roda do leme nº105

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Orgão de informação dos Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo

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Page 1: Roda do Leme nº105
Page 2: Roda do Leme nº105

ANOS 16 SEMESTRAL 3ª SÉRIENº 105 DEZEMBRO 2011

Editorial.............................................................03

Novo Presidente do Conselho de Administração ...04

Economia e Ciência ...........................................05

Entrevista: Comissão de Trabalhadores ....06 | 07

Atividade Formativa............................................08

Entrevista: Américo Marques .......................09 | 10

Cultura e desporto .........................................11 a 14

Humor ...............................................................15

Social ..................................................................16 a 18

Artes e Letras ..................................................19

Balanço de Mandato

Comissão de Trabalhadores 6 / 7

“O mar é fixe, mas não é só peixe”

Economia e Ciência 5

Conselho de Administração 4

Nomeação do novo Presidente

COORDENAÇÃOVítor Calçada

REDAÇÃOAlfredo SilvaCarlos BalioFernando SilvaManuel Cadilha

COLABORAÇÃO DESTE NÚMEROAlexandre RibeiroAmérico MarquesComissão de TrabalhadoresComissão IntersindicalGonçalo FagundesJorge LimaManuel PereiraManuel RamosPaulo LopesRep. Trab. SHSTRui Alpuim

PROPRIEDADEGrupo Desportivo e Culturaldos Trabalhadores dos ENVC

REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃOEstaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.Apartado 530Av. Praia NorteTelef. 258 840 100 - 258 840 293Fax. 258 840 3854901-851 Viana do Castelo

Foto da capaVitor Roriz

Fotos dos conteúdosENVC, GDCTENVC e Roda do Leme

Execução gráficaTwoDesign - Soluções Gráficas

Impressão e AcabamentoOFILITO

Tiragem1000 exemplares

Os textos desta revista foram escritos segundo o novo Acordo Ortográfico.

Page 3: Roda do Leme nº105

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Desde o editorial da edição anterior da Roda do Leme, edos principais problemas e preocupações então suscitadas,estamos a chegar ao final do ano de 2011, continuando adesconhecer qual a estratégia prevista e qual o plano deviabilização dos ENVC, e que permita prever um futurosustentável.

Ao nível da Administração da Empresa tivemos mudançade Presidente, da qual damos notícia nas páginas seguintes,com breve apresentação do novo Presidente, Eng.º JorgeCamões.

Para além da questão central do plano de viabilização ereestruturação da Empresa para garantir o seu futuro, de umconjunto de problemas pendentes ao nível da estruturaorganizativa, e das dificuldades financeiras que se têm vindoa agravar rapidamente, não se registou qualquer evolução visívele substancial nos últimos meses.

• Para surpresa geral, no período de férias em agosto, onavio “Atlântida” foi levado para Lisboa, sem que secompreenda o propósito objetivo, vantagem nos gastosde manutenção, não tendo a Administração esclarecidoas razões, continuando o navio sem compradorconhecido.

• A construção n.º 259, um ferry que também seriapara o armador açoriano Atlânticoline, a designar-se “Anticiclone”, é navio já em blocos pré-fabricadospara instalação, e com equipamentos armazenados,continua exposto ao tempo e consequente dete-rioração. Não são conhecidos contactos credíveisno sentido de tentar encontrar um cliente para onavio.

• Quanto aos asfalteiros para a Venezuela, e após a demissãodo técnico espanhol gestor do projeto, fica-se com a ideiade que a estratégia e planeamento dos navios parou ouanda como o “caracol”.

• Sobre a construção, 239 NRP “Figueira da Foz”, não sevê uma inversão no ritmo de trabalho no sentido deconcluir o navio, avançar para o treino da sua guarnição,mantendo-se diversos problemas por resolver.

• O titular do Serviço Comercial de Construções foideslocado para Lisboa e aparentemente, repetimos,aparentemente, este Serviço não está a desenvolver asua principal função, que é a busca de potenciais clientese concretização de contratos.

• Ao nível das reparações de navios, setor que vinhamantendo um volume razoável de negócio, no segundosemestre do ano decaiu até chegar ao nível zero, nomomento em que escrevemos este editorial, facto que fezagravar as já precárias condições económico-financeirasda Empresa.

Outras questões não resolvidas poderiam ser equacionadas,algumas até talvez mais graves que as acima indicadas, comoao nível financeiro, sendo algumas visíveis e outras com certezado conhecimento de poucos.

Instalou-se um certo espírito entre os trabalhadores, umsentimento de que a estrutura da Empresa se estará adesmoronar lentamente, havendo situações em que se des-conhecem responsáveis e correspondentes responsabilidadesem algumas áreas.

Neste quadro preocupante, e ao mesmo tempo recheadode situações surrealistas, não podemos deixar de mencionaras responsabilidades políticas. Primeiramente do governocentral, e do Ministério da Defesa em particular, mas tambémda Assembleia da República e dos deputados, nomeadamentedaqueles partidos com deputados eleitos pelo distrito de Vianado Castelo, que estão longe de tomar a salvação dos ENVCcomo tarefa prioritária da sua ação política.

Segundo o Presidente Eng.º Jorge Camões, espera em brevedar notícias a todos, aguardando apenas pelas decisões datutela EMPORDEF e do Governo da República.

Mais uma vez vamos depositar um voto de confiança naspromessas apresentadas, e alimentar a esperança de que oprincipal e maior estaleiro de construção naval português irácontinuar a fazer história na economia regional e nacional, ea ser um empregador de referência e indispensável ao desen-volvimento socioeconómico de Viana do Castelo.

A redação da Roda do Leme endereça a todos ostrabalhadores e suas famílias votos de Festas Felizes, e um AnoNovo de sucessos pessoais e profissionais.

Decisões e Soluções Adiadas!

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Conselho de Administração recomposto!

A apresentação pública, no passado dia 20 de junho, doPlano de Viabilização/Reestruturação dos ENVC, que previaa redução de 380 postos de trabalho, deu origem a umaação de protesto, decidida numa reunião geral de traba-lhadores a 22 do mesmo mês, que resultou na demissão doentão Presidente do Conselho de Administração, Dr. CarlosVeiga Anjos.

Esta demissão foi a última de uma série de demissões aque os trabalhadores assistiram nos últimos tempos, queinfelizmente revelaram da estrutura acionista e do Estado umapostura pouco convincente, de quem diz que pretende definiruma estratégia de viabilização e recuperação da Empresa,permitindo a médio prazo a sua estabilidade económico-financeira e competitividade no mercado.

Para colmatar o vazio verificado, a EMPORDEF nomeoupara o cargo um dos seus Administradores não Executivos, oEng.º Jorge Joaquim C. Camões.

O novo presidente dos ENVC nasceu em 1941, é Licenciadoem Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnicoe possui pós-graduações em áreas tão diversas como: GestãoEmpresarial, Gestão por Objetivos, Análise de Valor, Sistemasde Informação, Gestão de Investimentos, Organização doTrabalho, Logística e Gestão de Recursos Humanos.

No âmbito da sua passagem por Moçambique, duranteo serviço militar, integrou a Comissão Instaladora doEstabelecimento de Ensino Superior “Estudos Gerais deLourenço Marques” (hoje Maputo), onde desenvolveu tambéma atividade docente universitária.

Depois de alguns anos de atividade profissional na área daEngenharia Eletrotécnica na ITT/Standard, a sua carreira abriu-se a outras áreas de intervenção industrial, inicialmente noGrupo CUF (1973), onde se dedicou à Organização e GestãoIndustrial, tendo participado em múltiplos Projetos deInvestimento Nacionais e Internacionais, de consultadoria eGestão Empresarial.

A sua já longa carreira profissional, no País e no Estrangeiro,tem sido abrangente a diferentes setores e diversificadasatividades, nomeadamente nas áreas de Investimento, Projetode Internacionalização e de expansão da atividade e de negóciocomo são o caso: Estaleiros de Reparação e Construção Naval(LISNAVE, SETENAVE, ENVC, ASRY, DIANCA ASMAR, Arsenal

do Alfeite, Parry & Son, entreoutras.), Pasta de Papel(PORTUCEL, SOPORCEL,SAPPI, CELBI, ALTRI, entreoutras).

Para além destas ativi-dades, e/ou paralelamente,tem desenvolvido funçõescomo gestor e consultorem diversos países (Espanha,Inglaterra, África do Sul,Venezuela, Irlanda, França,Alemanha, Angola, Bahrain,Arábia Saudita, Brasil, entreoutros), tendo já participado em diversas ações de Transferênciade Tecnologia e Formação Profissional entre instituiçõesinternacionais e empresas.

Perante um percurso profissional tão longo e diversificadoem áreas de intervenção, cremos estar perante um gestor eum técnico experiente. Aguardamos e desejamos que estejaà altura das dificuldades e do desafio que os ENVC têm devencer!

Com esse objetivo, o Eng.º Jorge Camões iniciou um estudocom vista à elaboração de um novo Plano de Viabilização/Reestruturação para os ENVC, a apresentar à EMPORDEF,que conforme nos foi possível apurar foi já concluído e entregue,a fim de ser submetido à apreciação do Ministério da Defesa.

O futuro da Empresa depende agora de uma decisão doGoverno, que os trabalhadores aguardam com muita expectativae preocupação.

A redação da Roda do Leme, ciente deste estado de ânimogeral, solicitou ao Presidente do Conselho de Administraçãouma entrevista, à qual o mesmo mostrou muita recetividadee vontade de atender, mas disse-nos não ser este o momentoadequado, comprometendo-se a fazê-lo no próximo ano.

