revista opinias nº 06 - novembro 2014

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Opinias O tempo: algoz ou aliado? Opinias UMA REVISTA DE IDEIAS, PENSAMENTOS E PONTOS DE VISTA Pega aí: leitura grátis Ano I - nº. 6 Novembro - 2014 Camping: vida e liberdade Cibercultura: educação a distância

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Page 1: Revista Opinias  nº 06 - Novembro 2014

Opinias

O tempo:

algoz ou aliado?

OpiniasUMA REVISTA DE IDEIAS, PENSAMENTOS E PONTOS DE VISTA

Pega aí:

leitura

grátis

Ano I - nº. 6

Novembro - 2014

Camping:

vida e

liberdade

Cibercultura:

educação a

distância

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Opinias - Novembro 2014

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Editorial Sumário

Expediente

Não há perenidade nas questões de tempo. Daí ascoisas eternas serem às vezes incompreensíveis. Se tempo éo que existe entre o começo e o fim de um ciclo, a vida devedurar a fração exata entre o nascimento e a morte. É esseintervalo, tão efêmero quanto veloz, que nos envolve nadeliciosa aventura que impulsiona e modifica constantementeo mundo que ocupamos. É com ele que nossa preocupaçãoé mais imediata e intensa.

Questões mais trancendentais e de foro íntimo comoentender a eternidade de uma possível outra vida depois destatambém são motivadoras de inúmeras possibilidades deinteração. Enquanto busca tirar proveito da melhor formapossível dessa travessia, o ser humano vai criando emodificando as coisas à sua volta e de forma cada vez maissurpreendente, vai encontrando meios de tornar mais amenae prazerosa a sua trajetória.

No entanto é comum nos dias de hoje as pessoas selamentarem da falta de tempo e da velocidade com que elepassa. Talvez uma explicação plausível para isso seja a imensadiversidade de coisas com que as pessoas precisam se ocupar.Seja o trabalho, o estudo ou o lazer, seja a própria buscaconstante por alternativas. Tudo toma tempo. E muita coisaprecisa ser deixada de lado em detrimento de outras maisurgentes ou necessárias. Numa rápida incursão pela internet,por exemplo, descortina-se uma incomensurável quantidadede informações a serem exploradas. É impossível usufruir detudo. Para isso seria necessário muito mais tempo do que aefêmera porção de que dispomos. Talvez fosse preciso aprópria eternidade que tão pouco compreendemos.

OPINIAS - ANO I - nº. 6 - Novembro 2014 - Publicação virtual mensal da Rumo Editorial Produções e Edições Ltda. * Diretores: Marcos

Gimenes Salun, Luciana Gomes Gimenes e Naira Gomes Gimenes * Editor e Jornalista Responsável:: Marcos Gimenes Salun (MTb

20.405-SP) * Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP). *Redação e Correspondência: Av. Prof. Sylla Mattos, 652 - conj.12 -

Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 E-mail: [email protected] - Tels.: (11) 2331-1351 Celular (11) 99182-4815.

BLOG: http://opinias2014.blogspot.com.br/ * Colaboradores desta edição: Carlos Augusto Ferreira Galvão (SP), Helio Begliomini (SP),

Ysse Elias Herchani Filho (SP), Talita Moretto (PR), Alessandra Cheachire (SP), Carlos Eduardo de Oliveira (SP), Roberto Madruga (RJ),

Marcos Pivari (SP), Luciana Gomes Gimenes (SP) e Lilian Maial (RJ). Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores a quem

pertencem todos os direitos autorais. PERMITIDA a reprodução dos artigos desde que citada a fonte e mencionada a autoria.

MARCOS GIMENES SALUNJornalista

São Paulo - SP

[email protected]

Efêmero tempo

08 Conectados, just in time

23 Esses escritores...O editor Marcos Gimenes Salun pesquisou

mais algumas curiosidades e excentricidades

da vida e obra de escritores famosos.

20 Liberdade do turistaMarcos Pivari é um entusiasta e

divulgador da cultura do campismo e

escreve sobre esse modo de lazer.

16 Vinhos de guardaJá que o tema desta edição é o tempo,

Carlos Eduardo Oliveira tem dicas sobrea guarda e o consumo de bons vinhos.

14Alessandra Cheachire passeou pela

cidade eterna e dá as dicas do que

há de melhor para visitar e curtir.

Roma, cidade eterna

12 Incentivando a leituraA jornalista Talita Moretto narra como

funciona o projeto de um professoruniversitário na difusão da leitura.

03 MentiraEla pode estar mais presente do que se

imagina. As várias faces da mentira é o

tema do psiquiatra Carlos Galvão.

04 A medida do tempoHelio Begliomini conta um pouco sobre os

calendários ao longo da história e sua

influência na contagem do tempo.

24 Desnudamento

18 Cibercultura e educaçãoO consultor Roberto Madruga resume os

principais pontos e orientações a serem

considerados na educação a distância.

22 Dicas e links na netLuciana Gomes Gimenes indica links

cheios de curiosidades, bizarrices e algum

conhecimento científico.

Ysse Elias Herchani Filho escreve sobre os

avanços tecnológicos na comunicação e o

que há de bom e ruim nisso

Carregada de sensualidade, a poesia damédica e poeta Lilian Maial encerra o

passeio pelo tempo desta edição.

Participe! Envie seu artigo ou comentários e

embarque nesta aventura:

[email protected]

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Opinias - Novembro 2014

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Mentira

Por

CARLOS AUGUSTO GALVÃOPsiquiatra

São Paulo - SP

[email protected]

“A mentira tem pernas curtas”, “A mentira é dodiabo”, “Em tempo de guerra, mais mentira do queterra”... São inúmeros os adágios populares queouvimos desde criança e que deploram a mentira.

Há muito a humanidade criou regras para a harmoniaentre os componentes de uma sociedade e quefavoreçam o progresso cultural desta sociedade. Amentira é um artefato do pensamento humano, talvez omais danoso para a convivência entre as pessoas, esempre é revestida e relacionada com a perfídia, omau costume, os ardis, mas nem sempre geraprejuízos para quem a recebe.

Mente-se para encobrir malfeitorias, para caluniar,para trair... mente-se em busca de locupletações, paradar vazão a ambições... Visto por estes ângulos, amentira é, de fato, algo horrível que necessita sercombatida com veemência. Mas, como tudo que érelacionado com o pensamento humano, pode-se vera mentira de outras maneiras mais amenas enquantoconceito.

Existem as “mentiras piedosas”, quando se poupaalguém de uma notícia catastrófica; não podemosdeixar de pensar nos que mentem para si mesmos,para sofismar uma realidade desconfortável porexemplo, a famosa raposa, incomodada por nãoalcançar um belo cacho de uvas, sai resmungando que“as uvas estavam verdes”.

A mentira pode ser lúdica; observamos perfeitamentenum jogo de pôquer, quando quem tem a capacidadede mentir sem dar na vista pode ganhar uma partida: ofamoso blefe não deixa de ser uma mentira.

Muito usada no dia a dia e também muito observada,visto que existem pessoas que mentem apenas peloprazer de mentir, a mentira pode ser enaltecida comogrande estratégia.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os inglesesenganaram os alemães com uma mentira altamenteenaltecedora: puseram maquetas numa determinadaregião mais próxima da costa francesa. Os alemãesreforçaram aquela região, mas a invasão na Françaocupada ocorreu na região da Normandia, muitodistante de onde os alemães imaginavam.

