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Pré-Impressão e Impressão:Info Graphics - Gráfica & Editora(79) 3214-3031 / 3214-5026

REVISTA DA SOMESEÓrgão Oficial da SociedadeMédica de Sergipe

Redação/ComercialRua Guilhermino Resende, 426.Bairro São José. Aracaju - SergipeFone/Fax: (079) 3211-9357

Edi tora:Alexandra Brito - MTB 547 DRT-SE

Corpo Redatorial:Antônio SamaroneDéborah PimentelLúcio Antônio Prado DiasMarcelo da Silva RibeiroPetronio Andrade GomesWilliam Eduardo Nogueira Soares

Gerente de Marketing(Projeto Gráfico/Diagramação)Susyane Noronha

Colaboradora:Magna Santana / 1.151 DRT-SE

Rev isão:Ivan Valença

Os artigos assinados são de inteiraresponsabilidade dos seu autores, nãorepresentando, necessariamente, aopinião da Sociedade Médica de Sergipe.Tiragem desta edição: 2.000 exemplares.

SumárioEXPEDIENTE

SOCIEDADE MÉDICA DE SERGIPEFundada em 27 de junho de 1937Filiada a ASSOCIAÇÃOMÉDICA BRASILEIRAConsiderada de Utilidade PúblicaLei Estadual nº 2.269 de 09/07/80Lei Municipal nº 728/80 de 13/10/80

E MAIS:

Veículos TurismoCinema VIDAMÉDICA

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DIRETORIA EXECUTIVA 2008-2011

Presidente: Petrônio Andrade Gomes

1º Vice-presidente: Raul Andrade Mendonça Filho

2º Vice-presidente: Ângela Marinho Barreto Fontes

Secretário Geral: Eduardo Góis Cardoso

1º Secretário: José Aderval Aragão

Tesoureiro Geral: Hesmoney Ramos Santa Rosa

1º Tesoureiro: Pedro Henrique Costa C. Garcia Moreno

Diretor Social: Andréia Diniz Franco Maciel Silva

Bibliotecário: José Hamilton Maciel Silva Filho

CONSELHO FISCAL

T i tu la res

Atilano Salvador Godinho

José Euclides de Moura Neto

Marcos Ishi

Suplentes :

Ana Luiza de Andrade Vahle

Ricardo Viana de Bragança

Saulo Maia D’Avila Melo

DELEGADOS JUNTO À AMB

T i tu la res

José Sérvulo Sampaio Nunes

Marcos Albuquerque

Suplentes

Anselmo Mariano Fontes

Marcos Antonio Araújo de Melo

Site da SOMESE:

www.somese.com.br

Pacote JeanRenoir

Falar ao celular novolante aumenta osriscos de acidentes

Natal Luz deGramado

Evidências Médicas - 10Entrevista - 16-17

A Ginecologistade Dona Flor

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2022

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PSF – Ao completar 15 anos, programa chega a mais de 100milhões de brasileiros

Somese - Autoridades prestigiam posse de PetrônioGomes

CRM - Nova diretoria toma posse durante comemoração dos50 anos da entidadeSindimed - Nova diretoria defende consolidação do trabalhoda entidade

Capa - 20 anos do SUS - Sistema garante acesso universala todos os brasileiros, mas ainda enfrenta sérios problemas

Eleições Municipais - Somese recebe candidatos a prefeitode Aracaju

AMB – Posse da nova diretoria é prestigiada

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Editorial

É com grande satisfação e alegria que me apresento aoscolegas médicos como o novo Presidente da Somese.Juntamente com mais 18 nobres colegas, colocamo-nos àdisposição da classe médica, objetivando uma íntima relaçãode amizade, cordialidade e parceria.

Como toda instituição, seja pública ou privada, temosnossos problemas financeiros, de gestão, de compromisso,de comunicação, de confiabilidade.

A tarefa, sabemos nós, é hercúlea, mas a vontade, adisposição e tempo para a resolução desses problemas, nóspossuímos. Estaremos trabalhando diuturnamente naSomese como também fora do seu espaço físico,objetivando ampliar o contato com os colegas, conhecendoseus problemas, ajudando no que for possível, ocupandotodos os espaços necessários e importantes.

Contamos com o apoio total, irrestrito e incondicional detodos os ex-presidentes, sabendo que neles encontraremosajuda e respaldo para nossas ações, todas elas objetivandocolocar o médico no lugar que sempre possuiu: o dehonorabilidade, respeito e amparo da sociedade.

Pedimos aos colegas que se juntem a nós, participandodas nossas ações, campanhas, curós. O mundo estámudando e a Somese acompanhará essa mudança.

Que Deus nos abençoe!

Petrônio Gomes

Presidente da Somese

Petrônio GomesPresidente da Somese

2008- JUL-OUT- REVISTA SOMESE10

Evidências Médicas

LEPTOSPIROSE

Marco Aurélio deOliveira GóesMédico Especialista emDoenças Infecciosas eCoordenador Estadualdo Núcleo de DoençasTransmissíveis

A leptospirose é uma doença febril aguda causadapor bactérias do gênero Leptospira que acomete ohomem e os animais. Sua ocorrência é favorecida

pelas condições ambientais vigentes nas regiões de climatropical e subtropical, onde a elevada temperatura e osperíodos do ano com altos índices pluviométricos favorecemo aparecimento de surtos de caráter sazonal.

O rato de esgoto é o principal responsável pela infecçãohumana, em razão de existir em grande número e da suaproximidade com seres humanos. A Leptospira spp.

multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos, e éeliminada pela urina, às vezes por toda a vida do animal.O homem é infectado casual e transitoriamente, e não temimportância como transmissor da doença.

A Leptospira spp. eliminada junto com a urina de animaissobrevive no solo úmido ou na água, que tenham pH neutroou alcalino. Não sobrevive em águas com alto teor salino.Ela penetra através da pele e de mucosas ou através daingestão de água e alimentos contaminados. A presençade pequenos ferimentos na pele facilita a penetração, quepode ocorrer também através da pele íntegra, quando aexposição é prolongada.

O período de incubação varia de um a vinte dias, sendoem média de sete a quatorze dias.

A apresentação clínica pode variar de quadrosassintomáticos a quadros leves, moderados e graves, podendoaté levar ao óbito. Na prática, suspeita-se de leptospirosequando da apresentação sob a forma de síndrome febrilictérica, hemorrágica ou íctero-hemorrágica aguda.

Os quadros leves apresentam sinais e sintomasinespecíficos como febre, cefaléia e mialgias, e sãofreqüentemente confundidos com os de uma síndromegripal. Uma história de exposição direta ou indireta amateriais passíveis de contaminação por Leptospira podeservir como alerta para a suspeita diagnóstica.

A apresentação da leptospirose geralmente é bifásica.A fase aguda ou septicêmica pode durar cerca de umasemana (4 a 7 dias) e se caracteriza por febre alta, deinício abrupto, calafrios, cefaléia, mialgias, principalmenteem panturrilhas, e podem ocorrer algumas queixasgastrintestinais. Segue um período de defervescência em

lise, com duração de 1 a 2 dias,provocando uma sensação demelhora no paciente, mas que podepassar desapercebido. A seguir afebre recrudesce, mas raramente étão alta quanto na fase aguda. Éneste período, que pode durar de4 a 30 dias (fase imune), que ocorrea produção de anticorpos, adiminuição da leptospiremia e aexcreção de bactérias pela urina.Pode surgir meningite,meningoencefalite, pneumonia,fenômenos hemorrágicos, icterícia,insuficiência renal, hepática erespiratória, miocardite e outras,podendo levar o paciente ao óbito.

Alguns achados inespecíficos nos exames laboratoriaispodem ajudar no diagnóstico, como: leucocitose eplaquetopenia; elevação de bilirrubinas (principalmente dafração direta); uréia e creatinina elevadas; CPK elevada.

A presença de hipoxemia e infiltrado intersticial difusona radiografia de tórax podem indicar gravidade noquadro pela presença de possível sangramento alveolar.

Os métodos indicados na rotina para o diagnósticoespecífico da leptospirose são os sorológicos, o ELISA (paradetecção de IgM) se torna positivo a partir da segundasemana de doença. Recomenda-se a realização de pelomenos dois exames, um no início e outro a partir da quartasemana de doença.

O tratamento visa, de um lado, combater o agentecausal com antibioticoterapia (penicilina G cristalina 6-12milhões UI/dia, IV, 6/6h, 7 dias) e, contornar as principaiscomplicações, principalmente o desequilíbriohidroeletrolítico, a hemorragia, a insuficiência respiratóriae renal agudas e as perturbações cardiovasculares. Asmedidas terapêuticas de suporte constituem os aspectos demaior relevância e devem ser iniciadas precocemente, natentativa de evitar complicações da doença.

Todo caso suspeito de leptospirose deve ser notificadoa Vigilância Epidemiológica.

REVISTA SOMESE - JUL-OUT - 2008

2008- JUL-OUT- REVISTA SOMESE

Numa noite prestigiada por diversas autoridades, médicose familiares, o neurocirurgião Petrônio Andrade Gomesfoi empossado como presidente da Sociedade Médica

de Sergipe (Somese). A solenidade aconteceu no dia 17 de outubro,no auditório da entidade. “A Somese é a entidade médica maisantiga do estado. Ela funciona há 71 anos”, declarou, destacandoa importância da casa para a medicina sergipana. “Quero, nestemomento em que tomo posse, dar o meu primeiro presente aSomese, o diploma conferido a Dr. José Augusto Leite, o primeiropresidente da Somese, como membro desta casa”.

