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RRPP Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS - Ano 18 n° 33 - Porto Alegre, RS, Brasil - Dezembro 2011 Versão digital: www.rrpponline.com.br Atualidades WW W WW Único curso de Relações Públicas do Brasil CINCO ESTRELAS Alunos de Relações Públicas da PUCRS apresentam trabalho sobre viagem acadêmica aos Estados Unidos SAMUEL MACIEL/ FLICKR FAMECOS Legalidade resgatada 50 anos depois ACERVO MEMÓRIA A resistência democrática de 1961 Um bar na onda do skate ganha a noite Tem até pista para praticar o esporte Vai ao ar com que roupa? Modelitos na TV MONIQUE CARDOSO/ RRPP DIVULGAÇÃO

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RRPPRevista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS - Ano 18 n° 33 - Porto Alegre, RS, Brasil - Dezembro 2011

Versão digital:www.rrpponline.com.br AtualidadesW W

WWW

Único curso de Relações Públicas do Brasil

CINCO ESTRELAS

∆ Alunos de Relações Públicas da PUCRS apresentam trabalho sobre viagem acadêmica aos Estados Unidos

SAMUEL MACIEL/ FLICKR FAMECOS

Legalidaderesgatada50 anosdepois

ACERVO MEMÓRIA

A resistênciademocrática de 1961

Um bar na onda do skate ganhaa noiteTem até pista para praticar o esporte

Vai ao ar comqueroupa?

Modelitos na TV

MONIQUE CARDOSO/ RRPP

DIVULGAÇÃO

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2 RRPPAtualidades/dezembro 2011

Os movimentos libertários que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África, a partir de 18 de dezembro de 2010 e ao longo de todo o 2011, ficaram conhecidos como a Primavera Árabe. Greve, manifestações públicas, protes-tos, passeatas e comícios mobilizaram as massas, mas eclodiram e foram divulga-da a partir da mídia social, como Face-book, Twitter e Youtube, manipulados por jovens árabes da classe média.

A tecnologia como propulsora de movimentos políticos derrubou ditado-res. O primeiro foi o presidente da Tuní-sia, Zine El Abidine Ben Ali, que estava no poder desde 7 de novembro de 1987, quando deu um golpe de estado, e teve de fugir para a Arábia Saudita em 14 de janeiro. O segundo foi o presidente Hos-ni Mubarak, do Egito, 30 anos no poder e que renunciou em 11 de fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos. O tercei-ro teve um fim cruel.

O ditador líbio Muammar Kaddafi foi derrubado do poder em agosto, por tropas locais, com o apoio de forças in-ternacionais, principalmente Inglaterra e França, formando-se o Conselho Na-cional de Transição (CNT). Depois de governar a Líbia com mão de ferro por 42 anos, Muammar Kaddafi se refugiou em sua cidade natal, Sirtre, onde foi en-contrado em 20 de outubro, escondido como um rato, em uma tubulação de de-jetos fluviais. Descoberto por uma malta enfurecida, foi torturado, arrastado por uma carreta em público e finalmente re-cebeu um “tiro de misericórdia” na ca-beça.

O coronel Muamar Kadafi sempre

foi conhecido pelo seu estilo extravagan-te de se vestir e por usar guarda-costas do sexo feminino. Kadafi desenvolveu sua própria filosofia política e gostava de prezar tradições locais em público. Quando visitava outros países, acampa-va em uma luxuosa tenda beduína, típica dos povos de sua região.

A Líbia tinha uma lei que proibia qualquer atividade de grupos baseadas em ideologias políticas que eram opostas à visão de Kadafi. Segundo a organiza-ção internacional Human Rights Watch, o regime prendeu centenas de pessoas por violarem a lei e sentenciou algumas à morte. Também há relatos de tortura e desaparecimentos.

No dia 20 de outubro, uma segunda--feira, Abdel Jalil sugeriu que o coronel pode ter sido morto por seus próprios homens. “Vamos pensar quem teria o interesse de que Kadafi não fosse julga-do. Os líbios queriam julgá-lo pelas exe-cuções, prisões e corrupção”, afirmou.

“Os líbios queriam Kadafi preso, que-riam humilhá-lo o quanto fosse possível. Quem o queria morto eram aqueles fieis a ele, ou que tinham trabalhado para ele.”

Com a morte de Muamar Kadafi, o governo interino declarou a libertação formal do país em uma cerimônia que reuniu milhares em Benghazi, berço da revolta contra o antigo regime. Celebra-ções também foram registradas em fren-te às embaixadas da Líbia, na Tunísia e em Malta, onde manifestações reuniram refugiados líbios com buzina e tiros para alto.

Com a libertação, o povo Líbio teve acesso à internet, o que antes no regime de Kadafi não era permitido, pois pode-ria ser utilizado como ferramenta e ame-aças dos rebeldes contra o seu governo. Apesar da internet estar disponível na Líbia, na sua maioria, à classe média, e não a massa de pobres, sua importância foi fundamental no levante. Como não se imaginava, os ataques a Kadafi não eram feitos por religiosos islâmicos, mas por jovens movidos pelos novos canais de comunicação.

Os líbios têm a esperança de que na ausência do ditador, possam usufruir da liberdade, com opções de escolha e aces-so às redes mundiais de comunicação, e assim se fazerem presentes no mundo, depois de tanto tempo isolados.

Catia Lopes e Mariana Ferraz

•Osmanifestantespedemdemocraciaemaisdireitos,alémdemelhoriaeconômica

Mundo

FOTOS MUNDO

Mídia social impulsionam alibertária Primavera Árabe

A trajetória do ditador Kaddafi:1959 – Descobertas grandes reservas de petróleo.1969 – Aos 27 anos, lidera golpe que depõe a mo-narquia e implanta uma ditadura militar que se apóia no islamismo e um discurso nacionalista árabe, de integração regional.1970- Propõe um sistema de governo, “jamahi-riya” (“Estado das massas”). Morte a opositores.1980 – Acusado de patrocinar ações terroristas no Oriente Médio e na Europa.

1988 – Explode jato da Pan Am na Escócia. 270 mortos. Dois agentes Líbios são responsabiliza-dos, Kadafi se recusa a extraditá-los.1996 – Mais de 1.200 prisioneiros, militantes islâ-micos e presos políticos, são mortos pela polícia.1998 – Kadafi sobrevive a atentado do grupo ex-tremista Mártires Islâmicos.2003 – Faz acordo para pagar US$ 10 milhões por vítima da Pan Am, num total de US$ 2,7 bilhões em indenizações.

Jovens se articulam,no Face e Twitter

∆ Mobilizados pela Internet, jovens árabes saem às ruas por liberdade

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3Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

O Facebook atinge hoje milhões de brasilei-ros, superando o Orkut, antes uma preferência nacional. É uma rede social gratuita, onde usu-ários criam perfis, que contêm fotos e listas de interesses pessoais, trocando mensagens priva-das e públicas entre si e também entre grupos de amigos.

Um dos recursos mais utilizados é o Mu-ral na página de perfil do usuário, que permite a amigos postar mensagens para serem vistas. É visível para qualquer pessoa com permissão para acessar o perfil completo. Muitos usam o Mural de seus amigos para deixar avisos e re-cados temporários. As mensagens privadas são salvas em “mensagens”, onde apenas remetente e o destinatário podem ter acesso.

Outra ferramenta que é bastante utilizada no website é o Cutucar/Toque, fazendo com que os usuários enviem “cutucadas” uns aos outros. O cutucar é uma forma de interagir e também uma forma de chamar a atenção dos amigos.

O Evento é uma ferramenta utilizada para informar sobre os próximos acontecimentos em sua comunidade e para organizar encontros so-ciais de todos os tipos, presenciais ou virtuais.

O site vem crescendo mais a cada dia, fazen-do com que todos os tipos de públicos tenham acesso a esta nova tecnologia das redes sociais. O Facebook serve para que as pessoas tenham mais afinidade umas com as outras, postem

assuntos do seu dia a dia, fotos de momentos importantes, entre outras funções que a rede propõe.

A comunicação é fundamental, e esta ferra-menta possibilita ainda mais o contato dos usu-ários, pois é livre, fácil e gratuita.

Julya Szeckir, raquel Monteiro

e Júlia MenezeS

RRPP AtualidadesPUBLICAÇÃO informativa e de reflexão do cur-so de Relações Públicas da Faculdade de Comu-nicação Social (Famecos), da Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil.

Versão Online: www.rrpponline.com.brE-mail: [email protected]

Reitor: Ir. Dr. Joaquim ClotetVice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio TeixeiraDiretora da Famecos: Drª. Mágda CunhaCoordenadora do Curso: Drª. Cláudia Moura

Edição: alunos de Produção de Mídia Impressa e Digital em RRPP.

Professores responsáveis: Tibério Vargas Ra-mos e Silvana Sandini.

Alunos: Alex Zanoto, André Luiz Azambuja Fontes, Cátia Cristina Lopes, Cláudia Fernan-des de Oliveira, Elizamar Eberts de Mores, El-len Letícia Capponi, Fábio Santana Félix, Ingrid Gabrielle Alves Festal, Jéssica Luana Porto, Joice Rodrigues Ferreira, Júlia Alves Menezes, Julya Cândido Szeckir, Katia Fonseca Veiga, Lucas Silva Santos, Mariana Mahcado Ferraz, Priscila Polyana Trinks e Raquel de Almeida Corré.

OpiniãO

Facebook, a rede social do momento

∆ Facebook caiu no gosto da galera

RAQUEL MONTEIRO/ RRPP

Repita-se um clichê: Steve não morreu. Ou melhor, não poderia morrer. O homem que re-volucionou o mundo dos computadores pesso-ais, depois o cinema de animação e, finalmen-te, reinventou a forma de toda uma geração de ouvir música, lidar com seu aparelho celular, ler livros, sites, revistas e jornais e navegar na internet não poderia morrer. Fosse este homem audacioso, ríspido, meticuloso, egoísta, indivi-dualista, este homem não poderia morrer. Mas dia 5 de outubro deste ano, com apenas 56 anos, Steve Jobs morreu.

O legado de Jobs é imensurável e só será sentido ao longo das próximas décadas. Alguns, um tanto exagerados, já o compararam a Leo-nardo da Vinci. Outros, nem tão exagerados, a Thomas Edison. O pessoal do design diz que Jobs está para o design assim como Henry Ford esteve para a produção. O fato é que há poucas empresas na história capazes de mobilizar uma multidão tão grande de fiéis – e outra ainda maior de clientes – e muito dessa paixão tinha a ver com o carisma do líder falecido em outubro.

“A Apple perdeu um visionário e um gênio

criativo, e o mundo perdeu um ser humano sen-sacional. Aqueles de nós que foram sortudos o suficiente para conhecer e trabalhar com Steve perderam um querido amigo e um mentor ins-pirador. Steve deixa a nós uma grande empre-sa que apenas ele poderia ter construído, e seu espírito será para sempre a fundação da Apple”, disse o CEO da Apple, Tim Cook.

