rondônia - perfil socioeconômico industrial 2003

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RONDÔNIA Perfil Socioeconômico Industrial FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE RONDÔNIA SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO À MICRO E PEQUENAS EMPRESAS GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho–RO 2003

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RONDÔNIA

Perfil SocioeconômicoIndustrial

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE RONDÔNIASERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO À MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA

Porto Velho–RO 2003

DIRETORIA FIERO

PRESIDENTE:Julio Augusto Miranda Filho

VICE-PRESIDENTES:Adélio Barofaldi

Antonio Afonso ErdtmannAntonio Carlos do Nascimento

Avalone Sossai de FariasEuzébio André GuareschiGiuliano Domingos BorgesJosé Marcondes Cerrutti

Jurandir Gomes de AlmeidaLuiz Antonio Appi

Wagner José Araújo

DIRETOR- SECRETÁRIO:José Carlos de Moura Lopes

DIRETOR 2º SECRETÁRIO:Edson Carlos Coelho Costa

DIRETORA-TESOUREIRA:Helena Aparecida Riça Mourão

DIRETOR 2º TESOUREIRO:José de Jesus Oliveira

DIRETORES:Adilson Popinhak Luiz José Joner

Alan Gurgel do Amaral Osvaldo Duarte RosalinoCarlos Frederico Hermes Paulo Jair Kreuz

Carlos Jardel Guidin Pedro Antonio FerrazinDelci Conte Gnoatto Valentim Luiz Turatti

Edésio Guareschi Vilson dos SantosIdemar Luis Pimentel Orletti Waldemiro Onofre

Ilse Popinhak

CONSELHO FISCAL - EFETIVOS:Eretiano Jacques Alves de Melo

José Marques da SilvaPedro Teixeira Chaves

SUPLENTES DE CONSELHO FISCAL:Antonio Félix da Silva

Antonio Mario WeinsenJoão Daniel Kalsing

DELEGADOS CONFEDERATIVOS - EFETIVOS:Julio Augusto Miranda Filho

Mário Calixto Filho

SUPLENTES DE DELEGADO REPRESENTANTE:Miguel de Souza

Renato Antonio Souza Lima

CONSELHO DELIBERATIVO ESTADUAL DO SEBRAE/RO

Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO

Federação do Comércio do Estado de Rondônia – FECOMÉRCIO

Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia – FAPERON

Federação das Associações Comerciais - FACER

Banco do Brasil S/A

Banco da Amazônia - BASA

Caixa Econômica Federal – CEF

Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Microempresas – SEBRAE/NA

Associação de Micro e Pequenas Empresas de Rondônia – AMPERON

Universidade Federal de Rondônia - UNIR

Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento

Econômico e Social – SEAPES

Agência de Desenvolvimento da Hidrovia do Madeira/Amazonas – ADHIMA

CONSELHO FISCAL

Federação das Associações Comerciais do Estado de Rondônia – FACER

Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Microempresas – SEBRAE/NA

Associação de Micro e Pequenas Empresas de Rondônia – AMPERON

Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia – FAPERON

Universidade Federal de Rondônia – UNIR

Federação das Associações Comerciais – FACER

Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO

Julio Augusto Miranda FilhoPresidente

Antonio Alves da Silva Marrocos NetoSuperintendente

Serviço Social da Indústria – SESI DR/RO

Nazareno Gomes BarbosaDiretor Superintendente

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI DR/RO

Nazareno Gomes BarbosaDiretor Regional

Instituto Euvaldo Lodi – IEL NR/RO

Nahim José AguiarSuperintendente

Equipe de Elaboração

Coordenador: William José CuriAntônio Alves da S. Marrocos Neto

Antônio da Rocha GuedesAriosto José Nogueira Araújo

Ervamary RobainaIsrael Xavier Batista

José Carlos de Sá JúniorLuiz Carlos Bianco

Maria Emília da SilvaSérgio Ricardo V. Gonçalves

RONDÔNIAPerfil Socioeconômico

Industrial

Fotos: Rosinaldo Machado

Ficha Catalográficapreparada no Núcleo de Informação Tecnológica – NITSENAI DR/RO.

FIERO; SEBRAE/RO. Rondônia: perfil socioeconômico industrial. Porto Velho, 2003. 422p.: il.

1. Política Industrial – Rondônia. 2. Rondônia – Indústrias. 3. Rondônia – Condições econômicas. I. FIERO. II. SEBRAE/RO. III. Título.

CDU 338.45 (085)

Direitos reservados à FIERO.

Composição gráfica, “copy-desk”, “layout” e editoração eletrônica a cargo de MC&A - Consultoria e Assistência Empresarial Ltda.

CAPRI– Consultoria e Assessoria em Projetos e Informática Ltda.com editor Adobe InDesign 2.0

Impressão, montagem e encadernação a cargo daDivisão de Reprografia do SENAI DR/RO

PALAVRA DO GOVERNADOR

O Governo do Estado de Rondônia sente-se orgulhoso de poder contar com a inestimável parceria da Federação das Indústrias e do SEBRAE/RO no esforço conjunto de levar esta terra aos seus verdadeiros destinos de grandeza e justiça social.

A publicação de trabalhos como este Perfil, marca registrada do em-penho das forças produtivas rondonienses em participar efetivamente da construção de nosso desenvolvimento, só pode engrandecer o Estado e seu povo laborioso.

Em minhas metas de governo, tenho insistido em dois vetores que considero fundamentais para levar a bom termo o desenvolvimento socioe-conômico de Rondônia. O primeiro, é a parceria entre a administração pública e as forças vivas de todos os setores sociais do Estado. O segundo, é o di-recionamento dos nossos esforços conjuntos em galgar patamares qualitati-vos na produção econômica de nosso povo, elevando e ampliando o grau de industrialização de nosso parque produtivo.

Se é verdade que a vocação agrícola de Rondônia traçou nossos des-tinos desde os primeiros colonos que buscaram nossas terras na década de 70, também é verdade que a vocação desenvolvimentista do Estado já nos lançou no caminho da agroindustrialização, para não sermos reféns dos baixos preços dos produtos primários, mas podermos crescer igualmente no sentido do setor secundário da economia. Precisamos, contudo, reforçar ain-da mais esta vertente, preocupando-nos com políticas públicas que apoiem as iniciativas fabris e busquem o aperfeiçoamento constante de nossa produ-ção industrial.

Este documento, por sua extensão e profundidade, certamente será bem recebido pelos técnicos do Governo do Estado, que nele irão se louvar para nos ajudar a definir os rumos adequados ao nosso processo de desen-volvimento industrial.

O conhecimento dos indicadores econômicos e sociais é essencial para que o Poder Público possa traçar políticas que venham atender as de-mandas que se acumulam há décadas, e que novas frentes de ocupação se

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encarregam de ampliar. O levantamento sistemático dos potenciais econômi-cos servirá de base para o direcionamento do planejamento estatal.

Confio que a colaboração permanente entre o Poder Público e a Inicia-tiva Privada, de onde aliás provenho, possa continuar e frutificar cada vez mais e melhor, fazendo realmente a diferença e trazendo benefícios para toda nossa sociedade trabalhadora.

Ivo Narciso Cassol

Governador do Estado de Rondônia

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PALAVRA DO PRESIDENTE DA FIERO

É com imensa satisfação que entrega-mos a edição atualizada do Perfil So-cioeconômico Industrial do Estado de Rondônia, um documento que reúne

todas as informações necessárias para que o investidor tenha uma idéia clara das oportuni-dades que pode encontrar em nosso Estado.

Rondônia já optou pela agroindústria por ser a Unidade da Federação que sintetiza, em sua economia, as características de todos os outros estados. Na Amazônia, somos o Estado com menos características regionais. Isso não é bom nem ruim. É a realidade. A nossa coloni-zação foi feita a partir de paradigmas de segurança nacional, o que se refletiu nos modelos de assentamento rural e na criação de núcleos urbanos.

A Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO respeita esta opção e contribui para o fortalecimento das empresas industriais e para o aumento do parque industrial do Estado, colocando toda sua estrutura a este serviço.

Com a publicação deste documento, a FIERO quer oferecer subsídios aos consultores, planejadores e investidores, para elaborarem seus projetos com base em informações precisas sobre a infra-estrutura disponível. Ao Po-der Público, oferecemos sugestões e análises conjunturais que possam servir ao planejamento de ações.

Nesta oportunidade queremos agradecer a todos aqueles que contri-buíram para a realização deste trabalho, seja através da disponibilização de dados, seja pelo trabalho de redação.

Oportuno é lembrar o nome do empresário e político Miguel de Souza, que ao assumir a presidência da FIERO em 1988, se preocupou em iniciar os estudos sobre a economia do Estado em geral e sobre o setor industrial em particular. Várias são as publicações que foram lançadas pela Federação

Julio Augusto Miranda Filho

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das Indústrias e que se tornaram referência obrigatória em todo estudo sério sobre Rondônia.

Ao entregar o resultado de mais uma pesquisa, a FIERO rende as suas sinceras homenagens a Miguel de Souza por sua contribuição à industrializa-ção de Rondônia.

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PALAVRA DO SUPERINTENDENTE DO SEBRAE – RO

O SEBRAE se orgulha de ter partici-pado de forma efetiva desta edição atualizada – e ampliada – do “Perfil Industrial do Estado de Rondônia”,

cumprindo sua função de agente de apoio ao desenvolvimento do Estado, especialmente quanto ao desenvolvimento da atividade em-presarial do micro e pequeno negócio.

Nos últimos anos, vimos o surgimento de um novo modo de pensar e o SEBRAE tem apostado no desenvolvimento local integrado e sustentável como estratégia de indução à criação e fortalecimento destes micro e peque-nos empreendimentos, sem esquecer sua responsabilidade social no que diz respeito à difusão de ações inovadoras como a cultura da cooperação e a formação de micro-financiamentos para auxiliar na inclusão social.

Aliás, responsabilidade social tem sido o forte do Sistema S. Organiza-ções como o SESC/SENAC/SEST/SENAT/SESI/SENAI/SEBRAE e o IEL vêm cumprindo seu papel de irradiador e disseminador das funções empresariais, tanto na área da pesquisa como na implementação e realização de tecnolo-gias sociais que visam a promoção da cultura empreendedora e da busca por novas oportunidades de trabalho e renda.

Em Rondônia, desde o ano 2000, temos concretas experiências de implantação do Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, o chamado DLIS, quando o Governo do Estado e o SEBRAE realizaram um projeto-piloto nos municípios de Machadinho, Pimenta Bueno, Cacoal, Espigão do Oeste e Jaru e, em seguida, em 2001, expandindo este trabalho para outros catorze municípios da região central do Estado. Impulsionado com a visão estra-tégica de um novo conceito de desenvolvimento, em 2002 nós pudemos, com a Prefeitura de Porto Velho, implantar o projeto “Cai n’Água” para sete bairros e ainda o Programa de Desenvolvimento Regional para outros onze municípios do interior, totalizando 31 municípios com a presença efetiva do

Pedro Teixeira Chaves

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SEBRAE, do Governo do Estado, das Prefeituras e Secretarias de Estados e demais parceiros.

Desta forma, o sonhado Desenvolvimento Sustentável está sendo construído por organizações, Estado e pessoas “plugadas” com o que há de mais moderno em termos de metodologias de relação homem produtivo e meio ambiente, vislumbrando um milênio com mais humanidade, eqüidade e prosperidade para os que estão vivos e os que ainda virão.

Nos próximos anos o SEBRAE continuará cumprindo sua nobre missão de colaborar com a cultura empreendedora para um novo Brasil e nosso es-tado seguramente estará no rol das economias de desenvolvimento susten-tável com novas oportunidades de trabalho com inclusão social.

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PALAVRA DO SECRETÁRIO DEAGRICULTURA, PRODUÇÃO EDESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

A maior preocupação do governo de Rondônia vem sendo a de es-timular a produção estadual, de forma que ela possa enfrentar o desafio do “agro-business” como a saída saudável e duradoura para nosso desenvolvimento. Não por outro motivo se tem busca-

do estabelecer novos parâmetros de mobilização dos produtores, nos vários setores da nossa produção primária, capazes de elevar nossa produtividade a níveis que permitam e fortaleçam o setor industrial de transformação em Rondônia.

Para um perfeito funcionamento das várias cadeias produtivas, no en-tanto, faz-se indispensável a disponibilidade de informações, dos mais varia-dos tipos, que permitam à iniciativa privada adotar um rumo para seus inves-timentos e mantê-lo apesar de eventuais turbulências conjunturais. Temos, no governo, dado ênfase à elaboração de bancos de dados que permitam atender às demandas empresariais nos mais diferentes campos de atividade. Mas nosso esforço isolado pouco representa diante do desafio de registrar toda a atividade socioeconômica do Estado.

Eis a razão para apoiarmos, entusiasmados, iniciativas como esta da FIERO e do SEBRAE, que trazem a lume um universo de informações precio-sas e levantamentos acurados sobre nossa verdadeira posição no concerto brasileiro e especialmente da Região Norte, nos mais diversos campos, satis-fazendo plenamente as necessidades de investidores de dentro ou de fora de nosso Estado.

O Perfil Socioeconômico Industrial 2003 fornece os instrumentos que necessitávamos para subsidiar e orientar as ações da Secretaria de Agricul-tura, Produção e Desenvolvimento Econômico e Social em todo Estado, que aliado às propostas vindas do setor produtivo, servirão para alavancar um novo tempo de crescimento para Rondônia.

Louve-se, portanto, não só a iniciativa como a própria parceria encon-trada com o governo, fruto de diálogo democrático e aberto, que permitirá ampliar ainda mais o universo de leitores deste trabalho.

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Por outra parte, e tiremos daqui o ensinamento para os pósteros, o próprio objetivo do trabalho se expandirá, na medida em que venha a servir também como fonte de referência para os estudos e projetos governamentais a curto e médio prazos, bem como suas orientações e propostas bem podem direcionar o esforço oficial para atender às demandas dos vários setores pro-dutivos do Estado.

Assim sendo, como numa via de mão dupla, ganham tanto a socieda-de civil e os empreendedores de Rondônia, como a própria máquina adminis-trativa pública, que já encontra facilitado seu trabalho de diagnose junto a tantos setores socioeconômicos quanto os abordados nesta obra.

De parabéns, portanto, toda a sociedade rondoniense por mais esta iniciativa de grande expressão para nosso mundo empresarial.

Luiz Cláudio Pereira AlvesSecretário de Estado da

Agricultura, Produção e Desenvolvimento Econômico e Social

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SUMÁRIO

Parte/Capítulo Título Página

PARTE I Ambientação do Estudo ............................. 17Capítulo 1 Cenário Regional ..................................... 19

Capítulo 2 Integração Regional ................................. 25

Capítulo 3 Aspectos Históricos ................................ 29

Capítulo 4 Administração Pública ............................. 49

PARTE II Infra-estrutura ............................................. 55Capítulo 5 Transportes ............................................ 57

Capítulo 6 Comunicações ........................................ 73

Capítulo 7 Comunicação Social ................................ 81

Capítulo 8 Energia Elétrica ....................................... 89

Capítulo 9 Infra-estrutura Urbana .............................. 99

Capítulo 10 Infra-estrutura Social ............................... 105

PARTE III Meio Ambiente ............................................ 125Capítulo 11 O Zoneamento ........................................ 127

Capítulo 12 Legislação Ambiental ............................... 141

PARTE IV Atividade Econômica .................................. 161

Capítulo 13 Extrativismo ........................................... 163

Capítulo 14 Agropecuária .......................................... 167

Capítulo 15 Perfil Industrial ........................................ 217

Capítulo 16 Turismo ................................................. 273

Capítulo 17 Comércio ............................................... 297

Capítulo 18 Lei de Incentivos e Linhas de Crédito ......... 305

PARTE V Institucional O Papel da FIERO – Programação SESI/SENAI/IEL ... 359

O SEBRAE Rondônia ........................................... 377

Anexos ...................................................................... 383

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Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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Parte I

Ambientação do Estudo

APRESENTAÇÃO

Este trabalho apresenta um retrato atual de Rondônia, coletando, organizando e analisando dados e informações sobre o Estado e seu perfil socioeconômico e produtivo, como forma de subsidiar todos aqueles que se interessem pelo desenvolvimento desta região do

Brasil.Buscou-se a pesquisa de um amplo leque que abrangesse todos os

setores capazes de retratar a realidade rondoniense neste ano de 2003, dando continuidade a um trabalho que vem sendo realizado pela FIERO, através do IEL e hoje com o apoio do SEBRAE, primeiramente em 1985, depois em 1995 e 1997, com o objetivo de levantar o perfil industrial do Estado e pautado, em parte, pelo trabalho sobre o MERCOESTE realizado pelo SENAI.

Nesta Primeira Parte, o estudo é contextualizado a partir dos aspectos regionais e daqueles particulares a Rondônia, num quadro sucinto, mas abrangente da superestrutura do Estado.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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CAPÍTULO 1

PERSPECTIVA REGIONAL

Rondônia faz parte da região Norte brasileira, que é formada por sete Estados da federação: Amazonas, Pará, Tocantins, Rondônia, Ro-raima, Acre e Amapá, somando uma área total de 3,9 milhões de Km², o que equivale a mais de 45% do território nacional. A popu-

lação da região atinge cerca de 13.784.895, o que corresponde a 7,79% da população brasileira.

O comportamento econômico regional esteve estreitamente vinculado à produção da borracha em seus diversos ciclos, até o final da 2ª guerra. A partir daí entrou num longo período de estagnação e relativo isolamento econômico, com passagem de nível, reação econômica e política em meados da década de 70, através de governos que implementaram a ocupação dessa nova fronteira agrícola e a exploração de recursos naturais, com conseqüen-te indução da presença humana no Norte do país.

O primeiro grande movimento migratório se deu através da Rodovia Transamazônica, na tentativa de um fluxo induzido de ocupação. Em segui-da, o fluxo se deslocou em direção a Rondônia. A partir dos anos 70, portan-to, não só a região Norte, mas toda a Amazônia, intensifica um processo de ocupação pelo incremento do crescimento econômico e populacional, pela diversificação da estrutura produtiva e por sua maior inserção na economia nacional.

Entre 1970 e 1985, enquanto a economia nacional cresceu a taxas de 7% ao ano, a regional foi superior a 11%. A partir daí ocorreu uma retração da economia nacional que cresceu a uma taxa média de 1,23%, enquanto a da região cresceu 5,77%. O PIB da região Norte passou de 2,16% do PIB nacional em 1970, para 5,4% em 1990, com ligeiro declínio em 1996, regis-trando 4,6%, percentual que se manteve em 2000.

Esse diferencial de comportamento da economia regional, compara-tivamente à nacional, é decorrente de efeitos retardados de investimentos, da transferência de capital para a região, em particular para Carajás, e da ampliação e dinamismo da Zona Franca de Manaus.

Da mesma forma, a população regional demonstrou crescimento ace-lerado em função da intensificação migratória, em particular nas décadas de 70 e 80, passando de 3,87% da população brasileira em 1970; para 6,8%,

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em 1990; 7,1%, em 1996 e 7,79% em 2000. Nesse período a taxa média de crescimento anual foi de 5%. A população regional cresceu de 3,6 mi-lhões em 1970 para 11,29 milhões em 1996 e 13,78 milhões em 2000. Embora a população tenha mais que triplicado nesse período, a região Norte caracteriza-se pela menor densidade demográfica brasileira.

Como resultante das dinâmicas econômica e populacional, o PIB per capita da região cresceu de US$ 196.7 em 1970 (55,91% do nacional) para US$ 1,367 em 1990 (71,9% do nacional) e US$ 1,998 em 2000 (aproxima-damente 60% do PIB per capita nacional). Importante enfocar que em 2000, o PIB per capita de Rondônia (US$ 2,078) já superava o da região norte e correspondia a 63% do PIB per capita nacional (US$ 3,310).

O acelerado crescimento dos anos 70 a 90 foi acompanhado de uma alteração na estrutura produtiva regional, com incremento significativo no setor industrial, tendo por base a Zona Franca de Manaus e o processo de industrialização ocorrido no Estado do Pará.

Outro aspecto importante a ressaltar é o aumento da participação re-gional nas exportações brasileiras e a alteração de sua pauta, com substan-cial aumento dos produtos semi-elaborados no total exportado.

A resultante econômica, populacional e de modernização trouxe em contrapartida alguns fatores negativos, em particular quanto ao meio am-biente, a aspectos sociais e de desigualdade intra-regional.

Ocorre de pronto uma desigualdade e diferenciação intra-regional, con-dicionada por níveis de investimentos e de objetivos desiguais, com grandes diferenciações socioeconômicas e políticas. Como resultado destes fatores existem três pólos de desenvolvimento regional, desarticulados entre si e voltados prioritariamente para o Sudeste e para exportação: Carajás, núcleo eletro-eletrônico de Manaus e o pólo agrícola de Rondônia, ao que se soma, também, parte do Estado do Acre. Dá-se, desta forma uma dupla desigual-dade regional: o confronto e o desequilíbrio entre o moderno e o tradicional e entre os diferentes pólos de desenvolvimento, que disputam privilégios do Estado, os recursos naturais e o capital.

Em relação ao meio ambiente, a ocupação regional implicou neces-sariamente em desmatamentos com destruição de parcela significativa da floresta tropical, que manteve, a partir de 1978, um incremento médio anual próximo de 0,5%.

As questões sociais não encontraram soluções correspondentes ao dinamismo econômico, caracterizando-se pela persistência de um quadro de pobreza, desigualdade e subemprego. Mas, ressalte-se, embora o processo acelerado e desordenado de ocupação, a maioria dos indicadores sociais da região em 2002, assemelha-se às médias nacionais.

A região Norte registra um conjunto de fatores de dinamismo e de re-

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sistência ao seu crescimento que, interagindo, formam as condicionantes de transformação do futuro regional.

Um dos fatores de dinamismo ao crescimento se traduz pela grande potencialidade de recursos naturais, na verdade a maior do planeta, e de algumas tendências em andamento. A região, na verdade, concentra cerca de 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta, com mais de 300 milhões de hectares de floresta densa e mais de 100 milhões de hectares de floresta aberta, o que abriga um total de madeiras comercializáveis da ordem de 45 bilhões de metros cúbicos de madeira em pé.

Este patrimônio se constitui no maior banco genético do planeta, com cerca de 30% do estoque genético do mundo, um inestimável banco de dados vivo, disponível para pesquisas no campo da genética e microbiolo-gia e para o desenvolvimento de biotecnologia através dos seus diferentes ecossistemas, representados pelo material biológico de espécies animais, vegetais e microorganismos. O desenvolvimento da biotecnologia se baseia em grande medida na informação genética da biodiversidade, especialmente concentrada nas florestas tropicais úmidas, dominantes na região.

Outro aspecto que pode dar dinamismo ao desenvolvimento regional são seus solos, dos quais 25 milhões de hectares não apresentam qualquer limitação à agricultura, além de apresentar vastas áreas de várzeas com grande potencial agrícola e ainda não exploradas.

Na região, grandes reservas de elevados teores de minérios tradicio-nais (ferro, bauxita, ouro e cassiterita) e de minérios com novas aplicações tecnológicas (nióbio, manganês, titânio), somam juntas a maior concentração mineral do planeta. Some-se ainda a descoberta de gás natural e petróleo que poderá abrir caminho para um novo pólo de desenvolvimento na Amazônia Ocidental e permitirá soluções alternativas de menor impacto ambiental na geração de energia.

Os rios da região compõem uma bacia hidrográfica de quase seis mi-lhões de Km², além de vastos recursos pesqueiros e hidrelétricos. Num futu-ro não remoto, provável ou certamente, uma das maiores riquezas da região Norte dirá respeito à água. Considera-se que menos de 0,5% da água do planeta está disponível facilmente para utilização. Hoje, vários países sofrem de escassez de água e este problema tende, cada vez mais, a se agravar e tornar-se um dos principais fatores de disputas geoeconômicas e sociais. No mundo, quase 1,2 bilhão de pessoas não dispõe de água potável. Do total de água doce disponível, 11,6% está no Brasil e deles, 70% está na Amazônia. Somente os rios amazônicos respondem por 8 % de toda a água doce do planeta. Aspecto importante é que a contaminação da água na região Norte, através do comprometimento por esgotos domésticos e industriais, acúmulo de lixo nas margens dos rios, uso de agrotóxicos, é muito menor que em

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outras regiões do planeta.Também se verifica que a região integra e articula um complexo ecoló-

gico transnacional pela continuidade e contiguidade da floresta, juntamente com o amplo sistema fluvial, o que a torna um fator de unificação de vários subsistemas ecológicos da América Latina.

Percebe-se igualmente uma tendência de ampliação e propagação dos pólos de desenvolvimento, ou seja, o aumento de seus raios de influência em torno dos quais novas cidades e atividades econômicas vão gravitar. Verifi-ca-se já uma integração com a Venezuela e Caribe, através da pavimentação da rodovia BR- 174, ligando Manaus, Boa Vista, BV-8 (marco Brasil-Venezue-la), Caracas aos Portos Cabello e La Cruz, no Atlântico Norte.

Outro aspecto importante é o da integração com o Oeste europeu, pela hidrovia Rio Madeira - Rio Amazonas e Atlântico Norte, em franca expansão desde 1998.

Há, ainda, uma forte tendência à urbanização, pois embora a ocupação regional se associe numa primeira instância a terra, seu crescimento popula-cional está se dando de forma acentuada na forma de aglomerados urbanos. Neste caminhar, algumas cidades deverão desempenhar um papel catalisa-dor no futuro.

Existe ainda uma forte possibilidade da integração continental, ligan-do a Amazônia Ocidental ao Pacífico, o que permitirá um maior intercâmbio comercial com os países andinos numa primeira fase e, posteriormente, com os EUA e Ásia.

As potencialidades da região se transformaram num foco de atenção mundial, por conta de suas riquezas e pela cada vez maior consciência dos problemas globais de conservação ambiental. Esses aspectos fazem da re-gião Norte um palco de disputas geopolíticas que somados a problemas en-dógenos podem ser determinantes para o futuro regional.

Já, entre os principais fatores endógenos de resistência às mudanças, destacam-se a fragilidade e instabilidade do sistema ecológico, vulnerável à ocupação econômica com tecnologias inadequadas, caracterizadas pelo intenso desmatamento, ameaçando a redução da principal potencialidade e riqueza regional.

De outra parte, a realidade sócio-cultural, marcada ainda pela forte cultura extrativista do caboclo e das nações indígenas, leva a um processo traumático e conflituoso para a ocupação econômica, somado à deficiência de recursos humanos quer por índices de alfabetização, quer por níveis de es-colaridade, universo este que é incompatível com as exigências de um novo caminho de desenvolvimento.

Sendo uma economia de periferia, distante dos grandes centros na-cionais e internacionais consumidores, cria um relativo isolamento da região,

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com conseqüente aumento dos custos de integração regional. Realcem-se as dificuldades de ocupação humana na região, tendo em conta a densidade florestal, a intensidade das chuvas, elevado teor de umidade relativa e tem-peraturas também elevadas, o que propicia meios favoráveis à proliferação de pragas e doenças na agricultura, provoca doenças endêmicas no homem e dificulta o transporte interno.

Também abundam os conflitos de terra, inclusive em áreas indígenas, caracterizados, de um lado, pela cultura dos “posseiros” e, de outro, por em-presários rurais que definem suas próprias leis e suas próprias terras, com o Estado quase que invariavelmente caminhando a reboque desta situação.

Observa-se uma deterioração do sistema e das instituições de pesqui-sa na região, o que vem diminuir a capacidade de domínio das informações genéticas da biodiversidade regional e, portanto, do aproveitamento eco-nômico desta riqueza. Isto se deve à retração dos investimentos públicos e diminuição de recursos e mecanismos de incentivos ao desenvolvimento, incluindo-se aí a previsão da eliminação daqueles da Zona Franca de Manaus, além da transformação da SUDAM em agência de desenvolvimento.

Também se verifica uma alteração demográfica na região, com redu-ção das taxas gerais de crescimento populacional, decorrente do baixo cres-cimento vegetativo e da diminuição do processo migratório.

Pode-se alinhar, ainda, como fator de resistência ao crescimento, a re-organização da estrutura produtiva mundial e a redução na demanda de ma-térias-primas e recursos naturais e, principalmente, uma mudança do perfil desta demanda e uma maior exigência em qualidade, o que afeta diretamente a região Norte.

A questão ecológica, subjacente a este aspecto supracitado, é um dos nós górdios do desenvolvimento regional. As próprias leis nacionais sobre o assunto ainda são focos de discussões e divergências, que têm atrasado a adoção de políticas regionais de desenvolvimento, compatíveis com suas po-tencialidades e que não se oponham à auto-sustentabilidade e à preservação de seus recursos naturais.

Todos os fatores até agora elencados estão na dependência ou se vinculam ao comportamento nacional que, por sua vez, também depende de fatores internacionais que caminham em direção à globalização. Os fatores mais importantes estão na esteira da reformulação ou não do papel do Esta-do e da estabilidade da economia nacional, na possibilidade de implementa-ção de políticas regionais que beneficiem aquelas de menor desenvolvimento e competitividade, além da implementação de uma política ambientalista que defina com eficiência a proteção e o uso correto dos recursos naturais. Todas essas incertezas, entretanto, dependem muito de ações políticas regionais

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capazes de negociar uma ação nacional para a região Norte e também da reforma dos estados da região.

* * * * *

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CAPÍTULO 2

INTEGRAÇÃO REGIONAL – A SAÍDA PARAO PACÍFICO

Uma das visões absolutamente necessárias ao empreendedor em Rondônia diz respeito à integração regional de caráter internacio-nal, estruturada com base numa saída brasileira para o Oceano Pacífico.

Efetivamente, no mapa da América do Sul, o território noroeste do Brasil, englobando Rondônia, Mato Grosso, sul do Pará, Amazonas e Acre, constitui o centro geográfico do continente. Essa região central apresenta posição privilegiada para expandir o comércio para o Oeste, em direção aos países andinos e ao Pacífico.

A posição de Rondônia, em relação aos países vizinhos do norte da América do Sul, coloca o Estado em posição estratégica, o que facilita a con-quista de novos mercados. Para fazer um comparativo de distâncias: toman-do Porto Velho como referência, da capital de Rondônia a Santos são 3.300 quilômetros, enquanto que de Porto Velho a La Paz, na Bolívia, são 1.300

Macchu Picchu

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quilômetros. Com exceção de Rio Branco e Manaus, La Paz está muito mais perto de Porto Velho, do que de qualquer outra capital brasileira.

Com a definição da instalação da ALCA em 2006, torna-se necessária a consolidação do Mercosul, arranjo econômico regional que, começando timidamente, já movimenta hoje um significativo volume de negócios, para um mercado em torno de 46 milhões de habitantes nos países parceiros. Levando-se em consideração os dados do mercado andino, envolven-do Peru, Bolívia, Equador, Chile, Venezuela e Colômbia, verifica-se que se trata de um mercado de 128 milhões de habitantes, ou mais que o dobro do Mercosul (excluído o Brasil, obviamente), com um PIB de US$ 365 milhões. Somando-se a este número a população brasileira e a dos parceiros do Mer-cosul, tem-se então um mercado com potencial de consumo extremamente atrativo, sob todos os aspectos, que não pode ser desprezado por nenhum investidor.

A constituição de um eixo de integração com o mercado andino, oportuniza o acesso a produtos regionais necessários, como pescado, alho, azeitona, sal mineral e fosfato, bem como a um patrimônio cultural de valor inestimável, a ser explorado por meio do turismo. Tudo isso confere a essa parceria um enorme potencial de integração regional.

Para consolidar essa integração, é imprescindível a construção de uma infra-estrutura básica que inclua estradas em boas condições, comunicação eficiente, integração aérea e desburocratização alfandegária.

Contribuindo para a efetivação dos esforços de criação de um merca-do comum na região, foi bastante importante a decisão dos presidentes dos países da América do Sul, em 1º de setembro de 2000, definindo os eixos de integração prioritários para receber investimentos. Seu ponto mais impor-tante foi a definição de critérios para a integração continental, gerando como resultado a elaboração do Projeto IIRSA - Iniciativa para Integração da Infra-estrutura Regional da América do Sul.

Foram identificados sete eixos de integração e desenvolvimento regio-nal, três dos quais diretamente relacionados à constituição de ligação com o Pacífico: Eixo Interoceânico, compreendido pelo Brasil, Bolívia, Paraguai, Peru e Chile; Eixo Multimodal do Amazonas e Eixo Peru-Brasil. As discussões já foram iniciadas, visando a uma integração em sua plenitude.

No Brasil, para o Projeto IIRSA, foi instituída por decreto presidencial, em setembro de 2001, a Comissão Interministerial para a Integração da Infra-Estrutura da América do Sul, composta por representantes dos Minis-térios do Planejamento, Orçamento e Gestão; das Relações Exteriores; dos Transportes; de Minas e Energia e das Comunicações.

Os trechos brasileiros que dão acesso ao Peru e à Bolívia pelo Acre e por Rondônia, por exemplo, já estão 100% prontos, em termos de pavimen-

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tação; faltando apenas a construção das respectivas pontes. Assim, Rondô-nia já tem hoje, bem próximo, um mercado potencial que importa a maior parte dos produtos que consome. Devido aos obstáculos naturais represen-tados pelo deserto de Atacama e pelo Altiplano Andino, a expansão agrícola fica limitada. Este mercado pode ser atingido mesmo com as estradas na situação em que se encontram atualmente. Para isso é preciso que a ousadia empresarial deixe de ser uma exceção e passe a ser a regra na exploração desse novo mercado.

Para consolidar essa relação comercial com o mercado andino é ne-cessária a implantação de vôos regulares entre Porto Velho e os principais centros econômicos desses países. O primeiro passo já foi dado: os aeropor-tos de Porto Velho e Rio Branco já têm capacidade de receber vôos interna-cionais.

O primeiro setor a ser beneficiado com a implantação desse vôo será o Turismo. Para os brasileiros será criada uma oportunidade de conhecer os pontos turísticos do altiplano andino, que atraem viajantes do mundo inteiro, como o Lago Titicaca (a 1.600 km de Porto Velho), as estações de esqui na neve em La Paz; as construções de Macchu Picchu e o Vale Sagrado dos Incas, no Peru, dentre tantos outros. Por outro lado, atrairemos os turistas que vêm da Europa e da América do Norte para a Amazônia, oferecendo, em Rondônia, as opções de visitas à lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, ao Real Forte Príncipe da Beira e ao vale do Rio Guaporé, com suas belezas cênicas, entre tantas outras atrações do ecoturismo local.

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Por outro lado, a saída para o Pacífico reduzirá em muito a distância percorrida por produtos brasileiros até os portos asiáticos. Hoje, as exporta-ções brasileiras saem do Porto de Santos ou Paranaguá, seguem pelo Canal do Panamá até São Francisco, nos Estados Unidos, e de lá cruzam o Pacífico até o mercado asiático, uma distância de 12.200 milhas marítimas. O aces-so a um porto sul-americano do Pacífico representará enorme economia em fretes, tornando os produtos brasileiros mais competitivos naquele mercado consumidor percorrendo, em média, 8.700 milhas marítimas.

Dois terços da população da Terra vivem em países da bacia do Ocea-no Pacífico, e com os quais o Brasil realiza trocas comerciais extremamente significativas. Praticamente todo o comércio brasileiro com a Ásia é feito pelo Canal do Panamá, que pode ser fechado em virtude de questões políti-cas ou de conflitos regionais.

A implementação dos eixos de integração se justifica e promove retor-no econômico dos investimentos a serem realizados em infra-estrutura. Esta afirmativa pode ser avaliada pelo impacto positivo que teve a conclusão da BR-174, que permitiu a ligação dos Estados da Bacia Amazônica com a Ve-nezuela e o Caribe. O resultado foi o crescimento do comércio inter-regional em mais de 200%. No entanto, faz-se necessária uma política articulada de desenvolvimento regional que mostre as possibilidades de investimento para a iniciativa privada, sinalizando que o Governo Federal tomou a decisão polí-tica de desenvolver a região.

Recentemente, a Universidade de São Paulo – USP e a Fundação Ge-túlio Vargas realizaram estudo mostrando ao País que a saída para o Pacífico deverá representar um incremento, num universo de dez anos, de mais de 60 milhões de toneladas de grãos produzidos no Centro-Oeste brasileiro e na Amazônia Ocidental. Além disso, poderá induzir uma verdadeira colonização através de assentamentos, desinflando os grandes centros populacionais do Sul e Sudeste brasileiros, como ocorreu no Estado de Rondônia, além de alavancar os projetos de infra-estrutura e agroindústria, com a geração de milhares de empregos.

* * * * * *

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CAPÍTULO 3

ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIOPOLÍTICOS EFISIOGRÁFICOS DE RONDÔNIA

1 - HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO ECONÔMICA DO ESTADO

1.1 - O Ciclo das Descobertas

A origem histórica da ocupação do atual Estado de Rondônia remon-ta ao século XVII, com a penetração das Bandeiras que visavam a caça ao índio e a procura de ouro, madeiras nobres e especiarias. Em 1650, uma Bandeira comandada por Raposo Tavares alcançou

o Vale do rio Guaporé. No início do século XVIII os portugueses, partindo de Belém, subiram o rio Madeira transpondo suas cachoeiras, atingiram o rio Guaporé e chegaram até o arraial de Bom Jesus, antigo nome da localidade de Cuiabá. Com a descoberta das minas de ouro do Arraial de Bom Jesus e Vila Bela, tornou-se mais freqüente a presença dos portugueses na região do Guaporé/Madeira.

Pelo Tratado de Tordesilhas toda esta região pertencia à Espanha. Com a penetração das Bandeiras e o mapeamento dos rios Madeira, Guaporé e Mamoré, no período de 1722 a 1747, houve uma redefinição dos limites entre Portugal e Espanha, realizada através dos Tratados de Madri e de Santo Ildefonso, e Portugal passou a ter a posse definitiva da região e a defesa dos limites territoriais. As demarcações da área ocorreram a partir de 1781.

Esta fase, apesar de não proporcionar uma ocupação econômica efe-tiva na região, deixou em seu rastro os primeiros indícios de agregados po-pulacionais, centrados principalmente na catequese jesuítica e na política de “conservação de fronteiras” de Sebastião José de Carvalho e Mello, o Mar-quês de Pombal, cuja ação mais importante na área resultou na construção do Real Forte Príncipe da Beira e na criação da capitania de Mato Grosso, tendo como mandatário o Capitão General Antônio Rolim de Moura.

1.2 – O Primeiro Ciclo da Borracha

A Revolução Industrial ocorrida no século XIX aumentou a demanda do mercado internacional da borracha e provocou um grande estímulo à sua produção na Amazônia, de onde era nativa. Esse fator desencadearia o hoje

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chamado “Primeiro Ciclo da Borracha” (houve um segundo ciclo, como se verá adiante), entre 1877 e 1912, trazendo como efeito o deslocamento de grande contingente de mão-de-obra para sua exploração, o que levou a pro-duzir sensíveis transformações na região.

Os fatores que influenciaram a formação dessa corrente migratória estão relacionados com a grande seca que assolou o Nordeste entre 1877 e 1880 e a intensa propaganda dos governos brasileiro e regionais, que acena-vam com prêmios e facilidades para os migrantes. Por essa época, Rondônia recebeu mais de oito mil homens que adentraram os rios e se estabeleceram nos seringais.

A crescente expansão da produção de borracha e a progressiva incor-poração de novas áreas de exploração, levaram os brasileiros a ocuparem parte do território da vizinha Bolívia, gerando assim um conflito internacional. Como aquele país, que havia perdido sua costa marítima para o Chile, não dispunha de saída para o Pacífico, a solução do conflito redundou na incor-poração, pelo Brasil, do Estado do Acre, com o pagamento de 2 milhões de libras de indenização e o compromisso de construir uma estrada de ferro, em terras brasileiras, que permitisse o acesso da Bolívia ao rio Madeira, abaixo do último trecho encachoeirado, e daí com saída para o rio Amazonas e o Oceano Atlântico.

Esse acordo foi consumado pelo Tratado de Petrópolis no ano de 1903, e a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré teve sua construção retomada

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em 1905. Foi concluída em 1912, numa extensão de 366 Km, e consolidou nos seus extremos os maiores pólos populacionais: Guajará-Mirim, limite com a Bolívia, e Porto Velho, a jusante da última cachoeira do rio Madeira.

Ao longo dessa via se desenvolveram alguns núcleos habitacionais e floresceu uma pequena economia de subsistência. Contudo, desde o início do seu funcionamento a ferrovia sofreu um impacto negativo causado pelo desinteresse que logo atingiu a borracha natural brasileira, superada pelos seringais de cultivo implantados pelos ingleses na Malásia, através de se-mentes oriundas da Amazônia, que permitiram suprir o mercado internacio-nal por preços menores. O desaquecimento da extração da borracha natural aliado à falta de uma política de ocupação para a região, não permitiu que se realizasse um povoamento efetivo.

A ferrovia Madeira-Mamoré, portanto, nasceu praticamente deficitária. A nacionalização, em 1931, ao contrário do que se esperava, levou ao déficit da ferrovia em crescimento contínuo até sua total inviabilidade, em 1971, quando foi desativada.

Assim, o Primeiro Ciclo da Borracha, além de propiciar a construção da estrada de ferro, deixou como saldo populacional e econômico tão somente a ocupação de Guajará-Mirim e Porto Velho, exatamente os dois extremos da ferrovia, lançando a base para a formação de um mercado abrangendo as regiões Norte e Noroeste do Estado.

1.3 – O Ciclo do Telégrafo

Após o declínio da borracha, Rondônia passa por um período de estag-nação, a exemplo de toda a Amazônia, até o ano de 1940. A preocupação governamental com o isolamento e o esvaziamento da região resultou na de-cisão de implantar uma rede telegráfica entre Cuiabá e Porto Velho, cortando todo o Norte do Mato Grosso. Parte da região atingida por essa rede daria origem a Rondônia.

À frente dessa missão estava o coronel Cândido Mariano da Silva Ron-don, que, para a implantação da rede telegráfica, iniciada em 1907 e conclu-ída em 1915, utilizou mão-de-obra do sul do país. Foram esses homens que, somados aos migrantes eventuais, criaram povoados nas localidades onde os postos telegráficos foram instalados: Vilhena, Marco Rondon, Pimenta Bueno, Vila Rondônia, Ariquemes, entre outros. Essa expedição concorreu para o processo da ocupação de Rondônia, não só pela implantação destes povoados como também através da demarcação de seringais remanescentes do ciclo da borracha e outros, doados por Rondon como prêmio a alguns de seus auxiliares. Ainda persistem alguns desses seringais, mas a grande maioria foi desapropriada e deu origem, após o ano de 1970, a projetos de

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colonização.O Ciclo do Telégrafo, ao contrário dos ciclos anteriores, cuja ação se

inscreveu no Norte e no Noroeste do Estado, ocorreu no sentido Sul-Norte, deixando em sua esteira as raízes do que hoje são os municípios de Vilhena, Pimenta Bueno e Ji-Paraná, entre outros.

1.4 – O Segundo Ciclo da Borracha

Em 1943, durante a 2ª Guerra Mundial, a Malásia ficou isolada da Eu-ropa pela ocupação do sudeste asiático pelos japoneses, o que fez renascer a importância dos seringais da Amazônia. Dessa época data a última grande leva de migrantes para a região, composta quase que exclusivamente de nor-destinos, vinculada à exploração da seringueira, e denominados “Soldados da Borracha”. Nesse mesmo ano, o Presidente Getúlio Vargas criou os ter-ritórios federais, entre eles o Território Federal do Guaporé, posteriormente Território de Rondônia, desmembrado de terras do Amazonas e Mato Grosso. Em 1945 foram criados os municípios de Guajará-Mirim, que ocupava toda a região do Vale do Guaporé, e Porto Velho, abrangendo toda a região de influência da atual BR-364.

Esse novo ciclo econômico, acompanhado da alteração institucional havida com a criação do Território, não veio gerar efeitos capazes de provo-

Extração de Látex

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car transformações substanciais na região, visto que teve curta duração e, quando de sua exaustão, não deixou qualquer sucedâneo capaz de provocar a incorporação da área ao espaço econômico nacional.

Contudo, apesar do desaquecimento do mercado internacional da bor-racha, a região não se despovoou como no Primeiro Ciclo, mantendo alguns seringais ativos e prosseguindo o extrativismo da castanha e de algumas outras essências para atender o mercado europeu. Parte dos ex-soldados da borracha deixaram os seringais e se fixaram na Colônia Agrícola IATA, em Guajará-Mirim, criada em 1945, e na Colônia Agrícola do Candeias, em Porto Velho, criada em 1948. Os primeiros dados demográficos disponíveis regis-tram no final da década de 40 uma população de 36.935 habitantes em Ron-dônia, sendo 13.816 na área urbana e 23.119 na área rural, tendo a cidade de Porto Velho cerca de 60% da população total da época. Além disso, o traçado telegráfico estabelecido por Rondon deu origem ao primeiro traçado para a construção da BR-29, posteriormente denominada BR-364.

1.5 – O Ciclo da Cassiterita

Em 1958 foram descobertos os primeiros aluviões de cassiterita em Rondônia, nas áreas de seringais, dando início ao extrativismo mineral sob o regime de garimpo. Essa atividade induziu o fluxo de migrantes oriundos de diversos estados brasileiros, que se concentravam em Porto Velho e em alguns povoados que praticamente haviam desaparecido com a desativação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

Pelo fato da garimpagem ser manual, era grande a exigência de mão-de-obra, absorvendo praticamente 50% da população economicamente ativa da época, além de permitir o fortalecimento do comércio, de serviços e de algumas ramificações industriais.

Ao lado do fluxo de garimpeiros também acorreram ao Território mi-grantes agricultores, e o governo criou novas colônias agrícolas em Porto Velho, implantadas até o final do ano de 1960. Infelizmente, essas colônias não prosperaram, quer pela baixa fertilidade dos solos, quer pela impossibili-dade de concorrência com o garimpo.

Entre 1958 e 1970 toda a economia local se desenvolveu à sombra da exploração da cassiterita. Entretanto, em 31 de março de 1971, através da Portaria Ministerial nº 195/70, expedida pelo Ministério das Minas e Energia, ocorreu a proibição sumária da garimpagem manual, sob a alegação de que o garimpo tinha um percentual de aproveitamento reduzido e inviabilizava a exploração complementar mecanizada. Embasava-se na alegação de que a exploração mecanizada era economicamente mais rentável.

A medida culminou com a remoção dos garimpeiros para fora de

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Rondônia e privilegiou um reduzido número de empresas de grande porte, predominantemente multinacionais, o que, ironicamente, encerrou o Ciclo da Cassiterita, já que deixaram de circular riquezas locais e o resultado econô-mico da exploração passou a ser aplicado fora do Território.

Entretanto, a exploração mecanizada do minério significou o primeiro impulso industrial no Estado, e Rondônia passou, no final da década de 70, a ser o maior produtor brasileiro com 10.000 toneladas de cassiterita por ano, representando 67,43% da produção nacional. Contudo, deve-se ressaltar que o mineral era exportado na forma bruta, sem qualquer beneficiamento industrial, além de se constituir num setor oligopolizado, o que acarretava limitação de emprego e de renda para o Território. Sem embargo das desvan-tagens econômicas e sociais advindas com a implantação da extração pelo regime de lavra mecanizada, essa atividade se constituiu na primeira experi-ência de empresa industrial em Rondônia.

No final desse ciclo, em 1968, a BR-29, hoje BR-364, foi consolidada, fato que permitiu que, a partir de 1970, fosse iniciado o ciclo agrícola do então Território Federal de Rondônia, que permanece até hoje, e que iniciou a ligação econômica da região com os centros consumidores do Sul e Sudeste brasileiros. Em 1970, Rondônia contava com 111.064 habitantes, dos quais 84.048 residiam no município de Porto Velho.

1.6- O Ciclo Agrícola

1.6.1 - Aspectos da Demografia e da Migração

Cronologicamente sucedâneo do “Ciclo da Cassiterita”, e benefician-do-se dos agregados populacionais de todos os ciclos anteriores, o “Ciclo Agrícola” consolidou a vocação de Rondônia como Estado produtor da Ama-zônia e entreposto comercial da Região Norte do país.

As principais marcas desse ciclo são a presença maciça de investimen-tos federais nos projetos de colonização e a intensificação do fluxo migrató-rio. O efeito imediato deste último fator foi a rápida formação de aglomera-dos urbanos e a ocupação efetiva do Estado ao longo da BR-364, de forma desordenada e veloz, o que tornou impraticável a ação do governo no que se refere ao controle ou antecipação do processo. O fenômeno ocorrido em Rondônia tem as mesmas características e é complemento da expansão da fronteira econômica do sistema produtivo, que ocupou num primeiro momen-to o Norte do Paraná, realimentou-se no Estado do Mato Grosso e chegou a Rondônia, como último estágio de sua escalada para a ocupação da Amazô-nia.

Esse processo provocou no Estado a quebra da estrutura espacial

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existente e que até então estava condicionada aos ciclos extrativos, concen-trando a economia nos municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim. Com o Ciclo Agrícola essa hierarquia foi alterada; o eixo de importância econômica do Estado deslocou-se para os municípios situados ao longo da BR-364.

Outro dado a ressaltar, porque demonstra também a quebra da estru-tura espacial existente na época, é que em 1950, antes do Ciclo Agrícola, havia em Rondônia 530 estabelecimentos rurais, perfazendo uma área total ocupada de 693.775ha, com média de 1.309ha por estabelecimento. Com o Ciclo Agrícola, em 1980 o Estado passou a ter 48.371 estabelecimentos, perfazendo uma área ocupada de 5.223.631ha, com média de 107ha por estabelecimento.

Em meados da década de 80, a migração alcançou em Rondônia ní-veis percentuais jamais atingidos no país. Chegaram nesta época cerca de 300.000 migrantes, com destino principalmente à área rural, maior respon-sável pela absorção da população economicamente ativa. Esses migrantes, expulsos dos campos mecanizados do Sul, já traziam considerável experiên-cia agrícola e vinham para Rondônia à procura de terra própria, o que explica em sua maioria destinar-se à zona rural.

Assim, o Estado passou a destacar-se na região amazônica por sua sin-gularidade: destaque-se aqui seu crescimento populacional nas décadas de 70, chegando à casa dos 15,74%, contra 4,91% na Região Norte e 2,51% no Brasil. Disto resultou uma séria tensão social, que deu início à colonização oficial do Território com a criação do Projeto Integrado de Colonização (PIC) de Ouro Preto. Esta corrente migratória tornou-se cada vez mais forte, numa verdadeira explosão demográfica que levou o INCRA, como Coordenador da Política Agrária, a proceder a criação de vários Projetos Fundiários de Coloni-zação e de Assentamento Dirigido, buscando a solução desse problema e a ordenação das novas ocupações.

Constata-se também que, a partir da década de 80, houve um decrés-cimo acentuado na taxa de crescimento, em função das condições gerais do país, caracterizadas pela crise econômica, com influência marcante na retração do capital. Além disso colaboraram fatores inerentes ao Estado, especialmente o enfraquecimento das atividades extrativistas mineral e florestal, pelo declínio das principais culturas perenes: café, cacau e serin-gueira, todas afetadas pelo baixo preço, baixa produtividade e, no caso da seringueira, porque a borracha nativa perdera sua competitividade. O ritmo de crescimento populacional em Rondônia continua em processo de desace-leração, fato que também ocorre nos outros estados, o que reflete a intensi-ficação do declínio da fecundidade, ocorrido de forma generalizada no Brasil, principalmente a partir da década de 80. Além disso, os fluxos migratórios que se dirigiram para Rondônia na década de 70 e 80, perderam intensidade

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a partir dos anos 90. A ordem de grandeza da taxa de crescimento populacional na década

de 50 indica que, além do crescimento natural, houve nesse período uma migração significativa, relacionada certamente com o 2º Ciclo da Borracha e início do Ciclo da Cassiterita.

Em números absolutos, a população de Rondônia passou de 116.620 habitantes no início da década de 70, para 503.125 em 1980, em 1991 para 1.130.874 e em 2000 para 1.379.787 habitantes. De 1991 a 2002 há uma tendência de acomodação, a exemplo do que ocorreu em outras regiões do país, visto que não foram criados novos estímulos por parte do governo federal.

Do ponto de vista da origem, os migrantes que aqui chegaram são agricultores provenientes, em sua maioria, do Sul e Centro-Sul do país e 2/3 do total passaram em pelo menos dois estados antes de Rondônia.

Quanto aos estados, entre os que mais contribuíram para a migração, destacam-se, no ano 1980, o Estado do Paraná, com participação média de 39,0% do total, seguido do Mato Grosso com 17,5%, Mato Grosso do Sul com 9,8% e São Paulo com 6,8%. Embora o Estado do Paraná tenha concorrido com o maior índice quanto à origem (local de nascimento), sua participação no que diz respeito à procedência é bem superior, o que indica que os migrantes passaram por vários estados antes de se estabelecerem em Rondônia.

As causas determinantes da migração estão, no geral, relacionadas ao modelo econômico e à política de desenvolvimento de cada região. No caso de Rondônia, essas causas vinculam-se principalmente à erradicação de ca-fezais do Norte do Paraná e sua gradativa substituição por outras culturas de menor exigência de mão-de-obra, além de geadas no Sul do país e da seca do Nordeste.

No que diz respeito ao destino desses migrantes no Estado, desta-cou-se Porto Velho com 16,4%; Cacoal, 13%; Ariquemes, 10,1%; Rolim de Moura, 8,5% e Ji-Paraná com 8%. Foi observado que a maioria dos mi-grantes relacionados com a agropecuária destinava-se a Cacoal e Ariquemes, enquanto aqueles relacionados com o comércio e construção civil, em sua maior parte, destinavam-se a Porto Velho.

Permanece em evidência a agropecuária como ocupação habitual (22,1%), embora este índice seja bastante inferior aos registrados em anos anteriores, o que demonstra o surgimento de outras atividades econômicas no Estado.

Outra informação importante diz respeito à idade dos migrantes que compõem a força de trabalho economicamente ativa: cerca de 41,4% encon-travam-se na faixa de 15 a 29 anos.

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Na década de 70, a migração caracterizava-se por ser eminentemente do tipo: procedência rural-destino rural, coerente, portanto, com o decrés-cimo da população rural de outras regiões do país. Entretanto, esta carac-terística vem se modificando gradativamente a partir de 1980 de rural-rural passou ser rural-urbana ou mesmo urbana-urbana.

Aspecto relevante é que grande parte dos migrantes com destino rural passa por um estágio urbano involuntário, por conta da morosidade do apa-relho estatal em realizar os assentamentos ou por dificuldade de aquisições de terras particulares. De qualquer forma, registra-se a existência de bolsões de miséria nos bairros periféricos das cidades, situações de subemprego e fome, além de sintomas localizados de insegurança social. Como regra geral, as cidades não estavam preparadas para suportar os impactos do fluxo mi-gratório, sendo ainda comum a insuficiência de água tratada, energia elétrica e esgotos sanitários.

Em virtude do alto custo para manter os Centros de Triagem e Migra-ção e, entendendo-se que não havia um fluxo migratório tão intenso no início dos anos 90, o governo do Estado optou pela desativação dos CETREMIs, interrompendo assim um acompanhamento mais efetivo do processo de mi-gração.

1.6.2 - Aspectos da Estrutura Espacial Fundiária

O Estado de Rondônia ocupa uma área de 238.512,8 km² e a maioria dos estabelecimentos rurais, cerca de 80%, possuem até l00ha, concentran-do-se em 35% da área ocupada, denotando uma relativa desconcentração fundiária que se reveste de especial importância no que concerne à fixação da população nas áreas rurais.

Os estabelecimentos com menos de l00ha empregam mais de 75% da força de trabalho agrícola. Isto se deve, em parte, ao tipo de exploração econômica destes estabelecimentos, com a predominância do cultivo tem-porário desenvolvido nos projetos de colonização implantados pelo INCRA, a partir de 1970.

Calcula-se que existam no Estado cerca de dez mil famílias sem terras, enquanto que os registros fundiários do INCRA/RO mostram que os latifún-dios rurais atingem uma superfície em torno dos quatro milhões de hectares, algo próximo a 17% da superfície territorial do Estado, concentrados em 1.800 imóveis. A este quadro se contrapõe uma distribuição equânime de aproximadamente onze milhões de hectares entre cerca de 90 mil famílias de agricultores, em sua grande maioria de pequeno e médio portes, o que gera uma melhor estrutura agrária. Esta distribuição modificou o regime de posse e uso da terra e incorporou terras ociosas ao processo produtivo, e contribui,

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em muito, para o desenvolvimento geral do Estado. A conservação desta estrutura fundiária mais eqüitativa que a média de

outros estados brasileiros significa, para Rondônia, que possui cerca de 40% de sua população na área rural, além da produção de alimentos, a capacidade de absorção da população economicamente ativa e conseqüente formação de mercado consumidor interno, e a possibilidade de engendrar atividades agro-industriais nos núcleos urbanos, que complementem o desenvolvimento e ampliem a geração de riquezas e oportunidades de novos empregos.

1.7 – A Industrialização em Rondônia

Ainda que a industrialização do Estado seja objeto de capítulo espe-cífico, onde se transcrevem os resultados da pesquisa realizada em 2003 sobre o tema, aqui se ressaltarão alguns aspectos da inserção histórica desta atividade no desenvolvimento econômico de Rondônia.

Pelas características de seu perfil produtivo, desde o início da ocupa-ção de seus espaços, o antigo Território Federal não ensejou o aparecimento de indústrias, limitadas, de outra parte, pela carência de infra-estrutura que facilitasse seu surgimento e desenvolvimento. Afora, talvez, as pequenas olarias nascidas para o suprimento de tijolos e telhas utilizadas na construção civil ainda incipiente, e localizadas em Porto Velho e Guajará-Mirim, é possí-vel afirmar-se que os primeiros equipamentos industriais surgidos foram os locomóveis das serrarias, pioneiras da industrialização no Estado.

Mesmo em sua fase eminentemente extrativista, com a borracha e a castanha representando ponderável peso na pauta de exportação, não se verificou qualquer tentativa de industrialização ou simples beneficiamento destes produtos, a não ser de forma tardia, em relação ao primeiro, quando a produção de látex já entrava em declínio pela concorrência internacional. O beneficiamento da castanha para fins de exportação é ainda mais recente no quadro da industrialização de Rondônia.

Pode-se igualmente afirmar que a descoberta de cassiterita em terras rondonienses ensejou um movimento de industrialização extrativa do mine-ral, com características ainda próximas da garimpagem, e que chegou a ter forte significado econômico, ainda que não tenha representado muito mais do que as atividades extrativas praticadas por pedreiras, areais e olarias.

A colonização, iniciada em escala significativa através dos projetos patrocinados pelo INCRA, motivou, de sua parte, um forte apelo ao desen-volvimento da própria construção civil, que passou a ter nos órgãos gover-namentais uma fonte de serviços mais ou menos constante e em paulatina expansão ao longo de todo o eixo da BR-364. As pressões populares advin-das do forte surto migratório, sentidas nos últimos anos do então Território,

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aumentaram o mercado de obras públicas e trouxeram para Rondônia várias agências federais que estimularam, por seus servidores, o mercado habita-cional, especialmente em Porto Velho. Pequenas indústrias caseiras, bem como oficinas de reparação de veículos, também se disseminaram por aquela época, na busca do atendimento à crescente demanda de bens industriais essenciais para a crescente população do Estado.

Em outro movimento, a criação da Província Estanífera de Rondônia, a partir de 1970, e a proibição do garimpo manual da cassiterita, trouxeram os primeiros investimentos industriais de porte, representados pelas compa-nhias mineradoras. A melhoria da malha viária, por sua vez, permitiu a rápida expansão da indústria madeireira, que se voltou majoritariamente para a ex-portação. Não por outros fatos estes segmentos (construção civil, madeirei-ro e minerador) capitalizam tanta importância no perfil do desenvolvimento industrial do Estado.

Na década de 80, o que se observou no processo de industrialização foi o crescimento no número de empresas dos segmentos madeireiro, mine-ral, construção civil e alimentos. Com exceção do segmento mineral, os de-mais, até os dias atuais, se incluem entre os mais significativos pelo número de empregos gerados.

Observa-se o crescente nível de importância do setor de produtos alimentícios que representa atualmente em números aproximados 25% do total de indústrias do Estado, contra 20% alcançados em 1987. Igual com-portamento verificou-se também com o segmento das indústrias metal-me-cânicas, que passou de 4% em número de estabelecimentos em 1995, para 15% em 1997, sobre o total.

A atividade garimpeira deve ser considerada em separado porque não se constitui numa atividade empresarial nos termos tradicionais. Mas, ainda que sua contribuição para o Estado seja bem menor do que a das minerado-ras, ela produz muito mais do que estas, tanto em relação ao ouro quanto à cassiterita.

O setor industrial, a despeito de uma série de condições adversas, principalmente em termos de infra-estrutura e, em função dos reflexos ne-gativos produzidos pela crise econômica nacional sobre a região, passou por modificações que, de certa forma, têm influenciado na conformação de seu perfil. Entretanto, seu crescimento, na última década, é um fato inquestio-nável.

Em 1984 existiam aproximadamente 690 indústrias; em 1994, o nú-mero de estabelecimentos industriais somou 3.391 empresas, representando assim, um incremento da ordem de 491%. Em 1997 somam-se 3.754 indús-trias (2.681 e 1.073, respectivamente na economia formal e informal). Em 2003 já somam mais de 3.580 indústrias somente na economia formal.

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As mudanças que marcaram o desenvolvimento do setor, nesse período, estão diretamente relacionadas com o aumento da demanda dos mercados de outras regiões do país por matérias primas e ao crescimento populacional. Somam-se a tais fatores as pressões ecológicas nacionais e internacionais sobre a região, impondo aos agentes produtivos várias res-trições para a exploração dos recursos naturais e, aos agentes financeiros, várias regras limitantes do financiamento para a produção industrial.

Esse conjunto de fatores exerceu influência em maior ou menor grau sobre determinados segmentos industriais; todavia, o que se observou aqui foi a diversificação das atividades do setor e a ampliação do beneficiamento e transformação das matérias-primas locais, fato este facilmente comprova-do quando se observa a participação do segmento agro-industrial, principal-mente do ramo de alimentos, no quadro total das indústrias do Estado. Uma melhor visão do setor industrial de Rondônia poderá ser obtida no capítulo dedicado ao perfil industrial do Estado.

2 - ASPECTOS FISIOGRÁFICOS DO ESTADO

2.1 - Extensão, Localização, Limites e Divisão Política

O Estado de Rondônia se localiza na Região Norte do Brasil, em área abrangida pela Amazônia Ocidental, e se limita ao Norte e Nordeste com o Estado do Amazonas, a Leste e Sudeste com o Mato Grosso, a Sudeste e Oeste com a República da Bolívia, a Noroeste com os estados do Amazo-nas e Acre, dentro das seguintes coordenadas - 7º55’ e 13º45’ de latitude Sul e 66º47’ e 59º55’ a Oeste de Greenwich, abrangendo uma área de 23.851.280 ha (238.512,8km²), correspondendo a 2,8% da superfície do Brasil e 6,19% da região Norte.

O Estado encontra-se dividido em cinqüenta e dois municípios, nomi-nados na relação a seguir:

Municípios do Estado

- Alto Alegre dos Parecis - Mirante da Serra - Alta Floresta do Oeste - Monte Negro- Alto Paraíso - Nova Brasilândia do Oeste- Alvorada d’Oeste - Nova Mamoré- Ariquemes - Nova União- Buritis - Novo Horizonte do Oeste- Cabixi - Ouro Preto do Oeste- Cacaulândia - Parecis

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- Cacoal - Pimenta Bueno- Campo Novo de Rondônia - Pimenteiras- Candeias do Jamari - Porto Velho- Castanheiras - Presidente Médici - Cerejeiras - Primavera de Rondônia- Chupinguaia - Rio Crespo- Colorado do Oeste - Rolim de Moura- Corumbiara - Santa Luzia do Oeste- Costa Marques - São Felipe do Oeste- Cujubim - São Francisco do Guaporé- Espigão do Oeste - São Miguel do Guaporé- Governador Jorge Teixeira - Seringueiras- Guajará - Mirim - Teixeirópolis- Itapoã do Oeste - Theobroma- Jaru - Urupá- Ji-Paraná - Vale do Anari- Machadinho d’Oeste - Vale do Paraíso- Ministro Andreazza - Vilhena

2.2 – Relevo

O Estado é constituído por planícies e planaltos baixos, com altitude variável entre 90 e 1.000 metros. A maior porção do Estado (94%) está situada entre 100 e 600 metros de altitude, enquanto que os 6% restantes correspondem a áreas entre 600 e 1.000 metros de altitude, ultrapassando essa marca em alguns pontos isolados.

O relevo rondoniense divide-se em quatro unidades geomorfológicas naturais: Planície Amazônica, Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro, Chapada dos Parecis e Pacaás Novos e Vale do Guaporé e Mamoré.

A Planície Amazônica situa-se desde o extremo norte do Amazonas, com prolongamento nas direções sul e sudeste, onde surgem sinais da Cha-pada dos Parecis e da Encosta Setentrional, abrangendo a maior parte do Estado. Caracteriza-se por apresentar superfície aplainada, com altitudes variando de 90 a 200 metros acima do nível do mar.

A Encosta Setentrional é integrada por áreas aplainadas que sofreram rebaixamento devido às diversas fases erosivas e acabaram por dividir-se, formando patamares de várias altitudes, algumas com 100 e outras com mais de 500 metros. Dos resquícios destas erosões sofridas originaram cristas esparsas, colinas, algumas com topo plano. Outras ocorrências com inselbergs (montanhas de ilha), pontões e morros isolados também estão

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presentes.A Chapada dos Parecis desenvolve-se no sentido noroeste-sudeste,

fazendo parte do Maciço Central Brasileiro (planalto mato-grossense). As altitudes da região atingem entre 300 e 1.000 metros, às vezes ultrapas-sando, como, por exemplo, no Pico Tracuá, com 1.126 m de altura, ponto culminante do Estado.

Finalmente, o Vale do Guaporé-Mamoré é constituído por uma estreita faixa com altitudes girando em torno de 100 a 200 metros acima do nível do mar.

2.3 – Solos

As unidades pedológicas que ocorrem em Rondônia pertencem a várias classes, predominando os latossolos. Ocorrem também argissolos, neossolos, combissolos, gleissolos, plintossolos, organossolos, nitossolos, luviossolos, alissolos e afloramento de rocha. A tabela seguinte mostra sua distribuição absoluta e relativa no Estado:

Distribuição das classes de solos de RondôniaGrande Grupo Área (km²) %

Latossolos 138.933 58,25

Neossolos 28.574 11,98

Cambisolos 23.637 9,91

Gleissolos 22.396 9,39

Argissolos, Alissolos, Luvissolos e Nitossolos 21.037 8,82

Plintossolos 1.765 0,74

Organossolos 930 0,39

Planossolos 405 0,17

ID – Solos Concrecionários Indiscriminados 835 0,35

TOTAL 238.512 100,00FONTE: Embrapa

No Estado são registradas as seguintes sub-ordens: Latossolos Ama-relos, Latossolos Vermelho-Amarelos e Latossolos Vermelhos, sendo, geral-mente, encontrados em relevo predominante plano e suave ondulado.

Os Latossolos Vermelho-Amarelos representam a maior parte, com cerca de 26% da área territorial do Estado, enquanto os outros dois repre-sentam, individualmente, cerca de 16%.

A fertilidade natural baixa a muito baixa constitui a principal limitação de uso agrícola, necessitando de correção e adubação, exceto a subordem Latossolo Vermelho em que predomina fertilidade natural de média a alta.

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Os solos das classes de Argissolo (anteriormente, classificados como Podzólicos e Terra Roxa com argila de baixa atividade), ocorrem em Rondô-nia em relevo suave ondulado e ondulado, com fertilidade natural prevale-cendo baixa, embora existam áreas expressivas com média a alta fertilidade natural.

As classes similares à Argissolo, como a Alissolo, Nitossolo e Luvisso-lo, que ocorrem em menores percentuais, foram agrupadas neste trabalho, pela dificuldade de mensuração. Entretanto, os solos das classes Alissolo e Luvissolo diferem da Argissolo pela atividade da argila, que é alta, indican-do diferenciação na mineralogia entre essas classes. E as classes Alissolo e Luvissolo diferem em fertilidade natural; a Alissolo é caracterizada pela ferti-lidade natural muito baixa a baixa e a Luvissolo pela média a alta fertilidade natural.

A classe Neossolo, que inclui as classes de solos anteriormente conhe-cidas como Solos Litólicos, Areias Quartzosas, Regossolos e Solos Aluviais, ocorre aproximadamente em 12% da superfície do Estado. Essa classe é subdivida em Neossolo Flúvio, Neossolo Regolítico, Neossolo Quartzarênico e Neossolo Litólico. Apenas os solos da subordem Neossolo Flúvico e parte do Neossolo Quartzarênico não ocorrem em terras firmes, portanto, apresen-tando problema de drenagem no período das chuvas, observando-se acúmulo de água na superfície, com inundação em determinados períodos do ano. Solos dessas subordens freqüentemente são encontrados em relevo plano ou plano de várzea. Neossolo Flúvico compreende os solos formados de depósitos aluviais (sedimentos e material orgânico transportados pelos rios) nas margens dos rios, onde sua fertilidade natural é dependente do teor de nutrientes desses materiais depositados.

Os solos das subordens Neossolo Regolítico e Neossolo Quartzarênico apresentam características similares, como a textura arenosa, pouco desen-volvidos (menos intemperizados) e com drenagem excessiva, diferenciando-se pelo fato do Neossolo Regolítico conter minerais primários (facilmente intemperizado). Essas subordens apresentam solos mais profundos do que os demais da mesma classe. Geralmente, ocorrem em relevo plano a suave on-dulado, tendo fertilidade natural muito baixa, embora o Neossolo Regolítico, com fertilidade média a alta, possa ocorrer em pequenas áreas no Estado.

Os solos da subordem Neossolo Litólica também são pouco desenvol-vidos, apresentando solos rasos (menor ou igual a 50 cm de profundidade) e ocorrem em relevo mais movimentado. Em Rondônia esses solos ocorrem em relevo ondulado a escarpado próximo aos afloramentos rochosos. A fertilida-de natural varia conforme o tipo de rocha, embora predomine no Estado o de fertilidade natural média a alta. Geralmente, apresentam na sua granulome-tria quantidades significativas de fragmentos de rochas (pedras) na superfície

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ou nas camadas subsuperficiais.Cambissolo é outra classe de solo expressiva no Estado, aproximan-

do-se de 10% do território de Rondônia. Os solos dessa classe ocorrem em terras firmes, predominando fertilidade natural baixa, pedregoso, pouco pro-fundo (superior a 0,50 m e inferior a 1,00 m) e em relevo ondulado.

Os Gleissolos, anteriormente denominados de Glei, representam mais de 9% da superfície de Rondônia, predominando os de textura argilosa, baixa fertilidade natural, mal drenados, ocorrendo em relevo plano. Na região do Vale do Guaporé ou áreas próximas aos grandes rios predomina a ocorrência de solos dessa classe.

Em menor expressão, outras classes de solos ocorrem como Planosso-lo, Plintossolo e Organossolo. Geralmente ocorrem em relevo plano a suave ondulado e, exceto o Planossolo, são hidromórficos ou seja, ficam inundados no período das chuvas e possuem baixa fertilidade natural. Organossolo cor-responde aos solos orgânicos, Plintossolo às Lateritas Hidromórficas e Pla-nossolo praticamente manteve a mesma denominação do sistema brasileiro de classificação antigo.

O mapeamento atual da aptidão agrícola das terras do Estado de Ron-dônia mostra um potencial em torno de 59% de sua área apropriada para lavouras, correspondendo a 140.722 km2; 16% para pastagens plantadas, somando 38.162 km2; e 5% para reflorestamento e/ou pastagens nativas ou 11.926 km2.

2.4 – Hidrografia

A rede hidrográfica do Estado de Rondônia é representada pelo rio Ma-deira e seus afluentes, e composta das principais bacias, a seguir:

- Bacia do Guaporé- Bacia do Mamoré- Bacia do Abunã- Bacia do Jamari- Bacia do Ji-Paraná

O rio Madeira, o maior afluente do rio Amazonas, e um dos maiores do mundo, tem vazão média de 23.000m³/segundo; com seus 1.700 km de extensão em território brasileiro, atravessa o Estado, a Noroeste, e é forma-do por três rios importantes: Guaporé, Mamoré e Beni. O rio Guaporé tem suas nascentes nos contrafortes meridionais da Chapada dos Parecis e vem fazendo o limite natural com a Bolívia. Entre as cidades de Costa Marques e Guajará-Mirim recebe o rio Mamoré, passando a ter esse nome, até receber

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o rio Beni, ambos originários dos planaltos andinos.O rio Madeira, de acordo com seu curso, pode ser dividido em dois

trechos: o Alto e o Baixo Madeira. O primeiro trecho possui 360km de exten-são e se apresenta todo encachoeirado até pouco acima de Porto Velho, não apresentando condições de navegabilidade pois possui 18 cachoeiras e um desnível de cerca de 72 metros, com uma declividade da ordem geral de 20 cm/km. O Baixo Madeira, com uma extensão de 1.100 km, vai da Cachoeira de Santo Antônio até sua foz, no Amazonas, trecho em que é francamente navegável.

A seguir descrevem-se sucintamente as principais bacias que com-põem a rede hidrográfica do Estado:

a) Bacia do Guaporé

O rio Guaporé, em todo o seu percurso, forma a linha divisória entre o Brasil e a Bolívia, e recebe, do lado brasileiro, margem direita, como princi-pais afluentes das nascentes para a foz, os rios Cabixi, Escondido, Riozinho, Corumbiara, Verde, Mequéns, Colorado, Branco, São Miguel, Cautarinho, São Domingos e Cautário.

O rio Guaporé apresenta condições de navegabilidade a embarcações de pequeno e médio calados na época da vazante, e para embarcação de porte maior, no período das cheias. Os seus afluentes são de médio curso d’água, apresentando, a maioria deles, condições de tráfego fluvial somen-te nas enchentes, comportando embarcações de pequeno e médio calados. Esta bacia abrange uma área de aproximadamente 57.000km².

b) Bacia do Mamoré

O rio Mamoré nasce na Bolívia, estendendo-se desde a confluência do Guaporé até receber o rio Beni, extensão em que forma linha fronteiriça do Brasil com a Bolívia. Nesta faixa ele banha todo o Oeste do Município de Guajará-Mirim, tendo como principais afluentes, do lado brasileiro, os rios Pa-cáas Novos e Sotério. O Mamoré faculta o tráfego fluvial a embarcações de médio calado em qualquer época do ano, enquanto seus afluentes permitem a navegação, na seca, de pequenas embarcações e, de embarcações médias, somente no rio Pacáas Novos, no período de cheias. A Bacia do Mamoré, dentro de Rondônia, ocupa uma área de, aproximadamente, 30.000 km².

Estas duas bacias hidrográficas são de capital importância para o Vale do Guaporé, pois a região ainda é bastante carente em rodovias, contando apenas como sua principal via a BR-429 (Costa Marques - Presidente Médi-ci). A hidrovia é, pois, o principal meio de transporte e comunicação para as

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comunidades ribeirinhas, instaladas ao longo do Guaporé/Mamoré.

c) Bacia do Abunã

O rio Abunã é de grande importância por ser responsável pela promo-ção da linha divisória dos limites internacionais Brasil/Bolívia, no extremo Oeste do Estado. Trata-se de um rio de médio calado, permitindo embar-cações somente no trecho compreendido pelas cachoeiras Nova Vida e do Barro, visto que, ao longo de seu curso, existem várias cachoeiras e corre-deiras dificultando a navegação. As principais são: Cachoeira do Tambaqui, Cachoeirinha, Nova Vida e do Barro.

O rio Abunã apresenta como principais tributários os rios Marmelo e São Sebastião, que são de baixo calado, facultando o tráfego fluvial apenas nos períodos de enchentes e para embarcações de pequeno porte. A área de abrangência da bacia hidrográfica do rio Abunã é de, aproximadamente, 4.600km².

d) Bacia do Jamari

O rio Jamari é de grande importância econômica para Rondônia, por ter sido represado para a formação da primeira Usina Hidrelétrica do Esta-do. Mesmo antes desta usina, o Jamari tinha grande valor como meio de transporte na região compreendida pelos municípios de Porto Velho e Ari-quemes.

O rio Jamari tem como principais afluentes os rios Candeias - muito importante pela sua extensão e pela região que atende como meio de trans-porte - Branco, Novo e Preto. Esta bacia hidrográfica ocupa uma extensão territorial de aproximadamente 31.300 km².

e) Bacia do rio Ji-Paraná ou Machado

Este rio é o mais importante afluente do Madeira, em Rondônia, dada a longa extensão de seu curso que corta o Estado desde o Sul até o Norte, no sentido Sudeste/Nordeste.

Ele tem suas nascentes na junção dos rios Comemoração e Barão de Melgaço, que nascem nos municípios de Vilhena e Pimenta Bueno, respecti-vamente, e sua foz ocorre na altura da sede do distrito de Calama, município de Porto Velho.

Neste trecho ele recebe as águas de vários rios e igarapés, sendo os principais os seguintes: rios Preto, Jaruazinho, Machadinho, Anari, Jaru, Urupá, Muqui ou Ricardo Franco, Igarapé Boa Vista, rio Luiz D’Alincourt, Ro-

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lim de Moura, Luiz Albuquerque, igarapés Esperança, Água Azul, Jatuarana, Prainha e Pimenta Bueno ou Apidiá, todos da margem esquerda, e os igara-pés São Pedro ou Tarumã e Lourdes, e os rios Escondido, Riozinho, Barão de Melgaço e Comemoração na margem direita, além de inúmeros outros igarapés em ambas as margens desde as nascentes até a foz.

Em dois dos principais afluentes do Barão de Melgaço, rio Vermelho e Ávila, foram instaladas mini-usinas hidrelétricas. O rio Machado é bastante encachoeirado, apresentando mais de 50 cachoeiras e corredeiras ao longo de seu curso, razão pela qual não é muito utilizado como meio de transporte no seu todo, sendo, porém, muito usado em vários trechos de seu curso, atendendo prioritariamente o escoamento de produções provenientes do ex-trativismo vegetal aos pontos de ligações rodoviárias. Sendo a maior bacia hidrográfica formadora do Madeira, no âmbito do Estado de Rondônia, seu complexo hidrográfico abrange uma superfície de aproximadamente 92.500 km².

f) Pequenos Afluentes do Rio Madeira

No rio Madeira, além dos afluentes formadores de bacias, existem inú-meros outros tributários, que não chegam a constituir Bacias Hidrográficas, dos quais os mais importantes se situam na sua margem esquerda, sendo que, no trecho compreendido entre Abunã e Calama, no âmbito do Estado, os principais afluentes são os rios São Lourenço, Caripunas e Jatuarana. Estes afluentes isolados do Rio Madeira e seus tributários abrangem uma superfície em torno de 6.800km².

2.5 – Clima

O clima de Rondônia não sofre grandes influências do mar ou da alti-tude, sendo predominante tropical, úmido e quente, durante todo o ano, com insignificante amplitude térmica anual e notável amplitude térmica diurna, especialmente no inverno. Segundo a classificação de Köppen, o clima é do tipo Aw - Clima Tropical Chuvoso, com média climatológica da temperatura do ar, durante o mês mais frio, superior a 18°C (megatérmico), e um período seco bem definido durante a estação de inverno, quando ocorre na região um moderado déficit hídrico, com índices pluviométricos inferiores a 50 mm/mês. A média climatológica da precipitação pluvial para os meses de junho, julho e agosto é inferior a 20 mm/mês.

O ambiente térmico do Estado é caracterizado por apresentar tempera-turas médias, máximas e mínimas anuais oscilando, respectivamente, entre 24 e 26ºC, 30 e 34ºC, e 17 e 23ºC, ocorrendo os limites mínimos desses

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valores na localidade de Vilhena. Considerando-se as temperaturas mínimas, aponta-se a ocorrência de

três zonas térmicas no Estado: a primeira se situa em torno de Porto Velho, a segunda abrange Guajará-Mirim e Ariquemes e a terceira indo de Ouro Preto a Vilhena registrando-se, aí, as menores temperaturas no Estado, que são em grande parte influenciadas pela ação conjunta do fenômeno da friagem e da altitude.

Em alguns anos, em poucos dias dos meses de junho, julho e/ou agos-to, o Estado de Rondônia encontra-se sob a influência de anticiclones que se formam nas altas latitudes e atravessam a Cordilheira dos Andes em direção ao sul do Chile. Alguns destes anticiclones são excepcionalmente intensos, condicionando a formação de aglomerados convectivos que intensificam a formação dos sistemas frontais na região Sul do País. Estes se deslocam em direção à região amazônica, causando o fenômeno denominado de “friagem”. O fenômeno da friagem consiste na queda de temperatura de maneira brusca e de curta duração, que atinge algumas áreas da Amazônia Ocidental.

Durante estes meses as temperaturas mínimas do ar podem atingir valores inferiores a 10º C. Devido à curta duração do fenômeno, este não in-fluencia significativamente as médias climatológicas da temperatura mínima do ar.

Em termos de insolação, os dados disponíveis de brilho solar para Por-to Velho mostram a ocorrência de totais anuais em torno de 2.100 horas e com oscilação mensal entre 100 e 270 horas.

A média anual da umidade relativa do ar varia de 80% a 90% no ve-rão, e em torno de 75%, no outono - inverno. A evapotranspiração potencial (ETP) é alta durante todo o ano, apresentando valores superiores a 100 mm/mês. O total anual da ETP só atinge valores superiores aos da precipitação mensal nos meses de maio, junho, julho e agosto. A precipitação média anu-al situa-se em torno de 1.400 a 2500 mm e mais de 90% desta ocorre na estação chuvosa, de outubro a março.

A precipitação pluviométrica é, sem dúvida, o elemento que propor-ciona maiores diferenciações climáticas, quer em espaço como em tempo. Os valores anuais mais elevados são encontrados na área que engloba Porto Velho, e os menores em torno de Guajará-Mirim. O período de menor queda pluviométrica concentra-se no trimestre junho-agosto, registrando valores in-feriores a 20 mm/mês. O período mais seco ocorre em junho, julho e agosto. Maio e setembro são meses de transição.

2.6 – Meio-Ambiente

O meio-ambiente, enquanto aspecto fisiográfico do Estado, mereceu um capítulo específico apresentado na Parte III deste trabalho.

* * * * *

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CAPÍTULO 4

A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL

Os reflexos do agravamento da crise que se abateu sobre os go-vernos estaduais após a efetivação do Plano de Estabilização da Moeda, em 1994, se fez sentir de forma ainda mais contundente em Rondônia, particularmente porque se trata de um Estado de

criação recente cuja estrutura econômica não está consolidada e também porque a esse fato se agregaram dificuldades regionais naturais de competi-tividade e dificuldades gerenciais na esfera político-administrativa do poder público estadual.

A busca de soluções para os reflexos de decisões tomadas pelos go-vernos democraticamente eleitos, os quais, desde a criação do Estado, am-pliaram em muito o tamanho da máquina pública, sem o estabelecimento de correlação com a capacidade fiscal do Estado e, mais ainda, sem vinculação a planos de desenvolvimento quase sempre tímidos, culminou com a adesão do executivo estadual ao “Programa de Apoio à Reestruturação e Ajuste Fis-cal dos Estados”, fixado pela União através do Voto n.º 162/95, do Conselho Monetário Nacional - CMN.

O acordo compreendia medidas de ajuste fiscal e saneamento finan-

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ceiro que deveriam ser tomadas pelo Estado, bem como linhas de crédito condicionadas a essas medidas, e ainda a restruturação das Antecipações de Receitas Orçamentárias - AROs, sob condições estritas, como forma a permitir a redução do déficit estadual.

O Governo do Estado de Rondônia, através da Lei n.º 637, de 12 de dezembro de 1995, aderiu ao Programa tendo acordado metas tais como o controle e redução das despesas com pessoal, a implementação de progra-mas de privatização de empresas estatais, concessão de serviços públicos, controle centralizado das empresas estatais, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas estaduais, reforma pa-trimonial, incremento da receita tributária própria, através da modernização e melhoria dos sistemas de arrecadação, implementação de mecanismo de controle de gastos e de geração de informações fiscais, compromisso de resultado fiscal mínimo e a redução e controle do endividamento estadual. A dívida do Estado não poderia ultrapassar a 15% de sua receita líquida.

Não obstante a celebração do compromisso, o Governo Estadual con-tinuou tendo dificuldades para cumprir o acordo, propondo então novas ne-gociações que resultaram na assinatura de termos aditivos de rerratificações aos compromissos firmados anteriormente.

O que se verificou, na prática, foi que as medidas saneadoras acorda-das mal chegaram a ser implantadas e o Estado continuou enfrentando sé-rios problemas financeiros para atender as funções mais elementares, como pagamento de pessoal, atividades essenciais (saúde, educação e segurança), repasse aos demais Poderes e investimentos. A dívida estadual, em dezem-bro de 1998, ultrapassou a casa dos R$ 2,47 bilhões, contra uma receita de R$ 430 milhões.1

Com a posse de novo governador em 1999, este se depreendeu com um quadro limite: ou implantava as medidas preconizadas ou não governa-va. Após um ano de medidas emergenciais, e tendo lançado dois planos de demissão voluntária e de redução de carga horária, sem sucesso, o novo governo atendeu à cláusula do Acordo referente aos servidores que se en-contravam em situação irregular dentro da estrutura do Poder Executivo. Os contratos temporários foram encerrados, os celetistas dispensados e os ser-vidores contratados sem concurso público foram demitidos, o que gerou uma enorme crise no Estado. Mas, a partir desta e de outras medidas, tomadas entre 1999 e 2000, e do início da implantação de uma reforma estrutural da máquina pública, o governo conseguiu retomar sua capacidade de gestão.

Como saldo positivo destas decisões, podem-se enumerar: o enxuga-

1 – Vide Tabelas 1, 2 e 3 no Anexo ao Capítulo 4.

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1 – Vide Tabelas 1, 2 e 3 no Anexo ao Capítulo 4.

mento do Executivo, com uma grande redução de Secretarias, a extinção de centenas de cargos de confiança, o encerramento ou paralisação de empre-sas públicas deficitárias, a implementação de um programa de modernização da Receita Pública gerando acentuado crescimento da mesma no período, um forte controle sobre os gastos públicos² e um severo respeito ao Orça-mento, o que possibilitou ao Estado pagar seus servidores e fornecedores em dia, atualizar pagamentos em atraso, quitar os compromissos assumidos com a negociação do Acordo, além de haver reduzido seu déficit a níveis controláveis3.

Com a reforma empreendida, o Poder Executivo estadual ficou consti-tuído da seguinte forma:

Secretarias Órgãos/Empresas VinculadosDiretamente vinculadas ao

Gabinete do Governador

- Fundação de Assistência Social de Rondônia – FASER

- Coordenadoria Geral de Apoio ao Gabinete

- Ouvidoria Geral do Estado

- Corregedoria Geral do Estado

- Controladoria Geral do Estado

- Casa Civil- Procuradoria Geral do Estado- Defensoria Pública Estadual

- Secretaria da Segurança e

Defesa da Cidadania

- Polícia Civil

- Polícia Militar

- Corpo de Bombeiros Militar

- Superintendência de Assuntos Penitenciários

- Departamento de Trânsito Estadual- Secretaria da Educação

- Secretaria de Saúde

- Secretaria de Finanças- Coordenadoria Geral da Receita Estadual – CRE

- Junta Comercial do Estado de Rondônia – JUCER

- Secretaria do Planejamento,

Administração e Coordenação

Geral

- Coordenadoria Geral de Recursos Humanos

- Coordenadoria Geral de Apoio Administrativo

- Coordenadoria Geral de Material e Patrimônio

- Instituto de Pesos e Medidas de Rondônia – IPEM/RO

- Cia. de Processamento de Dados de Rondônia –

CEPRORD

2 – Vide Tabelas 4 no Anexo ao Capítulo 4.3 – Vide Tabelas 5 e 6 no Anexo ao Capítulo 4.

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- Secretaria de Agricultura,

Produção e Desenvolvimento

Social e Econômico

- Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

de Rondônia – EMATER

- Superintendência Estadual de Turismo – SETUR

- Departamento Estadual de Viação e Obras

Públicas – DEVOP

- Instituto de Defesa Sanitária Vegetal e Animal do

Estado de Rondônia – IDARON

- Sociedade dos Portos e Hidrovias do Estado de

Rondônia – SOPH- Secretaria dos Esportes,

Cultura e Lazer

Das empresas mistas do Estado, a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia iniciou um programa de Gestão Compartilhada que, em um ano, conseguiu reequilibrar a empresa e torná-la novamente operacional, regime que continuou no ano seguinte e que está sendo mantido pelo atual governo. Já, a Companhia de Energia Elétrica de Rondônia – CERON, foi vendida para a Eletrobrás.

Iniciaram processo de encerramento de atividades as seguintes em-presas mistas: Companhia de Mineração de Rondônia – CMR, Empresa de Navegação de Rondônia – ENARO (teve suas atividades continuadas através de convênio com o Sindicato dos Marinheiros, que assumiu suas funções operacionais), Loteria Estadual do Estado de Rondônia – LOTORO, Banco do Estado de Rondônia – BERON, Companhia de Armazéns Gerais de Rondônia – CAGERO.

SITUAÇÃO FINANCEIRA

O ajuste estadual, em última análise, se constituiu de dois conjuntos de esforços: o aumento da receita e a diminuição das despesas. Esta última foi obtida com as medidas já enumeradas, enquanto que o primeiro foi o re-sultado do aprimoramento da máquina arrecadadora, que foi mantido desde 1999, através da informatização, do aumento da fiscalização e de medidas de modernização e ampliação da eficiência tanto na área de arrecadação quanto na área fiscal4.

O comportamento gerencial do Estado permitiu, inclusive, acessar a novos empréstimos, inclusive externos, recuperando a credibilidade e a con-fiança dos empreendedores em Rondônia.

4 – Vide Quadro das Receitas Arrecadadas – 1999 a 2001, no Anexo ao Capítulo 4.

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4 – Vide Quadro das Receitas Arrecadadas – 1999 a 2001, no Anexo ao Capítulo 4.

Da análise das informações referentes ao comportamento da Receita e da Despesa do Estado no período 1998 a 2001, depreende-se que o Déficit Contábil regrediu a partir de 1999 em relação a 1998. Entretanto, a partir de 2000 vem registrando crescimento em razão, principalmente, do aumen-to do Déficit de Capital, ou seja, a Despesa de Capital vem sendo superior à Receita de Capital, havendo, no entanto, Superávit Corrente, o qual vem crescendo a cada exercício fiscal.

As Despesas Correntes corresponderam, nos exercícios de 1999, 2000 e 2001 a 91,44%, 85,19%, 83,29%, respectivamente, do total das Despesas Orçamentárias. Além disso, nesta categoria registram-se as trans-ferências aos Municípios que, pelos dados constantes dos Balanços do Esta-do, apresentam um percentual crescente em relação aos anos anteriores, ou seja, os Municípios passaram a ser beneficiados com a melhora da arrecada-ção do Estado.

Em relação à Despesa de Capital houve um crescimento, representan-do maior quantidade de recursos em investimento, categoria econômica que representou 56,19% do total de Despesas de Capital em 1999, 62,79% em 2000 e 66,67% em 2001.

Merece destaque o volume de recursos comprometidos com o serviço da dívida, ou seja, somente em 2001 este compromisso atingiu o patamar de mais de 131 milhões de Reais.

De acordo com informações do Balanço Geral do Estado, a Despesa com Pessoal e Encargos de todos os Poderes, Tribunal de Contas e Ministério Público vem se mantendo dentro do limite estabelecido pela Lei de Respon-sabilidade Fiscal nº 101, de 03 de maio de 2000. Também vêm sendo cum-pridas as Transferências Constitucionais.

Fica evidente o esforço governamental na busca da governabilidade. Entretanto, outras ações precisam ser desencadeadas, quais sejam:

• Há que ser buscada a governabilidade através da definição e imple-mentação de um plano de desenvolvimento que contemple a visão de futuro para Rondônia;

• O tamanho e a organização do setor público deve ser dimensionado em estreita vinculação ao plano de desenvolvimento e não somente tendo como foco a geração de superávit, ou ainda as restrições fis-cais;

• Uma definição clara e objetiva deve ser procurada na formulação de políticas públicas finalísticas e sistêmicas para as diversas áreas de responsabilidade do poder público;

• Deve ser intensificada e ampliada a articulação com a sociedade civil organizada;

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• Imprescindível a ampliação e a participação da iniciativa privada e do terceiro setor nas ações públicas;

• Há que ser buscada maior dinamicidade nas ações meio, como forma de assegurar maior impacto e agilidade nos processos decisórios e na gestão dos processos finalísticos;

• O quadro de recursos humanos para atender a demanda do setor pú-blico, deve ser redimensionado e melhor reaproveitado, assim como deverá ser procedido um amplo Programa de Investimento no capital humano desta empresa chamada Estado;

• A modernização do setor público deve continuar e ser incrementada. A disponibilidade e o acesso a informações estruturadas asseguram a agilidade na tomada de decisões;

• Há que ser buscada, através de ação conjunta entre os poderes es-taduais, sociedade civil organizada e bancada federal uma solução definitiva para a confrontação da Legislação Federal ao Zoneamento Socioeconômico-Ecológico de Rondônia, no que diz respeito ao esta-belecimento dos níveis de desmatamento, homogeneizados percentu-almente em cada região do país pela regulação federal, uma vez que se torna fator restritivo ao desenvolvimento do estado.

A administração pública estadual vem avançando em diversas áreas e deve aproveitar as condições estratégicas atuais, seja quanto à posição geográfica do próprio Estado, seja quanto ao enquadramento às diferentes políticas públicas federais na área do desenvolvimento regional, seja quanto à disponibilidade de terra, recursos naturais, capital humano e infra-estrutura para caminhar no sentido da sustentabilidade de seu ciclo de crescimento, dado que estas condições revertem-se em vantagens competitivas para a economia local, assim como se constituem em atrativos para empreendedo-res.

* * * * *

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Parte II

Infra-Estrutura

APRESENTAÇÃO

Este segmento do trabalho apresenta dados e informações sobre os seguintes componentes do setor de infra-estrutura do Estado de Rondônia:

Capítulo 5 – Transportes (Terrestres, Fluviais e Aéreos)Capítulo 6 – Comunicações (Telefonia Fixa e Móvel, Telecomunicações, Correios, Internet)Capítulo 7 – Comunicação Social (Rádio, TV, Jornais)Capítulo 8 – Energia Elétrica (Hidro e Termo)Capítulo 9 – Infra-estrutura Urbana (Água – Esgotos – Lixo)Capítulo 10 – Infra-estrutura Social (Saúde – Educação – Segu-

rança Pública)

Como se verá, a infra-estrutura do Estado apresenta aspectos bastante polarizados: enquanto desfruta, por exemplo, de uma completa rede de fibra ótica para suas comunicações telefônicas fixas, ressente-se ainda, na malha viária, de asfaltamento e pontes de concreto em várias de suas estradas, to-das elas importantes como meios de escoamento da produção agrícola; pos-sui apenas 4% de saneamento básico nos seus domicílios, mas é atendida por TV a cabo e satélite. De forma geral, é possível afirmar-se que Rondônia está razoavelmente bem dotada da infra-estrutura necessária aos empreendi-mentos industriais, especialmente aqueles voltados para o agronegócio.

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CAPÍTULO 5

TRANSPORTES

1 – TRANSPORTE TERRESTRE

1.1 – Estradas

Rondônia dispõe de importante malha rodoviária com 26.815 Km de estradas, sendo 20.059 Km municipais, 4.710 Km de rodovias estaduais e 2.055 Km de rodovias federais. Verdadeiro elo de li-gação entre a capital do estado e todos os outros municípios ron-

donienses, a BR-364 é de importância histórica para Rondônia. Seu estado de conservação influi diretamente na economia rondoniense, vez que todo o transporte (interno ou externo) passa necessariamente por essa rodovia.

O crescimento da produção agropecuária obrigou o Governo do Estado a desenvolver grande esforço no sentido de ampliar e melhorar as vias de acesso às regiões produtoras e suas interligações com a rodovia troncal no Estado – a BR-364.

Dos 26.815 km de rodovias existentes em Rondônia em dezembro de 2002, 1.615 km eram asfaltados, com pistas simples, sendo 1.347 km de rodovias federais, 261km de rodovias estaduais e 7km de rodovias munici-pais. Encontravam-se em processo de pavimentação 268 km de rodovias federais e 677 km de rodovias estaduais, em 2002.

Das rodovias municipais, 9.277km estavam implantadas, 7.058km com leito natural e 3.715km com planejamento para implantação.

Rede Rodoviária de Rondônia em Dezembro de 2002 (km)

Rede PlanejadaNão – Pavimentada

Pavimentada Em Obras Total

Leito Natural ImplantadaFederal 145 – 295,00 1.347,00 268,90 2.055,90Estadual 298,70 21,00 3.462,20 261,70 677,50 4.700,10Municipal 3.715,20 7.058,50 9.277,80 7,80 – 20.059,30Total 4.158,90 7.079.50 13.014,00 1.616,50 946,40 26.815,30

Fonte: Departamento de Viação e Obras Públicas – DEVOP/RO – Gerência de Obras Rodoviárias

De acordo com a Programação de Obras lançada pelo Governo do Estado de Rondônia em maio de 2003, para execução até 2006, estão pre-

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vistas a conservação de 2.805km de estradas estaduais, a pavimentação de 436km e a construção de 235 metros de pontes de concreto. São cerca de US$ 38,000,000.00 em investimentos.

A execução das obras previstas pelo Governo do Estado de Rondônia estão resumidas no quadro abaixo, constando a programação para 2003 e para o período 2003/2006, incluindo o asfaltamento de rodovias, o revesti-mento primário e a construção de pontes.

Programação de obras Rodoviárias do Estado de Rondônia2003/2006 (em km)

Tipo de Pavimento 2003 2003/2006Asfalto 293 435Revestimento Primário/ Recuperação 1.115 2.805Construção de Pontes (*) 143 235

Fonte: Governo do Estado de Rondônia (*) Em metros.

