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ÍNDICE: 2 A AGITAÇÃO ATUAL DAS GUERRAS RELIGIOSAS 7 P ARSIFAL DE OLHOS VENDADOS 11 O SEGREDO DO HOMEM 15 NOVOS IMPULSOS NO CAMPO DE TRABALHO DA ROSACRUZ ÁUREA 28 A CONQUISTA DA IMORTALIDADE 30 O JARDIM SAGRADO CHEIO DE FLORES, CORES E PERFUMES 32 CONSEQÜÊNCIAS DO TREI- NAMENTO DA VOZ E DA RESPIRAÇÃO 35 CINQÜENTA ANOS DE PAZ? 38 QUEM ACIONA OS FIOS DAS MARIONETES? 40 O PERIGO DA TELEVISÃO 1996 ANO 18 NÚMERO 1 A revista Pentagrama propõe-se a atrair a atenção dos leitores para a nova era que começou para o desenvolvimento da humanidade. O pentagrama sempre foi, em todos os tempos, o símbolo do homem renascido, do novo homem.Também é o símbolo do universo e de seu eterno devir, por meio do qual acontece a manifestação do plano divino. Entretanto, um símbolo apenas tem valor quando se torna realidade. O homem que realiza o pentagrama em seu microcosmo, em seu próprio pequeno mundo, permanece no caminho de transfiguração. A revista Pentagrama convida o leitor para operar esta revolução espiritual em si mesmo. © Stisch ing Rozekruis Pers. Reprodução proibida sem autorização prévia. PENTAGRAMA

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Page 1: Revista Pentagrama, Ano 1996, Número 1 · Logo que começou a fazer parte de uma tribo, o homem primitivo pôde man-ter-se graças à lei do mais forte. Nós ... nunca deixou de

ÍNDICE:

2 A AGITAÇÃO ATUAL DAS

GUERRAS RELIGIOSAS

7 PARSIFAL DE OLHOS

VENDADOS

11 O SEGREDO DO

HOMEM

15 NOVOS IMPULSOS NO

CAMPO DE TRABALHO DA

ROSACRUZ ÁUREA

28 A CONQUISTA DA

IMORTALIDADE

30 O JARDIM SAGRADO

CHEIO DE FLORES, CORES E PERFUMES

32 CONSEQÜÊNCIAS DO TREI-NAMENTO DA VOZ

E DA RESPIRAÇÃO

35 CINQÜENTA ANOS

DE PAZ?

38 QUEM ACIONA OS

FIOS DAS MARIONETES?

40 O PERIGO DA TELEVISÃO

1996ANO 18NÚMERO 1

A revista Pentagrama propõe-se a atrair a

atenção dos leitores para a nova era que

começou para o desenvolvimento da

humanidade.

O pentagrama sempre foi, em todos os

tempos, o símbolo do homem renascido, do

novo homem. Também é o símbolo do universo

e de seu eterno devir, por meio do qual

acontece a manifestação do plano divino.

Entretanto, um símbolo apenas tem valor

quando se torna realidade. O homem que

realiza o pentagrama em seu microcosmo, em

seu próprio pequeno mundo, permanece no

caminho de transfiguração.

A revista Pentagrama convida o leitor para

operar esta revolução espiritual em si mesmo.

© Stisch ing Rozekruis Pers. Reprodução proibida sem autorização prévia.

PENTAGRAMA

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Dentro de todas as criaturas huma-

nas vivem duas sensações instinti-

vas, que têm como base a ordem

dialética: a primeira é a sensação

de que o mundo é imperfeito; a se-

gunda, a sensação que é preciso

preservar-se dos perigos da imper-

feição, corrigindo-a ou suplantando-

a, a fim de criar a perfeição, o abso-

luto.

onseqüentemente, desde os temposmais remotos até nossos dias, o homemvem empenhando-se na luta contra operigo e na caça às imperfeições, paraconsolidar o círculo de sua existência.

Esta luta não foi sempre a mesma emtodos os lugares; e a caça revestiu-sede numerosos aspectos. A psique hu-mana logo se caracterizou por umagrande diversidade individual. Haviadiferentes espécies de ameaças, dife-rentes maneiras de encarar a proteçãoe a caça foi tomando variadas formas.

A ameaça poderia vir diretamentedos congêneres; ter causas incontrolá-veis, indefiníveis; e também muitas for-ças invisíveis podiam entrar em jogo. Eentão decidiu-se caçar e expulsar o pe-rigo principal e o que havia de mais te-mível no ambiente, conforme sua natu-reza.

Mas, na realidade, as reações dosseres humanos eram bem parecidasdiante do perigo e da caça que se per-seguia. Ora, isto sempre vai ser assim.O homem da massa ainda vive total-mente sob o impulso de seus instintosnaturais. Nosso ambiente nos estimulae vai determinando as ameaças quesentimos e a caçada que empreende-mos.

Nossas crianças sempre nascem

com os mesmos instintos e neste senti-do não há nenhuma educação formal. Osol se levanta e se põe, entra ano e saiano e não há nenhuma transformaçãofundamental. Na realidade, a ordemmundial continua exatamente a mesmaque a das épocas mais remotas. Entre ohomem moderno e Daah, o homem pri-mitivo — que fica grunhindo, sentadoem um tronco de árvore só porque estásendo ameaçado por enormes animaisferozes da floresta virgem e cutuca oestômago com seu polegar peludo por-que não conseguiu caçar nada e estámorto de fome — há somente uma dife-rença de grau.

Daah e o homem moderno têm osmesmos problemas. Os dois são exata-mente iguais. Pela eugenia — ciência domelhoramento da raça e da espécie,verdadeiro método de proteção — Daahnão tem mais o crânio fugidio, seusolhos são mais separados, a pele já nãoé tão peluda e os esforços intelectuaisque ele utilizou tantas vezes para caçarforam multiplicando suas circunvoluçõescerebrais, de geração em geração.

No restante, Daah continua sempreDaah. O homem primitivo tinha sua ma-ça, o homem moderno tem seu fuzil. Ohomem primitivo sentava-se em um tocode árvore, nós contemplamos o caosmundial encolhidos em nossa poltronade couro.

O homem primitivo ficava lamentan-do-se por seus medos e prazeres dacaça sob a luz da lua cheia. Pelos mes-mos motivos, o homem moderno vai àigreja, ou até o templo da Rosacruz Áu-rea para invocar um de seus ídolos.

Logo que começou a fazer parte deuma tribo, o homem primitivo pôde man-ter-se graças à lei do mais forte. Nósfazemos a mesma coisa com a “maioriaabsoluta” (que é a metade dos votos

A AGITAÇÃO ATUAL DAS GUERRAS RELIGIOSAS

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mais uma) e dizemos que isto é demo-cracia — o que no fim dá no mesmo.

O SANGUE

Quando realizamos pesquisas, des-cobrimos que todos os comportamentoshumanos, sejam políticos, sociais, eco-nômicos, religiosos e ocultistas são con-seqüências diretas dos instintos primá-rios. Tudo depende dos estímulos querepresentam os perigos, e da caçadaque empreendemos em nossa esfera deexistência.

É por isso que concluímos que, ape-sar de sermos aparentemente diferen-tes em método e modos, todos os sereshumanos têm a mesma motivação bási-ca, qualquer que seja o grupo político,religioso, econômico ou ocultista aoqual pertençamos.

Todos os homens estimulados pelosmesmos perigos e impulsionados pelasmesmas caçadas foram-se reagrupan-do desde as épocas mais remotas.Afinal, uma ameaça comum acarretaum interesse comum. E como se desco-briu bem rapidamente certos segredosdo sangue, o grupo pôde crescer à von-tade, graças à posteridade. Todos se fia-vam nesta ilusão: se todos os homensque estão vendo o mesmo perigo quenós empreenderem a mesma caçada,atingiremos a meta.

Se pelo menos um grupo tivesse po-dido dar a todos os humanos os mes-mos estímulos, teríamos descoberto amistificação muito rapidamente. Porémhavia grupos diferentes, estimulados demaneiras opostas. Logo um grupo sesentia ameaçado por outro, em suacaçada.

Além disso, ao lado da caçada funda-

mental, apareciam as caçadas inciden-tais. O grupo A sentia-se ameaçado emsuas metas pelo grupo B. Assim, A com-bate o grupo B e vice-versa; e os objeti-vos fundamentais eram rejeitados.

Aí está a causa de todos os comba-tes, de todas as guerras: a interaçãoentre o fundamental e o incidental. Secompreendermos isto, compreendere-mos também a loucura terrível que istorepresenta.

Achamos que a humanidade inteiranunca deixou de lutar, nem por um ins-tante. Os conflitos incidentais entre gru-pos que não têm os mesmos objetivosvão-se multiplicando de hora em hora.Os modos de conduzir a luta diferem,sem dúvida, mas tudo sempre acabacom a morte e o assassínio físico, morale espiritual.

Podemos oprimir os outros lutandopor ideais, por cristos, por dogmas, me-didas e doutrinas sociais, políticas oueconômicas. Podemos ferir-nos mortal-mente de todos os modos, com manei-ras civilizadas e refinadas, matandogrosseiramente, brutalmente, usandocomo anteparo natural a impessoalida-de do grupo. A multidão é sempre amaior criminosa. Fora da multidão, o in-divíduo jamais faz o que quer que seja.

A ASSINATURA

Agora, vamos dar alguns exemplos.Quando os comparamos, descobrimosque eles são bastante semelhantes.

Imaginemos que se trata de doismagnatas riquíssimos. Um, que subiuas escadas do poder vendendo produ-tos agrícolas; o outro, com suas fábri-cas. Ambos tornaram-se o que são,naturalmente estimulados pelas amea-

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ças que pesam sobre eles e o grupo,assim como por suas reações paraexpulsar e caçar estes perigos. Parachegar a suas metas, eles aprenderamuma ciência exata: a economia. Esta é abase racional sobre a qual eles estuda-ram os perigos em que poderiam incor-rer e a caçada a estes perigos.

Aconteceu um incidente: isto é inevi-tável, em razão dos interesses divergen-tes. Estes dois senhores, seguidos deseus grupos, se pegaram pelos cabelose levaram com eles milhões de pessoas.Portanto, há dois partidos: dois oposito-res e seu grupo, que dizem “suas teo-rias econômicas são incorretas” ou“seus métodos são maus; se vocês nãomudarem as coisas, nós vamos mudar”.

Mas, dentro destes grupos, há discor-dâncias e diversos movimentos de pes-soas que querem resolver as dificulda-des de acordo com seu próprio estímu-lo pessoal. Portanto, há lutas internasnos grupos de oponentes, e estas lutasarrastam milhões de pessoas. E isto vaicontinuando até que chegue um grupo ediga: “Nossa vontade é lei!” mesmo queseja por pouco tempo. Existe, portanto,um círculo vicioso em que passamos daditadura ao caos e do caos à ditadura.Na história do mundo, os grupos domi-nam ou são dominados, cada um noseu papel, alternando a sua vez.

METAFÍSICA

Até os dias de hoje, observamos gru-pos estimulados por problemas sociais,políticos ou econômicos: mas é bomobservar uma nova categoria, cujosrepresentantes também desempenham,se necessário, um papel na primeiracategoria. Pensamos naqueles que são

estimulados pela metafísica.Um grupo diz: “Alá é Alá e Maomé é

seu profeta”. Um outro proclama: “Deusé Deus e Brama é seu profeta”. Um ter-ceiro exclama: “O Senhor é grande eMoisés é seu profeta”, enquanto quealguns declaram: “Deus é Deus e Cristoé seu profeta; o profeta de Cristo é oPapa, ou Calvino, ou a Escritura”.

