roubo com emprego de arma. necessidade de percia

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  • 7/31/2019 Roubo Com Emprego de Arma. Necessidade de Percia

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    A incidncia da majorante do emprego de arma no

    delito de roubo e a necessidade de percia.

    Gabriel Habib(*)

    Questo que sempre se discutiu em doutrina e em

    jurisprudncia a necessidade de apreenso e perciana arma de fogo, para a

    incidncia da causa especial de aumento de pena positivada no art. 157, 2,

    I, do Cdigo Penal.

    O emprego da arma de fogo vem positivado no Cdigo Penalcom o majorante no delito de roubo, aumentando-lhe a pena de um tero a

    metade. Eis o tipo legal de crime:

    Art. 157 - Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para

    outrem, mediante grave ameaa ou violncia a pessoa,

    ou depois de hav-la, por qualquer meio, reduzido

    impossibilidade de resistncia: Pena - recluso, de quatro

    a dez anos, e multa.

    1 - Na mesma pena incorre quem, logo depois de

    subtrada a coisa, emprega violncia contra pessoa ou

    grave ameaa, a fim de assegurar a impunidade do crime

    ou a deteno da coisa para si ou para terceiro.

    2 - A pena aumenta-se de um tero at metade:

    I - se a violncia ou ameaa exercida com emprego de

    arma;

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    II - se h o concurso de duas ou mais pessoas;

    III - se a vtima est em servio de transporte de valores e

    o agente conhece tal circunstncia.

    IV - se a subtrao for de veculo automotor que venha a

    ser transportado para outro Estado ou para o exterior;

    V - se o agente mantm a vtima em seu poder,

    restringindo sua liberdade.

    3 Se da violncia resulta leso corporal grave, a pena

    de recluso, de sete a quinze anos, alm da multa; se

    resulta morte, a recluso de vinte a trinta anos, sem

    prejuzo da multa.

    Porarma de fogo entenda-seaarma que arremessa projteis

    empregando a fora expansiva dos gases gerados pela combusto de um

    propelente confinado em uma cmara que, normalmente, est solidria a um

    cano que tem a funo de propiciar continuidade combusto do propelente,

    alm de direo e estabilidade ao projtil. (art. 3, XIII do Decreto 3.665/2000).

    Muito se tem discutido, h alguns anos, sobre a conduta do

    agente que pratica o delito de roubo com o emprego de arma. O tema cinge-se

    necessidade de apreenso e de percia na arma de fogo, para a incidncia da

    causa especial de aumento de pena positivada no art. 157, 2, I, do Cdigo

    Penal.

    Toda a discusso voltada para o potencial lesivo da arma de

    fogo.

    No se desconhece que uma arma, ainda que desmuniciada,

    possa gerar uma ameaa vtima, um maior temor, um constrangimento ilegal,

    servindo de instrumento para prtica de vrios delitos, como ameaa,

    constrangimento ilegal, leso corporal, estupro etc.

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    Entretanto, a sua potencialidade lesiva no reside em ameaar,

    constranger ou qualquer coisa parecida, mas, sim, lanar um projtil ao ar, por

    meio da deflagrao de uma carga explosiva, como dito acima.

    Entenda-se, de uma vez por todas, que a potencialidade lesiva

    de uma arma de fogo no est em ameaar, lesionar ou constranger,

    sobretudo porque at mais eficaz uma ameaa ou constrangimento exercido,

    por exemplo, com uma faca ou com uma simples garrafa de vidro quebrada, do

    que com uma arma desmuniciada.

    Inicialmente, cabe a anlise da mens legislatoris, isso , da real

    inteno do legislador quando inseriu a majorante do emprego de arma no tipo

    legal do crime de roubo. No h dvidas de que a inteno do legislador, ao

    criar essa majorante, foi trazer uma maior reprovabilidade do agente, com

    reflexos na magnitude de sua culpabilidade, uma vez que no delito de roubo

    com emprego de arma, existe a real possibilidade de o agente causar a morte

    ou a leso corporal na vtima, o que lhe garante maior eficcia na consumao

    do delito.

    Da surgir toda a controvrsia jurisprudencial: como se

    comprovar o potencial lesivo da arma de fogo?

    Embora os Tribunais superiores j sinalizem em sentido

    unssono, o tema ainda objeto de controvrsia no STF e no STJ.

    importante ressaltar, de incio, que no haver concurso de

    crimes entre o tipo legal do crime de roubo e o de porte de arma de fogo, uma

    vez que o emprego da arma de fogo j funciona como causa especial de

    aumento de pena prevista no art. 157, 2, I, do Cdigo Penal.

