revista np especial natal 2013

20
Distribuição Gratuita união especial natal 2013 especial natal 2013 mp

Upload: mp-moscavide-portela

Post on 17-Mar-2016

227 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Revista NP Especial Natal 2013

Di s t r i bu i ção G ra tu i t a

união

espe

cial

nat

al 2

013

espe

cial

nat

al 2

013

mp

Page 2: Revista NP Especial Natal 2013
Page 3: Revista NP Especial Natal 2013

Página 4A nuvem pequeninaRicardo AndradePágina 6UnirMaria Manuela DiasPágina 7CartoonBruno BengalaPágina 8Unidade na DiversidadePe. José Fernando Ferreira Página 9UniãoPe. Alberto GomesPágina 10Fotorreportagem "União"Nuno LuzPágina 12Viegas unido jamais será vencido Filipe EsménioPágina 14O Triângulo da UniãoMaria Margarida OliveiraPágina 16União… Muito mais que uma simples palavraFilipa Monteiro FernandesPágina 18União = Nelson MandelaPedro PereiraPágina 19Poema 'Natal, Paz e União'Mercedes Nunes Vaz

Ficha Técnica Director Geral: Filipe Esménio Director Editorial: Pedro Pereira Director de Marketing e Projectos Especiais: Nuno Abreu Colaborações: Filipa Monteiro Fernandes, Maria Margarida Oliveira, Ricardo Andrade, Fotografia: Nuno Luz Director Comercial: Luís Bendada Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: M.R. Artes Gráficas,Lda. - Rua da Guiné 31 A - 2685-337 Prior Velho Tiragem: 13 500 Exemplares Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: [email protected] Nr. de Registo GMCS - 121 952 Depósito Legal nº 119 760 / 98

pub

í n d i c e

Page 4: Revista NP Especial Natal 2013

"Era uma vez uma nuvem.Uma nuvem pequenina que se distinguia no meio de milhares de nuvens grandes. Uma nuvem tão bela que até o céu azul se enver-gonhava com a sua beleza. Uma nuvem tão perfeita que todas as crianças no mundo se deitavam, ao mesmo tempo, nos vários prados verdes a olhar para ela, admirando-a por entre sorrisos inocentes.No meio de todas as outras nuvens miravam a nuvem pequenina, desenhando no seu imaginário milhões de formas lindas das coisas que mais gostavam.Nessa nuvem viviam, em perfeita harmonia, pingos de chuva, pedras de gra-nizo e flocos de neve. Nela brincavam todos, como se nada mais houvesse a não ser a alegria que vinha dos raios de sol que o astro maior na nuvem deita-va para que ela jamais mudasse não perdendo nunca a sua beleza. Juntos... a nuvem, os flocos as pedras e os pingos... faziam a mais bela obra de arte criada por quem, um dia, desenhou o universo.Certo dia, uma nuvem grande, cinzenta e zangada, invejosa da beleza da nuvem pequenina , apareceu empurrando-a para tão longe que ela foi descen-do mais, mais e mais, até que ficou debaixo de uma outra nuvem ainda mais cinzenta, zangada e invejosa que, com movimentos brutos, levou a nuvem preferida de todas as crianças do mundo para longe do céu azul e para perto das mais altas montanhas da terra.Assustada e amedrontada a nuvem pequenina virou-se e, de repente, deixou cair dois pequenos irmãos flocos de neve.Com o movimento brusco, os dois pequenos irmãos foram levados pelo vento e perderam-se da vista da nuvem deixando, ao mesmo tempo, de ver o seu irmão floco de neve.Os dias passaram e a nuvem pequenina foi ficando cada vez mais triste até que foi perdendo a sua beleza de tão entristecida que estava. Sem cada uma das pedras de granizo, dos pingos de chuva ou dos flocos de neve a nuvem pequenina não era a mesma. Sem cada um deles, a nuvem não tinha já a ale-gria que tanto a caracterizava. Não era aquela nuvem inocente e feliz que fazia brilhar os olhos de todas as crianças do mundo e alimentar os sonhos de todos os meninos e meninas. E assim o mundo ficou, dia após dia, mais cinzento e ausente.Enquanto que a nuvem se entristecia cada vez mais mais, os irmãos flocos de neve caíram, cada um, sobre duas montanhas das mais altas montanhas da terra até que nela repousaram quase derretendo por causas dos mesmos raios de sol que sempre iluminavam a nuvem pequenina.Ao ver a nuvem pequenina quase morta de tristeza e os flocos de neve quase em água, as duas montanhas pegaram suavemente, com as suas mãos fortes, nos flocos de neve e sopraram-nos até os fazerem aterrar outra vez sobre a nuvem pequenina.Então a nuvem pequenina, os pingos de chuva, as pedras de granizo e os flocos de neve voltaram a estar unidos. E, pouco a pouco, a nuvem pequenina voltou a subir ao ponto mais alto do céu de onde tinha sido empurrada.Nesse dia os raios de sol brilharam tanto, que atravessaram a nuvem pequeni-na e fizeram cores tão lindas e perfeitas que desenharam o mais bonito arco-íris de sempre, desde o ponto mais alto do céu até aos mais lindos e verdes prados onde sorriam todas as crianças do mundo.