Uma história de vida de um homem de muita determi-nação, que vai ser apresentada em uma biografia autorizada com lançamento previsto para novembro, a qual incluirá a história da criação de uma companhia de tecnologia, uma demissão de sua própria em-presa e um retorno triunfal que viria a torná-la a maior do mundo. Sem dúvidas, é um enredo para um ótimo filme.

Só poderíamos deixar um muito obrigado por todas as alegrias, pelos exemplos e in-

críveis produtos idealizados por Steve Jobs. Um homem que sempre terá o seu legado vivo em cada iGadget ou Mac, e que merece ter sua his-tória contada para as futuras gerações.

Sentiremos saudades, Steve!

ellen capponi eJeSSica luana porto

A revolução digital de Steve JobsFOTO DIVULGAÇÃO

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4 RRPPAtualidades/dezembro 2011

AcessibilidAde já

Quem tem deficiênciaquer sua valorização

Uma caminhada pela valorização da pessoa com deficiência, que até então era nomeada “porta-

dora de deficiência”, ocorreu no dia 21 de agosto, no Parque da Redenção em Porto Alegre. De acordo com a assessora de políticas públicas para a pessoa com deficiência do município de Grava-taí, Miriam Barbosa, “portador é aquele que porta algo por sua própria vontade”. Ou seja, a pessoa está apta a descartar

“seu problema” sempre que achar conve-niente, o que não é o caso de alguém com deficiência. Miriam também ressalta que

“necessidade especial” é um termo igualmente inadequado, pois repre-senta um desejo que vai além de suas possibili-dades pessoais.

Foi com base nes-ta discussão que se deu a I Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, promovida pela Assembléia Legislativa gaúcha. Com uma estrutura ao ar livre

no Parque da Redenção, o público inte-ressado pôde apreciar diversas atrações ao longo do dia.

Destaque para a caminhada que teve início por volta das 11h30min e tinha como percurso a saída do Parque da Re-denção, seguido pela Avenida Oswaldo Aranha e retorno pelo Brik da Redenção. Durante o percurso, manifestantes grita-vam frases de apoio à causa e incentiva-vam todos a participar. Pôde-se perceber uma grande participação de familiares, que juntos buscam a aceitação e lutam pelo fim de qualquer discriminação que ainda possa existir. O público era com-posto, em sua maioria, de cadeirantes, que mesmo com limites físicos, não dei-xaram de esboçar sua alegria e satisfação com a proposta do evento.

Os participantes comentaram, du-rante a manifestação, as dificuldades encontradas no mercado de trabalho, a importância de uma data como essa e o que eles esperavam de uma mobilização deste tamanho. Questionados pela revis-ta impressa e digital RRPP Atualidades, disseram que o retorno foi bastante positivo. Eles ressaltaram a importância da inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, pois mesmo com alguma limitação, este profissional pode contribuir de forma a acrescentar o seu conhecimento e sua experiência, demonstrando, mais do que tudo, força de vontade para continuar e integrar a sociedade livre de preconceitos.

Cátia Lopes, Hadassa Gomes

e mariana Ferraz

“Portador é aquele que porta algo por

sua própria vontade”Miriam Barbosa

FOTOS DIVULGAÇÃO MARCELO BERTANI

Manifestação de supe-

ração pela valorização em Porto

AlegreELSON SEMPÉ PEDROSO/ FLICKR FAMECOS

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5Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

As virtudes deuma Ouvidoria•Umótimocanalentreousuárioeaadministraçãoorganizacional

A implantação de uma Ouvidoria em uma organização deve ter como princi-pal objetivo a identificação de problemas percebidos pelos clientes em seus servi-ços e processos, bem como a conversão destas informações recebidas em ações junto às áreas responsáveis, visando à solução dos problemas e o aprimora-mento de seus processos.

Marvin Evandro Ramgrab, assis-tente da Ouvidoria da Companhia Esta-dual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) durante um ano e meio (até o mês de março/2011), revela algumas in-formações sobre a finalidade do serviço de Ouvidoria e qual o seu papel dentro de uma organização pública.

Questionado sobre a importância de uma Ouvidoria para o cliente de uma organização, Ramgrab diz que a empre-sa deve ter o cuidado de expor um dis-curso uniforme através desse meio, sem margens para possíveis contradições. “A Ouvidoria, como instância superior de atendimento, e não como um canal paralelo aos demais canais de relaciona-mento com o cliente oferecidos pela or-ganização, deve buscar cooperar com as demais instâncias e orientá-las para que o conjunto seja harmonioso e eliminem--se qualquer tipo de contradições inter-nas”, salienta o profissional.

Esse canal, em tese, deve possibilitar

uma comunicação facilitada com os clientes, pois é ca-racterizada pelo informalismo no atendimento, dis-pensando pedidos formais. Seguindo essa linha, Ram-grab é muito con-tundente ao dizer que “essa flexibi-lidade na atuação permite a criação de vínculos de satis-fação com seus usuários, contribuindo, assim, para a preservação e valorização da imagem da organização”. Igualmente, as informações obtidas pelas Ouvidorias podem ser úteis aos processos de apri-moramento contínuo das organizações.

No caso das concessionárias de energia elétrica – caso da CEEE-D -, este elemento de integração entre concessio-nária e usuário possui, inegavelmente, segundo Ramgrab, forte função preven-tiva ao promover soluções extrajudiciais para resolução de conflitos no âmbito administrativo. “A ação evita, assim, possíveis penalizações e multas passí-veis de aplicação pelas agências fiscali-zadora e reguladora, garantindo, ainda, reconhecimento frente a estes agentes e aos demais órgãos de defesa e proteção

do consumidor”, comenta o funcionário com experiência no setor.

Ramgrab julga ser um desafio para uma Ouvidoria, “assumir o seu papel de agente capaz e com o conhecimento adequado para propor mudanças nos processos das organizações e, principal-mente, conseguir demonstrar de forma embasada estas possibilidades para a gestão, fazendo com que esta as acate e proporcione a devida autonomia para que as Ouvidorias as apresentem e as de-senvolvam”.

O serviço de Ouvidoria tanto protege o cidadão quanto põe a salvo a adminis-tração de críticas injustas e acusações in-fundadas, pois uma administração boa e eficaz sempre interessa a todos.

Alex ZAnoto

∆ Ouvidoria protege o cidadão e a boa administração, diz Ramgrab

ALEX

ZAN

OTO

/ RRP

P

O Café Segredo é uma casa da Cidade Baixa de Porto Alegre. Ela tem como diferencial o fato de ter acesso a cadeirantes em suas instalações. A casa conta com dois andares, com acesso pelo elevador, corredores amplos e até mesmo uma pista de boliche adaptada.

A ideia do elevador quebrou um paradigma nas festas em Porto Alegre. Os cadeirantes têm o direito de ir e vir em qualquer lugar e merecem ter seus direitos. A iniciativa do Café Segredo mostra a preocupação em agregar e satisfazer todos os públicos, tornando-se assim uma casa diferente e modelo a ser seguido.

No primeiro andar está o Segredo Pub, de-dicado a quem gosta de escutar um som ao vivo. No mesmo andar está o Segredo Bowling, uma

área equipada com seis pistas de boliche e uma iluminação que dá todo o clima no ambiente. Já o Segredo Lounge é uma pista de dança onde toca o melhor da música eletrônica, o conheci-do House Music, local acessado pelos cadeiran-tes mediante o elevador. O estacionamento, que comporta até 250 carros, é coberto e exclusivo para os clientes.

Juliana Carvalho – apresentadora do Pro-grama Faça a Diferença da TV AL (TV da As-sembléia Legislativa) – contou que já frequen-tou a casa noturna e que o Pedrini e o Só Comes são dois bares que também disponibilizam esse acesso. Juliana acha que as festas de Porto Ale-gre estão pouco preparadas para receber esse público, que a quantidade de bares com acesso a

cadeirantes é raríssima e os donos deveriam ver os cadeirantes como consumidores. “A maioria dos cidadãos que tornou-se dependente de ca-deiras de rodas tem idade entre 19 e 30 anos, e nem por isso deixa de ter vida social”, enfatiza. As casas noturnas interessadas em se incorpo-rarem à acessibilidade já podem consultar a Se-cretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social (Seacis) da Prefeitura de Porto Alegre. Lá tem um arquiteto que trabalha com adaptação de lugares físicos, eles podem dar assessoria.

A ideia é válida para aqueles que visam me-lhorar o atendimento e recepção ao público, as-sim como fez o Café Segredo.

IrAcemA teIxeIrA, cIbele lInck e mArInA SouZA

Artigo

Sem barreiras para se divertir

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6 RRPPAtualidades/dezembro 2011

As organizações no Brasil estão cada vez mais reconhecendo o traba-lho do relações-públicas e procurando estabelecer uma gestão em que funcio-nário e empresa se sintam valoriza-dos. O ambiente de colaboração traz inúmeros benefícios, como aumento da produção, promoção no boca-boca, melhor entendimento do empregado e suas necessidades, além de gerar vontade, desejo e felicidade dentro do ambiente de trabalho. Contudo, essa estratégia deve estar enquadrada dentro dos valores, missão e visão es-tabelecidos previamente pela empresa para que não haja dissonância nas ações aplicadas e obtenha-se o melhor retorno possível.

Mesmo aquelas organizações que não possuem um relações-públicas ou um setor que cuide dos relacionamen-tos e da comunicação interna, é comum a percepção e um esforço para que o clima organizacional seja agradável e produtivo. Aquela figura do patrão, chefe, todo poderoso que só manda e não ouve está cada vez mais escassa no mercado. Os líderes se mostram hoje uma pessoa mais interada às necessi-dades da corporação como um todo, sem perder sua posição de superior.

Formada em Jornalismo e Rela-ções Públicas, e realizando estudos de pós-graduação em Relações de Poder, a professora Neka Machado tem pesquisado sobre o clima dentro das empresas no Brasil. Em entrevista à revista impressa e digital RRPP Atua-lidades, a professora da PUCRS fala de suas observações:

O que se pode considerar hoje como bom clima organizacional?

Existem alguns aspectos. O primeiro deles é a pessoa ser reconhecida no am-biente de trabalho. No sentido de perten-cer, saber que está ali, diferente da anti-ga história de vestir a camiseta, é saber que tu tens significado para organização e vice-versa. Outro aspecto, sem dúvida alguma, é a questão do retorno, mereci-mento, se aqueles que contratam consi-deram um bom profissional, o valor do salário deve ser equivalente. Para chegar a esse condicionamento, a gente precisa ter presente essa relação de tranquilida-de, de pertencer, de reconhecimento e saber que de alguma forma, mesmo que não ganhe tão bem assim hoje, essa situ-ação pode ser revertida. Relacionamento é tudo, mas exige respeito. O respeito é muito amplo, tão nobre essa dimensão que nos confundimos diversas vezes. Existe um valor de peso também que é a relação de poder onde se seduz, ou con-vence, ou manda... E esse respeito passa, inclusive, por saber que em alguns mo-mentos o poder é apenas hierárquico, outras vezes é legitimado pela sua con-dição de ser.