1.2 – Transporte de Passageiros

O Estado de Rondônia está interligado aos demais estados brasileiros por meio de transporte rodoviário de passageiros, com ônibus saindo de Rondônia diariamente para todos os estados do país. Internamente, todos os municípios vilas e distritos estão servidos com linhas de ônibus. O quadro abaixo mostra as principais empresas que operam no Estado, credenciadas para o transporte de passageiros interestadual e intermunicipal.

Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros em Rondônia – 2003

EmpresaTipo de Serviço

Transp. Interestadual Transp. IntermunicipalEUCATUR Sim Sim

ANDORINHA Sim Não

GONTIJO Sim Não

VIAÇÃO MAIA Sim Não

AÇAILÂNDIA Sim Não

VIAÇÃO RONDÔNIA Sim Sim

VIAÇÃO ROTAS Sim Sim

ARAGUAÍNA Sim Não

MARLIN Não Sim

TECLATUR Não Sim

MEDITERRÂNEO Não Sim

JURUÁ TRANSCORREIA Não SimFonte: Pesquisa FIERO

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2 – TRANSPORTE HIDROVIÁRIO 2.1 – Aspectos Gerais

As principais vias de transporte fluvial no Estado são constituídas pe-los rios Madeira, Guaporé e Machado. As bacias dos rios Guaporé/Mamoré e Madeira/Machado, consideradas no Plano Hidroviário de Rondônia, estão localizadas em áreas que o Zoneamento Socioeconômico e Ecológico de Ron-dônia caracterizou como zonas de conservação e preservação ambiental.

Pela limitação de uso definida no zoneamento para essas zonas, o transporte nessas áreas deverá ser atendido com o mínimo de impacto sobre o meio ambiente. Esta exigência limita a utilização do modo rodoviário, que favorece a ocupação intensiva da terra e tende a promover impactos ambien-tais adversos.

Saliente-se a atual inexistência de rodovias ao longo dos trechos nave-gáveis destes rios, tornando a navegação indispensável à vida das populações ribeirinhas. Entretanto, ao longo do trecho encachoeirado Mamoré/Madeira, entre os municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim, há ligação rodoviária pavimentada (BR-425 e BR-364) numa extensão de 348 Km, mantendo per-manentemente aberto o acesso à Bolívia, ao Estado do Acre e à interligação das bacias do Madeira e do Guaporé/Mamoré.

O transporte hidroviário, essencial à vida das populações ribeirinhas nas bacias desses rios, constitui-se atualmente num serviço de má qualida-de. A baixa freqüência das viagens, o alto tempo de espera, inclusive pela utilização de embarcações de uso misto e maiores que o desejável, e o mau estado de conservação das embarcações, com reflexos na segurança e na duração das viagens, acentuam o desconforto e o inadequado atendimento aos usuários. 2.2 – Hidrovia Guaporé/Mamoré

Do ponto de vista ambiental, observa-se que a quase totalidade das áreas banhadas pelos rios Guaporé/Mamoré está localizada em zonas de re-servas biológicas, em áreas indígenas ou em zonas de extrativismo vegetal. O desenvolvimento do transporte fluvial, assim, atende à zona ribeirinha que apresenta grande potencial extrativista agrícola, sem impacto negativo inde-sejável nas zonas adjacentes.

O transporte fluvial atende melhor à política de preservação das re-feridas zonas, constituindo-se em resposta positiva às pressões por novas rodovias, que apresentam maior tendência à ocupação intensiva da terra e degradação do meio ambiente.

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O rio Guaporé, com 1.224 Km de extensão serve de linha divisória entre o Brasil e a Bolívia, desaguando no rio Mamoré cerca de 190 Km a montante da cidade brasileira de Guajará-Mirim. Seu trecho navegável, desde a foz até Vila Bela, no estado do Mato Grosso, estende-se por 1.180 Km. Somado ao trecho navegável do Mamoré, forma uma hidrovia com cerca de 1.400 Km de extensão. A navegação é ainda incipiente, embora existam empresas brasileiras e bolivianas operando.

Ao longo de toda sua extensão, o rio Guaporé não apresenta instala-ções portuárias minimamente estruturadas, com a movimentação de cargas sendo feita manualmente, desde a embarcação até as margens do rio.

O transporte fluvial é subsidiado, atendendo as necessidades básicas da população ribeirinha, transportando principalmente os produtos da agricul-tura regional, passageiros e cargas em geral, entre as localidades de Guaja-rá-Mirim e Cabixi em Rondônia. Quase sempre alimentos, bens de consumo diário e materiais de construção civil.

Dados disponibilizados pela Empresa de Navegação de Rondônia (ENA-RO), estatal que atendia a maior parte das necessidades de transporte nessas bacias, permitem concluir pela existência de uma demanda anual de trans-portes da ordem de 7.000 passageiros e 600 toneladas de carga na bacia Guaporé/Mamoré, concentrando-se no trecho entre Guajará-Mirim e Costa Marques, atendendo a outras seis localidades no Brasil e na Bolívia.

Presentemente, a rodovia BR-429, com revestimento sílico-argiloso na plataforma de rolamento, constitui-se no principal acesso à região do Vale do rio Guaporé, interligando Presidente Médici a Costa Marques, na fronteira com a Bolívia. No período das chuvas, que vai de setembro a abril, as condi-ções de tráfego na estrada são péssimas, por vezes ficando intransitável.

2.3 – Hidrovia Madeira/Machado

Histórica e geograficamente “porta de entrada e saída” para a Amazô-nia brasileira e o Atlântico, para a Bolívia e mesmo para o Peru, o rio Madeira é formado pelos rios Beni, o mais volumoso, e Mamoré, o mais extenso. A jusante de Guajará-Mirim apresenta, na altura daquele município, trecho de numerosas cachoeiras. Fato que se repete ao longo do rio Madeira por uma extensão de 360 Km até Santo Antônio do Madeira, sete quilômetros a mon-tante de Porto Velho.

Na bacia Madeira/Machado, a demanda anual de transportes é da or-dem de 6.000 passageiros e 300 toneladas de carga, concentrando-se no trecho entre Porto Velho e Calama (190 Km) no rio Madeira, sendo diminuta a demanda no rio Machado, onde as populações ribeirinhas dependem total-mente das atividades da estatal ENARO. Nos demais rios citados, também

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empresas privadas prestam esses serviços.O rio Madeira é navegável desde Porto Velho até sua foz, numa ex-

tensão de 1.100 Km, enquanto a profundidade do canal de navegação varia entre 2,80m no estio e 8,20m na estação das águas. O trânsito fluvial é possível durante todo o ano entre os municípios de Porto Velho e Belém, que perfazem uma hidrovia de cerca de 3.750 Km, formada pelos rios Madeira e Amazonas/Solimões.

Devido às precárias condições de trafegabilidade na BR-319, que liga Porto Velho a Manaus, é através do rio Madeira que circula a quase totalida-de da carga entre estes dois municípios, inclusive, e principalmente, aquela produzida nas indústrias da Zona Franca.

O complexo portuário de Porto Velho é composto de:• Terminais de combustíveis e GLP – operado por empresas

distribuidoras ou contratadas, como PETROBRÁS, Equato-rial, Amazongás, Fogás, Petro Sabbá, Ipiranga, Schuan e Nacional;

• Atracadouro “Cai N’Água” – onde são realizados transpor-tes de mercadorias “no varejo”, destinadas às comunidades ribeirinhas e passageiros para Manaus - AM e outras locali-dades;

• Porto Caiari – Atualmente administrado pelo Governo do Estado, por meio da Sociedade de Portos e Hidrovias do Es-tado de Rondônia – SOPH, uma empresa pública, constitu-ída sob a forma de sociedade anônima, formada por capital exclusivo do Governo do Estado.

2.4 – Instalações / Equipamentos

O Porto de Porto Velho compreende três terminais: um para operações Roll-on-Roll-off, com duas rampas que se estendem a um pátio de estacio-namento com 10.000m² e a outro pátio, também descoberto, não pavimen-tado, com área idêntica. Um segundo terminal denominado Pátio das Gruas é desprovido de cais de atracação, com movimentação direta para uma área de 10.000m² , e um terceiro terminal que opera carga geral, dotado de um flutuante de acostagem de 115m, com cinco berços, ligado à margem por uma ponte metálica de 113,5m de vão. As profundidades nesses terminais variam de 2,5m e 17,5m. O porto possui um armazém para carga geral, com 900m².

Parte do porto está arrendada para a HERMASA, que construiu quatro silos verticais para movimentação de soja com o uso de esteiras transporta-

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doras e um carregador de embarcações para o escoamento de grãos no cais flutuante, no terceiro terminal. A Cargill iniciou este ano a operação de um terminal para o embarque de soja.

O porto é equipado por três gruas de 3t, 1 guindaste de pórtico de 6t, 1 autoguindaste de 18t, 2 empilhadeiras de 7t, 1 pá carregadeira, 1 skider, 2 charriots, 2 utilitários e 1 caminhão.

No ano de 1996 foi inaugurado pela Companhia de Navegação da Amazônia – CNA, um novo terminal com rampa de acesso (Ro-Ro). Maior operadora de transportes fluviais do eixo, a CNA. visualizou na operação do terminal próprio uma maior rentabilidade em suas atividades, bem como maior agilidade.

Ao longo dos anos, dada às sucessivas mudanças na administração do Porto, a sistemática dos registros de volumes transportados na Hidrovia do Madeira sofria modificações, limitando a possibilidade de utilizá-los como dados confiáveis. De outro lado, estas estatísticas limitam-se, via de regra, aos registros do Terminal de Porto Velho, outrora administrado pela PORTO-BRÁS, posteriormente pela Cia. Docas do Pará e atualmente pelo Governo do Estado. Não obstante, eles são apresentados no quadro a seguir, excluído o transporte de mercadorias realizado pela HERMASA, este constando de um item à parte.

Vista parcial do porto de Porto Velho

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Movimento de Cargas no Porto de Porto Velho – 1986/2002

Ano Movimento em toneladasEmbarque Desembarque

1986 108.393 547.6861987 229.248 587.7121988 467.560 712.5351989 462.945 660.8951990 505.261 665.2891991 483.643 569.4371992 393.097 39.0641993 441.849 88.0341994 529.189 275.5511995 399.161 633.3821996 195.354 350.1041998 584.485 320.0551999 400.907 305.2462000 344.567 651.8962001 479.222 891.2312002 220.978 862.469

Fonte: Ministério dos Transportes e Administração do Porto de Porto Velho.

2.5 – O Corredor Rodo-Fluvial

A associação entre os rios Madeira-Solimões-Amazonas forma um grande corredor natural de transporte fluvial, com 3.061 Km de extensão entre Porto Velho e Belém, no litoral norte, e se constitui em um importante fator de integração entre os povos da região. Historicamente, assim tem sido para brasileiros, bolivianos e peruanos. A meio caminho, 1.348 Km de Porto Velho, encontra-se Manaus, a maior cidade da Amazônia Ocidental e impor-tante pólo industrial e comercial, com um porto de porte marítimo encravado no interior amazônico. Embora diante de suas enormes potencialidades seja ainda incipiente e cara a navegação na hidrovia, evidencia-se agora como o meio mais direto para acesso aos grandes mercados do Atlântico Norte, para os produtos das novas fronteiras agrícolas do país, plantados no Centro-Oes-te e avançando celeremente em direção ao Norte.

O grande Amazonas permite a navegação de navios de porte oceânico, durante todo o ano, até Manaus, a 1.721 km do litoral. O baixo Madeira, tre-cho navegável do rio, tem 1.115 km de extensão, entre Porto Velho e a sua foz, esta situada a 233 km de Manaus. O Rio Madeira apresenta declividade média de 1,7 cm/km, largura quase sempre superior a um quilômetro, baixa sinuosidade e forte correnteza.

A variação de nível das águas entre os períodos de cheia e estiagem situa-se entre 12 e 16 m. Apresenta alguns poucos pontos de maior risco à navegação, devido a bancos de areia ou pedras, que deverão ser sanados em

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curto prazo com trabalhos relativamente simples de engenharia, projetados a partir dos dados disponíveis pela Marinha do Brasil.

Durante o ciclo anual, pode-se distinguir quatro períodos distintos para a navegação, nas condições atuais do rio: de março a maio, período de enchente, e de junho a setembro, início da vazante do rio, que aceita em-barcações com calado de até 6,8 m; de dezembro a fevereiro, embarcações com calado até 5 m e, de outubro ao final de novembro, calado até 2 m, quando a navegação torna-se necessariamente mais cuidadosa, mas não é interrompida.

Incorporada aos projetos prioritários do Governo Federal, no Plano de Metas Plurianual, preparam-se atualmente novas cartas de navegação e praticagem para a hidrovia no trecho do rio Madeira, escoradas em recentes levantamentos efetuados pela Marinha. No final da década de 90 foram re-alizados os trabalhos de balizamento visual e eletrônico do canal navegável do Madeira.

Além disso, foi implantado um sistema de posicionamento por satélite, DGPS, que permitirá a navegação em toda a região amazônica com seguran-ça, dentro dos padrões internacionais, durante todas as épocas do ano. Os novos padrões de navegação, entre outros benefícios, possibilitam a redução dos tempos de viagem e a contratação de seguros para os bens transporta-dos, inexistentes nas condições atuais. Essas melhorias trazem redução nos custos do frete entre Manaus e Porto Velho, beneficiando, por exemplo, o transporte dos produtos eletro-eletrônicos da Zona Franca de Manaus em demanda ao Sul-Sudeste.

2.6 – O Projeto HERMASA

A HERMASA Navegações da Amazônia, pertencente ao Grupo André Maggi, é uma iniciativa bem sucedida. O esforço conjunto da iniciativa priva-da e do poder público está propiciando o escoamento da produção do norte do Estado de Mato Grosso e de Rondônia até o porto de Itacoatiara–AM, na foz do rio Madeira, permitindo a conexão com o transporte marítimo. Se não fosse a hidrovia Madeira–Amazonas, não haveria como transportar, a custos competitivos, a produção agrícola de Rondônia, da Chapada dos Parecis, no Mato Grosso, e do Amazonas, até os portos de embarque para o exterior.

O Grupo André Maggi, que possui grandes empreendimentos agrícolas na região da Chapada dos Parecis, em Mato Grosso, tomou esta iniciativa para enfrentar os altos custos de transportes entre aquela região produtora e os portos de Paranaguá e Santos, distantes cerca de 2.500 km. Para alcançar qualquer desses portos exportadores, o transporte de uma tonelada de soja custa entre US$ 80 e US$ 115, por modal rodoviário, o único disponível. Os

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estudos do grupo acabaram por eleger o corredor fluvial Madeira–Amazonas como a melhor alternativa para redução dos custos de transportes dos pro-dutos da região centro-oeste (especialmente soja), e da Amazônia Ocidental, por representar uma economia de aproximadamente US$ 30 por tonelada de soja transportada, posta em Roterdam, comparativamente ao menor preço, US$ 60, por modal rodoviário.

Custo do transporte de soja – Chapada dos Parecis – Roterdam

Via Madeira – AmazonasItem Distância - Km US$ / Tonelada

Modal Rodoviário: Chap.dos Parecis-Porto Velho. 900 23,00Carregamento das balsas: terminal Porto Velho - 1,00Modal fluvial: Porto Velho/Itacoatiara 1.270 14,00Descarga das balsas: Terminal de Itacoatiara - 2,50Total: transporte interno 2.170 40,50Modal Marítimo: Itacoatiara-Roterdam 7.124 30,00

TOTAIS 9.294 70,50Fonte: Hermasa/Esalq

Custo do transporte de soja – Chapada dos Parecis – RoterdamVia Paranaguá

Item Distância - km US$/ ToneladaModal rodoviário: Chapada dos Parecis-Paranaguá 2300 63,00Porto - transbordo - 8,00Modal Marítimo: Paranaguá-Roterdam 7.993 30,00TOTAIS 10.293 101,00

Fonte: Hermasa/Esalq

O transporte da soja até o porto exportador de Santos (SP) tem custos idênticos ao via Paranaguá (PR). Fica assim evidente a vantagem da mudan-ça em direção ao Norte.

É necessário observar, entretanto, que essa vantagem é dependente da distância entre a zona de produção e o porto de Itacoatiara. Exemplifican-do: para o transporte de uma tonelada de soja, desde a zona de produção até Roterdam, teremos os seguintes custos comparativos:

• de Humaitá, distante 1.100 km do terminal exportador por hidrovia, sem transporte rodoviário, o custo é de US$ 37;

• de Ariquemes, distando 200 km de Porto Velho por via rodoviária, US$ 44;

• desde o sul de Rondônia, distante de Porto Velho 750 km por via rodoviária, e mais 700 km por hidrovia, o custo atinge US$ 62;

• desde a Chapada mato-grossense, a 900 km de Porto Velho, o cus-to é de US$ 70,50 como já vimos na tabela anterior.

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O resultado se reflete no volume transportado. Como se pode observar na tabela a seguir, o transporte de grãos e combustível pela Hermasa teve início em 1997, tendo atingido naquele ano mais de 300 mil toneladas de soja e mais de 8 milhões de litros de óleo diesel. A partir de 1998, iniciou-se o transporte de fertilizantes e em 2001 o transporte de milho. O volume transportado tem aumentado ao longo dos anos, com a soja superando a marca de um milhão de toneladas em 2001. O aumento no volume trans-portado de soja no período foi de 248%. Para 2003 a expectativa é de 1,2 milhões de toneladas.

Quadro de Movimentação de Cargas de Agro-GranéisHidrovia do Rio Madeira

Produto/Ano 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Soja ( t) 317.269 550.176 711.916 905.066 1.127.034 1.102.588

Milho ( t ) 0 0 0 0 12.000 60.903

Fertilizantes (kg) 0 34.000 53.000 65.000 109.957 321.957

Óleo Diesel (L) 8.560.800 16.320.200 19.467.400 29.332.800 34.666.500 38.740.258 Fonte: HERMASA

Esse volume transportado somente é possível pela estrutura montada. A estrutura inicial prevista era de um terminal graneleiro de passagem em Porto Velho, um porto graneleiro com transbordo para navios em Itacoatiara e uma frota fluvial composta de empurradores e barcaças graneleiras, res-ponsáveis pelo transporte de agro-granéis e, por fim, lanchas de pesquisas hidrográficas que se encarregariam dos levantamentos necessários para que se conhecesse a natureza dos rios e de suas calhas.

Atualmente a empresa possui 48 embarcações fluviais e marítimas, construídas em aço naval e fundo duplo, adequadamente equipadas, cada uma, de acordo com sua finalidade, com modernos conjuntos de navegação. São monitoradas por satélite, utilizando-se de cartas eletrônicas de navega-ção, DGPS, ecossondas e outros instrumentos de alta tecnologia e precisão. Por isso, formam os maiores comboios fluviais em operação na Amazônia e no Hemisfério Sul, formados por:

- 22 Barcaças graneleiras tipo racked medindo, cada uma, 10,90m de boca, 61,00m de comprimento, 5,40m de altura, com capacida-de individual de carga a granel para 1.850 toneladas;

- 14 Barcaças graneleiras tipo box medindo, cada uma, 10,90m de boca, 61,00m de comprimento, 5,40m de altura, com capacidade individual de carga à granel para 2.000 toneladas;

- 01 Barcaça Oceânica, B/M Amazonas, tipo convés plataforma com fueros, nas dimensões de 22 de boca, 127 de comprimento e

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pontal de 3,40, com capacidade para transportar até 9.990 m³ de sólidos de madeira.

- 02 Lanchas de pesquisa hidrográfica;- 01 Empurrador de apoio portuário com 700 hp;- 02 Empurradores de apoio portuário com 1.300 hp, cada um;- 01 Empurrador de apoio portuário de 2.000 hp;- 03 Empurradores fluviais de 2.600 hp, cada um;- 01 Empurrador Marítimo de 4.035 hp, E/M André Maggi;- 01 Empurrador Marítimo de 4.035 hp, E/M Ferdinando Pagot;- Outras pequenas embarcações tipo botes e lanchas de apoio às

manobras de atracação de navios e comboios, bem como do trans-porte de marinheiros e pessoal de execução de tarefas correlatas dos terminais.

Outras instalações:

- Tancagem em terra: Conjunto de 03 tanques metálicos de corpo cilíndrico, com capacidade total de armazenamento de 300.000 litros de óleo diesel;

- Pontão Hermasa (posto de abastecimento da frota): Com capacida-de para armazenar 280.000 litros de diesel e fuel oil;

- Balsa Tanque: Utilizada para o transporte de combustíveis da Refi-naria Petrobrás/Remam/Manaus para o Porto Hermasa-Itacoatiara, com capacidade para 800.000 litros de combustíveis.

- Um Terminal dispondo de quadro de bóias e sistema de amarração e fundeio, dentro dos mais modernos conceitos de operação e se-gurança dos melhores portos do mundo.

As operações de transporte de agro-granéis iniciaram-se no ano de 1997, tendo sido inaugurados os dois terminais (Porto Velho e Itacoatia-ra) no dia 12 de abril de 1997. Neste período já foram exportados mais de 4.580.000. toneladas de soja, em navios tipo Panamax.

A empresa opera sua frota nos seguintes terminais:

a – Terminal Graneleiro Privativo Misto de Porto Velho-RO.Área do Porto Fluvial Público de Porto Velho-RO / Calha do rio Madei-ra. • Ponto de atracação junto ao cais do porto, com píer de 200 x 12

metros; calado do flutuante de 2,50 metros e profundidade do ca-nal de acordo com o regime das águas (mínimo de 7,0 m e máximo de 15,0 metros).

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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• Atividades desempenhadas: Recebimento, armazenamento e des-pacho de soja em grãos, contando, para isso, com 4 silos metálicos para armazenagem a granel de 45.000 toneladas e um sistema de carregamento/descarregamento de 750 ton/hora.

• Duto com aproximadamente 250 metros de comprimento (tubula-ção de 2,5 polegadas) para transporte de óleo diesel e fuel oil MF 180, com bombas de recalque.

• Embarcações de apoio: R/M Tangará, 700 hp, bi-motopropulsado cummins, sistema azimutal Kamewa e capacidade de reboque de 15.000 toneladas; 03 lanchas voadeiras de apoio rápido.

• Recebe Frota Hermasa, não recebe/atraca navios transatlânticos por limitação de canal de navegação Hidrovia do Rio Madeira.

b – Porto Graneleiro Privativo Misto de Itacoatiara-AM.Área privada do Porto da Hermasa-Porto - Itacoatiara / Calha do rio Amazonas. • Ponto de atracação junto ao cais flutuante do porto, com 90 x 30

metros; calado do flutuante de 2,50 metros e profundidade do ca-nal de acordo com o regime das águas (mínimo de 35,0 m e máxi-mo de 75,0 metros).

• Atividades desempenhadas: Recebimento/despacho de soja em grãos, contando, para isso, com armazém graneleiro para 90.000 toneladas e um sistema de carregamento/descarregamento de 1.500 ton/hora.

• Duto com aproximadamente 1.250 metros de comprimento (tubu-lação de 4,0 polegadas) para transporte de óleo diesel e fuel oil MF 180, com bombas de recalque.

• Embarcação de apoio: R/M Torres e R/M São Miguel do Iguaçú, cada uma com 1.300 hp, bi-motopropulsado Wartsila, sistema azi-mutal Kamewa e capacidade de reboque (bollard pool) de 15.000 toneladas; R/M Pointer com 2.000 hp, bimotorizado, propulsão convencional e capacidade de reboque de 25.000 toneladas; 05 lanchas voadeiras de apoio rápido; 02 lanchas de pesquisas hidro-gráficas, L/M Jesuíta e L/M Parecís.

• Recebe navios transatlânticos tipo Panamax de até 80.000 tpb.• Recebe Frota Hermasa, E/M Sapezal, E/M Rondonópolis e E/M Iti-

quira, cada um com 2.600 hp, bi-motopropulsado Wartsila, sistema azimutal Kamewa e capacidade para empurrar 30.000 toneladas.

c – Porto Graneleiro Privativo de Fertilizantes de Itacoatiara-AM. Área privada do Porto da Hermasa-Fertilizantes - Itacoatiara / Calha do

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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rio Amazonas. • Ponto de atracação junto ao cais do porto, com 50 x 30 metros,

contrabordo da plataforma flutuante de 175 metros de comprimen-to, boca de 26,0 metros e calado leve de 4,00 metros, profundida-de do canal de acordo com o regime das águas (mínimo de 35,0 m e máximo de 75,0 metros).

• Atividades desempenhadas: Recebimento/ transbordo de fertilizan-tes formulados ou não, destinados ao mercado interno, contando, para isso, com armazém graneleiro para 6.000 toneladas, plata-forma flutuante graneleira para 36.000 toneladas e carregamento/descarregamento de 300 ton/hora, através de sistema Siwertel e grabes mecânicos.

• Uma Plataforma flutuante tipo Panamax com dimensões 175 x 26 x 4 m, com tripulação completa e capacidade para armazenar até 36.000 toneladas.

• Embarcação de apoio: B/T 300 Hermasa-Itacoatiara, sem propulsão e capacidade de movimentação de 300 toneladas/hora.

• Recebe navios transatlânticos tipo Panamax de até 80.000 tpb.• Recebe Frota Hermasa.

3 – TRANSPORTE AÉREO

O Estado é servido de uma razoável infra-estrutura aeroviária, que necessita, porém, de atualização e alguma expansão. O aeroporto de Porto Velho está equipado para operar aeronaves de classe internacional, embora ainda não esteja liberado para este tipo de tráfego. Dispõe de Base Aérea da FAB, e de Serviço de Proteção ao Vôo, equipado para aumentar a eficácia e a segurança às operações de vôo. Também as cidades de Guajará-Mirim, Ji-Paraná e Vilhena possuem aeroportos com capacidade de operar jatos, sendo que o de Vilhena é alternativa internacional. Levantamento realizado junto ao Departamento de Aviação Civil em 2002, mostrou que as seguintes empre-sas operam linhas regionais e nacionais a partir dos Aeroportos de Rondônia: VASP, VARIG, TAM, TAVAJ, RICO e Real Linhas Aéreas.

Diversos municípios, entre os quais, Ariquemes, Cacoal, Pimenta Bue-no, Espigão do Oeste, Rolim de Moura, Colorado do Oeste e Costa Marques, contam com pistas para atendimento a aeronaves de médio porte. Outros municípios também dispõem de pistas de boa qualidade para aviões de pe-queno porte.

O quadro a seguir resume as estatísticas de transporte de cargas e passageiros no aeroporto Jorge Teixeira em Porto Velho, no período de 1997 a 2002. Note-se o decréscimo e posterior estabilização dos quantitativos,

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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fenômeno decorrente basicamente da interrupção dos investimentos federais e diminuição da exploração aurífera do rio Madeira, com posterior regulariza-ção da economia local.

Movimento Unidade Ano

1997 1998 1999 2000 2001 2002

Aeronaves Nº 9.172 14.071 13.840 13.207 10.801 11.726

Passageiros Nº 141.808 246.195 211.601 151.424 215.050 203.615

Carga Aérea Ton 3.981,4 4.185,4 4.324,7 4.602,8. 5.294,9 3.419,3

Mala Postal Nº 1.951,0 2.049,4 1.730,2 0,0 0,0 0,0Fonte: Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária - INFRAERO

Aeronaves – Pouso mais decolagemPassageiros - Pouso mais decolagemCarga Aérea e Mala Postal – Embarque mais desembarque (com trânsi-to)

O Plano Aeroviário do Estado de Rondônia – PAERO, de 1988, foi atualizado em 2000, numa projeção para 2019, prevendo os seguintes ae-roportos para o Estado, segundo sua classificação no Sistema Estadual de Aeroportos:

Plano Aeroviário do Estado de Rondônia – 2000 (proj. 2019)Localização Classificação Situação

Porto Velho Nacional Em operação. (*)

Ariquemes Regional Em operação

Cacoal Regional Em construção

Cerejeiras Regional Em estudo

Costa Marques Regional Em operação

Guajará-Mirim Regional Em operação

Ji-Paraná Regional Em operação

Vilhena Regional Em operação

Aeroclube em P. Velho. Local Em operação

Buritis Local Em estudo

Jaru Local Em operação

Pimenta Bueno Local Em operação

Rolim de Moura Local Em operação

Alvorada do Oeste Complementar –

Calama Complementar –

Extrema Complementar –

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Machadinho Complementar –

Pimenteiras Complementar –

Posto Fiscal Rolim de Moura Complementar –

São Miguel do Guaporé Complementar –

Surpresa Complementar –Fonte: Departamento de Viação de Obras Públicas – DEVOP

(*) – Já foi Internacionalizado, faltando apenas a instalação da Alfândega.

* * * * *

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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CAPÍTULO 6

COMUNICAÇÕES

1 – TELEFONIA

1.1 – Telefonia Fixa

Os serviços de telefonia fixa em Rondônia estão a cargo de quatro operadoras: duas para serviço intra-estadual e duas para serviço nacional e internacional, todas com sede em Porto Velho, a sa-ber:

Sv. Empresa Endereço Matriz

Nacional/ Internacional

Embratel – Empresa Brasileira de Telecomunicações S/A

Av. Farquar, 1.607 – CentroCEP 78900-350

Nacional/Internacional

Intelig Telecomunicaçõesde Rondônia

Av. Lauro Sodré, 3.290 – Parquedos Tanques – CEP 78903-711

Intra Estadual Brasil Telecom S/A Av. Costa e Silva, s/nº - Setor Industrial 2

Intra Estadual GVT – Global Village TelecomLtda. (*)

Rua Afonso Pena, 570 – Centro CEP 78900-020

Fonte: ANATEL/RO

Obs: (*) – Tecnologia de sinval via rádio.

1.2 – Serviços oferecidos

Os serviços oferecidos diferem em amplitude de operadora para ope-radora, mas abrangem, em geral, todos os tipos de serviço telefônico habi-tuais.

1.3 – Telefonia Móvel

Os serviços de telefonia móvel celular são prestados por três ope-radoras com sedes em Porto Velho e diferentes áreas de cobertura local e nacional/internacional, mas atendendo de 70% até 90% da área total do Estado.

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Empresa Endereço Matriz

VIVO Teleron Celular S/A Av. Getúlio Vargas, 1941 – Nossa Senhora das GraçasCEP 78901-650

Americel S/A Av. Carlos Gomes, 2262 – São CristóvãoCEP 78901-200

TIM Celular Centro Sul S/A Rua Roberto de Souza, s/nº - Bairro Cuniã

Fonte: ANATEL/RO

1.4 - Serviços Oferecidos

São os habituais da telefonia celular móvel: identificador de chamadas, caixa postal, mensagens escritas, transferência de chamadas, e-mail, etc.

2 – TELECOMUNICAÇÕES

Os serviços de telecomunicações são prestados pela operadora Em-bratel S/A, e se constituem de várias modalidades de transmissão eletrônica de dados em larga escala, próprios para empresas com ramificações intra e interestaduais e/ou internacionais. Alguns destes serviços deverão ser ofere-cidos em breve pela Intelig.

2.1 – Serviços Oferecidos

• Renpac Discado: comunicação de um ponto de consulta de dados com qualquer base de dados interligada à rede da EMBRATEL. Uso mais freqüente: interligação de filiais de pequeno ou médio porte à matriz e interligação de microcomputadores a Bases de Dados. Principais vantagens: baixos custos, flexibilidade, permite a operação de modo que a ligação seja cobrada no destino, opera em diversas velocidades até 9.600 bps, seus cus-tos dependem do volume cursado no circuito e compartilha os equipamentos dos clientes.

• STM-400: correio eletrônico para a troca de mensagens entre assinantes. Serve para a interligação entre matriz e filiais de pequeno porte, comunicação entre profissionais liberais e demais aplicações de Correio Ele-trônico. Suas vantagens: compartilhamento dos equipamentos já existentes no cliente, baixos custos para usuários de pequeno porte, facilidade opera-cional, devido ao software bastante amigável, envio de mensagens para fax, caixa postal sempre disponível para recepção de mensagens, garantia de sigilo e segurança das informações, possibilidade de multi endereçamento, e o controle de entrega e numeração das mensagens. A EMBRATEL oferece

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gratuitamente software emulador, treinamento e suporte.• Datasat: Rede de Alta Confiabilidade, via satélite, utilizada na

aplicação de redes de pequeno e médio portes em que o controle é exercido pelo nó central e no atendimento a redes com pontos em locais remotos. Maiores vantagens: alta confiabilidade dos enlaces, garantindo operar sem interrupções, facilidade de relocação dos pontos de transmissão, possibilida-de de transmissão em alta velocidade, facilidade de inclusão de pontos na Rede, garantia de sigilo e segurança das informações, atendimento a pontos remotos onde não exista serviço telefônico e facilidade operacional.

• Datafax: Destina-se à emissão de fax para o exterior através de rede digital e com garantia de entrega. Aplicação típica em empresas que emitam mais de 10 fax por mês para o Exterior. Vantagens: custos mais bai-xos que o fax convencional via Rede Telefônica Pública, cobrança somente das páginas efetivamente entregues, controle de erros das mensagens trans-mitidas, facilidade operacional, possibilidade de multi-endereçamento, noti-ficação de não entrega, caso haja problemas na transmissão, condição para estabelecer Status de Urgência, emissão de Relatório Diário e possibilidade de emissão de notificação das mensagens que tenham sido entregues.

• Telex: Transmissão de textos entre máquinas teleimpressores interligadas à Rede Telex. Aplicação típica em redes de filiais interligadas entre si e com a matriz, na formalização de pedidos junto a fornecedores e na comunicação entre profissionais liberais em geral. Vantagens: registra a data e a hora da recepção da mensagem, tem fé pública e pode servir como documento; utiliza impressão por impacto que não apaga com o tempo, pos-sibilita a conversação on line entre as máquinas interligadas, etc. Atende a 90.000 assinantes em todo o Brasil.

• Transdata: Possibilita a comunicação entre dois ou mais pontos de transmissão de dados, como se as máquinas estivessem ligadas fisica-mente. Aplica-se tipicamente na interligação entre dois ou mais centros de alto tráfego de dados e na interligação entre HOST e terminais não-inteli-gentes. Vantagens: dispensa a necessidade de estabelecimento de chamada para iniciar a comunicação, independe do produto de comunicação utilizado, opera em diversas velocidades, até 96.000 bps no interior de Rondônia e em até 19.200 bps de Porto Velho para outros centros do País.

3 - CORREIOS

Os Correios estão presentes, com pelo menos uma agência, em todos os 5.561 municípios atualmente existentes no Brasil. A empresa distribui em cerca de 40 milhões de domicílios e estabelecimentos comerciais um volume diário de 34 milhões de objetos e correspondências, utilizando, para isso,

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98,1 mil empregados, dos quais 47 mil carteiros, 12 mil agências, uma frota de 4.357 veículos, 7.353 motos, 18.901 bicicletas e 26 linhas áreas com aeronaves fretadas para a entrega das remessas urgentes.

Esses bilhões de objetos e correspondências são tratados em 771 cen-tros de operações que possibilitam a sua entrega, dentro dos prazos, com rapidez, segurança e regularidade. Além das 12 mil agências, a população tem à sua disposição 16.839 pontos de venda de produtos e 25.912 cai-xas de coleta. Além desses pontos de contato físicos, a Empresa atende os clientes por meio do Correios on line, disponibilizando em seu site, serviços via Internet.

Sua administração central está sediada em Brasília, onde estão os órgãos normativos da Empresa. As Diretorias Regionais, em número de 23, compõem os órgãos executores. A Diretoria Regional de Noroeste da Empre-sa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT abrange os estados de Rondônia e do Acre, estando presente na quase totalidade dos municípios desses esta-dos, atendendo a uma população estimada em 2.000.000 habitantes.

O Estado de Rondônia é dividido em duas Regiões Operacionais, de-nominada REOP 01 e REOP 03, com sedes em Porto Velho e Ji-Paraná, res-pectivamente.

A rede de atendimento é composta por Agências de Correios (AC), Agências de Correios Franqueadas (ACF), Banco Postal (BP) Agências de Correios Comunitárias (ACC), Postos de Venda de Produtos (PVP) e Caixas de Coleta (CC), estando distribuídos de acordo com o quadro a seguir:

Demonstrativo Regional dos serviços da ECT em RondôniaLocalidade AC ACF BP CC PVP

Alta Floresta do Oeste 1 – 1 3 4Alto Alegre dos Parecis 1 – 1 – –Alto Paraíso 1 – 1 – –Alvorada do Oeste 1 – 1 – –Ariquemes 1 1 1 6 7Buritis 1 – 1 1 1Cabixi 1 – 1 – –Cacoal 1 1 1 4 4Campo Novo de Rondônia 1 – 1 – –Candeias do Jamari 1 – 1 1 2Castanheiras 1 – 1 – –Cerejeiras 1 – 1 1 6Colorado do Oeste 1 – 1 3 2Corumbiara 1 – 1 – 2Costa Marques 1 – 1 1 –Espigão do Oeste 1 – 1 – 0Governador Jorge Teixeira 1 – 1 – –Guajará-Mirim 1 – 1 4 2

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Itapoã do Oeste 1 – 1 – –Jaru 1 – 1 5 5Ji-Paraná 1 2 1 6 10Machadinho do Oeste 1 – 1 – –Ministro Andreazza 1 – 1 – –Mirante da Serra 1 – 1 2 3Monte Negro 1 – 1 – –Nova Brasilândia do Oeste 1 – 1 3 2Nova Mamoré 1 – 1 1 –Novo Horizonte do Oeste 1 – 1 – –Ouro Preto do Oeste 1 1 1 5 6Pimenta Bueno 1 – 1 4 2Porto Velho 11 2 7 12 18Presidente Médici 1 – 1 2 4Rolim de Moura 1 1 1 7 4Santa Luzia do Oeste 1 – 1 1 2São Felipe do Oeste 1 – 0 – –São Francisco do Guaporé 1 – 1 – –São Miguel do Guaporé 1 – 1 1 –Seringueiras 1 – 1 1 1Theobroma 1 – 1 – 1Urupá 1 – 1 1 –Vale do Paraíso 1 – 1 – –Vilhena 1 1 1 12 13

Totais 52 9 47 87 101Fonte: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – Diretoria Regional de Noroeste

Os municípios ou localidades onde não existem ainda agências dos correios, a comunidade é atendida por meio das Agências de Correios Comu-nitárias, que são unidades de atendimento destinadas a viabilizar, no mínimo, a prestação de serviços postais básicos em pequenas localidades com popu-lação superior a quinhentos habitantes, bem como em áreas urbanas onde predomine o interesse social e a exploração econômica de serviços postais não se mostre viável. As Agências de Correios Comunitárias são operadas por entidades públicas ou privadas, mediante a celebração de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, com fundamento no art. 116 da Lei nº 8.666/93 e no § 3º do art. 2º da Lei nº 6.538/78.

A seguir, a relação dos municípios onde ainda não existem agências dos Correios, constando da programação da empresa para serem criadas em 2003.

• Nova União• Parecis • Pimenteiras• Primavera de Rondônia• Rio Crespo• Teixeiropólis

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• Vale do Anari• Chupinguaia• Cacaulândia• Seringueiras

A rede de distribuição domiciliar atende a quase todos os municípios do Estado de Rondônia, empregando um efetivo de 380 carteiros que garan-tem agilidade, regularidade e segurança na distribuição de mais de 200.000 objetos postais por dia. Em Porto Velho, sede da Diretoria Regional, a ECT dispõe de dois Centros de Distribuição Domiciliar, com uma carga diária de mais de 80.000 objetos postais.

3.1 - Sistema de Franquia

O sistema de franquia dos Correios é o meio pelo qual a ECT autoriza a terceiros o direito do uso da marca “Correios”, mediante a transferência de sua tecnologia de atendimento, fiscalizando a adequada prestação dos servi-ços e remunerando sua execução.

As primeiras Agências de Correios Franqueadas (ACF) surgiram em 1991, quando a ECT sentia a necessidade de aumentar seus pontos de aten-dimento com um custo baixo. Hoje, existem 1.486 agências, gerando em-pregos diretos e indiretos. No Estado de Rondônia, a Diretoria Regional conta com 9 agências franqueadas.

A partir de junho de 1993, com vigência da Lei 8.666 (Lei das Licita-ções), a abertura de uma agência franqueada tem que ser precedida de licita-ção pública, o que veio garantir ainda mais a lisura e o sucesso do sistema, que hoje já é o maior do Brasil. O capital inicial exigido é de R$ 50.000,00.

4 – Internet

Rondônia possui quinze provedores para a Internet, distribuídos con-forme o quadro a seguir:

Provedor LocalULBRAjp Ji-ParanáAriquemes Internet Provider AriquemesEnter-Net Porto VelhoNetview Informática VilhenaWol-Net JaruSpeedWeb JaruOuronet Ouro Preto do Oeste

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Net Travel Office CacoalCentranet Espigão do OesteInfodinâmica Pimenta BuenoCanal-1 Porto VelhoObjetivoNet Colégio Objetivo de Porto VelhoMacrosoft VilhenaPcnet Ji-ParanáSybernet Porto VelhoDNAK Porto Velho

Fonte: Yahoo/Internet

* * * * *

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CAPÍTULO 7

COMUNICAÇÃO SOCIAL

1 – RADIODIFUSÃO

O Sistema de Radiodifusão no país é controlado pela Agência Na-cional de Telecomunicações por meio das Delegacias Regionais localizadas nas Unidades Federadas. Os quadros a seguir identifi-cam as entidades executoras dos vários serviços de radiodifusão

no Estado.

Entidades Executoras do Serviço de Radiodifusão em OndasMédias – OM

Pot. Kw Entidade Endereço Localidade

10,0/5,0 Rádio TV Eldorado do Brasil Ltda. R. José Bonifácio, 787 Porto Velho

10,0/1,0 Rede Sanmori de Rádio e TV Ltda. R. D.Pedro II c/ Miguel Chakian Porto Velho

10,0/1,0 Sociedade de Cultura Rádio Caiari R. das Crianças, 4646 Porto Velho

5,0/1,0 Rádio Educadora de Rolim de Moura Lote M. Alegre, 35 A40 Rolim de Moura

1,0/1,0 Rádio Planalto de Vilhena Setor Preferencial Chácaras Vilhena

1,0/0,25 Empresa de Radiodifusão Morimoto Setor Industrial - BR-364 Vilhena

5,0/1,0 Rádio Ariquemes Av.Jamari, 4218 - Setor 02 Ariquemes

5,0/1,0 Rádio Colina do Machadinho R. Dourados, 4 Ariquemes

1,0/0,25 Rádio Sociedade Rondônia Ltda. R. Rui Barbosa, s/n Cacoal

10,0/0,25 Rádio Sociedade Espigão Ltda. R. Sergipe, 1766 Espigão do Oeste

5,0/5,0 Fundação Dom Rey Praça Mário Correa, 90 Guajará-Mirim

5,0/1,0 Rádio Alvorada de Rondônia Ltda. R. Cap. Sílvio, 526 Ji-Paraná

1,0/0,25 Empresa de Radiodifusão Morimoto Av. Brasil, 721 Ji-Paraná

5,0/1,0 Sistema Itapirema de Comunicação R. 6 de Maio, 211 Ji-Paraná

FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia - 2003

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Entidades Executoras do Serviço de Radiodifusão em OndasTropicais – OT

Pot. Kw Entidade Endereço Localidade

1,0/0,25 Rádio Sociedade Rondônia Ltda. Av. Carlos Doneje, s/n Pimenta Bueno

5,0/1,0 Rádio Educadora de Guajará-Mirim Ltda. Av. Presidente Dutra, 573 Guajará-Mirim

5,0/5,0 Empresa de Radiodifusão Morimoto Ltda. R. das Crianças, 4646 Porto Velho

FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia - 2003

Entidades Executoras do Serviço de Radiodifusão emFreqüência Modulada – FM

Pot.Kw Entidade Endereço Localidade

1,0 Rádio Planície de Arique-mes Ltda. R. Dourados, STR-4 – G.Áreas Ariquemes

1,0 Rádio Club de Cacoal R. Rio Negro, s/n – quadra 75 Cacoal

– Rádio e TV Maíra Ltda. R. Rosendo Duarte, esquina c/ Castelo Branco

Candeias do Ja-mari

0,25 Rádio Amazonas de Colo-rado d´Oeste Ltda. Av. Tapajós, 4849 Colorado

d´Oeste

1,0 Empresa de Rádiodifusão Guaporé Ltda.

Av.15 de Novembro, s/n –Lote 6 Guajará-Mirim

1,0 Empresa de RadiodifusãoNova Fronteira Ltda.

Av. Jorge Teixeira, 204 –Setor 7 Jaru

0,3 Empresa de RadiodifusãoNova Fronteira Ltda.

Av. Jorge Teixeira, 204 –Setor 7 Jaru

1,0 Rondovisão – Rondônia Rádio e TV Ltda. R. dom Augusto, 687 Ji-Paraná

1,0 Rádio Planalto de Ouro Preto Ltda. Av. Sílvio G. Freitas, s/n Ouro Preto

3,0 Rádio Clube de Pimenta Bueno Ltda. Av. Presidente Dutra, 847 Pimenta Bueno

1,0 Rádio Fronteira Ltda. R. dos Três e Meio esquina c/R. Alegria Porto Velho

0,3 RBN – Rede Brasil Norte de Televisão Ltda.

R. Rio de Janeiro esquina c/R. Nicarágua Porto Velho

5,0 Sociedade de Cultura Rá-dio Parecis Ltda. Av. Rio Madeira, 2964 Porto Velho

5,0 Rádio Sociedade Rondô-nia Ltda. Av.. Jorge Teixeira, s/n Porto Velho

1,0 Empresa de RadiodifusãoNova Fronteira Ltda. R. Mato Grosso, s/n Presidente Médici

0,25 Rádio Sociedade Rondô-nia Ltda.

Av. Rio Branco, quadra 10,Lote 24 Presidente Médici

1,0 Rádio Clube C. de Rolim de Moura Ltda. R. Corumbiara, 123 Rolim de Moura

0,3 Rádio Clube C. de Vilhena Ltda. Av. Getúlio Vargas, 89 Vilhena

FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia – 2003

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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Entidades Executoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária emFrequência Modulada – FM

Pot.Kw Entidade Endereço Localidade

25,0 Sociedade Beneficente São Judas Tadeu Av. Bahia, s/n Alta Floresta

do Oeste

25,0 COMEV – Rádio Comunitá-ria Cultura FM Av. Tupinambá, 1321 Cabixi

25,0 Associação Comunitária Samaúma Av. São Paulo, 2184 – Centro Cacoal

25,0 Associação Comunitária do Bairro Novo Horizonte

R. Tancredo Neves c/ Francisco Nonato

Candeias do Jamari

25,0ASSCOCOL – Associação Comunitária de Colorado do Oeste

R. Guarani, 3138 Colorado do Oeste

25,0 Associação Comunitária Ro-miporã de Espigão do Oeste R. Serra Azul, 2511- Centro Espigão do

Oeste

25,0Associação de Rádio e Difu-são Comunitária Interativa Jaruense

R. João Batista, 2891 Jaru

25,0 Associação Comunitária de Rádio FM de Pimenta Bueno Av. Pres. Kennedy, 192 Pimenta Bueno

25,0 Associação Comunitária Transamazônica FM Av. Jorge Teixeira, 2477 Porto Velho

25,0Associação Comunitária Regional da Mata para o Desenvolvimento Social, Cultural e Artístico

Av. Florianópolis, 5123 –Centro

Rolim de Mou-ra

25,0Associação dos Comuni-cadores em Educação de Rondônia

R. Tancredo Neves, s/n - Centro Machadinho do Oeste

25,0 Associação Comunitária Es-perança e Paz – ASCEPAZ R. Ana Nery, 1275 Ouro Preto do

Oeste

25,0Associação Comunitária Verdes Matas – ACOVER-MA

Rua Rondônia, 1955 São Miguel do Guaporé

25,0Associação Comunitária Educativa Cidade FM de Chupinguaia

Av. Tancredo Neves, 1933 Chupinguaia

25,0 Associação Comunitária Ji-Paranaense Av. Brasil, 189 Ji-Paraná

25,0 Associação da Rádio Comu-nitária Educativa Cristal Av. Itália Franco, 2115 Corumbiara

25,0Associação Rádio Comuni-tária Educativa Verde Ama-zônica

Av. Tancredo Neves, 3756 Ariquemes

25,0 Associação Comunitária União de Radiodifusão Av. Ji-Paraná, 1577 Presidente Mé-

dici

FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia - 2003

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

84

Entidades Executoras do Serviço de Radiodifusão de Sons e ImagensPot.Kw Entidade Endereço Localidade

0,25 TV Allamanda Ltda. Av. Castelo Branco, 130 Cacoal

0,31 Sistema Tropical Rondonien-se de Comunicação Ltda. R. 24 de Maio, s/n Pimenta Bueno

10,0 Rádio e TV do Amazonas Ltda. Av. Jorge Teixeira, 546 Porto Velho

10,0 RBN – Rede Brasil Norte deTelevisão Ltda.

Av. Rio de Janeiro esquina c/Av. Nicarágua Porto Velho

0,25 Sistema Meridional deComunicação Ltda.

R. Três e Meio esquina c/ R. da Alegria Porto Velho

FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia - 2003

Entidades Executoras dos Serviços Especiais de Retransmissãode Televisão - (RTV)

Pot.Kw Canais Entidade Endereço Localidade

0,316 0311-

RONDOVISÃO – Rondô-nia Rádio e TV Ltda.

R. Dourados, setor 4 – Grandes Áreas Ariquemes

1,0 05+ Rede Comunicação Cida-de Ltda.

1ª Rua Comercial, 2349 Ariquemes

1,0 07+ Rádio e TV do Amazonas Ltda. R. Cap. Sílvio, s/n Ariquemes

0,3167-0,316

13-1,0

13+RONDOVISÃO – Rondô-nia Rádio e TV Ltda.

Av. Castelo Branco, 130 Cacoal

1,0 05- Central Rondônia de Co-municação Ltda.

Av. Castelo Branco 130 Cacoal

0,3160,3160,316

041012

RONDOVISÃO – Rondô-nia Rádio e TV Ltda.

Av. Tapajós, Alto do Morro

Colorado do Oeste

1,01,0

0305

Rádio e TV do Amazonas Ltda.

Av. Dr. Lewerger, esquina c/ Castelo

Guajará-Mi-rim

6,0 18 TV Independente de São José do Rio Preto

Av. Pres. Dutra, s/n, Prelazia

Guajará-Mi-rim

0,1 07- Rádio e Televisão Anary Ltda.

Av. Pe. Adolpho Rohl, 3150 Jaru

0,316 10 Rádio e TV do Amazonas Ltda.

R. Marechal Deodoro, s/n Jaru

1,0 04+ Sistema Imagem Comuni-cação Ltda. R. 6 de Maio, s/n Ji-Paraná

1,0 05 Rádio e TV do Amazonas Ltda.

R. Rodrigues c/6 de Maio Ji-Paraná

0,3160,3160,316

070911

RONDOVISÃO – Rondô-nia Rádio e TV Ltda.

R. Villagran Cabrita, 171 Ji-Paraná

6,0 17 TV Independente de São José do Rio Preto Diocese de Ji-Paraná Ji-Paraná

0,316 12- Rede Comunicação Cida-de Ltda.

1ª Rua Comercial, Setor 4

Machadinho do Oeste

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

85

0,10,316

06+08

RONDOVISÃO – Rondô-nia Rádio e TV Ltda.

Av. Marechal Ron-don, s/n

Ouro Preto do Oeste

0,316 12 Rádio e TV do Amazonas Ltda. Morro da Embratel Ouro Preto

do Oeste0,3160,316

02+12+

RONDOVISÃO – Rondô-nia Rádio e TV Ltda.

R. 24 de Novembro, s/n

PimentaBueno

1,0 08+ Central Rondoniense de Comunicação Ltda.

Av. Ji-Paraná, 1701-A

PresidenteMédici

0,3160,316

13-08

RONDOVISÃO – Rondô-nia Rádio e TV Ltda.

R. Alegria, 4494 Are-al da Floresta Porto Velho

0,316 43- Rádio e TV do Amazonas Ltda.

Av. Jorge Teixeira, 447 Porto Velho

0,316 11 Sistema Imagem de Co-municação Ltda.

Av. Duque de Caxias, 776 Porto Velho

1,0 25 Rádio e TV Maíra Ltda. Av. Jorge Teixeira, 601 Porto Velho

0,250 10 Governo do Estado de Rondônia Estádio Municipal Porto Velho

0,250 07 Governo do Estado de Rondônia Campo Novo Campo Novo

0,250 07 Governo do Estado de Rondônia Fortaleza do Abunã Fortaleza do

Abunã

0,250 10 Governo do Estado de Rondônia Itapoã do Oeste Itapoã do

Oeste

0,250 07 Governo do Estado de Rondônia Jacy Paraná Jacy Paraná

0,250 07 Governo do Estado de Rondônia Mutum Paraná Mutum

Paraná0,050,05

0313 Mineração Jacundá Ltda. Santa Bárbara Santa

Bárbara

0,250 10 Governo do Estado de Rondônia

São Carlos, baixo Madeira São Carlos

0,250 11 Governo do Estado de Rondônia Prefeitura de Urupá Urupá

0,250 12 Governo do Estado de Rondônia

Prefeitura de Vista Alegre do Abunã

Vista Alegre do Abunã

6,0 19 TV Independente de São José do Rio Preto

Av. Nações Unidas, 605 Porto Velho

0,316 03 RONDOVISÃO – Rondô-nia Rádio e TV Ltda.

Av. Dr. M.F. Vieira, s/n

Rolim de Moura

1,0 06 Central Rondônia de Co-municações Ltda.

Av. Belo Horizonte, 550

Rolim de Moura

1,0 10 Rádio e TV do Amazonas Ltda.

R. Rio Verde c/Av. Rio Branco

Rolim de Moura

0,316 11 RONDOVISÃO – Rondô-nia Rádio e TV Ltda.

Av. Getúlio Vargas, 89 Vilhena

1,0 05 Rádio e TV do Amazonas Ltda.

R. Marechal Deodoro, s/n Vilhena

1,0 09 Rede Comunicação Cida-de Ltda.

R. Major Amarante, s/n Vilhena

FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia - 2003

Observações:

(+) = decalado para mais ( – ) = decalado para menos

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

86

Quantitativo de Entidades Operadoras de Serviços de RadiocomunicaçãoItem Modalidade de Serviço Nº de Entidades001 Móvel Celular 003002 Limitado Privado 177003 Limitado Móvel Especializado 006004 Especial de Radiochamada 003005 Limitado Privado de Rádio Taxi 004006 Radiotelefônico Público 001007 Auxiliar Radiodifusão - Reportagem Externa 001008 Serviço de Radioamador 1.578009 Serviço Radio do Cidadão 641010 Serviço Móvel Aeronáutico 010011 Serviço Móvel Marítimo 005

FONTE: Delegacia do Ministério das Comunicações do Estado de Rondônia

2 – IMPRENSA

A imprensa desempenha papel relevante no sistema de comunicação social do Estado, sendo o primeiro instrumento utilizado na disseminação de informações, cumprindo sua missão com meios modernos e tecnologicamen-te avançados.

O Estado de Rondônia possui 20 jornais de periodicidade regular, mas somente três circulam em todo o território. Todos estes órgãos estão descri-tos no quadro que se segue:

Órgãos da Imprensa de Rondônia (Jornais e Revistas)

Entidade Sede Tiragem(Exemplares)

Tipo deImpressão Formato Informa-

tizado

Estadão do Norte Porto Velho 14.000 Off-Set Standard Sim

Alto Madeira Porto Velho 6.872 Off-Set Standard Sim

Diário da Amazônia Porto Velho 18.000 Off-Set Standard Sim

Folha de Rondônia Ji-Paraná 10.000 Off-Set Standard Sim

Gazeta Cacoal 1.600 Off-Set Tablóide Sim

Tribuna Popular Cacoal 6.000 Off-Set Standard Sim

Folha do Sul Vilhena 1.000 Off-Set Tablóide Sim

Vilhetaço Vilhena 4.000 Off-Set Tablóide Sim

Folha de Vilhena Vilhena 3.000 Off-Set Tablóide Sim

Correio Popular Ji-Paraná 3.000 Off-Set Tablóide Sim

O Mamoré Guajará-Mirim 3.000 Tipográfico Germano Não

Jornal do Cone Sul Espigão do Oeste 2.300 Off-Set Tablóide SimFonte: Departamentos Comerciais das próprias Empresas

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

87

Dada a dificuldade de se obter informações sobre os pequenos perió-dicos que circulam no interior do Estado, relacionam-se a seguir apenas seus nomes e os municípios sede.

Entidade MunicípioJornal Folha de Vale São Miguel do GuaporéJornal Folha do Oeste Alta Floresta do OesteJornal O Eldorado Ji-ParanáJornal Folha Pimentense Pimenta BuenoJornal Tribuna de Rondônia Presidente MédiciJornal Tribuna da Amazônia VilhenaJornal Voz do Povo Alta Floresta do OesteJornal Notícias de Rondônia CacoalJornal Folha de Rondônia Ji-Paraná

Fonte: FIERO

* * * * *

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

89

CAPÍTULO 8

ENERGIA ELÉTRICA

1 – A EVOLUÇÃO RECENTE

Até o ano de 1969, o suprimento de energia elétrica às sedes dos dois únicos municípios então existentes em Rondônia foi tarefa do Serviço de Abastecimento de Água, Luz e Força do Território Federal de Rondônia – SAALFT. Criada em 1968 e instalada em

1º de dezembro de 1969, a Centrais Elétricas de Rondônia S.A. – CERON, empresa de economia mista, sucessora do SAALFT, recebeu a concessão para geração, distribuição e comercialização de energia elétrica no Estado. Desde aquele período, quase toda a geração da empresa foi feita através de unidades termelétricas a diesel.

Na década de 70, como conseqüência da frustrada tentativa de colo-nização da região ao longo da Rodovia Transamazônica, ocorreu um grande movimento migratório espontâneo em direção às terras férteis de Rondônia. Esse processo, posteriormente ordenado pelo INCRA, resultou na migração para cá de quase um milhão de pessoas até o final da década de 80, dirigin-do-se principalmente para a área rural. O número de vilas e cidades no antigo Território cresceu, então, rapidamente, e assim a necessidade de usinas ge-radoras isoladas para atendê-las.

No final dos anos 80, a concessionária operava mais de uma centena de unidades diesel, distribuídas em várias dezenas de pequenas usinas es-palhadas em vários municípios. Excepcionalmente, uma única pequena cen-tral hidrelétrica, inaugurada em janeiro de 1987, com capacidade para 2,6 MW, no município de Vilhena, atendia parcialmente aquela localidade. Em maio de 1992 incorporou-se ao sistema a 1ª pequena central hidrelétrica de propriedade privada. Desde então, várias usinas desse tipo, com potências instaladas variando de 0,6 a 10 MW foram incorporadas, suprindo, também parcialmente, a demanda em diversos pequenos sistemas isolados.

O explosivo crescimento demográfico, registrado desde meados da década de 70, provocou uma expansão na demanda que foi precária e par-cialmente atendida pela concessionária. Assim, em 1981, foi atribuída à Cen-trais Elétricas do Norte do Brasil - Eletronorte, a responsabilidade pelo supri-mento da Capital, Porto Velho. O atendimento foi feito, inicialmente, através de unidades térmicas a diesel. Posteriormente, a partir de julho de 1989, por

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

90

um sistema termo-hidráulico com a entrada em operações da 1ª unidade da Usina Hidrelétrica de Samuel, construída no Rio Jamari.

A incapacidade financeira das concessionárias resultou em atrasos na construção da linha de transmissão associada à Usina de Samuel e na montagem de três das cinco unidades geradoras que a compõem, além de insuficiente capacidade geradora para atendimento às localidades do interior, e num deficiente sistema de distribuição de energia. O não atendimento à demanda dos vários municípios, excetuada a Capital, resultou em sucessivas crises, freqüentes e pesados racionamentos de energia por todo o interior do Estado, grandes prejuízos e desconforto para a indústria e para a população em geral, e gerou pequenas revoltas populares.

Apenas no final de 1994, com a construção da linha de transmissão em 230 KV entre Samuel e Ji-Paraná, no centro do Estado, a solução da questão energética estadual começou de fato a ser equacionada. No mesmo ano, Cacoal e Pimenta Bueno, mais ao Sul, foram interligadas através de linha de transmissão em 69 KV. Paralelamente, prosseguiam as obras da hidrelé-trica de Samuel, tendo sido a 5ª e última unidade geradora inaugurada em julho de 1996. No ano de 1994, 342.831 MWh, ou 44,8% do suprimento total do estado, se deu através dos sistemas isolados, térmicos e hídricos, da CERON e produtores independentes. O restante, 422.913 MWh, ou 55,2%, foi suprido pelo sistema hidro-térmico da Eletronorte.

No final dos anos 90, a política de desregulamentação do setor elétrico

UTE Rio Madeira

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

91

brasileiro atraiu novos investidores, e produtores independentes passaram a assumir as pequenas usinas térmicas isoladas da Ceron e a agregar capaci-dade geradora ao sistema da Eletronorte. Marco dessa fase foi a inauguração da Usina da Termonorte em Porto Velho com 64 MW de capacidade, em pro-cesso de expansão com previsão para atingir 404 MW. O parque gerador da Termonorte usa óleo diesel como fonte energética, mas está dimensionado para queima de gás natural, quando este combustível estiver disponível, tan-to em seus grupos geradores diesel, como nas unidades de ciclo combinado. Em decorrência, já no final da década havia sobra de capacidade geradora no Estado.

Paralelamente foi intensificado o processo de substituição dos sistemas térmicos isolados da Ceron, através da construção de linhas de transmissão, interligando várias localidades ao sistema de geração-transmissão da Eletro-norte. O estado crítico do sistema energético e a política de privatização do setor elétrico levaram o Governo Federal, através da Eletrobrás, a assumir o controle acionário da Ceron em novembro de 1997. O objetivo expresso foi o saneamento financeiro da empresa. Em outubro de 1998 adquiriu o restante das ações do governo estadual, perfazendo 99,7% do seu capital social.

2 – A SITUAÇÃO ATUAL

As medidas adotadas no final dos anos 90 provocaram uma mudan-

Vista aérea Termonorte

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

92

ça radical no quadro energético estadual. A demanda reprimida, e afinal atendida, produziu rápido crescimento do mercado de energia no período 1996-2002 (4,8% a.a.). Enquanto isso, demonstrando quanto a economia local estava comprimida, ou a quanto atingia a geração térmica própria nas instalações fabris, a média de crescimento da demanda industrial no mesmo período foi de 13,4%, somente superada pela do consumo rural, que cresceu 21% anualmente. Já o número de consumidores acrescidos ao sistema cres-ceu 4,4% na média dos últimos seis anos5. Reflexo significativo das melho-rias dos últimos anos é o atendimento à comunidade rural: cerca de 50% das propriedades rurais do Estado hoje recebem suprimento de energia elétrica.

O consumo médio de energia por classes de consumidores, durante o ano 2002, apresenta predomínio do setor industrial, com a utilização de 6.567 kwh por mês. O poder público consumiu quase 3 mil kwh mensais. O comércio do Estado foi responsável por 861 kWh mensais. As classes que menos consumiram energia foram a residencial, com um total mensal de 170 kWh e a área rural, que consumiu 148 kWh ao mês.

Atualmente o Estado é superavitário em capacidade geradora, superou as enormes dificuldades recentes, e a energia elétrica deixou de constituir um problema para a população local e para aqueles que para cá se dirigem em busca de novas oportunidades de vida e de investimento. No entanto, cerca de 291.183 rondonienses, 20% da população total, segundo o censo de 2000, vivendo principalmente na área rural, mas, de modo significativo também nas áreas urbanas, ainda não são atendidos por este serviço.

Rondônia, do ponto de vista energético, pode ser dividido em três sis-temas, com as seguintes conformações:

• Sistema hidro-térmico interligado – suprido pelo parque gerador da Eletronorte, constituído pelas UHE Samuel, UTE Rio Madeira e UTE Termonorte, e linha de transmissão associada, interligadas a diversas pequenas centrais térmicas e hidráulicas, suprindo desde a região norte até a região central do Estado;

• Sistema Cone Sul – constituído por usinas térmicas e PCHs com pequeno grau de interligação, na região sul do Estado;

• Sistemas Isolados – constituídos por diversas pequenas usinas tér-micas a diesel sem interligações, atendendo a pequenas localida-des.

O sistema interligado da Eletronorte atende cerca de 80% do merca-do local6, que tem evoluído quase sempre acima das médias nacional e do

5 – Vide Tabelas 1 e 2 no Anexo ao Capítulo 8.6 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 8.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

93

5 – Vide Tabelas 1 e 2 no Anexo ao Capítulo 8.6 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 8.

Norte isolado7. O consumidor residencial foi responsável pela absorção da maior parcela da energia distribuída em 2002, 41,5% do total8. Entretanto, a estrutura de consumo está se modificando: entre 1996 e 20029, o consumo residencial cresceu 2,8% ao ano, enquanto o industrial e o rural cresceram a taxas médias anuais de 5% e 3,8%, respectivamente. O consumo rural qua-se quadruplicou no período, embora seja a classe de menor nível de consumo por unidade consumidora.

O transporte de energia no sistema é feito por um sistema de transmis-são composto, principalmente, por 880 km de linhas em 230 KV, saindo em dois ramais da hidrelétrica de Samuel. Um ramal norte–sul para o interior do Estado, e outro ramal oeste-leste seguindo para Porto Velho com desdobra-mento até Guajará-Mirim e chegando até Rio Branco, capital do Acre. Temos assim o sistema Rondônia-Acre. No estado vizinho, além de Rio Branco, ou-tras sete localidades são atendidas desde o ano 2002: Porto Acre, Plácido de Castro, Acrelândia, Redenção, Bujarí, Senador Guiomard e Campinas. O sistema de transmissão da Eletronorte é complementado por 239 km de li-nhas em 138 KV e 83,4 km em 69 KV.

O restante 20% do mercado de Rondônia é suprido pela Ceron e por diversos produtores independentes, através de usinas térmicas a diesel e pe-quenas centrais hidrelétricas, constituindo os sistemas Cone Sul e Isolados. As PCH representam importante contribuição para o suprimento de pequenas localidades distantes dos principais centros de carga. As diversas PCH em operação em Rondônia, onze na atualidade, adicionam 36,8 MW de potência ao sistema10. Enquanto isso, vários empreendedores aguardam autorização para construção de outras usinas do tipo, o que aumentará a oferta de ener-gia pelos produtores independentes do Estado.

Resumidamente: no estado, sessenta e seis localidades são atendidas pelo sistema hidro-térmico interligado da Eletronorte, enquanto quarenta e uma são atendidas pelos demais. A tabela a seguir mostra as principais ca-racterísticas de cada um desses sistemas.

Características do Atendimento no Estado - Valores em percentuaisItem Sistema Interligado Sistema Cone Sul Sistemas Isolados

Área 60 13 27

População 79 9 12

Energia fornecida 87 7 6Fonte: CERON

7 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 8.8 – Vide Tabela 6 no Anexo ao Capítulo 8.9 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 8.10 – Vide Tabela 5 no Anexo ao Capítulo 8.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

94

3 – A QUESTÃO TARIFÁRIA

Das mais importantes alterações provocadas pela política de desre-gulamentação e privatizações do setor elétrico, foi a extinção das tarifas de abrangência nacional, passando cada concessionária a cobrar um valor próprio, previamente submetido e aprovado pela ANEEL. Rondônia pratica hoje a maior tarifa residencial da Região Norte11, 33,2% maior que a mínima das tarifas, também praticada na região (Roraima), 12,8% maior que o valor médio regional, 3,9% maior que a média nacional, e equivalente a 76,4% da maior tarifa praticada no Brasil (Rio de Janeiro). A situação é semelhante nas tarifas das demais classes de consumidores, em percentuais não muito diferentes.

Analisando as tarifas praticadas em maio de 2003 pelas concessioná-rias em operação no país12, fica difícil entender por que tarifas cobradas em sistemas isolados puramente térmicos, como os da CER (Roraima) e CEAM (Amazonas), por exemplo, podem ser tão inferiores às da Ceron (suprida em 80% pelo sistema termo-hidráulico da Eletronorte, como já foi dito). Sistema também isolado, porém misto, e gozando dos mesmos benefícios da CCC (Conta Nacional de Consumo de Combustíveis), que visa, de certo modo, “equilibrar” as tarifas nos sistemas térmicos isolados com aquelas dos siste-mas hidráulicos interligados. Através desta Conta, todas as empresas do se-tor contribuem com uma parcela para o pagamento do custo de combustível dos sistemas térmicos isolados. A razão óbvia para a existência do subsídio é o maior custo operacional da geração térmica, quando comparada com a hi-dráulica. Entretanto, o quadro tarifário de Rondônia é de difícil compreensão. As diferentes datas em que a ANEEL publicou as resoluções que autorizam os valores das tarifas não explicam, por si só, diferenças como as citadas acima, no atual quadro inflacionário do Brasil. Dada a importância da energia elétrica como insumo industrial e como bem indispensável na sociedade mo-derna, não parecem justas as tarifas definidas para Rondônia.

4 – O PARQUE GERADOR

O parque gerador para atendimento ao sistema Rondônia-Acre está constituído conforme o quadro abaixo, nos limites de Rondônia. No Estado do Acre, em Rio Branco, a Eletronorte dispõe de um parque integralmente térmico, composto de cinqüenta e três grupos geradores diesel e duas tur-

11 – Vide Tabela 8 no Anexo ao Capítulo 8.12 – Vide Tabela 9 no Anexo ao Capítulo 8.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

95

11 – Vide Tabela 8 no Anexo ao Capítulo 8.12 – Vide Tabela 9 no Anexo ao Capítulo 8.

binas a gás, totalizando 127,8 MW. Após a energização da subestação Rio Branco, estas unidades deverão permanecer como reserva fria do sistema por um período de até 2 anos, quando serão desativadas.

Quadro de Parque Gerador de Energia em Rondônia - 2002

Empresa Tipo de Usina Usina Nº de Unidades Pot. MW

Eletronorte Térmica UTE Rio Madeira 4 92,3Hídrica UHE Samuel 5 216,0

TermonorteTérmica Termonorte I 4 64,0Térmica Termonorte II 2 148,0Térmica Termonorte III (*) 2 192,0

Ceron

Térmica UTE Pimenta Bueno 6 11,7Térmica UTE Vilhena 12 15,1Térmica UTE Colorado d’Oeste 6 7,0Térmica UTE Bela Vista 3 0,5Hídrica PCH Rio Vermelho 2 2,5

Guascor Térmica Diversas 132 37,1Rovema Térmica Pimenta Bueno 3 3,0PIE – PCHs Hídrica Diversas 34,2Total 823,4

Fonte: CERON

(*) Operação prevista para jul/2003.

5 – OS CAMINHOS DO FUTURO

O setor elétrico de Rondônia mostra, atualmente, um quadro estabili-zado e otimista em relação ao futuro. Ao lado de uma capacidade geradora superavitária, o sistema de transmissão e distribuição se amplia, e é aperfei-çoado.

Dentre as medidas de curto prazo que os agentes do setor podem im-plementar, e com amplas possibilidades para modificar e introduzir melhorias no sistema estão disponíveis os mecanismos de sub-rogação de benefícios da CCC. Em Rondônia, no ano 2002, foram consumidos 64,5 milhões de litros de óleo diesel para geração de energia. Assim, apenas para o mercado de Rondônia, o custo da CCC no período 2003-2012 está estimado em 1 bilhão de reais. Para viabilizar a redução desses custos, a Lei nº 9.648/98 faculta o uso de recursos da CCC para financiar a substituição da geração térmica dos sistemas isolados, através do financiamento de usinas hidrelétricas, e construção de linhas de transmissão para interligação de sistemas térmicos isolados com os de base hidráulica. A Ceron estima que, no Estado, no hori-zonte 2004-2005, 99% do atendimento possa ser feito através do sistema interligado da Eletronorte. Para realizar isso, deverão ser executadas obras de usinas e sistemas de transmissão ao custo estimado de R$ 318.400.000,00. A sub-rogação de benefícios da CCC poderá financiar essas obras, ampliando

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

96

e assegurando suprimento confiável de energia à quase totalidade dos ron-donienses, e praticamente eliminando o consumo e os custos da subvenção de combustível.

No médio prazo, duas medidas que já fazem parte do planejamento do setor elétrico aumentarão significativamente a capacidade e a confiabilidade do Sistema RO-AC. São elas: a interligação com o sistema de transmissão Sudeste/Centro-Oeste e a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho, dispo-nibilizando gás natural como fonte primária de energia.

Estudos realizados pela Eletronorte, ao fazer um comparativo entre a energia requerida pelo sistema Rondônia-Acre e a disponibilidade de geração da Eletronorte e Termonorte, concluem por um excedente médio de 200 MW e capacidade geradora nos próximos 6 anos13. Somente a partir de 2007 deverá haver necessidade de aumento na capacidade de geração, para com-plementação da ponta de carga do sistema. Entretanto, se for concretizada a interligação com o sistema de transmissão SE/CO, previsto para jan/2006, a expansão térmica poderá ser postergada por cerca de quatro anos, dada a possibilidade de despacho do excedente de energia do Mato Grosso, em média 450 MW, aproximadamente. Já no período compreendido entre jan-2006 e jun-2008, o sistema RO-AC poderá despachar 220 MW médio para o sistema SE/CO.

Outro fator importante de modificação e redução de custos, inclusive com importações nacionais de petróleo, e com profundas implicações sobre a matriz energética do Estado, será a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho, previsto para janeiro de 2006, que disponibilizará 2,3 milhões de m³/dia de gás natural. O GN será utilizado basicamente para produção de energia elétrica. Inicialmente, o gás será consumido nas unidades da Termonorte, convertidas de óleo diesel para GN. No retro-porto das futuras instalações portuárias da cidade, a serem implantadas na região do Belmont, poderá vir a ser construída a Usina Térmica Caiarí, com capacidade para até 930 MW usando GN. O gasoduto, com cerca de 520 km de extensão será construído pela Petrobrás ao custo aproximado de 500 milhões de dólares americanos. Para esse empreendimento, cuidados especiais estão sendo estudados e pre-vistos para que sejam mínimos os impactos sobre o meio ambiente, tanto durante o transcurso da obra, como durante sua operação. Entre outras me-didas a serem adotadas, a travessia de todos os cursos d’água no trajeto do gasoduto será feita sob o leito dos mesmos, sem prejuízos, portanto, para a aquifauna, navegação, e outras atividades humanas. Simultaneamente, 4,5 milhões de m³/dia de GN estarão sendo transportados de Urucu para Manaus.

13 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 8.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

97

13 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 8.

Sendo de 44.546 milhões de metros cúbicos a reserva provada de GN em Urucu, considerando-se constante a vazão máxima dos gasodutos projeta-dos, os dois mercados, Amazonas e Rondônia, seriam supridos por 19 anos. No entanto, a reserva total é de 75.324 milhões de m³, ainda que seja muito pequena a área prospectada na província de Urucu, o que faz prever que a reserva seja muito maior, capaz de atender inclusive os grandes mercados do sudeste ou de outras regiões do país. A Rongás, empresa de capital misto, fundada em 1997 com a participação do governo estadual, da Petrobrás e investidores privados, será a responsável pela distribuição do GN.

Numa perspectiva de mais longo prazo, estudos recentemente rea-lizados por um consórcio nacional concluíram pelas viabilidades técnica, econômica e ambiental do aproveitamento do potencial do rio Madeira para geração de energia. Para isso deverão ser construídas duas usinas hidrelétri-cas: uma na cachoeira de Santo Antônio e outra na do Jirau, gerando 7.000 MW. Como corolário tão ou mais importante que a geração de eletricidade, o empreendimento tornará navegável o rio Madeira em toda sua extensão, permitindo o transporte fluvial entre as bacias do Madeira e do Guaporé. Essa conquista efetivada remete-nos à motivação básica da construção da legen-dária ferrovia Madeira-Mamoré, a segunda obra de grande porte na região após o Real Forte Príncipe da Beira, marcos da ocupação do oeste brasileiro e da fixação do homem nas terras de Rondon, a transposição das cachoeiras existentes no trecho Guajará-Mirim – Porto Velho. Baseadas no uso de tur-binas de baixa queda, com barragens medindo 2x17 m de altura, o impacto ambiental causado pelas usinas será significativamente reduzido.

A inundação provocada será equivalente à da cheia do rio, conforme os estudos realizados. É claro, entretanto, que algumas características pró-prias do Rio Madeira, como a grande vazão e quantidade de materiais em suspensão, exigirão estudos cuidadosos e um projeto técnica, social e am-bientalmente bem fundamentado, para sua execução. A data mais provável para operação das usinas de Santo Antônio e Jirau parece ser posterior ao ano 2010.

* * * * *

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CAPÍTULO 9

INFRA-ESTRUTURA URBANA

Diante da pouca idade da maioria das principais cidades do Estado, com exceção de Porto Velho e Guajará-Mirim, não é de estranhar-se que sua infra-estrutura urbana seja bastante deficiente. Pode-se afirmar que, no tocante a serviços essenciais à atividade humana,

como energia elétrica e comunicações, a situação atual seja considerada satisfatória, o mesmo não ocorrendo naqueles serviços essenciais à saúde, como distribuição de água tratada, esgotamento sanitário e coleta de lixo. As grandes carências estruturais existentes neste campo tornam este setor um dos mais preocupantes para a qualidade de vida nas cidades do Estado.

A pavimentação urbana, por exemplo, ou a falta dela, chega a se revelar uma questão ambiental de relevo, se for considerado o clima regio-nal, dividido em períodos de chuva e seca bem caracterizados. Nos meses chuvosos as vias públicas não pavimentadas, que são maioria absoluta nas cidades do Estado (acima de 90% do total), se transformam em lamaçais quase intransitáveis, causando transtornos e trazendo gastos permanentes às prefeituras para sua manutenção mínima. Durante a seca, a poeira passa a ser um vetor importante da transmissão de doenças respiratórias, especial-mente para a infância. Em ambos os casos a qualidade de vida da população urbana é fortemente afetada.

Segundo o Banco Mundial, a renda e a infra-estrutura urbana correm paralelamente. A cada 1% de crescimento da infra-estrutura há, geralmente, 1% de crescimento da renda da cidade. A infra-estrutura urbana constitui-se, portanto, no maior investimento global que a população de uma cidade pode possuir. E um dos maiores desafios para o crescimento equilibrado e dura-douro da cidade é provê-la em qualidade e quantidade suficientes.

Neste item do trabalho, a infra-estrutura urbana está limitada ao tema saneamento básico, que se restringe ao abastecimento de água, à disposição de esgotos e coleta e destinação de lixo.

1 – ABASTECIMENTO DE ÁGUA

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, em 2001 cerca de 90% dos domicílios urbanos brasileiros recebiam água de rede geral com canalização interna. Proporcionalmente, as regiões

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Sul e Sudeste tinham mais domicílios abastecidos de água por esta modali-dade, enquanto no Norte e Centro-Oeste ainda havia largo emprego de poços ou nascentes (17,3% e 12,2%, respectivamente).

Na Região Norte, em 2000, o percentual de domicílios com água pro-vinda de rede geral com canalização interna cai para 63% e, em Rondônia, era de 43,8%. Os estados da Região Norte com melhor nível de abasteci-mento de água são Roraima e Tocantins14.

Mas, em 2001, apenas 40,5% dos domicílios estavam sendo abaste-cidos por meio de rede geral de abastecimento de água em Rondônia, contra 38,2% por meio de poços ou nascentes, no que se refere aos domicílios com canalização interna. Cerca de 20% dos domicílios não dispunham de canali-zação interna, dos quais 3,2% ligados à rede geral e 16,5% abastecidos por poços ou nascentes.

O serviço de captação, tratamento e distribuição de água no Estado é quase exclusivamente, realizado pela Companhia de Águas e Esgoto de Ron-dônia – CAERD, empresa de economia mista com capital majoritário perten-cente ao governo estadual. A CAERD, após um profícuo trabalho inicial ainda no tempo do Território Federal, foi sucateada por más administrações e teve seu capital dilapidado por sucessivos embates trabalhistas com seu quadro funcional. A empresa chegou a ter algumas de suas filiais administradas pelo Ministério Público.

No ano de 2000, o governo estadual propôs ao funcionalismo da empresa uma gestão compartilhada, através de um contrato de um ano, inicialmente. A medida teve o condão de reerguer a Companhia e torná-la novamente operacional, ainda que deficitária, e recuperou vários programas interrompidos, inclusive com captação de novos recursos. O contrato de Gestão Compartilhada foi renovado e a empresa está operando normalmente, com planos de expansão tanto da rede de água como de esgotos para atingir 80% da população urbana num período de quatro anos.

De acordo com informações da CAERD, entre 1998 e 2002 houve um crescimento de 29,43% no volume de água produzido e a parcela da população urbana atendida passou de 48,71% a 53,3% no mesmo período. A empresa informa, ainda, que há a necessidade de investimentos urgentes para a ampliação dos serviços de abastecimento de água nos municípios de Porto Velho, Jaru e Rolim de Moura.

Mas, segundo o IBGE, a situação vem piorando nos últimos anos. Os números de 1992 indicavam que 52,7% dos domicílios urbanos do Estado eram abastecidos com água da rede geral e tinham canalização interna, con-tra 19,2% abastecidos por poços ou nascentes. Note-se que há uma redução

14 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 9.

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14 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 9.

relativa da população atendida com água tratada e um crescimento percentu-al dos domicílios abastecidos por poços ou nascentes, entre 1992 e 200115. As expansões de rede havidas em 2002 não parecem cobrir esta diferença.

2 – ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Em 2001, pouco mais da metade dos domicílios urbanos do País esta-va ligada à rede coletora de esgotos. Cerca de 76% dos domicílios urbanos encontravam-se ligados à rede coletora ou fossa séptica, perfazendo 90% no Sudeste.

Regionalmente, as desigualdades são muito grandes: no Norte, Nor-deste e Centro-Oeste, apenas metade dos domicílios urbanos possuía acesso à rede geral de esgotamento ou fossa séptica em 2001. Por outro lado, a PNAD 2001 detectou cerca de 9,5 milhões de domicílios urbanos (24,1%) com fossas rudimentares ou jogando os dejetos diretamente em valas, rios, lagos ou mar.

Segundo dados do IBGE, o atendimento à população urbana no Brasil, por rede coletora de esgoto, era de cerca de 54% no ano 2000. Na Região Norte, esse percentual era de pouco mais de 12%16. Note-se que a diferen-ça entre os percentuais nacional e regional é muito grande. Dos estados da Região Norte, Rondônia só supera o Estado do Tocantins em moradores ur-banos com residências ligadas a redes coletoras de esgoto.

Em Rondônia, apenas 1,8% dos domicílios tinha acesso à rede coleto-ra geral de esgotos, em 2001, embora tenha ocorrido uma pequena melhoria no atendimento nos últimos anos, pois em 1992 o percentual de domicílios ligados à rede geral era de 0,6%. Em 2001, 56,1% dos domicílios urbanos do Estado possuíam fossa séptica, 36,5% fossas rudimentares e 5,5% não tinham nenhum tipo. O percentual de domicílios com fossa séptica aumentou de 44,6% para 56,1% entre 1992 e 2001, enquanto o percentual de domi-cílios com fossas rudimentares diminuiu de 44,0% para 36,5% no mesmo período17.

Estes números mostram a imperiosa necessidade de implantação e/ou ampliação dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, incluindo a coleta e o tratamento de esgotos no Estado. Necessitam priori-dade de investimentos em coleta e tratamento de esgotamento sanitário os municípios de Porto Velho, Ariquemes, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Presidente Médici, Pimenta Bueno, Rolim de Moura e Vilhena.

15 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 9.16 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 9.17 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 9.

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3 – COLETA DE LIXO

O lixo é responsável por um dos mais graves problemas ambientais de nosso tempo. Seu volume é excessivo e vem aumentando progressivamente, principalmente nos grandes centros urbanos. O problema do lixo é que mes-mo quando ele é recolhido não desaparece: apenas é levado para outro lugar. Isso significa que além da coleta, o destino final do lixo é muito importante.

Em 2000, cerca de 91% dos domicílios brasileiros tinham coleta de lixo. Na Região Norte, o maior percentual de coleta ocorre no Estado de Ro-raima, seguido de Rondônia, com 86% e 81%, respectivamente18.

Já em 2001, os serviços de coleta direta ou indireta de lixo atingiram 95% dos domicílios nas zonas urbanas do Brasil. Mas variavam muito a co-bertura e os tipos de coleta. O Norte tinha a menor cobertura de coleta direta de lixo com 70,4% dos domicílios beneficiados. Em ambos os casos, contu-do, houve melhora nos últimos anos.

Em 2001, 82,2% do lixo era coletado diretamente no Estado, 3,3% coletado indiretamente, 12,4% queimado ou enterrado e 2,0% recebiam outro destino19. Essa situação melhorou nos últimos anos pois, em 1992, apenas 60,6% do lixo era coletado diretamente.

No entanto, o maior problema do lixo em Rondônia é a destinação final. O tratamento do lixo é condição essencial para a preservação da qua-lidade ambiental da população. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, apenas 4,6% do lixo coletado em Rondônia é colocado em lugar adequado, contra 95,4% em lugar inadequado. No Brasil esses percentuais são de 40,5% e 59,5% respectivamente20.

O IBGE considera destino adequado ao lixo a sua disposição final em aterros sanitários, estações de triagem, reciclagem e compostagem, e sua incineração por meio de equipamentos e procedimentos próprios para este fim.

Por destino final inadequado do lixo considera-se seu lançamento, em estado bruto, em vazadouros a céu aberto, vazadouros em áreas alagadas, locais não fixos e outros destinos, como queima a céu aberto sem nenhum tipo de equipamento. A disposição de lixo em aterros controlados também é considerada inadequada, pelo potencial poluidor representado pelo chorume que não é controlado nesse tipo de destino.

18 – Vide Tabela 5 no Anexo ao Capítulo 9.19 – Vide Tabela 6 no Anexo ao Capítulo 9.20 – Vide Tabela 7 no Anexo ao Capítulo 9.

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18 – Vide Tabela 5 no Anexo ao Capítulo 9.19 – Vide Tabela 6 no Anexo ao Capítulo 9.20 – Vide Tabela 7 no Anexo ao Capítulo 9.

4 - SANEAMENTO BÁSICO

A PNAD 2001 considerou como dispondo de saneamento básico ade-quado os domicílios com escoadouro ligado à rede geral ou fossa séptica, servido de água canalizada internamente e proveniente de rede geral de abas-tecimento e cujo lixo era coletado direta ou indiretamente pelos serviços de limpeza. No País, apenas 62,2% dos domicílios urbanos tinham saneamento considerado adequado. No Norte, eram apenas 11,3%, enquanto no Sudeste eram quase 85%. Apenas 38,2% dos domicílios com rendimento domiciliar per capita de até ½ salário mínimo tinham saneamento considerado adequa-do, contra 86,1% daqueles com mais de 5 salários mínimos per capita.

Em 37% dos domicílios nordestinos, contra 12% dos do Sudeste e Sul, a renda domiciliar per capita é de até meio salário mínimo. Há saneamen-to adequado em apenas 38,2% dos domicílios com este rendimento, contra os 86,1% daqueles com mais de cinco salários mínimos per capita.

No Estado de Rondônia, em 2001, apenas 2,7% dos domicílios urba-nos possuíam saneamento adequado. No entanto, diferentemente dos de-mais regiões do país, em Rondônia a falta de saneamento atinge pobres e ri-cos. Nos domicílios das famílias com rendimento médio familiar per capita de até meio salário mínimo, 1,8% tem saneamento adequado, contra 9,1% dos domicílios com renda familiar per capita superior a cinco salários mínimos.

* * * * *

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CAPÍTULO 10

INFRA-ESTRUTURA SOCIAL

1 - EDUCAÇÃO

Embora enfrentando as naturais dificuldades próprias de uma região de fronteira de ocupação, Rondônia tem apresentado resultados bastan-te razoáveis neste aspecto de sua infra-estrutura social. O problema

maior, criado com a colonização em larga escala praticada nas décadas de 70 e 80, se deu nas esferas do material humano e da infra-estrutura física. A de-manda social sempre foi muito elevada neste campo, pois grande parte dos colonos chegavam com muitos filhos, procedentes de áreas como os estados do Sul do país, onde a escolaridade sempre foi uma preocupação constante e que manteve ao longo dos anos um razoável atendimento à população rural neste setor. Uma vez instalados em Rondônia, os novos ocupantes preocu-param-se imediatamente com a questão escolar para seus filhos, tendo sido atendidos, inicialmente, durante o programa POLONOROESTE, com as cha-madas Unidades Saúde-Escola, construções interiorizadas que buscavam ao mesmo tempo cobrir estas duas necessidades da vida social dos agricultores que aqui chegavam.

De um modo geral, esta pressão tem continuado ao longo do tempo e os sucessivos governos estaduais têm buscado cobrir as necessidades da população do Estado no tocante à Educação, mas é preciso reconhecer que a obrigatoriedade da aplicação de 25% dos recursos orçamentários no setor foi, efetivamente, a grande responsável pelos ganhos quantitativos observa-dos nestas duas últimas décadas.

1.1 – População e Educação

Se comparados os dois últimos censos demográficos realizados no país, 1991 e 2000, observa-se que a taxa de alfabetização da população ge-ral de Rondônia aumentou, passando de 64,31% para 74,43%, percentuais próximos ao atingido pelo país, que elevou sua taxa de alfabetização para 75,24% no período21. Nosso último índice é superior à média da região Nor-te, que apresenta 68,02% de sua população alfabetizada22.

21 – Vide Quadro 1 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.22 – Vide Quadro 2 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.

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As taxas de Rondônia são melhores que a dos Estados do Acre e do Tocantins, mas inferiores às do Distrito Federal, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e de Goiás, Estados pertencentes ao projeto integrado de de-senvolvimento, MERCOESTE23.

Um Estudo do MEC detalha o quadro de alfabetização por faixas etá-rias acima dos 15 anos, residentes na zona urbana de Rondônia. De acordo com esse estudo, entre as pessoas acima dos 50 anos há um percentual de mais de 30% de analfabetos; até os 30 anos o percentual fica bem abaixo dos 6%, atingindo pouco mais de 10% entre 40 e 49 anos24. Este é um obs-táculo grave ao pleno emprego nas zonas urbanas.

O trabalho “Mercoeste: Perfil Competitivo do Estado de Rondônia”, editado em 2002 pelo SENAI, informa, com base em dados do IBGE, que o índice de analfabetismo funcional para a população de Rondônia com 15 anos ou mais de idade é melhor que a média brasileira, embora ainda signifi-cativo, chegando a 22,9% contra uma média nacional de mais de 30%25.

Sobre o tempo de permanência na escola, o documento do SENAI in-forma que o número de anos de estudo da média da nossa população ainda é insuficiente, ficando abaixo dos oito anos, em média, para as pessoas com mais de 15 anos de vida26.

1.2 – Ensino Infantil

Uma das maiores carências do setor está no ensino infantil: compu-tando-se as 669 creches e pré-escolas existentes, Rondônia recebeu 29.021 alunos em 2001 e mais 10.923 estudantes em classes de alfabetização27. A falta de creches e pré-escolas é predominantemente sentida na zona rural do Estado. Na zona urbana o número também é insuficiente, reduzindo a capa-cidade das mulheres se colocarem no mercado de trabalho.

1.3 – Ensino Fundamental

O ensino fundamental, especialmente nas primeiras quatro séries de estudos apresenta o maior número de alunos matriculados. Quase 306 mil estudantes estudavam, em 2001, nas escolas de Rondônia, nesse nível de ensino. O ensino de 1ª a 4ª séries é responsável por 56% dos estudantes

23 – Vide Quadro 3 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.24 – Vide Quadro 4 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.25 – Vide Quadro 5 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.26 – Vide Quadro 6 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.27 – Vide Quadro 7 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.

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23 – Vide Quadro 3 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.24 – Vide Quadro 4 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.25 – Vide Quadro 5 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.26 – Vide Quadro 6 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.27 – Vide Quadro 7 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.

e a 5ª a 8ª pelos demais 44%. Os estudantes estão distribuídos por 2.601 estabelecimentos de ensino fundamental28.

O MEC informa, através de estudos realizados para os dados de 2000 que, nas escolas particulares, a conclusão do ensino fundamental se dá em média aos 14 anos de idade. Nas escolas da rede pública, as meninas se for-mam mais cedo, em média aos 15 anos e os meninos aos 1629. Isso indica uma certa distorção entre a idade ideal para cada série e a idade em que o aluno efetivamente estuda. Essa taxa de distorção é de 38,5% para os estu-dantes das escolas públicas estaduais e municipais, contra apenas 7,8% nas escolas particulares30.

O número de estudantes do ensino fundamental, matriculados em es-colas particulares é bastante reduzido em relação ao total. Apenas 6% de estudantes pagam mensalidades escolares no ensino fundamental.

A grande massa de estudantes de 1ª a 8ª séries está nas cidades: 70% deles estudam na zona urbana, embora existam muito mais escolas na área rural (81%).

No ano 2000, estavam atendidas com escolas de ensino fundamental, 94,9% das crianças entre e sete e quatorze anos. Projetando-se os dados disponíveis para 2002, deve estar sendo atendida 97,4% da população nesta faixa etária31.

A expectativa de conclusão do ensino fundamental era, em 1995, de 28,8%.Este indicador melhorou bastante nos últimos anos, tendo passado em 2000 para 46,3 32.

No tocante às instalações físicas, cerca de metade das escolas funda-mentais de Rondônia conta com quadras poliesportivas, quase 99% estão abastecidas com água, mais de 85% têm energia elétrica e 64,5% das esco-las possuem bibliotecas em suas dependências.

As escolas que oferecem as últimas quatro séries do ensino fundamen-tal têm uma média de 60% das unidades com quadras esportivas à disposi-ção dos alunos, 77,7% delas têm bibliotecas, 93,6% contam com energia elétrica e 99,8% têm abastecimento de água33.

Embora o nível de escolarização dos professores ainda não seja o ideal, a implantação de um programa, o PROHACAP, de formação superior através de convênio entre o Governo do Estado e a UNIR – Universidade Federal de Rondônia, está propiciando sensível melhoria na qualidade do ensino pratica-

28 – Vide Quadros 8 e 9 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.29 – Vide Quadro 10 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.30 – Vide Quadro 11 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.31 – Vide Quadro 12 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.32 – Vide Quadro 13 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.33 – Vide Quadro 14 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.

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do em todos os níveis, mas principalmente no ensino fundamental.

1.4 – Ensino Médio

O ensino médio é considerado uma das maiores deficiências do setor pelas próprias autoridades da educação, a ponto de ser uma das prioridades para o próximo quadriênio, estabelecidas no Plano Plurianual.

Nesse nível de ensino a grande concentração de escolas se encontra na área urbana, 87,9% de 166 estabelecimentos públicos e privados34. Des-te total, 67% são públicas, sendo a maioria delas gerida pelo Governo do Estado.

As condições físicas das escolas são, de forma geral, bastante satis-fatórias. Quase todas as escolas que oferecem o ensino médio propiciam água e energia elétrica às suas comunidades estudantis. Um número muito considerável de escolas, 84,4%, conta com quadras esportivas à disposição de alunos e professores de educação física. As bibliotecas estão presentes em 94% dos estabelecimentos de ensino médio de Rondônia e mais de um quinto delas conta com laboratórios de ciências35.

As escolas de nível médio do Estado receberam, em 2001, mais de

34 – Vide Quadro 16 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.35 – Vide Quadro 17 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.

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34 – Vide Quadro 16 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.35 – Vide Quadro 17 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.

45.000 matrículas36. Seu índice de reprovação está em torno de 9%, na mé-dia dos três anos, caindo, no último ano, para 6,1%. A média de abandono ainda tem sido relativamente alta, em níveis próximos a 21%37.

Nas escolas do poder público os estudantes concluem o curso, em mé-dia, com 19 anos de idade enquanto nas escolas particulares a idade média de conclusão do curso se dá aos 17 anos38.

1.5 – Educação de jovens e adultos

Os índices de analfabetismo em Rondônia têm sido combatidos tam-bém através da educação de jovens e adultos, incrementada pela adesão do Governo do Estado ao programa Proformação que, segundo relatório do pró-prio governo, editado em 2002, treinou 1.438 professores à distância para essa finalidade. Pelas informações do MEC são 1.834 professores (dados de 2001), mais de mil com curso superior39.

Informações do MEC relativas a 2001 dão conta da matrícula de 49.117 estudantes, que estariam acima da faixa etária do ensino regular e que procuram recuperar o tempo perdido40.

O maior número de escolas – 93% - que oferecem educação para jo-vens e adultos é gerida pelo poder público. Destas, 59% se encontram na área urbana e 41% na zona rural, estas últimas todas pequenas escolas que absorvem menos de 7% dos estudantes fora do ensino fundamental e médio normal. Trata-se de uma informação preocupante porque é exatamente na zona rural que, tradicionalmente, se encontram as pessoas com menor pos-sibilidade de acesso ao ensino regular41.

Papel de relevo nesta faixa de educação é representado pelo Telecur-so 2000, iniciativa do sistema FIERO através do SESI/RO, que vem sendo aplicado em inúmeras localidades do Estado em parceria com prefeituras, organizações religiosas, associações e sindicatos.

1.6 – Educação especial42

De forma geral, a educação especial é oferecida pelo poder público e por escolas administradas por associações de apoio ao deficiente, especial-

36 – Vide Quadro 18 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.37 – Vide Quadro 15 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.38 – Vide Quadro 19 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.39 – Vide Quadro 20 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.40 – Vide Quadro 21 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.41 – Vide Quadro 22 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.42 – Vide Quadros 23 e 24 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.

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mente as APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. A educação para grupos especiais de estudantes com deficiências de qualquer tipo conta com o apoio de programas governamentais através de convênios periódicos ou com finalidades específicas.

Entre os programas, é importante citar o Programa de Apoio Financeiro às Instituições de Educação Especial, utilizado para manutenção das escolas. Rondônia aderiu, também, a programas que levam o tele-ensino a deficientes visuais e ao programa de apoio à educação de surdos, entre outros.

1.7 – Educação indígena

Segundo dados do Governo do Estado, em relatório já citado anterior-mente, existem 64 escolas regularizadas que se destinam às comunidades indígenas no Estado de Rondônia.

