revista 'o fiel católico' #7

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  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

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    Bimestral Ano do Senhor 2014

    Par. NossaSenhorad o B r a s i l

    Catequese :: Apologtica :: Doutrina :: Teologia :: FilosofiaCatequese :: Apologtica :: Doutrina :: Teologia :: Filosofia

    7

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

    2/202

    expediente fel

    Direogeral:Pe.MichelinoRobertoEditorao,diagramao,arteeprojetogrfico:Henrique

    SebastioTratamentodeimagem:HenriqueSebastioTextosdestaedio:Pe.FranciscoF.

    Carvajal,DomMuriloKrieger,HenriqueSebastioCopydesk,revisodetextoerevisogeral:Silvana

    SebastioImpresso:PauloGomesartesgrficas(117733-6247)

    Capadestaedio:BartolomEstebanMurillo(1617-1682),AAdoraodosMagos

    ArevistaOFielCatlicoumapublicaodaParquiaNossaSenhoradoBrasil.Parte

    dadistribuiogratuita.FielCatlicoumapostoladodaIgrejaCatlicaApostlica

    RomanasediadonacidadedeSoPaulo(SP),quetempormissoaevangelizaoeo

    esclarecimentodafapartirdacatequese.

    Participe e colabore com este trabalho e receba as novas edies de O Fiel Catli-

    co em sua residncia. Informaes:(11)3082-97869/3569-1292/9-4966-5406

    [email protected]

    EDITORIAL

    Desde os tempos antigos, Deus chama o ser humano santidade: Eu sou o Senhor (...). Sereis santos porqueEu sou Santo (Lv 20,26). O primeiro Papa repete a ordem: A exemplo da Santidade dAquele que vos cha-mou, sede tambm vs santos, em todas as vossas aes. (1Pd 1,15). Mas como ser santo no dia-a-dia? Comoviver a f e a santidade hoje, no meio deste mundo corrompido? Como vencer a sensualidade, o hedonismo,o egosmo, a gula, a ganncia... pecados recompensados pela sociedade atual, que os v como virtudes?

    Podemos adiantar algumas pequenas dicas, como por exemplo, lutar primeiro contra os pecadoscapitais: a soberba, a ganncia, a luxria, a gula, a ira, a inveja e a preguia. Porque so como paisdos outros pecados: se no nos livramos destes, no h progresso em nossa vida espiritual. Outra dica procurar viver sempre, a todo momento e em cada situao, o Amor-caridade, j que esta a maior dasvirtudes, que resume todos os Mandamentos, vale mais do que todos os sacrifcios (Mc 12,29-34) e cobre amultido dos pecados (1Pd 4,8). Jesus pergunta aos seus discpulos: Se amais somente os que vos amam,que recompensa tereis? (Mt 5,46). Para o Senhor, ser perfeito como o Pai do Cu amar e amar, at osinimigos, at mesmo os que nos odeiam, nos caluniam e nos maltratam (Mt 5,44).

    O artigo Como Viver a F no Dia-a-dia (pg. 4) trata deste tema. Procura elucidar quanto aosmodos de viver a f crist, muito alm do discurso e da teoria... Boa leitura!

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    S existe um motivo realmenteimportante para ce-lebrarmos o Natal. E triste ver que este motivoanda quase esquecido, completamente ignoradopelos veculos de comunicao de massa, e que

    isto se reete nas festas natalinas das escolas, das empre -sas e... lamentavelmente, das famlias.

    Muitos consideram a festa de Natal como a chata

    repetio de um velho costume, um hbito do tempo dos

    nossos avs que no tem mais um grande signicado na erada tecnologia e da internet. Outros encaram a data comos mais uma oportunidade para comer e beber demais.

    O comrcio, como sempre, aproveita esse temposagrado para incrementar as vendas. Os lmes, enfeites,

    cartes e revistas ditos de Natal s falam do Papai Noel,

    das suas renas, duendes, fbrica mgica de brinquedos...

    Certas comunidades ditas evanglicas, talvez por essa ra-zo, condenam a comemorao do Natal. Mas como pode-ria ser pecado celebrar a Natividade de Jesus Cristo?

    Qual , anal o motivo importante para celebrar o

    Natal, que anda to esquecido? Temos duas respostas paraescolher, pois realmente existem dois Natais acontecen-do todo ano: um o natal que acabamos de descrever, do

    Senhor Jesus Cristo, meu Deus e meu Salvador, na Noite Santa do teu Nascimento, ofereo diante de tua manjedou-ra, como presentes, meu corao, minha alma, minha vida inteira, minha famlia; com todas as alegrias, todos ossofrimentos e esperanas que vivemos e viveremos, por tua Graa. Pedimos por aqueles que choram sem ter quemlhes enxugue uma lgrima. Por aqueles que gemem sem ter quem escute seu clamor. Suplicamos por aqueles que tebuscam sem saber como e onde te encontrar. Abenoa, Jesus-Menino, cada pessoa deste mundo, acendendo emseus coraes a tua Luz, a Luz Eterna que vieste trazer noite escura de nossas almas. Fica conosco, Senhor!

    Pai Nosso...; Ave Maria...; Glria ao Pai... Amm!

    Papai Noel que d presentes, diz ho-ho-hoe anda comduendes. Este natal serve de desculpa para bebedeiras, co-milanas e excessos de todo tipo, e s funciona at 25 de

    dezembro. No dia seguinte, perde a graa.

    O outro o Natal de Jesus, Filho de Deus e nos-so Salvador. Este uma Festa da Vida, de alegria santa,que vem de Deus; comemorar a vinda da Luz Divina ao

    mundo, que vence a treva de todo egosmo e maldade. O

    Natal de Jesus para o ano inteiro, para a vida inteira. oNatal de hoje e de sempre, porque o nosso prprio re-nascimento para uma nova vida, mais real, mais bonita erecompensadora. Uma vida com sentido.

    Seria pecado curtir a fantasia das rvores, cha-mins, trens, neve de isopor, papel laminado? No. Osenfeites e as luzes so um jeito supercial de comemorar o

    Natal, mas tambm podem servir para proclamar a nossafelicidade e comprometimento com o sentido mais pro-fundo desta data. Se nos conscientizarmos de que tudo

    isso deve servir, em primeirssimo lugar, para nos lembrardo Menino que nasceu em Belm, numa manjedoura, para

    viver e morrer por todos, ressurgir dentre os mortos e con-tinuar vivo entre ns at o m do mundo. Feliz Natal!

    AA

    doraodosPas

    tores,porFrancescoRizzi

    O NATALDEJESUS

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    Jesus entrou numa sinagoga e ali encontrou um

    homem que tinha uma mo seca, paralisada. SoMarcos diz que todos o observavam para ver securava em dia de sbado (Mc 3,1-6). Mas Nosso

    Senhor no procura se esconder nem dissimula suasintenes; antes, pelo contrrio, pede ao homem quese coloque no meio, para que todos possam v-lo bem.E diz: lcito em dia de sbado fazer o bem ou fazero mal, salvar uma vida ou perd-la?. Todos permane-ceram calados. Ento Jesus, indignado com tanta hipo-crisia, olhou-os, talvez irado e, ao mesmo tempo, triste

    pela cegueira dos seus coraes. E disse ao homem:

    Estende a tua mo!. Ele estendeu-a e cou curado. Aquele doente, posto no centro das atenes,enche-se de conana no Cristo e manifesta a sua fpela prontido com que obedece ao Senhor e faz aqui-lo que sabia muito bem que no podia fazer: estendera mo! Sim. Por meio de sua incondicional conanano Senhor, que o levou ignorar sua prpria limitaofsica, aconteceu o milagre! Tudo possvel com Jesus. A f permite-nos alcanar metas e concreti-zar objetivos que sempre tnhamos julgado inating-

    Viver a F no dia-a-dia

    So Jose o Menino Jesus, Guido Reni (1575-1645)

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    veis; resolver velhos problemas pessoais e questesrelacionadas com a nossa obrigao apostlica que

    pareciam insolveis; eliminar defeitos que estavamprofundamente arraigados...

