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[email protected] ou ligue para 11 99832 3766 Revista AutoBus www.revistaautobus.com.br “Mobilidade inteligente se conquista com ônibus inteligente” Edição 222 - 20 de abril 2016 www.revistaautobus.com.br Rio se prepara para ter o BRT com maior demanda de passageiros do mundo Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP https://www.facebook.com/pages/Revista-AutoBus/723249597767433?fref=ts Agora você pode acompanhar a revista AutoBus no Facebook Caio fornece articulados para Aracajú O futuro corredor expresso para ônibus do Rio de Janeiro poderá ser considera- do o de maior demanda de passageiros do mundo. O Transbrasil, um dos quatro sistemas de BRT (Trânsito Rápido de Ônibus) que a capital fluminense formou para sua rede de mobilidade urbana, está em fase de implantação. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, várias frentes de trabalho estão em anda- mento, como a construção e alargamento de viadutos e da colocação do pavi- mento rígido (concreto). Ainda fazem parte do projeto, a construção de mais de 30 mil metros quadrados de pontes e viadutos e o alargamento das pistas late- rais da Avenida Brasil entre os bairros de Irajá e Guadalupe. O corredor terá 28 quilômetros de extensão, ligando o bairro de Deodoro ao centro da capital fluminense, passando pela Avenida Presidente Vargas. Na pri- meira etapa das obras, correspondente a 23 quilômetros, serão investidos cerca de R$ 1,4 bilhão. Finalizado, o sistema contará com 20 estações, 17 passarelas e sete terminais (previstos), com conexões aos corredores Transcarioca (Barra da Tijuca/Aeroporto Internacional) e Transolímpica (Recreio dos Bandeirantes/ Deodoro) e a integração com o metrô e o trem. Obras do corredor Transbrasil na interligação com o sistema Transcarioca Foto - Secretaria Municipal de Obras RJ Para a indústria nacional do ônibus, o futuro sistema será uma grande oportunidade de negócios veículos com alta capacidade Foto - Volvo Bus LA A nova geração da carroçaria Millenni- um, produzida pela encarroçadora Caio, já pode ser vista rodando na capital sergipana Aracaju. Construído na ver- são articulada, o modelo tem 18,60 me- tros de comprimento e capacidade para 122 passageiros. Ao todo são 10 unidades, fornecidas para a Viação Atalaia, que contam com sistema de conexão de interne via Wi-fi, GPS, sistema eletrônico de bilhetagem e câmeras de segurança. Os veículos já estão em operação pe- las ruas da cidade. Foto - Ana Licia Menezes Neobus exporta seu rodoviário para o Chile A encarroçadora gaúcha Neobus produziu recentemente seis unidades de seu modelo de carroçaria rodoviária New Road 380 para a operadora chilena EME Bus. O destaque fica por conta da configuração e tecnologia utilizadas nos veí- culos para a promoção de maior conforto e segurança. Os novos ônibus contam chassis Scania K400 (6x2) equipados com um pacote tecnológico bem interessante e diferenciado. São componentes que aumentam a segurança operacional para motorista e passageiros, como o Lane Departure Warning (LDW), que avisa o condutor se o ônibus estiver saindo da pista, o A- daptive Cruise Control (ACC), que auxilia na manutenção da distância em rela- ção ao veículo à frente, e a função Advanced Emergency Breaking (AEB), um sistema de frenagem de emergência que evita colisão frontal. Na prática, os re- cursos funcionam assim: o AEB é um sistema de frenagem de emergência, aler- tando o motorista do risco de colisão frontal em relação a um veículo em movi- mento ou parado à frente. A tecnologia faz soar um alarme visual e sonoro para alertar do risco de colisão, e caso o motorista não reaja o banco vibra e a veloci- dade do ônibus é reduzida automaticamente. Se esses alertas não forem o sufi- ciente, os freios são acionados com a diminuição progressiva de velocidade de 10km/h por segundo. Ele é ativado em velocidades acima dos 15km/h. Já o LDW, também conhecido como sensor de advertência de saída de pista, avisa o condutor, por meio de um sistema de vibração no banco, caso o veículo esteja na iminência de atravessar involuntariamente a faixa da pista. A função é ativa- da a partir de 60km/h. E o ACC, ou controle de cruzeiro adaptável, representa uma comodidade na