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Rede La Salle - Revista Integração Ed. 107

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Page 1: Revista Integração Ed. 107
Page 2: Revista Integração Ed. 107

Expediente

ANO XXXV – Nº 107MAIO DE 2011

Província Lassalista de Porto AlegreDiretor Presidente

Diretor Administrativo

Diretor de Educação e Pastoral

Diretor Secretário

Revisão

Comissão Editorial

Redação e Expediente

Editoração

Foto da Capa

Jardelino Menegat

Olavo José Dalvit

Cledes Antonio Casagrande

João Angelo Lando

Ir. Arnaldo Hillebrand

Setor de Marketing da Rede La SalleRua Honório Silveira Dias, 636Porto Alegre-RS - Brasil - 90550-150Fone: +55 (51) 3358-3600Fax: +55 (51) [email protected]

Roberto Monte Maior de OliveiraTiago Schmitz

A professora do Unilasalle Canoas,Vera Castro

Os artigos são de responsabilidade dos seusrespectivos autores

Província Lassalista de São PauloPresidente

Tesoureiro

Secretário Provincial

Jornalista Responsável

Paulo Petry

Arno Francisco Lunkes

Waldemiro José Schneider

Israel José Nery

Cledes Antonio Casagrande - coordenadorAdriana Beatriz GandinArno LunkesJoão Angelo LandoLúcia RosaMary RangelTiago Schmitz

Tiago Schmitz - Mtb 12842

Vice-Presidente

(foto de Clarissa Thones Mendes)

A o orgão oficial decomunicação das Comunidades Educativasdas Províncias Lassalistas de Porto Alegre e deSão Paulo (Reg.Esp.Matr.N.º170), com tiragemde 3 mil exemplares e circulação semestral.Está inscrita sob o ISSN 1982-3991.

éRevista Integração

“Um bom professor, um bom começo” é o conceito da campanha Todos pelaEducação, lançada recentemente na mídia. O movimento, promovido pela sociedadecivil organizada, reascende o debate sobre a importância do educador para ocrescimento sustentável de um país com perspectivas tão boas quanto o Brasil. Seos gigantes da Ásia já haviam se dado conta da centralidade da educação e doeducador décadas atrás, ainda falta ao nosso continente um olhar especial paraesse profissional que é central para a formação das novas gerações. Diante danecessidade de reflexão e de debate sobre esse assunto, a Revista Integraçãoapresenta, nesta edição, um olhar acerca do educador e do fazer docente naatualidade. Para isso, partimos das seguintes quentões: Com as mudanças doséculo 21, batizado de “século do conhecimento”, surge um novo perfil de educador.Quem é esse profissional? Quais seus anseios? Suas debilidades? Seus desafios?Perguntas que estimularam o debate entre especialistas convidados a participar daseditorias principais da publicação.

Na edição - totalmente direcionada aos educadores e colaboradores da Rede LaSalle no Brasil e no Chile – também são destaques as iniciativas dos Colégios,Instituições de Educação Superior e Obras Assistenciais que integram esta imensafamília. Acrescentamos a “Carta aos Educadores”, publicada por São João Batistade La Salle, em sua época, ressaltando a importância da profissão do educador. Asseções Experiências & Práticas Inovadoras e Diário de Classe apresentam um poucodas diversas atividades desenvolvidas durante o primeiro semestre letivo nascomunidades educativas da Rede La Salle.

Através dos artigos, também possibilitamos aos colaboradores lassalistas queapresentem suas produções acadêmicas e trabalhos práticos para multiplicar oconhecimento sobre o tema central proposto para a edição. O educador do séculoXXI precisa compreender que, além de dominar o tema de sua disciplina, a novaeducação precisa valorizar as relações humanas. Hoje, mais do que nunca, para umasociedade que se reinventa, urge a necessidade de um educador disposto a sereinventar constantemente.

Desejamos uma excelente leitura.

Comissão Editorial

Editorial

02

CINCO OUROS!!!

A Revista Integração detém a premiação máxima do Prêmio Destaqueem Comunicação do SINEPE/RS com o ouro na categoria MídiaImpressa - Mantenedora. A publicação foi premiada em 2003, 2004,2005, 2007 e 2009.

Page 3: Revista Integração Ed. 107

Índice

Entrevista 06

Cultura

Nossos Ícones

Indica uma páginana internet ou um e-mail.

Referências bibliográficas ou mesmoindicações de leituras que digamrespeito à matéria em pauta.

Sou Educador Lassalista - a artede educar no Século XXI

Eventos

Aniversários

Nos tempos de La Salle

Rede

Experiências

Capa

23

38

44

58

70

19

Diário de Classe

Artigos

Canal Aberto

Moacir Scliar

12. Juntos e por Associação - Lassalistas brasileirosparticiparam de Congresso da Rede La Salle em Roma

14.15. Calourada Unilasalle16. Copa La Salle no Rio de Janeiro

Educação Infantil com novo prédio

17. Excelência educativa na Serra Gaúcha18. De La Salle de Talca está em fiesta

Carta ao Educador Lassalista

19. Preservação da Memória e da IdentidadeLassaliana e Lassalista

20. Reestruturação das Províncias - RegiãoLatino-Americana Lassalista

23. Viajar é aprender muito mais24. Motivo de superação25. Acampamento no Colégio26. BioBlogs: Aprendizado no ambiente virtual27. Educador é artesão dos sonhos28. Por um mundo melhor29. Entrando nas Redes Sociais30. O lúdico e o cálculo na Escola

32. Viagem de estudos ao Canadá33. Fraternidade e Vida no Planeta34. Os desafios diante da Inclusão35. Seminário Integrado de Pedagogia36. Formação Integral Lassalista37. Novas Fronteiras

31. Portas abertas para o mundo

O Educador Lassalista diante dosnovos desafios no século XXI

Breves relatos de atividadesdesenvolvidas nos Colégios Lassalistas

58. Os desafios do educador - Configuraçõese manejos familiares

60. Estudo e atualização constantes: eis o desafio61. A Educação vem de casa, já o ensino vem da escola62. A efetividade na vida escolar64. Profetas da Missão Educativa65. Educar no Amor66. A Formação do Educador no Brasil68. Educação com arte69. A formação continuada e a valorização

do profissonal da educação

Da janela para o mundo

Sou LassalistaDepoimentos de alunos, professores ecolaboradores lassalistas sobre suavivência na Rede La Salle

09

22

05

12

17

Page 4: Revista Integração Ed. 107

04 www.lasalle.edu.br

Revista Integração

Em seu 25º ano, na edição 70 de junho/julho de 1996, a RevistaIntegração trouxe o tema “Viver com fidelidade criativa nossa missão deLassalistas no mundo de hoje”. Ao comemorar seu jubileu de prata, apublicação mais uma vez promoveu reflexões importantes sobre aeducação da época. A equipe editorial destacou a dimensão constitutivado Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs expressa em comunidade eressaltou a vocação como um mandato universal para que os Irmãos eLeigos vivam a missão de “fecundar com o Evangelho o mundo daeducação”. Nesta época a publicação, coordenada pela Direção Provincial,estava sob a responsabilidade do jornalista, Ir. Auri Lanius.

FORMAÇÃO INTEGRAL

O primeiro artigo da Revista, de autoria do Ir. Paulo Lari Dullius, apresentao tema da formação integral: “Da idéia de formação integral se depreendea importância de uma revisão profunda do conteúdo do conceito depessoas que os educadores, os pais... têm. Quais as variáveis que têmpresente? Qual a metodologia mais adequada para uma correção, umdespertar e um desenvolvimento das características fundamentais dapessoa? O primeiro passo é, portanto, avaliar a importância que se dáquanto à aceitação desta vocação a um diálogo e a uma união com oTranscendente, a dimensão de eternidade de sua vida. Depois, éinteressante inclusive, elencar as variáveis antropológicas queconsideramos no dia-a-dia e a metodologia usada em nossasinterferências na educação. A que se dá maior importância: ao conteúdoou à metodologia? Há conexão e unidade clara entre conteúdo e métodocorrespondente? (...)”.

Traduzido pelo Ir. Arnaldo Mário Hillebrand, otexto do Ir. Álvaro Llano, ressalta aimportante harmonia entre a qualidadeadministrativa e pedagógica de umainstituição de ensino. “(...) Qualidade é umtema que apenas começa a ser abordado nocampo educativo. É, portanto, um tema aindainexplorado, o que deverá ser feito com muitasabedoria e não menos diligência. (...)Devemos criar unidade e coesão entre todasas categorias da comunidade educativa, paraque todos saibam o que querem e para onde

se dirigem. Quando a missão está bem definida criam-secorresponsabilidades, interdependências, cogestão, consciência demissão partilhada, o que enriquece e amadurece os copartícipes. Quandotodos aprovam atitudes e atividades, alimenta-se melhor o processo dequalidade da missão (...)”.

O atual diretor administrativo da Rede La Salle, Ir. Olavo José Dalvit,quando atuava ainda no La Salle Sapucaia do Sul/RS, contribuiu para aRevista com artigo sobre a proposta de pastoral. “(...) Olhando nossahistória podemos constatar que temos pensado pequeno em relação à

A MISSÃO EDUCATIVA DE UM COLÉGIO

PROPOSTA DE PASTORAL ESPECÍFICA LASSALISTA

FIDELIDADE CRIATIVAEdição 70 - 1996

nossa missão junto aos jovens. Por circunstâncias diversas nosdesviamos dos jovens, nos acomodamos em uma estrutura queaparentemente nos dá segurança e que transparece, para o sensocomum, que estamos sendo muito eficazes naquilo que nos compete.Talvez nossa maior limitação esteja em termos confundido PropostaEducativa com Proposta Pastoral. (...) Quando falamos em um Agente dePastoral em uma Comunidade Educativa pensamos logo em alguémdinâmico, criativo, que toca violão, que se expressa bem... Ser Animadorde Pastoral não ocorre de uma hora para outra, ou de um curso paraoutro. É um processo que precisa de muito investimento pessoa einstitucional e, sobretudo, amor e vocação (...)”.

Uma importante reflexão apresentada pelaequipe do então Colégio Nossa Senhora dasDores (hoje La Salle Dores) na edição 70 foisobre o uso dos computadores na escola. “Osetor de informática pode ser uma “arma”muito poderosa e com capacidade detrabalho muito diversificado. É quaseverdade que não há limites para aquilo quepodemos fazer com as máquinas. Todavia,se este setor ficar encerrado dentro dequatro paredes não será capaz nem mesmode sustentar-se (...)”.

UM COMPUTADOR SEM MAIS NADA, DE NADA SERVE

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São João Batista de La SalleNos tempos de La Salle

Revista Integração • Maio 2011 05

Por Irmão Edgard Hengemüle

Carta aos Educadores

Meu caro educador e minha cara educadora:

Para dedicar-me à educação, eu mudei todo orumo de minha vida. Eu sei que tu tens claraconsciência da necessidade da educação. E, sepossível, passa a acreditar ainda mais no seupoder. Preparado para outro tipo de atividade,tive que ir aprendendo toda a vida a ser educadore pedagogo e a sê-lo sempre melhor. Não tecanses nunca de aprender a arte e a ciência deeducar.Essa arte e ciência eu não as aprendisozinho. Eu as fui assimilando, e assimilandosempre melhor, partilhando experiências ereflexões com aqueles aos quais Deus me uniu.

Assume a educação como trabalho não de livreatirador, mas como tarefa complexa que exigeação cooperativa de um coletivo de educadores.Aos mest res com os qua is me fu icomprometendo, inicialmente os consideravacomo pessoas inferiores ao meu lacaio. Mas, aoponderar sobre sua missão e ao ver os frutos deseu labor, acabei vendo claramente atranscendência de sua missão, uma das maisexcelentes entre todas.

Cultiva auto-imagem positiva de ti, comoeducador ou educadora, pensando em todo obem que já fizeste e naquele que ainda estáschamado a fazer. Junto com a excelência dafunção magisterial, procurei passar a meus

promoção dos mais necessitados, através daeducação. Trabalhando com alunos de melhorescondições, abre-lhes os olhos e sensibiliza-lheso coração para o mundo dos desprotegidos, edesenvolve neles a responsabilidade que, comoprivilegiados, têm com esse mundo. E,independente das condições sócio-econômicasdos teus alunos, presta atenção a todo tipo depobreza que os possa estar atingindo.

A meus mestres, procurei passar a ideia de quetodo o potencial físico, técnico e humano daescola está a serviço do aluno. Cultiva o zelo porele, isto é, desenvolve em ti o interesse criativopor seu bem integral.

Em meu tempo, ainda não se acentuavam muitoideias como a do aluno sujeito da própriaeducação, e do professor sendo junto a elemediação com o mundo e facilitador deaprendizagem. Mas já tive muito presente queeducação mesmo se faz na relação professor-aluno, que educar é estabelecer relaçãoeducativa.Segue com a norma de aliar, em tuarelação com os alunos, a bondade e flexibilidadecom a exigência e energia.

.

A educação que promovi é a educação cristã. E ocerne do cristianismo, como bem sabes, é aconstrução da fraternidade, que não existe sema justiça.Procura fazer de tua escola e sala deaula um laboratório de relações humanas e defraternidade cristã. Os que estudam a históriada educação me situam entre os quecontribuíram para transformar o magistério emverdadeira profissão. Trabalhei para que elepassasse a ser ofício digno de ocupar a pessoainteira e por uma existência toda, transcorridaem nível digno de vida. A prová-lo, está a EscolaNormal que criei. E estão os textos orientadoresque escrevi. Mas, junto a isso, ensinei meusmestres a verem o magistério à luz da fé e aviverem sua profissão como missão.

Não sejas dicotômico, pensando que essasduas coisas são incompatíveis. Faze aexperiência, e verás que a fé viva é fonte de novosignificado para teu magistério, motivo a maispara seres excelente profissional e força novapara que o sejas ainda melhor.Recebe a minhabênção. E obrigado por trabalhar na obra queDeus começou através de mim.

Ternura de mãe e

firmeza de pai

Assinado: São João Batista de La Salle

mestres a consciência da responsabilidade queé educar. E, por isso, trabalhei para formá-losintelectual, técnica e espiritualmente para oexercício de sua missão.

Assume para ti que a responsabilidade deeducar não permite professor ou professoramedíocre. Esta responsabilidade te pede quesejas profissional competente: que não sóestuda pedagogia como algo dado, mas fazpedagogia como algo a construir; que não sóexecuta o que outros pensam, mas se atreve àelaboração própria; que associa reflexão eprática, e faz que sua prática e sua reflexão sequestionem contínua e reciprocamente.

Eu quis, portanto, o mestre como excelenteprofissional. Mas o quis, antes de tudo, comomestre de vida. Faze teus alunos aprender o queé vital para todos os níveis da existência deles.Sobretudo, aceita ser referência teórica eprática de vida para as crianças e jovens comque trabalhas. Nas variadas oportunidades quese oferecem, especialmente em tua reflexãocom os alunos ao início de cada dia de aula,transmite-lhes a experiência que a vida te deu. Ecorrrobora com tua própria vida as palavras comque os estimulas.

Minha escola estava aberta a todos. Mas ascrianças que ela atendia eram pobres, em suamaioria. Toda vez que puderes, colabora para a

Page 6: Revista Integração Ed. 107

www.lasalle.edu.br

EntrevistaEntrevista

06

nsinar e aprender no século XXI tem se caracterizado como umpermanente desafio à construção de um cenário escolar que cada vezmais acresce às competências do educador o enfoque humano para

a formação de valores. Aliado a isso, processos e métodos temtransformado a velocidade de produção e disseminação de informações,estabelecendo novas relações entre o sujeito e o conhecimento. Diantedesse universo efervescente de inovações e revisões de conceitos eparadigmas, o professor tem o compromisso de formar seus alunos em ummundo fragmentado, competitivo, imediato e globalizado. A educação doséculo XXI confronta o professor com o desafio de reinventar a si comoprofissional, fazendo um balanço sobre práticas e teorias que atravessaramos tempos.

Buscando conhecer como pensa, reflete e age o educador do século XXI, aconversou com um grupo de professores da Educação

Básica e do Ensino Superior da Rede La Salle. Movidos pela paixão poreducar, a professora e Coordenadora do Curso de Letras do UnilasalleCanoas, Lucia Regina Lucas da Rosa, o professor do Colégio La SalleCanoas, Raul Rois Schefer Cardoso, e a professora do Colégio La SalleNiterói, Haislana Tavares, contam, nesta edição, como atendem àsdemandas atuais nos ambientes escolares e acadêmicos e destacam aimportância do perfil do educador como mediador do conhecimento diantede um aluno que passa a ser o sujeito da sua própria formação.

Revista Integração

Vivemos em um mundo complexo marcado por grandes mudanças e

revisões de paradigmas. Diante desse cenário, quais os principais desafios

da educação no século XXI?

SOU EDUCADOR LASSALISTAPor Daniele LopesJornalista

a arte de educar no Século XXILucia -

Raul -

O aluno não é o mesmo. Ele interage com o mundo recebendo informações

através de novos hábitos e formas de comunicação. Nesta realidade, o

professor precisa se reinventar. Como se define esse novo perfil do

professor?

Lucia -

Houve uma época em que a grande exigência do professor eradominar conteúdo. Hoje também, e cada vez mais, mas aliado a várias outrascaracterísticas das relações humanas. O professor precisa entender que eleestá com um grupo e que estão crescendo juntos, retirando aquela ideia doprofessor que detém e passa conhecimento. Acredito que a ideia deconstruir conhecimento é um grande desafio.

Um bom percentual dos professores vive do passado. Eles fazem umaprojeção de turma, de escola e aluno da década de 60 e nós estamos noséculo XXI. Eu sempre falo que silêncio não é sinal de aprendizagem ebarulho não é sinal de bagunça. Posso estar com a turma quieta e todomundo pensando o que vai fazer hoje à noite no shopping. Enquanto quepode haver barulho na minha sala e o pessoal estar produzindo. O mundohoje é mais agitado, os alunos são diferentes. O mundo está totalmentetransformado e o professor precisa saber disso.

Tem uma imagem nos escritos de de São João Batista de La Salle queeu gosto muito, do professor como um anjo. O professor é um anjo, umcondutor. Professor tem que mostrar como chegar lá, tem que amarrar todasas informações. O conhecimento dos alunos hoje é muito superficial. Elestêm informação, eles sabem como ter acesso à informação, muito mais doque nós professores. O professor tem que problematizar. Tem quedesacomodar. Ser importante e “descartável” ao mesmo tempo. O alunotem que ser autônomo e cada vez mais o professor é o mediador. O professortem que saber fazer perguntas mais do que dar respostas.

E

Page 7: Revista Integração Ed. 107

Revista Integração • Maio 2011

Entrevista

07

Haislana -

Raul -

Encontrar as condições necessárias para o

professor se sentir valorizado é um desafio que

se intensifica no século XXI? Como vocês

percebem essa questão?

Lucia -

Raul –

Os conteúdos programáticos não mudam, o que

muda é a maneira de trabalhar esses conteúdos.

Como conciliar os conteúdos programáticos

com o contexto do aluno trazido para a sala de

aula?

Construir conhecimento e tambémcompreender a linguagem do aluno. O professortambém precisa preparar-se, estar atualizado,com uma formação completa. O professor temque saber o que o aluno está pensando, qual ointeresse do aluno. Ele tem a Internet, uma gamade informações. E o que nós podemos fazer?Direcionar essas informações. Acho que este é ogrande desafio: deter tudo isso, conhecer pelomenos um pouco e dar uma direção com umprojeto pedagógico consistente. Dar umadireção às informações e transformá-las emconhecimento de fato.

O professor tem que ter “feeling”. Euestava dando uma aula de Imperialismo noséculo XIX quando um aluno levantou a mão eperguntou o que estava acontecendo na Áfricanaquele momento. Parei a aula e propus umareflexão do agora com o século XIX. O professortem que ter esse jogo de cintura. Certo diacheguei na sala de aula e eles estavamdesenhando o símbolo dos times de futebol. Fuipara o quadro desenhar com eles. Perdi ou investicinco minutos? Eu acho que o novo professorprecisa ter essa sensibilidade.

A cobrança em relação ao professor émuito grande. Nós ficamos “dando muito colo”para os alunos e quem é que “dá o colo” para oprofessor? Eu acho que está faltando, naeducação do século XXI, pensar no professor,como as instituições podem ajudar a formar o seuprofissional. Participei durante muito tempo dereuniões pedagógicas em que se discutia comotrabalhar os conteúdos, como problematizá-los. Éimportante resgatar isso nas escolas. Comocoordenadora de curso, tento dar muito apoiopara os professores. É o mesmo processo: se oprofessor em sala de aula tem que ouvir o aluno,as instituições tem que ouvir o professor. Eu achoque o professor é muito cobrado e poucoamparado.

Eu acho que nós precisaríamos teralgumas horas para produzir melhores aulas,para o professor criar, ter momentos para serenovar no aspecto pedagógico e no conteúdo.Trabalhamos em casa como no colégio. Se porum lado nós temos uma carência de tempo paraformação, em contrapartida, aqui no Colégio LaSalle Canoas temos uma receptividade muitogrande por parte da direção, e isso é vital para oprofessor se sentir estimulado.

professor. Sempre digo que eu quero que elessejam os melhores alunos porque eles são osmeus alunos. Na escola, Eu sempre salienteiesse possessivo com eles, vocês são meus e euquero que sejam meus. Aceitá-los também éimportante. Aceitá-los do jeito que eles são.Quando eles percebem que são aceitos,respeitam mais e ficam mais acessíveis paratrabalhar questões de conteúdos maiscognitivos, se sentem mais compromissados.Porque se eu digo que eles são meus, elesprecisam me dar uma resposta.

Eu tenho a bênção de ter uma relação muitoforte com meus alunos. Digo que antes de serprofessor eu sou amigo deles. Mas com umadiferença. Eu não sou aquele amigo que vai dar otapa nas costas e dizer que ele está certo. Eu souaquele amigo que vai olhar no olho e dizer, comoprofessor, que ele está errado, que precisamudar. Em muitos momentos eu tiro algunsminutos da aula para conversar e apresentardados. Quando o professor começa a falar sobreo futuro dos alunos, ele consegue fazer com queeles realinhem muito as suas atitudes. Então eupergunto o que eles querem. Mostro que se elestrilharem os caminhos que todo mundo já trilhou,eles vão chegar aonde todo mundo chegou. Elestêm que criar novos caminhos e é isso que omercado lá fora quer. Eu sou só a ponte. Quem vaiter que fazer o caminho são eles.

Acredito, como professora, que essa éa minha meta: fazer com que o aluno aprenda, ,mas também transforme a realidade que estásendo ditada por um mundo captalista e comvalores distorcidos. Ser feliz, autêntico,transformador e protagonista da sua realidade.Mas só é possível obter bons resultados atravésda afetividade. Amo meus alunos e sou amadapor eles, sei que devo cativá- los para que nossasaulas sejam prazerosas, pois num clima de amore respeito o apreender a apreender se torna maisfácil.

Acredito que a resistência é pela falta deconhecimento do professor e pela falta de tempopara dominar as tecnologias. Há, também, omedo do professor de perder o seu espaço.Tecnologia é um meio, não o mais importante daaula. Se o professor for utilizar a tecnologia comoum meio, ele não terá medo de descobrir juntocom os alunos. Não pode ser em primeiro lugar atecnologia e depois o conteúdo. Tem que tornarválido, discutível, problematizado o conteúdo. Asnovas tecnologias estão forçando o professor apensar. Então, se eu não for o detentor doconhecimento, qual será o meu papel?

Raul -

Haislana –

Especialistas afirmam que o professor deve

conhecer as possibilidades de aprendizagem nas

novas tecnologias e desafiar o aluno a aprender

com elas. Por que há resistência por parte do

professor quanto ao seu uso?

Lucia –

Raul -

Lucia -

Educadores afirmam que a construção do

conhecimento se dá a partir de um intenso

processo de interação entre as pessoas. Qual o

papel da afetividade na sala de aula?

Lucia –

Precisamos ter a sensibilidade de perceberque o conteúdo é um instrumento para algo muitomaior, que é o conhecimento da língua,reconhecimento do conceito, gosto pela leitura epelo descobrimento. O que o professor deve fazeré transformar isso. Se alguém observar os livrosde História dos meus alunos vão ver que estãorepletos de marcações. Um livro bonito, que estáintacto, não serve para nada. A grande questão é:O que eu quero em sala de aula? O que eu querocom meu aluno? Estou pensando o meu alunopara este mês, este semestre, este ano? Ou paraquando chegar lá na universidade, pegar um textoe se sentir familiarizado com a construção dasideias?

Como o professor Raul falouanteriormente, o aluno está pensando em tudo. Oque ele vai fazer hoje à noite no shopping tambémé assunto de aula, não precisa tirar isso da sala.Um shopping é uma rica aula de linguagem. Agrande pergunta é: qual é o conteúdo? Como euvou problematizar o conteúdo? Que metodologiaeu vou usar, como vou planejar minha aula? Euinsisto na problematização. Eu acho que a grandequestão do conteúdo é problematizar.

Eu sempre procurei ouvir muito o aluno efalar com autoridade, não autoritarismo. Falo comfirmeza, mostrando pra eles que se eu osrespeito, também quero ser respeitada. Tem umahora em que é preciso estabelecer que eu sou o

“Ser professor é ser

um líder. É ter uma

plateia definida e saber

que mexemos com o

pensamento das pessoas.

Isso também me move,

me instiga”Lucia Regina Lucas da Rosa

Professora do Unilasalle Canoas

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www.lasalle.edu.br

EntrevistaEntrevista

08

Raul –

Haislana –

Quanto à educação inclusiva, os professores

estão, hoje, preparados para atender os alunos

com necessidades educacionais especiais? O

que é necessário para promover a educação

inclusiva?

Lucia -

Haislana –

Raul –

Em face das novas dinâmicas familiares, a

escola assume, com maior responsabilidade, ser

a instância de desenvolvimento de relações

humanas. Quais os principais reflexos dessa

prática educacional?

Raul –

Lucia –

Eu acho que o principal foco é o temor daexposição. Nós não fugimos disso. Nós estamosnos expondo, as redes sociais estão nosexpondo. Nós trabalhamos com educação. Nãoadianta eu ter um aparato tecnológico dentro daminha Escola e não utilizá-lo. Não adianta minhaaula virar um espetáculo.

Se tu conheces bem todas astecnologias, tu começas a te apropriar de muitasdelas. Eu acho que a gente pode usá-las paraenriquecer nossas aulas, porque também é dointeresse do aluno.

O professor precisa estudar o que éinclusão. Quando eu comecei a dar aula paraalunos surdos no Unilasalle, eu achava que asurdez era deficiência. Comecei a conversar comum interprete e percebi que eles não sãodeficientes, eles tem uma forma diferente decomunicação. Quando eu entendi isso, mudoutudo. Nós damos aula para os iguais e quandovem o diferente, precisamos entendê-lo, sabercomo ele pensa e se comunica.

Primeiramente aceitar. Fazer opossível para incluir, para que essa criança nãoseja discriminada pela sociedade, mas que sejavisto por suas grandes possibilidades ehabilidades. Muitas crianças estão chegando àsnossas escolas com di f icu ldades deaprendizagem. Optei pela Especialização emPsicopedagogia porque senti necessidade debuscar tais conhecimentos.

Falta preparo. Na época da faculdadedeveria haver uma disciplina direcionada paraisso. A gente aprende na sala de aula, masdeveria ser ao contrário.

Eu tenho um hábito: no inicio ou no final daaula eu abraço e beijo meus alunos. Beijo asmeninas e abraço os rapazes. Isso em todas asséries. Eu acho que se oferecemos afeto,recebemos afeto. É reflexo. Os meus alunos sãomuito afetivos e não é só comigo, com todos. Osmeus colegas são afetivos também.

O professor tem que ser muito firme parasaber o limite e avaliar se o aluno não fez um bomtrabalho e uma boa prova e dar a nota que devedar, para que o aluno aprenda, para que ele sofracom aquela situação e ultrapasse essa barreira.É um sofrimento que o professor acompanha.

Quando se é muito próximo do aluno, ele estranhaquando se faz uma exigência maior. O aluno nãoquer um professor igual a ele, ele quer umprofessor que na hora de chamar atenção, chame.Acho que o professor obtém respeito com o alunopela seriedade do trabalho. Isso já garante muitodo respeito, da troca, da aula.

Eu gosto muito de ser professora, de daraula, porque todo dia é um desafio novo. A sala deaula é mágica. É a magia do conhecimento, daconstrução do conhecimento. Acompanhar umaluno durante um semestre inteiro ou um anointeiro, e verificar que o aluno cresceu, não tempreço. Ser professor é ser um líder. É ter umaplateia definida e saber que mexe com opensamento das pessoas. Isso também me move,me instiga. Saber que estou trazendo discussõespara a sociedade e criando a “ilusão” de pensarque eu posso contribuir para uma sociedademelhor.

Eu digo para os meus alunos todo dia que euamo o que eu faço. Digo que eles vão se formar emalguma coisa no futuro. Se eles pensarem nodinheiro, serão infelizes para o resto da vida cheiosde dinheiro. Às vezes estou cansado, não dormibem, trabalhei o dia inteiro, quando eu entro na salade aula me transformo. A minha felicidade é estartrabalhando com os alunos.

O amor pela educação é o que me move.Quando eu entro numa sala de aula eu penso emmeus sonhos e também nos sonhos dos pais dosmeus alunos e nos sonhos que os meus pequenostêm. Sonhar é o primeito passo para traçar umameta e possibilidades de alcançá-las. Através doamor é possível compreender, ouvir, auxiliar. Euacho que o amor realmente é a base, amar comfirmeza e ternura.

É possível, e eu só acredito numa melhorapela educação. Com acesso à educação. Nóstemos no Rio Grande do Sul uma realidade terrível.Nas escolas públicas sobram vagas. Isso quer dizerque há muitas crianças fora da escola. Infelizmenteo acesso a uma escola de qualidade ainda é parapoucos.

Há cinco ou seis anos atrás meus alunospediam que eu deixasse os incrementos e fossedireto para o conteúdo. Eles não queriam dialogarou refletir, queriam saber o que era necessário parapassar na prova e no vestibular. Ano passado, comas eleições, eles pediam que eu explicasse comose dava o processo eleitoral que estavaacontecendo no Brasil. Muda, e muda a passos

Pesquisas recentes indicam que, mesmo com uma

carreira desvalorizada, a maioria dos professores é

motivada a entrar em sala de aula pelo amor à

profissão. O que alimenta essa paixão por educar?

Lucia –

Raul –

Haislana –

Falando no cenário atual da educação, é possível

acreditar em um salto de qualidade? Que

perspectivas podemos apontar?

Lucia –

Raul –

largos a cada ano. Os alunos vêm mais críticos,vêm de casa querendo saber.

É importante um olhar para o professor,não deixá-lo desanimar. A escola também precisaficar atenta e motivar o professor, elogiá-loquando faz um bom trabalho, acompanhar,conhecer. Eu ficava muito realizada quando aminha supervisora sabia o que eu estava fazendoem sala de aula. Tudo isso eu vejo na Rede LaSalle. Há um interesse, um olhar para oprofessor. Nós sabemos que há um amparoquando é preciso, há liberdade, incentivo evalorização da figura do professor.

Eu acho que o Colégio La Salle Canoas temo privilégio de ter a presença dos Irmãos. A figurados Irmãos para os alunos é muito importante.Estamos no pátio, há um Irmão caminhando, umIrmão brincando com as crianças. Nós vamosfazer as reflexões, os Irmãos estão fazendo asreflexões junto conosco. Este é um diferencial: tercotidianamente a presença dos Irmãos. Apresença e a troca. Eles têm uma função muitoimportante.

O educador lassalista é um educadorcuidadoso, que necessita ter um olhardiferenciado, para cada aluno que recebe. Sereducador lassalista é olhar para cada aluno comoum presente recebido a cada início de ano. No LaSalle Niiterói temos na sala dos professores umrico momento de preparação para iniciarmos asaulas – o momento de reflexão – ali conversamos,aprendemos e ensinamos. Neste momentovivemos o espirito de comunidade educativa deforma intensa e voltada para a educação cristãque acreditamos.

Para finalizar, quais os diferenciais de ser um

educador lassalista?

Lucia –

Raul –

Haislana –

Lúcia Regina Lucas da Rosa

Raul Róis Schefer Cardoso

Haislana Conceição Picoral Tavares

É coordenadora do curso de Letras e professora doUnilasalle há 14 anos. Integra o Conselho dePesquisa e Extensão e o Núcleo de ApoioPedagógico da Instituição. Doutoranda emLiteratura Brasileira pela UFRGS, foi professora doColégio La Salle Santo Antônio por dez anos.

É professor do Colégio La Salle Canoas e professorconvidado do Unilasalle. É graduado em EstudosSociais – Licenciatura Plena em História e possuiEspecialização em História Contemporânea,ambos pelo Unilasalle. Conquistou o título deMestre em História pela Unisinos.

É professora do Ensino Fundamental – SériesIniciais do Colégio La Salle Niterói – Canoas/RS.Possui graduação em Letras – Licenciatura Plenapela Universidade Luterana do Brasil – Ulbra e pós-graduação em Psicopedagogia Clínica eInstitucional pelo Unilasalle.

Quem são eles?

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São João Batista de La Salle

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Sou La Salle

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Um ser humano sedento por aprendizagem. Preocupado emcontribuir com o tempo presente para que as pessoas vivammelhor e possam encontrar-se na vida. Espelhado em seu pai,que foi educador, desde muito cedo ele decidiu que sua vocaçãotambém seria a educação. Ao ingressar no seminário, percebeuque este poderia ser um espaço extraordinário de humanizaçãoe de encontro com as pessoas. Rogério Ferraz de Andrade, ouPadre Rogério como é conhecido dentro da Rede La Salle, fezgraduação em Letras e mestrado em Educação. Foi diretor doCurso de Letras e coordenador da Pós-Graduação em Educaçãoda UNICRUZ. Atualmente é diretor acadêmico da Faculdade LaSalle Estrela/RS e professor do Colégio La Salle São João, dePorto Alegre/RS. Para ele, ser lassalista representa, numaexpressão usada pelo Apóstolo Paulo: " esperar contra toda aesperança". “É acreditar na possibilidade singular detransformação que a educação pode operar na vida das pessoase das comunidades. É acreditar que a educação transforma ohomem e, transformando o homem, transforma o mundo”,afirma este grande exemplo de educador lassalista.

