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ANO 10 • Nº 52 • EDIÇÃO MARÇO/ABRIL

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Opinião

Estimados(as) Leitores(as)

O UNISAL, por seus mantenedores e gestores, acredita, sinceramente, que o espaço acadêmico-universitário deve ser um sagrado espaço onde ressoe a vida em sua inteireza. Vida que, como bem sabemos, é marcada por inúmeras possibilida-des e surpreendentes belezas, mas que também se apresenta vinculada a robustos conflitos e incompreensíveis desvios.

Todos, em algum momento, já tivemos contato com as va-riadas e duras faces desses desvios e conflitos: pobreza física e moral, violência contra a mulher e a criança, dependência juvenil dos vários tipos de drogas, instigantes posturas de in-tolerância religiosa e racial, roubos e assassinatos, para citar alguns. É a robusta explicitação da contingência humana, como ensina Pascal ao afirmar que o “ser humano é um abismo de contradições”.

O que não devemos permitir: pensar ingenuamente que tudo isso está tão distante de nós que não nos interessa..., não nos diz respeito! Ortega y Gasset afirmava que “o ser humano é ele mesmo e suas circunstâncias”. Há uma condição profunda que nos aproxima, independentemente de nosso “querer”: “to-dos somos humanidade”. Por isso o escritor Ernest Hemingway afirmou que quando “dobram os sinos”..., muitas vezes batidas tristonhas que anunciam a morte de alguém, não precisamos perguntar por quem eles dobram... Dizia ele: “Os sinos dobram por mim... porque alguém morreu...., esse alguém que morreu é humanidade. Eu sou humanidade! Portanto, é um pedaço de mim que morreu”.

Bem antes, vinte séculos atrás, o Evangelho, Boa-nova tra-zida por Jesus Cristo, já nos recordou o “serviço” como expres-são maior de amor-caridade! “Não vim para ser servido, mas para servir... maior é o que serve!”. Somos chamados assim a constantes exercícios de solidariedade..., chamados a acreditar na possibilidade, como queria São Francisco de Assis, de uma fraternidade universal!

Como estamos numa casa salesiana de educação superior, animado, portanto, pelos valores da pedagogia de Dom Bosco, é necessário que nos transformemos, decidida e corajosamen-te, em pessoas (gestores, professores e alunos!) cuja reflexão e prática são profundamente aderentes à realidade sociocultural em que estamos inseridos, sensíveis e atentos aos graves pro-blemas que envolvem a vida e as pessoas, revelando uma nova consciência antropológica, educativa, sociopolítica e espiritual.

O “rosto-presença” do outro, especialmente daquele que sofre, nos interpela! E, a partir daí, como educadores salesia-nos, somos convocados, como Dom Bosco, a revelar um pro-fundo prazer em partilhar com os outros o saboroso pão de nossas reflexões, nossas experiências, nossos talentos e nossas conquistas.

Não é possível permitir que, também entre nós, se desen-volva uma postura tão presente em ambientes acadêmicos: a arrogância intelectual que nos conduz à tola tentação da pre-potência e da soberba. Se o ambiente acadêmico-universitário se abre às instigantes aspirações humanas e se predispõe ao acolhimento dos desafios que ressoam dentro da sociedade,

somente aí seremos capazes de mergulhar em restauradoras águas que nos aproximam de um espírito mais humilde, capaz de doação e serviço, distante da mediocridade e superficialida-de que nos transformam em pessoas estéreis e, dessa forma, incapazes de construir processos duradouros e fecundos.

Desejo, dessa maneira, salientar os processos vinculados, dentro da comunidade acadêmica “unisaliana”, à extensão e ação comunitária. Por sua natural índole de indissociabilida-de com o ensino e a pesquisa, a extensão, dentro do UNISAL, permite que, institucionalmente, sintamo-nos participantes de um amplo movimento a serviço da vida, por meio de uma pro-posta de educação sociotransformadora, tendo como destinatá-rios primeiros os jovens, “a porção mais preciosa da sociedade” como ensinava Dom Bosco.

Dessa forma, as fortes interpelações da sociedade, com suas belezas e suas contradições, podem ser cordial e inteligen-temente ouvidas, ressoando significativamente no processo de crescimento de todos os que formam a comunidade universitá-ria. E essa responsabilidade em termos de “escuta das grandes aspirações humanas” é uma tarefa que precisa alcançar o cora-ção e a inteligência de todos: diretores, gestores, coordenado-res dos cursos, docentes e alunos. A reitoria, sobretudo a pró-reitora de Extensão e Ação Comunitária, articula as ações, mas precisa encontrar apoio e contar com a criatividade de todos.

Nossa expectativa é que em todas as Unidades sejam cria-dos os “centros de extensão”, capazes de articular inteligente e salesianamente as muitas ações extensionistas e os relevantes serviços que nascem dentro de “um curso” ou da interlocução entre vários cursos.

Para manter-se fiel a seu grande inspirador Dom Bosco, o UNISAL deve fazer-se peregrino, aberto e caminhar até onde se encontram “as grandes aspirações humanas”. Nosso grande desejo é que o Centro de Extensão P. Carlos Leôncio da Silva, recentemente inaugurado em Lorena, e outros que nasçam nas demais Unidades, revelem, eloquente e teimosamente, o rosto de um UNISAL verdadeiramente SALESIANO, sintonizando com os desafios que marcam a vida das crianças, dos jovens, das famílias sofridas, “fazendo do humano o seu caminho”. Se-jam, assim, os centros de extensão ricas expressões do carisma salesiano.

Ações inteligentes, consequentes, reclamam, sem dúvi-da, consistente capacidade de escuta, profunda sensibilidade sócio-histórica para ouvir os apelos que nascem das urgências sentidas em nossos muitos ambientes socioculturais e, espe-cialmente, organizada e criativa articulação das forças sociais.

Que os centros de extensão “unisalianos” possam ser os impul-sionadores, dentro dos cursos e nos muitos serviços que o UNISAL presta, de estruturas, atitudes e projetos capazes de apresentar, com maior transparência e competência, para a sociedade, o rosto de uma instituição que aposta decididamente na vida.

Atenciosamente,

Prof. Dr. P. Edson Donizetti Castilho, sdbReitor

centrO de extensãO e O carisma salesianO

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3revista unisal

expediente sumárioCentro Universitário Salesiano de São PauloChanceler | Pe. Marco BiaggiReitor | Pe. Edson Donizetti CastilhoPró-Reitora Acadêmica e de Pesquisa e Pós-Graduação | Profa. Dra. Romane Fortes Santos BernardoPró-Reitor Administrativo | Ms. Nilson LeisPró-Reitora de Extensão e Ação Comunitária | Regina Vazquez Del Rio JantkeCoordenadora de Comunicação e Marketing | Luciana de Almeida Palhete Xavier

Unidades do UNISAL

Americana (Reitoria)• Dom Bosco | Rua Dom Bosco, 100,

Santa Catarina. Fone (19) 3471-9700• Maria Auxiliadora | Av. de Cillo, 3.500,

Pq. Novo Mundo. Fone (19) 3471-9700Campinas• Liceu Salesiano | Rua Baronesa Geraldo

de Rezende, 330. Fone (19) 3744-6800• São José | Av. Almeida Garret, 267.

Fone (19) 3744-3000Lorena• São Joaquim | Rua Dom Bosco, 284.

Fone (12) 3159-2033São Paulo• Pio XI | Rua Pio XI, 1.100, Alto da Lapa.

Fone (11) 3649-0200• Santa Teresinha | Rua AugustoTolle, 575,

Santana. Fone (11) 2971-6900

A Revista UNISAL é produzida pela Assessoria de Comunicação do Centro Universitário Salesiano de São Paulo.RedatoresClaudia Massarani, Caroline Petermann, Cássia Fossaluza, Alexandre Fico e Bete Rabello.

Jornalista responsável e editoraBete Rabello (MTB 15.735)E-mail: [email protected]: (12) 3159-2033, ramal 327RevisãoDenílson Luís dos Santos MoreiraProjeto GráficoRenata Maria MonteiroCapaNatássia Kuraiem de OliveiraProdução GráficaSanna - Gráfica DigitalE-mail: [email protected]: (12) 3105-7482ImpressãoEditora SalesianaE-mail: [email protected]: (11) 3274-4900Tiragem6.500www.unisal.br - 0800 77 12345 Siga o UNISAL: www.twitter.com/unisal

O UNISAL integra as IUS

Participe da Revista UNISAL enviando opiniões e sugestões de temas e de entrevistas para as pró-ximas edições. Procure a equipe de Comunicação e Marketing de seu campus ou escreva para [email protected].