    A vida daquele homem tomou certamenteum novo rumo depois do pequeno esforo exigidopelo Cristo. assim que o Senhor age tambm co-nosco. H sempre algum pequeno esforo que Elenos pede nos assuntos mais corriqueiros da vida di-ria. Devemos considerar hoje como o cristo, nasua existncia cotidiana, nos pormenores mais sim-ples (por exemplo, nas circunstncias normais da sua

    jornada de trabalho), pe em prtica a f, a esperanae a caridade, porque nisso que reside a essncia daconduta de uma alma que conta com o auxlio divino.Necessitamos dessa Ajuda para sairmos da nossa in-capacidade humana.

    A f para ser vivida, e deve formar as nos-sas pequenas e grandes decises, como tambm devese manifestar habitualmente em nosso modo de en-carar os deveres de cada dia. No basta assentir sgrandes verdades do Credo, e talvez at possuir umaboa formao intelectual; necessrio, mais do queisso, viveressas verdades,pratic-las, de modo a che-gar a ter uma vida de f que seja ao mesmo tempomanifestao e fruto daquilo que se cr.

    Deus nos pede que o sirvamos com a vida,com as obras, com todas as foras do corpo e daalma. A f um valor sobrenatural que se refere vida, e isto quer dizer a vida de todos os dias, pois aexistncia crist nada mais que um desdobramentoda f, um viver de acordo com o que se cr, comaquilo que se sabe que a Vontade de Deus para a

    vida. Temos uma vida de f? Uma f que inua emnosso comportamento e nas decises que tomamos?

    O exerccio da virtude da f na vida cotidianatraduz-se naquilo que em geral se denomina sentidosobrenatural. Consiste em ver as coisas, mesmo asmais corriqueiras, em funo do plano de Deus paracada criatura, orientado para a sua salvao e para a demuitos outros; um acostumar-se a andar como queolhando para Deus pelo canto do olho nas tarefas di-

    rias, para ver se a Vontade divina realmente aquela,se esse o modo como Ele quer que faamos as coi-

    sas; habituar-se a descobrir Deus atravs das criatu-ras, adivinh-lo por trs daquilo a que o mundo chamaacaso, perceber suas pegadas por toda parte.

    A vida crist, a santidade, no um verniz ex-terno que recobre o cristo, deixando intocado aquiloque propriamente humano. As virtudes sobrenatu-rais inuem no comportamento do cristo e fazemdele(a) um(a) homem/mulher honrado(a), exemplarno seu trabalho e na sua famlia, sensvel ao sentidode honra e de justia, superior quilo que o co -

    mum, por um estilo de conduta em que se desta-cam a lealdade, a conabilidade, a honra, a coragem,a alegria... Estai atentos a tudo o que h de justo,de puro, de amvel, de louvvel (Fl 4,8), exorta SoPaulo Apstolo.

    A vida de f, portanto, leva o cristo a ser umhomem com virtudes humanas, porque torna realida-de os critrios da f na sua atuao normal. Leva-o arealizar atos de f no s ao entrar numa igreja, mastambm perante um problema do trabalho ou de fa-mlia, na hora de alguma contrariedade, em face dador ou da doena, no momento em que recebe umaboa ou uma m notcia, ou quando resolve prosseguirpor amor um trabalho que estava a ponto de abando-nar por cansao. Leva-o a viver a f quando desejariadesistir de uma tarefa apostlica por no ver frutos,talvez porque a relha que rotura e abre o sulco nov a semente nem o fruto.

    Num cristo a f est, pois, em contnuoexerccio, tal como a esperana e a caridade. Peran-te problemas e obstculos que talvez j sejam velhos,

    esse cristo ouve o Senhor que lhe diz: Estende atua mo... Examinemo-nos hoje, agora, com que fre-quncia tornamos realidade o ideal de Jesus, que dvida e sentido novo a todas as situaes do dia-a-dia,a todas as coisas humanas que realizamos, ampliando--as e tornando-as sobrenaturalmente fecundas.

    CARVAJAL, Francisco Fernandez. Falar com Deus,So Paulo: Quadrante, 1993 pp. 62-66

    Ser na prtica

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    Este artigo trata de umassunto de fundamen-tal importncia, tantopara a devoo pelaSantssima Virgem como tambmpara a f crist como um todo: aImaculada Conceio deNossa Senhora.

    A doutrina daImaculada Conceio um dogma da Igreja, e muitas vezes mal compre-endido. Um dogma uma

    verdade de f que deveser crida por todo cristo(o primeiro dogma, porexemplo, a prpria exis-tncia de Deus: se voc

    no cr em Deus, paracomear, no h como seconsiderar cristo).

    Assim, todo cris-to deve crer na Imacula-da Conceio de Maria. Oideal, porm, conhecerpara crer melhor. O quequer dizer, exatamente,Imaculada Conceio?

    Quer dizer que Nossa Se-nhora foi concebida sema mancha do Pecado Ori-ginal, e que jamais pecou.

    Todos herdamos o Peca-do Original de nossos pais, e elesde seus pais, e assim sucessiva-mente, at o primeiro homem ea primeira mulher. Os efeitos doPecado Original so a tendncia

    para o mal e para a inimizade comDeus. Nossa Senhora foi salva,assim como qualquer um de ns,pelo Sacrifcio Redentor de JesusCristo. Ela, porm, diferente dens, j no instante de sua con-

    cepo, foi preservada do PecadoOriginal e, em consequncia, dosseus efeitos, sendo salva no damaneira que comum a todos ns(pelo Batismo), mas de maneira talque a preservou de cometer peca-do e de sequer desejar comet-los.

    Podemos usar uma com-parao simples para facilitar acompreenso desta diferena: seuma pessoa cai num poo e al-gum a tira de l, esta pessoa foisalva por quem a tirou. E se

    outra pessoa est caindoj no poo, em plena que-

    da, sem chance de se sal-var por suas foras, masalgum sucientementeforte a segura em pleno are a pe para a segurana,impedindo que mergulheabaixo? Claro, esta tam-bm foi salva por quemimpediu a sua queda.

    Assim que Nos-

    sa Senhora foi salva, co--mo quem salvo de cairno poo, ao invs de sersalva como quem j caiudentro dele, sujou-se todoe se machucou (o caso detodos ns). E era neces-srioque assim fosse, poruma razo muito simples:Deus a preparou, desdea queda do homem, paracarregar Deus mesmo emseu ventre (Gn 3,15). SeuFilho no era um meni-

    no qualquer que depois virouDeus. No; Ele era desde sem-pre, e continuar enternamenteDeus. A partir de sua concepono seio da Virgem Maria, peloEsprito Santo (Lc 1,31), tomounossa natureza humana, sem per-

    A IMACULADA CONCEIO DASANTSSIMA VIRGEM MARIA

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    A Filiao DivinaCarlos Lema Garcia

    (Quadrante)

    144 PG.S | BROCHURA | 11 x 16,7 cm

    Deus meu Pai... Eis uma das primeirasgrandes verdades da f que aprendemosno Catecismo, e que para muitos no passade um chavo, repetido sem nenhuma re-exo. Que tremendo absurdo isto!

    Quantas vezes j repetimos, sem com-preender o que dizemos: Eu tambm soulho de Deus!, sem atinar que declaramosuma profundssima e inefvel verdade, daqual no sabemos extrair as maravilhosasconsequncias? Deus meu Pai! Que Graatremenda! Maravilha das maravilhas, quedeveria mudar completamente o modo deser, transformar a vida da pessoa humanapara melhor, em todas as suas dimenses!

    So Josemaria Escriv meditou e propa-gou incansavelmente esta realidade; seusensinamentos transformaram as vidas demilhares de is catlicos, lanando umasemente que deu frutos magncos de paz,serenidade e santidade, sentido para o vivere ardor apostlico e missionrio.

