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Ano VI • nº 122 4 de junho de 2007 R$ 5,90

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Ano VI • nº 122 4 de junho de 2007 R$ 5,90

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ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | Setor Hoteleiro Sul, Brasil XXI, Business Center Park 1, Sala 1307 – Tel: 3217.0217 Fax: 3217.0200 | Redação [email protected] | Editores Adriano Lopes de Oliveira e Maria Teresa Fernandes Produção Célia Regina | Capa Eduardo Branquinho (foto de Sérgio Amaral) | Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Reportagem Adriana Romeo, Akemi Nitahara, Ana Cristina Vilela, Alexandre Marino, Angélica Torres, Bebé Prates, Beth Almeida, Carla Andrade, Cristiane Galvão, Eduardo Oliveira, Geraldo Seabra, Greicy Pessoa, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luis Turiba, Luiz Recena, Marcos Magalhães, Rafaela Céo, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Sérgio Moriconi, Súsan Faria, Teresa Mello e Vicente Sá Fotografia Débora Amorim, Eduardo Oliveira, Juan Pratginestós, Rodrigo Oliveira e Sérgio Amaral | Diretor Comercial Jaime Recena (8449.9736) Contatos Comerciais André Gil (9988.6676), Giselma Nascimento (9985.5881) e Ícaro Rollemberg (8463.3099) | Administrativo/Financeiro Daniel Viana e Rafael Oliveira | Assinaturas (3963.0207)| Impressão Gráfica Coronário

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A bela e temperamental Luana Piovani faz uma pausa em sua guerra contra os paparazzi para encarnar o doce personagem de Antoine de Saint-Exupéry que encanta crianças e adultos

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A Roteiro inicia, neste mês de junho, uma nova promoção em parceria com alguns dos melhores bares e restaurantes da cidade. A partir de agora, vamos presentear nossos leitores, quinzenalmente, com cupons de desconto em pratos especiais ou, em alguns casos, em todos os itens do cardápio.

Os cupons vão substituir o Cartão Roteiro de Vantagens, que, conseqüentemente, deixa de ser encartado em nossas edições quinzenais.

Os descontos oferecidos, como o caro leitor poderá verificar na página 50, variam de 10 a 50%. Inicialmente, nossos parceiros nesta promoção são os seguintes estabelecimentos: Azulejaria, Balli Hoo!, Baco Pizzaria, Camarão 206, Diamantina, Fornalha Pizza e Cozinha, Pedacinho 108 Norte, Praliné, San Marino, Secondo Vercelli e Severina Feijão Verde. Nossa intenção é ampliar pouco a pouco o número de participantes e, por extensão, os benefícios para nossos leitores.

Nossa parceria com a rede Cine Academia segue em frente. Para substituir o Cartão Roteiro e continuar pagando meia entrada em qualquer sessão do Cine Academia, de segunda a quinta-feira, basta recortar e apresentar os cupons que lhe oferecemos nesta edição.

Esperamos que o amigo leitor aprecie essas novidades. Fique certo de que muitas outras estão a caminho. Enquanto isso, aproveite ao máximo nossas sugestões, a partir da página 4, para curtir a dois o Dia dos Namorados.

Boa leitura e até a próxima quinzena.

Maria Teresa Fernandes e Adriano Lopes de Oliveira

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À luz de velas

Um gostoso roteiro para você curtircom seu amor o Dia dos Namorados

POR BETH ALMEIDA

Chegou a época do ano que tantos brasilienses adoram. É aquele friozinho que nos visita nos meses de junho e julho, antes da chegada do calor desértico do auge da seca. E é justamente nesta época que os namorados comemoram o seu dia. Com a temperatura amena, nada melhor para festejar a data do que uma garrafa de bom vinho – a dois, é claro. E quando o assunto é vinho, Brasília tem muitas opções de lugares românticos, onde a bebida pode ser acompanhada por algumas delícias da boa mesa.

Uma das opções é a Azulejaria, da 408 Sul, point de gente bonita e descolada cujo subsolo ganhou recentemente uma adega da grife Grand Cru. “Isso é só para começar, porque pretendemos ir ainda mais longe”, promete o proprietário, Gil Guimarães. A mais nova filial de uma das maiores importadoras de vinhos do país oferece na Azulejaria cerca de 200 rótulos de tintos, brancos e espumantes.

Uma novidade que vem fazendo a alegria dos enófilos: eles podem consumir no bar qualquer vinho da adega pagando a mais apenas a chamada “rolha”, que varia de R$ 25 a R$ 45. O menor valor é cobrado sobre o preço dos vinhos mais baratos, até R$ 59; o intermediário (R$ 35) vale para os vinhos de R$ 60 a R$ 109; e o mais alto para os de preço superior a R$ 110. Igual vantagem é oferecida na pizzaria Baco, ao lado, do mesmo proprietário.

Gil usou de sua criatividade para dar uma série de opções aos clientes. Além do preço cobrado pela garrafa ser o mesmo praticado nas lojas Grand Cru, há outra novidade: a oferta de vinhos em taça, servidos em pequenas jarras de

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180 ml, com seis opções. Além disso, os apreciadores da bebida podem ser reunir para compartilhar uma garrafa de outro rótulo, sem precisar estar na mesma mesa. “Temos um quadro no bar em que as pessoas podem se inscrever para uma taça e buscar parceiros”, explica Gil, acrescentando que o vinho a ser consumido pode ser sugerido pela casa ou escolhido por quem abrir essa espécie de “corrente”. Para o Dia dos Namorados, o sommelier Lázaro Brandão sugere o syrah Encuentro, da Argentina, ou um blend das uvas Carmenère, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, das Vinhas Santa Rita, do Chile. Se não estiver tão frio, a pedida é o espumante Azulejaria Brüt.

QUEM QUISER APROVEITAR A NOITE para conhecer lugares novos da cidade com sua cara-metade pode ir ao Balli Hoo!, que estará com iluminação especial, oferecendo uma noite de sushi e espumante. São três opções de menu para dois, ambas regadas a espumante brüt Valduga. A pedida é fazer reserva com antecedência para o gazebo, que fica ao lado de uma fonte.

Também de culinária japonesa, o Haná terá um cantinho especial, romântico e intimista, para os apaixonados, assinado pelo designer Rogério Tavares. Para acompanhar o bufê da casa, um vinho desenvolvido

Imagine um lugar onde é possível encontrar boa comida, boa bebida, num ambiente com espaços para um papo romântico ou para a boa e velha paquera. Esse lugar existe e atende pelo nome de Azulejaria. Ao longo de seus três anos de funcionamento, a Azulejaria tem mostrado sua vocação natural para a versatilidade.

A idéia inicial era a de um bar-ateliê, com obras da artista Cris Conde. Apaixonado por vinhos, Gil Guimarães, um dos sócios, decidiu oferecer uma grande variedade de espumantes, que poderiam ser acompanhados por petiscos dos mais requintados, como ostras, aos mais populares, como os bolinhos e pastéis. Mas aos poucos a Azulejaria começou a se mostrar também excelente alternativa para almoço e jantar.

A atual fase da Azulejaria começou com a instituição da Quinta Lounge, cujo sucesso tem feito a casa lotar também nas sextas e sábados. Nesses dias, o público é mais jovem e o clima é de azaração, ao som da música do DJ Sérgio. A “noite dos publicitários”, toda terça-feira, tem atraído muita gente do mercado de comunicação da cidade.

Para acompanhar as novidades, o cardápio da casa continua não deixando nada a desejar, como as deliciosas ostras, frescas ou gratinadas, ou, para a refeição, o foie gras grelhado. O item mais novo do cardápio são as robatas, espetinhos da culinária oriental que na Azulejaria ganharam toques da cozinha de outros países, com molhos de café e de mostarda dijon.

Romantismo e azaração

especialmente para se harmonizar com a gastronomia oriental. É o Sushi, um branco chileno, da Vinícola Terra Noble.

Outra boa dica é o Pata Negra, um pedacinho da Espanha encravado na 413 Sul, que estará servindo paella de frutos do mar. Para acompanhar a refeição, a sugestão é uma garrafa do espanhol Marquês de Alianzo, ao som da Orquestra de Senhoritas.

No San Lorenzo, do Sudoeste, o sommelier Ricardo Alexandre sugere alguns bons espumantes para o Dia dos Namorados, porque “são mais românticos”. Entre as sugestões, os proseccos italianos Speroni e Piosani. Os espumantes também podem servir de aperitivo para quem quiser saborear um gamberoni al champagne, um risoto del mare ou uma cavaquinha ao molho de ervas, qualquer um deles acompanhado por uma garrafa do branco chileno Tamaya Chardonay.

No Churchill Lounge Bar, do hotel Meliá, a noite será embalada por boleros e grandes clássicos românticos. Foi preparado um cardápio especial, que inclui carpaccio de salmão ao pesto com alcaparras, uma garrafa de espumante Chandon e duas taças de licor à escolha do casal. Lá, a programação para os namorados se estende pelo final de semana, com o DJ André da Matta e a Acustic Band tocando o melhor

No Pata Negra, da 413 Sul, e no San Lorenzo, do Sudoeste, frutos do mar e grelhados

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Azulejaria408 Sul (3443.0698)Bali Hoo!Setor de Clubes Sul, ao lado Pier 21 (3224.6301)Haná408 Sul (3244.9999)Pata Negra413 Sul (3345.0641)San Lorenzo103 Sudoeste (3201.2161)Churchill Lounge BarSetor Hoteleiro Sul – Hotel Meliá Brasília (3218.5555)Norton GrillSetor Hoteleiro Sul – Hotel Meliá Brasília (3218.5550)Belini214 Sul (3345.0777)Unanimità408 Sul (3244.0666)Da NoiBlue Tree TowersDom Francisco RestauranteASBAC – Setor de Clubes Sul (3224.8429)Academia de Tênis (3316.6285)Valentina Pizzaria214 Norte (3273.7009)Expand Wine Store202 Sul (3224.9408)403 Sul (3226.6800)Bar Monumental201 Sul (3224.9313)

do flash back romântico, sexta e sábado.A noite de 12 de junho também

será especial no Norton Grill, no mesmo hotel Meliá, que terá decoração à luz de velas, música romântica e pratos especiais. Os casais apaixonados serão recepcionados com um coquetel de boas-vindas e enorme variedade de canapés finos. A refeição continua com folhas verdes, camarões ao molho picante e linguado passion fruit guarnecido de purê de mandioquinha. Para acompanhar, uma garrafa de Uxmal Chardonnay ou uma Mumm Cuveé Especiale.

Na Belini, o gerente Marcelo Garcia propõe quatro opções, combinando pratos do cardápio com vinhos da variada adega da casa. A primeira: um Prosecco Villa Sande, da região de Valdobbiadene, na província italiana de Treviso, local que consagrou os proseccos, uma combinação perfeita com ostras frescas de Santa Catarina. Para o vinho branco Sancerre, safra 2004, da região francesa do Loire, a pedida é o filé de robalo grelhado e aromatizado com azeite de ervas, guarnecido com risoto de limão siciliano. Para o Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2005, o par perfeito é o portifólio de filé mignon grelhado, recheado com queijo gorgonzola e brócolis, acompanhado de arroz negro. O vinho da sobremesa, um creme brulée, pode ser o Sauternes.

OS QUE PREFERIREM A COZINHA ITALIANA podem recorrer à cantina Unanimità, do chef Dudu Camargo. Lá, a sugestão é o robalo ao molho de açaí, acompanhado de arroz de pimenta dedo-de-moça. Harmonizando com o prato, um

Trebiano D’Abruzzo, branco de origem italiana, ou o também italiano tinto Montepulciano D’Abruzzo.

No Danoi, do Blue Tree Towers, Dudu e Itamar Sinigaglia criaram duas sugestões de jantar romântico para a noite dos namorados. Pode ser um spaghetti com frutos do mar, pesto de nozes e manjericão ou um tartar de salmão com gema de ovo trufado, sobre risoto parmigiano e coulis de hortelã. O vinho indicado é um branco jovem, elaborado com uva Sauvignon Blanc, que tem boa acidez para acompanhar os pratos.

Quando se fala em vinhos, impossível esquecer o Dom Francisco, cuja adega dispõe de mil rótulos, de 14 países. Para acompanhar seu incomparável bacalhau, vale experimentar o branco português Cartuxa Fundação Eugênio de Almeida. Quem preferir um espumante pode apostar no nacional Adolfo Lona Moscatel Demi-Sec. Para acompanhar a picanha na brasa, uma opção é o chileno Villamontes Cabernet Souvignon.

Os amantes da pizza podem ir direto para a sobremesa na pizzaria Valentina, da 213 Norte, que criou uma pizza doce, em forma de coração, especialmente para este dia tão especial. A massa é crocante, recheada com morangos, amoras, framboesas frescas, tudo coberto com sorvete de creme, amêndoas crocantes e calda de chocolate. Para acompanhar, uma taça do prosecco italiano Caldoro Brüt di Valdobbiadene.

Quem preferir degustar um bom vinho na intimidade pode aproveitar para conhecer a nova loja da Expand, com cerca de 1,5 mil rótulos disponíveis. É a segunda loja da franquia em Brasília – a primeira já funciona há muitos anos

na sobreloja do restaurante Piantella, na 202 Sul, onde a clientela consome os vinhos pelo preço praticado na loja.

Do outro lado da rua, na 201 Sul, o Monumental preparou um presente especial para os namorados: uma discreta e aconchegante pista de dança, onde os casais poderão bailar ao som dos melhores boleros e sambas-canção, executados pelo grupo Galeria, pagando apenas R$ 10 de couvert artístico. Além do cardápio tradicional, o Monumental criou um prato especial para o jantar dançante: o arroz de bacalhau, também para ser saboreado a dois (R$ 45,50).

Veja outras ótimas dicas nas sessões Pão&Vinho, Picadinho e Garfadas&Goles.

A pizzaria Valentina, da 213 Norte, e o Unanimità, da 408 Sul: para os apreciadores da boa cozinha italiana

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ALEXANDRE DOS SANTOS FRANCO *

O inverno vem chegando e, com ele, aumentam ainda mais nossas possibilidades e desejos de consumo do “vinho nosso de cada dia”. Agora em junho, para tornar ainda mais propício o clima, temos o Dia dos Namorados. Nada melhor, para comemorar a união com nossa bela, do que uma boa garrafa de vinho, seja ele um espumante, um branco tranqüilo ou o comumente mais procurado tinto.

A cidade está repleta de lugares aprazíveis, capazes de recepcionar o casal apaixonado com boas opções de vinhos dos mais diversos tipos, procedências e preços. O importante é escolher o local e a garrafa tendo em mente a ocasião e todo o prazer que pode ser potencializado com a escolha correta.

Desde a badalação do gostoso Azulejaria, que conta com a força dos vinhos da Grand Cru no seu subsolo, passando pela contemporaneidade indiscutível do Universal e chegando ao ambiente mais tradicional do Villa Borghese, ao pensar no romantismo exigido para esse dia me vêm de pronto duas opções genéricas na escolha do restaurante: a Itália e a França. Ambos os destinos nos trazem à mente, de forma automática, visões de salões de refeição pequenos, charmosos, aconchegantes, aclimatados, enfim, para o encontro a dois.

