revista insaúde nº 01 outubro/2009

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Saúde Faculdade Santa Emília de Rodat ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009 A IMUNIZAÇÃO EM CRIANÇAS COM A SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADIQUIRIDA (SIDA) Indicações e cuidados referentes a imunização em crianças que apresentem SIDA. INFLUENZA A (H1N1) O mesmo subtipo, um novo virus. ISSN 0000000000000000

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Revista Científica da Faculdade Santa Emília de Rodat

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SaúdeFaculdade Santa Emília de Rodat AN

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A IMUNIZAÇÃO EM CRIANÇAS COM A SÍNDROMEDA IMUNODEFICIÊNCIA ADIQUIRIDA (SIDA)Indicações e cuidados referentes a imunização em crianças

que apresentem SIDA.

INFLUENZA A (H1N1)O mesmo subtipo, um novo virus.

ISSN

000

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Sum

ário Informe 01

A IMUNIZAÇÃO EM CRIANÇAS COM

A SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA

ADQUIRIDA (SIDA)

PAG. 04

Informe 02INFLUENZA A (H1N1) – O MESMO

SUBTIPO, UM NOVO VÍRUS.

PAG. 08

Artigo 01PAG. 12

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NOPROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIAFRENTE ÀS RESOLUÇÕES DO COFEN

Artigo 02PAG. 20

BENEFÍCIOS DA OXIGENOTERAPIAHIPERBÁRICA (OHB) NO AMBIENTEHOSPITALAR

Artigo 03PAG. 24

DETERMINAÇÃO DO SEXO FETALATRAVÉS DO DNA DO PLASMA MATERNO:UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Artigo 04PAG. 29

INFORMAÇÕES PERTINENTES ÀVACINAÇÃO PARA VIAJANTES PRESTADASPELAS AGÊNCIAS DE TURISMO NOMUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB

Page 3: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

A tecnologia de informação vem avançando muito

na última década, tornando obsoleta a utilização

de materiais impressos com uma velocidade cada

vez maior. Juntamente a este fator existe a necessidade de

informações atualizadas pelos profissionais de saúde

quase que diariamente, dado aos grandes avanços obtidos

nas mais diversas áreas e que traduzem melhores

condições antes, durante e após procedimentos, tanto

para os clientes quanto para o profissional da área de

saúde. Neste aspecto, a comunicação científica exige

recursos tecnológicos de eficiência em sua disseminação,

os quais garantem sua preservação e acesso e, quando

padronizados, permitem a ampla disseminação e

recuperação tanto em nível nacional como internacional,

sendo o periódico científico o instrumento mais relevante

neste contexto. Dessa forma o periódico Científico da

Faculdade Santa Emília de Rodat, InSaúde, torna-se uma

realidade de extrema importância na divulgação em tempo

real de informações, resultados de pesquisas e inovações

para toda a comunidade acadêmica e científica no âmbito

nacional e internacional, trazendo relevantes

contribuições para estudantes, profissionais da área de

saúde e comunidade em geral.

Prof Ms Pedro Marcos Carneiro da Cunha Filho

Editorial Direção AdministrativaProf Maria da Glória Uchôa dos Santos

Prof Ana Cristina de Oliveira Borba Paulino

Prof Maria Zilene Mendonça do Prado

a

a

a

EnfermagemMestra em Administração Sanitária eHospitalar (Suficiência Investigatória - UNEXEspanha)

AdministraçãoMestra em Administração Sanitária eHospitalar (Suficiência Investigatória - UNEXEspanha)

EnfermagemMestra em Enfermagem – UFRJ

Coordenação TécnicaProf Pedro Marcos Carneiro da Cunha Filhoo

Zootecnia – Mestre

Corpo EditorialAna Flávia de Oliveira Borba CoutinhoCíntia Bezerra AlmeidaElry Medeiros Vieira NetoFernandes Antônio Brasileiro RodriguesGlaydes Nely Sousa da SilvaGustavo Gomes AgripinoIdeltônio José Feitosa BarbosaIsabela Albuquerque PassosJaqueline Oliveira de Paiva FerreiraJosé Carlos da SilvaLuciana Teles CarneiroMaria Carmen de Araújo Melo JardimMaria Clemilde de SousaMaria de Fátima Gabino SiqueiraMaria de Fátima de Oliveira CoutinhoMaria do Carmo Braga AlvarizaMaria Eliane de Araújo MoreiraMarinei GrottaRovênia Maria de Oliveira ToscanoWilma Dias Fontes

Projeto GráficoGleryston Farias

Page 4: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

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Informe 01

04 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

A IMUNIZAÇÃO EM CRIANÇAS COM A SÍNDROME DAIMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA)

PEDRO MARCOS CARNEIRO DA CUNHA FILHO

Mestre, Professor titular da disciplina de Microbiologia eImunologia dos cursos de Enfermagem e Biomedicina da FASER

E-mail: [email protected]

O avanço na área de imunização está cada dia maior, apresentando melhorias significativas na eficácia daprevenção de doenças infecciosas, refletindo-se positivamente na qualidade de vida da população brasileira,independentemente da idade.

Entretanto a qualidade deste serviço pode tornar-se um grande problema quando este não é realizado porprofissionais capacitados. E este está caracterizando-se como o principal entrave quando se trata da imunização emcasos especiais, como é o caso da imunização envolvendo pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida(AIDS).

A ação do HIV no organismo caracteriza-se pelo tropismo deste vírus para as células T auxiliares e para osmacrófagos, pela expressão do CD4 destas células, causando infecção lítica dos linfócitos T e infecção produtiva de baixonível e persistente nos macrófagos. O vírus induz diversos efeitos citopatológicos nestas células, principalmente noslinfócitos T pela alta concentração de CD4. Entre estes efeitos podemos citar as cópias de DNA circular não-integrado aogenoma, o aumento da permeabilidade da membrana plasmática, a formação de sincícios e a indução de apoptose.Estes efeitos resultam na redução do número de células T auxiliares, reduzindo as funções auxiliar e dehipersensibilidade do tipo tardio da resposta imunológica.

Os linfócitos T auxiliares CD4 são responsáveis pela iniciação da resposta imunológica através da liberaçãode citocinas com função de ativação dos macrófagos, outros linfócitos T, linfócitos B e linfócitos NK.

A redução destes linfócitos T CD4 torna a resposta imunológica antígeno-específico, mais especificamente aimunidade celular, deficitária, e a resposta humoral descontrolada, reduzindo a capacidade de controle contramicrorganismos responsáveis por infecções intracelulares oportunistas, característica principal da síndrome causadapor este vírus.

A imunização por sua vez depende da presença dos linfócitos T CD4 para que seja desencadeado o processo

The immunization of children with acquired immunodeficiencysyndrome (AIDS)

Os programas de imunização foram se consolidando gradualmente no Brasil, principalmente nos últimos 30anos. Em 1973 foi instituído o Programa Nacional de Imunização (PNI), com o objetivo de prevenir as principais doençasimunopreveníveis de incidência no Brasil. Tendo como base vacinações sistemáticas em campanhas, obtendo com esteprocedimento coberturas vacinais cada vez maiores. A Imunização tem se mostrado o melhor programa da saúdepública, levando à queda acentuada da incidência das doenças infecciosas.