    Este livro est disponvel na loja da

    Parquia Nossa Senhora do Brasil

    Aberta de tera sexta-feira, das 8h45 s17h30 (fechada das 12h30 s 13h30)

    der sua Natureza divina, e fez-se homem. E daque, como vimos, o Pecado Original transmitidodos pais aos lhos. Jesus, sendo Deus, no poderiajamais vir ao mundo como fruto de um ventre con-taminado pelo pecado; no poderia tomar carne e

    sangue de algum que, como nos explica So Paulo, escravo do demnio (Hb 2,14-15) por tender aopecado, em consequncia do Pecado Original.

    No Livro do xodo (25,10-22) vemos oextremo cuidado que Deus ordena na preparao etrato para com a Arca da Antiga Aliana, destinadaa portar as Tbuas onde Deus escrevera a Lei dadaa Moiss (Dt 10,1-2). Para portar a Lei, o SENHORmanda que se faa uma arca, com muitssimos cui-dados e detalhes, que tem que ser de ouro e madeira

    de accia, os materiais mais nobres e puros, ex-tremamente caros na poca.

    De to sagrada, esta Arca no pode sequerser tocada! Em 2Sm 6,6-7, vemos como Oza, lhode Abinadab, percebe que os bois que carregavamo carro com a Arca tropeam, e corre para a apararcom as mos; imediatamente cai morto, fulminadopela Santidade de Deus!

    Se para com a Arca da Antiga Aliana, queguardava a Palavra de Deus dada na letra da Lei do

    Antigo Testamento, havia tanto rigor e era neces-sria tamanha pureza, o que no seria necessriopara que a uma mulher fosse concedida a Graaincomensurvel de ser, ela prpria, o Tabern-culo da Nova e Eterna Aliana, que abrigaraia em simesma no tbuas de pedra, mas sim Corpo e San-gue, Alma e Divindade do Deus Vivo e Verdadeiro!

    Ainda mais do que isso, o Corpo e o San-gue de Jesus, o Cristo, o Salvador do mundo, so omesmo corpo e sangue de Maria Santssima, pois oCristo foi gerado em seu ventre, tomando dela suaconstituio humana!

    Voc j parou para pensar nisto? J medi-tou sobre este Mistrio tremendo? Bem, ento ten-te imaginar como foi preparada aquela que porta-ria o prprio SENHOR em seu ventre, aquela cujosangue alimentaria o Verbo de Deus feito Carne,cujo leite nutriria a Deus feito homem? Se tocara Arca que continha a Palavra bastava para matar,Cristo poderia ser concebido e Se desenvolver em

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    um tero impuro e escravizado ao demnio, peloPecado Original?

    Alm de tudo, vemos clara e literalmente

    como a Santa Virgem foi preservada do Pecado Ori-ginal tambm em S. Lucas (1,28), quando o Arcan-jo Gabriel se mostra pobre Virgem de Nazar e

    a sada, dizendo: Ave, cheia de Graa, o Senhor convosco; bendita sois entre as mulheres!.

    A expresso Cheia de Graa, no originalgrego (kecharitoumene) e expressaa Graa de Deus em plenitude. usada por S. Pau-lo na Carta aos Efsios (1,5-6): No seu Amor nospredestinou para sermos adotados como lhos seuspor Jesus Cristo, segundo o beneplcito de sua livre

    Vontade, para fazer resplandecer a sua maravilhosa

    Graa (Charitou), que nos foi concedida por Ele noBem-amado.

    Kecharitoumenediz, literalmente, que Mariasempre foi, , e sempre ser cheia de Graa. E Graae pecado no habitam a mesma alma, como luz notem comunho com trevas, porque so opostos (Rm6,14). Maria, alm disto, a nica chamada Cheiade Graa, e isso antes do Sacrifcio de Cristo. Ora,uma mulher comum, uma escrava do Pecado origi-nal, algum que peca e tornar a pecar, no pode

    ser Cheia de Graa. A Virgem, portanto, foi salvaantes, no momento de sua concepo (diferente dens), pelos mritos de Cristo (assim como ns).

    Por isso que areao de Nossa Senhora chegada de um anjo diferente da reao de Za-carias, pai de S. Joo Batista: enquanto Maria se pe

    a meditar nas palavras do anjo, Za-carias ca perturbado e com medoantes mesmo de o anjo falar. O queno estranho: a reao normal detodos os que, carregando em corpoe alma o Pecado Original, vem-seface a face com um anjo purssimo; a mesma reao dos pastores aquem o anjo anuncia o Nascimentode Cristo (Lc 2,9).

    Alguns protestantes dizem que aprova de que Maria no foi preser-

    vada do Pecado est no fato de tercumprido os rituais de puricao(Lc 2,22) com uma oferenda pelo pe-cado (Lv 12,2-8). Mas o Evangelistadiz que foram concludos os dias dapuricao de Maria segundo a Leide Moiss(Lc 2,22), e no que ela

    tivesse pecado. Nossa Senhora faz o sacrifcio parasubmeter-se Lei, assim como o prprio Cristo tam-bm o fez (Gl 4,4), mesmo sem precisar: para noser causa de escndalo (Mt 17,26) e dar exemplo deperfeita obedincia.

    Outros querem ver na armao de S. Paulo(Rm 3,23), de que todos pecaram, uma evidnciacontra a Imaculada Conceio de Maria. Do mesmomodo, esta armao no pode ser tomada literal-mente, pois, se fosse, Nosso Senhor tambm teriapecado, pois Ele viveu neste mundo como homem,e a Escritura diz todos. Alm disso, o mesmo

    Apstolo, na mesma Epstola, fala dos que no peca-ram como Ado (Rm 5,14).

    Muitos outros exemplos podemos encon-trar, na Bblia, do uso desta expresso generalizante(todo; todos) sem o signicado literal que no per-mitiria exceo: em Mt 4,24, est escrito: Trouxe-ram-lhe todosos que tinham algum mal, mas b-

    Concluso na pg. 13...

    8

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    (11) 3082-9786

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    NSradoBrasil

    Grupo Sementes do Esprito:

    Segundas-feiras s 20h.

    Grupo de Orao Esprito Santo:

    Quintas-feiras s 14h30.

    Planto de Orao:

    Teras-feiras s 15h necessrio marcar previa-

    mente, contatando uma pessoa responsvel dos

    grupos de orao ou na secretaria paroquial.

    Hora Santa com Exposio do Santssimo:

    Sextas-feiras s 11h.

    Grupo de Jovens Divino Corao:

    Domingos s 18h.

    Apostolado da Orao:Santa Missa toda primeira sexta do ms s 18h.

    Orao das Mil Aves-Maria:

    Todo primeiro sbado do ms na Capela Nossa

    Senhora do Carmo.

    Missa de Nossa Senhora de Schoenstatt:

    Dia 18/11, tera-feira, s 12h

    Dia 02/12, tera-feira, s 20h

    Recolhimento feminino Opus Dei:

    Dia 25/11 Enquanto Tempo

    Dia 09/12 Lies de Natal

    Secretaria:

    Dias teis: das 8h30 s 19h / sbados: das 8h30 s 14h

    E-mail: [email protected]

    Horrios de MissaSegundas-feiras: 8h, 9h,12h05, 17h30 e 18h30.

    Tera a sexta-feira: 8h, 9h, 12h05, e 17h30.

    Sbados: 8h, 9h, 12h e 16h.

    Domingos: 8h, 10h, 11h15, 12h30, 17h, 18h30 e 20h.

    Confisses

    Segundas, das 10h s 12h; sextas, das 10h s 12h; aos

    domingos, antes e durante as Missas (durante a semana, po-

    de-se marcar hora para Confisso e direo espiritual).

    Matrimnio / Curso de Noivos

    Informaes sobre procedimentos, datas e horrios disponveis

    para casamento devem ser solicitadas exclusivamente na secre-taria paroquial, pessoalmente.

