal é gerar conversação, e não convencer ou simplesmente prover os cidadãos de infor-mação oficial. Tal processo alcançou êxito em Barcelona ao questionar a população: “Que cidade temos e qual queremos?” A definição do presente e o futuro almejado passou a ser construído por todos, numa visão coletiva em que o poder público limitou-se a cumprir metas

definidas por seus habitantes.A relações-públicas Ana Barretto, recen-

temente formada pela Famecos, hoje aluna de Mestrado nessa mesma instituição, teve a oportunidade de apresentar seu artigo “Teoria Cognitiva em Portais Institucionais”, um dos trabalhos selecionados.

ALINA OLIVEIRA DE SOUZA

Lançado livro ‘Construindorelacionamentos estratégicos’

∆∆ Autores em noite de autógrafos na Semana do Livro da PUCRS

Comunicação e política sãodebatidas em Buenos Aires•Delegação da PUCRS participa da Cumbre Iberoamericana

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19RRPPAtualidades/JULHO 2010RÁDIO

Chave-mestra na RBS

O Grupo RBS é uma em-presa de comunicação multi-mídia que opera no Rio Gran-de do Sul e Santa Catarina. O grupo possui ramificações em quatro mídias de comunicação – TV, rádio, internet e jornal.

A história do Rádio do Grupo RBS começou quando Mauricio Sirotsky Sobrinho assumiu como sócio da Rádio Gaúcha em 1957, dando iní-cio à organização, que criou a então TV Gaúcha, em 1962, e incorporou a Zero Hora, em 1969. Logo após, em 1973, veio a formação das rádios FMs. Na área do rádio, a RBS tem hoje, como as suas cinco principais rádios, a Gaúcha AM e FM, Cidade FM, Farroupilha, estas adquiridas, respectivamente, em 1979 e 1982, a Itapema FM, inau-gurada em 2003, e a Rádio Atlântida, criada pelo Grupo em 1976.

Operando através de 26 emissoras de rádio AM e FM, o foco se dá na informação, na prestação de serviço e entrete-nimento para os seus respec-tivos públicos. Para conseguir lidar com tamanha diversida-de, a chave-mestra que se faz necessária é o Marketing.

“Somos marqueteiros em todos os momentos”, assim teoriza a gerente de Marke-ting da Unidade Rádio RS e SC, do Grupo RBS, Sioni Gon-çalves. Segundo a American Marketing Association (AMA), marketing é uma função orga-nizacional e um conjunto de processos que envolvem a cria-ção, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do rela-cionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado.

Como saber o que direcio-nar ao público-alvo? Qual a ne-cessidade da aplicação de téc-nicas de marketing no âmbito

do rádio? Foi observando a es-truturação das áreas de ma-rketing nas empresas do mun-do afora que Sioni Gonçalves enxergou a oportunidade de “construir e gerenciar marcas consolidadas que ofereçam be-nefícios aos seus consumido-res” através da audiência, no caso de rádio, pois assim cria laços estreitos e de relevância.

Formada em Jornalismo pela Famecos (PUCRS), em 1988, e Pós-Graduada em Ma-rketing pela ESPM, Sioni Gon-çalves vê a constante necessi-dade de observar tendências e gostos da sociedade. “Preciso

estar inteirada de tudo o que está acontecendo com a classe C, público jovem, adulto con-temporâneo e formadores de opinião”, conta a profissional.

Abrindo o jogo, Sioni re-vela com que foco é realizado o seu trabalho. “Minha missão é estar inovando e trabalhando conceitos diferenciados para cada uma das rádios, como Cidade, Atlântida, Itapema, Gaúcha, Farroupilha e Rural e fazendo com que elas sejam ouvidas e compradas pelos clientes”, tendo consciência de que cada rádio tem a sua ca-racterística, indo do jovem ao adulto. Sioni ainda deixa como dica aos alunos de Comunica-ção que queiram conhecer me-lhor a área de marketing que façam estágio em empresas e agências, na área de planeja-mento.

ALESSANDRO DA S. SEVEROCELINA SOUTO GOMES

SHEILA MOREL DA ROSA

“O marke-ting é o

nome do jogo, pois é através dele que se estuda mercado, se lança ou repo-siciona

produtos e evolui as marcas”.(Sioni

Gonçal-ves)

•Estratégias de marketing nas emissoras

Mais espaço para os RPs

A área de Relações Pú-blicas pode acabar surpreen-dendo muita gente pelas suas diversas oportunidades. Quem arriscaria, por exemplo, dizer que tem RP’s até no rádio? Pois é, mas existe.

