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Revista RecreArte 10 JUL09 - ISSN: 1699-1834 Revista RecreArte 10 > I - Creatividad Básica: Investigación y Fundamentación David de Prado Díez

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Revista RecreArte 10 JUL09 - ISSN: 1699-1834

Revista RecreArte 10 > I - Creatividad Básica: Investigación y Fundamentación

David de Prado Díez

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CRIATIVIDADE NA ADOLESCÊNCIA: POTENCIALIDADES E AUTOCONCEITO DE IMAGINAÇÃO

CRIADORA EXPRESSADOS POR ADOLESCENTES ESTUDANTES DA REDE DE ENSINO MÉDIO DE PORTO ALEGRE-RS-BRASIL

Elizabeth Remor Krowczuk* Porto Alegre, RS, Brasil.

* Doutora em Filosofia e Ciências da Educação, Universidade de Santiago de Compostela-Espanha.

Mestre em Educação, Ciência Política e Sociología (UFRGS). Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Psicanálise e Educação-NEPPE-UFRGS.

Membro do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Transdisciplinares sobre Espiritualidade-NIETE-UFRGS. Psicanalista Clínica e Didata, Neuropsiquiatria,Centro Integrado de Psicanálise-RS. Artista Plástica, Poetisa. Membro, Diretora da Sociedade Brasileira de Geobiologia do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

E-mail: [email protected] RESUMO Este artigo apresenta resultados obtidos do estudo sobre Criatividade na Adolescência. Destaca o autoconceito de imaginação criadora, o nível de consciência e percepção de potencialidades, e traça o perfil de criatividade expressada por adolescentes de ambos os sexos estudantes do ensino médio. Isto com base nas abordagens de teorias vigentes sobre criatividade. Palavras-chave: Criatividade. Adolescência. Teorias. Personalidade criativa. Autoconceito. Perfil Criativo e Imaginativo. Estudante. CREATIVITY IN ADOLESCENCE: POTENTIAL AND SELF-CONCEPT OF CREATIVE IMAGINATION EXPRESSED BY ADOLESCENT STUDENTS OF THE HIGH SCHOOL NETWORK IN PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL, BRAZIL. ABSTRACT This article presents the results obtained from a study about Creativity in Adolescence. Emphasis is placed on the self-concept of the creative imagination, the level of conscience and the perception of potential. It also traces the profile of creativity expressed by adolescent high school students of both sexes. This is based on the approaches of current theories on creativity. Key words: Creativity in Adolescence. Theories. Creative personality. Self-concept. Creative and Imaginative profile. Student.

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CREATIVIDAD EN LA ADOLESCENCIA: POTENCIALIDADES Y AUTOCONCEPTO DE IMAGINACIÓN CREADORA EXPRESADOS POR LOS ADOLESCENTES ESTUDIANTES DE LA RED DE ENSEÑANZA SECUNDARIA DE PORTO ALEGRE-RS-BRASIL. RESUMEN Este artículo presenta resultados obtenidos del estudio sobre Creatividad en la Adolescencia. Destaca el autoconcepto de imaginación creadora, el nivel de consciencia y percepción de potencialidades y traza el perfil de creatividad expresada por adolescentes de ambos sexos, estudiantes de secundaria. Esto con base en los abordajes de teorías vigentes sobre creatividad. Palabras clave: Creatividad en la Adolescencia. Teorías. Personalidad creativa. Autoconcepto. Perfil Creativo e Imaginativo. Estudiante. Este trabalho constitui parte do Capitulo VII da tese de doutoramento da autora intitulada Drogadicción en la adolescência, Políticas de acción y modelos Educativos de prevención: Estudio comparativo entre estudiantes de la Rede de Enseñanza media de Porto Alegre –RS-Brasil, apresentada a Facultad de Ciencias de la Educación da Univesidad de Santiago de Compostela (USC), ES, en septiembro de 2005,Santiago de Compostela, Espanha. Publicada integralmente em portugues com titulo Drogadicção na adolescência, políticas de ação e modelos educativos de prevenção: estudo comparativo entre estudantes da rede de ensino médio de Porto Alegre-RS-Brasil. Santiago de Compostela, ES,Universidade de Santiago de Compostela Servizo de Publicacións e Intercambio Científico, 2005. 643p. ISBN: 84-9750-567-0 , D.L . C-202-2005 INTRODUÇÃO O interesse crescente da psicologia pela investigação do pensamento criador e do processo criativo tem gerado um grande número de publicações que tentam responder as diversas dimensões da criatividade. Goswami (2008) relata que depois de elaborar uma síntese completa das idéias divergentes sobre criatividade, viabilizou para que se criasse o novo paradigma com base na consciência e sua divulgação na obra “O universo autoconsciente”.Desde então passou a trabalhar na integração das diversas maneiras de pensar sobre criatividade e como a abordamos, tanto pessoal quanto social, assim nasce o livro “Criatividade quântica”, onde enfatiza a necessidade de uma abordagem integrada para todos os tipos de criatividade. Para Goswami (2008, p.15) “quando reconhecemos a consciência como tema central do universo, fica claro que toda criatividade é subjetiva. De fato, ela é a tábua de salvação para a consciência. Dessa forma, começamos a ver que cada um dos tipos de criatividade tem um papel a desempenhar para que adotemos nosso potencial total. E, assim, vemos perfeitamente que a criatividade não se limita aos gênios; todos nós temos o potencial de ser criativos, em qualquer idade”.

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Ao refletirmos sobre os avanços da humanidade temos consciência que são frutos da imaginação criadora de pessoas que tiveram a ousadia de manifestar pensamento divergente dos demais, mas embora diferentes são considerados gênios. Nos questionamos será que somos todos criativos? Será que a criatividade é apenas uma questão de raciocínio inteligente e habilidoso? Será que a criatividade é um impulso do inconsciente? Qual o propósito da criatividade? A imaginação criativa na criança e no adolescente é mais rica que na idade adulta? Quais os traços de personalidade que caracterizam os indivíduos altamente criativos? É possível ativar o potencial criativo reprimido? Que fatores do ambiente familiar, escolar e social contribuem para o desenvolvimento do potencial criador? Que fatores do ambiente familiar, escolar e social constituem obstáculos à ativação do potencial criativo, à imaginação e realização de produções criativas? Que técnicas facilitam a emergência do processo criador? A criatividade de um indivíduo pode expressar-se em vários campos distintos ou se revelar unicamente em um domínio específico? Tais questionamentos e inquietudes da autora a impulsionaram a estudar as teorias vigentes sobre criatividade, a aprofundar os conhecimentos nesse domínio, para compreender melhor os fenômenos psicológicos associados à criatividade relevantes tanto para o indivíduo quanto para a sociedade.Os objetivos deste estudo foram: 1) obter a emissão de auto conceito, a expressão de autopercepção do potencial inventivo criativo, áreas e formas de manifestação de qualidades criativas através de um questionário de auto avaliação de estudantes adolescentes (14 a 21 anos); 2) analisar e traçar os Perfis Criativos de Adolescentes por sexo;3) Apresentar uma síntese com Perfis Criativos nas Áreas mais destacadas pelos Adolescentes; 4)utilizar o potencial criativo do adolescente na elaboração de materiais e planejamento de estratégias educativas criativas de Prevenção ao uso de Drogas, proposto no Modelo Holístico. 1 Criatividade: Abordagens Teóricas As Ciências Cognitivas junto com as Neurociências, a Inteligência Artificial, a Lingüística, a Filosofia da Ciência, a Antropologia unem esforços e vem buscando através da interdisciplinaridade maior viabilidade e agilidade em estudos voltados para uma ampliação na compreensão das formas de manifestações da mente. As Ciências Cognitivas estão atualmente consolidadas em centros de pesquisa em universidades de diferentes países investindo em estudos que melhor possam elucidar e se comprovar o potencial de criatividade presente em determinados tipos de personalidade. A Psicologia tem estudado a criatividade e a personalidade sob diferentes abordagens como a Humanista (Maslow, 1954; Rogers, 1959, 1962; May, 1976), a Psicanalítica (Kris, 1952; Kubie, 1958); a Cognitiva (Wallas, 1926); e a Gestaltica (Wertheimer, 1959; Koffka, Köhler, 1969),in Torre, 1993. Becke, Alford (2000), destacam que os teóricos cognitivos acreditam que somente através de estudos interdisciplinares, envolvendo a Biologia, a Genética, a Sociologia e a Psicologia, será possível a ciência atingir a compreensão do funcionamento psíquico.

