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Publicação com apoio da Federação Nacional dos Transportes Alternativos Ano 1 - número 0 Plenário do Senado aprova mototáxi Sem troco: a resposta da bilhetagem eletrônica no transporte público Nasce um novo VEÍCULO com a simples proposta de TE CONDUZIR a um dia-a-dia cada vez melhor! NESTA EDIÇÃO

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revista de transporte alternativo

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Page 1: Revista PontoAlternativo - PREVIEW 03

Publicação com apoio daFederação Nacional dos Transportes Alternativos

Ano 1 - número 0

Plenário do Senado aprova mototáxi

Sem troco: a resposta da bilhetagem eletrônica no transporte público

Nasce um novo veículocom a simples proposta de Te coNDuZIR a um dia-a-dia cada vez melhor!

neStA edição

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editorialO segmento do transporte coletivo merece atenção especial por parte da sociedade em geral, especialmente dos gestores das grandes cidades.Não obstante a isso, conforme a deficiência do setor aumentou a partir da década de 1990, cresceu também a necessidade das pessoas de serem transportadas, muito embora não se tenha pensado à época em conforto ou qualidade, mas apenas na locomoção. Esta lacuna ofereceu novas expectativas para cidadãos desempregados e aposentados, que colocaram seus automóveis nas ruas a serviço da população cobrando tarifa menor do que aquela praticada pelos ônibus - eles enxergaram aí uma oportunidade de compor a renda familiar ou simplesmente como forma temporária de sustentar a família. Passadas mais de duas décadas o tema transporte coletivo ainda gera acaloradas discussões, só que agora com a participação dos condutores do transporte alternativo que, graças as ações de empresários visionários e representantes da classe, conduzem veículos bem maiores que seus carros de passeio de outrora: estão ao volante de modernos micro-ônibus.Mesmo estando em condições de igualdade com as empresas de transporte coletivo, pelo menos sob a ótica da população que faz uso e que depende exclusivamente do sistema, estes condutores ainda não fazem idéia do papel que desempenham na engrenagem que sustenta a sociedade atual. E a Revista Ponto Alternativo é a mais nova ferramenta que chega para agregar valores profissionais, sociais e culturais à categoria, além de servir como elo de ligação junto aos políticos, empresários e pessoas que desconhecem a importância do transporte coletivo. É um espaço reservado para prestar serviço aos proprietários de veículos e seus representantes; para divulgar os fornecedores; para identificar os colaboradores ou qualquer pessoa que, de alguma forma, queira conduzir o segmento alternativo ao patamar de transporte profissional de qualidade. Porque o profissional não sonha, ele tem objetivos.

RevIsTA PoNTo AlTeRNATIvoEditor – Rogério Kruschessky (MTB/SP 37.499)Projeto Gráfico e Produção – dton deSiGnContato Publicitário – Albert SilvaColaboradores:Joaquim de Carvalho;Laura Ronca;Rogério Casagrande;Verônica Partinski.

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Edição – BimestralExemplares – 10 milApoio - Fenatral

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Já PensouSe a Moda Pega ?

Enquanto espero

12BIlheTAgem eleTRoNIcA : agilidade e modernidade

Um Dia,uma história

A nova profissão6

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Agora profissional, mototaxista

pode transportar passageiro em

meio ao trânsito.

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Depois de oito anos e extensas negociações com os parlamentares contrários ao serviço de mototáxi, o Senado aprovou no início do mês de julho o projeto de lei que regulamenta a profissão de mototaxista. Só falta agora a sanção do presidente Lula, que já se manifestou favorável à idéia.Segundo dados levantados pelo senador Expedito Júnior (PR-RO), existem no Brasil cer-ca de 2,5 milhões de condutores que trabalham em total informalidade e, sob seu ponto de vista, a profissionalização trará muitos benefícios à essas pessoas e seus familiares. Beneficiada também será a indústria de fabricação de motos, peças e equipamentos do setor, que deve incrementar suas vendas com as novas exigências. Os bancos devem au-mentar suas linhas de crédito para o segmento, assim como acontece com os veículos de grande porte para o transporte alternativo de passageiros.Para atuar na área de transporte de pessoas sobre duas rodas, o profissional precisa ter 21 anos ou mais, ser habilitado para conduzir motos há pelo menos 2 anos e usar colete com dispositivos para refletir a luz incidente durante a noite. O veículo também precisa de

m oToTá x I

Plenário do Senado aprova

Ponto ALteRnAtiVo / DESTAQUEPonto ALteRnAtiVo / DESTAQUE

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um equipamento de segurança, chamado popular-mente de mata-cachorro, para proteger o motor e reduzir a gravidade das lesões nas pernas do mo-tociclista em caso de acidentes. Ainda segundo a proposta aprovada pelos senadores em Brasília, o motoqueiro precisa ser aprovado em curso realiza-do pelo Conselho nacional de Trânsito, o Contran, que também deverá estabelecer as punições para quem descumprir a nova lei.De acordo com o projeto, a autonomia de decisões sobre regras mais específicas e a adequação às leis municipais ficam sob a responsabilidade das câmaras de vereadores das cidades brasileiras - as capitais, por exemplo, apresentam números eleva-dos em vítimas de trânsito com motociclistas, o que gera preocupação, principalmente na região sudeste onde estão localizados Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, líderes no ranking de mortes em acidentes com motos. Os números que comprovam o índice de mortalidade de passagei-ros e condutores sobre duas rodas foram forneci-dos pelo Ministério da Saúde e é a principal arma da Frente Nacional dos Prefeitos, FNP, que tenta a todo custo convencer o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a vetar o projeto de lei.