Milena Demaman e Rafael Guerra trabalharam em em-presas do grupo RBS. Ela, 26 anos, é assessora de imprensa do MC Jean Paul. Rafael, 28 anos, é radialista e coordena eventos e marketing da rádio Gaúcha. Os dois sempre esti-veram envolvidos com a área de eventos. Milena presenciou esse tipo de trabalho desde

muito cedo ao lado do pai, An-selmo Gangilher Silva, coorde-nador de operações da RBS TV há 37 anos. “Dizia pra ele que queria ser igual aos seus co-legas, que organizavam even-tos.” No começo, claro, existem as dificuldades, ela fez seu pri-meiro estágio em um estúdio de fotografia e só com muita luta e perseverança foi chama-da para um processo seletivo de uma vaga na RBS, passou por várias fases classificató-rias e só então começou como estagiária da rádio Atlântida, onde tinha funções como aten-dimento ao ouvinte, mailing, pesquisas por telefone e tam-bém auxiliava nos eventos.

No tempo em que traba-lhava na Atlântida, Milena re-corda: “Todos faziam de tudo um pouco! Mas o RP especifi-camente cuida da divulgação institucional do evento. Quan-do tinha contato direto com o público da rádio, precisava ser

bastante cuidadosa, atenciosa com todos e sempre dar uma lembrancinha da rádio quando havia visitas ao estúdio”.

Rafael diz sempre ter gos-tado de rádio e mesmo antes de entrar na faculdade já orga-nizava os eventos no colégio. Ele teve sua oportunidade no renomado grupo, através do programa Rádio Talento, cujo objetivo era qualificar os jo-vens profissionais com conhe-cimentos e informações sobre a área. Guerra começou a tra-balhar com eventos da RBS e na programação da Atlântida.

No rádio existem várias possibilidades para o profis-sional de RP, como eventos, marketing e RH. Ter contatos também é muito importante, como em qualquer profissão, um bom relacionamento abre muitas portas. “É fundamen-tal o papel e a atuação de um profissional de RP no rádio, independente do perfil de pro-gramação. O negócio rádio tem alguns pilares importantes, como plástica, programação, pessoas e promoção”, enumera Rafael. Para ele, ainda existe preconceito, justamente por-que as pessoas desconhecem as funções de um relações-pú-blicas e o próprio mercado não procura orientar o público e as instituições sobre a complexi-dade das atividades que pode-mos desenvolver.

Rafael Guerra finaliza com um recado para quem bus-ca estágio na área: “Arrisque, quebre a cara, erga a cabeça, tente de novo, conheça a em-presa que está trabalhando, pense globalmente, não só como um RP.”

CAROLINA MONTEIRO

“Com-prove

que você tem valor e que a empresa precisa de você. Busque sempre conheci-mento, de tudo que é possível, será um diferen-

cial.”(Rafael Guerra)

∆∆ Milena∆Demaman

∆∆ Rafael∆Guerra

FOTOS DIVULGAÇÃO

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20 RRPPAtualidades/JULHO 2010 VISUAL

VANESSA FREITAS/ HIPER

• ÁreadeRRPPseenvolvetambémemempresasdeanálisesdetendênciasdemoda

O cenário da moda, fortemen-te ligado à comunicação e imagem, é uma nova área que se abre para as Relações Públicas. Exemplo dis-so é a empresa WGSN. Para quem não é familiarizado com as quatro letras, explicamos: trata-se de um canal pago que gera conteúdo de estilo, moda, arte e cultura. Funda-da em 1998, a Worth Global Style Network é líder mundial no serviço de pesquisa online, análise de ten-dências e notícias para as indústrias de moda e estilo.

O serviço revela e monitora as notícias via newsletters, enviadas aos clientes. Sua missão é manter os assinan-tes atualizados com o que acontece na moda global, têxtil, varejo e indústrias de estilo. A base de clientes inclui desde varejistas e fabri-cantes como Gap, Levi Strauss, Guess, Zara, Burberry, Adidas, Tim-berland, Calvin Klein, até empresas ligadas à beleza e tendências, como a L’óréal e a Procter and Gamble.