A mentira, portanto, às vezes diverte, traz lucros,mascara situações, lesiona, mas quem a usa não podeperder de vista que “A mentira é um mantoesfarrapado e curto que nunca consegue cobrir averdade”.

Mentira

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Por

HELIO BEGLIOMINIMédico e escritor

São Paulo - SP

[email protected]

Qual é aQual é aQual é aQual é aQual é a

medida domedida domedida domedida domedida do

TEMPO ?TEMPO ?TEMPO ?TEMPO ?TEMPO ?

Elaborar calendários desde priscas eras foi, ao longoda história da civilização, um forte atributo dainteligência do homo sapiens. O homem, único servivente que consegue abstrair sobre seu passado,presente e futuro, sempre tencionou situar-se noespaço e no tempo, dividindo-o e subdividindo-o deacordo com as observações que fazia do inter--relacionamento entre a posição da terra com o ciclolunar ou solar.

Na pré-história, desde tempos imemoriais, os homensobservavam os movimentos dos astros para poderfixar um calendário que lhes permitisse plantar, colhere planejar o manejo dos rebanhos. Os povos doExtremo Oriente, os hebreus e os árabesdesenvolveram calendários lunares, enquanto que ospovos da Índia e do Oriente Médio desenvolveramcalendários solares.

Entre os calendários que mais sobressaíram na históriada humanidade, que foram apanágio de povos ecivilizações, citam-se o egípcio, babilônico, judaico,muçulmano, maia-asteca, hindu, grego, romano ecristão-gregoriano.

Se na criação de calendários ao largo dos séculos emilênios teve ingerência primordialmente astronômica,a divisão do tempo em eras sofreu acentuadainfluência política e, sobretudo religiosa.

Atualmente, estima-se que cerca de 40 diferentescalendários sejam usados no mundo, sem contar osque se perderam ao longo da história. Por questõesadministrativas, a maioria dos países usa como padrãooficial o calendário cristão-gregoriano, que tem comoinício o nascimento de Jesus Cristo. Entretanto, outrossistemas são utilizados simultaneamente, seja para finsreligiosos, festivos, seja para unir os povos dispersospelo mundo.

Confúcio

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No ano 2000 da era cristã, comemorava-se o ano6236 do calendário egípcio, o primeiro a serconstruído; o ano 5119 do ciclo maia; o ano 2749 doantigo calendário babilônio; o ano 1716 para ocalendário copta e o ano 1378 para o calendáriopersa.

A era judaica tem como ano 1 aquele quecorresponderia ao da criação do universo, segundo olivro do Gênesis, no Antigo Testamento. O ano judaicoinicia-se no dia 27 de setembro e termina em 15 desetembro do calendário gregoriano. O ano 1 da erajudaica corresponde a 3761 anos antes de Cristo.Assim, em 27 de setembro de 2004, os judeusiniciaram o ano 5764. Essa diferença entre ocalendário judaico e o gregoriano-cristão deve-se aofato de o ano judaico ser lunar e compreender, aotodo, 354 dias e meio, ocasionando uma diferença de11 dias a menos do que o gregoriano, que é regidopelo ciclo solar.

O profeta Maomé,numa pinturaturca daIdade Méda

O calendário chinês se baseia no ano lunar e tem 354dias. Celebrou a entrada no ano 4701 no dia 22 dejaneiro de 2005 do calendário cristão-gregoriano. Jápara os confucionistas, seguidores de Confúcio(551 a.C. – 479 a.C.), em 2004 estavam no ano2551.

Jesus Cristo,desenho estilizado

A era romana tem como primeiro ano, o da fundaçãode Roma por Rômulo, que corresponde ao ano

JohannesKepler

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A era judaica tem como ano 1aquele que corresponderia ao dacriação do universo, segundo olivro do Gênesis, no AntigoTestamento.

753 a.C e termina em 476 d.C. com a deposição deRômulo, marcando o início da Idade Média.

A era muçulmana tem como marco zero a Hégira – afuga de Maomé (570-632), fundador do islamismo,de Meca para Medina – ocorrida em 16 de julho de622 do calendário cristão. O ano islâmico tem 354

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GELADA

dias, pois se baseia no ciclo lunar e os muçulmanos,em 2004, estavam no ano 1425 da Hégira.

Jesus Cristo, pela repercussão de sua vida e obra,marcou indelevelmente a história do mundo. Esseconceito não foi estabelecido de imediato, mas sedeu parcimoniosamente ao longo do tempo.

No século VI da era cristã, o monge Dionísio propôsque o tempo fosse contado a partir da anunciação aMaria, que ela seria a mãe de Cristo. Cerca de

anos em que terminariam em dezena, centena e milhar.

Cerca de mil anos após Dionísio, o astrônomo Kepler(1571-1630) descobriu que houvera equívoco nacontagem da anunciação, uma vez que fora antecipadapor uns cinco ou seis anos, lapso esse que persiste atéhoje. Assim, a contagem correta do ano atual deveriaser de cinco ou seis anos a mais.

Na época de Jesus Cristo, o calendário em voga era ojuliano, uma vez que fora adotado pelo imperador JúlioCésar IV, no século I a.C. Esse calendário tinhaacumulado uma diferença de dez dias em relação ao anosolar. Por conseguinte, havia a cada ano, uma falta de11 minutos e 12 segundos para corresponder

oitenta anos após, o papa Bonifácio IV não somenteratificou essa medida, mas a tornou obrigatória paraos cristãos e, através dela, Cristo se tornou o centroda história, sobremodo do ocidente, dividindo-a emduas grandes porções: antes (a.C.) e depois (d.C)do seu nascimento. Entretanto, Dionísio não conheciao número zero e, portanto, foi desconsiderado tantono nascimento de Cristo, como também naqueles

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precisamente ao movimento da terra em torno do sol,ocasionando defasagem de 1 dia em 128 anos.

O concurso de matemáticos, astrônomos, eclesiásticos ecientistas deram bases à correção dessa diferença,sendo promulgada a correção do calendário juliano pelopapa Gregório XIII (1502-1585) em 1582, e doravantealcunhado como calendário gregoriano. No seu decreto,11 dias desapareceram da história. Assim, os europeusdormiram em 4 de outubro e acordaram no dia seguintecomo sendo o dia 15 do mesmo mês.

Jesus Cristo pela repercussãode sua vida e obra marcouindelevelmente a história domundo. Esse conceito não foiestabelecido de imediato, masse deu parcimoniosamente aolongo do tempo.

PapaGregório XIII

AlbertoSantos Dumont

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Os países católicos o adotaram de imediato.Contudo nem todos ficaram satisfeitos. Osprotestantes alemães achavam que a novamarcação era obra do diabo. Assim, suaimplantação noutras nações foi paulatina, como porexemplo, na Dinamarca em 1652; Holanda (1699);Inglaterra (1752); Suíça (1753); Japão (1873);China (1911) e Rússia (1923).

O tempo não foi somente dividido em anos, mesese dias, mas também em suas frações, através dainvenção do relógio que surgiu em 1542. No início

ele marcava apenas as horas. O ponteiro deminutos surgiu somente 100 anos depois e a ideiade se colocar o relógio no pulso foi do brasileiroSantos Dumont (1873-1932).