Compuseram a mesa da solenidade os secretários de Estadoe Municipal de Saúde, Rogério Carvalho, representando ogovernador Marcelo Déda, e Marcos Ramos, representando oprefeito Edvaldo Nogueira; os presidentes do Cremese, HenriqueBatista e Silva; da ASM, Déborah Pimentel; do Sindimed, JoséMenezes; o secretário de Estado da Administração, o médicoJorge Alberto, além do presidente que se despedia da casa, RobertoGurgel, e o que tomaria posse, Petrônio Andrade Gomes.

Depois de instalada a mesa, os presentes entoaram o hinonacional, ao som de sax. Ao abrir a solenidade, o presidenteRoberto Gurgel passou a palavra ao secretário Rogério Carvalho.“Em nome do governador cumprimento todos os que estão aqui.A Secretaria de Estado da Saúde está aberta à discussão com osmédicos”, declarou, informando ainda sobre a parceria que estásendo firmada entre o órgão e a Somese. “Isso graças ao empenhode Roberto Gurgel, que agora deixa esta casa, que sempredefendeu o projeto, para a realização de cursos de atualização,através da Somese”. Ele enfatizou ainda o desempenho de Gurgelà frente da entidade. “Ele se despede da Somese, mas continuana luta da classe médica, como diretor da AMB. Durante estesseis anos, ele colocou Sergipe em destaque na defesa de assuntosligados à classe médica e à saúde”.

Os mesmos elogios foram feitos pelo secretário Marcos Ramos,que destacou ainda a importância da Somese. “A história daentidade se confunde com a história da medicina em Sergipe. ERoberto Gurgel foi feliz na sua administração, ao manter aquinesta casa, um fórum permanente de debate, de diversos assuntose sempre com equilíbrio. “Quero agradecer o excelente trabalhoque ele fez e dizer ao Dr. Petrônio que tenha a certeza que otrabalho realizado pelos diretores que passaram pela casa aolongo dos seus 71 anos, será continuado na sua gestão. Para teresse sucesso, ele precisará do apoio e colaboração de todos”.

Ao se despedir da casa, Roberto Gurgel agradeceu a todosos diretores que o acompanharam durante os dois mandatos quepresidiu a Somese. “O papel de vocês foi de extrema importância”.Ele destacou alguns movimentos levantados pela entidade durantea sua gestão, a exemplo da campanha contra a violênciadoméstica. “Abrimos a discussão de um fato que está aí presentena sociedade e que vivia dissimulado”.

“Quero destacar também que esta casa é o berço domovimento médico no estado, inclusive para a formatação e

Autoridades prestigiam possede Petrônio Gomes

implantação da Faculdade de Medicina”, declarou Gurgel,ressaltando a busca de parcerias com as secretarias de Saúde doestado e município. “Esta é uma forma de manter a entidade”.Finalizando o seu discurso, ele agradeceu ainda aos funcionários,que cuidam com zelo da Somese.

Após a leitura do termo de posse pelo novo secretário geralda Somese, Eduardo Góes, os novos diretores assinaram odocumento. Já empossado presidente da entidade, PetrônioAndrade Gomes destacou o papel do médico. “Somos a únicaprofissão no mundo que não tem o direito de errar. Ao médicocabe somente acertar. Desconheço uma profissão que exija umpreparo maior que a nossa”.

Além da labuta diária do médico, o presidente destacou osavanços tecnológicos da medicina. “Conquistamos grandes feitosusando a tecnologia, mas não conseguimos eliminar um simplesmosquito. Ainda convivemos com a dengue, verminoses e outrasdoenças simples. E porque isso acontece? É porque não sabemostratar? Não. É porque não somos ouvidos”, declarou, afirmandoque a entidade pretende procurar os médicos que exerce cargosno legislativo, municipal, estadual e federal, para discutir asquestões ligadas à saúde e à classe médica. “Vamos implantar aUnião dos Médicos, reunindo todas as entidades médicas doestado, para discutir essas questões. Não queremos confrontocom ninguém, mas reconquistar o respeito da sociedade”

Agradecendo o apoio de todos que estiveram ao seu lado,para lançar seu nome à presidência da Somese – em especialLúcio Prado Dias, Déborah Pimentel, Antônio Samarone eHamilton Maciel -, Petrônio Gomes disse que contará com oapoio de Roberto Gurgel. “Ele estará ajudando a Somese, agoranuma outra esfera. Quero também dizer que toda a diretoria queagora assume comigo é extremamente importante para que sejamcolocadas em prática as 30 metas que estabelecemos”.

A solenidade foi encerra da com o descerramento da placa eda foto de Roberto Queiróz Gurgel na galeria de ex-presidentesda Somese. Em seguida, ao som da banda Caju Jazz, foi oferecidoum coquetel a todos os presentes.

Somese

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2008- JUL-OUT- REVISTA SOMESE

CRM

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Achapa 1, denominada“Ética e ValorizaçãoMédica”, encabeçada pelo

médico Henrique Batista e Silva,saiu vencedora da eleição para anova diretoria do ConselhoRegional de Medicina de Sergipe(Cremese). A transmissão de cargoaconteceu no dia 1º de outubro,na sede do conselho seguida daeleição da diretoria que estará àfrente da entidade pelos próximostrês anos.

Já a posse oficial aconteceu nodia 31 de outubro, durante as comemorações dos 50 anosde criação do Cremese. A administração foi eleita para operíodo de 2008 a 2011, e terá como presidente HenriqueBatista e Silva; vice-presidente Paulo Amado Oliveira; 1°secretário José Agnaldo de Santana Fonseca e 2° secretárioJanua Cele Bóson de Almeida.

O cargo de 1º tesoureiro foi ocupado por Hélio AraújoOliveira; o 2º tesoureiro por José Elêrton Secioso de Aboim;

Nova diretoria toma posse durantecomemoração dos 50 anos da entidade

o corregedor-geral por WalbertMartins Carvalho e vice-corregedor por Marcos Aurélio deAlmeida Alves. Como membrosda Comissão de Controle Interno,foram eleitos Ivo Mariano Souza,Edson Franco Filho e RobertoAndrade Nogueira.

Foram 274 votos de diferença,em relação a concorrente, achapa 2, liderada pelos médicosLuciana Hora e Rilton Moraes.Participaram das eleições 1.913médicos votantes.

A eleição foi realizada respectivamente nos dias 6 e 7 deagosto. Após o encerramento da votação, no segundo dia,por volta das 18h, a junta eleitoral iniciou a apuração davotação. Dos 1.070, votantes, o equivalente, 55,93% votaramna chapa 1, enquanto a chapa 2, obteve 796 votos, oequivalente a 41,61% do total de votantes. Também foramcontabilizados votos em branco: 8 - 2,38% e nulos, 39 - 4,76%.Nessas eleições 84 médicos votaram por correspondência.

“Consolidando o Sindicato”, foi à única chapa inscritapara concorrer às eleições da nova diretoria do Sindicatodos Médicos de Sergipe (Sindimed), realizadas nos dias 8e 9 de setembro. A nova legislatura será para o triênio2008/2011, cuja posse ocorreu no dia 17 de outubro,véspera da data dedicada ao médico.

O slogan traduz o desejo da atual direção, em pleitearuma nova oportunidade, para consolidar o trabalhodesenvolvido em prol dos médicos, durante a primeiragestão. A chapa apresentou como propostas, lutar porantigas reinvindações da classe médica.

A solenidade de posse marcou também acomemoração do dia do médico. No dia 17 deoutubro, logo cedo foi oferecido um café da manhãna sede do Sindicato dos Médicos, para todos osmédicos, Imprensa e vários segmentos da sociedade.Logo após o café, aconteceu a segunda etapa dascomemorações, com um breve relato das conquistas

dos médicos nesses três anos feito pelo secretário HeltonMonteiro - como a licença maternidade, 10% nos saláriosdos especialistas, algumas melhorias nas estruturas físicas,de alguns postos, fim do TAS.

Em seguida foram empossados os membros da novadiretoria, composta por antigos diretores e novos integrantes,que estarão na luta da categoria médica. Em seguida, aAssessoria Jurídica fez uma palestra, cujo título foi“Valorização dos Direitos dos Médicos”, colocando que omédico merece ser mais valorizado pela função que exerce.

Dando prosseguimento à programação, o médico esanitarista Antônio Samarone, proferiu uma palestra“Repensando a Saúde”; e para finalizar esta manhã decomemoração e reflexão sobre o papel e o dia do médico,um debate sobre A Ordem dos Médicos – visões eperspectivas, com a participação dos quatro presidentesdas entidades médicas do Estado (Cremese, Somese,Sindimed e Academia Sergipana de Medicina).

SINDIMED

Nova diretoria defende consolidaçãodo trabalho da entidade

REVISTA SOMESE - JUL-OUT - 2008

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ENTREVISTAPetrônio Andrade Gomes

Revista da Somese - O queo levou a ser candidato àpresidência da Somese?

Petrônio Gomes – A Somese éuma entidade que já tem 70 anosde vida e as dificuldades damedicina se tornam cada vezmaiores, principalmentepara os médicos. O que agente vem notando é umdesgaste da área médicamuito grande e tambémuma insatisfação genera-lizada dos médicos, com amedicina, com os gestorese alguns órgãos. Foi issoque me levou, junto comum grupo, a me associara essas pessoas paraassumir a presidência daSomese. E nós conse-guimos fazer uma chapaboa, única e de consenso.

RS - A chapa conseguiuagregar as propostas?

PG – Sim. A democracia pedeconcorrência, mas o fato de teruma só chapa, não é ruim. Foi oresultado de meses de estudo, deplanejamento, de conversa com osmédicos, que aceitaram o meunome. Eu me sinto muito honradocom isso.