A empresa internacional de assessoria conta no Brasil com uma densa equipe de comunicação, com relações-públicas, jornalistas e fo-tógrafos, para estabelecerem con-tatos e desenvolverem conteúdo. Carolina Althaller, assistente de RP e Marketing da WGSN, explicou em e-mail que a empresa se divide em PR (public relations) e Marketing.

“O marketing trabalha dando suporte nos eventos, principalmen-te nas semanas de moda – Fashion Rio e SPFW –, quando recebemos editores da WGSN para cobertura dos desfiles e palestras, selecionan-do futuras tendências em potencial. Nosso PR faz toda a comunicação com a nossa assessoria de impren-sa e a mídia em geral”, explica Ca-rolina. Ela destaca que a diretora da WGSN na América do Sul, Andrea

Bisker, tem seu background em marketing e gerencia as operações no Brasil, “por ser uma coisa que gosta e faz muito bem”, sublinha. Carolina é formada em moda e es-tuda Relações Públicas. “No braço operacional, temos um engenheiro, com pós-graduação em gestão e co-municação”, complementa.

A aluna de RRPP desenvolve seu trabalho no único escritório da WGSN no Brasil, em São Paulo.

Outros escritórios são localizados em Londres, Nova Iorque, Los An-geles, Paris, Alemanha, Hong Kong e Japão. Ao todo, são 150 profis-sionais que produzem informações sobre o que acontece no mundo da moda, inclusive para a indústria do setor.

“As empresas gastam tempo viajando pelo mundo para partici-par de desfiles e outros eventos e eram obrigados a utilizarem seus próprios recursos para se mante-rem atualizados”, regata Carolina. “Hoje, a WGSN, com toda sua equi-pe e assistência, auxilia a indústria de moda.” Cumpre o trabalho de consultoria e imagem, com pensa-mento estratégico sempre focado na melhoria da comunicação com os públicos.

CAROLINE POSTAL MACHADOMAYARA ALOY

∆∆ Relações∆Públicas∆conquista∆novo∆espaço

ELIAS EBERHARDT

Escrevendoesperançae amor

To Write Love On Her Arms (Para Escrever Amor Em Seus Braços) é uma organização não governamental americana, criada após um incidente em que uma adolescente, durante uma crise de depressão, tentou suicidar-se. A garota auto-mutilou-se e com seu próprio sangue escreveu Fuck Up (Se Ferrar) em seu braço. Dias após o ocorrido, começou a movi-mentação em prol da vida, do amor e da esperança, que deu origem à ONG.

A campanha ganhou sucesso quando bandas populares entre os adolescentes – como Anberlin, Paramore e Fresno – passaram a

usar as camisetas confeccionadas para arrecadar fundos para ajudar pessoas com depressão. Nos últi-mos anos, a campanha já se espa-lhou por mais de 40 países, onde jovens, influenciados pela causa e pelas bandas, vestiram (literal-mente) a camisa da To Write Love On Her Arms. Hoje a confecção conta com camisetas, casacos, bol-sas, entre outros produtos que são comercializados através de sites de vendas na internet, assim como, no site oficial da campanha. Confira: www.twloha.com

JULIANA ULBRICHMARIANE REIS

Bruno de Bona Farinon, 20 anos, estudante de Letras na PUC, é um dos jovens gaúchos que ade-riu à Ong americana To Write Love On Her Arms. Conheça sua expe-riência:

Desde quando tu conheces a ONG? Há, mais ou menos, dois anos.

Tu conheces a origem da campanha? Sim.

O que te levou a comprar e usar as camisetas? Vi que os músicos das bandas que eu gosto estavam usando as camisetas e aca-bei me interessando pela causa.

Quais são essas bandas? As principais são Underoath, Anberlin e Fresno.

Qual a importância que tu vês na To Write Love On Her Arms? Eu acho importante poder

ajudar, mesmo de longe. É um as-sunto que, apesar de merecer des-taque, é pouco debatido hoje em dia. Além de ser muito legal o fato das bandas fazerem parte disso, por dar popularidade e visibilidade à causa.

