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Rio Branco ‑ Acre2011

Livro Temático | Vol. 5

Secretaria de Estado de Meio AmbientePrograma Estadual de Zoneamento Ecológico ‑Econômico do Acre

ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS POPULAÇÃO E AS CONDIÇÕES DE VIDA, INFRAESTRUTURA E A ECONOMIA DO ACRE

C o l e ç ã o T e m á t i c a d o Z E E

ZONEAMENTO ECOLÓGICO‑ECONÔMICO DO ACRE FASE II ‑ ESCALA 1:250.000

Luiz Inácio Lula da Silva Presidente da República

Izabella Teixeira Ministra do Meio Ambiente

Arnóbio Marques de Almeida Júnior Governador do Estado do Acre

Carlos César Correia de Messias Vice‑Governador do Estado

Fábio Vaz de Lima Coordernado da Área de Desenvolviemto Sustentável

Gilberto do Carmo Lopes Siqueira Secretário de Estado de Planejamento

Eufran Ferreira do Amaral Secretário de Estado de Meio Ambiente

Cleísa Brasil da Cunha Cartaxo Diretora ‑Presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre

Felismar Mesquita Moreira Diretor ‑Presidente do Instituto de Terras do Acre

Carlos Ovídio Duarte da Rocha Secretário de Estado de Floresta

Nilton Luiz Cosson Mota Secretário de Estado de Extensão Agroflorestal

e Produção Familiar

Mauro Jorge Ribeiro Secretário de Estado de Agropecuária

João César Dotto Diretor ‑Presidente da Fundação de Tecnologia

do Estado do Acre

Roberto Barros dos Santos Procurador Geral do Estado

Maria Corrêa da Silva Secretária de Estado de Educação

Osvaldo de Souza Leal Júnior Secretário de Estado de Saúde

Mâncio Lima Cordeiro Secretário de Estado de Fazenda

Márcia Regina de Sousa Pereira Secretária de Estado de Segurança Pública

Marcus Alexandre Médice Aguiar Diretor ‑Geral do Departamento Estadual de Estradas de

Rodagem, Hidrovias e Infra ‑Estrutura Aeroportuária

Paulo Roberto Viana de Araújo Diretor ‑Presidente Instituto de Defesa

Agropecuaria e Florestal

Cassiano Figueira Marques de Oliveira Secretário de Estado de Esporte, Turismo e Lazer

Aníbal Diniz Secretário de Estado de Comunicação

Eduardo Nunes Vieira Secretário de Infraestrutura, Obras Públicas e Habitação

Petrônio Aparecido Chaves Antunes Diretor do Departamento de Águas e Saneamento

Laura Keiko Sakai Okamura Secretária de Estado de Desenvolvimento

para Segurança Social

Daniel Queiroz de Sant’ana Diretor ‑Presidente da Fundação de Cultura e Comunicação

Elias Mansour

Mâncio Lima Cordeiro Secretário de Estado de Gestão Administrativa

Ilmara Rodrigues Lima Diretora ‑Presidente da Companhia de Habitação do Acre

Carlos Alberto Ferreira de Araújo Secretário de Estado de Articulação Institucional

Irailton Lima de Souza Diretor ‑Presidente do Instituto Estadual de Desenvolvimento de Educação Profissional

Dom Moacir Grechi

Francisco da Silva Pinhanta Assessor Especial dos Povos Indígenas

Livro Temático | Vol. 5 COLEÇÃO TEMÁTICA DO ZEE

ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS: POPULAÇÃO E AS CONDIÇÕES DE VIDA, INFRAESTRUTURA E A ECONOMIA DO ACRE

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA

Rua Benjamin Constant, 856 – Centro | CEP. 69900‑160 ‑ Rio Branco – Acre – Brasil

Fone: 55 (0xx68) 3224‑3990/7129/8786 | Fone Fax: 55 (0xx68) 3223‑3447

E‑mail: [email protected]

©2011 SEMA

ORGANIZAÇÃO DA PUBLICAÇÃO

Magaly da Fonseca S. T. Medeiros Diretora Executiva/SEMA

Conceição Marques de Souza Coordenadora do Departamento de Gestão Territorial e Ambiental / SEMA

Edson Alves de Araújo Técnico/SEAP

Átila de Araújo Magalhães Técnico/SEMA

Diagramação e Arte FinalMX Design

ImpressãoGráfica Globo

GESTÃO 2007 – 2010

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A187a Acre (Estado). Secretaria de Meio Ambiente.Aspectos socioeconômicos: população e as condições de

vida, infraestrutura e a economia do Acre / Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre. – Rio Branco: SEMA Acre, 2011.

191 p. : il. color. – (Coleção Temática do ZEE, ISBN 978-85-60678-09-9; v. 5)

ISBN 978-85-60678-17-4

1. Zoneamento – Acre (Estado). 2. Acre (Estado) – Aspectos socioeconômicos. I. Título. II. Série.

CDD 333.731798112 (21. ed.)

Ficha elaborada por Riquelma de Sousa de Jesus – CRB 1/2349

Dilma Vana Rousseff Presidente da República

Izabella Teixeira Ministra do Meio Ambiente

Sebastião Afonso Viana Macedo Neves Governador do Estado do Acre

Carlos César Correia de Messias Vice‑Governador do Estado

José Fernandes do Regô Secretário de Estado de Articulação Institucional

Márcia Regina de Souza Pereira Secretária de Estado de Governo

Márcio Veríssimo Carvalho Dantas Secretário de Estado de Planejamento

Mâncio Lima Cordeiro Secretário de Estado de Fazenda

Flora Valladares Coelho Secretária de Estado de Gestão Administrativa

Carlos Edegard de Deus Secretário de Estado de Meio Ambiente

Lourival Marques de Oliveira Filho Secretário de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção

Familiar

João Paulo Santos Mastrangelo Secretário de Estado de Floresta

Mauro Jorge Ribeiro Secretário de Estado de Agropecuária

Daniel Queiroz de Sant’ana Secretário de Estado de Educação

Suely de Souza Melo da Costa Secretária de Estado de Saúde

Ildor Reni Graebner Secretária de Estado de Segurança Pública

Antônio Torres Secretário de Estado de Desenvolvimento para Segurança

Social

Wolvenar Camargo Filho Secretário de Estado de Infraestrutura e Obras Públicas

Leonildo Rosas Rodrigues Secretário de Estado de Comunicação

Ilmara Rodrigues Lima Secretária de Estado de Esporte, Turismo e Lazer

Sebastião Fernando Ferreira Lima Diretor‑Presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre

Eufran Ferreira do Amaral Diretor‑Presidente do Instituto de Mudanças Climáticas e

Políticas Ambientais Sustentáveis

Felismar Mesquita Moreira Diretor‑Presidente do Instit uto de Terras do Acre

Luiz Augusto Ribeiro do Vale Diretor‑Presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e

Florestal

Luiz Augusto Azevedo Diretor‑Presidente da Fundação de Tecnologia do Estado

do Acre

Irailton Lima de Souza Diretor‑Presidente do Instituto Estadual de Desenvolvimen‑

to de Educação Profissional Dom Moacir Grechi

Carlos Alberto Santiago de Melo Diretor‑Presidente da Companhia de Habitação do Acre

Marcus Alexandre Médice Aguiar Diretor‑Presidente do Departamento Estadual de Estradas

de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura Aeroportuária

Gildo César Rocha Pinto Diretor‑Presidente do Departamento Estadual de Pavimen‑

tação e Saneamento

Dircinei Francisco Lima de Souza Diretor‑Presidente da Fundação de Cultura e Comunicação

Elias Mansour

Rodrigues Fernandes das Neves Procurador Geral do Estado

GESTÃO 2011 – 2014 Comissão Editorial 2007-2010Presidente: Eufran Ferreira do Amaral ‑ SEMA

Vice ‑Presidente: Edson Alves de Araújo ‑ SEMA/SEAP

MembrosAdriano Alex do Santos e Rosário ‑ SEMA

Antônio Wilian Flores de Melo ‑ UFAC

Átila de Araújo Magalhães ‑ SEMA

Carlos Edegard de Deus ‑ Biblioteca da Floresta

Claudenir Maria Ferreira da Rocha ‑ SEMA

Conceição Marques de Souza ‑ SEMA

Jakeline Bezerra Pinheiro ‑ SEMA

Janaina Silva de Almeida ‑ SEMA

Judson Ferreira Valentim ‑ EMBRAPA ‑Acre

Jurandir Pinheiro de Oliveira Filho ‑ SEMA

Magaly da Fonseca S. T. Medeiros ‑ SEPLAN/EAB

Maria Aparecida de O. Azevedo Lopes ‑ SEMA

Marília Lima Guerreiro ‑ SEMA

Marta Nogueiro de Azevedo ‑ SEMA

Mónica Julissa De Los Rios de Leal ‑ SEMA

Nilson Gomes Bardales ‑ SEMA

Renata Gomes de Abreu ‑ SEMA

Roberto de Alcântara Tavares ‑ SEMA

Rosana Cavalcante dos Santos ‑ SEMA

Sara Maria Viana Melo ‑ SEMA

RevisoresESTRUTURA FUNDIÁRIA DO ESTADO DO ACRE

Jurandir Pinheiro de Oliveira Filho, Geógrafo | SEMA

POPULAÇÕES E CONDIÇÕES DE VIDA

Corbiniano Silva, Doutorando em Engenharia Civil |

IGEO/UFRJ

INFRAESTRUTURA PÚBLICA E PRODUTIVA

Magaly da Fonseca e Silva Taveira Medeiros, M.Sc. em

Desenvolvimento e Meio Ambiente | SEMA

ECONOMIA

Magaly da Fonseca e Silva Taveira Medeiros, M.Sc. em

Desenvolvimento e Meio Ambiente | SEMA

O Zoneamento Ecológico ‑Econômico (ZEE) tem como atribuição fornecer subsí‑dios para orientar as políticas públicas re‑lacionadas ao planejamento, uso e ocupação do território, considerando as potencialida‑des e limitações do meio físico, biótico e so‑cioeconômico, tendo como eixo norteador os princípios do Desenvolvimento Sustentável. É uma ferramenta essencial para a definição de estratégias compartilhadas de gestão do território entre governo e sociedade.

No território acreano, a elaboração par‑ticipativa do ZEE envolveu estudos sobre sistemas ambientais, potencialidades e limi‑tações para o uso sustentável dos recursos naturais, relações entre a sociedade e o meio ambiente e identificação de cenários, de modo a subsidiar a gestão do território no presente e no futuro, num grande pacto de construção da sustentabilidade a partir de uma economia de base florestal com foco na melhoria de qualidade de vida da população.

O Zoneamento Ecológico ‑Econômico do Acre Fase II – Escala 1:250.000 foi elabora‑do a partir da contribuição de inúmeros es‑pecialistas, em diferentes campos do conhe‑cimento cujos subsídios foram incorporados ao Documento Síntese. São estudos inéditos, elaborados especificamente para subsidiar nas decisões a serem tomadas sobre o ter‑ritório do Acre.

Tornar acessíveis, na íntegra, os estudos temáticos do ZEE é o objetivo da Coleção do ZEE Fase II. O tema interessa não somente àqueles que estudam a realidade acreana ou amazônica, mas também aos que vêem o zoneamento como instrumento estratégico primordial de ordenamento do espaço, dos recursos e das atividades econômicas.

Apresentação Geral

A presente Coleção do ZEE Fase II é di‑vidida em Livros Temáticos, compostos de vários artigos específicos que permitem a visão de temas como: Concepção filosófica e metodológica da construção do ZEE; Ge‑ologia, geomorfologia e Solos do Acre; A biodiversidade do Acre; Os ambientes do Acre e a Vulnerabilidade Ambiental; Situa‑ção Fundiária e Conflitos; Aspectos socio‑econômicos; Uso dos Recursos Naturais; Memória, Identidades e Territorialidade; As Cidades e as fronteiras; Aspectos Polí‑tico e Institucional e a percepção social; A Gestão Territorial do Acre e outros temas a serem inseridos no decorrer do processo de implementação do ZEE, se mostrando uma coleção aberta para novas atualiza‑ções e temas.

Com essa iniciativa o Governo do Estado do Acre busca reafirmar seu compromisso com um futuro do Acre e da Amazônia, cons‑truído por todos e pautado no conhecimen‑to da realidade, no planejamento das ações e na permanente ampliação dos benefícios do desenvolvimento sustentável para toda a sociedade. É a Florestania que vai além da cidadania dos povos da floresta. É o embasa‑mento cultural de um projeto de desenvol‑vimento sustentável que deseja colaborar e ter a cooperação de parceiros para constru‑ção da Sociedade do Século XXI.

É uma pequena contribuição de quem está vencendo uma realidade desfavorável de conservar a floresta e criar esperança para seus povos. Muito ainda há por se fazer neste varadouro da sustentabilidade, porém o conhecimento do território é a base para tornar realidade o sonho de viver em um mundo sustentável.

Sumário

Capítulo 1. Estrutura Fundiária do Estado do Acre ......................................................141. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 14

2. A DIVISÃO POLÍTICA DO ESTADO .......................................................................... 15

3. AS MUDANÇAS DOS LIMITES DO TERRITÓRIO ACREANO ................................ 17

4. A SITUAÇÃO ATUAL DAS TERRAS DO ACRE ........................................................ 19

4.1. Os projetos de Assentamentos .................................................................22

4.1.1. Projetos de Assentamento ‑ PA .............................................................23

4.1.2. Projetos de Assentamento Dirigido ‑PAD................................................................25

4.1.3. Projeto de Assentamento Rápido ‑ PAR..................................................................26

4.1.4. Projeto de Assentamento Agro‑Extrativista ‑ PAE...............................................27

4.1.5. Projeto de Desenvolvimento Sustentável ‑ PDS...................................................28

4.1.6. Projeto de Assentamento Agroflorestal ‑ PAF.......................................................29

4.1.7. Projeto Casulo ‑ PCA ....................................................................................................30

4.1.8. Projeto Estadual Pólo Agroflorestal ‑ PE ................................................................30

4.2. As Áreas Naturais Protegidas..................................................................................35

4.2.1 As Unidades de Conservação ...............................................................................37

4.2.2. Areas Verdes ....................................................................................................................43

4.2.3. As Terras Indígenas ........................................................................................................45

5. Considerações Finais ................................................................................................. 63

Capítulo 2. POPULAÇÃO E CONDIÇÕES DE VIDA .......................................................671. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 67

2. A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DO ACRE ............................................................. 68

3. A DINÂMICA DEMOGRÁFICA NO ACRE ................................................................. 70

3. 1. Regional Baixo Acre ................................................................................... 77

3. 2. Regional Alto Acre ..................................................................................... 79

3. 3. Regional Purus ............................................................................................ 81

3. 4. Regional Tarauacá/Envira ......................................................................... 82

3. 5. Regional do Juruá ...................................................................................... 83

4. INDICADORES SOCIAIS DO ESTADO DO ACRE .................................................... 89

4. 1. Trabalho e Rendimento ........................................................................... 89

4. 2. Educação ..................................................................................................... 91

4. 3. Domicílios .................................................................................................... 94

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 98

Capítulo 3. INFRAESTRUTURA PÚBLICA E PRODUTIVA ............................................ 1001. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 100

2. TRANSPORTES NO ESTADO DO ACRE ................................................................ 100

2.1. Subsistema Rodoviário ............................................................................. 103

2.2. A Situação das Rodovias Federais...........................................................104

2.3. A Situação das Rodovias Estaduais.........................................................107

2.4. A Situação das Rodovias Municipais........................................................108

2.5. Subsistema Aeroviário ............................................................................. 109

2.6. Subsistema Hidroviário ............................................................................ 112

2.7. Armazenagem ........................................................................................... 113

3. A ENERGIA NO ESTADO DO ACRE ....................................................................... 114

3.1. O Parque Gerador de Energia Elétrica................................................... 114

3.2. O Sistema de Transmissão de Energia Elétrica .................................... 115

3.3. O Mercado de Energia Elétrica .............................................................. 116

3.4. O Potencial Energético do Estado .......................................................... 124

3.5. A Oferta de Energia Elétrica no Estado ................................................ 124

3.6. A Estratégia para Atendimento em todo o Acre ................................. 126

4. A COMUNICAÇÃO NO ACRE ................................................................................. 127

4.1. Telefonia, Fixa, Móvel e Internet ............................................................ 127

4.2. A Radiodifusão Sonora ............................................................................. 128

4.3. Televisão ..................................................................................................... 132

4.4. Imprensa ..................................................................................................... 134

4.5. Serviço Postal ............................................................................................ 135

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 136

Capítulo 4. ASPECTOS ECONÔMICOS E O POTENCIAL FLORESTAL DO ACRE ............. 1391. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 139

2. O SISTEMA ECONÔMICO ESTADUAL .................................................................. 141

2.1. O Produto Interno Bruto ......................................................................... 141

2.2. Valor Bruto da Produção ......................................................................... 152

2.3. Setor Primário, Secundário e Terciário ................................................ 153

2.4. Contas externas ........................................................................................ 167

3. O POTENCIAL FLORESTAL MADEIREIRO ............................................................. 168

3.1. O Suprimento Madeireiro........................................................................ 169

3.2. Fontes de Suprimento .............................................................................. 172

3.3. Composição do Volume ........................................................................... 176

3.4. Fontes Potenciais de Suprimento ........................................................... 180

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 183

Capítulo 5. Referência ............................................................................................ 184

Profundas são as raízes de identificação da população do Acre com sua terra e as li‑ções de sua história. De fato, a ocupação do solo acreano foi fruto de uma longa e por vezes dolorosa jornada, marcada por hero‑ísmo, tragédia, opressão, resignação e resis‑tência. Os sobreviventes foram os viventes que emergiram dessa saga e que plasmaram, em gerações sucessivas, uma sociedade ini‑cialmente extrativista, onde prosperou um forte sentimento de apego àquela terra e a um conjunto de valores estruturantes, emo‑cionais e inevitavelmente contraditórios.

Desse modo, quando a partir dos anos 70 do século passado, a Amazônia Ociden‑tal foi exposta à voraz abertura econômi‑ca e demográfica da fronteira agrícola em movimento, os acontecimentos registrados no Acre foram radicalmente distintos dos observados em outras áreas da Amazônia. Em contextos conflitantes, o sentimento e a identidade acreana, tornados vontade e consciência, foram capazes de impor limites à expansão dessa nova ocupação.

Nos últimos anos, o Acre tem combinado modelos de exploração econômica da terra, procurando estimular vocações de diversi‑ficação agrícola, tecnificação da pecuária e sustentabilidade no extrativismo. Tais mo‑delos buscam conciliar desenvolvimento com conservação e estariam, no imaginá‑rio local, consonantes com os sentimentos historicamente construídos pela população acreana. Informações provenientes das fa‑ses iniciais do Programa de Zoneamento Ecológico e Econômico do Acre foram fontes valiosas para os níveis de detalhamento exi‑gidos por projetos com essa visão integrada dos modelos de exploração.

Contudo, os últimos anos têm sido tam‑bém pródigos em demonstrações de que a realidade social, econômica e demográfica vem sofrendo rápidas e intensas transfor‑

mações, em níveis globais e nacionais, de tal forma que novos desafios aportam em terras acreanas.

O crescimento e diversificação da econo‑mia, a mobilidade social e a elevação da ren‑da, o avanço da produção agropecuária vis a vis as exigências do desenvolvimento sus‑tentável e, não menos importante, o conjun‑to de obras de infra‑estrutura em diversas regiões do País, são alguns dos processos e fenômenos que permeiam os debates e al‑ternativas atuais em toda a Amazônia.

Neste sentido, o planejamento e orde‑namento territorial e o desenvolvimento de estratégias de uso e conservação dos recur‑sos naturais, demandam novas e detalhadas informações que retratem a situação da so‑ciedade e da população do Acre. A etapa do Zoneamento Ecológico e Econômico do Estado que ora vem à luz, enfatiza a situação socioeconômica e oferece elementos indis‑pensáveis para que se pense e se aja sobre essa realidade em transformação.

Os indicativos são consideravelmente ní‑tidos nos capítulos, escritos por verdadeiros especialistas regionais.

Assim, o detalhamento e diagnóstico ini‑cial da estrutura agrária e do processo fun‑diário no Estado, tendo como pano de fun‑do a questão fundiária no País, oferece um elenco de procedimentos que podem contri‑buir para a resolução de impasses e confli‑tos relacionados à posse, domínio e ações institucionais. Trata‑se de um diagnóstico que precede as efetivas ações necessárias de ordenamento territorial.

O capítulo sobre população e indicadores sociais esmiuça a dinâmica demográfica e as condições de vida, assinalando e destacando os movimentos espaciais e sócio‑econômi‑cos recentes. Enfatiza a redistribuição popu‑lacional no território, as áreas de crescimen‑to recente e as tendências de intensificação

Apresentação

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da concentração populacional em torno de Rio Branco. De certo modo, antecipa o significado dos recém divulgados resultados preliminares do Censo Demográfico 2010, na medida em que a população acreana teve um significativo incremento na comparação da década, atin‑gindo a 732 mil pessoas em 2010.

Esses números sugerem que, além do crescimento interno, existe um saldo migra‑tório positivo no Estado, fruto de correntes migratórias específicas de UF´s da Região Norte e de outras regiões. A capital, Rio Branco, chegou a 336 mil habitantes, com uma taxa de crescimento anual próxima a 3% na década. Ou seja, a evolução demográ‑fica no Acre e a redistribuição espacial da população, apontadas no relatório, são indí‑cios de novas e crescentes demandas locali‑zadas, do ponto de vista sócio‑econômico e de infra‑estrutura básica e institucional.

Os indicadores sociais do Estado, des‑tacados de forma minuciosa, revelam um quadro de progressão, principalmente no desempenho educacional, mas ainda eviden‑ciam a persistência de carências históricas que afetam toda a Amazônia.

A infraestrutura de transportes e comu‑nicações, gargalo permanente na fluidez da

movimentação econômica, social e demo‑gráfica, é tratada em relação às condições atuais, dos projetos em andamento e das perspectivas futuras. Os sistemas modais, em sua integração, são essenciais para o desenvolvimento sustentável e equilibrado das diversas regiões do Estado e o relatório pontua fortemente essa perspectiva.

A análise da economia, sob a ótica da sus‑tentabilidade, está centrada nas característi‑cas e potencialidades do sistema produtivo espacialmente distribuído. Nesse ponto, são grandes as potencialidades, mas igualmen‑te fundamentais as necessidades de avalia‑ção, intervenção e correção de estratégias para atender o desenvolvimento desejável e as demandas de uma população em cres‑cimento com suas aspirações culturais, so‑ciais e econômicas.

Em suma, o Zoneamento Ecológico e Eco‑nômico do Estado do Acre é um instrumento primordial para a compreensão dos novos tempos, das particularidades e potenciali‑dades de seu território, das características e necessidades da população e dos objetivos estratégicos de planejamento de uma so‑ciedade e economia menos desigual e mais harmonicamente desenvolvida.

Luiz Antonio Pinto de OliveiraCOORDENAÇÃO DE POPULAÇÃO E INDICADORES SOCIAIS DO IBGE

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Livro Temático | Volume 5Coleção Temática do ZEE

Aspecto Socioeconômico:População e as Condições de Vida,Infraestrutura e a Economia do Acre

CapítuloEstrutura Fundiária do Estado do Acre

do uso da terra, onde grande parte dos se‑ringais foram transferidos das comunidades extrativistas, para as mãos de pessoas e gru‑pos de empresários residentes fora do Esta‑do. Estes empresários chegavam ao Estado com objetivos e propostas diferenciadas, distorcendo o conceito de sustentabilidade extrativista e ambiental. Este processo oca‑sionou a expulsão de muitos seringueiros de suas colocações, promovendo um grande êxodo rural em nosso Estado.

A “corrida às terras baratas” promoveu uma grande procura por áreas extrativis‑tas, determinando a forma de sua utilização. Parte das terras permaneceu totalmente im‑produtiva, como mera reserva de valor para a especulação imobiliária, e a outra parte foi utilizada para a pecuária. É importante des‑tacar que o processo de agregação do valor da terra seguia um caminho inverso aque‑le estabelecido na formação dos seringais, não havia mais interesse nas seringueiras, nas castanheiras, mas sim, na “terra” para a formação de pastagem e a implantação de grandes propriedades de produção pecuária de grande porte.

Com o fim do aviamento, com o extrati‑vismo em crise e sem crédito disponível, os seringalistas foram induzidos a vender suas terras por preços extremamente baixos.

Estrutura Fundiária do Estado do Acre

A questão fundiária no Estado do Acre é bastante complexa devi‑do a fatores históricos que levou o Tratado de Petrópolis (1903) a

reconhecer os títulos expedidos pelos Go‑vernos do Amazonas, Republica da Bolívia, ex‑Estado Independente do Acre e, final‑mente, o reconhecimento pelo atual Estado, a partir de 1962.

Também a economia extrativista difun‑diu a noção de que o valor não estava na terra, mas, no número de seringueiras dis‑persas na mata. Nesse contexto, a delimita‑ção da área se dava pelo número de “Estra‑da de Seringa”, não havendo, possivelmente, nem interesse e condições de demarcar as propriedades que ganhavam proporções na presunção “ad corpus” de aquisição.

A necessidade de regularização legal das propriedades só foi verificada quando o Go‑verno Federal estimulou a reorganização do espaço econômico com o propósito de “mo‑dernizar” a efetiva “integração” da Amazônia ao Território Nacional. O Governo Federal criou, então, mecanismo de atração de ca‑pitais do centro sul do País. Na nova situa‑ção, a terra assumiu efetivamente o caráter de mercadoria.

Em meados da década de 70, iniciou‑se efetivamente o processo de transformação

1. INTRODUÇÃO

eexoo:b Almaisa Rosangela Pereira Wolsxein (In Memorian) 1

Eliani Maciel Lima2 Francisco José Nascimenxo3

1 Engenheira Agrônoma | INCRA.2 Engenheira Agrônoma e Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental | INCRA/ICMBio.3 Bacharelado e Licenciatura em História | INCRA.

Com a chegada dos novos proprietários, as terras foram mudando sua lógica e ficando mais valorizadas, provocando, assim, uma corrida ao reconhecimento da titulação.

No período de 1976 a 1985 o Governo Federal, através do INCRA (Instituto Nacio‑nal de Colonização e Reforma Agrária), deu início a um processo massivo de discrimina‑ção das terras no Estado do Acre, cujo ob‑jetivo era diferenciar as terras públicas das particulares, controlando a ação nociva dos especuladores e grileiros.

Na prática, somente com o advento da Exposição de Motivos nº 77 de 10 de outu‑bro de 1978 (referente a Norma do INCRA sobre a regularização de terras federais), no rol das Hipóteses de Convalidação, foi possível reconhecer o domínio sobre a pos‑se mansa e pacífica, independente de docu‑mentação de dominialidade da terra.

No final da década de 70, utilizando o procedimento de desapropriação para fins de Reforma Agrária, foram criados os pri‑meiros Projetos de Assentamentos Dirigidos (PAD): PAD Pedro Peixoto e Boa Esperança, marco da colonização oficial da Amazônia ao longo da BR 364. Nesse período o INCRA discriminou aproximadamente, dois terços das terras acreanas, contudo, a falta de or‑denamento fundiário perdurou em todo o Estado, inclusive nas áreas discriminadas.

Os seringueiros só tiveram sua forma diferenciada de apropriação do espaço, reconhecido na década de 80, através de grandes esforços, esses trabalhado‑res obtiveram apoio nacional e inter‑nacional dos movimentos que aponta‑vam à necessidade da manutenção dos recursos naturais.

Em 2001, foi criado o Instituto de Ter‑ras do Acre – ITERACRE com a finalidade de apoiar o Governo Federal e Estadual na cria‑ção de novas áreas de interesse público tais como as Unidades de Conservação (Uso Sus‑tentável e Proteção Integral), Projetos de As‑sentamentos e Terras Indígenas, bem como na regularização, ordenação e reordenação fundiária rural e mediação de conflitos pela posse da terra

2. A DIVISÃO POLÍTICA DO ESTADO

O Estado do Acre, localizado no extremo sudoeste da Região Norte, está inserido na área da Amazônia Legal Brasileira e possui uma superfície territorial de 164.221,36 Km2. Limita‑se com a República do Peru, com uma extensão de 1.200.986 metros e com a República da Bolívia com 594.189 metros. A capital, no Município de Rio Bran‑co, tem uma área de 8.831,43 km2, o que representa 5,38% da área total do Estado e uma população de 290.639 mil habitantes.

A superfície territorial que forma o Esta‑do do Acre foi incorporada ao Brasil em 17 de novembro de 1903, por força do Trata‑do de Petrópolis, foi fixado a Administração Provisória do Território do Acre através do Decreto Legislativo nº. 1.181, de 25 de fe‑vereiro de 1904, havendo sido elevado à ca‑tegoria de Estado em 15 de junho de 1962, através da Lei Federal nº. 4.070.

A questão fundiária ainda é bastante complexa devido a fatores históricos, sendo reconhecidos os títulos expedidos pelos Go‑vernos do Amazonas, República da Bolívia, do Peru e ex‑Estado Independente do Acre.

A base cartográfica da divisão política atual do Estado do Acre foi elaborada a par‑tir da rede hidrográfica, principalmente dos Rios Acre, Iaco, Purus, Envira, Tarauacá e Ju‑ruá. Nesse cenário, o Estado foi dividido em cinco Regionais de Desenvolvimento: Alto Acre, Baixo Acre, Purus, Tarauacá‑Envira e Juruá (ZEE, 2000) e distribuídos os municí‑pios da seguinte forma (Figura 1):

a Regional do Baixo Acre compreendendo os Municípios de Acrelândia, Bujari, Ca‑pixaba, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco e Senador Guiomard;

a Regional de Desenvolvimento do Alto Acre compreendendo os Municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, e Xapuri;

a Regional de Desenvolvimento do Pu‑rus compreendendo os Municípios de Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira;

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cido marcos que permitiram cálculos de co‑ordenadas dos pontos extremos.

O Estado do Amazonas demarcado pela Linha Cunha Gomes, desde quando foi defi‑nida ainda por Plácido de Castro, sempre foi considerada provisória, e, em decorrência dessa imprecisão, as populações da faixa li‑mítrofe até hoje não sabiam oficialmente se pertenciam ao Estado do Acre ou do Amazo‑nas, tanto que esse limite, ao longo dos anos, já sofreu várias modificações. Na verdade, suas naturalidades são fixadas, bem como suas relações socioeconômicas tratadas e resolvidas nos locais mais próximos, dis‑tritos ou municípios onde as condições de transportes são mais favoráveis.

A Constituição Federal promulgada em 1988, através de um Ato de Disposição Constitucional Transitório, constituiu uma Comissão com a finalidade de apresentar es‑tudos sobre o território nacional e antepro‑jetos relativos a novas unidades territoriais, notadamente, na Amazônia Legal e em áreas pendentes de solução. Assim reconheceu‑se e homologaram‑se os limites à época do Es‑tado do Acre com o Estado do Amazonas e Rondônia, conforme levantamentos carto‑gráficos e geodésicos realizados por comis‑são tripartite integrada por representantes dos Estados interessados e dos serviços téc‑nico‑especializados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ‑ IBGE.

Ante ao não cumprimento do parecer técnico do IBGE em 1990, o Estado do Acre, insatisfeito, ajuizou uma Ação Cível Originá‑ria, de cunho demarcatório, no Supremo Tri‑bunal Federal autuada sob nº. 415, contra os Estados de Rondônia e Amazonas5.

Desta forma, a configuração cartográfica da nova divisa entre o Estado do Acre e o Amazonas foi delineada com base nas co‑ordenadas constantes do comprimento do Acórdão lavrado pelo STF, através da Ação Civil Originária nº 415‑2, Distrito Federal de 4 de Dezembro de 1996. E, em maio de 2006, o IBGE divulgou o novo mapa do Bra‑sil, no qual, os limites entre os Estados do Acre e Amazonas, já foram apresentados com as alterações definidas pelo Supremo Tribunal Federal.

a Regional de Desenvolvimento do Taraua‑cá‑Envira, abrangendo os Municípios de Feijó, Jordão e Tarauacá e;

a Regional de Desenvolvimento do Juruá, os Municípios de Cruzeiro do Sul, Mân‑cio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves.

3. AS MUDANÇAS DOS LIMITES DO TERRITÓRIO ACREANO4

Os problemas decorrentes da fixação exata dos limites interestaduais e intermu‑nicipais do Estado do Acre configuram uma necessidade que remota desde o início do século XX, quando o território acreano foi anexado ao Brasil.

A configuração cartográfica da nova di‑visa entre o Estado do Acre e o Estado do Amazonas, está delineada com base nas coordenadas constantes do comprimento do Acórdão lavrado pelo Supremo Tribunal Federal, através da Ação Civil Originária n0 415‑2, Distrito Federal, de 04 de Dezembro de 1996.

A divisa é considerada uma Linha Geodé‑sica, limite legal que separa os Estados do Acre, Amazonas e Rondônia denominada an‑teriormente de Beni‑Javari, ou Javari‑Beni, cuja origem data do Tratado de Petrópolis (1903). É uma grande geodésica que apare‑ce nos mapas como uma reta extensa, que vai desde a cabeceira do Rio javari a conflu‑ência dos Rios Beni e Mamoré. É o elemento comum que consta na legislação dos três Es‑tados por onde passa, (por ser resultante de demarcação de nossa fronteira com a Bolí‑via), como sua linha divisória (ACRE, 2000).

A divisa entre o Estado do Acre e Ron‑dônia foi definida pelo trecho da Linha Ge‑odésia Beni‑Javari, entre a interseção com o curso do Rio Abunã, limite internacional Brasil‑Bolívia, e o cruzamento do divisor das sub‑bacias dos rios Ituxi e Abunã com a ci‑tada geodésia.

Os pontos extremos do segmento de ge‑odésica são abstratos, sem representação no terreno, cabendo a determinação de sua coordenada através de cálculos geodésicos fotogramétrico. Neste sentido, foi estabele‑

4 O Estado do Acre, ao longo dos seus anos, já realizou várias modificações em seus limites intermunicipais sem consulta prévia a população através de processo de plebiscito. Em 1992, mesmo depois da criação dos municípios de Epitaciolândia, Capixaba, Acre-lândia, Porto Acre, Bujari, Santa Rosa do Purus, Jordão, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, com base na Lei Complementar nº 35 de 1991, os limites originais foram alterados decorridos oito meses de emancipação sem prévia consulta plebiscitária, tendo sido aprovado os novos perímetros através de Leis Ordinárias.5 Art. 27 da Resolução n0 86, de 28 de novembro de 1990 – Regimento Interno da Assembléia Legislativa do Estado do Acre.

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Outro ponto trabalhado em relação à situação fundiária do Estado foi á revisão dos limites intermunicipais acreanos, visto que essa situação de imprecisão dos limites entre as jurisdições causava transtornos, relevantes quanto à autonomia e/ou sobe‑rania das administrações municipais. Desta forma, a Comissão Parlamentar de Inquéri‑to, revisou e definiu os novos limites para

os 22 municípios acreanos, com base em consensos recolhidos em discussão com as autoridades municipais e representantes da sociedade civil organizada de todas as regi‑ões do Estado do Acre.

O novo desenho dos territórios munici‑pais teve como objetivo facilitar as inter‑‑relações voltadas às atividades administra‑tivas, técnicas, sociais, culturais, religiosas,

Tabela 01. Áreas dos Territórios Municipais, por Regional, antes e depois da inclusão do novo limite

da Linha Cunha Gomes, Estado do Acre, 2006

Regional Município Área Anxiga1 (ha) Área Nova2 (ha)% do

Esxado

Diferença da Anxiga e Nova Área (ha)

População Esximada 2007

Alxo Acre

Assis Brasil 165.930,00 497.663,26 3,03 331.733,26 5.351

Brasiléia 435.640,00 391.827,62 2,39 ‑43.812,38 19.065

Epitaciolândia 165.930,00 165.504,42 1,01 ‑425,58 13.434

Xapurí 472.360,00 534.695,24 3,26 62.335,24 14.314

Sub‑xoxal 1.239.860,00 1.589.690,54 9,69 349.830,54 52.164

Baieo Acre

Acrelândia

Bujari 339.790,00 303.728,82 1,85 ‑36.061,18 6.543

Capixaba 174.000,00 169.649,98 1,03 ‑4.350,01 8.446

Plácido de Castro 205.560,00 194.526,28 1,18 ‑11.033,72 17.258

Porto Acre 292.300,00 260.887,80 1,59 ‑31.412,20 13.716

Rio Branco 996.240,00 883.143,74 5,38 ‑113.096,26 290.639

Senador Guio‑mard 180.640,00 232.063,35 1,41 51.423,35 18.863

Sub‑xoxal 2.349.500,00 2.225.377,92 13,54 ‑124.122,07 366.985

Purus

Manuel Urbano 947.720,00 1.063.529,94 6,48 115.809,94 7.148

Santa Rosa do Purus 604.970,00 614.026,44 3,74 9.056,44 3.948

Sena Madureira 2.529.670,00 2.373.174,43 14,45 ‑156.495,57 34.230

Sub‑xoxal 4.082.360,00 4.050.730,81 24,67 ‑31.629,19 45.326

arauacá‑

Envira

Feijó 2.271.260,00 2.796.380,27 17,03 525.120,27 31.288

Jordão 669.550,00 536.064,01 3,26 ‑133.485,99 6.059

Tarauacá 1.612.050,00 2.019.897,09 12,30 407.847,09 32.171

Sub-total 4.552.860,00 5.352.341,37 32,59 799.481,37 69.518

Juruá

Cruzeiro do Sul 788.150,00 881.636,74 5,37 93.486,74 73.948

Mâncio Lima 469.220,00 550.223,04 3,35 81.003,04 13.785

Marechal Thau‑

maturgo770.060,00 819.027,41 4,99 48.967,41 13.061

Porto Walter 609.340,00 645.313,64 3,93 35.973,64 8.170

Rodrigues Alves 331.850,00 307.794,58 1,87 ‑24.055,42 12.428

Sub-total 2.968.620,00 3.203.995,41 19,51 235.375,41 121.392

Total 15.193.200,00 16.422.136,05 100 1.228.936,06 655.385

Fonte: ZEE, 2000; ITERACRE, 2006; IBGE/AC/Contagem Populacional, 2007.1 Limite da Antiga Linha Cunha Gomes 2 Redefinições dos Limites Municipais com a Nova Linha Cunha Gomes

comerciais, turísticas, educacional e o in‑tercâmbio entre os municípios facilitando dessa forma a vivencia social, econômica e cultural das comunidades residentes, tanto aquelas que vivem em áreas centrais, como também, em área de indefinição fronteiriça. Com base neste produto houve algumas al‑terações nas superfícies e delimitações das Regionais de Desenvolvimento e nas inser‑ções de seus municípios.

A imperfeição dos limites intermunici‑pais acreanos, juntamente com as dificulda‑des de acesso fluvial e terrestre, dificultava sobremaneira a ocupação em áreas centrais dos territórios das unidades municipais mais distantes, nos altos rios, bem como atuação da administração municipal especialmente nas áreas de educação e saúde.

A Comissão Parlamentar de Inquérito para a Redefinição dos Limites Intermunici‑pais, em sua conclusão sugeriu a definição e regularização dos perímetros urbanos e rurais das sedes municipais e dos limites in‑termunicipais e, alteração dos limites inter‑municipais aprovados, constando plantas e memoriais descritivos aprovados.

Mapas e Memoriais Descritivos de cada Município foram elaborados, com base nas sugestões da citada Comissão Parlamentar de Inquérito, obedecendo às devidas altera‑ções dos limites intermunicipais aprovados.

Na Tabela 1, é possível observar a divisão política atual, especificando as áreas de cada município, (antiga e atual), percentual da área de cada município em relação à área to‑tal do Estado e a população estimada. Estes dados têm como base a nova divisão territo‑rial do Estado (Nova Linha Cunha Gomes).Com a inclusão de 1.228.936,0500 hectares (CPI dos Limites – ITERACRE), com a inser‑ção da nova Linha Cunha Gomes (aproxima‑do Acórdão 1.204.273,00 hectares), com exceção dos Municípios de Brasiléia, Epita‑ciolândia, Bujari, Capixaba, Plácido de Cas‑tro, Porto Acre, Rio Branco, Sena Madureira, Jordão e Rodrigues Alves, os demais tiveram acréscimo de tamanho em sua área oficial. Em relação às Regionais de Desenvolvimen‑to, apenas o Baixo Acre diminuiu o tamanho da área (Tabela 1).

4. A SITUAÇÃO ATUAL DAS TERRAS DO ACRE

O Estado do Acre, atualmente, apresenta 55,65% de suas terras destinadas aos Pro‑jetos de Assentamentos e as Áreas Naturais Protegidas (Unidades de Conservação e Ter‑ras Indígenas).

As Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável representam 31,10% das terras do Estado, sendo de âm‑bito Federal, Estadual e Municipal, situação bastante representativa para o Estado em termos de conservação e preservação do meio ambiente.

As Terras Indígenas totalizam 14,55% do Estado, onde a maioria já está regularizada, fator de grande importância no reconheci‑mento dos seus direitos sobre as terras que tradicionalmente ocupam, em sua organiza‑ção social, costumes, línguas, crenças e tra‑dições, ou seja, para a preservação da raça indígena, sendo ainda, fator importante para a conservação ambiental estadual.

Os Assentamentos Rurais representam 10,4% das terras do Estado, destacan‑do que, 2,95% destas constituem‑se de Projetos diferenciados, cujas atividades produtivas básicas são o extrativismo, sistemas agroflorestais e o manejo flores‑tal, os quais, também, contribuem com a conservação ambiental do Estado. Esses projetos são reflexos dos “empates” reali‑zados pelos movimentos de resistência e do tipo de desenvolvimento desejável para a região amazônica.

Os Projetos de Assentamentos, em mo‑dalidade, cuja maioria é de Projetos de As‑sentamento Dirigido (PAD), criados, na sua grande maioria, entre 1977 e 1982, tem como atividade produtiva básica a agricul‑tura e ocupam 7,66% das terras do Estado.

Segundo Lima (2005), as regionais de desenvolvimento Alto Acre e Baixo Acre, apresentam maior freqüência de Projetos de Assentamento, 57% dos P.A, os maiores centros urbanos e também os maiores la‑tifúndios sendo também servidas de estra‑das pavimentadas, ou não, que permitem o acesso durante praticamente o ano todo.

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Tabela 02. Situação Atual das Terras do Estado do Acre, 2006

Denominação Quanxidade Área (ha) % do Esxado

Projetos de Assentamentos 107 1.641.158,0000 9,99

Unidade de Conservação Integral 3 1.563.769,0000 9,51

Unidade de Uso sustentável 16 3.544.067,0000 21,58

Terras Indígenas 30 2.390.112,0000 14,55

Subtotal 156 9.139.106,0000 55,65

Terras em Discriminação sub judice1 9 410.866,00 2,50

Terras Públicas não Destinadas2 5 28.949,00 0,18

Terras a serem Discriminadas3 Várias 1.584.157,00 9,65

Terras Dominicias Estaduais (Lotes Titulados e a

Titular)

4.086 209.270,00 1,27

Áreas de Domínio Particular4 7.544 5.050.388,00 30,75

Subtotal - 7.283.030,00 44,35

Área Total do Estado 16.422.136,00 100,00

Fonte: Sema, IBAMA, ITERACRE, INCRA, 2006.

Alguns esclarecimentos são necessá‑rios quanto à dimensão das áreas dos Pro‑jetos de Assentamentos. Nem sempre a área oficial do assentamento, constante na matricula do imóvel, com base na qual o projeto foi criado, quando realizado a de‑marcação (total ou parcial), coincide com os dados reais obtidos, ocorrendo, portan‑to, aumento ou diminuição das áreas.

As situações são as mais variadas pos‑síveis, podendo acontecer de um imóvel que esteja sendo desapropriado durante o procedimento, seja identificada área sem cobertura de registro. A desapropriação prossegue e quando o INCRA se emite na posse, o projeto é oficialmente cria‑do. Esta área, sem cobertura de registro é levantada e, elaborado mapa com me‑

morial descritivo, dissociado do processo de desapropriação. Em seguida é solicita‑da a arrecadação administrativa, quando, somente, tem‑se a sentença judicial para que a área seja registrada em nome da União, a qual é dada a sua destinação, em alguns casos, cria‑se um novo projeto ou incorpora‑se a área, em questão, ao proje‑to já existente.

Quando acontece qualquer uma dessas situações, após a conclusão de toda a de‑marcação, o INCRA elabora um novo mapa e memorial descritivo e encaminha o pe‑dido de ratificação da matrícula do imó‑vel ao Cartório de Registros de Imóvel do município. Após este procedimento, é feito à alteração no Sistema de Informação do Programa de Reforma Agrária – SIPRA.

As Terras em Discriminação sub judice6 representam 2,50% da superfície estadual, enquanto que, as Terras Públicas não des‑tinadas7 representam 0,18%. As Terras Do‑minicais (Lotes titulados e a Titular) cons‑tituem 1,27% de sua superfície. Os imóveis rurais sob o domínio de particulares8 com‑

preendem 30,75% das terras do Estado. E as áreas a serem discriminadas9 representam 9,65% da superfície estadual. Juntas estas denominações somam 44,35% das terras do Estado.

Na Figura 2 e Tabela 2, é possível visualizar a situação atual das terras do Estado do Acre.

6. Imóveis não reconhecidos pelas Comissões Especiais de Discriminação do INCRA e sugeridas a ação 7. Judicial.Terras Arrecadadas, sem destinação, por serem de difícil acesso8. Algumas propriedades particulares não estão georeferênciadas, sendo assim, não se pode afirmar com absoluta certeza quanto de área real existem sob o domínio particular, portanto, para não existir superposição de dados, foram extraídas 70% das propriedades particulares, entre os intervalos até 50,00 ha, 50,1 a 100,00 e 15% no intervalo de 101,00 a 500,00 ha, imóveis cadastrado no SNCR e que estão localizados nos Projetos de Assentamentos e nas Áreas de Proteção de Uso Sustentáveis.9.Terras originadas do deslocamento da nova Linha Cunha Gomes e áreas que ainda não foram discriminadas (terras devolutas). Por não se ter condições técnicas de se mensurar a área real, para efeito de calculo, os valores foram obtidos através da dedução de todas as demais áreas.

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Atualmente, existem inúmeros projetos que se encontram nesta situação, com suas áreas a serem ratificadas, o que tem trazi‑do enormes transtornos, porque o órgão trabalha com duas variantes, a área cons‑tante como a oficial e, a área real que foi a demarcada.

Além disso, ainda existem situações onde os projetos são criados com base em uma determinada área e a demarcação das parcelas não é realizada em sua totalida‑de, ficando ainda área remanescente para futuros fracionamentos.

Outro problema é que muitos projetos que ainda não foram demarcados, foram di‑gitalizados com base nos mapas fundiários analógicos, esta situação também tem pre‑judicado, porque não se têm as definições exatas de suas localizações.

As áreas dos projetos de assentamentos demarcadas e não georrefenciadas de acor‑do com o Sistema Geodésico Brasileiro, não coincidem com os valores oficiais (de matrí‑

cula) informados pela Instituição. Contudo, os projetos criados a partir da Lei Federal nº 10.267, de 28 de agosto de 2001, estão sen‑do demarcados dentro dos preceitos legais da Lei em vigor, ou seja, georrefenciadas de acordo com o Sistema Geodésico Brasileiro.

4.1 Os Projetos de Assentamentos10

Os Assentamentos Rurais representam 10,4% das terras do Estado do Acre, distribu‑ídos em Assentamentos Rurais em diferentes modalidades, distribuídos em Projetos de As‑sentamentos (PA), Projetos de Assentamento Dirigido (PAD), Projetos de Assentamento Rá‑pido (PAR), Projetos de Assentamento Agroex‑trativista (PAE), Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), Projetos de Assentamento Florestal (PAF), Projetos Estadual Pólo Agro‑florestal (PE) e Projetos Casulo (PCA). A área total ocupada, por cada modalidade de as‑sentamento do INCRA, no Acre é descrita na Tabela 3.

Tabela 03. Área total dos Assentamentos Rurais do Acre e tamanho da área por modalidade

CATEGORIA ÁREA O AL

PAE 294.864,5193

PA 625.528,4059

PDS 192.649,5825

PAF 101.353,0000

CATEGORIA ÁREA O AL

PAD 576.583,0701

PE 6.143,9492

PCA 2.923,0067

PAR 48.214,0000

ÁREA O AL 1.848.259,5337

Fonte: Identificação dos Projetos de Reforma Agrária – Tipo, distância Plano de ação qualificado para Regu‑larização Ambiental em Assentamentos de Reforma Agrária no Estado do Acre‑INCRA/JUL/2010.

10 A Instrução Normativa/INCRA nº. 15, de 30 de março de 2004, que normatiza o Processo de Implantação e Desenvolvimento de Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária, em seu Artigo 3º, Item 3, conceitua Projeto de Assentamento, como um conjunto de ações, em área destinada à reforma agrária, planejada de natureza disciplinar e multisetorial integradas ao desenvolvimento territorial e regional, definidas, com base em diagnósticos precisos do público beneficiário e das áreas a serem trabalhadas, orientadas para utilização racional dos espaços físicos e dos recursos naturais existentes, objetivando a implementação dos sistemas de vivencia e produção sustentável, na pers-pectiva do cumprimento da função social da terra e da produção econômica, social e cultural do trabalhador rural e de seus familiares. Esclarece que os “beneficiários da reforma agrária” são candidatos selecionados, por critérios definidos na legislação agrária, regulamentada por normas internas do INCRA, pertencentes ou não a acampamentos rurais, havendo a necessidade de realizar seu cadastro junto ao INCRA, por iniciativa própria.

O Ministério do Meio Ambiente – MMA e o Ministério do Desenvolvimento Agrá‑rio – MDA (Portaria Interministerial nº 088/1999), por efeito da Agenda Positiva para a Amazônia Legal e, posteriormente da Medida Provisória nº 2.166‑67/2001, que alterou o Art.37 § 6o do Código Florestal, foi proibida a obtenção de terras e implan‑tação de Assentamentos Rurais em áreas de cobertura florestal primária, exceto nos ca‑sos em que as terras se destinem à criação de Projetos de Assentamentos que não exi‑gissem corte raso da vegetação.

Assim, para incorporar terras ao Pro‑grama de Reforma Agrária sem que isto se traduzisse em pressão sobre a floresta, aten‑dendo à demanda de terras existente na re‑gião, a qual nem sempre vêm de populações tradicionais, o INCRA, criou a modalidade de Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), voltado para atender a demanda de terras por populações tradicionais ou não tradicionais, desde que estas assumissem o compromisso de trabalhar a terra utili‑zando técnicas ecologicamente adequadas. Posteriormente, foi criada a modalidade Projeto de Assentamento Florestal (PAF), para incorporar com maior intensidade a concepção de uso sustentável dos recursos naturais no processo de Reforma Agrária, representando a adoção do Manejo Flo‑restal como atividade produtiva básica de assentamentos rurais.

Os Assentamentos Rurais aqui deta‑lhados destacam a definição de cada mo‑dalidade, quanto ao histórico, conceito e característica.

4.1.1. Projeto de Assentamento - PA

A modalidade “Projeto de Assentamento – PA” está conceituada no Plano Regional de Reforma Agrária [2004‑2005]: Programa de Reforma Agrária para o Desenvolvimento Sustentável do Acre, como “ação da reforma agrária sob a forma de assentamento des‑

tinado a agricultores familiares, com vistas a sua inserção no processo produtivo e sua integração na comunidade local e regional”.

Esta categoria é direcionada à agricultu‑ra intensiva em áreas abertas, tendo como público alvo o trabalhador rural sem‑terra. A obtenção atual do “domínio da terra” é o Título Definitivo, porém no Plano Regional de Reforma Agrária [2004‑2007] – Progra‑ma de Reforma Agrária para o Desenvolvi‑mento Sustentável do Acre existe a proposta para que nos futuros Projetos a serem ins‑talados, o “domínio de uso da terra” passe a ser a “Concessão de Uso” (INCRA, 2004).

Implantada a partir de 1987, esta moda‑lidade obedece às linhas de ações e diretri‑zes do I Plano Nacional de Reforma Agrária, voltadas para a co‑participação das Institui‑ções públicas (Federal, Estadual e Munici‑pal), estabelecendo diretrizes e alternativas visando à adequação do uso da terra a sua função social e econômica (ACRE, 2000).

As áreas são demarcadas em unidades produtivas (parcelamento individual), sendo que o tamanho destas parcelas é planejado em conformidade com os preceitos de ‘pro‑priedade familiar’, e, com as especificações de ‘módulo rural’, havendo ainda a preocu‑pação de se estabelecer parâmetros que es‑tejam definidos para o município, como: a disponibilidade de terras, a localização e a forma de exploração e as normas ambien‑tais vigentes no Estado e no Município.

Foram implantados no Estado do Acre, até 2006, 71 (setenta e um) Pro‑jetos de Assentamento, numa área de (625.528,4059) hectares, com capacida‑de para o assentamento de 12.524 famí‑lias, havendo sido formalizados 11.982 assentados (Tabela 4), representando um percentual de 86,67% da capacidade dos projetos, existindo uma disponibilidade de vagas para o assentamento de 1.575 novas famílias, ou seja, 13,33% da capaci‑dade de assentamento dos projetos estão ainda disponíveis.

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Tabela 04. Projetos de Assentamentos – PA no Estado do Acre, por Município, tamanho de área,

Capacidade de Assentamento e Famílias Assentadas

Nº Projexos (PA) MunicípioÁrea do Projexo

(INCRA)

Capacidade de

fam.

Famílias

Assenxadas

01 São João do Balanceio Acrelândia 18.247,4600 244 241

02 Stº Antonio do Peixoto Acrelândia 15.142,6371 212 206

03 Cumaru Acrelândia 5.970,3891 81 81

04 Orion Acrelândia 16.899,0500 321 319

05 Porto Luiz II Acrelândia 9.930,8800 190 143

06 California Acrelândia 5.825,9316 100 99

07 Espinhara Bujari 1.700,0000 31 29

08 Espinhara II Bujari 6.206,2600 167 166

09 Uirapuru Bujari 1.500,0000 43 43

10 Luz da Vida Bujari 380,0000 23 19

11 Bujari Bujari 2.422,8062 100 100

12 Triunfo Plácido de Castro 12.349,0920 307 272

13 Caquetá Porto Acre 17.631,9230 611 610

14 Porto Acre Porto Acre 2.093,0838 42 42

15 Tocantins Porto Acre 24.386,0548 489 482

16 Porto Alonso Porto Acre 9.126,4351 166 163

17 Bandeirante Porto Acre 3.346,0049 200 200

18 Figueira Rio Branco 25.567,3805 354 353

19 Vista Alegre Rio Branco 947,1034 35 35

20 Carão Rio Branco 11.161,3480 270 265

21 Benfica Rio Branco 6.827,0000 496 494

22 Colibri Rio Branco 1.356,0000 48 48

23 Baixa Verde Rio Branco 4.807,8832 167 162

24 Boa Água Rio Branco 4.122,8222 151 147

25 Gal. Moreno Maia Rio Branco 20.684,8374 500 487

26 Itamaraty Rio Branco 8.736,1382 187 146

27 Barro Alto Rio Branco 6.018,6895 185 169

28 LimeiraSenador

Guiomard1.783,5942 180 178

29 PetrolinaSenador

Guiomard3.190,5900 85 84

30 Paraguassu Assis Brasil 3.406,9520 98 98

31 Três Meninas Brasiléia 1.520,0000 61 59

32 Pão de Açúcar Brasiléia 6.279,4411 123 121

33 Princeza Brasiléia 1.315,0000 30 21

34 Fortaleza Brasiléia 1.000,0000 40 25

35 São Gabriel Capixaba 10.170,2372 162 162

36 Alcobrás Capixaba 7.690,8508 443 433

37 Zaqueu Machado Capixaba 3.768,7337 236 235

38 Tupã Xapuri 6.134,5260 146 142

39 Nazaré Manoel Urbano 8.006,7177 157 156

40 Liberdade Manoel Urbano 27.393,0000 505 433

41 Castelo Manoel Urbano 668,0889 33 32

42 Santa Rosa Sta Rosa do Purus 37.460,0000 100 100

43 Favo de Mel Sena Madureira 9.796,3267 180 175

44 Oriente Sena Madureira 5.650,0000 108 107

Nº Projexos (PA) MunicípioÁrea do Projexo

(INCRA)

Capacidade de familia Assenxados

Famílias

Assenxadas

45 Joaquim de Matos Sena Madureira 5.239,6581 166 159

46 João Batista Sena Madureira 3.158,0000 101 100

47 Amena Feijó 1.9000,0000 19 19

48 Envira Feijó 5.762,2931 239 219

49 Berlim Recreio Feijó 24.415,1647 519 512

50 Novo Destino Tarauacá 27.749,4696 360 325

51 Tarauacá Tarauacá 13.093,2578 294 285

52 Taquari Tarauacá 56.950,8525 142 135

53 Tracuá Cruzeiro do Sul 5.029,5775 100 7

54 Narciso Assunção Cruzeiro do Sul 4.306,2059 102 102

55 Pedro Firmino Cruzeiro do Sul 6.405,4103 80 78

56 Uruburetama Cruzeiro do Sul 1.287,2591 30 20

57 Miritizal Cruzeiro do Sul 5.064,2896 170 170

58 Rio Azul Mâncio Lima 2.993,0381 54 54

59 São Domingos Mâncio Lima 1.665,6013 149 149

60 Amônia Mal.Thaumaturgo 26.000,0000 224 212

61 Vitória Porto Walter 1.193,1105 31 31

62 São Pedro Rodrigues Alves 25.151,2763 340 336

63 Pavão Rodrigues Alves 5.276,4316 63 63

64 Nova Cintra Rodrigues Alves 1.438,7262 59 59

65 Iucatan Rodrigues Alves 873,2792 41 41

66 Paraná dos Mouras Rodrigues Alves 22.500,0000 479 475

67 Treze de Maio Rodrigues Alves 3.221,0000 150 149

68 Porfírio Ponciano Rodrigues Alves 990,0000 50 50

69 Arco‑Iris Rodrigues Alves 1.684,0104 73 71

70 João Ademir Rodrigues Alves 534,7985 32 32

71 Alberto Santiago Rodrigues Alves 2.160,0000 50 47

TOTAL ‑ 625.528,4059 (12524) (11982)

Fonte: Identificação dos Projetos de Reforma Agrária – Tipo, distância Plano de ação qualificado para Regu‑larização Ambiental em Assentamentos de Reforma Agrária no Estado do Acre‑INCRA/JUL/2010 e Anuário Acre‑SEPLAN 2009.

4.1.2. Projeto de Assentamento Dirigi-do – PAD

O Projeto de Assentamento Dirigido – PAD foi criado a partir da década de 70, com o objetivo de cumprir as determina‑ções do Estatuto da Terra, quanto ao as‑sentamento de pequenos e médios agricul‑tores, em regime de propriedade familiar. Nessa proposta de modalidade de Assen‑tamento existia a preocupação de elevar o nível de vida da população beneficiada, através da organização como ‘comunidade social economicamente ativa’, capaz de participar do processo produtivo, tam‑bém objetivava, reduzir a pressão social

dirigida para os centros urbanos, em conseqüência da falta de oportunidade de emprego no campo (INCRA, 1999). Previa‑se, ainda, a diversificação da pro‑dução regional, com conseqüente efeito multiplicador sobre a economia regional e municipal. A introdução do sistema cooperativo na produção e formação de comunidade de exploração, como tam‑bém, a introdução de culturas adaptadas à região.