Finalmente o Presidente, conhecendo e compreendendobem a inquietude que nesta quadra paira sobre a comunidadede trabalho dos ENVC, formula em seu nome e de toda aAdministração votos de Festas Felizes para todos ostrabalhadores e famílias, bem como um Ano Novo repleto desaúde e sucessos pessoais e profissionais.

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É o lema da 27ª exposição temporária da agência CiênciaViva, desde a sua abertura em 1999. Foi�inaugurada em 24 deoutubro passado, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa,e�pode ser visitada até ao final de agosto de 2012.

Formada por 30 experiências interativas, a nova exposiçãoconvida a uma viagem por embarcações e contentores, boiase faróis, empilhadoras e cabos, portos e marinheiros.

Conta com um stand dos Estaleiros Navais de Viana doCastelo, que através de maquetas de navios e outros materiaisdá uma ideia aos visitantes da capacidade técnica da Empresa.

É uma exposição “indicada para toda a gente” da qual sepode esperar uma perspetiva do mar “menos biológica”, explicaBruno Araújo-Gomes, responsável pelo departamentoexpositivo do Pavilhão do Conhecimento, esperando contarcom uma média de 850 visitas diárias.

A exposição é originária da Finlândia, do centro de ciênciachamado Heureka. Apesar disso, “houve um grande trabalhode adaptação da exposição à realidade portuguesa tambémcom a inclusão de alguns módulos novos”, afirma RosáliaVargas, diretora da agência Ciência Viva.Segundo esta responsável, “foram muitas as peripécias querodearam a instalação” desta exposição, a começar pelo nome

da mesma. A sua versão original «Ships and Sea» foi objetode “uma grande discussão”. Ficou então estabelecido o nome«O Mar é fixe mas não é só peixe» entre alguns dos “perdedoresigualmente engraçados”, como é o caso de um que ficou “paraconsumo interno: o mar é fixolas mas não é só santolas”.

Convidado para a inauguração da nova mostra, �o ministroda Educação e Ciência, Nuno Crato, �sublinhou que osdivulgadores científicos “habituaram-se, ao longo dos anos, àideia de que a ciência é uma coisa divertida para trazer aopúblico”. Segundo�Nuno Crato, �a ciência “é algo que se estudanas escolas, que envolve investigadores e um trabalho muitopaciente e persistente, mas também o prazer de descobrircoisas novas”.

O rigor científico dos conteúdos de «O mar é fixe masnão é só peixe» foi garantido pela consultoria dos Portos deLisboa e Sines, Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Lisnave- Estaleiros Navais e Direção Geral de Faróis da MarinhaPortuguesa.

Associada à exposição decorrerão muitas atividadescomplementares como debates, palestras e visitas a naviosonde o público ficará a saber a forma como, por exemplo,são tratados os resíduos a bordo, como é feita a reciclagem,como é feito o abastecimento de combustível, quais osdesafios de navegação numa embarcação de grandesdimensões, como é produzida e distribuída a energia, qualo ciclo da água a bordo, como se controla as entradas esaídas dos produtos no navio.

A holandesa Shell revelou que está próxima a decisão finalde investimento no seu projeto de LNG Prelude, na Austrália,desmentindo o adiamento da construção da que poderá vira ser a primeira extratora e refinadora flutuante de GPL domundo.

O navio Prelude FLNG, projetado pela empresa petrolíferaShell, será o maior veículo já construído na história dahumanidade. Mais que um navio, é uma refinaria móvel, poisextrai, processa e armazena gás natural.

Pesa algo como 600 mil toneladas, o que ultrapassa em100 mil toneladas o petroleiro Knock Nevis, que é hoje omaior navio do mundo. O Prelude tem uma tripulação de 400

pessoas, e o seu primeiro destino, em 2014, será a costanoroeste da Austrália, onde irá explorar os campos de gásnatural Prelude e Concerto. A construção do navio iniciou-se ainda este ano.

O navio tem um comprimento de 480 metros (mais 135metros que o Queen Mary 2), e uma largura de 75 metros(sensivelmente maior que a de um campo de futebol). Pesa 600mil toneladas, o que é 1,2 vez mais que o peso do maior prédiodo mundo (o Burj Dubai, que pesa cerca de 500 mil toneladas).Permitirá extrair 3,5 milhões de toneladas de gás por ano e estáorçado entre 8 e 10 mil milhões de dólares (24 a 30 vezes maiscaro que o maior avião do mundo, o Antonov A225).

CuriosidadesConstrução do Prelude FLNG

Global Rio, navio tipo tanque químico. Construção n.º 123 entregue emnovembro de 1985 a armador brasileiro.

«O Mar é fixe mas não é só peixe».

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Comissão de Trabalhadores –Balanço de Mandato

“Percebendo a necessidade de ajustamentos naestrutura organizacional, não aceitamos despedimentos.A reestruturação tem que se fazer com os Trabalhadores,e não como foi anunciado brutal e pomposamente nodia 20 de junho de 2011, pela Administração anterior,que é literalmente a mesma, com exclusão do Presidente.Também não vemos com bons olhos as parcerias versusprivatizações, que destrua a soberania que o EstadoPortuguês detém sobre os ENVC.”

No próximo ano a atual Comissão de Trabalhadores terminará oseu mandato, e tendo em conta a situação atual, terminará em condiçõesparticularmente difíceis, talvez as mais complicadas na história dosENVC, em que se discute e questiona o futuro da Empresa.

Esta edição da Roda do Leme é precisamente a última antes dessefinal de mandato da CT, daí considerarmos importante registar obalanço global que este órgão faz da sua atividade e da situaçãoempresarial.

Roda do Leme – Após a posse da CTRA em 2 de junho de 2010,o seu Coordenador afirmou que o objetivo global era “Estamos dispostosa tudo fazer, no sentido de contagiar a nossa comunidade laboral para,juntos, Mudar, Defender e Consolidar a Empresa.” Face às dificuldades quea Empresa enfrenta, que balanço faz em relação a este objetivo?

Comissão de Trabalhadores – Antes de mais, queremosmanifestar o nosso descontentamento pela forma como a nossaRevista Roda do Leme, tem passado ao lado da caminhada muitoatribulada que, de há mais de um ano a esta parte, a nossa Empresavem enfren-tando. A presente edição da nossa revista é a últimaantes do final do mandato da atual CTRA e, simultaneamente, aprimeira, já que praticamente não houve até hoje, contrariamenteao habitual, um acompanhamento jornalístico à CTRA, como serianatural e esperado. Efetivamente, na intervenção que o coordenadorfez na tomada de posse em 2 de junho de 2010, realmente afirmou:…todos somos necessários. Estamos no mesmo barco, queremoso mesmo rumo. Faremos tudo para contagiar e motivar a nossacomunidade laboral, para juntos “MUDAR, DEFENDER ECONSOLIDAR A EMPRESA”…; quem não partilha deste sentimentoé livre de o fazer, mas ultrapassa francamente a nossa área deinfluência mobilizadora e compreensão.

Ao longo destes 18 meses de mandato, foram notórias as expressõesde motivação participativa dos trabalhadores, ilustradas na grandemanifestação de 29 de junho de 2011, que juntou cerca de 3.000Trabalhadores dos ENVC, familiares e Vianenses, na praça da Repúblicade Viana do Castelo, e na histórica manifestação com cerca de 500trabalhadores em Lisboa, no dia 2 de setembro de 2011, para juntoà Empordef, numa jornada de esclarecimento e mobilização, expressara nossa enérgica posição sobre o processo de reestruturação dosENVC, já depois do Ministro da Defesa Nacional adiar o agendamentoda decisão definitiva sobre os ENVC.

Expressivos e massivamente participados, têm sido também osPlenários Gerais de Trabalhadores (RGT), assim como foi a presençade mais de 250 Trabalhadores dos ENVC na reunião da AssembleiaMunicipal de Viana do Castelo, no dia 22 de junho de 2011, ondenuma decisão sem paralelo foi votada por unanimidade por todos ospartidos políticos representados nesta Assembleia a defesa da nossaEmpresa.

Tem havido também, desta forma, lugar para todos sem restrição.Podemos assim verificar que navegamos na rota certa, sempre comterra à vista, honrando os compromissos assumidos perante ostrabalhadores.

RL – “É dever das entidades eleitas informar sempre com transparênciae verdade sobre o trabalho que desenvolvem”, lia-se no Boletim InformativoN.º 1 que a CTRA publicou em julho de 2009, acrescentando ainda que,“Os eleitores devem exigir dos seus representantes a prestação de contas…”.Num período de diversas incertezas quanto ao presente e futuro da Empresa,sente a CTRA que tem conseguido cumprir com este seu dever de prestaçãode contas, com transparência e verdade?

CTRA – Percebemos que a incerteza quanto ao futuro dosEstaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) debita uma ansiedadeenorme nos Trabalhadores e familiares, provocando natural avidezpor tudo quanto é informação que lhes transporte esperança sobreo futuro.

Além da informação e esclarecimentos a todos os que individualmentenos procuram, sem exceção, privilegiamos, como é óbvio, a sua difusãocoletiva sempre com transparência e verdade, dentro da discussão eenvolvimento prévio dos Organismos Representativos do Trabalhadores(ORT), como ilustramos no quadro abaixo.

Perante os números expostos, temos consciência de estar a cumprircom superioridade esta nossa promessa/obrigação, conscientes de quenão podemos cair no ridículo de dizer: “A CTRA informa que nãotem informações a dar”.