Um dos momentos mais fortes de minha experiência comoeducador na Rede La Salle foi a visita às obras assistenciais emBelém do Pará. Ver os Irmãos inseridos naquela realidade depobreza, sofrimento e, ao mesmo tempo de esperança, meajudou a perceber ainda com maior intensidade e a visualizar alio ideal de La Salle, que em seu tempo, dedicou-se aos pobres afim de que eles pudessem ter mais vida e vida digna.

O educador deste novo século necessita, antes de tudo, seralguém preocupado com os valores que ultrapassam o material.O educador precisa conciliar capacidades cognitivas, afetivas erelacionais a fim de poder trabalhar de forma holística o seufazer pedagógico e transcendendo a sala de aula. Costumo dizerque "só gosta de ensinar, quem gosta de viver". Talvez, comoeducadores precisemos re-inserir , re-ligar a educação ao gostode viver e de aprender para apaixonar os que nos são confiados,contagiando-os com nossa motivação existencial.

Um fato marcante para sua vida dentro da Rede La Salle

A arte de educar no Século XXI

Quem? Rogério Ferraz de AndradeDiretor Acadêmico da Faculdade La Salle Estrela/RSe professor do Colégio La Salle São João

Quem? Ir. Eucledes CasagrandeVice-diretor e Supervisor Educativo do ColégioLa Salle Carmo, de Caxias do Sul/RS

Foi quando estava na 8ª série do Ensino Fundamental que ele decidiuatender ao chamado vocacional para se tornar Irmão Lassalista.Criativo, alegre e realizado com o que faz, desde janeiro de 2011, IrmãoEucledes Casagrande assumiu o desafio de atuar na vice-direção deum dos Colégios mais tradicionais de Caxias do Sul/RS, o La SalleCarmo. Aos 28 anos, ele já passou por diferentes instituiçõesmantidas pela Rede La Salle onde realizou grande parte de suaformação. Formou-se no curso normal (magistério) do Colégio La SalleCarazinho/RS e em Teologia e Filosofia, no Unilasalle Canoas/RS,onde atualmente cursa especialização. Em seu quinto ano como IrmãoLassalista, está centrado no trabalho e na sua formação continuada,buscando sempre a excelência no que faz e na educação que éoferecida no La Salle Carmo, onde também atua como SupervisorEducativo. Para ele, ser lassalista hoje é assumir, no campo daeducação, o legado pedagógico de São João Batista de La Salle, etorná-lo atual nas comunidades educativas. Em sentido mais amplo éacreditar na educação e, através dela, construir um mundo melhorpara todos.

Um fato especial, na Rede foi nossa ida, minha e de mais 30 jovenslassalistas da Pastoral da Juventude, para a Jornada Mundial daJuventude e para o Encontro Internacional de Jovens Lassalistas, em2008, na Austrália. Na vida dos jovens, estes encontros constituíram-se em um tempo especial de celebração, fé, amizades, esperança eprincipalmente de encontro entre povos e culturas do mundo inteiro.

Creio que ao falarmos da escola e do educador deste século nãopodemos deixar de levar em conta que estamos inseridos num mundoque inova, cria, recria e avança com rapidez sem precedentes. É tempode transformações rápidas e profundas em todos os níveis e espaços,notadamente no campo da tecnologia da informação e na gestão doconhecimento. Novos saberes são construídos, reconstruídos,socializados e globalizados. Este constante desenvolvimento dasciências contemporâneas exige, do educador lassalista, entre suasprincipais características, a formação continuada e o desejo constantede aprender e se atualizar.

Um fato marcante para sua vida dentro da Rede La Salle

A arte de educar no Século XXI

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Sou La Salle

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QUEM?

QUANDO?

ONDE?

POR QUÊ?

A bibliotecária, SilvanaCorrêa, acompanhada de um grupode alunos.

Na manhã do dia 18 de abril.Na Biblioteca do Colégio La Salle

Dores, em Porto Alegre/RS.Apresentando a exposição sobre

a vida e a obra do imortal escritor gaúcho,Moacyr Scliar, que recentemente nosentristeceu com sua ausência.

QUEM?

QUANDO?

ONDE?

POR QUÊ?

Os Irmãos LassalistasNo dia 09 de abril.

No auditório da ProvínciaLassalista de Porto Alegre/RS.

Estavam reunidos para oEncontro de Diretores das ComunidadesReligiosas da Rede La Salle quando foramconvidados a refletir sobre os desafios davida religiosa na atualidade em conferênciacom o Padre Carlos Palácio .

QUEM?

QUANDO?

ONDE?

POR QUÊ?

Alunas do EnsinoFundamental do Colégio La SalleSão Carlos/SP .

No dia 18 de abril.Na sala de aula do Colégio La Salle

São Carlos, em São Paulo.Estavam elaborando trabalhos

sobre a vida de Monteiro Lobato e o Sítio doPicapau Amarelo.

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São João Batista de La Salle

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Sou La Salle

11

QUEM?

QUANDO?

ONDE?

POR QUÊ?

Estudantes do Ensino Médio.Na manhã do dia 31 de

março.No pátio do Colégio La Salle Brasília,

no DF.Participando de uma das tarefas

mais divertidas da Gincana La Salle quando aequipe deveria colocar o maior númeropossível de integrantes dentro de uma Kombi.

PARTICIPE!

[email protected]

Mande sua foto com a descrição de situações do dia a dia nosambientes das instituições lassalistas para a Revista, através do e-mail

. As fotos devem ter no mínimo 2 mega deresolução.

QUEM?

QUANDO?

ONDE?

POR QUÊ?

Alunos de Turismo daFaculdade La Salle, de Estrela/RS.

No dia 09 de outubro.No Vale do Taquari, no Rio Grande do

Sul.Estavam visitando um dos jornais

mais antigos do Estado, O Taquaryense,analisando a participação do poder público edo setor privado nas atividades de turismono Município de Taquari, com as professorasBel e Juliana.

QUEM?

QUANDO?

ONDE?

POR QUÊ?

Pequenos alunos daEducação Infantil.

No dia 19 de abril.No pátio do Colégio La Salle

Manaus, no Amazonas.Crianças estavam participando

de atividade alusiva ao Dia do Índio quandofizeram trabalhos artísticos e secaracterizaram para homenagear a culturaindígena.

PARTICIPE!

[email protected]

Mande sua foto com a descrição de situações do dia a dia nosambientes das instituições lassalistas para a Revista, através do e-mail

. As fotos devem ter no mínimo 2 mega deresolução.

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www.lasalle.edu.br

Eventos

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onstantemente o educador é levado apesquisar nas mais diversas fontes, asdúvidas, a confirmação de hipóteses e

outras necessidades impostas por sua práticaeducativa. Como lassalista, inquietações meacompanharam na minha caminhada, entreessas, a expressão “Associação” que seapresentou de uma forma bastante interrogativaem várias situações da minha vivência. Oinusitado e incomum foi a forma como conseguicompreender o seu significado.

Juntamente com alguns brasileiros (quatroIrmãos, dois leigos de Brasília e dois de PortoAlegre), tivemos a graça de participar doEncontro CIL 2010, na Casa Generalícia, emRoma, Itália, no mês de novembro passado. Láestiveram representadas várias RegiõesLassalistas da Europa, Oriente Médio, Américado Norte, Ásia, Austrália, América Latina e África,divididos em três grupos lingüísticos (espanhol,francês e inglês). O tema central deste Encontroque contou com a presença e a participaçãoefetiva de setenta e sete lassalistas, Irmãos,

leigos/as e uma Irmã Guadalupana de La Salle,foi de congregar leigos e leigas cristãos e nãocristãos seguidores de La Salle que querem vivera Missão Lassalista.

A Equipe de Coordenação do CIL, com seisrepresentantes de vários países (Irmãos eleigos), destacou-se pela organização e acolhidaaos part ic ipantes. Desde a chegadapercebemos um ambiente amistoso, umexcelente clima de fraternidade e cordialidade.Usufruímos momentos preciosos de reflexãopessoal e em pequenos grupos, conferências,oportunidades de oração, de convivência e decomunhão. Um sorriso ou um pequeno gestofacilitava o entendimento, apesar da diversidadelingüística; era a união de pessoas em respostaa um chamamento interior.

Num clima de surpresa, fomos gradativamenteentendendo que nos 82 países marcados pelapresença lassalista, é crescente o número dosque perpassam a dimensão profissional e secomprometem por certo tempo ou ao longo da

Por Sonia Maria da Silva FragaVice-Diretora e Supervisora Educativa da Escola La Salle Esmeralda, Porto Alegre/RS

JUNTOS E POR ASSOCIAÇÃOvida com o carisma de La Salle. Há umcompromisso vocacional de fé assumido com osIrmãos. Este comprometimento é iluminador eorientador do estilo de vida pessoal, familiar,profissional, social e eclesial. Cabe ressaltarque em todo o mundo há manifestações nestesentido, inclusive, leigos/leigas optam por fazero voto de “viverem juntos e por associação, comos Irmãos, a missão educativa junto aospobres”. Durante o Encontro do CIL, em Roma,presenciamos experiências belíssimas eencorajadoras, de pessoas leigas ou religiosasvivendo de acordo com o carisma e os valores deSão João Batista de La Salle.

A participação em cursos, retiros, açõesvoluntárias, leituras, grande disposição emaprofundar conhecimentos sobre a missão e ocompromisso de fé, seja cristã ou de outrareligião, de se dedicar com gratuidade equalidade aos mais desassitidos, sãocaracterísticas observáveis nos relatos dosparticipantes do CIL/2010.

No Brasil, existe significativo investimento naformação cristã lassalista dos educadores(professores e funcionários), seja nas Jornadas

Lassalistas brasileiros participaram de Congresso da Rede La Salle em Roma

C

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Pedagógicas, na Assembléia da MissãoLassalista, no Curso de Formação paraColaboradores Lassalistas Programa 2, alémde incentivo a leituras, espiritualidade epedagogia lassalista. Mas, até agora, asiniciativas e movimentos por parte dosleigos/as para se associarem, de forma efetivae publicamente, caminham a passos lerdos einexpressivos. Conforme as reflexões do grupobrasileiro presente ao CIL/10, a idéia daformação de comunidades de associadosleigos e Irmãos não está bem clara, pois háimplicações jurídicas de acordo com alegislação do pais.

Merece destacar que em 1976, por iluminaçãodo nosso Fundador, alguns leigos/asinstituíram a Fraternidade Lassalista SignumFidei que atualmente conta com expressivonúmero de associados/as que comungamentre si, desenvolvendo aspectos da vida cristãe dos fundamentos lassalistas com ênfase naeducação dos pobres.

Através de consulta a todo o Instituto dosIrmãos, foi elaborado pelo Conselho Geral aCircular 461, cujo objetivo é “destacar osaspectos essenciais da Associação Lassalista,examinando a realidade vivida, definindo ostermos significativos e discernindo suasdiretrizes”. Este documento, também tema deestudos no CIL/10, está sendo divulgado emtodas as comunidades, escolas e entidadescom orientações e esclarecimentos para queIrmãos e leigos/as vivam como São JoãoBatista de La Salle entendia ser o ato de

companheiro de viagem. Inclusive, vali-me demuitas de suas idéias referidas neste artigo.

Nossa ida à Roma foi uma forma privilegiada eaprazível de compreender e reforçar o sentidode outros conceitos como vocação, identidade,compromisso, relação entre pessoas. Comoafirma o Irmão Antonio Botana (2006), essesmat i zes estão presentes no termo“associação”, quando a participação nocarisma lassalista é a temática central.

Durante o Encontro do CIL,

em Roma, presenciamos

experiências belíssimas e

encorajadoras, de pessoas

leigas ou religiosas vivendo

de acordo com o carisma e

os valores de São João

Batista de La Salle.

associar-se para a missão lassalista. Ossaberes adquiridos por nós, brasileiros, emRoma, foram bastante ricos para nossocrescimento pessoal e espiritual lassalista.Cabe registrar que boa parcela disso foi apresença, o apoio e a parti lha dosconhecimentos do Ir. José Israel Nery, daProvíncia de São Paulo, nosso guia turístico e

Saiba Mais

O Centro Internacional Lassaliano – CIL2010, aconteceu na Casa Generalícia, emRoma. A atividade é destinada aos Irmãose Colaboradores Lassalistas que sededicam aos estudos, à reflexão e aodiálogo sobre a Associação Lassalistadurante duas semanas. Ao todo, o CILcontou com a participação de 77 pessoasdos cinco continentes, sendo 35 Irmãos,uma Irmã Guadalupana de La Salle e 41Colaboradores.Lassalistas do Brasil participantes:Província de Porto Alegre: Ir. Andre LuizDall’Acqua, Ir. Roberto Carlos Ramos, Ir.Valdir Leonardo da Silva, Maria ReginaCoronet Laner e Sônia Maria da SilvaFraga. Província de São Paulo: Ir. IsraelJosé Nery, Ivana Carvalho Araújo deOliveira e Saulo Vieira.

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Eventos

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om design moderno, cores vibrantes,ambientes diferenciados e adaptadospara faixa etária dos primeiros anos

estudantis. Assim é o novo prédio do TurnoIntegral e da Educação Infantil do La SalleCanoas.

Desde o início 2011, estes alunos foramrecebidos em uma nova estrutura física, quecontempla salas de aulas mais amplas emodernas, com temas e cores muito maisinfantis, refeitório exclusivo para alunos eplayground, tudo pensado e adaptado com muitocuidado para as necessidades dos pequenos.

Projetado para melhor atender os pequenosestudantes, o prédio é constituído de doisandares e um terraço. As salas da educaçãoinfantil além de amplas são equipadas combanheiros masculino e feminino separados e oscorredores de circulação com telas de proteção.Segundo o Diretor do Colégio, Ir. AlvimarD'Agostini, essa é mais uma forma deproporcionar conforto e segurança para pais,alunos e professores, além de modernizar asdependências do educandário. “Os alunos nãoprecisam sair do alcance dos olhos dosprofessores e monitores, para uma maiorsegurança”, destaca.

Outra inovação é a cozinha integrada com orefeitório, que além de ajudar muito napreparação exclusiva das refeições dos alunos,abre uma oportunidade maior para as atividadese oficinas de culinárias, ministradas pelospróprios professores das turmas.

Ainda referente à segurança, um fator muitopositivo é a questão, das proximidade entre osprédios da escola, que agora ficaram todosconcentrados próximos ao pátio, facilitandoassim o trabalho dos funcionários da segurançae Serviço de Coordenação de Turno (SCT).

Além desta, outras adaptações foram feitas parareceber não só a Educação Infantil, masprincipalmente os alunos do Turno Integral.Ambientes para assistir filmes e DVD, local paraque os alunos possam guardar material escolare seus pertences, espaço para descanso e pararealização das tarefas de casa. “A proposta éfazer com que se sintam em casa”, afirma odiretor.

A primeira fase da ampliação contemplou aconstrução dos dois primeiros andares do novoprédio, as obras iniciaram em agosto de 2010,sendo concluída no inicio deste ano. Ainauguração oficial do prédio esta prevista paraocorrer no mês de maio, deste ano.

Educação Infantil com novo prédio

C

Estrutura

- Térreo com 657,54m²- 3 pavimentos cada um com 675,90m²- Playground na cobertura com 675,90m²- Totalizando 3.361,14 m²

Projetado para melhor atender

aos pequenos estudantes,

o prédio é constituído

de dois andares e um terraço.

Por Joana BendjouyaAssessora de Comunicação e Marketing do Colégio La Salle Canoas/RS

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ara marcar o início das aulas, oUnilasalle promoveu, no dia 17 demarço, a Calourada Unilasalle. A

recepção deste ano, além de promover umespaço de integração e diversão entre quemestá dando o primeiro passo em sua trajetóriauniversitária e quem está retornando dasférias, contagiou o Unilasalle com o clima dorock and roll.

A banda escolhida para recepcionar os maisde quatro mil acadêmicos presentes foi aAcústicos e Valvulados, que este anocompleta 20 anos de estrada, com músicasque se consolidaram no playlist da juventudegaúcha. A conexão do público com a banda foia principal característica do show.

A cada nova música, a representatividade daAcústicos e Valvulados ficava evidenciada:acompanhando as letras e pedindo músicas,os acadêmicos consideraram a Calourada umevento marcante “Achei legal buscar uma

banda daqui do Rio Grande do Sul, identificadacom a gente, reconhecida e que todo mundocurte. Tá bem mais animado do que asCalouradas anteriores” disse a aluna do 2ºsemestre de Psicopedagogia, Mariáh Passos.

Interagindo intensamente com o público, olíder da Acústicos e Valvulados, RafaelMalenotti fez questão de declarar a satisfaçãoem fazer parte da recepção da festa doscalouros. “Acho que o investimento em umarecepção especial para os acadêmicos, comoestá fazendo o Unilasalle, deveria se tornaruma regra entre universidades e colégios, poisé um cartão de boas-vindas que valoriza oaluno. E afinal, os alunos são a razão de ser deuma instituição de ensino, não é mesmo?”declarou o vocalista da banda, aplaudidopelos presentes.

O show também foi marcado pela participaçãode integrantes da ONG Grupo Sócio CulturalCanta Brasil com sede no Bairro Matias Velho,em Canoas, que animaram o público antes dachegada da atração principal. Ao lado dopalco, a Reitoria, Diretorias e professores do

CALOURADA UNILASALLE

P

Evento promove integração para quem está dando o primeiro passo em sua trajetória universitária

Unilasalle também curtiram a Calourada emuma área vip. O Magnífico Reitor Prof. Dr.Paulo Fossatti, fsc, também subiu ao palcopara saudar o público presente. “Obrigado avocês, que fazem parte de um grupo de ummilhão de alunos em todo mundo queparticipam e constroem a rede doconhecimento”, disse Fossati, lembrando aimportância da integração do Unilasalle comas demais instituições de ensino superiorlassalistas do mundo.

Por Clarissa Thones MendesUnilasalle Canoas/RS

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omo forma de tornar as aulas deEducação Física do Colégio La SalleAbel, em Niterói, Estado do Rio de

Janeiro, ainda mais atrativas para os alunosdos 1º e 2º anos do Ensino Médio, o professorJoão Álvaro Martins, à frente da coordenaçãoda disciplina, implantou em março deste anomais um projeto esportivo na escola.

É a Copa La Salle que (aos moldes do projetoCopa do Mundo lançado ano passado tambémno Abel durante o mundial da África do Sul)envolve dez dos quinze professores deEducação Física e vai até o fim de maio. Anovidade foi tão bem recebida pela garotadaque os professores já pensam em repetir ocampeonato no segundo semestre de 2011,incentivando até a retomada das torcidasorganizadas que há anos agitavam a escola deforma diferenciada. É o La Salle Abelmandando mesmo ver...

A partir da divisão dos alunos em equipes dejogadores, treinadores, médicos, fisiologistas,

O projeto

assessores de imprensa e tudo o mais queintegra uma seleção de futebol de verdade, oprojeto começou no dia 29 de março com osalunos do 1º ano EM, chegando às turmas do2º ano no dia 31.

Para os não interessados em rolar a bola, háprofessores coordenando partidas deminivôlei, basquete, tênis de mesa, dama exadrez, com disputas que acontecem sempreno Abel, movimentando o campo e a quadra degrama com as partidas de futebol, e as

Copa La Salle no Rio de Janeiro

C

A Copa La Salle que

(aos moldes do projeto Copa do

Mundo lançado ano passado

também no Abel durante o

mundial da África do Sul)

envolve dez dos quinze

professores de Educação

Física e vai até o fim de maio.

Por Jeline RochaAssessora de Imprensa do Colégio La Salle Abel, de Niterói/RJ

quadras de cimento com os demais esportes.“Opção é o que não falta para atrair os alunosàs atividades oferecidas pela disciplina. O quebuscamos é simplesmente adequar aindamais a Educação Física aos interesses denossos jovens”, diz João Álvaro, alertando queo projeto não tem apenas atividades práticas.“Cada turma está produzindo um trabalhoescrito a partir de pesquisas com detalhessobre a seleção que representa. Afinal,futebol é o motivo da Copa La Salle”, explica oprofessor, lembrando ainda que a atividadevale nota.

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75 anos

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ma secretaria. Duas salas de aula. Uma sala de professores. Umarecepção. Foi assim que em 14 de fevereiro de 1936, a partir da iniciativada Associação de Ex-alunos do Colégio La Salle Carmo, fundou-se o

Colégio La Salle Caxias, no bairro São Pelegrino. O espaço onde funcionava umaserraria, transformado em educandário para tão nobre missão de educar, teveapoio dos caxienses para sua construção. Em 1958, com a criação do CursoGinasial, foi preciso ampliar a escola com a aquisição do terreno onde hojefunciona a instituição. Na presença do Governador do Estado, Dr. IldoMeneghetti, foi lançada a pedra fundamental para a construção do atual prédiodo Colégio. A construção seguiu vagarosa e somente em março de 1964,efetuou-se a transferência definitiva para o seu imponente novo endereço.

A partir desta inauguração, o La Salle prosseguiu na sua caminhada educativa.Uma evolução gradativa, constante, a partir de raízes sólidas. Em 1963 fundou-se o Grêmio Estudantil. Em 1968, a criação da Associação de Pais e Mestres. Em1970, criação da Pré-Escola e 2º Grau Noturno. Também neste ano, foi adotado oregime misto de alunos. O Ginásio de Esportes foi inaugurado em 1977. O Cursode 2º Grau diurno instalado em 1979. Em 1982, criação do Centro deProfessores.

Com a missão de promover o desenvolvimento integral da pessoa, através deuma educação humana, cristã, solidária e participativa, hoje, graças ao apoio dacomunidade caxiense, o Colégio La Salle comemora seus 75 anos. A instituiçãooferece ensino de qualidade nos níveis de Educação Infantil, EnsinoFundamental e Ensino Médio, com cerca de 900 alunos e 81 colaboradores.Integra, desde sua fundação, a Rede La Salle de Educação com presença emmais de 80 países e em 11 estados brasileiros. Oferece ainda ensino da maisalta qualidade com promoção de cultura, através de suas oficinas de música,estímulo ao conhecimento científico, através da sua Multifeira, além deproporcionar educadores preparados para ensinar e aprender diante de ummundo em transformação. Nos seus 75 anos de presença na Serra Gaúcha, o LaSalle Caxias destaca-se pela solidez no "aprender a aprender", na organização,relações humanas e na interação com a comunidade local.

U

“A caminhada de 75 anos do Colégio La Salle Caxias o qualificana galeria das instituições que significam. Os alunos do La Salle,desde sua tenra idade, são orientados à sua estatura cidadã, navivência de valores consistentes e, sobretudo, na construção deum projeto de vida, sentido de viver. A contínua atualização, areligiosidade, o trabalho conjunto, o respeito à pessoa humana,as disposições vanguardeiras e a sua sintonia social, dentreoutros, enriquecem o inventário dos 75 anos de educaçãolassalista no bairro São Pelegrino. Em 2011, caminhos,celebração, estudos estão previstos com docilidade pedagógica.E virão outros jubileus, é o que desejamos, com as bênçãos dopadroeiro, São João Batista de La Salle. Parabéns à comunidadeeducativa e todos que construíram esta bela história do La SalleCaxias” - Mensagem do Diretor, Ir. Ivan José Migliorini

Excelência educativana Serra GaúchaExcelência educativana Serra Gaúcha

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100 anos

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100 anos

on uno acto simbólico el Colegio La Salle de Talca dio inicio a uma sriede actividades que se enmarcam en la conmemoración de los 100 años

que cumple la institución en la ciudad de Talca. De esta primera jornada,ralizada el 7 de abril dia de San Juan Bautista De La Salle, participó lacomunidad lasallana compuesta por alumnos, docentes, apoderados, exalumnos, y los hermanos Ulisses Vera, Eduardo Muñoz y Juan Báez, quienesson hoy los encargados de formar comunidad.

Durante esta fiesta también se contó con la presencia del Padre PedroDuítano, de la parroquia San Luis, quien fue el encargado de bendecir elcolégio para que este siga siendo um pilar fundamental en la educaión deTalca, “Queremos dar inicio a estas actividades sin pasar desapercebidos y lamejor manera de celebrar a nuestra querida y apreciada institución educativalasallista es rescatando y viviendo los valores que nos identifican: la Fe, lafraternidad y el servicio”, señaló el representante legal del Colegio De La Sallede Talca, el Hermano Juan Báez.

A estas palabra se sumó la rectora de institución, Andrea Mundana, quienafirmó que “El ser participes de esta fiesta es um privilegio porque 100 añosno los cumple cuaquier institución. Este es um colégio con tradición, conocidopor muchos en la ciudad y por donde hen pasado personas renobre”.

En la actualidad la comunidad educativa sigue trabajando bajo lo aleros de losprincípios católicos, pero principalmente sebasan en la honestidad, laresponsabilidad y la autonomia de los alumnos, princípios que quieren seguirintroduciento en futuras generaciones, “Esta es la gran tarea que tenemos,retornar el camino, seguir por el sendero de los valores cristianos y hacer quelãs nuevas generaciones se sientan orgulhosas de su colegio y Sean unejemplo en la comunidad”, afirmó la rectora.

C

De La Salle de Talca está de fiestaDe La Salle de Talca está de fiesta

El ser participes de esta

fiesta es un privilegio

porque 100 años no los

cumple cualquier institución.

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Rede La Salle

Preservação da Memória e da IdentidadeLASSALIANA E LASSALISTA

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aul Valéry, poeta francês, afirma que a verdadeira tradição dasgrandes coisas não consiste em refazer o que outros fizeram,mas sim, reencontrar o espírito com o qual foram feitas e que

possibilitaria a realização de muitas outras em outros tempos.

Para não cairmos no erro de apenas refazermos o que outros járealizaram é preciso saber o que foi feito. Para saber o que os outrosfizeram é necessário que isso esteja registrado em alguma parte, e parareencontrar o espírito com o qual essas coisas foram feitas éfundamental que alguém o tenha percebido e registrado.

Ainda, sabemos que não é possível para todos afirmar que ahistória é mestra da vida, mas sim, somente para os que a conhecem esabem ser seus discípulos, isto é, sabem interpretá-la. A preservação doPatrimônio Cultural e da Identidade Lassaliana e Lassalista temimportância fundamental para o desenvolvimento e enriquecimentocultural do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs e da FamíliaLassalista. Os bens culturais guardam informações, significados,mensagens, registros da história lassaliana e lassalista, e refletemideias, crenças, costumes, conhecimentos etc.

O Patrimônio Cultural e a Identidade Lassaliana e Lassalistasão dinâmicos e transformadores, pois os registros culturais nospropiciam um momento de reflexão e de crítica que ajudam a nossituarmos e re-situarmos dentro do mundo lassaliano e lassalista.Portanto, o Patrimônio Cultural e a Identidade Lassaliana e Lassalistanão são algo estático, mas sim, algo que poderá tornar-se justamente oque nos impulsiona à transformação, à criatividade e ao enriquecimentocultural; por isso a importância de sua preservação, estudo e análise.

A memória do passado pode ser feita por meio acadêmico, mas tambémpor ações ordinárias e quotidianas, como:

O registro ilustrado da história da Comunidade Religiosa eComunidade Educativa.

O preenchimento, ao final do ano, dos formulários solicitados peloSecretariado Geral do Instituto, guardando cópia na Comunidade e, sepossível, na pasta de cada Comunidade Religiosa e Educativa no Arquivoda Província.

A publicação e a encadernação das Revistas e informativos daProvíncia.

A organização técnica e profissional do arquivo da Província.

Em nível acadêmico, desde 1994 professores do CentroUniversitário La Salle, da Província Lassalista de Porto Alegre, queatuavam em áreas de conhecimentos próximas e mantinham interessesconvergentes, começaram a vivenciar trabalhos e estudosinterdisciplinares .

1.

2.

3.

4.

PExemplos de trabalhos e estudos interdisciplinares:

Memória oral dos bairros onde a Universidade está inserida. EsteProjeto resultou na publicação de 10 livros, contando a história de 10bairros da cidade de Canoas.Criação do Museu e Arquivo Histórico La Salle, onde está reunido tudo oque se refere a La Salle, e o que os seguidores escreveram e fazemhoje.Arquivo Sonoro e Visual da Memória Lassalista da Província Lassalistade Porto Alegre, que recolhe depoimentos de pessoas sobre algummomento de suas vidas relacionado com a educação lassalista.

Este grupo de pesquisa estuda a memória, os bens culturais,as identidades sociais e culturais, as formas de expressão e de recepçãodas culturas, as instituições e produções culturais em seus aspectospolíticos, sociais, éticos, religiosos e econômicos. Analisa, ainda, apreservação do patrimônio cultural e o desenvolvimento histórico-socialdas diversidades culturais.

O grupo de pesquisa interdisciplinar ajudou na criação doMestrado em Memória Social e Bens Culturais do Centro Universitário LaSalle. Com a oferta deste Mestrado, abriu-se o espaço para uma linha deinvestigação e recursos lassalianos, além da continuidade dos projetosdo Museu e Arquivo Histórico La Salle, e do Arquivo Sonoro e Visual daMemória Lassalista. O Programa de Mestrado colabora no resgate dahistória lassaliana e lassalista do Brasil, do Instituto dos Irmãos dasEscolas Cristãs e da Família Lassalista. Um bom número de dissertaçõesde Mestrado já foi defendido com a temática de investigação Lassalianae Lassalista, e outras estão em andamento.

O Centro Universitário La Salle, por meio do Mestrado emMemória Social e Bens Culturais, convida, a cada ano, o Coordenador doServiço de Investigação e Recursos Lassalianos, Irmão Diego A. MuñozLeón, para colaborar nesta linha de pesquisa da preservação da memóriacultural e da identidade lassaliana e lassalista. Além do Irmão Diego, oIrmão Edgard Hengemüle, coordenador do Setor de Investigação doInstituto, colabora com o Centro Universitário La Salle e com a Provínciapara a preservação cultural e a identidade lassaliana e lassalista emnível acadêmico, além de outras ações ordinárias do dia a dia.

Há dez anos, por decisão dos Conselhos Provinciais das duasProvíncias Lassalistas do Brasil, decidiu-se traduzir e publicar as ObrasCompletas de La Salle. Neste ano de 2011, sob a coordenação do IrmãoEdgard Hengemüle, estas Obras serão publicadas. Esta tradução epublicação são o resultado de um longo trabalho realizado pelo IrmãoEdgard Hengemüle, com a colaboração e a dedicação de outros Irmãosdas Províncias do Brasil.

Em tempos como os que estamos vivendo, que pedem apreservação e o cuidado da vida, não podemos nos esquecer de cuidar danossa história e da tradição lassaliana e lassalista, pois fazem parte danossa vida.

Por Ir. Jardelino MenegatProvincial da Província Lassalista de Porto Alegre/RS

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Rede La Salle

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Por Ir. Jardelino MenegatProvincial da Província Lassalista de Porto Alegre/RS

Reestruturação das ProvínciasRegião Latino-Americana Lassalista | RELAL

Durante os últimos anos, no nosso Instituto, e também em outrosInstitutos Religiosos, o tema da reestruturação tem recebidoconsiderável atenção por parte do Irmão Superior Geral e seu Conselho,bem como dos Irmãos Provinciais e seus Conselhos.

O resultado mais visível desta preocupação é a fusão de Regiões eProvíncias no Instituto. Ninguém duvida que essas reestruturaçõestornaram-se necessárias, e que novas mudanças na atual estruturacomo Instituto se farão necessárias num futuro próximo.

Mesmo necessárias, as reestruturações, por não se constituírem nodesafio mais significativo, não são suficientes por si mesmas se não secentrarem nos elementos constitutivos da vida do Irmão: consagração,vida comunitária e missão apostólica.

Percebemos em nosso Instituto, mas também em outros, que o adventode uma nova estrutura não é o suficiente para resolver os desafios maisprofundos do nosso Ser Irmão Hoje. Como pessoas, necessitamos deuma estrutura mínima para viver nosso carisma e nossaespiritualidade. A experiência nos mostra que empenhar-se areorganizar internamente a estrutura de um Instituto, de uma Provínciaou mesmo de uma Comunidade pouco adianta se este esforço nãoestiver acompanhado por uma entrega plena a Deus, no serviço àmissão que a Igreja nos confia.

Apesar da reestruturação já realizada e daquela por realizar em nossoInstituto e em outros Institutos, a crise da Vida Religiosa Consagradaainda persiste. Por isto, somos convidados a passar de um enfoquecentrado na reestruturação das Províncias para um enfoque tambémcentrado na renovação de nossa vida consagrada, por meio do nossoser e fazer.

A reestruturação é extremamente necessária, mas não podemos deixarde cuidar, perceber e sentir os Irmãos individualmente,comunitariamente, como integrantes de um Instituto, de uma Provínciae de uma Comunidade. Isto significa que temos que estar atentos paraquestões do nosso ser e viver como consagrados. Colocar-se, ainda,numa atitude de escuta dos apelos do Espírito de Deus.

Creio que ao pensar e organizar a reestruturação é necessário rever aqualidade de nossas relações humanas, a nível pessoal, comunitário eprovincial. Não seria honesto de nossa parte atribuir à vontade de Deusa extinção de um Distrito, de um Instituto, se os membros não seempenharem a viver coerentemente de acordo com o patrimônioespiritual do Fundador que lhes foi confiado pela Igreja. Portanto, areestruturação é uma conversão. Conversão focada na consagração, navida comunitária e na missão apostólica. Reestruturação é umamudança de atitudes, de estratégias e de estruturas.