O PAD recebia famílias de agricultores da região e de migrantes de diversas re‑giões do País, que buscassem uma opor‑tunidade de acesso a terra. Citamos como exemplo o contingente populacional de

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Tabela 05. Projetos de Assentamento Dirigidos ‑PAD no Estado do Acre, por Município, tamanho de

área, Capacidade de Assentamento e Famílias Assentadas

Nº Projexos (PAD) Município Área ZEE II (ha)*Capacidade de

Assenxamenxo

Famílias

Assenxadas

01 Humaitá Porto Acre 62.930,2500 951 917

02 Peixoto Senador Guiomard 337.358,1800 4.587 4.432

03 Quixadá Brasiléia 50.421,7400 1.032 998

04 Boa Esperança Sena Madureira 82.801,0200 2.756 856

05 Santa Luzia Cruzeiro do Sul 64.733,9400 717 664

O AL ‑ 598.245,1300 10.043 7.867

Fonte: INCRA/SR.14/AC – 2005.*Dados de área obtida do Geoprocessamento do ZEE II ajustado pela base cartográfica oficial do Estado do Acre – 1:100.000.

4.1.3. Projeto de Assentamento Rápido – PAR

O Projeto de Assentamento Rápido obje‑tivou dar continuidade às ações de Reforma Agrária no Estado do Acre. Em 1982 foram criados 04 (quatro) Projetos de Assenta‑mento Rápido, PAR Antimary, Campinarana, Aleluia e Mário Lobão. Estes projetos visa‑vam à regularização e ocupação de “áreas devolutas” que foram arrecadadas na Faixa de Fronteira do Estado do Acre. O reconhe‑cimento do “domínio da terra” inicialmente era através de Autorização de Ocupação (AO) e, num processo rápido, as parcelas eram “demarcadas” e de imediato recebiam o Título Definitivo Rural (TDR).

Atualmente, com a Nova Linha Cunha Gomes, os Projetos de Assentamentos Rá‑pidos Antimary e Campinarana, pertencem ao Estado do Amazonas e são gerenciados através da Superintendência Regional do IN‑CRA no Amazonas. Apenas os PARs Aleluia e Mario Lobão pertencem à Superintendên‑cia Regional do INCRA no Acre ‑ SR.14/AC, localizados no Município de Manoel Urba‑no e Sena Madureira, respectivamente, e juntos, possuem uma área de 71.456,76 hectares e uma capacidade para 714 as‑sentados, embora sua ocupação seja ape‑nas de 335 famílias, representa 46,91% da capacidade de assentamento dos projetos, podendo assentar, ainda, 379 novas famí‑lias (Tabela 6).

imigrantes, principalmente dos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul que na déca‑da de 1980, foram cadastrados e selecio‑nados para os Projetos de Reforma Agrária no Estado do Acre. Essas famílias foram conduzidas principalmente para os Proje‑tos de Assentamentos Dirigidos Pedro Pei‑xoto, Humaitá, Quixadá e Santa Luzia.

Os Municípios sede desses projetos sofreram intensos impactos durante o processo de incorporação do Estado à fronteira agrícola. Neste cenário, pode‑mos destacar os Municípios de Rio Bran‑co, Plácido de Castro, Senador Guiomard, Brasiléia e Cruzeiro do Sul, onde muitos

seringais foram transformados em áreas de reforma agrária, sendo loteado em par‑celas individualizadas, limitadas, em torno de 100 hectares, valor referenciado ao módulo fiscal.

O Estado do Acre, até 2006, tinha 05 (cinco) Projetos de Assentamento Dirigidos, ocupando uma área de 767.029,91 hecta‑res, para uma capacidade de 10.043 famílias (Tabela 5). No entanto, foram formalmente assentadas 7.867 famílias, representando 78,33% da capacidade total de assentamen‑to, havendo a disponibilidade para novas ocupações de 2.182 famílias, representando um percentual de 21,67%.

Tabela 06. Projetos de Assentamento Rápido ‑ PAR no Estado do Acre, por Município, tamanho de

área, Capacidade de Assentamento e Famílias Assentadas

Nº Projexos (PAR) Município Área ZEE II (ha)*Capacidade de

Assenxamenxo

Famílias

Assenxadas

01 Aleluia Manoel Urbano 13.299,1600 274 72

02 Mário Lobão Sena Madureira 58.157,6000 440 263

O AL 71.456,7600 714 335

Fonte: INCRA/SR.14/AC – 2005.*Dados de área obtida do Geoprocessamento do ZEE II ajustado pela base cartográfica oficial do Estado do Acre – 1:100.000.

4.1.4. Projeto de Assentamento Agro- Extrativista – PAE

A criação dos Projetos de Assentamento Agroextrativista tem contribuído de forma primorosa para uma Reforma Agrária dife‑renciada na Amazônia, respeitando e resga‑tando a forma e o modelo de ocupação das populações tradicionais, introduzindo siste‑ma de manejos florestal e de recuperação de áreas abertas (INCRA, 1996).

Esta modalidade de assentamento foi criada através da Portaria/INCRA/nº. 627 de 30 de julho de 1987, chamado de ‘Proje‑to de Assentamento Extrativista’, destinado a populações tradicionais. Esse tipo de as‑sentamento visa à exploração de áreas com potencialidades predominantemente extra‑tivas, através de atividades economicamente viáveis, socialmente justas e ecologicamente sustentáveis, além da produção agrícola vol‑tada para a subsistência da família.

Por intermédio da Portaria/INCRA/nº. 268 de 23 de outubro de 1996, sua deno‑minação foi alterada para ‘Projeto de As‑sentamento Agro‑Extrativista’, como uma opção natural às áreas dotadas de riquezas extrativistas, com finalidade de preservar o meio ambiente, o respeito às populações tradicionais organizadas e o interesse no desenvolvimento sustentável. Estes proje‑tos têm na exploração agroextrativista sua principal base econômica, interagindo com o interesse ecológico e a valorização da or‑ganização social. São implantados em áreas

com potencial extrativista, ocupadas por po‑pulações tradicionais, como seringueiros ou ribeirinhos11 .

A obtenção do domínio da terra nesta modalidade de Assentamento dar‑se‑á me‑diante a “Concessão de Uso”, em regime, se‑gundo a forma decidida pelas comunidades concessionárias: associativistas, condomi‑niais ou cooperativistas, sempre respeitan‑do as várias formas de ocupações sociais.

De acordo com o trabalho publicado pela Diretoria de Assentamento, em setembro de 1996, intitulado ‘Conceito e Metodolo‑gia para a Implantação dos Assentamen‑tos Agro‑Extrativistas’, cada PAE necessita elaborar seu Plano de Utilização da área, com regulamento elaborado pelos morado‑res e aprovado pelo INCRA que lhe confere sustentabilidade jurídica.

Somente após a criação do PAE e a re‑gularização dos moradores, a comunidade de forma organizada inicia então o processo de elaboração do ‘Plano de Utilização’, onde deve conter as regras básicas do uso racio‑nal e de forma sustentável da terra, direitos e deveres dos assentados.

No Estado do Acre foram implantados, até 2006, 11 (onze) Projetos de Assentamento Agroextrativista, abrangendo uma área de 267.699,3000 hectares, com capacidade para o assentamento de 1.229 famílias, tendo sido assentadas 971 famílias, representando 79% da área total dos projetos, existindo uma disponibilidade para novos assentamentos de 258 famílias, ou seja, 21% (Tabela 7).

11Plano Regional de Reforma Agrária [2004 – 2007]: Programa de Reforma Agrária para o Desenvolvi-mento Sustentável do Acre.

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Tabela 07. Projetos de Assentamento Agro‑Extrativista ‑ PAE no Estado do Acre, por Município,

tamanho de área, Capacidade de Assentamento e Famílias Assentadas

Nº Projexos (PAE) Município Área ZEE II (ha)*Capacidade de

Assenxamenxo

Famílias

Assenxadas

01 Porto Dias Acrelândia 24.300,9500 98 98

02 Canary Bujari 9.292,7800 27 20

03 Limoeiro Bujari 10.158,6600 37 16

04 Barreiro Porto Acre 8.053,2600 20 ‑

05 Santa Quitéria Brasiléia 25.781,0500 242 221

06 Remanso Capixaba 43.342,6500 189 170

07 Chico Mendes Epitaciolândia 23.806,2400 87 84

08 Porto Rico Epitaciolândia 7.872,9700 73 68

09 Equador Epitaciolândia 7.854,6100 36 35

10 Riozinho Sena Madureira 29.413,7400 120 63

11 Cruzeiro do Vale Porto Walter 77.822,3900 300 196

TOTAL - 267.699,3000 1.229 971

Fonte: INCRA/SR.14/AC – 2005.*Dados de área obtida do Geoprocessamento do ZEE II ajustado pela base cartográfica oficial do Estado do Acre – 1:100.000.

4.1.5. Projeto de Desenvolvimento Sus-tentável – PDS

Modalidade de Assentamento criado pela Portaria/INCRA/nº. 477 de 04 de novembro de 1999, de interesse social e ecológico, destinada às populações que baseiam sua subsistência no extrativismo, na agricultu‑ra familiar e em outras atividades de baixo impacto ambiental.

A Portaria/INCRA/P/nº.1.032, de 25 de outubro de 2000, aprova a Metodologia para a Implantação de Projetos de Desen‑volvimento Sustentável, como uma modali‑dade de Projeto de Assentamento de inte‑resse sócio‑econômico ambiental, destinado às populações que já desenvolvem ou que venham a desenvolver atividades de bai‑xo impacto ambiental, baseado na aptidão da área.

Os fundamentos do PDS têm como base o atendimento das especificidades regionais, o interesse ecológico, além do social, a va‑lorização da organização social, do trabalho e gestão comunitária, a concessão de uso da terra por período determinado, para explo‑ração individual ou condominial e o interes‑

se ecológico de recomposição do potencial original da área12.

A destinação da área é efetuada me‑diante Concessão Real de Uso, em regime comunial, segundo a forma decidida pelas comunidades concessionárias: associativis‑tas, condominiais ou cooperativistas, sob a responsabilidade das Organizações Rurais de Moradores – ORM’s, com anuência do órgão ambiental do INCRA e dos parceiros.

Implantado o PDS, é elaborado o PDA – Plano de Desenvolvimento Sustentável do Assentamento, com a participação das famí‑lias assentadas, onde deverá está contido a elaboração de um Plano de Utilização, nos moldes do aprovado para os PAEs.

Foram criados 06 (seis) Projetos de De‑senvolvimento Sustentável, ocupando uma área de 122.341,3900 hectares, possuindo a capacidade para o assentamento de 1.360 famílias, havendo sido formalizados 818 assentamentos, o que representa 60,14% da capacidade de assentamento, existindo assim a disponibilidade para o assentamen‑to de 542 novas famílias, o que representa 39,86% da capacidade de ocupação dos pro‑jetos (Tabela 8).

12 Metodologia para Implantação dos Projetos de Desenvolvimento Sustentável - PDS. 13 Programa Regional de Reforma Agrária [2004 – 2007] Programa de Reforma Agrária Para o Desen-volvimento Sustentável do Acre.14 Procedimento Metodológico para a Criação de Projetos de Assentamento Florestal no Âmbito do PNRA.15 Idem.

Tabela 08. Projetos de Desenvolvimento Sustentável ‑ PDS no Estado do Acre, por Município, ta‑

manho de área, Capacidade de Assentamento e Famílias Assentadas

Nº Projexos Município Área ZEE II (ha)*Capacidade de

Assenxamenxo

Famílias

Assenxadas

01 PDS Porto Luiz I Acrelândia 9.924,9100 300 233

02 PDS Nova Esperança Porto Acre 3.140,0000 60 32

03 PDS Bonal Senador Guiomard 10.443,4100 200 40

04 PDS Jamil Jereissati Cruzeiro do Sul 42.806,6000 300 282

05 Francisco Pimentel Cruzeiro do Sul 3.726,6000 250 73

06 São Salvador Mâncio Lima 52.309,8700 250 158

TOTAL - 122.341,3900 1.360 818

Fonte: INCRA/SR.14/AC – 2005.*Dados de área obtida do Geoprocessamento do ZEE II, ajustados pela base cartográfica oficial do Estado do Acre – 1:100.000.

4.1.6. Projeto de Assentamento Agro-florestal – PAF

Modalidade de Assentamento criada através da Portaria/INCRA/nº. 1.141 de 19 de dezembro de 2003, destinada às áreas com aptidão para a produção florestal fami‑liar comunitária e sustentável, que visam de‑senvolver o manejo florestal de uso múltiplo em base familiar.

A portaria estabelece que a criação des‑ta modalidade de assentamento, somente, ocorrerá em área de domínio da União, Es‑tado ou Município, que apresente aptidão para manejo florestal de uso múltiplo. O público alvo são trabalhadores rurais sem‑‑terra e populações tradicionais.

O diferencial dessa modalidade está na viabilidade econômica com sustentabili‑dade ambiental, na produção madeireira e não‑madeireira no manejo florestal de uso múltiplo e na integração dos recursos da floresta.13 Os Assentamentos Florestais baseiam‑se, sobretudo, no extrativismo ma‑deireiro, de óleos comestíveis e combus‑tíveis, no cultivo de polpas de frutas e de ervas medicinais.

Devido a seu elevado potencial para geração de renda, o Manejo Extensivo de Fauna Silvestre, deverá ser uma priorida‑de assumida pelas instituições envolvidas com a criação dos PAFs.

Os produtos passíveis de obtenção com o manejo florestal de uso múltiplo e inte‑

gral dos recursos florestais são: madeira, essências medicinais, plantas ornamen‑tais, óleos vegetais, látex, resinas, gomas, taninos, frutos, sementes, corantes, mate‑rial para artesanato (cipós, raízes, talas) e fauna, além dos serviços de preservação da biodiversidade, de resgate do gás car‑bônico e aproveitamento de outras poten‑cialidades de baixo impacto sobre o meio ambiente, como a exploração do ecoturis‑mo, geração de informações e suprimento de materiais genéticos para o desenvolvi‑mento da biotecnologia.14

Em casos de existência de áreas signi‑ficativas já convertidas para outras ativi‑dades produtivas poderá haver reflores‑tamento com espécies nativas da região, sendo permitida a atividade agrícola e pecuária de pequeno porte em até 5% da área de cada módulo.15

A destinação das áreas para estes pro‑jetos ocorrerá mediante o Termo de Con‑cessão de Uso, em regime comunial, se‑gundo a forma decidida pela comunidade concessionária: associativista, condomi‑nial ou cooperativa.

Existem 03 (três) Projetos de Assenta‑mento Florestal, numa área de 90.934,5000 hectares, com capacidade de assentamento para 400 (quatrocentas) famílias, tendo sido assentadas 258 famílias (Tabela 9), o que representa 64,54% da capacidade de ocupa‑ção, havendo assim, disponibilidade para o assentamento de 112 novas famílias.

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Tabela 09. Projetos de Assentamento Florestal ‑ PAF no Estado do Acre, por Município, tamanho de

área, Capacidade de Assentamento e Famílias Assentadas.

Nº Projexos (PAF) Município Área ZEE II (ha)*Capacidade de

Assenxamenxo

Famílias

Assenxadas

01 Providencia Capital Sena Madureira 32.753,9900 150 131

02 Valencia Sena Madureira 20.637,9700 100 47

03 Havaí Rodrigues Alves 37.542,5400 150 80

O AL ‑ 90.934,5000 400 258

Fonte: INCRA/SR.14/AC – 2005.*Dados de área obtida do Geoprocessamento do ZEE II ajustado pela base cartográfica oficial do Estado do

Acre – 1:100.000.

16 INCRA. Projeto Casulo – Geração de Emprego e Renda na Periferia dos Núcleos Urbanos.17 Zoneamento Ecológico-Economico - I Fase: Estrutura Fundiária do Estado do Acre.

Municipais, Instituições Governamentais e Não Governamentais.

Foram criados, até 2006, 03 (três) Proje‑tos Casulo: Geraldo Mesquita (1993), Hélio Pimenta (1995) e Geraldo Fleming (2000), todos no Município de Rio Branco, ocupando uma área de 685,1600 hectares (Tabela 10).

Os PCAs possuem capacidades de assen‑tamentos de 148 famílias, porém, foram assentadas 137 famílias, correspondendo a 92,57% da capacidade de ocupação, haven‑do disponibilidade ainda para assentar mais

Tabela 10. Projeto Casulo ‑ PCA do Estado do Acre, por Município, tamanho de área, Capacidade

de Assentamento e Famílias Assentadas, em 2006

Nº Projexos (PCA) Município Área ZEE II (ha)*Capacidade de

Assenxamenxo

Famílias

Assenxadas

01 Hélio Pimenta Rio Branco 138,88 34 33

02 Geraldo Mesquita Rio Branco 222,98 54 48

03 Geraldo Fleming Rio Branco 323,30 60 56

O AL ‑ 685,16 148 137

Fonte: INCRA/SR.14/AC – 2005.*Dados de área obtida do Geoprocessamento do ZEE II ajustado pela base cartográfica oficial do Estado do Acre – 1:100.000.

11 novas famílias. Ou seja, 7,43% da capaci‑dade esta disponível. Posteriormente, foram criados mais 02(dois) Projetos Casulos no Município de Rio Branco, O PCA Benfica e o PCA Custódio Freire, acrescentando uma área de 205,75 hectares à agricultura fami‑liar, no entorno da cidade e aumentando a capacidade de assentamento em 67 famílias.

4.1.8. Projeto Estadual Pólo Agroflo-restal – PE

Modalidade de Assentamento alternati‑vo, localizado em áreas para‑rurais também conhecidas como áreas de cinturões verdes,

4.1.7. Projeto Casulo – PCA

Criado em 1997, é uma modalidade des‑centralizada de Assentamento criado por meio de convênio do INCRA com as Prefei‑turas Municipais. Destina‑se à exploração agropecuária. É instalado em áreas de tran‑sição, no entorno de núcleos urbanos.16

Objetiva a geração de emprego e ren‑da. O aproveitamento da mão‑de‑obra não‑‑qualificada para o mercado de trabalho, a integração competitiva da agricultura familiar no mercado consumidor e a des‑centralização das ações do poder públi‑co, através de parcerias entre Prefeituras

objetivando o estabelecimento de famílias de origem rural, ex‑seringueiros e ex‑agri‑cultores, que se encontram na periferia das cidades, fora do mercado de trabalho.17 Es‑tes projetos são implantados em áreas com coberturas vegetais alteradas, fracionadas em pequenas unidades produtivas, cujos di‑mensionamentos das parcelas não poderão ser inferiores às frações mínimas de parce‑lamentos dos municípios.

Por se tratar de assentamento em peque‑nas unidades familiares, é fundamental o

planejamento físico da área, havendo sem‑pre a necessidade de observar a hidrogra‑fia, o relevo e a capacidade de uso da terra, fatores importantes para garantir a aptidão agroflorestal das terras, assim como as va‑riações de forma e tamanho das parcelas. Com base na Instrução Normativa nº. 2, de 20 de março de 2001, Art. 6º, Parágrafo Único, que delega competência aos Supe‑rintendentes Regionais do INCRA para re‑conhecer como projeto de reforma agrária, os projetos de assentamentos criados no âmbito das administrações públicas estadu‑ais e municipais, o Superintendente Regio‑nal do INCRA do Acre, através de Portarias individualizadas, reconheceu a modalidade Projeto Estadual Pólo Agroflorestal, como integrantes do Programa de Reforma Agrá‑ria, entretanto, a esfera de responsabilidade continua sendo do Governo do Estado.

A partir deste reconhecimento, os assen‑tados foram homologados pelo Sistema de Informação do Programa de Reforma Agrá‑ria – SIPRA e declarados como beneficiários

dos Créditos de Instalações, destinados aos assentamentos criados pelo INCRA e aque‑les administrados por outras Instituições Governamentais, reconhecidos pelo INCRA, como também, o direito de participar do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar ‑ PRONAF.

Foram implantados 12 (doze) Projetos Estaduais Pólos Agroflorestais, até 2006, nos Municípios de Brasiléia, Bujari, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Mâncio Lima, Porto Acre, Rio Branco, Rodrigues Alves e Xapuri. Para a implantação destes Projetos foram destinados 3.608,3800 hectares, para uma capacidade de assentamento de 464 fa‑mílias (Tabela 11). Neste cenário foram as‑sentadas 417 famílias, ou seja, 89,87% da capacidade de ocupação dos projetos, exis‑tindo ainda a disponibilidade para 47 novas famílias, o que significa que 10,13% da ca‑pacidade de assentamento disponível.

Em 2010, de acordo com o INCRA, exis‑tiam no Acre 135 Assentamentos implanta‑dos, conforme a tabela 12.

Tabela 11. Projetos Estaduais Pólo Agroflorestal ‑PE do Estado do Acre, por Município, tamanho de

área, Capacidade de Assentamento e Famílias Assentadas, até 2006

Nº Projexos (PE) MunicípioÁrea ZEE II

(ha)*

Capacidade de

Assenxamenxo

Famílias

Assenxadas

01 Polo Agroflorestal Brasiléia Brasiléia 539,0400 75 66

02 Polo Agroflorestal Dom Moacir Bujari 320,4900 53 52

03 Polo Agroflorestal Cruzeiro do

Sul

Cruzeiro do Sul 319,9300 41 35

04 Polo Agroflorestal Epitaciolândia Epitaciolândia 130,0200 16 09

05 Polo Agroflorestal Feijó Feijó 234,1300 19 18

06 Polo Agroflorestal Mancio Lima Mâncio Lima 375,29 35 30

07 Polo Agroflorestal Leiteiro de

Porto Acre

Porto Acre205,3700 19 19

08 Polo Agroflorestal Wilson

Pinheiro

Rio Branco300,5800 58 58

09 Polo Agroflorestal Rodrigues

Alves

Rodrigues Alves 255,83 40 24

10 Polo Agroflorestal Eliais Moreira Sena Madureira 338,20 45 44

11 Polo Agroflorestal Xapuri I Xapuri 358,0700 28 27

12 Polo Agroflorestal Xapuri II Xapuri 231,4300 35 35

O AL GERAL ‑ 3.608,38 464 417

Fonte: INCRA/ 2005. *Dados de área obtida do Geoprocessamento do ZEE II ajustado pela base cartográfica oficial do Estado do

Acre – 1:100.000.

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Nº Municípios Área ZEE (ha)*Capacidade de Familia

Assenxadas

Acrelândia ( 9 Projexos ) 393.200,5910 6.373

1 PAD Padre Peixoto 296.243,8722 4.727

2 PAE Porto Dias 24.348,9300 98

3 PA São João do Balanceio 17.797,4041 244

4 PA Stº Antº do Peixoto 15.142,6371 212

5 PA Cumaru 5.970,3991 81

6 PA Orion 16.329,0378 321

7 PA Porto Luiz II 2.036,0000 190

8 PDS Porto Luiz I 9.506,3875 400

9 PA Califórnia 5.825,9316 100

Assis Brasil ( 1 Projexo ) 3.406,9520 98

10 PA Paraguassu 3.406,9520 98

Brasiléia ( 8 Projexos ) 134.547,5888 1.734

11 PAD Quixadá 76.741,3720 1.032

12 PAE Santa Quitéria 43.858,9100 300

13 PA Três Meninas 1.520,0000 61

14 PA Pão de Açúcar 6.279,4411 123

15 PA Princesa 1.315,0000 30

16 PE Polo Agroflorestal Brasileia 520,6115 74

17 PA Fortaleza 1.000,0000 40

18 PDS Porto Carlos 3.312,2521 74

Bujari ( 8 Projexos ) 31.521,1787 481

19 PA Espinhara 1.700,0000 31

20 PAE Canary 8.053,0000 27

21 PAE Limoeiro 11.150,0000 37

22 PA Espinhara II 5.985,6400 167

23 PE Polo Agroflorestal Dom Moacir 329,7371 53

24 PA Uirapuru 1.500,0000 43

25 PAE Luz da Vida 380,0000 23

26 PA Bujari 2.422,8062 100

Capieaba ( 5 Projexos ) 65.112,5996 1.060

27 PAE Remanso 43.228,1758 189

28 PA São Gabriel 10.170,2372 162

29 PA Alcobrás 7.690,8508 443

30 PA Zaqueu Machado 3.768,7337 236

31 PE Polo Agroflorestal de Capixaba 254,6021 30

Cruzeiro do Sul ( 10 Projexos ) 197.598,6060 2.532

32 PAD Santa Luzia 62.267,9094 898

33 PA Tracuá 5.029,5775 100

34 PA Narciso Assunção 4.306,2059 102

35 PA Pedro Firmino 6.405,4103 80

36 PE Polo Agroflorestal Cruzeiro do Sul 261,4185 41

Tabela 12. Assentamentos Rurais no Estado do Acre, por Município, tamanho de área e capacidade de famílias assentadas, no período de 2010

Nº Cruzeiro do Sul ‑ Projexos Área ZEE (ha)* Capacidade de Fam. Assenxadas

37 PDS Jamil Jereissati 42.656,5657 520

38 PDS Francisco Pimentel 55.150,0000 171

39 PAF Recanto 15.170,0000 70

40 PA Urubumetama 1.287,2600 30

41 PA Miritizal 5.064,2896 170

Epixaciolândia ( 4 Projexos ) 39.844,7024 205

42 PAE Chico Mendes 24.098,6100 87

43 PAE Porto Rico 7.858,4200 73

44 PAE Equador 7.757,7200 36

45 PE Polo Agroflorestal Epitaciolândia 129,9535 9

Feijó ( 4 Projexos ) 32.177,3232 801

46 PA Amena 1.849,9200 19

47 PA Envira 5.659,0000 239

48 PE Polo Agroflorestal Feijó 99,8654 24

49 PA Berlim Recreio 24.415,1647 519

Jordão ( 1 Projexo ) 2.107,9000 120

50 PCA Casulo Jordão 2.107,9000 120

Mâncio Lima ( 4 Projexos ) 32.820,0411 488

51 PA Rio Azul 2.993,0381 54

52 PA São Domingos 1.665,6013 149

53 PDS São Salvador 27.830,0000 250

54 PE Polo Agroflorestal Mâncio Lima 331,4017 35

Manoel Urbano ( 4 Projexos ) 54.367,8066 969

55 PAR Aleluia 18.300,0000 274

56 PA Nazaré 8.006,7177 157

57 PA Liberdade 27.393,0000 505

58 PA Castelo 668,0889 33

Mal. haumaxurgo ( 1 Projexo) 26.000,0000 224

59 PA Amônia 26.000,0000 224

Plácido de Casxro ( 2 Projexos ) 12.505,8165 346

60 PA Triunfo 12.349,0920 307

61 PE Polo Agroflorestal Plácido de Castro 156,7245 39

Porxo Acre ( 9 Projexos ) 130.870,5024 2.559

62 PAD Humaitá 61.179,0000 951

63 PA Caquetá 17.631,9230 611

64 PA Porto Acre 2.093,0838 42

65 PA Tocantins 24.386,0548 489

66 PA Porto Alonso 9.126,4351 166

67 PE Polo Leiteiro de Porto Acre 207,5421 20

68 PDS Nova Esperança 3.140,0000 60

69 PA Bandeirante 3.346,0049 200

70 PAE Barreiros 9.760,4587 20

Porxo Walxer ( 4 Projexos ) 88.461,7859 486

71 PA Vitória 497,0000 31

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Porxo Walxer ( 4 Projexos ) 88.461,7859 486

72 PAE Cruzeiro do Vale 76.900,0000 220

73 PDS Minas 2.900,0000 85

74 PAE Triunfo/Porongaba 7.468,6754 150

Rio Branco ( 15 Projexos ) 96.271,0531 2.810

75 PA Figueira 25.567,3805 354

76 PA Vista Alegre 947,1034 35

77 PA Carão 11.161,3480 263

78 PA Benfica 6.827,0000 496

79 PA Colibri 1.356,0000 48

80 PA Baixa Verde 4.807,8832 167

81 PA Boa Água 4.122,8222 151

82 PA Gal. Moreno Maia 20.684,8374 500

83 PCA Casulo Hélio Pimenta 138,4742 34

84 PCA Casulo Geraldo Fleming 299,9500 60

85 PE Polo Agroflorestal Wilson Pinheiro 382,9093 58

86 PCA Casulo Geraldo Mesquita 213,2400 54

87 PA Itamaraty 8.736,1382 187

88 PDS Nova Baixa Verde 5.007,2772 211

89 PA Barro Alto 6.018,6895 185

Rodrigues Alves ( 12 Projexos ) 98.076,9596 1.527

90 PA São Pedro 25.151,2763 340

91 PA Pavão 5.276,4316 63

92 PA Nova Cintra 1.438,7262 59

93 PA Iucatan 873,2792 41

94 PA Paraná dos Mouras 22.500,0000 479

95 PA Treze de Maio 3.221,0000 150

96 PA Porfírio Ponciano 990,0000 50

97 PE Polo Agroflorestal Rodrigues Alves 247,4374 40

98 PA Arco‑Iris 1.684,0104 73

99 PA Havai 34.000,0000 150

100 PA João Ademir 534,7985 32

101 PA Alberto Santiago 2.160,0000 50

Sxa Rosa do Purus ( 1 Projexo ) 37.460,0000 100

102 PA Santa Rosa 37.460,0000 100

Sena Madureira ( 16 Projexos ) 240.894,0165 2.984

103 PAR Mário Lobão 29.914,0000 440

104 PAD Boa Esperança 80.150,9465 1.076

105 PAE Riozinho 30.381,6168 77

106 PA Favo de Mel 9.796,3267 180

107 PA Oriente 5.650,0000 108

108 PE Polo Agroflorestal Sena Madureira 332,2143 45

109 PA Joaquim de Matos 5.239,6581 166

110 PAF Providência/Capital 32.000,0000 150

112 PAF Valência 20.183,0000 100

Nº Sena Madureira ‑ Projexos Área ZEE (ha)* Capacidade de Fam. Assenxadas

113 PA João Batista 3.158,0000 101

114 PDS Ivo Neves 3.352,0000 105

115 PDS Wilson Lopes 15.826,0000 315

116 PDS Geraldo Fernandes 1.929,00000 63

117 PDS Lídia Craveiro 804,0000 26

118 PE Polo Agroflorestal Elias Moreira 200,2396 17

119 PE Polo Agroflorestal Boa Vista 1.977,0145 15

Senador Guiomard ( 4 Projexos ) 16.551,2842 618

120 PA Limeira 1.783,5942 180

121 PA Petrolina 3.190,5900 85

122 PDS Bonal 10.447,8000 203

123 PDS Polo Pirã‑de‑Rã 1.129,3000 150

arauacá ( 5 Projexos ) 9.868,7065 866

124 PA Novo Destino 27.749,4696 360

125 PA Tarauacá 13.093,2578 294

126 PA Taquari 56.950,8525 565

127 PE Polo Agroflorestal Tarauacá 143,1266 30

128 PDS Sete Lagoas 750,0000 40

Xapuri ( 7 Projexos ) 15.776,1196 455

129 PA Tupã 6.134,5260 146

130 PE Polo Agroflorestal Xapuri I 342,4940 31

131 PE Polo Agroflorestal Xapuri II 226,6571 35

132 PDS Polo Recanto do Equador 2.000,0000 67

133 PDS Floresta 6.909,0000 125

134 PCA Polo Hortifrutigranjeiro União 63,4425 26

135 PCA Polo Hortifrutigranjeiro Sibéria 100,0000 25

Fonte: Sistema de Implantação de Projetos de Assentamentos (SIPRA, 2010).

4.2. As Áreas Naturais Protegidas

Para a eficiência de um Sistema de Áre‑as Protegidas, é necessário haver, como parte integrante deste, além das Unidades de Conservação ‑ UCs stricto sensu (SNUC, 2000), outros espaços especialmente pro‑tegidos, como: Terra Indígens, Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal (RL), Terra de Quilombola, Zona Costeira e Marinha que funcionem como elementos de conectividade entre as áreas de entorno das UCs (PNAP/MMA, 2006).

A Lei Estadual nº 1.426, de 27 de de‑zembro de 2001, Seção II, Art. 14 criou o

Sistema Estadual de Áreas Naturais Pro‑tegidas do Estado do Acre – SEANP/AC, composto pelo conjunto de UC Estadual e Municipal. As UCs Federais e as Terras In‑dígenas (T.I) são reconhecidas pelo SEANP (Figura 3).

As Áreas Naturais Protegidas do Acre são constituídas por Unidades de Conser‑vação e Terras Indígenas, representando 45,66% das terras do Estado, sendo 31,10% de Unidades de Conservação (9,52% de Uni‑dades de Conservação de Proteção Integral e 21,58% de Uso Sustentável) e 14,55% de Terras Indígenas (Tabela 13) (LACERDA et al., 2006).

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Tabela 13. Áreas Naturais Protegidas do Estado do Acre, 2006

Caxegoria Área (ha)* % do Esxado

I ‑ Unidades de Conservação de Proxeção Inxegral

Parque Nacional Serra do Divisor 784.079 4,77

Estação Ecológica Rio Acre 84.387 0,51

Parque Estadual Chandless 695.303 4,23

Sub‑ oxal 1.563.769 9,52

II ‑ Unidades de Conservação de Uso Susxenxável

Área de Proteção Ambiental Igarapé São Francisco 30.004 0,18

Área de Proteção Ambiental Lago do Amapá 5.224 0,03

Área de Proteção Ambiental Raimundo Irineu Serra 909 0,01

Área de Relevante Interesse Ecológico Seringal Nova Esperança 2.576 0,02

Reserva Extrativista Alto Juruá 538.492 3,28

Reserva Extrativista Chico Mendes 930.203 5,66

Reserva Extrativista Alto Tarauacá 151.199 0,92

Reserva Extrativista Cazumbá‑Iracema 733.680 4,47

Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade 320.118 1,95

Floresta Nacional Macauã 177.047 1,08

Floresta Nacional Santa Rosa do Purus 152.575 0,93

Floresta Nacional São Francisco 19.139 0,12

Floresta Estadual do Antimary 45.639 0,28

Floresta Estadual Mogno 143.897 0,88

Floresta Estadual Rio Liberdade 77.303 0,47

Floresta Estadual Rio Gregório 216.062 1,32

Sub‑ oxal 3.544.067 21,58

oxal de Unidades de Conservação 5.107.836 31,10

III ‑ erras Indígenas 2.390.112 14,55

oxal de Áreas Naxurais Proxegidas 7.497.948 45,66

Área oxal do Esxado 16.422.136

Fonte: Sema/AC, IBAMA, ITERACRE (2006)

* Algumas áreas da UCs foram demarcadas e apresentaram alterações nos perímetros e áreas eestão em pro‑

cesso de retificação do Decreto de Criação.

4.2.1. As Unidades de Conservação

As Unidades de Conservações – UCs estão conceituadas como espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas ju‑risdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo Po‑der Público, com objetivos de conservação

e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garan‑tias adequadas de proteção (Lei Federal no 9.985, de 18 de Julho de 2000). Esta Lei ins‑titui o Sistema Nacional de Unidades de Con‑servação da Natureza – SNUC, e estabelece critérios e normas para a criação, implanta‑ção e gestão das Unidades de Conservação.

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De acordo com as definições do SNUC, as Unidades de Conservações se dividem em dois grupos, com características específicas: Unidades de Proteções Integrais e Unidades de Usos Sustentáveis.

As Unidades de Proteções Integrais abri‑gam as categorias: Estação Ecológica, Reser‑va Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre. As Uni‑dades de Usos Sustentáveis objetivam com‑patibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, agrupando as Áreas de Proteções Ambientais, Áreas de Relevantes Interes‑ses Ecológicos, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Par‑ticular do Patrimônio Natural. As Unidades desses dois grupos quando criadas pelo Es‑tado ou Município são denominadas Estadu‑al e Municipais, respectivamente.

De acordo com os indicativos do ZEE (2000), algumas áreas apresentaram carac‑terísticas que as habilitaram como prioritá‑rias para a criação de Unidades de Conser‑vação (UCs) no Estado do Acre. No período de 2000 a 2006 foi criado o Parque Estadu‑al Chandless, as Florestas Estaduais ‑ Mog‑no, Rio Liberdade e Rio Gregório, as Áreas de Proteções Ambientais ‑ Lago do Amapá, São Francisco e Raimundo Irineu Serra, as Florestas Nacionais ‑ Santa Rosa do Purus e São Francisco, as Reservas Extrativistas ‑ Alto Tarauacá, Cazumbá‑Iracema e Riozinho da Liberdade. Com a criação destas áreas, houve um aumento de 2.545.413 hectares de Unidades de Conservações, representan‑do um incremento de 105,84% (Lacerda et al., 2006).

Outras áreas vêm sendo pretendidas para criação de UCs, seguindo as diretrizes do Seminário de Macapá (1999), Workshop da Biodiversidade (2000), ZEE/AC (2000) e demandas da Sociedade. Algumas destas áreas já se encontram em processo inicial de criação, com a realização dos estudos de identificação, seguindo as orientações do SNUC (2000): RESEX Mari‑Floresta (Municí‑pio de Porto Acre), RESEX Yaco (Sena Madu‑reira), RESEX Curralinho (Feijó), RESEX Ju‑

ruparí (Feijó), RESEX Rio Crôa (Cruzeiro do Sul), Expansão do Parque Nacional da Serra do Divisor (Mâncio Lima), REBIO Campina‑ranas do Guajará (AC/AM ‑ Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Guajará), REBIO Tabocal do Pouini (AC/AM ‑ Manuel Urbano e Pauini), UC Riozinho do Rôla (Rio Branco), UC Japiim (Mâncio Lima), 3 Parques no Vale do Rio Acre (Municípios de Porto Acre, Epitaciolân‑dia e Rio Branco). Os processos de criação das RESEXs, REBIOs e Expansão da Serra do Divisor tramitam no IBAMA; as UCs do Riozi‑nho do Rôla no Zoneamento Econômico Am‑biental e Social de Rio Branco ‑ ZEAS; as UCs Japiim e das Regionais do Alto e Baixo Acre na SEMA (LACERDA et al., 2006).

Assim, de acordo com as diretrizes do ZEE Fase I, essas regiões estão sendo consi‑deradas como prioritárias para detalhamen‑to dos estudos sócio‑ambientais com vistos à preservação, tanto pelo seu valor biológi‑co, como pelo grau de desmatamento e de ameaças (proximidade dos eixos de desen‑volvimento) e pelas demandas das popula‑ções tradicionais a que estão susceptíveis.

Os números apresentados na Tabela 14 relativos às Áreas Naturais Protegidas fo‑ram atualizados de acordo com a situação real, baseada nos estudos de demarcação realizados ou das diferenças detectadas en‑tre o número oficial do Decreto de Criação e aqueles obtidos a partir do georreferencia‑mento dos polígonos na base cartográfica do geoprocessamento do ZEE/AC II, na esca‑la de 1:100.000. A seguir apresentam‑se os motivos destas alterações: a) PARNA Serra do Divisor ‑ a redução da área foi objeto de decisão judicial em reconhecimento da Ter‑ra Indígena Nawa, faltando demarcar a Ter‑ra para alterar o Decreto do Parque; b) ESEC Rio Acre – ajuste no georreferenciamento em função dos limites com a Terra Indíge‑na Mamoadate, resultando em aumento de área; c) RESEX Alto Juruá, Chico Mendes e Alto Tarauacá ‑ concluíram sua demarcação e atualmente preparam os processos para retificação do Decreto de Criação; d) RESEX Cazumbá‑Iracema ‑ redução de área no ge‑oreferenciamento dos polígonos, devido à linha que faz o limite oeste da Reserva Ex‑

Tabela 14. Comparação dos dados das áreas Oficiais, Reais e do Geoprocessamento do ZEE II em

relação às UC’s do Estado do Acre, 2010

Unidades de Conservação de Proxeção

Inxegral

Área Oficial

(ha)

Área Real

(ha)Diferença (ha) % Geo ZEE II18

PARNA Serra do Divisor 843.012 784.079 ‑58.933 ‑7,52 782.942

ESEC Rio Acre 77.500 84.387 6.887 8,16 84.387

P.E. Chandless 695.303 695.303 0 0,00 693.093

Sub‑ oxal 1.615.815 1.563.769 ‑52.046 0,65 1.560.422

Unidades de Conservação de Uso

Susxenxável

APA Igarapé São Francisco 30.004 30.004 0 0,00 28.841

APA Lago do Amapá 5.224 5.224 0 0,00 5.211

APA Raimundo Irineu Serra 909 909 0 0,00 843

ARIE Seringal Nova Esperança 2.576 2.576 0 0,00 2.529

ARIE Japiim‑Pentecoste 25.750 25.750 0 0,00 25.750

RESEX Alto Juruá 506.186 538.492 32.306 6,00 529.449

RESEX Chico Mendes 970.570 930.203 ‑40.367 ‑4,34 930.985

RESEX Alto Tarauacá 151.199 151.199 0 0,00 151.846

RESEX Cazumbá‑Iracema 750.795 733.680 ‑17.187 ‑2,34 732.406

RESEX Riozinho da Liberdade 325.602 320.118 ‑5.484 ‑1,71 320.893

FLONA Macauã 173.475 177.047 3.572 2,02 176.956

FLONA Santa Rosa do Purus 230.257 152.575 ‑77.682 ‑50,91 152.575

FLONA São Francisco 21.600 19.139 ‑2.461 ‑12,86 19.129

F.E do Antimary 47.064 45.638,57 ‑1.425 ‑3,12 46.911

F.E Mogno 143.897 143.897 0 0,00 141.022

F.E Rio Liberdade 126.360 77.303,10 ‑49.057 ‑63,46 122.530

F.E Rio Gregório 216.062 216.062 0 0,00 213.533

Sub‑ oxal 3.727.530 3.569.817 ‑157.785 ‑130,73 3.601.409

oxal 5.343.345 5.133.514 ‑209.831 ‑130 5.161.831

Fonte: Acre, 2006

trativista corresponder à linha divisória da Gleba Chandlless, que deu origem ao Par‑que Estadual; e) RESEX Riozinho da Liber‑dade – redução da área devido a ajustes no georeferenciamento; f ) FLONA Macauã ‑ aumento de área devido a ajustes no ge‑oreferenciamento; g) FLONA Santa Rosa do Purus – redução da área, em função

de sobreposição com a T.I Jaminawa do Envira; h) FLONA São Francisco ‑ redução apresentada deu‑se em função de erro na plotagem do memorial descritivo no ZEE/AC; i) F.E. Rio Liberdade ‑ redução da área para maior detalhamento dos rios; j) F.E Antimary – valor real após demarcação oficial (LACERDA et al., 2006).

Na comparação entre os dados consi‑derados reais e utilizados neste trabalho, com os do geoprocessamento do ZEE/AC, Fase II, observa‑se que a diferença pode esta relacionada a erro na composição do memorial descritivo da área ou algu‑ma sobreposição com outra categoria de UCs. Neste sentido consideramos aquelas diferenças acima de 1%, para efeito de registro e posterior verificação. As áreas

especificadas a seguir são aquelas que se enquadram dentro deste critério: APA Igarapé São Francisco (3.88%), APA Rai‑mundo Irineu Serra (7,26%), ARIE Seringal Nova Esperança (1,82%), RESEX Alto Juruá (1,68%), F.E Mogno (2%), F.E Rio Liberdade (3,03%) e F.E Rio Gregório (1,17%). Esses dados deverão se adequar à base cartográ‑fica oficial do Estado (1:100.000) (LACER‑DA et al., 2006).

18 Dados do Geoprocessamento do ZEE II ajustado pela base cartográfica oficial do Estado do Acre.

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Como diretriz, recomenda‑se aos Órgãos Gestores das Unidades de Conservação que apresentaram diferença de áreas, em relação aos seus Decretos de Criação, a realização da demarcação destas áreas e início do processo de retificação dos respectivos Decretos (LA‑CERDA et al., 2006).

Unidades de Proteção Integral

Os “Parques Nacionais” pertencem ao gru‑po de Unidades de Conservação – UCs de Pro‑teção Integral, cujo objetivo é a preservação de ecossistema natural de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisa científica e o desenvol‑vimento de atividades de educação e interpre‑tação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico (Art. 11 da Lei no 9.985/2000 ‑ SNUC) desde que estejam regula‑mentadas pelo Plano de Manejo da Unidade, de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua gestão, e aquelas previstas em regulamento. São áreas de posse e domínios públicos, sendo que as áreas particulares inclu‑ídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a Lei. Quando criados pelo Estado ou Município, serão denominados, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal.

O Parque Nacional ‑ PARNA da Serra do Divi‑sor foi criado através do Decreto nº 97.839/89, com a finalidade de proteger e preservar amos‑tras dos ecossistemas existentes, assegurando a preservação de seus recursos naturais e pro‑porcionando a oportunidade – controlada – para uso público, educação e pesquisa cientifica. Mesmo pertencendo à categoria de Proteção In‑tegral, dentro do Parque, existe uma população residente de 570 famílias, fato ocorrido por ter sido criado sem a realização de estudo prelimi‑nar que pudesse identificar a existência de qual‑quer tipo de ocupação na área. O Parque possui uma área de 784.079,0000 hectares. O órgão gestor é o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA per‑tencente à esfera Federal.

Um segundo Parque existente no Estado do Acre é o Parque Estadual – P.E Chandless, considerado de alta prioridade para conserva‑

ção, por compor o corredor ecológico de áreas naturais, protegidas, do Estado, e por apresen‑tar alta biodiversidade. A gestão desta Unida‑de deve respeitar a integração dos ecossiste‑mas naturais da região, criado com o objetivo de promover a conservação da Floresta Ama‑zônica, através da participação comunitária e da cooperação entre as diferentes Instituições Governamentais e Não Governamentais pre‑vistos em Plano de Manejo. O órgão gestor é a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais – SEMA/AC pertencente à esfera Estadual. Com uma área de 695.303,00 hectares o Parque possui uma população resi‑dente de 14 famílias.

Ainda no grupo das Unidades de Conserva‑ção de Proteção Integral o Acre sedia a cate‑goria “Estação Ecológica” – ESEC, cujo objetivo é preservar a natureza e realizar pesquisas científicas. As ESECs são de posse e de domí‑nio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropria‑das, de acordo com o que dispõe a Lei (art. 9º da Lei no 9.985/2000 ‑ SNUC). Nas ‘Estações Ecológicas’ só poderão ocorrer alterações dos ecossistemas nos casos de: medidas que visem à restauração de ecossistemas modificados; manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica; coleta de componentes do ecossistema com finalidades de pesquisas científicas – cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que aquele causado pela sim‑ples observação ou pela coleta controlada de componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a, no máximo, três por cento da extensão total da Unidade até o limite de um mil e quinhentos hectares. A Estação Eco‑lógica Rio Acre pertencente à esfera Federal, foi criada com a finalidade de desenvolver projetos de pesquisa, preservar as nascentes do Rio Acre e o ecossistema local. Esta Estação está locali‑zada no Município de Assis Brasil e possui uma área de 84.387,0000 hectares.

A Tabela 15 apresenta a esfera responsável pela gestão da Unidade que estabelece normas específicas, regulamentando a ocupação e o uso dos recursos naturais através do seu Plano de Manejo, Localização, a Lei de criação e a População existente nas UCs de Proteção Integral do Estado do Acre.

Tabela 15. Dados sobre a Esfera Administrativa, Município Sede, Decreto de Criação e População

das UCs de Proteção Integral. Acre, 2006

No UCESFERA

ADMINIS RA IVAMUNICIPIO SEDE

DECRE O DE

CRIAÇÃO

Nº FAMÍLIA

RESIDEN E*

1 PARNA Serra do Divisor Federal

Cruzeiro do Sul, Mâncio

Lima, Rodrigues Alves,

Porto Walter e Marechal

Thaumaturgo

97.839

(16.06.1989)570

2 P.E. Chandless Estadual

Santa Rosa do Purus,

Manoel Urbano e Sena

Madureira

10.670

(02.09.2004)14

3 ESEC Rio Acre Federal Assis Brasil86.061

(02.06.1981)0

Fonte: INCRA/SR.14/AC ‑2005;SEMA/AC, IBAMA/MMA, ITERACRE (2006).* Estimativa

Unidades de Uso Sustentável

O Estado do Acre apresenta atualmen‑te as seguintes categorias de Unidades de Conservação de Uso Sustentável: Florestas Nacionais – FLONA’s e Florestas Estaduais – F.E, Reservas Extrativistas – RESEX’s, Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE e Área de Proteção Ambiental – APA Estadual e Municipal.

As Florestas Nacionais são áreas com coberturas florestais de espécies predomi‑nantemente nativas e têm como objetivo principal o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas (Art. 17 da Lei no 9.985/2000). Como área de Uso Sus‑tentável, pode ser admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando de sua criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da Unidade.

No Estado do Acre foram criadas três Florestas Nacionais (Macauã, São Francis‑co e Santa Rosa do Purus), ocupando uma área de 348.761,0000 hectares, havendo sido cadastrado 40 famílias residentes. O órgão gestor é o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Reno‑váveis – IBAMA pertencente à esfera Fede‑ral. E, quatro Florestas Estaduais: Antima‑ry, Rio Gregório, Mogno e Rio Liberdade, as quais ocupam uma área de 482.901,0000 hectares, com um total de 191 famílias. De acordo com o Programa de Florestas Es‑

taduais do Acre ‑ Diretrizes Operacionais Básicas, a criação desta modalidade de uso dos recursos naturais é um dos eixos prin‑cipais da política de Desenvolvimento Sus‑tentável da Economia Florestal do Estado do Acre.

Por ser Unidade de Uso Sustentável, per‑mite que a população residente ou interes‑sada utilize os recursos naturais de forma racional, de acordo com as recomendações previstas no Plano de Manejo. Esse grupo objetiva garantir o uso racional e sustenta‑do dos recursos florestais do Estado; o su‑prir a matéria prima; combater a grilagem de terras públicas, além de aumentar o con‑trole e o retorno social da atividade flores‑tal. A destinação da área é feita mediante Concessão de Uso, em regime comunial, se‑gundo a forma decidida pelas comunidades concessionárias: associativista, condominial ou cooperativista. A esfera de gestão é da Secretaria de Estado da Floresta – SEF.

Considerando por analogia, a Portaria In‑terministerial nº 13, de 19 de setembro de 2002, que reconhece as populações extrati‑vistas das Reservas Extrativistas como bene‑ficiárias do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), a Superintendência Regio‑nal do INCRA no Acre, através de Portarias Individualizadas, reconhece as atividades desenvolvidas pelas populações moradoras das Florestas Estaduais do Mogno (Porta‑ria/INCRA/SR.14/AC/Nº 009, de 28.04.05); do Rio Gregório (Portaria/INCRA/SR.14/AC/Nº 010, de 28.04.05) e do Rio Liberda‑de (Portaria/INCRA/SR.14/AC/Nº 011, de

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12.05.05), como atividade de um Projeto Agro‑Extrativista. Neste contexto determi‑na a Divisão de Suporte Operacional que registre todas as informações referentes às populações das Florestas referenciadas no Sistema de Informações de Projetos de Re‑forma Agrária ‑ SIPRA, como beneficiários da Reforma Agrária.

Esta determinação trouxe como benefí‑cio às populações das florestas estaduais, o acesso às linhas de ‘Créditos de Instalações’ concedidas aos assentados do Programa de Reforma Agrária, como também, aos recur‑sos do Programa Nacional de Fortalecimen‑to da Agricultura Familiar ‑ PRONAF.

O grupo de UCs de Uso Sustentável Re‑servas Extrativistas – RESEXs são áreas utilizadas por populações extrativistas tra‑dicionais, cujas subsistências baseiam‑se no extrativismo, na agricultura e na criação de animais de pequeno porte, (Art. 18 da Lei no 9.985/2000) fazendo parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação re‑gulamentada pelo Decreto nº 98.897, de 30/01/90.

São áreas de domínio público de uso con‑cedido às populações extrativistas tradicio‑nais, regulamentadas através de Contrato de Concessão Real de Uso, assinado com enti‑dades representativas dos moradores.

A criação das Reservas Extrativistas visa conservar os recursos naturais me‑diante a sua exploração sustentável e garantir a terra às famílias tradicionais que ali residem, permitindo que conti‑nuem vivendo das atividades econômicas tradicionalmente desenvolvidas.

Nas áreas de usos sustentáveis, foram reconhecidos como beneficiários das Uni‑dades de Conservações, as populações tra‑dicionais – que habitavam a área quando de sua criação ‑ em conformidade com o dis‑posto em regulamento e no Plano de Mane‑jo da Unidade.

Considerando que a RESEX é uma for‑ma inovadora de Unidade de Conservação e ocupação da Amazônia, há necessidade de: criar mecanismos efetivos que asse‑gurem a inclusão das populações extrati‑vistas tradicionais no Programa Nacional

de Fortalecimento da Agricultura Fami‑liar ‑ PRONAF; oferecer alternativas para aumentar a renda dos beneficiários; aper‑feiçoar a capacidade de produção, co‑mercialização dos produtos extrativos e fortalecer os movimentos sociais e as as‑sociações comunitárias. Neste sentido, foi publicada, em 19 de setembro de 2002, a Portaria Interministerial nº 13 que objeti‑va reconhecer as populações extrativistas tradicionais das RESEX’s, como beneficiá‑rios do Plano Nacional de Reforma Agrária – PNRA, obedecendo aos procedimentos operacionais adotados pelo INCRA e IBAMA.

Com base na Norma de Execução nº 40 de 30 de março de 2004, em seu Art. 1º que regulamenta a concessão, aplicação e pres‑tação de contas do Crédito de Instalação nos Projetos de Assentamentos criados pelo INCRA e naqueles administrados por outras Instituições Governamentais ‑ reco‑nhecidos pelo INCRA, através de Portaria, os moradores das RESEX`s foram declara‑dos como beneficiários do Programa de Reforma Agrária, considerados assentados do INCRA, homologados no Sistema de In‑formação do Programa de Reforma Agrá‑ria – SIPRA, com direito pleno a concessão dos ‘Créditos de Instalações’, como tam‑bém dos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF.

Com o objetivo de garantir a explora‑ção auto‑sustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis – tradicional‑mente utilizados pela população extrativis‑ta ‑, foram criados no Estado do Acre, cinco Reservas Extrativistas: Alto Juruá, Chico Mendes, Alto Tarauacá, Cazumbá‑Iracema e Riozinho da Liberdade, abrangendo uma área de 2.673.692,00 hectares, com um contingente populacional de 3.351 famí‑lias. As Reservas Extrativistas Alto Juruá, Cazumbá‑Iracema, Alto Tarauacá e Chico Mendes, figuraram na lista de famílias as‑sentadas da Superintendência Regional do INCRA no Acre. Esclarecendo que já foram cadastrados e reconhecidos como assentados da reforma agrária 2.288 fa‑mílias. O processo de cadastramento atra‑

vés do Sistema Nacional de Informação da Reforma – SIPRA deverá continuar até a regularização de todos os residentes das Reservas Extrativistas. A RESEX Riozinho da Liberdade também será incluída no Programa de Reforma Agrária, para que as famílias residentes sejam beneficiadas com o PRONAF e com os Créditos de Ins‑talações (Portaria Interministerial Nº 13, de 10.09.2002). Esfera Federal cujo órgão gestor é o IBAMA.

Já a Área de Relevante Interesse Ecoló‑gico – ARIE como Unidade de Uso Sustentá‑vel, subtende‑se: ‘área em geral de pequena extensão (sempre inferior a 5.000 hectares), com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abrigam exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regio‑nal ou local e regular o uso admissível des‑sas áreas, de modo a compatibilizá‑lo com os objetivos de conservação da natureza’ (Art. 16 da Lei no 9.985/2000 ‑ SNUC). As ARIE`s são constituídas por terras públicas ou privadas, respeitados os limites constitu‑cionais, podendo ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma proprie‑dade privada, localizada em uma Área de Re‑levante Interesse Ecológico.

Com base nestes objetivos, foi criada pelo IBAMA a Área de Relevante Interesse Ecoló‑gico do Seringal Nova Esperança, localizada no Município de Xapurí, Estado do Acre, com uma dimensão de 2.576,0000 hectares e uma ocupação de 24 famílias.

As Áreas de Proteção Ambiental ‑ APA (Art. 15 da Lei no 9.985/2000 ‑ SNUC) são em geral extensas, com certo grau de ocupação humana, constituídas por terras públicas ou privadas, dotadas de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais, es‑pecialmente, importantes para a qualidade de vida e o bem‑estar das populações hu‑manas, com objetivos básicos de proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. O Estado do Acre apresenta duas APAs Estaduais (Igara‑pé São Francisco e Lago do Amapá) e uma

APA Municipal (Raimundo Irineu Serra), to‑talizando uma área de 36.137,0000 hecta‑res e 4.507 famílias.

A Tabela 16 apresenta a esfera respon‑sável pela gestão da Unidade que estabelece normas especificas regulamentando a ocu‑pação e o uso dos recursos naturais através do seu Plano de Manejo, Localização, a Lei de criação e a População existente nas UCs de Uso Sustentável do Estado do Acre.

4.2.2. Áreas Verdes

Para atenuar qualquer alteração ao meio ambiente causado pelo homem, que possa afetar o bem‑estar da população e a qualidade dos recursos ambientais, são criadas pelo poder público municipal, Áre‑as Verdes Urbanas, com conceitos e defini‑ções diferenciadas como: Espaço Livre, Ar‑borização Urbana, Área Livre, Área Aberta e Parques Urbanos.

Conceitua‑se ‘Parque’, como uma área verde protegida pelo Poder Público Mu‑nicipal onde está localizado. Os Parques são elementos indispensáveis a uma ci‑dade preocupada em proporcionar uma melhor qualidade de vida aos seus mora‑dores. Neste contexto apresentamos duas categorias de Parques:19

1. Parque Urbano ‑ é uma área verde localizada dentro da cidade, onde indústrias e residências são proibidas, e os estabeleci‑mentos comerciais são restritos, propicia la‑zer e recreação à população, podendo incluir, centros educativos, museus, jardins botânicos, entre outros.

2. Parque Natural ‑ é uma área natural, fora de uma área urbana, protegida por lei, sendo proibidas instalações de edificações residenciais e industriais, restritas a nativos que já habitavam a área ou existem com restrições. Objetiva a preservação da flora e da fauna local.

Os Parques Naturais, além de ofere‑cerem opções de pesquisas na área aca‑dêmica, de esporte e lazer à população, também podem servir como um local de recreação (trilha para passeios ecológicos, pista para caminhadas, corridas de pedes‑

19 Wikipedia‑ A enciclopedia livre‑ Http://pt.wikipedia.org/wiki/parque‑urbano

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Tabela 17. Áreas Verdes existentes no Estado do Acre, 2006

Nº UNIDADE MUNICÍPIO ANO DE CRIAÇÃO AREA (ha)

1 Horto Florestal de Rio Branco Rio Branco 1974 17,0000

2 Parque Urbano Capitão Ciríaco Rio Branco 1994 4,6000

3 Parque Ambiental Chico Mendes Rio Branco 1996 52,0000

4 Parque Zoobotânico Rio Branco 1979 100,0000

5 Parque Natural Municipal do Seringueiro Plácido de Castro 1992 44,0000

O AL GERAL ‑ ‑ 217,6000

Fonte: SEMA/IMAC, Prefeitura Municipal de Rio Branco (2006).

Tabela 16. Dados sobre a Esfera Administrativa, Município Sede, Decreto de Criação e População das UCs de Uso Sustentável. Acre, 2009

Nº UCESFERA

ADMINIS RA IVAMUNICIPIO SEDE DECRE O DE CRIAÇÃO

Nº FAMÍLIA

RESIDEN E*

1 FLONA Macauã Federal Sena Madureira 96.189 (21.06.1988) 10

2 FLONA São Francisco Federal Sena Madureira S/N (07.08.2001) 9

3FLONA Santa Rosa

do Pur sFederal

Santa Rosa do Purus

e FeijóS/N (07.08.2001) 21

4 F.E. Antimay Estadual Bujari 617 (28/04/1999) 30

5 F.E. Rio Liberdade Estadual Tarauacá 9.716 (06/03/2004) 45

6 F.E. Mogno Estadual Tarauacá 9.717(09/03/2004) 79

7 F.E.l Rio Gregório Estadual Tarauacá 9.718 (09/03/2004) 37

8 RESEX Chico Mendes Federal

Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Rio Branco,

Xapurí e Sena Madureira

99.144 (12.03.1990) 1.800

9 RESEX Cazumbá‑Iracema Federal Sena Madureira e

Manoel Urbano S/N (19.09.2002) 262

10 RESEX Alto Tarauacá Federal Tarauacá e Jordão S/N (08.11.2000) 250

11 RESEX Riozinho Liberdade Federal

Cruzeiro do Sul, Mal. Thaumaturgo, Porto Walter, Tarauacá e

Ipixunas‑AM

S/N (17.02.2005) 177

12 RESEX Alto Juruá FederalMarechal

Thaumaturgo e Cruzeiro do Sul

98.863 (23.01.1990) 850

13 ARIE Nova Esperança Federal Epitaciolândia S/N (20.08.1999) 24

14 ARIE Japiim‑Pentecoste Estadual Mâncio Lima 4.365(06/07/2009) 18

15 APA São Francisco Estadual Rio Branco e Bujari 12.310 (14.07.2005) 4.227

16 APA Lago do Amapá Estadual Rio Branco 13.531 (26.12.2005) 130

17 APA Raimundo Irineu Serra Municipal Rio Branco 500 (07.06.2005) 150

Fonte: INCRA/SR.14/AC ‑2005;SEMA/AC (2010), IBAMA/MMA, ITERACRE (2006).* Estimativa

tres, locais para passeios de bicicletas, áreas para piqueniques), podendo ainda tornar‑se um local de atração turística da cidade.

