revista volver #6 edição

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Julho de 2012 Ano 1 - Nº 6 Foto: Jorge Etecheber

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6ª Edição da Revista Volver, Julho de 2012.

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Julho de 2012Ano 1 - Nº 6

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CARTA AO LEITOR

EXPEDIENTE

Diante do atual cenário, favorável ao debate que envolve a ditadura, resgatamos um importante personagem desse período, Carlos Marighella, e trouxemos à luz do dia as incógnitas e certezas que o cercam. A edição de julho também apresenta o trabalho do grupo Fusão de Rua e propõe um debate sustentável que aborda temas como a Rio+20, bicicleta e a profissão de engenheiro florestal, orientando sobre a importância da conscientização ambiental. Confira ainda a nova conquista de Rio Preto, o Centro de Convivência e Juventude, e conheça os profissionais do Centro Cultural Vasco, apresentados pelo repórter Marcelo Melo. O grupo fornece aulas gratuitas e contribui agregando conhecimento aos jovens de nossa cidade. Constate e participe enviando comentários para o Mural. Aproveite!

Ano 01 Nº 6 JULHO/2012

EDITORAMani Jardim

JORNALISTA RESPONSÁVELMani Jardim MTB 0066616/SP

COLABORADORESAlexandre LuizFernando StefaniniJoão Paulo RilloMarcelo MeloLuiz AureoValdir FerreiraIsabela Martinez

FOTO CAPAJorge Etecheber

DESIGN & PROJETO VISUALNoroeste Mídia [email protected]

IMPRESSÃOLWC Editora Gráfica LTDA

TIRAGEM20.000 exemplares

EDITORA RESPONSÁVELApta Editora & Serviços Gráficos LTDA

PARA [email protected](17) 9203.4983

A “Revista Volver” não se responsabiliza por opiniões emitidas por colaboradores e entre-vistados, conteúdo contido em anúncios e in-formes publicitários. Não publicamos matérias pagas. Proibida a reprodução das matérias sem autorização. Todos os direitos são reservados.

Mani JardimEditora da Volver

SUMÁRIO

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03 MURALA voz do leitor

04 PRATA DA CASAGrupo Fusão de Rua

05ÍCONECarlos Marighella

06 ARTIGORio +20

12 CINEMABatman

13 EVENTOSRio Preto marca presença

14 ARTIGOEconomia solidária

07 PROFISSÕESEngenheiro Florestal

08 ESPECIALCentro de Convivência da Juventude

10 RADAR ESTUDANTILCentro Cultural Vasco

11 ESPORTESOs benefícios da bicicleta

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“Gosto muito do con-teúdo da revista que vocês produzem, mas sinto falta de assuntos relacionados à moda. Como gosto muito e tenho cer-teza que muitas pessoas têm as mesmas preferências, acredito que seria interes-sante agregar.”

BRUNA CAMILOestudante

MURALDE RECADOSENVIE SUA OPINIÃO PARA NÓS PELO [email protected]

MURAL

“Gostaria de parabenizar os idealizadores da Revista Volver pela iniciativa e empenho em valorizar o trabalho dos artistas rio-pretenses. Nos sentimos honrados em saber que existem pessoas trabalhando para levar a informação ao público, quebrando as barreiras entre as culturas e contagiando novos amantes da arte.”

RONIANDREI RICARDO RODAprodutor cultural

� �COUCHÉ 300G 1000 UNIDADES UV� �4X0 CORES VERNIZ TOTAL

CARTÃO DE VISITA

R: XV DE NOVEMBRO, 3664 - REDENTORASÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

samejspencer.com

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“Adoro ler as matérias da Volver e descobrir os artistas e as infor-mações que contornam nossa ci-dade. Gosto, em especial, quando encontro pessoas e trabalhos que jamais teria a oportunidade de conhecer.”

“Para mim, a revista Volver nos deixa atualizados sobre o que acontece em nossa cidade. Gosto das matérias que falam de grupos, pessoas e eventos ligados à arte.”

JOÃO VITOR ALVES27 anos, empresário

EVANDRO AURIEMA FERNANDES31 anos, profissional autônomo

[email protected]

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FUSÃO RUAdetravés da dança e da per-formance corporal, o grupo Fusão de Rua comemora nove anos de trabalho. Em

outubro de 2003, época em que fa-ziam parte de outro grupo da cidade (Cia. Ar-Cênico), os jovens Charles da Silva Cruz, o Charles Stoopa, e Evan-dro Auriema Fernandes fundaram o grupo com a proposta de reunir amigos e se divertir.