Seria o tempo estanque? Até o início do século 20,tinha-se em mente que o tempo era absoluto e

passava de maneira igual tanto para os terráqueos quantopara um eventual extraterrestre numa galáxia distante. Erao que a física defendia, de acordo com os princípiosformulados pelo inglês Isaac Newton (1642-1727).

Entretanto, em 1905, o físico Albert Einstein (1879-1955) derrubou essa concepção ao expor a sua TeoriaEspacial da Relatividade. Assim, ele demonstrou que otempo é relativo, podendo passar mais rápido para uns emais devagar para outros. Para quem está andando, porexemplo, as horas vão ser mais vagarosas do que paraalguém que esteja parado. Entretanto, como asvelocidades com que se movimenta no dia a dia sãopequenas, a diferença na passagem do tempo é ínfima e,por isso imperceptível. Por sua vez se alguém passasse

IsaacNewton

um ano dentro de uma espaçonave que se deslocasse a1,07 bilhão de km/h e depois retornasse à Terra, seusconcidadãos que ficassem por aqui estariam dez anosmais velhos!

Como o tripulante estaria praticamente parado emrelação ao movimento da nave, o tempo lhe passaria 10vezes mais rápido, de acordo com seu ponto de vista.Em contrapartida, para os terráqueos, foi o tripulantequem teve a experiência de sentir o tempo passar maisdevagar.

Assim, o tempo associado à velocidade deixa de ser umvalor universal e passa a ser relativo na dependência doponto de observação do universo.

AlbertEinstein

do livro

MATÉRIA-PRIMAHelio BegliominiExpressão & Arte - 2014ISBN 978-85-7935-082-5

Contato e aquisições

[email protected]

Cerca de mil anos apósDionísio, o astrônomo Kepler(1571-1630), descobriu quehouvera equívoco na contagemda anunciação, uma vez quefora antecipada por uns cincoou seis anos, lapso esse quepersiste até hoje.

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Você se lembra como eram os meios decomunicação do passado e como eram usados? Sevocê queria se comunicar com alguém que fossepróximo, você teria que se deslocar até onde estapessoa estivesse para então falar. Se fosse comalguém que morasse em outra cidade, você teriaque sair de sua casa, se deslocar até uma agênciade correio e enviar uma carta.

Essas duas opções ainda são válidas e sua práticasempre leva a uma situação de exposição econvívio social, pois no caminho para realizar a suacomunicação, você vê e é visto por outras pessoase, caso queira, pode interagir com elas.

conectadosconectadosconectadosconectadosconectadosem tempo rem tempo rem tempo rem tempo rem tempo realealealealeal

Passado o tempo e já utilizando um pouco mais detecnologia, passamos a contar com o telégrafo, quetambém tinha que ser utilizado nas agências dos correiose, mais uma vez, sair de casa e ter contato com outraspessoas ao longo do caminho. Esta forma decomunicação, por questão de economia (o custo de umtelegrama era cobrado por caractere transmitido), tinha--se que escolher muito bem as palavras para assegurarque o teor não seria prejudicado. Para não termos quepercorrer todo um caminho evolutivo, veja a seguir umaimagem onde retrato de maneira abreviada a evoluçãodos meios utilizados para comunicação em função dastecnologias disponíveis e a integração ocorrida entreestes meios:

Por

YSSE ELIAS HERCHANI FILHOEmpresário da tecnologia

São Paulo - SP

[email protected]

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Opinias - Novembro 2014

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Olhando para os dias de hoje, quanta diferença! Vocêconsegue se comunicar com pessoas em quase todosos cantos do mundo e até fora dele, sem ter que sairde casa, e ainda podendo optar por comunicaçãoescrita (SMS, WhatsApp etc.), com voz gravada(correio de voz, WhatsApp etc.), voz em tempo real(chamada normal, Skype etc.), com ou sem imagem(FaceTime etc.) e veja que só comentei as formas decomunicação passiveis de serem realizadas com umúnico equipamento: o smart-phone.

Se eu dissesse que existem mais smart-phones em usono mundo do que escovas de dentes você acreditaria?Claro que não! Mas esta é uma verdade desde há doisanos ou mais! Hoje as escovas de dentes perdem feiopara os smart-phones!

A disponibilidade de tantos recursos tecnológicos e suafacilidade de uso, com baixo custo, está causando umaalteração significativa na dinâmica da troca deinformações entre as pessoas e esta dinâmica, por suavez, está mudando os hábitos e o comportamento daspessoas e dos grupos.

E por falar em grupos, os recursos utilizados pelasredes sociais são totalmente baseadas e dependentesdos meios de comunicação atual. Sem estes meios, asredes sociais não teriam vida e deixariam de ser umnegócio tão promissor.

A junção destes dois recursos, as tecnologias paracomunicação e as redes sociais, é que têm promovidoas mudanças comportamentais já citadas. Os grupossociais são criados dentro das redes sociais em funçãode afinidades diversas: grupos de amigos, colegas de

trabalho, ex-colegas de instituições educacionais,partidos políticos, religiões etc. As pessoas quecompõem estes grupos passam a trocar informaçõesutilizando-se dos meios de comunicação peculiares decada rede social.

O que se observa a partir daí é que as pessoas dogrupo passam a partilhar todo tipo de informação,obviamente dependendo da percepção de cada umsobre o que é relevante ou não partilhar. Todavia,percebe-se também que o grupo passa a exercer umapressão velada sobre as pessoas que não participamtão ativamente destas trocas. Com isso, as pessoasque filtravam mais as informações partilhadas passama partilhar coisas que não julgavam dignas de seremdivulgadas ou se sentem intimidadas e diminuem aindamais suas participações.

O que se tem notado é que há pessoas que chegam apostar fotos mostrando a xícara de café que estátomando ou algo parecido. Isso pode ser interpretadocomo futilidade ou uma necessidade de se apresentarativo e ligado ao grupo, intensa e continuadamente.Para tanto, não importa onde ou o que as pessoasestão fazendo, sempre irão se conectar e “prestarcontas” de tudo que realizam ao longo de seu tempoem atividade, até informando algo do tipo “bom,agora vou dormir”.

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Alguma semelhança com o “grande irmão”? Adiferença é que a pressão para o controle eexposição não parte de uma pessoa ou instituição,mas dos próprios indivíduos que compõem os gruposdas redes sociais. Os membros dos grupos passam asentir uma necessidade tamanha de se mostraremativos que deixam de viver plenamente o local, ascoisas que estão realizando e as pessoas com quemestão convivendo para poderem interagir com ogrupo, remotamente.

Já é comum ver casais de jovens que vão a bares,restaurantes ou outros locais, e que passam a maiorparte do tempo operando o smart-phone, interagindocom as redes sociais.