O Estado do Acre apresenta uma área de 217,6000 hectares de áreas verdes,

sendo quatro da esfera Municipal (Horto Florestal, Parque Urbano Capitão Ciríaco, Parque Ambiental Chico Mendes, Parque Natural do Seringueiro) e uma da esfera Federal (Parque Zoobotânico ‑ UFAC) (Ta‑bela 17).

20 LECLERC, J. Brasil Política Lingüística para as Populações Autóctones.21 Idem

4.2.3. As Terras Indígenas

Os direitos das populações indígenas são reconhecidos na Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto do Índio – Lei Nº. 6.001, de 19 de dezembro de 1973, que dispõe sobre as relações do Estado e da sociedade brasileira com os indios.

A Constituição de 1988, em seu Arti‑go 231, modificada em 1994, reconhece os índios, sua organização social, costu‑mes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá‑las, protegê‑las e fazer respeitar todos os seus bens. Também assegura a posse permanente das ter‑ras tradicionalmente ocupadas, dá aos índios o usufruto exclusivo das rique‑zas do solo, dos rios e dos lagos exis‑tentes nestas terras; estabelece que só poderão ser exploradas sob autorização do Congresso Nacional – são considera‑das “inalienáveis” e constituem “reservas exclusivas” dos índios que as habitarem – e proíbe, expressamente, forçar o des‑locamento de grupos indígenas de suas terras tradicionais .20

Com o objetivo de garantir o cum‑primento dos direitos das populações indígenas, nos últimos 30 anos, foram reconhecidas no Estado do Acre pelo Governo Federal 30 (trinta) Terras In‑digenas (TI), destinadas a 14 (quatorze) povos, com uma superficie em torno de 2.390.112,2600 hectares, abrangendo um contigente populacional estimado em 12.720 pessoas.

No entanto, das 34 (trinta e quatro) Terras Indígenas atualmente reconheci‑das no Estado do Acre, 24 (vinte e quatro) encontram‑se plenamente regularizadas, ou seja, demarcadas’, homologadas e re‑gistradas na Secretaria de Patrimônio da União –SPU e nos Cartórios de Registros de Imóveis dos respectivos municípios de localização, procedimento que conclui todo o processo jurídico de reconhecimen‑to de Terras Indigenas. Contudo, faz‑se ne‑cessário alguns esclarecimentos a seguir:21

a) A Terra Indígena Alto Tarauacá, locali‑zada nos Municípios de Jordão e Feijó, encontra‑se demarcada e homologada, portanto a situação jurídica ainda não está concluída, sendo ainda necessário o cadastro e registro na Secretaria de Pa‑trimônio da União ‑SPU e nos Cartórios de Registros de Imóveis, dos respectivos municípios de localização ;

b) A Terra Indigena Arara do Igarapé Hu‑maitá, localizada no munícipio de Porto Walter, foi declarada e demarcada, sen‑do necessária para a complementação do processo de regularização fundiária, a assinatura do decreto de homologação de sua demarcação e o cadastro e regis‑tro na Secretaria de Patrimônio da União ‑SPU e no Cartório de Registro de Imovel, do muncípio de localização.

c) A Terra Indígena Kaxinawa do Seringal Independência, localizada no Município do Jordão, é uma terra dominial indíge‑na, por ter sido adquirida através do sis‑tema de compra direta entre 1993/94, através da Associação dos Seringueiros Kaxinawa do Rio Jordão, portanto, de propriedade coletiva do povo Kaxinawa. Esta área foi demarcada pelo Governo do Estado do Acre. Para a conclusão do processo de regularização fundiária, faz‑‑se necessário o registro no Cartório de Registro de Imóvel, do municipio de lo‑calização;

d) As Terras Indígenas Arara do Rio Amô‑nia (Mal. Thaumaturgo), Kaxinawá do Seringal Curralinho (Feijó), Manchineri do Seringal Guanabara (Assis Brasil), Jaminawa do Guajará (Sena Madurei‑ra) e Nawa (Mancio Lima) são áreas reconhecidas pela FUNAI como terras ocupadas por populações indígenas, porém não regularizadas, encontram‑‑se em processo de identificação. Para tanto, foram instituídas através de Portarias, Grupos Técnicos para pro‑cederem estudos de identificação e delimitação.

e) A Terra Indígena Jaminawá do Rio Caeté (Sena Madureira), está incluí‑da na listagem oficial da Diretoria

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de Assuntos Fundiários, como Ter‑ra a Identificar. A FUNAI reconhece a existência da ocupação indígena nestas localidades, mas ainda não iniciou os procedimentos de identi‑ficação e deliminatação.

f) A Terra Indígena Riozinho do Alto Envira (Xinane Velho), localiada no Municipio de Feijó, está relacionada como área identificada, porém, ainda não foi regularizada.

Áreas Discriminadas

O objetivo da ação discriminatória é se‑parar as terras devolutas (Art. 1º da Lei nº 6.383, de 1976) ou as terras de domínio público (Art. 1º da Lei nº 3.081, de 1956) das de domínio particular. Nela, cabe aos pretensos proprietários de terras contidas nos limites da área discriminada, demons‑trar a origem de seus títulos para prova do domínio particular. A ação discriminatória é de competência do poder Público Federal (quando em faixa de fronteira) ou dos Estados (Tabela 19). Este procedimento pode ser de caráter administrativo ou judicial. É adminis‑trativo, quando sobre a área discriminada não incidem documentos de propriedade de ter‑ceiros e judicial, quando incidem documentos de propriedades de terceiros de origem duvi‑dosa. É pertinente esclarecer que a ação dis‑criminatória sempre se inicia por via adminis‑trativa. Este processo pode ser Ed itálico (por meio de edital) ou sumário (sem necessidade de edital).22 Com base na Lei nº 6.383 de 09 de dezembro de 1976, no período de 1976 a 1985, foram instalados no Estado do Acre 44 (quarenta e quatro) procedimentos discrimi‑natórios através de Comissões Especiais – CE, envolvendo uma área de aproximadamente 5.575.837,0000 hectares, cujos resultados foram os seguintes:23

Inicialmente, foram reconhecidas aproxi‑madamente 2.245.234 hectares, sendo que nem todas as áreas receberam o Título de Re‑conhecimento de Domínio (TDR), por haver divergência de opiniões em alguns pontos, a saber:

22 Resumo das Atividades do INCRA – 1970/1984. Principais Ações. Ações Fundiárias23 Informativo: Mauro Heliodoro dos Santos. CREA N° 79394‑D/SP – INCRA/SR.14/AC.2005.

1. Sobre o tamanho da área reconhecida pela Comissão Especial de 2.000 hectares;

2. Sobre as condições propostas pela Comis‑são, para que o proprietário cancelasse o registro imobiliário e o INCRA pudesse expedir o TDR;

3. Sobre a liberação de áreas destina‑das à regularização dos ocupantes – embora o imóvel apresentasse um encadeamento normal;

4. Sobre a proporcionalidade de reconhe‑cimento, quando o imóvel proposto era fracionado, tendo em vista que cada parte era reconhecida proporcionalmente ao ta‑manho da área de origem;

5. Sobre o reconhecimento do imóvel e do pretenso proprietário, por motivos de inventários ou mesmo de registro em Cartório;

6. Sobre o reconhecimento da área passível de regularização, levando em conta que o remanescente deveria ser arrecadado (600 módulos).

Estes fatos muito contribuíram para que não houvesse a arrecadação de diversas áre‑as excedentes, principalmente, nos casos de liberação das áreas para os ocupantes, fican‑do os mesmos sem a devida legitimação de suas posses.

A Comissão Especial, também, delibera as áreas a serem excluídas do processo discrimi‑natório, que são os imóveis dispensados no procedimento discriminatório, por se trata‑rem de bens públicos destinados à segurança, preservação ambiental e reservas indígenas.

Quanto aos imóveis não reconhecidos pe‑las Comissões Especiais, alguns tiveram par‑tes reconhecidas nos bojos das discriminató‑rias, mas não acordados pelos proprietários e a não habilitação dos pretensos proprietários, no prazo estipulado em Edital. Estes fatos le‑varam os Presidentes das Comissões a con‑cluírem os processos, sugerindo o encaminha‑mento para a esfera judicial.

Para melhor entendimento, demonstrare‑mos na Tabela 20, alguns exemplos de imóveis que não foram reconhecidos pelas Comissões Especiais, durante o processo discriminató‑rio e sugeridos a ação judicial.

Tabela 18. Diagnóstico das Terras Indigenas do Estado do Acre, 2006

Nº ERRA

INDIGENAE NIA MUNICÍPIO ÁREA (Ha) POP.

SI UAÇÃO

FUNDIÁRIA

01 Alto Purus

Kaxinawá

/ Kulina /

Jaminawa

Santa Rosa do

Purus / Manoel

Urbano

263.129,8100 1.860

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 30.08.2002

02Cabeceira do Rio

AcreJaminawa

Assis Brasil / Sena

Madureira

78.512,5800

238

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 23.07.1999

03 Campinas / Katurina Katurina

Cruzeiro do Sul

Tarauacá

32.623,6400

404 Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 16.09.1999

04 Jaminawá / Envira

Kulina

Ashaninka

Feijó 80.618,0000 111

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 05.08.2003

05Jaminawá / Arara do

Rio Bagé

Jaminawá /

Arara

Marechal

Thaumaturgo28.926,0000 196

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 08.09.1999

06Jaminawá do

Igarapé PretoJaminawá Cruzeiro do Sul 25.651,6200 210

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 22.04.1999

07Kampa / Isolado do

Rio Envira

Ashaninka /

Isolados

Feijó/ Jordão

232.795,0000 483

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 13.09.1999

08Kampa do Rio

AmôniaAshaninka

Marechal

Thaumaturgo87.205,4000 450

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 23.11.1995

09Kampa do Igarapé

PrimaveraAshaninka Jordão 21.987,0000 21

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 10.04.2002

10 Katurina / KaxinawaShanenawa /

Kaxinawa

Feijó‑AC

23.474,0400 708

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 08.09.1999

11

Kaxinawá /

Ashaninka do Rio

Breu

Ashaninka

Kaxinawá

Marechal

Thaumaturgo31.277,0000 400

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 19.07.2002

12Kaxinawá da Colônia

27Kaxinawá Tarauacá 105,1700 70

Demarcada,

homologada e

Registrada no SPU

em 15.04.1996. (Em

2002 o Estado do

Acre adquiriu duas

glebas de 63 e 94

ha, falta regularizar.

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Nº ERRA

INDIGENAE NIA MUNICÍPIO ÁREA (Ha) POP.

SI UAÇÃO

FUNDIÁRIA

13Kaxinauwá / Igarapé

do CauchoKaxinawá Tarauacá/ Feijó 12.317,8900 531

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 25.06.1998

14Kaxinawá do Baixo

Rio JordãoKaxinawá Jordão 8.726,0000 203

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 14.03.2002

15Kaxinawá do Praia

do CarapanãKaxinawá Tarauacá 60.698,0000 485

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 02.06.2002

16Kaxinawá do Rio

Humaitá

Kaxinawá /

KulinaTarauacá 127.383,5600 287

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 21.11.1996

17Kaxinawá do Rio

JordãoKaxinawá Jordão 87.293,8000 920

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 29.04.1996

18Kaxinawá Nova

OlindaKaxinawá Feijó 27.533,4000 247

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 30.08.2002

19 Kulina do Rio Envira Kulina Feijó 84.364,6100 257

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 02.06.2002

20Kulina do igarapé

do PauKulina Feijó 45.590,0000 127

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 31.10.2001

21 MamoadateJaminawá /

Manchineri

Assis BrasilSena Madureira

313.647,0000 1105

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 02.07.1999

22 Nukini Nukini Mâncio Lima 27.263,5200 553

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 12.05.1997

23 Poyanawá Poyanawá Mâncio Lima 24.499,0000 403

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 19.07.2002

24 Rio GregórioKaturina /

YawanawáTarauacá 92.859,7500 574

Demarcada, homologada e

Registrada no SPU em 23.11.1987

25 Alto Tarauacá IsoladoJordão Feijó

142.619,0000 600

Demarcada, homologada

em 28.10.2004, registrada no CRI de

Feijó.

26Kaxinawá

do Seringal Independência

Kaxinawá Jordão 11.463,0000 138

Demarcada pelo Governo do Estado

do Acre. Área Dominial.

27Arara do igarapé

HumaitáArara

Porto Walter/

Tarauacá86.700,00 275

Declarada,

homologada

18.04.2006,

registrada no SPU

29.11.2006

Nº ERRA

INDIGENAE NIA MUNICÍPIO ÁREA (Ha) POP.

SI UAÇÃO

FUNDIÁRIA

28 Nawa

Arara / Nukini

/ Jaminawá /

Nawá

Mâncio Lima 60.000,00 258 Em Identificação

29

Riozinho do Alto

Envira (Xiname

Velha)

Ashaninka e

Isolados

Feijó/ Santa Rosa

do Purus260.970,00 15

Declarada –

Portaria nº 794 de

19.04.2007

30Jaminawá do Rio

CaetéJaminawa Sena Madureira 9.878,48 66

Em identificação.

Constituição do GT

– Portaria nº 964,

de 05 de outubro e

2007.

31 Arara do Rio Amônia

Arara (Arara /

Santa Rosa /

Amawaka, /

Konibo, Kampa,

Txama /

Kaxinawá

Marechal

Thaumaturgo‑ 278

Demarcada ‑

Portaria nº 2986, de

8 de setembro de

2009

32Kaxinawá do

Seringal CurralinhoKaxinawá Feijó ‑ 89 Em Identificação

33Manchineri do

Seringal GuanabaraManchineri

Assis Brasil/ Sena

Madureira‑ 92 Em Identificação

34Jaminawa do

GuajaráJaminawá Rodrigues Alves ‑ 66 A identificar.

35Kuntanawa do Alto

Rio TejoKuntanawa

Marechal

Thaumaturgo‑ ‑ A identificar

O AL GERAL ‑ ‑ 2.390.112,26 12.720 ‑

Fonte: FUNAI ‑ SEMA, 2010.

Tabela 19. Resumo das Áreas Discriminadas do Estado do Acre, 2006

DISCRIMINAÇÃO UNIDADE HEC ARES (Ha)

Total de glebas 44 ‑

Levantamento da CE/AC 01 a 53 ‑

Quantidade de imóveis discriminados 336 ‑

Dimensão inicial da área ‑ 4.892.862,0000

Área encontrada ‑ 5.300.999,0000

Área reconhecida ‑ 2.170.212,0000

Área excluída ‑ 204.021,0000

Área devoluta ‑ 410.510,0000

Área proposta para ação judicial ‑ 2.071.987,0000

Fonte: INCRA/SR.14/AC. 2005.Nota: Informações detalhadas incluindo o nome dos imóveis (Glebas) e os municípios de localização das Áreas Discriminadas encontram‑se no ANEXO I ‑ QUADRO 26.

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Art.20, II, da Constituição Federal. As terras devolutas da União com‑preendem as que forem conside‑radas “indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e cons‑truções militares, das vias federais de comunicação e à preservação am‑biental”. Todas as demais pertencem aos Estados onde estão localizadas.

As terras devolutas se apuravam por pro‑cesso de exclusão das propriedades particula‑res, legitimamente constituídas. Quando apu‑radas em procedimento discriminatório ou por outras formas legais, foram arrecadas e incorporadas ao patrimônio da União.

Ainda que a arrecadação de terras de‑volutas esteja intrinsecamente ligada à ação discriminatória, o INCRA adotou a política de arrecadar as terras devolutas apuradas, depois da lavratura do termo de encerramento da instância, matriculando‑as imediatamente em nome da União.

No Estado do Acre, no período de outubro de 1996 até 2006, foram arrecadadas e matri‑culadas em nome da União, 3.271.827,0215 hectares, sendo partes destinadas a FUNAI, IBAMA, Governo do Estado, Projetos de As‑sentamentos de Reforma Agrária, Regulari‑zação Fundiária, Prefeituras Municipais, e a SR.15/AM (Tabela 21).

Tabela 20. Exemplo de imóveis não reconhecidos pelas Comissões Especiais ‑ CE e sugeridos a ação judicial. Acre, 2006

Nº SERINGAL CE MUNICIPIO ÁREA (ha)

1 Paraná dos Mouras 07 Cruzeiro do Sul 18.800,0000

2 Valparaíso 12 Cruzeiro do Sul 106.500,0000

3 Russas 12 Cruzeiro do Sul 77.000,0000

4 Porongaba 07 Cruzeiro do Sul 25.600,0000

5 Aphui 01 Sena Madureira 7.000,0000

6 Consolação 09 Sena Madureira 2.000,00

7 Novo Destino 15 Sena Madureira ‑

8 Mescês 21 Bujari/Sena Madureira 130.900,0000

9 São Francisco 49 Assis Brasil 42.466,0000

O AL ‑ ‑ 410.266,0000

Fonte: INCRA/SR.14/AC, 2005.

Áreas Arrecadadas

A arrecadação das terras, pelo Poder Pú‑blico, é feita com base na Lei nº 6.368, de 7 de dezembro de 1976. São terras reconheci‑das em ‘procedimento discriminatório’. Uma vez ‘arrecadadas’ pelo Poder Público, as áre‑as podem ser tituladas para as pessoas que detém as respectivas posses. Cabe ao oficial do Registro de Imóveis proceder à ‘matrícu‑la’ e ao ‘registro’ da ‘área devoluta discrimi‑nada em nome da União’.24

Art. 13 da Lei nº 6.368/76. Encer‑rado o processo discriminatório, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA provi‑denciará o registro, em nome da União, das terras devolutas discrimi‑nadas, definidas em lei, como bens da União.Art. 28 da Lei nº 6.368/76. Sempre que se apurar, através de pesquisa nos registros públicos, a inexistên‑cia de domínio particular em áreas rurais declaradas indispensáveis à segurança e ao desenvolvimento na‑cionais, a União, desde logo, as arre‑cadará mediante ato do presidente do Instituto Nacional de Coloniza‑ção e Reforma Agrária – INCRA, do qual constará:

24 Resumo das Atividades do INCRA – 1970/1984. Principais Ações. Ações Fundiárias..

Tabela 21. Áreas Arrecadadas do Estado do Acre, 2006

Nº IMÓVEL LOCALIZAÇÃO ÁREA (ha) DES INAÇÃO

001 Gl. 07/ChandlesFeijó e Santa Rosa do

Purus230.257,3489

Área destinada ao IBAMA e

FUNAI

002 Gl. 08/Chandles Santa Rosa do Purus 33.895,9767 Criação de PAE em estudo

003 Gl. 09/Chandles

Santa Rosa do Purus,

Manoel Urbano e Sena

Madureira

728.457,9043

37.460,0000 ha destinados ao

PA Santa Rosa. O restante foi

destinado ao Parque Estadual

–690.997,9043 há

004 Gl. Boa Vista Sena Madureira 5.831,0000 Criação de PAE em estudo

005 Gl. São Francisco Sena Madureira 21.600,0000 Área destinada ao IBAMA

006 Gl. Livre‑nos Deus Sena Madureira 46.221,0000 Criação de PAE em estudo

007 Gl. Mamuriá Manuel Urbano 18.274,0000 Criação de PAE em estudo

008 Gl. Veneza Sena Madureira 14.028,0000 Criação de PAE em estudo

009 Seringal Limoeiro Bujari 11.150,0000 PAE Limoeiro

010 Gl. Córrego do Ouro I Sena Madureira 860,0000 PA Uirapuru

011 Gl. Córrego do Ouro II Sena Madureira 220,0000 PA Uirapuru

012 Gl. Samaúma Sena Madureira 3.216,0000 Regularização Fundiária

013 Gl. Bucker Sena Madureira 420,0000 PA Uirapuru

014 Gl. Lucero Porá Sena Madureira 1.929,0000 Sem destinação (SUB‑JUDICE)

015 Gl. Cerejeira Sena Madureira 225,0000 PA Joaquim de Matos

016 Gl. Monteiro Tarauacá 1.600,0000 Área destinada ao IBAMA

017 Gl. Apuí Cruzeiro do Sul 12.350,0000Área em estudo para Criação

de PDS.

018 Gl. Ceará Cruzeiro do Sul 2.200,0000 Sem Destinação (Difícil acesso)

019 Gl. Boa Esperança I Tarauacá 900,0000 Regularização Fundiária

020 Gl. Boa Esperança II Tarauacá 800,0000 Regularização Fundiária

021 Gl. São Salvador I Tarauacá 350,0000 Regularização Fundiária

022 Gl. São Salvador II Tarauacá 350,0000 Regularização Fundiária

023 Gl. São Salvador III Tarauacá 1.150,0000 Regularização Fundiária

024 Gl. Boa Vista I Tarauacá 300,0000 Regularização Fundiária

025 Gl. Boa Esperança III Tarauacá 1.600,0000 Regularização Fundiária

026 Gl. Boa Esperança IV Tarauacá 700,0000 Regularização Fundiária

027 Gl. Tangará Tarauacá 400,0000 Regularização Fundiária

028 Gl. Boa Vista II Tarauacá 700,0000 Regularização Fundiária

029 Gl. São Salvador VI Tarauacá 1.200,0000 Regularização Fundiária

030 Gl. São Salvador V Tarauacá 800,0000 Regularização Fundiária

031 Gl. São Jorge II‑C Sena Madureira 11.000,0000 Regularização Fundiária

032 Gl. São Jorge/AM Boca do Acre 17.000,0000 Regularização Fundiária

033 Gl. Anury Sena Madureira 1.480,0000 Regularização Fundiária

034 Gl. Tabatinga/Sant’Ana Sena Madureira 59.964,0000 Resex Chico Mendes (IBAMA)

035 Gl. Aleluia e Mercejana Sena Madureira 19.881,0000 Regularização Fundiária

036 Gl. Novo Destino Sena Madureira 5.936,0000 Regularização Fundiária

037 Gl. Prainha Sena Madureira 1.900,0000 Regularização Fundiária

038 Gl. Cachoeira Sena Madureira 6.070,0000 Regularização Fundiária

039 Gleba I‑A Sena Madureira 499,0000 Regularização Fundiária

040 Gleba I Sena Madureira 1.803,0273 Regularização Fundiária

041 Gl. BenficaSena Madureira/Manuel

Urbano668,0881 Regularização Fundiária

042 Gl. Mário Lobão Sena Madureira 13.384,1190 Regularização Fundiária

043 Gleba II Sena Madureira 3.727,2318 Regularização Fundiária

044 Gl. Sacado/Ipiranga Sena Madureira 4.140,0000 Regularização Fundiária

045 Gl. Taquari Tarauacá 57.100,0000Área destinada a Floresta

Estadual do Liberdade

046 Gl. Redenção Porto Walter 900,0000 Regularização Fundiária

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Nº IMÓVEL LOCALIZAÇÃO ÁREA (ha) DES INAÇÃO

047 Gl. Uruburetama Cruzeiro do Sul 2.395,8740 Regularização Fundiária

048 Gl. Mocambo Cruzeiro do Sul 40,0000 Regularização Fundiária

049 Gl. São Cristóvão Cruzeiro do Sul 80,0000 Regularização Fundiária

050 Gl. Extrema Mâncio Lima 490,0000 Regularização Fundiária

051 Gl. Formoso Cruzeiro do Sul/AC 1.240,0000Regularização Fundiária da

SR‑14/AC

052 Gl. São PedroCruzeiro do Sul, Rodrigues

Alves e Mâncio Lima38.748,7237 Regularização Fundiária

053 Gleba Minas Porto Walter 2.900,0000Área em estudo para criação

de P.A.

054 Gleba Timbaúba Mâncio Lima 11.700,0000Área destinada ao PDS São

Salvador

055 Gleba Silêncio Cruzeiro do Sul 3.800,0000Área sem destinação (difícil

acesso)

056 Gleba Torre da Lua Rodrigues Alves 2.160,0000Área em estudo para Criação

de P.A.

057 Gleba Rio Branco II Porto Walter 76.900,0000 PAE Cruzeiro do Vale

058 Gleba Monte Alegre Rodrigues Alves 4.920,0000Área sem destinação (difícil

acesso)

059 Gleba Ipuá Rodrigues Alves 16.100,0000Área sem destinação (difícil

acesso)

060 Gleba São Salvador Mâncio Lima 27.830,0000Área destinada ao PDS São

Salvador

061 Gleba Tambaú Cruzeiro do Sul 39.000,0000Área em estudo para criação

de P.D.S.

062 Gl. Formoso Guajará/AM 28.360,0000Área sob a Jurisdição da SR‑15/

AM

063 Gl. Campinarana Guajará/AM 127.600,0000Área sob a Jurisdição da SR‑15/

AM desde 1985

064 Gl. Juruá Cruzeiro do Sul 350,0000

Em processo de doação para a

Prefeitura Municipal de Cruzeiro

do Sul

065 Gl. Benfica Manuel Urbano 416,9119Em processo de doação para a

PMMU.

066 Gl. Mâncio Lima Mâncio Lima 116,6480

Doação para a Pref. de Mâncio

Lima (área onde se encontra o

perímetro urbano do município

de Mâncio Lima)

067 Gleba Humaitá Porto Walter 100,0000Em processo de doação para a

Prefeitura Mun. de Porto Walter

068 Gl. Cassianã Sena Madureira 30.935,0000 Area destinada a FUNAI

069 Gl. Riozinho Feijó 140.300,0000 Area destinada a FUNAI

070 Gl. Jordão/Envira Feijó 139.650,0000

Área inserida na Reserva

Indígena Kampa (Área destinada

a FUNAI)

071 Gl. AbismoSena Madureira e Assis

Brasil118.500,0000 FUNAI – (Dec. 92.013/95)

072 Gl. AbismoSena Madureira e Assis

Brasil77.500,0000

Estação Ecológica do Acre (Dec.

86.061 de 02.06.81)

073 Gl. Caíco Sena Madureira 173.475,0000Floresta Nacional do Macauã

(Dec. 96.189 de 21.06.88

074 Gl. Moa Azul Mâncio Lima 241.042,0000Área inserida no Parque Nacional

da Serra do Divisor

075 Gl. Rio BrancoCruzeiro do Sul/Porto

Walter50.700,0000

Área inserida no Parque Nacional

da Serra do Divisor

Nº IMÓVEL LOCALIZAÇÃO ÁREA (ha) DES INAÇÃO

076 Gl. Azul – Juruá MirimCruzeiro do Sul/ Rodrigues

Alves39.250,0000

Área inserida no Parque Nacional

da Serra do Divisor

077 Gl. Bom SossegoMâncio Lima e Rodrigues

Alves26.700,0000

19.900 ha – inseridos na área

do Parque Nacional da Serra do

Divisor e 6.800 ha – PA Rio Azul

078 Gl. Arara Mal. Thaumaturgo 21.250,0000

Área inserida no Parque Nacional

da Serra do Divisor e na Reserva

Extrativista do Alto Juruá

079 Gl. Sai Cinza e Triunfo Xapuri 13.332,0000Inserida na Reserva Chico

Mendes

080 Gl. São Pedro Rodrigues Alves 25.151,2763Área destinada a Regularização

Fundiária e PA São Pedro – 25.151,2763 ha.

081 Gl. Novo Destino Tarauacá 12.000,0000 PA Novo Destino

082 Gl. Liberdade Sena Madureira 27.393,0000 PA Liberdade

083 Gl Oriente Sena Madureira 5.650,0000 PA Oriente

084 Gl. Tracuá Cruzeiro do Sul 5.029,5775 PA Tracuá

085 Gl. Amônia Marechal Thaumaturgo 26.000,0000

Área destinada: Parte ao Parque Nacional da Serra do Divisor, FUNAI e PA Amônia–

10.000,0000 ha.

086 Gl. Paraná dos Mouras Rodrigues Alves 22.500,0000 PA Paraná dos Mouras

087 Gl. Havaí Rodrigues Alves 34.000,0000 PAF Havaí

088 Gl. Vitória Porto Walter 800,0000 PA Vitória

089 Gl. Santa Luzia Cruzeiro do Sul 41.700,0000 P.C. Santa Luzia

090 Gl. Pavão Rodrigues Alves 5.474,0000 PA Pavão

091 Gl. Nova Cintra Rodrigues Alves 1.367,0000 PA Nova Cintra

092 Gl. Iucatan Rodrigues Alves 733,0000 PA Iucatan

093 Gl. São Domingos I Mâncio Lima 320,0000 PA São Domingos

094 Gl. São Domingos II Mâncio Lima 365,0000 PA São Domingos

095 Gl. Cumaru Rio Branco 34.000,0000

Unidade Avançada Pedro Peixoto

(27.092,3806) e PA Cumarú.

(6.097,6194) ha

096 Gl. Taquari I Tarauacá 56.950,8525Área destinada ao PA Taquari e parte a Floresta Estadual do

Liberdade

097 Gleba Limeira Senador Guiomard 1.845,0000 PA Limeira

098 Gleba Recanto Tarauacá e C. Do Sul 15.176,0000Área em estudo para criação

de P.A.F.

099 Gleba Jamil Jereissati Cruzeiro do Sul 42.656,5657 P.D.S. Jamil Jereissati

100 Gleba Paraguassu Assis Brasil 3.406,9520 tPA Paraguassu

101 Gleba Porto Luiz Acrelândia 24.700,00Área destinada: PDS Porto Luiz, PA Porto Luiz e Regularização

Fundiária.

102 Gleba Arco Íris Rodrígues Alves 1.684,0114 PA Arco Íris

103 Gleba Joao Ademir Rodrigues Alves 202,9466 PA João Ademir

104 Gleba Fortaleza Brasiléia 1.000,0000 P.A. Fortaleza

105 Gleba Itamarati Rio Branco 8.736,1382 PA Itamarati

106 Apapixi/Pacatuba/NA S.Madureira e Bujari 65.965,8476Floresta Estadual

Antimari‑46.536,1458 ha e PA‑19.429,7020 ha.

107 Gleba Benfica Senador Guiomard 1.700,00 Área em estudo para criação de PA.

TOTAL ‑ 3.271.827,0215 ‑

Fonte: INCRA. SR.14/AC, 2005.

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Terras Devolutas – Terras Públicas

A Lei Imperial nº 601, de 18 de outubro de 1850 (regulamentada pelo Decreto nº 1.318 de 30 de Janeiro de 1850), conceitua como terras devolutas:

a) As terras que não se acharem apli‑cadas a algum uso público nacio‑nal, provincial ou municipal;

b) As que não se acharem no domí‑nio particular por qualquer título legítimo, nem forem havidas por sesmarias e outras concessões do Governo Geral ou Provincial, não incursas em pena ou multa por falta do cumprimento das con‑dições de medição, confirmação e cultura;

c) As que não se acharem dadas por sesmarias, ou outras concessões do Governo, que, apesar de incur‑sas em pena ou multa, forem reva‑lidadas por esta Lei;

d) As que não se acharem ocupadas por posses, que, apesar de não se fundarem em título legal, forem le‑gitimadas por esta Lei.25

O Decreto‑Lei nº 9.760 de 05 de setem‑bro de 1946, que dispõe sobre os bens mó‑veis da União, em seu Art. 5º dá a seguinte conceituação: são terras devolutas, na faixa de fronteiras, nos Territórios Federais e no Distrito Federal, as terras que, não sendo próprias nem aplicadas a algum uso público federal, estadual, territorial ou municipal, não se incorporaram ao domínio privado.26 a) Por força da Lei nº 601, de 18 de se‑

tembro de 1850, Decreto nº. 1.318, de 30 de janeiro de 1854, e outras Leis e De‑cretos gerais, Federais e Estaduais;

b) Em virtude de alienação, concessão ou reconhecimento por parte da União ou dos Estados;

c) Em virtude de lei ou concessão emana‑da de Governo estrangeiro, ratificada ou reconhecida, expressa ou implicitamen‑te, pelo Brasil, em tratado ou convenção de limites;

d) Em virtude de sentença judicial com for‑ça de coisa julgada;

e) Por se acharem em posse contínua e in‑contestada, por justo título e boa fé, por termo superior a 20 (vinte) anos;

f) Por se acharem em posse pacífica e inin‑terrupta, por 30 (trinta) anos, indepen‑dentemente de justo título e boa‑fé;

g) Por força de sentença declaratória pro‑ferida nos termos do Art. 148, da Cons‑tituição Federal, de 10 de novembro de 1937.A Constituição atual estabelece que, são

bens da União: “as terras devolutas indis‑pensáveis à defesa das fronteiras, das for‑tificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;” (Art. 20, II) e que incluem‑se entre os bens dos Estados, as terras devolutas não compreendidas en‑tre as da União” (Art. 26, IV).

Segundo o Juiz Federal Dirley da Cunha Júnior, em seu trabalho “Terras Devolutas nas Constituições Republicanas”, conclui conceituando que são terras devolutas, as terras públicas lato sensu, indeterminadas ou determináveis, sem nenhuma utilização pública específica e que não se encontram, por qualquer título, integradas ao domínio privado. Quando determinadas via ação dis‑criminatória, passam a ser terras públicas stricto sensu.

Finalizado o processo discriminatório, as terras devolutas passam a serem denomi‑nadas de terras públicas, as quais o Poder Público deve dar uma destinação, haja vista que o Estado não pode ser proprietário de terras sem destinação que a Lei específica. As terras públicas de domínio da União, caso não tenham destinação especifica são, prio‑ritariamente, destinadas para fins de Refor‑ma Agrária.27

A Constituição Federal, em seu Artigo 188, apresenta a seguinte disposição: “A destinação de terras públicas e devolutas será compatibi‑lizada com a Política Agrícola e com o Plano Nacional de Reforma Agrária”.

A Lei nº 6.383/76, em seu Artigo 29, dis‑põe que as posses existentes nas áreas po‑derão ser legitimadas desde que atendidos os dispositivos legais: “O ocupante de terras públicas, que as tenha tornado produtivas

25 Lima et al, 2003.26 Cunha Junior, 2005.27 Lima et al, 2003.

com o seu trabalho e o de sua família, fará jus a legitimação da posse de área continua até 100 (cem) hectares, desde que preencha os seguintes requisitos:”

I – Não seja proprietário de imóvel rural;II – Comprove a morada permanente e

cultura efetiva, pelo prazo mínimo de 1 (um) ano.

O Estatuto da Terra (Lei nº 4.504 de 30 de novembro de 1964) no Capitulo III – Das Terras Públicas e Particulares, em seu Artigo 10 prevê:

O poder público poderá explorar direta ou indiretamente qualquer imóvel rural de sua propriedade unicamente para fins de pesquisa, experimentação, demonstração e fomento visando o desenvolvimento da agricultura, o programa de colo‑nização ou fins educativos de assis‑tência técnica e de readaptação.

Na alínea primeira, descreve que;

[...] somente se admitirá a existência de imóveis de propriedade pública, com objetivos diversos previsto nes‑te Artigo em caráter transitório, des‑

de que não haja viabilidade de trans‑ferí‑los para propriedades privadas.

Com base no que preconiza o Estatuto da Terra, toda área arrecadada deverá ter uma destinação, prioritariamente para fins de reforma agrária, podendo também, ser repassada aos Estados, aos Municí‑pios, aos órgãos Federais como: IBAMA, para a criação de Unidades de Conserva‑ção, a FUNAI, quando reconhecida como Terras Indígenas; Secretarias Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, para im‑plantação de Unidades de Conservação, tanto de Uso Sustentável como de Prote‑ção Integral, e ainda como Áreas de Com‑pensação de Reserva Legal.

No Estado do Acre existe em torno de 28.949,0000 hectares de terras públicas ainda não ‘destinadas’, localizadas em sua maioria em áreas de fronteiras, de difícil acesso, que poderão ser ‘destina‑das’ para uso diversificado (Tabela 22). Dessa forma pode‑se evitar: a prática ile‑gal do uso da terra; a ocupação e a ex‑ploração dos recursos naturais de forma desordenada, principalmente pela defi‑ciência na fiscalização, no controle e no monitoramento da terra.

Tabela 22. Terras Devolutas – Terras Públicas do Estado do Acre, 2006

Nº IMÓVEL LOCALIZAÇÃO ÁREA (ha) DES INAÇÃO

01 Gleba Lucero Porá Sena Madureira 1.929,0000 Sem destinação (SUB‑JUDICE)

02 Gleba Ceará Cruzeiro do Sul 2.200,0000Sem Destinação (área de difícil

acesso)

03 Gleba Silêncio Cruzeiro do Sul 3.800,0000Área sem destinação (área de

difícil acesso)

04 Gleba Monte Alegre Rodrigues Alves 4.920,0000Área sem destinação (área de

difícil acesso)

05 Gleba Ipuá Rodrigues Alves 16.100,0000Área sem destinação (área de

difícil acesso)

O AL ‑ 28.949,0000 ‑

Fonte: INCRA/SR.14/AC, 2005.

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Terras Dominicais do Estado do Acre

O dispositivo legal, atualmente em vigor, que conceitua Faixa de Fronteira, é a Lei nº 6.634 de 3 de dezembro de 1970, que altera o Decreto‑Lei nº 1.135, e dá outras providências. Estipula que por força do Arti‑go 20 da Constituição Federal/88 pertence à União Federal as ‘terras devolutas’ nesta faixa de 150 km.28

O Decreto‑Lei nº 9.760, de 5 de setem‑bro de 1946, que dispõe sobre os bens imó‑veis da União, inclui entre os bens de domí‑nio da União, entre outros enumerados, as ’terras devolutas’ na faixa de fronteira e nos territórios federais.

Artigo 1º. É considerada área in‑dispensável à Segurança Nacio‑nal a Faixa interna de 150 km de largura, paralela à linha divisória terrestre do Território nacional que será designada como Faixa de Fronteira.Artigo 5º ‑ São devolutas, na fai‑xa de fronteira, nos Territórios Federais e no Distrito Federal, as terras que, não sendo próprias nem aplicadas a algum uso pú‑blico Federal, Estadual ou Mu‑nicipal, não se incorporaram ao domínio privado.

Por exclusão, define o que são terras devolutas e determinam a incorporação ao patrimônio da União Federal as terras iden‑tificadas em discriminatórias administrati‑vas ou judiciais, na faixa de fronteira e nos Territórios Federais.

Reconhece situações jurídicas consti‑tuídas desde o advento da Lei Imperial nº 601 de 18 outubro de 1850, regulamentada através do Decreto nº 1.318, de 30 de janei‑ro de 1854, respeitado, para reconhecimen‑to de domínio particular, o limite imposto pela Constituição de 1946, de 10.000,0000 hectares, sendo que hoje o limite Constitu‑cional imposto ao INCRA é de 2.500,0000 hectares.29

Assim, o Estado do Acre não incorpo‑ra ao seu patrimônio as ‘terras devolutas’ identificadas em seu espaço territorial, por força desses dispositivos legais. Por se en‑contrarem inseridas na ‘faixa de fronteira’. E se não estivessem nesta condição ainda as‑sim se aplicariam os efeitos do Decreto‑Lei nº 9.760/46, por ter sido, o Estado do Acre, Território Federal.30

A Lei nº 4.070 de 15 de junho de 1962, que elevou o Território do Acre à categoria de Estado, atribuiu e incorporou ao patrimô‑nio do novo Estado, entre bens e serviços públicos, também os bens imóveis, confor‑me menciona o Artigo 9º, § 3:

“Todos os bens móveis e imóveis, encargos e rendimentos, inclusi‑ve os de natureza fiscal, direitos e obrigações relativos aos servi‑ços mantidos pela União no Ter‑ritório, passarão ao patrimônio do novo Estado sem indenização na data da promulgação de sua constituição”.

As terras devolutas, apesar de públicas, não podem ser disponibilizadas como bens dominicais.31

As terras devolutas, enquanto devolu‑tas, são inalienáveis, indisponíveis, im‑prescritíveis e são o patrimônio rural, que, dependendo de sua identificação e localização através de procedimento discriminatório ou de arrecadação su‑mária, podem ser incorporadas ao uni‑verso dos bens da União ou Estado, atra‑vés do competente registro imobiliário, nos termos dos Artigos 13 ou 28 da Lei nº 6.383, de 15 de dezembro de 1976.

As terras do Estado do Acre apresen‑tam situações jurídicas distintas: terras com domínio titulado pelo Estado do Amazonas, da República da Bolívia, e as reconhecidas pelo INCRA, por Título de Reconhecimento de Domínio – TDR, Ter‑mo de Reconhecimento, caracterizando o real destaque do patrimônio público e

28 Informativo. Vicente Manoel Souza Brito, Procurador Federal. Matrícula 0724077 – OAB‑AC Nº 376.

29 Plano de Extinção à Ocupação Ilegal e/ou Detenção de Terras Públicas Federais na Faixa de Fronteira e na Região do Ex‑Território Federal do Acre. (Portaria/INCRA/P/Nº 41 de 26. 01.1999). Rio Branco‑AC.30 Idem.31 Informativo. Vicente Manoel Souza Brito, Procurador Federal. Matricula 0724077 – OAB‑AC Nº 376.

referindo‑se àquelas terras cujas posses forem levadas a registros, indevidamente,

além do permitido legalmente 32. (Tabela 23).

32 Plano de Extinção a Ocupação Ilegal e/ou Detenção de Terras Públicas Federais na Faixa de Fronteira e na Região do Ex‑Território Federal do Acre. (Portaria/INCRA/P/Nº 41 de 26. 01.1999). Rio Branco‑AC.

Tabela 23. Bens dominicais do Estado do Acre – imóveis rurais, 2006

Nº IMÓVEL LOCALIZAÇÃO

Nº LO ES

I ULADOS

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I ULADA (ha)

O AL DE

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I ULAR (ha)

ÁREA O AL

DO IMÓVEL

(ha)

01 Amapá Rio Branco 112 2.241,6717 152,4125 2.394,0842

02 Riozinho Rio Branco 198 9.434,4195 395,3996 9.829,8191

03 Catuaba Rio Branco 23 657,8183 412,3618 1.070,1801

04 Extrema Rio Branco 502 16.952,3953 2.718,8216 19.671,2169

05 Carão Rio Branco 30 1.429,5325 322,2175 1.751,7500

06 Corredeira Rio Branco 17 118,8343 312,7538 431,5881

07 Nova Empresa Rio Branco 226 7.984,8759 186,0157 8.170,8916

08 Belo Jardim Rio Branco 25 814,4779 112,2928 926,7707

09 Empresa 1 Rio Branco 1276 55.833,1626 20.310,0354 76.143,1980

10 Vista Alegre Rio Branco 07 226,1262 720,9772 947,1034

11 Bela Flor Epitaciolândia 365 15.777,6541 2.080,9546 17.858,6087

12 Nazaré Brasiléia 179 8.462,2583 910,7731 9.373,0314

13 Paraguassú Assis Brasil 17 372,1627 125,4373 497,6000

14 Stº Antonio 2 Xapuri 62 1.622,2359 604,3267 2.226,5626

15Fontenile de

CastroXapuri 13 290,6375 631,3435 921,9810

16 Porto Manso Xapuri 52 3.461,5739 4.908,9955 8.370,5694

17 Aquidabam Xapuri 134 14.480,5004 822,3543 15.302,8547

18 Triunfo Senador Guiomard 77 2.709,0155 823,5152 3.532,5307

19 União Senador Guiomard 58 2.880,2643 198,6482 3.078,9125

20 Monte Alegre Plácido de Castro 16 948,9192 231,2490 1.180,1682

21 Liege Feijó 122 5.831,9094 1.987,0906 7.819,0000

22 Assis Brasil Cruzeiro do Sul 154 3.479,6754 300,3246 3.780,0000

23 Corcovado Tarauacá 132 2.601,4853 0,0000 2.601,4853

24 Rodrigues Alves Rodrigues Alves 89 980,4604 0,0000 980,4604

25 Miritizal Cruzeiro do Sul 200 2.768,0856 7.641,9140 10.409,9996

O AL ‑ 4086 162.360,1521 46.910,2145 209.270,3666

Fontes: INCRA/SR/14/AC e CPI – Resolução nº 4, 19/03/2003.

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lizado na faixa de terra compreendida entre as linhas divisória Beni‑Javari, (ou Javari‑‑Beni) ou ainda, Cunha Gomes, antigo limite legal. E não o limite de fato (linha de 1943), entre o Estado do Amazonas e o antigo Ter‑ritório do Acre, fixado pelo Decreto Federal 5.188/04.34 Este decreto organizou o Terri‑tório e o novo limite do Acre com o Amazo‑nas, estabelecido pelo Artigo 12 § 5º, do Ato da Disposição Constitucional Transitória, da Constituição de 1988, cuja materialização já foi determinada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística– IBGE, pelo Supremo Tribunal Federal nos Autos da Ação Cível Originária nº 415 – 2° Distrito Federal, ten‑do como autor o Estado do Acre e como réus os Estados do Amazonas e Rondônia.

Dados fornecidos pela Superintendên‑cia Regional do INCRA no Acre – SR/14/AC indicam que existem 25 imóveis sob o domínio do Estado, distribuídos em diversos municípios, inclusive em Rio Branco. Com‑preendem uma área total de 209.270,3666 hectares, destes, 4.086 lotes são ‘titulados’, perfazendo uma área de 162.360,1521 hec‑tares, estando em processo de regulariza‑ção pelo INCRA uma área de 46.910,2145 hectares. Estas áreas representam 1,27% da área total do Estado.

A Lei Estadual nº 1957 de 04/dez/2007 relaciona, no seu anexo único as terras domi‑nicais, para efeito de legitimação de posse e a alienação de terras públicas rurais, para efei‑to de regularização fundiária, caracterizando como áreas dos antigos núcleos coloniais Agrícolas do Estado do Acre (Tabela 24).

33 Acre, 2000.34 Plano de Extinção a Ocupação Ilegal e/ou Detenção de Terras Públicas Federais na Faixa de Fronteira e na Região do Ex‑Território Federal do Acre. (Portaria/INCRA/P/Nº 41 de 26. 01.1999). Rio Branco‑AC. Pagina 11.

Tabela 24. Antigos Núcleos Coloniais Agrícolas do Estado do Acre

MUNICÍPIO DE RIO BRANCO

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Amapá 152,4125 2.728, à fl. 55 do Livro 3‑F 1ª SRI ‑ RBO

Riozinho 395,3996 3.462, à fl. 209 do Livro 3‑H 1ª SRI ‑ RBO

Extrema 2.718,8216 543, à fl. 294 do Livro 02 1ª SRI ‑ RBO

Nova Empresa 186,0157 4.152, à fl. 211 do Livro n. 2‑I‑2 1ª SRI ‑ RBO

Empresa 20.310,0354 2.548, fl. 187 do Livro n. 2‑H‑2 1ª SRI ‑ RBO

Belo Jardim 112,2928 3.453, à fl. 203 do Livro 3‑H 1ª SRI ‑ RBO

Catuaba 412,361810.947 e 10.948, às fls. 71/72 do Livro

2‑BC1ª SRI ‑ RBO

Carão 322,2175 1.170, à fl. 01 do Livro 02 1ª SRI ‑ RBO

O território que hoje constitui o Estado do Acre foi incorporado ao Brasil por força do Tratado de Petrópolis. Através do Decre‑to Legislativo nº 1.181, de 25 de fevereiro de 1904, foi fixada a Administração Provi‑sória do Território do Acre, que, em 1962, é elevado à condição de Estado membro da Federação.

Assim sendo, todas as terras públicas acre‑anas, incluídas as ‘devolutas’, pertencem à União Federal. Excluídas aquelas adquiri‑das pelo Estado, a qualquer título, incorpo‑radas a seu patrimônio como bens domini‑cais por título legítimo.

Alguns “agraristas” acreanos têm defendido a redução da ‘faixa de fronteiras’ que hoje é de 150 km para o limite histórico de 66 km, ou 10 léguas de que fala a Lei nº 601/1859. A primeira Lei de Terras brasileira.

Segundo o estudo Estrutura Fundiária do Acre: Perfil Jurídico e Dominialidade da Terra Acreana (ACRE, 1999), a Constituição Federal, modificada em 1988, torna flexível essa ‘faixa de fronteira’, podendo ser com‑primida ou estendida de acordo com as con‑tingências da política nacional.

Esta nova compreensão abre um espaço para que o Estado pleiteie junto ao Governo Federal uma limitação dessa área, incorpo‑rando ao domínio estadual parte do que hoje está sob o domínio da União33.

As ‘terras devolutas’ que constituem pa‑trimônio público (latu sensu) do Estado do Acre, com direito a arrecadá‑las e matriculá‑‑las em seu nome, são as identificadas em ‘processo discriminatório’ ou ‘sumário’, loca‑

MUNICÍPIO DE RIO BRANCO

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Corredeira 312,7538 1.168, à fl. 01 do Livro 02 1ª SRI ‑ RBO

Vista Alegre 720,9772 1.323, à fls. 43 do Livro 3‑D 1ª SRI ‑ RBO

MUNICÍPIO DE XAPURI

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Santo Antonio 604,3267 1.114, à fl. 68 do Livro 3‑D SRI – XAPURI

Porto Manso 4.908,9955 555, à fl. 68 do Livro 3‑C SRI – XAPURI

Aquidabam 882,3543 41, à fl. 42 do Livro 2 SRI – XAPURI

Fontinele de Castro 631.3535 124.afl 131 do livro 2 SRI ‑ XAPURI

MUNICÍPIO DE SENADOR GUIOMARD

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Triunfo 823,5152 2.544, às fls. 50/51 do Livro 3‑E 1ª SRI – RBO

União (Nova Vista) 198,6482 4.259, à fl. 45 do Livro 3‑J 1ª SRI – RBO

MUNICÍPIO DE PLÁCIDO DE CAS RO

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Monte Alegre (Encrenca) 231,2490 2.866, à fl. 47 do Livro 2‑J‑2 1ª SRI – RBO

MUNICÍPIO DE EPI ACIOLÃNDIA

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Bela Flor 2.080,9546 312, à fl. 16 do livro 3‑B SRI‑ BRASILÉIA

MUNICÍPIO DE BRASILÉIA

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Nazaré 910,7731 311, à fl. 119 do Livro 2 SRI – BRASILÉIA

MUNICÍPIO DE FEIJÓ

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Seringal Liege 1.987,0609 47, à fl. 78, do Livro 2‑A 6 SRI – FEIJÓ

MUNICÍPIO DE ARAUACÁ

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Gleba Cocorvado 130 997.afl 75 do livro 3‑ E SRI ‑ Feijó

MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Gleba Miritizal 7.641,9140 220, à fl. 22 do Livro 2‑A SRI – CZS

Gleba Assis Brasil 300,3246 200, às fls. 33/39 do Livro 3‑C SRI – CZS

MUNICÍPIO DE ASSIS BRASIL

DenominaçãoÁrea a ser legiximada

(ha)Maxrícula (n.) Servenxia

Gleba Paraguaçu 125,4373 85, à fl. 42 do Livro 3‑A SRI – BRASILÉIA

ÁREA O AL A SER LEGI IMADA NO ACRE = 47.100,1848 HEC ARES

Fonte: Anexo único Lei Estadual 1957 de 04/12/2007.

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Imóveis Rurais sob Domínio de Particu-lares

A Lei nº 4504/1964 em seu Artigo 4°, define como Imóvel Rural o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização que se destina à exploração ex‑trativa agrícola, pecuária ou agro‑industrial. Mas, o Art. 12, dessa mesma Lei atribui à propriedade privada da terra o cumprimen‑to da função social e o condicionamento de seu uso ao bem‑estar coletivo previsto na Constituição Federal.

O direito de propriedade encontra ampa‑ro na Constituição Federal de 1988, confor‑me o caput do artigo 5º, XXII e XXIII:

Art. 5. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo‑se aos brasileiros e aos estran‑geiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual‑dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]XXII – é garantido o direito

de propriedade;XXIII – a propriedade atenderá sua

função social.

O Código Civil (Lei nº 10.406/2002), sobre o direito de propriedade, dispõe:

Art. 1.228. O proprietário tem a facul‑dade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê‑la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

§1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas fina‑lidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.

§2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela inten‑ção de prejudicar outrem.

Verifica‑se então que, também no Códi‑go Civil, o direito de domínio é condiciona‑do pelo cumprimento da função social da propriedade, que a Constituição Federal assim define:

Art. 186. A função social é cumpri‑da quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I – aproveitamento racional e adequado;

II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV – exploração que favore‑ça o bem‑estar dos proprietários e dos trabalhadores.

A propriedade da terra não é mais di‑reito absoluto, sobre ela pesa um dever social, o qual se não cumprido, ensejará a desapropriação constitucional. De acor‑do D’Assumpção (1996), constitui‑se em uma propriedade agrária particular, o imóvel rural devidamente matriculado no Registro de Imóveis em nome do detentor ou proprietário.

O Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), instituído pela Lei nº 5.868/1972, tem por objetivo integrar e sistematizar as informações sobre a posse e uso dos imóveis rurais. O Cadastro Rural é caracterizado por seu aspecto declaratório, ou seja, os dados literais são informados através de formulá‑rios preenchidos pelo proprietário ou deten‑tor do imóvel. Trata‑se de declaração unila‑teral, aceita como verdadeira, mas passível de fiscalização cadastral.

A Lei nº 10.267/2001 exige que as de‑clarações relativas a propriedades de justo título devem ser acompanhadas de mapas e memoriais descritivos produzidos por tecnologia de posicionamento geográfico e imagens de satélite, para tornar possí‑vel a verificação da situação destas áreas e a ocorrência ou não de superposição das

mesmas em outras, especialmente em se tra‑tando de terras públicas. A partir de então qualquer alteração ou inclusão de imóveis no SNCR, só é efetivada, quando cumprida tal exigência. Apenas uma parcela dos dados cadastrais é obtida através de levantamento realizado pelo próprio INCRA, quando há re‑giões ou imóveis interessantes para fins de reforma agrária (LIMA, 2004).

O Manual de Orientação para Preenchi‑mento da Declaração para Cadastro de Imó‑vel Rural define como imóvel rural:

“prédio rústico de área contínua, qual‑quer que seja sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agro‑‑industrial”, nos termos da Lei n.º 8.629, de 25 de fevereiro de 1993.

[...] considera‑se como um único imóvel, uma ou mais áreas confinantes, registradas ou não, pertencentes ao mesmo proprietário ou posseiro, de forma individual ou em co‑mum (condomínio ou composse), mesmo na ocorrência das hipóteses abaixo:

I – estar situado total ou parcialmente em um ou mais municípios;

II – estar situado total ou parcialmente em zona rural ou urbana;

III – ter interrupções físicas tais como: cursos d’água e estradas, desde que seja mantida a unidade econômica, ativa ou po‑tencial (INCRA, 2002).

O formulário de Dados Pessoais e de Relacionamentos, constante da Decla‑ração para Cadastro de Imóveis Rurais, destina‑se ao cadastro das pessoas físicas e jurídicas, (incluindo os Órgãos Públicos Federais, Estaduais ou Municipais ‑ da ad‑ministração direta ou indireta) que este‑jam vinculadas a um imóvel rural, por re‑lação de detenção a qualquer título ou por relação de uso temporário da terra (LIMA, 2004).

A detenção a qualquer título consiste em: propriedade, enfiteuse, usufruto, posse a justo título e posse por simples. A posse a justo título é aquela onde os posseiros pos‑suem documentos de titulações não regis‑trados. Enquanto os posseiros por simples ocupação são aqueles que não possuem do‑

cumentos de titulações, ou são promitentes compradores que detêm as posses, ou são os titulares das posses oriundas de concessões de usos fornecidas pelos Governos Federal, Estadual ou Municipal. A forma de detenção pode ser individual (somente uma pessoa de‑tém o imóvel rural); em comum (condomínio ou com posse, quando mais de uma pessoa detém o imóvel rural). Entende‑se por rela‑ção de uso temporário da terra: a parceria, o arrendamento e o comodato (LIMA, 2004).

Conforme o Art. 4º do Estatuto da Ter‑ra (Lei 4.504/64), combinado com o Art. 4º da Lei nº 8.629/1993, de acordo com sua dimensão, os imóveis rurais podem ser ca‑racterizadas como: Minifúndio, quando o imóvel rural possui área e possibilidades in‑feriores às da propriedade familiar; Pequena Propriedade, quando possuem área compre‑endida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais; Média Propriedade, quando possui área superior a 4 (quatro) e até 15 (quin‑ze) módulos fiscais; e, Grande Propriedade, quando possui área superior a 15 (quinze) módulos fiscais.

A Propriedade Familiar é definida no inciso II, do Art. 4º, da Lei nº 4.504/1964, como:

[...] o imóvel rural que, direta e pesso‑almente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de tra‑balho, garantindo‑lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente, traba‑lhado com a ajuda de terceiros.

No caso do Acre, os Módulos Fiscais variam de 70 hectares até 100 hectares. Para os municípios de Rio Branco, Bujari, Capixaba e Porto Acre, são considerados minifúndios as propriedades com áreas in‑feriores a 70 hectares, enquanto as peque‑nas propriedades são aquelas cujas áreas variam de 70 hectares a 280 hectares. As médias propriedades são as que possuem áreas superiores a 280,0000 hectares e até 1.050,0000 hectares. Acima disso estão as grandes propriedades rurais.

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Para os demais Municípios, são minifún‑dios os imóveis com áreas inferiores a 100 hectares, desse patamar até 400 hectares situam‑se as pequenas propriedades. As mé‑dias propriedades são aquelas que possuem áreas superiores e até 400 hectares e até 1.500 hectares. Acima disso situam‑se as grandes propriedades rurais.

Os números oficiais do INCRA, constan‑tes no Sistema Nacional de Cadastro Rural ‑ SNCR, demonstram que, até 2005, cerca de 38 % (5.783.398,3000 hectares) das ter‑ras do Acre, ou seja, 21.157 imóveis rurais, estavam cadastradas sob domínio particular, compreendendo: propriedades particulares; propriedades particulares com parte destas definidas como apossamento; posses a justo título; e, posses por simples ocupação. Das áreas sob domínio particular, 92 imóveis (0,4 %) possuem área acima de 10.000,0000 hectares, ocupando cerca de 44 % das ter‑ras cadastradas (2.545.649,9000 hectares). Outros 1.091 imóveis (9,1 %) apresentam áreas menores que 10.000,0000 e maiores que 100,0000 hectares e ocupam aproxi‑madamente 39 % das terras cadastradas (2.235.516,4000 hectares).

Nesse intervalo estão compreendidas as áreas dos Projetos de Assentamentos Agro‑extrativistas, Projetos de Desenvolvimento Sustentável e os Projetos de Assentamen‑tos Florestais. Os imóveis com área igual ou inferior a 100,0000 hectares ocupam ape‑nas cerca de 17 % das terras cadastradas (1.002.232,0000 hectares), totalizando 19.154 imóveis (90,5 %), compreendendo as pequenas propriedades rurais, onde se inserem as unidades parcelares de todos os Projetos de Assentamentos em moldes tradi‑cionais (uso agrícola) oficializados pelo IN‑CRA e os minifúndios, dos quais fazem parte as unidades parcelares dos Projetos Casulos e dos Pólos Agroflorestais do Estado.