“Funciona em cidades pequenas, mas é uma ilusão achar que vamos resolver os problemas de transporte de massa nos grandes centros com motos”, argumenta o prefeito de Vitória e presidente da FNP João coser (PT).

Os representantes dos mototaxistas contestam: “Temos que separar o serviço de mo-toboy e de mototáxi. No nosso caso, o índice é baixíssimo”, afirma Luiz Car-los Galvão, presidente do Sindicato dos Motociclistas Autônomos do Distrito Federal. Surpreendente foi a posição do prefeito de São Paulo, gilberto kassab (Dem), que não descartou a possibilidade de permitir o transporte de passageiros em motos na capital paulista. “Já tive a oportunidade de me manifestar no sentido de fazer uma regulamentação bem específica”.Especula-se que os prefeitos, na verdade, são pressio-nados por taxistas e donos de empresas de ônibus te-merosos com uma possível queda em suas receitas.

seRvIço:

> 21 anos, no mínimo> 2 anos de habilitação para conduzir motocicletas> uso de coletes com dispositivos refletivos> moto com protetor de motor (mata-cachorros)Prefeito de

São Paulo é favorável aos mototaxisitas

Frente nacional dos

Prefeitos espera veto

de Lula

Favorável, Lula deve sancionar a profissão de mototáxi

Ponto ALteRnAtiVo / DESTAQUE

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Enquanto esperoToda semana é a mesma rotina para dona Sônia, uma senhora aposentada de 62 anos. Aos sábados sai de casa às 7 da manhã para fazer um passeio no centro de São Paulo, que tem início num dos cartões postais da cidade, o Mercado Municipal.Mas ela não vai sozinha. Sempre é acompanhada por uma amiga, que mora num bairro da zona leste da capital paulista, distante da região central. “A Verônica mora muito longe e demora para chegar, mas eu não ligo. Ela pega uma lotação até aqui.”, revela dona Sônia.A simpática senhora diz que as duas adoram comer o famoso sanduíche de mortadela que é vendido no Mercado. “Acho que eles colocam um quilo de mortadela no pão”. Mas não é só isso que dona Sônia vem degustar no local. “Também não dá pra resistir ao pastel de bacalhau daqui. É uma delícia.”, entusiasma-se a simpática aposentada.Enquanto a amiga Verônica não chega, dona Sônia toma sua água de coco natural sentada num banco de madeira próximo à uma das entradas do Mercadão. “Aqui é o local combinado pra gente se encontrar”. E sobre a água, aprendeu pela TV: “... uma nutricionista disse que é ótimo para a saúde tomar água de coco em jejum ...”

Ponto ALteRnAtiVo / COLUNAS

Enquanto a amiga não chega, dona Sônia mata a sede

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FAçA um gRANDe INvesTImeNTo.

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esTe esPAçoÉ se u.. .

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Um Dia, uma história

Já Pensou Se a Moda Pega ?

Mãe, loira, vaidosa e simpática. Assim é a paulistana Regiane, de 41 anos. Há alguns anos trabalhava como secretária num escritório da região central de São Paulo. Andava sempre alinhada, com roupas e sapatos combinando, perfumada, rosto maquiado e sobrancelhas feitas, cabelos arrumados, unhas pintadas. Mas não era feliz.Sentia-se melhor quando estava na rua, observando as pessoas indo e vindo, naquele ritmo frenético de cidade grande. Percebeu sua satisfação aumentada quando estava dentro do ônibus. Pelas janelas enxergava um mundo mais dinâmico e vibrante. E quanto mais gente via, mais vontade sentia em deixar o emprego.Num dia frio de dois mil e cinco, decidiu mudar radicalmente sua histó-ria. Resolveu aprender a dirigir carros maiores e logo tirou habilitação profissional. Largou o trabalho e conseguiu vaga numa transportadora. Dias depois, estava apaixonada pela profissão ... e por um colega. Depois de quatro anos, um novo desafio. Assumiu o volante de um ôni-bus, igualzinho aquele em que era transportada todos os dias e de onde sonhava com a cabeça encostada nas janelas. Não se importa com o trânsito caótico das ruas de São Paulo. Afinal, ama o que faz.E por falar em amor, o romance com o companheiro continua firme e forte.