A iniciativa deu certo. Atualmente, o grupo é composto por sete integran-tes, além dos fundadores, Roni Roda, Ana Luisa Kawata, Paulo Esteves, Ricardo Lopes, Mirella Gobbi, Karen Passos e Gabriela Fragoso compõem a equipe. Fernandes confessa que, no início, o grupo era encarado apenas como hobby, mas, com o passar dos

anos, o desempenho e dedicação de todos fizeram com que ele se surpre-endesse com o trabalho desenvolvi-do. “No começo, as pessoas sempre comentavam sobre o dia em que dan-çaríamos na TV. Alguns anos depois, ver isso acontecer foi emocionante.”

De acordo com Stoopa, as propos-tas do Fusão de Rua para este ano consistem em consolidar o nome e divulgar a dança e esquetes cômicas. “No momento, estamos trabalhando na profissionalização do grupo, como o registro do nome, e em nosso pro-jeto mais recente, o Pocket Show, com 30 minutos de duração, voltado para eventos e teatros, intitulado ‘10 anos de muita coisa’”.

A emoção expressa pelos integran-tes deixa claro que a paixão é um

sentimento em comum entre eles. Roni conta que muitos momentos foram especiais ao longo desses anos, mas o que mais marcou foi a viagem para participar do Festival Dançar a Vida, em Santos, no ano de 2005. “Foi a nossa primeira participação em um festival nacional e ficamos em 3º lugar.”

Persistência é uma premissa entre eles. Os fundadores defendem que foi persistindo que conseguiram alcançar os objetivos estabelecidos. Para eles, pessoas com essa característica só tendem a agregar, portanto, o grupo está aberto para novas propostas e novos integrantes. “Quem se interes-sar precisa ir ao ensaio, falar com a gente e demonstrar muita vontade”, destaca Charles.

PRATA DA CASA

Serviço

Facebook: facebook.com/fusaoderuaTwitter: @fusaoderuaBlog: fusaoderua.blogspot.com.brVlog: youtube.com/user/FusaodeRua

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POR MANI JARDIM

FUSÃO RUAdeA

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LIBERDADE

m radical de esquerda que abraçou a luta pela liberda-de. É assim que podemos definir o grandioso guerri-lheiro Carlos Marighella, baiano, filho de pai anarquista italiano e de mãe descendente de escravos.

De origem humilde, ainda adolescente despertou para as lutas sociais. Aos 18 anos, iniciou o curso de Engenharia e tornou-se militante do Partido Comunista, dedicando sua vida à causa dos trabalhadores.

Poeta, amante do cinema, leitor voraz, o baiano nunca cultivou imagem sisuda, comum à boa parte da militância comunista de seu tempo. Conheceu a prisão pela primeira vez em 1932. Liber-tado, prosseguiu na militância política, interrompendo os estudos e indo para o Rio de Janeiro.

Em 1936, Marighella foi novamente preso. Foi mandado para São Paulo, época em que passou a agir em torno da reorganiza-ção dos revolucionários comunistas. Voltou aos cárceres em 1939, sendo torturado de forma brutal na Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo. Recolhido aos presídios de Fer-nando de Noronha, dirigiu sua energia ao trabalho de educação cultural e política dos companheiros de cadeia.

Anistiado em 1945, participou do processo de redemocra-tização do país e da reorganização do Partido Comunista na lega-lidade. No ano em que foi deposto o ditador Vargas e convoca-das eleições gerais, foi eleito deputado federal constituinte pelo estado da Bahia.

Com o mandato cassado em 1948, Marighella foi obrigado a retornar à clandestinidade. Em 1966, após desligamento forçado do PCB, fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN) para enfrentar a ditadura. Com o endurecimento do regime militar a partir do final de 1968, Marighella passou a ser apontado como “Inimigo Público Número Um”, transformando-se em alvo de uma caçada que envolveu, nacionalmente, toda a estrutura da polícia política.

Na noite de 4 de novembro de 1969, surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, Carlos Marighella foi morto, aos 58 anos, pelas balas dos agentes do DOPS sob a chefia do delegado Sérgio Paranhos Fleury.