Que tal, por exemplo, sentar-se ao lado dela, para um excelente jantar, olhando para a cidade toda iluminada através das janelas do Giuseppina, na cobertura do Torre Palace Hotel? Sua vista panorâmica da cidade é das mais privilegiadas que já vi e pode, sem dúvida, inspirar os corações. O cardápio, conduzido por Nara Codo, apresenta ótimas opções, cuja realização beira a perfeição. O ambiente simples é

D’amore ao L’amourcompensado pelos preços extremamente atrativos e pelo bom atendimento comandado pelo simpático André, que receberá os casais com surpresas para o Dia dos Namorados.

A carta de vinhos, ainda muito simples quando os visitei, tem a promessa de ser toda reformulada para receber os convivas no dia 12. De qualquer forma não faltará um bom espumante nacional para garantir o clima de comemoração, e ao menos um bom vinho tinto se pode recomendar da carta atual: o Tinta Roriz da Casa Santos Lima. Uva mais conhecida pelo seu nome espanhol, tempranillo, apresenta na versão portuguesa uma cor intensa com nuances de cereja ao nariz e ao paladar, bem acompanhada por um corpo de médio a bom, e doçura de boca ao final.

Passando D’amore ao L’amour, não pude resistir a visitar o Jardim do Éden. A francesa Antje Sieglitz, no momento em viagem a seu país, criou nessa localização quase rural, próxima à barragem do Lago Paranoá, um ambiente inigualável para aqueles que procuram o clima mais romântico. Incrustado entre jardins e pequenos lagos que servem de abrigo aos patos de estimação da casa, um salão pronto a receber casais enamorados, com mesas sempre montadas para dois, à luz de velas sobre altos castiçais, é comandado pela sempre atenciosa Margarida, que orienta os clientes na pedida ao chef José.

A carta de vinhos é correta, oferecendo boas e diversificadas opções, mas se encontra também em momento de reformulação e os namorados que lá forem deverão encontrar coisas novas. Sem poder fazer, pois, uma indicação específica, aconselho a sempre garantida “harmonização por origem”, buscando um vinho francês adequado ao bolso de

cada comensal para acompanhar a competente cozinha de ares mais “à Provence”. Especialmente se for possível a sempre gratificante experiência de saborear um verdadeiro Champagne com a mulher amada, a chance não deve ser desperdiçada, pois, além do agradável restaurante, o local nos reserva seis charmosas suítes montadas para satisfazer os mais exigentes amantes. E, como pregava o “poetinha” Vinicius: pode não ser eterna, mas há que ser infinita, enquanto durar, nossa chama do amor.

*Empresário e enófilo

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No quesito renda per capita, o Setor Sudoeste só fica atrás do Lago Sul, no Distrito Federal, o que faz dele uma espécie de novo “eldorado” do comércio brasiliense – aí incluída a gastronomia, logicamente. A cada dia intensifica-se a disputa por esse mercado, que vem atraindo grande variedade de bares e restaurantes. Quem acaba de entrar na briga é a popularíssima Pizza Cesar, que decidiu abrir ali sua segunda forneria.

Tal como na primeira, inaugurada há quatro meses na QI 17 do Lago Sul, o projeto arquitetônico de Ney Lima é primoroso. Ele soube aproveitar com maestria a configuração do subsolo do bloco B da quadra 302, criando um ambiente agradável, com capacidade para acomodar confortavelmente até 170 pessoas em seus 400m2. A decoração aponta para uma sofisticação que nada tem a ver com a simplicidade da proposta gastronômica que há dez anos

Mais um no SudoesteAlto poder aquisitivo dos moradores atrai para o bairro a segunda forneria da Pizza César

faz o sucesso da Pizza César no mercado de delivery.

O único ponto em comum são 56 dos 70 sabores de pizza oferecidos pela forneria. Tudo o mais, inclusive os preços, aponta para uma clientela de alto poder aquisitivo. O cardápio criado pelo chef paulista João Gomes guarda bastante semelhança com o do Lago Sul, como explica o proprietário da casa, João Vieira de Morais. Praticamente a única diferença está nas novas receitas de risotos e carnes. Entre os risotos destacam-se os de bacalhau e camarão; entre as carnes, o T-Bone com arroz de brócolis e legumes a vapor (R$ 31,90), o Prime Rib acompanhado de risoto de champignon com azeitonas pretas fatiadas (R$ 33,90) e o Bife Ancho com risoto de açafrão, palmito e escarola (R$ 29,90).

O preço do bufê de saladas do almoço (R$ 17,90) cai para R$ 5,90 quando o cliente opta pela combinação

com algum prato quente. No jantar, funciona o sistema à la carte. E aí, a pizza é a estrela. A massa média, com ou sem borda, descansa 24 horas até ser levada ao forno. Os preços das pizzas ditas tradicionais variam de R$ 23 a R$ 35; das especiais, de R$ 28,50 a R$ 31,50; e das “do chef”, de R$ 26,40 a R$ 37,50 (todas em porções individuais). Outra opção é o Cezone – metade pizza,

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Pizza Cesar Forneria302 Sudoeste – Bloco B (3341-1001)Aberta para o almoço, diariamente, das 11h45 às 15h; para o jantar, de 2 a 5ª feira, das 18 às 24h, e de 6ª a domingo, das 18h até o último cliente.

metade calzone. Um dos mais pedidos, pra variar, é o Marguerita – molho de tomate, mussarela, tomate, parmesão e manjericão, além de calabresa especial e cebola tostada.

A sofisticação está de volta na carta de vinhos, elaborada pelo maître Jean Araújo Pinheiro, com formação pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS). Sua opção foi por rótulos que tivessem harmonia com o cardápio, todos de vinícolas conhecidas do público brasiliense, como a chilena Casa Lapostolle e as argentinas Catena, Luigi Bosca e Callia – sem falar em marcas portuguesas, espanholas, italianas, francesas e australianas.

Segundo João Vieira de Morais, a Pizza Cesar planeja abrir outras duas fornerias até o final do ano. Uma já está em fase adiantada de construção, na Asa Sul. A outra será em Taguatinga ou Águas Claras. A proposta de ambas é exatamente a mesma das duas primeiras: oferecer aos clientes um local apropriado tanto para um almoço de negócios quanto para uma prazerosa happy hour ou um jantar em família.

O chef João Gomes e sua última invenção, o Cezone (metade pizza, metade calzone)

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Os consumidores que se queixam da má qualidade do café consumido no Brasil começam a rever seus conceitos. Os supermercados já reservam espaços de destaque em suas prateleiras para variedades de cafés de melhor qualidade, embora vendidos ainda a preços muito altos. Embalagens sofisticadas estampando selos de qualidade da ABIC (Associação Brasileira das Indústrias de

Cafés 18 marcas premiadas são

lançadas no mercado

Café) são capazes de atrair o consumidor exigente, aquele que se detém na adega de vinhos para ler detalhadamente os rótulos antes de se decidir pela compra.

Essa nova onda no sentido de elitizar a bebida e dar-lhe o status do vinho demorou a chegar. Afinal, a paixão do brasileiro pelo cafezinho é muito mais antiga. Tem 280 anos, desde que o português Francisco Palheta trouxe da

Guiana Francesa as primeiras mudas para o Pará.

Já existe até o Dia Nacional do Café, 24 de maio, que este ano marcou o lançamento dos Cafés Premiados – Safra 2006/2007, adquiridos pelas indústrias em novembro passado, no leilão dos lotes vencedores do 3º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café.

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As 18 marcas de café premiadas Astória Real, Minas Rio e Toko, de Juiz de Fora (MG); Bom Dia, de Varginha (MG); Brasileiro, de Osasco (SP); Cajubá, de Uberlândia (MG), Campeão, de Cachoeiro do Itapemirim (ES); Casa Verde, de Siqueira Campos (PR); Cassiano, de Americana (SP); Damasco, de Curitiba (PR); Guidalli, de Lages (SC); Itamaraty, de Rolândia (PR); Letícia, de Montes Claros (MG); Pelé, de Barueri (SP); Santa Clara, de Eusébio (CE); Santés, de Santana (BA); Tiradentes, de São Bernardo Campo (SP); e Vista Linda, de Vila Velha (ES).

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Produzidos por cafeicultores que muitas vezes mesclam técnicas tradicionais, como a colheita seletiva dos grãos, com modernos equipamentos de secagem e armazenagem, os cafés gourmets chegam este mês às grandes redes de supermercados. O objetivo é conquistar consumidores para o nicho de mercado que mais cresce no mundo, cerca de 15% ao ano, bem acima da média de 1,5% do segmento de café tradicional.

O 3º Concurso Nacional Abic de Qualidade do Café só aceitou a participação de lotes pré-selecionados e indicados pelos próprios Estados produtores, a partir dos concursos regionais que em 2006 atraíram mais de quatro mil participantes. Nove lotes chegaram à final do concurso. São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Bahia concorreram, cada um, com um lote na categoria Cafés Naturais e um lote na categoria Cafés Descascados. O Espírito Santo concorreu apenas na categoria Cafés Naturais.

O vencedor foi o café produzido em Piatã, na Bahia, pelo cafeicultor Nelson Xavier Jones, da Fazenda Espírito Santo. Seu lote, de dez sacas de café arábica cereja descascado, foi adquirido pelo consórcio Qualidade Brasil, formado pelas indústrias Toko (marca Astoria

Real), Guidalli e Sobésa (marca Santés), que pagou R$ 4.430 a saca.

De acordo com Nathan Herskowicz, diretor executivo da ABIC, o concurso serve de estímulo e reconhecimento ao trabalho e à dedicação dos produtores, comprovando, com os preços alcançados no leilão, que investir em qualidade é remuneração garantida. Ao mesmo tempo homenageia o consumidor, mostrando que os melhores cafés do mundo são cultivados aqui mesmo e estão acessíveis em marcas brasileiras.

Ele garante que o consumidor encontrará um café com doçura natural, podendo até dispensar o açúcar. “É um café com sabor típico, que pode lembrar chocolate, amêndoa ou nozes, tem excelente corpo e deixa uma sensação gostosa de permanência que fica no paladar”, garante.

O vice-presidente da ABIC, Almir José da Silva Filho, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, no lançamento da 3ª Edição Especial de Cafés Premiados – Safra 2006/2007

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Porcão CateringO grupo Porcão está inaugurando em Brasília um serviço de grande sucesso nas casas do Rio de Janeiro. O departamento de eventos da churrascaria acaba de chegar à filial brasiliense. O Porcão Catering une a qualidade e variedade de sua cozinha a uma infra-estrutura com seis ambientes de diversos tamanhos, que comportam de 60 a 450 pessoas. Ideal para festas de aniversário, casamentos, eventos corporativos e seminários.

Novo branco, novo tintoA vinícola Dal Pizzol acaba de lançar suas novas safras de uvas Trebiano e Cabernet Sauvignon. As garrafas do tinto Dal Pizzol Cabernet Sauvignon 2005 e do branco Do Lugar Trebiano 2007 já estão com o novo visual, bem mais moderno, que a marca adotou. O Cabernet, originado de uma das melhores safras já produzidas pela vinícola, é um vinho encorpado, com aroma vigoroso e buquê floral. Combina com queijos do tipo camembert, cheddar, roquefort e brie, além de carnes vermelhas de sabor acentuado. Já o branco Do Lugar Trebiano 2007 é delicado, com aromas sutis de frutas frescas e toques florais, além de proporcionar um agradável frescor na boca. Ideal para acompanhar entradas, sopas, todos os tipos de peixes, massas com molhos brancos e carnes brancas.

Parfait CroissaintQuem anda enjoado de salada por conta da mesmice do trio alface-tomate-cebola pode rever seus conceitos no Parfait Croissant. Lá, por R$16,50 o cliente coloca a criatividade em prática e monta sua salada da maneira que mais lhe convier. A lista de ingredientes possibilita não só grande variedade de sabores como de nutrientes essenciais à boa saúde. O toque final pode ser dado com ingredientes finos como kani, tomate seco, atum, búfala, nozes, gorgonzola e alcaparras.

Novidades de camarãoA Vivenda do Camarão, maior rede de restaurantes especializados em frutos do mar do Brasil, acaba de incluir novidades no cardápio de suas 63 lojas. O novo menu inclui pratos sofisticados a preços convidativos, como a Paella Vivenda (R$14,90) – lula, polvo, mariscos e camarão – e o Risoto de Funghi Sechi com Camarão (R$12,90). Para clientes de gosto exótico, a rede criou a Feijoadinha de Camarão (R$12,90), com feijão branco e tempero picante. Outra novidade é a linha criada para o público infantil, que inclui bolinhos e espetinhos para alegrar a molecada. Em Brasília, são três lojas – Brasília Shopping, Pátio Brasil e Conjunto Nacional.

Excellence par ChandonA Chandon está lançando nova roupagem para as garrafas do espumante Excellence par Chandon, aclamado como uma jóia da vinicultura brasileira. A empresa fez a pré-estréia do produto dia 28 de maio, em São Paulo.

After Work KoounJá está funcionando de terça a sexta-feira, a partir das 18h, o After Work do restaurante Kooun (QI 9/11 Lago Sul). Trata-se de uma happy-hour nos moldes dos executivos alemães. Até as 22h é distribuída uma rodada de petiscos especiais para os clientes que estiverem no deque ao ar livre. As delícias preparadas pelo chef Nao Hara acompanham com perfeição os variados drinques da casa, entre eles o cubano mojito e batidas de fruta e saquê.

Adega espertaA casa Cor 2007 está começando em São Paulo com uma novidade de encantar os enófilos. O Genius Instituto vai expor uma adega inteligente. Por meio de um PDA (palm top) o usuário utiliza a voz para pedir o vinho desejado. O comando ilumina a prateleira e desloca a garrafa escolhida para a frente.

Merecido reconhecimentoFinalmente foi regulamentada a profissão de enólogo. A Lei número 11.476, publicada no Diário Oficial dia 30 de maio, reconhece as funções de Técnico em Viticultura e Técnico

em Enologia. Foi a vitória de uma batalha de 16 anos. Os enólogos poderão substituir na carteira de trabalho a denominação técnico em química – que utilizavam antes.

Para os namoradosA Azulejaria (408 Sul) está com uma interessante promoção para o Dia dos Namorados: quem pagar com Mastercard (crédito ou débito) uma conta acima de R$ 100, entre os dias 2 e 17 de junho, ganha um vale para trocar por uma lingerie da Forum – feminina ou masculina. E na noite do dia 12 a casa oferecerá, por R$ 60, um menu especial para os apaixonados. De entrada, salada com aceto balsâmico, tomate cereja e queijo de cabra. O prato principal pode ser o Steak Café au Poivre, o Steak au Beurre ou o Robalo com Risoto de Hortelã. De sobremesa, mousse de chocolate amargo ou sorbê de limão com champanhe. O menu ainda inclui uma taça do espumante Azulejaria Brüt para brindar a noite de puro romance.