Ricardo Andrade

pub

a nuvem pequeninaPara a Carolina, Rosarinho, Ritinha e Francisco. Para que nunca deixem de sonhar e para que, jun-tos, sejam sempre flocos de neve a pousar numa nuvem pequenina.

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 304

Page 5: Revista NP Especial Natal 2013
Page 6: Revista NP Especial Natal 2013

Era só um fio… um fio que o sol fazia brilhar sempre que

o atingia. Era tão fino que lhe chamavam fiozinho… um

fiozinho de água… mas o Inverno chegou e o fio, já não

era fio, era corda, que engrossou e alastrou e começou

a correr sem parar. Lá de cima dos pedregulhos da

montanha a água corria em catadupa e inundava tudo

cá em baixo. O fiozinho de água, sem se dar por isso,

engordou de tal maneira que a largura e o comprimento

já não se mediam em metros mas em quilómetros. Ao

seu encontro vieram outros fios mais grossos que deram

tanto volume ao fiozinho brilhante que já nem o reconhe-

ciam de tão gordo que ficou. E ele, que não era senão

uma esperança, tornou-se uma certeza e encheu-se de

vigor e de vida. E junto com os outros correu em direcção

ao grande rio, deixando-se alastrar pelos campos dando

vida à terra, e as suas águas encheram-se de mais pei-

xes e mais peixes que alimentavam gentes e mais gen-

tes. E o rio começou a separar terras e gentes… mas era

preciso junção e não separação e logo com troncos se

construíram pontos de união que pouco a pouco foram

arrastados pelo turbilhão das águas invernias e foram

necessários aquedutos e pontes para unir as margens.

Mas “o pequeno fiozinho” não queria parar, queria avan-

çar, sonhava progredir, tornar-se num grande rio que se

confundisse com o mar.

E essa ambição encheu-o de esperança e alegria.

Bom Natal a todos.

