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g Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS Ano 14 n° 28 - Porto Alegre, RS, Brasil - dezembro 2008 RRPP Atualidades VERSÃO DIGITAL: www.rrpponline.com.br FOTO VINÍCIUS RORATTO CARVALHO/ HIPER O TEMPO A FAVOR Uma nova ciência administra o tempo para você agir e viver melhor A trajetória do professor Osvaldo Biz Famecos Sem Fronteiras ganha o mundo g Saiba o que é uma visão BSC nas organizações g Valentine Paniz Janaína Lopes Arquivo Pessoal

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Revista RRPP Atualidades - versão impressa 2008/2 - ano 14 - n° 28 - dezembro de 2008

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Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS Ano 14 n° 28 - Porto Alegre, RS, Brasil - dezembro 2008

RRPPAtualidades

VERSÃO DIGITAL: www.rrpponline.com.br

FOTO VINÍCIUS RORATTO CARVALHO/ HIPER

O TEMPOA FAVORUma nova ciênciaadministra o tempopara você agir e viver melhor

A trajetóriado professorOsvaldo Biz

FamecosSem Fronteirasganha o mundo

g Saiba o que éuma visão BSCnas organizações

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Valentine Paniz Janaína Lopes Arquivo Pessoal

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2 RRPPAtualidades/dezembro 2008 ABERTURA

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Publicação informa-tiva e de reflexão do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunica-ção Social (Famecos), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil.Versão Online:www.rrpponline.com.brE-mails: [email protected]; [email protected]: Ir. Dr. Joaquim ClotetVice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio TeixeiraDiretora da Famecos: Drª. Mágda CunhaCoordenadora do Curso: Drª. Souvenir DornellesProfessores respon-sáveis: Tibério Vargas Ramos e Silvana SandiniEdição dos alunos de Produção de Mídia Impressa e Digital em Relações Públicas

Turma da manhã: Clarissa Freiberger, Daia-ne Caterine Greif, Daniel Giacobo, Diana Queve-do, Gilmar Avila Junior, Iuri de Oliveira, Jéssica Pedrotti, Rafaela Nunes, Luana Nedel, Marcello Barcelos, Suziane Frei-tas, Uriel Ricachenevsky e Valentine Paniz.

Turma da noite:Aline Pinzon, Angela dos Passos, Betania Castoli, Bruna Leite, Eliziane Ve-zzosi, Everton Cunha, Fa-biane Altissimo, Gabriela Fonseca, Jacques do Couto Junior, Jeferson Couto, Joana Benites, Juliana Gomes, Juliany Esteves, Karine Reichel, Maria Alice Machado, Mariana Licht, Mariana Sardi, Miguel Dagnino, Mirian Mendes, Priscila Avigliano, Tamara Moch e Tiago Gomes.

EXPEDIENTE

Ana Steffen, Doutora em Comunicação Social e professora do curso de RRPP da Famecos, lançou em setembro o livro Con-ceito de Público em Rela-ções Públicas. Para ela, as teorias utilizadas estavam ficando ultrapassadas. “Pre-cisamos identificar nossos públicos novamente, crian-do um novo conceito com enfoque nas Relações de Poder”, sugere a profes-sora. Seu estudo partiu de conceitos tradicionais de públicos (interno, misto e externo), teorizados por Simões, França e Kunsch, e procurou renová-los.

A obra se soma a um esforço que vem sendo empreendido na área e em

especial no curso da PU-CRS para promover o cres-cimento da literatura em Relações Públicas, ainda carente de publicações te-óricas.

A professora buscou na Filosofia a teoria sobre “mudança conceitual”, que lhe deu respaldo para for-mular novos conceitos de Público na área de RRPP. Como diz a autora, para nos legitimar diante dos nossos públicos, é necessário uma mudança no conceito deles. Segundo Steffen, “devemos ter e entender diferentes visões”.

SUZIANE FREITAS,LUANA NEDEL E

MARCELLO MARASSINI

Livro lançado renovaconceito de públicos

Seção de autógrafos no lançamento da obra na Famecos

Em 8 de outubro foi re-alizado no teatro do prédio 40 da PUCRS, o Momento Formandos. É uma home-nagem que a universidade faz aos alunos que estão concluindo seus cursos e irão se formar no final do ano.

Os futuros diplomados foram recepcionados em um ambiente descontraído, onde puderam tirar fotos e confraternizar com seus colegas e professores. A seguir, os formados se en-caminharam ao teatro para receber as homenagens e agradecimentos (em forma de vídeo). O ambiente es-tava levemente perfumado com uma essência feita es-pecialmente para ficar na

memória de todos, quando deixassem a universidade e, na saída, todos foram presenteados com uma amostra (um sabonete com o perfume).

O evento contou com a presença da orquestra fi-larmônica da PUCRS que tocou temas que emociona-ram os alunos. Ao som de “Amigos para sempre”, os futuros diplomados troca-ram pulseirinhas (que eram distribuídas na entrada) entre si, como forma de se-lar uma amizade construída ao longo do curso. No en-cerramento, uma chuva de balões animou a todos.

JÉSSICA VINADÉ PEDROTTIRAFAELA BARRETO NUNES

Perfume no ar marcaMomento Formandos

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CONFIRA

SET Universitáriodebate linguagemna comunicação

Páginas 6,7,8 e 9

Hohlfeldt analisaimagem da política

Página 10PEDRO REVILLION/ HIPER

Uma despedida alegre e emocionada na PUCRS

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Administrar otempo é ciência

Página 11

VINÍCIUS CARVALHO/ HIPER

Mas somente na revista digital: www.rrpponline.com.br

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Conheça os fanáticos professoresque torcem para Inter e Grêmio

Diego Wander da Silva, aluno do 6º Semestre do Curso de Relações Públi-cas da PUC, recebeu o Troféu Destaque no XX Salão de Iniciação Científico da UFRGS, rea-lizado em outubro, ficando entre os finalistas ao Prê-mio UFRGS Jovem Pesqui-sador 2008. Ele é bolsista de Iniciação Científica do Programa PRAIA/PRPPG/PUCRS no Projeto “As Ou-

vidorias Virtuais em Instituições de Ensi-no Superior”, coorde-nado pela Profª Dr. Cleusa Scroferneker, da Famecos. O alu-

no e projeto já haviam sido premiados no IX Salão de Iniciação Científica da PU-CRS em agosto. O Projeto conta ainda com a partici-pação do Prof. Dr. Duncan Dubugras Alcoba Ruiz e do aluno Bruno Vollino, da Fa-culdade de Informática.

Destaque no Salão de Iniciação Científica

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Com o objetivo de facilitar ao aluno a aquisição de seus próprios livros, a Edipucrs lançou o “Pro-grama apoio à Bibliografia”, criado pelo diretor da editora, professor Jerônimo Braga. No início era só para os livros de editoras universi-tárias, depois estendeu-se também às comerciais.

O programa tem o diferencial de que os alunos podem obter um bom desconto nos livros procura-dos, basta o professor se cadastrar na página do programa e indicar o livro e o número de alunos interes-sados em adquiri-lo. “Quanto maior o número de alunos, maior poderá ser o desconto”, destaca o diretor.

Quando as obras estiverem à disposição, o professor será infor-mado. Para a aquisição dos livros, na Livraria Edipucrs, no prédio 41 do campus da PUCRS, em Porto Alegre, bastará ao aluno ou pro-fessor apresentar seu respectivo cartão de identidade universitário.

O programa não atende a pedidos unitários de livros, esses podem ser feitos diretamente à Livraria.

Braga explica que o progra-ma da PUCRS está de acordo com o IPDL (Plano de Incentivo à Dis-tribuição do Livro Universitário), aprovado pelo Ministério da Edu-cação, e com a política da Associa-ção Brasileira de Editoras Univer-sitárias, que incentiva seus alunos a começarem sua biblioteca parti-cular, dando valor ao instrumento chamado livro.

O programa foi divulgado aos professores através de folders em seus escaninhos. Com o programa, a Edipucrs visa levar aos alunos a mentalidade de ter os próprios li-vros, ao invés de ficar xerocando partes. Até agora já foram cadas-trados 200 alunos e 12 professores, a expectativa é que esse número continue aumentando.

CLARISSA FREIBERGER

Para conhecer as editoras universi-tárias e seus respectivos catálogos, o professor poderá consultar o site da ABEU (Associação Brasileira das Editoras Universitárias), atra-vés do endereço www.abeu.org.br, já o catálogo da Edipucrs, poderá ser consultado no site: www.pucrs.br/edipucrs.

Luciano Klöckner, doutor em comunicação social pala Pontifícia Universidade Católica do Rio Gran-de do Sul, conta que sua admiração pelo Repórter Esso vem desde seus 10/11 anos, quando seus pais ou-viam rádio e todos o tinham como um programa indispensável para informação e atualização pessoal. Seus interesses pela história do programa continuaram fortes con-forme foi trabalhando com a comu-nicação em rádios e jornais.

Estudou sobre o assunto em seu mestrado e doutorado em co-municação. Após muitas investi-gações, viagens (Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Buenos Aires, Montevideo) para coletar entrevis-tas e complementar suas pesquisas, Luciano lançou “O Repórter Esso – A Síntese Radiofônica Mundial que Fez História”, editado pela AGE em parceria com a Edipucrs.

O livro é resultado de 10 anos de pesquisas, somando a disserta-ção do mestrado e a tese de dou-torado. Ao contar a história do Repórter Esso, faz uma análise das notícias dadas pelo informativo e junta aos anexos coletados da épo-ca sobre o programa.

O professor destaca como o noticiário foi inovador, inaugurou a linguagem radiofônica que não existia e também o manual escrito e sonoro. Diz que o Repórter Esso deixou sua marca, modos que são usados até hoje, como por exem-

plo, a edição das notícias usadas pelo Jornal Nacional da Globo, a linguagem das rádios, a linguagem diferenciada para TV e até mesmo as características dos textos na In-ternet (textos curtos).

Na opinião de Klöckner, não sentimos tanta falta de programas como o Repórter Esso, porque o jor-nalismo continua usando mais ou menos os mesmos moldes daquele tempo. “Só que hoje são muito mais democráticos, então se junta à mo-dernidade com as linhas básicas do Repórter Esso que estão presentes ainda, influenciando nas rotinas de produção, linguagem dos veículos”, enfatiza o professor da Famecos.

O lançamento do livro em se-tembro, no auditório da Famecos, pela manhã e à noite, contou com a presença de Lauro Hagemman, lo-cutor da versão da rádio Farroupi-lha de Porto Alegre; Fabbio Perez, apresentador da versão pela Tupi de São Paulo e Roberto Figueiredo, apresentador da última edição do noticiário pela Globo do Rio de Ja-neiro. Para o paulista Fabbio Perez, O Repórter Esso fez parte de três gerações das famílias brasileiras e destaca o seu pioneirismo: “O Re-pórter Esso foi importante por ter formado a primeira geração de jor-nalistas realmente profissionais de rádio. Até então era amador.”

Relembrandoo Repórter Esso Luciano Klöckner fala sobre um marco para a história radiofônica brasileira

TAMARA MOCH, BRUNA LEITEE MARIA ALICE MACHADO

GILSON OLIVEIRA/ HIPER

ACESSE

Programa Apoio à Bibliografia

Editora da PUCRS localiza-se no prédio 41 do campus da capital

Edipucrs incentiva os alunos à aquisição de livros g Hagemann, Luciano Klöckner, Roberto Figueiredo e Fábio Perez

FOTOS CLARISSA FREIBERGER

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As relações públicas são como uma cesta básica, tão importante quanto feijão e arroz para o país, as empresas e as pessoas. Quem “vende essa idéia” – no jargão da área – é Paulo Nassar, diretor-geral da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial). O profissional que coordena essa área responde pela comunicação interna com os funcionários da empresa, assessoria à imprensa e busca de políticas de integração com todos os outros públicos que se relacio-nam com a instituição.

As maiores empresas instala-das no Brasil incorporaram essa “cesta básica” em seu quadro estra-tégico de uns anos para cá, aumen-tando as contratações e os salários do setor. Segundo pesquisa inédita feita pela Aberje com essas empre-sas, analistas de comunicação ga-nham em média por mês R$ 2.800 – enquanto o salário de diretores da área costuma superar os R$ 30 mil mensais.

“Quem cuida da comunicação organizacional é responsável pela gestão da imagem e da reputação da empresa. E isso hoje é irreversível. Esse boom não é só uma tendência de moda”, diz a professora de co-municação empresarial da ESPM, Isolda Cremonine.

Graduado em jornalismo, mes-tre e doutor em relações públicas

pela USP, Nassar quer deixar cla-ro que o que está em alta é todo o campo em que vários profissionais – inclusive os relações-públicas – atuam: o da comunicação de orga-nizações. Mas, para quem quiser pegar o bonde na frente, o curso de Relações Públicas facilita o ingres-so no setor. “Quem faz o curso em nível de graduação, já começa com uma vantagem competitiva, com sua formação no campo da ativida-de relacional. Quem não teve essa formação, está procurando ter já num nível de pós-graduação”, diz.

Formado em 2006, o paulista-no Bruno Carramenha, 23, é exem-plo dessa vantagem. Ele faz estágios desde o primeiro ano de faculdade e nunca esteve desempregado. Hoje trabalha na agência de relações pú-blicas LVBA, que atende a empresas do porte de Nokia, Warner e Bayer. Ele afirma que a situação dos cole-gas também é boa. “Do meu grupo da faculdade, todos estão emprega-dos.”