Hoje, todos estes grupos estão em-penhados em uma caçada fanática, emuma luta incidental terrível, horrivelmen-te sangrenta. Há alguns que, desde oinício de nossa era, são responsáveispelo assassínio de centenas de milha-res de pessoas: núpcias sangrentas, sa-tânicas, que chegam até a nossos dias.Aí está a colheita da metafísica manipu-lada pelos humanos.

“Mais do que terrível!”, gritam outrosgrupos formando uma terceira catego-ria. “Mais do que terrível, mas o homemé bom!” O homem é bom, e no entantofaz o mal. Como isto é possível? Por queisto acontece? Porque o homem nãosegue suficientemente o bem, e nãofoge diante da ameaça do mal.

Este grupo, esta terceira categoria,nos mostra como os estímulos naturaisque representam a ameaça e a caçadasão reconduzidos a sua simplicidadeprimitiva. Para encurtar a história, Daahvolta a ser Daah. Deixamos crescer oscabelos, vestimo-nos e alimentamo-nosde um jeito diferente e não-conformista,vivemos da maneira a mais natural pos-sível.

“Ser natureza na natureza, isto real-mente faz bem! Buscar o puramente hu-mano, encontrar o equilíbrio, querer bemaos outros, ser amável, dar aos outros,não se engajar para evitar aborrecimen-tos, ser somente um homem, um autên-tico, um homem sem complicações – ohomem é naturalmente bom!” Aí está

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em que se resumem as especulaçõeshumanistas desembaraçadas dos flo-reios e das confusões obscuras da lin-guagem científica e filosófica.

Ainda não entrou na consciência doshumanistas que o estímulo do perigo eda incitação à caçada têm uma única emesma origem. Quando mudamos ameta da caçada, somente obtemos umafelicidade temporária.

É um contra-senso, um non-sense.Quanto mais o homem se esforça paraatingir sua meta, mais ela se distanciadele.

Daah, o homem primitivo da nature-za, não era bom. Era um patife espu-mando e grunhindo, forçado a lutar paraviver. Quanto mais existe caçada, maisameaça existe (quanto mais cultura,mais corrupção). Quanto maior se tornao intelecto, mais numerosos são os as-sassínios.

Entre Daah com sua maça e Daahcom sua bomba atômica existe apenasuma diferença de grau. Entre Daah, comseus bíceps fortes como os de um boi, eo metafísico moderno não existe dife-rença. Como arma de caça, Daah utili-zava sua força muscular; o metafísicobrande sua teologia.

Quando Daah, depois de se encherde comida, dormia largado ao sol, ele sesentia muito bom. Tão bom que até dei-xava que uma mosca subisse na suapança enquanto ele ia seguindo o jogode luz que o sol desenhava nas asas enos olhinhos dela. Neste estado, Daahnão faria mal sequer a uma mosca.

Poderíamos imaginar que, resolven-do definitivamente os problemas econô-micos de alimentação e de vestimentas,Daah continuaria em um estado de ho-mem que comeu até ficar satisfeito.Daah, aquele que vive de rendas, seriabom, eternamente bom? De maneira al-

guma! Se Daah vivesse de renda e esti-vesse em uma situação socialmentecorreta, os limites de sua esfera de exis-tência se deslocariam, novos aguilhõeso cutucariam e ele ficaria novamentecomo antes, tão infeliz quanto perigoso.

TRANSFIGURAÇÃO

Demos um exemplo de dois gruposhumanos, dois pequenos esboços domundo das idéias no qual nós, que per-tencemos à Rosacruz Áurea, tambémestamos mergulhados. Nossa descriçãoestá longe de ser completa, mas semdúvida é suficientemente clara paraesclarecer a situação específica daexistência nesta natureza.

Se houver má-vontade com relação anós, pensarão, sem dúvida: “Agora, vãoquerer dizer que, no círculo de vida devocês ninguém é estimulado pela idéiado perigo, e que ninguém sai por aícaçando!”

Não temos esta pretensão. Pelo con-trário: nós bem que reconhecemos isto.No entanto, pertencemos, sem dúvida,a este número reduzido de pessoas queestudam de perto todos os elementosdestes dois conceitos — o perigo e acaçada— e chegamos à seguinte con-clusão: o perigo é inegável, e a caçadaé evidente. O perigo é real, é um fatoque não pode ser negado. Mas a caça-da é sempre especulativa: é como seatirar no desconhecido, na onda, noacaso.

O perigo é a imperfeição, a lei básicada natureza. A caçada é a conseqüên-cia direta desta lei — da ação da lei doperigo e da imperfeição.

Não é saindo para caçar que vamosescapar do perigo. Se nos jogarmos

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nesta caçada, vamos ficar como umabola, jogados de cá para lá, e vamosprolongar a miséria. Portanto, nós dize-mos não: não vamos sair para caçar.Não fazemos parte de nenhum grupo oupartido de caça.

A ameaça continua. Como evitá-la?Neutralizando nossa existência, esva-ziando totalmente a esfera de nossaexistência natural.

Será que isto é um suicídio? De jeitonenhum. O suicídio elimina apenas umaparte de Daah. O elemento essencial deDaah continua e volta ao circuito.Depois de muita miséria e sofrimento,ele recomeça sua existência: um amorde bebê em um berço cor-de-rosa!

Abolir a existência é nossa meta —antigamente, esta meta chamava-se

endura. Alguém que conhecemos e quenão participava de nenhuma espécie decaça falava que isto é renascimento.Nós preferimos falar de transfiguração:esta é a meta da Rosacruz Áurea.

Vindes conosco? Maravilha! Se não,deixai-nos em paz, como vos deixamosem paz.

Qualquer pessoa que quiser poderealizar o processo de transfiguraçãoem perfeita franco-maçonaria pessoal.Assim como o relógio indica o tempo,cada esfera da existência mostrará oresultado deste processo com a preci-são de um cronômetro.

Jan van Rijckenborgh

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PARSIFAL DE OLHOS VENDADOS

Aquele que entra no templo da

Rosacruz Áurea é como um Parsifal

de olhos vendados. Supomos que

ele está em busca do Santo Graal,

quer dizer, em busca da fonte de

uma vida totalmente diferente, em

busca do verdadeiro homem. A Es-

cola Espiritual da Rosacruz Áurea

sempre vai atrair o buscador e sem-

pre vai interessar-se por ele. Entre-

tanto, ela não vai ter nada a dizer

para o homem que acredita que po-

de cumprir seu destino neste mundo

(com uma humanidade como esta

que está manifestando-se atual-

mente).

uem está buscando há muito tempo,de horizonte a horizonte do mundo overdadeiro objetivo da vida, querendorealizar o homem verdadeiro, este écomo um Parsifal de olhos vendados.Em seu imo, ele sabe que este pontocentral de toda a vida pode, deve serencontrado: e esta compreensão oenche de energia. Ele está buscandoa felicidade, a verdade, a Luz. Mas,enquanto seu mundo continuar nastrevas, suas mãos vão tatear o desco-nhecido. Muitas vezes ele se agarra ailusões sem valor. E está semprecaminhando em direção à aventura,como Parsifal. Em sua ingenuidade,ele vai andando sem rumo, entre bar-rancos e abismos, pois geralmente émuito mais fácil descer do que subir.

NINGUÉM ESTÁ CONDENADO A

CONTINUAR PRESO

Este é um sinal característico domundo de hoje. Vemos como o declíniodo mundo está aumentando nas corescruas da vida. Muitos buscadores rea-gem adotando este ou aquele estilo devida mais ou menos estranho; ouentão, afundam na mais pura indiferen-ça. Quem não se perde nos barrancose nos abismos da busca somente con-segue sair deles quando chega suahora e se vê de repente na EscolaEspiritual da Rosacruz Áurea, ondeouve estas palavras libertadoras:“Ninguém está condenado a continuarpreso no abismo; o caminho de liberta-ção, o caminho do Santo Graal, aí estápara cada um daqueles que realmenteo estão buscando. Mas o primeiropasso consiste em arrancar a vendados olhos!”.

Esta é a coisa mais importante quea Escola Espiritual empreende em pri-meiro lugar com o candidato: ela oensina e o ajuda a arrancar sua venda.De fato, enquanto ele estiver com osolhos vendados, vai ficar buscandoseu caminho na escuridão e não vaipoder atingir seu objetivo, e nemsequer vai poder enxergá-lo, a não serde longe.

Muitas coisas estão acontecendoneste mundo. Há uma busca intensa ehá muita gente oferecendo muitaspedras em vez de pão. O sofrimento físi-co é tão incomensurável que eclipsatodas as grandes epidemias do passa-do. O sofrimento psíquico também éenorme: padecimento da alma, padeci-mento por ver seu mundo ruir em todosos sentidos, por ver as colunas aparen-temente inabaláveis de sua existênciaruírem como em um imenso terremoto.A vida cotidiana, a vida pública, conti-nua a correr sem parar, passando porcima de tudo isto.

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EM BUSCA DO

DESCONHECIDO

Vivemos em um tempo em que omeio ambiente está em “emigração”.Muitos abandonam a segurança do lar,pegam a estrada para o desconhecido eficam vagando no deserto, em busca deum novo porto para se apegarem, deum novo lugar para fazer uma parada dedescanso. Muitas destas pessoas queestão buscando são como Parsifal:estão com os olhos vendados, mas es-tão buscando o Santo Graal. A EscolaEspiritual lhes mostra que o Santo Graalé o núcleo central, a fonte e a força deonde emana o novo estado de vida. Eeste estado de vida é o objetivo final,que só podemos encontrar por meio daalma-espírito, que é o objetivo final doverdadeiro devir do homem incluído noplano divino.

Mas o homem-eu erra enormementeao pensar que é ele, sua própria perso-nalidade, quem poderá encontrar e pos-suir a alma-espírito. Ele diz: “Estou bus-cando. Eu estou buscando a Deus, euestou esforçando-me para compreenderos mistérios, eu estou buscando acausa e o objetivo de minha existência”.Apesar de sua aspiração pura e de to-das as suas possíveis qualidades de al-ma, ainda é a personalidade que conti-nua no centro de seus pensamentos ede suas lutas, nesta busca.

Como ele poderia buscar? Qual é suamotivação? Afinal ele não é um Parsifalcom os olhos vendados? Com certezaele é impulsionado pelo sofrimento daalma e por seu ser interior. Mas é umbuscador com uma consciência pura-mente dialética e com uma mente pesa-damente carregada, na maioria dasvezes. Como um Parsifal de olhos ven-dados, ele é impulsionado pelo sofri-mento da alma, mas está ofuscado,cego, por sua consciência-eu.

O PROCESSO QUE FAZ CAIR A

VENDA DOS OLHOS

Então, ele entra no Castelo do Graal,o Corpo-Vivo da Escola Espiritual, por-que ele busca o Santo Graal, mas porenquanto ele ainda não pode avaliar esondar o valor total e o significado doCastelo do Graal. É por isso que a Es-cola Espiritual acompanha e assiste ca-da candidato no processo que faz comque a venda caia. Ele vai reconhecendopouco a pouco todo o esplendor doCastelo do Graal e vai compreendendoo significado do Corpo-Vivo da EscolaEspiritual para o caminho do discipula-do.