Unir

Presidente da Junta de Freguesia

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 306

Page 7: Revista NP Especial Natal 2013
Page 8: Revista NP Especial Natal 2013

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 308

A figura do corpo é muito útil para descrever a "unidade na diversidade". Como o corpo tem diferentes partes, assim também o grupo que pertence a Deus é composto de muitos tipos de pes-soas: diferentes personalidades, capa-cidades, níveis de maturidade espiritual, formações, sexo, classe social, cor, raça, etc. Estas diferenças são insignificantes à luz da fé comum que partilhamos em Cristo. A diversidade entre o povo de Deus ajuda a fortalecer o corpo através de seu trabalho complementar, porque todos estão ligados uns aos outros e são dependentes uns dos outros (Cf. Romanos 12, 4-8; 1 Coríntios 10, 17; 12, 12-31; Efésios 2, 16; 4, 4; 4, 11-16; Colossenses 2, 19; 3, 15).“Assim acontece connosco: os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas, individualmente, somos membros que pertencem uns aos outros.” (...) “Preocupai-vos em andar de acordo uns com os outros” (Rm 12, 5, 16).Do mesmo modo como o Pai está unido ao Filho e o Filho está unido ao Pai, os cristãos devem viver unidos entre si. Viver em união com os seus irmãos na fé e na vida constitui a melhor prova que o cristão pode dar de sua união com Deus. Esse foi o desejo expresso por Jesus na sua oração ao Pai: “Para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade” (Jo 17, 21-23).Com base nos ensinamentos de Cristo e dos Apóstolos, falamos da questão da unidade. Viver em união constitui uma das mais importantes recomendações da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo, por exemplo, escreve aos Coríntios e solicita desses irmãos, em nome Jesus, que sejam unidos entre si. Ele diz: ... “que estejais todos de acordo e que não haja divisões entre vós; permanecei uni-dos num mesmo espírito e num mesmo pensamento” (1 Cor 1, 10). O cristão que ainda não aprendeu a viver em harmonia com seus irmãos de fé, ainda não enten-deu a verdadeira essência do Evangelho de Cristo.Para tornar mais clara a questão da unidade, temos a contribuição dada por Paulo, na comparação que fez entre a igreja e o conjunto dos membros que formam o corpo humano. No corpo humano, como sabemos, cada membro tem a sua maneira própria de operar e nenhum pode dispensar a participação dos demais. Sobre isso, o Apóstolo diz que, “como, num só corpo, temos muitos membros, mas os membros não têm todos a mesma função, assim acon-tece connosco: os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas, individualmente, somos membros que pertencem uns aos outros” (Rm 12, 4-5).Considerando a comparação feita entre a igreja de Cristo e o corpo humano, há algo que jamais podemos esquecer: cada membro desse corpo está de tal

modo ligado aos demais que aquilo que acontece com um deles afeta, de alguma forma, os outros. A Bíblia afirma: “Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria” (1 Co 12, 26). Em virtude dessa dependência que há, entre os membros do corpo de Cristo, Paulo sug-ere novamente: Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram” (Rm 12, 15).A frase anterior mostra-nos que precisa-mos aprender a ter empatia, a ponto de sofrermos com os que sofrem e alegrar-nos com os que se alegram. Devemos importar-nos e preocupar-nos uns com os outros. Não estamos num campeonato dentro do corpo de Cristo (Igreja), competindo para saber quem é o mais talentoso, o mais espiritual ou para saber quem é o maior ou o melhor. Somos companheiros e não concorren-tes. Aos Efésios, Paulo recomendou vida cristã em união, dizendo: “com toda a humildade e mansidão, com paciência: suportando-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz” (Ef 4, 3). Isso porque a convivência dos irmãos em união é boa e agradável (cf. Sl 133, 1).Não há unidade onde não há humildade! O humilde alegra-se com o bem-estar do outro e entristece-se com a tristeza do outro. A partilha dos sentimentos fortalece a unidade. A Palavra de Deus exorta-nos: “Tende entre vós os mes-mos sentimentos, que estão em Cristo Jesus: Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus” (Fp 2, 5-6). Se quisermos permanecer unidos, como Cristo deseja que estejamos, sigamos o exemplo do Mestre, que foi humilde por excelência. Todos nós somos iguais. Precisamos sempre de aprender a andar em unidade.A comunhão uns com os outros desen-volve-se e prevalece através do esforço comum e da boa vontade de todos. A nossa maior prioridade deve ser cuidar do nosso irmão. É assim que acontece com o corpo humano. Unir-nos uns aos outros é mandamento do Senhor. Por isso, no que depender de nós, devemos cultivar e preservar a unidade entre os irmãos.Na comparação feita entre os membros da Igreja e os membros do corpo huma-no, está claro que Deus quer que, como irmãos que somos, vivamos em integra-ção e dependência uns dos outros, assim como acontece com as diversas partes do corpo humano. Para que haja união entre os irmãos, é necessário também que haja humildade. Em matéria de humildade, nenhum exemplo pode ser comparado ao que Cristo nos deixou. Foi ele que, sendo Deus, se fez homem. Fez de tudo para nos unir a Ele e para nos unir uns aos ou- tros, assim como Ele está unido com o Pai.