Taste of Brazil Nem só de samba e carnaval se sustenta o interesse norte-americano pelo Brasil. O casal Gary e Rose Neeleman é um exemplo disso. Após viverem aqui na década de 60 e desde então visitarem o país anualmente, eles resolveram divulgar nos EUA tudo o que aprenderam sobre a riquíssima culinária brasileira. Para isso, acabam de lançar o livro A Taste of Brazil com receitas colecionadas ao longo de mais de 40 anos de convívio com os tupiniquins. O livro será vendido tanto nos EUA como no Brasil (preço sugerido: R$ 39).

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"EU RECOMENDO...o Camarão à Grega, no Camarão & Cia do Liberty Mall. É um programa irresistível depois de um cineminha.”

Neusa França, pianista e compositora.

Para noites friasUma bebida de sabor refinado que passa dois anos armazenada em tonéis de carvalho, ideal para consumo em dias frios, de preferência para acompanhar um fondue de queijo. Quem pensou em vinho enganou-se redondamente. A Strong Suffolk é excelente companhia para este inverno. É a única cerveja inglesa que passa por um processo de dois anos de maturação, com teor alcoólico que varia entre médio e alto, o que a caracteriza como Vintage Ale. Nas noites frias do inverno, é indicada para acompanhar fondue de queijo – uma mistura exótica,

harmoniosa e saborosa.

Noite dos namoradosA comida típica nordestina servida no Severina Feijão Verde pode ser saboreada, em dias normais, somente na hora do almoço. Mas a propritária, Patricia Linhares, já mandou avisar aos namorados: a casa funcionará normalmente na noite do dia 12.

Sem FronteirasMais uma edição do festival de gastronomia Sabores Sem Fronteiras começa dia 12 no Espaço Gourmet do Mercado Municipal, com um coquetel para convidados. Desta vez, o país-tema será a Espanha. Mantém-se o formato de quatro jantares (dias 14, 15, 21 e 22), uma degustação de vinhos (dia 19) e dois workshops (dias 16 e 23). Os chefs serão Javier Torres, do restaurante EÑE, de São Paulo (considerado pela embaixada a melhor culinária espanhola do Brasil) e Isaac Corsias, do La Torreta (eleito o melhor espanhol da cidade). Cada um vai preparar dois jantares e ensinar uma de suas especialidades.

Haná indianoO Haná continua aprimorando sua vocação criativa. Seu bufê, que conta sempre com mais de 30 tipos de sushis, sashimis e pratos quentes, não se limita à tradição japonesa, buscando inspiração também nas culinárias tailandesa, coreana e chinesa. Esse roteiro gastronômico acaba de ganhar novo itinerário: a Índia. Depois de muita pesquisa, a chef Carina Bini treinou toda a equipe do restaurante para preparar iguarias inspiradas na cozinha indiana. Além de mudanças no bufê, os sushimens prepararão para os clientes surpresas que serão servidas de mesa em mesa, sem nenhum custo adicional. Entre as novidades boladas por Carina e os sushimens da casa, destaque para o samosa, pastel indiano com batates e chutney de hortelã; o Raita, que combina molho de iogurte com especiarias e hortaliças; e o Tal-makani – lentilhas com temperos indianos.

Tal filhaEnquanto Fernando incrementa o cardápio do Carpe Diem, sua filha Fernanda está às voltas com a inauguração do Maki Temakeria, na Rua dos Restaurantes (405 Sul). A casa é especializada numa das iguarias mais apreciadas na culinária japonesa – o temaki, um cone de alga com arroz e recheio. São 25 sabores que variam do tradicional salmão ao shimeji e shitake.

Tal paiVale a pena conferir os novos pratos que o chef Fernando La Rocque criou para a rede Carpe Diem. Destaque para o Talharim ao Paillard de Filé Gratinado e a combinação de Filé à Parmegianana com Talharim ao Alho e Óleo. Outra boa novidade são os pratos exclusivos das diferentes casas: a Picanha de Cordeiro e o Filé à Milanesa no Brasília Shopping, o Filé à Milanesa com Salada de Batata na 104 Sul e o sanduíche de pernil com abacaxi no Terraço Shopping.

POR RODRIGO OLIVEIRA

Japão em casaO recém-lançado serviço de entrega do Sushi San já está se consolidando como uma das melhores opções para os que gostam de apreciar sushis e sashimis sem sair de casa. Pelo telefone 3345.1804, moradores do Plano Piloto, Lago Norte, Lago Sul, Sudoeste e Octogonal podem receber em casa qualquer uma das opções do cardápio.

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LUIZ RECENA

Dos tempos imemoriais às telas dos cinemas: o amor tece a teia da vida e começa com os namorados. Amar faz bem. E namorar também. Amar é beber. Da saliva ao vinho. Amar é comer e, sem trocadilhos infames, pode turbinar uma relação a partir de um primeiro encontro, de uma entrada, de um tira-gosto. Pratos principais e sobremesas vêm com o tempo. O hábito é um aliado. O costume idem. Comer e beber bem, assim, viram muletas e pilares, quer dizer: sustentam ou guiam. Ou fazem as duas coisas juntas, ao mesmo tempo, em sincronia. O Dia dos Namorados, entre nós, mudou em comércio com o passar dos anos, mas permanece, se perpetua em feitiço. A revista é a namorada do leitor. E é correspondida. Então, namorados do mundo: uni-vos!

Profissão de féEm tempos de intolerância, liberdade para amar. E para namorar. E que todos sejam felizes, sem contas a prestar, sem explicações a dar.

Uvas novasChegam ao mercado dois novos exemplares produzidos pela Dal Pizzol. Um cabernet sauvignon 2005 e um Trebiano Do Lugar 2007. Bons vinhos e, além do trabalho com as uvas, novidades iguais no visual. É o início de uma postura no mercado: mudanças de imagem acompanham os novos conteúdos.

Dono da noiteBoêmio em liberdade adora a lua. Mas, com sol, não sai pra rua. Marchinha de carnaval antigo cai sempre como luva. Para mudar o ritmo, o advogado Ronaldo Feldman foi a Chicago participar da Feira Internacional de Franquias. Voltou cheio de novidades, principalmente no que diz respeito aos bares e restaurantes.

E o vento levouJ. A Dias Lopes, diretor de redação da revista Gula, surpreendeu-se em Brasília por alguns dias. Inaugurou a Fogo de Chão e a Expand, visitou amigos no Planalto e esticou na noite da Azulejaria. Gostou do que viu e prometeu voltar. Há vida fora de Sampa...

Amor, sublime amor

Quem sabe, sabeO neto do Barão de Itararé bebia solitário no sábado da Quituart. Lamentava-se das pedreiras da vida e das bossas novas dos bares da cidade. Aí, no novo chope, ainda sem steinhager, deixou a toca discreta e decretou: “Nenhum desses bares novos bateu o velho Beira”. O romantismo ainda tem seus defensores. E, a eterna lei dos botecos, os seus cânones. No pasarán!

Bola na rede O campeonato brasileiro de futebol, evidentemente o maior do mundo, já começou. E aumentam na cidade as opções para que torcedores de todos os times assistam aos jogos de suas equipes nos bares da cidade. Setorial desde sua fundação, a capital chega ao requinte de oferecer um bar para cada torcida. A democracia futebolística oferece o Grêmio do Sul e o Inter do Norte; o Botafogo da três, o Cruzeiro da dez, o Vasco do Sudoeste. Futebol, suor e cerveja. E apenas começa...

Colarinho novo Guilherme Guedes ataca no Lago Norte. Chope expresso, gelado e com bom colarinho, uma nova atração no Deck, que já está cheio de cinemas e comércio. A inauguração rivalizou com os melhores jogos de futebol da noite de quarta-feira, 23 de maio.

[email protected]

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INGREDIENTES• 3 cebolas picadas• 2 tomates sem pele picados• 2 unidades de salsão picado• 1 alho poró picado• 50g de margarina• 3 folhas de louro• 200g de camarão limpo• 3 maçãs vermelhas picadas• 2 colheres de sopa de leite de coco• 1 lata de creme de leite sem soro• 300 ml de leite• 100g de farinha de trigo• 120g de queijo Catupiry• Sal a gosto

Receita do chef Preto Nunes, do Camarão 206, para o Dia dos Namorados

MODO DE PREPARO

Junte os camarões, os tomates,

duas cebolas, as maçãs, o

salsão, o alho poró e o louro

numa panela com margarina

e refogue por três minutos.

Reserve. Faça um creme branco

com o leite, a outra cebola,

farinha de trigo, margarina e sal.

Bata tudo no liquidificador com

o queijo catupiry e coloque nos

ingredientes reservados junto

com o creme de leite e o leite

de coco.

Camarao ao molho de macaFo

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roteirogastronômico

Em plena W3 Sul, o Bar Brasília tem decoração caprichada, com móveis e objetos da primeira metade do século XX. Destaques para os pasteizinhos.Sugestão de gourmet: Cordeiro ensopado com ingredientes especiais, que realçam seu sabor.

Bar Brasília

506 Sul Bloco A (3443.4323) CC: Todos

Um dos melhores Happy Hours da cidade. No cardápio espumantes, petiscos, sanduíches, carpaccios, ostras e cervejas importadas. No almoço, buffet de saladas e pratos quentes.

Azulejaria

408 Sul (3443.0698) CC: Todos

Restaurante inspirado no Rio de Janeiro dos anos 40. O buffet, com cerca de 20 tipos de frios, sanduíches e rodadas de empadas e quibes, com a performance do garçom Tampinha, são boas opções para os freqüentadores.

202 Norte (3327.8342) CC: Todos

Armazém do Ferreira

Cerveja gelada e buffet. Mais de 40 opções de frios e petiscos. De 2ª a 6ª, buffet no almoço. Aos sábados, feijoada e cachaças, além do buffet de massas e saladas. Todos os dias rodízio de pizzas, caldos e massas.

Bar e Pizzaria do Brás

107 Norte (3347.4735) CC: V

MonumentalNuma das esquinas mais valorizadas da cidade, a casa tem uma ampla varanda e o chope bem gelado. No almoço, buffet variado de saladas, massas e grelhados. À noite, as lingüiças mineiras estão entre os petiscos mais pedidos.

201 Sul (3224.9313) CC: todos

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Ambiente requintado e charmoso. No cardápio, um convívio harmonioso entre pratos da cozinha contemporânea e os preferidos do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Adega climatizada.

Hotel Kubitschek Plaza (3329.3774) CC: todos

Diamantina Restaurante

QI 21 Bl. A (3366.1110/3078)

Referência em criatividade, qualidade e eficácia em buffet de alta gastronomia.Em seis anos de trabalho coleciona cinco prêmios. Os produtos são elaborados por Emília Ferrero e executados por Ricardo Ferrero. Realiza eventos sociais e empresariais.

La Leopolda

É um dos mais renomados buffets de festa da cidade, com mais de dez anos de experiência. Além dos salgados e doces finos oferecidos no buffet, destaque para o Risoto de Foie-Gras, o Carré de Cordeiro ao Molho de Alecrim e o Filé ao Molho de Tâmaras.

QI 21 do Lago Sul (3366.3531)

Sweet Cake

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A traíra sem espinhas é o principal prato da casa, mas a peixada ao molho, os filés de truta, salmão, badejo e surubim grelhados - com seus deliciosos acompanhamentos - fazem da casa, com seu estilo único, uma excelente opção.

Vila Planalto(3306.2539) CC: todos

Esquina da Vila

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Cardápio variado, sabor e qualidade.Buffet no almoço é o carro-chefe, com mais de 10 pratos quentes, diversos tipos de saladas e várias opções de sobremesa, a R$ 35,90 (2ª a 6ª) e R$ 39,90 (sáb, dom e feriados) por pessoa. No jantar, serviço à la carte.

206 Sul (3443.4841), Liberty Mall e Brasília Shopping CC: todos

Camarão 206

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CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R

MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R

MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

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Buffet no almoço consagrado pela variedade de pratos. Por R$ 32,90, o cliente tem saladas, pratos quentes, massas caseiras e sobremesas. No jantar, frios a quilo, petiscos variados, sanduíches, saladas e pratos à la carte com destaque para o talharim aos frutos do mar.201 Norte (3326.1045) CC: V. M. D

Don’ Durica

Um dos melhores happy hours da cidade. Uma boa pedida é o bolinho de bacalhau. Oferece opções de pizzas individuais e serve chope claro e escuro, e drinques exclusivos, como a caipirinha de morango com vinho do Porto. Exclusividade: carpaccio de bacalhau.

Pontão do Lago Sul (3364.4041) CC: Todos

Bier Fass Pontão do Lago Sul

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Com cinco lojas na cidade, mantém a tradição em mais de 200 produtos de receitas típicas do interior de Goiás, preparados artesanalmente, sem conservantes ou estabilizantes. A torta Suflair é uma das tentações da linha doce. Na linha salgada, uma boa opção são as quiches, com recheios variados.

404 Norte, 215 Norte, 210 Sul, 103 Sudoeste e QI 13 Lago Sul (3361.7767)

Monjolo

O cardápio é bastante variado, com tortas doces e salgadas, bolos, pães, géleias, caldos quentes, quiches, tarteletes, chás, café e sucos de frutas naturais. Café da manhã porR$ 11,80 de 2ª a 6ª (buffet por pessoa).205 Sul bl A lj 3 (3443.7490) CC: V

Praliné

O Chiquita Bacana oferece almoço com pratos variados e bem servidos, como massas e grelhados. Todas as segundas-feiras, é vez da Segundona Universitária, o cliente terá 50% de desconto em todas as bebidas. Nas terças-feiras, dose dupla de caipifruta e vodka. Aos sábados tem Feijoada a R$ 12,90 por pessoa. O happy hour acontece todos os dias, com chopp a R$ 2,20.209 Sul (3242.1212)CC: Todos

Chiquita Bacana

302 Sul (3266.9667), 208 Sul (3443.6366), 211 Sul (3245-6000), 115 Norte (3349.7807), 213 Norte (3340.1730), Sudoeste (3344.4600), Lago Sul (3364.5096) e Brasília Shopping (3328.4853)

Torteria Di LorenzaAs mais deliciosas tortas da cidade estão na Torteria Di Lorenza. São centenas tipos. Amora Quaker, Frango com Catupiry e Sonho de Valsa Crocante estão entre as mais pedidas. Vá a uma de nossas lojas ou peça pela Loja Virtual em www.torteriadilorenza.com.br/lojavirtual.

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Universal DinerEleito O Melhor dos Melhores por votação popular na última eleição da Roteiro. Com nove anos de existência, o pioneiro na cozinha contemporânea da cidade tem como um dos carros-chefes o Camarão ao molho de queijo brie, champagne e caviar, com Risoto de morango e sálvia.