Os estudantes costumam aprender noções de administração, psicologia social, marketing, opi-nião pública e recursos humanos – currículo que atraiu Milena Cândi-do, 18. Ela trocou artes cênicas por relações públicas. “Acho que terei mais oportunidades.”

CRISTINA MORENO DE CASTROTexto publicado na Folha de S.Paulo – Domingo, 21 de setembro 2008

RELAÇÕES-PÚBLICAS

Um profissional que cuidada reputação das empresas

Função tornou-se mais estratégicae valorizada nos últimos anos

Livros“Tudo é Comunicação”, Paulo Nassar“Relações Públicas e Modernidade”, Margarida KunschFilmes“Hancock” (2008)“Mera Coincidência” (1997)Sitewww.mundorp. com.brCurso: 4 anosR$ 1.543 é o piso salarial, diz o sindicato dos relações-públicas de SP

SAIBA MAIS

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Dezessete mil estudantes vi-sitaram a Feira das Profissões, promovida pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários da PU-CRS, nos dias 12 e 13 de setembro, procurando orientação sobre as mais diversas carreiras profissio-nais. A PUCRS abriu suas portas contando com presença das 22 fa-culdades e seus respectivos cursos de graduação, representados por professores e alunos de cada facul-dade, explicando sobre as aulas, carreira, experiências profissio-nais entre outros.

A feira teve entrada franca e, além disso, a Universidade dispo-nibilizou transporte gratuito para alunos das instituições de ensino médio dentro da região metropo-litana. Dentre os visitantes havia principalmente alunos do ensino fundamental e médio, além de cursinhos e profissionais que ain-da estão indecisos sobre seus fu-

turos.Entre todas experiências prá-

ticas da feira, as de maior desta-que foram as do Museu de Ciência e Tecnologia, com seu giroscópio, as aulas de aeróbica promovidas pelo Parque Esportivo e a cabine de pilotagem das Ciências Aero-náuticas

A Famecos esteve em peso, produzindo ao vivo as edições di-árias do jornal da feira e também com uma apresentação do Preti-nho Básico, programa de rádio da Atlântida, que tem integrantes for-mados na PUC, um bônus da feira no sábado. Aqueles que perderam a edição desse ano, e ainda estão indecisos sobre qual curso ingres-sar, podem visitar o site do evento, www.pucrs.br/eventos/feiradas-profissoes ou conferirem a edição de 2009.

ÉVERTON POSTAY CUNHA

17 mil alunos visitama Feira das Profissões

Evento promovido pela PUCRS busca orientar os vestibulandos na hora da escolha profissional

VINÍCIUS CARVALHO/ HIPER

O futuro começa aqui na Universidade Católica dos gaúchos

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A aluna e pesquisadora Letícia Castilhos, do 6º semestre de Relações Públicas da Famecos, desenvolve um trabalho de Iniciação Científica PIBIC/CNPq. O projeto O impacto das novas tecnologias na comunicação das Micro e Peque-nas Empresas da incubadora Raiar vem sendo desenvolvido com a orientação da Profª Dr. Cleusa Maria Andrade Scroferneker. Sua con-cepção foi em agosto de 2007, sendo que obteve renovação até agosto de 2009 e está sendo rea-lizado junto à Incubadora Multi-setorial de Base Tecnológica Raiar – Incubadora de Empresas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

A bolsista realizou uma pesquisa que tem como tema as novas tecnologias e a comunica-ção das Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Objetiva investigar sobre as possibilidades de utilização das novas tecnologias para a excelên-cia da comunicação virtual das MPEs, enfatizan-do especialmente a implantação de ‘ouvidorias’ virtuais e blogs empresariais. “Optou-se em pes-quisar as MPEs que fazem parte da Incubadora Multissetorial de Base Tecnológica Raiar, que conta atualmente com 20 empresas incubadas, pelo fato de localizar-se no campus da Univer-sidade e pelo interesse manifestado pela pesqui-sa, por tratar-se de um tema pouco explorado”,

explicou Letícia. Ela salientou que o trabalho concorreu com duas grandes áreas, que são as Ciências Exatas e Ciências da Vida.

A comissão do PIBIC (Programa Institucio-nal de Bolsas de Iniciação Cientifica) escolheu o projeto e a bolsista para concorrer ao Prêmio Destaque de IC do CNPQ, tendo em vista que a pesquisa tem relevância científica, tecnológica e de inovação. Letícia foi mantida no projeto por ter perfil desejado para a premiação. “Sem a pesquisa, o mercado não vai pra frente”, disse Letícia.

A bolsista está esperançosa para ganhar o prêmio, que consiste em uma quantia de 12 meses de bolsas de Iniciação Científica, em di-nheiro, para os três primeiros colocados de cada grande área do conhecimento; bolsa de mestra-do para o primeiro colocado; além de passagem aérea e hospedagem para permitir a participa-ção do primeiro colocado de cada grande área do conhecimento na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

A aluna agradece à Profª Cleusa pela opor-tunidade que a pesquisa lhe trouxe, de conhecer novos lugares, participar de grandes eventos e principalmente pela confiança no seu trabalho.

LUANA NEDEL E SUZIANE FREITAS

O propósito principal da Incubadora Raiar é instalar e apoiar o desenvolvimento de empresas de diversos setores, tendo como característica a acolhida daquelas com uso intensivo de tecnolo-gia (empresas de base tecnológica). A Incubado-ra oferece espaços físicos de uso compartilhado, recepção e secretaria. Também tem área de con-vivência, sala de reuniões, vigilância e infra-es-trutura geral. Há orientação empresarial, supor-te em planos de negócio, apoio em comunicação e design. A Raiar promove o desenvolvimento da identidade visual institucional de seus produtos, além do acesso aos laboratórios de pesquisa da Universidade e à Biblioteca Central. Ainda dis-ponibiliza aos seus incubados a orientação para participação em editais de agências de fomento, em feiras e eventos setoriais, atividades de capa-citação, apoio de parceiros como Sebrae e asso-ciações de classe e, o principal, possibilita a in-teração com as empresas atuantes no Tecnopuc.

Raiar renova o projeto deComunicação da Famecos

O impacto das novas tecnologias na comunicação das Micro e Pequenas Empresas

QUALIFICAÇÃO

Incubadorapromoveintegraçãocom empresas

Raiar é localizada no parque Tecnopuc

g A professora Cleusa Scroferneker e a bolsista Letícia de Castilhos, responsáveis pelo projeto

ASCOM/ PUCRS

DIVULGAÇÃO/ PUCRS

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O 21° SET Universitário, tradicional even-to promovido todos os anos pela Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da PUCRS, trouxe a Porto Alegre comunicadores e teó-ricos, nos dias 22, 23 e 24 de setembro, para discutirem, no campus da Universidade, qual a forma e conteúdo da linguagem que as pes-soas, instituições e sociedades devem utilizar para se comunicarem com o mundo. Uma delas passa obrigatoriamente pela web 2.0, que pos-sui como característica a descentralização de produtos. A relações-públicas Gisele Lorenzetti falou da nova febre no RBS Debates que abriu o evento. Também participaram da discussão o diretor-presidente da agência Borghierh Lowe, publicitário Ehr Ray, e o jornalista Ricardo No-blat, responsável pelo blog político mais concei-tuado do País.

Como tema central, Gisele abordou a nova realidade: o cidadão 2.0 que tem como caracte-

rística utilizar a Internet como espaço de intera-tividade social. A palestrante é sócia e diretora executiva da LVBA Comunicação e vice-presi-dente da Associação (Abracom), entidade que ajudou a fundar. Graduada em Relações Públi-cas, com especialização em Administração de Empresas, foi professora de Planejamento em Relações Públicas na faculdade de Comunica-ção Cásper Líbero, de São Paulo, e é membro do Conselho Regional de RRPP daquele estado.

Hoje, nos EUA, 93% dos jovens entre 12 e 17 anos utilizam a web e tratam o acesso à rede como um local de interação social. “Neste novo mundo, onde a palavra de ordem é o relaciona-mento, o relações-públicas consegue gerenciar relacionamentos com lideranças, identificar oportunidades e necessidades de comunicação da instituição com a sociedade”, disse Gise-le Lorenzetti. “Age para que a organização se adapte num ambiente de constante transforma-

ção, constroem/mantêm ou reformam a repu-tação positiva de uma instituição, um produto, monitoram as variáveis de comportamento das lideranças e humanizam as relações de traba-lho, permitindo a troca de informações nas em-presas”, enumera a profissional.

Considerando este um período de transi-ção, Lorenzetti divide a população em duas par-tes: imigrantes e nativos. Os imigrantes seriam as gerações anteriores ao uso da web e apresen-tam preconceitos e dificuldades em relação a esse tema. Já os nativos demonstram facilidade e vêem a Internet como uma extensão de si, vi-vendo “a cultura da informação sem dono”. Lo-renzetti ressalta “tecnologia é relativamente fá-cil de mudar. Podemos ser resistentes no início, mas conseguimos nos adaptar, porém cultura é outra história”.

ELIZIANE VEZZOSI E TAMARA MOCH

Jornalista e autor de um dos blogs mais acessados atualmente no país, Ricardo Noblat participou do RBS Debates trazendo todas as suas experiências na área jornalística. Há cinco anos foi incentivado por um amigo do jornal O Dia a fazer um blog. Ele não tinha muito conhe-cimento sobre o assunto, porém achava que o Blog não passava de um diário de adolescente virtual. Iniciou sua carreira na era online com notícias políticas diárias.

Há certo preconceito no meio jornalístico que a matéria divulgada em blog não é uma jor-nalística. Noblat discorda, pois essa informação utiliza as mesmas técnicas, instrumentos e es-trutura das matérias realizadas em uma reda-

ção de jornal. “No jornalismo eletrônico precisa ter os mesmos argumentos, conhecimentos e veracidade das notícias, ou seja, as mesmas re-gras do jornalismo impresso”, destaca Noblat. O que ele faz hoje em seu espaço eletrônico são os mesmos instrumentos que utilizava em uma redação de jornal. Em seus posts, Noblat expli-ca as notícias, conta os fatos, tem a preocupação em inovar e interagir com seus leitores.

Quando ocorre um erro dos veículos de co-municação tradicionais, poderão existir muitos culpados, como repórteres, editores de redação e jornalistas, já na Internet toda a “culpa” será do autor do blog. Noblat conta que cometeu um erro quando divulgou uma nota dizendo que o

presidente Lula queria demitir um jornalista do New York Times por escrever que ele gostava de beber. Logo após a divulgação recebeu co-mentários dizendo que a informação era falsa. Resolveu não tirar a nota do ar, ele apenas pe-diu desculpas no post seguinte. “Recebi muitos comentários dizendo para eu ter mais veracida-de dos fatos antes de publicar”, revela Noblat. O blog implica em um diálogo permanente entre os seus leitores criando uma cumplicidade com o público. O autor hoje se preocupa em buscar maior agilidade e maior abertura para a partici-pação dos leitores.

ELIZIANE VEZZOSI E TAMARA MOCH

Qual a linguagempara se comunicarcom o mundo?

SURGEM NOVOS PARADIGMAS DE RELACIONAMENTO

Os desafios do jornalismo eletrônico

21º SET Universitário

Gisele Lorenzetti em debate na PUCRS

ESPECIALFOTOS PEDRO REVILLION/ HIPER

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A Famecos recebeu, durante o 21º Set Uni-versitário, o jornalista e mestre em marketing estratégico Marco Antônio Lage. O diretor de comunicação da Fiat no Brasil iniciou sua ex-planação situando o público sobre os diversos ramos de atividades que formam o Fiat Group, um conglomerado de marcas que atuam em di-versos setores da economia mundial.

O Fiat Group desenvolve, além de inova-ções automobilísticas, tecnologia agrícola, in-dustrial, atuando também no setor financeiro. Por isso a relevância da comunicação como ins-trumento de gestão para a diversidade que esta empresa abarca, e é sobre esta comunicação que Lage discorre.

A Fiat adotou uma nova forma de comu-nicação: IN – integrada, integral e indutora. Uma comunicação “tridimensional, que possui altura, largura e profundidade”. Integrada no alinhamento que junta as partes do todo, ainda que respeitando suas peculiaridades, traçando um objetivo comum a toda a organização. In-

tegral é vertical, trata-se da comunicação com os mais diversos públicos, informando e rece-bendo impressões e demandas desse universo. Já a comunicação indutora é aquela que induz a empresa a ir além e antecipar tendências. “Pro-vocativa, inquieta e irrequieta este viés permite ao grupo transcender os limites formais de uma comunicação convencional”, disse Lage.

Diante de um processo inovador, do qual foram mudadas rotinas e processos de comuni-cação, quais seriam as dificuldades e barreiras a serem transpassadas pela organização até a consolidação efetiva desse novo meio?

Esta gestão diferenciada, somada ao pio-neirismo tecnológico, é um dos fatores que faz da Fiat a detentora de 25% do mercado auto-mobilístico em nosso país. “Há um pouco do Grupo Fiat na vida de cada brasileiro”, ressalta o palestrante.