Bruno aderiu à causa pela vida

∆∆ Banda∆Anberlin∆participa∆da∆ONG∆em∆defesa∆da∆vida

ESTAMOS

ARQUIVO PESSOAL

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21RRPPAtualidades/JULHO 2010VISUAL

Consumidoras e especialistas em moda op-taram pela interação com os consumidores para publicarem suas críticas em blogs direcionados ao setor. As blogueiras Maysa Úrsula, do blog Pílulas da Moda, Priscila Knechtel e Patricia Schlindwein, do blog Delírios de Consumo SA, se destacam neste segmento.

A definição inicial de blogs como diários íntimos para escrever sobre os acontecimentos do seu dia-a-dia não se aplica para o conteúdo destas blogueiras. Ambas escolheram a ferra-menta da Web para divulgar publicamente sua fascinação pelo mundo da moda e contribuir para outras pessoas fazerem uso de seu conhe-cimento no assunto. O ponto forte deste meio de comunicação, e que auxilia no trabalho delas, é a interação direta com os consumidores que uti-lizam os comentários para passar feedbacks das novas tendências e ainda contribuir com outras informações sobre os posts das autoras.

Uma característica comum das leitoras dos blogs de moda é o consumismo, pois, diante de tantas inovações do setor e desfiles constantes com novas coleções, as consumidoras se tornam reféns desta indústria. As próprias autoras dos blogs assumem que falar sobre moda e estar por

dentro deste mundo desperta o lado consumista e a vontade de comprar o último lançamento é irresistível. “Às vezes vejo alguma tendência e nem gosto muito de primeira, mas depois pes-quisando looks, onde comprar, dicas de como usar... Fico doidinha pra colocar meu cartão de crédito em ação!”, diz Priscila.

O público identificado pelos blogs é com-posto por meninas de 13 anos até mulheres de 50 anos que procuram uma referência de moda para suas escolhas. As blogueiras identificaram que as jovens estão focadas em saber todas as novidades e os lançamentos, enquanto as mu-lheres adultas procuram identificar a escolha do modelo ideal para vestir, desde que fique de acordo com as novas coleções.

Tanto Maysa como Priscila ainda não ob-têm retorno financeiro nas suas atividades de blogar. “As lojas locais nos procuram bastante para divulgar coleções recém chegadas, pro-moções. Porém, não há retorno financeiro, nós não cobramos para divulgá-las, em geral pro-pusemos que a loja ofereça algum brinde para ser sorteado para nossas queridas leitoras, mas eu já recebi presentes bem legais”, comenta Priscila. Elas destacam que o estímulo da pu-

blicação está voltado pelo interesse no assunto e compartilhar este conhecimento com outras pessoas. Existe um espaço ainda para cresce-rem comercialmente, uma vez que muitos blogs possuem links de fabricantes que são remunera-dos conforme os cliques dos internautas. O blog bem explorado pode ser tornar uma ótima fonte de divulgação e renda. “Recebo releases de di-vulgação, sim, mas até hoje só recebi uma pro-posta de uma marca inglesa para ser parceira do blog... Sobre ter retorno financeiro, até hoje nunca ganhei um real com isso”, admite Maysa.

Especialistas do mercado apontam que os blogs de moda possuem significativa parcela na escolha das consumidoras por novas marcas e produtos, e acreditam ser tendência. Os posts das autoras podem influenciar a compra de um produto, bem como tirar uma marca do merca-do, conforme a dimensão que estes comentários conseguem alcançar na blogosfera. Os blogs es-tão gerando uma nova tendência do setor para divulgação dos seus produtos.

BIANCA PEDROSO,FRANCIELE SCHNEIDER

MARIANE LAUER

∆∆ Maysa∆produz∆o∆blog∆Pílulas∆de∆Moda ∆∆ Priscila∆Knechtel∆e∆Patricia∆Schlindwein∆vivem∆na∆pele∆o∆blog∆Delírios∆de∆Consumo∆SA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

NA MODA

Blogs ditam as tendências aos consumistas

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22 RRPPAtualidades/JULHO 2010 ORGANIZAÇÕES

Como saberouvir ospúblicos •O funcionamento da Ouvidoria doHospital São Lucas

A profissão de relações-públicas, por ser uma ativi-dade relativamente nova no mercado de trabalho brasilei-ro, passa ainda por uma série de questionamentos impostos pela sociedade. Dentre eles, está o fato de que muitas pes-soas veem o RRPP só como um organizador de eventos.