Pe. José Fernando da Silva Ferreira

Uni

dade

na

D

iver

sida

de

Page 9: Revista NP Especial Natal 2013

Unir é uma das acções que necessariamente tem que fazer parte da vida do cristão. Preparamo-nos para celebrar o Natal, o nascimento do Filho de Deus, o nascimento de Jesus. Se à dois mil anos atrás não foi motivo de união para muita gente, aliás foi motivo de sofrimento e morte para as crianças que Herodes perseguiu, mesmo assim uniram-se à volta da gruta os pastores e os magos do oriente. Hoje o Natal, celebrar o nascimento de Jesus, une-nos em redor do Presépio, da mesa, da solidariedade, de pequenos gestos que nos recordam que vale a pena estarmos atentos aos outros.A crise que se instalou no mundo vem, necessariamente, exigir de cada um de nós um maior compromisso neste Natal. Não podemos ficar nas palavras e boas intenções, mas temos que agir partilhando com os outros a nossa vida e até as nossas coisas, mas essencialmente a nossa vida.Se partilhamos a vida com verdade somos construtores da unidade, pois ao sairmos de nós ao encontro do outro faço uma ponte do meu eu com o eu do outro e então estou a unir.Desejo profundamente que este Natal seja vivido por todos nós neste unir os nossos eus, para que celebrar o Natal de hoje seja uma clara expressão do amor de Deus pelos homens que se deixam transformar e libertar de todo o egoísmo e assim estão unidos na construção de um mundo melhor.Um Santo Natal repleto de todas as bênçãos de Deus

Pe. Alberto Gomes

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 3 09

União

pub

Page 10: Revista NP Especial Natal 2013
Page 11: Revista NP Especial Natal 2013

A UNIÃO QUE FAZ A FORÇAMOSCAVIDE E PORTELA

Page 12: Revista NP Especial Natal 2013

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 312

Uni-me, em matrimónio, com a sobrinha do actor Mário Viegas. Por afinidade e, abusivamente, sem o ter conhecido pessoal-mente, posso dizer que sou seu sobrinho. A minha sogra e a minha mulher em linhagem, são as herdeiras de todo o espólio do artista. Quem casa, casa também com a família… é um facto.Para além de ter tido o prazer de folhear alguns dos seus milhares de livros, legados à família, lidos e sublinhados pelo próprio, passei a respirar Viegas, a sentir as suas inquietudes, os seus desígnios, a viver numa casa onde ele vivera, a privar com os seus textos, a viver a sua memória.Quer se goste, quer não, ele foi visível, risível, ousado, criativo e polémico.António Mário (Titó para a família) era uma mente inquieta, sempre em busca de algo novo. Homem de coração grande, coe-rente e sem medo. Se fosse vivo, faria 65 anos no passado mês de Novembro.Figura incontornável e da qual assumo com muito prazer alguma responsabilidade em lembrar e divulgar.Procurei junto de mais de 10 entidades (Câmara de Lisboa, Câmara de Santarém, Ministério da Cultura, entre outras) promover uma homenagem digna, barata e com a visibilidade adequada a um artista desta dimensão.Comecei a minha senda em Abril deste ano. Mais de quinze reuniões depois e de centenas (sem exagero) de telefonemas, fico à beira do Natal com uma mão cheia de nada, quando se trata de uma simples homenagem... Neste país, onde não se unem