No dia 28 de agosto, os médicos associados à Sociedade Médica de Sergipe(Somese) foram às urnas para eleger a diretoria que ficará à frente da entidade notriênio 2008-2011. Apenas uma chapa, a “Renovação com Responsabilidade”,concorreu ao pleito, tendo à frente o neurologista Petrônio Andrade Gomes.Formado pela Universidade Federal de Sergipe em 1987, tendo feito ResidênciaMédica na especialidade no Serviço do Prof. Dr. Paulo Niemayer, no Rio de Janeiro,Petrônio Gomes é membro titular da Academia Sergipana de Medicina (ASM) eainda membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e da SociedadeBrasileira de Médicos Escritores – Regional Sergipe. Nesta entrevista, ele coloca oque o levou a aceitar os desafios de assumir a Somese e quais os projetos quepretende desenvolver a frente da entidade representativa da classe médica maisantiga do Estado.

RS - Há então uma sintoniacom o pensamento da classemédica?

PG – Eu faço parte desse grupoque está insatisfeito com a medicina,com o que fazem com os médicos,tanto que eu pedi demissão do

Hospital João Alves porque nãoagüentava mais e também do postode saúde, por causa da situação,que eu não concordava.

RS – Estar participando àfrente de uma entidadeconsiderada a ‘mãe’ de outrasentidades médicas, é podercontribuir de forma efetiva paramudar essa situação?

PG – A gente tem que visarprincipalmente à população que é amais penalizada com isso. Apopulação tem que ver no médico,um parceiro e não um inimigo. Nósqueremos ajudar a populaçãoresolver os problemas dela, só que

para isso, algumas pessoastêm que nos ajudar. Nãopodemos, por si só,trabalhar num posto semreceber um salário digno.Não é questão dojuramento que fez, équestão que o médicoprecisa também sobreviver,a partir do seu trabalho.

E essa chapa, que écomposta por nomesnotáveis da medicina donosso estado, é o resultadode seis meses de conversas,e são pessoas que querem

realmente assumir a Somese, eprincipalmente resgatar o respeito ea credibilidade da classe médica, queestão sendo perdidos a cada ano.O principal é isso.

RS – Há um fortalecimentodas entidades médicas doEstado, neste momento?

PG – Pela primeira vez na históriada medicina de Sergipe, quatro

“A gente tem que visar principalmenteà população que é a mais penalizadacom isso. A população tem que ver no

médico, um parceiro e não um inimigo.Nós queremos ajudar a população

resolver os problemas dela, só que paraisso, algumas pessoas têm que nosajudar. Não podemos, por si só,

trabalhar num posto sem receber umsalário digno”.

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17REVISTA SOMESE - JUL-OUT - 2008

entidades estão intimamenterelacionadas para visar o benefícioda classe médica, que são aAcademia Sergipana de Medicina,o Conselho Regional de Medicina deSergipe, o Sindicato dos Médicos ea Sociedade Médica deSergipe. Todas as quatrovão trabalhar em conjunto,visando à melhoria doatendimento, e também ascondições de trabalho parao médico. Pela primeira vezna história, conseguimosisso.

RS – Internamenteestá havendo essacoesão. E a busca agestores públicos, aospoderes legislativo eexecutivo? O que será feito?

PG – As quatro entidadestrabalhando em conjunto, terãomaior força junto com gestores, doque uma só. São entidades grandes,poderosas, representativas, que irãoforçar os gestores a nos ouvirem empolít icas de saúde, coisa queantigamente as secretarias seachavam altamente capacitadaspara só elas decidirem o destino,tanto no Estado como nosmunicípios. E não é assim. Osgestores têm que ver que essasentidades possuem os médicos queeles usam e nos ouviremos. Issoacontece se estivermos todasunidas, afinadas em buscarmelhorias, principalmente para apopulação. Estamos lutandoprincipalmente para o benefício dapopulação.

RS – Buscar esseentendimento com oscandidatos a prefeito,principalmente de Aracaju,neste momento de eleição, édeixar firmado já umcompromisso neste sentido?

PG – Nós t ivemos aoportunidade de ouvir da cada um

dos candidatos as suas pretensõespara a área da saúde e a todos elesfizemos as mesmas indagações.Nós estamos atentos e vamoscobrar melhorias para a área dasaúde.

RS – E quais são os projetosque o senhor traçou para aSomese, voltados para a classemédica?

PG – São 30 pontos que euescolhi para a nossa plataforma euma delas é justamente o que aSomese tem para oferecer, que sãoos programas de saúde. Porexemplo, a cada 15 dias ou ummês, nós instituiremos aqui umadeterminada patologia, e duranteeste período, a Somese só vaitrabalhar este tema, até sersubst i tuído por outro. O quequeremos é que a Somese estejana vanguarda da patologia, paraevi tar problemas comoaconteceram recentemente com aepidemia de dengue. O papel daSomese é apontar caminhos paraevitar casos como este e relatar oque deve e o que não deve ser feito.

RS – A Somese vai acabarentão prestando uma valiosaassessoria aos órgãospúblicos, ligados à saúde doEstado?

PG – Exatamente, mas paraisso, a gente tem que ter parceria.A gente não pode é fazer isso

sozinho. O Cremese está engajado,o sindicato e a academia também.Eu não vou trabalhar sozinho, mascom centenas de médicos e porisso eu acho que a gente vai fazeruma boa administração aqui à

frente da Somese.

RS – Atualmente areunião almoço,realizada sempre àsquintas-feiras, acabousendo um fórumpermanente dediscussão, ondedenúncias são feitas eque repercutem láfora. O senhorpretende ampliar esseespaço, para que omédico venha para cá

e fale o que estáacontecendo?

PG – A Somese é a casa socialdo médico, praticamente dita. Eesses almoços foram instituídos porDr. William há alguns anos e viroutradição. É o momento de nósconhecermos até. E é preciso queos mais novos também venham,porque, para a gente saber oproblema, a gente tem queconversar. Então a gente conclamaos médicos mais novos, quetrabalho no Samu, no HospitalJoão Alves, que venham participar,pois a classe é uma só. E a Someseé o lugar de congraçamento dosmédicos. É aqui que cada um vairelatar os problemas e nósestudaremos as soluções.

RS – Então o espaço vaicontinuar aberto?

PG – Nós iremos ampliá-loainda mais. Nós vamos instituir aquium happy hour todas as sextas-feiras, às 18h, mas não é para falarde medicina. É para conversarsobre futebol, política e outrosassuntos. Será a hora de relax dosmédicos, que tem um dia-a-diamuito corrido e estressante.

“A Academia Sergipana de Medicina, oConselho Regional de Medicina de

Sergipe, o Sindicato dos Médicos e aSociedade Médica de Sergipe vãotrabalhar em conjunto, visando à

melhoria do atendimento, e também ascondições de trabalho para o médico.As quatro entidades trabalhando em

conjunto, terão maior força junto comgestores, do que uma só”.

A

2008- JUL-OUT- REVISTA SOMESE18

Capa

Em 1988, o Brasil começou aconstruir um sistema de saúdedestinado a garantir a todos os

cidadãos o acesso universal eigualitário, orientado pelas necessi-dades da população brasileira,independente de renda, cor ouposição social. Até então, somenteos trabalhadores fil iados àPrevidência – 30 milhões de pessoas- tinham acesso à saúde pública.Atualmente o Sistema Único deSaúde (SUS) atende 190 milhões depessoas em todo o país, 80% delastotalmente dependentes da redepública. “Não há duvida de que oSUS é a maior política de inclusãosocial em curso do país”, afirma oministro da Saúde José GomesTemporão.

De acordo com o presidente daSomese e diretor de DefesaProfissional da AMB, RobertoGurgel, o Sistema Único de Saúdeteve alguns ganhos extremamenteimportantes ao longo desses 20anos. “O primeiro deles foi oControle Social, que é um grandediferencial. A constituição estabeleceque a saúde é um direito universaldo cidadão, e esse conceito foi muitofortificado dentro do SUS. Através doControle Social a populaçãoparticipa mais da atuação dosgestores dentro do SUS”.

Apesar dos elogios recebidos pelopaís e no mundo, por ser um sistema

20 ANOS DE IMPLASistema garante acesso universal e igualitárioa todos os brasileiros, mas ainda enfrentasérios problemas estruturais

que atende a todos, as reclamaçõesda demora para conseguir marcaruma consulta ou exames sãomuitas. Quem depende unicamentedo SUS se sente penalizado. Masatravés dele, também são garantidosremédios de custo altíssimo parapacientes com doenças crônicas,degenerativas, bem comoatendimento especializado. Essecontraste mostra que ainda faltamuita coisa a ser feita. Os desafiospermanecem enormes e o Ministérioda Saúde tem como prioridadeatacar as suas deficiências degestão e de estrutura.

Para Gurgel, o país carece deuma real definição do modelo definanciamento do SUS. “Isto talvezseja o maior entrave, porque oscustos de saúde são cumulativos,então o orçamento de um ano nãopode tão somente ser reproduzidono outro ano. É o que estava sendoproposto através da EmendaConstitucional 29, que estabelecequais os parâmetros definanciamento dos SUS. Infelizmentea gente perdeu na primeira votaçãono Congresso Nacional. Agoraestamos indo para a segundadisputa, porque eles querem atrelartambém à criação de um novoimposto. Uma coisa tem que serseparada da outro. Pode até sercriado um novo imposto, mas nãoatrelado especificamente à

aprovação da EC 29. A emendasendo aprovada, vai resolver grandeparte dos problemas que o SUSenfrenta hoje”.