RL – Na intervenção efetuada aquando do ato de posse, o Coordenadorda CTRA, entre outras palavras disse que “O que nos une é, sem dúvida,mais forte do que aquilo que nos separa, ou seja, os ENVC. Trabalhemosem conjunto.” Entretanto, em 15 de fevereiro passado, os três membroseleitos pela lista A apresentaram a sua demissão da CTRA, alegandodiscordarem do seu funcionamento e orientação seguidos pela maioria doórgão. Não sendo uma situação comum, coloca-se naturalmente a interrogação:todos, e em particular a maioria dos eleitos fizeram o esforço necessáriopara evitar esta situação, colocando os interesses dos trabalhadores e daEmpresa acima de questões menores e pessoais?

CTRA – Esta é uma questão muito delicada, e naturalmente, nãofugindo a ela, gostaríamos que não se especulasse mais ao redor doafastamento dos três eleitos da lista que perdeu as eleições, e tambémdos dois elementos suplentes dessa mesma lista, que se recusaram asubstituir os demissionários.

O que nos une é sem dúvida os ENVC. Foi por isso, que umpunhado de trabalhadores se disponibilizou para se submeter a sufrágiono dia 14 de abril de 2010.

Neste ano e meio de trabalho, pensamos ter contribuídodecididamente para o prestígio do órgão CTRA, granjeado ao longoda sua existência, após o 25 de abril de 1974. Temos consciência de

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ter contribuído decididamente, para o restabelecimento normal esaudável da relação de trabalho com os ORT, nomeadamente com osSindicatos e União dos Sindicatos, que ultrapassa a simples relaçãoinstitucional.

De facto, existe cooperação, colaboração e coordenação detrabalho, em várias frentes de combate, com benefício direto para ocoletivo de trabalhadores, preservando a diferença de cada ORT emantendo a personalidade específica de cada Instituição, sem apetênciade concorrência entre si, mas sim de complementaridade democrática.

Estes tempos têm sido inéditos e muito difíceis. Nem todos estãodispostos, ou conseguem resistir à dimensão da pressão de toda aordem a que temos estado submetidos. Todos somos seres humanose temos as nossas fragilidades. Não há imprescindíveis. E só faz faltaquem cá está.

Não temos vocação para desertar, e por isso, vamos continuarno nosso posto a trabalhar pela viabilização da Empresa e pelosinteresses dos trabalhadores dos ENVC, no seu coletivo, da melhorforma que soubermos e pudermos, com humildade para aprender oque não conhecemos, resistindo a lóbis, grupos de pressão ou deoutros interesses que não sejam os dos Trabalhadores ou da Empresa.

RL – Quanto à questão central e crucial que é a concretização de umPlano de Viabilização e Reestruturação dos ENVC, fomos assistindo amudança de Governo e mudanças de administrações na EMPORDEF e naEmpresa, mas em termos de Plano efetivo nada foi concretizado. Por outrolado, persistem problemas relacionados com o avanço das construçõesmilitares, o navio Atlântida está agora em Lisboa continuando sem compradorconhecido, e o navio Anticiclone está pré-fabricado a deteriorar-se e nemse fala nele! Que análise faz a CTRA destas questões, e como as temclarificado junto da administração e tutela, já que as soluções são deemergência para o futuro dos trabalhadores e dos ENVC?

CTRA – Nesta amálgama de questões colocadas, que efetivamentesão a face transparente de sucessivas administrações e seus acólitosmais diretos, que não souberam estar à altura do cargo que os váriosgovernos de há uns anos a esta parte lhe confiaram, e assim os casosque mencionam, Atlântida e Anticiclone, atraso das construçõesmilitares e agora os navios da Venezuela a acrescentar ao caso LoboMarinho, não são mais do que o resultado de más gestões, algumasprovavelmente a serem casos de polícia para as quais os Trabalhadoresdos ENVC em nada contribuíram.

Naturalmente temos denunciado estas situações, em várias frentese não só junto da Administração e da Tutela, mas também junto dospartidos políticos e de todos os grupos parlamentares.

Realmente aconteceram mudanças de Governo e de administrações,adiando mais uma vez decisões políticas importantes e ações de gestãodifíceis mas fundamentais ao futuro dos ENVC.

Os Estaleiros e os seus Trabalhadores resistem no seu posto detrabalho, com muita firmeza e determinação, disponíveis para ajudara “CONSOLIDAR E DEFENDER A EMPRESA”. Assistimos, impotentes,à semelhança do que acontece por todo o país, à destruição e delapidaçãodo nosso tecido produtivo, com incidência direta no custo da faturaque todos temos de pagar no futuro.

É incompreensível que, tendo os ENVC contratos com aMarinha Portuguesa para construções militares, estas não avancem,impelindo desta forma à inércia laboral, latente na nossa capacidadeprodutiva. Os trabalhadores reclamam trabalho e o País tem deproduzir.

Vezes sem conta diversas figuras e entidades anunciaram a vendado Ferry Atlântida. Quando em 19 e 20 de julho último estivemosna Assembleia da República, ao abordar este tema com os diversosGrupos Parlamentares, os Deputados afirmaram que este assuntoera um caso de polícia. A CTRA convidou os mesmos deputados acriarem condições para levar à cadeia os responsáveis por estasituação, que é uma vergonha nacional e quase destruiu os ENVC.Os valores do Atlântida e Anticiclone assim como a devolução àAtlânticoline de verbas consideráveis de dinheiro corresponde, nasua totalidade, a dezenas de milhões de euros, a que dificilmentequalquer empresa consegue resistir.

RL – Perante diversas declarações de responsáveis do Ministério daDefesa, estarão em estudo e eventual negociação diversas possibilidadesde viabilização dos ENVC, envolvendo empresas estrangeiras. Parece serde concluir, das várias declarações que vão sendo proferidas por essesresponsáveis, que seja qual for o plano a seguir implicará a redução depostos de trabalho como algo inevitável! Numa perspetiva realista, comoencara a CTRA esta possibilidade e como está preparada para um processonegocial se essa situação for incontornável?

CTRA – Podemos com garantia falar do passado, do presentefazemo-lo com muitas cautelas e responsabilidades. Do futuro quem sabe?

O que podemos garantir desde já aos trabalhadores é que nadaserá decidido com a nossa participação, nas suas costas.

Dos diversos contactos que temos mantido, oficiosamente foi-nosdito que os ENVC são viáveis e foram considerados estratégicos comoIndústria Naval Nacional.

Foi reafirmado também que a decisão a tomar é política, vai seranunciada ao mais alto nível do Governo, aponta a viabilização comoempresa de Construção Naval, incluindo a viabilização Financeira.

Pela voz do Eng.º Jorge Camões, foi dito que estão selecionadosdois parceiros. Vão trazer know-how, dinheiro e encomendas. A partirde 2012, vamos ter muitos navios para construir, e o efetivo derecursos humanos vai ser insuficiente. Precisamos de mais docas, parafazer face ao volume de trabalho que teremos em carteira.

A CTRA tem consciência que a nossa organização tem mais devinte anos. É a mesma organização de quando éramos 1800/1500Trabalhadores (hoje somos 673). As tecnologias evoluíram e o nívelmédio de escolaridade dos Trabalhadores também.

A CTRA e os ORT ao longo de mais de duas décadas vêm alertandopara a necessidade de reestruturação dos ENVC, e a necessidade deparcerias estratégicas que nos levem aos cinco continentes, pois nãodevemos estar sozinhos e isolados no universo internacional daconstrução e reparação naval.

Percebendo a necessidade de ajustamentos na estruturaorganizacional, não aceitamos despedimentos. A reestruturaçãotem que se fazer com os Trabalhadores, e não como foi anunciadobrutal e pomposamente no dia 20 de junho de 2011, pela Admi-nistração anterior, que é literalmente a mesma, com exclusão doPresidente. Também não vemos com bons olhos as parcerias versusprivatizações, que destrua a soberania que o Estado Portuguêsdetém sobre os ENVC.

Muito trabalho está por fazer, vamos criar condições para darcontinuidade à execução das tarefas assumidas, porque: … comoalguém dizia, basta saber a história à mistura com algo de geopolítica,geoestratégica, e sobretudo inteligência económica, - muita inteligênciaeconómica…

A CTRA aproveita a oportunidade para endereçar a todos ostrabalhadores e familiares votos de Boas Festas Natalícias.

Nota da Redação da Revista Roda do Leme:

Em relação a alguns comentários incluídos nas respostas da Comissão deTrabalhadores (CTRA), dirigidos à Redação da Roda do Leme, apresentamos asseguintes considerações:1. Esta entrevista enquadra-se no que vem sendo habitual há anos, de entrevistar o

coordenador da CTRA durante o mandato;2. Quanto à publicação de informações, recorde-se que a Revista Roda do Leme

apenas é editada duas vezes ao ano, podendo nalguns casos haver notícias quepercam atualidade e impacto, ou não se relacionem diretamente com a atividadedos ORT na Empresa, e por conseguinte não se publicam de acordo com o EstatutoEditorial da R.L.;

3. À referência de que não terá havido “…um acompanhamento jornalístico à CTRA…”,interessa referir que na preparação das edições da Revista, a Redação enviavaatravés de correio eletrónico solicitações de informação aos ORT, e normalmentea CTRA não respondia sequer à Redação;

4. Por outro lado, em matéria de canais de informação e comunicação, recordamosque desde o início do seu mandato a CTRA decidiu editar um Boletim Informativomensal, e privilegiar a comunicação/informação através dos órgãos da comunicaçãosocial (imprensa, rádio e TV);

5. Como conclusão, a redação da Revista Roda do Leme refuta as críticas que lhe são feitas,por estar consciente de ter mantido um tratamento normal e cordial com a CTRA.