JEFERSON KOZENIESKI COUTO EMIRIAN DA SILVA MENDES

Comunicação TridimensionalCAMILA DOMINGUES/ HIPER

21º SET Universitário

FIAT APRESENTA UMA NOVA ABORDAGEM PARA A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

Lage discorre sobre comunicação na Fiat

Aconteceu dia 24 de setembro a palestra Vai Lá e Faz – Idéia só vira conteúdo quando sai da gaveta, comandada pelos diretores da Perestroika (empresa que desenvolve cursos na área publicitária), Tiago Mattos, Felipe Anghi-noni, Rafael Bohrer e Márcio Callage e contou com as participações especiais da atriz Cris Ni-colotti e do repórter pernambucano Givanildo Silveira. A palestra abordou o tema de uma ma-neira bem humorada, prendendo a atenção dos participantes até o final.

Já na abertura, um ator, que supostamente seria o diretor de uma empresa, subiu ao palco para satirizar os palestrantes convencionais. A palestra teve início realmente com a entrada de uma banda e suas backing vocal, que acom-panharam o show de Cris Nicolotti. Ela cantou sua famosa música “Vai...” que ficou conhecida graças à Internet.

A palestra continuou com Felipe Anghinio-ni, que retomou o tema da palestra, mostrando a importância de “ir lá e fazer”. A seguir, a atriz Cris Nicolotti retorna ao palco, dessa vez para participar de um talk show com Tiago Mattos. Depois disso, Marcio Callage revelou a história de sua vida, suas viagens, seus trabalhos, sem-pre mostrando a importância de ter ido lá e fei-to, passando a mensagem de que cada um faz

seu futuro.Uma parte

bem interessan-te da palestra foi uma suposta conexão feita até Berlim, onde Marco Loco Be-zerra, de uma forma séria, mostrou que na realidade nem tudo dá certo sempre e que assumir os erros é o melhor a se fazer. Logo após, Tiago Mattos retorna ao palco de uma maneira muito divertida. Fazendo uma associação com a famosa “Dança do quadrado”, ele passa seus cinco conselhos: pensar grande, arriscar, bus-car a imortalidade através dos próprios feitos, auto-confiança e individualidade nas escolhas futuras.

Para encerrar a palestra, Givanildo Silvei-ra, jornalista pernambucano de Caruaru, subiu ao palco para também ser entrevistado. Ele ga-nhou exposição por entrevistar Jeremias, um

bêbado no momento de sua prisão – também ficou conhecido graças ao poder da internet. Gi-vanildo relatou que começou apenas atenden-do telefonemas na empresa em que trabalhava, mas sempre tentou se infiltrar no rádio, ou seja, foi lá e fez, correu atrás de seus objetivos e tudo o que conquistou até hoje, deve a isso.

JÉSSICA VINADÉ PEDROTTI EURIEL MOURA RICACHENEVSKY

Case Perestroika:Vai lá e faz!

Esse time deu um show de performance no último diag

SUZIANE FREITAS DA SILVA

ESPECIAL

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8 RRPPAtualidades/dezembro 2008

Alexandre Oliveira, 37 anos, natural de Santa Catarina, tem grande capacidade de fazer desenhos desde pequeno é há oito anos cartu-nista e ilustrador do jornal popular Diário Gaú-cho. Ele veio ao 21° SET Universitário ministrar a oficina de Técnica de Cartoon e Caricatura, dar dicas e contar um pouco da sua profissão.

O designer trabalha há 17 anos como ilus-trador. Com seis anos de idade já era diferenciado pela turma por seus desenhos, mas nunca pen-sou em seguir uma profissão nesta área, até chegou a fazer engenha-ria mecânica: “Nunca imaginei ga-nhar dinheiro com os desenhos”. Começou a trabalhar na área de serigrafia, desenhando para ca-misetas em Passo Fundo. Logo fi-cou desempregado e com 18 anos voltou a trabalhar, primeiro em um jornal, depois saiu e foi para uma revista onde atuou dois anos. Na revista, suas ilustrações e charges saíam uma vez por mês. Na época tinha muito tempo para pensar e ter idéias novas, no entanto, quando veio para o Diário Gaúcho, passou a correr contra o tempo, precisando ter uma idéia diferente a cada dia. “Voltei ao co-tidiano de todo dia ter que fazer um trabalho, no começou foi difícil”, admite. Para quem tem interesse em seguir esta profissão, dá a dica de “ler e praticar bastante, não é na primeira vez que tu vai conseguir desenvolver o humor”.

No seu dia-a-dia, Alexandre está sempre li-gado nas notícias, logo quando acorda já liga a tevê e o rádio, mas diz: “Nem sempre a notícia do dia vai ser a charge”. No seu trabalho utiliza papel, lápis, borracha e caneta e depois finaliza no computador. Além das charges e dos quadri-nhos, desenvolve também no Diário montagem de fotos, imagens e mapas de locais onde ocor-

rem crimes. Quando cria seus desenhos, não faz estere-

ótipos e o tema que mais gosta de desenhar é sobre política. “Percebi que as pessoas têm difi-culdade com a política, numa charge, por exem-plo, sempre falo, entre aspas, mal dos políticos, isso é uma classe, entre aspas, que quase todos são ladrões, mas nem todos são, às vezes fico

preocupado com isso”, enfatiza. Gosta muito de desenhos realis-tas, quadrinhos, mas sua prefe-rência é fazer cartoon, e tirinhas rápidas.

Em 2001, publicou a coletâ-nea do Tinga com as melhores ti-ras, um de seus personagens em quadrinhos. Também já veiculou em sites charges online, mas não publica mais. Hoje ele tem um livro pronto, com histórias cum-

pridas e aventuras do Tinga, com o nome O Tin-ga em Cores, mas ainda está batalhando para conseguir uma editora para lançá-lo: “É difícil aqui no sul, os caras não investem, até estou tentando umas editoras em São Paulo, quero fazer uma coletânea de charges também, mas infelizmente estou decepcionado com o merca-do aqui”. Até na música Alexandre percebe esse desinteresse da falta de apoio à cultura no Rio Grande do Sul.

Para Alexandre, a sua profissão anda junto com seu cd que lançou este ano de nome Ban-da Cabeça de Lata, devido ao seu apelido que é Cabeça de Lata, onde é o vocalista. Para quem quiser saber mais informações sobre a banda, é só acessar o site www.cabecadelata.com, com músicas e letras. Agora também serão incluídas no site ilustrações do cartunista .

RAFAELA BARRETO NUNES, TEXTO E FOTOS

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ESPECIAL 21º SET Universitário

Alexandre Godoi e PC, sócios da Mazah, agência de comunicação, também estiveram no SET Universitário. A empresa, que está no mercado há quatro anos, defende um mode-lo de comunicação diferenciado. Alega que o formato defendido pela maioria das agências, e, por conseqüência, adotado por grande par-cela dos clientes, serviria muito bem se ainda vivêssemos na década de 60. No entendimen-to da agência, a comunicação deve deixar de interromper e começar a entreter, envolver o público.

No conceito da agência, a comunicação deve fazer-se relevante. “Gerar experiências significativas e relevantes entre marcas e con-sumidores. E isso é o Live Marketing: conexão através de experiências”, afirmou PC na pales-tra. O consumidor está cada vez mais exigente e não quer ocupar seu tempo com propagandas, tende a fugir destas através da troca de canal da televisão, bloqueio de Poup’s e vários outros artifícios. Segundo o palestrante, apesar disso é possível dar visibilidade à marca com expe-riências que sejam realmente relevantes para as marcas e seus públicos. Nesta percepção, as coisas chatas tornam-se invisíveis, enquanto as memoráveis são comentadas e disseminadas.

Alexandre Godoi exemplifica que quando se chega a um livro, palestra ou filme através de uma sugestão onde não exista a relação de interesse, o produto torna-se muito mais ins-tigante, além de transmitir mais credibilidade. A partir dessa premissa, a comunicação atual pauta-se na comunicação de muitos para mui-tos. “Cada indivíduo torna-se embaixador da marca e a dissemina através de seus blog’s, re-des de amigos virtuais ou não, com vídeos na Internet. Enfim, uma infinidade de ferramen-tas utilizadas por cada pessoa que acaba por divulgar sua vivência relevante com a marca, divulgando sua identidade, posicionamento e valores.”

Tudo se resume em entender as pessoas e as marcas. É preciso saber exatamente o que as marcas desejam de si próprias e do públi-co. Para isso é necessário permear por vários estilos ao mesmo tempo, influências e tecno-logias. Segmentar a comunicação ao ponto de se buscar características individuais e valorizar isso no grupo que se pretende sensibilizar. “É necessário surpreender, tornar algo irrelevante em relevante, interessante a ponto de ser co-mentado”, conclui PC.

CATERINE GREIF E VALENTINE PANIZ

Comunicação não deveinterromper,mas envolver

Um ilustrador popularOliveira criando ao final da aula uma charge especial do SET, para publicação aqui

Oficina de cartoon e caricatura no 21º SET Universitário

Alexandre Oliveirag

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21º SET Universitário ESPECIAL

O RRPP Atualidades foi um dos grandes vencedores do 21° SET Universitário, edição 2008. Suas duas versões – impressa e online – foram premiadas. A Famecos ainda venceu o Desafio RBS, na área de Publicidade, e mais seis categorias na Mostra Competitiva do evento: três em Jornalismo, duas em Cinema e uma em Publicidade.

Participaram da organização do SET cem alunos voluntários da faculdade, sob a supervi-são de professores. O evento se constituiu em um sucesso, com 560 alunos inscritos para as oficinas e os auditórios do campus da PUC utili-zados estiveram lotados durante as palestras.

A revista recebeu primeiro lugar na catego-ria de Assessoria de Comunicação, com a edição que registrou, em reportagem especial, os 40 anos do Curso de RRPP da Famecos. A repor-tagem “Curso Pioneiro – Relações Públicas da PUC começou com a profissão” foi redigida pe-los alunos Adriana Knevitz e Fabiano Silveira.

A versão digital RRPP Atualidades (www.rrpponline.com.br) foi o destaque em Boletim Digital. Em pouco mais de um ano no ar, o site, inscrito na Mostra Competitiva do SET pela alu-na Renata de Souza Coutinho, já foi considera-do o melhor.

A dupla vitória do Atualidades é o reconhe-

cimento de uma iniciativa do Curso de Relações Públicas, pioneira na Faculdade, com a produ-ção pelos alunos, em sala de aula da graduação, de uma publicação em duas versões: uma im-pressa na Gráfica da PUC e outra veiculada na Internet. Ambas têm formato e linguagem espe-cíficos de suas áreas.

A solenidade de entrega dos prêmios teve a presença de Carlos Kober, jornalista gaúcho, formado pela Famecos, um dos idealizadores do SET há mais de 20 anos, quando ainda era alu-no, e hoje diretor de produção da Rede Globo. Os vencedores foram escolhidos entre 531 tra-balhos, elaborados por estudantes de diversos estados brasileiros, Córdoba (na Argentina) e Portugal.

As três categorias vencidas pelos alunos de Jornalismo foram Telejornal, Programa Espe-cial de TV e Projeto Gráfico em Revista. O pes-soal de Publicidade faturou Peça Gráfica em PP. Os estudantes do curso superior de Produção Audivisual se destacaram em Vídeo Experimen-tal e Documentário no Cinema.

Desafio RBS Na abertura do 21º Set Universitário, no

RBS Debates, foram divulgados os três finalistas da primeira edição do Desafio RBS, que consis-

tiu em atualizar uma campanha de comunicação de sucesso nos anos 60, conhecida como a Hora de Dormir, dos Cobertores Parahyba. Os parti-cipantes deveriam utilizar a linguagem e meios de comunicação atuais para uma releitura que também chamassem a atenção das crianças nos dias de hoje.

Ao todo foram escolhidos 30 grupos que diariamente postavam no blog da campanha assuntos referentes ao seu planejamento de comunicação, idéias sobre o tema, evolução do projeto, visão do grupo, referenciais teóricos e ações definidas. Na final, chegaram os grupos Adaptação e Soneca das 6 (ambos da Famecos) e Quarteto Babel (ESPM). O vencedor foi o gru-po Soneca das 6. Para sua escolha foram levados em conta aspectos como criatividade, inovação e adequação, avaliados por três profissionais de mercado.

Os componentes do grupo vencedor foram: Gabriela Rodrigues, Gisah Correa, Maurício Danckwardt, Roger Anunciato e Siane Leonhar-dt, do curso de Publicidade e Propaganda, e Diana Ferreira, de Relações Públicas. Segundo Diana, houve uma boa sintonia entre as áreas para elaboração do projeto proposto. Ela pôde ver “a real integração que se deve ter no merca-do de trabalho entre as áreas da comunicação”.

RRPP Atualidades onlinee impresso vencem SET

Ao final do evento, a confraternização entre os vencedores e os organizadores da programação

Publicação do Curso de Relações Públicas venceu em Assessoria de Comunicação e boletim digital

DIVULGAÇÃO FAMECOS

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O Prof. Dr. Antônio Hohlfeldt, jornalista, escritor, crítico literário, professor catedrático dos cursos de graduação e pós-graduação da Fa-culdade de Comunicação Social da PUCRS, é o novo presidente da Sociedade Brasileira de Estu-dos Interdisciplinares de Comunicação – Inter-com. Em sua vida pública foi vereador da capital gaúcha por quase 20 anos, ausentando-se ape-nas para concorrer a vice-governador na chapa PMDB/PSDB ao lado de Germano Rigotto. A coligação partiu de números inexpressivos nas primeiras pesquisas até vitória em outubro de 2002, comandando o Estado de 2003 a 2006.