4 GradUaÇãO

- Estudantes que se destacaram em 2010 são premiados

5 sOU Unisal - “Tenho muito mais ganhos do que perdas”

6 e 7 entreVista - A crise no mundo árabe

8 e 9 FatOs dOs camPi

- UNISAL recebe prêmio pelo Trote do Bem - Simpósio reúne teólogos no PIO XI

10 nOssOs cUrsOsEngenharia em destaque

13 PÓs-GradUaÇãO - Firmado convênio com Universidade de Sevilla

14 e 15 PesQUisa

- Música e História na sala de aula - Mitologia grega contribui para o progresso

16 e 17 estUdei nO Unisal - “Aprender não ocupa espaço” garante empresário e ex-aluno do UNISAL

18 extensãO - Centro de Extensão vai articular ações comunitárias

20 mÍdias sOciais

institucional

alUnOs terãO nOVO cartãO UniVersitáriO

Todos os alunos e colaboradores do UNISAL passarão a utilizar uma nova carteira de identificação com as marcas da Instituição e do Santander. Os novos cartões, universitário e de identificação funcional, serão entregues no final de abril.

Como os cartões anteriores, eles se-rão utilizados internamente para acesso à biblioteca, aos laboratórios, entre ou-tros serviços, para obtenção de descon-tos em cinemas e espetáculos, e poderão ter ainda a função de cartão bancário.

Em março, os alunos e colaborado-res de cada Unidade do UNISAL foram fotografados especialmente para o car-tão. Aqueles que não estavam presentes no período do registro fotográfico serão contatados pela Instituição.

O Pró-reitor Administrativo do UNI-

SAL, Nilson Leis, explica que a partir de agora todo o UNISAL terá um único for-mato de cartão de identificação, o que representa mais um passo no projeto de unificação da instituição.

A parceria com o Santander, acres-centa o Pró-reitor, é muito positiva, pois amplia o relacionamento entre as duas instituições. Ele afirma que “por ter grande envolvimento com institui-ções de ensino superior internacionais, o Santander pode propiciar maior in-tercâmbio dos alunos, além de apoios a projetos e programas científicos, sociais e de ação comunitária”.

Há ainda a possibilidade de uso da carteira como cartão bancário e de ser-viços, desde que seja do interesse do usuário, explica o Pró-reitor Adminis-trativo do UNISAL.

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Graduação

mec Visita cUrsOs de americana

lOrena Premia estUdantes QUe se destacaram em 2010

A Unidade Americana recebeu os avaliadores do Ministério da Educação para reconhecimento dos cursos de Engenharia Ambiental e de Psicologia, além do recadastramento de Engenharia Elétrica – modalidade Eletrônica.

A visita dos avaliadores para re-conhecimento de Psicologia ocorreu em 2010 e de Engenharia Ambiental,

em 2011. Os pareceres ainda serão publicados no Diário Oficial. O pare- cer encaminhado de Psicologia prevê nota 4 (Organização Didático-Peda-gógica = 4; Corpo Docente = 5; Instala- ções Físicas = 4). Engenharia Ambien-tal também prevê nota 4 (Organiza-ção Didático-Pedagógica = 3; Corpo Docente = 4; Instalações Físicas = 4).

O reconhecimento do curso de Engenharia Elétrica foi renovado em 2011 com o parecer 3 (Organização Didático-Pedagógica = 4; Corpo Do-cente = 3; Instalações Físicas = 3). O curso de Engenharia de Automação também passará por processo de re- conhecimento, e Controle e Moda de renovação pelo MEC.

O UNISAL Lorena realizou na noi-te de 24/2, no teatro São Joaquim, a cerimônia de entrega dos diplomas dos Programas “Universitário 5 Es-trelas” e “Empreendedores”. Foram homenageados os alunos que atingi-ram a pontuação necessária nas cinco estrelas do programa e aqueles que tiveram seus projetos de empreende-dorismo selecionados, em 2010.

O Diretor Operacional, Prof. Fábio José Garcia dos Reis, abriu a cerimô-nia explicando a importância dos dois projetos e a política do UNISAL de incentivar a criatividade e o espírito empreendedor nos alunos. A palestra da noite foi proferida por Francisco Novaes, gerente da Incubadora de Empresas do Cecompi de São José dos Campos (Centro para a Compe-titividade e Inovação do Cone Leste Paulista), que falou sobre Empreen-dedorismo.

A Universitária 5 Estrelas de 2007, Cristina Perotti, formada em Direito, contou que o título enrique-ceu seu currículo e defendeu que os estudantes busquem constantemente a qualificação.

Além dos alunos premiados e de seus familiares e amigos, participa-ram da cerimônia estudantes dos vá-rios cursos do UNISAL, empresários e representantes de universidades.

Receberam o diploma Universitá-rio 5 Estrelas vinte novos profissio-nais que concluíram o curso no ano passado. Já o Projeto Empreendedo-res premiou cinco estudantes. Os três primeiros colocados recebem bolsas de estudo nos cursos de Pós-gra- duação.

Universitários 5 Estrelas: Da esq. p./ a dir., no alto, Juliano Martins, Thiago Ma-chado, Willian Ferreira, Diogo Nazareth, Thiago Luis da Silva, Claudia Santana, Mariana Veiga, Fabio de Moraes, Alberto Barboza Neto e Cleber Marcondes. Abaixo, da esq. p./ a dir., Fernanda Lage (projeto Empreendedores), Raphaela Abrantes, Marcio Ferreira, Marcela O. Gomes, Karina Lorena, José Hélio, Fabiana Gonçalves, Tatiana de Brito, Fabiana Ferreira, Vanderlei Siqueira e o diretor do UNISAL, Fábio Reis.

Empreendedores: Da esq. p./ a dir., Thiago Machado, Juliano Martins, Fernanda Lage, Ana Alice Braga Vieira, Vanderlei Siqueira

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sou Unisal

Com 33 anos de UNISAL, sendo 32 como professora, Maria Terezinha Rondelli foi homenageada pela instituição como a professora mais an-tiga da Unidade de Americana. Foi uma maneira de reconhecer o tra-balho desenvolvido na formação de aproximadamente mil assistentes

sociais, uma profissão que requer conhecimento, habilidade e amor ao próximo, ou seja, uma formação humanizada.

A carreira acadêmica de Terezinha é marcada pelo pioneirismo. Foi aluna da primeira turma do curso de Serviço Social do UNISAL, quando ainda era chamado de Instituto de Ciências Sociais de Americana. Após concluir os estudos, foi convidada pelo Pe. Júlio Combas a trabalhar como supervisora de estágio. Logo em seguida, fez especialização em Filosofia Social e começou a lecionar. Também fez a primeira defesa de mestrado da cidade de Americana no Programa de Mestrado em Educação do UNISAL, no ano de 1999.

“Amo minha profissão. O sonho dos meus pais sempre foi o magistério, mas me encantei pelo Serviço Social nas conversas com os Salesianos em Americana, que frequento desde os 7 anos. Quando comecei a dar aulas, realizei o sonho deles. Toda primeira aula que dou, desde o dia 31 de março de 1979, digo que, se fosse escolher uma profissão, seria assistente social. Sempre.”

Terezinha também é mãe, e sua filha Núbia, de 22 anos, trabalha com o social, como estudante de Medicina Veterinária. “Ela tem uma visão social muito grande com os animais”, completou.

No UNISAL, já exerceu a função de coordenadora do curso de Serviço Social por três vezes e coordenou os cursos de Turismo e de Publicidade e Propaganda. Neste último, implantou os laboratórios de rádio e TV para o curso e coordenou a faculdade aberta à terceira idade. Em 2005-2006 recebeu a grande incumbência de ser a primeira diretora do NAIA – Núcleo de Atendimento Integrado de Americana, uma representatividade da FEBEM – Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor.

Terezinha atuou como assistente social em vários locais da cidade e da região. Atualmente é professora do curso de Serviço Social e faz parte do Conselho Municipal de Apoio ao NAIA, Conselho Municipal de Assistência Social, é conselheira municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e voluntária da AAMCA (Associação de Atendimento ao Menor Carente de Americana). Ainda atua voluntariamente em trabalhos de acompanhamento, assistência e recuperação de jovens e adolescentes (meninas) vítimas de violência sexual e do tráfico de drogas.

“Os resultados que a gente tem é a melhor recompensa. Quando encontramos meninos e meninas que passaram por nós e hoje estão trabalhando, são pais de família e vivem bem, é simplesmente fantástico. O resgate da família que desacredita nos próprios filhos também é emocionante. Tenho muito mais ganhos do que perdas.”