210 Sul (3443.2089) CC: Todos

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roteirogastronômico

Em menos de dois anos de existência, a segunda casa de Mara Alcamim já foi premiada pelas principais revistas gastronômicas do país. Agradável eintimista, aberta para almoço, de 2ª a 6ª, e para jantar, de 2ª a sábado. No almoço, opções a R$ 29,90.

210 Sul (3244.1039) CC: A e M

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A casa oferece saladas, massas, risotos, grelhados e mais de 50 sabores de crepes. Adega climatizada com mais de 60 rótulos. Sugestão: Marco Polo (presunto, catupiry, tomates frescos, azeitona, cebola, palmito). Toda 2ª e 5ª música ao vivo.

408 Sul (3244.6353) CC: V, M e D

C’est si bon

Dê asas ao chef que há em você.Toda terça, monte seu crepe com até oito ingredientes, a preços especiais, no Crepe au Chocolat da 210 Sul. Reservas pelo tel: 3443-2050

210 Sul (3443.2050), 109 Norte (3340.7002) CC: V, C

Crepe au Chocolat

Ponto de encontro de jovens durante toda a semana. Oferece mais de 30 sabores de crepes. Além dos tradicionais, os mais elaborados como o de bacalhau, strogonoff de frango ou filé. Os crepes doces mais pedidos são o de chocolate com banana e de morango.312 Sul (3445.2961) CC: V309 Norte (3202.1440)

Creperia Floripa

BSB Grill É conhecido por seu cuidado com a qualidade e o preparo da carne. Há sete anos na cidade, oferece cortes inovadores, como o bife de tira e o bife angosto, parte privilegiada do contra-filé. Destaques: Picanha Pantaneira, a Picanha em tira e o Prime Rib.

304 Norte (3326.0976) 413 Sul (3346.0036) CC: A, V

Norton GrillPara quem não resiste a um bom grelhado, o Norton Grill é o lugar certo. Uma das especialidades da casa é a Picanha Baby com o famoso Arroz Norton e, de sobremesa, um delicioso pudim de leite.

Hotel Mélia - 2º andar (3218.5550) CC: todos

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Criado nos EUA, foi eleito por três anos consecutivos o preferido da família americana. Com mais de 100 lojas, seus generosos pratos foram criados, pesquisados e inspirados nas raízes da América. Conheça tais delícias: ribs, steaks, pasta, hambúrgueres.S.Clubes Sul Tr. 2 ao lado do Pier 21 (3321.8535) Terraço Shopping (3034.8535)

Roadhouse Grill

Ambiente romântico e intimista, com culinária mediterrânea, de inspiraçãoitaliana e influências francesas e espanholas. A proposta é oferecercardápio variado e criativo, com saladas e frutos do mar. Para os pequenos apetites, há a versão meio prato.

SCES Trecho 2, Lote 2 (3323.5961)Brasília Golfe Center CC: Todos

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GIlberto SalomãoQI 5 Lago Sul (3248.1519) CC: Todos

Bier Fass Gilberto SalomãoO Bierfass Gilberto Salomão completa em 2007 seu 38º ano de sucesso, com uma fórmula que agrega tradição, ambiente, cozinha e público diferenciado. Destaque para a cozinha internacional, variando pratos clássicos aos modernos, que influi tanto nos ingredientes usados como na apresentação dos pratos.

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OL Ênfase na cozinha andaluza, oferece

mais de 30 delícias gastronômicas, como o Jamon Pata Negra, as tapas e a tradicional paella. Para beber, o Chopp Pata Negra, sangria e boa variadade de vinhos. Jantar de segunda a sábado e almoço sextas e sábados com delicioso buffet de paellas. 413 Sul (3345.0641) CC: Todos

Pata Negra

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CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R

MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

Aos sábados, no restaurante panorâmico do hotel, suculenta feijoada com ingredientes separados. Entradas:deliciosas batidas, acarajé e caldinho de feijão. R$ 30 + 10% por pessoa ou R$ 55 + 10% o casal. Música ao vivo e sobremasas inclusas.

SHS Qd 5 Bl C (2103.8484)CC: Todos

San Marco Hotel

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Dom RomanoDesde 1988, foi pioneira em assar as pizzas no forno a lenha. As pizzas têm sabor e sotaque paulistano. As massas e molhos são de fabricação própria, e têm sabores bem caseiros. As porções bem servidas, retratam a origem italiana.

QI 11 Lago Sul (3248-0078)102 Norte (3327-7776) CC: V, M e D.

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306 Norte (3274.5086)CC: todos

A casa tem ambiente descontraído e agradável. Todos os dias Buffet de antepastos, mais de 30 sabores de pizzas, saladas e grelhados, além das massas de produção própria com grano duro. Excelente carta de vinhos. 2ª de 18h às 0h. 3ª a dom, de 12h às 0h.

GordeixoAmbiente agradável, comida boa e área de lazer para as crianças fazem o sucesso da casa desde 1987. No almoço, além das pizzas, o buffet de massas preparadas na hora, onde o cliente escolhe os molhos e os ingredientes para compor seu prato.

306 Norte (3273.8525) CC: V, M e D

Pizzas assadas no forno à lenha e servidas na pedra, carnes e massas. Na Asa Sul, além do serviço à la carte, pode-se optar pelo buffet com cinco tipos de massas, três opções de molho e 20 complementos, a R$ 13,90 por pessoa.404 Sul (3323.8989), Sudoeste (3344.5599), Águas Claras (3435.6565) e Taguatinga (3354.1221) CC: D, M e V

Gordeixos

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San MarinoCozinha típica de cantina italiana. De 3ª a 6ª, rodízio à noite com 15 sabores de pizzas e oito de massas. Nas outras noites, somente à la carte. Durante a semana, no almoço, buffet com saladas, pratos executivos e grelhados.

209 Sul (3443.5050)CC: Todos

San LorenzoCulinária internacional,com a combinação surpreendente de belos e saborosos pratos. Sugestões:Filé do Casé e Medalhão de Florença. No almoço, pratos executivos com atendimento ágil e opções saborosas. A adega climatizada completa o ambiente.

103 Sudoeste (3201.2161)CC: Todos

Secondo Vercelli

Promoção para as noites de maio: todas as pizzas grandes a preço único de R$ 15,50, rodízio de pizzas e massas R$ 11,40, chopp 300ml R$ 2,59 e pratos a la carte com 20% desc.

403 sul (3321.6546)CC: todos

Um sucesso com serviços originais e rápidos. Buffet no centro do salão. O cliente monta seu pedido escolhendo até sete ingredientes para compor um prato de massa, ou salada, ou Vira-e-Mexe (arroz com feijão). Deliciosos pratos italianos à la carte.

201 Sul (3322.4688) Delivery (3225.4050) CC: Todos

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201 Sul (3226.5650) CC: V, M

O charme da decoração e a iluminação à luz de velas dão o clima romântico. Aberto todos os dias para almoço e jantar. Sugestão: Segretti di Netuno - camarões gigantes com molho ao pesto e molho de alcaparras, servidos com arroz de amêndoas.

Villa Borghese

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roteirogastronômico

www.brilhoimportados.com.br

Feira dos Importados (3037.4533) CC: Todos

Brilho - Feira dos importadosReferência desde 1997, nos ramos de bebida, charutaria e delikatessen. Na adega climatizada o cliente encontra vinhos especiais, como Romaneé Conti e Chateau Pétrus. Ambiente especial para degustação. Queijos importados e o melhor bacalhau da cidade.

www.brilhoimportados.com.br

Centro Gilberto Salomão- lj 33 (3202.4533) CC: todos

Brilho - Lago SulA nova loja do Gilberto Salomão conta com adega climatizada e grande variedade de vinhos. Espaço exclusivo para degustações, palestras, eventos e amplo estacionamento. Os queijos, azeites, bacalhau, chocolates, acessórios e charutos completam o mix de produtos. Venha conhecer!

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Shopping Liberty Mall - 3202.4466Cartões: TODOS

Café Cancun

Aos sábados, brinquedoteca e uma deliciosa Feijoada Completa, com buffet de saladas, sushi, pratos quentes, costelinha, caldinho de feijão, linguiça e acarajé. Como opcional, picanha fatiada e o buffet de sobremesa.

NaturettoO restaurante valoriza a culinária macrobiótica, os vegetais orgânicos e integrais. O peixe está presente no cardápio diariamente. À noite, o vinho se harmoniza com o ambiente rústico e cultural e acompanha quiches, salmão grelhado, pães e queijos.

405 Norte (3201.6223) e Câmara dos Deputados CC: V e M

KosuiCom cinquenta pratos no cardápio, o Soba (macarrão integral com caldo quente ou frio) e o Banquete Japonês (entradas, caldos, pratos diversos, acompanhamentos e sobremesa) são os mais preferidos. O balcão, é um dos lugares mais requisitados da casa.

Academia de Tênis (3316.6900) - CC: Todos

Tradicional e inovador. Sushis e sashimis ganham toques inusitados. Exemplo disso é o sushi de atum picado, temperado com gengibre e cebolinha envolto em fina camada de salmão. As novidades são fruto de muita pesquisa do proprietário Jun Ito.

403 Sul (3224.0430 / 3323.5213) CC: Todos

Nippon

Diariamente no almoço e jantar, festival de sushi e sashimi, com mais de 35 opções de pratos. Nas 2as e 3as, o tradicional buffet conta com o Festival do Camarão. Funciona também à la carte e tem delivery. Horário: diariamente das 12h às 15h e das 19h às 24h.

408 Sul (3244.9999) CC: Todos

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Sushi BrasilA casa tem um cardápio super variado de pratos quentes, sushis e sashimis. Em sistema de rodízio ou buffet, em destaque estão os Hot Rool, o combinado Be Happy, o Super Salmão entre outros. Ambiente perfeito para reunir os amigos, a família e para almoços executivos.QI 11 Lago Sul (3364.3939)CC: todos

Belini

113 Sul (3345.0777) CC: Todos

A casa premiada é um misto de padaria, delikatessen, confeitaria erestaurante. O restaurante serve risotos, massas e carnes, inclusivecordeiro. Destaque para o café gourmet, único torrado na própria loja, para as pizzas especiais e os buffets servidos na varanda.

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CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R

MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

BacoPremiada por todas as revistas. Massas originais da Itália, vinhos e ambiente. No cardápio, pizzas tradicionais e exóticas. Novidades são uma constante. Opção de rodízio em dias especiais – na 309 Norte, toda 3ª e domingo, e na 408 Sul, às 2as.309 Norte (3274.8600), 408 Sul (3244.2292) CC: TodosBaco Delivery (3223.0323)

Rodízio de Pizzas e Massas, com mais de 40 sabores. Diariamente, a partir das 18h. Aos sábados, Feijoada, Chopp 200ml R$ 0,99 e batida de limão/maracujá (cortesia). Promoções Happy Hour,Cerveja SOL R$ 2,99 e Chopp 200 ml R$ 0,99. Temos rodízio em domicílio.

307 Sul (Delivery 3443.4251)CC: todos

Fornalha Pizza e Cozinha

Pizza César

Asa Norte (3347.0999) Guará (3567.3030) Sudoeste (3341.1001) Taguatinga (3352.0500) Sobradinho (3487.6262) Lago Sul (3366.3505) Asa Sul (3242.2221) Gama (3384.0202)

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Feitiço MineiroA culinária de raiz das Minas Gerais e uma programação cultural que inclui músicos de renome nacional e eventos literários. Diariamente, buffet com oito a nove tipos de carnes. Destaque para a leitoa e o pernil à pururuca, servidos às 6as e domingos.

306 Norte (3272.3032) CC: Todos

Sorvetes com sabores regionais e tecnologia italiana são a especialidade da casa. Os mais pedidos: tapioca, cupuaçu, açaí e frutas vermelhas. Na varanda, pode-se apreciar café bem tirado e fresquinho, acompanhado detapiocas quentinhas.

112 Norte (3340.4894) CC: Todos

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Severina Feijão VerdeApós 26 anos em Brasília, o restaurante Feijão verde da Asa Sul muda de nome, decoração, cardápio, mas mantém a tradição e a qualidade. Carne de sol, baião de 2x2, arrumadinho, escondidinho, bode e beiju recheados. É só escolher! www.restauranteseverina.com.br

201 Sul (3224-6362)CC: V, M, Amex, D

MariettaBuffet de almoço com cerca de 15 saladas e 10 pratos quentes todos os dias. Cardápio temático por países/regiões do mundo. Das 12h às 15h.

Brasília Shopping (3327-3892), Park Shopping (3233-5460), Terraço Shopping (3362-9741), Casa Park (3233-2481), Pier 21 (3226-2945) e Lago Sul (3364-3091). CC:Todos CC: V, M, Amex, D

MarvinO hamburger é preparado pouco antes de ser servido (não é congelado.Isto garante um sabor único. Todos são acompanhados de batata. Serve ainda filés, saladas e um hot-dog eleito o melhor da cidade.

103 Sul (3223-4786), Pier 21 (3226-2945), Terraço Shopping (3363-2857), Lago Sul (3364-3091), 110 Norte (3964-7989), Casa Park (3233-2481). CC:Todos

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Tantas vezes vilipendiada e desrespeitada ao longo de seus 183 anos de vida, a Constituição brasileira, em suas sete versões, recebe uma homenagem mais do que justa. A idéia partiu da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Gracie, e foi concretizada pela Fundação Armando Álvares Penteado, que organiza a mostra As Constituições Brasileiras. De acordo com Celita Procópio de Carvalho, da FAAP, o objetivo é didático, na medida em que ajuda na compreensão do que sejam as Constituições, mas ao mesmo tempo histórico, pois situa cada uma em sua época, sem deixar de ser artística, ao trazer nomes consagrados que viveram nos períodos de promulgação: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. Até 23 de agosto, no STF(de domingo a domingo, das 10 às 18h), no Palácio do Planalto (de segunda a sexta, das 9 às 18h, e domingos e feriados, das 9h30 às 15h) e no Salão Negro do Congresso (de domingo a domingo, das 9h30 às 17h).

filosofiaearteExiste uma lógica na criação artística? Se existe, como ela se processa? Essas e outras indagações são combustível para a palestra Wittgenstein e o Cartunista, que o CCBB promove no dia 15, às 19h30. Dentro do programa Pensamentos Instigantes – Filosofia, Arte e Ciência, o tema será apresentado pelo professor Reinaldo Di Lucia, com comentários do cartunista Paulo Caruso. O filósofo da vez, Ludwig Wittgenstein, contribuiu para a renovação da Lógica na década de 1920, sendo considerado um dos pais da filosofia analítica. Herdeiro de uma das maiores fortunas austríacas, Wittgenstein abdicou dela para tornar-se jardineiro, professor primário e professor em Cambridge, vivendo os últimos anos de vida em casa de amigos, sem emprego nem rendimentos fixos.

valsan°6Nelson Rodrigues costumava dizer que a juventude, principalmente na fronteira entre a meninice e a adolescência,

é de integral tragicidade. Para retratar essa transição, escreveu, em 1951, o poema dramático Valsa nº 6, no qual deu vida ao subconsciente de uma jovem de 15 anos. Agora, quatro alunas de Artes Cênicas da UnB vão interpretar a Sônia de Nelson Rodrigues, sob a direção de João Antônio de Lima Esteves e produção de James Fensterseifer. A proposta de montagem da peça foi das alunas-atrizes Ariane Guerra, Cirila Targhetta, Juliana Bitar e Lina Borba, a partir do desejo de mergulhar em dois temas: a dramaturgia brasileira e o universo feminino. No Teatro da Caixa, dias 8, 9 e 10 de junho, sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 20h. Ingressos a R$ 20 e R$ 10. Censura: 14 anos.

tumucumaqueDurante três semanas, entre julho e agosto de 2005, o fotógrafo Zig Koch registrou a expedição ao longo do Rio Jari, no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, o maior parque nacional em faixa tropical do mundo. Fronteira natural entre os estados do Amapá e Pará, esse rio é o principal acesso a uma das regiões mais remotas da Amazônia, que até a década de 60 era controlada por índios da região. Montada pelo WWF-Brasil, a mostra fica na Biblioteca Acadêmica Luiz Viana Filho, do Senado, até 11 de junho.

