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nº1 /Agosto 2012/ / 1 Pela primeira vez, Cachoeiro tem eleição com só dois candidatos EM SUAS MÃOS Primeira edição - Agosto de 2012 - R$ 7,00 Cabe ao eleitor decidir qual é o melhor remédio para o município Glauber Coelho (PR) e Carlos Casteglione (PT) apresentam propostas

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Edição Nº 01

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Page 1: Revista Mais

nº1 /Agosto 2012/ / 1

Pela primeira vez, Cachoeiro tem eleição com só dois candidatos

EM SUAS MÃOS

Primeira edição - Agosto de 2012 - R$ 7,00

Cabe ao eleitor decidir qual é o melhor remédio para o município Glauber Coelho (PR) e Carlos Casteglione (PT) apresentam propostas

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/ /Agosto 2012/nº16

AGOSTO/2012

editorialsumário

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32

04

Regional. Estrada mais segura até Coutinho

No sul do estado do Espírito Santo, notada-mente Cachoeiro de Itapemirim, a pulverização de veículos de comunicação é grande. Emissoras de TV, rádios, jornais diários e revistas sema-nais geram, além de informações, emprego e renda para muita gente.

Mas, mesmo nesta profusão democrática de informação, a revista MAIS ES nasce para preencher uma lacuna. A proposta é ser não uma revista social, mas uma revista de interesse social, para abordar, de forma mais aprofun-dada, temas de relevância, que, muitas vezes, não encontram espaço nestes tempos atuais, de informação instantânea.

É veículo que, embora recém nascido, se apoia na experiência de nove anos do jornal Espírito Santo de FATO, do qual é parceira, e desfruta da colaboração de jornalistas experientes.

Já na primeira edição, o foco é a campanha eleitoral histórica que se desenvolve em Cacho-eiro, onde apenas dois candidatos disputam a preferência do eleitor.

A ambos foi dada a oportunidade de explanar sobre suas propostas de governo, em entrevis-tas extensas, que têm o objetivo esclarecer seus propósitos aos eleitores.

A próxima edição já começa a ser elaborada e pretende ir fundo na questão do crescimento imobiliário de Cachoeiro de Itapemirim. Encontro marcado para 8 de setembro. Boa leitura e até lá.

Eleições. Cachoeiro só tem dois candida-tos pela primeira vez na história

Perfil. Igor Tomé: uma histó-ria de dedicação e sucesso

Memória. História do tempo do leite entregue em carroça

Cultura. Um papo musical com Fábio Coelho

Religião. Relíquia recebida com fervor em Cachoeiro

Você merece MAIS

EditorWagner [email protected]

Contato da redação:(28) 3511-7481

Jornalistas colaboradores Roberto Al BarrosBeatriz Caliman

Revista Mais ES (06.056.026/0001-38).Rua Bernardo Horta, 81, Guandu, Cachoeiro de Itapemirim – ES – Cep 29.300-795.

Departamento Comercial:Joana Campos [email protected]ília Argeu [email protected]

Contato comercial (28) 3511-7481(28) 3301-0058(28) 9921-7914

Diagramação:Celso Wallace Soares Silva

Articulistas da ediçãoRoberto Al BarrosRenato Casagrande

CTP: GrafbandImpressão: Gráfica Espírito Santo de FATO

Críticas, comentários e sugestões: [email protected]óxima edição: 8 de setembro de 2012

Pela primeira vez, Cachoeiro tem eleição com só dois candidatos

EM SUAS MÃOS

Primeira edição - Agosto de 2012 - R$ 7,00

Cabe ao eleitor decidir qual é o melhor remédio para o município Glauber Coelho (PR) e Carlos Casteglione (PT) apresentam propostas

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Política, cultura, economia e de tudo um pouco dos bastidores da notícia

Crédito na praçaO Nossocrédito fechou o primeiro semestre com recor-

de em Cachoeiro de Itapemirim. De janeiro a junho, o programa de microcrédito realizou 309 financiamentos, alcançando o melhor resultado para o período, desde sua implantação no município, em 2003. No período, foram liberados R$ 1,3 milhão para empreendedores formais e informais investirem em seus negócios. Em relação ao primeiro semestre de 2011, o crescimento das operações é de 20%. A maioria dos empréstimos foi feita para empreendedores do segmento do comércio. A pro-cura maior é pelo crédito na faixa de R$ 1 mil a R$ 3 mil. Maio foi o mês em que mais foram liberados finan-ciamentos: 88, melhor resultado mensal da história do programa no município.

O bicho pegouA Polícia Militar Ambiental recolheu

2.824 animais silvestres no primeiro semestre de 2012, entre aves, mamí-feros e répteis, nos vários municípios do estado. Os dados apresentam cres-cimento de 106% em relação ao mes-mo período de 2011, quando foram recolhidos 1.370 animais. Foram re-colhidas 2.416 aves de várias espécies, contra 1.134, no mesmo período do ano passado. Quanto aos mamíferos, foram 182 animais, contra 92 em 2011. E houve aumento no recolhimento de répteis, principalmente cobras e jaca-rés, que totalizaram 226 animais, con-tra 144, no mesmo período de 2011. Em todo o ano de 2011 foram recolhi-dos 4.093 animais, contra 2.605 em 2010. Ou seja, nos primeiros seis me-ses de 2012, o BPMA já recolheu mais de 90% do número de animais recolhi-dos em todo o ano de 2010.

Bem na fotoSem contar com as principais

lideranças estaduais em seu pa-lanque, na tentativa de reeleição, o prefeito de Cachoeiro de Itape-mirim, Carlos Casteglione (PT) conseguiu nada menos do que a participação do ex-presi-

dente Luiz Ignácio Lula da Silva em sua campanha eleitoral. A foto foi tirada com o maior ícone do PT no final de julho, e, neste mês, é provável que o ex-presidente gra-ve participação para ser exibida na propaganda eleitoral gratuita de rádio e televisão. Cachoeiro foi alçado ao posto de prioridade elei-

toral pelo PT Nacional, junto com outras 120 cidades do

Brasil onde o partido e aliados governam.

Revista Mais ES (06.056.026/0001-38).Rua Bernardo Horta, 81, Guandu, Cachoeiro de Itapemirim – ES – Cep 29.300-795.

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/ /Agosto 2012/nº18

Contraponto

Dois talentos da nova gera-ção, Roney Argeu Moraes e Valquíria Rigon Vol-pato, tomam posse no dia 17 de agosto como membros efetivos da Academia Cacho-eirense de Letras (ACL). Ela assume a cadeira 37, que tem como patrono Augusto Emí-lio Estelita Martins, e que mais recentemente foi ocu-pada por Nelson Sylvan. A cadeira 40, do patrono João Belisário e, por último, de Michel Antônio, será desti-nada a ele.

A solenidade terá home-nagens pelo centenário de nascimento do professor Deusdedit Baptista e do po-eta Solimar de Oliveira, e vai, ainda, prestar tributos póstumos a João de Deus Madureira Filho e a Ber-nardo Horta. Tudo isso na sessão solene que marca o Jubileu de Ouro da ACL e onde será lançado o selo comemorativo, alusivo ao evento, que ocorre a partir das 20h00, no Ciac Ray-mundo Andrade.

Jovens imortais

Rédeas na mãoO candidato a prefeito de Cachoei-

ro, Glauber Coelho (PR), pelo menos de início, estrategicamente, não tem aparecido ao lado de seus principais apoiadores, o ex-prefeitos Roberto Va-ladão (PMDB), José Tasso (PMDB) e Theodorico Ferraço (DEM). Quer, com este distanciamento, mostrar que

as rédeas da campanha estão em suas mãos. A intenção é ficar com o bônus, da transferência de votos, e diminuir o ônus da passagem de rejeição que os experimentados políticos poderiam lhe conferir, já que seu mote de campanha é a novidade e os ex-prefeitos não re-presentam isso.

O clima anda quente entre o presidente da As-sembleia Legislativa, Theodorico de Assis Ferraço (DEM) e o governador Renato Casagrande (PSB). O homem bomba explodiu agora, neste período eleitoral, em que os nervos estão à flor da pele. O pano de fundo é a interferência do governo no pro-jeto de emenda constitucional que poderia permi-tir que Theodorico, que ocupa mandato tampão de dez meses no comando da Ales, se reelegesse para

o cargo no ano que vem, mas esconde também razões eleitorais. Dentre elas, a insatisfação do

parlamentar, que tem o PSB em palanque contrário ao seu, em Itapemirim, e a

demora na construção de um píer no mesmo município.

Homem bomba

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nº1 /Agosto 2012/ / 9

Cuidar da água que chega até as residências de milha-res de moradores é papel da Foz - unidade Cachoeiro de Itapemirim, que faz esse trabalho de forma sustentável. É também por isso que a concessionária apoia projetos socioambientais desenvolvidos no município, a fim de levar informação, conhecimento e ainda proporcionar mais qualidade de vida ao cidadão.

Alguns desses projetos são desenvolvidos pela co-munidade e outros pelos próprios Integrantes da Foz. São cerca de 20 trabalhos nas áreas de educação, li-teratura, esportes, meio ambiente e social, voltados para todos os públicos.

“Promover ações socioambientais como estas é uma forma de promover o desenvolvimento da comunida-de, o que está alinhado à Tecnologia Empresarial Ode-brecht (TEO), que envolve um conjunto de princípios, conceitos e critérios voltados para a satisfação dos clientes e a simultânea realização das pessoas”, explica Rosa Malena Gomes Carvalho, responsável pela Co-municação da Foz - unidade Cachoeiro de Itapemirim,

Foz apoia projetos socioambientaisConcessionária de água de Cachoeiro de Itapemirim é parceira em mais de 20 projetos que

ajudam a sociedade e o meio ambienteempresa que faz parte da Organização Odebrecht.

Entre as ações, destaque para o Projeto Rio Vida Reflorescer, que completa dez anos. A iniciativa consiste em proteger as nascentes da Bacia do Rio Itapemirim e reflorestar o seu entorno. Do início do projeto até hoje foram protegidos 68,5 hectares, entre áreas no entorno das nascentes e áreas degradadas. Em todas essas regiões, que fazem parte da Bacia do Rio Itapemirim, foram plantadas 25 mil mudas.

Hoje, a Foz apoia os seguintes projetos: Bibliogra-fia de Raul Sampaio, Revista Cachoeiro Cult, Revis-ta de Burarama, Fábrica de Sabão, Programa Gestão de Resíduos, Projeto Rio Vida Reflorescer, Projeto Grupo Unido, Projeto Nossa Criança, Proerd, Pro-jeto Boas Práticas, Projeto Foz Estimula Pesquisa, Coral Voz dos Anjos, Programa Oportunidade para Todos, Programa Tarifa Social, Programa de Doação de Sangue, Programa Família Cidadã, Padaria Co-munitária, Programa de Palestras e Visitas da Foz, Projeto Solidar e Arraiá Social da Foz.

INFORME PUBLICITÁRIO

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Plebiscito em CachoeiroTRANSPORTE COLETIVO

SEGURANÇA

SAÚDE, EDUCAÇÃO, OBRAS, CULTURAARRECADAÇÃO

HOSPITAL

TRÂNSITO

Termina em 2015, portanto, duran-te o mandato do próximo prefeito, a concessão do serviço de transporte coletivo urbano de Cachoeiro de Ita-pemirim. Pesquisas mostram índice de insatisfação alto dos usuários em relação ao serviço oferecido, hoje, ex-clusivamente, por uma empresa. Caso seja eleito, qual a sua posição diante desta situação. Acredita que sejam necessárias mais empresas para es-tabelecer qualidade pelo aumento da concorrência, ou acha que isso não é fundamental e manterá o monopólio?