“tenhO mUitO mais GanhOs dO QUe Perdas”

“Toda primeira aula que eu dou, desde o dia

31 de março de 1979, digo que, se fosse

escolher uma profissão, seria assistente social.

Sempre!”

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Professora Maria Terezinha Rondelli

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entrevista

Manifestações de protesto, multidões nas ruas, gritos por liberdade, mortos e feridos. Aconteci-mentos como esses invadiram, com intensidade,

o cotidiano da população de vários países árabes, a partir de dezembro do ano passado. Estudantes, trabalhadores, homens e mulheres ocuparam ruas e praças da Tunísia, Argélia, Egito, Iêmen, Bahrein, Líbia e Marrocos, exigindo reformas políticas.

Na maioria desses países os governos são classificados como autoritários, e a insatisfação do povo com a falta de liberdade política estaria entre as principais causas da re-volta. No entanto, a crise econômica que alimenta o de-

semprego e a miséria também seria motivadora dos levan-tes populares.

O Ocidente preocupa-se com o efeito dessa crise na economia mundial por conta do aumento do preço do pe-tróleo, já que a região concentra a maior parte dos países produtores de petróleo.

Para nos ajudar a compreender esses conflitos, a Revis-ta UNISAL entrevistou o professor Mário José Dias, douto-rando em Memória Social pela UNIRIO (Universidade Fede-ral do Estado do Rio de Janeiro), coordenador do Curso de Filosofia e professor de História Contemporânea e História Moderna no curso de História da Unidade de Lorena.

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Revista UNISAL: Profes-sor, como entender as re-voltas populares que estão ocorrendo em vários países árabes?

Professor Mário Dias: Muitos analistas consideram esses movimentos como sendo uma resposta ao desejo pela bus-ca de uma cidadania de direitos, ou seja, pela própria dignidade. A história remonta uma zona de conflito permanente entre “mo-narquias” e “repúblicas”. Suas fronteiras, que na maioria foram definidas, no passado, por ingle-ses e franceses, estabeleceram um perfil de “nacionalidade” di-vidida inclusive por padrões re-ligiosos.

O mundo contemporâneo, por conta até mesmo de uma “onda informatizada” que facili-ta um intercâmbio com o chama-do mundo ocidental, apresenta-se como uma possibilidade de romper essas fronteiras. Podem não parecer relevantes essas di-visões, no entanto elas se posi-cionam como uma insatisfação favorável à busca de direitos.

RU: O que está levando o povo para as ruas de países como a Líbia, Tunísia, Egi-to, Argélia, Jordânia e Mar-rocos?

Prof. Mário: Essa questão nos remonta ao que se está cha-mando de “Primavera Árabe”, ou seja, o desejo de uma busca de-mocrática de governo. A maioria desses países tem uma origem tribal histórica que estabelece uma política de divisão entre os próprios integrantes do país. É essa a tentativa e o desafio, pois o que manteve essa estrutura foi o próprio governo, que criou, ao longo da história, uma estrutura de dependência do governo, ou seja, uma cumplicidade susten-tável.

Libertar-se desse “manto governamental” e buscar uma unidade nessa diversidade é o desafio que as massas revolu-cionárias estão tentando pro-por. A resposta é uma imediata saída para sustentar os regimes estabelecidos ou a alternativa

de uma mudança fundamental, desejo dos conhecidos “jovens revolucionários”.

Acredita-se que essa possibi-lidade ainda terá que enfrentar outros desafios pós-revolução, que será de criar um regime que integre o social/econômico ao político/religioso.

RU: Cada país tem sua realidade política e social, mas o que há de comum nesse cenário de revoltas?

Prof. Mário: Pode-se tentar encontrar uma resposta pouco satisfatória a esta questão, pois o processo de desintegração do re-gime estabelecido e marcado por sua longa história de dominação gerou uma espécie de “onda re-volucionária”, muito mais orde-nada que outras, uma vez que há uma intenção comum em se sentir parte de uma cidadania de direitos.

O processo de instabilidade econômica favorecida pela crise no sistema mundial do capital se fortalece nas chamadas zo-nas de fronteira de passagem e de petróleo. Esse movimento da juventude pela liberdade pode gerar a quebra dessas frontei-ras e concentrar um debate mais profundo entre a autocracia e a democracia.

Aliado a esse fator há também de se considerar que a maioria desses países passa por sérias crises sociais e que esbarram, naturalmente, na insensibilida-de governamental: fome, misé-ria e desemprego. Certamente esse e outros fatores comuns a essa região aceleram os movi-mentos de revolta.

RU: A maioria da popula-ção desses países é muçul-mana. A religião está pre-sente nessa crise?

Prof. Mário: A questão reli-giosa sempre esteve presente nos grandes movimentos no mundo árabe. No entanto, este especifi-camente não foi assumido decla-radamente por nenhuma dessas facções mais ou menos radicais.

A característica desse mo-vimento mais ordenado e com

uma intenção claramente políti-ca pode exigir o radicalismo is-lâmico ou qualquer outra facção religiosa de peso nesta região. A oposição é ao regime social e econômico e não há menção ao faccionismo religioso.

A questão fica para o pós-movimento, o sucesso e o insu-cesso, certamente deverá levar em conta os motivos religiosos de sobrevivência e ingerência da cultura islâmica nas ações gover-namentais.

RU: Como ocidentais, quais os cuidados que de-vemos ter ao acompanhar e tentar interpretar essas re-voltas e o modo de vida dos habitantes desses países?

Prof. Mário: Não se deve tratar esse movimento como um fator isolado ou ufanista pela de-mocracia, há de se pensar com cautela e, ao mesmo tempo, com apreensão. O desejo de uma de-mocracia nos moldes ocidentais está difícil de ser alcançado (e nem imaginar que este seja o modelo ideal!).

As especulações no mercado já começaram a surgir, a alta do preço do petróleo pode desenca-dear uma nova crise econômica, a exclusão aérea pode gerar ou-tras medidas, a agressividade di-plomática...

Ao mesmo tempo, deve-se possibilitar uma leitura mais aberta do mundo e de um ques-tionamento sobre a nossa pró-pria realidade. Há também um fator decisivo e importante: a sociedade mudou, os jovens es-tão reivindicando a sua herança histórica de serem protagonistas de mudanças (o que há muito tempo não se via!).

Essa esperança pode nos aju-dar a pensar na formação das gerações futuras e que elas con-sigam vencer as barreiras do in-dividualismo social e comecem por garantir um espaço mais promissor para um futuro/pre-sente e não viver a margem de um futuro/passado.

Leia o artigo sobre esse assunto na página 12.

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Fatos dos campi

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carnaVal sOlidáriO em americana

trOte dO Bem inteGra Os alUnOs

Casa Dia, de Americana, recebeu os alimentos

e produtos arrecadados

Estudantes da Unidade Maria Auxiliadora, em Americana, participaram do Carnaval Solidário idealizado por alunos de Serviço Social e realizado pelo segundo ano consecutivo. O objetivo é diver-tir e incentivar a solidariedade.

A festa, realizada no dia 28/2, foi animada por um DJ, e, além da dança, os alunos se empenha-ram na arrecadação de alimentos e produtos de limpeza e higiene destinados à entidade Casa Dia.

calouros a arrecadar livros infantis e ju-venis para reformulação da Biblioteca da Casa de Dom Bosco, entidade man-tida pelos Salesianos (www.casadedom-bosco.org.br).

O curso vencedor da gincana foi Ser-viço Social, que atingiu 1.620 pontos. Ao todo foram arrecadados 3.677 livros e jogos interativos. A pontuação foi di-vidida pelo tamanho e conservação dos itens doados. Publicidade e Propaganda ficou em 2o lugar, com 1.170 pontos, se-guido por Pedagogia com 821.

Prêmio Trote SolidárioO UNISAL Americana foi o vencedor do Prêmio de Cidadania “Trote Solidário” promovido pela Câmara Municipal e entregue no dia 25/3. Três instituições de ensino inscreveram seus projetos que envolvem veteranos e calouros em atividades que substituem a violência do chamado trote por ações como arre-cadação de donativos. O Trote do Bem, do UNISAL, foi o escolhido.

No Liceu Salesiano, em Cam-pinas, o Grupo de Teatro acolheu os calouros com encenação, nas salas de aula, da peça “O Enfermeiro”, de Ma-chado de Assis, adaptada especialmente para a ocasião.

