roteiro de aula

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Roteiro de aula Professor: Glauber Cesar Klein. Tema: Filosofia contemporânea; irracionalismo; positivismo científico; Escola de Frankfurt; teorias sociais e políticas atuais. 1. Breve contextualização – O que é irracionalismo 1.1 A filosofia e o conceito de ‘razão’ 1.2 O racionalismo moderno 1.3 A crítica ao racionalismo 1.4 As características da irracionalidade 2. Schopenhauer: pessimismo e irracionalismo 2.1 Vontade, sentimento, intuição: características do irracionalismo de Schopenhauer 2.2 Irracionalismo e ética 2.3 Irracionalismo e crítica social 3. Positivismo científico 3.1 A doutrina de Augusto Conte: positivismo científico 3.2 Os estágios da humanidade 3.3 Racionalidade de estado: o surgimento da sociologia 4. Escola de Frankfurt 4.1 Horkheimer: racionalidade instrumental e cognitiva 4.2 Horkheimer e Schopenhauer: do pessimismo metafísico ao social 4.3 Habermas, uma proposta atual: Razão instrumental e comunicativa 5. Reflexão: lógica e sentimento, sociedade e indivíduo

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Roteiro de aula

Professor: Glauber Cesar Klein.Tema: Filosofia contempornea; irracionalismo; positivismo cientfico; Escola de Frankfurt; teorias sociais e polticas atuais.

1. Breve contextualizao O que irracionalismo1.1 A filosofia e o conceito de razo1.2 O racionalismo moderno1.3 A crtica ao racionalismo 1.4 As caractersticas da irracionalidade

2. Schopenhauer: pessimismo e irracionalismo2.1 Vontade, sentimento, intuio: caractersticas do irracionalismo de Schopenhauer2.2 Irracionalismo e tica 2.3 Irracionalismo e crtica social

3. Positivismo cientfico 3.1 A doutrina de Augusto Conte: positivismo cientfico3.2 Os estgios da humanidade3.3 Racionalidade de estado: o surgimento da sociologia

4. Escola de Frankfurt 4.1 Horkheimer: racionalidade instrumental e cognitiva4.2 Horkheimer e Schopenhauer: do pessimismo metafsico ao social4.3 Habermas, uma proposta atual: Razo instrumental e comunicativa

5. Reflexo: lgica e sentimento, sociedade e indivduo

Textos de apoio

1. A palavra razoNa cultura da chamada sociedade ocidental, a palavra razo origina-se de duas fontes: a palavra latina ratio e a palavra grega lgos. Essas duas palavras so substantivos derivados de dois verbos que tm um sentido muito parecido em latim e em grego.Lgos vem do verbo legein, que quer dizer contar, reunir, juntar, calcular. Ratio vem do verbo reor, que quer dizer contar, reunir, medir, juntar, separar, calcular.Chaui, M. Iniciao filosofia, p. 70.

A crena na razolluminismo a sada do homem da sua menoridade de que ele prprio culpado. A menoridade a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientao de outrem. Tal menoridade por culpa prpria, se a sua causa no residir na carncia de entendimento, mas na falta de deciso e de coragem em se servir de si mesmo, sem a guia de outrem. Sapere aude! Tem a coragem de te servires do teu prprio entendimento! Eis a palavra de ordem do Iluminismo.Kant, I. O que o Iluminismo, p. 1.

Racionalismo e IrracionalismoRacionalismoIrracionalismo

Princpios racionais: no-contradio, identidade, terceiro excludoPrincpios no-racionais: intuio, vontade, sentimento

Leis da natureza: a natureza possui regras fixas de funcionamentoContingncia das aes humanas, violncia e conflito prprios natureza

UniversalidadeIndividualidade

Comunicabilidade discursivaIntuio, inconsciente

ProgressoBarbrie

2. Schopenhauer e a teoria da VontadeA VONTADE como coisa-em-si completamente diferente de seu fenmeno, por inteiro livre das formas dele, as quais ela penetra medida que aparece. Elas, portanto, concernem to-somente sua OBJETIDADE, e so alheias Vontade em si. At a forma mais universal de toda representao, ser objeto para um sujeito, no lhe concerne, muito menos as formas subordinadas quela e que tm sua expresso comum no princpio de razo, ao qual reconhecidamente pertencem tempo e espao, portanto tambm a pluralidade, que existe e possvel somente no tempo e no espao.Schopenhauer, A. O mundo como Vontade e como Representao, p. 171.Ora a palavra Vontade designa aquilo que nos deve descobrir, como uma palavra mgica, a essncia de toda a coisa na natureza, e no uma desconhecida, ou a concluso indeterminada dum silogismo. qualquer coisa de imediatamente conhecido, e conhecido de tal maneira que ns sabemos e compreendemos melhor o que a Vontade do que qualquer outra coisa.Schopenhauer, A. O mundo como Vontade e como Representao, p. 148.

Irracionalismo e ticaS h um nico caso em que isso no acontece, a saber, quando a ltima razo para uma ao ou omisso est diretamente e exclusivamente vinculada ao bem-estar ou mal-estar de alguma outra pessoa que dela participa passivamente. Portanto, a parte ativa no seu agir ou omitir s tem diante dos olhos o bem-estar ou o mal-estar de um outro e nada almeja a no ser a no ser que aquele outro permanea so e salvo ou receba ajuda, assistncia e alvio. Somente esta finalidade imprime numa ao o selo do valor moral. Schopenhauer, A. O fundamento da moral, p.128