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paisagensimperiaisCasarios antigos, casas de fazenda e paisagens do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais são retratados por D. Antônio de Orleans e Bragança, que terá suas aquarelas expostas no Antiquário Cora Guimarães. De 14 de junho a 1 de julho, no Pontão do Lago Sul, das 12 às 23h30. A mostra faz parte da programação comemorativa dos 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil. Informações: 3248.7744

commediadell’arteOs atores-viajantes montavam o palco ao ar livre e, com suas máscaras, improvisavam uma comédia que tinha como temas adultério, ciúme, velhice ou amor. Assim era a comédia de arte, um tipo de teatro popular que começou na Itália do Século XVI e foi popular no século XVIII. O gênero, ainda hoje sobrevivente, é tema de uma oficina no Espaço Cultural 508 Sul.

O ator Leonardo Villas Braga fica encarregado das apresentações teóricas e práticas do estilo teatral que conheceu quando era aluno da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo. De 5 de junho a 19 de julho, terças e quintas, das 19h30 às 22h. Preço: R$ 160. Informações pelo e-mail [email protected]

ondenascealuzOs objetos do uruguaio Jimmy Mamán parecem

ter saído dos filmes de ficção científica. Suas luminárias lembram naves espaciais e

máquinas transportadoras de matéria. O trabalho do artista plástico que explora as

possibilidades da forma através da variação e da intensidade da luz pode ser conhecido a

partir do dia 15, na Casa Thomas Jefferson. A exposição Uru-Uru – Onde Nasce a Luz vai até dia 30, de segunda a sexta, das 9 às 21 h, e

aos sábados, das 9 às 12h.

lisboaqueridaNo tempo em que morou em Lisboa,

o artista plástico Ennio Bernardo aperfeiçoou a técnica de esculpir em

mármore. Foi assim que surgiram as esculturas inspiradas na Torre de

Belém, na Casa dos Bicos e em muitos outros pontos turísticos da capital portuguesa. Natural de São Paulo,

Ennio Bernardo começou sua carreira em 1966 pintando óleos sobre tela, mas

alguns anos depois se apaixonou pela escultura em ferro, aço, madeira, pedra sabão e, mais recentemente, mármore e granito. As 18 peças que compõem a

fase atual estão no Instituto Camões, da Embaixada de Portugal (801 Sul), até

22 de junho. De segunda a quinta, das 10h30 às 17 h, e sexta, das 8 às 14h.

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slidemotionDesde 4 de maio o Mackenzie usa a mídia slide motion em mais de 40 salas de cinema digitais de São Paulo, Campinas e Brasília. Os filmes Aranhas e Encontre sua Profissão, com duração de 20" cada, são exibidos após as mensagens institucionais das salas que têm a tecnologia das empresas Circuito Digital e Rain. O terceiro filme, Piratas, começou a ser exibido dia 25 de maio, na estréia nacional do filme Piratas do Caribe 3. Em Brasília, Piratas é exibido em 26 salas do Brasília Shopping, ParkShopping, Pátio Brasil e Terraço.

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Não importa a nacionalidade. O que importa é a qualidade dos espetáculos que vão se revezar, a cada fim de semana deste mês, na MIT 2007. Para começar, o público brasiliense vai poder assistir à performance do Big Dance Theater, grupo norte-americano que se apresenta nos dias 6, 7 e 8. Os diretores Paul Lazar e Annie-B Parson mergulharam na literatura do japonês Masuji Ibuse, em sua história Koi (Carpa), para propor um diálogo entre Oriente e Ocidente. Em Carpa, as imagens criadas pelo escritor servem como motor de uma provocação contra o extermínio de culturas em nome de uma polêmica globalização.

The Other Here, a coreografia de repertório do Big Dance Theater, manipula diferentes realidades aproximando o Ocidente do Oriente e criando, através de dança, música e vídeo um espetáculo impactante.

Já os ingleses da Pickled Image trazem Houdini’s Suitcase, nos dias 9 e 10, um trabalho que aposta na linguagem do teatro de bonecos para público adulto. Um homem idoso começa a retirar de um baú personagens que vão conduzindo o espectador ao contato com as lembranças do velho manipulador. Surgem imagens oníricas,

Teatro em quatro temposJunho é mês de Mostra Internacional de Teatro no CCBB

feitas de memórias de dor e alegria. Ao citar Houdini no título, a companhia faz referência a Harry Houdini (1874-1926), o maior mágico dos Estados Unidos, que tinha impressionantes habilidades como ilusionista. Feito com performance, máscara e marionetes, Houdini’s Suitcase desperta reflexões sobre os caminhos da existência.

Na terceira semana de junho, o pintor René Magritte inspira o universo de Mémoire de la Nuit, trabalho que o grupo do francês Phillip Böe apresenta nos dias 15, 16 e 17. Böe é um mestre na linguagem do ilusionismo e propõe um jogo curioso: através do protagonista, o espectador é levado a penetrar na mente de um criminoso. Tudo vai sendo conduzido como se uma tela de Magritte estivesse sendo recriada a cada momento.

Numa pequena sala, um detetive é levado a solucionar um misterioso assassinato. Para isso, precisa imaginar o funcionamento da mente do criminoso. Nesse processo de investigação, acaba percorrendo a própria mente, inundada de lembranças. O espectador tem a impressão de estar diante de um quadro em constante transformação, no qual objetos e palavras vão sendo inseridos para compor uma tela em movimento.

Como num passe de mágica.A Mostra Internacional de Teatro

2007 termina com os russos do Derevo trazendo Ketzal, considerado um dos trabalhos mais impactantes da companhia, nos dias 23 e 24 de junho. O Derevo já esteve em Brasília, com o espetáculo Once, no qual imagens expressionistas serviam de elemento de condução de uma história de amor. Agora, em Ketzal, eles viajam à tradição mística de povos indígenas do México, para falar da entidade que promove o diálogo entre a Terra e o Céu.

O espetáculo é apontado pela crítica como um trabalho de grande impacto visual, no qual o espectador é convidado a participar, criando sua própria interpretação da história e descobrindo novos personagens e movimentos.

Mostra Internacional de Teatro 20076, 7 e 8/6 – 4ª, 5ª e 6ªThe Other HereBig Dance Theater (Nova Iorque, EUA)9 e 10/6 – sábado e domingoHoudini’s SuitcasePickled Image (Inglaterra)15, 16 e 17/6 – 6ª, sábado e domingoMémoire de La NuitPhilipp Boë (França)23 e 24/6 – sábado e domingoKetzalDerevo (Rússia)Ingressos a R$ 15 e R$ 7,50 (3310. 7087)

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O principezinho

A peça de Luana Piovani estará na cidade de 15 a 17 de junho

Em menos de um ano, O Pequeno Príncipe foi visto por 150 mil crianças e adultos de São Paulo, Rio, Manaus, São Luís, Natal, Fortaleza, João Pessoa, Recife, Maceió, Salvador e Belo Horizonte. Agora, o clássico do francês Antoine de Saint-Exupéry (leia na página ao lado) será encenado na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, com Luana Piovani no papel do principezinho e sob a direção de João Falcão, roteirista de televisão (Comédias da Vida Privada) e de cinema (A Máquina, A Dona da História).

Toda a espontaneidade do menino que anda em busca de um pouco mais de sentido para a vida será interpretada por Luana Piovani, também produtora do espetáculo em cartaz até julho próximo. A atriz, sempre às turras com

O Pequeno PríncipeDe 15 a 17/6, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional (3325.6256). Sexta, às 20h, sábado, às 16 e às 18 h, e domingo, às 15 e 17h. Ingressos a R$ 70 e R$ 35.

os paparazzi que teimam em persegui-la pelas ruas do Rio, transforma-se no menino meigo cuja imaginação flui no tempo, sendo capaz de conversar com uma raposa, ouvir a voz de uma flor, ver o brilho de uma fonte ou escutar o barulho das folhas levadas pelo vento.

O espetáculo já é o segundo do gênero infanto-juvenil que a Luana Piovani Produções Artísticas apresenta. A peça de estréia, Alice no País das Maravilhas, foi vista por um público de 70 mil pessoas e ganhou os prêmios Criança do Brasil 2006 (da Prefeitura de São Paulo), na categoria Melhor Espetáculo, e Qualidade Brasil 2006, nas categorias Melhor Espetáculo, Melhor Diretor, Melhor

Atriz e Melhor Ator.Ainda no elenco Marcus Alvisi, no

papel do aviador, Isabel Lobo, na pele da raposa e do pássaro, Ana Paird (rosa e pássaro), Renato Oliveira (serpente e pássaro) e Felipe Koury (dono do mundo e pássaro).

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O Pequeno Príncipe Antoine de Saint-Exupéry Editora Agir, 95 páginas, R$ 31,90

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POR RICARDO PEDREIRA

A piada é antiga e conhecidíssima. Quando perguntada sobre seu livro preferido, toda e qualquer miss não tem dúvida e reponde na bucha: “O Pequeno Príncipe!”. Algumas ainda completam que acham linda aquela frase do livro: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas...”

A simplicidade e a singeleza da história são ridicularizadas como fosse livro típico de quem, na verdade, não lê livro algum ou se encanta com filosofia barata. Ironias de lado, O Pequeno Príncipe é, com certeza, uma bela história para crianças, uma fábula do século XX.

Para quem não se lembra, a história trata de um “homenzinho extraordinário”, um menino encontrado no deserto por um piloto cujo avião sofreu pane e fez pouso forçado. O menino mora num planeta minúsculo, na verdade o asteróide B 612, e veio à Terra em busca de um carneiro que coma as mudas de árvore que podem destruir seu lar. O

Tsunami Há mais de 50 anos O Pequeno Príncipe encanta crianças (e adultos) do mundo inteiro

encontro com o aviador é o gancho para o menino contar suas andanças pelo espaço sideral e questionar tudo o que viu e o que vê.

Nas histórias que conta, nas perguntas que faz e no diálogo com o piloto estão os pensamentos, as reflexões que encantam as crianças, inevitavelmente identificadas com o pequeno príncipe. Ele é um observador crítico do mundo dos adultos.

O autor de O Pequeno Príncipe, o francês Antoine de Saint-Exupéry, tinha paixão por voar e, além de escritor, foi

piloto por profissão. Morreu em vôo de reconhecimento sobre o Mediterrâneo, em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial.

Avião e piloto nunca foram achados, o que dá um tom poético e misterioso à vida do escritor.

Conta-se que Saint-Exupéry ruminava a idéia do livro

muito antes de escrevê-lo. Em desenhos que fez na década de 30, já estava o menino de cabelo louro e vestido com um

longo casacão. Em 1943, um ano antes de sua morte, e quando almoçava

com o editor de seus livros

nos Estados Unidos, desenhou novamente num guardanapo a figura do principezinho e comentou a idéia da história. O editor gostou e incentivou-o a colocá-la no papel. Surgia um dos maiores fenômenos editoriais de todos os tempos.

Foi muito além do que imaginavam o editor e o escritor, conquistou leitores adultos e ganhou a força de um tsunami. Já vendeu mais de 80 milhões de exemplares nos quatro cantos do planeta. Livro francês mais vendido e obra literária mais traduzida no mundo, tem cerca de 500 edições diferentes em 160 idiomas. No Japão, há até um museu todo dedicado ao personagem e sua história.

No Brasil, já foram vendidos mais de 6 milhões de exemplares desde o lançamento, na década de 50. Está na 48ª edição e 23ª reimpressão. É ilustrado pelas aquarelas originais de Sain-Exupéry. Foi a porta de entrada de muita gente para hábito da leitura. Vida longa, então, para o sucesso do O Pequeno Príncipe.

editorial

Antoine de Saint-Exupéry

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POR ANGÉLICA TORRES

FOTOS EDUARDO OLIVEIRA

A soma do bom-gosto e ousadia do casal Eneas Torres e Patrícia de Ávila põe um ponto final naquele velho e tolo estigma de Brasília como “cidade sem esquina”. Com duas lojas munidas de subsolo e sobreloja e instaladas no vértice superior do bloco B da 201

Esquina charmosaLivrocom e SeboVirthual abrem espaço para livros novos e usados

Norte, o casal encara o assombrado mercado livreiro brasiliense apostando no diferencial oferecido ao público: a Livrocom, para exposição e venda de livros novos, obras de arte e artigos de tabacaria, dotada de um espaço intimista, especial para leituras e lançamentos; e a SeboVirthual, dedicada à amostra de um acervo de livros usados, com terminais de computador à disposição do cliente, que em breve será desdobrada, no andar superior, na galeria Art BSB.

Uma simpática parceria com as irmãs Juliana e Soraya Andrade Lima, proprietárias do não menos charmoso vizinho Café Balaio, permite a disposição de mesas e cadeiras ao longo de todo o ângulo reto dessa esquina maneira – ou seja, à moda parisiense em estilo candango. A intenção é fazer com que os clientes da livraria e do café se sintam à vontade para usufruir dessa trama de ambientes em que o produto

cultural é a fonte de alimento e prazer para mente e corpo. E a simbiose é tal que acontece de o cliente ir pagar o café na Livrocom e o livro no Balaio...

TUDO COMEÇOU HÁ CINCO ANOS, quando Eneas e Patrícia, apaixonados por livros e obras de arte, já não tinham mais onde guardar o acervo pessoal em casa. O quarto de empregada, a garagem, o bagageiro do carro e até o espaço sob a cama de ambos funcionavam como depósitos, contam eles, rindo. Para ter controle do volume dos livros foi preciso começar a catalogá-los – embora o projeto de montar um sebo e uma galeria de arte estivesse programado para quando Enéas Torres se aposentasse da Procuradoria do Trabalho.