O objetivo do UNISAL foi mostrar que oferece uma ferramenta alternativa e integradora para o aperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal e profissio-nal, por meio do posicionamento diante do público, com o aproveitamento da voz (oratória) e do corpo (desinibição e desenvoltura). Os interessados podem obter informações com o Prof. Luciano Lourenço, responsável pelas atividades do grupo, pelo e-mail: [email protected]

A Unidade São José, também em Campinas, comemorou o sucesso dos Jogos de Integração 2011, que envolve-ram estudantes, técnicos, professores, educadores, monitores, funcionários e salesianos, nas atividades esportivas, musicais e culturais. Os jogos foram organizados pela Pastoral da Universi-dade.

Na Unidade São Joaquim, em Lore-na, a Pastoral, com apoio de um grupo de veteranos, organizou o Trote do Bem, que reuniu doações de alimentos e um campeonato de futebol de salão com equipes formadas por calouros de todos os cursos. Os alimentos arrecadados fo-ram levados para Pouso Alegre, cidade do Sul de Minas Gerais atingida pelas enchentes no início do ano.

Trote cultural em Campinas

Equipe feminina no campeonato em Lorena

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As Unidades do UNISAL receberam os alunos, no início das aulas, com gin-canas, teatro, arrecadação de alimentos, entre outras atividades do chamado Trote do Bem.

Em Americana, o Trote do Bem, que engloba a Mostra Criativa e a Ginca-na da Solidariedade, estimulou os alunos

idade atiVa PrOmOVe Palestra sOBre sexUalidade

A Unidade Santa Teresinha, SP, realizou, dia 15/2, uma palestra sobre “Sexualidade na Maturidade” para 135 alunos e professores do Programa Idade Ativa. A palestra, que abordou questões fisiológicas, psicológicas e esclareceu muitas dúvidas, foi ministrada pela Profa. Dra. Ana Cristina Canosa, do Curso de Pós-graduação em Educação Sexual da Unidade Pio XI.

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A palestra marcou a aula inaugural do Programa Idade Ativa

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simPÓsiO de teOlOGia aBre cOmemOraÇãO dO anO jUBilar dO PiO xi

santa teresinha realiza Palestra sOBre extensãO

“direitO e PiPOca” PrOVOca reFlexãO sOBre temas POlêmicOs

“A criação de Deus: do sofrimento à esperança” foi o tema do Simpósio de Teologia realizado pela Unidade Pio XI, São Paulo, de 23 a 25/2, reunindo alu-nos e professores do curso de teologia.

O Simpósio foi celebrado em clima de festa devido ao início do ano jubilar do Instituto Teológico Pio XI que com-pletou, em março, 80 anos de fundação. O Superior Geral dos Salesianos enviou de Roma uma mensagem especial por ocasião da abertura das comemorações: lembrou que a missão do Instituto é co-laborar com a Igreja por meio de uma formação sólida e madura, objetivando expressar de forma competente a fé e a centralidade de Cristo para o homem de hoje.

Nos três dias de simpósio, os parti-cipantes refletiram sobre as temáticas

“A criação: compreender para crer”; “A criação: crer para compreender” e “A criação: Crer-compreender para cooperar-celebrar”. Entre os debatedores esta-vam o professor Pe. Cássio Murilo Dias da Silva, da PUC-Campinas, o Prof. Pe-dro Lima Vasconcellos e a Profa. Maria Ângela Vilhe-na, ambos do UNISAL e da PUC-SP, o Prof. Francisco Catão, UNISAL e Mosteiro de São Bento, o assessor da Presidência da República e pesquisador da EMBRA-PA, Dr. Evaristo Eduardo de Miranda, e o Prof. Gabriel dos Santos Frade, UNI-SAL e Mosteiro de São Bento.

Os participantes do Simpósio des-

tacaram positivamente as diversas con-tribuições por provocarem sérias pon-derações a respeito do tema da teologia da criação e das reais consequências da discussão para o fazer teológico no exer-cício pastoral.

A Unidade Santa Teresinha, São Paulo, promoveu, no dia 26/1, a palestra “Projetos de Extensão no Ensino Superior” pro-ferida pela professora Mônica Abranches, da PUC-Minas, para funcionários do UNISAL.

Militante convicta e contagiante, a Prof. Mônica afirmou que a Extensão Universitária é o diferencial das Universidades Co-munitárias que têm a formação integral do aluno como objetivo maior de sua existência. Na relação que se estabelece entre o alu-nado e a Comunidade, é possível produzir e disseminar conhe-cimentos que façam avançar as políticas sociais em nosso país.

Durante a palestra, ela refletiu também sobre questões liga-das à elaboração de Projetos de Extensão Comunitária e proce-dimentos metodológicos a serem seguidos pelas Instituições ao desenvolverem projetos de Extensão.

No dia 25/1, essa mesma palestra foi proferida na Unidade São José, Campinas.

A profa. Mônica Abranches vê a extensão como um diferencial das universidades comunitárias

O projeto de extensão do UNISÊNIOR e o curso de Direito da Unidade Liceu Salesiano, Campinas, lançaram neste ano o projeto “Direito e Pipoca”, aberto a toda a comunidade.

No dia 19/2, os cerca de 100 participantes assistiram ao filme espanhol “Mar Adentro”, de Alejandro Amenábar, lançado em 2005, e debateram sobre a temática do direito à vida e a questão da eutanásia. O debate foi coordenado pelo Prof. Marcelo Scudeler.

No segundo encontro do projeto, foi exibido o filme Invictus, de Clint Eastwood, lançado em 2009, sobre Nelson Mandela. O debate sobre a igualdade e o preconceito racial foi coordenado pelo Prof. Lucas Caluri.

O projeto Direito e Pipoca tem o objetivo de estimular a refle-xão sobre temas atuais e ligados à vida dos participantes, para que compartilhem suas experiências e visões de mundo a partir de de-terminadas obras cinematográficas.

O Prof. Marcelo Scudeler conduziu o debate do primeiro encontro

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Da esq. p. a dir., Prof. Pedro Lima Vasconcellos, o moderador do Simpósio Prof. Magno José Vilela, e o Prof. P. Cássio Murilo Dias da Silva

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nossos cursos

enGenharia: mercadO aQUecidO

enFrenta Falta de PrOFissiOnais

enGenharias nO UnisalO UNISAL oferece as seguintes engenharias:– Ambiental: Unidade Dom Bosco, Americana; – Automação e Controle: Americana e Campinas (São José); – Produção: Lorena e Campinas; – Elétrica – Modalidade Eletrônica: Americana,– Elétrica – Modalidade Telecomunicação: Campinas; – Mecânica: Campinas. Todos os cursos têm duração de 10 semestres. Os interessados em conhecer os cursos podem entrar em contato

com os coordenadores:– Em Americana, Prof. José Eraldo Leite de Oliveira (Automação e Elétrica): [email protected] Pimentel V. de Queiroz (Ambiental): brí[email protected] – Em Campinas, Prof. Vicente Sablón: [email protected] – Em Lorena, Prof. José Lourenço Júnior: [email protected]

nharia também no rol de cursos ofe-recidos em Lorena.

O estudante de engenharia deve gostar de cálculo, física, química, in-formática, e vai aprender também so-bre economia, administração, marke-ting, entre outras disciplinas. Os estu-dos não se restringem ao período da faculdade, mas são para toda a vida.

O coordenador dos cursos de En-genharia da Unidade Americana, José Eraldo Leite de Oliveira, observa que “o mercado quer um formando com boa base teórica que esteja se aper-feiçoando constantemente nas novas tecnologias”. Exige também “sólida formação ética e liderança para atuar em equipes multidisciplinares ou con-duzir projetos”.

Os engenheiros formados pelo UNISAL estão bem posicionados em sua área de formação e são valori-zados no mercado, de acordo com o coordenador da Unidade São José, Vicente Sablón. Já o Prof. José Lou-renço Júnior, de Lorena, destaca a qualidade dos cursos, que contam com “professores de reconhecida ca-pacidade e vivência em organizações industriais e de serviços. A grande maioria é de doutores e mestres”.

Mandamentos do futuro engenheiro

O livro “Engenheiro”, da Publifo-lha, apresenta os 10 mandamentos do futuro engenheiro com dicas interes-santes. Selecionamos alguns deles. Confira.

– Quem escolher a engenharia como profissão precisa gostar de es-tudar, pois o processo de aprendizado não termina nunca. É necessário man-ter-se sempre atualizado por meio da leitura constante e participação em eventos ligados à área de atuação.

– Aprenda outros idiomas, de pre-ferência o inglês.