Em 1996, o Ministério da Justiça reconheceu a responsabilidade do Estado pela morte de Marighella. As ideias de Marighella não morreram com ele. Sua experiência foi registrada em textos que percorreram o mundo. A produção intelectual do militante comu-nista vai além do Manual do Guerrilheiro Urbano, que marcou os movimentos revolucionários das décadas de 60 e 70. Traduzido em várias línguas, Carlos Marighella foi lido na América Latina, Europa e África, chegando até os países árabes.

ÍCONE

DA REDAÇÃO

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O GUERRILHEIRO

URBANO“Não ficarei tão só no campo da arte,e, ânimo firme, sobranceiro e forte,tudo farei por ti para exaltar-te,serenamente, alheio à própria sorte.Para que eu possa um dia contemplar-tedominadora, em férvido transporte,direi que és bela e pura em toda parte,por maior risco em que essa audácia importe.Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,que não exista força humana algumaque esta paixão embriagadora dome.E que eu por ti, se torturado for,possa feliz, indiferente à dor,morrer sorrindo a murmurar teu nome”.Poema escrito por Marighella em 1939

‘Tudo não passou de uma farsa’“Eu vi os policiais colocando o corpo no banco de trás do carro”, revela o fotógrafo Sérgio Jorge, sobre a morte de Marighella. Jorge, o primeiro fotógrafo a chegar ao local, decidiu contar a ver-dadeira história depois da criação da Comissão da Verdade. Na foto ao lado, ele reproduziu a posição verdadeira do guerrilheiro.

Fotos: Divulgação

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JOÃO PAULO RILLO

Deputado Estadual - PTcontato@ joaopaulo

rillo.com.br

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ARTIGO

Rio+20 aportou na nossa praia tendo como cenário a profunda crise econômica internacional, o declínio do modelo de desenvolvimento

em que o mercado organiza a vida social e o lucro é o princípio básico e fundamental.

Fraturados com os imensos desafios econômicos e sociais, os países pre-feriram insistir nas saídas tradicionais, negligenciando a oportunidade de discutir (e assumir) compromissos para a adoção de um modelo alternativo de desenvolvimento, consumo e relações sociais.

A crise internacional expõe com mais clareza o modelo excludente, cujo desdobramento obrigatório é a desigualdade social e, certamente, é incapaz de considerar a sustentabilida-de ambiental. Porque sustentabilidade ambiental, não se enganem, não rima com capitalismo, especialmente com capitalismo neoliberal.

Ao final, com o aval de nada mais nada menos do que 193 países, o documento aprovado adiou todos os compromissos pela sustentabilidade. No ano que vem, serão definidos os Objetivos de Desenvolvimento Susten-tável. Em 2014, vão resolver de onde virão os recursos para financiá-los. E, finalmente, a partir de 2015, começa-rão a ser implementados. Impossível não comparar com a Rio 92, quando foram aprovadas a Carta da Terra e a Agenda 21.

A Rio+20 chegou a propor aos países menos desenvolvidos a criação de um fundo de US$ 30 bilhões para financiar iniciativas de sustentabilida-de. A proposta não foi aprovada. Uma semana antes, o G-20 destinou US$ 456 bilhões para tentar sanar a crise na Zona do Euro, salvar bancos. Para a humanidade e a natureza, os cofres estão fechados. Os governos, com raras exceções, deixaram clara a falta de interesse em investir na sustentabi-

lidade, num esforço a médio e longo prazos.

De positivo, restaram as iniciativas dos prefeitos de algumas das cidades mais populosas do mundo, reunidos no fórum C40, de estabelecer metas de reduzir a emissão dos gases de efeito estufa em 248 milhões de toneladas até 2020 e de 1,3 bilhões de toneladas até 2030. Os esforços da ciência e tec-nologia em alinharem-se às demandas por um mundo social e ambiental-mente sustentável também foram um capítulo de esperança na Rio+20. Gal-pões inteiros e exposições mostraram o acúmulo e a liderança dos diversos setores da ciência e da tecnologia em criarem alternativas indispensáveis ao futuro que queremos.

Para trás, ficaram o capital, seus aliados e sua voracidade, consumindo um planeta e meio e condenando as gerações futuras a padecerem da ca-rência de bens essenciais, como água e alimentos.

