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1 ' RELATÓRIO DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS DIRETORIA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL Julho - 2013 INTRODUÇÃO O sítio da Central Nuclear Almirante Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA é composto além das Usinas Nucleares Angra I e Angra II (em operação) e da Usina Angra III (em implantação) por outras unidades potencialmente poluidoras associadas às usinas nucleares: o Centro de Gerenciamento de Rejeitos Radioativos – CGR, constituído pelos Depósitos de Rejeitos 1, 2A, 2B, 3 e DIGV de Angra 1, o Prédio de Monitoração do CGR, além de unidades secundárias como Estação de Tratamento de Águas, Estações de Tratamento de Esgotos Sanitários, Tanques de Separação de Água e Óleo, Caldeiras e Geradores de Emergência, entre outros. Os diferentes momentos de início de implantação dessas unidades, bem como a opção gerencial adotada pelo Instituto à época, culminou na abertura de oito processos administrativos para a condução do licenciamento ambiental dessas unidades. A gestão administrativa e ambiental segregada dessas unidades vem acarretando em problemas operacionais tais como: sobreposição de ações ambientais, registro documental nos processos em duplicidade, e principalmente uma dificuldade de gestão ambiental integrada da Central Nuclear devido ao número elevado de PBAs.

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Page 1: RPL ANGRA 3 e CNAAA - licenciamento.ibama.gov.brlicenciamento.ibama.gov.br/Nuclear/CNAAA - Central Nuclear... · ... INEA para o parâmetro Boro no efluente radioativo como um impeditivo

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'RELATÓRIO DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

DIRETORIA DE LICENCIAMENTO AMBIENTALJulho - 2013

INTRODUÇÃO

O sítio da Central Nuclear Almirante Central Nuclea r Almirante Álvaro Alberto – CNAAA é composto além das

Usinas Nucleares Angra I e Angra II (em operação) e da Usina Angra III (em implantação) por outras unidades

potencialmente poluidoras associadas às usinas nucleares: o Centro de Gerenciamento de Rejeitos Radioativos –

CGR, constituído pelos Depósitos de Rejeitos 1, 2A, 2B, 3 e DIGV de Angra 1, o Prédio de Monitoração do CGR ,

além de unidades secundárias como Estação de Tratamento de Águas , Estações de Tratamento de Esgotos

Sanitários, Tanques de Separação de Água e Óleo, Caldeiras e Geradores de Emergência, entre outros.

Os diferentes momentos de início de implantação dessas unidades, bem como a opção gerencial adotada pelo

Instituto à época, culminou na abertura de oito processos administrativos para a condução do licenciamento

ambiental dessas unidades. A gestão administrativa e ambiental segregada dessas unidades vem acarretando em

problemas operacionais tais como: sobreposição de ações ambientais, registro documental nos processos em

duplicidade, e principalmente uma dificuldade de gestão ambiental integrada da Central Nuclear devido ao número

elevado de PBAs.

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INTRODUÇÃO

Dessa forma, objetivando uma maior eficácia na gestão ambiental da CNAAA, a Diretoria de Licenciamento

Ambiental está promovendo a unificação dos referidos processos administrativos de licenciamento ambiental, a partir

da Nota Técnica n° 067/2011/COEND/CGENE/DILIC/IBAMA. Para tanto, a equipe técnica responsável conduziu as

análises de cada processo e elaborou pareceres com vistas à subsidiar este Instituto com os elementos técnicos

necessários à emissão da Licença de Operação para CNAAA. A emissão dessa licença proporciona a regularização

das atividades que ainda não possuem licença ambiental, unifica e integra a gestão ambiental de todo o sítio.

Para a Usina Nuclear de Angra III, considerando que algumas condicionantes previstas em sua licença de instalação

dizem respeito à questões de relevância para toda a CNAAA, identificou-se como necessário a promoção de uma

retificação em seu conteúdo, mantendo apenas as questões pertinentes a sua especificidade, notadamente à fase de

instalação do empreendimento.