A Regional de Desenvolvimento do Baixo Acre

A Regional de desenvolvimento do Baixo Acre contribui com cerca de 55,8% dos imó‑veis cadastrados (11.806), correspondente a

aproximadamente 31,4% (1.815.742,6000 hectares) das terras cadastradas no Estado. Cerca de 93,8% (11.069) dos imóveis dessa regional, possuem áreas de até 100,0000 hectares, as quais totalizam 29,5% (536.179,9000 hectares) da área aí cadas‑trada. Esses imóveis estão localizados prin‑cipalmente nos Municípios de Rio Branco, Senador Guiomard e Plácido de Castro. Cer‑ca de 6,3% (713) dos imóveis dessa regional possuem áreas variando entre 100,0100 e 10.000,0000 hectares, representando 41,5% (752.524,90 hectares) das terras. Os imóveis com áreas superiores a 10.000,00 hectares representam 0,2% (24) do total e atingem a 29,0% (527.038,70 hectares) da superfície, concentrando‑se principalmente em Rio Branco.

Regional de Desenvolvimento do Alto Acre

Nessa regional verifica‑se cerca de 13,6% dos imóveis cadastrados (2.943), que representam cerca de 12,6% (728.813,50 hectares) da área cadastrada no Estado. Os imóveis com áreas de até 100,00 ha totalizam 19,1% (139.174,1 hectares) da área e 86,7% (2.552) dos imóveis cadastrados nessa regional. Es‑ses imóveis concentram‑se principal‑mente nos municípios de Brasiléia e Capixaba. Nessa regional, 12,9% (381) dos imóveis possui área variando entre 100,01 e 10.000,00 hectares, represen‑tando 42,8% (312.017,20 hectares) das terras e 0,3% (10) dos imóveis possui mais de 10.000,00 ha e ocupam 38,1% (277.622,20 hectares) da superfície, con‑centrados em Xapuri.

Regional de Desenvolvimento do Purus

Na Regional de Desenvolvimento do Purus verifica‑se a maior concentração de terra, pois, possui apenas 9,6% (2.027) dos imóveis ca‑dastrados do Estado, os quais ocupam 28,4% (1.644.851,2000 hectares) da superfície. Em torno de 81,4% (1.649) dos imóveis possuem até 100,000 hectares, ocupando apenas 5,2%

(86.319,5000 hectares) da regional. Cerca de 17,27% (350) dos imóveis situam‑se na faixa de entre 100,0100 até 10.000,0000 hecta‑res, os quais abrangem 32,6% (536.160,3000 hectares)da superfície dessa regional Os imó‑veis com áreas maiores que 10.000,0000 hec‑tares são cerca de 1,4% (28), atingindo cerca de 62% (1.022.371,4000 hectares) das terras cadastradas nessa regional, cuja maior con‑centração é no Município de Sena Madureira.

Regional de Desenvolvimento do Ta-rauacá/Envira

A Regional de desenvolvimento do Taraua‑cá/Envira contribui com 10,4 % dos imóveis cadastrados (2.201), correspondente a 17,3 % (1.000.862,3000 hectares) das terras ca‑dastradas no Estado. Aproximadamente de 88,4 % (1.945) dos imóveis possuem área de até 100,0 hectares, ocupando 12,43 % (124.454,1000 hectares) da superfície regio‑nal. Distribuídos principalmente em Tarauacá. Cerca de 10,90 % (240) dos imóveis situam‑se na faixa de entre 100,0100 até 10.000,0000 hectares, abrangendo 44,3 % (443.491,00 hectares) de sua superfície. Os imóveis com áreas superiores a 10.000,00 hectares con‑centram‑se no Município de Feijó, os quais representam 0,7% (16) do total e atingem a 43,5 % (432.971,20 hectares) das terras.

Regional de Desenvolvimento do Juruá

Nessa regional estão cadastrados,10,3% imóveis (2.180), representando 10,6% (593.128,7000 hectares) da área cadastra‑da no Estado. Os imóveis com áreas de até 100,0000 ha totalizam 19,5% (116.105,3000 hectares) da área e 88,9% (1939) daqueles cadastrados nessa regional, e concentram‑se principalmente no Município de Cruzeiro do Sul. Aproximadamente 10,4% (227) dos imó‑veis dessa regional possuem áreas variando entre 100,01 e 10.000,0000 hectares repre‑sentando 32,3 % (191.323,0000 hectares) das terras. Cerca de 0,6% (14) dos imóveis dessa regional possuem mais e 10.000,0000 hectares e ocupam 48,2% (285.700,4000 hectares) de sua superfície.

As Regionais com seus respectivos Municí‑pios podem ser observados na Figura 4.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O contexto fundiário apresentado e ex‑planado é definitivamente dotado de inú‑meras nuances que delineiam a estrutura agrária do Estado. Entretanto, é evidente a orientação que caracteriza a distribuição e a ocupação dos espaços no território, ou seja, as modalidades e métodos de aprovei‑tamento das áreas, conforme a natureza e a especificidades das regiões e das regionais. Tal abordagem, sem dúvida, viabiliza clare‑za ao processo que determina a organização fundiária, seus objetivos e suas deficiências.

O presente diagnóstico Fundiário do Es‑tado do Acre buscou oferecer um quadro amplo e dinâmico da questão agrária, sua evolução, diretrizes, metas e realizações. E é com base nesta compreensão do proces‑so fundiário no Estado, em paralelo com a situação da questão fundiária no País, que podemos visualizar as necessidades ime‑diatas, bem como, as alternativas e provi‑dencias que devem ser objeto de discussão pelas diversas instancias e esferas de poder. Isto, tendo em vista a definição de questões determinantes que impedem a salutar reso‑lução dos contextos conflituosos relaciona‑dos à posse e ao domínio de várias áreas no Estado do Acre.

Contudo, podemos observar que:1. As ações discriminatórias realizadas pelo

INCRA e os demais estudos a elas rela‑cionadas devem ser retomados, vez que, atualmente podemos notar a existência de alguns “claros” fundiários no mapa do Estado.

2. Uma linguagem única de abordagem e interpretação da real extensão do Estado do Acre após o incremento das áreas do Estado do Amazonas e, eventualmente do Estado de Rondônia, deve ser definida, visando o regular desenvolvimento da região. Utilização da base cartográfica ofi‑cial do Estado (1:000.000).

3. Os problemas de superposição de áreas, como por exemplo: as RESEX`s e Terras

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Indígenas; áreas indígenas e projetos de assentamento precisam ser alvo de apre‑ciação e ações que ofereçam maior clare‑za aos dados topográficos e definição as questões legais relacionadas.

4. A Revisão dos critérios e procedimen‑tos normativos institucionais que con‑dicionam a regularização fundiária em Áreas da União é fundamental para uma ação efetiva do INCRA, em face ao contexto fundiário do Estado. Isto, ten‑do em vista que o procedimento atual limita‑se as posses até 100,00 hectares.

5. A celeridade na conclusão dos pro‑cessos de discriminação de terras que estão em andamento, bem como, uma dinâmica maior nas ações que possi‑bilitam o reconhecimento do domínio privado ou mesmo a arrecadação de terras em nome da União, é essencial para que seja viável o ordenamento, o direcionamento e a execução das pro‑postas e ações necessárias ao regular desenvolvimento da reforma agrária e a solução de questões fundiárias. Nes‑te sentido, basta observar que existem conflitos que já duram duas décadas, em detrimento de indefinição dominial.

6. Uma definição a respeito das áreas desapropriadas para as RESEX pelo IBAMA é de vital importância para a regular proteção e desenvolvimento destas, vez que muitas áreas ainda con‑tinuam pendentes de pagamento das respectivas indenizações.

7. Os trabalhos realizados através das Co‑missões Parlamentares de Inquéritos para Redefinições dos Limites Intermu‑

nicipais estabelecem no item “Conclu‑são ao Parecer da Relatoria”, recomen‑dações aos órgãos Públicos, Estaduais e Federais, quanto aos procedimentos ju‑rídicos e administrativos a serem reali‑zados para o cumprimento das orienta‑ções, onde destacamos como principais:

a) Ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária:Ter domínio sobre Faixa de Fronteira

de 66 Km e proceder a retificação da ‘fai‑xa de fronteira’ compreendida entre 66 e 150 Km.

b) Ao Governo do EstadoIncorporação ao domínio estadual das

‘terras devolutas’ localizadas na ‘faixa de fronteira’, entre 66 e 150 Km, com as limi‑tações legais a serem estabelecidas para alienação e concessão, através de regula‑rização da Lei nº 4.070 de 15 de junho de 1962 ou Lei complementar; e atuar, através da Procuradoria Geral do Estado – PGE, para o deslinde definitivo da fron‑teira interestadual com o Amazonas e in‑corporação das áreas localizadas acima da atual ‘Linha Cunha Gomes’ como parte integrante da soberania acreana.

c) Ao Governo FederalCom prévia anuência do Conselho

de Defesa Nacional, efetivar a ‘doação’, a ‘título gratuito’, ou ‘concessão de uso das terras devolutas federais’, situa‑das na ‘faixa de fronteira’ de 66 Km e da Unidade de Conservação Parque Estadual Chandless.

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A análise do crescimento da população acreana foi feita a partir dos dados do Censo Demográfico (2000) e Contagem Populacio‑nal (2007) do Instituto Brasileiro de Geo‑grafia e Estatística – IBGE, além dos dados disponíveis em algumas instituições do Go‑verno do Estado do Acre. Para os indicado‑res sociais relativos a trabalho e rendimen‑to, educação, saneamento, abastecimento de água, coleta de resíduos sólidos, esgotamen‑to sanitário, aspectos demográficos e ao IDH, foram utilizados os dados publicados pelo IBGE e calculados a partir das informações coletadas na Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios – PNAD que são publicados, anualmente, na “Síntese de Indicadores So‑ciais”3 , desagregados para as Regiões, Uni‑dades da Federação e Regiões Metropolita‑nas; ou seja, não apresentam indicadores em nível de município.4 Outros cálculos estatís‑ticos necessários foram elaborados, a partir de orientações de profissionais da área e de consulta à bibliografia especializada.

O trabalho foi dividido da seguinte for‑ma: Inicialmente, foi feita uma breve contex‑tualização dos aspectos históricos relacio‑nando‑os com a evolução da população do Acre quanto ao crescimento populacional, aos processos migratórios e de uso da terra que influenciaram nessa dinâmica demográ‑fica. Posteriormente, a dinâmica demográfi‑

POPULAÇÃO E CONDIÇÕES DE VIDA

A dinâmica demográfica no contex‑to brasileiro tem repercussões no território acreano e que ultrapassa a mera análise populacional, ne‑

cessitando de análise de condicionantes da situação social, econômica, política e cultu‑ral. Portanto, a formação social e territorial acreana é, sobretudo, uma expressão da re‑alidade social, a partir da representação dos dados demográficos numa perspectiva de espaço e tempo.

Os dados representam a realidade, mas é a compreensão dos processos que permite apreender o movimento da população que promove as mudanças e transformações, in‑clusive, na expressão social das informações quantificadas numa perspectiva espacial.

Diferentes contingentes da população participam de uma estruturação, crescimen‑to e de um movimento que, apresentando particularidades, impossibilitam análises generalistas e destituídas de maiores impli‑cações. Nesse sentido, deve‑se ressaltar a necessidade de se pensar a população como um conjunto de pessoas que partilham de um mesmo espaço, mas não necessariamen‑te, das mesmas condições de vida quanto aos aspectos de moradia, educação, saúde, bens materiais e simbólicos, bem como de participação nas esferas de discussões e decisões políticas.

1. INTRODUÇÃO

1 Geógrafo; Mestre em Planejamento Ambiental e Energético; Doutorando em Planejamento Ambiental pela COPPE/UFRJ | IBGE.2 Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas; Especialista em Ecologia e Manejo de Florestas Tropicais; Mes-tre em Desenvolvimento e Meio Ambiente | Governo do Estado do Acre.3 Síntese de Indicadores Sociais 2005 / IBGE, Departamento de População e Indicadores Sociais. - Rio de Janeiro: IBGE, 2006. 4 Os indicadores sociais em nível de municípios existem, mas somente são acessados através de Tabulações Espe-ciais, que podem ser obtidas por meio de um processo de negociação institucional entre o IBGE e órgãos públicos, situação que foge à competência da autora deste estudo.

eexoo:b José Anxonio Sena do Nascimenxo1 Magaly da Fonseca e Silva aveira Medeiros2

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Livro Temático | Volume 5Coleção Temática do ZEE

Aspectos SocioeconômicosPopulação e as Condições de Vida, Infraestrutura e a Economia do Acre

CapítuloPopulação e Condições de Vida

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ca do Acre foi analisada, por regional e por categoria das populações, na perspectiva de avaliar os processos produtivos relaciona‑dos aos aspectos socioeconômicos e cultu‑rais na atualidade e, por fim, foram analisa‑das as condições de vida no Acre, fazendo um comparativo com as grandes regiões e unidades da federação.

2. A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DO ACRE

A análise da evolução e da distribuição da população acreana no espaço territorial do Estado, somente pode ser compreendi‑da no contexto histórico do seu processo de ocupação econômica. Sendo assim, uma breve análise desse processo inicia este es‑tudo, com o objetivo de revelar sua influên‑cia, em especial, sobre a situação atual da população acreana.

O território que hoje pertence ao Estado do Acre teve o seu primeiro ciclo econômi‑co iniciado por volta da segunda metade da década de 1800. Esse ciclo, que marcou os Estados da Amazônia, em geral, esteve asso‑ciado com a extração de látex a produção e exportação da borracha, cujo consumo tinha aumentado significativamente no mercado externo, em razão da expansão das indús‑trias que usavam a borracha para suprir a demanda da Europa e EUA, a partir de fins do Século XIX (ACRE, 2006).

A geração de emprego originada no ciclo da borracha estimulou a vinda de imigrantes da região nordeste do Brasil para os Estados da Amazônia. Aliado a esse fator de atração populacional, a região nordeste passou por uma forte seca no período de 1877 a 1879, o que funcionou como fator de expulsão de nordestinos. Contudo, a ocupação do Acre apresentou algumas particularidades que merecem destaque, especialmente por suas conseqüências sociais, culturais e políticas.

Nas décadas seguintes a migração se intensificou, porém, na seqüência veio o colapso desse primeiro ciclo de exportação da borracha brasileira, acompanhado de um período de estagnação econômica e abando‑no dos seringais (ACRE, 2006).

É importante mencionar que o Estado do Acre acompanhou, de forma geral, os fenômenos ligados à dinâmica da economia brasileira. Entretanto, esse processo de ocu‑pação provocou um choque de culturas en‑tre os povos indígenas e os seringueiros, e também com os pequenos produtores rurais que migraram para o Acre, expulsos de seus locais de origem pela modernização tecno‑lógica da agricultura, em particular no Sul do Brasil.

A partir de 1975 existiram conflitos rela‑cionados com a necessidade da manutenção dos recursos naturais e a permanência das populações tradicionais em suas terras, os quais foram se acirrando e culminaram com a morte de várias lideranças sindicais e ex‑trativistas, dentre eles o líder Chico Mendes (ACRE, 2006).

A década de 80 foi de intenso grau de urbanização no contexto brasileiro e cabe esclarecer que o Acre seguiu a tendência Nacional (e mundial) de concentração da população nos centros urbanos, apesar de se apresentar como um dos Estados brasilei‑ros com menor grau de urbanização, mesmo entre os Estados que compõem a Região da Amazônia Legal. (Tabela 1).

O período entre 1970 e 2000 no Acre foi marcado por um acelerado crescimen‑to populacional ‑ quando seu contingente mais que dobrou ‑ e pelo movimento de urbanização, o qual esteve particularmente associado à evolução do sistema produtivo nas últimas décadas, sendo marcado pelo dinamismo dos setores terciário (comércio e serviços) e industrial, além da estagnação do setor primário (em particular das ativida‑des agrícolas e extrativas). Em tais circuns‑tâncias, parte da população rural foi atraída pela possibilidade de trabalho e de acesso aos benefícios ofertados pelo serviço públi‑co (principalmente saúde e educação) nas cidades, o que resultou no avanço do movi‑mento de urbanização.

Em 2000, o Brasil atingiu um grau de ur‑banização de 81,23% e o Acre, 66,4%. Neste ano o Acre se aproximou da média no grau de urbanização dos Estados da Amazônia, obtendo 68,19%; mas ainda se manteve dis‑

Tabela 01. Participação percentual da população urbana sobre a população total, no Brasil e Esta‑

dos da região da Amazônia Legal ‑ 1980/1991/2000

Brasil e Esxados da Amazônia

Legal

Grau de Urbanização (%)

1980 1991 2000

BRASIL 67,59 75,59 81,23

TOTAL REGIÃO 44,90 55,22 68,19

Acre 43,87 61,89 66,40

Amapá 59,19 80,90 89,02

Amazonas 59,88 71,45 74,80

Maranhão 32,07 40,01 59,51

Mato grosso 57,51 73,26 79,35

Pará 48,99 52,45 66,51

Rondônia 46,54 58,21 64,09

Roraima 61,59 64,72 76,12

Tocantins 39,71 57,69 74,31

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 1980, 1991 e 2000.

tante da média nacional. Essas informações revelam que a evolução no crescimento po‑pulacional do Acre diferiu da média brasi‑leira. O Estado do Acre manteve uma taxa média geométrica de crescimento anual em torno de 3,0%, ao longo do período de 1950 a 2000, mesmo considerando as oscilações, cuja taxa mais baixa foi verificada entre

1980/1991, com 3,01% e a mais alta entre 1970/1980, com 3,42%, conforme demons‑trado na Tabela 3. Verifica‑se outro período de maior impulso do crescimento popula‑cional no final década dos anos 1990 e que permaneceu até 2000. Somente entre 2000 e 2007 o Acre começou a reduzir essa taxa geométrica, apresentando 2,45% (Tabela 2).

Tabela 02. Taxa média geométrica de crescimento anual da população residente, no Brasil e no Acre

‑ 1950/2007

Local/Ano aea média geoméxrica de crescimenxo anual da população residenxe (%)

1950/1960 1960/1970 1970/1980 1980/1991 1991/2000 2000/2007

Brasil 2,99 2,89 2,48 1,93 1,64 1,20

Acre 3,20 3,13 3,42 3,01 3,29 2,45

Fonte: IBGE, 2006.

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O crescimento populacional verificado entre as décadas de 1970 e 1980 (85.977 pessoas), 1991 e 2000 (139.809 pessoas) e 1996 e 2007 (171.792 pessoas) esteve fortemente associado ao aumento da popu‑lação urbana no Acre. Entre os anos 1970 e 1980, esse crescimento representou

84,31% do aumento no total da população do Estado, mantendo‑se essa tendência nos períodos seguintes. Entre 1991 e 2000, o crescimento da população urbana foi res‑ponsável por 79,93% do crescimento total da população do Acre e, entre 1996 e 2007, por 86,89%, conforme representado na Ta‑bela 3.Em termos absolutos, o contingente populacional do Estado do Acre, em 2007, foi de 655.385 pessoas. Segundo o IBGE, entre 2000 e 2007, a população do Acre aumentou em 97.859 pessoas. Este aumen‑to percentual se refletiu principalmente no Município de Rio Branco, que apresentou um crescimento na sua população urbana em números absolutos de 43.207 habitan‑tes, entre 2000 e 2007, aumentando assim a sua preponderância em relação a outras áreas urbanas do Estado (Tabela 3).

Tabela 03. População total, população urbana, evolução absoluta, e participação do crescimento da população urbana sobre a população total, Estado do Acre, 1970 ‑ 1980, 1991 – 2000 e 1996 ‑ 2007

AnoPopulação

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População Urbana População Rural

Absoluxo(%) aea de

urbanizaçãoAbsoluxo (%) (%)VAR.

1970 215.299 59.439 65,2 168.322 34,8 ‑‑‑‑‑‑‑‑

1980 301.276 131.930 66,5 186.659 34,4 84,31

1991 417.718 258.520 69,1 190.101 30,9 48,85

1996 483.593 315.404 65,2 168.322 34,8 ‑‑‑‑‑‑‑

2000 557.526 370.267 66,4 187.259 33,6 79,93

2007 655.385 464.680 70,9 190.705 29,1 86,89

Fonte: IBGE, Censo Demográfico e Contagem Populacional para os anos 1996 e 2007. SEPLANDS/ACRE,

(1991/1996).

3. A DINÂMICA DEMOGRÁFICA NO ACRE

A população total do Acre, em 1996, era de 483.593 habitantes, dos quais 244.449 homens e 239.144 mulheres, onde a rela‑ção homem/mulher correspondia, portan‑

to, com 1,02 homens para cada mulher. Já em 2000, a sua população passou para 557.526 habitantes, dos quais 280.983 ho‑mens e 276.543 mulheres, numa proporção de 1,01 homens para cada mulher.

Informações referentes aos principais aspectos demográficos da população bra‑sileira no ano de 2005 estão represen‑tadas na Tabela 4. Em relação à taxa de fecundidade total,5 em geral, no Brasil ela vem mantendo uma tendência de declínio nas últimas décadas, atingindo em 2005 a média de 2,3 filhos por mulher. Essa tendência igualmente se apresenta entre as unidades da federação, porém, ainda existem diversidades regionais: a alta da região norte foi de 2,5 filhos por mulher para o ano de 2005. A menor taxa de fe‑cundidade foi registrada na região Sul,

5 Segundo o Glossário do IBGE, que consta na “Síntese dos Indicadores Sociais – 2002”, (p.377), essa taxa representa: Número médio de filhos que teria uma mulher, de uma coorte hipotética, ao fim do período reprodutivo, estando sujeita a uma determinada lei de fecundidade, em ausência de mortalidade desde o nascimento até o final do período fértil.6 Mede o número de nascidos vivos por 1 000 habitantes, em determinado ano.

com 1,8 filhos por mulher, e a de maior fecundidade foi a região Norte: 2,9 filhos por mulher. Essa posição do Acre também foi encontrada no caso da taxa bruta de natalidade . Enquanto no Brasil a taxa bru‑ta de natalidade6 foi 20,4%, na região Nor‑te foi 22,9% e no Acre 26,3%, em 2005.

Quanto à taxa bruta de mortalidade,7

verificou‑se uma situação mais favorável ao Acre, em comparação com a taxa nacional e mesmo com as regiões Sul e Sudeste (onde os indicadores sociais são, usualmente, mais favoráveis). Em 2005, a taxa bruta de mor‑talidade do Acre, foi de 5,2% e no Brasil de 6,3% (Tabela 4). Entretanto, em relação à taxa de mortalidade infantil,8 esta se encon‑

trava acima da média nacional e até mesmo da região Norte. Em 2005, enquanto o Brasil registrava uma taxa de mortalidade infantil de 25,8%, a da região Norte foi de 26,6%, estando a do Acre em 32,6%.

As informações sobre “esperança de vida ao nascer”, em 2005, revelaram que a população brasileira vivia em média 71,9 anos e que entre as mulheres essa média era mais alta, 75,8 anos. De acordo com a Tabela 5, a região Norte e o Estado do Acre, em 2005, estavam próximos das mé‑dias nacionais, tanto entre a população total, respectivamente, com 71,0 e 70,8 anos, quanto em relação às mulheres, com 74,0 anos e 73,5 anos.

7 Representa a freqüência com que ocorrem os óbitos em uma população.8 Freqüência com que ocorrem os óbitos de menores de um ano, em relação ao número de nascidos vivos.

Tabela 04. Taxa de fecundidade total, taxa bruta de natalidade, taxa bruta de mortalidade, taxa de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer, por sexo, segundo as Grandes Regiões e Unidades

da Federação da Região Norte – 2005

Grandes Regiões e

Unidades da

Federação da Região

Norxe

aea de

fecundidade

xoxal

aea bruxa de

naxalidade

(‰)

aea

bruxa de

morxalidade

(‰)

aea de

morxalidade

infanxil

(‰)

Esperança de vida ao nascer, por

seeo

oxal Homens Mulheres

Brasil 2,3 20,4 6,3 25,8 71,9 68,1 75,8

Norte 2,5 22,9 5,0 26,6 71,0 68,2 74,0

Rondônia 2,2 20,8 5,1 25,2 70,6 68,0 73,5

Amazonas 2,5 23,4 4,6 27,6 71,0 68,1 74,1

Roraima 3,3 30,4 5,1 20,1 69,3 66,9 71,8

Pará 2,4 22,1 5,0 25,9 71,4 68,5 74,4

Amapá 3,1 29,7 5,1 25,4 69,8 65,9 73,8

Tocantins 2,3 21,4 5,6 29,0 70,7 68,5 73,0

Nordeste 2,2 20,8 6,8 38,2 69,0 65,5 72,7

Sudeste 1,9 16,1 6,4 18,9 73,5 69,5 77,7

Centro‑Oeste 2,0 18,5 5,2 20,1 73,2 69,8 76,7

Fonte: Projeto IBGE/Fundo de População das Nações Unidas ‑ UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02), População e De‑

senvolvimento: Sistematização das Medidas e Indicadores Sociodemográficos Oriundos da Projeção da Popula‑

ção por Sexo e Idade, por Método Demográfico, das Grandes Regiões e Unidades da Federação para o Período

1991/2030. Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 1980/2050 ‑ Revisão 2004. Dados

trabalhados pelos autores.

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9 Dados do Censo Demográfico do IBGE e Contagem Populacional, 1996 a 2007.

Tabela 05. Tabela 5 ‑ População residente por localização e faixa etária 2007

Faiea Exária População Residenxe

oxal Urbana Rural

oxal 655.385 464.680 190.705

Menos de 1 ano 13.966 9.288 4.678

1 a 4 anos 60.771 38.775 21.996

10 a 14 anos 76.674 51.978 24.696

15 a 19 anos 68.794 49.630 19.164

20 a 24 anos 65.606 48.773 16.833

25 a 29 anos 60.142 45.193 14.949

30 a 34 anos 47.605 35.783 11.822

35 a 39 anos 40.535 30.566 9.969

40 a 44 anos 33.505 25.077 8.428

45 a 49 anos 26.567 19.524 7.043

50 a 54 anos 21.615 15.659 5.956

55 a 59 anos 16.754 11.830 4.924

60 a 64 anos 12.711 8.945 3.766

65 a 69 anos 9.625 6.986 2.639

70 a 74 anos 6.502 4.816 1.686

75 a 79 anos 4.846 3.760 1.086

80 anos ou mais 4.980 4.079 901

Idade ignorada 1 2.901 1.090 1.811

Fonte: IBGE ‑ Contagem da População ‑ 2007. 1. Inclusive idade ignorada dos domicílios fechados

A composição da faixa etária da popu‑lação acreana, em 2007, manteve uma pi‑râmide etária simétrica com base larga, característica de países em desenvolvimen‑to, apresentando uma população total de 655.385 habitantes, dos quais 329.001 ho‑mens e 323.752 mulheres, o que correspon‑de a 1,01 homem para cada mulher, segun‑do Acre em números (2009)9 . Isto aparenta uma tendência à estabilização da composi‑ção populacional na questão de gênero.

É importante destacar que 60% da população do Acre, atualmente, encon‑tram‑se na faixa etária entre 15‑19 e 60‑64 anos (Acre, 2009), considerada uma população em idade ativa e, que 74% dessas pessoas estão concentra‑das na área urbana (Tabela 5). Este fato reflete a atração que os centros urbanos exercem, tanto pela gera‑ção de emprego quanto pela oferta de serviços públicos.

A distribuição da população no territó‑rio do Estado do Acre precisa ser analisada a partir de dois aspectos particularmen‑te importantes. O primeiro é em relação ao grau de urbanização da maior parte do território acreano.

O segundo aspecto refere‑se à densidade demográfica dos municípios, resultante da mi‑gração e de outros fatores relacionados, com a concentração populacional na Capital do Es‑tado. Esses dois aspectos são analisados com maiores detalhes, por regional e município, tendo em vista que a participação individual dos municípios influencia a distribuição da po‑pulação entre as regionais do Estado.

A Regional Baixo Acre concentrou, em 2007, praticamente mais da metade da po‑pulação estadual (56%), em relação às Regio‑nais do Alto Acre (7,96%), Purus (6,92%), Ta‑rauacá‑Envira% (10,61%) e Juruá (18,52%).

Nota‑se que nos últimos anos houve um significativo predomínio da população ur‑bana em números absolutos e, conseqüen‑temente, em termos relativos. Em 2000, o Acre ainda apresentava‑se rural na maioria dos municípios e a Capital Rio Branco podia ser considerada uma exceção. Já em 2007, podemos evidenciar uma mudança na distri‑buição da população rural e urbana em pra‑ticamente todos os municípios.

O Município de Rio Branco, Capital do Estado, apresentou um grau de urbanização de 89,42% em 2000 (Figura 1), portanto, o mais alto do Estado e, inclusive, acima da média brasileira para o referido ano cita‑do, com essa tendência permanecendo em 2007, com 92,73% (Figura 2).

Em 2000, o Município de Rio Branco detinha uma população que representava 45,39% do total do Estado e o Município de Cruzeiro do Sul, em menor proporção, apresentava 12,10%. Ao todo, esses dois municípios concentravam mais da metade da população do Acre, 57,49%. Essa ten‑dência se manteve em 2007, detendo os municípios de Rio Branco e de Cruzeiro do Sul, respectivamente, 44,35% e 11,28%, ou seja, 55,63% da população total do Estado do Acre, na proporção de cada um desses municípios em relação ao total do Estado (Tabela 6). Outros municípios, em menor grau, apresentaram a mesma tendência de urbanização, entre 2000 e 2007, conforme demonstram as figuras 1 e 2 e a Tabela 6. Dentre eles, respectivamente, no Alto Acre ‑ o Município de Epitaciolândia (67,14% e 68,68%) e Brasiléia (53,05% e 64,22%), na Regional do Purus ‑ o Município de Sena Ma‑dureira (54,91% e 62,39%) e Manoel Urbano (51,47% e 58,10%), na Regional Tarauacá/Envira – o Município de Tarauacá (53,56% e 51,62) e na Regional do Juruá – o Municí‑pio de Cruzeiro do Sul (57,79% e 68,90%) e Mâncio Lima (52,22% e 59,22%). Contudo, entre 2000 e 2007, alguns municípios do Acre mantiveram reduzido grau de urbani‑zação, como é o caso de Porto Acre (11,32% e 13,42%), Jordão (19,38% e 28,63%), Mare‑chal Thaumaturgo (11,87 e 24,79%), Santa Rosa do Purus (23,06% e 36,09%) e Rodri‑gues Alves (32,52% e 29,56%). Todavia, de‑ve‑se mencionar que esses municípios não são representativos em termos populacio‑nais, como pode ser visto na Tabela 6.

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Tabela 06. Evolução da População e grau de urbanização, segundo Regional e Municípios do Acre,

2000 e 2007

Municípios

População (nº de residenxes)

2000 2007

oxal% Pop.

Esxado

(%) Grau de

urbanização oxal

% Pop.

Esxado

(%) Grau de

urbanização

Baieo Acre 318.377 57,11 78,5 363.985 56,00 83,29

Acrelândia 7.935 1,42 44,18 11.520 1,76 47,48

Bujari 5.826 1,04 27,94 6.543 1,00 46,37

Capixaba 5.206 0,93 29,22 8.446 1,29 37,34

Plácido de Castro 15.172 2,72 46,00 17.258 2,63 51,37

Porto Acre 11.418 2,05 11,32 13.716 2,09 13,42

Rio Branco 253.059 45,39 89,42 290.639 44,35 92,73

Senador Guiomard 19.761 3,54 43,72 18.863 2,88 59,80

Alxo Acre 43.487 7,80 56,5 52.164 7,96 60,95

Assis Brasil 3.490 0,63 61,63 5.351 0,82 55,24

Brasiléia 17.013 3,05 53,05 19.065 2,91 64,22

Epitaciolândia 11.028 1,98 67,14 13.434 2,05 68,68

Xapuri 11.956 2,14 50,14 14.314 2,18 51,46

Purus 38.040 6,82 52,5 45.326 6,92 59,42

Manoel Urbano 6.374 1,14 51,47 7.148 1,09 58,10

Sta. Rosa do Purus 2.246 0,40 23,06 3.948 0,60 36,09

Sena Madureira 29.420 5,28 54,91 34.230 5,22 62,39

arauacá/Envira 57.213 10,26 45,5 69.518 10,61 49,00

Feijó 26.722 4,79 42,06 31.288 4,77 50,26

Tarauacá 26.037 4,67 53,56 32.171 4,91 51,62

Jordão 4.454 0,80 19,38 6.059 0,92 28,63

Juruá 100.409 18,00 49,6 121.392 18,52 56,62

Cruzeiro do Sul 67.441 12,10 57,79 73.948 11,28 68,90

Mâncio Lima 11.095 1,99 52,22 13.785 2,10 59,22

Mchal.Thaumaturgo 8.295 1,49 11,87 13.061 1,99 24,79

Porto Walter 5.485 0,98 26,27 8.170 1,25 33,15

Rodrigues Alves 8.093 1,45 32,52 12.428 1,90 29,56

O AL 557.526 100,00 66,41 655.385 100,00 70,90

Fonte: IBGE, Contagem da População, 2007; Acre (2000).

3. 1. Regional Baixo Acre

Em termos de população total, a maioria dos municípios da Regional Baixo Acre apre‑sentou, em números absolutos, aumento de pessoas. A única exceção foi Senador Guio‑mard, que apresentou decréscimo em 2007

(Figura 3). Analisando o período entre 2000 e 2007, houve um acréscimo de 48.608 habitantes, passando de 318.377 para 366.985 habitantes (Tabela 7), semelhante ao período entre 1996 e 2000, que teve um aumento percentual de 14,99%. Este fato se deve a influência da capital Rio Branco.

Figura 03. Distribuição da População Total da Regional do Baixo Acre, por Município, nos anos de

1996, 2000 e 2007, excluindo o Município de Rio Branco.

A capital ‑ Rio Branco tem papel impor‑tante na atração populacional do interior do Acre, incluindo outros municípios e até mesmo outros Estados, o que explica, a gros‑so modo, um acréscimo de 64.341 pessoas

entre os anos de 2000 e 2007, mesmo que apresentando o baixo índice percentual de incremento populacional ‑ 14,8 %, em rela‑ção aos outros municípios da Regional, de acordo com a Tabela 7.

Tabela 07. População total, urbana e rural da Regional Baixo Acre, por Município, em números

absolutos e incremento no período de 1996, 2000 e 2007

REGIONAL BAIXO ACRE

População

oxal

Regional Baieo Acre 1996 2000 2007%VAR. %VAR. %VAR.

1996‑2000 2000‑2007 1996‑2007

Acrelândia 6308 7 935 11520 25,79 45,18 82,63

Bujari 4101 5 826 6543 42,06 12,31 59,55

Capixaba 2903 5 206 8446 79,33 62,24 190,94

Plácido de Castro 12101 15 172 17258 25,38 13,75 42,62

Porto Acre 8326 11 418 13716 37,14 20,13 64,74

Rio Branco 228857 253 059 290639 10,58 14,85 27

Sen. Guiomard 14280 19 761 18863 38,38 ‑4,54 32,09

O AL 276876 318 377 366985 14,99 15,27 32,54

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REGIONAL BAIXO ACRE

Regional Baieo Acre 1996 2000 2007%VAR. %VAR. %VAR.

População

Urbana

1996‑2000 2000‑2007 1996‑2007

Acrelândia 1.895 3.506 5.470 85,01 56,02 188,65

Bujari 1.111 1.628 3.034 46,53 86,36 173,09

Capixaba 989 1.521 3.154 53,79 107,36 218,91

Plácido de Castro 3.867 6.979 8.866 79,09 27,04 129,27

Porto Acre 868 1.293 1.841 48,96 42,38 112,1

Rio Branco 201.347 226.298 269.505 12,39 19,09 33,85

Sen. Guiomard 6.452 8.640 11.280 33,91 30,56 74,83

O AL 216.529 249.865 303.150 15,4 21,33 40

População

Rural

Acrelândia 4.413 4.429 6.050 0,36 36,6 37,09

Bujari 2.990 4.198 3.509 40,4 ‑16,41 17,36

Capixaba 1.914 3.685 5.292 92,53 43,61 176,49

Plácido de Castro 8.234 8.193 8.392 ‑0,5 2,43 1,92

Porto Acre 7.458 10.125 11.875 35,76 17,28 59,22

Rio Branco 27.510 26.761 21.134 ‑2,72 ‑21,03 ‑23,17

Sen. Guiomard 7.828 11.121 7.583 42,07 ‑31,81 ‑3,13

O AL 60.347 68.512 63.835 13,53 ‑6,83 5,78

Fonte: IBGE. Contagem da população, 2007; Acre (2000).

O aumento da urbanização em todos os municípios da Regional Baixo Acre, com per‑centuais expressivos em alguns deles, reve‑lou o poder de atração dos núcleos urbanos. Curiosamente, a capital Rio Branco apresen‑tou um dos menores percentuais de incre‑mento populacional, tanto entre 1996 e 2000 (12,39%) quanto entre 2000 e 2007 (19,09%). No entanto, o aumento de 53.285 habitantes da população urbana entre 2000 e 2007 de‑monstra que o leste acreano tem sido o maior ponto de atração de população do Estado.

A análise desagregada dos contingentes populacionais nos municípios da Regional

do Baixo Acre revela que ocorreu aumento expressivo para os contingentes de popu‑lação rural nos Municípios de Capixaba e Acrelândia, com um incremento acima de 30%, particularmente de 43,60% em Capi‑xaba e 36,60% em Acrelândia, contrastando com a situação de outros municípios desta (Tabela 7). Outro município que apresentou aumento foi Porto Acre (17,28%) que, desde o início do período observado apresentava um grande contingente de população rural.

Nota‑se o crescimento da população ur‑bana de Rio Branco, bem como índices per‑centuais iguais à perda de população rural,

mostrando que há uma mobilidade interna da população do município. O contingente de moradores de áreas consideradas rurais de Rio Branco no período de 2000 e 2007, em números absolutos, passou de 26.761 para 21.134 habitantes (‑5.627 pessoas). É im‑portante ressaltar que essa perda de 21,3% da população rural representa a liberação de parte desta população para outros municípios envolvidos no processo de implantação das políticas públicas voltadas para área rural em outras regionais, a partir da criação de áreas de assentamentos no Estado (Tabela 7).

Contudo, sabe‑se que a área urbana de Rio Branco ganhou população de diversos municí‑pios vizinhos, pois serve de pólo atrativo pelos serviços ofertados, como o acesso à educação, além de oportunidades de emprego e melho‑ria da qualidade de vida. Essa proximidade da capital, aliada a uma política de exclusão da população tradicional para implantação da agropecuária na década de 80 refletiu, por exemplo, no decréscimo da população do Mu‑nicípio de Plácido de Castro (‑2,72%) entre 1996 e 2000, com pequena mobilidade posi‑tiva entre 2000 e 2007. Essa situação ocorre também nos Município de Bujari (‑ 16,41%) e de Senador Guiomard que perderam popula‑ção da área rural, entre 2000 a 2007, confor‑me Tabela 7.

O comportamento fora do padrão geral para as áreas rurais da Regional do Baixo Acre, no caso Acrelândia e Capixaba, pode ser explicado pela política de incentivos e apoio a agricultura e a pecuária, particularmente de melhoria do rebanho leiteiro e incentivo a recuperação das áreas degradadas existen‑tes, a partir de 2000 que, em tese, aliadas a uma cultura agrícola já estabelecida e um solo apropriado, ajudaram na fixação dessas popu‑lações nas áreas rurais. Além disso, a implan‑tação de logística de infraestrutura produtiva e de transporte na região pode ter contribuído para esse incremento da população rural.

3. 2. Regional Alto Acre

O exame dos contingentes populacionais da Regional do Alto Acre revelou um cresci‑mento no total de população em todos os mu‑nicípios que compõem essa unidade de pla‑nejamento, passando de 38.844 para 52.164 habitantes, perfazendo um incremento po‑pulacional de 34,29% no período de 1996 a 2007 (Tabela 8). O padrão de crescimento, porém, apresentou particularidades de acordo com os municípios. Em Epitaciolândia, Brasi‑léia e Assis Brasil ocorreu aumento em todo o período, tendo em Xapuri outro padrão, como demonstra a Figura 4.

Figura 04. Figura 4. Distribuição da População Total da Regional do Alto Acre, por Município, nos anos de

1996, 2000 e 2007.

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O Município de Xapuri apresentou um decréscimo populacional absoluto entre 1996 e 2000, de 12.716 para 11.956 habi‑tantes (‑716 pessoas), representando ‑5,98% em termos relativos, referente à população total. Já o Município de Brasiléia concentrou o maior número de habitantes da Regional do Alto Acre em números absolutos, desde o período de 1996 até 2007. Porém, em ter‑mos relativos pode‑se observar um aumento significativo populacional dos Municípios de Assis Brasil e Epitaciolândia, com um in‑cremento de 53,32% e 21,82% no período entre 2000 e 2007 (Tabela 8). Esses muni‑cípios merecem uma análise mais detalhada quanto ao crescimento populacional urbano e rural.

Os Municípios de Brasiléia e Epitaciolân‑dia, entre 1996 e 2007, obtiveram percen‑tuais de incremento populacional na área urbana muito semelhante, respectivamente

67,94% e 64,68%, de acordo com a tabela 8. Isto demonstra que a proximidade de Brasiléia e Epitaciolândia com o importan‑te “pólo” comercial do sul do Estado, que inclui a inter‑relação com Cobija, cidade da Província de Pando, no norte boliviano, exerceu uma influência significativa, acen‑tuada com a pavimentação da Rodovia BR‑317. Observa‑se em Assis Brasil, no perío‑do de 2000 e 2007, o maior percentual de incremento de população urbana (37,42%) e em números absolutos, praticamente du‑plicando o seu contingente de habitantes (Tabela 8). Este aumento está relaciona‑do, fundamentalmente, pela conclusão da pavimentação da BR‑317, entre Brasiléia e Assis Brasil – a “Estrada do Pacífico”, provocando um estado de otimismo para muitas populações do Acre e de fora do Estado, o que se constituiu num fator de atração importante.

Tabela 08. População total, urbana e rural da Regional Alto Acre, por Município, em números abso‑

lutos e incremento no período de 1996, 2000 e 2007

REGIONAL AL O ACRE

População

Total

Regional Alxo Acre 1996 2000 2007%VAR.1996‑2000

%VAR.2000‑2007

%VAR.1996‑2007

Assis Brasil 2.918 3.490 5.351 19,6 53,32 83,38

Brasiléia 13.955 17.013 19.065 21,91 12,06 36,62

Epitaciolândia 9.255 11.028 13.434 19,16 21,82 45,15

Xapuri 12.716 11.956 14.314 ‑5,98 19,72 12,57

O AL 38.844 43.487 52.164 11,95 19,95 34,29

População

Urbana

Assis Brasil 1.857 2.151 2.956 15,83 37,42 59,18

Brasiléia 7.290 9.026 12.243 23,81 35,64 67,94

Epitaciolândia 5.603 7.404 9.227 32,14 24,62 64,68

Xapuri 6.160 5.995 7.366 ‑2,68 22,86 19,58

O AL 20.910 24.576 31.792 17,53 29,36 52,04

População

Rural

Assis Brasil 1.061 1.339 2.395 26,2 78,86 125,73

Brasiléia 6.665 7.987 6.822 19,83 ‑14,59 2,36

Epitaciolândia 3.652 3.624 4.207 ‑0,77 16,09 15,2

Xapuri 6.556 5.961 6.948 ‑9,08 16,56 5,98

O AL 17.934 18.911 20.372 5,45 7,73 13,59

Fonte: IBGE ‑ Contagem da população, 2007; Acre (2000).

Figura 05. Distribuição da População Total da Regional do Purus, por Município, nos anos de 1996, 2000

e 2007.

No que se refere à população rural, o Mu‑nicípio de Assis Brasil também teve um signi‑ficativo ganho de população (78,86%) e em termos absolutos quase duplicou a população, conforme Tabela 8. Este fato pode ser justifi‑cado, em parte, pela revisão dos limites muni‑cipais, uma vez que Brasiléia, município limí‑trofe com Assis Brasil, apresenta uma perda de população de (‑14,59%) no mesmo período. Além disso, conta com expressivo contingente de população indígena e, portanto, alta taxa de fecundidade.

No Município de Xapuri houve um decrés‑cimo significativo, tanto da população urbana (‑2,68%) como da rural, no período de 1996 e 2000, com (‑9,08%), conforme demonstrado na Tabela 8, evidenciando o êxodo rural. To‑davia, no período 2000 a 2007 a população voltou a crescer, provavelmente, decorrente das políticas voltadas ao extrativismo, mane‑jo florestal e instalação de indústrias de base extrativista e florestal na região, fatores que conseguiram reverter à evasão populacional que ocorreu na década anterior (Tabelas 8).

3. 3. Regional Purus

Os três Municípios da Regional Purus – Manuel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira – registraram aumento de suas populações. Entretanto, o Município de Sena Madureira concentra o maior nú‑mero de habitantes da Regional do Purus em números absolutos, desde o período de 1996 até 2007, conforme os dados da Fi‑gura 5.

A partir da análise dos dados da Tabela 9, observa‑se que no período entre 1996 e 2007 a Regional Purus apresentou um aumento de população de 14.843 pessoas, passando de 30.483 para 45.326 habitantes e totalizando um incremento percentual de 48,69%, o maior registrado entre as cinco Regionais do Estado do Acre. Considerando o crescimento nesse período, Sena Madu‑reira (maior município da regional, com cerca de 23.330 habitantes em 1996), em números absolutos, aumentou sua popula‑ção em 10.900 habitantes.

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Em Santa Rosa do Purus, em termos re‑lativos, o incremento populacional urbano chegou a 175,10% no período de 2000 e 2007 (Tabela 9), entretanto, em termos absolutos não é tão significativo para a re‑gional, comparando com Sena Madureira e Manoel Urbano. É importante ressaltar que se trata um município ainda recente e o “boom” verificado na área urbana, provavel‑mente, é proveniente da própria estrutura‑ção administrativa dos governos municipal e estadual.

No tocante à população urbana, quando observados os números entre 1996 e 2007, constata‑se pelos valores absolutos que, em Sena Madureira e Manuel Urbano, o aumen‑to das pessoas residentes nas áreas consi‑

deradas urbanas foi maior que o verificado em relação às populações das áreas rurais. O aumento da população urbana de Sena Madureira foi de 5.201 pessoas, no período de 2000 e 2007. Este aumento está relacio‑nado, provavelmente, pela pavimentação de parte da BR‑364, entre Rio Branco e Sena Madureira, constituindo‑se assim, num fator de atração importante.

Quanto à população rural, houve um de‑créscimo nos municípios de Manoel Urbano (‑3,17%) e de Sena Madureira (‑2,95%), en‑quanto que em Santa Rosa do Purus, mu‑nicípio com grande contingente de popula‑ção indígena, observou‑se um significativo crescimento no incremento populacional (46,01%), no período entre 2000 e 2007.

Tabela 09. População total, urbana e rural da Regional Purus, por Município, em números absolutos

e incremento no período de 1996, 2000 e 2007

REGIONAL PURUS

População

oxal

Regional Purus 1996 2000 2007%VAR. 1996‑

2000%VAR. 2000‑

2007%VAR. 1996‑

2007

Manoel Urbano 5.520 6.374 7.148 15,47 12,14 29,49

Sta. Rosa do Purus 1.633 2.246 3.948 37,54 75,78 141,76

Sena Madureira 23.330 29.420 34.230 26,1 16,35 46,72

O AL 30.483 38.040 45.326 24,79 19,15 48,69

População

Urbana

Manoel Urbano 2.647 3.281 4.153 23,95 26,58 56,89

Sta. Rosa do Purus 327 518 1.425 58,41 175,1 335,78

Sena Madureira 12.310 16.155 21.356 31,23 32,19 73,48

O AL 15.284 19.954 26.934 30,55 34,98 76,22

PopulaçãoRural

Manoel Urbano 2.873 3.093 2.995 7,66 ‑3,17 4,25

Sta. Rosa do Purus 1.306 1.728 2.523 32,31 46,01 93,19

Sena Madureira 11.020 13.265 12.874 20,37 ‑2,95 16,82

O AL 15.199 18.086 18.392 18,99 1,69 21,01

Fonte: IBGE ‑ Contagem da população, 2007; Acre (2000).

3. 4. Regional Tarauacá/Envira

A Regional Tarauacá/Envira apresentou um crescimento populacional significativo desde o período de 1996 a 2007. Entretan‑to, no período de 2000 a 2007 ocorreu um aumento de 12.305 pessoas, passando de

57.213 para 69.518 habitantes, perfazendo um incremento percentual de população em torno de 21,51%, número considerado signi‑ficativo em termos absolutos, especialmente em relação ao período entre 1996 e 2000, quando houve um aumento de 7.379 pesso‑as (Figura 6 e Tabela 10).

Em Tarauacá, o maior município da Re‑gional, observou‑se um aumento de 6.134 habitantes, com um incremento populacio‑nal de 23,56%. É importante ressaltar que ao longo da fronteira entre o Estado do Acre e o Estado do Amazonas, foi incorporada uma área de 1.228.936 ha, referente à Nova Linha Cunha Gomes, e os Municípios de Feijó e Ta‑rauacá tiveram um acréscimo de tamanho em sua área oficial, totalizando respectivamente 525.120,27 ha e 407.847,09 ha, a partir de 2006 (ACRE, 2006).

Considerando a especificidade do Municí‑pio de Jordão, com acesso praticamente fluvial apenas, ele teve um incremento populacional considerável no período de 2000 e 2007. Este município, com pequeno contingente popula‑cional, obteve seu maior aumento junto às po‑pulações urbanas, com o incremento de mais 872 pessoas, apresentando um dos maiores percentuais de aumento no contingente de po‑pulação urbana do Estado do Acre (101,24%), demonstrado na Tabela 10.

O Município de Feijó, por sua vez, se constituiu em pólo de atração importante para o período considerado, aumentando a população em torno de 39,91%, o que sig‑nificou um acréscimo de 4.486 habitantes (Tabela 10). Este aumento está relacionado,

provavelmente, à pavimentação de parte da BR‑364, entre Feijó e Cruzeiro do Sul.

Em relação à população rural, o Muni‑cípio de Feijó apresentou um crescimento relativamente inexpressivo, com apenas 0,51% de incremento populacional, ou seja, 80 pessoas, no período de 2000 e 2007, si‑tuação inversa ao período anterior, 1996 e 2000, em que houve um crescimento da po‑pulação rural de 24,87%, ou 3.084 pessoas. Neste sentido, pode‑se avaliar que aconte‑ceu um processo de êxodo rural. Tal aspecto se constitui num fato extremamente preocu‑pante, considerando que a área de floresta é praticamente ocupada por indígenas.

Já em Tarauacá, Município que apresen‑tou diminuição absoluta de 168 pessoas no período 1996 ‑ 2000, houve um acréscimo de população rural de 28,72% para o perío‑do 2000 ‑ 2007.

3. 5. Regional do Juruá

A Regional do Juruá apresentou um au‑mento populacional de 33.836 pessoas, pas‑sando de 87.556 para 121.392 habitantes, no período 1996 ‑ 2007, perfazendo um incremento percentual de 38,64%. De ime‑diato, se constata a continuidade da força de

Figura 06. Distribuição da População Total da Regional Tarauacá‑Envira, por Município, nos anos de 1996,

2000 e 2007.

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Tabela 10. População total, urbana e rural da Regional Tarauacá/Envira, por Município, em números

absolutos e incremento no período de 1996, 2000 e 2007REGIONAL ARAUACÁ/ENVIRA

População Total

Regional arauacá/envira 1996 2000 2007%VAR. 1996‑2000

%VAR. 2000‑2007

%VAR. 1996‑2007

Feijó 22.142 26.722 31.288 20,68 17,09 41,31

Jordão 3.977 4.454 6.059 11,99 36,04 52,35

Tarauacá 23.715 26.037 32.171 9,79 23,56 35,66

O AL 49.834 57.213 69.518 14,81 21,51 39,5

PopulaçãoUrbana

Feijó 9.744 11.240 15.726 15,35 39,91 61,39

Jordão 548 863 1.735 57,48 101,04 216,61

Tarauacá 11.386 13.946 16.608 22,48 19,09 45,86

O AL 21.678 26.049 34.069 20,16 30,79 57,16

População

Rural

Feijó 12.398 15.482 15.562 24,87 0,51 25,52

Jordão 3.429 3.591 4.324 4,72 20,41 26,1

Tarauacá 12.329 12.091 15.563 ‑1,93 28,72 26,23

O AL 28.156 31.164 35.449 10,68 13,75 26,08

Fonte: IBGE ‑ Contagem da população, 2007; Acre (2000).

atração centralizada em Cruzeiro do Sul, que apresentou um crescimento neste período, de 17.243 pessoas (Figura 7).

O Município de Mâncio Lima também apresentou aumento da população, inclusi‑

ve com percentual maior que Cruzeiro do Sul, tanto no período entre 1996 e 2000 quanto em 2000 e 2007, registrando um in‑cremento respectivo de 27, 54% e 24,25% e totalizando 13.785 habitantes.

Figura 07. Distribuição da População Total da Regional Tarauacá‑Envira, por Município, nos anos de 1996,

2000 e 2007.

Em grande parte, a explicação para o au‑mento das populações de Cruzeiro do Sul no período entre 1996 e 2000 está na diminuição ou decréscimo de população, em termos rela‑tivos, dos Municípios de Porto Walter (4,08%), Marechal Thaumaturgo (‑1,03%) e Rodrigues

Alves (‑4,80%), o que certamente está relacio‑nado à mobilidade interna da população na Re‑gional (Tabela 11). Entretanto, no período 2000 ‑ 2007 foram esses os municípios que tiveram um significativo incremento populacional, o que provavelmente se deve à criação de novos

Tabela 11. População total, urbana e rural da Regional Juruá, por Município, em números absolutos

e incremento no período de 1996, 2000 e 2007

REGIONAL DO JURUÁ

População oxal

Regional Juruá 1996 2000 2007%VAR.1996‑2000

%VAR.2000‑2007

%VAR.1996‑2007

Cruzeiro do Sul 56.705 67.441 73.948 18,93 9,65 30,41

Mâncio Lima 8.699 11.095 13.785 27,54 24,25 58,47

Marechal Thaumaturgo 8.381 8.295 13.061 ‑1,03 57,46 55,84

Porto Walter 5.270 5.485 8.170 4,08 48,95 55,03

Rodrigues Alves 8.501 8.093 12.428 ‑4,8 53,56 46,19

O AL 87.556 100.409 121.392 14,68 20,9 38,64

População

Urbana

Cruzeiro do Sul 32.659 38.971 50.950 19,33 30,74 56,01

Mâncio Lima 4.708 5.794 8.164 23,07 40,9 73,41

Marechal Thaumaturgo 499 985 3.238 97,39 228,73 548,9

Porto Walter 1.150 1.441 2.709 25,3 87,99 135,57

Rodrigues Alves 1.854 2.632 3.674 41,96 39,59 98,17

O AL 40.870 49.823 68.735 21,91 37,96 68,18

População Rural

Cruzeiro do Sul 24.046 28.470 22.998 18,4 ‑19,22 ‑4,36

Mâncio Lima 3.991 5.301 5.621 32,82 6,04 40,84

Marechal Thaumaturgo 7.882 7.310 9.823 ‑7,26 34,38 24,63

Porto Walter 4.120 4.044 5.461 ‑1,84 35,04 32,55

Rodrigues Alves 6.647 5.461 8.754 ‑17,84 60,3 31,7

O AL 46.686 50.586 52.657 8,35 4,09 12,79

Fonte: IBGE ‑ Contagem da população, 2007; Acre (2000).

assentamentos realizados no período. A análise, contudo, torna‑se mais complexa na medida em que se observam os números relativos quanto ao aumento, estabilidade ou diminuição das po‑pulações urbanas e rurais.O Município de Cru‑zeiro do Sul teve um ganho acentuado de popu‑lação urbana entre os períodos de 1996 a 2000 e 2000 a 2007, totalizando 6.312 e 11.979 pes‑soas. Tal resultado pode ser explicado em função da mobilidade interna ocorrida na Mesorregião do Juruá, bem como do próprio deslocamento dentro dos limites municipais da população ru‑ral para a área urbana. O Município de Mâncio Lima obteve o mesmo caminho, obtendo um crescimento urbano de 1.086 e 2.370 pessoas, considerando o mesmo período de análise.

Assim sendo, constata‑se que os municí‑pios que melhoraram a infra‑estrutura urbana têm atraído a população rural e que, parte des‑sa população rural tem como destino os Muni‑cípios de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima. Para os municípios de Marechal Thaumaturgo,

Rodrigues Alves e Porto Walter, o incremen‑to ocorrido na população urbana, no período 2000 ‑ 2007, na maioria dos casos se devem a uma tendência de relativa estabilização da po‑pulação rural, com pequena mobilidade rural‑‑urbana relacionados à busca por emprego no Serviço Público ou no Comércio, à medida que há uma ampliação Destes serviços nas sedes municipais.

Observa‑se nos Municípios de Marechal Thaumaturgo, Rodrigues Alves e Porto Wal‑ter, que as populações rurais tiveram um decréscimo no período 1996 a 2000, rela‑cionado a um processo de êxodo rural, pro‑duzindo uma perda respectiva de (‑726%), (‑17,84%) e (‑1,84%) da população rural. No segundo período ‑ 2000 a 2007, no entanto, a população rural teve um aumento, o que permite considerar que tal aspecto está re‑lacionado com a implementação de políticas públicas extrativistas e florestais, o que man‑teve a população em seu local de origem.

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007.

4. INDICADORES SOCIAIS DO ESTADO DO ACRE

Os indicadores sociais do Acre para o ano de 2005 referentes aos temas: trabalho e rendimento, educação, saneamento, abaste‑cimento de água, coleta de resíduos sólidos, esgotamento sanitário, aspectos demográfi‑cos e ao IDH, são aqui apresentados. Esses indicadores foram publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ‑ IBGE, e calculados a partir das informações co‑letadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. Eles são publicados, anualmente, na “Síntese de Indicadores So‑ciais”10, desagregados para as Regiões, Uni‑dades da Federação e Regiões Metropolita‑nas, ou seja, não apresentam indicadores em nível de município.11

4. 1. Trabalho e Rendimento

Os indicadores sobre trabalho e rendi‑mento repercutem sobre as condições de vida da grande maioria da população, com‑posta em particular, por aqueles segmentos que dependem de salário para viver. As in‑formações da Tabela 18, sobre População Economicamente Ativa – PEA revelam que o Estado do Acre difere do Brasil, em geral, e mesmo dos demais Estados da Região Norte do país, em 2005. Essa diferença está rela‑cionada com a elevada participação da po‑pulação rural em relação à urbana, na com‑posição da PEA.

O Estado do Acre apresentou crescimen‑to positivo da população rural, entre os anos 1991 e 2000, apesar do crescimento da po‑pulação urbana ter sido muito maior no pe‑ríodo. Agregue‑se a isso o fato de que até 1995 a agricultura familiar ainda tinha peso importante na estrutura de produção agro‑pecuária. A título de exemplo, na Região Su‑deste a participação da população rural na PEA foi de somente 8,79%, em 2005.

Enquanto essas atividades (agrícolas) ab‑sorviam 20,5% das pessoas de 10 ou mais anos de idade no Brasil, em geral, no Esta‑do do Acre elas absorviam 31,3%. Todavia, merece destaque que a grande maioria da população do Acre esteve ocupada em ati‑vidades urbanas, em 2005: o setor terciário representa 52,5% (comércio, 15,0% e servi‑ços 37,5%); a indústria 8.2% e a construção civil 5,0%.

A proporção na participação da popula‑ção ocupada em atividades agrícolas, consi‑derando o seu total, no Estado do Acre, além de indicar que essas absorvem população, também indica que tais atividades são rea‑lizadas sob uma base técnica mais intensiva em mão‑de‑obra do que em outros Estados onde esta base de produção é mais intensiva em capital.