O projeto Açaí, que tem currículo bilíngüe e é destinado à formação de professores para ensinar os rondonienses dessas comunidades – em torno de 5.600 índios divididos em 33 grupos – conta com a participação de 153 professores (números de 2002).

1.8 – Ensino Superior

De acordo com o INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, o Estado de Rondônia conta, atualmente, com 25 Instituições de Ensino Superior registradas pelo MEC43, sendo 24 delas escolas particu-lares e apenas uma pública, a Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Observando as informações do INEP, é possível concluir que várias dessas instituições são dirigidas pelos mesmos grupos mantenedores.

Além da UNIR, que tem seu principal campus em Porto Velho, nove instituições de ensino de terceiro grau estão localizadas na capital. Depois de Porto Velho, o município a contar com o maior número de escolas de nível superior é Cacoal, que é sede de 7 faculdades particulares e conta com um campus da UNIR. Os demais campi da UNIR estão localizados em Guajará-Mirim, Rolim de Moura, Vilhena e Ji-Paraná.

Alguns dos cursos superiores ainda estão em fase de preparação sem ter organizado seu primeiro vestibular, embora constem da relação de habi-litações registradas no Ministério da Educação. É o caso, por exemplo, do curso de Odontologia da Faculdade São Lucas de Porto Velho.

Outro curso de Odontologia já funciona há alguns anos na capital e é oferecido pela FIMCA – Faculdades Integradas Maria Coelho Aguiar. Na área

43 – Vide Tabela 25 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.

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43 – Vide Tabela 25 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.

de saúde já funciona, também, o curso de Medicina, na UNIR.Em Cacoal está o único curso de Enfermagem do interior do Estado,

sendo oferecido pela FACIMED – Faculdade de Ciências Médicas. Os outros dois cursos de enfermagem estão em Porto Velho: UNIR e Faculdade São Lucas. Análises Clínicas, Biomedicina, Nutrição, Fonoaudiologia e Psicologia são outros cursos da área de saúde oferecidos pelas escolas de nível superior de Rondônia.

Na área agrária, além do curso de Administração de Agronegócios que funciona na FARO em Porto Velho, é possível estudar Agronomia na UNIR de Rolim de Moura e na ULBRA em Ji-Paraná. Voltada ao meio ambiente, há o curso de Engenharia Florestal, também na FARO.

Diversas escolas formam advogados em Rondônia. Somente a UNIR tem dois cursos com essa finalidade, sendo um em Cacoal e outro em Porto Velho. Cacoal tem mais um curso de Direito em escola particular e Porto Velho mais três cursos registrados no MEC, também privados. As demais escolas de Direito estão localizadas em Ji-Paraná, Vilhena e Ariquemes.

É relevante o número de cursos dentro do Programa PROHACAP, ci-tado anteriormente. São oito cursos oferecidos pela UNIR, dentro dos con-vênios firmados pelo Governo do Estado com o Sindicato dos Servidores em Educação – SINTERO, o Sindicato dos Servidores Públicos Federais – SIN-DSEF e com as prefeituras municipais, totalizando aproximadamente 140 turmas com 8.200 alunos atendidos, formando professores com licenciatura nas mais diversas áreas do magistério para o ensino médio e elementar.

A esse respeito, nota-se que os cursos voltados para a formação de professores existem em grande quantidade em todo o Estado, o que é alta-mente positivo para o futuro da educação de Rondônia como um todo.

Já é significativa, também, a oferta de cursos de pós-graduação, prin-cipalmente para especialização latu sensu. É importante lembrar a existência de vários cursos de metodologia do ensino superior e similares, o que está ajudando a formar professores para o próprio sistema de ensino de terceiro grau do Estado.

Nos quadros do Anexo a este Capítulo é possível encontrar a relação completa de instituições de ensino superior em funcionamento em Rondô-nia44.

2 – SAÚDE

O Estado de Rondônia foi, provavelmente, um dos primeiros do país a experimentar a universalidade no atendimento, nos moldes implantados

44 – Vide Quadro 25 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação.

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posteriormente pela lei orgânica de saúde – lei 8.080/90. Antes da vigência dessa lei, que criou o Sistema Único de Saúde, já funcionava por aqui um Convênio Global entre Estado e União, através do qual a população era aten-dida pelos serviços públicos de saúde independentemente de serem contri-buintes ou não do sistema de previdência e assistência.

Até o início dos anos 80, quando foi criado o novo Estado de Ron-dônia, o Governo do Território era responsável, basicamente, pela parte as-sistencial. A SUCAM – Superintendência de Campanhas de Saúde Pública cuidava, prioritariamente, do combate às endemias. A FSESP – Fundação Serviços de Saúde Pública atuava nas duas áreas com ações de assistência - em Unidades Mistas muito bem aparelhadas - e, também, com ações na área preventiva, especialmente educação em saúde, saneamento básico e abastecimento de água tratada.

Naquela época foi idealizada a rede básica de saúde, que hierarquizou os serviços, criando um sistema de referência e contra-referência que se inicia nos postos de saúde e tem no Hospital de Base, na Capital, a sua última ins-tância de atendimento. Entre esses dois serviços, são criados os centros de saúde diferenciados, localizados nos então Núcleos Urbanos de Apoio Rural – NUAR, hoje sedes municipais - e os centros de saúde, na área Urbana, com maior número de profissionais e de serviços. Vários Municípios receberam unidades mistas que, além dos serviços de internação, prestam atendimento ambulatorial. Por fim, os Municípios mais importantes do interior contavam com hospitais regionais que recebiam pacientes das localidades de sua área de influência geográfica e econômica. Posteriormente, os hospitais regionais foram, gradativamente, sendo municipalizados e atualmente o Estado não conta mais com hospitais desse tipo.

Nos últimos dois anos um acordo de cooperação técnica entre o Mi-nistério da Saúde e o governo de Rondônia, com apoio da Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS, permitiu a realização de estudos no interior do Estado e propôs a regionalização de algumas unidades para funcionar através de co-gestão do Estado e Municípios.

A presença por longo tempo dos técnicos do Ministério da Saúde e da OPAS em Rondônia, além daquela contribuição, consolidou avanços impor-tantes na implantação do Sistema Único de Saúde no Estado. O Conselho Es-tadual de Saúde, os Conselhos Municipais de Saúde e a comissão bipartite, que são instrumentos de controle social e de compartilhamento de decisões entre Estado e Municípios, estão funcionando satisfatoriamente.

Há ainda um longo caminho a percorrer. Os hospitais com maior poder de resolutividade (capacidade de resolver problemas complexos dos pacien-tes) estão sempre superlotadas e todos os investimentos feitos na melhoria dessas unidades elevam as estatísticas de atendimento, demonstrando a

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113

existência de demanda reprimida. Além disso, é possível verificar, ao obser-var a estatística de morbidade dos hospitais de Rondônia, a existência de ín-dices substanciais de doenças decorrentes da falta de saneamento básico.

É inegável, entretanto, que houve avanços importantes. A taxa de mortalidade hospitalar que era de 1,36 em 1996 diminuiu para 1,08 no ano de 2002, de acordo com o Sistema de Informações Hospitalares do SUS. A rede assistencial melhorou em tamanho e em qualidade. A diversificação de especialidades à disposição da população foi também bastante ampliada. Em 2002, em hospital da rede privada na capital do Estado, foi realizado o primeiro transplante de rim entre vivos, o que confirma o avanço tecnológico à disposição da população.

2.1 – Perfil da População

A avaliação do crescimento populacional de Rondônia entre 1995 e 2003 permite verificar um envelhecimento acentuado da população45. Em 2003 o número de pessoas com mais de 80 anos é maior que o dobro de 1995 e na faixa etária igual ou superior a 70 anos esse número é 70% maior.

Quando a comparação é feita entre os resultados dos recenseamentos feitos em 1991 e 200046, observam-se algumas diferenças nos números. Mesmo assim os dados acompanham tendências semelhantes. Confrontan-do-se os resultados desses censos, verifica-se um crescimento de quase 111% da população com mais de 70 anos de idade, contra um crescimento percentual praticamente nulo do número de crianças com menos de cinco anos de idade. A população brasileira com essa idade também é estável com tendência de queda, mas a média da região Norte é de crescimento de 15% e Rondônia é o único estado dessa região que não teve aumento significati-vo47.

2.2 – Preservação da saúde

De modo geral, a população de baixa renda recebe as orientações preventivas, entre outras fontes, através de Agentes Comunitários de Saúde e equipes de saúde da família, já que esses profissionais vão aos locais de moradia do cidadão. O anuário estatístico de Saúde 2001, realizado pelo Mi-nistério da Saúde, informa que 50 dos 52 Municípios de Rondônia estão in-

45 – Vide Quadro 1 do Capítulo 8 - Saúde.46 – Vide Quadro 2 do Capítulo 8 - Saúde.47 – Vide Quadro 3 do Capítulo 8 - Saúde.

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seridos no PACS – Programa de Agentes Comunitários de Saúde. São 2.117 agentes levando informações sobre preservação e promoção da saúde48.

Outro programa do Ministério com abrangência bastante razoável em Rondônia é o Programa de Saúde da Família. De acordo com anuário esta-tístico, estima-se que 25,50% da população está coberta com equipes que incluem médicos, enfermeiros e pessoal de apoio, contra 25,40% da média nacional49. Não foram encontradas, porém, informações sobre a inclusão de cirurgiões dentistas nas 105 equipes que, segundo o documento, estão atu-ando nos 41 Municípios do Estado que aderiram ao programa.

Outro fator a ser considerado ao tratar dos níveis iniciais de atenção à saúde é a questão do abastecimento de água. De acordo com a Companhia de Águas e Esgotos do Estado, houve um crescimento de 29,43% no volu-me de água produzida entre 1998 a 2002. Em 2003, a parcela da população urbana atendida chega a 53,3%. Outra informação da CAERD a ser conside-rada é a questão do esgoto sanitário. Nesse caso o número é irrisório: pouco mais de 1% da população tem ligação à rede de esgoto50.

2.3 – Rede Ambulatorial51

A rede de serviços ambulatoriais é a porta de entrada voluntária do cidadão no serviço público de saúde. A população da área rural que, de acor-do com o último censo era de 35,89%52 do total, é atendida basicamente pelos Postos de Saúde. De acordo com o DATASUS, são hoje 672 postos de saúde cadastrados pelo SUS. Ji-Paraná, com 44 postos, Guajará-Mirim e Cacoal, ambos com 33 postos de saúde cada um, são os Municípios mais bem servidos do Estado53. Os Centros de Saúde, além de oferecerem serviços de atendimento e de consultas médicas, odontológicas e de enfermagem, atuam também na área de diagnóstico e terapia. Existem 93 unidades cadastradas, 92 delas geridas pelos Municípios e uma pelo Estado54.

Onze policlínicas estão em funcionamento no Estado de Rondônia. A maior delas, Policlínica Osvaldo Cruz está localizada em Porto Velho e é ge-

48 – Vide Quadro 4 do Capítulo 8 - Saúde.

49 – Vide Quadro 5 do Capítulo 8 - Saúde.

50 – Vide Quadro 2 do Capítulo 8 - Infraestrutura urbana

51 – Vide Quadro 6 do Capítulo 8 - Saúde.

52 – Vide Quadro 7 do Capítulo 8 - Saúde.

53 – Vide Quadro 8 do Capítulo 8 - Saúde.

54 – Vide Quadro 9 do Capítulo 8 - Saúde.

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48 – Vide Quadro 4 do Capítulo 8 - Saúde.

49 – Vide Quadro 5 do Capítulo 8 - Saúde.

50 – Vide Quadro 2 do Capítulo 8 - Infraestrutura urbana

51 – Vide Quadro 6 do Capítulo 8 - Saúde.

52 – Vide Quadro 7 do Capítulo 8 - Saúde.

53 – Vide Quadro 8 do Capítulo 8 - Saúde.

54 – Vide Quadro 9 do Capítulo 8 - Saúde.

rida pelo Estado. As demais são todas de responsabilidade dos Municípios. A capital conta com três policlínicas municipais, Cacoal e Ouro Preto vêm a seguir com duas. As outras policlínicas estão localizadas em Ji-Paraná, Rolim de Moura e Vilhena55. Existem, ainda, 38 unidades ambulatoriais localizadas em hospitais no Estado de Rondônia, além do atendimento médico, odonto-lógico e de enfermagem prestado à classe industriária e comunidade em geral pelo SESI/RO.

A rede ambulatorial do SUS no Estado de Rondônia prestou mais de quatorze milhões de atendimentos no ano de 2002. A grande maioria – 9.762.627 foram procedimentos básicos, mas registraram-se mais de qua-tro milhões de atendimentos especializados. Desses, quase três milhões na área de patologia, assim divididos: 2.678.297 em patologia clínica e quase 115.000 em anatomopatologia e citopatologia.

Outros procedimentos mais sofisticados, como radioterapia, quimiote-rapia, e terapia renal substitutiva ocorreram, também, em número bastante considerável: 253.05356.

É necessário lembrar que o número de procedimentos é bastante supe-rior à população porque o mesmo paciente pode ser responsável pelo registro de vários procedimentos.

55 – Vide Quadro 10.56 – Vide Quadro 11.

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116

2.4 – Rede Hospitalar do SUS em Rondônia57

A maior parte dos hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde no Estado é gerida pelos Municípios. Em contrapartida, enquanto a média de leitos nos hospitais de propriedade do Estado é de 193, as unidades hospita-lares sob gestão dos Municípios têm, em média 31 leitos. Além do Hospital de Base, o maior de Rondônia, pertencem ao Estado o Hospital e Pronto So-corro João Paulo II e o CEMETRON, especializado em doenças tropicais, to-dos localizados em Porto Velho. Atualmente, o Estado administra, também, o Hospital Cosme e Damião, de Porto Velho, contratado à iniciativa privada, onde presta serviços de pronto socorro infantil.

Cacoal é o Município com maior número de leitos sob gestão do Mu-nicípio com quatro unidades, sendo duas próprias e duas contratadas. Gua-jará-Mirim tem uma unidade própria, uma contratada e uma filantrópica.

2.5 – Leitos nos Hospitais

Fora da capital, que conta com 827 leitos hospitalares, o Município com maior número de leitos nas três unidades citadas anteriormente é Guajará-Mirim com 83 leitos públicos, 60 filantrópicos e 24 contratados da rede particular. Vilhena vem a seguir, com 125 leitos, todos do Município.

2.6 - Morbidade nos hospitais58

A avaliação dos números relativos às internações revela dados exces-sivamente representativos para as causas ligadas às doenças infecciosas e parasitárias. Durante o ano de 2002, quase 22% das internações realizadas nos hospitais de Rondônia se deram em razão desses tipos de doença. A importância desses dados está no fato das doenças infecciosas e parasi-tárias serem, em sua grande maioria, evitáveis por medidas preventivas e educativas. No Brasil, como um todo, esse percentual não chega a nove por cento – 8,90%.

Os agravos que atingem os aparelhos respiratório e genitourinário também são muito importantes em termos de números: respectivamente 19.925 casos ou 18,88% e 10.194 casos, que representam 10,01% do total.

Ao todo, foram realizadas 101.831 internações nos diversos hospi-tais ligados ao SUS em Rondônia, em 2002.

57 – Vide Quadro 12.58 – Vide Quadro 15.

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57 – Vide Quadro 12.58 – Vide Quadro 15.

Em relação à idade dos internados59, um número muito considerável é o de crianças com menos de cinco anos de idade, ou seja, 17,23% do total de internações. A média brasileira é bem menor: 13,81% e da região Norte é próxima à nossa com 16,57% em relação ao total. Esses dados aumentam ainda mais a necessidade de intensificar as ações preventivas e de educação em saúde.

Uma outra faixa etária a ser observada é a que leva as pessoas entre 20 e 40 anos incompletos aos leitos hospitalares, afinal são os cidadãos na plenitude de sua capacidade produtiva. Este grupo representa 34,56% do total de internações em Rondônia. Na região Norte são 38,99% das interna-ções e no país, 33,83%.

2.7 - Nascimentos nos hospitais

No ano de 2002 os hospitais de Rondônia realizaram 17.567 partos, dos quais 80,46% foram partos normais e 19,54% de partos cesáreos, o que pode ser considerado uma informação positiva, melhor de que a média brasileira, que é de 25,18% de partos cesáreos60.

2.8 – Mortalidade nos hospitais61

A taxa de mortalidade em nossos hospitais tem diminuído sensivel-mente e está entre as menores em relação às demais Unidades da Federação. A média de dias em que o paciente permanece internado também apresenta números interessantes. Enquanto o doente passa, em média, 3,6 dias inter-nados em Rondônia, a média brasileira é de 6,2 dias. O Estado do Rio de Ja-neiro tem a pior média com 10,8. Isso representa custos menores, já que os preços da internação hospitalar são, sabidamente, muito altos. Entretanto, os dados sobre a mortalidade nos hospitais e o tempo de internação devem ser observados com extremo cuidado. Se, por um lado, podem significar boa capacidade de solução dos casos, podem, também, significar que os outros Estados estão atendendo casos com muito maior complexidade e que neces-sitam de cuidados por tempo mais longo.

Há ainda um fator a considerar. O Tratamento Fora de Domicílio – TFD – é um mecanismo do SUS que permite o envio de pacientes de um Estado para outro com melhores recursos. É perfeitamente possível que esse fato sobrecarregue outras unidades da Federação e alivie a sobrecarga em Rondô-

59 – Vide Quadro 16.60 – Vide Quadro 17.61 – Vide Quadro 18.

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118

nia, diminuindo o tempo de internação e o número de óbitos por não atender casos extremamente complexos.

Para menores de um ano de idade, a taxa de mortalidade hospitalar em 2002 é de 2,3% contra 3,82% da média brasileira.

2.9 – Vacinação

A cobertura vacinal para crianças menores de um ano permanece em níveis bastante razoáveis. A prevenção contra algumas doenças que podem ser evitadas por vacinas ocorre em dois momentos: rotineiramente nas uni-dades ambulatoriais e durante as campanhas de vacinação. Segundo dados do PNI – Programa Nacional de Imunização – a poliomielite, nas duas cam-panhas realizadas anualmente, teve mais de cem por cento de cobertura em cada uma das fases. Isso ocorre porque, em decorrência do interesse dos sanitaristas em espalhar o vírus vacinal na comunidade, é feita a vacinação em massa, inclusive com busca ativa, em algumas regiões. A vacinação de rotina da mesma vacina – Sabin – contra a poliomielite, têm atingido uma média de 96,73% de cobertura. Contra o sarampo a média de cobertura dos últimos anos é de 100%. A vacina tríplice, que previne contra o tétano, a difteria e a coqueluche tem atingido uma média de 98% de cobertura. No caso da BCG, contra a tubercu-lose, é provável que algumas crianças estejam sendo vacinadas mais de uma vez, porque as informações do PNI apresentam como média uma cobertura de 115%.

A cobertura contra a hepatite B, que em trabalho anterior da FIERO (1997) apresentava média ao redor de 75%, apresenta hoje uma cobertura próxima a 80%. Nos registros do PNI há uma informação negativa a respei-to do ano de 1997, quando a cobertura vacinal para esta doença não teria chegado a 39%.

2.10 – Doenças Específicas

A malária, que apresentou mais de 133 mil casos em 1994, diminuiu para 54.074 casos notificados em 2000 e caiu mais ainda em 2001: 44.004 casos. Rondônia é o terceiro Estado do Norte em números absolutos desta doença, atrás do Pará e do Amazonas, que apresentam, respectivamente, 184 mil e 48 mil casos.

Outra doença que foi motivo de preocupação na última versão do Perfil Socioeconômico e Industrial do Estado de Rondônia, a leishmaniose tegu-mentar também apresentou queda, embora de forma menos significativa. Os dados apresentados na época registravam 2.249 casos. Em 2001 foram

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notificados 1.975 casos.A AIDS vem apresentando uma média de 30 casos por ano desde

1997. Em relação ao dengue, a FUNASA – Fundação Nacional de Saúde -

relata que o primeiro trimestre de 2003 apresenta uma queda importante em relação ao número de casos notificados no primeiro semestre de 2002.

Rondônia, que entre janeiro e março de 2002 notificou 1.480 casos de dengue clássico, apresentou 791 casos para o mesmo período de 2003. Trata-se de uma queda de 46,55% em relação ao anterior, melhor que os resultados da região Norte, que foram de pouco mais de 36%.

2.11 – Planos de Saúde

De acordo com ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, estão devidamente registradas na entidade, que é a responsável pela regulamenta-ção do setor, onze operadoras atuando no Estado.

2.12 – A Saúde no Estado de Rondônia em relação aos Estados do

Acre e demais Unidades Federadas do Centro-Oeste

O Ministério da Saúde preparou o Estudo “Indicadores e Dados Bá-sicos Brasil 2001” utilizando dados de 2000 relativos a todas as Unidades da Federação. Para este trabalho selecionaram-se itens que dão indicativos importantes a respeito do estágio da saúde em Rondônia e o comparativo com as demais Unidades da Federação do centro-oeste e estado do Acre, (unidades federadas que buscam, através de um projeto integrado, o desen-volvimento para a região, denominado MERCOESTE).

O número de trabalhadores mortos em acidentes de trabalho apresen-ta dados preocupantes. De acordo com o Estudo do Ministério, temos mais que o dobro de óbitos por essa causa que a média das demais Unidades da Federação. Enquanto no ano de 2000 morreram, em Rondônia, 105,33 tra-balhadores para cada 100.000 trabalhadores segurados, essa proporção no Mercoeste foi, em média, de 43,94.

O número de leitos por mil habitantes está também um pouco aquém da média, embora superior ao Distrito Federal. Temos 2,67 leitos por mil habitantes contra 2,48 da Capital federal. A média do Mercoeste ficou em 3,12 leitos/1000 habitantes. Cada rondoniense teve acesso naquele ano a 1,54 consulta em média. Os acreanos 1,36 e os mato-grossenses 2,38, o melhor número.

Quando se compara o Estado de Rondônia aos Estados da região Norte ou à média brasileira, o Estado parece estar em patamares bastante razoá-

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120

veis. Em relação às demais unidades federadas do Mercoeste, entretanto, Rondônia ainda está a requerer melhorias na área de saúde62.

3 – SEGURANÇA PÚBLICA

Na falta de uma definição expressa e inequívoca da expressão “segu-rança pública”, é possível aduzir, do texto constitucional, que ela seja uma condição, que incumbe ao Estado o dever de assegurá-la. Advém também do texto constitucional que o “provimento da segurança pública”, por definição semântica da expressão “segurança”, bem como pela referência aos órgãos de execução citados, implique em assegurar um estado de coisas em que os cidadãos da Nação estejam protegidos da vitimização pelo crime e pela vio-lência, sinistros, acidentes e desastres.

Pode-se, portanto, concluir que a segurança pública é uma atividade pertinente aos órgãos estatais, realizada com o fito de proteger a cidadania, prevenindo e controlando manifestações da criminalidade e da violência, efe-tivas ou potenciais, e garantindo o exercício pleno da cidadania dentro dos limites da lei.

As políticas, métodos e processos que traduzem o provimento da segurança pública, instrumentais para a materialização do preceito consti-tucional, são pertinentes, basicamente, ao domínio da gestão dos poderes executivo Federal, Estadual e Municipal.

Embora as responsabilidades sobre a segurança pública estejam bem definidas na Constituição brasileira, o fato é que este dever constitucional do Estado vem enfrentando sérias dificuldades no país e o avanço da crimi-nalidade tem sido constante. A ação estatal tem se traduzido na aplicação de medidas paliativas, ou uma penosa troca de acusações de incompetência e corrupção entre os Executivos e os Judiciários, reforçando a tese de que as ações policiais esporádicas e baseadas no empirismo trazem resultados efêmeros.

No Estado de Rondônia a situação da segurança pública se agrava a cada ano. A cada dia, a população reclama das autoridades pelo aumento da criminalidade, motivada, em grande parte, pela situação econômica do país e do Estado, que amplia as desigualdades sociais, e pela ineficiência do siste-ma preventivo e repressivo do Estado, situação que preocupa a sociedade.

Dados divulgados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e pela Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Ci-dadania de Rondônia indicam Rondônia como um dos estados mais violentos do Brasil.

62 – Vide Quadro 20 no Anexo ao Capítulo 9 - Saúde.

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62 – Vide Quadro 20 no Anexo ao Capítulo 9 - Saúde.

No que se refere a homicídios, por exemplo, em 1999 Rondônia ocu-pava a sétima posição em nível nacional, com uma taxa de 34,16 homicídios dolosos por cem mil habitantes no Estado. O Estado mais violento por este critério foi o Espírito Santo, sendo registrados 51,94 homicídios para cada cem mil habitantes. Entre 1999 e 2002 houve um incremento de 16,56% no número de homicídios dolosos no Estado, passando para 40,16 casos para cada cem mil habitantes no ano 200263. Dados do Ministério da Justiça referentes àquele ano apontam Porto Velho como a capital dos estados bra-sileiros com a maior taxa de homicídios dolosos do país.

Com relação a homicídios culposos, incluindo os acidentes de trânsito, Rondônia e sua capital Porto Velho, aparecem entre os cinco estados brasi-leiros com as maiores taxas, em 2002, com 20,88 homicídios para cem mil habitantes.

Quanto à ocorrência de estupros, Rondônia aparece entre os estados mais violentos do país desde 1999, ficando em segundo lugar em nível na-cional, com 23,83 e 25,98 estupros por mil habitantes em 1999 e 2000, res-pectivamente, atrás apenas do Estado do Amapá. Entre 1999 e 2002 houve um incremento de 21,40% no número de casos. Em 2002, Porto Velho foi a capital dos estados brasileiros com maior incidência neste tipo de crime.

Outro indicador de violência é o número de veículos roubados. Ron-dônia aparecia em nono lugar em 1999 e em quinto em 2002, dentre todas as unidades da federação. A taxa de incremento de roubo de veículos em Rondônia foi de 127,34% neste período.

No que se refere a ocorrências de roubo de uma maneira geral, Rondô-nia também aparece novamente em destaque. Em 1999 foram 244,1 ocor-rências de roubos para cada cem mil habitantes e em 2002 foram 426,32, um incremento de 79,69% no período. Em 2002, Porto Velho apresentou a segunda maior taxa nesse tipo de crime dentre as capitais dos estados bra-sileiros.

Com relação a furtos de veículos e outros furtos, Rondônia aparece entre os dez estados brasileiros com as maiores ocorrências. Em 2002, Por-to Velho aparece nas estatísticas como sendo a décima capital dos estados brasileiros com maior taxa de furtos de veículos e a sexta em outros furtos.

Em síntese, qualquer que seja o indicador de violência e criminalidade o Estado de Rondônia aparece com um destaque nada invejável. O mais gra-ve é que as estatísticas mostram um crescimento da violência e da crimina-lidade no Estado ao longo dos últimos anos.

O aumento da criminalidade se reflete no aumento da população car-

63 – Vide Tabela 1 do Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública.

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cerária e nos conflitos que têm ocorrido entre os apenados e entre estes e os agentes penitenciários e policiais, bem como, nas fugas constantes de presos, revelando a vulnerável situação no sistema prisional do Estado.

Em 1980 a relação era de um preso para cada 5.169 habitantes de Rondônia. Em fevereiro de 2003 a proporção é de um preso para cada 369 habitantes64. Existem 3.621 presos para uma capacidade nas penitenciárias e delegacias de apenas 1.579 vagas, indicando a superlotação no sistema carcerário65. O resultado é o aumento no número de mortes no interior do sistema. Em 2001 ocorreram 20 mortes no sistema. Em 2002, foram 38 mortes e em 2003 já ocorreram 4 mortes no sistema, só nos três primeiros meses do ano66. Outro resultado é o aumento das fugas dos presos.

As ações desenvolvidas pelo Estado nos últimos anos, como aplicação de recursos nos focos de tensão social, aumento do número de viaturas, mo-tos e bicicletas, descentralização e espacialização das ações, têm resultado na melhoria de alguns indicadores, como o aumento do número de pessoas presas em flagrante, aumento da apreensão de cocaína e outros entorpecen-tes, aumento das prisões de pessoas com mandados de prisão, aumento da apreensão de armas em poder da população e redução da corrupção entre

64 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública.65 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública.66 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública.

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64 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública.65 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública.66 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública.

os membros das corporações. No entanto, essas ações ainda são insuficien-tes para combater o aumento da criminalidade, mesmo porque o combate à violência e à criminalidade não pode ser realizado somente com ações repressivas, necessitando de políticas que promovam o desenvolvimento e combatam as desigualdades sociais.

Neste sentido, o combate à violência e à criminalidade deve ser feito atacando-se as causas geradoras desses fenômenos sociais, com investimen-tos para melhorar a qualidade de vida da população, bem como procurando minimizar os seus efeitos, reduzindo a impunidade. Assim, as ações a serem desenvolvidas deverão ser de duas ordens: preventivas e repressivas.

As ações preventivas de combate às causas indutoras da violência e da criminalidade devem ser, dentre outras:

• Diminuir a situação de exclusão de jovens, possibilitando-lhes acesso às suas necessidades básicas de educação, saúde, lazer, dentre outras, assim como desenvolver políticas de recuperação, principalmente de menores em conflito com a lei;

• Investir na construção de moradias para as populações mais ca-rentes, bem como melhorar a infra-estrutura básica de habitação e saneamento básico, especialmente na periferia das cidades rondo-nienses;

• Buscar ações que permitam à população ter acesso as suas neces-sidades básicas e garantam a geração de empregos, melhorando a qualidade de vida e a inclusão social e geração de renda, associati-vismo, qualificação profissional, dentre outros;

• Proporcionar a todos o acesso à educação de qualidade e fomentar o hábito da leitura, principalmente entre os jovens, facilitando o acesso ao livro, assim como promover eventos de incentivo à cul-tura e desenvolver ações concretas nas áreas de esporte e lazer;

• Oferecer tratamento de saúde gratuito e de qualidade à população, bem como disseminar a prática da medicina preventiva que reduz consideravelmente os custos e aumenta os benefícios;

• Implementar políticas de geração de emprego e renda.

As ações repressivas de combate às conseqüências imediatas da violência e da criminalidade devem ser realizadas de forma a:

• Integrar as ações das Polícias Civil e Militar para atuarem em perfei-ta harmonia no combate à criminalidade, resguardando-se as com-petências constitucionais, assim como promover ampla integração operacional com as Polícias Federal e Rodoviária Federal, Forças Armadas e órgãos policiais dos demais Estados da Federação;

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• Desenvolver uma programação de relações comunitárias que propi-cie à polícia integrar e interagir com a comunidade;

• Qualificar os recursos humanos das polícias e da Superintendência Penitenciária para melhor desenvolverem suas atribuições constitu-cionais;

• Desenvolver um sistema de inteligência policial dedicado à busca de dados, seu processamento, análise e distribuição de informa-ções necessárias ao planejamento estratégico, tático e operacio-nal;

• Completar e redistribuir os efetivos policiais no âmbito do Estado de Rondônia, considerando as necessidades das áreas mais crí-ticas, especialmente as periferias das regiões urbanas e faixa de fronteira com a Bolívia;

• Utilizar moderna tecnologia e equipamentos apropriados para an-tecipar as ações que afetam a segurança pública, prevenindo sua ocorrência, bem como atuar com eficácia no sentido de restaurar a ordem pública;

• Desenvolver nos órgãos responsáveis pela segurança pública, a partir dos cursos de formação, consciência institucional do respeito aos direitos humanos e às garantias constitucionais;

• Ampliar o controle sobre a atividade policial, reprimindo rigorosa-mente a corrupção, a violência policial e o desrespeito aos direitos humanos;

• Humanizar o Sistema Penitenciário;

• Realizar o acompanhamento e a avaliação de resultados.

* * * * *

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125

Parte III

Meio Ambiente

APRESENTAÇÃO

O aproveitamento dos recursos naturais em harmonia com a pro-teção do meio ambiente tem sido preocupação permanente de vários segmentos da sociedade brasileira e internacional. Esta preocupação é maior em se tratando da Amazônia, principalmente

após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvi-mento, a chamada Conferência do Rio, ou ECO-92.

Esta questão levantou, em Rondônia, um elevado nível de consciência crítica provocada, em parte, pela rápida expansão das atividades agropecu-árias durante os primeiros anos de implantação dos Projetos de Colonização do INCRA, que fatalmente implicavam em derrubadas e queimadas para o preparo das áreas de cultivo, o que veio a despertar a atenção da opinião pública nacional e mundial.

A elevação do antigo Território Federal à categoria de Estado, em 1982,

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126

se deu em meio a um clima de enorme agitação motivado pelos problemas ambientais que a conquista destes novos territórios poderiam representar para o país e para o mundo, caso não houvesse uma preocupação maior das autoridades, tanto federais quanto estaduais, para com o assunto.

Ainda que os naturais de Rondônia, bem como seus novos ocupan-tes, pudessem entender tais manifestações como derivadas do sentimento de culpa daqueles países ou estados que já haviam arrasado suas florestas nativas, houve suficiente consciência local para que se assumissem deter-minados postulados ambientais, a ponto da primeira Constituição Estadual, promulgada em 1982, trazer toda uma Seção sobre o tema, e da Legislação Complementar sobre Meio Ambiente, votada a partir daquela data, ser con-siderada uma das melhores do país.

Contudo, a exploração florestal desencadeada no Estado nas duas últi-mas décadas, se caracterizou pelo puro extrativismo vegetal, em sucessivas intervenções nas florestas, sem nenhuma preocupação com a regeneração natural ou reflorestamento. Fica claro que a exploração madeireira no Estado nunca esteve próxima de uma atividade racional. Não por culpa exclusiva dos empresários mas, principalmente, pela falta de uma política séria e direciona-da dos órgãos ambientais, estaduais e federais, que não conseguiram definir claramente as diretrizes a serem observadas pelo setor.

O Governo Federal, preocupado com a ocupação desordenada da re-gião, e constatando a pouca capacidade dos Governos Estaduais de Rondô-nia e Mato Grosso de fazer frente à necessidade de apoio socioeconômico à população migrante, implantou o POLONOROESTE, programa financiado pelo Banco Mundial que tinha como objetivo a maior integração regional, in-corporando a idéia do ordenamento territorial, numa ótica de sustentabilidade a longo prazo.

O Programa, porém, enfatizando os aspectos de desenvolvimento agropecuário como ferramenta de fixação da população ao campo, descui-dou, em vários aspectos, da questão ambiental, o que motivou a criação de um novo programa, igualmente financiado pelo Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento – BIRD, intitulado PLANAFLORO, o Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia, cuja espinha dorsal foi o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado. Este assunto será tratado no capítulo a seguir.

* * * * *

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CAPÍTULO 11

O ZONEAMENTO, AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E AS TERRAS INDÍGENAS

1 – DESMATAMENTO

Ssendo Rondônia um Estado muito novo, e ainda em formação, a ação antrópica se manifesta muito mais pela intervenção na floresta do que através de fatores industriais ou de concentração urbana.O desmatamento é apontado como o maior problema ambiental

existente no Estado de Rondônia. Seu monitoramento vem sendo feito, ao longo dos últimos anos, pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Am-biental -SEDAM, órgão do Governo do Estado de Rondônia, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Esse monitoramento é realizado com base em medições dos dados de imagens de satélite, utilizan-do-se o geoprocessamento.

Os projetos de colonização e o asfaltamento da BR-364 foram determi-nantes no processo de desmatamento do Estado, tanto assim que os índices registrados na década de 70, situavam-se próximo de zero. Já entre 1978 e 1988, a área desmatada de Rondônia passou de 420 mil para 3 milhões de hectares, passando a partir de então a crescer a taxas entre 12 e até 24,5% ao ano sobre o incremento médio anual.

Entre 1978 e 2002, o desmatamento alcança 61.986,14 km2, cor-respondendo a 25,99% da área territorial do Estado67. A média anual do desmatamento, entre 1988 e 1998, período com maior número de medições efetivas, foi de aproximadamente 2.380,70 km2/ano.

Para o ano de 1993 os valores podem estar subestimados, pois foram utilizadas, em algumas áreas, imagens de 1992. Este fato pode ter influen-ciado no resultado de 1994, já que este é uma média do desmatamento do período 1993 a 1995.

Como se pode observar pelos dados, houve uma tendência de redu-ção do desmatamento entre 1989 e 1991, voltando a crescer entre 1992 e 1996, e, a partir daí, apresentando uma tendência de queda. O período que registrou maior desmatamento foi entre 1993 e 1995, com média anual de

67 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 11.

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aproximadamente 3.950,00 km2, contra 1.720,00 km2 de média anual entre 1988 e 1992.

Entre 1993 e 1995, o desmatamento foi muito elevado quando com-parado aos anos anteriores e posteriores da década de 1990. Segundo o rela-tório Avaliação do Desmatamento em Rondônia, elaborado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM, o desmatamento excessi-vo neste período é resultado da política de Reforma Agrária do Governo Fede-ral, aumentando a pressão sobre os latifúndios improdutivos, que na região significam grandes propriedades com cobertura vegetal natural, podendo ser desapropriados para efeito de reforma agrária e/ou pagamentos de Imposto Territorial Rural – ITR elevados.

Outro aspecto importante foi a ação do INCRA no sentido de regulari-zar áreas com Contratos de Promessa de Compra e Venda - CPCV’s, e Con-tratos de Alienação de Terras Públicas - CATP’s, dentre outros, o que provo-cou um aumento do desmatamento para ser apresentado como benfeitoria para efeito de regularização da propriedade, evitando assim que pudesse ser revertida ao INCRA e usada para fins de Reforma Agrária.

Nas regiões de fronteira agrícola interna o desmatamento também foi intensivo entre 1993 e 1996, nos municípios de Costa Marques68, São Francisco, Seringueiras, São Miguel do Guaporé, Buritis e Campo Novo, o que é considerado natural para uma região em que ocorrem muitas novas ocupações. É surpreendente, o aumento do desmatamento em regiões de colonização antiga, como a região de Ji-Paraná e Ouro Preto d’Oeste, onde grande parte das propriedades rurais já não tinha suas reservas legais, como exige a legislação ambiental. Esse desmatamento ocorre nas pequenas e mé-dias propriedades, cuja destinação de uso é pastagem para pecuária leiteira e implantação de café.

Em 1996 os municípios que mais desmataram, considerando o per-centual da área do município desmatado, foram exatamente aqueles de co-lonização antiga, com grande número de pequenas e médias propriedades, como Teixeirópolis, Primavera de Rondônia, São Felipe D’Oeste, Ministro Andreazza, Nova União, Urupá, Novo Horizonte do Oeste, Vale do Paraíso, Castanheiras e Santa Luzia D’Oeste.

Em 1997, o desmatamento foi mais intensivo nos municípios de Teixeirópolis, Cabixi, Theobroma, Santa Luzia D’Oeste, Alvorada D’Oeste, Ouro Preto D’Oeste, Jarú, Vale do Anari, Nova União, Urupá e Machadinho D’Oeste, continuando a tendência do ano anterior de desmatamentos ele-vados em municípios de colonização antiga, onde predominam pequenas e médias propriedades. Nas regiões de ocupação recente os municípios que

68 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 11.

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68 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 11.

mais desmataram foram Buritis, Campo Novo, São Miguel, Seringueiras e São Francisco.

Entre 1998 e 2002, o desflorestamento foi maior em Porto Velho e nas regiões de expansão da fronteira, em Buritis, Campo Novo de Rondônia, São Francisco do Guaporé e Machadinho d’Oeste, em função da implantação de Projetos de Assentamento e regularização fundiária.

Os municípios com desmatamentos mais acentuados, em área absolu-ta, são Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Jaru, todos com desma-tamento superior a 2.000km2. Em números relativos, Teixeirópolis, São Feli-pe e Rolim de Moura já desmataram mais de 80% de suas áreas territoriais.

De uma maneira geral, pode-se afirmar que o principal uso das terras desmatadas em Rondônia é pasto para a pecuária bovina69. Quanto aos pe-quenos desmatamentos, praticados em pequenos estabelecimentos rurais, são destinados, em geral, à lavoura do café, lavouras anuais e pastagens para a pecuária leiteira.

Estima-se que aproximadamente 75% das áreas desmatadas do Esta-do sejam ocupadas com pastagens, 10% com agricultura e 15% correspon-dendo a capoeiras, cidades e vilas, garimpos e atividades minerais, estradas, infra-estrutura e lagos artificiais.

2 – REFLORESTAMENTO

Embora a indústria madeireira de Rondônia tenha se desenvolvido se-gundo um modelo de exploração extrativa, com o simples corte de espécies selecionadas, basicamente em função da cotação alcançada no mercado pe-las espécies-alvo, a atividade vem sendo reordenada para uma atuação em bases empresariais, voltando-se para o reflorestamento, o manejo florestal e outras práticas.

Atualmente, apesar das incertezas provocadas pela atuação dos ór-gãos normativos e fiscalizadores, encontra-se no caminho da auto-sustenta-ção.

Hoje existem empresários que, individualmente e/ou como partici-pantes de Associações e/ou Cooperativas, desenvolvem vários projetos de reflorestamento e de condução da regeneração natural. Os primeiros e impor-tantes resultados destas ações irão suprir a indústria madeireira nas próximas décadas em bases racionais e empresariais.

Para o reflorestamento as espécies mais utilizadas são: a teca, o freijó, o mogno, a caixeta e o cedro-rosa. De importância também são os plantios de ipê, leiteira, pinus, açaí, faveira, itaúba, marupá, bandarra, cerejeira, sa-

69 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 11.

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maúma, sucupira, entre outras.

3 – O PLANAFLORO

O Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia (Planafloro), teve sua origem a partir da identificação dos problemas advindos do intenso processo de migração pelo qual passou o Estado, sobretudo na década de 80. O pro-jeto teve seu contrato de empréstimo assinado em 19 de setembro de 1992 entre o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD e a República Federativa do Brasil, para execução pelo Estado de Rondônia.

O principal objetivo do Planafloro consistiu na implementação de ações que propiciem o aproveitamento racional dos recursos naturais, de forma a favorecer o desenvolvimento sustentável de Rondônia.

Politicamente, o PLANA-FLORO atendia à necessidade do Governo do Estado de substituir o POLONOROESTE, quando se en-contrava em fase de conclusão, ao tempo que surgia como alternativa capaz de assegurar os recursos in-dispensáveis à viabilização de pro-gramas essenciais à consolidação de atividades produtivas, sociais e ambientais de Rondônia. Do ponto de vista econômico, o PLANAFLORO foi uma ousada proposta de captação de recursos financeiros do Banco Mundial para viabilizar o desenvolvimento do Estado de Rondônia. Não se pode esquecer que estes empréstimos acarretam pesados ônus a toda população do país, razão pela qual exigem uma competente análise da relação existente entre os custos

financeiros do projeto e os benefícios sociais e econômicos que produzem. Nesta análise, o Governo do Estado não pode prescindir da participação da sociedade civil organizada. Socialmente foi uma proposta pioneira, ao ensejar a participação da sociedade civil nos processos de diagnóstico, análise e proposição de so-luções, o que se consubstancia nos planejamentos das ações realizadas.

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Tecnicamente foi uma proposta inovadora, ao viabilizar o Zoneamento So-cioeconômico-Ecológico - ZEE que, em síntese, é um instrumento técnico e político de planejamento das peculiaridades regionais, segundo critérios de sustentabilidade, de absorção de conflitos, e de temporalidade, o que lhe atribui um caráter de processo dinâmico que deve ser periodicamente revisto e atualizado, capaz de agilizar a passagem para um novo padrão de desen-volvimento. O ZEE, portanto, não é um fim em si, nem mera divisão física, e tampouco visa criar zonas homogêneas e estáticas cristalizadas em mapas.

O PLANAFLORO, elaborado nesta perspectiva, trouxe em seu con-junto de componentes, atividades que visaram promover a implantação de modelos de desfrute dos recursos naturais, numa visão de longo prazo e de sustentabilidade, tanto econômica quanto ambiental. O que se assiste em alguns países da Europa é a exigência crescente de certificados de origem para produtos oriundos de regiões de trópico úmido, que comprovem ser tal produção sustentável. Isto só é possível de ser plenamente atingido com a implantação de novos sistemas de manejo e uso da floresta, do solo e da água, que permitam a conservação destes recursos.

O POLONOROESTE teve como objetivo principal o caráter desenvol-vimentista e trouxe para Rondônia US$ 1 bilhão. O PLANAFLORO, através do seu documento principal de negociação, o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico, alavancou para as atividades de desenvolvimento e preservação somente US$ 228,9 milhões. Como vimos, mesmo com a prorrogação do PLANAFLORO, os recursos foram insuficientes para atender a demanda de investimentos necessários ao pleno desenvolvimento do Estado.

Diante de tal situação, é imperiosa a elaboração de um novo Projeto, a ser negociado com o Banco Mundial. Baseados no Zoneamento, os re-cursos alocados seriam aplicados exclusivamente nas áreas de exploração agropecuária intensiva, atividades de reflorestamento, fomento à indústria e à agroindústria, além de projetos de infra-estrutura rodoviária e urbana (recuperação da malha viária, ampliação de sistemas de abastecimentos de energia, de água, entre outros). Este novo Projeto, irrigando com suficientes recursos as áreas destinadas à exploração intensiva definidas pelo Zoneamento, compensaria, de certa forma, a preservação dos ecossistemas frágeis de Rondônia, alterando sig-nificativamente a atual configuração econômica do Estado, proporcionando um novo impulso desenvolvimentista, baseado na auto-sustentabilidade, ga-rantindo renda e bem estar social.

Caso o Governo de Rondônia não consiga, através de negociação com o Banco Mundial, um novo projeto, de nada valerão os Programas e recursos advindos do PLANAFLORO, pelo simples fato de não existir no momento, nenhuma política governamental de incentivos para implantação de proje-

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tos que venham proporcionar o desenvolvimento das Zonas 1 e 2 do atual Zoneamento. Para que se evitem pressões de toda ordem por invasões de áreas de preservação e conservação, é necessário que se criem políticas de desenvolvimento e instrumentos de aplicação de recursos, objetivando a ver-ticalização da atividade produtiva em áreas existentes na Zona 1 e 2, para que haja o desestímulo das iniciativas de derrubadas de mais florestas.

4 – O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO-ECOLÓGICO

Visando racionalizar a ocupação do espaço rural do território de Ron-dônia, de forma a promover o desenvolvimento econômico evitando desequi-líbrios ecológicos, preservando os ecossistemas frágeis e/ou representativos da biodiversidade, o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico (ZSEE) foi im-plantado no Estado em meados da década de 1980, como uma estratégia para reverter os problemas sociais e ambientais causados pela expansão desordenada da fronteira agrícola.

A elaboração do ZSEE do Estado, em sua primeira aproximação, ocor-reu entre 1986 e 1988. As zonas, conceituadas como áreas com caracte-rísticas homogêneas, foram estabelecidas em função dos seus meios físico e biótico, correlacionados aos aspectos socioeconômicos decorrentes da ação antrópica, tendo sido definidas seis zonas: a zona 1 foi indicada para intensificação da exploração agropecuária, destinada ao desenvolvimento de atividades agrícolas, pecuárias e agroflorestais; a zona 2, recomendada para o desenvolvimento de atividades agropecuárias e consórcios agroflorestais, priorizando-se os pequenos produtores organizados em comunidades; a zona 3, definida como a zona ribeirinha, sendo recomendado o aproveitamento de várzeas e terras firmes marginais aos rios, principalmente o Mamoré, o Madeira e o Machado, para atividades agroflorestais e pesqueiras; a zona 4, destinada ao extrativismo vegetal e de essências florestais, como castanhas, gomas, óleos, frutos e raízes, mediante manejo dos recursos naturais; a zona 5, destinada ao extrativismo madeireiro, também com manejo adequado dos recursos florestais, a zona 6, definida como zona de ecossistemas frágeis ou muito frágeis, destinadas à preservação e/ou conservação, incluindo as unidades já existentes e as Terras Indígenas legalizadas.

Instituído por decreto em 1988, transformou-se posteriormente na Lei Complementar nº 52, de 20 de dezembro de 1991, tendo vigorado até junho de 2000. Ao longo desse período algumas modificações ocorreram através de Leis Complementares, como as de nº 152, de 1996 e n° 171, de 1997, mas não houve mudanças de zonas, apenas redefinições de usos em algu-mas áreas que apresentavam conflitos quanto ao zoneamento.

Entre 1996 e 1998 foram realizados estudos para subsidiar a elabora-

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ção da Segunda Aproximação do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Estado de Rondônia, que foi concluída em 1999 e instituída pela Lei Com-plementar nº 233, de 06 de junho de 2000.

O objetivo dessa segunda aproximação foi detalhar o conhecimento sobre os meios físico, biológico e socioeconômico. A primeira aproxima-ção foi realizada utilizando-se escala de trabalho e de representação de 1:1.000.000. Na segunda utilizou-se escala de trabalho de 1:250.000 e de representação de 1:1.000.000, portanto com maior nível de detalhes.

O resultado foi a definição de três zonas para todo o Estado, sendo a primeira dividida em quatro subzonas, a segunda em duas e a terceira em três. Esta divisão teve como base os critérios a seguir.

As áreas com alto nível de ocupação humana e alto potencial natural (solos com boa aptidão agrícola e com baixa susceptibilidade à erosão), onde o uso da floresta natural já não pode ser feito, dado o elevado nível de an-tropismo, foram destinadas à consolidação de atividades socioeconômicas. Estas são as características da subzona 1.1.

Quando existe médio nível de ocupação humana (potencial social), todavia, em processo acelerado de ocupação agropecuária, com conversão da floresta, mas ainda predominando a cobertura florestal natural, onde a aptidão agrícola preponderante é regular, a vulnerabilidade natural à erosão é predominantemente baixa a média, recomendou-se a regularização fundiária, mas com controle da exploração florestal e do desmatamento. A subzona 1.2 tem estas características.

As áreas onde predominam a cobertura vegetal natural, cujo processo de ocupação agropecuária é incipiente, com expressivo potencial florestal, com aptidão agrícola predominantemente restrita, médio nível de suscetibili-dade à erosão, receberam recomendação de que as atividades agropecuárias existentes podem ser mantidas, mas sua expansão não deve ser estimulada. Estas são características que correspondem à subzona 1.3.

Áreas com estrutura fundiária definida, mas com restrições naturais ao desenvolvimento de atividades que impliquem na conversão da cobertura vegetal natural, como alta suscetibilidade natural à erosão, foram indicadas para recuperação. Nas áreas já desmatadas, recomendou-se a implantação de sistemas de exploração que garantam o controle da erosão, tais como reflorestamento, consórcios agroflorestais e culturas permanentes, de um modo geral. A subzona 1.4 tem essas características.

Às áreas onde o nível de ocupação humana é pouco expressivo ou inexpressivo e a suscetibilidade à erosão é elevada, recomendou-se que se-jam exploradas em seu estado natural por meio do manejo florestal. Essas áreas correspondem às subzonas 2.1 e 2.2, sendo que esta última é mais vulnerável que a primeira. Além dos aspectos já citados, levou-se em con-

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sideração, para definição dessas subzonas, o potencial hídrico, a riqueza da biodiversidade e as áreas onde os estudos indicaram a existência de espécies raras de animais ou vegetais ou beleza cênica.

E, finalmente, as áreas institucionais, que são as unidades de con-servação e terras indígenas já existentes. A subzona 3.1 é constituída por unidades de conservação do uso sustentável, a subzona 3.2 por unidades de proteção integral e a 3.3 por terras indígenas.

O zoneamento do Estado foi elaborado e instituído, mas precisa ser implementado por meio de políticas públicas que possam concretizar suas diretrizes, reforçando as características de cada zona, seja para a explora-ção econômica racional, conservação ou preservação. Além disso, é preciso administrar o banco de dados do zoneamento, alimentando-o com novas informações, para que o Estado possa conhecer, de forma cada vez mais detalhada, suas potencialidades e vulnerabilidades, indicando a melhor forma de uso para seus recursos.

Faz-se necessário também o apoio ao ordenamento territorial urbano, por meio dos planos diretores, obedecendo ao Estatuto da Cidade (Lei Fe-deral 10.257/2001, que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição brasileira que tratam do uso do solo urbano).

De acordo com o Estatuto da Cidade, o ordenamento e controle do uso do solo são importantes para evitar a utilização inadequada dos imóveis urbanos; a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; o parcela-mento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou inadequado em relação à infra-estrutura urbana; a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego sem a previsão da in-fra-estrutura correspondente; a retenção especulativa de imóvel urbano que resulte na sua subutilização ou não utilização; a deterioração das áreas urba-nizadas e a poluição e a degradação ambiental;

O plano diretor é um instrumento básico da política de desenvolvimen-to e expansão urbana, sendo obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes e em áreas de especial interesse turístico ou áreas de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. Alguns municípios de Rondônia que se enqua-dram nesses critérios já possuem planos diretores aprovados, mas precisam adequá-los ao Estatuto da Cidade. Outros precisam elaborar seus planos di-retores já em consonância com a Lei.

5 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Institucionalmente as Unidades de Conservação são espaços territo-riais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com ca-

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racterísticas naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, aos quais se aplicam garantias adequadas de proteção.

O Estado de Rondônia possui uma área de 23.851.289 ha, da qual 19,83% destinada às Unidades de Conservação70, em um total de 59, sendo 25 Reservas Extrativistas (1.390.145.25ha), 04 Estações Ecoló-gicas (245.241ha), 08 Parques (1.717.492ha), 04 Reservas Biológicas (629.895ha), 13 Florestas (756.281ha), 04 Reservas Particulares do Patri-mônio Natural (2.760ha), 01 Área de Proteção Ambiental (6.141ha)71.

Conforme a Lei nº 9.985, de 18 de junho de 2000, as Unidades de Conservação dividem-se em dois grupos:

• UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL – tendo como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos recursos naturais, ou seja, explorar o ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renová-veis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e econo-micamente viável;

• UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL – tendo como objetivo preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos recursos naturais, ou seja, manter os ecossistemas livres de altera-ções causadas por interferência humana, admitindo apenas o uso indireto dos seus atributos naturais.

De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, as Categorias de Unidades de Conservação encontram-se assim conceituadas:

Estação Ecológica (Proteção Integral): são unidades de conservação com amostras representativas de ecossistemas terrestres e/ou aquáticos; tendo como objetivos básicos a preservação integral da biota e demais atri-butos naturais nelas existentes, como também a realização de pesquisa cien-tífica básica e aplicada à educação.

Área de Proteção Ambiental - APA (Uso Sustentável): é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de

70 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 11.71 – Vide Tabela 5 no Anexo ao Capítulo 11.

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70 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 11.71 – Vide Tabela 5 no Anexo ao Capítulo 11.

ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Floresta Nacional e Floresta de Rendimento Sustentado – FERS (Uso

Sustentável): é uma área com cobertura florestal de espécies predominante-mente nativas e tem por objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos re-cursos florestais, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas, a pesquisa científica, a manutenção dos recursos hídricos, a educação e o ecoturismo.

Reserva Particular do Patrimônio Natural Estadual – RPPN (Uso Sus-tentável): é uma área privada, gravada com perpetuidade, com objetivo de conservar a diversidade biológica.

Reservas Extrativistas - RESEX (Uso Sustentável): é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no uso múltiplo dos recursos naturais, podendo praticar de forma complementar ao extrativismo, a agricultura de subsistência, sistemas agroflorestais, manejo florestal, criação de animais de pequeno porte (excepcionalmente de grande porte para subsistência); manejo de pesca e animais silvestres e prática do ecoturismo. Têm como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cul-tura dessas populações, assegurando o uso sustentável dos recursos natu-rais da unidade, a conservação da diversidade biológica e a manutenção dos recursos hídricos.

Parques Municipal/Estadual/Federal (Proteção Integral): são espaços terrestres ou aquáticos que têm como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possi-bilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de ativi-dades de educação e preservação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

Reservas Biológicas – REBIO (Proteção Integral): são unidades de conservação destinadas à preservação integral da biota e demais atributos existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais a qualquer título, executando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e o manejo das espécies que o exijam, a fim de preservar a diversidade biológica.

Rondônia apresenta em algumas de suas Unidades de Conservação so-breposição de áreas: é o caso do Parque Nacional Pacaás Novos e da Reserva Biológica Guaporé, que têm sobreposição com as Terras Indígenas Uru Eu Wau Wau e Massaco, respectivamente. Neste caso, optou-se por não calcu-lar a área do Parque Nacional Pacaás Novos por estar totalmente sobreposta pela Terra Indígena Uru Eu Wau Wau e considerar apenas a diferença das áreas, no caso da Rebio Guaporé.

Existe hoje, no IBAMA, proposta de criação de Floresta Nacional e uma Reserva de Rendimento sustentável.

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De acordo com o Relatório de Fiscalização Ambiental (PLANAFLORO, 2003), a maior parte das unidades de conservação de Rondônia apresentou ou apresenta problemas com invasores, sendo eles madeireiros, garimpeiros, fazendeiros e pequenos agricultores. A manutenção dessas unidades requer ações de monitoramento, fiscalização e gestão por parte do poder público e da sociedade.

Essas ações devem ser realizadas com o apoio das comunidades que moram no entorno ou no interior das unidades, por meio de políticas com-pensatórias. Para as unidades de uso sustentável devem ser elaborados pla-nos de manejo, para que se possa explorar o grande potencial de recursos ali existente de forma sustentável, por meio de manejo adequado, inclusive a exploração madeireira com o uso do manejo florestal. O que não deve ser permitido é o que está sendo feito hoje, em que os recursos são explorados, inclusive a madeira, de forma ilegal. Com o manejo adequado, por meio de planos, todos podem trabalhar legalmente e racionalmente.

6 – TERRAS INDÍGENAS

As terras Indígenas não são consideradas unidades de conservação, sendo, entretanto áreas protegidas e com as atividades desenvolvidas pelos povos indígenas, de maneira geral, compatíveis com a conservação ambien-tal.

São 19 as áreas Indígenas72 existentes hoje em Rondônia com situa-ção fundiária definida, totalizando 4.807.290ha, o que representa aproxima-damente 20% da superfície territorial do Estado. Além destas, existem uma área em fase de regulamentação e duas interditadas em função de vestígios indicando a presença de índios isolados.

Nelas vivem aproximadamente 5.600 índios de várias etnias, divididos em vários povos, com grande predominância de crianças (de 0 a 9 anos) e baixa prevalência de idosos (acima de 45 anos). A taxa de crescimento da população nos últimos anos tem oscilado de 1 a 3%. Todavia, alguns povos apresentam população muito reduzida, como os Karipuna (12 indivíduos), os Canoé recém contactados (4 pessoas) e os Akuntsu (7 pessoas). Os dados de mortalidade indicam alta incidência de óbitos em menores de 14 anos em decorrência de doenças infecciosas.

A coleta, a caça, a pesca, a agricultura de subsistência, o artesanato, a criação de pequenos animais e até a exploração de madeira fazem parte das atividades econômicas desenvolvidas pelos povos indígenas, sendo esta última responsável por parcela significativa da renda das comunidades indí-

72 – Vide Tabela 6 no Anexo ao Capítulo 11.

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72 – Vide Tabela 6 no Anexo ao Capítulo 11.

genas. Agentes de saúde, professores e alguns funcionários contratados pelo poder público, bem como algumas aposentadorias, complementam a renda.

A exploração de madeira torna-se ainda mais atrativa porque outras atividades como a extração da borracha e da castanha, o cultivo de café e produtos agrícolas anuais como feijão, arroz, milho e a mandioca, que são comercializados em pequena escala, não são capazes de produzir um rendi-mento financeiro compatível com a venda de madeira. O artesanato inclui-se nesta relação. Além disso, a maior parte destas atividades exige tratos cultu-rais mais regulares e mão de obra constante.

Apesar da importância das terras indígenas, elas estão sempre sofren-do ameaças de invasão, sendo constatados problemas hoje nas T.I. Uru Eu Wau Wau, Roosevelt e Rio Branco, gerados por invasores madeireiros, fazen-deiros, garimpeiros e colonos.

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CAPÍTULO 12

A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL DO ESTADO

1 – A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A legislação ambiental brasileira que mais afeta diretamente o Es-tado é composta pelas Leis de nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que instituiu o Código Florestal Brasileiro, a de nº 9.605, de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e adminis-

trativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, a de nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC e estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação e pela Medida Provisória 2.166, que altera o Código Florestal.

No Estado, a legislação mais importante é formada pela Lei nº 547, de 30 de dezembro de 1993, dispondo sobre a criação do Sistema Estadual de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia – SEDAR e seus instrumentos, estabelece medidas de proteção e melhoria da qualidade de meio ambiente e define a Polícia Estadual de Desenvolvimento Ambiental, a Lei Complementar n.º 255, de 25 de janeiro de 2002, que institui a política e cria o Sistema de Gerenciamento e o Fundo de Recursos Hídricos do Estado de Rondônia, a Lei Nº 1145, de 12 de dezembro de 2002, que institui a política e cria o Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Estado de Rondônia, a Lei nº 1038, de 22 de janeiro de 2002, que estabelece diretrizes para a proteção à Pesca e estímulos a Aqüicultura do Estado de Rondônia, e pela Lei Com-plementar nº 233, de 06 de junho de 2000, que dispõe sobre o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia.

1.2 – Legislação Federal

1.2.1 – O Código Florestal

O primeiro Código Florestal brasileiro foi instituído em 1934, durante o primeiro Governo Vargas. Em 1965, durante o regime militar foi criado um novo código florestal. Este, estabelecido através da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, pressupunha um decreto de regulamentação, que deveria ter sido emitido em seguida à sua promulgação, o que não aconteceu até os

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dias de hoje, ou seja, 38 anos depois. A Lei nº 4.771, em seu Art. 1o , define que as florestas existentes no

território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilida-de às terras que revestem são bens de interesse comum a todos os habitan-tes do país, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente aquela Lei estabelecem.

Define em seu Art. 2 o as áreas de preservação permanente como sen-do as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:

– de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;

– de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;

– de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

– de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

– de 500 (quinhentos) metros para os cursos d’água que te-nham largura superior a 600 (seiscentos) metros;

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou arti-ficiais;

c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;

d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45o equi-

valente a 100% na linha de maior declive;f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de man-

gues;g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas a partir da linha de ruptura

do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizon-tais;

h) em altitudes superiores a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação.

No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal e, nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o dis-posto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo.

O Art. 3o considera, ainda, como área de preservação permanente,

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quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas:

a) a atenuar a erosão das terras;b) a fixar as dunas;c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades

militares;e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou

histórico;f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;h) a assegurar condições de bem estar público.A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente

só será admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilida-de pública ou interesse social.

As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao regi-me de preservação permanente (letra g) pelo efeito desta Lei.

Esta mesma Lei prevê ainda a criação de Parques Nacionais, Estaduais e Municipais e Reservas Biológicas, com a finalidade de resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais, com a utilização para objetivos educacionais, recrea-tivos e científicos; prevê também a criação de Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais, com fins econômicos, técnicos ou sociais, inclusive reservando áreas ainda não florestadas e destinadas a atingir aquele fim.

Quanto à reserva legal, a Lei Nº 4.771 define em seu Art. 16 que, as florestas de domínio privado, não sujeitas ao regime de utilização limitada e ressalvadas as de preservação permanente, são suscetíveis de exploração, obedecidos os limites de, no mínimo, 50% de cada propriedade nas áreas de florestas ainda incultas da Região Amazônica e 20% nas demais regiões. Nas áreas de cerrado é aplicado o limite mínimo para a reserva legal de 20% da propriedade, independente da região do país.

Finalmente, no Art. 26, define punições para as contravenções penais, puníveis com três meses a um ano de prisão simples ou multa de uma a cem vezes o salário mínimo mensal do lugar e da data da infração ou ambas as penas cumulativamente, quando o cidadão:

a) Destruir ou danificar a floresta considerada de preservação perma-nente, mesmo que em formação, ou utilizá–la com infringência das normas estabelecidas ou previstas nesta Lei;

b) cortar árvores em florestas de preservação permanente sem permis-são da autoridade competente;

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c) penetrar em florestas de preservação permanente conduzindo ar-mas, substâncias ou instrumentos próprios para caça proibida ou para explo-ração de produtos ou subprodutos florestais, sem estar munido de licença da autoridade competente;

d) causar danos aos Parques Nacionais, Estaduais ou Municipais, bem como às Reservas Biológicas;

e) fazer fogo, por qualquer modo, em florestas e demais formas de vegetação, sem tomar as precauções adequadas;

f) fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação;

g) impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação;

h) receber madeira, lenha, carvão e outros produtos procedentes de florestas, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela auto-ridade competente e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até o final beneficiamento;

i) transportar ou guardar madeiras, lenha, carvão e outros produtos procedentes de florestas, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente;

j) deixar de restituir à autoridade licenças extintas pelo decurso do pra-zo ou pela entrega ao consumidor dos produtos procedentes de florestas;

l) empregar, como combustível, produtos florestais ou hulha, sem uso de dispositivos que impeçam a difusão de fagulhas, suscetíveis de provocar incêndios nas florestas;

m) soltar animais ou não tomar precauções necessárias para que o ani-mal de sua propriedade não penetre em florestas sujeitas a regime especial;

n) matar, lesar ou maltratar por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia ou árvore imune de corte;

o) extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preser-vação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais;

p) transformar madeiras de lei em carvão, inclusive para qualquer efei-to industrial, sem licença da autoridade competente.

1.2.2 – A Medida Provisória 2.166

Em 1996 o Código Florestal foi alterado por meio de Medida Provisória editada pelo Presidente da República, na tentativa de estancar o desmata-mento, registrado através de imagens de satélite, quando se estimava que a Amazônia perdera 29.000 km2 de florestas num só ano. A Medida Provisória

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ampliou o percentual das Reservas Legais em cada propriedade rural. Esta MP vem sendo reeditada desde então, o que aconteceu dezenas

de vezes, estando hoje em vigor a de nº 2.166-67. A alteração fundamental da MP ao Código Florestal refere-se às áreas de reserva legal, passando para 80% na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazô-nia legal; 35% na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia legal, sendo no mínimo 20% na propriedade e 15% na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microba-cia; 20% na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa nas demais regiões do país; e 20% na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do país.

Esta mudança na área da reserva legal coloca o Estado numa situação bastante incômoda quanto ao seu desenvolvimento, pois grande parte das propriedades rurais do estado já desmatou pelo menos 50% de sua área. Em 25 dos 52 municípios existentes no Estado, o desmatamento já supera 50% da área territorial, superando 20% em 41 dos 52 municípios. A limitação ao desenvolvimento ocorrerá caso haja limitações de crédito e outros incentivos em função da averbação da reserva legal das propriedades nos percentuais definidos pela Medida Provisória. Vale ressaltar que a ocupação e coloniza-ção recentes do Estado ocorreram na vigência do Código Florestal, que pre-via desmatamento de até 50% de cada propriedade.

1.2.3 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC

A Lei No 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacio-nal de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC e estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação, visa:

I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recur-sos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;

II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;

III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;

IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;

V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;

VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

VII - proteger as características relevantes de natureza geológica,

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geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa cien-

tífica, estudos e monitoramento ambiental;XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação am-

biental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de

populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.

As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas:

◊ Unidades de Proteção Integral;◊ Unidades de Uso Sustentável.

O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em Lei.

O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recur-sos naturais.

O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguin-tes categorias de unidade de conservação:

I - Estação Ecológica;II - Reserva Biológica;III - Parque Nacional;IV - Monumento Natural;V - Refúgio de Vida Silvestre.Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes

categorias de unidade de conservação:I - Área de Proteção Ambiental;II - Área de Relevante Interesse Ecológico;III - Floresta Nacional;IV - Reserva Extrativista;V - Reserva de Fauna;VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; eVII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.É importante observar que o SNUC considera a possibilidade de explo-

ração florestal nas Reservas Extrativistas, que é definida como uma área uti-lizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na

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criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentá-vel dos recursos naturais da unidade.

A Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedido às po-pulações extrativistas tradicionais conforme o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.

A visitação pública é permitida na Reserva Extrativista, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. A pesquisa científica é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento.

A exploração comercial de recursos madeireiros será admitida em bases sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade, este devendo ser aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade. São proibidas a exploração de recur-sos minerais e a caça amadorística ou profissional.

1.2.4 – A Lei Federal nº 9.605

A Lei Federal Nº 9.605, de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, considera os seguintes crimes contra o meio ambiente: contra a fauna, contra a flora, poluição e outros crimes ambientais relativos ao ordenamento urbano, ao patrimônio cultural e à administração ambien-tal.

É considerado crime contra a fauna, dentre outros, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota mi-gratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade com-petente, incorrendo em pena de seis meses a um ano de detenção e multa.

Incorre nas mesmas penas quem impede a procriação da fauna, sem licença ou autorização; quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espéci-mes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizadas ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente.

São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às es-pécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que

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tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.

A pena é aumentada de metade se o crime é praticado contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; em período proibido à caça; durante a noite; com abuso de licença; em unidade de conservação; com emprego de métodos ou instrumentos ca-pazes de provocar destruição em massa. Se o crime decorre do exercício de caça profissional a pena é aumentada até o triplo.

Com relação à pesca, é considerado crime ambiental sujeito a penas, dentre outros, pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente; exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente, com pena de um a três anos de reclusão e multa. Incorre nas mesmas penas quem pesca espécies que devam ser preservadas ou espéci-mes com tamanhos inferiores aos permitidos; pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos; transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.

Pescar mediante a utilização de explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante, usando substâncias tóxi-cas, ou outro meio proibido pela autoridade competente, a pena é de um a cinco anos de reclusão.

A Lei considera pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apa-nhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econô-mico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.

É considerado crime contra a flora, dentre outros, destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção, bem como, cortar ár-vores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente. A pena para este crime é de um a três anos de detenção ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação implica em pena de um a cinco anos de reclusão. A ocorrência de dano afetando espé-cies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação será considerada circunstância agravante para a fixação da pena.

Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, le-nha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento. Neste

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caso a pena é de seis meses a um ano de detenção e multa. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem li-cença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

É considerado crime por poluição ambiental causar poluição de qual-quer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora, sendo prevista pena de um a quatro anos de reclusão e multa.

Se o crime ocorrer por tomar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; causar poluição hídrica que torne neces-sária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; dificultar ou impedir o uso público das praias; ocorrer por lançamento de resí-duos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências, a pena é de um a cinco anos de reclusão.

É considerado crime contra a administração ambiental com pena de um a três anos de reclusão e multa o funcionário público fazer afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científi-cos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental.

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A pena aplicada será de um a três anos de detenção e multa nos se-guintes casos: o funcionário público conceder licença, autorização ou permis-são em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público; deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental; obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais.

1.3 – Legislação Estadual

1.3.1 – Lei nº 547, de 30 de Dezembro de 1993.

Esta Lei dispõe sobre a criação do Sistema Estadual de Desenvolvi-mento Ambiental de Rondônia -SEDAR e seus instrumentos. O SEDAR es-tabelece e rege medidas de proteção, recuperação, controle, fiscalização e melhoria da qualidade do Meio Ambiente no Estado de Rondônia, define a Política Estadual de Desenvolvimento Ambiental, cria o Fundo Especial de Desenvolvimento Ambiental – FEDARO e o Fundo Especial de Reposição Florestal – FEREF.

A Política Estadual do Meio Ambiente, para a consecução dos seus objetivos, tem os seguintes princípios:

I - organização e utilização racional do solo, subsolo, da água e do ar, com vista a compatibilizar esta utilização com as condições exigidas para a conservação e melhoria da qualidade ambiental;

II - planejamento e fiscalização do manejo dos recursos naturais;III - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas repre-

sentati- vas para a qualidade do meio ambiente, incluindo a conservação de espaços territoriais especialmente protegidos;

IV - controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente poluidoras;

V - monitoramento da qualidade ambiental no âmbito do Estado de Rondônia;

VI - proteção e recuperação de áreas degradadas;VII - incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologia voltados para o

uso racional dos recursos naturais;VIII - articulação e integração da ação pública de todos os níveis de

governo, bem como da iniciativa privada objetivando eficácia no controle e proteção ambiental;

IX - promoção da educação ambiental em todas as suas modalidades;X - estabelecimento de critério e padrões de qualidade ambiental e

normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;

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XI - orientação do desenvolvimento tecnológico adequado às caracte-rís- ticas dos ecossistemas do Estado;

XII - coordenação de atividades da administração pública relacionada com o meio ambiente, a qual deve ser considerada em todos os níveis de decisão.

Integram o Sistema Estadual de Desenvolvimento Ambiental - SE-DAR:

I - o Conselho Estadual de Política Ambiental - CONSEPA;II - o Fundo Especial de Proteção Ambiental - FEPRAM;III - o Fundo Especial de Reposição Florestal - FEREF;IV - a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM.A Lei nº 547 define como instrumentos da Política de Desenvolvimen-

to Ambiental: I - os parâmetros fixados pelos órgãos do meio ambiente a serem ado-tados de acordo com a realidade socioeconômica, cultural e ambiental do Es-tado de Rondônia, respeitando-se os limites impostos pela legislação federal ou as Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA;

II - o zoneamento socioeconômico-ecológico de Rondônia; III - o Estudo de Impacto Ambiental - EIA, o Relatório de Impacto Am-biental - RIMA, o Plano de Controle Ambiental - PCA, o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD e o relatório de Controle Ambiental – RCA;

IV - o licenciamento ambiental, sob as diferentes formas;V - o sensoriamento remoto e cartografia;VI - os espaços territoriais especialmente protegidos incluindo as Uni-

dades de Conservação;VII - o controle, o monitoramento e a fiscalização das atividades, pro-

cessos e obras que causem ou possam causar impactos ambientais;VIII - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;IX - o cadastro técnico estadual de atividades e instrumentos de defe-

sa ambiental;X - as sanções disciplinares ou compensatórias do não cumprimento

das medidas necessárias à preservação do meio ambiente e a correção da degradação ambiental;

XI - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltadas para a melhoria da qualidade ambien-tal;

XII - a educação ambiental. 1.3.2 – Lei Complementar nº 255, de 25 de Janeiro de 2002

Esta Lei institui a política, cria o Sistema de Gerenciamento e o Fundo

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de Recursos Hídricos do Estado de Rondônia, considerando recursos hídricos como sendo as águas superficiais ou subterrâneas, isoladas ou em conjunto, componentes de bacias hidrográficas ou hidrogeológicas, conhecidas ou por descobrir, integradas ao ou por integrar o ecossistema considerado.

A Política Estadual de Recursos Hídricos segue, entre outros, os se-guintes princípios:

I - a água é bem de domínio da nação, e inalienável;II - a água é recurso natural, essencial à vida e à integridade ecossis-

têmica;III - as águas serão sempre consideradas, para efeito de disponibilidade

sazonal e de distribuição geográfica, limitadas e aleatórias, sem dissociação entre quantidade e qualidade; IV - a bacia hidrográfica, com as suas respectivas sub-bacias, é a uni-dade territorial adotada para fins desta política; e

V - em situações de escassez de água, é uso para consumo humano e para dessedentação de animais, respeitadas as necessidade ecossistêmicas integrais.

A política Estadual de Recursos Hídricos tem por objetivos básicos, promover o uso racional e gerenciamento integrado e o uso múltiplo das águas do domínio do Estado, superficiais e subterrâneas, e obedecerá as seguintes diretrizes:

I - descentralizar a gestão das águas, mediante o gerenciamento por bacia hidrográfica, sem dissociação dos aspectos quantitativos e qualitativos e das fases meteórica, superficial e subterrânea do ciclo hidrológico, assegu-rada à participação do poder público, dos usuários e, da comunidade;

II - viabilizar programas de estudos, pesquisas, desenvolvimento de tecnologia, treinamento e capacitação de recursos humanos, assim como atividades de conscientização relacionadas à água;

III - integrar a gestão das águas com a gestão ambiental, notadamente no controle da poluição das águas, exigindo o tratamento dos esgotos in-dustriais, urbanos e outros efluentes, para obter a necessária disponibilidade hídrica, em padrões de qualidade, compatíveis como os usos estabelecidos;

IV - garantir a proteção dos corpos hídricos, das nascentes e áreas de influência, em especial pelo estabelecimento de zonas sujeitas a restrições de uso, disciplinando e controlando, entre outras atividades, a extração de minerais;

V - manter e recuperar matas ciliares e de proteção dos corpos de água, e desenvolver programas permanentes, de preservação e proteção destas áreas.

VI - prevenir, controlar e combater os efeitos das enchentes, das estia-gens, da erosão do solo e do assoreamento dos corpos de água;

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VII - assegurar, em caso de estiagens críticas, ou de eventos que provoquem a necessidade de racionamento de água, o uso prioritário para consumo humano e a dessedentação de animais; e

VIII - permitir o desenvolvimento das atividades econômicas, de forma compatível com o uso múltiplo e ambientalmente sustentável dos recursos hídricos.

O Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, que tem como finalidade coordenar a gestão integrada desses recursos e implementar a Política Estadual é integrado por:

I - o Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CRH/RO;II - os Comitês de Bacia Hidrográfica – CBH; eIII - as Agências de Bacia Hidrográfica - ABH.

1.3.3 – Lei nº 1145, de 12 de Dezembro de 2002

Esta Lei institui a política e cria o Sistema de Gerenciamento de Resí-duos Sólidos do Estado de Rondônia, tratando do licenciamento ambiental e autorizações, da taxação ambiental, do controle e gerenciamento dos resí-duos sólidos, incluindo coleta, acondicionamento, transporte e tratamento, e da educação ambiental.

A Lei define resíduo sólido como sendo toda substância de origem orgânica e inorgânica, no estado sólido ou semi-sólido, tais como alimen-tos, cinzas ou restos de incineração, embalagens, podas e outros vegetais, tecidos, ossos, couro, vestuário, móveis, utensílios, lixos de rua, animais mortos, sobras de demolição e/ou construção e, ainda, defensivos agrícolas, explosivos, radioativos e outros resultantes de atividades industriais, comer-ciais, lazer, agrícolas, serviços, limpeza pública e residenciais.

Considera ainda como resíduos sólidos perigosos qualquer substância simples ou composta, potencialmente nociva ao meio ambiente e seres vivos por sua capacidade de provocar efeitos de caráter tóxico, cumulativo ou não, entre as quais, defensivos agrícolas, organoclorados, solventes, explosivos, radioativas e outras resultantes de atividades industriais, de lazer, comer-ciais, agrícolas, serviços e residenciais.

1.3.4 - Lei nº 1038, de 22 de Janeiro de 2002

Estabelece diretrizes para a proteção à Pesca e estímulos a Aqüicultura do Estado de Rondônia, regulando as atividades de pesca e aqüicultura, com vista à preservação da biota aquática do Estado de Rondônia.

A política estadual de ordenamento do setor pesqueiro, voltada para o aproveitamento e proteção da fauna ictiológica, flora aquática e preservação

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do equilíbrio ecológico, obedece às seguintes diretrizes:I - permitir a exploração sustentável dos recursos naturais da biota

existente nas bacias hidrográfica do Estado;II - incentivar a atividade da aqüicultura;III - definir formas para prevenir e reparar danos à biota aquática;

IV - promover a Educação Ambiental; eV - estimular e desenvolver pesquisas objetivando proteger e preservar

a fauna e a flora aquática;A pesca é considerada predatória, se praticada em locais ou em épo-

cas proibidas, por inobservância da quantidade ou tamanho mínimo permiti-dos, emprego de substâncias tóxicas, utilização de apetrechos ou métodos proibidos, ou quando, por razões de preservação, não for permitida a captura da espécie. A permissão, proibição, restrição, fiscalização, utilização de apa-relhos, métodos e técnicas utilizadas na exploração da atividade pesqueira, serão disciplinados na regulamentação desta Lei, por resoluções do Conselho Estadual de Política Ambiental - CONSEPA e por Portarias baixadas pelo ór-gão ambiental estadual competente.

1.3.5 – Lei Complementar nº 233, de 06 de Junho de 2000

Esta Lei Complementar institui o Zoneamento Socioeconômico-Eco-lógico de Rondônia – ZSEE, constituindo-se no principal instrumento de planejamento da ocupação e controle de utilização dos recursos naturais do Estado.

O ZSEE tem por objetivo orientar a implementação de medidas e ele-vação do padrão socioeconômico das populações, por meio de ações que levem em conta as potencialidades, as restrições de uso e a proteção dos recursos naturais, permitindo que se realize o pleno desenvolvimento das funções sociais e do bem-estar de todos, de forma sustentável.

A Lei prevê a implementação do ZSEE com base em Zonas e Subzo-nas, definidas para efeito de planejamento das ações a serem desenvolvidas pelos setores público e privado do Estado.

As Zonas são definidas pelo grau de ocupação, vulnerabilidade am-biental e aptidão de uso, bem como pelas Unidades de Conservação, ficando estabelecidas 03 (três) zonas de ordenamento territorial e direcionamento de políticas públicas do Estado e 09 (nove) subzonas. As Subzonas são carac-terizadas pelo grau de ocupação, vulnerabilidade ambiental e aptidão de uso, definidas dentro de suas respectivas zonas.

A Zona 1, composta de áreas de uso agropecuário, agroflorestal e florestal, abrange 120.310,48 km², equivalentes a 50,45% da área total do Estado, tem como diretriz geral o estímulo ao desenvolvimento das ativida-

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des primárias em áreas já desmatadas habitadas com práticas adequadas e manejo no uso dos recursos naturais, especialmente do solo, de forma a maximizar os custos de oportunidade representados pelo valor da floresta. Outras diretrizes são: estímulo ao manejo sustentado dos recursos florestais e, em particular, o reflorestamento e a recuperação de áreas degradadas, de preservação permanente e da reserva legal, incluindo o aproveitamento alternativo da capoeira; aplicação de políticas públicas compensatórias, vi-sando a manutenção dos recursos florestais remanescentes, evitando a sua conversão para sistemas agropecuários extensivos; condicionamento das diretrizes de uso das Subzonas para obras de infra-estrutura, em particular com referência a estradas. As terras da Zona 1, utilizadas para diferentes fins, principalmente agropecuário, possuem graus variáveis de ocupação e de vulnerabilidade ambiental, que caracterizam diferentes Subzonas.

A Zona 2 é composta de áreas de uso especial, abrangendo 34.834,42 Km², equivalentes a 14,60 % da área total do Estado, destinadas à conserva-ção dos recursos naturais, passíveis de uso sob manejo sustentável.

A Zona 3 é composta de áreas institucionais, constituídas por aquelas protegidas de uso restrito e controlado, previstas em lei e instituídas pela União, Estados e Municípios, abrangendo 83.367,90 km², equivalentes a 34,95% da área total do Estado.

As Subzonas da Zonas 1 são áreas utilizadas, principalmente, para exploração agropecuária, com grau variável de ocupação, vulnerabilidade ambiental e aptidão de uso, a seguir definidas.

A Subzona 1.1 é composta por áreas que apresentam grande poten-cial social, abrange 61.417,35 km², equivalentes a 25,75 % da área total do Estado, dispõe de infra-estrutura suficiente para o desenvolvimento das atividades agropecuárias, sobretudo estradas de acesso; concentra as maio-res densidades populacionais do Estado; detém os assentamentos urbanos mais importantes; apresenta aptidão agrícola predominantemente boa, com vulnerabilidade natural à erosão predominantemente baixa, com custos de oportunidade de preservação excessivamente elevados.

Esta Subzona obedecerá às seguintes diretrizes estabelecidas no ZSEE:

I - cobertura florestal de cada propriedade rural mantida ou recuperada em pelo menos 20%;

II - nas áreas convertidas é recomendado o incremento da produtivida-de agropecuária, baseado em técnicas agrícolas mais modernas, inclusive a irrigação, com incentivos para agroindústrias, de forma a maximizar os cus-tos de oportunidade representados pelo valor da floresta;

III – será incentivada a recuperação das matas ciliares. A Subzona 1.2, compostas por áreas com médio potencial social,

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abrange 30.664,01 km², equivalentes a 12,86 % da área total do Estado, onde predomina a cobertura florestal natural, em processo acelerado de ocupação, com conversão da floresta, aptidão agrícola predominantemente regular e vulnerabilidade natural à erosão predominantemente baixa a média, obedece as seguintes diretrizes:

I - deverão ser mantidas ou recuperadas, nas propriedades rurais, pelo menos, 40% da cobertura florestal, admitindo-se, mediante aprovação do ór-gão ambiental competente, medidas compensatórias visando à preservação dos recursos florestais remanescentes;

II - desmatamentos incrementais condicionados às potencialidades, às fragilidades naturais e ao uso da terra pretendido e, em especial, no contexto de programas de reforma agrária em processo de implementação;

III - nas áreas convertidas, é recomendado o incremento da produti-vidade agropecuária, baseado em técnicas agrícolas mais modernas, envol-vendo insumos e práticas de manejo, em conformidade com as condições de aptidão agrícola;

IV - os processos de ocupação serão acompanhados de regularização fundiária.

A Subzona 1.3, composta por áreas onde predomina a cobertura vege-tal natural, abrange 14.823,81 km², equivalentes a 6.22% da área total do Estado, possuindo expressivo potencial florestal, em processo de ocupação agropecuário incipiente e reduzida conversão da cobertura vegetal natural, cuja aptidão agrícola é predominantemente restrita e apresenta vulnerabi-lidade natural à erosão predominantemente média, obedece às seguintes diretrizes:

I - priorizar o aproveitamento dos recursos naturais, podendo as ati-vidades agropecuárias existentes ser mantidas, não sendo estimuladas sua expansão;

II - os processos de ocupação necessitam de esforços para a regulari-zação fundiária, para controle da exploração florestal e do desmatamento;

III - deverão ser mantidas ou recuperadas, nas propriedades rurais, pelo menos 70% da cobertura florestal, admitindo-se, mediante aprovação do órgão ambiental competente, medidas compensatórias visando à preser-vação dos recursos florestais remanescentes;

IV - os eventuais desmatamentos incrementais devem ser condiciona-dos às potencialidades, às fragilidades naturais e ao uso pretendido, com po-líticas públicas para o estímulo da manutenção da cobertura vegetal natural;

V - nas áreas convertidas, é recomendada a implantação de consórcios agroflorestais, reflorestamentos e cultivos permanentes de modo geral.

A Subzona 1.4, composta por áreas que apresentam infra-estrutura propícia à exploração das terras, abrange 13.405,31 km², equivalentes a

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5,62% da área total do Estado. Nesta subzona, embora haja disponibilidade de infra-estrutura, as condições ambientais impõem restrições ao desenvol-vimento das atividades de conversão da cobertura vegetal natural. Todavia, tendo em vista o expressivo potencial hidrelétrico de alguns rios, com peque-nas centrais de produção, os ecossistemas desta subzona são de relevante interesse para a preservação dos recursos naturais, em especial os hídricos. A vulnerabilidade natural à erosão da Subzona 1.4 é predominantemente alta. As diretrizes para esta subzona definidas no ZSEE são:

I - nas áreas já desmatadas, recomenda-se a implantação de sistemas de exploração que garantam o controle da erosão, tais como: reflorestamen-to, consórcios agroflorestais e culturas permanentes, de modo geral;

II - desmatamentos incrementais serão condicionados à vulnerabilida-de à erosão, às potencialidades, às fragilidades naturais e ao uso pretendido, com políticas públicas para o estímulo da manutenção da cobertura vegetal natural;

III - manutenção ou recuperação de, pelo menos, 80% da cobertura vegetal florestal de toda propriedade rural, admitindo-se, mediante aprova-ção do órgão competente, medidas compensatórias visando à preservação dos recursos florestais remanescentes.

As Subzonas da Zona 2 são áreas destinadas à conservação dos recur-sos naturais, passíveis de uso sob manejo sustentável, a seguir definidas.

A Subzona 2.1 composta de áreas que apresentam inexpressiva con-versão das terras florestais abrange 25.653,37 km², equivalentes a 10,75% da área total do Estado, possuem potencialidades naturais, sobretudo a flo-restal, em condições satisfatórias de exploração madeireira e não madeireira, apresentando o custo de oportunidade de preservação entre baixo e médio. Algumas áreas da Subzona 2.1 apresentam alto potencial para o ecoturismo e para atividades de pesca em suas diversas modalidades. As diretrizes defi-nidas pelo ZSEE para esta subzona são:

I - o valor das terras florestais pode ser incrementado mediante agre-gação de valor às existências florestais, pela exploração seletiva de seus produtos;

II - no ordenamento desta subzona será priorizado o aproveitamento dos recursos naturais, mantendo as atividades agropecuárias existentes, sem estímulo à sua expansão, fomentando as atividades de manejo florestal e do extrativismo, do ecoturismo e da pesca em suas diversas modalidades;

III - as áreas de campos naturais podem ser utilizadas, sob manejo adequado, observando as suas características específicas;

IV - as obras de infra-estrutura, a exemplo de estradas, deverão estar condicionadas às diretrizes de uso da Subzona.

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A Subzona 2.2, composta de áreas com ocupação inexpressiva abran-ge 9.181,05 km², equivalentes a 3,85% da área total do Estado, apresenta baixo custo de oportunidade da preservação da floresta, facilitando a conser-vação das terras florestais no seu estado natural e obedecendo as seguintes diretrizes:

I - áreas destinadas à conservação da natureza, em especial da biodi-versidade, com potencial para atividades científicas e econômicas de baixo impacto ambiental sob manejo sustentado;

II - o aproveitamento destas áreas deve se desenvolver sem conversão da cobertura vegetal natural e, quando extremamente necessário, somente em pequenas áreas para atender à subsistência familiar;

III - as áreas já convertidas deverão ser direcionadas para a recupera-ção, sendo recomendada a criação de áreas protegidas de domínio público ou privado, devido às características específicas de sua biodiversidade, de seus habitats e de sua localização em relação ao corredor ecológico regional.

As Subzonas da Zona 3 são áreas institucionais, constituídas pelas Unidades de Conservação de uso restrito e controlado, previstas e instituídas pela União, Estados e Municípios, definidas em seguida.

A Subzona 3.1, composta de áreas constituídas pelas Unidades de Conservação de Uso Direto, abrange 18.081,29 km², equivalentes a 7,58% da área total do Estado, tem como diretriz que a utilização dos recursos ambientais obedecerá aos planos e diretrizes específicas das Unidades insti-tuídas, tais como: Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e outras categorias estabelecidas no Siste-ma Nacional de Unidades de Conservação.

A Subzona 3.2, composta de áreas constituídas pelas Unidades de Conservação de Uso Indireto, abrange 23.752,50 km², equivalentes a 9,96% da área total do Estado, tem como diretriz que a utilização das áreas deve limitar-se às finalidades das unidades instituídas, tais como: Estações Ecológicas, Parques e Reservas Biológicas, Patrimônio Espeleológico, Reser-vas Particulares do Patrimônio Natural e outras categorias estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

A Subzona 3.3, composta de áreas constituídas pelas Terras Indí-genas, abrange 41.534,11 km², equivalentes a 17,41% da área total do Estado, tem como diretriz a limitação por lei da utilização dos seus recursos naturais, seu aproveitamento somente podendo ser efetuado se autorizado ou concedido pela União.

1.3.6 – Zoneamento Socioeconômico-Ecológico e o Código Florestal

O Estado de Rondônia vem, por meio de seus representantes no Con-

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gresso, lutando para que o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico seja con-siderado no Código Florestal brasileiro como instrumento de definição da po-lítica ambiental nos estados que o tenham realizado na escala de 1:250.000, desde que este tenha sido elaborado com base em metodologia reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil.

A idéia é que ao invés de o índice de proteção de reservas legais recair sobre a propriedade privada, passe a ser calculado no conjunto de áreas de um Estado. Isso significa que algumas propriedades privadas na Amazônia poderão desmatar mais que os 20% permitidos. Para compensar, outros lo-cais com características eminentemente ecológicas deverão ser preservados quase que na sua totalidade. Neste caso, o zoneamento torna-se um instru-mento fundamental, pois define áreas destinadas à ocupação com atividades agropecuárias, minerais e industriais e áreas destinadas à conservação e à preservação.

O fato é que não dá para equiparar todos os Estados da Amazônia. Os estados da Amazônia Legal são diferentes tanto com relação aos aspectos naturais quanto aos aspectos sociais. O Estado de Rondônia, por exemplo, foi ocupado graças à colonização oficial e abriga mais de 90 mil proprieda-des rurais, a maioria de até 200 hectares. Quando as famílias chegaram ao Estado, 30 anos atrás, eram incumbidas de derrubar 50% da vegetação na área que recebiam do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Com as mudanças recentes no Código Florestal, o desmatamento legal foi reduzido para 20% da área da propriedade.

* * * * *

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Parte IV

Atividade Econômica

APRESENTAÇÃO: O ESTADO PRODUTIVO

O Produto Interno Bruto – PIB a preço corrente no Estado de Ron-dônia73 sofreu um aumento significativo em quatro anos: passou de R$ 3.639 milhões em 1996, para R$ 5.625 milhões em 2000, 54,58% no período, crescimento relativo superior ao do PIB bra-

sileiro, que foi de 41,39% e ao da Região Norte de 40,10%, para o mesmo período. Em 1996, o PIB de Rondônia representava 0,47% do PIB brasileiro74, sendo o terceiro da Região Norte. Em 2000, essa participação passou para 0,51%. É importante observar que houve uma redução na participação rela-tiva de outros estados no período, notadamente Amazonas e Pará. Por setor econômico, o terciário, que abrange o comércio, armaze-nagem, transporte, sistema bancário, saúde, educação, telecomunicações, fornecimento de energia elétrica, serviços de água e esgoto, administração pública e serviços em geral, é o mais importante na constituição do PIB ron-doniense, representando cerca de 58%75. Em seguida vem o setor secundário, que representa cerca de 27%, abrangendo a indústria, a construção civil e a geração de energia. Finalmente o setor primário, com aproximadamente 15%, correspondendo à agropecuá-ria e ao extrativismo vegetal e mineral. Entretanto, é importante esclarecer que embora os setores primário e secundário juntos representem aproximadamente 41% do PIB estadual, boa parte do comércio movimenta mercadorias produzidas no próprio Estado, assim como o setor financeiro concede empréstimos a produtores do setor agropecuário, extrativista e industrial. Em síntese, parte considerável do PIB do setor terciário é formado em decorrência dos setores primário e secundá-rio da economia do Estado. Outro aspecto importante é o fato de que o setor secundário no Estado é formado fundamentalmente por indústrias de transformação da base primá-

73 – Vide Tabela 1 no Anexo à Parte IV – O Estado Produtivo.74 – Vide Tabela 2 no Anexo à Parte IV – O Estado Produtivo.75 – Vide Tabela 3 no Anexo à Parte IV – O Estado Produtivo.

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ria, isto é, de transformação da produção agropecuária e extrativista local. A nossa base de produção primária suporta ainda uma expansão do setor industrial. Trata-se, portanto, de um Estado bastante produtivo, firmado sobre a base do trabalho anônimo de centenas de milhares de brasileiros que se dis-puseram a desbravar esta parte do Brasil e que, aos poucos e com grandes sacrifícios pessoais, vêm consolidando através do tempo seus esforços na construção de uma terra nova, onde a esperança é uma realidade.

* * * * *

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CAPÍTULO 13

EXTRATIVISMO

1 – EXPLORAÇÃO VEGETAL

A produção extrativista vegetal do Estado para o período 1995/200176 está representada por oito produtos: madeira em tora, lenha, borracha, castanha do Pará, carvão vegetal, açaí (fruto), palmito e copaíba. Merece destaque a redução da produção de

madeira em tora e borracha. É possível que a redução na produção de madei-ra tenha como explicações a redução da oferta de espécies florestais de alto valor econômico, como mogno, cerejeira, cedro, dentre outras, e a extração ilegal, cuja produção não é registrada.

As espécies florestais citadas praticamente só existem, hoje, nas áre-as protegidas. Como a exploração de madeira não é permitida nessas áreas, parte da matéria-prima extraída não aparece nas estatísticas. Já a borracha

76 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 13.

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apresenta redução na produção ao longo do período, em razão do esgota-mento do modelo extrativista tradicional.Tanto a produção de madeira quanto a de borracha são declinantes, sendo o ano de 1995 o ponto mais alto da produção do período. A produção de cas-tanha-do-pará é crescente, a de lenha e carvão tendem à estabilização.

As perspectivas para o extrativismo não-madeireiro demonstram pos-sibilidades econômicas limitadas, sendo a borracha e a castanha os dois pro-dutos de maior importância.

A castanha é o produto extrativo com melhores perspectivas, pois conta com mercados em expansão e condições de preço favoráveis. Porém, a produção precisa ser beneficiada no Estado, pois cerca de 90% da safra é comercializada em estado bruto. A instalação de unidades de beneficiamento no Estado poderia aumentar substancialmente o valor agregado internamen-te, além de criar condições para uma maior estabilidade dos preços ao longo do ano, bem como gerar emprego e renda, pois a atividade utiliza muita mão-de-obra.

Com relação à comercialização, mais de 90% da produção é expor-tada. Empresas exportadoras do Estado do Pará, da Bolívia e das Regiões Sudeste e Sul do Brasil são as maiores compradoras.

Quanto à produção de borracha natural, mesmo com todos os incen-tivos dados pelo Planafloro e por entidades não-governamentais, principal-mente no que se refere à criação e consolidação das reservas extrativistas, a produção é pouco expressiva, não obstante a sua importância ambiental e cultural.

Em relação ao palmito, cujo desempenho econômico vem sendo desta-cado nos últimos anos, tem seu sistema extrativista praticamente esgotado, apesar do bom potencial de mercado tanto externo quanto interno, para a produção agroindustrial na região. A produção de palmito cultivado, princi-palmente de pupunha, deverá levar a uma substituição gradual da produção extrativa, mantendo o preço da matéria-prima estável, inibindo ainda mais o extrativismo.

2 – EXPLORAÇÃO MINERAL

A análise dos dados da exploração mineral do Estado no período 1990/200077 mostra que o ouro e a cassiterita são os principais produtos explorados no Estado de Rondônia. A cassiterita é explorada por empresas de mineração e por garimpeiros. Já o ouro é explorado exclusivamente por

77 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 13.

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77 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 13.

garimpeiros. Destaca-se, também, a produção de topázio e columbita, como subproduto da extração da cassiterita. Calcário, água mineral e materiais para uso na construção civil são outros minerais com produção significativa no Estado. Veja-se cada um deles em separado.