Esta distorção desaparece quando nos depararmos com profissionais trabalhando nas mais diversas áreas, como as-sessor de imprensa, pesquisa-dor, gestor da comunicação, gerenciador de crises e tam-bém como ouvidor. Se o rela-ções-públicas lida diariamente com o sistema organização/públicos por que não mediar os conflitos existentes entre eles?

Raquel Martins trabalha no Departamento de Ouvido-ria do Hospital São Lucas e re-latou um pouco do dia-a-dia da sua profissão. Demonstrou o quanto seu tempo é movimen-tado e apresentou o trabalho realizado no departamento, mostrando que a Ouvidoria do hospital recebe diariamente solicitações e encaminha para o gestor da área responsável. Procura ter as duas visões do problema (gestor/solicitante) para poder indicar o caminho mais adequado na solução do problema. Os canais que os pú-blicos utilizam para se comu-nicar dentro do Hospital são:

pessoal, telefone, internet e o “fale conosco” do site da orga-nização.

Outra questão pertinente da área é a diferença entre o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) e o Departa-mento de Ouvidoria. Enquanto o primeiro presta informações 24h para os clientes/consumi-dores, a Ouvidoria é responsá-vel pelo encaminhamento das solicitações dos públicos.

Para trabalhar na área de ouvidoria, são indispensáveis algumas características. “Te-mos que ter bom senso, sen-sibilidade, saber ouvir e dar retorno, empatia, credibilida-de e transparência”, enumera Raquel.

No âmbito interno, é preci-so manter bom relacionamen-to com todos os departamen-tos. “Conquistar a confiança dos gestores é um grande de-safio, para os profissionais que pretendem trabalhar na área”, comenta.

Segundo Raquel, no início foi difícil controlar algumas emoções, como o estresse e a sensibilidade. “Muitas vezes fui para casa com um senti-mento de impotência por não poder solucionar os problemas da forma esperada, contudo, a experiência diária faz com que a gente aprenda a lidar melhor com estes sentimentos”, diz a relações-públicas.

Ouvir os públicos de uma organização determina uma melhoria no relacionamento interno e pretação de serviços. “Ao tomar conhecimento de problemas, o São Lucas ime-diatamente busca resolvê-los”, conclui sua assessora na Ouvi-doria.

ANGÉLICA PENTZMARIANA OLIVEIRA

∆∆ Hospital∆da∆PUCRS∆dá∆importância∆à∆ouvidoria

FOTOS ANGÉLICA PENTZ/ RRPP

O bom relacionamento e uma imagem positiva de uma organização é resultado de um bom planejamento, prevenção e eventual gerenciamento de crises. O profissional de Relações Públicas assume o papel de gestor da reputação e da confiabilidade que uma empresa necessita para o mercado de trabalho.

Um evento negativo que foge do controle da gestão empresarial e põe em risco sua imagem e reputação, provocando perda de confiança e crise de credibilidade diante do público.

É fundamental a organização ter um bom relacionamento com a mídia, pois é ela que influencia e tem o poder de determinar opiniões. Firmar la-ços com a mídia é importante para a construção da boa imagem, pois dian-te de um episódio negativo, a reputação conquistada não será esquecida.

Em algumas situações em que os gestores souberam administrar os problemas com sucesso, temos como exemplo o caso do Tylenol. O caso teve início no dia 29 de setembro de 1982, com a notícia de que três pessoas haviam morrido após ingerir cápsulas de Tylenol supostamente envene-nadas por cianeto. Com a repercussão do fato, os profissionais de Relações Públicas da organização lidaram com o problema de forma transparente e atingindo todos os meios de comunicação para que todos soubessem, pois era o medicamento mais vendido no país. Após a crise, as vendas do medi-camento não diminuíram. A grande estratégia da empresa foi a transpa-rência com o público.

A crise na General Motors, em 2009, foi mais profunda. A situação da companhia, até então próspera, começou a mudar em 2007, com a alta do preço do petróleo. Com isso, os consumidores passaram a preferir carros mais econômicos. Como a montadora havia apostado em veículos mais pesados, se viu em dificuldades e em julho de 2008, as vendas da compa-nhia já baixavam 20%. Com a crise financeira internacional, a situação fi-cou ainda mais complicada para a GM. A diminuição do crédito atingiu em cheio as vendas de automóveis e impediu negociações de vendas entre as montadoras. A montadora chegou a recorrer ao governo americano, pedindo ajuda financeira que exigiu que a GM apresentasse um plano de reestruturação, apresentado em fevereiro de 2009. O governo americano exigiu que a indústria automobilística reduzisse custos drasticamente. Não conseguindo reagir, a concessionária decreta concordata, situação em que os credores abrem mão de parte dos créditos que têm a receber, para que a companhia possa se recuperar, durante um período estabelecido e garan-tido por proteção judicial. Assim a empresa se torna estatal até que retome a lucratividade.