Um dos pontos de estran-gulamento é o atendimento deurgência e emergência de hospitaisdo país. Ocorre que 80% dosproblemas de saúde podem sersolucionados na atenção básica. “Ademanda da atenção primária émuito maior. Mas é mais fácil vocêmontar centros de especialidade detratamento, do que você abrir o lequepara atende toda a população. Porexemplo, um centro de oncologia oude terapia renal tem um custo alto,mas ele é muito concentrado, ouseja, é mais fácil você controlar e teraquela verba fixa. Mas quando vocêabre postos de saúde, auto-maticamente você cria demandasque não consegue controlar, e queos financiamentos têm que ser deacordo com essa demanda”, explicaRoberto Gurgel.

Segundo ele, essa é a origem dasdificuldades dos postos de saúde edos hospitais de urgência eemergência. “Não há um controleda demanda. Uma forma de resolverisso é a melhoria da qualidade devida da população, que diminuísseo aporte aos hospitais deemergência, e não transformandoessas unidades como ponto deentrada na população no sistema”.

REVISTA SOMESE - JUL-OUT - 200819

NTAÇÃO DO SUSA apreensão criada a partir dasituação dos hospitais de urgência,veiculada pela mídia, explica Gurgel,se cria baseada em informaçõesdistorcidas. “A culpa não é dohospital. A unidade é tão vítimaquanto o paciente que está nela. Naverdade a solução está fora dali epara resolver esse problemademanda tempo”.

Para resolver essa situação, emuma ação de prevenção e promoçãoà saúde, foi criado o Programa deSaúde da Família (PSF). “E só coma implantação do programa na suaintegralidade, e com a capacidadede resolução mais ampla, é queessa demanda vai conseguirdiminuir”. No entanto, ressalta ele,este não é um plano a curto prazo.“Este é um plano que levará entre10 e 20 anos, porque foi assim queaconteceu nos países que hoje temum sistema de referência e contra-referência de saúde bemestabelecido”.

De acordo com dados doMinistério da Saúde, o finan-ciamento do PSF foi triplicado entre2002 e 2008, passando de R$ 1,3bilhão para R$ 4,4 bilhões. Acobertura atinge hoje 90 milhõesde pessoas. “Estudos mostram que,onde o programa se estrutura,diminuem as internações, aumentaa cobertura vacinal e ampliam-seas consultas pré-natal. Mas oMinistério da Saúde sabe que issonão é suficiente. É necessário terunidades não-hospitalares quepossam prestar atendimento àsurgências e às pequenasemergências”, relata o José GomesTemporão.

CAPACITAÇÃOPROFISSIONAL

O Ministério da Saúde tambémdefiniu estratégias de investimentona capacitação profissional. Nesteano, estão sendo oferecidos cursospara 23 mil profissionais do Samu.Em 2007, foi criada uma comissãoque permite aos gestores do SUS daras diretrizes dos cursos degraduação e residência das áreasde saúde para atender à necessidadeda população. Foram disponi-bilizados R$ 80 milhões para asuniversidades apresentarem projetosde adequação em seus cursos epara bolsas de pesquisa.

As fragilidades do atendimentoestão sendo combatidas ainda como fortalecimento da produçãonacional na área de saúde. Somenteneste ano foram assinados doisacordos de transferência detecnologia para a Fiocruz, um paraa vacina de rotavírus e outro demedicamento para hepatite C. Umaportaria agora permite ao Ministériofazer compras que favoreçam oprodutor nacional. Outra estabelecequais áreas são de interesse dogoverno, que, junto com um pacotede financiamento de R$ 3 bilhões doBanco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES),permitem dinamizar o setor. Isso semfalar nos R$ 500 milhões que estãosendo investidos no desenvolvimentode tecnologia e pesquisa, como a decélulas-tronco.

Na relação entre União, estadose municípios, o Ministério, focado naotimização da gestão, implementouem junho uma inovação na adminis-

Com dados e informações extraídos doartigo “Ganhos e desafios ao longo dos 20anos do SUS”, de autoria do ministro daSaúde, José Gomes Temporão.

tração de obras, reformas eampliações de unidades de saúde,transferindo para a Caixa Eco-nômica Federal a responsa-bilidadepelas construções e repasse derecursos. Uma solução criativa paraproblemas que se arrastavam poranos. Estamos incentivando tambéma entrada dos municípios para ochamado Pacto de Gestão. Aoaderir, o município assume a plenagestão das ações de saúde. Assim,serviços que estavam a cargo dosestados migram para essesgestores, atendendo às demandaslocais com mais eficiência. No país,2.571 municípios já aderiram aopacto.

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Anderson Góes (PCB)

O primeiro prefeiturável a participardo almoço foi o professor AndersonGóis (PCB), no dia 14 de agosto. Eleexplicou que seu projeto compreendeplanejamento estratégico para melhoraro atendimento ao usuário; melhoria nasinstalações estruturais dos postos desaúde, além da ampliação do trabalhofeito pela equipes do Programa de Saúdeda Família (PSF).

Está entre as propostas docandidato, um atendimento individualizado e especial para oidoso, a informatização dos postos de saúde e readequaçõesno sistema de marcação de consultas e exames. Anderson Góisdefende a construção de um hospital público municipal comosolução para a falta de leitos para internamento e realização decirurgias. E os hospitais Nestor Piva e Fernando Franco, hojeexistentes, funcionariam como centros de triagem paraencaminhamento ao hospital.

Quanto aos recursos para por em prática essa propostas,o professor Anderson afirma que vai buscar em todas asesferas. “Segundo informações o município dispõe em seuorçamento para a saúde em torno de R$ 18 milhões, maspode-se buscar repasses do governo federal e estadual. Como que o município já tem, se bem gerenciado, poderemosfazer muito e através de um controle na solicitação e realizaçãode exames reduzir custos”, explicou o candidato.

O prefeiturável não esqueceu da melhoria salarial dosservidores. Segundo ele é necessário criar uma política públicade reajuste salarial com critérios, além de implantar um planode cargos e salários para as categorias de saúde. “Dentrodeste planejamento esperamos conquistar a confiança doprofissional. Vamos enxugar a máquina e trabalhar parabuscar recursos. Com isso, os profissionais da saúde sentirãoconfiança na responsabilidade do próximo gestor, o professorAnderson Góis. Eles vão entender que é séria a nossa propostae podem esperar que de forma paulatina, seus salários terãomelhorias, feitas com responsabilidade com o dinheiropúblico”, finalizou.

Somese recebe candidatos aprefeito de AracajuA Sociedade Médica de Sergipe (Somese), durante todo o mês de agosto e primeira semana desetembro, recebeu em suas reuniões almoço de diretoria das quintas-feiras, os candidatos à Prefeiturade Aracaju. Os prefeituráveis expuseram suas propostas de trabalho para a área de saúde.Dos cinco candidatos, apenas Vera Lúcia (PSTU), não compareceu ao almoço. Os demais,acompanhados de assessores, debateram com a classe médica suas propostas para melhorar asaúde no município de Aracaju, no que se refere ao atendimento a população, condições de trabalhoe salariais da classe médica.

Almeida Lima (PMDB)

O senador Almeida Lima foi osegundo candidato a participar dareunião almoço de diretoria daSociedade Médica de Sergipe. Duranteo encontro, ocorrido no dia 21 deagosto, ele expôs sobre o que pretendefazer para melhorar a saúde emAracaju. O candidato destacou acorreta aplicação dos recursos disponíveis, que segundo elegiram em torno de R$ 18 milhões.

“Quando fui prefeito de Aracaju em 1996, a saúde nãoera municipalizada, o orçamento era pequeno, só R$ 150 mil,e investíamos corretamente. Um exemplo disto é que tivemospouquíssimos casos de dengue e nenhuma morte”, enfatizouAlmeida, ao criticar a falta de ações preventivas no combate adengue.

O candidato disse ser necessário um maior investimentona rede básica. “Há recursos suficientes para isto”, insistiuressaltando a necessidade de oferecer à população uma saúdede qualidade. Almeida Lima criticou a inauguração de hospitaissem condições de atender a população e informou que seeleito, irá construir um hospital pediátrico e um centroespecializado para atendimento à mulher.

Durante debate, o candidato foi questionado sobre aparticipação em sua gestão das entidades médicas naelaboração dos projetos de saúde, sobre uma política salarialque atenda os médicos. Almeida Lima disse que se eleito, suagestão será democrática e de diálogo permanente com asdiversas categorias.

“No meu governo os profissionais não precisarão fazer grevepara dialogar com o prefeito, sou um homem que não fogedos enfrentamentos. A classe médica terá um aliado na prefeiturade Aracaju. Como eu disse e repito fui prefeito por dois anos enove meses e o servidor nunca teve necessidade de uma grevepara conseguir da administração, aquilo que ele tem direito. Enão será a partir de janeiro que isto vai acontecer. Porque odiálogo, acima de tudo estará presente. Diálogo com avançosconsideráveis, porque sempre foi assim que eu tratei o servidormunicipal”, sentenciou Almeida.

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Mendonça Prado (DEM)

Na seqüência de almoço com oscandidatos a prefeitura de Aracaju,o deputado federal MendonçaPrado, do partido Democratas,compareceu a Somese pa raapresen tar suas propos tas detrabalho para a área de saúde, nodia 28 de agosto. Ao iniciar suaexplanação o candidato ressaltou anecessidade de investimentos em todas as áreas daadministração municipal.

Especif icamente na saúde, ele destacou algunsprob lemas cons ide rados g raves , no tocan te aoatendimento à população, entre eles: as desigualdadesno atendimento, filas “virtuais”, superpopulação nasunidades de saúde e nos hospitais públicos, demora namarcação de exames, falta de medicamentos e de médicosespecialistas para prestar atendimento à população. “Tudoisso é fruto da má aplicação dos recursos e da falta deprioridades da atual administração”, enfatizou Mendonça.