Em um primeiro tempo, ele sente pro-fundamente a presença da venda dian-te de seus olhos e isto marca uma revi-ravolta em sua vida. Ele se dá conta deque sua mente desempenhou um papelmuito importante em sua pesquisa e emsua busca, mas que é a própria mente,em grande parte, que forma esta venda.

Sua mente e tudo o que ela produz oliga incessantemente a sua consciên-cia-eu, que por sua vez dinamiza suamente, o que fecha o círculo viciosoonde gira sua vida. Assim é o homem,assim é sua visão do mundo, sempreindissoluvelmente ligada a seus pensa-mentos. É por esta razão que é muitoimportante que cada um de nós tenhaconsciência do objetivo de sua busca, eque permaneça consciente disto. Quecada um de nós nunca pare de se per-guntar: “Será que minha presença naEscola Espiritual, o Castelo do Graal,realmente se explica pelo sofrimento deminha alma? Será que estou sendoimpulsionado realmente pela voz daalma, a alma que treme só de constataros sofrimentos do mundo e os caminhosindignos do homem, por onde a humani-dade ameaça entrar? Em resumo: seráque é a total falta de perspectiva de vidaque me trouxe para o Templo daRosacruz Áurea? Será que eu estoucompreendendo verdadeiramente aspalavras de Cristo: ‘Meu Reino não édeste mundo’? ”.

Os dois mil anos que ficaram paratrás nos mostram que esta advertênciadireta do Cristo e dos que vieram antes

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dele não foi compreendida, e que hojeainda é menos compreendida do quenunca. O pensamento e a reflexão inte-lectual, mesmo que sejam dinamizadospela voz da alma, estão mais ou menossubmetidos a certas influências e tra-zem a marca de tudo o que ocupou ahumanidade no passado, nos domíniosda religião, da filosofia, do esoterismo,da ciência e da ética. Principalmente emnossa época, quando estamos presosna tempestade de novas idéias emtodos estes setores, Parsifal está cor-rendo muitos perigos inéditos, e estáarriscado a ser arrastado em novos labi-rintos.

Os alunos da Escola Espiritual tam-bém. Mesmo que possuam uma aspira-ção abrasadora, geralmente ficam en-roscados em seu intelecto sobrecarre-gado. No caminho do discipulado, éprincipalmente a mente, influenciadapela vida, pelas experiências, pela edu-cação e talvez também por sua pesqui-sa esotérica, que forma a venda diantede seus olhos. E é isto que explica porque o buscador não pode seguir espon-taneamente a voz interior da alma, a vozda rosa-do-coração, e a ela se abando-nar. Então nós começamos a argumen-tar, a especular, a analisar, e jogamosuma série de jogos com nosso intelecto,continuando a girar em círculos, com osolhos vendados, no Castelo do Graal.

ACEITAÇÃO OU RECUSA DAS

CONSEQÜÊNCIAS

O aluno que se encontra em um esta-do de espírito como este, que não quer(ou que não pode) aceitar a ação autên-tica do discipulado, compara-se a Pi-latos que, por pura consideração inte-lectual, pergunta ironicamente a Cristo:“Sim, mas o que é a verdade?” É a filo-sofia que afirma que tudo é relativo,tudo é uma questão de ponto de vista.

Entretanto, a razão profunda destapergunta é que o interrogante bem quevê a verdade, mas não quer ou não

pode segui-la, pois não quer (pelo me-nos não ainda) aceitar suas conseqüên-cias. Da parte dele, segue-se logo umjulgamento totalmente dialético e umgrave erro interior.

Para aquele que deseja realizar aalma-espírito, apresenta-se a exigênciado tudo ou nada. E este “tudo” está ocul-to, escondido dentro do próprio homem.Trata-se de escutar e seguir o chamadoda voz interior. É por esta razão que aEscola Espiritual apresenta o evangelhocrístico, não como um objeto exterior aoaluno, mas como um caminho evangéli-co a ser seguido interiormente e a sercumprido dentro de si mesmo.

A Escola Espiritual começa colocan-do cada aluno diante do caminho deJoão, da própria essência do estado dehomem-João. Se, nesta fase, ele estiverdisposto a tirar sua venda, ele estarápronto, como João, a colocar sua cabe-ça no cepo. A auto-rendição consciente,absoluta e total à força poderosa darosa-do-coração, ao princípio central dodevir do novo homem, representa ogrande passo do caminho. É o começode um novo processo de vida, no decor-rer do qual o aluno passa por novas ex-periências de modo especial e cientifi-camente gnóstico.

Nossa existência, assim como a detodos os nossos semelhantes, ressente--se da completa falta de perspectiva. Elaé absolutamente estéril enquanto nãoconduz e não chega à realização doestado de alma-espírito. Somente quan-do a alma-espírito desperta é que todosos estímulos dialéticos se acalmam e oplano divino se cumpre em nós.

O caminho de João, perante o qual aEscola Espiritual coloca seus alunos, étotalmente direcionado a partir deCristo. Não devemos pensar em um per-sonagem histórico, mas na luz sobre aqual o prólogo do Evangelho de João dátestemunho: “A luz brilha nas trevas”. Aterra inteira está a serviço desta luz.Sem esta luz, nada podemos. Todas asescrituras sagradas dão testemunhodesta luz. Cristo é a luz astral libertado-ra e salvadora. É a pura luz astral dentro

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da qual e pela qual acontece nossorenascimento, o renascimento do novohomem em seu devir.

Esta luz pode ser assimilada peloprincípio central do microcosmo. É estaa força que o Corpo-Vivo da Escola Es-piritual da Rosacruz Áurea irradia, comoum potente campo de radiação gnósti-ca. E, em seus templos de luz, ela tocao aluno bem diretamente. Mas ela so-mente pode manifestar-se como forçase ele aceitá-la em total auto-rendição.É isto que dá um significado muito pro-fundo, para o buscador da verdade, aestas palavras do Evangelho de Cristo:“E os olhos deles se abriram e eles oreconheceram”. Neste momento, Parsi-fal arranca a venda de seus olhos e des-cobre o Santo Graal.

A Direção Espiritual InternacionalA. H. van den Brul

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Leonardo da Vinci, o célebre pintor,

arquiteto, escultor, engenheiro e

pesquisador italiano (1452-1519),

nos leva até o centro do segredo

do ser humano, em um de seus

desenhos mais conhecidos, o

“Número áureo”. Aí ele dá a chave

do verdadeiro renascimento espiri-

tual, isto é, a ressurreição do

homem-deus.

O SEGREDO DO HOMEM

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oje, a palavra “renascimento” tem a-penas o significado de revivificação dasartes e das ciências, deste movimentoque aconteceu no fim da Idade Média.Este fenômeno começou na Itália eespalhou-se por quase todo o mundoocidental da época. Quando vamos bus-car as causas, descobrimos que muitaspessoas desta época orientaram suabusca e suas pesquisas tendo em vistauma renovação interior, uma renovaçãoque se expressou por meio da arte, daciência e da religião.

Como pano de fundo deste movimen-to, havia uma grande aspiração a umrenascimento espiritual, ao restabeleci-mento espiritual do homem original que

ameaçava perder-se na matéria. A revi-vificação da arte e da filosofia antigas foicolocada a serviço desta aspiração àperfeição. “Ad fontes” — o retorno àsfontes — foi o lema da época.

Estimulado por esta busca da verda-de, Leonardo da Vinci representou ocaminho de libertação em seu “NúmeroÁureo”.

REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA DO

RESTABELECIMENTO DO HOMEM

Leonardo da Vinci utilizou aqui certasestruturas que aparecem na antiga sim-bologia germânica. São sinais gráficosgravados em pedaços de madeira, demetal ou de pedra. Os sacerdotes e assacerdotisas usavam estes grafismos,entre outros, para interpretar o destino.Inúmeras inscrições foram encontradasem objetos pré-históricos na Escandi-návia e nas Ilhas Britânicas, mas estessinais também são conhecidos em ou-tras partes do mundo. É surpreendentecomparar estes grafismos e o desenhoelaborado por Leonardo da Vinci, emque ele se serviu de alguns destessinais como base para o número áureo.

Um antigo grafismo escandinavo, ouruna, mostra as linhas de força que es-tão ativas no ser humano. Elas dão umaimagem da construção do corpo e dalinguagem usada na época. Geral-mente, a árvore simbolizava o homem.Muitos mitos narram como o homemnasceu de uma árvore. O tronco simbo-liza a coluna vertebral que contém ofogo serpentino. No Edda, que é umacoletânea de cantos escandinavos doséculo XII, o freixo é considerado a pri-meira árvore da terra. Ele representa aárvore do mundo, é a imagem originalda árvore do Paraíso e do sistema dosagrado fogo serpentino. Esta árvore foiderrubada e, como o homem perdeusua divindade, tornou-se apenas umasombra, formada pela matéria terrestre.

Entretanto, o tronco seco do sistemado fogo serpentino pode transformar-se

O símboloda ressurreição

H

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na cruz da vitória pela endura: o sacrifí-cio que o ser terrestre, perdido, faz emnome da nova alma em crescimento. Acruz e a ressurreição estão ligadas. Ocaminho da cruz é a base do processode transfiguração, pelo qual o homemdivino renasce e se estabelece nova-mente. Este é o significado puro do re-nascimento.

Leonardo da Vinci expressa por meioda imagem este caminho de restabele-cimento. Se, em seu desenho, substi-tuirmos os dois membros por linhas re-tas, veremos surgir o sinal do renasci-mento. A linha vertical corta a linha dosbraços estendidos, formando assim acruz. É a ponte entre a personalidadedialética e o novo homem em desenvol-vimento, simbolizado pelo sinal da res-surreição. Assim, a cruz e a ressurrei-ção são a mesma coisa. Este símboloduplo oculta um duplo segredo: o velhohomem e o caminho da renovação total.

Da unidade nasce a multiplicidade.Os duplos membros do desenho deLeonardo da Vinci fazem pensar na dua-lidade que se expressa na existênciaterrestre. Dentro do homem moram doisseres: um, que é o vestígio da vida ori-ginal, oculto no princípio adormecido nocoração; outro, é o ser terrestre, com-pletamente ocupado em satisfazer seusdesejos e ambições eliminando tudo oque é estranho a sua natureza. Nomomento em que este ser terrestre,duplo, segue seu caminho da cruz, tudoo que é efêmero e provisório torna-seuma base para a renovação.

O símbolo da ressurreição é compos-to pelo símbolo da vida e pelo símboloda morte: esta árvore, que se enraíza naterra, eleva sua coroa (sua copa) até omundo divino. O caminho de libertaçãocomeça na existência terrestre, na natu-reza da morte, que é o reflexo da natu-reza divina.

Se a árvore da vida for colocada decabeça para baixo, seus galhos vãocrescer na lama da matéria e a árvorese torna estéril. A natureza da morte, omundo do nascimento, da vida e damorte, ao qual pertence tudo o que exis-

te, é dominado pelas forças gêmeas dobem e do mal. Nascimento e mortemantêm em movimento a roda da exis-tência.

