boletim especial de natal

4
O ano de 2010 finda, 2011 se aproxima e com ele temos o início da segunda década deste novo século. Começam ainda novos mandatos nos estados e no Governo Federal. Tempo para reflexões e esperança em melhorias na área da saúde que, a despeito de avanços, ainda é avaliada pelo povo brasileiro, em recentes pesquisas do Ibope e Datafolha, como a de pior de- sempenho no governo. Esta última década foi marcada por intensa atividade de luta das entidades médicas locais e nacionais em busca de valorização para nossa profis- são e dias melhores para a saúde de nosso povo. Defendemos os princípios do SUS e a necessidade de mais recursos para o setor com a regulamentação da Emenda Cons- titucional 29, que garante financiamento regular em padrões mínimos para o setor. Tal emenda aguarda vontade política para a aprovação no Congresso Nacional des- de 2000. Conseguimos ao lado da AMPE e, fundamentalmente, do nosso SIMEPE implementar através de lei a carreira médi- ca no Estado de Pernambuco e na capital. Com grande mobilização dos médicos, obtivemos expressivos aumentos salariais, ainda aquém do merecido, mas acima da inflação, garantindo uma recuperação sa- larial no setor público que se irradiou pelo Estado, inclusive repercutindo positiva- mente na remuneração do setor privado. Em Pernambuco, observamos que apesar dos expressivos aumentos de investimentos governamentais para reagir ao caos instala- do na saúde, inclusive com construção de vários novos equipamentos públicos, ainda persistem vários gargalos, e há muito que fazer para organizar e qualificar o sistema em busca da atenção plena das necessidades da população. A expansão não planejada de serviços de urgência, ainda em curso, num cenário de pleno emprego para os médicos, tem gerado preocupante migração pro- fissional e, de forma irresponsável, alguns gestores desativaram serviços municipais. No Brasil, o anúncio por parte da presiden- te eleita de que reunirá governadores para tratar do tema saúde prioritariamente reno- va nossa esperança que aquelas promessas dos palanques eleitorais possam tornar-se realidade nas gestões públicas e se efetivem verdadeiramente em ações de governo. Assim possamos trilhar caminhos de con- vergências nestes próximos anos. Estamos dispostos a colaborar, cientes dos desafios e responsabilidades que nos impõem os dias atuais e do papel institucional que nos cabe desempenhar para buscar garantir em Per- nambuco e no Brasil o exercício ético da medicina a serviço da cidadania. Feliz natal e que 2011 possa ser de saúde, paz, felicida- de e realizações para todos nós! André Longo Presidente do CREMEPE Não deixe de acessar: www.cremepe.org.br VEJA MAIS Receita comum é válida para prescrição de antibióticos Fórum discute abertura de escolas médicas em PE 3 4 O Fórum Nacional das Entida- des Médicas terminou no dia 10 de dezembro, em Aracaju (SE), com um debate sobre a ne- cessidade de avaliação dos cursos de medicina. Há uma percepção de unanimidade no que refere à im- portância de implementação desse processo. No entanto, ainda há di- vergências com relação ao forma- to dessa avaliação: se ao longo do processo de formação ou se apenas após a saída da universidade, por meio de um exame semelhante ao aplicado pela Ordem dos Advoga- dos do Brasil (OAB). “Atingimos a maturidade nesta discussão da ava- liação do ensino médico. Precisa- mos agora implementar um proces- so contínuo de avaliação nas escolas com a coordenação do MEC e parti- cipação da sociedade médica e civil organizada”, afirmou o presidente do Cremepe, André Longo. FÓRUM NACIONAL Entidades médicas entram em consenso sobre avaliação de cursos de medicina Mensagem BOLETIM ESPECIAL

Upload: cremepe

Post on 31-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Boletim Impresso Especial de Nastal

TRANSCRIPT

Page 1: Boletim Especial de Natal

O ano de 2010 finda, 2011 se aproxima e com ele temos o início da segunda década deste novo século. Começam

ainda novos mandatos nos estados e no Governo Federal. Tempo para reflexões e esperança em melhorias na área da saúde que, a despeito de avanços, ainda é avaliada pelo povo brasileiro, em recentes pesquisas do Ibope e Datafolha, como a de pior de-sempenho no governo. Esta última década foi marcada por intensa atividade de luta das entidades médicas locais e nacionais em busca de valorização para nossa profis-são e dias melhores para a saúde de nosso povo. Defendemos os princípios do SUS e a necessidade de mais recursos para o setor com a regulamentação da Emenda Cons-titucional 29, que garante financiamento regular em padrões mínimos para o setor. Tal emenda aguarda vontade política para a aprovação no Congresso Nacional des-de 2000. Conseguimos ao lado da AMPE