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PROFISSÕES

o ano em que o Brasil sediou a Conferência das Nações Unidas (Rio+20) sobre o Desenvolvimento

Sustentável junto à repercussão da reforma do Código Florestal, o tema sustentabilidade não poderia estar mais em evidência. Nesse contex-to, existe um profissional que cuida diretamente do assunto. O Engenheiro Florestal é responsável por avaliar o potencial biológico de ecossistemas florestais e planejar o seu aproveita-mento de forma racional e sustentá-vel, garantindo, assim, a manutenção e a perpetuação das formas de vida animal e vegetal.

Com diferentes ramos de atuação, a profissão atinge desde a elaboração de projetos de preservação e recupe-ração de reservas naturais, fazendas de reflorestamento, áreas degradadas até a avaliação do impacto ambiental de atividades humanas nessas áreas.

Considerando que o Brasil possui cerca de 30% das florestas tropicais do mundo e plantações florestais de altíssima produtividade com deman-das crescentes de produtos de origem florestal, o papel desse profissional é de suma importância.

“A floresta é o nosso ‘escritório’. O desmatamento reduz o nosso local de trabalho. Nossa principal preocupação é com a segurança desses impactos socioambientais e com a garantia do fluxo de produção”, destaca Glauber Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais (SBEF). Exemplo disso são as termo-elétricas e indústrias que utilizam produtos de origem florestal e con-tratam esses profissionais justamente para supervisionar e elaborar projetos de plano de manejo - exploração da área preservando a porcentagem da vegetação exigida por lei.

Para seguir a carreira, é necessário

diploma de curso superior de cinco anos em Engenharia Florestal, que aborda matérias como botânica, tecnologia da madeira, fisiologia vegetal, biologia celular e silvicultura. O estágio é obrigatório, também o interesse por ciências da terra, novas tecnologias, e capacidade de ob-servação. “Os recém-formados têm demonstrado excelente desenvoltura. Resultado da combinação do aprimo-ramento das atividades acadêmicas e do uso dos elementos que auxiliam na dinâmica de funcionamento entre as-pectos físicos, químicos e biológicos”, comenta Glauber. Outro fator positivo para a carreira é a proximidade da Copa de 2014, que aquece o mercado de trabalho. Construtoras preocu-padas com o meio ambiente estão formando equipes multidisciplinares com geólogos, engenheiros ambien-tais e florestais para atuar em projetos sustentáveis.

O GUARDIÃODA FLORESTA

DA REDAÇÃO

Colaborou: Isabela Martinez

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ESPECIAL

om suas raízes políticas erguidas a partir do movimento estudantil, o deputado estadual João Paulo Rillo elegeu a

instalação do Centro de Convivência da Juventude em Rio Preto como uma das prioridades de seu mandato. Já no primeiro ano, apresentou duas propostas ao Orçamento Estadual, sugerindo repasses de recursos para a cidade para a construção das instalações necessárias.

Os recursos para a etapa inicial da instalação do Centro foram liberados no final de maio. A Divisão Regional da Secretaria do Planejamento do governo de São Paulo avisou a Prefeitura de Rio Preto, oficialmente, sobre a liberação dos recursos e a necessidade de apresentar documentação para ser firmado o respectivo convênio. O valor dessa liberação é de R$ 200 mil. O custo total do Centro, calculado em R$ 3 milhões, está previsto em outra emenda

do deputado, também apresentada ao Orçamento. Para Rillo, o Centro de Convivência da Juventude deve ser um equipamento público capaz de reunir em um mesmo local diferentes atividades de interesse da juventude, oferecendo desde saúde a qualificação profissional, passando por cultura, acesso livre à internet, ensino, entre outros. “A juventude é um período de expectativas. É uma obrigação pública oferecer meios de

DA REDAÇÃO

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participação, de reunião e de interação e é essa a essência do Centro de Convivência. Um lugar para reunir jovens em torno de iniciativas positivas. O Centro deve ser uma ferramenta de aproximação do futuro”, resume o deputado. Um local efervescente, onde a energia da juventude rio-pretense encontre solo fértil para se expressar. Essa é a ideia que Vitão, Victor Augusto Ferreira, professor de sociologia da

rede estadual, tem do funcionamento do Centro. “A cidade tem gente interessada, talentos, mas não tem um espaço que organiza, descobre e capacita esses talentos. O Centro assumiria espaços dos quais a escola se ausentou. É também uma oportunidade para os profissionais de educação, cultura e outras áreas desenvolverem um trabalho mais dinâmico, alternativo e mais próximo dos jovens”, opina. Algumas cidades do Brasil, como

