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Ano VI • nº 127 20 de agosto de 2007 R$ 5,90

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Ano VI • nº 12720 de agosto de 2007 R$ 5,90

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ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | Setor Hoteleiro Sul, Brasil XXI, Business Center Park 1, Sala 1307 – Tel: 3217.0217 Fax: 3217.0200 | Redação [email protected] | Editores Adriano Lopes de Oliveira e Maria Teresa Fernandes | Produção Célia Regina | Capa Edu Branquinho | Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Reportagem Adriana Romeo, Akemi Nitahara, Ana Cristina Vilela, Alexandre Marino, Angélica Torres, Bebé Prates, Beth Almeida, Carla Andrade, Cristiane Galvão, Eduardo Oliveira, Geraldo Seabra, Greicy Pessoa, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luis Turiba, Luiz Recena, Marcos Magalhães, Rafaela Céo, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Sérgio Moriconi, Súsan Faria, Teresa Mello e Vicente Sá Fotografia Débora Amorim, Eduardo Oliveira, Juan Pratginestós, Rodrigo Oliveira e Sérgio Amaral | Diretor Comercial Jaime Recena (8449.9736) Contatos Comerciais André Gil (9988.6676), Giselma Nascimento (9985.5881) e Ícaro Rollemberg (8463.3099) | Administrativo/Financeiro Daniel Viana e Rafael Oliveira | Assinaturas (3963.0207)| Impressão Gráfica Coronário

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O jogo caminha para o final do primeiro tempo. O poderoso esquadrão do Politheama, de Chico Buarque, vai arrancando um empate em 3 a 3 contra um time de jornalistas de Brasília, alguns já exaustos, estirados na lateral do campo. Luís Natal, dublê de capitão e técnico dos jornalistas, resolve substituir um zagueiro, julgando-o cansado. Para surpresa geral, o atleta deixa o campo esbravejando: “Mas logo agora que eu estava começando a gostar do jogo...”

A reclamação seria recebida com naturalidade não fosse o inconformado craque um senhor de cabelos grisalhos, um pernambucano de 69 anos que há quase 50 adotou Brasília como a cidade de seu coração. Mais um a confirmar que “o nordestino é antes de tudo um forte”, como proclamou Euclides da Cunha em Os Sertões.

Luiz Lima é assim mesmo. Beirando os setenta, não pára de agitar. Nem mesmo diminui o ritmo. Jamais dispensa a pelada de sábado no Iate Clube, onde é sempre um dos últimos a deixar o campo; gosta de reunir uma turma de vez em quando em sua Clip & Clipping (empresa de monitoramento eletrônico de notícias) para esvaziar litros e mais litros de bom uísque e jogar conversa fora; e, incansável, vive inventando novidades, principalmente quando o Carnaval vai se aproximando.

Ajudou a construir Brasília, foi funcionário da embaixada americana, participou da fundação do tradicional Pacotão, colecionou carros antigos, criou a Baratona, o Galinho de Brasília, a Baratinha... E já planeja um novo bloco para o Carnaval de 2008, com o lema “orgulho de ser candango”.

Esse Lula que faz e acontece é o Brasiliense de Coração da vez. O repórter Vicente Sá traça um perfil desse rico personagem da cidade a partir da página 26.

Boa leitura.

Maria Teresa Fernandes e Adriano Lopes de Oliveira

Editores

Parece até um quadro de Renoir, mas é uma paisagem real que se repete em cada cidadezinha do Vale do Loire, percorrido por 24 brasilienses amantes dos bons vinhos e da boa gastronomia

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POR ADRIANA ROMEO

FOTOS RODRIGO OLIVEIRA

O Lago Norte já conta, há algum tempo, com boas opções gastronômicas – Buongustaio, Capital Steak House, Galeteria Gaúcha, Varanda do Fred e os quiosques da tradicional Quituart, entre outras. Mas, com toda certeza, ficará melhor ainda quando a praça de alimentação do shopping Deck Norte estiver completa, com a inauguração da Brunella, pizzaria de Uberlândia, e das filiais das redes de fast-food Mc’Donalds e Subway, esta última na próxima sexta-feira, dia 24.

No início deste mês a gastronomia

Pertinho Os moradores do Lago Norte precisam cada vezmenos do Plano Piloto para se divertir e comer bem

do Deck ganhou um reforço de peso: o Veloce, com suas massas e carnes elaboradas, sobremesas de dar água na boca, como o sorvete de iogurte com calda de frutas vermelhas, e uma carta de vinhos de primeira. São 35 rótulos do Brasil, Chile, Argentina, Itália, França, Portugal e Espanha, todos exibindo excelente custo-benefício.

A nova empreitada dos sócios Matheus Viana, Diogo Santana, Gustavo Albuquerque e Rafael Benevides é resultado de muita negociação com a administração do shopping. Eles queriam instalar o restaurante numa área privilegiada – e conseguiram. O Veloce ocupa o canto

esquerdo da fachada do Deck Norte, bem no alto, com vista para o Lago Paranoá e o Plano Piloto. O ambiente é reservado e aconchegante, com o mesmo padrão de qualidade do Veloce original, do Deck Sul.

A principal novidade do cardápio está nos risotos, com destaque para o de “lingüiça bêbada” (lingüiça suína marinada no vinho tinto, com molho de tomate, pimenta, calabresa e manjericão fresco). Os pratos são individuais e custam entre R$ 23 e R$ 28. Uma refeição completa para um casal, com entrada, prato principal, sobremesa e vinho, sai por R$ 100, aproximadamente.

Pertinho de casa

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Os sócios comemoram o sucesso do restaurante já nas primeiras semanas de funcionamento. “Abrimos numa quinta-feira e no domingo já tinha fila”, entusiasmam-se Matheus e Gustavo. Segundo eles, a procura tem sido muito acima das melhores expectativas. Uma das razões, para surpresa deles proprietários, é o excelente conceito, junto aos moradores da região, do primeiro Veloce, o do Lago Sul.

A professora Teresa Soares conhecia bem o original e adorou a oportunidade de ter o restaurante perto de casa. “Os pratos são elaborados com muito capricho, os preços são bem em conta e o melhor é que agora o Veloce é quase meu vizinho”, comemora, saboreando a sobremesa.

A proposta do Deck Norte, de levar entretenimento e serviços ao Lago Norte, vai se concretizando pouco a pouco com a chegada de novas lojas e a consolidação da praça de alimentação. A administração do shopping patrocina um almoço musical aos sábados e domingos e aposta ainda no funcionamento das 304 salas comerciais – além das cinco do Cine Academia, com pouco mais de mil lugares – para incrementar o movimento.

UMA PECULIARIDADE DO DECK NORTE: a maioria dos proprietários de lojas mora no próprio bairro. É o caso de Lucinéia Orioli e de sua sócia Adriana Cabral, que investiram nos doces, tortas e salgados da Torteria di Lorenza e levaram para Lago Norte a décima franquia da renomada confeitaria. “Tínhamos poucas opções de quase tudo. Quando eu queria comprar uma torta, precisava me deslocar até a 115 Norte”, lembra Lucinéia, que pretende investir agora na tele-entrega.

Ela chama a atenção para o perfil do morador do Lago Norte, que em geral é de faixa etária mais elevada, é muito exigente e gosta de tranqüilidade e comodidade. De fato, a última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD/2004) revela que 53% dos 30 mil moradores do bairro têm mais de 30 anos. Além deles, o Deck Norte pretende atrair moradores da Asa

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LunnaInaugurado em fevereiro, tem como carro-chefe o almoço self-service, com carnes, massas e saladas preparadas na hora ao gosto do cliente. No jantar, segundo a proprietária, Camila Faion, o forte do cardápio são os caldos.

Cotidiano.EspressoO café da livraria Cotidiano procura unir lazer e cultura. No cardápio, drinks à base de café com a marca do barista e proprietário Samuel Arantes. Segundo ele, “aos poucos os moradores do bairro vão abandonar a cultura de sair para se divertir nas Asas Sul e Norte e passarão a trazer os amigos que moram em outras áreas”. Ele atribui aos cinemas um papel importante para atrair público ao shopping.

Vila Madá Choperia com cara de praia, mas que remete à vida noturna paulistana da Vila Madalena, montada na praça de alimentação. Destaca-se na happy-hour durante a semana e nas tardes de sábado e domingo, com grelhados

Para todos os gostos

Norte, Sobradinho, condomínios próximos e até do Sudoeste. Como o radialista Lúcio Magalhães, que costuma encontrar os amigos no Quiosque Chopp Brahma.

Os donos do quiosque, Guilherme Lavoratti e Fabiano Bérgamo, passaram a infância e a adolescência no Lago Norte e, como bons conhecedores da região, resolveram também apostar num empreendimento capaz de suprir a carência de entretenimento para o

pessoal entre 25 e 35 anos. “Até pouco tempo atrás, a única opção para essa faixa etária era o postinho de gasolina onde a turma se encontrava”, lembra Fabiano. “Por isso decidimos montar o quiosque e agora os moradores do Lago podem tomar um bom chope pertinho de casa”, completa Guilherme.

Uma atração adicional do quiosque é a happy hour com chorinho às quartas e quintas-feiras. “Reparamos que boa parte do público do Clube do Choro mora ou morou no Lago Norte, daí a idéia de investir no chope com chorinho, no petisco de azeitona e cebolinha e na cortesia aos aniversariantes, que ganham um chope, uma tortinha e ainda levam o copo de presente”, acrescenta Guilherme.

Para quem mora há muitos anos no Lago Norte e enfrentou tempos de alternativas escassas e pouco atraentes, como o velho “trailer da Gogó” ou o mercado da SAB, a consolidação de um shopping como o Deck Norte só pode ser motivo de muita comemoraçã

especiais e serviço à la carte. A proposta do Vila Madá é tirar o morador do Lago Norte da churrasqueira de casa para saborear grelhados com chope geladinho, explicam os sócios Luiz Guilherme e Henrique Nascimento.

Espaço GourmetInaugurado junto com o shopping, em 31 de janeiro deste ano, investe em peixes de qualidade para o self-service diário, acrescido de serviço à la carte a partir das 15h30 e dos caldos à noite. O destaque fica para o festival de massas nas noites de sexta e sábado, além da tradicional feijoada do almoço de sábado, informa a proprietária, Rosângela Venâncio.

Outras opções O espaço gastronômico do Deck Norte conta ainda com a tradicional Casa do Pão de Queijo, o Giraffa’s, um quiosque da Donuts & Donuts e o Ponto do Chocolate, além dos 28 sabores da Empada Brasil, diretamente de Petrópolis. Ainda está prevista a chegada de uma delicatessen, além do Mc’Donalds e do Subway,

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POR BETH ALMEIDA

O Dudu Camargo Restaurante reabriu as portas em março deste ano com um cardápio novinho em folha e uma carta de drinques pra lá de variada. E já anuncia novas mudanças, começando pelo sábado, dia em que, rivalizando com os restaurantes que oferecem a tradicional feijoada, passou a servir um suculento cassoulet, aquela receita francesa da região do Languedoc à base de feijão branco, embutidos e carnes variadas.

Com jeitão de boteco carioca, a varanda do restaurante – muito apropriadamente apelidada de Dudu Bar – foi pequena para acomodar os convidados na tarde de estréia do cassoulet, animada pela boa música de Mongol, parceiro de Oswaldo Montenegro. Os comensais foram

Inovações por minutoNem bem reinaugurou o restaurante que leva seu nome e Dudu Camargo já vem com mais novidades

informados de que, a partir do sábado seguinte, 20% da receita obtida com a venda do prato seriam destinados à Abrace – Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias.

Outra novidade é o que Dudu chamou de “almoço dos amigos”, às sextas-feiras. Nesse dia da semana, o restaurante oferece três ou quatro sugestões de pratos que, por serem mais elaborados e de preparo mais demorado, devem ser encomendados. Assim, é só combinar com os amigos previamente e ligar. Entre as opções, bacalhau, leitão a pururuca, tainha recheada e paella. “Também atendemos a pedidos, casoo prato desejado não esteja entre as sugestões do dia”, informa Dudu.

Recém chegado de Nova York, ele também já tem planos para novos martinis, desta vez preparados com

concentrados de frutas como maçã verde e banana. “Nunca gostei de martinis batidos, mas experimentei com esses concentrados e ficou muito bom. Também já fiz testes com os amigos, que aprovaram”, comemora. Os novos drinques vão enriquecer ainda mais o cardápio, que tem 18 opções de caipiroscas e outras 18 de martinis.

Dudu promete para este mês mudanças também nos pratos oferecidos no cardápio fixo. Mas nem precisava. Afinal de contas, ir ao Dudu Camargo Restaurante é uma eterna surpresa, em grande parte por conta das cinco sugestões diárias do chef. As receitas são dele próprio e de Alexandre Rigon, que já perderam a conta dos pratos que criaram ou adaptaram desde março.

“Não fazemos uma programação, as sugestões da semana dependem de novidades trazidas por fornecedores e

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Inovações por minuto

pelas visitas semanais que faço a verdureiros e peixarias”, explica Rigon. Formado pela École dês Arts Culinaires et de L’Hotellerie Lyon, do chef Paul Bocuse, ele segue à risca a “cozinha de mercado pregada pelo mestre, que consiste na utilização de ingredientes disponíveis no comércio local, da estação, e por isso mais frescos. “As sugestões respondem por 80% dos pedidos”, contabiliza Dudu.

Manter um cardápio tão variado – 30 entradas e petiscos que vão de sanduíches e canapés a caldos e pizzas de frigideira, sem contar os 156 tipos de carnes e os muitos acompanhamentos – requer uma despensa que mais parece um supermercado. Enquanto a maioria dos restaurantes tem, em média, 300 itens no estoque, o Dudu Camargo tem mais de mil. “Só de carne de búfalo são 10 cortes diferentes”, exemplifica Rigon.

Dudu Camargo Restaurante303 Sul – Bloco A (3323.8082)Aberto de 2ª feira a sábado no almoço e no jantar e domingo no almoço.

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O cantor Mongol e as caipiroscas mais exóticas animam as tardes de sábado no Dudu Bar

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Nova loja, novo prato O Spoleto acaba de abrir a primeira das três lojas que serão inauguradas este semestre no DF. Fica no novíssimo shopping Flórida Mall, na Estrada Parque Taguatinga-Guará, que nem foi inaugurado ainda. A nova loja surge no momento em que a rede de culinária italiana lança o tradicionalíssimo Polpettone – espécie de almôndega grande recheada com queijo. O novo prato é oferecido em três versões: carne bovina ou frango com recheio de queijo tipo mussarela e de salmão recheado com cream-cheese. É o primeiro prato do Spoleto de origem 100% animal, mas o cliente pode completar os nutrientes optando por combinações com meia porção de massas, saladas ou risotos.

Sem gordura Para quem busca manter sempre uma alimentação saudável e precisa de praticidade, uma boa sugestão é linha de sopas Viver Bem, da Qualimax. Com

teor 0% de gordura, poucas calorias e muitas fibras, as sopas estão disponíveis em seis sabores: creme de

cebola, cenoura e mandioquinha; galinha e cereais; legumes e verduras; creme de espinafre; batata e carne. Graças à moderna tecnologia de liofilização, que desidrata o alimento sem utilizar conservantes, todas as suas propriedades nutricionais e seu aspecto natural são mantidos. O pacote rende duas porções e fica pronto em apenas três minutos.

Crepe de RatatouilleBerinjela, abobrinha, pimentões (verde, vermelho e amarelo), cebola, tomate, tomilho, manjericão fresco, azeite e vinho branco, tudo cozido ao forno. A receita francesa, típica da região da Provence, agora é famosa no mundo inteiro graças a Remy, o mini-chef da animação Ratatouille,da Disney/Pixar. O ratinho que sonha em ser chef conquista o paladar dos clientes e do maior crítico gastronômico da França com esse prato, que dá nome ao filme. Quem sair da sala de cinema curioso para saber que delícia é essa pode ir direto ao Crepe Royale (207 sul). A iguaria está no cardápio – em forma de crepe – há mais de quatro anos, bem antes do pequeno roedor sonhar com as panelas.