O crescimento do acervo, entretanto, precipitou o sonho, e Patrícia abandonou os diplomas de Jornalismo e de História da Arte em favor de assumir a empreitada. Ao longo de dois anos,

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Patrícia de Ávila: paixão pela arte e literatura

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Livrocom e SeboVirthual Esquina do Bloco B da 201 Norte (3327.2711).Abertos de 2ª a 4ª feira, das 9h às 18h30; 5ª e 6ª feira, das 9 às 20h; sábado, das 9 às 18h. Acervos acessíveis: livrocom.com.br, sebovirthual.com.br e art.bsb.com.br

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junto com Regina, sua mãe e sócia, e dois funcionários, ela catalogou cerca de três mil dos dez mil títulos do sebo. Foi um autêntico trabalho de formiguinha, executado no novo depósito, uma loja alugada na 116 Norte, e um aprendizado adquirido dia após dia.

Patrícia conta que chegava do Rio, por exemplo, um lote com 60 caixas de livros e que, mais do que com o trabalho, ela enlouquecia com a riqueza do material. “Eram livros dos séculos 18, 19, e eu parava tudo e ficava lendo... mas, olha, que maravilha, isso aqui eu não vou vender... minha visão comercial era zero”, conta ela, rindo. A criação do site propiciou vendas para os lugares

mais inusitados do país e também para a Itália e a Alemanha, mas a necessidade de um espaço físico para receber o leitor começou a ser sentida.

Ao instalarem o SeboVirthual na 202 Norte, há cerca de meio ano, Eneas e Patrícia resolveram expandir o negócio e abarcar o livro novo. Nascia aí a Livrocom, com obras garimpadas mas também com a oferta do modismo literário. “Nosso público é muito interessante. O sebo atrai leitores de todos os gostos porque o livro é barato, mas recebemos intelectuais, pesquisadores, juristas, que vêm em busca da pesquisa de raridades, além de compradores de obras de arte”, explica Patrícia.

OS TRÊS AMBIENTES À DISPOSIÇÃO dos leitores são decorados com mobiliário e peças de antiquário, o que dá um charme especial e um clima de acolhimento e aconchego. No subsolo da Livrocom, por exemplo, onde os lançamentos têm feito o maior sucesso e o leitor se vê cercado de prateleiras de títulos de Direito, Política, Filosofia, História e Sociologia, há poltronas confortáveis e uma estante central com um televisor para projeção de DVDs e futuras vendas de filmes e CDs. Há também cristaleiras com amostras de livros raros de arte e um cantinho especial para os leitores mirins, além das telas e gravuras que a um só tempo decoram todas as paredes e estão à venda.

Agora, Eneas e Patrícia planejam fazer um paisagismo na área ao lado das duas lojas. Querem criar ali uma praça cultural para promover feiras de artesanato, antiquário e outros eventos, claro que com a participação do Café Balaio. A cidade, com tudo isso, só tem a ganhar em elegância, cultura, lazer e gostosuras para todas as idades.

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POR EDUARDO OLIVEIRA

A palavra “Congresso” já é, inconscientemente, associada a algo formal, sério. Acompanhada por “Nacional”, o sentido fica mais carregado ainda. Uns podem associar Congresso Nacional ao futuro do país, a seriedade. Outros, a corrupção e desonestidade. O difícil de imaginar é que um evento que reúna essas duas palavras possa ser algo descontraído e divertido. Em Brasília, então, nem pensar. Pois deixe de lado terno, gravata e cara de sério, vista uma roupa confortável e prepare-se para o II Congresso Nacional de Forró, que acontece nos dias 8, 9 e 10 de junho, no Centro de Convenções Israel Pinheiro.

A idéia do Congresso de Forró surgiu com o objetivo de criar um espaço democrático, aberto a todos os gostos e estilos do forró. “Brasília é uma mistura de regiões e as pessoas dançam forró de todos os estilos. O congresso foi uma forma que encontramos de unificar os amantes da dança e a didática utilizada”, explica Júnior

Três dias de forróUm Congresso Nacional sem políticos, corrupção e gente engravatada

Brasília, idealizador do projeto ao lado de Luciana Alcântara e do grupo Forró com Estilo Produções e Eventos.

As aulas e palestras oferecidas no congresso serão uma ótima oportunidade para quem quer fazer bonito nas festas juninas deste ano. As turmas serão divididas em níveis iniciante, intermediário e avançado, não havendo restrição de público. Não mesmo. Uma iniciativa inédita que merece destaque são as aulas de forró para deficientes visuais, ministradas pelos professores João Carlos Corrêa e Mariana Melo.

A programação continua com workshops que apresentam diferentes estilos de forró – xote, puladinho,

valsadão, pé de serra etc –, aulas na piscina e uma

tenda montada para a apresentação

de novas bandas. Uma das atrações mais

animadas deve ser o Barco do Forró, embarcação que parte do Centro de Convenções Israel Pinheiro rumo ao Clube do Rocha, num passeio de três horas ao som de... adivinha o quê?

Para coroar as aulas, serão realizados três bailes: dias 8 e 9, às 21h, no Clube do Rocha, e dia 10, às 19h, no Centro de Convenções Israel Pinheiro. O baile do dia 8, de abertura, será palco da final do 1º Campeonato Brasileiro de Forró, que premiará o melhor casal dançarino de forró do Brasil. Os participantes serão avaliados em duas categorias: forró eletrônico e pé-de-serra.

As inscrições para o congresso podem ser feitas pelo site www.congressodeforro.com.br ou nas academias credenciadas. O preço do pacote completo (três dias) varia de R$ 280 a R$ 330. O preço por dia é de R$ 120. As entradas para os bailes noturnos não estão incluídas.

II Congresso Nacional de Forró8, 9 e 10/6 no Centro de Convenções Israel Pinheiro, na QL 32 do Lago Sul (3367.2000). Mais informações: www.congressodeforro.com.br

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Na terra

Madri, Barcelona e o sul da Andaluzia no roteiro dos brasilienses que foram ver de perto as raízes da dança espanhola. E posaram para a foto em frente ao templo egípcio Debod, em Madri

POR SÚSAN FARIA

Quem gosta de flamenco sonha em conhecer a Espanha e as raízes da dança imponente, forte e sensual. Pela terceira vez, a professora Patrícia Weingril, pioneira do flamenco em Brasília, reuniu parte dos seus alunos para realizar esse sonho, conhecer melhor a dança, suas origens e características. A excursão de 13 pessoas, entre elas a repórter da Roteiro, passou por Madri, Valência, Sevilha (tema de matéria em nossa edição anterior), Granada e Córdoba. Parte do grupo conheceu Barcelona.

Foi um roteiro diferente, normalmente não apresentado pelas excursões, mas que pode ser montado

do flamenco

por qualquer pessoa para conhecer a capital e a região sul da Espanha, colonizada durante 800 anos pelos árabes e onde se formou um caldeirão cultural rico e diversificado. Muita beleza, mas também grosseria no país que tanto investe em turismo. Na praia, perto do porto de Valência, ao pedir o cardápio, além da má-vontade no atendimento ouvimos a pérola: “É para ver ou para comer?”. Os exemplos foram muitos.

Comer bem, comprar roupas, sapatos, na Espanha? Os preços são salgados, com o euro a 2,85 reais. Pechinchar? Nem pensar. Do taxista ao dono da banca da feirinha, nem um centavo de euro a menos. Nas ruas, a toda hora, viaturas de policiais tocam a

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sirene. Terrorismo, imigração e habitação são os maiores problemas da Espanha, segundo recente pesquisa do Centro de Investigações Sociológicas (CIS) daquele país. Mas vamos ao que é bom...

A CHEGADA A MADRI SURPREENDE pela visão de tantas montanhas de pedras próximas ao aeroporto Barajas, moderno e imenso, com seus vários terminais. No centro da cidade, grandes avenidas floridas, cheias de turistas e espanhóis de todas as idades, num frenesi constante. A metrópole de três milhões de habitantes, que tem o urso como símbolo, não pára. Cafés, muitos cafés, restaurantes, a Praça Maior, o Portal do Sol, igrejas e museus lotados.

O Palácio Real, não mais habitado pela corte espanhola e sem a muralha árabe, possui 2.800 quartos e belos jardins. Em baixo, o túnel subterrâneo de automóveis e vestígios da muralha. O tour segue: nos museus Rainha Sophia e Do Prado, quadros de Picasso, Salvador Dali, Goya, Diego Rivera, Velásquez, entre tantos gênios. Na Casa Patas, o flamenco de Carmen “La Talegona” (ela virá a Brasília e São José dos Campos em setembro próximo), Isaac e Niño de Los Reyes. Na Casa Gades, mais flamenco, com o brasileiro Danny Sousa, de Florianópolis, sucesso total. Danny acaba que deixar Madri para ensinar japoneses a bailar na Alma de Flamenco, em Tóquio.

Quem vai a Madri não pode deixar de ir a Toledo, de ônibus ou trem. Na antiga capital, cercada por muralhas, caminha-se horas e horas (haja energia para subir tantas ruelas) para apreciar a beleza medieval, as relíquias, o comércio de pérolas, e escolher o menú del día no restaurante El Arco – uma sopa castelhana, pães, filé de peixe com salada, vinho e fruta.

IMPERDÍVEL A CATEDRAL DA SAGRADA Família, em Barcelona, assim como os mosaicos do Parque Güell, o charme do Bairro Gótico e da Casa Batlló, a arte de Antoni Gaudí, inspirada na natureza, as ramblas floridas, com multidões passeando, comendo e bebendo, e o shopping Maré Magnun, em cima do

A Catedral da Sagrada Família, obra-prima de Gaudí, em Barcelona; exposição de

artesanato em Córdoba; e apresentação de músicos na

Plaza Mayor, em Madri

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Casa GadesConde de Xiquena, 4, Madri (915 31 26 37) Cerveseria CatalanaCalle Mallorca, 296, Barcelona (932 16 03 68)Fresco Buffet LivreLuis Bolinches Compan, 19, Valência (963 30 43 04)El Rincón de CarmenRomero 4, Barrio de la Judería, Córdoba (957 29 10 56)

mar. “Todo arquiteto precisa conhecer Barcelona”, decreta a psicóloga Zélia Barbosa, do grupo de Brasília.

Em Valência, fundada pelos romanos em 138 a.C., as praias no Mediterrâneo e o moderno complexo das Artes e Ciências. Depois, Granada, com o bairro de ciganos Sacromonte, a praça de touros e La Alhambra, cotada como sétima maravilha do mundo. É levantar cedo, enfrentar fila e conhecer a última resistência árabe, o forte e os palácios, pois são no máximo 1.750 visitantes por dia em La Alhambra.

Sevilha é a terra de flamenco, de ciganos, no bairro Triana, da Feria de Abril, de belas praças, igrejas, cafés, de alegria e festa. Em Córdoba, última cidade da excursão, as casas de pátios mouriscos, a grande mesquita árabe e os concursos de flamenco, ao ar livre, nas praças, disputados por jovens e crianças. Depois, é hora de comer salmão frito, salada e batatas, no El Rincón de Carmen.

“Da grandiosidade de Madri a La Alhambra, em Granada, cada cidade teve algo inusitado”, comenta o bailaor

Casa Batlló, em Barcelona

Paulo Rogério Foina, diretor de informática em Brasília. Patrícia Weingril, outra integrante do nosso grupo, complementa: “O flamenco é um eterno aprendizado. Vimos novidades e tradições de uma arte viva que se renova constantemente”.

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POR BEBÉ PRATES

Muito antes de se tornar jornalista, Emerson Sousa já era artista. Mas ele só foi descobrir que a arte tinha entrado definitivamente em sua vida muito tempo depois. “Eu comecei a freqüentar ainda criança a Escolinha de Artes do Brasil, de Augusto Rodrigues, que ficava no centro do Rio de Janeiro, quando tinha mais ou menos uns sete anos. E foi ali que entrei em contato pela primeira vez com as cores, com o mundo da fantasia. Se o colorido fascina os adultos, imagina o que representa para uma criança”.

Pronto, estava formado o encontro entre o menino e a arte, vínculo que não nunca mais iria se desfazer. Na escolinha, era com alegria e muita curiosidade que o menino, além da crescente intimidade que ia ganhando com as cores e as tintas, especialmente o guache, aguardava a visita de grandes pintores das mais variadas escolas, como Iberê Camargo, Aldemir Martins e

Heitor dos Prazeres, que mostravam sua arte e dialogavam com os futuros artistas. “Tudo isso ía ampliando meu fascínio pela pintura e pelas artes plásticas”, lembra.

De lá para cá, muito tempo se passou, e os mistérios da vida – e as necessidades também – levaram Emerson a trilhar outro caminho. Fez carreira como jornalista, muito bem sucedido, diga-se. Apenas como setorista na Presidência da República foram 17 anos, sempre trabalhando para jornais importantes como O Globo e Folha de S. Paulo. Mas nem por isso deixou de manter permanente namoro

O espanhol Gaudí e o austríaco Klimt são as principais fontes de inspiração do jornalista e artista plástico Emerson Sousa

com a pintura, com as cores, com a arte. Quando se transferiu para Brasília,

em 1966, foi um dos primeiros a se juntar a outros artistas e artesãos – “pouco mais de uma dezena” – para criar a Feira da Torre, que teve nas figuras do alfaiate José Linhares e do radialista José Lourenço seus principais idealizadores. Hoje, a paixão maior de Emerson Sousa é a “arte musiva”, ou seja, o mosaico, ao qual ele dedica a maior parte de seus dias, sempre mantendo despertas a alegria e a surpresa que desde os tempos de criança as cores e a arte lhe proporcionaram.

A inspiração maior veio do espanhol Antonio Gaudí, arquiteto e mestre originalíssimo do mosaico, e de G. Klimt, mosaicista e genial pintor austríaco. Mas o Brasil, ensina Emerson, também tem grandes representantes da arte musiva, como Clovis Graciano e Paulo Werneck, sem esquecer que até Burle Marx e Portinari criaram mosaicos. Outra fonte de inspiração poderosa vem ainda da infância, com

os “calceteiros” portugueses, figuras muito comuns na paisagem carioca das décadas de 50 e 60, sempre sentados em banquinhos, quebrando as famosas pedras portuguesas e dispondo-as nas calçadas à beira-mar, como o calçadão

da praia de Copacabana e ruas do centro do Rio.

“Sou sempre levado pela cor, mas o mosaico adiciona o fator surpresa. A cada tessela (nome de cada peça que compõe o mosaico) que você coloca se abrem novas possibilidades de

composição. E o mosaico é isso mesmo, quebra de

convenções e originalidade absoluta. Não há uma obra

pronta igual a outra, sempre será um mosaico único”.

Atualmente, Emerson compõe mosaicos para mesas e pratos giratórios

e, além das tesselas, acrescenta outros elementos, marítimos, quase sempre, como conchas, já que as figuras que seus mosaicos formam são peixes e aves da fauna brasileira. “O Brasil é rico demais na sua fauna e flora, e é preciso mostrar isso, valorizar essa nossa riqueza de formas e cores”.

Cores tão valiosas para ele que o faziam acreditar que “seu” Pena, um pescador de claríssimos olhos azuis da praia de Mar Grande, na ilha de Itaparica/Bahia, onde a família chegou a morar um tempo durante a meninice de Emerson, tinha poderes especiais: “Mãe, seu Pena pode ver o mar mais colorido do que a gente”, lamentava.