Agora em 2010, a GM está caminhando com bons resultados. Apesar de todo lado financeiro, causador da crise, existe um planejamento de comuni-cação para que boatos falsos não sejam espalhados e apenas notícias ver-dadeiras cheguem aos públicos interno e externo. Mesmo com discussões e medo tanto de funcionários, credores, acionistas, de como ficaria a situação da montadora, uma boa negociação e mediação são essenciais para uma superação da crise, e aí está a combinação de um profissional de Relações Públicas com a direção da organização.

Nos dois casos percebe-se a atuação dos profissionais de RP que intera-giram com diversos setores, desde o públicos interno, para os quais era pre-ciso dar informações corretas sem causar impacto negativo. Utilizaram-se de comunicação externa, esclarecendo as falhas e tornando públicas as informações de interesse dos consumidores, contribuindo para a fortale-cimento da imagem organizacional, explorando bem os veículos de comu-nicação, agindo de forma rápida. No contexto atual, de rápidas trocas de informações pelo mundo, o relações-públicas exerce o papel de gerenciador de relacionamentos, controlando informações.

ALICE QUADROS, CAROLINA SANTIAGO, GUILHERME LAU E MARIELI OLIARI

Artigo

Crise? Jogue limpo

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23RRPPAtualidades/JULHO 2010AMBIENTE

Ameaçadas diariamente pelo estresse, as pessoas procuram ter uma vida melhor, levando-a com mais calma e tranquilidade, vendo as coisas com bom humor. Fazem terapias, mudam de um dia para o outro, mas será que esse pensa-mento também vale para o traba-lho? Pois, divertir-se nunca esteve ligado ao ambiente profissional, onde as pessoas devem ser sérias para não acabarem se distraindo de sua função. Porém, depois de es-tudos feitos pela universidade ita-liana Bocconi, esse conceito pode estar chegando ao final.

A Universidade pesquisou 1.860 pessoas da Itália, Japão, Alemanha, Rússia, Grã-Bretanha, Estados Unidos e França para che-gar ao seguinte resultado: 98% delas usam o humor no trabalho e 99% o apreciam. O estudo também mostrou que quando há humor no ambiente de trabalho, os trabalha-dores se sentem mais motivados e com o moral mais alto, mostrando que um ambiente de trabalho em

que os funcionários podem ser bem humorados incentiva sua própria produtividade.

A professora de Relações Pú-blicas, Neka Machado, afirma apostar em ambientes saudáveis de trabalho. “Eu preciso e propo-nho ambientes saudáveis. Toda a minha vida quando fui chefe ou co-ordenadora, eu tinha um princípio: funcionário feliz é aquele que está bem com ele, com a vida dele e seu trabalho. Não acredito nessa tese de que funcionário é só mais um, tem que trabalhar e deu. Eu tenho um ser humano inteiro que precisa ser visto e compreendido. Isso não quer dizer que vai ser um ambien-te super paz e amor, é uma simples questão de respeito. E dentro de um contexto, respeito é saber que tu tens tuas responsabilidades e o teu colega as dele, mas nada o im-pede que se respeitem”.

Associada a esta concepção de respeito mútuo, o professor de Pu-blicidade e Propaganda, Fernando Azevedo, expõe um caso sobre o

sentimento de pertencimento, a valorização do trabalho do pro-fissional, que também é um fator que influencia na produtividade: “Há pouco tempo eu produzi uma reportagem sobre a empresa que fabrica Ferrari e existe por par-te de cada equipe que monta cada componente daquele carro, que são muitos, o orgulho de estar montan-do aquele carro, o orgulho de estar fabricando aquele carro, como se fosse um artesão.”