De segunda a sextaA happy-hour do Roadhouse Grill (Terraço Shopping e Setor de Clubes Sul) agora acontece todos os dias de semana. Durante o horário do “Yee Haw”, das 18 às 21h, a casa oferece 25% de desconto nas entradas e double drink no chope e em todas as bebidas de 330ml – pediu um, leva outro grátis.

Gastronomia e saúdeMais uma para os preocupados com alimentação saudável. Somente até o dia 24 estão abertas as inscrições para o curso Gastronomia e Saúde, do Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (CET/UnB). Os alunos aprenderão técnicas de produção de alimentos com base nas restrições alimentares para uma perfeita saúde. O curso não se baseia somente nos alimentos popularmente considerados benéficos, como granola, iogurte desnatado, frutas e verduras orgânicas. Os alunos vão aprender que é possível comer de tudo: feijão tropeiro, feijoada, bolo de aipim e outros famosos pratos da culinária brasileira. O segredo de aliar o prazer à saúde está na preparação dos pratos. O curso começa dia 3 de setembro.

Mais informações pelo telefone 3307.2941, ramal 214. Na internet: www.unb.br/cet

Mais uma lojaA Torteria di Lorenza prepara para o final de setembro, a inauguração de mais uma loja. Desta vez, o local premiado com as deliciosas tortas e salgados da rede é a 309 Norte.

Mais um dia feliz25 de agosto é mais uma vez dia de ajudar crianças e adolescentes com câncer comendo um Big Mac (ou pelo menos comprando e doando para um menor carente). Todo o dinheiro arrecadado com a venda do sanduíche (exceto impostos) e de materiais promocionais será revertido para 62 instituições de apoio a crianças e adolescentes com câncer em todo o País. Desde que a campanha começou a ser realizada no Brasil, em 1988, o McDia Feliz já doou R$ 69,2 milhões para mais de 100 instituições em mais de 20 Estados, viabilizando unidades de internação, ambulatórios e salas de quimioterapia, casas de apoio e unidades de transplante de medula óssea. E uma feliz coincidência: nesse período, o índice de cura de jovens subiu de 35% para cerca de 70%.

Doces saudáveisQuem quiser perder alguns quilos sem abrir mão dos doces pode recorrer ao cardápio da Rio Sucos. Além dos mais de 100 tipos de sucos e lanches leves, a casa oferece opções de sobremesas que engordam menos e são ricas em nutrientes saudáveis: torta integral

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POR RODRIGO [email protected]

de banana, cremes de frutas acompanhados por granola de frutas frescas, mamão com nozes, tâmara com linhaça e morango com cupuaçu, além das carolinas com recheio de amêndoas.

Macia e cremosaA importadora Boxer está trazendo para o Brasil a cerveja Wexford Irish,

a primeira cerveja cream ale a desembarcar aqui até agora. A bebida é fermentada pelo legitimo e original estilo irlandês de fazer cerveja – naturalmente macia e cremosa. O suave sabor das frutas é completado por toques de lúpulo. A maciez excepcional é combinada à doçura do

caramelo e coberta com uma espessa camada de espuma. Está disponível em latas de 500ml a um preço médio de R$ 13.

Vinho parainiciantesDevido à grande procura pelos cursos de vinhos, a Vintage abriu duas novas turmas de iniciantes para o mês de setembro. Na loja do Terraço Shopping, as aulas começam dia 11; no Liberty Mall, dia 12. As quatro aulas, que dão direito à degustação de oito tipos de vinhos, custam R$ 199. Mais informações: www.vintagevinhos.com.br

Degustação no Lake’sO Lake’s Restaurante realiza dia 30, às 20h30, uma degustação de vinhos da vinícola chilena Emiliana. O enólogo César Morales e o gerente de produção Matias Changutti farão palestra sobre as características de cada vinho. Preço: R$ 85, com direito a jantar, no qual será servido o Noce de Filé ao Molho de Tufato e Madeira com Royal de Queijo Gruyère.

Sabor e saúdeO Gran Formaggio, primeiro queijo tipo Grana produzido fora da Itália, acaba de ganhar novas embalagens, mais modernas e com a assinatura de seu idealizador, o industrial Raul Randon. Produzido em Vacaria (RS), o Gran Formaggio é vendido inteiro ou em frações de variados pesos. Agora está disponível também a versão ralada do queijo, nas opções de 50 e 100 gramas. Resultante da tradicional receita italiana, o queijo é perfeito para a preparação de pratos ou para acompanhar um bom vinho. Além disso, tem excelente valor nutricional, principalmente pelo elevado índice de cálcio e fósforo e o baixo teor de gordura.

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Há muito tempo, creio que desde João Ratão e a panela de feijão, um rato não fazia tanto sucesso. E novamente pelas mãos de Disney, grande amante do roedor. Ratatouille, o filme, desenho animado, é muito bom e, também, é uma delícia, pois move-se entre os prazeres do comer e do beber, além de recados e intrigas do mundo da gastronomia. Análise mais profunda sobre forma e conteúdo é tarefa para meus colegas especialista Sérgio Moriconi e Reynaldo Ferreira, mestres da sétima arte. Mantenho-me na brasa do meu assado, o mundo da cozinha. O filme e o rato Remy nadam de braçada nos intricados meandros da alta gastronomia. Dão dicas, fazem ironias e cozinham para valer. Colette e Linguini, humanos, coadjuvam o roedor. Ela sabe muito; ele, quase nada. Remy junta-se aos dois até no triângulo amoroso. Chefes e cozinheiras e cozinheiros da cidade lotaram os cinemas. E alguns e algumas deles saíram com dúvidas existenciais: com qual dos três, afinal, nossos druidas locais mais se identificaram? O rato ganhou, o Linguini perdeu. A Colette recebeu votos em todas as tribos... Só não gostaram do crítico. Desse, aliás, nem os jornalistas. Soube de alguns que sentiram suas orelhas puxadas na telona. A discussão continua.

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LUIZ RECENA

Um único reparo Menina má, essa A. Gosta de cinema, adora desenhos, mas não suporta ratos. De nenhum tipo. Gostou do filme, pois adora cozinhar, mas fez inúmeras restrições ao Ratatouille. Para ela, “foi demais, muito cínico, aquele rato lavando as mãos antes de cozinhar... até parece!”.

Homenagens variadas Remy gosta de ler e defende seu livro de receitas com garras e dentes. O velho mestre volta em espírito e manda belas metáforas. E em mês de pais, sobrou espaço também para um elogio à figura paterna.

Novidade da uva A vinícola Cordelier, lá do sulista Vale dos Vinhedos, lança no mercado seu mais novo produto: o Granja União rosé 2007, de uva Merlot. “Com a leveza e o perfume da primavera”, diz a propaganda. Acompanha o lançamento um tinto Cabernet 2006.

Vai aumentarOutra empresa gaúcha, a Dal Pizzol Vinhos Finos, promete lançar no mercado 40 mil litros do vinho

Rato, panelas

Do Lugar, Merlot-Cabernet, até outubro próximo. É quatro vezes maior do que a última produção. Vem em garrafas e meias-garrafas normais, de vidro, e também no sistema bag-in-box, aquelas caixas com torneiras que ganham mais e mais adeptos a cada dia.

Bonita festaEntre tapas e muitos beijos aconteceu, na noite de 14 de agosto passado, o lançamento das terças espanholas da Azulejaria (408Sul). Mestre Andrei caprichou na primeira e garante que a qualidade vai continuar nas próximas. A happy-hour e suas promoções irão até às 21 horas.

Bahia em MinasSerá no Feitiço Mineiro (306 Norte) o lançamento do segundo livro do jornalista e best- seller baiano Gustavo Tapioca, Meninos do Rio Vermelho. Memórias de uma garotada moradora da pacata rua Alagoinhas, no bairro do título, em Salvador. Sossegada até o dia em que o furacão Jorge Amado instalou-se no lugar. Dia 27 de agosto, 19 horas, com direito a música do inspirado conjunto Ponta de Estoque.

[email protected]

e dúvidas existenciais

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INGREDIENTESDo rolinho de salmão• 4 folhas de massa harumaki• 4 pedaços de abacaxi• 4 pedaços de foie gras• 400g de salmão cru

Do mix de folhas• 100ml de azeite virgem• 50ml de azeite de trufa branca• 50ml de vinagre de maçã• 1 pitada de flor de sal• 1 pitada de sal

Receita do chef Nao Hara, consultor do restaurante Kooun

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MODO DE PREPARORechear a massa harumaki com o salmão cru, o abacaxi e o foie gras, enrolar a massa recheada e levar ao forno a 1800 por oito minutos. Cortá-la ao meio depois de assada. Misturar o vinagrete e colocar em cima do mix de folhas.

Rolinho de salmao crocante com abacaxi e foie gras, mix de folhas ao vinagrete e trufas brancas

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pão&vinho

ALEXANDRE DOS SANTOS FRANCO *

Casta emblemática e quase única da Borgonha, matéria-prima dos melhores e mais caros vinhos conhecidos pela humanidade, a Pinot Noir produz néctares de elegância incomparável, sabores marcantes, corpo médio e sedoso, aveludado, e retrogosto persistente e agradável.

Quase sempre os comentários sobre os vinhos dessa casta o descrevem como sensual, o que deriva das texturas sutis e sedosas e dos aromas que iniciam com morango e passam por cereja, ameixa, terra úmida, cogumelo, cedro, charuto, chocolate, couro, folhas secas e outros surgidos da sensibilidade e imaginação de seus apreciadores.

O corpo mais leve e menos tânico

Um vinho em relação a outras castas famosas, como a Cabernet Sauvignon e a Merlot, e a sua cor mais suave não permitem o engano típico do degustador em acreditar que seus sabores sejam mais frágeis, pois comumente o contrário é verdadeiro.

Mas nem tudo é vantajoso quando se trata dessa casta. Para gerar tais vinhos, ela faz exigências e impõe sacrifícios e eventuais castigos. De todas as uvas, é a mais difícil de transformar em vinho, pois é muito sensível às mudanças climáticas e às variações na composição do solo. Prefere as regiões mais frias e altas, expondo a safra a maiores riscos. Talvez por isso mesmo seus vinhos sejam os mais desejados pelos enófilos.

Foi festejando essa maravilhosa casta de uvas viníferas que convidei meus eternos companheiros de prova, Luiz Recena e José Luiz Paixão, para um tour gastronômico com a nobre varietal a acompanhar uma moqueca de camarões que eu mesmo preparei.

Não há dúvida de que os melhores, os mais prestigiosos, famosos e caros vinhos de Pinot Noir são produzidos na Borgonha, no coração da França. Sendo assim, iniciamos com a degustação de um Borgonha básico, produção de Olivier Guyot, safra 2004, a partir de vinhas velhas de sua propriedade em Marsannay-la-côte. Importação da World Wine La Pastina, mostrou típicos aromas de frutas vermelhas, morango e cereja em especial, e corpo elegante e suave.

Partimos, então, para um exemplar mais exótico, um Spatburgunder da Ansselmann, safra 2004. Um Pinot Noir alemão, de terras frias e altas. Importação da Vinhos do Mundo, apresentou aromas mais terrosos e alguma ameixa, confirmados à boca, com um final levemente amargo.

Seguimos com uma garrafa vinda diretamente da Patagônia, um Reserva da Bodegas del Fin del Mundo, safra 2004, que me foi presenteada pelo

sensualamigo e enófilo paulista Luiz Almeida. Embora distanciando-se dos tradicionais Borgonhas, se não por outra razão, pela alcoolicidade elevada e o corpo tânico, apresenta agradável e marcante sabor de chocolate e morangos, garbosamente precedido de seus aromas equivalentes.

Há sempre, claro, um gran finale. Abrimos uma garrafa, que eu guardava desde 1999, de um excepcional vinho da sub-região de Borgonha, o Vosne-Romanée, produzido em Nuit-St-Georges, na Cote D’or, por Dufouleur Pêre & Files. O Novo Mundo que me perdoe, mas os grandes vinhos da Borgonha continuam insuperáveis. Importação da World Wine La Pastina, mostrou aromas de terra úmida, cedro, algo de couro e leve chocolate, acompanhados por boca a frutas vermelhas emolduradas por um corpo firme e elegante, sedoso como poucos, com um retrogosto infindável. Definitivamente, um vinho que transpira sensualidade.

Vamos ao quesito harmonização com a dita moqueca – que, vale notar, não é nem bem baiana nem bem capixaba, moldando-se entre as duas como uma receita minha. Pela força de seus ingredientes, aceita muito bem vinhos tintos, desde que não muito tânicos e encorpados, direcionando a escolhapara os Pinot Noir.

Todos os exemplares acompanharam bem o prato, com pequeno demérito para o “Fritz”, pelo amargor ao final de boca, e para o “Gardelon”, em razão do maior corpo, tanicidade e alcoolicidade. Melhor para os exemplares da Borgonha, em especial, é claro, para o Vosne-Romanée, que mostrou seu brilho natural sem fazer sombra ao prato – que, modéstia à parte, estava muito gostoso, segundo todos os presentes.

*Empresário e enófilo

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roteirogastronômico

Buffet no almoço consagrado pela variedade de pratos. Por R$ 32,90, o cliente tem saladas, pratos quentes, massas caseiras e sobremesas. No jantar, frios a quilo, petiscos variados, sanduíches, saladas e pratos à la carte com destaque para o talharim aos frutos do mar.201 Norte (3326.1045) CC: V. M. D

Don’ Durica

Em plena W3 Sul, o Bar Brasília tem decoração caprichada, com móveis e objetos da primeira metade do século XX. Destaques para os pasteizinhos.Sugestão de gourmet: Cordeiro ensopado com ingredientes especiais, que realçam seu sabor.

Bar Brasília

506 Sul Bloco A (3443.4323) CC: Todos

Um dos melhores Happy Hours da cidade. No cardápio espumantes, petiscos, sanduíches, carpaccios, ostras e cervejas importadas. No almoço, buffet de saladas e pratos quentes.

Azulejaria

408 Sul (3443.0698) CC: Todos

Restaurante inspirado no Rio de Janeiro dos anos 40. O buffet, com cerca de 20 tipos de frios, sanduíches e rodadas de empadas e quibes, com a performance do garçom Tampinha, são boas opções para os freqüentadores.

202 Norte (3327.8342) CC: Todos

Armazém do Ferreira

Cerveja gelada e buffet. Mais de 40 opções de frios e petiscos. De 2ª a 6ª, buffet no almoço. Aos sábados, feijoada e cachaças, além do buffet de massas e saladas. Todos os dias rodízio de pizzas, caldos e massas.

Bar e Pizzaria do Brás

107 Norte (3347.4735) CC: V

MonumentalNuma das esquinas mais valorizadas da cidade, a casa tem uma ampla varanda e o chope bem gelado. No almoço, buffet variado de saladas, massas e grelhados. À noite, as lingüiças mineiras estão entre os petiscos mais pedidos.

201 Sul (3224.9313) CC: todos

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Ambiente requintado e charmoso. No cardápio, um convívio harmonioso entre pratos da cozinha contemporânea e os preferidos do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Adega climatizada.

Hotel Kubitschek Plaza (3329.3774) CC: todos

Diamantina Restaurante

É um dos mais renomados buffets de festa da cidade, com mais de dez anos de experiência. Além dos salgados e doces finos oferecidos no buffet, destaque para o Risoto de Foie-Gras, o Carré de Cordeiro ao Molho de Alecrim e o Filé ao Molho de Tâmaras.

QI 21 do Lago Sul (3366.3531)

Sweet Cake

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A traíra sem espinhas é o principal prato da casa, mas a peixada ao molho, os filés de truta, salmão, badejo e surubim grelhados - com seus deliciosos acompanhamentos - fazem da casa, com seu estilo único, uma excelente opção.

Vila Planalto(3306.2539) CC: todos

Esquina da Vila

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Cardápio variado, sabor e qualidade.Buffet no almoço é o carro-chefe, com mais de 10 pratos quentes, diversos tipos de saladas e várias opções de sobremesa, a R$ 35,90 (2ª a 6ª) e R$ 39,90 (sáb, dom e feriados) por pessoa. No jantar, serviço à la carte.

