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FAEMG I SENAR ANO 5 - NÚMERO 37 - AGOSTO /SETEMBRO 2018 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais 7 Serviço Nacional de Aprendizagem Rural AR-MG n Pesquisadores desvendam o Queijo Minas Artesanal n Javalis ameaçam plantações e rebanhos no estado n SISTEMA FAEMG estimula adesão ao Programa Produtor de Água n A vocação de Minas para o turismo rural Órigo/Divulgação ENERGIA RURAL Produtores mineiros são os que mais investem na geração de eletricidade na própria fazenda

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FAEMGISENARAno 5 - número 37 - AGoSTo /SeTembro 2018

Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais 7 Serviço Nacional de Aprendizagem Rural AR-MG

n Pesquisadores desvendam o Queijo minas Artesanal

n Javalis ameaçam plantações e rebanhos no estado

n SISTemA FAemG estimula adesão ao Programa Produtor de Água

n A vocação de minas para o turismo rural

Órigo/Divulgação

ENERGIA RURALProdutores mineiros são os que mais investem na geração de eletricidade na própria fazenda

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2 www.sistemafaemg.org.br

O que você espera do futuro governador?

FAEMG PRESIDENTE Roberto Simões VICE-PRESIDENTES Afonso Luiz Bretas, Alberto Adhemar do Valle Júnior, Délio Prado Lopes, Domingos Frederico Neto, Eduardo de Carvalho Pena, José Éder Leite, Leonardo dos Reis Medeiros, Lino da Costa e Silva, Políbio Esteves Guedes Júnior, Renato José Laguardia de Oliveira, Ricardo Quadros Laughton, Rivaldo Machado Borges Júnior, Salviano Junqueira Ferraz Júnior, Thiago Soares Fonseca, Weber Bernardes de Andrade DIRETORES SECRETÁRIOS Rodrigo Sant’Anna Alvim, Antônio Pitangui de Salvo DIRETORES TESOUREIROS Breno Pereira de Mesquita, Jerônimo Giacchetta CONSELHO FISCAL Geraldo Ferreira Porto, Jadir Maurício Lanza Rabelo, José Alfredo Quintão Furtado

SENAR MINAS PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Roberto Simões SUPERINTENDENTE INTERINO Celso Furtado JúniorREvIStA FAEMG|SENAR Editado pela Assessoria de Comunicação COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO: Lauro DinizEqUIPE: Ana Paula Teixeira, Flávio Amaral, Graziela Reis (edição), Janaína Rochido, Ludymila Marques, Maria Teresa Leal, Rodrigo Moinhos e Silvana Matos (edição) REVISÃO: Gustavo Abreu PROjETO gRÁFICO E EDIÇÃO DE ARTE: BravaDesign IMPRESSÃO: Global Print Os artigos assinados e declarações são de inteira responsabilidade dos autores.

REVISTAFAEMGISENAR

Avenida do Contorno, 1.771 - Floresta - Belo Horizonte - 30.110-005 - Fones: (31) 3074-3100 e 3074-3094 - www.sistemafaemg.org.br

FederAção dA AGrIculTurA e PecuÁrIA do eSTAdo de mInAS GerAIS / ServIço nAcIonAl de APrendIzAGem rurAl Ar-mG

facebook.com/SistemaFaemg Twitter: @sistemafaemg

ENvIE SuAS SuGEStõES dE pAutA pARA [email protected]

“Estamos ansiosos por mudanças. Esperamos eleger candidatos

que apoiem o produtor rural.

Queremos que haja valorização dos produtos e do homem do campo. O próximo governador deve atentar para a segurança e colaborar com quem produz. Temos que ser conscientes ao votar.”ADRIANO BERNARDES SILVA Presidente do SPR de Serra do Salitre

Rafael M

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“O próximo governador deve trabalhar para oferecer ao

produtor rural condições de

comercializar os seus produtos de forma justa e digna. Um ponto importante seria aprovar a nova Lei dos Queijos Artesanais de Minas Gerais, regularizando e trazendo mais receita para o produtor.”ALExANDRE PEREIRA SILVAPresidente do SPR de São Roque de Minas

“Esperamos que o novo governador atue com um corpo técnico, e

não político, nas questões

ambientais. Que o produtor seja tratado como se deve, e não como um foco de arrecadação. Que os cargos estratégicos do governo sejam ocupados por pessoas vinculadas ao setor rural e não por indicações.”EDéLCIO jOSé CANÇADO FERREIRO Presidente do SPR de Moema

“Desejo que seja honesto e apresente clareza nas ações. Precisamos de

planejamento, pois como está

não conseguiremos nem manter as propriedades. Ele tem que olhar com mais carinho para o agronegócio como um todo, pois, dólar em alta e nossos produtos desvalorizados inviabilizam qualquer atividade.”ELIAS jORgE ZENUNPresidente do SPR de Campestre

“Gostaria que houvesse renovação, com gestores sem os vícios antigos e com energia para mudanças.

E que criem condições para que o agronegócio se desenvolva, com liberação de recursos e desburocratização dos processos de financiamento ao produtor, assim como efetivem mecanismos de

incentivo e revisão das taxas de juros. Precisamos também de aporte em infraestrutura.”

jONAS DE PAULO qUEIROZ | Presidente do SPR de Luz

“A desburocratização ambiental, para que seja possível melhorar a situação principalmente no Norte de

Minas, onde há um déficit hídrico muito grande. Precisamos que os governantes entendam a necessidade de barramentos de rios, normatizados e fiscalizados, para melhorar o lençol freático.”

jOSé APARECIDO MENDES CAMPOS | Presidente do SPR de Janaúba e Apronorte

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Roberto SimõesPresidente do Sistema FAEMG

Carta do Presidente

FAEMG | SENAR 3

Prezado Produtor,

Nossos custos estão mais pesados a cada dia. Temos nos esforçado para garantir a sustentação da economia do estado e do país e o alimento na mesa dos brasileiros. Mas, ainda assim, sabemos o quanto é difícil pagar as contas.

A energia é um insumo importante para a produção agropecuária. E está mais cara a cada dia. Nos tempos modernos de busca por alta produtividade, é impossível imaginar a ordenha ou a irrigação das lavouras sem a eletricidade. Por isso mesmo, temos que encontrar alternativas.

Minas Gerais se destaca na produção de energia a partir de fontes renováveis em propriedades rurais. Tem um insumo valorizado, que é a boa incidência de sol. A energia fotovoltaica desponta em fazendas de culturas diversas. Transforma-se em possibilidade de diversificação de renda.

E biodigestores se espalham pelo estado, transformando rejeitos e possíveis problemas ambientais em solução e economia. Tem suinocultor zerando a conta de luz e já negociando os créditos extras que sobram da produção de energia.

O agricultor e o pecuarista, mais uma vez, mostram o quanto são eficientes em campo. No que depende deles, não há tempo ruim. Para investir, no entanto, precisam de apoio.

O governo do estado e o federal devem valorizar o homem do campo, reduzir as burocracias para produções diversas, incluindo a de energia. E aí desponta a necessidade de escolhermos, nas urnas, aqueles que realmente têm projetos para estimular o agronegócio. O voto consciente, nos que apoiam e defendem a agropecuária, é a nossa forma de semear dias melhores.

Rafael Motta

4 ENERGIA | Conta de luz cara estimula investimento na geração de energia nas fazendas

10 NO LABORATÓRIO | Pesquisas para orientar a produção do Queijo Minas Artesanal

12 PERIGO | A ameaça dos javalis e javaporcos

14 BALDE CHEIO

16 CAFÉ + FORTE

17 NOSSA GENTE

18 SINDICATOS

20 CAVALOS | Exposição valoriza animais da raça Mangalarga Marchador

23 FAEMG SAÚDE | Sucesso em Nova Ponte

24 AGROINDÚSTRIA | Produtos diferenciados de jabuticaba

26 PRODUTOR DE ÁGUA | SISTEMA FAEMG estimula e capacita produtores

29 GESTÃO COM QUALIDADE | Parceria entre SENAR MINAS e Sicoob Credivertentes forma 12ª turma do GQC

30 SEMANA DO FAZENDEIRO | Cursos e palestras reforçam a presença do SISTEMA FAEMG no mais tradicional evento universitário do país

32 TURISMO RURAL | Iniciativas em Marliéria e Teixeiras mostram que Minas Gerais tem atrações para todos os gostos

34 APRENDIZES | Programa Aprendizagem Rural amplia atuação e abre caminho para os jovens no mercado de trabalho

36 ENTREVISTA | Saulo Laranjeira comenta apresentações no Programa Família na Praça e a relação entre cultura e campo

38 DESENHOS MISTERIOSOS NO CAMPO

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FAZENDAS ENERGIZADAS

energia é um insumo caro para a produção agropecuária no Brasil. E, nos últimos 11 anos, a alta da tarifa mais comum

para produtores rurais (B2-rural) foi de 66,76%, de acordo com a Cemig.

Por causa desta carga pesada, é cada dia maior o número de produtores rurais que investem na geração de energia em suas fazendas. E os mineiros estão saindo na frente.

Minas Gerais é o estado com maior número de conexões para geração da própria energia a partir de fontes renováveis, segundo a especialista em Regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Djane Melo. São 4.416, contra 4.017 de São Paulo e 2.496 do Rio Grande do Sul. Dentro da classe de consumo rural, Minas também é campeão, com 438 conexões registradas até o fim de agosto. Representa quase 30% do total nacional.

Diante do aumento das contas de luz, cresce número de propriedades rurais produzindo a própria eletricidade

AAs atividades que mais têm gastos

com a fatura de energia são pecuária de leite, suinocultura, avicultura, lavouras irrigadas e aquicultura. E, para tentar reduzir esta conta, é crescente o número de produtores rurais investindo na geração de energia nas fazendas.

Além da hidráulica, as fontes alternativas de energia elétrica presentes em propriedades rurais de Minas são: fotovoltaica, eólica (com o uso dos ventos) e de biomassa (gerada a partir de resíduos da agricultura ou pecuária – que vão da queima do bagaço de cana até gases gerados a partir de esterco de suínos, aves ou bovinos).

vÁRIAS FoNtES

Créditos da Fazenda Vista Alegre são usados para quitar conta de R$ 8 mil

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FAEMG | SENAR 5

A escalada das tarifas de energia elétrica nos últimos anos aumentou sobremaneira os custos de produção agropecuária, de tal forma que o produtor já não identifica os benefícios da tarifa rural ou como irrigante. Mas o campo investiu fortemente em tecnologia e a energia tornou-se essencial. Diante dos aumentos de custos de produção, os produtores buscam alternativas para reduzir a conta da energia.”ALINE VELOSO, coordenadora da Assessoria Técnica da FAEMG

CARGA CRESCENtE

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Evolução da produção de energia em propriedades rurais

núMERO ACUMUlADO DE COnExõES DA CEMiGClASSE DE COnSUMO RURAl

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MINAS GERAIS

* Histórico da CEMiG do número de conexões de geração distribuída da classe de consumo rural, até 24/8/18Fonte: Aneel

n Desde 17 de abril de 2012, quando entrou em vigor a Resolução normativa AnEEl 482/2012, o consumidor brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada e fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade – geração distribuída.

n Quando a quantidade de energia gerada em determinado mês for superior à energia consumida naquele período, o consumidor fica com créditos que podem ser usados para diminuir a conta dos meses seguintes.

n Os procedimentos necessários para se conectar à micro ou minigeração distribuída são realizados entre consumidor e distribuidora de energia. O prazo para a distribuidora conectar usinas de até 75 kW é de 34 dias.