    Batismo

    Informaes sobre as inscries para o curso preparatrio ao

    Batismo, para pais e padrinhos, na secretaria paroquial, pes-

    soalmente. Trazer uma lata de leite, para ser doada para ins-

    tituies de caridade, e documentao. Confira no site [www.

    nossasenhoradobrasil.com.br/pastoral/pastoral-do-batismo] a

    lista de documentos necessrios.

    Horrios e dias para Batismo

    Sbados, 13 e 15h (individuais) e domingos, 9h, 13h30 e 15h30

    (individuais) e 14h30 (coletivo). Batismos individuais devem ser

    marcados com antecedncia.

    INFORMATIVO N. S DO BRASIL

    ANO 5 ED. 34 NOV/DEZ 2014

    Bimestral Distribuio gratuita Tir: 2500 exemplares

    Responsvel: Pe. Joo Bechara Ventura

    Projeto editorial: Henrique Sebastio

    Brasil

    NOSSA SENHORADO

    :: novembro/dezembro de 2014 ::

    PROGRAMAO PASTORALPROGRAMAO PASTORAL EXPEDIENTE PAROQUIALEXPEDIENTE PAROQUIAL

    : : PARQUIA NOSSA SENHORA DO BRASIL : :Praa N. S do Brasil, s/n Jardim Paulista CEP.: 01438-060 So Paulo SP

    : : PARQUIA NOSSA SENHORA DO BRASIL : :Praa N. S do Brasil, s/n Jardim Paulista CEP.: 01438-060 So Paulo SP

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    O SUCESSO DA MONOGAMIA FIEL

    CONCOMITANTEMENTE AO ACON-

    TECIMENTO recente, o Snodo da

    Famlia, publica-se um artigo, oportu-

    namente, numa revista cientca a

    Scientifc American do Brasil intitu-

    lado O Poder do Par (Blaker Edgar

    ano 13, n 149, out/2014, p. 52-57). Nele

    constata-se que a poligamia aparece

    na maioria das sociedades. Mas, mes-mo quando a poligamia permitida,

    o arranjo da minoria. Grande parte

    das sociedades humanas est organi-

    zada em torno do pressuposto de que

    uma grande frao da populao for-

    mar pares duradouros, casais exclu-

    sivos sexualmente. E a monogamia

    parece ter feito bem nossa espcie.

    Ligaes em pares, como cientistas

    chamam as relaes monogmicas,

    foram uma adaptao importantenum ancestral arcaico que se tornou

    essencial para os sistemas sociais hu-

    manos e nosso sucesso evolutivo.

    Temos uma grande vanta-

    gem sobre muitas outras espcies

    devido a ligaes em pares, avalia

    o antroplogo da Universidade de

    Montreal, Bernard Chapais. O casal

    monogmico tambm forma a base

    para algo exclusivamente humano:

    as vastas e complexas redes sociais

    em que vivemos.

    Segundo o autor, h dcadas

    cientistas lutam para compreender

    as origens e implicaes da monoga-

    mia humana. Questes bsicas, como

    quando comeamos a formar casais

    para o resto da vida, por que era van-

    tajoso e como isso pode ter estimuladonosso sucesso como espcie permane-

    cem sem resposta e so controversos,

    mas uma nova pesquisa nos trouxe

    mais perto de solucionar o mistrio.

    As pesquisas apontam para a hipte-

    se de que o que promoveu o sucesso

    da monogamia foi o fato dos machos

    homindios de categorias mais baixas

    desviarem a energia de lutar entre si

    para encontrar comida para as fmeas

    como incentivo ao acasalamento. Porsua vez, as fmeas passaram a prefe-

    rir os provedores mais conveis aos

    mais agressivos.

    Esta descoberta leva-nos a

    cogitar que a cincia est verican-

    do que a unio de um homem com

    uma mulher, de forma duradoura,

    surge quando o homem passa a se

    preocupar com a sua companheira,

    nica, e esta corresponde a este sen-

    timento oferecendo a sua preferncia

    para uma unio estvel. Estes estudos

    que remontam ao comportamento

    de nossos antepassados h milhes

    de anos, parece estar perfeitamente

    identicado com os fatos da atuali-

    dade. O compromisso e a segurana

    sempre foram apontados como as

    consideraes mais signicativas

    para uma mulher numa relao. Para

    isto necessrio que o futuro esposodemonstre que est mais preocupado

    em servi-la do que em demonstrar

    fora bruta. Antropologicamente, as

    ramicaes que originaram o ho-

    mem atual assumiram o comporta-

    mento monogmico de compromisso

    e sentimento de unidade vericados

    nos pares humanos. Estas manifes-

    taes de cuidado, no ncleo familiar,

    parecem ter sido fundamentais tam-

    bm em relao aos lhos, que na es-pcie humana alcanam um diferen-

    ciado e progressivo desenvolvimento

    cerebral, mas que apresentam uma

    dependncia mais prolongada dos

    pais na sua infncia, quando compa-

    rado a outras espcies.

    O artigo conclui: Foi a co-

    -operao, ento, sob a forma de pa-

    res monogmicos, famlias nucleares

    ou grupos, que permitiu a humanos

    ter sucesso quando todos nossos an-tepassados fsseis e primos foram

    extintos. Na verdade, a cooperao

    pode ser a maior aptido que adqui-

    rimos nos ltimos 2 milhes de anos,

    permitindo que nosso gnero jovem

    sobrevivesse a perodos de mudana

    ambiental e estresse, que podem mui-

    to bem determinar o futuro de nossa

    espcie geologicamente jovem.

    Palavra da cincia.

    Valdir Reginato Pastoral da Famlia

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

    11/2011

    COM O ANOchegando ao m, a Igreja nosintroduz no Advento, tempo ideal para que o cris-to reencontre a razo da sua f, principalmenteno mundo de hoje, onde os falsos sincretismos emodismos levam muitos a crer que todos os cami-nhos levam a Deus.

    o tempo de espera do Salvador; perodoque nos coloca em dois movimentos: o Senhorvem e ns vamos ao seu encontro. Mas s O en-contra quem est pronto, como descrito na parbo-la das Dez Virgens, que por excelncia a parbolado Advento: Eis o esposo. Ide ao seu encontro(Mt 25,6).

    O primeiro movimento sempre o deDeus. Ele que toma a iniciativa, pois por deni -o Aquele que vem, o Emanuel. Toda histriada salvao passa pela iniciativa de Deus com suasvindas ao homem. Essas vindas reunidas formamo Advento que se estende da Criao Parusia (cf

    Fr. Cantalamessa). As promessas de Deus a seu povo se cum-priram com a vinda do Messias e continuam nosensinando a esperar Nele e com Ele. Jesus, que jno mais uma promessa do Pai, mas uma Presen-a real no meio de ns, coloca uma nfase maiorno como ser a sua vinda denitiva, exigindo decada um de ns a urgncia de uma deciso pesso-al, pois assim ser a vinda do Filho do Homem...conforme a parbola do ladro.

    O que ser de mim se no estiver pronto(a),vigiando como o Senhor me pediu? Ele me disseque j est porta...

    Nesse tempo propcio, preparemo-nospara irmos ao encontro do esposo que vem! Pea-mos a graa de abrirmos mo dos nossos desejose da nossa vontade para vivermos de acordo coma vontade de Deus que innitamente superior nossa. Se pelo Esprito morticardes a carne,vivereis!(Rm8,13)

    S. Paulo exorta: Desperta tu que dormes(Ef 5,14). Ele fala a mim e a voc, que ainda perde-mos tempo com coisas inteis, que no edicam,com vs preocupaes, com uma vivncia cristmorna e apagada, com indiferena dor do irmo,fazendo acepo de pessoas, no testemunhandoa salvao trazida pelo Cristo Vivo e Ressuscitadoque Luz e Esperana para toda humanidade.

    A nossa espera j no mais como a doAntigo Testamento e nem somente uma espera,mas, memria e Presena. Memria porque Aque-le que espervamos j veio. Presena porque O te-

    mos conosco todos os dias na Eucaristia, na parti-lha da Palavra, e na vivncia comunitria.Advento cristo uma ida com alegria ao encontroDaquele que j caminha conosco e que prometeuque estaria conosco at o nal de nossas vidas!