Como somos vistos no Brasil, dentro das organizações, como gestor de pessoas?

Muito pouco se tem nessa área. A gestão ainda está sendo feita por profis-sionais da administração. O link gestão, pessoas e comunicação no Brasil conti-nua totalmente insuficiente. Os relações--públicas não são aproveitados com a dimensão que deveriam ser. Que bom se toda organização tivesse junto ao seu RH

um gestor com perfil da comunicação.Nas organizações que já têm o

RRPP, eles decidem junto à cúpu-la? Estão no mesmo nível da dire-toria?

No Brasil temos inúmeras realida-des: o relações-públicas no papel proto-colar e cerimonialista, aquele que é as-sessor para eventuais acontecimentos e o RP de fato e de direito para aconselhar, orientar, fazendo um trabalho de qua-lificado “staff”. Poucos são legitimados para decidir.

Quais os meios mais eficazes que estão sendo utilizados para su-avizar os relacionamentos entre os funcionários?

O Brasil vive uma falácia ou uma unidade dos contrários mal resolvida. Tratam bem o empregado, mas acabam castigando, o deixam feliz, mas de repen-te quando ele está em crise, ninguém vai e conversa com ele. Existe uma postura muito feia de não saber exatamente qual a política que realmente está sendo ado-tada, a clareza é fundamental. Temos um misto de latino acolhedor, mas se formos ver no fundo, trabalho é trabalho, e vida particular à parte. Há muito mais teoria do que prática, para sermos felizes temos que ser orgânicos, falar e produzir essa prática. Apesar de no Brasil a profissão de RRPP ser muito nova e inserida na di-tadura, sendo orquestrada por diversos profissionais que não eram da área, é vi-sível o crescimento e crédito que estamos atrelando a esta gestão coesa e planejada vinda do relações-públicas.

André Fontes

•Buscandoatran-quilidade,respeitoeuniãonotrabalho

Garantia debom clima

Relações-públicas nas ORganizações

“Teoria e praxis

devem estar dialética e dialógica-

mente coe-rentes para

que não sejam uma

falácia”(Neka Ma-

chado)

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7Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

Jânio da Silva Quadros foi o 22º presidente do Brasil, entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961, data em que renunciou. Em 1985, conquistou a prefeitura de São Paulo pelo atual PTB, vencen-do Fernando Henrique Cardoso, que depois se elegeria duas vezes presidente da República. Foi o úni-co sul-mato-grossense presidente do Brasil.

O “Homem da Vassoura”, slo-gan de sua campanha, venceu a eleição presidencial de 1960, como candidato populista de direita, lançado pela União Democrática

Nacional (UDN), derrotando o ma-rechal Henrique Teixeira Lott, do PTB, em uma coligação naciona-lista de esquerda. Naquela época, as regras eleitorais estabeleciam chapas independentes para a can-didatura a vice, o que permitiu a reeleição do vice-presidente João Goulart, da chapa de Lott.

A gestão de Jânio Quadros na presidência da República foi breve, duraram sete meses e encerrou-se com a renúncia. Neste curto perío-do, o presidente praticou uma polí-tica econômica e externa que desa-gradaram profundamente políticos

conservadores que o apoiavam, setores das Forças Armadas e ou-tros segmentos sociais. Paralelo a decisões polêmicas e hilárias, como a proibição de rinhas de galo e do biquíni, Jânio restituiu as jazidas de ferro de Minas Gerais à reserva nacional e condecorou Che Gueva-ra em Brasília.

O presidente acabou surpreen-dendo o país com a renúncia. “For-ças terríveis se levantaram contra mim”, disse. Desencadeou-se crise institucional, porque os ministros militares e as classes dominantes não aceitavam a posse de Jango. ∆ Jânio Quadros

50 ANOS DO LEVANTE DA LEGALIDADE

OS PERSONAGENS DA CRISE INSTITUCIONAL DE 1961

“Forças terríveis se levantaram contra mim”

A Legalidade foi o maior movimento popular no Brasil desde a Revolução de 30. A reação de Leonel Brizola ao golpe dos militares para impedir a

posse de João Goulart na Presidência da Repú-blica, após a renúncia de Jânio Quadros, no dia 25 de agosto de 1961, foi um ato de bravura. A firmeza de Brizola no episódio fez dele um líder nacional e retardou a conspiração da direita, que somente se concretizaria no golpe de 64. Como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, a Legalidade abortou o complô iniciado em 1950 para tornar inviável um governo nacionalista. O dia 26 de agosto, data da Legalidade, faz parte do calendário de lutas do povo brasileiro pelo respeito aos seus direitos políticos.

Em um cenário político conturbado devido à Revolução cubana de 1959 e agravado pelo contexto da Guerra Fria, acontece, em 1961, a renúncia de Jânio Quadros à Presidência da Re-pública. O vice-presidente João Goulart está em missão diplomática na China. Em consequência desta ausência, toma posse, como era previsto na Constituição Federal, o presidente da Câ-mara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. A partir deste quadro, os ministros militares de Jânio (general Odílio Denys, brigadeiro Grun Moss e almirante Sílvio Heck) demonstram o seu dese-jo de impedir a posse de Jango. Assim, alguns dias após a sua posse, o presidente em exercício, Paschoal Ranieri Mazzili, envia ao Congresso a mensagem 471/61, solicitando um parecer so-bre a discordância dos militares quanto à posse do vice.

MeMória

Fábio Santana Félix

Gabriela FoSSá

∆ Brizola comandou a resistência armada a partir das sacadas do Palácio Piratini

FOTOS ACERVO HISTÓRIA

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8 RRPPAtualidades/dezembro 2011

Após a renúncia de Jânio Qua-dros, os militares tentaram vetar a chegada do vice João Goulart (São Borja, 1919 – Mercedes, Argentina, 1976) ao posto presidencial. Tendo sérias desconfianças sobre a traje-tória política de Jango, membros das Forças Armadas alegavam que a passagem do cargo colocava em risco a segurança nacional.

Grupos políticos conservado-res associavam o vice à ameaçadora hipótese de instalação do comunis-mo no Brasil. Era um argumento, mas ao mesmo tempo uma contra-dição. Nascido em São Borja, advo-gado, Jango era um próspero fazen-deiro, proprietário de fazendas no Rio Grande do Sul e na Argentina. Herdeiro político de Getúlio Var-gas, Jango foi seu ministro do Tra-balho. Ao propor, na época, 100%

de aumento para o salário mínimo, criou uma polêmica nacional. Per-guntado pela imprensa se apoiava a proposta de João Goulart, Getúlio respondeu: “Jango sou eu.” A frase demonstra a dimensão do prestígio do ministro junto ao presidente.

Eleito vice-presidente pela pri-meira vez com Juscelino Kubits-check, do PSD, Jango garantiu a governabilidade durante os quatro anos com o apoio do PTB. Aos 44 anos de idade, assumiu a presidên-cia em 7 de setembro 1961, garan-tida pela Legalidade, mas teve de se submeter ao regime Parlamen-tarista, com poder limitado, tendo um primeiro-ministro como chefe de governo. No entanto, acabou assumindo os plenos poderes ao propor um plebiscito, realizado em 6 de janeiro de 1963, quando o

Presidencialismo, com mais de 9 milhões de votos, derrotou o Par-lamentarismo, com o apoio de ape-nas dois milhões de brasileiros. O trabalhismo estava solidificado no poder e no apoio popular. Este foi o sinal para as forças de direita co-meçarem a articular o golpe, final-mente vitorioso em 1º de abril de 1964, Dia dos Bobos, cuja a data foi mudada nos livros de história para 31 de março, por motivos óbvios.

O educador e político Darcy Ribeiro costumava dizer que o go-verno Goulart caiu mais por seus acertos do que pelos erros. Propu-nha uma mudança cultural e so-cial no Brasil com as “Reformas de Base”, fortalecimento da indústria nacional, reformas agrária, urbana e educacional, nos modelos de es-cola e universidade. Transformado

em líder continental, desfilando em carro aberto pelos principais países da América Latina, aclamado por multidões, foi recebido por John Kennedy. Deposto, nunca mais pôde voltar ao país. Morreu no exí-lio em 76. Tomava medicamentos para o coração, pode ter sido assas-sinado com a troca dos remédios.

João Goulart defendia as Reformas de Base

Projetando a possibilidade de um golpe, o então governador gaú-cho Leonel de Moura Brizola, deci-de ir contra esta tentativa de que-bra da Constituição, que impedia que Jango tomasse posse. Utiliza o seu tino político para unir e liderar o povo gaúcho contra os atos ar-bitrários dos ministros militares. Convocando o povo gaúcho, pela Rede da Legalidade, uma cadeia nacional de emissoras de rádio, ins-talada nos porões do Palácio Piratini para a luta pelo cumpri-mento da Constituição Federal, na frente do Palácio Piratini para uma reunião de volun-tários dispostos a lu-tar. A Praça da Matriz havia sido tomada pelo povo, que ali instituiu seu quartel general. As ameaças de bombardeio lançadas pelo Ministério da Guerra não im-pediram que a população tomasse as ruas. Ecoando gritos de justiça, ocupou desta maneira, a frente do Piratini, cercado por barricadas para assegurar a resistência. Aos populares foram distribuídas duas mil armas. A adesão popular foi to-tal: eram jovens, estudantes, ope-rários, pais de família, todos se alis-taram em postos espalhados pelas cidades do Rio Grande do Sul. O histórico espírito de luta gaúcho ti-nha acordado. Os governos de Goi-ás e do Paraná, também, se aliaram

ao Movimento da Legalidade. A mobilização realizada duran-

te a Legalidade possibilitou a posse de Jango no dia 7 de setembro de 1961, não agradando aos legalistas, contrários ao parlamentarismo que foi negociado por Tancredo Neves e aceito por Jango, desagradan-do o governador Brizola e o povo gaúcho. Em nota antes de tomar posse como Presidente da Repúbli-ca, Jango expressou a sua posição

sobre os fatos: “Chego à minha pátria para cumprir os deveres que me são impostos pela nossa Consti-tuição. Não alimento ódios nem ressenti-mentos de qualquer espécie. Permaneço

como em toda a minha vida pú-blica, inteiramente devotado aos princípios democráticos, à manu-tenção da ordem, pronto a servir à república no interesse do progresso e do bem-estar político, econômico e social e espiritual da Nação. Que Deus me ilumine. Que o povo me ajude. E que as armas não falem”.