– Domine as ferramentas de infor-mática relacionadas a sua área de atu-ação e familiarize-se com a internet, uma excelente fonte de pesquisas.

– Habilidade de expressão oral e escrita é essencial para profissionais de todas as áreas. Portanto, procure usar corretamente a língua portuguesa.

– Aprenda a trabalhar em equipe e valorize a opinião dos colegas.

– Busque uma formação multidis-ciplinar e dê atenção a outras áreas, como economia, história, ciências so-ciais, direito e administração, que se-rão úteis para o seu trabalho.

– Saiba que você também é res-ponsável pela preservação do meio ambiente. Leve isso em consideração quando for desenvolver algum projeto.

– Não tenha medo das novas fer-ramentas tecnológicas, domine-as.

A Engenharia está entre as profis-sões mais valorizadas no momento. O mercado de trabalho está bastante aquecido no Brasil em função do cres-cimento econômico do País, e fala-se até mesmo em uma possível escassez de mão de obra nos próximos anos.

A engenharia divide-se em várias modalidades, como civil, mecânica, de produção, de alimentos, ambien-tal, entre outras. O UNISAL oferece cursos de engenharia nas Unidades de Americana e de Campinas, e agora, em função da demanda crescente por profissionais da área, incluiu a enge-

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Alunos no laboratório de Engenharia da Unidade São José, Campinas

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Com público estimado em mais de 15 mil leitores, a Revista UNISAL oferece uma oportunidade imperdível de você divulgar sua empresa, seus produtos ou serviços.

Entre em contato conosco e fale com:

André: [email protected], fone (12) 3159 2033 ouGiuliano: [email protected], fone (19) 3471-9719.

agenda dos cursos

aGenda

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aBril25 – Dia do Contabilista, Unidade Maria Auxiliadora, Americana – atividade do curso.

26 – III Fórum: Educação e Compromisso Social promovido pelo Serviço

de Psicologia Aplicada, SPA, do curso de Psicologia de Lorena.

27 – IV Fórum Interdisciplinar da Unidade Santa Teresinha, São Paulo.

27 – Palestra do Projeto Itinerários da Filosofia, da Unidade de Lorena. Às 10 horas, no Salão do Júri.

27 – Debates sobre Temas Contemporâneos: palestra do escritor Laurentino Gomes,

às 19 horas, no Teatro São Joaquim, Lorena. Inscrições no site www.unisal.br.

27 a 29 – Semana de Empreendedorismo, promovido pelo curso de Administração de Lorena.

29 – Noite de Autógrafos do livro “Lágrimas para Kalinka... E nasce mais uma estrela”,

de Maria do Socorro Malta Vila Nova, ex-aluna do curso de Direito do Liceu Salesiano, Campinas.

Às 19 horas, no Centro Cultural da Unidade.

28 e 29 – I Seminário de Sustentabilidade – Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira,

realizado por UNISAL, Faculdade de Roseira – Faro, Oikos Agroecologia e Mosaico Mantiqueira.

Abertura dia 28, às 9 horas, no Teatro São Joaquim, Lorena. Informações e inscrições

no site www.valedoparaibasustentavel.com.br/

maiO2 e 3 – Colloquium - A vida consagrada hoje: do desencantamento à verdade. Palestrante:

Profa. Dra. Margaret Eletta Guider, osf (Boston College, School of Theology and Ministry - USA).

Realização: Unidade Pio XI, SP. Informações no site www.pio.unisal.br

2 a 7 – II Semana Integrada de Psicologia, Pedagogia e Serviço Social da Unidade

Maria Auxiliadora, Americana.

11 a 13 – Semana Cultural das Licenciaturas da Unidade de Lorena. Palestra de abertura,

dia 11, às 19 horas, com o escritor Nilbo Nogueira. Informações e inscrições no site www.unisal.br.

13 – Dia do Assistente Social, Unidade Maria Auxiliadora, Americana – atividade do curso.

16 a 20 – Semana dos cursos de Administração e Ciências Contábeis, da Unidade

Maria Auxiliadora, Americana.

18 – 3o Direito e Pipoca, com o filme “12 Homens e uma Sentença”. Liceu Salesiano, Campinas.

21 – 4o Superação – simulado jurídico do Curso de Direito do Liceu Salesiano, Campinas.

24 – II Mostra do Programa Ler e Escrever, do curso de Pedagogia, da Unidade Santa Teresinha, São Paulo

25 a 27 – Jornada Jurídica da Unidade Santa Teresinha, São Paulo

26 – III Fórum: Saúde Mental e Prevenção promovido pelo Serviço de Psicologia Aplicada, SPA,

do curso de Psicologia de Lorena.

26 e 27 – III Maratona Interna de Programação de Computadores realizada pelo curso

de Ciência da Computação da Unidade de Lorena

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artigofoto: Arquivo pessoal

Jorge Luís MialheDoutor, mestre e bacharel pela USP. Pós-doutorado pela Universidade de Paris. Professor do Curso de Direito do UNISAL, Unidade Liceu Salesiano, Campinas; do Curso de Mestrado em Direito da UNIMEP e do Departamento de Educação da UNESP, campus de Rio Claro. E-mail: [email protected]

O cOnFlitO lÍBiO e as resOlUÇÕes dO

cOnselhO de seGUranÇa das naÇÕes Unidas

A partir da guerra civil iniciada na Líbia em 15 de fevereiro de 2011, o Conselho de Seguran-ça das Nações Unidas apro-

vou duas Resoluções com a intenção de isolar as forças de Kaddafi e proteger os insurgentes e a população civil dos ataques das forças armadas leais ao go-verno, reforçadas por mercenários, ab-solutamente descompromissadas com as regras de Direito Humanitário esti-puladas pelas Convenções de Genebra.

Nascido da prática costumeira in-ternacional, o reconhecimento de insur-reição e de beligerância atribui direitos, obrigações e responsabilidades ao su-jeito de Direito Internacional, tendo em vista as realidades de um conflito arma-do cujo resultado é duvidoso.

Os insurretos são a primeira fase da rebelião interna de um Estado. O re-conhecimento do status de insurretos (ou insurgentes) tem o objetivo de não reconhecer de forma prematura e irres-ponsável um governo rebelde. No caso de insurreição, os países podem conferir aos insurretos os direitos e deveres de um Estado, contudo, sem o reconheci-mento da condição plena de sujeitos estatais. O Direito Internacional cos-

tumeiro atribuía efeitos limitados a esse tipo de reconhecimento:

poderiam ser tratados como prisioneiros de guerra e seus

navios não seriam conside-rados navios piratas.

Atualmente, a práti-ca internacional insiste mais sobre o lado hu-manitário do reconhe-cimento dos insurretos e, portanto, devem ser estendidos a eles os di-reitos previstos no II Protocolo da Convenção de Genebra de 1977. Da

mesma forma, os insur-retos devem respeitar as regras do Direito da

Guerra. O exemplo mais recente de insurreto é o Con-

selho Nacional Líbio, reconhecido pela França em 05 de março de 2011.

O Conselho manifestou-se no sentido de que irá atuar como a voz da rebelião contra o regime de Kaddafi, mas afir-mou não ser um governo interino. O Conselho nomeou como líderes o mi-litar Omar Hariri, um dos oficiais que fez parte do golpe de Kaddafi em 1969,

e Ali Essawi, ex-embaixador da Líbia na

Índia, encarregado das relações exterio-res do Conselho.

Já os beligerantes estão no estágio posterior ao de insurreição. Quando os insurgentes conseguem controlar uma parte do território nacional e empreen-der uma verdadeira guerra contra as au-toridades legais, poderão ter reconheci-da alguma capacidade jurídica interna-cional de um governo local “de fato”. Os poderes da autoridade beligerante sobre a porção do território controlada por ela são similares a de um ocupante de guer-ra. A ordem jurídica estabelecida pela organização insurrecional é equivalente à de sujeitos de Direito Internacional e, assim, se justifica o reconhecimento da responsabilidade internacional das au-toridades beligerantes até que elas assu-mam plenamente o governo do Estado em guerra civil.

A situação de conflito pode ser re-conhecida por ato unilateral de um ou mais Estados neutros, admitindo o es-tado de guerra entre terceiros Estados. Tal realidade é verificada na guerra civil na Líbia desde a aprovação das Resolu-ções 1970 e 1973 do Conselho de Segu-rança das Nações Unidas.

Nesse sentido, as Resoluções 1970, de 26 de fevereiro e 1973, de 17 de março de 2011, tentaram estabelecer um mar-co legal mínimo para a ação diplomática e militar na Líbia, amparado no Capítu-lo VII da Carta das Nações Unidas.