Município de Cariacica, Espírito Santo. Desde cedo, todos os dias, Sebastião Breta trabalha duro como gari da prefeitura da cidade. Varrer as ruas e juntar o lixo para o caminhão recolher mais tarde faz parte de sua rotina diária. E no fim do mês recebe um salário mínimo para sustentar a família.Humilde, Sebastião é um homem bondoso e, sobretudo, honesto. “Acho esquisito pegar o que não é da gente”, repete sempre aos amigos.Numa tarde ensolarada, porém, foi testado pelo destino. Enquanto ajeitava um monte de sacos de lixo perto de uma árvore, avistou um malote de lona em perfeitas condições. Imaginou que havia sido jogado fora por engano. Curioso foi verificar o que tinha dentro e ficou paralisado. Acabara de encontrar muito dinheiro, uma quantia que jamais havia visto na vida. Agora pode-ria pagar as contas atrasadas e ainda sobraria o bastante inclusive para comprar um carro.Mas esta não foi a idéia de Sebastião. Ele vasculhou o malote e encontrou uma etiqueta com o nome de um homem. Perguntou nas redondezas pelo sujeito e o encontrou aos prantos, pois, havia sido roubado ao sair do banco. Mais de 12 mil reais.Nosso humilde gari, então, lhe entregou o malote que estava guardado no carrinho de reco-lher lixo. O homem enxugou as lágrimas, lhe abraçou agradecido e perguntou se ele não pen-sou em ficar com o dinheiro. Prontamente Sebastião respondeu: “Nunca. Desde a primeira vez que vi sabia que devia devolver”. E concluiu dizendo: “Quando não consigo pagar minhas contas fico doido. Pensava o tempo todo como estaria o dono do dinheiro, sem poder pagar suas contas”.Sebastião Breta, um brasileiro muito humilde, recusou a gorjeta oferecida e saiu satisfeito, como se tivesse cumprido sua missão.Tempos depois, recebeu o mesmo valor de presente dos moradores de Campinas, cidade do interior de São Paulo, que ficaram sensibilizados com a história e organizaram uma doação coletiva.Já pensou se todas as pessoas pensassem assim ? Já pensou se a moda pega ?

Ponto ALteRnAtiVo / COLUNAS

Regiane em sua nova profissão: amores revelados

Dinheiro no lixo: honesto, Sebastião devolveu ao dono.

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sem troco: a resposta da

bilhetagem

eletrônica no transporte

público

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A possibilidade de integrar vários pontos da cidade pagando uma única passagem.

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Para quem depende do transporte público urbano, quanto menor o tempo para se deslocar de casa para o trabalho ou para o local de diversão, menor também serão o transtorno e o mau estar causados pelo desgaste da viagem. E os percalços durante o trajeto são os mais diversos: ruas alagadas e esbu-racadas após dias chuvosos, excesso de veículos, acidentes de trânsito, manifestações em vias públicas, falta de troco.Mesmo num excelente momento de evolução tecnológica, com sistemas informatizados perfeitamente adaptados às necessi-dades do dia a dia, ainda existem cidades brasileiras em que o bom e ‘velho’ trocado é indispensável para o pagamento da ta-rifa no transporte coletivo de passageiros por meio de ônibus. Um contra-senso.

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Numa comparação pertinente, embo-ra se refira a uma área completa-mente distinta, é como refletir so-bre a frase popular “a ficha ainda não caiu ...” quando uma pessoa quer dizer que não entendeu um comentário. Certamente os mais jo-vens não sabem o real significado desta expressão porque não pertencem a geração que utilizava o ‘orelhão’, como era conhecido o tele-fone público, onde eram necessárias fichas para as ligações telefônicas. E já faz algum tempo, a cartela de fichas foi substituída por cartões com carga de tempo em minutos pré-estabelecidos.Da mesma forma funciona o transporte público. As catracas possuem um leitor capaz de identi-ficar o saldo do cartão, deduzir o valor da tarifa e liberar o acesso do usuário, além de atualizar o resíduo remanescente.Quais as vantagens em ambos os casos? Menos volume, menor peso nos bolsos, praticidade no manuseio e acondicionamento do cartão. E no caso específico dos ônibus, maior agilidade no embarque e desembarque de passageiros devido a ausência e consequente não necessidade de con-tagem do dinheiro. Isso somado a possibilidade de integração entre diversas linhas da mesma cidade com a cobrança de uma única passagem durante um tempo pré-determinado, ou tarifa diferencia-da quando se tratar de transporte intermunicipal. O empresário do setor ainda incrementa seus lu-cros com a redução drástica dos riscos de desvio de dinheiro e queda no número de assaltos, além da garantia de melhores condições para adminis-trar os recursos pois a informação da receita é imediata. Na contramão do progresso, enquanto as empre-sas do setor prometem mais avanços, as cidades que não utilizam o bilhete eletrônico no transporte público continuam contando suas moedas.

Ponto ALteRnAtiVo / BILHETAGEM

Orelhão: apelido veio da cabine do telefone público que lembra uma orelha.

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