As atitudes implicam em simplicidade, alegria, amor, cuidado egratidão. As atitudes devem permitir olhar e valorizar o positivo daspessoas e dos processos. As estratégias fomentam parcerias ealianças. As estratégias transcendem as dimensões geográficas de umDistrito. As estratégias exigem planejamento a curto, médio e longoprazo numa perspectiva de futuro. As estratégias numa reestruturaçãoprecisam investir na formação continuada dos Irmãos e dosColaboradores Lassalistas e, ainda, qualificar as relações fraternas.

As estruturas nos ajudam a rever as funções, as atribuições e as rotinasque sugam o tempo e a energia, e não produzem os resultadosnecessários. As estruturas precisam permitir o equilíbrio entre o formale o informal da vida comunitária.

A reestruturação, para ser eficiente e eficaz, precisa estar atenta naanimação da Vida Religiosa. Que estruturas precisam permanecer? Oque é possível deixar? O que de novo é preciso criar? Sabendo que onovo nasce a partir de mentes e corações que se preocupam empromover a vida. O novo nasce com as pessoas que se envolvem ou sãoenvolvidas em processos.

Os Distritos da RELAL estão em processo de reestruturação.Alguns deram passos significativos, outros ainda precisamavançar. De modo geral, o caminho tem sido o seguinte:

Reunião do Conselheiro Geral para a RELAL com a Conferênciados Visitadores demonstrando a necessidade de reagrupação deDistritos.

Reunião do Conselheiro Geral para a RELAL com os Visitadorescom proximidades geográficas e afetivas.

Constituição de uma Equipe Interprovincial para estudo eacompanhamento do processo de Reestruturação Distrital.

Sensibilização dos Irmãos sobre a necessidade de aproximaçãoafetiva entre Distritos com o objetivo de reestruturação.

Estudo e aprovação da Reestruturação, em Capítulo Distrital.

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5.

REESTRUTURAÇÃO DOS DISTRITOS DA RELAL

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Rede La Salle

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DISTRITOS EM FORMAÇÃO

Distrito de Brasil-Chile- Delegação do Chile- Distrito de Porto Alegre- Distrito de São Paulo

Distrito de Bolívia-Peru- Distrito de Bolívia- Distrito de Peru

Distritos em processo de maior integraçãoentre si:- Distrito do Equador- Distrito de Bogotá- Distrito de Medelín- Distrito de Venezuela

E para concluir, aproveito para citar alguns versos do poeta e escritor chileno PabloNeruda, nos diz que morre lentamente quem evita a paixão da mudança e quem prefere opreto sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento a um redemoinho deemoções... Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindotodos os dias os mesmos projetos... quem não muda de marca, quem não arrisca vestiruma nova cor E não conversa com quem não conhece... Morre lentamente quemabandona um projeto antes mesmo de iniciá-lo, quem não pergunta sobre um assuntoque desconhece e se cala quando é perguntado sobre algo que sabe. Evitemos a morteem doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que osimples fato de respirar.

Levantamento das debilidades, ameaças, forças e oportunidades dosDistritos e Delegação envolvidos.Constituição de uma Comissão de Reestruturação.Elaboração de um Plano de Reestruturação dos Distritos: - Objetivos,estratégias e ações.Constituição de Comitês de estudo: - Missão e Pastoral; - Formação eVida Consagrada; - Comunicação; - Governo (animação, estatuto,gestão...)Encontro de Irmãos para sensibilização sobre a Reestruturação.Sondagens para escolha do nome do novo Distrito.Criação de uma página web sobre a Reestruturação.Convocatória para a Assembleia Constitutiva do novo Distrito.Oração de intercessão para a Reestruturação.Elaboração de documentos prévios para a Assembleia Constitutiva: -Regimento da Assembleia; - Estatuto para o Novo Distrito.Realização da Assembleia Constitutiva - Realização em julho de 2011; -Constituição do Novo Distrito.Início do Novo Distrito – janeiro de 2012.

REESTRUTURAÇÃO BRASIL-CHILE

* Pronunciamento do Irmão Provincial realizado na Assembleia Intercapitular ocorrida em Roma,na Casa Generalícia dos Irmãos das Escolas Cristãs, entre os dias 21 de março a 02 de abril de 2011.

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CulturaCultura

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Por Cristiane Pozzebon

Coordenadora da Rede de Bibliotecas Lassalistas - REDEBILA

Faleceu em 27 de fevereiro de 2011, aos 73 anos, um dos mais importantes escritores gaúchos Moacyr JaimeScliar. Nascido em 23 de março de 1937 em Porto Alegre, trazia desde seu nascimento a inspiração para aliteratura. Sua mãe escolheu o nome Moacyr, após a leitura de Iracema, de José de Alencar, significando “filhoda dor”. Ele próprio dizia: “os nomes são recados dos pais para os filhos e são como ordens a serem cumpridaspara o resto de vida. (ACADÊMIA BRASILEIRA DE LETRAS). Seus estudos iniciaram em 1943, na Escola deEducação e Cultura, também conhecida como Colégio Iídiche. Em 1955, foi aprovado no vestibular de Medicinapela Faculdade de Medicina Da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Moacyr era filho mais velho de imigrantes com ascendência russo-judaica, e viveu sua infância na comunidadeisraelita no bairro Bom Fim. Vivência essa que influenciou fortemente a sua obra, como nas obras “A Guerra doBom Fim, O exército de um Homem só e Os deuses de Raquel, onde começa a aparecer a figura do judeuexpatriado no Bom Fim, a tradição milenar, o sangue e a cultura herdados. Outra influência em suas obras foi amedicina que lhe oportunizou a vivência com a doença, o sofrimento e a morte, bem como o conhecimento darealidade brasileira.

Foi professor visitante na Brown University (Department of Portuguese and Brazilian Studies) e na Universidadedo Texas. Frequentemente era convidado para conferências e encontros. Da extensa trajetória desse escritor ede sua importância na literatura brasileira elencamos alguns aspectos mais relevantes:

Sua primeira obra foi publicada em 1962, História de Médico em formação. Contos baseados na suaexperiência de estudante;Scliar publicou 74 livros em vários gêneros; romance, conto, ensaio, ficção infanto-juvenil e escreveu,também, para a imprensa;Obras suas foram publicadas em vários países como; Estados Unidos, França, Alemanha, Portugal, Inglaterra,Rússia entre outros;Durante 15 anos foi colunista do jornal Zero Hora, escrevendo sobre medicina, literatura e fatos do cotidiano;Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 31 de julho de 2003, na sucessão de Geraldo de Lima;Recebeu diversos prêmios importantes, dos quais destacamos Prêmio da Associação Paulista de Críticos deArtes (1980), Prêmio Jabuti (1988, 1993, 2000 e 2009), Prêmio Açorianos (Prefeitura de Porto Alegre, 1997 e2002), Prêmio José Lins do Rego, da Academia Brasileira de Letras, com a obra A Majestade do Xingu, PrêmioMário Quintana (1999) entre outros tantos de mesma importância;Escritores que marcaram o autor: Monteiro Lobato, Érico Veríssimo e Jorge Amado na infância. ClariceLispector e Franz Kafka também foram citados como influências para Scliar.

Moacyr Scliar é considerado um dos escritores mais representativos da literatura brasileira contemporânea. Éreconhecido pelo estilo altamente humanista, pela abordagem acerca da realidade social da classe médiaurbana brasileira e pelos temas envolvendo a medicina e o judaísmo.

MOACYRSCLIAR

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Por Giordano Fontoura BombardelliProfessor do Colégio La Salle Esteio/RS

Viajar é aprender muito maisAtravés do projeto “Viajar é aprendermuito mais”, no qual foi idealizado que os

nossos alunos pudessem fazer uma leitura comseus próprios olhos das diversas regiões do RioGrande do Sul, o Colégio La Salle Esteio, realizaanualmente, a partir do ano de 2008 em todasas séries, viagens para os mais diversoslugares. Este artigo retrata uma experiênciaexitosa que gostaria de compartilhar com osdemais colegas lasallistas, com o intuito deconhecer e vivenciar o Rio Grande do Sul. Muitossão os lugares onde os alunos podemenriquecer-se culturalmente, assim ampliandoseus horizontes e pensamentos. Geografia ehistória são disciplinas fundamentais para odesenvolvimento desse projeto, mas, comosempre buscamos um ensino multidisciplinar - etransversal - as demais disciplinas podemperfeitamente trabalhar a partir dessas viagens.

Vamos pontuar que esse projeto não é umsimples passeio, pois todas as viagenspossuem as mesmas características: disciplina,organização dos alunos, companheirismo,

divisão de tarefas, conhecimento culturaladquirido, avaliação, respeito, compromisso ediversão. Essa mescla faz das viagens umprazeroso projeto a ser desenvolvido. Para cadaturma que viaja é exigido um relatório, no qual osalunos anotam as informações essenciais que aguia de turismo e o professor explicam, assimcomo as impressões de viagem de cada aluno, oque eles acharam do local visitado, o queaprenderem com a viagem.

Minha experiência foi no ano de 2010, com asturmas 71 e 72, onde eram consideradas“agitadas” em sala de aula. Os alunos fizeram a“Rota Paleobotânica”, que inclui a visita àscidades de Santa Maria, Mata e Itaara. Pudemosver troncos petrificados há milhões de anos,bem como outros aspectos relacionados àpaleontologia (museus, parques, ...), da mesmamaneira pudemos conhecer como ocorreu oprocesso inicial de ocupação na cidade de SantaMaria. Em dois dias conhecemos lugaresincríveis. Na etapa final do projeto, quando fiz aleitura dos relatórios, pude observar,

principalmente nas impressões dos alunos, queeles de fato estavam interessados na viagem.Como eles poderiam escrever de maneirainformal (mas sem assassinar o português,deixei isso bem claro) eles desenvolveram umahabilidade que possuem e, até entãodesconhecida por mim, escrever de maneiramuito inteligente, usando uma linguagemtipicamente adolescente.

Muitas escolas não fazem mais viagens comsuas turmas. Entendem que pode gerar(dependendo do caso) muita bagunça eincomodação, mas nós cont inuamosacreditando na capacidade do aluno, de procurardesenvolver outras habilidades que, muitasvezes, não identificamos em sala de aula, bemcomo mostrar e valorizar o nosso Rio Grande.Devemos sair do nosso bairro, da nossa cidade edo nosso estado. O mundo fora dos muros daescola está aí para nos mostrar como podemosmudar e treinar o olhar dos nossos alunos, paraassim vir a ser verdadeiros agentesprotagonistas na sociedade.

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Por Renato Oliveira FilhoColégio La Salle Águas Claras/DF

Desde 2001, o Colégio La Salle deÁguas Claras DF, realiza uma grande

gincana: Superação, projeto idealizado pelo vice-diretor Tércio Mendes. O evento visa o reforço devalores e a integração de todos os estudantes,educadores, funcionários e pais da comunidadeescolar.

Os temas da gincana baseiam-se na Campanhada Fraternidade de cada ano. Neste éFraternidade e a Vida no Planeta e a partir daíformaram-se dezesseis equipes, em média com100 participantes composta por estudantes do1º ano do Ensino Fundamental ao 3ª série doEnsino Médio, que realizaram dezesseis provasinusitadas como puxar o trator, andar no cabo deaço, debulhar o milho em equipe, atravessar aponte, entre outras provas. Tudo isso com muitaforça de vontade, inteligência, paciência,organização e, impreterivelmente, muitaanimação. Este ano o nome das equipes foramanimais em extinção: lobo-guará, onça-pintada,tamanduá-bandeira, tucano-de-peito-amarelo,tartaruga-da-Amazônia, jaburu, boto-cor-de-rosa, jacaré-do-papo-amarelo, arara-azul, peixe-

boi, mico-leão-dourado, papagaio-do-peito-roxo,cisne-do-pescoço-preto, coruja-buraqueira, emae preguiça.

O evento acontece durante três dias no turnomatutino em todo espaço físico da escola, ondetudo é transformado em um grande cenário decompetição saudável. As equipes se reúnemdiariamente no Ginásio de Esportes parareceberem as orientações gerais do dia. Paraque tudo aconteça em sintonia, o compromissode unir o grupo é fundamental.Os educadores junto com estudantes da 3ª sériedo Ensino Médio, são responsáveis de cuidardos menores, experiência que depende da uniãoe da colaboração de todos.

No sábado à noite na culminância do Superação,as equipes são acolhidas num ambientetemático e farto de atrações. É neste dia que ospais se envolvem no evento e participam dapremiação tão esperada por todos. Todas ascrianças são homenageadas e recebemlembranças como ato simbólico de umapremiação. Em reconhecimento à dedicação e

Motivo de superAÇÃO

às contribuições, também são premiados osfiscais de provas (funcionários do administrativoe pais) que, com muito empenho, viabilizaram osucesso de todas as etapas do Superação2011.

Há onze anos realizando este evento,percebemos como é grandioso e o quantoaprendemos com ele, pois proporciona agrandeza dos esforços de cada estudante emsuperar seus limites e até mesmo seus medos.São dias de muita alegria que nos fazemcompreender que a FÉ, FRATERNIDADE eSERVIÇO conduzem a vida no nosso planeta!

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Por Ir. Plácio José Bohn e Andréia DemossiColégio La Salle Peperi, São Miguel do Oeste/SC

Acampamento no ColégioNa tardinha do dia 19 março o campo defutebol suíço do Colégio La Salle Peperi

se transformou num camping com 32 tendas.O acampamento envolveu 97 pais, alunos eprofessoras do 1º, 2º e 3º Anos do EnsinoFundamental e colaboradores lassalistas. Aatividade mesclou reflexões, celebração erecreação, as quais foram coordenadas pelosServiços Pedagógicos do Colégio junto com asprofessoras das turmas.

Tendo inicio na tarde do dia 19 e término namanhã do dia 20, o encontro foi bemdiversificado: construção das barracas,churrasco feito pelos pais, saladas pelasmães, filmes e reflexões feitas pelo Ir. Mauro,Volmar e Andréia, mães cuidando das criançasno parquinho.

“Foi um momento ímpar de convivência,integração e partilha de vida”, afirma o Diretor,Ir. Plácio. Segundo o Volmar, SupervisorEducativo e pai do Rômulo, o colégio pretendecada vez mais estreitar os vínculos entre

família e escola, pois uma educação integralprecisa levar em conta essa parceria.Para Luís Gustavo Spazzini, pai da Luíza,“momentos como este são o melhor marketingpara a escola: vale mais que meio ano depropaganda”.

O Dr. Arnildo Schultz, pai do Mateus, foicategórico: “Não parece, mas foi a primeira vezque acampei na vida e teve que ser na escolacom meu filho”. Para Patrícia Rüppel, mãe daEmanuelle, “o que valeu foi o espírito de

aventura, a oportunidade de união com osfilhos, o jantar em comunhão”. Para LígiaVillani, mãe da Giovana, “foi legal para aconvivência e interação com as outrasfamílias. Precisa ser feito mais vezes. Gosteidemais”.

A convivência entre Direção, ServiçosPedagógicos, professores e alunos fora dasala de aula auxiliam na construção devínculos afetivos e torna-se uma contribuiçãoimportante para a condução do processoeducativo. Outrossim, sabe-se que cada vezmais precisamos estar próximos dos nossoseducandos, conhecendo sua história e seusfamiliares para a aprendizagem ser maisprazerosa e próxima da realidade.

Quem não esteve ficou arrependido e esperapelo próximo. Pais e alunos foram unânimes:encontros como este precisam se repetir, poiscriam laços, formam a coesão, envolvem acomunidade educativa e geram o verdadeiroespírito lassalista.

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Por Telmo Castaman

Professor do Colégio La Salle Santo Antônio, de Porto Alegre/RS

O desenvolvimento de atividadesescolares em ambientes virtuais dea p r e n d i z a g e m r e p r e s e n t a a

oportunidade de colocar em cheque osparadigmas educacionais. A elaboraçãodesses ambientes incorpora novas concepçõesnos processos formativos que mudam aconstrução do conhecimento e fortalecem oposicionamento analítico-crítico dos alunos. Noprojeto “BioBlogs”, os estudantes da 1ª sériedo Ensino Médio criaram um blog pessoal emque postam notícias semanais relacionadas àBiologia. Cada notícia é acompanhada de umcomentário do estudante, de forma a incentivaro educando a entender o que acontece nomundo. O projeto objetiva estimular os jovens autilizar a Internet de maneira ampla, educativa eINFORMATIVA. A ideia é proporcionar umespaço de informação científica em relação aoseventos que ocorrem no Planeta.

Conforme o estudante Leonardo Nunes, “O Blogde Biologia é importante em relação àinformação e estudo. É uma ótima forma deaprendizado, pois todo o jovem gosta de usar aInternet e, podendo realizar tarefas na Web,fazemos o que gostamos e nos mantemosinformados”. A incorporação de recursosatraentes aos alunos, principalmenterelacionados à Web, proporciona novaspossibilidades para a educação.

A jovem Rafaella Corletto opina: “Acheiinteressante a dinâmica do trabalho. Faz comque tenhamos de realmente ler a notícia paracomentar. As atualizações semanais do blogfazem com que o aluno tenha de ficar emcontato com o trabalho, com a Biologia,sempre”.

Ambientes virtuais destinados a conectarpessoas surgem a todo o momento. Sites comoTwitter, Facebook e Formspring, entre outros,acabam por fazer com que o aluno utilize boaparte do seu tempo neles. Com a proposta dautilização do Blog como ambiente educacionalde aprendizagem virtual, tem-se umaexperiência motivadora de metodologiasalternativas às aulas tradicionais, além defacilitar a relação estudante-professor e

possibilitar a discussão de conceitos,socializando o conhecimento entre osparticipantes, principalmente no que se refereà motivação dos estudantes com a Biologia.

Os endereços dos blogs ficam disponíveis napágina do professor, permitindo assim quepossam ser acessados por quem tiverinteresse(https://sites.google.com/site/proftelmolssa/home/blogs). A aluna GiovanaTalisz cita a mudança na realização dostrabalhos escolares: O trabalho realizado comos blogs mudou a forma com que nós, alunos,utilizamos a internet, passando a visitar maisos sites de notícias ou variedades, deixando ossites de relacionamento um pouco de lado.

O blog nos ajuda a nos atualizarmos sobrefatos relacionados à Biologia do mundo todo.Sem dúvida é algo que nos mantéminformados!". A escolha semanal de notíciasde Biologia cria a expectativa de que os blogsfuncionem como uma fonte de informação,discussão e partilha de assuntos Biológicos,nas suas diversas perspectivas... Afinal, aInternet vai muito além das redes sociais!

BioBlogs: aprendizado no ambiente virtual Foto

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Com a proposta da utilização

do Blog como ambiente

educacional de aprendizagem

virtual, tem-se uma

experiência motivadora de

metodologias alternativas às

aulas tradicionais.

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

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Educador é artesão dos sonhosPor Mary Villasboas e Suellen Estupinhã

Professoras do Centro Educativo e de Promoção La Salle, de Niterói/RJ

Hoje, em nossa sociedade, o jovemmanifesta um desinteresse constante

pela educação. A sua relação afetiva encontra-se comprometida pelo aceleramento dasinformações, pela falta de atenção, pelodescaso, e porque não dizer, pelo abandonodas relações sociais. Estamos vivendo numasociedade da época das barbáries, nãohumanista. As relações afetivas encontram-seesvaziadas de sentido.

As famílias já não são as mesmas, a sociedadejá não tem o apoio deste núcleo para se firmare fortalecer suas bases. Mediante este cenáriofragmentado em que nos deparamos com adesestruturação da identidade familiar, aescola passa a assumir um papel ainda maisrelevante e significativo na vida de seusa lunos , po is temos como missão ,corresponder às necessidades e anseios denossos estudantes incentivando-os aenfrentar e modificar este quadro para que nofuturo outras bases possam ser estruturadasna solidez dos laços cristãos. Como dizia LaSalle, vós exerceis um emprego que vos colocana obrigação de mover os corações , o fim des u a v o c a ç ã o é t r a b a l h a r p a r a oestabelecimento e a consolidação do Reino deDeus no coração dos alunos .

A semente do amor plantada com fé, desdesua mais tenra idade, gera harmonia, respeito,sensibilidade, desenvolvendo a personalidadee maturidade pessoal. Na visão de La Salle aescola é muito mais do que escola, ultrapassauma proposta pedagógica, não aprisiona...liberta, vai para além dos muros e pousa suaessência na sociedade como uma audáciarenovadora. A escola humana, moderna ecristã, transcende paradigmas.

La Salle teve um sonho e por ele despojou-sede sua vida pessoal e foi viver em prol dopróximo, dos pobres. Foi pioneiro de umaeducação voltada para Jesus Cristo. Mesmosendo educado pela pomposidade daburguesia francesa, não se deixou levar, um sóinstante, pela materialidade dos nobres de suaépoca.

Direcionado pela sua sólida espiritualidade emissão educativa, foi com convicçãoinabalável nos princípios cristãos queresgatou os jovens de Reims inserindo-os nasociedade como sementes desafiadoras deum novo tempo.

As famílias já não são

mais as mesmas, a

sociedade já não tem o

apoio deste núcleo para

se firmar e fortalecer

suas bases.

No Ceplas, nosso compromisso é com ascrianças e seus familiares numa visão integrale personalizada, cada um é único, um serdigno de respeito e peculiar na sua formaçãocomo ser humano.

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Por Daniele Lopes

Assessora de Comunicação do Colégio La Salle São João, de Porto Alegre/RS

No ano em que a Igreja do Brasil reza aCampanha da Fraternidade com o tema

“Fraternidade e vida no planeta”, as Jornadasde Formação do Colégio La Salle São Joãochegam com ideia de proporcionar uma reflexãoem torno da matéria homem versus natureza.Os alunos são convidados a se reconheceremcomo templos sagrados e responsáveis pelaconstrução de um mundo melhor através daspráticas diárias e, principalmente, datransformação da sua consciência, que vaiproporcionar fundamentos críticos para opinare refletir as práticas contra o meio ambiente.“Acho válido tentar fazer com que as pessoasentendam e se preocupem com o que aconteceao nosso redor”, afirmou a aluna do EnsinoMédio, Francielle Schroeder.

No encontro, que envolve alunos da 5ª série doEnsino Fundamental ao Ensino Médio, osjovens recebem uma formação com base notrabalho “Carta da Terra”, do teólogo brasileiroLeonardo Boff. O documento nasceu comoresposta às ameaças que pesam sobre oplaneta como um todo e como forma de sepensar articuladamente os muitos problemas

ecológico-sociais, tendo como referênciacentral a Terra. Divididos em grupos, os alunossão convidados a organizar uma carta que narrecomo estará a terra daqui a 70 anos secontinuarmos com as práticas atuais.

A apresentação das cartas é seguida de ummaterial explicativo que oferece dadoscientíficos mostrando o grande desafio queserá viver no mundo futuramente. Mas asJornadas não ficam só na esfera teórica. Osjovens assumem compromissos práticos decuidado com a vida. “Podemos começar comatitudes simples, dando mais valor a nossavida, não deixando os momentos passaremsem significado. Espero que a maioria dosmeus colegas tenha levado a sério a reflexão etome alguma atitude”, declarou Francielle.

Para selar o final do encontro, cada turma épresenteada com um lírio da paz. Este líriodeverá ser cuidado pela turma ao longo do anoletivo como símbolo de um esforço coletivo paraum mundo melhor. Individualmente, cada alunoganha um da Pastoral Vocacional.squeeze

Além de promover a Pastoral VocacionalLassalista entre os estudantes, a intenção éreduzir o número de copos descartáveis usadosna Escola, que ultrapassa o numero de mil pordia. As Jornadas de Formação são organizadaspela Pastoral da Escola em parceria com osServiços Pedagógicos e educadores e vai aoencontro dos propósitos de educação eformação integral priorizada pela Rede La Salle.

Por um mundo melhor

CARTA DA TERRA

Estamos diante de um momento crítico nahistória da Terra, numa época em que ahumanidade deve escolher o seu futuro. Àmedida que o mundo torna-se cada vez maisinterdependente e frágil, o futuro enfrenta, aomesmo tempo, grandes perigos e grandespromessas. Para seguir adiante, devemosreconhecer que no meio da uma magníficadiversidade de culturas e formas de vida, somosuma família humana e uma comunidadeterrestre com um destino comum. Devemossomar forças para gerar uma sociedadesustentável global baseada no respeito pelanatureza, nos direitos humanos universais, najustiça econômica e numa cultura da paz. Parachegar a este propósito, é imperativo que, nós,os povos da Terra, declaremos nossaresponsabilidade uns para com os outros, com agrande comunidade da vida, e com as futurasgerações. (Leonardo Boff)

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

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Entrando nas Redes SociaisPor Ir. Jackson Luiz Nunes Bentes

Colégio La Salle Botucatu/SP

Continuamos nossa reflexão sobre“Novas tecnologias na educação” ,

conjeturando o avanço do Colégio La Salle deBotucatu nos espaços das redes sociais. Asredes sociais como,

e outras presentesentre nós podem simbolizar o isolamento social,mas para muitas pessoas significam umaoportunidade de contato com o “mundo” e “comtodo mundo”. Mas, de que “mundo” se fala nasredes sociais?

As redes sociais podem ser entendidas comouma ferramenta interativa entre as pessoas.Mas são muito mais que isso. Temos de noscurvar diante dessa magnífica ferramenta querompeu com os limites das comunidades físicase ampliaram as formas de comunicação entre osfilo-tecnológicos. Estas redes sociaispotencializadas pela tecnologia, podem ampliaro vazio existente na ausência de conteúdocomunicativo ou nos atentar para o “sentido dasnossas relações”. Este é mais um desafio quecabe à escola discutir de forma holística: comoutilizar as redes sociais virtuais para oferecerconteúdo aos estudantes? E como usufruir dosrecursos das redes sociais no processoeducacional? As tecnologias em geral nãomodificam e, sim, potencializam as nossashabilidades. Podemos escolher entre olhar aquestão através do microscópio ou do

Facebook, Orkut,

MySpace, Twitter, LinkedIn

telescópio, ampliando nossa visão, da mesmaforma que as redes sociais virtuais ampliamnossa sociabilidade.

A amálgama fundamental emerge na definiçãodas redes que é a “sua abertura e porosidade,possibilitando relacionamentos horizontais enão hierárquicos entre os participantes”. Para aescola, estrutura conservadora, essa mudançade postura custa muito, pois significa mudar umparadigma. Os pontos de referência mudam e osjovens e adolescentes que crescem comoprotagonistas destas redes, terão parteimportante de sua identidade tambémconstruída nesta diversidade da tecno-imagem,“a imagem escrita, de Flusser” não mais feitade planos ou superfíciesmas de pontos,grânulos e pixels.

As redes sociais virtuais são onipresentes,cabendo a escola contextualizá-las no processoeducativo afim de que seus educandos asassimilem e as transformem em conhecimento ea escola não caia na banalização daconexão com “perturbações de informaçõesirradiadas” . Para Tiburi o “desejo de conexão”não teria motivo para ser criticado, se ele nãoservisse de “trunfo exploratório sobre asmassas”, referindo-se à indústria dacomunicação digital que se “aproveita desse

fashion

desejo que o jovem tem em conectar-se e viajarpelo mundo”. No filme A Rede Social (The SocialNetwork, 2010), de David Fincher, que retrata avida de Mark Zuckerberg, (criador do Facebook),um jovem excluído dos grupos sociais, quedecide criar seu próprio grupo (anti) social,ignorando a ética nas suas relações virtuais etrazendo perdas reais a sua vida. Isto nos ajudaa pensar sobre nossos valores aprendidos“como função fraterna no laboratório familiar ena escola”, enquanto nos preparam para umreto agir.

Nesse sentido, a afirmação de Flusserde que“nossas decisões livres são resultados decombinações extremamente complexas entreinformações recém-adquiridas, informaçõesarmazenadas e processos intercerebraisprogramados”, é consonante com a realidadedas redes sociais. Por isso, não podemosentender as redes sociais limitadas a suapromessa de conexão entre amigos e os novos

, nosso papel, enquanto educadores, émediar seu uso em nossas escolas. Mas, se obom aprendizado referenda reflexões maisprofundas a partir do iguais-diferentes, nãopodemos desconsiderar as pessoas que falam amesma linguagem, têm os mesmos hábitos eusam as mesmas tecnologias, ou seja, osfilotecnologicos.

gadgets

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Por Adriana Pianura Queiroz

Colégio La Salle São Paulo/SP

A História da Matemática, segundoGiovanni e Giovanni (1996), mostra-nos

que os números negativos não eram aceitos eeram considerados “números absurdos” ou“fictícios”. Considerava-se como inadmissívela obtenção de resultados negativos. Mesmoassim, tais números eram utilizados por algunspovos, como os chineses. Hoje, ao contrário deantigamente, é comum realizarmos operaçõesde adição e subtração de inteiros para verificara temperatura, por exemplo.

O conjunto dos números inteiros, apresentadono 7º ano do EF, é identificado por muitospesquisadores como uma questão queapresenta sérias dificuldades no ensino-aprendizagem de Matemática. Consoante estaaf irmação, também constatamos talproblemática no processo de aprendizado denossos alunos. Por conta disso, econsiderando a história dos númerosnegativos, decidimos introduzir jogos quepudessem servir de auxílio na construção doconhecimento sobre os números inteiros.Preocupados em tornar a aula de Matemáticamais significativa e lúdica, decidimos portrabalhar com os jogos. Eles contribuem paradesencadear a imaginação e propiciar um

ambiente favorável à motivação, já que oseducandos se encontram em uma fase detransformação, na qual estas capacidades nãopodem ser interrompidas. Nessa perspectiva,aplicamos o jogo do Vai e Vem. Um jogo depercurso que envolve basicamente a sorte. Eleé destinado a: construir e resgatar a noção denúmeros inteiros e a vivência com as somasalgébricas.

Material necessário para o jogo: 1 tabuleiro, 1dado e 5 dedais, de cores diferentes. Nopercurso há 27 casas, sendo que 7 são escurase 20 são claras. Quando um participante jogar odado e parar em uma casa escura, na próxima

O lúdico e o cálculo na escolarodada, ele deverá recuar. O jogo consta de 3rodadas.Ganha o participante que chegarprimeiro ao final do percurso.

Os pontos obtidos pelos jogadores em cadapartida devem ser assim distribuídos: 1º Lugar:5 pontos ganhos; 2º: 3 pontos ganhos; 3º: 1ponto ganho; 4º: 1 ponto perdido; 5º: 2 pontosperdidos. Ao final das 3 rodadas, cadaparticipante calculou a sua pontuação. O grupo,por sua vez, fez a conferência de todos oscálculos. Neste momento, os alunos se valeramdos conhecimentos prévios para fazer arepresentação do resultado negativo edeterminaram a classificação dos jogadores,construindo uma tabela. Durante a atividade,percebemos uma atmosfera lúdica, decriatividade e interação entre os jogadores, hajavista o prazer de ser ativo, pensante,questionador e reflexivo no processo deaprendizagem.

A atividade permitiu concluir que os alunosidentificaram e compreenderam o maior e omenor número inteiro, pois as classificações dodesempenho do grupo e de todos foramrealizadas coerentemente. Esse resultadopermitiu trocar a lista exaustiva de exercícios,por situações problemas.

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Portas abertas para o mundoPor Clarissa Thones Mendes

Analista de Comunicação do Unilasalle Canoas/RS

Integrar uma rede de ensino presenteem mais de 80 países torna o

Un i l asa l l e um cent ro un i ve rs i tá r i onaturalmente conectado com instituições deensino superior de todo o mundo. Mesmo comeste componente em seu DNA, o ano de 2011vem se destacando pela efetivação deimportantes parcerias com instituições dediferentes continentes, o que evidencia oinvestimento do Unilasalle na consolidação deu m p o s i c i o n a m e n t o i n t e r n a c i o n a l .Apresentado pelo Reitor Prof. Dr. PauloFossatti, fsc, em Portugal como sede dasegunda edição do Congresso Internacional daQualidade da Educação Superior , queacontecerá de 20 a 22 de março de 2012, oU n i l a s a l l e f o i r e c o n h e c i d o p e l o srepresentantes de universidades de todo omundo como instituição referência, tanto emambientes de aprendizagem, quanto em corpodocente e linhas de pesquisa.

Segundo o Reitor Prof. Dr. Paulo Fossatti ocenário mundial é extremamente favorávelpara as instituições brasileiras. “Os dirigentesinternacionais estão vendo o Brasil como umgigante do desenvolvimento, pois temos todos

os e lementos necessár ios pa ra odesenvolvimento de pesquisas: uma economiaem crescimento, diversidade populacional eextensão territorial” enfatizou Fossatti. Comcondições favoráveis, a primeira missãointernacional do ano foi enviada à Espanha,onde o Vice-Reitor do Unilasalle, Ir. CledesCasagrande, a Pró-Reitora Acadêmica Profª.Vera Lúcia Ramirez e o Diretor de MarketingProf. Giovane Martins cumpriram uma extensaagenda de encontros e reuniões. Além deconhecer a estrutura geral das universidadeslassalistas de Madrid e Barcelona, o foco dasdiscussões foram as áreas de gestão e saúde,onde os representantes do Unilasalleconcentraram esforços para futuras parceriase convênios.

Um dos frutos da missão à Espanha já seráconhecido pela comunidade acadêmica nosegundo semestre de 2011. A

do Unilasalle já está sendoestruturada, baseada em uma nova concepçãodos cursos de pós-graduação na área degestão e negócios, com a chancela dasUniversidades de Madri e Barcelona, que têm

Business

School

mais de 25 anos de atuação na Europa. Entreas inúmeras vantagens para a comunidadeacadêmica, a possibilitaráo intercâmbio de alunos e vinda de professoreseuropeus para o Brasil.Além das Universidades de Madri e Barcelona,também está em fase de conveniamento com oUnilasalle, a Universidade de Jaén, localizadana cidade de mesmo nome, distante 250km deMadr i . A V ice -Re i to ra de RelaçõesInternacionais, Maria Victoria López-Ramónmanifestou interesse por convênios em todasas áreas do conhecimento.