Mas hoje Emerson também pode ver

assim: seus mosaicos, sempre de cores quentes, nos colocam imediatamente em contato com a vida de um país tropical e sensualmente belo. Seu trabalho, por isso mesmo, tem atraído a atenção tanto de colecionadores quanto de donos de bares, restaurantes, hotéis e proprietários de embarcações de luxo.

Emerson abre seu ateliê à visitação de estudantes, que podem vê-lo em ação na criação dos mosaicos. Além disso, ele mostra sua coleção de jornalista, composta de máquinas de escrever, gravadores e “recuerdos” colecionados ao longo da carreira, como um pedaço do muro de Berlim, uma ficha do cabideiro do Kremlin, as mais de 500 credenciais para cobertura jornalística que recebeu e outras curiosidades que fascinam adultos e crianças.

Ateliê Emerson SousaQI 13 – Conjunto 7 – Casa 6 – Lago Norte (3368.4979)

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Em 20 de maio eles foram vistos em Bregenz, na Áustria, onde ficaram até o dia 26. Quarenta e oito horas depois, já estavam expostos em Pequim, onde ficam até 6 de junho. Em seguida, voam para Bangcoc, onde serão vistos pelos tailandeses até 17 de junho. Na volta ao Brasil, dia 21 de julho, ainda farão uma escala no MASP – Museu de Arte de São Paulo – antes de, finalmente, se exibirem para o público brasiliense, provavelmente no Palácio do Itamaraty.

É assim o XII Circuito Internacional de Arte Brasileira, organizado pelo Colege Arte, de Belo Horizonte, que leva, além de representantes do Distrito Federal, artistas de 12 Estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Bahia, Pará, Espírito Santo e Ceará. Brasília participa com trabalhos dos pintores Manoel Dias, Márcio Lavínio Carvalho, Cássia Arcoverde, Malu Perningeiro e Socorro Mota e do escultor Adauto.

Segundo a organizadora da exposição itinerante, Iolanda Gontijo, os artistas premiados com essa oportunidade

Brasília exporta talentoSeis artistas plásticos brasilienses participam do XII Circuito Internacional de Arte Brasileira

mostrarão suas obras a críticos altamente conceituados, projetando seu trabalho e também o nome de suas cidades nos meios artísticos internacionais.

Cássia Arcoverde representa Brasília pela terceira vez. Seus trabalhos já foram expostos em Lisboa, Madri, Londres, Viena, Atenas e Paris. Para o XII Circuito Internacional de Arte Brasileira foram escolhidos trabalhos da série Pássaros Brasileiros. De acordo com a artista, “o circuito é uma grande oportunidade, pois leva a arte brasileira a novos públicos e, principalmente, valoriza o artista, uma vez que ele é escolhido pelo conjunto de sua obra”.

Para Iolanda Gontijo, a mostra, que conta com o apoio do Ministério das Relações Exteriores e das secretarias estaduais e municipais de Cultura, “busca promover o reconhecimento e a independência profissional do artista, possibilitando diretamente a abertura do mercado externo aos participantes”. Ao final, todos receberão certificados de participação e uma medalha de honra ao mérito.

O óleo sobre tela Tucanos no Acaiá, de Cássia Arcoverde, e a escultura em vergalhão São Francisco, de Adauto, estão correndo o mundo

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ANÚNCIO PONTÃO DO LAGO SUL

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Museu de Arte de Brasília – MABSetor de Hotéis e Turismo Norte, Pólo 3, entre a Concha Acústica e o Lake Side (3325.6242)De 3ª a 6ª feira, das 10 às 17h; sábados, domingos e feriados, das 13 às 17h

Invasores do bemÀs vésperas de sua reforma, MAB reabre as portas com exposição de artistas convidados – e de penetras também.

POR AKEMI NITAHARA

Artistas da cidade invadiram o Museu de Arte de Brasília. Mas foi uma invasão amigável. Além dos convidados a participar da exposição Invasão Legal, outros participaram do coquetel que reabriu o MAB, dia 16 de maio. Alguns deixaram o trabalho lá exposto. Outros fizeram intervenções apenas para o grande dia. Com curadoria coletiva, a mostra levou artistas de diferentes gerações ao Museu. Ao todo são 29, entre eles Elyeser Szturm, André Santangelo, Helena Lopes, Adriana Cascaes, Fernando Madeira, Galeno, João Angelini, José Ivacy e Gê Ortoff.

Outros, como Daniela Bezerra e Cirilo Quartin, invadiram mesmo. A idéia começou com Cirilo, que já tinha invadido a reabertura do Espaço Cultural da 508 Sul. “A curadoria não me convidou, mas como a minha história está ligada à 508 Sul, fui lá e montei o meu trabalho”, lembra ele.

O trabalho é uma árvore de notas artísticas de um real, chamada Era.

Daniela levou envelopes, que foram pendurados na escada. “Foi interessante, vários artistas invadiram o MAB sem se comunicar, uma coisa de inconsciente coletivo”, diz Daniela. “Foi um trabalho de ocupar, mas sem atrapalhar ninguém”, acrescenta. A idéia da artista foi a de proporcionar aos visitantes a possibilidade de levar um trabalho de arte para casa. Para tanto, escreveu nos envelopes “leve” e “me leve”. “Não durou 30 minutos”, comemora Daniela.

O artista Glênio Lima assumiu a diretoria executiva do MAB, ao lado de Bené Fonteles, que virou o curador do espaço. Quanto à invasão dos não convidados, Glênio disse que eram todos bem-vindos: “Invasão é uma coisa que cai muito bem no vocabulário de Brasília”. Ele lembra que o trabalho de reocupação começou em abril. “A gente resolveu fazer uma coisa radical no início, não escondendo a precariedade do local”,

explica Glênio. O MAB chegou a ficar fechado por três anos, de 1998 a 2000, e está com problemas no prédio, devido à falta de cuidados e investimentos.

Também fazem parte da renovação do Museu a exposição do acervo, que conta com obras-primas de artistas como Fayga Ostrower, Ruben Valentim, Siron Franco e Tomie Ohtake, e o projeto O MAB e a Escola, exposição de trabalhos de alunos da Escola Parque 210 Norte. Além disso, toda quinta-feira, a partir de 18h30, haverá o Espaço de Formação e Reflexão, no qual são exibidos filmes sobre artistas. A entrada é franca.

Após a exposição Invasão Legal, que termina dia 17 de junho, o MAB recebe, no dia 20, a cerimônia do Prêmio Engenho de Comunicação. Depois, vai ser fechado novamente, mas por uma ótima causa. Em parceria com o Ministério da Cultura, o MAB vai ser reformado. A previsão é de que o serviço seja entregue em outubro ou novembro, já que o museu é um dos locais que vão receber a super-mostra Foto Arte.

Durante a reforma, as obras do acervo serão levadas para o Museu Nacional. “A exposição foi para tomar conta do espaço e chamar atenção para o Museu”, diz Glênio. “O MAB não está no mapa político do DF. Mas agora nós vamos facilitar a informação e colocar uma linha de ônibus passando em frente”, promete. Depois de reaberto, o MAB também vai abrigar gabinetes de gravura e de fotografia, além do ateliê original de Ruben Valentim.

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ANÚNCIO IESB

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Jesse James Hollywood

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POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA

Ao narrar um drama familiar ocorrido ao longo de três dias, sete anos atrás, numa região de casas luxuosas de Los Angeles, o cineasta Nick Cassavetes parece ter pretendido não fazer um filme de mera conotação policial, e sim um estudo sobre a natureza humana, em que deixa transparecer sua preocupação com os rumos que vai tomando a criação dos filhos ante a ociosidade da vida moderna.

Os fatos narrados por Cassavetes, responsável também pelo roteiro, se relacionam com a história de Jesse James Hollywood, que atualmente aguarda julgamento em Santa Bárbara, na Califórnia – com a probabilidade de vir a ser condenado à morte –, após ser preso em Saquarema, no Estado do Rio de Janeiro, onde constituíra família. Ele se tornara uma das pessoas mais jovens procuradas pelo FBI desde que liderara uma gangue de moços bem nascidos, viciados e traficantes de drogas, que, sob

sua orientação, seqüestrara e matara o irmão de um deles por causa de uma dívida de pouco mais de mil dólares.

É evidente que Cassavetes, embora lidando com fatos reais amplamente comentados pela imprensa, por precaução contra possíveis complicações judiciais teve o cuidado de mudar o nome das personagens e de muitos dos locais onde se deram os acontecimentos. Assim, a prisão de Johnny Truelove (Emile Hirsch), nome fictício de Hollywood, não se dá no Rio de Janeiro, mas em Assunção, no Paraguai, embora o comentário musical seja Garota de Ipanema, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim.

Além disso, Cassavetes joga com improbabilidades para dar realce a alguns lances que lhe parecem importantes para a denúncia social que deseja ver impressa no filme, na qual fustiga mais os pais – fracos, lascivos, que permitem a lassidão – do que propriamente os filhos, e não satisfeito ainda toma a liberdade de dar

destaque a um personagem, Frankie Battenbacher (Justin Timberlake), não só pela debilidade do seu caráter, isto é, a caracterização do indivíduo que se vai deixando levar facilmente por outros, como pelo talento de seu intérprete, realmente uma das grandes revelações de ator dos últimos tempos.

O filme que encerrou o último Festival de Sundance – John Cassavetes, pai de Nick, é considerado o introdutor do filme rotulado de “independente” hoje promovido pelo aludido certame – tem início com uma entrevista de Sonny Truelove (Bruce Willis) em que ele nega, mas sem convicção, que o filho, Johnny, seria um traficante de drogas. Depois de fazer considerações sobre a dificuldade de se criar filho nos dias que correm, Sonny admite que Johnny vendia algum tipo de erva.

A seqüência seguinte mostra Johnny, que, sem ter o que fazer, leva uma vida com os amigos à procura de festas, nas quais rola de tudo: sexo e drogas. É preciso observar que Johnny, Frankie,

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Alpha DogEUA/2007, 117 min. Roteiro e Direção: Nick Cassavetes. Com Bruce Willis, Emile Hirsch, Fernando Vargas, Vincent Kertheiser, Justin Timberlake, Shawn Hatosy, Frank Cassavetes, Ben Foster, David Thornton, Anton Yelchin e Sharon Stone.

Alpha Dog usa nomes fictícios para contar história real do traficante e assassino preso no Brasil e deportado para os EUA, onde pode ser condenado à morte

Tiko Martinez (Fernando Vargas) e Elvis Smith (Shawn Hatosy) passam boa parte do tempo do filme drogados, agredindo-se e humilhando-se uns aos outros por meio de palavras do mais baixo calão.

Quando um outro elemento da gangue, Jake Mazursky (Ben Foster), apesar de pressionar o pai, Butch Mazursky (David Thornton), não consegue dinheiro para pagar a dívida que tem com Johnny pelo fornecimento de droga, o traficante decide, com seus asseclas, seqüestrar o irmão mais novo do devedor, Zack Mazursky (Anton Yalchi), levando-o para a região de Palm Springs, ao sul da Califórnia.

É importante ainda notar a passividade com que Zack Mazursky se deixa levar por seus seqüestradores, apesar de ser lutador de tae-ken-do, o que se explica pelo fato de estar ele fascinado pela oportunidade que lhe surgiu de viver uma fantasia de verão, livre da super-proteção paterna, cercado de belas mulheres que lhe propiciam novos tipos de prazer, além de ter sempre a seu lado

um companheiro, Frankie, que lhe parece ser inteiramente confiável, mas não é.

O brilho de que se reveste o trabalho de direção de Nick Cassavetes, de ritmo bem marcado, baseia-se na ambientação, de Alan Petherick, e na composição de planos por meio da fotografia, de tonalidade variada, de Robert Fraisse. Mas é notável a maneira com que ele sabe conduzir um elenco numeroso de jovens atores, dos quais consegue extrair interpretações de muito bom nível. É certo que Cassavetes privilegiou o ator Justin Timberlake pelo talento que ele exibe na composição do seu personagem Frankie, a qual lhe valeu indicação do MTV Movie Awards de melhor revelação. Timberlake e Ben Foster – este no papel de Jake – destacam-se, sem dúvida, entre os demais, usando ambos elementos de composição que lembram as de Edward Norton em pelo menos dois filmes.

Entre os veteranos, o destaque a ser dado é para Sharon Stone, no papel de Olívia Mazursky, a única preservada na

abrangente caracterização da paternidade irresponsável, segundo a ótica de Cassavetes. La Stone sabe tirar proveito da oportunidade que lhe dá Cassavetes em pelo menos três situações: na luta que tem com Ben Foster, na entrevista que concede anos após a morte do filho e na bela composição de planos simultâneos em que aparece angustiada em frente a uma janela ao saber que Zack desaparecera.

Enfim, Alpha Dog é um filme de muito bom acabamento formal, valorizado principalmente pela ambientação, pela composição de planos e pela vibrante atuação de um numeroso elenco de jovens atores, em que se destaca Justin Timberlake, uma grande revelação. Vale a pena, por isso, ser visto e admirado.

Fotos: divulgação

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Bahia Primeiro longa-metragem de João Araripe Jr. mostra que a nova safra de filmes produzidos no Nordeste traz novos ares para o cinema brasileiro

POR SÉRGIO MORICONI

Quando Eu Me Lembro chegou ao circuito de cinema, há pouco mais de um ano, muitas pessoas ligadas ao meio cinematográfico ficaram com a convicção de que o cinema baiano estava se reinventando. Assim como o surpreendente filme do também estreante Edgard Navarro, considerado o enfant terrible do cinema brasileiro alternativo, reencarnação tardia e ainda mais escrachada de Glauber Rocha, Esses Moços investe na ternura e no relato íntimo de uma Salvador praticamente deixada de lado por conterrâneos célebres, como o próprio Glauber, realizador de Deus e o Diabo na Terra do Sol, e por cineastas precursores e contemporâneos do cinema novo que preferiram ficar à margem desse importante movimento – caso de Roberto Pires, autor do thriller Tocaia no Asfalto, e de André Luiz Oliveira, de Meteorango Kid, clássico do cinema marginal brasileiro.

Essas referências são importantes para mostrar que a Bahia esteve longe de ser uma página em branco na história do cinema brasileiro. Os filmes de José Araripe Jr. e Edgard Navarro atestam a vitalidade do cinema baiano no momento em que o atual

modelo de financiamento da atividade cinematográfica, baseado nas novas leis de incentivo fiscal, começa de fato a

dar seus frutos e, ao que parece, vem também contribuindo para a descentralização da produção, objetivo declarado do Ministério da Cultura para o setor. Para quem não se lembra, até a extinção da Embrafilme, no início dos anos 90, o cinema brasileiro vivia às custas do paternalismo

estatal. Independentemente dos méritos e da importância histórica da Embrafilme,

diretores do Brasil inteiro penaram com o antigo modelo de financiamento. Viviam à mingua, dificilmente conseguindo realizar seus projetos, a não ser que se mudassem para o eixo Rio São Paulo.