Nos dias de hoje, a música “Aqui e Agora” deGilberto Gil chega a perder suas cores e a propostade desfrutar do que há nas cercanias. O trecho maisconhecido da música poderia até ser alterado para“O melhor lugar do mundo é aqui, e agora?”. Deque adianta estar no melhor lugar do mundo e nãoaproveitar nada dele? Estar neste lugar e, enquantoisso, passar o tempo todo trocando mensagenspelos mais diversos recursos de comunicação,apenas para se manter “socialmente conectado”? Aconsequência disso é que, quando as pessoas foremquestionadas sobre determinado local que visitaram,o máximo que poderão fazer é mostrar um “selfie”,com o local ao fundo – ou seja, algo para mostrar,mas não para contar. As sensações emanadas de umlocal diferente, vivendo algo fora do cotidianopassaram a ser menos relevantes do que se fazernotado por imagens e textos.

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Em tudo isso, o que pode ser colocado como vantagemé o fato de que as pessoas podem ficar mais tempo emcontato. Mas esse contato é verdadeiro? O ato deescrever pressupõe um refletir sobre o texto e, antes deenviá-lo, repensar e ajustar para atenuar eventuaisanimosidades e até mesmo demonstração depreconceito, por exemplo. Observa-se assim que aspessoas tentam moldar sua imagem percebida a algomais palatável e aceito pela sociedade, fugindo àdemonstração de suas verdadeiras características, ouseja, as pessoas mostram o que é aceito e não o queelas de fato são. Na internet, por exemplo, se assistealgo oposto: dado o “pseudo-anonimato” propiciado,algumas pessoas cometem atos covardes, criticando,ofendendo, mentindo e menosprezando outras pessoas,escondendo-se atrás de apelidos.

“Em 1948 George Orwellescreveu seu mais famosoromance, o clássico 1984,onde numa sociedade futuristado território de Oceânia todosos habitantes tinham os seuspassos vigiados pelo Grande

Irmão. Apenas para relembrar, na tramade Orwell, o governo totalitário deOceânia mantinha espalhadas em cadarecanto possível e imaginável, teletelas,uma espécie de aparelho de televisão. Aomesmo tempo em que transmitiaminformações ininterruptamente, vinte equatro horas por dia, também eramresponsáveis por capturar áudio e vídeode quem passasse na frente delas,mantendo dessa forma os cidadãosvigiados em todos os seus movimentos.

Isso fazia com que eles tivessemcuidado absoluto com tudo que diziam,faziam e até pensavam, pois simplespensamentos contrários ao ideal doPartido, simbolizado pela figuraonipresente do Grande Irmão, quandopercebidos, eram considerados crimespassíveis da aplicação de severas penas.É a partir desse ponto central que todaa história de Orwell se desenrola.”

(Marcos Gimenes Salun - em “Antologia Paulista”

p. 169 - Rumo Editorial - SP - 2013).

Big brother

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Falando de redes sociais e internet, percebemos outrarealidade, que tem se mostrado mais efetiva erecorrente na atualidade: as ações virais. São açõesdeflagradas por grupos ou entidades que, pelafacilidade de divulgação propiciada pelas tecnologiasde comunicação, propagam-se numa velocidade eescala inimaginável. Isso é algo recente e que aindanão foi bem dominado, logo, pode ter efeitosexcelentes ou extremamente perigosos. Cabe ressaltarque a dinâmica do comportamento grupal écompletamente diferente do que os indivíduos pensamou fazem - o indivíduo quando reunido em grupo temseu comportamento alterado e potencializado, e issofaz parte do instrumento e do risco.

Mais um aspecto percebido com o avanço aceleradodas tecnologias da comunicação é a quebra daprivacidade. Na verdade há pessoas que têm suasvidas particulares devassadas pela exposiçãoconstante. Há também pessoas que gostam de seexpor, divulgando informações e imagens de seucotidiano, tal qual estivesse participando de um reality

show.

Com isso, temos de um lado a tecnologia dacomunicação que facilita a vida dos indivíduos mas ocolocam em evidência junto à coletividade e do outrolado temos a privacidade sendo colocada à prova.Como sempre, o melhor está no meio. Buscar oequilíbrio entre a utilização de recursos de

comunicação e a preservação da privacidade é ogrande mote. Não há como imaginar tirar o máximo doque a tecnologia para comunicação oferece sem abrirmão de sua privacidade. Por outro lado, não há comoimaginar uma pessoa que viva à margem da tecnologia,primando apenas pelas questões pessoais.Lidar com as questões pessoais e se manter cada vezmais ativo em termos de comunicação é um desafiohercúleo, tanto do ponto de vista individual quantocoletivo: individual, levando em conta que as pessoasnão podem se isolar; e coletivo porque os grupos nãopodem se impor e sobrepor ao direito à liberdade,individualidade e privacidade.

Alguém pode questionar: Tudo isso então é ruim?Óbvio que não! Há muitos benefícios no que estásendo propiciado pelas novas tecnologias e soluçõesorientadas à comunicação, porém, ainda temos queaprender a lidar com isso de maneira eficaz. Apenaspara ilustrar: a internet existe desde a década de 80(século passado!) e só agora temos a Lei 12.965/14,conhecida como o Marco Civil da Internet, sancionadaem 23/04/2014. A “aceleração” desta sanção foimotivada pela espionagem sofrida no alto escalão dogoverno brasileiro por agências da inteligência norte--americanas.

Em resumo: temos muito a aprender. E é sempremelhor aprender fazendo do que ficar assistindo.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm

Marco Civil da Internet

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PPPPPeeeeegggggaí - Leituraí - Leituraí - Leituraí - Leituraí - Leitura Grátisa Grátisa Grátisa Grátisa Grátisaaaaaprprprprproooooxima lixima lixima lixima lixima livrvrvrvrvros e leitoros e leitoros e leitoros e leitoros e leitoreseseseses

Por

TALITA MORETTOJornalista

Ponta Grossa - PR

[email protected]

O Projeto “Pegaí – Leitura Grátis” é umainiciativa sem fins lucrativos, não governamental, criadona cidade de Ponta Grossa, no Paraná, e mantido porum grupo de pessoas apaixonadas por leitura e queacreditam que os livros não podem ficar guardados naestante, privados de serem lidos, juntando poeira aoinvés de disseminar conhecimento.

Idealizado pelo professor universitário IdomarAugusto Cerutti, a proposta do projeto é simples:propõe-se às pessoas que doem, peguem, leiam ecompartilhem livros.

Qualquer pessoa, de qualquer lugar do Brasilou do exterior, pode doar livros. O PEGAÍ aceita adoação de obras do “gênero literário” poesia, soneto,romance, crônicas, contos, ensaios e todos os tipos deliteratura.

As obras recebidas são catalogadas para queseu caminho nas mãos dos leitores seja acompanhado.E se o livro estiver “velhinho”, com as páginas caindo,não tem problema, ele é restaurado. Todas as doaçõesrecebidas são disponibilizadas, gratuitamente, para apopulação com o único pedido de que eles sejamdevolvidos, assim outras pessoas podem desfrutar damesma leitura.

“Eu sempre quis fazer algo assim dentro dauniversidade, ter um local onde os acadêmicospudessem deixar livros lidos e pegar outros. Então, em

Uma iniciativa sem fins lucrativos, criada em Ponta Grossa-PR, tem a

missão de tirar os livros esquecidos das estantes para que sejam lidos

por crianças, adolescentes e adultos

2013, eu assisti uma reportagem sobre um grupo demotoboys que estava distribuindo livros em praças deSão Paulo e pensei: se eles conseguem fazer isso, porque nós não podemos fazer também? Contei para algunsamigos o que tinha em mente e fui estimulado a iniciar oprojeto”, conta Cerutti.