O Unilasalle também prepara, no momento,duas missões institucionais para firmarparcerias com a Argentina e Canadá. Asinstituições contatadas no vizinho da AméricaLatina são o Instituto Universitário Italiano deRosário - IUNIR, a Universidade CatólicaArgentina e os Institutos Superiores deEducação La Salle. No Canadá, a Assessoria deRelações Internacionais programa visitas àUniversidade de Ottawa, a Universidade Laval,a Universidade do Quebeq em Montréal e aUniversidade de Montreal.

Business School

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Por Eloísa de Ávila Pauletto

Diretora do Colégio La Salle Carazinho/RS

O Canadá é um país que ocupa grandeparte da América do Norte, sendo o

segundo maior país do mundo em área total,atrás apenas da Rússia. Sem dúvida, é um dospaíses mais desenvolvidos do mundo, tendouma economia diversificada, um país bilíngue emulticultural, com o Inglês e o Francês comolínguas oficiais. É uma federação composta pordez províncias (estados) e três territórios, umademocracia parlamentar e uma monarquiaconstitucional. Foi neste belo cenário que foirealizada, uma viagem de estudos por um grupode 30 gestores educacionais, os quaisparticiparam de um grupo organizado peloSINEPE-RS, para conhecer o ColumbiaInternational College em Hamilton. Da Rede LaSalle, a diretora do Colégio La Salle deCarazinho, Eloisa de Avila Pauletto, integrouesse grupo e, a seguir, relata suasconsiderações.

Uma experiência assim nos permite conhecerum outro país, sua cultura, o clima, seu povo e,nesse caso, a oportunidade vivenciada em umaproposta muito interessante de Escola paraestudantes do mundo inteiro, pois são mais de60 países distintos, representados por seus1.500 jovens, nos níveis que correspondem anossas 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental enosso Ensino Médio. Percebe-se a cultura de

jovens que têm muita clareza em seu foco deestudos. De forma rigorosa, investem seu tempoe esforço em estudar muito para alcançar êxitoem sua caminhada. A possibilidade para o jovemcursar o quarto ano do Ensino Médio no Canadá,tem sido muito procurada por estudantesbrasileiros, os quais concluem o Ensino Médiono Brasil e vão cursar o quarto ano em Hamilton,no Columbia. Dizem que essa oportunidadepermite fazer um “upgrade” em seu currículo,uma vez que as melhores UniversidadesCanadenses analisam o histórico escolar para oingresso dos estudantes.

Ao conhecer um sistema de ensino de outro país,inevitavelmente nos deparamos com asanálises de nosso sistema educacional. Comcerteza, não pretendíamos julgar, apenasconhecer a proposta do Columbia. Estávamosencantados por estar numa escola de primeiromundo e com uma trajetória tão exitosa, poisseus alunos realmente alcançam excelentesUniversidades, o que sabemos que é de grandeexigência acadêmica. Então a sede paraaprendermos com quem faz a diferença, eragrande e foi sendo alimentada. Nossos olhares,escutas, análises foram ampliando nossoshorizontes de quem atua na gestão de muitasescolas particulares do nosso estado do RS.

Viagem de estudos ao CanadáPercebemos que os estudantes naqueleColégio, são muito dedicados e disciplinados.Estão inseridos num ambiente escolar eresidencial, onde estudam de dia e de noite, istoé, pela manhã e à tarde estão no Columbiaestudando muito.

O Columbia também possui um Centro deTreinamento de Lideranças, utilizado por muitasEmpresas Canadenses, mas especialmentepara os alunos do Columbia, é o Park Lake, umparque belíssimo, distante 4 horas de viagem deônibus; tivemos o privilégio de conhecer tambémeste parque. Nesse espaço, junto à natureza, ashabilidades e competências de lideranças sãoaprimoradas através de esportes na neve comoesqui, arborismo, caminhadas com sapatinho deneve, tobogã, a canoagem no verão e muitasoutras atividades que permitem a descontração,mas também a superação dos próprios limites,além do constante incentivo ao trabalho emequipe. São utilizadas estratégias quepromovem a formação de líderes conscientes eatuantes. Apesar do frio intenso que o grupoenfrentou, com temperaturas abaixo de zero, àsvezes, chegando a enfrentar até 25 grausnegativos, o calor humano foi percebido atravésdas inúmeras gentilezas que a equipe doColúmbia demonstrou.

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Fraternidade e Vida no PlanetaPor Laís dos Santos Boneli

Pastoral da Juventude Estudantil da Rede La Salle

A Campanha da Fraternidade deste ano– Fraternidade e a Vida no Planeta –

aborda um tema que está cada vez mais latenteem nossa sociedade, mas que, às vezes, nãorecebe a devida atenção. Vivemos um tempo dealterações climáticas que fogem das causasnaturais, e é através delas que o homem passaa perceber que tem uma parcela deresponsabilidade com a situação do planeta.Porém, preocupar-se com o meio ambiente,relacionar as catástrofes ambientais com asatitudes do dia a dia, são assuntos que nemsempre estão pautados em nossas agendas,apesar de estarem ganhando cada vez maisespaço no cenário internacional.

Antoine Laurent Lavoisier, baseado em reaçõesquímicas afirmou certa vez: “Na natureza nadase cria, nada se perde, tudo se transforma”.Como seria possível então, a ação antrópicaprejudicar a Terra? Para os céticos, o planetaestá apenas passando por mais uma mudança;para os ambientalistas, o planeta está pedindosocorro. Independentemente da posição, falarde meio ambiente está na moda, todos osformadores de opinião têm algo a dizer.

A evo lução tecno lóg i ca poss ib i l i t atransformações, e estas podem ser positivasou negativas. A sociedade acreditaerroneamente que as positivas sobressaem-seàs negativas, porém, a longo prazo, asevidências apresentam o contrário dessaafirmativa. A partir disso, a CF nos faz repensara parcela negativa das transformações queestamos promovendo no meio ambiente ebuscar alternativas para reverter essasituação.

Em consonância com o desafio de formarpessoas conscientes do seu papel enquantocidadãs, e propor uma educação diferenciadaque compreende a pessoa como um ser integrale participativo, faz-se necessário trazer essesquestionamentos também para o cenárioeducacional. La Salle nos instiga a desenvolverinstrumentos para os estudantes seorientarem no mundo e atuarem sobre ele,através de um processo de construção pessoale coletiva do conhecimento. Diante disso cabea nós, enquanto Instituição Lassalista,fomentar uma visão crítica e holística darealidade, fornecendo subsídios que auxiliemas pessoas a refletir sobre as informações, aoinvés de apenas reproduzi-las.

Com o objetivo de dedicar um tempo paraaprofundar as reflexões acerca da relaçãohomem e meio ambiente, o Centro deAssistência Social La Salle Canoas realizou nodia 26 de março de 2011 o seu 1º Encontro deEducadores, no Morro do Coco, Zona Sul dePorto Alegre. Nesse dia, professores,funcionários e voluntários trabalharam atemática da Campanha através de dinâmicascom argila, e tendo como pano de fundo o Mitodo Cuidado, de Leonardo Boff. Além de proporunidade nas considerações sobre a Campanhada Fraternidade, a atividade oportunizouintegração entre os membros da ComunidadeEducativa, acolhida aos novos colaboradores emotivação para o início do ano letivo.

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Por Bruna Mainardi Rosso Borba

Psicopedagoga do Colégio La Salle Santo Antônio, de Porto Alegre/RS

Diante de inúmeros desafios etransformações da educação no Século

XXI nos quais surgem significativos avançostecnológicos, científicos e culturais que geramnovos estilos de vida e formas de organizaçãosocial, torna-se indispensável ressaltar apresença de alunos com necessidadeseducativas especiais nas instituiçõeseducativas lassal istas, bem como areorganização do trabalho pedagógico em facedesse desafio.

A prática educativa lassalista zela pelosconteúdos e pelos processos coerentes queconstroem a verdadeira identidade humana,pelo desenvolvimento harmônico do afeto, dainteligência e da vontade. Com isso, o ColégioLa Salle Santo Antônio, a cada ano, vemrecebendo um número significativo de alunoscom necessidades especiais, o que leva àcriação de uma cultura organizacional favorávelà diversidade e à tolerância, para que assingular idades desses alunos sejamrespeitadas, desenvolvidas e integradas às dogrupo que os receberá; que deverá estarpreparado para acolhê-los de forma adequadae construtiva. Assim, lidar com todas essasquestões expostas anteriormente é tarefadesafiadora, visto que, apesar de a inclusão seruma obrigatoriedade legal, trabalhar com umenfoque inclusivo na escola desperta certo

desconforto, pois, na prática diária lidamos como inesperado, o imprevisto, o não planejado e odesconhecido; tudo isso gera muitosquestionamentos e ansiedades por parte doseducadores a respeito das novas demandas quelhes são apresentadas.

Alguns alunos com necessidades especiais, querecebemos em nossa escola, diferenciam-seacentuadamente de seus pares porapresentarem dificuldades na aprendizagemdecorrentes da qualidade das respostaseducativas que lhes são oferecidas e danatureza das limitações impostas pelas suascondições físicas, sensoriais, intelectuais ementais. Tais dificuldades não nos autorizam aestabelecer limites em sua capacidade deaprender. Dessa forma, o Colégio La SalleSanto Antônio realiza uma adequação curricularpara esses alunos, através da construção de umdocumento individual de adaptação curricular(D.I.A.C) que consiste em modificações docurrículo quanto à flexibilização nos objetivos,con teúdos , metodo log ia de ens ino ,temporalidade e prática de avaliação. Para aconstrução do documento, é primordial que aequipe pedagógica e professores dialoguemsobre as percepções em relação as habilidadese competências apresentadas por esteseducandos pois, somente assim, os conteúdosserão adaptados e os procedimentos didáticos

Os desafios diante da Inclusãodefinidos. Porém, anteriormente a elaboraçãodo D.I.A.C., torna-se fundamental no trabalhoinclusivo o estabelecimento de uma relaçãovincular entre o professor e o aluno. Bowlby(1989 p. 39) refere que se “o conhecimento deque uma figura de apego está disponível eoferece respostas, fornece um sentimento desegurança forte e de grande extensão e, então,encoraja a pessoa a valorizar e a continuar arelação”. Ou seja, só haverá aprendizagem seexistir vínculo, pois, ainda que haja desacertos, aconfiança será uma característica presente narelação, e o aluno se sentirá amparado.

Os educadores precisam, diante de todos essesdesafios, ter conhecimento bem construído emsua área de atuação, bem como manter-se empermanente atualização e estar em contato comseu modo de aprender para melhor acolhimentoe compreensão das singularidades de seusalunos (Fabrício; Souza; Gomes, 2007). Énecessário que haja uma disponibilidade internados educadores que estão envolvidos com aprática inclusiva, visto que alguns trazem umabagagem de preconceitos em relação àdeficiência. É preciso ser resiliente, poder lidarcom frustrações, permitir-se viver experiênciasde inclusão, fazendo de uma “educação detodos” uma plena e enriquecida “educação paratodos”.

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ExperiênciasProjetos Inovadores&ExperiênciasProjetos Inovadores&

Seminário Integrado de PedagogiaPor Felipe Wandscheer

Assessor de Comunicação da Faculdade La Salle Lucas do Rio Verde/MT

Com o objetivo de oferecer umaaprendizagem mais profunda e intensa,

com maior integração da prática pedagógica,proporcionando a interação de conceitos etemas desenvolvidos em cada componentedisciplinar, o Curso de Pedagogia da FaculdadeLa Salle de Lucas do Rio Verde-MT realizou oseu primeiro Seminário Integrador.

Segundo a Coordenadora do Curso, Profª.Janete Rosa da Fonseca, o SeminárioIntegrador “é um grande desafio e também umagrande realização, através de um curso dePedagogia que tem uma proposta totalmentediferenciada. Podemos ver isso na prática doSeminário Integrador, em que os alunosdiscutem todos os aspectos que perpassamtodas as outras disciplinas, caracterizando,dessa forma, uma abordagem interdisciplinar,pluridisciplinar e transdisciplinar. Estamosdebatendo tudo aquilo que é discutido em cadadisciplina de uma forma ainda mais profundanos encontros do Seminário Integrador”.

A cada semestre, um novo SeminárioIntegrador será organizado e realizado pelospróprios acadêmicos do curso. O primeiro dosSeminários teve como tema central “Aconstituição do “ser” professor e as

especificidades do trabalho docente” e foirealizado dia 14 de abril, no auditório da Sededa Faculdade. Ao todo, cinco gruposapresentaram temas diretamente ligados aotema central: 1º O Propósito de ser Educador;2º O Sujeito Educador; 3º Formação Docente; 4ºEducação Ambiental; e 5º Ecopedagogia.

Ao final de sua apresentação, a acadêmicaDaniela Miketen destacou que “o SeminárioIntegrador incentiva o futuro educador adesenvolver a pesquisa, a procurar novosmeios, uma formação diferenciada e isso vaiser, com certeza, um diferencial na nossacarreira”. Já para o acadêmico Odair José de

Souza, “é muito gratificante para todos nós, docurso de Pedagogia, pois, com esse trabalho,pretendemos mostrar para a sociedade o queestamos aprendendo durante a realização docurso de Pedagogia”.

Segundo Ir. Nelso Bordignon, Diretor Geral daFaculdade, “educar é tirar de dentro da pessoaas qualidades que ela tem e que a sociedadetem para ajudá-la a ser melhor. Isso traz todo ouniverso do conhecimento, todo o universo dapessoa para dentro do processo de educação.Realizamos esse Seminário Integradorjustamente para que cada um desseseducadores inicie esse crescimento do sereducador, ou seja, do amor, da perspectivapessoal, da melhoria do conhecimento, paraque eles realmente cresçam como pessoa e setornem um ser educador”.

O evento contou também com a palestra daProfª. Saledja Alana Sales Santana, AssessoraPedagógica da Secretaria de Educação deLucas do Rio Verde-MT, apresentaçõesculturais dos acadêmicos de Pedagogia eexposição de fotografias dos cursos de Turismoe Educação Física.

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ExperiênciasProjetos Inovadores&

Por Ir. Kárliton de Nazaré da Silva Pereira; Laís dos Santos Boneli; e Roberta Spohr SchreinerIntegrantes da Pastoral da Juventude da Rede La Salle

Formação Integral LassalistaSéculo XXI: Qual a palavra que te salva?O que ainda te faz viver?

A Equipe de Jovens Missionários Lassalistas -Panela Velha traz consigo desde 2007, ano desua fundação, o desejo de reproduzir na práticatoda a formação obtida nos espaços dapastoral durante a educação básica. Nessaperspectiva, o seu principal foco de trabalho é aorganização e realização de Missões Jovens naProvíncia Lassalista de Porto Alegre, além demotivar outros jovens das ComunidadesEducativas a percorrer este caminho.

Ainda que o mundo contemporâneo apresenteformas fragmentadas de conceber a vida –paradigma consumista, há jovens que pensamno poder da mudança e na construção de umasociedade na qual prevaleçam a igualdade e ahumanidade, e que planejam e projetam açõesde cidadania. A partir disso, inspirados noVoluntariado Juvenil Lassalista realizado noEquador, e em parceria com as Pastorais daJuventude e Vocacional, o “Panela Velha”passará a oferecer, a partir deste ano, um curso

de formação integral destinado a jovens quedesejam viver uma experiência de inserçãosocial.

Enquanto Província, a Equipe Panela Velhasente-se provocada pelos clamores dajuventude, a qual precisa de auxílio em seup r o c e s s o d e c r e s c i m e n t o e d eamadurecimento, principalmente nestestempos em que a educação formal precisadedicar-se ao máximo aos conceitos teóricos,deixando de lado a formação humana e cristãdo jovem. Baseado nisso, o “Crescer” vem a serum espaço de discernimento vocacional, emque o jovem terá uma formação que lhepermitirá um desempenho eficaz na vidapessoal e na sociedade. Além de possibilitaruma vivência comunitária e experiência de fé, ocurso também motivará os jovens a engajar emprojetos como a Missão Jovem Lassalista e oVoluntariado Juvenil Lassalista, propondoações e projetos comprometidos com atransformação da realidade em que vivem.Dividido em três etapas que acontecerãodurante o ano de 2011 – crescer por dentro,

para o outro e para o serviço – o curso procurarádespertar o espírito humano e cristão do jovematravés de um processo contínuo, trabalhandotemáticas que aprofundem, entre outros, asRealidades Juvenis, a Pedagogia Lassalista e aExperiência Missionária.

Enquanto Lassalistas, a Equipe de JovensM i s s i o n á r i o s b u s c a p e r p e t u a r o sensinamentos de São João Batista de La Salleatravés do fortalecimento da identidade emística lassalistas junto aos jovens dasComunidades Educativas. Apoiados no tripéLassalista – fé, fraternidade e serviço – o“Panela Velha” acredita na força detransformação da juventude e na concretizaçãode um projeto de Voluntariado Juvenil no Brasil.La Salle nos ensina a bem viver, e isso se tornapossível através de uma educação quecompreenda a vida de uma forma mais global,seja preocupada com seu semelhante eprotagonista da sua história. Só assim serápossível responder com criatividade qual érealmente a palavra que nos salva; o que aindanos faz viver.

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ExperiênciasProjetos Inovadores&&

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Por Aline Marin

Centro de Assistência Social La Salle - Canoas/RS

Para este primeiro semestre de 2011, oCentro de Assistência Social La Salle

está atendendo só no primeiro trimestre, emtorno de 1.500 alunos em Canoas e nascidades vizinhas da região metropolitana. Oscursos e atividades que o Centro oferece,atendem as diversas áreas e para diferentespúblicos, provenientes de cidades próximas aCanoas. Para as pessoas mais idosas, oCentro de Assistência oferece atividades dedança e informática. Para os adolescentes queestão à procura do primeiro emprego, hácu rsos nas á reas de in fo rmát i ca ,administração básica e idiomas. Paras ascrianças, está sendo desenvolvido um projetode reforço escolar para alunos de 1ª à 4ª série.Para as mães, a procura maior são as oficinasde artesanato que a cada trimestre oferecemais de 10 opções de cursos. Para quem estáretornando ao mercado de trabalho, os cursosma is p rocu rados são da á rea deadministração, como Gestão Administrativa,Marketing ou Recursos Humanos. Outros doiscursos bastante procurados e já tradicionaisdo Centro são Cabeleireiro Básico eEmbelezamento de Pés e Mãos. Para esteprimeiro trimestre de 2011, o Centro estádesenvolvendo um curso que atualmente estásendo bastante procurado no mercado detrabalho na área de Construção Civil. Os alunosdo curso fazem suas aulas práticas dentro doCentro, com supervisão de um profissional da

área. Outro curso bastante procurado pelosalunos, desde o ano passado na área deidiomas, é o curso de Libras.

Na Escola La Salle Esmeralda, o Centro estáoferecendo em Porto Alegre, o curso deInformática Básica. Em São Leopoldo, o cursooferecido foi Rotinas Básicas de ServiçosAdministrativos. Em Nova Santa Rita, aparceria foi com a Associação do Comércio eIndustria da cidade onde estão acontecendoos cursos de Secretariado Básico e Gestão deMarketing, Vendas e Logística. Em Esteio, aparceria foi feita com a Escola Ezequiel Nunescom os cursos de Libras e Montagem eConfiguração de Computadores. Na últimasemana, o Centro de Assistência fechou maisuma parceria com a Escola Estadual de EnsinoMédio Emílio Sander, em São Leopoldo, ondeacontece o curso de Rotinas Básicas deServiços Administrat ivos. Para darcontinuidade a estas parcerias, o Centropretende pensar em projetos que visam afortalecer o trabalho já desenvolvido com osetor público e privado, para atender cada vezmais pessoas, nas mais diversas cidades.Esta atitude é um importante mecanismo parao desenvolvimento social, pois caminha nosentido de agregar força e legitimidade àspolíticas públicas dos governos.

Parcerias

Milhares de pessoas buscam

os cursos profissionalizantes

da instituição lassalista

localizada em Canoas.

Novas fronteirasNovas fronteiras

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Por Tiago Schmitz | JornalistaColaboração de Jeline Rocha | Jornalista

Recentemente, o movimento Todos pela Educação, lançou acampanha “Um bom professor, um bom começo” reforçandoa centralidade da profissão de educador e alertando sobre

as necessárias melhorias na sua formação. Está com os diascontados aquela velha cena de um professor diante da lousa, com aautoridade de detentor do saber, repassando conteúdos para osseus alunos. Com as mudanças do século 21,batizado de “século do conhecimento”, surgeum novo perfil de educador. A RevistaIntegração, acompanhando os movimentosque buscam uma educação integral, eficientee eficaz. apresenta nesta edição como temacentral a figura do educador. Com isso,intencionamos promover reflexões sobre avocação e a formação desse profissional quetem posição estratégica para uma educaçãode qualidade e para o desenvolvimento sociale econômico de nossa sociedade.

Para o secretário regional de Gestão eOrgan ização da Reg ião Lassa l is taLatinoamericana (RELAL), Irmão CristhianJames Dáz Meza, o principal desafio daeducação consiste em contribuir para aconstrução de uma sociedade democráticacom efetiva cidadania transformadora. “Aeducação de hoje deve focar sua atenção emformar cidadãos capazes de comprometer-seativamente na construção de comunidadessociais e políticas, através das quais sejamvisíveis os valores de justiça, paz, igualdade,inclusão e solidariedade”. Segundo Ir. Cristhian , é precisoimpulsionar a educação como fator decisivo para o desenvolvimentohumano e a sustentabilidade. “A educação é uma oportunidade pararesolvermos a evidente e dramática desigualdade econômica, sociale cultural que ainda caracteriza a América Latina”.

Os desafios da educação no século XXI

Nova realidade educativa

O bom professor, ressaltam especialistas, deve ter em mente quesua missão não se resume a apresentar os conteúdos da suadisciplina. Hoje, mais do que nunca, ele deve ser um guia, umexemplo a ser seguido. Cabe ao mestre, juntamente das famílias,

difundir valores éticos e morais, trabalharpara que crianças e adolescentes sejamcapazes de refletir criticamente e apontarque existem valores e atitudes humanasque não podem ser desconsideradas.Já o estudante da atualidade, interagecom o mundo recebendo informaçõescotidianas através de novos hábitos erenovadas formas de comunicação. Nestarealidade o professor precisa sereinventar. Não se trata de adotar as gíriasou se comunicar como um adolescente,mas de entender o universo dessesestudantes e planejar aulas que levem emconta esse jeito particular de ver e viver omundo de hoje. “Somos chamados ainteragir com as novas realidades quefazem parte do contexto social, cultural,econômico e político e não podemosignorar esta realidade no nosso fazereducativo”, destaca Ir. Cristhian. É precisomanter os princípios de São João Batistade La Salle que entendia o aluno comosujeito capaz de crescer e de evoluir. “Umdesafio fundamental para os Lassalistas

de hoje é compreender e aceitar a nova realidade social paraacompanhá-la e, quem sabe, alterá-la com base na formação depessoas respeitosas, com compromisso social e que estimulem aconvivência pacífica”, reitera.

O Educador Lassalistadiante dos novos desafios em Sala de Aula

Mudança de Perfil

“A educação de hoje deve focar

sua atenção em formar cidadãos

capazes de comprometer-se

ativamente na construção de

comunidades sociais e políticas,

através das quais sejam visíveis

os valores de justiça, paz, igualdade,

inclusão e solidariedade”

Irmão Cristhian James Dáz MezaRegião Latino-americana Lassalista

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Revista Integração • Maio 2011

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A escola deve incorporar uma formação

afetiva com base em princípios claros de

respeito, diálogo, solidariedade e aceitação.

A educação, conforme a Pedagogia

Lassalista, é essencialmente voltada ao

carinho, ao amor e ao respeito ao próximo.

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As novas tecnologias na educação

A afetividade é fundamental

O educador do século 21 não pode ignorar os avançostecnológicos. Ignorar a influência da internet na vida dos alunospode criar um abismo entre o professor e o estudante. Mas nãobasta, porém, dominar a tecnologia. É preciso entendê-la e aplicá-la criticamente. Fazer parte das redes sociais, nas quais os jovensse relacionam, interagem, trocam informações, é um bomcomeço. Também é importante explorar o potencial das inúmerasferramentas disponíveis e úteis para exercício da docência. Porque utilizar apenas o mapa-mundi se pode-se usar o Google Earthpara mostrar países e continentes em detalhes? Por que nãoestimular a criação de contos em blogs, no twitter? As portas quese abrem são infinitas. Segundo Ir. Cristhian, o Projeto Regionalde Educação Lassalista Latinoa-americana (PERLA), em suaabordagem fundamental, ressalta a emergência educacional dasNovas Tecnologias, prevendo compreender esta realidade comoum aspecto inerente à vida atual. “Orientamos os Lassalistaspara que reconheçam que as novas tecnologias têm um grandepotencial que pode ser utilizado para beneficiar o aprendizado dosnossos alunos”. Sobre a resistência de muitos professores emutilizar de forma adequada as novas ferramentas, Irmão Cristhianacredita que seja pelo medo do desconhecido. “Alguns podem termedo do desconhecido e insegurança. Por isso, precisamospromover na formação dos educadores o uso das tecnologias dainformação e da comunicação, tentando com isso, incentivarprocessos de aprendizagem que podem ser energizados comnossos alunos”.

A escola deve incorporar uma formação afetiva com base emprincípios claros de respeito, diálogo, solidariedade e aceitação.Irmão Cristhian acredita que a educação, conforme a PedagogiaLassalista, é essencialmente voltada ao carinho, ao amor e aorespeito ao próximo. “O perfil do educador que se propõe a partirdeste olhar, incorpora um ardente desejo de ensinar, mas acimade tudo, um amor profundo através da sua ação como professor”.Para ele, definitivamente, a afetividade desempenha um papelfundamental na vida humana e, especialmente, na sala de aula.“Nós somos seres emocionais por excelência, orientados combase em emoções, sentimentos e estados emocionais. Por estarazão, o afeto não é uma adição à nossa vida, mas é a capacidadede viver e expressar-nos como somos”. Além disso, ele acreditaque o educador precisa promover o sentido ético daresponsabilidade conjunta e aceitar as emoções como um valor,uma dimensão que nos conecta com os outros e com otranscendente. “A adequada formação humana e cristã,incorporando as emoções, pode e deve ser um fator decisivo parao desenvolvimento harmonioso pessoal e coletiva dos nossosalunos”.

A educadora lassalista, Tassiana Barros Rodrigues,concorda coma afirmação. Para ela, ensinar é muito mais que passar algumasfrases no quadro e pedir que o aluno copie. “Para mim, o ato deensinar consiste em oportunizar, orientar, despertarpotencialidades para que o indivíduo encontre suas opções eformule seus próprios conceitos. Escolhi essa profissão por seruma das mais belas e por ter contato com outras pessoas,podendo me relacionar através das mais variadas linguagens,passando adiante os ensinamentos que me foram passados comtanto carinho, com tanto amor e dedicação”.

GOSTAR DO QUE FAZ

TER UMA BOA FORMAÇÃO

FALAR A LÍNGUA DOS ALUNOS

IR ALÉM DOS CONTEÚDOS

Mais do que qualquer profissional, quem opta pelo magistério temde ter paixão por ensinar e se orgulhar de seu papel na sociedade.Quanto mais os alunos sentirem essa empatia, garantemespecialistas, mais abertos estarão à aprendizagem e melhor seráo desempenho em sala de aula. “O bom professor não apenasdeve ter orgulho da profissão, como deve defendê-la com garra. Eleé um otimista, um sonhador. Tem a utopia de um mundo melhor,sem a ingenuidade da busca de resultados fáceis e sem se abaterfrente aos obstáculos”, afirma Francisco Aparecido Cordão,presidente da Câmara Nacional da Educação Básica do ConselhoNacional de Educação. Em contrapartida, reconhecem gestores eestudiosos, o educador que ama o que faz e se dedica de corpo ealma ao trabalho também precisa ser valorizado por isso.

O professor ideal deve ter formação sólida e ampla. Esseprocesso, segundo a superintendente de Educação e Pesquisa daFundação Carlos Chagas, Bernardete Gatti, deve incluir o domíniodos conteúdos da disciplina escolhida e, em igual peso, oconhecimento das metodologias e práticas de ensino. “De nadaadianta saber o conteúdo, se o educador não consegue transmiti-lo aos alunos. A maioria dos cursos não tem nem 10% de formaçãopedagógica, e esse é um problema sério, que precisa serrepensado”, alerta. Além de uma boa base, a diretora do Sindicatodo Ensino Privado do RS (SINEPE), Cecília Farias, destaca aimportância de haver continuidade nos estudos. Para acompanhara velocidade das mudanças na sociedade atual, os mestresprecisam se manter atualizados.

O professor precisa entender o universo dos estudantes. Issosignifica, por exemplo, estimular a interatividade e evitar falarsozinho durante toda a aula. Significa, também, não subestimar osadolescentes. Foi-se o tempo em que o mestre era o dono doconhecimento. No passado ele falava e os estudantes ouviam emsilêncio. Hoje, ele deve estimular o diálogo. Se, para isso, forpossível utilizar-se de recursos audiovisuais, como projeção deimagens, vídeos e músicas, será muito melhor.

O bom professor deve saber que sua missão não se resume arepassar o conteúdo da disciplina. Espera-se que o educadorabrace a diversidade com práticas pedagógicas diferenciadas. Oaluno já chega com alguma bagagem e com um turbilhão deinformações sem filtro. O professor deve estar atento a isso e serum bom orientador.

Conteúdo publicado no Jornal Zero Hora de 28 de abril de 2011

Quem ensina precisa

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Ser educador lassalista é assumir a educação como projeto de vida ecomo missão socioeducacional. É sentir-se feliz por participar daformação integral dos alunos e motivar-se pelo que realiza nessaformação. É estudar, valorizar e, com convicção, praticar osprincípios da Pedagogia de La Salle. Partindo deste princípio,buscamos exemplos de educadores da Rede La Salle que amamesta pedagogia que conquista cada vez mais alunos, pais e, é claro,educadores pelo mundo afora. Afinal, já somos mais de 1.500unidades em 82 países presentes em todos os continentes.

Ela já participou inúmeras vezes das edições da Revista Integração eintegra a Comissão Editorial da publicação sempre trazendoimportantes reflexões. Mas ao destacar exemplos de educadorlassalista, não poderíamos deixar de ressaltar a pedagoga MaryTherezinha Alexandre Simen Rangel - ou simplesmente professoraMary Rangel, como gosta de ser chamada esta mega profissionalcom mestrado e doutorado em Educação, pós-doutorado emPsicologia Social e autora de diversos livros. Prestes a completar 32anos de serviços prestados à Rede La Salle, Mary Rangel é um dosexemplos de amor especial pela educação. Com noções dosprincípios da Pedagogia de La Salle que conheceu nos idos nadécada de 70, ainda como estudante de Pedagogia na UniversidadeFederal Fluminense, em Niterói/RJ, Mary Rangel chegou ao então

Amor pelo que faz

Instituto Abel (hoje Colégio La Salle Abel) em 1979 para um estágiode Supervisão Pedagógica na conclusão da Graduação, e não saiumais. “Comecei a aprofundar os princípios de La Salle e até hojeestudo e publico obras sobre essa admirável pedagogia que tem porbase a formação integral (cognitiva, física, ética, política, cidadã) eganhou como acréscimo o entendimento de La Salle de que a moral épré-requisito para a formação ética, sendo a formação espiritualparte indispensável no processo educativo. E como o ser humano éintegral (corpo, mente e espírito), só se pode educá-lo na suaintegralidade”, garante Mary sem titubear. Como todos os quedecidem abraçar verdadeiramente esta encantadora arte que éeducar, Mary se diz uma apaixonada pela Educação. “A paixão é umacondição básica para persistirmos nesta carreira ímpar que, tãoimportante quanto às demais tem, no entanto, o diferencial de cuidarda formação todas as outras”, diz Mary, denunciando a felicidade naescolha profissional que permitiu a ela ser também feliz comopessoa, esposa (faz 50 anos de casada em dezembro deste ano),mãe, avó, enfim, educadora.

Questionada sobre como vê as diferenças dos alunos de ontem emrelação aos de hoje - quadro cada vez mais apontado pela maioriados educadores, Mary tem uma resposta simples, mas com umentendimento nem sempre bem aceito pelos colegas. “Vejo osalunos de ontem e de hoje como alunos. São seres humanos a quemtemos o privilégio de, junto às suas famílias, educar. Não considerodiferenças nas condições dos alunos. Se há alguma diferençarelacionada ao tempo, limita-se apenas à evolução da tecnologia e dainformática aplicadas à Educação. Podíamos no ontem e

O Educador Lassalista

Irmão Hilário Arraldi, 82 anos, ministrando um

curso sobre Parapsicologia para os professores da

Universidade Aberta da Terceira Idade. Irmão

Hilário é filósofo e foi professor na Rede La Salle

por mais de 43 anos, além de diretor do La Salle

São João. Hoje, troca de papéis na UNATI, como

aluno e professor. "Aqui os papéis se invertem com

frequência, pois incentivamos também os alunos a

ministrarem seus cursos, para que exerçam sua

autonomia e poss ib i l i tem a troca de

conhecimentos", conta Juliana Justo, uma das

coordenadoras da UNATI.