A grande arma usada por Leo-nel Brizola, no Movimento da Le-galidade, não foi a metralhadora estigmatizada nas fotos do gover-nador que ilustram capas de livros e jornais alusivos ao movimento de 1961. Foi o microfone da rede de emissoras montada a partir da Rá-dio Guaíba.

∆ João Goulart

A importân-cia da Rede da Legalidade na mobilização

popular

∆ O governador e a estigmatizada metralhadora portátil

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9Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

Leonel de Moura Brizola, o grande líder do movimento da Le-galidade, nasceu em Carazinho, em 22 de janeiro de 1922, com o nome de Itagiba. Filho de uma família pobre, não chegou a conhecer o pai, morto quando voltava para a cida-de no fim da Revolução de 1923. Aos 12 anos saiu de casa e foi estu-dar na Escola Agrícola de Viamão. Escolheu um novo nome, inspirado no líder maragato Leonel Rocha, e trabalhou até como ascensorista para estudar. Entrou na Escola de Engenharia da UFRGS. Durante a faculdade, filia-se ao PTB e se ele-ge deputado estadual. Em 1949 se forma engenheiro civil. No ano se-

guinte, o jovem deputado trabalhis-ta casa-se com Neuza Goulart, irmã de João Goulart, futuro presidente da República. Seu padrinho é o en-tão presidente Getúlio Vargas.

Eleito duas vezes deputado es-tadual, torna-se deputado federal em 1954, na eleição após o suicído de Vargas. No ano seguinte, vence as eleições para prefeito de Porto Alegre. Eleito governador do Rio Grande do Sul em 1958, estatiza empresas norte-americanas de te-lefonia e energia elétrica, antes de Fidel Castro. Inicia o processo de reforma agrária e constrói mais de quatro mil escolas públicas, sua ob-sessão a vida inteira pela dificulda-

de que teve para estudar por ser um menino pobre. Após a renúncia de Jânio Quadros, lidera a campanha pela posse do vice-presidente João Goulart, que os militares queriam impedir. O último caudilho vence.

Em 1962, Brizola elege-se de-putado federal pelo estado da Gua-nabara, sendo o candidato mais votado do país. Tenta resistir ao Regime Militar de 1964 e é cassado. Fica um mês escondido em Porto Alegre e foge fardado de PM, em um avião do Jango, que pousou em Ca-pão da Canoa, onde os dois tinham casas conjugadas. Exila-se no Uru-guai, de onde é expulso em 1977. Muda-se para os Estados Unidos e,

em seguida, para Portugal. Com a anistia de 1979, volta para o Brasil. Tenta reorganizar o PTB, mas per-de a sigla numa disputa com outros trabalhistas na Justiça Eleitoral.

Funda, então, o Partido De-mocrático Trabalhista (PDT), pelo qual se elege duas vezes governa-dor do Rio de Janeiro em 1982 e em 1990. É candidato do PDT à Presidência da República em 1989 e em 1994, mas perde. Em 1998, é candidato à vice na chapa de Luís Inácio Lula da Silva, nova derrota. Morre no Rio de Janeiro em 21 de junho de 2004 de parada cardíaca, durante um quadro de pneumonia.

“Não só o acesso à Rádio Guaíba, mas tam-bém o empenho dos profissionais que atuavam na área de comunicação social foram funda-mentais para o sucesso da mobilização popular que ocorreu a partir da ordem de Brizola para o levante dos gaúchos em defesa da Legalidade e pela posse do presidente João Goulart”, diz a de-putada Juliana Brizola, neta do ex-governador.

“Quando tiraram do ar as rádios, a gente ficou meio tonto, sem saber o que fazer, cami-nhando pelas ruas. Quando ouvimos a Rádio da Legalidade, fomos imediatamente correndo para o Palácio Piratini e nos apresentamos para começar a trabalhar, e outros companheiros apareceram depois”, lembra Lauro Hagemann, ex-deputado e famoso locutor do Repórter Esso.

Algumas pessoas só iam para casa para to-mar banho, dormiam nas cadeiras e sofás do Palácio Piratini, como faziam também outros jornalistas, assessores, radialistas, escritores. “A brutal cobertura que se deu em torno do epi-sódio da Legalidade foi um dos dados mais fun-damentais desse movimento. A rede criada por Brizola, além possibilitar que o ex-governador tenha exercido e demonstrado toda sua compe-tência como comunicador de rádio, foi também uma oportunidade na história de demonstração do civismo, politização e patriotismo do povo gaúcho”, enfatiza Carlos Bastos, ex-diretor de jornalismo da RBSTV.

Brizola lançou manifestos no ar em todas as rádios da época e à medida que os pronun-ciamentos eram feitos, as emissoras, com medo, saiam do ar. A Guaíba foi a única que perma-neceu, permitindo a criação da Rede da Le-galidade, a partir do seu sinal. Aos poucos, as emissoras de todo o país, mais confiantes, foram aderindo. Formou uma corrente nacional.

A trajetória política de Brizola, o último caudilho

MeMória anos 60

∆ Guevara condecorado por Jânio ∆ Jango tinha o apoio popular

∆ A resistência do Rio Grande do Sul contra o golpe de direita tentado em 1961

“Quando tiraram do ar as rádios, a gente ficou meio tonto, sem

saber o que fazer, andando pelas ruas. Aí retumbou a Guaíba e

corremos para o Piratini”

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10 RRPPAtualidades/dezembro 2011

O curso de graduação em Relações Públicas da PUCRS está avaliado em cin-co estrelas pelo Guia do Estudante 2011 da Editora Abril. Foi o único curso de RRPP do Brasil a receber cinco estrelas, a avaliação máxima, cotação “excelen-te”. A coordenadora do curso, professora Cláudia Moura, recebeu o certificado de destaque com grande alegria.

Para ela, que está há um ano na coor-denação, superou suas expectativas. “Eu acho que tudo se faz em conjunto, eu não acredito em um curso com uma pessoa só encabeçando e o resto todo descolado da proposta pedagógica”, divide com to-dos a distinção. “Quando tudo funciona em conjunto, tudo é melhor”, enfatiza. Em sua opinião, esse reconhecimento se deve a uma trajetória que vem de coor-denações anteriores. “Não é de hoje, as cinco estrelas vêm sendo conquistadas há muito tempo. Tem a ver com todas as coordenações anteriores, com toda uma história do curso”, justifica.

Cláudia busca atender as demandas de todos os professores. “Um profes-sor mais satisfeito acaba passando isso para o aluno. Esse bom relacionamento interno acaba refletindo externamente. Desde o início deixei bem claro para os professores que a minha passagem na coordenação tem este olhar: de atender as necessidades de todos, estamos cami-nhando juntos para o mesmo objetivo.”

Formada nas três áreas da Comu-nicação – RP, Jornalismo e Publicida-

de –, mas uma entusiasta das Relações Públicas, Cláudia Moura baseia sua ad-ministração no Departamento de RRPP da Famecos em três pilares: “O relacio-namento humanizado, que tem o sujeito como foco, o relacionamento internacio-nal, esse sujeito tem que ser um cidadão do mundo, e o relacionamento digital, que é se adaptar às novas redes.”

O objetivo da premiação, que ava-liou cerca de 1.400 Instituições de En-sino Superior (IES), é identificar e va-lorizar as melhores IES do Brasil. Além do curso de Relações Públicas, outros 13 cursos da PUCRS receberam cinco estre-las (excelente).

Lucas santos

AdministraçãoArquitetura e Urba-nismoCiência da Computa-çãoCiências Aeronáuti-casCiências BiológicasCiências Sociais

EnfermagemEngenharia da Com-putaçãoFísicaHistóriaJornalismoOdontologiaPedagogiaRelações Públicas

∆ Cláudia Moura recebeu o convite da prêmiação da Editora Abril

Somos cinco estrelasO curso de Relações Públicas da PUCRS, destaquenacional, tem como pilares a humanização,relacionamentos internacional e digital

Reconhecimento

SILVANA SANDINI/ RRPP

“Não é de hoje, as cinco

estrelasvêm sendo

conquistadas há muito tempo.”

OS 14 CURSOS CINCOESTRELAS DA PUCRS

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11Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

Festival

A ironia que se iniciou com o Rock in Rio, apesar de já ter virado clichê, é a crí-tica em razão das poucas atrações de

rock‘n’roll autêntico durante o festival. O que as pessoas esquecem é que sempre teve a proposta de ser um evento de música pop, acima de tudo. Já era assim em 1985, ano do primeiro e até hoje não superado pelos demais. Naquele ano, Ney Matogrosso e Ivan Lins (grandes nomes da MPB) subiram ao mesmo palco de roqueiros como Queen e AC/DC.

O “rock” deveria ser interpretado não como gênero, mas como verbo (de “agitar”, numa tra-

dução livre). Portanto, essa cobrança de o festi-val ser “mais rock” não faz sentido e ficou velha.

Priscila Rosa, vocalista da Banda Pondera, de Porto Alegre, concorda que a ironia “Pop in Rio” caiu como uma luva, pois hoje em dia o evento que era para ter rock e subgêneros do rock apresentou axé, pop e diversos outros es-tilos. Para a vocalista, as bandas pops poderiam ser substituídas por bandas de rock gaúchos e ressaltou que Aerosmith, AC/DC, Halloween, Twisted Sister poderiam estar no lugar daquelas que não têm nada a ver com o rock. Os roquei-ros do Gun’s Roses foram os que a levaram ao

festival, superando suas expectativas. “Eles sem-pre foram a maior fonte de inspiração da Banda Pondera”, contou Priscila Rosa.

Piadas e a parte, o público esgotou rapida-mente os 600 mil ingressos para o festival deste ano, fazendo a organização agendar mais um dia aos seis antes previstos e colocar à venda mais 100 mil entradas, fazendo amantes da música, seja ela qual for, ir ao delírio, agradando todos os públicos.

EllEn lEtícia capponi

Jéssica luana porto

ROCK OU POP IN RIO?

Na noite do soul, Stevie Wonder cativou o público com covers de “The girl from Ipa-nema” (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e “Você abusou”, de Antônio Carlos e Jocafi. A apresentação teve a presença da cantora Ja-nelle Monáe, e sucessos como “You are the sunshine of my life”, “Higher ground”, “I just called to say I love you”, “My cherie amour” e “Isn’t she lovely”.

Divas do rock mundial se apresentaram também. Destaque para a caribenha Robyn

Rihanna Fenty ou, se preferir, Rihanna, aquela que já trocou o estilo do cabelo pelo menos

umas 40 vezes desde que começou sua carreira em 2005. Outra que subiu ao palco foi Katy Perry. Filha de pastores, Katheryn Elizabeth

Hudson nasceu em Santa Bárbara, Califórnia, e tem hoje um visual de pin up.