Em relação ao mercado de trabalho, um aspecto particularmente importante está re‑lacionado com a formalização das relações trabalhistas e a contribuição previdenciária. No país, em geral, a informalidade é ainda bastante alta, pois 51,7% da população ocu‑pada de 10 anos ou mais de idade, não con‑tribui para a previdência social, de acordo com os dados divulgados em 2005, apresen‑tando para o Estado do Acre uma proporção na faixa de 64,1%. Segundo tais dados, nos demais Estados da região Norte a informali‑dade também é alta, porém ela é menor do que nos Estados da região Nordeste do Bra‑sil, que giravam em torno de 71,1%.

A configuração atual do mercado de tra‑balho no Acre pode ser explicada pela época e modo de ocupação do Estado que, confor‑me se viu, foi marcada pelas atividades ex‑trativista, as quais submetiam os trabalha‑dores aos seringalistas.

Nas últimas décadas tem sido verificado que esse quadro está mudando, especial‑mente pela força dos movimentos sociais e a alteração na base produtiva do Acre, com o avanço das atividades realizadas no meio

10 Síntese de Indicadores Sociais 2005 / IBGE, Departamento de População e Indicadores Sociais. - Rio de Janeiro. IBGE, 2006. 11 Os indicadores sociais em nível de municípios existem, mas somente são acessados através de Tabu-lações Especiais, que podem ser obtidas por meio de um processo de negociação institucional entre o IBGE e órgãos públicos, situação que foge à competência da autora deste estudo.

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urbano. Contudo, essas alterações são rela‑tivamente recentes e, assim, o mercado de trabalho do Acre ainda está em desenvolvi‑mento. Por outro lado, deve‑se considerar que o próprio País ainda não apresenta um mercado de trabalho plenamente desenvol‑vido. Tal fato repercute sobre a remunera‑ção dos empregados, conforme pode ser verificado pelas informações apresentadas na tabela 12.

No Acre, o rendimento médio dos empre‑gados com carteira de trabalho assinada era de R$ 631,50, contra R$ 532,40 daqueles sem carteira assinada. Deve‑se mencionar que em 2005, o rendimento médio com carteira assinada no Acre estava abaixo da média nacional e até mesmo dos Estados da região Norte (R$ 687,20). No entanto, o ren‑dimento médio dos empregados sem cartei‑ra assinada foi mais alto (R$ 532,40) do que a média nacional (R$ 488,30) e mesmo dos Estados da região Norte (R$ 473,00). Essa diferença, favorável ao Estado do Acre pode, em parte, estar relacionada com a agricul‑tura familiar da população assentada e que, de acordo com o que se viu na Parte I desse estudo, aumentou nas últimas décadas. Tal diferença pode estar ainda associada aos programas governamentais e aqueles das agências multilaterais (Banco Mundial) que estimulam a diversificação e modernização de atividades tradicionais na região.12

A observação dos rendimentos médios dos empregados domésticos e dos emprega‑dos por conta própria revela que esses ren‑dimentos são menores no Estado do Acre. Em 2005, enquanto os empregados domés‑ticos no Brasil tinham um rendimento mé‑dio de R$ 401,40 e aqueles que trabalham por conta própria de R$ 636,60, no Acre tais rendimentos eram, respectivamente, de R$ 317,90 e R$ 405,90. Ainda no contexto do mercado de trabalho, deve‑se considerar a influência da escolaridade e da habilitação profissional sobre os rendimentos dos tra‑balhadores em geral. Enquanto que o ren‑dimento‑hora de todos os trabalhos para as pessoas na faixa de 10 anos ou mais de ida‑

de era, em 2005, de R$ 5,10 para a média brasileira, o rendimento das pessoas com até 4 anos de estudo estava em R$ 2,60, de 5 a 8 anos em R$ 3,40, os de 9 a 11 anos em R$ 4,90 e o rendimento‑hora das pes‑soas com 12 anos ou mais de estudos era de R$ 14,00. No Estado do Acre, esses ren‑dimentos são sistematicamente menores: a média geral é de R$ 4,30, no primeiro grupo de anos de estudo é de R$ 2,10, e nos gru‑pos seguintes são de R$ 2,90, R$ 4,80 e R$ 11,70.

A distribuição da população total, segun‑do sua posição na ocupação do trabalho principal, contribui para o entendimento das diferenças verificadas nos rendimentos médios no mercado de trabalho do Estado do Acre, em relação ao mercado nacional. Por exemplo, a participação de pessoas ocu‑padas não‑remuneradas no Estado do Acre, em 2005, era o dobro ‑ 12,3% ‑ da média nacional, que estava em 6,8%. A partici‑pação em 2005, para o Estado do Acre, de militares e estatutários (funcionários públi‑cos) no total da população ocupada é quase o dobro ‑ 11,5% ‑ da média nacional, que no mesmo período estava em 6,3%.

As informações sobre a proporção de pessoas ocupadas com rendimento médio mensal familiar per capita revelam as gran‑des desigualdades de renda no Brasil. No Es‑tado do Acre, a desigualdade é maior, pois a proporção de empregados sem carteira assi‑nada que recebem até meio salário mínimo mensal per capita foi de 36,1%.

A situação também é de uma maior de‑sigualdade no Acre em relação à média na‑cional, entre os empregados com carteira de trabalho: na média brasileira esse número atingiu 11,6% a proporção dos empregados que recebem até meio salário mínimo fami‑liar per capita, contudo, no Acre essa pro‑porção salta para 24,4%.

No caso dos trabalhadores domésticos, à proporção que recebe até meio salário mí‑nimo familiar per capita é de 34,3% para o Brasil, sendo que no Acre esse número é de mais da metade ‑ 55,6%. O mesmo se repete

12 Ver Caderno Temático, ou se na síntese do ZEE constam as informações do Carlos Alberto F. da Costa.

no caso dos trabalhadores por conta pró‑pria, uma vez que à proporção que recebe até meio salário mínimo familiar per capita é de 28,9 para o Brasil, e de 51,2% para o Acre. A propósito, esse quadro de desigual‑dade de renda é comum a todos os Estados da região Norte, sendo mais grave somente na região Nordeste.13

4. 2. Educação

A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais pode ser considerada como

13 IPEA: Nota Técnica, sobre a recente queda da Desigualdade de Renda no Brasil.

Tabela 12. Média de anos de estudo das pessoas de 10 anos ou mais de idade, por grupos de idade,

segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação da Região Norte – 2005

Grandes Regiões e

Unidades da Federação

da Região Norxe

Média de anos de esxudo das pessoas de 10 anos ou

mais de idade, por grupos de idade

10

anos

12

anos

14

anos

15

anos

17

anos

19

anos

20 a

24

anos

25 a

59

anos

60

anos

ou

mais

Brasil 2,6 4,2 5,7 6,4 7,8 8,6 8,9 7,2 3,6

Norxe 2,3 3,7 5,0 5,8 7,0 7,8 8,0 6,6 2,7

Rondônia 2,7 4,2 5,8 6,0 7,1 8,2 7,9 5,9 2,1

Acre 2,1 3,7 5,3 5,9 6,6 8,2 7,4 6,0 1,8

Amazonas 2,4 4,0 5,3 6,0 7,2 8,0 8,5 7,4 3,3

Roraima 2,5 4,2 5,4 6,5 8,1 9,1 8,5 6,7 2,5

Pará 2,1 3,4 4,5 5,4 6,5 7,2 7,5 6,3 2,9

Amapá 2,7 4,3 5,9 6,5 7,8 9,3 9,1 8,0 2,6

Tocantins 2,5 4,0 5,5 6,2 7,5 8,3 8,5 6,4 1,9

Nordesxe 2,3 3,7 5,0 5,6 6,6 7,4 7,5 5,7 2,3

Sudesxe 2,7 4,4 6,1 6,9 8,5 9,5 9,8 7,9 4,4

Sul 2,9 4,6 6,2 7,1 8,4 9,4 9,6 7,6 4,1

Cenxro‑Oesxe 2,7 4,5 5,9 6,7 8,0 8,9 9,1 7,4 3,3

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005.Nota: Exclusive as pessoas com idade ignorada. Dados trabalhados pelos autores.

o indicador síntese da situação educacional de um país, região ou Estado.

No Estado do Acre a situação em 2005 ain‑da era desfavorável, com uma taxa média total de analfabetismo na casa dos 21,1%; esta, por sua vez, se mostrava mais alta no meio rural ‑ 39,4%, e entre os homens ‑ 23,7%. Entre a po‑pulação urbana a taxa era mais favorável, com 13,8%, e entre as mulheres ‑ 18,7%. Entretan‑to, as informações sobre a média de anos de estudos das pessoas de 10 anos ou mais de idade, revelam menor disparidade entre a si‑tuação média nacional e a do Acre, conforme demonstra a Tabela 12.

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A maior disparidade nas médias de anos de estudo das pessoas entre 10 anos ou mais de idade, para o Acre e o Brasil, são encontradas na faixa de idade a partir de 60 anos ou mais, com o Acre tendo 1,8 anos de estudo e o Brasil, 3,5 anos de estudo, segun‑do dados de 2005). Observa‑se ainda maior similaridade, entre o Brasil e o Acre, na faixa de idade a partir dos 19 anos: com médias de cerca de 8,6 e 8,2 anos de estudo, res‑pectivamente. Entre as demais faixas de ida‑de, as médias de anos de estudo para o Acre são mais baixas do que as nacionais, porém, com menor disparidade se comparadas com

Tabela 13. Taxa de analfabetismo por município ‑ 15 anos ou mais

Municípios 1991 2000

Acre 34,8 23,7

Acrelândia 41,3 26,7

Assis Brasil 35,9 29,1

Brasiléia 40,1 24,5

Bujari 45,5 38,8

Capixaba 49,6 37,7

Cruzeiro do Sul 37,4 28,5

Epitaciolândia 33,2 24,6

Feijó 57,6 52,6

Jordão 89,2 60,7

Mâncio Lima 46,4 31,6

Manoel Urbano 56,4 45,8

Marechal Thaumaturgo 80,0 52,6

Plácido de Castro 37,3 24,8

Porto Acre 41,7 31,4

Porto Walter 73,4 51,6

Rio Branco 21,2 14,0

Rodrigues Alves 57,4 49,9

Santa Rosa do Purus 75,3 56,8

Sena Madureira 51,0 34,0

Senador Guiomard 36,8 26,2

Tarauacá 60,6 41,5

Xapuri 41,3 29,4

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil.

as médias destas. Outras informações re‑ferentes ao contexto recente do Estado contribuem para compreender a situação educacional do Acre, que deve ser enten‑dida no contexto do processo de ocupação do Estado. Conforme anteriormente men‑cionado, a época e o modo de ocupação do Acre (com base no extrativismo e no recente processo de geração de empregos urbanos, entre outros) ainda não foram totalmente superados. Agregue‑se a isso que, no próprio contexto do país, somente na década de 2000 tem início um quadro educacional mais favorável (Tabela 13).

Atualmente existem mudanças nos indica‑dores da Educação Básica do Acre, como pode ser avaliado a partir dos dados apresentados na Tabela 14, aonde a evolução do desem‑

penho no Acre chegou a atingir a posição de 110 lugar no ranking do Brasil, em 2005, de acordo com a análise do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica.

Tabela 14. Evolução do desempenho do Acre no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

(SAEB) – Escolas urbanas sem as federais

Ano

Ensino Fundamenxal Ensino Médio

4ª Série 8ª Série 3ª Série

Porxuguês Maxemáxica Porxuguês Maxemáxica Porxuguês Maxemáxica

Desempenho

1999 154,2 164,2 219,4 225,6 241,6 249,8

2001 148,7 153,6 222,5 223,1 247,0 258,4

2003 159,6 160,7 226,0 229,1 263,1 274,5

2005 172,5 174,0 228,2 226,7 252,6 257,1

2007 1 172,8 184,4 227,2 236,4 259,6 264,8

Posição no ranking Brasil

1999 26 27 24 25 25 26

2001 25 27 22 26 19 22

2003 21 25 15 21 12 9

2005 11 14 14 18 17 19

2007 1 13 18 18 20 10 13

Fonte: MEC/Inep/SAEB.Nota: (1) Prova Brasil/SAEB.

A Tabela 15 mostra os dados gerais da Educação Básica no Acre, no período entre 2003 e 2007. Em 2007, foram matriculados 248.632 alunos, destacando que 61,9% dos alunos eram do ensino fundamental, seguido

do ensino médio que teve uma participação de 12,3% de alunos e o ensino infantil, 11,5%. Quanto aos estabelecimentos, em 2007, eles to‑talizaram 1.713, com um aumento de 40 estabe‑lecimentos entre 2003 e 2007.

Tabela 15. Dados Gerais da Educação Básica

DiscriminaçãoQuanxidade

2003 2004 2005 2006 2007

Matrícula Inicial 258.591 261.556 260.591 258.053 248.632

Educação Infantil 25.460 25.901 26.839 27.244 28.674

Ensino Fundamental 148.007 151.535 153.317 155.829 153.929

Ensino Médio 28.497 29.736 31.288 32.044 30.625

Ed. Jovens e Adultos 55.361 52.455 46.317 40.546 33.494

Educação Especial 1.266 1.104 1.208 1.230 1.051

Educação Profissional ‑ 825 1.622 1.160 859

Fonte: MEC/INEP/Censo Escolar.

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Com relação ao ensino superior, em 2007 o Acre era representado por 9 instituições, sendo uma pública federal e 8 privadas. As Instituições Públicas ofereceram 147 cursos e as privadas 39. Quanto ao Ensino Profis‑sionalizante, atualmente são oferecidos cur‑sos técnicos de nível médio através do Insti‑tuto Dom Moacyr Grechi (IDM).

4. 3. Domicílios

As condições de saneamento represen‑tam um dos requisitos básicos para a quali‑dade de vida da população. O acesso simul‑tâneo à água potável, esgotamento sanitário

e coleta de lixo são condições mínimas para promover um ambiente saudável. Tais situa‑ções repercutem diretamente sobre a saúde da população, em particular das crianças e idosos, ao impedirem que as condições de qualidade da água e de exposição ao lixo se tornem sérios vetores de doenças.

As informações da tabela 16 sobre a proporção de domicílios permanentes (pró‑prios) urbanos com acesso aos serviços de saneamento básico revelam, não somente as condições das cidades brasileiras, como também a influência dos rendimentos mé‑dios mensais domiciliares per capita no acesso a esse tipo de serviço.

Tabela 16. Domicílios particulares permanentes urbanos, total e proporção dos domicílios com ser‑viços de saneamento, por classes de rendimento médio mensal domiciliar per capita, segundo as

Grandes Regiões e Unidades da Federação da Região Norte – 2005

Grandes Regiões e

Unidades da

Federação

Domicílios parxiculares permanenxes urbanos

oxal (1)

Proporção com serviços de saneamenxo (%) (2)

oxal

Classes de rendimenxo médio mensal domiciliar

per capixa (salário mínimo)

Axé 1/2Mais de

1/2 a 1

Mais de

1 a 2

Mais de

2 a 3

Mais de

3 a 5

Mais de

5

Brasil 44 860 739 61,1 39,1 55,7 67,6 74,5 78,4 82,0

Norxe 2 798 223 8,8 5,6 6,8 9,6 14,7 16,6 22,9

Rondônia 297 244 4,8 1,1 2,6 5,2 12,4 13,5 14,5

Acre 117 257 20,4 8,2 17,3 28,3 38,4 39,2 34,1

Amazonas 637 608 5,0 4,2 5,0 6,1 5,2 2,8 8,9

Roraima 79 705 15,2 9,4 12,5 16,0 31,1 14,8 49,9

Pará 1 282 189 10,5 7,1 8,1 11,2 18,2 22,7 30,0

Amapá 126 103 1,9 1,8 0,6 3,0 2,4 5,3 0,0

Tocantins 258 117 10,6 4,5 6,8 12,0 22,1 24,7 37,5

Nordesxe 9 762 476 34,5 24,6 33,9 41,4 49,2 57,4 68,7

Sudesxe 21 999 875 83,4 68,7 79,9 85,8 89,9 92,7 92,0

Sul 6 993 357 60,7 44,8 53,2 61,0 66,9 71,9 80,5

Cenxro‑Oesxe 3 306 808 36,0 25,0 28,6 37,3 47,1 51,9 53,5

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005. Dados trabalhados pelos autores deste estudo.(1) Inclusive os domicílios sem declaração de rendimento e sem rendimento. (2) Domicílios com condi‑ções simultâneas de abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitário por rede geral e lixo coletado diretamente.

Em 2005, em geral no Brasil, 61,1% dos domicílios próprios urbanos dispunha dos serviços de saneamento. No Estado do Acre, os dados de 2005 demonstravam que as condições de acesso aos serviços de sanea‑mento, são melhores do que aquelas encon‑tradas nos demais Estados da região Norte. Acompanhando a tendência para o Brasil, no Acre a situação melhora conforme aumenta a faixa de rendimento mensal familiar per capita, especialmente entre a população urbana com domicílio próprio e com ren‑

dimento de até meio salário mínimo, onde somente 20,4% têm acesso ao saneamento básico. No entanto, essa proporção melhora, mesmo assim na faixa de mais de cinco salá‑rios, onde a proporção é de 34,1%.

Em geral, percebe‑se que o acesso aos serviços de água, esgoto e coleta de lixo na Região Norte apresentam valores percentuais bem menores do que no Brasil, como um todo, e isso se repete também no Estado do Acre, com algumas variações que podem ser observadas nas tabelas a seguir (Tabelas 17, 18 e 19).

Tabela 17. Domicílios particulares permanentes urbanos, total e respectiva distribuição percentual, por existência de serviço de abastecimento de água por rede geral, segundo as Grandes Regiões e

Unidades da Federação da Região Norte – 2005

Grandes Regiões

e Unidades da

Federação da Região

Norxe

Domicílios parxiculares permanenxes urbanos

oxal

Disxribuição percenxual, por eeisxência de serviço

de abasxecimenxo de água por rede geral (%)

Com serviçoSem serviço

(1)Com canalização inxernaSem canalização

inxerna

Brasil 44 860 739 90,5 2,0 7,5

Norxe 2 798 223 59,6 6,9 33,5

Rondônia 297 244 46,5 1,5 52,0

Acre 117 257 45,5 15,8 38,7

Amazonas 637 608 78,5 2,8 18,7

Roraima 79 705 91,4 7,0 1,6

Pará 1 282 189 46,6 9,9 43,5

Amapá 126 103 65,0 2,6 32,4

Tocantins 258 117 86,8 6,9 6,3

Nordesxe 9 762 476 85,0 5,3 9,7

Sudesxe 21 999 875 96,1 0,5 3,4

Sul 6 993 357 94,3 0,4 5,3

Cenxro‑Oesxe 3 306 808 87,2 1,2 11,6

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005. Dados trabalhados pelos autores deste estudo. (1) Inclusive abastecimento de água através de poço ou nascente e outras formas.

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Tabela 18. Domicílios particulares permanentes urbanos, total e respectiva distribuição percen‑tual, por existência de serviço de esgotamento sanitário, segundo as Grandes Regiões e Unida‑des da Federação da Região Norte – 2005

Grandes Regiões

e Unidades da

Federação da

Região Norxe

Domicílios parxiculares permanenxes urbanos

oxal

Disxribuição percenxual, por eeisxência de serviço de esgoxamenxo

sanixário (%)

Com serviço de rede

colexora de esgoxamenxo

sanixário e/ou pluvial (1)

Sem serviço

Fossa (2) Ouxras formas (3)

Brasil 44 860 739 66,2 28,6 5,2

Norxe 2 798 223 10,5 80,2 9,2

Rondônia 297 244 7,0 89,5 3,5

Acre 117 257 37,1 41,2 21,7

Amazonas 637 608 5,5 81,9 12,6

Roraima 79 705 15,0 81,9 3,1

Pará 1 282 189 12,1 79,6 8,4

Amapá 126 103 2,1 82,3 15,6

Tocantins 258 117 10,2 85,1 4,7

Nordesxe 9 762 476 40,4 50,6 9,0

Sudesxe 21 999 875 89,1 6,5 4,5

Sul 6 993 357 64,8 32,4 2,8

Cenxro‑Oesxe 3 306 808 40,0 58,8 1,2

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005. Dados trabalhados pelos autores deste estudo.(1) Inclusive rede coletora e fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto e/ou pluvial. (2) Inclusive fossa séptica não‑ligada à rede coletora de esgoto e/ou pluvial. (3) Inclusive as formas de escoadouro: vala, direto para o rio, lago ou mar e outras.

Tabela 19. Domicílios particulares permanentes urbanos, total e respectiva distribuição percentual, por existência de serviço de coleta de lixo, segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação da Região Norte – 2005

Grandes Regiões e

Unidades da Federação

da Região Norxe

Domicílios parxiculares permanenxes urbanos

oxal

Disxribuição percenxual, por eeisxência de

serviço de colexa de lieo (%)

Com serviçoSem serviço

(1)Colexado

direxamenxe

Colexado

indirexamenxe

Brasil 44 860 739 89,8 7,3 3,0

Norxe 2 798 223 83,6 8,0 8,4

Rondônia 297 244 85,3 5,5 9,3

Acre 117 257 72,9 19,7 7,4

Amazonas 637 608 83,1 9,7 7,3

Roraima 79 705 95,1 0,8 4,1

Pará 1 282 189 81,8 7,9 10,2

Amapá 126 103 83,0 11,0 6,0

Tocantins 258 117 93,3 2,0 4,7

Nordesxe 9 762 476 79,5 13,3 7,2

Sudesxe 21 999 875 93,3 5,6 1,1

Sul 6 993 357 94,4 4,4 1,2

Cenxro‑Oesxe 3 306 808 91,8 6,3 1,9

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005. Dados trabalhados pelos autores deste estudo.(1) Inclusive queimado ou enterrado, jogado em rio, lago ou mar e outros.

No que se refere ao abastecimento de água, observa‑se que o percentual de atendi‑mento no Estado é menor do que no Brasil, sendo também menos abrangente do que na Região Norte. No que tange ao acesso ao es‑gotamento sanitário, a situação se modifica, uma vez que os percentuais apresentados pelo Estado são ainda inferiores ao Brasil, porém estes são superiores à Região Nor‑te e a maioria dos Estados que compõem essa Região. Em relação à coleta de lixo, o percentual de atendimento é relativamente satisfatório, observando‑se, porém que o Es‑

tado, estatisticamente apresenta resultados aquém do contexto nacional, assim como em relação aos outros Estados que compõem a Região Norte.

Os dados mais recentes sobre o acesso aos serviços de água e esgoto foram obti‑dos no site do Sistema Nacional de Infor‑mações sobre Saneamento (SNIS), que é a fonte de referência das informações sobre saneamento no Brasil e possui grande acer‑vo de dados e indicadores relevantes para todos os segmentos envolvidos com o setor de saneamento, com informações disponí‑

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veis para uma série histórica do período de 1995 a 2008. Para os serviços de resíduos sólidos urbanos, de forma similar a série his‑tórica inicia‑se em 2002. Na estrutura atual do Governo Federal, o SNIS está vinculado à Secretaria Nacional de Saneamento Ambien‑tal, do Ministério das Cidades.

O acesso às informações dos indicadores de saneamento para o período mais recente, confirma as tendências gerais observadas no início da presente década. A concentra‑ção quase absoluta do acesso aos serviços de esgotamento sanitário no Município de Rio Branco persiste, ocorrendo um discreto aumento no número de domicílios atendi‑dos, que passam de 53.516 em 2000 para 57.308.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma análise da densidade demográfica do Acre e da migração intra‑estadual aliado ao uso da terra faz‑se necessária no contex‑to da formulação das políticas públicas.

A despeito da redução da população ru‑ral nos dias atuais e de sua pequena mag‑nitude, conforme observado anteriormente, o conhecimento mais detalhado sobre essa população deve ser considerado quando o planejamento regional é uma preocupação do Governo.

É fato que o Município de Rio Branco – capital do Estado, apresentou uma maior densidade demográfica, seguido do Municí‑pio de Cruzeiro do Sul, para o período entre 2000 e 2007 (Figuras 8 e 9). Entretanto, analisando a densidade demográfica e a mi‑gração intra‑estadual (Figura 10), é possível verificar determinadas particularidades em alguns municípios que precisam ser analisa‑dos em escalas mais detalhadas.

Rio Branco, apesar de representar a maior concentração absoluta de população

no Estado do Acre, teve perda de população, principalmente nas proximidades da Reser‑va Extrativista (RESEX) Chico Mendes, em direção à zona periurbana. Desta maneira, é preciso uma atenção especial nesta área que ainda apresenta uma cobertura flores‑tal significativa, pois no entorno da RESEX foi verificado um desmatamento acentuado, tornando‑se um fator preocupante, uma vez que a cobertura vegetal é fundamental na proteção de seus mananciais, especialmente a fim de garantir o abastecimento de água do município.

No que se refere aos indicadores de aces‑so domiciliar a rede geral de água, observa‑‑se que em praticamente todas as Regionais houve aumento no número de domicílios ligados à rede geral. No Alto Acre, por exem‑plo, o número de domicílios com acesso pas‑sou de 16.214 em 2000, para 26.260 em 2008. No Juruá, o total de domicílios que era de 25.159, foi para 43.353, um aumento bem maior do que o crescimento da popula‑ção no período. Em outras Regionais o cres‑cimento também foi acentuado. Na regional Tarauacá‑Envira o número de residências atendidas passou de 5.915 em 2000, para 21.984 em 2008. Finalmente, na regional do Purus o número de residências com aten‑dimento em 2000, que era de 10.625, pas‑sou para 16.984 em 2008.

O detalhamento das informações recen‑tes revela uma situação onde houve melho‑ria generalizada no acesso à rede geral de água em praticamente todos os Municípios do Acre, com exceção da capital, onde hou‑ve uma redução expressiva de domicílios ligados à rede geral, que eram 152.972 em 2000 e reduziram‑se para 131.218 em 2008. O processo de abertura de poços arte‑sianos nos domicílios pode ser o responsável por tal comportamento. De qualquer forma, a tendência para o Estado como um todo é a de expansão da rede de água e esgoto.

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Livro Temático | Volume 5Coleção Temática do ZEE

Aspectos SocioeconômicosPopulação e as Condições de Vida, Infraestrutura e a Economia do Acre

CapítuloInfraestrutura Pública e Produtiva

ligação fluvial para as cidades de Belém e Manaus.

Nos anos sessenta e setenta, a fragilidade da economia da borracha e a política federal de ocupação da Amazônia mudaram a base econômica do Estado, direcionando‑a para as atividades da pecuária e da exploração madeireira, que tiveram como reflexos a ex‑pansão das cidades, especialmente no leste acreano, intensificando as ligações comer‑ciais via fluvial, com Manaus/AM e Porto Velho/RO. Neste período, o II Plano Nacio‑nal de Viação (PNV), aprovado pela Lei nº 4.592/64, idealiza a construção dos grandes eixos rodoviários ligando as grandes regi‑ões brasileiras à capital, contemplando‑se o Acre no III Plano Nacional de Viação (PNV), aprovado pela Lei nº5.917/73. Neste Plano, estão previstas no transporte Rodoviário, a construção da rodovia BR‑364 (da divisa

RO/AC à fronteira com o Peru), da BR‑317 (da divisa AM/AC à fronteira com o Peru), da BR‑307 (de Marechal Thaumaturgo/AC à divisa AC/AM) e da BR‑409 (de Feijó/AC a Santa Rosa/AC); no modal Hidroviário, cons‑tituído pelas hidrovias formadas pelo rio Juruá (foz a Cruzeiro do Sul), rio Tarauacá (foz a Tarauacá), rio Envira (foz a Feijó), rio Purus (foz a Sena Madureira) e rio Acre (foz a Brasiléia), estão incluídas a infraestrutura portuária em Rio Branco e Cruzeiro do Sul; e no Aeroviário, os aeródromos em Brasi‑léia, Cruzeiro do Sul, Feijó, Rio Branco, Santa Rosa, Sena Madureira, Tarauacá, Marechal Thaumaturgo, Vila Japim e Xapuri.

As principais rotas dos modais rodoviá‑rio, hidroviário e aeroviário no Acre foram caracterizadas em 1989 pelo Ministério dos Transportes, conforme apresentado no Tabela1.

Tabela 01. Caracterização das Principais Rotas dos Modais Rodoviário, Hidroviário e Aeroviário no

Acre, por Pólos, Ligação, Função e Corredor.

RO APÓLOS

EX REMOSMODAL LIGAÇÃO/PÓLOS IN ERMEDIÁRIOS FUNÇÃO

Corredor

a que

Perxence

FN‑1

Hidro‑

Rodo

‑Rio Amazonas: Manaus/Manacapuru

‑Rio Purus: Manacapuru/ Lábrea /Boca do Acre

‑BR‑317: Boca do Acre /Entronc.BR‑364

‑BR‑364: Entronc.BR‑317/Rio Branco/ Cruzeiro

do Sul

Fronteira

NoroesteAéreo ‑Manaus/Rio Branco/Cruzeiro do Sul Passageiros

Porto Velho / Rio

Branco

Rodo ‑BR‑364: Porto Velho/Rio Branco •

Aéreo ‑Porto Velho /Rio Branco Passageiros

Rio Branco/

Cruzeiro do SulRodo

‑BR‑364: Rio Branco/ Sena Madureira / Manuel

Urbano/ Feijó/ Tarauacá/ Cruzeiro do Sul•

FN‑5Rio Branco / Assis

BrasilRodo

‑AC‑40: Rio Branco/ Senador Guiomard/

Entroncamento BR‑317

‑BR‑317: Entroncamento AC‑40/ Brasiléia/

Assis Brasil/ Peru

Fronteira

Noroeste

FN‑1

Sena Madureira /

Santa RosaHidro ‑Sena Madureira/Manuel Urbano/Santa Rosa

Passageiros

Manuel Urbano /

Santa RosaAéreo ‑Manuel Urbano/Santa Rosa •

Cruzeiro do Sul /

Mal.ThaumaturgoAéreo

‑Cruzeiro do Sul/Porto Walter/Marechal

Thaumaturgo•

sistema público de rádio e TV no Acre, com transmissão para todos os municípios do Es‑tado, unificando através da informação a po‑pulação e o território acreano, e ainda, com os avanços da tecnologia mundial, que tem rompido as barreiras do isolamento, com o estabelecimento de sistemas via satélite, como especialmente no caso da telefonia e uso da internet.

As informações sobre Infraestrutura apresentadas neste capítulo do ZEE, destina‑ram‑se a subsidiar a implementação de polí‑ticas públicas e a construção do mapa de ges‑tão do Estado do Acre, na escala 1:250.000, integrando as temáticas Recursos Naturais, Socioeconomia e Cultural Político.

2. TRANSPORTES NO ESTADO DO ACRE

Os rios, considerados via de acesso natu‑ral do Acre, marcaram a atual geografia de seu território, iniciada em fins do século XIX com a ocupação das terras para exploração do látex da seringueira, motivada pela valo‑rização da borracha no mercado internacio‑nal, atraindo para esta parte da Amazônia Ocidental considerável contingente de nor‑destinos. Nesta conjuntura, o Acre integra‑‑se fortemente à economia nacional, onde predominavam comercialmente a intensa

INFRAESTRUTURA PÚBLICA E PRODUTIVA

O desenvolvimento socioeconômico regional está intrinsecamente re‑lacionado às condições de infra‑‑estrutura física dos sistemas de

transporte, armazenamento, energia e co‑municação, assim como às políticas públicas governamentais voltadas ao fortalecimento e ampliação desse conjunto estruturante de ocupação territorial.

No Acre, nos últimos anos, as políticas públicas de infraestrutura física têm sido ali‑cerçadas na concepção do desenvolvimen‑to sustentável, cuja premissa condiciona o processo de ocupação à conservação dos recursos naturais e inclusão das populações tradicionais. Estes pontos são fundamentais para o Estado, inserido na região Amazôni‑ca, uma vez que está submetido a empreen‑dimentos impactantes, nos próximos anos, como os investimentos transnacionais de‑correntes da integração latino‑americana, com a implantação da rota bioceânica Atlân‑tico‑Pacífico, a integração terrestre de seu território, também com a pavimentação da BR‑364 ligando Rio Branco a Cruzeiro do Sul e, a construção do complexo energético e de transporte do rio Madeira, com distribuição de energia limpa e mais barata e o aumento das opções de transporte na região.

No campo das comunicações, um grande avanço foi obtido com o fortalecimento do

1. INTRODUÇÃO

1 Bacharelado em Engenharia Civil; Especialização em Metodologia do Ensino Superior; Mestre em Ca-dastro Técnico Multifinalitário e Gestão Territorial | UFAC2 Engenheira Florestal; Especialista em Tecnologia de Sementes; MBA em Gerenciamento de Projetos | AGEAC/Programa “Luz para Todos” - Acre

eexoo:b Aleeandre Ricardo Hid 1 Nadma Farias Kunraxh 2

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Embora tenha sido dada prioridade às ro‑dovias na política de transporte do País, ao longo desses anos, no Acre, o eixo da rodovia BR‑364, ainda esta em fase de consolidação. Existe municípos que mantém forte ligação fluvial com o Estado do Amazonas, como é o caso das regiões do Envira (Tarauacá e Fei‑jó) e do Juruá (Cruzeiro do Sul). Nessas loca‑lidades, as ligações efetuadas por via aérea também ocupam papel fundamental, embo‑ra extremamente custosas para a economia dos municípios e das populações do interior.

A ênfase dada pela política nacional aca‑bou por não propiciar as condições para que o transporte fluvial se constituísse numa forma eficaz de comunicação para o Acre, que possui quatro sedes municipais fora do traçado dos eixos rodoviários do Estado: Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Jor‑dão e Santa Rosa do Purus.

No modelo de desenvolvimento susten‑tável de base florestal e manejo comunitá‑rio, implantado pelo Governo do Acre desde 1999, a utilização dos rios como rotas ocu‑pam papel essencial no sistema de transpor‑tes, realizando‑se investimentos para con‑solidar a intermodalidade com a Rodovia BR‑364, nos vales do Envira e Juruá, e com a BR‑317, no vale do Acre. Neste contexto, o Governo do Estado construiu adequada in‑fra‑estrutura portuária na cidade de Cruzei‑ro do Sul, e foram realizados investimentos na BR‑364 para a definitiva ligação rodoviá‑ria entre Feijó e Cruzeiro do Sul, assim como para a conclusão do Aeroporto Regional de Feijó, para o manejo sustentável das flores‑tas públicas implantadas.

A BR‑317 no Acre foi totalmente concluí‑da em 2007, restando pavimentar no Estado do Amazonas, o trecho de 110Km da divisa com o Acre até a cidade portuária de Boca do Acre. A BR‑317 faz parte do eixo Peru‑‑Brasil, corredor bioceânico Atlântico‑Pa‑cífico, previsto no Programa de Integração da Infra‑estrutura Regional da América do Sul – IIRSA. O Acre, situado no centro‑oeste da América latina, ocupa posição estratégi‑ca na integração brasileira com países sul‑‑americanos, como Peru e Bolívia.

A implantação de uma moderna logís‑tica multimodal no sistema de transportes do Acre, com conexões e operadores efi‑cazes, significa impulsionar as condições de infra‑estrutura sócio‑econômica do Es‑tado, na integração entre municípios com a capital, com outros Estados brasileiros, e com outros países, como o Peru e a Bo‑lívia. A Figura 1 demonstra à importância da multimodalidade no Estado, observan‑do que, em grande parte do território acre‑ano, os rios, em cujas margens estão as cidades, são transversais a única rodovia que corta de leste a oeste o Estado, a BR‑364, cujo trajeto segue próximo à linha de fronteira com o Amazonas. Nessa região, os municípios mais ao sul comunicam‑se somente por via fluvial ou aérea.

2.1. SUBSISTEMA RODOVIÁRIO

No Estado do Acre os grandes eixos ro‑doviários são formados pelas Rodovias Fe‑derais BR‑364, a maior em extensão com 880,70 Km, e BR‑317, com 413,50 Km, que interligam ao longo de seu traçado dezoito dos vinte e dois municípios acreanos. Estas rodovias têm como funções principais a in‑tegração intra‑regional, regional, nacional e internacional, a implantação e expansão de atividades no âmbito do desenvolvimento sustentável, o abastecimento de insumos, o es‑coamento da produção e o desenvolvimento do turismo. Várias destas funções ainda não estão atendidas em sua plenitude, uma vez que nenhuma das rodovias está inteiramente concluída nos planos regional e internacional na concepção do Programa de Integração da Infraestrutura Regional da América do Sul – IIRSA. No caso da BR‑317 / carretera del pací‑fico (Rodovia Interoceânica), os investimentos rodoviários no lado peruano para estabelecer a conexão brasileira à rede pan‑americana, tem a conclusão das obras estimada para o 1º semestre de 2011.

A necessidade da conclusão da pavimen‑tação das rodovias federais no Estado, e mesmo a conservação e restauração da ma‑

RO APÓLOS

EX REMOSMODAL LIGAÇÃO/PÓLOS IN ERMEDIÁRIOS FUNÇÃO

Corredor

a que

Perxence

AM‑4Manaus/ Rio

Branco

Rodo 1‑BR‑319: Manaus/ Humaitá/ Porto Velho

‑BR‑364: Porto Velho/ Rio Branco•

Amazônia

Rodo 2

‑BR‑319: Manaus/ Humaitá

‑BR‑230: Humaitá / Lábrea

‑BR‑314: Lábrea/Boca do Acre/ Entronc.

BR‑364

‑ BR‑364: Entronc.BR‑317/ Rio Branco

Hidro

‑Rio Amazonas: Manaus/ Manacapuru

‑Rio Purus: Manacapuru/ Lábrea/Boca do Acre

‑Rio Acre: Boca do Acre/ Porto Acre/ Rio

Branco ••

Hidro‑

Rodo1

‑Rio Amazonas: Manaus/ Manacapuru

‑Rio Purus: Manacapuru/ Lábrea/ Boca do Acre

-Rio Acre: Boca do Acre/ Porto Acre •· /-AC-

10: Porto Acre/ Rio Branco

Hidro‑

Rodo 2

‑Rio Amazonas: Manaus/ Manacapuru /‑Rio

Purus: Manacapuru/ Lábrea/ Boca do Acre

/‑BR‑317: Boca do Acre/ Entronc.BR‑364 /‑BR‑

364: Entronc.BR‑364/ Rio Branco

Hidro‑

Rodo 3

‑Rio Amazonas: Manaus/ Itacoatiara /‑Rio

Madeira: Itacoatiara/ Humaitá/ Porto Velho

/‑BR‑364: Porto Velho/ Rio Branco /‑Rio

Amazonas: Manaus/Itacoatiara /‑Rio Madeira:

Itacoatiara/ Humaitá /‑BR‑320: Humaitá/

Lábrea /‑BR‑364: Entronc.BR‑364/ Rio Branco

Aéreo ‑Manaus/Rio Branco Passageiros

AM‑3

‑ Manaus/ Cruzeiro

do Sul

Hidro

‑ Rio Amazonas: Manaus/Coari /‑ Rio Solimões:

Coari/ Fonte Boa /‑ Rio Juruá: Fonte Boa/

Carauari/ Eurunepé/ Cruzeiro do Sul

Amazônia

Rodo 1

‑BR‑319: Manaus/ Humaitá/ Porto Velho /‑BR‑

364: Porto Velho/ Rio Branco/ Sena Madureira/

Manuel Urbano/ Feijó/ Tarauacá/ Cruzeiro do

Sul

Rodo 2

‑BR‑319: Manaus/Humaitá /‑BR‑230: Humaitá/

Lábrea /‑BR‑317: Lábrea/ Boca do Acre/

Entronc.BR‑364 /‑BR‑364: Entronc.BR‑317/

Rio Branco/ Cruzeiro do Sul

Hidro‑

Rodo 1

‑Rio Amazonas: Manaus/Itacoatiara /‑Rio

Madeira:Itacoatiara/Humaitá/P.Velho /‑BR‑

364: Porto Velho/ Rio Branco/ Cruzeiro do Sul

Fonte: Ministério dos Transportes, Geipot, 1989.

· Abastecimento, escoamento da produção, transporte de passageiros.

•· Inclusão Rota Complementar.

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ram concluídos 124 km de pavimentação de diversos trechos, interligando‑se definitiva‑mente as sedes dos municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul, representando um marco para a região (Figura 2).

Atualmente, encontram‑se em pavi‑mentação os últimos 224 km, trecho que liga as cidades de Sena Madureira e Feijó, estimando‑se a conclusão das obras para 2011, onde se estabelecerá por fim, após mais de 40 anos de espera, a definitiva li‑gação entre a capital Rio Branco e a cidade de Cruzeiro do Sul, como demonstrado na Figura 2. Também está em execução nes‑te percurso a construção das pontes so‑bre os rios Purus (407m), Envira (300m), Diabinho (81m), Tarauacá (300m) e Juruá (550m), e respectivos acessos, e a restau‑ração de pavimentos em trechos que so‑mam 89 km.

Este cenário é muito esperado, especial‑mente pelas cidades de Cruzeiro do Sul, Ta‑rauacá, Feijó, Rodrigues Alves, Mâncio Lima e Manuel Urbano, cujos municípios reúnem uma população próxima a 190.000 habi‑tantes, pois poderão contar definitivamen‑te durante todos os meses do ano com os serviços de transporte intermunicipal, frete de mercadorias, turismo e ampliação das ações governamentais de educação e saúde, que impulsionam as economias municipais e a redução dos custos nas cidades.A Rodo‑via BR‑317/AC, conhecida como a Rodovia Pacífico, parte da Carretera Interoceânica, percorre toda a parte leste do território do Acre, iniciando‑se na fronteira com o Esta‑do do Amazonas e terminando no Município de Assis Brasil, fronteira com o Peru. Pre‑vista dentro do Programa de Integração da Infraestrutura Regional da América do Sul – IIRSA, e também componente infraestru‑tural de transporte para o estabelecimento do Merconorte, a Interoceânica é parte do sistema hidro‑rodoviário que interligará os oceanos Atlântico e Pacífico, permitin‑do uma importante conexão para o escoa‑mento da produção das regiões centro‑sul e norte do Brasil. Principalmente procedente da Zona Franca de Manaus, rumo a centros internacionais via portos do Pacífico, como

Matarani e Illo no Peru. A implantação da referida rodovia significa, por exemplo, uma redução de pelo menos 15 mil milhas náuti‑cas de distância aos mercados consumidores da Ásia, em relação ao percurso efetuado via canal do Panamá. De igual forma, a Intero‑ceânica, viabilizará o caminho inverso para a importação de mercadorias. Além disso, este sistema hidro‑rodoviário impulsionará o fluxo comercial e turístico, especialmente entre os países do Cone Norte, conectan‑do um mercado com cerca de 25 milhões de habitantes.

A conclusão deste importante sistema depende de investimentos no Brasil e no Peru. No lado brasileiro, faltam iniciar as obras de modernização do porto fluvial de Boca do Acre e a pavimentação dos 110 km da BR‑317 no Estado do Amazonas, trecho compreendido entre Boca do Acre/AM até a fronteira com o Acre, investimentos que so‑mam aproximadamente R$110 milhões.

No Acre, a BR‑317 está totalmente asfalta‑da, inclusive executada a ligação terrestre en‑tre o Brasil e o Peru pela ponte binacional so‑bre o rio Acre, concluída em janeiro de 2006, unindo as cidades de Assis Brasil e Iñapari, respectivamente. No lado peruano, a partir da fronteira são 1.472 km de rodovia até o porto marítimo de Ilo, sendo executadas obras de pavimentação em 1009 km, iniciadas em ju‑lho de 2006. As obras, que representam um investimento de US$1,349 bilhões, encon‑tram‑se atualmente (janeiro/2010) com 74% dos serviços concluídos, estimando a conclu‑são total das mesmas para o 1º semestre de 2011.

Constando como planejadas no Plano Nacional de Viação – PNV, mas sem ter sido realizada qualquer abertura até hoje nessas Rodovias Federais, a BR‑307, com 175 km de extensão, com pequeno trecho asfaltado próximo a Cruzeiro do Sul, é prevista para interligar as sedes municipais de Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul, e a BR‑409, com 152 km de extensão, para interligar Feijó a Santa Rosa do Purus. O transporte entre estes municípios é efetuado de forma mais efetiva por via fluvial, e esporadicamente por via aérea.

lha existente, têm levado o Governo do Acre, desde 1999, a obter do Governo Federal as sub‑rogações para estas rodovias, de forma a conduzir os processos de elaboração dos projetos, conservação, restauração e cons‑trução de sub‑trechos e, ainda, a captação de recursos, inclusive internacionais.

No contexto do programa de desenvol‑vimento sustentável, consolidar os grandes eixos rodoviários no Acre, de forma a permi‑tir o pleno funcionamento da rede principal de transportes e a otimização das interco‑nexões com outras modalidades, é condição essencial para impulsionar a economia no Estado e melhorar a qualidade de vida de sua população.

2.2. A SITUAÇÃO DAS RODOVIAS FEDERAIS

A Rodovia BR‑364‑AC, originária do cen‑tro sul do País, atravessa o território acrea‑no no sentido longitudinal, iniciando‑se na fronteira com o Estado de Rondônia e termi‑nando no Município de Rodrigues Alves, na localidade de Boqueirão da Esperança, fron‑teira com o Peru. Em seu percurso, a partir da capital Rio Branco, o traçado desta ro‑dovia corta transversalmente todos os rios, passando por cinco municípios até chegar ao Município de Cruzeiro do Sul, localizado no extremo oeste do território, a segunda cidade do Estado em população e economia.

A pavimentação da BR‑364 tem como objetivo consolidar a economia interna do Acre, com a ligação terrestre definitiva entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, significando a redenção econômica para os municípios do interior, dependentes que são em seu abas‑tecimento, a maior parte do ano, do regime dos rios e do transporte aéreo. Sua conclu‑são faz parte do Programa de Desenvolvi‑mento Sustentável, implantado pelo Estado em 1999 e sua construção tem sido um de‑safio, pois envolve uma logística operacio‑nal para o abastecimento e transporte de in‑sumos, que leva em conta as características regionais.

Entre as dificuldades na construção, po‑dem ser citadas: a baixa capacidade de su‑

porte do solo, predominantemente argilo‑so; o regime pluviométrico, que permite a execução das obras rodoviárias somente no período seco chamado “verão” (de junho a outubro) com poucas chuvas, enquanto que no período chuvoso chamado “inverno” (de novembro a maio), caracterizado pelas altas precipitações foi aproveitado à época das cheias dos rios para o transporte de grandes quantidades de insumos e equipamentos; as grandes distâncias aos centros de produção, como Manaus e centro‑sul do País e, a falta de trafegabilidade no inverno dos sub‑tre‑chos ainda não pavimentados.

Na ótica ambiental, foi exigido um rigo‑roso controle na execução das obras, espe‑cialmente considerando que a rodovia atra‑vessa grandes áreas de florestas, a fim de evitarem‑se danos às comunidades locais e ao meio ambiente.

A falta de ligação terrestre permanente com a capital do Estado possibilitou a pre‑servação das florestas no interior, tendo sido criadas nestas localidades, no contexto do referido Programa, as florestas públicas, destinadas ao manejo florestal sustentável de base comunitária, visando geração de renda e postos de trabalho. Para uma explo‑ração racional das florestas Públicas, esta pavimentação foi realizada por trechos, de forma estratégica, evitando assim pressões por terras e atividades predatórias. Também foi implantada uma estratégia com finalida‑de de atuar nos processos de controle e fis‑calização da produção florestal, e coordenar ações comunitárias e sociais, através das equipes dos dois escritórios denominados de Unidade de Gestão Ambiental Integrada (UGAI), implantados em 2005, localizados na BR‑364, um próximo às margens do rio Liberdade, e o outro às margens do rio Acu‑raua próximo a Tarauacá.

Enquanto a ligação definitiva não é esta‑belecida, existe o desafio anual de realizar a reabertura da Rodovia Federal BR‑364 na época da estiagem, uma vez que permanece a maior parte do ano intrafegável, isolan‑do por via terrestre toda a região central e oeste do território da capital do Estado. Este quadro foi amenizado em 2008, quando fo‑

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2.3. A SITUAÇÃO DAS RODOVIAS ESTADUAIS

As rodovias estaduais, concebidas den‑tro do Plano Nacional de Viação (PNV) há mais de trinta anos, foram traçadas cortan‑do transversal e longitudinalmente, todo o território do Acre. Formando uma extensa malha viária com mais de 3.000 km de ex‑tensão, distribuídas em 24 vias, das quais, mais de 80% nunca saíram do papel. Essa concepção prevista para a malha de rodo‑vias estaduais, não mais atende aos propó‑sitos estabelecidos dentro do programa de desenvolvimento sustentável implantado pelo Governo do Acre, que procura fomen‑tar maiores usos da rede hidrográfica, es‑pecialmente para região central e oeste do território, uma vez que são pelos rios que se atinge de forma natural as localidades mais

remotas do interior. A rede estadual, com a importante função de interligar as várias se‑des municipais às rodovias federais, assim como de ser coletora da rede de estradas vicinais em diversos municípios, é formada atualmente por 12 (doze) rodovias (Figura 2), com uma extensão total de 575,80Km, em que 61,6% estão pavimentadas. Sua dis‑tribuição espacial concentra‑se basicamente na região leste acreana (98%), que agrupa as regionais do Alto e Baixo Acre, onde re‑side à maioria da população e onde são mais fortes e diversificadas as atividades econômicas. Nesta região existem diversos Assentamentos Rurais, para os quais as es‑tradas estaduais funcionam como parte da rede de infra‑estrutura, para abastecimento e escoamento da produção. A situação de cada rodovia, por trecho, é apresentada no Tabela 2.

Tabela 02. Rodoviass Estaduais – Trechos e Situações das Superfícies.

RODOVIA RECHO DIS . (Km)CONDIÇÕES DA SUPERFÍCIE DE

ROLAMEN O

CONDIÇÕES

DE RÁFEGO

AC‑10 Rio Branco – Porto Acre 62 Pavimentada Ano Todo/precária

AC‑40 Rio Branco – Plácido de Castro 96*

89,5Km Pavimentada, sendo 24km

duplicados entre Rio Branco e

Senador Guiomard, e mais 6,5Km

que são sobrepostos a BR‑317

Ano Todo

AC‑90 Rio Branco – PA oriente 100

70 Km Pavimentada

14Km Implantada

16Km em leito natural

Ano todo/razoável4meses/

ano/precária

AC‑380Xapuri – Entonc. BR‑317

Xapuri ‑ Nazaré44,5

18,5Km Pavimentada

26Km Leito NaturalAno todo/precária

AC‑405 Cruzeiro do Sul – Mâncio Lima1 42*

24Km Pavimentada

18Km sobreposta BR‑364 ‑

Pavimentada

Ano todo

AC‑407Rodrigues Alves – Mâncio Lima3

(Entronc. BR‑364)25,6* Sobreposta BR‑364 ‑ Pavimentada Ano todo

AC‑445 Bujari – Entronc. BR‑317 8447 Km Leito Natural

37 Km PavimentadaAno todo/precária

AC‑463Bom Futuro (Entronc. BR‑364) –

Entronc. BR‑31766 66 Km Implantada Ano todo/precária

AC‑475Acrelândia (Entronc.BR‑364) –

Plácido de Castro51,8 51,8 Km Pavimentada Ano todo

AC‑482Capixaba (Entronc.BR‑317) –

Divisa c/ Bolívia9 Leito Natural 4meses/ano/precária

AC‑485 Entronc. BR‑317 – Xapuri 12 Pavimentada Ano todo/razoável

AC‑498 Epitaciolândia – Monte Santo 33 Leito natural 4meses/ano/precária

O AL 575,80

Fonte: DNER/PNV e DERACRE, 2009.1Possuem trechos sobrepostos a BR‑364, que totalizam 50,1Km e não entram na contagem da extensão total das estaduais.

Figu

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Tabela 04. Resumo da Situação Física do Subsistema Rodoviário

REDE

PLA EOI NÃO PAVIMEN ADA EOP

(A) (B) LEN IMP O AL

( C )( D )

FEDERAL 400,10 0,00 0,00 0,00 0,00 225,00

ESTADUAL 0,00 0,00 131,00 90,00 221,00 0,00

MUNICIPAL 0,00 123,80 4.097,87 2.372,96 6.470,83 60,63

O AL 400,10 123,80 4.228,87 2.462,96 6.691,83 285,63

2.5. SUBSISTEMA AEROVIÁRIO

O modal aeroviário possui grande impor‑tância no sistema de transportes do Acre, devido às grandes distâncias do Estado para outras capitais do País e a falta de ligação terrestre, consolidada, entre a capital ‑ Rio Branco e os municípios do interior acreano, localizados nas partes centrais e oeste do território, conforme Figura 3.

Na época de chuvas (de novembro a maio), quando fica intrafegável o leito na‑tural da BR‑364 ‑ única ligação terrestre a

estas regiões do interior ‑ e devido ao lon‑go tempo de duração das viagens por via fluvial, recorre‑se com maior freqüência ao transporte aéreo, que embora custoso e ina‑cessível à maioria da população, representa a única opção aos deslocamentos emergen‑ciais necessários.

O subsistema aeroviário no Estado pos‑sui uma rede principal que é composta por 11(onze) pistas de pouso e decolagem em operação, cujas localizações, dimensões, ca‑pacidade e infra‑estrutura, estão descritas no Tabela 5.

REDE

PAVIMEN ADA O AL

P. SIMPLES EOD DUPL. O AL (E) A+B+C+D+E

FEDERAL 962,48 0,00 33,72 996,20 1.621,30

ESTADUAL 330,80 0,00v 24,00 354,80 575,80

MUNICIPAL 365,45 0,00 0,00 365,45 7.020,71

O AL 1.658,73 0,00 57,72 1.716,45 9.217,81

Fonte: Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutra Hidroviária e Aeroportuária do Acre – DERA‑CRE, Outubro, 2009. O traçado de milhares de quilômetros planejados para o sistema estadual pelo Plano Nacional de Viação – PNV, não foram quantificados nesta planilha, uma vez que os mesmos estão sendo revisados/reconsiderados pelo Governo do Estado.

Obs.: PLA ‑ PLANEJADA; LEN ‑ LEITO NATURAL; EOI ‑ EM OBRAS DE IMPLANTAÇÃO; IMP ‑ IMPLANTADA; EOP ‑ EM OBRAS DE PAVIMENTAÇÃO; P.SIMPLES ‑ PISTA SIMPLES; EOD ‑ EM OBRAS DE DUPLICAÇÃO; P.DUPLA ‑ PISTA DUPLICADA

2.4. A SITUAÇÃO DAS RODOVIAS MUNICIPAIS

As rodovias municipais, estradas vici‑nais (ou ramais), em sua grande maioria, apresentam condições de trafegabilidade extremamente precárias, por não possuírem qualquer tipo de pavimentação. São rodo‑vias que interligam municípios e, principal‑mente, o acesso às áreas de produção rural, atendendo aos projetos de assentamento/colonização do INCRA. Essa situação, aliada às características do solo e ao clima regio‑nal, provoca no período das chuvas (de no‑vembro a março) a intrafegabilidade nessas estradas, comprometendo o abastecimen‑to e escoamento de mercadorias, devido á grande quantidade de atoleiros que se for‑mam nos trechos. Constitui‑se este cenário

em um dos principais fatores de retração econômica e desestímulo ao pequeno pro‑dutor rural, que tem consideráveis perdas de produção.

A malha vicinal no Acre é extensa, tota‑lizando 7.020,7Km distribuídas conforme mostram o Tabela 3 nos 22 municípios do Estado e estão sob administração das prefei‑turas e do INCRA, no âmbito de suas compe‑tências. Estas instituições geralmente recor‑rem ao Governo do Estado para firmarem parcerias e viabilizarem as rotineiras manu‑tenções que devem ser realizadas, além da pavimentação asfáltica de ramais troncos. As informações sobre as extensões dos ra‑mais por município são expeditas, entretan‑to, pode‑se verificar que mais de 70% dos ramais situam‑se na região leste acreana (regionais do Alto e Baixo Acre).

Tabela 03. Estradas municipais Por Munícipio e Extensão (Km)

MUNICIPIO O AL (Km) MUNICIPIO O AL (Km)

ACRELÂNDIA 349,8 MARECHAL THAUMATURGO 60,0

ASSIS BRASIL 160,0 PLÁCIDO DE CASTRO 1.085,1

BRASILÉIA 384,0 PORTO ACRE 516,0

BUJARI 152,9 PORTO WALTER 46,0

CAPIXABA 201,3 RIO BRANCO 1.097,2

CRUZEIRO DO SUL 543,6 RODRIGUES ALVES 304,0

EPITACIOLÂNDIA 363,1 SANTA ROSA DO PURUS 75,0

FEIJÓ 87,2 SENADOR GUIOMARD 300,3

JORDÃO 18,0 SENA MADUREIRA 436,0

MÃNCIO LIMA 202,0 TARAUACÁ 270,0

MANOEL URBANO 140,0 XAPURI 229,1

As Rodovias federais, estaduais e estra‑das vicinais formam uma rede com extensão total de 9.217,81Km, cuja situação física, é apresentada no Tabela 4.

A manutenção das rodovias e estradas vicinais conveniadas é feita pelo Depar‑tamento de Estradas de Rodagem, Infra‑‑estrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre ‑ DERACRE, autarquia estadual,

com sede central em Rio Branco, capital, e escritórios em Cruzeiro do Sul, Taraua‑cá, Feijó e Sena Madureira. O DERACRE é a maior empresa pública do Estado, tendo passado por uma reestruturação, para atu‑ar nas frentes do Programa de Desenvol‑vimento Sustentável do Acre, possuindo a maior frota de máquinas pesadas e equi‑pamentos do Estado.

Fonte: DNER/PNV e DERACRE, 2009.

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Tabela 05. REDE PRINCIPAL DO SUBSISTEMA AEROVIÁRIO

Nº Município

Sixuação 2009 Adminisxração

Aeroporxo /

aeródromo

ObsPisxa Revesximenxo

1 RIO BRANCO 2.505mX45m CBUQ INFRAERO Aeroporto Internacional

2CRUZEIRO DO

SUL2.401mx45m CBUQ INFRAERO Aeroporto Internacional

3 FEIJÓ 1.200mx30m CBUQ DERACRE Novo sítio/Homologado

4 TARAUACÁ 1.220mx24m AAUQ DERACRE Homologado

5 JORDÃO 1000mX24 TSS DERACRE Novo sítio/Registrado

6 ASSIS BRASIL 1.320mx30m CBUQ 4ºBIS

7 XAPURI 1.100mx24m TSS DERACRE Homologado

8MANUEL

URBANO1.200mx15m CBUQ DERACRE Novo sítio/Registrado

9SANTA ROSA

DO PURUS1.200mx30m TSS DERACRE

Em Construção/Novo

sítio/Registrado

10MARECHAL

THAUMATURGO1.100mx24m TSS DERACRE Novo sítio/Registrado

11 PORTO WALTER 1.100mX24m TSS DERACREEm Conclusão/Novo sítio/

Registrado

Fonte: Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutra Hidroviária e Aeroportuária do Acre – DERACRE,

Dezembro, 2009.

Na referida rede constam dois aeropor‑tos internacionais, sendo um na capital Rio Branco, situado na parte leste do Estado, e o outro em Cruzeiro do Sul, a segunda ci‑dade em população e economia do Acre, situada no extremo oeste acreano. Ambos os aeroportos são dotados dos serviços de apoio à aeronavegação moderna, como os aparelhos de freqüência VOR, DME e NDB e de instrumentos visuais, como luminosos, balizamento de pista, PAPI, Biruta e farol ro‑tativo. Somente o aeroporto de Rio Branco possui o aparelho de freqüência ILS e o ins‑trumento visual ALS, e pista com capacida‑de para receber a aeronave 767‑300 de 155 toneladas.