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No Mato Grosso, a Faculdade La Salle

promove aulas da graduação com outra

dinâmica entre alunos e professores.

continuamos podendo no hoje incentivar nossos alunos ao estudo,desde que dinamizemos nossas aulas, motivando-os eestabelecendo com eles uma relação afetiva, de firmeza e ternura,como bem orientou La Salle”. Sem dúvida, uma lição para os que sesentem ameaçados por alunos cada vez mais questionadores.Como conselho aos colegas lassalistas, Mary é enfática: “estudemsempre a vida e a obra de La Salle. Ampliar o conhecimento sobrequem foi e o que realizou esse admirável educador representaampliar também a consciência de sua importância e do quantopodemos fazer para a transcendência de seu legado educativo”.

Mestre em educação e especialista em educação ambiental, oprofessor de Química do Colégio La Salle Canoas, Cláudius JardelSoares, acredita que o grande desafio dos educadores é o deconstruir um elo entre o saber escolar e o mundo cotidiano dosestudantes. “Começamos o século XXI com a concepção dissipadade que a escola, no século passado, não formou de uma maneiraeficaz, em questões ambientais, os cidadãos em idade ativa, sendonecessário formar crianças e jovens para uma educaçãoresponsável e mais crítica sobre a vida em toda a sua extensão”,afirma Soares, que é professor da Rede La Salle desde 2005. Paraele, o exercício da educação deve oferecer os conhecimentosnecessários, aos docentes e discentes, para a elaboração de umasociedade mais informada e, como resultado, mais ativa econsciente. “É preciso que a escola e o educador estejamdispostos a desenvolver atitudes na comunidade escolar, além deconceitos e informações, com a aprendizagem de procedimentos e

Apaixonado pelo meio ambiente

habilidades, com formação de valores, de sorte que comportamentosambientalmente corretos sejam apreendidos na prática quotidiana”.

A professora de história do Colégio La Salle Toledo/PR, MariaClaudete Portugal, acredita que a educação deve transcender osconteúdos programáticos da disciplina que leciona. Lassalista há 13anos, para ela, trabalhar a disciplina de História é permitir que osalunos encontrem significado no que estudam em sala de aula.“Essa identidade com conteúdo permite que a construção do saberseja realmente atingida”, pondera. Ela explica que, para atingir talaprendizado, desenvolve trabalhos com fotos dos próprios alunosquando eram menores, permitindo assim a reconstrução dosregistros históricos desde lugares, hábitos, culturas. “Esse trabalhopermitiu aos alunos perceberem e concluírem que os documentos,fotos, objetos, são importantes para a reconstrução histórica decada um de nós, são eles que mostram a nossa identidade comopessoas humanas”.

Para a educadora da Educação Infantil do Colégio La Salle Peperi, deSão Miguel do Oeste/SC, Carline Werlang Kraemer, ser professoradeste nível de ensino é saber que as crianças têm uma maneirapeculiar de pensar e interagir com o mundo. “A criança é um sujeitosocial e histórico, profundamente marcada pelo meio social em quese desenvolve. Cabe ao professor, mediar a leitura e a compreensãodeste mundo, possibilitando o reconhecimento da importância de

Formando pessoas com conteúdo

Contribuindo na construção da identidade

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cada criança para o processo social, cultural, histórico e humano”,acredita. Para isso, a professora, que está na instituição desde2006, desenvolve junto aos seus alunos o Projeto “Eu SouImportante” com o objetivo de integrar momentos de interação esocialização de experiências. “É na convivência diária com asdiferenças, que as crianças percebem o quanto são importantespara as famílias, para a sociedade, para os amigos e o educadorprecisa estimular isso”, acredita.

A animadora de pastoral e professora do Colégio La Salle Carmo,de Caxias do Sul/RS, Clari Slomp, acredita que o educadorenfrenta um novo paradigma social, no qual o ser humano e asociedade são compreendidos como frutos da cooperação. “Omomento pelo qual passamos exige de nós cooperação. Se nãoformos capazes de ser mais cooperativos, caminhamos a passoslargos em direção à aniquilação da sociedade humana”, pondera.Segundo ela, o educador do novo século é desafiado a um novoolhar, com novas posturas, sobretudo, para estimular aconstrução de espaços de vida e humanização.

Discussões diversas nos diferentes fóruns e espaços de debatesdestacam há algum tempo tempo que melhorar a qualidade daeducação é um passo fundamental para garantir um crescimentosustentável da América Latina nos próximos anos. Seja atravésdas novas tecnologias, da educação para o meio ambiente, daafetividade e até mesmo dos conteúdos, o educador do século XXIprecisa compreender que, além de dominar o tema de suadisciplina, a nova educação precisa valorizar as relaçõeshumanas. Se, em sua época, São João Batista de La Salle jáorientava seus educadores para que não se cansem de aprendera arte e a ciência de educar. Hoje, mais do que nunca, para umasociedade que se reinventa, urge a necessidade de um educadordisposto a se reinventar constantemente.

Desafiados a um novo olhar

Para uma sociedade em mudança, um novo educador

Um bom exemplo

Vida dedicada à educação

Educar com a firmeza de Pai e a ternura de Mãe foi um dos tantos

ensinamentos deixados por São João Batista de La Salle no século

XVII e início do século XVIII.

Como educadora lassalista, Ana Rita Gurski Sniadower foi um

exemplo dessa premissa desde a época em que era professora da

Fundação O Pão dos Pobres. Com simplicidade que lhe era

peculiar, fez sua carreira no Colégio La Salle Dores onde foi

professora, coordenadora pedagógica, supervisora educativa, vice-

diretora antes de assumir a direção da escola em 2010.

No dia a dia escolar, Ana parecia estar sempre realizada. Era

sorridente. Atuante. Firme, quando necessário. Como Diretora, não

mediu esforços para que as estruturas administrativas e

pedagógicas funcionassem de maneira perfeita, graças a sua

ampla compreensão do funcionamento de todos os setores

existentes no colégio.

Ana Rita deixou muitas saudades ao envolver-se em um acidente

de trânsito que tirou sua vida, de sua irmã Débora e de sua Filha

Gabriela, no dia 10 de Janeiro deste ano. O Colégio La Salle Dores

prepara um livro em sua homenagem, contendo memórias e

depoimentos dessa mulher especial, cuja perda é imensurável

para todos os seus amigos, colegas e familiares.

A educadora também deu importantes contribuições para a Rede

La Salle como integrante da Comissão de Educação e Pastoral,

além de ser membro da Comissão Editorial da Revista Integração.

Fez muito pela educação. Deixou lembranças que não se apagarão

com sua partida.

A paixão é uma condição

básica para persistirmos

nesta carreira ímpar que,

tão importante quanto

as demais tem, no entanto,

o diferencial de cuidar da

formação de todas as outras.

“ “Foto capa: Professora Vera Lúcia Castro lecionando uma aulade Didática para alunos da Pedagogia e demais licenciaturas.Ela também ministra aulas de Supervisão, Avaliação eIntervenção Pedagógica, formando professores que atuarão naEducação Básica. "É um compromisso muito grande, porquesão esses alunos que irão para as salas de aula formar a novageração", comenta Vera, que é professora do Unilasalle há 20anos. Graduada em Pedagogia - Supervisão Escolar, Vera émestre em Educação pela Unisinos e alfabetizou crianças por10 anos na Educação Básica.

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Excel e Matemática

Colégio La Salle Santo Antônio - Porto Alegre/RS

Valores no Cotidiano Escolar

Colégio La Salle Águas Claras/DF

A integração de valores com o currículo das séries iniciais é algoinerente à proposta pedagógica de nossa instituição, já quetrabalhamos com um conjunto de ações que levam à criação decondições para vivenciar regras de conduta para um bomdesenvolvimento psicopedagógico. Baseados nessa premissa, oColégio La Salle Águas Claras/DF implantou em 2006 o projetoValores no Cotidiano Escolar. O intuito é de oportunizar possibilidadesconcretas de ação no que se refere à criação de condições paravivenciar valores na infância. Para isso cada turma elabora umaatividade: cuidar de um bichinho, de um boneco com necessidadesespeciais, uma caixa-surpresa para ser preenchida com a família,dentre outros. Há seis anos desenvolvendo o projeto, podemos ver osefeitos em nossos estudantes e suas famílias. Atitudes comocompanheirismo, respeito ao próximo e cidadania são exemplos deresultados obtidos ao final de cada projeto. As famílias cada vez maisratificam sua parceria, contribuindo de forma significativa com asatividades que lhes são designadas, fazendo com que as criançastambém se comprometam com o projeto.

Desde pequenos, a curiosidade em torno do nosso próprio corpo é umindício de que esta é uma forma de nos constituirmos como sujeitos únicosno mundo que nos cerca. A turma da Creche despertou para esseautoconhecimento através de desenhos e pinturas dentro do projetoCorpo Humano. Na primeira etapa do projeto, os estudantes identificaramas partes do corpo humano através da colagem de figuras geométricas.Depois, cada um fez seu autoretrato desenhando de forma livre em umafolha de papel. O estudo continuou com a pintura das mãos e do desenhodo corpo de cada um em tamanho real em grandes cartolinas. O trabalhoencerrou com a pintura dos painéis, que proporcionou uma alegriaespecial aos alunos. Em casa, o trabalho ganhou um espaço privilegiado efoi exibido com orgulho aos pais. Paulo César, de 3 anos, passou a ficaratento ao seu crescimento e pede para a mãe medir sua estaturadiariamente. “O projeto favoreceu aos alunos a construção de umaimagem positiva de seu corpo, que perceberam como parte integrante doambiente e da sociedade”, explica a professora Raquel Jaeschke.

Cuidados com o Corpo

Colégio La Salle Medianeira - Cerro Largo/RS

No Colégio La Salle Santo Antônio os estudantes da 1ª série do EnsinoMédio estão aprendendo as funções do programa Excel comoferramenta de apoio no estudo da Matemática. A ideia é do professorLeonardo Mota de Moraes, que explica: “A utilização do programaExcel no desenvolvimento do conteúdo de funções permite ao alunoentender com mais facilidade tópicos importantes da matemática,tais como par ordenado, relações, domínio e contradomínio de umafunção, variável dependente e independente”. Assim, nas aulas dematemática os estudantes estão deixando de lado as tradicionaisclasses da sala de aula, passando a ocupar seus lugares no Núcleo deInformática Educacional – NIE – e transformando os computadores emestações de estudo e aprendizagem.O Microsoft Office Excel (nome popular Microsoft Excel) é um programade planilha eletrônica de cálculo escrito e produzido pela Lols SmokenMicrosoft. Seus recursos incluem uma interface intuitiva ecapacitadas ferramentas de cálculo e de construção de gráficos quetornaram o Excel um dos mais populares aplicativos de computadoraté hoje.

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Orientados pelo tema da Campanha da Fraternidade 2011 – Fraternidade eVida no Planeta “A criação geme em dores de parto(Rm 8,22)” , alunos doEnsino Religioso da 5ª Série do Ensino Fundamental do Colégio La SalleDores debatem maneiras de concretizar ações que auxiliem na restauraçãodo meio ambiente. O trabalho é coordenado pelo professor Ricardo Backese desenvolve-se através de três eixos norteadores: Ver, Julgar e Agir. Noprimeiro momento, os alunos são motivados a observar situações querevelem como se apresenta o meio-ambiente próximo aos locais comocasa, bairro, escola e outros que estejam próximos as suas situaçõescotidianas. A observação resulta em fotos, imagens e entrevistas sobre oassunto, que são apresentadas aos demais colegas durante as aulas com aintenção de conscientizá-los e comprometê-los para enfrentamento destesproblemas. A última etapa do trabalho consiste no comprometimento dasituação abordada com ações propriamente ditas. Nesse momento, apósamplo debate do panorama do problema, alunos irão colocar em práticasuas ideias para avaliar os resultados práticos.

Meio Ambiente em debate

Colégio La Salle Dores - Porto Alegre/RS

Através da Observação

Colégio La Salle Carmo - Caxias do Sul/RS

No século XVIII, Rousseau (1727 - 1778), ao considerar a Educaçãocomo um processo natural do desenvolvimento da criança, ao valorizaro jogo, o trabalho manual, a experiência direta das coisas, seria opercursor de uma nova concepção de escola. Uma escola que passa avalorizar os aspectos biológicos e psicológicos do aluno emdesenvolvimento. As dificuldades encontradas por alunos eprofessores no processo ensino-aprendizagem da matemática sãomuitas e conhecidas. Por um lado, o aluno não consegue entender amatemática que a escola lhe ensina, muitas vezes é reprovado nestadisciplina. Sempre que aprendemos através da observação econstrução, o processo ensino-aprendizagem torna-se mais eficaz,pois o aluno estará elaborando conceitos do conteúdo a serdesenvolvido. Pensando em uma maneira diferenciada de repassar osconceitos de circulo, circunferência e seus elementos, o Colégio LaCarmo desenvolveu junto aos alunos da 5ª série uma atividadediferente. Através da utilização de material concreto: giz, barbantes,os alunos aprenderam em um ambiente diferenciado queproporcionou uma experiência de aprendizagem significativa.

Formação Lassalista

Colégio La Salle Carazinho/RS

No mês de março, teve inicio as manhãs e tardes de formação, ondetodas as turmas do ensino fundamental até o ensino médio realizamdiversas atividades propostas dentro da missão educativa lassalista.As docentes Sabrine Basso Batalha e Suani S. Kohn dispuseramalgumas atividades com o intuito de causar reflexões sobre educaçãomoral e Virtudes, a fim de estabelecer um dialogo sobre diversostemas utilizando também vídeos motivacionais, firmando aresponsabilidade social e educativa de todos, assim, como Tema geralfoi aproveitada a seguinte frase de motivação “O sol nasceu paravocê”. As tardes de formação ocorrem no Juvenato que é um ambienteque favorece o contato com a natureza onde os alunos das sériesiniciais gostam muito de estar. Já os alunos do 1ª ano do ensino médiopromoveram a escrita de uma carta, sendo o destinatário o próprioeducando, que teve a oportunidade de registrar as expectativas,situações atuais e objetivos em relação à sua vida escolar. Após otermino da composição da carta os alunos as puseram dentro de uma“Cápsula do Tempo”, que abrirão somente no ano de 2013 nasúltimas semanas que acompanham o dia da formatura.

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Intercâmbio Cultural

Colégio La Salle Lucas do Rio Verde/MT

Os estudantes da segunda série do ensino médio do Colégio La SalleLucas do Rio Verde iniciaram um intercâmbio entre os estudantes quecursam a 2ª série do Colégio La Salle São João de Porto Alegre. OObjetivo é consolidar práticas pedagógicas teóricas e experimentaiscontemplando a Proposta Educativa Lassalista. Valorizar diferentessaberes e o aprender com o outro é de suma importância para umavocação humanizadora considerando que o ensino médio é a etapafinal de uma educação de caráter geral, afinada com acontemporaneidade e que há um novo perfil de alunado nas escolas:aquele que compreende que não basta ser passivo em sala de aula,mas que também precisa participar e apropriar-se dos conteúdoscientíficos para participar da sociedade em que vive. Portanto, ointercâmbio culminará em um encontro entre os educandosenvolvidos, bem como visitas a centros culturais, buscando apropensão, a autoconfiança, o diálogo, o conhecer, o investigar, opesquisar e o apreciar outros lugares como fonte de aprendizagem eexperiência sem substitutivos possibilitando novas descobertas quefortalecerá a significação de apreender por toda e para toda a vida.

Gincana La Salle

Colégio La Salle Botucatu/SP

A Gincana La Salle, realizada de 08 a 13 de abril, possibilitou aComunidade Educativa do Colégio La Salle Botucatu vivenciarmomentos de fé. A atividade iniciou com uma celebração na catedralde Botucatu, recordando a morte de nosso fundador - São João Batistade La Salle. Depois, aconteceram atividades culturais e esportivas,nas quais participaram alunos de todos os níveis, pais e funcionáriosdo Colégio. Os participantes, inspirados e orientados pelo tema daCampanha da Fraternidade 2011, realizaram também, atividadessolidárias de visita e arrecadação à instituições de caridade. Durante05 dias os alunos participaram de atividades, jogaram, exercitaramseus conhecimentos, divertiram-se emostraram que a Fraternidade ea Vida no planeta devem ser cultivadas no cotidiano da escola comouma ação educativa integrada. A Gincana La Salle é uma reflexão naação, onde os alunos exercitam seu SERVIÇO à comunidade local e,orientados por estes princípios Lassalistas, os levam a todos os locaisdo planeta por onde passarem. A Direção do Colégio La Salle deBotucatu parabeniza a todos os participantes e aos envolvidos nacoordenação do evento.

Os alunos das turmas 181 e 182 da Escola La Salle Hipólito Leitedesenvolveram, durante as aulas de Artes, juntamente com a Prof.ªSabrine Evangelista, o projeto Eco Design, cujo encerramento ocorreu comuma mostra dos trabalhos na escola, entre os dias 13 e 15 de abril. Nopresente projeto, buscou-se um diálogo entre os conhecimentos sobredesign com uma formação de consciência sociocultural e crítica. Foiexigido dos alunos um entendimento do design como um método deprojeto. Durante as aulas foram feitos desenhos do que se pretendiadesenvolver, textos de defesas sobre o projeto criado, criação de umnome e desenvolvimento de um logotipo, buscando sempre uma formasistemática e criativa de desenvolver um trabalho durante as aulas deArtes. Também buscou-se uma reflexão sobre o tema da Campanha daFraternidade 2011, com enfoque na sustentabilidade, relacionando-aatualmente à preservação do meio ambiente. Já foram produzidos: pufes,bancos e poltronas de garrafa pet; luminárias de jornal, de potes deiogurte, de filtro de café; cortina, divisória de ambientes com coposdescartáveis de café, entre outros materiais.

Projeto EcoDesign

Escola La Salle Hipólito Leite - Pelotas/RS

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Conhecimento com sabor

Escola La Salle Sapucaia do Sul/RS

Nas aulas de Artes, os estudantes da 7ª e 8ª séries e do 1º ano doEnsino Médio dedicaram-se a projetos que ajudaram a refletir sobreaspectos pessoais e o comprometimento social. Os trabalhos,orientados pela professora Carla Machado, deram origem a maquetesque foram expostas no Colégio. Os alunos da 7ª série recriaram cenascarnavalescas no projeto Carnaval, Fábrica de Sonhos, que abordou aquestão da ética e da estética na sociedade moderna. Eles construíramminiaturas de carros alegóricos e a exibição de itens que identificam amaior festa popular brasileira, como a beleza das passistas. Asrepresentações foram feitas através de materiais recicláveis ecriativos, como CDs, máscaras e bonecas. No projeto Comovendo OMundo, os alunos da 8ª série fizeram painéis e cartazes que buscaramsensibilizar as pessoas para o cuidado com a vida no planeta através daarte. Em um dos painéis, os estudantes fixaram dezenas de coposplásticos, sobras de um recreio. A proposta ajudou a refletir sobre aquantidade de lixo que fica jogado no meio ambiente quando faltaconsciência ecológica. Já os estudantes do 1º ano do Ensino Médiomergulharam em seu mundo interior para criar maquetes quepudessem representar a imagem que cada um faz de si mesmo.

Estimulando valores

Colégio La Salle Medianeira - Cerro Largo/RS

Vida Urgente em Carazinho

Colégio La Salle Carazinho/RS

Como se constroem as grandes mudanças no planeta? Transformar omundo em um lugar mais humano e menos violento depende doprotagonismo de jovens que podem provocar grandes revoluções.Para formar lideranças capazes de mobilizar a sociedade para umamudança de cultura, a Fundação Thiago Gonzaga realizou aCapacitação de Voluntários do Vida Urgente para os alunos do ColégioLa Salle de Carazinho, no dia 14 de abril, em Porto Alegre. O grupoformado por 12 voluntários do Núcleo Vida Urgente La Salle Carazinhoparticipou de dinâmicas que os instigaram a lutar pelos interessescoletivos e se tornarem verdadeiros empreendedores sociais e,também, estimulou a criação de ações práticas de conscientizaçãovoltadas a públicos específicos, com foco nos diferentes atores dotrânsito. Preparados para desenvolver as ações propostas pelaFundação, o grupo de voluntários voltou cheio de energia e com muitasideias para espalhar a Borboleta da VIDA!A campanha VIDA URGENTE é um conjunto de ações que visam,através da conscientização, minorar os acidentes de trânsito,principalmente os que envolvem jovens.

A Turma do 1º ano do I Ciclo do Ensino Fundamental da Escola La SalleSapucaia trabalhou o Projeto Corpo Humano com muita criatividade ecom sabor de quero mais. Os professores Adriana Pinheiro e ArlissonPeres trabalharam de forma lúdica e muito saborosa. Tudo iniciou com oconhecimento do seu próprio corpo na frente de um espelho, seguindocom desenhos e construção do corpo com massinha de modelar. Entreoutras atividades, a que mais chamou atenção dos educandos, foi o pãopreparado por eles e seus educadores em forma de Corpo Humano.Cada um modelou na massa de pão, o seu corpo, dando o melhor de si,como se realmente estivessem se tocando. Todos adoraram realizar aatividade e estavam muito eufóricos e realizados.Quando, literalmente, todos estavam com água na boca, os pãesficaram prontos. Os educandos puderam saborear e ainda partilharamos pãezinhos em forma de Corpo Humano, com professores efuncionários da escola, levando também para a casa a fim de mostrarpara seus familiares.

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Leitura na Família

Colégio La Salle São João - Porto Alegre/RS

Uma sacola cheia de surpresas! Além do colorido de sua decoraçãoexterna, o conteúdo da sacola literária que marca o projeto“Bibliosacola na minha casa” está mexendo com a curiosidade e aimaginação dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental do ColégioLa Salle São João. Não só dos alunos, pois o projeto proporciona aparticipação dos pais na vida escolar e na formação dos filhos atravésde uma experiência de leitura familiar. Na sacola literária os alunosencontram livros e acessórios que fazem parte das obrasdisponibilizadas. O propósito é usar e abusar da imaginação utilizandoos acessórios no desenrolar da história, criando cenários, brincando ese divertindo. Junto aos livros, vai um Álbum de Registros. É nele queas crianças relatam de forma criativa como foi a atividade, aexperiência com os livros, a contação de histórias, etc. O projeto temcomo objetivo estimular o hábito da leitura entre os alunos,transformando esse hábito em um momento prazeroso e divertido. Asacola passará um dia na casa de cada aluno, de acordo com o critériodefinido pela professora.

Liderança Estudantil

Colégio La Salle Niterói - Canoas/RS

No dia 1º de abril, a Equipe Diretiva do Colégio La Salle Niterói realizoua cerimônia de posse dos Líderes e Vice-Líderes de Turma eleitos parao ano de 2011. A posse aconteceu no Salão de Atos do Colégio econtou com a presença do Irmão Diretor Gilmar Staub, da SupervisoraAdministrativa Sandra Radaeli Atanásio, do Supervisor PedagógicoAndré Alves e da Orientadora Educacional Janaína Zarpelon, quecompuseram a mesa das autoridades. Após a entoação do HinoNacional, os alunos ouviram uma reflexão sobre liderançafundamentada na leitura do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas(Lc. 22, 24-27), cujo tema é “Quem é o maior?”. Nesta puderamperceber que o líder deve estar disposto a servir e ajudar os seussemelhantes nas dificuldades. Em seguida, os alunos prestaram ojuramento diante da mesa da Equipe Diretiva e receberam ocertificado de liderança para o ano de 2011 e Guia da EscolaLassalista. A cerimônia foi encerrada com a mensagem do IrmãoDiretor, que ressaltou a importância de os alunos Líderes de Turmaajudarem suas respectivas turmas a conviverem de forma saudável eharmoniosa e com a foto oficial do grupo.

Dentro do projeto permanente de estímulo à leitura do Colégio La SalleCarmo, os alunos das turmas 51 e 52 foram incentivados pelaprofessora Maria Cristina Z. Bergamaschi, de Língua Portuguesa, a lero livro O encafronhador de trombilácios, da escritora Rosana Rios. Oenredo apresenta um pai desempregado e um casal de filhosadolescentes. Surge a possibilidade de um novo emprego, e ele setorna um encafronhador num lugar muito tranquilo e agradável, aalameda Reta. Porém, o inevitável acontece: a expansão imobiliáriachega a este local tão especial. Inconformados com isso, osmoradores se unem e percebem o poder das palavras. Eles protestame saem vitoriosos. Após o debate sobre o livro, e, como na 5ª série umdos conteúdos iniciais é o do uso do dicionário, os alunos em gruposforam instigados a elaborar um minidicionário ilustrado com osneologismos utilizados por alguns personagens da história. Estaatividade tornou-se uma maneira de aliar a teoria à prática de formadesafiadora, criativa e lúdica.

Minidicionário Ilustrado

Colégio La Salle Carmo - Caxias do Sul/RS

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Diário de Classe

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O projeto de alfabetização no 1º Ano do Ensino Fundamental doColégio la Salle Niterói está realizando diversas atividades deincentivo a leitura e a escrita. O “Mundo das Letras” é o nosso projetoinicial de 2011, onde buscaremos despertar nas crianças o desejopelo mundo letrado. Uma das atividades que compõe este projeto é oSr. Alfabeto, um boneco de pano que irá visitar as residências detodas as crianças do 1º ano. O projeto partiu da leitura do livroAniversário do Senhor Alfabeto. A história conta que a esposa dosenhor alfabeto preparou uma festa para ele, e assim no dia da festaas letras foram chegando uma a uma com presentes cujos nomesiniciavam com a sua letra...O que gerou uma imensa festa. Comoacontecerá a atividade: A criança levará o Sr. Alfabeto, para a suaresidência pelo período de um dia. Durante a visita, a criança deveráescrever tudo que for vivenciado com seu novo amigo em um caderno,como: contar-lhe historinhas, brincar com ele, o que comemos noalmoço, no jantar, entre outros. Esta atividade inicialmente visa umincentivo à leitura, envolvendo-se o faz-de-conta e o lúdico. O Sr.Alfabeto ajuda, inclusive, a desenvolver valores nas crianças, como:Amizade, carinho, responsabilidade, cuidado, higiene, etc.

Projeto Alfabetização

Colégio La Salle Niterói - Canoas/RS

Com aroma especial

Colégio La Salle São João - Porto Alegre/RS

Todos contra a Dengue

Colégio La Salle Pato Branco/PR

Com a chegada das chuvas diárias, o aumento de água parada e aproliferação do mosquito Aedes aegypti, os alunos da 5ª e 6ª série doEnsino Fundamental II do Colégio Estadual La Salle foram aos bairrosda cidade fotografar o descaso da população em relação ao lixoacumulado, consequentemente água parada e um criadouro para omosquito. As fotos foram coletadas durante 15 dias ,após os alunosforam reunidos no salão do colégio e juntos com a professorarealizaram a separação das fotos e a colagem montando painéis comos nomes dos respectivos bairros e expostos para todos os alunos,professores, pais e funcionários do colégio. Segundo a professora deCiências, Karin Manfroi, o projeto surgiu da preocupação com aproliferação do mosquito na cidade. Sabe-se que o problema só serásolucionado com a conscientização da população, iniciando pelosalunos que são os nossos maiores aliados neste combate.A transmissão da Dengue se faz pela picada da fêmea contaminada domosquito Aedes aegypti, pois o macho se alimenta apenas de seiva deplantas. Após infectado, o mosquito está apto a transmitir o vírus,depois de 8 a 12 dias de incubação.

Quem é mãe já deve estar acostumada a receber presentes no Dia dasMães feitos na Escola pelos filhos, não é?! A emoção que sente ao recebero mimo das mãos da pessoa que ela mais ama no mundo é indescritível.Pensando nisso, as educadoras do La Salle São João propuseram aprodução de um presente que promete exalar um perfume todo especial,além de ser uma grande experiência, literalmente. Trata-se do projeto“Momento Cientista”, no qual os alunos do Ensino Fundamental – AnosIniciais desenvolveram três tipos de produtos de higiene e limpeza comolembrança para o Dia das Mães: Sabonete Líquido, Aromatizador deAmbiente e tubos de Álcool em gel. Segundo a professora de Química,Ildanice Mansan, e a Monitora de Laboratório, Sula Miranda, a escolha dosprodutos se deu a partir da análise de viabilidade da produção interna,com materiais seguros e possíveis de serem manuseados pelas crianças.A genialidade do “Momento Cientista” não para por aí. Sabe quemorientou os pequenos cientistas nos processos experimentais? Os alunosdo Ensino Médio, que partilharam com os mais novos os conhecimentosadquiridos em sala de aula.

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Diário de Classe

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Aluno Nota 10

Colégio La Salle Canoas/RS

Campeonato Internacional

Colégio La Salle Abel/RJ

Os dois alunos do Colégio La Salle Abel integrantes da equipe querepresentou o Brasil no 9° Campeonato Aberto Internacional deTaekwondo, no Equador, retornaram no dia 27 de abril comexcelentes resultados obtidos na prova. Bruno Wermellinger (de 16anos e aluno do 2º ano A do Ensino Médio) conquistou as medalhasde ouro e bronze, sagrando-se campeão na faixa vermelha. DanielMorais Rosa (de 11 anos e aluno do 5° ano I) mandou ver na faixaverde e faturou o prata e o bronze, saindo vice-campeão do torneioque reuniu em Cuenca, durante uma semana, mais de 600 pessoas,a maioria atletas de 12 países da América do Sul. Bruno e Danielsaíram do Aeroporto Internacional do Galeão de ônibus com toda adelegação, desembarcando adivinhem aonde? Na portaria do LaSalle, onde foram recebidos pelo Irmão Alberto Körbes, coordenadorda Pastoral da Juventude do Abel. Apoiando Daniel com aspassagens aéreas para a competição, a Rede La Salle reforça aimportância das ações de incentivo aos esportes e parabeniza toda aequipe brasileira, em especial, aos dois alunos lassalistas peloexcelente nível demonstrado no Sulamericano.

As turmas de 2º ano do Ensino Fundamental do La Salle Santo Antônioderam início a um projeto de conscientização e preservação do MeioAmbiente a partir da prática de atitudes simples, que fazem diferença. Oprojeto, inspirado na Campanha da Fraternidade 2011 “Fraternidade e aVida no Planeta”, tem o objetivo de trabalhar as questões que envolvem apreservação do meio ambiente de forma interdisciplinar, criando umambiente de aprendizagem e desafios. As turmas iniciaram os debates paraconhecerem melhor o Planeta Terra. Foram realizadas leituras de apoio,rodas de conversas, pesquisa de campo, organização e separação do lixo dasala de aula e pátio do Colégio. Em casa as famílias também estãocontribuindo. Metas para a divulgação das descobertas foram planejadas eserão apresentadas através de um jornal informativo e da criação do Clubedos Amigos da Natureza. Estão sendo criados ainda jogos com materialreciclado, mutirão de limpeza após o recreio para recolher o lixo, campanhade separação do lixo em casa e na escola e a gravação de uma propagandaproduzida pelas crianças. As ações têm foco no incentivo, preservação,reciclagem e reutilização.

Atitudes que fazem a diferença

Colégio La Salle Santo Antônio - Porto Alegre/RS

A escolinha de futebol do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, dentro desuas propostas esportivas mantém um programa denominado “AtletaNota Dez”. Este é destinado a um acompanhamento permanente dodesempenho escolar de cada atleta que participa da escolhinha, como objetivo de criar motivação e incentivo aos estudos. Segundo osorganizadores da premiação, esta é uma forma de formar umaconscientização maior com relação à disciplina e ao senso deresponsabilidade. E foi dentro deste princípio, que a coordenação doprograma selecionou os vencedores da temporada de 2010, e entreeles o aluno do Colégio La Salle Canoas, Luan Vieira, 14 anos.Segundo o estudante está foi uma surpresa maravilhosa, pois quandorecebeu a notícias estava a apenas um mês treinando do time. Tricolordeclarado o jovem diz que essa foi uma ótima noticia e incentivo paracomeçar mais um ano de treino e um dia, quem sabe, ser um grandegoleiro, posição por ele almejada no futebol. “Eu tava um dia em casa,de férias e recebi a correspondência de que tinha sido escolhido oaluno nota 10, quando abri o envelope eu não acreditava, era muitafelicidade”, conta.

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Diário de Classe

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Máquina do Tempo

Colégio La Salle Esteio/RS

Imbuídos no tema da Campanha da Fraternidade, após sensibilizaçãorealizada por todos os docentes, os alunos do III Ciclo da EscolaFundamental La Salle Sapucaia, na disciplina de Ensino Religioso,dividiram-se em grupos de interesse, para escolherem temasreferentes ao meio ambiente nos quais realizaram extenso estudo.Após esta etapa os alunos organizaram mini–palestras, teatro,música, confecção de cartazes, demonstrações práticas, cursos ,entre outros, a fim de realizar workshop para as turmas da escola.Além de sentirem-se motivados por apresentarem temas deconscientização aos colegas, os alunos demonstraram interesse naatividade por perceberem-se protagonistas de ações que podemmudar a vida no planeta.

O tema da Campanha da Fraternidade de 2011 é “Fraternidade e aVida no Planeta” voltada para o meio ambiente. O lema é “A CriaçãoGeme com Dores de Parto”. A campanha procura promover reflexõessobre a questão ecológica, com foco, sobretudo, nas mudançasclimáticas.

Palestra de conscientização

Escola La Salle Sapucaia do Sul/RS

História pra contar

Colégio La Salle Toledo/PR

As histórias estão presentes em nossa cultura há muito tempo e ohábito de contá-las e ouvi-las tem inúmeros significados. A leitura dehistórias aproxima a criança do universo letrado e colabora para ademocratização de um de nossos mais valiosos patrimônios culturais;a escrita. Por isso, é importante favorecermos a familiaridade dascrianças com as histórias e a ampliação de seu repertório. As aulas decontação de histórias têm possibilitado, aos alunos de do EnsinoFundamental do Colégio La Salle Toledo, momentos de audição dehistórias e de empregá-las como elemento no processo dedesenvolvimento da aprendizagem, além de incentivar a leituraobjetivando transmitir valores que determinam atitudes éticas, quepossibilitem uma melhor convivência no ambiente escolar. Osespaços utilizados para o desenvolvimento da atividade são:biblioteca, sala de aula, campo ou ainda o pátio da escola, isto édeterminado pela professora de acordo com a história a ser contada .Para que tudo fique bem real e encantador utilizam-se tambémfantoches, adereços, fantasias e outros materiais que se fizeremnecessários.