Viegas unido jamais será vencido

Page 13: Revista NP Especial Natal 2013

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 3 13

e se desprezam esforços, onde muitos políticos têm medo da política e, por vezes, até da própria secretária que os assiste, apregoa-se cultura! Há até vereadores que metem Companhias de Teatro na rua por razões comezinhas... Neste país, parece que os fantasmas de Abril perseguem ainda as mentes poluídas de quem não sabe separar o trigo do joio. Parece que tudo aquilo que possa dar trabalho, e não seja para favorecer lobbies ou amigos, fica de imediato na gaveta.Porquê? Porque é mais fácil! Porque se abafam os inimigos políticos e não chateia!...Mas, desta vez, não vai ficar assim!... Não vou desistir de reavivar a memória do artista e do homem que deixou um espólio rico e único no cinema, no teatro e na poesia portuguesa!Não vou adormecer sem todos os dias dar um pouco da minha parca energia a um dos maiores vultos da cultura do século XX!Acredito que o país está cheio de gente que pensa e que muito faz pelo bem dos artistas, da cultura e, acima de tudo, das pessoas. Mas acredito também em Portugal!E acredito, sinceramente, que, nesta «Pátria onde a terra acaba e o Mário começa», «os Viegas unidos jamais serão venci-dos»!

Filipe Esménio

Viegas unido jamais será vencido

AFd_CrossUp_Concess_198x147.ai 1 13/12/04 12:15AFd_CrossUp_Concess_198x147.ai 1 13/12/04 12:15

AFd_CrossUp_Concess_198x147.ai 1 13/12/04 12:15

pub

Page 14: Revista NP Especial Natal 2013

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 314

Temos o hábito de associar a palavra “união” ao ato de: jun-tar; unir; ligar; anexar; etc. (tal como se encontra definido nos nossos dicionários!). Nesta definição parecem estar em jogo apenas duas partes do problema, as que precisam de … se unir… juntar… Mas tal como duas linhas paralelas não se juntam a não ser pela curvatura de uma, das duas, ou mais linhas, o mesmo acontece nos comportamentos e ligações humanas.A imagem, ou figura geométrica, que melhor se adequa a este ato humano é, sem dúvida, a do triângulo equilátero: Senão vejamos:Quando duas pessoas se apaixonam cria-se ali um terreno comum, a linha básica, que abre portas para uma união. A continuação deste encontro está dependente do vértice dos outros dois lados do triângulo, ou seja, do propósito que cada um leva para a construção dessa ligação, e que pode ser, o simples encontro para o prazer sexual, à vida conjunta, até ao casamento para toda a vida. Se este propósito não é o mesmo, ou seja, se os dois lados do triângulo não são iguais, cria – se logo à partida desentendi-mentos, e abre –se o conflito. O triângulo deixou assim de ser equilátero, e não podemos falar em União, mas em anexação, prepotência, e todo o tipo de violências. Isso ficou devendo-se ao Medo que uma das partes incutiu sobre a outra, e este medo é ainda o maior obstáculo que o ser humano encontra para o seu desenvolvimento.

O Triângulo da União

Venda de Natal nas Paróquias de Moscavide e Portela

Page 15: Revista NP Especial Natal 2013

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 3 15

Na construção de uma verdadeira União são necessários darem-se passos nesse sentido, pois que a União resulta de uma construção, a exemplo do triângulo. E de uma forma muito geral, e para todo o tipo de Uniões, quais são esses passos?1º - É necessário que cada parte a unir-se tenha bem consciente qual é o propósito final dessa união. Por ex. no caso atual da junção das Juntas de Freguesia. Nesta nova União territorial e política o que se pretende? Diminuir cus-tos ao Estado? Unir esforços e alargar ações? Etc. Mas de tudo isso, o que os atuais Presidentes da Junta elegeram como o seu propósito nessa União! E que atitude levam para as negociações?2º - Que atitude tem cada uma das partes na construção dessa União? Os noivos foram-se ouvindo nos sonhos e expetativas de cada um nessa relação e foram cedendo relativamente àquilo que não era comum? E como o fiz-eram? Generosamente? Com amor? Ou com um sentido de perda, ou de estratégia pensando recuperar o perdido quando a união estiver consumada? O mesmo se dá agora com os presidentes das Juntas de Freguesia, outro exemplo com o qual nos estamos a debater.3º - Para que se construa uma verdadeira União há mudanças que se têm que operar: bens que se perdem e