    Quanto necessidade de apreenso e perciana arma de fogo

    para se aferir o seu potencial lesivo, para a incidncia da majorante prevista no

    art. 157, 2, I, do Cdigo Penal, no h posio pacificada nos Tribunais

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    Superiores.

    O STF tem posio de seu Plenrio no sentido da

    desnecessidade de realizao de percia para que incida a majorante do

    emprego de arma no delito de roubo, desde que haja outros meios probatrios

    do potencial lesivo da arma de fogo, como o depoimento de uma testemunha

    ou as palavras da vtima (informativo n 536).

    No STJ, a Quinta Turma entende que no necessria a

    apreenso e percia para a incidncia da majorante, desde que haja outros

    elementos probatrios (informativo n 394), seguindo, portanto a orientao

    jurisprudencial do Plenrio do STF.

    De outro giro, a Sexta Turma, tem posio pacificada no

    sentido de sernecessriaa apreenso e percia para a incidncia da majorante

    (informativo n 386).

    Entretanto, a Sexta Turma parece ter mudado o seu

    entendimento, alinhando-se ao entendimento da Quinta Turma, tendo em vista

    que em recente julgado entendeu que no necessria a apreenso e percia

    para a incidncia da majorante, desde que haja outros elementos probatrios

    (informativo n 478).

    Seguem, abaixo, o quadro contendo o resumo dosposicionamentos e a ntegra dos Informativos mencionados.

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    STF

    Plenrio: Desnecessidade de

    percia, desde que haja outros

    elementos probatriosInformativo n 536

    STJ

    Quinta Turma: Desnecessidade de

    percia, desde que haja outros

    elementos probatrios Informativo n 394

    Sexta Turma: Necessidade de

    perciaInformativos n 386, 423 e 449

    Sexta Turma: Desnecessidade de

    percia, desde que haja outros

    elementos probatriosInformativo n 478

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    STF INFORMATIVO N 536

    Plenrio.

    Roubo: Emprego de Arma de Fogo e Causa de Aumento - 1

    Para a caracterizao da majorante prevista no art. 157, 2, I, do CP, no se exige

    que a arma de fogo seja periciada ou apreendida, desde que, por outros meios de

    prova, reste demonstrado o seu potencial lesivo. Com base nesse entendimento, o

    Tribunal, por maioria, indeferiu habeas corpus, afetado ao Pleno pela 1 Turma,

    impetrado contra deciso do STJ que entendera desnecessria a apreenso de arma

    de fogo e sua percia para a caracterizao da causa de aumento de pena do crime de

    roubo. No caso, a Defensoria Pblica da Unio sustentava constrangimento ilegal,

    consistente na incidncia da majorante do inciso I do 2 do art. 157 do CP

    violncia ou ameaa exercida com o emprego de arma de fogo , sem que verificado

    o potencial lesivo do revlver. Assentou-se que, se por qualquer meio de prova em

    especial pela palavra da vtima, como no caso, ou pelo depoimento de testemunha

    presencial ficar comprovado o emprego de arma de fogo, esta circunstncia dever

    ser levada em considerao pelo magistrado na fixao da pena. Ressaltou-se que, se

    o acusado alegar o contrrio ou sustentar a ausncia de potencial lesivo da arma

    empregada para intimidar a vtima, ser dele o nus de produzir tal evidncia, nostermos do art. 156 do CPP, segundo o qual a prova da alegao incumbir a quem a

    fizer. Aduziu-se no ser razovel exigir da vtima ou do Estado-acusador comprovar o

    potencial lesivo da arma, quando o seu emprego ficar evidenciado por outros meios de

    prova, mormente quando esta desaparece por ao do prprio acusado, como

    usualmente acontece aps a prtica de delitos dessa natureza. HC 96099/RS, rel. Min.

    Ricardo Lewandowski, 19.2.2009. (HC-96099).

    Roubo: Emprego de Arma de Fogo e Causa de Aumento - 2

    Enfatizou-se, ademais, que a arma de fogo, mesmo que, eventualmente, no tenha o

    poder de disparar projteis, pode ser empregada como instrumento contundente, apto

    a produzir leses graves contra vtimas inermes. Ressaltou-se, tambm, que a

    hiptese no guardaria nenhuma correspondncia com o roubo perpetrado com o

    emprego de arma de brinquedo exemplo frequentemente invocado pelos que

    defendem a necessidade de percia para caracterizao da forma qualificada do delito