A maneira encontrada para transformar essedesejo em realidade foi criar a “Pegada Cultural”, umevento itinerante que ocorre sempre em locais públicose com grande circulação de pessoas, como terminais deônibus, feiras, parques, supermercados e escolas.Aproximadamente 200 títulos, dos mais diversos gênerosliterários, são disponibilizados em cada “Pegada”. Esteseventos são divulgados através da Fan Page do projetono Facebook (www.facebook.com/ProjetoPegai).Além disso, algumas estantes fixas estão espalhadas emlocais estratégicos da cidade.

Pegada Cultural no Terminal Central de ônibus dacidade de Ponta Grossa - PR

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Voluntários do PEGAÍ acompanham a estantenas “Pegadas” com o objetivo de explicar aos leitorescomo funciona o projeto, motivar a doação de livros eestimular a leitura. Hoje, o projeto tem o apoio de 72voluntários, pessoas que disponibilizam um pouco doseu tempo para essa ação social.

Os leitores não precisam fazer cadastro algumpara poder pegar o livro e ler, e a devolução pode serfeita em vários pontos de coleta espalhados pela cidadede Ponta Grossa.

Fazer com que os leitores entendam anecessidade de devolver os livros ainda é o principaldesafio do projeto, mas que foi assumido por todos osenvolvidos porque acreditam nessa iniciativa. “Esperoplantar uma sementinha nas pessoas. A leitura é muitoprazerosa, cria uma sociedade mais crítica,questionadora”, assinala o idealizador do projeto.

Desde julho de 2013, mais de 20 mil livros jáforam entregues para os leitores em 42 “PegadasCulturais”. Destes, 260 foram restaurados e 630devolvidos depois de lidos.

“Eu sempre quis fazer algo assim

dentro da universidade, ter um local

onde os acadêmicos pudessem deixar

livros lidos e pegar outros.”

Prof. Idomar Augusto Cerutti, o idealizador

O PEGAÍ - LEITURA GRÁTIS conta com aparceria de empresários: Supermercados Tozetto, Gráficai-Print, Gráfica Planeta, Gráfica Santana, Gráfica Inpag,Carbonar - Comunicação Visual, M2 Fotolitos, MacoBrindes, Livrarias Curitiba, Tolemax, Rádio Jovem Pan,Rádio T, Rádio Santana, Rádio MZ, Rádio Mix, PrincesaFM, TV Educativa, TV Vila Velha, TV Guará, Jornal daManhã, Expresso Princesa dos Campos, Viação CamposGerais, KMM Informática, Linuxponta, Rotary Vila Velha,UQMarca, Ruraltécnica, WinPonta Informática, AdegaViva, Invicto Publicidade e Propaganda, UniversidadeEstadual de Ponta Grossa (UEPG) e Produtora Zero Z.

Com estantes fixas para retirada e pontos decoleta para doação e devolução de livros instalados emdiversos pontos da cidade de Ponta Grossa, o “Pegaí -Leitura Grátis” chegou à marca dos 20 mil exemplarescirculando nas mãos dos leitores. “Estamos longe aindade nossa meta”, garante o incansável Idomar.

Mais informações sobre o projeto PEGAÍ – LEITURA GRÁTIS:Site: www.pegai.info

Fan Page: www.facebook.com/ProjetoPegaiE-mail: [email protected]

Vídeo Institucional: www.youtube.com/watch?v=XTolDOc1fho

[Divulgação] TV Guará – Rede Massa: www.youtube.com/watch?v=Bg_0zy4OaBg

1.Leitor na estante.2.Voluntária Maria AngélicaDantas3.Pegada Cultural nafeirinha do produtor

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RRRRROMAOMAOMAOMAOMAcidade eterna

Por

ALESSANDRA CHEACHIRETradutora e Assistente

Executiva Trilíngue

Santo André - [email protected]

Com 2.700 anos de história, sendo grandeparte desse período o império que dominou o mundo,Roma é uma cidade que agrada a todos, pois aomesmo tempo em que passeamos por sua arte ehistória, através do Coliseu, Pantheon, Fontana di

Trevi e tantos outros monumentos, passamos poravenidas de trânsito intenso, bares agitadíssimos, lojasde grife... Isso literalmente falando, pois essesmonumentos ficam bem próximos uns aos outros,podendo ser visitados a pé num único dia. Aliás, quedelícia de passeio por suas ruas estreitas, onde a cadaesquina se tem a surpresa de encontrar uma piazza,

fontanas e esculturas de ninguém menos queMichelangelo, passar pelos seus cafés com mesas nacalçada e saborear um cappuccino, suas sorveteriascom os melhores gelatos do mundo, lojas como aFerrari, Prada, Gucci...

O transporte público é bom, mas não espereum metrô como o de São Paulo, por exemplo, lá hásomente duas linhas. Os ônibus são boas opções, maso melhor de tudo é caminhar, ou usar o táxi para maisconforto e segurança, principalmente se o passeio fornoturno. Andar pelas ruas à noite pode ser um tantoperigoso principalmente na região próxima ao centro.

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Se o objetivo principal da viagem for uma imersãoà história, o recomendável é hospedar-se próximo aoCentro Histórico, mas minha recomendação dehospedagem particularmente é mais próxima à regiãoda Piazza di Spagna, bairro mais nobre, seguro, e comgrande comércio ao redor. Diga-se de passagem, é aquique está a Via Condotti, principal rua dessa região comsuas lojas de grife. A Scalinata di Spagna é um ponto deencontro dos jovens romanos nas tardes de sábado euma grande surpresa no final da Via del Babuino é aPiazza del Popolo.

Um bom ponto de partida para um tour a pépelo centro é a Piazza Navona, que aliás, é onde está oConsulado do Brasil. Dali poderá seguir tranquilamentepara os outros pontos como Piazza della Rotonda,Pantheon, Obelisco e Fontana di Trevi. Para o dia seguintevocê pode começar pela Piazza della Bocca della Veritá,seguir pela Igreja Santa Maria in Cosmedin, Campidoglio,Palatino, Forum Romano e Mercados di Trajano, PiazzaVenezia e terminar no Coliseu.

O Roma Pass é um cartão que dá acesso àsatrações de Roma e ao transporte público, gastandocerca de 30 Euros. Ele permite as duas primeiras atraçõesque você escolher gratuitas e as outras pagando meia--entrada, mas o bom dele é que você, ao chegar àatração, pode furar a fila, que geralmente é imensa. Apartir da primeira utilização, o cartão é ativado e podeser usado por 3 dias. Três dias é o suficiente paraconhecer Roma e no quarto dia visitar o Vaticano, porexemplo. O passe pode ser comprado pela internet eretirado no Aeroporto Fiumicino, onde está um dospostos do Roma Pass. Mais informações:www.romapass.it

Quanto à comida, desnecessário dizer como édeliciosa e farta, e, por mais apertado que seja seuorçamento, há sempre um restaurante barato com umbom menu. Até a casa mais simples tem em seu cardápioo antipasto (entrada ou salada), primo piatto (arroz,pasta ou sopa), secondo piatto (prato principal, carne,ave ou pescado), contorno (acompanhamento) e

dolce (sobremesa). Há sempre boas opções de vinhoda casa, claro! Mas caso queira pular um dos pratos,comendo, por exemplo, só a entrada e o prato principal,tudo bem, é tudo muito flexível. Só não corte a massa,per favore, porque eles consideram isso uma ofensa! E,claro, sem deixar de mencionar a pizza, que, um poucodiferente do Brasil, é geralmente individual e com massafiníssima.