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Torre (1993) em Creatividad Plural apresenta um panorama dos distintos enfoques teóricos que foram estudados e divulgados a partir de 1900 até fins do século XX, por relevantes cientistas (Ribot, 1900; Dewey, 1910; Poincaré, 1913; Wallas, 1926; Rossman, 1931) que assim contribuíram para uma melhor compreensão do funcionamento psíquico de mentes criativas estudando desde suas dimensões e da diversidade da ocorrência do processo criativo, utilizando instrumentos de medida a avaliação, traçando perfis de personalidade criadora, descrevendo o desenvolvimento e apresentando resultados a respeito da Imaginação criadora. O estudo da criatividade como processo foi entre os demais enfoques a mais destacada, sendo também muito estudada a avaliação da criatividade no âmbito educativo e no artístico. Ribot (1900, in Torre, 1993) foi o pioneiro em estudar a criatividade e procurou explicar que a atividade criadora resulta da interação desses três fatores: o intelectual, o emocional e o fator inconsciente. Este autor sugeriu-nos dois processos criativos: um que seria o que manifestam as pessoas de pensamento analítico e lógico, e o outro se refere às pessoas mais intuitivas. Ainda descreve sete tipos distintos de imaginação criativa sendo as seguintes variações: 1) a imaginação plástica; 2) a difluente; 3) a mística; 4) a científica; 5) a prática e mecânica; 6) a comercial; e 7) a imaginação utópica. Torre (1993) aprofunda seus estudos em criatividade, apresenta uma vasta revisão de literatura, destacando os estudos realizados na década de 1950 a 1980. Apresenta autores que se dedicaram e direcionaram seus estudos em: reconhecer a criatividade principalmente em suas formas de manifestações, a criatividade como processo, a criativometria (medidas e elaboração de testes),o desenvolvimento da criatividade e o meio ambiente (familiar,escolar) com suas variáveis determinantes, e sobre a personalidade criativa.Este autor também descreve as teorias que interpretam a atividade criadora, destacando seus pontos essenciais.

As teorias filosóficas ou pré-científicas interpretam e concebem a criatividade como uma inspiração divina, uma demência, ser um gênio intuitivo, detentor de uma força vital, força cósmica; e as teorias psicológicas sobre a criatividade se situam em uma óptica associacionista ou Conexionista, Gestáltica, Psicanálise e Neopsicanálise, da Personalidade, Bissociação, Factorial (Bifactorial, Multifactorial). Torre (1993, p.243) descreve sua teoria de Pluralidade Fatorial Divergente e explica graficamente através de seu Mentograma Divergente o modelo de pensamento divergente que se operam na mente da pessoa criativa. Wechsler (1998) ao estudar a criatividade faz uma ampla revisão das abordagens filosóficas, biológicas, psicológicas, psicoeducacionais, psicofisiológicas, sociológicas e psicodélicas, destacando as diferentes contribuições das mesmas na compreensão da criatividade. Para Boden (1999), a criatividade tem dois sentidos; um psicológico(P) e o outro histórico (H).

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Csikszentmihalyi (1992) destaca que a criatividade deve ser compreendida como um processo “abordagem sistêmica” em que participam três elementos a seguir: 1) o talento individual ou a pessoa; 2) o domínio ou disciplina em que o indivíduo está trabalhando; e 3) o campo circundante que faz julgamentos sobre a qualidade dos produtos. Para esse autor, o fenômeno da criatividade só deve ser compreendido como o resultado de interações entre os três aspectos citados ‘o indivíduo, o campo, a área’. Ainda destaca que toda idéia muito inovadora que foge das normas preconizadas por determinado grupo social e tipo de cultura poderão sofrer uma rejeição inicial. Gardner (1996) descreve que o estudo da criatividade pela sua complexidade e poder ser explicada na sua pluralidade necessita a participação conjunta das diversas áreas da Psicologia, a Biologia, a Filosofia, Ciências da Computação, Artes, Literatura, etc. Esse autor sugere que a criatividade seja explorada nos seguintes níveis: Subpessoal, para investigar sobre a genética e a neurobiologia das pessoas criativas;

Pessoal, para investigar duas linhas principais, sendo uma sobre os processos cognitivos e outra sobre os aspectos de personalidade, motivacional, social e afetivo dos criadores;

Interpessoal, para investigar os domínios ou disciplinas específicas; Multipessoal, para avaliar a adequação e qualidade da contribuição do produto.

Sternberg (1996) reforça que os estudos sobre criatividade devem ter um enfoque multidisciplinar por se tratar de um fenômeno multifacetado e que a utilização de recursos de vários aspectos da Psicologia permitem uma abordagem inovadora e mais elucidativa desse fenômeno. Para o referido autor à criatividade ao ser estudada por distintas abordagens psicológicas como a psicométrica, a cognitiva, da personalidade e motivacional ,e somadas as abordagens sócio-históricas e as integrativas podem atualmente elucidar e nos permitir descrever o perfil criador de uma pessoa adulta ou de uma criança (Sternberg, 2000). 1.1 Abordagem Cognitiva Um dos primeiros estudos sob o enfoque cognitivo em criatividade realizados no inicio do século XX foi o de Wallas (1926), que sugeriu quatro estágios do processo do pensamento criativo e que são citados na atualidade, sendo: Preparação- é o estágio de preparação de resolução de problemas em que o

solucionador reconhece que existe um problema e dá início a uma tentativa preliminar para compreende-lo e resolvê-lo;

Incubação - é o estágio de atividade latente ainda inacessível à consciência.Se na tentativa preliminar falha, o solucionador deve relaxar e fazer uma pausa temporária, despreocupando-se num nível consciente do problema, embora num nível pré-consciente, o trabalho de elaboração continue.

Inspiração - a iluminação refere-se ao famoso flash do “ insight” que termina o trabalho em nível pré-consciente e traz a resposta “ a solução” inesperada para o nível consciente.

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Verificação – é o estágio onde se da a confirmação do “insight”.A elaboração em termos de compreensão ocorre é verificada e a comunicação manifesta-se num nível consciente.

Outros autores no enfoque cognitivo se destacaram ao estudar a criatividade sob a abordagem do Processamento da Informação, Amabile (1983) diz que a criatividade acontece em seqüência e em estágios. Boden (1999) destaca a noção de espaço conceitual para uma compreensão ampla do que se entende por criatividade a define e explica “como mapeamento, exploração, e transformação de espaços conceituais. Espaço conceitual é um estilo de pensar; em música, escultura, coreografia, química, etc” (p.16). A Psicologia Cognitiva tem desenvolvido pesquisas conducentes a compreender como as funções mentais, atenção, memória, pensamento, representações estão processadas na criatividade. 1.2 Abordagens Integrativas

Gardner (1996) procurou integrar as diferentes abordagens consideradas relevantes que destacam uma mente criadora, relacionando os aspectos individuais da pessoa criativa (desenvolvimento da personalidade, ambiente familiar e social) com o domínio ou campo criativo e o momento histórico.A partir de sua teoria das múltiplas inteligências, estudou pessoas que se projetaram e apresentaram novos paradigmas em seus campos profissionais como: Einstein e Freud, representantes do campo científico, exemplificando a inteligência lógico-matemática (Einstein) e a inteligência interpessoal e intrapessoal (Freud); no campo artístico a inteligência visual-espacial (Picasso), na área musical (Stravinsky), a lingüística (Eliot) e a inteligência cinestésica-corporal (Graham).Para o autor os estímulos e apoio recebido de adultos e do ambiente as explorações de curiosidades e investigações criativas na infância dessas pessoas foi fundamental, pois foi lhes permitido manifestar seu potencial imaginativo criativo, sua genialidade em criar algo inovador em seus campos profissionais. Portanto como sabemos o pensamento criativo é uma atividade cognitiva muito complexa, que para tentar esboçar uma definição de criatividade se devem incluir atividades cognitivas relacionadas com a tomada de decisão, o pensamento crítico e a metacognição. A criatividade além de ser um atributo individual é também resultado de uma interação da pessoa com o ambiente sócio-familiar, ou seja, os fatores individuais com os ambientais (família, escola, social) é que promovem a criatividade.