condução, auxiliando o profissional a manter-se a uma de- terminada distância/intervalo de tempo do carro à frente. Essa distância pode ser configurada pelo motorista. A carroçaria New Road tem 14 metros de comprimento e conta com 48 lugares poltronas semi-leito em couro marrom, com tomadas USB e tomadas para note- book, monitores de TV, assoalho imitando madeira, controles individuais de som, frigobar, ar-condicionado e calefação, câmera de ré e camarote (espaço para o motorista descansar, em um colchão, com telefone, ar-condicionado e calefação). O Chile foi o primeiro país na América Latina a receber uma frota de ônibus equipada com o Pacote de Segurança Ativa da Scania, que é disponibilizado co- mo standard naquele mercado. Alta tecnologia para promover viagens mais seguras Fotos - André Kloss/Neobus Transporte de Pelotas renova sua frota com Comil Após concluir seu processo de lici- tação do transporte coletivo, a cida- de gaúcha de Pelotas terá uma reno- vação de seus ônibus urbanos. Para isso, a Comil Ônibus irá fornecer 77 novos veículos, todos com carroçari- as do modelo Svelto sobre chassis Agrale, Mercedes-Benz, Volkswagen e Volvo. Ao todo, cinco operadoras da cida- de adquiriram as carroçarias, que contam com elevador situado na se- gunda porta e poltronas estofadas com encosto alto. Chama a atenção o volume bem expressivo de usuários do futuro corredor. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, há uma expectativa de que sejam atendidos 820 mil passageiros por dia, aspecto que exigirá total atenção por par- te dos gestores do sistema. O número de ônibus a ser operado não foi informado, mas com toda certeza deverão ser utilizados veículos com alta capacidade de transporte, como os biarticulados, significando uma excelente oportunidade para que as montadoras brasileiras, que possuem em seus portfólios versões capazes de levar mais de 200 passageiros por viagem, possam realizar seus negócios. As encarroçadoras brasileiras e as fabricantes de componentes também poderão se beneficiar com o futuro corredor, que terá conclusão em 2017. Com mais esse projeto o Rio de Janeiro terá 155 quilômetros de corredores rá- pidos para ônibus, interligando a cidade com um modelo de transporte com alta performance, permitindo uma mobilidade mais inteligente e sustentável. Um novo sistema de armazenagem de energia Sabemos que a eletricidade é proveitosa para alcançarmos um ambiente urbano limpo e de qualidade. Nesse sentido, adotar um transporte público eletrificado é essencial para o nosso futuro. Entretanto, o maior desafio da indústria de ônibus elétrico que independe da rede aérea é o desenvolvimento de um sistema de armazenagem de energia (que geralmente é composto por baterias) eficiente e viável economicamente. Dentre o que se encontra disponível no mercado, a bateria de lítio é a resposta imediata aplicada em muitos projetos pelo mundo. Em comparação com a tradicional bate- ria, de chumbo ácida, essa alternativa tem se destacado no mercado com sua via- bilidade técnica, mas com a desvantagem de ter um custo mais alto. Uma alternativa, ainda para o futuro, se apresenta como tendência. Denomina- da de ultracapacitor, a tecnologia tem a capacidade de armazenar energia elétri- ca por efeito eletroestático, com grande potência para cargas e descargas, com ciclo de vida muito alto em relação à bateria de lítio (alguns fabricantes da tec- nologia dão garantia de até 10 anos para seu produto). Antonio Vicente de Albu- querque, engenheiro eletrônico com grande experiência na produção de veículos elétricos, especialmente o trólebus, destaca a vantagem da durabilidade do com- ponente e sua possibilidade de uso flexível. “Pode-se utilizar os ultracapacitores em substituição das baterias, recarregando-os rapidamente (20 a 30 segundos) em pontos de passageiros, que deverão contar com uma estação elétrica. O engenheiro informa que estações de recargas têm projeto especial (patenteado) para não sobrecarregar a rede convencional de distribuição elétri- ca, e em tudo se assemelham às subestações que alimentam prédios ou shopping centers. O ônibus também pode contar com o sistema regenerativo dos freios, aquele que transforma o calor das frenagens em eletricidade, servindo