e, fundamentalmente, do nosso SIMEPE implementar através de lei a carreira médi-ca no Estado de Pernambuco e na capital. Com grande mobilização dos médicos, obtivemos expressivos aumentos salariais, ainda aquém do merecido, mas acima da inflação, garantindo uma recuperação sa-larial no setor público que se irradiou pelo Estado, inclusive repercutindo positiva-mente na remuneração do setor privado. Em Pernambuco, observamos que apesar dos expressivos aumentos de investimentos governamentais para reagir ao caos instala-do na saúde, inclusive com construção de vários novos equipamentos públicos, ainda persistem vários gargalos, e há muito que fazer para organizar e qualificar o sistema em busca da atenção plena das necessidades da população. A expansão não planejada de serviços de urgência, ainda em curso, num cenário de pleno emprego para os médicos, tem gerado preocupante migração pro-

fissional e, de forma irresponsável, alguns gestores desativaram serviços municipais. No Brasil, o anúncio por parte da presiden-te eleita de que reunirá governadores para tratar do tema saúde prioritariamente reno-va nossa esperança que aquelas promessas dos palanques eleitorais possam tornar-se realidade nas gestões públicas e se efetivem verdadeiramente em ações de governo. Assim possamos trilhar caminhos de con-vergências nestes próximos anos. Estamos dispostos a colaborar, cientes dos desafios e responsabilidades que nos impõem os dias atuais e do papel institucional que nos cabe desempenhar para buscar garantir em Per-nambuco e no Brasil o exercício ético da medicina a serviço da cidadania. Feliz natal e que 2011 possa ser de saúde, paz, felicida-de e realizações para todos nós!

André Longo Presidente do CREMEPE

Não deixe de acessar: www.cremepe.org.br

VEJA MAIS

Receita comum é válida para prescrição de antibióticos

Fórum discute abertura de escolas médicas em PE

3

4O Fórum Nacional das Entida-

des Médicas terminou no dia 10 de dezembro, em Aracaju

(SE), com um debate sobre a ne-cessidade de avaliação dos cursos de medicina. Há uma percepção de unanimidade no que refere à im-portância de implementação desse processo. No entanto, ainda há di-vergências com relação ao forma-to dessa avaliação: se ao longo do processo de formação ou se apenas após a saída da universidade, por meio de um exame semelhante ao aplicado pela Ordem dos Advoga-dos do Brasil (OAB). “Atingimos a

maturidade nesta discussão da ava-liação do ensino médico. Precisa-mos agora implementar um proces-so contínuo de avaliação nas escolas com a coordenação do MEC e parti-cipação da sociedade médica e civil organizada”, afirmou o presidente do Cremepe, André Longo.

FÓRUM NACIONALEntidades médicas entram em consenso sobre avaliação de cursos de medicina

Mensagem

BOLETIM

ESPECIAL

Page 2: Boletim Especial de Natal

Não deixe de acessar: www.cremepe.org.br

P or sugestão do Ministério da Saú-de, o presidente Lula vetou o pro-jeto de lei aprovado no Congresso

que tornava obrigatória a distribuição gratuita de cinco vacinas adicionais por meio do Sistema Único de Saúde. O texto previa o fornecimento, pela rede pública de saúde, de proteção contra ca-tapora, hepatite A, pneumococo (bac-téria causadora da pneumonia), além das vacinas meningocócica conjugada C e pneumocócica conjugada valente. O texto do veto presidencial, publicado no Diário Oficial da União, argumen-ta que “a inclusão de novas vacinas no calendário básico por meio de lei tor-naria mais burocrática e demorada a adoção de novas tecnologias na área de

prevenção de doenças”. “Lamento a não inclusão de novas vacinas, pois reduzi-riam o adoecimento das crianças. Mas é melhor regularizar a oferta das que já fazem parte do SUS antes de implantar outras”, Analíria Pimentel, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Pernambucana de Pediatria.

N o dia 25 de novembro, inte-grantes da Comissão de Ética do Conselho Regional de Me-

dicina de Pernambuco (Cremepe) promoveram um encontro visando o aprimoramento do exercício da medicina. O evento foi realizado na Associação Médica de Pernambuco, na Boa Vista. A primeira palestran-

te da noite foi a vice-presidente do Cremepe, Helena Carneiro Leão, que falou sobre os “Aspectos Rele-vantes do Novo Código de Ética”. Em seguida, foi a vez da coorde-nadora das Comissões de Ética do Cremepe (CEMs), Sirleide Lira. Ela abordou o conceito, a importância e as finalidades das CEMs.