1.3 Abordagens Sociais e Históricas A criatividade para vir a se desenvolver necessita de condições adequadas como um clima psicológico e social favorável dentro de um determinado contexto,a sociedade no qual o indivíduo está inserido. As condições favoráveis ou não estariam relacionadas aos valores predominantes na família, aos traços de personalidade e algumas características reforçadas e cultivadas no contexto familiar,educacional e social. Portanto os fatores

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intrapessoais como interpessoais, bem como os individuais e sociais, têm um impacto significativo na produção criativa do indivíduo e da sociedade. Prado Díez (1995) em seu livro a Imaginação Criadora representa a criatividade como um gigantesco projétil, símbolo da nossa sociedade, do progresso tecnológico e da era espacial. Apresenta os fatores e condições para o desenvolvimento do potencial criativo.Os fatores ambientais (1- atitudes sociais democráticas; 2- clima familiar, escolar, e social de abertura, tolerância, compreensão, aceitação e amor; 3- ambiente cultural rico em estímulos divergentes criativos); os pessoais (1- cultura pessoal rica em conhecimentos e informações; 2- motivação e interesses individuais; 3-auto-estimulação e interrogação divergentes); os mentais-criativos (propulsores de fluência e produtividade com flexibilidade mental) resultando em originalidade pessoal (intuição e inspiração) (p.12). Este autor (Prado,1993) recorda que a dimensão pessoal de originalidade da criança deve ser valorizada pelo adulto. A originalidade é o ápice da criatividade e esta originalidade pessoal incipiente é à base da originalidade cultural, social e tecnológica. Csikszentmihalyi (1992) destaca que a criatividade é resultado de condições sociais e culturais favoráveis em interação com as potencialidades do indivíduo que permitem emergir objetos e comportamentos denominados criativos. Alencar (1995) destaca alguns dos fatores sociais que propiciam a criatividade dos indivíduos ou favorecem a aceitação da pessoa criativa, sendo os seguintes aspectos:

Uma sociedade favorece a criatividade: na medida em que oportuniza ao indivíduo de ter experiências em diversas áreas;ao encorajar uma abertura a experiências internas e externas; encorajando-a ao valorizar a mudança e a originalidade; encorajando-a pois os indivíduos criativos têm status e são reconhecidos socialmente (são modelos referencias a novas gerações);

Uma sociedade encoraja o emergir da criatividade: a partir de que as interações sociais, as oportunidades e os privilégios não são pré-determinados pelo status social, família, raça, cor, credo ou partido político, mas sim pelas qualidades e atributos pessoais de cada um de seus membros; revelando que seus cidadãos têm liberdade e oportunidade para: estudar e preparar-se profissionalmente, explorar e questionar, expressar-se, ser autentico (eles mesmos).

Um ambiente propício à manifestação de comportamento criativo deverá oferecer as seguintes condições:

redução de fatores produtores de frustração; redução de experiências e situações competitivas que envolvam ganhos ou perdas;

encorajamento do pensamento divergente; eliminação de ameaças ambientais; aceitação da fantasia; minimização de coerções; ajuda à pessoa a uma autocompreensão e autodivergência em relação às normas

(Taylor, 1975).

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A criatividade tem mais probabilidade de se manifestar em pessoas que apresentam um conjunto de atitudes, valores, interesses, motivações e traços de personalidade que predispõem o indivíduo a pensar com independência e flexibilidade além de utilizar sua imaginação. 1.4 Abordagem Neurológica Gardner (1999) tem aprofundado seus estudos em relação ao desenvolvimento da criatividade e os processos criativos em crianças, jovens, adultos e artistas de diversos campos. Também artistas e aquelas pessoas que sofreram algum tipo de dano cerebral, as consideradas excepcionais, autistas, os prodígios, com vistas a entender as formas artísticas de pensamento manifesto.Pessoas estas em idade infantil ou adulta que revelaram um funcionamento cognitivo normal embora lesionadas, ou outros com características incomuns como é o caso do prodígio e do “savant”.O prodígio entendido como um superdotado que se destaca pelo forte e inusual talento (única área) na música ou na matemática, já o “savant” embora apresente uma deficiência mental, aparentemente sem esforço faz rapidamente cálculos matemáticos muito complexos, ou é capaz de tocar uma música ao reverso, ou então consegue memorizar vastíssimo material verbal, e dados históricos com grande desenvoltura. Para Gardner (1999) o que chama atenção são as diferenças de funções dos dois hemisférios cerebrais. Ao investigar pintores que se tornaram afásicos e perderam a linguagem por dano sofrido no hemisfério cerebral esquerdo,observou que conseguiam continuar criando suas obras até bem superiores as anteriores ao trauma, mas outros pintores que sofreram o dano no hemisfério direito, não tiveram a mesma sorte e suas obras revelavam padrão estranho, como algo inacabadas e de formas distorcidas.Esse autor conclui que embora a pessoa sofra de uma afasia grave, podem se manter preservadas sua capacidade de raciocínio, de resolução de problemas espaciais e sensibilidade a pequenas diferenças em padrões e aos detalhes emocionais de uma determinada situação.Ainda destaca que a pessoa nas artes por estar singular e integralmente envolvidas com sistemas de símbolos, conjuntamente manipulando e procurando entender vários sons, linhas, cores, formas, objetos, padrões, revelam-se detentores de um potencial de referir, exemplificar ou até de expressar algum aspecto do mundo interno. Ao analisar o papel dos hemisférios cerebrais Wechsler (1998) descreve que após ter sido a criatividade estudada sob o ponto de vista psicofisiológico, foi possível conhecer o funcionamento dos hemisférios direito e esquerdo do cérebro e comparar suas diferenças no processamento específico de cada um. O hemisfério cerebral direito teria um processamento mais global, imagético, analógico e emocional, enquanto o hemisfério cerebral esquerdo teria um processamento mais linear, lógico e seqüencial. Portanto o hemisfério direito seria mais eficiente no processo de perceber problemas familiares sob um novo ângulo e reordenar as idéias, usando a intuição, analogias e imagens.O hemisfério cerebral esquerdo, por usar a linguagem, a matemática, computação e detalhamento, participaria bem mais da fase de análise, testes e avaliação de resolução de problemas. Outros estudos observaram pessoas que habitualmente usam o hemisfério cerebral direito são mais suscetíveis a serem hipnotizadas do que os habituais usuários do hemisfério esquerdo.O sujeito sob efeito da maconha revela uma deterioração em tarefas

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verbais e de seqüência temporal (...) e uma melhoria nas tarefas não-verbais, que se processam no hemisfério cerebral direito.A atividade do hemisfério cerebral direito teria um relevante desempenho para a criatividade musical e artística, facilitando o uso de metáforas, intuições e outros processos geralmente associados à criatividade (Alencar, 1995,p.57-8). Treffinger, Sorotore e Cross (1993) questionam se a criatividade é um tipo de pensamento, uma forma para solucionar problemas ou uma maneira de sentir e comportar-se; ou se pode ser uma forma de expressar um alto grau de consciência ou de auto-realização pessoal. 1.5 Abordagem Múltipla Lubart (2007) tem aprofundado seus estudos e destaca que a partir da segunda metade do século XX, vê-se um aprofundamento de algumas abordagens anteriormente mencionadas, assim como o desenvolvimento de novas abordagens.Os estudos têm se voltados para melhor compreender os fenômenos psicológicos associados à criatividade, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. Esse autor destaca que nos últimos 20 anos varias teorias foram propostas, segundo as quais a criatividade é o resultado de uma convergência de fatores cognitivos, conativos e ambientais. Lubart (2007) sustenta sua teoria proposta de abordagem múltipla que de acordo com essa, a criatividade requer uma combinação particular de fatores relevantes do indivíduo, como capacidades intelectuais e traços de personalidade, além do contexto ambiental. Reforça que as características de uma pessoa englobam as capacidades e os estilos cognitivos, os traços de personalidade e as variáveis de atitudes, de valores e de motivação. As características de uma situação incluem as influências sociais (as recompensas, avaliação social...) e as influências contextuais (o ambiente psíquico, o clima estrutural e cultural). Para Lubart na visão da abordagem múltipla, a criatividade depende de fatores cognitivos, conativos, emocionais e ambientais. 1.6 Abordagem criatividade quântica