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Mais três dezenas de colaboradores dosENVC viram validadas e certificadas assuas competências neste mês de dezembro.

A qualificação e a valorização dos Recursos Humanos sãoas variáveis determinantes para garantir a competitividade eo sucesso das empresas, mas também o reforço da confiança,da autoestima e da motivação dos seus colaboradores.

Somos tentados muitas vezes a fazer juízos do programa“Novas Oportunidades”. Temos aparentemente razões para ofazermos! – Mas quase sempre esquecemos a sua génese, omesmo que dizer, os seus fundamentos, a sua razão de existir,e não avaliamos apenas eventuais erros da sua aplicação.

Os ENVC têm sido ao longo de 67 anos não só umaentidade empregadora, mas também uma autêntica escola paraa vida dos homens e mulheres que nela trabalham e trabalharam.Ajudaram a construir navios, e construíram eles próprios asua carreira profissional, um padrão de comportamento coletivo,promotor e estimulador do espírito criativo e crítico, queaguçou princípios e valores universais, como a ética, a moral,a cidadania e a solidariedade. Criaram e dinamizaram redessociais, fortaleceram assim, o espírito associativo, fomentarama cultura, o desporto e a política, através de uma cidadania

ativa, na representação da comunidade, nas associações,movimentos sindicais e nos órgãos autárquicos.

Por isso, estamos certos que validar e certificar ascompetências de portugueses como estes é reconhecersocialmente projetos de vida muito nobres e ricos, semdesvalorizar, naturalmente, os outros reconhecidos através datrajetória normal dos ciclos escolares.

Com esse objetivo, a medida tem sido aplicada nacomunidade de trabalho dos ENVC com algum sucesso e, nocorrente mês, depois de um percurso formativo de cerca deseis meses, mais três dezenas de trabalhadores, depois deelaborarem as suas monografias, foram sujeitos a Júri nospassados dias 14 e 15 de dezembro e viram certificadas assuas competências ao nível do 9.º e 12.º ano de escolaridade.

Parabéns a todos eles! Reconhecemos a sua dedicação,esforço e sacrifícios para esse projeto, e que o seu exemplosirva de estímulo a outros colegas que podem ainda aderir aoprograma e aumentar também as suas competências e obteruma melhor qualificação.

Soluções Sim, Problemas Não…O compromisso num contexto de mudança organizacional!

Qualquer mudança num contexto de trabalho emorganizações onde não existe uma cultura competitiva e ondeatividades diárias se assemelham a tarefas penosas e rotineiras,exige um grande esforço e determinação de quem detém opoder de gerir e decidir.

A competitividade das Empresas numa economia e mercadoglobais, é o fator chave para a sua sobrevivência, por isso, ouidentificam os problemas, os resolvem e mudam, ousimplesmente acabam por ser “engolidas” pelos mercados.

Como se faz a mudança? É óbvio, com as pessoas. Apostarnelas e reforçar as suas competências para serem elas a chaveda mudança organizacional. Este tem sido o principal móbil

das várias ações que foram realizadas pela Empresa em espaçoOutdoor, designadas “Metodologias para a Resolução deProblemas”, dirigidas a pessoas que pelo cargo, posição ouestatuto, podem contagiar o ambiente interno e contribuirpara a mudança.

Na verdade o que se deseja é que cada um, seja o protagonistada mudança, capaz de diagnosticar e identificar os problemas/oportunidades, hierarquizá-los (construir Árvore de Problemas)e resolvê-los, implementando melhorias nas suas atividades,produzir resultados alinhados com os objetivos, planear econduzir reuniões eficazes com a sua equipa. Uma equipaenvolvida e participante apresenta soluções, NO PROBLEMS!

COM EXPRESSÕES DESTAS….

NO PROBLEMS

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Todos os trabalhadores que passaram pelos ENVC nas váriasprofissões e diversos níveis da organização, deixaram, mais ou menos,a sua marca no desenvolvimento da própria Empresa. Alguns, deixammarca mais distinta por determinadas características pessoais eprofissionais, e por funções executadas, que pela forma pedagógica deagir e interagir podem transformar-se numa referência para os demais.

Porque se enquadra nesse perfil, entendemos registar de formaglobal o percurso de Américo Faria Marques, com 60 anos a completarneste mês de dezembro, atual Técnico de Prevenção e Segurança, quena qualidade de formador nesta área ministrou importantesconhecimentos a centenas de trabalhadores durante anos, sendorelevantes para a proteção da integridade física e saúde dos mesmos.

Estamos a falar do mais antigo empregado da empresa nestemomento, que completou 45 anos ao serviço da mesma num percursointeressante. Foi admitido em 24 de outubro de 1966 para a SoldaduraElétrica, onde recebeu a sua formação específica, que foi sendoaperfeiçoada ao longo dos anos com diversos cursos e ações deformação, acompanhando a evolução técnica da atividade.

Fez um interregno entre 1972/1974 para cumprir o serviço militarobrigatório, que o haveria de levar à Guiné-Bissau, de onde regressou“carregado” de recordações e histórias que o acompanham até aosdias de hoje.

No regresso à Empresa, continuou com a sua profissão de soldador,e a partir de 1 de julho de 1978 exerceria essa atividade na Oficinade Encanamentos, de onde transitaria em 1 de abril de 1984 para oGabinete Técnico de Soldadura, e em dezembro do mesmo ano passoua Técnico de Controlo de Qualidade integrando a equipa do respetivogabinete.

Posteriormente, numa altura em que a empresa entendeu valorizara área da Segurança e Saúde no Trabalho, e em março de 1994 oAmérico Marques passaria para o Serviço de Segurança recebendo aformação adequada às novas funções que iria desempenhar. De entreos vários cursos e ações de formação específicas que foi recebendo,inclui a de formador, tornando-se o principal Formador da Empresanesta área da SHST.

Durante este longo percurso deu também o seu contributo àsorganizações representativas dos trabalhadores, sendo em momentosdistintos membro da Direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Vianado Castelo e membro da Comissão de Trabalhadores da Empresa.

Sendo um homem perseverante e com gosto pelo conhecimentodiversificado, acabaria por desenvolver também a vontade pela escrita,e ao longo dos últimos anos com regularidade colaborou com estaRevista, sobre temas da sua área de atividade profissional e outros deíndole cultural, como é o caso dos Roteiros de Viagem no Alto Minho,um dos quais publicado mais adiante nesta edição.

Um ser humano com as características do Américo Marques, osseus interesses e gostos particulares, o seu perfil profissional eexperiências vividas, são suficientes para que registemos as suas opiniõese sentimentos sobre esse percurso profissional e pessoal.

Roda do Leme – Considerando a tua data de aniversário, verificamosque a tua admissão na Empresa foi antes de completares os 15 anos, e aprimeira atividade foi na soldadura elétrica. Tão jovem ainda eras, comorecordas essa tua integração no mundo do trabalho, e nos ENVC emparticular?

Américo Marques – Esse longínquo dia foi vivido sob umaexpectativa que só eu consigo dimensionar, devido à grande ansiedadeque dominava a minha razão bastante juvenil. E, quando às 8 horas dodia 24 de outubro de 1966 entrei na Oficina chamada “Coreia” existentena época e ligada à Caldeiraria Pesada atual – fiquei a tremer de medo,perante o ”inferno pictórico” dos trabalhos a fogo para cortar e soldaras chapas – e também devido ao barulho que mordia, da maquinariae do intenso martelar de marretas, para sujeitar o teimoso aço.

RL – Até 1984 a tua atividade foi sempre ligada à soldadura,incluindo uma passagem pelo gabinete técnico dessa área. A evoluçãotecnológica da soldadura foi algo que te motivou, pela forma comoabordas o assunto quando é conversado. De forma sumária, diz-nos queevolução se verificou nessa atividade, que para a acompanhar terásrecebido diversa formação?

AM – A soldadura foi uma profissão que me obrigou a elevadaconcentração na execução de uma tarefa, assim como a ter que estarem boa forma física. Estas duas condições tinham que ser devidamenteconsideradas devido à importância de na época o aspeto visual dequalquer soldadura ser um dos requisitos de mais-valia para a obraacabada. Quando fosse sujeita à inspeção visual, pelos fiscais daconstrução.

Sobre a passagem pelo Gabinete de Soldadura, tenho a dizer queme proporcionou muito conhecimento, no que concerne como ligarcom qualidade os principais metais ou diversas ligas. Que exigemdiferentes consumíveis e métodos operativos apenas parecidos. O maiorbenefício para o meu desempenho e em especial para a Empresa proveiodo facto de poder conhecer (executando) outros processos de soldadura,em aplicação nos estaleiros da Setenave e no homónimo Galego deAstano. E ainda, por ter frequentado diversas ações demonstrativas,promovidas por empresas internacionais, com o objetivo de apresentaro que de mais moderno existia, em prol da união complexa dos metaisatravés de um arco elétrico, visível ou não.

Deve ser dito, para que a nossa empresa tivesse a oportunidadenesta área e não só, de ter conhecimento das inovações e aplicaçõestecnológicas, muito contribuiu o Eng. Fontinha. Pois era um entusiastainsatisfeito e com muito saber – sobre os avanços da soldadura etécnicas afins ao serviço da construção naval. Se mais não fez, éporque não havia vontade para investir e também devido a um certoconservadorismo (profissional) existente, que atrapalhava a irreversívelmudança. Que, mais tarde, se veio a impor com reais benefícios, paraexecutantes e para o produto final, como é o caso, da aplicação docobre junta de cerâmica, que resulta na chamada soldadura de umasó cara.