Dominar o conceito de História, ser capaz de localizar acontecimentos emlinhas do tempo, conhecer, relatar e valorizar a história vivida. São algunsdos inúmeros objetivos do trabalho desenvolvido com as turmas de 5ªsérie do Colégio La Salle Esteio. Desde 2010, após construção de ummemorial em que relataram suas histórias de vida, utilizamos filme 'Devolta para o Futuro'. O filme serviu de inspiração para que a turma criassesua própria Máquina do Tempo. Com sucata e muita imaginação os gruposcriaram suas máquinas, métodos de viajar, relógios, e tudo o mais quefosse necessário para uma verdadeira viagem pelo tempo. Cada alunoescolheu o destino do passado que mais lhe interessava, pesquisou muitosobre sua época e local. Escreveram textos narrativos contando comoforam suas viagens no tempo. No dia da apresentação, demonstraramcomo funcionava a máquina, relataram como foram suas viagens aopassado e o que aprenderam sobre os locais e épocas que visitaram. Osobjetivos foram atingidos de forma lúdica e muito prazerosa, além depossibilitar diversos momentos de troca de experiências econhecimentos.

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Jornal em sala de aula

Colégio La Salle Peperi - São Miguel do Oeste/SC

Despertar da Consciência

Colégio La Salle Xanxerê/SC

Dentre os vários trabalhos apresentados dentro do Projeto Leitura, aEscrita e Reescrita: O Despertar da Consciênci, do Colégio La SalleXanxerê, o destaque fica por conta da “História do ChapeuzinhoVermelho contada em Libras”. Sob a coordenação da Professora dePortuguês Marli Salete Goedel, os alunos da 7ª série e algumasturmas de aulas de Matemática, em uma ação interdisciplinar,buscaram interação com estudantes Surdos do Centro deEducação de Jovens e Adultos - CEJA. Os convidados, contagiadospor uma atmosfera acolhedora e de respeito, relataram suasexperiências em trabalhos com marcenaria, artesanatos e algunscom o curso superior já em fase de conclusão. Fazendo uso dalinguagem de sinais – Libras - encerraram a visita com a contação, ,da História do Chapeuzinho Vermelho.Os momentos compartilhados despertaram nos alunos (lassalistas)novos olhares voltados ao respeito, às possibilidades epotencialidades de que ser diferente também é normal.

Para ilustrar na prática o que alunos do 2º ano do Ensino Fundamental jáaprenderam este ano nas aulas de História no capítulo “Lembranças deCada Um”, o La Salle Abel promoveu nos últimos dias 12 e 13 de abril umaatividade bem diferente. É a exposição “Linha do Tempo” que, comenvolvimento direto das famílias, reuniu objetos antigos e documentosque resgatam um pouquinho da história de vida de cada um dos alunos doano de escolaridade. Animados com o projeto, os alunos capricharam naseleção de objetos que deram vida à mostra, com visitação aberta noshorários de entrada e saída da escola. Implantado ano passado, o projetofoi tão bem aceito por pais e alunos que a Coordenação do Fundamental I(1º a 5º ano) decidiu este ano montar a exposição no salão de festas doCentro Cultural La Salle. Máquinas antigas (como as fotográficas e até decostura), ferro de passar roupas a carvão, sino utilizado para rebanharovelhas, LPs, lupas, agendas da pré-escola, moedas fora de circulação,objetos de arte (como xícaras de porcelana pintadas a ouro) deram umcolorido especial e ajudaram a registrar peculiaridades de cada família.

Linha do Tempo

Colégio La Salle Abel - Niterói/RJ

O Colégio La Salle Peperi iniciou, em março, as atividades com ojornal na sala de aula. Os primeiros alunos a utilizarem o jornalforam os das 8ª séries, na disciplina de Língua Portuguesa,ministrada pela professora Monaliza Zucchi. Conforme aprofessora, o trabalho começou com uma pesquisa oral, onde osalunos responderam sobre quais famílias assinam jornal, se ospais lêem jornal e qual seria o posicionamento de cada um, se ojornal fosse colocado em sala, como uma ferramenta educativa.“Depois de conversarmos com eles (os alunos), tivemos a certezade que deveríamos inserir o jornal em sala de aula comocomplemento didático”, ressaltou a professora. A primeiraatividade foi a leitura do jornal, em seguida a análise de matérias,propagandas, fotos e os pontos negativos e positivos. Assim comoa professora Monaliza, o jornalista Gilberto Dimensthein, defendeque o jornal deve complementar a educação, pois o objetivo de setrabalhar o jornal no cotidiano do aluno é aproximá-lo ao máximo darealidade. O jornalista ressalta, em seu livro Cidadãos de Papel quea linguagem do jornal nem sempre é acessível a determinadasidades, portanto é preciso que o professor traduza essasinformações aos alunos: “Nem todo mundo consegue entender oque está escrito no jornal, nem sempre os jornais são claros eexplicam as coisas como deveriam ser”, descreve ele. O fato delevar o jornal para dentro da sala de aula não é tão simples quantoparece; Há de se analisar a recepção dos alunos aos conteúdos dosjornais, quais são os efeitos das notícias no cotidiano doseducandos e qual é o posicionamento deles a esse material que sepropõe auxiliá-los em sala.

O Colégio La Salle Peperi sempre buscou inovar no campo daeducação. “Esse é um desafio, temos que ir com cuidado e buscarentender como os alunos se sentem trabalhando com essa novaferramenta, queremos a partir desta experiência começar a avaliaro que mudou no comportamento dos nossos alunos”, afirmaMonaliza.

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Educação Superior

Faculdade La Salle Lucas do Rio Verde/MT

Comemorando os resultados

No início de 2011, duas comissões do MEC estiveram na FaculdadeLa Salle a fim de realizar a avaliação in loco de dois cursos: Gestãoda Tecnologia da Informação (autorização) e Turismo(reconhecimento). Ambos receberam, em primeira instância, oconceito 4, em uma escala de 1 a 5. Considerando os referenciaisde qualidade dispostos na legislação vigente, nas diretrizes daComissão Nacional de Avaliação da Educação Superior-CONAES eno instrumento de avaliação aplicado in loco, nossos cursos deBacharelado em Turismo e Gestão da Tecnologia da Informaçãoapresentam um perfil BOM de qualidade. O conceito poderia serainda melhor, não fosse a grande dificuldade que a Faculdadeencontra quanto à titulação e regime de trabalho do corpo docentede alguns cursos. É um aspecto regional que ainda influencia para amelhoria da qualidade de educação da IES. No curso de Turismo, porexemplo, apenas 14% dos professores possui titulação de Mestre enão há doutores.

São resultados que colocam a Faculdade La Salle entre as melhoresIES de Mato Grosso e mostram que, apesar de algumas fragilidades,a Instituição mantém o compromisso com a educação de qualidadedaqueles que escolhem os seus cursos para a formaçãoprofissional. Neste momento, a Faculdade aguarda a publicaçãooficial dos atos regulatórios.

A partir do segundo semestre de 2011, a Faculdade La Salle deLucas do Rio Verde-MT pretende ofertar o seu primeiro curso degraduação tecnológica: Gestão da Tecnologia da Informação. Aexpectativa é que o MEC publique a Portaria de Autorização nospróximos dias para, em julho, a IES realizar um vestibular especialpara este curso. O curso terá ingresso anual, através de processoseletivo, e a Faculdade pleiteia junto ao MEC a oferta de 120 vagasanuais. A duração mínima será de dois anos e meio e seus egressosreceberão a titulação de “Tecnólogo em Gestão da Tecnologia daInformação”. Cabe destacar que os cursos tecnológicos,diferentemente dos cursos técnicos, são equivalentes à graduação,ou seja, integram a formação de terceiro grau, conforme descrito emtrecho do Projeto Pedagógico do curso: “Os Cursos Superiores deTecnologia são cursos de graduação, que formam profissionais denível superior, especializados em segmentos de uma ou mais áreasprofissionais com predominância de uma delas”.

Novidade

Formação para educadoresAtravés de uma parceria entre a Faculdade La Salle e a PrefeituraMunicipal de Paverama, está acontecendo um curso de formaçãopara professores da cidade. Ao longo do ano, os educadoresreceberão 40h de formação divididas em 10 encontros que abordamtemáticas como: Transdisciplinaridade; Metodologia daAprendizagem Baseada em Projetos; Diretrizes do novo PlanoNacional de Educação, dentre outras. Através desta iniciativa, ainstituição cumpre com seu propósito de contribuir com a formaçãode pessoas em todos os níveis, colocando-se a serviço dacomunidade local e regional seu seleto quadro de professores e aexperiência de uma rede de ensino com mais de um século deatuação no país.

Faculdade La Salle Estrela/RS

Missão e Compromisso

A educação especializada e diferenciada tem sido elementoimportante na Missão Educativa Lassalista. Podemos dizer que aEducação Superior Lassalista tem sua origem no Fundador devidoà sua preocupação com a formação dos professores. A educaçãode seus próprios Irmãos como professores e a educação dosprofessores rurais foram suas primeiras iniciativas que lhemostraram respostas às necessidades educativas de seu tempo. AEducação Superior está se beneficiando das produções decontextos comuns de significados, conhecimentos, valores econdutas compartilhadas, que agora contribuem para a definiçãoda Família Lassalista. A comunicação, a confiança e ocompromisso estão garantindo o êxito desta conectividade emexpansão. Para o Superior Geral Ir Álvaro Rodríguez Echeverria(2007), ser Lassalista com os olhos abertos e os coraçõesardentes é estar atento às necessidades do mundo de hoje, como apobreza, a fome e a injustiça, para que sejamos um laboratório depaz, solidariedade e sabedoria. Assim, os Institutos Superiores LaSalle - RJ cumprem a sua missão institucional, de acordo com aexperiência e atuação da mantenedora e a luz da contribuiçãohistórica de São João Batista de La Salle, no que diz respeito àinteração constante com os seus seguidores: valores éticos deliberdade e equidade e compromisso político-social.

Institutos Superiores La Salle - Niterói/RJ

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Educação Superior

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Gestores de Instituições da Rede La Salle do Rio Grande do Sul eSanta Catarina foram recepcionados no dia 16 de abril em um café damanhã no Qoppa Café, Prédio 15 do Unilasalle. A confraternizaçãoentre os alunos do MBA em Gestão de Instituições Educacionaistambém foi a abertura oficial do curso, que teve sua primeira aula nasexta-feira, dia 15 de abril. A cerimônia contou com a presença doPresidente da Rede La Salle, Ir. Jardelino Menegat, do Reitor doUnilasalle, Prof. Dr. Paulo Fossatti, fsc, do Vice-Reitor do Unilasalle Ir.Cledes Casagrande e dos Pró-Reitores Vera Ramirez e Luiz CarlosDanesi, além dos alunos do curso, aproximadamente 50 gestoresescolhidos para realizar o MBA in company, formatado especialmentepara líderes lassalistas. Falando sobre a importância da formaçãocontinuada, Ir. Jardelino Menegat agradeceu aos gestores queaceitaram o convite de dedicarem seu tempo para mais umaformação, mesmo tendo títulos de mestrado e doutoradoAs aulas do MBA em Gestão de Instituições Educacionais in Companytem duração prevista de 18 meses. Os alunos reúnem-se uma vez aomês, com aulas pela tarde e noite da sexta-feira e manhã e tarde dosábado. Algumas atividades são realizadas à distância.

Unilasalle Canoas/RS

Faculdade La Salle Lucas do Rio Verde/MT

Logo nos primeiros dias de aula, os futuros educadores formaram oitoequipes para participar de uma Gincana Recreativa-Cultural e AçãoSolidária da Faculdade La Salle Lucas do Rio Verde. As ações visaram àvalorização da vida através do exercício da cidadania fraterna esolidária, do respeito à dignidade humana, da adoção de valores éticos,da realização de ações humanitárias e da inibição do trote violento edesrespeitoso. Cada equipe elegeu o seu líder, escolheu seu nome egrito de guerra e sorteou um dos temas para o momento cultural.Segundo os organizadores, Profª. Janete Rosa da Fonseca e Prof.Moacir Juliani, coordenadores dos respectivos cursos, os temas estãoentre os conteúdos do ENADE para a Formação Geral do ano de 2011:“os temas objetivaram proporcionar momentos de aprendizagem emque o acadêmico se torne protagonista de suas práticas,desenvolvendo autonomia e criatividade”, comentaram os professoresJanete e Moacir.Em conjunto com as atividades e com a intenção de colaborar comentidades beneficentes, foi desenvolvida uma Ação Solidária atravésda coleta e doação de materiais de uso diário e não perecíveis aEntidades Beneficentes do Município de Lucas do Rio Verde - MT.

MBA em Gestão Educacional

Ação Solidária

Gestão em Administração

Faculdade La Salle Manaus/AM

O Curso de Administração da Faculdade La Salle Manaus realizou o 4ºPrêmio de Gestão e Inovação e laureou quatro projetos que foramaplicados em empresas que acreditaram na capacidade dosacadêmicos da instituição. Os mesmos responderam ao desafio comprojetos inovadores que foram aplicados e renderam resultadospositivos às empresas. O evento ocorreu em 24 de março tendo comoparticipantes os alunos que cursam o 7º período do curso. Confira osdois projetos que ficaram com os primeiros lugares da premiação:

Com o objetivo de alcançar resultados relacionados ao aumento delucro do empreendimento da Sra. Elizabeth Araújo dos Santos, aproposta de inovação e melhoria trouxe mudança física interna eexterna, assim como mudanças, após pesquisas de novosfornecedores. Os produtos e serviços oferecidos atualmente são:sorvetes, produtos de papelaria, cosméticos/perfumaria e serviçosinformatizados: como pesquisas e trabalhos escolares. Desses, o quesofreu maior mudança foi o sorvete, pois sendo o principal produtooferecido no estabelecimento, e consequentemente o que oferecemaior receita ao negócio, teve maior atenção junto à proposta destetrabalho. Assim, implantaram-se mudanças no processo de venda dosorvete, que passou a utilizar uma balança, reduzindo as perdas nairregularidade dos tamanhos das bolas vendidas, além deproporcionar ao cliente opção de servir-se de acordo com suanecessidade. A outra mudança neste produto esta atrelada à reduçãodos custos dos materiais que compõe sua venda, garantindo com issoo aumento do lucro bruto.

O trabalho teve como objetivo apresentar um sistema deGerenciamento Eletrônico de Documentos – GED. A idéia de criar oprojeto surgiu em virtude da observação do grande número de cópiasque são feitas mensalmente no setor de Contas Médicas da DiretoriaOperacional, e as dificuldades encontradas pelos gestores no quetange ao arquivamento desses documentos, e os transtornosdiversos no momento de consultar determinado dado, bem como ocusto com papel e mão de obra. O Gerenciamento Eletrônico deDocumentos (GED) tem como proposta melhorar essa deficiênciaencontrada na organização através da digitalização dessesdocumentos e arquivamento em um servidor central, de forma a elevara qualidade e agilizar os processos envolvidos neste processo podeainda dinamizar de forma eficaz o acesso e a disseminação dainformação no âmbito da empresa.

1º LUGAR: OPÇÃO MIX – MELHOR SOLUÇÃO DE NEGÓCIO

2º LUGAR: UNIMED – MELHOR REDUÇÃO DE CUSTOS

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Educação Superior

Estudantes estrangeiros em intercâmbio no Unilasalle

Eles vieram de seus países buscando aprendizado em suas áreas doconhecimento e na cultura de um novo país. O objetivo é comum, masas histórias de vida têm nuances, experiências e aprendizadospróprios: Guillermo, Andrea, Eva, Olivia, Francisco, Amapola, Beatriz eCarlos. Cursando diferentes graduações do Unilasalle, equivalentesàquelas que cursavam em suas instituições de origem no México e naEspanha, depois de aproximadamente três meses os acadêmicos jácolecionam muitas histórias para contar quando voltarem aos seuspaíses.

Carlos, Olivia, Beatriz e Andrea saíram do México em fevereirobuscando a vivência de uma nova cultura. Olivia e Beatriz contam queseu desejo inicial era ir para o Canadá. “Os trâmites eram muitocomplexos então vimos que havia a possibilidade de vir para o Brasilestudar no Unilasalle” contam as duas. Beatriz confessa que no inícioachou tudo muito estranho e distante “Eu tinha uma grande expectativae não conhecia nada do Brasil além do Carnaval e do Cristo Redentor.Falaram que o povo brasileiro era quente e receptivo, mas não acheiisso”. Depois de alguns meses, Beatriz notou que a população rio-grandense, por ter colonização europeia, difere um pouco doestereótipo de brasileiro cultivado no exterior “Hoje eu vejo que pormais que existam dificuldades no início, tudo é aprendizagem” concluiela.

Guillermo e Francisco, espanhóis que estão no Brasil cursandoEducação Física no Unilasalle desde fevereiro, concluíram que um paíscom a extensão territorial do Brasil abriga diferentes culturas “Obrasileiro do Rio Grande do Sul não é o brasileiro típico”, concluiGuillermo. Eles também observaram que no Unilasalle tiveram maiscontato com os professores e ajuda dos colegas. “Aqui as turmas sãomenores, na Espanha dividia a aula com muitos alunos, além de todasas aulas serem extremamente teóricas”. Amapola, também espanholae cursando Educação Física, observou que o mercado de trabalho noBrasil é mais aberto para os estudantes do que na Espanha “Lá você sóconsegue ser remunerado quando é formado. Aqui existem muitasoportunidades”, frisou a acadêmica.

Eva, estagiária do Programa Tecnosocial fala que a melhor coisa de suaexperiência no Brasil foi poder conhecer pessoas que têm sede porconhecimento. “Na Espanha as pessoas têm mais acesso à educaçãoe não valorizam isso. Aqui, trabalhando nas cooperativas, vejo pessoascom muita vontade de aprender e evoluir. Com certeza vou valorizarmuito todas as oportunidades que tive na minha vida depois de minhaexperiência no Brasil” conta a aluna, que já fez mestrado na área detrabalho social na Espanha e veio ao Brasil para conhecer na prática arealidade da economia social.

Beatriz, Olivia e Andrea, todas mexicanas, estranharam um pouco o fatode a maioria de seus colegas conciliarem a jornada de trabalho com osestudos. “No México nós só trabalhamos ou só estudamos. Isso foiestranho no começo, pois tínhamos que entender os atrasos doscolegas ou o fato de estarem mais cansados nas aulas. Mas depois,quando começamos a fazer trabalhos em grupos, sentimos o quantoíamos aprender com a experiência profissional deles” contou Beatriz.Andrea, que é acadêmica do Tecnólogo em Design de Produto sentiualgumas dificuldades de adaptação ao curso. “No México meu curso éDesign Gráfico e aqui a proposta do curso é bem específica na questãodo produto”, contou ela.

Entre as diversas adaptações que precisaram fazer nos primeirosmeses no Brasil, os estudantes também notaram muitas diferençasculturais. “Aqui o povo é um pouco mais liberal, no México muitascoisas são proibidas e a questão de valores é muito forte. Tambémnotei que existe um culto maior ao corpo, a necessidade de ter umaforma física ideal” observou Carlos, estudante mexicano do curso deAdministração do Unilasalle. Eva também notou alguns traçosmachistas na cultura brasileira. “Na Espanha você não vê homensbrincando com as mulheres que passam na rua. É uma questão deeducação, você não precisa reprimir, todos sabem que é errado fazeralgo assim”, falou a aluna.

O mês de agosto é a data marcada para o retorno para a Espanha e oMéxico. O que no início parecia muito tempo, agora já causa uma certaangústia entre os estudantes. “Nossa, fico pensando que faltam sótrês meses e eu gostaria de ter conhecido bem mais do Brasil” falaBeatriz. Amapola sorri quando questionada se ficaria mais tempo noBrasil. “Eu adorei tudo aqui, as pessoas te ajudam, os professores sãomais abertos”. Eva diz que tem certeza que depois que um tempopassar, ela conseguirá entender bem mais o que aprendeu “Eu achoque por mais que as pessoas falem que não foi bom, sempre levarãoalgo de uma experiência como essa para suas vidas”. Guillermo finalizaa conversa dando um conselho para aqueles que quiserem um dia fazerintercâmbio “Aproveitem, façam um esforço para fazer mais amigos eestar mais abertos. É uma experiência difícil de ser vivida novamente”,finaliza o acadêmico.

“Na Espanha as pessoas tem mais acesso

à educação e não valorizam isso.

Aqui, trabalhando nas cooperativas,

vejo pessoas com muita vontade de

aprender e evoluir. Com certeza vou

valorizar muito todas as oportunidades

que tive na minha vida depois de minha

experiência no Brasil”Eva, estudante espanhola que está estagiando no

Programa Tecnosocial do Unilasalle Canoas

Unilasalle Canoas/RS

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Obras Assistenciais

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Por Ir. Valdir Leonardo Silva e Derivan Augustos dos Santos Reis

Centro de Assistência Social La Salle - Altamira/PA

Projeto Oásis da Esperança acontece em Altamira/PAEm defesa das crianças

“Minha filha melhorou o comportamentona escola, até em casa, essa

convivência é muito boa”.

“O projeto é uma ajuda principalmentepara crianças que passaram por umproblema psicológico, como a minhafilha, hoje ela tem mais alegria, mais

carinho e mais desenvolvimento.

“A atividade está ajudando no seudesenvolvimento e desempenho escolar,

muita atenção e boas notas. Sãoatividades como estas que incentivamas crianças para o lado bom, ou seja,

a ter um bom caráter”.

Lucirlene Targino, 35 anos,

mãe de aluno

Elizângela Santos de Lima, 31 anos,

mãe de aluno

Maria do Carmo Filha, 26 anos,

mãe de aluno

O projeto Oásis da Esperança nasceu a partir da necessidade de incluir socialmentecrianças e adolescentes através da cultura e do esporte, ocupando o tempo livre daescola com atividades educativas que os mantêm longe das drogas e/ou criminalidade.Um problema de cunho social, que vem gerando grande preocupação na sociedadealtamirense e desestruturando muitas famílias é a questão do elevado aumento doenvolvimento de crianças e adolescentes com ato infracional. Quase diariamente, amídia local, expõe reportagem sobre furtos, drogadição e até homicídios perpetradospela população infanto-juvenil. A perspectiva da construção da Usina Hidroelétrica deBelo Monte, já está causando um aumento significativo no fluxo de imigrantes para omunicípio. No entanto, os investimentos em políticas sociais permanecem estáveis;assim, se percebe que os serviços de saúde, educação e assistência social estão sedesgastando e, em muitos casos não suprem as necessidades da população,principalmente das crianças e adolescentes em condição de vulnerabilidade e riscosocial. Diante do exposto, fica evidente o quanto os direitos das crianças eadolescentes estão sendo violados. Apesar de existirem algumas políticas sociaispúblicas para o atendimento a essa parcela da sociedade de Altamira, é evidente queessas não preenchem a demanda. Projetos sociais como o Oásis da Esperança, são degrande importância para elas mesmas não ficarem na ociosidade e se envolverem nomundo da criminalidade, além do que, complementa e subsidia o fortalecimento da redede serviços socioassistenciais do município que atende o segmento infanto-juvenil. OProjeto iniciou em 2010 e atendeu 393 crianças e adolescentes. A previsão deatendimento para este ano é de 600. O projeto está alcançando bons resultados e ébem aceito pela comunidade local. Além das atividades Capoeira, Dança ou EscolinhaEsportivas em que o aluno freqüenta é oferecido outros atendimentos: lanche,biblioteca, laboratório de informática e jogos de descontração e integração.Pretendemos aprimorar os trabalhos, para garantir de forma eficiente e eficaz acontinuidade das atividades, buscando sempre a qualidade dos serviços, assim como,satisfação, empenho e dedicação para proporcionar um ambiente acolhedor, que defato possa contribuir para aumento da qualidade de vida das crianças e adolescentes,bem como subsídio para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários,formação cidadã e cristã.

Em defesa das criançasProjeto Oásis da Esperança acontece em Altamira/PA

DEPOIMENTOS

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Revista Integração • Maio 2011

Obras Assistenciais

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Com o objetivo de propor caminhos, estratégias e políticas institucionaisem vista da excelência e da subsistência da assistência social da Rede LaSalle, realizou-se, de 14 a 19 de março de 2011, o III Encontro dos Centrosde Assistência Social da Província Lassalista de Porto Alegre, sob aresponsabilidade das Direções Administrativa e de Educação e Pastoral eacompanhamento dos setores de contabilidade, de assessoriaeducacional e assistência social.

Participaram do encontro os diretores, oscoordenadores de ensino e os auxi l iaresadministrativos de seis Centros de Assistência Socialda Rede La Salle: Centro de Assistência Social La Salle,Canoas/RS; Centro de Assistência Social La Salle,Altamira/PA; Escola Assistencial La Salle,Ananindeua/PA; Centro Educacional La Salle,Presidente Médici/MA; Centro de Educação Popular LaSalle (CEPLAS), Zé Doca/MA; Centro de Formação LaSalle, Uruará/PA. Participaram também, o Diretor e aVice-diretora da Escola Celina Del Tetto, Ananindeua/PA. O Encontro proporcionou a reflexão sobre váriasquestões que envolvem o cenário atual, principalmentea mudança na legislação (Lei 12.101/2009, Resolução 109/2009 eResolução 16/2010) e a sustentabilidade da assistência social na RedeLa Salle. Na oportunidade foi trabalhado o aprimoramento dosconhecimentos de gestão, projetos, editais, troca de experiências e odiálogo sobre assuntos que envolvem a formação de uma sociedade maisjusta e sustentável, através de estratégias políticas Institucionais,construção do conhecimento e habilidades para planejar, buscar osrecursos para aquela ação, rascunhar, fazer contatos, enfim, visualizar dooutro lado de uma ponte.

Por Marília de Moura da Silva, Maria Regina Laner e Sergio Hiram Ceroni

Província Lassalista de Porto Alegre/RS

Encontro para reflexãoEncontro para reflexãoNa esfera contábil foram apresentadas as formas de contabilizações dascontas de despesas em geral e, principalmente a contabilização deProjetos na área de Assistência Social/Educacional, para adequação daLei mencionada no parágrafo primeiro. Com o objetivo de colocar em todasas Escolas o mesmo padrão na execução da contabilidade, foramtrabalhados processos, métodos, digitações e simulações delançamentos contábeis para conhecimento de todos os presentes. No

primeiro trimestre de 2011, os Centros de AssistênciaSocial estão atendendo 8.379 pessoas em situação devulnerabilidade social, buscando a inserção no mercadode trabalho ou a melhoria de suas condições de vida.Com o crescimento do atendimento das obrasassistenciais cada vez mais é importante e significativaa efetivação de parcerias com o Poder Público. Estasparcerias dependem da qualidade dos serviçosofertados, principalmente registro junto aos conselhosmunicipais de assistência social, prestação de contas,contrapartida e resultados alcançados. A partir destesregistros, o Centro de Assistência está habilitado paraparticipação de editais, podendo obter incentivos fiscais,contratos, convênios e parcerias. É importante se

relacionar e conhecer bem as instâncias públicas, podendo vincular àcausa do projeto do Centro de Assistência, pois existem recursosespecíficos para as áreas de atuação da Assistência Social. Asustentabilidade vem ganhando força cada vez maior no Terceiro Setor,em projetos políticos, planejamentos estratégicos e captação de recursosfinanceiros e humanos que incentivam as ações de sustentabilidade naárea social e mantém um atendimento qualificado ao público alvo. Com oapoio e monitoramento da Mantenedora e os setores responsáveis, aAssistência Social se fortalecerá na Rede La Salle.

A sustentabilidade vem

ganhando força cada vez

maior no Terceiro Setor

com projetos políticos,

planejamentos

estratégicos e captação

de recursos financeiros e

humanos que incentivam

tais ações.

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ArtigosArtigos

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Por Ana Paula Oliveira da Silva e Mychele Kamianecky

Professora e coordenadora pedagógica do Colégio La Salle São João, de Porto Alegre/RS

m olhar sobre a profissão de educador édecorrente de uma observação dar e a l i d a d e d o s e d u c a n d o s e

consideramos esse um dos principais desafiosda modernidade: enxergar o sujeito humano esuas potencialidades e intervir junto a um sujeitoou a um grupo de sujeitos que aprendem, emmúltiplas situações, considerando o dito e o nãodito e a ação do sujeito sobre o objeto deaprendizagem. É um olhar que tem a intenção deperceber um sujeito humano que aprende, deforma inteira, em relação com os outros sujeitos,com a cultura, com a história, com os objetos deaprendizagem e com as normas estabelecidasnos múltiplos contextos familiares em que vivem.

Definimos o ser humano como pessoa-relação,isto é, como alguém que é singular, mas que nãopode existir sem o outro. Esta idéia coloca umacondicionalidade da existência do outro naexistência de cada um. Isso quer dizer que nadimensão física percebemos que o ser humanocarrega em si um corpo, dotado de identidade euma história de vida que se utiliza do serpsíquico, isto é, da capacidade de perceber,sentir, julgar, interagir e comunicar-se com ooutro. Neste nível, o humano orienta-se pelosseus significados de ideias, pessoas, valores erelacionamentos. No nível espiritual, aproxima-se da sua essência, sentido de vida, suatranscendentalidade.

Pela vivência em uma instituição lassalista,entendemos que a pessoa humana se expressaatravés do seu jeito de ser e do seu agir, erelacionamos a isso as três potencialidadesapresentadas no projeto de formação da Rede LaSalle: afeto, desejo e inteligência que vãodeterminar o modo como o sujeito humano sedesenvolve e, por fim, aprende.

Fernandez (1991) pensa que o ser humano, paraaprender, deve colocar em jogo seu organismoindividual herdado, seu corpo construídoespecularmente, sua inteligência autoconstruídae o desejo. A inteligência e o desejo podem serentendidos como fatores externos seconsiderarmos que têm sua existência inter-relacionada entre si e com o ambiente externo, do

qual sofre constante interferência. Sendoassim, o aspecto afetivo deve ser visto comoessencial no processo de aprendizagem, umavez que existe a determinação de um saberinconsciente, o qual se molda a partir de umdesejo e que difere quanto à vontade deaprender. Não obstante, a história do sujeito queaprende tem íntima relação com o processo deaprendizagem, considerando que as novasexperiências se configuram a partir do seupassado, ou seja, a estrutura cognitiva atuasobre os símbolos e sobre as experiênciasprévias (adequação). Além disso, qualquerexperiência pode fazer aflorar ou bloquear oprocesso cognitivo que, por sua vez, possibilita aconstrução de outros conhecimentos.

A dificuldade de aprendizagem pode configurar-se quando a inteligência e o desejo passam aviver no sintoma, desarticulando o tododinâmico do sujeito. Assim, quando um sintomase instala, significa que uma mensagem surgecom uma determinada função para aquelesistema. É nessas abordagens que pareceperceptível a construção da modalidade deaprendizagem, a qual pode ser refletida tanto namaneira de se relacionar com os outros(comportamento) como na forma de serelacionar com a aprendizagem formal. Aconteceque essas regras familiares que buscam isolar ador e o desconforto familiar são ensinadas e

aprendidas de forma não-declarada cominjunções implícitas acerca daquilo que pode, ounão, ver, ouvir, sentir e comentar. Logo, se aaprendizagem da sua vida lhe ensinou limitar asinformações recebidas, a aprendizagem formalpoderá estar comprometida por essa forma deagir diante do desconhecido que aprendeu aolongo de sua trajetória. Eleição feita de formainconsciente pela criança para representar essasituação.

Aqui está um dos grandes desafios do educadorlassalista: buscar conhecer a individualidade decada aluno, estendendo a sua família quandosinais são apresentados mediante sintoma naaprendizagem. A família corresponde a um tipoespecial de sistema, com carga emocional, quese move através dos tempos. Quando falamosem famí l ia estamos considerando orelacionamento entre os membros do grupo.(Polity, 2001, p.39). Além disso, conforme afamília reage aos eventos e mudanças queacontecem no ciclo de vida familiar, o reflexo sedará também no modo de ser e agir do aluno.Contudo, hoje, não há uma configuração familiartida como modelo, ideal ou normativa. Sobreisso, Ceccarelli (2007, p.89) diz que ahumanidade sempre precisou produzir novasorganizações (ou reorganizações) simbólicas.Isso porque é necessário que nos adequemos anovas leituras de mundo. Contudo, “o novo ésentido como uma ameaça, pois nos obriga areavaliar as representações que confortamnossas angústias” (p.90). Para tal é preciso quefaçamos o trabalho de luto em face das antigasorganizações. Além disso, as verdades de quedefendemos e, até certo ponto resistimos, nãopassam de construções históricas. A históriacorresponde a uma trajetória percorrida pelahumanidade e revelam-se, neste caminho,crises e acontecimentos significativos, os quaispromovem mudanças, transformações.

As novas configurações familiares fazem parte,assim, das ameaças da atualidade. Isso porqueas tendências desses novos arranjos afastam-se dos padrões tradicionais, a saber: famíliasmonoparentais, homoparentais, adotivas,recompostas, concubinárias, temporárias, de

U

Configurações e manejos familiaresOS DESAFIOS DO EDUCADOR

Aqui está um dos grandes

desafios do educador

lassalista: buscar

conhecer a

individualidade de cada

aluno, estendendo a sua

família quando sinais são

apresentados mediante

sintoma na aprendizagem.

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Artigos

produções independentes, ... É válido ressaltarque tais organizações não surgi rammagicamente, isto é, sempre existiram, maseram mascaradas, abafadas por um padrão tidocomo oficial e válido socialmente. Ocorre quemuitos estudos começaram a confrontar osmodelos tidos como aceitos socialmente comaqueles marginalizados, o que se verifica atéhoje.