O candidato assumiu um compromisso perante osmédicos de que irá utilizar de forma correta os recursosda saúde. Promovendo saúde de qualidade aos cidadãose elaborando projetos de qualificação e de remuneração.“Quero ser o prefeito que irá resolver, com a ajuda dossenhores, os problemas da saúde”, afirmou MendonçaPrado aos médicos que part ic iparam do almoço.Acrescentando que sua proposta de governo priorizará oplanejamento e desenvolvimento de ações preventivas,promocionais e curativas na saúde.

Mendonça destacou como projetos de seu programade governo, a construção de um complexo hospitalar daPrefeitura de Aracaju, com três unidades, sendo umadestinada à criança e ao adolescente, outra para a mulher,outra para o homem e ainda o PADI – Programa deAtendimento ao Idoso. As propostas, segundo MendonçaPrado, são resultados de caminhadas e conversas comas comunidades carentes de Aracaju e reuniões commédicos.

Quanto à questão salarial, o candidato firmou umcompromisso com os médicos: “Nós vamos discutir comvocês e mostrar: temos x, meu limite é tanto. Agora nósvamos sentar para ver qual a remuneração do médico,do enfermeiro e tenho certeza que nós vamos melhorar.O que não pode é pegar o dinheiro da saúde para fazerfesta, se falta dinheiro para remuneração, para comprade medicamentos, para contratar novos profissionais. Nósnão vamos permitir essas distorções e só pode fazer issoquem não faz campanha comprometido com muita gente.Quem faz campanha comprometido com muita gente,depois tem que desviar o dinheiro da saúde. Comigo nãoserá desviado um centavo”, declarou Mendonça Prado.

A diretoria da Somese acrescentou para o candidatocomo reivindicação da classe médica, a redução daalíquota do ISS e a criação de um plano de cargos esalário para os médicos.

Edvaldo Nogueira (PC do B)

Encerrando o ciclo de debatescom os candidatos à Prefeitura deAracaju, participou da reuniãoalmoço de diretoria da Somese nodia 4 de setembro, o prefeito EdvaldoNogueira (PC do B), candidato aree le ição. E le in ic iou suaexp lanação para os médicosrelatando as melhorias realizadaspela administração nas áreas desaúde, educação, assistência social,os invest imentos fe i tos na cidade, a exemplo dorecapeamento asfáltico e construção de praças. Edvaldotambém destacou o reajuste salarial concedido aosservidores do município.

Na saúde, o candidato fez questão de lembrar queAracaju possui uma população de 520 mil habitantes etem 1 milhão de cartões SUS. A demanda é muito grandepara o município que tem uma cobertura de 98% do SUSque deverá ser ampliada, informou Edvaldo Nogueira, coma construção de mais quatro unidades básicas de saúde.

O candidato frisou que irá investir em tecnologia parapropiciar um melhor controle na regulação de examesespecializados, melhorar o TAS. E com relação à questãosalarial, os médicos terão uma revisão no Plano deCargos, Carreira e Salários. Edvaldo anunciou aconstrução de um hospital infantil de média complexidade,que atenderá as crianças reduzindo a sobrecarga noHospital de Urgência de Sergipe Governador João AlvesFilho (Huse).

Edvaldo fez questão de apresentar aos médicos umgráfico com os investimentos feitos em sua gestão na áreade saúde. “Nossa administração foi a que mais investiuem tão pouco tempo. Em 1994, de todo o recursoarrecadado pela prefeitura, se investiu 6%. Hoje nósinvestimos 18%”, enfatizou o candidato à reeleição,discordando daqueles que afirmam que a saúde está umcaos.

O prefeito reconhece que precisa melhorar, mas queisto não acontece da noite para o dia. Existem, segundoele, problemas estruturantes, a exemplo dos hospitaispúblicos que precisam ser revistos.

Quanto a dengue, o prefei to disse que açõespreventivas já estão sendo adotadas, mas é necessária aparticipação de todos já que o mosquito causador dadoença se urbanizou. Por fim o candidato ressaltou quemanterá um canal aberto com servidores e demaiscategorias profissionais.

Representando o presidente da Somese, RobertoGurgel, ausente por motivos de viagem, o vice-presidenteJorge Audi, repassou ao candidato algumas reivindicaçõesda classe médica, a exemplo da redução da alíquota doISS para médicos e hospitais, uma tabela que sirva deparâmetro para os procedimentos dos SUS e que a Somesepossa ser utilizada para promover a capacitação de novosmédicos para o sistema de saúde.

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PSF

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Em 15 anos, o programaconquistou avanços nosindicadores da população,

mas falta uma carreira para osprofissionais, qualificação edefinição dos protocolos deatendimento.

Ampliar a cobertura para mais60 milhões de brasileiros e chegaraté 2010 com 140 milhões deindivíduos atendidos pelaestratégia, chegar aos grandes centros metropolitanos eoferecer qualidade de atendimento. Os três pontos foramenfatizados pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão,como os grandes desafios do futuro a serem enfrentadospela Estratégia Saúde da Família (ESF), que comemora 15anos em 2008.

“É preciso deixar de ser refém do modelo centrado emhospitais. O hospital é um espaço importante de cuidadodentro de uma política mais ampla e que transcende ohospital. Essa é a grande questão que o Programa Saúdeda Família nos ensina”, afirmou o ministro. O programa éa porta de entrada do cidadão no SUS e atende hoje 103milhões de indivíduos, além de visitar as casas dosbrasileiros, profissionais de saúde fazem trabalhoseducativos em escolas, creches e atendem nas UnidadesBásicas de Saúde.

Mas apesar dos avanços e da democratização doatendimento de saúde, o PSF apresenta sérios problemasestruturais. “Infelizmente não houve o preparo de pessoaspara trabalhar no PSF. O programa, que foi criado pararesolver os problemas da atenção básica, acabou nãotrazendo o resultado esperado justamente porque não houveessa capacitação, tanto de médicos, como de enfermeirose outros profissionais”, comenta Roberto Gurgel, presidenteda Somese e diretor de Defesa Profissional da AMB.

Desde 1993, quando foi criado, o PSF passou a levar asaúde até a casa das pessoas, além de visitar escolas ecreches. O trabalho, feito por equipe multidisciplinar,promove a saúde e foca na prevenção da doença. Comoresultado, o movimento dos hospitais diminuiu, oatendimento e os indicadores de saúde do Brasilmelhoraram. Em 2007, segundo dados do Ministério daSaúde (MS), os 218.300 agentes comunitários fizeram337,6 milhões de visitas em todo o Brasil. Em dezembro doano passado, o programa contabilizou 103,3 milhões deindivíduos cadastrados em todo o país.

PSF atende mais de 100milhões de brasileiros

Roberto Gurgel também aponta como falha a nãoimplantação da carreira de médico da família. “Foramcolocadas pessoas no início ou no final de carreira. Nãofoi criada a cultura de médico da família, que tem umavisão muito mais ampla, mas abrangente e com acapacidade de resolução maior. É um médico generalista,dentro de um determinado limite, mas com alta capacidadede resolução”.

Ao invés de uma carreira dentro do PSF, foram criadaspelo país, diversas modalidades de contração de pessoalpara montar as equipes, gerando sérios problemas ao longodos seus 15 anos de implantação. “Isso terminou jogandoo PSF numa vala muito ruim, que favoreceu as diversasformas de desvio, que refletem diretamente na qualidadedo programa”.

Isso, aliada à cultura da população, que se não fizerdeterminados tipos de exames, acha que não foi atendida,na opinião do médico, trouxe sérios problemas ao Programade Saúde da Família. “Para que se torne pleno, é precisotempo. A gente só vai realmente sentir os reflexos daqui a10 ou 20 anos. Mas para que dê certo, o caminho a sertrilhado é, antes de tudo, o da profissionalização, comprotocolos de atendimentos definidos e o incentivo paraque o profissional se dedique ao programa, com a criaçãode uma carreira para os integrantes do PSF”.

Em 15 anos de programa, os indicadores de saúdetiveram melhora expressiva. A mortalidade infantil teveuma diminuição superior a 50%. Aumentou o percentualdas mulheres que fazem o pré-natal nos três primeirosmeses, que cresceu de 62,4%, em 2000, para 77,1%em 2006. Foi implantado um sistema de vigilâncianutricional. E os idosos passaram a receber a visita deum agente comunitário uma vez por mês.

Quando começou, em 1994, apenas 1 milhão erabeneficiado pelo ESF, depois, em 1998, chegou a 10milhões e, em oito anos, saltou para 90 milhões. Sãomais de 28.302 equipes na estratégia, 16.552 milequipes de Saúde Bucal e 218.300 agentescomunitários. Só em 2007 foram repassados R$ 3,9bilhões para o Saúde da Família. “O programa é bom,trouxe muitos avanços, mas é preciso melhorar aindamuita coisa”, finaliza Gurgel.

* Com informações do Ministério da Saúde

Indicadores

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AM

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Cerca de mil pessoas compareceram àcerimônia de posse da nova diretoria daAssociação Médica Brasileira (AMB), queaconteceu no dia 24 de outubro, no salãode festas do Esporte Clube Sírio, em SãoPaulo. Dentre os presentes, estavamvereadores e deputados, presidentes deAssociações Estaduais, ConselhosRegionais, Sociedades de Especialidade,além de representantes de órgãos

governamentais e autoridades da área médica e de saúde.A chapa “AMB para os médicos”, liderada pelo atual

presidente da Associação Médica Brasileira, José Luiz Gomesdo Amaral, foi a única inscrita para concorrer às eleições daentidade, realizadas no dia 28 de agosto. Na oportunidade,médicos de todo o país tiveram a oportunidade de referendarseus dirigentes para a AMB e também para suas respectivasFederadas para os próximos três anos – triênio 2008/2011.