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de formação de imunoglobulinas e células de memória responsáveis pela imunidade contra os microrganismostrabalhados nas vacinas. O que torna a segurança e a eficácia da imunização em crianças com a Síndrome daImunodeficiência Adquirida um procedimento delicado e que requer a capacitação dos profissionais que trabalhamcom estes indivíduos e familiares.

Existem, assim, fatores primordiais que devem ser observados quando trabalhamos a imunização emcrianças infectadas pelo HIV.

Crianças infectadas pelo HIV que não apresentem alterações imunológicas ou sinais e sintomas clínicosindicativos da imunodeficiência causada pelo vírus podem receber todas as vacinas do calendário. Entretanto, à medidaque avança a idade, aumenta-se o risco teórico ou real quando nos referimos às vacinas atenuadas, além de aumentar apossibilidade de resposta imunológica insuficiente ou inadequada destas crianças às vacinas, mesmo as inativadas.Desta forma, preconiza-se que a vacinação de crianças infectadas deve-se proceder o mais precocemente possível, demaneira a garantir uma eficaz reação imunológica sem danos ao indivíduo.

As crianças que apresentem manifestações clínicas (tabela 2) ou alterações imunológicas graves (tabela 1)não devem receber vacinas atenuadas. Nestes casos deve-se, sempre que possível, adiar a administração destas vacinasaté que a criança obtenha um grau satisfatório de reconstrução imune, obtido com o uso de terapia anti-retroviralcombinada, de maneira a melhorar o grau de resposta e reduzir o risco de complicações pós-vacinais.

A vacinação contra hepatite B deve ser realizada nas primeiras 12 horas de vida, independentemente daconfirmação de infecção pelo vírus HIV. Caso a mãe seja HBsAg positiva, aplicar simultaneamente, em outro local, aIGHAHB. Uma vez confirmada a infecção pelo HIV, deve-se aplicar uma quarta dose no período de seis a doze meses apósa terceira dose, mesmo que a mãe não seja HBsAg positiva.

No caso da vacina contra poliomielite, as doses da série primária (três doses no primeiro ano de vida e aquarta dose aos quinze meses) podem ser feitas com a vacina oral (VOP), desde que a criança não apresente sinais dealterações clínicas ou imunológicas. Em crianças maiores ou naquelas que apresentarem sinais de imunodeficiênciadeve-se usar a vacina inativada contra a poliomielite (VIP), completando-se quatro doses.

A vacina contra influenza deve ser aplicada a partir dos seis meses de idade e repetida em dose única anual,levando em conta a sazonalidade da infecção. A dose da vacina varia de acordo com a idade, sendo até 36 meses, meiadose (0,25 mL). Após esta idade, 0,5mL. As crianças com menos de nove anos, ao receberem a vacina pela primeira vez,requerem duas doses com intervalo de quatro a seis semanas.

A classificação imunológica das crianças infectadas pelo HIV varia de acordo com a idade, como podemosobservar na tabela 1, e com o uso da terapia anti-retroviral combinada, devendo-se por isso levar em consideração osdois exames anteriores, além do atual, sendo o último com um intervalo de pelo menos três meses, e associando-o àscondições clínicas atuais.

A vacina BGC deve ser administrada aos recém-nascidos de mães infectadas pelo HIV o mais precocementepossível. As crianças que ainda não foram vacinadas deve-se levar em consideração a ocorrência de alterações clínicas eimunológicas, apenas vacinando aquelas que apresentem-se assintomáticos e sem imunodepressão. A revacinação derotina é contra-indicada.

É recomendada também avacinação dos contatos.

A vacina Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) é contra-indicada apenas às crianças comimunodepressão avançada, ou seja, que apresentem-se na categoria imunológica 3 (Tabela 1) ou classificação clínica C

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(Tabela 2). Neste caso deve-se protelar a vacinação até que a criança apresente reconstrução imunológica satisfatória.

A vacinação com a DPT+Hib, e a anti-hepatite A devem ser administrada conforme orientações de rotina. Av

recomendada apenas acima dos 9 meses deidade, podendo, entretanto, ser administrada após 6 meses de vida quando for definida situação epidemiológica derisco.

Se a criança já recebeu duas doses, por campanhas de “followup” ou bloqueios, não há necessidade de dose adicional.

acina contra do tipo b (Hib) deve ser administrada em crianças maiores de 12 meses e commenos de 18 anos, nunca vacinados, devendo-se aplicar duas doses, com intervalo de 2 meses.

No caso da vacina contra febre amarela, sua eficácia e segurança para as crianças infectadas pelo HIV nãoforam ainda bem estabelecidas, sendo recomendada extrema cautela em sua administração, considerando-se asituação de risco epidemiológico e a condição imunológica da criança. Ela é

Haemophilus influenzae

06 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

Page 7: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

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Literatura recomendada

MURRAY, P.R.; et al. Microbiologia Médica. Rio de Janeiro. 4ª. ed. Guanabara. 2004.LEVINSON, W.; JAWETZ, E. Microbiologia Médica e Imunologia. Porto Alegre. 7ª. ed. Artmed. 2005.

American Academy of Pediatrics (AAP). Measles immunization in HIV-infected children. Committee on Infectious Diseases andCommittee on Pediatric AIDS. Pediatrics, 1999; 103 (5):1057-60.Center of Diseases Control and Prevention (CDC). Revised classification system of human immunodeficiency virus infection inchildren less than 13 years of age. MMWR, 1994; 43 (RR-12):1-10.BRASIL - Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Normas de Vacinação. Brasília; 2001.BRASIL - Ministério da Saúde. Coordenação Nacional DST/AIDS. Recomendações para Imunização de pessoas infectadas pelo HIV.Brasília; 2002.

Page 8: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

Informe 02

08 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

INFLUENZA A (H1N1) – O MESMO SUBTIPO, UM NOVO VÍRUS.Influenza A(H1N1) – The same subtype, a new virus

Maria do Carmo Braga Alvariza

Mestre em Microbiologia e Imunologia pela Universidade Federalde São Paulo, professora de Microbiologia Básica no curso deBiomedicina da Faculdade Santa Emilia de Rodat.

E-mail: [email protected]

O ano de 2009 ficará marcado pelo início da primeira pandemia do século XXI. Em abril deste ano, aOrganização Mundial da Saúde (OMS) lançou o alerta de um surto de síndrome gripal, detectado inicialmente noMéxico, e causado por uma linhagem nova do vírus da influenza A (H1N1).

A doença apresentava-se como uma infecção respiratória febril que podia ser auto-limitada ou evoluir paramanifestações graves como pneumonia, falência respiratória e morte. Ao final de maio, o vírus já se havia espalhado por43 países, acometido 12.515 pessoas com o relato de 91 mortes associadas. Em junho a OMS emitiu um alertadeclarando a situação como pandêmica, com o vírus transmitindo-se facilmente, de pessoa a pessoa, de um país a outro.