Curitiba, Vitória e São Paulo, contam com Centro da Juventude em funcionamento. A experiência de Curitiba oferece também atendimento social para jovens de 15 a 18 anos e o de Vitória tem atividades baseadas em quatro pilares fundamentais - convivência, formação, informação e expressão. Outra experiência, na Capital, é iniciativa de uma Organização Não-Governamental e é destinada a jovens até 15 anos.

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cultura é um instrumento eficaz no processo de for-mação e transformação da consciência de um indivíduo,

pois possibilita que o aluno adquira conhecimento de forma lúdica.

É por meio dela que a Associação Cultural Antônio Roberto de Vascon-celos, o Centro Cultural Vasco, cola-bora na formação do aprendizado de jovens e adolescentes de Rio Preto, desenvolvendo o projeto cultural “A Estética da Minha Rua”.

Hoje, o projeto atende cerca de 150 alunos, dos bairros Boa Vista e Parque da Cidadania. São aplicadas oficinas formativas, permanentes e gratuitas de teatro, capoeira, percussão, violão e dança de salão e, atualmente, estão sendo implantadas as aulas de hip hop. De acordo com Clara Tremura, presidente da entidade, o objetivo é

democratizar a cultura, como forma de diversão e de aprendizado. “Com as oficinas, conseguimos despertar a consciência do aluno e também fomentamos o lúdico, contribuin-do para sua formação intelectual”, explica. O colaborador do projeto e professor de capoeira, Ceará, defende que as aulas, além de desenvolverem nos alunos a consciência corporal através dos exercícios, também aju-dam na formação do conhecimento. “Aqui, o aluno aprende como nasceu a capoeira, sua história, os preconcei-tos, a música, desenvolvendo, assim, o canto, o ritmo e a curiosidade de aprender”, completa.

Marcela Garcia, mãe do aluno João Victor, de 9 anos, afirma que as aulas já mostram resultados positivos. “Meu filho não fazia nada além de ir à aula e jogar vídeo game; após começar

a frequentar o Vasco, melhorou sua desenvoltura, está menos tímido, me-lhorou até nas relações de amizade na escola”, explica.

De acordo com o professor de per-cussão e colaborador do projeto no Parque da Cidadania, Daniel Verlotta, a música é uma importante aliada no desenvolvimento de jovens e adolescentes. “Além de ajudar na co-ordenação motora, a música ajuda na concentração e na disciplina, surtindo efeito na sala de aula.”

O aluno Rhuan Galvão, 13 anos, apresenta a música como um sonho de vida. “Sempre tive vontade de tocar. Batia nas latas de lixo da minha mãe, pois não tinha oportunida-de de aprender. O projeto me deu essa chance e ainda fez com que eu acreditasse no meu sonho, que é me tornar músico um dia.”

POR MARCELO MELO

Serviço:Centro Cultural VascoRua São João, nº 1840, Boa VistaFone: 3011-1496

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Cultura Cultura uma importante aliada

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ESPORTES

Ela apaixona gerações e, mesmo que seu hábito não tenha se prolongado na vida adulta, certamente protagonizou um

papel importante na juventude da maioria das pessoas. A bicicleta é um veículo sustentável, capaz de bene-ficiar o corpo, a mente e amenizar a situação caótica do trânsito das grandes cidades. Diante de um vasto leque de qualidades, muitas pessoas aderem a essa cultura e se rendem aos benefícios da pedalada.

João Barbosa de Santos, de 63 anos, comprova que a “magrela” é uma paixão antiga. “Comprei minha Barra Forte em 1989, por 130 ‘mil réis’, e ando nela até hoje.” Santos, que não utiliza outro meio de trans-porte além da bicicleta, atribui a ela o segredo de sua vitalidade.