Goswami (2008) apresenta sua teoria integrada, com base numa nova visão do mundo, esta se baseia na aplicação da física quântica ao cérebro e à mente.A criatividade é um fenômeno holístico. Para esse autor é preciso olhar ‘lente’ através de uma abertura maior, por uma nova visão de mundo que a física quântica nos dá, para encontrar a criatividade integral.A física quântica cria uma janela de oportunidades para escapar do impasse teórico com uma perspectiva interpretativa e integrada construída sobre dois pilares: a física quântica e a filosofia idealista monista da primazia da consciência. Ele reconhece que temos dois tipos básicos de criatividade: situacional e fundamental. A criatividade situacional pertence á solução de novos problemas por meio da combinação de idéias antigas e novas.A criatividade fundamental refere-se à verdadeira originalidade da qual apenas a consciência em sua liberdade não condicionada é capaz. A essência da criatividade, tanto fundamental quanto situacional, abrange a descontinuidade, a consciência e o significado. Quanto aos atos criativos pertencem a duas categorias amplas que esse chama criatividade exterior e interior. Criatividade exterior refere-se aos atos

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criativos no cenário sociocultural ou de conhecimento. Criatividade interior diz respeito aos atos no cenário do self ,ou seja, a transformação criativa do self individual que gera novos contextos pessoais. O fenômeno da criatividade parece manifestar-se em uma polaridade quádrupla ,ou seja, dentro de cada uma das categorias de criatividade exterior e interior estão esses dois tipos de atos criativos, fundamentais e situacionais. Para Goswami (2008, p.69-70) “a criatividade infantil é, sobretudo, direcionada ao desenvolvimento do ego. A sua criatividade é interior e é expressa por meio de etapas de desenvolvimento do ego, que acompanham uma série de transformações do contexto da vida e da aprendizagem infantil”. E “a criatividade interior em adultos é direcionada à transcendência do ego para chegar a uma identidade mais holística do self” . 2 Personalidade Criativa

Em psicologia diversas teorias foram criadas para explicar às diferenças individuais das pessoas, buscando responder o que somos, como somos e porque somos. Os grandes teóricos da psicologia em seus estudos sobre a personalidade da pessoa criativa apontam que estas apresentam características muito peculiares em relação à forma de processos de pensamento, a variedade e riqueza de percepção, a sensibilidade, as emoções, a flexibilidade diante dos problemas, a coragem, o comportamento manifesto anticonvencional, a inovação, a originalidade. Lubart (2007) ao abordar os aspectos conativos da criatividade, ou seja, os referentes às maneiras preferenciais ou habituais de uma pessoa se comportar.Destaca que declinam-se três categorias distintas: (1) traços da personalidade, (2) estilos cognitivos e (3)motivação. Ao descorrer sobre traços de personalidade e criatividade faz referencias aos estudos realizados desde 1926 até 2003. Destaca os estudos que examinaram os perfis de personalidade de artistas, escritores, físicos, biólogos e psicólogos através do questionário de personalidade 16PF, que permite identificar 16 dimensões primárias de personalidade. Apresenta os estudos com dois tipos de indivíduos criativos: os artistas, e os escritores e, os resultados obtidos indicaram que essas pessoas diferem significativamente da população padrão por um amplo conjunto de traços de personalidade. Os artistas são mais dominantes, mais aventureiros, mais radicais, mais maduros ao nível emocional, e mais sofisticados e menos desconfiados do que a população padrão.Em relação à população de cientistas estudados as análises indicaram que de maneira geral, esses apresentaram as mesmas características que os artistas e se diferenciaram da população padrão. Lubart (2007) ressalta que certos traços de personalidade foram identificados no plano teórico, algo importante em especial para criatividade.Os seis traços que apresentam teórica e empiricamente relações significativas com a criatividade: a perseverança, a tolerância à ambigüidade, a abertura para novas experiências, o individualismo, à disponibilidade de correr risco e o psicotismo. Torre (1987) analisa quatro enfoques de estudos da personalidade criadora abordando os diferentes ângulos, mas que convergem na determinação de traços

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característicos importantes: o domínio do inconsciente e do consciente da personalidade e cada um deles por sua vez com um procedimento dedutivo e indutivo.Disposição à originalidade (Barron,1952), o talento criador (MacKinnon,1962), o pré-consciente e processo criativo (Kubie,1958), e a psicodinâmica do pesquisador criativo no caso dos físicos, apoiado na teoria psicanalítica (McClelland,1962). 2.1 Características cognitivas e afetivo-emocionais na personalidade da pessoa criativa Sternberg (2000) descreve que a pessoa criativa apresenta as seguintes características: maior abertura para novas experiências, a preferência pela complexidade, a intuição, a disposição para enfrentar riscos, a tolerância com aspectos incoerentes ou conexões estranhas, demonstra informalidade do pensamento, a percepção e atenção aguçada para aspectos que geralmente passam desapercebidos ou são irrelevantes para outras pessoas. Feist (1998) ao efetuar uma metanálise de um grande número de pesquisas empíricas, concluiu que as pessoas criativas têm tendência a ser mais aberta às novas experiências, a ter mais confiança em si, a ser menos convencionais, e menos conscienciosas que a população padrão. Elas seriam mais ambiciosas, dominantes, hostis e impulsivas. Esse autor observa, igualmente, certas diferenças entre artistas e os cientistas. Destaca que os artistas teriam tendência a ser afetivos, instáveis no nível emocional e anti-sociais, enquanto que os cientistas seriam mais conscienciosos. MacKinnon (1965) em seus estudos observou que as pessoas criativas revelam-se dispostas e mais atentas aos aspectos caóticos do mundo e abertas a novas experiências, tanto no mundo social quanto ao seu mundo interno. As pessoas criativas demonstram-se mais permissivas em vivenciar as experiências internas e as fantasias, e ao vivenciá-las na realidade externa reduzem as inibições, revelam aspectos altamente emocionais e ilógicos que são sintetizados com processos de pensamentos lógicos e adaptativos em experiências subjetivas.Elas revelam tolerar a ansiedade diante das experiências que podem ser indutoras, maior liberdade dentro de um espaço transicional e mantêm a consciência de seus limites, enquanto vivenciam simultaneamente a realidade externa e a interna.As pessoas criativas têm alto nível de motivação, preferem a complexidade e a assimetria, são autenticamente independentes, se orientam nos valores teóricos e estéticos, porque procuram a verdade e a beleza, são corajosos é que sabem quem são, aonde querem ir e o que querem realizar.Esse autor tem estudado as características das personalidades criativas em diversas áreas envolvendo a criatividade artística (poetas, novelistas), científica (físicos e engenheiros), e ambas (arquitetos). Barron (1975) estudando as características da personalidade criativa na área artística e científica constatou que a criatividade adulta madura esta determinada por estilos perceptuais e formas de utilização da mente, e não pelo QI, e assim destaca que a pessoa criativa tem : 1) uma atitude perceptível aberta e flexível ao invés de crítica; 2) uma percepção intuitiva, mais sensoperceptual fundamentada na realidade; 3) uma preferência pelo complexo, caótico e desordenado, em contraste com a tendência menos criativa para o equilíbrio, a simplicidade e a previsibilidade.Esse autor entende que subjacente à originalidade do adulto, está uma genuína e penetrante inocência, ou ingenuidade de

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percepção, e na maturidade o processo criativo se fundamenta numa progressão, desde o sentimento de temor, assombro e a espontaneidade natural da infância, até um funcionamento adulto integrado, com bom manejo de formas e de meios adquiridos graças à disciplina e à técnica.A pessoa criativa demonstra uma postura filosófica de vida muito rica resultado de uma maior abertura a outras culturas, raças, religiões, que enriquecem e aumentam sua criatividade manifesta. Torre (1987, p.279) apresenta um ideograma do estudo de Barron (1952) sobre a personalidade da pessoa criativa, o da sua permanente originalidade, ou seja, a capacidade em produzir respostas adaptadas e inusitadas, e destaca tais traços característicos da personalidade criadora como: a preferência pela complexidade, dominação, autoafirmação, independência de juízo, rechaço as imposições, livre expressão de seus sentimentos. Já no ideograma resultado do estudo de MacKinnon revela como traços marcantes da pessoa dotada de talento criador que são: Independentes, autonomia, inconformista, persuasivo, egocêntrico, inteligente, êxito social, dominador, valores estéticos, preferência pela complexidade, preferência pela desordem, maior abertura a vida, elevado sentimento e sensibilidade própria da “feminilidade”, uma saúde mental com proximidade entre o gênio e a loucura. Vervalin (1975) descreve que as características da pessoa criativa se manifestam por um alto nível de inteligência, abertura para a experiência, ausência de inibição e de pensamento estereotipado, sensibilidade estética, flexibilidade na ação, amor à criação pela própria criação, e busca interminável de novos desafios e soluções. Para o autor todas as pessoas criativas apresentam certas similaridades tais como: grande curiosidade intelectual, como os escritores que revelam uma capacidade

extraordinária de perceber e construir relações verbais e expor idéias, ou os cientistas dotados de maior inteligência espacial (geometria) e matemática;

observação diferenciada diante de acontecimentos;

vasta informação, que a utiliza para resolução de problemas distintos; resposta emocional com empatia diante de pessoas e idéias divergentes; tolerância à ambigüidade; independência no pensar e no agir,livre de restrições e inibições convencionais; autonomia quanto às suas idéias, inconformismo; flexibilidade diante diferentes exigências; desinteresse em controlar seus impulsos. 2.2 Características do adolescente criativo e inteligente Torre (1995) descreve que os estudos sobre inteligência e criatividade de Wallach, Kogan (1975), comparados ao comportamento específico atribuído à inteligência e a criatividade, e os de Getzels, Jackson (1963) referido ao adolescente criativo e ao inteligente, coincidem ao demonstrar-nos que existem diferenças significativas entre ambos tipos estudados.Observa que a discriminação manifesta de adoção de posturas distintas no tratamento diante um e outro tipo ocorre não somente da parte dos professores

