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Revista Pastoral Encontro, Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, Agosto de 2012. Arquidiocese de Campinas

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Caderno de Estudo: Avaliação

7º Plano de Pastoral Orgânica (2010-2013)

Equipe Dinamizadora do 7º PPO

Arquidiocese de Campinas - SP

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A p r e s e n t a ç ã o

“Eu vim, ó Deus, para fazer a Vossa vontade” A Equipe Dinamizadora do 7º Plano de Pastoral Orgânica - 7º PPO elaborou este Caderno de Avaliação que foi apresentado e aprovado pela Coordenação Colegiada de Pastoral, como subsídio para o estudo sobre avaliação. Este caderno não tem a pretensão de esgotar o assunto, até porque dentro da proposta inicial, a avaliação é um processo contínuo em toda nossa vida, tanto na compreensão como na maneira de realizá-la. Esperamos que este subsídio possa nos ajudar como Agentes de Pastoral, das diversas instâncias da Igreja Particular de Campinas, a reconhecer nossa vocação e missão de discípulos missionários de Jesus Cristo. Nele retomam-se os conceitos básicos a respeito do Plano de Pastoral, seu Objetivo Geral e os três eixos de uma Igreja que Acolhe, que se Renova e se lança no Serviço Solidário, para rever nossa ação e nos motivar na implementação do que ainda não foi implementado. Finalmente, o último item apresenta os conceitos e o conteúdo sobre a Avaliação, para ampliar nossa compreensão e nos motivar a fazer da avaliação um processo constante em nossa vida pessoal e pastoral. Esperamos que este caderno seja de grande utilidade para ajudar na avaliação dos nossos trabalhos pastorais. Pedimos as bênçãos de Deus para a nossa caminhada, sob a proteção da Imaculada Conceição.

Dom Airton José dos Santos

Arcebispo Metropolitano de Campinas

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4 Arquidiocese de Campinas – Encontro 02 – Agosto de 2012

F u n d a m e n t a ç ã o

Situarmo-nos como Agentes de Pastoral Quem somos? O que vamos avaliar e o que avaliamos? Somos agentes de pastoral. Mais precisamente, somos cristãos e cristãs vivendo na comunhão fraterna e, pelo Batismo, introduzidos na própria vida da Trindade. Avaliamos nossa Ação Pastoral, como agentes do Pastor que conduz o rebanho, de um Pastor que é Jesus Cristo, representado pelo Bispo Arquidiocesano. Somos agentes de uma ação que não parte de nós, mas sim, do projeto salvífico de Jesus Cristo. A ação pastoral é realizada em diferentes âmbitos e por diferentes agentes que, por sua vocação específica, estão em diferentes lugares. Os presbíteros, os religiosos e religiosas, os diáconos, os leigos e leigas, enfim o agente é todo o povo de Deus, no desempenho de sua ministerialidade. Somos chamados a ser uma Igreja toda ministerial. “Deus nos constitui como um povo, nos salva como povo e nos chama como povo” (LG 2). O Documento de Aparecida diz: “Não temos outra felicidade nem outra prioridade senão a de sermos instrumentos do Espírito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos, não obstante todas as dificuldades e resistências. Este é o melhor serviço - o seu serviço! - que a Igreja deve oferecer às pessoas e nações” (DA 14). “Os Bispos, presbíteros, diáconos permanentes, consagrados e consagradas, leigos e leigas, são chamados a assumir atitude de permanente conversão pastoral, que implica escutar com atenção e discernir ‘o que o Espírito está dizendo às Igrejas’ (Ap 2,29) através dos sinais dos tempos em que Deus se manifesta” (DA 366). Somos chamados a testemunhar a ação de Deus em nós e no mundo, “Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13-15). Esta é a perspectiva na qual se dá nossa avaliação, a avaliação de nossa ação. Somos discípulos missionários e nossa ação é para que Nele, em Jesus, todos e todas tenham vida e vida em abundância. Esta ação se

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faz no seguimento de Jesus Cristo, servo. “... eu vim para servir e não para ser servido..., na dinâmica do Lava-pés... o discípulo não é maior que o seu Senhor... Porque discípulos e seguidores de Jesus de Nazaré, estamos num constante e continuado processo de conversão, em âmbito pessoal e comunitário, vejamos o que diz o Documento de Aparecida: “a conversão pessoal desperta a capacidade de submeter tudo ao serviço da instauração do Reino da vida” (DA 366). Para avaliar nossa ação pastoral à luz do Objetivo Geral da Igreja que está em Campinas devemos perguntar como nossa ação incide na promoção da pessoa, na renovação da comunidade e na construção de uma sociedade justa e solidária.