O HOMEM CRUCIFICADO

No centro do símbolo da ressurreiçãoencontra-se o homem crucificado. Não éum homem morto, mas um homem quecrucifica sua vida na força de Cristo, quemuda a direção de sua vida em umareviravolta total, determinando assim oretorno de toda a criação. Este homemestá, por assim dizer, “pregado” emseus três centros mágicos: o timo, cor-respondendo ao coração, o plexo solar,correspondendo ao umbigo, e o plexosacro, onde se acumulam todos osaspectos cármicos. O homem terrestrenão sabe que está preso a estes cen-tros, que serão purificados e renovadospela luz original, a luz crística, no decor-rer de um processo alquímico.

O QUADRADO DE CONSTRUÇÃO

DO NOVO TEMPLO

A cruz está inserida dentro de umquadrado que significa que ela estácolocada na matéria. O homem biológi-co, conduzido por seu próprio instinto deconservação, usa erradamente as for-ças criadoras. São estas forças criado-ras que formam o centro do quadrado.As atividades profanas ou ímpias doplexo sacro o ligam ao campo da exis-tência dialética. É por isso que as trêsraízes da runa da morte dirigem-se parabaixo, para a terra. Este quadrado danatureza dialética deve ser transforma-do pelo caminho da cruz em um quadra-do purificado, sobre o qual o novo ho-mem finalmente é construído. Assim, ovelho homem cria o espaço para edificarCristianópolis, a Jerusalém celeste, oestado de vida divino, para abrigar anova alma imortal. O centro natural do

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O símbolo da vida

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O símbolo da morte

corpo material e de seus corpos sutiscorresponde ao umbigo e ao plexo so-lar. É o lixo da roda à qual o homem es-tá ligado enquanto viver exclusivamentedas forças da natureza terrestre. Ligadoa esta roda, ele está condenado à mor-te, por sua própria natureza terrestreperecível. A natureza terrestre deve ani-quilar-se para que a nova vida possanascer. Este é o caminho de João, quetodos os buscadores sérios devem per-correr um dia. As raízes da runa da mor-te representam a morte da antiga natu-reza pela transmutação alquímica, aendura.

A endura é o caminho no decorrer doqual a antiga vida abre espaço para anova alma desperta, simbolizada pelosímbolo do homem que representa aressurreição do Filho de Deus, a glorifi-cação da cruz. No desenho de Leonar-do da Vinci, o homem tornou-se igual aeste símbolo, o que significa que sua vi-da terrestre está unida ao Espírito San-to. Os braços estendidos para o altomostram que ele recebe o Espírito Di-vino.

Há uma relação entre o símbolo dohomem, o símbolo do Carneiro e a esta-ção em que se celebra a festa de Pás-coa, a festa do Cordeiro. “Emanuel”, De-us em forma de homem, é o nome peloqual os profetas do Antigo Testamentochamam a Cristo.

O PENTAGRAMA, SÍMBOLO DA

NOVA VIDA IMORTAL

A cicatriz do umbigo agora é o centroda estrela de Belém. Os braços se er-guem acima do quadrado da matériaterrestre e tocam o círculo da eternida-de. A cabeça se eleva na esfera das es-trelas. O novo homem se posiciona co-mo um pentagrama áureo, eleva-se co-mo um ser alado no interior do círculoperfeito de seu corpo renovado. Qua-drado e círculo se interpenetram e for-mam uma unidade. O “soma psychic-kon”, a veste áurea nupcial, já está teci-

do. É o corpo que permite ao novohomem entrar no campo de vida origi-nal, depois de ter vencido a naturezainferior e a morte.

O SÍMBOLO DA RESSURREIÇÃO

No interior do quadrado e do círculo,o homem se mantém dentro do signo daressurreição. Com um gesto sacerdotal,ele estende os braços para abençoar.Ele já se despregou da cruz da antiganatureza: a árvore da vida divina já estánovamente estabelecida. A luz solar danatureza superior, em sua aurora, incitaos novos brotos a se desdobrar.

O símbolo da ressurreição também éo símbolo do ELAN, o cervo sagradocujos galhos simbolizam o poder mentalrenovado. Na mitologia, o homem origi-nal divino, o homem ressuscitado, é an-drógino; é o ser que mantém aberto ocaminho da volta para o campo de vidadivino depois da queda.

O segredo do homem e da verdadei-ra arte é a transformação do chumbo vilda matéria terrestre no ouro luminosodo Espírito. Esta é a mensagem quepodemos ler no célebre desenho deLeonardo da Vinci; e neste sentido, estaé uma das jóias da corrente de testemu-nhos do plano divino de salvação.

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NOVOS IMPULSOS

NO CAMPO DE

TRABALHO DA

ROSACRUZ ÁUREA

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MUITOS PROJETOS, GRANDES

E PEQUENOS, FORAM

REALIZADOS NOS SEGUINTES

PAÍSES, EM 1995: BRASIL,CANADÁ, FRANÇA, GRÉCIA,HUNGRIA, ITÁLIA, CROÁCIA,

HOLANDA, ALEMANHA,POLÔNIA, PORTUGAL E SUÍÇA.

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15 DE JANEIRO, EM ATENAS

Em pleno centro da capital grega, naaltura do Licabete, entre as ruas Hipó-crates e Asclépios, encontra-se umaconstrução do século XIX: é o Núcleode Atenas. A inauguração aconteceu napresença de alunos da França, daSuíça, da Alemanha e da Holanda. Otemplo foi construído para acolher cercade 50 pessoas e também possui umabiblioteca, uma sala de silêncio, umapequena sala de reuniões e um escritó-rio. O endereço é : Odos Batatzi, 4.

SEGUNDO NÚCLEO DA POLÔNIA,EM KATOWICE

No dia 21 de abril de 1995, o Núcleodo Sul da Polônia abriu suas portas. Olocal, com cerca de 110 m2 está situadoperto da estação, no primeiro andar deum prédio tranqüilo, no núcleo de umconjunto que conta com 8 milhões dehabitantes. Por enquanto, o novo Nú-cleo pode receber 60 pessoas, mas jáestão previstas algumas ampliações.

26 DE MAIO EM PÈCS,NA HUNGRIA

Em outubro de 1991, um grupo dealunos de Pècs, a 200 km de Budapest,recebeu a autorização de encontrar umNúcleo. No centro desta cidade de180.000 habitantes, eles alugaram umlocal para onde instalaram um templode 28 lugares, que logo ficou muitopequeno. Graças à sustentação finan-ceira, tanto interna como externa, elespuderam adquirir uma casa que foi res-taurada e para onde se mudaram na pri-mavera de 1995. Foi no dia 26 de maiode 1995 que o 5º Núcleo húngaro foiconsagrado para sua tarefa.

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À esquerda:futura sala de reuniões emVarsóvia, naPolônia.No alto:plano geral doNúcleo.

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Plano e vista externa do Núcleode Grenoble, na França.

9 DE SETEMBRO EM GRENOBLE,NA FRANÇA

No espaço de 8 meses os alunosfizeram de uma loja de 95 m2 um Núcleodotado de todo o conforto. Ele estásituado no bairro “Les Eaux Claires”,próximo da auto-estrada Paris-Lyon-Genebra. O Templo se encontra nosfundos e pode acolher 50 pessoas.Quatro grandes aberturas dão para ojardim fechado. O púlpito, a instalaçãoelétrica, os banheiros e a pequena cozi-nha foram inteiramente construídos pe-los alunos.

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3 DE JUNHO, LISBOA, PORTUGAL

É perto do Tejo, no segundo andar deuma velha casa da rua dos Bacalho-eiros, que está instalado o Núcleo deLisboa. O Templo prevê 90 lugares e po-de ser utilizado como sala de conferên-cia. Em caso de necessidade, podemosdispor de uma salinha de reunião. ADireção do Núcleo elabora atualmenteinúmeros projetos para expandir o tra-balho de Portugal.

FREIBURG E SEU NOVO NÚCLEO

Em 26 de agosto, foi inaugurado onovo Núcleo de Freiburg, na AlemanhaMeridional. Estas instalações, situadasna rua Brombergstrasse, 170, estão nocentro da cidade, em um bairro tranqüi-lo. Eles podem acolher cerca de 80 pes-soas. Este Núcleo oferece também pos-sibilidades de ampliação.

Odos Batatzi 4,em Atenas, naGrécia.

Brombergstrasse170, Freiburg, naAlemanha.

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No alto: Zagreb,na Croácia. Nocentro, à esquer-da: Sutton, noCanadá. À direita:Pècs, na Hungria.Em baixo: jardimdo Centro deConferências“Fênix”, em LagoaSanta (MG), noBrasil.

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EM ZAGREB, NA CROÁCIA

A 20 km de Zagreb foram construídasas modestas instalações do campo detrabalho croata. Realmente não foi fácilencontrar um local. Assim como em Var-sóvia, em Zagreb há muito poucas es-colhas e os preços são muito altos. Estanova etapa é da maior importância parao campo de trabalho croata e sua futuraexpansão.

LA NUOVA ARCA, ITÁLIA, 7 DE OUTUBRO

DE 1995, SÁBADO.

“Eis que virão dias em que estabele-cerei uma nova aliança...” (Hebreus,8:8).

A 7 km de Dovadola, situa-se o pri-meiro Centro de Conferências italiano. Éum local excepcional. É aí que, há dois

A equipe da cozi-nha no Centro deFênix, no Brasil.

Centro deConferências “La Nuova Arca”, na Itália

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mil anos, os primeiros cristãos que seencontravam nos arredores de Ravenaforam perseguidos. Ao longo da históriaaí surgiram muitos espíritos esclareci-dos: Dante Alighieri, (1265-1321);Giordano Bruno (1548-1600); TomasoCampanella (1568-1639). Em 1º deagosto de 1909, diante da prefeitura deDovadola foi colocada uma estátua emmemória de Giordano Bruno, que haviasido queimado em Roma como herege.Giordano Bruno e Campanella foramconsiderados os precursores e os mes-tres da Rosa-Cruz alemã.

A difusão da doutrina gnóstica atualna Itália começou em 1980. Um ano de-pois, aconteceu a primeira conferênciapública em Milão, onde foi aberto o pri-meiro Núcleo italiano, em 1983. Rapida-mente foram sendo abertos os Núcleosde Turim, Nápoles e Roma; depois, a ati-vidade propagou-se até Bolonha,Pádua e Oristano. No dia da inaugura-

Ao alto: o Núcleode Varsóvia estáno primeiroandar. No centro:vista de “LaNuova Arca”, naItália. Em baixo:O novo Centro deConferências deFênix, no Brasil.

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ção, a 6 de outubro, foram recebidosamigos, famílias, fornecedores, e autori-dades locais, a quem foi apresentado otrabalho gnóstico atual. “La Arca Nuo-va”, a Nova Arca, encontra-se no alto deuma montanha de onde se pode olharpara todos os lados e ver as magníficaspaisagens entre Bolonha e Ravena. Oconjunto compreende duas alas deconstrução e a torre de entrada do cen-tro. O Templo pode abrigar cerca de 180pessoas, assim como o refeitório e osdormitórios.

NÚCLEO DE VARSÓVIA, PRONTO

30 DE MARÇO DE 1996

Varsóvia, na Polônia, tornou-se umacapital em plena expansão. É a porta daEuropa do leste. Os alunos alugaraminstalações de aproximadamente 240m2 e mudaram-se para lá. É um templopara 150 pessoas, com uma bela salade contato, um escritório e salas de reu-nião. A inauguração aconteceu em 30de março de 1996.