De simples brincadeira de crian-ça à prática de exercícios e carreira esportiva, é que o jovem atleta Junior Silva, 25, encara sua paixão. Silva, que

pratica o triathlon, evento atlético composto por três modalidades (natação, ciclismo e corrida), há quase dois anos, destaca a importância da pedalada em seu treino. “Ela fortalece os membros inferiores, tornando-os mais resistentes à fadiga, além do enorme ganho no giro das pernas para a corrida.” O técnico e prepara-dor físico de Silva, Danilo Rebolho, da Papamilhas Assessoria Esportiva, reforça que a bicicleta cumpre um papel muito importante no desenvol-vimento do atleta.

Inúmeras são as vantagens aliadas à pratica da pedalada, porém, a segurança ainda é um fator que interrompe uma mudança de hábito mais intensa na população. Para que a bicicleta possa existir de fato como um modelo de transporte seguro e eficiente, é imprescindível promover mudanças no planejamento das cida-des e na consciência dos motoristas. “Somente a educação no trânsito

pode garantir a segurança dos ciclis-tas”, completa Santos.

Além de ser vantajosa para o meio ambiente, a prática também faz bem para a saúde. Mas é importante estar atento a alguns cuidados para ga-rantir a segurança. Silva dá dicas de como se beneficiar sem correr risco. Confira:

• Redobre a atenção e respeite as leis de trânsito.

• Utilize equipamentos de segu-rança, como capacete, luz dianteira e traseira, luvas e óculos.

• Faça revisões preventivas na bici-cleta, priorize a verificação das pasti-lhas de freios, cabos e rolamentos.

• Se o objetivo for treinar, evite pedalar em horário de pico, procure locais específicos destinados ao ciclis-ta, onde o praticante poderá se sentir seguro e focado.

POR MANI JARDIM

Pratique com Segurança

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O atleta Junior Silvareconhece a importância da pedalada em seus treinos

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uando a Warner anunciou, no final de 2003, que re-tomaria a franquia Batman no cinema, a reação de

muita gente foi torcer o nariz. Não era pra menos. A última lembrança do grande público e dos fãs, envol-vendo o personagem na tela grande, tinha um gosto amargo. Batman & Robin, de 1997, apesar de ter dado um certo lucro, foi execrado pela crítica. Mas Batman é, antes de tudo, uma grande marca e o estúdio nunca desistiu da ideia de levar o herói de volta ao cinema. A diferença é que, dessa vez, teria de ser feito com mais cuidado.

Em 2005, era lançado Batman Begins, primeiro filme do Cruzado Encapuzado a focar em sua ori-gem, mostrando seu treinamento pelo mundo, uma fase que mesmo nos quadrinhos nunca havia sido fortemente explorada. Com dire-ção de Christopher Nolan, o longa

não apenas certificou o público de que a lembrança da espalhafatosa adaptação dos anos 90 deveria ser apagada como também mostrou que produções baseadas em HQs podem ser voltadas ao desenvolvimento de personagens com grande carga dramática.

Graças à aceitação imediata, não demorou para a Warner garantir o retorno de toda a equipe em Batman – O Cavaleiro das Trevas. O filme apresentou ao mundo a versão de-finitiva do Coringa, vivido com uma intensidade ímpar pelo ator Heath Ledger, que viria a falecer meses an-tes da estréia nos cinemas. O sucesso foi estrondoso e atingiu a marca de 1 bilhão de dólares nas bilheterias em tempo recorde. Com uma trama ainda mais densa, O Cavaleiro das Trevas não só elevou o nível dos filmes de HQ, como também o de blockbusters em geral, provando ser possível uma obra comercial tratar o

espectador com o devido respeito.Agora, Nolan volta para o final da

trilogia. Sim, O Cavaleiro das Trevas Ressurge será o último filme do Batman trazendo essa visão séria e realista. O vilão da vez é Bane (Tom Hardy), personagem que, nos quadrinhos, colocou o herói em uma cadeira de rodas. E Anne Hathaway vive a Mulher-Gato, em uma inter-pretação mais próxima às HQs do que a versão de Tim Burton inter-pretada por Michelle Pfeiffer. O mais interessante, porém, é que o diretor afirma que a forma como termina o novo filme torna impossível qualquer tipo de continuação. Que desfecho misterioso é esse, o mundo descobre em 27 de julho. De uma coisa, pelo menos, a Warner pode ter certeza: o sentimento de tristeza pelo fim dessa era do Morcego na sétima arte é muito maior que a desconfiança gerada quando o primeiro filme fora anunciado.