O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) rece-beu, no dia 17 de dezembro, duas

turmas de formandos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Cer-ca de 70 jovens médicos participaram de uma aula com o 1º secretário do Cremepe, Luiz Antônio Wanderley Domingues, e com o diretor-tesou-reiro da entidade, Ricardo Paiva, que falaram sobre o papel do médico na sociedade, a ética no dia a dia do profissional, a importância do corre-to preenchimento do prontuário e da

relação do médico com o paciente. O encontro acontece desde fundação do Conselho e visa aproximar o Cremepe com os futuros médicos do Estado.

2

ÓRTESES E PRÓTESES

Medida do CFM recebe aprovação de entidades, gestores e profissionais

A entrada em vigor da Resolução 1.956/10 do Conselho Federal de Medicina (CFM), em 25 de outu-bro, causou grande repercussão entre médicos, entidades e gesto-res. A norma regula a prescrição de órteses, próteses e materiais implantáveis e estabelece uma ro-tina para a solução de eventuais conflitos. A reação ao documento variou do entusiasmo à dúvida a respeito de sua aplicação. “A po-sição do CFM é a de que a reso-lução é clara e está em perfeita sintonia com o Código de Ética da profissão”, afirma o conselhei-ro federal Júlio Rufino Torres, um dos responsáveis pela laboração do documento.

CONSUMIDORPlanos de saúde pressionam médicos

Pesquisa do Datafolha divulgada no dia 02 de dezembro revelou que 92% dos médicos no País já sofreram interferências dos pla-nos de saúde sobre a forma como devem atuar profissionalmente. Setenta por cento dos médicos disseram que as operadoras fa-zem restrições relacionadas a doenças pré-existentes, 55% re-lataram problemas envolvendo o tempo de internação e 49% recla-maram da ação dos planos sobre a prescrição de remédios de alto custo. “É impossível que alguns não cedam às pressões, porque há ameaças de descredenciamento dos planos, por exemplo”, afir-mou o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes Amaral.

EVENTOComissões do Cremepe discutem ética na medicina

NOVA ETAPACremepe realiza encontro com formandos da UFPE

Lula veta cinco novas vacinas SAÚDE

Page 3: Boletim Especial de Natal

Não deixe de acessar: www.cremepe.org.br

O presidente e a vice-pre-sidente do Conselho Re-gional de Medicina de

Pernambuco (Cremepe), André Longo e Helena Carneiro Leão, estiveram no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no dia 17 de dezembro, reunidos com o desembargador e presidente do TJPE, José Fernandes de Lemos. Os representantes do Cremepe levaram para discussão questões referentes ao funcionamento dos Institutos de Medicina Le-gal (IMLs) e apontaram a falta

de estrutura adequada para realização de perícias, espe-cialmente, no interior do Estado. Ficou e s t a b e l e c i d o que o Creme-pe fará um relatório com todas as difi-culdades encontradas durante as fiscalizações e encaminhará ao TJPE para que sejam toma-

F oi reinaugurada, na noite do dia 16 de dezembro, a nova sede da So-ciedade de Medicina de Caruaru,

no bairro de Maria Gorete. A solenidade contou com a presença dos presidentes do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Silvio Rodrigues, do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), André Longo, da Associação

Médica de Pernambuco (Ampe), Jane Lemos, da Associação Médica de Caruaru, José Alberto de Melo, além de representantes da sociedade caruaruense, médicos e convidados. Na ocasião, foram entregues novas salas, auditório, biblioteca, quadra de esportes e parque infantil. A nova delegacia do Cremepe em Caruaru

3

A s entidades médicas de Pernambuco - Conselho Regional de Medicina,

Sindicato dos Médicos e Asso-ciação Médica - promoveram, juntamente com representan-tes dos diretórios acadêmicos de medicina da UFPE, UPE e Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), no dia 16 de dezembro, o II Fórum das En-tidades Representativas Mé-dicas e Estudantis - “Abertura

de Novas Escolas Médicas” – Uma Visão Crítica do Tema. Os partici-pantes demonstraram preocupa-ção com a real necessidade de mais médicos no Estado e com a qua-lidade da formação oferecida pe-las escolas já existentes. “Algumas escolas médicas no Brasil não têm as mínimas condições para funcio-nar. Outras precisam de atenção, investimentos e acompanhamento para se qualificar”, avaliou o presi-dente do Cremepe, André Longo.