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como também dos indivíduos.Os traços reveladores dos distintos tipos de comportamentos manifestos de estudantes criativos e inteligentes estão apresentados na fig.1 COMPORTAMENTO DE ESTUDANTES CRIATIVOS E INTELIGENTES

I. ALTA CRIATIVIDADE-BAIXA INTELIGÊNCIA

Condutas desaprovadas em classe; Pouca concentração e atenção; Amiúde agitados; Baixa auto-estima, por sentimento de rechaço; Isolados socialmente. Freqüentemente afastados do grupo.Pouco escolhidos. Boa aptidão para estabelecer relações entre os assuntos; Os exames os afetam e se constrangem pelo baixo desempenho.

II.BAIXA CRIATIVIDADE-ALTA

INTELIGÊNCIA Orientam sua atividade diante o êxito escolar; Se sentem socialmente superiores; Demonstram alta concentração e atenção em

classe; Vacilam em expressar suas opiniões; Mesmo procurados tendem a se manter afastados, Se demonstram reservados e indiferentes; Tendem ao convencional em suas realizações; Medo de se equivocar. Assume uma conduta

dentro das normas para evitar receber críticas que os destrone de seu status escolar.

III. ALTA CRIATIVIDADE-ALTA INTELIGÊNCIA

Autoconfiantes, poucas duvidas, coerentes; Alto grau de concentração e atenção em trabalhos acadêmicos; Tem facilidades em estabelecer amizades; Tendência a manifestar diferentes formas de conduta; Tem facilidade em relacionar e associar fatos; Sensibilidade estética; Desprovidos de sentido de risco; Facilidades nas relações afetivas.

IV. BAIXA CRIATIVIDADE-BAIXA INTELIGÊNCIA

Extrovertidos socialmente; Mais autoconfiantes e seguros que o grupo I; Menos duvidosos que o grupo I; Pouca sensibilidade estética; Tem um modus vivendi que torna a situação

escolar socialmente mais suportável que os criativos não inteligentes.Seu fracasso escolar é compensado através de sua vida social.

FIGURA 1- Os tipos de comportamento manifesto de estudantes criativos e inteligentes segundo S.de la Torre (1995, p.92). O referido autor descreve as características do adolescente criativo a partir dos estudos de Elizabeth Drew (1963) que conseguiu identificar o adolescente criativo após integrar o seu rendimento escolar, à avaliação dos professores, os resultados de testes de criatividade e o grau acadêmico, assim possibilitando nos mostrar quatro faces em que pode manifestar-se a criatividade do adolescente sendo: 1) o talentoso ou sobressalente nos estudos; 2) o líder social; 3) o intelectual criativo; e 4) o rebelde.

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As características de cada uma das quatro faces de manifestação do adolescente criativo são as seguintes: Os estudantes talentosos revelam-se como sujeitos disciplinados,metódicos,

constantes, trabalhadores e extremamente produtivos, não necessariamente originais. Estudam mais para ser aprovado e não por satisfação, são organizados e se conduzem mais pela lógica e racionalização do que intuição.Estes não se destacam como líderes e as relações interpessoais são pouco afetivas com o grupo de colegas. São estudantes preferidos e elogiados pelos professores.

Os lideres de grupos são estudantes hábeis demonstram muita popularidade, são

comunicativos respondem mais as expectativas do grupo de iguais do que dos professores. É um ser falante, sociável, agradável, manifesta um comportamento que visa o reconhecimento diante dos pares, seus valores giram em torno do hedonismo. É mobilizador de grupos, luta por causas muitas vezes utópicas, não demonstram estarem realmente preocupados com os problemas que afetam uma população. Portanto o adolescente talentoso estuda para os exames, o intelectual lê sobre o existencialismo, o líder busca o reconhecimento de seus seguidores.

O intelectual criativo se revela como sujeito inconformado, discordante dos

colegas e professores, se sente atraído por valores intelectuais em diversas áreas (literatura,filosofia,psicologia,arte,ciências ocultas), é hiperreativo, perturbador, tornando-se desagradável, inconveniente diante dos demais com seus questionamentos,imaginação fluente às vezes original, desprovido de humor.As adolescentes, desse tipo se revelam autosuficientes, não se integram nem com colegas e professores devido às perdas sociais e manutenção de tradições.O adolescente intelectual criativo é um leitor compulsivo reclama liberdade na aprendizagem, materiais e métodos, desintegrado e difícil assimilação de idéias,demonstra-se ascético e idealista, fala muito e pouca ação, tem mais consciência do que inclinação social.

O adolescente rebelde é uma mescla do intelectual com o líder, eterno

inconformado, infiltra-se entre colegas para liderar pequenos grupos, despreocupado com a intelectualidade e ascensão sociais se reduz em outsider.São oriundos de extratos sociais com baixa responsabilidade social, podem caminhar para a delinqüência.Embora não manifestem fluidez e praticidade, demonstram habilidades técnicas podem até sobressair-se em seu campo de interesse. Ainda que rompido com as estruturas sociais, descriminados e rechaçados pelos seus grupos pares, podem diante dos problemas que tem algum significado para si reagir diante de novas idéias e desafiar contra-argumentando. Estes sujeitos através de uma orientação terapêutica adequada se tornam mais adaptados socialmente (Torre,1995).

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3 Barreiras no contexto familiar e social ao desenvolvimento e manifestação da criatividade

Para Alencar (1995, p. 65-7) em nossa sociedade existem barreiras ao

desenvolvimento e a manifestação da criatividade, alguns dos fatores que se inter-relacionam entre si sendo os seguintes: “ As pressões sociais com relação ao indivíduo que diverge da norma; Uma atitude negativa com relação ao arriscar-se; Aceitação pelo grupo como um dos valores mais cultivados; As expectativas com relação ao papel sexual; As de natureza perceptual, emocional, intelectual ou expressiva” Um ambiente familiar onde predomina a hostilidade, a rejeição,a crítica e o autoritarismo, irá impedir as manifestações de idéias, sentimentos, indagações, fantasias e imaginação da criança, afetando certos traços da personalidade como auto-estima, autoconfiança, autoconceito positivo, fundamentais ao desenvolvimento da inteligência e uso pleno da capacidade de imaginação e manifestação da criatividade da criança. As primeiras experiências da criança no contexto familiar são marcantes para a formação do autoconceito positivo. Sendo ela vulnerável às respostas e informações obtidas de seus pais poderá se perceber aceita ou rejeitadas, e precocemente ter experiências de sucesso e/ ou de fracasso manifestando sentimentos de alta auto-estima ou desestima quando reforçados continuamente. Conseqüentemente a criança poderá fazer uso de seu mundo mágico, suas fantasias, sua imaginação e se sentir livre para manifestar sua criatividade, ou então, poderá bloquear seu desenvolvimento (desestima), sua imaginação e se perceber como incompetente, incapaz, fracassada, destituída de inteligência e potencial criador passando a viver exclusivamente no mundo real frustrante. 4 O desenvolvimento da Criatividade na Escola O inicio da vida escolar nas primeiras séries (ensino fundamental), as experiências vividas pela criança, o clima social e emocional da sala de aula, atitudes do professor e suas contribuições poderão contribuir para a formação de uma auto-imagem e auto-estima positiva do estudante; ou então vir a reforçar suas crenças, sentimentos de fracasso, incompetência, inferioridade, nada criativo e vir a apresentar um desempenho inferior aos demais alunos e ser rotulado de incapaz; ou pode até ser separado de seus companheiros ‘exclusão velada’, justificada pelo baixo desempenho acadêmico manifesto. Se a criança e o adolescente não encontram no ambiente familiar quem o incentive a usar todo seu potencial criador, a escola através dos educadores deverá contribuir para formar no aluno o pensamento crítico e criador, capaz de produzir conhecimentos, e não exclusivamente preocupar-se com sua capacidade de reproduzir informações transmitidas ao longo de seu desenvolvimento intelectual. A escola, bem como as literaturas infantis devem estimular a curiosidade, a espontaneidade, o pensamento crítico e outros traços associados à criatividade.