O cantor inglês Elton John sentou-se ao piano com seus óculos de lente vermelha e um terno preto, e mostrou todo o seu vigor aos 64 anos, não só no teclado, mas levan-tou-se mais de uma vez para interagir com a plateia. No repertório, os clássicos “Don’t let the sun go down on me”, “Honky château” e “Crocodile rock”, e novidades como “Hey ahab”, uma de suas composições recentes.

STEVIE WONDER AS DIVAS ELTON JOHN

EDUARDO ELIAS BARBOSA

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12 RRPPAtualidades/dezembro 2011

Tolerância mínimacom fumo no saguão•ProfessoresealunosdaFamecosjuntospelamesmacausa:combaterofumopassivonoespaçodelazer

No próximo semestre, os alunos da Fa-mecos terão uma grande surpresa: virá com tudo uma campanha de conscien-

tização ao não fumo no saguão do famoso pré-dio 7. Baseados pela lei suplementar 315/08 que vigora em todo o país e proíbe fumar em locais fechados, alunos e professores do Espaço Expe-riência se mobilizam por esta causa.

Pessoas não fumantes que utilizam o saguão da faculdade reclamam por causa da fumaça, do mau cheiro, porém, são poucos os que se dis-põem a fumar em locais totalmente abertos.

Muitos esquecem que o fumante passivo está exposto à fumaça de cigarros. Segundo es-tudos, pessoas que passam 80% de seu tempo em locais fechados no trabalho, nas residências ou em locais de lazer, têm grande risco com a exposição excessiva a esta fumaça.

Atualmente, se reconhece que os não fu-mantes têm muitas doenças que os fumantes costumam apresentar, justamente por estarem expostos à fumaça do cigarro.

O aluno do curso de Relações Públicas, José Henrique Alonso, de 31 anos, revela que se con-sidera um fumante passivo na Famecos por ser impressionante o número de alunos fumantes.

“Quem fuma não se importa com quem não fuma”, reclama.

A professora Neka Machado acredita que devemos respeito em todos os âmbitos dos as-pectos coletivos, nas filas, no trânsito, ao atra-vessar a rua e na hora de fumar. “É o comporta-mento respeitoso coletivo. Essa é a minha maior tese, eu só posso exigir respeito no momento em que eu também te respeito.” Para ela, “o elegan-te nessa história toda, seria todo mundo ter um pouquinho de consciência de suas ações”.

Para que os fumantes em especial se cons-cientizem, é preciso que tomem conhecimento dos males que causam aos que não fumam, obri-gados a inalar a fumaça alheia, principalmente em locais cobertos.

A campanha será lançada com o objetivo de atingir a todos que possuem alguma rela-ção com a Famecos, como alunos, professores e funcionários que estão acostumados a fumar no saguão, para que fumem do lado não coberto. Desta forma, também estariam fazendo um bem aos que não fumam. Pessoal, preparem-se para respirar um ar mais limpo no saguão!

Eliza MoraEs, Kátia FonsEca E Paula rEiF

BRUNO TODESCHINI/ FLICKR FAMECOS

∆ O saguão não deixa de ser um local fechado, enquadrado na lei anti-tabagismo

Uma empresa ou organização de sucesso deve, necessariamente, possuir boa imagem. Para isso, é preciso transparência. A ima-gem serve para identificar o modo como os outros nos enxergam. Po-sicionar-se de forma preventiva, diagnosticando as potenciais ações passíveis de se tornar uma crise, é a melhor maneira de proteger a imagem organizacional.

Imagem e reputação andam juntas. Logo, uma ação mal execu-tada ou uma atitude mal pensada podem gerar uma crise que aca-bará atingindo a imagem da or-ganização. Um exemplo recente é o caso do achocolatado Toddynho, onde temos ações claras do que fa-zer e do que não fazer, no que diz respeito à prevenção, diagnóstico e prognósticos de uma possível crise.

A empresa PepsiCo – fabrican-te do produto – , após ser autuada por fabricar, embalar e colocar à venda produtos de qualidade du-vidosa, teve que se desdobrar para amenizar esse grande transtorno. Nessa situação, o uso da transpa-rência foi fundamental para redu-zir os danos causados pela eminen-te crise.

Uma falha no procedimento de fabricação do produto, culmi-nou na mistura de uma espécie de detergente junto ao achocolatado. Em nota oficial, a PepsiCo explicou que o problema ocorreu em um lote específico. Para solucionar o quan-to antes o problema, além de reco-lher as unidades de Toddynho do lote danificado, a PepsiCo disponi-bilizou um médico aos consumido-res que procuraram a empresa por meio de seu Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). Em nota, a empresa afirma que “a maioria das unidades do produto que estavam no mercado já foram recolhidas”. Também colocaram à disposição um telefone 0800, disponibilizando mais um canal para que qualquer problema pudesse ser relatado. Ou seja, a melhor estratégia é a trans-parência e a transmissão do maior número possível de informações.

alEx zanoto

E lucas santos

OBSERVATÓRIO

GerenciandoCrises

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13Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

Bastidores

COM QUE ROUPA?•Ainfluênciadofigurinonosprogramasdetelevisão

Monique Cardoso, texto e fotos

O figurino é um importante detalhe no mundo da televisão. Nas novelas, dita moda, gerando tendências e reproduzindo looks nas ruas. Nos programas de entretenimento, acom-panha o estilo do público e atrai olhares. Mas e nos noticiários? Como o figurino atua na trans-missão da notícia? Ele deve ser neutro a ponto de não gerar elogios, ou roubar a cena, como acontece aos domingos com a apresentadora

do Fantástico, Patrícia Poeta?Para saber mais sobre esse assunto tão

presente, mas ao mesmo tempo pouco aborda-do, resolvemos ir atrás da “cabeça” por trás de toda a produção de figurino da RBS TV e TV COM. Beto Zambonatto concedeu entrevista a revista impressa e digital RRPP Atualidades e contou tudo sobre o assunto:

Quais são os critérios de escolha da roupa do apresentador?

Sobretudo, está o interesse da Rede em manter uma identidade visual (são 14 estúdios, 121 apresentadores). Depois estabelecemos um critério de acordo com as oportunidades que o mercado de vestuário consegue nos oferecer, considerando que um figurino é retrato do mer-cado que ele convive. Escolhe-se um código de vestir muito próximo do código estabelecido

pela civilidade de como vestir-se. Ma-nhãs, tardes, noites, esportes, jornais, ancoragens, reporta-gens, eventos, datas... Tudo fala através do figurino que é lingua-gem.

Quem fornece os figurinos?

Existem diversas maneiras de abastecer um acervo de peças e dispô-las para uso como figu-rino. A interação com o mercado, o marketing, as Relações Públicas são fundamentais para o figurino existir. Ações criadas pelo figurino esta-belecem políticas de valores interessantes para empréstimos e trocas com o varejo, fabricantes e assessorias de imprensa. Há um orçamento pra ser administrado pelo departamento, para com-pras de peças, maquiagem e serviços (cabeleirei-ros, lavanderias, costureiras, alfaiates).

Existe alguma determinação especial para horários, programas, assuntos?

Sim, claro. Um programa matinal de jorna-lismo não comporta uma peça de tecido nobre como tafetá, organza, brilhos e adereços. O códi-go do vestir indica claramente o que é adequado para horários e ocasiões, ele é o suporte que te-mos para trabalhar.

O jornalista influencia na escolha?Sim. Mas ele é conceitualmente um empre-

gado que deve usar o figurino como roupa de trabalho. Suas intervenções normalmente têm apelos narcisistas ou de tendências de moda, além do próprio corpo, por desconhecimento do mettier, que não consta no currículo de faculda-de de comunicação.

É importante a sincronização com a maquiagem, cenário?

Totalmente. Há uma preocupação com a harmonização plástica da cena. Como se você “pintasse” um quadro que envolve fundo, luz, roupa, make up, interagindo com o conteúdo.

“A interação com o mercado, o marketing e as Relações Públi-cas são funda-mentais para o figurino existir.”

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Lazer

Projeto inovador conquistapúblico jovem na capital•Uniãodebarepistadeskateviraopçãoparaskatistasesimpatizantes

Em 2011 surgiu em Porto Alegre um novo conceito de bar, o Banx.

A iniciativa teve como inspiração a famosa pista Swell Skate Park, primeira pista de skate do Rio Grande do Sul. A partir daí, todo o conta-to com a natureza, a área de lazer, o ambiente fa-miliar foram transmitidos de uma maneira mais urbana para o atual pub localizado na Alameda Major Francisco Barcelos, no Bairro Boa Vista.

O Banx é um espaço que abriga um bar, uma skate shop e uma área externa com pista de skate. No bar são servidos sanduíches, petiscos e vitaminas com nomes originais inspirados no vocabulário do universo do skate.

Além de uma ótima estrutura para happy hour e eventos em geral, a principal atração do bar é a famosa pista de skate situada no pátio da casa, que proporciona ao público um ambiente propício para praticar o esporte e interagir de forma familiar.

Clientes assíduos do Banx afirmam que são fiéis ao skate e se identificam com o bar a ponto de considerarem como sua segunda casa, pois a ideia conseguiu unir skate, festa e amizade.

A estratégia de se relacionar com um público segmentado vem dando certo desde então. Com parcerias, a casa proporciona alguns eventos culturais que, na maioria das vezes, fazem das

paredes internas do bar uma galeria de obras de artes contemporâneas. Isso faz com que o Banx transmita um clima agradável para quem quer unir arte, moda, cultura, música, gastronomia e principalmente esporte.

Para divulgar tudo isso, o Banx conta, entre outros canais, com uma página no Facebook e um site muito bem estruturado com intuito de informar a história, os futuros acontecimentos da casa e interagir com o público, postando fotos e vídeos na íntegra. Vale a pena conferir.

Júlia Menezes, Julya Candido

e Raquel MonteiRo

SKATE BAR

14 RRPPAtualidades/dezembro 2011

FOTOS DANIEL SOUZA

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Conversamos com três clientes da casa para comprovar o sucesso da iniciativa e colher a es-sência do Bar. Veja abaixo alguns detalhes dessa entrevista.

Como vocês descobriram o Banx?José (Zé) – Eu descobri o Banx através do

Swell, fiquei sabendo que iam abrir um bar com pista de skate, e, como eu sempre gostei muito de skate desde pequeno, cheguei aqui para co-nhecer e não saí mais.

Vocês começaram a andar de skate onde?

José (Zé) – Eu comecei andando na rua, com meus amigos e irmãos, depois fui andar na pista do IAPI, e, agora, ando no IAPI e no Banx.

Como as pessoas ficaram sabendo do Banx?

Emerson Somanzari – Toi bem boca-a-bo-ca, só a galera que anda de skate, um foi falando para o outro, e assim foi indo.

E qual a visão de vocês sobre o Banx?Emerson Samanzari – É um conceito novo,

na verdade isso aqui me fez voltar a andar de skate.