O Vaticano

Como já dizia nosso ditado popular: Algo de tãoóbvio “é como ir a Roma e não ver o Papa”... OVaticano é visita obrigatória, mesmo que você não sejacatólico! O menor país do mundo (sim, é um país dentrode Roma) tem uma energia incrível e emociona qualquerum. A Praça de São Pedro é imensa para caber tantosfiéis que vão ali aos domingos para receber as bênçãosdo Papa. A Basílica de São Pedro é a maior igreja domundo e sua grandiosidade realmente impressiona.Igualmente imperdível é o Museu do Vaticano e a CapelaSistina, esta muito famosa pela sua decoração emafrescos, pintada pelos maiores artistas da Renascença:Michelangelo, Rafael, Bernini e Sandro Botticelli. Maisalguns minutos de caminhada e você verá o CasteloSant’Angelo e a Ponte de Sant’Angelo, lindos cartõespostais da cidade.

Se visitar Roma no verão, não deixe de provar osgelatos, as granitas e os bons espumantes italianos. Comoneta de oriundi, quando lá cheguei logo entrei no ritmoromano e pude aproveitar bastante esta bela e eternacidade, berço da cultura latina, por isso tão parecidacom a nossa alma brasileira!

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VINHOSVINHOSVINHOSVINHOSVINHOS

de guarde guarde guarde guarde guardadadadada

Por

CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRAEngenheiro

Santo André - SP

[email protected]

VINHOSVINHOSVINHOSVINHOSVINHOS

de guarde guarde guarde guarde guardadadadada

Salut, les amis!

Uma das maiores falácias do mundo do vinhoé que, quanto mais velho, melhor. Essa afirmativa nãocondiz com a realidade. Assim falava Cícero, já noséc. I a.C.: “Homens são como vinhos: o tempo apuraos bons e azeda os maus”. Então, qual a característicacomum dos vinhos capazes de envelhecer, e o queganhamos em guardá-los e deixá-los para envelhecer?

Depois de armazenado na garrafa, os vinhosainda sofrem muitas transformações nas substâncias queos compõem. Elementos químicos são oxidados pelapresença - ainda que pequena - de oxigênio, taninossofrem polimerização e concentração, alguns ácidospodem se cristalizar... Tudo isso altera as característicasdo vinho, e por isso alguns enófilos-filósofos contemplamque o néctar de Baco é uma bebida viva.

Podemos dizer que são três as substânciaspresentes necessárias para um bom envelhecimento dosvinhos: os taninos, a acidez e os açúcares. Quando umvinho possui pelo menos duas dessas substâncias emdestaque, podemos avaliar que ele tem algumapossibilidade de envelhecer bem.

Os taninos, substâncias antioxidantes queinclusive fazem muito bem à saúde do organismo humanopor essa característica, são notadas principalmente no

vinho tinto pela sensação de secura e adstringência naboca. A acidez é notada pelas laterais da língua e pelasbochechas, e é a característica que nos faz perceber umvinho refrescante, que faz nossa boca salivar. A doçurapode ser notada tanto pela presença do açúcar residualou pela presença marcante de álcool - o álcool por si sóé doce e convém lembrar que ele é proveniente dafermentação do açúcar; a grosso modo, quanto maior oteor de açúcar no bago da uva, mais alcoólico será ovinho.

Na coluna anterior, escrevi que a grandemaioria dos vinhos “modernos”, aqueles produzidos noestilo “Novo Mundo”, principalmente varietais, tem atendência de serem produzidos para serem bebidosjovens, ainda cheios de aromas de fruta,superestruturados, com muito álcool e “doçura”. Masse esse é o gosto corrente, o que ganhamos em deixaros vinhos guardados por anos a fio em uma cave?

Complexidade é a sensação procurada porquem guarda os vinhos. Mesmo vinhos produzidos nesseestilo moderno, quando possui as características -estrutura de tanino, acidez e doçura - para envelhecer,desenvolvem com o tempo aromas que provêm daslentas reações químicas provenientes da micro-oxidação,enquanto a polimerização dos taninos suaviza a

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degustação destes vinhos no palato tornando-os mais“elegantes” na boca, mais aveludados, mais sedosos.Os aromas de um vinho dividem-se em: primários(aqueles originados da cepa propriamente dita - groselha,amora, framboesa etc. nos tintos, acácia, tília, cítricosetc. nos brancos); secundários (que provêm dafermentação e do processo produtivo - maçã, lichia,abacaxi etc. nos brancos e morango, cravo, esmalte oubanana – sim, nos tintos que sofrem maceração carbônicaencontramos aromas de banana!); e os terciários, aquelesque só aparecem com o tempo, após o descanso nagarrafa (caramelo, couro, carnes de caça, terra,cogumelos, folhas secas, trufas, figos etc.). A princípiopode parecer esquisito ou até ruim, mas definitivamentenão é! Somente um bom vinho de guarda pode nosproporcionar essa grande paleta de aromas.

Na prática, podemos saber se um vinho temcaracterísticas de guarda sem prová-lo? Os própriosprodutores nos dão algumas pistas: vinhos tintos deguarda tendem a ter melhores embalagens, cápsulas(aquele “selo” que cobre a rolha) de chumbo ou outromaterial de boa qualidade e rolhas longas de cortiçamaciça. Os vinhos produzidos para serem bebidos jovensmuitas vezes têm rolhas de cortiça compensada, sintéticasou mesmo tampas de rosca (screw-cap), e cápsulas maissimples, de plástico ou plástico metalizado. Estudandoum pouco as regiões produtoras e as “apelações” devinhos, também temos boas dicas de onde podemosencontrar com mais facilidade bons exemplares deguarda; para citar alguns exemplos: na França - Bordeauxe Bourgogne, na Espanha - Rioja e Ribera del Duero,na Itália - Barolo e Brunello di Montalcino, em Portugal- Porto e Douro. O ideal seria se pudéssemos comprarsempre mais de uma garrafa do vinho escolhido para aguarda, e ir acompanhando sua evolução ao longo dotempo...

Outro ponto: vinhos tintos concentrados,escuros, com reflexos púrpura, quando envelhecidostendem a buscar tonalidades mais claras, rubis, granadas,com reflexos acobreados, alaranjados, atijolados. Poroutro lado, vinhos brancos, que quando jovens em suagrande maioria são claros, com uma tonalidade do palhaao amarelo claro, citrino, tendem a escurecer, ficardourados, com reflexos âmbar e até mesmo acobreados.Mas essa paleta de cores nem sempre quer dizer que osvinhos envelheceram bem, mas apenas queenvelheceram... Mas de uma coisa estejam certos,amigos leitores: nunca vi um enófilo arrependido de terguardado uma ótima garrafa de vinho durante alguns anosantes de ter o prazer de degustá-la, ainda melhor!

Au revoir! Santé!