206 Sul (3443.4841), Liberty Mall e Brasília Shopping CC: todos

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CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R

MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R

MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

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Um dos melhores happy hours da cidade. Uma boa pedida é o bolinho de bacalhau. Oferece opções de pizzas individuais e serve chope claro e escuro, e drinques exclusivos, como a caipirinha de morango com vinho do Porto. Exclusividade: carpaccio de bacalhau.

Pontão do Lago Sul (3364.4041) CC: Todos

Bier Fass Pontão do Lago Sul

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Com cinco lojas na cidade, mantém a tradição em mais de 200 produtos de receitas típicas do interior de Goiás, preparados artesanalmente, sem conservantes ou estabilizantes. A torta Suflair é uma das tentações da linha doce. Na linha salgada, uma boa opção são as quiches, com recheios variados.

404 Norte, 215 Norte, 210 Sul, 103 Sudoeste e QI 13 Lago Sul (3361.7767)

Monjolo

O cardápio é bastante variado, com tortas doces e salgadas, bolos, pães, géleias, caldos quentes, quiches, tarteletes, chás, café e sucos de frutas naturais. Café da manhã porR$ 11,90 de 2ª a 6ª (buffet por pessoa).205 Sul bl A lj 3 (3443.7490) CC: V

Praliné

O Chiquita Bacana oferece almoço com pratos variados e bem servidos, como massas e grelhados. Todas as segundas-feiras, é vez da Segundona Universitária, o cliente terá 50% de desconto em todas as bebidas. Nas terças-feiras, dose dupla de caipifruta e vodka. Aos sábados tem Feijoada a R$ 12,90 por pessoa. O happy hour acontece todos os dias, com chopp a R$ 2,20.209 Sul (3242.1212)CC: Todos

Chiquita Bacana

302 Sul (3266.9667), 208 Sul (3443.6366), 211 Sul (3245-6000), 115 Norte (3349.7807), 213 Norte (3340.1730), Sudoeste (3344.4600), Lago Sul (3364.5096) e Brasília Shopping (3328.4853)

Torteria Di LorenzaAs mais deliciosas tortas da cidade estão na Torteria Di Lorenza. São centenas tipos. Amora Quaker, Frango com Catupiry e Sonho de Valsa Crocante estão entre as mais pedidas. Vá a uma de nossas lojas ou peça pela Loja Virtual em www.torteriadilorenza.com.br/lojavirtual.

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No almoço de 2ª. a 6ª., Grandes Receitas: Peixada, Cozido, Cassoulet, Galinhada e Baião de Dois. Cinco strogonoffs e sete escondidinhos atendem carnívoros e vegetarianos. Saladas, simples grelhados e o ambiente à beira lago satisfazem aos gostos mais exigentes. Pontão do Lago Sul (3248.7755)CC: Todos

Café Antiquário

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roteirogastronômico

Em menos de dois anos de existência, a segunda casa de Mara Alcamim já foi premiada pelas principais revistas gastronômicas do país. Agradável eintimista, aberta para almoço, de 2ª a 6ª, e para jantar, de 2ª a sábado. No almoço, opções a R$ 29,90.

210 Sul (3244.1039) CC: A e M

Zuu A.Z.D.Z.

A casa oferece saladas, massas, risotos, grelhados e mais de 50 sabores de crepes. Adega climatizada com mais de 60 rótulos. Sugestão: New York (maçã c/ canela, chocolate amargo e licor de café). Toda 2ª e 5ª música ao vivo. (www.cestsibon.com.br)

408 Sul (3244.6353) CC: V, M e D

C’est si bon

Dê asas ao chef que há em você.Toda terça, monte seu crepe com até oito ingredientes, a preços especiais, no Crepe au Chocolat da 210 Sul. Reservas pelo tel: 3443-2050

210 Sul (3443.2050), 109 Norte (3340.7002) CC: V, C

Crepe au Chocolat

Ponto de encontro de jovens durante toda a semana. Oferece mais de 30 sabores de crepes. Além dos tradicionais, os mais elaborados como o de bacalhau, strogonoff de frango ou filé. Os crepes doces mais pedidos são o de chocolate com banana e de morango.312 Sul (3445.2961) CC: V309 Norte (3202.1440)

Creperia Floripa

BSB Grill

Desde 1998 oferece as melhores e os mais diversos cortes nobres de carne: Bife Ancho, Bife de tira, Prime Ribe, Picanha, além de peixe na brasa, esfirras, quibes e outras especialidades árabes. Adega climatizada e espaço reservado completam os ambientes das casas.

304 Norte (3326.0976) 413 Sul (3346.0036) CC: A, V

Norton GrillPara quem não resiste a um bom grelhado, o Norton Grill é o lugar certo. Uma das especialidades da casa é a Picanha Baby com o famoso Arroz Norton e, de sobremesa, um delicioso pudim de leite.

Hotel Mélia - 2º andar (3218.5550) CC: todos

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Criado nos EUA, foi eleito por três anos consecutivos o preferido da família americana. Com mais de 100 lojas, seus generosos pratos foram criados, pesquisados e inspirados nas raízes da América. Conheça tais delícias: ribs, steaks, pasta, hambúrgueres.S.Clubes Sul Tr. 2 ao lado do Pier 21 (3321.8535) Terraço Shopping (3034.8535)

Roadhouse Grill

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Ênfase na cozinha andaluza, oferece mais de 30 delícias gastronômicas, como o Jamon Pata Negra, as tapas e a tradicional paella. Para beber, o Chopp Pata Negra, sangria e boa variadade de vinhos. Jantar de segunda a sábado e almoço, sábados e domigos com delicioso buffet de paellas. 413 Sul (3345.0641) CC: Todos

Pata Negra

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Universal DinerEleito O Melhor dos Melhores por votação popular na última eleição da Roteiro. Com nove anos de existência, o pioneiro na cozinha contemporânea da cidade tem como um dos carros-chefes o Camarão ao molho de queijo brie, champagne e caviar, com Risoto de morango e sálvia.

210 Sul (3443.2089) CC: Todos

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MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

Aos sábados, no restaurante panorâmico do hotel, suculenta feijoada com ingredientes separados. Entradas:deliciosas batidas, acarajé e caldinho de feijão. R$ 30 + 10% por pessoa ou R$ 55 + 10% o casal. Música ao vivo e sobremasas inclusas.

SHS Qd 5 Bl C (2103.8484)CC: Todos

San Marco Hotel

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Dom RomanoDesde 1988, foi pioneira em assar as pizzas no forno a lenha. As pizzas têm sabor e sotaque paulistano. As massas e molhos são de fabricação própria, e têm sabores bem caseiros. As porções bem servidas, retratam a origem italiana.

QI 11 Lago Sul (3248-0078)102 Norte (3327-7776) CC: V, M e D.

GordeixoAmbiente agradável, comida boa e área de lazer para as crianças fazem o sucesso da casa desde 1987. No almoço, além das pizzas, o buffet de massas preparadas na hora, onde o cliente escolhe os molhos e os ingredientes para compor seu prato.

306 Norte (3273.8525) CC: V, M e D

Pizzas assadas no forno à lenha e servidas na pedra, carnes e massas. Na Asa Sul, além do serviço à la carte, pode-se optar pelo buffet com cinco tipos de massas, três opções de molho e 20 complementos, a R$ 13,90 por pessoa.404 Sul (3323.8989), Sudoeste (3344.5599), Águas Claras (3435.6565) e Taguatinga (3354.1221) CC: D, M e V

Gordeixos

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San MarinoCozinha típica de cantina italiana. De 3ª a 6ª, rodízio à noite com 15 sabores de pizzas e oito de massas. Nas outras noites, somente à la carte. Durante a semana, no almoço, buffet com saladas, pratos executivos e grelhados.

209 Sul (3443.5050)CC: Todos

San LorenzoCulinária internacional,com a combinação surpreendente de belos e saborosos pratos. Sugestões:Filé do Casé e Medalhão de Florença. No almoço, pratos executivos com atendimento ágil e opções saborosas. A adega climatizada completa o ambiente.

103 Sudoeste (3201.2161)CC: Todos

Secondo Vercelli

Promoção para as noites de maio: todas as pizzas grandes a preço único de R$ 15,50, rodízio de pizzas e massas R$ 11,40, chopp 300ml R$ 2,59 e pratos a la carte com 20% desc.

403 sul (3321.6546)CC: todos

Ambiente romântico e intimista, com culinária mediterrânea, de inspiraçãoitaliana e influências francesas e espanholas. A proposta é oferecercardápio variado e criativo, com saladas e frutos do mar. Para os pequenos apetites, há a versão meio prato.

SCES Trecho 2, Lote 2 (3323.5961)Brasília Golfe Center CC: Todos

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GIlberto SalomãoQI 5 Lago Sul (3248.1519) CC: Todos

Bier Fass Gilberto SalomãoO Bierfass Gilberto Salomão completa em 2007 seu 38º ano de sucesso, com uma fórmula que agrega tradição, ambiente, cozinha e público diferenciado. Destaque para a cozinha internacional, variando pratos clássicos aos modernos, que influi tanto nos ingredientes usados como na apresentação dos pratos.

A sugestão da casa é: Parpadelle ao Molho Napolitano - Massa de produção própria com grano duro, molho com carne em pedaços (músculo), molho de tomate, temperos e ervas. Carta de vinhos e adega climatizada.

302 Sul (3226.8374) CC: Todos

Cantina da Massa

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roteirogastronômico

www.brilhoimportados.com.br

Feira dos Importados (3037.4533) CC: Todos

Brilho - Feira dos importadosReferência desde 1997, nos ramos de bebida, charutaria e delikatessen. Na adega climatizada o cliente encontra vinhos especiais, como Romaneé Conti e Chateau Pétrus. Ambiente especial para degustação. Queijos importados e o melhor bacalhau da cidade.

Diariamente no almoço e jantar, festival de sushi e sashimi, com mais de 35 opções de pratos. Nas 2as e 3as, o tradicional buffet conta com o Festival do Camarão. Funciona também à la carte e tem delivery. Horário: diariamente das 12h às 15h e das 19h às 24h.

408 Sul (3244.9999) CC: Todos

Haná

www.brilhoimportados.com.br

Centro Gilberto Salomão- lj 33 (3202.4533) CC: todos

Brilho - Lago SulA nova loja do Gilberto Salomão conta com adega climatizada e grande variedade de vinhos. Espaço exclusivo para degustações, palestras, eventos e amplo estacionamento. Os queijos, azeites, bacalhau, chocolates, acessórios e charutos completam o mix de produtos. Venha conhecer!

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NaturettoO restaurante valoriza a culinária macrobiótica, os vegetais orgânicos e integrais. O peixe está presente no cardápio diariamente. À noite, o vinho se harmoniza com o ambiente rústico e cultural e acompanha quiches, salmão grelhado, pães e queijos.

405 Norte (3201.6223) e Câmara dos Deputados CC: V e M

Tradicional e inovador. Sushis e sashimis ganham toques inusitados. Exemplo disso é o sushi de atum picado, temperado com gengibre e cebolinha envolto em fina camada de salmão. As novidades são fruto de muita pesquisa do proprietário Jun Ito.

403 Sul (3224.0430 / 3323.5213) CC: Todos

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201 Sul (3226.5650) CC: V, M

Villa BorgheseO charme da decoração e a iluminação à luz de velas dão o clima romântico. Aberto diariamente para almoço e jantar. Sugestão: Tagliatelle Del Maré – tagliatelle em saboroso molho de azeite extra virgem, tomate, alho, manjericão e camarões grandes, por R$ 40,00.

Um sucesso com serviços originais e rápidos. Buffet no centro do salão. O cliente monta seu pedido escolhendo até sete ingredientes para compor um prato de massa, ou salada, ou Vira-e-Mexe (arroz com feijão). Deliciosos pratos italianos à la carte.

201 Sul (3322.4688) Delivery (3225.4050) CC: Todos

Truli

É o lugar ideal para fanáticos por cozinha japonesa que nem todos os dias estão com apetite ou bolso para ir a um restaurante tradicional. São 20 opções de temakis, como o delicioso camarão tempurá, e oito opções de rolinhos. Às sextas e sábados, funciona até as quatro da manhã.405 Sul (3242.3460)www.makitemakeria.com.br

Maki Temakeria

Trattoria 101Cardápio com produtos italianos autênticos e tradicionais. Massas, filés, peixes e risotos, carpaccio. Tudo preparado na hora. Execelente carta de vinhos com 90 rótulos, entre nacionais e importados. Ambiente charmoso, varanda e amplo estacionamento completam o ambiente.

101 Sudoeste (3344.8866)CC: V, M e D.

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MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

BacoPremiada por todas as revistas. Massas originais da Itália, vinhos e ambiente. No cardápio, pizzas tradicionais e exóticas. Novidades são uma constante. Opção de rodízio em dias especiais – na 309 Norte, toda 3ª e domingo, e na 408 Sul, às 2as.309 Norte (3274.8600), 408 Sul (3244.2292) CC: TodosBaco Delivery (3223.0323)

Rodízio de Pizzas e Massas, com mais de 40 sabores. Diariamente, a partir das 18h. Aos sábados, Feijoada, Chopp 200ml R$ 0,99 e batida de limão/maracujá (cortesia). Promoções Happy Hour,Cerveja SOL R$ 2,99 e Chopp 200 ml R$ 0,99. Temos rodízio em domicílio.

307 Sul (Delivery 3443.4251)CC: todos

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Feitiço MineiroA culinária de raiz das Minas Gerais e uma programação cultural que inclui músicos de renome nacional e eventos literários. Diariamente, buffet com oito a nove tipos de carnes. Destaque para a leitoa e o pernil à pururuca, servidos às 6as e domingos.

306 Norte (3272.3032) CC: Todos

Sorvetes com sabores regionais e tecnologia italiana são a especialidade da casa. Os mais pedidos: tapioca, cupuaçu, açaí e frutas vermelhas. Na varanda, pode-se apreciar café bem tirado e fresquinho, acompanhado detapiocas quentinhas.

112 Norte (3340.4894) CC: Todos

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Severina O Sabor do NordesteApós 26 anos em Brasília, o restaurante Feijão verde da Asa Sul muda de nome, decoração, cardápio, mas mantém a tradição e a qualidade. Carne de sol, baião de 2x2, arrumadinho, escondidinho, bode e beiju recheados. É só escolher! www.restauranteseverina.com.br

201 Sul (3224-6362)CC: V, M, Amex, D

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113 Sul (3345.0777) CC: Todos

A casa premiada é um misto de padaria, delikatessen, confeitaria erestaurante. O restaurante serve risotos, massas e carnes, inclusivecordeiro. Destaque para o café gourmet, único torrado na própria loja, para as pizzas especiais e os buffets servidos na varanda.