REGulAMENtAção

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José Maria Assumpção é exemplo de pecuarista que partiu para a produção de energia. Engenheiro civil experiente, não foi difícil para ele viabilizar a cons-trução de um biodigestor em sua pro-priedade, em Pará de Minas, onde tra-balha com 900 matrizes de suínos. Ele viu o modelo pela primeira vez, há oito anos, numa fazenda no Paraná. “Fiz as contas e pensei: tenho que fazer isso.”

Orçamentos de várias empresas na mão, escolheu a que lhe oferecia as melhores referências e garantias. O biodigestor foi implantado em 2010 e custou R$ 120 mil. Mas, para que os dejetos fossem transformados em gás e este em energia elétrica, era neces-sário um gerador. José Maria viabili-

zou-o pelo mesmo valor – R$ 120 mil – e, um ano e meio depois, o que tinha economizado, já era maior do que o valor investido.

A energia gerada é direcionada à re-de da Cemig. O eletricista Francisco de Faria, responsável pela manutenção dos equipamentos na propriedade de José Maria, conta que são gerados 75 kW/hora. A produção de energia é tan-ta que as contas da fazenda passaram a vir zeradas e os créditos abatem ainda o consumo de energia do apartamen-to de José Maria em BH e ainda sobra. “Uma empresa de Pará de Minas me procurou, interessada em comprar meus créditos. Vamos negociar. Estou muito satisfeito.”

Câmara hermética onde são acumulados resíduos vegetais e ex-crementos de animais (biomassa). Com a decomposição, as bactérias presentes nesses dejetos os trans-formam em biogás e em fertilizante, diminuindo os custos de produção

e poupando o meio ambiente de contaminação.

A coordenadora da Assessoria de Meio Ambiente da FAEMG, Ana Paula Mello, alerta que é importante, no en-tanto, atentar-se a critérios técnicos pa-ra não gerar poluição do solo e da água.

RECuRSoS FACIlItAdoS

A redução dos custos para im-plantação da geração de energia nas propriedades rurais também é um estímulo ao produtor. “Há financiamentos interessantes, como os do BNDES”, diz Pierre Vilela, superintendente do Ins-tituto Antonio Ernesto de Salvo (INAES). A geração de energia solar ou eólica independe da atividade. Já a de biomassa apro-veita os resíduos da produção agrícola.

Na suinocultura ou pecuária de leite, por exemplo, o esterco é recolhido em espécies de lagoas (biodigestores) para a geração do biometano. Depois, em um conjunto gerador, o biogás po-de ser queimado e, a partir daí, a energia é gerada. Vilela explica que cada projeto deve ser feito de acordo com o tipo de rejeito exis-tente na propriedade. Em Minas, a eólica não é a melhor opção.

“É mais para grandes investi-dores.” Já a solar é a que tem se mostrado mais viável.

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José Maria Assumpção investiu no biodigestor e hoje sua conta de energia chega zerada: economia e sobra de créditos

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GERAção dE ECoNoMIA

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pIoNEIRISMo EM MANGA

O produtor rural Edvaldo Lopo Alk-min foi o primeiro a investir na insta-lação de uma micro usina fotovoltai-ca remota no estado. Ele ouviu falar sobre o tema pela primeira vez em 2015, quando participou de uma audi-ência pública na Assembleia Legislati-va. “Percebi o quanto essas iniciativas sustentáveis eram importantes para o agronegócio e pesquisei empreen-dimentos no Brasil e exterior.”

Em 2017, ele conseguiu instalar sua própria usina na Fazenda Vista Ale-gre, em Manga. Conversou com ou-tros clientes e fez cotações de preços. Escolheu a empresa que oferecia o menor preço com a maior segurança. “Eles cuidaram de tudo. Do projeto à instalação.”

A usina da Vista Alegre tem 220 chapas de silício com 25 anos de va-lidade. A implantação custou R$ 460 mil. Como a tarifa de energia elétrica urbana é mais cara, o produtor optou por transferir a carga gerada, num primeiro momento, para sua padaria que fica na área urbana de Manga. Pa-ra isso, adotou o sistema solar interli-gado à rede.

O biodigestor por si só, por exemplo, é apenas uma fase do tratamento do efluente, e seu uso ou complementação de tratamento deve ser feito de maneira adequada.”ANA PAULA MELLO, coordenadora da Assessoria de Meio Ambiente da FAEMG

FAEMG | SENAR 7

NovoS plANoSA energia gerada – 71,50 kW/hora –

abastece a rede elétrica e vira crédito com a operadora local. “A Cemig faz a leitura do relógio, normalmente. Se eu produzir menos do que gastei, recebo um boleto com a diferença. Se a situação for inversa, fico com um crédito que posso usufruir em cinco anos.” A economia é de R$ 8 mil, o que deverá lhe dar um retorno do valor investido em seis anos.

Edvaldo está tão feliz que planeja a implantação de uma nova usina. Des-ta vez, para suprir a necessidade de energia em sua fazenda que trabalha com pecuária de leite e corte, suino-cultura, piscicultura, lavouras, milho, sorgo e feijão.

Para Ana Paula Mello, a geração distribuída de energia solar em pro-priedades rurais tem ainda outras vantagens. “Por ser modular, a tecno-logia permite ao produtor um inves-timento que seja viável no momento e, ao longo do tempo, pode ampliar dentro de sua capacidade e necessi-dade.” Segundo ela, a pressão sobre o meio ambiente é reduzida, bem co-mo a dependência da energia hidrelé-trica, que tem causado preocupações devido ao regime de chuvas e de ar-mazenamento de água nos reserva-tórios. “Os painéis fotovoltaicos têm longa vida útil (mais de 30 anos) e são quase 100% recicláveis.”

Acho que o Brasil demorou a apostar neste segmento. Temos abundância de sol, diversas empresas oferecendo o serviço com qualidade e bancos com disponibilidade de crédito.”EDVALDO LOPO ALkMIN

poNtoS poSItIvoS

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plANtAçõES dE plACAS

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A terra está árida, é difícil plantar ou criar animais, mas o sol é forte du-rante o ano todo. Propriedades rurais com essas características começaram a ser assediadas para um novo tipo de negócio. Podem se transformar em fazendas solares.

A Órigo Energia começou a explo-rar este modelo de negócio há cerca de um ano, em João Pinheiro. Os exe-cutivos arrendam terras – cerca de 20 hectares – das propriedades para criação de usinas fotovoltaicas desti-nadas à geração distribuída. A ideia é oferecer uma diversificação da ativi-dade para o produtor rural.

Segundo o coordenador de Novos Negócios da Órigo, Leonardo Tostes, Minas foi o estado escolhido por ter

boa incidência de sol em regiões com relevo e vegetações adequados em áreas próximas da rede elétrica. “A tarifa da Cemig também é alta, o que ajuda a viabilizar o negócio.” As cotas da energia gerada pelas placas são vendidas para pessoas jurídicas – 300 clientes já são atendidos no estado.

Em abril, a segunda fazenda de energia foi inaugurada em São Fran-cisco. Outras duas estão em constru-ção em Itacarambi e Francisco Sá. “Es-peramos chegar a 40 usinas em 2019, todas em Minas”, diz Tostes. O investi-mento feito em cada usina varia de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões. A expec-tativa de recuperação do valor gasto é de até seis anos.

O presidente do Sindicato de

Montes Claros e vice-presidente da FAEMG, Ricardo Laughton, é outro exemplo de produtor rural que inves-te no segmento.

Com projeto de fazenda solar, em Francisco Sá, aprovado na Secre-taria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Se-mad), ele negocia a implantação com investidores. “Serão 180 hectares de placas de captação de energia.” Ricardo acredita que, numa região com sol abundante como o Norte de Minas, as fazendas solares são exce-lentes alternativas para diversificar a produção. “Além disso, o potencial hidrelétrico do nosso país está prati-camente esgotado. Temos que fazer a nossa parte.”

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As primeiras fazendas solares de Minas foram implantadas em João Pinheiro e São Francisco. Projeto prevê 40 até 2019

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FAEMG | SENAR 9

Hoje, há 23 usinas de cana-de-açú-car expandindo a cogeração de ener-gia elétrica do bagaço ou biomassa em Minas Gerais. Elas vendem (ou exportam) o produto para a rede, nu-ma participação em torno de 6,2% de toda a energia gerada no estado em 2017.

A oferta gerada no ano passado foi 12% maior frente a 2016. E 70% do vo-lume é produzido no Triângulo. Essa venda representa, também, em torno de 5% do faturamento das empresas. O setor vem se destacando e, em al-guns meses do ano, a participação da biomassa da cana no total de energia gerada no estado chega a 15,5%, como ocorreu em julho de 2017.

O presidente da Associação das In-dústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos expli-ca que nos meses mais secos, quan-do os reservatórios das hidrelétricas estão baixos, a energia renovável da cana dá uma grande contribuição ao sistema elétrico nacional.

O potencial para a energia elétrica renovável da cana é grande no estado e a média de produção em 2017 foi de

51 kWh por tonelada de cana, mas al-gumas usinas já ultrapassaram os 70 kWh/tc. “Para atingir todo o poten-cial, há necessidade ainda, de investi-mentos na troca de caldeiras, linhas de transmissão, turbinas e gerado-res”, diz.

AçÚCAR, EtANol E ENERGIA MApA do FutuRoA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento industrial (ABDi) se uniram para desenvolver um sistema que vai mapear e organizar as informações das biomassas, resíduos e efluentes do agronegócio brasileiro com foco na bioeconomia.Para o pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno laviola, energia é um insumo de grande importância para a produção agropecuária. Há, inclusive, áreas de fronteira agrícola em que a falta de energia de qualidade impede investimentos no campo. Mas, com a produção de energia, seja a partir da biomassa, dos raios do sol ou dos ventos, cultivos podem ser viabilizados. “Os sistemas podem ser usados sozinhos ou de forma integrada.”

CoNtA RuIM

R$ 52 milhõesprejuízos anuais na produção agroindustrial por causa da instabilidade de energia – Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro).

Na bioeletricidade, há um potencial técnico enorme: além de existirem usinas que ainda não exportam bioeletricidade, há subaproveitamento da palha da cana e do biogás, que podem ser complementares ao bagaço já utilizado.”MÁRIO CAMPOS, PRESIDENTE DA SIAMIg

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O sucesso do queijo mineiro produzido com leite cru fez com que pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), UFV (Universidade Federal de Viçosa) e UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rey) intensificassem os estudos sobre as características do produto, as bactérias “desejáveis e as não desejáveis”. “A intenção é auxiliar os produtores na manutenção das boas práticas de fabricação e subsidiar as autoridades sanitárias nos ajustes da lei e definição dos tempos de maturação de cada região produtora”, diz o professor da Faculdade de Medicina Veterinária da UFMG e coordenador do grupo de estudos, Marcelo Resende.

AVAL DA ACADEMIAPesquisas sobre o Queijo Minas Artesanal vão contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva

Fotos: Maria Teresa leal

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FAEMG | SENAR 11

Célia Ferreira, PhD em Food Scien-ce pela Oklahoma State University, USA, foi a primeira a se dedicar às pesquisas com o QMA. Ela começou a estudar o produto nos anos 1980, com foco na caracterização das bacté-rias do leite cru, do pingo (coalho) e do queijo do Serro.

Hoje, continua a defender a impor-tância das pesquisas para o entendi-mento dos mecanismos envolvidos

na segurança do queijo. Mas acha que a luta maior deve ser travada fora dos laboratórios: em defesa de políticas públicas que auxiliem os pequenos produtores a manter o rebanho sa-dio e a cumprir as normas sanitárias. “Como eles vão fazer os testes de sa-nidade sem ter os materiais necessá-rios? Temos que proteger aqueles que mantêm a atividade nos grotões de Minas.”