ganham; regalias que se perdem e ganham; comportamentos que se têm que alterar…; Ou seja, os dois lados do triângulo têm que se ir inclinando um para o outro, de uma forma igualitária, até se atingir o vértice superior, ou seja, até à consumação da verdadeira União.4º - Quando tal acontece, quando os dois lados se juntam para um propósito comum, e o fazem respeitando a total igualdade das partes, temos a União perfeita! O casamento para toda a vida; a Nação em paz; os Países respeitadores dos outros!Como todos sabemos isto é o sonho de todos nós, mas visto ainda como o Paraíso, ou seja, uma dimensão que ainda não conseguimos atingir. Mas sonhamos! E o sonho já faz parte de nós, senão não existia. Falta dar-lhe corpo! E esse é o trabalho, sempre em evolução, a que o ser humano foi chamado a fazer por Deus desde a Sua criação do Mundo. E muito a Humanidade tem evoluído, até à consumação deste propósito - o de tornar a Terra um planeta habitado por todos os seres humanos felizes, em paz e em União com todos e com Deus, o Criador!Um Santo Natal.

Maria Margarida OliveiraPsicoterapeuta

O Triângulo da União

AF2_AA1Adm_ExpocarExpo.pdf 12/16/13 6:53:32 PM

pub

Page 16: Revista NP Especial Natal 2013

pub

Já algum dia parou para pensar, no significado, profundo, da pa-lavra “união”? Muito bem, este é o dia! Há palavras que ao ver-balizarmos, têm por si só, um som meigo, carinhoso, afectuoso, e outras que têm um som mais neutro, sem sentimento, palavras mais frias ou que, por si só, pouco ou nada nos dizem... Para mim, “união” era uma delas! Dei por mim, a debruçar-me sobre esta palavra, numa perspecti-va diferente, que até então, nunca o tinha feito. Deparei-me com uma palavra surpreendente! Surpreendente pela força que tem, pelos sentimentos que lhe estão associados, pelas característi-cas que nela habitam! De tal forma surpreendente, que o espaço que tenho para escrever “o que os meus olhos sentem”, não é suficiente para expressar a dimensão desta palavra!Nesta quadra em que nos encontramos, proponho que tenhamos esta palavra sempre presente no nosso dia-a-dia. Nesta época festiva existem valores mais altos, valores como o perdão, a cari-dade e a partilha! Perante este desafio, quero partilhar com todos vós não uma história, mas uma realidade que me acompanha tão de perto, que não poderei estar indiferente. Há cerca de 2 anos, que eu e o meu marido, decidimos ingressar num grupo de ora-ção. Há cerca de quatro semanas, estávamos na rua, nos nos-sos afazeres, e o telemóvel tocou. Não era mais uma chamada. Era a chamada! Era um amigo do grupo de oração, a dizer-nos que, um outro membro do grupo – que vou aqui, por questões que devem entender, colocar-lhe o nome de João – precisava da nossa ajuda. O João, é um senhor. Nasceu numa família de classe média. A