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15 bistrôs de culinária nacional e internacional: casquinha de caranguejo, confit de pato, paella, escondidinho com carne seca, cuscus marroquino, leitoa a pururuca, sushis, picanha na chapa, tortas, suspiros e um cafezinho caprichado. De 5ª a domingo.Canteiro central do Lago Norte(3468.7139 / 8493.2774 )

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dia&noite

cidadeseseresQuando conheceu a obra do artista plástico Hundertwasser (1928/2000), o arquiteto Nazareno Affonso ficou fascinado. Afinal, a proposta do austríaco era humanizar as cidades, trazendo a natureza o mais possível para dentro das zonas urbanas. A ponto de o próprio Hundertwasser plantar árvores em cima dos prédios. Essa experiência marcou a arte de Nazareno, que sempre trabalhou com urbanismo – já foi secretário de Transportes em Santo André, Porto Alegre e Brasília (no governo Cristovam Buarque). A exposição Cidades e Seres mostra 50 obras de pequenas e grandes dimensões, recortes em madeira e projeção de imagens, com curadoria da historiadora de arte Vera Pugliese. Na Galeria Parangolé, do Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul), das 13 às 21h, até 8 de setembro.

geraldoazevedoEle vem lançar novo CD – O Brasil Existe em Mim – em duas apresentações, dias 24 e 25,

na Sala Villa- Lobos, às 21h. O pernambucano de Petrolina, cantor e compositor Geraldo Azevedo vai mostrar ao público de Brasília repertório de músicas inéditas, escritas a quatro mãos com antigos e novos parceiros. Seu CD sintetiza o universo musical de um artista singular, capaz de misturar suas raízes nordestinas a ritmos variados, que vão do

blues ao reggae, sob a influência das sofisticadas harmonias da bossa nova. Geraldo Azevedo divide o palco com os músicos Sidney Santos (baixista), Tiago Azevedo (baterista), Luis Alencar (sanfona e teclados), Vitor Mota (sopros) e Clarice Azevedo (vocal). Quem abre o show é a revelação brasiliense Ellen Oléria. Ingressos a R$ 14

e R$ 7. Bilheteria do teatro: 3325.6239.

festivaldequadrinhosA exposição HQ Brasília abre o II Festival de Quadrinhos, que acontece até o dia 30 na Fnac. Os principais autores e ilustradores de quadrinhos da cidade estarão na livraria para falar de seu riscado e mostrar seu trabalho. Jô Oliveira, Humberto Junqueira, Kleber Sales (indicado como desenhista revelação pelo HQ Mix de 2007), Gabriel Góes (que lança O Beijo no Asfalto), Lima Neto (artista plástico de volta ao mercado dos quadrinhos) e Fernando Lopes estarão na abertura.

terçainsana Uma central de criação em

constante atividade, buscando novas idéias, novas cenas e

gerando novos personagens. Assim é explicado o sucesso do projeto Terça Insana, que há cinco anos renova formato e elenco em cada temporada

de shows em São Paulo e mantém sempre “ligada” sua “centrífuga de idéias”. O grupo já recebeu 260 atores convidados, reciclou dez vezes o elenco fixo e levou ao palco suas criações: mais de 400 personagens apresentados em 349 shows diferentes. Esse “ventilador de alegria” é

dirigido por Grace Gianoukas, que traz a Brasília alguns dos personagens de mais sucesso: a mãe moderna, dividida entre o casamento e o trabalho;

Xaron, uma migrante rural que vira punk na cidade; e Aline Dorel, uma estrela internacional viciada em Lexotan. Dias 15 e 16 de setembro, na Sala

Villa-Lobos. Ingressos a R$ 80 e R$ 40. www.tercainsana.com.br

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o frevonatorreAlceu Valença e Casa de Farinha são algumas das estrelas da festa pernambucana que terá também

participação da Frevioca, um trio elétrico de frevo que vai agitar o espaço entre a

Torre de TV e a Funarte a partir das 19h deste sábado, dia 25. Para completar essa

verdadeira confraternização do frevo estarão os blocos brasilienses Suvaco da Asa e Galinho de Brasília. Lygia Falcão,

secretária de Gestão Estratégica da Prefeitura de Recife, explica o projeto

100 Anos de Frevo, que já passou por São Paulo e Rio de Janeiro:

“Queremos mostrar a riqueza sonora e visual da

nossa principal festa para o país e

para o mundo”. Entrada franca.

océudesuelyO filme de Karim Aimouz será exibido dia 24 na Mostra Internacional de Cinema - Mulher e Igualdade, na sala de cinema da Biblioteca Nacional (Conjunto Cultural da República), às 19h30, com entrada franca. A história de Hermila, uma jovem que volta de São Paulo com seu filho recém-nascido para a casa da família, no interior do Ceará, é parecida com a de muitas outras mulheres brasileiras que tentam reinventar sua vida e correr atrás de um sonho. Tudo a ver com a temática da mostra, que apresenta até dia 30 outros filmes sobre mulher e igualdade. Confira programação no site www.roteirobrasilia.com.br.

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Lula Quase setentão, o incansável Luiz Lima não abre mão da pelada dos fins de semana e planeja criar mais um bloco carnavalesco com o lema “orgulho de ser candango”

POR VICENTE SÁ

FOTOS RODRIGO OLIVEIRA

As imagens antigas mostram a Cidade Livre num dia de festa no ano de 1958. Operários passam vestindo suas melhores roupas a caminho da solenidade e de repente Luiz Lima, o Lula, pede que voltem a imagem para mostrar um carro: “Este era o meu carro. Eu devo estar por aí em algum lugar nesse dia”, rememora, alegre.

Essa passagem é emblemática da personalidade do candango que se orgulha de ter ajudado na construção de Brasília: um olhar no passado

e outro no futuro. Afinal, se por um lado ele foi colecionador de carros antigos, hoje é proprietário de uma das mais modernas empresas de clipagem eletrônica do DF, atendendo a diversos órgãos do governo

e grandes empresas da capital da República. A história de Luiz Lima começa bem antes de Brasília, em 1938, em

Pesqueira, Pernambuco. Filho do administrador da fábrica Peixe, que produzia massa de tomate, desde cedo dividiu-se entre trabalhar com o pai e os irmãos e jogar futebol. Nos dois campos atuava e ganhava bem, pois mesmo na década de 50, época de pouco profissionalismo no futebol, Lula recebia cachê para jogar pelos times do interior do Estado.

“Eu comecei como ponta direita mas, como fazia muitos gols, fui promovido a centro-avante e durante alguns anos brinquei direitinho

que faz e acontece

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nos campos de Pernambuco. Naquele tempo, eu estava tão bem que engraxava o sapato três vezes ao dia só para ajudar o Paulo Diniz, o músico, que naquela época era engraxate”, relembra.

Em 1958, com 20 anos, Lula vem para Brasília a convite de um engenheiro e passa a trabalhar na construtora Rodoferrea. Assim como aprendera a trabalhar com tomate e com a bola, aprende também o serviço de asfaltamento de estradas e já no ano seguinte é convidado a assumir o cargo de condutor técnico da Novacap.

Preocupado com a grande responsabilidade e com saudades de Pesqueira, Lula se despede de Brasília e vai rever a família no Pernambuco. Mas não por muito tempo, pois a paixão pela nova capital já o tornara um candango. Em menos de três meses estaria de volta, desta vez para ficar.

Daquela época ele se recorda que o sentimento de construir uma capital da República contagiava a todos e o contato com grandes personalidades era comum. “Juscelino falava direto com a gente, Israel Pinheiro falava com a gente, Bernardo Sayão até pegava na picareta e dirigia o trator nas obras. Naquele tempo era assim”, conta.

Em 1962, depois de percorrer várias construtoras de Brasília fazendo de tudo um pouco, sua vida deu uma guinada. Ele fez uma prova para o cargo de assistente de comunicação da embaixada americana e passou. Começou aí uma bem sucedida relação de trabalho quesó terminaria nos anos 80 – por incrível que pareça – por conta da capacidade de Lula de interpretar os fatos políticos.

“Meus superiores da embaixada acreditavam piamente que o Maluf iria ganhar do Tancredo no Colégio Eleitoral. Mas eu tinha minha análise própria e avisei que eles estavam enganados. Naquele confronto de opinião, acabamos nos exaltando e eu pedi minhas contas. Sai, abri uma pequena empresa e o Tancredo ganhou”, orgulha-se.

Um dos primeiros freqüentadores do Clube da Imprensa, Luiz Lima não podia deixar de participar da criação do Pacotão, o irreverente bloco de carnaval fundado por jornalistas na década de 80. Como bom pernambucano, ajudou ainda a fundar o Galinho de Brasília, uma quase sucursal do famoso Galo da Madrugada de Recife. Junto com J. Pingo e Carlão, dois conhecidos agitadores culturais da cidade, criou ainda a Baratona, uma maratona pelos bares da cidade, como o próprio nome indicava.

Essas agremiações carnavalescas ainda estão em plena atividade mas o bloco ao qual Lula continua se dedicando, durante o reinado de Momo, é a Baratinha, “o maior bloco infantil do mundo”. Nos domingos e terças de Carnaval, a Baratinha leva milhares de crianças ao Parque da Cidade, numa festa que começa de manhã e só termina no início da noite.

Esse “jovem” de 69 anos tem muitas outras atividades paralelas ao trabalho de empresário do ramo de comunicação. Como, por exemplo, a de organizar a tradicional pelada dos jornalistas, aos sábados, no Iate Clube de Brasília, trabalho a que se dedica com a maior

seriedade há 15 anos. “Sem ele, não conseguiríamos manter o grupo unido. A energia do Lula é contagiante, ele é um companheirão dentro e fora do campo. Um verdadeiro exemplo de atleta”, elogia o engenheiro agrônomo Ribamar Maranhão, diretor de futebol do Iate Clube e companheiro de pelada.

Casado há 40 anos, pai de quatro filhos, dois dos quais trabalham com ele, Luiz Lima ainda tem muitos projetos e sonhos, entre eles o de criar um bloco de carnaval com o lema “o orgulho de ser candango”. Esse bloco uniria seus dois olhares, o do passado e o do futuro, pois teria músicas e alegorias voltadas ao reconhecimento do trabalho desses pioneiros que, como ele, deram parte de sua vida na construção da capitaldo Brasil.

Direto da máquina do tempo

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POR ANGÉLICA TORRES

“Vá ao teatro e pode me convidar” é o slogan bem-humorado que ecoa na cidade, às vésperas do Festival Internacional Cena Contemporânea entrar em cartaz, pelo oitavo ano consecutivo. E faz sentido, pois que outra chance de ter ciência, por exemplo, de que bebês são um público vip de elencos europeus? Poder rir das galhofas espanholas de Léo Bassi e do grupo Yllana; conhecer a dramaturgia de uma companhia japonesa, como a Sankai Juku; ver a quantas anda a estética de Antunes Filho – são algumas dicas atraentes da programação de espetáculos que os brasilienses poderão assistir de 28 próximo a 9 de setembro em oito salas de teatro e espaços alternativos do Plano Piloto.

Cênica Festival Cena Contemporânea vai mostrar o que Europa, Japão e Brasil têm aprontado nos palcos

sem fronteiras

Guilherme Reis, ator e diretor brasiliense, é o dono

da idéia e organizador da empreitada que cresce

e se consolida ano a ano. Tanto que o Cena Contemporânea é hoje o maior entre os festivais do Centro-Oeste, além de integrar um núcleo de festivais de artes cênicas de mais cinco Estados (Rio, Minas, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Na edição deste ano, o que ver de

melhor? Ele responde: “Tudo”. A Espanha, país convidado

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Cena Contemporânea28 e 29/8 – Pequenos Milagres, Grupo Galpão (MG)29 e 30/8 – Prêt-à-Porter, Antunes Filho, 8/CPT (SP)30/8 a 02/9 – Pedra do Reino, Grupo de Teatro Macunaíma e CPT (SP)30 e 31/8 – Muito Barulho por Nada, Grupo Clowns de Shakespeare (RN)4 e 5/9 – Scape, Cia Deseo Ito (França)5 e 6/9 – La Revelación, Leo Bassi (Espanha)5 e 6/9 – Uma História de Amor, Grupo Teatro da Vertigem (SP)7 e 8/9 – Angu de Sangue, Coletivo Angu de Teatro (PE)7 e 8/9 – 666, Yllana (Espanha)7 e 8/9 – Jandira, criação de Kleber Lourenço (PE)8 e 9 setembro – Kagemi, Sankai Juku (Japão)8 e 9/9 – Fernando e Isaura (PE)Teatro Funarte - Sala Plínio Marcos - Espaço Petrobras Criança29/8 a 8/9 – Pupila D’Água e A Geometria dos Sonhos - La Casa Incierta (Espanha/Brasil) - para público de 40 bebêsChapeuzinho Vermelho – Le Plat de Jour (SP)Cine BrasíliaMostra de Cinema Teatro Traído (2a edição); encontros com artistas; lançamentos de livros, shows de música.

Dado interessante sobre o teatro de bebês é que a companhia é um “real arranjo em euro”: La Casa Incierta e seu diretor Carlos Laredo são espanhóis que têm como platéias das duas montagens (Pupila D’água e A Geometria dos Sonhos) bebês franceses, italianos, portugueses, belgas, espanhóis, russos e agora os brasileiros. E mais: as duas atrizes dos espetáculos são brasilienses. Clarice Cardell e Fernanda Cabral vivem em Madri e há cinco anos desenvolvem a insólita experiência de encenar para a primeira idade infantil.

Lá, o teatro para bebês não é vanguarda. Nasceu na França, sob auspícios científicos, há 30 anos, e desde então se expande com sucesso pelos países da Europa. Dele, Laredo quer deixar uma semente no Brasil e mostrar que “entrar no universo do bebê e da arte é entrar numa zona de risco, onde a arte está liberada de forma, convenção e estereótipo”. E os bebês assistem de verdade. Nem é preciso dizer “merda” para o elenco (jargão teatral para dar sorte antes de os atores pisarem no palco). Clarice garante que eles são a melhor platéia de sua carreira.

Merda no palco e na platéia

especial, traz cinco participações: além dos cômicos citados, o teatro para bebês da companhia La Casa Incierta é uma atração e tanto – principalmente para seu público específico, os nenês de até três anos, claro, com seus responsáveis (lei box abaixo). Dica de Guilherme: atenção para a dramaturgia alcançada pelo Clowns de Shakespeare, de Natal – “são contadores de histórias nordestinas em formato moderno, alegre, bonito”.

O Grupo Galpão vem com Pequenos Milagres, em quatro histórias resultantes de 600 escritas pelo cidadão comum e enviadas por e-mail, sob direção de Paulo Moraes. Antunes Filho traz dois espetáculos – sua recriação de A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, e Prêt-à-Porter, com pequenas histórias – “uma jóia-prima”, avalia Guilherme Reis.

O Cine Brasília prepara o clima (e o clímax) do evento: de noite, vai oferecer mostra de filmes, encontros com artistas e lançamentos de livros, além de bar, restaurante e músicos tocando, estendendo a programação do Cena. É bom saber que há muitos espetáculos com entrada franca e os pagos têm preço honesto e inteligente: R$ 16 e R$ 8. No CCBB saem a R$ 15 e R$ 7,50.

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Diálogos circularesPrimeira coletiva de artistas de Brasília no Museu da República, a exposição O Círculo traz para a capital 132 obras centradas nessa figura geométrica

POR CRISTIANO TORRES Brasília, cidade acostumada às retas de imponentes edificações

arquitetônicas, e cujas largas e longas pistas parecem por vezes nos trazer a saudade das curvas, recebe agora uma exposição centrada no círculo. No círculo (ou semicírculo) das cúpulas do Congresso Nacional, da Lua – cheia, minguante ou crescente –, da abóbada celeste que envolve num panorama de 180o a cidade monumento. Enfim, na curvatura gigante da oca esfera do Museu do Conjunto Cultural da República, que por ora recebe obras de 132 artistas locais cujas diferentes vozes gritam essa mesma mensagem: o fim e o princípio, o dentro e o fora, o infinito, a circulação...

Há tantos significados possíveis que, ao final do trajeto, o público fica com a impressão de que muito ainda pode ser contado sobre O Círculo, a

Neurônios, de Izabel Persijn

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O CírculoExposição de 132 artistas de Brasília. Até 25/8, de 3ª feira a domingo, das 9 às 18h30, no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República (Setor Cultural Sul, próximo à Rodoviária do Plano Piloto). Informações: 3325.5220.

primeira ocupação coletiva de artistas brasilienses no mais recente espaço dedicado às artes plásticas de Brasília. A exposição está aberta para visitação até o dia 25.

O curador Wagner Barja, também responsável pelo Museu, ressalta que a intenção é abrir espaço para a reunião de variadas linguagens. “Queremos fazer uma provocação inspirada no formato do edifício e, ao mesmo tempo, estimular a produção artística local”, revela. A mostra reúne obras da atual produção brasiliense, entre instalações, performances, vídeo-arte, fotos, arte computacional, pintura, desenho, gravura e escultura. “A idéia é usar todos os espaços do museu”, adianta Barja. “Temos obras dentro do salão principal, mas também no pátio externo. Os artistas ocupam dos lagos da praça aos postes que iluminam o edifício”.