• Cassiterita

Desde o final da década de 80, diversas minas fecharam por conta da crise mundial do estanho. O nível de produção de cassiterita no Estado tem sido decrescente, com tendência à estabilização. Em 2000, a produção foi praticamente a mesma que em 1996. As principais minas são: Bom Futuro, em Ariquemes, e Sta. Bárbara, em Itapuã do Oeste. Existem outras minas menores, como Massangana, em Monte Negro, e São Lourenço, em Porto Velho.

• Ouro

A produção de ouro é decrescente, com tendência à estabilização em um nível baixo de produção, embora não se tenha dados disponíveis mais recentes. A principal fonte de exploração continua sendo o garimpo do Rio Madeira, completamente na informalidade.

Os últimos dados disponibilizados pela Receita Federal são de 1996, com uma produção comercializada oficialmente de 1,3 tonelada (DNPM, 2001).

• Granito

O Estado de Rondônia apresenta uma certa variedade de rochas graní-ticas. As principais são: Granito Vermelho Pacarana, Castanho Anari, Verde Teotônio, Preto Santa Luzia, Rosa Rio Prado, Rosa Jaru, Cinza Machadinho e Granito tipo “Amêndoa”. Do ponto de vista comercial, o Verde Teotônio, o Preto Santa Luzia e todos aqueles que originam produtos chamados “negro absoluto”, alcançam preços elevados no mercado internacional.

As principais minas estão localizadas na região de Machadinho d´Oeste e de Presidente Médici. Nos últimos anos a iniciativa privada tem feito in-vestimentos em pesquisa mineral e na produção. Trata-se de um segmento novo na mineração local, com perspectivas de expansão. No ano 2000 foram explorados cerca de 2 mil m3 em blocos esquadrejados (DNPM, 2001).

• Calcário

A produção de calcário é crescente nos últimos anos. Em 2000, mais de 60 mil toneladas foram produzidas. A principal mina é localizada no muni-cípio de Pimenta Bueno. O arrendamento da mina do Estado, para a iniciativa privada, foi crucial para a retomada da produção.

• Água Mineral

O nível de produção de água mineral vem aumentando nos últimos

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anos em Rondônia. Em 2000, foram produzidos aproximadamente 23 mi-lhões de litros. As principais fontes ativas estão localizadas em Pimenta Bue-no e Porto Velho. A perspectiva é de que em breve novas fontes entrem em operação, pois várias áreas estão sendo pesquisadas.

• Columbita

A columbita é explorada no Estado como um subproduto da cassiteri-ta, e sua produção não tem sido representativa ultimamente. No ano 2000 foram exploradas 265 toneladas do produto.

As principais minas são Cachoeirinha e Massangana, sobretudo esta última. A produção é de baixo teor, semimecanizada e de garimpeiros, prin-cipalmente a oriunda de Massangana.

• Diamante

A produção tem origem na atividade garimpeira, sendo os registros atuais sobre a produção muito precários. As informações existentes sobre a exploração comprovam o grande potencial do Estado relativo a esse bem mi-neral. Estima-se uma produção mensal nos últimos dois anos de cerca de R$ 35 milhões, superando, portanto, R$ 800 milhões no período. As estimativas indicam um potencial superior a US$ 2 bilhões somente na reserva da Terra Indígena Roosevelt. No entanto, a exploração de diamante no Estado ocorre de maneira desordenada e ilegal, e os recentes conflitos entre garimpeiros e índios têm demonstrado a necessidade de um maior controle por parte do poder público.

• Materiais para Aproveitamento na Construção Civil78

Considerou-se, nesta categoria, areia, argila para cerâmica vermelha, brita, seixos e cascalho laterítico. Estima-se a existência de, aproximadamen-te, uma centena de áreas onde se processa a extração destes bens minerais em Rondônia. Entretanto, é uma atividade ligada à economia informal, sendo poucos os licenciamentos e portarias de lavras emitidas para a exploração destes produtos. Este segmento da mineração sofre influência direta das flutuações do crescimento da economia nacional. O aquecimento ou não da construção civil determina o ritmo da produção.

* * * * *

78 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 13.

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78 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 13.

CAPÍTULO 14

AGROPECUÁRIA

1 – AGRICULTURA

A economia agrícola nacional, até meados da década de sessenta, era caracterizada pelo predomínio de duas culturas muito fortes, o café e o açúcar e, em menor escala, a produção de grãos. A produção de milho, arroz, feijão estava mais voltada para a cul-

tura de subsistência, não havendo preocupação com a dinâmica e sistemati-zação que envolve a produção das modernas cadeias produtivas.

O advento da industrialização ampliou no país a dependência com re-lação ao café na geração de divisas, inibindo ainda mais a diversificação e expansão das exportações agrícolas, enquanto países como Austrália, Nova Zelândia, França e Estados Unidos nessa mesma época, passaram a desen-volver a produção agrícola em grande escala.

A partir dos anos 70, em meio a transformações econômicas e sociais, a agricultura nacional iniciou o seu processo de modernização, tendo a agri-cultura tradicional cedido lugar a um sofisticado sistema de relacionamento da produção agrícola com outros setores de apoio, processamento e comer-cialização.

O desenvolvimento da agricultura rumo à industrialização passou a ser buscada, já com o foco de complexo agroindustrial, envolvendo desde a fabricação de insumos, a produção, a sua transformação até o seu consumo; isto tem levado o país a uma posição de destaque, onde as perspectivas para os próximos anos são boas, principalmente quando se consideram estudos recentes que apontam para um cenário mundial de escassez de produtos agrícolas até o ano 2020 e, no mercado interno, uma elevação de demanda em torno de 3,5% ao ano.

O complexo agropecuário nacional movimentou em 2002, cerca de 40% do PIB brasileiro, um número da ordem de R$ 340 bilhões, envolvendo 17 milhões de empregos. A previsão de alta no mercado internacional de grãos se concretizada, elevará a renda dos agricultores brasileiros.

Estudos técnicos do Departamento Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, tomando por base os indicadores praticados nos meses de janeiro e fevereiro /2002, revelam que a agricultu-ra apresentou elevação de renda de 3,90% no período. O desempenho foi

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apoiado pelos preços praticados no mercado internacional de grãos, consi-derados os melhores pelos analistas, já fazendo prever para 2003, a perma-necer o comportamento de crescimento, que o PIB do agronegócio brasileiro alcançará a cifra de mais de R$ 428,0 bilhões.

1.1 – A agricultura em Rondônia

A intensificação da atividade agrícola no Estado teve início na década de 70, com uma série de adventos de efeitos combinados, através de uma política de distribuição de terra que privilegiou o pequeno e médio produtores rurais que migravam para esta região.

O asfaltamento da BR-364, a transformação de Rondônia em estado autônomo, a criação de vários municípios em apenas duas décadas, confe-riu à região um dinâmico perfil socioeconômico. Além disso, investimentos federais contribuíram de forma efetiva para a expressividade da agricultura, fator aliado, sem dúvida, à disponibilidade de solos férteis e à existência de migrantes com vocação e tradição agrícola, que fizeram com que a agricul-tura de subsistência praticada inicialmente em Porto Velho e Guajará-Mirim, desse lugar a uma verdadeira explosão produtiva ao longo da BR-364.

De maneira geral, apesar da existência de alguns fatores inibidores e de outros que se colocam como restritivos à atividade primária, o setor apre-sentou uma considerável performance nos níveis de produção, colocando o Estado na condição de segundo maior produtor de cereais e grãos da Região Norte.

Um quadro geral da produção agrícola do Estado demonstra também que a diversificação da produção já retirou Rondônia da fase da agricultura de subsistência e que paulatinamente ingressa na modernização, buscando a exploração racional de suas vantagens comparativas.

Produção Agrícola de Rondônia - (Toneladas)Produtos 1997/

1998 1998/1999 1999/2000 2000/2001 2001/2002 2002/2003

Arroz 136.017 153.245 154.008 130.202 99.732 113.406

Milho 200.511 218.101 204.146 170.037 153.016 190.475

Feijão 54.149 58.629 49.851 42.758 35.533 35.369*

Café Beneficiado 71.335 75.680 85.243 102.784 93.624 140.177*

Mandioca 199.233 241.260 245.469 290.840 303.242 393.898*

Cacau 6.892 6.846 6.846 17.385 16.248 17.542*

Algodão 3.224 1.313 728 758 - -

Banana 72.045 71.003 70.341 56.037 46.443 56.629*

Soja 16.500 20.800 36.395 68.687 83.782 118.926Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES

* Produção esperada para a safra 2002/2003

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1.1.1 – A Produção de Grãos

Soja

Nos últimos 10 anos a demanda mundial por soja e seus derivados cresceu 3,7% ao ano79.

A liderança na produção mundial de soja pertence aos Estados Unidos, com produção de 78,7 milhões de toneladas, seguida do Brasil com 37,7 milhões, Argentina com 26,7 milhões, China com 15,4 milhões e Índia com 5,6 milhões80.

De janeiro a agosto/2002 o Brasil exportou um total de 9,4 milhões de toneladas de grãos de soja, dos quais 1,6 milhões para Alemanha, 634,9 mil para a China, 402,7 mil para a Espanha, 332,4 mil para a França, 382,3 mil para a Itália, 1,7 milhão para o Japão, 3,1 milhões para os Países Baixos e 1,0 milhão para outros países. Também no mesmo período importou do Paraguai 697,2 mil toneladas de grãos81.

Foram ainda exportados mais de 6,6 milhões de toneladas de farelo de soja, sendo: 294,6 mil para a Alemanha, 2,1 milhões para a China, 8,7 mil para a Dinamarca, 1,9 milhão para a Espanha, 1,4 milhão para França, 33,6 mil para a Itália, 343,3 mil para a Polônia e outros – 362,3 mil. Quanto ao óleo bruto, refinado e outros derivados, a exportação de janeiro a agosto/2002 atingiu o volume de mais de 898 mil toneladas e tiveram como des-tino Bangladesh, China, Cingapura, Paquistão, Países Baixos, Hong Kong e outros.

O farelo de soja é o alimento protéico mais consumido no mundo, prin-cipalmente no trato de animais para produção de carne, leite e ovos ou para animais de competição e estimação. Nos Pet Foods está a fatia de mercado que mais cresce, com a fabricação de rações sofisticadas.

As vantagens competitivas do Brasil estão claramente relacionadas às suas condições climáticas e geográficas, principalmente na região Oeste brasileira, onde novas áreas de plantio possibilitam rendimentos iguais ou superiores aos conseguidos pelos Estados Unidos e Argentina. Além do po-tencial de plantio e de rendimento médio da cultura, os custos estruturais da plantação – terra e mão-de-obra – são bem mais baixos nas novas fronteiras

79 FIERO – Perfil Competitivo do Estado de Rondônia – MERCOESTE (projeto integrado de desen-volvimento para a região centro-oeste, inserindo ainda os estados de Rondônia e Acre da região norte).80 Os dados referentes a produção mundial tratados neste capítulo tem como fonte a FAO – Food and Agriculture Organization – Statistics Database81 Os dados referentes a importação e exportação inseridos neste capítulo foram extraídos do MDIC/SECEX – Dados de Importações e Exportações Brasileiras.

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produtivas brasileiras.Os preços da soja brasileira guardam estreita relação com os preços

internacionais e são praticados em sintonia com a bolsa de Chicago, o que reflete a grande importância das exportações como destino da produção. Os preços do farelo seguem as mesmas tendências da soja em grão. Com dinâmica diferenciada, o óleo possui a concorrência de produtos substitutos e sofre grande influência do ritmo industrial, os quais interferem diretamente no seu preço.

O mercado interno da soja (maio-2003) vem mantendo o cenário de poucos negócios. A “gangorra” de preços em Chicago e o câmbio no Brasil novamente fizeram os vendedores se retraírem. Fator, aliás, mais que espe-rado, uma vez que de maneira geral, o sojicultor tem condições financeiras para esperar o melhor momento do mercado. O preço indicador da soja (saca de 60kg) está em média em US$ 12,90 a saca 82.

Os pólos brasileiros com maior representatividade estão concentrados nos Estados de:

• Mato Grosso – maior produtor brasileiro de soja. Tecnologia, terras planas e regularidade climática explicam a liderança na produtividade e o aumento na produção. Esta posição está se ampliando para a região, com reflexos em Goiás, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins.

• Rio Grande do Sul – pioneiro da cultura, entretanto em face de flutu-ações climáticas e dos altos custos de produção enfrenta grandes variações de produção e produtividade.

• Paraná – estado que vem explorando de forma satisfatória suas van-tagens competitivas de infra-estrutura e custos de transportes, incorporando investimentos em pesquisa e tecnologia, apresentando vigoroso crescimento tanto em área plantada quanto em produtividade.

• Bahia – o pólo de Barreira, concentra praticamente toda a produção, que mantém um crescimento médio de 12,7% a.a. nos últimos 10 anos.

O complexo da soja envolve os processos de plantio, colheita, arma-zenagem e transporte, secagem, esmagamento, lavagem (solvente) e sepa-ração do farelo e do óleo (evaporação e degomagem). O óleo destina-se ao refino, e o farelo vai para alimentação animal diretamente ou misturado sob a forma de ração. O óleo ainda vem sendo transformado em vários produ-tos, entre os quais se destacam a margarina, e outros subprodutos de uso alimentar e químico.

Atualmente as atenções no que se refere à produção de grãos no país, estão voltadas para a região do MERCOESTE83, que compreende os Estados

82 BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros.83 As análises referentes ao MERCOESTE, inseridas neste capítulo tem por base o documento FIERO – Perfil Competitivo do Estado de Rondônia – MERCOESTE.

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de Rondônia e Acre na Região Norte e toda a Região Centro-Oeste, uma vez que esta região apresentou o maior crescimento relativo, tanto em área plan-tada quanto em produção a partir da década de 80. São mais de 55 milhões de hectares, as terras aptas para a produção de grãos no Centro-Oeste e na parte da região Norte que compõe o MERCOESTE são cerca de 25 milhões de hectares.

O aumento da competitividade do complexo da soja está atrelado ao equacionamento da logística de transporte e armazenagem, fatores que oneram os custos de produção dada as grandes distâncias das fronteiras agrícolas até os pontos de embarque para exportação. A equalização destes problemas, aliados a investimentos em cultivares mais produtivos para os solos da região e atração de maior número de empresários para esta nova fronteira agrícola, com muitas terras a serem cultivadas, certamente farão desta região o principal pólo produtor e beneficiador de soja nas próximas décadas.

A Soja em Rondônia

A região de Vilhena produziu 93.300 toneladas de soja na safra 2002/2003, demonstrando o seu grande potencial, a partir de alguns elementos a considerar: a semelhança dos solos, clima e do relevo com as áreas adja-centes da região norte de Mato Grosso, a tradição agrícola da maioria dos produtores da região de Vilhena, o tamanho médio das propriedades, 2.000 ha, adequado à mecanização da lavoura, a existência de mais de 500.000 ha de cerrados aptos à lavoura e existência de jazidas de calcário próximas às áreas de produção. O aumento da produção também é reflexo da operação do projeto Hermasa, o qual certamente contribuiu para tornar Vilhena o maior pólo produtor de grãos do Estado.

Produção de Soja

Município

Safra 2002/2003

Área Colhida Produção Rendimento

(ha) (t) (kg/ha)

Vilhena 31.100 93.300 3.000

Colorado d’Oeste 8.542 25.626 3.000

TOTAL 39.642 118.926 3.000

Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES

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Milho

A produção mundial de milho foi de 605,2 milhões de toneladas, cuja liderança pertence aos Estados Unidos, com produção de 241,4 milhões de toneladas, seguida da China com 115,8 milhões, Brasil com 41,4 milhões, México com 18,6 milhões e França com 16,5 milhões.

De janeiro a agosto/2002 o Brasil exportou mais de 1,5 milhão de to-neladas de milho tendo como destino Argélia, Estados Unidos, Irã, Líbano, Panamá, Paraguai, Tunísia, Países Baixos e Venezuela.

O mercado interno do milho vem mantendo um cenário de boa oferta por parte dos produtores. A tendência ainda é de preços firmes, devido a realidade atual do mercado internacional, onde a boa demanda prevalece. Além disso, a alta do dólar frente ao real também favorece a performance das exportações.

No mercado internacional, o preço indicador do milho, ficou (maio/2003) à vista em R$ 17,77 ou US$ 5,88 saca, e a prazo em R$ 17,85 ou US$ 5,90 a saca, com um prazo médio de pagamento de 16 dias84.

Estimativas da Associação Paulista dos Produtores de Sementes e Mudas (APPS) revelam que em 2002 foram comercializados 9,341 milhões de sacos (20 kg) de sementes de milho no Brasil. Com base nestes números, estima-se que este mercado movimente aproximadamente R$ 700 milhões por safra.

O Milho em Rondônia

O cultivo do milho está presente em todas as áreas onde a condição de fertilidade de solo não o inviabilize. Como as demais culturas de grãos, também o milho sofre os mesmos problemas de preço, em função do custo do frete para os mercados tradicionais do Centro-Sul. Competir com os pro-dutores tradicionais, com tecnologia moderna, ainda não é a melhor alternati-va, mesmo porque a maior parte da produção é consumida na propriedade. O excedente comercializável tem sido em parte exportado, a custa dos baixos preços pagos ao produtor. Como no caso da soja, a exportação a granel via Rio Madeira, permite visualizar uma nova alternativa de comercialização, seja para atender os mercados do Amazonas e Pará, seja para estados do nordes-te, em particular o Ceará, grande produtor de aves e ovos.

Os problemas da cultura estão definidos pelo baixo nível de tecnologia empregado no cultivo, geralmente em áreas de derrubadas recentes, sem qualquer uso de insumos. Na região dos cerrados existe a possibilidade para o desenvolvimento de cultura tecnificada, com emprego de insumos, meca-nização e até mesmo irrigação.

84 BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros.

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Um adequado esquema de produção e distribuição de sementes me-lhoradas é parte fundamental de um programa de apoio aos produtores de milho, mesmo apenas dentro da perspectiva de abastecimento interno do Estado.

O cultivo contínuo na mesma área, resolvendo o problema de com-petição das ervas invasoras, também se impõe como solução fundamental para o aproveitamento dos melhores solos, descartando-se o esquema de agricultura itinerante.

Cultura do Milho

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 5.108 7.409 1.450

Guajará-Mirim 1.198 1.817 1.350

Ariquemes 11.504 15.072 1.310

Ji-Paraná 23.347 39.727 1.702

Alvorada d’Oeste 8.261 11.524 1.395

Cacoal 25.608 45.716 1.785

Vilhena 18.591 45.190 2.431

Colorado d’Oeste 9.994 24.220 2.423

TOTAL 103.609 190.475 1.838Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES

O Café

O país produziu em 2002 mais de 2,4 milhões de toneladas de café. Projeções divulgadas para a safra brasileira de café 2003 indicam 33,6 mi-lhões de sacas, volume 35% menor que o colhido em 2002. De acordo com estudos técnicos, a queda projetada deve-se principalmente à diminuição do rendimento, especialmente nas regiões de arábica. O consumo doméstico para a safra é projetado em 14,9 milhões de sacas, impulsionadas por cam-panhas de incentivo ao consumo da bebida. Uma disponibilidade menor de produto deve alterar o rumo das exportações brasileiras, que tendem a sofrer queda de 3,33 milhões de sacas frente à última safra.

A partir de 1989, a exigência de mercado fez com que o Brasil come-çasse a se preocupar com a qualidade do café nacional. Assim, a indústria de equipamentos se desenvolveu, estimulando a produção e a busca pela melhoria da qualidade e, conseqüentemente, por novas regiões produtoras. Há, entretanto, necessidade de maior investimento em marketing, fator fun-

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damental para consolidação do agronegócio do café. Muito embora a situação do mercado cafeeiro seja ascendente, há

ameaças, uma vez que o cafeicultor é pouco capitalizado, o café tem baixo valor agregado, há concentração no varejo e há “comoditização” do produto, fatores que ainda inibem um maior crescimento do setor.

O Brasil é exportador de diversos tipos de café para o mercado interna-cional: café arábica de terreiro (grupos 1 e 2), robusta (na variedade conillon) e industrializado (basicamente café solúvel, com uma participação relativa-mente estável desde os anos 70, algo em torno de 25%).

No segmento de café conillon e solúvel, as exportações são crescen-tes, inversamente ao café arábica, que tem apresentado declínio continuado, especialmente o Arábica de terreiro, sendo a qualidade mais demandada em importação no mercado mundial, tendo alcançado maior valor unitário e maior taxa de crescimento do fluxo comercial, principalmente o arábica lavado.

A cadeia nacional produz, sobretudo, o Arábica de terreiro. O arábica de alta qualidade atualmente produzido em regiões como o Sul de Minas, Mogiana e, particularmente, o Cerrado, apresenta condições excepcionais de competição com os “lavados”.

No Brasil, os principais produtores de café são: Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Rondônia.

O café torrado e/ou moído é majoritário no perfil de consumo nacional em mais de 95% do total. O mercado interno crescente é o segundo maior comprador da produção nacional, tornando o país menos sensível às flutua-ções do mercado internacional.

A indústria nacional é formada por um grande número de microem-presas que juntamente com as pequenas perfazem 83% do total. A maior parte possui administração familiar e se caracteriza por baixo nível tecnoló-gico e gerencial, associado à falta de recursos e reduzidas margens de lucro. A popularidade do produto, a simplicidade do processo industrial e o baixo investimento para instalação de indústria têm propiciado o crescimento no número de torrefadoras.

A industrialização do café torrado e/ou moído está na razão direta das empresas instaladas nos estados e de seu volume de produção e comerciali-zação, guardando proporção ao tamanho dos mercados consumidores.

A cadeia nacional conta com vantagens comparativas para aumento de vendas e de produção, dentre as quais destacam-se: possui uma cadeia agroindustrial completa; existência do FUNCAFÉ, que disponibiliza recursos para a cadeia; estoque de conhecimentos agronômicos que têm permitido a realização de importantes saltos de produtividade; distribuição do parque geográfico cafeeiro consistente com a produção de cafés de alta qualidade nas suas categorias;

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Cafeicultura em Rondônia

O café é um dos mais importantes produtos agrícolas de Rondônia, com produção concentrada, principalmente nas microrregiões de Cacoal, Ji-Paraná, Alvorada d’Oeste e Ariquemes.

A espécie mais cultivada é o conillon, próprio para a indústria de café solúvel e utilizada em blends (mistura) com a espécie arábica, para compor o café consumido pelo cliente final. A cultura do café no Estado em 2002 ocupou uma área de 140.969 hectares, com produção de 93.624 toneladas de café beneficiado e rendimento de 664 quilogramas por hectare.

Rondônia ocupava até 2002 o quinto lugar como produtor de café no País. Predominam na região, pequenos e médios produtores, com sistemas de produção similares aos utilizados nas regiões produtoras tradicionais do país, pouco adequados às condições ecológicas do Estado.

As cultivares mais plantadas em Rondônia são: Kouillou (Conilon), da espécie Coffea canephora (Café Robusta), Catuaí e Mundo Novo, de Coffea Arabica. A cultivar Mundo Novo, bastante utilizada na década de 1970, mostra boa adaptação às regiões mais altas do Estado, com elevada rusti-cidade, vigor e produtividade. A cultivar Catuaí, também bastante rústica e produtiva, é preferida por muitos produtores pelo porte baixo. Tanto a cul-tivar Mundo Novo como a Catuaí, apresentam maturação bastante precoce

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em Rondônia, com início em fevereiro e março, em plena estação chuvosa, prejudicando as operações de colheita e preparo do produto.

Com base em pesquisa e em observação em lavouras da região, pode-se afirmar que o Estado possui condições de produzir café tanto da espécie Coffea arabica como Coffea canephora. Porém, é indispensável adotar-se um zoneamento climático para a cultura, destinando-se as áreas com altitudes inferiores a 250 m para Coffea canephora; entre 250 e 500 m para Coffea arabica e Coffea canephora; superiores a 500 m apenas para Coffea arabi-ca.

A cultura do café deverá continuar desempenhando papel importante na economia de Rondônia, gerando riquezas e fixando a mão-de-obra no campo.

Produção de Café Beneficiado

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 6.515 3.670 563

Guajará-Mirim 580 344 593

Ariquemes 21.252 12.089 569

Ji-Paraná 28.310 21.478 759

Alvorada d’Oeste 28.605 17.019 595

Cacoal 50.457 35.840 710

Vilhena 4.389 2.656 605

Colorado d’Oeste 861 528 613

TOTAL 140.969 93.624 664

Se o café mantiver preço médio alto por um período de 3 a 5 anos, a área de cultivo certamente será duplicada.

De acordo com o prognóstico de safra para 2002/2003 há uma previ-são de incremento de aproximadamente 34,36% na área plantada e de 50% na produção.

Arroz

O arroz é a cultura anual que apresenta sistemas de exploração varia-dos, indo desde a cultura pioneira nas terras recém-desmatadas e queima-das, até o cultivo no cerrado, com alto uso de insumos. Iniciativas de algum sucesso permitiram o surgimento de culturas mecanizadas na região de Porto Velho, embora problemas de apoio e capacidade empresarial dos produtores tenham comprometido sua produção. Nas regiões de mata, onde o cultivo é de subsistência, sua importância social é muito grande, representando a

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principal fonte de alimentos dos colonos. Excedentes exportáveis deste segmento constituem a maior parte da

oferta do produto no Estado. Porém não há condições de competição com o Sudeste, se mantidos os preços aviltados para o produtor.

Os maiores problemas da cultura são decorrentes do ataque de do-enças, principalmente no cerrado, onde a “brusone” é limitante, exigindo o emprego de cultivares tolerantes e de menor produtividade.

A produção de sementes básicas e fiscalizadas ainda é questão não resolvida, em Rondônia, mesmo porque a embalagem e armazenamento des-tas sementes exigem cuidados especiais, em função das altas temperaturas e umidade relativa.

Cultura do Arroz

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 5.186 6.598 1.272Guajará-Mirim 427 591 1.384Ariquemes 11.490 15.617 1.359Ji-Paraná 9.377 15.477 1.651Alvorada d’Oeste 6.720 10.119 1.506Cacoal 11.300 18.413 1.629Vilhena 10.101 25.033 2.478Colorado d’Oeste 7.406 21.558 2.911TOTAL 62.007 113.406 1.829

Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES

Feijão

Como uma das culturas que representam a garantia de sobrevivência do produtor, sendo a segunda cultura em importância, plantada de março a maio e colhida no período seco, o feijão é cultivado na maioria das regiões do Estado, apesar da ocorrência da doença chamada “mela”.

O fungo causador desta doença está presente no solo e nas regiões tropicais úmidas, compromTetendo drasticamente a produção de feijão. Esta situação permite apenas a cultura do feijão das secas e, dependendo da épo-ca de plantio e do regime de chuvas, o produtor poderá ter desde uma boa produção até a perda total da colheita, seja pela ocorrência de “mela”, seja pela insuficiência de chuvas.

Apesar das dificuldades, Rondônia apresenta um volume de produção responsável pelo abastecimento interno, gerando ainda excedentes exportá-veis. Portanto, mesmo acumulando muitos prejuízos junto aos produtores, a

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cultura é geradora de riqueza e pode responder aos estímulos. Um adequado esquema de produção, armazenamento e distribuição

de sementes melhoradas são fundamentais para o aumento da produção e produtividade da cultura.

Sistemas melhorados de cultivo, onde tanto o controle da “mela” quanto a melhoria da disponibilidade de água do solo sejam contemplados, são, igualmente, indispensáveis.

Cultura do Feijão

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 899 380 423Guajará-Mirim 168 91 542Ariquemes 3.026 1.429 472Ji-Paraná 10.610 5.916 556Alvorada d’Oeste 4.776 1.796 376Cacoal 28.660 22.665 791Vilhena 4.088 2.416 591Colorado d’Oeste 1.393 840 603TOTAL 53.622 35.533 663

Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES

1.1.2 – Outras Culturas Anuais e Perenes

Mandioca

A cultura da mandioca vem assumindo importante destaque na produ-ção agrícola nacional e internacional, haja vista, representar uma fonte clara de nutrição nos países tropicais.

A mandioca representa a terceira fonte mais importante de calorias nos trópicos, depois do arroz e do milho. Segundo a FAO, mais de 600 mi-lhões de pessoas dependem da mandioca na África, Ásia e América Latina. É cultivada pelos agricultores mais pobres, sobretudo as mulheres. Para estas pessoas, a mandioca é vital para a segurança alimentar e para a geração de renda. Apesar de sua importância, principalmente na luta contra a fome, os investimentos na melhoria do cultivo da mandioca ainda são mínimos quando comparados aos investimentos destinados a outras culturas. Investimentos em novas tecnologias permitirão que a mandioca seja mais produtiva, mais nutritiva e seu cultivo mais proveitoso.

A cultura de mandioca não tem restrições quanto às condições do solo e do clima, sendo encontrada em todas as regiões do Brasil. Da man-

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dioca se extrai o amido e deste obtém-se o maior número de aplicações e sub-produtos. É usado nas indústrias químicas, alimentícias, metalúrgicas, de papel, têxtil, farmacêutica, plástica, em lamas para perfuração de poços de petróleo, lavanderias etc. É cultivada e industrializada em grande escala na produção de diversos derivados. Quanto mais clara a cor, melhor é a qua-lidade do amido. O amido de mandioca é também conhecido como fécula, polvilho doce ou goma.

A Mandioca em Rondônia

Embora seja uma cultura de importância social maior, a mandioca re-presenta muito pouco na composição da renda da grande maioria dos que a cultivam. Fazem exceção aqueles produtores que dispõem de pequenas casas de farinha e que chegam a sobreviver em função dessa atividade. O problema dos preços inibe a expansão desta cultura como alternativa de ren-da, embora a produtividade obtida no Estado esteja acima da média nacional. Os pontos de estrangulamento situam-se tanto em nível de lavoura quanto de industrialização, afetando de maneira diferente os dois segmentos: produ-tores que vendem raízes para indústrias e micro-industriais que transformam a mandioca em farinha.

Pequenas modificações nas farinheiras rudimentares poderão aumen-tar em muito o retorno da mão-de-obra empregada.

A introdução de cultivares melhoradas é medida que poderá facilitar o processo de agroindustrialização de maior porte, além de significar aumento da produtividade agrícola.

O potencial para a produção da mandioca e a possibilidade de indus-trialização no Estado, torna injustificável o volume de importação de farinha ainda existente.

Cultura da Mandioca

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 6.504 93.426 14.364Guajará-Mirim 694 9.616 13.856Ariquemes 3.499 47.448 13.560Ji-Paraná 3.368 55.112 16.363Alvorada d’Oeste 1.175 21.483 18.283Cacoal 2.066 36.551 17.692Vilhena 1.392 22.123 15.893Colorado d’Oeste 1.039 17.483 16.827TOTAL 19.737 303.242 15.364

Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES

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De acordo com o prognóstico de safra para 2002/2003 há uma pre-visão de incremento de aproximadamente 20% na área plantada e 30% na produção.

Hortaliças

O cultivo de espécies hortícolas é mais intenso junto às cidades do interior e tem como dificuldades o elevado índice pluviométrico, combinado com a alta umidade relativa, em particular no período outubro/abril. Os cul-tivares de maior exigência climática, regra geral, apresentam limitação de desenvolvimento. Alguns produtos, dos mais consumidos, são totalmente importados, como a cebola, batata, cenoura e alho. O tomate e o repolho, apesar de alguma produção local, também representam um grande volume de importação. As condições de transporte e as longas distâncias compro-metem a qualidade dos produtos e oneram os preços para o consumidor. As folhosas são produzidas satisfatoriamente no período seco e com algumas restrições no período chuvoso. Produtos menos consumidos, como berinjela, couve-flor, beterraba entre outros, também são totalmente importados, em-bora algumas pequenas áreas de produção sejam eventualmente cultivadas no interior.

Recentemente, tem-se observado um acelerado crescimento da oferta de hortaliças na região sul do Estado. O principal entrave à expansão da pro-dução e melhoria da qualidade dos produtos está na falta de um sistema que melhore as oportunidades de comercialização para o produtor. Contudo, com as recentes experiências bem sucedidas levadas a efeito na região de Vilhena com a “plasticultura”, que já começa a se disseminar por outros municípios, é de se prever que esta atividade passe a ter um importante papel no quadro produtivo, substituindo importações e até mesmo gerando excedentes ex-portáveis. Além deste fato, acresça-se o início da prática da hidroponia, hoje já encontrada em Vilhena, Pimenta Bueno e Porto Velho.

Em 2002 foram assistidas pela EMATER-RO 1.235 famílias de peque-nos agricultores, as quais produziram 7.002 toneladas de olerícolas, em área colhida de 389 ha.

A produção no Estado de Rondônia em 2002 foi de 15.688 toneladas, incluindo as folhosas, em uma área cultivada de 1.081 ha, com uma pro-dutividade de 14,5 toneladas por hectare, tendo como base 1,5 safra/ano. As hortaliças mais exploradas foram abóbora, alface, cheiro verde, chuchu, pepino, pimentão, couve, rúcula, agrião, chicória e almeirão.

Os municípios de produção mais expressiva, totalizando 813 ha são: Colorado d’Oeste com 192 ha, Porto Velho com 190 ha, Ji-Paraná - 90 ha,

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Pimenta Bueno – 84 ha, Rolim de Moura – 70 ha, Jaru – 57 ha, Ouro Preto – 48 ha, Ariquemes 42 ha e Alvorada d’Oeste com 40 ha.

Algodão

Ataque de pragas relativamente baixo, estímulo ao plantio via empre-sas particulares e preço competitivo em relação às demais alternativas do produtor, podem vir a ser fatores que influenciarão a expansão da área de plantio, a qual vem declinando ano a ano. O plantio se faz desde a segunda quinzena de janeiro até o final de abril. Esta faixa de tempo condiciona riscos para a lavoura. Porém plantios feitos em fevereiro normalmente conseguem bom desenvolvimento e produtividade. Um dos agravantes é o excesso de chuvas no início do ano, dificultando o preparo do solo e o desenvolvimen-to inicial das plantas. A manutenção da produção de algodão em pequenas lavouras, isoladas entre outros cultivos e áreas de mata e capoeiras, como ocorre hoje, representa uma situação desejável. Grandes culturas contínuas, provavelmente estariam fadadas ao insucesso, tendo em vista as dificulda-des de preparo e mecanização que tais lavouras exigem, além do agravante de intensificação do ataque de pragas.

A questão central desta cultura está no comportamento dos preços. O atual sistema de comercialização da produção representa altos riscos para o produtor, tendo em vista a concorrência dos cotonicultores tradicionais e inevitáveis quedas periódicas dos preços.

Em 2001, de acordo com dados do IBGE/GCEA-RO/SEAPES, obteve-se uma área colhida de 675 ha. As produções e áreas cultivadas registram severos declínios pela falta de apoio governamental à cultura. Este fato indu-ziu a que nos últimos anos fossem paralisadas as maiores indústrias benefi-ciadoras e as que se mantiveram ativas trabalharam com capacidade ociosa superior a 60%. É necessário, portanto, um novo estímulo à cultura do algo-dão, a um nível que pelo menos abasteça as indústrias já instaladas.

Seringueira

Após os planos de incentivo à heveicultura, a Amazônia viu o centro de interesse de produção de borracha, se deslocar para o Mato Grosso e São Paulo. Rondônia representa situação especial dentro da Amazônia. Muitas áreas de plantio começam a ser exploradas e um interesse crescente dos produtores, dá a esta cultura lugar importante dentre as alternativas de ex-ploração da propriedade.

Apesar da ocorrência do “mal-das-folhas”, a viabilidade do cultivo da seringueira em Rondônia não pode ser questionada e o rendimento dos se-

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ringais, embora com produtividade relativamente baixa, representa uma das melhores alternativas de renda para o produtor. A possibilidade do cultivo em consórcios, também já comprovada, permite somar vantagens a diversi-ficação de cultura com o uso racional e intensivo das áreas. As experiências com cacau, café e pimenta-do-reino permitem prever bons resultados, além de outras alternativas, exigindo pesquisas urgentes para sua comprovação.

Formas mais adequadas de elaboração do produto e comercialização da produção, também podem representar grandes saltos nos preços pagos ao produtor.

Um intensivo trabalho de testes de novos clones, desenvolvidos pela EMBRAPA, permite dispor de material para avaliação preliminar junto aos produtores, prevendo-se um avanço nos resultados de produtividade.

Produção do Látex Coagulado

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimento

safra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 3 1 333

Ariquemes 285 77 270

Ji-Paraná 458 146 319

Alvorada d’Oeste 14 4 286

Cacoal 135 70 519

Vilhena 83 25 301

Colorado d’Oeste 6 2 333

TOTAL 984 325 330

Fonte: EMATER/RO – GEPIN

Pimenta-do-Reino

Produtores de todo o Estado tem mostrado interesse muito grande por esta cultura. As adequações ao sistema de exploração dos pequenos pro-prietários comprovam sua lucratividade. Embora a cultura exija alto volume de fertilizantes, isto não tem sido obstáculo para sua exploração sem aduba-ção, mesmo em solos de baixa fertilidade. Os resultados dos primeiros anos de produção se mostraram satisfatórios. Maior dificuldade para o cultivo da pimenta tem sido a falta de estacas e mudas para implantação de novas la-vouras.

Apesar da produção ainda pequena, as colheitas já comercializadas são estimulantes, mostrando aos pipericultores o potencial da cultura.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

184

Cultura da Pimenta-do-Reino – Safra 2001/2002Município Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento

Porto Velho 46 64 1.391Guajará-Mirim 1 1 1.000Ariquemes 92 135 1.467Ji-Paraná 24 35 1.458Alvorada D’Oeste 23 35 1.522Cacoal 33 50 1.515Vilhena 11 17 1.545Colorado D’Oeste 42 63 1.500Total do Estado 272 400 1.471

Fonte: EMATER/RO – GEPIN

Palmito

A exploração de palmito ainda se caracteriza como atividade extrativa, o que faz com que a obtenção da matéria-prima seja o principal problema enfrentado pela agroindústria. Os preços representam muito pouco na renda da propriedade, razão do pouco interesse pelo colono.

Considerando a elevada demanda dos mercados nacionais e interna-cionais pelo palmito, o desenvolvimento de agroindústrias sólidas no Estado, certamente transformariam a produção de palmito em uma atividade agrícola rentável.

O extraordinário potencial de crescimento e adaptação das palmáceas para cultivo permite prever alta rentabilidade para o produtor capaz de se organizar para uma comercialização eficiente. As espécies que se destacam são: açaí, pupunha e babaçu.

A área atualmente cultivada é de 850 ha. Importante ressalvar projeto implantado no município de Porto Velho, que trabalha o processamento final do produto, através da aquisição junto a produtores cooperativados e por meio de produção própria.

Cultura do Palmito/Pupunha

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 427 809 1.895Guajará-Mirim 15 27 1.800Ariquemes 46 88 1.913Ji-Paraná 144 284 1.972Alvorada d’Oeste 9 18 2.000

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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Cacoal 101 193 1.911Vilhena 8 15 1.875Colorado d’Oeste 100 188 1.880TOTAL 850 1.622 1.908

Fonte: EMATER/RO – GEPIN

Urucu

Planta muito conhecida e já cultivada há muito tempo, somente agora despertou interesse como cultura comercial. A quantidade de informações do cultivo é limitada. O interesse comercial pelo produto expandiu devido ao seu corante bixina, que tem sido visto nos países do Primeiro Mundo, como um substituto natural para os corantes sintéticos, condenados como agentes cancerígenos.

Para comercialização com vistas à exportação é exigido que as semen-tes apresentem um teor mínimo de 2,5% de bixina. O desconhecimento das técnicas de cultivo, ainda se traduzem no maior obstáculo para expansão da cultura, sendo sensível à falta de cultivares adaptadas, com altos teores de bixina.

A EMBRAPA já desenvolveu e comercializa sementes de cultivares com 5% de bixina. É necessário organizar a produção no Estado com base nesses cultivares e sistema de produção adequado.

Cultura do Urucu

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 55 47 855Guajará-Mirim 8 8 1.000Ariquemes 247 169 684Ji-Paraná 15 14 933Alvorada d’Oeste 4 4 1.000Cacoal 2 2 1.000Vilhena 5 5 1.000Colorado d’Oeste 1.498 1.498 1.000TOTAL 1.834 1.747 953

Fonte: EMATER/RO – GEPIN

1.1.3 – A Fruticultura

A cadeia mundial da fruticultura ainda se encontra em estágio inicial de desenvolvimento e a realidade dos dias atuais impõe, face às mudanças

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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na ordem econômica e a abertura dos mercados, a necessidade de melhor caracterização e modernização do sistema agroalimentar das frutas.

De acordo com estudos produzidos pela FIERO, apesar da grande variedade de frutas produzidas no país, poucas são comercializadas a nível internacional, principalmente devido à grande perecibilidade, aos custos de comercialização e aos canais de distribuição ainda em formação.

Estudos do Ministério da Ciência e Tecnologia – Agronegócio Brasi-leiro – corroboram neste sentido, ao concluírem que, apesar da importância da produção de frutas no país, sob o ponto de vista econômico, quando se analisa de forma estratificada os milhões de toneladas produzidos, percebe-se que metade é de laranja e 20% de banana. São 70% para estas frutas e, para a laranja em particular, cerca de 65% de sua produção se destinam ao processamento industrial, onde o Brasil é o principal exportador de suco con-centrado. Afora estas frutas, todas as outras são produzidas ainda em quan-tidades insuficientes para a nova demanda interna, havendo a necessidade de muito trabalho com variedades, tecnologias, qualidade, redução de custos e implementação de um plano estratégico de marketing para sedimentar e ampliar o acesso ao mercado internacional com mais competência.

Os índices de evolução da produção, do consumo e das exportações são bastante elevados. A elevada participação brasileira na cadeia mundial deve-se à grande produtividade da fruticultura nacional, 60% acima da mé-dia, só se encontrando atrás dos Estados Unidos, no ranking mundial.

A exportação brasileira de frutas frescas vem crescendo bastante, po-rém é ainda bastante reduzida quando comparada com a produção mundial, pois representa menos de 1,2% do consumo e denota uma cadeia produtiva de atuação eminentemente regional. Ainda assim, a fruticultura apesar de representar apenas cerca de 5% das áreas cultivadas no país, é uma das atividades capazes de assegurar ao Brasil um percentual significativo de volume de produção e da sua pauta de exportação. Com a cadeia produtiva das frutas é possível alcançar um faturamento bruto de R$ 1.000,00 a R$ 20.000,00 por hectare, sendo maior que na produção de grãos, cujo valor oscila entre R$ 300,00 a R$ 600,00. Além disso, para cada 10.000 dólares investidos em fruticultura, geram-se três empregos diretos permanentes e dois indiretos. Visto por outro ângulo, 2,2 milhões de hectares com frutas no Brasil significam 4 milhões de empregos diretos (2 a 5 pessoas por hec-tare)85.

A Fruticultura em Rondônia

A fruticultura rondoniense ainda é pouco expressiva, mas vem sendo

85 MCT – CNPq – A Cadeia Produtiva da Fruticultura

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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incrementada com a entrada em funcionamento de algumas indústrias de beneficiamento, sendo predominante a indústria de pequenos equipamentos, destinados ao consumo local.

Citros

Várias experiências de produção, realizadas em diversas partes do estado, comprovam o alto potencial das regiões de solo mais fértil, para a produção citrícola. Apesar disto, são predominantes os pequenos pomares, quase sempre com plantas “pé-franco”, sem importância na geração da ren-da do produtor.

Alguns problemas típicos dos citros, como a “gomose” e as viroses de maneira geral, também estão presentes no Estado. Porém, um adequado pro-grama de apoio a instalação de pomares comerciais, poderá tornar Rondônia auto-suficiente na oferta de citros.

É necessário definir pólos de produção que possam receber um esforço concentrado do Governo no apoio a produção, organização de produtores e comercialização do produto.

Nas regiões de Ji-Paraná, Cacoal e Alvorada d’Oeste está concentrada a maior parte da citricultura do Estado.

Cultura de Citros

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 96 640 6.667Guajará-Mirim 21 146 6.952Ariquemes 106 764 7.208Ji-Paraná 195 1.452 7.446Alvorada d’Oeste 121 913 7.545Cacoal 328 2.469 7.527Vilhena 65 476 7.323Colorado d’Oeste 76 553 7.276TOTAL 1.008 7.413 7.354

Fonte: EMATER/RO –GEPIN

Abacaxi

O abacaxi não é fruta calórica, mas seu conjunto contém altas por-centagens de Vitaminas A, B e C, assim como carboidratos, sais minerais e fibras. Além disso, dos restos do abacaxizeiro pode-se extrair a bromelina, uma enzima nobre que ajuda a decompor proteínas.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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Basicamente cultivam-se as variedades Pérola, a preferida pelo merca-do “in natura”, e Smooth Cayenne ou Havaiana, que produz um fruto maior, mais ácido e resistente e que, por isso mesmo, é normalmente destinada à exportação e às indústrias de compotas e sucos.

A produção de abacaxi no país ainda é comercializada de maneira mui-to precária no que diz respeito à conservação da fruta depois da colheita. A preocupação com melhores embalagens e um armazenamento mais eficiente ainda é pequena, mas já há quem se interesse por essa agregação de valor, devendo ser considerado que a tendência do mercado é dar preferência a um produto melhor apresentável e com tempo de prateleira mais longo.

O abacaxi, introduzido no Estado a partir de 1994 como cultura comer-cial, apresenta características promissoras. Sua produção está sendo desti-nada em grande parte ao consumo “in natura”, já havendo aproveitamento em polpas e concentrados. Em 2002 foram colhidos 568 hectares com uma produção de 9,8 milhões de frutos, rendimento médio de 17.407 frutos/ha.

Os principais municípios produtores são Pimenta Bueno, Guajará-Mi-rim, Colorado d’Oeste, Cujubim e Porto Velho.

Melancia

A melancia tem aproximadamente 50% de sua produção concentrada em um único país, a China. O Brasil é o sétimo maior produtor mundial. A presença do Brasil é única em termos continentais; nenhum outro país da América do Sul aparece na lista de grandes produtores.

A produção de melancia em Rondônia também está em processo ini-cial, mas já começa a abastecer o mercado interno.

Com a boa aptidão dos solos das áreas ribeirinhas, o Estado tende a ser auto-suficiente em curto prazo e, inclusive, deverá ter excedentes para atender a outros mercados.

Em 2002, a área colhida foi de 525 hectares, com uma produção su-perior a 10 mil toneladas e rendimento médio de 19.800 kg/ha.

Cupuaçu

Planta presente em grande número de pomares rurais, a semente ou muda de cupuaçu vem sendo muito procurada pelos produtores e se trans-formando em uma das opções de cultivo da pequena propriedade.

A procura pelas sementes e o potencial dos subprodutos já identifica-dos faz prever ampla possibilidade de expansão desta espécie. É considerada pelos produtores como a fruta em que a cadeia estadual possui maior capa-cidade de competição.

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A polpa pode ser utilizada para confecção de sorvetes, sucos, geléias, doces e iogurtes. As sementes, para fabricação de chocolate branco, consi-derado de ótima qualidade.

Atualmente, o cupuaçu vem conquistando o mercado de outras regi-ões do país e do exterior.

Espécie de boa adaptação à sombra, propicia a formação de consór-cios com outras plantas de porte florestal, permitindo bons resultados eco-nômicos e ecológicos.

É uma fruta tropical com grande potencialidade agroeconômica, propi-ciando um adicional de renda integrado com outros cultivos tropicais.

Através do processo de enxertia é possível alcançar clones superiores e desenvolver processos melhorados de cultivo, modernizando a exploração desta espécie. Identificar plantas superiores e avançar em um programa de melhoramento para produção de clones é um objetivo a ser alcançado pela pesquisa. O picolé de cupuaçu, fabricado pela KIBON, possui comercializa-ção apenas regional, pois a oferta da fruta ainda é insuficiente.

A semente do cupuaçu tem boa possibilidade de aproveitamento in-dustrial. Pode ser buscada a produção do cupulate que é um produto cujo processo de fabricação consiste na transformação das amêndoas de cupuaçu (sementes após o beneficiamento) em um derivado com valor nutritivo, larga aceitação de consumo, sabor, textura, odor e aparência semelhantes aos do chocolate. O cupulate pode ser processado nas formas de pó e tabletes meio amargo e ao leite. Quanto à utilização, este produto pode ter todas as aplicações dadas ao chocolate tradicional.

Cultura do Cupuaçu

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 1.568 2.943 1.877Guajará-Mirim 43 74 1.721Ariquemes 174 333 1.914Ji-Paraná 181 333 1.840Alvorada d’Oeste 93 178 1.914Cacoal 63 116 1.841Vilhena 10 20 2.000Colorado d’Oeste 19 38 2.000TOTAL 2.151 4.035 1.876

Fonte: EMATER/RO – GEPIN

Cacau

Saindo da floresta amazônica para conquistar o mundo, o cacau per-

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correu um longo caminho. Sua história cercada de lenda está marcada por episódios curiosos: foi usado pelos astecas, como moeda, provocou discus-são entre os religiosos sobre o seu uso nos conventos devido às suas supos-tas propriedades afrodisíacas e, por muito tempo, foi uma bebida exclusiva das mais faustosas cortes da Europa. Suas sementes, levadas para outras regiões e continentes, formaram grandes plantações que, hoje, representam importante fonte de trabalho e renda para milhões de pessoas.

O chocolate é um alimento balanceado, contendo uma asso-ciação bem equilibrada de cacau, leite e açúcar, apresentando alto índice de carboidratos e gordura.

Do fruto do cacaueiro co-meça a se industrializar também o suco de cacau, a partir da extração da sua polpa. Com a polpa são pro-duzidas geléias, destilados finos, fermentados - a exemplo do vinho e do vinagre - e xaropes para con-feito, além de néctares, sorvetes, doces e uso para iogurtes. Existe mercado amplo e imediato, prin-cipalmente para o suco de cacau, tanto no país como no exterior.

Pesquisas desenvolvidas pela CEPLAC passam a gerar tec-nologias capazes de otimizar a pro-dução cacaueira, através do apro-veitamento integral dos subprodutos e resíduos da pós-colheita. O uso das tecnologias, além de contribuir para diversificar a receita das propriedades rurais, pode resultar em incremento significativo da renda líquida do produtor de cacau, tornando-o menos dependente das flutuações do mercado exter-no, que regulam o preço do produto.

O cacaueiro sempre foi cultivado para dele aproveitar-se apenas as se-mentes de seus frutos, que são a matéria-prima da indústria chocolateira. As sementes secas representam, no máximo, 10% do peso do fruto do cacauei-ro. Apenas recentemente é que os 90% restantes começaram a despertar o interesse dos produtores, a partir de estudos desenvolvidos por técnicos da CEPLAC. Uma tonelada de cacau seco, por exemplo, representa 400 a 425 Kg de polpa integral.

A casca do fruto do cacaueiro também pode ter aproveitamento eco-

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nômico, servindo para alimentar bovinos, tanto “in natura” como na forma de farinha da casca seca ou de silagem, como também para suínos, aves e até peixes. A casca do fruto do cacaueiro pode ainda ser utilizada na produção de biogás e biofertilizante, no processo de compostagem ou vermicomposta-gem, na obtenção de proteína microbiana ou unicelular, na produção de álco-ol e na extração de pectina. Uma tonelada de cacau seco (semente) produz oito toneladas de casca fresca.

O suco de cacau possui sabor bem característico, considerado exótico e muito agradável ao paladar, assemelhando-se ao suco de outras frutas tro-picais, como o bacuri, cupuaçu, graviola, acerola e taperebá. É fibroso e rico em açúcares (glicose, frutose e sacarose) e também em pectina.

O total mundial da produção em 2002 foi de 2,8 milhões de tonela-das. O consumo mundial com base em estudos de mercado dos chocolates e achocolatados entre junho de 2001 e junho de 2002 constataram declínio nas vendas de 2%. As importações dos Estados Unidos em agosto de 2002 alcançaram 43,3 mil toneladas, com aumento de 57% sobre o mês de agos-to de 2001. Todavia, o acumulado do ano, de 246.489 toneladas, está 7% abaixo dos primeiros oito meses do ano 2001.

Os preços ao produtor em dezembro/2002, pela sensível elevação das cotações externas e da cotação do dólar, evoluíram de R$105/arroba para aproximadamente R$120,00. Os Preços Internacionais elevaram-se acentua-damente, fechando em dezembro de 2002 a US$1.947/t.

Os maiores produtores mundiais são: 1. Costa do Marfim com 41% da produção – 1,15 milhão de toneladas; 2. Indonésia – 15% – 410 mil toneladas; 3. Gana – 14% – 405 mil toneladas; 4. Nigéria – 6% – 170 mil toneladas; 5. Brasil – 4% – 130 mil toneladas. O Brasil ocupa o quinto lugar também em consumo.

O cacau em Rondônia

O processo de implantação e desenvolvimento da cacauicultura em Rondônia teve início em 1971, respaldado em estudos realizados pela CE-PLAC, que apontavam a viabilidade da lavoura nesta região. As definições que levaram Rondônia a participar de forma tão relevante no programa, fo-ram calcadas nos critérios técnicos, econômicos e ecológicos.

A partir de 1986 o mercado internacional começou a apresentar ten-dências de declínio e o preço médio da tonelada sofreu baixa significativa variando de US$ 2,500/tonelada para até US$ 800/tonelada. Tal fato teve como origem o excedente de oferta provocado por políticas subsidiárias de países africanos, somado ao novo padrão de competitividade dos grandes produtores.

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Conseqüentemente, para sobreviver a essas ameaças, o setor ca-caueiro teria que, além de apostar na extinção das políticas subsidiárias dos países africanos, melhorar substancialmente o perfil tecnológico do setor.

A primeira condição, como era previsível, encontra-se em processo final de saneamento, devido à impossibilidade de manutenção irreal de pro-dutores nos países africanos, o que além de premiar a ineficiência, permitiu a expansão de uma produção que desequilibrou o mercado, exigindo desses países um volume cada vez maior de recursos para manter o subsídio.

Para a segunda questão, embora detentora de satisfatório nível da tec-nologia gerada em seus setores de pesquisa, a instituição responsável pela assistência técnica da cacauicultura viu-se quase totalmente paralisada nas suas ações de atendimento ao produtor, devido ao descaso dos governos com o setor.

Esse descaso impediu o atendimento necessário aos produtores, os quais reduziram drasticamente os investimentos na condução técnica de suas lavouras, tendo, por conseqüência, a redução da produtividade, proli-feração de pragas e doenças e diminuição da renda, levando ao abandono, aproximadamente, 60% das lavouras.

A cacauicultura do Estado apresenta um quadro deveras adverso. Este é fruto de fatores internos tais como: a ocorrência da enfermidade “vassoura de bruxa”, competição com a pecuária, carência de mão-de-obra especializa-da, desorganização dos produtores e, conseqüentemente, da produção, pre-ços aviltados por parte dos intermediários que, em muitos casos, chegaram a praticar até 50% em relação a outras regiões produtoras e também devido a fatores externos, tais como: superprodução mundial, cotações que chegaram a níveis impraticáveis de US$ 800 por tonelada e a falta de recursos para investimento em pesquisas.

Apesar desses fatores adversos à cacauicultura em Rondônia, cons-tata-se ser ainda possível o resgate dessa atividade, uma vez que as outras atividades como guaraná, seringueira, etc. apresentam problemas e relação custo/beneficio menos favorável que a atividade cacaueira, fato comprova-do junto a produtores que se mantiveram a muito custo e sacrifício neste ramo.

Diante desse quadro desfavorável, mas contando com pequenos ace-nos do mercado internacional, da diminuição da safra do cacau baiano e ba-seado no apoio das instituições estaduais e do vasto manancial de pesquisas desenvolvidas pela CEPLAC em Rondônia, nas diversas áreas (genética e me-lhoramento, entomologia, fitopatologia, processamento primário do cacau, processamento industrial de polpa, solos e nutrição mineral, climatologia) destacando-se os resultados promissores alcançados especialmente no que diz respeito ao controle da “vassoura de bruxa”, a CEPLAC decidiu retomar

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as ações em Rondônia. Com o controle da doença, através da prática de manejo integrado é

perfeitamente possível a recuperação de lavouras cacaueiras com elevado ní-vel de infestação. Pode-se observar que a utilização dessa prática possibilitou a recuperação de lavouras altamente atacadas (com produtividade de aproxi-madamente 300Kg/ha e perdas em torno de 80% da produção), permitindo a redução de perda para valores na ordem de 10% e elevando a produtividade para 1.500 Kg/ha, além de permitir o enriquecimento da lavoura através da implantação dos SAF’s – Sistemas Agroflorestais.

O aumento da produção de amêndoas secas de cacau possibilitará a instalação de indústrias de transformação (manteiga e torta de cacau), tendo como conseqüência a instalação de pequenas indústrias transformando a torta e manteiga em chocolates, doces, balas, etc. A produção atual, aliás, já comporta a instalação de uma unidade industrial de médio porte.

A utilização das amêndoas secas e de subprodutos do cacau no Esta-do possibilitará o incremento de aproximadamente 5.000 empregos diretos e indiretos, aumentando a renda no Estado através da geração de empregos e de impostos a serem arrecadados.

A cacauicultura em Rondônia obteve na safra 2001/2002 uma produ-ção de 16.248 toneladas e há uma expectativa de safra em 2002/2003 de 17.542 toneladas.

Importante esforço para a recuperação da lavoura do cacau vem sendo desenvolvido pela Superintendência para a Amazônia Ocidental da CEPLAC onde a oferta de material genético resistente à vassoura de bruxa associado ao aperfeiçoamento do seu controle fitossanitário e técnicas de recuperação de lavouras decadentes através de novos processos de enxertia, são coloca-dos à disposição dos cacauicultores.

Banana

A banana é uma das principais frutas de consumo popular no Brasil. A bananeira encontra-se distribuída por todo o território nacional, situando-se entre os principais cultivos em área plantada, volume produzido e valor da produção.

Constitui-se numa das principais alternativas de diversificação agrícola por possuir excelentes perspectivas de mercado como fruta fresca ou indus-trializada. Além disso, é um cultivo de produção rápida (aproximadamente um ano) e pode ser utilizada facilmente em consórcios.

Diversos são os produtos que podem ser obtidos da banana, salien-tando-se os seguintes: polpa ou purê (na forma de congelado, asséptico, acidificado e preservado quimicamente), néctar, fruta em calda, produtos

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desidratados (tais como banana liofilizada, flocos e frutas na forma de pas-sa) e doces diversos, incluindo geléias e doces de massa. Com a maioria das bananas verdes, pode-se produzir uma farinha extremamente nutritiva e com inúmeras aplicações na alimentação, desde o preparo de mingaus até biscoitos.

A bananeira é a espécie frutífera mais plantada em Rondônia. Introdu-zida em larga escala nos plantios de cacau, visando o sombreamento, criou uma oferta abundante que levou à abertura de um mercado interno impor-tante.

Rondônia exporta a variedade “maçã” para o centro sul, criando uma alternativa para a expansão da bananeira como cultura principal.

A situação estimuladora dos preços em alguns períodos, contrasta com sua queda em outros, em função das distorções no processo de comer-cialização. Ainda assim, a banana se mantém como alternativa atraente para aqueles produtores que dispõem de infra-estrutura de estradas e localização mais privilegiada. O grande problema da cultura é a presença do “mal-do-panamá” na variedade “maçã”, a mais cultivada e que, juntamente com a banana comprida, dominam o mercado. Associar medidas profiláticas para a variedade “maçã” ao uso de cultivares resistentes, diversificando os plan-tios, é uma das alternativas para garantir a continuidade da bananicultura no Estado.

A organização da comercialização e implantação de agroindústrias são fundamentais para a expansão da cultura, existindo iniciativas empresariais para instalação de uma indústria de polpa e concentrado.

Cultura da Banana

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2003 safra 2001/2003 Kg/ha

Porto Velho 763 6.480 849Guajará-Mirim 81 751 9.272Ariquemes 1.742 12.434 7.138Ji-Paraná 1.308 11.403 8.718Alvorada d’Oeste 429 3.878 9.040Cacoal 886 8.532 9.630Vilhena 167 1.501 8.988Colorado d’Oeste 271 1.464 5.402TOTAL 5.647 46.443 8.224

Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES

Guaraná

Espécie vegetal da família das sapindáceas, nativa da Amazônia, cujo

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nome provém do termo indígena “varaná’’, que significa árvore que sobe apoiada em outra. A planta é um arbusto semi-ereto, trepadeira, lenhosa, que no seu habitat natural se apóia nas árvores da floresta, atingindo altura de 9

a 10 metros. O fruto é uma cápsu-la deiscente de 1 a 3 válvulas, com uma semente cada. Esta tem for-ma arredondada, preta e brilhante, constituindo-se no produto utilizá-vel da planta, após sofrer benefi-ciamento primário, que consiste na torrefação e limpeza. É produto de múltiplas e comprovadas proprie-dades medicinais, tido como uma das mais preciosas manifestações da nossa flora.

Já introduzido como cultu-ra no Estado, o guaraná tem sido motivo de reclamação por parte dos plantadores, tendo em vista os baixos preços alcançados pelo produto nos últimos anos. O ex-cessivo otimismo inicial em relação aos resultados, deverá dar lugar a uma expectativa mais realista, que

permita uma gradativa contribuição desta cultura na renda da propriedade diversificada. Para tanto é necessário que a comercialização seja viabilizada e a melhoria da produtividade seja buscada através do uso de clones ou se-mentes melhoradas, o que implica em definição de programas de apoio para fornecimento destes insumos.

Cultura do Guaraná

MunicípioÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimentosafra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha

Porto Velho 40 20 500

Guajará-Mirim 5 2 400

Ariquemes 203 88 433

Ji-Paraná 3 1 333

Cacoal 16 7 438

TOTAL 267 118 442

Fonte: EMATER/RO – GEPIN

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Muitas outras espécies frutíferas mostram potencial para cultivo racio-nal em Rondônia, podendo ser citadas: manga, abacate, graviola, mangos-tão, mamão, coco, acerola, maracujá, jaca e fruta-pão. A avaliação sistemá-tica de espécies frutíferas nativas e exóticas poderá permitir aos produtores novas opções de renda. É na dificuldade de comercialização e na falta de agroindústria que se encontram as maiores limitações que colocam em risco o plantio de áreas maiores.

1. 2 – A Produção de Carne, Couro, Leite e Derivados

Panorama da Pecuária

A pecuária bovina mundial indica uma atividade que, no segmento de produção, vem apresentando um período de declínio nos tradicionais centros de produção, como é o caso da Europa e da América do Norte e de uma ex-pansão nos países em desenvolvimento. O rebanho mundial de bovinos já é superior a um bilhão de cabeças. A América do Norte é o bloco líder mundial de carne, com destaque para os Estados Unidos, o maior produtor.

A expectativa mundial no agronegócio de carnes é que a produção per capita, aumente quase 50% até os anos de 2020. No mesmo período, há perspectiva de crescimento da demanda da carne em torno de 35% e da demanda de leite em 25%, muito embora o consumo per capita de carne vermelha venha apresentando queda, principalmente devido à mudança do perfil do consumo de proteína animal, reforçada pela crise da “vaca louca” e por questões sanitárias nos países produtores.

No Brasil, o setor produtivo de carnes vem apresentando expressivos avanços nas áreas de sanidade, modernização e ganhos de produtividade, consolidando a posição do país como grande produtor e exportador de car-nes. Entre 1995 e 2002, o país obteve um crescimento de 32,4% na produ-ção de carne bovina, 79,9% na de frango e 60,7% na suína. As exportações vêm crescendo de forma mais surpreendente ainda, apresentando um cresci-mento médio anual de 20,1% nas exportações.

Produção e Exportação Brasileira de CarnesMil toneladas (em equivalente carcaça)

TipoProdução Exportação

1995 2002 Var.% Tx. Média Anual 1995 2002 Var.% Tx. Média Anual

Bovina 5.400 7.150 32,4 4,1 285 1.000 250,9 19,6

Frango 4.050 7.284 79,9 8,7 430 1.374 219,5 18,1

Suína 1.470 2.363 60,7 7,0 40 350 775,0 36,3

Total 10.920 16.797 53,8 6,3 755 2.724 260,8 20,1Fonte: CNA, ABIPECS, UBA/ABEF

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O aumento da produção e das exportações de carnes tem possibilitado maior oferta de proteínas nobres para a população local e importante superá-vit para a balança comercial.

O Brasil detém vantagem competitiva em relação ao mercado mundial de carne bovina (Pineda, 2001), devido ao menor custo de produção e gran-de potencial de crescimento em sistema extensivo com produtividade e qua-lidade crescente, levando em consideração que a maioria da carne brasileira é produzida a pasto.

Custo de produção da carne bovina, em US$ por tonelada,por ano e por país produtor

Países 1997 1998 1999 2000 2001 2000/2001

Argentina 1.655 1.927 1.436 1.532 1.400 -8,6

Austrália 1.387 1.252 1.460 1.532 1.655 +8,0

Brasil 1.630 1.610 1.230 1.480 1.250 -15,5

União Européia 2.757 2.756 2.555 2.265 1.867 -17,6

USA 2.655 2.480 2.662 2.764 2.965 +7,3

Fonte: Gordon Internacional Reserarch Institute, 2001. In Annuaire OFIVAL, 2001

No país o consumo per capita anual de carne bovina está estimado em 36 kg, de carne suína em 11,5 kg e o de frango em 33,5 kg, perfazendo um total de 81 kg por habitante, o que confirma que o Brasil é também um dos maiores consumidores de carne bovina, ocupando a terceira colocação, atrás somente dos Estados Unidos (45 kg/hab) e Argentina (60 kg/hab).

Atualmente o Brasil ocupa a posição de segundo maior produtor e terceiro maior exportador mundial de carne bovina. Em frango, somos o se-gundo maior produtor e exportador mundial e na carne suína, já ocupamos o quarto lugar em produção e exportação mundial.

Os maiores rebanhos já estiveram no Sudeste e no Sul, mas a partir de 1980 foram se deslocando rumo ao norte e centro-oeste, onde há boas pastagens e clima favorável.

Junto com a movimentação do gado, parte dos frigoríficos e abatedou-ros também se deslocou em busca de maior produtividade e menores custos de logística.

É importante reconhecer que o desempenho alcançado pelo país na produção e exportação de carnes só se tornou possível em face do esforço e dos investimentos realizados na modernização da cadeia produtiva, tanto na área de sanidade quanto gestão, realizados pelos setores público e privado.

Com o avanço do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, exe-

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cutado em parceria com os governos estaduais e o setor privado, os focos da doença vêm caindo drasticamente, sendo atualmente os Circuitos Pecu-ários Sul, Centro-Oeste, Leste e mais recentemente, Rondônia, pertencente ao Circuito Pecuário Norte, reconhecidos como Livres de Febre Aftosa, pela Organização Internacional de Epizootias (OIE). Cerca de 77% do rebanho bo-vino brasileiro se encontra em áreas livres de febre aftosa.

Na área avícola, a carne brasileira está presente em 88 países, de acordo com informações da União Brasileira de Avicultura (UBA), sendo um setor que vem tendo um desempenho crescente em produção, exportação e consumo interno. Este setor tem o desafio de manter e aprimorar a qualidade e a sanidade da produção, tendo como foco consolidar sua posição e bus-car novos mercados, entre eles os da América do Norte, China e Índia. Uma justificativa para a expansão do mercado da carne de frango é a de que é o produto de origem animal que melhor responde aos desafios de alimentação do homem moderno (qualidade nutricional e resposta eficiente aos problemas do sedentarismo). Mas a contínua expansão da indústria do frango tem, so-bretudo, razões técnicas e econômicas.

A despeito da presença da carne avícola brasileira em 88 países, a avicultura nacional está sujeita a desequilíbrios que podem obstar seu desen-volvimento produtivo. Basicamente dois fatores preponderam, quais sejam: dependência, quase absoluta, de material genético importado e deficiências no sistema de controle sanitário. A dependência decorre do fato de que em outros países (em especial Estados Unidos e em alguns países europeus), empresas privadas desenvolveram trabalhos de melhoramento genético que resultaram na obtenção de novas linhagens – híbridos – cuja produtividade é superior ao das linhas puras e, linhas mais produtivas, permitem expansão de mercado. Já o problema da deficiência no controle sanitário tem reflexo não só no mercado externo, como barreira sanitária, mas também já é sentido no mercado interno, onde o consumidor, muito mais consciente, solicita e adquire alimentos portadores de melhor padrão sanitário.

A suinocultura tem apresentado mundialmente uma tendência de con-centração e especialização, caracterizando-se pela produção cada vez mais eficiente, fruto da necessidade de maior produção, visando a redução de custos e aumento das receitas, sendo praticada por um número cada vez menor de produtores. Estas tendências apontam para a consolidação de um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas com maior chance de sobreviver serão aquelas que mantiverem um grande fluxo de produção, da matéria-prima ao produto final, com o menor custo possível.

A erradicação da peste suína clássica nas principais regiões produtoras do país e as ações mercadológicas desenvolvidas pelo empresariado transfor-maram a suinocultura brasileira numa moderna cadeia produtiva, integrada a

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um complexo industrial que opera com elevados índices de produtividade.O consumo per capita de carne suína no Brasil ainda é baixo em rela-

ção a outros países. Mesmo sendo importante para a expansão da indústria o crescimento do mercado interno, a maior parte do crescimento buscado nesta cadeia projeta-se para o mercado externo, em função principalmente de vantagens comparativas como: baixo custo da produção de carne suína brasileira; ampliação das áreas livres de febre aftosa em âmbito nacional com reconhecimento pela OIE e problemas sanitários em países produtores. A cadeia produtiva da suinocultura estará mais consolidada quanto mais tecnologias de ponta forem incorporadas, como o desmame precoce e a in-seminação artificial, ampliação dos investimentos no diagnóstico e vigilância epidemiológica, investimentos ainda na área de biosseguridade alimentar e manejo e utilização dos dejetos.

A Pecuária em Rondônia86

O desenvolvimento da pecuária bovina foi praticamente simultâneo à abertura da rodovia BR-364 (Cuiabá - Porto Velho), mediante o estimulo à formação da pastagem cultivada. Em 1980, a proporção de pastagens cul-tivadas era de 68%, o que facultava a criação de gado de finalidade mista (carne e leite) com animais de cria, recria e engorda. Nesta época, em razão da carência de espécies forrageiras adaptadas às diversas condições edafo-climáticas da região, a bovinocultura do tipo tradicional caracterizava-se por uma baixa capacidade de suporte das pastagens. O deslocamento e fixação da pecuária na parte Sul do estado processou-se a partir de 1980, tendo como um dos principais pontos de partida os sistemas de criação em estabe-lecimentos de médio porte localizados originariamente em áreas do município de Pimenta Bueno, incluindo partes da Gleba de Corumbiara e de Espigão do Oeste. Esta região pode ser considerada como o embrião dos empreendimen-tos pecuários de médio porte no Estado, uma vez que os lotes licitados pelo INCRA foram fixados em 2.000 hectares. Para a época, essa área configu-rava o tamanho ideal do lote por unidade familiar para o desenvolvimento da bovinocultura.

A pecuária é a atividade do setor primário que mais se expandiu nos úl-timos anos no Estado, especialmente a bovina, que hoje satisfaz plenamente o consumo interno e ainda oferece excedentes exportáveis.

A pecuária de corte, aliás, tem evoluído mais rapidamente do que as outras, junto com a expansão das áreas de pastagens, contra uma estag-nação ou até mesmo redução de áreas de lavoura. Já a pecuária de leite se

86 Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 14 – Agropecuária.

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desenvolveu mais nas áreas de pequenas e médias propriedades, como fator de agregação de renda aos agricultores tradicionais.

Para a erradicação da Febre Aftosa no Estado, além da criação e estru-turação da Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Ron-dônia – IDARON, foram efetivadas parcerias com o setor privado, merecendo destaque aquela realizada através do Fundo Emergencial de Febre Aftosa “FEFA”, demonstrando eficácia para contornar as dificuldades orçamentárias do setor público, culminando com a reclassificação do Estado de Rondônia, como “Área Livre com Vacinação” reconhecida e declarada oficialmente pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), o que libera Rondônia para a comercialização da carne bovina e de animais para todas as Regiões do país e para o mercado internacional.

É importante ressaltar a dimensão do rebanho bovino rondoniense que registra em 2002 mais de 8,8 milhões de animais, dos quais cerca de 70% são bovinos de corte.

Não obstante o sucesso do Programa de Controle da Febre Aftosa, a cargo da Delegacia Federal da Agricultura do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária - DFA/MARA, Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopas-toril do Estado de Rondônia – IDARON, Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social – SEAPES e o Fundo Emergencial para Erradicação da Febre Aftosa - FEFA, as vacinações do reba-nho contra brucelose, raiva bovina, carbúnculo sintomático e pneumoenterite

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ainda são implementadas de modo deficiente. As perspectivas de estabilização da economia nacional favorecem os

investimentos na produção bovina em níveis suficientes para garantir a ma-nutenção do crescimento do rebanho de forma a manter-se compatível com o nível de produção de carne para atender a demanda interna e aumentar o nível das exportações.

A Avicultura em Rondônia

As áreas de maior concentração da produção avícola em 2002 estão representadas pelas micro-regiões de Pimenta Bueno, com um efetivo de 1.285.136 cabeças, e a micro-região de Ji-Paraná, com 512.186 cabeças, de uma produção total de 3.129.695 cabeças.

No que concerne à produção de ovos, a avicultura rondoniense produ-ziu mais de quatro milhões de dúzias em 2002.

A produção de carne de frango ainda é insuficiente para atender a demanda interna. Vários obstáculos se interpõem à expansão da atividade avícola no Estado. Um dos principais é a grande oferta de carne bovina com qualidade no mercado local a preços acessíveis. Além disso, a possibilidade de entrada do produto avícola procedente da parte meridional do país a pre-ços altamente competitivos, torna-se sempre um freio às iniciativas locais no sentido da expansão. Outro fator desestimulante a ser considerado incide sobre a dependência da economia rondoniense do componente protéico (em geral, o farelo de soja) da ração, levando os avicultores a adquirir o concen-trado oriundo de outros estados.

Mesmo com os problemas elencados, não há dúvida de que a produ-ção de carne de frango é a atividade ligada ao complexo cárneo que mais tem crescido nos últimos anos.

Há, ainda, que lembrar-se que, de modo geral, muito pouco tem sido feito em termos de ações de fomento e medidas de política governamental, visando dar suporte ao desenvolvimento do setor.

Há fortes expectativas de que a produção e o consumo de carne de frango deva continuar se expandindo em Rondônia, assim como em todo o território nacional como decorrência de uma série de fatores que, direta ou indiretamente, vem contribuindo para um maior desempenho deste segmen-to produtivo, dentre os quais destacam-se os seguintes:

• forte tendência à substituição das carnes vermelhas por carnes brancas, sob uma campanha que ressalta suas características organoléticas e o fato de que a carne de frango possui baixo teor de colesterol sendo, portanto, mais saudável;

• maior atratividade da carne de frango em termos de diversifica-

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ção de produtos (semi-prontos, cortes selecionados, etc.);• fortes avanços tecnológicos que permitiram melhorar, significa-

tivamente, os índices zootécnicos e, desta maneira, dar maior segurança alimentar e, ainda, redução nos custos de produção;

• campanhas de marketing e maior eficiência na distribuição/comercialização do produto, inclusive adoção de sistemas de franquia;

• melhoria do poder aquisitivo da população, devido aos resulta-dos das políticas de estabilização;

• boas perspectivas de aumento das exportações.

Suinocultura em Rondônia

O efetivo suíno do Estado registra 926.150 cabeças. Não há dúvidas de que a suinocultura ainda não tem uma conotação de atividade econômica principal nas diversas classes de atividades agropecuárias.

A rigor, praticamente todos os criatórios, nas diversas classes, são exercidos em caráter secundário às atividades econômicas principais e têm como finalidade básica, participar decisivamente da equação de auto-sufici-ência alimentar do estabelecimento, mesmo que em algumas propriedades possa ser gerado um pequeno volume de excedente para comercialização.

Verifica-se que a distribuição espacial do efetivo suíno estadual apre-senta uma forte concentração na microrregião de Ji-Paraná, seguido das microrregiões de Ariquemes, Pimenta Bueno, Rolim de Moura, Alvorada d’Oeste, Vilhena e, com menor efetivo, a microrregião de Porto Velho.

De um modo geral, dado o estágio de desenvolvimento e de organiza-ção alcançados pela suinocultura estadual e da baixa densidade de agroin-dústria de abate e de processamento de carnes, a atividade apresenta um conjunto de problemas ligados tanto aos aspectos da produção, como aos do processamento e comercialização, os quais decorrem de fatores estruturais que têm limitado sua expansão e modernização.

Admite-se que há amplas possibilidades de que o consumo de carne suína possa aumentar no Estado caso haja mudanças no perfil da atividade. Em primeiro lugar, através da melhoria dos índices zootécnicos; em segundo lugar, pelo estabelecimento de agroindústrias em moldes modernos.

O desempenho do efetivo suíno decorre de alguns fatores considera-dos básicos, como é o caso do custo das rações, que chegam a compor até 80% do custo total de produção. No que tange à comercialização, verifica-se que um dos problemas mais graves diz respeito à ação dos intermediários que, dada a dispersão espacial dos produtores e o pequeno volume de pro-dução, ficam fortemente dependentes da intermediação junto aos frigoríficos

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e aos retalhistas.A rigor, a taxa de lucro obtida pelos produtores é irrisória perto daque-

la obtida pelos intermediários e, em face disso, não existe nenhum estímulo para que os criadores possam expandir seus rebanhos e a qualidade do plan-tel. No caso das rações, é evidente que há um déficit na produção de macro-alimentos (milho em especial) o que é normalmente suprido por importações de rações prontas ou dos componentes para fabricação no Estado, elevando o custo da atividade.

Panorama do Couro

Este setor guarda estreita relação com a produção mundial de carne. Assim, o redesenho na cadeia produtiva de carne produz reflexos diretos neste.

Não há como não relacionar a análise do setor couro sem remeter ao setor calçadista. Neste aspecto, o fato mais relevante é a crescente substitui-ção do couro por outras matérias–primas como têxteis e sintéticos. O maior produtor mundial de calçados é a China que vem mantendo sua competitivi-dade a nível mundial dado o preço competitivo do calçado de couro chinês que está em torno de US$ 7,00 o par. A Itália mantém o seu referencial pela alta qualidade de seus calçados de couro, preço médio de US$ 22,00.

O Brasil é um dos cinco maiores produtores e consumidores mundiais de calçados e vem recuperando a competitividade mundial, através de seus grandes pólos calçadistas.

Considerando o volume de fabricação e de negócios com produtos de couro e peles de qualidade (calçados, bolsas, cintos, vestuários, entre outros), o Município de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, ocupa a pri-meira colocação. Em segundo lugar, encontra-se Franca em São Paulo; e em terceiro, está o pólo do Estado do Ceará, centralizado na região metropolita-na de Fortaleza.

O mercado de couro no Brasil é pouco concentrado, com inúmeras empresas de participação modesta. Cerca de 85% dos estabelecimentos pro-duzem couro wet blue, principal produto de exportação. Este tipo de couro tem menor valor agregado, o que implica menor valor das exportações, além de provocar maior impacto ambiental, uma vez que a utilização do cromo em seu processo de fabricação constitui a etapa mais poluente de toda a cadeia produtiva.

Os curtumes de wet blue localizam-se próximos aos frigoríficos e ma-tadouros, pois o couro precisa ser tratado no prazo máximo de quatro dias após a esfola. Os curtumes de acabados localizam-se próximos aos pólos produtores de calçados e artefatos de couro.

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A agregação de valor de um couro no estágio acabado é 3 vezes su-perior à de um couro no estágio wet blue, e necessita-se de 70% a mais de mão-de-obra no curtume que realiza o acabamento.

Em Rondônia, este setor encontra-se em fase de implantação e ainda agrega pouco valor sobre a matéria-prima existente, apesar de sua elevada qualidade.

Produção de Leite

O mercado mundial do leite ganhou novo dinamismo a partir da inser-ção do leite longa vida e de novas embalagens, o que elevou as exportações mundiais. Contudo o grau de abertura econômica da cadeia ainda é baixo e deve aumentar nos próximos anos.

O maior produtor mundial de leite continua sendo os Estados Unidos, seguido da Índia, Rússia, Alemanha, França, Brasil, Reino Unido, Ucrânia, Nova Zelândia e Polônia. A produção mundial de leite de vaca cresceu 8,3% no período 1992 a 2002 (499,14 milhões de toneladas), representando um total de 83,5 % do total do leite de todas as espécies animais produzidos no período.

As maiores taxas de crescimento se verificaram na Oceania com 34,2%, seguida da Ásia com 18,3%, América 9,2% e África 8,5%. A Euro-pa apresentou na década em referência crescimento negativo de –2,8%.

O maior consumo per capita pertence à Áustria, situando-se em 159 kg/hab/ano e o menor consumo o da China com 3,21 kg/hab/ano. No Brasil o consumo per capita está em 74,40 kg/hab/ano87 .

Desde o início dos anos 90, o setor lácteo brasileiro vem sofrendo transformações nas relações entre produtores, indústrias, consumidores e governo, que afetaram os níveis de produção, de produtividade, de importa-ção e de organização do mercado. Estas mudanças aceleraram o processo de concentração do sistema produtivo. Pequenas e médias empresas nacionais foram adquiridas por grandes grupos, principalmente estrangeiros, diante de um mercado cada vez mais competitivo e exigente quanto à escala de pro-dução e ao poder de barganha. As empresas nacionais remanescentes foram obrigadas a buscar maior produtividade e maior segmentação de mercado em direção a produtos de maior valor agregado, o que além de possibilitar a obtenção de melhores desempenhos, gerou também a revitalização da de-manda, desta vez por novos produtos lácteos, abrindo espaços em mercados antes não explorados.

O Brasil é o sexto maior produtor de leite e tem um grande potencial

87 Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA.

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para produtos lácteos e condições favoráveis para suprir a demanda interna – 35,658 milhões/litros/ano – Ministério da Saúde e IBGE – sem ter que re-correr a contínuas importações e, ainda, gerar excedentes exportáveis, tanto pela possibilidade de ganhos na produtividade, quanto pela oportunidade de expansão da fronteira agrícola, principalmente nas regiões de cerrado, fa-zendo-se necessário investimentos direcionados a reduzir índices de baixa qualidade do leite e de seus derivados; reduzir os altos custos e ampliar a escala de produção; ampliar a assistência técnica e gerencial; dentre outros. As necessidades de avanços tecnológicos para assegurar o desenvolvimento sustentável e competitivo do setor incluem ainda mudanças principalmente nos segmentos da produção e da indústria.

O leite em Rondônia

Para incentivar a produção de leite, no final da década de 70 o governo estadual instalou dois laticínios – um em Porto Velho e outro em Ouro Preto do Oeste – para produzir, inicialmente, leite in natura, e mais tarde, queijo e manteiga. Este processo fomentou o surgimento de indústrias de pequeno, médio e grande portes, que hoje totalizam 71 empresas. Dois grandes lati-cínios, um deles do grupo multinacional PARMALAT e o TRADIÇÃO estão produzindo leite longa vida.

Para melhoria da qualidade e produtividade da pecuária leiteira, foi

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criado pelo Governo do Estado o Programa PROLEITE, o qual tem como su-porte financeiro recursos provenientes da redução do recolhimento de ICMS pela Industria Láctea, recursos estes que passam a compor um Fundo priva-do destinado aos pequenos produtores, técnicos e extensionistas do quadro governamental e dos laticínios, aplicados através de cursos, palestras, dias de campo e excursões inclusive com acesso às modernas técnicas de melho-ramento genético já disponíveis em alguns empreendimentos agropecuários rondonienses: inseminação artificial, transferência de embrião e fertilização in vitro “FIV”.

Os resultados já demonstram um extraordinário incremento na produ-ção leiteira do Estado. Na década de 1990 a 2000, a taxa de crescimento da produção de leite no Brasil foi de 3,19% ao ano. Neste mesmo período a taxa em Rondônia foi de 10,35%, a maior taxa de crescimento da Região Norte. A produção do leite em Rondônia atinge níveis significativos, embora mantenha ainda uma média baixa por produtor. Entretanto, face o número elevado de produtores, o volume total produzido demonstra resultado satis-fatório, o que explica a expansão do número de indústrias, com reflexos no crescimento da oferta de queijos de Rondônia no mercado nacional. Atual-mente o recebimento de leite nas plataformas dos laticínios atingiu o patamar de 1.500.000 l/dia.

Fonte: IBGE 1991/2001 (*) 2002 - Estimativa FIERO

Note-se que em todas as regiões do Estado existem indústrias de laticí-nios e que, segundo pesquisa junto a esse segmento, 75% do leite produzido é destinado à indústria, e 25% destina-se ao consumo in natura e fabricação de queijo caseiro.

A indústria possui uma capacidade instalada suficiente para produzir anualmente 48,6 mil toneladas de queijos.

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Dos produtos obtidos pela indústria de laticínios apenas os queijos requerem ações mais complexas para comercialização, uma vez que o leite pasteurizado, por suas características de baixa durabilidade, é mais comer-cializado no mercado local.

Do total possível de venda de queijo em outros estados, o mercado da cidade de S. Paulo absorve a quase totalidade da produção, quer para consu-mo próprio, quer para revenda para as demais regiões do país.

O mercado dos estados da Região Norte, embora não apresente um consumo per capita comparável com os da região Sul e Sudeste e, por con-seqüência, um volume que justifique uma política mais agressiva de vendas, já se apresenta como alternativa para suprir parte do mercado que está se perdendo em São Paulo para os produtos do Uruguai e Argentina.

O crescimento da indústria de laticínios deu-se em ritmo acelerado com a conseqüente resposta da bacia leiteira, por cerca de dez anos, até a entrada em vigor do tratado do Mercosul, quando então passou a sofrer competição dos produtos do Uruguai e da Argentina, uma vez que a alíquota do Imposto de Importação foi reduzida a 2%. Esta política redundou numa violenta crise no setor de produção de laticínios em termos nacionais, já que as indústrias daqueles dois países operam com preços internacionais, com-prando o leite junto ao produtor a U$ 0,15/ litro.

Piscicultura

A Amazônia brasileira tem nas suas reservas aqüíferas o maior poten-cial da Terra para produção de peixes de água doce, quer em criatórios natu-rais em lagos e rios, quer no desenvolvimento da piscicultura racional através de criadouros que contemplem desde a produção de alevinos, passando pela recria, até alcançar o produto final pronto para consumo.

Esta atividade, inibida talvez pela produção natural, somente há alguns anos vem sendo encarada pelos empresários como importante, não só por questões ambientais, mas por ter demonstrado capacidade de oferecer retor-no aos seus investimentos.

Em Rondônia, mais recentemente a piscicultura racional foi introduzida e vem se desenvolvendo rapidamente com aporte de investimentos em todas as suas fases de produção. Tem gerado grande expectativa dos produtores rurais na criação de peixes, ou simplesmente no povoamento de seus reser-vatórios.

A produção de alevinos, considerada a fase mais delicada do proces-so, já conta com estações de piscicultura nos municípios de Porto Velho, Pimenta Bueno, Ariquemes, Presidente Médici, Ji-Paraná, Ouro Preto e Vilhe-na, capazes de produzir 10.000.000 de alevinos/ano e uma capacidade de

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beneficiamento de 12 t/dia, das espécies mais frequentemente criadas em Rondônia: tambaqui, tambacu, pacu, curimatá e carpa.

O alto custo das rações representa um dos grandes obstáculos ao cres-cimento da piscicultura. Alternativas vêm sendo buscadas e pode-se afirmar que dentre os grandes produtores de peixe, seis já dispõem de misturadores para o preparo de sua própria ração.

Quanto ao mercado consumidor, o consumo per capita do Estado situa-se em torno de 9 kg/ano, o que se traduz numa demanda de 13.770 t/ano, que é abastecido pela pesca artesanal e pela importação de regiões próximas, do estado do Amazonas. Somente 3% da demanda é atendida pelos piscicultores locais, razão do setor estar demonstrando forte tendência de expansão.

No mercado estadual os picos de preços ao consumidor ocorrem en-tre dezembro e fevereiro, época de desova, quando a pesca é proibida, e de março a junho, época das cheias dos rios, quando há escassez na oferta de pescados. O valor médio do quilograma do peixe bruto (com vísceras) pago ao produtor foi de R$ 2,50, chegando ao consumidor entre R$ 4,50 e R$ 6,00.

Dentre os principais motivos da tendência de crescimento da piscicul-tura em Rondônia podem ser relacionados:

• o mercado estadual é importador de peixes;• os preços no mercado estadual, em particular Porto Velho, per-

mitem elevadas margens de lucro ao produtor;• trata-se de atividade ecologicamente correta, o que propicia

acesso mais fácil a financiamentos, credenciamentos e autori-zação dos organismos públicos governamentais;

• acesso ao mercado potencial brasileiro, com custo de transporte não proibitivo;

• clima e recursos hídricos, em várias sub-regiões do Estado, che-gando próximo do ideal para as espécies hoje produzidas;

• o mercado para exportação é extremamente promissor desde que haja regularidade na oferta e atendimento aos padrões re-queridos de qualidade. Nesse mercado, os produtores poderão obter margens de lucro superiores aos obtidos no mercado inter-no.

A questão fundamental que deve ser resolvida para que o produtor tenha um mercado cativo e obtenha bons contratos de fornecimento é, basi-camente, a regularidade da produção e a qualidade do produto. É importante ressaltar que a atual baixa qualidade do peixe produzido em cativeiro, pela grande maioria de criadores não estruturados, deve-se ao fato de não uti-lizarem ração específica, alimentando-os, principalmente, com mandioca e

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milho, que induz a um excesso de gordura.Identificam-se, também, como os principais problemas que atingem a

piscicultura no Estado:• falta de organização do sistema produtivo, de fomento e de as-

sistência técnica;• deficiências no sistema de comercialização e distribuição do

produto;• carga tributária para venda fora do Estado, já que os países do

Mercosul exportam para o Brasil com isenção tributária.A piscicultura hoje, em Rondônia, exige um projeto específico que leve

em conta:• as particularidades de cada sub-região do Estado;• organização dos sistemas produtivo, fomento, assistência técni-

ca e pesquisas;• priorização nas linhas de crédito;• desestímulo ou proibição (não credenciar) a produção de alevi-

nos de forma empírica;• estímulo - via iniciativa privada - à infra-estrutura de beneficia-

mento de pescado, aliada a uma estratégia de comercialização;• proibição à saída do Estado de peixes produzidos em cativeiros

com alimentação de baixa qualidade;• estímulo à implantação de fábrica de ração específica para pei-

xes, inclusive com extrusor, a partir de matérias primas produzi-das no Estado: farinha de carne e osso, milho, farelo e torta de soja, caroço de algodão, entre outros;

• busca da regularidade da produção - produção o ano inteiro - e a permanente qualidade do produto;

• efetivo controle sanitário, principalmente na movimentação de alevinos provenientes de outras regiões.

1. 3 - AGROINDÚSTRIA

A agroindústria é uma alternativa que os produtores do Estado de Rondônia têm para gerar valores que servirão para independência da sua ati-vidade produtiva. A área rural que industrializa seus produtos agropecuários cria mercados para os insumos agrícolas e pecuários, gera emprego, lucros, aluguéis, impostos, etc.

É simples constatar que o produtor recebe valores iguais ou meno-res do que 10% pela sua matéria-prima quando comparada com o mesmo produto já industrializado. Diante dessa realidade é necessária a organiza-ção dos produtores através de Associações ou Cooperativas, objetivando a conscientização e treinamento na área da industrialização e comercialização, buscando sempre aperfeiçoamento da produção e qualidade do seu produto,

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reduzindo os riscos e incertezas na atividade rural, uma vez que o empreendi-mento comunitário pode prover condições adequadas e mais vantajosas para assistência técnica, absorção de novas tecnologias, transações comerciais e outras atividades de apoio. Nas páginas seguintes se apontarão, em quadro sinótico, as opor-tunidades competitivas do agronegócio em Rondônia, segundo as diversas cadeias produtivas e apresentando seus pontos fortes, fracos e as oportuni-dades existentes.

Oportunidades Competitivas do Agronegócio em Rondônia

Cadeia Produtiva da Soja e do Milho

Pontos Fortes. Boas condições edafoclimáticas, principalmente para o plantio

do milho;. Vantagens comparativas de logística de transporte com o uso

da hidrovia do Madeira e da saída para o Pacífico via Acre;. Mercado em expansão; .Existência de parcerias para a pesquisa

e o desenvolvimento de tecnologia para a cadeia;. Aumento da área plantada de soja;. Produtividade de soja superior à média nacional.

Pontos Fracos. Insuficiência de indústria de esmagamento;. Concentração de compra de soja, pequena área plantada;. Produtividade de milho abaixo da média nacional;. Cadeia de fornecedores bastante insipiente, com falta de forne-

cedores de insumos e serviços;. Deficiência do sistema de transporte vicinal e falta de integra-

ção do transporte rodoviário em hidrovias – hidrovia Guaporé/Mamoré à BR-364; concorrência desigual em relação a benefí-cios federais concedidos a outros Estados (MT e GO);

. Poucas parcerias para a melhoria das condições de aquisição;

. Falta de organização de produtores (cooperativismo) para ações integradas;

. Deficiência nos sistemas de comercialização e armazenagem;

. Cadeia desatualizada tecnologicamente (milho);

. Baixa qualificação de mão-de-obra;

. Deficiências gerenciais;

. Baixa utilização da capacidade instalada;

. Baixo nível de agregação de valor;

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

211

. Inexistência de marcas regionais de produtos industrializados pela cadeia.

Oportunidades. Utilização de áreas degradadas para o plantio do milho e da

soja;. Possibilidade de formação de parcerias para:. integração produtiva da cadeia, aumentando seu volume, sua

eficiência e sua capacidade de agregação de valor;. estabelecimento de estruturas mais efetivas de armazenagem e

comercialização dos produtos;. qualificação da mão-de-obra;. integração da cadeia com as de produção de proteína animal

(carne, leite, aves, suínos, peixes);. adensamento da cadeia estadual, com o desenvolvimento de

fornecedores locais e com atração de indústrias;. Estabelecimento do canal de escoamento para o Pacífico;. Criação de sistema de informações de mercado para a cadeia;. Criação de programa de gestão de cooperativas no Estado para

apoiar ações e industrialização e comercialização consorciada.

Cadeia Produtiva da Fruticultura

Pontos Fortes. Condições climáticas e geográficas bastante favoráveis à fruti-

cultura;. Mercado nacional e internacional em expansão;. Possibilidade de maior exploração de entressafra, tanto no Brasil

como no mercado internacional;. Existência de empresas de pequeno porte e em estágio de im-

plantação, em elos de beneficiamento e industrialização de fru-tas;

. Disponibilidade de mão-de-obra;

. Existência de grande parcela do mercado estadual e regional ain-da não atendida pela cadeia.

Pontos Fracos. Falta de controle fitossanitário;. Baixa qualidade das frutas, do ponto de vista da classificação;. Baixo investimento em pesquisa e assistência técnica aos produ-

tores;. Deficiência na estrutura de armazenagem e transporte, resultan-

do na segmentação geográfica dos produtos, ou seja, destina a quase totalidade da produção ao mercado local;

. Pouca capacidade de agregação de valor ao produto in natura;

. Falta de integração comercial da cadeia, deixando os produtores com dificuldades em comercializar a sua produção;

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

212

. Pouco uso de irrigação;

. Deficiências de qualificação de mão-de-obra;

. Deficiências gerenciais, falta de marketing das frutas estaduais;

. Falta de estrutura de embalagem das frutas que não possuem marcas regionais;

. Deficiências tecnológicas na colheita e manuseio das frutas, ocasionando muitas perdas;

. Baixa produtividade na maioria das culturas, cadeia formada por micro e pequenas empresas com pouca integração produtiva;

. Baixa escala de produção; baixo coeficiente de abertura econô-mica, com pouco conhecimento dos mercados nacional e inter-nacional;

. Falta de canais estruturados de comercialização;

. Pressão pela redução de custos e preços na cadeia;

. Deficiências na estrutura de fornecimento, em qualidade e pre-ço, e falta de fornecedores importantes em elos relacionados a insumos, equipamentos e serviços;

. Baixos investimentos em qualificação de pessoas.Oportunidades

. Atendimento do mercado regional;

. Formação de parcerias entre o elo primário e o elo secundário da cadeia garantindo o aumento sustentado da área plantada;

. Formação de parcerias para:

. produção integrada, aumentando a escala de operação da ca-deia;

. qualificação de mão-de-obra e dos empresários, principalmente no elo primário;

. criação de estrutura de armazenagem e comercialização;

. pesquisa e assistência técnica;

. Formação de consórcios de exportação;

. Atração de empresas industriais;

. Atração ou desenvolviment de fornecedores de apoio à cadeia;

. Elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento para a cadeia, e

. Formação de parcerias com a estrutura de apoio competitivo com o objetivo de estruturar um sistema de informações compe-titivas para a fruticultura estadual.

Cadeia Produtiva do Café

Pontos Fortes. Mercado internacional favorável;. Mercado nacional em expansão;. Boa abertura econômica da cadeia;. Boas condições edafoclimáticas;. Boa estrutura de torrefação;

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

213

. Existência de parcerias, ainda incipientes, para melhorar o forne-cimento, que podem ser expandidas e melhor aproveitadas;

. Bom índice de capitalização da cadeia.Pontos Fracos

. Produtividade média abaixo da obtida pelos principais pólos de produção do país;

. Deficiências tecnológicas, principalmente dos pequenos produ-tores;

. Produção mais intensa da variedade conillon, que não pode ser industrializada sem um blend;

. Deficiência do elo de fabricação do café solúvel;

. Micro e pequenas empresas pouco organizadas;

. Baixas escalas de produção;

. Deficiências da estrutura de fornecimento local, principalmente em preço e qualidade;

. Falta de produtores locais de insumos e prestadores de serviços especializados;

. Poucas parcerias para a melhoria do marketing da cadeia;

. Inexistência de marcas regionais fortes.Oportunidades

. Formação de parcerias para:

. adensamento da cadeia produtiva, com o desenvolvimento de fornecedores locais e de indústrias para a maior agregação de valor na cadeia estadual;

. qualificação de mão-de-obra e dos empresários;

. melhoria das condições de comercialização;

. criação de marcas regionais;

. produção conjunta, aumentando a escala de operação da cadeia e a sua capacidade de especialização tecnológica;

. pesquisa e assistência técnica aos produtores;

. elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento da ca-deia estadual.