Fórum discute abertura de escolas médicas em PEENSINO

IMLSCremepe participa de audiência no TJPE

SOLENIDADEReinaugurada nova sede da Sociedade de Medicina de Caruaru

das as providências necessárias no sentido de garantir o exercí-cio ético da medicina.

começa a funcionar em janeiro.

Page 4: Boletim Especial de Natal

Não deixe de acessar: www.cremepe.org.br

4

DROGASCrack atinge 98% das cidadesO consumo de crack já se alastrou pelo País, atingindo sem distinção grandes centros urbanos e zonas rurais, aponta pesquisa divulgada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). O levantamento, feito com 3.950 cida-des, mostra que 98% dos municípios enfrentam problemas relacionados à droga. Os 2% onde o crack ainda não está presente são de populações bem pequenas, como a gaúcha Dilermando de Aguiar (7 mil habitantes) e a cata-rinense Bom Jesus do Oeste (3 mil). Todas as cidades do País foram con-tatadas, mas nem todas responderam. “O problema alcançou uma dimensão nacional. Não está mais nas grandes cidades, mas nas áreas rurais”, disse o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

CIDADANIACremepe na luta pela notificação da violência

A coordenadora de Prevenção aos Acidentes e Violência da Prefeitu-ra da Cidade do Recife, Carmelita Maia, compareceu à plenária geral do Cremepe, no dia 06 de dezem-bro, para discutir sobre o manual de notificação da violência e sua dis-tribuição. A proposta é conscienti-zar os médicos sobre a importância de notificar os casos. O processo de notificação da violência é simples e segue os mesmos procedimen-tos da dengue, AIDS ou qualquer outra doença. “Pode ser feita por fax, por e-mail e até por telefone”, afirmou a médica Carmelita. Ela acredita que “o grande trabalho do Cremepe é fazer com que o médico entenda o bem que ele está fazendo ao notificar”.

DIRETORIA DO CREMEPEPresidente: André Longo | Vice-Presidente: Helena Maria Carneiro Leão

1º Secretário: Luiz Antonio Wanderley Domingues | 2º Secretário: José Carlos Barbosa de AlencarTesoureiro: Ricardo Albuquerque Paiva

2º Tesoureiro: Valdecira Liloso de Lucena | Corregedora: Silvia da Costa Carvalho Rodrigues Corregedor Adjunto: Roberto Tenório de Carvalho

EXPEDIENTE Assessoria de Comunicação Cremepe/Jornalista responsável: Mayra Rossiter(DRT/PE 4081)

Projeto gráfico: Luiz Arrais(DRT 3054) | Diagramação/ Impressão: MXM Gráfica Fotos: Secom Cremepe | Tiragem: 5.000 exemplares

Contatos: [email protected] | Fone: 81 2123.5755 | www.cremepe.org.brRua Conselheiro Portela, Espinheiro - Recife/PE

A Justiça Federal decidiu dar respaldo aos médicos que optarem por não tentar prolongar a vida de doentes

terminais, sem chances de cura, e cujas famí-lias concordem com a opção – a ortotanásia. A proteção passou a existir porque a Justiça Federal no Distrito Federal reviu liminar

dela própria, de 2007, que tornava nula reso-lução do Conselho Federal de Medicina, que permitia aos médicos a prática da ortotaná-sia. Presidente do Conselho Federal, Rober-to Luiz d’Avila afirma que, ainda que a lei já não proibisse a ortotanásia, a medida judicial dá mais segurança ao médico.

MEDICINAJustiça autoriza a prática da ortotanásia

A prescrição de a n t i b i ó t i c o s pode ser feita

com receita comum, desde que ela tenha os dados necessários do paciente e do me-dicamento e seja feita em duas vias. O es-clarecimento foi feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A entidade convocou reunião com a direto-ria da Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir pontos da resolução que passou a valer em 28 de novem-bro. De acordo com as novas regras, que valem para todos os antibióticos

VENDA DE ANTIBIÓTICOSReceita comum é válida para prescrição

(pomadas, soluções orais e compri-midos), a compra só pode ser feita com a retenção da receita. A resolu-ção também exige que a venda desses produtos seja registrada.

U m homem americano está livre do HIV mais de três anos depois de receber um transplante de cé-

lulas-tronco, o que seria o primeiro caso de cura do vírus causador da aids. A in-formação consta de um relatório de pes-

quisa de sete cientistas da Universidade de Medicina Charité de Berlim, na Ale-manha, publicado pela revista Blood, da Sociedade Americana de Hematologia. O texto da publicação “sugere fortemente que a cura do HIV foi alcançada”.

AIDSTransplante cura paciente