    , em que o tipo penal fica circunscrito quele capitulado no caput do art. 157 do CP,

    porquanto a ameaa contra a vtima restringe-se apenas ao plano psicolgico, diante

    da impossibilidade de que lhe sobrevenha qualquer mal fsico. Concluiu-se que exigir

    http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96099&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=Mhttp://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96099&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=Mhttp://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96099&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=Mhttp://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96099&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
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    uma percia para atestar a potencialidade lesiva da arma de fogo empregada no delito

    de roubo, ainda que cogitvel no plano das especulaes acadmicas, teria como

    resultado prtico estimular os criminosos a desaparecer com elas, de modo a que a

    qualificadora do art. 157, 2, I, do CP dificilmente poderia ser aplicada, a no ser nas

    raras situaes em que restassem presos em flagrante, empunhando o artefato

    ofensivo. Vencidos os Ministros Cezar Peluso, Eros Grau e Gilmar Mendes, que

    concediam a ordem, para revogar a qualificadora mencionada, ao fundamento de que

    ela s poderia ser aplicada nos casos em que demonstrada a lesividade potencial da

    arma, porque a intimidao, a violncia e a grave ameaa j fazem parte do tipo penal.

    Afirmavam que, em caso de dvida, como na espcie, por no se saber se a arma

    tinha ou no real capacidade ofensiva, a presuno no poderia correr contra o ru,

    seja por fora do princpio do favor rei, seja em razo do princpio do nus da prova

    que, em matria penal, recai sempre sobre a acusao. A Min. Crmen Lcia, no

    obstante reconhecendo ser elementar do tipo a existncia de um instrumento que

    possa de alguma forma constituir a gravidade que se contm nesse tipo penal,

    acompanhou o relator, neste caso, por reputar comprovada a lesividade do revlver,

    por outros meios de prova, independentemente da percia. HC 96099/RS, rel. Min.

    Ricardo Lewandowski, 19.2.2009.

    STJ INFORMATIVO N 478.

    Sexta Turma

    ARMA. FOGO. INIDONEIDADE. PERCIA. OUTROS MEIOS. PROVA.

    A Turma, entre outras questes, reiterou o entendimento adotado pela Terceira Seo,com ressalva da Min. Relatora, de que prescindvel a apreenso e percia de armade fogo para a aplicao da causa de aumento de pena prevista no art. 157, 2, I, doCP, impondo-se a verificao, caso a caso, da existncia de outras provas queatestem a utilizao do mencionado instrumento. No caso, o magistrado de primeirograu e a corte estadual assentaram a existncia de prova pericial suficiente ademonstrar a inidoneidade da arma de fogo utilizada pelo ru, dada sua ineficcia paraa realizao dos disparos. Assim, a Turma concedeu a ordem a fim de afastar a causade aumento prevista no art. 157, 2, I, do CP e reduziu a pena para cinco anos equatros meses de recluso a ser cumprida inicialmente no regime semiaberto, mais 13dias-multa. HC 199.570-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em21/6/2011.

    http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96099&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=Mhttp://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96099&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=Mhttp://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%20199570http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%20199570http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96099&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=Mhttp://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96099&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
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    STJ. INFORMATIVO N 449.

    Sexta Turma.

    PERCIA. ARMA. FOGO. POTENCIALIDADE LESIVA. QUALIFICADORA.

    A jurisprudncia assente na Turma dispe que, para incidir a majorante prevista no art.

    157, 2, I, do CP, imprescindvel apreender a arma para, posteriormente, aferir sua

    potencialidade lesiva mediante percia. No caso, o exame pericial constatou que ela

    no se encontrava apta para a realizao de disparo, assim, afasta-se o acrscimo

    decorrente do emprego de arma. Logo, a Turma concedeu a ordem, afastando a

    mencionada qualificadora. Precedentes citados: HC 111.769-SP, DJe 3/8/2009, e

    AgRg no HC 111.143-RS, DJe 2/3/2009. HC 118.439-SP, Rel. Min. Og Fernandes,

    julgado em 28/9/2010.

    STJ. INFORMATIVO N 423.

    Sexta Turma.

    ROUBO. ARMA BRANCA. MAJORANTE.

    Trata-se de roubo qualificado pelo emprego de arma branca (art. 157, 2, I, do CP) e

    o impetrante pleiteia a concesso da ordem para que seja cancelada a agravante.