Américo Faria Marques45 Anos ao Serviço da Empresa

“Não semeei inimizades. Por conseguinte quandoterminar, será um partir sereno que me fará olhar bempara trás, para sossegar uma nostalgia que já me habita.E nunca, com uma ânsia de me afastar rapidamentede algo e de todos, como se estivesse a sair de ondenunca tenha entrado!”

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RL – A tua experiência e conhecimentos levaram a que durante cercade 10 anos integrasses o Gabinete de Controlo de Qualidade. Foi comcerteza, uma progressão na tua carreira profissional. Sentiste que haveriaum grau maior de exigência e conhecimentos como técnico desse gabinete?

AM – Trabalhar nesta área da Qualidade de um modo profissionalsustentado exigia, à partida, conhecimentos profissionais adquiridosno terreno. Posteriormente, havia que completar as competênciascom formação, relacionada com Ensaios não Destrutivos, tais como:Radiologia; Ultrassons; Magno fluxo; Líquidos Penetrantes (dye check),Dimensional. E ainda, sempre que possível, proceder ao tratamentoinformático de dados, inerentes aos relatórios das inspeções e respetivosprotocolos. Tarefa bem difícil para todos, devido ao fraco domínio do“teclado” do computador.

Porém, a função do Técnico de Controlo de Qualidade tinha etem com alguma frequência dificuldade para fazer cumprir os padrõesda qualidade – devido ao facto de trabalho apressado e perfeição secompletarem muito dificilmente. Assim como as condicionantes doconstrutor e as pretensões do cliente. Ou seja, apenas se aceitadeterminada percentagem de defeito no produto, porque Qualidadenão se baseia nunca no improviso. Sobre este propósito, alguém danossa Empresa há muitos anos disse um dia; “fazemos bem o que nãodevemos fazer e fazemos mal o que deveríamos fazer bem” creio queesta opinião mereceu e ainda merecerá não ser ignorada.

RL – Em 1994 virias a exercer funções de Técnico de Prevenção eSegurança integrando o Gabinete de Segurança, até aos dias de hoje. Deentre a diversa atividade desenvolvida neste setor, durante anos tens sidoo principal formador em matéria de prevenção e segurança no trabalho,tendo ministrado formação a centenas de trabalhadores. Parece-nos quegostas particularmente desta atividade pedagógica. Fala-nos um pouco destaexperiência.

AM – Quanto à questão sobre a atividade de Formador, eu repitoo que já afirmei em tempos à Roda do Leme; é um trabalho que fiz,faço e farei com espírito de missão aqui e em qualquer lugar. Mas nãome considero nem mais nem menos pedagogo ou especialmentedotado! Apenas sou um formador que desempenha com grande prazer,só isso.

Entendo que este meu sentir ou modo de estar, no que diz respeitoà função de transmitir conhecimento, tem na sua essência o fenómenodo relacionamento humano. Porque eu defendo que é no envolvimentodo Ensinar – Aprender que acontecem passos decisivos e importantes,para aproximar os indivíduos – e em comunhão coexistirem com assuas emoções básicas. Condição esta que considero nuclear, paraestimular a sociabilidade de um grupo, quiçá de um coletivo detrabalhadores. Em resumo, o que quero dizer é que um trabalhadorquando formando proporciona valioso subsídio para haver boas epromissoras relações humanas. Parâmetros categóricos em qualqueratividade ou dinâmica da sociedade.

RL – O teu percurso nos ENVC só seria interrompido para servir oExército na Guerra Colonial, o que te levou até à Guiné-Bissau. Das memóriasdesse período, gostarias de recordar algo em particular?

AM – É verdade, servi o Exército de Portugal, e como outrostantos milhares lá fui até aquela Terra vermelha que deixei molhadacom muitíssimo suor, porque o clima era desgraçadamente muitohúmido e quente.

Embora creia que a melhor maneira de não lembrar o diabo é falardele abertamente, para o banalizar… acho que apenas devo recordarfactos, que há muito tempo estão debaixo da alma – se interessam aoleitor. Que é o caso; e reporta-se aquele acontecimento que eu nomeiode dia da Restauração da Dignidade. Foi o 25 de abril! Vivi-o/ouvi-ono emissor militar, em plena selva Africana. Com muito grandeperplexidade, é certo, devido à minha ignorância.

RL – Foste dirigente sindical e também membro da Comissão deTrabalhadores, em determinada época. Como analisas essa tua experiênciae este tipo de participação, e compara com a realidade atual.

AM – Considero que foi uma experiência de pouco encanto,devido a situações melindrosas que na época aconteceram em diversasempresas do concelho e que tiveram desfecho bastante violento para

muitos trabalhadores. Recordo a então Empresa de Pesca, cujos naviosforam naufragando. Levando para o fundo muitas famílias e a economiaVianense. Que me parece nos tempos que correm continua sem bomporto à vista. Como tal, continua com condição de encalhar.

No tempo presente, as leis são diferentes, os procedimentos dosparceiros também. Devido a uma nova ordem (EU) estabelecida eainda, tendo em consideração o facto de haver cada vez maisdesemprego, haverá aritmeticamente cada vez mais pessoas com menosincentivo ou desmobilizadas, para dar corpo às nossas ações de rua,nas diversas localidades do país. E eu creio que quando protestamos,o número de participantes é referência bastante importante. Nãosendo necessário lembrar que é no mundo do trabalho em que ademocracia é bem menos democrática.

No que diz respeito à nossa atitude perante as lutas que temossido obrigados a travar na nossa Empresa afirmo que é muito gratificantepertencer a esta Gente, que não é inferior a muitos.

RL – Em termos pessoais tens diversos interesses lúdicos, sendo umdeles a escrita, e agradecemos a tua colaboração na Revista sempre quesolicitado. Gostas de escrever prosa sobre as tradições e património regionais,sobre diversos temas de atualidade, e gostas de escrever poesia mais doestilo quadra ou soneto. Qual destes estilos mais te agrada escrever? E comodescobriste este gosto pela escrita?

AM – Em prosa, porque provém da razão e é esta que faz a ponteentre a sensibilidade estética do leitor e o seu próprio retrato existencial.Quanto à poesia, resulta de um estado emocional. Ora superficial, oraprofundo e valha-nos Deus…a muitos nada dirá a quadra ou soneto.Apenas poderá dar-se o caso de o leitor descortinar um conforto parao seu estado de alma momentâneo.

Gostar de escrever tem origem no fundo do tempo da minhaexistência. E a resposta a quando, como e porquê é bem simples.Quando na idade de rapaz e já dominando a escrita – tinha o encargode escrever para os meus Manos, que à vez cumpriam o serviço militarem diversos quartéis do país e nas colónias. Mais tarde, como foramtrabalhar para França, lá continuei o escrivão da família. Ora, a minhaMãe dizia para eu lhes escrever – sem ditar a redação…então aí, eutinha que inventar as notícias. Criando deste modo uma terapia parame entreter e dialogar comigo. Em parte, idêntica ao jogo das cartas,do SuDoku, ou com a Playstation.

RL – Sabemos, é uma questão de tempo e irás terminar a tua carreirapassando à condição de reformado. Seria interessante sabermos o que irásguardar de essencial desta Empresa, ao nível humano e de eventuaisamizades. Por outro lado, que planos tens para este novo ciclo de vida comocidadão então reformado?

AM – Irei guardar tudo, pois sou uma pessoa que vive por inteiro.Não posso fazer “delete” ou renegar o que possa ter sido desconfortávele que está na minha mente durante todos estes anos. Se o fizesseestava a matar parte de mim. E corria o risco de pensar que me porteisempre na linha.

Não semeei inimizades. Por conseguinte, quando terminar, seráum partir sereno que me fará olhar bem para trás, para sossegar umanostalgia que já me habita. E nunca, com uma ânsia de me afastarrapidamente de algo e de todos, como se estivesse a sair de ondenunca tenha entrado!

Quando terminar o meu vínculo do trabalho, o que farei na roda,roda do dia a dia, será muito simples, preguiçar até cansar! Depoisfazer a sesta, até o sol nascer. De manhã após levantar, fazer bem acama. Da parte da tarde, treinar a mente para o dia seguinte.

Feliz Natal 2011!

“…é no envolvimento do Ensinar – Aprender, queacontecem passos decisivos e importantes, para aproximaros indivíduos – e em comunhão coexistirem com as suasemoções básicas. Condição esta que considero nuclear,para estimular a sociabilidade de um grupo, quiçá deum coletivo de trabalhadores.”

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Da Guitarra Portuguesa ao FadoHoje Património Imaterial da Humanidade!

A programação cultural do Grupo Desportivo continua amanter a sua orientação de abertura e atração ao público dacidade de Viana do Castelo, e que se confirmou nas noitesdos dias 15 e 16 de agosto de 2011, com a iniciativa designada“Noites da Guitarra Portuguesa” visando promover esteinstrumento e o Fado.

Realizado no Largo da Capela das Almas, cenário muitoadequado para este tipo de evento, manteve-se a tradição decultivar o gosto pelo Fado e de associar a iniciativa às Festasda Cidade. Registou-se a presença de diversas personalidadeslocais, entre as quais o Sr. Presidente da Câmara Municipal dacidade e a sua Vereadora da Cultura.

É relevante mencionar que o interesse e adesão do públicoa estes espetáculos tem vindo a aumentar gradualmente,como se constatou neste ano, o que confirma a justeza dacoletividade em continuar com a sua realização. E agora, temuma razão acrescida, já que o Fado foi declarado pela UNESCOPatrimónio Imaterial da Humanidade no passado dia 4 dedezembro.