CENTRO DE CONFERÊNCIAS “FÊNIX”,EM LAGOA SANTA, BRASIL

A 30 km de Belo Horizonte em umterreno de cerca de 11.000 m2, foi cons-truído um centro de conferências queinclui um prédio especial para o Traba-lho da Mocidade. Atualmente, a bibliote-ca serve como templo, enquanto seespera o templo definitivo, previsto para450 pessoas, e que estará terminado nofinal de 1996. Em seguida, virá a cons-trução dos dormitórios, previstos para200 pessoas.

NOVOS NÚCLEOS BRASILEIROS

Em novembro de 1995, foram termi-nados os Núcleos de Lorena e de Vitó-

ria. Agora, o Brasil conta com 10 Nú-cleos. Em São Paulo, Brasília, Belo Ho-rizonte, Rio de Janeiro, Patos de Minas,Marília e Fortaleza há Conferênciasmensais de renovação; e em Itapetinin-ga, Lorena e Vitória, serviços domini-cais. Em Bauru, Ponta Grossa, PortoAlegre (a 1.250 km de São Paulo), Sal-vador, Cuiabá, Belém, Manaus (a 2.100km de Brasília) e Campinas há aulas decontato para o público em geral. Para osalunos brasileiros é comum viajar doisdias para assistir a uma conferência e irembora em seguida. A distância entreSão Paulo e Fortaleza, por exemplo, éde 3.000 km, o que eqüivale à distânciaentre Helsinki e Bucareste, ou entreLondres e Istambul, ou entre Renova eAtenas.

Núcleo Vitória

Núcleo Lorena

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À esquerda: projetopara a entrada doNúcleo deOldenburg, naAlemanha. Embaixo: primeira faseda construção, emOldenburg.

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CENTRO DE CONFERÊNCIAS

DE SUTTON, NO CANADÁ.

Em 10 de novembro, os alunos doCanadá francês adquiriram um terrenode 30.000 m2 nas montanhas de Ver-mont, próximo à fronteira dos EstadosUnidos. Além disso, alugaram (com di-reito de compra) 4 hectares de florestaque cercam o terreno. O prédio atualcompreende um refeitório e dormitóriospara 80 pessoas. Atrás dele, está pre-vista a construção de um templo para150 pessoas. Os trabalhos de renova-ção do refeitório e da cozinha já come-çaram e o Templo ficará pronto no outo-no, pois as condições climáticas nãoestão favorecendo a construção.

REFORMAS NA ALEMANHA

DO NORTE

Os Núcleos de Brunswick e de Kielforam bastante ampliados em 1995.Atualmente eles estão com 500 e 360m2, respectivamente. O Núcleo deBrunswick se encontra na parte históri-ca da cidade, e o de Kiel perto do Caisda Escandinávia. Em Kassel, os alunosalugaram um prédio de 350 m2 na zonapara pedestres da cidade. Quando ostrabalhos terminaram, em fevereiro de96, este Núcleo estava preparado paraacolher 180 pessoas.

O terreno doCentro deConferências deSutton, Canadá.

Página 24, àesquerda: a salado Núcleo deBrunswick, naAlemanha.À direita: nosegundo andar, oNúcleo de Kassel.

Primeiro projetopara o terceiroCentro deConferências daAlemanha.

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UM TERCEIRO CENTRO DE

CONFERÊNCIAS NA ALEMANHA

Foi em 15 de novembro de 1995 quefoi comprado o terceiro Centro de Con-ferências da Alemanha. Ele está situadona floresta de Altenkirchen, na região deWesterwald, a meio-caminho entreFrankfurt e a bacia do Ruhr. O terrenopossui cerca de 24 hectares e tem seupróprio acesso por Birnbach. Atualmen-te aí se encontram 5 prédios e uma pe-quena escola. A planta representa o pri-meiro projeto de construção do conjuntodos Templos e dos dormitórios.

COMPRA DE UM PRÉDIO PARA O

NÚCLEO DE OLDENBURG

O grupo de Oldenburg comprou umprédio de dois andares, bem perto dacidade de Oldenburg. Esta compra foiinteiramente financiada pelos alunos.Este novo Núcleo poderá abrigar 180pessoas. É o primeiro Núcleo da Alema-nha do Norte que é propriedade do Lec-torium Rosicrucianum. Todos os outrossão alugados. Os trabalhos serão finali-zados em 1996.

No alto:Bergen opZoom, o 14ºNúcleo holan-dês. No centro:construção donovo Templo,em Benin, naÁfrica. Embaixo: entradalateral doNúcleo deEdea, naRepública dosCamarões, naÁfrica.

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BERGEN OP ZOOM, 14º NÚCLEO

DA HOLANDA

O número de alunos do sudoeste daHolanda é grande. Por isso, agora po-dem contar com seu próprio Núcleo. Em“Blauwe Handstraat”, a rua da MãoAzul, eles alugaram uma área de 210m2, onde foi instalada uma bela sala queserve de Templo e de sala de reuniõespara 125 pessoas. Um outro cômodopode também servir de sala de reuniõese o campo de Trabalho da Mocidadecontará com uma sala especial. A inau-guração deste 14º Núcleo holandês es-tava prevista para abril de 1996.

NOVAS CONSTRUÇÕES NA REPÚBLICA

DOS CAMARÕES E NO BENIN

Na República dos Camarões (Áfricado oeste), mais precisamente em Edea,que fica a uns 200 km ou mais deYaoundé e a 50 km do grande porto deDouala, está prevista a construção deum templo. Segundo o projeto, ele pode-rá estar pronto em fevereiro de 1996.Perto de Djéregbé, a cerca de 25 km deCotonou, que é a capital do Benin, foicolocada a pedra fundamental do Tem-plo de um futuro Centro de Conferên-cias. Esperamos que ele também possaestar terminado neste ano.

NOVOS LIVROS EDITADOS PELA

ROZEKRUIS PERS

Em 1994, foi editado pela RozekruisPers o primeiro livro traduzido em russo:A Gnosis Universal, de Jan van Rijcken-borgh e Catharose de Petri. A RozekruisPers editou 72.000 exemplares, entreeles 36 títulos em alemão, inglês, fran-cês, grego, húngaro, italiano, holandês,russo, espanhol e sueco. Em 1995, fo-ram editados 45 títulos em 12 línguas(inclusive polonês). No total, foram edi-

tados 85.000 exemplares, entre eles oprimeiro livro traduzido para o tcheco: AFilosofia Elementar, de Jan van Rijcken-borgh. Em 1995, a revista Pentagramafoi editada em 11 línguas, à razão de15.000 exemplares por número.

UM CENTRO DE CONFERÊNCIAS EM

KAMIENSK, NA POLÔNIA

Depois de 6 anos de busca, os alu-nos compraram um terreno de 11 hecta-res no centro da Polônia, no início dejaneiro de 1996. Esta compra foi finan-ciada pelos fundos de construção, parao qual contribuíram muitos amigos docampo de trabalho polonês. Neste terre-no — que parece bastante com o deNoverosa, no início — há alguns prédiosgrandes e 24 casas de verão. A direçãopolonesa, em colaboração com aAlemanha Setentrional, fez planos parainstalações que possam abrigar 600pessoas. É preciso reformar tudo com-pletamente, mas o objetivo é poder rea-lizar as Conferências de Renovação apartir de julho. Este primeiro Centro deConferências polonês é de fácil acessopor trem ou de carro — assim como aocampo de trabalho russo.

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Planta do Centrode Conferências doBenin.

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Conta-se que nos Upanishadas um

homem que estava em busca da

verdade, chamado Nachiketos, dis-

se a Yama, o Senhor da Morte:

“Quando alguém morre, há sempre

uma dúvida. Uns dizem que a pes-

soa está morta, outros que ela não

está. Ensina-me, eu quero saber a

verdade. Diz-me o que se passa no

além”.

as o Senhor da Morte não abre seussegredos aos indignos. Por isso, ele pro-vou Nachiketos, respondendo-lhe:“Pede-me o que desejares: ser dono deum grande país; ser um rico proprietáriode gado, elefantes, ou cavalos; ou en-tão, pede-me para desfrutar de vida lon-ga, acompanhada de todas as alegriasdifíceis de se juntarem neste mundo demortais — eu te concederei tudo isto.Mas, Nachiketos, não me perguntes na-da a respeito da morte!”

E assim Nachiketos reagiu a esta ten-tação, dizendo: “Quais são, ó Deus daMorte, as alegrias que privam os senti-dos de sua acuidade? Guarda teus can-tos e tuas danças. A possessão não traznenhuma alegria. Quando alguém tecontempla uma só vez, nenhum bemvale mais. Entretanto, continuamos vi-vos desde que tu nos ordenes. É por is-so que eu continuo fazendo a perguntaque já te fiz”.

Yama, tendo reconhecido nesta pala-vras de Nachiketos que ele era um sin-cero buscador, apressou-se em expli-car-lhe o mistério da morte: “Tu renun-ciaste com firmeza e sabedoria à satis-fação de teus desejos terrestres, a tudoo que constitui a coluna deste mundo –uma vontade sem freio. Saiba que exis-te um reino ao qual eu não tenho aces-

so, no qual eu não tenho nenhum poder,onde sou desconhecido. Quem entrarneste reino triunfa da morte e se tornaimortal”.

Mas Nachiketos, impulsionado pelodesejo de encontrar a solução do enig-ma da vida, continuou perguntando:“Diz-me, ó Yama, o que vês além damorte e da vida, além do passado e dofuturo!”

“Aqueles que estão cheios de suaprópria sabedoria vagueiam na ignorân-cia, pois eles só pensam na existênciaterrestre e não no mundo divino. Elesacreditam saber bastante, mas sempreacabam sob meu poder”, disse Yama.

E ele instruiu Nachiketos, dizendo: “Oser humano deve escolher entre doiscaminhos que não têm o mesmo fim,mas que sempre estão diante dele: a ig-norância ou o que é conhecido como asabedoria”.

COMO CHEGAR AO VERDADEIRO

CONHECIMENTO

“É difícil chegar ao conhecimento quese reporta ao mundo superior. Muitosnão estão habilitados a perceber nadadisso. E muitos daqueles que podem,não chegam a discernir verdadeiramen-te. No coração humano habita o antigodeus Brahma, também chamado deAtman. Ele é menor que um átomo,maior do que tudo o que é grande, eter-no, sem começo nem fim. Quem perce-be Atman atinge o saber supremo, sa-ber que não é possível obter por meiode sacrifícios, curiosidade, ou raciocíniológico. Quem não quer renunciar ao cur-so errado de sua vida não conhece apaz interior; o tormento mora em seucoração, que não pode chegar à verda-

A CONQUISTA DA IMORTALIDADE

M

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deira sabedoria. Mas aquele que conse-gue alcançar a paz, liberto de todos osdesejos, haverá de contemplar o es-plendor de Atman pela graça de Brah-ma. Ele alcança a felicidade, Nachi-ketos! Para ele, o reino da imortalidadeé aberto. Ele está libertado do Dragãoda morte por toda a eternidade.”

A Kathaka-Upanishad indica clara-mente uma das bases da Doutrina Uni-versal, o princípio das duas ordens denatureza: o Reino da Morte como princí-pio de tudo o que é manifestado, e oReino da Eternidade, como princípio donão-manifestado.