O primeiro trabalho realizado pelo grupo de estudos do queijo, em 2008, teve como objeto os queijos da Serra da Canastra. O foco era investigar a influência da altitude nos micro-or-ganismos do queijo e a relação exis-tente entre a qualidade do produto e as queijarias cadastradas e não-cadas-tradas pelo IMA.

Não foi constatada influência da altitude na formação da flora bacte-

riana dos queijos, mas ficou evidente a qualidade superior nos produtos provenientes de estabelecimentos fiscalizados. Os pesquisadores tam-bém visitaram as regiões da Serra do Salitre e Araxá.

A intenção é trabalhar todas as re-giões reconhecidas. Integram o gru-po, ao lado de Marcelo, as professoras Mônica Cerqueira e Cláudia Penna, da UFMG, e Andréia Marçal, da UFSJ.

pRINCIpAIS CoNCluSõESn Os queijos da Serra da Canastra

produzidos em unidades cadastradas pelo iMA apresentaram melhor controle higiênico-sanitário do que os de locais não cadastrados, o que reforça a importância do trabalho realizado pelas equipes da Emater-MG e do iMA, de orientação aos produtores.

n A caracterização microbiológica e físico-química desenvolvida, na região de Araxá, embasou o estado na definição do prazo mínimo – 14 dias – para maturação dos queijos.

n Dissertação de mestrado de Ranier Chaves sugere um período de maturação, para a região da Serra do Salitre, semelhante ao de Araxá.

“ A criação de um Grupo de Inteligência do Queijo, aliada a políticas públicas de apoio aos produtores, principalmente com as equipes do IMA e da Emater, pode multiplicar a quantidade de produtores de queijo legalizados, em consonância com as normas sanitárias vigentes.”ALTINO RODRIgUES NETO, SUPERinTEnDEnTE TéCniCO DA FAEMG

pIoNEIRA

INvEStIGAção

“A maturação, além de proporcionar sabores diferenciados, auxilia na qualidade microbiológica e sanitária dos queijos. Apenas os artesanais maturados e inspecionados apresentam maior segurança.”

“A qualidade sanitária e a segurança para consumo dos queijos artesanais estão associadas a: sanidade do rebanho, ordenha higiênica, boas práticas de fabricação e maturação em período adequado.”MARCELO RESENDE

“Houve uma modificação no perfil do QMA. De quatro anos para cá, apareceram os queijos mofados. E, como eles estão agradando muito, a academia sentiu necessidade de conhecê-los melhor.”ANDRéA MARÇAL, PROFESSORA DA UFSJ

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rande agressividade e reprodução acelerada. Javalis que fugiram do cativeiro e se tornaram

selvagens – e seus cruzamentos com suínos domésticos (que originaram javaporcos) – se espalham por todo o país, causando sérios impactos ambientais e socioeconômicos, principalmente para pequenos agricultores.

Não há dados oficiais de quantos são e onde estão. Em Minas, pelo menos um em cada oito municípios registraram a presença de bandos. E eles estão cada vez mais numerosos.

INVASÃO SEM CONTROLEReprodução de rebanhos de javalis e javaporcos selvagens gera prejuízos e preocupa agricultores

Ação INtEGRAdAUma força tarefa foi montada pela

CNA e as federações estaduais, como a FAEMG, para traçar soluções para o problema. O primeiro passo é o levantamento de informações atua-lizadas relativas à incidência dos ani-mais, em quantidade e localização, e dos danos causados.

“Mesmo após a deliberação que permite o controle, a população da espécie continua a crescer muito. É possível que, em breve, tenhamos ainda mais problemas, e cada vez mais sérios. Precisamos melhorar o fluxo de informações sobre os procedimentos corretos para o controle. Fazer a capacitação de produtores e controladores e viabilizar o acesso destas pessoas aos instrumentos necessários para o manejo adequado. O problema só começará a ser estabilizado – e futuramente resolvido – quando o poder público, os órgãos ambientais, a CNA, Federações, Sindicatos, os produtores rurais e agentes controladores trabalharem juntos.”

ANA PAULA MELLO, coordenadora da Assessoria de Meio Ambiente da FAEMG

G

12 www.sistemafaemg.org.br

O alto grau de agressividade dos ja-valis asselvajados e a impossibilidade de retorno dos animais aos seus terri-tórios de origem dificultam encontrar uma solução alternativa para o mane-jo dessa espécie invasora. O controle da espécie foi autorizado pelo Ibama em 2013 (IN 03/2013). Os procedimen-tos necessários para a autorização de manejo estão no site: www.ibama.gov.br/especies-exoticas-invasoras/javali.

MANEJo

jAVALI | Tem porte menor, chegando a 80kg e 100 cm de altura. Pelagem abundante e escura, quase preta.

jAVAPORCO | nome popular do animal gerado do cruzamento entre o javali e o porco.

CATETO | Espécie nativa, protegida por lei. Pode chegar aos 20 kg e 50 cm de altura. Vive em bandos e tem hábitos noturnos.

AlERtA

ENtENdA A dIFERENçA

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FAEMG | SENAR 13

No centro de uma das regiões que mais sofrem com os javaporcos em Mi-nas, o Sindicato dos Produtores Rurais de Sacramento recebe relatos, fotos e vídeos de ataques quase diariamente. A conclusão: o número de animais es-tá aumentando em grande velocidade, assim como as perdas. Segundo Rei-naldo Rezende, engenheiro ambiental do SPR de Sacramento, pequenos pro-dutores são os mais prejudicados, com prejuízos de quase toda a safra.

Para ele, algumas ações devem ser

tomadas para controlar os problemas causados pelos animais:n informar o produtor rural e o controlador

sobre o manejo correto, atendendo todos os procedimentos práticos e burocráticos.

n Cobrar atuação efetiva do Ministério Público e do ibama junto aos produtores, para um controle mais efetivo e adoção de medidas emergenciais de proteção ambiental, sobretudo dos recursos hídricos (nascentes da região foram perdidas ou contaminadas).

n Promover discussões sobre a possível atuação do Exército para abater animais em maior número.

n Treinar profissionais para atuar como controladores licenciados.

SACRAMENto CERCAdA

Reinaldo Rezende acredita que a ca-ça é sempre tema polêmico. Mas, para ele, o problema fugiu do controle e se tornou uma grande emergência. “Não há outra solução.”

Ele alerta ainda que a carne dos java-lis não deve ser consumida, pois não há qualquer controle sanitário e muitos animais abatidos apresentavam sérias doenças, com sintomas visíveis ou não.

“Precisamos conscientizar as pes-soas de que não é um problema só dos produtores rurais: é de toda a po-pulação. Gera perdas à produção de alimentos, e é também séria ameaça ao abastecimento de água – mesmo nos grandes centros urbanos – e à segurança das comunidades, com grande potencial de transmissão de doenças.”

CAçAR ou Não?

Fotos: Wikipedia/Reprodução da internet

Estragos feitos por javalis em lavouras de Sacramento

JavaliNome científico: Sus scrofaOrigem: É uma espécie nativa da Europa, Ásia e norte da África. Introduzida no sul do Brasil a partir de 1960, para o consumo de carne.Comprimento: 1,3 m Peso: 80 kg (miscigenados com porcos domésticos, podem pesar até 250 kg)

n É classificado como uma das 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo pela União Internacional de Conservação da Natureza.

n Outras características: andam sempre em bandos. Têm facilidade de adaptação, rápida reprodução (cada fêmea pode ter três crias de até 14 filhotes por ano) e ausência de predadores naturais.

CATETO | Espécie nativa, protegida por lei. Pode chegar aos 20 kg e 50 cm de altura. Vive em bandos e tem hábitos noturnos.

qUEIxADA | Espécie também nativa, protegida por lei. é bastante agressiva, quando acuada, bate forte o queixo.

AlERtA

pREJuÍZoSECOnôMiCOSn Destruição de culturas agrícolas,

chegando, em alguns casos, a 90% da lavoura.

n Ataque a criações de menor porte.

AMBiEnTAiSn Diminuição ou morte da fauna nativa,

especialmente capivaras, pacas e cotias, que concorrem com javalis por território e alimentos.

n Prejuízos às formações vegetais, favorecendo a aceleração do processo de erosão, devido ao hábito de escavar e revirar o solo em busca de alimento.

n Aumento do assoreamento dos rios, destruição de nascentes (pisoteio e revolvimento) e contaminação de mananciais.

RiSCOS PARA POPUlAçãOn Registros de ataque a pessoas

(incluindo uma morte) e de acidentes em rodovias.

n Consumo da carne sem controle sanitário.

n Consumo de água contaminada.n Transmissão de doenças: febre aftosa,

brucelose, leptospirose, tuberculose, raiva e febre maculosa.

Acervo SPR de Sacramento

Como identificar

ENtENdA A dIFERENçA

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Essa é uma história de pai e filha que deram certo trabalhando juntos. Helena Frota formou-se em medicina veterinária, concluiu mestrado em produção animal e voltou para Varginha, sua terra. Queria ajudar o pai, Marcos, na fazenda Baixadão, herança de seu avô e bisavô.

Encontrou uma propriedade bem organizada e produtiva. O rebanho, de gado holandês, tinha 50 vacas em lactação que produziam mil litros de leite por dia. Mas ela e o pai queriam mais e focaram no aumento da produtividade.

PARCERIA DE SUCESSOFazenda atendida pelo Balde Cheio quadruplica produção de leite com controle de custos

Helena aceitou convite do assessor em gestão de negócios do Sicoob Credivar – cooperativa parceira do Balde Cheio –, Jairo Faria, para se tornar técnica do projeto. Com a experiência, aprendeu que todos os sistemas de produção – a pasto, confinamento ou semiconfinamento – são bons, mediante uma gestão eficiente.

“Eu tinha uma visão de que, a pasto, era grande o risco de o gado passar fome.”HELENA FROTA

ApRENdIZAdo

Fotos: Arquivo pessoal

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FAEMG | SENAR 15

o quE todo pRodutoR dEvE FAZERn Saber o percentual de sua receita

que é comprometido com cada item do custeio

n Saber quanto investiu no último mês

n identificar as falhas

n Saber se está gastando muito com nutrição ou outro item

n Saber que vantagens tem com seu atual sistema de produção

(*) Fonte: Balde Cheio

“A fazenda Baixadão é um bom exemplo de que o Balde Cheio não é só para pequenos produtores. O foco é fazer o pecuarista ganhar dinheiro, independentemente do seu tamanho”ALExANDRE PRADO, supervisor regional do Balde Cheio

“O Balde Cheio é muito importante para o Sul de Minas, pois possibilita acesso a conceitos que trazem resultados. São mais de 100 propriedades assistidas em 15 municípios. O programa renova o ânimo do produtor, da família, do técnico e das instituições ligadas à atividade leiteira.”jAIRO FARIA, assessor em gestão de negócios do Sicoob Credivar

boM RESultAdoANtES120 animais, 50 vacas em lactação

1.000 litros de leite/dia

dEpoIS do bAldE ChEIo 220 animais – 105 vacas em lactação

4.000 litros de leite/dia

Entidade Parceira: Credivar Técnica responsável: Helena FrotaSupervisor regional: Alexandre Prado

“A Baixadão cresceu muito, desde que eu e meu pai começamos a trabalhar juntos”, diz Helena. Marcos concorda e se sente gratificado. Tanto que se prepara para deixar a administração da fazenda. “Estou tão satisfeito com o rumo que as coisas tomaram que acho que é hora de sair de cena. É necessário fazer essa sucessão em vida. É uma forma de garantir que nossos filhos permaneçam no campo e deem continuidade ao negócio da família.”

pASSANdo o bAStão

dEtAlhAMENtoMas esse sistema de produção

só foi possível graças ao modelo de gestão proposto pelo Balde Cheio. Nas propriedades atendidas, as decisões estão diretamente relacionadas à planilha de custos. “É mais detalhada e possibilita ao produtor identificar onde está perdendo dinheiro”, explica Marcos.