O trânsito de Cachoeiro é motivo de reclamação. Nos horários de pico, as vias já não comportam o número de veículos que transitam pela região central, com vários pontos de estran-gulamento. Medidas paliativas têm sido adotadas, mas pelo ritmo do cres-cimento da frota, com os grandes in-vestimentos no litoral, que trarão ainda mais veículos para circular na cidade, e a construção de prédios residenciais na região central, é provável que a coisa se complique cada vez mais. Que medidas pretende adotar para reverter esta ten-dência?

Cachoeiro, maior cidade da região, com quase 200 mil habitantes, tem

O crack tem proliferado em Cacho-eiro, sendo, de acordo com a polícia, a base para a violência que já atinge, até mesmo, as antes pacatas locali-dades do município. Quais medidas pretende adotar para combater a vio-lência, proteger os jovens, tratar os dependentes e prender os trafican-tes?

O Hospital do bairro Aquidaban se tornou a representação de desperdício de dinheiro público. Por que o senhor acredita que possa fazê-lo funcionar agora, se já atravessou três adminis-trações sem nenhuma solução? Como pretende fazer isso?

Escolha um tema e discorra sobre ele.

orçamento considerado insuficien-te para atender a todas as demandas do serviço público. Depende muito dos recursos do governo do estado e federal para poder tocar as obras es-truturais. O fim do Fundap represen-tará, já a partir do ano que vem, R$ 22 milhões a menos para as já com-balidas finanças municipais. Como o senhor pretende atrair recursos sufi-cientes dos demais entes federativos e aumentar a arrecadação municipal para suprir a demanda?

ELEIÇÕES

A revista MAIS ES, já em sua primeira edição, vai direto ao

ponto que realmente interes-sa ao eleitor: as propostas de cada candidato para o futuro do município.

A série começa por Cacho-eiro de Itapemirim, principal polo do sul do estado do Es-pírito Santo e que neste ano vive a atípica situação de ter apenas dois candidatos a pre-feito, o que jamais foi regis-trado desde que o pluriparti-darismo retornou, na década de 1980.

O prefeito Carlos Casteglio-ne (PT) tenta a reeleição e o deputado estadual Glauber Coelho (PR) concorre ao car-go pela primeira vez. Os dois postulantes à prefeitura, que reuniram, cada um, ampla aliança partidária, receberam o questionário com cinco per-guntas sobre temas definidos.

Puderam ainda escolher, entre quatro outros pré--determinados, um para ex-planação livre. A intenção, com este trabalho, é ajudar o eleitor a conhecer algumas das propostas de governo dos candidatos e a forma como pretendem atuar.

O resultado está nas próxi-mas páginas.

Município, pela primeira vez no regime democrático, terá eleição com apenas dois candidatos. E eles falam sobre suas propostas de governo

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Carlos Casteglione

Carlos Roberto Casteglio-ne Dias nasceu em Itape-mirim, em 20 de maio de 1960. Em 1972 mudou-se com a família para Cachoei-ro de Itapemirim. Formou--se em Ciências Biológicas pela Faculdade de Ciências, Letras e Filosofia «Madre Gertrudes de São José», em 1986. Desde a juventude dedica-se à militância em movimentos sociais.

Depois de formado, deu aulas de Biologia por um curto período e ingressou na área de saúde. Como Técnico em Laboratório, exerceu dupla jornada - no setor privado e como fun-cionário do Estado no Cen-tro de Saúde de Cachoei-ro– até ser eleito deputado estadual em 2002. Reeleito em 2006, licenciou-se em março de 2007 para assu-mir a Secretaria de Estado do Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social.

Em 2008 foi eleito prefei-to de Cachoeiro de Itapemi-rim.

Perfil

Page 12: Revista Mais

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TRANSPORTE COLETIVO

ARRECADAÇÃO

HOSPITAL

TRÂNSITO

O que nós vamos fazer, eleito prefeito, é todo o processo de concorrência públi-ca. Em 2015, vamos garantir que todas as empresas que se habilitarem nesse pro-cesso possam também prestar o serviço. Se uma, duas ou três, isso vai depender da disposição delas de vir pra Cachoeiro participar da concorrência para então prestar o serviço.

O monopólio foi uma condição de quem licitou o serviço de transporte coletivo na época em que o contato foi firmado. Eu não era prefeito quando foi feita essa li-citação. Hoje, como prefeito, o que faço é regular, cobrar o efetivo e a qualidade do serviço.

Quando assumimos, a frota tinha idade média de 20 anos. Hoje é de dez. Vamos buscar ofertar mais serviços, num proces-so de continuar o plano de mobilidade. Quando, por exemplo, investimos e faze-mos alterações significativas no trânsito da cidade, isso reduz o tempo de trajeto e certamente dá mais conforto à popula-ção.

Estamos buscando a redução de pas-sageiros em um ônibus. Aumentando as linhas em um determinado trajeto, com mais carros nos horários de pico. Fizemos investimentos nos pontos de ônibus para promover a acessibilidade, a qualidade dos abrigos e o conforto de quem usa o transporte coletivo. Tivemos avanço nas áreas rurais. Vamos priorizar a regulação do valor da passagem para que seja um valor acessível à população e que mante-nha o equilíbrio do contrato. Eu, inclusi-ve, reduzi o valor da passagem, o que não tinha sido feito antes em Cachoeiro.

No próximo mandato, vamos dobrar a oferta do nosso programa, Ir e Vir, que oferece transporte aos cadeirantes. Fize-mos avanços na acessibilidade da frota, com muitos ônibus já adaptados.

É preciso considerar que a renda das famílias brasileiras melhorou nos últimos anos e hoje as pessoas podem comprar o seu carro e sua moto. Isso aconteceu num ritmo muito mais acelerado que a capacidade de investimento que as cidades têm feito em obras de infraestrutura viária. Em Cachoeiro o trânsito hoje é completamente diferente do que era há dois anos. Fizemos inves-timentos que, sem dúvida resultaram na melhoria no fluxo de veículos. Estamos investindo em outros dois pontos que são o trevo da Ilha da Luz e a região em torno

do Shopping Sul.Mas a cidade precisa de obras de in-

fraestrutura viária. Já estamos fazendo a duplicação da Avenida Jones dos Santos Neves e da região de Morro Grande. Va-mos trocar todos os sinais luminosos da cidade, tudo em parceria com o governo do estado, fazer investimentos já contra-tados e garantidos na sinalização vertical e horizontal. E também outras soluções, como a Rodovia do Caramba. Neste ano, devemos começar as obras de conclusão do contorno de Cachoeiro, inclusive, com a construção de uma nova ponte sobre o rio Itapemirim, obra prevista no PAC 2, do Governo Federal. Nos próximos dias devemos começar a construção da rota-tória que vai orientar todo o trânsito na região do IBC.

Outra ação é de enfrentamento do trân-sito de caminhões pesados no centro da cidade. Hoje, junto com a Guarda Munici-pal, agentes de trânsito e Polícia Militar, o DER e até a Polícia Federal estamos cons-tituindo estudos já avançados para resol-ver isso em algumas áreas de nossa cidade.

É o grande desafio, porque os prefeitos que me antecederam e que hoje partici-pam do processo do outro lado, falha-ram na questão do orçamento. Estamos praticamente há 10 anos perdendo re-ceita. Conseguimos recuperar, já a partir do ano 2010, graças ao trabalho sério e responsável que fizemos. Devido a falhas de prefeitos do passado, vivemos essa condição de sermos um município gran-de, com receita muito pequena. Estamos superando isso graças à excelente relação com o Governo Federal. Isso pode ser comprovado pela chegada de grandes in-vestimentos, frutos de parcerias com de-putados federais, inclusive com o deputa-do Camilo Cola.

Conseguimos trazer recursos e viabilizar projetos a partir da criação do Escritório de Gestão de Projetos Prioritários (EGPP), uma iniciativa da minha gestão. Temos par-

ceria com o governador Casagrande, que já tem feito grandes investimentos aqui.

Para o equilíbrio dessa diferença histó-rica, constituímos um núcleo de elabora-ção de projetos que já apontou resultados positivos. Vamos avançar e reforçar no próximo mandato para que a lógica da captação de recurso possa vir não sim-plesmente por um ato político, mas de projetos bem elaborados.

Temos, em fase de elaboração, um grande projeto de infraestrutura urbana para melhorias em alguns bairros da ci-dade. Estamos captando recursos inter-nacionais, junto ao BID, graças ao traba-lho que fizemos de colocar Cachoeiro de novo em condições de receber esse tipo de recurso. Com todas as dificuldades que tivemos, depois de gastar um tempo para arrumar a casa, a soma de investimentos chega a R$ 250 milhões.

Essa é uma das 14 obras que encontrei paradas na cidade, deixadas abandona-das pelos prefeitos que me antecederam. Em três anos e meio de governo, estamos colocando-as à disposição da população. Cito a Ponte de Pedestres, o ginásio do Aeroporto, o matadouro, a Ponte da Nas-sau, a escola Pedro Nolasco, no Paraíso, entre tantas outras. O hospital do Aqui-daban é a última desse ciclo.

Nosso governo avançou quando mos-tramos ao Ministério da Saúde que não tínhamos nada a ver com o que foi feito no passado, da forma errada como foi fei-to. Tem que ser penalizado quem come-teu erros, quem concebeu hospital numa cidade que não tem sequer condição de manter seu funcionamento, a partir de emendas parlamentares e para funcionar de uma maneira que não condiz com a re-alidade do município. Hoje já separamos isso.

O Ministério Público Federal está in-vestigando. Já tem ex-prefeito com bens bloqueados por conta desses convênios. Há problemas causados e não soluciona-dos pelo prefeito que me antecedeu, que tinha como secretário de Saúde o atual candidato adversário, que não buscou solução para o hospital. Pelo contrário, complicou. Estou agora buscando uma forma de refazer todos os projetos para formatar a concepção que hoje entende-mos que resolve o problema de serviço de hospital na região, que é o hospital materno infantil. Mas partindo de uma perspectiva regional, envolvendo os ou-tros prefeitos da região, o Estado e o Mi-nistério da Saúde.

Carlos Casteglione

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SEGURANÇAÉ o que mais incomoda a nossa popu- o que mais incomoda a nossa popu-

lação. Estamos, como em todos os outros municípios, convivendo com a situação da violência evidenciada em função do uso indiscriminado dessa desgraça de crack. Nossa atuação parte do Gabinete de Gestão Integrada em Segurança Pú-blica, o GGIM, que eu presido, onde es-tabelecemos todas as ações conjuntas de prevenção e, principalmente, de combate ao crack e à violência, junto com as forças de segurança.

Vamos reforçar o papel da Guarda Mu-nicipal, partindo para orientação, valori-zando a ronda escolar, fazendo com que ela execute o projeto em curso, de formar e dar orientação aos nossos jovens dentro da escola, com todo o conjunto de ações dentro do programa Acolher, ferramenta importante que nós executamos no mu-nicípio, em parceria com as forças esta-duais, para fazer o enfretamento da vio-lência.