Cadeia Produtiva da Carne da Carne, Couro e Leite

Pontos Fortes. Boas condições climáticas e geográficas para a pecuária;. Mercado Regional em expansão;. Existência de mão-de-obra;. Diminuição da idade média de abate;. Aumento do volume de produção;. Boa densidade de indústrias de laticínios;. Grande quantidade de produtores de leite;. Aumento na profissionalização da administração rural (pecuária

de corte);. Baixa idade média dos equipamentos;

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

214

. Boa taxa de evolução do rebanho;

. Bom nível de capitalização dos empresários da cadeia;

. Acesso privilegiado ao mercado do Estado;

. Existência do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Esta-do;

. Pastagens cultivadas com boa capacidade de suporte;

. Inexistência de sazonalidade de mão-de-obra (cadeia do leite).Pontos Fracos

. Taxa de abate ainda abaixo da média dos mercados mais desen-volvidos;

. Deficiências tecnológicas nos métodos de manejo, com o uso de métodos extensivos de pecuária;

. Falta de curtumes que realizem o beneficiamento final do cou-ro;

. Problemas de qualidade do couro por manejo inadequado do gado no campo e no frigorífico;

. Grande ociosidade da indústria de laticínios;

. Micro e pequenas empresas ainda pouco organizadas;

. Baixa qualificação de mão-de-obra;

. Deficiência de produtores locais de insumos e prestadores de serviços especializados;

. Problemas na entrega e transporte com a estrutura de forneci-mento (distribuidores nacionais);

. Poucas parcerias com a estrutura de fornecimento;

. Pouca integração de empresas para realização de parcerias em pesquisa e desenvolvimento;

. Falta de marketing integrado da cadeia;

. Inexistência de marcas regionais fortes;

. Falta de organização de produtores para venda consorciada;

. Pouca integração com a estrutura de apoio competitivo;

. Cadeia desatualizada tecnologicamente;

. Altos índices de rotatividade de pessoal;

. Poucos investimentos em treinamento;

. Falta de um sistema de premiação da qualidade da produção de leite e de carne;

Oportunidades. Formação de parcerias para:. produção integrada, aumentando escalas de operação e reduzin-

do os custos relativos;. valorização do produto estadual, com a criação de marcas regio-

nais;. integração entre os elos de produção e de comercialização da

cadeia;. pesquisa e assistência técnica aos produtores;. desenvolvimento de fornecedores locais;. estruturação de centrais de compras;

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

215

. qualificação de mão-de-obra;

. melhoria das condições de transporte;

. aumento da produção de leite longa vida;

. maior integração entre a estrutura de apoio competitivo e a ca-deia para a formação das parcerias necessárias e a elaboração de projetos efetivos de desenvolvimento;

. atração de indústrias em elos faltantes;

. elaboração de um plano estratégico para o desenvolvimento da cadeia estadual;

. aumento do comércio com países do pacto Andino, aproveitan-do a complementação da ligação rodoviária com o Peru e o início da ligação aérea com esses países.

A consolidação do setor agropecuário de Rondônia está a requerer a execução de parcerias entre governo/iniciativa privada, no sentido de:

– Buscar a modernização do setor produtivo, com o desenvolvimento de atividades econômicas rentáveis e competitivas que incrementem a renda e gerem empregos;

– Dar continuidade ao crescimento econômico do Estado com base na consolidação da infra-estrutura econômica e social, através da atração de novos investimentos, oriundos de grupos econômicos que queiram ampliar os empreendimentos já existentes ou mesmo através da atração de novos investidores, tendo como contrapartida governamental a concessão do incentivo tributário e o assessora-mento técnico com qualidade e confiabilidade;

– Profissionalizar os trabalhadores em todos os setores da atividade econômica;

– Estimular e apoiar a evolução do estabelecimento agrícola, através da capacitação dos produtores, disponibilização de assistência técni-ca e extensão rural, apoio à comercialização, defesa sanitária animal e vegetal e processamento agroindustrial no próprio meio rural, bus-cando a consolidação do agronegócio;

– Hierarquizar os recursos, produtos, setores, ramos e/ou atividades potenciais de desenvolvimento regional com possibilidades de suprir o mercado local e regional, bem como o mercado nacional e/ou inter-nacional;

– Viabilizar o acesso dos produtores a ativos econômicos essenciais tais como, terra com regularização fundiária, crédito, habitação, edu-cação e conhecimentos tecnológicos que lhes permitam alcançar a melhoria da produtividade com aumento de qualidade;

* * * *

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

217

CAPÍTULO 15

PERFIL DA INDÚSTRIA DO ESTADO DE RONDÔNIA

1 - A Industrialização em Rondônia

Acompanhando o impulso de desenvolvimento que ocorreu no Es-tado em decorrência da consolidação da BR-364, no final da dé-cada de 70, estimulado pelos maciços investimentos federais nos projetos de colonização e em obras de infra-estrutura, e, ainda,

pelo incremento do fluxo migratório, o processo de industrialização em Ron-dônia foi intensificado, notadamente nas localidades situadas ao longo do eixo da BR 364. A formação do parque industrial rondoniense sempre esteve atrelado à exploração das matérias-primas vegetais e minerais, passando gradativamente a contar com significativo número de indústrias ligadas ao beneficiamento de produtos agrícolas e florestais, com maior intensidade na segunda metade da década de 80.

Nas últimas duas décadas observou-se o crescimento do número de empresas dos segmentos madeireiro, mineral, construção civil e alimentos. Com exceção do segmento mineral, os demais, até os dias atuais se incluem entre os mais significativos, principalmente pelo número de estabelecimentos que congregam. Os dados obtidos do Cadastro Industrial 97 FIERO/SEBRAE/RO indicaram que estes mesmos segmentos correspondiam a 58,71% do to-tal de indústrias. Atualmente estes mesmos segmentos representam 74,29% do total, mostrando um crescimento de 15,58%. Um fator importante neste incremento se deve ao aumento das empresas de construção civil.

A realização de pesquisas e registros acerca do quantitativo de indús-trias em Rondônia passou a ser mais intensa a partir de 1982, ocasião em que entraram em funcionamento diversos órgãos estaduais e foram iniciadas algumas pesquisas que permitissem conhecer melhor a mais nova unidade da Federação. O levantamento de alguns desses registros permitiu a elaboração do gráfico a seguir, que apresenta a evolução dos quantitativos de estabele-cimentos industriais no período de 1984 a 2002.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

218

Fonte: Banco de Dados FIERO /SEFIN

Os dados acima mostram que o setor vem evoluindo, embora em 1990, 1991 e 2002 tenha ocorrido redução em relação ao ano anterior, de 8%, 6,2% e 4,30%, respectivamente. Neste último ano, motivada pela exclusão das empresas informais no cômputo geral. No período 84/97, o in-cremento no número de empresas industriais foi de 321%. Pode-se observar que o nível de crescimento industrial se mantém quase constante ao longo dos últimos vinte anos, mesmo considerando pequenas oscilações ocorridas, para mais ou para menos.

As mudanças que marcaram o desenvolvimento do setor, nesse perío-do, estão diretamente relacionadas com o aumento da demanda dos merca-dos de outras regiões do país por matérias-primas locais, aliadas à expansão da produção primária e ao crescimento populacional. É importante considerar que houve significativo reflexo na taxa de crescimento do setor, pela ausên-cia de políticas florestais e ambientais coerentes e continuadas por parte dos organismos de fomento e ambientais, nos níveis estadual e federal.

Esse conjunto de fatores exerceu influências, em maior ou menor grau, sobre alguns segmentos industriais, sobretudo o madeireiro, que apresenta significativa redução nos níveis de crescimento em suas atividades econô-micas. Todavia, o setor vem reagindo de modo positivo, observando-se uma crescente diversificação das atividades das indústrias, com a ampliação dos níveis de beneficiamento e transformação das matérias-primas de origem agrícola, pecuária e florestal.

2 – O Perfil Industrial

O estudo sobre o perfil da indústria do Estado de Rondônia tem por base as informações obtidas a partir de dados da base de dados do Cadastro

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

219

Industrial 97 FIERO/SEBRAE/RO, da Secretaria de Estado de Finanças e ob-tidos em pesquisa direta realizada pela FIERO em algumas áreas específicas, com vistas a abranger todos os municípios e identificar o potencial industrial do Estado. Na presente atualização não foram computados os quantitativos referentes ao universo de empresas industriais informais, somente consi-derando-se as empresas regularmente constituídas, detentoras de CNPJ e Inscrição Estadual. No levantamento realizado em 1997 para o Cadastro Industrial – FIERO foi computado um número de empresas informais que re-presentava cerca de 28% do total.

Mesmo não sendo objeto do presente levantamento, o universo de em-presas informais da atividade industrial não pode passar despercebido, pois representa cerca de 30% do total geral e se constitui em importante parcela na atividade econômica do Estado, com expressiva participação na geração de emprego e renda. O crescimento da economia informal encontra suporte no fato de que, operando na clandestinidade, as empresas têm seus custos reduzidos, não recolhem tributos e encargos sociais, quase não necessitam de estrutura administrativa e utilizam instalações simples.

2.1 – Distribuição Espacial

Quando analisada a distribuição das indústrias nos 52 municípios do Estado, observa-se que a maior concentração ocorre nas localidades situa-das ao longo da BR 364, exceção apenas a Rolim de Moura, conforme está demonstrado no Quadro a seguir:

Nº de Indústrias em Rondônia, por Município - 2002Item Município Nº de indústria Participação – (%)01 Alta Floresta do Oeste 66 1,8402 Alto Alegre do Parecis 22 0,6103 Alto Paraíso 29 0.8004 Alvorada do Oeste 38 1,0605 Ariquemes 258 7,2006 Buritis 72 2,0007 Cabixi 28 0,7808 Cacaulândia 6 0,1709 Cacoal 207 5,7710 Campo Novo de Rondônia 28 0,7811 Candeias do Jamari 26 0,7312 Castanheiras 6 0,1713 Cerejeiras 75 2,0914 Chupinguaia 17 0,4715 Colorado do Oeste 80 2,2316 Corumbiara 17 0.4717 Costa Marques 26 0,73

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

220

18 Cujubim 26 0,7319 Espigão do Oeste 92 2,5720 Governador Jorge Teixeira 4 0,1121 Guajará-Mirim 41 1,1422 Itapoã d’Oeste 13 0,3623 Jaru 152 4,2424 Ji-Paraná 365 10,1825 Machadinho do Oeste 49 1,3726 Ministro Andreazza 6 0,1727 Mirante da Serra 42 1,1728 Monte Negro 26 0,7329 Nova Brasilândia do Oeste 30 0,8430 Nova Mamoré 30 0,8431 Nova União 3 0,0832 Novo Horizonte do Oeste 7 0,2033 Ouro Preto do Oeste 98 2,7434 Parecis 8 0,2235 Pimenta Bueno 153 4,2736 Pimenteiras do Oeste 4 0,1137 Porto Velho 822 22,9338 Presidente Médici 41 1,1439 Primavera de Rondônia 4 0,1140 Rio Crespo 5 0,1441 Rolim de Moura 154 4,3042 Santa Luzia do Oeste 23 0,6443 São Felipe do Oeste 6 0,1744 São Francisco do Guaporé 56 1,5645 São Miguel do Guaporé 54 1,5146 Seringueiras 23 0,6447 Teixeirópolis 1 0,0348 Theobroma 6 0,1749 Urupá 12 0,3340 Vale do Anari 6 0,1751 Vale do Paraíso 6 0,1752 Vilhena 216 6,02

TOTAL GERAL 3.585 100Fonte: Banco de Dados FIERO e SEFIN.

Os municípios mais industrializados do Estado são, portanto: Porto Ve-lho, Ji-Paraná, Ariquemes, Vilhena, Cacoal, Rolim de Moura, Pimenta Bueno, Jaru e Ouro Preto do Oeste.

Quando comparados os resultados acima com os mesmos obtidos em 1997, constata-se que as posições por ordem de número de indústrias pra-ticamente não sofreram alterações. Conclui-se daí que, nestes últimos cinco anos não se verificou nenhum fato novo capaz de alterar significativamente a matriz industrial do Estado, em termos de localização geográfica. Mantém-se ainda a prevalência de Porto Velho sobre os demais municípios, atualmente com um total de 822 indústrias, equivalente a 22,93% do total, seguida de

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

221

Ji-Paraná, com 365 estabelecimentos, ou 10,18% e, Ariquemes, com 258 unidades fabris, equivalentes a 7,20%.

As outras seis cidades mais industrializadas do estado são: Vilhena, Cacoal, Rolim de Moura, Pimenta Bueno, Jaru e Ouro Preto do Oeste. Juntas, as seis congregam 27,34% do total geral, enquanto os demais 43 municípios participam com 32,35%.

O fato de Porto Velho possuir o maior número de estabelecimentos industriais não implica em manter a mesma importância relativa quando comparados os níveis de geração de emprego, produção e renda, haja vista que as indústrias ali instaladas são predominantemente de micro e pequeno portes, representadas em sua maioria por construtoras, panificadoras, serra-lherias, mecânicas e gráficas.

Concentram-se no interior as indústrias de médio e grande porte, aí incluídos os abatedouros, frigoríficos, os laticínios e indústrias madeireiras das áreas de laminação e compensados.

Observa-se também que, ao longo do tempo, a capital vem perdendo gradativamente o seu nível de importância em termos de concentração de indústrias. Em 1994 detinha cerca de 37,33%, em 1997 esta participação caiu para 20,85%, mantendo basicamente o mesmo índice em 2002.

O quadro a seguir estabelece uma comparação do número de estabele-cimentos industriais nos municípios mais industrializados nos anos de 1997 e 2002:

Indústrias de Rondônia nos Principais Municípios – Comparativo 1997/2002

MunicípiosN.º de Indústrias Variação

1997 2002 Quantidade (%)Porto Velho 599 822 233 37,22Ji-Paraná 262 365 103 39,31Ariquemes 205 258 53 25.85Vilhena 157 216 59 37,57Cacoal 129 207 78 60,46Rolim de Moura 138 154 16 11,59Pimenta Bueno 115 153 38 33,04Jaru 116 152 36 31,03Ouro Preto do Oeste 83 98 15 18,07Subtotal 1.804 2.425 621 34,42Total de indústrias no Estado 3.754 3.585 904 33,72Participação relativa 67,28 67,64 - -

Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

Constata-se um incremento real de 34,42% no número de indústrias

dos maiores municípios neste período. No entanto, os níveis de crescimento sofreram variação de 11,59% a 60%, demonstrando dinâmicas diferentes

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

222

nas conjunturas econômicas e desenvolvimentos locais. Neste particular, destacam-se os municípios de Cacoal, Ji-Paraná, Porto Velho e Vilhena como os mais dinâmicos. O que, associado a outras características das sedes mu-nicipais, como a crescente oferta de vagas em cursos de nível superior, pode fazer com que esses municípios se tornem pólos industriais. Ainda assim, vale observar que o crescimento havido nos demais municípios, mostra que o fenômeno está bastante disseminado quanto à sua distribuição espacial. No cômputo geral houve um importante incremento de 33,72% no número de estabelecimentos industriais do Estado, no período.

Além das questões especificamente pesquisadas, é importante acres-centar algumas observações para uma melhor compreensão do diagnóstico do setor. Quando se analisam as localizações das indústrias em cada mu-nicípio, defronta-se com a seguinte situação: na sua quase totalidade as empresas encontram-se dispersas, geralmente funcionando em locais não apropriados ou não destinados ao uso industrial. Dentre os muitos fatores que contribuem para essa situação, alguns devem ser destacados:

• O processo de instalação desordenada das indústrias vem ocor-rendo em quase todos os municípios, muitas vezes antecedendo a urbanização dos locais onde as empresas se assentaram;

• Em alguns municípios, as áreas definidas nas plantas urbanas para uso industrial foram descaracterizadas ao longo do tempo, dando lugar a residências e outras edificações, ou então, foram loteadas e concedidas, porém permaneceram ociosas, ficando como reserva de valor imobiliário para seus detentores;

• Os municípios, em sua quase totalidade, não dispõem de planos di-retores urbanos consolidados e não têm definida uma política local de incentivo à industrialização;

• A condição de informalidade em que atuam muitas micro e peque-nas indústrias, aliada à falta de recursos financeiros dos seus pro-prietários para promoverem os investimentos necessários à transfe-rência das respectivas empresas para áreas industriais específicas (setores, áreas, centros ou distritos industriais) onde eles existem, também se constitui em causa para a existência de um elevado con-tingente de empresas instaladas em locais inadequados. Vale res-saltar que o número de empresas formais que se enquadram nessa situação também é elevado.

Este conjunto de fatores indica a necessidade de que os poderes pú-blicos, municipal e estadual, assim como os próprios empresários, busquem, conjuntamente, soluções que possam reverter este quadro a médio prazo. Esforço semelhante deve ser conduzido no sentido de se encontrar alter-

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

223

nativa para promover uma atração competitiva de novos empreendimentos industriais, garantindo antecipadamente locais apropriados para essas novas empresas, nos diversos municípios do Estado.

2.2 – Distribuição Setorial

2.2.1 – Composição do Setor Industrial por Atividade

No que diz respeito à distribuição dos estabelecimentos industriais por ramo de atividade, vê-se no gráfico a seguir, que o maior número de empresas atua nos segmentos de produtos madeireiros (26,36%), alimentí-cios (22,51%), construção civil (16,23%), moveleiro (6,96%), confecções (5,27%), minerais não metálicos (4,72%), e de produtos metálicos (4,30%). Cada um desses segmentos congrega mais de 100 indústrias e, no conjun-to, eles representam 81,63 % do total de empresas industriais. Os grupos de ramos de atividade apresentados nos gráficos e tabelas seguintes, são denominados, neste documento, como “segmentos industriais”, conforme a codificação adotada pelo IBGE.

Fonte: Banco de Dados da FIERO/SEFIN

Para melhor avaliar o desempenho da indústria em Rondônia nos últi-mos cinco anos, os quadros a seguir estabelecem um comparativo da par-ticipação dos principais segmentos do setor industrial no período de 1997/2002.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

224

Principais Segmentos Industriais - Comparativo 1997/2002

Atividade1997 2002 Variação

N.º deIndústrias

Part. %sobre Total

N.º deIndústrias

Part.%sobre Total

Quantidade %

Indústria Madeireira 563 21,00 945 26,36 382 67,85

Indústria de Produtos Alimentícios 750 27,97 807 22,51 57 7,60

Indústria da Constru-ção 95 3,54 582 16,23 490 315%

Outras atividades Industriais 315 11,75 235 6,55 -82 (26,03)

Indústria de Móveis 261 9,74 249 6,96 -12 (4,59)

Indústria de Confec-ção e Artefatos de Couro

137 5,11 189 5,27 52 37,95

Indústria Estruturas Metálicas e Artefatos de Serralheria

229 8,54 154 4,30 -75 (32,75)

Indústria Editorial e Gráfica 105 3,92 131 3,65 26 24,76

Industria Mecânica, de Recuperação e de Manutenção

93 3,47 119 3,32 26 27,95

Indústria Cerâmica - - 94 2,62 - -

Indústria Extrativa de Minerais Não Metá-licos

133 4,96 80 2,23 53 (39.84)

TOTAL GERAL 2.681 100 3.585 100

Quando comparados os anos de 1989 e 1997, verifica-se que houve diminuição no número de indústrias, e redução na participação total dos seg-mentos madeireiro e de construção civil, da ordem de 67,22% e 52,74%, respectivamente. No entanto, os dados obtidos em 2002, quando compara-dos com os de 1997, mostram uma inversão de tendência de crescimento nos dois principais segmentos mencionados, o madeireiro e da construção, que apresentaram elevação de 67,85% e 315%, respectivamente.

A composição do setor industrial do Estado é mostrada no quadro a seguir, ordenados os segmentos por quantidade de estabelecimentos.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

225

Principais Segmentos por Atividade Industrial – 2002

Atividade Segmentos Nº deIndústrias

ParticipaçãoNa

AtividadeNo total geral (%)

1.IndústriaMadeireira

. Desdobramento de madeira

. Madeira laminada e chapas compensadas e prensadas:

. Esquadrias e outros artefatos de madeira;

. Outras indústrias madeireiras

683

11414404

72,28

12,0715,250,40

19,05

3,184,020,10

TOTAL DA ATIVIDADE / SUB-TOTAL 945 100,00 26,352.IndústriaAlimentícia

. Frigoríficos e abatedouros;

. Produtos de lacticínios e preparação do leite;

. Beneficiamento, torrefação e moagem de cereais:

. Produtos de padaria, confeitaria e massas alimentícias;

. Fabricação de sorvetes;

. Outras indústrias alimentícias

6071294

198

48136

7,438,8036,43

24,54

5,9516,85

1,671,988,20

5,52

1.343,80

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 807 100 22,513.Construção

. Construção civil(edificações);

. Construção rodoviária(estradas, pontes...);

. Outras indústrias de construção(pré-molda-dos, argamassa, concreto..)

39257133

67,369,7922,85

10,931,593,71

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 582 100 16,234.IndústriaMoveleira

. Móveis de madeira;

. Móveis de metal;

. Móveis de outros materiais

2320809

93,173,213,62

5,470,230,25

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 249 100 6,955.Indústria deConfecção

. Confecções de roupas e peças do vestiário;

. Confecções de roupas profissionais;

. Outras indústrias de confecções

1082358

57,1412,1730,69

3,010,641,62

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 189 100 5,276.Indústria de Pro-dutos Metálicos

. Esquadrias e artefatos de serralharias;

. Estruturas metálicas;

. Outras indústrias de produtos metálicos.

882343

57,1414,9427,92

2,450,641,20

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 154 100 4,297.IndústriaEditorial e Gráfica

. Edição e impressão gráfica;

. Impressão de jornais e livros;

. Outras indústrias gráficas

971717

74,0612,9712,97

2,710,470,47

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 131 100 3,658.IndústriaMecânica

. Fabricação de máquinas e equipamentos;

. Recuperação e manutenção de motores;

. Outras indústrias mecânicas

392337

32,7814,9431,09

1,090,641,03

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 119 100 3,329.Indústria Cerâmica

. Artefatos de cerâmica (tijolo, telha..);

. Outras indústrias cerâmicas 6034

63,8336,17

1,670,95

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 94 100 2,6210.Indústria Extrativa de Mineral nãoMetálico

. Extração de areia e cascalho;

. Extração e britamento de pedras;

. Outras indústrias de mineral não metálico

371330

46,2516,2537,50

1,030,360,84

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 80 100 2,2311.Demais Atividades

. Indústrias diversas 235 100 6,58

TOTAL DAS ATIVIDADES/SUB-TOTAL 235 100 6,58TOTAL GERAL 3.585 - 100

Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

Nota-se que as atividades mais representativas, nos principais seg-mentos, são, pela ordem: desdobramento de madeira, beneficiamento de cereais, fábricas de móveis de madeira, confecções de roupas, esquadrias

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

226

metálicas e confecções de peças do vestiário. Verifica-se que tais atividades dependem totalmente, ou em grande parte, de matérias-primas e produtos regionais, com exceção do segmento de confecções.

2.2.2 – Composição do Setor Segundo o Porte das Empresas

Para definição do porte das empresas foram utilizados os parâmetros: total de empregados e faixa de faturamento. No entanto, constatou-se uma discrepância nos resultados obtidos com os dois parâmetros, razão pela qual optou-se por adotar, também, o critério do faturamento médio anual. Desta forma a distribuição das empresas industriais do Estado, classificadas segun-do seu porte, é apresentada no quadro a seguir:

Classificação das Indústrias de Rondônia por PortePorte da Empresa Nº de Indústrias Participação % sobre Total Geral

MICRO 2.929 81,70PEQUENO 505 14,09MEDIO 109 3,04GRANDE 42 1,17TOTAL 3585 100

Fonte: Banco de Dados FIERO

Para a definição do porte das indústrias foi adotado como referencial o faturamento médio anual, com base na classificação usada pelo Banco da Amazônia – BASA, para análise de Projetos:

Porte Receita Operacional Bruta AnualMICRO Até R$ 244.000,00PEQUENO Acima de R$ 244.000,00 até R$ 1.200.000,00MÉDIO Acima de R$ 1.200.000,00 até R$ 35.000.000,00GRANDE Acima de R$ 35.000.000,00

Fonte: Banco da Amazônia - BASA

Com base nesse critério, os resultados obtidos na classificação do porte das indústrias se aproximam da média nacional. Tomando-se por base apenas as indústrias de porte micro, verifica-se que 2.929 têm faturamento máximo de R$ 244.000,00/ano Observe-se que o grande contingente de in-dústrias do Estado é constituído de micro empresas, seguido de longe pelas pequenas e, em número bastante reduzido, de médias e grandes.

A concentração das empresas nos municípios, por categoria de porte, ocorre quase nas mesmas proporções verificadas quanto ao total de indús-trias de cada município.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

227

Da análise do Banco de Dados da FIERO, ainda relativo ao porte, pode-se afirmar o seguinte:

• A maior parte das micro-empresas se localiza nos municípios de Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Jaru, Vilhena, Rolim de Moura, Cacoal e Pimenta Bueno.

• A maioria das micro-indústrias, aproximadamente 82%, desenvolve atividades ligadas à madeira, móveis, produtos alimentícios, produ-tos metalúrgicos, minerais não metálicos, construção civil e confec-ções;

• As pequenas indústrias representam cerca de 14% do total, con-centrando-se em maior número nos municípios de Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal, Vilhena e Rolim de Moura; atuam no segmento madeireiro e produtos alimentícios, produtos minerais não metálicos e produtos metálicos;

• As médias e grandes indústrias atuam nos segmentos de madeira, produtos alimentícios e na construção civil, concentrando-se em maior número nos municípios de Porto Velho, Vilhena, Ji-Paraná, Ariquemes, Pimenta Bueno e Cacoal.

2.3 – Aspectos Estruturais e Produtivos 2.3.1 – Instalações

Na questão das instalações industriais, quando se consideram aspectos como locais onde estão instaladas as empresas, a predominância - em ter-mos quantitativos - de micro-indústrias, o “lay-out” adotado e a disponibilida-de de espaço para uso dos estabelecimentos, comprova-se que, de maneira geral, há deficiências estruturais na maioria, comprometendo sobremaneira o desempenho operacional de suas plantas industriais. Dentre os fatores que mais contribuem para tal situação, podemos elencar os seguintes:

• Falta ou deficiência do abastecimento d’água;

• Insuficiência de espaço interno;

• Precariedade do acesso ao local da empresa;

• Local sujeito a alagações;

• Falta de espaço externo;

• Outros fatores relacionados às deficiências da infra-estrutura urba-na e ao impacto ambiental.

O nível de interferência destes fatores na performance das indústrias varia de uma empresa para outra e sua ocorrência não obedece, necessaria-

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228

mente, em intensidade ou importância, a ordem em que são apresentados.

2.3.2 – Mão-de-Obra

No que se refere à ocupação de mão-de-obra na indústria, o quadro abaixo reflete a consolidação das informações disponíveis sobre a ocupação de mão-de-obra:

Ocupação de Mão-de-Obra na Indústria de Rondônia – Ano 2002

Atividade Número deIndústrias(*)

Número deEmpregados

Participação(%) sobretotal de empregos

Indústria Madeireira 945 18.900 39,93Indústria Alimentícia 807 8.070 17,05Indústria da Construção 582 10.476 22,13Indústrias Diversas 235 1.645 3,48Indústria de Móveis 249 2.241 4,73Indústria de Confecções 189 945 2,00Indústria de Produtos Metálicos 154 924 1,95Indústria Gráfica 131 1.048 2,21Indústria Mecânica 119 714 1,51Indústria Cerâmica 94 1.410 2,98Indústria Extrativa de Minerais Não Metálicos 80 960 2,03

Total Geral 3.585 47.333 100Fontes: Banco de dados FIERO (*) SEFIN

Diante do demonstrativo acima conclui-se que a atividade industrial em Rondônia é responsável pela geração de 47.333 empregos diretos. Quan-do comparado com o obtido em 1997, constata-se que houve um acréscimo de 36,37% no número de empregos, mesmo tendo havido uma redução de 4,50% no quantitativo total de indústrias.

Mão-de-Obra por Principais Segmentos – 1997

Segmento1997

Nº deIndústrias

Nº deEmpregados

Percentual sobre Total

Indústria Madeireira 685 11.978 34,50Indústria Alimentícia 937 6.272 18,07Industria da Construção 96 2.174 6,26Indústria de Móveis 486 3.095 8,92Indústria de Produtos . Metálicos 428 1.744 5,03Indústria de Confecções 216 791 2,28Indústria Gráfica 112 1.165 3,36Indústria Extrativa de Minerais ñ/Metálicos 177 1.700 4,89Outros 617 5.790 16,69Totais 3.754 34.709 100

Fonte: Cadastro Industrial FIERO/1998

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

229

A análise dos dados acima permite concluir que a indústria madeireira mantém a liderança em termos de geração de emprego, respondendo por 39,93% do total geral, com uma taxa média pouco maior que 20 empre-gados por indústria. Vale lembrar que para cada emprego direto gerado na indústria madeireira são criados pelo menos mais quatro indiretos nas opera-ções complementares de extração e transporte de madeira até as serrarias. Outro segmento que merece destaque é o da construção, que teve um gran-de crescimento em número de empresas nos últimos anos e é responsável por 22,13% do total de empregos na indústria, com uma média de 18 em-pregados por empresa. O terceiro segmento em nível de importância é o de produtos alimentícios que congrega 17,05% de todo o contingente de mão-de-obra ocupada na indústria e mantém uma taxa média de 10 empregados por estabelecimento. A baixa ocupação de mão-de-obra se deve, em parte, à predominância de microempresas do segmento, sobretudo a maior concen-tração nas atividades de beneficiamento de cereais e frutas, de panificação, mecânica e serralheria.

Quando comparados os níveis de ocupação de empregados por in-dústria, observa-se que as atividades que mais absorvem mão-de-obra são, pela ordem: Madeireiro - 20, Construção - 18, Minerais Não Metálicos - 12, Alimentício - 10, Moveleiro - 9, Editorial e Gráfico - 8.

Os outros aspectos relativos à questão da mão-de-obra, apesar de não estarem numericamente dimensionados, comprometem sobremaneira o de-sempenho das empresas. Entre estes, citam-se os seguintes:

• O grau de escolaridade da força de trabalho nas indústrias é baixo, refletindo obviamente o da população e sinalizando para a necessi-dade de uma convergência de esforços envolvendo os trabalhado-res, os empresários, suas respectivas entidades de classe e os ór-gãos ligados à área educacional quanto à necessidade de se tomar medidas que revertam esse quadro.

• A carência de profissionais qualificados ocorre praticamente em todos os segmentos e setores industriais. Tal ocorrência, além de muito variável em nível de atividades, também é diferenciada nas diversas regiões do Estado. Em alguns casos, o aspecto qualidade dos recursos humanos chega a ser apontado como o principal con-dicionante para obtenção de melhores níveis de competitividade, comprometendo a performance das empresas.

• A rotatividade da mão-de-obra é outro fator com o qual as indústrias ainda convivem, ainda que atividades como o garimpo e a extração de cassiterita, nos dias de hoje, não sejam mais fatores importantes para a atração de trabalhadores de outras atividades, como ocorria

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230

há alguns anos. Alguns segmentos e atividades apresentam índices de rotatividade mais elevados, principalmente nas regiões de maior produção agrícola, atividade esta que, em determinadas épocas, absorve um grande número de trabalhadores, sobretudo os não es-pecializados.

2.3.3 – Matérias-Primas

A análise dos dados fornecidos por empresas dos maiores segmentos da indústria em Rondônia, com relação às principais matérias-primas utiliza-das e aos mercados onde as mesmas são adquiridas, permitiu a elaboração das relações apresentadas a seguir.

a) Segmento Madeireiro

A maioria das indústrias do segmento madeireiro adquire a totalidade de suas matérias-primas dentro do Estado. A exceção é formada por um pe-queno número de empresas localizadas nos municípios de Vilhena, Ji-Paraná e Porto Velho, que adquirem parte da madeira de outros estados, em especial do Mato Grosso e Acre.

Em 1989 o segmento trabalhava com apenas quatro espécies: mog-no, cerejeira, cedro e freijó. Com o advento da dificuldade de obtenção des-tas madeiras, e também em função do grau de verticalização da produção ocorrido, atualmente são utilizadas mais de cinqüenta espécies de madeiras regionais, especialmente nas atividades de fabricação de laminados e com-pensados.

b) Segmento de Produtos Alimentícios

Aproximadamente 82% das empresas deste segmento adquirem suas matérias-primas dentro do próprio Estado, sendo as principais: arroz em cas-ca, café em coco e em grãos, leite in natura, milho e carne bovina.

Já os insumos advindos de outros estados, mais comumente utilizados pelo segmento, são: arroz em casca, açúcar, café, feijão, milho, sal, trigo, óleo vegetal, leite natural, ovos, fermento, carne, carne suína, carne de fran-go, frutas cítricas, palmito, manteiga, embalagem e sacarias.

c) Segmento de Construção Civil

Os produtos adquiridos em maior escala, de fornecedores de outros estados, são: cimento, tinta, telhas, pedras decorativas para revestimentos

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231

e materiais de acabamento, provenientes principalmente de São Paulo, Rio, Paraná e Minas Gerais.

Os materiais de origem regional, ou adquiridos de revendedores aqui instalados são, basicamente: cimento, tijolos, madeira, areia, brita e pedras diversas, ferro, materiais hidráulicos e elétricos.

d) Segmento Moveleiro

Das empresas do ramo moveleiro existentes, cerca de 92% adquirem madeira, chapas, compensados e laminados, de fornecedores do próprio Es-tado. As madeiras mais utilizadas pelo segmento são: cerejeira, cedro, mara-catiara e angelim, além de outras vinte espécies de valor comercial.

As principais matérias-primas do segmento moveleiro são: ma-deira serrada (cedro, mogno, cerejeira, maracatiara, angelim), compensado, cola, “duratex”, lixas, parafusos, pregos, selador, tiner e verniz, napas e as-semelhados, tecidos para estofados, ferragens e espumas.

e) Segmento de Indústrias de Produtos Metálicos

As indústrias de produtos metálicos adquirem suas matérias-primas, aço, barra de ferro, cantoneira de ferro, chapa de aço inox, chapa de alumí-nio, chapa de ferro, cobre, disco de corte, disco de lixadeira, eletrodos, ferro tubular, lixas, massa plástica, metal trefilado, metalon, solda de oxigênio, solda elétrica, tiner, tubo de alumínio, tubo de ferro, tubo galvanizado e zar-cão, predominantemente, dos estados do Sul e Sudeste.

Das empresas que compõem o segmento, quase dois terços infor-maram que as principais matérias-primas, mesmo as produzidas em outros estados, são adquiridas no mercado de Rondônia através de distribuidores locais. Este fato pode ser justificado, em parte, devido ao expressivo número de micro e pequenas indústrias, que trabalham por encomenda e, conseqüen-temente, adquirem suas matérias-primas em pequenas quantidades.

f) Segmento de Confecções e Artigos de Tecidos

Cerca de 70% das empresas adquirem suas matérias-primas de forne-cedores de outros estados, principalmente tecidos, malha de algodão e avia-mentos diversos, especialmente de São Paulo, Santa Catarina, Ceará e Rio Grande do Sul. Somente parte dos tecidos é fornecido pelo mercado local, através de distribuidores. No entanto, as microindústrias da atividade infor-mal adquirem suas matérias-primas, na quase totalidade, no mercado local.

Dentre as matérias-primas destacam-se: tecidos, aviamentos, elástico,

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etiquetas, linha e renda, malha de algodão, algodão e aviamentos diversos.

g) Segmento de Minerais Não Metálicos

A maior parte das matérias-primas utilizadas são oriundas do próprio Estado, e a lista abrange: argilas, areia, barro, brita, água mineral, granito e pedras diversas. Estas indústrias compõem a maioria do segmento. As ma-térias-primas adquiridas fora, são: cimento, mármore, vidro, fibra de vidro, pó de mármore, argamassa, pedras decorativas, resina de poliéster e gesso, vindos principalmente da região Sudeste. Embora haja uma significativa pro-dução de água mineral no Estado, ainda assim é importada uma quantidade superior a 50%, do consumo local.

No que se refere a dificuldades na manutenção do suprimento de in-sumos, a sazonalidade é um dos fatores importantes, principalmente por aquelas que extraem ou dependem de matérias-primas agropecuárias e extra-tivas locais. A redução dos níveis de produção industrial no período de maior intensidade das chuvas ocorre praticamente em quase todos os segmentos, variando logicamente de uma atividade para outra.

As empresas que operam em sistema de encomendas, geralmente não mantêm estoques de insumos, uma vez que, além da descapitalização, o processo produtivo de tais empresas está condicionado ao atendimento dos pedidos dos clientes, o que leva ao imediatismo das aquisições desses materiais.

2.3.4 – Aspectos da Produção

a) Principais Produtos e Destino da Produção

Os principais produtos e destinos da produção da indústria estadual são mostrados nos extratos abaixo. Neles constam os itens produzidos pelos principais segmentos da atividade industrial em Rondônia.

a.1 – Segmento Madeireiro Principais Produtos: - Madeira beneficiada em geral - Madeira serrada - Madeira em prancha - Compensados- Assoalhos - Laminados - Vigas - Lambris

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- Portas - Carrocerias - Cabos de vassoura O destino da produção de 20% das empresas do segmento é o pró-

prio Estado. No entanto, 70% das empresas fornecem tanto para Rondônia como para outros estados; as demais atentem aos mercados local, nacional e internacional.

a.2 – Segmento de Produtos Alimentícios

Principais Produtos: - Arroz beneficiado - Pães, bolos e biscoitos - Café beneficiado - Sorvetes e picolés - Café moído - Laticínios em geral - Cereais beneficiados em geral - Milho beneficiado e produtos derivados - Feijão beneficiado- Frigorificados

Quanto ao destino da produção, 80,50% delas produzem para o mer-cado local. Outros 19,50% de empresas atendem tanto ao mercado de Ron-dônia quanto a outros estados e, em pequena escala, à exportação.

a.3 – Segmento Moveleiro

Principais Produtos:- Móveis de madeira em geral - Móveis estofados e serviços de estofamento - Móveis e esquadrias em geral - Diversos (móveis tubulares, etc.)

Cerca de 88% das indústrias moveleiras colocam sua produção ex-clusivamente em Rondônia. Apenas 12% delas atendem, também, a outros estados.

a.4 – Segmento de Produtos Metálicos

Principais Produtos: - Esquadrias metálicas em geral- Portas e janelas de ferro- Peças para garimpo- Estruturas metálicas- Embarcações

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- Calhas- Artefatos de ferro e aço

Este segmento é, possivelmente, o mais concentrado no atendimento ao mercado local, pois 94% de suas empresas só colocam sua produção no Estado. Pequena parcela de 6% delas atende também a outros estados.

a.5 – Segmento da Construção Civil

Os principais produtos deste segmento são a construção civil propria-mente dita, os projetos de construção civil, os serviços de terraplanagem e outros (variados).

Pelas informações prestadas, 87% das empresas atuam exclusiva-mente no mercado de Rondônia, 13% operam tanto em Rondônia como em outros estados.

a.6 – Segmento de Confecções e Artefatos de Tecido

Principais Produtos : - Confecções em geral- Camisetas, peças de malha e cotton- Cortinas- Uniformes profissionais- Calças e bermudas- Peças íntimas- Capas para estofados- Uniformes escolares- Outros artefatos de tecido

O destino da produção é local para 88% das empresas deste ramo. Apenas 12% atendem, também, a mercados de estados vizinhos.

a.7 – Segmento de Produtos Minerais Não Metálicos

Principais Produtos:- Tijolos- Telhas- Manilhas- Artefatos de cimento- Lavatórios e pias- Pré-moldados em geral- Artefatos de concreto diversos- Artefatos de mármore- Pedra britada

A maioria absoluta do setor (96%) atende unicamente o mercado lo-cal. Apenas 4% das empresas colocam sua produção também em outros

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estados.Os tópicos seguintes foram analisados tomando-se por base as infor-

mações das empresas dos principais segmentos industriais, por concentra-rem um maior número de estabelecimentos, permitindo assim a obtenção de uma amostra mais significativa para efeito de caracterização e representati-vidade dos diversos aspectos enfocados.

b) Transporte da Produção

O transporte da produção é feito, em sua quase totalidade, por via rodoviária, com exceção de algumas poucas empresas que se utilizam de outros meios, principalmente o fluvial, através do rio Madeira, nas operações com o estado do Amazonas.

A predominância do transporte rodoviário é previsível, considerando o fato de que a maior parte da produção é consumida no próprio Estado, outra parte é destinada aos grandes centros consumidores do Centro-Sul e à ex-portação através dos portos de Santos e Paranaguá, tendo a BR-364 como principal via de escoamento, até mesmo por não dispor de outro modal, como a ferrovia, por exemplo.

c) Controle de Qualidade

A questão do controle de qualidade no processo produtivo, dentro dos principais segmentos das indústrias de Rondônia, pode ser entendida como segue:

• As indústrias que aplicam controle de qualidade na produção, fazem-no, em sua maioria, por meio de controle humano, preferencialmen-te durante todo o processo, tomando-se para efeito de verificação, todo o universo de produtos fabricados. No caso do controle parcial, algumas empresas o aplicam em determinadas fases do processo, principalmente no decorrer ou no fim do mesmo. Aproximadamente 20% das indústrias dos principais segmentos não aplicam nenhum tipo de controle de qualidade em seus processos produtivos.

• Disto tudo, depreende-se que o aspecto da aplicação de controle de qualidade em produto e processos industriais nas empresas locais apresenta-se ainda tímido, principalmente se for levado em conta aspectos como produtividade, tecnologia e nível de concorrência dos similares importados de outros estados.

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d) Fatores Restritivos

As questões apontadas como as que mais interferem no desempenho e desenvolvimento do setor industrial são: falta ou dificuldade de acesso a capital de giro, falta de mão-de-obra qualificada, dificuldade de transporte e escassez e/ou má qualidade de matéria-prima, impostos sobre bens destina-dos à produção e burocracia do IBAMA.

Quando comparados estes fatores restritivos em relação ao mesmo questionamento constante do Perfil Industrial da FIERO de 1994, nota-se que o componente “energia”, que aparecia com 20,44%, se não está completa-mente solucionado, já não assume importância maior. Outro fator importan-te, que demonstra maior preocupação do setor industrial com a qualidade, é o fato do item matéria-prima aparecer com mais de 30% - escassez e má qualidade - superando o capital de giro, o eterno e crucial entrave ao desen-volvimento empresarial.

Observa-se que as dificuldades ocorrem na proporção direta do núme-ro de indústrias existentes no município, mostrando um comportamento line-ar e permitindo concluir que, no geral, a atividade industrial se mantém em condições similares em todo o Estado, não havendo pontos críticos isolados que requeiram ação diferenciada.

Esses fatores confirmam a tendência da indústria local em trabalhar com grandes margens de ociosidade no processo produtivo, tendo como se-gundo maior impeditivo as limitações de capital de giro. Muitos empresários informaram não apenas um fator limitante, mas vários, o que dificulta ainda mais para que os mesmos otimizem seus processos produtivos e obtenham melhores níveis de produtividade.

Aspectos como a concorrência, a queda da demanda, o baixo poder aquisitivo dos consumidores, o custo da matéria-prima e insumos, o período chuvoso e a carga tributária elevada, foram também citados de forma isolada ou associados entre si, influenciando, de alguma forma, negativamente, na produtividade e competitividade das empresas.

A atividade industrial em Rondônia ainda é insuficiente para atender a demanda de consumo interno e, na grande maioria, não dispõe de tecnologia atualizada, havendo, no entanto, uma preocupação constante com a melho-ria do processo de produção.

e) Resíduos Industriais

Os resíduos gerados (sobras, rejeitos, detritos e outros efluentes) são, em grande parte, destinados ao lixo ou incinerados. Esse fato evidencia o

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baixo nível de reaproveitamento desses materiais, seja por parte das próprias empresas ou por terceiros. Isso acarreta perdas e prejuízos às empresas e problemas ambientais, já que a incineração é feita a céu aberto.

Parte dos resíduos gerados pelas madeireiras e indústrias do setor de alimentos é doado a produtores rurais, para adubação, forração ou para ali-mentação de animais.

2.3.5 – Energia

O consumo médio de energia elétrica das principais atividades indus-triais, nos anos de 1997 e 2002, está apresentado no quadro a seguir. O exame dos dados de consumo de energia elétrica vem confirmar a suprema-cia das indústrias madeireiras e de produtos alimentícios, tanto nos números absolutos de consumo em cada ano, como na expressiva taxa de cresci-mento verificado, de 71,50% e 125,66%, respectivamente. A elevação do consumo de energia fornecida pela concessionária pública também confirma a realidade presente de oferta de energia abundante e confiável nas áreas de abrangência dos principais municípios do Estado.

Quando considerado todo o universo de empresas industriais, do pon-to de vista de consumo de energia, observa-se que houve crescimento gene-ralizado, posto que no período de 1997 a 2002 a elevação de consumo foi de quase 100%, em parte explicado pelo atendimento à demanda reprimida.

Consumo de Energia por Atividade Industrial – 1997 e 2002

AtividadeNº de Indústrias Consumo em KWH Variação

(%)1997 2002 1997 2002(*) 1997-2002

Indústria de Produtos Alimentícios 937 807 27.699 47.510 71,50

Indústria Madeireira/Moveleira 1.171 1194 38.801 87.560 225,66

Indústria de Produtos Metálicos 428 154 9.836 13.627 38,54

Produção de Minerais Não Metálicos 177 80 7.383 6.948 (5,89)

Industria da Construção 96 582 - 1.338 -

Industria Gráfica - 131 - 504 -

Outras atividades 1.041 637 9.060 25.175 177,80

TOTAL GERAL 3.754 3.585 92.779 182.662 96,90Fonte: Banco de Dados FIERO (*)CERON

Embora conste do cadastro de consumidores industriais da CERON

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238

apenas 2.021 indústrias em 1997 e 2.318 em 2002, credita-se tais diferen-ças ao fato de que muitas microempresas não são cadastradas na categoria de consumidor industrial, além daquelas que tem geração própria.

Considerando que o consumo de energia está diretamente vinculado à produção, mesmo considerando-se a desativação da geração própria face ao aumento da oferta pela concessionária, este fato confirma que todo o setor industrial manteve importante índice de crescimento neste período.

Quanto ao suprimento de energia, foi detectado que 88% utiliza gera-ção da CERON, 3% só geração própria e 9% utiliza suprimento misto.

2.3.6 - Incentivos Fiscais

A participação das indústrias em programas de incentivos fiscais e/ou linhas de créditos especializados limita-se a menos de 10% do total, tendo como finalidade prover capital de giro para a produção, investimentos em ampliações, melhoria das instalações e aquisição de máquinas e equipamen-tos. Aspecto que chama a atenção é que, além de ser reduzido o número de empresas que recorrem aos instrumentos de incentivo e crédito, a maioria absoluta utiliza apenas os incentivos de nível federal, como isenção do Im-posto de Importação e do Imposto de Renda, e a nível estadual, apenas a isenção do ICMS nas operações de importação, em casos específicos, e nas exportações em geral.

Um total de 57% das empresas reclamam da falta ou insuficiência de linhas de crédito e incentivos fiscais. Estas empresas encontram-se distribu-ídas proporcionalmente às quantidades instaladas em cada município, suge-rindo tratamento uniforme para um possível equacionamento.

3 - Considerações Finais

Apesar de se registrarem alguns avanços na direção da modernização do parque industrial do Estado, através da introdução de novas tecnologias nos mais diversos processos produtivos, com evidências de maior aprovei-tamento das matérias-primas disponíveis e conseqüente elevação de valor agregado à produção, infelizmente pode-se afirmar que esta situação ainda está longe de se configurar num processo de mudanças capaz de evitar a grande perda de riquezas, rendas e tributos para a economia do Estado.

No segmento madeireiro, dependendo da transformação que venha ser dada à madeira em prancha, o ganho para o Estado poderá ser ainda maior. Existem casos, como o da industrialização da madeira “branca” para a fabri-cação de pequenas peças, onde o ganho chega a seis vezes. Com relação à fabricação de móveis, o valor agregado chega a alcançar até dez vezes o

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239

valor da madeira serrada, com igual ganho na arrecadação de tributos.Esta necessidade de se promover maior nível de beneficiamento das

matérias-primas locais pode ser observada em quase todos os segmentos, e não só no madeireiro. Além disto, deverão ser criados outros instrumentos e mecanismos que estimulem o desenvolvimento da cadeia produtiva, dimi-nuindo ou até mesmo evitando a evasão de riquezas que muitas vezes tem se caracterizado numa espécie de sangria dupla de nossa economia.

4 – Os Principais Segmentos

4.1 – Indústria Madeireira a) Atual Estágio

A indústria madeireira em Rondônia assumiu um papel histórico em todo o processo de colonização e ocupação do Estado de Rondônia, uma vez que contribuiu, ao lado das atividades extrativas minerais e agropecuárias, para a formação e o desenvolvimento de muitos municípios. Entretanto, as pressões internacionais sobre a ocupação da Amazônia e os modelos adota-dos para a exploração dos recursos naturais, além das alterações ocorridas na legislação ambiental brasileira, foram fatores que, combinados a outros, exerceram influências marcadamente restritivas à manutenção e ao cresci-mento das atividades madeireiras na região.

Em 1989, Rondônia contava com 2.293 indústrias em funcionamen-to. Deste total, 1.182 (51,5%) eram da atividade madeireira, incluídas tam-bém as indústrias moveleiras. Em 1994, o segmento madeireiro/moveleiro mostrava um total de 1.171 industrias, o que representou uma redução de 0,94%, sendo que a participação do segmento representava 34,53% do total de estabelecimentos industriais. Quando comparado ao resultado de 1997, nota-se que houve um crescimento do mesmo segmento, da ordem de 4,44%. Comparado o resultado obtido em 2002, relativamente aos dados de 1997, verifica-se que o setor madeireiro apresentou um crescimento da or-dem de 37,96%. Esta elevação, entretanto, deve-se ao fato de que parte das atividades antes incluídas no segmento moveleiro foi incorporado à atividade madeireira, a exemplo das indústrias de esquadrias de madeira, artefatos de madeira e outros.

Os dados disponíveis na FIERO sinalizam para uma queda de algumas atividades do setor madeireiro nos últimos dez anos. No entanto, o conjunto das atividades do setor tem se mantido em patamar estável nos últimos cinco anos. Todavia, esse segmento ainda é muito significativo para a economia do Estado, por ser grande empregador de mão-de-obra e importante gerador de

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renda e tributos. Em decorrência das dificuldades vivenciadas, o setor foi in-duzido a buscar outras alternativas de exploração, passando a trabalhar com espécies antes ignoradas, das madeiras denominadas “brancas”, abundantes em todo o Estado, principalmente para a produção de laminados e compen-sados. Tal circunstância, por outra parte, resultou em importante evolução para o setor, pelo estímulo à verticalização e diversificação da produção. O esforço para adequação à nova realidade possibilitou, inclusive, a instalação de algumas grandes empresas ou ampliação de outras.

O quadro demonstrativo abaixo indica a composição atual da atividade madeireira, comparativamente ao ano de 1997:

Composição do Segmento Madeireiro - Principais Atividades - 1997 a 2002

AtividadeQuantidade Participação % no

segmento.

1997 2002(*) 1997 2002

Desdobramento de madeira 180 683 26,28 72,28

Chapas e placas de madeiras aglomeradas ou compensadas. 34 114 4,96 12,07

Esquadrias e outros artefatos de madeira 298 144 43,50 4,02

Artigos diversos de madeira 173 04 25,26 0,10

TOTAIS 685 945 100 100

Fonte: Cadastro Industrial de Rondônia 97 - FIERO (*) SEFIN

Verifica-se que o desdobramento de madeira ainda é a atividade mais comum nas indústrias do setor. No entanto, no período de 1994 a 1997 ocorreu uma diminuição acentuada no número de indústrias que trabalhavam predominante ou exclusivamente com desdobramento de madeira, que em 1994 representava 66,07% sobre o total do segmento madeireiro e reduziu sua participação em 1997 para 26,28%. Embora ainda continue em 2002 com elevada participação sobre o total do segmento, da ordem de 72,28%, deve ser considerado que boa parte deste acréscimo se deve ao agrupamen-to de algumas atividades antes incluídas no segmento moveleiro. Um fato importante é a constatação do crescimento no número de indústrias que produzem laminados e compensados, que teve uma variação de 235% no mesmo período.

O quadro seguinte apresenta a distribuição das indústrias do segmento madeireiro nos municípios mais industrializados:

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Distribuição de Indústrias de Produtos Madeireiros por Municípios

MunicípioInd.

Prod.Mad.

Nº deIndústrias no

Município

Part. % so-bre Total do Segmento

Part. % do nº sobre Indús-trias do Mun.

Part. % so-bre Total

GeralAriquemes 93 258 9,84 36,05 2,59Cacoal 28 207 2,96 13,53 0,78Jaru 34 152 3,60 22,37 0,95Ji-Paraná 64 365 6,77 17,53 1,78Ouro Preto D’Oeste 17 98 1,80 17,35 0,47Pimenta Bueno 31 153 3,28 20,26 0,86Porto Velho 65 822 6,88 7,91 1,81Rolim de Moura 36 154 3,81 23,38 1,00Vilhena 46 216 4,87 21,30 1,28Demais Municípios 531 1.160 56,19 45,77 14,81TOTAL 945 3.585 100 18,21

Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

Observa-se que a maior concentração de indústrias madeireiras está

localizada nos municípios de Ariquemes, Ji-Paraná, Porto Velho, Vilhena e Rolim de Moura. Conclui-se também que, pela pequena concentração nos principais municípios, é um dos segmentos de melhor distribuição em todo o Estado.

As principais matérias-primas do segmento madeireiro são: angelim, caucho, caxeta, cedro, cerejeira, cumaru, envireira, faveira, garapeira, ga-roba, ipê, jatobá, libra, maçanaiga, maracatiara, marinheiro, peroba, pequiá, roxinho, sumaúma, sangui, sucupira, abiu, freijó, tamarindo e tauari, além de aproximadamente mais 40 espécies de valor comercial.

A redução havida nas atividades exclusivamente de desdobramento e, o crescimento das atividades de beneficiamento, como as de fabricação de laminados, compensados, esquadrias e outros artefatos de madeira, em al-guns casos em até cinco vezes, permite concluir que houve um ganho signifi-cativo para a economia do Estado como conseqüência da agregação de valor à matéria-prima regional. Isto certamente tem favorecido o aproveitamento racional dos recursos florestais, diminuindo a evasão de riquezas para outras regiões e até para o exterior.

Observa-se que é expressiva a participação das indústrias que produ-zem estruturas e artigos diversos de madeira, sendo o principal produto re-presentado pela madeira beneficiada em geral. Vale salientar que é bastante significativo o número de madeireiras que também produzem móveis e outros artefatos.

Com uma força de trabalho da ordem de 20.000 empregos diretos, a indústria madeireira apresenta uma média pouco superior a 20 operários por empresa, uma das maiores do setor industrial, se comparada aos demais

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segmentos.É significativa a presença da atividade informal na indústria madeireira

do Estado. Com base em levantamento da FIERO, incluindo a atividade mo-veleira, constatou-se que, em 1997, existiam 333 indústrias informais, o que representava 31,03% do total de empresas madeireiras e, 8,87% do total geral de indústrias do Estado. Quando considerada a participação na geração de emprego, verificou-se que a indústria informal do segmento gerava 1.376 empregos, o que representava 39,34% do total de mão-de-obra das empre-sas informais e, 10,07% do total geral. Contudo, no presente trabalho só estão sendo informadas as indústrias regularmente constituídas, motivo pelo qual vêm se verificando algumas alterações, sem prejuízo ao bom entendi-mento sobre o setor.

Os principais produtos do segmento madeireiro, são:

– Assoalho – Caibros– Lambril – Cimalha– Lâminas – Mata-junta– Tábuas – Ripas– Esquadrias – Vigas– Madeira serrada em geral – Compensados (chapas)– Pranchas

O meio de transporte utilizado para o escoamento da produção da indústria madeireira na sua quase totalidade é o rodoviário, o que, aliás, tam-bém ocorre com praticamente todos os demais produtos. A utilização da via fluvial é muito localizado, associado à rodoviária e, regra geral, é usada quan-do a produção se destina à exportação, passando pelo porto de Manaus.

Boa parte da produção é destinada ao mercado local, diferentemente do que se observava há alguns anos, quando quase toda a produção madei-reira era enviada para as regiões Sudeste e Sul do país e, uma parcela menor, exportada. Alguns fatores são responsáveis diretos por esta mudança, como a concorrência com outros estados produtores, mais próximos dos gran-des centros de consumo e a dificuldade de obtenção de madeiras nobres, que inviabilizaram a comercialização de madeiras de menor valor, visto que nestes casos o custo do frete inviabiliza seu transporte a grande distância. Atualmente, parte significativa da produção madeireira do Estado é destinada à exportação, principalmente os produtos laminados, compensados e reves-timento para pisos.

A indústria madeireira em 2002 foi responsável por 70% do total geral das exportações do Estado e representa cerca de 8% de toda a arrecadação de ICMS.

As principais dificuldades detectadas que afetam diretamente o seg-

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mento madeireiro, são:

– Dificuldade de transporte– Ação do IBAMA– Falta de Capital de giro– Escassez de matéria-prima– Qualidade de matéria-prima

As dificuldades atribuídas aos órgãos ambientais estão relacionadas com a ação de fiscalização e o excesso de burocracia no trâmite dos pro-cessos. Credita-se esta insatisfação à ausência de uma política florestal consistente e compatível com a realidade do estado, além da inadequação da legislação ambiental que não considera as particularidades regionais, con-templadas, por exemplo, na Lei de Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Estado.

De todo o contexto analisado, pode-se afirmar que a indústria madei-reira ainda não atingiu um patamar mais elevado de desenvolvimento, em função de vários fatores restritivos, especialmente os seguintes:

• A política fundiária em Rondônia é deficiente e conflitante com o Zoneamento, dificultando a aprovação de projetos de manejo e ex-ploração florestal.

• A falta de incentivos fiscais, aliada a questões ambientais, tem de-sestimulado novos investimentos e, inclusive, forçado a transferên-cia de indústrias para os Estados do Mato Grosso e Acre.

• A falta de assistência técnica para introdução de novas tecnologias, com vistas ao aproveitamento mais racional e rentável da madeira.

• As dificuldades para obtenção de linhas de crédito específicas para o setor, especialmente para os projetos de reflorestamento.

• As empresas exportadoras têm dificuldades para efetivar o embar-que e desembaraço aduaneiro em Porto Velho, pela inexistência de carteira de câmbio e pela irregularidade na freqüência de navios no porto de Manaus.

• O excesso de burocracia, sobretudo no transporte de toras, contri-bui para redução das atividades.

• A falta de pesquisa para o uso industrial de espécies florestais, que normalmente são queimadas.

• A falta de pesquisas, apoio técnico e financeiro para implantação de projetos de reflorestamento.

• A falta de estímulo à indústria complementar (moveleira) para maior

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utilização da produção madeireira (compensados), inclusive aprovei-tamento de resíduos.

• O desmatamento não autorizado, impedindo o uso legal da madeira derrubada.

b) Conclusões

Apesar da redução do nível de participação da indústria madeireira na economia do Estado, não se pode negar sua importância para o desen-volvimento regional. As pressões ambientais sobre o setor, aliadas a outros fatores, como a dificuldade de obtenção de espécies nobres, questões emer-gentes de competitividade, têm sido decisivos para a gradual mudança de postura das empresas madeireiras, impondo-se uma nova mentalidade em-presarial no sentido de reorientar seus sistemas de produção, tornando-os mais eficientes e mais racionais, sobretudo no que se refere ao melhor apro-veitamento das matérias-primas disponíveis. Em decorrência, os empresários do setor, principalmente os que produzem lâminas e compensados, vêm in-vestindo em projetos de reflorestamento que, ao mesmo tempo, atendem às exigências requeridas quanto à preservação ambiental, através da exploração auto-sustentável dos recursos florestais, assegurando-lhes também a maté-ria-prima necessária para a produção futura. A consciência empresarial para o reflorestamento suplanta a mera mentalidade de preservação ambiental, passando à condição da própria sobrevivência.

Entretanto, o setor ressente-se da atuação dos organismos oficiais pela falta de informações e de orientação técnica para implantação de projetos de reflorestamento, visto que não existe nenhum modelo testado para Rondô-nia. Os que existem são frutos de experiências particulares, de empresários que assumem sozinhos os riscos dos possíveis, e vários, reais insucessos. Como agravante, os mecanismos de crédito dos agentes oficiais também não atendem às particularidades do setor e da região, particularmente quanto aos prazos de financiamento. Ademais, o IBAMA arrecadou, por décadas, a Taxa de Reposição Florestal (Fundão), e não houve nenhum retorno às indústrias contribuintes, na forma de maior disponibilidade de áreas florestais enrique-cidas para extração da madeira. Face às dificuldades e à falta de apoio, o empresário busca soluções criativas para fazer o reflorestamento, quer por iniciativa própria ou coletiva, através de cooperativas e associações.

As dificuldades e o excesso de burocracia que se estabeleceram nos procedimentos para aprovação dos projetos de manejo e exploração florestal, que remontam a longas datas e prevalecem até o presente, são responsáveis, pelo menos em parte, pelos impactos ambientais que ocorreram em grandes

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áreas do Estado. Durante muito tempo foi mais fácil conseguir autorização para desmate, e posterior queima, do que a liberação para aproveitamento preliminar das madeiras de valor comercial. Nestas circunstâncias, perderam os empresários madeireiros por não poderem dispor da matéria-prima para a indústria e o próprio governo que deixou de arrecadar os impostos, afora a perda do incremento da renda e geração de empregos.

O setor vem enfrentando dificuldades várias, como, aliás, todos os de-mais, em decorrência de fatores como restrições ao crédito e financiamentos e as elevadas taxas de juros. Resta, portanto, ao setor público competente instituir uma política de apoio à indústria madeireira, pela sua importância atual e futura para o desenvolvimento, e por ser um dos maiores geradores de empregos diretos do Estado.

c) Informações Complementares Dada a importância do setor madeireiro para a economia do Estado

e, a conclusão de nova pesquisa sobre o mesmo, posterior à elaboração do capítulo que traça o perfil da indústria, será incluída esta síntese dos dados obtidos. O setor madeireiro, para efeito da pesquisa, foi segmentado em três ramos: indústria, quando as atividades da empresa são voltadas exclusiva-mente para operações de desdobramento ou algum tipo de beneficiamento, em geral sob encomenda de outra empresa; indústria e comércio, quando a empresa além de realizar desdobramento e/ou beneficiamento, também comercializa seus produtos, concorrendo no mercado final e, indústria e ser-viços, quando a empresa executa operações industriais e serviços de explo-ração florestal.

A constatação mais imediata é de que o ramo de indústria e comércio é o principal, concentrando 74% do total de empresas do setor e de que este é formado, basicamente, por micro e pequenas empresas, sendo 33,3% delas optantes do SIMPLES. Em média, 60% delas tem até 20 empregados contratados, 35% de 21 a 100 e apenas 5% acima de 100 empregados. Embora cerca de metade apresente algum nível de informatização, o baixo nível tecnológico de suas atividades é refletido pelo grau de instrução dos trabalhadores contratados. Neste aspecto, cerca de 7% são analfabetos, mas, dos 93% alfabetizados, 70% tem apenas nível básico, e destes, 80% não o concluíram. Entre os 27% que alcançaram o nível médio, 70% o têm incompleto. Esta observação torna evidente que a introdução de novas, mais modernas e eficientes tecnologias teriam dificuldades em ser absorvidas pelo pessoal. Mais preocupante é a resposta de 59% dos entrevistados, dirigentes empresariais, que disseram não haver planejamento ou interesse em promo-ver treinamentos. No entanto, refletindo uma postura pró-ativa em relação à

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segurança do pessoal, 52% das empresas vem realizando treinamentos das CIPA e em Segurança no Trabalho, bem como, a maioria, próximo de 75%, implementou Plano de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, e Plano de Controle Médico e Segurança Ocupacional - PCMSO.

A evolução da ocupação do espaço físico de Rondônia nos últimos trinta anos e das condições de exploração das riquezas florestais, a madeira em particular, mostra diversos aspectos condicionantes na obtenção de ma-téria prima pela indústria. Para a maioria (65%), ainda não há dificuldade para sua obtenção, sendo que 68% usa madeira retirada em Planos de Manejo e apenas 12% em desmatamentos. Isto reflete não apenas um resultado da ação das autoridades ambientais, mas, também, uma crescente conscienti-zação dos empresários de que a perenidade de suas empresas depende de uma postura de “desenvolvimento sustentável”. Aquelas que alegaram haver dificuldades na obtenção de madeira apontaram como as maiores, a burocra-cia institucional (19,5%), a escassez de matéria prima (18%) e as precárias condições das estradas do estado (16,5%). A distância média das florestas de origem até as indústrias é de 104km, no contexto estadual. O município com menor média é São Francisco, 42km, e o de maior média é Vilhena, 467km. Esta última observação mostra uma conseqüência do tempo em que as diversas regiões do estado vêm sendo exploradas economicamente. As-sim, é natural que Vilhena, no extremo sul, porta de entrada das correntes migratórias dos anos 70 e 80, seja o município mais distante das fontes. Ali-ás, neste município já não há mais atividade de desdobramento de madeira. São Francisco, por outro lado, encontra-se na região denominada Zona da Mata, de mais recente ocupação.

Confirmando uma tendência de consolidação da indústria, nos três últimos anos apenas 10% das empresas mudaram de local de instalação. As principais razões alegadas pelas que mudaram foram: busca de melhores condições de trabalho (33%), escassez de matéria prima (27%) e, transfe-rência para outros estados (6%).

No ano de 2002, o consumo médio mensal de matéria-prima pela indústria foi de 178.000 m³. Seu transporte no estado é feito quase inteira-mente por via rodoviária (99,7%) e apenas 0,3% por via fluvial. Ao trabalhar as toras, geram-se cerca de 37% de resíduos, enquanto o beneficiamento das pranchas gera mais de 20% de sobras. Os resíduos do processamento são aproveitados integralmente em 56% dos casos e, parcialmente, em 21%. Os destinos principais que se dão aos resíduos são: como lenha (27,5%), para cabo de ferramenta (27,5%), para cabo de vassoura (6%), para carvão (6%). Para o tratamento da madeira, a maioria da indústria ainda usa pro-cesso natural de secagem da madeira, 79%, com tempo médio de secagem de 36 dias. Em contrapartida, nos 21% das empresas que usam secagem

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controlada, em estufas, o tempo médio de secagem é de 7,5 dias, com maior qualidade. O tratamento químico empregado é feito através da aplicação de cupinicidas (44%), fungicidas (39%), anti-broca (6%) e outros (10%).

Como conseqüência do escasseamento ou da proibição para a explora-ção das espécies mais nobres, como cerejeira e mogno, há uma significativa mudança no volume de aproveitamento econômico de várias espécies, sendo as mais citadas na atualidade: imbireira, caixeta, cumaru, angelim, jatobá, oiticica e ipê.

Uma característica da indústria no estado é a pequena formação de estoques: 66% mantêm estoques médios de 1002 m³, ou seja, para menos de um mês de consumo médio. O armazenamento é feito em pátio descober-to em sua grande maioria (72%), apenas 17% usam pátios cobertos e 9%, gradeados. Estas formas de armazenamento provocam perdas significativas de material, causadas principalmente por efeito do clima (41%), dos fungos (28%), da broca (16%) e dos cupins (10%), como seria de se esperar numa região de clima equatorial. As que não mantêm estoques apontam dificulda-des com capital de giro como a causa principal (70%), e trabalham basica-mente sob encomenda.

Ao longo dos anos vem aumentando o número de empresas que verti-calizam sua produção, introduzindo novos produtos à sua estrutura produti-va, enquanto diminui o daquelas que trabalham exclusivamente com desdo-bro, o que representa um esforço no sentido de acrescentar valor ao produto, através de maior agregação de conteúdo tecnológico. Contudo, confirmando a necessidade de melhorias técnicas, 36% delas admitem não empregar ne-nhum sistema de planejamento e controle da produção. Em 2002 a indústria rondoniense apresentou uma produção de 2.135.311 m³ de produtos da ma-deira, sendo os municípios de Rolim de Moura, com 795.000 m³, Ariquemes com 225.000 m³ e Espigão do Oeste, com 128.00 m³ os maiores produtores do Estado. Entretanto, como conseqüência da ausência de planejamento, baixa qualificação da mão de obra, equipamentos inadequados, etc., 92% delas admitem enfrentar problemas na produção, responsabilizando, através de respostas estimuladas, a matéria prima (37%), a mão-de-obra (28%), os equipamentos (18%) e o espaço físico (6%), como os de maior impacto. Outras causas citadas pelos empresários, de modo não estimulado, são das seguintes ordens: financeira (24%), má conservação das estradas (24%), falta de incentivos (15%), infraestrutura local (15%) e o período das águas (6,5%).

Os produtos mais comuns da indústria madeireira de Rondônia são mostrados perceentualmente no gráfico a seguir.

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A maior parte da produção segue para outros estados e é, em parte, exportada pelos adquirentes. Embora seja o setor da economia local de maior presença no mercado exterior, apenas 16% da produção é exportada direta-mente pelas indústrias locais.

4.2 – Indústria Moveleira

a) Situação Atual

A atividade industrial moveleira no Estado vem assumindo uma posi-ção de destaque em sua economia, como complementar à industria madei-reira e tirando proveito desta, estando em franca expansão. Com a retração do mercado de madeiras serradas, imposta em parte pelos custos de trans-portes, quer para o mercado interno ou para exportação, com a agravante da concorrência com outros estados em melhor situação estratégica, como Pará e Mato Grosso, o próprio industrial madeireiro iniciou um processo de diversificação da produção através do beneficiamento da madeira, em alguns casos agregado à produção de móveis.

Nota-se um movimento muito forte no sentido da agregação de valor ao longo de toda a cadeia produtiva da madeira e do móvel, diminuindo-se a representatividade econômica dos setores extrativistas, e aumentando forte-mente a participação dos setores mais especializados, como da produção de chapas aglomeradas e compensadas, esquadrias, artefatos e, finalmente, a fabricação de móveis.

O setor moveleiro é responsável pela geração de cerca de 2.250 em-pregos diretos, com uma média de nove empregados por empresa, o que ain-da denota um caráter bastante artesanal da indústria, valor pouco expressivo se considerarmos o enorme potencial que representa.

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As principais espécies utilizadas pela indústria moveleira de Rondônia são o cedro, a cerejeira, a maracatiara e o angelim.

O principal mercado da indústria moveleira é o próprio Estado, onde há uma aceitação crescente por parte dos consumidores locais, em função da melhora da qualidade de acabamento dos móveis, fazendo frente à concor-rência das empresas de móveis do sul do País.

Em 1989, o número de indústrias de móveis representava 5,7% de todo o setor industrial; em 1994, era de 7%, sendo que atualmente essa par-ticipação chega a 6,96%. Enquanto no período 89/94 houve uma redução no número de madeireiras, o segmento moveleiro cresceu 80% em número de unidades fabris. Quando comparado o período de 1989 a 1997, verifica-se um extraordinário crescimento da ordem de 411%. O confronto entre os da-dos obtidos em 1997 e 2002 aponta uma redução no número de indústrias, da ordem de 4,95%. Contudo, esta diminuição não significa efetivamente que o segmento moveleiro tenha perdido o seu nível de importância e muito menos que esteja em tendência de desaquecimento. O que ocorreu de fato foi a agregação de algumas atividades antes consideradas como moveleiras que passaram a incorporar o segmento madeireiro, como é o caso das indús-trias de esquadrias, artefatos de madeira e artigos de carpintaria.

O segmento moveleiro é constituído na sua quase totalidade, 93,17%, de fábricas de móveis de madeira, conforme quadro seguinte:

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Composição das Principais Atividades do Segmento MoveleiroSegmento/nº de

Indústrias Atividade Industrial Nº de Indústrias Participação %

Indústria MoveleiraMóveis de madeira;Móveis de metal;MóveIs de outros materiais

2320809

93,173,213,62

5,470,230,25

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 249 100 6,95

Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

A distribuição dos estabelecimentos industriais entre os principais mu-nicípios do Estado é a seguinte:

Distribuição de Indústrias de Produtos Moveleiros - Maiores Municípios

Município Indústria Moveleira

Nº de Indústria do Município

Part. % sobre Total do

Segmento

Part. % do nº sobre Indústrias

do Município

Part. % sobre Total

GeralPorto Velho 39 822 15,66 4,74 1,09Ji-Paraná 28 365 11,24 2,67 0,78Ariquemes 18 258 7,23 6,98 0,50Vilhena 12 216 4,82 5,55 0,33Rolim de Moura 25 154 10,04 16,23 0,70Jaru 10 152 4,02 6,58 0,28Cacoal 17 207 6,83 8,21 0,47Ouro Preto d’ Oeste 10 98 4,02 10,20 0,28Pimenta Bueno 13 153 5,22 8,50 0,36Demais Municípios 77 1.160 30,92 6,64 2,15TOTAL 249 3.585 100 - 6,94

Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

Conforme se observa, a distribuição do segmento moveleiro pelos principais municípios, concentra-se principalmente em Porto Velho, Ji-Para-ná, Rolim de Moura e Ariquemes. A maior parte dos móveis produzidos pela indústria moveleira de Rondônia é destinada ao atendimento da demanda interna.

As melhorias no processo produtivo como a introdução de tecnologia de secagem, tecnologia de produção e novos equipamentos têm capacitado algumas empresas a fornecer para o mercado de São Paulo. Segundo esti-mativas, há um mercado de móveis da ordem de R$ 74,4 milhões anuais na região de Rondônia e de R$ 1,2 bilhões por ano na região do Mercoeste como um todo, mas a participação da indústria estadual ainda é pouco ex-pressiva.

Apesar da crescente aceitação dos móveis do Estado, ainda existe es-

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paço para melhorias, inclusive no mercado local, pois na pesquisa realizada pelo Projeto Mercoeste/SENAI junto aos consumidores do Estado, 4,2% dos entrevistados afirmaram não estar satisfeitos com a oferta deste produto, principalmente em termos de preço e variedade.

Apesar dos grandes avanços feitos por esta cadeia, a mesma ainda não consegue atrair investimentos privados externos, sendo que não exis-tem previsões neste sentido, nem para o elo de madeira, nem para o elo de móveis.

Um fator decisivo para o crescimento do segmento será a melhoria do padrão de acabamento, que já se obtém em várias indústrias, com a conseqüente maior aceitação pelos usuários. Até bem pouco tempo, havia total predomínio na procura por móveis vindos do Sul. Hoje, já é freqüente encontrar-se móveis produzidos na região em diversos estabelecimentos co-merciais em todos os municípios do Estado. A introdução de novas técnicas de produção, acabamento e modernos equipamentos, têm possibilitado a algumas empresas locais fornecerem móveis para outros Estados. No entan-to, o setor também enfrenta sérias dificuldades para manter e expandir suas atividades.

As maiores dificuldades para o segmento são apresentadas a seguir:

– Falta de Capital de giro– Escassez de matéria-prima– Dificuldade de transporte– Qualidade de matéria-prima

A quase totalidade do segmento enfrente sérias dificuldades, com a maior concentração na falta de capital de giro, normal se consideramos o porte das empresas, assim como com matérias-primas, seja pela qualidade ou escassez.

Para superar as deficiências, os empresários também têm recorrido à criatividade, tanto na adequação de equipamentos, como nos processos pro-dutivos e até mesmo ao associativismo.

Os principais produtos da indústria moveleira de Rondônia estão volta-dos para o uso residencial, em pequena escala se produz móveis para escri-tório e instalações especiais para estabelecimentos comerciais e instituições públicas.

b) Conclusões

A indústria moveleira no âmbito nacional atinge, nos grandes centros

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industrializados, níveis de competitividade extremamente elevados e prati-camente imbatíveis por novos centros produtores, em decorrência do maior conhecimento tecnológico, mercadológico e capacidade empresarial.

De outra parte, sendo o Brasil um país de baixo nível de renda, o con-sumo de móveis é mais elevado nos produtos da “linha econômica”, que re-presenta cerca de 95% do total. São produtos que, por sua própria natureza, exigem emprego de alta tecnologia e produção em série.

A restrição mercadológica, aliada à cada vez maior complexidade dos processos fabris empregados e à diversidade de materiais, coloca a indústria de móveis numa posição sui-generis dentro do quadro industrial do país, pois mesmo tendo atingido, nos centros produtores mais importantes, altos níveis de sofisticação, é o único segmento industrial que ainda não foi capaz de ganhar um certificado internacional de qualidade ISO 9000.

Estes argumentos são apresentados para facilitar o entendimento de parte das dificuldades pelas quais vem passando o setor moveleiro no Estado de Rondônia, onde se debatem em concorrência os empresários do segmen-to, sem tradição, com baixa tecnologia e pouco conhecimento mercadológi-co, situados a centenas de quilômetros dos grandes centros consumidores, enquanto que a casta deste tipo de indústria se concentra em uma escassa centena de fabricantes radicados nos estados do Sul do país, próximos dos grandes centros consumidores e dos fabricantes de peças metálicas, elemen-tos decorativos e revestimentos, que facilitam o desenvolvimento conjunto de novos produtos com grande competitividade.

Ultimamente o setor moveleiro rondoniense vem buscando evoluir tan-to na direção de seus investimentos quanto na absorção dessas tecnologias de produção sem, no entanto, atingir patamares compatíveis com o setor em nível nacional, o que restringe sua atuação quase exclusivamente ao merca-do local sem, entretanto abastecê-lo e, eventualmente, a algumas parcerias com indústrias do Sul/Sudeste.

A questão da qualidade da madeira, especialmente no tocante aos seus tratos e teor de umidade, está longe de ser superada e se restringe a um número pequeno de empresas de médio porte. Ainda assim, mesmo nestes casos, o produto final está longe dos padrões nacionais.

É bem verdade que ainda existem alguns nichos de mercado menos exigentes no tocante a qualidade ou preço, ou que ainda valorizam o móvel de madeira maciça de altos preços, o que tem permitido a sobrevivência das indústrias locais.

Pesquisas realizadas em Rondônia e Manaus, junto aos revendedores de móveis mostraram a grande presença desse produto fabricado no sul do país e a forte recusa em trabalhar com produtos fabricados na região. As razões alegadas vão da falta de design atualizado à não fabricação em série,

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253

aos preços não competitivos por se tratar de móveis maciços com custos de produção mais elevados até a qualidade inferior no acabamento e a incapaci-dade de fornecimento regular.

Lembrando que o maior consumo do mercado nacional de móveis está voltado para a linha popular, verifica-se que a indústria moveleira de Ron-dônia incide em dois erros: por um lado, está voltada para o atendimento apenas da fatia minoritária do mercado que requer móveis de madeira maciça (5%), faltando-lhe contudo qualidade de acabamento; e por outro, atende mal o grande mercado de móveis populares. E ainda, mesmo neste mercado mais reduzido, no próprio Estado, a participação do móvel de fabricação local não chega a 30%.

Apesar de todos os fatores intervenientes que impedem um melhor desempenho da indústria moveleira, pelo que se pode observar, o segmento apresenta tendências positivas para ampliar sua participação na economia regional, com potencialidade de expandir cada vez mais sua participação no mercado.

Um fato relevante que pode auxiliar em muito o desempenho do setor moveleiro, é a implementação do PSI – Programa Setorial Integrado, desen-volvido com aporte de recursos da APEX e do SEBRAE, com apoio do SENAI, cujo objetivo principal é promover a inserção do micro e pequeno empresário do ramo madeiro/moveleiro no competitivo mercado internacional, através da capacitação técnica e gerencial, melhoria dos processos produtivos visando melhorar a qualidade dos produtos, além de prospecção de novos mercados consumidores

4.2.1 Considerações Finais

A interpretação dos dados obtidos na pesquisa por amostragem reali-zada pelo Mercoeste/SENAI, com base nas potencialidades existentes, per-mitiu identificar as questões mais relevantes para o setor moveleiro, como segue:

- Abundância de recursos naturais na região;- Existência de mão-de-obra de baixo custo;- Mercado regional em expansão;- Mercado internacional favorável;- Bom desenvolvimento da indústria de laminados e compensados;- Crescimento da taxa de agregação de valor da cadeia.

Em contrapartida, também foram identificados os fatores restritivos para o setor, como segue:

- Produção em pequena escala e sob encomenda, de forma artesa-

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254

nal;- Pouco design nos projetos de produtos;- Inexistência de marcas regionais fortes;- Deficiências nos canais de comercialização;- Baixos volumes de produção, com dificuldades em competição em

preço;- Carência de fornecedores especializados em partes e componen-

tes;- Deficiências de mão-de-obra e de procedimento prejudicam a quali-

ficação dos processos e dos produtos da cadeia;- Falta pesquisa para a exploração de espécies diferenciadas de ma-

deira;- Inexistência de certificação ambiental;- Dificuldades dos pequenos fornecedores locais em competirem com

preço e qualidade;- Elevada idade média dos equipamentos utilizados;- Baixos investimentos em treinamento;- Deficiências gerenciais;- Deficiências do sistema de informações competitivas;- Deficiências do sistema de pesquisa e inovação tecnológica;- Baixo nível de utilização média da capacidade instalada.

A partir da análise dos dados é possível definir algumas alternativas para o fortalecimento do setor, criando oportunidades, através de:

- Consórcios de exportação de artefatos de madeira;- Parcerias para a adoção da certificação ambiental;- Parcerias com a cadeia de construção civil, com o aumento da pro-

dução de esquadrias;- Parceria para a qualificação da mão-de-obra;- Parcerias para a pesquisa e desenvolvimento de espécies diferencia-

das de madeira;- Parcerias para intensificação do reflorestamento;- Parcerias para a criação de marcas regionais;- Parcerias para a criação de uma estrutura de apoio ao “design” na

cadeia;- Parcerias para a produção integrada, diminuindo a verticalização

das empresas, e aumentando a sua especialização e a sua escala de operação;

- Formação de parcerias para a melhoria da sua função de comercia-lização.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

255

4.3 – Indústria de Produtos Alimentícios

a) Situação Atual

Ocupando uma relevante posição no contexto econômico de Rondônia, a indústria de produtos alimentícios ocupa hoje o segundo lugar no “ranking” do setor industrial, com 807 indústrias, correspondente a 22,51% de todo o parque industrial do Estado. Tal importância se deve à estratégica função de suprimento e abastecimento internos e pela crescente participação na substituição das importações de produtos similares destinados ao consumo, tradicionalmente processados em outros Estados, principalmente do Sudeste do país.

A taxa de crescimento do grupo de indústria alimentícia é expressa pelos seguintes números: em 1989 existia 455 empresas desse segmento, em 1994 este número chegou a 792 e, em 1997, a 937 indústrias. Os da-dos obtidos em 2002 indicam uma redução de 13,87% em relação a 1997. Contudo, esta diminuição não representa queda efetiva do segmento, posto que no cômputo das indústrias em 1997 estavam computadas as empresas informais, não incluídas no presente levantamento.

Das atividades que compõem o segmento, predominam as apresenta-das no quadro seguinte:

Composição das Principais Atividades Industriais do Setor Alimentício - 2002

Segmento Atividade IndustrialNº

de Indús-trias

Participação(%)No Segmento No Setor

Indústria Alimentícia

- Frigoríficos e abatedouros;- Produtos de lacticínios e preparação do leite;

- Beneficiamento, torrefação e moa-gem de cereais:

- Produtos de padaria, confeitaria e massas alimentícias;

- Fabricação de sorvetes;- Outras indústrias alimentícias

60

71

294

19848

136

7,43

8,80

36,43

24,545,95

16,85

1,67

1,98

8,20

5,521,343,80

TOTAL 807 100% 22,51%Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

Verifica-se que as atividades de beneficiamento de cereais e fabrica-ção de produtos de panificação correspondem a 60,97% das indústrias do segmento.

Já o quadro seguinte mostra a participação do segmento de produtos alimentícios nos principais municípios do Estado:

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256

Indústria Alimentícia – Ocorrência nos Principais Municípios – 2002

MunicípiosIndústria de

ProdutosAlimentícios

Nº deIndústria do Município

Part. % so-bre Total do Segmento

Part. % sobre nº de Indústria do

Município

Part. %sobre Total

GeralPorto Velho 148 822 18,34 18,00 4,13Ji-Paraná 69 365 8,55 18,90 1,92Ariquemes 40 258 4,95 15,50 1,11Vilhena 46 216 5,70 21,30 1,28Rolim de Moura 29 154 3,60 18,83 0,81Jaru 48 152 5,95 31,58 1,34Cacoal 45 207 5,58 21,74 1,26Ouro Preto 22 98 2,73 22,45 0,61Pimenta Bueno 31 153 3,84 20,26 0,87Demais Municípios 329 1.160 40,77 28,36 9,18TOTAL 807 3.585 100 22,20

Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

A maior concentração de indústrias de produtos alimentícios ocorre nos municípios de Porto Velho, Ji-Paraná, Jaru, Vilhena e Cacoal.

As principais matérias-primas do segmento de alimentos são: arroz em casca, açúcar, café, feijão, milho, sal, trigo, óleo vegetal, leite natural, ovos, fermento, gado bovino, suíno, embutidos e conservas, frutas cítricas e pal-mito, manteiga, embalagens e sacarias.

Os principais produtos identificados da indústria alimentícia são os seguintes:

- Bolos e doces - Pão de queijo- Cacau beneficiado - Polpa de fruta- Carne bovina - Queijos- Carne suína - Salgados- Café - Pães- Feijão - Palmito em conserva- Milho - Rações p/animais- Fubá de milho - Leite pasteurizado- Manteiga - Leite ”Longa Vida”- Palmito - Arroz

O segmento alimentício é responsável pela geração de mais de 8.000 empregos diretos e detém uma taxa de ocupação de 10 operários por indús-tria.

No concernente à classificação pelo porte, as indústrias do segmento mantêm o mesmo comportamento das demais, tendo sua maior concentra-ção de micro-indústrias, da ordem de 82%.

As maiores dificuldades da atividade industrial alimentícia são lista-das abaixo:

– Falta de Capital de giro

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257

– Dificuldade de transporte– Escassez de matéria-prima– Qualidade de matéria-prima b) Beneficiamento de Cereais e Grãos

A aptidão essencialmente agrícola, característica do Estado, justifica a participação de um maior número de indústrias na área de beneficiamento de cereais. Em 1994 a atividade contava com 451 indústrias, corresponden-do a 57% do total de empresas do segmento de alimentação. Em 1997, a atividade aparece com 452 empresas, equivalente a 48,24% do total. Em 2002, a participação sobre o total de indústria do segmento foi de 36,46%. Mesmo assim, a atividade ainda deixa a desejar ao atendimento da demanda de consumo, especialmente no que se refere à qualidade. Considere-se que o Estado é grande produtor de arroz, porém exporta o que produz e importa o que consome na sua quase totalidade.

Este é, portanto, um segmento que carece de modernização nas suas plantas fabris, hoje constituídas de máquinas obsoletas, que não respondem às exigências de qualidade e produtividade.

A produção de cacau e café, mesmo ocorrendo em considerável volu-me, nas últimas safras, não tem despertado maior interesse do empresariado na aplicação de novos investimentos para sua industrialização, talvez pela própria conjuntura de preços de mercado nacional e internacional.

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Outros grãos, como o milho e o feijão, não sofrem basicamente ne-nhum processo de industrialização, exceção a pequeno volume do milho, na fabricação de fubá e quirela.

c) Fruticultura

A atividade industrial voltada ao aproveitamento dos frutos regionais ainda é muito incipiente em Rondônia, visto que a maioria dos produtos in-dustrializados são oriundos de várias outras regiões do país. Bem pouco se produz no Estado, limitando-se a produção caseira de doces e sucos e, em maior escala, contudo ainda de forma artesanal, verifica-se a produção de polpas de frutas como cupuaçu, acerola, cacau, açaí e maracujá.

Alguns fatores têm influenciado negativamente na expansão desta ati-vidade, pois sua industrialização exige condições especiais de congelamento, armazenagem e transporte, o que em muitos casos torna-se inviável. Desta forma, faz-se necessário desenvolver um processo de industrialização não só para o mercado estadual, que sem dúvida é o principal consumidor, como também para atender a outros Estados.

O beneficiamento da polpa de frutas regionais tem sua importância pelos seguintes fatores:

• agregar valor à matéria-prima regional;

• estimular os produtores rurais ao aumento do cultivo, uma vez que haverá mercado para sua safra;

• permitir que a população possa consumir estes produtos durante todo o ano a preços acessíveis, e não apenas na safra;

• estimular o surgimento de novas agro-indústrias e de mais áreas plantadas, num crescimento verdadeiramente integrado, inclusive com as empresas fornecendo mudas e sementes adequadas aos produtores rurais, podendo assim adquirir posteriormente um in-sumo seguro e de qualidade. Esta prática já acontece em alguns municípios do Estado, mas ainda de maneira incipiente.

d) Indústria de Laticínios

Conforme já informado no capítulo 14 o governo do Estado, no final da década de 70, instalou dois laticínios no Estado, um deles em Porto Velho e o outro em Ouro Preto d’ Oeste, produzindo inicialmente leite in natura, e após queijo e manteiga. Hoje são 71 laticínios no Estado, voltados principal-mente para a produção de leite pasteurizado e queijos, estando um destes produzindo leite longa vida. Estas empresas representavam em 1998 cerca

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259

de 7,8% daquelas empresas cadastradas para este elo da cadeia no Merco-este, empregando 1.600 pessoas diretamente, o que representava mais de 13,8% da mão-de-obra ocupada, atestando que as empresas estaduais são de maior porte do que suas concorrentes regionais.

A atividade leiteira de Rondônia é considerada de baixa produtividade, 870 kg por lactação, porém, superior a todos os estados da região Norte. Mesmo com volumes de produção de leite elevados em comparação com o consumo interno do Estado, há uma ociosidade da indústria de laticínios da ordem de 50%.

A cadeia produtiva consegue atender uma boa parcela do mercado es-tadual, estimado em R$ 82,9 milhões por ano. Com o aumento da produção, a cadeia estadual pode começar a exportar parte da sua produção, atingindo outros mercados no território nacional, sendo que somente em termos de Mercoeste, o potencial de mercado estimado é de R$ 1,3 bilhão por ano.

A produção de laticínios tem se constituído como uma atividade em franco crescimento, impulsionada pela rápida expansão da pecuária em todo o Estado. Atualmente o rebanho bovino do Estado é da ordem de mais de 8,8 milhões de cabeças e, deste total, 2,5 milhões correspondem a gado com aptidão leiteira.

e) Indústria de Panificação

A indústria de panificação e seus correlatos, por se tratar de produtos de consumo massificado, está presente em todos os municípios e, numeri-camente, ocupa posição de destaque no ramo de alimentação. No entanto, na sua grande maioria é composta por micro empresas, utilizando-se de equi-pamentos simplificados e, em muitos casos, em instalações inadequadas, considerando-se as condições sanitárias mínimas exigidas pelas instituições de saúde pública.

Em 1994, segundo os levantamentos do Perfil Industrial da FIERO, existiam 161 estabelecimentos industriais de panificação, o que representa-va uma participação de 20% do total de indústrias do ramo alimentício. Em 1997, verificou-se a existência de 283 indústrias, equivalente a 30,20% do segmento. Em 2002, com um total de 198 estabelecimentos, esta partici-pação em relação ao próprio segmento foi da ordem de 24,54%. A redução verificada tem como causa a exclusão das indústrias informais e reagrupa-mento de atividades em outras indústrias.

f) Frigoríficos e Abatedouros

Em decorrência da expansão da pecuária em Rondônia, em particular

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

260

do rebanho bovino, a produção de carne de gado já atingiu patamares de auto-suficiência e os frigoríficos em operação se voltaram para a exporta-ção, sendo São Paulo e Manaus os principais mercados compradores. Estes produtos, por sua importância relativa na pauta de produtos exportados por Rondônia, merecem uma análise mais detalhada de sua oferta, por se apre-sentarem como os de maior potencial de resposta imediata ao atendimento de eventuais demandas de comercialização externa. A indústria de abate de bovinos em Rondônia é constituída por oito frigoríficos localizados em Porto Velho, Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná, Rolim de Moura, Vilhena, Candeias e Jaru. Todos se encontram regularizados junto ao Serviço de Inspeção Federal - SIF e, portanto, aptos a comercializarem com outros Estados e alguns com o exterior.

Dos abatedouros, três pos-suem capacidade de abate de 1.000 bois/dia, operando, no en-tanto, com apenas 50% de sua capacidade instalada e trabalhan-do em média cinco dias por sema-na, e destinam a maior parte de seus produtos para mercados de outros estados. Dentro do próprio segmento se verifica a existência de atividades diversificadas atra-vés do aproveitamento de resíduos (sebo, ossos, vísceras, sangue), especialmente na fabricação de sabão, farinha de osso e carne, e também da carne, em subprodutos como mortadela, salames, entre outros.

Com esse perfil a pecuária consegue atender todo o merca-do potencial de carnes no Estado, estimado em 2002 em mais de R$ 60 milhões ano. Mas, somente agora começa a atuar um pouco mais no mercado nacional, onde somente o potencial de mercado do Mercoeste é estimado em R$ 1,2 bilhão por ano.

Atualmente o rebanho bovino conta com mais de 9,0 milhões de cabe-ças. Considerando-se um desfrute de 15% sobre o total do rebanho bovino, há uma disponibilidade de 1,3 milhões de cabeças de gado por ano. Deste total, 1,03 milhões de cabeças são destinadas ao abate nos frigoríficos, e as

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261

demais 270.000 cabeças se destinam ao abate em pequenos abatedouros e ao comércio de gado em pé para fora do Estado.

Os oito frigoríficos, funcionando a plena carga, seriam capazes de abater todo o gado produzido. Já o couro proveniente destas 1,3 milhão de cabeças abatidas anualmente, poderá ser destinado aos poucos curtumes existentes no Estado, ou preliminarmente salgado para ser beneficiado fora do Estado. Em 1998, o Estado contava com apenas três curtumes, o que re-presentava apenas 3% das empresas neste elo existente no Mercoeste. Con-tudo, desde 1998 mais três curtumes se instalaram no Estado, o que deve reverter esta exportação, maciça, de peles ainda sem um maior beneficia-mento. Contudo, os curtumes existentes ainda beneficiam o couro somente até o seu estágio ‘wet blue”, sem realizar o seu acabamento, que é feito em outros curtumes, localizados próximos de pólos calçadistas no sudeste e no sul do país, pois em 1998 o Estado não contava com nenhuma empresa de calçados, apesar de contar com cerca de 80 empresas cadastradas para o elo de comércio de calçados, o que demonstra o potencial do mercado regional fornecedor de matéria prima.

Isto faz com que as vantagens provenientes da industrialização do couro como subproduto sejam evidentes, pois os valores de faturamento crescem muito em função do grau de industrialização da matéria-prima.

Além das vantagens econômicas e sociais claras, de acordo com o sin-dicato estadual, um curtume que produza mil couros acabados por dia, para calçados, por exemplo, emprega mais 8.500 pessoas.

g) Conclusões

O segmento de produtos alimentícios, em que pese suas funções es-peciais de abastecimento dos diversos mercados e, considerando sua carac-terística diferenciada pela estreita relação que mantém com os fornecedores primários, bem como sua decisiva influência na oferta de alimentos, ainda não foi alvo de maior atenção governamental.

Apoiada nas atividades agrícolas e pecuárias, em franco processo de crescimento, a agroindústria desponta ao lado da indústria da madeira como a principal atividade secundária de Rondônia. Entretanto, por ser um setor potencialmente diversificado em termos de atividades, produtos e subprodu-tos, sua atual estrutura ainda é insuficiente para processar toda a produção primária do Estado, além de ter necessidade urgente de ampliar os níveis de beneficiamento de suas matérias-primas.

A atividade de industrialização do palmito possui excelentes perspec-tivas de mercado, sobretudo o externo, requer também alguns cuidados, mesmo considerando a simplicidade do processo de produção. No Estado

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262

existem nove indústrias que beneficiam o palmito, mas encontram dificulda-des para alcançar o mercado externo, ainda que a qualidade de seus produ-tos seja reconhecida.

Para tanto, a união de produtores de matéria-prima e de industriais é imprescindível, não só para alcançar maiores quantidades que viabilizem a comercialização com o exterior, bem como atingir um padrão de qualidade exigido por aqueles mercados.

Nesse sentido, em complemento às atividades bem desenvolvidas no Estado nas cadeias produtivas do Leite, da carne e seus derivados, a consoli-dação de uma política agrícola eficaz torna-se decisiva para o futuro do setor. Por outro lado, a obtenção de ganhos em termos de qualidade e de competi-tividade dos produtos locais torna-se meta primordial a ser perseguida pelos empresários. De qualquer maneira, não se pode esperar uma maior produção e modernização do segmento, sem que haja uma política de desenvolvimen-to estadual que contemple incentivo fiscal e financeiro através de linhas de crédito para o setor.

4.4 – Indústria de Confecções

a) Situação Atual

Até recentemente, Rondônia importava de outros estados brasileiros quase todos os produtos industrializados para consumo interno, incluídos produtos alimentícios, calçados, confecções e muitos outros, além, natural-mente, dos eletro-eletrônicos.

A fabricação de confecções no Estado começou a dar seu primeiro sinal de vitalidade a partir do final dos anos 80. Em 1989, conforme dados do Cadastro Industrial da FIERO, já contava com 29 indústrias. O segmento apresentou um excelente desempenho nos anos seguintes, tendo alcançado, em 1994, o total de 141 empresas, correspondendo a um incremento de 386,21%, em relação a 1989.

Considerando os resultados obtidos em 1997, onde o segmento apa-rece com 216 indústrias, evidenciou-se mais uma vez a tendência de cres-cimento. Se comparados os resultados de 1989 e 1997 - um período de oito anos - constata-se que houve um crescimento de 645%. Quando com-parado o resultado alcançado em 2002 (189), no entanto, verifica-se que houve uma redução de 12,50% no número de estabelecimentos em relação a 1997. Contudo, parte desta diferença se deve ao fato de que no levanta-mento realizado em 1997 foram incluídas também as indústrias informais, o que não ocorreu em 2002.