E são tantas as intervenções que o visitante mais desavisado pode até tropeçar, ou mesmo trombar, com algumas delas. Desde a estrela de Davi de Mara Nunes, ocupando o espelho d’água, e das estátuas evangelistas de Waleska Reuter e Gisel Carriconde logo à entrada da mostra, até pinturas figurativas ou abstratas no interior, de tudo um muito pode ser visto, tocado e sentido.

A maior parte do acervo foi encomendada especialmente para a mostra numa negociação com cada um dos artistas. “Nosso critério foi o de receber o maior número possível de artistas locais. Aceitamos os trabalhos até o limite de nossa capacidade”, explica o curador.

Ao lado de novos artistas, como Adriana Cascaes e Andrey Hermuche, estão criações de Athos Bulcão, Rubem Valentim, Glênio Bianchetti e Bené Fonteles, além da participação de grupos como o Corpos Informáticos e o Entreaberto.

A Babeladário, de Nelson Maravalhas

Jardins da Babilônia, de Julien Gorovitz

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Móveis, máquinas de escrever e outros materiais de escritório, arquivos, mapas e muitos documentos. Em tudo um pouco de história. A história de Brasília escrita a partir do seu chão e contada pela empresa responsável por ordenar e regularizar a posse das terras desapropriadas por ato do presidente Juscelino Kubitschek para abrigar a nova capital. Herdeira de parte das atribuições da Novacap, que por muitos anos acumulou as tarefas de construir e organizar a ocupação do solo no Distrito Federal, a Terracap comemorou a passagem do seu 34º aniversário, no último dia 14, literalmente sacudindo a poeira de seus depósitos e garimpando papéis e objetos que contam um pouco como tudo aconteceu.

A pequena exposição montada sob uma tenda no estacionamento da empresa guarda algumas preciosidades, como as fichas dos primeiros lotes distribuídos em Sobradinho no início

Curiosidades Exposição na Terracap resgata um pouco da memória dos primeiros anos da nova capital

dos anos 70. Os beneficiários, vê-se ali, foram trabalhadores (marceneiro, soldador, carpinteiro e pedreiro são as profissões mais encontradas quando se folheia o fichário ao acaso) que compraram lotes nas quadras 10 e 12 daquela cidade-satélite a preços que variam entre Cr$ 160.000,00 e Cr$ 240.000,00 (as cifras são em cruzeiro, a moeda que circulava na época) financiados em 60 meses.

Os arquivos das fichas de Sobradinho são uma amostra mínima das centenas de móveis semelhantes guardados numa das salas do prédio anexo à Terracap, com todos os processos de regularização de terrenos no Distrito Federal feitos antes da informatização da empresa, na década de 90. E é a essas fichas que até hoje ainda se recorre em caso de alguma disputa ou divergência sobre posse de terras.

Outra bela peça, que estava empoeirada num depósito até ser

resgatada para a exposição, é um registro aerofotogramétrico, realizado pela Aeronáutica em 23 de junho de 1975, que desperta saudades de uma Brasília que, vista do alto, ainda guardava a forma de um avião – a ocupação se restringia ao Eixo Monumental e às duas asas – e o Cruzeiro, Taguatinga, Ceilândia, Gama, Sobradinho e Planaltina, únicas cidades existentes à época, como que flutuavam em seu entorno, como satélites.

“Saindo daqui, essa foto vai ganhar um lugar de destaque numa das paredes da empresa. Além de contar um pouco da nossa história, essa exposição teve o mérito de sensibilizar a diretoria da Terracap para a necessidade de cuidar dessas peças de documentos como um acervo histórico, que é um dos mais importantes de Brasília porque trata justamente da ocupação do seu solo”, avalia Marlucia Batista Sertão, uma das organizadoras da exposição.

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O Espaço Plástico da LuzAté 23/9, de 3ª feira a domingo, das 9 às 21h, no CCBB ( 3310.7087). Entrada franca

“Eu penso que o mármore fala. Não é o homem que o faz falar, mas o próprio material que fala, o mármore como matéria viva. Só que é preciso ouvir sua voz. É como as relações entre as pessoas. Se não tivermos a paciência e o respeito para ouvir o outro e ouvirmos só a nossa voz, o mármore ficará mudo”.

Essa é, em suas próprias palavras, a essência do trabalho do artista plástico Pablo Atchugarry, uruguaio que vive há 25 anos em Lecco, norte da Itália, e cujo trabalho pode ser conhecido pelos brasilienses até 23 de setembro, no CCBB. A mostra O Espaço Plástico da Luz traz 44 obras do artista, sendo que 30 estão expostas nas galerias e as restantes, grandes blocos, se espalham pelos belos jardins do CCBB.

De acordo com Jacqueline Montagno, curadora da exposição, algumas peças são emprestadas de colecionadores particulares, a maioria vinda da Itália e confeccionada em mármore, mas há também uma em bronze. Além do mármore branco de Carrara, Atchugarry utiliza o rosa de Portugal, o cinza Garfagnana e o preto da Bélgica.

A arte de Atchugarry é inspirada pelos contrastes aos quais os seres humanos são confrontados, como vida e morte, amor e ódio. Com suas peças, ele cria imagens de uma convivência harmônica entre todos os seres humanos e entre estes e a natureza. Para ele, a própria dinâmica da vida é a verdadeira fonte de inspiração.

Atchugarry nasceu em Montevidéu,

A voz do Pela primeira vez no Brasil, o uruguaio Pablo Atchugarry expõe 44 obras no CCBB de Brasília até 23 de setembro

mármoreem 1954. Seu pai, Pedro, aluno de Joaquin Torres Garcia e apaixonado pela arte, logo percebeu a vocação e o interesse que Pablo manisfestou desde criança, e o incentivou a pintar. Começou a expor aos 11 anos e, na adolescência, sentiu necessidade de se expressar também de outras formas e com outros materiais. Foi quando começou a esculpir em cimento, metal e madeira.

Sua primeira exposição individual aconteceu em 1972, em Montevidéu, e dois anos depois ele expôs em Buenos Aires, em sua primeira incursão fora do Uruguai. No final da década de 1970, fez diversas viagens de estudo à França, Espanha e Itália, onde descobriu seu fascínio pelo mármore. O resultado foi a primeira escultura, La Lumière, realizada em 1978 em Carrara.

Em 1982, Atchugarry decidiu morar em Lecco, graças à encomenda de sua primeira grande escultura, La Pietà, hoje propriedade da Basílica de São Niccolò, naquela cidade italiana. A partir de 1989, ele se consagrou como escultor de obras monumentais, hoje expostas em diversos espaços públicos europeus e latino-americanos. Atualmente trabalha numa obra monumental (Abraço cósmico), com 8,6m de altura, que será instalada num espaço público na Bélgica.

Depois de 23 de setembro, a mostra do artista segue para São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

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POR MASUMI OTA YIDA

Hospedados nos arredores de Nantes, na abadia de Villeneuve, uma construção do século XVIII, estávamos prontos para iniciar a tão esperada viagem pelo mundo de sonhos do Vale do Rio Loire. Trata-se de uma região rica em paisagens, que vão desde grutas trogloditas até igrejas medievais, cidades historicamente importantes, vinhedos, florestas, rios e castelos suntuosos.

1º DIA O tour começou em Nantes, na foz do Rio Loire. Visitamos a

Catedral de St. Pierre e St. Paul, que guarda a majestosa tumba do Duque de Bretanha, pai de Anne de Bretanha, rainha da França

por duas vezes. Nesse castelo de vários estilos arquitetônicos foi assinado o famoso Édito de Nantes, por Henrique IV. Antes, a cidade era conhecida como a Veneza do Oeste, por seus inúmeros canais, hoje aterrados.

A alegria já tomava conta da turma, que este ano bateu o recorde, com 24 integrantes, incluindo Patrick Montanéra e Christian Coüesmes, do Club Taste-Vin de Brasília. Foi a quinta viagem à França organizada por eles, sendo que apenas cinco pessoas participaram de todas. O almoço no hotel marcou o início da nossa longa “festa de Babette”: trouxinhas de pato, salada com magret de pato defumado, filé de atum e arroz selvagem, queijos e sobremesa de pêssego ao chocolate branco, vinhos Muscadet e Merlot.

À tarde, visitamos o Castelo do Marquês de Goulaine, viticultor, escritor e criador de borboletas, grande admirador do Brasil. Ele e a esposa nos brindaram com um jantar regado a Chardonnay, Muscadet e Vouvray. Seu Chardonnay ganhou o quarto lugar na Inglaterra,

entre os 120 melhores vin de pays. Fomos recebidos com muito carinho.

Festa de BabetteA maratona gastronômica de 24 brasilienses, durante duas semanas, pelo Vale do Loire, com seus castelos, igrejas medievais, vinhedos e paisagens idílicas

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2º DIAUm programa sui generis: degustação

de sal. De charrete, conhecemos uma salina em Guérande de onde se extrai a famosa fleur de sel de Guérande, um sal natural. Almoçamos crepes salgados e doces na Crêperie Fleur de Sel, regados a cidra, como é costume na França.

O jantar no Anne de Bretagne, uma estrela do Michelin, foi algo mais. De entrada, sorbet de ostras, seguido de lagostins ao vinagrete e peixe enrolado em tinta de lula, mousse de queijo branco e infusão de pêssego. Destaque para o vinho Fié Gris Vételé, premiado com a Medalha de Ouro. Ficamos maravilhados com o restaurante à beira-mar, com o serviço e a excelente comida.

3º DIAVisita ao Domaine Serge Saupin,

que vende atualmente três milhões de mudas enxertadas, por causa da filoxera, que ainda existe no solo. Dos seis vinhos degustados, destacamos o Muscadet sur Lie 2004, Château Haye Portelière. Serge nos levou para almoçar no Grill L’ Europe. Prato principal: carne grelhada numa lareira. Muito aconchegante!

Continuamos nosso périplo na Maison Cointreau, fábrica enorme e moderníssima, em Barthélemy d’Anjou. O Brasil é o maior fornecedor de cascas de laranja à fábrica, e por isso é o único país que recebe o líquido e o engarrafa. Na degustação de aperitivos, aprovamos a caipirinha de Cointreau, muito apreciada na França. Depois disso tudo, nosso chofer gostou da cantoria no ônibus, de uma alegria contagiante.

Terminamos nossa jornada no Château de Noirieux, castelo do século XVII, da rede Relais & Châteaux, um

hotel lindíssimo e muito chique, cujo restaurante detém uma estrela do Michelin. O chef nos deliciou com uma galantine de peixe e caranguejo com legumes, pombo assado e batatas, sorvete com crocante de gergelim, queijo Munster e cerejas em compota, bola de chocolate com morango e creme inglês, café e docinhos... nada light. Dos três vinhos servidos, vale ressaltar o Crémant de Loire Langlois, brut.

4º DIAPara amansar a consciência,

acordamos às 6h30 – sete pessoas corajosas – para caminhar pelo lindo jardim que cerca o hotel. Iniciamos o roteiro no Le Cadre Noir de Saumur, a famosa Escola Nacional de Equitação, onde assistimos à apresentação de alguns de seus 350 cavalos, que marcham harmoniosamente sob

França

Vale do Loire

Peixe enrolado em tinta de lula, arroz

selvagem, legumes e guacamole Galantine de peixe e caranguejo com legumesBola marmorizada de chocolate com cerejas

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o chicote de elegantes cavaleiros. Como é imprescindível a visita

a uma gruta troglodita nessa região, fomos almoçar dentro de uma delas, a Champignonière du Saut aux Loups. Especialidades: champignons e carne de porco, tripas e queijo de cabra. Para quem gosta, é um prato cheio. Dentro de longos túneis, nas cavernas, vimos várias espécies de champignons crescendo silenciosamente.

Começamos o dia com os cavalos e fechamos com um passeio de barco pelo Rio Loire, numa embarcação à moda antiga, uma gabare, que faz o transporte fluvial. Apreciando um lindo pôr-do-sol, jantamos churrasco de boudin noir (espécie de chouriço), andouillette (lingüiça de vísceras de porco), vários embutidos, saladas, pães, queijos de cabra e tortas de maçã. Uma bela noite, com muito vinho e risadas.

5º DIAAntes de chegar a Tours, paramos

no vinhedo de Marc Angeli, um corso que se dedica à viticultura orgânica, sem pesticidas e com leveduras naturais, sem nenhuma introdução de produtos químicos. Dos vinhos provados, o Chenin Blanc d’ Anjou 2004, vinho seco de uvas maduras, mostrou-se interessante. Seguimos para o almoço no Les Clos des Trois Rois, com pratos regionais como rillette, patê, embutidos, queijos, quiches e muitos vinhos.

Enfim, hospedamo-nos em Tours, antiga metrópole dos gauleses e

romanos, sobrevivente de bombardeios e incêndios. Jantamos na tradicional Brasserie L’Odéon, fundada em 1893. Nosso jantar: salada de rillon (espécie de bacon) e champignons, fricassé de ave ao vinho Montlouis e, de sobremesa, uma linda Île Flottante (parece ovos nevados com creme inglês). Para fazer a digestão, caminhamos pelas ruas e praças, respirando o ar frio da noite. Frio, sim, pois neste verão europeu tivemos temperaturas de 12 a 19 graus todos os dias.

6º DIAEnfim, fomos premiados com um

dia livre, pois ninguém é de ferro. À noite, no Comme Autre Fouée, o prato típico era uma espécie de pão árabe, quentinho, com vários tipos de recheios: presunto, cebola, rillette, salada, feijão branco, queijo de cabra e torta crocante de maçãs. Foram tantas as rodadas de pãezinhos, que o chef preparava em ritmo alucinante, que até perdemosa conta de quanto comemos.

7º DIANossa primeira visita foi a uma

fazenda de criação de cabras, onde almoçamos. O interessante é que lá se realizava a festa de um casamento, bem diferente para nós, pois naquele ambiente bucólico chamaram nossa atenção os convidados bem vestidos e a noiva em traje típico oriental. Partimos para o Château de Villandry, último grande castelo renascentista, jamais

habitado por um rei. Sua importância está na beleza dos jardins, na simetria de seus canteiros, no corte dos arbustos e na riqueza da horta e do pomar.

Em Restigné degustamos seis vinhos da Appelation Bourgueil, todos da uva Cabernet Franc. Então, descemos numa caverna antiga onde nos foi servido um jantar rústico, à base de chouriço, lingüiça de vísceras, vários embutidos, pães, melão, queijos de cabra e tortas doces. Uma lareira nos aquecia o corpo, e o vinho a alma.

8º DIAFoi emocionante ver o castelo de

Chinon e pensar que lá Joana d’ Arc reconheceu o futuro rei da França, Carlos VII. Fomos, então, ao Domaine Bernard Baudry, cuja especialidade é a agricultura orgânica, com 100% de uvas Cabernet Franc. Entre seis vinhos que acompanharam nosso almoço, o La Croix Boisée, que pode ser guardado por mais de 20 anos, ficou na nossa memória gustativa.

O ponto alto do dia seria a visita ao castelo Azay-le-Rideau, um “diamante de mil facetas”, segundo Balzac. Não nos cansamos de apreciar seu estilo gótico e renascentista, com colunas e escadas, arcos e nichos, chaminés e torres, surgindo de dentro da água como uma sílfide.

Para coroar nosso dia, um jantar chique no Relais& Châteaux de Jean Bardet, duas estrelas do Michelin. O aperitivo, um Vouvray 1959, foi algo

Pôr-do-sol a bordo de uma gabare, barco típico da região

Nosso grupo no Château de Noirieux

Salada morna de girolles (cogumelos) com azeite de avelã

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mais para os nossos sentidos, sem falar no menu – salada de girolles (cogumelos), foie gras cozido em Vouvray, consomé de caranguejo, vitela e sobremesas de cereja, sablé (amanteigado) e morango. Um sonho de sabores e aromas fantásticos, para não ser esquecido.

9º DIANo vinhedo de Philippe Loquineau,

com uma cultura totalmente orgânica e duas denominações (Cheverny e Cour Cheverny), degustamos seis vinhos e almoçamos. Entre todos, destaque para o Domaine de la Plante d’ Or Cheverny 2006. Enriquecemos nossa cultura sobre vinhos com uma visita a um artesão tanoeiro – fabricante de barris de carvalho – e acompanhamos todos os passos de sua difícil e solitária tarefa. Cada barril pode ser vendido por aproximadamente 400 euros.