Precisamos avançar concretamente oferecendo as condições para que as pes-soas sejam tratadas, as que já estão doen-tes, por meio do CAPS-ad - e o CAPS vai fazer o encaminhamento para as casas de recuperação e até para internação hospi-talar, como suporte de todas as ações e projetos que temos em várias secretarias do município. Com isso, reduzindo o nú-mero de usuários de crack, vamos reduzir os números de pequenos furtos que é o que tem incomodado mais à cidade.

Vamos aprimorar o nosso sistema de videomonitoramento. Trabalhamos para retornar com o 190 para Cachoeiro. Esse conjunto de ações, vamos levar para o próximo mandato para continuar obten-do resultados positivos como, por exem-plo, a redução de 42% dos homicídios.

SAÚDEQuando eu assumi a prefeitura, um dos

pontos que estava muito desarrumado era a Saúde. Herdei do secretário de saúde da época toda estrutura desorganizada, com ambulâncias sem pneus, sem peças, todo o serviço de pronto atendimento desregu-lado, sem plantonistas regulares no PPG. Encontramos muitas das nossas unidades

funcionando precariamente. Conseguimos colocar tudo de pé novamente. Hoje os nos-sos serviços ainda não são aquilo que eu de-sejo que sejam, porque é assim a realidade em muitos municípios que estão investindo nesse processo de melhorar a saúde.

Mas, em três anos e meio, melhorou muito. Nós hoje temos o PPG com um nú-mero médio de três plantonistas, melhorei muito o atendimento do PAI e abrimos o novo pronto atendimento em Itaoca, com médico 24 horas. Todas as nossas unidades de saúde hoje funcionam plenamente com equipe profissional, com médico, enfer-meira, com agentes de saúdes que são im-portantes nesse processo de fazer a saúde preventiva. Reorganizamos o fluxo de ofer-ta de exames, com a melhoria da qualidade do atendimento no Centro Municipal de Saúde, que ganhou reforço adicional com equipamentos. Acabamos com as filas e es-tamos trabalhando, na parceria com o Go-verno do Estado, para aumentar a cota de exames e de consultas especializadas que a superintendência oferta. Junto com outros

prefeitos, estamos trabalhando a amplia-ção da oferta de cirurgia eletiva para acabar de vez com a fila, mas para isso nós depen-demos do Governo do Estado.

Quando assumimos só tinha remé-dio entregue em dois pontos da cidade, hoje são mais de 30 pontos de entrega. Estamos melhorando o pré-natal, crian-do o Passe Livre para as mães, gestante e pós- gestante, dando condições a elas de fazer o pré- natal na sua unidade. Implantamos a leitura do eletrocardio-grama on line. Estamos também traba-lhando toda uma rede de medicina pre-ventiva, o CAPS, o Crias, para atender às pessoas portadoras do HIV. Tenho tra-balhado muito na saúde preventiva, sem deixar de cuidar da saúde curativa. Nós construímos algumas novas e belas uni-dades de saúde, muito bem equipadas e com equipe profissional e vamos iniciar ainda neste mandato, para concluir no próximo, um novo pronto atendimento na região do bairro Aeroporto e várias unidades de saúde, dentre elas a do Novo Parque, Teixeira Leite, Abelardo Machado, Paraíso e Zumbi.

Vamos implantar as academias de saú-de em 32 bairros. Um conjunto de ações já contratadas com recurso do Ministério da Saúde. Algumas dessas obras começam ainda nesse mandato. Estamos investindo na saúde dos nossos servidores e isso pos-sibilita o repasse de mais de 2,5 milhões aos nossos hospitais. Em 2013, já teremos a implantação do Samu 192, rede de ur-gência e emergência. Teremos também Cachoeiro a implantação da Rede Cego-nha. Já assinamos os termos de parceria.

Não vou esperar o próximo mandato. Es-tou já construindo as soluções para o hos-pital. Vou tratar com muita responsabilida-de esse tema, que não creio que seja central no debate eleitoral, porque nós hoje temos hospitais filantrópicos que são referência e que atendem à demanda de Cachoeiro.

Carlos Casteglione (PT) e o médico Abel Santana (PV), vice na chapa,

vão ao encontro dos eleitores

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Glauber da Silva Coelho nasceu em Cachoeiro de Ita-pemirim em junho de 74. É casado com Fernanda, pai da Isabelli e terceiro dos quatro filhos de Vilma e José Affon-so Coelho. É formado em Di-reito, com Pós Graduação em Gestão Pública.

Em seu primeiro mandato como vereador de Cachoeiro, foi convidado para assumir a Secretaria da Criança, além das pastas de Meio Ambien-te, Agricultura e Defesa Civil. Já no segundo mandato, em 2007, assumiu a Secretaria da Saúde. Em 2008 foi eleito o vereador mais votado na his-tória da cidade. Ao longo dos três mandatos presidiu tam-bém as Comissões Permanen-tes de Constituição e Justiça, Agricultura e Saúde.

Em 2010 foi eleito Deputa-do Estadual, com mais de 23 mil votos.

Glauber Coelho

Perfil

Page 15: Revista Mais

A administração municipal preci-sa dar uma atenção especial para esse tema. Vamos garantir a participação da população na tomada de decisões, va-lorizando o trabalho do Conselho Mu-nicipal. Independente de quem tenha a concessão pública, vamos exigir a ofer-ta de serviço de qualidade. A população deve contar com uma frota de ônibus que atenda plenamente a demanda e devemos avaliar a criação de novas li-nhas. De fato, quanto mais melhorar-mos o transporte coletivo, mais iremos contribuir para a solução de nossos problemas do trânsito. Vamos retomar o Transpop. Como vereador, organiza-mos reuniões e audiência pública para encontrarmos uma forma de ampliar o acesso das pessoas deficientes ao transporte público. Esse trabalho deu resultado e hoje Cachoeiro evolui com ônibus adaptados para o transporte de quem tem dificuldade de locomoção. No entanto, precisamos preparar a ci-dade para que as pessoas tenham calça-das e pontos de ônibus adequados para a circulação.

Vamos valorizar o trabalho do Conse-lho do Plano Diretor Municipal e repen-sar sobre a construção de novos prédios no centro da cidade. O PDM deve ser um indutor de desenvolvimento e não uma ferramenta que traga desordem ao muni-cípio. Vamos ampliar o número de agen-tes, principalmente nos horários de maior movimento. Investiremos na orientação e fiscalização dos condutores para que haja mais harmonia e respeito ao pedestre. A população deve ter a consciência sobre direitos, deveres e regras de trânsito.

Nossa Frente reúne treze partidos e as principais lideranças do Estado em torno da construção de uma nova gestão para o município. Cachoeiro precisa entrar no ritmo de desenvolvimento do Estado e será preciso a união de todos os cachoei-renses para alcançarmos essa meta.

Em 2011, houve um aumento no gasto com

TRANSPORTE COLETIVO

TRÂNSITO

ARRECADAÇÃO

No entanto, para melhorar a mobilida-de urbana na cidade devemos investir em obras importantes, como a construção da Ponte da Safra para redução do tráfego de caminhões no Centro. Para esta obra contaremos com o apoio do governo fede-ral. Eu como deputado estadual e com o apoio do senador Magno Malta, lutamos por isso. Vamos buscar recursos para a construção de mais uma ponte sobre o rio Itapemirim ligando o Valão ao bairro Ru-bem Braga. Junto ao Governo do Estado vamos construir a Rodovia do Caramba. Cachoeiro precisa de um terminal rodo-viário urbano que atenda com conforto os moradores e os visitantes e vamos traba-lhar para realizar essa obra.

Page 16: Revista Mais

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Glauber Coelho

A população espera uma solução. Nós já temos o compromisso do governador Renato Casagrande e do senador Ri-cardo Ferraço de nos apoiar para equi-par e colocar para o Hospital passar a funcionar. A gestão da unidade será de responsabilidade do Hospital Infantil e nossa proposta é de um novo hospital Infantil para atender toda demanda de Cachoeiro e das cidades vizinhas. Que-remos o hospital como referência no Estado, onde mães e seus bebês serão cuidados, tratados, num único local, re-cebendo um serviço digno e de qualida-de. Nesse trabalho conto com o apoio e a experiência de nosso vice-prefeito, o Dr. José Renato.

O combate a violência se dá com polí-ticas públicas de prevenção, de repres-são e investimentos nas áreas da edu-cação, esporte, cultura e lazer. Vamos

HOSPITAL

SEGURANÇA

SAÚDE

saúde por habitante nos municípios do Espí-rito Santo, mas Cachoeiro não acompanhou esse crescimento. De acordo com dados da revista Finanças dos Municípios Capixabas, no ano passado, a média de gasto foi de R$ 390,65 por habitante/ano. Em Cachoeiro, esse gasto não passou de R$ 224,63. A cida-de tem o segundo menor investimento em saúde por habitante no Estado, superando apenas o município de Cariacica.

A organização da máquina administra-tiva é fundamental para alcançarmos os resultados esperados. Temos que reduzir os gastos com custeio e tornar a gestão mais eficiente e eficaz.

A cidade precisa de novos eixos de de-senvolvimento e portanto fortalecermos o atual distrito industrial e criaremos, com a parceria do governador Casagran-de, um novo distrito industrial para gerar mais empregos, a partir das oportunida-des que surgem nesse novo ciclo econô-mico do Estado, que se consolida como o maior produtor de gás e o segundo maior produtor de petróleo do Brasil. Para atrair novos investimentos vamos imple-mentar programas de incentivo, além de investir em programas de qualificação de mão de obra para o mercado de trabalho. Cachoeiro também deve aproveitar seu potencial turístico e cultural para gerar mais renda e receita para o município. A duplicação da BR 101 é de extrema importância para o desenvolvimento de nossa cidade, assim como a ampliação do aeroporto.

apoiar projetos e ações de prevenção e tratamento dos dependentes químicos realizados por entidades e pelas igre-jas. Também é importante levar mais informação às escolas, às crianças e jo-vens, sobre a questão das drogas. Vamos apoiar programas vitoriosos, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) da Polícia Militar, captar recursos para a constru-ção de novas unidades para tratamento dos dependentes químicos e seus fami-liares. Na questão da repressão, conse-guimos com nosso trabalho sensibilizar o Governo do Estado para a necessidade do aumento do efetivo da Polícia Mili-tar na cidade e de mais viaturas. Agora vamos buscar o reforço do policiamento no Centro, nos bairros e distritos. Criar uma delegacia 24 horas, de segunda a segunda, com investimento em recursos humanos, ou seja, mais delegados, agen-tes e escrivães para atender a população. Vamos ampliar a atuação da Guarda Municipal levando-a para os distritos e

Fui secretário de saúde do município e conheço de perto a realidade do aten-dimento municipal. Na Assembleia am-pliei meu conhecimento ao presidir a Frente Saúde para Todos. Com esse tra-balho ampliei minha atuação para todo o Estado e passei a conhecer as dificuldades enfrentadas nos municípios capixabas.

É preciso mais investimentos na Aten-ção Básica com a abertura de novas unida-des de Saúde da Família para quem mais precisa. Assim como projetos e ações nas comunidades (ex: saúde da mulher, do homem, do idoso, da criança) e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Lançaremos o programa “Remédio em Casa” com os agentes de saúde, com critérios de avaliação, levarão os medi-camentos até as casas dos moradores cadastrados facilitando o acesso a estes medicamentos.