Outros ajustes foram: deixar de vender o gado jovem para ter mais vacas em lactação e substituir a ração convencional por um preparado de soja e milho, o que reduziu custos e melhorou a nutrição.

EXpERIÊNCIANa Fazenda Baixadão, o

sistema de produção era o de semiconfinamento. Mas Helena e seu pai achavam que a produção de leite estava aquém do potencial do rebanho. Em 2015, eles decidiram construir um compost barn, espaço coberto para descanso das vacas em lactação.

Além de aumentar a produção média de leite, o sistema reduziu casos de mastite, problemas de casco e facilitou a observação do cio, melhorando a reprodução. “Passamos a fazer três ordenhas por dia. Com as vacas menos estressadas, o manejo fica mais fácil”, diz Helena.

Mar

ia Te

resa leal

Arqu

ivo pessoal

Helena Frota com seu pai, Marcos, e a família comemoram a evolução da Fazenda Baixadão

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versal

A adesão ao programa Café + Forte foi um marco na produção cafeeira de José Carlos Sampaio, proprietário do sítio Manhuaçuzinho. A propriedade, adquirida em 2008, tem 7,2 hectares, dos quais 5,2 são destinados aos cafe-zais. Mas a colheita não era uniforme.

“Tinha lavoura que eu tratava co-mo as outras, mas não melhorava”, conta. Ao aderir ao Café + Forte, Car-los conseguiu mensurar a produção por talhão. Com as orientações de Josias Gustavo Alves Medeiros, técni-co de campo da Fundação Neumann (HRNS Brasil), parceira do projeto na região, ele passou a ter noção do que deveria ser feito em cada parte do ca-fezal. E a produção melhorou: passou de 60 sacas por ano para até 130.

Carlos explica que aduba toda a la-voura. Mas, quando vê que uma área não corresponde ao esperado, opta por esqueletamento, decepa ou reno-vação completa, com variedades mais produtivas. Atualmente, tem usado a catuaí 2SL. “Já estamos colhendo os

resultados”, diz o cafeicultor, que tra-balha com a ajuda da esposa, Maria de Fátima Moreira Sampaio.

Novo pASSoPara Carlos, o Café + Forte é bom

por abrir os olhos para o que realmen-te ocorre na lavoura. “Antes, gastava tudo no escuro. Agora, sei onde estou investindo.” Ele tem o controle para adubar, pulverizar e colher no mo-mento correto. Com a gestão domina-da, ele passou a ter lucros. “Eu pago as contas e posso fazer o planejamento para o próximo ano. Época de colhei-ta baixa é mais difícil, mas, ainda as-sim, consigo equilibrar as contas.”

Com o manejo mais eficiente, o cafeicultor se concentra na melhoria dos grãos, que é mais uma forma de agregar valor ao seu trabalho. Com a colheita seletiva e muito cuidado no beneficiamento, seu objetivo é con-quistar boa classificação em concur-sos de cafés especiais.

Cafeicultor de Manhuaçu duplica colheita e aumenta qualidade dos grãos a partir da gestão adequada

“Com a análise do resultado das lavouras, foram identificados os talhões com baixa produtividade, e eles receberam uma atenção maior e tratamento para equilibrar a produção.”jOSIAS gUSTAVO ALVES MEDEIROS, técnico de campo da Fundação Neumann

SÍtIo MANhuAçuZINho

5,2 hectares de lavoura

ANtES do CAFé + FoRtE

60sacas/ano

dEpoIS do CAFé + FoRtE

130sacas/ano

GUINADA NA PRODUçÃO

José Carlos: tratamento adequado

refletiu na colheita

Arquivo pessoal

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FAEMG | SENAR 17

Nossa genteMineiro de Varginha, Edimilson

Generoso, de 36 anos, respira café. E é, hoje, o degustador mais premiado do estado. Seu contato com a cultura co-meçou cedo: ainda adolescente, tra-balhava formando mudas para cafe-zais de fazendas do Sul de Minas. Aos 17 anos, seguiu os passos dos irmãos Edivaldo e Elias e passou a ser prova-dor de café. No início, era degustador na área comercial, de compra e venda de grãos. Depois do aprimoramento, do curso de Q-Grader, e dos diversos prêmios consecutivos, tornou-se consultor de cafés especiais e é jurado em provas nacionais e internacionais.

Edimilson perdeu a conta de

quantos cafés já provou, mas confes-sa ser apaixonado pela bebida. Suas preferidas são as de acidez mais fos-fóricas com doçura que pende para cana-de-açúcar e frutas amarelas. Para ele, a altitude das lavouras e a variedade influenciam na obtenção da melhor bebida, mas a pós-colhei-ta e a dedicação dos produtores têm contado pontos importantes. Seu segredo: viver o café e aprender com ele, pois “quanto mais se degusta, mais se sabe”. “O café conversa comi-go”, diz o especialista, que é presença confirmada na Semana Internacio-nal de Café (SIC), em BH, entre 7 e 9 de novembro.

Thibé/Divulgação

EDIMILSON gENEROSO, TETRACAMPEãO DO CAMPEONATO BRASiLEiRO DE CuP TASTERS (PROVADORES DE CAFÉ)

pAIXão pREMIAdA

Representante da nova geração de produtores de queijos do Serro, Jú-nior Barbosa, de 29 anos, conquistou medalha de ouro na competição or-ganizada, anualmente, pela Secreta-ria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Ele acredita que o tempo de maturação (40 dias), o pasto à base de capim elefante e o terroir da região tenham feito a dife-rença para o Queijo Barbosa.

Na Fazenda Sumidouro, são pro-duzidas 20 peças por dia, vendidas para empórios de BH, São Paulo, Rio e Brasília. Mas este volume deve au-mentar. Juninho, como é conhecido, está otimista com a Lei 13.680, que permite a comercialização em todo o país. “O mercado abriu e se tornou ainda mais competitivo. Por isso, es-tou sempre em busca de cursos na área.”

FAtIA dE ouRo Maria Teresa leal

“Sua dedicação engrandeceu a agro-pecuária e o sindicalismo rural. Seu le-gado é um exemplo para os produtores rurais.” A frase consta no certificado en-tregue pelo Sistema FAEMG a Raimundo Nery, de 107 anos. De 1984 a 2001, ele foi presidente e, desde 2008, é secretário. Mais conhecido como “seu Mundinho”, e esbanjando lucidez, ele fez um discur-so lembrando da fundação da entidade até os dias de hoje, com destaque para a construção da sede própria. “A história do sindicato comunga com sua própria história. Mundinho é um guerreiro, um benfeitor, colaborador de organizações como Sociedade São Vicente de Paula, asilo, diretoria do Hospital Municipal, festas religiosas e de congado”, disse o presidente Jonas Rosa.

CoM 107 ANoS

RAIMUNDO NERy, FuNCiONáRiO DO SiNDiCATO DE FERROS DESDE 1961

júNIOR BARBOSA, VENCEDOR DO 11º CONCuRSO DO QuEiJO MiNAS ARTESANAL NA REGiãO DO SERRO

SPR de Ferros/Divulgação

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18 www.sistemafaemg.org.br18 www.sistemafaemg.org.br

Sindicatos

uNAÍ | SuStENtAbIlIdAdE NA pAutAO Sindicato promoveu o XIV

Fórum Regional de Agropecuária do Noroeste Mineiro, com foco nas discussões sobre produção sustentável. “É preciso casar produção com tecnologia. Sustentabilidade é primordial nos dias atuais”, disse o presidente

da FAEMG, Roberto Simões. Para Altir de Souza Maia, presidente do sindicato, é importante termos referências de outros países, adaptando-as à nossa realidade. “Precisamos equilibrar a reserva de água e a produção rural, que é o que sustenta a economia do Brasil”.

Fotos: Rodrigo Moinhos

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FAEMG | SENAR 19

A novilha 3/4 da raça Girolando ICH Providência Lupi (foto) é a campeã do Torneio Leiteiro Camaru 2018, promovido durante a 55ª Exposição Agropecuária de Uberlândia. O animal obteve produção média de 67,223 kg de leite/dia, superando em 7,9% o recorde anterior da categoria, que era de 62,293 kg. O evento contou com representantes de criatórios reconhecidos nacionalmente, além de rodeios, leilões de elite, cavalgadas, Fazenda Escola, praça de alimentação e parque de diversões. O presidente do

Sindicato, Gustavo Galassi, destacou o aumento no número de leilões e os eventos em comemoração aos 100 anos da raça Senepol no mundo.

MoNtES ClARoS | CultuRA E MEMóRIA

O Conselho de Consumidores da Cemig reuniu-se para conversar sobre que providências tomar diante das constantes oscilações de tensão, mau atendimento e falta de qualidade no fornecimento de energia pela Cemig. “A produção leiteira, carro-chefe do nosso município, depende da energia

elétrica. Não podemos continuar à mercê da instabilidade deste serviço”, disse o presidente do sindicato, Antônio Álvares. A coordenadora da Assessoria Técnica da FAEMG, Aline Veloso, defendeu que o setor tenha prioridade no atendimento e planejamento das redes de distribuição.

lIMA duARtEINtEGRAção IMpoRtANtE

O Grande Encontro dos Produtores Rurais, marcado para 29 de setembro, debaterá temas como: novo sindicalismo, mercado de leite e tecnologias. Wilson Moura, coordenador da Assessoria Sindical da FAEMG, falará sobre os rumos do sistema sindical; Eduardo Pena, presidente da Comissão de Pecuária de Leite da FAEMG, falará sobre a criação do Conseleite – Conselho Paritário entre indústrias e produtores. Já a palestra de Mauro Carrusca, vice-presidente das Startups e Empreendedorismo da Sucesu Minas, terá como tema o empreendedorismo. “Queremos integrar os produtores e oferecer conteúdo técnico ou motivacional”, disse o presidente Olivier de Paula.

Quem passou pelo estande do Sindicato Rural/FAEMG no Parque de Exposições João Alencar Athayde, durante a Expomontes 2018, surpreendeu-se com a réplica do primeiro Mercado Municipal da cidade, demolido na década de 1960. O presidente Ricardo Laughton disse que ‘a construção’ foi uma homenagem à história e à cultura da cidade. “Oportunidade para que muitos, que nem eram nascidos, conhecessem um prédio tão simbólico.”

poMpéu | SERvIço INStÁvEl

ubERlâNdIA | dEStAquES do CAMARu

Vanessa Araujo Arquivo SPR de lima Duarte

Divulgação

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Animais da raça que disputam títulos na Exposição nacional chegam a custar mais do que carros de luxo

MANGAlARGA MARChAdoR

MARChA DE MILhõES

O grande campeão é o grande craque, é um Neymar.”DANIEL BORjA, presidente da ABCCMM, com a família e o Lanceiro da Siriema, que foi o campeão em sua categoria na Nacional deste ano

20

ABCCMM/Divulgação

Fernando Ulhoa/ABCCMM/Divulgação

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FAEMG | SENAR 21

Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, promovida no Parque da Gameleira, em

BH, movimentou R$ 25 milhões, neste ano. Mas as cifras relacionadas à raça ultrapassam – muito – este montante e refletem a valorização dos animais, tanto em Minas quanto no país.

Nas baias da Gameleira havia animais que valem de R$ 50 mil a R$ 5 milhões, valor que supera o preço de uma Lamborghini Aventador Roadster (R$ 4,9 milhões) ou de uma Ferrari 812 Superfast (R$ 4,2 milhões), que são os carros mais caros vendidos no Brasil.

“Mas a média ficou entre R$ 100 mil e R$ 300 mil”, calcula o presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Daniel Borja. Para ele, os negócios relacionados com a exposição deste ano devem movimentar bem mais do que R$ 100 milhões, principalmente tendo em vista o aquecimento dos eventos relacionados à raça. Mais de 50 estão previstos para os próximos meses.