O sentimento de pertença a uma família vai alémde um filho ou filha ser proveniente de um pai euma mãe biologicamente falando. Este ésomente o fato físico. Além disso, há o fatosocial (reconhecimento de uma linguagem, deuma filiação) e político, e fato psíquico(organização simbólica) para que a criança seconstitua enquanto sujeito. Logo, existemlugares simbólicos de pai e de mãe das maisvariadas formas, sem ser, exclusivamente, porum pai e mãe genitores ou por irmãosconsangüíneos. Com isso, chamamos a atençãopara este simbólico.

O que se reforça e sobre o que queremos chamara atenção aqui é que o determinante não estánesses novos arranjos familiares e, sim, no lugarque o bebê ocupa no imaginário e no desejo dequem o acolhe no mundo. Ceccarelli (p.50)salienta que conforme as famílias se foramnuclearizando e se isolando. Tanto os paisquanto as mães passaram a trabalhar fora de

casa, promovendo uma redução nas funçõesreprodutivas culturais e sociais e a educação,por sua vez, cresceu num sentido maissistemático e especializado em educação. Porisso, a escola tornou-se o contexto central dodesenvolvimento individual, assumindo em suasatribuições também as funções sociais eemocionais que antes eram veementementereproduzidas pelos pais.

Para exemplificar, citamos Osório e Valle (2002,p.76) que dizem que o divórcio se temtransformado numa transição familiarnormativa, que se equipara a outras crises queocorrem no ciclo de vida familiar. Para taisautores, o divórcio só é disfuncional quando háum sofrimento para os cônjuges e para aosfilhos que impeça, ao longo do tempo, as suasdemais tarefas desenvolvimentais. Assim,episódios de agressões verbais e emocionaistêm efeitos tão negativos quanto as agressõesfísicas. No que tange a razão do conflito, essepode ser outro fator estressante para a criança,haja vista que ela pode ser o motivo dasdiscussões em virtude de opiniões opostas.

Com o que foi posto aqui, vemos que o espaço daescola e o educador lassalista tem suaimportância ao ser desafiado a desconstruirconceitos tidos como ideais e normativos para sie passar a ter um olhar reflexivo às maisvariadas configurações familiares, e, mais

importante ainda, ao lugar que ocupa estacriança na família e ao lugar que ela passará aocupar na escola e na visão do educador em suaprática.

REFERÊNCIAS

- CARTER,Betty; GOLDRICK, Mônica.

Porto Alegre: Artmed, 1995.- CECCARELLI, Paulo Roberto.

Jornal da Psicanálise,São Paulo: Jun.2007.- CORDIÉ, A. Porto Alegre:Artes Médicas, 1998.- FERNÁNDEZ, Alicia.

PortoAlegre: Artmed, 1990.- FREUD, Sigmund.Rio de janeiro: Imago, 1974- ______________. Rio de janeiro:Imago, 1974.- LACAN, J. Escritos.Universitária, 1975.- LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta Khol de; DANTAS,Heloisa.

São Paulo: Summus,1992.- MALDONADO, Maria Teresa.

5ªed. Petrópolis:Vozes, 1984.- PAÍN, Sara.

Porto Alegre, 1985-87.- POLITY, Elisabeth.

São Paulo:Vetor, 2001.

As mudanças no

ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia

familiar.

Novas Configurações

Familiares: Mitos e Verdades.

Os atrasados não existem.

A inteligência aprisionada:

abordagem clínica da criança e sua família.

Sobre uma introdução ao narcismo.

O inconsciente.

Rio de Janeiro: forense

Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias

psicogenéticas em discussão.

Comunicação entre pais

e filhos: a linguagem do sentir.

Diagnóstico e tratamento dos problemas

de aprendizagem.

Dificuldades de aprendizagem e

família: construindo novas narrativas.

Page 60: Revista Integração Ed. 107

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Por Roseli Simone Pinto

Professora do Colégio La Salle Carmo, de Caxias do Sul/RS

trabalho do professor de LínguaPortuguesa e Literatura é transformarseu aluno num poliglota dentro de sua

própria língua, ou seja, facultando-lhe escolhera língua funcional mais adequada a cadacontexto. O professor de português tem de queser um profissional competente, precisaconhecer profundamente a Língua Portuguesa esaber Linguística Textual. Do contrário, nãopoderá realizar sua tarefa com inteligência eexatidão.

Assim, o professor precisa dos conhecimentoslinguísticos – não para conceituar ou falar difícil– mas para saber fazer as escolhas certas,possibilitando que o aluno perceba o quão sãoricas e variadas as possibilidades decomunicação oral e/ou escrita. Outra questãonão menos importante é que o professor deveser capaz de perceber que seu aluno sabe sualíngua, apenas precisa desenvolver, crescer,praticar em outros níveis e situaçõescomunicativas.

Para que isso possa ser alcançado é necessárioque o professor se atualize e compreenda aimportância da teoria linguística e literária. Seassim não o fizer fará com que seus alunosdetestem sua língua – “cheia de regras eexceções” – “memorização de obras e autores”-confundida com aulas “chatas” de Português eLiteratura.

Por meio da leitura e da discussão de textosadequados, o professor poderá propiciarelementos para a prática do falar e do escrever.Sabe-se que ao trazer diferentes tipologiastextuais (notícia; editorial; resenha; entrevista;charge, cartum, entre outros), bem comogravações de programas de rádio, vídeos,filmes sem esquecer as redes sociais pode-sealargar ao máximo as múltiplas competências,bem como aproximar os conteúdos darealidade, fazendo com que o aluno vislumbre oestudo da linguagem como um processoconstrutivo, interativo e, até certo grau, criativo.Em relação ao estudo da Literatura, acredita-seque a análise comparativa e relacional pode ser

¹

uma boa estratégia, ou seja, relacionar a escolaliterária com a História e a cultura a fim de que oaluno possa situá-lo no interior do texto que ogerou, de modo que a linguagem literária sejapercebida como uma linguagem ligada às outrasmanifestações artísticas do mesmo período,sendo todas elas, simultaneamente, traduçãodas condições econômicas, sociais e culturais .

A literatura indubitavelmente ocupa um lugar dedestaque na vida das nações, uma vez que elainstiga a busca por respostas, promove adiscussão dialética e permite a profusão devozes . Por seu caráter provocador, ela pode seruma fonte bastante rica para a discussão acercada sociedade, da cultura e da identidade(regional/nacional) de um povo.

Esses exemplos possibilitam perceber que aliteratura é, além de um fenômeno estético, umamanifestação cultural, pois permite o registro domovimento que realiza o homem na suahistoricidade, seus anseios e suas visões domundo. Portanto, pela via do discurso, aliteratura favorece o conhecimento da históriado homem. Giselle Mantovani, por exemplo, afim de destacar o entrelaçamento entreliteratura, história e sociedade, observa:

²

³

“Falar em literatura nesse raiar de um novo milênioe limitar-se à apreciação estética é, no mínimo,menosprezar todas as potencialidades dessa arteque acompanha a humanidade desde antesmesmo do desenvolvimento da escrita. Semperder de vista a busca do belo, o extravasamentoda alma, a expressão do eu, a literatura,especialmente no último século, tem acrescido asuas fontes de inspiração uma importantepreocupação com a sociedade em que se insere ecom a história que a permeia. Falamos, assim, doentrelaçamento da literatura, da história e dasociedade, que acontece de diferentes formas ecom diferentes funções. (...) a literatura não rarotem servido de veículo de denúncia social,contando a história do ponto de vista do oprimido,do dominado, das minorias, e retratando, assim, deforma mais real e menos idealista, a evolução dassociedades (MANTOVANI, Giselle) .”

4

O

Estudo e atualização constantes:

eis o desafioImportante destacar que antes de “ensinar”Língua Portuguesa e Literatura é imprescindívellevar em conta as condições de produção erecepção, os mecanismos de coesão ecoerência, a intertextualidade, a análise dediscurso... Essa teorização pode ser dada demodo natural ao se trabalhar nas diversassituações de interação verbal, fazendo com queo aluno reflita sobre os recursos que a língua lheoferece para as suas análises e produções.

Nessa concepção, acredita-se ser urgentíssimopromover uma mudança em nossas aulas delíngua e literatura, deixando de lado uma posturameramente normativa, purista e alienada. Oensino desses componentes curriculares deveprivilegiar o estudo a partir do texto por meio doqual estruturamos o mundo em nosso interior enos ligamos a ele. Assim, o espírito crítico, areflexão, o trabalho com diferentes tipologiastextuais, entre outros, poderão possibilitaratividades prazerosas e eficazes. Portanto,reafirma-se a necessidade de se apropriar dosconceitos e das estratégias da LinguísticaTextual e aplicá-las no ensino de nossos jovens.

REFERÊNCIAS

- BAKHTIN, Mikhail. (Voloshinov, V.N.)São Paulo: Hucitec, 1992.

- BRAIT, Beth. (org.).São Paulo: Unicamp, 1997.

- GURGEL, Thais.([email protected]) Acesso em: 20mar.2011.

- LUFT, Celso Pedro.

Porto Alegre: L&PM, 1985.

- MAGNANI, Maria do Rosário M.São Paulo:

Martins Fontes, 2001.

- MANTOVANI, Giselle. Revista daUniversidade de Caxias do Sul, v.33, nº 2, jul./ dez.2000.

Marxismo e

filosofia da linguagem.

Bakhtin, dialogismo e

construção do sentido.

Textos de Qualidade.

Língua & liberdade: por uma

nova concepção da língua materna e seu ensino.

Leitura, Literatura

e Escola: sobre a formação do gosto.

In. Chronos.

1

2

3

4

Entende-se como uma gramática natural, ou seja, o conhecimento interiorizado pelo falante. (LUFT, 1985).CEREJA e MAGALHÃES (2000).BAKHTIN, Mikhail. (Voloshinov, V.N.) (1992).MANTOVANI, Giselle. Apresentação. In Revista Chronos. Caxias do Sul: EDUCS, jul/dez.2000, p. 109.

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o vivenciar a realidade escolar de nossaregião, percebeu-se que o aluno é umreflexo do contexto social no qual estáenquadrado.

Percebe-se que ao olhar para o passado, assimcomo o faz Arroyo (1995, pg. 64) gera-se “[...]um saudosismo romântico misturado ao medoe à prevenção quanto ao futuro [...]” e ainda épredominante no meio educativo estepensamento, pois:

[...] como educar para o futuro, para a realidadesociopolítica, com esse olhar constante voltadopara o passado mitificado? Se dependesse daconcepção pedagógica, se eternizaria opassado. Não o passado real, mas o passadoidealizado: voltar à infância da história social epolítica como o ideal do convívio humano(Arroyo, 1995, p.64).

Questionamo-nos sobre a real diferença entreeducação e ensino, embora para a maioria daspessoas sejam sinônimos, pois pensam quequem educa ensina e quem ensina educa,encontramos muitas diferenças que, por seremdesconhecidas ou desconsideradas, causamconflitos.

Para Kant, a educação tem a função detransformar o ser humano em ser humano: "Ohomem não pode tornar-se um verdadeirohomem senão pela educação. Ele é aquilo que aeducação dele faz" (Kant, 1996, p. 15). Boaeducação é aquela que dá origem a tudo o quehá de bom no mundo. Para tanto, bastadesenvolver princípios e disposições para obem que existem no interior do ser humano. Emcontraposição ao bem, que é a ordem, o maldecorre da desregulamentação da natureza.Para Kant, o homem é um ser inacabado quetem em si uma disposição para o bem, queprecisa ser desenvolvida.

Entendendo Kant que cada um de nós decidequais são as leis que considera próprias daspessoas, Habermas e Apel afirmam que quemdeve decidir isso são as pessoas afetadas porelas. Esta decisão deve ser tomada com basenum entendimento alcançado mediante umdiálogo entre os agentes em condições iguais

de racionalidade. A exemplo do que fazem aonível da razão teorética, Habermas e Apelentendem que a razão moral não é uma razãomonológica, mas uma razão dialógico-comunicativa. É pelo diálogo e nãoindividualmente que devemos chegar àconclusão se uma norma moral é correta ounão. Trata-se de um diálogo entre todos aquelesque são afetados pelas normas e que os leva aoconvencimento de que as normas em discussãos ã o a s m e l h o r e s p a r a t o d o s . " A sargumentações servem para tematizar eexaminar as pretensões de validez que aspessoas erguem a princípio implicitamente elevam consigo ingenuamente no agircomunicativo" (Habermas, 1989, p. 193). Éeste consenso que confere autoridade à normade modo que ela possa ser consideradaobrigatória para todos. "O conceito dalegitimidade das normas de ação", dizHabermas (op. cit., p. 196), "é decomposto noscomponentes do reconhecimento factual e daqualidade de ser digno de reconhecimento".Trata-se, portanto, de uma nova forma delegitimação de normas e valores que passa nãopela autoridade externa, nem simplesmentepela autoridade das práticas objetiva epositivamente existentes, mas pelo agircomunicativo das pessoas que, mediante odiscurso, buscam consensos a respeito daquiloque, do ponto de vista do comportamento moral,é melhor para cada um e para todos.

Dentro destas diferenças estão os bons hábitosde conduta que podemos perceberperfeitamente como vindos de uma boaeducação e isso independe da instrução dapessoa. Por outro lado, maus hábitos deconduta, bem como uma falha na educação dapessoa, vindos de casa, podem também servistos em pessoas bem instruídas, com issoconcorda Silva: “[...] a família, pode serconsiderada a base de todas as experiênciasfuturas da criança, uma vez que exerce umaforte influência sobre seus componentes,podendo facil itar ou entravar o seudesenvolvimento.” Com certeza professorestambém devem ter a preocupação em passarvalores aos seus educandos, mas a realformação destes hábitos está nos seus lares,no convívio familiar, na base de cada ser. O

APor Mariela Mazzoncini Martinez e Suzi Marne Fleischauer Figueiredo

Professoras do Colégio La Salle Dores, de Porto Alegre/RS

REFERÊNCIAS

- ACKERMAN, N., Porto Alegre: Artes

Médicas, 1986.

- ARROYO, Miguel; BUFFA, Ester; NOSELLA,Paolo.

São Paulo: Cortez, 1995.

- HABERMAS, J.Trad. Guido A. de Almeida. Rio

de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.

- KANT, I. Trad. FranciscoCock Fontanella. Piracicaba: UNIMEP, 1996.

Diagnóstico e Tratamento

das Relações Familiares

Educação e Cidadania: Quem educa o

cidadão?

Consciência moral e agir

comunicativo.

Sobre a pedagogia.

já o ensino vem da escolaA EDUCAÇÃO VEM DE CASA,

problema está em delegar esta obrigação deformação de caráter, bem como outrassituações advindas destes hábitos à escola,colocando esta responsabilidade que, naverdade, cabe aos pais.

Quando há uma falha no que tange aocumprimento do seu papel, seja vindo do lar ouda escola, com certeza haverá uma respostavisível no aluno, sejam problemas dedesempenho ou de comportamento na escola.As falhas mais comuns, diagnosticadas nosúltimos tempos, é a de os pais ou responsáveis,delegarem os mais simples princípios derespeito, de comportamento para com opróximo, à escola como sendo esta responsávelde incuti-los em seus filhos.

Ao longo dos anos, a família tem sofridomodificações, segundo Nathan W. Ackerman(1980 p. 29), essa instituição “permanececomo unidade básica de crescimento eexperiência, desempenho ou falha”; sendoassim, é responsável tanto para umdesenvolvimento saudável quanto patológico. Opapel da escola de ensinar vai muito além dosconteúdos programáticos, é ensiná-los a reagirdiante das situações, a conviver com tudo etodos, a compreender o outro, fazer-secompreender e respeitar, principalmente, tudo!

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Artigos

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Por Giseli Fernandes

Professora do Colégio La Salle Canoas/RS

ara abordar um tema como aimportância da afetividade na arte deeducar, temos que ter como eixo

central a relação professor e aluno. Devendohaver um envolvimento positivo de ambas aspartes para que se possa desenvolver aempatia.

A afetividade é a dinâmica mais profunda ecomplexa de que o ser humano podeparticipar. Compartilhamos desse tipo derelação geralmente desde o nascimento.Dentro do cotidiano escolar não poderia serdiferente. Na teoria de Jean Piaget, odesenvolvimento intelectual é consideradocomo tendo dois componentes: o cognitivo e oafetivo. Paralelo ao desenvolvimento cognitivoestá o desenvolvimento afetivo. Afeto incluisen t imentos , i n te resses , dese jos ,tendências, valores e emoções em geral. Nosprimeiros anos de Escola a criança passa porum processo de pressões e mudanças.Saindo de um ambiente estritamente familiar,portanto, bastante pessoal, e passa ainteragir com o mundo, sem a presença dospais, integrando-se na sociedade, dividindoatenções e amores. Segundo Vygotsky, o serhumano constitui-se como tal na sua relaçãocom o outro social.

O professor por sua vez deve ter plenaconsciência da importância de seu papel,envo lvendo-se com sua prof issão.Participando de cada etapa destas novasvivências, ou seja, fazendo parte da vida deseu aluno legitimamente. Receber os alunos,em todas as fases de sua formação escolarcarregando uma bagagem de conhecimentosprévios escolares, vivências pessoais emuitas expectativas é difícil e nunca igual.C a d a c r i a n ç a t e m s u a s p r ó p r i a scaracterísticas. Aquelas mais tímidas, quedemoram a interagir com o grupo, precisam deestímulos para garantir o entrosamento,neste caso, o papel do educador éfundamental. Outras mais extrovertidasinteragem com maior facilidade, aproximando-se rapidamente do grupo.

O professor tem de conhecer a sua turma parasaber lidar com todos os tipos de situação,porque o educando necessita na maioria das

vezes de um mediador, para que ele se sintaseguro para relacionar-se com o grupo e assimgarantir uma troca de saberes. Por sua vez, napsicogenética de Henry Wallon, a dimensãoafetiva ocupa lugar central, tanto do ponto devista da construção da pessoa quanto doconhecimento (LA TAILLE, 1992, p. 85). Paraeste pensador, a emoção ocupa o papel demediadora. O processo de desenvolvimentoinfantil se realiza nas interações, que objetivamnão só a satisfação das necessidades básicas,como também a construção de novas relaçõessociais, com o predomínio da emoção sobre asdemais atividades. As interações emocionaisse devem pautar pela qualidade, a fim deampliar o horizonte da criança e levá-la atranscender sua subjetividade e inserir-se nosocial. Na concepção walloniana, tanto aemoção quanto a inteligência são importantesno processo de desenvolvimento da criança, deforma que o professor deve aprender a lidarcom o estado emotivo da criança para melhorpoder estimular seu crescimento individual.

No âmbito da educação infantil, a inter-relaçãodo professor com o grupo de alunos e com cadaum em particular é constante, dá-se o tempotodo, na sala, no pátio ou nos passeios, e é emfunção dessa proximidade afetiva que se dá ainteração com os objetos e a construção de umconhecimento altamente envolvente. Comoafirma Saltini (1997, p. 89), “essa inter-relaçãoé o fio condutor, o suporte afetivo doconhecimento”. Complementa o referidoautor:

“Neste caso, o educador serve de continentepara a criança. Poderíamos dizer, portanto, queo continente é o espaço onde podemosdepositar nossas pequenas construções eonde elas tomam um sentido, um peso e umrespeito, enfim, onde elas são acolhidas evalorizadas, tal qual um útero acolhe umembrião ( .

Na Educação Infantil o sentimento de amor egestos de afetividade devem estar semprepresente, pois é realmente o primeiro contatocom a escolarização, onde deverá serdesenvolvida a motivação pelos estudos. ParaPiaget, “o pleno desenvolvimento dapersonalidade, sob seus aspectos mais

SALTINI, 1997, p. 89)”

P

Afetividade na vida escolarintelectuais, é inseparável do conjunto dosrelacionamentos afetivos, sociais e morais queconstituem a vida da escola” (1994, p.61). Arecepção ao aluno, deve ser um momento paraproporcionar certa identificação, conversando,questionando suas vivências, tendo asensibilidade de perceber se algo não estábem, enfim, dando o colo nos momentos deinsegurança, passando assim a ideia de queestá ali para dar a proteção de que o alunonecessita. Nunca se esquecendo de dar espaçopara que ele fale como se sente, seus desejos epensamentos. A criança deseja e necessita seramada, aceita, amparada e ouvida para quepossa despertar para a vida da curiosidade e doaprendizado. E o professor é quem prepara eorganiza o microuniverso da busca e dointeresse das crianças. A postura desseprofissional se manifesta na percepção e nasensibilidade aos interesses das crianças que,em cada idade, diferem em seu pensamento emodo de sentir o mundo. Deverá sentir-sesegura, acolhida e protegida por todos osenvolvidos no seu processo de aprendizagem.Na real idade o professor, com suacompreensão e participação, passa a ser umsujeito que faz parte da história pessoal decada aluno, e não apenas um mero transmissorde conhecimento. Nesse momento éfundamental que ele abra espaço para que oaluno possa expressar suas ideias,demonstrando compreensão para não retraí-lona construção de suas hipóteses. É a partir dainteração entre aluno e professor, que seestabelecem as afinidades e afetividade.Gardner, afirma que “Se decidimos abraçar osobjetivos e os métodos da educação centradano indivíduo, não tenho dúvida de que podemosfazer progressos significativos” (1995, p.71).

É necessário que o professor compreenda oaluno enquanto sujeito do conhecimento emsua totalidade. Vygotsky (1994), ao destacar aimportância das interações sociais, traz a ideiada mediação e da internalização comoaspectos fundamentais para a aprendizagem,defendendo que a construção do conhecimentoocorre a partir de um intenso processo deinteração entre as pessoas. Portanto, é a partirde sua inserção na cultura que a criança,através da interação social com as pessoasque a rodeiam, vai se desenvolvendo, ou seja

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deve-se ser livre para expor o que desejar aosalunos e estes devem sentir-se da mesmamaneira. Esse discurso não quer dizer que nãopossa haver limites. Quando os limites sãocolocados com conversa, explicações, abrindoa cena para discussões, as coisas fluemnaturalmente. Assim a criança nunca se sentiráacuada ao expressar sua opinião, formando-seuma pessoa mais crítica. Saltini também serefere à questão da manutenção da serenidadepor parte da professora e da criança. Comoexplica o autor:

“A serenidade e a paciência do educador,mesmo em situações difíceis faz parte da pazque a criança necessita. Observar a ansiedade,a perda de controle e a instabilidade de humor,vai assegurar à criança ser o continente deseus próprios conflitos e raivas, sem explodir,elaborando-os sozinha ou em conjunto com oeducador. A serenidade faz parte do conjuntode sensações e percepções que garantem aelaboração de nossas raivas e conflitos. Elaconduz ao conhecimento do si mesmo, tanto doeducador quando da criança

Assim, quando a criança nota que o professorgosta dela, e que apresenta certas qualidadescomo paciência, dedicação, vontade de ajudar eatitude democrática, a aprendizagem torna-semais facilitada; ao perceber os gostos dacriança, o professor deve aproveitar ao máximosuas aptidões e estimulá-la para o ensino. Ao

(SALTINI, 1997, p.91)

contrário, o autoritarismo, inimizade edesinteresse podem levar o aluno a perder amotivação e o interesse por aprender, já queestes sentimentos são consequentes daantipatia por parte dos alunos, que por fimassociarão o professor à disciplina, e reagirãonegativamente a ambos.Dentro deste contexto,jamais poderíamos deixar de mencionar JoãoBatista de La Salle. Sua filosofia de educar comamor, frisando que os mestres deveriam agircom a firmeza de pai e a ternura de mãe, só nostraz a certeza de que este é o caminho correto aser trilhado.

“Se tendes para com os vossos alunos afirmeza de pai para tirá-los ou afastá-los do mal,deveis ter-lhes também a ternura de mãe paraatraí-los e fazer-lhes todo o bem que dependede vós.

Dentro desta perspectiva se confirma que oprofessor pode sim ser firme, para apontar ocaminho certo, mas jamais esquecer que estáfrente a um ser humano dotado de enormesensibilidade. Se este sujeito sentir-se emalgum momento ferido ou perceber que nãoestá sendo compreendido, nem mesmorecebendo amor, a possibilidade de quebra narelação é grande. A criança é terna pornatureza, mas uma educação machista ou atémesmo experiências negativas, podem colocarem risco esta característica, fazendo-a fechar-se egocentricamente em si mesma, o que nãotraria benefícios para seu desenvolvimento.

Desenvolver esta forma de educar, é a maiordemonstração de respeito e carinho com aprofissão e com as pessoas que fazem juntas aEscola. Finalizo trazendo um trecho em queSaltini expressa uma crítica em relação aalgumas Escolas,

“As escolas deveriam entender mais de sereshumanos e de amor do que de conteúdo etécnicas educativas. Elas têm contribuído emdemasia para a construção de neuróticos pornão entenderem de amor, de sonhos, defantasias, de símbolos e de dores (SALTINI,2002, p.15)”.

REFERÊNCIAS

- V. & SASTRE, G. Cognición. S. Barcelona, Educar, v. 27, 2002.

- SALTINI,Cláudio. Rio deJaneiro,Editora: DPA, 2002.

- COLL, César.

in LEITE, Luci Banks (org.). Piaget e a Escola deGenebra. São Paulo: Cortez, 1987. 205p.

- DANTAS, Heloysa.In:

- DE LA TAILLE, Piaget.São Paulo:

Summus, 1992.

- OLIVEIRA. M. K. de.

São Paulo: Summus,1992.

- PIAGET, Jean. BuenosAires: Aique 2001.

- CERVANTES, Hernandes José.POA: Rede La Salle 2010

entimientos y

educación

A afetividade e inteligência.

Contribuições da Psicologia para a

Educação: Teoria Genética e aprendizagem escolar.

A afetividade e a construção do

sujeito na psicogenética de Wallon.

Vygotsky e Wallon: teorias

psicogenéticas em discussão.

O Problema da afetividade em

Vygotsky, In: La Taille, Y; Dantas, H; Oliveira,

M, K. Piaget, Vygotsky e Wallon: teorias

psicogenéticas em discussão.

Inteligencia y afectividad.

Tocar os corações:

Educar a partir do amor .

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Por Irmão Arnaldo M. Hillebrand

Província Lassalista de Porto Alegre/RS

Província, como é tradição e norma doInstituto, proporcionou a todos osIrmãos a oportunidade de fazerem o

Retiro Anual. A síntese dos temas de reflexãoestá impressa na capa do livro SEGUIR JESUS,editado pela CLAR: “ Uma Vida religiosamístico-profética a serviço da vida”. O quesegue visa a recordar as referências, aliásmuito poucas, e não diretas, ao carisma do“nosso” Instituto que pede que nós tambémouçamos o clamor de hoje, e que atendamos aobrado por uma presença profética, de acordocom “nosso” carisma. Aliás, acredito que nãofoi simples acaso que nosso Superior Geraldesse à sua Carta Pastoral de 2010, o título,tão próximo ao do tema do nosso Retiro:“Consagrados pelo Deus Trindade comoComunidade Profética de Irmãos apaixonadospor Deus e pelos Pobres”.

O nosso modo de atender ao clamor de hoje nãoé possível sem a partilha do nosso ministériocom nossos colaboradores leigos. Por isso,todas as referências têm de ser entendidascomo Missão Partilhada, que desempenhamosnuma convivência lidimamente evangélica comos leigos que trabalham conosco, aliás, em graumajoritário. Nosso carisma específico é o daEducação. Nossos colaboradores fazemeducação conosco. Dom Dadeus Grings, nossoarcebispo, em seu livro “Em Busca de Deus”,(Padre Reus,2010), no capítulo “A Revoluçãoda Informática de Bill Gates”, diz: “Viver énecessariamente conviver. Hoje, a convivênciase expressa pela comunicação, pelainformática. Conviver é estar conectado. O quê,porém, não pode faltar é o amor, comocondimento necessário para a convivência. E,onde existe amor verdadeiro ali está Deus. (...)Quem ama conhece Deus, porque Deus é Amor.O futuro está em Deus: é o céu, que juntosqueremos e devemos construir aqui na terra,pelo amor com que atuarmos” ( pág. 148).

Não é preciso que isto seja explicado. A Cartado Superior Geral, bem que poderia serdistribuída também aos nossos colaboradores,para que, mutatis mutandis a lessem para suaatividade conosco, os Irmãos, e fazer crescersempre mais entre nós a mais familiarconvivência. A seguir aparecem referências anosso ministério, em uma leitura que, assimcomo no meu retiro, deve ter surgido à mente deoutros Irmãos. Aparece uma primeirareferência, aliás, restrita só às Comunidadesreligiosas, na qual em vez de lermos nossascomunidades, teríamos de ler com mais

abrangência, nossas Escolas Lassalistas. Paranós, a pergunta mais atual só pode ser “comonós e nossos colaboradores leigos acolhemos enos situamos em face do clamor de hoje”.

“Na comunidade cristã, leiamos escolar,banhados pelo fogo do Espírito, todos, homens emulheres são um em Cristo sem que ninguémtenha de negar sua condição”. - ”É o Espírito deJesus que deve animar a vida e a história dascomunidades educativas, e transformar emdiscípulos toda a comunidade escolar”. - “OEspírito orienta nos momentos em que umamudança se faz necessária”. Esta mudança,entre nós, já aconteceu. - ” A presença doEspírito faz com que se ampliem as fronteiras dacomunidade, incluindo aqueles e aquelas queantes eram vistos como exteriores àcomunidade”.

“O Espírito distribui os seus dons entre todos osmembros da comunidade escolar. Cada umrecebe um dom, não para si, mas para aedificação da comunidade. Vamos compreenderque a Comunidade Escolar necessita de umapossivelmente inumerável quantidade de dons.Os poucos Irmãos em nossos Colégios, porvezes nenhum, não podem satisfazer a essanecessidade. Cabe a nossos colaboradorespreencher essa lacuna, pela ação do EspíritoSanto. “ A experiência no Espírito estáencarnada em ações ordinárias e comuns davida nas comunidades educativas, como falar,rezar, caminhar, viajar, orientar, cantar, criticar,decidir, crescer, anunciar, servir...- É isto quejustifica o título destas linhas: É preciso que emvida místico-profética se vivencie umaverdadeira Convivência entre Irmãos eColaboradores, isto é, viver em proximidade, terrelacionamentos cordiais, querer-se e dar-sebem, compartilhar... Caso contrário, nasnossas Escolas Lassalistas não haveráeducação nem humana, nem cristã, nem social,nem cultural, nem... o quê? Aqui uma elipseliterária, isto é, espaço para ser respondidopelos que lerem estas linhas.

É possível discernirmos, malgrado a insistênciade a Escola Lassalista dar precedência àeducação dos pobres, como podemos atuar nasescolas onde as famílias pagam. La Salle,aceitando em sua escola os filhos dos nobresirlandeses nos ensina o quê fazer: Educar para aJUSTIÇA, a SOLIDARIEDADE, a ÉTICA e MORAL,e a CONVIVÊNCIA aqueles que possuem maisrecursos e serão possíveis futuros patrões eadministradores dos bens públicos. Com maisrazão vale para nossas Escolas de Educação

A

Profetas da Missão EducativaSuperior. Evangelizar os melhor providos debens é também prestar serviço aos pobres.Ensinar-lhes a descobrir os pobres, ampará-losnas suas necessidades, respeitá-los comopessoas, honrar seus direitos humanos, filhosde Deus iguais a eles, quando tiverem em suasmãos dar emprego aos pobres, e tantas coisasmais, é educar humana e cristãmente. Dealguém foi dito: “Foi uma pessoa muito pobre;só possuía muito dinheiro”. É necessáriocristianizar os que possuem mais; é um dosjeitos de solucionar um grande problema social.Esta necessidade é um sinal dos tempos. –“Deus não é encontrado nas coisas prontas,mas nas carências a serem preenchidas”, nosdiz D. Dadeus, em “Em Busca de Deus”, acimacitado, 180. E mais adiante assevera: “Viverhumanamente é conviver. Portanto, a perguntafundamental a ser respondida pela vida não é:por quê? Nem para quê? Mas, para quem. Emoutras palavras, devemos questionar nossaconvivência: para quem vivemos: com quemvivemos? Como convivemos. (...) Conviver éviver bem” (pág. 190, 191).

Uma observação bem válida aparece neste teorno comentário referente ao fortalecimento dotestemunho pelo cultivo da memória:”Abandonar o primeiro amor é o mesmo queabandonar o impulso que, na origem, fez nascera vocação, a comunidade, a Igreja, acongregação. Cultivar o primeiro amor é voltar àsorigens. (...) Voltar às origens é perguntar: o quefaria Jesus se ele vivesse hoje e estivesse aquino meu lugar, no nosso lugar? O que o fundadorfaria se ele vivesse hoje nas condições em quenós hoje somos obrigados a viver o nossocarisma? Como ser fiel ao espírito originário quenos fez nascer e existir até hoje?”

O parágrafo que segue dá a resposta: Fortalecero testemunho pela oração e a partilha. E ocapítulo seguinte fala em manter o ânimo, nãose deixar levar pelo cansaço, a falta devitalidade, de criatividade, da alegria e da festa,da esperança transformadora. A vida em Cristoinclui a alegria de comer juntos, o entusiasmopara progredir, a paixão por trabalhar e poraprender, a alegria de servir a quem necessitede nós, o contato com a natureza... todas ascoisas que o Pai nos presenteia como sinais doseu amor sincero”. (cf. Doc. de Aparecida, 356).Orar com nossos colaboradores e trabalhar comeles, em espírito de oração. Uma asserção devalor em “Seguir a Jesus: Deus não quer muitasorações; Ele quer uma vida orante”. O quê é“vida orante”? (Esta é uma elipse literária...cabeao leitor definir).