Os vírus da Influenza A pertencem à família . Apresenta um envelope lipoproteico,derivado da célula hospedeira. Nele, externamente, encontram-se duas glicoproteínas, a hemaglutinina (HA) e aneuraminidase (NA) e internamente é revestido pelas proteínas da matriz (M1) e da membrana (M2). A HA desempenhaum papel importante na entrada dos vírions na célula, sendo responsável por sua ligação aos receptores celulares e pelafusão do envelope com a membrana da célula hospedeira. A NA contribui para a liberação das partículas virais, tornandopossível a infecção de outras células. O genoma consiste de 8 segmentos de nucleocapsídeos helicoidais, de RNA fita-simples e polaridade negativa, associados a moléculas de nucleoproteína (NP). Complexos contendo as três polimerasesvirais (PA, PB1 e PB2), estão situados nas terminações dos nucleocapsídeos. As proteínas M1 M2 e NP são tipo-específicas e utilizadas para diferenciar os vírus da influenza A, B e C, enquanto as glicoproteínas de superfície, HA e NAformam a base para os subtipos virais. Até o momento, foram identificados 16 subtipos de HA e 9 de NA.

A diversidade genética dos vírus da influenza A é favorecida por sua estrutura genômica segmentada e pelacapacidade de infectar e replicar em seres humanos e em muitas espécies de animais, incluindo aves e porcos. Entre osmecanismos que contribuem para o aparecimento de novas linhagens virais, destacam-se a alta taxa de mutações nosgenes que codificam HA e NA e a possibilidade de um rearranjo genético.

As mutações causam substituições de aminoácidos na HA e na NA e têm pouco efeito na função dasglicoproteínas mas alteram a conformação antigênica das mesmas, em maior ou menor extensão. Quanto aomecanismo de rearranjo, origina vírus híbridos, criados através da co-infecção de uma célula com diferentes linhagensdo vírus da influenza, permitindo que os segmentos genômicos se associem aleatoriamente em novos vírions. Estas

Os vírus da influenza A

Orthomyxoviridae

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alterações interferem com reconhecimento dos vírus pelo sistema imunológico e dão origem aos surtos epidêmicos.

A análise genômica do vírus isolado em humanos em 2009 indica, que ele seja produto de rearranjo de duaslinhagens de vírus da influenza suína, sendo que uma destas já havia sofrido anteriormente um rearranjo triplo econtinha segmentos de vírus de influenza humana, aviária e suína. Como houve apenas um caso de isolamento do vírusem porcos, a OMS trocou a denominação de Influenza suína por Influenza A (H1N1).

Uma pandemia instala-se quando um vírus da influenza com uma HA, contra qual a população humana tempouca ou nenhuma imunidade, cruza a barreira das espécies e é eficientemente transmitida entre humanos. Trêspandemias por vírus da influenza A ocorreram no século XX: em 1918 (H1N1), 1957 (H2N2) e 1968 (H3N2), sendoresponsáveis direta ou indiretamente por um grande número de mortes.

A atual pandemia foi declarada em 11 de junho pela OMS, com o nível de alerta elevado a 6. Constatou-seque o vírus se espalhava facilmente de uma pessoa a outra, totalizando na data, aproximadamente 30.000 casosconfirmados, distribuídos em 74 países. Apesar do subtipo H1N1 já ter sido responsável por outros surtos de influenza, alinhagem isolada em 2009 apresenta uma composição em seu genoma que não havia sido identificada previamente. Foisugerido que o atual vírus da influenza A (H1N1) é um descendente em quarta geração daquele responsável pelapandemia de 1918.

Os últimos dados, até a elaboração deste artigo, registravam 182.166 casos confirmados e 1.799 mortes. Onúmero real é certamente maior, considerando que formas leves da doença muitas vezes não são notificadas e que emvários países, a confirmação do caso suspeito só é realizada na vigência de manifestações mais graves. Entretanto, amaioria dos pacientes apresentam sintomas leves e se recuperam rápida e totalmente, mesmo na ausência de qualquermedicação. Comparando a influenza A(H1N1) e a influenza sazonal, constata-se que ambas apresentam freqüências desinais e sintomas similares A(H1N1), sendo que, parte dos casos, desenvolveram também vômito e diarréia.

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, até 1º de agosto, foram confirmados como InfluenzaA(H1N1) 2.959 casos. A maioria (71,5%) apresentou sintomas leves e os restantes apresentaram febre, tosse edificuldade respiratória, mesmo que moderada ― sintomas compatíveis com a definição de síndrome respiratóriaaguda grave (SRAG).

A distribuição de casos de SRAG até 15 de agosto registra 3087 casos atribuídos ao vírus da Influenza A(H1N1). A maior proporção está concentrada na faixa etária de 15 a 49 anos de idade e 55% ocorreram em mulheres.Doenças respiratórias, metabólicas, cardiopatia crônica e gestação são os principais fatores de risco para óbito, entre oscasos de SRAG infectados pelo novo vírus. Dentre os casos de SRAG pelo novo vírus que apresentam pelo menos umfator de risco, a letalidade foi de 14,2%, enquanto que para os casos que não apresentam nenhum fator de risco, aletalidade foi de 11,5%.

O observação de que adultos jovens são mais susceptíveis ao novo vírus do que os idosos, pode ser poralgum nível de proteção cruzada devido a presença de anticorpos preexistentes contra outro vírus A(H1N1) .

O diagnóstico laboratorial dos casos suspeitos é realizado através do teste de PCR em tempo real. O Centerfor Disease Control dos Estados Unidos (CDC) havia desenvolvido este teste para detectar a influenza sazonal A e B e ossubtipos aviários H1, H3 e H5. Com os reagentes já padronizados, uma rápida modificação permitiu o diagnóstico donovo vírus.

Epidemiologia, manifestações clínicas e diagnóstico laboratorial

Page 10: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

10 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

O espécime clínico, secreção de nasofaringe, deve ser coletado entre o terceiro e o sétimo dia após oaparecimento dos primeiros sintomas, preferencialmente pela técnica de aspirado de nasofaringe. Na impossibilidade,indica-se como alternativa, a técnica de swab combinado de nasofaringe e orofaringe, exclusivamente com swab derayon, pois o de algodão interfere na metodologia molecular.

No estagio atual da pandemia, o exame laboratorial para diagnóstico específico de influenza A(H1N1) estáindicado, somente, para acompanhar casos de doença respiratória aguda grave e em casos de surtos de síndrome gripalem comunidades fechadas.

O tratamento para as formas mais amenas é o sintomático. Para os pacientes que desenvolverem SRAG, adroga de escolha é oseltamivir, um antiviral inibidor da neuraminidase e deve ser administrado dentro das primeiras 48horas após o início dos sintomas. A OMS, até agosto, já foi notificada de 12 casos de resistência do vírus a oseltamivir,devidas a uma mutação na neuraminidase.

A quimioprofilaxia está contraindicada a não ser no caso de profissionais que manipularam amostrasclínicas com o vírus da Influenza A(H1N1), ou que estiveram envolvidos na realização de procedimentos invasivos empacientes de casos suspeitos ou confirmados, sem o uso de equipamentos de proteção individual ou que os utilizaramde maneira inadequada.