Ao discursar durante a solenidade de posse, o presidente daAMB, José Luiz Gomes do Amaral, chamou o ex-presidente daAMB, Eleuses Paiva, e do atual presidente do Conselho Federalde Medicina, Edson Andrade, para dividir o espaço no púlpito.“Tive uma vida associativa privilegiada por ter sido conduzidopelas mãos de Eleuses Paiva e por compartilhar os ideais daclasse médica, fervorosamente defendidos por Edson Andrade.

Posse da nova diretoria é prestigiadaFoi muito fácil aprender com esses mestres, que anos atrás nospresentearam com uma edição conjunta do Jamb/Medicina,mostrando que o único caminho para a vitória é a união”.

O presidente do Conselho Federal de Medicina, EdsonAndrade, destacou a importância da reeleição de José Luiz paraa classe médica. “Reconhece-se um trabalho coletivo e tambémindividual na figura da José Luiz Gomes do Amaral. Para nós,médicos brasileiros, esta é uma data importante, pois consolidaa certeza de que vamos continuar juntos, unidos, trabalhandocom o objetivo único de construir uma medicina de qualidade,efetivamente boa, em beneficio dos nossos pacientes”, disseAndrade.

“Desejo sucesso ao presidente José Luiz e a toda a diretoria.Já fizeram um brilhante mandato nestes últimos três anos e tenhocerteza de que continuarão a representar muito bem a classemédica brasileira. Como ex-presidente considero o trabalho destaúltima gestão muito competente, muito voltado à classe e àsociedade brasileira, e com certeza será isto que continuaremosa ver nos próximos três anos”, afirmou Eleuses Paiva, que presidiua AMB de 1995 a 2005.

O evento foi encerrado com um jantar e show do cantorIvan Lins. Ao final, os presentes receberam um exemplar donovo veículo de comunicação da AMB: a revista O Médico &Você, publicação trimestral, dirigida aos pacientes, que serádistribuída gratuitamente em todos os consultórios médicos.

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CINEMAMurilo Navarro

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O dinheiro

A distribuidora Versátil está lançando em DVD umclássico do mestre francês Robert Bresson. O Dinheiro(1983) é inspirado num conto de Liev Tolstoi e ganhou oprêmio de melhor direção no Festival de Cinema deCannes.

Realizado quando o cineasta tinha 82 anos de idade,o filme é uma obra prima que denúncia o cinismo deuma sociedade regida pelo dinheiro e conduzida por

falsos valores. Crime, culpa, ambição e castigo são discutidos brilhantementepor Robert Bresson, em seu décimo terceiro e derradeiro filme.

Esta sendo lançado um pacote de DVDs, emembalagem de luxo, contendo quatro obras-primas do mestre Jean Renoir.

Filho do celebre pintor impressionista Pierre-AugusteRenoir, o genial diretor francês marcou profundamentea cinematografia de seu país entre 1930 e 1950.Baluarte do realismo poético, Renoir influenciouprofundamente as idéias dos jovens cineastas daNouvelle Vague. Dirigiu 9 filmes mudo e 27 falados.Seus principais trabalhos foram: “O Crime de MonsieurLange”(1935), “A Grande Ilusão”(1937), “ A Besta

Pacote Jean Renoir

O Senhor das Moscas

Em 1954, o escritorWilliam Golding publicoua obra “O Senhor dasMoscas” (Lord of theFlies). O livro tornou-sebestseller mundial e já foiadaptado para o cinemapor duas vezes. A primeiraadaptação cinematográfica foi feitaem 1963 pelo cineasta Peter Brooke era fiel ao texto original. A segundaversão, mais livremente adaptada, foirealizada em 1990 e teve a direçãode Harry Hook. O livro tornou-seleitura obrigatória em muitas escolase fascinou gerações. Hoje, podemossentir sua influência até na sérietelevisiva “Lost” e no reality show“Survivor”.

A Distribuidora Silver Screen estálançando agora, em DVD, a versãodo diretor de teatro e cineasta PeterBrook. A trama retrata a regressão àselvageria de um grupo de criançasinglesas de um colégio interno, presosem uma ilha deserta sem o olhar deadultos, após a queda do avião queas transportava para longe daguerra. No elenco desta ótima versãotemos os atores mirins James Aubrey,Tom Chapin, Roger Elwin, HughEdwards, Roger Allan e Tom Gaman.

Os Sete Samurais

Acaba de ser lançado em DVD, pela distribuidoraContinental, um dos melhores filmes da carreira domestre Akira Kurosawa. “Os Sete Samurais”(1954) éum dos mais aclamados trabalhos do cinema orientale recebeu duas indicações ao Oscar. Com personagensfortes e direção precisa, o filme recebeu o Prêmio Especial do Júri noFestival de Veneza e teve uma excelente refilmagem americana (Setehomens e um destino -1960).

No Japão do século XVI, o veterano Kombei (Takashi Shimura) lideraum grupo de sete samurais contratados para defender uma aldeiaconstantemente saqueada por bandidos.

Rodado nos estúdios da Toho, Os Sete Samurais era o filme favoritode Kurosawa e foi o sétimo trabalho do diretor com seu ator preferidoToshiro Mifune.

A direção perfeita e rigorosa do mestre japonês é demonstrada nabeleza plástica das cenas e nas seqüências de batalha na chuva. Aesplêndida fotografia e a fenomenal direção de arte tornam o filmeinesquecível.

Humana”(1938), “A regra do Jogo” (1939) e “FrenchCancan”(1955).

Fazem parte do pacote lançado pela distribuidoraVersátil, os filmes: “A Regra do Jogo” (um dos mais belosfilmes anti-bélicos de todos os tempos), “A Marselhesa”(clássico de 1937 que baseia-se em momentos chavesda Revolução Francesa), “Madame Bovary”(versãocriativa de 1934 do romance realista de GustaveFlaubert) e “A Carruagem de Ouro”(um dos últimostrabalhos de Renoir e belíssimo momento na carreira daatriz Anna Magnani).

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AMBESPAÇO

José Luiz Gomesdo AmaralPresidente

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CBHPM: referencial para a medicina brasileira

Em 2008, a Associação Médica Brasileira (AMB) lança a 5ª edição daClassificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Estaatualização é o resultado de mais de um ano de trabalho da entidade no sentidode compor o rol de procedimentos médicos que integrará a Terminologia Unificadaem Saúde Suplementar (TUSS), a partir de 2009, será o novo referencial da AgênciaNacional de Saúde Suplementar (ANS).

A CBHPM é uma referência básica dos procedimentos médicos e a origem deum eixo de ações da AMB na área técnico-científica. Sua aplicação é essencialpara que haja transparência no sistema de saúde.

A 1ª edição foi publicada em 2003 e, anualmente, é revista. O principalescopo do documento é listar os procedimentos apropriados para uso clínico e,dessa forma, definir a integralidade da saúde. Existe uma Câmara Técnica que sedebruça permanentemente sobre o assunto, analisando sugestões e revisando alista existente. Além disso, há a Comissão Nacional de Consolidação e Defesa daCBHPM, que coordena as atividades das comissões estaduais e regionais.

A ciência oferece aos médicos novas possibilidades de diagnóstico e tratamentoque devem ser, quando demonstrados eficazes, incorporados à prática clínica,substituindo procedimentos que se tornaram obsoletos. Nessa complexa dinâmicaestá o grande valor da CBHPM.

No momento em que uma edição é apresentada para publicação, já começama ser pensadas as modificações que serão incorporadas a partir da próxima. Aolado da avaliação da efetividade dos procedimentos que compõem a CBHPM,existe um processo de hierarquização. Nesse processo são utilizados critérioscomo: tempo de execução, grau de responsabilidade e complexidade, refletindoo esforço necessário para sua realização.

Para elaborar uma edição da CBHPM, é preciso reunir as 53 Sociedades deEspecialidade reconhecidas no Brasil e solicitar que analisem quais são osprocedimentos em suas áreas respectivas. Esse processo é feito dentro do âmbitodas especialidades, pois só alguém da área pode hierarquizar suas atividadesadequadamente. Todos os procedimentos são colocados em rol único, em que aconsulta é o fator de normatização e eventuais desvios são objeto de revisãoindividualizada. Um processo dessa magnitude requer ajustes constantes.

Quando surge uma proposta para incluir ou retirar algum procedimentomédico, esta é encaminhada à equipe de medicina baseada em evidências, queanalisa as justificativas. O projeto também é enviado à Câmara Técnica da CBHPM,composta por representantes da AMB, CFM, Fenam, Unidas, Unimed eFenasaúde.

A AMB propôs que a CBHPM fosse adotada como referencial para aremuneração médica dentro de um conjunto de regras fixado por lei. O deputadoInocêncio Oliveira (PR-PE) apresentou o projeto de lei 3466/2004, aprovado naCâmara dos Deputados e, desde junho de 2007, tramita no Senado Federalcomo PLC no. 39/2007.

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De acordo com dados daSuperintendência de Engenhariade Tráfego (Set), nos últimos doismeses foram registrados 1.817acidentes de trânsito contra4.272 em relação ao mesmoperíodo do ano passado. Issosignifica uma diminuição de57% apenas na capital baiana,em decorrência da Lei Seca, emvigor desde o dia 20 de junho.De acordo com dados doMinistério da Saúde, no períodoaconteceu uma economia de R$700 milhões no atendimento avítimas de acidentes de trânsitoe milhares de vidas humanassalvas em todo país.