INTRODUÇÃO

Para a elaboração deste Relatório do Processo de Licenciamento, foram considerados os diversos documentos

produzidos pela equipe técnica para fins de unificação dos processos administrativos de licenciamento, dentre os

quais ressalta-se:

- Nota Técnica n° 074/11 e Parecer Técnico n° 014/2012 – relativos à UTN Angra I;

- Nota Técnica n° 031/2012 e Parecer Técnico n° 024/2012 – relativos à UTN Angra II;

- Parecer Técnico n° 015/2012 – relativo ao Centro de Gerenciamento de Rejeitos Radioativos;

- Parecer 0004924/2013 – relativo à UTN Angra III

- Parecer 0003929/2013 – relativo à unificação - CNAAA

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HISTÓRICO

Entre os anos de 1972 e 1981 foi construída Angra 1, que entrou em operação comercial em 1985. Atualmente a usina de Angra 1 opera com potência máxima de 657 MWe.

Em 1974 a Eletrobrás autorizou Furnas à construir Angra 2, e em 1975, o Decreto n° 75.870 autorizou sua ampliação para a construção de Angra 3.

Em 1975, o Brasil firma com a então República Federal da Alemanha, o Acordo de cooperação no campo dos usos pacíficos da energia nuclear, e um protocolo de cooperação industrial. O acordo ficou conhecido como Acordo Nuclear Brasil-Alemanha.

Entre 1980 e 1981 foi construído o Depósito 1.

Em 1992 Furnas finaliza a construção do Depósito 2, módulo A, de Rejeitos Radioativos de Baixa e Média atividades.

Em 1993 é instaurado no Ibama o processo de licenciamento ambiental da UTN Angra 2.

Em 1999 é instaurado no Ibama o processo de licenciamento ambiental da UTN Angra 3.

Em 2000 a usina Angra 2 entrou em operação comercial, com potência nominal de 1.350 MWe.

Em 2001 o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a retomada da implantação de Angra 3, por meio da Resolução n° 5.

HISTÓRICO

Em 2001 são instaurados no Ibama os processo de licenciamento ambiental do Depósito Intermediário de Rejeitos Radioativos – Ampliação e do Depósito 3 do Centro de Gerenciamento de Rejeitos.

Em 2002 são instaurados no Ibama, os processos de licenciamento ambiental do Depósito Inicial do Gerador de Vapor de Angra 1, da Regularização da UTN Angra 1 e Depósitos 1 e 2A do CGR.

Em 2002, por meio da Resolução n° 08, o CNPE resolve que a Eletronuclear deverá adotar as medidas necessárias àretomada do empreendimento Angra 3.

Em 2003, é instaurado no Ibama, o processo de licenciamento ambiental do Prédio de Monitoramento do Depósito Intermediário de Rejeitos Radioativos.

Em 2007 entra em operação o Depósito 2, Módulo B, de Rejeitos Radioativos de Baixa e Média atividades.

Em 2009 entram em operação o Depósito 3, de Rejeitos Radioativos de Baixa e Média atividades e o Depósito Inicial do Gerador de Vapor de Angra 1.

Em 2009 foram iniciadas as operações de desmonte, remoção, transporte e armazenamento dos componentes do gerador de vapor e da tampa do Reator da Usina Nucleoelétrica de Angra 1.

No ano de 2010 inicia-se a obra de construção de Angra 3, com previsão de entrega para operação inicial em 2015. O cronograma atual indica como fase de término o segu ndo semestre de 2018 .

Em 2011, são instaurados no Ibama os processos de licenciamento ambiental da Unidade Complementar de Armazenamento de Combustível Irradiado – UFC e da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA.