10º DIAComeçamos o dia com uma visita

emocionante ao Domaine Champalou, cuja proprietária nos recebeu com lágrimas nos olhos, porque gostou muito de Brasília e tem boas lembranças daqui. Ela mantém uma foto da igreja Dom Bosco sobre sua escrivaninha. Seus vinhos espumantes, secos e doces, nos animaram a encher mais as nossas malas. Destaco o Cuvée Moilleuse 2003, para acompanhar queijos azuis ou foie gras, e o Le Portail 2004, para peixes ou carnes brancas. O almoço foi

pra ninguém botar defeito, inesquecível a bolinha de queijo de cabra recheada com mel. Todos queriam a receita, mas ficamos sem saber, já que o dono do bufê não estava presente.

Lá se foi nosso ônibus esbanjando alegria, rumo a Amboise, cujo castelo abrigou vários reis, sendo que François I deu-lhe mais fama, por ter abrigado Leonardo da Vinci, num pequeno castelo vizinho, o Clos Lucé. Diz a história que o rei ia conversar com da Vinci frequentemente, durante os três anos em que ele lá viveu. Isso é que é privilégio! Pudemos admirar os protótipos de inventos daquele grande precursor do mundo moderno.

Aquecemos nossos estômagos no L’ Auberge de Launay, com canelone de presunto regional e salada, magret de pato com alecrim e legumes, sopa de morangos ao vinho tinto e sorvete de baunilha. Vinhos Domaine de Bessons 2005 e Saumur Champigny 2005. Voltamos ao castelo de Amboise para um show medieval teatralizado sobre a vida na corte de François I. O show foi tão lindo quanto o frio foi congelante.

11º DIAAcordamos ansiosos pela visita

ao castelo de Chenonceau, conhecido como “o castelo das seis mulheres”, das quais a mais famosa é a indomável Catherine de Médicis. Chenonceau é o único castelo construído no meio do

rio, o Cher. Sua longa aléia de plátanos, seus jardins floridos e o castelo em si nos remetem a um passado cheio de histórias e de intrigas.

Depois do almoço no Castelo de Chémery, onde nos serviram uma terrine de salmão, rillette de legumes, ragu de vitelo com arroz branco (que todos comemoraram efusivamente), finalizando com uma gostosa torta de frutas, chegamos a Bourges, cidade que já existia antes da conquista da Gália por César, famosa por sua majestosa catedral e pelo palácio de Jacques Coeur. Descansamos depois do jantar no Le Bourbonnoux, cujo cardápio constou de sardinhas marinadas ao vinagre de cidra, sorvete de alcachofra, rôti de charolês, échalotes confites e crocante de legumes, terrine de queijo de cabra fresco e geléia de pimentão, frangipane gratinée, pain d’ épices e creme de flor de laranja.

12º DIANo Domaine La Moynerie, em

Saint-Andelain, é produzido o Pouilly Fumé. Segundo se conta, era um dos quatro fornecedores preferidos por Lady Di. Lá degustamos dez vinhos, alguns com aromas nunca antes sentidos por nós, tais como de pedra de isqueiro ou giz molhado. Muito interessantes, sendo o carro-chefe o La Moynerie. Depois, visitarmos a fábrica de porcelana Pillivuyt, que surgiu no século XIX, depois das famosas porcelanas de Vincennes e Limoges.

Foie gras de pato cozido ao vinho

M. Dussiaux, o tanoeiro, fazendo sozinho o barril de carvalho

Um show medieval no Castelo de Amboise

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Auberge du Vigneron, onde nos deliciamos com

os Oeufs en meurette Auberge du Vigneron, onde nos deliciam

os com

Abbaye de VilleneuveRoute de la Roche sur Yon 44840 Les Sorinières (2 40 04 40 25) Château de Noirieux26 Route du Moulin 49125 Briollay (2 41 42 50 05) Hotel-Restaurant Anne de BretagnePorte de la Gravette 44770 La Plaine-sur-Mer (2 40 21 54 72) Jean Bardet Château Belmont57 rue Groison 37100 Tours (2 47 41 41 11) L’ Abbaye Saint-AmbroixHôtel de Bourbon, Boulevard de la République 18000 Bourges (2 48 70 70 00) Domaine Reverdy-Doucroux Rue du Pressoir Verdigny 18300 Sancerre Champalou Vouvray 7, rue du Grand-Ormeau 37210 Vouvray

Na véspera, faça um caldo de carne e reserve dois copos. Derreta 100g de bacon picado e cozinhe com uma cenoura e uma cebola picadas, louro, alecrim e salsinha, sem deixar queimar. Adicione meia garrafa de vinho tinto, sal e pimenta a gosto. Deixe ferver e acrescente o caldo de carne e um dente de alho amassado. Cozinhe durante 20 minutos e coe tudo numa peneira. Amasse uma colher de sopa de manteiga com duas colheres de sopa de farinha de trigo e misture ao caldo para engrossá-lo. Em fogo brando, quebre quatro ovos, um a um, sem encostar no fundo da panela (pequena e alta) e deixe por uns instantes até que o branco fique opaco. Sirva com croûtons ou torradas de pão de forma.

Oeufs em meurette(ovos poché em vinho tinto, para duas pessoas)

O tour gastronômico prosseguiu com o jantar na antiga capela de uma abadia, no L’ Abbaye de St.-Ambroix, uma estrela do Michelin, cujo chefe ganhou o Bocuse d’ Or. Um menu impecável, com foie gras, filé de peixe ao molho de erva-doce e laranja, queijos e crocante de chocolate e café, regados a um espumante Vouvray, um branco Petit Bourgeois 2005 e Petit Bourgeois Pinot Noir.

13º DIAPara começar, uma degustação

de Sancerre, no Domaine Reverdy Ducroux, adega moderna, impecável. Dos sete vinhos degustados, vale

ressaltar o Beau Roy 2006, o Beau Régard Rosé 2006 e o blanc Beau Roy 1997. No almoço, nos deliciamos com oeufs em meurette (ovos poché em vinho tinto, prato tradicional da região). Veja receita no box abaixo.

Jantamos no restaurante Jacques Coeur, onde o prato principal nos deixou de queixo caído: um ragu de joue de boeuf (bochecha do boi) com puré de batatas. Uma delícia! Fizemos um passeio noturno com várias apresentações de som e luz sobrea história da cidade.

14º DIASurpreendemo-nos com o Canal

de Briare, uma ponte por onde passam barcos ligando os rios Loire e Sena. Só

vendo para acreditar! Antes de seguir para o aeroporto, em Paris, almoçamos em Montargis, com discursos de despedida e homenagens aos nossos dedicados guias, Patrick e Christian. Ficaremos sonhando com a próxima viagem, em 2008, ao sudoeste da França.

Bochecha de boi com purê de batatas

Château de Villandry e seus belos jardins

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Uma exposição sobre Fernando Sabino não pode – ou não deve – ser uma exposição apenas sobre o escritor. É claro que a literatura vai estar sempre em primeiro plano, já que ele nos presenteou com livros indispensáveis para qualquer biblioteca. Mas para falar de Sabino, o homem, não a pessoa pública, é preciso mostrar que ele também foi baterista de jazz, nadador, funcionário público, roteirista e diretor de cinema, redator de jornal e adido cultural do governo brasileiro no exterior, entre tantas outras atividades.

Encontro Marcado com Fernando Sabino, mostra que chega ao CCBB no fim deste mês, traz à tona esses detalhes da vida do escritor mineiro, por meio de imagens, sons e objetos espalhados por diversos ambientes sensoriais e

Tantos SabinosAs mil e uma faces do grande escritor mineiro, a partir do dia 29, no CCBB

interativos. Para cobrir as tantas personalidades do “homem de mil idéias, mil ritmos e mil imagens”, como ele descreve Geraldo Viramundo, personagem quase autobiográfico de O Grande Mentecapto, a exposição foi dividida em sete módulos, cada um com o nome de um livro de Sabino: Menino no Espelho, A Marca, Encontro Marcado, O Viaduto, O Homem Nu, Gente e O Grande Mentecapto.

Menino no Espelho faz referência aos primeiros anos de vida do escritor, sua casa e seus amigos de infância. A Marca resgata a adolescência de Sabino, quando dividia sua paixão entre a leitura e a natação. Encontro Marcado mostra sua turma de amigos, escritores e boêmios – entre eles Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos – que se reuniam na

Praça da Liberdade para declamar textos e poesias, discutir literatura e filosofar até o nascer do sol.

Em O viaduto, uma estrutura em forma de ponte representa a mudança de Sabino de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. O Homem Nu expõe a intimidade do escritor numa réplica exata do apartamento no Rio em que viveu até seus últimos dias, em 2004. Gente traz fotos de pessoas, lugares e histórias curiosas que foram referências para o escritor.

O último módulo, O Grande Mentecapto enfoca a pluralidade de Sabino, mostrando suas diversas facetas, do músico ao cronista que não perdeu o bom humor nem depois de morto, deixando em sua lápide os dizeres “Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino”.

Quem já leu os (muitos) livros de Sabino, mas não conhece seu trabalho como cineasta, terá a chance de assistira dez curtas-metragens produzidos por ele em homenagem a grandes escritores brasileiros: Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Vinícius de Moraes, Jorge Amado, Pedro Nava, João Guimarães Rosa, Afrânio de Melo Franco, Érico Veríssimo, João Cabral de Melo Neto e João Américo de Almeida. Também serão exibidos o documentário Encontro Marcado com Fernando Sabino, dirigido por seu filho Bernardo Sabino, Feliciano Coelho e Marinho Antunes, e o curta Galinha ao Molho Pardo, baseado no livro O Menino no Espelho e dirigido por Feliciano Coelho.

O público brasiliense terá de 29 de agosto a 12 de outubro para fazer com que a mostra tenha o mesmo sucesso que teve em Belo Horizonte, onde foi vista por cerca de 27 mil expectadores em menos de um mês. Mas sucesso mesmo vai ser se a exposição conseguir estimular o visitante a mergulhar na obra de Sabino e, aí sim, conhecer o autor, seus pensamentos, amores, sonhos, angústias e alegrias tão bem refletidas em seus personagens.

Encontro Marcado com Fernando SabinoDe 29/8 a 12/10, de 3ª a domingo, das 9 às 21h, no CCBB. Entrada Franca

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Deixa a vidame levarUma pequena fábula sobre a despretensão

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FupJim DodgeJosé Olympio Editora96 páginas, R$ 22

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Uma amostra de Fup“Desde as primeiras semanas que esteve com eles, Fup demonstrou rígida paixão pelo equilíbrio e pela ordem no cotidiano doméstico. Dormia numa almofada grande de espuma, num corredor eqüidistante dos quartos de Miúdo e de vovô Jake. Acordava Miúdo precisamente uma hora antes do nascer do sol, saltitando no seu peito para cima e para baixo. Comia um balde cheio de milho como pré-refeição, enquanto Miúdo cozinhava ovos, lingüiças, panquecas para o desjejum que repartiam meio a meio...”

POR RICARDO PEDREIRA

Jake é um velho ermitão desdentado e rabugento que vive num rancho na Califórnia, ganho num jogo de apostas. Além de jogos, é viciado no Velho Sussurro da Morte, um uísque de quintal potente como querosene, cuja receita recebeu de um índio moribundo. Jake atribui à bebida poderes de elixir da imortalidade.

Miúdo é o neto de Jake. Foi parar nas mãos do avô aos três anos, depois que a mãe viúva morreu. Já adulto, Miúdo tem quase dois metros e pesa mais de cem quilos. Não podia ser mais diferente que o velho Jake, um sujeito escrachado e que destesta o batente. Miúdo é sistemático. Tem mania de construir cercas, as mais belas cercas do mundo.

Fup é uma pata selvagem que aprendeu a beber o Velho Sussurro da Morte com Jake e come com apetite de leão. Panquecas, queijo, milho, carne de veado, cascas de cebola – traça tudo o que lhe cair na frente. Foi achada ainda pequena num buraco por Miúdo e em quatro meses engordou dez quilos. É tão gorda que não consegue voar, o que revolta Jake.

Esse improvável trio vive junto, e muito bem, no rancho de Jake.

Fup foi escrito em 1983 pelo norte-americano Jim Dodge e logo caiu no gosto do público, especialmente do pessoal mais descolado, da rapaziada descendente daquilo que já foi chamado

de contracultura. Virou best-seller na base do boca-a-boca e ganhou o mundo. Foi traduzido em vários idiomas e chegou ao Brasil. Recentemente, ganhou nova edição aqui, já com aura de “cult book”.

É um livrinho de bolso, com menos de cem páginas, que se lê rapidinho. Uma grande curtição, uma espécie de fábula sobre a amizade, mesmo quando o outro

é muito diferente e, principalmente, sobre a despretensão diante da vida:

“Algumas coisas não é possível explicar, talvez até a maioria das coisas. É interessante pensar nelas e fazer alguma especulação, mas o principal é que se tem que aceitar as coisas tal como são, e seguir em frente com aquilo que se entende”. Sabedoria zen, que pontua o livro do princípio ao fim.

Fup é uma historinha meio hippie, no sentido de ser muito louca, engraçada e de bem com a vida. O autor Jim Dodge tem uma trajetória típica da contracultura dos Estados Unidos. Viveu boa parte da juventude, nos anos 60, numa comunidade alternativa sem

eletricidade, telefone ou água encanada. Sempre gostou de escrever, especialmente poesia. Foi pastor de ovelhas e instalador de carpetes, entre outras atividades menos votadas, e estudou inglês, jornalismo e biologia na universidade.

Conquistou a rapaziada na Feira Literária Internacional de Parati deste ano, onde foi uma das estrelas convidadas, pelo estilão gente boa. É hoje professor de Escrita Criativa na Universidade de Humboldt, na Califórnia, e continua a escrever ficção.

A gente lê Fup rindo e termina com pena que o livrinho tenha acabado tão rápido. Dá vontade de ir para rancho do velho Jake, tomar uns tragos do Velho Sussurro da Morte e levar a pata gorda para um passeio.Jim Dodge

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ÍDOLOS NADA

Dezoito anos, 400 episódios e incontáveis prêmios depois, os Simpsons chegam finalmente à tela grande

CONVENCIONAIS

no seriado, seriam impossíveis de usar. A diferença no resultado salta aos olhos.

Os sete roteiristas que trabalharam no filme não precisaram construir os personagens, já que eles são velhos conhecidos do público. O que o roteiro faz é desenvolver melhor as características de cada um. As burradas de Homer tomam proporções maiores, bem como o engajamento de Lisa e a preocupação de Marge com a família. Maggie ainda não fala nem anda, mas já se mostra a mais esperta da família, e é responsável por salvar a pele dos Simpsons no momento mais crítico. O único

personagem que acaba tendo sua personalidade ligeiramente desconstruída é Bart, que busca em Flanders – o vizinho crente – uma figura paterna. Mas as características de criança-problema ainda estão lá,

com direito até a porre de uísque.

POR EDUARDO OLIVEIRA

Em 1988, com o sucesso da primeira temporada de um seriado

que mostrava uma família amarela cujos integrantes tinham só quatro dedos em

cada mão e alguns parafusos a menos, a Fox sugeriu aos

criadores Matt Groening e James L. Brooks que transformassem o desenho em longa-metragem. Dezoito temporadas depois, Al Jean, que dirige atualmente Os Simpsons, explica a demora: “Esperamos tudo isso para fazer um

filme porque não queríamos fazê-lo apenas por ser possível. Queríamos criar uma história que demandasse a dimensão de um filme”.