    OGupeOraEitSntc-

    dadvoumxnide-

    nvdShnphdP-

    lr,todaa5afra,da14:30

    16:30nslproqui.

    TEMPO DO ADVENTO

    Grupo de Orao Esprito Santo

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

    12/2012

    PROCLAMAS DE CASAMENTOPROCLAMAS DE CASAMENTO

    01/NOVEMBRO Gabriel Vilela Rohony Kertesz e Fer-nanda Jacobsen Machadao; Murilo Teixeira Macedo ePaola Cristine Ferigolo; Rafael Parlatore Medici e BrunaValim; Michel Rodrigues e Bianca Furtado Guimares;Francisco Flauber Duarte dos Santos Filho e Amuny Go-bato Abou Adile.

    04/NOVEMBRO Guilherme Nunes Martin Bianco e Fa-biana Faustino Costa de Moraes.

    07/NOVEMBRO Marcio Alves Sanjar e Michelle Ma-naia Santos.

    08/NOVEMBRO Guilherme Cardoso de Lucca e Ana Cn-dida F. R. de Lucca; Daniel Ferreira Menezes e Claudia Fer-reira dos Santos; Eduardo S. Villalba e Marilia Travassos Ber-nardi; Fernando Buono Dal Bello e Priscila de Melo Muniz ;Bruno Nogueira e Patricia Monteiro Aguila; Guido Fernan-do Santos Alves e Maria Beatriz Mendes Dias Inocncio.

    14/NOVEMBRO Thiago Cau Cavassani Penedo e Mi-chele Badaui Ghattas.

    15/NOVEMBRO Ernesto Salguero Alejos e Andressa Baro-ne; Deive Gonalves Rodrigues e Evelin Gouvea de Olivei-ra; Ronaldo de Oliveira e Bruna Maria do Amaral Bertoletti;Fabio Kanashiro e Danielle Sayuri Myiamoto; Willian Car-nevalli e Carolina Alvares.

    19/NOVEMBRO Jos da Cruz Lopes Neto e CarolinaMiceli.

    21/NOVEMBRO Hermes Ponpilio Correa da Silva eAlessandra Mielli.

    22/NOVEMBRO Carlos Rafael Favaro e Renata SaitoYokota; Renan Freitas Barbosa e Patricia Nogueira daSilva; Magnun Zerbini e Aline Maria dos Santos Silva;

    Tiago Borrego Fernandes e Paloma Praa Miranda; ArturToledo Cabral Cota e Silmara Braga.

    25/NOVEMBRO Bruno Belucci e Thas Felipe Pacholek .

    27/NOVEMBRO Fernando Dleizer e Maria VieiraDleizer.

    28/NOVEMBRO Marcello Tozelli Bovo e Marisa de Oli-veira Andrade; Leonardo Sbravate de Abreu e Fernanda

    Baroni Santos de Lima; Ricardo Brigato Rugno e RafaelaLaura Amlia Lage.

    29/NOVEMBRO Leandro Marcantonio e Mayra Pauli-no Pinotti; Joo da Cruz Vicente de Azevedo e Almeidae Fernanda Pinheiro de Castro; Tadanori Saito e Stepha-nie Lima Nascimento; Gustavo Ferraro Fernandes Costae Lina Furusho; Alcides Barata Neto e Mnica de AbreuVasconcelos.

    06/DEZEMBRO Rodrigo Elian Sanchez e Maria PaulaA. Carvalho; Gabriel Oliveira Conrado de Souza e Michel-le Kyung Mi Lee; Helder Tadashi Yamagushi e AdrianaBoni; Jefferson Souza Honrio e Roberta Veloso de Paula;Denis campos Marino e Lais Paris Giovannino; Edson deMacedo Franco e Andreia Moreira Cairro.

    12/DEZEMBRO Victor Navarro Castello Branco e PatriciaSavassi Rigatieri; Murilo Martins da Silva e Tatiane Vas-

    concelos Ferreira.13/DEZEMBRO Cesar Henrique dos Santos e AmandaEscaramal Assolant; Mauricio Schiavo e Denise Ambrosiode Mauro; Alain Leonardo Coutinho Luna e Leilane Fer-nandes; Rafael de Lemos Buoro e Thamy Hespanha Gar-cia; Raphael Cairo de Camargo e Priscila Camara.

    19/DEZEMBRO Marcos Tanaka de Amorim e AmandaMaria de Oliveira

    20/DEZEMBRO Thiago dos Reis e Carolina Lara Marconi;Jean Christophe Schmidt e Ana Carolina Torres; Gustavodos Santos Bernardi e Luana Bezerra Vaz da Mota; Giulia-no Campo DallOrto e Danielle Messih Vicentini; Flviode Araujo e Kelly Alessandra da Costa Machado.

    www.nossasenhoradobrasil.com.br

    NOVEMBROMarinaLiaRibeiroVa

    iroCidaMunhoz

    DEZEMBRO

    DorothyFrascinoRafaelMunhoz

    HelenaSCunhaIngridOrglmeisterLeilaH.Apovian

    ANIVERSARIANTES DIZIMISTAS

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

    13/2013

    vio que nem todos os doentesda Sria foram Galilia. Em Jo12,19, diz-se que todo o mundo

    vai aps Jesus. E ser que real-mente todas as pessoas do mun-do, sem exceo, seguem Jesus?

    Quem dera! Do mesmo modo,em Mt 3,5-6, vemos que toda aJudeia e toda a terra dos arredo-res do Jordo ia ser batizada porS. Joo Batista; mas ns sabemosque nem todos foram batizados, jque isso deveria incluir os fariseuse saduceus, que tinham doutrinasdivergentes entre si. Logo, nemtodos foram procurar o batismode S. Joo. Assim como tambmnem todo o povo, sem exceo,

    C

    arlos Borromeu nasceu no castelo de sua famlia, em

    Arona, prximo a Milo, em 2 de outubro de 1538,

    lho do Conde Gilberto Borromeu e de Margarida de

    Mdicis, de casa nobre e inuente na sociedade da

    poca. Carlos era o segundo lho. Ainda criana, revelou grandestalentos e rara inteligncia; construa rplicas minsculas de alta-

    res, diante dos quais, em presena dos irmos

    e amiguinhos, imitava as funes sacerdotais

    que observava na igreja.

    Era acentuada a sua vocao religio-

    sa: era penitente, piedoso, caridoso; o amor

    orao e o desinteresse nas diverses e praze-

    res do mundo eram sinais claros. Aos 12 anos,

    a famlia o entregou para servir a Deus. Aos

    21, diplomou-se em Direito Cannico. Logo

    depois, fundou uma Academia para estudos

    religiosos, com aprovao de Roma. Aos 24

    j era sacerdote e Bispo de Milo. Em sua bre-

    ve trajetria, deixou-se guiar exclusivamente

    pela f, atuando tanto na burocracia interna da

    Igreja quanto na evangelizao, sem distino

    entre uma coisa e outra. Muitos o consideram o primeiro Secre-

    trio de Estado, no sentido moderno. No silncio de suas medita-

    es, Carlos acalentava planos grandiosos para a reorganizao

    da Igreja, que se concentraram na ideia de concluir o Conclio de

    Trento. Chamava insistentemente a ateno de seu tio, poca

    Cardeal e que depois foi eleito o Papa Pio IV, para tal necessi -

    dade. De fato, o Conclio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro

    a executar as ordens das novas lei, ainda que para isso tivesse que

    deixar sua posio e ocupar outra inferior.

    Carlos Borromeu sabia muito bem que a caridade abre

    os coraes verdadeira religio. Por isso, revertia a maior par-

    te de sua receita aos pobres, reservando para si apenas o indis-pensvel. Heranas e rendimentos dos bens de famlia, distribuia

    entre os carentes. No tendo mais o que dar,

    pedia ele mesmo esmolas para os pobres e

    abria, assim, fontes de auxlio. Orientou mui-

    tas Ordens religiosas, e algumas que surgiram

    depois de sua morte o escolheram para padro-

    eiro, dando continuidade grandiosa obra de

    amparo que deixou.