A composição do segmento de confecções em suas principais ativi-

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

263

dades está demonstrada no quadro abaixo:

Composição das Atividades do Segmento de Confecções - Ano 2002

Segmento Atividade Industrial Nº de Indústrias

Participação(%)No Segmento No Setor

Indústriade confecção

Confecções de roupas e peças do vestiário;Confecções de roupas profissionais;Outras indústrias de confecções

108

2358

57,14

12,1730,69

3,01

0,641,62

TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 189 100 5,27Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN.

A indústria de confecções em Rondônia, em seu estágio atual, está voltada para fabricação de peças de vestuário, uniformes e roupas profissio-nais.

A distribuição espacial das indústrias de confecções por município está apresentada conforme quadro seguinte:

Distribuição das Indústrias de Confecção por Principais Municípios – 2002

Município Indústria de Confecções

Total de Ind. nos

Municípios

Part. % sobre nº de Indústrias do Segmento

Part. % sobre Ind.

do Município

Part. % sobre Total

GeralPorto Velho 50 822 26,46 6,08 1,39Ji-Paraná 22 365 11,64 6,02 0,61Ariquemes 08 258 4,23 3,10 0,22Vilhena 10 216 5,29 4,63 0,29Jaru 05 154 2,65 3,25 0,14Cacoal 22 152 11,64 14,47 0,61Rolim de Moura 09 207 4,76 4,35 0,25Pimenta Bueno 13 98 6,88 13,27 0,36Ouro Preto d’Oeste 06 153 3,17 3,92 0,17Demais Municípios 44 1.160 23,28 3,79 1,23TOTAL 189 3.585 100 - 5,27

Fonte: Banco de Dados FIERO/SFIN

Acompanhando a tendência dos demais segmentos, constata-se mais uma vez que a concentração de maior número de indústrias do ramo de con-fecções ocorre nos municípios de Porto Velho, Ji-Paraná, Cacoal, e Pimenta Bueno.

Observa-se que, apesar do nível de crescimento alcançado nos últimos anos, a participação da indústria de confecções no total geral do Estado ain-da é muito pequena, da ordem de 5,75%.

As principais matérias-primas utilizadas são originadas de outros es-tados, porém, em sua maioria, adquiridas através do mercado atacadista e distribuidor local. As compras diretamente da fábrica se limitam a um peque-

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

264

no número de indústrias de maior porte. Dentre as matérias-primas desta-cam-se: tecidos, aviamentos, elásticos, etiquetas, linhas, rendas, malhas de algodão, cotton e aviamentos diversos.

Quando analisado o segmento conforme a classificação pelo porte das empresas, constata-se que 89% é constituído de micro e 11% de pequeno e médio portes. A produção do segmento, na sua quase totalidade, se destina ao mercado do próprio Estado, com pequena parcela colocada nos mercados de Manaus e Rio Branco.

A despeito de se apresentar como um setor em franco crescimento, o ramo de confecções também enfrenta sérias dificuldades impostas pela própria situação da economia nacional, além dos problemas regionais, como alternativas de mercado, competitividade com outros estados e falta de re-cursos para investimento nos negócios.

As principais dificuldades enfrentadas pelo segmento são:- Falta de capital de giro- Falta de mão de obra especializada- Escassez de matéria-prima- Qualidade da matéria-prima

A dificuldade de obtenção de crédito para capital de giro tem sido uma constante em todos os demais segmentos.

Os principais produtos da indústria de confecções estão voltados a peças do vestuário, roupas profissionais e uniformes escolares.

A indústria de confecção é responsável pela geração de 945 empregos diretos e tem uma taxa de ocupação da ordem de cinco operários por empre-sa, uma das mais baixas de todos os segmentos.

b) Conclusões

Pelo que se observou no diagnóstico do segmento, sobretudo a partir da análise da evolução na última década, pode-se concluir que a indústria de confecções desponta como importante alternativa de investimentos. A de-manda por produtos é considerável, tendo em vista a localização estratégica de Rondônia em relação aos estados do Acre, Amazonas e ainda a proximida-de com Bolívia e Peru, ensejando oportunidade de exportação do excedente da produção. Portanto, firma-se a convicção de que a indústria de confec-ções tem enorme potencial para crescimento, contudo não há demonstração de maior interesse na expansão de suas atividades.

Por outro lado, o segmento enfrenta algumas dificuldades que preci-sam ser equacionadas, como linhas de crédito, melhoria da qualidade, intro-dução de novas tecnologias, design e mão-de-obra especializada.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

265

Há uma boa fatia de mercado nas áreas de uniformes escolares e pro-fissionais, além de confecções de roupas em geral.

4.5 – Indústrias de Minerais Não Metálicos a) Situação Atual

A industria de produtos de origem mineral não metálico assume papel importante por ser complementar às atividades de construção e está disse-minada em todo Estado.

Compõem este segmento as indústrias ligadas às atividades de fabri-cação de telhas, tijolos, artefatos de cimento, britamento e aparelhagem de pedras e produtos diversos, conforme demonstrado no quadro abaixo:

Composição do Segmento de Indústria de Minerais Não Metálicos - Ano 2002

Segmento Atividade Industrial Nº deIndústrias

Participação %No Segmento No Total

– Indústria Cerâmica

- Artefatos de cerâmica (tijolo, telha..); 60 34,48 1,67- Outras indústrias cerâmicas; 34 19,54 0,95- Extração de areia e cascalho; 37 21,26 1,03

– Indústria Extrativa de Mineral não Metálico

- Extração e britamento de pedras; 13 7,48 0,36

- Outras indústrias de mineral não metálico 30 17,24 0,84

TOTAL DA ATIVIDADE 174 100 4,85Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

A atividade mais representativa no segmento é a fabricação de artefa-tos de cerâmica, seguido da extração de areia e cascalho.

São 174 empresas ligadas às atividades de produção de artefatos ce-râmicos e extração de minerais não metálicos, que corresponde a 4,85% do total geral de indústrias do Estado, cuja distribuição por município ocorre da seguinte forma:

Distribuição das Indústrias de Produtos não Metálicos – Principais Municípios – 2002

MunicípioIndústrias

de Produtos não Metálicos

Nº deIndústrias do

Município

Part. % sobre total do

Segmento

Part. % sobre nº de Ind. do

Município

Part. % sobre

Total GeralPorto Velho 47 822 27,02 5,72 1,31Ji-Paraná 17 365 9,78 4,66 0,47Ariquemes 11 258 6,32 4,26 0,31Vilhena 18 216 10,34 8,33 0,50Jaru 7 152 4,02 4,60 0,20Cacoal 11 207 6,32 5,31 0,31

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

266

Rolim de Moura 7 154 4,02 4,55 0,20Pimenta Bueno 9 153 5,17 5,88 0,25Ouro Preto do Oeste 4 98 2,30 4,08 0,11Demais Municípios 43 1.160 24,71 3,71 1,20TOTAL 174 3.585 100 - 4,86

Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

Observa-se que a maior concentração de indústrias do segmento ocor-re nos municípios de Porto Velho, Vilhena, Ji-Paraná e Ariquemes.

As principais matérias-primas do segmento de minerais não metálicos são: argamassa, areia, barro, brita, cimento, fibra de vidro, granito, pedras decorativas, pó de mármore, mármore, vidro, resina de poliéster e gesso. Encontra-se em operação uma grande indústria de beneficiamento de granito no município de Ji-Paraná, que atende ao mercado local, nacional e destina parte sua produção para exportação.

Com base nas informações colhidas diretamente junto às empresas do segmento, foi possível identificar e quantificar os principais produtos, confor-me detalhado no quadro seguinte.

- Artigos de cimento - Pias em granito- Caixas d’água - Pias em mármore- Caixas p/ ar condicionado - Telhas- Manilhas - Tijolos- Tubos de concreto - Postes de concreto- Lajes pré-moldadas - Brita, areia. cascalho- Granito p/ revestimento

As principais dificuldades apontadas pelo segmento são: capital de giro, transporte e mão-de-obra especializada.

b) Conclusões

Conforme os dados levantados, percebe-se que o segmento das indús-trias de produtos não metálicos também tem apresentado um significativo crescimento na última década, apesar da crise econômica que reduziu os in-vestimentos em obras de construção civil, um dos grandes consumidores de produtos do segmento. Tem assumido importante participação na geração de emprego e renda, proporcionalmente ao número de empresas. Desponta tam-bém com potencialidades para expandir o mercado, para atender os estados do Acre e Amazonas e até os países vizinhos, principalmente com produtos da indústria cerâmica. Neste particular, faz-se necessário investir em qualida-de e diversificação de produtos, como pisos e revestimentos.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

267

4.6 – Indústrias de Produtos Metálicos

a) Situação Atual

A indústria de produtos metálicos teve um grande impulso na época de grande atividade do garimpo de ouro do rio Madeira, nos anos 80, tendo em vista a fabricação de balsas e outros equipamentos. No entanto, com a drástica redução da garimpagem de ouro, muitas indústrias encerraram suas atividades.

As principais atividades que compõe o segmento são: serralharia, fa-bricação de estruturas metálicas, artefatos de ferro e aço e estamparia, com um total de 154 indústrias, conforme detalhamento a seguir:

Composição das Principais Atividades dos Produtos Metálicos – 2002

Segmento Atividade Industrial Nº deIndustrias

Participação (%)No Segmento No Setor

Indústria deProdutosMetálicos

Esquadrias e artefatos de serralherias;Estruturas metálicas;Outras indústrias de produ-tos metálicos.

8823

43

57,1414,94

27,92

2,450,64

1,20TOTAL 154 100 4,29

Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

A atividade predominante no segmento de produtos metálicos está voltada para a indústria de esquadrias, estruturas metálicas e artigos de ser-ralherias em geral.

O quadro a seguir apresenta a distribuição das indústrias do segmento nos principais municípios e sua participação no contexto local e estadual.

Distribuição das Indústrias de Produtos Metálicos - Principais Municípios – 2002

MunicípioNº de Indústrias

de ProdutosMetálicos

Nº deIndústrias

no Município

Part. % sobre totaldo Segui-

mento

Part. % do Seg. sobre nº de Ind. do Municípios

Part.sobre oTotal

Porto Velho 47 822 30,52 5,72 1,31Ji-Paraná 11 365 7,14 3,01 0,31Ariquemes 17 258 11,04 6,60 0,47Vilhena 18 216 11,69 8,33 0,50Rolim de Moura 4 154 2,60 0,26 0,11Jaru 7 152 4,55 4,60 0,20Cacoal 7 207 4,55 3,38 0,20Ouro Preto d’ Oeste 11 98 7,14 11,22 0,31Pimenta Bueno 09 153 5,84 5,88 0,25Demais Municípios 23 1.160 14,93 1,98 0,64TOTAL 154 3.585 100 - 4,30

Fonte: Banco de Dados do Cadastro Industrial 97 - FIERO

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

268

Conclui-se que as indústrias de produtos metálicos representam 4,30% do total de empresas industriais do Estado. Observa-se que a maior representatividade, tanto em relação ao total do segmento quanto ao total de indústrias, ocorre nos municípios de Porto Velho, Vilhena, Ariquemes, Ji-Paraná.

O segmento é responsável pela geração de 924 empregos diretos e mantém uma taxa de ocupação de mão-de-obra de seis operários por indús-tria. Quanto ao porte, as empresas do segmento estão assim distribuídas: 93% micro, 5% pequeno e 2% de médio porte. Quando indagadas sobre as principais dificuldades do segmento, a situação se apresenta conforme se segue:

- Capital de giro- Elevado custo de matéria-prima- Dificuldade de transporte- Qualidade de matéria-prima

Portanto, a maioria das indústrias do segmento enfrenta algum tipo de dificuldade, tendo a falta de capital de giro a maior concentração, seguida de matéria-prima, especialmente pela dificuldade de obtenção e do monopólio no fornecimento.

As principais matérias-primas dos produtos metálicos são: aço, barra de ferro, cantoneira de ferro, chapa de aço inox, chapa de alumínio, chapa de ferro, cobre, disco de corte, disco de lixadeira, eletrodos, ferro tubular, lixas, massa plástica, metal trefilado, metalon, solda de oxigênio, solda elétrica, tiner, tubo de alumínio, tubo de ferro, tubo galvanizado, zarcão e estanho.

Os principais produtos da indústria de produtos metálicos, estão lista-dos abaixo:

- Estruturas de forro em ferro - Artefatos de ferro e aço- Estruturas metálica - Churrasqueiras- Grades - Letreiros luminosos- Janelas - Lixeiras- Portas - Torres- Portões - Toldos- Tanques em ferro - Batentes em ferro- Telas em ferro

O estanho, em particular, extraído da cassiterita, minério que existe em grande quantidade no Estado, atualmente tem sua exploração bastante reduzida, quando comparado a 1996, com produção de 13.620t. Naquele ano, Rondônia despontava como o segundo maior produtor do minério no país. Foram desativadas três usinas de processamento de estanho, duas em Porto Velho e uma em Candeias do Jamari. Atualmente existem duas

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

269

siderúrgicas que produzem estanho, sediadas em Ariquemes, que processam 5.160 t/ano de cassiterita para obter 3.000 t/ano do produto. Verifica-se que o rendimento, ou índice de aproveitamento, é de 0,58%. Estas empresas consome 9.000 MWH/ano de energia elétrica e destinam 70% de sua pro-dução para o Estado do Rio de Janeiro e 30% para São Paulo. Têm plenas condições de duplicar sua produção, contudo reclamam da falta de incenti-vos, sobretudo no que se refere à energia elétrica que representa um elevado custo no processo produtivo.

b) Conclusões

Dos estudos apresentados sobre o segmento de produtos metálicos, observa-se que houve um desaquecimento em função da quase paralisação do garimpo de ouro do rio Madeira, que utilizava balsas e dragas em larga escala, bem como a diminuição da atividade da construção civil, onde o segmento é responsável pela montagem de estruturas metálicas. Contudo, pela sua participação em vários produtos de uso geral, o segmento vem se mantendo com bom desempenho, distribuído em quase todos os municípios, mesmo tendo uma grande concentração de micro-indústrias. Carece igual-mente de incentivos, sobretudo para estimular a saída da informalidade de muitas indústrias do ramo.

A participação do estanho no segmento poderia ser muito mais repre-sentativa caso houvesse uma política de incentivos específica. Apesar da grande produção de cassiterita em Rondônia menos de 30 % é processada no Estado, seguindo a parte restante para ser usinada em outros estados. A principal dificuldade de viabilizar a usinagem em Rondônia é o elevado custo de energia elétrica, que é mais cara do que em outros estados.

4.7 - A Construção Civil em Rondônia

A cadeia da construção civil é uma das mais importantes do Estado. Esta conta com cerca de 140 empresas de médio porte, 300 pequenas e 142 micro empresas. Os principais mercados são Porto Velho (15%), Ji-Paraná (15%), Cacoal (10%) e Vilhena (10%).

Quanto ao tipo de construção, 90% são obras públicas, abrangendo a construção pesada e construção predial, e 10% são construções próprias e incorporações. Este se constitui num dos grandes problemas desta cadeia: a extrema dependência em relação ao poder público.

Grande parte dos materiais com maior valor agregado vêm de fora do Estado, como é o caso dos revestimentos (Sul), material elétrico (SP e RJ), produtos metal-mecânicos (SP), químicos (SP e RJ), cimento e ferro (AM e

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

270

MT). Há fornecedores locais de areia, tijolo, brita, e telhas cerâmicas. Em 1998 o Estado contava com 41 empresas no segmento de fabrica-

ção de produtos cerâmicos para uso estrutural (tijolo). Já no elo de indústrias cerâmicas para usos diversos (revestimento) existiam 14 empresas, repre-sentando 13,3% das empresas existentes no Mercoeste, demonstrando de forma clara que este é um elo com bom potencial de desenvolvimento no Estado. Contudo, a fabricação de produtos cerâmicos refratários ainda conta com poucas empresas, sendo que em 1998 existiam apenas seis, o que re-presentava apenas 7,4% das empresas existentes no Mercoeste.

Distribuição de Indústrias de Construção - Principais Municípios – 2002

MunicípioIndústrias

Construção Civil

Nº de In-dústrias do Município

Part. % sobre Total do Seg-

mento

Part. % do nº sobre Ind. do

Município

Part. %sobre Total

GeralAriquemes 21 258 3,61 8,14 0,59Cacoal 30 207 5,15 14,50 0,84Jaru 24 152 4,12 15,79 0,67Ji-Paraná 54 365 9,28 14,80 1,51Ouro Preto D’Oeste 13 98 2,23 13,26 0,36Pimenta Bueno 17 153 2,92 11,11 0,48Porto Velho 250 822 42,96 30,41 6,97Rolim de Moura 22 154 3,79 10,19 0,61Vilhena 23 216 3,95 10,65 0,64Demais Municípios 128 1.160 21,99 11.03 3,56TOTAL 582 3.585 100 - 16,23

Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

A principal ocorrência de empresas da área da construção, em termos quantitativo, verifica-se nos municípios de Porto Velho, Ji-Paraná e Cacoal.

No tocante a esquadrias de madeira, a cadeia estadual possui grande concentração de empresas, principalmente a partir da integração com seu grande pólo madeireiro, sendo que em 1998 existiam 38 empresas, repre-sentando mais de 21,6% das empresas existentes no Mercoeste e empre-gando quase 15,6% da mão-de-obra ocupada na região como um todo, o que demonstra que apesar de numerosas, as empresas estaduais são de menor porte relativo do que suas contrapartes regionais.

A fabricação de esquadrias de metal também conta com razoável desenvolvimento, apresentando 22 empresas formais, o que representava 9,1% das empresas existentes no Mercoeste para este elo.

Há, no Estado, uma grande deficiência nos elos de apoio técnico, como por exemplo em projetos e cálculos estruturais, por não existirem cursos uni-versitários e técnicos na área de construção civil. Já no elo de arquitetura o Estado possui bons profissionais.

Outra deficiência importante é a ausência de concreteiras no Estado,

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

271

o que prejudica bastante a padronização e a qualidade do concreto utilizado. De fato, o Estado contava em 1998 com apenas 3 empresas no elo de indús-tria de cimento, o que representava apenas 1,3% das empresas existentes neste elo no Mercoeste como um todo.

Em termos de indústria de construção, propriamente dita, o Estado contava em 2002 com 449 empresas, nos seus diversos ramos de atividade, conforme descrito na tabela a seguir:

Composição do Segmento da Construção – Principais Atividades- 2002

Segmento Atividade Industrial N.º deIndustrias

Participação %No Segmento No Total

Indústria daConstrução

Construção civil (edificações)Construção pesada(estradas, pon-tes,..)Outras (pré-moldados, concreto..)

392

57133

67,35

9,7822,85

10,93

1,593,71

TOTAL DA ATIVIDADE 582 100 16,23Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN

Como grande parte dos investimentos previstos para o Estado até

2005, de cerca de US$ 300 milhões, estão destinados a obras públicas, esta cadeia possui um grande potencial de continuar sendo uma da mais impor-tantes de Rondônia.

A pesquisa realizada pelo Mercoeste contou com uma amostra de em-presas que representa uma cadeia produtiva bastante tradicional no Estado, com a maior parte das empresas atuando no mercado há mais de 10 anos. Além disso, a cadeia estadual possui uma boa variedade de empresas, sendo que a amostra pesquisada não conta apenas com empresas de grande porte, devido ao fato destas empresas serem muito intensivas em capital.

Reforçando o aspecto bastante tradicional da cadeia estadual, todas as empresas pesquisadas têm sua origem no próprio Estado, sendo que mui-tas empresas já contam com administração do tipo mista ou profissional, denotando um bom estágio de desenvolvimento dos negócios.

Os principais fatores intervenientes no segmento, conforme detecta-dos na pesquisa são:

- Concorrência;- Altos Custos Financeiros;- Baixa qualificalificação de Mão de Obra;- Altos Custos dos Insumos; - Qualidade do Produto; - Preços praticados; - Atendimento e confiabilidade;- Expansão de mercado;

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

272

- Falta de Mão de obra;- Rotatividade de mão de obra; Para garantir vantagem competitiva neste mercado, as empresas pes-

quisadas procuram se diferenciar pela qualidade do produto, considerado o principal fator de diferenciação por mais de 78% das empresas pesquisadas, seguido pelo preço.

* * * * *

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

273

CAPÍTULO 16

O TURISMO EM RONDÔNIA

A indústria do turismo, tida como uma das mais importantes do mundo, gera milhares de empregos e bilhões de dólares por ano. É uma das tendências do desenvolvimento econômico mundial, representando cerca de 12% do PIB global. No Brasil, no entanto,

este é um dos setores econômicos em que os sucessivos governos sempre depositaram a maior esperança, mas por muitos motivos – inclusive a políti-ca econômica inflacionária – não viram as expectativas atendidas na inten-sidade esperada.

Até meados da década de 1990 o turismo brasileiro era fundamental-mente reativo. No entanto, nos últimos anos o Brasil começa a tratar o turis-mo de uma forma mais profissional e proativa. Em 1996 foi lançado o primei-ro plano nacional para o desenvolvimento do turismo, que é considerado um marco na organização do setor no País. Por razões de diferentes ordens, o I PNDT só foi parcialmente realizado. O novo governo, contudo, apostou alto no setor, criando o Ministério do Turismo, separando-o do Esporte, e nome-

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

274

ando um especialista na área para dirigi-lo. Foi lançado, então, o novo Plano Nacional do Turismo, com metas para o período 2004-2007.

O País ainda não possui infra-estrutura adequada ao turismo interna-cional. Apresenta deficiências em aeroportos, estradas e segurança nas gran-des cidades. Além disso, os custos do turismo no Brasil são considerados elevados, pela inexistência de uma integração entre os principais elos da ca-deia produtiva do setor no sentido de se oferecer grandes pacotes para atrair turistas externos. Falta infra-estrutura, qualificação profissional, integração entre os atores, escala de operação, promoção e, principalmente, uma políti-ca nacional efetiva ao setor.

Os elementos básicos para o desenvolvimento do turismo são: trans-porte e deslocamento da origem ao destino; infra-estrutura de transporte, incluindo terminais de chegada e estradas; estrutura receptiva, incluindo serviços de táxi, de agências de turismo, por meio de vans e microônibus e de locadoras de automóveis; hospedagem, com serviços de hotelaria, gas-tronomia em restaurantes e lanchonetes; entretenimento e lazer, envolvendo vida noturna, parques e shoppings, estruturas de compras, infra-estrutura básica de abastecimento de água, saneamento e energia elétrica e sistema de informações.

A opção do turismo interno é sempre incentivada no Brasil, mas en-contra como entrave, entre outras dificuldades, o preço das tarifas aéreas, além de áreas sem estrutura para receber visitantes, especialmente aqueles roteiros fora do litoral e do eixo Sul-Sudeste-Nordeste. Na Amazônia, as ex-ceções ficam por conta das cidades de Belém (PA) e Manaus (AM), onde os governos federal, estaduais e municipais se uniram e montaram um eficiente esquema de turismo receptivo, contando com apoio da iniciativa privada, desde as agências de locação de veículos, passando pelos hotéis, restauran-tes, guias turísticos, empresas de navegação e de outros tours, explorando a natural curiosidade pela Floresta Amazônica e sua bacia hidrográfica.

Quanto ao turismo em Rondônia, este tem sido um tema muito discu-tido, mas com poucas iniciativas concretas sendo levadas a cabo. Projetos para reconstrução da histórica Ferrovia Madeira-Mamoré já foram encami-nhados a órgãos federais sem sucesso, assim como as tentativas de fixação das ruínas do Real Forte Príncipe da Beira.

O Governo do Estado, através da Fundação Cultural e Turística de Rondônia, hoje Superintendência Estadual de Turismo, tem realizado levan-tamentos das potencialidades turísticas dos municípios para a confecção de calendários de eventos. Também o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Rondônia tem incentivado, através de seu “Balcão SEBRAE”, o desenvolvimento de pequenos negócios, através de projetos de aperfeiçoa-mento técnico, racionalização e capacitação gerencial.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

275

Os chamados pacotes receptivos, de iniciativa dos hotéis e agências de viagens, ainda são pouco utilizados. A timidez destas promoções se deve, em grande parte, à falta de estrutura em locais com potenciais turísticos. O turismo ecológico, uma alternativa apontada como a mais viável, ainda não teve o retorno econômico esperado nos poucos empreendimentos que já fo-ram experimentados.

A criação de uma indústria turística em Rondônia envolve um siste-ma de planejamento integrando ações dos governos e dos diversos atores da cadeia do turismo, incluindo hotéis, agências de viagens e empresas de transporte, visando a criação de pacotes integrados e investimentos em in-fra-estrutura básica.

Em 1998, o Estado contava com 47 estabelecimentos hoteleiros com restaurante e 68 sem restaurante, formalmente cadastrados na RAIS, empre-gando de forma direta 1.467 pessoas. Também estavam cadastrados 132 restaurantes e 40 agências de viagens.

Em síntese, pelas razões expressas acima, o potencial turístico do Estado é pouco explorado. Segundo a INFRAERO, chegaram a Rondônia em 1999, por via aérea, mais de 105 mil pessoas. Considerando-se um terço dos desembarques sendo de pessoas não-residentes no Estado e uma esta-dia média de 3 dias, com gasto médio de R$ 120,00 por dia, o faturamento anual, com o turismo receptivo seria de cerca de R$ 13 milhões.

Nos últimos anos, o Estado tem realizado ações com o objetivo de de-senvolver o turismo. Foram implantados pólos turísticos para que os vários municípios se integrem no programa de desenvolvimento do turismo, cada qual na modalidade que melhor se enquadra em suas características.

No turismo de eventos, destacam-se Porto Velho e Guajará-Mirim, áre-as em que se pode contemplar marcos históricos e culturais, manifestações e costumes populares. Porto Velho recebe o maior fluxo de turismo, por ser a porta de entrada do Estado. Entretanto, os outros pólos mencionados aci-ma podem, se trabalhados de forma integrada e complementar, transformar o Estado num importante centro de atração turística, pela sua localização e diversidade, embora tenha como vocação principal o ecoturismo.

De acordo com a EMBRATUR, o segmento do turismo mais promissor para Rondônia é o do ecoturismo. A estrutura existente apresenta hotéis e pousadas nos principais pólos turísticos, mas ainda não está capacitada a uma indústria de turismo planejada e organizada. Mas, existem amplas opor-tunidades de exploração turística de recursos naturais, de turismo histórico-cultural e de eventos.

O Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de for-ma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação

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do meio ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas.Os Pólos de Ecoturismo estão localizados ao longo e na área de abran-

gência dos Rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Machado. Aí está concentrada a maioria das unidades de conservação e terras indígenas.

Rondônia localiza-se na área de transição entre os ecossistemas ama-zônico e cerrado, apresentando áreas de pantanal, de serras e planícies. Todo esse complexo proporciona diversidade de atrativos naturais, com alto valor ecológico, alta biodiversidade, habitats naturais e espécies únicas e raras, apresentando belas paisagens com exuberantes florestas e campos naturais, rios com corredeiras e cachoeiras, proporcionando condições ao desenvolvimento de inúmeras atividades ecoturísticas tais como: a pesca es-portiva, esportes na natureza, caminhadas, safári fotográfico, contemplação de espécies da flora e fauna.

O Sistema de Áreas Protegidas do Estado de Rondônia é um dos pila-res de sustentabilidade para o desenvolvimento do ecoturismo, pois garante a proteção dos recursos naturais e seus atrativos ecoturísticos. Rondônia possui uma rede de unidades de conservação e terras indígenas significativa e consolidada, com áreas de grande interesse ecológico e ecoturístico, com amostras de ecossistemas Amazônico, Cerrado e Pantanal do Guaporé em estado natural.

As áreas de proteção ambiental estão assim distribuídas: 1 Parque Nacional, 3 Parques Estaduais, 3 Parques Naturais Municipais, 4 Reservas

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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Biológicas, sendo 2 Federais e 2 Estaduais; 3 Estações Ecológicas Estadu-ais, 23 Reservas Extrativistas, sendo 21 Estaduais e 2 Federais; 2 Florestas Nacionais, 11 Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado e 18 Terras Indígenas.

Seus principais atrativos históricos culturais retratam a ocupação do território brasileiro, representada pelo Real Forte Príncipe da Beira, situado às margens do Rio Guaporé, em Costa Marques; o complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, com sua construção finalizada em 1912, simbolizan-do um marco inicial na colonização de Rondônia na região de Porto Velho e Guajará-Mirim; as Reservas Extrativistas que asseguram a manutenção de populações tradicionais extrativistas, que vieram para a exploração dos serin-gais da Amazônia no inicio do século XX e continuam atualmente na ativida-de extrativista, tendo como base o uso sustentável dos recursos naturais; a cultura indígena representada pelos diferentes grupos indígenas, que habitam Rondônia, e inúmeros sítios arqueológicos.

Apesar do grande potencial turístico do Estado, em especial o ecotu-rismo, as políticas públicas para o desenvolvimento do turismo foram tímidas no passado. No entanto, tal fato vem mudando, principalmente com a bus-ca de atividades compatíveis com o desenvolvimento sustentado da região, para geração de renda e empregos, somando-se ainda o apoio de Programas Federais do Ministério do Esporte e Turismo; da Embratur, com o Programa Nacional de Municipalização do Turismo - PNMT; e do Ministério do Meio

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278

Ambiente, com a implementação do Programa de Desenvolvimento do Eco-turismo para a Amazônia Legal - PROECOTUR.

As primeiras iniciativas não governamentais para o desenvolvimento do ecoturismo no Estado foram a implantação do Hotel Rancho Grande, em Cacaulândia, o Hotel de Selva Pakaas Palafitas Lodge, em Guajará-Mirim, e o desenvolvimento do projeto de ecoturismo com base comunitária nas Reser-vas Extrativistas de Curralinho e Pedras Negras, em Costa Marques.

A seguir se relacionam os pontos turísticos potenciais mais expressi-vos de Rondônia, por município:

Ariquemes: • Naturais e Ecológicos

– Prainha Sombra da Mata - Rio Jamari - utilização ade-quada no período da seca (julho a novembro);

– Praia do Canaã - Local rústico com praia e mata selva-gem;

– Estância Paraíso - Granja Bellini - Riacho com corre-deira, morro de pedra maciça com 65 m de altura;

– Cachoeira de Santa Cruz - Rio Jamari - Corredeira de águas sobre pedras, praias e local para camping “sel-vagem”;

– Balsa das Pedrinhas - Rio Jamari - águas calmas, ideal para a prática de jet-ski e lanchas;

– Praia Massangana - Rio Massangana - Cachoeira e praia;

– Cachoeira do Escovado - Rio Canaã - Local rústico com cachoeiras e matas selvagens;

– Cachoeira de São Francisco - Rio São Francisco - acesso pelo Rio São Francisco, utilizando bote;

– Encontro das Águas - Rio Canaã e Jamari - acesso de bote, pelo Rio Canaã, até a cachoeira;

• Históricos e Culturais– Acervo lítico, indígena e natural - Acervo de 100

peças recolhidas desde 1977, pedras de utilidade indígena e pedras semipreciosas no formato natural. Avenida Uirapuru, 1176 - Setor 2;

– Bairro Marechal Rondon - Antiga vila onde foi implan-tado o posto telegráfico de Ariquemes, dando origem ao nome da cidade. Pode-se encontrar ex-seringuei-ros, que contam suas próprias histórias e da vila.

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BR-364, avenida Mangabeira até a margem do Rio Jamari;

– Centro Cultural “Rui Barbosa” - Acervo histórico de Ariquemes com fotos, manuscritos de antigos mora-dores, vídeo-documentários e resumo bibliográfico; oficina de arte; apresentações artísticas periódicas; e eventos festivos anuais.

• Folclore– Artesanato - Objetos confeccionados em madeira, em

cipó e cerâmica, encontrados em lojas de presentes.

• Eventos Programados– Fevereiro - carnaval– Junho - Festa Junina– Julho - Feira Agropecuária de Ariquemes - Expoari– Setembro - Desfile de Sete de Setembro, competição

de motocross– Outubro - Aniversário do município, festa de São

Francisco de Assis.• Zoológico e Horto Florestal - Iniciado em 1979, com 23

ha, como área de lazer, mantendo viveiro para produção de mudas de árvores nativas, ornamentais e plantas me-dicinais. A partir de 1983, a comunidade foi doando, es-pontaneamente, diversas espécies de animais selvagens encontrados na região, dando origem ao primeiro Jardim Zoológico do Estado. Sua atual área é de oito hectares e mantém diversas espécies vegetais mais significativas da região, tais como buriti, camelo-do-brejo, itaúba, co-paíba. Em cativeiro são mantidos aproximadamente 124 animais de 26 espécies, com ênfase para a fauna regional da Amazônia, como o macaco-prego (Cebus Erxleben) e o jabuti (Testudo Tabulata Spix.).

Cacaulândia: • Naturais e Ecológicos

– Rio Cantão - Localizado a 8 km da cidade onde exis-tem quatro quedas d’água; local propício para o de-senvolvimento de balneários, oferecendo belas paisa-gens;

– Rio Canaã - Inúmeras cachoeiras existentes ao longo

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

280

do trecho de 60 km que corta o município;– Rio Prado - Corta o município de norte a sul, num

percurso de 110 km, possuindo cachoeiras e vários trechos navegáveis, oferecendo boas condições para pesca desportiva;

– Rio Jamari - Localizado na divisa com o município de Monte Negro, estando sua maior extensão na reserva indígena dos Uru-Weu-Wau-Wau, tendo 90 km nave-gáveis e bom para pesca;

– Pousada Ecológica Rancho Grande - Localizada na Linha C-20, a 13 km da sede do município, possui atrativos como trilhas no meio da selva; 300 espécies vegetais catalogadas e identificadas; 350 espécies de aves silvestres catalogadas; 1.500 espécies de bor-boletas catalogadas; orquidário, com várias espécies de orquídeas silvestres catalogadas e identificadas; duas represas para criatório de tambaquis, servindo para o sistema “pesque-pague”; passeio a cavalo na floresta; mirante a 300 metros de altitude.

• Fundação Fauna e Flora Tropicais de Rondônia - FAU-TRON - A Fundação ocupa uma área de 1500 ha, sendo 80% de mata nativa e o restante ocupado com o plantio de cacau, pastagem e cultura de subsistência, onde re-sidem quatro famílias. Está localizada nas proximidades da cidade e tem como objetivo a preservação da fauna e flora da região.

• Reserva indígena dos Uru-Weu-Wau-Wau - Reserva de-marcada e controlada pela FUNAI. É cortada pelo Rio Jamari, que é propício para a pesca. A visita de turistas depende de autorização da FUNAI.

Costa Marques:• Naturais e Ecológicos

– Vale do Guaporé - Abrange toda a extensão do Rio Guaporé que é, no total, de 1716 km, possuindo um imenso potencial turístico, incluindo monumentos históricos, sítios arqueológicos, parques indígenas, reservas biológicas e de preservação ambiental, rios, praias, lagos e cachoeiras, etc. O acesso para Costa

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Marques é feito por rodovia ou via aérea;– Rio Guaporé - Nasce na Serra dos Parecis, no Mato

Grosso, percorrendo 1716 km até desaguar no Rio Mamoré. Tem águas cristalinas com inúmeras baías e praias de julho a dezembro. É ideal para a pesca des-portiva;

– Rio Cautário e Mequéns - Rios com grande variedade de peixes, próprios para o desenvolvimento de pesca desportiva;

– Reserva do Rio Guaporé - Criada pelo Decreto Federal n.º 87.587, de 20 de setembro de 1982, atinge uma área de 600 ha no município, localizada entre os Rios Guaporé, Colorado, São Miguel e Baía Rica. É consti-tuída por áreas da Floresta Amazônica e áreas de pre-servação de ecossistemas; somente pode ser visitada com autorização do IBAMA;

– Reserva Biológica de Pedras Negras - Área de preser-vação de ecossistemas com 22.100 ha, caracterizada por uma vegetação de sombra aberta, bosques de terras baixas com palmeiras, presença de pequenas áreas de campos naturais e de cerrados. Conta com excelentes atrativos como montanhas, serras e igara-pés. O acesso é feito por barco pelo Rio Guaporé;

• Históricos e Culturais – Real Forte Príncipe da Beira - Monumento arquitetôni-

co histórico, representativo das conquistas do Império Português no Século XVIII. Teve sua construção ini-ciada no ano de 1776 e concluída em 1783, pelos co-lonizadores portugueses com o objetivo de garantir os limites estabelecidos pelo Tratado de Madri, de 1750, que traçou os contornos das Américas portuguesa e espanhola. Apesar de já haver sofrido a deterioração do tempo, o Forte ainda se mantém em um bom es-tado de conservação, graças à manutenção prestada pelo Batalhão de Fronteira do Exército, que também controla o acesso ao local;

– Festa do Divino Espírito Santo - Tradição religiosa realizada há mais de 100 anos pelos moradores do Vale do Guaporé. Originária de Portugal e criada por D. Isabel, esposa do rei, D. Diniz, no Século XIV. No

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Vale do Guaporé, foi introduzida em 1894 por Manoel Fernandes Coelho. A festa é realizada entre os meses de abril e maio, quando várias embarcações, tendo à frente o barco do Divino, que conduz a Coroa, o Ce-tro e a Bandeira - vermelha com uma pomba branca bordada -, percorrem as localidades de Pimenteiras, Bela Vista, Laranjeiras, Remanso, Cafetal, Rolim de Moura do Guaporé, Mateguá, Pedras Negras, Graças a Deus, Riozinho, Nazaré, Santa Fé, Costa Marques, Porto França e Forte Príncipe da Beira, no Brasil, e Versalles, na Bolívia.

• Folclore– Apresenta grande variedade de comidas típicas à

base de peixes como tambaquí, tucunaré e dourado, entre outros. Na área de artesanato, a especialidade são peças feitas em argila, borracha, cipó, bambu, cabaça e madeira, entre outros materiais.

• Projeto de Proteção e Manejo de Quelônios - Este projeto tem objetivo de proteger a tartaruga e o tracajá, através do monitoramento da desova e postura, da criação em berçário e da formação da consciência de preservação da população ribeirinha. O projeto está localizado na Praia de Furado do Couro, no Rio Guaporé e pode ser visita-do sob a orientação dos técnicos do IBAMA. Uma das bases do Centro Nacional dos Quelônios da Amazônia - CENAQUA está localizada na sede do município e está aberta à visitação pública durante todo o ano. Dispõe de um pequeno Museu de História Natural, um berçário de quelônios e o “Clube da Tartaruga”.

• Eventos Programados – Festa do Folclore - Realizada no período de 15 a 20 de

agosto e conta com a participação da comunidade em geral. No local são apresentadas as danças folclóricas e são vendidas comidas e bebidas típicas da região.

Guajará-Mirim• Naturais e Ecológicos

– Cachoeira do Rio Lages - Existem três cachoeiras. O

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rio nasce na Serra dos Parecis e deságua no Rio Ma-moré. Duas de suas cachoeiras estão localizadas fora da reserva indígena e uma é situada dentro da reser-va. O acesso é feito pela BR-425 e por via fluvial pelo Rio Mamoré. O local oferece várias opções para ex-ploração turística, com opções de pesca, visitas aos postos indígenas e banho nas várias quedas d’água existentes;

– Lago Deolinda - Situado no igarapé Deolinda, afluente do Rio Mamoré. Nas proximidades do lago existe um posto indígena, cuja população é de 79 indivíduos e é constituída por índios dos clãs Oro-Nao, Oro-Bone e por vigilantes da FUNAI. O acesso é pelo Rio Mamoré e a pesca no lago depende de autorização da FUNAI;

– Igarapé do Palheta - Nasce na Serra dos Parecis e de-ságua no Rio Mamoré. Às suas margens encontram-se vários clubes sociais como o Bancrévea, Marechal Rondon, Balneário Público do Palheta e Balneário Es-trelinha. Está localizado na área urbana do município e se constitui um excelente local de lazer;

– Praia da Pedra da Morte - Praia do Acássio, no bairro Tamandaré - no Rio Mamoré; ponto utilizado pelos turistas para observar a cachoeira de Guajará-Mirim. É a maior praia do município;

– Praia das Três Bocas - É formada por três igarapés, área de camping e de esportes náuticos, possui res-taurante e quadras de voleibol. Está localizada no rio Pacaás- Novos e a via de acesso é fluvial;

– Rio Pacaás-Novos - Rio de águas escuras, está locali-zado entre a Serra dos Pacaás-Novos e o Rio Mamoré. O acesso pode ser feito pela Estrada do Palheta ou pelo Rio Mamoré. Área de interesse turístico, por ser um rio piscoso, além de apresentar belezas naturais, como pássaros de várias espécies e o boto verme-lho.

– Rio Mamoré - Nasce na Bolívia. Uma parte do rio ser-ve como fronteira entre o Brasil e aquele país. Existem várias empresas que exploram, informalmente, o tu-rismo fluvial;

– Igarapé Saldanha Gruta - nasce na Serra dos Parecis, no Rio Pacaás-Novos. Passando por baixo de pedras,

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por isso chamado Igarapé Saldanha Gruta, está loca-lizado na estrada do Palheta. Ótimo local para lazer, com possibilidades para banho, pesca e camping;

– Serra do Pacaás-Novos - Tem altitude média de 120 metros e está localizada no quilômetro 7 da BR-425. Existe um restaurante e um igarapé no alto da serra e do mirante é possível ver a cidade de Guajará-Mirim, o Distrito do Iata, o Rio Mamoré, campos, lagos e as matas circundantes. Também há rampa para salto de asa-delta;

– Caverna da Serra dos Pacaás-Novos - maior gruta até hoje encontrada no Estado, tendo 20m de interior, por 60 a 200 metros de abóbada em arco. No meio da gruta há um lago de águas cristalinas, cercado de samambaias e árvores. A iluminação é feita por uma clarabóia natural, no teto da caverna. Está situada na ponta oriental da Serra dos Pacaás-Novos, o acesso é via fluvial pelo Rio Mamoré, Rio Pacaás-Novos e Rio Ouro Preto;

– Arquipélago das Sete Ilhas - seqüência de ilhas no Rio Mamoré, quase todas são iguais e a distância média de 400m separa uma da outra;

– Lago do Calafate - É formado por águas do rio Mamo-ré em reserva indígena no território boliviano. Por ser distante de Guajará-Mirim, quase não é visitado por turistas. A área é considerada um dos melhores locais de pesca da região;

– Igarapé Santo André - Posto indígena com uma popu-lação de 190 indivíduos dos clãs Oro-Nao e Oro-Esse. Está localizado a 70 quilômetros de Guajará-Mirim e o acesso pode ser feito pelos Rio Mamoré, Pacaás-No-vos e Estrada do Palheta. Existe uma lagoa no local, preservada pelos indígenas, e a pesca amadora de-pende de autorização prévia da FUNAI;

– Encontro das águas dos Rios Mamoré e Pacaás-Novos - As águas barrentas do Rio Mamoré ao se encontra-rem com as águas escuras do Rio Pacaás-Novos são a atração para os turistas, a 20 km de Guajará-Mirim, com acesso fluvial. Local indicado para a pesca ama-dora e profissional, além de possuir praias e outras belezas naturais;

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– Encontro da águas dos Rios Mamoré e Guaporé - É o local onde se encontram as águas barrentas do Rio Mamoré com as águas turvas do Rio Guaporé. Está localizada no Distrito de Surpresa, com acesso pelo Rio Mamoré. Há abundância de peixes, animais selva-gens, praias e belezas naturais;

– Cachoeira do Madeira - Localizada na Vila Murtinho, no município de Nova Mamoré. Acesso pelo estrada que sai de Nova Mamoré. O grau de interesse turístico fica por conta da pesca e das praias no meio do rio.

• Históricos e Culturais – Catedral N.S.ª do Perpétuo Socorro - Inaugurada em

25 de janeiro de 1926, foi construída pelo coronel Paulo da Cruz Saldanha, com ajuda da população de Guajará-Mirim. Está localizada na Avenida 15 de No-vembro, no centro comercial da cidade. É a primeira capela de Guajará-Mirim e faz parte do patrimônio diocesano;

– Via férrea Guajará-Mirim - Iata - É um trecho da Estra-da de Ferro Madeira-Mamoré, que foi recuperada em 1997 e faz o itinerário de Guajará-Mirim ao Distrito do Iata (berço agrícola do município), passando por uma histórica ponte de ferro, feita sob medida nos Estados Unidos. O embarque é feito na antiga estação de passageiros de Guajará-Mirim, atual Museu Muni-cipal, em litorina (vagão autopropulsionado), por trole ou “cegonha”;

– Hotel Guajará - Foi o primeiro hotel da cidade. Atual-mente funciona como escola de ensino fundamental de dia e como Campus Universitário à noite. Possui construção em arcos, que se identifica com a arqui-tetura espanhola do Século XIX. Localizado no centro comercial, é um marco da época áurea da borracha e da castanha, quando foi preciso construir um hotel de elevado padrão para hospedar os seringalistas daque-le tempo.

• Folclore– FEMOPEM - O festival Folclórico “Peróla do Mamoré”

apresenta atrações típicas da região, como danças in-

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dígenas, danças bolivianas, danças das outras regiões brasileiras e a disputa entre os bois-bumbá “Flor do Campo” e “Malhadinho”;

– Boi-Bumbá - Trazido do Maranhão por migrantes, este movimento folclórico existe desde a época da borracha. Hoje destacam-se os bois “Flor do Campo” e “Malhadinho”, que se apresentam no Festival de Folclore.

• Eventos Programados– Festival de Verão - É realizado no Distrito do Iata e

consta de campeonato de pesca, escolha da Garota Verão, Festival de Bandas, camping e atividades es-portivas.

• Outros– Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim - ver capítu-

lo dedicado a esse assunto nesta publicação.

Ji-Paraná • Naturais e Ecológicos

– Ilha do Coração - Bifurcação dos rios Machado e Urupá, localizando-se na área urbana da cidade, com acesso por barco;

– Ilha do Rio Machado - Localizada no Rio Machado a um quilômetro da Ilha do Coração, acesso via fluvial;

– Rio Ji-Paraná ou Machado - Formado pelos rios Pimen-ta Bueno e Barão de Melgaço, com nascente na Serra dos Parecis. Apresenta-se, na cidade de Ji-Paraná, com largura média de 260m e uma variação de nível de seis metros. Não permite a navegação de barcos de grande porte, devido às inúmeras corredeiras;

– Rio Urupá - Afluente da margem esquerda do Rio Ma-chado, possui largura média, próxima à foz, de 100m e variação de nível de três metros. Tem a extensão de 180 km;

– Reserva Biológica do Jaru - Com uma área de 268.150 ha, distando 130 km da cidade de Ji-Paraná, com acesso via Rio Machado até a desembocadura do Rio Jaru. Faz divisa com o Estado do Mato Grosso.

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• Históricos e Culturais – Posto Telegráfico “Presidente Pena” - É um dos patri-

mônios históricos do município, construído por oca-sião da implantação da linha telegráfica entre Cuiabá e Santo Antônio do Madeira, pela Comissão Rondon. Localiza-se no centro da cidade;

– Museu de Rondon - Localizado nas dependências do Posto Telegráfico “Presidente Pena”. O local guarda peças e aparelhos utilizados por Rondon na instalação das linhas telegráficas;

– Biblioteca Ciro Escobar - É o local onde estão disponí-veis informações sobre o município.

• Folclore– Festival Junino - Junho– Festival de Folclore - Junho– Encontro dos Povos Indígenas - 19 de abril– Artesanato Indígena, peças em corda, cipó, madeira,

argila e pedra, à venda em lojas de presentes.

• Eventos Programados – EXPOJIPA - Exposição Agropecuária – Mês de julho– FIMMOVEL - Feira da Indústria Madeiro-Moveleira do

Estado de Rondônia– Campeonato de Caiaque

Pimenteiras• Naturais e Ecológicos

– Rio Guaporé - Ver Costa Marques;– Rio Verde, Rio dos Veados, Rio Corumbiara e Rio

Escondido - São afluentes e co-afluentes do Rio Gua-poré, pouco explorados, representam uma reserva de flora, fauna, praias e locais para pescaria;

– Praias de verão - Pimenteiras está localizada em uma região privilegiada do Rio Guaporé, onde se concentra o maior número de praias. No verão, a cidade é toma-da por turistas vindos de Rondônia, de outros estados e também estrangeiros.

• Históricos e Culturais– Cruz de bronze - Está fincada na frente da Igreja Cató-

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lica e foi encontrada num cemitério no meio da mata, na fazenda Santa Cruz, pela Comissão Guaporé - 2 e foi implantada no centro de Pimenteiras como marco histórico.

• Eventos Programados– Festival de Praia - É um dos maiores eventos turísticos

do Estado, acontecendo nas praias do Rio Guaporé, com diversas atividades recreativas, esportivas e de lazer;

– Pesca Esportiva - Os rios do município oferecem opção para a pesca esportiva durante o ano inteiro, oferecendo 360 espécies de peixes. No local existe um hotel denominado “Cabanas do Guaporé”, onde se concentram pescadores vindos de todo o Estado e de outras partes do Brasil.

Porto Velho• Naturais e Ecológicos

– Rio Madeira - É um atrativo de grande interesse tu-rístico, por possuir belas cachoeiras, além de trechos navegáveis a jusante de Porto Velho, com praias onde são realizados eventos esportivos e culturais, como nas praias do Capitari, Piruí, Belmont, entre outras;

– Rio Abunã - Fortaleza do Abunã - Um dos principais afluentes da margem esquerda do Rio Madeira, esta-belece a fronteira natural entre o município de Porto Velho e a República da Bolívia. Suas cabeceiras estão localizadas no Estado do Acre, possuindo extensão de 200 km e uma média de 50m de largura. Sua foz fica nas proximidades da Vila de Abunã. Fortaleza do Abu-nã é um povoado localizado a 268 km de Porto Velho. No local, o rio exibe corredeiras e praias durante o verão, onde são desenvolvidas atividades culturais e esportivas. O acesso é por rodovia asfaltada (BR-364) e um trecho encascalhado. Já há empresas de turis-mo estruturadas para atender os visitantes na época do verão;

– Lago do Belmont - Localizado nas proximidades do Rio Madeira, 10 km abaixo de Porto Velho. Caracteriza-se pela riquíssima fauna existente no local. O acesso é

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por via terrestre ou fluvial;– Lago do Cuniã - Faz parte da Estação Ecológica do

Cuniã, com 104 mil hectares, possui excelentes con-dições para a observação da flora e fauna, especial-mente biguás e garças. Neste lago pode ser encon-trado, com facilidade, o maior peixe de escama do mundo, que é o pirarucu. Está localizado a 100 km de Porto Velho, com acesso via fluvial. Através do Pro-jeto de Turismo elaborado pelo Governo do Estado, o local deverá ser liberado para visitas turísticas. Por enquanto o acesso depende de autorização prévia do IBAMA;

– Praia de verão no povoado de Santo Antônio - Loca-lizada a sete quilômetros de Porto Velho, em frente à cachoeira de Santo Antônio. Apresenta bonita pai-sagem natural e proporciona bons locais para pesca amadora. O acesso é possível por via rodoviária, flu-vial e ferroviária. Por ficar próximo à capital, o local é explorado o ano todo por empresas de turismo. Falta, no entanto, melhor infra-estrutura para atender o tu-rista no local;

– Cachoeira do Teotônio - Também localizada no Rio Madeira, acima da Cachoeira de Santo Antônio, a 25 km da capital por via férrea e 18 km por rodovia (BR-364, sentido Porto Velho - Rio Branco). Seu principal atrativo é a beleza de suas corredeiras espalhadas em uma larga área do rio, de forma circular, passando por entre enormes blocos e lajes de pedras. Apresenta ainda beleza da vegetação, a vila dos pescadores e extensas praias durante o verão, nas duas principais ilhas abaixo da cachoeira. Anualmente é realizado o campeonato de pesca com enorme afluência de pes-soas de várias regiões do Estado. É preciso melhorar a infra-estrutura para atender o turista;

– Cachoeira do Paredão - Localizada no Rio Madeira a 180 km de Porto Velho. O local é ideal para campings e turismo ecológico nas praias, ilhas e igarapés. Não possui infra-estrutura para atender os turistas;

– Cachoeira do Jirau - Localizada no Rio Madeira, apre-senta um desnível acentuado por entre as rochas, formando corredeiras fortíssimas e de muita beleza

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visual. Fica a 126 km de Porto Velho, sendo o acesso possível por estrada asfaltada e mais nove quilôme-tros por estrada encascalhada. É um local rústico e a atração turística fica por conta da ilha da Embaúba, um antigo local de garimpagem, possuindo uma pista de pouso para pequenos aviões, também da época do garimpo de ouro;

– Cachoeira do Caldeirão do Inferno - Localizada no Rio Madeira, a 100 km da capital, apresenta bonitas cor-redeiras, ilhas e praias ideais para a prática do cam-ping. As partes altas das ilhas são compostas de lajes e rochas maciças. O acesso é por rodovia asfaltada, ficando próxima à vila de Jaci-Paraná. Não há infra-estrutura para atender ao turista;

– Cachoeira de Morrinhos - Localizada no Rio Madeira a 50 km da capital, um pouco acima da Cachoeira de Teotônio, caracteriza-se pela beleza das corredeiras, ilhas e praias extensas. O acesso é por rodovia as-faltada, mas o local não possui infra-estrutura para atender ao turista;

– Parque Municipal de Porto Velho - Localizado a 10 km do centro, é local próprio para visitas de observação para estudantes e interessados em conhecer os tipos de vegetação natural existentes em uma área de 200 ha. Há grutas e cavernas, igarapés com pequenas quedas d’água e trilhas ligando os vários nichos eco-lógicos. O acesso é feito pela Avenida Rio Madeira, sendo parte asfaltada e parte encascalhada.

• Históricos e Culturais – Capela de Santo Antônio - Situada em terreno parti-

cular a sete quilômetros de Porto Velho, é um edifício muito simples em suas linhas arquitetônicas, conclu-ída em 1914, após a conclusão da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. O local tem grande importância para a comunidade, por sua localização nas proximi-dades da Cachoeira de Santo Antônio e pela devoção popular ao santo. A capela foi construída onde antes existia uma vila, que chegou a ser elevada a muni-cípio, mas que depois decaiu, tendo a população se mudado para o entorno da estação da EFMM, dando

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origem à cidade de Porto Velho;– Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré - Reúne

variadas peças relacionadas à época da construção e funcionamento da ferrovia, móveis, fotografias dos operários e a primeira locomotiva trazida para a Ama-zônia, a “Cel. Churchill”, fabricada em 1872. Está localizado em um dos antigos galpões da estação ferroviária, à margem do Rio Madeira;

– As Três Caixas D’Água - Apelidadas de “Três Ma-rias”, localizadas na parte alta do centro de Porto Velho e visíveis de vários pontos da cidade, elas são o símbolo da capital, por serem memorial histórico da construção da EFMM. O local serve de palco para diversas atividades artístico-culturais;

– Casa do Artesão - Espaço situado próximo ao Museu da EFMM, sendo local de exposição e venda de traba-lhos artesanais;

– Centro de Tradições Gaúchas – na Estrada da Penal, km 1,8. Apresentações de danças folclóricas gaú-chas.

– Casa do Índio - Local onde são expostos e vendidos trabalhos de origem indígena. É um ponto de apoio para os índios que vêm à capital em busca de trata-mento médico e odontológico. Possui oficina onde os índios podem executar os seus trabalhos durante a sua permanência na Casa. Fica localizada na Rua Rui Barbosa, no bairro Arigolândia;

– Mirantes do Rio Madeira - Locais estrategicamente posicionados à margem do rio Madeira para que se possa apreciar o pôr-do-sol, como se fossem decks com amplo espaço, dispõe de serviço de bar e lan-chonete. O Mirante I está situado no início da Avenida Carlos Gomes; o Mirante II, no início da Rua D.Pedro II e o Mirante III, Rua Herbert de Azevedo, no bairro Arigolândia, ao lado das Igreja de N.S. do Perpétuo Socorro. Outro locais com vista para o Rio Madeira são: Richard Grill, Churrascaria Recanto do Madeira e Restaurante Caravela do Madeira;

– Parque Circuito “Dr. José Adelino”- Local de lazer construindo em uma antiga plantação de seringueiras, dispõe de pistas do tipo circuito com um quilômetro

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de extensão, onde é possível fazer exercícios físicos de caminhada e corrida, além de possuir equipamen-tos para ginástica. Situado na Avenida Lauro Sodré, a quatro quilômetros do centro da cidade. O local dis-põe de serviço de bar e lanchonete;

– Exposição do CPRM/DNPM - A Companhia de Pes-quisa de Recursos Minerais - CPRM mantém uma ex-posição permanente de minerais e rochas da região e de outras partes do país, recolhidos por seus pesqui-sadores. Fica localizada na Avenida Lauro Sodré com Avenida dos Migrantes;

– Jerusalém da Amazônia - Local com construções rús-ticas em um amplo espaço, onde se encenam a pai-xão de Cristo. O local é visitado durante todo o ano, por possuir características da região em seu cenário.

• Folclore– Festival de Boi-Bumbá e Quadrilhas - É realizado no

mês de junho com a participação de grupos de bois e quadrilhas dos diferentes bairros da capital, que se apresentam com variadas cantigas e danças para um público oriundo de várias partes do Estado. O festival é realizado no espaço do Arraial Flor do Maracujá, na Esplanada das Secretarias

– Comidas Típicas - São pratos especiais preparados com peixes da região, recebendo tempero caracte-rístico. Os peixes mais saborosos são o tambaqui, o tucunaré e o dourado;

– Doces e sucos de frutas regionais - Destacam-se o cupuaçu, o tucumã, o bacuri, entre outros, havendo uma produção em média escala de doces e sucos des-tas frutas de forma artesanal para atender a grande demanda de turistas que aqui chegam. Estes doces e sucos podem ser facilmente encontrados em restau-rantes e lanchonetes da cidade;

– Artesanato Local - Variedade de peças produzidas por artesãos locais em cerâmica, fibras vegetais, semen-tes, madeira, pedra, penas e outros materiais, expos-tas e vendidas na Casa do Artesão, na Avenida Sete de Setembro próximo à Praça Marechal Rondon.

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• Eventos Programados – Arraial Flor do Maracujá - Realizado na Semana do

Folclore, com a construção de um grande arraial com barracas de comidas típicas da região, parque de di-versões e uma arena onde são realizadas apresenta-ções de quadrilhas e bois-bumbás por grupos folcló-ricos da cidade e convidados de outros municípios. É um dos maiores eventos da Amazônia Ocidental, onde milhares de pessoas se concentram durante dez dias;

– Campeonato de Pesca - Evento realizado no mês de setembro na Cachoeira do Teotônio, com premiação para a equipe que conseguir apanhar o maior e mais pesado peixe;

– Exposição Agropecuária de Porto Velho - Festa com exposição de animais variados, veículos de vários modelos, equipamentos para agropecuária, comidas típicas e apresentação de shows artísticos. O evento conta com a participação de pecuaristas das regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. A exposição é rea-lizada no Parque dos Tanques, na Avenida Lauro So-dré, no mês de junho.

Vilhena • Naturais e Ecológicos

– Rio Pimenta Bueno - Este rio percorre várias áreas indígenas. O acesso mais fácil é pela BR-399, para Colorado do Oeste, que cruza o rio na altura do quilô-metro 35. O local é bastante freqüentado por pesca-dores, entre eles, os próprios índios;

– Rio Tenente Marques - Grande parte de seu percurso é dentro das reservas indígenas dos Cinta Larga e Aripuanã. O acesso é pela estrada de Juína, saindo de Vilhena, até o quilômetro 12, entrando mais 35 km. A pescaria neste rio é praticada pelos índios das reservas e por chacareiros locais;

– Rio Barão de Melgaço - Está localizado a 77 km da cidade e existem vários acessos, sendo o melhor a BR-364, sentido Vilhena - Porto Velho. É de grande importância para o abastecimento de água das fazen-das que existem às suas margens;

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– Rio Ávila - Este rio percorre as áreas de várias fa-zendas, mas sua principal utilização é na geração de energia elétrica. Também possui um balneário no local onde cruza com a BR-364, a 50 km de Vilhena;

– Rio Vermelho - Possui um agradável balneário, um pequeno bosque com bancos para descanso e fica localizado a 27 km de Vilhena. O acesso é feito pela BR-364, sentido Cuiabá, entrando mais 15 km em es-trada de chão;

– Rio Roosevelt - O rio tem suas nascentes ao norte da cidade e uma grande extensão, sendo freqüentado por pescadores. O acesso é feito pela BR-179, no sentido de Juína - MT, até o quilômetro 15 e à esquerda por 10 quilômetros até a nascente;

– Rio Capitão Cardoso - Localizado ao norte do municí-pio, faz divisa de Rondônia com o Mato Grosso e é a continuação do Rio Tenente Marques. Localiza-se no interior de área indígena de Aripuanã. É freqüentado pelos índios e poucos pescadores;

– Igarapé Piracolino - Balneário à margem da BR-364 a sete quilômetros de Vilhena. Possui bosque e serviço de bar e lanchonete;

– Igarapé Ponta de Pedra - Possui ponte natural de pe-dra, daí a sua atração turística. O acesso é pela antiga estrada para Colorado d’Oeste;

– Cachoeira do Rio Ávila - Queda com quatro metros de altura, tendo várias outras pequenas quedas - antes e após a cachoeira principal. Encontra-se a 50 km de Vilhena, na direção de Porto Velho. É visitada por tu-ristas durante todo o ano;

– Cachoeira Salto do Paraíso (Rio Iquê) - É o encontro de vários igarapés com o Rio Iquê, na área indígena de “Perineu de Souza”, a 52 quilômetros do centro da cidade. Por ser de difícil acesso e estar em área de reserva indígena, é pouco freqüentada;

– Cachoeira Quebra Cabo, Cachoeira Simplício, Cacho-eira Centelhos e Cachoeira Pedro de Cai - São cacho-eiras pouco exploradas no Rio Roosevelt e o acesso só se dá por via fluvial. Ficam localizadas em áreas indígenas;

– Cachoeira 9 de Abril, Cachoeira Uacaru e cachoeira

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Aprígio - Ficam no Rio Tenente Marques, na área indí-gena de Aripuanã. O acesso é pelo próprio rio.

• Históricos e Culturais – Casarão dos Chacareiros - Chácara destinada ao la-

zer com bosque, sendo as árvores identificadas com os nomes vulgares e científicos; plantas ornamentais e frutíferas; loja de artesanato; lago para “pesque-pague” e pedalinhos e parque de diversão. O local recebe uma média de mil pessoas por semana e está localizado na Rua D, n.º 5672, bairro 5º BEC;

– Casa do Índio - Esta casa serve de alojamento para os índios, quando precisam se consultar com médicos ou alguém da família fica doente e os demais membros ficam hospedados neste local. Localiza-se em uma chácara próxima a Vilhena. O local é muito visitado por pessoas interessadas em saber a forma de vida do índio;

– Cemitério Indígena - Com cerca de cem indígenas se-pultados, o local é conservado pelo poder municipal. Localiza-se na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, seguindo na direção do aeroporto e depois entrando à esquerda. Fica a seis quilômetros do centro;

– Casa do Artesão - Expõe e vende peças e entalhes em madeira. Localiza-se na Rua G, s/n.º - bairro 5º BEC.

– Peças indígenas - Exposição e vendas de objetos fei-tos pelos índios, como arcos, flechas, colares, brin-cos, anéis, cestos, cocares de pena, entre outros. A comercialização é feita no posto da FUNAI, na Aveni-da Marechal Rondon, s/n.º, bairro 5º BEC;

• Acontecimentos Programados– Festa da Acerola - É realizada no mês de setembro,

com exposições comerciais, trabalhos de artesanato, desfile para escolha da Rainha da Acerola, barracas para venda de comidas regionais, salgados, doces e churrasco. É realizada no Casarão dos Chacareiros, na Rua D, n.º 5672 - bairro 5º BEC. A festa costuma reunir 25.000 pessoas;

– Festas tradicionais da Igreja Católica - Nossa Senhora Auxiliadora (mês de maio); Nossa Senhora Aparecida

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(12 de outubro); São Cristóvão (mês de agosto);– Tradição do Clube dos Alemães - Oktober Fest (outu-

bro); Ker Fest (novembro) Baile de Revellion. As fes-tas são realizadas no Clube dos Alemães, no setor 5;

– EXPOVIL - Exposição Agropecuária de Vilhena - Reali-za-se no mês de agosto ou setembro, com exposições de animais, veículos, vestuários, material gráfico; ro-deios, shows artísticos, barracas de bebidas, comidas e doces, além de parque de diversões. É realizada no Parque de exposições “Ovídio Miranda de Brito”, loca-lizado na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes s/n.º;

– FEMUCRI - Festival de Música Cristã - É realizado no mês de agosto, sendo organizado pela Igreja Católi-ca, onde as comunidades inscrevem candidatos para apresentar músicas sacras inéditas. É realizado na Avenida Liberdade, s/n.º, no centro;

– FIC - Festival de Interpretação da Canção - É realiza-do no mês de agosto ou setembro, durante três dias. Geralmente é realizado no ginásio de esportes, na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, s/n.º;

– Festas do Centro de Tradições Gaúchas - São bailes típicos, onde são realizadas apresentações do elenco do C.T.G., leilões e outras atrações. São realizadas na sede do C.T.G., na Rua Afonso Pena, n.º 685, Cen-tro.

* * * * *

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CAPÍTULO 17

COMÉRCIO

1 – Aspectos Gerais

Na busca do retrato mais fiel possível de Rondônia e suas potencia-lidades, este capítulo procura focar atividades do setor terciário que têm uma atuação pioneira nestes rincões amazônicos e vem acompanhando, na medida do possível e com as limitações cria-

das pelas grandes distâncias, os passos do desenvolvimento estadual.

Visando descrever as características estruturais básicas do segmento empresarial do comércio atacadista e varejista no País e suas transforma-ções no tempo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE vem realizando anualmente a Pesquisa Anual de Comércio – PAC. O desenho da pesquisa leva em conta a concentração da atividade nos segmentos de maior porte, dando tratamento censitário para empresas com 20 ou mais pessoas ocupadas para as atividades de comércio. As demais empresas, numerica-mente majoritárias, mas com pequena expressão no cômputo geral da ativi-

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dade econômica, são objeto de pesquisa amostral.A PAC inclui as empresas que têm registro no Cadastro Nacional da

Pessoa Jurídica (CNPJ); que estão sediadas no território nacional, sendo que, para as Unidades da Federação da Região Norte (RO, AC, AM, RR, PA, AP e TO), são consideradas apenas as empresas sediadas nos municípios das ca-pitais e estão classificadas no Cadastro Central de Empresas do IBGE como empresa comercial, isto é, ter atividade principal contemplada na Seção G - Comércio, Reparação de Veículos, Objetos Pessoais e Domésticos, da Clas-sificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE.

Empresa comercial é definida como aquela cuja receita bruta provenha predominantemente da atividade comercial, entendida como compra para revenda, sem transformação significante, de bens novos e usados. Em con-sonância com a abrangência das pesquisas anteriores, optou-se por excluir do âmbito da PAC, embora façam parte da Seção G da CNAE, os seguintes segmentos:

• serviços de manutenção e reparação de veículos e motocicletas;• reparação de objetos pessoais e domésticos; e• intermediários do comércio.

A unidade de investigação da PAC é a empresa, definida como sendo a unidade jurídica caracterizada por uma firma ou razão social que engloba o conjunto de atividades econômicas exercidas em uma ou mais unidades locais.

Os dados da PAC relativos ao Estado de Rondônia, para os anos 1999, 2000 e 2001, correspondem ao número de empresas comerciais88, ao pesso-al ocupado em 31 de dezembro de cada ano, aos salários, retiradas e outras remunerações89, e à receita líquida de revenda e a margem de comercializa-ção90.

A receita líquida de revenda corresponde às receitas brutas prove-nientes da exploração das atividades principal e secundárias exercidas pela empresa, feitas as deduções dos impostos e contribuições que incidem dire-tamente sobre essas receitas (ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS, etc.), das vendas canceladas, abatimentos e descontos incondicionais. Salários, retiradas e ou-tras remunerações correspondem ao total das importâncias pagas a título de salários fixos, retiradas pró-labore, honorários da diretoria, comissões sobre vendas, horas extras, participação nos lucros, ajudas de custo, 13o salário e abono financeiro de 1/3 das férias. A margem de comercialização correspon-de à diferença entre a receita líquida de revenda e o custo das mercadorias

88 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 17.89 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 17.90 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 17.

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revendidas. A PAC estimou para Rondônia, em 2001, a existência de 2.373 estabe-

lecimentos com receita de revenda de mercadorias, somente em Porto Velho, representando 15,41% das empresas do gênero do Estado, em 2001. Esta informação é importante para se ter uma idéia do que representam os dados, principalmente no tocante ao número de empresas. Quanto ao faturamento e número de empregados, entretanto, faz-se necessário relativizar as informa-ções, pois as maiores empresas existentes no Estado estão representadas na PAC, particularmente as do segmento atacadista.

Essas empresas auferiram receita líquida de revenda num total de R$ 1.404.904.000,00, com margem de comercialização da ordem R$ 238.882.000,00, ocupando 13.152 pessoas e pagando R$ 57.430.000,00 de salários, retiradas e outras remunerações.

Em comparação com o ano de 1999 registrou-se um crescimento de 38,31% no número de empresas do setor, e um crescimento de 25% na re-ceita líquida de revenda. O número de pessoas ocupadas aumentou 60,66%, enquanto o montante de salários e outras remunerações pagas aumentou 50,57%. O salário médio registrou uma queda de 6,2% em 2001, quando comparado a 1999, saindo de R$ 358,40 para R$ 335,89.

A estrutura do setor comercial apresentou um predomínio das empresas varejistas em termos do número de empresas (93,13% do total), de empre-gos gerados (82,33%) e da massa de salários e outras remunerações pagas (74,15%). No entanto, apesar da significativa receita líquida de revenda gera-da (R$ 604.411.000,00), a participação do comércio varejista situou-se em torno de 43% do total auferido pelas empresas do comércio em 2001.

Nesse sentido, destaca-se a participação do segmento atacadista que, com apenas 6,87% do total das empresas, foi responsável por aproximada-mente 57% da receita líquida de revenda (R$ 800.493.000,00). No tocante à massa de salários e outras remunerações pagas, o segmento respondeu por 25,85% do total, ocupando 2.324 pessoas, representando 17,67% de todo o pessoal ocupado no comércio formalmente constituído em Porto Velho. A margem de comercialização do segmento representou 47,10% do total gera-do.

2 – Comércio de veículos e varejista de combustíveis

As empresas do segmento de comércio varejista e atacadista de veícu-los e peças e revendedoras varejistas de combustíveis foram estimadas em 181, no ano 2001, representando 7,63% do total, e pagaram 16,80% do to-tal das remunerações a 1.580 pessoas (12% do total). Em termos de receita lí-quida de revenda, as empresas desse segmento geraram R$ 211.166.000,00,

88 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 17.89 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 17.90 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 17.

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300

isto é, 15,03% do total. A margem de comercialização de R$ 32.781.000,00 representou 11,55% do total.

Quando comparado ao ano de 1999, constata-se uma pequena redução no número de empresas do segmento, da ordem de 9,5%. No entanto, há crescimento no número de pessoas ocupadas, de 26,70%, na participação da receita líquida total, passando de 7,94% para 15,03% em 2001. Quanto aos salários e outras remunerações pagos houve uma redução, em termos da par-ticipação relativa ao montante do setor (19,80% e 16,80% respectivamente), mas um pequeno aumento da média anual das remunerações (de R$ 6.058,54 para R$ 6.107,59).

Neste segmento, observa-se que uma parte significativa das empresas dedicou-se à comercialização de peças, acessórios, veículos automotores e motocicletas (75,14%). As empresas que comercializaram combustíveis no varejo representaram 24,86% do total das empresas do segmento em 2001. No entanto, entre 1999 e 2001 houve uma redução do número de empresas do primeiro grupo, da ordem de 18,07%, enquanto foi registrado crescimento no segundo grupo de 32,35% no período.

Em relação ao faturamento destacou-se o setor de comercialização de peças, acessórios, veículos automotores e motocicletas, representando 62,54% da receita líquida do segmento, contra 37,46% do setor de combus-tíveis. No tocante à ocupação de mão-de-obra constatou-se que o primeiro setor ocupou 72,28% do total do pessoal ocupado no segmento e o segundo setor 27,72%.

Na comparação com 1999, constata-se que o setor do varejo de com-bustíveis ampliou sua participação neste segmento, de 24,44% para 37,46%, movido pela dinâmica dos preços dos combustíveis.

Quanto à remuneração de mão-de-obra do pessoal ocupado e outras retiradas, em 2001, destacaram-se as empresas revendedoras de peças, aces-sórios, veículos automotores e motocicletas que participaram com 74,84%, contra 25,16 do setor de combustíveis.

3 – Comércio atacadista

No segmento das empresas atacadistas destacam-se as de comércio de combustíveis, madeira, material de construção, representando 25,15% do nú-mero de empresas do segmento e respondendo por 62,73% da receita líquida do total do comércio atacadista.

As empresas atacadistas de alimentos, bebidas e fumo destacaram-se em relação ao número de empresas (34,35% do total do segmento) e na geração de empregos (38,98% do total). No que se refere ao faturamento, o setor configurou-se como o segundo em importância no comércio atacadista,

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301

respondendo por 18,24%. Este segmento abrange somente as grandes redes distribuidoras, que abastecem os setores de restaurantes, hotelaria, governos e comércio varejista.

Ainda quanto ao volume de faturamento foram destaques, em 2001, as classes atacadistas de produtos agropecuários in natura e de mercadorias em geral, de artigos de uso pessoal e doméstico, inclusive produtos farmacêu-ticos, e máquinas e equipamentos, que responderam, respectivamente, por 11,09%, 6,81% e 1,14% da receita líquida total do comércio atacadista.

Proporcionalmente, o setor que mais ocupou mão-de-obra em 2001 foi o de artigos de uso pessoal e doméstico, com média de 17,59 pessoas ocupa-das por empresa. O comércio atacadista de combustíveis apresentou média de 10,24; produtos alimentícios, bebidas e fumo teve média de 16,17; produtos agropecuários in natura e de mercadorias em geral apresentou média de 11,39 e máquinas e equipamentos 15,72 pessoas ocupadas por empresa.

O comércio atacadista de combustíveis se destacou pelo pagamento do melhor salário médio anual de todo o segmento, incluindo as retiradas: R$ 13.588,00. O menor salário médio anual coube ao segmento de artigos de uso pessoal e doméstico, com R$ 3.886,00 por pessoa ocupada.

Na comparação com o ano de 1999, destacaram-se neste segmento os setores de produtos alimentícios, bebidas e fumo, com uma pequena elevação no faturamento, não obstante a redução do número de empresas de 96 para 56, representando uma diminuição de 41,67%, e produtos agropecuários in natura e de mercadorias em geral, com aumento no faturamento da ordem de 105%, tendo mantido o mesmo número de empresas no período.

4 – Empresas Varejistas

Os dados da PAC 2001 mostram que, para o segmento varejista, parte significativa das empresas dedicou-se à comercialização de produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.), representando 42,80%. O setor de tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados representou 31,06%, seguido do comércio não-especializado (hiper/supermercados, lojas de depar-tamentos, etc.), com 19,77% e do setor de produtos alimentícios, bebidas e fumo representando 6,37%.

No tocante ao faturamento, os destaques são o comércio de produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.), representando 58,62% da receita líquida do segmento, e o comércio não-especializado (hiper/supermer-cados, lojas de departamentos, etc.), com 25,91%. Os dois setores contabi-lizaram 84,53% do faturamento do segmento, não obstante representarem

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62,57% das empresas. Quanto à ocupação de mão-de-obra, a importância dos setores é, pela

ordem: comércio de produtos em lojas especializadas (produtos farmacêu-ticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.), com 47,96% do total de pessoas ocupadas no segmento; tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados (26,08% do total); comércio não-especializado (hiper/supermercados, lojas de departamentos, etc.), ocupando 20,86% das pessoas; produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 5,10% do total de pessoas ocupadas no segmento.

Na comparação 1999/2001 das atividades varejistas selecionadas, des-tacaram-se o crescimento do número de empresas dos setores do comércio de tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados e comércio de produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.), 130,77% e 90,35%, res-pectivamente. Constatou-se também, um aumento na participação relativa na receita líquida total, de 17,88% em 1999, para 27,99% em 2001.

Em contrapartida, o setor de comércio não-especializado (hiper/supermercados, lojas de departamentos, etc.) reduziu sua participação re-lativa na receita líquida do segmento varejista de 48,97%, em 1999, para 25,91% em 2001.

Potencial de Consumo

O potencial de consumo do Estado de Rondônia foi estimado pela em-presa de consultoria Florenzano Marketing em R$ 4,4 bilhões no ano de 2001, sendo o 23º em nível nacional, considerado pequeno, mas em expansão. Evo-luiu 31,27% entre 1998 e 2001, enquanto a média de evolução nacional foi de 25,86%.

Ao longo dos últimos anos, a participação relativa de Porto Velho no potencial de consumo do Estado vem sendo reduzida, indicando melhoria na distribuição de renda para o interior do Estado, estando ligada diretamente à importância das atividades primárias na economia, bem como, à industrializa-ção dessa base primária, puxando o desenvolvimento para o interior do Esta-do, constituindo-se em um indicador positivo.

O índice potencial de consumo – IPC do Estado de Rondônia era 0,604% em 200191. Este índice, levantado pela Florenzano Marketing, mostra a parti-cipação de cada estado no consumo do país. Depende fundamentalmente de dois fatores, a população e a renda.

A despesa das famílias, estimada em 60% do Produto Interno Bruto do

91 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 17.

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Estado, é agrupada em 45 produtos e serviços. Com base no levantamento feito em 2001, os produtos com melhor potencial de consumo no Estado eram carne bovina e carne de frango, registrando IPC de 1,190% e 1,107% respectivamente.

Vários produtos e serviços apresentam IPC acima da média do Estado, sendo eles: carne Bovina, carne de frango, produtos de higiene,livros e revis-tas, educação (1º e 2º graus), roupas masculinas, brinquedos e jogos, planos e seguros de saúde, café, calçados, legumes e verduras, frutas, macarrão, óculos e lentes, roupas femininas, viagens/transporte, enlatados e conser-vas, panificados, remédios, refeições fora de casa e roupas infantis.

Em contrapartida, 24 dos 45 produtos e/ou serviços considerados na pesquisa apresentam IPC inferior à média do Estado, sendo eles: biscoitos, doces e salgados, óleo de cozinha, maionese, iogurtes, produtos de limpeza, eletrodomésticos, cerveja, papel higiênico, sucos, leite e derivados, refri-gerantes, móveis, aparelhos de som, acessórios para banheiro, reforma de imóveis, médicos, refeições preparadas, veículos (manutenção), cabeleireiro, fumo, aquisição de veículos, tratamento dentário, aquisição de imóveis, alu-guel de imóveis. Os piores desempenhos são aluguel e aquisição de imóveis, com IPC de 0,237 e 0,255 respectivamente.

Já com relação aos gastos da população, os produtos e serviços em que ocorrem os maiores gastos da população são: refeições fora de casa, educação, aquisição de veículos, consumo de carne bovina, reforma de imó-veis, aquisição de eletrodomésticos, remédios e produtos de higiene, todos com consumo anual superior a R$ 100 milhões, sendo os cinco primeiros superiores a R$ 150 milhões.

* * * * *

91 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 17.

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305

CAPÍTULO 18

OS INCENTIVOS FISCAIS, AS LINHAS DE CRÉDITO E OS FINANCIAMENTO DISPONÍVEIS EM RONDÔNIA

1 – Incentivo Tributário

OPrograma de Incentivo Tributário de Rondônia foi instituído atra-vés da Lei Complementar n° 186, de julho de 1997, alterada pela Lei 231, de maio de 2000, e tem por finalidade conceder incenti-vo na implantação, ampliação e modernização de empreendimen-

tos industriais e agro-industriais no Estado de Rondônia na outorga de crédito presumido de até 95% (noventa e cinco por cento) do VALOR:

I – do ICMS debitado no período concedido, no caso de implantação;II – da parcela do ICMS a recolher, da parcela incrementada no período

em função do projeto, no caso de ampliação ou modernização.O Programa destina-se à pessoas jurídicas dos setores industrial e

agro-industrial de qualquer porte, desde que atendam aos parâmetros de enquadramento do Programa, os quais preconizam que terão acesso ao in-

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

306

centivo todas aquelas empresas que:I – venham a se instalar em áreas industriais ou deliberadas pelo setor

público estadual ou municipal;II – produzam bens de capital;III – utilizem matéria prima regional;IV – contribuam para o incremento da produção industrial e agro-in-

dustrial do Estado;V – concorram para substituir produtos importados do exterior ou ou-

tra unidade da Federação;VI – promovam o aumento do valor bruto da produção estadual;VII – contribuam para a industrialização mineral do Estado;VIII – concorram para o aumento da oferta de energia elétrica, através

de geração própria em locais deficitários;

IX – contribuam para a fixação do homem no campo;X – concorram para o aproveitamento de resíduos industriais ou do-

mésticos;XI – beneficiem produtos da biodiversidade;XII – contribuam para a industrialização de pedras preciosas e semi-

preciosas extraídas no Estado;XIII – promovam o aumento dos produtos locais para o mercado na-

cional e/ ou internacional.Para aquelas empresas que atenderem aos parâmetros estabelecidos,

será concedido percentual de crédito presumido do incentivo tributário, o qual será apurado mediante pontuação obtida, obedecendo aos seguintes critérios:

A – grau de utilização de insumos locais e regionais;B – localização do empreendimento;C – adoção de medidas visando à qualidade total;D – geração e manutenção de empregos diretos;E – tecnologia aplicada;F – utilização racional de energia;G – volume de investimento fixo do projeto.

A classificação das empresas se dará por faixa, conforme estabelecido na legislação vigente, assim especificado:

Pontuação Faixa Nível de CréditoPresumido do ICMS

Prazo de Utilizaçãodo Benefício

121 a 140 “A” 95% 180 meses106 a 120 “B” 85% 160 meses91 a 105 “C” 75% 140 meses75 a 90 “D” 65% 120 meses

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307

Além do crédito presumido previsto na Lei de Incentivo Tributário, será concedido ao empreendimento em implantação, redução da base de cálcu-lo, em 50% (cinqüenta por cento) do ICMS, sobre as aquisições de energia elétrica e nas prestações de serviços de transportes interestadual e intermu-nicipal, e de comunicação em que forem tomadores.

Para obtenção do Incentivo Tributário, deverão os interessados apre-sentar, mediante correspondência dirigida à CONSIC/SEAPES, Carta Consul-ta conforme modelo padrão disponibilizado pela SEAPES, a qual será subme-tida a análise técnica no prazo de 10 (dez) dias úteis a partir do protocolo na CONSIC. Uma vez aprovada, será solicitada da empresa apresentação do projeto técnico-econômico-financeiro, em (03) em três vias, o qual deverá ser entregue na CONSIC, até 60 (sessenta) dias a contar da aprovação da Carta Consulta. A análise do projeto técnico-econômico-financeiro, será executada no prazo de 30 (trinta) dias úteis e após a emissão de parecer técnico, será submetido ao CONDER, para deliberação, na sua primeira reunião ordinária. Uma vez aprovado o projeto pelo CONDER, será firmado Termo de Con-cessão entre o Estado e o beneficiário do incentivo, assinado pelo Presidente do CONDER.

2 – Incentivo sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI As empresas industriais, cuja matéria-prima principal utilizada no pro-

cesso produtivo tenha origem na Região Norte, instaladas ou em instalação no Estado de Rondônia gozarão, por força do Art. 2º do Decreto n.º 288, referente à SUFRAMA, de isenção do pagamento do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI, por um prazo de 10 (dez) anos, mediante solicitação em modelo simplificado do projeto.

Bens/Atividades beneficiadas- Bens e mercadorias nacionais ou estrangeiras recebidos, beneficia-

dos ou fabricados, desde que adquiridos através da Zona Franca de Manaus ou dos entrepostos da SUFRAMA, na Amazônia Ocidental, e que sejam destinados ao consumo interno ou à utilização nestas mesmas áreas.

- Fabricação de produtos com matérias-primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exceto de origem agropecuária, por estabelecimentos industriais da Amazônia Ocidental.

3 – Incentivo sobre o Imposto de Importação – II

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As empresas, de um modo geral, poderão solicitar, mediante apre-sentação em formulário simplificado, a isenção ou redução do Imposto de Importação - II, bem como do IPI, para a aquisição de bens de capital de até US$ 200 mil para aquisição de insumos, quando de sua importação. Acima desses valores, a solicitação deverá ser feita através de projeto pleno.

O índice de redução do Imposto sobre Importação será aplicado me-diante coeficiente redutor e de acordo com os índices de nacionalização es-tabelecidos pela SUFRAMA e pelo Conselho de Desenvolvimento Industrial - CDI.

4 – Incentivos sobre o Imposto sobre a Renda - IRPJ As empresas instaladas ou em instalação no Estado de Rondônia,

gozarão, por força da Resolução n.º 7.077 do Conselho Deliberativo da SU-DAM, de isenção ou redução de 50% do Imposto de Renda por um prazo de 10 (dez) anos, mediante aprovação do projeto junto à referida autarquia.

5 - Incentivo da Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim - ALCGM Localizada a noroeste do Estado de Rondônia, no município com o

mesmo nome, a Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim - ALCGM possui uma extensão de 82,52 KM², delimitada e administrada pela SUFRAMA, onde a negociação de produtos poderá ser feita com suspensão e/ou isenção do Imposto de Importação - II e do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI.

O armazenamento de mercadorias a serem comercializadas na AL-CGM, ou com o exterior (reexportação) ou, ainda, com os outros estados do Brasil (internação), será realizado em entrepostos alfandegados e sob contro-le aduaneiro, determinados pela SUFRAMA e Secretaria da Receita Federal.

Poderão operar na ALCGM as empresas de todos os setores de ativi-dade, desde que habilitadas e cadastradas na SUFRAMA.

Os benefícios fiscais estabelecidos para a ALCGM serão adotados por um prazo de 25 anos.

No caso de remessa de mercadorias destinadas à ALCGM, sem o des-taque do ICMS, será deduzido o crédito fiscal presumido correspondente à operação interestadual.

Maiores informações sobre a concessão dos benefícios dos incentivos fiscais poderão ser obtidas junto aos seguintes órgãos:

Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e

Social – SEAPES

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309

Rua Padre Ângelo Cerri – Esplanada das Secretarias s/n, Pedrinhas – Fone: 216-

5173/5174/5308/5961 – Fax: 216-5961

Secretaria de Estado de Finanças – CRE/SEFIN

Rua Presidente Dutra, 3034 – Pedrinhas – Fone: 216-5044/223-2880 Fax: 229-

3592

Casa Civil

Palácio Getúlio Vargas – Praça Getúlio Vargas S/N

Fone: 216-5054/5021

Fax: 224-3520

6 – Linhas de Crédito e Financiamento

6.1 – Fundo Constitucional de Financiamento do Norte - FNO

Programas de Financiamento:

– Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - PROMIPEQ

– Programa de Desenvolvimento Industrial - PRODESIN– Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Agroindústria - PROAGRIN– Programa de Desenvolvimento do Turismo Regional - PRODETUR– Programa de Apoio à Exportação - FNO/EXPORTAÇÃO– Programa de Apoio à Infra-Estrutura Econômica - PROINFRA– Programa de Eficiência Energética - PROENERG– Programa de Apoio ao Comércio e à Prestação de Serviços -

COMSERV

BNDES – BNDES Automático

FINAME – FINAME - Automático– FINAME - Programa Especial– FINAME - Crédito Complementar

Fundo Especial de Apoio às Pequenas e Médias Empresas Industriais – FEPEMIBNDES – Programa Amazônia Integrada - PAI

– FINAME - Programa Amazônia Integrada Automático

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310

– FINAME - Programa Amazônia Integrada Agrícola– Financiamento à Importação de Máquinas e Equipamentos

6. 2 - Detalhamento das Linhas de Crédito e Financiamento: FNO

O Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis nº 7.827, de 27.09.89, nº 9.126, de 10.11.95 e nº 10.177, de 12/01/01. Seus recursos são provenientes, basicamente, dos impostos sobre produtos industrializa-dos e renda, cabendo sua administração ao Banco da Amazônia S. A.

O objetivo principal do FNO é contribuir para o desenvolvimento eco-nômico e social da Região Norte. Sua ação se dá mediante a execução de programas de financiamentos voltados para o desenvolvimento das ativida-des produtivas regionais, de forma compatível com os Planos de Desenvol-vimento das Unidades Federativas da Região Norte, o Plano de Desenvolvi-mento Regional e o Plano Plurianual.

Os recursos do FNO são destinados a atender toda a Região Norte, compreendendo as sete Unidades Federativas: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins e o Agente Financeiro é o Banco da Amazônia S/A – BASA.

Condições Operacionais do FNO Industrial – Resumo

Classificação do Porte –(R$ 1.000,00) Micro Até Pequeno Até Médio Até Grande

Acima deReceita Operacional Bruta Anual Projetada 244 1.200 35.000 35.000

Encargos Financeiros(Taxa Efetiva ao ano) 8,75% 10% 12% 14%

Sobre os referidos encargos serão aplicados bônus de adimplência de 15% para os multuários que pagarem a parcela da dívida até a data do respectivo vencimento.

Limites de Crédito por Cliente – Até (R$ 1.000,00)

PROMIPEQ

– FNO-ESPECIAL 70 200 - -

– FNO-NORMAL 170 840 - -

– FNO-EXPORTAÇÃO 500 1.800 - -

COMSERV 70 500 1.000 3.000

PROENERG - - 1.000 3.000

PRODESIGN/PROAGRIN/PRODETUR/FNO-Exportação

- - 24.000 40.000

PROINFRA - - 36.000 60.000

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311

Capital de Giro: até 100% das necessidades limitado a 35% dos valores para investimento fixo ou misto.Obs: Os programas PROENERG e COMSERV não financiam capital de giro isolado.

LIMITES DE FINANCIAMENTO 100% 100% 90% 75%

Garantias (percentual mínimo sobre o valor do financiamento)

FN0-Especial - Pré-existente 35% 35% - - - Final 100% 100% - -FNO-Normal - Pré-existente 50% 50% 100% 100% - Final 130% 130% 130% 130%

Capital de Giro (Pré-existente) 130% 130% 130% 130%

PRAZOS Carência Até(anos)

Amortiza-ção Até (anos)

Total Até (anos)

I - Investimento fixo e misto: Empresas Implantadas 2 6 8 Empresas em Implantação - FNO-Especial 3 7 10 - FNO-Normal 2 8 10 - PROINFRA 4 8 12 - Para meios de hospedagem 4 8 12II - Máquinas/equipamentos isolados: 1 4 5III - Capital de Giro: 1 2 3

Financiamento para Turismo Sustentável de Base Comunitária

Porte Finalidade LimiteFinanciável Limite de Crédito

Pessoa FísicaInvestimento Fixo ou Misto

100% 7.500,00

Assoc./CooperativaInvestimentoFixo ou Misto

100% 375.000,00

Capital de Giro: até 100% das necessidades limitado a 35% dos valores para investimento fixo ou misto.

GARANTIA: Aval solidário dos financiados; aval e/ou hipoteca de bens da associação/cooperativa.

Detalhamentos dos Programas de Financiamentos

Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (PROMIPEQ)

Objetivo

– Promover a implantação, ampliação, modernização e relocalização de microempresas e empresas de pequeno porte, que desenvolvam atividades dos setores agroindustrial, industrial, infra-estrutural e de turismo da Região, fortalecendo esses segmentos, através de um programa específico de crédito e em condições diferenciadas, que proporcione a expansão e a diversificação das atividades econômicas e o incremento do mercado interno regional.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

312

Atividades Financiadas

– Agroindústria, compreendendo as atividades de transformação ou beneficiamento de matérias-primas “in natura”, de origem agrícola, pecuária e florestal, produzidas no próprio empreendimento ou adquiridas de tercei-ros;

– Indústria de transformação, compreendendo as atividades que se encontram discriminadas de forma analítica na “Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)”, elaborada pelo IBGE e publicada no Diário Oficial da União em 26.12.94;

– Turismo, compreendendo pequenos empreendimentos, inclusive restaurantes, lanchonetes e outros, a critério do Banco, localizados ou a serem implantados em complexos turísticos, como forma de valorizar a ca-pacidade de geração e internalização de renda e empregos e oportunidades de ocupação de mão-de-obra, observados os portes de micro e pequenas empresas;

– Infra-estrutura, compreendendo os empreendimentos não-gover-namentais de infra-estrutura econômica, desde que voltados ao apoio de atividades econômicas produtivas.

Beneficiários- Pessoas jurídicas, inclusive firmas individuais, de micro e peque-

no porte, de direito privado e de capital efetivamente nacional;- Associações e Cooperativas de produção legalmente constituí-

das e em atividade há mais de 6 meses com, pelo menos, 70% do quadro social composto de micro (grupo I) e pequenos empre-sários (grupo II);

- Micro e pequenas empresas, associações e cooperativas dos grupos I e II, de capital nacional ou de capital estrangeiro (neste caso, desde que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse nacional) que se dediquem, exclusivamente, à ati-vidades produtivas voltadas à exportação;

- Pessoas físicas organizadas em associação ou cooperativa, com-preendendo empreendedores de pequenos negócios no setor de turismo, bem como aqueles que atuam na produção de artesana-to regional e na fabricação de jóias.

Finalidade- Investimento em ativo fixo;- capital de giro;

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313

- investimento misto (ativo fixo mais capital de giro).

Itens Financiáveis- aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em ex-

posição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais;

- aquisição de veículos de transporte de cargas novos, inclusive em exposição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do em-preendimento;

- aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira;

- execução de obras civis (construções e/ou reformas) e insta-lações, realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais e justificadas como necessárias ao empreen-dimento;

- aquisição de embarcações novas, de transporte de carga ou para fins turísticos, inclusive em exposição-feira, e/ou usadas, com pelo menos, 60% de vida útil;

- aquisição de pequenas aeronaves novas ou usadas, estas com pelo menos 60% de vida útil, para fins turísticos;

- aquisição de móveis e utensílios, desde que justificados como necessários ao empreendimento;

- custo do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAM-PE);

- itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos com-plementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia;

- assistência técnica;- integralização de quotas-partes do capital social de cooperativas

de micro e pequenas empresas para fins de formação e organi-zação da base de suporte à produção e comercialização de pro-dutos regionais;

- capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial;

- desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experi-

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314

mentação;- participação em joint venture tecnológico no País; - aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por institui-

ções de pesquisas;- programas de transferência de tecnologias; - outros, a critério do Banco.

Financiamentos Prioritários:Dentro das condições do FNO-Especial, além dos já relacionados no

item Atividades Financiadas, os seguintes:

A) Financiamento a Empresas Incubadas em Parques Tecnológicos Objetivos

- Apoiar a agregação de conhecimentos e a incorporação de novas tecnologias nas micros e pequenas empresas.

- Reduzir a taxa de mortalidade de novas micro e pequenas empresas.

- Apoiar a introdução de novos produtos, processos e servi-ços no mercado.

- Apoiar a criação, o desenvolvimento e a consolidação das micro e pequenas empresas que apresentem potencial de crescimento.

Itens Financiáveis: além dos citados anteriormente, o seguinte:

- Despesas de implantação (incubação) e desincubação, ex-ceto para aquisição de terreno.

B) Financiamento ao Artesanato

Objetivos- Incentivar a organização e o fortalecimento dos núcleos de

produção (associações e cooperativas de artesãos) .- Criar condições para promover o artesanato e a empresa

artesanal da região.- Valorizar o artesão da região, elevando seu nível cultural,

profissional, social e econômico.

Itens financiáveis: além dos citados anteriormente, os seguintes:- produção de peças artesanais em geral a partir do uso de

matéria-prima como argila, madeira, vidro, plástico, fibras

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vegetais etc.;- promoções e marketing dos produtos;- realização de eventos, a critério do Banco;- estudos, pesquisas e documentação do artesanato;- oficinas de design.

C) Financiamento para Turismo Sustentável de Base Comunitária Objetivos

- Promover o desenvolvimento do turismo sustentável na Re-gião Norte, apoiando as atividades de base comunitária.

- Proporcionar oportunidades de trabalho e de geração de renda alternativa às famílias que residam nas áreas de de-senvolvimento do turismo na Região.

- Contribuir para a consolidação dos pólos ecoturísticos, através de investimentos complementares destinados ao apoio às ações do PROECOTUR e do PNMT.

Beneficiários- Pessoas físicas organizadas em associações ou cooperati-

vas, tais como: artesãos e trabalhadores autônomos empre-endedores de pequenos negócios.

- Associações e cooperativas para aquisição de bens de uso comum.

Notas: No caso de comunidades indígenas, a FUNAI, como órgão tu-telar dos indígenas, deve emitir uma declaração informando que apoia o em-preendimento pretendido e autorizando a obtenção do crédito.

O beneficiário tem que:a) demonstrar capacidade produtiva (terra, mão-de-obra, acompanha-

mento técnico);b) apresentar projeto com taxa interna de retorno compatível com os

limites de endividamento e as condições financeiras estabelecidas.

Área de atuaçãoToda a Região Norte, restrita, porém, às comunidades previamente

selecionadas e que possam contar com assistência e orientação técnica ade-quada.

Atividades financiadas- Ecoturismo

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316

- Turismo convencional;- Turismo rural;- Artesanato e outras atividades correlatas.