SAIBA MAIS EMCONSERVADO NO VINHOhttp://www.conservadonovinho.blogspot.com.br/

“Deve-se estar sempre ébrio, simplesassim, essa é a única questão. Para nãosentir o horrível fardo do tempo queenverga seus ombros e lhe inclina para ochão, é preciso se inebriar sem parar. Mas de quê? De vinho, de poesia ou devirtude, à sua própria sugestão, masinebrie-se! E se alguma vez, nas escadasde um palácio, ou sobre a grama de umfosso, você despertar com a embriaguezjá abrandada ou curada, pergunte aovento, às ondas, às estrelas, aos pássaros,ao relógio; a tudo isso que flui, a tudoisso que geme, a tudo isso que rola, a tudoque canta, a tudo que fala, pergunte quehoras são. E o vento, a onda, a estrela, opássaro, o relógio lhe responderão: éhora de se inebriar; para não ser umescravo martirizado do tempo, inebrie-se,inebrie-se sem parar de vinho, de poesia,de virtude, à sua própria suges-tão.” Charles Baudelaire, Inebrie-se.

Em Les Petits Poèmes en Prose. (Emtradução livre.)

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Por

ROBERTO MADRUGAConsultor e EducadorRio de Janeiro - RJ

 [email protected]

As mudançasna educação adistância e a

CIBERCIBERCIBERCIBERCIBERCULCULCULCULCULTURATURATURATURATURATodos nós sabemos que a educação a distância é umaestratégia poderosa para integrar colaboradores dasempresas com o novo saber e também para formarcidadãos comuns e professores.

Se a qualidade de ensino tem a ver com a formaçãodos professores e com o estímulo do aluno para oaprendizado, nada mais natural do que o surgimentodo EAD como forma de auxiliar nesta viabilização,pois um dos grandes desafios do nosso país é alcançarum limiar mínimo de qualidade da produção doconhecimento, da forma de lidar com os alunos e daforma de ensinar dos nossos professores.

As mudanças em nossa sociedadeÉ impressionante a biografia de Pierre Lévy.Em site dedicado ao filósofo http://www.caosmose.net/pierrelevy/bio.html

é possível identificarmos a tendência de suas obras noque diz respeito à grande revolução da educação.

Em seu texto “As mutações da educação da economiae do saber”, Lévy afirma preocupações com omomento atual do ensino: o grande crescimentoquantitativo da demanda por formação e a dificuldadede aumentar numericamente e quantitativamente onúmero de professores. Para o autor “Asuniversidades transbordam”.

Algumas tendências coexistem neste cenário tãosingular na educação contemporânea, pois o conceitode “profissão” está cada vez mais complicado. Nadagarante que o que foi aprendido no passado serávalorizado no futuro.

** Maior necessidade de diversificação do ensinodevido à exigência de múltiplas competências;** Maior necessidade de personalização daexperiência;** Encurtamento da distância entre o ensino presenciale a distância;** O ensino acompanha a sociedade da informação;** Exigência para mudanças no papel do professor/instrutor.

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 A CiberculturaO que a cultura da Internet trouxe para nossos dias?O atendimento de uma das mais profundasnecessidades da humanidade: a de se comunicar aqualquer hora e em qualquer lugar. Desde ascomunicações mais primitivas com o sinal da fumaçaou com inscrições em cavernas não queria o serhumano interagir com outras pessoas amplificando suacapacidade de falar?

Com a Internet, o conceito de trabalho evoluiu de nãoser mais possível um líder exigir dos seussubordinados passivamente o cumprimento de tarefasno prazo. Há de se mediar o conhecimento, poistrabalhar em conjunto neste novo cenário pressupõeaprender, produzir conhecimento e mediá-lo com seuscolaboradores. Assim a execução de tarefas passa aser a concretização de projetos bem sucedidos.

As grandes mudanças no ensino trazidas pela Internetsão pelo menos seis:

1. Acesso: por meio de disponibilidade irrestrita adocumentos e imagens;2. Tempo: a qualquer hora podemos interagir comuma pessoa ou com toda uma rede social, inclusive emtempo real e on-line;

3. Busca: possibilidade de encontrar informaçõesespecíficas por meio de buscadores inteligentes;4. Armazenamento: podemos arquivar, recuperar edisseminar informações por tempo que acharmosadequado;5. Custo: a possibilidade de redução de custos desdeque realizada de forma inteligente;6. Abordagens: diferentes abordagens de educaçãona Web. O próprio texto fornecido pelo Senacexemplifica a riqueza de abordagens que podemosusar na educação a distância: Espero que seja útil para o seu sucesso e nunca seesqueça de que nada se constrói sem conhecimentosólido guiado pelo domínio de métodos estruturados.Boa sorte!

Boa sorte!

Roberto Madruga é reconhecido pelo mercado como consultor, educador e coach multidisciplinar

nas áreas de RH, Marketing, Gestão do Relacionamento com Clientes, Qualidade e Comunicação.

Mestre em Gestão Empresarial - FGV, Pós-graduado em Marketing e em Educação, Especialista em

Qualidade total e Master em Programação Neurolinguística – PNL pela International Association ofNLP Institutes. Diretor Presidente da ConQuist.

Copyright® deste artigo: www.conquist.com.br. Reprodução permitida desde que citada a fonte.

Temos como política colaborar com o desenvolvimento humano, divulgando determinadas dicas, ferramentas e

métodos produzidos pela ConQuist. Conheça a biblioteca de artigos de marketing de relacionamento

e CRM em: www.conquist.com.br/artigos 

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do turistado turistado turistado turistado turista

campismo:

Por

MARCOS PIVARIArquiteto e fomentador do

campismoSão Paulo - SP

[email protected]

A liberA liberA liberA liberA liberdadedadedadedadedade

do turistado turistado turistado turistado turista

Campismo é algo que entra na alma. Não importa se praticadocomo turismo familiar ou de aventura. É uma atividade quepossibilita alto grau de contato com a natureza mas não é,

necessariamente, uma forma barata de se viajar, dependendo decomo é praticado. Trata-se na verdade de um estilo de vida.

Talvez seja a única forma de abrigo em expedições apé e uma possibilidade de descanso, proteção, pousoe contemplação da natureza, que poderá ser vista dedentro de seu porto seguro: sua casa, inserida nocontexto.

No turismo, se enquadra como uma forma fácil deinserção e experimento. Com muito pouco pode-seviajar completamente livre de pacotes ou roteirosdefinidos por terceiros. Os espaços não sãonumericamente limitados e podem ser inseridos emlocais de preservação ambiental.

Montanhismo, escalada, ou simplesmente esportes deaventura levam o campismo no seu íntimo como formade repouso e mesmo sendo algo secundário aopropósito da prática, acaba por seguir os mesmosrituais de montagem, equipamentos e técnicas demanuseio.

“O campismo naturaliza o ser

humano e ajuda a integrá-lo

com a natureza.”

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Na sua forma fixa, onde o equipamento (barraca ouveículo de recreação) permanece montado em algumalocalidade, proporciona respeito à natureza efacilidade de deslocamento ou mudança de aresquando convém. Evita construções fixas quedemandam maior gasto de materiais e principalmenteseus descartes quando da mudança de função.