    Em 1576, veio a peste. Milo foi du-

    ramente assolada. Mais de cem padres paga-

    ram com a vida pelas lgrimas que enxuga-vam, de casa em casa. Um dos mais ativos era

    Carlos Borromeu. Visitava os contaminados,

    levando-lhes o Sacramento e consolao, sem

    limites nem precaues, num trabalho incan-

    svel que lhe consumiu as energias. Chegou

    a agelar-se em procisses pblicas, pedindo perdo a Deus em

    nome de todo o povo.

    Um dia, anal, foi apanhado pela febre, que lentamente

    minou seu organismo. Morreu em 4 de novembro de 1584, dizen-

    do-se feliz por ter seguido a Cristo e poder encontrar-se com Ele

    de corao puro. Tinha 46 anos de idade. Paulo V canonizou-o em

    1610 e designou a festa em sua memria para o dia de sua morte.

    So Carlos Borromeu: Cardeal, Reformador e Santo

    assumiu a responsabilidade damorte de Cristo (Mt 27,25). Es-tamos tratando aqui, simplesmen-te, de um recurso de linguagemchamado generalizao, muitocomum na cultura semita. Assim,

    alm da exceo evidente de Jesusna expresso generalizante usadapor S. Paulo, vemos que a palavratodos comumente usada como signicado de muitos ou demaioria. A passagem em ques-to no , de forma alguma, provade que Maria pecou.

    Depois de tantas de-monstraes e comprovaes dasantidade especialssima de Nos-sa Senhora, o que podemos dizer,

    seno o que lhe disse o Anjo?AveMaria, cheia de Graa, o Senhor

    convosco; bendita sois vs entre

    as mulheres...

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

    14/2014

    Um leitor, que se identi-cou apenas como Pau-lo, enviou-nos a mensa-gem reproduzida abaixo:Acho que o principal benecio do

    espiritismo que no nos so im-

    postos dogmas. O Espiritismo diz

    que No h salvao fora da cari-

    dade, no temos a necessidade de

    atacar nossos irmos que pensam

    diferente. O tempo que perdido

    por muitos tentando desmascarar

    crenas contrrias as suas um pe-

    cado, pois poderia ser empregado

    de maneira mais til e edicante.

    Prezado Paulo, agradecemos pelointeresse em compartilhar a sua opi-nio e pela conana depositada em

    nosso singelo apostolado. Voc nosd a oportunidade de esclarecer d-vidas que certamente so as mesmasde muitas outras pessoas. Vejamos...

    Em primeiro lugar, o seucomentrio deixa claro que voc nocompreende o signicado da palavra

    dogma. Permita-nos esclarec-lo:dogma, para o cristo (e no s paraele), um princpio de f, aceito portodos aqueles que aderem Igreja deCristo. O Catecismo o dene perfeit-amente, nos seguintes termos:

    Os dogmas so luzes no caminho

    de nossa f, que o iluminam e tor-

    nam seguro. Na verdade, se nossa

    vida for reta, nossa inteligncia e

    nosso corao estaro abertos para

    acolher a luz dos dogmas da f.

    (CIC 89)

    Caso voc prera uma de-nio desvinculada da doutrina daIgreja (creio que sim), o dicionrioAurlio dene dogma da seguinte

    maneira: Ponto fundamental dedoutrina religiosa ou losca, apre-sentado como certo. Muito sim-ples. O primeiro dos 43 dogmas daIgreja, por exemplo, arma simples-mente que Deus existe. Ora, se vocno cr em Deus, no pode ser con-siderado cristo, para comear! Ima-gine algum dizendo: No acreditoem Deus mas sou cristo, porquefao caridade!... Consegue en-tender para que servem os dogmas,

    o espiritismo e os dogmas da Igrejao espiritismo e os dogmas da Igreja

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

    15/2015

    e porque eles so realmente necess-rios? para preservar a coerncia e alegitimidade da f que eles existem.

    Ora, desde o incio do cris-tianismo, j nos seus primeirssimostempos, surgiram doutrinas estranhasno seio da Igreja, com a difuso deideias contrrias quilo que o Se-nhor disse, fez e ensinou, como porexemplo o gnosticismo, o arianismo,o macedonismo, o monosismo, omonocletismo, etc. Infelizmente, as-sim permanece at hoje, sendo amaior heresia dos nossos tempos(segundo o Papa Bento XVI a maior

    heresia que j existiu) a chamada te-ologia da libertao, que no renegaum, mas praticamente todos os dog-mas da f.

    Assim, para que a purezada f fosse preservada, isto , parasalvaguardar a autntica doutrina daIgreja, fez-se necessrio denir edeterminar, simplesmente, o que cristianismo e o que no . A esteconjunto de verdades que chama-

    mos dogmas.

    Esclarecido esse primeiro ponto es-sencial, observando o seu comentrio,a segunda evidncia que se impe, eque voc no percebe, que (aten-o) toda religio e/ou losoa es-piritualista/religiosa organizada temos seus prprios dogmas; inclusive oseu espiritismo! No? Vejamos...

    Existe esprita que no crem reencarnao? No. Quem nocr em reencarnao no esprita,porque a reencarnao , sim, umprincpio fundamental da doutrinaesprita. Em outras palavras, umfundamento do espiritismo, dadocomo certo, e somente depois deaceit-lo que algum pode ser con-siderado esprita. Fato 1.

    O mesmo podemos dizerda crena na evoluo do espritoatravs de uma sucesso de reencar-naes, da mediunidade, da psicogra-a, dos planos espirituais superiorese inferiores, dos espritos de luz edos espritos obsessores, etc, etc.Tudo isso, para o esprita, princpiode f; ou seja, tudo isso , sim, dogma esprita. Se algum se declararesprita e armar que no existe me-diunidade, por exemplo, estar na re-alidade inventando uma nova seita,diferente do espiritismo realmenteexistente. Fato 2.

    Ento, quando voc diz queo benefcio do espiritismo no terdogmas, voc est, digo com todoo respeito que lhe devo, cometendoum erro fundamental. Ocorre quetoda religio tem os seus prpriosdogmas, mesmo que no os chamecom esse nome.

    Finalizando este assunto,hoje at alguns dos maiores homensde cincia do mundo reconhecem

    que tambm a cincia tem os seusprprios dogmas, sem os quais o es-tudo da fsica e da astronomia, porexemplo, se tornariam impossveis.A ideia de que cientista no tm f completamente falsa. Em algunscasos, certas teorias cientcas sorecheadas de dogmas, precisando atdo que chamam de um salto de f.Isso no signica algum problemacom a cincia, e sim que a cincia de-

    pende de seres humanos, depende damente humana para ser compreen-dida, e a mente humana depende decertos processos para funcionar bem.Os tericos do Multiverso, por exem-plo, surgem com explicaes cadavez mais infundadas para justicar asua f na teoria. Da mesma maneira,o polmico Richard Dawkins ageunicamente movido pela f em suaprpria ideia do gene egosta e na

    memtica. E isso natural. Anal, ele humano. O mtodo cientco nodepende da f; o cientista, sim.

    Passando ao outro assuntoda sua mensagem, no, a Igreja noimpe, como voc diz, os seus dog-mas, para absolutamente ningum,at porque ela no tem esse poder.Ningum obrigado a ser catlico;o indivduo escolhe entre aderir ouno f, e nem poderia ser diferente.A Igreja uma casa de portas aber-tas, que acolhe quem entra por ela.Agora, para entrar e integrar essaIgreja preciso crer no que ela cr,

    compartilhar da f que ela preservah dois mil anos. Eu no posso en-trar e querer mudar tudo conforme aminha vontade, os meus achismos,as minhas interpretaes particulares.Mais uma vez, muito simples.