P l a n o d e P a s t o r a l

2010 - 2013

Objetivo Geral: “Evangelizar a partir do encontro com Jesus Cristo, como discípulos missionários, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, participando da construção de uma sociedade justa e solidária, para que todos tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10,10)”.

Com os “pés no chão”, “olhos no horizonte” e as “mãos na massa”, alicerçado nos três eixos que se articulam e interligam - Igreja que Acolhe, Igreja que se Renova, Igreja do Serviço Solidário - o 7º Plano de Pastoral Orgânica apresenta Propostas com Objetivos Específicos, que se traduzem em Ações Gerais para toda a Arquidiocese e Ações Específicas para os diversos níveis de organização de nossa Igreja: Regiões, Foranias, Paróquias, Comunidades, Áreas Pastorais e Organismos. Aplicando a metodologia de planejamento participativo à missão de Evangelizar, a Igreja de Campinas, nas várias instâncias, passou pelo processo de refletir sua ação e tomar decisões, envolvendo o maior

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número possível de pessoas e grupos, onde todos foram convidados a opinar e decidir. No reconhecimento de ser uma Igreja em contínuo processo de conversão, encontra-se a necessidade constante de avaliar para crescer. Fala-se de uma nova cultura, a “cultura de avaliação de processos”, como resposta ao chamado a vivenciar uma mudança radical de mentalidade, abandonando o amadorismo e a improvisação de atividades. “Não nos deixemos desanimar pelas estruturas estagnadas que hoje nos cercam, mas busquemos a força necessária para sermos uma Igreja criativa, que se Renova constantemente. Só assim entenderemos o gesto de Jesus no lava-pés, fazendo-se servidor de todos. Que a nossa fé em Jesus Cristo Crucificado e Ressuscitado nos encaminhe para a realização da Igreja que Acolhe, com autêntico testemunho de comunhão e de Serviço Solidário, para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (7º PPO, p. 32, Conclusão).

A v a l i a ç ã o 1. Uma questão que muito ouvimos. O 7º Plano de Pastoral Orgânica tornou-se uma referência que avalia nossa vida pastoral. Como então tornar esta referência uma oportunidade de crescimento, de aprofundamento de nossa missão? Com sabedoria, o 7º PPO evidencia essa preocupação ao assumir a importância de se dar atenção especial à avaliação. Como parte do eixo a Igreja que se renova, temos a proposta de número 6: Metodologia do Planejamento participativo e cultura de avaliação dos processos. Nessa proposta, a avaliação aparece como parte da ação pastoral, tendo em vista seu aprimoramento. Então, retomemos alguns conceitos que podem nos ajudar a aprofundar este tema.

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Vivemos neste momento o processo de implementação do 7º PPO de nossa Arquidiocese, Plano que, como já mencionado acima, apresenta o registro de propostas com objetivos específicos que devem ser atingidos por meio de ações pastorais distribuídas ao longo de um tempo (cronograma). Neste processo de implementação do Plano, colocamos então em prática as ações que planejamos para a concretização dos objetivos estabelecidos. Mas afinal, o que é avaliar? Por que a avaliação é tão importante? Quando falamos em avaliação é frequente as pessoas ficarem tensas. Muitos de nós temos lembranças desagradáveis das avaliações que fazíamos na escola, ou quando o chefe nos chamava para apontar as falhas do nosso trabalho ou até mesmo na Igreja, quando avaliamos a organização de uma atividade e as pessoas apresentam uma lista de pontos negativos, do que não havia dado certo. Precisamos romper com essas ideias. Avaliação não é isso e por esta razão é tão importante, refletirmos e debatermos sobre este tema. 2. Avaliar é verificar se os objetivos foram atingidos. Quando pensamos em avaliação, destacamos seu significado mais importante que é justamente o de verificar até que ponto uma ação é instrumento e caminho para a concretização de um ideal, de um valor. Avaliar é sempre julgar a realidade e qualquer análise que façamos tem sentido enquanto a realidade analisada pode desenvolver-se num determinado rumo. Há uma conotação de futuro nesta perspectiva. Trata-se de vida e crescimento. Na avaliação temos um olhar que procura voltar-se para a realidade no sentido de vê-la com clareza, profundidade e abrangência. Desse modo, olhamos as condições da realidade a fim de nela introduzirmos as mudanças necessárias para que essa realidade se construa numa determinada direção.