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CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADESPRINCIPAIS ASPECTOS AMBIENTAIS

Localização Macro

CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADESPRINCIPAIS ASPECTOS AMBIENTAIS

Localização Macro – Área de Propriedade da ETN

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CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADESPRINCIPAIS ASPECTOS AMBIENTAIS

Localização Macro - UCs

CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADESPRINCIPAIS ASPECTOS AMBIENTAIS

UTNs Angra I e Angra II – Efluentes Líquidos Princip ais

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CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADESPRINCIPAIS ASPECTOS AMBIENTAIS

Estruturas Periférias (Efluentes Líquidos e Resíduo s)

CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADESPRINCIPAIS ASPECTOS AMBIENTAIS

Captação e Lançamentos dos Principais Efluentes

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CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADESPRINCIPAIS ASPECTOS AMBIENTAIS

Efluentes Atmosféricos das UTNs Angra I e II

Síntese dos Programas Ambientais

Programas do Meio FísicoGerenciamento de RiscosGerenciamento de Riscos ConvencionaisPlano de Emergência LocalPlano de Emergência Externo

Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

Monitoramento Atmosférico

Aquisição de Dados Meteorológicos

Controle e Monitoramento da Qualidade do Ar

Monitoramento das Emissões Atmosféricas Radioativas

Monitoramento e Controle da Qualidade das ÁguasEfluentes do Circuito Terciário da CNAAAEfluentes SanitáriosEfluentes OleososEfluentes QuímicosEfluentes RadioativosQualidade das Águas DocesQualidade das Águas SalinasSedimentosTemperatura em Piraquara de Fora e ItaornaCloro Residual em Piraquara de ForaÁguas Subterrâneas

Monitoramento Radiológico AmbientalUsinasCentro de Gerenciamento de ResíduosDepósito Inicial dos Geradores de Vapor de Angra 1

Programa de Monitoramento e Controle de Encostas

Programa de Monitoramento Sismológico

Monitoramento de Ruídos

Programas do Meio BióticoMonitoramento da Fauna e Flora Marinha

Monitoramento de Tartarugas Marinhas

Fauna e Flora Terrestre

Programas do Meio SocioeconômicoSaúde Pública

Comunicação Social

Educação Ambiental

Inserção RegionalSegurança e Articulação Institucional;Controle de Uso do Solo – Projeto Cinturão VerdeApoio ao IED-BIG e Geração de RendaComunidades Indígenas e Projeto Área Arqueológica de Piraquara de ForaAções Socioeducativas

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TEMAS RELEVANTESPARA APRECIAÇÃO DA COMISSÃO

1. Atualização tecnológica para o aperfeiçoamento n o desempenho ambiental

a) Alteração do sistema de tratamento secundário de Angra I para a redução no volume de rejeito radioativo;Em relação à geração de rejeitos radioativos pela CNAAA, Angra 1 é a única responsável pelos rejeitos radioativos armazenados atualmente no CGR;

� Angra 1 gerou cerca de 2.625 m³ em 30 anos de funcionamento (média 87 m³/ano);

� Angra 2 gerou apenas 82 m³ em 10 anos de funcionamento (média 8,2 m³/ano);

Objetivando o aperfeiçoamento operacional dos empreendimentos a fim de mitigar seus impactos ambientais, entende-se necessário aprofundar na avaliação das possibilidades tecnológicas à redução da geração dos rejeitos radioativos por Angra 1.

Eletronuclear identifica o limite estabelecido na Norma Técnica 202 revisão 10 do INEA para o parâmetro Boro no efluente radioativo como um impeditivo ao uso de outras tecnologias capazes de reduzir a atual geração de rejeitos radioativos.

� Norma Técnica 202 revisão 10 do INEA estabelece o limite de 5,0 mg de Boro/L nos efluentes.

� Resolução CONAMA nº 430/2011 retira o elemento Boro como parâmetro para o lançamento de efluentes em águas salinas.

Sugere-se que este Ibama continue efetuando gestões junto ao Instituto Estadual do Ambiente – INEA, afim de se posicionar no sentido de ser mais apropriado do ponto de vista técnico, a aplicação da CONAMA n°430/2011 no caso em tela, tendo em vista os ganhos ambientais em termos de redução dos rejeitos radioativos gerados, bem como da impertinência de aplicação de limites para o parâmetro Boro em lançamentos em águas salinas.

TEMAS RELEVANTESPARA APRECIAÇÃO DA COMISSÃO

1. Atualização tecnológicas para o aperfeiçoamento no desempenho ambiental

b) Elaboração de estudos visando a identificação de tecnologias que propiciem a redução da carga térmica presente no efluente líquido lançado no Sac o de Piraquara de Fora, nas proximidades da zona de amortecimento da Estação Ecológica.