“E se o cavalo ganha provas na Nacional, seu preço, no mínimo, triplica”, diz Borja. Ele compara a exposição à Copa do Mundo de futebol: “só tem craque e o passe dos melhores é valorizado”.

Neste ano, o Grande Campeão da Raça foi o garanhão Lúcido da Figueira, avaliado em R$ 5 milhões. De acordo com Borja, havia mais de 50 animais cotados acima de R$ 1 milhão na Gameleira. Cerca de 15, que já se consagraram e subiram a rampa da Nacional, também já alcançaram cifras na casa dos R$ 5 milhões.

Cristiana Gutierrez, do Haras Morada Nova, se destacou como a melhor criadora expositora de marcha batida da Exposição deste ano. Para ela, o resultado reflete os cuidados com o haras e os 28 anos de dedicação à raça. “Não é algo relâmpago. É necessária a estruturação do criatório, cuidados com o manejo, técnicas de gestão e o uso de muita tecnologia, além de uma equipe afinada e de ações que reforçam a confiança no haras”, diz.

Para a 37ª edição da Nacional, 32 animais com assinatura Morada Nova se classificaram, sendo 27 próprios e cinco em consórcio. Segundo Flávio Gutierrez, que

se dedica à raça juntamente com sua mãe, foram obtidos 22 pódios. Para ele, os resultados se refletem diretamente na valorização dos animais e também do haras. “Para os que sobem a rampa, o preço pode aumentar 100%, 400%. O céu é o limite.”

MANGAlARGA MARChAdoR

CAMpEoNAto

dEdICAção

“A riqueza da raça é exposta em sua maior vitrine, que é a Exposição Nacional.”CRISTIANA gUTIERREZ com o seu filho, Flávio, montam País e Teorema da Morada Nova

Lúcido da Figueira, grande campeão da raça em 2018, vale mais que uma Ferrari

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MANGAlARGA MARChAdoR

Reservado Grande Campeão da Raça – ABSOlUTO ElFAR (Haras OGT – Piumhi)

SElEção dE CRAquES | dEStAquES dE hARAS MINEIRoS NA 37ª NACIoNAlMARCHA BATIDA ADULTO

Grande Campeã da Raça – SininHO BAVÁRiA (Haras Bavária – Guidoval)

Reservada Campeã das Campeãs de Marcha – ADéliA DA MORADA nOVA (Haras Morada nova – inhaúma)

jOVENS MARCHA BATIDA

Reservado Grande Campeão da Raça – EMBlEMA H.S.V. (Haras Sousa Vaz – Uberlândia)

Reservado Campeão dos Campeões de Marcha – UiRAPURU BAVÁRiA (Haras Bavária – Guidoval)

Grande Campeã da Raça – DElÍCiA DA MORADA nOVA (Haras Morada nova – inhaúma)

Reservada Grande Campeã da Raça – CAliFORniA ElFAR (Haras OGT – lavras)

CASTRADO

Reservado Campeão dos Campeões de Marcha – léO SAnTA ROSA (Haras Recanto da Fé – Piracema)

Evolução dA NACIoNAlEM 2017 EM 2018

MOViMEnTAçãO

R$ 20 milhões R$ 25 milhõesAniMAiS inSCRiTOS

1.502 1.600Público

190.000 220.000

Vídeo da Exposição nacional do Cavalo Mangalarga Marchador

Fotos: Haras OGT, Bavária, Morada nova, Recanto da Fé e HSV/Divulgação

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FAEMG | SENAR 23

COMO FUNCIONA n O Sistema FAEMG oferece consultoria

para a contratação do Plano de Saúde. As contratações podem ser feitas por meio dos sindicatos rurais.

n Plano com abrangência estadual e atendimento de urgência e emergência em todo o país.

n é possível escolher o tipo de plano: com internação em apartamento ou enfermaria e com ou sem a coparticipação em consultas médicas, exames complementares, serviços odontológicos e procedimentos ambulatoriais.

n Os valores são competitivos e variam de acordo com a faixa etária e o plano escolhido.

“O FAEMG Saúde é um bom negócio. Estou economizando R$ 400 mensalmente com o plano da família. Com esse dinheiro, dá para comprar um bezerro a cada dois meses.”SILDOMAR PETRONILHO, PECUARiSTA DE CORTE

Só VANTAgENSA estratégia deu certo. Sildomar

Petronilho foi um dos produtores rurais que avaliou o FAEMG Saúde e o considerou vantajoso. Como não era sindicalizado em Nova Ponte, sindicalizou-se e já assinou o con-trato para ele, a esposa e a irmã. “O atendimento foi ótimo. Ficou quase 30% mais barato do que meu plano de saúde anterior e agora temos atendimento em todo o estado”, diz. “Estou muito satisfeito.”

FAEMG SAÚdE

nova Ponte foi o município com maior número de adesões ao plano

Lançado em julho, o FAEMG Saúde conquistou produtores ru-rais de Nova Ponte e seus familia-res. Em pouco mais de um mês, 70 contratos do plano foram assina-dos no município. “Temos que for-talecer o Sistema e é um produto bem-vindo ao produtor rural”, diz o presidente do SPR de Nova Ponte, Weber Bernardes de Andrade. Ele mesmo migrou seu plano para o FAEMG Saúde.

Para divulgar o FAEMG Saúde, Ebinho, como é conhecido, fez pro-paganda boca a boca, divulgou em leilões, nas redes sociais e na rádio local. “As pessoas foram se interes-sando e foram ligando.”

Fiz uma boa troca. O meu era regional e agora tenho cobertura estadual.”WEBER BERNARDES DE ANDRADE, PRESiDEnTE DO SPR DE nOVA POnTE

Flávio Amaral

Arquivo pessoal

EM EXPANSÃO

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De geleias a mostardas, derivados de jabuticabas conquistam consumidores de todo o país e estimulam investimentos na região de Sabará

s jabuticabas deixaram os limites dos quintais das casas de avós e alcançaram status gourmet. As pretinhas saborosas, tão comuns na

Região Central de Minas nesta época do ano, agora são apresentadas em novas versões e movimentam pequenas agroindústrias de Sabará, conhecida como a capital da fruta.

Exemplo de negócio que deu certo é o da Sabarabuçu, que produz artesanalmente derivados da jabuticaba de Sabará. Em seu cardápio, 14 produtos: mostarda, molhos picantes e defumados, coberturas, licor, geleia normal e com ouro comestível, cachaças e até cerveja.

PRETINhA CObIçADAAGRoINdÚStRIA

potENCIAlA empresa começou pequena,

há 11 anos, depois que a artesã Mei-re Ribeiro fez um curso do SENAR MINAS/Emater-MG para aprender a produzir geleias e licores. “Gostei muito e enxerguei a possibilidade de negócio”, conta. No início, ela processava meia tonelada da fruta por ano. Agora, já são 20 toneladas. “Vendemos para todo o Brasil.”

Os produtos que fazem mais sucesso são a mostarda de jabu-ticaba e os molhos de jabuticaba picante. São mil caixas de cada um deles por ano. A cerveja, desenvol-vida em parceria com um cervejei-

ro local, também caiu no gosto da clientela. No ano passado, foram produzidas 500 garrafas para o festival da fruta, que ocorre em novembro. “Esgotou no primeiro dia. Para este ano, serão duas mil garrafas.”

“Gostei muito do curso e enxerguei a possibilidade de negócio.”MEIRE RIBEIRO

A

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EXpANSãoComo a demanda é cres-

cente e neste ano a alta na pro-dução já chega a 40%, Meire Ribeiro está desenvolvendo projeto para construir uma agroindústria. O investimen-to ficará entre R$ 400 mil e R$ 500 mil. E a expectativa é con-tratar 10 funcionários. “Deve estar pronta em 2020, mas to-mamos cuidado para manter as características artesanais”, diz a produtora. Com o inves-timento, ela pretende triplicar a produção.

uNIãoMeire também é presiden-

te da Associação de Produto-res de Derivados da Jabutica-ba de Sabará (Asprodejas). Se-gundo ela, juntos, os 27 asso-ciados, usam 60 toneladas da fruta por ano para a produção de derivados. O fornecimento é feito por agricultores fami-liares da região.

FEStIvAlNeste ano, o 32º Festival da Jabu-

ticaba de Sabará será promovido de 15 a 18 de novembro. Durante a festa, que recebeu 120 mil pessoas em 2017, são consumidas cerca de 130 tonela-das da fruta. Segundo a Prefeitura de Sabará, o festival movimentou R$ 3,5 milhões, no ano passado, incluindo vendas da fruta in natura, dos deriva-dos e de 300 mudas de jabuticabeiras.

No pé

232 toneladas de jabuticabas são produzidas em Minas

604 ha*área plantada com jabuticabas no estado* estabelecimentos com 50 pés ou mais

Fontes: Censo Agropecuário 2017 – dados preliminares/Seapa

FAEMG | SENAR 25

Rafael Motta

Fotos: Alden Starling/Prefeitura de Sabará/Divulgação

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pRodutoR dE ÁGuA

dENISE buENo, dE pASSoS

crise hídrica no país vem se manifestando há alguns anos e exigindo novas ações de moradores das zonas urbana e rural. Dian-

te dessa realidade, o SISTEMA FAEMG, em parceria com entidades públicas e privadas, apoia, desde 2015, o Progra-ma Produtor de Água, desenvolvido e regulamentado pela Agência Na-cional de Água (ANA), cuja meta é au-mentar a oferta e a qualidade da água. As ações integram o Programa Nosso Ambiente, que impulsiona frentes de trabalho pela preservação dos recur-sos naturais em todo o estado.

O programa engloba ações de re-cuperação e proteção de nascentes, reservas legais, conservação de agua e solo, saneamento ambiental rural, além de mobilização, capacitação e educação ambiental. O produtor ru-ral é um dos agentes desse trabalho e receberá pelas ações desenvolvidas na sua propriedade. O SENAR MINAS é parceiro do projeto, capacitando produtores e trabalhadores.

Na área de atuação do Escritório Regional do SENAR em Passos, várias ações estão sendo feitas para preser-var e revitalizar sub-bacias. Todos os projetos terão interconexão pelos sistemas hídricos e, segundo Maria-na Pereira Ramos, analista ambiental

da FAEMG, contribuirão positiva-mente com a Bacia do Rio Grande e a do São Francisco.

Mariana lembra que o SISTEMA FAEMG sempre se preocupou com a sustentabilidade ambiental nas ativi-dades agropecuárias, seja na ação de incentivar e orientar o produtor rural a se regularizar ambientalmente, seja no apoio e desenvolvimento de proje-tos no contexto de microbacias hidro-gráficas. “O Programa Nosso Ambien-te tem a missão de contribuir para a melhoria da qualidade ambiental nas propriedades rurais, considerando o contexto de microbacias hidrográfi-cas em Minas. Ações em parceria, co-mo a do Programa Produtor de Água,

RECUPERAR, REVITALIZAR E CONSERVARSISTemA FAemG estimula adesão ao projeto e promove capacitação para produtores

Prefeitura de Capitólio

A

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FAEMG | SENAR 27

pRodutoR dE ÁGuA boCAINAEm Passos, a Emater tentou, em

parceria com outros órgãos, des-lanchar ações preservacionistas na área do Ribeirão Bocaina, mas a burocracia sempre dificultou o pro-cesso. Com o Programa Produtor de Águas, as ações foram retomadas. O Bocaina, como os demais ribeirões, é importante para o município, pois é responsável pelo abastecimento da população urbana e de propriedades rurais.