de com- bustível à operação. Porém, as desvantagens também se fazem presentes nesse novo elemento, co- mo sua a autonomia, que permite uma operação de no máximo dois quilômetros, o que exige as estações de recargas implantadas em um corredor de ônibus, e o seu custo, beirando a casa dos US$ 50 mil para a tração de um ônibus convencio- nal com 13 metros de comprimento. Em se tratando do alto valor, há uma pro- pensão para a redução de seu preço ao longo dos anos, em virtude do ganho de escala em sua produção. “Quando essa tecnologia foi iniciada, há cerca de seis anos, a voltagem básica das células era de 2,5 volts. Hoje já existem células de 3 volts e a indústria mundial está trabalhando no desenvolvimento para aumentar essa capacidade para 5 volts. Isso significa que a autonomia do veículo poderá ser aumentada, ou seja, alcançando seis quilômetros, o que permitirá operar na maioria das linhas de São Paulo, por exemplo, com apenas duas recargas inter- mediárias”, explicou José Carlos Argolo, diretor da Divisão Smart Power da em- presa Tecsys, parceira do projeto do ônibus. Ainda, segundo ele, em relação aos custos, pode-se dizer que nos últimos três anos já caíram cerca de 50%, e que vão continuar caindo à medida que o uso desses componentes aumente. No Brasil, a ideia de ônibus elétrico com a tecnologia do ultracapacitor foi de- senvolvida por Antonio Vicente e seus parceiros. O projeto do veículo e da esta- ção de recarga já é real. “Infelizmente, nosso investimento foi bem exíguo. Arre- matamos um antigo trólebus e o reformamos para receber todos os equipamen- tos necessários objetivando mostrar a viabilidade do conceito dos ultracapacito- res e do sistema de recarga”, disse. Ainda, segundo o engenheiro, é possível fo- mentar a indústria brasileira com a aplicação de uma tecnologia bem avançada. “Os ultracapacitores são importados, ainda, mas o restante dos componentes po- dem ser de origem brasileira”, finalizou. A defesa ao novo sistema de armazenamento aconteceu há poucos dias, duran- te a reunião do Grupo de Trabalho de Ônibus Elétrico da UITP América Latina, no Instituto de Engenharia, em São Paulo. Divulgação/Comil Ônibus Cidades paulistas com novos ônibus Marcopolo As cidades paulistas de Mogi das Cru- zes e São Vicente irão renovar suas fro- tas de ônibus urbanos. Os 40 novos ôni- bus, todos com carroçarias da Marcopo- lo, modelo Torino, foram adquiridos pe- las operadoras Empresa Princesa do Norte, com 18 unidades sobre chassis Mercedes-Benz, e Viação Piracicabana, com 22 unidades também com chassis Mercedes-Benz. De acordo com a Marcopolo, seu mo- delo de carroçaria foi concebido para oferecer conforto e segurança para os passageiros, menores custos operacio- nal e de manutenção para o operador, além de mais ergonomia e praticidade para motorista e cobrador. As carroçari- as da Viação Piracicabana possuem 11,32 metros de comprimento e 30 pol- tronas. Já para a Princesa do Norte, o Torino tem 12,70 metros e 42 poltro- nas. Foto - Marco Manoel Lopes Nova dimensão de pneu BFGoodrich® Caracterizado por ser um pneu que pode ser utiliza- do em várias posições, o modelo 275/80 R22.5 ST250 chega ao mercado nacional trazendo a nova dimensão, lhe conferindo bom controle do veículo nas estradas de uso regional e rodoviário. Sua fabri- cante, a marca BFGoodrich®, destaca um bom nível de desgaste do produto, mais uniforme, aderência em solo seco e molhado, dirigibilidade e controle do veículo, recapabilidade da carcaça e resistência a a- gressões e picotamentos. De acordo com a diretoria da Michelin, proprietária da BFGoodrich, os primeiros pneus foram lançados há quase um ano e já conquistaram uma boa partici- pação de mercado, com uma resposta bem positiva quanto à expectativa dos clientes e na conquista de novos clientes. Foto - Divulgação Antonio Vicente quer expandir a tecnologia dos ultracapacitores no transporte brasileiro Foto - Divulgação “O Transbrasil será um dos corredores de maior densidade de passageiros do mundo, o que vai colocar o Rio de Janeiro como referência em sistemas de BRT. Nós estamos entusiasmados e vamos trabalhar para ter nossos ônibus circulando nele”, afirmou Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America. Imagem - Scania