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Assim, avaliar pressupõe estabelecer pontos de referência para apreciação da realidade em função dos objetivos que pretendemos alcançar. Avaliar tem um caráter processual e dinâmico, verificando constantemente a caminhada, estabelecendo um questionamento contínuo de todos os elementos envolvidos. Por isso, é importante considerar que avaliação se faz o tempo todo. Não precisamos esperar o fim do processo, visto que pequenos desvios podem se tornar maiores se não forem acertados a tempo. Mas é claro que além da avaliação que fazemos durante o processo, fazemos também uma avaliação geral, ao final de uma etapa ou de um grande projeto. Como nos diz Dom Airton José, nosso Arcebispo, precisamos compreender a importância deste processo. “O que estamos fazendo ou não? Como estamos fazendo?” É muito importante frisar ainda que a avaliação, ao mesmo tempo que nos impõe a fidelidade às opções pastorais expressas em nosso Plano, nos permite enriquecer o ideal ou a inspiração inicial que tivemos. Promove o crescimento pessoal e comunitário que nos incentiva:

a) à comunhão e participação; b) à conversão; c) à formação do senso crítico; d) ao compromisso pessoal e com a comunidade.

A avaliação permanente do Plano de Pastoral é o motor que dinamiza o processo e permite introduzir os ajustes necessários. Ela é importante para compreender o próprio Plano. 3. Três aspectos importantes da Avaliação.

a) Identificar acertos e problemas durante a execução dos trabalhos;

b) Comparar o resultado obtido com o que tinha sido proposto nos objetivos;

c) Procurar descobrir as causas das falhas para cuidar delas mais adiante.

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4. Quem avalia? Em princípio, o grupo que planejou e executou é que vai avaliar. A avaliação deve ser realista, confrontada com os objetivos. Contudo, é importante ouvir as pessoas a quem se destina a ação pastoral. Por exemplo: um retiro paroquial preparado por uma equipe do CPP, para todos os agentes de pastoral, com o objetivo de favorecer um momento de espiritualidade e de integração entre os participantes. Após o retiro, quem avalia é a equipe que o planejou e nele trabalhou e os agentes que dele participaram. O mesmo trabalho pode ser sentido de forma diferente, visto pelo lado de quem planeja e organiza e visto pelo lado de quem participa. 5. O que se avalia? Já vimos que avaliar é verificar se os objetivos foram atingidos. Mas nossos resultados não são como uma estatística, pura e simples; na verdade eles sempre terão muito a ver com o desenvolvimento das pessoas. Assim, enfatizamos que, além dos resultados propriamente ditos, avaliamos o processo vivido durante o trabalho pastoral. Por isso, avaliamos, dentre outras coisas, os seguintes aspectos:

a) As relações interpessoais desenvolvidas durante o processo; b) A qualidade da participação, da partilha; c) A solidez dos resultados; d) As satisfações que as pessoas tiveram (ou não) por ser parte do

que foi realizado; e) As novas necessidades que percebemos a partir do que deu

certo e do que deu errado; f) A fidelidade à mística que deveria nos animar.

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6. Um recado importante. Avaliação não é para encerrar nada. Feita a avaliação, se ela for bem feita, terá obrigatoriamente consequências: enfatizar o que está bom e corrigir o que não nos conduz ao objetivo definido, seja com investimento material ou humano. Geralmente pedirá uma maior formação para os agentes envolvidos, maior criatividade, ousadia e, também, novos participantes/agentes. Agir, com competência, espiritualidade de serviço e santa audácia, é melhor do que ficarmos reclamando contra o que não corresponde às nossas melhores intenções.

P a r a r e f l e x ã o 1. Para refletir em grupo. Que frutos podemos destacar dos diferentes processos de avaliação que temos vivenciado? Que experiência temos para partilhar a este respeito? 2. Para rezar em grupo. De quais textos bíblicos nos lembramos, para iluminar esta reflexão? 3. Para contribuir. Que sugestões apresentamos para a concretização do processo de avaliação em nosso trabalho pastoral?

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A p ê n d i c e Referências Bibliográficas: Brighenti, A. - Reconstruindo a esperança: Como planejar a ação da Igreja em tempos de mudança - São Paulo: Paulus, 2000; Brighenti, A. - A Pastoral dá o que pensar: a inteligência da prática transformadora da fé - São Paulo: Paulinas; Valência, Esp: Siquem 2006; CNBB - É hora de mudança - São Paulo: Edições Loyola, 1998; Gardin, D. - A prática do planejamento participativo - Petrópolis, RJ; vozes 2009; Rios, T. A. - A dimensão ética da avaliação - In Pro-posições 9(3), pp 94-101, 1998.

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