Empresas de consultoria do ramo já indicam para seus clientes promoverem atividades recreati-vas e sociais ou até mesmo peque-nos detalhes como faz a PMWeb, empresa nacional especializada em marketing digital e gestão de relacionamento com clientes para o setor hoteleiro, que tem todas redes sociais liberadas para os fun-cionários. Também como forma de interação, eles devem trazer de suas viagens um ursinho de pelúcia ou uma xícara do local visitado. Os objetos permanecem no escritório conjunto com mobílias estilizadas, que deixa o ambiente bem mais agradável para quem trabalha. Essa ideia foi inspirada na sede da empresa Google, em que local de trabalho e lazer se fundem.

Azevedo destaca a influencia no trabalho dos bons ambientes, planejados. “A forma arquitetônica, ajuda muito, as próprias agências de propaganda têm muito neste sentido. Se você vai, por exemplo, numa GardenDesign, você vai ver um ambiente amplo, um ambiente agradável, um ambiente bem ilu-minado”.

Mas essa liberdade deve ser administrada profissionalmente e o foco tem que ser mantido sempre, pois a falta de atenção pode prejudi-car o rendimento, além de estragar projetos e deixar vazar informações restritas da empresa. “É sempre bom ter humor no trabalho, o problema é quando há o exces-so dele. A falta de seriedade pode

atrapalhar o comprometimento do funcionário e o ambiente virar uma gandaia, prejudicando até mesmo quem precisa estar concentrado no momento. Um ambiente sem regras pode desestimular o fun-cionário e o humor deve ajudar no rendimento e não transformar tudo em piada, pois quando a situação é séria, às vezes é melhor deixá-lo de lado”, diz Bete Duarte, professora de Jornalismo na PUCRS e editora do caderno Gastronomia da Zero Hora, em entrevista à revista RRPP Atualidades.

FRANCISCO M. BARROSLARISSA S GENEHR

LARISSA S. GENEHR

ARQUIVO PESSOAL

LARISSA S. GENEHR

O humor para vencero estresse do trabalho

∆∆ Professor∆Fernando∆Azevedo

∆∆ Professora∆Neka∆Machado

∆∆ Professora∆Bete∆Duarte

• Comoobomhumorpodemelhorarorendimentodoscolaboradores

∆∆ O∆Núcleo∆de∆Eventos∆do∆Espaço∆Experiência∆é∆historicamente∆conhe-cido∆por∆não∆abrir∆mão∆de∆“açucar∆e∆afeto”∆no∆ambiente∆de∆trabalho.

FRANSICO M. BARROS

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24 RRPPAtualidades/JULHO 2010 PONTO FINAL

Quem disse que lugar de empresa não é lugar para fazer arte? O teatro vem invadindo a arena das organiza-ções, abrindo perspectivas para os re-lações-públicas, pois consegue levantar o astral, motivar, emocionar e treinar o público interno. Para fugir da rotina, dar boas gargalhadas e unir a equipe de trabalho, não há nada melhor do que uma apresentação teatral, ou oficinas cênicas em que os próprios funcioná-rios participam. “O teatro desenvolve o bem-estar das pessoas”, afirma Luís Fernando Moojen, diretor da Moojen Teatro Empresa, produtora que oferece este tipo de serviço em Porto Alegre.

Ao cursar o curso de História na PUCRS, Luiz encantou-se com as ori-gens da comédia, com o teatro medie-val, com a alegria dos palhaços e tudo que envolvia a arte de interpretar pa-péis e divertir a plateia. Participou da Cia. Teatral D’Rua, grupo que surgiu após uma oficina de teatro organizada pela Secretaria Municipal da Cultura e ministrada por Paulo Guerra – profes-sor que ele faz questão de mencionar por ser o exemplo norteador de sua carreira. A Cia. fazia apresentações nas ruas mais movimentadas da cidade, com um apelo político e social, em um momento decisivo para a democracia no Brasil (a época de 1989).

Luiz Fernando se apaixonou tanto pelas caras e bocas do teatro que de-cidiu abandonar o curso de História e optar pela trajetória artística. Fez da sua vocação a sua missão, e ainda adi-cionou uma pitada de empreendedoris-mo. Ao ministrar uma oficina no SESI voltada para a Prevenção de Acidentes no Trabalho, teve a ideia de criar algo independente, com a intenção de ven-der espetáculos para as empresas. Em 1997, começou a elaborar trabalhos direcionados para esse novo nicho de mercado.