Segundo o presidente do Sindica-to dos Produtores Rurais de Passos, Darlan Esper Kallas, a recuperação do Bocaina é um sonho de muitos anos. Ele ressalta que as primeiras ações envolveram a apresentação do programa ao produtor. “Foi um desafio trazer os produtores para as reuniões e fazê-los entender que o projeto é exequível e vai beneficiá-los e o município.”

Darlan destaca ainda que o pro-jeto é democrático, pois permite que o produtor opine e defina quais ações ele vai fazer na sua proprieda-de. “Proporcionalmente, ele recebe-rá pelas ações que desenvolver na sua área.” Na primeira etapa, foram cadastrados em Passos quase 200 produtores.

A população dos municípios pro-dutores de água será diretamente beneficiada com a implantação dos projetos, pois a redução dos custos com captação, tratamento e forneci-mento de água em períodos críticos contribuirá para a regularização do fornecimento, segundo o mobiliza-dor e coordenador responsável pelo projeto, Dirceu de Oliveira Costa.

Em Passos e Piumhi, os editais de chamamento público para o pa-gamento por serviços ambientais estão abertos para a habilitação dos produtores rurais. Os interessados devem procurar a Emater, Prefeitura, Sindicato Rural ou o Serviço Autô-nomo de Água e Esgoto (SAAE), pa-ra detalhamento das informações e prazos. Outras informações podem ser obtidas nos links: www.saaepas-sos.com.br/post/1286/projeto-bo-caina e www.saaepiumhi.com.br/projetoararas

são importantes por viabilizarem a gestão integrada dos recursos hí-dricos, a aplicação de indicadores ambientais que permitam nortear as decisões do produtor rural, e a melhoria da oferta e da qualidade da água em bacias hidrográficas.”

Para a diretora de agricultura, pesca e meio ambiente de Capitó-lio, Lucimar Rodrigues de Oliveira, o projeto é importante para o municí-pio e para os produtores rurais, que receberão apoio técnico e financeiro para desenvolver atividades de for-ma mais sustentável. “A melhoria qualitativa e quantitativa da água nesta bacia é de grande importância para Capitólio, pois este manancial é

responsável pelo abastecimento da população. O programa também de-senvolve atividades educativas com crianças, jovens e adultos, cons-cientizando sobre a importância da recuperação e preservação dos ma-nanciais e do consumo responsável da água”, explica Lucimar. Serão investidos mais de R$ 5 milhões na primeira etapa dos projetos.

Neste ano, o SENAR promoveu quatro cursos de Recuperação de Nascentes, dois de Recuperação de Áreas Degradadas e um de Constru-ção de Fossa Séptica, nos municí-pios de Capitólio, Passos, Piumhi e Formiga, em parceria com os sindi-catos rurais.

A melhoria qualitativa e quantitativa da água nesta bacia é de grande importância para Capitólio, pois este manancial é responsável pelo abastecimento da população”. LUCIMAR RODRIgUES DE OLIVEIRA, diretora de agricultura, pesca e meio ambiente de Capitólio

Ribeirão Ambrósio - Capitólio

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Sub-bACIAS AtENdIdASn Ribeirão Araras, em Piumhin Ambrósio, em Capitólion Ribeirão Bocaina, em Passosn Perobas, em Doresópolisn Oásis, em Pimentan Vida nova, em Formigan Águas da Canastra, em São Roque de

Minas

obJEtIvoS do pRoJEton Melhorar as condições ambientais das

propriedades rurais;n Favorecer a infiltração de água no solo;n Aumentar o volume do lençol freático;n Aumentar a vazão nos rios nos períodos de

estiagem;n Reduzir a turbidez da água e o custo do

tratamento da água captada;n Atenuar conflitos pelo uso da água;n Promover segurança no abastecimento.

tuRISMoA região que desenvolve os

projetos do Programa Produ-tor de Água tem um forte apelo turístico pelas suas águas que encantam milhares de pessoas. Capitólio, Serra da Canastra e São Roque de Minas estão entre os destinos mais procurados em Minas Gerais.

Segundo Lucimar Oliveira, a revitalização das áreas benefi-ciará a região. “Com a recupera-ção das matas ciliares e a preser-vação ambiental da bacia, cor-redores ecológicos se formarão contribuindo para conservação da biodiversidade, fornecendo alimento e abrigo para a fauna local, formando barreiras natu-rais contra a disseminação de pragas e doenças da agricultura, exercendo a função ambiental de preservar os recursos hídri-cos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora e o bem-estar das populações hu-manas.” O que encantará tanto a população local quanto os turistas.

CApItólIo E pASSoSEntre as ações que serão imple-

mentadas, Dirceu Costa destaca: conservação e recuperação da co-bertura florestal natural (cercamen-to/proteção de nascentes, plantio e manutenção de mudas de espécies nativas), construção de terraços agrí-colas, barraginhas de contenção de águas e sedimentos, readequação de estradas rurais, além das ações agronômicas voltadas para melho-

ria da infiltração e conservação da água, como os sistemas agroflores-tais. Também serão desenvolvidas ações para a melhoria da qualidade do recurso hídrico por meio do sa-neamento ambiental rural que dará tratamento e destinação adequados para águas residuárias dos currais e pocilgas e efluentes domésticos com a instalação de fossas biodigestoras nas residências rurais.

Fossa Séptica, Passos

Recuperação de áreas Degradadas, Capitólio

Arquivo SEnAR MinAS

Talita Alves

pRodutoR dE ÁGuA

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AlINE FuRtAdo, dE JuIZ dE FoRA

Promovido pelo SENAR MINAS em parceria com o Sicoob Credivertentes, o GQC chega à 12ª edição na região abran-gida pelo Sindicato Rural de Barbacena. A edição mais recente tem um detalhe

especial: pela primeira vez, a turma é composta, de forma igualitária, por ho-mens e mulheres, fora a expressiva par-ticipação de pais e filhos. O programa foi realizado entre os meses de maio e agosto, reunindo 20 produtores rurais de 10 propriedades.

SUCESSO EM bARbACENAParceria entre SEnAR MinAS e Sicoob Credivertentes conclui sua 12ª turma comemorando os resultados positivos

Outro destaque na turma que concluiu o GCQ em Barbacena é a participação de pais e filhos. Entre os alunos, três pais e quatro filhas. Uma dessas famílias é a do produtor rural José Adimar Campos e suas filhas gê-meas Aline e Alane Moreira Campos. “Para mim, é uma felicidade ver mi-nhas filhas cuidando e se dedicando ao nosso negócio. A possibilidade de vê-las dando continuidade me faz muito feliz. É presente e futuro an-dando de mãos dadas”.

Fernanda Fagundes de Paula parti-cipou do GQC ao lado do seu pai, An-tônio Eustáquio de Paula, proprietá-rio da Fazenda Tijuco Preto, em Santa Rita do Ibitipoca, onde trabalha com produção leiteira e venda de matrizes.

“Quando cheguei, pensava que as aulas seriam apenas na sala de aula e

tinha muitas dúvidas quanto ao que iria fazer da minha vida, já que sou bióloga. Agora, sou só gratidão. Tenho convicção de que irei dar continuida-de ao negócio da minha família”.

SuCESSão No CAMpo

“É uma felicidade ver minhas filhas se dedicando ao nosso negócio. É presente e futuro andando de mãos dadas” jOSé ADMIR

GqC

hIStóRICo “Conversar com os ex-alu-

nos é muito animador. Eles relatam mudanças efetivas, resultados palpáveis e men-suráveis. O GQC nos dá a cer-teza da qualificação da mão de obra porque trabalhamos para reverter deficiências, incen-tivando melhorias”, explica o médico veterinário e instrutor do programa, Bernardo Faria de Barros.

Rogério Ladeira, gerente de negócios do Sicoob Credi-vertentes, acompanhou as 12 edições do GQC na região. Ele comemora esse marco. “Para nós, é motivo de felicidade es-tar junto ao SENAR MINAS em um programa como o GQC, tamanha a sua excelência. Acompanhar o curso é uma coisa, ver o resultado, poste-riormente, é impressionante. O ganho é imenso, pois uma coisa é o produtor rural ter em mente que precisa mudar, ou-tra é colocar no papel, apren-der a planejar”.

Para a mobilizadora Irace-ma Costa Flisch, o programa é uma ponte para a melhoria da qualidade de vida. “Trata-se de uma parceria muito impor-tante para Barbacena e região, já que promove a melhoria do trabalho e, consequentemen-te, da qualidade de vida de todos”.

Missão cumprida: após o curso, produtores passam a ver as fazendas como empresas rurais

Fotos: Aline Furtado

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NAthAlIE GuIMARãES, dE vIçoSA

consolidação da qualidade dos cursos e programas do SENAR MINAS fica eviden-te pela elevada procura. Há cerca de uma década em

parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), o SENAR mostra seu alto nível, reconhecido por pessoas de toda parte do Brasil, durante o mais tra-dicional evento de extensão universi-

tária do país: a Semana do Fazendeiro. A cada ano, crescem o número de par-ticipantes, a oferta de cursos do SENAR e as iniciativas da FAEMG. Mais de 700 pessoas participaram de 59 cursos do SENAR MINAS e palestras dos progra-mas Café+Forte e Balde Cheio, além do Celeiro de Inovação, um workshop do programa Novo Agro.

Os cursos voltados para a culinária e a cafeicultura ganharam, pela primeira vez, um espaço próprio, localizado na região central do campus. Com vidros que permitiam a visualização de seu interior, as salas da Cozinha Escola atra-íram olhares curiosos para os cursos de Derivados do Café e do Leite, Doces, Embutidos e Defumados, Torra, Cafés

Especiais, Classificação e Degustação de Café e Comercialização de Café. O resultado foi a intensa procura, no local, por novas vagas. Para a gerente regional do SENAR MINAS em Viçosa, Silvana Novais, a Cozinha Escola ge-rou um envolvimento maior com a comunidade.

“Os visitantes ficaram muito inte-ressados e queriam participar. Todos os treinamentos foram bem aceitos, e conseguimos atingir nosso objetivo: atender pessoas de todas as regiões e mostrar o trabalho do SENAR, que, den-tro da Semana do Fazendeiro, conquis-tou reconhecimento muito grande. Há participantes assíduos do evento que já buscam o SENAR porque sabem da

QUALIDADE RECONhECIDASiSTEMA FAEMG reforça presença no mais tradicional evento de extensão universitária do país

SEMANA do FAZENdEIRo

Curso de Classificação e Degustação de Café

A

Fotos: nathalie Guimarães

Curso de Derivados do Leite

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FAEMG | SENAR 31

Outra novidade foi o curso de drone, ofertado em seu formato ori-ginal, com 24 horas de aulas teóricas e práticas. “Inserimos esse curso na programação por ser um equipa-mento que já está sendo utilizado na agricultura e na pecuária e que-ríamos mostrar o quanto é valioso para a propriedade”, disse Silvana Novais.

O equipamento remotamente pilotado oferece uma série de van-tagens, como explica o produtor José Peixoto Carvalho Júnior, de Conselheiro Lafaiete. “Trabalho com eucalipto em uma propriedade de 120 hectares. E o drone se tornou mais uma fonte de checagem, para

conferir a cerca e como a plantação está se desenvolvendo, por exem-plo. Ganhamos essa visão aérea e podemos antecipar decisões em benefício da produção, além de me-lhorar a gestão.”

O estudante de Agronomia Ian Carlos Morais dos Reis, de 18 anos, veio de Tocantins para participar pela primeira vez da Semana do Fa-zendeiro. “Tenho paixão pela área. Por isso, escolhi esse curso voltado para a tecnologia no campo”. Outra apaixonada por tecnologia é a pro-dutora de café e pimenta Ildineia Merlin, de São Mateus (ES). “Tenho o interesse de agregar essa ferramen-ta na propriedade”.

vISão dIFERENCIAdA

INovAçãoOutra iniciativa de sucesso foi o

Celeiro de Inovação, um workshop do programa Novo Agro voltado para a busca de soluções e oportunidades de negócios para os desafios da cafei-cultura. O evento reuniu produtores, pesquisadores, estudantes e interes-sados para um trabalho voltado para o estímulo ao empreendedorismo.