As medidas preventivas não diferem das da gripe sazonal ou outras enfermidades transmitidas porgotículas de secreção de vias respiratórias: usar lenços descartáveis, cobrir a boca para tossir ou espirrar, lavar as mãoscom frequência, evitar tocar olhos, nariz e boca, evitar aglomerações e manter os ambientes arejados. A higienizaçãodas mãos pode ser realizada com preparação alcoólica (sob as formas em gel ou solução), uma vez que o vírus dainfluenza sazonal é inativado em 30 segundos após antissepsia com álcool 70%. Até o momento, as vacinas não estãodisponíveis.

Indicação de tratamento em casos especiais, medidas de precaução e controle a serem adotadas porprofissionais de saúde são abordadas detalhadamente na versão III do Protocolo de manejo clínico e vigilânciaepidemiológica da influenza publicada pelo Ministério da Saúde.

Esta pandemia, diferentemente das anteriores, tem uma cobertura massiva da mídia. A internet, atravésdos portais da OMS e dos órgãos governamentais de países nos cinco continentes, mantém os profissionais da área desaúde e a população em geral atualizados sobre dados epidemiológicos e medidas destinadas ao controle da doença.De acordo com a Dra. Margaret Chan, Diretora Geral da OMS, nenhuma outra pandemia foi detectada tãoprecocemente ou acompanhada de maneira tão próxima, mas o quadro ainda pode mudar pois o vírus escreve as regrase, particularmente este, pode mudar as regras, sem razão, a qualquer tempo.

Tratamento e prevenção

Literatura recomendada

1. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Influenza-like illness in the United States and Mexico. Disponível em:<http://www.who.int/csr/don/2009_04_24/en/index.html>. Acesso em: 11 ago. 2009.2. NOVEL SWINE-ORIGIN INFLUENZA A (H1N1) VIRUS INVESTIGATION TEAM Emergence of a Novel Swine-Origin Influenza A (H1N1)

Page 11: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

Virus in Humans. 360, n. 25, p. 2605-2615, 18 jun. 2009.

<http://www.who.int/csr/don/2009_08_21/en/index.html>. Acesso em: 22 ago. 2009.

New England Journal of Medicine, v.3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. World now at the start of 2009 influenza pandemic. Statement to the press. Disponível em:<http://www.who.int/mediacentre/news/statements/2009/h1n1_pandemic_phase6_20090611/en/index.html>. Acesso em: 30jul. 2009.4. TRIFONOV, V.; KHIABANIAN, H.; RABADAN, R.

361, n. 2, p. 115-119, 9 jul. 2009.5. MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S. PFALLER, M. A. 5 ed. Rio de Janeiro: Mosby Elsevier, 2006. 979 p.6. WEBSTER, R.G et al. Evolution and Ecology of Influenza A Viruses. , v. 56, n. 1, p. 152-179, mar. 1992.7. BELSER, J. A. et al. Past, Present, and Possible Future Human Infection with Influenza Virus A Subtype H7.

15, n. 6, p. 859-865, jun. 2009.8. WATTS, G.

9. MORENS, D. M.; TAUBENBERGER, J. K.; FAUCI, A. S. D. The Persistent Legacy of the 1918 Influenza Virus.v. 361, n. 3, p. 225-229, 9 jul. 2009.

10. WORLD HEALTH ORGANIZATION.

11. CHANG, L et al.

12. MACHADO, A. A. Infecção pelo vírus influenza A(H1N1) de origem suína: como reconhecer, diagnosticar e prevenir. JornalBrasileiro de Pneumologia, v. 35, n. 5, p. . 464-469, maio 2009.13. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete Permanente de emergências. Nota à imprensa: Situação epidemiológica da novai n f l u e n z a A ( H 1 N 1 ) n o B r a s i l . D i s p o n í v e l e m :<http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=10440>Acesso em: 9 ago. 2009.14 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Situação epidemiológica da nova influenza A (H1N1) no Brasil,até semana epidemiológica 32 de 2009. ano 1, n.5, p. 1-10, ago. 2009,. Disponível em:<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/informe_influenza_se_32_publicacao_18ago2009.pdf> Acesso em: 21 ago2009.15. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Gabinete permanente de Emergências de Saúde PúblicaProtocolo de manejo clínico e vigilância epidemiológica da influenza. Versão III. Brasília, 5 ago. 2009. Disponível em:<http://www.amb.org.br/teste/downloads/protocolomanejo_gripea_050809.pdf> Acesso em: 10 ago. 2009.

Geographic Dependence, Surveillance, and Origins of the 2009 Influenza A (H1N1).The New England Journal of Medicine, v.

Microbiologia MédicaMicrobiological Reviews

Emerging InfectiousDiseases, v.

A/H1N1 Influenza virus: the basics.

The New England Journalof Medicine,

Pandemic (H1N1) 2009 - update 62 (revised 21 august 2009). Disponível em:

Novel Swine-origin influenza virus A (H1N1): The first pandemic of the 21 century. Journal of the FormosanMedical Association, v. 108, n. 7, p. 526-532, jul. 2009.

Informe epidemiológico Influenza A (H1N1).

.

v. 339, n. b3046, p. 368-369, 24 jul. 2009. Disponível em:

<http://www.bmj.com/cgi/content/full/339/jul24_2/b3046>. Acesso em: 2 ago. 2009.

BMJ,

st

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Page 12: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

Artigo 01

12 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIAFRENTE ÀS RESOLUÇÕES DO COFEN

Performance of the nurse in the family health program front at theresolutions of COFEN

SILVA, G.N.S. ; MOREIRA, M.E.A.1. Enfermeira. Mestranda em Terapia Intensiva. Especialista em Saúde Coletiva.Docente da FACENE ([email protected]).2. Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Docente da FASER, da UFPB, Enfermeirado HULW/UFPB ([email protected]).

Trata-se de um estudo bibliográfico, que teve como objetivo investigar a luz da literatura pertinente quais as atribuiçõesdo enfermeiro no PSF de acordo com o Ministério da Saúde (MS) e relacioná-las as resoluções do COFEN. A pesquisa foirealizada na biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat, na biblioteca da Universidade Federal da Paraíba e através deacervo impresso ou virtual como a internet, no período de março a novembro de 2008. Os dados obtidos revelaram queas atribuições preconizadas para o enfermeiro pelo Ministério da Saúde inserido no PSF, possuem respaldo legal,observando-se ainda que de maneira direta ou indireta, todas elas são discutidas no código de ética dos profissionais deenfermagem e na Lei que regulamenta o exercício da profissão. Portanto, ao término deste estudo, concluiu-se que sefaz necessário que o enfermeiro busque conhecer as minúcias não só do que recomenda o MS, como tambémessencialmente o que determinam os dispositivos legais que norteiam a prática da profissão, para que a partir de então,se exerça a profissão de maneira segura e acima de tudo dentro da lei.

Descritores: PSF. Enfermeiro.

Key-words: PSF. Nurse. COFEN.