Eu estudava, competia, parei faz uns 20 anos e voltei a andar agora no início do ano por causa do Banx. Aqui é um lugar totalmente dife-rente, uma ‘‘vibe’’ muito positiva, a galera é mui-to unida... é a nossa segunda casa, pelo menos eu e os meninos viemos aqui umas quatro vezes por semana no mínimo. Eu sou de São Paulo, moro aqui há sete anos, e lá eu nunca vi um lu-gar como o Banx, ou é pista de skate ou é pub, aqui não, a gente vem para cá, anda de skate, faz um ‘‘churras’’, e depois já fica pra balada, tem que se preocupar em trazer outra peça de roupa e não podemos esquecer do banho portátil (de-

sodorante e uma camiseta lipa). (risos)E quando ocorrem eventos aqui vocês

participam?Emerson Somenzari – Olha, na verdade

a gente está aqui até quando não tem eventos. (risos) Nós temos uma turma que terça, quinta, sábado e domingo é regra vir pro Banx. Sempre fazemos aniversários, churrascos, e a galera fica ali conversando, andando de skate, tomando cerveja.

Nós vimos que tem aula de skate tam-bém, certo?

José (Zé) – Tem aula de skate sim, com o professor Pedrinho, que é o mesmo da Swell e da Sogipa.

E as aulas são só para crianças?Emerson Somenzari – A maioria é criança,

meninos e meninas. E o bom daqui é isso, tem

gente de todas as idades, dos menores aos mais velhos, buscando o mesmo objetivo, que é andar de skate e se divertir. Tem o Doutor Lucas na fai-xa dos 50 aos 60, o Renatão dos 40 aos 50, eu dos 30 aos 40, o Nando e o Guto dos 20 aos 30.

O público se resume em skatistas?Emerson Somenzari – Não, tem sufista,

gente que nem anda de skate, mas aprecia a ‘‘vibe’’ do local.

José (Zé) –Tem gente que vem só para olhar mesmo, que gostam de ver os meninos fazendo manobras e tal.

O Banx tem um clima família, senti-mos isso logo que entramos...

Emerson Somenzari – Aqui é nossa casa e é assim que o público do Banx se sente, como uma familia. Eles (os donos do Bar) andam de skate com a gente e nos divertimos muito.

15Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

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16 RRPPAtualidades/dezembro 2011

•Nascidosapartirde1980secaracterizamporserem“móveis”e,paraencontrá-loseseduzi-los,éprecisomuitojogodecintura

SHUTTERSTOCK.COM - YURI ARCURS

Somos fortemente ligados ao consumo

Geração Y compracom um clique

Consumo

A geração Y, nascidos entre os anos 80 e 90, os mais velhos próximos aos 25 e os mais jovens recém

saídos da adolescência, são oriundos de famílias que os planejaram e estão pro-tegidos por uma sociedade preocupada com sua segurança. Eles não pedem au-torização, simplesmente agem de acordo com sua vontade, independente do que é dito ou imposto. Essa geração vive uma era de esperança na qual acreditam que

de alguma forma, no final, as coisas vão funcionar. Seu alto nível de formação os torna mais decididos, não demonstram padrão de comportamento quanto à hie-rarquia, conforme as gerações anterio-res.

A geração deu origem a um novo per-fil de consumidor. Esses jovens adultos vivem na era da Internet. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope Inte-ligência nas empresas latino-americanas

e publicada na revista HSM Manage-ment Update nº57, 91,6% dessa geração são usuários de internet, em contrapon-to, essa porcentagem cai para 63.4% referente à Geração X. Segundo Abraão Mattes, analista administrativo, de Porto Alegre, 21 anos, a internet ainda não é o principal meio para compras, porém, no ambiente virtual, as pessoas escolhem os produtos, comparam preços e buscam referências de outros consumidores.

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17Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

Durante o HSM Management, em São Paulo, Jorge Kodja, Diretor da TNS Research International, apresentou o resul-tado da pesquisa TRU Study, feita com 1.500 jovens nascidos entre 1980 e 1990. No Brasil, esse grupo representa 14% da população, com 32 milhões de pessoas. Apesar das tecnologias estarem em evidências na vida dos consumidores Y, sendo, na maior parte, de valores mais elevados, 43% pertencem a classe C. O perfil deles podem ser baseado no comportamento, ape-sar disso poucas empresas conseguem efetivar uma estratégia voltada para esse grupo. O capital gasto por essa geração gira em torno de R$ 50 semanais. Em 76% dos casos o dinheiro gasto provém dos pais, como é o caso de Ana Julia Vognach, estudante de Estrela, nascida em 1993, e apenas 16% trabalham nesta idade.

Diante do fato dos avanços das tec-nologias nesta geração, a pesquisa aponta que os principais gastos destes consumi-dores ainda são destinados a acessórios, higiene e beleza e só depois a diversão, como confirma Abraão.

No que diz respeito às empresas que atuam no mercado consumido pela Ge-ração Y, a boa notícia é para o setor de telefonia. Entre os jovens, questionados sobre o objeto que possuem em casa, 81% citaram o aparelho celular e 43%, o computador. Segundo Renato Trindade, presidente da Brid-ge Research, no que diz respeito ao consumo, a máxima é de que a geração opta por consumir em quantidade sem ostentar marcas, “Talvez por estarem fortemente ligados ao consumo, os Y´s acabam por se relacionar de um modo menos ostensivo com as marcas em geral. Não fogem necessariamente de mo-dismo, mas as marcas assumem uma função de qualificadoras do produto e não de quem os usa”.

Definir o consumidor Y é difícil porque as variações podem ocorrer a qualquer momento, com apenas um clique no mouse. Mas, para atingi-los, é preciso jogo de cintura e habilidade para saber onde e como encontrá-los. A Geração Y se caracteriza por ser “móvel”.

Os nascidos entre 1978 e 1980 apresentam mais respon-sabilidade, maior estrutura de gastos e valores do que a Gera-ção Y, dão maior valor à visão da família e aos estudos. Os que nasceram entre 1990 e 1995 estão mais atrelados aos valores da Geração Y, têm menor estrutura de gastos e maior envolvi-mento com tecnologia e inovação. Se surpreendem com a ideia de que a geração anterior tenha sobrevivido sobre a tirania de poucas redes de televisão, sobre o controle governamental estrito, com os telefones grudados nas paredes, o comércio restrito a concorrência local, identificando poucas opções de compra, concentrados numa região e, acima de tudo, com o comércio virtual quase inexistente.

A velocidade das mudanças vividas pela Geração Y, ao lado de importantes transformações sofridas pela Geração X, cria um ambiente mais qualificado em diversos âmbitos, ainda sen-do adaptado pelos Y e que deixa os X perdidos nas inovações. Um exemplo de transformação de X para Y se dá a partir do momento que um Y diz a um X que não aceitou uma oportu-nidade de trabalho com salário considerado alto, porque quer preservar sua qualidade de vida.

Cláudia Fernandes,Fernanda KiCh,

JoiCe Ferreira e PrisCila TrinKs

São capazes de não acei-tarem uma ótima opor-tunidade de trabalho em

nome da qualidade de

vida

t32 milhões no Brasil

Atualmente, os jovens não sabem como se com-portar em uma entrevista de trabalho. É importante evitar alguns erros durante a con-versa, como: postura, lin-guagem e traje inadequado. Durante a palestra realizada na PUCRS, no prédio 50, as psicólogas Zaira Cabreira e Renata Ferreira ensinaram métodos de como obter me-lhor desempenho durante o processo seletivo.

As palestrantes iniciaram argumentando que o primei-ro passo é conhecer a em-presa na qual você pretende trabalhar, ou seja, é impres-cindível conhecer o site da organização a fim de absorver o máximo de informações. Ci-taram também a importância de estar seguro do que dizer, ser objetivo, não usar gírias e, acima de tudo, celulares devem estar desligados (para que não haja constrangimen-to de ambos lados). Evitar ba-las e chicletes, pois a primeira impressão é a que fica.

Em relação aos trajes, o entrevistado deve vestir-se de maneira adequada e discreta. As mulheres devem evitar de-cotes, roupas muito justas e maquiagem excessiva. Já no caso dos homens, é neces-sário que evitem bermudas e bonés. A apresentação é o “cartão de visita” da pessoa, logo, também é imprescindí-vel estar com roupas limpas, passadas, além de cabelos e unhas arrumados.

Segundo Zaira e Renata, o candidato deve evitar críti-cas com relação às empresas nas quais já trabalhou. Mos-trar interesse pela missão, vi-são e valores da organização também ajudam a alcançar o objetivo de conseguir a vaga. Por fim, o candidato deve es-tar ciente de que o estágio é a “porta de entrada” de sua car-reira, sendo assim, cada etapa vencida é um degrau a mais para o sucesso profissional.

Vanessa MarTins,luis airTon e isa PaTTa

Como se comportar em uma entrevista para obter estágio

ARQUIVO FAMECOS

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18 RRPPAtualidades/dezembro 2011

A palestra “Valor de uma marca: a aposta no relacionamento” foi apresentada pelo diretor de comunicação da Petrobras, Eraldo Carneiro, durante o 24° SET Universitário, no dia 21 de setembro, no auditório do prédio 7 da PUCRS. O comunicador destacou o valor da comunica-ção e das suas ações.

Discute-se sobre a importância de uma empresa saber passar os seus valores transcen-dentes através de suas ações. “A comunicação pode ser uma ferramenta muito útil para ajudar a legitimar a marca da empresa, perante seus diversos públicos”, disse o palestrante. Ele res-saltou a importância de se ter uma marca forte, intangível no mercado, pois “uma empresa deve ter como propósito cativar e aproximar seus pú-blicos cada vez mais, buscando assim ter credi-bilidade e um relacionamento sólido com eles.”

Eraldo Carneiro citou que o diferencial da empresa está no valor da cultura organizacional (relacionamento, proximidade, humanidade, transparência, dialogo, interação, participação), e que seria necessário as instituições considera-rem de fato a comunicação como um ideal. “É uma área que a cada dia que passa ganha mais destaque no cenário global”, enfatizou.

O diretor de comunicação da Petrobras ob-serva que a Geração Y busca um diferencial nas empresas, os jovens querem fazer parte de um todo, não somente ser mais um colaborador, mas sim ter um diferencial, ter o reconhecimen-to para que assim possam se manter motivados por mais tempo. “Nada prende mais esta gera-ção do que uma empresa onde eles podem expor as suas ideias, que mantenha os seus colabora-dores motivados e onde eles realmente possam fazer parte dos valores da organização. Cada vez mais vamos buscar métodos qualitativos na co-municação”, destacou o conferencista. “O maior desafio das organizações é passar adiante seus valores, colocar no papel as ações, refletir a teo-ria na prática, o que muitas vezes não acontece”, concluiu Carneiro.