Vamos cuidar da criança ao idoso. Construiremos um pronto atendimento na região Norte da cidade e reforçar os investimentos nos postos de saúde dos bairros; qualificação e treinamento para profissionais da área; política de cargos e salários para o servidor da saúde.

Quero ampliar das 16h para as 20h, em alguns pontos da cidade, o horário de fun-cionamento das unidades das Estratégia Saúde da Família (ESF). Inclusive com atendimento médico e odontológico.

regiões de Cachoeiro para desenvolver a prevenção em conjunto com a Polícia Militar e Civil.A organização da

máquina administrativa é fundamental. Temos

que reduzir os gastos com custeio e tornar a gestão

mais eficiente e eficaz.

Glauber Coelho (PR) e o médico José Renato (PSB), vice na chapa

no corpo a corpo com eleitor

Page 17: Revista Mais

nº1 /Agosto 2012/ / 17

PERFIL

Educação é a base de tudo Igor Tomé

Ele tem apenas 32 anos e já acumula funções de um maduro empresário. Com visão empreendedora, Igor Tomé de Souza tinha apenas 20 anos quando

decidiu abrir seu próprio negócio. Hoje, o jovem empre-sário visa expandir suas possibilidades e consolidar sua marca fora do Estado.Igor Tomé de Souza nasceu em Cachoeiro de Itapemirim. Mas seu olhar sempre esteve voltado para a inovação. For-mado em escolas públicas, ele ressalta a importância da base educacional na sua formação pessoal e profissional.

Em entrevista à revista MAIS ES, ele revela os passos de sua trajetória e os objetivos que almeja alcançar no futuro.

MAIS ES – Ser um empreendedor não é tarefa fácil. Poucos nascem com esse perfil. Você sempre teve este espírito?

Igor Tomé – Sempre tive a visão de adaptar a empresa às necessidades do mercado de trabalho. Hoje estamos no terceiro ciclo da metalurgia. A empresa hoje é muito diferente de quando come-çou. Iniciamos com a metalúrgica pesa-da e nos especializamos em acabamentos em aço inox. Atendemos todo o sul do Es-tado, Vitória e até Minas Gerais.

De funcionário você passou a ser microempresário. Quais foram suas maiores dificuldades há 12 anos?

As dificuldades foram muitas, princi-palmente na parte administrativa e na conquista de mercado. A empresa era pe-quena com apenas 3 funcionários. Come-cei sozinho e hoje dois irmãos trabalham comigo. Network (rede de relacionamento estratégico) é importantíssimo. Até co-mecei a faculdade de contabilidade, mas vi que não era meu foco. Leio muito. Meu estudo é focado na pesquisa.

Como surgiram as outras empre-

sas, direcionadas ao mer-cado de decoração?Após a metalúrgica, fui obser-

vando outras necessidades do mercado. Hoje, além de atuar na área de aço inox, atuo com uma loja de decoração. É uma franquia de cortinas, persianas e papéis de paredes, além de uma galeria de arte com trabalhos em aço inox.

Assim como o setor metal-mercâni-co, o setor da construção civil está aquecido. Como conquistar clientes nestes segmentos tão cobiçados?

Quando se desenvolve um trabalho de qualidade, com seriedade, se conquis-ta o mercado e a empresa acaba ganhando a confian-ça e o respeito dos clientes. A construção civil é um dos mercados que mais tendem a crescer no país, que sempre teve um déficit habitacional grande. O gover-no vem incentivando muito o sonho da casa própria. A economia do município tem evoluído muito. Todas as áreas têm crescido e as empresas têm que se prepa-rar para isso. Estou me preparando para este processo capacitando profissionais e aumentando o quadro de funcionários.

E o futuro? Quais são seus próxi-mos passos?

Atualmente tenho um projeto em parce-ria com artista plástico e publicitário Wil-son Ferreira, com a elaboração de escul-turas e troféus. Quero começar a importar aço inox da China. O mercado do aço ainda é pouco explorado, pois tem matéria-prima com valor alto, no país. Para se tornar mais acessível seria necessário que o governo re-duzir impostos.

Você atualmente tem uma nova função, a de

presidente do Rotary Club de Cachoeiro. Como recebeu a no-meação?

Ser presidente de uma organização internacio-

nal com trabalhos huma-nitários no mundo inteiro

é muita responsabilidade. Mas, isso vem de encontro com

meu ideal que é servir ao próximo. No Rotary, onde estou há cinco anos, tive a oportunidade de exercer esse lado, de me envolver de fato com esse trabalho. Acho fundamental o apoio das entidades no de-senvolvimento de uma nação. Devemos de-dicar tempo não só para a empresa, mais contribuir e agregar conhecimento à socie-dade. A união faz a força.

“Quando se desenvolve um trabalho de qualidade, com seriedade, se conquista o mercado e a empresa acaba ganhando a

confiança e o respeito dos clientes”.

Beatriz Caliman DivulgaçãoTexto Foto

Page 18: Revista Mais

/ /Agosto 2012/nº118

ECONOMIA

Em sua 34ª edição, Cachoeiro Stone Fair reforça a importância do município como principal polo de processamento do País e atrai expositores de vários estados brasileiros

Feira sólida como rocha

Mais de 200 expositores estarão presentes durante a Cachoeiro Stone Fair 2012, tradicional fei-

ra do setor de rochas ornamentais, que será realizada no final de agosto, em Cachoeiro de Itapemirim, apresentando as novidades no mercado de rochas ornamentais, com destaque para os equipamentos e máqui-nas de última geração, insumos e pedras.

Pela primeira vez no evento, a Expo-gran, empresa do Sul do Estado, aposta no evento para anunciar sua participa-ção em um novo nicho de mercado: a co-mercialização de máquinas para o pro-cessamento de granito, como politrizes e perfuratrizes.

Outras 20 empresas estreantes estarão presentes no evento. Números apontam que, dos expositores da feira, 66% são voltados para máquinas, equipamentos e insumos do setor e 34% para rochas or-namentais. Com esse foco, a feira de ro-chas atrai um amplo número de marmo-ristas de todo o Brasil, atrás de novidades tecnológicas do segmento.

As grandes empresas exportadoras de rochas ornamentais estabelecidas no Sul do Estado também confirmaram presen-ça. Motivadas pelo aquecimento do mer-cado interno, as indústrias estão otimistas com a realização de novos negócios, visto a diversidade de materiais e novidades.

“A procura por área expositiva demons-tra a visibilidade da feira de Cachoeiro no cenário nacional. Além de fortalecimento do segmento, o evento contribui para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas da região, beneficiando toda a cadeia produtiva do setor”, disse Cecília Milanez, da Milanez & Milaneze, empresa realizadora do evento.

Emic Malacarne, presidente do Sindica-to das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Espírito Santo (Sindiro-chas) e do Centro Tecnológico do Már-more e do Granito (Cetemag), afirmou que as expectativas de bons negócios na feira são positivas, principalmente, pelo crescimento do mercado brasileiro. “A Cachoeiro Stone Fair é importante para o desenvolvimento do setor de rochas do Brasil”, enfatizou.

Várias ações estão sendo desenvolvi-das para atrair visitantes de todo o País e, assim, confirmar por mais um ano a importância do evento para a lideran-ça do Espírito Santo no setor de rochas ornamentais, fazendo com que a cidade seja a polarizadora do desenvolvimento da Região Sul.

Promovida pelo Sindirochas e pelo Ce-temag, a Cachoeiro Stone Fair 2012 é rea-lizada pela Milanez & Milaneze e promete superar os números da edição anterior. O evento acontece entre os dias 28 e 31 de agosto de 2012, no Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa.

Serviço Cachoeiro Stone Fair 2012 Data: 28 a 31 de agosto Local: Parque de Exposições Carlos

Caiado Barbosa, no bairro Aeroporto Informações: www.cachoeirostone-

fair.com.br

Da redação DivulgaçãoTexto Foto

Page 19: Revista Mais

nº1 /Agosto 2012/ / 19

FDCI ANTENADA COM AS TENDÊNCIAS MODERNAS NO ENSINO JURÍDICO

A educação superior vive um momento de mudanças, com ofertas cada vez maiores de oportunidades para intercâmbio e atividades práticas que valorizam o conhecimento do co-tidiano profissional.

A formação acadêmica de qualquer natureza tem se volta-do, gradativamente, para uma dimensão multidisciplinar e integrada aos campos relacionados com o exercício da ati-vidade profissional.

Competências não se formam apenas pelo ensino teórico--formal em salas de aula, mas conhecendo e vivenciando a realidade prática do dia a dia das diversas carreiras jurídicas.

Por isso, cada vez mais a FDCI tem firmado parcerias e pro-porcionado aos seus alunos e professores oportunidades para aliar o conhecimento teórico à prática, desmistificando a idéia de que os Tribunais Superiores e o direito aplicado em outros países estão distantes da realidade local.

Na última semana, no período de 01 a 03 de agosto, vários alunos e professores da FDCI estiveram em Brasília-DF, em visita orientada planejada pelo Núcleo de Prática Jurídica da instituição ao Conselho Federal da OAB, ao Superior Tribu-nal de Justiça, ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso Nacional, além de museus e espaços culturais da capital.

Na foto em destaque, alunos e professores participando de momento histórico desse país, quando em visita ao Supremo Tribunal Federal realizada no dia 02/08/2012 puderam pre-senciar o início do julgamento da ação penal 470 (mensalão).

Em outra iniciativa importante, a FDCI firmou parceria com a Faculdade de Direito “Robert H. MacKinney” da In-diana University School of Law, no Estado de Indiana, Esta-dos Unidos da América, sendo que 04 alunos e 02 professores neste mês de agosto estarão participando de um intercâmbio com a finalidade de conhecer o sistema jurídico norte-ame-ricano e realizar visitas técnicas a Escritórios de Advocacia, Senado Estadual, Corte Suprema Estadual e afins.

Noutra iniciativa, a FDCI convida a toda a comunidade e operadores do Direito para nos dias 13, 14 e 15 de agosto, no período da manhã e noite, em seu auditório, participar de sua V Semana Jurídica.

O evento incluído anualmente no calendário acadêmico é composto de palestras e painéis, onde juristas convidados e professores da FDCI apresentam e discutem temas atuais e relevantes do Direito.

No dia 17 de agosto, a FDCI promove também o Jus Social, com atendimento jurídico, gratuito, na Pra-ça Jerônimo Monteiro, durante todo o dia.

É a FDCI mais uma vez possibilitando a formação continuada e multidisciplinar de seus discentes, docentes e egressos, além de vivenciar a realidade prática do dia a dia das diversas carreiras jurídicas e permitir o diálogo com as diversas áre-as do conhecimento.

Page 20: Revista Mais

FORNO GRANDEO Pico do Forno Grande domina o Sul do Espírito Santo com a imponência

de seus 2.039 metros de altitude. Em 2009 foi eleito uma das 7 Maravilhas de Castelo, município onde está localizado. Sua riqueza biológica o transformou em Reserva Estadual em 1960 e, em 11 de setembro de 1998, foi criado o Par-que Estadual do Forno Grande.

Posição geográfica permite que seja avistado de vários municípios do Sul do Espírito Santo.