Para o gestor da SET, coronelAdelson Guimarães, a estatísticasó vem a comprovar aadequação da sociedade civil ànova lei federal que exigetolerância zero sempre que fordirigir. “A lei foi recepcionadapelo povo e muito especialmentepelos órgãos executores dotrânsito, que se viraminstrumentalizados para atuaremcom eficiência na fiscalização.Esta lei só amplia aresponsabilidade da SET, nosentido de assegurar à cidadeum trânsito mais seguro, o quede fato vem se verificando”.

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VEÍCULOSKleber Santos*

Avançar o sinal, sair da pista,bater na traseira do veículoda frente e não enxergar o

pedestre que vai atravessar a ruaestão entre os erros mais comunscometidos pelos motoristas quefalam ao celular.

Quem for flagrado fazendouso do celular e achar que sairáimpune, pode se surpreenderquando receber a notificaçãopelos Correios. O que maisagrava o quadro de perigo nas ruasé que os celulares não são usadosapenas para conversas. Muitasvezes, o motorista precisa discar onúmero ou usa o aparelho parapassar mensagens de texto.

O especialista em trânsito eprofessor da Universidade de Brasília(UnB), David Duarte, faz um alerta:dirigir falando ao celular aumentaem 400% os riscos de acidentes. Eleobserva que o efeito produzido pelouso do aparelho é semelhante ao dabebida alcoólica. “Ao conversar nocelular, o motorista precisa dividir aatenção entre o trânsito e o assunto.Com isso, acaba se desligando doambiente à sua volta”, aponta.

Estudos do Departamento dePsicologia da Universidade norte-americana de Utah apontam quedirigir falando ao celular é tão perigosoquanto estar bêbado ao volante. Issoporque o nível de distração é muitoparecido. Pesquisa da instituição,publicada em um jornal que divulgaexperiências de laboratórios depsicologia, mostra que entre os 40motoristas que fizeram o teste, três

PERIGO NA HORA DE DIRIGIRFalar ao celular enquanto dirigeaumenta em 400% os riscos de acidentes

deles colidiram na traseira de veículosquando estavam falando ao celular.

Para realizar o experimento, aUniversidade usou um simulador dedireção e comprovou que osmotoristas que conversaram noaparelho, com ou sem acessórios,como fones de ouvido, dirigiram umpouco mais devagar do que onormal. Além disso, demoraram 9%a mais de tempo para frear o veículo.Já os condutores que ingeriram até0,08 dg de álcool no sangue (limitepermitido nos Estados Unidos)dirigiram um pouco mais devagar,porém de forma mais agressiva.

ENGESSADOS

Segundo Duarte, outro perigoobservado pelo Instituto de Pesquisasde Trânsito é que o celular “engessa”a cabeça do motorista e faz com queele perca a mobilidade e a visãoperiférica. “Para falar ao celular,muitas vezes, ele precisa apoiar oaparelho no ombro e isso faz comque tenha uma limitação em seusmovimentos e ações”, pondera oespecialista.

Saúde economizaR$700 milhõescom a Lei Seca

Estudos apontam que dirigir falandoao celular é tão perigoso quantoestar bêbado ao volante

Divulgação

* Jornalista e ex-editor de Veículos do Jornal daCidade

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TURISMOAlexandra Brito

Neste período, andar pelas ruas dacidade já é um espetáculo aos olhos dequem a visita. A decoração e as luzesque enfeitam a cidade já são atrações àparte.O espírito natalino reúne amigosque, juntos, fazem o Tannenbaumfest eenfeitam, com carinho, uma porção depinheirinhos. Na Vila de Natal todas asmãos mostram sua criatividade e as luzessão um diferencial de verdade. Todosesperam ansiosos a hora marcada paraencantar aos que chegam à cidade. Afesta une comunidade e visitante, que temno olhar o real significado do Natal: Luzno coração.

A Fantástica Fábrica de Natal emmeio às hortênsias da Carrieri, no LagoNegro, mistura o sonho de uma criança,música, dança e o Papai Noel de verdade,descendo pela chaminé, toma o céu dacidade com seu trenó. Tem ainda comoprincipais atrações o Nativitaten e oGrande Desfile de Natal. Mas há diversasoutras atrações, que atendem a todos ostipos de público. Há algumas, inclusive,gratuitas.

Nativitaten: shows com cantoreslíricos, acompanhados de som, luzes,fogos de artifício, fogo e águas dançantesno lago Joaquina Bier.

Grande desfile de Natal: umdesfile com carros alegóricos, com o temado Natal.

Árvore cantante: uma árvorecomposta por pessoas da Federação deCoros do Rio Grande do Sul.

A Fantástica Fábrica de Natal:conta a aventura de uma criança que élevada por um anjo até a oficina do bomvelhinho, onde os brinquedos e adecoração ganham vida. Bonecas,bolachas de mel, bengalas, Noelas, o

Natal Luz de Gramado

Papai Noel e outros personagensinterpretados por um elenco de mais de40 pessoas levam o público a ummomento de emoção e encantamento.

Show de Acendimento das Luzes:uma árvore de natal com 8m de altura éo palco para o Acendimento das Luzes.Um momento diferente onde todos osdias, em horários que coincidem com oanoitecer, acontece uma cerimônia commúsica e efeitos de iluminaçãosincronizados, culminando noacendimento simultâneo de todas as luzesdo Natal Luz.

Janelas do Advento: surgiu de umatradição nascida na Alemanha, onde aspessoas abriam as janelas de suas casas,no domingo que antecedia o Natal. EmGramado, nos quatro finais de semanaque antecedem o dia de Natal, a IgrejaSão Pedro é palco deste espetáculoacompanhado por lindas vozes einstrumentos.

Tannenbaumfest: a tradicional festados pinheirinhos de natal é um momentoespecial de envolvimento entrecomunidade e turistas. Lojas, hotéis,restaurantes, patrocinadores e outrasempresas locais adotam pinheiros quesão dispostos no centro da principalavenida de Gramado. Nesta cerimôniaespecial, todos saem às ruas para juntoscolorir ainda mais o Natal, enfeitandoseus pinheirinhos acompanhados deuma banda de soldadinhos de chumboque anima a celebração.

Vila de Natal: nesta vila encantadaque remete o visitante a um livro decontos infantis, a cuidadosa feira deartesanato se mistura com os aromas deguloseimas natalinas e atrações paratodas as idades.

Um clima de emoções, luzes e vozes toma conta de Gramado por cercade dois meses, todos os finais de ano. A cidade recebe uma decoraçãomais que especial, produzida em mutirão pelos moradores de que, comgarrafas PET, elaboram e criam todos os enfeites do Natal Luz, uma festaque revive o verdadeiro espírito do Natal. Este ano, a 23ª edição da festa,que acontece de 13 de novembro a 11 de janeiro de 2009, terá umanova atração: o espetáculo “Arca de Noel”.

Encontro Brasileiro de Papais-Noéis: os candidatos a Papai Noel detodo o Brasil se encontram para aprendercom o Natal Luz de Gramado tudo oque precisam para comandar o natal emsuas cidades. São cursos e oficinas quedão aos candidatos os requisitos básicosde postura, vestimenta adequada ecuidados com as crianças.

Teatro de Marionetes, carrossel, trema vapor, parque infantil, arvorismo,oficinas de artesanato e um espaçoreservado para um encontro diário como Papai Noel são atrações permanentesdurante todo Natal Luz.

Arca de NoelCom 50 minutos de duração, a Arca

de Noel é uma superprodução demarionetes e bonecos eletrônicoscomposta de quadros musicaisapresentados por diversos bichoshabitantes de uma pequenacomunidade rural. Convidados aparticipar do Natal Luz de Gramadoestes engraçados artistas preparam umgrande show tendo como atrações: opato tenor Antenor, o poleiro cantantedas galinhas caipiras, a rena sanfoneiraRenata, o porco percussionista Mimoso,entre outros. O espetáculo é apresentadopelo simpático cachorro Abelardo e amúsica é executada pelos cachorros daBanda Salsicha Recheada. Umespetáculo alegre e divertido paraadultos e crianças.

A Arca de Noel vai acontecer nasterças, quintas, sextas, sábados edomingos, durante os 60 dias do NatalLuz, e os ingressos variam de R$ 15,00a R$ 30,00 reais, disponíveis no sitewww.natalluzdegramado.com.br.