Cátia Lopes, Mariana Ferraz e LuCas santos

Descobertase afirmações

24º SET UnivErSiTário

Todos os anos a Famecos salienta sua importância na graduação dos cursos de Co-municação Social através da realização do SET Unviersitário. Com palestras, oficinas e diversas apresentações, o SET se tornou o maior evento da graduação de comunicação dentro de uma universidade no Brasil.

O 24º SET Universitário ocorreu, neste ano, nos dias 12, 13 e 14 de setembro, aqui mesmo na PUCRS. Contou com a participação de palestrantes muito conhecidos no meio da comunicação, como o narrador da SporTV e Rede Globo, Milton Leite e os re-nomados jornalistas Geneton Moraes Neto e Luiz Cláudio Cunha. Durante os debates, surgiram descobertas de novas tendências na comunicação e a afirmação de para-digmas no Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas. No campo artístico, destaque para a apresentação de um Pocket Acústico com Rafael Malenotti, da banda gaúcha Acústicos & Valvulados, no saguão da Famecos.

Em 2012 será a 25ª edição do SET Universitário. Durante os dias 17, 18 e 19 de setembro, a Famecos irá comemorar essa nova edição com muita dedicação, planeja-mento e sempre buscando profissionais renomados no mercado para que os estudantes tenham à disposição as melhores informações e dicas profissionais para suas futuras carreiras.

aLex sChwaLb zanoto

∆ Milton Leite, SportTV

Como motivara Geração Y

∆ Palestra de Eraldo Carneiro, da Petrobras

FOTOS FERNANDA BECKER/ FAMECOS

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19Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

Publicitário chileno desperta curiosidade de universitários•Patolotaauditóriocompalestra“Publicidadeparatodos”efaladesuatrajetória

O palestrante chileno Patrick Del Sante (Pato) ministrou durante o 24° SET Universitá-rio, no auditório do Prédio 9 da PUCRS, a pales-tra “Publicidade para Todos”. Ele falou de suas experiências profissionais, e apresentou alguns de seus trabalhos premiados. Os alunos da Fa-mecos lotaram o auditório, mostrando grande entusiasmo em conhecerem um pouco sobre o cotidiano de um publicitário.

O palestrante convidado iniciou a conversa contando sobre sua trajetória profissional. Co-meçou sua carreira no Chile, logo se viu fazendo apenas campanhas para competir em festivais, ganhar prêmios, porém que não comunicavam, não “conversavam” com as pessoas/públicos. Frustrado e temendo não ter um portfólio para trabalhar em outros lugares, deixou sua família e amigos para tentar a sorte no mercado publici-tário da Argentina, que, segundo ele, é “o tercei-ro polo da publicidade no mundo, atrás apenas de Londres e Nova York”.

Na Argentina, ele continuou conquistando

Prêmios. Em 2010 venceu o prêmio Diente 2010 e recebeu o título de publicitário mais criativo do ano, após criar o comercial da cerveja Andes. Pato também conquistou prêmios como o Grand Prix de Cannes, seis Leões e outros destaques no El Ojo de Iberoamérica 2010.

Todavia, com algum tempo de trabalho per-cebeu que estava na mesma condição, fazendo grandes trabalhos, mas que só eram bons para os festivais. Era “publicidade para publicitá-rios”, criativos e inovadores, mas mais uma vez não estavam comunicando. Nesse momento, de-cidiu: “Quero ampliar o horizonte, só assim serei menos publicitário e mais comunicador”.

Ele argumenta que os profissionais são res-tritos a atividade, ou seja, são apenas publicitá-rios, quando na verdade têm outras habilidades que podem, e devem, agregar à profissão, poten-cializando a sua criatividade e diversidade, por exemplo: “artistas-publicitários, escritores-pu-blicitários etc”, o importante é fazer diferente, experimentar, colocar a alma no trabalho.

Pato também defende a ideia de que a via-gem proporciona o conhecimento de lugares di-ferentes, pessoas diferentes, costumes diferen-tes, e quando se retorna para casa, se traz um acúmulo de experiências novas, ideias novas, “o que acaba nos tornando diferente dos demais publicitários, com uma visão mais ampla e com mais conhecimentos”.

Para os estudantes, a palestra foi uma pers-pectiva de como é a vida de um publicitário. Cás-sia Carvalheiro, estudante de Publicidade e Pro-paganda, exalta a importância do contato com profissionais da área quando universitário: “A palestra foi sensacional, Pato nos mostrou como ocorre a publicidade fora do Brasil, passando um pouco da sua experiência de vida. Certamen-te foi muito importante para os publicitários em formação saber o que esperar do mercado, vindo de alguém que já vivencia ele.”

CLÁUDIA FERNANDES, FERNANDA KICH, JOICE FERREIRA E PRISCILA TRINKS

MARIA HELENA SPONCHIADO

∆ Patrick Del Sante, publicitário do ano na Argentina, fala aos alunos no auditório da Famecos durante o SET

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20 RRPPAtualidades/dezembro 2011

A palestra mediada pelo professor Marco Villalobos, na primeira noite do 24º SET Uni-versitário PUCRS, transformou-se em um gran-de encontro de idéias e trouxe ao palco grandes nomes do jornalismo. Com a presença dos jor-nalistas Geneton Moraes Neto e Luiz Cláudio Cunha, a palestra levou aos alunos dicas sobre como fazer uma entrevista eficaz. Geneton des-tacou a decadência das reportagens devido ao tom amistoso das entrevistas. Para ele, o entre-vistador deve tentar fazer com que o entrevista-do “escorregue na casca de banana - é um ato de ação e reação”. Além de lembrar que é essencial possuir informações completas e básicas sobre o entrevistado, evitando possíveis gafes que pos-sam levar ao descrédito do jornalista.

Luiz Cláudio abriu a palestra falando da importância do repórter saber ouvir para saber fazer os questionamentos corretos e assim bus-car a versão mais próxima da verdade dos fatos. Também fala que o jornalismo se destaca pelas perguntas, e não pelas respostas, movendo, as-sim, o mundo. O jornalista Luiz Cláudio conta sobre jornal de Izzy Stone, que começou em

1953 e foi assinado por Einstein e pela esposa do presidente Roosevelt. Izzy Stone foi um jornalis-ta defensor dos direitos civis e da paz, obcecado pela verdade.

O repórter gaúcho com projeção nacional abordou com ênfase a questão tecnológica que invade todos os meios de comunicação. “Com tanta tecnologia, estamos voltando para as ca-vernas”, constatou. O jornalista usou como exemplo o limite de 140 caracteres que se pode utilizar, por mensagem, na rede social Twitter e fez uma importante ressalva: “isso limita a cria-tividade e o potencial do profissional.”

Com as dúvidas dos alunos respondidas pe-los palestrantes, foi possível destacar dicas para um bom repórter, e Luiz Cunha alertou: “O re-pórter tem que saber ouvir”.

Geneton Moraes Neto diz que os jornalistas se acham mais importantes do que na verdade são e argumenta: “Escrever difícil não é escrever bem. Temos que ser claros.” Ao invés de alimen-tar o ego do entrevistado, certas vezes é melhor pegá-lo no ponto fraco. O repórter nunca pode estar menos preparado do que o entrevistado.

Geneton abordou também a questão pre-tensão x realidade. Diz que existe a pretensão má, que classifica como “ridícula e desqualifica-da”. Ao destacar a pretensão boa, exemplificou de uma maneira bastante original: “O cantor Roberto Carlos já deu mil entrevistas e não fa-lou nada de mais. Por que não, na 1001º, ele não poderá falar algo a mais para mim?” Para ele, o jornalista deve deixar o tédio em casa. “Traga a vida das ruas para a redação”, ensina.

Por ser um reconhecido sabedor da arte de perguntar, ao ser questionado sobre o assunto, ensinou que se deve evitar o tom amistoso em um entrevista, mantendo sempre o tom curioso. Deve-se tentar imaginar o que alguém do públi-co em geral deseja saber naquele momento, no ato da entrevista. Isso é importante, também, para abrilhantar a pergunta realizada. Criticou o repórter que opta por fazer afirmativas em detrimento de perguntas. Na sua concepção, “a entrevista é um ato de ação e reação”.

Alex ZAnoto, eliZA de MorAes,KátiA FonsecA e Moniquie cArdoso

24º SET UnivErSiTário

Uma aula de Luiz Cláudio e Geneton

∆ O debate entre Luiz Cláudio Cunha e Geneton Neto foi intermediado pelo professor Marco Villalobos

FERNANDA BECKER/ FAMECOS

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21Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

Luiz Claudio Cunha – Nascido em Caxias do Sul, no ano de 1951. Jornalista, começou sua carreira em 1969 na Folha de Londrina, no Paraná. Em Porto Alegre, foi repórter especial de Zero Hora e dirigiu a su-cursal da revista Veja entre 1972 e 1980, até se transferir para Brasília, onde chefiou as sucursais das revistas Veja, Isto É e Afinal, e dos jornais O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil, Diário do Comércio e Indústria e Zero Hora. No Rio de Janeiro, foi editor do Informe JB no Jornal do Brasil. De volta a Brasília, foi repórter especial da Rede Globo, correspondente da coluna de Ricardo Boe-chat em O Globo, editor-contribuinte da re-vista Playboy e colunista político do Correio Braziliense. Especialista em reportagens in-vestigativas e de cunho político.

Na obra que mais chama atenção, Cunha reconstitui toda a história, com de-talhes que vão do dramático ao pitoresco, em O Seqüestro dos Uruguaios – Uma Re-portagem dos Tempos da Ditadura (L&PM Editora, Porto Alegre, 2008). O livro mostra os bastidores do esforço de Cunha para tra-zer a operação clandestina à luz (Operação Condor).

Geneton Moraes Neto – Nasci-do em Recife, no ano de 1956. Formado em Jornalismo pela PUC-Pernambuco, possui diversas obras de destaque como “Dossiê Brasília”, “Dossiê Drumond”, “Dossiê Entre-vista” (sobre os 11 jogadores que perderam a copa de 50), “Dossiê História”, entre outros.

Trabalha na Rede Globo, no Rio, des-de 1985. Iniciou-se na profissão como re-pórter do Diário de Pernambuco, em 1972. Entre 1975 e 1980, foi repórter da sucursal Nordeste do jornal O Estado de São Paulo. Trabalhou na Rede Globo Nordeste como repórter e editor. Transferiu-se para o Rio em 1985. Já foi editor do Jornal da Globo e do Jornal Nacional, correspondente do ca-nal Globonews e do jornal O Globo na In-glaterra, além de repórter e editor-chefe do programa dominical Fantástico, sua atual função. Ganhou o Prêmio Embratel de tele-jornalismo de 2010 com as entrevistas com os generais Newton Cruz e Leônidas Pires Gonçalves, exibidas no programa Dossiê Globonews. Ao receber o prêmio, disse, em texto publicado no portal G1: “Não se faz Jornalismo com tédio. Faz-se com devoção. Jornalista existe para levantar – não para derrubar – assuntos”. Dirigiu, em 2010, o documentário “Canções do Exílio”, exibido no Canal Brasil, com depoimentos de Cae-tano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner e Jards Macalé sobre o período em que vive-ram em Londres.