A noite de 15 de agosto abriu com “Guitarradas”interpretado pelo Grupo Cordanza, composto por dois músicosportugueses e dois holandeses. Recorrendo aos instrumentosacústicos, misturavam sons numa espécie de dança das cordas,sendo esta a sua primeira atuação oficial. Na segunda parteda noite, atuou um grupo vianense já conhecido ”Viana CantaCoimbra”, interpretando canções de Coimbra tendo comoobjetivo principal trazer até nós o Fado de Coimbra, revivendodeste modo as tradições académicas.

Na segunda noite de 16 de agosto teve lugar a “GrandeNoite de Fado”. Interpretaram os Fadistas Rui Cunha, MariaJosé, Elsa Gomes, António Terra e ainda Fernanda Moreira.Foram acompanhados na Guitarra Portuguesa por FranciscoVieira, na Viola Dedilhada pelo Costa Pereira e o Henrique

Rabaçal no Baixo Acústico. Foram sem dúvida duas grandesnoites de Fado, excelentemente interpretado por ótimosfadistas e brilhantes músicos.

O GDCTENVC agradece a todas as entidades que apoiarameste acontecimento e que tornaram possível a realização domesmo: ENVC, MONTACO, SIGMA, HEMPEL, IDEAISSEGUROS, O2 TRATAMENTO E LIMPEZAS AMBIENTAIS,CÂMARA MUNICIPAL DE VIANA DO CASTELO e TWODESIGN.

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Procurando manter uma certa regularidade nas caminhadasde forma a transformar-se numa rotina saudável entre osassociados, a coletividade realizou mais três marchas,conseguindo fixar um grupo de corajosos caminheiros e iratraindo outros que engrossam a coluna.

Marcha na Serra d’Arga

Desde S. Lourenço da Montaria até à Arga de Baixo foi opercurso do dia 13 de agosto de 2011, que proporcionou na

subida visionar a bela paisagem ao longo do Rio Minho, a Vilade Caminha e algumas povoações, quer portuguesas, quer davizinha Galiza, conduzindo ao Alto do Espigueiro a 825 metrosde altitude. Por entre o imenso granito que caracteriza aregião, já na descida da Serra foi possível visitarem o Mosteirode S. João Batista, mais conhecido por Capela de S. João d’Arga.

Marcha à Senhora da Cabeça

No dia 13 de outubro passado, partindo da Abelheira acaminhada teria como destino a Sra. da Cabeça, em Freixieirode Soutelo. De destacar neste percurso a passagem peloabandonado Convento de S. Francisco do Monte, que foi umdos três primeiros conventos da Ordem Franciscana a serconstruído em Portugal, nos finais do século XIV. Prosseguindopor caminhos da Areosa, Carreço e Afife, local onde são bemvisíveis na paisagem vestígios do incêndio ocorrido no últimoverão. Como que a contrastar com esta última imagem algodesoladora, os caminheiros puderam apreciar os célebresgarranos de Outeiro. E acabariam por chegar à Capela da Sra.da Cabeça já acompanhados pela chuva e algum vento, condições

que eram previsíveis desde o início do dia.Quanto à Capela, refira-se que foi construída nos primeiros

anos do século XVIII, e entre outros aspetos da sua estrutura,possui uma característica impar na região que é a abertura devãos encimados por cruzes na parede posterior da capela-mor, e nos quais os romeiros introduzem a cabeça paracumprimento das suas promessas cumprindo assim essatradição.

Marcha no Monte de Santo Antão

Finalmente a 20 de novembro último teve lugar a últimamarcha, iniciando-se a jornada no centro de Caminha. Oscaminheiros introduziram-se na Mata do Camarido seguindoo caminho poente até à praia de Moledo, e nesta localidadeatravessaram a estrada nacional 13 para em seguida subiremao Monte do Castro, assim chamado devido à suposta existênciade um Castro nunca encontrado.

Aqui chegados, utilizando o cruzeiro existente comomiradouro, possibilitou ao grupo apreciar a bela panorâmicada costa atlântica de Caminha, o frondoso Pinhal do Camarido(mandado plantar por D. Dinis no início do século XIV), a Ilhaonde se situa o Forte da Ínsua, e toda a extensão do estuáriodo Rio Minho, e ainda o famoso Monte de Santa Tecla já emterritório da Galiza.

Depois de saciados e retemperados por esta belezaenvolvente, os caminheiros prosseguiram até ao ponto mais

alto do Monte de Santo Antão, onde se situa a Capela como mesmo nome. Aí, de outro miradouro puderam reapreciara beleza envolvente e interior da Vila de Caminha, onderegressariam pela freguesia de Vilarelho entrando pela “Portade Caminha” nas antigas muralhas da Vila.

Da Serra d’Arga ao Monte de Santo Antão

No passado dia 24 de julho realizou-se o 12º Concurso de Pesca Desportivade Mar organizado pela secção de pesca do Grupo Desportivo. Nesta iniciativaestiveram presentes cerca de 80 pescadores representando diversos clubes da zonanorte e também da Galiza.

Para além da competição em si, a prova decorreu em ambiente animado. Apóso final do Concurso, a iniciativa terminou com a entrega de prémios aos participantesque mais se destacaram na competição, que decorreu na sede Social, com a presençade todos os participantes e representantes dos clubes, e naturalmente parte dadireção da coletividade. Foi mais uma iniciativa da secção de pesca do GDCTENVC,que como habitualmente atraiu considerável número de equipas e participantes.

12º Concurso de Pesca Desportiva de Mar do GDCTENVC

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Festa de Natal 2011

Ao longo de mais de seis décadas, o Natal adquiriu especialsignificado para os filhos dos trabalhadores dos ENVC. Semdúvida que a sua simbologia fica mais expressa no espírito dascrianças, que todos os anos aguardam ansiosamente a suaFesta de Natal, onde lhes são distribuídos os presentes queirão tornar reais algumas das suas fantasias.

Este ano realizou-se na tarde do dia 18 de Dezembro econtou com a presença de numerosas crianças, que junto comos seus pais aguardavam expectantes a chegada do Pai Natal.Este é para os mais jovens um momento alto do programa,pois ficam curiosos em conhecer o seu meio de transporte,que vai variando ano após ano.

Apesar do contexto de dificuldades que o País, as Empresase os Portugueses atravessam, as crianças merecem viver estaquadra com alegria. É possível dar-lhes muito, com pouco.Mesmo com a contenção que os tempos exigem, não faltaramos chocolates, os rebuçados e os Palhaços para animarem afesta, que foram entusiasticamente aplaudidos pelas criançase adultos presentes.

No final realizou-se a distribuição dos brinquedos,terminando a festa com um lanche e o convívio entre todosos presentes.

Noite de S. MartinhoÀ semelhança dos anos anteriores, realizou-se no dia 11

de novembro, na sede Social do Grupo Desportivo e Culturaldos ENVC, a tradicional Noite de S. Martinho.

Os associados e amigos do GDCT compareceram emgrande número para celebrar um ritual antigo e relacionadocom o fim das colheitas. As castanhas e o vinho são osprotagonistas à mesa, mas o camarão, hoje em dia, tambémaparece como aperitivo.

A tradição não dispensa o ritmo da música popular, queesteve presente nos sons das concertinas dos “Amigos doGrupo”, que proporcionaram aos convivas uma noite de muitaalegria e boa disposição.

HomenagemAproxima-se o término do mandato da Direção do Grupo

Desportivo e Cultural dos ENVC, que em termos formaisocorrerá em março de 2012. Não poderíamos deixar dehomenagear neste Natal um associado, que depois de algumasdécadas dedicadas à causa associativa como membro desucessivas direções, sempre com funções de Diretor da SedeSocial do GDCTENVC, entendeu ser o momento adequadopara descansar e dedicar mais tempo à família.

Estamos obviamente a falar do Sr. Carlos Xavier, o “nosso”Xavier! – Um homem leal, dedicado, extremamentevoluntarioso, que muito contribuiu, com o seu trabalho, paraas magníficas condições que hoje todos podemos desfrutarna sede.

A direção considerou esta a data oportuna para manifestara gratidão pelo seu empenhamento e trabalho em prol doassociativismo e da comunidade de trabalho dos ENVC, numasimples, mas distinta homenagem.

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Mais recentemente, no dia 8 de dezembro, realizou-se a54ª Volta a Paranhos, contando com a participação de 1615atletas, incluindo alguns estrangeiros, que percorreram umadistância de 10 Kms, com partida e chegada ao antigo EstádioVidal Pinheiro, em Paranhos, e teve como vencedores no setormasculino os seguintes atletas:

- 1º Evans Kipelagat (Kénia) 00:29:23- 2º Rui Pedro Silva (Portugal) 00:29:31- 3º Nikolay Chavkin (Rússia) 00:29:52

No setor feminino, as três primeiras classificadas foram:

- 1ª Marisa Barros (Sport Lisboa e Benfica) 00:32:48- 2ª Mónica Simões (Maratona CP) 00:34:02- 3ª Andreia Santos (JOMA) 00:34:39

Esta prova foi um dos pontos altos das comemorações docentenário do Sport Comércio e Salgueiros.

"Senti-me sempre muito bem, mas acho que exagerei naparte inicial", afirmou Marisa Barros.

Por seu lado, Rui Pedro Silvaregressou à competição apósquase dois meses de umasuspensão imposta pela Fede-ração Portuguesa de Atletismo(FPA), devido ao facto de se terinscrito por dois clubes.

Rui Pedro Silva foi segundoclassificado, ficando a oitosegundos do vencedor, oqueniano Evans Kipelagat.