Visto da ES 482, no Km 5 entre Cachoeiro e o Trevo para Castelo

Visto da av. Beira Rio, em Cachoeiro, com a ponte da Ilha da Luz em primeiro plano

ENSAIO

Roberto Al BarrosTexto e fotos

/ /Agosto 2012/nº120

Page 21: Revista Mais

FORNO GRANDEO Pico do Forno Grande domina o Sul do Espírito Santo com a imponência

de seus 2.039 metros de altitude. Em 2009 foi eleito uma das 7 Maravilhas de Castelo, município onde está localizado. Sua riqueza biológica o transformou em Reserva Estadual em 1960 e, em 11 de setembro de 1998, foi criado o Par-que Estadual do Forno Grande.

Posição geográfica permite que seja avistado de vários municípios do Sul do Espírito Santo.

Vegetação de altitude no entorno

do maciço, em foto de Alex Stofell

Forno Grande visto da ES 482, na altura do Trevo da Rodovia do Contorno, em Cachoeiro

Page 22: Revista Mais

/ /Agosto 2012/nº122

ES 482: duplicação Cacho-eiro-Coutinho é iniciada

Iniciada há cerca de 60 dias, segue em rit-mo acelerado a terraplanagem da obra de duplicação do trecho da Rodovia ES 482 no município de Cachoeiro entre o antigo “trevo da coca-cola” e Coutinho (trevo para Castelo), compreendendo 10 km em cujas margens estão localizadas importantes bi-furcações rodoviárias, como o acesso ao Distrito Industrial de São Joaquim e da Ro-dovia do Contorno, destino de caminhões para a BR 101 e Vargem Alta, além de in-dústrias e complexos educacionais.

Os veículos que percorrem esse trecho da ES 482 que começa a ser duplicado, podem se dirigir para a BR 262 via Castelo, Concei-ção de Castelo, Venda Nova do Imigrante, ou região do Caparaó via Jerônimo Mon-teiro, Alegre, Guaçuí – com ambos trajetos chegando a Minas Gerais via sul do Espíri-to Santo. Além de dezenas de empresas de mármore e granito instaladas no trajeto, há ali acesso à maior região brasileira produto-ra de rochas, abrangendo os municípos de Cachoeiro, Castelo e Vargem Alta.

A partir de Cachoeiro, em pouco mais de 01 km chega-se ao trevo de acesso, no lado direito da pista, ao complexo edu-cacional do Instituto Federal (de Educa-ção) do Espírito Santo (Ifes), e, no lado esquerdo, à “Cidade Universitária João de Deus”, que com seu nome presta ho-menagem a um dos grandes nomes da educação cachoeirense: o médico e pro-fessor catedrático de Geografia, João de Deus Madureira Filho, que foi também estudioso do rio Itapemirim e precursor da Ecologia no Sul do Espírito Santo. Na Cidade Universitária está a Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim (FDCI) e a Faculdade de Ciências Con-tábeis e Administrativas de Cachoeiro de Itapemirim (Faccaci), cujos turnos diur-nos e noturnos levam ao aumento do flu-xo diário de veículos.

OBRASpelo caminho

Roberto Albarros

Texto e fotos

REGIONAL

Ampliação concluída até AlegreEnquanto isso, foi concluído e inau-

gurado em 30 maio o trecho entre Cou-tinho, no município de Cachoeiro de Itapemirim, e Alegre, onde o Governo do Estado investiu R$ 45 milhões nos 43,8 km de extensão, através de con-trato assinado com o Banco Interame-ricano de Desenvolvimento (BID), com contrapartida do governo do Estado.

A ampliação da malha viária, com respectivas melhorias como baias para ônibus e acostamentos, era reivindi-cação antiga da população, já que no trecho frequentemente ocorriam aci-dentes com vítimas fatais. Carlos Re-nato Lino, morador de Pacotuba há 36 anos, acredita que “a obra diminuiu o número de acidentes em até 90%”.

Page 23: Revista Mais

nº1 /Agosto 2012/ / 23

Com prazo previsto de três anos para conclusão e orçada em R$ 37,9 milhões, a obra de duplicação é re-alizada com recursos do Governo Estadual, através de financiamento do Banco Interamericano de Desen-volvimento (BID), para o Programa Rodoviário Espírito Santo III, que visa melhorar o transporte de cargas e passageiros na malha rodoviária estadual. Após sua conclusão, como informou o secretário de Comunica-ção da Prefeitura de Cachoeiro, Sér-gio Mariano, a rodovia “terá pistas de rolamento de sete metros, cantei-ro central e acostamento com largu-ra variando entre 1,2 e 2,5 metros. E para que o tráfego de veículos não seja interrompido com parada de co-letivos, serão implantadas 20 baias para ônibus, garantindo mais segu-rança no embarque e desembarque de passageiros”, ressaltou.

Como as desapropiações foram fei-tas, em sua maioria, no lado direito do sentido em que as obras estão avan-çando, poucas interrupções de tráfego têm ocorrido, permitindo fluxo quase normal de veículos, mesmo nos horá-rios de pico. A previsão é que haja me-nos transtornos para os usuários, pelo menos nesta fase inicial da obra.

Ritmo acelerado

Obras próximas ao rio Itapemirim com o “Pico do Itabira” ao fundo

Chegada de Cachoeiro, com o antigo “Trevo da Coca-Cola”

A avenida Jones dos Santos Neves, no trecho da entrada do Bairro IBC até o bairro Waldir Furtado de Amorim (Tre-vo para o Aeroporto) e a ES 482 deste ponto até o antigo “Trevo da Coca-Co-la”, já tem obras de duplicação e urba-nização a serem iniciadas brevemente, e previstas para durar em torno de seis meses.

O trecho, de cerca de 2 km, atra-vessa o Grande BNH – bairro Waldir Furtado de Amorim (BNH de Baixo) e bairro Luiz Tinoco da Fonseca (BNH de Cima) –, onde estão localizadas cinco concessionárias de automóveis e intenso comércio de autopeças, mo-topeças e outros, e Bairro Caiçaras,

Duplicação da Avenida Jones dos Santos Nevesonde está prevista para este mês a inauguração do primeiro hipermer-cado da região Sul do Espírito Santo, além de empreendimentos de vulto na área habitacional para milhares de moradores.

Além da duplicação, que pretende or-ganizar e humanizar o trânsito, inclusi-ve com a construção de uma passarela para pedestres no bairro Caiçaras, o projeto prevê urbanização com ilumi-nação moderna. O orçamento previsto é de R$ 4,4 milhões, do Governo do Estado do Espírito Santo, através da Secretaria dos Transportes e Obras Pú-blicas, a cargo da empresa Construtora R. Monteiro Ltda.

Page 24: Revista Mais
Page 25: Revista Mais

Quando o Governo do Estado decidiu as-sinar convênio com a Prefeitura de Caste-lo para construir o Centro de Visitantes da Gruta do Limoeiro, inaugurado pelo gover-nador Renato Casagrande em 21 de julho, mais um grande passo foi dado para valo-rizar o potencial turístico do Sul do Espí-rito Santo. A Gruta do Limoeiro é o mais importante sítio arqueológico pré-histórico capixaba. Localiza-se a 15 km do centro da cidade, próximo ao Parque Estadual do Forno Grande, às margens da ES 166, rodo-via que liga Castelo à Venda Nova do Imi-grante – de Venda Nova até Pedra Azul são 12 km pela BR 262.

Gruta do Limoeiro Infraestrutura turísti-

ca em Castelo benefi-cia o Sul do ES

Castelo tem sediado, ao longo dos últi-mos anos, vários campeonatos de voo livre, de âmbito nacional e internacional, como o Paradigling World Cup (Copa do Mundo de Parapente), que teve suas edições das Américas de 2006, 2008 e 2012 realizadas em Castelo. Justamente porque ali existe uma das melhores rampas de voo livre do mundo – Rampa do Ubá – com declive gra-mado, térmicas ideais à prática do esporte e paisagens exuberantes. Não por menos, no World Cup 2012 Castelo recebeu o título de “Hawai do Parapente”.

Somados esses atrativos à Festa de Cor-pus Christi (inserida entre as 10 maiores

festas religiosas do Brasil), há ocasiões em que o número de visitantes se eleva con-sideravelmente no Município. Por isso, a verba de R$ 690 mil, investida no Centro de Visitantes, poderá trazer grande retorno para Castelo – e região que conta também com o arquitetura centenária do Sítio His-tórico de Muqui (a ser tombada pelo Ins-tituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan), com os atrativos de Ca-choeiro, berço do rei da crônica (Rubem Braga) e do rei da música popular (Rober-to Carlos) -, além de estar nas Montanhas Capixabas e bem próximos às praias do litoral Sul Capixaba.

O governador Renato Casagrande e a primeira dama Virgínia, na

inauguração do complexo turístico

Da redação DivulgaçãoTexto Foto

Page 26: Revista Mais

Relíquia é recebida de CORAÇÃOEssa foi apenas a 5ª vez

que relicário do coração de São Camilo de Léllis saiu de Roma e a 1ª vez que esteve no Brasil.

RELIGIÃO

Page 27: Revista Mais

nº1 /Agosto 2012/ / 27

A Relíquia do Coração de São Camilo de Léllis percorreu Ca-Léllis percorreu Ca-choeiro de Itapemirim, durante

os dias 30 de julho a 02 de agosto e, em sua peregrinação, contou com a presen-ça dos fiéis do Padroeiro dos Enfermos e dos Profissionais da Saúde.

A recepção foi feita com uma carreata a partir da Safra, percorrendo o centro da cidade, chegando ao ginásio poliesportivo da São Camilo, onde era aguardada por uma multidão de fiéis. Em seguida, foi re-alizada Missa e a procissão luminosa até a Paróquia Santíssimo Sacramento da Eu- Paróquia Santíssimo Sacramento da Eu-caristia, localizada no bairro Paraíso. Ali, o Coração de São Camilo de Léllis permane-ceu para veneração, celebrações Eucarísti-cas com unção dos enfermos, benção dos profissionais da saúde e outras atividades desenvolvidas pela comunidade.

Os devotos também puderam visitar a Relíquia na Capela da Santa Casa, na Catedral de São Pedro, onde participa-ram de orações e da Missa, reunindo fi-éis de várias comunidades da Diocese, que foram em busca de bênçãos, de pe-didos de oração e promessas.

No último dia da Peregrinação, a Re-líquia também esteve no Centro Uni-versitário São Camilo – ES, para um momento de oração e celebração com os colaboradores da instituição, e logo após retornou à Paróquia do bairro Pa-raíso, para as últimas atividades e para a celebração de despedida.

No dia seguinte, a Relíquia esteve tam-bém em Vitória-ES, na Paróquia São Ca-milo de Léllis, Mata da Praia.

Os dias de permanência no estado fo-ram marcados por emoção e alegria para os camilianos. De acordo com o Reitor do Centro Universitário São Camilo-ES Pe. João Batista Gomes de Lima, “todos nós fizemos um trabalho grande, para que a espiritualidade, a vida e a obra de São Ca-milo estejam vivas em nosso meio”.

Essa foi a 5ª vez que a Relíquia do Cora-ção de São Camilo de Léllis saiu de Roma, e a 1ª vez que esteve no Brasil. Por isso, o momento é considerado de importân-é considerado de importân-importân-cia imensurável para os camilianos, para os cachoeirenses e para os que têm fé em São Camilo. A peregrinação se deu em comemoração aos 90 anos da chegada dos primeiros camilianos no país (1922-2012). Além de Cachoeiro e Vitória, a Província Camiliana recebeu a Relíquia do Coração de São Camilo de Léllis na-queles locais onde os camilianos atuam nas áreas: hospitalar, educacional, assis-tencial e religiosa.