A espera pela maioridade da série valeu a pena, já que a versão para o cinema lembra Os Simpsons em seus melhores momentos e não é apenas um episódio prolongado por uma hora e meia. Esteticamente, o formato grande permitiu trabalhar mais as imagens, com texturas mais ricas, cheias de detalhes que passariam desapercebidos na tela de TV. O filme permitiu a utilização de cores, sombras e nuances de tons que,

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A trama começa quando Homer adota um porco que estava prestes a ser morto pelo palhaço Krusty e faz a maior de suas asneiras (que, vale ressaltar, não foram poucas). Marge manda o marido dar fim a um enorme depósito de “adubo” produzido pelo animal – com contribuição de Homer – que ocupa o jardim da casa. Apressado para ir comer Donuts que estavam sendo distribuídos de graça, Homer joga o depósito no lago, mesmo com a proibição imposta pela prefeitura depois de uma campanha de conscientização – com direito até a show do Green Day – encabeçada, é claro, por Lisa.

O efeito catastrófico do ato de Homer chama atenção da APA – Agência de Proteção Ambiental. O órgão do governo americano decide tirar Springfield do mapa, contando com o apoio total do presidente Arnold Schwarzenegger – o que dá arrepios é pensar que essa é uma possibilidade bem próxima da realidade. Tomada de ódio, a população da cidade vai atrás da cabeça de Homer e de toda a família Simpson.

As piadas não atingem só os republicanos. O filme ganhador do Oscar Uma Verdade Incoveniente, do democrata Al Gore, é parodiado na palestra ministrada por Lisa Uma Verdade Irritante, sobre a poluição no lago Springfield. A questão ambiental, da poluição, aquecimento global e afins, permeia todo o enredo. A mensagem do filme pode até ser politicamente correta, mas é passada da forma mais politicamente incorreta possível. Afinal de contas, estamos falando dos Simpsons. Ninguém escapa das sátiras: negros, gays, mulheres, idosos... Mas o alvo principal, como sempre, é a imbecilidade generalizada dos norte-americanos.

Nem o espectador escapa. Logo no começo do filme, já é alvo da sátira. Enquanto a família Simpson assiste no cinema ao filme de Comichão e Coçadinha – desenho animado preferido de Bart e Lisa – Homer se revolta e pergunta

quem é estúpido o bastante para pagar para assistir uma coisa que passa de graça na TV.

Depois da piada dirigida a quem paga para ver o filme, a seguinte é justamente para quem faz o contrário: não paga nada. Na vinheta de abertura, a frase que Bart escreve no quadro negro – aquela que muda a cada programa – é “Não baixarei este filme ilegalmente na internet”. Muita gente, para quem essa piada deve ter tido uma graça especial, acabou não tendo paciência de esperar, já que o Brasil foi um dos últimos países em que o filme estreou e o DVD pirata já está há tempos à venda na Feira do Paraguai.

Com ou sem pirataria, nem é preciso esperar o filme estrear para dizer que vai ter o mesmo sucesso de bilheteria que teve nos Estados Unidos e Canadá, onde faturou mais de 70 milhões de dólares no primeiro fim de semana de exibição. Por que tanta certeza? Porque,

mesmo depois de 18 anos no ar, o programa continua representando

uma geração que cresceu assistindo Simpsons e sabe cada episódio de cór. Uma geração cujos ídolos são os anti-heróis, não os heróis. Uma geração que dá muito mais valor a Homer, Mussum e Seu Madruga do que a Super-Homem e Batman. Porque, apesar de viver numa

realidade longe da brasileira, Homer pode ser citado como o

telespectador padrão do Jornal Nacional, como William Bonner

disse certa vez e deve se arrepender até hoje. Um personagem que consegue

ser idolatrado no mundo todo mesmo sendo um cidadão comum que não gosta de trabalhar e passa todo tempo que pode sentado no sofá, bebendo cerveja, assistindo TV e acreditando em tudo que ela diz. Porque Homer é o americano mais querido no mundo.

Uma dica: não vá embora antes do final dos créditos!

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Os Simpsons – O FilmeEUA/2007, 87 min. Direção: David Silverman. Vozes na versão original: Dan Castellaneta, Julie Kavner, Nancy Cartwright, Yeardley Smith, Harry Shearer, Hank Azaria, Pamela Hayden, Tress MacNeille.

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POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA

Os atores Catherine Zeta-Jones e Aaron Eckhart defendem com garra e brilhantismo seus papéis em Sem Reservas, de Scott Hicks, remake de um filme alemão-italiano de 2001 sobre uma chef de cuisine obcecada pela profissão que, ao se ver atingida por evento inesperado na família, uma perda, não sabe lidar com a adversidade nem encontrar nova perspectiva de vida.

No caso, a culinária é usada mais como metáfora de algum elemento vital que faz com que a protagonista, ao se reconhecer equivocada na maneira de conduzir a própria vida – que é

Pequenas deficiências à parte, Sem Reservas é mais uma agradável releitura de A Megera Domada, de Shakespeare

imprevisível e não obedece a nenhum livro de receitas –, acabe por se encontrar e oferecer caminho para dois outros seres que lhe são próximos.

Como tudo parece muito óbvio desde o início, o diretor Scott Hicks, indicado ao Oscar em 1996 por Shine-Brilhante, embora crie interessante ambientação para a história numa região de Nova York, esquina da Bleecker Street com a Charles, em West Village, reconstituída em estúdio, não consegue imprimir elementos na narrativa que a tornem original ou mesmo que a dinamizem, pois há momentos em que se tem nítida impressão de perda de ritmo e de motivação.

Para agravar a deficiência da narrativa, a conjugação, na trilha sonora, de um belo tema inicial de Philip Glass – menos ostentoso e bombástico do que o de Notas Sobre um Escândalo, com que foi indicado ao Oscar – com música lírica italiana e canções do francês Serge Gainsbourg contribui para prejudicar ainda mais a apreciação do filme, que, apesar disso, tem fotografia esmerada, de muito bom gosto e tom, de Stuart Dryburgh, cujas lentes captaram também belas imagens da China em O Despertar de uma Paixão, de John Curran, visto recentemente.

A história que o filme narra –que nada tem de original, pois é uma

Simplesmente Kate

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variação do tema de A Megera Domada, de Shakespeare, com o uso da culinária como metáfora até mesmo para suprir questões de adaptação aos tempos atuais – é a de Kate Armstrong (Catherine Zeta-Jones), que impõe seriedade e disciplina à sua vida tal qual a que observa em termos profissionais, já que é chef de cuisine de um bem freqüentado restaurante de Manhattan.

Ao sofrer a perda de uma pessoa da família, Kate se vê forçada a assumir responsabilidades para as quais não estava preparada e, com isso, tem de se ausentar por algum tempo da cozinha do restaurante, à qual dedica sua vida e, de forma equivocada, se considera imprescindível e insubstituível. Quando retorna, porém, encontra um impetuoso subchefe, que passa, sem que ela o saiba, a integrar sua equipe. Trata-se de Nick Palmer (Aaron Eckhart), de origem italiana, astro da culinária em ascensão, que ouve ópera enquanto trabalha e gosta de divertir as pessoas à sua volta

Surge então o conflito porque para Kate, como mulher que alcançou posição de sucesso num campo muito competitivo e com poucas oportunidades, como é o da alta cozinha, a presença de Nick no restaurante representa uma possível ameaça em termos profissionais. Ocorre, porém, que Nick aceitou o emprego porque é grande admirador do trabalho de Kate, a qual, muito introvertida, não percebe que na verdade o que ele deseja

é aprender mais com ela – aprender o segredo, por exemplo, de seu famoso molho de manjericão, que ele, com persistência, coragem e tirocínio, acaba por descobrir ser o acrescento de folha de limão kiffer, comprada por dois dólares na banca de um chinês da esquina mais próxima.

É verdade que os dois personagens, desde sua origem, são régios presentes para quaisquer atores que estejam suficientemente preparados para interpretá-los. No caso, porém, dessa nova versão do tema shakespeareano, é em Kate, bem como na sua obsessão pela culinária, que se centra a narrativa. Em outras palavras, o desenvolvimento da história depende quase que exclusivamente dela. E disso a atriz Catherine Zeta-Jones está mais do que consciente.

A BELA, SENSUAL E TALENTOSA Zeta-Jones sabe ocupar espaços e repassar as sutilezas da personagem, tanto nas cenas dramáticas como nos momentos divertidos. É por isso no mínimo prazeroso ouvi-la falar ao terapeuta (Bob Balaban), ao som do tema musical de Philip Grass, de seus conhecimentos de foie gras, de codornas ao molho de trufas negras de Parma, de pato, de linguado, de enchova, de lagosta e de mexilhões. E de molhos. Muitos molhos!... É verdade que nada disso aparece, como devia, no filme. Afinal, Scott Hicks não é um Ang Lee!...

Sem ReservasEUA/2007, 103 min. Direção: Scott Hicks. Com Catherine Zeta-Jones, Aaron Eckhart, Abigail Breslin, Patrícia Clarkson e Bob Balaban

Mas só pelo enunciado de Zeta-Jones, tudo se torna evidentemente uma delícia, uma tentação!.. E compensa, evidentemente, o ingresso pago do cinema.

Quanto a Aaron Eckhart, como Petrucchio, ou melhor, como Nick Palmer, está mais solto do que emsuas outras interpretações, quase todas tensas, dramáticas. Aaron é desses atores disciplinados, criativos e corretos, que dessa feita exibe com naturalidade o lado romântico, o que não é apanágio de muitos, como se há de convir. Nick aceita o emprego de subchefe, primeiro, porque precisa trabalhar; segundo, porque deseja aprender mais com Kate, que ele admira; e terceiro... bem, ele pensa que a queda dela por ele é uma surpresa, mas na verdade, não é. Apesar da dúvida, o ator está mais do que certeiro nessa sua investida. O seu Nick Palmer acaba sendo por isso magnífico.

Em suma, esse remake de Simplesmente Martha, da cineasta alemã Sandra Nettelbeck, de 2001, embora tenha alguns senões de ritmo, de narrativa e de uma trilha sonora não muito adequada, apresenta excelente ambientação, valorizada pela fotografia de Stuart Dryburgh e interpretações magníficas de Zeta-Jones e Aaron Ackhart.

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POR SÉRGIO MORICONI

Uma pergunta óbvia que os produtores de Paris, Te Amo devem ter-se feito quando imaginaram um filme com 22 diretores diferentes dos mais diversos cantos do globo certamente foi: “Será que funciona?” Independentemente das dificuldades logísticas de uma produção com tanta gente envolvida (basta ver os créditos finais do filme), havia também questões estruturais e dramatúrgicas que poderiam fazer o projeto afundar mais rápido e espetacularmente do que o Titanic. Com cada uma de suas histórias contando com pouco mais de seis minutos, Paris, Te Amo corria o risco de se transformar numa colcha de retalhos, onde haveria pouquíssima margem para que seus diretores pudessem articular algum tipo de desenvolvimento

Cintilações

Dezoito curtas de 22 cineastas, cada um ambientado num arrondissement, compõem uma das mais agridoces e singulares declarações de amor que o cinema já prestou a Paris

dramático ou, pelo menos, um fio de enredo satisfatório.

Mas nada disso aconteceu. Apesar dos espectadores saírem do cinema com pouco mais de seis ou sete histórias na lembrança, Paris, Te Amo tem ótimos momentos e muito mais boas do que más histórias. Mas não se deve negligenciar o risco de um empreendimento que quer fazer jus à mística de uma cidade que, para milhões de indivíduos dos mais diversos cantos do planeta, permanece como uma espécie de Ilha de Citera, ou “ilha do amor”, local utópico imortalizado pelo pintor francês Antoine Watteau no seu quadro Embarque Para a Ilha de Citera. Situada próxima a Creta, “visível a olho nu do Peloponeso”, Citera foi, no período clássico, um local onde se cultuava Afrodite. Havia, ali, um templo

que era o destino de jovens casais cultivadores da deusa do amor.

O tema de Paris, Te Amo é o amor. Mas nem sempre idealizado, muitas vezes não-realizado e nas mais insólitas e triviais circunstâncias. O filme tem como cenário os mais diversos bairros (arrondissements) da cidade-luz. Paris Citera, Paris muito longe de Citera. Os idealizadores dessa curiosa obra coletiva certamente quiseram se valer da mencionada mística da capital da “joie de vivre”, tão cantada em prosa e verso por músicos e artistas franceses e não-franceses de todos os tipos e gerações. Porém, os diretores escolhidos por esses mesmos produtores – evidentemente que com o consentimento deles – se encarregaram de submeter cada um dos “fragmentos” de Paris, Te Amo a um autêntico “choque de realidade”.

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A quase sádico-pervertida historieta dirigida pelos irmãos Joel e Ethan Coen dá bem uma medida do que pode vir pela frente.

Intitulado Tuileries, com Steve Buscemi fazendo o papel de um turista americano que observa um jovem casal do outro lado da plataforma do metrô numa tórrida cena de amor, o episódio vai na contramão da imagem de civilidade, de amor galante e refinado, que costumamos associar aos parisienses. Fotos da Monalisa, com seu enigmático sorriso, afixadas nas paredes da estação, contribuem para dar um ar sarcástico à cena imaginada pelos irmãos Coen. Amor pervertido, se é que se pode dizer assim, também está presente no episódio de Vincenzo Natali, Quarteirão da Madeleine. Escadas e becos escondidos são o cenário para uma fantasia infanto-juvenil envolvendo uma vampira que se apaixona por sua presa. Diletantes do cinema poderiam achar ser esta a contribuição de Wes Craven, um dos mestres contemporâneos do terror que flerta com o trash. Mas não é essa a sua história.

Surpreendentemente, muito longe do seu estilo, Craven assina um dos bons segmentos de Paris, Te Amo, aquele em que um casal em lua-de-mel passeia pelas alamedas do célebre cemitério Père-Lachaise à procura do túmulo de Oscar Wilde. As palavras de Wilde produzem o desfecho romanesco da história. De diversas maneiras – como, aliás, seria de se esperar – vários outros episódios desse filme coletivo tratam de encontros românticos. Montmartre, do diretor francês Bruno Podalydès, consegue ser original ao narrar o encontro improvável entre um homem (o próprio Bruno), que luta para conseguir uma vaga para estacionar o carro, e uma mulher que passa mal na rua (Florence Muller). Tanto Père Lachaise quanto Montmartre são interessantes, mas não estão no nível dos sketches dirigidos pela seleção latino–americana presente no filme.

Os brasileiros Walter Salles e Daniela Thomas, com Longe do 16º, e o mexicano Alfonso Cuarón, com Parc Monseau, assinam dois dos pontos fortes de Paris, Te Amo. Salles e Daniela acompanham

com grande delicadeza uma babá que deixa seu filho numa creche de periferia e atravessa a cidade para cuidar do bebê de sua patroa no rico 16º distrito de Paris. Interpretado pela colombiana Catalina Sandino Moreno (indicada ao Oscar por Maria Cheia de Graça), a grande sacada do episódio são os momentos em que a babá canta para o próprio filho (com grande ternura) e para o bebê da patroa (com indiferença e cansaço) uma canção de ninar. Já Parc Monseau apresenta com muita originalidade o amor entre pais e filhos. Além de contar com os atores Ludivine Sagnier e Nick Nolte, que estão ótimos, Cuarón aborda seu tema numa única tomada e nos faz imaginar de início que suas personagens seriam amantes.

Impossível mencionar todos os episódios de Paris, Te Amo. No entanto, alguns naturalmente se sobressaem. Quais de Seine, da indiana Gurinder Chadha, captura com grande sensibilidade o início de um namoro entre um garoto cristão (Cyril Descours) e uma jovem muçulmana (Leila Bekhti). Igualmente incomum e sensível é a forma como o alemão Tom Tykwer aborda o par formado pelos atores Natalie Portman e Melchior Beslon, ela uma aspirante a atriz, ele um tradutor deficiente visual, em Faubourg-Saint Denis. Mais esotérico do que incomum, Le Marais, dirigido pelo norte-americano Gus Van Sant, narra o flerte e início de um romance entre dois rapazes (Elias

McConnell e Gaspard Ulliel). Tour Eiffel, de Sylvain Chomet, história de amor entre mímicos, é simplesmente delicioso, encantador e leve como uma pluma.