A CNAAA efetua o lançamento da sua principal linha de efluentes líquidos com elevada carga térmica no Saco de Piraquara de Fora, nas proximidades da zona de amortecimento da Estação Ecológica Tamoios.

O início da operação da Usina de Angra III, previsto para 2018, acarretará num importante incremento na carga desse efluente.

Considerando que os corpos d'água situados em UCs são enquadrados como Classe Especial e que os padrões de qualidade previstos na Resolução CONAMA n° 357/2005 são mais rigorosos, recomenda-se que seja exigido da ELETRONUCLEAR a elaboração de estudos buscando a implantação de alternativas tecnológicas visando, principalmente, a redução da carga térmica desse efluente lançado no Saco de Piraquara de Fora e para tanto, sugere-se a previsão da seguinte condicionante:

A Eletronuclear deverá apresentar Estudo Técnico de a lternativas tecnológicas para a mitigação do lançamento dos efluentes térmicos em Piraquara de Fo ra, contextualizando-as às condições existentes no Sitio da CNAAA, avaliando-se, sobretu do, as viabilidades técnica e ambiental, confrontando com usinas de referência.

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TEMAS RELEVANTESPARA APRECIAÇÃO DA COMISSÃO

2. Ajustes nas condicionantes presentes no licencia mento da UTN Angra III

a) Condicionante 2.31 da LP - A ELETRONUCLEAR deverá ass umir os custos de manutenção e custeio da ESEC Tamoios e do Parque Nacio nal da Bocaina.

Entende-se que essa condicionante representa uma duplicidade com a compensação ambiental prevista na Lei do SNUC.

O Parecer 004924/2013 de 29 de maio de 2013, a despeito de concluir que essa exigência não substitui a compensação ambiental, informa das atuais tratativas entre Ibama, ICMBio e ELETRONUCLEAR as quais convergem no sentido de exigir da ELETRONUCLEAR ações de apoio a essas UCs que se justifiquem do ponto de vista dos impactos socioambientaiscausados pelo empreendimento e também ações relativas aos monitoramentos dos impactos sobre as UCs.

O ICMBio após consulta deste Instituto enviou em 11/07/2013 a Autorização n°°°° 06/2013estabelecendo as condicionantes para a CNAAA. Recomenda-se elencar o atendimento a essa Autorização com condicionante ao processo da CNAAA em subsituição a condicionante 2.31.

TEMAS RELEVANTESPARA APRECIAÇÃO DA COMISSÃO

2. Ajustes nas condicionantes presentes no licencia mento da UTN Angra 3

b) Condicionantes 2.19 da LI e 2.17 da LP de Angra 3

2.19 - Apresentar em 180 (cento e oitenta) dias cron ograma técnico financeiro e de execução conforme estrutura analítica de Projeto RMBN – Depós ito para Rejeitos de Médio e Baixo Nível de Radiação das Centrais Nucleares e Aplicações Nuclea res, homologado pela CNEN;

2.17 - Dar início ao processo de licenciamento ambie ntal do repositório nuclear da CNAAA, dentro do âmbito do convênio da ELETRONUCLEAR e CNEN, ante s do início da operação da Unidade 3.

Motivação

O Repositório Nacional de rejeitos radioativos de média e baixa atividade terá uma abrangência que visaráatender, além dos rejeitos radioativos gerados pela CNAAA, aqueles rejeitos oriundos de aplicações médicas, industriais, agrícolas e de pesquisa, não sendo, portanto, uma instalação para a guarda exclusiva dos rejeitos da Eletronuclear;

O Ibama possui governança apenas no que tange a gestão dos rejeitos nos depósitos iniciais, de competência da Eletronuclear;

O responsável legal pelos estudos, licenciamento, construção, e operação do Repositório Final Repositório Final é a Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN; e

Dessa forma as responsabilidades imputadas, por meio das condicionantes 2.17 da LP e 2.19 da LI àEletronuclear se mostram inadequadas.

continua...