Um fator proeminente quando se coloca a saúde como uma questão social, é que se apreende com maiorfacilidade a seriedade da criação de políticas públicas que envolva, entre outros, o meio ambiente, a educação e aprevenção de danos à saúde. Contudo, é fundamental lembrar que as primeiras atitudes governamentais relacionadas àsaúde pública, ocorreram de modo fragmentado, imposto a determinados grupos devido a incômodos provocados nossetores econômicos do País. E de algum modo, é assim que se iniciam a elaboração de propostas, programas eestratégias para melhorar a saúde de uma população, através de incômodos.

Quando se faz uma alusão ao atual resultado do desenvolvimento da saúde pública neste País, não se podedeixar de citar que grandes conquistas foram alcançadas a partir da promulgação da Constituição de 1988. A instituiçãodo Sistema Único de Saúde (SUS) é a garantia legal de que a saúde passa a ser direito de todos e dever do Estado, foi amaior vitória da reforma sanitária brasileira .

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(1)

Resumo

Introdução

Page 13: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

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Após a criação do SUS, considera-se que um grande marco para a solidificação do novo modelo assistencial,voltado para a vigilância em saúde, foi a constituição do Programa de Saúde da Família (PSF), que além de seus objetivosprincipais, serviu também para ampliar o campo de atuação de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros,auxiliares de enfermagem e odontólogos.

Para que o enfermeiro execute suas atividades, sejam elas voltadas para o tratamento ou para a profilaxia deagravos a saúde, é essencial que exista respaldo ético e legal. Neste contexto, é importante enfatizar que o profissionalde enfermagem possui o seu próprio código de ética e que a ética em enfermagem, além de ser voltada para o cuidar,aborda situações morais que são especificas da profissão e do cuidado dispensado ao paciente .

No Brasil, o órgão federal responsável por disciplinar o exercício da profissão de enfermeiros, técnicos eauxiliares de enfermagem é o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), que foi criado juntamente com os ConselhosRegionais de Enfermagem (CORENs) em 12 de julho de 1973, através da Lei 5.905, sendo consideradas AutarquiasFederais, vinculadas ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, cuja finalidade é zelar pela qualidade dosprofissionais de enfermagem no cumprimento da Lei do Exercício Profissional .

No que diz respeito à prática do enfermeiro nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF), o COFENapresenta Resoluções, que dispõe entre outros, sobre a consulta de enfermagem, a solicitação de exames de rotina ecomplementares pelo enfermeiro, as ações do enfermeiro na consulta, prescrição de medicamentos e requisição deexames .

Atualmente com a criação do Programa de Saúde da Família (PSF), percebe-se que a mudança da função socialdo enfermeiro, bem como da sua autonomia, tem causado bastante polêmica entre profissionais de saúde e até mesmoentre a população. Outro problema identificado é que parte dos profissionais de enfermagem que atuam em saúdepública, mais especificamente nas UBSF, se sobrecarrega de atividades, gerenciando as referidas unidades, realizandoexames específicos como o citológico e preenchendo fichas e formulários que nem sempre são de sua responsabilidade,pois, na maioria das vezes, se referem ao atendimento de outros profissionais. Enquanto isso, a outra parte dosenfermeiros, após a discussão causada pelo Ato Médico, demonstra receio em executar algumas ações, entre elas, aprescrição de medicamentos e a solicitação de exames, alegando que ao executarem tais ações, se sentem em riscopermanente de sofrer com algum tipo de denúncia ou de processo ético.

Após a identificação de tais problemas, questiona-se: qual o verdadeiro motivo desta polêmica? Será devido àconquista de um maior e merecido espaço por parte dos enfermeiros que anteriormente eram vistos e até secomportavam como subordinados a classe médica? Porque alguns profissionais se sobrecarregam se suas atividades noPSF são previamente estabelecidas pelo Ministério da Saúde? Porque alguns enfermeiros se sentem em risco constantede sofrer algum processo ético?

O interesse da pesquisadora em compreender acerca da especificidade e a legalização das atribuiçõesexecutadas pelos enfermeiros no PSF, ocorreu quando teve a oportunidade de conhecer e atuar em algumas UBSF, poisnesse contexto pode perceber que para minimizar ou solucionar os problemas referidos anteriormente e tambémaperfeiçoar a assistência prestada por nós enfermeiros à comunidade dentro da estratégia Saúde da Família, faz-senecessário que se esteja ciente sobre as devidas atribuições, bem como, sobre o respaldo legal que é conferido peloCOFEN para a execução dessas atribuições.

Dessa forma, a realização do estudo proposto, teve como objetivos identificar, a luz da literatura pertinente, asatribuições do enfermeiro no PSF de acordo com o Ministério da Saúde; e relacionar estas atribuições às Resoluções doCOFEN.

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Metodologia

Resultados e Discussões

O Enfermeiro e a Saúde Coletiva

Este estudo é do tipo bibliográfico, que para seu desenvolvimento utiliza-se material já elaborado, consistindoprincipalmente em livros e artigos científicos . Muitos estudos são realizados com a intenção de expor e esclarecer osfenômenos relacionados à profissão; em enfermagem, tal fato não é diferente. Portanto, algumas das pesquisasrealizadas pelos profissionais dessa área são descritivas, por possuírem o intuito de observar, descrever e documentaros aspectos da situação, outras são exploratórias, uma vez que, como as descritivas iniciam-se a partir de algumfenômeno de interesse, mas vão além da observação e descrição dos fatos, pois investigam sobre sua natureza complexae os fatores com os quais ele se relaciona .

O levantamento bibliográfico necessário à construção desta pesquisa foi realizado, a partir do acervobibliográfico da biblioteca da Faculdade Santa Emilia de Rodat, da Universidade Federal da Paraíba e em outros locaisque forneceram acesso a recursos de informações impressas ou virtuais como a internet, relacionados ao objeto deestudo. Todo material selecionado previamente foi lido e relido de maneira criteriosa, com a finalidade de arquivaratravés de fichamento, apenas o que se considerava importante para o processo de construção do trabalho.

Na fase de redação do texto final da pesquisa bibliográfica, o método adotado para esta elaboração consistiu nadivisão do assunto por tópicos, com abordagem teórica e discussões pertinentes ao objeto de estudo, de modo a tornarmelhor a compreensão do leitor.

Apesar de afirmar que a enfermagem nas últimas décadas tem passado por um importante processo evolutivo,é necessário mencionar, que houve um período em que a enfermagem quase estagnou. E embora, os profissionaissofressem a forte influência de Flarence Nightingale, que foi a pioneira na enfermagem a preocupar-se comquestionamentos teóricos, eles por algum tempo, acabaram orientando suas ações para o imediatismo, agindo demodo intuitivo e não sistematizado, em que as ações eram voltadas para a vigilância contínua. Durante décadas, algunspassaram a exercer a profissão sob o mesmo ponto de vista que o profissional médico, centralizando suas atividades nadoença, deixando em segundo plano o cliente .

O exercício da enfermagem em saúde pública, lida com o cuidado geral e abrangente da comunidade, dandoênfase as prevenções primárias, secundárias e terciárias, focalizando tradicionalmente a promoção da saúde, saúdematerno-infantil e cuidados à pacientes/clientes com doenças crônicas .