Dentre as medidas aprovadas, figu-ram a proteção de civis em áreas ameaça-das de ataque pelas forças de Kaddafi; o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea com o objetivo de proteger os civis e promover assistência humanitária às víti-mas; a decretação do embargo de armas à Líbia; a denegação pelos Estados-mem-bros da ONU de autorização de decola-gem, aterrisagem ou sobrevoo de qual-quer aeronave líbia sobre os seus territó-rios; o congelamento de fundos e ativos financeiros de pessoas físicas (Kad-dafi, seus filhos e alguns altos funcionários lí-bios) e jurídicas (Banco Central da Líbia, Banco Exterior da Líbia, Corporação Na-cional de Petróleo da Líbia).

Contudo, a pergunta que não quer calar é: até que ponto essa intervenção de caráter “humanitário” não estaria mascarando os reais interesses econô-micos e estratégicos das potências oci-dentais (controle dos suprimentos de petróleo, fornecimento de armas de fa-bricação ocidental aos insurgentes)? O tempo dirá.

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Pós-Graduação

Unisal Firma cOnVêniO cOm UniVersidade de seVilla

deFesa de teses nO liceU

americana e lOrena aBrem nOVOs cUrsOs de PÓs-GradUaÇãO

A Unidade Liceu Salesiano, de Campinas, sediou, no fim de janeiro, a defesa de teses do curso de especia-lização organizado pela Universida-de Pablo de Olavide, da Espanha, e a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho). Os alunos são Juízes do Trabalho, provenientes de todo o Território Nacional.

O Curso de Especialização em

Teoria Crítica dos Direitos Humanos: Globalização e Direitos foi direcio- nado e adaptado para atender ao público de juízes e juízas do traba- lho que, pelo exercício de suas ativi-dades, estão em permanente enfren-tamento com a temática dos direitos humanos e com a luta pela dignidade humana.

O fato de o UNISAL ter sediado

essas defesas propiciou uma aproxi-mação da Instituição com outros cen-tros de produção de saber científico, a valorização de seus professores que integraram bancas de qualificação e o início de relações com Universidades espanholas, que se deverá intensificar no segundo semestre, com a realiza-ção de atividades acadêmicas de alu-nos do UNISAL naquele país.

Cerca de 300 novos alunos estão cursando a Pós-graduação na Unida-de de Americana, que iniciou as aulas no dia 14/3.

Entre os cursos abertos estão: MBA em Gestão de Pessoas, Gestão Financeira e Controladoria, MBA em Gerência de Projetos, Gestão Estra-tégica de Negócios, Gestão de Marke-ting e Vendas e Gestão e Engenharia da Qualidade.

A Unidade São Joaquim, Lorena, abriu, em março, 15 cursos de Pós-graduação Lato Sensu nas áreas de Administração, Direito, Educação, Psicologia, Meio Ambiente e Tecno-logia. No total, são quase 500 novos alunos buscando novos conhecimen-tos e aperfeiçoamento profissional.

Neste ano, foi inaugurado o Polo de Pindamonhangaba, onde começou o curso de Direito Previdenciário. O polo está localizado na Rua São João

Bosco, 727, Santana, Pindamonhan-gaba-SP. Já os cursos na área de Meio Ambiente são ministrados na Facul-dade de Roseira, FARO.

As aulas são quinzenais, aos sá- bados, das 8h30 às 18 horas, com carga horária que varia de 360 a 540 horas.

O Diretor Operacional, Fábio Reis, apresentou o programa de Pós-graduação da Unidade de Lorena aos novos alunos

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A Unidade Liceu Salesiano, de Campinas, onde é ministrado o cur-so de Direito, firmou parceria com a Universidade de Sevilla, Espanha. Uma das atividades do convênio será o I Seminário Internacional de Direi-to Hispano-Brasileiro, que ocorrerá entre os dias 11 e 20 de novembro, do qual poderão participar alunos da Pós e da Graduação.

O convênio foi assinado durante visita do Prof. Álvaro Sánchez Bravo, da Universidade de Sevilla, ao Liceu, em fevereiro deste ano. Na ocasião, ele falou aos alunos do curso de Direi-to e convidados sobre Direitos Huma-nos e Ambiental. Prof. Álvaro Sánchez Bravo em palestra na Unidade Liceu Campinas

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Pesquisa

mitOlOGia GreGa e sUa cOntriBUiÇãO Para O PrOGressO

PrOFessOra Patenteia inVenÇãO

to arcaico do homem e nos ajuda a compreender um pouco a evolução filosófica do ‘estar no mundo’. Os povos que viviam na península gre-ga, desde a Idade do Bronze (cerca de 3000 a.C.), preocupavam-se em entender o mundo em que viviam. As coisas que não podiam ser com-preendidas com o conhecimento eram creditadas aos deuses, com isso o mito”, explicou.

O poeta português Fernando Pes-soa define mito como “...o nada que é tudo / O mesmo sol que abre os céus / É um mito brilhante e mudo”.

O grupo de estudos reúne pro-fissionais de diversas áreas, pois, afinal, as referências mitológicas se estendem por várias áreas do co-nhecimento. A formação do grupo se iniciou a partir do livro escrito por Benito, “Oferta de Afrodite”, que fala da condição humana, re-presentada na Mitologia Grega pela Guerra de Tróia, um embate entre mortais (nós, seres humanos) con-duzidos pela vontade dos deuses imortais (que representam as forças internas em cada um de nós). O fato gerador da guerra foi a oferta de um pomo dourado pela ninfa Discórdia para a deusa mais bonita do Olim-po. Na escolha da deusa merecedora

desse prêmio, foram tão irreconcili-áveis os desejos que tudo só se re-solveu com uma longa guerra.

Os leitores desse livro gostaram tanto da ideia que manifestaram o desejo de saber um pouco mais so-bre Mitologia Grega. Com isso, veio a ideia de criar esse grupo de estu-dos.

“Para mim, o estudo da Mitologia Grega pode ser muito útil, por exem-plo, para o ensino da Engenharia, quando se procura criar o que ain-da não existe e dar continuidade de uma forma engenhosa a processos já existentes. Isso se reflete no en-sino de Matemática, principalmen-te, com a capacidade de perceber onde a abstração está falhando nos alunos e procurar metáforas que os auxiliem na construção do conheci-mento. Meus alunos de Sistemas de Informação que têm que lidar com a complexidade lógica da Informáti-ca também se beneficiam disso pela possibilidade de criar metáforas que liguem os conceitos primários de Matemática às abstrações dos siste-mas informatizados.”

Os interessados em saber mais sobre o grupo de estudos podem entrar em contato pelo e-mail [email protected].

O Prof. Ms. Eugênio Benito Jú-nior, da Unidade Americana, é en-genheiro eletrônico de formação e tem a literatura como paixão, tanto que já lançou dois livros do gênero: “A Oferta de Afrodite” e “O Criador de Borboletas”. Atualmente, criou um grupo de estudos sobre Mito-logia Grega, que tem muito a con-tribuir com o progresso científico, quando alguns fatos acabam sendo explicados com esta referência.

“Assim, o estudo da Mitologia Grega nos remete ao pensamen-

Um dos livros do Prof. Eugênio Benito Júnior

A Profa. Dra. Zaida Aguila, da Unidade São José, Campinas, depositou no Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI – o pedido de patente pela criação de lentes oftálmicas.

O depósito da patente recebeu o título “Processo de obtenção de lentes oftálmicas, lentes oftálmicas produzidas pelo referido processo e uso das mesmas”.

A invenção da professora Zaida se refere ao campo da tecnologia de polímeros, mais especificamente à fabricação de lentes oftálmicas pelo processo da polimerização via radicais livres induzidas pela luz UV-vis. O trabalho abrange também o desenvolvimento de novas formulações com o intuito de fabricar lentes com custo acessível e com propriedades adequadas para produção em unidades móveis.A Profa. Zaida integra o corpo docente das engenharias da Unidade São José

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ensinandO histÓria cOm a música

O professor Davi Coura, res-ponsável pelas disciplinas História Medieval e Antigui-

dade Oriental e Clássica do curso de História da Unidade de Lorena, é um apreciador da música e apaixo-nado por história. O que o diferen-cia de outros com gostos semelhan-tes é que Davi consegue unir música e história e utilizá-las como uma proposta pedagógica.

Esse trabalho exige muita pes-quisa, muito estudo, mas o resulta-do é sempre gratificante, garante o professor, que é Mestre em Educa-ção pela PUC-SP e desenvolve pes-quisas sobre a Educação e a Cultu-ra no Vale do Paraíba no início do século XX. Em 2004, Davi lançou o cd “Lorena em Cantos”. Seu e-mail é [email protected]

Revista UNISAL – Como

surgiu a ideia de unir música e história em suas aulas?