Ao assumirmos o Governo do Espírito Santo, no início de 2011, os mercados finan-

ceiros ao redor do mundo ainda en-frentavam a onda de choque da crise norte-americana de 2008 e a Europa dava sinais das dificuldades que logo começaria a enfrentar. Para nós, capi-xabas, a situação era ainda mais pre-ocupante. Além dos impactos desses desequilíbrios no mercado interna-cional, havia as ameaças de alterações no modelo de distribuição dos royal-ties do petróleo e de mudanças de re-gras tributárias, que trariam grandes prejuízos ao Estado. Nesse cenário, cabia a nós fazer um planejamento de Governo equilibrado, trabalhar mui-to e, acima de tudo, manter a cautela nas despesas da administração.

Pouco mais de um ano e meio de-pois, as dificuldades econômicas continuam atormentando os mer-cados em todo o planeta e, por aqui, tivemos que enfrentar o poder de pressão dos grandes estados brasilei-ros na dura batalha contra a mudan-ça no regime de tributação do ICMS em operações interestaduais de bens importados. Com o nosso principal mecanismo de incentivo ao comércio internacional enfraquecido, teremos uma perda anual de pelo menos R$ 1 bilhão, somando o arrecadado pelo Estado e pelos municípios. Para uma economia como a nossa, majorita-riamente vinculada ao comércio ex-terior, o prejuízo é irreparável. E só não é pior porque nos preparamos de maneira cuidadosa.

Com uma gestão fiscal eficiente,

OPINIÃO

“O que não muda é nossa orientação de levar os frutos do crescimento econômi-co a todas as regiões e de fazer mais para quem mais precisa”

O valor da responsabilidaderigor no controle do custeio e qua-lificação dos gastos, alcançamos um superávit de R$ 31 milhões em 2011. Assim, conseguimos abrir no-vas frentes de financiamento junto à União e a organismos internacio-nais. E foi essa segurança conquis-tada e vigiada que nos permitiu a ousadia de garantir, ainda em 2012, investimentos anuais de pelo menos R$ 1,5 bilhão, ao longo dos próxi-mos anos, para compensar a perda de receita dos municípios, os maio-res prejudicados pelo encolhimento do Fundap.

O momento ainda é de transição, já que o orçamento em 2013 será me-nor e os efeitos das mudanças tribu-tárias serão sentidos mais fortemen-te no ano que vem. Mas o que não muda é nossa orientação de levar os frutos do crescimento econômico a todas as regiões e de fazer mais para quem mais precisa. Continuaremos cobrando a dívida histórica que a União tem conosco, mas estamos cumprindo a nossa parte. Nos pró-ximos dias, lançaremos o Progra-ma Estadual de Desenvolvimento Sustentável–Proedes e, graças ao ambiente de equilíbrio institucional e econômico que consolidamos no Espírito Santo, já temos anunciados investimentos de mais de R$ 100 bilhões em novos projetos públicos e privados. Assim, com criativida-de, articulação, eficiência e rigor na aplicação dos recursos públicos, va-mos transformando nossas conquis-tas econômicas e administrativas em oportunidades e qualidade de vida para os capixabas.

Renato CasagrandeGovernador do Espírito Santo

Page 28: Revista Mais

Corria o ano de 1963 e raros eram os automóveis nas ruas de Cachoeiro. Ainda não haviam sido criadas as faculdades de Direito (FDCI) e de Filosofia (FAFI)

hoje São Camilo-ES. O Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto (hoje Foz do Brasil) não existia, tampouco a avenida Aristides Campos, elo de ligação da avenida Jones dos San-tos Neves com a avenida Francisco Lacerda de Aguiar, no bairro Gilberto Machado.

Nas esquinas não havia padarias para, de ma-nhazinha, se comprar leite empacotado. A Co-operativa de Leite Selita tinha sua sede em frente à igreja católica Nossa Senhora da Consolação, no Guandu. Como então a po-pulação recebia o leite em casa?

Diariamente, da Selita, saíam três carroças pu-xadas a burro para vender leite na cidade. A que fazia o percurso em sentido Sul, subia pela av. Jones dos Santos Neves passando pela Vila Rica, Ilha da Luz, rua Bernardo Horta até o posto Oásis. As outras carroças atendiam aos mora-dores dos bairros Baiminas e Coronel Borges.

Quem conta essa história é o Uiles Correa da Silva, que trabalhou na Selita durante 15 anos, 12 dos quais como vendedor de leite na carroça adaptada com tanque metálico. “Entrei na Se-lita em 1963, analfabeto, e quando saí já cursa-va o colegial. Com meu burro Pavão puxando a carroça, vendia 300 litros de leite por dia e até 10 kg de manteiga, com chuva ou com sol, no trajeto que passava aqui pela Vila Rica, onde hoje minha esposa tem esse bar”.

O apelido “Perigoso”, que Uiles ostenta até hoje, vem de um fato prosaico: “de tanto eu avisar às crianças para que não ficassem perto das patas do burro, pois era perigoso, começaram a falar: ‘lá vem o perigoso’, e o apelido pegou”.

O registro da história de Uiles mereceu destaque na Revista Selita, comemorativa dos 70 anos da Cooperativa, em 2008, quando o antigo funcionário foi convidado a participar de eventos e visitar a sede atual, no bairro Basiléia.

“LÁ VEM O ‘PERIGOSO’...”De quando a venda de leite em Cachoeiro

era feita em carroças puxadas a burro

Uiles “Perigoso” com a esposa Maria da Glória

Vitório Silva, em maio de

2012

FONTE: “Cachoeiro, uma história de lutas, Vol. II – 1931 a 1980”, Evandro Moreira, Ed. do autor

Revista SELITA, Edição de 70 anos da Cooperativa de Laticínios de Cachoeiro de Itapemirim.

Época em que o leite para ser vendido era transportado até o consumidor por carroças

MEMÓRIA

Page 29: Revista Mais

HIPER-FOTO

Rio reflete a cidade no período da estiagem. As águas do rio Itapemirim alcançaram neste inverno um dos mais altos níveis de transparência das úl-timas décadas. Ainda que falte educação a algumas pessoas até hoje lançam dejetos no rio, o trabalho de despoluição vem dando resultados. Na foto, temos prédios das ruas 25 de Março e Costa Pereira refletidos nas águas abaixo da Ponte Municipal, onde leito de pedras é visível em alguns pontos nos dias mais claros da estiagem.

O Rio Itapemirim translúcido

Page 30: Revista Mais

/ /Agosto 2012/nº130

GIRO CAPIXABA

Investimentos em Turismo

Investimentos “petrolíferos”

Uma parceria do Governo do Estado do Espírito Santo com Senac-ES, está per-mitindo o treinamento de 5.500 pessoas na rede hoteleira capixaba em 2012. Os investimentos do Palácio Anchieta em Turismo incluem R$ 1 milhão em mídias, para divulgar o Espírito Santo dentro de seu território, pois a conclusão a que se chegou é que o capixaba pouco conhece de seu próprio estado. As informações foram dadas pelo governador, Renato Casagrande, na solenidade de inauguração do mais novo complexo turístico do Sul do ES, o Centro de Visitação da Gruta do Limoeiro, em Castelo, em 21 de julho.

Novos poços no ESA Petrobrás aprovou a perfuração de mais 30 poços no Norte do Estado, em São Mateus e Jaguaré. As operações re-presentam um investimento de aproxi-madamente R$ 200 milhões, o que per-mitirá que a produção no Espírito San-to passe dos atuais 15 mil barris para 17 mil barris diários.

A Petrobrás estima gastar R$ 2 bi-lhões até dezembro deste ano com fornecedores no Espírito Santo. Em junho, 1029 empresas capixabas já estavam aptas a fornecer para a esta-tal, que continua com a porta aberta para mais negócios. As informações são do gerente de contratação de bens e serviços da Petrobrás no Es-tado, Cristiano Levone Oliveira, e foram fornecidas durante a palestra

“Petrobrás: exploração e produção no Espírito Santo – contratações para operação e manutenção”. Os for-necedores locais podem fazer parte também do cadastro nacional da Pe-trobrás, que no ano passado contava com 85 empresas capixabas, tendo este número se elevado para 134 ca-dastros até junho deste ano. Os inte-ressados podem se cadastrar no site www.petrobras.com.br

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Investimentos nos municípios

Para compensar a perda da receita do Fundap pelos mu-nicípios, o governador Rena-to Casagrande anunciou que as cidades capixabas vão ga-nhar unidades de saúde, es-colas, creches, calçamentos de ruas, drenagens, praças, com verbas estaduais. Casa-grande garante um investi-mento anual de mais de R$ 1 bilhão para os próximos qua-tro anos. Ainda assim, com a nova realidade a ser enfren-tada pelos municípios, o go-vernador prevê que os mu-nicípios, em 2013, deverão “reduzir custeio, controlar pessoal e qualificar o gasto”.

Investimento em Educação

Violência

Para Roberto Simões, professor da Ufes especialista em políticas públicas, “em bairros onde há alta vulnerabilidade de jovens, a escola em tempo integral é fundamental para dar a eles outras opções”. Já Cleonara Schwartz, douto-ra em Educação e professora do PPGE--UFES, explica que “o alto investimen-to não possui uma relação direta com a

A taxa de homicídios de crian-ças e jovens no ES (de zero a 19 anos), coloca o estado em se-gundo lugar no país, com 33,8 mortes por 100 mil habitantes, de acordo com o “Mapa da Vio-lência 2012 – Crianças e Ado-lescentes do Brasil”, elaborado pelo Instituto Sangari, o que revela um aumento de 64% nos últimos 10 anos.

qualidade do ensino”, e cita o municí-pio de Presidente Kennedy que, apesar de ser o município capixaba que mais gasta com Educação, “tem tido desem-penho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) muito bai-xo”. Para a educadora, “dinheiro bem investido é que é condição para uma Educação de qualidade”.

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“A MÚSICA ESTÁ EM TUDO”

Uma produção independente com apoio da Lei Rubem Braga e participação especial de Big Gilson (músico que já tocou com B.B. King e Mick Taylor), Nana Shara e Zebelê (filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil), entre outros convidados do ES e RJ, em um disco com faixas de letras marcantes recheadas de flautas, pianos, guitarras e violões, entremeados da presença de bons percussionistas e arranjos criativos. Esse é

o resumo do Cheiro de Chuva, primeiro CD autoral de Fábio Coelho, lançado em 2011. Nesta entrevista, esse cachoeirense que mostra tanta versatilidade em seu primeiro CD, já que o trabalho transita com leveza entre vários gêneros musicais, fala sobre a carreira.

Roberto Al Barros Divulgação

Entrevista Fotos

MAIS ES - Teve uma infância tranquila?

Fábio Coelho - Nasci em Cacho-eiro, no dia 6 de abril de 1971. Caçula mimado, tive como primeira professo-ra minha própria mãe, que na época le-cionava no Jardim de Infância. Depois estudei no Rotary, onde entrei antes dos 7 anos. No Fundamental, passei pelo Bernardino Monteiro e Pequeno

“O artista local precisa ser mais valorizado. Só assim teremos condi-ções de competir e for-talecer nossa cultura”.

Príncipe. No científico, estudei no Li-ceu Muniz Freire, Guimarães Rosa e Darwin, de Vitória. Minha infância foi bem vivida, cresci em um local onde a criançada brincava indiferente às dife-renças. Tenho uma música que relata algumas das peripécias daquela época.