FinalidadeAtivo fixo; semi-fixo; misto e capital de giro/custeio isolado. Itens financiáveis – além dos citados anteriormente, os seguintes equi-

pamentos:- comunicação: rádios, telefones;- segurança: bóias, coletes salva-vidas, gps;- atividades esportivas e recreativas, turismo especializado

(equipamento de camping – mochilas, barracas – de pesca, de mergulho, pranchas de windsurf, pára-quedas, alpinismo/montanhismo/arborismo, bicicletas, binóculos;

- vestuário/uniformes, calçados;- tratamento de água e resíduos: filtros, coleta de água, compos-

tagem;- som e imagem: filmadoras, máquinas fotográficas;- informática;- acessórios (toldos, barracas, cadeiras, guarda-sol, etc...);- processamento, conservação e embalagens de alimentos;- processamento de matérias-primas;- divulgação e marketing;- despesas pré-operacionais;- artesanato:

. matéria- prima

. máquinas, equipamentos e ferramentas

. embalagens

. comercialização

. transporte

. divulgação- atividades culturais: instrumentos musicais, cenografia, figuri-

nos;- energia;- sistema de comercialização;- programa de capacitação (técnica, prestação de serviços e ges-

tão):- atividades produtivas (panificação, vestuário, calçados, produtos

de limpeza, criação de animais silvestres, olericultura, piscicultu-ra, corte e costura, leite e derivados, floricultura, caprinocultura,

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317

extração mineral, aviários, viveiros e agricultura orgânica;- atividades de serviços: oficinas de auto, bicicletas, eletricistas,

higiene e beleza, informática, primeiros socorros, produção cul-tural, serviços gerais.

- monitoramento e avaliação de serviços;- alimentação e bebida (restaurante, lanchonete, ambulantes, se-

gurança alimentar, etc.);- sanitários: fossas secas e instalações sanitárias para áreas ala-

gadas;- instalações físicas;- seguros, apólices;- serviços de consultoria – projetos e operação;- contrapartida de convênios;- construção, reforma e/ou melhoria de unidades habitacionais de

hospedagem, inclusive em residência;- transporte (barcos, canoas, carros, ônibus, botes, etc.)- certificações de qualidade (iso, sif, etc...)- melhoria de produtos/atrativos (torres de observação, equipa-

mentos de trilhas, sinalização, iluminação, acesso a atrativos turísticos, etc.)

Condições operacionais (para microempresas)

a) Encargos financeiros: Taxa de juros efetivos de 8,75% a.a. Sobre os referidos encargos serão aplicados bônus de adimplência de 15% para os mutuários que pagarem a parcela da dívida até a data do respectivo venci-mento.

b) Limites de Financiamento

FNO-Especial:

Porte Finalidade Limite deFinanciamento

Limite de Créditopor Cliente – Até (R$)

Pessoa FísicaInvestimento Fixo ou Misto Capital de Giro

100%100%

7.500,003.400,00

Associação/Cooperativa

Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

100%100%

375.000,00131.250,00

Notas:1) No investimento misto, a parcela do capital de giro é limitada a

35% do valor do financiamento total.2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capaci-

dade de pagamento da empresa.

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318

3) No financiamento a Associações/Cooperativas do Grupo I, o li-mite de crédito deve respeitar a capacidade de pagamento, não podendo ser superior ao resultado da multiplicação do número de associados pelo limite, por cliente.

c) Prazos

Prazo CarênciaAté (anos)

AmortizaçãoAté (anos)

TotalAté (anos)

Investimento fixo e misto -Empresas em implantação -Empresas implantadas

32

76

10 8

- Máquinas e equipamentos isolados 1 4 5

Capital de Giro 1 2 3

Nota: O prazo não deve ultrapassar a vida útil do bem financiado. d) Garantias

- Aval solidário dos financiados;- Aval da associação/cooperativa;- Hipoteca de bens da associação/cooperativa.

Outras condições- Apresentação de cópia do contrato de concessão real de

uso (no caso de reservas extrativistas);- Possuir residência fixa na comunidade há, pelo menos, 01

(um) ano.

Programa de Desenvolvimento Industrial (PRODESIN)

Objetivos- Promover a implantação, ampliação, modernização e relocaliza-

ção de empreendimentos industriais na Região Norte.- Apoiar ações empresariais de capacitação dos recursos humanos

voltadas para a adoção de novas técnicas de produção e de ges-tão empresarial.

Atividades FinanciadasSão financiáveis as atividades, cuja discriminação analítica se encon-

tra na “Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)”, elaborada pelo IBGE e publicada no Diário Oficial da União em 26.12.1994, relaciona-das à:

- Indústria extrativa, desde que associada ao beneficiamento;- Indústria de transformação, cujas atividades não se caracterizem

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como agroindústrias;- Indústria de construção civil, somente sob a forma de investi-

mentos em máquinas e equipamentos, exceto quando se tratar de obras civis para a sede da empresa.

Beneficiários- Pessoas jurídicas de direito privado, inclusive firmas individuais,

de capital nacional, de médio e grande porte;- Pessoas jurídicas de direito privado, de capital estrangeiro, desde

que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse nacional (conforme legislação vigente), de médio e grande por-te.

Finalidade- Investimento em ativo fixo;- Capital de giro;- Investimento misto (ativo fixo mais capital de giro).

Itens Financiáveis- Execução de obras civis (construções e/ou reformas) e insta-

lações, realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais e justificadas como necessárias ao empreen-dimento;

- aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em ex-posição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais;

- aquisição de veículos de transporte de cargas novos, inclusive em exposição-feira; e/ou usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do em-preendimento;

- aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira;

- aquisição de embarcações novas de transporte de carga, inclusi-ve em exposição-feira, e/ou usadas, com, pelo menos, 60% de vida útil;

- aquisição de móveis e utensílios;- integralização de quotas-partes do capital social de cooperativas

de produção;

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320

- capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial;

- desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experi-mentação;

- participação em joint venture tecnológico no País; - aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por institui-

ções de pesquisas;- programas de transferência de tecnologias;- itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos com-

plementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia;

- assistência técnica;- outros, a critério do Banco.

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Agroindústria (PROA-GRIN)

Objetivos- Apoiar as iniciativas empresariais que visem a implantação,

ampliação, modernização e relocalização de unidades agroindus-triais na Região.

- Criar condições para o processamento local de matérias-primas de origem agrícola, pecuária e florestal, elevando a competitivi-dade e aumentando o valor agregado regional.

- Induzir e apoiar a geração e transferência de inovações tecnoló-gicas para o setor produtivo.

Atividades FinanciadasAgroindústrias, compreendendo as atividades de transformação ou

beneficiamento de matéria-prima in natura, de origem agrícola, pecuária e florestal, produzidas pelo próprio empreendimento e/ou produzidas por ter-ceiros.

Beneficiários- Pessoas jurídicas de direito privado, inclusive firmas individu-

ais, de capital nacional, de médio e grande porte;- pessoas jurídicas de direito privado, de capital estrangeiro,

desde que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse nacional (conforme legislação vigente) de médio e

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321

grande porte.

Finalidade- Investimento em ativo fixo;- capital de giro;- investimento misto (ativo fixo mais capital de giro).

Itens Financiáveis- Execução de obras civis (construções e/ou reformas) e insta-

lações, realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais e justificadas como necessárias ao empreen-dimento;

- aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em ex-posição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais;

- aquisição de veículos de transporte de cargas novos, inclusive em exposição-feira; e/ou usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do em-preendimento;

- aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira;

- aquisição de embarcações novas de transporte de carga, inclusi-ve em exposição-feira, e/ou usadas, com, pelo, menos, 60% da vida útil;

- aquisição de móveis e utensílios; - integralização de quotas-partes do capital social de cooperativas

de produção;- capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de

mão-de-obra, organização e automação empresarial;- desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experi-

mentação;- participação em joint venture tecnológico no País; - aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por institui-

ções de pesquisas;- programas de transferência de tecnologias;- itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos com-

plementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento,

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montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia;

- assistência técnica;- outros, a critério do Banco.

Programa de Desenvolvimento do Turismo Regional (PRODETUR)

Objetivos- Apoiar as iniciativas empresariais que visem a implantação, am-

pliação, reforma e modernização de empreendimentos que for-mem o conjunto de obras e de instalações de estrutura física e de serviços, componentes da infra-estrutura turística.

- Contribuir para a consolidação dos pólos de ecoturismo, através de investimentos para a formação e ampliação da infra-estrutura turística, necessária ao desenvolvimento da atividade, manten-do a harmonia e o equilíbrio entre resultados socioeconômicos, impactos ambientais e culturais e satisfação dos turistas e das comunidades envolvidas;

- Apoiar as iniciativas voltadas para a promoção de investimentos na formação, ampliação, diversificação, modernização e melho-ria da qualidade da infra-estrutura turística da Região, em áreas definidas como pólos turísticos.

Atividades Financiadas- Ecoturismo (Turismo Especializado) e Turismo Convencional,

compreendendo: eventos; aventura; pesca amadora e outros de caráter esportivo; profissional; bem estar; estudo; místico; cultu-ral; rural; pesquisa; receptivo e outros, a critério do Banco.

Beneficiários- Pessoas jurídicas, inclusive firmas individuais, de direito privado

e de capital efetivamente nacional, de médio e grande porte.

Finalidade- Investimento em ativo fixo;- capital de giro;- investimento misto (ativo fixo mais capital de giro).

Itens Financiáveis

a) Ecoturismo (turismo especializado):

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- obras civis (construções e/ou reformas) e instalações realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, de meios de hospeda-gem; campings; pontos de parada, tais como pequenas pousadas que viabilizem e garantam o percurso do roteiro turístico até o seu destino final; restaurantes; lanchonetes; terminais turísticos de embarque e desembarque de passageiros e outros, a critério do Banco;

- trilhas ecológicas;- aquisição, inclusive em exposição-feira, de máquinas e equipa-

mentos novos, inclusive de lazer, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendados;

- aquisição, inclusive em exposição-feira, de veículos novos de carga e/ou de transporte de passageiros para turismo receptivo, e/ou veículos usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que façam parte integrante do projeto financiado;

- aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira, observadas as condicionantes constantes do item 5 deste Plano (Restrições do FNO);

- aquisição, inclusive em exposição-feira, de embarcações novas apropriadas para transporte e passeios (linhas marítimas e flu-viais) e barcos-hotéis, e/ou usados, com, pelo menos, 60% da vida útil;

- aquisição de aeronaves novas ou usadas, estas com peo menos 60% de vida útil, para fins turísticos;

- aquisição de móveis e utensílios;- tecnologia para geração de energia elétrica alternativa viável,

para conservação de energia e para tratamento de água, esgoto e lixo, quando associado a outros itens do projeto;

- promoções e marketing do empreendimento financiado;- capacitação tecnológica e gerencial e formação/treinamento de

mão-de-obra para a prestação de serviços turísticos;- itens de natureza pré-operacional;- assistência técnica;- outros, necessários ao segmento de ecoturismo, a critério do

Banco.

b) Turismo convencional:- obras civis (construções e/ou reformas) e instalações, realizadas

em imóvel próprio, alugado ou arrendado, de meios de hospeda-

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gem; terminais turísticos de embarque e desembarque de passa-geiros; restaurantes, lanchonetes e outros, a critério do Banco, localizados ou a serem implantados em complexos turísticos;

- aquisição, inclusive em exposição-feira, de máquinas e equipa-mentos novos, inclusive de lazer, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado;

- aquisição, inclusive em exposição-feira, de veículos novos de carga e/ou de transporte de passageiros para turismo receptivo, e/ou veículos usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que façam parte integrante do projeto financiado;

- aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira, observadas as condicionantes constantes do item 5 deste Plano (Restrições do FNO);

- aquisição, inclusive em exposição-feira, de embarcações novas apropriadas para transporte e passeios (linhas marítimas e flu-viais) e barcos-hotéis e/ou usados, com, pelo menos, 60% da vida útil;

- aquisição de aeronaves novas ou usadas, estas com pelo menos 60% de vida útil, para fins turísticos;

- aquisição de móveis e utensílios; - tecnologia para geração de energia elétrica alternativa, para con-

servação de energia e para tratamento de água, esgoto e lixo, quando associado a outros itens do projeto;

- realização de eventos, a critério do Banco;- promoções e marketing do empreendimento financiado;- capacitação tecnológica e gerencial e formação/treinamento de

mão-de-obra para a prestação de serviços turísticos;- itens de natureza pré-operacional;- assistência técnica;- outros, a critério do Banco.

Programa de Apoio à Exportação (FNO-EXPORTAÇÃO)

Objetivos- Promover a implantação, ampliação, modernização e relocaliza-

ção de empresas exclusivamente exportadoras na Região Nor-te.

- Apoiar as exportações da Região Norte, mediante financiamento ao setor produtivo, para a produção de bens manufaturados e

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semi-manufaturados destinados, exclusivamente, à exportação.- Financiar a produção de bens manufaturados e semi-manufatura-

dos destinados exclusivamente ao mercado externo reforçando os recursos de capital de giro e ativos fixos das empresas ex-portadoras regionais em condições compatíveis com o mercado internacional.

Beneficiários- Pessoas jurídicas, inclusive firmas individuais, de direito privado,

de capital nacional, desde que se dediquem, exclusivamente, à atividade produtiva voltada à exportação, de médio e grande porte;

- pessoas jurídicas de direito privado, de capital estrangeiro, desde que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse nacional e que se dediquem, exclusivamente, à atividade produ-tiva voltada à exportação, de médio e grande porte.

- associações e cooperativas exportadoras de bens manufatura-dos e semi-manufaturados, legalmente constituídas.

Finalidade- Investimento em ativo fixo;- capital de giro;- investimento misto (ativo fixo mais capital de giro);- investimento em custeio (capital de giro rotativo).

Itens Financiáveis- Execução de obras civis (construções e/ou reformas) e ins-

talações, realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais e justificadas como necessárias ao empreen-dimento;

- aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em ex-posição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais;

- aquisição de veículos de transporte de cargas novos, inclusive em exposição-feira; e/ou usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do em-preendimento;

- aquisição de veículos importados dos países integrantes do

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326

MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira;- aquisição de embarcações novas de transporte de carga, inclusi-

ve em exposição-feira, e/ou usadas, com, pelo menos, 60% de vida útil;

- integralização de quotas-partes do capital social de cooperativas de produção;

- capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial;

- desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experi-mentação;

- participação em joint venture tecnológico no País; - aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por institui-

ções de pesquisas;- programas de transferência de tecnologias;- assistência técnica;- itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos com-

plementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia.

Programa de Apoio à Infra-Estrutura Econômica (PROINFRA)

Objetivos- Incentivar empreendimentos que visem a geração e/ou distribui-

ção de energia de fontes convencionais e/ou alternativas e/ou processos de conservação de energia elétrica.

- Apoiar empreendimentos não governamentais que visem implan-tar, ampliar, recuperar e/ou melhorar a infra-estrutura econômi-ca.

- Apoiar ações empresariais de capacitação dos recursos humanos voltadas para a adoção de novas técnicas de produção e de ges-tão empresarial.

Beneficiários- Pessoas jurídicas de direito privado, inclusive firmas individuais,

de capital nacional, de médio e grande porte;- pessoas jurídicas de direito privado, de capital estrangeiro, desde

que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse nacional (conforme legislação vigente), de médio e grande porte.

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Atividades financiadas São assistidos os empreendimentos não governamentais de infra-es-trutura econômica, nas atividades a seguir relacionadas, desde que voltadas ao apoio de atividades econômicas produtivas

- Produção, transmissão, distribuição e medição de energia elétri-ca de origem hidráulica, térmica, eólica, solar e outras, a critério do Banco;

- produção e distribuição de gás através de tubulações;- produção, captação e distribuição de vapor e água quente;- captação, tratamento e distribuição de água;- coleta e tratamento de esgoto;- transporte rodoviário de cargas, utilizados para escoamento da

produção rural, agroindustrial e industrial;- transporte aquaviário de cargas, utilizados para escoamento da

produção rural, agroindustrial e industrial;- transporte dutoviário: transporte, por tubulações ou dutos, de

gases, líquidos, grãos e minérios;- armazenamento de produtos e depósito de cargas, inclusive em

câmaras frigoríficas e silos; - telecomunicações;- outras, a critério do Banco.

Finalidade

- Investimento em ativo fixo;- capital de giro;- investimento misto (ativo fixo mais capital de giro).

Itens Financiáveis- Execução de obras civis (construções e/ou reformas) e insta-

lações realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais e justificadas como necessárias ao empreen-dimento;

- aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em ex-posição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais;

- aquisição de veículos de transporte de cargas novos, inclusive

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em exposição-feira; e/ou usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do em-preendimento;

- aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira;

- aquisição de embarcações novas de transporte de carga, inclusi-ve em exposição-feira, e/ou usadas, com, pelo menos, 60% de vida útil;

- capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial;

- desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experi-mentação;

- participação em joint venture tecnológico no País; - aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por institui-

ções de pesquisas;- programas de transferência de tecnologias;- itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos com-

plementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia;

- assistência técnica;- outros, a critério do Banco.

Programa de Eficiência Energética (PROENERG)

Objetivos- Apoiar projetos que visem a redução do padrão de consumo de

energia elétrica das médias e grandes empresas, através do uso eficiente desse insumo e/ou a adoção de soluções poupadoras de energia.

- Apoiar a auto-geração de energia elétrica das médias e grandes empresas, através do uso de geradores próprios e/ou a adoção de fontes alternativas de geração de energia.

Beneficiários- Pessoas jurídicas de direito privado, inclusive firmas individuais,

de capital nacional, dos setores industrial, agro-industrial e turís-tico de médio e grande porte;

- pessoas jurídicas de direito privado, de capital estrangeiro, desde que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse

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nacional, (conforme legislação vigente), dos setores industrial, agro-industrial e turístico de médio e grande porte.

Atividades financiadasPoderão ser financiados no âmbito de um projeto de eficiência ener-

gética: - Os investimentos em produtos e serviços necessários para se

obter a redução do padrão de consumo de energia elétrica das empresas; e

- os investimentos das médias e grandes empresas, que busquem garantir a auto-suficiência na geração de energia elétrica.

Finalidade- Investimento em ativo fixo;- investimento misto (ativo fixo mais capital de giro).

Itens financiáveis- Substituição de máquinas e equipamentos por outros de tecno-

logia mais avançada, que proporcione redução de consumo de energia elétrica;

- auto-geração de energia elétrica;- colocação e/ou substituição de luminárias/lâmpadas por outras

mais eficientes em edificações de empresas;- utilização de equipamentos que captam energia solar e eólica;- recuperação e/ou modernização de câmaras frigoríficas;- utilização de gás natural, GLP ou de outros combustíveis, em

substituição à energia elétrica;- utilização de cata-vento, carneiro hidráulico ou outros equipa-

mentos para bombeamento de água, em substituição a equipa-mentos elétricos;

- serviços de consultoria para a realização de diagnóstico, plane-jamento e operacionalização de projetos para racionalização do consumo de energia em empresas;

- itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos com-plementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia;

- assistência técnica;- quaisquer outros investimentos que permitam contribuir para a

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

330

eficiência no consumo de energia elétrica da empresa beneficiá-ria do financiamento.

Programa de Apoio ao Comércio e à Prestação de Serviços (COM-SERV)

Objetivos- Apoiar as atividades dos setores de comércio e serviços, como

elos da cadeia produtiva regional;- Promover a implantação, ampliação, modernização, relocalização

e sustentação de empreendimentos que desenvolvam atividades de comércio e serviços na Região Norte;

- Incentivar empreendimentos dos segmentos de educação e saú-de.

Beneficiários- Pessoas jurídicas de direito privado, inclusive firmas individuais,

de capital efetivamente nacional;- associações e cooperativas dos Grupos I e II, legalmente cons-

tituídas e em atividade há mais de 180 dias, com pelo menos 70% do quadro social composto de microempresários ou de pe-quenos empresários.

Atividades financiadasSão financiáveis as atividades de comércio e prestação de serviços,

sendo prioritárias as seguintes:- a comercialização e os serviços voltados para o atendimento

das atividades já apoiadas pelo FNO, ligadas aos setores rural e industrial/ infra-estrutural/ turismo, conforme os Programas esta-belecidos;

- atendimento a projetos de micro, pequenas, médias e grandes empresas;

- as atividades comerciais e de serviços voltadas para o adensa-mento, a complementaridade e a consolidação da cadeia agroa-limentar e dos Pólos Agroindustriais;

- a comercialização de artigos artesanais produzidos por coopera-tivas;

- a distribuição de insumos e bens de capital essenciais ao desen-volvimento agroindustrial (corretivos, fertilizantes, máquinas, equipamentos agrícolas, rações etc.);

- a instalação e ampliação de laboratórios de análises (de solos, de

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

331

sanidade animal e vegetal, de produtos e de setores afins);- as atividades de armazenagem, conservação e comercialização

de produtos agrícolas e pecuários;- a instalação, ampliação e modernização de empreendimentos

médicos/hospitalares;- a instalação, ampliação e modernização de estabelecimentos de

ensino- atendimento a empreendimentos comerciais e de serviços defi-

cientes tecnologicamente e que necessitem de modernização;- atendimento a empresas comerciais e de serviços que atuem no

ramo de peças de reposição e/ou reparos de máquinas e equipa-mentos utilizados nos setores rural e industrial;

- a comercialização da produção de equipamentos, instrumentos e materiais hospitalares;

- a instalação e ampliação de micro e pequenas empresas especia-lizadas na prestação de serviços de assistência técnica;

- a comercialização da produção das indústrias de alta densidade tecnológica: informática (software e hardware), biotecnologia e eletro-eletrônica;

- a comercialização da produção da indústria farmacêutica;- financiamento a empresas que se dediquem à exportação de

produtos regionais.

Nota: As atividades de prestação de serviços de infra-estrutura eco-nômica de apoio à produção deverão ser enquadradas pelo Programa PROIN-FRA.

Finalidade- Investimento em ativo fixo;- investimento misto (ativo fixo mais capital de giro).

Itens financiáveis- Execução de obras civis (construções e/ou reformas em imóvel

próprio) e instalações realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado;

- aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em ex-posição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais;

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

332

- aquisição de veículos de transporte de cargas e passageiros, no-vos, inclusive em exposição-feira, e/ou usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do empreendimento;

- aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira;

- aquisição de embarcações novas de transporte de carga e pas-sageiros, inclusive em exposição-feira, e/ou usadas, com, pelo menos, 60% de vida útil;

- aquisição de aeronaves novas ou usadas, estas com pelo menos 60% de vida útil;

- aquisição de móveis e utensílios, vinculados ao objeto do negó-cio;

- capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial;

- aquisição ou desenvolvimento de software;- taxa de franquia;- custos com marcas e patentes;- promoção e marketing do empreendimento;- desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experi-

mentação;- participação em “joint venture” tecnológico do País;- aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por institui-

ções de pesquisas;- programas de transferência de tecnologias;- custo do FAMPE;- itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos com-

plementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia;

- assistência técnica;- outros, a critério do Banco.

Condições Operacionais para Financiamentos

Critério de Classificação do Porte das EmpresasA classificação do porte da empresa é definida pela Receita Operacio-

nal Bruta Anual, na forma estabelecida a seguir:

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

333

Porte Receita Operacional Bruta Anual

MICRO Até R$ 244.000,00

PEQUENO Acima de R$ 244.000,00 até R$ 1.200.000,00

MÉDIO Acima de R$ 1.200.000,00 até R$ 35.000.000,00

GRANDE Acima de R$ 35.000.000,00

Valores e Limites Financiáveis

PROMIPEQFNO – Especial

Porte Finalidade Limite deFinanciamento

Limite de Créditopor Cliente – Até (R$)

Micro Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

100%100%

70.000,0024.500,00

Pequena Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

100%100%

200.000,0070.000,00

Notas:1) No investimento misto, a parcela do capital de giro é limitada

a 35% do valor do financiamento total.2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capa-

cidade de pagamento da empresa.3) No financiamento a Associações/Cooperativas dos Grupo I e

II, o limite de crédito deve respeitar a capacidade de pagamen-to, não podendo ser superior ao resultado da multiplicação do número de associados pelo limite, por cliente.

FNO – Normal

Porte Finalidade Limite deFinanciamento

Limite de Créditopor Cliente – Até (R$)

Micro Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

100%100%

170.000,0059.500,00

Pequena Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

100%100%

840.000,00294.000,00

Notas:1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada

a 35% do valor do financiamento total.2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capa-

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

334

cidade de pagamento da empresa. 3) No financiamento a Associações/Cooperativas dos Grupos I e

II, o limite de crédito deve respeitar a capacidade de pagamen-to, não podendo ser superior ao resultado da multiplicação do número de associados pelo limite, por cliente, para o porte da maioria dos seus associados.

FNO – Normal (FNO-Exportação)

Porte Finalidade Limite deFinanciamento

Limite de Créditopor Cliente – Até (R$)

Micro Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

100%100%

500.000,00175.000,00

Pequena Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

100%100%

1.800.000,00630.000,00

Notas:1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada

a 35% do valor do financiamento total.

2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capa-cidade de pagamento da empresa.

3) No financiamento a Associações/Cooperativas dos Grupos I e II, o limite de crédito deve respeitar a capacidade de pagamen-to, não podendo ser superior ao resultado da multiplicação do número de associados pelo limite, por cliente, para o porte da maioria dos seus associados.

PRODESIN / PRODETUR/ PROAGRIN / FNO-EXPORTAÇÃO

Porte Finalidade Limite deFinanciamento

Limite de Créditopor Cliente – Até (R$)

Médio Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

90%100%

24.000.000,008.400.000,00

Grande Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

75%100%

40.000.000,0014.000.000,00

Notas:1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada

a 35% do valor do financiamento total.

2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capa-cidade de pagamento da empresa.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

335

PROINFRA

Porte Finalidade Limite deFinanciamento

Limite de Créditopor Cliente – Até (R$)

Médio Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

90%100%

36.000.000,0012.600.000,00

Grande Investimento Fixo ou MistoCapital de Giro

75%100%

60.000.000,0021.000.000,00

Notas:1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada

a 35% do valor do financiamento total.2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capa-

cidade de pagamento da empresa.

PROENERG

Porte Limite deFinanciamento

Limite de Créditopor Cliente – Até (R$)

Médio 90% 1.000.000,00

Grande 75% 3.000.000,00

Notas:1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada

a 35% do valor do financiamento total.2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capa-

cidade de pagamento da empresa.

COMSERV

Porte Finalidade Limite deFinanciamento

Limite de Créditopor Cliente – Até (R$)

Micro Investimento Fixo ou Misto 100% 70.000,00

Pequeno Investimento Fixo ou Misto 100% 500.000,00

Médio Investimento Fixo ou Misto 90% 1.000.000,00

Grande Investimento Fixo ou Misto 75% 3.000.000,00

Notas:1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada

a 35% do valor do financiamento total.2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capa-

cidade de pagamento da empresa3) No financiamento a Associações/Cooperativas dos Grupos I e

II, o limite de crédito deve respeitar a capacidade de pagamen-

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

336

to, não podendo ser superior ao resultado da multiplicação do número de associados pelo limite, por cliente, para o porte da maioria dos seus associados.

FNO-Exportação Para Investimento em Custeio (Capital de Giro Rotativo):O valor máximo do Teto Operacional concedido a uma mesma empre-

sa não poderá ultrapassar o limite estabelecido mediante aplicação das con-dicionantes a seguir, prevalecendo como valor do teto aquela que apresentar o menor montante;

Movimento Comercial Externo: considera-se como parâmetro o movi-mento comercial com o exterior (montante exportado), consignado em infor-mações obtidas junto ao BACEN:

I) O volume comercial com o mercado externo é apurado no período de 12 meses anteriores ao estudo ou período do exercício do balanço que serviu de base para elaboração da ficha cadastral;

II) Sobre o montante exportado incide o percentual de até 35%, de acordo com o enquadramento, desde que não existam registros de baixa de operações no período;

III) Com a finalidade de estimular o incremento das exportações para as empresas já instaladas e/ou em instalação poderão ser considerados como base de cálculo para determinação do limite contratos de venda ao exterior já formalizados;

IV) As empresas que no período em exame tiveram decréscimo nas exportações, em percentual superior a 20% em relação ao período anterior, não poderão ter seus limites majorados, exceto quando tal redução tiver sido motivada por fatores conjunturais evidentes e justificados.

Patrimônio da Empresa: tem como parâmetro o Patrimônio Líquido apurado no último exercício anterior ao estudo do limite, observadas as de-duções, convertido em Dólar dos Estados Unidos pela taxa de venda do dia do encerramento do balanço/balancete que serviu de base ao estudo.

Sobre o Patrimônio Líquido incidem os seguintes percentuais direta-mente relacionados ao nível de endividamento (participação do capital de terceiros) da empresa:

até1,00 : 1 Até 35% do Patrimônio Líquido

de 1,01 a 1,50 : 1 Até 30% do Patrimônio Líquido

de 1,51 a 2,00 : 1 Até 25% do Patrimônio Líquido

de 2,01 a 2,50 : 1 Até 20% do Patrimônio Líquido

acima de 2,50 : 1 Até 15% do Patrimônio Líquido

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

337

Encargos FinanceirosTaxa de juros efetivos de acordo com o porte da empresa:

Porte Juros ao anoMicro 8,75%Pequeno 10%Médio 12%Grande 14%

Sobre os referidos encargos será aplicado bônus de adimplência de 15% para os mutuários que pagarem as parcelas da dívida até a data do respectivo vencimento.

Nota: Para o FNO-EXPORTAÇÃO serão cobrados os seguintes encar-gos:

básicos: variação cambial da taxa do dólar norte-americano, divul-gada pelo Banco Central do Brasil;

adicionais: taxa unificada constituída:I - pela Taxa de Juros para Empréstimos e Financiamen-

tos no Mercado Interbancário de Londres (LIBOR) eII - pelo del credere de 3% a.a.

PrazosPrazo Carência

Até (anos)AmortizaçãoAté (anos)

TotalAté (anos)

I - Investimento Fixo e Misto: Empresas Implantadas 2 6 8

Empresas em Implantação - FNO-Especial - FNO-Normal - Proinfra Meios de Hospedagem

3244

7888

10101212

II- Máquinas e equipamentos isolados 1 4 5III- Capital de Giro Isolado 1 2 3

Investimento em Custeio (Capital de Giro Rotativo), prazo do teto operacional até 2 (dois) anos, a contar da data do deferimento e as operações a ele vinculadas deverão ter venci-mentos no máximo até 180 dias e desde que não ultrapassem o vencimento do limite.

Nota: O prazo deve ser compatível com a vida útil do bem financiado.

Garantias

FNO-Especial:Porte

Finalidade Micro / Pequeno

Investimento Fixo e Misto: Preexistente Final

35%100%

Capital de Giro: Preexistente 130%

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

338

FNO-Normal:

Porte Finalidade Micro / Pequeno Micro / Grande

Investimento Fixo e Misto: Preexistente Final

35%100%

100%130%

Capital de Giro: Preexistente 130% 130%

Como garantia complementar o PROMIPEQ poderá utilizar o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas – FAMPE, não podendo ultrapassar R$ 72.000,00, obedecido o limite de até 30% do valor financiado.

Outras Informações

O Banco da Amazônia está operando com o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAMPE) do SEBRAE. Para mais esclarecimentos, re-comendamos sejam procurados os SEBRAEs regionais e a rede de Agências Bancárias operadoras do FNO.

A prestação do aval dado pelo SEBRAE, através do FAMPE poderá ser incluída como item financiável. Rede de Agências/PA’s do Banco da Amazônia no Estado de Rondô-nia:

Ag. AriquemesAg. CacoalAg. Guajará MirimAg. Ji-ParanáAg. Porto VelhoAg. VilhenaPA Buritis

6.3 – BNDES Área de Abrangência:A área de atuação do Banco da Amazônia, no âmbito das linhas de

financiamento do Sistema BNDES é a Amazônia Legal. Estrutura do Sistema BNDES: O Sistema BNDES é composto de três empresas:

- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BN-DES: é responsável pelo financiamento de investimentos fixos

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

339

de grande porte e executor do Programa Nacional de Desestati-zação;

- Agência Especial de Financiamento Industrial – FINAME: é responsável pelo financiamento à produção, comercialização e importação de máquinas e equipamentos. A Agência ainda é responsável pelo apoio a empreendimentos que demandem inter-venção de menor porte, bem como pela exportação de bens de capital, manufaturados e serviços;

- BNDES Participações S/A – BNDESPAR: é responsável pelo apoio à capitalização de empresas nacionais por meio de partici-pações acionárias temporárias.

Os Parceiros de OperaçãoOs parceiros de operação com a FINAME no Sistema BNDES são cons-

tituídos de três componentes básicos:- FABRICANTE: empresa produtora de máquinas e equipamentos,

cadastradas na FINAME, o que possibilita maior comercialização de seus produtos com garantia de recebimento dos valores de venda (confiabilidade);

- AGENTE FINANCEIRO ou ARRENDADORA: instituição creden-ciada (a exemplo do Banco da Amazônia) para operar com as linhas da FINAME. Para isto, é remunerada pelos seus serviços através do spread do Agente/Arrendadora e alavancagem de ou-tros negócios;

- COMPRADORA ou ARRENDATÁRIA: Beneficiária final – pessoa jurídica e, em casos específicos, pessoa física que utiliza as li-nhas da FINAME, proporcionando a AGILIDADE na concessão de financiamento de longo prazo, por meio de uma extensa rede de Instituições Credenciadas (capilaridade), a custos inferiores aos praticados no mercado financeiro nacional.

Linhas de Financiamento As linhas de financiamento do Sistema BNDES são operacionalizadas

nas modalidades direta, indireta ou mista:- Direta: utilizando a linha FINEM do BNDES ou FINAME LEASING,

via Arrendadoras credenciadas na FINAME;- Indireta: por intermédio do Banco da Amazônia, agente financei-

ro credenciado no Sistema BNDES;- Mista: por intermédio de compartilhamento de risco entre o Sis-

tema BNDES e o Banco da Amazônia, agente financeiro creden-ciado no Sistema BNDES.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

340

Linhas de Financiamento administradas pela FINAME- FINAME INDUSTRIAL;- FINAME AGRÍCOLA- BNDES AUTOMÁTICO;- BNDES-EXIM;

Linha de Financiamento administrada pelo BNDES- FINEM.

Linhas de Financiamento administradas pelo BASAO Banco da Amazônia opera atualmente, nas seguintes Linhas de Fi-

nanciamento:- FINAME INDUSTRIAL;- FINAME AGRÍCOLA;- BNDES AUTOMÁTICO;- BNDES-EXIM;- FINEM. NOTA: As Linhas de Financiamento podem ser operacionalizadas de

forma isolada quando não houver nenhum Programa Associado.

Programas de Financiamento O Banco da Amazônia trabalha com os seguintes Programas:a) Programas Regionais

- Programa Amazônia Integrada-PAI;

b) Nos Setores Industrial, Comercial e de Serviços:- Programa de Turismo;- Programa de Modernização e Qualificação do Ensino Superior;- Programa de Apoio a Investimentos Prioritários de Energia - Efi-

ciência Energética;- Programa de Refinanciamento.

c) No Setor Agrícola: c.1) FINAME AGRÍCOLA:

- Linha Especial de Financiamento Agrícola;- Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e

Implementos Associados a Colheitadeiras;- Programa de Incentivo à Mecanização, ao Resfriamento e ao

Transporte Granelizado da Produção de Leite-PROLEITE.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

341

c.2) BNDES AUTOMÁTICO:- Linha Especial de Financiamento Agrícola;- Programa de Incentivo ao Uso de Corretivos de Solos - PRO-

SOLO;- Programa Nacional de Recuperação de Pastagens Degradadas

- PROPASTO;- Programa de Desenvolvimento da Apicultura - PRODAMEL;- Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Aqüicultura;- Programa de Desenvolvimento da Cajucultura - PROCAJU;- Programa de Desenvolvimento da Ovinocaprinocultura - PRO-

DECAP;- Programa de Apoio à Fruticultura - PROFRUTA;- Programa de Incentivo à Construção e Modernização de Uni-

dades Armazenadoras em Propriedades Rurais;- Programa de Desenvolvimento Sustentado da Floricultura.

Atividades apoiadas pelo Sistema BNDES- implantação, expansão, modernização e relocalização da indús-

tria;- implantação, expansão, modernização e relocalização do comér-

cio e de serviços;- implantação, expansão, modernização e relocalização da agroin-

dústria;- implantação, expansão, modernização e relocalização da agricul-

tura e da pecuária;- implantação, expansão e modernização da infra-estrutura;- projetos específicos de implantação, expansão e modernização

para conservação do meio ambiente em recuperação de impac-tos ambientais e racionalização do uso da energia das atividades anteriormente mencionadas;

- produção de bens para exportação;- produção e comercialização de máquinas e equipamentos.

São itens financiáveis, aqueles especificados nas Linhas e Programas de Financiamento.

Condições de Financiamento As linhas de financiamento e suas respectivas condições são predefi-

nidas nos capítulos específicos, segundo a natureza do projeto ou produto, a beneficiária, a região geográfica e o porte da empresa.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

342

Outras Condições - financiamento de menor valor: em investimentos fixos, até R$

10 milhões, incluindo ou não máquinas e equipamentos produzi-dos no País. Neste caso, o apoio é concedido, preferencialmen-te, por intermédio do Banco da Amazônia, no âmbito do BNDES AUTOMÁTICO;

- pleitos de maior valor: em investimentos fixos, acima de R$ 10 milhões, incluindo ou não máquinas e equipamentos produzidos no País. Neste caso, é necessária a formulação de Carta Consul-ta ao BNDES, encaminhada à Carteira Operacional de Enquadra-mento da Área de Crédito – CEREN/AC. Obtido o enquadramen-to, o cliente apresenta o projeto para análise e decisão sobre a concessão de financiamento;

- financiamento isolado de máquinas e equipamentos: no caso de financiamento isolado de máquinas e equipamentos produ-zidos no País, de qualquer valor, o apoio é concedido de forma indireta, por intermédio do Banco da Amazônia, ou direta, por Arrendadora, no âmbito do FINAME ou FINAME LEASING, res-pectivamente.

Garantias e SegurosNas operações com a utilização do Fundo de Garantia para a Promoção

da Competitividade – FGPC, a parcela coberta pelo Fundo poderá ser utiliza-da como garantia prévia.

Os limites de garantias prévias e finais deverão observar:- com FGPC: Serão exigidas garantias prévias de, no mínimo 50%

(cinqüenta por cento) mais FGPC, desde que a soma dos dois percentuais resulte no somatório final de 130% (cento e trinta por cento);

- sem FGPC: Serão exigidas garantias prévias de 130% (cento e trinta por cento).

As operações no âmbito da linha de financiamento FINAME INDUS-TRIAL devem ser, preferencialmente, celebradas com a cobertura de risco pelo FGPC.

Para a utilização do FGPC, deverão ser observadas as condições es-pecíficas, especialmente as relativas à classificação de porte de empresas beneficiárias, ao enquadramento e ao Spread de Risco.

Deverão, também, ser observadas as regulamentações referentes a Garantias e Seguros.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

343

PrazosNa fixação dos prazos deverá ser observada a regulamentação dos

respectivos programas.Os prazos dos financiamentos serão fixados levando-se em conta:

- o período para a realização das inversões programadas;- a vida econômica do empreendimento a realizar;- a capacidade de pagamento da empresa;- a natureza da atividade a ser financiada;- a vida útil das garantias.

O prazo total do financiamento, compreendendo o período de carência e o de amortização, não pode exceder o prazo máximo estabelecido para cada programa.

O período de carência deve ser fixado em função do prazo previsto para execução das inversões projetadas e do tempo necessário ao início do fluxo normal de rendimento da empresa.

A carência se inicia na data de assinatura do instrumento de crédito.Entende-se por carência o período em que o beneficiário fica desobri-

gado de amortizações por falta de rendimento ou por ser tecnicamente reco-mendável aplicá-los no empreendimento.

O período de amortização, que corresponde ao prazo de pagamento do financiamento, deve ser estabelecido em função da capacidade de pagamen-to da empresa, consideradas as receitas oriundas de sua atividade normal.

O prazo dos financiamentos concedidos a empreendimentos localiza-dos em imóveis alugados não poderá ultrapassar, em hipótese alguma, o pra-zo do contrato de aluguel. Quando o empreendimento financiado se localizar em imóveis alugados ou arrendados, deverá ser encaminhada, juntamente com a proposta, cópia do Contrato de Locação ou de Arrendamento, que de-verá ter prazo mínimo de 5 (cinco) anos. A renovação do contrato de aluguel ou arrendamento deverá ser por igual período (5 anos), assegurado por ação renovatória em juízo. Neste caso, o mutuário deverá ingressar com a respec-tiva ação um ano antes do fim do contrato.

Limites e Níveis de ParticipaçãoFINAME concede financiamentos, sem limite de valor, desde que os

beneficiários atendam à regulamentação da linha de financiamento.O nível de participação da FINAME, no financiamento, é de até 90%

do valor do mesmo para:- microempresas e empresas de pequeno porte;- programas de desenvolvimento regional (PAI; PCO);- transportadores autônomos de carga.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

344

NOTA: O apoio ao transportador autônomo de cargas se restringe a 1 (uma) unidade completa (chassi e carroceria/equipamento acoplado ao mesmo, cadastrados na FINAME) e novo financiamento somente poderá ser concedido após a total liquidação da operação anterior.

O nível de participação nos demais casos é de até 80%.A participação da FINAME será computada sobre o preço de venda das

máquinas e equipamentos, inclusive IPI e ICMS, quando houver incidência.Na importação de equipamentos, a participação da FINAME será consi-

derada sobre o custo do equipamento após a sua internalização – preço CIF, ou sobre o preço de venda do bem fabricado no país. Incluem-se, em ambos os casos, os impostos, quando houver incidência.

NOTA: Os níveis de participação para máquinas e equipamentos im-portados estão estabelecidos no Programa FINAME-IMP.

A parcela financiável de capital de giro associado está limitada a 50% do valor dos equipamentos, nas operações com microempresas, e a 30%, nas operações com pequenas e médias empresas, aplicando-se, sobre essa parcela, as condições financeiras, prazos e níveis de participação vigentes para a Linha de Financiamento FINAME INDUSTRIAL.

Programas da Área Industrial

PROGRAMA DE TURISMO

Objetivo: - Apoiar empreendimentos do setor de turismo nas localidades

que apresentem potencial para esta atividade, contribuindo para o desenvolvimento e competitividade do setor no país.

Beneficiários:- Empresas Privadas de qualquer porte, nacionais e estrangeiras.

Investimentos Financiáveis:- meios de hospedagem (hotéis, resorts, pousadas e assemelha-

dos, exceto hotel-residência);- equipamentos e prédios históricos (igrejas, casas de cultura e

museus);- parques temáticos, de exposições e rodeios; teatros e anfitea-

tros; teleféricos; sítios históricos, ambientais e arqueológicos;- parques de estâncias climáticas, termais e hidrominerais;- marinas que incluam a guarda de embarcações, prestação de

serviços náuticos e serviços públicos básicos;

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

345

- centros de compras e de convenções;- infra-estrutura turística, como urbanização, estradas, ferrovias,

terminais rodoviários e ferroviários, estações marítimas e de pas-sageiros; escolas destinadas à qualificação de mão-de-obra para o setor; outros segmentos integrados ao turismo.

Itens Financiáveis:- gastos com obras civis (construção e reforma), materiais e insta-

lações;- equipamentos hoteleiros;- máquinas e equipamentos nacionais (por ex.: elevador, escada

rolante, equipamentos para cozinha industrial, lavanderia indus-trial, sistemas de refrigeração e de telefonia etc.);

- capacitação profissional e treinamento de mão-de-obra;- informatização, incluindo a aquisição de equipamentos de Pro-

cessamento de Dados e software;- embarcações e ônibus de fabricação nacional, destinados ao

transporte de turistas;- desenvolvimento e implantação de sistemas para melhoria de

qualidade e produtividade; NOTA: Não são incluídos como itens financiáveis: terrenos e benfei-

torias já existentes, veículos, máquinas e equipamentos usados (neste caso, exceto para microempresa, desde que a máquina ou equipamento seja de fabricação nacional).

Linhas de Financiamento:- BNDES Automático – operações até R$ 10 milhões, por empresa/

ano, realizadas somente através do Banco da Amazônia.- FINEM – operações superiores a R$ 10 milhões, realizadas direta-

mente com o BNDES ou através do Banco da Amazônia.NOTA: Este Programa não contempla financiamento para aquisição

isolada de máquinas e equipamentos as quais, no entanto, podem ser finan-ciadas através da linha FINAME nas condições usuais.

Encargos Financeiros: Corresponderão ao somatório do Custo Financeiro, spread básico e o

spread de Risco.

Custo Financeiro:a) Operações com Micro, Pequenas e Médias empresas:

a.1) De Controle Nacional: Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP:

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346

corresponderá à taxa divulgada trimestralmente pelo Banco Central do Brasil (Cap.2.3.5 - Anexo I - Sistema de Cálculo).

a.2) De Controle Estrangeiro: Corresponderá à variação da Unida-de Monetária do BNDES - UMNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moeda.

b) Operações com Empresas de Grande Porte:b.1) De Controle Nacional:b.1.1) De valor inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Re-

ais):Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP;b.1.2) De valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois mi-

lhões de Reais) em projetos localizados em áreas de abran-gência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 85% do valor da colaboração financeira em TJLP e 15% pela variação da Unidade Monetária do BNDES-UMBN-DES acrescida de encargos da cesta de moedas;

b.1.3) De valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois mi-lhões de Reais) em projetos não localizados nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 80% do valor da colaboração financeira em TJLP e 20% pela variação da Unidade Monetária do BNDES-UMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas;

b.1.4) Relativas a projetos que visem conformidade com os Programas ABIH de Responsabilidade Ambiental (Hóspedes da Natureza), iniciativa de melhoria ambiental da atividade hoteleira do SESC, Certificação Verde e outros Programas de similar abrangência setorial, envolvendo: conservação de energia e outros insumos, economia de insumos hídricos. uti-lização de materiais ambientalmente corretos, adequação do tratamento de efluentes e resíduos sólidos, coleta seletiva e programas educativos para hóspede e preservação do entor-no, especialmente áreas protegidas, ecossistemas relevantes e sensíveis: Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP.

b.2) De Controle Estrangeiro: Variação da Unidade Monetária do BNDES-UMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moe-das.

Spread Básico.a) 1,0 % a.a.a.1) Operações com Micro, Pequenas e Médias Empresas;a.2) Operações relativas a projetos que visem conformidade com

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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os Programas ABIH de Responsabilidade Ambiental (Hóspe-des da Natureza), iniciativa de melhoria ambiental da ativida-de hoteleira do SESC, Certificação Verde e outros Programas de similar abrangência setorial, envolvendo: conservação de energia e outros insumos, economia de insumos hídricos. uti-lização de materiais ambientalmente corretos, adequação do tratamento de efluentes e resíduos sólidos, coleta seletiva e programas educativos para hóspede e preservação do entor-no, especialmente áreas protegidas, ecossistemas relevantes e sensíveis.

b) 2,0 % a. a.b.1) Operações com empresas brasileiras de grande porte de con-

trole nacional, em projetos localizados em áreas de abran-gência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO).

c) 3,0 % a. a.c.1) Operações com empresas brasileiras de grande porte de con-

trole nacional em projetos não localizados nas áreas de abran-gência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO);

c.2) Operações com empresas de grande porte de controle estran-geiro, em projetos localizados em qualquer região do País.

Spread de Risco.a) operações com FGPC – até 4,0% a.a.b) operações sem FGPC – até 6,0% a.a.

Nível de Participação:- Equipamentos Nacionais:

a) Operações com micro e pequenas empresas em projetos loca-lizados em qualquer região do País: até 90%;

b) Operações com médias e grandes empresas em projetos loca-lizados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvol-vimento Regional (PAI e PCO): até 90%;

c) Operações com médias e grandes empresas em projetos não localizados nas áreas de abrangência dos Programas de De-senvolvimento Regional (PAI e PCO): até 80%.

Demais itens de investimento:

a) Operações com micro e pequenas empresas em projetos locali-

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348

zados em qualquer região do País: até 90%.b) Operações com médias e grandes empresas em projetos locali-

zados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvi-mento Regional (PAI e PCO): até 80%;

c) Operações com médias e grandes empresas em projetos não localizados nas áreas de abrangência dos Programas de Desen-volvimento Regional (PAI e PCO): até 60%.

Prazos:O prazo total, incluída a carência, será determinado em função da ca-

pacidade de pagamento do empreendimento, da empresa ou do grupo eco-nômico, sendo limitado a:

a) 12 anos, para empreendimentos localizados nas áreas de abran-gência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI; PCO); e

b) 10 anos, para as demais regiões do País.

NOTA: Para projetos de implantação de hotéis voltados para o ofere-cimento de serviços completos de lazer e entretenimento (Resorts), o prazo de carência será de até 12 meses após a entrada em operação comercial do empreendimento.

Garantias:Serão exigidas as garantias reais e pessoais, definidas nas Linhas de

Financiamento adotadas.

6.4 – Programa de Modernização e Qualificação do Ensino Superior

Instituições Públicas:Objetivo:

- Financiamento para projetos de investimento que visem a am-pliação e modernização de instalações e equipamentos das uni-versidades, mediante existência de imóvel a ser alienado e fluxo regular de receitas auferidas por prestação de serviços.

Itens Financiáveis:a) obras civis e equipamentos;b) investimentos realizados até 6 meses antes do enquadramento

da operação no MEC, respeitado o prazo máximo de 10 meses anteriores ao enquadramento no BNDES;

c) aquisição de equipamentos importados adquiridos no Brasil -

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

349

financiada nas mesmas condições das obras civis, observado o limite de 15% do valor a ser financiado com recursos do BN-DES.

Garantias: - A ser definida pelo Banco da Amazônia, observada a regulamen-

tação do BNDES.

Condições:- Financiamento a IES com projeto de alienação patrimonial:

a) custo: TJLP + Spread de Risco;b) prazo: até 10 anos, incluindo a carência a ser determinada na

análise da operação;c) participação do BNDES: até 70% do valor do imóvel a ser

alienado.

- Financiamento à aquisição de imóvel a ser alienado pelas IES públicas:a) custo: TJLP + 2,5% a.a. + Spread de Risco;b) prazo: até 10 anos, incluindo a carência de até 60 dias;c) participação do BNDES: até 100% do valor de venda do imó-

vel pela IES.

- Financiamento de projetos de investimentos das Universidades e suas Fundações, sem previsão de alienação patrimonial, visando à melhoria do fluxo de caixa das Universidades, mediante utiliza-ção de seu patrimônio de forma produtiva:a) custo: TJLP + Spread de Risco;b) prazo: até 10 anos, incluindo a carência a ser determinada na

análise da operação;c) participação do BNDES: até 100% dos investimentos financi-

áveis.

Instituições Privadas:Objetivo:

- Financiamento para projetos de investimento que visem a am-pliação e modernização de instalações e equipamentos das uni-versidades. O desembolso dos recursos será realizado conforme cronograma de execução físico-financeira das obras ou instala-ções.

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Itens Financiáveis:a) obras civis e equipamentos;b) investimentos realizados até 6 meses antes do enquadramento

da operação no MEC, respeitado o prazo máximo de 10 meses anteriores ao enquadramento no BNDES;

c) aquisição de equipamentos importados adquiridos no Brasil - fi-nanciada nas mesmas condições das obras civis, observado o limite de 15% do valor a ser financiado com recursos do BN-DES.

Garantias: - A ser definida pelo Banco da Amazônia, observada a regulamen-

tação do BNDES.

Condições:a) custo: TJLP + 2,0%a.a. + Spread de Risco;b) prazo: até 10 anos, incluindo a carência de até 24 meses, a ser

determinada na análise da operação;c) participação do BNDES: até 80% dos investimentos financiá-

veis, admitida a aquisição de livros como contrapartida.

Habilitação:Para se habilitar ao Programa de Recuperação e Ampliação dos Meios

Físicos das Instituições de Ensino Superior (IES), pública ou privada, esta-belecido no Protocolo de Atuação Conjunta MEC/BNDES, de 25/03/97, o interessado deverá apresentar seu Projeto de Investimento (conforme nor-mas do BNDES), vinculado a um Projeto Acadêmico Institucional (conforme orientação do MEC), que deverão ser avaliados pela Secretaria de Ensino Superior - SESU do Ministério da Educação e do Desporto - MEC, Esplanada dos Ministérios, Bloco L, 2º andar - Sala 200 - CEP 70047-901 - Brasília - DF, Telefones: (061) 410-8721 e (061) 410-8069.

6.5 – Programa de Apoio a Investimentos Prioritários em Energia - Efi-ciência Energética

Objetivo: - O programa tem o objetivo de financiar as aquisições isoladas de

máquinas e equipamentos novos, no âmbito das Linhas FINA-ME e do Programa de Apoio à Importação de Equipamentos e conceder financiamentos de até 10.000.000,00 (dez milhões de Reais) no âmbito do BNDES AUTOMÁTICO, quando destinados

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351

a projetos de eficiência energética.

Beneficiários:Empresas privadas de qualquer porte, nacionais ou estrangeiras, con-

forme os critérios estabelecidos nas linhas de financiamento que o programa estiver associado.

NOTA: Na linha de financiamento FINAME - IMP os beneficiários são, exclusivamente, as micro, pequenas e médias empresas.

Linha de Financiamento Finame:

Encargos Financeiros: corresponderão ao somatório de Custo Financei-ro, spread Básico e spread de Risco.

Custo Financeiro:a) Operações com micro, pequenas e médias empresas: TJLP

NOTA: Para operações realizadas com empresas que exerçam ativi-dade econômica não especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997, o Custo Financeiro será necessariamente, a variação da unidade monetária do BNDES- UMBNDES, acrescida dos encargos da Cesta de Moedas.

b) Operações com empresas de grande porte de controle nacional: b.1 - de valor inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais):

TJLP; b.2 - de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões

de Reais) para empresas localizadas em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 85% do valor da colaboração financeira em TJLP e 15% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES acres-cida dos encargos da Cesta de Moedas;

b.3 - de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais) para empresas não localizadas nas áreas de abran-gência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 80% do valor da colaboração financeira em TJLP e 20% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBN-DES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas.

c) Operações com empresas de grande porte de controle estrangei-ro: c.1 - para operações realizadas com empresas que exerçam ati-

vidade econômica especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997:

c.1.1 - de valor inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Re-

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ais): TJLP; c.1.2 - de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões

de Reais): 80% do valor da colaboração financeira em TJLP e 20% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBN-DES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas.

c.2 - para operações realizadas com empresas que exerçam ati-vidade econômica não especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997, o Custo Financeiro será, necessariamente, a variação da unidade monetária do BNDES - UMBNDES, acres-cida dos encargos da Cesta de Moedas.

Spread Básico:a) 1,0% (um por cento) ao ano, para:

a.1 - Operações com micro, pequenas e médias empresas.b) 2,0% (dois por cento) ao ano, para:

b.1 - Operações com empresas brasileiras de grande porte de controle nacional, localizadas em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional.

c) 3,0% (três por cento) ao ano, para:c.1 - Operações com empresas brasileiras de grande porte de con-

trole nacional não localizadas nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional;

c.2 - Operações com empresas de grande porte de controle es-trangeiro localizadas em qualquer região do País, independen-temente do enquadramento de sua atividade no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997;

c.3 - Operações de financiamento à fabricante;c.4 - Operações com empresas locadoras de equipamentos.

Spread de Risco:a) operações com FGPC - até 4,0% a.a.;b) operações sem FGPC - até 6,0% a.a.

Limites e Níveis de Participação: Nível de Participação: até 100%As operações, quando realizadas na modalidade de financiamento à

compradora, portanto, diretamente com a usuária do equipamento, poderão obter financiamento de capital de giro associado, limitado a:

a) microempresas: até 50% do valor dos equipamentos;b) pequenas e médias empresas: até 30% do valor dos equipamen-

tos.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

353

NOTA 1: No financiamento do capital de giro associado à aquisição isolada de equipamentos deverão ser observados os critérios e procedimen-tos definidos na linha de financiamento FINAME;

NOTA 2: Para o setor de prestação de serviços, o financiamento de capital de giro associado será concedido exclusivamente para as microem-presas.

Prazos:a) Prazo Total: até 72 meses;

Condições Operacionais:Nos correspondentes campos da Proposta de Abertura de Crédito Fixo

- PAC referentes a “Programa”, deverá ser inserida, além de outras já even-tualmente existentes, a sigla “EE” para caracterizar que se trata de operação voltada a eficiência energética no âmbito do Programa de Apoio Financeiro a Investimentos Prioritários em Energia.

Aplicam-se às operações realizadas no âmbito deste programa todos os demais critérios, condições e procedimentos operacionais estabelecidos para a Linha de Financiamento FINAME.

6.6 – Linha de Financiamento BNDES Automático

Encargos Financeiros: Corresponderão ao somatório de Custo Financeiro, Spread Básico e

Spread de Risco. Custo Financeiro:a) Operações com micro, pequenas e médias empresas: TJLP.

NOTA: Para operações realizadas com empresas que exerçam ativi-dade econômica não especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997, o Custo Financeiro será, necessariamente, a variação da unidade monetária do BNDES - UMBNDES, acrescida dos encargos da Cesta de Moedas.

b) Operações com empresas de grande porte de controle nacional:b.1) de valor inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais):

TJLP;b.2) de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de

Reais) em projetos localizados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 85% do valor da colaboração financeira em TJLP e 15% pela varia-ção da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas;

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b.3) de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais) em projetos não localizados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 80% do valor da colaboração financeira em TJLP e 20% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES acres-cida dos encargos da Cesta de Moedas.

c) Operações com empresa de grande porte de controle estrangeiro:c.1) para operações realizadas com empresas que exerçam ati-

vidade econômica especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997:

c.1.1) de valor inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais): TJLP;

c.1.2) de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais): 80% do valor da colaboração financeira em TJLP e 20% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBN-DES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas.

c.2) para operações realizadas com empresas que exerçam ativi-dade econômica não especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997, o Custo Financeiro será, necessariamente, a va-riação da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES, acresci-da dos encargos da Cesta de Moedas.

Spread Básico:a) 1,0% (um por cento) ao ano, para:

a.1) operações com micro, pequenas e médias empresas.b) 2,0% (dois por cento) ao ano, para:

b.1) operações com empresas brasileiras de grande porte de con-trole nacional, em projetos localizados em áreas de abrangên-cia dos Programas de Desenvolvimento Regional.

c) 3,0% (três por cento) ao ano, para:c.1) operações com empresas brasileiras de grande porte de

controle nacional, em projetos não localizados nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional; e

c.2) operações com empresas de grande porte de controle estran-geiro, em projetos localizados em qualquer região do País, independentemente do enquadramento de sua atividade no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997.

Limites e Níveis de Participação:Nível de Participação: até 100%.As operações realizadas com empresas de qualquer porte nos setores

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355

da indústria e comércio e as microempresas de prestação de serviços, pode-rão obter financiamento de capital de giro associado, limitado a:

a) microempresas: até 100% do investimento fixo financiável;b) pequenas empresas: até 50% do investimento fixo financiável;c) médias e grandes empresas: até 30% do investimento fixo finan-

ciável; NOTA 1: no caso de pequenas, médias e grandes empresas a par-

cela relativa a máquinas e equipamentos sobre a qual incidirão os limites de 50% e 30%, acima mencionados, estará limitada ao valor dos demais itens financiáveis do projeto;

NOTA 2: Para o setor de prestação de serviços, o financiamento de capital de giro associado será concedido exclusivamente para as microem-presas.

Prazos:a) Prazo Total: Os prazos de carência e de amortização serão nego-

ciados entre o Banco e a Beneficiária em função das necessidades do projeto.

Condições Operacionais:Nos correspondentes campos da Ficha Resumo de Operações - FRO

referentes ao “Programa”, deverá ser inserida, além de outras já eventual-mente existentes, a sigla “EE” para caracterizar que se trata de operação voltada a eficiência energética no âmbito do Programa de Apoio Financeiro a Investimentos Prioritários em Energia.

Aplicam-se às operações realizadas todos os demais critérios, condi-ções e procedimentos operacionais estabelecidos para a Linha de Financia-mento BNDES Automático.

6.7 – Programa de Refinanciamento

Objetivo:Refinanciamento de prestações vencidas e não pagas pelo Beneficiário

Final e de prestações vincendas em sua totalidade.

Beneficiárias:Podem ser beneficiárias desta Linha de Refinanciamento as empresas

que apresentem operações de curso normal ou anormal nas linhas de finan-ciamento administradas pela FINAME e BNDES.

Enquadramento:São passíveis de enquadramento as operações das linhas de finan-

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356

ciamento administradas pela FINAME e BNDES que atendam aos seguintes critérios:

a) prestações vencidas e não pagas nos últimos 12 (doze) meses, contados retroativamente, a partir da data de encaminhamento da proposta a FINAME;

b) prestações vincendas em sua totalidade, mas que comprovada-mente necessitem de alongamento do prazo de financiamento.

Encargos Financeiros:Os encargos financeiros serão os mesmos vigentes no contrato origi-

nal.

Limites de Refinanciamento do Banco da Amazônia:O limite para o processamento de refinanciamento será composto de

duas parcelas:a) R$ 5.430.304,48 (cinco milhões quatrocentos e trinta mil e trezen-

tos e quatro Reais e quarenta e oito centavos); eb) 6% do valor das liberações ocorridas a partir de 01.01.1999

NOTA 1: As liberações relativas às operações realizadas com micro e pequenas empresas e/ou operações realizadas no âmbito do Programa de Ex-portação e/ou de operações realizadas na Região I, terão peso 2 na aplicação deste percentual.

NOTA 2: O saldo disponível para refinanciamento pode ser obtido atra-vés da Gerência de Atendimento Financeiro do BNDES.

Prazos: O prazo total máximo para o refinanciamento da operação será de até

36 (trinta e seis) meses, acrescidos do prazo remanescente do contrato ori-ginal.

O prazo máximo de carência para operação de refinanciamento é de 12 (doze) meses.

NOTA: O prazo de carência faz parte do prazo total de refinanciamen-to, ou seja, não pode ser adicionado ao mesmo.

Garantias:O refinanciamento das operações serão lastreados por garantias reais

prévias, próprias ou de terceiros, obedecendo à margem mínima de 130% do saldo devedor renegociado.

NOTA: As garantias constantes do contrato original, desde que rea-valiadas, poderão ser utilizadas novamente na operação de refinanciamento. Caso as garantias do contrato original não sejam suficientes para atingir a

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margem mínima, o beneficiário deverá efetuar a complementação das garan-tias.

Operações com FGPCObrigatoriamente, deverá ser efetuado, nas mesmas bases do contrato

original, o pagamento ao Fundo de Garantia para Promoção da Competitivi-dade - FGPC, referente à complementação no valor da comissão de garantia, decorrente do alongamento do prazo de cobertura do FGPC.

NOTA: O alongamento do prazo de cobertura do FGPC deverá ser idêntico ao alongamento do prazo da operação.

OBSERVAÇÃO: Informações mais detalhadas sobre as linhas de crédi-to financiadas através do sistema BNDES, poderão ser obtidas junto às Insti-tuições Financeiras que operam com as mesmas, como: Banco da Amazônia, Banco do Brasil e ainda no Site do BNDES: www.bndes.gov.br.

6.8 – Incentivos Financeiros

Participação no Fundo de Investimento da Amazônia FINAM/SUDAM. Criado pelo Governo Federal, através do D.L n.º 1.376, de 12/12/74, e

alterado pela Lei n.º 8.167, de 16/01/91, o Fundo de Investimentos da Ama-zônia - FINAM constitui-se no depositário dos recursos oriundos das parcelas dedutíveis do Imposto de Renda devido pelas pessoas jurídicas e relativas a incentivos fiscais, dirigidos para a Amazônia Legal por opção específica por parte das empresas. Para efeito de participação dos recursos administrados pela SUDAM, os projetos de investimento serão classificados em 3 (três) faixas de prioridade, designadas pelas letras A, B e C, nos limites indicados no quadro a seguir:

Cliente Percentuais de participação dos recursos administrados pela SUDAM no investimento total para aplicação em inversões fixas.

ABC

Até 50% (cinqüenta por cento)Até 40% (quarenta por cento)Até 30% (trinta por cento)

Serão enquadrados na faixa A os projetos que atendem as prioridades setoriais e as espaciais, definidas em primeira instância pelo Plano de Desen-volvimento da Amazônia - PDA, e submetidas às Comissões Coordenadoras de Zoneamento Ecológico-Econômico Estaduais, de acordo com os próprios Zoneamentos Ecológico-Econômicos executados ou em fase de execução.

São prioridades setoriais as definidas nos sub-programas do Plano de Desenvolvimento Regional e que podem corresponder, de forma integrada ou parcial, a um ou mais dos seguintes setores, ramos de atividade ou segmen-tos:

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- culturas tropicais passíveis de aproveitamento na indústria;- pecuária de grande, médio e pequeno portes, inclusive aquicultu-

ra e assemelhados;- agroindústria com base em culturas tropicais, inclusive a cons-

trução de silos e armazéns, quando integrantes do empreendi-mento;

- produção de insumo agrícolas e pecuários;- bio-indústria;- produção de medicamentos com base na fitoterapia;- indústria moveleira e oleiro-cerâmica;- minero-metalurgia, com verticalização do segmento;- indústria naval, entendida como a construção ou montagem de

embarcações adaptadas às peculiaridades regionais;- fabricação ou montagem de máquinas e equipamentos de con-

trole ambiental;- captura e industrialização, de forma integrada, do pescado;- turismo (hotéis e/ou equipamentos de apoio);- florestamento e reflorestamento; a energia (produção, transmis-

são, transformação e/ou distribuição);- sistemas energéticos baseados em fontes alternativas;- transporte (hidroviário e rodoviário);- comunicações (exploração das redes telefônicas urbanas e inte-

rurbanas, expansão das estações terrenas, renovação e amplia-ção da rede de satélites).

Considera-se bio-indústria a produção de pesticidas biológicos e insu-mos alimentícios, aí incluídos aminoácidos, biopolímeros, enzimas, ácidos orgânicos, adoçantes, vitaminas, fermentos biológicos, óleos, gorduras e proteínas microbianas.

Prazos:Tipo Investimentos Fixos Capital de Giro

Carência atéAmortização até

3 anos5 anos

6 meses12 meses

Serão enquadrados na faixa B os projetos de implantação que, localiza-dos em áreas ou distritos industriais, agropecuários ou de exploração especí-fica e assemelhados nos estados do Acre, Roraima, Rondônia, Amapá e To-cantins, se dediquem a uma ou mais das atividades citadas anteriormente.

Os projetos relativos a empreendimentos turísticos (hotéis e/ou equipa-mentos de apoio) serão enquadrados na prioridade A.

Serão enquadrados na faixa C, os projetos não incluídos nas faixas A ou B e que, na Amazônia Legal, objetivem a uma das atividades consideradas de interesse regional.

* * * * *

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Parte V

O Papel da FIEROProgramação SESI – SENAI – IEL

A Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO, fun-dada em 19/06/1986, é a entidade superior de representação do empresariado industrial do Estado e integra o sistema confede-rativo da Confederação Nacional da Indústria – CNI. Suas ações

estão voltadas para a promoção e o desenvolvimento integrado e sustentável da economia de Rondônia, tendo em vista a melhor qualidade de vida dos brasileiros, em especial daqueles que vivem nesta unidade da Federação.

A FIERO defende a livre iniciativa como forma legítima e democráti-ca de promover o bem comum, luta para fortalecer o princípio de união e integração, estimulando o companheirismo entre seus filiados e entidades confederadas, acredita na educação profissional como forma de promover o bem-estar social entre os trabalhadores, e no relacionamento ético entre as forças do capital e do trabalho, como forma apropriada de convivência.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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A Federação conta hoje com dezoito sindicatos filiados, representando todas as regiões e principais segmentos econômicos do Estado. Seus dirigen-tes são eleitos para mandatos de três anos, e está assim organizada:

Conselho de Representantes - formado por dois delegados de cada sindicato filiado;

Diretoria Plena - unidade de decisão de caráter político-estratégico; Diretoria Executiva - unidade de gestão administrativa;Conselho Fiscal - unidade de fiscalização e assessoramento ao Conse-lho de Representantes;Delegação Confederativa junto à CNI.O Sistema FIERO é composto pela Federação das Indústrias do Estado,

o SENAI-RO, o SESI-RO e o IEL-RO. Em vista da importância da formação de pessoal qualificado para implementar e gerir negócios no Estado, a FIERO é também instituidora e mantenedora da FUNTEC, Fundação Educacional, Tec-nológica e Cultural da Amazônia, entidade que administra o CETENE, Centro de Educação Tecnológica e de Negócios, construído em convênio com o Ministério da Educação e Cultura, numa parceria com o SEBRAE e Sindica-tos da Construção Civil e das Indústrias de Móveis de Madeira. A cada uma das suas entidades componentes, coordenadas pela FIERO, cabe um papel específico na consecução dos objetivos comuns: o desenvolvimento econô-mico sustentável, o fortalecimento da indústria, a satisfação e progresso do trabalhador e sua família, e a cidadania plena.

O CETENE teve suas atividades iniciadas em 30 de junho de 2003, com a realização de um curso de nível básico em Gestão de Negócios. Atuará também na formação de técnicos de nível pós-médio, inicialmente em téc-nicas de gestão e técnicas em madeira e móveis. Além disso, desenvolverá cursos básicos de atualização gerencial e tecnológica, num formato modular, atendendo tanto aos estudantes de ensino médio em demanda do mercado de trabalho, como aos profissionais no exercício de suas atividades, que pre-tendam retomar estudos ou reciclar conhecimentos.

O SENAI

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI é uma enti-dade de direito privado, sem fins lucrativos, com atividade voltada para a Educação Profissional e Assessoria em Informação e Tecnologia para a In-dústria.

Foi criado em 22 de janeiro de 1942, pelo decreto-lei nº 4.048, assi-nado pelo então presidente da República Getúlio Vargas e pelo Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema e publicado no Diário Oficial da União

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em 24 de janeiro do mesmo ano. Inicialmente teve a designação de Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários. Em novembro de 1942 passou a ter a denominação de Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, confor-me o art. 1º do decreto-lei nº 4.336, de 7 de novembro de 1942.

Hoje, com sessenta e um anos de existência no Brasil, o SENAI está presente em todas as 26 unidades da Federação e no Distrito Federal, traba-lhando para o desenvolvimento e modernização da indústria.

SENAI – Rondônia

Em Rondônia, o SENAI foi implantado pelo Departamento Regional de São Paulo, que o administrou até o ano de 1962, quando passou os encar-gos ao recém criado Departamento Regional do Amazonas, por ser o mais próximo. A partir daí a escola SENAI recebeu a denominação de Centro de Formação Profissional “Marechal Rondon” (homenagem ao sertanista e indi-genista Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon).

Com a criação da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO em 1986, no ano seguinte o SENAI deixou a condição de Delegacia, sendo elevado ao status de Departamento Regional.

O SENAI-RO está presente fisicamente nos municípios de Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena e Guajará-Mirim, apresentando uma capilaridade que o faz atuar em diversos municípios, seja por meio de unida-des fixas ou móveis.

Com o objetivo de redirecionar suas ações para os principais segmen-tos sócio-econômicos do Estado de Rondônia, o SENAI-RO está buscando, no período de 2003 a 2010, contribuir para importantes mudanças no perfil dos trabalhadores e, desta forma, cumprir sua missão, que é:

“Contribuir para o fortalecimento da indústria e o desenvolvimento pleno e sustentável do país, promovendo a educação para o trabalho e a ci-dadania, a assistência técnica e tecnológica, a produção e a disseminação de informação e a adequação, geração e difusão de tecnologias”.

Sua ação é voltada primordialmente à indústria e aos seus empregados, oferecendo cursos nas modalidades de aprendizagem, qualificação profissio-nal e cursos técnicos. Oferece, ainda, consultorias e assistência tecnológica a empresas industriais de qualquer porte e área de atuação.

O SENAI-RO faz educação de modo a capacitar o homem tanto a apren-der e assimilar o mundo complexo e fluido em que vive, quanto a desenvolver condições de intervir para transformá-lo, em vez de apenas reproduzi-lo.

Conta com profissionais altamente qualificados e tem buscado nas modernas metodologias de gestão, incorporar formas de gerenciamento que lhe confiram agilidade e qualidade no atendimento das demandas da clien-

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tela, buscando superar as expectativas desses clientes, oferecendo serviços de alto valor agregado e voltado à realidade do mercado local. Para tanto, participa de projetos estratégicos, em níveis nacional e regional, cujos ob-jetivos são a formatação de uma linguagem, em rede, para o atendimento qualitativo.

Seis princípios postulares alicerçam a existência do Departamento Re-gional do SENAI Rondônia:

As relações institucionais, políticas, econômicas e sociais do sistema contribuem para a sustentabilidade do Estado;

Os recursos humanos constituem-se no diferencial competitivo do Sistema;

O mercado é a dimensão maior do sucesso institucional e sua susten-tabilidade;

O cliente é o referencial maior do sucesso institucional e sua susten-tabilidade;

A administração econômico-financeira visa a sustentabilidade do sis-tema;

As relações com os parceiros fortalecem a instituição, privilegiam a negociação e promovem a efetividade das partes.

Atualmente está inserido nos seguintes projetos, em nível nacional:- PNE – Programa de Inclusão das Pessoas Portadoras de Neces-

sidades Especiais – Nossas instalações foram adaptadas para atender ao portador de necessidades especiais; capacitados três docentes em Braille e dez em LIBRAS; atualmente são atendidas 88 pessoas;

- PAS – Programa de Alimentos Saudáveis – Busca sensibilizar as empresas da área de alimentos a implantarem processos de produção que garantam alimentos seguros à saúde e com quali-dade;

- Programa de Qualidade na Indústria da Construção – O objetivo é capacitar técnicos para servirem como consultores e auditores junto às empresas de construção civil, visando possibilitar que elas se adeqüem aos previstos nas normas ISO 9001, PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat) e implementação do Sistema de Qualificação de Empresas e Servi-ços e Obras (SIQ Construtoras);

- Programa de Energias Renováveis – Objetiva atuar no setor de energias alternativas e renováveis, com ênfase, no primeiro mo-mento na energia solar fotovoltaica, formando recursos huma-nos que permitam a implantação e difusão desta tecnologia;

- Programa de Atendimento ao Setor de Telecomunicações - Visa

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oferecer infraestrutura tecnológica para o atendimento ao setor na área de educação profissional.

ATUAÇÃO

O SENAI tem buscado, sistematicamente, desenvolver ações para acompanhar as mudanças na estrutura e no perfil ocupacional do mercado industrial. Ampliou e diversificou suas linhas de atuação em face das exigên-cias da reestruturação por que passa a indústria e a sociedade. Também fo-ram adotadas práticas voltadas à qualidade do meio ambiente do trabalho.

Entre as ações, destaca-se a parceria com a empresa Microsoft, rea-lizada desde 1999, através do programa “Autorized Academic Training Pro-gram (AATP)”, que possibilitou ao SENAI ministrar cursos avançados daque-la empresa e emitir os certificados. Convênios semelhantes foram firmados depois com Conectiva Linux, Cisco Systems e VUE.

Na área de qualificação em motores diesel, foi firmada parceria com a empresa MWM, que cedeu um motor Sprint série 10 para servir de laborató-rio aos alunos.

PAM

A oferta de cursos também foi descentralizada com a implantação do Programa de Ações Móveis Integradas - PAM, que oferecia, na sua instala-ção, em 1995, cinco cursos propostos pelo Departamento Nacional e outros quatro introduzidos pelo Regional. Hoje são dezessete os cursos oferecidos. Este programa funciona com kits que são levados até as comunidades e lá aplicados os treinamentos, em parcerias com prefeituras, empresas, associa-ções de bairros, sindicatos e com organizações não-governamentais.

O PAM aumenta o grau de empregabilidade quando, por meio da edu-cação profissional, o trabalhador atualiza sua capacidade produtiva e fica apto a se reintegrar à população economicamente ativa, seja na condição de empregado, trabalhador, profissional autônomo ou, até mesmo, como micro-empresário.

ANO Nº de alunos

1998 1.376

1999 1.805

2000 2.439

2001 1.365

2002 3.478Fonte: Relatórios Anuais do SENAI – DR Rondônia

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Em convênio com o Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social – SEAPES, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, de 2000 a 2002 foram ministrados dezenas de cursos na maioria dos municípios de Rondônia, beneficiando 7.198 pessoas que receberam qualificação em oito áreas, pos-sibilitando condições para que aumentem a renda familiar.

O SENAI também passou a dar ênfase ao aperfeiçoamento industrial, especialmente na área de informática e gerenciamento. O assessoramento e as consultorias, proporcionadas pelo Programa de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa - PATME, em parceria com o SEBRAE, atendeu a diversas empresas, ajudando na melhoria do processo produtivo e do de-sign. O Projeto MERCOESTE foi outro marco na atuação do SENAI DR-RO. Em conjunto com as Federações de Indústrias dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás e Acre, acompanhando uma iniciativa da Federação das Indústrias do Distrito Federal, foram iniciados os estudos das cadeias produtivas do Estado. Para tanto foram realizados fóruns de sensibilização em várias cidades. A partir daí foram feitas pesquisas e entre-vistas, culminando com o lançamento do “Perfil Competitivo do Estado de Rondônia – Alavancagem do Mercoeste – Projeto Estratégico Regional do SENAI”. Este estudo permite o direcionamento das ações governamentais para as cadeias produtivas que têm mais condições de obter resultados sa-tisfatórios.

A partir deste diagnóstico, o SENAI passou a trabalhar, inicialmente com as cadeias da carne, couro e leite e com a madeira-móveis, oferecendo consultorias para o aperfeiçoamento dos processos de produção e gerencia-mento.

No atendimento de sua atividade regimental, de oferecer cursos nas modalidades de iniciação, aprendizagem, habilitação profissional, tecnólogo, qualificação profissional, aperfeiçoamento e especialização, o SENAI teve o seguinte desempenho, considerando-se o número de pessoas atendidas:

Modalidades / ANO 1998 1999 2000 2001 2002

Aprendizagem 308 199 150 295 507Qualificação (Técnico/Aperfeiçoamen-to)/Treinamento 5.063 7.050 5.659 7.168 8.521

Cursos Técnicos 205 256 227 240 467Especialização 12 46 42 - -Consultorias 44 120 8 11 70Palestras/Seminários/Feiras N.I. 10.304 531 1.113 723Núcleo de Inf. Tecnológicas 2.467 5.737 4.973 10.499

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Fonte: Relatórios Anuais do SENAI – DR Rondônia

PROPOSTAS PARA O FUTURO

Serão priorizadas as ações voltadas para o atendimento dos segmen-tos das indústrias madeireira, moveleira, da construção civil e de alimentos, em função da importância desses segmentos para a economia local, além da implementação das seguintes:

• Modernizar a educação profissional de acordo com os novos ru-mos da aprendizagem;

• Desenvolver relações com o mercado, criando política de Marke-ting;

• Estabelecer novas parcerias com os setores produtivos e so-ciais;

• Participar agressivamente no mercado de educação profissio-nal;

• Desenvolver alternativas de serviços integrados entre saúde, educação e lazer;

• Contribuir para o desenvolvimento tecnológico das indústrias;• Difundir novas tecnologias e melhoria do processo produtivo;• Ampliar o mercado de formação técnica, com a criação de novos

cursos técnicos e tecnólogos; inovar ações dos cursos técni-cos;

• Participar do desenvolvimento local, privilegiando as vocações regionais, fortalecendo as cadeias produtivas identificadas no Perfil Competitivo do Projeto Mercoeste;

• Fortalecer a participação no mercado de consultoria técnica;• Participar do mercado alternativo de inclusão social;• Prestar serviços compartilhados aos clientes internos e externos,

com eficiência e eficácia. O SESI

Fundado em 1º de julho de 1946, o Serviço Social da Indústria (SESI) dispõe da maior rede particular de ensino do País, para crianças em idade pré-escolar e do primeiro grau. Essa rede é composta de 830 escolas, 764 creches e 5.216 salas de aula, distribuídas em todo o território nacional, com destaque para sua atuação no ensino à distância.

A atuação do Serviço Social da Indústria junto ao trabalhador da indús-tria e de sua família está voltada para áreas em que sempre foi insuficiente a

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oferta de serviços: educação básica, alimentação, saúde e lazer. O trabalha-dor, selecionado para enfrentar o desafio de aumentar a competitividade da indústria nacional, precisa de boa formação escolar, boa alimentação, saúde e treinamento.

SESI – Rondônia

O SESI de Rondônia foi criado por ato do presidente do Conselho Nacional da entidade, Gilberto Mendes de Azevedo, em 1972, atendendo a recomendação do Presidente da República, Emilio Garrastazu Médici, que por intermédio do Ministro do Trabalho, Julio Barata, solicitou à CNI a instalação de agências do SESI em áreas de influência da Transamazônica, visando pro-porcionar à Amazônia maiores e melhores condições de desenvolvimento na sua ocupação. Além de Porto Velho, foram criadas representações do SESI em Rio Branco – AC, Santarém, Marabá e Altamira (PA). O núcleo do SESI de Rondônia ficou subordinado à Divisão Educacional do SESI Amazonas, passando em 28 de fevereiro de 1979 à categoria de Delegacia Regional.

Desde o princípio de suas atividades, o SESI realizou trabalhos na área social, como diversos cursos de economia doméstica, além de jogos industri-ários, Campanha do Operário Padrão, com ampla repercussão na imprensa. Na área da saúde as atividades eram a prestação de serviços odontológi-cos.

A criação da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia deu-se em 1986, um ano depois da criação do Conselho Regional e do Departamen-to Regional do SESI no Estado, por ato do presidente do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria à época, Fanor Cumplido Junior.

ATUAÇÃO

A integração do Sistema FIERO, intensificada a partir de 2000, tam-bém influenciou na mudança de mentalidade, que deixou de ser uma cultura assistencialista para uma posição mais radial no mercado, onde o principal objetivo é conquistar uma prática mais eficaz com vistas a uma melhor atu-ação e, em conseqüência, o alcance do crescimento em receitas com vistas à sustentabilidade. Sob a premissa “integrar o comum e especializar o espe-cífico”, o SESI passou a buscar o seu posicionamento no mercado de forma mais competitiva.

A busca do aumento da arrecadação passou por fases de preparação, com a interligação de todo Sistema via Internet (correio corporativo); implan-tação do software “Integrator”, interligando as bases de dados das áreas de

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Educação, Saúde e Lazer; informatização dos procedimentos administrati-vos; otimização dos processos de cobrança das receitas compulsórias e de serviços, juntamente com a reavaliação dos preços cobrados pelos serviços prestados.

Posteriormente, foi ampliado o atendimento do núcleo de Medicina e Segurança no Trabalho. Integrando ações complementares; intensificação das visitas às empresas para divulgação dos serviços oferecidos; integração das ações para atendimento interdisciplinar.

Vários serviços foram terceirizados, como os atendimentos médico-odontológicos e as escolinhas de iniciação infantil, exceto o balé.

EDUCAÇÃO

O SESI Rondônia, fazendo parte de uma rede nacional de educação, tem características singulares, adotando metodologias tanto presenciais quanto à distância, que atende hoje mais de onze mil estudantes.

Ensino Infantil e Fundamental – Atende crianças a partir de dois anos nos Centros Educacionais e de Educação Infantil localizados em Porto Velho, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena. Desenvolve os seguintes projetos educa-tivos:

PROEPE – Programa de Educação Pré-Escolar – Visa favorecer a cons-trução da autonomia moral e intelectual da criança;

Filosofia – Educação para o Pensar – desenvolve o aprender, exercita o diálogo, a reflexão, a criticidade e compreensão da realidade; exercita o respeito ao espaço e opinião dos colegas; fortalece a consciência individual e de grupo; ajuda a transformar a escola numa comunidade de investigação;

Informática – Sesinho Multimídia Interativa – familiariza o aluno com a tecnologia atual; enriquece as ações educativas; amplia a motivação do educando, educadores e pais;

Projetos Especiais – iniciação a línguas estrangeiras (inglês/espanhol); educação ambiental; arte na escola; videoeducação; educação para a saúde; educação alimentar e nutrição; educação física e iniciação esportiva; produ-ção de textos; literatura infantil; excursões; feiras; teatro e dança;

Educação Integrada - Projeto Clube de Amigos – Funciona no turno contrário ao das aulas regulares com atividades desenvolvidas para crianças de cinco a dez anos, durante o ano letivo. Tem o objetivo de acompanhar o aluno nas tarefas escolares; desenvolver habilidades artísticas, físicas, espor-tivas e senso crítico.

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Demonstrativo de MatrículasModalidade 1998 1999 2000 2001 2002

Ensino Infantil 759 896 634 429 553Ensino Fundamental 810 849 747 533 835Educação do Trabalhador 20.298 69.063 23.419 32.265 10.267

Fonte: Relatórios Anuais SESI/DR-RO

Programa SESI Educação do Trabalhador – PET – fundamenta-se nos conceitos e normas da Educação de Jovens e Adultos, na perspectiva da educação continuada e da relação educação e trabalho.

Em convênio com o Ministério da Saúde, executa o Projeto de Profis-sionalização dos Trabalhadores de Enfermagem – PROFAE;

Telecurso 2000 (1ª a 4ª séries; 5ª a 8ª séries; Ensino Médio);Alfabetização1ª a 4ª séries5ª a 8ª séries

Programa de Educação Continuada – Os seus educadores participam regularmente de cursos de forma presencial ou a distância, visando a atuali-zação permanente.

• Capacitações pedagógicas Telecurso 2000;• Capacitações técnicas do Programa Largada 2000;• Projeto “Muito Mais Mestre”;• Curso de Recreação Infantil;• Curso de Arte e Educação;• Linguagem Brasileira de Sinais – LIBRAS.

SAÚDE

As atividades de saúde são desenvolvidas nas Unidades Operacionais SESICLÍNICA em Porto Velho e Cacoal e na Unidade Integrada de Vilhena; atendimento odontológico em Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Unidades Móveis diretamente nas empresas. Também são oferecidos atendimentos nas áreas de saúde ocupacional, segurança no trabalho e análises clínicas.

Visando a conquista do equilíbrio financeiro, o Departamento Regio-nal optou pela terceirização dos serviços especializados, buscando parceiros comprometidos em dar continuidade aos trabalhos, primando pelo padrão de qualidade dos serviços prestados pelo SESI. Também estão sendo inten-sificados os esforços no sentido de firmar convênios com clínicas médicas especializadas, com o objetivo de oferecer atendimento à clientela.

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Saúde, Segurança e Meio Ambiente

O SESI – RO conta com um Núcleo de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho, para oferecer às empresas um pacote básico que facilite o cum-primento da legislação trabalhista no que se refere à saúde do trabalhador. A equipe é composta por médicos do Trabalho, enfermeira do Trabalho, técni-cos em Segurança do Trabalho, engenheiro do Trabalho, Assistente Social e auxiliares de Enfermagem.

O foco principal da ação é o trabalho preventivo, que visa conscienti-zar os trabalhadores e os empresários que prevenir custa menos que reme-diar. Para isso, o SESI oferece o seguinte pacote:

• Elaboração de Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA e/ou Programa de Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO;

• Orientação para elaboração de mapa de riscos;• Elaboração de Laudos (insalubridade e periculosidade);• Instalação e curso de CIPA – Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes;• Ciclos de palestras;• Acompanhamento dos programas;• Atividades educativas e preventivas.

Uma das experiências que tem dado certo, e que passa a constar do portfólio, é a integração do Programa Ginástica na Empresa com a ação de saúde ocupacional.

LAZER

As atividades físicas e recreativas são desenvolvidas no SESICLUBE, em Porto Velho ou nas empresas que optam por esta prestação de serviços. O atendimento no SESICLUBE é dirigido aos industriais, aos trabalhadores na indústria e à comunidade em geral.

São oferecidas atividades nas seguintes modalidades esportivas, tam-bém na forma de escolinhas de iniciação:

• Futsal;• Balé, jazz e sapateado;• Tênis;• Judô;• Musculação;• Ginástica;• Natação e hidroginástica;

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• Futebol de campo;• Futebol soçaite.

Há ainda colônia de férias no período das férias escolares de julho. Às empresas é oferecida assessoria para a realização de projetos como “Lazer no Almoço”, “Manhã Alegre”, “Cantinho da Leitura”; assessoria na área des-portiva com atividades esportivas e recreativas.

Atividades e Promoção Social Diversas atividades de cunho social são realizadas pelo SESI DR-RO,

que conta, para isso com diversas parcerias. Destacam-se os projetos de maior relevância:

• Domingo Alegre;• Sábado Alegre;• Quadra Carnavalesca;• Festa do Trabalhador;• Educar para Preservar;• Colônia de Férias;• Dia Internacional do Meio Ambiente e Ecologia;• Dia das Crianças;• Confraternização Industriaria.

Programa Largada 2000

É desenvolvido em parceria com o Instituto Airton Senna e trata-se de uma ação que busca adequar as condições para que os jovens desenvolvam-se como pessoas e cidadãos. Contando com a parceria da TCO Celular, foi possível aos adolescentes que participam do Programa a execução de proje-tos por eles elaborados nas seguintes áreas:

• Educação;• Saúde;• Esporte, lazer e cultura;• Meio Ambiente;• Cooperação Social.

A equipe técnica do Largada 2000 é composta por funcionários do SESI, que dão suporte aos jovens e educadores através de oficinas, encon-tros, seminários, fóruns, teleconferências, visitas de acompanhamento e orientações quanto ao desenvolvimento das competências básicas – pes-soais, relacionais, cognitivas e produtivas e a aplicação delas no cotidiano educativo.

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PSQT

O Programa “Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho” – PSQT, é reali-zado desde 1996 para estimular as empresas na adoção de políticas e medi-das práticas que assegurem um ambiente de trabalho saudável e produtivo, adequadas relações de trabalho saudável e uma convivência harmoniosa entre empregados e empregadores.

O principal objetivo do Programa é promover o reconhecimento públi-co aos empresários da indústria que adotam e implantam políticas e medidas que elevam a qualidade de vida do trabalhador e sua produtividade como fatores de competitividade no trabalho.

Esporte Solidário

O Programa Esporte Solidário é executado em convênio com o Mi-nistério dos Esportes, através do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto – INDESP, e é destinado às crianças com idades de sete a quatorze anos, vindas de famílias de baixa renda e em risco social, nos municípios de Porto Velho, Vilhena e Guajará-Mirim.

Priorizando a prática de esporte como uma das atividades de lazer e instrumento de educação para a vida, são realizadas atividades três vezes por semana. As crianças participaram de uma vasta programação de ativida-des recreativas, esportivas e artístico-culturais, além do reforço escolar e o fornecimento de uma alimentação complementar de alto valor nutritivo.

Neste projeto as áreas de saúde e educação tão significativa participa-ção com diversas atividades:

• Ações Educativo-Preventivas (noções de higiene corporal e am-biental);

• Realização de Consultas Médicas;• Atendimento Médico Odontológico Preventivo;• Orientação nas Tarefas Escolares, com oferecimento de merenda;• Uso da Biblioteca, entre outros.

Na tabela a seguir, um demonstrativo das atividades do lazer social no SESI DR-RO (considerando os atendimentos realizados na Ação Global e ações sociais):

1998 1999 2000 2001 2002

20.175 16.990 22.430 21.493 19.550Fonte: Relatórios Anuais

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PARCEIROS EXTERNOS O SESI Rondônia conta com parceiros que contribuem para que sejam

alcançados resultados positivos nas ações desenvolvidas:Instituto Airton Senna/TCO Teleron Celular (até 2002) – desenvolvi-

mento do Programa Largada 2000Centro Despertar – Programa de Educação de Jovens e Adultos, da

alfabetização ao ensino médio, abrangendo os municípios de Guajará-Mirim, Nova Mamoré e respectivos distritos;

Secretaria de Estado da Educação – SEDUC – através de diversos programas;

SESI/DN – Programa Nacional de Educação do Trabalhador; projetos de Prevenção ao Uso Abusivo de Drogas nas Empresas; Prevenção às DST/AIDS nas Empresas; Programa Nacional de Odontologia Simplificada – PNOS; Programa Ginástica na Empresa; Programa Largada 2000;

Federação Aquática do Estado de Rondônia;Federação de Futsal do Estado de Rondônia;Universidade Federal de Rondônia – UNIR;Faculdade de Ciências Humanas e Letras de Rondônia – FARO;Associação dos Deficientes Físicos de Rondônia – ASDEFRON.

PROPOSTAS PARA O FUTURO

Considerando a necessidade de inserção no mercado competitivo, onde novos padrões de qualidade e produtividade são fatores determinantes para se obter vantagem competitiva, e tendo em vista da busca da auto-sus-tentação, o SESI DR-RO se propõe a aceitar os seguintes desafios:

• Fortalecimento da visão empresarial;• Intensificação do atendimento às empresas, buscando maior proxi-

midade dos clientes;• Busca do equilíbrio financeiro;• Definição de uma política de Marketing;• Definição de uma política de Recursos Humanos;• Busca de certificação dos produtos e serviços;• Gerenciamento participativo;• Realização de melhoria nas estruturas físicas das unidades;• Ampliação do atendimento na área educacional.

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O IEL - Instituto Euvaldo Lodi

O Instituto Euvaldo Lodi – IEL, instituído em 27 de janeiro de 1969 pela CNI – Confederação Nacional da Industria, pelo SESI – Serviço Social da Indústria e pelo SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, en-tidades criadas e mantidas pela indústria brasileira, tem diretrizes elaboradas de forma a priorizar a competitividade industrial, o desenvolvimento tecnoló-gico, os princípios básicos da qualidade, a integração e complementaridade de ações com a CNI, o SESI e o SENAI e, principalmente, o cumprimento de sua missão institucional de promover o desenvolvimento da indústria por meio da capacitação empresarial e do apoio à pesquisa e à inovação tecno-lógica.

O IEL é uma instituição sem fins lucrativos, com um núcleo central em Brasília – DF e Núcleos Regionais criados gradativamente com a mesma fina-lidade, filiados às Federações das Indústrias em todos os estados brasileiros. Hoje, o IEL está presente em 26 Estados e no Distrito Federal, onde tem sua sede.

IEL – Rondônia

O Núcleo Regional de Rondônia do Instituto Euvaldo Lodi, criado em fevereiro de 1989 sob os auspícios da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO, do Departamento Regional do SESI e da Diretoria Regio-nal do SENAI, é uma sociedade civil de natureza privada, sem fins lucrativos, com sede e foro na cidade de Porto Velho, com um conjunto de ações que têm, entre seus objetivos, o de agente indutor de pesquisa, da inovação tec-nológica e da elevação dos padrões de gestão em cooperação com os cen-tros geradores do conhecimento, em conformidade com a filosofia do IEL.

As ações do IEL – RO se efetivam por meio de projetos que permitem atender às demandas do segmento produtivo, do ensino de Rondônia e do desenvolvimento regional, entre outras, nas seguintes áreas:

1. - Capacitação Empresarial e Educação Corporativa, em que os prin-cipais projetos em desenvolvimento são:

- Capacitação Empresarial em Gestão Estratégica, em convênio com o IEL Nacional e o SEBRAE. Curso ministrado pelo corpo docente da UNESC – União das Escolas Superiores de Cacoal, em nível de extensão universitá-ria, para empresários de diversos segmentos industriais, tendo treinado 40 empresários.

- Curso de MBA em Finanças, Contabilidade, Auditoria e Legislação Tributária, em convênio com a UNESC, contando com 43 participantes.

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2. - Novos Talentos para a Indústria e o Empreendedorismo.2.1 - Estágio SupervisionadoPara complementação da formação dos jovens estudantes das redes

de ensino de segundo e terceiro graus, que hoje apresenta os seguintes nú-meros:

- Alunos Cadastrados – 8.455 - Empresas Conveniadas – 317 - Instituições de Ensino Conveniadas – 114 - Estagiários Colocados – 1.7992.2 - BITEC (Bolsa de Iniciação Tecnológica)Este projeto reúne ações e iniciativas voltadas para geração e transfe-

rência de conhecimentos e tecnologias inovadoras, a fim de melhorar a com-petitividade das empresas, especialmente as micros e pequenas, dos ramos de indústria, comércio e serviços. Através do IEL/RO já foram concedidas vinte bolsas e atendidas com desenvolvimento de projetos para melhoria de processos e/ou inovações tecnológicas, o mesmo número de micro e peque-nas empresas no Estado.

2.3 - Projeto REUNE – Rede de Ensino Universitário de Empreendedo-rismo

O Projeto pretende inserir no currículo das escolas de ensino superior o ensino de noções de empreendedorismo, e já transferiu a metodologia (ofi-cina do empreendedor) para os primeiros 45 professores de instituições de ensino que aderiram ao Programa do Empreendedor.

3. - Estudos, Pesquisas e Projetos Especiais.Objetiva atender as demandas de interesse do desenvolvimento do

Estado e Região, levando em conta as diversidades e especificidades locais. O IEL/RO desenvolveu pesquisas e estudos para diversas instituições do Es-tado, dentre as quais citam-se:

. Pesquisa de imagem e do Potencial Mercadológico do Estado de Rondônia, para o SEBRAE-RO;

. Pesquisa de Demanda na Indústria de Rondônia por Capacitação Profissional e Assessoria Técnica – Tecnológica, nos municípios de Ariquemes e Porto Velho, para o SENAI/RO;

. Pesquisa sobre as “Potencialidades Turísticas no Estado de Ron-dônia”, para o SEBRAE-RO;

. Pesquisa de Marketing – realizada junto às empresas industriais usuárias e não-usuárias dos serviços do SESI, nos municípios onde há unidades ativas, para o SESI/RO;

. Pesquisa de Demanda por Capacitação Empresarial – realizada

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nos municípios de Porto Velho e Cacoal para definição das ações do IEL/RO.

4. - Capacitação e Geração de RendaDestina-se ao atendimento da população em situação socioeconômica

desprotegida e sem oportunidades de trabalho e/ou geração de renda. Tem-se desenvolvido através de convênios com instituições oficiais, e, realizados dois projetos, um com a SEMAC – Secretaria Municipal de Ação Comunitá-ria, em Porto Velho, e outro com a FASER – Fundação de Assistência So-cial do Estado de Rondônia, em Ariquemes, ambos atendendo a população habitante dos bairros periféricos, tendo sido atendidas 428 (quatrocentos e vinte e oito) famílias de baixa renda do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI.

Seu desenvolvimento é baseado em quatro vertentes: nível básico (nivelamento no ensino fundamental); nível avançado (amplitude das capaci-dades pessoais com vistas à inserção no ensino médio); capacitação técni-co-profissional (qualificação profissional específica e adequada) e formação gerencial básica (competência para atividades de geração de renda e/ou in-serção no mercado de trabalho).