A sociedade está de um modo geral em des-crédito com a política apresentada por seus re-presentantes em todos os âmbitos de governo. Nas esferas públicas aparecem focos de abuso de poder e hoje são cada vez mais comuns notícias de corrupção e tantas outras denúncias protegi-das por segredo de justiça.

Por estar ligado simultaneamente às duas áreas, Hohlfeldt possui propriedade para dis-cutir a relação entre política e imprensa. Já no início da entrevista, ele lembra que conhecemos hoje os mesmos problemas desde Aristóteles (300 anos antes de Cristo), o qual definiu a polí-tica como uma atividade eminentemente social, no sentido de uma ação em prol do interesse pú-blico, ou seja, do interesse da maioria. Para Aris-tóteles, acima de tudo, a responsabilidade ética é de quem faz política. “Quaisquer ações tomadas por um líder de governo devem ser em nome da maioria, do interesse público. Aristóteles fazia inclusive uma hierarquia disso: a família é mais importante que o indivíduo, a cidade é mais im-portante que a família, e assim sucessivamente, o interesse maior é o que está sempre em jogo”, ensina o professor. No entanto, o que vemos é o contrário. “Parte das pessoas que entram na po-lítica, ingressam primeiramente para resolver os problemas particulares, mas cabe aos eleitores barrá-los”, ressalva.

“Se tu pegares o conjunto das Câmaras de Vereadores, das Assembléias Legislativas, da Câmara Federal, do Senado, os Prefeitos, os Governadores, Presidência da República, Se-

cretários Municipais, Estaduais, os Ministérios, Diretores de Autarquias de cada nível, tu vais ver que são absolutamente milhares de pessoas envolvidas, e deste conjunto de milhares é um percentual mínimo, absolutamente mínimo de gente que se desvia da sua função. Infelizmente não possuímos percentuais para afirmar ao cer-to, podemos exemplificar que a cada dez pesso-

as, uma se desvia, o problema é que a imprensa acaba falando mais de um, parecendo que são os dez”, observa.

A imagem da política passa a ser definida a partir desses desvios e a política e os políticos ficam vinculados a algo negativo. Contudo, as denúncias são mínimas frente a um conjunto imenso de pessoas que se envolvem. “A culpa não é absoluta da imprensa, a tendência é publicar o que quebra o padrão e o diferente é exatamente a corrupção. A imprensa está fazendo o que lhe cabe, a intensidade que ela cobre isso evidencia um aspecto negativo muito forte. Quem conhece e acompanha a política, sabe que na verdade os desvios são mínimos, mas quem não os conhece parece que são enormes”, compara o jornalista.

Tem outro aspecto que Hohlfeldt considera importante: as pessoas falam mal da política, generalizando os focos de desvio, mas se per-guntarem em quem ela votou no último pleito, não sabe mais, ou seja, ela não tem um acom-panhamento político. “Provavelmente ela só se preocupa em escolher em quem vai votar, sem estabelecer critérios, então o eleitor perde a ra-

zão de cobrar do político seriedade quando o primeiro corrupto foi ele próprio”, alfineta. Ele ressalta que as câmaras legislativas são reflexos da sociedade, seus eleitos não chegaram lá por conta própria, eles disputaram uma eleição e ti-veram votos suficientes para serem empossados, portanto, ele é o reflexo dessa sociedade que ele está representando. “Se eu tenho que discutir o político corrupto, eu tenho que dizer necessaria-mente: há uma sociedade corrupta por trás dele, se não de fato corrupta, ao menos potencialmen-te corrupta por tê-lo eleito”, conclui Hohlfeldt.

DIANA FERREIRA QUEVEDO, IURI CAMARGO E

JEFERSON KOZENIESKI COUTO

FOTO: GABRIELA DE OLIVEIRA/ HIPER

ENTREVISTA

Antônio Hohlfeldt analisa a imagem dos políticos

A imagem pública do ponto de vista de Hohlfeldt – jornalista, professor, escritor e políticog

“Há uma sociedade potencialmente corrupta por trás dele que o elege”

Leia outras entrevistas e ouça o audiona versão online:Ana SteffenLuana Martinezwww.rrpponline.com.br

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NO PONTEIRO DEUM NOVO TEMPO

Nunca o tempo foi tão crucial na vida das pessoas. E o desafio deste mundo contempo-râneo, principalmente para aqueles que estão inseridos nas organizações modernas, é saber administrá-lo.

Segundo Manuela Victória Wagner, mes-tranda em Recursos Humanos e sócia-proprie-tária da empresa de Educação Coorporativa Po-werSelf, “diferentes visões de tempo nos levam a tratá-lo de maneira errada no cotidiano”. A PowerSelf, como única empresa no Brasil espe-cializada na administração do tempo com foco no desenvolvimento pessoal, tem seu trabalho voltado para o aprendizado comportamental a partir da definição de tempo como vida.

Conforme Manuela, esta definição “é oriunda da visão relativista de que o tempo não é uma coisa em si, e sim, o ‘acontecer das coisas’, é duração, fluxo de eventos”. Assim, o fluxo dos eventos que nos acontecem ou que fa-zemos acontecer chamamos de vida.

O método utilizado pela PowerSelf apre-senta uma maneira de conduzir a vida com base em valores e com planos de futuro que conduzam a uma realização cotidiana. Esse propósito é consolidado em uma série de pe-

quenos hábitos de atenção, planejamento e reflexão que, aplicados ao dia-a-dia, tornam as pessoas mais focadas, produtivas e felizes. Po-rém, defende Manuela, a grande questão é as pessoas se predisporem a adquirir esses hábi-tos, por mais simples que sejam. “É necessário que haja consciência que esses hábitos atingem não somente o cotidiano profissional das pes-soas, mas também o pessoal”, enfatiza.

O fator tempo na vida profissional é tra-balhado pela PowerSelf com os chamados “ladrões do tempo”, nome dado para aqueles eventos que “roubam” o nosso tempo de traba-lho. Às vezes há tantos “ladrões de tempo” que os indivíduos não conseguem focar no que real-mente precisam fazer. São vários os “ladrões”, agrupados por Manuela Wagner em cinco cate-gorias, para as quais possui uma série de dicas e técnicas de como deve-se tratá-los para que o tempo “roubado” por eles seja o menor pos-sível. Essas técnicas também são passadas nos seminários da PowerSelf.

Os principais ladrões são:1) Interrupções; 2) Reuniões; 3) Protela-

ção; 4) Delegação (não fazer ou fazer errado)

e 5) Desorganização (mesa, documentos, com-putador, e-mails).

Atualmente, são muitas as organizações preocupadas com a administração do tempo e a qualidade de vida de seus funcionários. Entre as empresas que a PowerSelf atende em todo o Brasil, estão a Gerdau, MWM, AGCO, Plugin, GM, Petroflex, Vivo, entre muitas outras.

A doutora em Relações Públicas da PUCRS, Cleusa Scroferneker, vê como fundamental que as Relações Públicas tenham clareza dessas no-vas realidades sobre os ‘tempos’, especialmen-te, dos tempos organizacionais. “Competitivi-dade, produtividade, flexibilidade são algumas expressões que sinalizam os novos tempos das organizações. Contudo, é preciso que, sendo profissionais de comunicação, tenhamos igual-mente, a clareza de que esses novos tempos necessitam incluir os tempos das pessoas, do funcionário, do colaborador. Pensar, planejar e administrar esses tempos, via comunicação, talvez seja uma das alternativas para as rela-ções públicas”, conclui a professora.

FABIANE REJANE ALTÍSSIMOE GABRIELA PETER FONSECA

Na dinâmica da sociedade moderna, surgem novos tempos para os profissionaisde relações-públicas. Conhecê-los e saber administrá-los é o grande desafio

VINÍCIUS RORATTO CARVALHO/ HIPER

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O programa Famecos Sem Fronteiras foi criado com o objetivo de internacionali-zar a faculdade. O trabalho desenvolve-se em duas áreas distintas: o International Pu-

blic Relations Campaigns (IPRC) e o apoio aos alunos no Programa de Mobilidade Acadêmica (PMA), oferecido pela PUCRS.

O IPRC trabalha com campanhas de Rela-ções Públicas realizadas por alunos da Famecos e de universidades estrangeiras, por videocon-ferência. As universidades encarregam-se de captar um cliente local e, durante um semes-tre, os alunos reúnem-se semanalmente para desenvolver as campanhas para os respectivos clientes. Até agora, já foram realizadas quatro campanhas com alunos da Ball State University, do estado de Indiana, Estados Unidos, tendo por clientes a ONG Cruz Vermelha Internacional, o Laboratório farmacêutico Eli Lilly, os cursos de comunicação social das duas universidades e a ONG Companheiros das Américas.

Neste semestre, a Famecos realiza um tra-balho com a University College Falmouth, loca-lizada na Cornoália – sul da Inglaterra. A clien-te é a Shelter Box, uma ONG que dá suporte às vítimas de acidentes ambientais como ciclones e furacões, já tendo atuado em mais de 45 pa-íses, entre eles Austrália, Canadá, Nova Zelân-dia e Estados Unidos. A organização tem como principal produto uma caixa de plástico verde contendo 10 tendas e equipamentos auxiliares permitindo que uma família de até 10 pessoas sobreviva durante pelo menos seis meses com estes materiais.

A Falmouth trabalha com a ONG Vida Ur-gente – Fundação Thiago Gonzaga, que desen-

volve a campanha Vida Urgente por meio de um conjunto de ações que visam, através da cons-cientização, diminuir os acidentes de trânsito, principalmente os que envolvem jovens.

É interessante saber que o professor da facul-dade inglesa, John Cope, tomou conhecimento do projeto da Famecos a partir de um documento virtual publicado na re-vista Famecos. “A partir dessa leitura, o professor entrou em contato via e-mail conosco e começa-mos a acertar os detalhes para o trabalho entre as nossas faculdades”, conta a professora Ana Steffen, coordenadora do projeto Famecos Sem Frontei-ras.

O apoio aos alunosInteressados no projeto devem ter como

pré-requisito o inglês fluente e estar atentos ao recrutamento de alunos, que se dá por meio de cartazes afixados no mural da Famecos.

O apoio aos alunos que vão estudar fora do país e aos alunos estrangeiros que vêm acompa-nhar aulas na Famecos concentra-se na orienta-ção à escolha das universidades convencionadas e à compatibilidade entre as disciplinas cursa-das, bem como ao processo de adaptação dos alunos.

Este ano, foram assinados convênios com a Universidade de Coimbra, em Portugal, e com o Instituto de Comunicação de Paris. Foram sele-cionados, este semestre, oito alunos da Famecos que estudarão em universidades estrangeiras em 2009. “Uma das faculdades mais procuradas pelos estudantes do PMA são as faculdades por-tuguesas e como uma das razões temos as facili-dades da língua”, acrescenta a coordenadora.

Para participar desse programa, os alunos devem preencher uma série de requisitos descri-tas no site www.pucrs.br/pma.

ALINE MENEZES PINZON, JOANA GUERRA BENITES EJULIANY DE OLIVEIRA ESTEVES

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Famecos Sem Fronteiras Trabalho proporciona relação com diferentes países aos alunos de Comunicação Social

Alunos se reúnem à tarde para desenvolverem programas internacionais

JANAÍNA AZEVEDO LOPES/ JORNALISMO

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Foi realizado entre os dias 15 e 17 de outu-bro, no Radisson Victoria Plaza Hotel, em Mon-tevidéu, Uruguai, o 8º Congresso Internacional de Relações Públicas, organizado pela ALARP (Associação Latino Americana de Relações Pu-blicas).

Conferencistas de diversos países partici-param do evento, alguns como o presidente da Confiarp Román Pérez Senac (Uruguai), Rober-to Guerrero (Argentina), Ivette Ortíz (Colôm-bia), Tomàs Astudillo (Paraguai), Marcos Vera-gua (Chile), Daniel Peiro (Costa Rica), Antonio Lerma (Espanha) e Rosa María Pérez (Cuba). Também outros importantes comunicadores do Brasil se fizeram presentes, como Maria Apare-

cida Ferrari (ECA/USP – UMESP – Abrapcorp), Eduardo Judas Barros (ALARP/Brasil), Marcelo Chamusca e Márcia Carvalhal (Portal RP-Bahia – UNIFACS – Faculdade Isaac Newton).

A PUCRS foi representada no evento por cerca de 40 alunos dos mais diversos semestres do Curso de RRPP e também pelas professoras Lea Senger Jacobus, Flávio Falcetta e Souvenir Dornelles. Outras delegações se fizeram presen-tes, com mais intensidade os chilenos, com cerca de 250, Argentina, 150 e Paraguai com 100 alu-nos. Ao final do Congresso foi anunciado que a próxima edição será em Assunção, no Paraguai.

TIAGO DEWES E MIGUEL DAGNINOgAlunos da Famecos em Montevidéu

PUCRS, maior delegação brasileira em Congresso no Uruguai

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Se olharmos os primórdios da história hu-mana, veremos que o homem vivia em tribos, se comunicando através dos sinais, da fala, da escrita. Atualmente, sob a égide da sociedade moderna, os homens habitam os metros qua-drados dos apartamentos debruçados sob a era virtual. Mas, exceções existem, por algum lu-gar desta cidade ainda encontramos “homens” vivendo em “tribo” em plena multidão de uma grande metrópole. Não acredita? Então vamos viajar ao interior de uma casa de estudantes uni-versitários, e, conferir como essa gente vive na “maior sociedade”, e como as relações públicas são necessárias para intermediar tantas cabeças diferentes habitando o mesmo espaço.