POR ALEXANDRE LUIZ DE BARROS

ROSAPublicitário e blogueiro

do reenter.blogspot.comalexluizbr85@

gmail.com

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Divulgação

O CAVALEIRODAS TREVAS

Bane, vilão que nos quadrinhos quebrou a coluna do Batman, parece agora querer quebrar Gotham inteira

CINEMA

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EVENTOS

No último dia 15 de junho, a Casa Kenty recebeu a exposição fotográfica “Musas de Si”, da fotógrafa Nathalie Gingold. Inspirada nas musas da Grécia Antiga, a exposição tem o objetivo de levantar o questionamento sobre os nossos padrões de beleza atuais, segundo Nathalie. Foram expostas 52 fotos impressas e 18 projeções em grande escala. A programação foi além da exibição de fotos, contando também com apresentações de teatro, mostra de graffite, música e dança. Em julho, ”Musas de Si” estará no Espaço All, em Rio Preto. São Paulo e Curitiba também receberão o evento neste ano.

A arte-educadora Beta Cunha comemorou seus 25 anos de palco em grande estilo, no dia 15 de junho. Como ela mesma define, foram anos de intensa produção artística e de mo-mentos marcantes. Para comemorar as Bodas

Exposição

Beta Cunha, 25 anos de Palcode Prata, amigos e familiares organizaram um jantar em sua homenagem. A Revista Volver esteve presente e traz um pouco do que rolou nessa justa celebração. Parabéns, Beta Cunha!

“Musas de Si”

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Acesse a fan page e conheça as atividades do ATOL Cultural de Votuporanga: Facebook.com/bercocultural

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POR MARCELO MELO

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Economia Solidária:produzir e viver emcooperação de maneira sustentável

Celso Furtado, economista, desve-lou a estratégia do capitalismo para transformar-se em modo de produ-ção hegemônico, em cujo processo promoveu a destruição das práticas familiar, artesanal, senhorial e coo-perativa, como formas de organiza-ção das relações de produção, das relações de trabalho.

Na sociedade capitalista, as ativida-des econômicas são orientadas para gerar riquezas que são acumuladas pelos que possuem bens, capital, recursos e conhecimentos; quem não tem posses não chega a satisfazer suas necessidades básicas, ficando à margem do sistema social, em condi-ção de vulnerabilidade. A construção de um projeto político em sociedade, centrado na ética de outra forma de produzir e viver, organizar o processo de trabalho, cuidar da natureza e das pessoas, e distribuir as riquezas de

acordo com as necessidades e pos-sibilidades dos seres envolvidos, se não é um novo modo de produção e desenvolvimento, é a sua essência.

A economia pode ser geradora de igualdades, desde que seja orientada pela justiça social, que significa a par-tilha justa dos bens e recursos para satisfazer as necessidades dos seres organizados em sociedade.

As estratégias de desenvolvimento, visando à inserção de populações marginalizadas, privilegiam a escala local e propõem alternativas eco-nômicas baseadas em iniciativas coletivas de propriedade e gestão solidária, visando romper com a se-paração capital, trabalho e natureza, e a necessidade de recorrer à ajuda estatal.

A proposta de desenvolvimento

sustentável aponta diversas iniciativas econômicas como formas associati-vas de produção para a construção da autonomia, a constituição de sujeitos coletivos, o que implica, olhando os setores populares, na promoção de iniciativas baseadas em processos autogestionários que sejam estruturantes de políticas e empreendimentos de gestão coope-rativa, voltados ao empoderamento das comunidades de trabalho.

A Economia Solidária é o mo-vimento social que compreende empreendimentos solidários, gestão pública e entidades de apoio, as-sessoria, fomento e pesquisa, como facilitadores na construção de outra economia, outra sociedade. Envolve instâncias de governo na imple-mentação de políticas públicas que integrem programas de desenvolvi-mento solidário e centros públicos, incubadoras, núcleos de formação tecnológica, núcleos de alfabetização e inclusão digital, núcleos de comer-cialização, instituições de microcrédi-to, fundos e conselhos.

VALDIR FERREIRAPedagogo e Mestre em DesenvolvimentoRegional e [email protected]

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ARTIGO

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Por que outra economia? A economia hoje está a serviço do capital.

É possível outra forma de produzir e viver? Qual o modo econômico adequado ao desenvolvimento sustentável?

14 > VOLVER > Julho/2012

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