A comunicação na periferia

Presidente da Central Única das Favelas do

Rio fala sobre

as mudançasna sociedade

O presidente da CUFA (Central Única das Favelas) Brasil, Preto Zezé, esteve em Porto Alegre a con-vite da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS para a palestra “Mudanças na sociedade: a comunicação na periferia”, den-tro do 24° SET Universitário.

Logo no início de sua fala, o ativista social carioca provocou o público. Primeiro perguntou quem acredita que existe racismo no Brasil. Quase todos do auditó-rio levantaram a mão. “Essa é uma complexidade do nosso país, pois a maioria afirma que existe racismo, mais ninguém admite que pratica o racismo”, comentou a respeito da enquete. Zezé apresentou na ocasião o clipe do rapper Mv Bill, ‘O bagulho é doido’. “Não sou dire-

tor de cinema, mas tive essa ideia e gravamos”, explicou.

Segundo o presidente da CUFA, o vídeo traz um debate so-bre responsabilidade, por mostrar que jovens de classe média que compram drogas financiam o tráfi-co. “Se a políicia pega alguém como eu vendendo drogas para um de vo-cês, o vendedor vai ser classificado como grande bandido e o consumi-dor como vitima”, disse.

O final da palestra foi musical. Preto Zezé, a pedido da platéia, en-cerrou sua participação com um rap. Além dele, Ivanete Pereira, Co-ordenadora Institucional da CUFA RS, também cantou para se despe-dir dos presentes.

Hassann samy e IngrId FeItal

∆ Preto Zezé esteve em Porto Alegre a convite da Famecos

CONHEÇA MAISSOBRE ELES

FERNANDA BECKER/ FAMECOS

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22 RRPPAtualidades/dezembro 2011

O evento ‘‘Encontro com o Merca-do’’ da noite de terça-feira, 9 de novem-bro, trouxe à Famecos a consultora de comunicação Suzana Vellinho Englert, que ganhou o prêmio de Opinião Pública nesse mesmo dia. O evento é organizado pelos alunos do Estágio Interno de Rela-ções Públicas, com o bjetivo de fazer uma troca de experiência com os estudantes.

Suzana falou sobre a importância da comunicação nas empresas. ‘‘Tudo que as empresas precisam hoje é de comuni-cação. Não existe empresa que não tenha problema de se comunicar’’ mensurou. A consultora também falou sobre o seu trabalho de comunicação na obra da BR-448 que vai acelerar o trânsito das cida-

des de Sapucaia, Esteio, Canoas e Porto Alegre, representando o desenvolvimen-to e avanço sustetável.

A gestora ambiental da STE Energia, Juliana Christmann, também esteve pre-sente no encontro, citando suas ativida-des profissionais no projeto da rodovia,

na qual trabalha com Suzana. Ela falou como o planejamento é uma etapa im-portante no processo de comunicação e mostrou algumas atividades de gestão ambiental como a árvore que foi feita através de lixos encontrados no local que está sendo construída a rodovia. O tra-balho, apresentando no Shopping Total e na Feira do livro 2011, ilustra a frase ‘‘Que árvore você quer para o futuro? Não faça do lixo a semente’’.

O projeto da gestão ambiental BR- 448 recebeu um convite para ser um monumento permantente da entrada do Fórum Social Mundial.

Júlya Candido e ingrid Feital

Relações Públicas: peça-chavepara um evento de sucesso•Acomplexidadedeproduzirumeventovaialémdesófazer“festinhas”

Quando falamos em Relações Pú-blicas, para a maioria daqueles que não conhecem a profissão, famosos jargões como “aquele fazedor de festa” ou “aque-le que só serve cafezinho” são utilizados com frequência.

Porém, é bem o oposto desse para-digma. O profissional de Relações Públi-cas é o intermediador entre a organização e seus públicos, buscando o alinhamento da imagem e reputação da organização, quando promove eventos.

Considerando que eventos represen-tam uma das áreas onde atua o profissio-nal de RRPP, é fundamental sua visão e planejamento estratégico. O profissional precisa estar atento às tendências e ca-pacitado para lidar com imprevistos que possam surgir, sempre acompanhando o processo completo que vai do pré-evento ao pós-evento com a avaliação do obje-tivo final.

Para o sucesso de um evento é fun-damental ter objetivos e metas bem tra-çados, ou seja, saber onde se quer chegar através da promoção. Para isso acontecer é preciso buscar um briefing bem elabo-rado e ter em mãos informações claras e objetivas que devem ser alinhadas com o cliente.

O estudante de Relações Públicas e coordenador de eventos da Comunicati-ve, Márcio Oliveira, 23 anos, conta que quando entrou no curso viu que, além

das tão faladas “festinhas”, o profissio-nal da área faz todo o gerenciamento da comunicação que existe entre as orga-nizações e seus públicos (internos e ex-ternos). “Isso me impressionou e vi que relações-públicas é um profissional que requer muita maturidade e conhecimen-tos agregados para exercer a profissão”, complementa o universitário.

Todo o processo de gerenciamen-to de um evento precisa ser cuidadoso, pois um evento passa a imagem de uma determinada organização e, por isso, é necessário que ocorra o alinhamento com todo o planejamento estratégico da organização. É nesse contexto que entra o profissional de Relações Públicas, pois é ele que assumiu a postura de gestor, comunicador e disseminador de infor-

mações.Para que um evento tenha sucesso é

importante que várias ações sejam bem dirigidas, organizadas e principalmen-te planejadas. A professora de Relações Públicas da Famecos, Vanessa Ourique Purper, fundamenta esta questão: “Pla-nejamento e definição de objetivos cla-ros são fundamentais para o sucesso do evento. Na execução de um projeto pre-cisamos contar com um sem número de colaboradores, de diferentes segmentos de mercado, que chamaremos de forne-cedores. Estes poderão prestar serviços ou fornecer os produtos/materiais que farão a iniciativa acontecer. Em função desta ‘dependência’, atenção aos prazos e bom relacionamento fazem com que as coisas aconteçam de forma mais eficaz.”

Para o profissional de Relações Pú-blicas derrubar de uma vez o paradigma de que faz somente “festinhas”, a profes-sora Vanessa dá a dica: “Penso que au-toconfiança, formação sólida, informa-ção atualizada sobre economia, política e cultura são fundamentais. Uma boa dose de ousadia também vai ajudar os profissionais a galgarem ótimas posições e quebrar paradigmas preconceituosos.” Profissionais de Relações Públicas: mãos à obra!

eliza de Moraes, Kátia FonseCa

e Paula reiF

FERNANDA BECKER

∆ Professora Vanessa Purper

“Relações públicas é um pro-fissional

que requer muita matu-ridade e co-nhecimentos

agregados para exercer a profissão”.

Comunicação e informação para o mercado

∆ Suzana dialoga com os alunos

FERNANDA BECKER

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23Dezembro 2011/ RRPPAtualidades

Alunos da disciplina de Processos e Programas em Relações Públicas, ministrada pela professora Mari-

sa Soares, receberam em aula a visita de Diego Wander, coordenador do Núcleo de Atendimento de Assessoria de Comu-nicação e Marketing (ASCOMK) da Rede Marista de Educação e Solidariedade do Rio Grande do Sul.

Diego é mestrando do curso de Comunicação Social, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação So-cial (PPGCOM), da PUCRS, na linha de pesquisa Práticas Profissionais e Pro-cessos Sociopolíticos nas Mídias e na Comunicação das Organizações. Possui graduação em Comunicação Social, ha-bilitação Relações Públicas, pela Fame-cos. Pesquisa o uso e a inclusão das re-des sociais no contexto da comunicação organizacional digital nas universidades brasileira.

Contudo, nem sempre se formar em Relações Públicas foi o objetivo de Diego.Logo que veio do interior tinha intenções de conseguir bolsa para jornalismo, mais por conselho de amigos, tentou bolsa para RRPP, pois seria mais fácil conse-guir e, depois, poderia trocar de curso. Seguindo o conselho, conseguiu a bolsa e começou os estudos, mas já no primei-

ro semestre se apaixonou pela profissão, decidindo seguir a carreira na área.

Antes de trabalhar na Rede Maris-ta, estagiou na área de telemarketing, na Trensurb e, no final do curso, na própria ASCOMK. Devido ao seu desempenho, foi efetivado.

O relações-públicas veio à faculdade pouco depois de chegar de viagem, pois estava em São Paulo fazendo a defesa oral do projeto finalista de formandos da Famecos no Prêmio Aberje 2011, da As-sociação Brasileira de Relações Públicas, categoria Campanhas de Comunicação de Marketing. Mesmo com a exaustão da

viagem, se mostrou disposto a conversar e esclarecer todas as dúvidas dos alunos. Apresentou o Case da campanha de fide-lização e captação dos Colégios Maristas, o finalista no prêmio Aberje. Segundo ele, a equipe da ASCOMK estabeleceu a necessidade de permanecer em rede, mas adaptar-se às especificidades locais, com o desafio de consolidar o crescimen-to. Elaborado e desenvolvido em conjun-to com a alta administração e com enga-jamento dos alunos, o projeto partiu de grupos focais com diferentes públicos, onde foi decidido o abandono do foco de emissão das mensagens padrão de colégios, baseados no "ensinar" e a ado-ção da ideia central do "aprender", para envolver o público jovem e transmitir confiança aos pais. A primeira etapa foi a mobilização interna, com lançamentos e ambientação. Em seguida, os Momen-tos Estratégicos de Comunicação para ensino infantil e séries iniciais e, então, séries finais e ensino médio. Ao todo, foram 18 lançamentos, mais de 45 mil brindes distribuídos e um crescimento de 21%.

Diego também explicou suas fun-ções e todo o funcionamento da AS-COMK. “Nós somos responsáveis por qualquer ação da área dentro da rede. Do bilhete aos pais até a divulgação de grandes eventos”, concluiu o profissio-nal convidado.

Joice Ferreira

Bate-PaPo em aula

Relações-Públicas da Rede Marista conversa com alunos da Famecos•DiegoWandercomeçoucomoestagiárionaASCOMKehojeécoordenadordoNúcleodeAtendimento

“Nós somos responsáveis

por qual-quer ação da área dentro da rede. Do bilhete aos pais até a divulgação de grandes eventos.”

MARCOS WESTERMANN

∆ Diego Wander falou a alunos da PUCRS sobre o ensino Marista nas escolas

∆ Estratégia dos colégios Maristas é ensinar e aprender

FOTOS DIVULGAÇÃO

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24 RRPPAtualidades/dezembro 2011

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