Nossa parada obrigatória é na Cidade Baixa, ruas Luiz Afonso, Sarmento Leite e José do Pa-trocínio. Ali encontramos três casas de estudan-tes universitários, abrigando cerca de 60 pesso-

as vindas dos mais distintos lugares do estado e do país, cada um com sua cultura, suas crenças e preferências. Um sonho em comum os une, es-tudar, ter um lugar ao sol, e, para tal, esses es-tudantes encontram abrigo no CEUPA – Centro Evangélico Universitário de Porto Alegre.

O ambiente é simples, a moradia é mista, e cada um tem suas obrigações e rotinas, como fazer a limpeza da casa, lavar sua roupa, fazer comida e participar com assiduidade das várias reuniões que acontecem no decorrer dos meses. Como a administração se dá pelos próprios mo-radores, cada um tem o dever de participar de uma comissão interna. A casa tem a Comissão de Assuntos Internos, de Divulgação e Impren-sa, de Cultura e de Assuntos Administrativos. Ainda, no rol administrativo, tem a Diretoria Executiva e as coordenações de casa que fazem parte do “grande sistema” administrativo do

CEUPA.Como dá para perceber, é preciso muita

articulação e negociação nesse ambiente onde convivem tantas pessoas precisando resolver problemas da casa, se relacionar com a socieda-de bem como entre si, e, haja Relações Públicas para não transformar tudo isso numa torre de babel. Às vezes, quando há alguma decisão mais séria a ser tomada, as reuniões se estendem até as duas da madrugada e é preciso mesmo mui-ta comunicação e entendimento para se chegar a um ponto em comum. No próprio dia-a-dia a comunicação se faz imperiosa para fluir com se-renidade o bom relacionamento no interior das casas. Isso se configura deste a escala da máqui-na para lavar roupa, até a administração dos ho-rários do banho de cada um.

Segundo a estudante de medicina Lílian S. Brikalski, de Joenvile, SC, “graças ao inesquecí-vel esforço de estudantes que nos antecederam, essa casa pode hoje oferecer moradia àqueles que vêm estudar em Porto Alegre e região sem dispor de muito dinheiro para manutenção na capital”. Com o alto custo de vida que dificulta a estadia em uma grande cidade, o Centro Evan-gélico Universitário de Porto Alegre ainda é uma alternativa viável, onde, além de residir, o estu-dante amplia seus horizontes, aprende a lidar com diferenças e trabalha para que a casa possa continuar abrigando estudantes no futuro.

É incrível, mas mesmo não sabendo, as pes-soas que vivem em uma casa de estudantes ou outra forma coletiva de moradia, se deparam diariamente com a necessidade de ter noções de relações públicas para poder viver em harmo-nia no meio de tanta diferença. Isso comprova o quanto a comunicação está inserida na socie-dade, desde o homem das cavernas, ao homem moderno que necessita se comunicar e se enten-der no meio da diversidade de pensamentos e hábitos.

FABIANE REJANE ALTÍSSIMO

Pluralidadeem tribo deestudantes ELES COMPARTILHAM A EXPERIÊNCIA DE VIVEREM COMUNIDADE, DIVIDINDOESPAÇO E RESPONSABILIDADES

Conheça a vida em sociedade em uma casa de jovens, na Cidade Baixa, em Porto Alegre

Veja aqui o cotidiano de uma Casa de Estudantes

FOTOS FABIANE REJANE ALTÍSSIMO

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No último Intercom, realizado entre os dias 2 e 6 de setembro, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, as professoras da Fame-cos, Cláudia Peixoto de Moura e Cleusa Maria Andrade Scroferneker, foram condecoradas durante a cerimônia de entrega do Prêmio Re-lações Públicas do Brasil. Elas foram detaque como forma de reconhecimento pelos trabalhos desenvolvidos na área da produção acadêmica em Relações Públicas.

O Prêmio Relações Públicas do Brasil foi criado em 2006 pelo portal RP-Bahia, visando valorizar os profissionais da área que atuem tanto na academia quanto no mercado. Divi-do nas categorias: Profissional de Mercado; Professor(a) Pesquisador(a); Contribuição His-tórica (In memorian); Profissional Revelação; a cerimônia, em seu encerramento, conta ainda com premiação pela Medalha 2 de Dezembro que é entregue a um profissional eleito pela Co-missão de Notáveis, composta por profissionais atuantes na área a representantes do meio aca-dêmcio. Hoje o prêmio já faz parte da programa-ção do Intercom.

Na categoria em que somente a Comissão de Notáveis indica o vencedor, a professora Cláu-dia Peixoto de Moura recebeu o Prêmio Rela-ções Públicas do Brasil, conferido com a entrega da Medalha 2 de Dezembro, honraria máxima da noite. A data remete ao dia da profissão de Relações Públicas amtes fora concedida apenas a dois profissionais. Em sua primeira edição, ao próprio criador da medalha, Luiz Gonzaga (2006), e no ano seguinte a Margarida Krohling

Kunsch (2007), uma das mais significativas relações-públicas brasileiras, cujo trabalho é reverenciado em todo o mundo. Para Cláudia, a homenagem “é um reconhecimento profissio-nal, e também uma forma de visualização para a Famecos”, uma vez que seu trabalho é desen-volvido dentro da faculdade, assim sua eleição é sinal de que as pessoas passam a olhar mais para nós. Além disso, a professora destacou que ser recém a terceira condecorada é uma agradá-vel surpresa, pois ela mesma utiliza-se de outros colegas nas bibliografias de suas aulas que tam-bém poderiam merecer tal destaque. A professo-ra Cláudia possui um currículo invejável, multi-disciplinar e suas contribuições para a área vão desde as coordenações de grupos de trabalhos em eventos nacionais até a participação direta nas entidades representativas de classe.

Já a professora Doutora Cleusa Scrofer-neker, que é formada pela PUCRS em Comuni-cação Social (1973), onde leciona Comunicação Organizacional, foi indicada por profissionais de Relações Públicas, na categoria Professor(a) Pesquisador(a), que inclui os profissionais de destaque na sua atuação na academia, no âm-bito da docência e da pesquisa, foi condecorada com o segundo lugar através do voto de júri po-pular via Internet, sendo o primeiro lugar, nessa mesma categoria, a Professora Doutora Marga-rida Kunsch, ainda que a diferença de votação tenha sido mínima. "Foi uma grata surpresa ser reconhecida pelos colegas, alunos e profissionais de RRPP e ter sido superada apenas pela minha sempre orientadora", disse Cleusa.

JEFFERSON KOZENIESKI E PRISCILA AVIGLIANO

Doutoras da Famecos são homenageadas

Portal RP-Bahia premia professoras do Curso de RRPP da PUC

Neste ano, o Patrono escolhido da 54º Feira do Livro foi o Charles Kiefer, professor do curso de Letras da PUCRS e escritor de tantas obras como Caminhando na Chuva. No ano passa-do, a PUC também esteve presente na distinção maior da Feira, com outro professor indicado para Patrono, o jornalista, escritor e crítico lite-rário Antônio Hohlfeldt, da Famecos. Kiefer já vinha sendo indicado para Patrono por dez anos, por isso foi muito parabenizado por seus alunos e agradeceu de forma tímida, observou reporta-gem do jornal Hipertexto.

Nascido em 1958 na cidade de Três de Maio, teve sua primeira obra lançada em 1977, hoje possui mais de 30 livros editados e com alguns prêmios importantes em seu currículo. Também dirige uma oficina literária e suas obras vem sendo adaptadas para o teatro e cinema, assim como Quem faz gemer a terra foi adaptado por várias vezes, inclusive fora do país. Kiefer expli-ca que suas obras tratam de problemas sociais: “Isso não quer dizer que não me preocupe com a estética, com a beleza da forma. Trabalho mui-to a forma, mas em geral com um conteúdo de cunho social.”

Antes mesmo da sua posse como Patrono, Kiefer estranhou muito ao ter sido parado na rua para dar autógrafos, situação que jamais havia vivido, apesar de tantas obras publicadas. A 54º Feira do Livro se realizou de 31 de outubro a 16 de novembro, no centro de Porto Alegre.

MARIANA GUARALDI LICHT

PUC dois anos consecutivos na Feira do Livro

Charles Kiefer, o patrono de 2008

g Cleusa Scroferneker no júri popular

PATRÍCIAQ DYONÍSIO/ HIPER

Cláudia indicada por notáveis

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O Projeto Ambiental Gaia Village é desen-volvido a partir da concepção de vida de Gastão Avelino e Carmen Werlang que em 1968 passa-ram a participar das comunidades do Ouvidor, Barra, Grama e Encantada, todas em Garopaba. A sede do projeto se localiza na propriedade da família Werlang, no município de Garopaba, sul do estado de Santa Catarina, e de sua empresa, G. A. Werlang Gestão e Ambiente.

A área de atuação do projeto, no entanto, não se limita à área física da propriedade, mas inclui um rol de ações nas diversas comunida-des do município, fazendo um projeto de res-ponsabilidade social e integrando a comunida-

de com valores para a preservação da natureza. Entre os seus principais projetos estão presentes os seguintes: Consolidação de redes e parcerias com os indivíduos, comunidades, organizações não governamentais e órgãos de governos.

O professor José Lutzenberger (1926 – 2002), no ano de 1997 fez as primeiras formu-lações para a concepção desse projeto que visa propor, planejar, implementar e demonstra so-luções ambientalmente responsáveis, em direção a um desenvolvimento sustentável. Atualmente, projeto implementa os seguintes programas: Preservação de ecos sistemas, produção rural sustentável, tecnologias ambientalmente amigá-veis, desenvolvimento humano, sensibilização ambiental, saúde ambiental e infra-estrutura de edificações.

Franco Werlang, atual responsável, expli-cou como é realizado o processo de Comunica-ção Social presente na fundação. “É primordial o acesso da Comunicação no Projeto Gaia Village, viabilizando um maior retorno para a institui-ção”, disse. Para ele, que é formado em Direito e Administração e tem uma visão voltada à cons-cientização ambiental, o profissional de rela-

ções-públicas atua na conexão entre os públicos: escolas, comunidades e órgãos governamentais envolvidos nas atividades da instituição. “As estratégias utilizadas para elaborar ações que envolvam os públicos, devem ser criadas por profissionais de relações-públicas, que por sua diversidade de atuações, podem beneficiar futu-ros processos de comunicação ligados a respon-sabilidade ambiental”, conclui o empresário.

JULIANA GOMES E KARINE REICHEL

Sustentabilidade social: umanova área de comunicação

Robson Lhul é um profissional poliva-lente, atua nos três setores da economia, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável e conciliando Relações Públicas e Química, áreas diferentes que este profissio-nal une de forma muito criativa. “O melhor disso tudo é combinar Química e Comuni-cação”, diz enquanto mostra orgulho de um blusão de lã feita a partir da reciclagem de garrafas pet.

Desde o período em que era acadêmico de Comunicação Social, sempre criou alter-nativas para a construção do seu conheci-mento de forma diferenciada. Diversificou sua experiência com trabalho voluntário e se manteve atento e preparado às novas opor-tunidades de estágio, mas todos os caminhos o conduziram ao desenvolvimento da susten-tabilidade.

Inicialmente entrou para o BRDE – Ban-

co Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – como estagiário, na área de Responsa-bilidade Social. Depois de formado foi con-vidado para coordenar o setor, na mesma instituição. Desde o ano passado trabalha

na Prefeitura de Porto Alegre, de-senvolvendo pro-jetos de sustenta-bilidade.

Atualmente, a ‘menina dos olhos’ de Lhul sãos os projetos

de reciclagem que vêm coordenando como membro do Comitê Gestor do COEP – Co-mitê de Organizações, Entidades e Pessoas – ONG de nível nacional.

Robson acredita que o profissional de Re-lações Públicas ganha cada vez mais impor-

tância na sociedade atual, com o propósito de desenvolver redes de relacionamentos, e estabelecer parcerias de sucesso. É a isto que se dedicado. Com muito êxito, Robson tem articulado seu cargo público e sua função na ONG de forma a promover o desenvolvimen-to sustentável. Paralelo a isso, se dedica, tam-bém, à assessoria de marketing industrial.

Questionado sobre seu futuro profissio-nal, ele não tem dúvidas de que está no cami-nho certo, pois acredita no poder do trabalho que vem desenvolvendo para a melhoria da sociedade. “Ainda quero ter minha própria empresa, trabalhar com assessoria direcio-nada ao marketing ecológico”, afirma. Rob-son acredita que sustentabilidade é mais que uma moda, é uma postura, uma atitude que está mudando as relações humanas.

MIRIAN MENDES

Projeto ambiental Gaia, em Garopaba, é inspirado nas idéias ecológicas deixadas por Lutzenberger

O polivalente Robson Lhul aposta no terceiro setor

Parque ecológico em Santa Catarina

g Mensagem ecológica de Lutz permanece

g Robson Lhul

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Uma relações-públicas assumea ouvidoria do hospital da PUC

Raquel Martins é a profissional de Relações Públicas que trabalha com a Gestão da Comuni-cação do Hospital São Lucas da PUCRS. Entre outros trabalhos, faz pesquisa de satisfação com clientes, é a Ouvidora da instituição.

Por fazer parte da gestão, tem contato direto com a grande administração e autonomia para responder em nome do Hospital. “Nem sempre o cliente tem razão, mas temos que entender a razão do cliente”, diz Raquel.