O REINO DA MORTE

Tudo o que é manifestado é limitadopelo espaço e pelo tempo, pela causa epelo efeito, e portanto está submetidoàs mudanças. Ora, o que é submetido amudanças pertence ao reino da “igno-rância”. É por isso que a Morte diz:“Quem vive nas trevas da ignorância caisempre sob o meu jugo. Fica acorrenta-do a uma existência enganosa e doloro-sa, renascendo sem parar, e sempremorrendo”. Mas a maioria das pessoasnada sabe sobre esta realidade. Não sediz que: “Ninguém conseguiu vencer amorte?” Ora, é justo o contrário. Não háninguém que já não tenha morrido mui-tas vezes antes de voltar a esta vida.Melhor ainda: os vivos e os mortos vi-vem dentro das mesmas fronteiras, se-parados somente por um véu.

A consciência-eu está ancorada namatéria densa e, em princípio, não temacesso ao reino dos mortos. Para ela, amorte é a última fase da vida terrestre. Écom os olhos nesta triste realidade queJób clama (14: 1,2,7,10,14): “Ó homemnascido de mulher! Sua vida é curta, e ésempre agitada. Ele nasce, é cortadocomo uma flor. Ele foge e desaparececomo uma sombra... Uma árvore temesperança: quando a cortamos, elarenasce, ela ainda produz alguns bro-tos... Mas o homem morre, ele perde

sua força; o homem expira, e onde eleestá? Se o homem que morre pudessereviver...”

Todo o tipo de técnica pode desvelaro subconsciente para a consciência co-mum. Muitos se esforçam para chegar aconhecer suas vidas passadas e parasaber qual foi seu ciclo de vida e demorte. Deste modo, eles tomam por evi-dente e certo que a morte não é um fim,mas uma porta para uma existênciaposterior. Nachiketos, entretanto, nãoestá procurando fazer a ligação entreuma vida passada e a vida seguinte. Eledeseja a sabedoria divina para com-preender a razão do curso cíclico desua vida. Ele quer saber como vencer opoder da vida mortal e atingir a imortali-dade, a vida eterna.

OS NOVOS PODERES ANULAM

A LEI DA ANTIGA VIDA

Para começar, a Morte estabelecemuito claramente que é impossível com-preender ou descrever a vida imortal pormeio do intelecto. A consciência nascidade uma natureza fechada sobre simesma e composta de elementos destamesma natureza não pode ultrapassaros limites. Yama não pode indicar ocaminho que leva à imortalidade, eNachiketos é o homem que deve segui--lo até o fim. Conduzido por um desejoprofundo e sincero, ele deve atravessaro deserto de sua própria ignorânciapara atingir o limite de suas possibilida-des terrestres. O que se encontra pordetrás de tudo isto lhe será revelado nocaminho, e ele irá obtendo os poderesque lhe permitirão ultrapassar a frontei-ra que separa a existência mortal davida imortal.

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Onde o espírito sai do terrestre rumoao celeste, do corporal ao espitirual.

COLHE A ROSA ENTRE

OS ESPINHOS

Ao leitor:

Se, ao ler meus versos, guardares ocoração frio, teu coração ficará maisfrio ainda. Mas se tens o coração cheiode amor, arderás como o fogo que fazarder minha Musa e que abrasa meuamor.

I. O PÁSSARO NA GAIOLA

O Senhor está atento ao pássaro nagaiola; e, por sua vez, o pássaro nagaiola está atento ao Senhor e lhe dáseu canto como oferenda.

XXXII. LEVANTA, Ó TU QUE DORMES

Homem imortal! Por que este torpor?Tu que nasceste para a eternidade, deonde vem um sono tão pesado?Levanta-te, abre os olhos, arranca de tia sonolência que te abate: o Reino dosCéus exige uma força viril!

XIX. SAIR DE NÓS MESMOS PARA CHEGAR

A DEUS

Rejeita as trevas, se queres ser preen-chido pela Luz. Não queres abrir-te aDeus? Renuncia ao amor do mundo, atodas as esperanças em ti, a todas asesperanças no mundo e em toda acriação — então tua esperança perma-necerá com Deus e somente em Deus.

IX. O AMOR REVIVIFICA TODAS

AS COISAS

A quem atribuir a maior força, a maiorglória: ao Cristo ou à Serpente?A Serpente tem o poder de tudo matar;o sangue de Cristo, de tudo revivificar.Mais forte que o inferno, mais forte queo ódio, é o Amor. A Água eterna é maisforte que o fogo. A Luz expulsa todasas trevas, a vida expulsa toda a morte.O Amor mortifica para o bom fim e oAmor conduz à vida!

O JARDIM SAGRADO, CHEIO DE

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XXXVII. O LÍRIO ENSINA OS MORTAIS

Ó, homem mortal, tu que desabrochascomo a flor, como ela murchas e apo-dreces na terra! Olha-me: elevo-me dosolo e me posiciono em direção aocéu; contempla meus pistilos de aça-pão. Vê a ordem, a textura, a forma deminhas pétalas e quantos remédiosrescendem de mim! Nenhuma artepode imitar minha cor; nunca sentistesperfume igual ao meu. A meu lado, épálida a glória de Salomão. Minhabrancura é a honra da virgindade ima-culada. Vivo e morro, mas ressuscitoda morte. E a primavera me dá vida, oinverno cruel me mata.Homem mortal, considera-te observan-do minha imagem viva. Aprende, comminha pureza, a viver e a morrer **.Minha vida é breve, a tua não é maisdo que isto! Menospreza o que é pere-cível. Vem comigo e eleva a cabeça daterra rumo às alturas. Olha-me e deplo-ra teu destino: nós dois desaparecere-mos!Com o que perece, eu pereço; com oque retorna, eu retorno. Do mesmomodo que eu morro, tu morres, assimcomo todas as coisas criadas. Domesmo modo que eu ressurjo damorte, tu ressurges dela.Por tua vida e tua conduta, continuaem agradável perfume a Cristo, comomeu perfume que penetra tuas narinas.Cresço e desabrocho para ti; verdejo,floresço e perfumo. Cresce e florescedo mesmo modo na nova vida. Eumorro completamente. Diz-me onde seoculta a vida que foge e retorna.

FLORES, CORES E PERFUMES*

** Estas idéias também se encontram emJacob Boehme e Angelus Silesius.

* Extraído de: O Mistério da Cruz(1732). O autor, Douzetemps, eraum protestante francês que se refu-giou na Suíça por causa de sua fé.Acusado de ter tentado envenenarAugusto, eleitor da Saxônia e rei daPolônia, ele foi preso no forte deSonnenstein. Diz-se que, durantesua prisão, ele escreveu uma sériede poemas herméticos em latim.Dentre estes, a Redação de Pen-tagrama escolheu alguns que sãoapresentados em uma tradução emforma de paráfrase.

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Muitas razões podem levar alguém

a querer treinar sua voz e sua respi-

ração. Por exemplo: para cantar me-

lhor, para criar alguns efeitos, para

influenciar conscientemente um au-

ditório, ou para colocar seu sistema

biológico em equilíbrio com as for-

ças da natureza. Mas tentemos

mostrar o que se passa quando sub-

metemos nossa respiração e nossa

voz a um certo treinamento.

á pessoas que se esforçam em modi-ficar sua personalidade por meio de e-xercícios. É certo que este tipo de méto-do dá satisfação àqueles que estãocompletamente voltados para a vidamaterial. Deste modo, é realmente pos-sível burilar as asperezas da personali-dade, ou até mesmo fazer com que de-sapareçam completamente. A persona-lidade torna-se muito mais agradável doque é na realidade, e mais habilitada ater sucesso na sociedade. A maioriadestes métodos didáticos e pedagógi-cos é desenvolvida com esta finalidade.

A respiração está ligada ao sistemanervoso simpático. Em condições nor-mais, cada um respira para estabelecero estado de equilíbrio necessário. Oritmo e a profundidade da respiraçãosão determinados pela necessidade deoxigenar o sangue e estão mudandoconstantemente. A respiração é um pro-cesso absolutamente individual, quereage a todos os impulsos e emoçõesda alma, dirige os processos energéti-cos do corpo e está sempre sintonizadaa seu estado interior. No caso de tensãonervosa, a respiração se acelera e mui-tas pessoas procuram aliviar-se suspi-rando profundamente para restabelecero equilíbrio e neutralizar o stress. Na

maior parte do tempo, este processo re-gulador acontece de forma totalmenteinconsciente.

Deste ponto de vista, a respiração éum ato mágico, uma expressão da vidada alma. Pela utilização consciente decertas técnicas respiratórias, nós inter-ferimos no processo natural de reaçãoespontânea às influências que agemsobre o sistema nervoso simpático.

TÉCNICAS RESPIRATÓRIAS PARA ELIMINAR

CONFLITOS INTERIORES

Há alguns métodos que permitemadaptar a respiração a certas condi-ções. O Pranayana acentua principal-mente a retenção da respiração pelotempo mais longo possível. Outros mé-todos utilizam o estado de transe, algu-mas danças ou a hiperventilação. Esteúltimo método visa principalmente satu-rar o sangue de oxigênio durante umcerto tempo, o que faz descobrir novoshorizontes. Mas será que é prudenteaprender, por exemplo, a manter a res-piração em caso de stress para relaxarmomentaneamente o organismo?

Quem já batalhou bastante na dialéti-ca e quer consagrar-se ao verdadeiroobjetivo da vida, percebe que este tipode técnica pode ser bastante nocivo aodesenvolvimento espiritual correto.

Mas, quem não aspira à harmonia e àpaz da alma? Não é normal que opte-mos pelo método mais rápido de relaxa-mento? De qualquer modo, este métodonão elimina os conflitos psíquicos que osistema nervoso manifesta. Os sinto-mas exteriores que servem para atrair aatenção para os desequilíbrios, forçama buscar a causa dos conflitos, para re-conhecê-las e fazer com que desapare-

CONSEQÜÊNCIAS DO TREINAMENTO

DA VOZ E DA RESPIRAÇÃO

H

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çam. Entretanto, se o homem modernopode facilmente escapar a este confron-to com o auxílio de técnicas e de meiosque lhe trazem um alívio temporário, elemascara assim a verdade de sua pró-pria existência, pois as verdadeiras cau-sas continuam intactas.

DESARMONIA FUNDAMENTAL

DA SOCIEDADE

Inalando o oxigênio pela respiração,absorvemos também gases nobres etodos os tipos de substâncias e de ra-diações que enchem a atmosfera. Todasestas substâncias e radiações penetramno sangue pelos pulmões e aí vão agin-do. Mas, quando os pensamentos, aspalavras e as ações estão voltadosexclusivamente para as esferas inferio-res, impuras, animais, então assimila-mos radiações e substâncias que estãoem concordância com elas. A esferaindividual é preenchida por estes ele-mentos que determinam qual será aetapa seguinte para a personalidade.Assim o pensamento e a atividade es-tão em estreita relação com nosso cam-po de respiração. E, como o campo devida terrestre atual da humanidade édiametralmente oposto ao campo devida original, os comportamentos susci-tados pela atmosfera que nos rodeiatambém o são. É por este processo quese dá a desarmonia fundamental docampo de vida terrestre.