    Por m, quando tratamosdo espiritismo ou de qualquer out-ra religio no crist, no estamostentando desmascarar crenas,como voc diz. Simplesmente apre-

    sentamos respostas catlicas. Istono tempo perdido; trata-se deesclarecer a verdade, e conhecer averdade um benefcio imenso parao ser humano. Esta sim, a verdadei-ra e possvel evoluo do esprito.Em ltima anlise, buscar a Verdade buscar Deus, e encontrar a Verdade encontrar Deus. Jesus Cristo diz, nasSagradas Escrituras: Conhecereis averdade, e a verdade vos libertar(cf. Jo 8,32).

    este nosso papel e nossodever enquanto cristos. Esclarecer,na medida das nossas possibilidades,a verdade, iluminar o caminho, dissi-par as dvidas, esclarecer queles queandam perdidos, iludidos por char-lates e falsos profetas, errando emdoutrinas falsas... Isto no pecado,ao contrrio. til e edicante paratodos. Mais do que isso, necessrio.

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

    16/2016

    O

    Catecismo da Igreja Cat-lica, que uma das prin-cipais referncias para adoutrina da f crist, pro-

    clama que a preciosa Eucaristia aFonte e o pice de toda a vida crist.E diz tambm:

    Os demais Sacramentos, assim como

    todos os ministrios eclesisticos e ta-

    refas apostlicas, se ligam sagrada

    Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a

    Santssima Eucaristia contm todo o

    Bem espiritual da Igreja, a saber, o

    prprio Cristo, nossa Pscoa.

    (CIC 1324)

    A Eucaristia, portanto, a ex-celncia e a perfeio dos Sacramen-tos; pois apesar das maravilhas queos outros Sacramentos produzem naalma, todos eles so instrumentos usa-dos por Deus para nos dar a sua Gra-a. Na Sagrada Eucaristia, entretanto,no temos um instrumento que noscomunica a Graa Divina, e sim oprprio Autor da graa, Jesus Cristo,que real e verdadeiramente Presentefaz-se Alimento para a nossa salvao!

    A Presena de Cristo noSantssimo Sacramento comea no

    momento da Consagrao e dura

    enquanto permanecem as EspciesEucarsticas. Jesus est Presente in-teiro em cada uma das Espcies e in-teiro em cada uma de suas partes, demaneira que a frao do Po no odivide. A Eucaristia, portanto, o Sa-cramento que contm, sob as formasde po e de vinho, verdadeiros, reais esubstancialmente presentes o Corpo,o Sangue, a Alma e a Divindade deNosso Senhor Jesus Cristo, para Ali-mento de nossas almas.

    Quem come da minha Car-

    ne e bebe do meu Sangue permanece

    em Mim, e Eu nele.(Jo 6, 56)

    o Santssimo Sacramento

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

    17/2017

    Todos os Sacramentos, todos os ministrioseclesisticos e tarefas apostlicas se ligam Sagrada Eu-caristia, e a ela se ordenam, porque o Santssimo Sacra-mento do Altar contm todo o Bem espiritual da Igreja,

    que o prprio Senhor Jesus Cristo, nosso Deus!

    Diz mais o Catecismo:

    A Eucaristia realiza a Comunho de Vida com Deus e

    a unidade do povo de Deus, pelas quais a Igreja ela

    mesma. Na Eucaristia est o clmax tanto da ao pela

    qual, em Cristo, Deus santifica o mundo, como do culto

    que no Esprito Santo os homens prestam a Cristo e, por

    Ele, ao Pai. Pela Celebrao Eucarstica j nos unimos

    Liturgia do Cu e antecipamos a vida eterna, quando

    Deus ser Tudo em todos (1Cor 15,28). A Eucaristia o

    resumo e a suma da nossa f: Nossa maneira de pensar

    concorda com a Eucaristia, e a Eucaristia, por sua vez,

    confirma a nossa maneira de pensar. (Santo Irineu

    sc. II) [CIC 1324-7]

    Realmente, seria desnecessrio dizer mais. AEucaristia simplesmente o auge, o clmax, a santifi-cao, a unio dos santos da Terra e os do Cu, a ante-cipao da vida eterna, o resumo e a suma da nossa f.Pela Eucaristia podemos viver, em certo sentido, o Cuj aqui na Terra!

    Santo Toms de Aquino diz que todos os Sacra-mentos esto ordenados para a Eucaristia: toda a riquezade todos os Sacramentos se cumpre no Santssimo Sacra-mento. Falamos muito, ento, para tentar demonstrarque a riqueza espiritual da Eucaristia inesgotvel, e porisso a Igreja tenta explic-lo nos diversos nomes que lhed, sendo que cada um destes evoca algum dos seus mui-

    tos aspectos: Ceia do Senhor; Frao do Po; CelebraoEucarstica; Santa Missa; Santo Sacrifcio; Divina Litur-gia; Santo Mistrio; Santa Comunho, entre outros (cf.CIC 1328-1332). Outros modos menos comuns de se

    chamar o Sacramento da Eucaristia so: Coisas Santas;Po dos Anjos; Po do Cu; Remdio de Imortalidade.

    Por ser to importante, quando necessrio aEucaristia vai s casas dos doentes, com a visita de umsacerdote que cumpre a ordem do Senhor sua Igreja, deconsolar os enfermos (nesses casos, chamada Vitico).

    A Instituio da EucaristiaNa vspera da Pscoa judaica, Jesus sabia que havia che-gado a sua hora. Caa a noite sobre o mundo, sobre os

    velhos ritos, e os antigos sinais da Misericrdia de Deuspara com a humanidade, a partir dali, iriam realizar-seplenamente, abrindo caminho a um verdadeiro Ama-nhecer: a nova Pscoa. A Eucaristia foi instituda duran-te a noite, em preparao Manh da Ressurreio.

    FAZEI ISTO EM MEMRIA DE MIM: Omandamento de Jesus, para repetir seus gestos e palavrasat a sua volta, no somente para nos recordarmos doque Ele fez. para a Celebrao Litrgica de sua Vida,Morte e Ressurreio, e de sua Mediao nica e exclusi-

    va pela nossa salvao.

    Diz a Sagrada Escritura que especialmente nodomingo, dia da Ressurreio de Jesus, os primeiros cris-tos se reuniam para partir o Po (cf. At 20,7). Assima Celebrao da Eucaristia permanece at os nossos dias,com a mesma estrutura fundamental. E assim, de Cele-brao em Celebrao, anunciando o Mistrio Pascal de

    Jesus at que Ele venha (cf. 1Cor 11,26), o povo de Deusperegrina pelo mundo em direo Ptria Celeste, quan-do todos os eleitos se assentaro Mesa do Reino.

    Da Igreja primitiva temos o testemunho detalha-do de S. Justino Mrtir (sc. II) sobre o desenrolar daCelebrao Eucarstica:

    Os cristos celebram a Eucaristia desde as origens, e sob

    uma forma que, em sua substncia, no sofreu alterao

    atravs da grande diversidade do tempo e das liturgias,

    porque temos conscincia de estarmos ligados ao Man-

    dato do Senhor, dado na vspera de sua Paixo: Fazei

    isto em memria de Mim (1Cor 11, 24-25). (...) Ao fazer-

    mos isto, oferecemos ao Pai o que Ele mesmo nos deu: os

    dons de sua Criao, po e vinho, que pelo poder do Es -

    prito Santo e pelas palavras de Cristo tornam-se Corpo

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

    18/2018

    A Igreja aconselha e exorta todo cristo a visi-tar, para adorar, agradecer e pedir a Nosso Senhor Jesus

    Cristo na preciosa Eucaristia: na Missa, especialmentena Consagrao e no momento da Comunho; na Ado-rao ao Santssimo Sacramento, a qualquer hora, emqualquer Tabernculo do mundo; nas Horas Santas, nasProcisses do Corpo de Deus (Corpus Christi), acompa-nhando-o com profunda reverncia.

    Para recebermos com adorao e dignidade aEucaristia, devemos estar em estado de graa (sem pe-cado mortal), estar em paz com todos, ter f na Presen-a Real de Cristo no Po Consagrado e comungar comextremo respeito e devoo. Nesse momento sagrado,

    os anjos, sempre presentes, rezam por ns e oferecemnossas oraes a Deus.