Marcos Pivari é campista de alma e denascimento. Fomentador da prática e da

filosofia. Arquiteto por formação epesquisador do campismo brasileiro porpaixão. Sonha em desenvolver no país a

prática de camping nômade e decaravanismo aos moldes europeus e norte--americanos, devido ao incrível e superiorpotencial Brasileiro. Fundador do portal

MaCamp Campismo.

SAIBA MAIS VISITANDO:

MaCamp Campismowww.macamp.com.br

Camping Clube do Brasilhttp://www.campingclube.com.br/

O campismo familiar também está muito presente nocenário turístico brasileiro desde os anos 1960. Teveseu ápice nos anos 1970 e 1980 tendo decaído nasduas décadas seguintes por diversos motivos, dentreelas, a falta de estruturas turísticas adequadas ouequipamentos.

Atualmente este formato vem crescendo novamenteem suas duas formas principais: Campismo nômade,que é aquele praticado com o uso de barracas e oCarvanismo, modalidade em que se utilizam trailers,motor-homes, campers e carretas-barraca.

Para as crianças, o campismo possibilita uma infânciasaudável em meio a outras pessoas, onde não existemmuros ou barreiras separatórias. A criança aprende aconviver e a respeitar o espaço dos outros campistas.

Para adultos, permite planejar seus passeios de formalivre e conviver num ambiente de cordialidade ímparentre os praticantes que sempre estão dispostos aajudar e interagir de forma amigável.

Acampar é uma paixão que se contrai. Entra nosangue, promove prazeres, desperta desejos,conquista fronteiras e mora na alma de quem o pratica.

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MANUAL DO MUNDOA Manual do Mundo Comunicação é uma produtora especializada na criação deconteúdo educativo e de entretenimento que desperta a curiosidade e criatividade.Desde 2008 no mercado, está à frente do maior canal de ciência e how-to doYoutube Brasileiro, o Manual do Mundo. Faz vídeos educativos de treinamento epara a internet e produz objetos educacionais digitais para editoras de livrospedagógicos. Além disso, oferece oficinas infantis, sempre ligando entretenimento aaprendizado, e organiza palestras sobre inovação na educação e bom uso derecursos digitais nas escolas. Descomplicar e transformar o chato em divertido écom a gente, dizem eles. Ligue o som e aperte o play. 

http://www.manualdomundo.com.br/

Lá vamos nós para mais uma viagem pelo inusitado mundo virtual. Nesta edição convidamosvocê a conhecer os vídeos educativos do site MANUAL DO MUNDO; ou descobrir coisas

bizarras e esquisitas no site da revista MUNDO ESTRANHO; ou ainda passear pelos artigos dapágina CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA. Além do conhecimento e da eventual utilidade das

informações, estas páginas também são um ótimo passatempo. Bom divertimento!

MUNDO ESTRANHOTrata-se do site da revista homônima da editora Abril, onde você poderá encontrarum pouco de tudo que é bizarro, diferente e curioso nos campos da alimentação,religião, saúde, ambiente, cultura, religião, dentre outros... Quer saber quanta energiase economiza com a hora do planeta? Então visite o canal Ambiente. Já ouviu falarda religião rastafári? O canal Religião conta tudo. Ou será que você quer saber osignificado de priapismo? O canal Saúde informa. Enfim, um mundo de curiosidadese informações, incluindo o dos filmes e games, onde tudo pode acontecer. Mergulheneste lugar muito, muito estranho.

http://mundoestranho.abril.com.br/

CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICAO nome pode parecer meio esquisito, mas na verdade não se trata de um site deprevisão do tempo ou algo parecido. É o site de uma “instituição de divulgação doconhecimento científico para a sociedade em geral”, que pretende que os temascientíficos tornem-se um viral na Internet. Aqui você encontra artigos, notícias ecuriosidades sobre os mais variados temas, tais como astronomia, geografia, vidaanimal, tecnologia e muitos outros. O site é alimentado por diversos colaboradoresbrasileiros. Vale a pena uma viagem por este mundo de informações.

http://climatologiageografica.com/

Por

LUCIANA GOMES GIMENESAdministradora de empresas e

Coordenadora de compras

São Paulo - SP

[email protected]

Dicas e links NETNETNETNETNET

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Esses

escritores...Pesquisa:

MARCOS GIMENES SALUNJornalista

São Paulo - SP

[email protected]

Aos dezessete anos, CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE foiexpulso do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo (RJ), depois de umdesentendimento com o professor de português. Imitava com perfeição aassinatura dos outros. Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupartrabalho. Ninguém notou. Tinha a mania de picotar papel e tecidos. “Se nãofizer isso, saio matando gente pela rua”. Estraçalhou uma camisa nova emfolha do neto. “Experimentei, ficou apertada, achei que tinha comprado onúmero errado. Mas não se impressione, amanhã lhe dou outra igualzinha.”

O escritor norte-americano ERNEST

HEMINGWAY passou boa parte de sua vida tratando deproblemas de depressão. Apesar da ajuda especializada, o

escritor foi vencido pela tristeza e amargura crônicas.Hemingway deu fim à própria vida com um tiro na cabeça.

MONTEIRO LOBATO adorava café com farinha de milho,rapadura e içá torrado (a bolinha traseira da formiga tanajura),além de Biotônico Fontoura. “Para ele, era licor”, diverte-seJoyce, a neta do escritor. Também tinha mania de consertartudo. “Mas para arrumar uma coisa, sempre quebrava outra.”

EUCLIDES DA CUNHA, Superintendente de Obras Públicas de SãoPaulo, foi engenheiro responsável pela construção de uma ponte em SãoJosé do Rio Pardo (SP). A obra demorou três anos para ficar pronta e,alguns meses depois de inaugurada, a ponte simplesmente ruiu. Ele não

se deu por vencido e a reconstruiu. Mas, por via das dúvidas,abandonou a carreira de engenheiro.

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Por

LILIAN MAIALMédica e escritora

Rio de Janeiro - RJ

[email protected]

Pensar teu nome é função de descobrir sentenças,provar a saúde da palavra,beber a música do verbo.

Mescla de células,tuas e minhas fontes,jorram cristais e delícias.

Teus segredos,a letra tateando o músculo,o pulso disparado ao margear profundezas,o ar que falta e sobra e inunda,asfixia e erupção.

Pausa.

Desconforto.

Qual...Já não é mais sem tempo.Tudo é oceano e noite.Tudo saber, querer, ser.

Teu é o nome da rosado mar, de criaturas bizarrasda falta de gravidade,da paz, que me foge pelos minutos que restam,da soma das tuas esquinas.

Meu é o dom do desequilíbrio,dançar no fio,calar o cio,nesse longo ofício de remendar esperas.

Derme fosforescente,cores de acordar passarinho,formas de acalentar bordadose um perfume de estar.

A curva do rio nos pertence,como a palma da mão que se dá em prece.

Aqui e agora meu olhar passeia nas linhas todas do teu rosto,saltitando entre cílios,a se aconchegar no ninho dos teus lábios,cálidos templos erigidos na madrugada.

Meus poucos sonhos se perderam em opacos horizontes de procuras.E esse teu gosto de nunca se afiliou na saliva do encontro.

Os dados rolam,o tempo estica os dedos.

Tão nós e tão não.Tão pouco e tão tudo.Areia e verdade.Desnudo.

DesnudamentoDesnudamento

Desnudamento