Sua sala se localiza em um ponto estratégico da organização, uma sala interligada com a equi-pe da comunicação, onde trabalham jornalistas, publicitários e estagiários da área de comunica-ção, pois tem de atuar em sintonia fina facilitan-do a comunicação integrada. No seu trabalho com comunicação organizacional estratégica é necessário espírito de grupo, descreve a Rela-ções Públicas.

Cuidar da imagem da empresa é uma de suas principais atribuições, tem a responsabili-dade de traçar estratégias, que vão nortear todas as ações de comunicação da empresa. “O que faz

fica marcado, beneficiando a imagem institucio-nal”, afirma a Relações Públicas.

Margarida Kunsch, professora da USP e a principal teórica de Relações Públicas no Brasil ensina: “Na contemporaneidade, as Relações Públicas devem desenvolver nas organizações sua função estratégica, o profissional tem que se valer dos ensinamentos das teorias de geren-ciamento ou administração. Suas aplicações são claras em todo o processo de planejamento, pois lidam com as incertezas, com tarefas e respon-sabilidades para tomada de decisões e para im-plantação dos planos de ação”.

Raquel é responsável, também, pelo Espaço Cultural, Eventos, Telefonia e Call Center. Um profissional qualificado, com embasamento teó-rico pode gerenciar o seu espaço de atuação, en-curtando, assim, os laços com o mercado.

Observa-se que um Profissional de RP tem muito trabalho e responsabilidade dentro de uma organização. Conquistar seu público in-terno, não é fácil. No São Lucas, por exemplo, Raquel Martins lida com a categoria respeita-

da e privilegiada dos médicos e aos poucos vai conquistando o seu espaço e a confiança desses profissionais para ampliar seu trabalho e legiti-mar sua função.

LUANA NEDEL ESUZIANE FREITAS

FOTOS LUANA NEDEL

Raquel e Jaqueline, sua colega no hospitalg

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Conheça o trabalho que vem sendo desenvolvido no Hospital São Lucas na área de atendimento

Espaço Cultural em uma casa de saúdeCall Center do São Lucas

Os alunos de Relações Públicas da disci-plina de Projeto Experimental da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS foram indica-dos pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitá-rios para apoiar implantação e divulgação do lançamento do projeto Clube 25, Ação da Cruz Vermelha Brasileira do Rio Grande do Sul. Coube ao curso de Relações Públicas a criação do primeiro clube do Estado denominado: Clu-

be 25 PUCRS/Relações Públicas. A implantação deste clube ajudará muito

no apoio a Cruz Vermelha para a divulgação e o surgimento de outros clubes no Estado. Neste semestre, a turma da manhã do curso de Rela-ções Públicas de Projeto Experimental Comu-nitário, orientados pela professora Lauri Gar-cia Job, desenvolverá projetos para os 100 anos da Cruz Vermelha e Clube 25. Os alunos do tur-

no da noite são responsáveis pelo lançamento e estruturação do Clube 25 Cruz Vermelha, que busca promover junto aos jovens o valor de sal-var vidas doando sangue. Para saber mais in-formações sobre o Clube 25 é possível acessar o blog da Confraria Relações Públicas Pela Vida www.confrariarrpp.wordpress.com.

RAFAELA BARRETO E IURI CAMARGO DE OLIVEIRA

Lançado Projeto Clube 25 da Cruz Vermelha

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A comunicação integrada consiste numa fi-losofia organizacional e deve permear todos os setores da instituição, atingindo assim todos os públicos, disseminando a missão, a visão e os valores da empresa. Não é novidade para os pro-fissionais de Relações Públicas que a comunica-ção deve ser utilizada de maneira estratégica e integrada, no entanto, a implementação deste conceito não é realizado na prática, restringe-se a mero discurso, diagnostica Wilson Bueno. Um desafio para o profissional de comunicação é uti-lizar esse conceito aliado a práticas advindas da administração.

O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferra-menta da administração que materializa a visão e o crescimento da organização. Foi criado em 1992 por Robert Kaplan e David Norton, pro-fessores da Harvard Business School. Desde então ele vem sendo utilizado por diversas orga-nizações do setor privado, público (prefeituras, ministérios, secretarias) e ONG’s no mundo in-teiro, sendo escolhido pela revista Harvard Bu-siness Review como uma das práticas de gestão

mais importantes e revolucionárias dos últimos 75 anos.

O BSC tem como base cinco princípios: mo-bilizar a mudança por meio da liderança executi-va; traduzir a estratégia em termos operacionais; alinhar a organização com a estratégia; motivar para transformar a estratégia em tarefa de todos; transformar a estratégia em processo contínuo. Para que o programa tenha sucesso, ele deve ser compreendido e absorvido por todos, desde os gestores até as linhas operacionais, fazendo-se aí fundamental a atuação do relações-públicas, já que ele não é autocomunicativo.

O profissional tem como meta elaborar um plano de comunicação que dissemine a novidade do BSC, adequando seu vocabulário denso ao ní-vel de entendimento do seu quadro de funcioná-rios, respeitando a especificidade de cada públi-co. “Agindo com criatividade é possível traduzir os cinco princípios de forma lúdica e envolvente, podendo inclusive fazer analogias com assuntos cotidianos e atuais”, afirma Maria Auxiliadora Amiden, gerente da Symnetics.

O Balanced Scorecard foi tema principal do curso “Melhores Práticas em Comunicação da Estratégia” ministrado por Amiden em São Pau-lo no mês de setembro. A ABERJE (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) foi a organizadora do evento que teve como objetivo instruir os participantes a utilizar a comunicação de maneira estratégica para a eficácia do BSC nas organizações. Isso tudo foi ilustrado por um case de sucesso da empresa CIV (Companhia Indus-

trial de Vidros), que implantou com excelência o BSC aliado à comunicação integrada e estratégi-ca. A empresa utilizou a temática das olimpíadas para estimular a participação de todos, nunca esquecendo que este processo comunicacional é realizado de forma contínua, pois não existe co-meço, meio e fim.

CATERINE GREIF EVALENTINE GIORDANI PANIZ

Aliança entre Relações Públicas eAdministração implementam BSC

A integração das diferentes áreas é fator diferencial para obter o sucesso do programa

1. Liderança executiva;2. Traduzir a estratégia; 3. Alinhamento organizacional;4. Tarefa de todos;5. É um processo contínuo.

Cinco princípios do BSC:

g Maria Auxiliadora ministrou curso em SP

VALENTINE GIORDANI PANIZ/ RRPP

Neka Machado, 47 anos, é formada pela PUCRS em Relações Públicas e Jornalismo e leciona em sua faculdade de origem desde a década de 80. Vinculada ao curso de RRPP da Famecos, já chegou a coordená-lo. Sempre disposta e com um sorriso no rosto, falou sobre sua formação acadêmica e trajetória profissional. Defensora da profissão de relações-públicas, já passou por diversos segmentos. Trabalhou tanto nas áreas pú-blica como privada, no terceiro setor e no ensino. Teve destaque na área de comunicação de movimentos sin-dicais, entidades de classe de trabalhadores e em pro-dutoras de cultura.

Em sua ótica, a atividade de Relações Públicas é mediadora dos processos políticos comunicacionais e uma incentivadora dos relacionamentos nas organi-zações. “Se existe uma palavra-chave que está no meu vocabulário, que eu confio, é relacionamento”, enfati-

za. Para ela, quem perder esse “trem” não vai se achar mais. “É incrível isso: as pessoas precisam perceber que nós estamos na Era do Relacionamento, que a in-tensidade das relações é que vai estabelecer o profis-sional do futuro e as relações do futuro no mercado de trabalho”.

A professora traça aos alunos o perfil do relações-públicas do século XXI: “Um sujeito articulado, estra-tégico, negociador, generalista e com uma visão hu-manizadora”. Além disso, ele deve saber trabalhar em conjunto. “Não acredito em profissional ‘ilha’, eu acho que as coisas têm que ser compartilhadas sempre!”, conclui.

RAFAELA BARRETO NUNESJESSICA VINADÉ PEDROTTI

URIEL MOURA RICACHENEVSKY

Neka Machado: a palavra-chave é relacionamento

Neka Machado, RP e jornalista

IURI CAMARGO DE OLIVEIRA/ RRPP

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Estamos em um cenário bas-tante competitivo na área de even-tos. Cada empresa busca se dife-renciar dentro da sua filosofia de trabalho, se aperfeiçoar e inovar sempre. Segundo Jefferson Aguiar, gerente de marketing da Lef Produ-ções, o principal objetivo da empre-sa é a satisfação de seus clientes.

“As pessoas estão cada vez mais exigentes, por isso estar atualizado é vital para sobreviver no merca-do de trabalho”, ensina Jefferson Aguiar. Em sua opinião, para obter êxito na área de eventos deve-se acima de tudo se perguntar o que o cliente busca, quais são suas aspira-ções, para assim conquistá-lo. Para ele, uma das principais dificuldades é justamente saber o que o cliente quer e entregar aquilo que ele de-seja. “Por isso é tão importante ter e manter um bom relacionamento com os clientes e procurar conhe-cê-los a fundo, garantindo assim atender todas as necessidades dos mesmos”, diz.

O segmento de eventos exige uma permanente atualização em tendências, costumes e principal-mente buscar sempre a inovação. “Se no relacionamento de um casal a rotina não é bem vista, imagina entre você e seu cliente, onde ele está pagando pelos seus serviços”,

compara Aguiar. O cliente quer ser surpreendido sempre. O Gerente de Marketing finaliza: “O diferen-cial da nossa empresa está na for-ma que vemos nossos clientes. Eles são como sócios para nós. Afinal se chegamos onde chegamos foi gra-ças a essa parceria”.

Como vimos, neste ramo, não basta apenas ter competência e vontade de trabalhar, mas também criar um bom relacionamento com seus clientes, abrindo um canal de comunicação com eles, enviando informativos da empresa, convites para eventos e ouvindo suas críti-cas e sugestões. Para estreitar esses laços existe uma eficiente ferra-menta, a pesquisa de mercado, que tem como objetivo avaliar a ima-gem da empresa, conhecer e medir os hábitos de consumo dos clientes, identificando as oportunidades. Este perfil é fundamental para que se saiba que tipo de estratégia deve-se utilizar em determinado evento, mas independentemente do tipo de evento e/ou cliente devemos utili-zar estratégias que tenham a cara da empresa, determinar a imagem pela qual a empresa quer ser co-nhecida e investir nela.

ÂNGELA DOS PASSOS E BETÂNIA CASTOLDI DA SILVA

O mercado de produção artís-tica no Rio Grande do Sul é domi-nado por duas grandes produtoras – Orbeat Music (Grupo RBS) e Opi-nião Produtora. Qualquer empresa que pretenda entrar neste meio de atuação deve se adequar às regras ditadas por elas, o que torna pra-ticamente impossível produzir um grande evento sem seu apoio.

Segundo Luiz Beltrão, diretor de gestão da C4 Produ-tora, que vem orga-nizando eventos com apoio do Grupo RBS, persistência, bom es-tudo de viabilidade, grande planejamento embasado em fatos possíveis e óbvios, muita paciência e ex-trema organização são condições essen-ciais para se ter chan-ce de ver seu projeto sendo estudado e executado pelo grupo de dirigentes destas organizações. “A difi-culdade faz com que o tempo de vida das novas produtoras seja muito curto e muitas vezes desastroso, di-ficultando ainda mais o mercado de atuação que já é tão competiti-vo”, comenta o profissional.

Na opinião do empresário, como alternativa para furar o mo-nopólio e afirmar-se na área de eventos está partir para a especia-lização. Produtoras que promovem apenas um gênero musical tendem a ter maior facilidade de desenvol-vimento. “Uma empresa que or-ganiza apenas festas de pagode ou música eletrônica, por exemplo, concorrem apenas com um ramo específico de produtoras, concen-tram-se em um único objetivo, vol-tam todas suas forças e capacidade para o mesmo sistema de evento”, observa o diretor da C4.

Uma produtora que organiza só

raves não precisa se preocupar com mais nada a não ser com a produ-ção de raves. Ela tem funcionários especificamente voltados para este trabalho, fornecedores pré-deter-minados, conhecimento neste tipo de música e DJs de destaque que vão atrair o público específico. Os clientes são estabelecidos, o público freqüentador é aquele atraído por

tal música, pelo contexto do even-to – decoração, bebida, público - , diferente de festas onde tocam di-versos estilos musicais, onde os fre-qüentadores são variados e menos fiéis. “Os clientes fidelizados ten-dem a ter interesse pela produtora que promoveu a festa e procurar por próximos eventos promovidos por ela”, assegura Luiz Beltrão.

A produtora que trabalha com estilo específico concorre com pro-dutoras que fazem o mesmo traba-lho, para se destacar basta ter idéias novas para aprimorar o que já vem sendo feito por todas as outras.

PRISCILA AVIGLIANO

EVENTOS

Foco no cliente,diferencialpara o sucesso

Jefferson Aguiar explica sobre o trabalho da empresa Lef Produções

BETÂNIA CASTOLDI

Predomínio dificulta mercado gaúcho

PRISCILA AVIGLIANO

Beltrão, diretor de gestão da C4 Produtorag

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OPINIÃOCom o intuito de apresentar aos alunos do

terceiro semestre as atividades dos profissionais de Relações Públicas, e como alguns estão po-sicionados hoje no mercado, a professora Léa Senger Jacobus apresentou alguns destes profis-sionais na disciplina de Processos e Programas, turno da manhã, do curso de RRPP da Famecos. Durante as palestras, os alunos puderam com-preender a importância das atividades deste profissional e tirar algumas dúvidas que tinham em relação à profissão.