Os aeroportos/aeródromos da rede principal são administrados por diferentes esferas de Governo, sendo que para aque‑las Prefeituras cujas cidades não possuem

acesso rodoviário durante a maior parte do ano, são realizados convênios com o Gover‑no do Estado, através do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutra Hidro‑viária e Aeroportuária do Acre (DERACRE) para execução dos serviços de restauração e manutenção das pistas, tendo em vista as dificuldades na realização das obras, que requerem uma logística especial no forne‑cimento de insumos. Somente a cidade de Rio Branco é servida por linhas aéreas, com vôos diários, para Brasília/DF, Manaus/AM, Porto Velho/RO e Cruzeiro do Sul/AC, ofe‑recidas por companhias nacionais (VARIG/GOL e TAM), e regionais (RICO). Serviços de táxi aéreo, sem linhas regulares, são realiza‑dos com freqüência entre os diversos muni‑cípios (Tabela 6).

A posição geográfica do Acre com relação aos países da América do Sul, próximos ao

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Na região leste acreana, o transporte fluvial, através do rio Purus e seus afluen‑tes, Iaco e Acre, e pelo rio Abunã ‑ afluente do Madeira, passou a ser pouco utilizado a partir de 1991, quando o asfaltamento da BR‑364 foi concluído até Rio Branco. Abran‑gendo todo o território, a rede hidroviária no Estado do Acre apresenta um grande potencial para utilização dentro do sistema de transportes, por possuir rios perenes e navegáveis, fator decisivo ao processo de desenvolvimento local/regional. Entretan‑to, a falta de infra‑estrutura de navegação que possibilite as condições necessárias à integração intermodal com o subsistema rodoviário, também com deficiências, não tem permitido o aproveitamento eficiente destes subsistemas.

Os percursos fluviais entre cidades e centros comerciais são demorados, devido às distâncias entre as localidades e a carac‑terística sinuosa dos rios amazônicos. Entre Manaus e Cruzeiro do Sul ou Tarauacá, com distância próxima aos 3.000Km, o tempo de viagem de uma balsa, carregada, subin‑do o rio, pode levar cerca de 28 dias. Além disso, a navegação é dependente do regime pluviométrico, necessitando‑se empregar uma logística adequada aos prazos de for‑necimento e características dos insumos a transportar.

Embarcações de diferentes calados e capacidades se ajustam às condições cli‑máticas da região. No período de estiagem (verão), que ocorre de junho a outubro, as vias fluviais comportam no trajeto até as cidades como Cruzeiro do Sul e Tarauacá, por exemplo, embarcações com capacida‑de de até 10t. Em contrapartida, no perí‑odo chuvoso, de novembro a abril (dito “inverno”), podem ser vistas navegando as grandes embarcações, com capacida‑de que variam de 30 a 800t. Para as ci‑dades situadas a montante, ou seja, mais para o interior, em direção às nascentes, os rios só permitem balsas com capacida‑de de carga inferior a 5t, no verão, e no “inverno”, dependendo da região, as em‑barcações podem transportar cargas de 250 toneladas.

No contexto do programa de desenvolvi‑mento sustentável, a construção de subtre‑chos da BR‑364 e a recuperação de “ramais” na região do Juruá e Tarauacá, têm exigido o transporte fluvial de diversos insumos, que vão desde seixo, aço e cimento, asfalto e combustível, procedentes de Manaus ou via Rio Branco, originários do centro sul do país, até equipamentos pesados e veículos neces‑sários ao processo construtivo. O Porto de Cruzeiro do Sul, e rampas de travessia nas interseções dos rios com a BR‑364, nas regi‑ões do Juruá, Envira e Tarauacá, objetivam melhorar a intermodalidade no transporte.

Na área de influência da região leste acreana, com a consolidação da rodovia Interoceânica (BR‑317), os portos fluviais de Boca do Acre/AM e de Rio Branco/AC deverão ser modernizados, para aten‑der a esperada demanda de produtos que emergirá fomentada pelo novo acesso aos mercados internacionais.

2.7. ARMAZENAGEM

O setor de armazenagem no Acre, im‑portante especialmente para a agricultura, é basicamente apoiado pelo Governo do Es‑tado através da CAGEACRE (Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre). Na esfera federal, existem os galpões do IBAMA, utilizados nas atividades de apoio a fiscaliza‑ção ambiental.

Conforme pode ser verificado no Tabe‑la 7, a situação do setor foi pouco alterada em relação à estrutura existente em 1999, à exceção de Rio Branco e Brasiléia, confor‑me diagnóstico realizado pelo ZEE Fase I. Com apoio financeiro do BNDES dentro do Progra‑ma Integrado de Desenvolvimento Sustentável do Acre, foram construídos (2008) dois silos de armazenamento, cada um com capacidade de 1.387 toneladas, localizados, no município de Acrelândia, e o outro em Senador Guio‑mard. Assim como com o apoio financeiro do BID e Governo Federal, foram construídos (2006 e 2007), seis armazéns comunitários de castanha, com capacidade de 1.000 tonela‑das cada, localizados nos seringais de Rio Bran‑co, Capixaba, Brasiléia e Sena Madureira.

seu território, como o Peru e a Bolívia, onde as distâncias aéreas da capital Rio Branco às capitais destes países são bem menores que as distâncias observadas para os prin‑cipais centros do Brasil. O tempo de vôo de Rio Branco a Lima no Peru, por exemplo, é de 1 hora e 40 min, e para Cuzco, também

no Peru, de 1 hora e 10 minutos, enquanto que para Brasília é de 3 horas e 10 min, para Manaus de 1 hora e 40 min e para São Paulo de 4horas e 50min. Cabe observar, todavia, que a falta de linhas internacionais, regula‑res, dificulta a integração latino‑americana por via aérea.

Tabela 06. Distâncias e tempo de vôo de Rio Branco a outras cidades.

DE RIO BRANCO PARA DIS ÂNCIA (KM) EM LINHA RE A EMPO DE VÔO (BOEING)

BRASÍLIA/DF 2.246,5 3 h 10 min

SÃO PAULO/SP 3.728,0 4 h 50 min

MANAUS/AM 1.149,3 1 h 40 min

PORTO VELHO/RO 449,0 40 min

CRUZEIRO DO SUL/AC 593,8 50 min

Fonte: INFRAERO/AC, 2005

O Programa de Integração Aérea dos Mu‑nicípios Isolados (Rotas Acreanas), instituí‑do pela Lei Estadual N°1360 de 29.12.2000, objetiva tornar o transporte aéreo mais acessível à população e permitir ao governo agilizar as ações nos campos da educação e da saúde (Figura 4).

O preço das passagens aéreas é subsidia‑do, obrigando as companhias de táxi aéreo conveniadas a oferecer vôos semanais, regu‑lares, estabelecido pelo Programa. O Progra‑ma atendeu em 2009 a 3.409 passageiros, sendo 728 na rota Rio Branco/Santa Rosa do Purus/Rio Branco, 716 na rota Tarauacá/Jordão/Tarauacá, 966 na rota Cruzeiro do Sul/Porto Walter/ Cruzeiro do Sul e, 999 na rota Cruzeiro do Sul/Marechal Thaumatur‑go/ Cruzeiro do Sul.

2.6. SUBSISTEMA HIDROVIÁRIO

Os grandes rios que atravessam trans‑versalmente o território do Acre pertencem à bacia hidrográfica amazônica. Formada principalmente, pelos rios Solimões ‑ trecho com 1.600km entre Tabatinga até o encon‑tro com o Rio Negro próximo a Manaus, e o Amazonas, trecho com 500km entre a cida‑de de Manaus até divisa dos Estados do Pará e Amazonas.

Através dos rios Juruá e Purus, afluentes do rio Solimões e do rio Madeira, afluente do rio Amazonas, são estabelecidas as ligações fluviais com os Municípios do Acre, que pos‑sui vinte, das suas vinte e duas sedes muni‑cipais, situadas às margens de rios. E ainda com diversas localidades rurais/florestais do interior do Estado, cuja “população ribei‑rinha” soma quase 100.000 habitantes.

Nas regiões oeste e central do Estado, o transporte fluvial, concentrado nos rios Ju‑ruá e seus afluentes, Tarauacá e Envira, é in‑tensificado com Manaus/AM, sobretudo no período de chuvas, que ocorre de novembro a junho, época em que fica intrafegável a BR‑364, rodovia federal, não asfaltada, que liga Rio Branco a cidade de Cruzeiro do Sul. Com a falta de ligação terrestre, toda a região dos vales do Juruá e Envira fica totalmente de‑pendente, em termos de trocas comerciais, da capital amazonense. Neste período, ele‑vam‑se os preços de mercadorias perecíveis, como os hortifrutigranjeiros, que passam a ser transportados por aviões procedentes de Rio Branco, chegando alguns produtos a apresentar acréscimo de até cinco vezes em relação ao seu preço original. O longo tempo de duração da viagem impossibilita o transporte dessas mesmas mercadorias por via fluvial.

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Tabela 08. Sistema ELETRONORTE no Acre, segundo a capacidade geradora instalada Nominal e

Efetiva, em MW, 2010

Usina LocalizaçãoNúmeros

Unidades ipo Combusxível

Poxêncial Unixária (MW)

Nominal Efexiva

UTE Rio Acre Rio Branco 2 TG Óleo Diesel 2 x 21,5 2 x 17,4

oxal ‑ 2 ‑ ‑ 43,0 34,8

Fonte: Eletronorte, 2010.

de doze localidades do interior, pertencen‑tes ao Sistema ELETROBRÁS DISTRIBUIÇÃO ACRE: Porto Acre, Plácido de Castro, Acre‑lândia, Redenção, Senador Guiomard, Cam‑pinas, Capixaba, Xapuri, Brasiléia, Epitacio‑lândia, Bujari e Sena Madureira.

3.2. O SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Sistema ELETRONORTE

A interligação do Sistema Rondônia com o Sistema Acre é feita por uma linha de transmissão em 230 KV, constituída por dois trechos: o primeiro trecho de 190 km entre a subestação (SE) Porto Velho e a su‑bestação (SE) Abunã, que entrou em opera‑ção em Maio de 2002, e o segundo trecho de 304 km entre a subestação (SE) Abunã e a subestação (SE) Rio Branco, que entrou em operação em Novembro de 2002.

Sistema ELETROBRÁS DISTRIBUIÇÃO ACRE

A área de concessão da ELETROACRE abrange todo o Estado do Acre, que possui 164.221,36 km², dividida em 22 municí‑pios, com uma população aproximada de 691.132 habitantes. Entre municípios (22) e vilas (2), a concessão compreende 24 lo‑calidades com 193.424 (03/2010) unida‑des consumidoras, o que representa um crescimento de 7,17% em relação a março de 2009. A seguir descreve‑se o sistema elé‑trico da ELETROACRE com as características principais de cada uma de suas regiões. A Figura 5 mostra a área de concessão e os sistemas elétricos da concessionária.

O parque gerador, situado no Estado de Rondônia, das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. – ELETRONORTE, empresa pública federal subsidiária da ELETROBRÁS, é de natureza térmica e hidráulica. Em Rio Branco, possui apenas uma usina, com 2 unidades geradoras térmicas, mantidas em regime de reserva para situações de emer‑gência, em caso de blecautes, que totalizam uma capacidade efetiva instalada de 34 MW, conforme mostra o resumo da capacidade geradora instalada, apresentada na tabela 8. O parque gerador, associado ao intercâmbio energético na linha de transmissão Porto Velho/Rio Branco (Linhão), é responsável pela geração e transmissão de energia elé‑trica na capital do Estado e pelo suprimento

A divisão territorial é composta basi‑camente pelas mesorregiões do Vale do Acre/Purus e Vale do Juruá que abrigam os 22 municípios do Estado. Para o supri‑mento de energia elétrica e planejamento das atividades da distribuição e comercia‑lização da energia, a área da concessão é dividida em duas regiões elétricas com as mesmas denominações.

Região Elétrica do Vale do Acre/Purus

A região elétrica do Vale do Acre/Purus atende 16 localidades através de 14 sistemas de distribuição sendo que 11 estão interli‑gados ao Sistema Acre/Rondônia e conec‑tados ao Sistema Rio Branco via linhas de transmissão ou distribuição, e 03 sistemas com geração térmica isolada (Tabela 9). A estrutura para o apoio logístico e opera‑cional está localizada em duas regionais:

3. A ENERGIA NO ESTADO DO ACRE

3.1. O PARQUE GERADOR DE ENERGIA ELÉTRICA

O sistema ELETRONORTE no Estado do Acre, a partir de outubro de 2009, foi in‑tegrado ao Sistema Interligado Nacional (SIN), usando como meio de transmissão de

energia uma LT 230KV ‑ Porto Velho/Rio Branco, com uma capacidade de transmis‑são de 248,07 MW, que alimenta a capital Rio Branco e os municípios interligados, correspondendo a 84% de toda área de con‑cessão. E também o sistema ELETROACRE/GUASCOR composto por sistemas isolados no interior do Estado, cujo parque gerador é formado por nove usinas termoelétricas, num total de 37 MW nominais, sendo res‑ponsável por 16% da demanda do Acre.

Tabela 07. Capacidade da estrutura de armazenamento do Estado.

Regional/MunicípioArmazenagem SEA ER (CAGEACRE) ON.

2005 2007

Baieo Acre 9.950 9.050

Acrelândia* 900 1.500

Plácido de Castro 600 3.600

Porto Acre 600 600

Rio Branco 4.500 ‑

Rio Branco ‑ Frigorífico 350 350

Senador Guiomard 3.000 3.000

Alxo Acre 3.900 900

Brasiléia 3.000 ‑

Xapuri 900 900

Juruá 3.000 3.000

Cruzeiro do Sul 3000 3.000

Purus 1.200 1.200

Manoel Urbano 600 600

Sena Madureira 600 600

arauacá/Envira 1.800 1.800

Feijó 900 900

Tarauacá 900 900

O AL 17.150 15.950

Fonte: SEATER, 2005.

Obs. *Em Acrelândia são três unidades: No PAD Peixoto (Campinas), 3.000ton, no

ramal Granada, 600ton, e no Km 22, 1.500ton

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Rio Branco e Brasiléia.A base da geração é térmica e hidráulica e o suprimento é atra‑vés da linha de transmissão de Porto Velho / Rio Branco (550 km / 230kV) com um cir‑cuito simples. O tempo para restabelecer o fornecimento da energia na ocorrência de falta é em média de 40 minutos.

Os Sistemas de Assis Brasil e Manoel Urbano são supridos por geração térmica isolada, com previsão de interligá‑los ao SIN até dezembro de 2010. O sistema de Santa Rosa permanecerá isolado.

Região Elétrica do Vale do Juruá

A região elétrica do Vale do Juruá atende 08 municípios, supridos por 06 usinas térmi‑cas, sendo que 03 estão interligados ao Siste‑ma Cruzeiro do Sul / Mâncio Lima / Rodrigues Alves (Tabela 10).

Os cinco restantes são supridos por usinas térmicas instaladas nos respectivos municí‑pios. A estrutura para o apoio logístico e ope‑racional está localizada em Cruzeiro do Sul.Os sistemas isolados citados são supridos por 06 plantas diversificadas de fontes de gera‑ção térmica em localidades com característi‑cas físicas distintas, e possuem modulações intrínsecas ao mercado da localidade a ser atendida, que vão desde 390 kW até 18.848 kW de capacidade nominal instalada.

A bacia hidrográfica é composta pelo rio Juruá, afluente do Rio Solimões, que dá acesso aos Municípios de Cruzeiro do Sul, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, e os afluentes do Rio Juruá, (rios Envira e Ta‑rauacá) que dão acesso aos Municípios de Feijó e Tarauacá, respectivamente.

O Vale do Juruá, totalmente isolado de Rio Branco, centraliza em Cruzeiro do Sul todo o apoio logístico e operacional para 04 municípios (Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Walter e Marechal Thauma‑turgo).

Gerências Regionais da ELETROACRE

A divisão operacional‑administrativa da Eletroacre é composta de 04 regiões, com suas respectivas peculiaridades (Figura 4).

a) A Região do Vale do Acre (Regional Rio Branco), composta de 12 localidades, representa 38,22% da área do Estado e detém 69,74% do total de clientes. São Interligados ao Sistema Acre/ Rondônia (SIN) os Municípios de Rio Branco, Sena‑dor Guiomar, Plácido de Castro, Acrelân‑dia, Vila Redenção, Vila Campinas, Porto Acre, Bujarí, Capixaba, Sena Madureira. Os municípios em Sistemas Isolados são Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus.

O atendimento operacional aos mu‑nicípios interligados ao Sistema Acre‑‑Rondônia e ao SIN (Sistema Interligado Nacional), com suprimento de material, equipamentos e pessoal é feito basica‑mente via rodoviário, através da BR‑364 e de estradas estaduais. Para os municípios isolados, o atendimento é feito por via ro‑doviária (através da BR‑364) para o Muni‑cípio de Sena Madureira e fluvial (pelo rio Purus e Iaco) para Manoel Urbano e Santa Rosa, dependendo da estação do ano. No período de estiagem é utilizada a rodovia, somente para Manoel Urbano, em face do baixo calado do rio. Outro transporte uti‑lizado para os municípios isolados é o aé‑reo, através de aviões do tipo monomotor, que são fretados exclusivamente.

b) A Região do Vale do Alto Acre (Regional Brasiléia), composta de 04 municípios, representa 9,68% da área do Estado e detêm 8,66% do total de clientes. São Interligados ao Sistema Acre/ Rondônia (SIN) os Municípios de Brasiléia, Epita‑ciolândia e Xapuri e ao Sistema Isolado o Município de Assis Brasil.

A região do Vale do Alto Acre é interli‑gada ao SIN através de uma linha de trans‑missão em 138 kV com aproximadamen‑te 212 km, que liga o Município de Rio Branco ao Município de Epitaciolândia, onde está instalada a subestação abaixa‑dora de 138/34,5/13,8 kV, que atende os municípios da região, menos Assis Brasil que no momento encontra‑se isolado, com previsão de interligação a Epitaciolância

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Tabela 10. Sistemas Isolados e os principais dados

Localidade

Nº de Consumidores Rede de Disxribuição (Km)Disxância de

Rio Branco

(KM) (*)

Área

(Km2) (**)Densidade

Urbana Rural oxal Urbana Rural oxal

Cruzeiro do

Sul17.268 2.973 20.241 146,42 681,77 828,19 640 8.816 2,3

Mâncio Lima 2.756 378 3.134 30,62 197,69 228,31 674 5.502 0,57

Marechal

Thaumaturgo844 116 960 6,22 20,31 26,52 558 8.190 0,12

Porto Walter 909 27 936 7,74 53,99 61,73 585 6.453 0,15

Rodrigues

Alves1.734 1.128 2.862 17,96 414,2 432,16 632 3.078 0,93

Feijó 4.554 278 4.832 48,72 210,66 259,38 360 27.964 0,17

Jordão 494 0 494 5,64 1,96 7,61 453 5.361 0,09

Tarauacá 5.228 246 5.474 39 237,6 276,6 400 20.199 0,27

oxal 33.787 5.146 38.933 302,32 1.818,18 2.120,50 4.302 85.563 0,46

Ref. Mar/2009

(*) Fonte: DERACRE.

(*) Fonte: ITERACRE, 2006.

em dezembro de 2010, através de uma LD em 34,5 kV. O atendimento a esta região é feito por via rodoviária através da BR‑317, e por estradas estaduais e municipais. Po‑rém devido à distância da Capital Rio Bran‑co é necessário que todo apoio operacional, atendimento comercial e emergencial seja feito por equipes locais, inclusive mantendo um almoxarifado de Obras e Manutenção, devido aos prazos de atendimento as solici‑tações dos consumidores.

c) A Região do Vale do Tarauacá/Envira (Regional Feijó), composta de 3 Municí‑

pios, Feijó, Tarauacá e Jordão, represen‑tam 32,59 % da área do Estado e detêm 6,03% do total de clientes. São interliga‑dos aos Sistemas Isolados.

A região do Vale do Tarauacá/Envira, também fica isolada da Capital Rio Branco durante o período de chuvas. Os Municípios de Feijó e Tarauacá são abastecidos via flu‑vial através de Manaus. E o Município de Jordão é feito por intermédio de Tarauacá, cujo tempo de deslocamento entre estes é de aproximadamente 15 a 30 dias no verão, somente com barco de pequeno porte.

Localidade

Nº de Consum

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Rede de Disxribuição (Km)

Disxância de

Rio Branco

(KM) (*)

Área (Km2)

(**)

Densidade

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d) A Região do Vale do Juruá (Regional Cru‑zeiro do Sul), composta de 5 municípios, representa 19,51 % da área do Estado e detêm 15,57% do total de clientes. São Interligados ao Sistema Isolado ‑ Cru‑zeiro do Sul, os Municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima e aos Sistemas Isolados, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.

3.3. O MERCADO DE ENERGIA ELÉTRICA

Diagnóstico do Setor

A participação do Acre, no Sistema da ELETRONORTE, corresponde a 6% do total demandado pelos outros Estados atendidos pela empresa, os outros 94% são divididos em: Manaus – AM (56%), Rondônia – RO (23%), Amapá – AP (9%) e Roraima – RR (6%).

A situação energética do Estado, no sis‑tema Eletrobrás Distribuição Acre, possui uma capacidade instalada 14,25% superior à capacidade disponível, com 53,23% acima da demanda máxima, nos municípios inter‑ligados, enquanto, nos sistemas de geração própria (Guascor), a capacidade instalada é 15,0% superior à capacidade disponível, com 37,0% acima da demanda máxima, con‑forme dados mostrados na tabela 11.

Os dados da tabela revelam que o núme‑ro de consumidores do sistema interligado é de 76,36% comparado ao sistema Guascor, que é de 23,64% e o consumo de energia no sistema interligado, em março de 2010, foi de 84,42%, enquanto no sistema Guas‑cor foi de 15,58%, no mesmo período.Na ta‑bela 12 verifica‑se que, o maior percentual de consumo de energia é no setor residen‑cial, (45,1%). O setor comercial, em termos relativos, é o segundo consumidor de ener‑gia, (21,6%), e do poder público (14,1%). A participação do setor industrial (5,4%), com relação aos outros setores é reduzida. Observando‑se, neste sentido, sobre a re‑lativamente baixa importância do setor in‑

dustrial na economia do Estado do Acre.Em um intervalo de 4 anos, conforme da‑dos contidos na tabela 13, o consumo de energia elétrica no Estado aumen‑tou, aproximadamente, 16%, mantendo uma variação positiva em torno de 5% ao ano.

Valor das Tarifas

A regulamentação do valor das tarifas é feita através da ANEEL – Agência Na‑cional de Energia Elétrica, de forma que seja assegurado ao consumidor o paga‑mento de uma tarifa justa, como também garantir o equilíbrio econômico‑finan‑ceiro da concessionária de distribuição para que ela possa oferecer um serviço com a qualidade, confiabilidade e con‑tinuidade necessária.(Tabela 14)Tendên‑cias Econômicas e de Demanda de Energia Elétrica

A tendência de crescimento da demanda de energia elétrica está associada às pers‑pectivas de desenvolvimento sócio‑econô‑mico. Entre as premissas básicas que deve‑rão nortear estas tendências, para o Estado, destacam‑se: Revitalização dos “Distritos Industriais” de Rio Branco e interior; Pro‑gramas de “desenvolvimento sustentável” para o setor madeireiro e serrarias, além do projeto de “Pólo Moveleiro”; Incremen‑to do abastecimento de energia elétrica na área rural, através do Programa “Luz para Todos”; Incremento da “agroindústria familiar” e de cooperativas e associações para produção de farinha de mandioca; Ampliação/modernização do porto de Cru‑zeiro do Sul e asfaltamento da BR 364, de Tarauacá à Cruzeiro do Sul, para o escoa‑mento da produção agroflorestal dos vales do Juruá e Envira; e Aumento do volume de produção pecuária de corte e leite, principalmente em função do Acre ter se tornado área livre de febre aftosa e da ati‑vidade representar, hoje, cerca de 80% da produção animal do Estado.

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Tabela 12. Consumo de Energia por tipo de consumidor, segundo o sistema elétrico, em Kwh, 2010Consumidor ELE ROACRE %

Residencial 280.696.857 45,1

Industrial 33.733.289 5,4

Comercial 134.445.728 21,6

Rural 30.581.546 4,9

Poder Público 87.812.792 14,1

Iluminação Pública 31.287.332 5,0

Serviço Público 22.030.937 3,5

Próprio 1.112.323 0,2

oxal 621.700.804 100

Fonte: Boletim de Mercados da ELETROBRÁS ‑ Distribuição Acre, março/2010.

Tabela 14. Evolução do consumo de energia elétrica (mil Kwh), Acre, 2006 a 2009

Sexor 2006 2007 2008 2009

Residencial 220.480.130 231.108.650 251.802.019 256.497.133

Industrial 26.255.905 30.371.911 32.479.614 32.052.803

Comercial 109.330.630 115.369.595 123.951.629 124.918.778

Rural 21.106.736 26.058.544 28.885.744 29.077.148

Poder Público 70.283.619 74.516.209 77.135.299 78.807.947

Iluminação Pública 27.203.368 28.768.459 30.113.344 30.249.604

Serviço Público 17.150.316 18.341.522 19.828.194 20.369.629

Próprio 946.853 1.031.394 1.002.524 1.004.715

Índice 100,00 106,66 114,70 116,28

oxal 492.757.557 525.566.284 565.198.367 572.977.757

Fonte: Boletim de Mercado da ELETROBRÁS - Distribuição Acre, 2006/2009.

Tabela 13. Tarifas médias por classe de consumo – Regional e Brasil (R$/MWh) – Janeiro a Dezembro/2007

Classe de Consumo Acre* Norxe Nordesxe Sudesxe SulCenxro ‑

OesxeBrasil

Residencial 322,49 289,40 278,78 303,11 274,43 302,72 293,59

Industrial 343,18 219,71 209,11 222,79 207,74 219,80 216,61

Comercial 347,49 288,23 292,50 272,47 249,27 284,64 273,06

Rural 227,26 214,94 172,48 192,86 147,97 192,52 174,68

Poder Público 368,77 303,69 320,44 287,32 269,81 294,23 294,32

Iluminação Pública 186,40 164,46 171,98 167,88 143,98 164,79 164,19

Serviço Público 259,03 195,36 185,78 197,29 179,75 186,54 191,27

Consumo Próprio 307,97 285,91 307,18 291,71 233,81 301,15 283,88

Tarifa Média Total 295,32 262,54 251,08 261,90 226,38 260,83 252,91

Fonte: Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica ‑ www.abradee.com.br

* Boletim de Mercado da ELETROBRÁS DISTRIBUIÇÃO ACRE, março/2009

Tabela 11. Capacidade instalada e disponível dos parques geradores de energia elétrica no Estado e demanda máxima recebida, número de consumidores e consumo em 2010

Usinas ConcessionáriasCapacidade

insxalada (KW)

Capacidade

disponível (KW)

Demanda

máeima (KW)

Número de

consumidores (xodas as

caxegorias)

Consumo

(KWh)

Rio Branco**

Rio Branco

267.450 229.350 117.064

96.212 419.051.255

Acrelândia 4.505 9.032.476

Senador Guiomard 5.336 13.393.039

Plácido de Castro 4.405 7.918.738

Redenção 87 177.209

Campinas 1.626 2.762.603

Porto Acre 5.653 7.489.532

Epitaciolândia 4.459 9.852.522

Brasiléia 6.877 14.802.404

Xapuri 4.271 8.868.152

Capixaba 2.622 4.372.830

Bujari 2.895 4.005.565

Sena Madureira 8.746 18.738.317

Sub Total 267.450 229.350 117.064 147.694 520.464.642

Guascor* Assis Brasil 1.454 1.350 725 1.701 3.166.706

Guascor* Manoel Urbano 1.679 1.050 742 1.800 3.512.462

Guascor*Sanra Rosa do

Purus616 511 222 449 981.096

Guascor* Feijó 3.285 3.000 2.284 5.343 10.811.117

Guascor* Tarauacá 4.678 3.500 2.714 6.034 12.355.281

Guascor*

Cruzeiro do Sul

22.966 20.300 15.486

21.289 57.115.852

Rodrigues Alves 3.127 3.951.692

Mâncio Lima 3.287 5.155.091

Guascor* Porto Walter 856 636 346 1.023 1.537.516

Guascor*Marechal

Thaumaturgo1.014 724 417 1.122 1.778.457

Guascor* Jordão 447 355 218 555 870.922

Sub Total 36.995 31.426 23.154 45.730 101.236.192

oxal 304.445 260.776 140.218 193.424 621.700.834

Fonte: Boletim de Mercado da ELETROBRÁS ‑ Disctribuição Acre, março/2010.* Geração própria

** Interligadas ao SIN.

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Está previsto a construção de um segundo circuito 230kv entre Jauru‑MT e Rio Branco‑AC a partir de 2011, para completa estabilidade no sistema.

Sistema ELETROBRÁS DISTRIBUIÇÃO ACRE

a) GeraçãoA geração, nos municípios isolados, é ter‑

ceirizada para um Produtor Independente de Energia (PIE) a Guascor do Brasil, empresa espa‑nhola que iniciou suas operações no interior do Estado do Acre em fevereiro de 1999, através de um contrato de suprimento de energia elétrica assinado com a ELETROACRE, com duração de 12 anos, passível de prorrogação.

b) TransmissãoAs localidades do interior do Estado, confor‑

me a tabela 4, atendidas pela ELETROACRE ope‑ram isoladamente com geração térmica local.

De acordo com o Programa de Obras da ELETROACRE, estão previstas para dezembro de 2010 a interligação ao Sistema Acre‑Rondônia as localidades de Assis Brasil e Manoel Urbano.

Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira

A implantação do complexo hidrelétrico do rio Madeira prevê a construção de quatro usinas de alta produção de energia, sendo as duas primeiras em território brasileiro, a ter‑ceira uma binacional Brasil‑Bolívia e a quarta na Bolívia. O empreendimento deverá causar impactos sociais e ambientais em toda a área de influência, ou seja, nos Estados de Rondô‑nia, Acre, Amazonas e Mato Grosso e ainda no Departamento de Beni, na Bolívia. Com inves‑timento de US$ 4,5 bilhões, do Programa de Parcerias Público‑Privadas (PPP), as empre‑sas Furnas Centrais Elétricas e Norberto Ode‑brecht Construções iniciaram a construção deste empreendimento.

Ambas as usinas ‑ Jirau (UHE Jirau), com ca‑pacidade de 3.900 MW e Santo Antonio (UHE Santo Antonio), com capacidade de 3.580 MW terão baixa queda, sendo Santo Antônio com 13m90 e Jirau com 15m10. O tipo de turbi‑na será “a bulbo”, uma das mais modernas em

utilização no mundo. Esse tipo de turbina não exige grandes reservatórios, somente volume e velocidade da corrente de água. O rio Madeira possui, acima da área de Porto Velho até a foz do Rio Beni, um total de 15 obstáculos naturais à franca navegação. As eclusas nas UHEs Santo Antonio e Jirau permitirão a navegação plena neste trecho.

A conclusão destas obras de acordo com o projeto permitirá a oferta de energia melhor e mais barata, estimulando o desenvolvimento socioeconômico da região; a abertura de novas fronteiras para a agroindústra; o incremento da produção com a redução de custos e a viabiliza‑ção de novas culturas e o ecoturismo. Além de propiciar a integração das redes fluviais entre Brasil, Bolívia e Peru e a criação de um comple‑xo portuário fluvio‑marítimo internacional no rio Amazonas, no Município de Itacoatiara, de exportação de produtos destes países para os mercados mundiais.

ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE ATENDIMENTO NO LONGO PRAZO (APÓS 2013)

Sistema ELETRONORTE

a) GeraçãoA oferta de energia elétrica ao Estado,

após 2013, estará vinculada à plena utili‑zação da ligação Acre/Rondônia, seja com a energia elétrica vinda da geração térmica à gás natural de Rondônia, e/ou com a impor‑tação de energia elétrica do Sistema Inter‑ligado Nacional, e/ou com a importação da energia produzida pelo complexo hidrelétri‑co do rio Madeira, em Rondônia.

b) TransmissãoA expansão deve estar associada às

decisões estratégicas que serão tomadas referentes à geração de energia, seja pelo complexo hidrelétrico do rio Madeira, pela importação do Sistema Integrado Na‑cional, ou a proveniente da ligação Acre/Rondônia. Focando sempre a interliga‑ção de áreas anteriormente isoladas ou as eventuais ampliações do sistema de subtransmissão.

3.4. O POTENCIAL ENERGÉTICO DO ESTADO

Potencial Hidrelétrico

O potencial hidrelétrico do Estado do Acre, estimado em 1.058 MW, é bastante reduzido, representando 0,4% do potencial brasileiro. Este valor é resultado de estimativa realizada em escritório, a partir de dados do Sistema de Informações do Potencial Hidrelé‑trico Brasileiro ‑ SIPOT (junho, 2004). O proje‑to está na fase do levantamento da estimativa, estando a fazer: Inventário, Viabilidade, Proje‑to Básico, Construção e Operação.

Biomassa

O Estado do Acre apresenta grande ex‑tensão de cobertura florestal nativa, que po‑deria se transformar em energia elétrica, em grande escala. Porém, a cobertura vegetal como fonte de energia não é considerada, devido ao seu inestimável valor ecológico. Todavia, oficialmente, foi lançado o Progra‑ma de Biodiesel, no primeiro semestre de 2004, com os objetivos de criação de um Centro de Referência em Energia de Fontes Renováveis e de desenvolvimento da capa‑cidade de produção tecnológica local, além de propiciar condições para que o Estado produza energia por meio de termelétricas, baseadas em biodiesel. A economia agroflo‑restal sustentável do Acre terá como uma das ações, a extração de plantas oleaginosas (matéria‑prima para a produção do biodie‑sel) e a produção de biodiesel a partir do sebo de boi.

Fontes limitadas

a) Energia Solar .O Acre, embora disponha de elevados níveis de incidência de radiação so‑lar, apresenta condições climáticas caracteri‑zadas por elevadas precipitações pluviomé‑tricas e evapotranspiração, em conjunto com uma grande nebulosidade do Estado, que di‑ficultam a implantação de usinas termosola‑res, por necessitar de radiação solar direta.

b) Energia HidrocinéticaO aproveitamento da energia cinética das correntezas – energia hidrocinética – é limita-do, uma vez que a maioria dos rios do Estado apresenta pequena declividade e, conseqüen-temente, baixa velocidade do fluxo de água.

c) Energia EólicaOs dados existentes sobre o potencial eólico na Amazônia são muito escassos. Entretan-to, alguns estudos elaborados não indicam possibilidades de aproveitamento dessa fonte alternativa de energia, para fins de geração de energia elétrica no Estado do Acre.

3.5. A OFERTA DE ENERGIA ELÉTRICA NO ESTADO

ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE ATENDI-MENTO NO PERÍODO 2010/2013

Sistema ELETRONORTE

O sistema Acre‑Rondônia atualmente é atendido por geração de energia hidráulica da UHE Samuel e UTE Termonorte I e II, ambas localizadas no Estado de Rondônia e pelo Sis‑tema Interligado Nacional (SIN).

A energia da UHE Samuel é de origem hidráulica e no período de seca é capaz de fornecer 100MW ao sistema. A UTE Termo‑norte I e II geram energia a partir da queima de combustível (óleo diesel) e é capaz de for‑necer 424 MW ao sistema. Sendo assim, atu‑almente o sistema Acre‑Rondônia possui uma capacidade de fornecer 524MW para atender toda a demanda dos dois Estados, observando que o maior fornecimento vem da queima de combustível fóssil.

Com a interligação dos Estados do Acre e Rondônia ao Sistema Interligado Nacional (SIN), está sendo injetado no sistema cerca de 200MW neste primeiro momento. Esta interligação pro‑porciona uma maior estabilidade no sistema, pois qualquer problema que ocorra em alguma máquina geradora, o sistema SIN supre de ener‑gia os Estados do Acre e Rondônia.

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instalação de pequenas e médias plantas industriais e produtivas na área rural do Estado. O impacto imediato desse processo é a redução do êxodo, através da instalação de sistemas energéticos (convencionais e alternativos) que vem garantindo às comu‑nidades tradicionais (seringueiros, agricul‑tores, ribeirinhos e extrativistas), o acesso ao trabalho, a educação, a informação e a cidadania.

4. A COMUNICAÇÃO NO ACRE

O sistema de comunicações possibilita a disseminação rápida das informações, a integração das populações e o estímulo às relações comerciais e institucionais. O Acre, com vastas regiões isoladas por via terrestre, com muitas comunidades viven‑do em áreas remotas acessadas somente por via aérea ou através de rios, ainda tem no rádio receptor ou amador, um im‑portante elo com o mundo. No entanto, o avanço tecnológico mundial das comuni‑cações tem rompido as barreiras do iso‑lamento com o estabelecimento de siste‑ma via satélite, como no caso da telefonia e internet.

A maior parte das normas que regulam as comunicações no Brasil concentra‑se no âmbito do Ministério das Comunicações (MC), encarregado da elaboração e cum‑primento das políticas públicas nas três áreas fundamentais: telecomunicações (te‑lefonia fixa e móvel, e internet), radiodifu‑são (sonora, televisão e radioamadorismo) e serviços postais. O MC atua através de secretarias específicas, da Agência Na‑cional de Telecomunicações (ANATEL) e de unidades descentralizadas, estando o Acre, assim com os Estados do Amazonas, Rondônia e Roraima sob a jurisdição da delegacia do Amazonas.

4.1. TELEFONIA FIXA, MÓVEL E IN-TERNET

Os serviços de telecomunicação no Es‑tado do Acre vêm apresentando melhorias tanto na telefonia fixa e móvel, como na

internet. Na área de telefonia fixa, o au‑mento da quantidade de acessos na capi‑tal, no período de oito anos, no qual em 1997, Rio Branco possuía 30.284 acessos (ZEE, 2000), passou para 85.635 acessos em 2005, com incremento de 182% (ANA‑TEL, 2005). A Tabela 16 mostra a evolu‑ção do serviço, relativos aos números de telefones fixos e públicos instalados no Acre, por município, entre 2006 e 2009. Observa‑se uma gradativa redução dos te‑lefones fixos, provavelmente, pelo aumen‑to da telefonia móvel celular no país e, em particular, no Acre.

Assim como em todo o País, a telefonia móvel celular no Acre cresceu vertiginosa‑mente nos últimos anos. O Acre e os Esta‑dos de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Distrito Federal, pertencem à área sete das dez áreas dividi‑das no Brasil para a concessão do Serviço Móvel Celular (SMC). A Tabela 16 mostra a evolução mensal do acesso à telefonia móvel nos municípios acreanos, no período entre 2004 a 2008. Observa‑se que, entre janeiro de 2004 e dezembro de 2008, o número de acesso passou de 109.110 para 464.650 e a densidade de acesso aumentou de 17,76 para 68,32, nesse período.O avanço da in‑formática e o crescimento do número de usuários, tanto de indivíduos como de empresas e instituições, são constantes a cada dia com a incorporação do compu‑tador ao cotidiano. Entre as facilidades existentes com o uso dos sistemas com‑putacionais, está o acesso a rede mun‑dial (internet). Para acesso à internet, o Governo implantou o Projeto Floresta Di‑gital, que possibilita o acesso à internet com banda larga em qualquer local do Estado do Acre.

O Programa Floresta Digital baseia‑se na construção de uma infovia de âmbito estadual com tecnologia de banda larga, que suportará com infraestrutura de co‑municação de dados, as camadas de apli‑cação que vão desde acesso público livre à Internet e governança eletrônica, a inte‑gração de dados e ações nas áreas de saú‑de, educação e segurança pública, aos mais

Sistema ELETROBRÁS DISTRIBUIÇÃO ACRE

a) GeraçãoA capacidade geradora da ELETROACRE

deverá refletir as alternativas de aumento da oferta de energia elétrica, para atendimento ao crescimento do mercado nos sistemas iso‑lados do interior do Estado.

b) TransmissãoExiste a previsão de interligação, após ana‑

lise detalhada da definição de viabilidade, de algumas localidades ao sistema que atende a Rio Branco, buscando maior confiabilidade no suprimento de energia elétrica.

3.6. A ESTRATÉGIA PARA ATENDIMEN-TO EM TODO O ACRE

O Acre atende, com cobertura de energia elétrica convencional, a 75,9% de sua popu‑lação. Entretanto, 24,1% não atendidos geral‑mente correspondem à parcela que vive em pequenas localidades isoladas do interior do Estado e nas áreas rurais. O abastecimento dessas pequenas localidades, de difícil aces‑so e com baixa representatividade de con‑sumo, inviabiliza a implantação dos meios convencionais de atendimento energético, por meio de usina hidrelétrica ou termelé‑trica e dos sistemas de transmissão. A so‑lução nesses casos tem sido a utilização de energias alternativas, como a energia foto‑voltaica (solar) para atendimento de peque‑nas cargas, destacando‑se neste campo o Programa “Luz para Todos”, com o objetivo de levar energia elétrica do país para mais de 12 milhões de pessoas. Outra alternativa geradora, para pequenas cargas, é a mini‑‑usina térmica (fogão gerador), desenvolvida no Estado do Acre.

3.6.1. O Programa de Desenvolvimen-to Energético de Estados e Municípios (PRODEEM)

O PRODEEM, atualmente absorvido pelo Programa “Luz para Todos”, é do Mi‑nistério das Minas e Energia, iniciado em

Junho de 1999, que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento in‑tegrado de comunidades não atendidas pelos sistemas convencionais de supri‑mento de energia, utilizando fontes ener‑géticas renováveis e descentralizadas, tecnicamente factíveis, economicamente viáveis e ambientalmente aceitáveis. Em 2006, foi iniciado o processo de Revita‑lização dos sistemas, onde 137 sistemas foram revitalizados e os 118 restantes foram recolhidos em almoxarifado, para futuras instalações pelo programa “Luz para Todos. A tabela 15 apresenta um resumo da atual situação do programa no Estado.

3.6.2. Programa Luz para Todos

É um programa Federal de Eletrificação Rural/Florestal em todo o País, implantado através do Ministério das Minas de Energia (Eletrobrás/Eletroacre) e Governo do Estado do Acre nas áreas rurais e florestais, coorde‑nado pelo Comitê Gestor Estadual/Coorde‑nação Estadual do Programa. Prevê a insta‑lação da energia elétrica “gratuita” para as “famílias de baixa renda” e, para os “consu‑midores residenciais com ligação monofási‑ca e consumo mensal inferior a 80kwh/mês” e tarifas de consumo de energia reduzidas.

No Estado do Acre, os investimentos do programa Luz para Todos, até dezembro de 2009, foram de R$ 181,46 milhões, com a execução de 9.442 km de rede de eletrifi‑cação rural e 30.600 unidades beneficia‑das. Até dezembro de 2010, tem previsto e contratado R$ 42,73 milhões, para executar 1.800 km de rede e atender, aproximada‑mente, 5.500 unidades domiciliares, em 22 municípios do Acre. Antes do início do Pro‑grama, apenas 14,7% das unidades familia‑res rurais/florestais do Acre tinham acesso à energia elétrica, até dezembro de 2009 75,90% do total já tinham sido atendidas. A meta é atender 100% das unidades familia‑res rurais/florestais até 2010.

O Programa surgiu como um instrumen‑to não só de democratização do uso de ener‑gia, mas também como elemento crucial a

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Tabela 16. Nº de Telefones Fixos e Públicos Por Município

Município2006 2007 2008 2009

Fieos Públicos Fieos Públicos Fieos Públicos Fieos Públicos

Acre 76.952 3.985 62.169 4.120 59.609 4.170 58.350 4.171

Acrelândia 488 50 419 52 322 54 330 55

Assis Brasil 368 28 369 30 278 31 236 31

Brasiléia 1.310 86 1.038 93 1.000 100 961 100

Bujari 189 32 163 28 116 31 117 32

Capixaba 299 28 348 25 287 26 229 27

Cruzeiro do Sul 6.064 352 5.201 353 4.563 356 4.304 352

Epitaciolândia 974 74 686 74 628 71 630 73

Feijó 971 96 783 100 610 101 647 101

Jordão 9 10 97 10 89 15 103 16

Mâncio Lima 447 57 299 57 176 58 150 58

Manoel Urbano 241 23 176 23 134 23 153 23

Marechal

Thaumaturgo162 11 178 13 179 15 180 20

Plácido de Castro 1.352 124 773 96 600 87 579 87

Rio Branco 57.623 2.462 46.750 2.616 46.022 2.598 45.101 2.589

Rodrigues Alves 217 35 181 35 171 39 186 39

Santa Rosa do

Purus120 10 110 10 94 11 111 14

Sena Madureira 1.988 139 1.397 132 1.254 144 1.240 144

Senador Guiomard 1.234 107 851 107 936 127 926 127

Tarauacá 1.150 114 982 114 766 123 844 123

Xapuri 853 80 598 84 492 84 487 84

Fonte: Agência Nacional de Telecomunicações ‑ ANATEL.

Dados atualizados até setembro de 2009.

diversos usos possíveis da tecnologia da in‑formação (TIC) e dos recursos disponíveis na rede mundial.

O Projeto tem como objetivo a univer‑salização do acesso à informação em todas as cidades e locais mais isolados do Acre, não somente das áreas urbanas como às comunidades residentes no interior da flo‑resta, com acesso livre e gratuito à inter‑net, com atendimento previsto para o final de 2010.

4.2. A RADIODIFUSÃO SONORA

A comunicação pelo rádio é a que atin‑ge o maior número de pessoas no Acre, sendo especialmente importante para as populações tradicionais, residentes no in‑terior do Estado nas áreas mais remotas e sem ligação por estradas.

As emissoras locais de rádio apresen‑tam uma programação que estimula a cul‑

tura da região, e prestam um importante serviço de utilidade pública na comunica‑ção entre pessoas, como é o caso do ser‑viço de recados. Não são raros que os re‑cados aconteçam em língua nativa, como os feitos pelas populações indígenas das diversas tribos existentes no Acre. Este serviço é realizado principalmente pela Rádio Difusora Acreana, ligada a Funda‑ção Estadual de Cultura e Comunicação Elias Mansour. Outra rádio estatal, a Al‑deia FM, está atualmente presente em to‑dos os municípios, tendo sido resultado do fortalecimento da Rede Pública de Comu‑nicação em 2004, efetuado pelo Governo do Estado com o apoio financeiro do BN‑DES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A Tabela 18 relaciona as emissoras de rádio com sede na capital, os municípios alcançados por suas respectivas transmis‑sões e seus principais programas.

Tabela 15. Número de Sistemas Fotovoltaicos – PRODEEM, segundo o Município, etapa do projeto e população atendida, Acre, 2009

MunicípioExapas do Projexo População Axendida

(hab.)

Poxência oxal (W)

Insxalados Revixalizados oxal Insx.

Acrelândia 13 8 7.000 16.122 7.492

Assis Brasil 13 12 3.450 6.700 6.370

Brasiléia 16 16 3.750 8.730 8.730

Bujari 5 1 200 2.912 2.912

Capixaba 6 2 1.850 6.395 2.675

Cruzeiro do Sul 20 13 7.500 18.885 9.485

Epitaciolândia 1 0 800 1.832 1.832

Jordão 0 0 ‑ 4.620 ‑

Manoel Urbano 12 11 1.890 4.100 3.570

Marechal Thaumaturgo 0 0 ‑ ‑ ‑

Plácido de Castro 14 0 2.450 6.095 5.195

Porto Acre 4 0 800 7.380 3.680

Rio Branco 7 0 2.020 25.536 4.702

Rodrigues Alves 3 3 900 1.200 1.200

Santa Rosa do Purus 4 4 ‑ 2.850 1.470

Sena Madureira 4 4 ‑ 3.900 3.360

Senador Guiomard 15 0 5.150 6.415 6.025

Tarauacá 97 55 20.800 77.276 69.334

Xapuri 7 3 ‑ 3.750 3.150

oxal 255 137 60.510 257.696 149.098

Fonte: PRODEEM/ELETRONORTE, 2009.

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A Tabela 19 relaciona as emissoras exis‑tentes por município, sua freqüência e o tipo de transmissão e a Tabela 20, as rádios co‑munitárias por município.

O serviço de radioamadorismo está pre‑sente em diversas comunidades do Acre,

que atuam em comunicação local ou mun‑dial, sendo utilizado nas Reservas Extrativis‑tas pelo IBAMA/ICM, Terras Indígenas pela Funai, Associações de produtores rurais, Exército e Polícia Militar. Esta faixa especial de freqüência é fiscalizada pela ANATEL.

Tabela 19. Emissoras de rádio, por município.

Município Enxidade Freq. (KHz) Ondas

Brasiléia Líder Comunicações Ltda. 1.170 OM

Brasiléia Gov. do Estado do Acre – Fundação Elias Mansour 212 FM

Cruzeiro do Sul Radiobrás – Empresa Brasileira de Comunicação 720 OM

Cruzeiro do Sul Fundação Verdes Florestas 940 OM

Cruzeiro do Sul Radiobrás – Empresa Brasileira de Comunicação 4.765 OT

Cruzeiro do Sul Fundação Verdes Florestas 4.865 OT

Cruzeiro do Sul Rádio e Televisão Integração Ltda. 260 FM

Cruzeiro do Sul Empresa Cruzeirense de Telecomunicações 265 FM

Cruzeiro do Sul Gov. do Estado do Acre – Fundação Elias Mansour 300 E FM

Epitaciolândia ECOACRE Rádio, Jornal e Televisão Ltda 203 FM

Feijó Líder Comunicações Ltda. 630 OM

Feijó Gov. do Estado do Acre – Fundação Elias Mansour 1.170 OM

Manoel Urbano Rádio e TV Maíra Ltda 203 FM

Marechal Thaumaturgo Emp. Cruz de Telecomunicações de Rádio e TV Ltda 203 FM

Plácido de Castro ECOACRE Rádio, Jornal e Televisão Ltda 238 FM

Porto Acre Rádio e TV Maíra Ltda 203 FM

Porto Walter ECOACRE Rádio, Jornal e Televisão Ltda 203 FM

Rio Branco Progresso do Acre Comunicações Ltda. 740 OM

Rio Branco Rádio Universitária Metropolitana Ltda. 1.350 OM

Rio Branco Fund. Des. Rec. Humanos e Cultura e do Desportos 1.400 OM

Rio Branco Progresso do Acre Comunicações Ltda. 2.460 OT

Rio Branco Fund.Des.Rec.Humanos, Cultura e de Desportos 4.885 OT

Rio Branco Fund. Cult. De Radiodifusão Educ. Costa Dourada 300 E FM

Rio Branco Rede União de Radio e Televisão 234 FM

Rio Branco Líder Comunicações Ltda 800 OM

Rio Branco Rio Branco – Rádio FM Ltda. 227 FM

Rio Branco Gov. do Estado do Acre – Fundação Elias Mansour 245 FM

Rio Branco Rádio TV do Amazonas 251 FM

Sena Madureira Gov. do Estado do Acre – Fundação Elias Mansour 670 OM

Sena Madureira Gov. do Estado do Acre – Fundação Elias Mansour 290 E FM

Senador Guiomard Rádio Transamazônica Ltda. 2.410 OT

Senador Guiomard ECOACRE Rádio, Jornal e Televisão Ltda 215 FM

Tarauacá Gov. do Estado do Acre – Fundação Elias Mansour 820 OM

Tarauacá Gov. do Estado do Acre – Fundação Elias Mansour 238 FM

Xapuri Gov. do Estado do Acre – Fundação Elias Mansour 208 FM

Fonte: ANATEL, 2005

OM – Ondas Médias, OT – Ondas Tropicais, FM – Freqüência Modulada

Tabela 17. Acesso Móvel (Celular) em Operação no Estado

MêsNúmero de Acessos em Operação

2004 2005 2006 2007 2008

Janeiro 109.110 179.551 250.339 278.508 375.201

Fevereiro 112.520 182.970 254.546 276.178 377.573

Março 116.780 188.590 257.077 278.313 381.550

Abril 119.560 200.486 260.450 279.636 387.876

Maio 126.590 212.469 266.261 288.593 399.288

Junho 130.640 216.443 248.476 314.165 408.052

Julho 134.680 218.402 252.904 317.133 413.575

Agosto 141.680 225.567 258.950 324.422 423.992

Setembro 148.080 229.486 260.984 330.681 431.246

Outubro 155.270 232.676 262.262 339.493 437.616

Novembro 161.343 232.660 265.170 347.175 442.401

Dezembro 175.200 245.673 277.606 369.472 464.650

Mês Densidade (acesso por 100 habixanxes)

Janeiro 17,76 29,15 37,53 40,73 55,17

Fevereiro 18,32 29,61 38,08 40,3 55,22

Março 19,01 28,87 38,38 40,53 56,1

Abril 19,47 30,60 38,8 40,64 53,03

Maio 20,61 32,39 39,58 41,86 58,71

Junho 21,27 32,93 36,86 45,48 60

Julho 21,93 33,16 37,44 45,81 60,81

Agosto 23,07 34,17 38,26 46,77 62,35

Setembro 24,11 34,69 38,48 47,58 63,41

Outubro 25,28 35,10 38,59 48,75 64,35

Novembro 26,27 35,02 38,94 49,75 65,05

Dezembro 28,52 36,91 40,68 52,84 68,32

Fonte: SEPLAN‑AC.

Tabela 18. Emissoras de Rádio Local, Alcance E Principais Programas

RÁDIO ALCANCE PRINCIPAIS PROGRAMAS NOME JURÍDICO

Difusora Acreana Todo Estado Jornal Difusora, Gente em DebateRádio Difusora

Acreana

Gazeta FM

Bujari, Capixaba, Senador Guiomard, Rio Branco e

Porto Acre (raio aprox. de 150 km)

Manhã Líder, Andrade Filho, Planeta FM, Toque e Retoque, Evidência

(programas diurnos)Rio Branco Rádio FM Ltda.

Aldeia FM Todos Estados Aldeia Sonora e Notícias da AldeiaFundação de Cultura e

Comunicação Elias Mansour

União /Jovem de Cara e de Coração

Rio Branco e Senador Guiomard

Top +, Interligado, Energia 94 e Rock Sunder

Rádio e TV União

Super Rádio Alvorada Todos os municípios do Estado

Conexão Acre, Jornal da Manhã, Show do Povo, A Hora do Brega

Progresso do Acre Comunicações Ltda.

Acre FMRio Branco, Bujari, Porto Acre, Senador Guiomard,

Acrelândia, CapixabaTop Sucesso e Acre 40 graus

Rádio e TV do Amazonas Ltda.

Rádio Capital AcreRio Branco, Bujari, Porto Acre, Senador Guiomard,

Tarauacá, Feijó, Xapuri

Mensagens Cantadas, Voz da Libertação e Jornal da Capital

Rádio Universitária Metropolitana da

Capital

Fonte: RÁDIOS LOCAIS, 2005.

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As Retransmissoras de Televisão, esta‑ções capazes de captar sinais de sons e ima‑gens e retransmití‑los, simultaneamente,

para recepção pelo público em geral, estão presentes em vários municípios do Estado conforme mostrado no Tabela 23.

Tabela 23. Serviço Especial de Retransmissão de Televisão – RTV

MUNICÍPIOS EN IDADE CANAL CA EGORIA

Acrelândia (Redenção) Rádio TV do Amazonas Ltda. 08 B

Acrelândia Rádio TV do Amazonas Ltda. 09 B

Acrelândia (Redenção) Rádio TV do Amazonas Ltda. 10 B

Acrelândia Rádio TV do Amazonas Ltda. 11 B

Assis Brasil Rádio TV do Amazonas Ltda. 06 B

Assis Brasil Rádio TV do Amazonas Ltda. 10 B

Brasiléia Rádio TV do Amazonas Ltda. 04 B

Brasiléia Rede União de Rádio e Televisão Ltda. 07 B

Cruzeiro do Sul Fundação João Paulo II 04 B

Cruzeiro do Sul Rádio TV do Amazonas Ltda. 05 B

Cruzeiro do Sul SP Comunicações Ltda. 10 B

Cruzeiro do Sul Rádio e Televisão Integração Ltda 12 B

Cruzeiro do Sul Televisão Independente de São José 15 B

Cruzeiro do Sul Fundação Século Vinte e Um 17 C

Feijó Rádio TV do Amazonas Ltda. 05 B

Feijó Rede União de Rádio e Televisão Ltda. 11 B

Feijó Rádio TV do Amazonas Ltda. 13 B

Mancio Lima Rádio e Televisão Integração Ltda. 02 B

Mancio Lima Rádio TV do Amazonas Ltda. 07 B

Mancio Lima Rádio TV do Amazonas Ltda. 09 B

Manoel Urbano Rádio TV do Amazonas Ltda. 02 B

Manoel Urbano Rádio TV do Amazonas Ltda. 10 B

Marechal Thaumaturgo Rádio TV do Amazonas Ltda. 13 B

Plácido de Castro Rede União de Rádio e Televisão Ltda 07+ B

Plácido de Castro Rádio TV do Amazonas Ltda. 12 B

Plácido de Castro Rádio TV do Amazonas Ltda. 35 B

Porto Acre Rádio TV do Amazonas Ltda. 07 B

rto Walter Rádio TV do Amazonas Ltda. 11 B

Rio Branco Sociedade Comunicação Norte Ltda. 05‑ A

Tabela 22. Emissoras Locais de TV Local , Alcance e Principais Programas.

ELEVISÃO ALCANCE PRINCIPAIS PROGRAMAS NOME JURÍDICO

TV Aldeia / (Educativa) Todos os Municípios do EstadoNotícias da Aldeia, Idéias da Aldeia e Aldeia Entrevista

Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour

TV Gazeta (Record)Rio Branco, Senador Guiomard,

Bujari e Porto AcreGazeta Alerta, Geração Gazeta,

Jornal GazetaRádio e Televisão Norte

LTDA

TV Rio Branco (SBT)Rio Branco, Senador Guiomard,

Porto Acre, Capixaba, Bujari (Vila Campinas e Humaitá)

Bom Dia Rio Branco, Boa Noite Rio Branco e Conversa Franca

Sociedade Acreana de Comunicação Ltda

TV ACRE /(Globo) Todos os Municípios do Estado AC TV e Jornal 2ª ediçãoRádio e TV do Amazonas

Ltda.

TV 5 /(Filiada a BAND)Rio Branco, Senador Guiomard,

Bujari e Porto AcreCidade 5, TV 5 Notícias, TV 5

EsporteEco Acre Jornal e TV Ltda.

TV União Rio Branco e Senador Guiomard Bom Dia Cidade Rádio e TV União

Fonte: TELEVISÕES LOCAIS, 2005

Tabela 20. Emissoras de Rádio FM – Comunitário / RADCOM, Por Munícipio.

MUNICÍPIOS EN IDADEFREQ.. (KHz)

CANAL

Feijó Associação Pró‑Saúde 87,9 200

Sena Madureira Fundação Assistencial e Educacional Betel 104,9 285

Tarauacá Associação de Moradores do Bairro Cohab 87,9 200

Fonte: ANATEL, 2005

4.3. TELEVISÃO

O Acre possui na Capital Rio Branco, uni‑dades geradoras instaladas filiadas as gran‑des redes de televisão nacional. Estas unida‑des, recebem e retransmitem os sinais para o interior do Estado, inserindo nos espaços destinados por estas redes, os programas produzidos localmente. A partir de 2004, o

sistema público de comunicação no Acre to‑mou grande impulso, quando o Governo do Estado, no contexto do programa de desenvol‑vimento sustentável, concretizou a Rede Pú‑blica de Comunicação com o apoio financeiro do BNDES, reestruturando a TV educativa (TV Aldeia), com transmissão para todos os 22 municípios do Estado, ligando os mesmos via satélite a capital. Tabela 21.

Tabela 21. Geradora de Televisão

MUNICÍPIO EN IDADE FILIADAFREQÜÊNCIA

(MHz)CANAL REDE

Rio BrancoGov. do Estado do Acre – Fundação Elias

Mansour54 – 60 02 Educativa

Rio Branco Rádio e TV do Amazonas Ltda. 66 – 72 04 Globo

Rio Branco Sociedade Acreana de Comunicação e Fronteira 180 – 186 08 SBT

Rio Branco Rádio e Televisão Norte Ltda. 198 – 204 11 Record

Rio Branco Rádio e TV do Amazonas Ltda. 60 21 Amazônica

Fonte: ANATEL, 2005

As unidades locais de geração de TV produzem diversos programas, princi‑palmente jornalísticos e de entrevistas,

conforme mostrado na Tabela 22, e rea‑lizam transmissões ao vivo dos eventos na cidade.