Mas é o caso de perguntar, aludindo ao compositor

Dorival Caymmi, o que é que é a Bahia tinha e tem de especial?

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Esses moçosBrasil/2004, 84 min. Direção: José Araripe Jr. Com Inaldo Santana, Chaeind Santos e Flaviana Silva.

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e cultura singulares que fazem com que se transforme, permanentemente, num imã para gente de todo lugar. Podemos mesmo deixar de lado aqui o aspecto exótico, responsável por boa parte do fascínio que exerce e que talvez tenha inspirado filmes como o recente Ó Pai, Ó, de Monique Gardenberg. Taxado pejorativamente de “axé movie”, Ó Pai, Ó é o caso curioso de um filme que discute certos clichês da “baianidade” através dos olhos de uma cineasta carioca por escolha, mas nascida na Bahia. Porém, muito antes de Gardenberg, muito antes da criação da Embrafilme, foi lá, na Bahia, especialmente em Salvador, que surgiram diretores e filmes importantíssimos para o nosso cinema.

A lista é enorme. Já nos anos 50, Roberto Pires, diretor de Césio 137 – O Pesadelo de Goiânia, cineasta que viria a falecer em Brasília, faria Redenção, obra que afirmaria a perspectiva de se poder fazer cinema na Bahia. Depois viria o paulista Trigueirinho Neto, responsável pelo fundamental Bahia de Todos os Santos (1959-60), influência importante

para o Glauber de Barravento (1962). Pires realizou outros policiais de natureza social marcantes, entre eles o citado Tocaia no Asfalto (1962) e A Grande Feira, produzido um ano antes, em 1961. Muitos atribuem o fenômeno da realização de cinema num lugar tão distante e desprovido de recursos como Salvador à existência de uma forte cultura cinematográfica desencadeada pelo Clube de Cinema da Bahia, fundado em 1950. Mas não se pode esquecer que o Estado sempre contou com uma literatura e um cenário musical dos mais relevantes.

Depois de sua época de ouro nos anos 50 e 60, quando ao mesmo tempo se funda e se afirma com notável diversidade, o cinema baiano vai viver alguns outros bons momentos principalmente pelas mãos de Fernando Cony Campos, cujo delicado e poético O Mágico e o Delegado (1983) de alguma maneira abre caminho para filmes de enredo muito simples, como Esses Moços. O título do filme de Araripe Jr. é uma alusão à canção homônima de Lupicínio Rodrigues e a ação está centrada em

duas crianças de rua que se relacionam com um indivíduo desmemoriado. De alguma maneira, o realizador retoma algumas das preocupações do seu ótimo curta Mr. Abrakadabra, especialmente o abandono na velhice e a possibilidade de redenção no encontro com a infância.

Apesar de utilizar Salvador como cenário, Araripe Jr. evita locações banalizadas. O que se vê são as franjas da cidade: a feira de São Joaquim, a estação da Calçada, o trem do subúrbio, além de lugares desconhecidos e degradados. O diretor mostra uma cidade miserável e melancólica, contrapondo-se, do ponto de vista dramático, à idéia estereotipada do baiano como “um povo feliz”. Darlene e Daiane, as duas protagonistas (vividos pelas atrizes mirins Chaiendi Santos e Flaviana da Silva) são duas meninas que fogem do interior e chegam à capital. É lá que encontram Diomedes (Inaldo Santana), o homem que vive nas ruas porque não consegue sequer lembrar onde mora. Esta insólita “família”, urdida pelo acaso, vai explorar e nos fazer descobrir a cidade juntos. Uma Salvador virtualmente desconhecida. Esses moços é um filme sobre afeto e esperança, esses dois valores vilipendiados que julgamos desaparecidos nos dias que correm.

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Araripe Jr.: vitalidade do cinema baiano

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Mistério nunca desvendadoA história do serial killer que aterrorizou São Francisco no final dos anos 60 e, mesmo fornecendo pistas à polícia, jamais foi capturado

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POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA

Em Zodíaco, o respeitável cineasta

David Fincher narra a interminável caça a um dos mais misteriosos assassinos seriários da história – tido como o segundo depois de Jack, o Estripador –, que assombrou o Estado da Califórnia, nos EUA, ao final da década de 60, mas que se tornaria também motivo de inspiração e, conseqüentemente, de vultosos lucros produzidos pela indústria de entretenimento americana.

Pois são inúmeros livros, músicas, histórias em quadrinhos, novelas de televisão e filmes – entre os quais se destaca Dirty Harry – Na Lista Negra, de Clint Eastwood – que se baseiam nessa busca de identificação do assassino, durante a qual foram investigados 2.500 suspeitos sem que se tenha chegado a conclusão alguma. O filme de Fincher é

baseado em dois bestsellers de Robert Graysmith, que, ao que se diz, além do próprio Zodíaco, é a pessoa que mais sabe sobre os crimes por ele cometidos. Na verdade, foi Graysmith quem ofereceu pistas que indicam, sem provas conclusivas, que Zodíaco teria sido Arthur Leigh Allen, um operário já falecido.

Seguindo o roteiro bem estruturado de James Vanderbilt, o filme se inicia durante as comemorações do 4 de julho de 1969, quando Darlene Ferrin, enquanto namorava num carro estacionado numa estrada, na localidade de Vallejo, é assassinada da mesma forma que o fora o casal David Faraday e Betty Lou Jensen, em 20 de dezembro do ano anterior, em Solano County. Logo o editor do jornal San Francisco Chronicle receberia carta do assassino, autodenominado Zodíaco, com um código que, segundo dizia, se decifrado revelaria sua identidade. E ameaçava: “Publiquem o código ou mais pessoas

morrerão”.A pedido do editor, um casal

de Salinas decodificou a mensagem de Zodíaco. Mas foi um cartunista do jornal, Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), um ex-escoteiro que não bebia nem dizia palavrão, tido na redação como um retardado, mas também entusiasta por códigos, quem decifraria a intenção oculta do assassino, isto é, uma referência ao filme Zaroff, o Caçador de Vidas, de 1932. Apesar disso, mais cartas e ameaças se seguiriam. Depois de ter feito outras vítimas em Napa County, o assassino já ameaçava atacar um ônibus escolar em São Francisco.

Embora a caça ao assassino tenha transformado em celebridades Paul Avery (Robert Downey Jr.), repórter policial do San Francisco Chronicle, e os policiais Dave Toschi (Mark Ruffalo) e William Armstrong (Anthony Edwards), o filme de Fincher dá destaque à obsessão de Graysmith para desvendar o mistério que cercava a figura de Zodíaco. Ele sabia que, por sua condição, era um simples observador dos fatos, mas não desistia de ter atuação em todos os acontecimentos, tornando-se para isso

verdadeiro acólito de seu colega Paul Avery, que a cada dia se entregava mais ao alcoolismo, a ponto de ser demitido do jornal.

Quando todas as celebridades se afastam do caso – o Departamento de Polícia de São Francisco encerrou as investigações em 2004, embora elas

permaneçam em aberto nas demais localidades onde Zodíaco operou – é que cresce a importância de Graysmith, que deixa de ser personagem

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periférico para se transformar em protagonista. É ele próprio que faz a diferença entre os livros que escreveu e o filme que David Fincher projetou e realizou. É um trabalho de direção correto e bem conduzido, que se valeu muito do desempenho dos atores, principalmente de Downey Jr. e Gyllenhaal.

Downey explora em profundidade o negativismo do repórter policial Paul Avery, que se consome aos poucos no

ZodíacoEUA/2007, 158 min. Direção: David Fincher. Com Jake Gyllenhaal, Mark Ruffalo, Robert Downey Jr., Anthony Edwards, Brian Cox, Elias Koteas e Chloe Sevigny.

ACADEMIA DE TÊNIS - 3316.6373

CINE I – O CHEIRO DO RALO (16 anos). DIRETOR: HEITOR DHALIA (100 MIN). 2ª a 6ª, 17h40, 19h40 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 15h40, 17h40, 19h40 e 21h40.

CINE II – INVASÃO DE DOMICÍLIO (16 anos). DIRETOR: ANTHONY MINGHELLA (125 MIN). 2ª a 6ª, 2ª a 6ª, 16h30, 19h e 21h30; Sáb., dom. e fer., 16h30, 19h e 21h30.

CINE III – PRINCESAS (14 anos). DIRETOR: FERNANDO LEÓN DE ARANOA (113 MIN). 2ª a 6ª, 16h50, 19h10 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 16h50, 19h10 e 21h30.

CINE IV – HÉRCULES 56 (livre). DIRETOR: SILVIO DA-RIN (94 MIN ). 17h40, 19h40 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 15h40, 17h40, 19h40 e 21h40.

CINE V – INESQUECÍVEL (14 anos). DIRETOR: PAULO SÉRGIO ALMEIDA (87 MIN). 2ª a 6ª, 17h50, 19h50 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 16h, 17h50, 19h50 e 21h40.

CINE VI – SCOOP – O GRANDE FURO (12 anos). DIRETOR: WOODY ALLEN (96 MIN). 2ª a 6ª, 16h10 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 16h10 e 21h20. CURTA PETROBRÀS ÀS SEIS – DEVANEIO(16 anos). 2ª a dom., 18h. INFERNO (livre). DIRETOR: DANIS TANOVIC (95 MIN). 2ª a 6ª, 2ª a 6ª, 19h20; Sáb., dom. e fer., 19h20.

CINE VII – VENTOS DA LIBERDADE (THE WIND THAT SHAKES THE BARLEY) (14 anos). DIRETOR: KEN LOACH (127 MIN). 2ª a 6ª, 16h30 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 16h30 e 21h20. BATISMO DE SANGUE

(14 anos). DIRETOR: HELVÉCIO RATTON (110 MIN). 2ª a 6ª, 19h10; Sáb., dom. e fer., 19h10.

CINE VIII – CAFUNDÓ (14 anos). DIRETOR: PAULO BETTI / CLOVIS BUENO (101 MIN). 2ª a 6ª, 17h30 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 15h30 e 17h30. CONVERSANDO COM DEUS (livre). DIRETOR: STEPHEN SIMON (109 MIN). 2ª a 6ª, 2ª a 6ª, 19h30; Sáb., dom. e fer., 19h30 e 21h30.

CINE IX – O TIGRE E A NEVE (10 anos). DIRETOR: ROBERTO BENIGNI (113 MIN). 2ª a 6ª, 15h30, 17h40, 19h50 e 22h; Sáb., dom. e fer., 17h, 19h20 e 21h40.

CINE X – YIPPIE – ALEGRIA DE VIVER (livre). DIRETOR: PAUL MAZURSKY (75 MIN ). 2ª a 6ª, 17h50, 19h30 e 21h10; Sáb., dom. e fer., 16h10, 17h50, 19h30 e 21h10.

OBS.: SEXTA-FEIRA NÃO SERÁ EXIBIDA A ÚLTIMA SESSÃO DO FILME “YIPPIE – ALEGRIA DE VIVER”, EM VIRTUDE DA PRÉ-ESTRÉIA DE “MARCAS DA VIDA”, ÀS 21h30, NA SALA X.

CINE ACADEMIA DECK NORTE

CINE I – HOMEM ARANHA 3 (12 anos)(DUBLADO). DIRETOR: SAM RAINI (140 MIN). 2ª a 6ª, 16h, 18h40 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 16h, 18h40 e 21h20.

CINE II – PIRATAS DO CARIBE – NO FIM DO MUNDO (12 anos). DIRETOR: GORE VERBINSKI (174 MIN). 2ª a 6ª, 15h, 18h20 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 15h, 18h20 e 21h40.

CINE III – O MUNDO EM DUAS VOLTAS (livre). DIRETOR: DAVID SCHÜRMANN (94 MIN). 2ª a 6ª, 17h30, 19h30 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30.

CINE IV – PROIBIDO PROIBIR (16 anos). DIRETOR: JORGE DURAN (100 MIN). 2ª a 6ª, 17h40 e 19h40; Sáb., dom. e fer., 17h40 e 19h40. SÓ DEUS SABE (14 anos). DIRETOR:

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Informações de responsabilidade da rede Cine Academia (Tel: 3316.6811 / 3316.6373)

CARLOS BOLADO (115 MIN). 2ª a 6ª, 21h40; Sáb., dom. e fer., 21h40.

CINE V – A FAMÍLIA DO FUTURO (livre). DIRETOR: STEPHEN J. ANDERSON (96 MIN). 2ª a 6ª, 17h20; Sáb., dom. e fer., 15h20 e 17h20. PEQUENA MISS SUNSHINE (14 anos). DIRETOR: JONATHAN DAYTON (101 MIN). 2ª a 6ª, 19h20 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 19h20 e 21h20.

CINE ACADEMIA AEROPORTO - 3364.9566

CINE I – HOMEM ARANHA 3 (12 anos)(DUBLADO). DIRETOR: SAM RAINI (140 MIN). 2ª a 6ª, 16h, 18h40 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 16h, 18h40 e 21h20.

CINE II – O SEGREDO (livre). DIRETOR: RHONDA BYRNE (92 MIN). 2ª a 6ª, 17h40 e 21h10; Sáb., dom. e fer., 17h40 e 21h10. CARTOLA (10 anos). DIRETOR LÍRIO FERREIRA / HILTON LACERDA (88 MIN ). 2ª a 6ª, 19h30; Sáb., dom. e fer., 19h30.

CINE III – PIRATAS DO CARIBE – NO FIM DO MUNDO (12 anos). DIRETOR: GORE VERBINSKI (174 MIN). 2ª a 6ª, 14h20, 17h40 e 21h; Sáb., dom. e fer., 14h20, 17h40 e 21h.

CINE IV – A ÚLTIMA CARTADA (18 anos). DIRETOR: JOE CARNAHAN (109 MIN). 2ª a 6ª, 17h e 19h10; Sáb., dom. e fer., 17h e 19h10. MAIS ESTRANHO QUE A FICÇÃO (10 anos). DIRETOR: MARC FORSTER (113 MIN). 2ª a 6ª, 21h20; Sáb., dom. e fer., 21h20.

OBS.: ESTACIONAMENTO GRATUITO POR QUATRO HORAS, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DO INGRESSO DO CINE ACADEMIA AEROPORTO DEVIDAMENTE CARIMBADO.

alcoolismo. A cena em que ele, bêbado, desafia a diretoria do “jornaleco provinciano”, como ele qualifica o San Francisco Chronicle, é muito boa. De sua parte, Gyllenhaal cria mais um tipo memorável em sua galeria ao reconstituir a personalidade de Graysmith como o oposto daquilo que normalmente se pode imaginar que seja uma pessoa obcecada por uma idéia ou, como no caso, por um mistério a ser desvendado, o de Zodíaco. Essa é uma

lição clássica na arte de interpretar, que Gyllenhaal leva a sério e não esquece um só momento, sustentando por isso o personagem sem qualquer deslize durante sua longa permanência em cena, que é praticamente a da duração do filme.

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