3. Os trs estados da humanidadeNo estado teolgico, o esprito humano, dirigindo essencialmente suas investigaes para a natureza ntima dos seres. (...) para os conhecimentos absolutos, apresenta os fenmenos como produzidos pela ao direta e contnua de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos, cuja interveno arbitrria explica todas as anomalias aparentes do universo. No estado metafsico, que no fundo nada mais do que simples modificao geral do primeiro, os agentes sobrenaturais so substitudos por foras abstratas, verdadeiras entidades (abstraes personificadas) (...)Enfim, no estado positivo, o esprito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter noes absolutas, renuncia a procurar a origem e o destino do universo, a conhecer as causas ntimas dos fenmenos, para preocupar-se unicamente em descobrir, graas ao uso bem combinado do raciocnio e da observao, suas leis efetivas, a saber, suas relaes invariveis de sucesso e de similitude. A explicao dos fatos, reduzida ento a seus termos reais, se resume de agora em diante na ligao estabelecida entre os diversos fenmenos particulares e alguns fatos gerais, cujo nmero o progresso da cincia tende cada vez mais a diminuir.Comte, A. Curso de filosofia positiva, pp. 36-7.

Positivismo cientfico e a sociologiaComte afirmava ser o fundador da sociologia, por ter sido ele quem lhe deu o nome e o estatuto de cincia. Definiu-a como fsica social, mas na verdade tomou os modelos da biologia e explicou a sociedade como um organismo coletivo.Aranha, M. e Martins, M., Filosofando, introduo filosofia, p. 147.

4. A razo instrumental...no aspecto formalista da razo subjetiva, sublinhado pelo positivismo, enfatiza-se a sua no-referncia a um contedo objetivo; em seu aspecto instrumental, sublinhado pelo pragmatismo, enfatiza-se a sua submisso a contedos heternomos. A razo tornou-se algo inteiramente aproveitado no processo social. Seu valor operacional, seu papel no domnio dos homens e da natureza tornou-se o nico critrio para avali-la.Horkheimer, M. Eclipse da razo, p. 29.

Razo subjetiva e objetivaA partir de tais consideraes, torna-se possvel caracterizar as diferentes dimenses do conceito de razo: inicialmente, pode-se estabelecer a diferena mais geral entre uma razo objetiva e uma razo subjetiva. A primeira se expressa em duas formas: uma que atuante na sociedade como estrutura que coordena a vida dos indivduos em relao a um fim ltimo definido racionalmente e outra que se reflete no pensamento ou na filosofia como modo de compreender essa estrutura presente na realidade. A razo subjetiva, por sua vez, essencialmente funo de coordenao entre meios e fins, os quais so definidos pela razo objetiva.Petry, F. O conceito de razo nos escritos de Max Horkheimer, pp. 46-7.

A crtica racionalidade de estadoAs dificuldades de uma filosofia racionalista se originam no fato de que a universalidade da razo no pode ser seno o acordo entre os interesses de todos os indivduos, enquanto na realidade a sociedade foi dividida em grupos com interesses conflitantes. Devido a essa contradio, o apelo universalidade da razo assume o carter do esprio e ilusrio. Horkheimer, M. O fim da razo, p. 372....exatamente porque toda a vida de hoje tende cada vez mais a ser submetida racionalizao e ao planejamento, tambm a vida de cada indivduo, incluindo-se os seus impulsos mais ocultos, que outrora constituam o seu domnio privado, deve agora levar em conta as exigncias de racionalizao e planejamento: a autopreservao do indivduo pressupe o seu ajustamento s exigncias do sistema.Horkheimer, M. Eclipse da razo, p. 100.

Pessimismo metafsico e socialO pessimismo metafsico, momento implcito em todo pensamento genuinamente materialista, me foi familiar desde sempre. obra de Schopenhauer devo meu primeiro contato com a filosofia: a relao com a doutrina de Hegel e de Marx, o desejo de compreender e de mudar a realidade social no resgataram, apesar do contraste poltico, minha experincia com a sua filosofia.Horkheimer, M. Prefcio Teoria Crtica I, p. 4

Habermas: razo instrumental e comunicativa

...eu pretendo arguir que uma mudana de paradigma para o da teoria da comunicao tornar possvel um retorno tarefa que foi interrompida com a crtica da razo instrumental; e isto nos permitir retomar as tarefas, desde ento negligenciadas, de uma teoria crtica da sociedade (1984, p. 386) ...no a relao de um sujeito solitrio com algo no mundo objetivo que pode ser representado e manipulado mas a relao intersubjetiva, que sujeitos que falam e atuam, assumem quando buscam o entendimento entre si, sobre algo.Habermas, J. Introduo Teoria da ao comunicativa, pp. 386-7.

O conceito de razo comunicativa de Habermas pressupe, portanto, uma diferenciao entre os mundos objetivo, social e subjetivo. Esta diferenciao, segundo ele, que distingue o pensamento moderno do modo de pensar mtico. Ao contrrio do ltimo, o primeiro assume que as interpretaes variam com relao realidade social e natural e que as crenas e valores variam em relao ao mundo objetivo e social.Rezende Pinto, J. M. A teoria da ao comunicativa de Jrgen Habermas: conceitos bsicos e possibilidades de aplicao administrao escolar, p. 80....sempre que as aes dos agentes envolvidos so coordenadas, no atravs de clculos egocntricos de sucesso mas atravs de atos dealcanar o entendimento. Na ao comunicativa, os participantes no esto orientados primeiramente para o seu prprio sucesso individual, eles buscam seus objetivos individuais respeitando a condio de que podem harmonizar seus planos de ao sobre as bases de uma definio comum de situao. Assim, a negociao da definio de situao um elemento essencial do complemento interpretativo requerido pela ao comunicativa.Habermas, J. Introduo Teoria da ao comunicativa, pp. 285-6.

Razo instrumentalRazo comunicativa

Mundo do trabalhoMundo da vida

EficciaJustia

mbito privadombito pblico

LucroConsenso