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Tabela 24. Jornais Locais, Municípios Atendidos, Frenquênte e Tiragem

JORNAL MUNICIPIOS A ENDIDOS FREQUÊNCIA IRAGEM

A Gazeta

Senador Guiomard, Sena Madureira, Brasiléia,

Xapuri, Acrelândia, Cruzeiro do Sul, Tarauacá,

Plácido de Castro, Acrelândia e Rio Branco

domingos /terça‑feira a

sábado

6.000

5.000

O Rio Branco

Xapuri, Brasiléia, Sena Madureira, Plácido de Castro,

Capixaba, Bujari, Senador Guiomard, Tarauacá e

Rio Branco

sábados e domingos /

terça‑feira a sexta‑feira

3.300

2.530

Página 20

Acrelândia, Brasiléia, Epitaciolândia, Sena

Madureira, Xapuri, Senador Guiomard, Feijó,

Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Porto Acre, Assis Brasil,

Boca do Acre, Capixaba e Rio Branco

domingos /terça‑feira a

sábado

5.000

4.000

O Estado

Rio Branco, Acrelândia, Senador Guiomard, Sena

Madureira, Brasiléia, Bujari, Capixaba, Xapuri, e

Cruzeiro do Sul

Não informou 3.000

A Tribuna

Sena Madureira, Brasiléia, Xapuri, Plácido de Castro

e Cruzeiro do Sulsábados e domingos /

terça‑feira a sexta‑feira

1.500

800

Fonte: Empresas Locais, 2005.

4.5. SERVIÇO POSTAL

O serviço postal no Acre é operado, basi‑camente, pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (CORREIOS), empresa pública federal responsável pelo recebimento, trans‑porte e entrega no destino final, da maior parte dos volumes encomendados por corres‑pondências. Na área de encomendas expres‑sas, divide o mercado com outras companhias

particulares. A Capital é a única cidade do Estado que possui agências próprias e ou‑tras que operam o serviço postal no siste‑ma de franchising. Em vários municípios do interior, os serviços postais são realiza‑dos com dificuldades, pois estão condicio‑nados ao isolamento por via terrestre das localidades e, pela falta de serviços aéreos regulares (Tabela 25).

Tabela 25. Correios e Telégrafos, 2008

DISCRIMINAÇÃO QUAN IDADE

Unidades de atendimento 90

Agências de correios próprios 21

Agências de correios franqueadas 03

Agências de correios comercial Tipo I 08

Agências de correios comunitárias 03

Postos de vendas de produtos ‑‑

Guichês de atendimento 55

Caixas de coleta 22

Fonte: Empresa brasileira de Correios e Telegrafos – AC/SEPLAN, 2009.

4.4. IMPRENSA

Na área da imprensa escrita, estão em atividade no Estado cinco empresas que produzem e distribuem jornais de circula‑ção diária, cuja freqüência e tiragem estão

apresentadas na Tabela 24. Na imprensa virtual, conta com 20 sites para divulgação das notícias, ligadas diretamente aos jornais locais e outras instituições.

Rio Branco Rede União de Rádio e Televisão Ltda. 13 B

Rio Branco Telev. Indep. de São José do Rio Preto 27 B

Rio Branco Fundação Evangélica Boas Novas 50 B

Rio Branco Televisão Cidade Modelo Ltda. 54 B

Rodrigues Alves Rádio TV do Amazonas Ltda. 03 B

Sena Madureira Rádio TV do Amazonas Ltda. 06 B

Sena Madureira Telev. Indep. de São José do Rio Preto 07+ B

Sena Madureira Rede União de Rádio e Televisão Ltda. 09 B

Sena Madureira Ass. Com. Social do Estado do Acre 13 B

Senador Guiomard Rede União de Rádio e Televisão Ltda. 06+ B

Senador Guiomard Rádio TV do Amazonas Ltda. 07 B

Senador Guiomard Gov. Estado do Acre – Fund.Elias Mansour 14 B

Senador Guiomard Rádio TV do Amazonas Ltda. 23 B

Senador Guiomard V & N Imagem e Som Ltda. 40 B

Tarauacá Fundação Verdes Florestas 02 B

Tarauacá Rádio e Televisão Norte Ltda. 04 B

Tarauacá Rádio TV do Amazonas Ltda. 07 B

Tarauacá Prefeitura Municipal de Tarauacá 06 B

Tarauacá Rede União de Rádio e Televisão Ltda. 09 B

Tarauacá Rádio TV do Amazonas Ltda. 22 B

Xapuri Prefeitura Municipal de Xapuri 02 B

Xapuri Rádio TV do Amazonas Ltda 03 B

Xapuri Rádio TV do Amazonas Ltda. 05 B

Xapuri Prefeitura Municipal de Xapuri 07 B

Xapuri Rede União de Rádio e Televisão Ltda. 10 B

Xapuri Gov. Estado do Acre – Fund.Elias Mansour 13 B

Fonte: ANATEL, 2005.

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todo o Estado do Acre, permitindo o aumen‑to da produção e conservação dos produtos, além da melhoria da qualidade de vida. Ou‑tro ponto que contribui para a mudança no setor é a implantação do Complexo Hidrelé‑trico do Rio Madeira que prevê a construção de quatro usinas de alta produção de ener‑gia no valor total de US$4,5 bilhões, que deverá causar impactos sociais e ambientais em toda a área de influência, ou seja, nos Es‑tados de Rondônia, Acre, Amazonas e Mato Grosso e ainda no Departamento de Beni, na Bolívia.

No sistema de comunicações do Acre, um grande avanço foi obtido na radiodifu‑são, com o fortalecimento do sistema pú‑blico de comunicação ocorrido em 2004,

assim como na telefonia, com o estabele‑cimento de sistemas via satélite, telefonia celular e internet.

Nas regiões remotas do território, por outro lado, isoladas por via terrestre e acessadas precariamente por via aérea ou através de rios, a carência quase absolu‑ta do sistema de comunicação associada à falta de infra‑estrutura viária, tem con‑tribuído para a fragilidade econômica e social das comunidades que lá residem. Nessas comunidades, o rádio receptor ou amador ainda representa o elo de ligação com o mundo. O desenvolvimento dos sis‑temas de comunicação, com a implantação da Rede Floresta Digital propiciará o rom‑pimento das barreiras do isolamento.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos últimos anos um grande avanço foi realizado no sistema de transportes do Acre, em seus três modais ‑ terrestre, aéreo e hi‑droviário ‑ assim como propiciada a inter‑modalidade dos mesmos, condição essencial a diversas regiões do Estado. Não se tratou apenas da realização das obras em si, mas do contexto em que as mesmas foram ou estão sendo inseridas, ou seja, a estrutura‑ção do sistema de transportes em conformi‑dade com o programa de desenvolvimento sustentável, mitigando impactos sócio‑am‑bientais, com preservação ambiental e for‑talecimento de populações tradicionais, adotado como política de Estado.

No subsistema terrestre, a malha fede‑ral de rodovias tem papel estruturante no Acre. No inicio de 1998 existiam 456Km pavimentados (ZEE,2000), representando 28% da extensão total de estradas no Esta‑do. Nos últimos anos um incremento con‑siderável foi atingido, ou seja, atualmente (janeiro/2010) são quase 1.000 Km pavi‑mentados, cerca de 61,5% da malha.

Na região leste acreana, foram conclu‑ídas a importante rodovia transoceânica (lado brasileiro BR‑317) e a ponte interna‑cional Brasil – Peru, e encontra‑se em an‑damento, com financiamento do governo brasileiro, a construção da rodovia no lado peruano, acesso aos portos do pacífico Ilo e Matarani, consolidando o eixo que re‑presenta um novo ciclo de oportunidades econômicas no qual o Acre estará inserido. A integração com os países vizinhos pas‑sou a ser uma prerrogativa no processo de desenvolvimento comercial e turístico do Acre, investindo‑se em infra‑estrutura viária, complexos alfandegários e na cons‑trução das pontes entre Brasil‑Bolívia e Brasil‑Peru.

Na região central e oeste do Estado, os Municípios de Feijó e Cruzeiro do Sul, cer‑ca de 260Km, estão definitivamente ligados pela BR‑364 possibilitando a estruturação das regiões de Tarauacá‑Envira e do Juruá no fortalecimento da exploração sustentável das florestas em bases comunitárias. Resta‑

rá a pavimentação do trecho de Sena Madu‑reira a Feijó, com 224 Km, que concretizada até 2011, permitirá a integração definitiva do território, tanto internamente quanto ex‑ternamente, em cuja gestão territorial, se realizada sob a ótica do desenvolvimento sustentável, contribuirá para formar as condições necessárias para proporcionar o desejado impulso econômico e social à região, uma vez que neste contexto, a consolidação da malha federal contribuirá para a estruturação das malhas rodoviá‑rias estadual e municipal, e a intermodali‑dade dos subsistemas. Vital para muitas ci‑dades do interior do Estado, o subsistema aeroviário foi reestruturado pelo governo estadual, com a construção das pistas dos aeródromos nas cidades que apresentam apenas ligação fluvial (Jordão, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Santa Rosa do Purus). Em novos sítios, foram constru‑ídos os aeroportos de Manuel Urbano e Feijó, e foram recuperados os aeroportos de Tarauacá e Assis Brasil, este pelo exér‑cito. Com a estruturação deste modal será possível desenvolver com segurança e dar continuidade aos programas sociais como o das rotas acreanas (estadual) e o realiza‑do pelo CAN (federal).

A perspectiva da posição geográfica privilegiada do Acre, no novo mapa eco‑nômico que advirá para a região com a consolidação da rota bioceânica, e a res‑pectiva estruturação da intermodalidade dos subsistemas hidroviário‑terrestre‑‑marítimo que ocorrerá neste eixo, assim como a integração definitiva do território com a pavimentação da BR‑364 e sua inter‑seção com os principais rios existentes na parte central e oeste do Estado, favorecerá o desenvolvimento do transporte fluvial no Acre. Neste cenário, vislumbra‑se a inclusão e a ampliação das atividades econômicas e sociais da população ribeirinha, que repre‑senta 20% dos habitantes do Estado, um segmento considerável.

O Setor de energia elétrica vem passan‑do por uma grande mudança, com a implan‑tação do programa “Luz para Todos”, que garante a energia elétrica na zona rural em

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floresta, principalmente, na extração da ma‑deira, da borracha e da Castanha‑do‑Brasil, além da atividade agropecuária.

A pecuária esteve ligada ao crescimento das áreas desmatadas, hoje ocupadas com pastagens. Nos últimos anos, com o processo de intensificação dos sistemas de produção nas áreas já desmatadas, houve um aumento da produtividade do rebanho e evitou‑se a abertura de novas áreas de floresta para a criação de gado.

A agricultura é responsável por grande parte dos produtos alimentícios que abas‑tecem a população urbana da capital e dos municípios do interior do Estado, além de ser a base alimentar dessas populações.

A indústria madeireira no Acre, que his‑toricamente demonstrou altos níveis de desperdício e baixos níveis de tecnologia e valor agregado, tem conseguido alguns

ASPECTOS ECONÔMICOS E O POTENCIAL FLORESTAL DO

ACRE

O PIB do Estado vem apresentando uma tendência crescente nos últimos anos, e o setor privado, com o incremento da cons‑trução civil e a indústria de transformação, passou a ser o setor com maior contribuição para o crescimento do PIB do Estado. Em re‑lação à capital do Acre, Rio Branco concen‑tra a maior parte das atividades econômicas, tendo como setor de atividade mais impor‑tante, o de serviços. A participação do setor industrial está crescendo, o que demonstra que o Estado está mudando sua base produ‑tiva, deixando de produzir matéria‑prima e agregando valor aos produtos.

A economia do Acre ainda conserva forte dependência do setor público. Todavia, a ati‑vidade florestal obteve um crescimento nos últimos anos, transformando‑se numa das atividades econômicas mais importantes do Estado, baseada na utilização sustentável da

1. INTRODUÇÃO

01 Economista; Mestrando em Desenvolvimento Econômico e Meio ambiente pela UNICAMP | Consultor ZEE.02 Engenheiro Florestal; MBA em Gestão de Projetos | SEF.03 Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas; Especialista em Ecologia e Manejo de Florestas Tropicais; Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente | Governo do Estado do Acre.04 Bacharelado em Ciências Sociais; Especialista em Desenvolvimento de Competências Gerenciais; Es-pecialista em Comunidade, Genero y Manejo Sustentable de Recursos Naturales; Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais | Governo do Estado do Acre.05 Licenciatura em Geografia; Especialista em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável | Gover-no do Estado do Acre.06 Engenheira Florestal | IMAC.

eexoo:b Rafael Kellermann Barbosa 1 Marky Lowell Rodrigues de Brixo 2

Magaly da Fonseca e Silva aveira Medeiros 3

Denise Regina Garrafiel 4

Maria do Socorro Saraiva da Silva 5

Marcela Fidelis de Casxro6

4

Livro Temático | Volume 5Coleção Temática do ZEE

Aspectos SocioeconômicosPopulação e as Condições de Vida, Infraestrutura e a Economia do Acre

CapítuloAspectos Econômicos e o Potencial Florestal do Acre

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avanços importantes, nos últimos anos. De forma crescente, a produção madeireira tem suas origens no manejo florestal, no lugar da retirada de madeira de áreas derrubadas.

Com o crescimento da industrialização e exportação de produtos florestais, a deman‑da por matéria prima madeireira ampliou a valorização deste recurso florestal e o grau de industrialização do setor. Com os novos investimentos realizados, destacamos a im‑plantação de novas indústrias, com grande capacidade produtiva e a industrialização de produtos florestais por empresas locais, principalmente no Baixo Acre, ampliando seu potencial para agregação de valor aos produtos serrados.

As informações contidas neste diagnós‑tico, sobre o Sistema Econômico Estadual e o Potencial Florestal, pretende aprofundar o conhecimento existente a respeito da dinâ‑mica econômica do Estado, através de uma interpretação analítica dos dados disponí‑veis em bases oficiais, nacionais e estaduais, procurando retratar a realidade produtiva e econômica do Acre.

A primeira parte discorre sobre uma aná‑lise da economia do Acre, baseada no estudo do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, em função da visão ampla sobre a estrutura produtiva que esse indicador fornece e dos setores primário, secundário e terciário.

O PIB é, em essência, um indicador de geração de valor (riqueza) de uma econo‑mia, sendo esta análise feita tanto em nível estadual quanto municipal. Este indicador permitirá também estratificar a geração de valor do Estado para alguns macro‑setores, fornecendo uma radiografia da dinâmica produtiva. A este primeiro olhar, segue as análises setoriais a partir do indicador de Valor Bruto da Produção (VBP), que permi‑te uma visão sobre os diversos setores da economia acreana de modo mais detalhado, estratificado por atividade.

Posteriormente, são tratados os diferen‑tes setores, primário, secundário e terciário, de forma separada procurando identificar traços internos comuns. No setor primário

destacamos as atividades agropecuárias, predominantes neste setor, e responsável pela ocupação da mão‑de‑obra no meio rural e por grande parte dos produtos ali‑mentícios que abastecem a população urba‑na da capital e dos municípios do interior do Estado.

A agricultura desenvolvida pela maioria dos pequenos produtores familiares, em projetos de assentamento, além das comu‑nidades tradicionais de extrativistas, ribeiri‑nhos e indígenas.

A Castanha do Brasil como um importan‑te produto extrativo que está contribuindo para a economia do Estado, bem como, a borracha natural, subsidiada pelo Estado. Temos também

Uma análise econômica não poderia dei‑xar de observar as contas externas, balança de pagamentos, e outros dados referentes ao comércio com outras localidades. Des‑sa forma, as finanças públicas também são objeto de estudo, bem como a identificação dos principais investimentos realizados pela administração pública.

Na segunda parte, é feita uma análise do Potencial Florestal Madeireiro do Estado, a respeito de sua dinâmica produtiva e sua contribuição para a economia acreana, com foco principal na oferta de matéria‑prima madeireira no Acre. Ao tratar deste assunto, o levantamento de informações concentrou‑‑se nos recursos florestais, visando determi‑nar o potencial da produção madeireira do Estado, identificando as possíveis fontes de suprimento de matéria‑prima. Para tal fo‑ram contempladas as florestas públicas es‑taduais, as reservas extrativistas, o manejo comunitário e o manejo florestal vinculado à iniciativa privada.

E, por último, são feitas algumas consi‑derações com relação à economia do Estado bem como algumas recomendações quan‑to a sua vocação relacionada as condições de infraestrutura e produtivas locais. como subsídio para a tomada de decisão tanto pú‑blica quanto privada, ampliando a efetivida‑de das políticas públicas.

2. O SISTEMA ECONÔMICO ESTADUAL

2.1. O Produto Interno Bruto

No Estado do Acre, o PIB vem apresen‑tando, desde 1998, variações reais (descon‑tada a inflação) positivas em torno de 4% ao ano até 2003. Esse crescimento é significa‑tivo, uma vez que é superior à média brasi‑leira que em 2003, por exemplo, cresceu so‑mente 1,1% enquanto o Acre atingia 3,89%.

A partir de 2004, o PIB brasileiro inicia um ciclo notável de expansão que no perí‑odo 2004‑2007 atingiu 4,72% em média. Mantendo‑se a tendência de obter taxas de

Figura 01. Taxa de crescimento real acumulada (2002‑2007) do PIB do Brasil, Região Norte e Unidades da

federação. Fonte: SEPLAN, 2009.

crescimento superiores à nacional, o Es‑tado do Acre registrou um nível de 6,71% em igual período, com destaque para 2004, quando este obteve 7,58%, com certeza um marco histórico para o recente desenvolvi‑mento do Estado.

A Figura 1 apresenta o PIB do Acre, ocupando o 7º lugar no ranking entre os Estados da federação, com uma taxa de crescimento real de 6,5%, superior ao crescimento brasileiro (6,1%) e ao cresci‑mento da região norte (3,8%), no período de 2002 e 2007. Em termos absolutos, o PIB do Estado atingiu R$ 5,7 bilhões em 2007, um aumento de 48,62% em relação a 20027 (ACRE, 2009).

7 Corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a preço de 2007, tanto para este, quan-to para os demais comparativos.8 Este indice (PIB/Per Capita) nos oferece pistas a respeito do grau de riqueza de uma sociedade, ou seja, o quanto de valor foi gerado na econômia dividido pela população da região em questão.

A taxa de crescimento do PIB, no pe‑ríodo observado, têm se mostrado su‑perior ao crescimento da população de modo que há um ganho significativo no PIB/per capita do Estado. No Estado do Acre a elevação do PIB/per capita foi no‑tável nos últimos anos, passando de R$ 4.707,00 em 2002, para R$ 8.789,00 em

2007, com crescimento de 86,72%, em 5 anos (ACRE, 2009). No entanto, este dado deve ser comparado a outros índices, que toquem no grau e composição do consumo das famílias, para termos um quadro mais completo a respeito dos benefícios que a população está efetivamente obtendo des‑te aumento da renda per capita8.

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Tabela 01. Participação (%) das atividades econômicas no valor adicionado

SE OR E A IVIDADE ECONÔMICA 2002 2003 2004 2005 2006 2007

O AL 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Agropecuária 17,0 19,7 18,4 20,0 16,8 17,2

Agricultura, silvicultura e exploração

florestal 11,2 12,7 11,7 13,8 10,4 11,9

Pecuária e pesca 5,8 7,0 6,7 6,2 6,4 5,3

Indústria 10,6 9,3 14,5 11,5 12,9 14,7

Indústria extrativista mineral 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1

Indústria de transformação 2,3 2,3 2,7 3,3 3,0 4,8

Construção civil 6,9 5,6 10,1 5,6 8,0 7,9

Produção e distribuição de

eletricidade e gás, água, esgoto e

limpeza urbana

1,3 1,4 1,7 2,6 1,9 1,9

Serviços 72,4 71,0 67,1 68,5 70,2 68,2

Comércio e serviços de manutenção

e reparação10,7 11,1 10,8 11,9 10,4 10,9

Serviços de alojamento e alimentação 1,9 1,6 1,3 1,6 1,8 1,7

Transportes, armazenagem e correio 3,8 2,4 2,7 2,3 2,8 2,7

Serviços de informação 1,4 1,9 1,9 2,0 2,0 1,4

Intermediação financeira, seguros e

previdência complementar2,7 2,6 2,0 2,5 2,8 2,6

Serviços prestados às famílias e

associativos1,5 1,8 1,6 1,4 1,3 1,2

Serviços prestados às empresas 1,9 1,7 1,1 1,3 1,7 2,1

Atividades imobiliárias e aluguel 1,9 10,3 10,5 10,0 9,7 9,2

Administração, saúde e educação

públicas Saúde e educação públicas36,0 35,6 33,2 33,4 35,8 34,3

Saúde e educação mercantis 0,8 0,9 0,9 0,8 0,9 0,8

Serviços domésticos 1,1 1,1 1,1 1,1 1,2 1,1

Fonte: Acre, 2009.

O setor de serviços representa 68,2% do valor adicionado do Estado e, tam‑bém apresentou uma elevação de seu va‑lor absoluto no PIB, no entanto, viu sua participação percentual na agregação de valo, diminuir em 4,2% no intervalo indicado (Tabela 1). Além das taxas de crescimento que, considerando sua mag‑

nitude, não devem ser ignoradas, cabe destacar a notável e crescente participa‑ção da indústria nesse desempenho posi‑tivo da economia acreana. Desde 2004, esse componente foi o que mais contri‑buiu para o crescimento do PIB estadual, sempre a taxas acima de 10% (com exce‑ção de 2003).

Mais importante do que a análise do crescimento percentual, deve‑se ressal‑tar o aumento da participação do setor da Indústria na composição do PIB to‑tal, este indicador nos mostra que, entre 2002 e 2007, a participação da indús‑tria no PIB passou de 10,6% para 14,7% (Tabela 1). Acrescenta‑se a essa informa‑ção, o dado mostrado anteriormente de que o PIB do Estado cresceu vertiginosa‑mente nestes anos, portanto, o ganho de participação não é resultado de efeitos estatísticos, mas sim, de um aumento re‑levante dos valores adicionados por este

setor, que somou R$ 773 milhões, em 2007, ante a R$ 280 milhões em 2002, o que representa um aumento de 106,55%, em 5 anos (Tabela 2).

Os dados referentes aos valores adicio‑nados e percentuais de participação desses valores no PIB estadual indicam que, além do crescimento da Indústria, a Agropecuá‑ria tem tido uma elevação de seus valores absolutos, que passou de R$ 450 milhões em 2002, para R$ 906 milhões em 2007, portanto, um crescimento de 50,36%, mes‑mo mantendo sua média de participação total, conforme Tabela 2.

Tabela 02. Valor adicionado (VA) do Estado por atividade econômica.(R$ Milhão)

SE OR E A IVIDADE ECONÔMICA 2002 2003 2004 2005 2006 2007

TOTAL 2.649 3.041 3.626 4.108 4.388 5.276

Agropecuária 450 599 666 822 739 906

Agricultura, silvicultura e exploração

florestal 296 386 424 568 456 628

Pecuária e pesca 154 213 241 255 283 278

Indústria 280 283 526 473 567 773

Indústria extrativista mineral 0 1 1 1 2 4

Indústria de transformação 62 69 98 137 130 253

Construção civil 182 169 366 228 352 417

Produção e distribuição de eletricidade

e gás, água, esgoto e limpeza urbana 36 44 62 107 85 100

Serviços 1.919 2.160 2.433 2.812 3.081 3.596

Comércio e serviços de manutenção e reparação 284 337 392 490 457 575

Serviços de alojamento e alimentação 51 48 48 66 79 91

Transportes, armazenagem e correio 100 74 98 94 121 142

Serviços de informação 36 58 68 82 86 76

Intermediação financeira, seguros e

previdência complementar72 79 74 105 122 140

Serviços prestados às famílias e

associativos40 54 58 58 55 64

Serviços prestados às empresas 49 51 40 55 73 111

Atividades imobiliárias e aluguel 281 314 381 412 425 487

Administração, saúde e educação

públicas954 1.083 1.202 1.373 1.571 1.809

Saúde e educação mercantis 22 28 33 34 40 44

Serviços domésticos 29 34 39 44 53 58

Fonte: Acre, 2009.

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A Figura 2 indica a taxa de crescimento percentual dos diferentes setores ao longo dos anos, onde é possível visualizar o desta‑que obtido pela indústria. Os valores negati‑vos decorrem de uma redução absoluta dos valores adicionados, como aconteceu com o setor agropecuário em 2006, provavelmen‑

te decorrente da forte seca que assolou o Es‑tado no ano de 2005. Outra explicação para o valor negativo é quando seu crescimento é inferior à taxa de inflação do ano, dado que este quadro representa o crescimento per‑centual real dessas atividades, ou seja, des‑contada a taxa de inflação.

Figura 02. Variação real anual (%) por setor de atividade.

Fonte: SEPLAN, 2009. Elaboração do autor.

A atividade econômica mais importan‑te no setor de serviços é a Administração Pública, que sozinha representou 34,3% do valor adicionado no Estado em 2007, mesmo assim, observa‑se uma diminui‑ção dessa participação, que em 2002 era de 36,02%, como pode ser observado na Figura 3. Mesmo com a forte captação de recursos extra‑orçamentários e a garantia de financiamento para implantação da in‑fra‑estrutura econômica e social, este setor vem perdendo participação no PIB do Esta‑do em conseqüência do fortalecimento do setor privado.

A tendência de crescimento do setor industrial indica o quanto ainda pode ser investido no fomento dessas atividades, como também, do setor agropecuário, pro‑movendo o fortalecimento do parque in‑dustrial e o valor agregado na produção agrícola, sendo que em ambos os casos o fator tecnologia é altamente relevante para se obter mais valor, preservando a qua‑lidade, tanto do produto, quanto social e ambiental.A composição do PIB Acreano,

em 2007, está dentro dos padrões nacionais no que diz respeito à participação dos ser‑viços (65,57%) enquanto no Acre este valor correspondeu a 68,2%. A tendência da eco‑nomia moderna é se deslocarem no sentido do aumento da participação deste setor na economia, tendo em vista, por exemplo, as novas possibilidades pelo desenvolvimento das recentes tecnologias de comunicação, elemento constituinte do chamado novo pa‑radigma da tecnologia da informação. Este item em particular merece uma atenção particular, pois têm crescido significativa‑mente nos últimos anos, quando olhamos para a Economia do Estado. Ainda relativo ao setor de serviços, cabe destacar a parti‑cipação da administração pública na econo‑mia acreana bem superior à média nacional. O que não é necessariamente negativo, do ponto de vista macroeconômico, dado que gastos com saúde e educação estão dentro desses componentes. Além disso, a análise desses dados deve levar em conta a manu‑tenção do equilíbrio das contas públicas e a elevada capacidade do Governo do Estado

em obter recursos externos, tanto de outros países, organismos multinacionais, quanto dentro do próprio país. Mais detalhes a res‑peito deste tema serão esclarecidos em uma sessão posterior destinada, especificamente, à análise das finanças públicas.

Em relação à participação da Agropecuá‑ria, comparado o PIB estadual com o nacio‑nal, o Brasil como um todo conta com uma

participação menor do que do Acre, dife‑rentemente das atividades industriais. Este fato pode indicar tanto o potencial de desen‑volvimento da indústria local ainda por ser explorado, como as origens históricas emi‑nentemente agrícolas e agroextrativistas do Estado. Mesmo comparando com a média da Região Norte, a contribuição das atividades agrícolas no Acre permanece alta (Figura 4).

Figura 03. Evolução da participação (%) dos setores econômicos no valor adicionado do EstadoFonte: SEPLAN, 2009.

Figura 04. Contribuição percentual das atividades Agropecuárias para o PIB do Acre e Região Norte.Fonte: IBGE. Elaboração própria.

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Quanto à indústria no Estado, é observa‑do que o crescimento do valor agregado da indústria acreana foi elevado principalmen‑te pela indústria de transformação, que pas‑sou de um VA (Valor Adicionado) de R$ 62 milhões para R$ 245 milhões, em 5 (cinco) anos, um crescimento de 206,51% (Tabela 3). Outro dado positivo a respeito desse seg‑mento produtivo diz respeito ao nível de em‑prego que este tem apresentado, entre 2004 e 2008, houve a criação de 1.860 vagas, o correspondente a um crescimento de 50,9% no total (ACRE, 2009).

A tendência de industrialização e o au‑mento da participação deste setor no PIB pode ser resultado de uma elevação no va‑lor agregado aos produtos, denotando um maior grau de complexidade tecnológica e, até uma mudança na direção de um parque industrial que vai além do beneficiamento básico das matérias‑primas, agregando no‑vos elos da cadeia em seus processos.

Outro setor industrial que merece desta‑que, principalmente quando tratamos de ge‑ração de emprego é a construção civil, que no período entre 2004 e 2008 criou 3.743 postos de trabalho, o que equivale a um acréscimo de 129,56%. Este dado mostra a importância estratégica deste setor para elevar o nível de ocupação da população, na teoria econômica este segmento de ativida‑de pode ser classificado como intensivo em mão‑de‑obra. No caso do Acre, de 2004 a 2007, o VA da construção civil se elevou em termos reais 0,17%, enquanto o número de empregados do setor subiu 84,39%.

A tendência de crescimento da indústria deve permanecer, ainda mais considerando os esforços do Governo em promover este segmento da economia, um exemplo é o Pro‑grama Estadual de Incentivo às Atividades Industriais, que no ano de 2008 benefi‑

ciou diversas empresas, benefícios esses que somaram R$ 112,795 milhões. Além disso, o melhoramento da infra‑estrutura do Estado, tal qual indicado em caderno específico, tenderá a gerar incentivos po‑sitivos ao setor (ACRE, 2009).

Em se tratando dos municípios, Rio Branco, apresentou uma participação no PIB estadual de 52,8%, em 2007(Tabela 3). Este município é o maior contribuinte para o PIB do Estado, seguido por Cruzeiro do Sul, com 8,5% do total, em igual perío‑do. Estes dois municípios também são os mais populosos, contando, respectivamen‑te com 44,34% e 11,28%, da população to‑tal do Estado.

Tanto no que se refere à participação da população dessas cidades no total, quanto do PIB das mesmas para o produ‑to acreano, as proporções têm se mantido relativamente estáveis nos últimos anos. As variações da contribuição do PIB de Rio Branco para o total do Estado, contadas anualmente no período de 2003 a 2007, e somadas, resultaram em um saldo positivo de 0,1%, enquanto que o mesmo cálculo aplicado para Cruzeiro do Sul, o resultado foi de (‑) 0,4%. Não havendo assim tendên‑cia, ao menos evidente, de maior concen‑tração do PIB para essa cidade ao longo dos anos.

A cidade de Sena Madureira, detém o terceiro maior PIB do Estado, estimado em R$ 255,653 milhões em 2007, ou seja, 4,4% do total do Estado. Apesar do bom posicio‑namento, sua participação foi reduzida ao longo do período, dado que em 2004 este era 6,9% do total, e apresentou uma queda de 2,5%. O quarto lugar ficou com a cidade de Senador Guiomard, que vem obtendo um crescimento (mesmo que pequeno) na parti‑cipação do PIB estadual (Figura 5).

Tabela 03. Participação (%) do Produto Interno Bruto Municipal no PIB do Estado, período de 2003 a 2007.

Municípios 2003 2004 2005 2006 2007

Acre 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Acrelândia 2,1 2,5 2,6 2,5 2,5

Assis Brasil 0,5 0,6 0,7 0,7 0,7

Brasiléia 3,1 2,7 2,6 2,7 2,7

Bujari 1,5 1,3 1,8 1,5 1,8

Capixaba 1,1 1,7 1,7 1,6 1,7

Cruzeiro do Sul 8,9 8,8 8,8 8,9 8,5

Epitaciolândia 2,0 2,1 2,0 1,9 1,9

Feijó 2,9 3,1 3,2 3,0 2,8

Jordão 0,5 0,5 0,5 0,6 0,7

Mâncio Lima 1,3 1,1 1,1 1,1 1,2

Manoel Urbano 0,9 0,8 0,7 0,7 0,8

Marechal Thaumaturgo 0,9 0,9 0,8 1,0 1,2

Plácido de Castro 2,4 2,7 3,1 2,4 2,6

Porto Acre 2,0 1,9 1,6 2,0 2,1

Porto Walter 0,6 0,6 0,6 0,7 0,7

Rio Branco 52,7 54,0 52,9 53,8 52,8

Rodrigues Alves 1,1 1,1 1,1 1,3 1,3

Santa Rosa do Purus 0,3 0,3 0,3 0,4 0,4

Sena Madureira 6,9 5,0 5,2 4,5 4,4

Senador Guiomard 3,1 3,1 3,1 3,5 3,8

Tarauacá 3,1 3,2 3,7 3,4 3,4

Xapuri 2,1 2,0 1,8 1,9 1,9

Fonte: IBGE; SEPLAN/ Dep. de Estudos e Pesquisas Aplicadas à Gestão.(1) Dados sujeitos a revisão.

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Figura 05. Evolução da participação (%) dos Municípios no PIB estadual.Fonte: SEPLAN, 2009. Elaboração própria.

Para um entendimento mais aprofunda‑do da dinâmica produtiva do Estado, anali‑saremos alguns aspectos do PIB dos municí‑pios, a partir da observação de quais setores mais se destaca na geração de valor nos mesmos, tal qual elucidado pela Tabela 4. Uma das principais informações que pode‑mos extrair é identificar quais os municípios tem como principal atividade produtiva o setor agropecuário e porque, naturalmente, existem diversos fatores que podem contri‑buir para a predominância deste setor, um deles pode ser obtido a partir da análise do rebanho bovino dessas cidades.

No ano de 2008, cinco das seis cida‑des pertencentes ao primeiro grupo da tabe‑la, apresentaram rebanhos bovinos maiores que 150.000, Porto Acre é a única que não atingiu essa marca ficando em 144.677. Dentro deste grupo, cabe ainda destacar Senador Guiomard e Bujari, que figuram em segundo e terceiro lugar quanto ao efetivo bovino, com 232.719 e 214.675, respecti‑vamente.

Em termos percentuais significa dizer que esses seis municípios, detêm 11,67% da população do Estado e alocam em seus limites 38,57% do efetivo bovino. Essa mes‑ma conta, excluindo a cidade de Rio Branco, que detêm não somente a maior população humana, mas também bovina, a relação acima descrita se eleva, respectivamente, para 20,95% e 45,8%.Naturalmente, os seis municípios analisados anteriormente tam‑

bém figuram como importantes produtores de leite no Estado. Destaque para Senador Guiomard, maior produtor de leite do Acre, superando inclusive a produção da capital (em 7,38%), responsável por 646 mil litros anuais. Plácido de Casto e Porto Acre que de‑tinham em 2008, o sétimo e o oitavo maior rebanho bovino do Estado, estão melhores posicionados quando se trata de produção leiteira, assumindo a terceira e quarta posi‑ção, respectivamente. Esses três municípios, responderam por 33,82% da produção de leite no Acre.

No que diz respeito à produção agrí‑cola, as cidades acima referidas tem uma participação fundamental nos valores e quantidades gerados. Em 2008, o município de Acrelândia foi o maior produtor de bana‑na, laranja, limão, mamão, maracujá, cana‑‑de‑açúcar, café e palmito do Estado, sendo responsável dos valores totais das últimas duas culturas listadas, respectivamente, por 70,67% e 68,62% (IBGE, 2010).

É relevante ressaltar que Acrelândia conta com o maior número de famílias as‑sentadas em projetos de reforma agrária do Estado, totalizando 6.166 famílias, que cor‑responde a 20,35% do total de famílias as‑sentadas em terras acreanas. Este número é favorecido, principalmente, pelo PAD Pedro Peixoto que sozinho disponibiliza moradia e terra agriculturável para 4.713 famílias, sendo o maior projeto de assentamento do Acre e com grande vantagem sobre o segun‑

Tabela 04. Participação (%) dos setores econômicos no Valor Adicionado (VA) do Município por setor predominante – 2007.

Município por

sexor econômico

predominanxe

Parxicipação (%) dos sexores VA do município

Agropecuária Indúsxria Serviços* Adm. Pública oxal

Agropecuária predominanxe

Acrelândia 49,5 11,2 16,6 22,7 100,0

Bujari 65,3 3,1 12,6 19,0 100,0

Capixaba 52,7 8,1 13,8 25,4 100,0

Plácido de Castro 38,6 8,0 20,0 33,4 100,0

Senador Guiomard 35,1 22,0 16,7 26,3 100,0

Porto Acre 48,6 7,0 13,7 30,7 100,0

Serviços predominanxes

Rio Branco 3,9 19,4 46,4 30,3 100,0

Adminisxração Pública predominanxe

Assis Brasil 28,4 7,3 23,4 40,9 100,0

Brasiléia 32,0 7,6 25,8 34,6 100,0

Cruzeiro do Sul 12,8 11,3 33,3 42,6 100,0

Epitaciolândia 29,7 6,9 29,5 33,9 100,0

Feijó 18,5 10,0 19,1 52,4 100,0

Mâncio Lima 19,1 8,0 17,3 55,6 100,0

Manoel Urbano 25,3 7,2 17,5 50,0 100,0

Marechaul

Thaumaturgo24,1 6,4 10,5 59,0 100,0

Porto Walter 26,0 6,9 11,4 55,7 100,0

Rodrigues Alves 35,5 6,1 12,2 46,2 100,0

Santa Rosa do Purus 18,5 7,7 11,7 62,1 100,0

Sena Madureira 33,9 9,2 20,2 36,7 100,0

Tarauacá 24,7 8,8 19,7 46,8 100,0

Xapuri 33,3 8,8 21,1 36,8 100,0

Fonte: IBGE/Coord. de Contas Nacionais; SEPLAN/Dept. de Estudos e Pesquisas Aplicadas à Gestão.Nota: * Exclusivo à atividade da adaministração pública.

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do maior que se restringe a 1.790 famílias (Reserva Extrativista Chico Mendes). Este modelo de assentamento (PAD) é voltado para atender pequenos e médios agriculto‑res em regime de propriedade familiar, de‑notando a importância desses projetos para a produção agrícola do Estado, principal‑mente, por se tratar de gêneros alimentícios que podem garantir a satisfação das neces‑sidades nutricionais da população acreana.

Outras posições de destaque são Porto Acre como maior produtor de aba‑caxi, melancia, madeira em tora e segun‑do de mamão e Plácido de Casto, segundo maior produtor de borracha e Laranja. Além desses, em diversas outras culturas esses municípios despontam em terceiros e quartos lugares.

No segundo grupo da Tabela “Pre‑dominância de Serviços” encontra‑se ape‑nas a cidade de Rio Branco, que concentra 44,26% da população total do Estado, em 2009 (Tabela 4). A dinâmica de funciona‑mento da capital política e econômica exige a forte presença do setor de serviços. Um exemplo prático diz respeito ao efetivo de veículos da cidade que representa 73,85% da frota do Estado, esse número de veícu‑los necessita de toda uma rede de serviço que se inicia com a logística de transporte distribuição, passando por estabelecimen‑tos de venda, assistência técnica, vendas de peças, etc. Este é o exemplo de um único bem, mas pode ser estendido aos demais, este fato pode ser comprovado pela existên‑cia de 4.167 unidades comerciais, à essas somam‑se mais 2.349 empresas classifica‑das como do setor de serviço, totalizando 6.516 estabelecimentos.

A respeito dos demais municípios, nos quais o valor adicionado pela adminis‑tração pública é predominante, dificilmente poderá se obter um padrão único ou fatores explicativos que sejam comuns a todos, mes‑mo por que o percentual de participação que garantiu a predominância desta atividade é altamente variável entre eles. Essa variabili‑dade pode ser visualizada comparando Fei‑jó com Santa Rosa do Purus, na primeira, a participação da administração pública é de

33,9%, enquanto na segundo este valor cor‑responde a 62,1%.

Infelizmente a comparação entre valores extremos não nos permite muito mais que uma dedução superficial, ainda assim, o que deve ser observado é a importância do setor público para a economia desses municípios e do Estado de forma geral, tal qual já discu‑tido, este agente têm uma função fundamen‑tal, que passa por diversos aspectos da so‑ciedade, desde os mais básicos, como saúde, educação e moradia, até ações pró‑ativas de fomento de atividades produtivas, organiza‑ção social e outro benefícios que podem ser auferidos destas ações.

Assim como realizado para o Estado como um todo, será discutido brevemente o PIB per capita municipal. Este indicador permite uma análise, mesmo que limitada, do aumento ou redução do padrão de renda de uma população, a existência de dados em nível local possibilita ainda, comparar os di‑versos municípios do Estado relacionando‑‑os à sua base produtiva.

Em um primeiro olhar sobre as taxas de PIB per capita, salta aos olhos o alto índi‑ce da cidade de Bujari, com a maior renda per capita do Estado, R$ 15.881(Tabela 5). Dado que este indicador relaciona popu‑lação e geração de valor e que esta cidade contribui com somente 1,8% do produto es‑tadual, observamos que existe uma geração de valor proporcionalmente alta em relação a sua população que em 2007 (ano no qual foram verificados os valores per capita aci‑ma mencionados) era de 6.543 (0,99% da população total).A partir das informações existentes sobre efetivo do rebanho bovi‑no, abates anuais e produção leiteira, fica claro que Bujari, a quarta menor população do Estado, detêm o terceiro maior rebanho bovino, em média 31,82 cabeças de gado por habitante, enquanto Senador Guiomard, que figura em quarto lugar no PIB per capi‑ta, ocupa o segundo lugar no número de re‑banhos, e a relação entre este e a população é em torno de 11,93 (ACRE, 2009). Além do rebanho, é o quarto maior abatedor atingin‑do a marca de 35.412 unidades, em 2008, segundo Acre, 2009. Uma conclusão prévia

Tabela 05. PIB per capita municipal, período de 2003 a 2007, no Acre.

Municípios

Produxo Inxerno Bruxo Municipal (R$ 1.000)

2003 2004 2005 2006 2007¹

Acre 3.304.771 3.940.315 4.482.920 4.834.620 5.760.501

Acrelândia 68.507 97.262 114.493 121.402 145.895

Assis Brasil 17.492 23.308 30.328 33.337 40.430

Brasiléia 101.626 107.058 117.728 129.056 155.597

Capixaba 37.903 66.007 78.364 76.346 97.012

Cruzeiro do Sul 292.890 345.818 393.292 427.940 490.809

Epitaciolândia 65.605 83.729 88.597 93.747 110.268

Feijó 96.757 121.490 145.150 145.585 164.122

Jordão 17.845 20.116 23.838 30.126 39.337

Mâncio Lima 41.439 44.797 49.794 54.628 70.255

Manoel Urbano 28.392 29.742 31.316 35.555 43.610

Marechal Thaumaturgo 28.162 34.292 37.700 49.180 67.661

Plácido de Castro 79.171 105.229 139.910 114.376 147.551

Porto Acre 67.229 75.286 72.783 95.212 122.493

Porto Walter 19.859 22.874 25.962 32.316 41.409

Rio Branco 1.740.716 2.127.862 2.369.239 2.601.183 3.041.370

Rodrigues Alves 35.748 43.658 51.524 61.313 74.978

Sena Madureira 229.010 198.430 234.644 215.528 255.653

Senador Guiomard 103.898 124.036 137.315 171.324 216.487

Tarauacá 103.136 125.328 164.424 162.089 198.526

Xapuri 70.705 78.715 82.483 91.952 110.463

Fonte: IBGE; SEPLAN/ Dep. de Estudos e Pesquisas Aplicadas à Gestão.

que podemos obter desses dados, diz res‑peito à baixa densidade de mão‑de‑obra ne‑cessária na geração de valor via pecuária, dado que uma população reduzida (mesmo se comparada aos padrões do Estado) pode gerar um valor significativo de recurso.

Quando analisamos os PIBs municipais de acordo com os percentuais de partici‑pação predominante dos diversos setores, destacamos aquelas seis cidades onde a

agropecuária figurava como setor predo‑minante. Não coincidentemente, esses mu‑nicípios detêm seis dos sete maiores PIBs per capita do Acre, sendo que dentro des‑te ranking Bujari, Acrelândia, Capixaba e Senador Guiomard, ocupam o primeiro, segundo, terceiro e quarto lugar respecti‑vamente, ficando o quinto para Rio Branco, sexto para Porto Acre e sétimo para Plácido de Castro.

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Figura 06. Evolução do PIB per capita por município. Fonte: SEPLAN, 2009. Elaboração própria.

Fica evidente a relevância dos setores agropecuários para a geração de valor nos municípios do Estado, aqueles que apre‑sentaram predominância deste setor na composição de seu PIB, desfrutam de um valor gerado per capta superior à média, tal qual indicado na Figura 6. Destacam‑se ainda, a taxa de crescimento deste índice para dois municípios, Senador Guiomard, que de 2003 a 2007 elevou em 143,16% seu valor, enquanto Bujari, no mesmo pe‑ríodo passou a contar com um indicador 136% maior (Tabela 5). A despeito desses casos extremos, todos os municípios acre‑anos apresentaram crescimento significa‑tivo em seu PIB per capita, com exceção de Sena Madureira que neste intervalo de quatro anos cresceu somente 4,31%, os demais municípios tiveram uma elevação bem superior à suas taxas de crescimento demográfico, portanto os resultados posi‑tivos são resultado de um bom desempe‑nho econômico e não de um decréscimo da população.

2.2. Valor Bruto da Produção

O Valor Bruto da Produção (VPB) é a ex‑pressão monetária da soma de todos os bens e serviços produzidos no território econômi‑co, num dado período de tempo. O indicador

representa a somatória dos produtos finais e insumos , portanto, difere do PIB que con‑sidera apenas os produtos finais, descontan‑do‑se o valor dos insumos9 em sua compo‑sição.

A vantagem de analisar o desempenho de uma economia a partir deste indicador resulta da possibilidade de dispormos de da‑dos desagregados por atividade industrial, não somente referentes aos grandes setores, como Agropecuária, Serviços e Indústria, mas, também, em um nível micro.

A despeito do PIB, também oferece dados desagregados, que por razões meto‑dológicas, não permitia calcular o impacto das atividades florestais no agregado eco‑nômico. Com as políticas públicas implanta‑das e os investimentos voltados para o setor produtivo do Estado, especificamente, para a exploração sustentável da floresta essa é uma informação essencial a ser monitorada no sistema produtivo acreano.

A Secretaria de Planejamento do Estado, a partir da adaptação dos micro‑‑dados do PIB, desenvolveu o Valor Bruto da Produção (VBP) Florestal. O setor florestal é composto da extração vegetal e silvicul‑tura (pela classificação original, ambos os setores pertencentes à agropecuária) e pe‑las indústrias de borracha e madeira (setor industrial). Pode ser notado que esse corte

9 Nesse caso, ocorre a dupla contagem.

analítico chamado de “Setor Florestal” con‑templa atividades tanto do setor primário quanto secundário, mesmo assim, pode ser uma ferramenta útil no monitoramento das atividades produtivas ligadas à floresta e, servir de base para avaliar políticas públicas voltadas à promoção do setor.

A mudança na metodologia de cálculo do PIB ocorrida em 2005 impossibilitou

a continuidade do cálculo do VBP Flores‑tal devido à indisponibilidade de dados. No entanto, uma breve visita à série en‑tre 1999 e 2004 nos permite observar o substancial aumento da participação des‑tas atividades de base florestal no total do VPB do Estado, além do crescimento anual da mesma, conforme pode ser observado na Figura 7.

Figura 07. Evolução do VBP nos diversos setores.

Fonte: SEPLAN, 2009. Elaboração própria.

Lembrando que os dados referentes à Agropecuária excluem o setor extrativista e no caso da indústria, aquelas atividades ligadas ao setor madeireiro, ambas compo‑nentes do chamado Setor Florestal. Na Tabe‑la 6, pode‑se avaliar a participação do Setor Florestal que cresceu no período de 1999 e 2004, respectivamente, de 8,28% para 16,84%. A respeito da continuidade desta tendência em anos mais recentes, podemos destacar o fortalecimento da produção de Castanha do Brasil, bem como de seu bene‑ficiamento e contínua expansão e aprimora‑mento das indústrias atreladas à madeira.

2.3. Setor Primário, Secundário e Ter-ciário

O SETOR PRIMÁRIO

Historicamente, o setor primário acrea‑no foi fundamentado no extrativismo vege‑tal, notadamente no látex extraído da serin‑gueira (Hevea brasiliensis) utilizado para a produção de borracha. Ao longo de sua trajetória histórica esta exploração enfren‑

tou grandes dificuldades em se manter ren‑tável, tanto pela concorrência dos plantios de monocultura do sudeste asiático, quanto pelo próprio desenvolvimento da química de polímeros.

A tentativa de substituir o extrativismo do Látex pela colheita da castanha, em um primeiro momento, não foi suficiente para recuperar os tempos áureos da produção seringueira, incorrendo em uma diminuição sistemática da participação destes setores na composição do PIB do setor. No entanto, números recentes indicam o fortalecimen‑to do extrativismo de Castanha do Brasil e a elevação de sua contribuição para o PIB do setor.

Recentemente os produtos de origem florestal têm recebido novo fôlego com o crescimento da preocupação ambiental e da constatação da importância da floresta para o equilíbrio ecossistêmico do planeta, fazendo com que atividades dessa natureza se apre‑sentem como alternativa natural para manu‑tenção dos ecossistemas florestais, sem negli‑genciar a população nela residente.

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Tabela 06. Valor Bruto da Produção (VBP), período de 1999 a 2004, no Acre.

Axividade Econômica 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Acre 100 100 100 100 100 100

Florestral 8,30 8,70 11,50 12,80 16,10 16,80

Agropecuário 4,30 4,20 4,80 4,80 4,90 4,80

Outras Indústrias 4,20 4,50 5,30 5,70 6,40 6,60

Alojamento e alimentação 2,30 2,10 2,10 1,70 1,50 1,60

Serviços de utilidade pública 2,90 3,00 3,10 3,20 3,30 3,20

Comércio 6,70 6,40 6,10 5,90 5,90 5,70

Serviços domésticos 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20

Serviços pessoais 2,30 2,00 1,90 1,70 1,50 1,50

Transporte 4,30 4,50 4,70 4,00 3,50 3,40

Construção 11,90 11,40 11,90 10,70 10,00 10,10

Comunicações 1,60 4,00 2,30 2,30 3,70 3,80

Intermediação financeira 1,70 2,00 2,50 3,10 2,70 2,60

Ativ. imobiliárias, aluguéis e serv.

prestados às empresas5,20 4,60 4,20 3,70 3,10 3,00

Administração pública, defesa e

seguridade social40,30 37,30 34,90 36,60 34,00 33,40

Saúde e ducação 3,80 5,10 4,50 3,60 3,20 3,30

Fonte: SEPLAN/Departamento de Estudos e Pesquisas Aplicadas à Gestão.

A CASTANHA DO BRASIL

A distribuição da produção da C astanha do Brasil no Estado é altamente concentrada nos Municípios de Brasiléia, Rio Branco, Sena Madureira e Xapuri que somam 71,86% da produção total. A produção entre 2004 e 2005, foi elevada em 90,17% e o valor ge‑rado por essa produção em 210%, indican‑do um aumento significativo do valor deste produto. No intervalo anterior (2003‑2004), esse fenômeno também ocorreu, pois houve um acréscimo de 3,5% do montante produ‑zido enquanto o valor da produção era ele‑vado em 110%. Esta situação foi provocada

Os seis principais produtos extrativistas no que diz respeito ao volume de geração de valor para Estado são: Madeira em Tora, Lenha, Látex coagulado, Carvão Vegetal, Castanha do Brasil, Açaí e Copaíba. O com‑portamento dos produtos entre 2004 e 2007 foi semelhante (Tabela 7) com acrés‑cimo, praticamente em todos os itens aci‑ma destacados na sua atividade em seus produtos. Não obstante, essa elevação tan‑to na quantidade, quanto no valor gerado não se deu a taxas iguais e são analisadas aqui algumas variações ocorridas durante esse período.

Produxo eexraxivo 2004 2005 2006 2007

Quanxidade Produzida

Madeira em tora (m³) 353.861 483.441 397.414 326.138

Lenha (m³) 562.748 627.228 646.002 666.151

Látex coagulado (Ton.) 1.710 2.073 1.407 1.226

Carvão vegetal (Ton.) 1.743 1.744 1.698 1.736

Castanha‑do‑Brasil (Ton.) 5.859 11.142 10.217 10.378

Açaí (fruto) ( Ton.) 741 907 961 1.459

Copaíba (óleo) (Ton.) 0 0 0 0

Valor da Produção (Mil Reais)

Madeira em tora 10.550 13.040 12.533 11.862

Lenha 3.741 4.003 4.242 4.959

Látex coagulado 3.234 3.617 2.881 2.593

Carvão vegetal 580 612 642 718

Castanha‑do‑Brasil 4.940 15.376 12.254 12.142

Açaí (fruto) 280 352 393 667

Copaíba (óleo) 3 7 7 4

Fonte: IBGE - Produção Extrativa Vegetal.

pela atuação direta do Governo estadual e federal na cadeia produtiva (implantação de duas Usinas de Beneficiamento – Xapu‑ri e Brasiléia, de armazéns comunitários nas áreas de extração e garantia de preço através da Companhia Nacional de Abaste‑cimento ‑ CONAB, junto às cooperativas de extrativistas), alem do aumento de preço no mercado nacional e internacional. Cabe ressaltar, ainda, o aumento da participação na geração de valor do setor extrativista. Em 2007 figurou como o maior volume de recursos obtidos, dentre todos os demais, somando R$ 12.142 milhões, valor superior à Madeira em Tora, que no mesmo ano não passou dos R$ 11.862 milhões. Neste perío‑

do o destaque foi para a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Estado do Acre – COOPERACRE, que assumiu a Usi‑na de beneficiamento de Brasiléia e garantiu o preço da castanha aos extrativistas, sem intermediários. Este processo fortaleceu a Cooperativa que já em 2008 foi á responsá‑vel pelo beneficiamento de cerca de 30% da produção do Estado.

No intervalo de 2005 e 2006, a casta‑nha, bem como os demais aqui abordados, tiveram um significativo decréscimo. Essa redução é relativa, pois nem todos obtive‑ram taxas negativas de crescimento em sua produção, mas, mesmo a Castanha teve suas taxas de crescimento drasticamente reduzi‑

Tabela 07. Extrativismo Vegetal, período de 2004 a 2007 no Acre.

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das se comparadas ao período anterior. Este fato se deve, também, à seca que assolou a Amazônia em 2005 e, não poupou o Estado do Acre.

Um indicativo de que a queda foi resul‑tado de circunstâncias naturais, é a compa‑ração do percentual de redução da quanti‑dade produzida com o percentual de valor gerado pelas diferentes atividades. Em ne‑nhum dos produtos, mesmo considerando a inflação do ano, pode‑se dizer que houve uma redução nos preços que configurasse um declínio da produção resultado de fa‑tores mercadológicos como a queda na de‑manda. A madeira em tora é um exemplo, enquanto o volume em metros cúbicos da produção caiu 17,79%, a variação do valor de sua produção foi negativa em apenas 4 %. No ano de 2007, os índices do setor apre‑sentaram uma melhora relativa, apesar dos produtos como Madeira em tora e Látex co‑agulado, apresentarem taxas de crescimen‑to negativas, 17,93% e 12,86%, respectiva‑mente. No entanto, essas variações foram inferiores aos decréscimos do ano anterior. Assim sendo, devem ser acompanhados ano a ano, pois estes números podem indicar uma tendência estrutural de arrefecimento dessas atividades.

A Borracha

O Governo do Acre, desde 1999, obje‑tivando resgatar a economia extrativista, lançou o Programa de Incentivo ao Desen‑volvimento da Cadeia Produtiva da Borra‑cha natural. Este programa procurou atuar junto aos principais problemas enfrentados pelos seringueiros na cadeia produtiva da borracha, ou seja:

‑ no preço da borracha nativa, através da Lei Chico Mendes – nº 1277 de 03/ 01/1999 (esta Lei estabelece o pagamento por serviços ambientais aos extrativistas por meio de subsídio no valor da produção de borracha);

‑ na qualidade do produto, através do apoio técnico junto aos seringueiros e na capacitação sobre novas tecnologias e qua‑lidade;

‑ na gestão das organizações dos serin‑gueiros, com trabalho de regularização das organizações, de capacitação de seus diri‑gentes, na articulação com órgãos públicos para garantir a documentação básica dos se‑ringueiros (Adjunto da Florestania e Projeto Cidadão) e no processo de criação de uma Central de Cooperativas (COOPERACRE);

‑no processamento da borracha, com apoio a implantação de Usina de Beneficiamento local;

‑ e na extração, com o apoio ao seringuei‑ro na abertura e reabertura das estradas de seringa (Kits seringueiro), oportunizando o retorno das famílias que desejavam se incor‑porarem a atividade extrativista.

Assim o programa procurou fortalecer os processos de extração, beneficiamento e comercialização da borracha natural bruta, envolvendo todos os segmentos da cadeia produtiva, ou seja, seringueiros (extrativis‑tas), associações/cooperativas de seringuei‑ros, intermediários (atravessador), usinas de beneficiamento e indústrias, contribuindo para impulsionar e desenvolver o setor ex‑trativista no Estado, gerando mais ocupa‑ções produtivas e renda para os povos da floresta.

De acordo com os dados na Tabela 8, verifica‑se a evolução da produção de Borra‑cha Natural Bruta no Estado do Acre, com o Programa de Incentivo ao Setor Extrativista, criado em 1999, que propiciou um cresci‑mento de mais de 50% nos primeiros anos. O mesmo ocorreu com o envolvimento das famílias na extração, que cresceu na mesma proporção.

Nos anos seguintes, considerando a im‑plantação de um sistema mais eficiente de monitoramento do subsídio (introdução dos Certificadores nos Municípios), o fecha‑mento de duas Usinas de beneficiamento e seguindo a tendência nacional da borra‑cha, observa‑se uma queda na produção. De acordo com a Tabela, a implementação do subsídio contribuiu para o aumento gradati‑vo de famílias envolvidas com a atividade ex‑trativa e por conseqüência o retorno a esta atividade produtiva, além de um processo de organização para acessar o Subsídio.

Tabela 08. Evolução da produção de borracha natural bruta, subsidiada, no Estado do Acre, no

período de 1999 a 2007.

AnoProdução subsidiada

(kg)Nº Famílias envolvidas Subsídio (R$) Qde. Assoc./Coop

1999 763.195* 1.272 305.278,00 19

2000 1.398.992 2.332 559.596,80 26

2001 2.408.591 4.014 963.436,40 34

2002 2.014.341 3.357 1.208.604,60 31

2003 2.088.462 3.481 1.461.923,40 31

2004 2.367.429 3.946 1.657.200,30 28

2005 2.351,358 3.919 1.645.950,46 28

2006 1.871,225 3.118 1.309.857,50 28

2007 1.672,122 2.786 1.170.485,40 28

Fonte: SEAPROF/2008* Produção apenas de 6 meses, quando foi implantado o subsídio.

Os dados da Tabela 9 mostram que no início deste processo houve o aumento da renda do seringueiro com elevação do preço pago ao produtor, aumentando assim a pro‑dução no Estado. Somente em 2007, com a queda no preço de mercado, que se observa uma leve queda na renda do seringueiro

Para aquecer esta economia extrativista o Estado investiu na reestruturação da ca‑deia produtiva da borracha, com ações, in‑clusive de apoio na implantação de usinas de beneficiamento local. Isto tudo permiti‑ram, também um aumento na arrecadação de ICMS no Estado.

Tabela 09. Evolução da renda do seringueiro, no período de 1998 a 2007, em função do preço do kg da borracha e do subsídio pago ao produtor considerando uma produção de 600kg/ano/família.