família não era riquíssima, mas segundo sei, também não passava dificuldades. Tal como eu, o João, tem mais três irmãos. São três rapazes, hoje homens, e uma rapariga, hoje uma senhora. Cresceram, estudaram, casaram-se... Vivem bem... Cada um tem as suas casas, os seus carros, as suas famílias, os seus filhos... Todos, menos o João! Tirando a diferença de idades, o João tem algumas seme-lhanças comigo: a cultura familiar; os valores; a educação. O João tem 59 anos! O João teve a possibilidade de estudar... não, não tem ne-nhum curso superior... mas, tal como os irmãos, estudou, cresceu, casou-se, divorciou-se e tem quatro filhos... Viveu uma vida que quem dera a muitos terem vivido ou virem a viver... teve o seu percurso profissional, teve acesso a alguns luxos... teve aquilo que queria! O João tem uma boa aparência, tem bom ar, veste-se bem, tem uma boa postu-ra, sabe estar, sabe falar... Enfim, é o João! Mas, para além das aparências, devemos, cada vez mais, estar atentos aos aspectos menos “visíveis”... O João desde que fechou a sua própria empresa, por ser sócio-gerente, não tem di-reito a qualquer subsídio do estado. Desculpem, tem! Tem direito ao rendimento social de inserção, que tem a mera quantia de 178,15€. Desculpem, não tem! Passo a explicar. Devido a um mal entendido, com burocracias para a frente e para trás, o João faltou a uma apresentação obrigatória, e o subsídio foi-lhe retirado. Deixou de conseguir responder a todas as despesas que tinha, nomeadamente, à do quarto

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 316

União… Muito mais que uma simples palavra

Page 17: Revista NP Especial Natal 2013

pub

onde todas as noites, se deitava, descansava e adormecia.Nesse dia, 9 de Novembro de 2013, passava pouco tempo da hora de almoço, o nosso telemóvel tocou e ouvimos do outro lado, que o João precisava de ajuda. Sim, isso mes-mo que estão a pensar... O João tinha ficado sem sítio para ficar, sem sítio para comer, sem sítio para dormir, sem um lar, sem um sítio onde simplesmente se pudesse abrigar do frio temeroso... Juntamente com o meu marido, tomámos a decisão de o João vir para nossa casa nesse dia, nessa hora, nesse instante.A nossa casa, é uma casa perfeitamente normal. Tem dois quartos, o nosso quarto e o quarto das crianças; tem uma sala; tem duas casas-de-banho, uma completa e outra apenas, social; e tem uma cozinha. Acolhemos o João... O João contou-nos a história da vida dele, e partilhamos, ainda hoje, a casa com ele. Confesso-vos que o dia-a-dia, nem sempre é fácil. Contamos os tostões para pagar as contas a tempo e horas... pagar a casa, pagar a luz, o gás, o telefone, a televisão, etc. Por vezes, graças a Deus, os nossos pais, por perceberem que estamos deveras preocu-pados com a falta de dinheiro ajudam-nos, com o que po-dem, e com a quantia que lhes é também a eles favorável. Viver com o João é para nós uma experiência muito enri-quecedora! Há dias mais complicados e difíceis que outros. Há comportamentos que num dia achamos normais, mas no outro dia, já nos incomodam. Enfim, somos todos huma-nos. É o partilhar a nossa vida com alguém, que na verdade

não conhecemos assim tão bem...!Esta partilha, esta caridade, esta capacidade de aceitar o outro, como ele é, com os seus hábitos, com o seu comportamento, com as suas atitudes... o deixar que alguém invada a nossa vida, o abrir a porta de nossa casa a alguém, o abrirmos o nosso co-ração, é também sinónimo de união. E quem sabe... será que o João passará o Natal connosco? Com a nossa família?No seio da minha família, sempre se viveram valores cristãos, valores de partilha e de união, que sempre defendi, mas hoje, mais do que nunca, defendo com uma força ainda maior! Valo-res que pretendo transmitir aos meus filhos, ignorando o mais possível esta sociedade cada vez mais individualista com que me deparo.O perdão, a caridade, e a partilha, são valores fundamentais que têm de, obrigatoriamente, persistir e imperar nesta sociedade! Vivemos num século, em que o conceito “união”, parece que acompanha toda esta inversão de valores, e o desaparecimento da família. Pessoalmente, faço questão, de lutar contra esta rea-lidade para não cair na precariedade. Para mim a família é tudo! Um Santo e feliz Natal, com muita união, para todos os morado-res da Portela e Moscavide! Quantos “Joões” precisam de nós?