Prof. Davi Coura – Durante minha Licenciatura em História, no UNISAL, comecei a compor músi-cas relacionadas com os conteúdos tratados durante as aulas. Como gosto muito de música, tentei conci-liar dois prazeres: a História e a Mú-sica. Depois de formado, comecei a dar aulas e percebi que os alunos gostavam das melodias, o que tor-nava as aulas dinâmicas e mais lúdi-cas. Hoje, possuo o Projeto História é Show, no qual apresento um show de músicas de História do Brasil e Geral. Desenvolvo também o Proje-to Cantarolando a História, volta-do exclusivamente para as crianças do Ensino Fundamental I.

RU – Como você prepara es-sas aulas? Elas exigem muita pesquisa e dedicação?

Davi – O ato de ensinar exige responsabilidade com quem está aprendendo. A pesquisa e a leitura são fundamentais para que possa-mos nos atualizar constantemente. Ao preparar uma aula, procuro me colocar no lugar dos alunos. Pen-so sempre: se eu fosse aluno, iria achar a aula que preparei insti-

gante, atrativa conceitual e histori-camente? Isso me ajuda bastante na preparação das aulas.

RU – Todos os temas da

aula podem se transformar em música?

Davi – Sim. O que procuro fazer é, na medida em que os conteúdos vão sendo tratados, vou tentando musicalizar esses temas.

RU – Como os alunos re-agem a esse método pedagó- gico?

Davi – Os alunos do Ensino Mé-dio gostam muito, pois ajuda no es-tudo das provas e no preparo para o vestibular. Alguns alunos, depois de vestibulares, comentam: Professor, acertei a questão, pois me lembrei da música do senhor!!!

Quanto aos alunos do Ensino Superior, procuro relatar minha ex-periência de sala de aula. Mostro a forma como relaciono a música e a História. Procuro desenvolver nos alunos a capacidade criativa e ino-vadora, fazendo com que os futuros professores coloquem seus dons a serviço da educação. A aula torna-se

uma oficina, compartilhando expe-riências e instigando inovações no campo educacional.

RU – Você sugere aos futu-ros professores adotar a sua proposta pedagógica?

Davi – Não peço para que ado-tem minha proposta pedagógica. Procuro mostrar para os alunos que é possível fazer da sala de aula um lugar atrativo para o conheci-mento. Coloco meu trabalho como uma possibilidade didática. Não são todos que tocam algum tipo de ins-trumento. Mostro que o desenho, a música, a pintura, o teatro, a tecno-logia digital e tantas outras possibi-lidades podem ser utilizadas didati-camente por eles na elaboração de suas aulas.

RU – Os resultados são com-pensadores?

Davi – Com certeza. É gratifi-cante perceber o crescimento inte-lectual dos alunos e a sua capaci-dade de expressão e compreensão. Saber que de alguma forma você contribuiu para esse progresso é muito prazeroso.

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O prof. Davi durante aula no curso de História

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estudei no Unisal

“aPrender nãO OcUPa esPaÇO”

Enrique de Paula foi aluno da primeira turma do curso Tecnó-logo em Instrumentação e Con-trole do UNISAL Unidade São José, Campinas. Desde 1989, quando se formou, tem investido na carreira e não parou de estu-dar. Enrique conseguiu concre-tizar o sonho de muitos profis-sionais: abrir a própria empresa. E o empreendimento deu certo. Hoje ele comemora o 15o aniver-sário de sua empresa, a Setup.

Em entrevista à Revista UNI-SAL, Enrique conta um pouco de sua trajetória como estudante, como empresário e de sua pai-xão pela área em que atua. Aos estudantes de hoje, sugere muito estudo, observação do trabalho dos mais experientes e identifi-cação com a área escolhida.

Revista UNISAL: Enri-que, o que representou para você estudar no UNISAL?

Enrique de Paula: Na épo-ca, tratava-se do primeiro curso de nível superior em Instrumen-

tação e Controle, e o fato de ser noturno me permitia conciliar a carreira que já estava em curso com o aprimoramento de conhe-cimentos na área.

RU: Quais suas lembran-ças do período da faculda-de?

Enrique: Apesar de ser o primeiro curso de uma nova fa-culdade que se iniciava (na épo-ca chamava-se FASTEC – Facul-dade Salesiana de Tecnologia), lembro-me de que a experiência de ensino era bem fundamenta-da. A turma era composta por profissionais que já atuavam na área há anos e que buscavam uma graduação maior.

RU: Algo foi marcante nos anos da faculdade?

Enrique: Sim, o marco prin-cipal na época, quando a faculda-de estava começando e, portan-to, a grade curricular, o quadro de professores, a estrutura de laboratório estavam ainda sendo definidos. O curso teve seu nível

enriQUe de PaUla, ex-alUnO dO Unisal

e emPresáriO, acredita, Pratica e sUGere

esse lema aOs FUtUrOs PrOFissiOnais

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elevado pela colaboração dos alunos que ajudaram com recur-sos e conhecimentos adquiridos no mercado, e que vieram a defi-nir o rumo do curso.

RU: Como você escolheu essa profissão?

Enrique: Iniciei minha car-reira aos 14 anos de idade, no Se-nai, como Eletricista, depois es-tudei no Colégio Técnico da Uni-camp (COTUCA) como técnico em eletrotécnica e, finalmente, cursei a graduação em Instru-mentação e Controle. Hoje, são 31 anos de carreira com sucesso na mesma área.

RU: Como chegou ao car-go que ocupa hoje? Conte um pouco da sua trajetória.

Enrique: Trabalhei com ma-nutenção industrial por 12 anos, tendo passado por empresas como 3M e BOSCH, e mais seis anos na ALTUS com desenvolvi-mento de software e engenharia de aplicação. Em 1996, fundei a SETUP Automação, que hoje completa 15 anos no mercado de automação industrial, tendo desenvolvido vários projetos e sistemas de controle, inovando sempre na implementação das tecnologias de ponta (ex.: siste-mas de visão artificial).

RU: Você fez outros cur-sos depois da faculdade? Quais?

Enrique: Ao longo de mi-nha carreira, nunca deixei de estudar, e todo ano estou en-volvido em algum novo apren-dizado, mesmo que não ligado à carreira diretamente. Acredito que um profissional não deve se limitar apenas ao curso-base de sua profissão, pois, no meu caso, por exemplo, apesar de atuar na área elétrica e de controle, o conhecimento de pneumática, hidráulica, acio-namentos e até mesmo de téc-nicas de ótica e iluminação que adquiri nos vários cursos com-plementares que fiz foram de extrema importância na minha

formação profissional. De igual forma e valor, os aprendizados nas tratativas com os relacio-namentos interpessoais são fundamentais, pois se eu não souber lidar com os clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros, de nada me valeria o conhecimento profissional. A integridade profissional e pes-soal, portanto, é indispensável.

RU: Quais os momentos mais importantes no início da carreira profissional?

Enrique: Logo que me for-mei no 1o curso (por volta dos meus 16 anos), fui trabalhar com uma equipe de profissionais com 15 a 20 anos de carreira, com muita prática, porém sem uma formação específica. Vejo hoje que todo o conhecimento adquirido, os cursos que fiz, se não fossem somados às expe-riências dos que passaram por minha vida profissional, seriam de pouca valia. O que mais me marcou foi ver um garoto de 16 anos ensinando e sendo ensina-do por profissionais de 40 anos numa troca sinergética de co-nhecimentos.

RU: Quais as lições que você considera mais valio-sas na sua trajetória profis-sional?

Enrique: – Nunca se con-tentar apenas com o conheci-mento de um único curso;

– Aprender o tempo todo, in-cluindo o hoje, estando sempre atento às tendências e experi-mentando as novas tecnologias;

– Ser íntegro, honesto e pro-fissional, desenvolvendo bons relacionamentos, pois eles fazem toda diferença em seu sucesso.

Uso sempre a seguinte ex-pressão: “Aprender não ocupa espaço”.

RU: Você se sente satis-feito em sua profissão?

Enrique: Sim, certamen-te! É comum os que me cercam escutarem que sou mais que satisfeito, sou feliz com minha

profissão, pois consigo “ganhar a vida” fazendo algo que eu gos-to. Quando um profissional de qualquer área gosta do que faz e aplica seus dons, ele certamente será um profissional melhor que os demais. Infelizmente, conheço várias pessoas que estão em tra-balhos que não gostam, apenas por necessidades financeiras.