"Aos oito quilómetros, oqueniano fugiu-me. Nosúltimos 500 metros ainda encurtei espaço, mas já não fui atempo", explicou o atleta português.

Quanto à equipa de veteranos do GDCTENVC, participoucom três atletas obtendo as seguintes classificações:

- 592º Samuel Gomes – 00:45:25- 860º Manuel Pereira – 00:48:34- 1293º Fernando Pereira – 00:55:30

Meia Maratona de Ovar

A 5 de outubro de 2011 realizou-se a 23ª edição da MeiaMaratona de Ovar. Esteve uma manhã que parecia de prima-vera, as ruas cheias de atletas com um colorido em movimentodigno de uma prova internacional. Decorreu num percursoplano, com paisagens bonitas e com muito público a aplaudire bandas de música em todo o trajeto.

Foi uma prova rápida, pois o vencedor Sérgio Silva, campeãomundial de duatlo, que se estreou pelo Maratona Clube dePortugal, ganhou com 1:05:14. No setor feminino foi vencedoraa campeã europeia de corta-mato de 2010 Jessica Augusto,correndo como individual, com o tempo de 1:09:13. batendoo recorde da prova que pertencia a Fernanda Ribeiro, commais seis segundos, desde 1998.

O GDCTENVC esteve presente nesta prova com 4 atletas,num total de 4.000 participantes de todo o país e estrangeiro,em representação de 120 equipas.

Os atletas do Grupo Desportivo obtiveram uma boaclassificação, considerando que são do escalão de veteranos,ocupando as seguintes posições:

- Samuel Gomes em 929.º lugar- Manuel Pereira em 1305.º- Cândido Pita em 1306.º- Lauro Martins em 1461.º.

Classificações dos três primeiros lugares foram:

Masculinos1.º Sérgio Silva – Maratona Clube de Portugal, com o tempo

de 1:05:132.º Bruno Jesus – Clube de Atletismo da Maia, com 1:05:213.º Leonel Fernandes – Clube de Campismo S.J., com 1:06:16Femininos1.ª Jessica Augusto – Nike, com tempo de 1:09:132.ª Maria Barros – S. L. Benfica, com 1:12:053.ª Amália Rosa – Maratona Clube de Portugal, com 1:14:51

Futebol de 7 – 1º Lugar em Vila FrancaNos meses de julho e agosto o GDCTENVC participou

em mais duas competições de futebol de 7.Uma organizada pela Associação Desportiva de Barroselas,

em que a nossa equipa representou condignamente acoletividade demonstrando empenho e dedicação.

Por outro lado, no 3.º Encontro de Coletividades organizadopela Associação Cultural e Recreativa de Vila Franca, a equipado GDCTENVC foi a primeira classificada. Dignificando onome da coletividade, recebendo naturalmente osagradecimentos da Direção.

54.ª Volta a Paranhos

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Segurança, higiene e saúde no trabalho

Ação Sindical nos ENVC

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Publicamos em seguida notícias recebidas da estrutura sindical da Empresa, que diretamente são do interesse dos trabalhadoresdos ENVC.

Eleições no Sindicato dos Metalúrgicos

Realizaram-se, nos passados dias 14 e 15 de outubro,eleições no STIMMDVC, para o quadriénio 2011 – 2015,cujo Programa de Ação apresentado aos trabalhadoresse propõe “Defender os postos de trabalho” – “Defendera contratação” – “Valorizar os salários”.

O ato eleitoral para qualquer Sindicato é sempre ummomento alto na vida dessa associação, mas é aindamais e duma forma especial �nos tempos que vivemos,onde a insegurança no emprego, a retirada de direitos,a diminuição dos salários e o ataque à contratação entreoutros, são objetivos declarados do neo-liberalismoreinante e do capital sem rosto que, no nosso país emparticular, se prepara para empobrecer abruptamentea classe média, os trabalhadores e o povo em geral.

�O STIMMDVC esteve e estará sempre na linha dafrente da luta dos trabalhadores, na defesa dos seuspostos de trabalho. Hoje como ontem, procuraremosmanter o prestígio e o respeito que ao longo dos anosgranjeámos perante os trabalhadores.

A presente Direção reforçou-se com a entrada dequatro novos dirigentes dos Estaleiros Navais de Vianado Castelo, três deles pela primeira vez. Assim, vaicontinuar esta grande empresa como mola impul-sionadora do Movimento Sindical do Distrito de Vianado Castelo.

O� Sindicato� e� os� Órgãos Representativos dosTrabalhadores dos ENVC

Numa estreita ligação com os Órgãos Representativos dosTrabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, OSindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos do Distrito de Vianado Castelo, tem desde a primeira hora acompanhado a lutados trabalhadores dos ENVC, contra o despedimento de 380dos seus trabalhadores. Numa atitude sem precedentes eausente de todos os princípios de ética e do bom relacionamentolaboral a Administração da Empresa, no dia 20 de junho passado,anunciou com pompa e circunstancia num luxuoso hotel deViana do Castelo, o despedimento de mais de metade dostrabalhadores dos ENVC. ……. INQUALIFICÁVEL.

Desde então e até hoje, muito já se caminhou e, a esperançanuma solução definitiva e duradoira para os ENVC, os seustrabalhadores, a cidade e a indústria naval em Portugal, reforçou-se, �estamos certos de que os ENVC vão continuar a construirnavios, por muitos e longos anos, através das gerações.

A redação da Revista solicita aos organismos representativos dostrabalhadores informações sobre atividades que tenham desenvolvidodirecionadas para os trabalhadores. No caso dos RTSHST enviaram-nos a informação legislativa que a seguir se publica.

O órgão representativo dos trabalhadores para a Segurança,Higiene e Saúde no Trabalho entende oportuno divulgar nestaRoda do Leme a seguinte informação enquadrada na legislação:

Segurança, higiene e saúde no trabalhoArtigo 272.º

Princípios gerais1 - O trabalhador tem direito à prestação de trabalho em

condições de segurança, higiene e saúde asseguradas peloempregador.

2 - O empregador é obrigado a organizar as atividades desegurança, higiene e saúde no trabalho que visem aprevenção de riscos profissionais e a promoção da saúdedo trabalhador.

3 - A execução de medidasem todas as fases daatividade da empresa,destinadas a assegurara segurança e saúde notrabalho, assenta nos seguintes princípios de prevenção:

a) Planificação e organização da prevenção de riscosprofissionais;

b) Eliminação dos fatores de risco e de acidente;

Tenha sempre presente:

Trabalhador seguro e saudável produz mais e melhor.

Este órgão representativo dos trabalhadores deseja a todosos seus colaboradores e família votos de Boas Festas e um FelizAno Novo.

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Viagens de Culto(Roteiro IV)Américo Marques

“Oh abismo da lonjura / Reflexos de pedraria! / Porqueparti à procura daquilo que não havia? / Era aqui, aqui somenteque devia ter ficado / Afife de toda a gente / Que baila e cantaa meu lado!”

Ao começar este texto de modo poético, descortina-seo Roteiro seguinte – através destas rimas generosas e simples,da inspiração de Pedro Homem de Melo, que sem ter nascidonesta freguesia a amava e cantava em todo espaço e a todoo tempo.

Como não há bela sem senão, o viajante tem que ter emconsideração que ao visitar Afife estará sujeito a um sobe edesce constante. O que o obriga a ter as dobradiças ósseasem bom estado, para evitar entorses arreliadoras – já quemúsculos sem treino apenas condicionam no momento emque cansam. E o recurso a um veículo de quatro rodas não seaconselha, devido ao perfil estreito de alguns arruamentosque no passado não distante, eram simples caminhos.

Para já e agora, o viajante aguarda saber a origem do nomeAfife. Assim se chama (de acordo com uma das lendas) devidoao vocábulo latino Aff-hifas para nomear “sopa de cabelos”que mercenários romanos visionaram, nas águas do rio nomomento de matar a sede. Agora esteja atento viajante, a esterio (mas por outro motivo) bem vivo e serpenteante, queenleia e incentiva para uma corrida até ao mar. Recebendo ovencedor como prémio, carícias da areia macia e limpa, e acompanhia de dunas aconchegantes – filhas de praias tãofascinantes que até têm um Forte a fazer-lhes guarda. Só queo viajante não poderá fazer corridinha, com a corrente até àfoz porque o seu leito passa entre terras de fruta e grão –grão que ajuda a moer com o ímpeto da sua pressa, aomovimentar diversos moinhos. Diga-se entretanto, que estaTerra não cheira a sopas ou caldo de pelos ou cabelos! Antestem cheiros de pinhas misturados com vapores frescos demaresia rica em iodo.

Por conseguinte, depois destas palavras de “empurrão” oviajante seguirá de sul para norte; dando a sequência direcionaldo Roteiro III, que terminou na praia de Carrêço. Então, tendoem consideração que o viajante tem o hábito arrojado de vero nascer do dia, aconselha-se como ação primeira, ir para pertodas terras de Âncora, para observar retalhos bem capazes depertencerem ao anteontem deste Povo – neste caso, o sítiofica na zona em que a estrada faz curva e do lado esquerdo. Aíencontra-se a Mamoa da Eireira, que sendo do tipo dólmen,tem num dos esteios uma gravura rupestre, que se assemelhaa uma forma esquelética, se parecendo bastante com um lagarto,com tamanho avantajado. No retorno via nascente, vá indo eachando edificações castrejas de diferente geometria e comáreas poupadinhas. Ah, antes de se pôr a andar, deve o viajanteter um vasilhame para se ir abastecendo de água (muito digestiva)nas muitas fontes que se encontram na cercania dos caminhos– onde acontecia a passagem de animais e pessoas. Sendo afonte do Pinxo a mais solicitada e existe no lugar da Bandeira,juntinho da capela de nome Senhora do Alívio.