Ano Preço Subsídio Renda xoxal/kg Renda xoxal/família (R$)/ano

1998 0,50 ‑ 0,50 300,00

1999 0,60 0,40 1,00 600,00

2000 1,00 0,40 1,40 840,00

2001 1,05 0,40 1,45 870,00

2002 1,05 0,60 1,65 990,00

2003 1,15 0,70 1,85 1.110,00

2004 1,50 0,70 2,20 1.320,00

2005 1,50 0,70 2,20 1.320,00

2006 1,60 0,70 2,30 1.380,00

2007 1,40 0,70 2,10 1.260,00

Fonte: SEAPROF – 2008.

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Mas esta atividade ainda era considerada pelos “extrativistas” como de baixa remune‑ração o que facilitou o início de um proces‑so de incentivo a diversificação e a outras formas de produção da borracha, como do Látex e da Folha de defumação líquida – FDL (tecnologia que usa um ácido, desenvolvida pela Universidade de Brasília).

A produção do Látex esta sendo feito especificamente no Município de Xapuri, para o abastecimento da Fábrica de Pre‑servativos NATEX. Para implantação desta fábrica investimentos com a construção e equipamentos, na infra‑estrutura social nos seringais, no escoamento da produção e na capacitação de seringueiros e profissionais, vem sendo feitos pelo Estado.

A estimativa feita é que o Látex para a Fábrica irá representar cerca de 5% da pro‑dução do Estado, mas representando um au‑mento de 50% da renda do seringueiro. Esta iniciativa deverá ter resultados mais concre‑tos a partir de 2009, quando a produção de‑verá estar mais consolidada.

Da mesma forma a Folha de defumação líquida – FDL é outra importante alternati‑

va à produção de borracha tradicional. Este produto pode ser utilizado como solado de sapato, mouse‑pads, outros produtos an‑tiderrapantes. O Estado vem incentivando a capacitação sobre esta nova tecnologia, principalmente em comunidades mais dis‑tantes. Estima‑se que somente a partir de 2010 que esta iniciativa deverá demonstrar os primeiros resultados.

O Acaí

O Açaí, mesmo ainda não representando uma contribuição expressiva para o total de valor gerado pelo setor, despontou como o mais dinâmico, com sua taxa de crescimen‑to na quantidade produzida em 2007 de 51,82%, enquanto o valor da produção era acrescido em 69,72%. Um aspecto positivo desta cultura é que está presente, em maior ou menor grau, em quase todos os municí‑pios acreanos (com exceção de Acrelândia e Bujari), com destaque para Cruzeiro do Sul e Plácido de Castro que, em 2008 responde‑ram por 36,37% do total produzido, confor‑me mostra a Figura 8.

Figura 08. Produção de Açaí por município, em 2008.Fonte: IBGE. Elaboração própria.

No setor primário existem as culturas agrícolas, que podem ser divididas em dois grupos, lavouras permanentes e lavouras temporárias. Essas últimas, cujos principais produtos do Estado são, mandioca, feijão, arroz, melancia, abacaxi, milho e cana‑de‑‑açúcar, a despeito do período de ano de 2006, onde houve uma queda, tanto no montante produzido quanto no valor de produção, este segmento apresentou taxas de crescimento positivo no período 2004 a 2008 (Tabela 10 e 11).

A respeito deste segmento de cultura é importante ressaltar o papel central da produção de mandioca que, em 2008, re‑

presentou 68,82% do total, percentual este que cresceu 11,5% em quatro anos, conforme Tabela 11. Semelhante ao Açaí, este produto apresenta um aspecto positi‑vo no que diz respeito à geração de renda no Estado, pois sua produção acontece em todos os municípios acreanos, destacando Sena Madureira como o maior produtor do Estado, embora sua participação no mon‑tante total não tenha passado de 15,2%, em 2008. E, a segunda maior participação ficou com Cruzeiro do Sul em 12,44% e, os demais municípios, em maior ou menor grau, ficaram abaixo dos 9% de contribui‑ção ao todo (IBGE, 2010).

Tabela 10. Quantidade produzida dos principais produtos agrícolas, período de 2004 a 2208 no Acre.

Produxos AgrícolasQuanxidade Produzida

2004 2005 2006 2007 2008

Lavoura temporária (Ton.)

Mandioca 450.335 563.919 455.581 614.193 730.434

Milho (em grão) 68.252 60.979 56.612 56.763 61.088

Arroz (em casca) 38.717 31.561 32.490 28.099 28.569

Feijão (em grão) 8.914 4.448 6.816 7.900 5.779

Melancia 5.602 5.560 6.713 5.581 9.776

Abacaxi (Mil frutos) 2.801 2.807 2.710 2.664 3.582

Banana 62.503 55.479 75.589 90.786 94.964

Café (beneficiado) 2.533 2.185 1.131 1.370 1.579

Laranja 7.059 5.558 4.434 2.937 3.551

Mamão 2.347 1.795 1.820 2.031 3.054

Borracha (Látex coagulado) 1.329 634 559 553 427

Tangerina 2.422 2.083 2.032 1.468 1.399

Palmito 702 440 483 407 137

Limão 1.190 1.340 1.108 1.208 1.623

Guaraná (semente) 90 90 61 53 15

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

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A segunda cultura temporária que mais gera recurso, dentre as demais, é o Milho, que mesmo vindo de uma queda de parti‑cipação em 2005, tem se mantido estável. Um fator relevante que afetou os ganhos com este grão, e que pode ser estendido ao Feijão, foi o aumento vertiginoso de seus preços, pois, entre 2004 e 2008, desconta‑da a inflação, tiveram seus valores unitários elevados em 46,35% e 101,01%, respecti‑vamente (Tabela 11). A confirmação dessa estimativa pode ser obtida quando compa‑ramos o acréscimo no volume de produção em 2008, referente ao ano anterior, com o crescimento do valor monetário resultado de uma cultura em igual período.

Foram produzidas 61,08 mil toneladas de Milho no ano de 2008 (Tabela 10), mon‑tante 7,62% maior que o ano anterior, en‑quanto o valor gerado por este grão foi de R$ 26,05 milhões (Tabela 11), um acrésci‑mo real de 42,2%. Esta elevação, contudo,

não é privilégio do Acre, correspondeu a um fenômeno nacional e, em certa medida mun‑dial, de elevação dos preços dos grãos. Mes‑mo quando destinados ao consumo local, estes preços são influenciados pelas suas cotações de mercado, pois são consideradas commodities, portanto, estão mais sujeitas a flutuações sazonais de oferta e demanda. No ano de 2009, esta tendência arrefeceu, parte pela desaceleração da economia e mundial e parte devido à própria natureza destes fenômenos que esbarram em limites de demanda que restringem seu crescimen‑to ad eternum.

Um último ponto a ser destacado a respei‑to das culturas temporárias é o crescimento da produção de Cana‑de‑Açúcar no Estado, que em quatro anos teve um aumento de 128,96% da quantidade produzida, fato que contribuiu para elevar a participação desta cultura de 1,08% para 2,1% do valor total (Tabela 10 e 11).

Tabela 11. Valor da produção dos principais produtos agrícolas, período de 2004 a 2008, Acre.

Produxos AgrícolasValor da Produção

2004 2005 2006 2007 2008

Lavoura temporária (Ton.) 124.079 154.256 122.065 164.729 217.891

Mandioca 71.126 109.892 78.340 115.902 149.961

Milho (em grão) 17.437 18.774 15.773 17.302 26.055

Arroz (em casca) 20.395 13.367 13.532 14.583 16.954

Cana‑de‑açucar 1.339 1.669 2.678 2.930 4.579

Feijão (em grão) 9.412 5.987 7.195 9.532 13.522

Melancia 1.947 1.746 1.518 1.205 2.094

Abacaxi (Mil frutos) 2.423 2.821 3.029 3.275 4.726

Lavoura permanente (Ton.) 24.410 20.282 21.230 33.248 29.211

Banana 11.614 9.489 12.230 23.114 16.932

Café (beneficiado) 4.005 4.309 12.023 4.263 5.103

Laranja 2.503 1.938 2.802 1.247 1.766

Mamão 1.402 1.156 1.766 1.455 2.364

Borracha (Látex coagulado) 2.658 1.087 1.237 1.161 1.124

Tangerina 1.071 981 1.118 716 841

Palmito 477 636 981 697 255

Limão 410 415 739 436 781

Guaraná (semente) 270 271 381 159 45

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

Quanto às culturas chamadas permanen‑tes, algumas características gerais chamam a atenção. Primeiro que a principal contri‑buição para o valor total deste segmento cabe à produção de Banana, respondendo

por 57,96% do total, no ano de 2008. Entre‑tanto, em relação ao ano anterior, este indi‑cador foi fortemente reduzido, pois somava 69,52%, enquanto o mamão e o café aumen‑tavam sua participação (Figura 9).

Figura 09. Evolução das participações das diferentes culturas no total de permanentes.Fonte: IBGE.

Elaboração própria.

A Figura 9 deixa evidente a redução da participação da Laranja e da Borracha (lá‑tex coagulado) na composição dos valores totais gerados pelas lavouras permanentes.

No caso da Borracha a queda na sua parti‑cipação se explica inteiramente pela sucessi‑va redução no número de toneladas de látex coagulado produzido no período observado, redução que, a despeito de não apresentar um padrão de variação claro, resultou em uma queda de 57,71% no montante produ‑zido anualmente se comparado 2004 com 2008. Neste intervalo de tempo, os preços por tonelada de diversos elementos deste grupo sofreram quedas importantes, dentre eles estão o Café, Mamão, Borracha, Tan‑gerina e Palmito. Os demais apresentaram preço estável, mas quando descontada a inflação a maioria dos períodos apresentou queda real. Esta tendência difere do grupo anteriormente analisado, mostrando a im‑portância de uma análise desagregada.

O dado apontado pode explicar porque a comparação entre 2004 e 2008, ape‑sar de indicar um aumento de 33,14% na quantidade produzida (medindo todos os produtos em toneladas), o valor gerado por este montante, quando considerada a infla‑ção é 0,76% inferior em 2008 do que era

em 2004. Esta constatação deve ser acom‑panhada ao longo dos anos, dado que os produtos acima referidos geralmente são provenientes de pequenos produtores da agricultura familiar. Acrelândia é um exem‑plo em que uma redução no valor dessa produção pode incorrer em conseqüências indesejadas para o padrão de vida destas po‑pulações. Portanto, recomenda‑se a realiza‑ção de estudos posteriores que identifiquem as reais causas deste fato, para viabilizar a proposição de soluções, que a princípio, pa‑rece ser regionalizado.

Uma característica da produção agrícola do Estado é que está predominantemente voltada para atender as próprias necessida‑des nutricionais. Não há relevante volume de exportação desses produtos, fato signifi‑cativo para se entender a dinâmica produti‑va do Acre, pois a produção de alimentos é para abastecer o mercado interno. Os gêne‑ros alimentícios básicos como arroz, feijão, banana, milho e mandioca que integram a mesa de quase toda a população, indicam a possibilidade de auto‑suficiência, ainda mais quando nos referimos à população das cidades menores onde a logística para transporte e armazenamento dos mesmos é altamente dispendiosa.

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A Pecuária

A respeito da Pecuária, já foram elen‑cados diversos aspectos importantes, prin‑cipalmente, no que diz respeito à alta con‑centração do efetivo bovino, principalmente nos municípios da Regional do Baixo Acre. Ao longo de um intervalo de 4 anos (2004‑2008) o efetivo bovino cresceu 17,6%. Uma preocupação constante, diz respeito à pres‑são que este tipo de produção pode exercer sobre os recursos florestais. No entanto, os dados do desmatamento no Estado indicam que o crescimento deste segmento produ‑tivo não está impulsionando o processo de desmatamento, o que leva a concluir que esta atividade aumentou sua eficiência e maior produtividade, com melhores tecnolo‑gias de pastoreio e aproveitamento de áreas já desmatadas, antes sem utilização.

Não coincidentemente, o aumento do efetivo bovino é acompanhado do aumen‑to no número de abates anuais. No entanto, a taxa de crescimento, entre 2004 e 2008, da quantidade de cabeças abatidas cresceu 78,73%, valor muito superior ao apresenta‑do pelo aumento do efetivo, indicando que esta atividade vem crescendo substancial‑mente, e gera maior valor agregado para o Acre do que somente pela criação. Um olhar

sobre os percentuais de crescimento do nú‑mero de abates por município demonstra a “jovialidade” desta atividade para muitos deles. Acrelândia, por exemplo, apresenta taxas de crescimento entre 2004 e 2008 de, aproximadamente, 437%; Assis Brasil, 675%; Plácido de Castro, 486%, dentre outros.

A despeito do aumento do efetivo bovino, a produção de leite caiu no Estado, redução esta de 62,9%, entre 2006 e 2007. O cruza‑mento deste dado, com o de crescimento do número de bovinos e de abates, indica uma clara tendência de privilegiar o gado de cor‑te em detrimento do leiteiro nas pastagens acreana.

Além dos bovinos, a criação animal no Estado conta com a crescente participação da aqüicultura. No comparativo com 2002, podemos observar que a este segmento têm aumentado significativamente sua partici‑pação na provisão de pescados, em detri‑mento das atividades extrativistas. No ano de 2007, 58,63% do volume total de peixes foi proveniente de produtores (Tabela 12). Essa atividade pode ser altamente benéfica para a sociedade acreana, à medida que es‑tas produções não necessitam de grandes extensões de terra para serem lucrativas, detêm um alto valor agregado e reduzem a pressão sobre os estoques naturais.

Tabela 12. Produção estimada da pesca, por modalidade – Acre

Ano

Produção ( on)

Pesca Eexraxiva Aquiculxura oxal

2002 1.537,0 1.333,0 2.870,0

2003 1.632,5 1.599,0 3.231,5

2004 1.609,5 1.839,0 3.448,5

2005 1.487,5 2.023,0 3.510,5

2006 1.413,0 2.003,0 3.416,0

2007 1.554,0 2.322,0 3.876,0

Alguns aspectos mais gerais a respeito do setor primário podem ser elucidados a partir do censo agropecuário, cuja última edição data de 2006. A despeito dos dados estarem relativamente defasados, o comparativo en‑

tre períodos de tempo mais longos, como entre os outros censos (1995, 1985, 1980, 1975 e 1970) nos permite deduzir traços estruturais das transformações vividas por essas atividades no Estado.

Tabela 13. Dados estruturais dos censos agropecuários, 1985 a 2006, Acre.

Dados GeraisCensos

1985 1995 2006

Estabelecimentos 35.049 23.788 29.488Área total (ha) 5.234.762 3.183.065 3.780.374

Utilização das Terras (ha) ‑ ‑ ‑

Lavouras¹ 68.719 75.939 177.732

Pastagens² 326.026 614.213 1.032.431

Matas e florestas³ 4.599.715 2.338.412 2.526.551

Pessoal ocupado4 115.659 93.586 99.289

Tratores 263 433 588

Efetivo de animais ‑ ‑ ‑

Bovinos 334.336 847.208 1.784.474

Bubalinos 625 919 2.050

Caprinos 2.947 4.798 7.268

Ovinos 22.798 40.258 47.684

Suínos 158.558 161.181 120.602

Produção animal ‑ ‑ ‑

Produção de vaca (1.000 l ) 18.146 32.538 21.294

Produção de cabra (1.000 l ) 1 28 2

Produção de lã (t) ‑ ‑ ‑

Ovos de galinha (1.000 dúzias) 1.936 1.872 1.429Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 1970/2006.

(1) Lavouras permanentes, temporárias e cultivo de flores.

(2) Pastagens naturais, plantadas.

(3) Matas e/ou florestas naturais destinadas a preservação.

(4) Em 1995 ‑ 1996 o pessoal ocupado com laço de parentesco com o produtor que trabalhavam no estabe‑

lecimento e recebiam salários.

A partir do censo de 1985, há uma in‑versão na tendência de alguns indicadores como o aumento no número de estabeleci‑mentos ligados à agropecuária, bem como do número de empregados, ambos intima‑mente ligados. Portanto, a partir de 1985, iniciou‑se um processo de redução nestes dois indicadores. A redução de 15,86% do número de estabelecimentos incorreu em uma queda de 14,15% no nível de trabalha‑dores ocupados. Não obstante, houve um aumento substancial na área destinada às la‑vouras, bem como às pastagens, crescimen‑to deste na ordem de 158,63% e 216,67%, respectivamente, conforme Tabela 13.

O aumento do efetivo bovino que acompanhou o incremento do número de hectares destinados à formação de pas‑tagens, explica em parte a redução do pessoal ocupado, uma vez que esta é uma atividade pouco intensiva, se comparada com outras culturas agrícolas. Além des‑te fato, a explicação pode residir na ob‑servação de outro indicador, o número de tratores. No período aqui considerado (1985 a 2006) o Estado viu sua frota de tratores crescerem em 123,57%, o que denota um incremento considerável na mecanização da produção agropecuária do Estado.

O SETOR SECUNDÁRIO

O setor secundário é composto por diver‑sas atividades produtivas caracterizadas por

transformarem ou beneficiarem matérias‑‑primas e torná‑las produtos a serem co‑mercializados pelo setor de serviços. Ainda pouco expressivo no Estado, se comparado com outras unidades da federação, este seg‑

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mento vêm crescendo em termos de valor gerado e participação no PIB, tal qual indi‑cado anteriormente.

Comparando‑se o ano de 2006 e 2007, pode‑se verificar uma redução de 3,44% no número de estabelecimentos destinados às atividades do setor. Mas, isso não significa, necessariamente, um arrefecimento dessas atividades no Estado, ao contrário, é um se‑tor que vêm demonstrando altas taxas de crescimento e elevação de sua relevância na economia acreana.

A análise setorial pode lançar luz a res‑peito de dinâmicas individuais, como por exemplo, a queda no número de empresas do ramo de confecção de artigos de vestuá‑rio e acessórios, que passou de 57 para 24 empresas neste breve intervalo. Por outro lado, no setor de fabricação de produtos alimentícios, 20 novas unidades foram cria‑das, representando um aumento de 14,81%. Ainda no que diz respeito ao número de es‑tabelecimentos, registrou‑se um aumento de 8,85% do total de empresas da constru‑ção civil entre 2006 e 2007. Tanto as uni‑dades de “Construção de Edifícios”, quanto de “serviços especializados para a constru‑ção”, apresentaram crescimento, mesmo esses dados sendo insuficiente para se de‑duzir uma tendência, quando olhamos para o valor adicionado deste setor, ao longo dos anos fica claro o seu recrudescimento.

Ainda olhando para o número de estabe‑lecimentos podemos notar a grande partici‑pação daqueles ligados ao processamento e tratamento da madeira, representando 15,61% do total. Este segmento da econo‑mia, somado a análise do VBP Florestal, evi‑dencia uma relevância não trivial na com‑posição do parque industrial acreano.

Estudos apontam para a importância da formação de arranjos produtivos que possam potencializar este setor. No ano de 2007 existiam 93 empresas de fabricação de produtos madeireiros no Estado, a partir de médias anteriores constata‑se que boa parte está concentrada nos municípios do baixo acre, mas não exclusivamente.

O setor industrial como um todo apre‑sentou incrementos significativos ao lon‑

go dos últimos anos. Um crescimento real de 100,62% no total de valor gerado em 5 anos. O bom desempenho deste setor pode ser explicado por diversos motivos. Em ní‑vel micro, figuram os já referidos, incentivos públicos destinados ao suporte desta ativi‑dade, sob a ótica macro, a redução da taxa de juros no período, bem como o aumento do poder de consumo da população, prin‑cipalmente das camadas mais pobres, pode ter favorecido o investimento privado no Estado. Outro indicativo de fortalecimento deste setor reside nos índices de emprego. O total de Pessoal ocupado nas indústrias acreanas tem crescido no intervalo observa‑do, mesmo com taxas variadas, tal qual pode ser observado na Figura 10.

A partir da PNAD (Pesquisa Anual por Amostra de Domicílio), a participação do setor secundário na empregabilidade total é ainda mais relevante e crescente, passando de 25,94% em 2007, para 27,95% no ano seguinte, por esta pesquisa não considerar as áreas rurais e se concentrar nas grandes cidades, houve certa discrepância nos nú‑meros, no entanto permanece a tendência.

Pode‑se notar, também, a alta concentra‑ção das unidades industriais na cidade de Rio Branco que no ano de 2006, encontrava dentro de seus limites municipais 61,88% do total e, em segundo lugar, Cruzeiro do Sul com 13,91% deste total. Essa concentra‑ção é natural dado o valor gerado por essas cidades, tamanho da população e conse‑qüente dinamismo econômico, além desses fatores, a proximidade com universidades e centros de formação técnica, que também fortalecem essa tendência, bem como dis‑por de melhor infra‑estrutura de transpor‑tes e energia.

O dinamismo da atividade de construção civil é marcado pelo aumento do número de empresas e também de trabalhadores. Se‑gundo a PNAD, o efetivo de trabalhadores deste setor passou de aproximadamente 9 para 15 mil pessoas, entre 2007 e 2008, sendo refletido no aumento do custo médio do metro quadrado no Estado.

O crescimento do setor da Construção Civil não é exclusividade do Acre, como um

Figura 11. Evolução do Custo médio do metro quadrado.

Fonte: IBGE/PNAD.

Figura 10. Crescimento do emprego no setor industrial.

Fonte: IBGE /PIA‑Pesquisa Anual de Empresas. Elaboração própria.

todo passou por um período altamente fér‑til nos últimos anos, o que elevou o preço das matérias primas a patamares altíssi‑mos, como é o caso do aço e do cimento. Em 2008, o preço do aço chegou a aumentar 70%, fortemente apreciado pelo crescimen‑to da demanda internacional (notadamente da China), mas também nacional.

A despeito da desaceleração econômi‑ca provocada pela crise econômica mun‑dial deflagrada em outubro de 2008, os preços deverão permanecer subindo, mesmo que a taxas inferiores. Quanto ao

cimento, em março de 2008, o Estado do Acre era a segunda unidade da federa‑ção a pagar mais caro por um saco (50 kg) deste produto, ficando atrás somente de Roraima.

A Figura 11 indica como este indica‑dor têm se apresentado em relação ao Brasil e à Região Norte, parece haver um processo de catching up dessas taxas, que antes eram mais descoladas, portan‑to o crescimento do custo médio do me‑tro quadrado no Estado têm se elevado mais do que a média nacional.

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Dentre as razões que favoreceram o crescimento deste setor, pode‑se conside‑rar o aumento geral do nível de renda da população, a redução dos juros bancários que, aliado a programas de incentivo pú‑blico como o “Minha casa minha vida”, tem aumentado a quantidade de empréstimos destinados a este fim. Será importante acompanhar nos próximos anos, o nível de endividamento da população bem como a sua capacidade de pagamento, para se ter mais clareza a respeito do futuro deste segmento.

O SETOR TERCIÁRIO

O estudo deste setor é altamente rele‑vante para entender a estrutura da econo‑mia do Acre, pois como indicado na seção destinada à análise do PIB, em 2007, re‑presentava 68,2% de todo valor gerado pelo Estado. Dentro deste indicador des‑taca‑se a participação da Administração Pública, que sozinha respondeu por 34,5% do valor adicionado no mesmo ano.

Não obstante, é o maior empregador, respondendo por 88,01% do total do pessoal ocupado, em 2007. Consideran‑do o número de empresas, há uma forte concentração da quantidade de unidades neste setor que corresponde a 87,87% do total, destaque para as empresas co‑merciais que, sozinhas, somam 49,85% dos estabelecimentos e 18% do total de trabalhadores ocupados.

Apesar do alto grau de participação das atividades comerciais no nível de emprego, este não é o segmento que concentra a maior parte da população ocupada. Esta posição de destaque cabe à categoria chamada “Administração pú‑blica, defesa e seguridade social”, que empregou, em 2008, 53,28% do total, o que correspondeu a 53.692 indivíduos. A participação deste segmento é ainda mais relevante quando observado os sa‑lários médios de cada atividade no Acre, pois detêm a maior média salarial do Es‑tado, somando 6,1 salários mínimos, em 2007. A despeito de não termos as distri‑

buições, é possível deduzir o alto impac‑to positivo desta massa salarial nas taxas de consumo do Estado. Essa é a terceira maior média do País, sendo que a primei‑ra é o Distrito Federal, que não deve ser considerado para fins estatísticos, fican‑do o Acre com a segunda colocação.

Os dados referentes aos salários mé‑dios por atividade indicam um papel de destaque do Estado, também no setor educacional, pois, em 2007, este apre‑sentou a maior média salarial do país com 5,7 salários mínimos, 11,76% su‑perior ao segundo colocado, São Paulo e Rio de Janeiro. Este indicativo é alta‑mente relevante e pode indicar o bom resultado de políticas públicas voltadas à promoção da educação. Esses fatos ofe‑recem algumas evidências que nos mos‑tram porque a administração pública é tão importante para a economia do Acre. Rio Branco, a capital política e adminis‑trativa do Estado, naturalmente figura como uma dos principais beneficiárias deste montante de recursos, mesmo não sendo esta a atividade que mais contri‑bui para o PIB do município. A geração de valor nesta cidade é, predominante‑mente, derivada das atividades do setor terciário que estamos analisando, mas deduzida a administração pública.

A respeito do número de estabeleci‑mento, o segmento denominado “comér‑cio; reparação de veículos automotores e motocicletas”, em 2007, contava com 4.026 estabelecimentos, o que correspon‑de a 49,85% do total de unidades empre‑sariais do Estado. Este setor, no mesmo ano respondeu por 10,9% do total do PIB acreano, esta atividade é de especial rele‑vância por ser intensiva em mão‑de‑obra, uma divisão simples entre o valor gerado em um ano (2007) e o número de em‑pregado nos dá uma relação onde para cada R$ 31.436 gerados há uma pessoa trabalhando. Uma análise estática com‑parativa mostra a vantagem deste em relação a outras atividades como a agri‑cultura, indústria de transformação e até construção civil.

Figura 12. Evolução das exportações do Acre.

Fonte: “Acre em números 2009”. SEPLAN

De maneira geral, é importante reforçar a relevância deste setor para a economia do Estado, principalmente devido ao seu componente derivado da administração pública. Na análise a respeito do PIB já fo‑ram esclarecidas diversas questões a esse respeito, mas cabe ressaltar a essenciali‑dade de uma gestão eficiente e responsá‑vel das contas públicas, pois os impactos podem ser positivos ou negativos para a economia, dependendo da maneira como se desenvolverem

A progressão dos valores gerados por este setor, bem como a comparação entre 2006 e 2007, do nível de emprego e núme‑ro de empresas, indica um crescimento do mesmo, acompanhando o desenvolvimen‑to da economia acreana como um todo. Neste intervalo acima indicado houve a criação de 3.807 empregos (crescimento de 4,48%), enquanto que em relação ao número de empresas, houve um aumento de 1,4%. Esta elevação não foi maior devi‑do a uma queda no segmento comercial, dado que atividades como “informação e comunicação”, “atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados”, “saúde humana e serviços sociais”, dentre ou‑tras, apresentaram taxas substanciais de crescimento.

2.4. Contas externas

O comportamento das contas exter‑nas do Estado, ou seja, as movimentações de exportação e importação no Acre têm como primeiro aspecto relevante, o saldo positivo que vêm somando nos últimos anos. As exportações têm crescido, quan‑do observado o intervalo entre 2002 e 2008, de maneira substancial, enquanto as importações se mantêm baixas, exer‑cendo pouca influência no saldo, que aca‑ba sendo determinado majoritariamente pela dinâmica das atividades exportadora, cujo desempenho pode ser observado pela Figura 12.

Do total exportado pelo Estado, Rio Bran‑co respondeu por 57,28% em 2008. Apesar da grande participação, um olhar sobre os demais municípios que exercem atividades de exportação e importação, deixa trans‑parecer a importância de Brasiléia, que no mesmo ano deteve 27,65% do total. Este fato deriva da posição geográfica desse mu‑nicípio, que faz divisa com a Bolívia com área de livre comércio.

Além de Brasiléia, existem mais dois mu‑nicípios sob regime de livre comércio no Es‑tado, a saber, Epitaciolândia e Cruzeiro do Sul. Nesses municípios é estabelecido um

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regime especial de imposto para ampliar as transações entre as localidades, geralmente esta categoria jurídica é adotada como for‑ma de estímulo à economia local e regional. No âmbito do ICMS, as operações praticadas por empresas situadas nas Áreas de Livre Comércio podem obter uma redução final de carga tributária em torno de quarenta a sessenta e cinco por cento, além de não pa‑gar imposto de importação, dentre outros.

Epitaciolândia figurou em terceiro lugar dentre os principais exportadores do Esta‑do com 8,62% de participação sobre o to‑tal. Cruzeiro do Sul ainda representa pouco do percentual total, com 2,16% em 2007, caiu para 0,53% em 2008. Este fato não nos permite tirar conclusões nem tendências, mas é certo que a finalização de melhorias infra‑estruturais, bem como a elevação da freqüência de vôos internacionais para o Es‑tado pode elevar este número.

Outro município relevante neste contex‑to é Bujari que, em 2008, exportou 5,28% do total, resultado da existência de atividades industriais voltadas para o mercado externo, notadamente ligado à atividade madeireira.

O comércio externo do Acre é majorita‑riamente pautado pela indústria de madeira, os itens, no entanto varia de madeira lami‑nada, perfurada, serradas, cedro, cerejeira, dentre outras variações. Em 2007, as par‑ticipações desses diversos produtos soma‑dos atingiram 69,71% do total, enquanto em 2008, este número ficou na casa dos 76,27%.

Outro produto, também de base florestal, que se destaca é a Castanha‑do‑Brasil, que aparece de duas formas, “frescas ou secas com casca” e “frescas ou secas sem casca”. O produto (com casca) foi responsável por

18,67% do total, em 2008. No ano de 2007, somando o produto com casca e sem, foi obtida uma participação de 20,62%. Cabe notar que neste ano, o preço da Castanha‑‑do‑Brasil sem casca foi de US$ 0,55/Kg lí‑quido, enquanto a sem casca foi vendida a US$ 2,34/Kg líquido, indicando a importân‑cia do beneficiamento deste produto, mes‑mo em níveis baixos de complexidade tecno‑lógica para a geração de renda.

A análise dos principais produtos im‑portados indica que o seu montante é tal que, compras eventuais podem influenciar fortemente sua composição. Um exemplo é a comparação entre 2006, 2007 e 2008, quando os primeiros lugares em participa‑ção foram todos diferentes.

3. O POTENCIAL FLORESTAL MADEIREIRO

A cobertura florestal do Estado é de 14,5 milhões de hectares, dos quais 1,1 milhões estão localizados na Regional do Alto Acre; 1,2 milhões na Regional do Baixo Acre; 3,9 milhões na Regional do Purus; 5,1 milhões na Regional Tarauacá/Envira e 3,0 milhões na Regional Juruá (Tabela 14).

As florestas teoricamente acessíveis para a produção florestal, excluindo‑se as Unida‑des de Conservação de Proteção Integral e as Reservas Indígenas, representam 9,9 mi‑lhões de hectares. Desta área total, 749,5 mil hectares estão localizados na Regional Alto Acre; 1,2 milhões na Regional Baixo Acre; 2,9 milhões na Regional Purus; 3,0 milhões na Regional Tarauacá/Envira e 1,9 milhões na Regional Juruá. Hoje as florestas cobrem 88,32% do território do Acre, con‑forme Tabela 14.

Tabela 14. Cobertura Florestal e Floresta Acessível na Área de Abrangência do Estado

REGIONAL/ MUNICÍPIO

ÁREA O AL (ha)

ÁREA FLORES AL (ha)

ÁREA PRO EGIDA (ha)

FLORES A DISPONÍVEL

(ha)% FLORES A

ALTO ACRE 1.589.690,00 1.221.766,00 472.235,00 749.531,00 76,86%

BAIXO ACRE 2.225.377,92 1.202.234,35 ‑ 1.202.234,35 54,02%

PURUS 4.050.730,81 3.915.791,04 958.462,00 2.957.329,04 96.67%

TARAUACÁ/

ENVIRA5.352.341,37 5.158.970,50 2.098.591,00 3.060.379,50 96,39%

JURUÁ 3.203.995,41 3.005.968,90 1.071.456,00 1.934.512,90 93,82%

O AL 16.422.135,51 14.504.730,79 4.600.744,00 9.903.986,79 88,32%

Fonte: ITERACRE, ACRE (2000) e IBAMA.

A cobertura florestal varia entre as re‑gionais em função basicamente de ações antrópicas. As que tiveram as maiores reduções de cobertura florestal foram a Regional Alto Acre, que apresenta 85% de cobertura florestal e a Regional Bai‑xo Acre, com 73%. As demais regionais apresentam uma redução mínima, con‑templando as Regionais Purus Tarauacá/Envira e Juruá a cobertura florestal de 98%, 98% e 97%, respectivamente. Uma visão geral das florestas do Acre é mos‑trada na Figura 13.

A cobertura florestal varia entre as re‑gionais em função basicamente de ações antrópicas. As que tiveram as maiores re‑duções de cobertura florestal foram a Re‑gional Alto Acre, que apresenta 76,86% de cobertura florestal e a Regional Baixo Acre, com 54,02%. As demais regionais apresentam uma redução mínima, con‑templando as Regionais Purus, Taraua‑cá/Envira e Juruá a cobertura florestal de 96,67%, 96,39% e 93,82%, respectiva‑mente. Uma visão geral das florestas do Acre é mostrada na Figura 13.

3.1. O Suprimento Madeireiro

O Acre possui extensas áreas de florestas nativas, mas nenhuma plantação de cunho florestal significativa, embora o Governo tenha dado início ao Projeto de Florestas Plantadas, com o objetivo de estimular o es‑tabelecimento das mesmas em 60 mil ha de áreas degradas e alteradas.

Ao longo dos anos o Acre tem busca‑do formas inovadoras, através de uma estreita colaboração com as autoridades federais, para atender a demanda de ma‑téria‑prima por parte da indústria, e incor‑porar ao mesmo tempo novos conceitos de desenvolvimento social.

Atualmente, a indústria de base florestal no Estado do Acre tem como fonte de supri‑mento de matéria‑prima:

a Planos de Manejo Florestais Sustentáveis Empresariais;

a Planos de Planejo Florestais Sustentáveis Comunitários;

a Florestas Públicas Estaduais e Federais; e a Outras fontes, incluindo desmatamentos

autorizados pelo IMAC/IBAMA.Os Planos de Manejo Florestais Empre‑

sariais e Comunitários são atualmente exe‑cutados de acordo com as diretrizes cons‑tantes nas Instruções Normativas nº 3, 4 e 5 de 8 de setembro de 2009, emitidas pelo MMA. Dessa forma, enquanto nos Planos de Manejo Empresariais são manejadas áreas florestais em nível empresarial, os Planos de Manejo Comunitários são voltados para atender as comunidades em projetos de as‑sentamento da reforma agrária.

As florestas públicas correspondem às unidades de conservação de uso sustentá‑vel, em nível federal e estadual, que inclui entre seus objetivos a produção de madei‑ra através do manejo florestal sustentável. As categorias que se enquadram neste ob‑jetivo são: floresta nacional, floresta esta‑dual, reservas extrativistas e reservas de rendimento sustentável.

Os desmatamentos autorizados pelo IMAC estão associados à conversão de uso do solo de florestas para atividades agrope‑cuárias em geral e de infra‑estrutura. Esta atividade é regulamentada através de legis‑lação específica do IBAMA, existindo tam‑bém instrumentos regulatórios específicos de caráter estadual, através do IMAC.

O IMAC é a instituição responsável pela autorização e controle dos Planos de Ma‑nejo Florestais, através do Escritório de Manejo Florestal, instalado especificamen‑te para este fim, atendendo ao convênio firmado pelo IBAMA e SEMA, quando tais atividades transferidas para o Estado. Da mesma forma, a autorização e o controle dos desmatamentos também é de respon‑sabilidade do IMAC.

A produção de madeira em toras é em princípio igual ao consumo, por não haver comércio de madeira em toras (pelo me‑nos significativamente ou registrada em estatísticas oficiais) com outros Estados ou para exportação. Em 2004 a produção de toras segundo registros oficiais atingiu 343.255 m3. A produção de toras no Acre foi bastante concentrada na Regional Bai‑

168

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A evolução da produção/consumo de madeira em toras no Acre pode ser avaliada com maiores detalhes na Figura 15. Como pode ser observado o consumo de madeira em toras teve um crescimento a taxas cons‑tantes ao longo do período analisado de

xo Acre, a qual foi responsável por 64,11% do total. Uma melhor visualização da par‑ticipação das Regionais pode ser observa‑da na Figura 14.

cerca de 200 mil metros cúbicos para pra‑ticamente 350 mil, o que representou um aumento de 75% no período. A figura 15 indica ainda que, em todo o período analisa‑do, a Regional Baixo Acre manteve sua lide‑rança com a maior parcela de produção. Na realidade, nas demais Regionais (Alto Acre, Juruá, Tarauacá/Envira e Purus) as taxas de variação foram pequenas e a produção/con‑sumo se manteve praticamente constantes.

Figura 14. Distribuição da Produção/Consumo de Madeira em Toras por Regional no Acre

Figura 15. Evolução da Produção/Consumo de Madeira em Toras no Acre.

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3.2. Fontes de Suprimento

A área manejada, no Estado do Acre, foi de 26,8 mil hectares em 2009, de um to‑tal de 167,7 mil explorados entre 1998 e

2010, dos quais 60,74% estão localizados na Regional do Baixo Acre, 9,42% no Alto Acre, 21,85% no Purus, 6,18% na Taraua‑cá/Envira e 1,81% no Juruá (Tabela 15; Figura 16).

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3.052,96 26.503,03 26.897,51 167.799,06

Figura 16. Distribuição da Área Manejada por Regional entre 1998 e 2009

O manejo empresarial representou 77,47% da área manejada em 2009, segui‑

do pelos Comunitários Pequenos 15,10% e Florestas Públicas com 7,44% (Figura 17).

Figura 17. Distribuição da Área Manejada por Categoria no Acre em 2009

A Regional Baixo Acre apresenta a maior área manejada em 2009, com 44,62% do total do Estado, seguido pelo Purus, Alto Acre, Tarauacá/Envira e Juruá (Figura 18). A maior parte do volume de madeira colhido em 2009 originou‑se de

áreas de manejo empresarial. A partici‑pação do volume proveniente de áreas de manejo comunitário e florestas públicas ainda ocupa posição tímida no suprimento de madeira, conforme evidenciado na Fi‑gura 19 e Tabela 16.

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Figura 18. Distribuição da Área Manejada por Regional em 2009

Figura 19. Distribuição do Volume de Madeira por Fonte no Estado do Acre em 2009

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O manejo florestal respondeu, por 47,27% (166,4 mil m3), da madeira produzida no Es‑tado do Acre no ano de 2004, conforme evi‑

denciado na Figura 20. Atualmente houve uma inversão do suprimento, representando 95% da fonte de madeira do Estado.

Figura 20. Distribuição do Volume de Madeira por Fonte no Estado do Acre

A Tabela 17 apresenta o volume autori‑zado para exploração pelo IMAC/IBAMA en‑tre os anos de 1998 e 2009. Considerando‑

‑se a área total de 167,7 mil ha, o volume explorado representa, em média, 14,88 m3 por há

Tabela 17. Volume Médio Autorizado para Exploração entre os Anos de 1998 e 2004

Regionais Volume oxal (m3) Volume (m3/ha) Área (ha)

Alto Acre 274.701 17,37 15.814

Baixo Acre 1.498.339 14,70 101.917

Purus 560.292 15,28 36.660

Tarauacá/Envira 121.482 11,71 10.371

Juruá 42.576 14,02 3.037

O AL 2.497.391 14,88 167.799

Fonte: IMAC/IBAMA

3.3. Composição do Volume

As principais espécies florestais comer‑cializadas no Estado do Acre podem ser

subdividas nos seguintes grupos de uso, de‑monstrados na Tabela 18.

Tabela 18. Espécies Florestais Comerciais do Acre por Tipo de Uso

Serrado para beneficiamenxo Serrado Correnxe Lâmina Faqueada Lâmina orneada

Angelim da mata Amarelão Cedro vermelho Assacu

Cumaru(s) Angico Cerejeira Bandarra/Paricá

Jatobá(s) Breu Vermelho Mogno Breu

Massaranduba/Maparajuba Catuaba Caucho

Marfim Caxeta/Marupá Faveiras

Muiracatiara Copaíba Manitê

Roxinho Garapeira Samaúma

Sucupira Guariúba Ucuuba

Tamarindo Guariúba

Tauari Mata‑matá

Angelim Mulateiro

Cedrinho Piqui

Itauba

Ipê

Bálsamo

Fonte: Planos de Manejo protocolados no IBAMA/IMAC

As espécies classificadas para a catego‑ria de uso “serrado para beneficiamento” compreendem aquelas utilizadas para a fa‑bricação de pisos, decks e móveis, enquan‑to as espécies da categoria de uso “serrado corrente” são aquelas utilizadas principal‑mente para a fabricação de produtos me‑nos nobres, como tábuas, vigas, pranchões, pontaletes, sarrafos e outros. A classificação apresentada na Tabela 19 considerou o tipo de uso principal de cada espécie, embora algumas delas pudessem ser utilizadas tan‑

to para a produção de lâminas quanto para a produção de produtos de madeira sólida (serrados), como é o caso do cedro rosa e da cerejeira.

As espécies com potencial para a produção de serrado para beneficiamento corresponde, em média, a 30% (4,672 m3/ha), enquanto que aquelas aptas à produção de serrado cor‑rente representam 29% (4,439 m3/ha), lâmina faqueada 6% (0,918 m3/ha) e lâmina torneada 34% (5,184 m3/ha), conforme apresentado nas Tabelas 19 e 20 e Figura 21.

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Tabela 19. Distribuição das Espécies por Uso nas Regionais no Acre (%)

ipo de Uso Espécie

Regional

MédiaAlxo Acre

Baieo

AcrePurus ar./Env. Juruá

Serrado para

Beneficiamenxo

Angelim da Mata 2,16 0,65 0,28 3,53 3,53 2,03

Angelim(s) 0,00 0,74 0,88 0,00 0,00 0,32

Bálsamo 0,69 0,80 1,70 1,04 1,04 1,05

Cedrinho 0,00 0,25 0,00 0,00 0,00 0,05

Cumaru(s) 19,39 19,71 16,79 3,45 3,45 12,56

Ipê 0,55 2,62 0,57 1,66 1,66 1,41

Itaúba 3,70 0,22 0,08 0,00 0,00 0,80

Jatobá(s) 4,44 5,31 2,10 0,02 0,02 2,38

Marfim 0,08 0,31 0,06 0,40 0,40 0,25

Massaranduba/

Maparajuba1,48 1,85 5,28 8,40 8,40 5,08

Muiracatiara 0,33 0,49 0,28 0,56 0,56 0,44

Roxinho 0,00 0,21 0,08 0,00 0,00 0,06

Sucupira 1,02 0,17 0,01 0,02 0,02 0,25

Tamarindo 0,87 1,18 0,45 0,00 0,00 0,50

Tauari 5,34 3,95 3,49 0,00 0,00 2,56

Outras 0,00 0,00 0,00 2,42 2,42 0,97

SUB O AL 40,05 38,46 32,05 21,50 21,50 30,71

Serrado

Correnxe

Amarelão 1,99 1,98 0,47 0,00 0,00 0,89

Angico 0,25 1,85 1,27 0,00 0,00 0,67

Breu Vermelho 3,69 1,32 0,00 0,00 0,00 1,00

Catuaba 0,97 1,53 0,80 0,00 0,00 0,66

Caxeta/Marupá 0,31 0,89 0,00 0,14 0,14 0,30

Copaíba 2,40 1,38 2,04 1,22 1,22 1,65

Garapeira 0,00 1,30 0,17 0,00 0,00 0,29

Guariúba 1,82 0,85 2,25 3,08 3,08 2,22

Matá‑matá 0,00 2,27 3,96 9,89 9,89 5,20

Mulateiro 0,00 1,15 0,85 0,02 0,02 0,41

Piqui 0,07 0,05 0,27 0,00 0,00 0,08

Outras 18,18 20,06 16,24 12,30 12,30 15,82

SUB O AL 29,68 34,63 28,32 26,65 26,65 29,19

Lâmina Faqueada

Cedro 4,19 3,25 1,52 3,96 3,96 3,38

Cerejeira 2,14 3,37 4,99 0,01 0,01 2,10

Mogno 0,24 0,13 1,78 0,32 0,32 0,56

SUB O AL 6,57 6,75 8,29 4,29 4,29 6,04

Lâmina orneada

Assacu 0,00 1,14 5,06 0,00 0,00 1,24

Bandarra/Paricá 2,02 0,31 0,00 0,00 0,00 0,47

Breu 1,61 0,38 0,00 3,23 3,23 1,69

Caucho 0,67 1,81 1,73 0,70 0,70 1,12

Faveiras 2,23 2,79 1,99 0,56 0,56 1,63

Figueira 0,62 0,32 0,63 2,59 2,59 1,35

Manité 6,65 1,64 1,96 0,00 0,00 2,05

Samaúma 9,81 10,77 17,18 12,63 12,63 12,60

Ucuuba 0,00 0,03 2,79 12,32 12,32 5,49

Outras 0,09 0,98 0,04 15,53 15,53 6,43

SUB O AL 23,70 20,17 31,38 47,56 47,56 34,07

Fonte: PLano de manejo protocolados no IBAMA/IMAC.

* Os dados usados para a Regional do Juruá foram os mesmos da Regional Tarauacá/Envira devido à falta de

informações sobre essa regional.

ipo de Uso Espécie

Regional

MédiaAlxo Acre

Baieo

AcrePurus ar./Env. Juruá

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Figura 21. Distribuição do Volume de Madeira por Tipo de Uso em Cada Regional

Fonte: Planos de Manejo protocolados no IMAC/IBAMA

Tabela 20. Volume Médio por Tipo de Uso Autorizado para Exploração na Área de Abrangência do Estado

Uso Volume (m3/ha) %

Serrado para Beneficiamento 4,672 30,71

Serrado Corrente 4,439 29,18

Lâmina Faqueada 0,918 06,03

Lâmina Torneada 5,184 34,08

O AL 15,21 100

Fonte: Planos de Manejo Protocolados no IBAMA/IMAC

3.4. Fontes Potenciais de Suprimento

A área total de manejo florestal empre‑sarial licenciada em 2009 foi de 283,8 mil hectares, dos quais 20,8 mil hectares foram explorados. O manejo comunitário por sua

vez teve uma área licenciada de 22,5 mil ha com 4 mil ha explorados. O manejo em flo‑restas públicas teve uma área licenciada de 37 mil ha e uma área efetivamente explora‑da de 2 mil ha (Tabela 21).

Tabela 21. Área Explorada e Volume de Madeira Autorizado para Exploração em 2009

ModalidadeÁrea oxal

De Pmfs

Área De Pmfs

Licenciada

Qxd.

Poa

Área

De Poa

Eeplorada

(Ha)

%

Volume

Auxorizado

(M³)

%

PMFS

Empresarial395.321,98 224.166,63 31 20.837,20 77,47% 338.102,79 91,32%

PMFS

Comunitário37.970,17 22.573,51 5 4.060,31 15,10% 17.789,49 4,81%

PMFS

Público533.403,68 37.094,13 1 2.000,00 7,44% 14.336,00 3,87%

O AL 966.695,83 283.834,27 37 26.897,51 100,00% 370.228,28 100,00%

Fonte: IMAC

A área com potencial para suprimento de matéria prima no Estado é de 8,2 milhões de hectares, dos quais aproximadamente 4,2 milhões estão associados ao manejo comu‑nitário, 1 milhão às Florestas Públicas e 3 milhões ao manejo empresarial (Tabela 22).

A área potencial de manejo florestal empre‑sarial compreende as áreas rurais tituladas, descontadas as áreas de projetos de assenta‑mento e demais áreas não vinculadas às flo‑restas públicas ou unidades de conservação de uso direto e terras indígenas.

Tabela 22. Área com Potencial para Suprimento de Madeira (ha)

ipo de

ManejoSixuação

Regional oxal

Alxo Acre Baieo Acre Purus ar./Env. Juruá

Empresarial

A manejar 268.491 753.438 858.934 747.549 304.305 2.932.717

Em manejo 3.060 52.342 27.241 8.000 5.415 96.058

SUBTOTAL 271.551 805.780 886.175 755.549 309.720 3.028.775

Comunixário

Assentamentos 124.387 471.356 430.220 113.143 277.330 1.416.436

Resex 485.285 271.760 964.320 486.505 538.492 2.746.362

SUB O AL 609.672 743.116 1.394.540 599.648 815.822 4.162.798

Floresxa

Pública

Nacional ‑ ‑ 425.332 ‑ ‑ 425.332

Estadual ‑ 66.168 ‑ 486.319 ‑ 552.487

SUBTOTAL ‑ 66.168 425.332 486.319 ‑ 977.819

O AL 881.223 1.615.064 2.706.047 1.841.516 1.125.542 8.169.392

Fonte: ITERACRE, IBAMA e SEF.

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Da área disponível para o suprimento de madeira, a regional Purus é responsável pela maior parte, com 33% do total, seguido pela regional Tarauacá/Envira, com 23%, a

Regional do Juruá, com 14% e as Regionais Baixo Acre e Alto Acre com 20% e 11% res‑pectivamente da área disponível para supri‑mento (Figura 22).

Figura 22. Distribuição das Áreas com Potencial para Suprimento por Regional

Quanto à oferta de madeira para os diferentes usos, o Estado do Acre apre‑senta um potencial aproximado de 124 milhões de m3, dos quais 63 milhões

estão associados ao manejo comunitá‑rio, 46 milhões ao manejo empresarial e 15 milhões às florestas públicas (Tabela 23).

Tabela 23. Oferta de Madeira Potencial por Tipo de Uso e Tipo de Manejo (m3)

ipo de Uso ipo de

Manejo

Regional oxal

Alxo Acre Baieo Acre Purus ar./Env. Juruá

Serrado para

Beneficiamento

Empresarial 1.268.717 3.764.696 4.140.311 3.530.011 1.447.047 14.150.783

Comunitário 2.848.457 3.471.923 6.515.450 2.801.624 3.811.614 19.449.069

Floresta Pública ‑ 309.144 1.987.200 2.272.138 ‑ 4.568.482

SUBTOTAL 4.117.175 7.545.764 12.642.961 8.603.773 5.258.661 38.168.334

Serrado

Corrente

Empresarial 1.205.513 3.577.148 3.934.050 3.354.154 1.374.959 13.445.824

Comunitário 2.706.554 3.298.960 6.190.866 2.662.054 3.621.728 18.480.161

Floresta Pública ‑ 293.744 1.888.202 2.158.945 ‑ 4.340.891

SUBTOTAL 3.912.067 7.169.851 12.013.118 8.175.154 4.996.687 36.266.877

Lâmina

Faqueada

Empresarial 249.183 739.406 813.179 693.313 284.208 2.779.289

Comunitário 559.452 681.904 1.279.669 550.254 748.621 3.819.900

Floresta Pública ‑ 60.718 390.297 446.260 ‑ 897.274

SUBTOTAL 808.635 1.482.028 2.483.145 1.689.827 1.032.829 7.496.464

Lâmina

Torneada

Empresarial 1.407.602 4.176.812 4.593.545 3.916.437 1.605.454 15.699.850

Comunitário 3.160.274 3.851.990 7.228.688 3.108.314 4.228.866 21.578.131

Floresta Pública ‑ 342.986 2.204.736 2.520.866 ‑ 5.068.588

SUBTOTAL 4.567.876 8.371.788 14.026.969 9.545.617 5.834.319 42.346.569

TOTAL 13.405.752 24.569.431 41.166.193 28.014.370 17.122.496 124.278.243

Fonte: IMAC/IBAMA

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Sistema Econômico Estadual do Acre tem como princípio básico a sustenta‑bilidade do Desenvolvimento Regional, através da valorização dos produtos da floresta, melhor distribuição de renda e diminuição das desigualdades sociais e responsabilidade ambiental.

Não resta dúvida que a realização de investimentos proporciona melhorias nos indicadores sociais, quer seja de ordem di‑reta ou indireta. De ordem direta, a partir de investimentos públicos e de ordem in‑direta, pelo efeito multiplicador que os in‑vestimentos são capazes de gerar. O efeito multiplicador de um investimento é con‑ceituado pela capacidade de gerar novos investimentos em cadeia (além de gastos e poupança dos agentes econômicos). Além das melhorias nos indicadores sociais, os investimentos geram rendas e impostos. No Estado existe uma vasta lista de investi‑mentos em consecução, de origem interna‑cional e nacional, de fontes federais e es‑taduais, além dos investimentos privados.

A atividade industrial ainda se encontra em estágio de amadurecimento, apesar de já haver um crescimento do setor indus‑trial com reflexo no aumento de emprego e melhoria da renda na economia acreana. Todavia o Governo tem buscado o desen‑volvimento de ações para atrair novas in‑dústrias para o Estado, como no caso da implantação da Zona de Processamento de Exportações na perspectiva de diversificar e consolidar uma base industrial acreana.

Há que se ressaltar ainda alguns as‑pectos, no sentido de nortear os rumos da economia no Estado:

a Vocação econômica e características ambientais: Os dois aspectos estão inter‑‑relacionados. Inegavelmente o Acre pos‑sui uma das maiores Reserva Florestal do País e sua aptidão está ligada à floresta. Portanto, a tendência da economia está na valoração dos produtos madeiráveis e extrativistas, pela riqueza direta ou indi‑retamente vinculada a Floresta;

a Infraestrutura: Encontra‑se em plena ex‑pansão, o Governo estadual, juntamente com o Governo federal tem desenvol‑vido ações para implantação de novos distritos industriais, pavimentação de estradas, melhorias na área energéti‑ca, saneamento básico para melhorar a infra‑estrutura e atrair novas indústrias para o Estado;

a Energia: Aumento da pressão na demanda por energia, decorrente do crescimento populacional e das atividades produtivas;

a PIB do Estado: O crescimento do PIB do Estado é significativo, mas é preciso me‑lhor distribuição do PIB entre os demais municípios e aumento do valor do PIB per capita, em função do aumento signi‑ficativo do PIB do Estado;

a Setor primário: necessita agregar mais valor aos seus produtos, principalmente o extrativismo, buscando a industrializa‑ção;

a Atividade Madeireira: encontra‑se em fran‑co crescimento, mas, as ações de comando e controle devem ser constantes;

a Balança Comercial: com saldos positivos (su‑perávits), continuará sendo superavitário;

a Investimentos e Financiamentos: O nível de investimentos e financiamentos no Es‑tado é satisfatório, fomentando a atividade produtiva e fornecendo infra‑estrutura.

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ReferênciaCapítulo 1

ACRE. Parecer Jurídico/ASS/JUR/SEPRO/AC/Nº 046/99. Estrutura Fundiária do Acre. Perfil Jurídico e Dominialidade da Terra Acreana: Terras Devolutas Federais, Faixa de Fronteiras e Defesa Nacional. Rio Branco, 1999.

Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico‑Econômico do Esta‑do do Acre. Zoneamento Ecológico Econômico: Aspectos Socioeconômicos e Ocupação Territo‑rial; documento final – 1ª fase. Rio Branco: SECTMA, 2.000. v. II.

Projeto Implantação do sistema Estadual de Unidades de Conservação do Estado do Acre. Peça de Criação da Unidade de Conservação de Proteção integral Chandless – Gleba 9. Rio Branco, 2001.

Projeto Implantação do sistema Estadual de unidades de Conservação do Estado do Acre. Peça Técnica para Criação da Unidade de Conservação de Uso Sustentável Complexo Rio Gregório. Rio Branco, 2001.

Lei n.º 1.426 de 27 de dezembro de 2001. Dispõe sobre a preservação e conservação das florestas do Estado, institui o Sistema Estadual de Áreas Naturais Protegidas, cria o Conselho Florestal e o Fundo Estadual de Florestas e dá outras providências. Diário Oficial [do] Estado do Acre, Rio Branco, AC, 3 jan. 2002. n. 8.192, p. 01‑03. Publicado no D.O.U. em 03/01/2002.

Assembléia Legislativa do Estado do Acre. Resolução nº 04 de 19 de Março de 2003. Comissão Parlamentar de Inquérito para Redefinição dos Limites Intermunicipais. Rio Branco, 2003.

Decreto n.º 10.670 de 2 de setembro de 2004. Cria o Parque Estadual do Chandless nos muni‑cípios de Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira, no Estado do Acre e dá outras providências. Diário Oficial [do] Estado do Acre, Rio Branco, AC, 3 set. 2004. n. 8.872, p. 01. Publicado no D.O.U. em 03/09/2004.

Programa de Florestas Estaduais do Acre. Diretrizes Operacionais Básicas para Florestas Esta‑duais. Rio Branco, 2005;

BRASIL. Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993. Dispõe sobre a regulamentação dos dis‑positivos constitucionais relativos à reforma agrária, previstos no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8629.htm >. Acesso em: 20 jun. 2005.

Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, 2002. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em 20 jun. 2005.

Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências, Brasília, 2000. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm>. Acesso em 20 jun. 2004.

Lei no 10.267, de 28 de Agosto de 2001. Altera dispositivos das Leis nos 4.947, de 6 de abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e dá outras providências. Brasí‑

lia, 2001. Disponível em: <http://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10267.htm>. Acesso em 22 jun. 2005.

Lei no 5.868, de 12 de dezembro de 1972. Cria o Sistema Nacional de Cadastro Rural, e dá outras providências. Brasília, 1972. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L5868.htm>. Acesso em 22 jun. 2005.

Lei Nº 4.504 de 30 de novembro de 1964. Dispõe sobre o Estatuto da Terra e da outras provi‑dencias. . Disponível em: <http://www.presidencia.gov.br/ccivil/LEIS/L4504.htm>. Acesso em 22 jun. 2005.

Constituição (1934). Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Ja‑neiro ‑ RJ, 1934. Disponível em: http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Constitui%C3%A7ao34.htm> Acesso em 29 set. 2005.

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Capítulo 2

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CALIXTO, Valdir de, SOUZA, Josué F. De, SOUZA, José Dourado de. Acre: uma História em cons‑trução. Rio Branco: FDRHCD, 1985. 223p.

Capítulo 3

ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa de Zoneamento Ecológico‑Econômico do Estado do Acre, 1ª Fase, Volume 2 ‑ Aspectos Socioeconômicos e Ocupação Territorial ‑ Infra‑estrutura e Socioeconômica ‑ Setor de Energia. SECTMA, 2000.

Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico‑Econômico do Esta‑do do Acre. Zoneamento Ecológico‑Econômico: aspectos socioeconômicos e ocupação territo‑rial – documento final. Rio Branco: SECTMA, 2000. V.2.

DERACRE – Departamento de Estradas de Rodagem do Acre. Informação Institucional, 2.005.

DERACRE – Departamento de Estradas de Rodagem do Acre. Sistema Rodoviário do Estado do Acre, 2.003.

Secretaria de Estado de Infra‑estrutura e Integração. Informação Institucional, 2.005.

Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico Sustentável ‑ SEPLANDS. Informação Institucional, 2.005.

Secretaria de Planejamento e Coordenação. Programa de Desenvolvimento do Setor de Trans‑portes – Acre; PRODEST 1988 – 1991. Brasília, GEIPOT ‑ MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, 1989.

ABRADEE – Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica – www.abradee.com.br;

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – www.aneel.gov.br;

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CEDEPLAR – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG. A migração interna na região norte: o caso do Acre. Belo Horizonte: CEDEPLAR/UFMG, 1979. V. II. 201p. p.202‑329.

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ELETROACRE ‑ Companhia de Eletricidade do Acre – Dados Institucionais, 2005.

Capítulo 4

.ACRE, Governo do Estado do. Acre em Números. Rio Branco, Acre. 1999 a 2009

ACRE, Governo do Estado do. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico ‑ Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico Econômico: Aspectos socioeconômicos e ocupação ter‑ritorial. Rio Branco: SECTMA, 2000. v.II. (Fase I).

.ACRE, Governo do Estado do. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico ‑ Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico Econômico do Acre Fase II: Documento Síntese – Escala 1:250.000. Rio Branco: SEMA, 2006. 356p.

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