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TEMAS RELEVANTESPARA APRECIAÇÃO DA COMISSÃO

...continuação

Ressalta-se o disposto nos artigos 2° e 5° da RESOLUÇÃO n° 8 do Conselho Nacional de Política Energética, de 17 de setembro de 2002, que estabelece condições para a retomada do empreendimento de Angra 3 pela Eletrobrás Termonuclear S.A. - ELETRONUCLEAR:

Art. 2º - “A Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN e a ELETRONUCLEAR, no âmbito de suas respectivas competências, deverão iniciar, de imediato, os trabalhos de seleção do local para a construção do depósito definitivo para os rejeitos radioativos provenientes das três usinas nucleares de Angra dos Reis, respeitados os termos do art. 6º da Lei no 10.308, de 20 de novembro de 2001, e das Normas específicas da CNEN que regem a matéria.”;

Art. 5º – inciso IV – dispõe sobre a contrapartida da Eletronuclear em relação à retomada de Angra 3, estabelecendo que a mesma deve dar “prosseguimento da implementação das diretrizes ações contidas no Termo de Mútua Cooperação celebrado com a Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, visando à construção do depósito definitivo dos rejeitos radioativos”;

Recomendação

Com base no exposto, sugere-se a supressão da condicionante 2.19 da LI e a inserção da seguinte exigência:

A Eletronuclear deverá demonstrar que o Centro de Gerenciamento de Rejeitos Radioativos - CGR e o Depósito Interno de Angra 3 atenderão adequadamente suas necessidades operacionais em armazenamento, considerando o cronograma de implantação do Repositório Final de Rejeitos Radioativos de Média e Baixa Atividades.

Apresentar relatórios de acompanhamento das atividades empreendidas pela Eletronuclear no que se refere ao “prosseguimento da implementação das diretrizes e ações contidas no Termo de Mútua Cooperação celebrado com a Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, visando a construção do depósito definitivo dos rejeitos radioativos”, previsto no inciso IV do Art. 5º da RESOLUÇÃO n° 08/2001 do CNPE.

TEMAS RELEVANTESPARA APRECIAÇÃO DA COMISSÃO

2. Ajustes nas condicionantes presentes no licencia mento da UTN Angra 3

c) Condicionante 2.46 da LI da Angra 3: Implantar a Estrada Parque da Bocaina (Paraty – Cunha)

Motivação para alteração

� não existem vínculos entre o projeto de pavimentação da estrada e o Plano de Emergência Local da Central Nuclear de Angra dos Reis;

� não se trata de uma medida mitigratória dos impactos de Angra 3 e/ou da Central Nuclear;

� a competência para a realização da obras de implantação dessa Estrada Parque é do Governo Estadual do Rio de Janeiro;

� a ELETRONUCLEAR não detém governança sobre o tema;

� A ELETRONUCLEAR já realizou investimentos junto ao Governo do Estado do RJ para implantação da estrada, que encontra-se em fase de construção, sob processo de LAF;

� não se identifica nos autos do processo fundamentação técnica que respalde a inclusão da condicionante

Recomendação

Com base no exposto, remete-se a Comissão à avaliação quanto a pertinência de manutenção da condicionante ou a sua supressão, tendo em vista que há processo de licenciamento único junto à COTRA acerca de sua implantação.

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TEMAS RELEVANTESPARA APRECIAÇÃO DA COMISSÃO

2. Ajustes nas condicionantes presentes no licencia mento da UTN Angra III

c) 2.54 da LP - Financiar a implementação do saneame nto ambiental dos municípios de Angra dos Reis e Paraty em projetos a serem definidos em acordo com a concessionária estadual de saneamento e os poderes públicos municipais, até o limite de R$ 50.0 00.000,00 (cinquenta milhões de reais).