“Foi um ambiente propício à cria-ção de ferramentas para desafios reais dos produtores rurais. Nosso objetivo é aproximar as tecnologias dos produtores, tornando-as mais po-pulares e acessíveis”, destacou o su-perintendente do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (INAES), Pierre Vilela.

qualidade e não abrem mão de partici-par exclusivamente dos nossos cursos. Além disso, nesta edição, outras inicia-tivas, como o Balde Cheio, o Café+Forte e o Celeiro de Inovação culminaram no sucesso da participação de todo o SIS-TEMA FAEMG.”

“O SENAR é, sem dúvida, o mais importante parceiro da Semana do Fa-zendeiro. Temos recebido um expres-sivo apoio da superintendência, que sempre nos honra com sua presença na abertura, e do escritório regional, que participa não só da concepção da Semana, mas nos auxilia em todas as etapas. Esperamos que a parceria entre a UFV e o SENAR se mantenha por mui-tos anos”, enfatizou o professor Clóvis Andrade Neves, pró-reitor de Extensão e Cultura da UFV.

Palestra do programa Balde Cheio Curso de Drone

Celeiro de Inovação - de pé, superintendente do INAES, Pierre Vilela.

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tuRISMo RuRAl

JoSIANE MoREIRA, dE SEtE lAGoAS, E NAthAlIE GuIMARãES, dE vIçoSA

Minas Gerais tem tudo para ala-vancar o Turismo Rural. Entre os benefícios dessa modalidade estão a preservação das áreas naturais e manutenção das atividades agríco-las, melhoria da qualidade de vida da comunidade receptora, diminuição do êxodo rural, melhoria da infra-estrutura básica, valorização da cul-tura local e novas oportunidades de negócios.

Segundo a turismóloga Fernanda Silva, que é instrutora de programas e cursos do SENAR MINAS na área, “a atividade está sendo desenvolvida aos poucos. Todos que visitam Mi-nas buscam pela tradicional comida mineira, feita em um fogão a lenha e com qualidade. O queijo mineiro, os doces, linguiças e cachaças são reco-nhecidos mundialmente. Basta ofere-cer tudo isso, que Minas tem de sobra,

para os visitantes, juntamente com as inúmeras belezas naturais e culturais, agregando valor e criando diferen-ciais”, orientou.

Nesse contexto, destaca-se o pro-grama Agente de Turismo Rural, do SENAR, que oferece uma qualificação abrangente. “Além disso, mostra que o agente é um profissional que deve pensar no desenvolvimento do meio rural, de forma a proporcionar todos os benefícios e reforçar o que sua re-gião oferece de melhor, conseguin-do transformar as potencialidades em produtos turísticos”, explicou Fernanda.

Ana Edwiges Braga, outra instru-tora de cursos de Turismo Rural do SENAR, concorda. De acordo com a tu-rismóloga, “o turismo era visto como lazer, mas é muito mais que isso. Tu-rismo é economia, prestação de ser-viço, emprego e renda, alimentação, hospedagem, informação, intercâm-bio cultural e conhecimento”.

VOCAçÃO PARA RECEbER bEMCapacitação adequada, aliada ao grande potencial turístico de Minas Gerais, transforma o estado em uma escolha certa para viajantes

Segundo dados do Ministério do Turismo, em 2017 foram incluídos

276municípios no mapa do turismo, passando de

279para

555os que têm vocação para atender essa demanda

65% dos municípios do estado têm capacidade turística e potencial para alavancar a economia.

Parque Estadual do Rio Doce recebeu roteiros criados pelos alunos

Josiane Moreira

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FAEMG | SENAR 33

O Parque Estadual do Rio Doce, com quase 36 mil hectares, localizado em Marliéria, foi o cenário perfeito para receber os novos profissionais do Programa de Agente de Turismo Rural. No local, os alunos fizeram o módulo de trilhas, um safári noturno e também a cerimônia de conclusão do curso. Com árvores centenárias, diversas espécies de mamíferos e pás-saros catalogados, o parque é a maior floresta tropical de Minas Gerais, inte-grando o circuito Mata Atlântica.

Os alunos, vindos de Marliéria, Ti-móteo, Ipatinga, Dionísio e Jaguaraçu, participaram durante seis meses do programa. “A turma está unida em busca de conhecimento e novas estra-tégias para atrair visitantes e explorar

as potencialidades da região. Fico feliz de ter acompanhado essa trajetória e acredito que colocarão em prática tudo que aprenderam, levando estas cidades a um novo patamar turístico”, resumiu a mobilizadora do Sindicato dos Produtores Rurais de Marliéria, Fabiana Cristina Rodrigues da Silva.

A expectativa é que os novos agen-tes sejam recebidos como parceiros, com o objetivo de aprimorar os ser-viços e agradar o visitante. O curso prevê o planejamento, além da apre-sentação e criação de três roteiros vol-tados para o ecoturismo. “O roteiro é uma ferramenta poderosa para que o visitante possa aproveitar bem o tempo e a viagem”, justifica o aluno Celson Damasceno.

RotEIRoSdE MARlIéRIAentre vales e montanhas: roteiro envolve a Cachoeira da Jacuba, o Mirante Jacroá e o Parque Estadual do Rio Doce, com direito a apreciar o pôr do sol e um safári noturno.belezas naturais: a proposta é uma trilha no Sítio Santo Antônio, incluindo água, frutas e um cajado para os interessados.cultura e Sabores: à sombra de uma pitangueira, em Jaguaraçu, o passeio leva os turistas a uma viagem pela história de fé da região e a um passeio por uma fábrica de rapadura.

O agroturismo é considerado uma alternativa para o desenvolvimento re-gional e a melhoria da qualidade de vi-da dos produtores rurais em Teixeiras, na Zona da Mata. Fornecer capacitação e estrutura para impulsionar essa mo-dalidade de turismo é um dos objeti-vos do projeto Caminho do Campo, coordenado pela Associação de Pro-dutores de Hortaliças, Frutas, Flores e Plantas Ornamentais de Teixeiras e Re-gião (Asplan), que conta com a parceria do SENAR MINAS desde 2013.

“Após essa parceria, a procura por cursos do SENAR cresceu e as qualifi-cações contribuíram para fomentar o turismo, além de mostrar como pa-dronizar a produção de doces e incen-tivar a recuperação de nascentes, por exemplo”, afirmou a gerente regional do SENAR MINAS em Viçosa, Silvana Novais.

A finalidade do projeto é implantar um roteiro turístico de cerca de cinco quilômetros, que liga a Estação Ferro-viária de Teixeiras às comunidades do Botafogo, Santo André, Gongo, Pedra Rachada, Palmeiras e adjacências, onde estão mais de 80 famílias de produtores que atuam na agricultura familiar.

“Nosso objetivo é produzir flores e plantas ornamentais para embelezar o entorno, além de produzir um exce-dente para a comercialização. Preten-demos também produzir mudas de árvores nativas, para combater a falta de água. O propósito maior é trans-formar o produtor rural da Zona da Mata em Plantador de Água. Isso, com certeza, vai criar um novo mercado para a região e melhorar considera-velmente a renda dos nossos produ-tores rurais”, explicou o economista Jershon Ayres de Morais, que integra o Conselho Fiscal da Asplan.

tREM tuRÍStICo SERRAS dE MINAS

tEIXEIRAS AbRE CAMINho

O Projeto Caminho do Campo faz parte de uma proposta maior, em parceria com outros projetos, como o Trem das Serras de Minas, que quer implantar uma rota turística revitalizando as linhas férreas que passam por Mariana, Acaiaca, Barra longa, nova Era, Dom Silvério, Rio Doce, Ponte nova, Teixeiras, Viçosa, Cajuri, Coimbra, São Geraldo, Visconde do Rio Branco, Ubá, Astolfo Dutra, Dona Euzébia e Cataguases.

“O Caminho do Campo, com os cursos do SEnAR, é a mola propulsora da economia na região. E, se nós conseguirmos implantar o Trem das Serras de Minas, teremos grande transformação na região. A cidade de Teixeiras vai passar a receber, nos finais de semana, centenas de turistas”, disse Jershon, que também é representante da OnG Amigos do Trem e presidente do núcleo de Preservação Ferroviária de Viçosa.

Antiga estação de trem de Teixeiras

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uM Novo olhAR SobRE A REGIão dE MARlIéRIA

Jherson Morais e a presidente da Asplan, Letícia Cristina Pereira, na praça de Teixeiras

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nathalie Guimarães

Alunos durante safari noturno

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élCIo FoNSECA, dE pAtoS dE MINASAos 20 anos, Tayná Costa tem levado

uma vida bem corrida. Às sete da manhã, chega à Daterra Coffee, empresa de comer-cialização de café localizada em Patrocínio (Alto Paranaíba). O expediente termina às seis da tarde e ela vai direto para o Ins-tituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM – Campus Patrocínio), onde faz o curso superior de Tecnologia em Gestão Comer-cial. Às dez da noite,Tayná finalmente vai para casa descansar, pois, no dia seguinte, começa tudo de novo. E se engana quem acha que ela está insatisfeita com a rotina. “Estou dando graças a Deus por estar estu-dando e trabalhando.”

O emprego é recente, a oportunidade surgiu depois de ela concluir o Programa Aprendizagem Rural, do SENAR MINAS, Daterra Coffee e Sindicato dos Produtores Rurais de Patrocínio. “Eu não esperava ser contratada tão rapidamente, é meu pri-meiro emprego, não estou conseguindo me segurar de tanta alegria.”

Tayná ocupa a função de auxiliar admi-nistrativo no setor de compras. Participa da contratação de fornecedores, do con-trole de pedidos, da emissão de notas fis-cais, da negociação de preços, entre outras atividades. “Quero me formar e crescer na empresa. O que aprendi durante o Apren-dizagem Rural, vou levar para a vida toda.”

Após a conclusão da primeira turma do Programa do SENAR MINAS em Patro-cínio, 11 jovens –Tayná e outros dez – estão atuando na área, sendo sete na própria Da-terra. O sucesso foi tão grande que a segun-da turma já iniciou o Aprendizagem Rural por lá. São agora 20 jovens, com idades entre 18 e 24 anos, que durante oito meses farão o curso com ênfase em Mecanização Agrícola (Café).

Lucas dos Santos também é recém-con-tratado da Daterra. Aos 19 anos, comemo-ra o primeiro emprego. Após ter concluído o curso na mesma turma que Tayná, foi contratado como tratorista. “Comecei o curso sem saber nada de máquinas agríco-las. Espero aprender mais a cada dia.”

A CAMINhO DO EMPREGOPrograma do SEnAR MinAS prepara jovens e abre portas para o mercado de trabalho

“Nossa expectativa é multi-plicar esses resultados e contri-buir com a contratação do maior número possível de aprendizes. Assim, teremos a certeza de que estamos no caminho certo, cum-prindo o objetivo de proporcionar a empregabilidade e ajudar os jo-vens a ter um futuro melhor por meio da educação profissional. As empresas também ganham por possuírem um quadro qualifica-do de colaboradores”, comenta Cristiane Trigueiro, analista da Assessoria Pedagógica do SENAR MINAS.

Roberta Fonseca, supervisora administrativa da Daterra Coffee, diz que o programa tem propor-cionado muitos ganhos para a empresa. “Profissionais com for-mação prática são poucos. Todo ano temos demanda expressiva durante a safra e muita gente nos procura, mas ninguém com qua-lificação. O Aprendizagem Rural tem trazido jovens com os conhe-cimentos necessários.”