Filipa Monteiro Fernandes

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 3 17

Page 18: Revista NP Especial Natal 2013

Esta revista tem como tema a União e, ninguém melhor que o ex-líder sul-africano, para a representar. Numa altura em que Nelson Mandela é falado pela sua morte e pelo exemplo que foi o seu trajecto, não é por acaso que foi a personalidade mais vezes distinguida em vida. Um sinal do exemplo que foi, não só para sul-africanos, mas também para o Mundo. A luta contra a segregação racial, que lhe custou, injustamente, a prisão durante 27 anos, foi um dos pontos altos da sua vida, algo em que não foi pioneiro, pois outros, como por exemplo Ghan-di e Martin Luther King, também se destacaram. Mas houve uma coisa que estes dois exemplos de uma luta semelhante não tiveram e Madiba teve, a possibilida-de de estar no poder, a possibilidade de pôr em prática aquilo que durante anos apregoou. Foi nessa etapa que se distinguiu dos demais. Dos outros, grandes activistas dos direitos humanos, podemos supor, de Nelson temos a certeza. Uma liderança na linha do Novo Testamento “não faças aos outros, aquilo que não gostas que te fa-çam a ti”, em detrimento de um Antigo Testamento e de uma Lei de Talião “olho por olho, dente por dente”. Não querendo e não retirando qualquer mérito à luta pela igualdade racial, na minha opinião, o que eleva ainda mais este lutador pela liberdade é a forma como exerceu a liderança do seu país. Seria normal numa pessoa que após 27 anos de prisão imerecida lhe corresse nas veias alguma sede de vingança, que quisesse punir aqueles que o tinham segregado a ele e a toda a raça negra por uma questão de cor. Mas só se pode afiançar se uma pessoa é realmente boa quando essa mesma pessoa tem poder, e Madiba demonstrou de que matéria era feito. Lutando contra alguns dos seus apoiantes, contra muitos dos seus inimigos, a sua postura manteve-se in-flexível. Não era hora de vingar, era hora de UNIR. Era o momento de acabar com a segregação racial, não era o momento de inverter a pirâmide dessa mesma segre-gação. Se o fez de uma forma inteligente e calculada e não por princípio, porque precisava das pessoas ligadas ao “Apartheid”, que ainda controlavam sectores impor-tantes do país? É uma questão simplesmente retórica, pois a sua postura nunca foi de castração, mas sim de libertação. Fez jus ao poema vitoriano “Invictus”, do in-glês William Ernest Henley, aquele que o acompanhou durante o período em que esteve preso e lhe deu alen-to para suportar toda a sua dor, cujos trechos “não se render jamais” e “Sou o dono do meu destino. Sou o capitão da minha alma” definem bem Nelson Mandela. Um homem que unindo evitou milhares de mortes, tor-nando viável um país do qual muitos desconfiavam e tornando-o livre.

Pedro Pereira

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 318

UNIÃO = Nelson Mandela

Page 19: Revista NP Especial Natal 2013

E S P E C I A L N A T A L 2 0 1 3 19

Natal Paz e União

Maria, receosa e submissaaceita a missão

que o Anjo lhe propõe: - Foste por Deus escolhida

em toda a Terra, a mais querida,para seres Mãe do Salvador.

Eis a teu lado, Maria,S. José, o carpinteiro

escolhido por Deuscomo teu companheiro

Uma luz rasgou o Seu ventretal raio fulminante,

e nele germinou O Ser, onde o receio e o temor,como espada acutilante

deram lugar ao Amor.Pastores e Reis Magos

guiados por uma só estrela,a mais bela,

chegaram à gruta sagradaonde a Paz se faz sentir.

E no calor dessa uniãoadoraram O Menino

no estábulo, a dormir.Nasce, Jesus, envolve-nos

num longo abraço de arminhoe torna mais suave o caminho

que a Humanidade está a viver.

Mercedes Nunes VazNatal 2013

Page 20: Revista NP Especial Natal 2013