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O papel dos professores Os professores têm um papel importante como fonte inspiradora e modelo de pessoa criativa. Esses transmitem implicitamente aos alunos valores, suas atitudes e preferências pela maneira como organizam suas classes e trabalham os conhecimentos. Para que ocorra um aprendizado criativo dos estudantes é imprescindível um ensino criativo por parte dos professores. Para isso é necessário que os professores tenham mais liberdade com relação aos aspectos da educação como eficiência, exames e provas. Desempenhar a função de educador, ou seja, o de mediador e de co-criador. Goswami (2008, p.327) afirma que “um bom professor pode efetivamente mediar o encontro criativo do ego e do self quântico que todo estudante precisa experimentar. Os professores precisam participar dos projetos de seus alunos e tornarem-se co-criadores com eles. Esses devem ter segurança suficiente em sua própria base de conhecimentos para aprenderem com seus alunos se quiserem ser co-criadores. Para serem bem –sucedidos como co-criadores em conjunto com seus alunos, os professores também precisam se dedicar à criatividade”. Alencar (1995, p.93) reforça o que outros autores (Torrance, 1975; Rogers, 1954) frisaram que condições psicológicas de segurança e de liberdade favorecem a manifestação de criatividade. Para essa autora “a liberdade psicológica ocorre quando o professor, o pai, o terapeuta ou qualquer outra pessoa permite ao indivíduo uma completa liberdade de expressão simbólica, quando, então, é capaz de pensar, sentir, ser tudo o que é no seu mundo íntimo”.Esta liberdade também possibilita ampliar às próprias experiências, o jogo espontâneo de percepções, conceitos e significados,que estão intimamente relacionados à criatividade. A ausência de um esforço sistemático para o treino de habilidades criativas e do pensamento crítico de parte da família e do sistema educacional (ensino fundamental a universidade) tem demonstrado que nossos estudantes reproduzem conhecimentos, a grande maioria tem dificuldade em definir problemas, refletir, argumentar com clareza e fazer uso de suas habilidades críticas e criativas diante dos desafios no atual mundo tão complexo e competitivo. Tradicionalmente, nossa cultura reprime as emoções.Observa-se que os professores necessitam desenvolver formas construtivas para o trato das emoções manifestas, e assim poder orientar os estudantes a lidar e responder adequadamente às emoções negativas (fracasso escolar, exclusão social, violência, atos vandalismo, etc...). A necessidade criativa, de desestruturar e reestruturar no aprendizado, tem que ser enaltecida em conjunto da preservação da homeostasia. Não é tarefa fácil ensinar aos estudantes a habilidade de reestruturar e levá-los a participar de esforços de reestruturação em suas comunidades, sejam escolares, ou de bairro, aumentarão o êxito de seu aprendizado e irão prepará-los para viverem à vida mais felizes e com mais eficiência. Na Antigüidade, as pessoas que expressavam idéias muito distintas dos valores vigentes na sociedade eram interpretadas e apontadas como anormais, e sua criatividade era

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atribuída a forças provenientes de inspiração divina ou explicada como loucura, dando origem a interpretação equivocada e confusa entre a doença mental e a manifestação de criatividade (Wechsler, 1999). Atualmente, persiste essa associação equivocada entre saúde mental e revelação de potencial criativo como uma manifestação de pessoas portadoras de uma psicopatologia, sendo que alguns autores (Dudek e Hall, 1984; Franklin e Cornell, 1997; Eysenck, 1999) visando desfazer essa confusão passaram a intensificar seus estudos na tentativa de esclarecer que uma personalidade criativa não é uma manifestação de enfermidade mental. Portanto, como podemos avaliar e analisar a manifestação da criatividade?Isso depende de inúmeros fatores: os traços de personalidade da pessoa criativa, sua motivação, o autoconceito, auto-estima, processamento cognitivo, valores predominantes na família, na sociedade, aspectos institucionais, culturais e históricos reforçados e cultivados. 5 Treinamento e estimulação da criatividade: algumas técnicas Uma reflexão sobre o potencial criativo que muitos indivíduos tem, mas que se encontra bloqueado, reprimido ou adormecido por falta de estímulos e conhecimento que existem meios,uma grande variedade de técnicas e procedimentos para ativar ou desenvolver a criatividade. Torre (1995) utiliza o termo criática quando se refere aquele conjunto de métodos,técnicas,estratégias e/ ou exercícios que desenvolvem as aptidões e estimulam as atitudes criativas das pessoas em nível individual e grupal. Para o autor as técnicas exercem uma ação desintoxicante e lubrificante que impulsionam o comportamento criativo, mas é imprescindível que se estimule e através delas se rompa os laços inibidores, os obstáculos, os freios intelectuais, culturais e sociais, os princípios inalteráveis. Destaca que a criatividade pode ser desenvolvida, mas tem que ser praticada adequadamente através de técnicas que nos habituam a pensar, a imaginar e apresentar soluções originais e úteis para resolução de problemas. Aqui apresentamos algumas técnicas e programas que foram desenvolvidos por destacados pesquisadores com intuito de estimular o indivíduo para treinar tanto atitudes como habilidades específicas, relacionadas à criatividade. Algumas destas técnicas resultam de uma análise dos processos envolvidos no pensamento de indivíduos altamente criativos, mas todas contribuem para uma combinação de novas idéias e visam incentivar o uso consciente de procedimentos normalmente utilizados por indivíduos mais criativos. Algumas das técnicas conhecidas, entre outras, são as seguintes: 1) a Tempestade Cerebral, ou Tempestade de Idéias, ou Turbilhão de Idéias (TI), ou “Brainstorming” (Osborn, 1963; Prado, 1993; Goswami, 2008); 2) o “Chek-list” (Osborn, 1963), Metamorfose Total do Objeto, ou Árvore de Transformação Total (ATTO) (Prado, 1995); 3) a Sinética (Gordon, 1971); 4) o Relax Imaginativo (RI) (Prado, 1991), ou Indução ao Sonhar Acordado (Desoille; Jaoui, 1975); 5) a Listagem de Atributos (Crawford, 1945); 6) Perguntas Criativas (Torrance, 1963); 7) Biônica (Steele, in Torre, 1995); 8)Heuridrama (Moreno, 1948); 9) Ideogramação (Torre, 1987, 1995), etc.

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Além destas técnicas há ainda os programas que visam principalmente desenvolver as habilidades criativas do indivíduo sendo: 1) o Programa Parnes (1967,1977) de desenvolvimento do comportamento criativo; 2) o Programa de Pensamento Produtivo de Covington, Crutchfield e Davies (1966); 3) o Programa de Pensamento Criativo de Purdue (Gifted Education Resource Institute in the University of Purdue). Apresentamos uma síntese de algumas das técnicas citadas anteriormente, aquelas consideradas básicas para estimular o desenvolvimento da imaginação criadora sendo: a) a fluidez e produtividade verbal e ideacional, com o Turbilhão de Idéias (TI), ou Tempestade Cerebral ou “Brainstorming”; b) a flexibilidade mental, com a Metamorfose Total do Objeto, ou Árvore de Transformação Total de Objetos (ATTO); c) a originalidade, com a Sinética e o Relax Imaginativo (RI). Prado Díez (1987) em seu Manual de ativação criativa destaca da importância de estimular o potencial imaginativo criativo da criança através da utilização de técnicas adequadas , mas para isso será necessário que ocorram mudanças de atitudes do professor e do seu papel como educador em promover condições favoráveis ao desenvolvimento da criatividade na escola, especialmente junto ao aluno nas primeiras séries do ensino fundamental. Apresenta uma lista de dezoito ativadores criativos os descrevendo detalhadamente e orientando como empregá-los. Este autor apresenta uma síntese dos ativadores criativos ordenando-os nos seguintes tipos:

I- Procedimentos criativos de análise que são:1) turbilhão de idéias (brainstorming); 2) jogo lingüístico com palavras; 3) desestruturação de frases; 4) análises recreativas de textos; 5) leitura recreativa de imagem;

II- Ativadores criativos de busca e sínteses categorial são: 6) busca interrogativa livre; 7)interrogação divergente categorial; 8) flexibilidade/agilização mental total do objeto;

III- Procedimentos lógicos de solução, projetos e aplicação inovadores são:9) prós/contras previsão de conseqüências; 10) projetos vitais de ação; 11) biônica; 12) solução criativa de problemas;

IV- Técnicas criativas de transformação fantástica são: 13) metaforização analógica; 14) analogia inusual; 15) maquinas transformativa;16) metamorfose total do objeto; 17) relax imaginativo; 18) imitação transformativa de objetos, quadros, publicidade, etc.