* * * * *

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Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE / Rondônia

1 – O SEBRAE

Criado na década de 1970 com a denominação de Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa – CEBRAE, já nasceu como uma entidade autônoma, desvinculada do Governo Federal, mas concebida em harmonia com as confederações representativas

das forças produtivas nacionais.A mudança de denominação para SEBRAE acompanhou a evolução do

país e a necessidade de se aperfeiçoarem as ferramentas em prol do desen-volvimento empresarial brasileiro. Assim, toda a estrutura da entidade e o seu quadro funcional partiram para ações voltadas a um novo comportamen-to gerencial, desenvolvendo o empreendedorismo e se inserindo no incentivo à prática da responsabilidade social.

A participação positiva das micro e pequenas empresas no desenvolvi-mento do país ainda não atingiu o seu potencial ideal de contribuição devido ao ambiente hostil que encontra, ambiente este representado pelas taxas de juros elevadas, legislação complexa e um emaranhado burocrático e tributá-rio.

O processo de redirecionamento estratégico do SEBRAE busca, jus-tamente, ampliar o seu foco de atuação no desenvolvimento das micro e pequenas empresas, vinculando-o a questões maiores como a eliminação das desigualdades e a criação de uma sociedade melhor para todos. Este é o desafio que o SEBRAE aceitou.

2 – SEBRAE – Rondônia

A história da entidade no Estado foi iniciada em 27 de novembro de 1980, com o nome de CEAG-RO – Centro de Apoio à Pequena e Média Em-presa de Rondônia. Juridicamente era uma sociedade civil, sem finalidades lucrativas e seguindo as diretrizes do CEBRAE nacional, mas sofrendo inter-ferência direta do governo estadual local.

Esta realidade foi modificada a partir da sanção da Lei 8.029 de 12 de abril de 1990, alterada em outubro do mesmo ano, que deu ao SEBRAE uma composição paritária, com a formação de um Conselho Deliberativo formado por representantes da iniciativa privada e do setor público, cuja parceria visa

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sintonizar as ações que buscam estimular e promover empresas de peque-no porte com a política nacional de desenvolvimento econômico e social do País.

3 – ATUAÇÂO

O SEBRAE-RO tem orientado suas ações no sentido de priorizar o de-senvolvimento local integrado e sustentável, entendendo que a implementa-ção desta prioridade, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida à população pelo alcance da liberdade, também contribui para o crescimento econômico porque possibilita a geração de novos postos de trabalho, a cria-ção de empresas e a longevidade das empresas existentes.

Com o aumento das desigualdades em nível planetário, atribuído à glo-balização, o SEBRAE vem desenvolvendo seu trabalho buscando o aprimora-mento da capacidade empreendedora não só dos empresários, mas também das iniciativas que proporcionaram incremento no capital humano.

Ao verificar que o crescimento econômico observado na abertura de mercados internacionais não significa um correspondente crescimento do desenvolvimento social e que não basta apenas tomar uma posição crítica em relação à globalização, o SEBRAE tem proposto alternativas para que se encontrem oportunidades de negócios que aconteçam em bases possíveis nos diferentes nichos de mercado, sem criar expectativas de confronto com a realidade.

Em seu conjunto de ações, o SEBRAE desenvolve atividades de capa-citação e gestão do conhecimento, aprimorando as potencialidades do mer-cado interno, com alternativas para que os segmentos empresariais possam atingir consumidores no mercado internacional, especialmente aquele repre-sentado pelos países andinos, geograficamente mais próximos de nós.

Com sua sede localizada em Porto Velho e escritórios regionais instala-dos em Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno, Vilhena e Guajará-Mi-rim, o SEBRAE-RO atua nos 52 municípios, através dos seguintes programas e ações:

• Unidade de Orientação Empresarial – onde são fornecidas informa-ções e orientações indispensáveis para a implantação, ampliação e consolidação de empresas, auxiliando na tomada de decisões, com as seguintes ferramentas:

– Balcão SEBRAE e Balcão SEBRAE Itinerante;– Centro de Documentação e Informação – CDI;– Crédito Orientado;– Central Fácil;– Pesquisa, estudos técnicos e difusão de trabalhos de interes-

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se empresarial.• Unidade de Inovação e Acesso à Tecnologia – tem como objetivo

incentivar a geração e adaptação de tecnologias adequadas aos pequenos negócios e proporcionar acessos às tecnologias disponí-veis, através de cursos, palestras, seminários, workshops, consul-torias tecnológicas; apoiar a implantação de incubadoras de em-presas e núcleos de design; negociar e articular com instituições que venham a desenvolver tecnologias apropriadas para as micros e pequenas empresas.

Programas:– Programa de Consultoria Tecnológica – SEBRAETEC;– Programa Alimentos Seguros – PAS;– Programa de Eficiência Energética;– Programa Via Design;– Programa de Gestão Ambiental.

• Unidade de Educação e Desenvolvimento de Cultura Empreende-dora –oferece cursos para o aprimoramento empresarial do empre-endedor em vários níveis:

Básico – Busca de Recursos; Despertando para o Associativis-mo; A Escolha de um Sócio; Aprender a Empreender;

Intermediário – Análise de Mercado; Iniciando um Pequeno Ne-gócio; Iniciando um Pequeno Grande Negócio Agroindus-trial; Liderar; Líder Cidadão; Saber Empreender; Formação de Preços; Controles Financeiros; Análise e Planejamento Financeiro; Contabilidade na Prática; Gestão de Pessoas; De-senvolvimento de Equipes; Gestão e Técnicas de Produção; Logística; Eficiência Energética para Micro e Pequenas Em-presas; Técnicas de Vendas; Atendimento ao Cliente; Como Vender Mais e Melhor 1 e 2; Praticando o Associativismo; Gestão de Qualidade – Princípios, Pessoas, Processos, Audi-torias Internas; Planejamento Estratégico; De Olho na Quali-dade; Técnicas para Negociações.

Avançado – Como Vender Mais e Melhor 3; Gestão da Qualida-de: os requisitos ISO 9001; Empretec.

Outros Treinamentos – Administração de Departamento de Pessoal; Cálculo Trabalhista e Previdenciário; Legislação Tra-balhista; Planejamento, Elaboração e Avaliação de Projetos; Licitações e Contratos; Relações Humanas e Interpessoais.

• Unidades de Apoio à Comercialização – promove a organização e a participação de micro e pequenas empresas como expositoras em feiras, exposições e eventos, com o objetivo de mostrar seus

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produtos e serviços no Brasil e no Exterior, visando a realização de negócios e o intercâmbio comercial.

Projeto Feiras;Feiras Regionais (público-alvo: indústria, comércio, serviços,

artesanato, agronegócio e turismo) – FIRON – Porto Velho; Mostra Multisetorial – Ji-Paraná; Feira Multisetorial – Arique-mes; Feira Multisetorial – Guajará-Mirim;

Feiras Nacionais;Projeto Caravana e Missões.

• Unidades de Desenvolvimento Setorial Local – visa preservar e fortalecer aspectos históricos e culturais dos povos tradicionais não-indígenas, assim como difundi-los à sociedade em geral.

Programas:

Programa Cadeia Produtiva Agroindustrial do Leite – em todo o Estado, dividido em sete microrregiões: Ji-Paraná, Arique-mes, Porto Velho, Cacoal, Alvorada do Oeste, Colorado do oeste e Vilhena.

Programa Desenvolvimento Local “Cai N’Água” – em Porto Velho, bairros: Arigolândia, Baixa da União, Triângulo, São Sebastião I e II, Nacional e Panair;

Programa Expansão e Desenvolvimento da Piscicultura na Re-gião Central de Rondônia – em Pimenta Bueno, São Felipe, Primavera, Rolim de Oura, Santa Luzia do Oeste, Alta Flo-resta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Nova Brasilândia do Oeste, Novo Horizonte do Oeste e Espigão do Oeste;

Programa Sustentabilidade Rural da Cadeia da Fruta do Entorno de Porto Velho – na Capital, glebas: Graça, Viçosa, Colônia dos Japoneses, Belmont e Progresso;

Programa de Artesanato Indígena e Madeira – em Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Guajará-Mirim;

Programa de Artesanato Couro Vegetal, Borracha e Cestaria – em Machadinho do Oeste e Costa Marques;

Programa Setorial Integrado – PSI Madereiro/Moveleiro – em Porto Velho, Santa Luzia do Oeste, Rolim de moura, Pimenta Bueno e Ji-Paraná;

Programa Empreender – em Porto Velho, Guajará-Mirim, Ita-poã do Oeste, Alto Paraíso, Buritis, Monte Negro, Cujubim, Ariquemes, Machadinho, Vale do Anari, Theobroma, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Mirante da Serra, Ji-Paraná, Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé, Ministro Andreazza, Pre-

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sidente Médici, Cacoal, Rolim de Moura, Novo Horizonte do Oeste, Alta Floresta do Oeste, Santa Luzia do Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Espigão do Oeste, Pimenta Bueno, Cere-jeiras, Colorado do Oeste e Vilhena.

Programa Turismo Cultural – em Pimenta Bueno, Primavera de Rondônia, São Felipe do Oeste, Cacoal e Rolim de Moura.

Programa SEBRAE Desenvolvimento Local – PSDL – em Theo-broma, Vale do Paraíso, Mirante da Serra, Nova União, Uru-pá, Teixeirópolis, Presidente Médici, Santa Luzia do Oeste, Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé, Nova Brasilândia do Oeste, São Francisco do Guaporé, Seringueiras e Costa Marques.

Programa Desenvolvimento Regional – em Castanheiras, Prima-vera de Rondônia, Novo Horizonte do Oeste, Pimenteiras do Oeste, São Felipe do Oeste, Corumbiara, Colorado do Oeste, Cabixi, Cerejeiras, Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis.

Outros Programas: Prefeito Empreendedor – O Prêmio “Governador Mário Covas” para

o Prefeito Empreendedor foi criado pelo SEBRAE Nacional em 2001 para homenagear os prefeitos municipais que realizam ações inovadoras visando o fortalecimento dos pequenos negó-cios e da cultura empreendedora em seus municípios.

Fórum Rondoniense da Micro e Pequena Empresa – Tem o objetivo de promover a construção de um ambiente favorável para o for-talecimento dos pequenos negócios no Estado de Rondônia.

4 – PROPOSTAS PARA O FUTURO

O objetivo do SEBRAE Rondônia, enquanto agente de desenvolvimen-to, é continuar atuando como agente catalisador de ações, projetos e pro-gramas, atuando como elemento de integração entre os poderes públicos, o mercado e a sociedade.

A expectativa em torno do SEBRAE é a transformação da realidade de nosso país, com melhoria nos indicadores socioeconômicos e maior cons-cientização das populações no que concerne à cidadania e participação so-cial, rumo a uma sociedade mais justa e equitativa.

* * * * *

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ANEXOS

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ANEXO AO CAPÍTULO 4A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Tabela 1 – Dívida Flutuante do Estado de Rondônia - 1998Saldo anterior 353.092.455,72

(+) Inscrição no exercício 302.857.947,21

( - ) Baixa no exercício (pago) 264.773.812,53

(=) Saldo para o exercício seguinte 391.176.590,40Fonte: Balanço do Estado

Tabela 2 – Dívida Fundada do Estado de Rondônia - 1998Saldo anterior 1.423.976.408,81

(+) Correção Monetária 151.649.113,89

( - ) Amortização da dívida interna 65.626.190,23

(=) Saldo para o exercício seguinte 1.509.999.332,47Fonte: Balanço do Estado

Tabela 3 – Dívida Interna Referente ao Beron - 2002Valor Inicial 77/88 549.199.751,70

Saldo Devedor em 31.12.2000 876.802.468,85

(+) Ajuste no exercício/2001 97.836.316,34

(=) Total da Dívida em 2001 974.638.785,19

( - ) Amortização no exercício 14.050.881,68

(=) Saldo Devedor 960.587.903,51Fonte: Balanço do Estado

Tabela 4 – Evolução da Receita e da Despesa

RECEITA 1999 2000 2001

Receita Realizada 860.191.819,06 1.124.913.671,10 1.265.245.989,50

Despesa Realizada 880.839.726,28 1.149.359.760,99 1.300.525.270,53

Déficit/Superávit (20.647.907,22) (24.446.089,89) (35.279.281,03)

Receita Corrente 746.332.866,44 1.080.676.499,04 1.233.300.973,04

Despesa Corrente 805.804.112,44 979.144.083,24 1.083.257.678,71

Déficit/Superávit (59.471.246,00) 101.532.415,20 150.043.294,33

Receita de Capital 113.858.952,62 44.237.172,06 31.945.016,46

Despesa de Capital 75.035.613,84 170.751.633,32 217.267.592,14

Déficit/Superávit (38.823.338,78) (126.514.461,26) (185.322.575,68)Fonte: Balanço do Estado

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Tabela 5 – Quadro de Evolução da Receita por EspecificaçãoRECEITA 1999 2000 2001

Tributária 394.692.100,39 541.686.579,00 579.578.397,51Contribuições 12.070.599,86 11.756.128,16 44.943.698,92Patrimonial 3.999.766,17 5.673.336,53 11.898.208,01Serviços 3.628.207,22 18.862.886,35 22.644.777,36Transações Correntes 328.688.760,58 497.883.135,30 564.707.002,45Outras Receitas Correntes 3.253.432,22 3.813.333,70 9.437.888,79

Subtotal Corrente 746.332.866,44 1.080.676.499,04 1.233.300.973,04Oper. Créditos 11.609.473,00 1.600.900,00 0Alienação de Bens 18.000.00,00 22.711.485,88 7.324.283,53Amortização de Empréstimo 0 115.176,86 0Transferências de Capital 84.235.345,90 19.773.074,34 24.594.041,22Outras Receitas 14.133,72 36.534,98 26.691,71

Subtotal Capital 113.858.952,62 44.237.172,06 31.945.016,46TOTAL GERAL 860.191.819,06 1.124.913.671,10 1.265.245.989,50

Fonte: Balanço do Estado

Tabela 6 – Quadro de Evolução da Despesa por Especificação CATEGORIA ECONÔMICA 1999 2000 2001

TOTAL 880.839.726,28 1.149.895.716,46 1.300.525.270,53DESPESA CORRENTE 805.804.112,44 979.144.083,24 1.083.257.678,39Desp. Custeio 624.926.613,91 705.168.740,40 790.221.616,71Pessoal e Encargos 522.828.623,44 553.583.050,68 564.349.884,25Mat. Consumo 24.078.666,54 31.181.488,29 45.928.566,67Serv. Terceiros 54.680.546,69 82.738.698,89 89.419.805,39Out. Custeios 23.338.777,24 37.665.502,54 90.523.360,40Juros e Enc. Dívida 51.301.176,91 73.186.918,09 74.947.557,37Transf. Correntes 129.576.321,62 200.788.424,75 218.088.504,51Transf. Intragovernamentais 16.445.486,41 30.363.352,96 32.952.601,33Transf. União 0 500.580,21 190.256,81Transf. Municípios 96.264.689,91 140.533.530,84 152.455.548,88Transf. Instituições 16.866.145,30 29.390.960,74 32.490.097,49

DESPESA CAPITAL 75.035.613,84 170.751.633,22 217.267.592,14Investimento 42.167.078,97 107.215.677,75 144.858.949,17Transf. Intragovernamentais 761.425,94 2.567.485,72 300.000,00Transf. União 0 230.600,00 150.000,00Transf. Municípios 1.046.179,50 1.301.827,37 8.826.014,44Transf. Instituições 45.130,00 1.182.832,46 2.452.399,62Transf ao Exterior 0 3.810.742,18 3.050.628,04Obras e Instalações 27.063.251,71 68.385.451,92 97.312.035,18Equip.Mat. Permanente 10.550.932,84 19.870.327,40 29.649.936,02Aquis. Imóveis 0 170.000,00 294.997,68Sentenças Judiciárias 1.073.894,74 1.182.832,46 196.728,91Inversões Financeiras 4.586.573,12 5.508.274,26 6.782.452,74Amortização da Dívida 28.281.960,75 58.027.681,21 65.626.190,23

Fonte: Balanço do Estado

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ANEXO AO CAPÍTULO 8 ENERGIA ELÉTRICA

Tabela 1 - Evolução do Consumo de Energia por Classe de Consumidor (MW.h) - 1996-2002

Classe 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 TxMéd.

Residencial 387.928 419.614 452.714 492.399 476.787 473.806 495.081 2,8 %

Industrial 85.861 92.779 108.411 116.672 141.051 163.138 182.662 13,4 %

Comercial 202.929 221.768 239.209 243.941 252.609 257.541 272.862 5,0 %

Rural 26.098 34.439 45.203 61.759 56.558 67.558 82.223 21,0 %

Poder Púb. 66.979 74.983 71.585 73.298 67.389 71.149 88.453 4,7 %

Outros (*) 58.270 57.304 59.222 57.946 64.051 65.322 71.825 3,5 %

Total 828.065 900.887 976.344 1.048.014 1.058.445 1.098.514 1.193.106 4,8 %

Fonte: CERON

(*) inclui: iluminação pública, serviço público e consumo próprio.

Tabela 2 - Evolução do Número de Consumidores - Anos 1996/2002, por Classe

Classe Dez/96 Participação % em 1996 Dez/02 Participação %

em2002Increm.96/02

TaxaAnual

Residencial 179.886 81,3 242.598 75,8 72.586 5,1 %Industrial 1.978 0,9 2.318 0,7 495 2,6 %Comercial 23.986 10,8 26.409 8,2 3.515 1,6 %Rural 13.091 5,9 46.011 14,4 36.576 23,3 %Poder Público 2.008 0,9 2.480 0,8 552 3,6 %Outros (*) 277 0,1 359 0,1 109 4,4 %Total 221.226 100,0 320.175 100,0 113.833 6,3 %

Fonte: CERON

(*) inclui: iluminação pública, serviço público e consumo próprio.

Tabela 3 - Energia Requerida ao Sistema - 2001/2002Supridor 2001 – MWh 2002 – MWh Acresc. % 2002 – %

Sistema Eletronorte 1.318.436 1.458.219 10,6 77,9Geração Térmica 520.807 821.063 - -Geração Hídrica 797.629 637.156 - -

Ceron 42.292 60.185 42,3 3,2Geração Térmica 37.457 48.155 28,6 2,6Geração Hídrica 4.835 12.030 148,8 0,6

PIE Guascor 164.461 148.978 (9,4) 8,0PIE Rovema 23.546 23.642 0,4 1,2PIE - PCHs 172.115 180.742 5,0 9,7

Total 1.720.850 1.871.766 8,7 100,0Fonte: CERON

Tabela 4 - Evolução do Mercado de Energia (%)Sistema 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Rondônia 9,4 8,8 8,4 7,1 1,2 3,8 8,6Norte isolado (*) 7,1 5,7 3,3 -1,4 6,4 2,8 7,2Brasil (*) 6,0 6,5 4,4 2,2 4,6 -7,7 2,5

Fonte: Ceron e (*) Eletrobrás/GTEA

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Tabela 5 - Quadro de PCHs instaladas em RondôniaPCH Município Potência KW Operação Localidades Atendidas

Castaman Colorado d’Oeste 4.330 Mai/92 Alto GuarajusCabixiCerejeirasColorado d’OesteCorumbiaraEstrela d’OestePimenteirasPlanalto S. LuisVilhenaVitória da União

Cabixi I Vilhena 2.400 Jan/95Cabixi II Vilhena 3.000 Ago/02Cachoeira Vilhena 10.000 Mar/97

Rio Vermelho Vilhena 2.600 Jan/87

Cassol Alta Floresta 3.200 Jun/93Alta Floresta (*)Alta Floresta Alta Floresta 5.000 Nov/98

Monte Belo Alta Floresta 4.000 Fev/01

Ruttmann Cabixi 630 Fev/95 Chupinguaia, Rio do Ouro e Boa Esperança

Altoé I Parecis 480 Jul/99 Parecis (*)Altoé II Parecis 1.170 Nov/01 Parecis (*)TOTAL 36.810

Fonte: CERON

(*) Interligadas ao sistema hidro-térmico da Eletronorte

Tabela 6 - Mercado de Energia em Rondônia - 2002Classe deConsumo

Consumo MWh

Participação %

Consumidor Nº

Participação %

Média/Mês KWh/Consumo

Residencial 495.081 41,5 242.598 75,8 170Comercial 272.862 22,9 26.409 8,2 861Industrial 182.662 15,3 2.318 0,7 6.567Rural 82.223 6,9 46.011 14,4 148P.Público 88.453 7,4 2.480 0,8 2.972Outros (*) 71.825 6,0 359 0,1 16.672

Geral 1.193.106 100,0 320.175 100,0 310Fonte: CERON

(*) inclui: iluminação pública, serviço público e consumo próprio.

Gráfico 7 - DEMANDA REQUERIDA x CAPACIDADE INSTALADANO SISTEMA RONDÔNIA/ACRE

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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Tabela 8 - Tarifas Médias de Energia - R$ / MWh

RegiãoResidencial Demais Classes

Max Med Min Max Med Min

Rondônia 241,43 241,43 241,43 242,90 242,90 242,90Norte 241,43 214,02 181,16 247,48 224,21 193,55Nordeste 225,52 212,34 197,71 226,47 215,49 206,89Centro-Oeste 237,10 228,75 216,62 263,09 238,34 214,23Sul 264,14 236,27 219,49 263,76 230,84 205,27Sudeste 315,94 270,12 238,70 303,92 263,36 231,29Brasil 315,94 232,30 181,16 303,92 234,45 193,55

Fonte: CERON / ANEEL

Tabela 9- Tarifas Convencionais - R$ / MWh (sem ICMS)

Concessionárias Residencial Demais

CERJ (RJ) – (Resol. 800 de 27/12/02) 315,94 303,92LIGHT (RJ) – (Resol. 613 de 06/11/02) 302,01 285,54BANDEIRANTE – (Resol. 571 de 22/10/02) 275,21 286,56CEEE (RS) – (Resol. 400 de 24/10/02) 264,14 263,76ELEKTRO – (Resol. 452 de 26/08/02) 263,36 259,49ESCELSA (SC) – (Resol. 415 de 06/08/02) 263,08 249,51CPFL (SP) – (Resol. 185 de 04/04/02) 255,96 231,29ELETROPAULO (SP) – (Resol. 374 de 03/07/02) 246,72 256,90CERON (RO) – (Resol. 664 de 28/11/02) 241,43 242,90CEMIG (MG) – (Resol. 176 de 04/04/02) 238,70 233,66CEMAT - INTERL (MT) – (Resol. 180 de 04/04/02) 237,10 263,09AES (RS) – (Resol.209 de 17/04/02) 236,36 236,02CELPA (PA) – (Resol. 418 de 25/08/02) 236,31 247,48CEB (DF) – (Resol. 441 de 22/08/02) 234,90 236,70RGE (RS) – (Resol. 207 de 17/04/02) 232,78 232,46CELG (GO) – (Resol. 509 de 11/09/02) 230,56 241,04CEMAT - ISOLADO (MT) – (Resol. 181 de 04/04/02) 230,42 243,83CELTINS (TO) – (Resol. 370 de 03/07/02) 229,32 240,38CELESC (SC) – (Resol. 421 de 06/08/02) 228,59 216,70MANAUS ENERGIA (AM) – (Resol. 595 de 30/10/02) 227,07 242,21COELCE (CE) – (Resol. 218 de 18/04/02) 225,52 222,41CEMAR (MA) – (Resol. 471 de 27/08/02) 222,92 208,45ENERSUL - INTERL – (Resol. 177 de 04/04/02) 222,90 231,15CEAL (AL) – (Resol. 467 de 27/08/02) 221,45 219,18ELETROACRE (AC) – (Resol. 663 de 28/11/02) 220,18 227,84COPEL DIST. (PR) – (Resol. 336 de 20/06/02) 219,49 205,27COSERN (RN) – (Resol. 214 de 18/04/02) 217,52 228,19ENERSUL - ISOLADO – (Resol. 178 de 04/04/02) 216,62 214,23COELBA (BA) – (Resol. 216 de 18/04/02) 216,38 226,47ENERGIPE (SE) – (Resol. 221 de 27/08/02) 212,47 222,91CEAM (AM) – (Resol. 594 de 30/10/02) 207,41 223,71SAELPA – (Resol. 469 de 25/08/02) 207,10 211,64BOA VISTA ENERGIA – (Resol. 598 de 30/10/02) 200,23 213,57CEPISA (PI) – (Resol. 475 de 27/08/02) 197,71 206,89CELPE (PE) – (Resol. 152 de 27/03/02) 189,98 193,27CEA (AP) – (Resol. 658 de 29/11/02) 183,09 193,55CER (RR) – (Resol. 597 de 30/10/02) 181,16 186,26

Fonte: CERON / ANEEL

* * * * *

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

390

ANEXO AO CAPÍTULO 9

INFRA-ESTRUTURA URBANA

Tabela 1 - Domicílios particulares permanentes urbanos, total e sua respectiva distribuição percentual, por tipo de abastecimento de água, segundo as Grandes

Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas – 2001

Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas

Domicílios particulares permanentes urbanos

Total

Tipo de abastecimento de água (%)Com canalização interna Sem canalização interna

OutroRedegeral

Poço ou nascente

Redegeral

Poço ou nascente

Brasil 39 613 032 88,5 4,7 2,9 1,9 1,9 Norte 2 263 971 55,9 17,3 7,8 13,0 5,8Rondônia 239 945 40,5 38,2 3,2 16,5 0,7Acre 95 165 40,4 21,7 15,2 15,3 7,0Amazonas 494 092 71,1 6,3 4,3 7,2 10,9Roraima 64 360 86,7 0,0 12,0 0,8 0,5Pará 1 015 100 45,4 22,3 8,6 17,2 6,4 Região Metropolitana de Belém 436 641 61,0 21,3 3,2 10,8 3,5Amapá 126 035 71,0 9,5 1,9 17,2 0,4Tocantins 214 378 75,6 4,7 15,1 2,9 1,6 Nordeste 8 706 711 80,8 3,1 7,0 3,2 5,8Maranhão 874 174 61,8 6,5 14,3 9,6 7,8Piauí 443 469 76,3 1,7 11,9 1,8 8,4Ceará 1 421 127 78,7 4,5 4,3 4,0 8,2 Região Metropolitana de Fortaleza 750 188 81,3 5,4 4,1 4,2 4,8Rio Grande do Norte 550 031 89,1 0,2 5,4 0,2 5,1Paraíba 672 328 86,0 1,9 3,6 4,9 3,6Pernambuco 1 561 235 84,1 3,3 4,7 1,9 5,8 Região Metropolitana de Recife 884 076 86,0 4,8 4,2 2,0 2,9Alagoas 477 148 77,4 8,8 5,7 2,3 5,8Sergipe 389 116 90,4 1,6 2,3 2,8 2,9Bahia 2 318 083 83,5 1,3 8,9 1,8 4,6 Região Metropolitana de Salvador 829 344 94,7 0,3 2,5 0,6 1,8 Sudeste 19 527 302 95,3 2,8 1,1 0,4 0,3Minas Gerais 4 247 654 95,6 1,4 2,3 0,2 0,5 Região Metropolitana de B.H. 1 230 970 98,3 0,6 0,8 0,1 0,1Espírito Santo 721 541 95,4 1,5 2,4 0,1 0,5Rio de Janeiro 4 332 186 87,9 8,8 1,2 1,3 0,4 Região Metropolitana do R.J. 3 401 828 90,9 6,1 1,2 1,1 0,4São Paulo 10 225 921 98,2 0,9 0,5 0,2 0,2 Região Metropolitana de S.P. 4 951 425 98,4 0,8 0,3 0,2 0,3 Sul 6 222 740 93,2 4,9 0,9 0,4 0,4Paraná 2 329 278 96,0 1,8 0,9 0,7 0,3 Região Metropolitana de Curitiba 738 541 96,0 1,8 0,5 0,6 0,1Santa Catarina 1 306 739 89,6 9,8 0,3 0,2 0,2Rio Grande do Sul 2 586 723 92,6 5,2 1,4 0,2 0,6 Região Metropolitana de P.Alegre 1 134 363 90,8 7,2 1,2 0,1 0,6 Centro-Oeste 2 907 204 81,7 12,2 3,5 2,2 0,4Mato Grosso do Sul 517 301 87,7 7,4 3,5 1,3 0,2Mato Grosso 554 079 73,3 14,4 6,6 4,7 1,0Goiás 1 283 543 79,1 15,8 2,9 1,9 0,3Distrito Federal 552 281 90,7 6,1 1,6 1,1 0,4

Fonte: Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2001: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

391

Tabela 2 - Domicílios particulares permanentes urbanos, total e sua respectiva distribuição percentual, por tipo de esgotamento sanitário, segundo as Grandes

Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas – 2001

Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas

Domicílios particulares permanentes urbanos

TotalTipo de esgotamento sanitário (%)

Rede coletora

Fossa séptica

Fossa rudimentar

Outro e não tinha

Brasil 39 613 032 52,8 23,0 17,5 6,6

Norte 2 263 971 5,8 47,0 35,8 11,3

Rondônia 239 945 1,8 56,1 36,5 5,5

Acre 95 165 18,2 32,1 14,0 35,7

Amazonas 494 092 7,2 49,1 28,1 15,5

Roraima 64 360 9,1 75,5 8,3 7,2

Pará 1 015 100 5,8 49,2 34,6 10,2

Região Metropolitana de Belém 436 641 13,0 62,4 13,5 10,7

Amapá 126 035 1,0 59,2 36,7 3,1

Tocantins 214 378 3,2 14,7 73,4 8,5

Nordeste 8 706 711 29,9 26,8 30,4 12,6

Maranhão 874 174 11,0 40,2 19,3 29,4

Piauí 443 469 4,4 63,2 13,2 19,2

Ceará 1 421 127 21,3 26,1 41,5 10,9

Região Metropolitana de Fortaleza 750 188 34,3 31,0 27,1 7,3

Rio Grande do Norte 550 031 15,8 52,5 28,0 3,7

Paraíba 672 328 41,3 17,8 33,5 7,2

Pernambuco 1 561 235 36,5 15,4 35,5 11,9

Região Metropolitana de Recife 884 076 31,4 22,7 33,8 10,9

Alagoas 477 148 10,5 25,8 54,3 9,1

Sergipe 389 116 39,8 40,9 12,2 6,9

Bahia 2 318 083 45,2 17,1 25,4 11,9

Região Metropolitana de Salvador 829 344 61,5 17,7 9,2 11,2

Sudeste 19 527 302 79,0 11,1 5,0 4,8

Minas Gerais 4 247 654 83,4 1,4 9,8 5,3

Região Metropolitana de B.H. 1 230 970 81,7 1,3 11,3 5,6

Espírito Santo 721 541 55,3 19,0 15,0 10,6

Rio de Janeiro 4 332 186 57,9 30,7 3,7 7,5

Região Metropolitana do R.J. 3 401 828 57,0 33,7 2,0 7,0

São Paulo 10 225 921 87,7 6,3 2,8 3,0

Região Metropolitana de S.P. 4 951 425 82,9 8,4 3,6 4,7

Sul 6 222 740 27,6 50,5 18,1 3,8

Paraná 2 329 278 50,4 16,7 29,7 3,0

Região Metropolitana de Curitiba 738 541 65,3 27,0 4,3 3,4

Santa Catarina 1 306 739 14,0 75,5 5,9 4,6

Rio Grande do Sul 2 586 723 13,8 68,3 13,8 4,0

Região Metropolitana de P.Alegre 1 134 363 14,8 78,0 3,6 3,6

Centro-Oeste 2 907 204 35,4 14,5 47,1 2,7

Mato Grosso do Sul 517 301 9,6 14,6 73,5 2,3

Mato Grosso 554 079 9,5 38,1 48,2 3,9

Goiás 1 283 543 35,1 7,0 54,4 3,2

Distrito Federal 552 281 86,5 8,1 4,5 1,0Fonte: Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2001: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

392

Tabela 3 - Domicílios particulares permanentes urbanos, total e sua respectiva distribuição percentual, por destino do lixo, segundo as Grandes Regiões,

Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas – 2001

Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas

Domicílios particulares permanentes urbanos

TotalDestino do lixo (%)

Coletado diretamente

Coletado indiretamente

Queimado ou enterrado Outro

Brasil 39 613 032 86,6 8,3 3,0 2,1

Norte 2 263 971 70,4 14,9 10,2 4,5

Rondônia 239 945 82,2 3,3 12,4 2,0

Acre 95 165 37,5 40,0 12,2 10,3

Amazonas 494 092 64,5 25,2 6,0 4,2

Roraima 64 360 93,1 0,8 5,6 0,5

Pará 1 015 100 66,0 14,7 13,8 5,5

Região Metropolitana de Belém 436 641 74,0 20,3 3,2 2,5

Amapá 126 035 92,1 2,3 3,7 1,9

Tocantins 214 378 85,4 6,5 4,8 3,2

Nordeste 8 706 711 75,1 13,3 5,7 5,9

Maranhão 874 174 63,9 4,7 21,1 10,4

Piauí 443 469 66,6 10,5 14,9 8,0

Ceará 1 421 127 73,5 12,8 5,4 8,2

Região Metropolitana de Fortaleza 750 188 84,3 8,8 3,1 3,8

Rio Grande do Norte 550 031 92,7 4,0 1,7 1,6

Paraíba 672 328 85,0 5,9 3,7 5,4

Pernambuco 1 561 235 81,0 10,4 2,7 5,9

Região Metropolitana de Recife 884 076 80,9 11,4 2,2 5,5

Alagoas 477 148 89,3 5,8 0,9 4,0

Sergipe 389 116 84,8 8,8 3,7 2,7

Bahia 2 318 083 66,3 26,0 3,1 4,6

Região Metropolitana de Salvador 829 344 54,3 42,1 1,0 2,6

Sudeste 19 527 302 91,2 6,6 1,4 0,8

Minas Gerais 4 247 654 90,2 5,3 3,0 1,5

Região Metropolitana de B.H. 1 230 970 91,3 4,9 2,4 1,4

Espírito Santo 721 541 84,0 9,5 4,1 2,4

Rio de Janeiro 4 332 186 85,0 12,0 1,9 1,0

Região Metropolitana do R.J. 3 401 828 86,2 10,8 1,7 1,3

São Paulo 10 225 921 94,8 4,6 0,3 0,3

Região Metropolitana de S.P. 4 951 425 93,3 6,3 0,1 0,4

Sul 6 222 740 93,1 5,1 1,5 0,4

Paraná 2 329 278 90,7 7,2 1,8 0,4

Região Metropolitana de Curitiba 738 541 93,3 6,2 0,4 0,0

Santa Catarina 1 306 739 92,2 6,3 1,4 0,1

Rio Grande do Sul 2 586 723 95,6 2,6 1,3 0,5

Região Metropolitana de P.Alegre 1 134 363 96,8 2,4 0,4 0,3

Centro-Oeste 2 907 204 89,0 6,7 2,9 1,4

Mato Grosso do Sul 517 301 92,8 3,1 2,9 1,2

Mato Grosso 554 079 82,5 7,3 7,2 3,0

Goiás 1 283 543 88,7 8,0 2,0 1,4

Distrito Federal 552 281 92,9 6,3 0,6 0,3Fonte: Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2001: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

393

Tabela 4 - Domicílios particulares permanentes urbanos, total e proporção dos domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário adequado e

lixo coletado, por classes de rendimento médio mensal domiciliar per capita em salário mínimo, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões

Metropolitanas - 2001

Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas

Domicílios particulares permanentes urbanos

Total (1)

Com abastecimento de água e esgotamento sanitário adequado e lixo coletado

Total (%)

Classes de rendimento médio mensal domiciliar per capita em salario minímo (%)

Até 1/2 Mais de 1/2 a 1

Mais de 1 a 2

Mais de 2 a 3

Mais de 3 a 5

Mais de 5

Brasil 39 613 032 62,2 38,2 53,4 66,8 75,7 81,0 86,1 Norte 2 263 971 11,3 7,0 8,6 11,7 15,9 24,9 30,0Rondônia 239 945 2,7 1,8 1,4 1,4 5,7 10,0 9,1Acre 95 165 24,5 12,8 19,2 31,6 26,9 44,2 40,7Amazonas 494 092 11,3 6,7 9,9 14,6 12,9 24,7 17,4Roraima 64 360 14,9 13,4 11,8 9,8 21,9 29,1 23,5Pará 1 015 100 13,5 7,8 10,5 14,1 21,8 32,2 44,4 Região Metropolitana de Belém 436 641 28,4 18,1 22,9 26,8 42,6 53,6 62,7Amapá 126 035 5,4 0,0 1,9 2,8 6,8 7,7 39,4Tocantins 214 378 7,3 5,8 4,5 6,7 13,1 14,5 18,6 Nordeste 8 706 711 35,8 25,0 33,1 43,4 52,6 59,8 68,2Maranhão 874 174 18,3 9,1 16,1 28,5 41,9 53,9 40,0Piauí 443 469 7,9 3,8 4,1 7,1 11,6 26,5 48,6Ceará 1 421 127 29,8 20,1 27,3 34,1 48,1 56,6 66,9 Região Metropolitana de Fortaleza 750 188 42,2 29,8 38,1 45,5 57,0 63,2 73,3Rio Grande do Norte 550 031 17,6 13,2 17,6 23,8 19,4 17,4 25,9Paraíba 672 328 40,2 30,4 36,7 56,2 62,5 68,8 56,4Pernambuco 1 561 235 38,3 29,8 34,8 41,3 53,4 55,8 70,0 Região Metropolitana de Recife 884 076 32,6 18,4 26,5 34,2 46,5 54,9 68,2Alagoas 477 148 20,5 11,0 17,8 32,6 33,3 28,9 75,0Sergipe 389 116 57,1 45,6 55,5 64,9 72,2 72,2 88,7Bahia 2 318 083 52,3 37,7 50,5 62,8 71,9 79,7 85,1 Região Metropolitana de Salvador 829 344 71,9 57,8 65,6 76,4 86,2 89,9 91,9 Sudeste 19 527 302 84,9 68,3 79,3 86,4 90,5 93,3 95,7Minas Gerais 4 247 654 82,1 67,6 78,8 86,7 91,2 92,2 94,6 Região Metropolitana de B.H. 1 230 970 81,6 66,0 73,7 82,9 90,2 93,7 98,0Espírito Santo 721 541 66,7 48,5 64,6 67,6 81,0 80,8 89,4Rio de Janeiro 4 332 186 77,9 59,6 70,1 77,5 83,2 87,6 92,6 Região Metropolitana do R.J. 3 401 828 82,0 63,3 73,2 81,3 88,5 90,5 95,3São Paulo 10 225 921 90,3 77,2 85,0 91,2 93,7 96,2 97,5 Região Metropolitana de S.P. 4 951 425 87,7 69,9 78,5 87,9 93,4 95,5 97,9 Sul 6 222 740 57,2 37,1 45,9 55,6 65,6 73,6 80,8Paraná 2 329 278 58,2 36,2 45,9 58,2 71,2 79,9 89,8 Região Metropolitana de Curitiba 738 541 81,7 60,9 76,6 81,8 85,5 90,0 93,3Santa Catarina 1 306 739 50,8 37,1 41,0 48,9 52,9 62,2 65,6Rio Grande do Sul 2 586 723 59,5 38,2 48,6 56,9 68,4 75,4 81,5Região Metropolitana de P. Alegre 1 134 363 77,4 58,5 68,5 72,9 84,2 88,3 92,4 Centro-Oeste 2 907 204 38,3 23,6 28,0 37,6 50,3 57,3 69,3Mato Grosso do Sul 517 301 10,7 5,0 5,1 9,2 11,5 25,8 36,7Mato Grosso 554 079 20,2 12,2 12,8 20,3 28,2 29,4 43,3Goiás 1 283 543 36,3 19,1 28,6 39,8 54,3 62,0 66,0Distrito Federal 552 281 87,0 75,3 82,2 89,4 90,4 90,4 93,0

Fonte: Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2001: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002

(1) Inclusive os sem declaração e sem rendimento.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

394

ANEXO AO CAPÍTULO 10INFRA-ESTRUTURA SOCIAL

EDUCAÇÃO

Tabela 1 - Índice de Alfabetização da população em geral – Comparativo entre os censos de 1991 e 2000

Ano Alfabetizado Não alfabetizado1991 64,31 35,692000 74,43 25,57

Fonte: IBGE - Censos Demográficos

Tabela 2 - Alfabetização no Brasil e na região Norte

Região Alfabetizado Não alfabetizadoBrasil 75,24 24,76Região Norte 68,02 37,08

Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2000

Tabela 3 - Percentual de Alfabetização da população dos Estados do MercoesteEstado/DF Alfabetizados Não Alfabetizados

Distrito Federal 82,22 17,78Goiás 77,90 22,10Mato Grosso do Sul 77,90 22,10Mato Grosso 76,41 23,59Rondônia 74,43 25,57Tocantins 68,57 31,43Acre 61,15 38,85Média % de alfabetização 74,08 25,92

Fonte: Censo de 2000

Tabela 4 - Taxa de Analfabetismo por Grupos de Idade – 15 anos ou mais - Rondônia - Zona Urbana - 1994/2001

AnoFaixa Etária (em anos)

15 oumenos

15 a 19

20 a 24

25 a 29

30 a 39 40 a 49 50 ou

mais

1994 10,3 1,5 1,8 4,5 8,8 17,6 33,8

2001 10,2 1,4 3,0 4,8 6,6 11,9 32,0

2002 (Projeção) 10,17 1,37 3,24 4,84 6,29 10,98 31,65

Fonte: IBGE - PNAD 2001. 1994 - Dados Estimados. Calc. efetuado por MEC/INEP

Nota: Exclusive a população rural

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

395

Tabela 5 – Analfabetismo Funcional no Brasil e em Rondônia - 2002Brasil Rondônia

Analfabetismo funcional 30,5% 22,9%Fonte: IBGE, in Mercoeste: Perfil competitivo do Estado de Rondônia

Tabela 6 - Média de anos de Estudo da população geral por faixa etária – Rondônia - 2002

Faixa de Idade Anos de Estudo07 a 10 anos 2,411 a 14 anos 4,515 a 17 anos 6,518 a 19 anos 7,520 a 24 anos 7,6

25 anos ou mais 6,2Fonte: IBGE in MERCOESTE-Perfil competitivo do Estado de Rondônia

Tabela 7 – Estabelecimentos e Matrículas no Ensino Infantil em Rondônia - 2002Número Creches Pré-Escola Classe de AlfabetizaçãoEscolas 110 384 175

Matrículas 5.349 29.021 10.923Fonte: MEC/INEP

Tabela 8 - Escolas de Ensino Fundamental – Rondônia - 2002Classificação Quantidade

Públicas 2.466 Privadas 135 Urbanas 498 Rurais 2.103

Total 2.601 Fonte:MEC/INEP

Tabela 9 – Matrículas no Ensino fundamental – Rondônia - 2001Matricula na rede: Situação da rede N° de Matrículas em 2001

Estadual Urbana 149.972Rural 6.508

Municipal Urbana 44.127Rural 85.039

Particular Urbana 17.884Rural 353

Total de Matrículas 305.884Total Urbana 211.717TotalRural 91.900

Fonte: SEDUC/RO

Tabela 10 – Ensino Fundamental - Média de Conclusão – Rondônia - 2002Rede Pública Rede Privada

Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino15,5 16 15 14 14 14

Fonte: MEC/INEP

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

396

Tabela 11 - Ensino Fundamental – Distorção Série/Idade por nível de ensino – Rondônia – 2001

Distorção TotalSéries

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª Total 38,5 20,3 26,5 32,0 36,4 52,1 52,4 51,5 50,2 Pública 40,5 21,3 27,9 33,7 38,2 54,4 54,9 54,8 53,4 Privada 7,8 2,9 3,7 4,1 5,3 9,9 12,4 11,1 15,3

Idade Mediana Total 7 9 10 11 13 14 15 16 Pública 8 9 10 11 13 14 15 16 Privada 7 8 9 10 11 12 13 14

Fonte: MEC/INEP

Tabela 12 – Percentual do atendimento escolar para crianças de 7 a 14 anos – Rondônia – 1994-2002

Anos % atendido1994 87,72000 94,9

2002 (projeção) 97,4 Fonte: MEC/INEP, com projeção FIERO

Tabela 13 – Taxa Esperada de Conclusão do Ensino Fundamental – Rondônia – 1995 - 2000

Ano % Esperado1995 28,82000 46,3

Fonte: MEC/INEP

Tabela 14 – Infra-estrutura Disponível nas Escolas do Ensino Fundamental em % – Rondônia - 2002

Ensino FundamentalInfra-Estrutura Disponível

Abastecimento de Água

Energia Elétrica Biblioteca Lab. de

CiênciasQuadra de Esportes

1ª a 4ª série 98,3 78,8 54,1 4,5 36,9 5ª a 8ª série 99,8 93,6 77,7 9,6 59,3

Média 98,9 85,3 64,5 6,8 46,7Fonte:MEC/INEP

Tabela 15 – Taxas de Rendimento do Ensino Médio – Rondônia - 2002Situação Média Geral 1ª Série 2ª Série 3ª Série

Aprovação 69,5 64,1 68,2 81,0 Reprovação 9,0 11,3 8,2 6,1 Abandono 21,5 24,6 23,6 12,9

Fonte:MEC/INEP

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

397

Tabela 16 – Estabelecimentos de Ensino Médio – Rondônia - 2002Escolas QuantidadePúblicas 128Privadas 38Urbanas 146Rurais 20Total 166

Fonte:MEC/INEP

Tabela 17 – Infra-estrutura Disponível nas Escolas do Ensino Médio em % – Rondônia - 2002

Infra-estrutura Abastecimento de Água

Energia Elétrica

Biblioteca Lab. de Ciências

Quadra de Esportes

% Atendido 100,0 99,5 93,7 21,5 84,4 Fonte:MEC/INEP

Tabela 18 – Quantidade de Matrículas no Ensino Médio – Rondônia - 2002Escolas MatrículasPúblicas 40.526Privadas 5.093Urbanas 43.369Rurais 2.250 Total 45.619

Fonte:SEDUC/RO

Tabela 19 – Idade Média de Conclusão do Ensino Médio – Rondônia - 2002

Rede Pública Rede PrivadaTotal Masculino Feminino Total Masculino Feminino19 19 19 17 17 17

Fonte: MEC/INEP

Tabela 20 – Quantidade de Professores e Níveis de Formação noEnsino de Jovens e Adultos – Rondônia - 2001

Formação do Professor N° de professores por formação

Nível Fundamental 64Nível Médio 888Nível Superior 1.060

Total 1.834 Fonte: MEC/INEP

Tabela 21 – Matrículas no Ensino de Jovens e Adultos – Rondônia - 2001 Escolas Matrículas

Públicas 45.865 Privadas 3.252 Urbanas 44.442 Rurais 4.675

Total de alunos 49.117 Fonte:MEC/INEP

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

398

Tabela 22 – Rede de Ensino de Jovens e Adultos – Rondônia - 2002Gestão e Situação Quantidade

Públicas 274 Privadas 19 Urbanas 173 Rurais 120

Total de Escolas 293 Fonte: MEC/INEP

Tabela 23 – Rede de Ensino Especial – Rondônia - 2002Gestão e Situação Quantidade

Públicas 23 Privadas 19 Urbanas 42 Rurais 0

Total de Escolas 42 Fonte: MEC/INEP

Tabela 24 – Alunos Matriculados no Ensino Especial – Rondônia - 2002Gestão e Situação Quantidade

Públicas 528 Privadas 1.596 Urbanas 2.124 Rurais 0

Total de Escolas 2.124 Fonte: MEC/INEP

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

399

Tabela 25 – Rede de Estabelecimentos de Nível Superior, Localização e Cursos – Rondônia – 2002

Instituição Cidade Cursos

UNIRUniversidade Federal de

Rondônia

Porto Velho

Administração, C. Econômicas, Adm. e C. Econôm . – Proj.Especial, C.Biológicas, C.Contábeis, Ed. Física e Ed. Física Proha-cap – proj.especial, Direito, Enfermagem, Geografia e geogr. Prohacap, História e Hist. Prohacap, Informática, Letras e Letras Prohacap, Matemática e Matem. Prohacap, Medicina, Pedagogia e Pedag. Prohacap e Psicologia.

Cacoal Administração, Ciências Contábeis e Di-reito.

Guajará-Mirim Administração, Adm. com Ecoturismo, Le-tras e Pedagogia,

VilhenaC. Contábeis, história Prohacap, Jorna-lismo, Geografia Prohacap, Letras, Letras Prohacap, Matemática Prohacap, Pedago-gia e Pedagogia Prohacap

Ji-Paraná Física e Fisica Prohacap e Pedagogia e Pe-dagogia Prohacap

Rolim de MouraEngenharia Agronômica, Letras e Letras Prohacap, Matemática Prohacap e Pedago-gia e Pedagogia Prohacap

CESUC - Faculdade de Ad-ministração de Empresas de Cacoal

Cacoal Administração de Empresas

CESUC - Faculdade de Pro-cessamento de Dados de Cacoal

Cacoal Sistemas de Informação e Tecnologia em informática

FACEC - Faculdade de Ciên-cias Econômicas de Cacoal Cacoal Ciências Econômicas

FACIC - Faculdade de Ciên-cias Contábeis de Cacoal Cacoal Ciências Contábeis

FACIMED - Faculdade de Ciências Biomédicas de Ca-coal

Cacoal Ciências Biológicas, Educação Física e En-fermagem

Faculdade de Ed. de Porto velho Porto Velho

Administração (Empresa rural, urbana e pública), Biologia, C. Contábeis, História, Letras e Pedagogia

Faculdade Metropolitana Porto Velho Educação Física

FADIR - Faculdade de Direi-to de Cacoal Cacoal Direito

FAEC - Fac. de Ed. de Colo-rado do Oeste

Colorado do Oeste Letras e Pedagogia

FAP - Faculdade de Pimenta Bueno Pimenta Bueno Administração rural, urbana e pública e

pedagogia.

FARO - Faculdade de Ciên-cias Humanas e Letras de Rondônia

Porto Velho

Administração(geral, agronegócios, finan-ças, marketing, RH), C. Contábeis, Comu-nicação Social (Jornalismo, Publicidade e Propaganda, RP), Direito, Ed. Física, Enge-nharia Florestal, Pedagogia, Turismo.

FATEC - Faculdade de Ci-ências Administrativas e Tecnologia

Porto VelhoAdministração, C. Contábeis, C. Econômi-cas, Pedagogia, e Tecnologia em Processa-mento de Dados

FCGV - Faculdade de Ciên-cias Gerenciais de Vilhena Vilhena Ciências Contábeis

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

400

FEC - Faculdade de Educa-ção de Cacoal Cacoal Letras e Pedagogia

FECAV - Faculdade de Edu-cação e Ciências Adminis-trativas de Vilhena

Vilhena Administração (Geral e Gestão de Siste-mas de Informações), Direito e Pedagogia

FIAR - Faculdades integra-das Ariquemes Ariquemes Administração, Ciências Contábeis e Pe-

dagogiaFIMCA - Faculdades Integra-das Maria Coelho Aguiar Porto Velho Odontologia

FIP - Faculdade de Porto Velho Porto Velho Administração (Análise de Sistemas, Mar-

keting e RH) e Pedagogia.

FSL - Faculdade São Lucas Porto Velho

Administração(Hospitalar, Pública, e de negócios), Biomedicina, Análise clínicas, Ciências biológicas, Enfermagem, Fisiote-rapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontolo-gia e turismo.

IESUR - Instituto de Ensino Superior de Rondônia Ariquemes Administração, Direito e Sistema de Infor-

maçõesULBRA - Inst. Luterano de Ensino Superior Porto Velho Administração, Direito e Sistemas de In-

formaçõesULBRA/ILES - Centro Uni-versitário Luterano de Ji-Paraná

Ji-Paraná Administração, Agronomia, C. Contábeis, Direito, Informática e Pedagogia

UNICENTRO - Faculdade de Educação de Jaru Jaru Administração(Empresas e Pública), C.

Contábeis, Letras e PedagogiaUNIRON - Faculdade Intera-mericana de Porto Velho Porto Velho Administração(Geral, Sist. de Informações,

Rural e Marketing)Fonte: INEP

* * * * *

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

401

ANEXO AO CAPÍTULO 10 INFRA-ESTRUTURA SOCIAL

SAÚDE

Quadro 1 - Crescimento Populacional por Faixa etária - 1995/2003Faixas 1995 2003 % de crescimento

Menor 1 ano 36.785 31.931 -13,20%1 a 4 146.465 131.746 -10,05%5 a 9 183.252 169.069 -7,74%

10 a 14 174.957 170.163 -2,74%15 a 19 150.676 165.577 9,89%20 a 29 251.628 269.832 7,23%30 a 39 178.068 217.375 22,07%40 a 49 104.067 143.567 37,96%50 a 59 62.979 81.199 28,93%60 a 69 35.093 47.971 36,70%70 a 79 12.403 21.096 70,09%80 e + 3.133 6.388 103,89%TOTAL 1.339.506 1.455.914 8,69%

Fonte: Projeções do Datasus a partir dos Censos de 1991 e 2000

Quadro 2 - Crescimento populacional por faixa etária – 1991/2000Faixas 1991 2000 % de crescimento

Menor 1 ano 31.095 30.124 -3,12%1 a 4 123.837 124.475 0,52%5 a 9 154.947 159.946 3,23%

10 a 14 147.942 161.212 8,97%15 a 19 127.380 156.885 23,16%20 a 29 212.813 255.628 20,12%30 a 39 150.614 206.224 36,92%40 a 49 87.995 136.184 54,76%50 a 59 53.224 77.047 44,76%60 a 69 29.690 45.728 54,02%70 a 79 10.502 20.209 92,43%80 e > 2.653 6.125 130,87%TOTAL 1.132.692 1.379.787 21,81%

Fonte: IBGE, Censos in página Web Datasus.

Quadro 3 - Crescimento Populacional 0 a 4 anos - 1991/2000Pop. 1991 Pop. 2000 % Cresc.

Brasil 16.521.114 16.375.728 -0,90%Norte 1.430.551 1.642.763 15%

Fonte: IBGE in pág. Web Datasus

Quadro 4 - Adesão ao programa de Agentes Comunitários de SaúdeCobertura Nº de Agentes Comunidades AtendidasRondônia 2.117 50

Brasil 152.865 4.786Fonte: Anuário Estatístico de Saúde 2001

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

402

Quadro 5 - Adesão ao Programa de Saúde da Família em RondôniaNúmero de Equipes 105Número de Municípios abrangidos 41Estimativa de percentual da população coberta 25,50%Média nacional de Cobertura 25,40%

Fonte: Anuário Estatístico de Saúde 2001

Quadro 6 – Rede Ambulatorial do SUS – Rondônia – Gestão Estadual e MunicipalTipo de Unidade Estadual Municipal Total

Posto de Saúde 1 671 672Centro de Saúde 1 92 93Posto de Assistência Médica - 1 1Policlínica 1 10 11Ambulatório de Unidade Hospitalar Geral 3 30 33Ambulatório de Unidade Hospitalar Especializada 2 3 5Maternidade - 1 1Unidade Mista - 24 24Pronto Socorro Geral - 1 1Pronto Socorro Especializado - 2 2Clínica de Fisioterapia e Reabilitação - 1 1Clínica Especializada 8 7 15Centro/Núcleo de Atenção Psicossocial - 1 1Centro/Núcleo de Reabilitação 1 4 5Outros Serviços Auxiliares de Diagnose e Terapia 44 35 79Unid. Móvel Terr. Equip. p/ Exames Aux. Diagnóstico c/ Atend. - 1 1

Unid. Móvel Terrestre p/Atend. Médico/Odontológico - 6 6Farmácia para Dispensação de Medicamentos 1 - 1Unidades de Vigilância Sanitária - 15 15Unidades não Especificadas 1 15 16

TOTAL 63 996 1.059Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)

Quadro 7 - População de Rondônia por situaçãoPopulação Total 1.379.787 100%

Urbana 884.523 64,11%Rural 495.264 35,89%

Fonte: IBGE, Censo de 2000

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

403

Quadro 8 - Postos de Saúde por MunicípioMunicípio Unidades

Ji-Paraná 44Cacoal 33Guajará-Mirim 33Porto Velho 32Alto Paraíso 28Machadinho do Oeste 28São Miguel do Guaporé 26Nova Brasilândia do Oeste 24Presidente Médici 23Alta Floresta do Oeste 21Alvorada do Oeste 21Rolim de Moura 20Ariquemes 18Corumbiara 18Jaru 18Santa Luzia do Oeste 16Theobroma 16Colorado do Oeste 15Monte Negro 15Seringueiras 15Vale do Paraíso 15Cerejeiras 14Espigão do Oeste 13Ministro Andreazza 13Campo Novo de Rondônia 11Novo Horizonte do Oeste 11Ouro Preto do Oeste 11Vilhena 11Castanheiras 10Pimenta Bueno 10Urupá 10Costa Marques 8Cabixi 7Cacaulândia 7Rio Crespo 7Pimenteiras do Oeste 6Vale do Anari 6Cujubim 5São Felipe do Oeste 5Governador Jorge Teixeira 4Mirante da Serra 4Nova Mamoré 4Primavera de Rondônia 4São Francisco do Guaporé 4Alto Alegre dos Parecis 3Chupinguaia 3Nova União 1Teixeirópolis 1

Total 672 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

404

Quadro 9 - Centros de Saúde por MunicípioMunicípio Estadual Municipal Total

Alta Floresta do Oeste - 2 2Alto Alegre dos Parecis - 1 1Alvorada do Oeste - 1 1Ariquemes - 4 4Buritis - 1 1Cacoal - 4 4Cerejeiras - 4 4Chupinguaia - 1 1Colorado do Oeste - 5 5Cujubim - 1 1Espigão do Oeste - 2 2Guajará-Mirim - 5 5Itapoã do Oeste - 1 1Ji-Paraná - 4 4Machadinho do Oeste 1 2 3Mirante da Serra - 1 1Monte Negro - 1 1Nova Brasilândia do Oeste - 1 1Nova Mamoré - 3 3Novo Horizonte do Oeste - 1 1Ouro Preto do Oeste - 4 4Parecis - 1 1Pimenta Bueno - 2 2Pimenteiras do Oeste - 1 1Porto Velho - 19 19Presidente Médici - 5 5Primavera de Rondônia - 1 1Rolim de Moura - 2 2São Felipe do Oeste - 1 1São Miguel do Guaporé - 3 3Teixeirópolis - 1 1Theobroma - 1 1Vale do Anari - 1 1Vilhena - 5 5

Total 1 92 93 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)

Quadro 10 - Policlínicas por MunicípioMunicípio Estadual Municipal Total

Cacoal - 2 2Ji-Paraná - 1 1Ouro Preto do Oeste - 2 2Porto Velho 1 3 4Rolim de Moura - 1 1Vilhena - 1 1

TOTAL 1 10 11 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

405

Quadro 11 - Procedimentos AmbulatoriaisProcedimentos de Atenção Básica 9.762.627

01-Ações Enfermagem/Outros de Saúde Nível Médio 5.574.34702-Ações Médicas Básicas 1.658.79903-Ações Básicas Em Odontologia 1.846.51904-Ações Executadas P/Outros Prof.Nível Superior 443.45105-Procedimentos Básicos Em Vigilância Sanitária 239.511

Procedimentos Especializados 4.003.24507-Proced.Espec.Profis.Médicos,Out.NívelSup./Méd 691.15408-Cirurgias Ambulatoriais Especializadas 24.12409-Procedimentos Traumato-Ortopédicos 17.23010-Ações Especializadas Em Odontologia 32.55011-Patologia Clínica 2.678.29712-Anatomopatologia e Citopatologia 114.41813-Radiodiagnóstico 191.37714-Exames Ultra-Sonográficos 51.28217-Diagnose 39.58718-Fisioterapia 153.55019-Terapias Especializadas 8.80021-Próteses e Órteses 876

Procedimentos Assistenciais de Alta Complexidade 253.05327-Terapia Renal Substitutiva 27.17828-Radioterapia 31.57129-Quimioterapia 2.37231-Ressonância Magnética 1.44933-Radiologia Intervencionista 135-Tomografia Computadorizada 5.72536-Medicamentos 80.08437-Hemoterapia 90.86438-Acompanhamento de Pacientes 13.809

TOTAL 14.018.925 Fonte: Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS(SAI-SUS

Quadro 12 - Rede hospitalar do SUS em RondôniaEstadual Hospitais Leitos

Contratado 9 295Federal 1 40Estadual 3 581Municipal 55 1.708Filantrópicos, isento tributos e contribuições sociais 2 150

TOTAL 70 2.774 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

406

Quadro 13 - Hospitais geridos p/ Municípios com gestão plena da AssistênciaMunicípio Contratado Municipal Filantrópico Total

Alta Floresta d’Oeste - 1 - 1Ariquemes - 2 - 2Cacoal 2 2 - 4Cerejeiras - 1 - 1Guajará-Mirim 1 1 1 3Ji-Paraná - 1 - 1Ouro Preto d’Oeste - 1 - 1Pimenta Bueno - 1 - 1Presidente Médici - 1 - 1Rolim de Moura - 1 - 1Vilhena - 1 - 1

TOTAL 3 13 1 17

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Nota: Outros Municípios têm hospitais, mas por não estarem em condição de Gestão plena da Assistência, não aparecem na lista do Datasus.

Quadro 14 – Leitos da Rede hospitalar do SUS - Rondônia

Município Estadual Municipal Assist. Plena Total

Alta Floresta do Oeste - 45 45Alto Paraíso 12 - 12Alvorada do Oeste 28 - 28Ariquemes - 108 108Cabixi 25 - 25Cacaulândia 18 - 18Cacoal - 120 120Campo Novo de Rondônia 19 - 19Candeias do Jamari 12 - 12Castanheiras 7 - 7Cerejeiras 8 50 58Colorado do Oeste 130 - 130Corumbiara 15 - 15Costa Marques 44 - 44Espigão do Oeste 72 - 72Governador Jorge Teixeira 19 - 19Guajará-Mirim - 167 167Itapoã do Oeste 15 - 15Jaru 128 - 128Ji-Paraná - 120 120Machadinho do Oeste 44 - 44Ministro Andreazza 16 - 16Mirante da Serra 33 - 33Monte Negro 30 - 30Nova Brasilândia do Oeste 65 - 65Nova Mamoré 47 - 47Novo Horizonte do Oeste 10 - 10

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

407

Ouro Preto do Oeste 8 36 44Pimenta Bueno 20 50 70Porto Velho 827 - 827Presidente Médici - 47 47Rio Crespo 16 - 16Rolim de Moura - 100 100Santa Luzia do Oeste 25 - 25São Francisco do Guaporé 32 - 32São Miguel do Guaporé 25 - 25Seringueiras 8 - 8Theobroma 8 - 8Urupá 10 - 10Vale do Paraíso 15 - 15Vilhena 15 125 140

TOTAL 1.806 968 2.774 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Quadro 15 - Causas de Internação em 2002Capitulação no Código Internacional de Doenças Nº de Internações

Algumas doenças infecciosas e parasitárias 22.280

Neoplasias (tumores) 1.354

Doenças do sangue, órgãos hemat. e transt. imunitários 1.255

Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 2.389

Transtornos mentais e comportamentais 300

Doenças do sistema nervoso 688

Doenças do olho e anexos 15

Doenças do ouvido e da apófise mastóide 22

Doenças do aparelho circulatório 5.809

Doenças do aparelho respiratório 19.225

Doenças do aparelho digestivo 7.418

Doenças da pele e do tecido subcutâneo 953

Doenças sist osteomuscular e tec. conjuntivo 1.755

Doenças do aparelho geniturinário 10.194

Gravidez parto e puerpério 20.887

Algumas afec. originadas no período perinatal 871

Malf.cong. deformid. e anomalias cromossômicas 312

Sint. sinais e achad. Anorm. Ex. clín. e laboratoriais 604

Lesões, enven. e alg. out. conseq. causas externas 4.752

Causas externas de morbidade e mortalidade 140

Contatos com serviços de saúde 608

TOTAL 101.831 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

408

Quadro 16 - Internações por faixa etária em 2002Idade Número de Internações

Menor 1 ano 6.5871 a 4 anos 10.9585 a 9 anos 5.47310 a 14 anos 4.47715 a 19 anos 11.04120 a 29 anos 22.90530 a 39 anos 12.28540 a 49 anos 8.62650 a 59 anos 6.83660 a 69 anos 6.18870 a 79 anos 4.58680 anos e mais 1.869

TOTAL 101.831 Fonte: Sist. De Informações Hospitalares do SUS(SIH-SUS)

Quadro 17 - Partos por tipo de procedimentoProcedimento Quantidade

Partos normais 14.134Partos cesáreos 3.433

Fonte: Datasus

Quadro 18 - Taxa de Mortalidade Hospitalar e média de dias de Internação – Brasil – por Estado – 2002

Estado Tx. Mortalidade Hospitalar

Dias de Internação

Acre 2,10 4,8Alagoas 2,24 5,4Amapá 1,66 4,8Amazonas 1,94 4,7Bahia 1,83 4,5Ceará 2,19 4,9Distrito Federal 2,49 6,3Espírito Santo 2,82 5,9Goiás 2,07 5,6Maranhão 1,03 5,1Mato Grosso 1,90 4,7Mato Grosso do Sul 2,25 4,6Minas Gerais 3,14 5,7Pará 1,36 3,8Paraíba 2,10 5,2Paraná 2,81 6,1Pernambuco 3,08 6,9Piauí 1,25 4,5Rio de Janeiro 4,41 10,8Rio Grande do Norte 2,00 6,1Rio Grande do Sul 3,69 6,1Rondônia 1,08 3,6

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

409

Roraima 1,65 5,2Santa Catarina 2,79 5,9São Paulo 4,15 7,8Sergipe 2,16 5,0Tocantins 1,62 4,3MÉDIAS NACIONAIS 2,86 6,2

Fonte:Datasus

Quadro 19 – Cobertura por ImunizaçõesVacina 1997 1998 1999 2000 Proj.2002

Contra poliomielite 93,03 104,67 96,48 92,74 96,73Tríplice - DPT 93,57 105,92 96,38 96,61 98,14Contra sarampo 105,09 103,7 97,87 95,63 100,51BCG 121,05 122,22 113,72 104,24 115,19Contra raiva humana 1,15 2,2 - - 1,69Contra hepatite B 38,96 90,79 94,89 89,59 79,18Contra febre amarela 97,75 115,31 - 107,07 106,8Contra hemophilus - - - 90,37 90,37Contra pólio (campanha) - - 203,42 211,65 207,57

TOTAL 79,49 92,76 117,13 110,99 100,2Fonte: Programa Nacional de Imunizações

Quadro 20 - Comparativo de indicadores entre os Estados que compõem o Mercoeste

EstadosMédicos por 1000 habitan-

tes

Dentis-tas

por mil habi-tantes

Leitos por mil habi-tantes

Consultas por habi-

tante

Óbitos por aci-dente de traba-lho por 100.000

segurados

Percentual da popu-lação co-berta com coleta de

lixo

Rondônia 0,78 0,34 2,67 1,54 105,33 55,85Acre 0,92 0,31 2,9 1,37 17,7 51,73Tocantins 1,01 0,41 3,02 2,6 54,81 55,37M. Grosso do Sul 1,85 0,93 3,53 1,83 38,59 80,22Mato Grosso 1,22 0,55 3,35 2,38 45,72 71,5Goiás 1,54 0,76 3,89 1,99 28,9 81,15Distrito Federal 5,51 1,66 2,48 2,17 16,52 96,02Média Regional 1,83 0,71 3,12 1,98 43,94 70,26

Fonte: Indicadores e dados básicos do Brasil - 2001

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

410

ANEXO AO CAPÍTULO 10INFRA-ESTRUTURA SOCIAL

SEGURANÇA PÚBLICA

Tabela 1 - Índice de Criminalidade em Relação ao número de Habitantes - Rondônia 1999 a 2002

Tipificação dos crimes Taxa por 100.000 habitantesContra a Pessoa 1999 2000 2001 2002 Incremento %

Homicídio Doloso 34,16 35,08 41,76 40,16 16,56

Tentativa de Homicídio 25,83 23,48 31,96 24,38 (5,61)

Homicídio Culposo (Inclusive Acidente de Trânsito)

17,20 17,39 17,33 20,88 21,40

Contra o PatrimônioRoubo de Veículo 24,21 36,96 44,82 55,04 127,34

Furto de Veículo 69,24 65,95 78,91 73,68 6,41

Outros Roubos 244,05 330,12 431,71 426,32 74,69

Outros Furtos 1.054,70 1.083,79 1.280,00 1.392,81 32,00

Roubo seguido de morte – Latrocínio 0,62 1,67 1,99 2,44 293,54

Crimes contra os CostumesEstupro 23,83 25,95 20,53 21,16 (11,00)

Corrupção De Menores 2,00 1,96 1,70 3,07 53,50

Tráfico de DrogasTráfico de Maconha - 5,07 7,39 8,24 62,52

Tráfico de Cocaína - 16,60 19,53 15,02 (9,51)

Tráfico de Outras Substâncias - 0,80 0,07 0,49 (38,75)

Fontes: Delegacias de Polícia Civil do Estado de Rondônia e IBGE

Tabela 2 – População Carcerária e Relação de Presos por habitante - Rondônia Ano População Carcerária Preso / Habitantes

1980 95 01 para 5.169

1996 1.700 01 para 723

2000 2.469 01 para 541

2001 2.911 01 para 459

Junho de 2002 3.205 01 para 417

Fevereiro de 2003 3.621 01 para 369Fonte: Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania

Tabela 3 – Quantitativo de presos e vagas prisionais – Rondônia – Fev/2003Órgão Nº de Presos Nº de Vagas Déficit

SUPEN 3.329 1.451 1.878POLÍCIA CIVIL 292 128 164TOTAL 3.621 1.579 2.042

Fonte: Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

411

Tab. 4 – Mortes no Sistema Penitenciário de Rondônia – 1998/2003Ano Número de Mortes1998 011999 002000 032001 202002 382003 04

Fonte: Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania

* * * * *

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

412

ANEXO AO CAPÍTULO 11

O ZONEAMENTO, AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E AS TERRAS INDÍGENAS

Tabela 1 – Área Desmatada, Percentual em Relação ao Estado e Incremento Anual 1978 – 2002

Ano Área Desmatada (Km2)

Desmatamento Relativo à Área do Estado (%) *

Incremento Anual (Km2)

1978 4.200,00 1,76 -

1988 30.000,00 12,57 2.345,45

1989 31.800,00 13,32 1.800,00

1990 33.500,00 14,04 1.700,00

1991 34.600,00 14,50 1.100,00

1992 36.865,00 15,45 2.265,00

1993 39.813,12 16,69 2.948,12

1994 (**) 42.672,28 17,88 4.459,16

1995 48.731,43 20,42 4.459,16

1996 51.493,86 21,58 2.762,43

1997 53.525,81 22,43 2.031,94

1998 55.418,81 23,22 1.893,00

1999 56.338,93 23,60 920,12

2000 58.405,38 24,49 2.355,77

2001 (***) 60.263,18 25,27 1.857,80

2002 (***) 61.986,14 25,99 1.722,96

Fonte: INPE (1992), SEDAM /NUSERC (1993, 1995,1996 e 1997) e IBAMA/CSR (1998)* A área do Estado considerada foi de 23.862.194,04 ha (SGI/INPE/SEDAM) ** Estimativa com base na média entre 1993 e 1995*** Estimativa com base na média entre 1996 e 2000

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

413

Tabela 2 – Desmatamento no Estado de Rondônia (acumulado até 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e total até 2000) e Percentuais de Desmatamento relativos aos Municípios e

ao Estado.Município Área

(Km2 )Área Desmatada (Km2 ) %

Até 1996 1997 1998 1999 2000 TOTAL (*) (**)Teixeirópolis 455,80 394,62 16,41 2,17 0,1622 2,85 416,22 91,32 0,71São Felipe do Oeste 546,50 465,19 5,76 0,00 0,3438 9,24 480,54 87,93 0,82Rolim de Moura 1.487,30 1.230,81 7,92 10,75 3,5317 19,68 1.272,70 85,57 2,18Novo Horizonte do Oeste 833,50 644,63 6,65 9,47 0,2071 2,60 663,56 79,61 1,14Ouro Preto do Oeste 1.978,20 1.519,65 34,13 6,92 0,1366 7,35 1.568,19 79,27 2,69Presidente Médici 1.693,40 1.254,41 26,69 17,77 7,8542 15,00 1.321,74 78,05 2,26Urupá 849,70 628,41 1,826 4,66 2,3712 6,02 643,29 75,71 1,10Primavera de Rondônia 615,40 435,26 9,56 0,00 3,296 9,58 457,71 74,38 0,78Colorado do Oeste 1442,40 1.003,63 15,62 0,97 6,7213 20,16 1.047,10 72,59 1,79Castanheiras 901,20 618,11 11,31 9,57 1,827 9,63 650,45 72,18 1,11Nova União 804,10 547,92 11,13 12,81 1,5931 6,82 580,28 72,16 0,99Jaru 2.909,60 2.004,98 22,98 8,23 3,599 28,94 2.068,73 71,10 3,54Nova Brasilândia do Oeste 1.159,90 749,23 18,19 23,22 3,4908 12,45 806,58 69,54 1,38Santa Luzia do Oeste 1.187,70 734,47 29,92 7,422 8,928 16,97 797,72 67,16 1,37Vale do Paraíso 967,20 590,69 16,74 6,63 1,8704 7,03 622,96 64,41 1,07Monte Negro 1.413,40 811,34 15,08 33,79 2,2799 26,24 888,73 62,88 1,52Ministro Andreazza 875,30 471,94 9,99 1,89 2,5182 26,66 512,10 58,61 0,88Corumbiara 3.079,70 1.644,09 29,56 13,52 19,307 35,20 1.741,67 56,55 2,98Cacoal 3.808,40 2.038,42 35,67 16,51 4,265 53,05 2.147,92 56,40 3,68Cacaulândia 2.010,40 917,67 32,97 41,35 13,498 52,62 1.058,11 52,63 1,81Ariquemes 4.995,30 2.216,05 52,94 81,61 15,399 71,06 2.437,06 48,79 4,17Cabixi 1.530,70 645,01 34,87 9,52 11,867 20,40 721,67 47,15 1,24Theobroma 2.199,00 858,10 58,74 55,48 2,8007 45,64 1.020,77 46,42 1,75Alvorada do Oeste 2.982,20 1.226,32 29,80 31,89 7,3408 35,48 1.330,83 44,63 2,28Rio Crespo 1.729,90 673,48 23,09 19,70 8,3594 29,81 754,44 43,61 1,29Mirante da Serra 1.253,70 498,46 2,40 8,03 3,7824 18,19 530,87 42,34 0,91Chupinguaia 5.150,70 1.680,32 47,15 92,18 84,594 80,71 1.984,95 38,54 3,40Alto Paraíso 2.658,70 790,11 46,27 70,60 17,029 62,24 986,25 37,10 1,69Espigão do Oeste 4.523,80 1.471,45 58,34 52,12 5,6618 83,85 1.671,42 36,95 2,86Jí-Paraná 6.922,50 2.330,31 45,05 12,23 4,3672 28,18 2.420,14 34,96 4,14Pimenta Bueno 6.258,00 1.792,45 79,61 23,88 25,003 76,62 1.997,56 31,92 3,42Campo Novo de Rondônia 3.455,90 787,88 57,63 108,64 23,683 98,67 1.076,50 31,15 1,84Parecis 2.558,60 634,72 29,80 19,98 31,972 50,77 767,24 29,99 1,31Buritis 3.286,60 456,02 59,68 180,06 35,184 124,32 855,27 26,02 1,46Cerejeiras 2.645,00 654,50 7,07 0,75 3,7424 21,26 687,33 25,99 1,18Alta Floresta do Oeste 7.111,80 1.406,66 61,02 39,23 13,713 60,06 1.580,69 22,23 2,71Governador J. Teixeira 5.091,60 1.011,70 53,79 24,62 4,3008 25,34 1.119,75 21,99 1,92Alto Alegre dos Parecis 3.952,70 624,51 28,02 19,21 14,272 68,99 754,10 19,10 1,29Pimenteiras do Oeste 6.128,90 952,84 40,72 53,28 48,502 27,21 1.122,56 18,32 1,92Seringueiras 3.660,60 561,28 22,84 44,29 11,068 29,81 669,29 18,28 1,15São Miguel do Guaporé 7.814,90 1.183,48 63,76 60,26 12,216 52,06 1.371,74 17,55 2,35Vale do Anari 3.136,30 367,65 20,08 40,39 6,9047 35,69 470,72 15,01 0,81Costa Marques 5.140,60 589,82 75,31 40,75 9,2195 47,00 762,11 14,83 1,30Candeias do Jamari 6.867,60 877,36 42,67 22,82 32,917 38,64 1.014,41 14,77 1,74Itapoã do Oeste 3.938,00 490,95 17,53 14,81 27,549 10,92 561,76 14,26 0,96Machadinho do Oeste 8.556,10 798,89 103,06 46,87 51,258 81,39 1.081,48 12,64 1,85Cujubim 4.034,90 373,38 22,82 28,95 29,689 50,56 505,41 12,53 0,87Vilhena 11.411,20 1.190,94 53,65 13,11 31,238 85,17 1.374,10 12,04 2,35Porto Velho 34.209,50 3.326,95 199,63 85,47 122,66 228,67 3.963,39 11,59 6,79Nova Mamoré 10.113,40 710,68 68,55 48,13 38,331 110,95 976,65 9,66 1,67S. Francisco do Guaporé 10.961,00 505,59 87,12 70,42 73,188 158,61 894,94 8,16 1,53Guajará-Mirim 25.214,00 1.100,36 27,98 9,68 24,499 29,38 1.191,90 4,73 2,04TOTAL 238.512,80 51.493,86 1979,03 1.656,60 920,12 2.355,77 58.405,38 - 24,49Fonte: SEDAM/NUSERC (até 1997) - IBAMA/CSR (1998, 1999 e 2000)

(*) Percentual em relação à área do município(**) Percentual em relação à área desmatada do estado.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

414

Tabela 3 - Uso da Terra em Rondônia – 2000

Uso Área (ha) Percentual (%)Total 23.851.280 100,001. Floresta, cerrado e campos naturais 18.010.742 75,512. Área desmatada 5.840.538 24,49 2.1. Pastagens plantadas 4.323.743 74,65 2.2. Agricultura 593.955 10,17 2.3. Capoeiras, cidades, vilas, garimpos e atividades minerais, estradas, infra-estrutura e lagos artificiais 886.840 15,18

Fonte: Governo do Estado de Rondônia 1998

Atualização: Batista e Guimarães,2002

Tabela 4 - Unidades de Conservação no EstadoGrupo Quantidade Área (ha) % da Área do Estado

Unidades de Proteção Integral 16 2.592.630 10,80Unidades de Uso Sustentável 43 2.155.979 9,03TOTAL 59 4.748.609 19,83

Fonte: SEDAM/RO

Tabela 5 – Unidades de Conservação – Estado de RondôniaNome Área (ha) Nome Área (ha)

Resex Federal Estação EcológicaRio Ouro Preto 167.624,50 Antônio Mujica Nava 18.280,85Lago do Cuniã 55.850,00 Samuel 71.060,72Rio Cautário 73.817,49 Serra Três Irmãos 102.678,80Barreiro das Antas 107.234,25 Cuniã 53.221,23

Resex Estadual Parque MunicipalAngelim/Jequitibá* 8.923,20 Porto Velho 391,00Aquariquara 18.100,00 Pimenta Bueno 537,00Castanheira 10.200,00 Ouro Preto D’Oeste 222,00Freijó 600,36Garrote 802,51Ipê 815,46 Parque EstadualItaúba 1.758,07 Corumbiara 424.339,11Jatobá 1.135,17 Guajará-Mirim 207.148,26Maracatiara 9.503,12 Serra dos Reis 36.442,25Massaranduba 5.566,21Mogno 2.450,11 Parque NacionalPiquiá 1.448,92 Pacaás Novos** 764.801,00Roxinho 882,21 Serra da Cotia 238.611,70Seringueiras 537,46 Rebio EstadualSucupira 3.188,02 Rio Ouro Preto 56.581,06Rio Cautário 144.371,65 Traçadal 20.164,54Curralinho 1.757,65Jaci-Paraná 191.324,31 Rebio FederalPacaás Novos 342.903,50 Guaporé*** 285.000,00Pedras Negras 124.124,09 Jarú 268.150,00Rio Preto Jacundá 115.278,73

Floresta Nacional

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

415

FERS Bom Futuro 249.000,00Araras 964,77 Jamari 223.799,00Cedro 2.566,74Gavião 440,39 RPPNMutum 11.471,04 Seringal Assunção 623,24Periquitos 1.162,55 Vale das Antas 65,65Rio Machado 115.750,33 Água Boa 95,05Rio Madeira A 62.986,06 Vale do Arara 1.976,65Rio Madeira B 51.856,07Rio Vermelho B 31.574,23 Áreas Propostas****Rio Vermelho C 4.050,12 FLONA JacundáTucano 659,56 FERS Cuniã

APARio Madeira 6.741,00

Fonte: IBAMA/RO

* Reserva Florestal Jequitibá passou a integrar a Resex. Angelim (dados atualizados em 13/03/97)

** O Parque Nacional Pacaás Novos teve sua área total sobreposta pela T.I. Uru Eu Wau Wau. Assim, sua área não é quantificada neste quadro.

*** A Rebio Guaporé possui uma área de 600000 ha, mas sua área foi sobreposta pela criação da T.I.Massaco (315.000 Ha), sendo contabilizado neste quadro apenas 285.000 ha

**** Áreas cujas propostas de criação estão sendo estuadas pelo IBAMA

Tabela 6 - Territórios Indígenas Existentes no Estado de RondôniaTerritórios Indígenas Etnias Pop. Área (ha)

T.I. Igarapé Lourdes Arara e Gavião 604 185.533T.I. 7 de setembro* Suruí 736 100.147T.I. Roosevelt Cinta Larga 370 156.800T.I.Parque do Aripuanã** Cinta Larga 244 748.200T.I. Rio Mequéns Makurap e Sakurabiar 89 107.553T.I.Tubarão Latundê Aikanã, Latundê e Kwasá 194 116.613T.I.Uru-Eu-Wau-Wau*** Amondawa, Oro-in E Jupau 160 1.867.117T.I. Massaco**** Índios isolados 0 315.000

T.I. Rio Branco Makurap, Tuparí, Canoé, Arikapu, Ajuru, Ja-boti 363 236.137

T.I. Karitiana Karitiana 210 89.698T.I. Karipuna Karipuna 12 152.930T.I. Sagarana Pacaás Novos, Makurap, Canoé. 240 18.120

T.I. Rio Guaporé Ajuru, Canoé, Arikapu, Macurap, Jaboti, Mas-sacá Tupari, Cujubim Pacaás Novos, Aruá. 380 115.788

T.I. Rio Negro Ocaia Pacaás Novos 400 104.063T.I. Pacaás Novos Pacaás Novos 885 279.906T.I. Igarapé Lages Pacaás Novos 320 107.321T.I. Kaxarari Kaxarari 220 42.000T.I. Igarapé Ribeirão Pacaás Novos 190 47.963T.I. Kwazá Kwazá/Aikana - 16.400

TOTAL 5.617 4.807.290Fonte: Rondônia (1998a), Valdez-Trevizo In: Rondônia, 2001

* A T.I. 7 de Setembro possui uma área de 248.146ha, sendo 100.146 ha em Rondônia e o restante no Estado do Mato Grosso.

** A T.I. Parque do Aripuanã possui uma área total de 1.614.366 ha, dos quais 748.200 ha em Rondônia e o restante no Estado do Mato Grosso.

*** A T.I. Uru-Eu-Wau-Wau sobrepõe totalmente o Parque Nacional Pacaas Novos.**** A T.I. Massaco possui uma área de aproximadamente 315.000 ha sobrepondo a Rebio do

Guaporé.

* * * * *

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

416

ANEXO À PARTE IVO ESTADO PRODUTIVO

Tabela 1 - Produto Interno Bruto do Brasil a preços correntes, Brasil, Região Norte e Estados da Região Norte (R$ milhão) - 1996/2000

Unidade/Ano 1996 1997 1998 1999 2000Brasil 778 886 870 743 914 187 963 868 1 101 255Norte 36 153 38 507 40 933 42 867 50 650Rondônia 3 639 4 198 4 611 4 972 5 625Acre 1 148 1 314 1 454 1 541 1 703Amazonas 14 090 14 411 15 107 15 398 18 873Roraima 547 621 746 809 1 117Pará 13 855 14 717 15 572 16 496 18 914Amapá 1 340 1 526 1 501 1 567 1 968Tocantins 1 534 1 720 1 941 2 085 2 450

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Contas Nacionais, Contas Regionais do Brasil 1996-2000.

Tabela 2 - Participação dos Estados da Região Norte no Produto Interno Bruto do Brasil a preços correntes (%) - 1996/2000

Unidade/Ano 1996 1997 1998 1999 2000Brasil 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00Norte 4,64 4,42 4,48 4,45 4,60Rondônia 0,47 0,48 0,50 0,52 0,51Acre 0,15 0,15 0,16 0,16 0,15Amazonas 1,81 1,65 1,65 1,60 1,71Roraima 0,07 0,07 0,08 0,08 0,10Pará 1,78 1,69 1,70 1,71 1,72Amapá 0,17 0,18 0,16 0,16 0,18Tocantins 0,20 0,20 0,21 0,22 0,22

Fonte: IBGE: Diretoria de Pesquisas, Departamento de Contas Nacionais, Contas Regionais do Brasil 1996-2000

Tabela 3 - Produto Interno Bruto do Estado de Rondônia por setor econômico – valores a preços correntes – 2000

Setor R$ (milhões) PercentualPrimário 828 14,72Secundário 1.501 26,68Terciário 3.296 58,60

Total 5.625 100,00Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Departamento de Contas

Nacionais, Contas Regionais do Brasil - 2001.

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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ANEXO AO CAPÍTULO 13EXTRATIVISMO

Tabela 1 - Quantidade produzida na extração vegetal em Rondônia (1995-2001)Tipo de produto extrativo/Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Açaí (fruto) (ton) 416 64 - - - - -Castanha-do-Pará (ton) 792 461 461 2.063 1.935 6.508 5.481Palmito (ton) 64 167 - 46 46 51 50Borracha (ton) 2.261 442 442 954 318 274 65Carvão vegetal (ton) 549 288 288 291 301 233 412Lenha (Metro cúbico) 448.585 801.000 801.000 517.205 510.601 495.871 279.743Madeira em tora (m³) 1.457.132 380.000 380.000 565.668 750.464 647.515 567.330Copaíba (óleo) (ton) 20 7 7 8 8 6 0

Fonte: IBGE - Produção Extrativa Vegetal

Tabela 2 - Produção Mineral do Estado de Rondônia (1990-2000)Substância/Ano 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 2000

Estanho (Ton.) 17.395 8.601 7.355 12.787 7.302 7.085 7.917 7.798Ouro (kg) 9.610 5.561 4.285 3.424 3.400,7 1.935 1.300 NDTopázio Bruto (kg) 4.907 1.940 6.240 7.384 8.815 8.202 ND NDPó Calcário (Ton.) 1.663 12.727 8.451 4.049 9.854 6.922 15.425 60.400Água Mineral (1.000 l) 5.654 7.247 7.317 7.358 19.590 12.101 18.000 22.937Columbita (Ton.) 140,8 30,7 13,5 8,3 14,5 38,3 2,2 2,6

Fonte: DNPM, 2001; CPRM, 1999

Tabela 3 - Produção de materiais para aproveitamento na construção civil em Rondônia (1991-2000)

Ano Areia e cascalho (m³) Argilas (toneladas) Pedra britada (m³)1991 41.495 107.675 251.0001992 166.915 102.291 238.4501993 186.400 105.000 267.0001994 207.200 110.000 296.0001995 229.530 115.000 327.9001996 101.140 99.705 90.6842000 698.900 60.250 482.000

Fonte: DNPM, 2001; CPRM, 1999

* * * * *

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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ANEXOS CAPÍTULO 14AGROPECUÁRIA

Tabela 1 - Produção de bovinos em Rondônia - Ano 2002MUNICÍPIOS REBANHO EXISTENTE RANKING

Jaru 450.762 1ºJi-Paraná 446.580 2ºCacoal 381.506 3ºAriquemes 381.231 4ºPorto Velho 353.920 5ºAlta Floresta do Oeste 324.251 6ºOuro Preto do Oeste 318.953 7ºEspigão do Oeste 316.984 8ºChupinguaia 304.894 9ºPresidente Médici 258.103 10ºCorumbiara 252.003 11ºPimenta Bueno 244.307 12ºColorado do Oeste 213.712 13ºRolim de Moura 211.910 14ºAlvorada do Oeste 202.975 15ºCacaulândia 186.335 16ºTheobroma 180.483 17ºBuritis 172.361 18ºSão Francisco do Guaporé 167.606 19ºSanta Luzia do Oeste 166.683 20ºGovernador Jorge Teixeira 153.364 21ºMonte Negro 150.873 22ºNova Mamoré 144.304 23ºNova Brasilândia do Oeste 143.335 24ºSão Miguel do Guaporé 132.146 25ºCabixi 130.699 26ºVale do Paraíso 129.777 27ºCastanheiras 119.989 28ºUrupá 117.213 29ºCandeias do Jamari 116.108 30ºSeringueiras 114.723 31ºNovo Horizonte do Oeste 113.992 32ºVilhena 110.915 33ºParecis 108.052 34ºMachadinho do Oeste 107.585 35ºNova União 105.825 36ºRio Crespo 105.535 37ºCampo Novo de Rondônia 100.885 38ºAlto Paraíso 100.582 39ºAlto Alegre dos Parecis 97.702 40ºCerejeiras 97.644 41ºPrimavera de Rondônia 96.670 42ºPimenteiras do Oeste 90.029 43ºMinistro Andreazza 84.944 44ºGuajara-Mirim 80.540 45ºMirante da Serra 79.657 46ºVale do Anari 73.201 47ºTeixeirópolis 73.099 48ºSão Felipe do Oeste 71.245 49ºItapoã do Oeste 57.381 50ºCosta Marques 52.963 51ºCujubim 51.336 52º

TOTAL DO ESTADO 8.847.872 Fonte: IDARON

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

419

ANEXO AO CAPÍTULO 17

COMÉRCIO

Tabela 1 - Estabelecimentos com receita de revenda por grupos e classes de atividades – Rondônia – 1999-2001

Grupos e Classes de Atividades 1999 2000 2001

Brasil 1.102.448 1.181.525 1.354.758

Rondônia 1.715 1.756 2.372

Comércio de veículos e motocicletas e comércioa varejo de combustíveis 200 189 181

Veículos automotores, motocicletas, peças e acessórios 166 124 136

Combustíveis 34 65 45

Comércio por atacado 296 163 163

Produtos alimentícios, bebidas e fumo 96 53 56

Artigos de uso pessoal e doméstico (fios têxteis, tecidos, calçados, produtos farmacêuticos, etc.) 31 25 32

Produtos intermediários, resíduos e sucatas(combustíveis, madeira, material de construção, etc.)

140 52 41

Máquinas, aparelhos e equipamentos de usoagropecuário, comercial, industrial e para finsprofissionais

11 12 11

Outros (produtos agropecuários in natura e mercadorias em geral) 18 21 23

Comércio varejista 1.219 1.404 2.028

Comércio não-especializado (hiper/supermercados, lojas de departamentos, etc.) 400 307 401

Produtos alimentícios, bebidas e fumo 90 127 129

Tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados 273 264 630

Comércio de outros produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.)

456 703 868

Artigos usados 3 -

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Comércio e Serviços, Pesquisa Anual de Comércio 2001

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

420

Tabela 2 - Pessoal ocupado e salários, retiradas e outras remunerações nos estabelecimentos com receita de revenda, por grupos e classes de atividades

Rondônia – 1999-2001

Grupos e classes de atividades

1999 2000 2001

Pessoal ocupado em 31.12

Salários, retiradas e outras

remunera-ções

(1.000 R$)

Pessoal ocupado em 31.12

Salários, retiradas e outras

remunera-ções

(1.000 R$)

Pessoal ocupado em 31.12

Salários, retiradas e outras

remunera-ções

(1.000 R$)

Brasil 4 878 590 22 355 120 5 392 674 26 005 021 5 760 778 29 424 182

Rondônia 8 186 38 141 10 820 45 045 13 152 57 430

Comércio de veículos e motocicletas e comércio a Varejo de combustíveis

1 247 7 555 1 596 10 168 1 580 9 650

Veículos automotores, motocicletas, peças e Acessórios

1 029 6 512 1 057 7 967 1 142 7 608

Combustíveis 218 1 043 539 2 201 438 2 041

Comércio por atacado 2 479 15 292 2 240 12 133 2 324 14 847

Produtos alimentícios, bebidas e fumo 926 5 717 1 023 5 292 906 5 157

Artigos de uso pessoal e doméstico (fios têxteis,tecidos, calçados, produ-tos farmacêuticos, etc.)

401 2 631 369 1 849 563 2 188

Produtos intermediários, resíduos e sucatas(combustíveis, madeira, material de construção, etc.)

942 6 102 470 3 459 420 5 707

Máquinas, aparelhos e equipamentos de usoagropecuário, comercial, industrial e para finsprofissionais

167 676 76 240 173 694

Outros (produtos agro-pecuários in natura e mercadorias em geral)

43 167 302 1 293 262 1 101

Comércio varejista 4 460 15 295 6 984 22 744 9 248 32 933

Comércio não-especializa-do (hiper/supermercados, lojas de departamentos, etc.)

1 280 5 761 2 285 8 459 1 929 8 983

Produtos alimentícios, bebidas e fumo 279 637 345 878 472 1 245

Tecidos, artigos de ar-marinho, vestuário e calçados

1 484 3 782 1 087 3 329 2 412 6 767

Comércio de outros produtos em lojas espe-cializadas (produtos far-macêuticos, móveis, ele-trodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.)

1 417 5 115 3 264 10 072 4 435 15 938

Artigos usados _ _ 3 6 - -

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Comércio e Serviços, Pesquisa Anual de Comércio 2001

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

421

Tabela 3 - Receita líquida e margem de comercialização em estabelecimentos com receita de revenda, por grupos e classes de atividades

Rondônia – 1999-2001 – Em R$ 1.000,00

Grupos e classes de atividades

1999 2000 2001

Receita líquida de

revenda

Margem de

comercia-li-zação.

Receita líquida de

revenda

Margem de

comercia-liza-ção.

Receita líquida de

revenda

Margem de

comercia-lização.

Brasil 365 768 115 75 999 849 430 094 932 84 897 302 492 652 529 96 416 765

Rondônia 1 123 886 173 123 1 296 744 276 826 1 404 904 283 882

Comércio de veícu-los e motocicletas e comércio a varejo de combustíveis

89 266 12 396 186 341 25 611 211 166 32 781

Veículos automotores, motocicletas, peças e acessórios

67 452 12 974 118 778 21 088 132 058 25 590

Combustíveis 21 813 - 578 67 563 4 523 79 108 7 191

Comércio por atacado 833 703 112 552 660 652 173 937 800 493 133 712

Produtos alimentícios, bebidas e fumo 133 501 25 818 119 459 36 503 145 986 34 814

Artigos de uso pessoal e doméstico (fios têx-teis, tecidos, calçados, produtos farmacêuti-cos, etc.)

72 719 17 210 49 325 12 416 54 509 11 835

Produtos intermediá-rios, resíduos e su-catas (combustíveis, madeira, material de construção, etc.)

578 295 56 835 375 209 99 103 502 145 65 617

Máquinas, aparelhos e equipamentos de usoagropecuário, comer-cial, industrial e para fins profissionais

5 907 658 2 434 778 9 105 4 955

Outros (produtos agro-pecuários in natura e mercadorias em geral)

43 281 12 031 114 224 25 137 88 749 16 491

Comércio varejista 200 917 48 175 449 751 77 278 393 244 117 388

Comércio não-espe-cializado (hiper e su-permercados, lojas de departamentos, etc.)

98 392 20 668 286 951 33 235 101 909 24 906

Produtos alimentícios, bebidas e fumo 4 272 1 481 7 847 1 349 9 792 3 434

Tecidos, artigos de ar-marinho, vestuário e calcados

30 205 10 556 29 012 10 998 51 041 14 762

Comércio de outros produtos em lojas es-pecializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, ma-terial de construção, livraria, papelaria, etc.)

68 048 15 470 125 883 31 685 230 502 74 286

Artigos usados _ _ 58 12 - -

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Comércio e Serviços, Pesquisa Anual de Comércio 2001

Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003

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Tabela 4 - Índice de Potencial de Consumo - Rondônia 2001

Produtos e Serviços Gasto da População (em

R$ 1.000)IPC (%)

Carne Bovina 163.329 1,190Carne de frango 71.565 1,107Produtos de Higiene 103.190 0,878Livros e Revistas 2.687 0,857Educação (1º e 2º graus) 187.272 0,837Roupas Masculinas 68.432 0,828Brinquedos e Jogos 24.451 0,821Planos e Seguros de Saúde 94.728 0,744Café 19.728 0,733Calçados 77.975 0,732Legumes e Verduras 27.985 0,723Frutas 44.946 0,716Macarrão 9.715 0,687Óculos e Lentes 8.134 0,685Roupas Femininas 68.981 0,682Viagens/Transporte 53.881 0,680Enlatados e Conservas 6.920 0,674Panificados 97.905 0,670Remédios 114.471 0,664Refeições Fora de Casa 194.641 0,617Roupas Infantis 32.066 0,611Biscoitos, Doces e Salgados 16.517 0,583Óleo de Cozinha 11.746 0,576Maionese 1.698 0,576Iogurtes 644 0,566Produtos de Limpeza 27.037 0,566Eletrodomésticos 137.927 0,555Cerveja 25.580 0,534Papel Higiênico 5.863 0,528Sucos 23.419 0,519Leite e Derivados 83.483 0,510Refrigerantes 52.291 0,494Móveis 75.042 0,491Aparelhos de Som 4.387 0,479Acessórios para Banheiro 1.307 0,472Imóvel (reforma) 158.036 0,450Médicos 7.353 0,428Refeições Preparadas 11.497 0,425Veículos (manutenção) 48.325 0,404Cabelereiro 15.724 0,396Fumo 34.615 0,367Veículos (aquisição) 166.279 0,338Tratamento Dentário 18.796 0,312Imóvel (aquisição) 41.337 0,255Imóvel (aluguel) 81.810 0,237

Fonte: Atlas do Mercado Brasileiro - Gazeta Mercantil