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conta to@rev is taau tobus .com.br ou l i g ue para 11 99832 3766

Revista AutoBus www.revistaautobus.com.br

“Mobilidade inteligente se conquista com ônibus inteligente”

Edição 222 - 20 de abril 2016

www.revistaautobus.com.br

Rio se prepara para ter o BRT com maior demanda

de passageiros do mundo

Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP

https://www.facebook.com/pages/Revista-AutoBus/723249597767433?fref=ts

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Caio fornece articulados para Aracajú

O futuro corredor expresso para ônibus do Rio de Janeiro poderá ser considera-do o de maior demanda de passageiros do mundo. O Transbrasil, um dos quatro sistemas de BRT (Trânsito Rápido de Ônibus) que a capital fluminense formou para sua rede de mobilidade urbana, está em fase de implantação. De acordo

com a Secretaria Municipal de Obras, várias frentes de trabalho estão em anda-mento, como a construção e alargamento de viadutos e da colocação do pavi-mento rígido (concreto). Ainda fazem parte do projeto, a construção de mais de 30 mil metros quadrados de pontes e viadutos e o alargamento das pistas late-rais da Avenida Brasil entre os bairros de Irajá e Guadalupe.

O corredor terá 28 quilômetros de extensão, ligando o bairro de Deodoro ao

centro da capital fluminense, passando pela Avenida Presidente Vargas. Na pri-

meira etapa das obras, correspondente a 23 quilômetros, serão investidos cerca de R$ 1,4 bilhão. Finalizado, o sistema contará com 20 estações, 17 passarelas e sete terminais (previstos), com conexões aos corredores Transcarioca (Barra da Tijuca/Aeroporto Internacional) e Transolímpica (Recreio dos Bandeirantes/Deodoro) e a integração com o metrô e o trem.

Obras do corredor Transbrasil na interligação com o sistema Transcarioca

Foto - Secretaria Municipal de Obras RJ

Para a indústria nacional do ônibus, o futuro sistema será uma grande oportunidade de

negócios veículos com alta capacidade

Foto - Volvo Bus LA

A nova geração da carroçaria Millenni-um, produzida pela encarroçadora Caio, já pode ser vista rodando na capital sergipana Aracaju. Construído na ver-

são articulada, o modelo tem 18,60 me-tros de comprimento e capacidade para 122 passageiros.

Ao todo são 10 unidades, fornecidas para a Viação Atalaia, que contam com sistema de conexão de interne via Wi-fi, GPS, sistema eletrônico de bilhetagem

e câmeras de segurança. Os veículos já estão em operação pe-

las ruas da cidade. Foto - Ana Licia Menezes

Neobus exporta seu rodoviário para o Chile

A encarroçadora gaúcha Neobus produziu recentemente seis unidades de seu modelo de carroçaria rodoviária New Road 380 para a operadora chilena EME Bus. O destaque fica por conta da configuração e tecnologia utilizadas nos veí-culos para a promoção de maior conforto e segurança.

Os novos ônibus contam chassis Scania K400 (6x2) equipados com um pacote tecnológico bem interessante e diferenciado. São componentes que aumentam a segurança operacional para motorista e passageiros, como o Lane Departure Warning (LDW), que avisa o condutor se o ônibus estiver saindo da pista, o A-daptive Cruise Control (ACC), que auxilia na manutenção da distância em rela-ção ao veículo à frente, e a função Advanced Emergency Breaking (AEB), um sistema de frenagem de emergência que evita colisão frontal. Na prática, os re-

cursos funcionam assim: o AEB é um sistema de frenagem de emergência, aler-tando o motorista do risco de colisão frontal em relação a um veículo em movi-mento ou parado à frente. A tecnologia faz soar um alarme visual e sonoro para alertar do risco de colisão, e caso o motorista não reaja o banco vibra e a veloci-dade do ônibus é reduzida automaticamente. Se esses alertas não forem o sufi-ciente, os freios são acionados com a diminuição progressiva de velocidade de

10km/h por segundo. Ele é ativado em velocidades acima dos 15km/h. Já o LDW, também conhecido como sensor de advertência de saída de pista, avisa o condutor, por meio de um sistema de vibração no banco, caso o veículo esteja na iminência de atravessar involuntariamente a faixa da pista. A função é ativa-da a partir de 60km/h. E o ACC, ou controle de cruzeiro adaptável, representa uma comodidade na condução, auxiliando o profissional a manter-se a uma de-terminada distância/intervalo de tempo do carro à frente. Essa distância pode

ser configurada pelo motorista. A carroçaria New Road tem 14 metros de comprimento e conta com 48 lugares

poltronas semi-leito em couro marrom, com tomadas USB e tomadas para note-book, monitores de TV, assoalho imitando madeira, controles individuais de som, frigobar, ar-condicionado e calefação, câmera de ré e camarote (espaço para o motorista descansar, em um colchão, com telefone, ar-condicionado e calefação).