Se o viajante optar inicialmente por recolher estímulosmais humanos e naturais, recomenda-se que se ponha a jeitopara gozar uma noite social e cultural no Casino Afifense, ena manhã seguinte ir desfrutar dos murmúrios da floresta –que poderão ser da folhagem ondulante, ou então cantaresmelodiosos entrecortados, provenientes das gargantas depassaritos que desafiam as cigarras a trabalhar, pois cantartambém é laborar! E, poderá ainda escutar, quiçá com menosencanto, os sons graves de pegas, corvos e gaios – que porserem muito atrevidos no rapinanço, obriga-os a voar emconstante vai e vem a rondar quintais à espera da melhoroportunidade. Deste modo, estes passarões poderão dar pistasao viajante, no caso de ter necessidade de se situar no terreno.

Enquanto vai ouvindo e andando – o viajante deve descobrirpara conforto do olhar e registo fotográfico, um ponto deáguas fugitivas – que de tão apressadinhas se oxigenam tanto,que ficam da cor do céu, e cansadas se acalmam. Criandodeste modo a condição apelativa para um mergulho no PoçoAzul – que se localiza nas cercanias do Convento de S. Joãode Cabanas. Pertenceu este mosteiro à ordem Beneditina. Oestilo da construção é maneirista e desde a sua fundação noséculo XIII, sofreu alterações nas centúrias de XIV e XVII. Noentanto, o viajante apenas pode observar o seu aspeto exterior,já quanto ao resto, a imaginação terá que o desenhar. Porém,o momento religioso será mais envolvente se decidir subir aoMonte de Santo António. Após gozar a paisagem pintada pelacor verde citrino dos campos e o tom azul do mar, bordadocom a espuma branca das ondas – que tenha o viajante amotivação para entrar na Capela com o mesmo nome. Paraaí conversando em silêncio com o Santo residente, recebergraças e ter boa sorte na caminhada da vida. Cuja rota nãocabe aqui.

O importante, será o viajante ultrapassar-se, em benefícioduma vivência onde a aventura seja muito mais sobrante quea vida. Basta em parte, que procure desfrutar das singularidadesartificiais e naturais, referidas e por referir, existentes empovoados e comunidades como esta – que são poetizadas,têm conventos e santidades para todas as devoções. Comotambém têm praias lentas e mornas, e ainda lendas e mitosque preenchem de modo lúdico a descrição sobre factos eacontecimentos – perdidos na morosidade do tempo. Tempoque os Afifenses ocupam bem! Porque são briosos! Provam-no, não permitindo que outros lhes cantem melhor as “Rosinhas” e dancem com mais vigor e harmonia o Vira Minhoto.É este entusiasmo e condizente alegria, o alimento que lhessustenta o modo e caracteriza a alma, que partilham com oviajante risos e sorrisos – que lhe servirá de alavanca, paraseguir roteiros não apenas de agrado fácil, mas também quedesafie e desencadeie novas emoções e confronte opçõesestéticas, que por vezes distam um abraço, de quem gosta dese encontrar. Pois quem se encontra, vive! Mesmo que odestino imediato do viajante tenha a dimensão de uma centelha.

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No passado dia 13 de dezembro, ocorreu o 25.º aniversárioda morte do Dr. Luís Martins Lacerda. Começam a ser poucos osque ainda o recordam e que, por esta ou aquela razão, com eleprivaram.

Porém, queremos relembrar hoje aquele que foi dos grandesGestores dos ENVC. E, sobretudo, a pessoa que detinha um fortesentido humanista e que, nos bons e maus momentos, soubedialogar com os seus trabalhadores.

Primeiro como Gerente, mais tarde como AdministradorDelegado, depois como acionista e, por fim, como Presidente doConselho de Administração, após a nacionalização da Empresa em1/09/1976. Registe-se a forma digna como aceitou o processo denacionalização e se adaptou à transição, num contexto políticodifícil, naquela época, atitude própria de um Homem Bom.

É assim que o queremos lembrar nesta data: como um HomemBom. Um Gestor que sabendo colocar em primeiro lugar ossuperiores interesses da organização, respeitou, de forma exemplar,os direitos de todos. Salientamos, entre muitos, dois aspetos aosquais dava extrema atenção: a segurança e a saúde dos trabalhadores!

Foi a pensar neles, numa época de alguma prosperidade, queinstituiu diversas regalias sociais, algumas das quais ainda perduram,como, por exemplo, o Fundo de Pensões, o complemento daspensões de reforma, já que, segundo sua opinião, os valores daSegurança Social eram, na época, muito baixas e não garantiam umde fim de vida com dignidade às pessoas.

Sobre o Homem e o Gestor muito já foi dito noutras ocasiões.Por agora, queremos apenas recordá-lo e prestar-lhe singela, massentida homenagem.

Até sempre, Dr. Luís Lacerda!

Reformaram-se

Nuno Manuel Soares Ribeiro55 Anos – Verificador de Produtos Adquiridos,39 Anos de Empresa.Reformado em agosto de 2011

António Amorim Oliveira65 Anos – Montador de Const. Metálicas Pesadas,31 Anos de Empresa.Reformado em agosto de 2011

Eugénio Soares Coelho Parente57 Anos – Montador Construções Metálicas Pesadas,34 Anos de Empresa.Reformado em agosto de 2011

Silvestre Gonçalves Pires57 Anos – Serralheiro de Tubos,34 Anos de Empresa.Reformado em agosto de 2011

António Carvalhosa Pereira58 Anos – Serralheiro Mecânico,30 Anos de Empresa.Reformado em setembro de 2011

Greminio António Oliveira Castro59 Anos – Condutor de Maquinas de Elevação e Transporte,34 Anos de Empresa.Reformado em julho de 2011

Manuel Augusto Costa Pereira54 Anos – Técnico Fabril,35 Anos de Empresa.Reformado em julho de 2011

José Faria Loureiro53 Anos – Serralheiro de Tubos,35 Anos de Empresa.Reformado em setembro de 2011

João Manuel C. Correia Viana55 Anos – Montador Construções Metálicas Pesadas,37 Anos de Empresa.Reformado em setembro de 2011

João Luís Soares Martins61 Anos – Arquivista Técnico,37 Anos de Empresa.Reformado setembro de 2011

Carlos Alberto Gonçalves Borlido59 Anos – Raspador – Picador,34 Anos de Empresa.Reformado em setembro de 2011

António Martins Fernandes Iglesias62 Anos – Prof. Engenharia,22 Anos de Empresa.Reformado em setembro de 2011

Fernando Lima Pinto60 Anos – Motorista de Pesados,34 Anos de Empresa.Reformado em outubro de 2011

Manuel Araújo Parente57 Anos – Serralheiro Civil,40 Anos de Empresa.Reformado em outubro de 2011

Carlos Manuel Sousa Martins Glória58 Anos – Bombeiro Naval,31 Anos de EmpresaReformado em outubro de 2011

António Oliveira Gomes56 Anos – Serralheiro de Ferramentas,35 Anos de Empresa.Reformado em outubro de 2011

José Evaristo Borlido Guimarães57 Anos – Técnico Fabril,40 Anos de Empresa.Reformado em novembro de 2011

Américo Faria Marques60 Anos – Técnico de Prevenção,45 Anos de Empresa.Reformado em dezembro de 2011

Paulo Vieira da Silva, de 56 anos de idade, Operário de Limpezas Industriais, com 38 anos de Empresa, faleceu no dia 22 de outubro de 2011,data em que se encontrava com baixa médica por doença que o levou a internamento hospitalar no início daquele mês. À família enlutada, aredação do Roda do Leme endereça as mais sentidas condolências.

Faleceu

Angelino Soares Fernandes Castro55 Anos – Serralheiro de Tubos,38 Anos de Empresa.Reformado em dezembro de 2011

HomenagemDr. Luís Lacerda deixou-nos há 25 Anos!

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Poema dedicado aos ENVC, da autoria de João Rui de Sousa. Foi publicado na obra “VIANA a várias vozes”, coordenação do CentroCultural do Alto Minho, edição da Câmara Municipal de Viana do Castelo, 2009.

Trabalhadores dos ENVC abandonam a Empresa depois de uma jornada de trabalho. Quadro de Salvador Vieira, inseridona obra “Salvador Vieira: traços do homem e do artista”, edição da ALERT Life Sciences Computing, 2011

os portos só serão tocados no futuro.Importa, hoje - com minúcia, mas tambémcom o necessário fulgor -tornar patentes os porões e as gáveas,as vigias e as escotilhas(sem esquecer, claro está,essa parte incisiva que é o leme).

Já se desenham a ponte de comandoe o convés. Já se descortinamos beliches e os portalós.Ou seja, esse ser vai estuando e vaitomando forma, esse ser respirae já por ele circula um sangue quente.

Tal vulto desperta, mas também estremecesó de imaginar os frémitos (as surpresas)do seu destino: o de visionar, em milhase milhas não de acaso, ilhas e costas e faróis;o de sacudir-se com os encontrões do mar;e o de tremer quando as hélices quebramou quando o nevoeiro se excedena sua turvação.

Em tarefa de nervos e rigor,em milagre de esforço e precisão,eis que (da popa à proa, do cinzentodos cascos à nitidez do fio das amuradas)algo está pronto e seguirá em frente– na vastidão das brisas e das águas.

João Rui de Sousa

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