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Por Aurea Maria de Abreu Machado

Coordenadora Pedagógica do Colégio La Salle Carmo, de Caxias do Sul/RS

Educar no Amorducar com afeto é um aprender que temcomo princípio a importância daqualidade nas relações estabelecidas

entre professores e alunos e comunidadeescolar. La Salle viveu há trezentos anos,porém ainda hoje há elementos perenes devalores:

- A importância do professor e de seu preparo evivência. O magistério como profissão, mastambém como paixão.- Equilíbrio nas relações do professor com oaluno: “Firmeza de pai e ternura de mãe”.

Educar é uma obra de amor, o educador ama osseus alunos, não só por motivos naturais comotambém por motivos sobrenaturais. E, o amordo mestre manifesta-se, de um lado, no votar-se sem medida, à sua missão de educar, e de,outro, na profunda relação criada com oseducandos.

Entre professor/aluno é preciso levar emconsideração a relação com a escola e a suaproposta. La Salle tinha dentre as suaspreocupações, que em suas escolas a propostanão ficasse presa somente ao repasse deconteúdo, mas que houvesse uma inteiraçãoentre professor e aluno, é necessário que oprofessor conheça o seu aluno. Percebe-se quetanto na visão original quanto na atualidade,não se pode esquecer, de forma alguma, que arelação educativa professor/aluno énecessariamente uma relação de amor.

Se a relação afetiva com os alunos não seestabelecer, é complicado querer acreditar queo sucesso de educar será completo. Ocrescimento do aluno não se encontra somentena sua habilidade para fazer ou armazenarconhecimentos, mas na qualidade ouintensidade de seus ideais em relação. E esteaprendizado não surge espontaneamente,precisa ser ensinado e cultivado pela escola.

Seguindo a mesma linha de pensamento,Chalita, cuja obra “A solução está no afeto”(2001), comenta sobre a importância da

afetividade na relação professor/aluno,propondo uma mudança neste sentido, já que aescola, muitas vezes, se encontra perdida emmeio a tantos acontecimentos desenfreados etecnológicos. Para Chalita a tarefa de todo oeducador, não apenas do professor, é a deformar seres humanos felizes e equilibrados,para isso, um bom relacionamento é essencial,já que possibilita a construção da autonomia doser humano.

Mauco (1986) comenta que a educação afetivadeveria ser a primeira preocupação doseducadores, porque é ela que condiciona ocomportamento, o caráter e a atividadecognitiva da criança. A afetividade semprepareceu ligada à educação. Hoje já no séculoXXI,a ciência tem mostrado através depesquisas, que não podemos maiscompreender o ser humano de uma formafragmentada e dividir os dois componentesbásicos do comportamento humano: a razão e aemoção, o que, de acordo com La Salle, sãofundamentais para a formação integral doeducando.

Sabemos que o afeto desempenha um papelessencial no funcionamento da inteligência.Sem o afeto não haveria interesse, nemn e c e s s i d a d e , n e m m o t i v a ç ã o , econsequentemente, perguntas ou problemasseriam colocados e, portanto, não haveriainteligência. A afetividade é uma condiçãonecessária na constituição da inteligência.É a afetividade que determina a atitude daspessoas diante de qualquer experiência,promovendo, muitas vezes, os impulsosmotivadores e inibidores.

A educação pode ser uma tarefa de amor, a qualfornece aos seres humanos a realpossibilidade de inventar, fazer coisas novas,aprender a descobrir por isso novos caminhos,desenvolver a autonomia intelectual eemocional, dar suporte para que o aluno tenhameios para ser um sujeito de ação e nãoobjeto de outros sujeitos ou, por que não, dopróprio objeto.

Para o irmão José Cervantes Hernández em seulivro “Tocar os corações – Educar a partir doamor”, mover ou tocar os corações é umapedagogia de ternura baseada em atitudes deempatia e de carinho por parte do educador, eque se expressa numa linguagem afetiva,amorosa, entusiasta, que ampara, acolhe,rompe as barreiras da desconfiança, dodesamor.

A pedagogia da ternura, afeto, amor éconstruída no cotidiano, não necessita decapacitação especializada, trata-se apenas desintonizar em empatia com o outro, basta tercomo base os ensinamentos de La Salle, ver oaluno como um todo sabendo enaltecer as suasqualidades e transformar os seus possíveisdefeitos em aprendizados positivos. Educaratravés do amor é um ato de doação.

REFERÊNCIAS

- CERVANTES HERNÁNDEZ, José.Porto Alegre:

Rede La Salle, 2010.

- CLEMES, Harris; BEAN,Reynold.São Paulo: Editora Gente,1995

- HENGEMÜLE, Edgard.. Canoas, RS: Salles, 2007. 336 p. ISBN

JUSTO, Henrique, FSC. A Pedagogia da bondade.

- KRONBAUER, Luiz Gilberto. Autoridade eeducação: atualidade da pedagogia kantiana. LaSalle : Revista de Educação, Ciência e Cultura,Canoas, RS , v. 14, n. 2, p. 11-28, jul. 2009.

- SILVA, Ana Paula Oliveira da; KAMIANECKY,Mychele.

Porto Alegre: Colégio La Salle São João,2005. 165 p.

- TIBA, Içami.36ª edição -São Paulo: Editora Gente,1996.

- TIBA, Içami. 39ª edição - SãoPaulo: Editora Gente,2001.

- ZAGURY, Tania.ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Tocar os

corações: educar a partir do amor.

Castigo e Afeto.

Educação lassaliana: que

educação?

Um olhar entre o saber e o sentir:

trabalhando com a afetividade e a inteligência na

escola.

Disciplina: limite na medida certa.

Quem ama educa.

Educar sem culpa: a gênese da

ética. 18.

E

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Por Nelson Lage da Costa

Professor Universitário

A FORMAÇÃO DO EDUCADOR NO BRASIL

interesse pelo assunto que originoueste estudo deve-se ao fato de que,como profissional da educação,

algumas questões formaram-se com aobservação e a experiência da prática diária. Nadefinição do problema, aqui estudado, foramdesenvolvidos os seguintes temas: Entendendoa educação - Porque dar ao homem cultura? -Dilemas da educação - A qualidade da educação.Temas que estão diretamente envolvidos com aformação do educador no Brasil. Para chegar aoentendimento do tema apresentado, o títuloescolhido refere-se à “qualidade da educação”.E qualificar a educação, é fazer com que ela sejacapaz de dar ao homem cultura. Mas quecultura?

Nos dias atuais, a palavra cultura é uma palavraum tanto quanto “poluída”. E tem sido usadacom múltiplas significações. Hoje, para tudo, oque se nota é a total falta de cultura. E não sedeve confundir cultura com talento ou dotesnaturais. Mesmo porque esses dotes naturais,quando existem, precisam de cultura para quepossam ser plenamente desenvolvidos. Aeducação, cujo entendimento é abordado logona primeira parte da pesquisa, é, antes dequalquer coisa, a conquista da liberdade e daplenitude, mas está sempre cheia de entraves,está sempre sendo suprimida. É aprendendoque se faz cultura, é aprendendo que as pessoasganham cultura. Mas como transferir estacultura através da educação se há educadores,em sua maioria, totalmente despreparados paraesta prática? Na abordagem apresentada nasegunda parte da pesquisa, intitulada "Por quedar ao homem cultura?", foram apresentados osmotivos julgados importantes para a busca daresposta aos dilemas educacionais. Na linhadessa confusão de linguagem, até a qualificaçãode "intelectual" assume feições equívocas.Intelectuais, não raro, se intitulam como artistasprimitivos que, em sua grande maioria, nuncafizeram funcionar a inteligência.

Outro equívoco que obscurece a noção dacultura é o "saber especializado", que cada vezmais é o proporcionado pelas universidades.Essa tendência do ensino superior é irreversível.Cabe às universidades formar profissionais; eprofissionais cada vez mais especializados. Na

verdade, muito de muito pouco. Isto é, deincultos. Devemos estar atentos para o risco da"deformação especialista". É pela educação eaprendizado que o homem adquire cultura.Cultura é então, o objetivo maior e o fruto daeducação e do ensino. É a cultura que descortinao horizonte e apura a capacidade de avaliar, parapoder escolher. É a cultura, portanto, que faz dohomem uma pessoa livre. É a cultura semeadana educação e no aprendizado do ensinofundamental e médio que germinará e comcerteza, formará os nossos mais excelentesprofessores e educadores. E afirma-se, destaforma, que “qualificar a educação é fazê-la capazde dar ao homem cultura”, que é plenitudehumana, tornando-o pessoa livre. Para isso, jáque a universidade é um conjunto de escolasprofissionais, tende cada vez mais àespecialização e, por outro lado, o homem, paraser homem, precisa de cultura, a tarefa deoferecê-la, que o ensino fundamental e médiosempre exerceu, passa a ser mais decisiva eindispensável nesses níveis de ensino. Se estesníveis não o fizerem, ninguém mais o fará.

Não restam dúvidas que entre os fatores quecontribuem para o sucesso da educação, doisfatores que são indiscutivelmente fundamentaissão: bons alunos e um quadro de professoresqualificados e competentes. Ninguém mais nopaís duvida da necessidade de mais e melhoreducação. Mas, no sentido não apenas de quetodos tenham oportunidades e condições deestudar, mas também no de que existam maisformas de oferecer e adquirir educação,inclusive em novos campos do conhecimento eem novas áreas e atividades profissionais.

O fato, entretanto, é que o estado brasileiro, aocontrário do que muitos supõem, não gastapouco com educação. O que acontece na práticasão basicamente três coisas. Primeira: boaparte dos gastos públicos no setor terminasubsidiando a educação superior de quemmenos precisaria de ajuda do estado parafinanciá-la. Segunda: há uma voragempredatória e criminosa no recolhimento edispêndio de verbas públicas em educação.Terceira: existe uma grande fragilidade no tipode aferição sistemática da qualidade do ensinofundamental e médio em nível nacional.

Com a implantação do ENEM - Exame Nacionaldo Ensino Médio em 1998 e com a suaconstante aplicação, alguma coisa realmentemudou, afinal de contas, o ENEM é umaavaliação diferente das avaliações já propostaspelo Ministério da Educação. Isto porque sedirige a quem deseja conhecer suaspossibilidades de enfrentar problemas do dia adia, sejam eles de natureza pessoal, relacionadaao trabalho, envolvendo tarefas previstas para auniversidade e, até mesmo, de relacionamentosocial. Na quarta e última parte da pesquisa,abordou-se a qualidade da educação, cujodesenvolvimento é descortinado diante depontos que visam à excelência da educação eque orientam, de certa forma, a linha dopensamento atual para que se possamencontrar os métodos ideais de transmissão doensino. Os métodos de ensino são o resultadoda prática e devem ser continuamenteajustados, pois existem muitos talentosdesperdiçados em virtude apenas da falta deestímulo e da maneira incorreta de lhes seremapresentados os assuntos.

Somente o ensino cuidadoso, planejado, variadoe estimulado, preparará o futuro profissional e oencorajará ao desenvolvimento de suas própriasaptidões. Uma orientação adequada temimportância maior, pois, facilitará a formaçãoprofissional em menor espaço de tempo. Com a“nova” LDB, (não tão nova assim, pois é datadade 1994) é possível afastar os que nãocaminham o bom caminho, separar o joio do trigoe realizar avanços inadiáveis. Mas, sãonecessárias ainda, novas medidas, mesmo após17 anos de vigência. Medidas firmes ecriteriosas, porém urgentes e substantivamenteinovadoras.

Nesta conclusão, afirmar que, na atualidade,observa-se uma necessidade imperiosa de umnúmero maior de pensadores sistêmicos e dep r o f e s s o r e s i n t e r d i s c i p l i n a r e s . A scomplexidades resultantes de informaçõesproduzidas em abundância e de sua circulaçãocom maior rapidez (vide avanços da INTERNET)exigem muita versatilidade, interesse eentusiasmo de todos os profissionais

CONCLUSÃO

Qualificar a educação é fazê-la capaz de dar ao homem cultura

O

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envolvidos com a educação. É urgente que seestimule o interesse para uma nova forma debusca de soluções para os problemasnacionais, imaginando maneiras diferentes dedebates, reformulando questões, dando, emsuma, caráter amplamente interdisciplinar àsatividades extracurriculares. A escola quepermanece em constante construção ereconstrução acha-se completamentedistanciada ou em permanente conflito com asexpectativas atuais. As inovações da reformado ensino estão se confundindo e sedesgastando sem trazer propostas para aadequação do encontro de duas verdades quese arrastam para fugir às mentiras: a escola e oaluno. Mais do que nunca há que se propiciarambiente e cl ima favorável para odesenvolvimento da imaginação criadora, paracontinuar a desenvolver o raciocínio, a cultivara conceituação, a capacidade de desenvolverideias abstratas, de ordenar experiências, apartir do sentimento e da intuição.

É de fundamental importância acreditar nosideais do educador. O verdadeiro educador vemreagindo e submergindo em todas asdificuldades, sacudindo as poeiras de ideiasimpostas que nada têm a ver com a nossacultura e prometendo um verdadeiro milagrepedagógico. Não se pode esquecer que foi pelaintuição, uma das qualidades mais valiosas dainteligência humana, que, desde a mais remotaantiguidade, o homem conseguiu fazer suasconstruções estáveis, naturalmente tomandocomo modelo as admiráveis soluçõesobservadas na natureza.

O grande profissional do ensino, o verdadeiroprofessor, se forja somente com odesenvolvimento em alto grau de sua intuiçãoinata, embora não possa prescindir doinstrumental necessário à formaçãofundamental. Não se conseguem criar novasconcepções para os professores que estãohabituados a colher nos livros soluçõesparticulares de problemas já resolvidos poroutros, evitando ou contornando “pseudodificuldades” que podem ser resolvidassimplesmente pela conceituação básica.

Sabe-se que, no processo de formação doeducador, poucos são aqueles que continuama estudar com a intensidade desejável depoisde graduados; essa continuidade do estudo,tão necessário, só poderá ser estimuladadando ao futuro diplomado a infraestruturanecessária para implantar a futuracognoscência, alargando-lhe os horizontes edando-lhe uma visão mais ampla dosproblemas. Para atenuar o conflito de

gerações, ou de temperamentos é necessárioque o bom professor conheça profundamente asensibilidade dos seus alunos, admire-lhes asvirtudes, toque-lhes a alma, e estimule-os aomáximo, com a comunicação de seu próprioentusiasmo.

Há, pois a necessidade permanente de prepararprofissionais e professores em pouco tempo,em grande quantidade e de alto nível. Não sepode esperar pela revelação de vocaçõesnaturais. Para isto, é forçoso melhorar aqualidade do ensino tanto no nível fundamental,no médio e no universitário. Uma orientaçãoadequada tem importância maior, pois facilita aformação profissional em menor espaço det e m p o . H o j e s e f a l a m u i t o e minterdisciplinaridade na construção doconhecimento, em diretrizes curricularesnacionais, mas, de uma maneira geral, osprofessores ainda ficam perplexos diante detodas essas novidades. E essa perplexidadetraduzida basicamente em dois sentimentos. Oprimeiro diz respeito à necessidade daincorporação das novidades tecnológicas eeducacionais. O outro é o sentimento deinsegurança, gerado pela falta de base paramexer com todas essas novidades. No geral, osprofessores sabem que precisam mudar, masnão sabem como. Isso gera angústia, tambémcausada pela percepção de que o mundo mudatão rapidamente que a escola não consegueacompanhar. Os professores, em sua maioria,não conseguem acompanhar as mudançaspelas quais os alunos passam.

Há a necessidade urgente de um movimentosincronizado para que se possa mudar asinstituições de formação, e trabalhar forte eprogressivamente na educação continuada dosprofessores que atuam hoje no ensinofundamental e no ensino médio, incentivando asatualizações e especializações, seja pelo ensinopresencial ou pelo ensino à distância. Precisa-se, basicamente, de formação permanente doeducador em serviço e uma ação institucionaldas unidades formadoras, que estão um tantoquanto obsoletas.

Há que se habituar os acadêmicos a determinaras relações entre causa e efeito utilizando meiosdescritivos e especulativos para análise dosfenômenos investigados. Justifica-se, pois, oestudo histórico, um dos sustentáculos dapercepção humanística, como também o estudocomparativo. Hoje, até mesmo os processos delivre avaliação começam a ser reconhecidoscomo de feição científica. São também aceitosos processos por ensaio e erro. Devem sercultivadas também, a verdadeira pesquisa e a

verdadeira investigação readaptando-secontinuamente a universidade à época em quevivemos. A luta pela qualidade na educação é umprocesso que expressa a necessidade daNação. Somente com a consciência clara desuas responsabilidades sociais, a escola poderásuperar as dificuldades e inaugurar novoscaminhos. Caminhos que deverão ser abertospor educadores bem formados, bem orientadose decididos a fazer o melhor pela educação, pelacultura, pelo povo, pelo país.

REFERÊNCIAS

- São Paulo, Editora Abril, 1999.- BOECHAT, Ivone. Rio de Janeiro,AFE, 1993.

- BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto.

Brasília. DF: INEP, 1999.

- _______, Ministério da Educação e do Desporto.

Secretaria de Ação Fundamental.Brasília. DF: SEF, 1998.

_______, Ministério da Educação e do Desporto.

Brasília. DF: SEF, 1999.

- CERVO, Amado Luiz.São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 1983.

- DEMO, Pedro. .São Paulo, Cortez, 1997.

- KLUCKHOHN, Clyde.Belo Horizonte, Itatiaia, 1963.

- LÜDKE, Menga.

In: Série: Cadernos CRUB, V. 1, n. 4,Brasília: 1994.

- MARTINS, Pura Lúcia Oliver.São Paulo: Loyola, 1989.

- NAGLE, Jorge.

São Paulo: Brasiliense,1986.

- OLIVEIRA, Pérsio Santos.São Paulo, Ática, 2000.

- PATTO, Maria Helena Souza.. São

Paulo, Casa do Psicólogo, 1999.

- , São Paulo, Editora Abril, 1997.

- SALOMON, Délcio Vieira.ed. São Paulo, Martins Fontes, 1999.

- SILVA, Ezequiel Theodoro.São Paulo, Cortes, 1999.

ALMANAQUE ABRIL.

Escola, Doce Escola.

Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio.

Secretaria de Educação Média e Tecnológica.

Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências

Naturais – terceiro e quarto ciclos do ensino

fundamental.

Referenciais para a Formação de Professores.

Metodologia Científica. 3. ed.

Princípio Científico e Educativo. 5. ed

Antropologia - Um Espelho para

o Homem.

Avaliação Institucional: Formação de

Docentes para o Ensino Fundamental e Médio (as

licenciaturas).

Didática Teórica /

Didática Prática.

As unidades universitárias e suas

licenciaturas: educadores x pesquisadores. In:

CATANI, D. B. et al. (Orgs). Universidade, escola e

formação de professores.

Introdução à Sociologia.

20. ed.

A Produção do Fracasso

Escolar: histórias de submissão e rebeldia. 1. ed.

REVISTA EXAME

Como Fazer Uma

Monografia. 9.

Magistério e

Mediocridade. 4. ed.

Page 68: Revista Integração Ed. 107

www.lasalle.edu.br

Artigos

68

Por Angelina Acceta Rojas e Mary Rangel

Faculdade La Salle Niterói/RJ

s princípios da Pedagogia de La Salleincorporam e realçam a formaçãohumana, com a sensibil idade

necessária à prática de valores cristãos queorientam a vida, a convivência e a preservaçãodo meio ambiente natural e social.

A educação com princípios estéticos eartísticos, que incorporam o olhar sensível,voltado ao contexto real, pode formar aconsciência crítica, auxiliando, desse modo, oaluno a tornar-se um ator social, que expressae constroi valores de promoção humana. Ver éprojetar a realidade exterior no interior doespírito, como um reflexo que ampliaalternativas de compreender este mundo decontradições no qual o eu, ao mesmo tempoem que se distingue, deve aproximar-seprogressivamente do outro.

Compreende-se, portanto, a arte como meiode desenvolvimento do processo pessoal esocial de observar e sentir. Observar é umahabilidade que depende do olhar cominteresse, dirigido, determinado. Desse modo,examinar minuciosamente, focalizar aatenção, concentrar o pensamento e ossentidos com a vontade de ver, de apreender,de perceber o mundo, e nele, o outro, paraalém de si próprio, são percepções sensíveisdo ser humano. O olhar sensível educa aatenção e a observação, acrescentandoperspectivas de entendimento do contextosocial com mais critério e profundidade. Trata-se, portanto, de um estímulo permanente aque se acredite que é viável construir ummundo possível, melhor, com novasoportunidades humanas e transcendentes devida e convivência. Por isso, é possível epreciso acreditar num projeto educacional-artístico, no qual a arte desempenhe um papelprioritário, e não apenas participe comocoadjuvante.

O desafio de buscar valores significativos àcompreensão do real requer dos educadoresuma percepção sensível que tem efeitosimportantes na produção do conhecimentocomprometido com a necessidade imperiosa

de preservação da Terra. É necessário utilizaruma base mais ampla que estude como o serhumano se apropria do mundo por meio dosensível em toda sua at iv idade e,especialmente, na arte.

A arte nos obriga a repensar o que temos porrea l idade , fazendo -nos perceber apossibilidade concreta da inauguração deoutras realidades, nas quais os valoreshumanos sejam priorizados. É a arte que nosconvence de que o mundo em que vivemos nãoé único mundo possível.

Se arte é produção sensível, se é relação desensibilidade com a existência e comexperiências humanas capazes de gerar umconhecimento de natureza diverso daquele quea ciência propõe, é na valorização dessasensibilidade, na tentativa de desenvolvê-laque poderemos contribuir de forma inegávelcom um projeto educacional-artístico, no qual aarte desempenhe um papel preponderante enão apenas participe como coadjuvante.

Arte e cultura estão intrinsecamenterelacionadas. A todo momento o ser humanose relaciona com a arte produzindo, criando,apreciando ou interpretando, e isso porque aarte faz parte da subjetividade humana. A arte épossuidora de uma codificação específica, poisé construção não-verbal e inter-relação entresujeito e objeto, entre conhecimento esensações, entre pensar, sentir, fazer e refletir.

O

Educação com arteA educação alarga horizontes com osparâmetros da arte, na medida em que épróprio da arte estimular a sensibilidadehumana. O ato de criação artística passanecessariamente pelo interrogar e pelo fazer,por invenções, criação, descobertas. Opensamento bachelardiano auxi l ia acompreender que não se apreende senãoaquilo que se constroi, ou seja, o que se faz.Para o filósofo, a inteligência “constroi suaprópria surpresa” e se apaixona por suaspróprias perguntas, o que representa oenfrentamento da complexidade dosfenômenos e das suas formas demanifestação através da atividade artística,laboriosa e compartilhada (BACHELARD, 1988,p. 17)

Para que a educação seja realmentetransformadora, é preciso ampliar o grau deconsciência dos educadores em todos osníveis. Apropriamo-nos da palavra consciênciacomo a possibilidade de tematização e reflexãoda própria prática de trabalho. Como nos dizFreire:

Transformar o mundo através de seu trabalho,dizer o mundo, expressá-lo e expressar-se épróprio dos seres humanos. A educaçãoqualquer que seja o nível em que se vê se farátão mais verdadeira quanto mais estimule odesenvolvimento desta necessidade radicaldos seres humanos, a sua expressividade(1982, p.24).

Os tempos contemporâneos e a sociedadeatual requerem a presença lassalista: umapresença expressiva que se inspira nasensibilidade humana cristã, que amplia avisão da realidade e seus apelos à educação eaos educadores inspirados em La Salle e,portanto, envolvidos com a arte e a beleza doambiente, dos valores, dos princípios epráticas da escola lassaliana.

REFERÊNCIAS

- BACHELARD, Gastón. SãoPaulo: Martins Fontes, 1988.

- FREIRE, Paulo. Riode janeiro: Paz e Terra, 1982.

A poética do devaneio.

Ação cultural para a liberdade.

A arte nos obriga a

repensar o que temos por

realidade, fazendo-nos

perceber a possibilidade

concreta da inauguração

de outras realidades, nas

quais os valores humanos

sejam priorizados.

Page 69: Revista Integração Ed. 107

Revista Integração • Maio 2011

Artigos

69

Por Francine Bohne Ritta

Pedagoga do Colégio La Salle Carazinho/RS

A Formação Continuadae a valorização do profissional da educação

Diariamente estamos formando nossos

alunos, a judando-os a constru i r o

conhecimento e aprendendo com suas

conquistas e dif iculdades. É como

professores que necessitamos manter-nos

atualizados, buscando na pesquisa e na

formação continuada os alicerces para a

oferta de aulas significativas e nosso

aprimoramento.

Antunes (2008, p.52) afirma que aprender

significa ser protagonista de sua própria

aprendizagem... Toda pessoa é livre para agir,

o único limite é a liberdade do outro. Por isso

que a formação continuada deve partir de um

desejo individual, é uma busca por novos

conhecimentos ou para reafirmar práticas

sabidas e vividas, e essa busca deve sempre

estar relacionada com as teorias.

(Antunes, 2008, p. 57)

Infelizmente, assim como alguns alunos se

negam aprender e realizar atividades,

professores também o fazem, evitando ou

boicotando cursos de formação continuada.

Mas se desejarmos continuar na profissão, ou

melhor, na tarefa de educar devemos procurar

aprimoramento acadêmico para exercermos a

cada dia melhor nosso trabalho.

Lemosse (1989) in Perrenoud (2001, p.86)

afirma que o ensino é uma atividade

intelectual que envolve a responsabilidade

Por mais bem preparado que seja o professor,

é impossível ignorar que se vive em um

mundo de aceleradas mudanças e que a

globalização dos conhecimentos impõe uma

consciência de atualização e estudos

permanentes, além de uma busca de

conhecimentos sobre sistemas educacionais

e suas práticas no Brasil e exterior.

daquele que a exerce. Por isso, a importância

de nos reconhecermos responsáveis pelos

nossos alunos, por estimular e desenvolver o

conhecimento. Não podemos ignorar as

dificuldades de nossos alunos nem ficar

buscando sempre culpados pelos fracassos,

mas devemos agir e refletir sobre nossa

prática.

Ensinar é um trabalho criativo que implica

também o domínio de um bom número de

técnicas. E onde encontramos técnicas

variadas? Além dos livros, as metodologias,

técnicas, encontramos nos cursos de

formação, os quais são de responsabilidade

do professor buscar e das instituições ofertar.

Segundo Perrenoud (2001, p.94) a prática não

é espontaneamente didática. Para ser

formadora ela deve ser teorizada. A formação

é concebida de forma a ajudar o professor a

realizar esse distanciamento necessário à

construção de novos saberes e suas

utilizações na classe.

O professor deve ser um profissional capaz de

dialogar, trocar experiências, aberto às

mudanças. Sendo assim reconhecerá seu

valor, estendendo sua importância à

sociedade.

Nossas escolas precisam de crescimento e da

aprendizagem que tem origem na diversidade

individual e na criatividade que brota nos

limites de nossa escola e fora dela.

Precisamos vivenciar e descobrir maneiras

melhores de trabalho cooperativo que

mobilizem o poder do grupo, ao mesmo tempo

em que fortaleçam o desenvolvimento

individual (Fullan & Hargreaves, 2000). E

unidos seremos capazes de demonstrar e

comprovar nossa importância.

A docência numa escola é uma ação que

sempre é exercida entre pessoas e com

pessoas e, por isso, guarda em si mesma uma

relação dialética entre o agir individual e o

trabalho coletivo.

A formação continuada deve ser uma busca

individual. Acredito que deve partir do

educador, mas ela nos faz pensar no coletivo,

refletir sobre o que não está dando certo e as

boas práticas, fazendo-nos agir diferente,

refazendo nossa prática. Ao buscarmos

qualificação profissional nos estamos

reciclando e dando voz a nossa classe: somos

educadores e clamamos por respeito e

reconhecimento.

O professor precisa ativar

em si mesmo uma constante

busca do conhecimento

como alimento para

seu crescimento

profissional e pessoal.

REFERÊNCIAS

- ANTUNES, Celso.

São Paulo : Ciranda Cultural, 2008.

- PERRENOUD, Philippe. Marguerite Altet, Évelyne

Charlier; trad. Fátima Murad e Eunice Gruman.

2ª ed.

Uma escola de excelente

qualidade.

Formando professores profissionais. Quais

estratégias? Quais competências?

Page 70: Revista Integração Ed. 107

www.lasalle.edu.br

Canal Aberto

70

Da janela para o mundoAdriano CicolellaNúcleo de Comunicação Digital do Setor de Marketing Rede La Salle

A partir da participação do Setor de Marketing da Rede La Salle napalestra "A importância do Google como ferramenta de trabalho", com oDiretor de Comunicação do Google Brasil, Félix Ximenes, surgiramalgumas reflexões sobre o atual momento da internet como ferramenta decomunicação e marketing.

Nada mais fácil que abrir a janela e ter o mundo inteiro à disposição dooutro lado. Notícias em tempo real, conteúdos diversos, documentosonline, e-mails, pessoas e muita informação. Nessa perspectiva,podemos compreender que partimos de uma Janela através do programaWindows, para a grande janela que nos conecta com o mundo em apenasum click, a internet. Sabemos que hoje, a internet, além de facilitar oacesso a conteúdos, informação, produtos e serviços, ela encurtadistâncias e aproxima pessoas, possibilitando que elas interajam entresi. Para entendermos melhor essas mudanças, basta analisarmos ocomportamento dos usuários, seus hábitos de navegação, formas deexpressão e o tamanho do mercado digital nos últimos dois anos.

Refletir um pouco sobre alguns conceitos de WEB, e também retrocederno tempo é fundamental olharmos para a denominada "Nova geração deInternautas". Partimos então da WEB 1.0, a chamada era dos "GrandesPortais" como UOL, IG, Terra, entre outros. Nessa fase, o conceitoprincipal partia da publicação de alguns para muitos. Com a WEB 2.0, ainternet de hoje, o mundo passou por uma revolta radical em meados de2007. Uma nova arquitetura de desenvolvimento online expandiu a redeao alcance da interatividade. Alguns exemplos são os sites de pesquisacomo Google, de conteúdo como Wikipedia e as Redes Sociais comoFacebook, Orkut e Twitter. Com isso, o internauta também passou a atuarde forma participativa, gerando conteúdo e informação a partir da suaprópria mídia pessoal. Ou seja, uma comunicação de muitos para muitos,aumentando de forma exponencial a geração de conteúdo. O próximodesafio é a WEB 3.0, uma internet que permita interpretar, conectar edisponibilizar os dados sob medida para cada necessidade e interesse dousuário. A chamada era da segmentação e personalização dosambientes, conforme dizem alguns especialistas.

Contudo, para onde iremos com as estratégias mercadológicas a fim deenglobar essa nova geração? Em uma recente pesquisa realizada pelacomScore, Inc (NASDAQ:SCOR), um líder em estatísticas do mundo digital,revelou o perfil do internauta brasileiro. Os usuários entre 6 e 14 anospassam cerca de 60% do seu tempo online em sites de comunicação eentretenimento como Youtube, Orkut, Facebook, Twitter. Esses somam12% do total da população online no Brasil que hoje chega a 73 milhões.Pessoas com idade entre 15 e 34 anos representam 56% do total deinternautas enquanto usuários com idade de 35 anos ou mais somam osrestantes 32%. Outro dado revela o crescimento da região sul, que hojesoma 15% dos acessos a páginas, ficando atrás somente da regiãosudeste que consome cerca de 67%.

O Brasil é o 5º país que mais acessa redes sociais no mundo. De oito acada dez pessoas conectadas, possuem perfil em sites derelacionamento e entretenimento. Quando bem planejadas, essas

plataformas se tornam uma importante ferramenta de marketing, poisatravés delas, é possível entrar em contato diretamente com público-alvo,monitorando o que estão falando sobre seu produto ou serviço, bem comoidentificando as ações e informações sobre a concorrência.

Para potencializar ao máximo o alcance dessa mídia, em primeiro lugar, épreciso definir as estratégias de onde se quer chegar, e a quem se queratingir identificando onde seu público realmente está inserido. Pesquisarsobre os hábitos de navegação, o tipo de informação e conteúdo desejado,bem como a linguagem utilizada na comunicação. Partindo dessesprincípios, já é possível ganhar mais visibilidade, interação e relevância nasações e nos processos de comunicação nas redes sociais. A interação podeser considerada o objeto fundamental nesse meio, portanto, planeje paraque as ações não sejam feitas de mão única, onde só os outros interagem evocê fica parado. Crie uma comunicação direta com as pessoas em uma viade mão dupla, informando, conversando e resolvendo problemas senecessário, de forma a surpreender sempre. Outra dica importante é definiras pessoas que serão responsáveis pelas ações nas mídias sociais dentroda empresa. Como elas deverão se portar nesse ambiente? Qual a forma decomunicação, padrão e formal ou informal?

Além disso, as ferramentas de monitoramento web auxiliam diretamentepara melhor potencializar seu desempenho. O Google Analytics é uma delas.Através dele é possível conhecer o total de acessos ao site, bem como operfil detalhado dos visitantes. Outras ferramentas como o Google Alertastambém tem um papel importante de monitoramento das discussões, assimcomo o TweetAuditor que ajuda a monitorar a sua conta no Twitter através deestatísticas de seguidores, retweets recebidos, citações feitas da suamarca.

A partir destas reflexões, é fundamental reconhecermos verdadeiramente apotencialidade das mídias sociais como uma importante ferramenta demarketing. Também vale lembrar que antes de qualquer ingresso ou ação,um bom planejamento é fundamental para o sucesso. Para este ano, a RedeLa Salle está planejando sua entrada em diferentes redes sociais, além do jáconsolidado trabalho no Twitter (@RedeLaSalle). Estamos cientes docrescimento dessa nova geração de internautas, cada vez mais exigentes esedentos por conteúdos, novidades e interatividade.

Integrantes do Setor de Marketing participaram de palestra,em São Paulo, com o diretor de Comunicação do Google no Brasil.