Acreditamos ser a criatividade a promoção de identificações estruturantes das dimensões para a estruturação inconsciente, ou seja, para a formação da “personalidade” a uma socialização que supere os aspectos negativos do contexto e escape `a banalização ou a robotização. O bom desenvolvimento psicoemocional da criança e do adolescente depende de suas vivências e formas de canalização destas dimensões. As experiências clínicas como psicanalista e psicoterapeuta junto a jovens drogadictos comprovam que estes sofrem de profundas carências imaginativas e criativas, identificatórias e psicoafetivas.

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6 Criatividade e tecnologia desafio diante da globalização mundial Estudos sobre a personalidade de adultos criativos nas ultimas décadas tem proliferado pelo fato da sociedade atual vem exigindo pessoas cada vez mais criativas, como forma de sobrevivência diante da competitividade desenfreada desde o final do século passado. Com a globalização e o avanço tecnológico, sobressai um modelo de sociedade tecno-competitiva-consumista, disto emergem inúmeros problemas sociais, econômicos, psicológicos, crise de valores. A instabilidade econômica desencadeia um desemprego assustador, baixa a auto-estima, psicopatologias e mudanças na personalidade da pessoa. Diariamente se avolumam as dificuldades de sobrevivência do ser humano para ajustar-se ao seu contexto. A pessoa para vencer os obstáculos do seu cotidiano, tem que estimular o seu potencial criativo adormecido para encontrar soluções criativas e não vir a ser esmagado nesta imensidão coletiva da sociedade moderna, onde só serão vencedores os altamente dotados de uma estrutura de personalidade sadia, excelente formação profissionais e privilegiados economicamente em relação a grande maioria da população.

Uma nação soberana e livre é aquela que além de possuir bens materiais, riquezas econômicas pelas suas reservas minerais, possui uma imensa riqueza, um exercito de cérebros dotados de capacidades inventivas e originalidade criadora. A atual sociedade necessita de pessoas criativas que saibam canalizar seu potencial energético para um rendimento coletivo, e desenvolvimento de maior conscientização para os problemas sociais e a busca de formas criativas para solucionar seus problemas e da comunidade qual é participe, poder contribuir para construção de um futuro melhor. Todos somos criativos, mas nem todos têm a liberdade de expressar seu potencial de criatividade, se inibem por inúmeros fatores descritos anteriormente, que ocorrem desde a mais tenra idade e, sofrem restrições internas no âmbito familiar, na escola, no meio social. A criatividade reflete a liberdade apenas porque, além do propósito relativo, ela também é motivada por uma busca profunda de significado e um profundo sentido de propósito universal. A criança tem um imenso potencial criativo e imaginativo que freqüentemente é reprimido pelo tipo de educação adotada pelos pais no ambiente familiar e depois na escola. Na família a criança deveria conviver num ambiente onde é destacada a dimensão da criatividade na sua educação. Onde os pais promovam atitudes criadoras, estimulem as potencialidades individuais, contemple a originalidade, a apreciação do novo, a inventiva, a expressão individual, a curiosidade, a sensibilidade a respeito dos problemas do cotidiano, a receptividade e respeito de novas idéias entre irmãos e familiares, a percepção de melhor auto-direcionamento, o fortalecimento de auto-estima (Krowczuk, 1997; Vasconcellos, 1997).

A escola e a família conjuntamente devem cooperar e viabilizar ambientes facilitadores para um desenvolvimento saudável e aumentar o potencial da: 1)

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criatividade da criança, do jovem, estimulando as atividades imaginárias criativas (afetiva, plástica, musical, lingüística, lúdica, ideativa, cinemática, científica-mecânica, institucional organizativa), e a compartilhar socialmente, promovendo uma maior integração psicoafetiva; 2) promover atividades de identificações estruturantes através dos “modelos referenciais” de figuras parentais (pai e mãe) e professores. A descoberta do potencial criativo, e do rico imaginário do jovem é um fator importante para a sociedade em termos de ciência, tecnologias e desenvolvimento público e social.A criatividade nos negócios inicia pelo reconhecimento de que idéias inovadoras criam o capital. Acredita-se que o crescimento econômico é para o bem estar dos membros da sociedade. A criatividade nos negócios ‘ públicos e privados’ envolve o bem estar dos funcionários e, em realidade, da sociedade em sua totalidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Krowczuk (2005, p. 458, p.496) em um estudo realizado na rede de ensino médio de Porto Alegre, RS, Brasil, com objetivos se obter a emissão de auto conceito, a expressão de auto-percepção do potencial inventivo criativo, áreas e formas de manifestação de qualidades criativas em uma amostra de estudantes adolescentes (14 a 21 anos), para utilizá-los posteriormente em programas educativos de Prevenção ao uso e abuso de drogas. Os resultados mostraram uma originalidade com a descrição de um autoconceito, alto nível de consciência e percepção do potencial criativo e formas de manifestar as produções criativas. Os dados organizados possibilitaram deliniar/ traçar e revelar os Perfis Criativos nas Áreas mais destacadas pelos Adolescentes, por sexo. Estes são apresentados no Quadro Resumo I. Em relação ao autoconceito de imaginação criadora e do nível de consciência e percepção do potencial criativo e imaginativo expressado pelos adolescentes (n=1004) de ambos os sexos da amostra estudada (462 rapazes e 542 moças), evidencia-se que 88,74% dos estudantes do sexo masculino e 85,98% das do sexo feminino consideram-se criativos e imaginativos; mas 11,26% dos rapazes e 14,02% das moças revelam-se desprovidos de imaginação criadora, ou seja, manifestam um débil/ baixo autoconceito. Na comparação Autoconceito de imaginação criadora e nível de consciência e percepção do potencial criativo e imaginativo expressado pelos adolescentes das escolas do Grupo A (rede pública) e os do Grupo B (rede privada), evidencia-se maior concentração dos adolescentes que se consideram criativos e imaginativos; mas existe um baixo percentual que se revelam desprovidos de imaginação criadora, ou seja, manifestam um baixo autoconceito e desestima. Os resultados do presente estudo mostraram que, os adolescentes de ambos os sexos, positivamente expressam seu potencial criativo, imaginação e qualidades criativas como resultante de fatores individuais (capacidades e os estilos cognitivos, traços de personalidade, atitudes, valores e motivação), e das condições emocionais e sócio-ambientais (família, escola, comunidade), bem mais favoráveis para o

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desenvolvimento e expressão de suas‘Produções Criativas’em determinadas áreas reveladoras de seu potencial criativo e rica imaginação. Estes achados sobre “Criatividade enfoque na adolescência” estão de acordo com outros estudos apresentados aqui nos distintos enfoques teóricos, em especial, as abordagens: Cognitiva, Integrativas, Sociais e Históricas, Neurológica, Sistêmica, Múltipla, e Criatividade Quântica, divulgados a partir de 1900 até 2008, por relevantes cientistas já destacados. No presente estudo, quanto aos perfis criativos/criadores, evidencia-se que entre os gêneros masculino e feminino existem diferenças na forma de expressar seu potencial. Autoconceito de Imaginação Criadora, Qualidades Criativas Expressadas por Adolescentes de Ambos os Sexos Estudantes do Ensino Médio da Rede Pública e Privada de Porto Alegre – RS - Brasil Potencial criativo e Auto-conceito de Imaginação criadora 87,36 % dos adolescentes de ambos os sexos (n= 1004) se consideram muito criativos e imaginativos.