    Deus pode o que ns no podemos. Jesus Cris-to, perfeito Deus e perfeito homem, no nos deixou so-mente um smbolo, mas ficou Ele mesmo conosco.O Senhor foi para o Pai, mas permanece com os que oamam. No nos deixou uma lembrana, uma imagemque se dilui com o tempo, como fotografia que amarela eno tem significado para os que no conheceram aquelapessoa. Sob as espcies do Po e do Vinho, encontra-se

    o prprio Cristo, realmente Presente. E o Presente maisagradvel que podemos oferecer Santssima Trindade a Eucaristia. Cada Missa eleva nosso lugar no Cu, au-menta a nossa felicidade eterna. Cada vez que olhamoscheios de f para o Po Consagrado e o Clice da nossaSalvao, ganhamos uma recompensa no Cu. A Missa a maior, mais completa e mais poderosa orao, a maisperfeita de todas as prticas crists.

    Fontes e bibliografia:

    HASTENTEUFEL, Zeno, Pe. O Catecismo ao Alcance de

    Todos: Uma Sntese do Catecismo da Igreja Catlica. Porto

    Alegre: EdiPUC-RS, 2001.

    GIRAUDO, Cesare. Redescobrindo a Eucaristia, 4 ed.

    So Paulo: Loyola, 2006. VEIGA, Alfredo, Pe. Cura pela Eucaristia. So Paulo:

    Loyola, 2006. BALAGUER, Mons. Josemaria Escriv de. Cristo que

    Passa. S. Paulo: Quadrante, 1975.

    e Sangue de Cristo, que, assim, se torna Real e misterio-

    samente Presente. (...) No dia do Sol (domingo), como

    chamado, renem-se num mesmo lugar os habitantes,

    quer das cidades, quer dos campos. Leem-se ora os co-

    mentrios dos Apstolos, ora os escritos dos Profetas.

    Depois, o que preside toma a palavra para aconselhar

    e exortar imitao de to sublimes ensinamentos. Se-

    guem-se as preces da comunidade e, quando as oraes

    terminam, saudamo-nos uns aos outros com o sculo.

    Em seguida, leva-se quele que preside aos irmos o po

    e o vinho. (...) Ele os toma e faz subir louvor e glria ao

    Pai do Universo, no Nome do Filho e do Esprito San-

    to, e rende graas (no grego Eucharistian) longamente,

    pelo fato de termos sido julgados dignos destes Dons.

    Terminadas as oraes e aes de graas, o povo presenteaclama, dizendo amm. Depois de o presidente ter feito

    a ao de graas e o povo ter respondido, os diconos dis-

    tribuem a Eucaristia e levam-na tambm aos ausentes.

    Carta de S. Justino ao imperador Antonio Pio (S. Justi-no, ano 155 dC, em Apologeticum 1,65)

    Neste fascinante registro histrico da Igreja pri-mitiva, vemos que a Santa Missa sempre foi celebradada mesmssima maneira como fazemos at hoje, mesmonos detalhes!

    Prefiguraes e Adorao Eucarstica

    O Man ou Po do Cu, com o qual Deus alimentouo povo hebreu durante 40 anos no deserto, na ocasioda fuga do Egito (Ex 16,4-36), era uma prefigurao daEucaristia, assim como a ceia pascal judaica, celebra-o da libertao da escravido (Lv 23,4-14). Tambmas multiplicaes dos pes pelo Senhor (Mt 14,13-21 e15,29-39) foram prefigurao da Eucaristia, anncio fei-to pelo prprio Jesus (Jo 6,35-51).

    Foi na Quinta-Feira Santa que Jesus instituiu aEucaristia, declarando: Isto o meu Corpo e Isto omeu Sangue. At hoje, a cada Missa, pelo poder dadopor Cristo a todo sacerdote, o po e o vinho transubs-tanciam-se, isto , tornam-se verdadeiramente Corpo eSangue do Salvador (CIC 1376-7/1413). Torna-se pre-sente, mais uma vez, o Sacrifcio do Deus-homem pelanossa salvao. Mistrio impenetrvel!

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

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    A

    C

    onta-se que um jovem procurou, um dia, um eremita. Oseremitas no fogem do mundo para procurar Deus, mas le-

    vam o mundo em seus coraes para, na orao, intercederpor seus irmos que lutam, sofrem e procuram a Vontade

    de Deus. O jovem falou-lhe da sua decepo com a parquia de suacidade. Anal, sonhara tanto com uma comunidade ideal, que vivesse af e o Amor de Cristo, e l encontrara somente pessoas difceis, sem af perfeita, cheias de problemas consigo mesmas e umas com as outras.

    O experiente eremita levou-o, ento, a um lugar no muitodistante, onde havia uma capela, e perguntou-lhe: O que voc est

    vendo?; a resposta foi imediata: Vejo uma velha capela de madeira,com algumas tbuas apodrecidas e a pintura toda desbotada!.

    verdade, replicou ento o eremita. A capela isso mesmo que vocest falando. Veja, porm: nela habita Deus! O mesmo acontece com asua parquia! Ela no to bela, pura e perfeita como voc deseja, por-

    que formada por seres humanos. Voctambm um ser humano e,por isso, continuamente faz a experincia das suas prprias limitaes epecados. Por sinal, mesmo que voc encontrasse, um dia, uma parquiaperfeita, ela deixaria de ser perfeita to logo voc entrasse nela!.

    A Igreja cerca de amor todos os aigidos pela fraqueza hu-mana, reconhece mesmo nos pobres e sofredores a imagem de seuFundador pobre e sofredor. Faz o possvel para mitigar-lhes a pobrezae neles procura servir a Cristo. Mas enquanto Cristo, santo, inocente,imaculado (Hb 7,26) no conheceu o pecado (cf. 2Cor 5,21), mas veiopara expiar os pecados do povo (cf. Hb 2,17), a Igreja, reunindo em seuprprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre na neces-sidade de se puricar, busca sem cessar a penitncia e a renovao (C.

    D. Lumen Gentium).

    No tenhamos, pois, iluses: a comuni-dade perfeita existe, sim, mas na Eternidade. En-quanto formos peregrinos nesta Terra, viveremosem funo de um desao, de uma certeza e de

    uma utopia. O desafo:a ordem de Cristo: Sede per-feitos, assim como vosso Pai celeste perfeito!(Mt 5,48). H muito que fazer, pois, para atingir-mos a perfeio!A certeza: a que nos d o Senhor,que diz No vos deixarei rfos! (Jo 14,18). Se aluta pela santidade exige muito de voc, alegre-sena certeza de no estar s nesse esforo. Jesus estmais interessado em sua vitria e em sua santidadedo que voc mesmo, e Ele vai ajudar, se voc pe-dir!A utopia:...a Cidade Santa, a nova Jerusalm,

    como esposa ornada para o Esposo. (...) do Trono,uma grande Voz dizia: Eis aqui o Tabernculo deDeus com os homens. Habitar com eles e seroo seu povo, e Deus mesmo estar com eles. Eleenxugar toda lgrima de seus olhos e j no ha-

    ver morte, nem luto, nem grito, nem dor, porquepassou a primeira condio(Ap 21,1-4).

    Trabalhemos para que nosso mundo (pa-rquia, famlia, corao...) melhore; mas no nosiludamos: a perfeio s encontraremos quandoCristo for tudo em todos (Cl 3,12).

    Dom Murilo KriegerArcebispo de Bahia e Primaz do Brasil

    Parquia Perfeita

    MatrizdeOurinhos(SP),

    padreseparoquianos

    (dc.1940)

  • 7/25/2019 Revista 'O Fiel Catlico' #7

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    RevistaOFielCatlico#7

    So Carlos Borromeu 4 de novembro

    ROGAI POR NS, SANTO CARLOS BORRROMEUROGAI POR NS, SANTO CARLOS BORRROMEU