2008- JUL-OUT- REVISTA SOMESE28

1 - Técnicas do Ministério da Saúdeestiverem em Aracaju para participar do 3.º EncontroNacional de Mulheres Positivas. Na oportunidadealmoçaram com a diretoria da Somese, Kátia Souto eJanice Pizzão que foram acompanhadas de IvaniaMendonça presidente da União Brasileira deMulheres. (24/07).2 - O médico Arivaldo Dias Santa Rosa,diretor de Promoção do Ipês Saúde, foi o convidadoespecial da reunião almoço de diretoria da Somese.Ele falou sobre a programação da Semana de Saúdedo Ipês.(31/07)3 - O candidato a prefeito pelo PartidoComunista do Brasil (PCB), Anderson Góis expôs suaspropostas para área de saúde no municio de Aracaju,durante reunião almoço de diretoria da Somese. (14/08).4 - O senador Almeida Lima, tambémalmoçou com a diretoria da Somese e na oportunidadedebateu com os médicos suas propostas de governopara a saúde de Aracaju. O senador disputa aprefeitura de capital pelo PMDB. (21/08).5 - A diretoria da Somese recebeu comoconvidado especial para reunião almoço o deputadofederal Mendonça Prado dos Democratas, para falarsobre seu plano de governo para saúde de Aracaju.(28/08)6 - O prefeito de Aracaju EdvaldoNogueira, candidato a reeleição, participou dareunião almoço de diretoria da Somese, aonde fezuma exposição sobre ações de sua gestão na saúde eo que pretende realizar caso seja reeleito para maismandato. (04/09)7 - Médicos associados comparecem a Somesepara participar das eleições para escolha da novadiretoria da entidade médica mais antiga do Estado.Na disputa do pleito apenas uma chapa de consensoencabeçada pelo médico neurologista Petrônio Gomesque obteve 95% dos votos válidos. (28/08).8 - Médicos candidatos a vereador tambémexpuseram suas propostas para o legislativo municipal,durante almoço de diretoria da Somese. Sete médicosconcorrem a uma das 19 vagas na Câmara Municipalde Aracaju, sendo dois a reeleição. (25/09)9 - A crise econômica nos Estados Unidos,foi tema de almoço na Somese. O economista LuisMoura, coordenador do Dieese em Sergipe, explicoupara os médicos os motivos da crise e suasconseqüências para a economia brasileira.(09/10)10 - O reitor da Universidade Federal deSergipe, Josué Modesto dos Passos Subrinho,almoçou com a diretoria da Somese, ele falou sobre osinvestimentos e obras de ampliação da Universidadee a instalação do Campus da Saúde em Lagarto. Oalmoço contou com a participação do secretário deestado da saúde Rogério Carvalho. (02/10).11 - O último almoço presidido pelomédico Roberto Gurgel contou com a presençado secretário de estado da saúde Rogério Carvalho.Ele fez apresentação do projeto de Reforma Sanitáriae Gerencial do SUS que está sendo implantado pelogoverno do Estado de Sergipe. (16/10).12 - Redução do percentual de cobrançade ISS para os médicos e instituições de saúde foi temada reunião almoço de diretoria da Somese e teve comoconvidado o superintendente do Hospital São LucasPaulo Azevedo Barreto, a reunião contou com aparticipação de médicos vereadores e da deputadaestadual Angélica Guimarães. (23/10)13 - Aproximar os acadêmicos e associa-los à Somese é projeto da nova diretoria. A primeiraestudante de medicina a participar da reunião almoçofoi Cindi Marinho, filha da médica e deputada estadualAngélica Guimarães que também participou doalmoço acompanhada do esposo, o médico VanderbalMarinho. (23/10)14 - O jornalista Osmário Santos,coordenador da Frente de Defesa das Águas do RioSergipe, participou da reunião almoço de diretoria daSomese aonde se discutiu a degradação e poluiçãodos reios sergipanos. (30/10).15 - A médica Carla Barbosa foi a convidadada reunião almoço de diretoria, ela apresentou estudode conclusão de curso sobre ética. A reunião almoçocontou com a participação da acadêmica de medicinaJuliane Dantas. (06/11).

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REVISTA SOMESE - JUL-OUT - 2008

VIDADr. Lúcio Antonio Prado Dias (*)

* Lúcio Antonio Prado Dias é secretário adjunto da Academia Sergipana de Medicina e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe

MÉDICA

1229REVISTA SOMESE - JUL-OUT - 2008

Pouca gente sabe que a ginecologista citada peloescritor baiano é uma sergipana que resideatualmente em Salvador, onde construiu, ao

lado do marido Jair Francisco Burgos, tambémmédico e citado por Amado, uma vida repleta derealizações na medicina da boa-terra. Converseicom ela por telefone para conseguir dados visandoa inclusão de seu nome no Dicionário de Médicosde Sergipe. Mostrou-se uma pessoa determinada,firme, de grande sensibilidade e de invulgarinteligência.

Maria de Lourdes da Rocha Santos Burgos nasceuem 20 de fevereiro de 1925, em Riachuelo, formando-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em 14 dedezembro de 1950. Especializou-se em ginecologia ea partir de 1956 passou a ser responsável pelosserviços da clínica ginecológica do Hospital dasClínicas da Universidade da Bahia, em substituiçãoao catedrático prof. Alício Peltier de Queiroz. Em1966, iniciou suas atividades como auxiliar de ensinoe professora-assistente do Departamento de Cirurgia,na disciplina de ginecologia, da Faculdade deMedicina da Universidade Federal da Bahia. Em 1987passou à condição de professora adjunta. Participouna condição de palestrante, de diversos congressosda sua especialidade, com inúmeras publicações detrabalhos em revistas científicas. Em 1987 recebeuhomenagem especial da Associação Baiana deMedicina. Publicou “37 anos com Jair FranciscoBurgos”, “Era uma vez”, “Cantigas de roda”, “Cartilhada Mulher” e “Natal”. Atualmente prepara mais umalivro, dessa vez sobre a vetusta Faculdade de Medicinado Terreiro de Jesus, a primeira do Brasil, que nesteano de 2008 comemora seu bi-centenário defundação.

A GINECOLOGISTA DE DONA FLOR“Dona Flor jamais pegara menino, mas sabia ser culpa sua e não do marido. A

doutora Lourdes Burgos, sua médica, lhe explicara, e o doutor Jair havia confirmado eproposto ligeira operação capaz de torná-la fecunda, quem sabe? Medrosa, dona Florfurtou-se à cirurgia: ao demais, doutor Jair não lhe dera certeza absoluta de sucesso.

Assim, nas trampolinagens do marido o que mais a preocupava era o receio delearranjar um filho por aí, na rua, ao deus-dará.”

( “Dona Flor e seus dois maridos”, de Jorge Amado).

Lourdes e Jair co-nheceram-se quandojuntos estagiaram noserviço do professorAlício Peltier de Quei-roz, um mestre de mé-ritos incomparáveis,notadamente na cirur-gia ginecológica. Jairrevelou-se um exímiocirurgião, consideradocomo um “escultor dapelve feminina”, pelaprecisão e perícia deseus atos, es tét icos e mágicos, de ar te etransmutação, na recuperação de trajetos efunções anormais . Juntos, Lourdes e Jai rcentraram suas vidas no exercício da medicinasocial e humanitária, ele nas enfermarias e salasde cirurgia do Hospital Edgar Santos e do HospitalPortuguês e ela nas salas de aula e ambulatórios.

Viveram juntos 37 anos, dignif icando aginecologia baiana, usufruindo de uma excelentecl ientela e exercendo suas atividades comcompetência e dedicação. Isso explica a opçãode Jorge Amado no momento que Dona Florprecisou recorrer aos cuidados médicos paraconsolidar a sua união com o incorrigívelVadinho. Na vida real, Lourdes era a ginecologistada mulher de Jorge.

Jair faleceu em 8 de fevereiro de 1997, numsábado de carnaval, com a Bahia mergulhada nosseus tradicionais festejos, ao som dos atabaques,ganzás e agogôs, anunciando os cânticos emiorubá.

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Círculo Brasileiro de Psicanálise

2008- JUL-OUT - REVISTA SOMESE

Apresidenta da Academia Sergipana deMedicina (ASM), Déborah Pimentel, tomouposse na noite do dia 1º de novembro, como

presidenta do Círculo Brasileiro de Psicanálise. Asolenidade aconteceu no Centro de Convenções daUnit, dentro da programação do XVII Congresso doCirculo Brasileiro de Psicanálise, da VII JornadaSergipana de Psiquiatria e da VI Jornada do CírculoPsicanalítico de Sergipe.

Ela, que anteriormente era vice-presidente doCírculo Brasileiro de Psicanálise, recebeu o cargo dasmãos da Dra. Cibele Prado Barbieri. O evento deposse encerrou oficialmente a programação dos trêseventos, realizados de 30 de outubro à 1º denovembro, na Universidade Tiradentes. O mandato

de Déborah Pimentel vaiaté 2010.

A sua posse foiprestigiada pelos presi-dentes da Sociedade Mé-dica de Sergipe (Somese)

Déborah Pimentel assume presidência doCírculo Brasileiro de Psicanálise

e do ConselhoRegional de Me-dicina de Sergipe(Cremese), Petrô-nio Gomes eHenrique Batis-ta. Também esti-veram presenteso diretor da Fa-culdade de Me-dicina, Antonio Paixão, os aca-dêmicos José HamiltonMaciel, Lúcio Prado, Paulo Amado e Jose AugustoBarreto e os diretores da Unimed Adelson Chagas eRicardo Barbosa Ramos.

A cerimônia de posse foi o encerramento doseventos que aconteceram em parceria entre o CírculoPsicanalítico de Sergipe também presidido pela Dra.Déborah Pimentel e a Associação Sergipana dePsiquiatria dirigida pelo Dr. José Hamilton Maciel SilvaFilho, este último também faz parte da diretoria daSomese.

Os eventos foram sucesso de público e deconteúdo, com a participação de 60 palestrantes emtrês dias de intenso trabalho. Para coroar, osorganizadores conseguiram lançar os Anais“Interfaces entre a Psicanálise e a Psiquiatria” que estáà disposição dos interessados na sede do Círculo(Fone 3211-2055).

Déborah Pimentel e Cibele Prado Barbieri

Os organizadores dos eventos com asestudantes de psicologia que colaboraram

no apoio dos eventos. Da direita para aesquerda, os médicos José Hamilton Maciel

Silva Filho, Maria Helena Ávila Lima,Norma Alves Oliveira, Cecília Tereza

Nascimento Rodrigues, Zaira Motta Maciel,Déborah Pimentel e os psicólogos Ricardo

Barreto Azevedo e Maria das Graças Araújo.

Déborah Pimentel ladeada pelos pais Nazário eElena Pimentel.

Livro “ Interfaces entre a Psicanálise ea Psiquiatria” sob a organização deDéborah Pimentel e Maria das GraçasAraújo e cujo primeiro capítulo leva otítulo do livro e é da autoria daprimeira.

Fotos : Sérgio Silva

REVISTA SOMESE - JUL-OUT - 2008

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