Desde então, muitos gestores sim-patizam com a novidade e contratam a produtora a fim de tornar mais envol-vente e bem-humorada a Comunicação das organizações. O teatro funciona como ferramenta motivacional e pe-dagógica, trazendo informações perti-nentes não só em relação ao ambiente corporativo, como também em relação

à importância da vida. A Moojen apre-senta peças com temáticas voltadas para a prevenção de acidentes de trabalho, qualidade dos produtos e dos serviços, cuidados com a saúde (doenças sexual-mente transmissíveis), cidadania, meio ambiente etc. Embora existam as peças tradicionais, outras podem ser criadas conforme as demandas do cliente. “Há oficinas nas quais os funcionários po-dem soltar a língua, distender o corpo, distrair a mente e despertar a alma”, explica Moojen. “Alguns até se revelam talentosos para essa área, e todos, de certa forma, saem da dali mais comuni-cativos, criativos e animados”, observa o artista.

A Moojen é composta por mais três amigos. Cláudia Severo, Lorena San-ches e Robson Serafini fazem parte do elenco, ora representando personagens engraçados e curiosos, ora tocando mú-sicas para hipnotizar o público. Traves-suras, indagações e ensinamentos dão o tom e o ritmo às tramas. O objetivo da produtora é, sobretudo, fazer com que as pessoas se valorizem como seres humanos, não apenas como “máquinas de produção” sem capacidade de refle-xão. Para além da rotina atribulada de tarefas repetitivas e desgastantes, há o lazer, o riso, a fantasia. E trata-se de um lazer que não aliena: liberta, transcen-de, revela e estimula. Mesmo que sob disfarces, a arte descortina as verdadei-ras faces da realidade. Luiz, conservan-do seus ideais revolucionários, declara: “O teatro muda as pessoas para depois elas mudarem o mundo”.

ALINA SOUZA

PUBLICAÇÃO informativa e de reflexão do cur-so de Relações Públicas da Faculdade de Comu-nicação Social (Famecos), da Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil.Versão Online: www.rrpponline.com.brE-mails: [email protected]: Ir. Dr. Joaquim ClotetVice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio TeixeiraDiretora/ Famecos: Drª. Mágda CunhaCoordenadora/ Curso: Drª. Souvenir DornellesProfessores responsáveis: Tibério Vargas Ra-mos e Silvana SandiniEdição: alunos de Produção de Mídia Impres-sa e Digital em RRPP. Turmas da manhã e da noite: Alessandra Lobato Camargo, Alessandro da Silva Severo, Alice Quadros, Alina Oliveira de Souza, Angélica Pentz, Augusto Rocha de Almeida, Bianca Pedroso dos Santos, Camila Pian, Carmela Schmitz Peccin, Carolina da Silva Bolzan, Carolina Etchichury, Carolina Quintei-ro Monteiro, Carolina Santiago, Caroline Postal Machado, Caroline Tramontina Freitas, Celina Souto Gomes, Daniela Jalmusny, Débora Cor-

rea Szczesny, Deisi Conte-ratto, Eduar-do de Mene-zes Cavalli, Felipe Jung, Fernanda Mo-randi, Fran-ciele Schnei-der, Francisco Martí Barros, Gabriela Le-

mchen Moscovich, Guilherme Lau, Heloisa So-terio Schwanke, Joana Oliveira, Julia Gebhardt WilhelmJuliana Ulbrich, Juliano Godin, Larissa Simonini Genehr, Lucas Aricio Pacheco, Maiara

Pereira Boei-ra, Márcio da Silva Oliveira, Mariana Cas-tilhos de Oli-veira, Mariana Muniz, Ma-riane Lauer, Mariane Reis, Marieli Oliari, Marta Capitão, Mayara Aloy

Cunha, Mayra Maggenti, Pamela Stoduto de Al-meida, Paula Passos, Rafaela Moreira, Rebeca Matiuzzi de Souza, Rebeca Nogueira D’Alberto, Renata Fialho Dydzian, Renata Keller, Rodri-go Baseggio, Samyra Chanan, Sheila Morel da Rosa, Stefanie Machado da Silveira, Telma Sil-vino Lambert, Thamira Santana Mendina e Vic-toria Baldo.

Riso, fantasia e arte durante o trabalho• Como o teatro pode se tornar um aliado na Comunicação das Organizações

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