    Inicialmente, destacou o Min. Relator que a orientao da Sexta Turma em reiterados

    julgados no sentido de que, para a aplicao da causa de aumento pelo uso de

    arma, imprescindvel a apreenso dela, a fim de que sua potencialidade lesiva seja

    apurada e atestada por um expert. Exemplificou que, nos casos em que no h

    apreenso, mas a vtima e demais testemunhas afirmam de forma coerente que houvedisparo com a arma de fogo, no necessria a apreenso e a percia do objeto para

    constatar que a arma possua potencialidade lesiva e no era de brinquedo, uma vez

    que sua eficcia mostra-se evidente. Contudo, nos demais casos, sua apreenso

    necessria. Isso decorre da mesma raiz hermenutica que inspirou a revogao da

    Sm. n. 174-STJ. A referida smula, que autorizava a exasperao da pena quando

    do emprego de arma de brinquedo no roubo, tinha como embasamento a teoria de

    carter subjetivo. Autorizava-se o aumento da pena em razo da maior intimidao

    que a imagem da arma de fogo causava na vtima. Ento, em sintonia com o princpioda exclusiva tutela de bens jurdicos, imanente ao Direito Penal do fato, prprio do

    http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%20118439http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%20118439
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    Estado democrtico de direito, a tnica exegtica passou a recair sobre a afetao do

    bem jurdico. Assim, reconheceu-se que o emprego de arma de brinquedo no

    representava maior risco para a integridade fsica da vtima; to s gerava temor nela,

    ou seja, revelava apenas fato ensejador da elementar "grave ameaa". Do mesmo

    modo, no se pode exacerbar a pena de forma desconectada da tutela do bem

    jurdico, ao se enfrentar a questo da arma branca. Afinal, sem a apreenso, como

    seria possvel aferir sua potencialidade? Sem a percia, como saber se a faca utilizada

    no estava danificada? Logo, sob o enfoque do conceito fulcral de interpretao e

    aplicao do Direito Penal (o bem jurdico), no se pode majorar a pena pelo emprego

    de arma de fogo sem a apreenso e a percia para determinar se o instrumento

    utilizado pelo paciente, de fato, era uma arma de fogo, circunstncia apta a ensejar o

    maior rigor punitivo. Portanto, no caso, cabe o cancelamento da agravante referente

    ao uso de arma branca. Diante disso, a Turma concedeu a ordem. HC 139.611-MG,

    Rel. Min. Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ-SP), julgado em

    18/2/2010.

    STJ INFORMATIVO N 394

    Quinta Turma

    ROUBO CIRCUNSTANCIADO. ARMA BRANCA NO APREENDIDA.

    A Turma, denegou a ordem de habeas corpus ao entendimento (j consolidado na

    jurisprudncia) de que, no crime de roubo, quando existem outros elementos

    comprobatrios que levam a admitir a autoria imputada ao ru, no necessria a

    apreenso da arma ou sua percia para o aumento da pena pelo seu uso, conforme

    previsto no art. 157, 2, I, do CP. Nas instncias ordinrias, ficou comprovado que oora paciente ingressou num vago de trem armado de um estilete e que, sob ameaa,

    subtraiu dinheiro e o celular da vtima, a qual depois o reconheceu. Precedentes

    citados: HC 96.407-SP, DJ 4/8/2008, e HC 91.294-SP, DJ 23/6/2008. HC 127.661-SP,

    Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/5/2009.

    http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%20139611http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%20139611http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%20127661http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%20127661http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%20139611
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    STJ INFORMATIVO N 386

    Sexta Turma

    EMPREGO. ARMA. FOGO. APREENSO. PERCIA. NECESSIDADE.

    A Turma, por maioria, mesmo aps recente precedente do STF em sentido contrrio,

    reiterou seu entendimento de que necessria a apreenso da arma de fogo para que

    possa implementar o aumento da pena previsto no art. 157, 2, I, do CP. Com a

    ausncia da apreenso e percia da arma, no se pode apurar sua lesividade e,

    portanto, o maior risco para a integridade fsica da vtima. Precedentes citados doSTF: HC 96.099-RS, DJ 10/3/2009; HC 92.871-SP, DJ 6/3/2009; HC 95.142-RS, DJ

    5/12/2008; do STJ: HC 36.182-SP, DJ 21/3/2008; HC 100.906-MG, DJ 9/6/2008, e HC

    105.321-PA, DJ 27/5/2008. HC 99.762-MG,Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,

    julgado em 10/3/2009.

    *Gabriel Habib Defensor Pblico Federal no Rio de Janeiro.

    Ps graduado pelo Instituto de Direito Penal Econmico e Europeu da Universidade de

    Coimbra.

    Professor e Coordenador do CURSO FORUM / RJ.

    Professor da EMERJ Escola da Magistratura do Rio de Janeiro.

    Professor de FESUDEPERJ Fundao Escola da Defensoria Pblica do Rio de

    Janeiro.

    Professor do Curso IDEIA/RJ.

    Professor do Curso CEJUS Centro de Estudos Jurdicos de Salvador/BA.

    Professor do Curso CEJUSF/RJ.

    Professor do Curso Jurdico/PR.

    Professor do Curso CEJJUF/MG.

    Professor da ps graduao da Universidade Estcio de S.Autor do livro Leis Penais Especiais para Concursos. Editora JusPodivm.

    http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%2099762http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC%2099762