Mas o ser humano também pode re-ceber as radiações puras que Deus en-via para ele. Todos os seres humanossão banhados por estas radiações, queapenas esperam ser recebidas. Elas“chamam” a todos, por assim dizer, e in-citam a um desenvolvimento espiritualque conduz para além dos limites mate-riais. Como elas são assimiladas aomesmo tempo que as forças terrestres— com a condição de que sejamosreceptivos a elas — podem desenca-dear um grande conflito interior. Ora,este conflito, esta desarmonia, é a cruz

à qual a humanidade está pregada. É osímbolo do tormento incessante queimpulsiona tantos seres humanos a bus-car uma saída. No evangelho, Cristo diz:“‘Eu não vim para trazer a paz, mas aespada!” Este conflito interior é a conse-qüência da queda, e do Plano de socor-ro a ela correspondente, concebido peloCriador. Somente quando o homemsouber colocar seus atos e pensamen-tos em harmonia com os influxos purosdeste plano divino é que o campo deoposição se desintegrará.

DESENVOLVIMENTO DE UMA NOVA

RESPIRAÇÃO

Todos nós somos mantidos artificial-mente, por assim dizer, em um estadode tensão: somente um comportamentobasicamente diferente pode libertar-nos.Quem consegue assimilar as radiaçõesrenovadoras do plano divino, conseguenormalizar os conflitos inerentes a suaexistência. É claro que é um processoque exige todo o nosso esforço e toda anossa atenção. Alguns exercícios respi-ratórios podem dar uma impressão depaz e de equilíbrio, enquanto que inte-riormente as paixões continuam a cau-sar um mar de sentimentos contraditó-rios. Neste caso, não somos mais doque um “sepulcro caiado, cheio deossos e de veneno”! Evitar sentimentospor meio de técnicas respiratóriasjamais pode dar resultados duradouros,nem aniquilar os efeitos do karma. Pormeio dos exercícios respiratórios, tenta-mos forçar uma situação sem mudá-laverdadeiramente em nosso interior. En-fim, estas práticas somente podem da-nificar os diferentes corpos do homem.

As técnicas forçadas de dicção e can-to também podem ter conseqüênciasprejudiciais. A influência das radiaçõesregeneradoras do plano divino é freadaquando o eu, a personalidade, se recu-sa a entregar-se e escolhe o caminhoinverso, tentando armar-se. O que é de-terminante, é o motivo que nos impulsio-

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na a aprender. O conferencista ou omúsico que tenta neutralizar a esfera deinfluência da personalidade em proveitodo desabrochar da nova alma não vaitreinar sua respiração ou sua voz paraaperfeiçoar-se, mas para melhor atingirseu auditório e colocá-lo diante denovas possibilidades espirituais.

À medida em que o único conflito daexistência se aclara no caminho de li-bertação, o campo de respiração vai pu-rificando-se progressivamente, e a res-piração torna-se harmoniosa e a falaperde sua rudeza dialética, sem se for-çar. Realmente, quando atingimos o ob-jetivo da vida, a respiração e a fala tes-temunham este novo estado de cons-ciência que é o resultado delas.

Redactie Pentagram,Renova, Maartensdijkseweg1,NL-3723 MC Bilthoven

Caras leitoras, caros leitores

Se aí, no campo de trabalho daRosacruz Áurea existirem novos im-pulsos, como os que tratamos nestenúmero (da página 15 a 27), pedimosenviar fotos e textos.

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Cinqüenta anos se passaram desde

o fim da Segunda Guerra Mundial.

Há cinqüenta anos a humanidade

foi libertada de um poder cujo obje-

tivo era a dominação do mundo.

Apesar de nem todos os tratados de

paz que se seguiram terem sido

assinados ainda, dizem muito natu-

ralmente que tivemos “cinqüenta

anos de paz”. Será que isto é verda-

de? A paz realmente está reinando

no mundo desde esta época?

que compreendemos por paz? Seria“ausência de guerra”? Deste ponto devista, é certo que não houve meio sécu-lo de paz sobre a terra. Se pensarmosnos acontecimentos das últimas déca-das, podemos dizer, ao contrário, quenão houve sequer um dia sem combate!No final de 1995, contavam-se 27 mi-lhões de refugiados no mundo! Apesarde todos os esforços feitos pela paz,apesar de todos os apelos e manifesta-ções, marchas e orações pela paz, ape-sar da pesquisa científica e até mesmodos prêmios Nobel da paz, ainda nãohouve sequer um instante em que osangue deixou de correr sobre a terra.Respondendo à pergunta: “Será quefinalmente vai haver paz?” diremos sim-plesmente: “Não!”

Por que uma conclusão tão pessimis-ta? Isto está bem claro. O mundo é umcampo de existência em que reinam osopostos. Tudo o que aqui se mantém oufaz parte deste mundo, segue necessa-riamente a lei natural: “Engolir ou serengolido!” Na terra, todas as formas devida existem em dependência umas dasoutras. Em biologia, a interdependênciados diferentes reinos é tomada como

ponto de partida dos modos de compor-tamento dos vegetais, dos animais, edos homens. A terra, o sistema solar, ouniverso inteiro fazem parte do proces-so de “nascimento, crescimento e mor-te”. Demonstra-se isto de modo pura-mente científico. Entretanto, o homemfaz como se isto não fosse nada, e seagarra ao desejo de estabelecer a paz,mesmo quando está em combate! Queparadoxo!

Não seria uma forma de egocentris-mo: esforçar-se para conseguir o equilí-brio e a paz, de preferência com osoutros ou então à custa dos outros?

UM “ELEMENTO” DE PAZ

Por que o ser humano se sente impul-sionado a fazer reinar a paz? E de quepaz estamos falando? Da existência detodos os povos sem lutar uns contra osoutros, ou da paz interior do coração ede um modo de vida infalível que nãoprecisa mais de nenhuma luta, porquequem provocou a luta, o eu, já desapa-receu?

No microcosmo, o pequeno mundoparticular do homem, encontra-se umasemente divina que é a própria base dapaz real, pura e inviolável. Este elemen-to de paz é um vestígio do campo devida divino, ao qual todos os homens jápertenceram. Depois de um acidente,em um passado remoto, o microcosmoteve de deixar este campo de paz e tevede submeter-se a um processo de for-mação, de manifestação, de rompimen-to, morte e novo nascimento, a fim de irprogressivamente tomando consciênciade sua queda.

A lei divina diz: “Receber a força é uti-lizá-la para cumprir o plano de Deus”.

CINQÜENTA ANOS DE PAZ?

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O

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Mas uma parte da humanidade originalperdeu a capacidade de cumprir estalei. Ela recebeu bem a força, mas aempregou para realizar seus própriosdesígnios. Ora, é a esta parte que per-tence a humanidade terrestre.

Esta situação acabou trazendo con-seqüências más, pois esta parte dahumanidade estava voltada para a reali-zação de seu ser pessoal e assim, viu--se em contradição com o plano divino. Aqueda, no decorrer da qual as forçascontrárias foram-se excluindo umas àsoutras, era inevitável. O homem originalvivia em um reino de paz; o comporta-mento do homem terrestre desenca-deou situações conflitantes. O que eradestinado a todos foi usurpado poralguns. Não foi sempre este fato que ori-ginou inúmeras guerras?

OS DOIS COMPONENTES DO HOMEM

Cada um por sua vez, comete pelomenos uma vez este primeiro pecado,seja em grande ou pequena proporção:o desvio do plano divino. Existem duastendências no homem: o desejo de atin-gir a paz eterna, e o desejo de ganharuma vantagem temporária, baseando--se em seu egocentrismo, em sua sedede possuir o que pertence à própriacriação.

O egocentrismo tornou-se tão forteno decorrer do desenvolvimento da ter-ra que a maioria dos seres humanosnão ouvem mais o apelo divino que ten-ta despertá-los, ou apenas o ouvemmuito vagamente. Em todos os setores,o egocentrismo e a crítica que dele de-corre podem ser percebidos claramen-te; os conflitos são a seqüência lógica.

Na Primeira Epístola de João, capítu-lo 2, versículos 15 a 17, há uma adver-tência: “Não ameis o mundo, nem ascoisas que são deste mundo. Se alguémama o mundo, o amor do Pai não estácom ele; pois tudo o que está no mundo,o desejo da carne, o desejo dos olhos, eo orgulho da vida, não vêm do Pai, mas

vêm do mundo. E o mundo passa, eseus desejos também; mas aquele quefaz a vontade de Deus, permanece eter-namente”.

CRÍTICA, DESEJO, ANSEIO

PELO PODER

Os pontos mais importantes destacitação do Novo Testamento são os se-guintes:• apego aos valores mutáveis deste

mundo, na ignorância de que todosestes pretensos tesouros não são du-ráveis e obedecem, portanto, à leidialética de “ascensão, brilho e que-da”;

• o desejo desviado para os interessesterrestres sem nenhum conhecimen-to das leis divinas;

• a busca de grandeza e poder, o quegera a crítica.Estas três tendências estão presen-

tes em todos nós: ninguém pode negar.Para atingir estes objetivos, alguns seservem de seu poder intelectual, outros,de sua habilidade, ou de sua astúcia. Hámuita gente que submete e exploraaqueles que são inferiores a ele. Assim,grandes e pequenas guerras vão estou-rando em todos os níveis. Como falar de“paz”, quando o desenvolvimento com-pleto do homem, verdadeiro quebra-ca-beças, não está terminado? Todos oshomens, sozinhos, ou com seu próximo,lutam diariamente contra uma série deconflitos cuja origem é o egocentrismo,a critica, os desejos e o anseio pelo po-der.

Só o fato de o microcosmo ter dereencarnar incessantemente nestecampo de vida para admitir um novoocupante mostra que ainda não existedentro dele nenhuma paz.

Todas as crianças recebem uma he-rança de seus pais. E também há dese-jos e experiências terrestres ainda nãoassimilados pelos que vieram antes de-le que se vão sucedendo no microcos-mo. É isto que determina não somente a

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oposição à libertação, mas também atudo o que não é biologicamente reco-nhecido como “seu”. O microcosmo é ocampo de vida onde o antigo devedesintegrar-se e o novo realizar-se. Aherança sanguínea e as experiênciasdo microcosmo formam o caráter, oquadrado onde esta nova vida deve rea-lizar-se.

Com a vantagem ou com o pesodesta herança, o ser humano se debatena vida. Ele conta com vantagem, se lhetransmitiram experiências, pois ele podeevitar inúmeros erros e já não temnecessidade de ficar vagando por cer-tos caminhos. Quem se pergunta desdesua juventude qual é o sentido da vida eda causa de sua presença sobre a terrarecebe a resposta certa na hora certa, eo caminho certo lhe é indicado.

Mas ele deverá passar ainda por mui-tas batalhas, pois o apelo da terra àsvezes é mais forte que o apelo divino.Entretanto, se os valores que ele herdousão positivos, ele vencerá e “fará frutifi-car seus talentos”, o que significa queele se beneficiará de sua base positiva,empregará os valores presentes nelepara rejeitar o fardo terrestre, romper oslaços e livrar-se dos obstáculos docaminho de volta à natureza divina.Trata-se também de uma batalha, masde uma batalha interna, que conduzfinalmente à verdadeira paz interior.

Quem herda uma base de vida me-nos positiva ainda vai ter de viver muitasexperiências para aprender a discernir alei espiritual e para poder aceitá-la co-mo diretriz de sua vida.

AQUELE QUE “FALA” DE PAZ...