O semestre começou com o depoimento da assessora de comunicação da Trensurb. Heloisa Machado, que é a relações-públicas da empresa, mostrou aos alunos os projetos de comunica-ção interna, realizados e muito bem elaborados. Através dela e de seus companheiros do setor, desenvolveram um trabalho de comunicação in-tegrada, com profissionais de RP, Publicidade e Jornalismo, enfatizando a importância dos fun-cionários estagiários.

No encontro seguinte, Raquel Martins, ges-tora na área de comunicação do Hospital São Lucas da PUC há 13 anos e que atua na área há 19 anos, destacou a importância de um profis-sional com dedicação total e suas dificuldades nesta atividade.

Formada desde 1998 em RRPP e pós-gra-duada em 1999 em Administração/Recursos Humanos, Márcia Petry Chelkanoff Thier se apresentou diante da turma para falar de sua atividade como assistente de direção e na Asses-soria de Apoio às Ações Comunitárias da PRAC (Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários) na PUCRS. Na sua atividade como relações-públi-cas, trabalha tanto para públicos internos quan-to externos, através de um relacionamento com a sociedade, focada na afirmação da imagem da instituição. Márcia Petry faz a organização, exe-cução e avaliação de eventos, através dos progra-mas e projetos realizados para públicos internos e externos.

No encontro de 26 de setembro, aconteceu a

palestra com a Rose Lea Shames, profissional da área de Relações Públicas que atua na Assesso-ria de Comunicação Social do Detran/RS desde 1998, atualmente com exclusividade na área de RRPP da Autarquia. Como relações-públicas, Rose Shames acredita na importância de um ambiente com a comunicação integrada, lem-brando que ela não se desenvolve somente entre os funcionários da área de comunicação, mas, sim, ter uma sintonia com todos da empresa.

Os alunos também receberam a profissional de relações-públicas Aline Flores da Silva, que atua hoje na livraria e papelaria Edipucrs. Aline Flores é uma jovem de apenas 25 anos, mas já com uma trajetória profissional, e deixou uma lição: não desistir das nossas metas, onde que-remos chegar e ser um dia.

Na última palestra, a professora Léa apre-sentou o profissional recém formado em Rela-ções Públicas, Marcelo Borba. Ele é coordena-dor de marketing do Praia de Belas Shopping Center, empreendimento do Iguatemi Empresa de Shopping Centers. Como primeiro relações-públicas neste cargo, em janeiro vai fazer dois anos que Marcelo desenvolve suas atividades de marketing, comunicação institucional, promo-ções, eventos, ouvidoria, endomarketing, além de gerenciar toda equipe de atendimento do Shopping. Marcelo, assim como profissional e também nos princípios do Shopping, leva o Re-lacionamento com o Cliente e seus Públicos em primeiro lugar.

Para a professora Léa, a grande importân-cia desta disciplina é “aproximar o aluno ao mercado de trabalho, mostrar como a atividade de Relações Públicas está sendo bem praticada pelos ex-alunos da Famecos”. Nos próximos en-contros, os alunos do terceiro semestre recebe-rão profissionais de fora para ter uma visão mais ampla do mercado, antecipa a professora.

JÉSSICA VINADE PEDROTTIE RAFAELA BARRETO NUNES

g Turma da manhã de Processos e Programas com a professora Léa Jacobus. Promoção de sucesso

Profissionais em sala de aulaEmpreendedor,novo jeito de ser

Empreendedorismo em RRPP é o título de uma nova disciplina que passou a fazer parte do currículo do curso de Relações Públicas da PUCRS em 2005. O programa tem por objetivo desenvolver desde o primeiro dia de aula o dife-rencial dos alunos. Mas, mais que trabalhar as potencialidades, esta a matéria amplia o leque de oportunidades e possibilita aos alunos vis-lumbrarem alternativas de carreira.

Segundo a professora Maria da Graça Sanchez, que ministra a disciplina, as caracte-rísticas empreendedoras são de grande impor-tância para qualquer profissional hoje, mas, principalmente, para o profissional de relações públicas, pois esta é uma profissão ainda nova e em ascensão na sociedade. A professora des-taca que o bom profissional é aquele que pro-cura conhecer-se melhor, avaliando seu foco e estratégia, e busca opções de empregabilidade.

Em conversa com Rogério Bohn, um ícone do Movimento de Jovens Empresários do RS, reforçamos a idéia de que devemos ser empre-endedor sempre, em todos os setores da nossa vida. “Quem sabe faz a hora, não espera acon-tecer”, reforça Bohn citando Geraldo Vandré. E esta foi uma das premissas que norteou sua carreira. Aos 13 anos, Bohn iniciava sua vida profissional por ‘curiosidade’; a sua inquietude o incentiva a criar oportunidades desde cedo. Como presidente da Fajers – Federação de Jo-vens Empresários do RS –, teve sucesso e deu visibilidade ao movimento, chegando a efetivar parcerias com instituições de outros países.

Segundo Rogério, existe quem já nasça empreendedor, capaz de ‘fazer do limão uma limonada’, mas também podemos desenvol-ver e aprimorar essas características cada vez mais exigidas. Para ele, a capacidade de resol-ver problemas e de enfrentá-los é um grande diferencial que contrapõe-se a antigos para-digmas. Temos que aprender a ver diferente, a buscar um novo ângulo, porque o mercado está saturado de quem faz sempre tudo igual, como se copiasse uma receita de bolo. Ser visionário é chegar ao melhor resultado utilizando diferen-tes ingredientes.

Para muitos o termo empreendedorismo restringe-se ao investimento em uma empresa própria. Mas os profissionais ressaltam que no cenário econômico atual a postura empreende-dora deve estar presente em qualquer momento ou lugar em que estejamos. Dentro das orga-nizações em que trabalhamos há, com certeza, posturas e atitudes que podem ser repensadas para que os objetivos sejam atingidos de forma mais satisfatória. Foi-se o tempo em que tínha-mos que esperar as oportunidades aparecerem, hoje nosso desafio é criá-las.

JOANA GUERRA BENITES E MRIAN MENDES

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Aluna destaque enfrenta mercadoMonografia do final do curso conquistou o primeiro lugar em concurso nacional de 2008

ENTREVISTA/ Ana Barretto

Recém formada pela PUCRS, Ana Isaia Barretto, foi considerada aluna destaque da turma 2007/02, tendo o co-eficiente de maior rendimento. Sua mo-nografia conquistou o primeiro lugar no Prêmio Nacional da Associação Brasileira de Relações Públicas, na categoria Empre-sarial. O trabalho intitulado As Contribui-ções das Relações Públicas para a Comu-nicação Mercadológica Hoteleira: A Rede Plaza de Hotéis, Resorts e Spa Brasil, foi orientadodo pela professora Cleusa Maria Andrade Scroferneker . A Cerimônia da 26ª edição do Prêmio da Associação Bra-sileira de Relações Públicas – sessão São Paulo aconteceu no dia 28 de outubro, no Auditório da Universidade Cruzeiro do Sul. O Prêmio ABRP distingue-se como a principal premiação nacional para a área de Relações Públicas.

Desde os 14 anos, Ana já pensava em cursar algo na área de comunicação, mas somente decidiu por essa profissão, quan-do, no final da oitava série, visitou uma feira de profissões, em que uma estudante de comunicação motivou-a, mostrando o que era a profissão de relações -públi-cas. Depois disso, muito curiosa, começou a pesquisar sobre as atividades exercidas por este profissional, e cada vez mais per-cebeu que sua escolha estava certa.

Confira a sua entrevista:Como foi sua trajetória acadêmica?Estive sempre envolvida em assuntos re-

lacionados à área. No primeiro semestre come-cei a estagiar como monitora do laboratório de Relações Públicas da Famecos e desde então trabalho como relações-públicas. Nunca tive dúvidas se realmente queria fazer esse curso, sempre fui uma aluna dedicada, sempre fiz tudo com muito prazer, pensando pelo lado positivo e tendo muita curiosidade. Assim, tive grande alegria na formatura quando recebi o “Aluna-destaque” e também ao ter minha monografia escolhida e publicada na Revista de Graduação da PUCRS(http://revistaseletronicas.pucrs.br).

Qual o professor que marcou mais?Todos me marcaram de alguma forma. Mas

nunca vou esquecer a Neka, ela é especial; lem-brando que foi minha paraninfa. A Cleusa, que foi minha orientadora, sempre me incentivou. É uma pessoa maravilhosa. Com a Souvenir te-nho uma relação muito boa, considero-a como uma amiga, e suas aulas de pesquisa são ótimas. Nunca esquecerei os bons professores: Glafira

Bartz, Jacques Wainberg, Roberto Simões e Ana Baseggio. Todos os professores são maravilho-sos e devem ser valorizados.

Os acadêmicos no decorrer do curso, geralmente se desmotivam. O que você recomenda para esses alunos?

Essa dúvida vai sempre existir em todas as profissões, o mercado é competitivo e ele bus-ca bons profissionais e se você sair da faculdade bem preparado, tendo consciência do papel que

a sua profissão exerce e tendo uma boa rede de relacionamentos, a sua vaga no mercado está facilitada. Acredito que a vida é feita de escolhas, se você estuda, dedica-se, tudo você pode alcan-çar. Ressalto que a rede de relacionamentos é muito importante. Os colegas e professores de hoje poderão ser as portas para o mercado de amanhã. É preciso ler muito, aprimorar-se, es-tar sempre informado sobre o que acontece na área, ser curioso e correr atrás. Não adianta ficar reclamando, dizendo que não há mercado sem estar qualificado para ele.

Pensas em fazer especialização?Atualmente faço especialização em Comu-

nicação Estratégica na faculdade SENAC. Pos-teriormente, pretendo continuar meus estudos fazendo Mestrado.

Qual a área das Relações Públicas que você mais gosta?

Gosto um pouco de cada área, principal-mente comunicação interna e pesquisa, que é

muito ampla e interessante.Nas empresas em que você trabalhou,

os públicos: (Ex: funcionários , gerentes, etc) tinham conhecimento do papel de um profissional de relações públicas?

Acredito que hoje os empresários têm uma melhor noção de que o profissional de relações- públicas atua como um elo, a ponte entre as or-ganizações e seus públicos. As empresas já estão se ligando que o RP é o profissional que cuida da gestão da comunicação. Devemos sempre me-lhorar e evidenciar a importância da profissão. Dessa forma ajudaremos no crescimento da or-ganização e sua imagem.

Como funciona a relação entre os profissionais de RP, PP e Jornal?

A organização que não tem em sua cultura a comunicação integrada, poderá estar correndo riscos. Não adianta o RP só ter foco nas ações ligadas a Relações Públicas, é preciso interagir com outras áreas para que a comunicação seja completa . As áreas de comunicação PP, RP e Jornal devem trabalhar em busca de um objeti-vo comum. Acredito que a empresa que pratica a comunicação integrada possui um diferencial no mercado que a qualifica.

Na sua opinião, qual a relação entre o que aprendemos na faculdade e o que praticamos no mercado?

Só percebemos o quanto aprendemos, quan-do já estamos inseridos no mercado de trabalho. Lembro-me sempre das aulas. Muitas vezes, quando estou praticando uma ação, percebo o quanto foi importante a teorização da faculda-de.

As organizações cada vez mais estão se projetando para a era da responsabili-dade social.

Em sua maioria, as grandes empresas já possuem visões de responsabilidade social e sustentabilidade. O ideal é que elas tenham isto como filosofia e não somente com o objetivo de economizar papel.

Que mensagem deixa aos ex-colegas?O aluno deve aproveitar muito seu perío-

do na faculdade, sendo curioso e questionando quando houver dúvidas, buscando sempre ir mais além. É preciso gostar do que se faz. Os alunos precisam ter consciência que a Famecos possui ótimos laboratórios e grandes professo-res. Então, aproveitem o máximo o que eles têm para ensinar.

KARINE REICHEL, TAMARA MOCH,ELIZIANE VEZZOZI E JULIANA GOMES

Ana Barretto formou-se na PUC em janei-

ARQUIVO PESSOAL

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Querendo ou não, quando falamos sobre a atividade e o profissional de relações públicas, o primeiro pensamento que nos surge é: traba-lhar na área de eventos ou se voltar para a co-municação integrada? O que muitos não sabem é um leque de oportunidades que se abre para o profissional de Relações Públicas, e o mundo da moda é um deles.

O setor da moda e do mercado de luxo ne-cessita de profissionais qualificados, que ob-tenham grande noção sobre as tendências e

também, sobre o processo de comunicação e as suas ferramentas. O mundo da moda propicia ao relações-públicas a atuação em organização de desfiles, coletiva de imprensa, que cuide da imagem e da marca de determinada agência de moda, que crie pesquisas de comunicação para atender as necessidades, tanto da empresa que atua como dos clientes e fornecedores. O rela-ções-públicas demonstra essa diferença de lidar com toda a comunicação da organização e seus públicos. Nessa via de mão dupla, busca infor-

mações, tem percepção de melhorias, aprimora e põe em prática. As empresas que não possuem um relações-públicas perdem um profissional que é capaz de criar processos estratégicos de comunicação, com facilidade para lidar com si-tuações do cotidiano.