RU: Como você vê o mer-cado de trabalho atualmen-te?

Enrique: Não somente hoje, mas há anos, o mercado de au-tomação industrial está carente de profissionais, existindo ain-da muito mercado de trabalho. Haja vista a dificuldade de se en-contrar profissionais para essa área. Diariamente recebo cur-rículos de pessoas se candida-tando a trabalhar conosco, mas infelizmente poucos possuem a formação profissional desejada, de forma que os que fazem um pouco a mais que os demais já se destacam.

RU: Que dica você dá para os atuais estudantes?

Enrique: – Não faça um cur-so qualquer ou de baixa qualida-de, pois estará desperdiçando seu tempo e dinheiro.

– Considere a faculdade como somente mais um dos importan-tes itens na sua formação profis-sional. Não pare após a faculda-de. Estude sempre, busque, ino-ve. Lembre-se: “Aprender não ocupa espaço”.

– Pergunte-se constante-mente o que você tem a oferecer a mais em relação aos demais profissionais da sua área, para que você possa ser destacado no mercado de trabalho.

RU: Vale a pena ingressar nessa área?

Enrique: Sem dúvida, vale sim, é garantia de trabalho. Po-rém, se você não tem vocação, facilidade na área de exatas, não gosta de pesquisar ou estar sem-pre estudando, procure algo que realize você profissionalmente.

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18 revista unisal

extensão e ação comunitária

relatÓriO aPresenta traBalhO sOcial dO Unisal

centrO de extensãO Vai articUlar aÇÕes cOmUnitárias

PrOFessOres sãO PremiadOs em simPÓsiO sOBre GerOntOlOGia

lOrena deBate sOBre a

indePendência

O jornalista e escritor Lauren-tino Gomes é o convidado da Uni-dade de Lorena para abrir, neste ano, o Programa Debates sobre Temas Contemporâneos.

No dia 27 de abril, a partir das 19 horas, o escritor vai falar à co-munidade de Lorena sobre seu úl-timo livro, “1822”, que relata a his-tória da independência do Brasil.

O livro foi lançado no ano pas-sado e é um sucesso de vendas. O mesmo aconteceu com o primeiro livro de Laurentino, “1808”, pu-blicado em 2007, sobre a fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro.

Informações e inscrições no site www.unisal.br.

Os livros de Laurentino Gomes estão nas listas dos mais vendidos no país

Div

ulga

ção

O UNISAL lançou em dezembro passado o Relatório Social 2010 com o objetivo de apresentar para toda a comunidade as ações desenvolvidas pela Instituição em prol da constru- ção e da ampliação da cidadania.

O documento relata um pouco da história do Centro Universitá-rio Salesiano de São Paulo e das IUS – Instituições Salesianas de Educa-

ção Superior –, e apresenta a visão e as ações de Responsabilidade So- cial do UNISAL, sustentadas por sua identidade salesiana.

A Pró-reitora de Extensão e Ação Comunitária, Regina Vazquez Del Rio Jantke, responsável pelo Rela-tório, afirma que “a existência de uma Instituição Salesiana de Ensino Superior só tem sentido mediante a

promoção e a animação dos direitos e das necessidades básicas dos jo- vens, principalmente dos menos fa- vorecidos, por meio da justiça, da verdade e da formação acadêmica e social”.

O Relatório Social 2010 UNISAL pode ser encontrado nas Unidades de Ensino da Instituição e no site www.unisal.br/relatoriosocial.

sentantes de prefeituras e de institui-ções da região e de alunos do curso de História do UNISAL. O evento foi aber-to com uma apresentação de dança por um grupo de educandas do PROVIM (Programa Vida Melhor) e depoimento de uma jovem atendida pelo programa mantido pelos salesianos.

Em seu discurso, o Reitor do UNI-SAL, Pe. Edson Donizetti Castilho, disse esperar que o Centro de Extensão seja um lugar de articulação de uma ação pensada, planejada com e pela comuni-dade, e que seja “capaz de apresentar o rosto de uma instituição que aposta na vida”.

Após a cerimônia de abertura, os participantes visitaram a Exposição Pe. Carlos Leôncio da Silva, organizada pelo

curso de História, e acompanharam o descerramento da placa do Centro de Extensão pela Pró-reitora de Exten-são e Ação Comunitária Regina Jantke e pelo Diretor de Operações de Lorena, Fábio Reis.

Os professores do curso Idade Ativa da Unidade Santa Teresinha, SP, Cacil-da Costa Paranhos e Claudio Dalmo-lin, foram premiados em 1o lugar no II Simpósio e VII Jornada Gerontológica, realizados em dezembro pelo Institu-to Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes”.

Eles apresentaram a experiência “Agora vivendo a vida! Com qualida-

de de vida”, vivenciada no curso Idade Ativa.

O II Simpósio e VII Jornada Geron-tológica debateram sobre a segurança e o envelhecimento, por entender que a longevidade saudável com participa-ção só poderá ser atingida quando as pessoas envelhecerem desfrutando de segurança adequada diante de todos os riscos a que estão expostas.

Integraram a mesa (da esq. p/ a dir.): Pe. Sérgio Baldin Júnior, Diretor da RESAS-SP (Rede Salesiana de Ação Social); Prof. Fábio Reis; Pe. Edson Donizetti Castilho; Pró-Rei-tora Regina Jantke; Pe. Eduardo Capucho, Gerente Financeiro da Unidade, e Pe. Agnal-do Soares Lima, da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos

Apresentação de dança por jovens do PROVIM

O UNISAL inaugurou no dia 11/3, na Unidade de Lorena, o Centro de Ex-tensão Universitária e Ação Comuni-tária – Padre Carlos Leôncio da Silva. Esse novo espaço será um polo de pla-nejamento articulado de ações comu-nitárias, reunindo diversas Instituições que trabalham em prol da juventude.

A cerimônia de inauguração contou com a presença de salesianos, de repre-

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O cOntadOr de histÓrias

“O Contador de Histórias” é um filme biográfico que conta a vida de Roberto Carlos Ramos, conhe-cido como Roberto Carlos Conta-dor de Histórias, como é lembra-do em Belo Horizonte e, agora, no mundo. O diretor do filme, Luiz Villaça, descobriu o caso quando seu filho ganhou um livro infantil de presente e, após ler a história, desenvolveu o projeto do filme premiado com o selo da Unesco (Organização das Nações Unidas).

O verbo é a ferramenta do filme que traz em sua história um drama da vida real. Talvez se intitule até mesmo como uma autoajuda, par-tindo da premissa de que a histó-ria contada por Roberto Carlos é a mesma de milhares de brasileiros.

A história é baseada nos anos 70 em Belo Horizonte, Roberto era o caçula de uma família pobre. Entregue à Febem (Fundação para o Bem-Estar do Menor) pela mãe, pessoa trabalhadora, simples e ig-norante que acreditava que o filho teria um futuro melhor ali dentro. Roberto foi analfabeto até os 13 anos e transformou-se em um pro-fessor que dissemina o poder das palavras pelo mundo graças ao auxílio de uma pedagoga francesa (Margherit) que o adota em uma

direitO & PazO Programa de Mestrado em Direito do UNISAL

publicou as duas edições de 2010 da Revista Direito & Paz, números 22 e 23. A publicação tem o objetivo de divulgar trabalhos originais da área do Direito, sobretudo dos que tratam da Ética e Meio Ambiente e Direitos Sociais e Cidadania.

tentativa de estudar o comportamento de meninos da Febem.

Mas esse drama da vida real entra em conflito com a ilusão de uma mãe que se transborda em sonhos para seus filhos e que tem sua mente iludida por uma propaganda. Ela assisti na TV uma propaganda da Febem que apre-senta a salvação e a dignidade para a futuro de crianças estereo-tipadas com o perfil do menino de rua.

No filme, todo o desfecho co-meça com a propaganda mal in-terpretada e a busca de um sonho. Após esta consequência desastro-sa, a trama se dá com o poder da educação em transformar o cida-dão, uma maquiagem do que o Estado prometia em linhas educa-cionais na Febem.

O encontro com a identidade do protagonista apresenta-se no reflexo do espelho, quando a pe-

dagoga o questiona sobre sua pró-pria imagem.

A parábola de Machado de As-sis, O Espelho, traz complemento e poesia para o assunto. Em um trecho trata-se a identidade da se-guinte maneira: “Nada menos de duas almas. Cada criatura huma-na traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...”.

Cássia Fossaluza FerreiraProfessora da Unidade de Americana

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