Como foi seu primeiro contato com a música?

Eu cresci ouvindo minha mãe contan-do e cantando. Meu pai já era aquele cara das big bands, solfejando clássicos do jazz, mas também gostava de segu-rar a barriga pra dançar um forró. Subi-tamente cantava um bolero, um artista nato. Minha irmã, Gina, era a pianista da família. Bosco, o violeiro amador, amava ensinar música aos irmãos.

Como foi seu primeiro contato com um instrumento musical?

Quando criança, brincava no piano e com as gaitas do meu pai, mas foi por volta de meus 13 anos que meu irmão, João Bosco, me deu as primeiras lições de canto e violão. Assim fui tomando gosto pela música até ela me conquis-tar. Um pouco mais tarde, estudei cerca de três meses de piano com a professo-ra Elaine Manhães, no Conservatório de Música de Cachoeiro. Paralelamen-te, tocava o trio de instrumentos prefe-ridos dos iniciantes populares: violão, guitarra e baixo.

Quais instrumentos você toca hoje, regularmente?

Meu tempo, neste ano, está muito restrito. Estou no último ano da facul-dade de Letras e Inglês e, além de atuar como DT no estado, estou na gestão da Fábrica de Pios e com muitos projetos para 2013. Ainda terei estágio obrigató-

CULTURA

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rio a cumprir e o pouco do tempo que me sobrar será dedicado à língua ingle-sa e à música.

No seu disco “Cheiro de Chuva”,

você toca vários instrumentos. Como se tornou multi-instrumen-tista?

Não me considero um multi-instru-mentista, porém domino razoavelmen-te alguns dos instrumentos mais popu-lares.

Quando veio a primeira compo-sição? Foi letra e música?

É... pelo que me lembro, na primeira composição foi tudo junto: letra e músi-ca, como às vezes acontece, mas não te-nho a data registrada. Creio que foi por volta dos 15 anos. A letra retratava uma realidade próxima a da música “Bichos” dos Titãs, e o título era “Inferlalia”. O fato é que, apesar de ter estudado música com muita gente boa, sempre tive a veia para composição. Então, me basta pensar e es-crever as frases que a música pede.

Por que resolveu sair de Cacho-eiro?

Não foi uma escolha, mas uma ne-cessidade. Meu pai era caminhoneiro, viveu grande parte da vida na estrada e já não queria mais seguir o rumo da profissão, que gradativamente perdia o glamour. Então, em uma reunião de família, decidimos mudar para Vitória, onde começaríamos uma empresa no ramo portuário.

E o que mais o marcou nesse pe-ríodo em Vitória?

Apesar da vida sem rotina que tí-nhamos na transportadora, que era influenciada pela intensa dinâmica dos portos capixabas, busquei manter sempre vivo o meu “elo secreto” com a música. Lembro-me que fui a um show da banda “Piratas do Asfalto”, na praia de Camburi, e ao final do show pensei comigo: “queria tocar numa banda as-sim...”. Uma semana depois, meu tele-fone toca, como meu nome já era ven-tilado no meio musical de Vitória, fui chamado para um teste nessa banda e, ao final, Mário Gallerani, que era um dos integrantes da Piratas, disse: “Tá vendo Argentino (Norberto), ninguém é insubstituível!”. Entrei na banda.

Fale-nos um pouco sobre os “Pi-ratas do Asfalto”...

Eu era o mascote dos Piratas do Asfal-to, ali foi uma escola; me dediquei mui-to ao instrumento e à música naquela época, chegando a estudar 8 horas por dia. Fizemos diversos shows pelo esta-do e por pouco não decolamos. A banda tinha uma veia latina e as composições eram bem trabalhadas. Tivemos a co-laboração de vários artistas no projeto “Estrada do Delírio”, primeiro CD da banda. Alexandre Lima foi o produtor. Tivemos a sorte grande de registrar o violão de Maurício de Oliveira na faixa título. Enfim, foi uma experiência mui-to legal que ainda pode gerar frutos. Ahhh, a arte da capa foi feita por Nel-son Lopes Jr., meu primo.

Quais os trabalhos dessa época que você destacaria?

No Espírito Santo, peguei um pouco do Lula, Carlos Papel, Marcela Lobo, Quarteto JB, Nota Jazz, Chryso Ro-cha, Voz Mania c/ Kátia Brinco, Denise Pontes, Zé Moreira, Zé Antônio, Ale-xandre Lima, Elaine Rowena, Claudio Modesto entre outros. E com o ‘Piratas do Asfalto’ os eventos mais marcantes foram a Feira do Verde e o show do im-peachment, no movimento dos caras pintadas contra o ex-presidente Collor de Mello no centro de Vitória. Além da experiência do trabalho na noite.

Como era trabalhar na noite ca-pixaba nessa época?

Nada mal, mas não havia a quanti-dade de opções para tocar que existem hoje, acredito. Tocava com frequência em casamentos, lonas culturais e casas noturnas. Foi assim durante o tempo que vivi em Vitória.

Gravaram quais discos que me-recem ser destacados?

“Estrada do Delírio” e “Coletânea Via Fafi”.

E como surgiu a oportunidade de ir morar no Rio?

Depois de vários shows divulgando o CD da “Piratas do Asfalto”, eu quis dar uma oscilada nos estudos de música e fui fazer um curso de verão no Rio, com Ian Guest. Aproveitei para deixar o CD com produtores no Rio de Janeiro em busca do mercado nacional, como esta-va combinado com o grupo, mas nada rolou. Neste momento, passou o filme da minha vida e só tinha duas opções: voltar para a vida do trabalho mesclado

à música ou encarar o desafio de vencer no Rio. Optei pela segunda.

Você já conhecia alguém no Rio, antes de ir morar lá?

Minha irmã, Gina, morava em Santa Tereza. Apesar de ser médica, traba-lhava nos finais de semana com festas, alugando brinquedos. Logo depois fo-mos para o Recreio dos Bandeirantes e alugamos a casa do Ary Barroso. Apesar da distância do mundo real, o Recreio era uma delícia de lugar e estrategica-mente estávamos perto da barra, onde o mercado de festas era forte. Ainda no Recreio, conheci o Baia e ele me indi-cou uma banda que estava precisando de um baixista. Foi assim que entrei no Tafari Roots.

Qual era a da Tafari Roots ?A banda logo encontrou espaço na

cena underground carioca. Estava tudo indo de vento em popa. Dividíamos o palco com artistas e bandas de renome nacional como O Rappa, Natiruts... e internacional, como Gregory Isaacs, Nabby Clifford, Groundation... O mais impressionante foi que antes mesmo da banda lançar o primeiro CD, as pessoas já cantavam suas músicas. E o som do reggae-capoeira tafariano rapidamente conquistou o público. Inicialmente to-camos no Teatro de Lona da Barra, no “Projeto Sexta Sim”, registrado em CD. Aos poucos, fomos tocando em outras casas noturnas da cidade e começou a rápida ascensão da banda após o lan-çamento do CD independente “Faca de Ponta”. Os eventos mais relevantes aconteceram na Pedra da Urca (Fest--Valda), Canecão, Cidade do Rock 2001 (Rock’n Rio III – Tenda Brasil), Circo Voador, Fundição Progresso, Casa das Tochas, Quinta do Bosque, Malague-ta, Cantareira (Niterói) e Tour por São Paulo e Região Sul do Brasil.

Com toda essa atividade, como surgiu a Escola de Música Musi-mundi?

Concomitantemente à vida de músico de palco, eu tinha a vida de professor de música. Após alguns anos lecionan-do em uma escola no Largo do Macha-do, surgiu a oportunidades de arrendá--la. Então eu, Clauber Fabre e Susanne Brandão, em dois anos de gestão, con-seguimos saltar de 70 para 250 alunos de música. A antiga dona quis a escola de volta e, como não chegamos a um

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acordo, abrimos a Musimundi. Este é um caso particular de sonho real e rea-lizado. Apesar de não ser mais sócio da escola, fui fundador e criador do nome. Me sinto honrado por ter participado de sua história e ter contribuído com a música de tantos que ali se formaram.

Como é a experiência de gravar um disco?

São experiências singulares, muito gratificantes, ver algo subjetivo como a música tomar forma. Gravar é como escrever um livro, pintar um quadro ou fazer uma planta de um estabelecimen-to: tudo parte de um planejamento. De-pois, tem muito trabalho. O fato é que a coisa sai do campo das ideias para se tornar algo concreto.

Quais os principais músicos com os quais tocou nesse período no Rio?

Foram tantos... Mario Galeranni, Nor-berto Andenson, Eduardo Ribeiro, João Schmid, Elaine Rowena, Clauber Fabre, Susane Brandão, Tonho Costa, Tandi Gebara, Leandro Culhas , Daniel Mar-ques, André Freitas, Da Bahia, Karen Terahata, Big Gilson, Rodrigo Soldado, Carlos Cezar, Tiago da Gaita, Rodrigo Serra, Fernando Silva, Fernando Rosa, Breno Andrade, Rogério Colli, Tibor Fi-tel, Guilherme Lopes, Nanashara, Zabe-lê, Maurício Maestro, Tonho Gebara... Acabei ficando por 15 anos no Rio.

Qual o fato mais marcante nes-ses 15 anos de Rio?

Sem dúvida nosso show no Rock’n Rio III

Quando resolveu retornar para o Espírito Santo, para Cachoeiro?

Estava morando em Niterói e minha se-gunda filha tinha acabado de nascer. Vol-tei em busca de mais qualidade de vida. Às vezes me perguntava qual era o sentido de estar tão longe, sem meus entes mais que-ridos, com os quais não tinha um contato mais próximo. Meu irmão Gustavo sem-pre me chamava para ajudá-lo na Fábrica de Pios, então, num processo de transição de aproximadamente um ano e meio vol-tamos. Nossas famílias moravam em Ca-choeiro e Marataízes, estávamos fora há 15 anos, a saudade apertou.

Quando você tocou o projeto do CD “Cheiro de Chuva”, todas as músicas já estavam prontas?

Praticamente tudo estava pré-pro-duzido, claro que muitos ajustes foram feitos, mas o projeto estava parcialmen-te montado exceto o de duas músicas: Promessa e Náufrago.

Como se deu o convite para os músicos cariocas participarem desse trabalho?

Vários músicos participaram do pro-cesso inicial de pré-produção, que foi sendo montado ainda no Rio, desde a fundação da Musimundi. Voltei para Ca-choeiro, mas mantive os elos no Rio. Com o orçamento aprovado, gravei no estúdio da Musimundi, porque ali eu teria músi-cos trabalhando todos os dias, então, se eu precisasse de algum instrumento, ali seria o meu ponto mais rápido para con-tratar e gravar. Outras parcerias surgiram pelas amizades que fiz no período em que fui diretor da “Rio Música”.

E como tem sido a receptividade ao CD?

“Cheiro de Chuva” não segue padrão comercial, mas conceitual, portanto não me prendi ao tempo das faixas e nem ao oportunismo do momento. Queria buscar a identidade do trabalho e a mi-nha também. Tenho ouvido as pessoas falarem bem, mas ainda não comecei o processo de divulgação mais intenso. O mais difícil agora é conseguir o espaço

nas rádios, que ainda é muito restrito para a cultura local, e shows patrocina-dos pelo poder público. O artista local precisa ser mais valorizado em relação aos que vêm de fora, ou seja, precisamos de políticas públicas que preservem o direito do artista local se apresentar em condições igualitárias ou ao menos equi-libradas. Só assim teremos condições de competir e fortalecer nossa cultura.