O Chile foi o primeiro país na América Latina a receber uma frota de ônibus equipada com o Pacote de Segurança Ativa da Scania, que é disponibilizado co-mo standard naquele mercado.

Alta tecnologia para promover viagens mais seguras

Fotos - André Kloss/Neobus

Transporte de Pelotas renova sua frota com Comil

Após concluir seu processo de lici-tação do transporte coletivo, a cida-de gaúcha de Pelotas terá uma reno-vação de seus ônibus urbanos. Para

isso, a Comil Ônibus irá fornecer 77 novos veículos, todos com carroçari-as do modelo Svelto sobre chassis Agrale, Mercedes-Benz, Volkswagen e Volvo.

Ao todo, cinco operadoras da cida-de adquiriram as carroçarias, que

contam com elevador situado na se-gunda porta e poltronas estofadas com encosto alto.

Chama a atenção o volume bem expressivo de usuários do futuro corredor. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, há uma expectativa de que sejam atendidos 820 mil passageiros por dia, aspecto que exigirá total atenção por par-te dos gestores do sistema. O número de ônibus a ser operado não foi informado,

mas com toda certeza deverão ser utilizados veículos com alta capacidade de transporte, como os biarticulados, significando uma excelente oportunidade para que as montadoras brasileiras, que possuem em seus portfólios versões capazes de levar mais de 200 passageiros por viagem, possam realizar seus negócios. As encarroçadoras brasileiras e as fabricantes de componentes também poderão se beneficiar com o futuro corredor, que terá conclusão em 2017.

Com mais esse projeto o Rio de Janeiro terá 155 quilômetros de corredores rá-

pidos para ônibus, interligando a cidade com um modelo de transporte com alta performance, permitindo uma mobilidade mais inteligente e sustentável.

Um novo sistema de armazenagem de energia

Sabemos que a eletricidade é proveitosa para alcançarmos um ambiente urbano limpo e de qualidade. Nesse sentido, adotar um transporte público eletrificado é essencial para o nosso futuro.

Entretanto, o maior desafio da indústria de ônibus elétrico que independe da

rede aérea é o desenvolvimento de um sistema de armazenagem de energia (que geralmente é composto por baterias) eficiente e viável economicamente. Dentre o que se encontra disponível no mercado, a bateria de lítio é a resposta imediata aplicada em muitos projetos pelo mundo. Em comparação com a tradicional bate-ria, de chumbo ácida, essa alternativa tem se destacado no mercado com sua via-bilidade técnica, mas com a desvantagem de ter um custo mais alto.

Uma alternativa, ainda para o futuro, se apresenta como tendência. Denomina-

da de ultracapacitor, a tecnologia tem a capacidade de armazenar energia elétri-ca por efeito eletroestático, com grande potência para cargas e descargas, com ciclo de vida muito alto em relação à bateria de lítio (alguns fabricantes da tec-nologia dão garantia de até 10 anos para seu produto). Antonio Vicente de Albu-querque, engenheiro eletrônico com grande experiência na produção de veículos elétricos, especialmente o trólebus, destaca a vantagem da durabilidade do com-

ponente e sua possibilidade de uso flexível. “Pode-se utilizar os ultracapacitores em substituição das baterias, recarregando-os rapidamente (20 a 30 segundos) em pontos de passageiros, que deverão contar com uma estação elétrica.

O engenheiro informa que estações de recargas têm projeto especial (patenteado) para não sobrecarregar a rede convencional de distribuição elétri-ca, e em tudo se assemelham às subestações que alimentam prédios ou shopping centers. O ônibus também pode contar com o sistema regenerativo dos freios,

aquele que transforma o calor das frenagens em eletricidade, servindo de com-bustível à operação.