Motivação:

Mediante pleito apresentado pelas Prefeituras de Angra dos Reis e Paraty, a Presidência/Ibama autorizou, via ofício, a alteração nos termos da condicionante de modo a possibilitar a ELETRONUCLEAR repassar os recursos diretamente aos Municípios. Atualmente, segundo relatório apresentado, a ELETRONUCLEAR está em processo de análise do Projeto de Saneamento apresentado pela Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, e aguarda a apresentação do Projeto de Saneamento por parte da Prefeitura de Paraty. Ressalta-se que o Município de Rio Claro/RJ reiterou manifestação de repúdio por não ter sido contemplado na referida condicionante, uma vez que este situa-se na AID.

Recomendação:

Considerando a fase adiantada das tratativas entre a Eletronuclear e as Prefeituras Municipais de Angra dos Reis e Paraty, recomenda-se a alteração da condicionante para a seguinte redação:

Apresentar, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, Termos de Compromisso assinados entre a ELETRONUCL EAR e os Municípios de Paraty e Angra dos Reis, relativ os ao financiamento, por parte da ELETRONUCLEAR, do montante de R$50.000.000,00 (cinquenta milhões de re ais) a ser destinado à obras de saneamento ambiental nos referidos municípios. Apresentar, no âmbito dos rel atórios periódicos, o andamento das ações previstas nos Termos de Compromisso a serem assinados.

INCONFORMIDADESIDENTIFICADAS

Foram identificadas inconformidades no cumprimento de 8 condicionantesconstantes na LI n°°°°591/2009 relativas à UTN Angra III, estas serão registradas em documento técnico específico e encaminhado à DIPRO para apuração quanto àaplicação de sanções administrativas. Segue abaixo as referidas condicionantes:

2.2. Apresentar em 120 (cento e vinte dias) cópia do convênio com a Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina – FEESC para elaboração dos estudos para melhoria da trafegabilidade, segurança e monitoramento rodoviário da BR 101 entre Angra dos Reis e Paraty.

2.6. Atualizar o Relatório "BP-6505-900001” de 23/11/90 - Verificação das Condições de Estabilidade do Molhe de Proteção das Estruturas de Tomada D'Água de Angra 2 e 3 - UZS, executando novas modelagens e incorporar cópias das CTFs, ARTs e CREAs bem como a assinatura dos responsáveis.

2.18. Apresentar em 120 (cento e vinte) dias projeto de implantação do programa de monitoramento atmosférico em todo sitio da CNAAA, indicando as fontes emissoras, posicionamento da estação (qualidade do ar) a jusante da direção preferencial dos ventos, frequência de amostragem para os parâmetro O3, NOx, SO2, material particulado (total e inalável).

continua...

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INCONFORMIDADESIDENTIFICADAS

...continuação

2.26. Apresentar em 120 (cento e vinte) dias estudos ecotoxicológicos do sedimento na enseada de Piraquara de Fora (de acordo com os protocolos da CETESB) para no mínimo, 2 (dois) organismos de água salgada visando conhecer os mecanismos de biodisponibilização.

2.30. Realizar a instalação de três fundeio oceanográfico, com instrumentos capazes de medir de forma contínua, por no mínimo três meses, direção e intensidades das correntes, nível da água e concentração de sólidos suspensos. Sugere-se que estes fundeios sejam posicionados a leste da Ponta Grossa, no centro do Saco Piraquara de Fora e entre a Laje Caroço do Piraquara e a Laje do Fundo.

2.32. Apresentar, no âmbito do documento “Análise dos Programas de Monitoração Ambiental da CNAAA” (Condicionante 2.39 da LP), as considerações e análises solicitadas para os grupos de fitoplâncton, zooplâncton, zoobenthos de costão e fitobenthos, conforme Parecer Técnico no. 010/2009 – COEND/CGENE/DILIC/IBAMA;

2.33. Apresentar no prazo de 90 (noventa) dias no âmbito do documento “Análise dos Programas de Monitoração Ambiental da CNAAA” (Condicionante 2.39 da LP), a análise da correlação entre o cloro residual e todos os grupos deorganismos monitorados, conforme Parecer Técnico no. 010/2009 – COEND/CGENE/DILIC/IBAMA.

2.40. Encaminhar o cronograma de realização das oficinas, com suas programações de atividades, para que o IBAMA possa participar e acompanhar o processo de formulação do Programa de Educação Ambiental.

FIM