ApRENdIZAGEM RuRAl

EduCAção pRoFISSIoNAl

Turma de aprendizes em Patrocínio

Fotos: élcio Fonseca

Eu não esperava ser contratada tão rapidamente, é meu primeiro emprego, não estou conseguindo me segurar de tanta alegria.”TAyNÁ COSTA

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FAEMG | SENAR 35

Na abertura da segunda turma, An-derson de Lima, de 21 anos, chamou a atenção pelo interesse durante as apresentações. Ele faz curso técnico em Agropecuária e agora irá se dedicar também ao Aprendizagem Rural. “Pre-tendo ser Engenheiro Agrônomo, mas sei que, para isso, preciso estudar mui-to. Tenho certeza de que vou terminar o programa mais qualificado. E espero ser contratado pela empresa”, comenta.

Érika Borges, de 18 anos, também é nova aluna do Aprendizagem Rural. É mais nova que Anderson, mas não menos determinada. “Estou enca-rando este curso como o começo da minha carreira profissional. Pretendo ser médica veterinária, por isso vou aproveitar ao máximo esta oportuni-dade para ser contratada pela Daterra. E, com o salário, pretendo pagar mi-nha faculdade.”

A supervisora administrativa reve-la que espera resultados ainda melho-res com a segunda turma. “Melhora-mos o processo de divulgação, procu-ramos jovens realmente interessados em trabalhar no meio rural e melho-ramos também o processo seletivo. Temos demanda para contratar os 20 que iniciaram o curso. Se eles conti-nuarem determinados, poderão ser funcionários da Daterra.”

O gerente regional de Patos de Mi-nas, Sérgio Coelho, responsável pelas ações do SENAR MINAS em 55 mu-

nicípios do Alto Paranaíba, Alto São Francisco e Noroeste Mineiro, come-mora os resultados. “A experiência do SENAR com a Daterra é antiga. Desde que assumi a gerência regio-nal, em 1998, atendemos a empresa. O Aprendizagem Rural só estreita a relação entre o SENAR, o Sindicato Rural de Patrocínio e a Daterra.”

Patrocínio tem pouco mais de 80 mil habitantes e é referência mundial em produção de café. O mobilizador do Sindicato, Ronan Silio, diz que o Aprendizagem Rural ajuda a alimentar o mercado de trabalho. “Recebo mui-tas ligações, quase diárias, de gente à procura de profissionais qualificados, esta demanda é constante. Por isso, o que fazemos nos deixa muito felizes.”

O superintendente do Sindicato de Patrocínio, João Figueiredo, diz ter certeza de que estão no caminho cer-to para o desenvolvimento do muni-cípio. “Os profissionais têm que apri-morar seus conhecimentos constan-temente, pois no campo as coisas não param de avançar, as máquinas che-gam com cada vez mais tecnologia e, por isso, é necessário ter mão de obra qualificada. O SENAR sempre nos aju-dou nisso. Se Patrocínio atingiu este patamar de referência hoje, devemos nos sentir parte disso.”

ApRENdIZAGEMO Programa Aprendizagem Rural

é um direito garantido por lei aos adolescentes e jovens que desejam ingressar no mundo do trabalho. “O objetivo é oportunizar que esse ingresso ocorra de forma assistida, com segurança, que garanta o bem-estar físico e emocional do partici-pante. Além de ser contratado por uma empresa de médio ou grande porte, o jovem participa de um cur-so de qualificação profissional, ou seja, com o programa, ele consegue adquirir conhecimentos e experi-ências profissionais que o auxilia-rão em chances futuras, garantindo o seu acesso e a sua permanência no mercado de trabalho”, detalha Cristiane.

NÚMERoSO programa do SEnAR MinAS ampliou a atuação nos últimos três anos:

21 turmas Municípios atendidos: Frutal, Santa Vitória, ituiutaba e Patrocínio

381 aprendizesAté dezembro de 2018: início de quatro turmas, em Santa Vitória (2), Carbonita e Martinho Campos.

MAIS uMA tuRMA

“Estou encarando este curso como o começo da minha carreira profissional.”éRIkA BORgES

“Tenho certeza de que vou terminar o programa mais qualificado. E espero ser contratado pela empresa.”ANDERSON DE LIMA

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Saulo Laranjeira nasceu em Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha, mas sua arte o transformou em cidadão do mundo. Polivalente, ele canta, atua, faz humor e ainda é apresentador de tevê, sempre com lastro na diversida-de da cultura popular do Brasil.

Este ano, a arte de Saulo encon-trou a arte do Programa Família na Praça do SENAR MINAS. Seus perso-nagens se juntaram aos serviços de saúde, cultura, lazer e educação que o programa leva às famílias do cam-po em apresentações com a Banda Arrumação em Santa Maria do Salto

e Eugenópolis (em novembro será a vez de Santa Bárbara do Tugúrio), ar-rancando sorrisos e aplausos.

“Como a saúde e a educação, a cultura é fundamental para agu-çar a sensibilidade, iluminando as emoções”, ressaltou o artista. Para o coordenador de Promoção Social do SENAR, José Belas Gonçalves, a par-ceria enriqueceu muito o Família na Praça. “Saulo é um artista de expres-são, é carismático, atrai o público, as pessoas gostam dele. Ele veio para somar - valeu a pena, foi muito posi-tivo”, elogiou.

“CULTURA é FUNDAMENTAL”Em entrevista, Saulo laranjeira conta como foi apresentar-se no Programa Família na Praça e comenta a importância da arte para o homem do campo

pRoMoção SoCIAl

Sylvio Coutinho/Divulgação

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Como foi o seu encontro com o SENAR MINAS?

Foi muito gratificante. Já tinha co-nhecimento do trabalho sério que o SENAR desenvolve, atendendo as fa-mílias que vivem na zona rural.O que chamou sua atenção no Programa Família na Praça? Por que participar?

A iniciativa do SENAR em desen-volver projetos culturais e de capaci-tação ao homem do campo é digna de reconhecimento. As famílias que vivem afastadas dos grandes centros precisam de apoio para viver digna-mente. Os projetos na área da cul-tura são importantes para que elas possam fortalecer sua identidade cultural.Suas apresentações foram um sucesso, muito elogiadas por quem viu. Como o senhor avalia essa recepção?

O meu trabalho artístico é inspira-do na cultura regional. Daí a pronta identificação com o público que vive longe dos centros urbanos.Como foi a preparação do repertório para as apresentações no Programa? Alguma novidade?

O meu repertório é muito amplo, com muitas opções na área da músi-ca, do teatro e da poesia. Dependendo do momento e da recepção do pú-blico, imprimo a expressão artística que for mais conveniente para cada situação.Como o acesso à cultura contribui para a qualidade de vida do homem do campo?

Como a saúde e a educação, a cul-tura é fundamental para aguçar a sen-sibilidade iluminando as emoções, preenchendo a alma de valores no-bres, como a solidariedade e o respei-to à natureza. Além do enorme prazer de vivenciar suas raízes culturais. O senhor Acha que os moradores do interior têm tido acesso adequado à cultura?

Infelizmente não. A mídia mos-

tra total desinteresse na diversidade cultural do nosso país. Colocam em segundo plano e desprezam as ex-pressões culturais que são referên-cias fundamentais para manter viva a nossa memória. Por isso a importân-cia do projeto do SENAR em levar para as famílias do campo o encantamen-to da arte brasileira. O que falta para que a cultura chegue mais até as pessoas?

Política cultural ampla e democrá-tica, valorizando as manifestações culturais em todas regiões do país. Divulgar e ampliar o mercado das ar-tes brasileiras, que sempre ficaram às margens da mídia. O interior de Minas tem grande influência no seu trabalho. Qual a importância da história e da poesia do campo na sua trajetória de artista?

Boa parte dos meus personagens foram inspirados em pessoas que existiram e com quem convivi na mi-nha adolescência, personagens que se tornaram referência para a minha vida e para a minha arte. A sabença popular com a sua poesia e encanta-mento é o meu norte como artista e cidadão brasileiro.

“A SAbENçA POPULAR é O MEU NORTE”

MultIARtIStASaulo laranjeira começou na televisão na década de 1980 no programa Som Brasil (Rede Globo), e é idealizador e apresentador do Programa Arrumação (TV Cultural e Educativa / Rede Minas), já há 30 anos no ar. Como ator, participou da novela Velho Chico, na Rede Globo (2016) e da série Filhos da Pátria (2017), da mesma emissora. Dono de personagens conhecidos do público, como o Maestro Sabiá, o Kelé Metaleiro e a Véia Messina, Saulo também integrou por mais de 20 anos o elenco do programa A Praça é nossa (SBT), com o personagem João Plenário. Articulador cultural, o artista também desenvolveu a Caravana Arrumação, uma carreta-palco itinerante que percorreu mais de 150 cidades mineiras. O primeiro DVD da carreira de Saulo laranjeira, lua Clareou, foi lançado em setembro de 2016 no Teatro Bradesco, em Belo Horizonte.

FAEMG | SENAR 37

ENtREvIStAnathalie Guimarães

Daniella leite

Em Santa Maria do Salto, apresentação reuniu uma multidão na praça

Apresentação em Eugenópolis

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MISTÉRIO NAS LAVOURASo alto, é possível observar as formas geométricas perfeitas. Algumas são do tamanho de 10

campos de futebol. Aparecem misteriosamente em lavouras de cereais. Batizadas de agroglifos, intrigam pesquisadores brasileiros e do restante do mundo.

Em grego, agro significa campo, e glifo, entalhe. Esses círculos desenhados em lavouras começaram a ser observados no Reino Unido, há cerca de 50 anos. Na Europa, aparecem 100 agroglifos por ano. A maioria, até 80%, na Inglaterra, no verão, em plantações de canola, cevada e trigo.

No Brasil, são vistos no Paraná e em Santa Catarina. Na região, nos últimos 10 anos, estudiosos já contaram 30 desses desenhos em plantações de trigo de Prudentópolis. Desde 2016, surgem também em Ipuaçú (SC): três já apareceram por lá.

Círculos aparecem “desenhados” em plantações do Brasil e do mundo

INVESTIGAÇÃOSegundo ufólogo e editor da revis-

ta UFO, Ademar José Gevaerd, não há explicações para os intrincados dese-nhos. Por isso, especialistas pesqui-sam as ligações entre o fenômeno e extraterrestres. Gevaerd explica que as figuras são perfeitas. As formas são extensas, aparecem misteriosamen-te durante a noite e mesmo de dia, sempre são geométricas; e as plan-tas são dobradas (não são quebradas nem mortas).

PERDASEm cálculo feito em lavoura de trigo de Prudentópolis, com agroglifo de 80 metros de diâmetro que surgiu em 2016, a perda do produtor rural com as plantas amassadas foi de R$ 150.

MINEIROSEm Minas Gerais não há confirmação de agroglifos. Mas casos suspeitos, com amassamento de lavouras, foram observados em Passatempo (1987) e Riolândia (2008), de cana-de-açúcar, e em Itanhandu (2012), em lavoura de milho.

CONTRAPONTOA irrigação por pivô central também forma círculos perfeitos em lavouras no Brasil e ao redor do mundo. Segundo o superintendente do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (INAES), Pierre Vilela, o pivô é instalado no centro, onde fica a fonte de origem da água. E a distribuição é feita em círculos em razão da concepção do equipamento, que permite a eficiência da irrigação da área sem obstáculos. “Forma os círculos verdes.”

Confira mais imagens e vídeo de agrofligos no Brasil e no Mundo“ Os agroglifos são os maiores mistérios sendo

pesquisados no mundo de hoje”A.J. GEVAERD, UFÓLOGO

Fotos: Revista UFO

Agroglifo de Prudentópolis, de 27 de setembro de 2016: inexplicável Receba as notícias

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