Para trabalhar na saúde da família, é necessário que os enfermeiros pensem e envolvam todos os seuscomponentes, baseando tal processo numa metodologia fundamentada em referencial teórico, com competência paraacessar e intervir de modo cooperativo, associando o científico e o tecnológico às habilidades de observação,comunicação e percepção com o objetivo de promover a saúde através da mudança, criando novas formas de lidar coma doença .

Finalmente, é indispensável entender que a enfermagem que executa suas atividades na saúde coletiva atual,deve possuir uma flexibilidade fundamental para adaptar-se ao novo modelo de promoção da saúde, pois em seucotidiano, tem que lidar com o cliente e o contexto social em que o mesmo está inserido, dividindo-se, portanto, no

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papel de enfermeiro, educador e cidadão responsável pelas questões sociais que afetam a comunidade em quetrabalha.

De um modo geral, pode-se dizer que a inspiração para a criação do PSF, surgiu na figura do médico da família.Porém, é importante citar, que a medicina familiar no Brasil, de acordo com um levantamento histórico, entre os anos1973 e 1979, ocorreu por questões de combate ao especialismo e pela preocupação com a necessidade de humanizar amedicina. Portanto, naquele momento, não houve nenhuma evidência de questões relacionadas aos determinantessociais da doença ou ao rápido acesso da população aos serviços de saúde .

A implantação do PSF ocorreu no Brasil em duas etapas, a primeira delas foi no ano de 1991 através do Programade Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e a segunda, em 1994 com a formação das primeiras equipes do Programa deSaúde da Família que incorporaram e ampliaram a atuação dos Agentes Comunitários de Saúde .

Apesar de ser rotulado como um programa, o PSF é na verdade uma estratégia que prioriza as ações depromoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e da família, do recém-nascido ao idoso, do saudável aodoente, de modo integral e contínuo. Assim, o PSF foi adotado pelo Ministério da Saúde como estratégia prioritária paraa organização da atenção básica, na esfera do SUS, dispondo de recursos específicos para a sua manutenção. Um fatorque merece destaque nesta estratégia, é a busca ativa, a equipe quando visita a casa na comunidade, tem apossibilidade de conhecer a realidade de cada família e desse modo, tomar providencias adequadas para evitardoenças, tratar as que já existem e orientar as famílias para que tenham uma melhor qualidade de vida .

Os objetivos do PSF envolvem prestar um atendimento de qualidade, integral e humano, garantindo o acesso àassistência e a prevenção em todo o sistema de saúde, satisfazendo as necessidades de todos os cidadãos,reorganizando a prática assistencial em novas bases e critérios, com a atenção centrada na família, com entendimento epercepção de seu ambiente físico e social, com garantia de equidade no acesso à saúde, superando desigualdades ecompreendendo a ampliação do processo saúde/doença e a necessidade de intervenções que vão além das práticascurativas .

A atuação da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF), possui como princípio, caráter substitutivo,integralidade e hierarquização, territorialização e adscrição de clientela, e equipe multiprofissional, composta por nomínimo 1 médico de família e comunidade, 1 enfermeiro, 1 auxiliar de enfermagem, e de 4 a 6 Agentes Comunitários deSaúde (ACSs), sendo este último proporcional ao número de pessoas acompanhadas, que é em media de 550 pessoas.De acordo com as necessidades e possibilidades locais, outros profissionais podem fazer parte da equipe de saúde dafamília .

Apesar de o PSF ser uma estratégia que possui apenas 14 anos de implantação, observa-se que os avançosocorridos até então, são significativos. O aumento na quantidade e na especificidade dos profissionais que compõem asequipes, assim como o considerável número de UBSF e conseqüentemente de comunidades assistidas em todo o País,comprovam tal avanço. A partir dos serviços dispensados a população através desta estratégia, tem sido possívelminimizar problemas básicos de saúde pública, entre os quais o acesso a saúde, quer seja pala distância geográfica, querseja pelas barreiras sociais. Porém, apesar das visíveis melhorias que ocorreram na saúde coletiva após a implantação doPSF, percebe-se certa insatisfação por parte da população que necessita de serviços de especialistas, pois, estes afirmamque antes não necessitavam de um encaminhamento, por isso, entende-se que algumas mudanças são necessárias paraque aconteça uma interação eficiente e homogênea entre os serviços, profissionais de saúde e usuário.

O Programa de Saúde da Família (PSF)

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As Atribuições do Enfermeiro no PSF

A prática legal da profissão na saúde coletiva

Como categoria profissional que visa à saúde individual e a coletiva, a enfermagem busca a interconexão entre acomunidade e os serviços de saúde. Como conseqüência, facilmente incorporou-se as estratégias do PSF, contribuindosignificativamente nos processos de planejamento, coordenação, implantação e avaliação dessa proposta .

Pode-se dizer que de um modo geral, as atividades do enfermeiro no PSF estão voltadas para a supervisão,treinamento, controle e coordenação do pessoal de enfermagem. De acordo com o Ministério da Saúde na estratégia desaúde da família, o enfermeiro possui além de atribuições gerais, atribuições específicas, como: (1) Realizar cuidadosdiretos de enfermagem nas urgências e emergências clínicas, indicando a continuidade da assistência prestada; (2)Realizar consultas de enfermagem, solicitação de exames complementares, prescrição/transcrição de medicações deacordo com os protocolos estabelecidos pelo Programa do Ministério da Saúde e dos dispositivos legais da profissão; (3)Desempenhar planejamento, gerenciamento, coordenação, execução e avaliação da UBS; (4) Executar ações deassistência integral em todas as fases do ciclo vital (criança, adolescente, mulher, adulto e idoso); (5) Realizar assistênciabásica e ações de vigilância epidemiológica e sanitária, no nível de suas competências; (6) Realizar ações de saúde nosdiferentes ambientes da UBS e quando necessário no domicílio; (7) Realizar as atividades correspondentes às áreasprioritárias de intervenção na Atenção Básica, definidas na Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS 2001; (8)Aliar a atuação clínica à prática da saúde coletiva; (9) Organizar e coordenar a criação de grupos de patologias específicas(hipertensos, diabéticos, e outros); (10) Supervisionar e coordenar ações para capacitação de ACS, Auxiliares deenfermagem, com vistas ao desempenho de suas funções .

As atribuições específicas do enfermeiro no PSF, preconizadas pelo Ministério da Saúde, beneficiam apopulação assistida em diversos aspectos. Neste contexto um destaque deve ser dado à importância da realização daconsulta de enfermagem não só para a população, mas também para a equipe multiprofissional. Tanto a populaçãoquanto a equipe multiprofissional, em especial o médico, se favorecem por contar com um profissional a mais paraatender necessidades que antes só eram supridas pelo médico, como a solicitação de exames e prescrição/transcriçãode medicamentos de acordo com os protocolos do Programa.

Apesar de não ser citada como uma atribuição do enfermeiro, a realização da coleta de material para examescitológicos é uma prática comum nas UBSF, tal atividade possui respaldo legal através da Portaria Técnica do Ministérioda Saúde de 14/10/1999, que considera que entre outras categorias profissionais, não só o enfermeiro, mas o técnico e oauxiliar de enfermagem estão habilitados para tal tarefa .