No mundo da moda, isto não é diferente. Planejar eventos, organizar grandes desfiles, fazer um mapeamento de públicos da agência, captando as expectativas da instituição e clien-tes, entre outras atividades, faz com que a ativi-dade de Relações Públicas consiga aliar-se com grande sucesso ao mundo fashion.

Nos anos 90, com a inserção de grandes eventos de moda aqui no Brasil, sendo um de-les o famoso São Paulo Fashion Week, fez com que os profissionais da comunicação tivessem maior participação no segmento. Era necessário marketing para a divulgação dos desfiles e das marcas, editoriais de moda começaram a ser feitos mais assiduamente, mais precisamente junto com a atuação de assessores de imprensa e jornalistas e, por fim, os produtores de moda acabaram por realizar o trabalho dos relações-públicas, englobando todas as áreas da comuni-cação.

Como as Relações Públicas são uma das profissões mais promissoras e a moda estando sempre em evidência, torna-se indispensável conciliar ambos os ramos, que vai revelar um re-lações-públicas da moda como um profissional com bastante êxito e futuro. Basta dedicação, empenho e, claro, um pouco de estilo também não faz mal a ninguém.

GILMAR NUNES AVILA JÚNIOR

RELAÇÕES PÚBLICAS NA MODA

A moda em suas mais variadas tendências

O mundo da moda propicia um vasto campo de atuação para o profissional da relações-públicas

Aproximando realidades distantesCertas vezes, não percebemos que existem

pessoas com tantas dificuldades e tão perto de nós. Pensando nisso, Daniela Bradacz, junto com seus colegas de Relações Públicas do 5° se-mestre, Emília Hilgert, Graziela Freitas e Rodri-go Viana, orientados pela professora Berenice Mércio, organizaram um evento para doação de 150 carteiras de identidade para pessoas de bai-xa renda, no dia 4 de outubro.

A idéia partiu de Daniela, que trabalhava no Departamento de Identificação do Instituto Geral de Perícias do Estado do Rio Grande do Sul, que se utilizou da cota de eventos disponível para conseguir o benefício. A principal dificul-dade encontrada pelos estudantes foi conseguir o apoio das empresas de ônibus para transportar

as pessoas até o local. Após muito esforço, con-seguiram o patrocínio da ATP (Associação das Empresas de Transporte de Passageiros).

Foram selecionadas, através de pesquisas de renda, 150 pessoas, que em sua maioria tinham entre 18 e 70 anos, e são moradores do bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre. Eles ganharam a isenção da taxa de confecção.

Segundo Graziela, “foi extremamente satis-fatório ver a felicidade deles”. Já Emília acredita que os alunos puderam se aproximar de uma re-alidade até então desconhecida. Daniela sentiu-se gratificada por poder ajudar e mostrar para essas pessoas que ainda há esperanças.

LUANA NEDEL E MARCELLO BARCELOS Rodrigo, professora Berenice,Daniela, Emilia e Graziela

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O relacionamento entre públicos e organi-zação é algo muito importante, porém frágil. Manter o bom relacionamento entre as partes não é algo fácil, e esse é o papel do relações-públicas.

Um profissional de Relações Públicas tem um papel importante no relacionamento entre organização e público, na multiplicação das in-formações, em manter o bom relacionamento com a imprensa, além de possuir a capacidade de lidar com diferentes tipos de públicos, utili-zando para cada um deles, uma comunicação específica.

Os públicos são pessoas, e como tais devemos entender que são diferentes uns dos outros. Cada um tem vontades percebidas de maneiras diferentes pelas organizações; as-sim como as pessoas são individuais na manei-ra de pensar, a comunicação deve ser cada vez mais individualizada e específica.

Se pararmos para pensar em individualis-mo, há tempo que isso já vem ocorrendo, pois com a chegada da Internet, tudo ficou diferente, as pessoas não se reúnem mais na frente da te-levisão para assistirem juntos aos programas, cada um no seu computador conectado procura

a informação que lhe é necessária naquele mo-mento, e que daqui a pouco já não é mais.

Os públicos das organizações já não que-rem perder tempo com o que não os interes-sam, com instituições que não respeitam a co-munidade, a natureza, as vontades de cada um. É necessário, sim, inovar, crias novas formas para chamar a atenção do público alvo, pois a organização que parar no tempo, só terá duas alternativas: se render às novas tecnologias, e às novas formas de conquistar clientes, ou, fe-char as portas.

Entretanto, mui-tas organizações já adquiriram as novas tecnologias, e perce-beram que sem elas, não teriam um futuro próspero, com pes-

quisas, planejamentos e mapeamentos, desco-briram que não poderiam deixaram de lado as velhas formas de se comunicar, é necessário inovar, mas sem deixar de lado o que deu certo por muito tempo.

Por exemplo, o público interno: eles preci-sam de notícias atualizadas sobre a organiza-ção na qual trabalham, que podem ser dadas através de um jornal interno, de alto falantes espalhados, boca-a-boca, e intranet, além de

várias outras que podem ser utilizadas, porém depende da mensagem que a organização quer transmitir.

Já para o público externo, o mais comum é a utilização da televisão, do rádio, e da mí-dia impressa, para transmitir a mensagem ne-cessária, mas também pode, e deve, ser usado como ferramenta de comunicação, o site (com notícias sempre atualizadas), nele colocar víde-os e links relacionados que possam ser de inte-resse do público, além de telefone e e-mail, para que se possa entrar em contato mais fácil.

A utilização das novas tecnologias, a pre-sença na Web, as formas múltiplas de relacio-namento com os públicos (SAC, Marketing de Relacionamento, Webmarketing etc) devem integrar o composto de comunicação de uma organização.

O mais importante é sempre manter um bom relacionamento com os públicos que es-tão envolvidos com a organização, seja ele, um fornecedor, um cliente, um sócio, o governo, a imprensa, a comunidade, as organizações con-correntes, enfim, todos. As organizações depen-dem dos públicos para sobreviver, assim como os públicos dependem das organizações, por isso o bom relacionamento é fundamental.

MARIANA MARTINI SARDI

Inovar é necessário (ou feche as portas)

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ARTIGO

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A revolução tecnológica forçou uma mudança estratégica no mer-cado da música nos últimos anos

por causa da grande quantidade de bandas e diversidade de estilos musicais. Em meio à transforma-

ção, uma importante atividade rea-lizada por trás dos bastidores, a do produtor musical, também obteve um processo evolutivo que redire-cionou seus objetivos.

Na primeira metade do século XX, o papel do produtor musical lembrava o do cinematografico, em que ele supervisionava as sessões de gravação, pagava os técnicos, músicos e responsáveis pelo arran-jo das canções e, algumas vezes, até escolhia material a ser divulgado. No entanto, com o passar dos anos, o cenário foi se modificando e ago-ra os especialistas na área exercem uma forte influência na identidade e personalidade do artista. O pro-dutor musical começou a participar diretamente do processo artístico, criando arranjos, escrevendo o ma-terial e cuidando da engenharia da gravação. Além disso, passou a se especializar também no curso da música popular, algumas vezes até mais do que os próprios músicos.

Para o produtor musical Mau-rício Bressan, formado em Publici-

dade, “a produção é a arte de fazer o artista conhecer a si próprio, antes de qualquer coisa, para depois atin-gir o objetivo final, que é o de emo-cionar o ouvinte”. Segundo ele, este tipo de atividade é responsável por desenvolver a parte “suja” do negó-cio, transformando a obra de arte e o artista em um produto comercial bem idealizado.

Maurício explicou que o produ-tor estabelece uma linha de produ-ção, com termos práticos e tecnoló-gicos, que possibilitem a gravação de um CD. Para tudo funcionar, é preciso estar atento a importantes fatores, como agendar o tempo dos artistas nos estúdios, providenciar os músicos de apoio, se certificar das necessidades dos artistas e ou-tros pequenos detalhes que influem na linha de montagem do produto. “O trabalho é complexo e envolve experiência e conhecimento técnico para integrar todas as etapas da li-nha de montagem do CD”, finalizou Bressan.

DANIEL ZAGO GIACOBO

A arte da ProduçãoMusical no século 21 O produtor hoje influenciana identidade do artista

O argentino Fito Paez em Porto Alegre

ELSON SEMPÉ PEDROSO/ FAMECOS

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Certamente todos nós já vimos pelo menos uma vez um senhor de cabelos brancos, sem-blante tranqüilo e SEMPRE usando um chapéu, no saguão da Famecos. Ele é Osvaldo Biz, um dos professores mais exigentes que conheço, mas também o que mais mostra amor pelo seu trabalho.

Conhecendo sua história, vemos que sua in-fância foi muito pobre, complicada, porém jun-to dele sempre existiu uma vontade imensa de melhorar.

Nascido em 15 de setembro de 1939, numa colônia próxima de Blumenau em uma casa muito pobre, trabalhava no campo na parte da manhã e à tarde ia à escola. Era tão aplicado aos estudos que as professoras pediam para que fos-se ao colégio para estimular os outros colegas a gostarem de estudar. O amor pelos livros se tor-nou um traço marcante de sua personalidade, aos domingos lia para sua mãe, um livro chama-do “A vida de Santa Genoveva”, uma vez que ela não sabia ler ou escrever.

Quando perguntado pelos “famosos” cha-péus, recordou-se de quando seu pai lhe trouxe um chapéu, de Blumenau, e o deixou tão feliz naquele dia, tanto que perguntava ao pai: “Pai, quantos dias faltam para chegar o domingo?”, lembrando que domingo era dia de ir à Igreja.

A família era muito religiosa, e nas saídas das missas existia um jornal chamado A Im-prensa, que seu pai sempre lia, pois gostava de política. Foi também a Igreja, ou melhor, seus sinos que badalaram durante a noite para avisar a todos da colônia que a 2ª Guerra Mundial ha-via chegado ao fim.

Perguntei a ele: “O que o senhor gostaria de ser, se não fosse professor?” E a resposta foi: “Eu nunca pensei nessa questão”, está aí a maior prova de amor a uma profissão.

Atualmente ministra aulas na Famecos, nas disciplinas de Comunicação, Cultura e Realida-de Brasileira, Jornalismo Internacional e Crítica da Mídia.

Têm em seu currículo 12 livros publicados e está trabalhando em dois projetos para breve.

Sobre a política atual, diz o seguinte: “Po-lítica é importante, política envolve nossa vida desde o amanhecer até o entardecer. Tudo gira em torno da política, conseqüentemente eu não posso desprezá-la, eu não posso alienar-me dela,

eu devo participar dela”.Com 69 anos de idade e cada vez mais jo-

vem, ativo e maravilhoso, o professor, é exata-mente o tipo de pessoa que nos faz sempre que-rer melhorar. Indubitavelmente é um exemplo de fé e determinação a ser seguido.

Termino esse artigo expressando minha mais sincera admiração por essa pessoa maravi-lhosa que é Osvaldo Biz.

URIEL MOURA RICACHENEVSKY

Osvaldo Biz, paixão e exigênciaforjados em vida de dificuldades

Reconhecido pelo seu talento, professor da PUC é um exemplo a ser seguido em todos os aspectos

PERFIL

Osvaldo Biz, um ser humano admirável

ARQUIVO PESSOAL

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A Editora da PUCRS lançou uma linha de papelaria ecológica, com a finalidade de de-senvolver um projeto de consciência ecológica dentro das comemorações do 20º aniversário da Edipucrs. “O objetivo da editora é oferecer produtos de papelaria que respeitem o meio am-biente, criando uma marca própria de produtos

com consciência ambiental”, explica o diretor Jerônimo Braga.

A linha Eco surgiu de uma necessidade de serem oferecidos aos clientes da livraria produ-tos de papelaria. Como a livraria fica em um lo-cal onde ocorrem muitos eventos, no prédio 41, sempre existiu a procura por canetas, blocos e

cadernos. A editora buscou inovar, criando uma linha de produtos com uma mar-ca própria. E como princi-pal objetivo, compensar o impacto ambiental da im-pressão dos livros, foi cria-da uma linha pioneira no segmento editorial univer-sitário, uma linha de produ-tos ecológicos.

Segundo Aline Flores, relações-públicas da Edipu-crs, reciclar é de fundamen-tal importância para a vida do ser humano e do meio ambiente. “Ano após ano a reciclagem vem crescendo

no mundo inteiro, isto porque, a conscientização da população a respeito da reciclagem está cada vez maior”, observa a profissional.

Para desenvolver a Linha ECO, a Edipucrs buscou trabalhar com as seguintes referências: valor agregado, respeito, consciências e o con-ceito dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar). A linha é composta por dois modelos de cadernos com 100% de papel reciclado. Quatro modelos de sacolas de algodão, que permitem que o usu-ário tenha um material mais resistente e possa utilizar por diversas vezes, não havendo necessi-dade de usar e jogar fora como é feito com a sa-cola de plástico. Há, ainda, um modelo de caneta com o corpo em papel reciclado e clip de madei-ra reflorestada e um modelo de bloco 100% em papel reciclado.

“O público acadêmico aceitou muito bem a linha ecológica, já tivemos que repor alguns pro-dutos devido a grande procura, principalmente as sacolas”, festejou Aline. A idéia é a cada se-mestre apresentar produtos novos, sempre acei-tando sugestões do consumidor.

CLARISSA FREIBERGER

Editora lança linha ecológicaVigésimo aniversário da Edipucrs, em 2008, é comemorado em tom verde, politicamente correto

Cadernos, lápis, canetas e sacolas, tudo com material reciclado

CLARISSA FREIBERGER / RRPP