Porém, as desvantagens também se fazem presentes nesse novo elemento, co-mo sua a autonomia, que permite uma operação de no máximo dois quilômetros, o que exige as estações de recargas implantadas em um corredor de ônibus, e o seu custo, beirando a casa dos US$ 50 mil para a tração de um ônibus convencio-nal com 13 metros de comprimento. Em se tratando do alto valor, há uma pro-

pensão para a redução de seu preço ao longo dos anos, em virtude do ganho de escala em sua produção. “Quando essa tecnologia foi iniciada, há cerca de seis anos, a voltagem básica das células era de 2,5 volts. Hoje já existem células de 3 volts e a indústria mundial está trabalhando no desenvolvimento para aumentar essa capacidade para 5 volts. Isso significa que a autonomia do veículo poderá ser aumentada, ou seja, alcançando seis quilômetros, o que permitirá operar na

maioria das linhas de São Paulo, por exemplo, com apenas duas recargas inter-mediárias”, explicou José Carlos Argolo, diretor da Divisão Smart Power da em-presa Tecsys, parceira do projeto do ônibus. Ainda, segundo ele, em relação aos custos, pode-se dizer que nos últimos três anos já caíram cerca de 50%, e que vão continuar caindo à medida que o uso desses componentes aumente.

No Brasil, a ideia de ônibus elétrico com a tecnologia do ultracapacitor foi de-senvolvida por Antonio Vicente e seus parceiros. O projeto do veículo e da esta-

ção de recarga já é real. “Infelizmente, nosso investimento foi bem exíguo. Arre-matamos um antigo trólebus e o reformamos para receber todos os equipamen-tos necessários objetivando mostrar a viabilidade do conceito dos ultracapacito-res e do sistema de recarga”, disse. Ainda, segundo o engenheiro, é possível fo-mentar a indústria brasileira com a aplicação de uma tecnologia bem avançada. “Os ultracapacitores são importados, ainda, mas o restante dos componentes po-dem ser de origem brasileira”, finalizou.

A defesa ao novo sistema de armazenamento aconteceu há poucos dias, duran-te a reunião do Grupo de Trabalho de Ônibus Elétrico da UITP América Latina, no Instituto de Engenharia, em São Paulo.

Divulgação/Comil Ônibus

Cidades paulistas com novos ônibus Marcopolo

As cidades paulistas de Mogi das Cru-zes e São Vicente irão renovar suas fro-tas de ônibus urbanos. Os 40 novos ôni-bus, todos com carroçarias da Marcopo-

lo, modelo Torino, foram adquiridos pe-las operadoras Empresa Princesa do Norte, com 18 unidades sobre chassis Mercedes-Benz, e Viação Piracicabana, com 22 unidades também com chassis Mercedes-Benz.

De acordo com a Marcopolo, seu mo-

delo de carroçaria foi concebido para oferecer conforto e segurança para os passageiros, menores custos operacio-nal e de manutenção para o operador, além de mais ergonomia e praticidade para motorista e cobrador. As carroçari-

as da Viação Piracicabana possuem 11,32 metros de comprimento e 30 pol-tronas. Já para a Princesa do Norte, o Torino tem 12,70 metros e 42 poltro-nas.

Foto - Marco Manoel Lopes

Nova dimensão de pneu BFGoodrich®

Caracterizado por ser um pneu que pode ser utiliza-do em várias posições, o modelo 275/80 R22.5 ST250 chega ao mercado nacional trazendo a nova dimensão, lhe conferindo bom controle do veículo

nas estradas de uso regional e rodoviário. Sua fabri-cante, a marca BFGoodrich®, destaca um bom nível de desgaste do produto, mais uniforme, aderência em solo seco e molhado, dirigibilidade e controle do veículo, recapabilidade da carcaça e resistência a a-gressões e picotamentos.

De acordo com a diretoria da Michelin, proprietária

da BFGoodrich, os primeiros pneus foram lançados há quase um ano e já conquistaram uma boa partici-pação de mercado, com uma resposta bem positiva quanto à expectativa dos clientes e na conquista de novos clientes.

Foto - Divulgação

Antonio Vicente quer expandir a tecnologia dos ultracapacitores no transporte brasileiro Foto - Divulgação

“O Transbrasil será um dos corredores de maior densidade de passageiros do mundo, o que vai colocar o Rio de Janeiro como referência em sistemas de

BRT. Nós estamos entusiasmados e vamos trabalhar para ter nossos ônibus circulando nele”, afirmou Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin

America.

Imagem - Scania