Aquele que fala de “paz” e acreditaque a humanidade egocêntrica podechegar a ela neste mundo, deveria exa-minar-se a si mesmo, profundamente:“Que tipo de pensamentos tenho emmente? Será que eu não sou essencial-mente crítico, pedante, cheio de sedede poder? Será que já neguei estas ten-

dências? Ou será que elas se expres-sam abertamente em meus desejos, emmeu comportamento impiedoso comrelação aos outros? Será que eu nãosou tão egocêntrico a ponto de somen-te ver estes defeitos nos outros?

Muita gente se assusta quando sefala a respeito da luta pela existência,do sucesso, das derrotas, dos fracas-sos, das vitórias, dos que atacam e dosinimigos, do front, das trincheiras. É cer-to que empregamos esta terminologiana vida cotidiana e não somente nomundo do esporte, onde o combate ébem dissimulado! A ilusão faz acreditarque nossas idéias pessoais são as úni-cas que são justas. Dizemos: “Sei me-lhor que você!” , mas o outro replica amesma coisa! Desejar mais do que énecessário para viver nos leva à escra-vidão e à exploração das criaturas e danatureza. Alguns economistas susten-tam a tese de que o crescimento econô-mico fará com que as guerras desapare-çam. Eles acreditam que o homem podeconquistar sua paz lutando contra anatureza e a explorando. A riqueza e aabundância alcançariam a todos. Mas,onde fica o limite entre a riqueza e aabundância para todos? Logo estare-mos atingindo rapidamente os limites docrescimento: isto já aparece em váriossetores. E é evidente que as conse-qüências da cultura intensiva das fontesnaturais mundiais são irremediáveis.

O OBJETIVO SE AFASTA CADA VEZ MAIS

Os homens já estão cansados deprocurar a “paz” através dos tempos.Mas quanto mais eles querem conquis-tá-la, mais ela lhes escapa. Então, emque direção devemos conduzir nossosesforços? A reposta lógica é esta: nadireção do caminho de volta ao reino dapaz, de onde o homem saiu; libertar-sedo domínio da violência, que torna atodos prisioneiros. Como conseguir is-to? Rompendo a ligação com a força po-

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derosa que a Bíblia chama de “o prínci-pe deste mundo”.

A finalidade da Escola Espiritual daRosacruz Áurea é tornar as pessoasconscientes dos laços que nos impe-dem de atingir o verdadeiro objetivo davida. Denunciar a ilusão que consisteem crer que é possível estabelecer umreino de paz sobre a terra. Todas asescolas dos mistérios autênticos se es-forçaram para seguir esta diretriz, mos-trando aos homens, por meio da palavrae dos escritos sagrados, o verdadeirosentido da vida.

As marionetes são bonecos aciona-

dos por fios que são fixados em

suas cabeças, em suas mãos e em

seus pés. O apresentador de mario-

netes se mantém atrás ou abaixo do

palco, a fim de ficar invisível ao

público, o que dá a impressão de

que as marionetes se mexem por si

mesmas. Esta é a realidade que se

apresenta aos espectadores.

inguém se preocupa se aquele queaciona os fios fica invisível. Quando osfios brilham por alguns momentos naluz, todos logo esquecem e olham oespetáculo que se passa em cena: intri-gas, confusões, farsas, perseguições,risos, choros... Como espectadores críti-cos, começamos a tentar compreendero funcionamento, mas logo ficamosentretidos com a peça. Peça e realidadese confundem.

Depois da representação, todos vol-tam à vida cotidiana. Alguns se apres-sam para não perder o trem ou o ônibus;outros, ficam à vontade, seguindo até ocarro, ou indo beber ou comer algumacoisa; gente bem diferente, todos “livresem um país livre”, voltados para umobjetivo.

As discussões animadas sobre arepresentação mostram que cada um avivenciou com intensidade e que a ilu-são do mundo que o marionetista soubeevocar ainda não perdeu sua força.“Como as marionetes poderiam ser tãonaturais, como se estivessem vivas? Tu-do parecia tão real!” Alguém explica queas marionetes são suspensas por fios,que parecem invisíveis pois são bemfinos, e que logo as pessoas se habi-tuam a isto. Estes fios são ligados a doispauzinhos fixados em forma de cruz

QUEM ACIONA OS FIOS

DAS MARIONETES?

N

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que, colocados em movimento, fazemcom que as marionetes se mexam, obe-decendo, assim, àquilo que se esperadelas. Tem-se a impressão de realidade,mas tudo não passa de uma peça.

QUEM É O DIRETOR?

Todas estas pessoas que voltam paracasa, segundo acreditamos, tambémsão acionadas por fios. É como se umamão desconhecida os sustentasse e osdirigisse. Como se eu mesmo e todasestas pessoas “livres” não passásse-mos de marionetes! Mas quem é o dire-tor? Quem distribui os papéis? Afinal,cada um desempenha seu próprio pa-pel.

Os homens fizeram da terra um teatropara onde todos os dias vêm novosespectadores, e cujos cenários podemtransformar-se rapidamente para mos-trar comédias, tragédias, dramas san-grentos, melodramas, cenas de amor,sátiras etc. Há peças para todos os gos-tos. Mas quem é o público? E quem sãoos atores? Não seríamos nós, todos oshabitantes da terra, atores e espectado-res ao mesmo tempo do teatro domundo? Como em um teatro de mario-netes, eles ignoram quem aciona osfios, aceitam a aparência e seguemintensamente a intriga, comovidos, in-dignados, e às vezes até mesmo ente-diados. Mas, no final, eles sempre a-plaudem e assim vão mantendo em mo-vimento a grande peça do engano e daimitação.

A PRÓPRIA VIDA FAZ AS MARIONETES

DANÇAREM

Enquanto os homens debatem, acio-nados por seus próprios fios, ao mesmotempo eles fazem dançar os outros:seduzindo-os com mel, ou os constran-gendo com o chicote. “Ah, será que istonão é um pouco de exagero? O mel,

pode ser, mas o chicote, o chicote dodomador?” dizem eles para ter certeza.

Mas claro, eles agem debaixo de chi-cote, o chicote de um domador invisível!De tempos em tempos, eles percebemalguma coisa da peça. Então, há protes-tos indignados. Mas qual seria o sentidode tudo isto? Quando o mel é doce, oengano passa antes da verdade.

E de repente é como se a vendativesse caído de seus olhos. De ondevêm todos estes pensamentos? Talvezseja um novo papel que devem desem-penhar, um novo papel entre tantos!Mas será que estes pensamentos nãoestariam vindo de um diretor invisível,mas de um outro mundo? Seria umavoz sobre a qual o marionetista de sem-pre não teria nenhum poder?

No teatro deste mundo, as marione-tes estão ligadas ao apresentador demarionetes pelos fios atados a suascabeças, suas mãos e seus pés. Estespontos de fixação são precisamente ospontos pelos quais passam as linhas dopentagrama. Ora, o pentagrama é osímbolo do homem, mas também daalma. Ligado novamente à força elevadaque o aciona e o anima, este pentagra-ma representa a alma que é prisioneirado firmamento aural que envolve ohomem. Tudo o que o homem quer,deseja, pensa e faz está dentro destefirmamento e é conservado para a exis-tência seguinte no interior do microcos-mo. Este “livro de histórias” é o apresen-tador de marionetes de cada um. Eledetermina o que um ser humano pensa,sente e faz. Enquanto ele não for cons-ciente, desempenhará docilmente seupapel. Mas chega a hora em que, mor-talmente cansado de atuar, ele já nãoagüenta, então alguma coisa começa ase transformar. Ora, esta é a hora espe-rada por toda a criação!

Page 40: Revista Pentagrama, Ano 1996, Número 1 · Logo que começou a fazer parte de uma tribo, o homem primitivo pôde man-ter-se graças à lei do mais forte. Nós ... nunca deixou de

— O perigo dos raios torna-se cada vezmais insignificante em comparação com operigo do aprisionamento astral e do encap-sulamento da consciência. No que diz respei-to a este perigo, a tela do LCD (cristal líqui-do) não protege em nada.

— Uma tela fluorescente emite raios radia-tivos que têm efeito cumulativo no corpo.Além deste, outros raios também podem pro-vocar danos. Já foram constatadas deforma-ções genéticas em plantas e pequenos ani-mais.

— A freqüência da formação da imagem éum ritmo eletrônico sem alma. A “atomizaçãoda alma”, o fato de sermos dilacerados, noverdadeiro sentido da palavra, pelas vibra-ções da luz tem uma influência sobre o sub-consciente. Esta luz leva à escravidão e favo-rece uma hiperatividade.

Os veículos superiores, assim como oschakras, são carregados eletricamente. Estefenômeno acaba com toda a tranqüilidade daalma. As conseqüências são: insatisfação,desejo de agitar-se assistindo a televisãocada vez mais... geralmente este estado sedescarrega sob a forma de agressividade.

— No que diz respeito ao efeito da luzsobre os seres vivos, os homens e os ani-mais têm necessidade de uma “dieta” com-posta de um comprimento de ondas precisase equilibradas. Quando elas são concentra-das unilateralmente, como é o caso das telasde tubo catódico, podem acarretar transfor-mações ao nível celular, levando-as à dege-nerescência. Os delicados órgãos atrás dosolhos (os tálamos ópticos, a pineal e a hipó-fise) tornam-se vulneráveis e danificam-se,principalmente nas crianças pequenas.

— É muito importante estar atento paraque as crianças tirem proveito do movimentode seu corpo e de seus olhos, tão necessá-rios ao desenvolvimento do pensar. A crian-ça deve vivenciar tridimensionalmente avisão, a percepção, o caminhar e o contatofísico com seu meio.

— Pela fixação da tela, o ser é mantido em

uma espécie de hipnose (com possíveismanifestações epilépticas) e a ligação dasduas metades do cérebro não pode ser com-pletamente estabelecida. Segue-se um blo-queio de ligações transversais e da filtragemdas impressões pelo poder analítico. Os flu-xos nervosos são programados de modo uni-lateral e insuficiente.

— A estimulação dos órgãos dos sentidose dos sentimentos é substituída por imita-ções de sensações deformadas. A vida emo-cional e imaginativa se empobrece. Valoresfictícios são considerados realidade. A forçade imaginação, a criatividade, que sãonecessárias para seguir a senda, degene-ram-se. A qualidade potencial da alma entraem estado de sofrimento e torna-se ineficaz.

— Sem perceber, todos os telespectado-res tornam-se semelhantes, tal como umamassa doutrinada por uma atualidade pro-gramada que provoca uma produção de éte-res e o aprisionamento da consciênciahumana. Os psicólogos chamam isto de“robotização”, e a consideram como a mortedo espírito.

— O apelo de Aquarius, o Aguadeiro, ésufocado por uma fascinação ligada ao apri-sionamento sistemático, num incessanteaturdimento audiovisual. Sempre há algumacoisa que “precisa ser vista”. Daí para frente,passa a existir uma associação entre o indi-víduo e a televisão. A última fascinação damoda é a realidade virtual, o ciberespaço.

— Assim é contrariado o processo deinversão do sentido de rotação dos chakras.O manto de luz do aluno, assim como oCorpo-Vivo da Escola, são solapados porpotentes forças astrais que ligam à natureza.Cada aluno é co-responsável pelo Corpo-Vivo.

O aluno que possui um aparelho de televi-são em sua casa e a ele assiste, traz conse-qüências diretas, não somente para ele, mastambém para a Escola Espiritual.

— Conclusão: a televisão é um dos princi-pais instrumentos da Grande Farsa!

O PERIGO DA TELEVISÃO

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