Tem recebido convites para to-car?

No verão passado toquei em Iriri e na Praia dos Castelhanos, pela prefeitura de Anchieta, onde vejo a política de va-lorização do artista como uma realida-de. Tenho alguns eventos privados este ano em Cachoeiro e talvez faça alguns shows no Rio, pois ainda desenvolvo projetos com o Tafari Roots.

Já está pensando no próximo disco? Tem composições prontas?

Apesar de ter várias composições para serem gravadas, pretendo focar agora o projeto do DVD “Cheiro de Chuva ao Vivo”.

Qual a maior dificuldade na car-reira do músico brasileiro?

Nossa história já viu excelentes músicos morrerem como indigentes, apesar de se-rem exímios artistas. Em minha opinião, a dificuldade está na cadeia produtiva da música, no baixo investimento em Cultu-ra. A renda destinada ao artista é mal dis-tribuída e os critérios de contratação não são democráticos. Sendo assim, a diferen-ça na valorização entre um artista global e um local é gigantesca. E mesmo que o segundo traga boa música e uma bagagem curricular mais extensa que a do primeiro, o músico local não consegue cachê nem de 5% do global. Quando chega a 1% é muito. Em outras palavras, o cachê de um artista sertanejo universitário do momento custa de R$ 200 mil a R$ 500 mil, sendo que ele não tem agenda, ao passo que o local, tem que chorar muito para receber de R$ 1.500,00 à R$ 3.000,00.

Que mensagem deixaria para o músico em início de carreira?

Tenha paciência, seja persistente, in-vista em seu conhecimento musical e na tecnologia da área. Oscile ao máximo em sua carreira. Vá ao cinema, ao teatro e estude tudo aquilo que te interessar, porque a música está em tudo em todo momento, ou seja, tudo se relaciona.

“Nossa história já viu excelentes músicos

morrerem como indi-gentes, apesar de se-rem exímios artistas”.

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Livro do mês“BULLYING.

Vamos combater esse mal pela

raiz?” – Ricardo Ferraz, Editora

do autor, 76 páginas, R$

20,00.

Com texto embasado em am-pla pesquisa, ilustrado com 45 cartuns e desenhos do au-

tor, o terceiro livro de Ricardo Fer-raz – “BULLYING. Vamos combater esse mal pela raiz?” – trata de um dos mais temas urgentes da atualidade, o bullying, descrito pelo autor como “um conjunto de atitudes de violência físi-ca e psicológica, de caráter intencional e repetido, praticado por uma pessoa ou um grupo, contra outra ou outras pessoas em situação de desequilíbrio entre os envolvidos, onde impera ‘a lei

do mais forte’”.Entre outras abordagens, o livro tra-

ta de subtemas como o Cyberbullyng, modalidade que vem preocupando pais e educadores em todo o mundo por seu efeito multiplicador do sofri-mento das vítimas através de e-mail, blogs e de redes sociais, entre outros. “É uma forma de ataque perversa, que extrapola os muros da escola e ganha dimensões incalculáveis”, revela.

Em outra dimensão, o livro re-porta aos professores como alvos de bullying, com práticas relacionadas a “ameaças, humilhações, agressões fí-sicas, apelidos, arranhões em veículos, injúria e difamação através da internet e celular” e que, por esse motivo mui-tos se apresentam “estressados, do-entes, com sintomas psicossomáticos como sudorese, taquicardia, tonturas, insônia, levando-os ao abandono da profissão”, destaca o autor na obra.

O lançamento ocorreu no dia 10 de ju-lho, no Salão Nobre do CIAC “Raymun-do Andrade”, no centro de Cachoeiro, com a presença de importantes repre-sentantes dos mais variados segmentos sociais. “Espero que a obra possa possi-bilitar uma reflexão no combate a essa

‘epidemia’ na grassa na sociedade, por sua complexidade, associada à desinforma-ção, omissão e o sofrimento silencioso de muitas vítimas”, ressaltou Ferraz.

A obra, que tem capa de Paulo Ferraz, encadernação em papel couché e formato 20 x 20 cm, está à venda nas principais li-vrarias e bancas de revistas de Cachoeiro.

Literatura

Ricardo Ferraz em noite de autógrafos

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A naturalidade do sorriso, lugares inusitados, abordagens fotográficas surpreendentes para o momento, podem proporcionar efeitos es-

peciais tão marcantes quando luz e sombra e cor – e são recursos que surgem espontaneamente numa boa fotografia. Entretanto, mais do que um bom clique, o mercado hoje exige que o profissional conte uma his-tória com as fotos que irão compor o futuro álbum.

O fotógrafo é mais solicitado em aniversários e casamentos, para registrar acontecimentos únicos na vida de uma pessoa; ou de um casal. O desejo é eternizar cada instante do evento para a poste-ridade.

Thiers Turini, da Max Mídia ES, de Cachoeiro, revela que para compor o álbum de casamento, por exemplo, a última novidade é o pré-We-dding, que são fotos externas do casal tiradas alguns dias, ou semanas, antes da cerimônia.

– O pré-Wedding é feito com roupa normal, num parque, na praia ou na montanha, numa estação fer-roviária, por exemplo, e irá compor o álbum, juntamente, com as fotos da cerimônia do casamento e as fotos externas poste-riores, que é o wedding propriamente dito. Esse álbum será a principal lembrança do casal, o registro de momentos únicos, cuja confecção tem o intuito de transmitir emoção. Pois é no

álbum que o casal terá oportunidade de recordar a história de sua vida, e também de “ver” como

Fotógrafosbem na

foto

Pode-se afirmar que, com o surgimen-to da fotografia digital, ocorreu um boom no mercado voltado para esse ramo, com novas tecnologias que permitem, virtual-mente, que qualquer pessoa possa exercer a profissão de fotógrafo. Mas não é bem assim, como explica Hércules Ribeiro, da Photoart, de Cachoeiro.

– A fotografia é muito subjetiva. Pode-mos colocar 10 profissionais para trabalhar num casamento, e cada um vai fazer um trabalho diferente, pois depende do olhar de cada um. O bom profissional irá procu-rar ângulos novos, fora do contexto básico, para assim impor a sua marca, e isso irá fa-zer a diferença.

No mercado há quase 20 anos, em 2012 Hércules Ribeiro começa a partilhar seus conhecimentos com colegas de menos tempo de profissão. Por isso ministrou o workshop “Fotografia com flash”, nos dias 20 e 21 de junho. E, para antes do final do ano, pretende ministrar um curso básico de fotografia, destinado a iniciantes.

– O principal fator de transformação para a profissão de fotógrafo nesses 20 anos – ex-plica Hércules –, foi o surgimento de novas tecnologias. A fotografia digital chegou ao Brasil em 1996, se consolidando após o ano 2000. Hoje podemos dizer que a tecnologia digital superou a analógica em qualidade. E com essas novas tecnologias e crescente fa-cilidade na aquisição dos equipamentos, teve início a ampliação do mercado – conclui.

Foto digital Dia mundial da fotografia

Dezenove de agosto é considerado o Dia Mun-dial da Fotografia. Foi nesta data, em 1839 que a fotografia se tornou as-sunto público na França. Coube ao físico Fraçois Arago, explicar ao públi-co, na Academia de Ci-ência e Artes de Paris, a técnica desenvolvida por Louis Daguerre.

O método, era, na época, considerado uma espécie de magia. De uma caixa escura surgia a impressão em papel do mundo exte-rior. Nem todos gostaram da novidade. Pintores e desenhistas temiam que a nova arte substituísse os seus trabalhos.

Hoje, entre pinturas e desenhos, a fotografia tem seu espaço consolidado. A magia não está mais no processo, já assimilado. O quem encanta, são belas imagens produzidas pelos profissionais da área.

ocorreu a cerimônia – destaca Thiers.

Outro fato enfatizado por Thiers refere-se ao tratamento de fotos. “Hoje todo profissional faz o tratamento das fotos. É uma exigência do mercado. O profissional é cobrado, se não o faz. Mas esse trata-mento tem que ser perfeito, pois há limite, para que a foto continue mostrando a pessoa de modo natural”, explica.

Fotografia Max Mídia ES

Hércules Ribeiro

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Quando Detrans de 20 Es-tados, inclusive Espírito Santo, anunciaram em

julho que para diminuir o número de mortes em acidentes com mo-tociclistas a solução seria proibir o tráfego de motocicletas entre os automóveis, ocorreu uma reação em cadeia dos motoboys, alegando que isso iria impossibilitar o traba-lho e até acabaria com a profissão.

Todos os anos, cerca de 19.000 motociclistas perdem vida no Bra-sil. E, não sabemos se pior, para cada morte ficam oito acidentados com seqüelas irreversíveis. O nú-mero de mutilados cresce assus-tadoramente. A maior parte das internações hospitalares tem sido provocada por acidentes com moto.

Alguns países, que já adotam essa medida proibitiva, conse-guiram diminuir os acidentes em mais de 70%. Observemos que, se os automóveis estiverem parados no engarrafamento, o motociclista poderá rodar dentro de limites, e não como ocorre hoje, com gran-de número de “motociclistas voa-dores” a desafiarem a lei da gra-vidade enquanto costuram entre automóveis a mais de 70/80 km por hora, em perímetro urbano.

Infelizmente, muitos têm voado para a morte, transformando as esta-tísticas em calamidade nacional. O ex-cesso de velocidade e a imprudência são apontados como causa principal. Vejamos o perfil dos acidentados.

1) Apenas 25% dos motociclistas brasileiros aprendem a pilotar em autoescola; 2) 25% aprenderam so-zinhos; 3) 50% o fizeram com pa-rentes ou amigos; 4) para cada 10 internações, cerca de 82,4% que

Lei deve proibir trá-fego de motos entre automóveis

Motociclistas voadoresnão voltam ao trabalho em seis me-ses 5) 47% ficam com sequelas per-manentes 6) 15% ficam inválidos”.

Pesquisa foi feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com pacientes do Hos-pital das Clínicas e apresentada no “Fórum Segurança e Saúde”, revela que “80% dos motociclistas não se consideram culpados pela colisão ou queda”.

Segundo o ortopedista Marcelo Rosa, que acompanhou a pesqui-sa, além da ocupação de muitos leitos, a internação dos 84 pacien-tes acompanhados na pesquisa re-presentou um custo R$ 3 milhões. A maioria dos acidentes ocorreu em colisões com carro e 71% dos envolvidos são jovens no auge da produtividade.

Entretanto, e quanto à alega-ção de que a medida prejudica-ria a profissão de motoboy? Por raciocínio lógico, chega-se à se-guinte conclusão: pelo contrário: ajudaria na contratação de mais profissionais, pois, se o tempo de entrega da encomenda aumenta, mais motoboys serão necessários para efetuar o mesmo trabalho; se o custo com seguro cai, por di-minuírem os acidentes, as empre-sas economizam. Menos famílias serão esfaceladas, menos viúvas e órfãos, menos mães a chorar a perda que poderia ser evitada.

Isso é função estatal: proteger os cidadãos com leis, onde essas se façam necessárias. Oxalá tais medidas não tardem!

Roberto Al Barros, jor-nalista, edi-tor e escritor

OPINIÃO

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