Perfís Criativos Áreas Destacadas Adolescentes

Sexo Masculino se destacam nas áreas: Sexo Feminino se destacam nas áreas:

. Musical e instrumental; . Artes plásticas, arquitetura;

. Artes plásticas; . Arte culinária;

. Informática; . Poética e literária;

. Arte culinária; . Musical-interpretação e composição;

. Poética e literária; . Confecção e tecelagem;

. Esportiva e lúdica; . Confecção e design;

. Comunicação; . Informática(desenho gráfico,programas);

. Design; . Dança e interpretação;

. Confecção e tecelagem; . Teatro;

. Arte dramática; . Esportiva e lúdica;

. Dança e interpretação; . Composição textos, peças teatro,cinema;

. Composição peças, textos p/ teatro; . Comunicação relações humanas, public.;

. Científica mecânica;. . Fotográfica;

. Lazer e turismo. . Lazer e turismo; . Arte Humorismo e ilusionismo;

. Canto;

. Paisagismo;

. Arte industrial e organizacional;

. Arte Origami.

Quadro Resumo I –Autoconceito de Imaginação criadora, perfil criador e potencial de criatividade, segundo Krowczuk, E.R. (2005). Tese de Doutorado.

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Os dados deste estudo mostraram adolescentes estudantes dos Grupos A e B que se autoavaliaram desprovidos de qualidades criativas, nenhuma imaginação, ausência de projeto pessoal de vida (11,26% dos rapazes e 14,02% das moças). Na análise relacional com outras variáveis do estudo “Drogadicção na Adolescência e Estilo de Vida”, ficou evidente a estreita relação bloqueio/ negação da percepção do potencial criativo e, manifestação real de imaginação criativa com “estilo de vida”, um comportamento auto destrutivo, escalada de consumo regular de múltiplas drogas de uso lícito (álcool, tabaco e medicamentos) e ilícitas (maconha, cocaína, alucinógenos, inhalantes aerosóis); baixa estima; desmotivação, história de fracasso escolar, ansiedade; vitimização; conflito nas relações parentais (pais, mães) e com professores, engajados em grupos de risco, contexto sócio ambiental desfavorável, exclusão social e escolar. Alguns estudos psicológicos sobre o desenvolvimento da criatividade na criança, adolescente e no adulto observaram mudanças qualitativas e quantitativas das capacidades criativas. Torrance (1968) observa três períodos de declínio na criatividade das crianças, sendo o primeiro em torno da idade de 5 anos; o segundo ocorre entre 9 e 10 anos, durante o período da 3ª e 4ª séries do ensino fundamental; o último período de declínio ocorre aos 13 anos, na adolescência. Segundo Lubart (2007), inúmeros estudos foram levadas em consideração à influência das variáveis: ambiente familiar (os estilos parentais, valorização); ambiente escolar, impacto da escolarização, estilos educativos, certas tarefas do pensamento divergente; ambiente cultural e social, pressões dos pares e do desenvolvimento da identidade na adolescência. Fica evidente que os adolescentes de ambos os sexos estudantes das escolas do Grupo A e os do Grupo B, em maioria são intuitivos, capazes de imaginar e criam oportunidades para inspiração em sua vida. Estes adolescentes sentem-se motivados para determinadas áreas da conduta humana, por serem dotados de qualidades criativas que podem expressar e demonstrar com liberdade seus níveis máximos de potencial criativo e de imaginação criadora nos distintos campos do saber e do comportamento, para os distintos tipos de processo criador: produzir, expressar criatividade, descobrir, inventar, inovar, co-criação. CONCLUSÕES Os resultados obtidos com este estudo “Criatividade na Adolescência”, possibilitou compreender melhor os fenômenos psicológicos associados à criatividade relevantes tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. Revelar tipo de perfis criativos que evidenciam serem bem dotados, com capacidades inventivas e originalidade criadora em múltiplas e diversas áreas de manifestação como musical; artes plásticas; culinária; gastronomia, literária, esportiva e lúdica; artes cênicas, teatro, humor, comunicação; tecnologia; ciência; cultura e política.

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Lubart (2007, p.19-20) de acordo “com a abordagem múltipla a criatividade depende de fatores cognitivos, conativos, emocionais e ambientais. Cada pessoa apresenta um perfil particular sobre estes diferentes fatores. Cada perfil pode corresponder mais às exigências de uma tarefa dada, assim os potenciais de criatividade de um indivíduo, em diversos campos de atividade, resultam da combinação interativa de diferentes fatores relacionados com as características necessárias para o trabalho criativo em cada campo de atividade. Algumas dessas potencialidades vão ser postas em evidência nas produções realizadas pelo indivíduo. A criatividade dessas produções é então avaliada dentro de um determinado contexto social”. O potencial de criatividade pode ser identificado ao medir cada fator necessário à criatividade. Um indivíduo pode ter um perfil que será mais ou menos ideal para a criatividade. Para proceder à identificação do potencial criativo de uma pessoa se necessita comparar o perfil de um indivíduo com o perfil dos componentes necessários à criatividade para uma tarefa específica. Vários testes de criatividade existentes se apóiam mais na avaliação de certas capacidades cognitivas, como o pensamento divergente. A avaliação do potencial criativo centrado em um ou alguns componentes criativos seria parcial e imprecisa. Nossa cultura científica, com sua ênfase materialista, tem generalizado o valor experimental do controle (e da predição). Acreditamos que uma avaliação completa do potencial criativo deve incluir as medidas cognitivas, conativas, emocionais e ambientais. Segundo Goswami (2008, p.322) “em conjunto com o multiculturalismo, devemos enfatizar múltiplas maneiras de processar a inteligência. Os atuais currículos escolares enfatizam demais o processamento intelectual lingüístico e lógico-matemático, negligenciando o processamento sinestésico, visual-espacial e musical. Uma abordagem mais abrangente não apenas ajudará estudantes com diferentes tipos de inteligência a aprender a lidar com a criatividade, como poderá facilitar muito a jornada criativa de adultos em uma idade mais avançada” . Nosso atual sistema educacional (ensino básico, médio e universitário) esta centrado excessivamente na resolução artificial de problemas, na resolução de problemas sem contrapartida no mundo real. Problemas da vida real costumam exigir soluções para as quais se deve mudar o contexto do problema manifesto. Os estudantes precisam de inspiração, imaginação e intuição para ultrapassar o contexto conhecido, ou seja, sua realidade. É imprescindível estimular os estudantes a desenvolverem uma rede de empreendimentos de sua livre escolha, e para isso vai exigir a inclusão dos pais na educação infantil, e também na adolescência, além de impulsionar os pais a serem criativos no âmbito familiar. Recordando que os estudantes ao estudarem e interagirem com a natureza vão ter a possibilidade de aprender a explorar e fazer sua conexão interior ( mundo interno), se tornando um ser autoconsciente na resolução dos problemas da vida real.

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Estou consciente que todos nós somos um SER único e multidimensional, com capacidades infinitas.O importante é saber manifestá-las em nossa vida diária ‘real’, e para concretizar ‘Produções criativas’ necessitamos proceder à ativação da sabedoria infinita. Em acordo com Goswami (2008, p.180) “o processo criativo é o encontro entre o ego e o self quântico, revelando-se como o jogo alternado entre informação e comunicação, transpiração e inspiração, forma e idéia”. A descoberta do conteúdo imaginário retido no inconsciente, e a interação de aspectos cognitivos, conativos, emocionais e ambientais favorecedores da criatividade do adolescente/ jovens e um fator muito importante. Todos visam enriquecer seu autoconceito, resgatar sua autoimagem pessoal e social, reforçar sua autoestima positiva para ter autonomia ao tomar decisões, capacidade para resolução dos conflitos próprios da idade, melhor auto controle diante das frustrações, não permitir ser excluído e firmar o direito a educação, e poder ser feliz ao realizar plenamente seu projeto de vida. O potencial de criatividade do adolescente deverá ser reconhecido pela família e corpo docente e assim canalizado na elaboração de materiais psicopedagógicos e planejamento de estratégias de recriação sócio-educativas em programas no âmbito escolar e comunitário.Estes devem contemplar a integração e participação do adolescente sujeito auconsciente, com autoresponsabilidade de suas atitudes e escolhas diante de sua vida pessoal e ecoplanetária. A descoberta do potencial criativo, e do rico imaginário do jovem é um fator importante para implementação de programas que potencializem adoção de um Estilo de Vida saudável de valorização da vida, Ecologia planetária, e da proposta de ações voltadas a Prevenção ao Abuso de drogas na escola, e de Projetos Sócio-comunitários de Educação para a Paz. Ações voltadas para redução da violência na escola e comunidade, da exclusão escolar e social, e Prevenção à marginalidade. REFERÊNCIAS

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