A enfermagem Brasileira possui um código de ética organizado por assunto e composto por princípios, direitos,responsabilidades, deveres e proibições que dizem respeito à conduta ética dos profissionais de enfermagem. EsteCódigo de Ética foi aprovado pelo COFEN através da Resolução 240/2000, para aplicar-se na jurisdição de todos osConselhos de Enfermagem .

Quando se busca respaldo legal para a primeira das atribuições específicas do enfermeiro no PSF, preconizadapelo Ministério da Saúde, citadas anteriormente, depara-se com um dos princípios básicos da profissão, pois de acordocom a literatura , no capítulo V do Código de ética dos profissionais de enfermagem, é proibido negar assistência emcaso de urgência e emergência e ainda no capítulo IV do referido código, que trata dos deveres do profissional deenfermagem, determina-se no seu art. 25, que é necessário garantir ao paciente/cliente a continuidade da assistência.

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Sobre a consulta de enfermagem e a determinação de que esta é uma atividade privativa do enfermeiro, éimportante ressaltar que sua regulamentação existe desde junho de 1986, de acordo com a Lei 7.498. Após considerarque desde a década de 60 sua realização vem ocorrendo gradativamente em instituições de saúde pública, embasadapelos princípios da universalidade, integralidade, equidade e resolutividade das ações de saúde, o COFEN no uso de suasatribuições, através da Resolução 159/1993, resolve que a referida consulta deve ser realizada obrigatoriamente naassistência de enfermagem em todos os níveis de atenção à saúde, quer seja em instituição pública, quer seja eminstituição privada .

De acordo com os autores supracitados, o respaldo legal para que os enfermeiros solicitem exames de rotina ecomplementares quando no exercício de suas atividades profissionais, foi obtido com base na Lei 7.498, através daResolução COFEN - 195/1997. É importante ressaltar que a referida Resolução, foi discutida e aprovada, levando-se emconsideração os inúmeros pedidos de consultas existentes sobre: a solicitação de exames de rotina e complementarespor enfermeiros, os programas de DST/AIDS/COAS, Viva Mulher, Assistência Integral a Saúde da Mulher e da Criança(PAISMC), Controle de Doenças Transmissíveis entre outros programas, do Ministério da Saúde, considerando-se aindaque para prescrever medicamentos nestes programas de saúde pública e em rotina aprovada pela Instituição de Saúdecom uma assistência eficaz, sem riscos para o paciente, o enfermeiro necessita solicitar exames de rotina ecomplementares.

No que diz respeito à regulamentação das ações do Enfermeiro nos Programas de Saúde Pública envolvendo aconsulta, prescrição de medicamentos e solicitação de exames, o COFEN instituiu também a Resolução 271/2002 quedetermina em seu art. 1º, que a prescrição de medicamentos feita pelo Enfermeiro como parte integrante da equipe desaúde, é ação de enfermagem .

De acordo com os autores mencionados anteriormente, no art. 2º da referida Resolução, os Programas deSaúde Pública e as rotinas que tenham sido aprovadas em Instituições de Saúde Pública ou Privada, são consideradoscomo limites legais para a prescrição de medicamentos pelo Enfermeiro. Como membro da equipe de saúde de acordocom o art. 3º desta Resolução, o Enfermeiro possui autonomia na escolha dos medicamentos e posologias,respondendo integralmente pelos seus atos.

Deste modo, entende-se que no que diz respeito à prescrição de medicamentos, o COFEN, apesar de consideraruma atividade de enfermagem quando o enfermeiro executa esta atividade como membro da equipe de saúde, deixaclaro que o profissional neste caso, deve agir de acordo com o que determina os programas de saúde pública e ausualidade do serviço de saúde em que exerce suas funções, seja ele público ou privado. Conseqüentemente, o respaldolegal para a execução desta atividade em particular não é de responsabilidade única dos conselhos de enfermagem,cabendo, portanto ao profissional procurar conhecer o que é estabelecido sobre o assunto pelo serviço de saúde no qualele trabalha.

Quando se trata da solicitação de exames pelo Enfermeiro, a Resolução COFEN- 271/2002 resolve em seu art. 4º,que esta ação em conformidade com o disposto na Resolução COFEN 195/97, assegura de modo integral o exercício daprofissão, garantido ao cliente, uma assistência isenta de riscos, prudente e segura .

Portanto, quando se trata de consultas de enfermagem, prescrição de medicamentos e solicitações de examesde rotina e complementares, percebe-se que ocorre uma verdadeira harmonia entre o que é preconizado peloMinistério da Saúde e o que é determinado pelo COFEN, pois, ambos referenciam-se em suas citações oudeterminações, deixando claro para o enfermeiro que as suas referidas atribuições no PSF, possuem embasamentoprocessual e que não se trata de uma determinação recente e sim de regulamentações que vem sendo reformuladas e

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atualizadas desde 1986.

A propósito do planejamento, gerenciamento, coordenação, execução e avaliação da UBS, vale ressaltar queapesar de não haver nada específico na legislação que regulamenta o exercício da enfermagem nas UBS, existem umaLei e uma Resolução que tratam deste assunto de um modo geral.

Sobre as atividades mencionadas no parágrafo anterior, o COFEN, apresenta a Lei 7.498/1986 que foiregulamentada através do decreto 94.406/1987, pelo então Presidente da República, José Sarney, e a Resolução194/1997, que é subsidiada pela Lei supracitada e dispõe a respeito da direção geral de unidades de saúde porenfermeiros, afirmando que os mesmos podem ocupar em qualquer esfera (federal, estadual, ou municipal) emserviços de saúde públicos ou privados, o cargo de direção geral, cabendo-lhe ainda de modo privativo, a direção dosserviços de enfermagem .

De maneira mais específica, com referência a responsabilidade do enfermeiro pela orientação, organização,coordenação e supervisão dos serviços de enfermagem, quer seja em UBSF, quer seja em outros serviços de saúde, éfundamental citar que de acordo com o COFEN faz-se necessário que o enfermeiro possua registro de responsáveltécnico no Conselho e que a empresa seja ela pública ou privada, também seja registrada no COREN . A Resolução maisrecente que determina as normas sobre este assunto é a 302/2005.

A Lei 7.498/1986 determina que ao enfermeiro como integrante da equipe de saúde, cabe participar naprevenção e controle das doenças transmissíveis de um modo geral e dos programas de vigilância epidemiológica;prestar assistência de enfermagem à gestante; participar dos programas e atividades de assistência integral à saúde doindivíduo ou de grupos específicos, especialmente aqueles prioritários e de alto risco, colaborar com programas e açõesde educação sanitária, com o intuito de melhorar a saúde do indivíduo, família ou comunidade e participar daelaboração e operacionalização da referência e contra referência nos diferentes níveis de atenção à saúde .

Diante do exposto, ressalta-se a importância do enfermeiro acerca das disposições ético-legais no contexto desua prática, principalmente tratando-se de assistência no âmbito da saúde coletiva, no sentido de dismitificar, deesclarecer e discutir o seu real papel neste contexto, com o propósito de exercer suas atividades de forma segura,respaldada pela legislação vigente.