Muito mais “pesados” – talvez este não seja o termo mais adequado –, embora excelentes, são Bastille, em que a espanhola Isabel Coixet filma a redescoberta de um amor pela esposa, amor que não vai poder se realizar; Place des Victoires, do japonês Nobuhiro Suwa, em que Juliette Binoche chora a perda de um filho; Pigalle de Richard LaGravenese, com Fanny Ardant e Bob Hoskins, extraordinários como um casal fetichista; e Place des Fetes, de Olivier Schmitz, história tocante do encontro de um negro com aquela por quem se apaixonou no exato momento de sua morte. Finalmente, Quartier des Enfants Rouge, de Olivier Assayas, sobre uma atriz norte-americana que se apaixona por um traficante, e o terno, tristíssimo e sublime 14º Arrondissement, de Alexander Payne, são todos observações agudas sobre a face oculta e sombria que se esconde sob o brilho luminoso da cidade-luz.

Paris, Te AmoFrança/Alemanha/Liechstenstein/Suíça/2006, 116 min. Direção: Joel Coen e Ethan Coen, Isabel Coixet, Walter Salles, Daniela Thomas e Gus Van Sant, entre outros. Com Marianne Faithfull, Catalina Sandino Moreno, Miranda Richardson, Juliette Binoche, Willem Dafoe, Nick Nolte, Ludivine Sagnier, Fanny Ardant, Bob Hoskins, Elijah Wood, Natalie Portman, Gérard Depardieu, Ben Gazzarra e Gena Rowlands.

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POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA

Um solo de piano dá tom sóbrio à narrativa de Billy Ray em Quebra de Confiança, thriller psicológico baseado em fatos reais sobre a detenção, em 2001, do agente do FBI que durante mais de 25 anos vendeu segredos de Estado à extinta União Soviética e depois à Rússia, estando por isso cumprindo pena de prisão perpétua no Colorado.

Além do tom sóbrio da narrativa, desenvolvida em planos fechados pela fotografia de Tak Fujimoto, o filme, rodado nos escritórios do FBI em Washington, conta também com marcantes atuações de Chris Cooper, como Robert Hanssen, o agente espião, Laura Linney, como Kate Barroughs, que tudo sabia sobre ele, e de um surpreendente de Ryan Phillippe, como Eric O´Neill, técnico em computação que conseguiu viabilizar sua prisão.

Note-se ainda no elenco a presença

Guerra FriaA história do agente do FBI que espionava os Estados Unidos para os russos mesmo após a extinção da União Soviética

da bela atriz canadense Caroline Dhavernas, no papel de Juliana, esposa bisbilhoteira de O´Neill, sob a ótica de quem o roteiro foi elaborado por Ray, com a colaboração de William Rotko e Adam Max. O´Neill, que hoje atua como advogado em Washington, foi também, segundo os créditos finais do filme, consultor tanto do diretor Billy Ray como do ator Ryan Phillippe, que interpretou seu papel.

Além de construir o personagem de Hanssen com muitas nuances, mas sem nunca explicá-lo, o roteiro faz justamente o contrário em relação a O´Neill, cuja atuação no caso procura justificar, traçando um paralelo entre seu relacionamento com o pai, ex-oficial de marinha, com a esposa e com seus superiores hierárquicos no FBI.

O filme tem início com um flashback, dois meses antes da prisão do agente espião, fase que coincide com a transição dos governos Clinton-Bush, cujas fotos são trocadas nos escritórios do FBI

quando O´Neill é designado para trabalhar no gabinete de Hanssen, mas com a sigilosa missão de servir como isca, pois, ao que lhe fora dito, o agente seria um pervertido sexual cujo comportamento, já transparente para o exterior, estaria afetando o nome da instituição.

Em relação ao momento político em que se dá o conhecimento entre Hanssen e O´Neill, o primeiro faz referência preconceituosa sobre a atuação de Hillary Clinton na vida pública dos EUA. Mas, ao contrário do que O´Neill fora informado, a imagem que Hanssen lhe inspira não é a de quem poderia ter hábitos sexuais extravagantes. Suas primeiras impressões são, sim, as de que Hanssen é um chefe de família exemplar, católico praticante que, como ele, freqüenta a missa aos domingos e tem opinião própria sobre alguns aspectos da doutrina religiosa.

A partir daí fica evidente que Billy Ray não quis fazer um filme de

Rescaldoda

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espionagem – tanto assim que o roteiro não entra em detalhes sobre as informações que Hanssen fornecia aos russos, nem investiga os métodos que ele usava para isso – mas sim um thriller de ordem psicológica de duas personalidades que se conhecem por dever de ofício, que de início se estranham, mas que aos poucos constatam e admitem a existência de afinidades entre elas.

Essa difícil opção de condução da narrativa poderia não resultar proveitosa se o intérprete de Hanssen não tivesse a categoria de Chris Cooper, detentor de um Oscar por atuação como coadjuvante, mas que, apesar disso, não tem sido contemplado com bons papéis. Como Hanssen, ele atua de forma magistral, repassando as nuances do personagem de tal forma que se percebe a transição que nele se opera ao se saber investigado por um subordinado e que, apesar de sua tarimba profissional, não consegue dele se desvencilhar por causa da estima que desde o início o inspirara,

e que, conforme se conscientiza, o debilita de forma irremediável.

Essa demonstração de fraqueza do enigmático Hanssen se torna evidente não só para o espectador como para O´Neill e principalmente para Kate Burroughs na seqüência do engarrafamento do trânsito numa das principais avenidas de Washington. Postada à distância, pelo sistema de escuta, a agente Kate se convence de que o subordinado por ela designado conseguira finalmente ter seu chefe sob completo domínio. Laura Linney, como Kate, embora em breve atuação, está como sempre soberba. É uma grande atriz, que faz sempre acreditar que o papel que interpreta teria sido escrito exclusivamente para ela.

Mas, em termos de interpretação, quem surpreende é Ryan Phillippe, que apresenta sua melhor atuação até agora, embora já tenha feito filmes sob a direção de grandes cineastas. Não se sabe a que ou a quem atribuir essa mudança para melhor no ator, se no

trabalho da direção de Ray ou se na consultoria que lhe prestou o advogado O´Neill. O certo é que ele tem bons momentos, com jogo facial adequado, ora contracenando com Chris Cooper ora com Laura Linney.

ACADEMIA DE TÊNIS - 3316.6373CINE I – BOBBY (14 anos). DIRETOR: EMÍLIO ESTEVEZ (120 MIN). 2ª a 6ª, 17h, 19h20 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 14h50, 17h, 19h20 e 21h40. CINE II – SANEAMENTO BÁSICO (12 anos). DIRETOR: JORGE FURTADO (113 MIN). 2ª a 6ª, 17h, 19h20 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 14h40, 17h, 19h20 e 21h40. CINE III – A GRANDE FINAL (12 anos). DIRETOR: GERARDO OLIVARES (88 MIN). 2ª a 6ª, 17h50, 19h40 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 16h, 17h50, 19h40 e 21h30. CINE IV – PARIS, EU TE AMO (16 anos). VÁRIOS DIRETORES (126 MIN). 2ª a 6ª, 16h30, 19h e 21h30; Sáb., dom. e fer., 16h30, 19h e 21h30. CINE V – O PRIMO BASÍLIO (16 anos). DIRETOR: DANIEL FILHO (100 MIN). 2ª a 6ª, 17h20, 19h20 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 15h20, 17h20, 19h20 e 21h30. CINE VI – SEM RESERVAS (livre). DIRETOR: SCOTT HICKS (104 MIN). 2ª a 6ª, 17h40, 19h40 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 15h40, 17h40, 19h40 e 21h40. CINE VII – VÍCIO E BELEZA (14 anos). DIRETOR: LIN CHENG-SHENG (106 MIN). 2ª a 6ª, 17h10, 19h20 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 15h, 17h10, 19h20 e 21h30. CINE VIII – METEORO (14 anos). DIRETOR: DIEGO DE LA TEXERA (115 MIN). 2ª a 6ª, 17h, 19h20 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 17h, 19h20 e 21h40. CINE IX – DEPOIS DO CASAMENTO (livre).

DIRETOR: SUSANNE BIER (120 MIN). 2ª a 6ª, 17h e 19h20; Sáb., dom. e fer., 14h40 e 17h. A VIDA SECRETA DAS PALAVRAS (12 anos). DIRETOR: ISABEL COITEX (117 MIN). 2ª a 6ª, 21h40; Sáb., dom. e fer., 19h20 e 21h40. CINE X – MESTRE BIMBA – A CAPOEIRA ILUMINADA (livre). DIRETOR: LUIZ FERNANDO GOULART (78 MIN). 2ª a 6ª, 16h30 e 18h; Sáb., dom. e fer., 15h10, 16h30 e 18h. UM LUGAR NA PLATÉIA (10 anos). DIRETOR: DANIELE THOMPSON (105 MIN). 2ª a 6ª, 19h30 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 19h30 e 21h30.OBS.: SEXTA-FEIRA NÃO SERÁ EXIBIDA A SESSÃO DO FILME “UM LUGAR NA PLATÉIA”, ÀS 19h30, EM VIRTUDE DA PRÉ- ESTRÉIA DO FILME “ GAROTAS, GRITOS E MÚSICA”, NA SALA X. OBS.: SÁBADO NÃO SERÁ EXIBIDA A SESSÃO DO FILME “UM LUGAR NA PLATÉIA”, ÀS 19h30, EM VIRTUDE DA PRÉ-ESTRÉIA DO FILME “ ENCONTRO COM MILTON SANTOS OU O MUNDO DIGITAL VISTO DO LADO DE CÁ”, NA SALA X. CINE ACADEMIA DECK NORTECINE I – OS SIMPSONS – O FILME (livre). DIRETOR: DAVID SILVERMAN (90 MIN). 2ª a 6ª, 17h20, 19h20 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 15h20, 17h20, 19h20 e 21h20.CINE II – EU ME CHAMO ELIZABETH (12 anos). DIRETOR: JEAN-PIERRE AMERIS (90 MIN). 2ª a 6ª, 17h10, 19h10 e 21h10; Sáb., dom. e fer., 15h10, 17h10, 19h10 e 21h10.CINE III – MIMZY – A CHAVE DO UNIVERSO (livre)(DUBLADO). DIRETOR: ROBERT SHAYE (100 MIN). 2ª a 6ª, 17h10 e 19h10; Sáb., dom. e fer., 15h e 17h. UMA JORNADA DE ESPERANÇA (12 anos). DIRETOR: DAVID

PROGRAMAÇÃO DO CINE ACADEMIA PARA O PERÍODO DE 17 A 23 DE AGOSTO

Recorte o cupom de descontos na página 16 para pagar meia entrada no Cine Academia, de 2ª a 5ª feira.

Informações de responsabilidade da rede Cine Academia (Tel: 3316.6811 / 3316.6373)

HICKSON (114 MIN). 2ª a 6ª, 21h10; Sáb., dom. e fer., 19h e 21h40. CINE IV – RATATOUILLE (12 anos). DIRETOR: BRAD BIRD / BOB PETERSON (120 MIN). 2ª a 6ª, 16h e 18h30; Sáb., dom. e fer., 16h e 18h30. QUEBRA DE CONFIANÇA (12 anos). DIRETOR: BILLY RAY (110 MIN). 2ª a 6ª, 21h; Sáb., dom. e fer., 21h.CINE V – TRANSFORMERS (10 anos)(DUBLADO). DIRETOR: MICHAEL BAY (143 MIN). 2ª a 6ª, 15h20, 18h10 e 21h; Sáb., dom. e fer., 15h20, 18h10 e 21h. CINE ACADEMIA AEROPORTO - 3364.9566 CINE I – TRANSFORMERS (10 anos). DIRETOR: MICHAEL BAY (143 MIN). 2ª a 6ª, 15h20, 18h10 e 21h; Sáb., dom. e fer., 15h20, 18h10 e 21h.CINE II – TRÊS IRMÃOS DE SANGUE. DIRETOR: ÂNGELA PATRÍCIA REINIGER (103 MIN). 2ª a 6ª, 17h20 e 19h20; Sáb., dom. e fer., 17h20 e 19h20. O CHEIRO DO RALO (16 anos). DIRETOR: HEITOR DHALIA (100 MIN). 2ª a 6ª, 21h20; Sáb., dom. e fer., 21h20.CINE III – MIMZY – A CHAVE DO UNIVERSO (livre)(DUBLADO). DIRETOR: ROBERT SHAYE (100 MIN). 2ª a 6ª, 17h30 e 19h30; Sáb., dom. e fer., 17h30 e 19h30. O BALCONISTA 2 (16 anos). DIRETOR: KEVIN SMITH (97 MIN). 2ª a 6ª, 21h30; Sáb., dom. e fer., 21h30. CINE IV – QUATRO ESTRELAS (12 anos). DIRETOR: CHRISTIAN VINCENT (101 MIN). 2ª a 6ª, 17h20, 19h20 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 15h20, 17h20, 19h20 e 21h20.

Quebra de ConfiançaEUA/2007, 110 min. Direção: Billy Ray. Com Chris Cooper, Ryan Phillippe, Laura Linney, Caroline Dhavernas, Gary Cole e Bruce Lavison

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graves&agudos

O lado Villa-Lobos

Uma homenagem do compositor popular ao erudito que tanto o influenciou

A primeira vez que Wagner Tiso manifestou clara influência da música de Villa-Lobos em seu trabalho foi na antológica adaptação de Caicó, para o disco Sentinela, de Milton Nascimento, em 1980. Mas o mergulho de Tiso na música de Villa se

deu mesmo em 1988, durante as comemorações do centenário de nascimento do compositor.

Shows no Brasil e na Espanha foram o motor da composição das fantasias sobre os temas Mandu Çarará e Choro nº 10.

No próximo dia 29, Wagner Tiso vai relembrar as músicas de seu repertório que sofreram essa saudável influência do mestre

Villa-Lobos na quarta apresentação de Concertos Villa-Lobos 120 Anos. O curador da série, maestro Silvio Barbato, rege a Camerata do Brasil, que acompanha Tiso em sua

apresentação no CCBB. De acordo com o maestro,

o concerto pretende revelar a ligação entre a obra do

contemporâneo Tiso e o erudito Heitor Villa-Lobos, homenageado por seu 120º aniversário de nascimento.

No programa, além de Mandu Çarará, estarão

Canções da Floresta, Lenda do Boto e O Frevo, todas

composições dele influenciadas pelo mestre Villa. Outras músicas incluída no programa são Chorata (3 choros), Choro nº 10, composto por Villa-Lobos e orquestrada por Tiso, e Eu sei que vou te amar, de Tom Jobim.

Conhecido por sua

extrema versatilidade, produção incessante e temperamento inquieto e renovador, esse mineiro de Três Pontas tem 61 anos e 45 de carreira. Gravou 30 discos e fez várias trilhas de cinema e arranjos para grandes nomes da música brasileira. Aos quatro anos já tocava piano. Adolescente, formou com Milton Nascimento o conjunto Luar de Prata, à moda The Platters. Em Belo Horizonte, integrou os conjuntos Evolu-Samba, Berimbau Trio, o Sambacana e o grupo de Pacífico Mascarenhas.

Tiso desembarcou pela primeira vez no Rio de Janeiro às vésperas do golpe de 1964, para gravar a base para o disco de uma cantora. Na ocasião, decidiu que voltaria para a Cidade Maravilhosa. Voltou, de fato, e se tornou um dos mais disputados pianistas da noite carioca. Em 1966, passou a integrar o quarteto de Paulo Moura – diretor musical da orquestra que acompanhava a cantora Maysa. Num show de Maysa, estreou como arranjador.

No final de 1969, formou o Som Imaginário. O resultado sonoro do grupo foi uma revolução para a música instrumental, com o ecletismo e a ousadia de seu arranjador, misturando sintetizadores com orquestra, rock com jazz e MPB.

Concertos Villa-Lobos 120 AnosParticipação especial de Wagner Tiso, com a Camerata do Brasil sob a regência do maestro Silvio BarbatoDia 29/8, às 13h, com entrada franca, e às 21h, com ingressos a R$ 15 e R$ 7,50, no CCBB (3310.7087)

de Wagner Tiso

Bia

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