Com a concretude deste estudo apreende-se que o papel do enfermeiro no Programa ou Estratégia de Saúde daFamília é importante e amplo. No que diz respeito às atribuições específicas do mesmo, preconizadas pelo Ministério daSaúde (MS), observou-se que não existe nenhuma solicitação excepcional para a profissão em questão. Quando se tratado respaldo legal para execução destas atividades, observou-se que de maneira direta ou indireta, todas elas sãodiscutidas no código de ética dos profissionais de enfermagem e na Lei que regulamenta o exercício da profissão.

Neste contexto, uma situação que merece ser reavaliada pelos enfermeiros, é a coleta de material pararealização de exame citológico, pois apesar das considerações feitas na Portaria Técnica do Ministério da Saúde de14/10/1999, acerca do referido assunto, cabe ao profissional de enfermagem de modo individual, uma análise éticasobre a relação existente entre a sua capacidade hábil e sua capacidade dinâmica para realizar tal procedimento, poisalgumas vezes é necessário abrir mão de uma atividade, não por falta de capacidade em exercê-la, mas simplesmentepor não dispor do tempo necessário para sua realização. Particularmente nas UBSF, percebe-se que um enfermeiro porequipe, não é suficiente para a demanda de trabalho existente. De um modo geral, quando se assume responsabilidades

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Conclusão

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em excesso, não se admite ou não se demonstra a importância da participação de um número maior de profissionais naequipe.

Acerca da incidência e do receio de certos profissionais sobre processos éticos, é fundamental entender queesta condição se modifica, quando as atividades executadas, sejam em qual área de atuação for, ocorrem de modoseguro, convicto sobre disposições éticas e legais que envolvem a profissão e os relacionamentos humanos.

Contudo, considera-se importante citar que é perceptível que a maioria das falhas cometidas por profissionaisde saúde, em especial os de enfermagem, está relacionada a lacunas que os mesmos detêm sobre determinadosassuntos. Por diversas vezes se desconhece além de seus deveres, os seus próprios direitos. Isso tudo acaba gerandoconflitos desnecessários entre as diversas categorias profissionais e destes com a população.

Portanto, faz-se necessário que o enfermeiro busque conhecer as minúcias não só do que recomenda o MS,como também essencialmente o que determinam os dispositivos legais que norteiam a prática da profissão, para que apartir de então, se exerça a profissão de maneira segura e acima de tudo dentro da lei.

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Epidemiologia e saúde. Tratado de enfermagem médico cirúrgica

História da enfermagemHistória da enfermagem

LegislaçãoDispositivos legais norteadores da prática da enfermagem

Como elaborar projetos de pesquisa.Fundamentos de pesquisa em enfermagem

SAE - Sistematização da Assistência de Enfermagem:

A enfermagem e o cuidado na saúde da família. Acesso em: 22. set. 2008.

11. Programa saúde da família (PSF) -12. Programa de saúde da família

13. Saúde da família

14. Guia prático do programa de saúde da família:

Enfermeiro em saúde pública

16. Ensinando a cuidar em saúde pública

17. Guia prático do programa de saúde da família:

18. Centro da mulher realiza mutirão para câncer do colo do útero em VG.

19. Código de ética dos profissionais de enfermagem

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Artigo 02

BENEFÍCIOS DA OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA (OHB) NOAMBIENTE HOSPITALAR

Benefits of hyperbaric oxygen (HBO) in hospital environment

FARIAS, S. N. S.1; MONTENEGRO, V. L. G.1; TIGRE, Y. S.1; ALBUQUERQUE, J. B.R.21. Professor de C. T. I. da FASER - ([email protected])2. Discente de enfermagem da FASER ([email protected],[email protected], [email protected])

A Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) é uma modalidade terapêutica que consiste na inalação de oxigênio puro (100%)submetendo o individuo a uma pressão maior que a atmosférica, no interior de uma câmara hiperbárica. A combinaçãodesses dois fatores, oxigênio e pressão, resultam numa terapia indicada para diversas patologias agudas ou crônicas, denatureza isquêmica, infecciosa, traumática ou inflamatória, geralmente graves e refratárias aos tratamentosconvencionais e, que, freqüentemente, implicam em custos elevados e prognósticos reservados. Nesse contexto,objetivou-se, com a referida pesquisa, descrever os benefícios resultantes da OHB na redução do tratamento e dainternação hospitalar. A metodologia baseou-se em uma pesquisa bibliográfica realizada na biblioteca da FASER, pormeio de livros, periódicos e sites indexados, no período de 05 a 26 de setembro de 2008. A administração se faz de formaintermitente, em sessões diárias, com duração e nível de pressão estabelecidos conforme a patologia e sua evolução,em consonância com protocolos internacionais. Os resultados mostraram que a OHB consegue obter, além da saturaçãode 100% da hemoglobina, um aumento significativo de oxigênio livre não ligado à hemoglobina que, dissolvido noplasma (até 2.000 mmHg), alcança os diversos tecidos do organismo. Nestas condições, observa-se uma rápidanormalização dos processos de cicatrização de feridas e um combate efetivo a várias infecções. Destarte, entre osbenefícios da OHB pode-se destacar: hiperoxigenação do sangue pelo aumento de oxigênio dissolvido no plasma;neovascularização pelo crescimento de novo leito capilar através da elevação intermitente da pO2 arterial; efeitoantimicrobiano com ação bactericida, inibindo o crescimento e produção de toxinas, favorecendo a atuação dosleucócitos, mesmo em meios isquêmicos e/ou hipóxicos; vasoconstricção generalizada, que beneficia o tratamento depatologias em que o edema é o principal problema e interações medicamentosas, potencializando principalmente osantibióticos. Conclui-se assim que a OHB acelera o processo de recuperação de várias patologias agudas e crônicas,reduzindo custos e tempo de hospitalização.

Palavras-chaves: oxigênio, oxigenoterapia, hiperbárica.

Keywords: oxygen, oxigenoterapia, hyperbaric.

A Medicina Hiperbárica ou Oxigenoterapia Hiperbárica teve sua primeira conceituação em 1662, naEuropa, quando um médico inglês, observou que as pessoas que viviam nas montanhas, apresentavam significativamelhora de suas feridas crônicas e do estado geral de saúde. Assim, concluiu que tal fato talvez fosse devido à diferença

Resumo

Introdução

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de pressão do mar. A partir desta observação, construiu uma câmara metálica, a qual denominou domicilium, ondecomeçou a ministrar banhos de ar comprimido, com pressões mais elevadas que a pressão atmosférica normal. Indicavapara o tratamento com altas ou baixas pressões, pessoas com patologias agudas e crônicas, respectivamente, obtendoassim resultados eficazes. E, assim, de forma empírica, foram lançadas as raízes da medicina hiperbárica ouoxigenoterapia hiperbárica. Entretanto, o uso científico das câmaras na medicina clínica começou apenas em 1955 .

A oxigenação hiperbárica é uma terapia com tecnologia de ponta, indicada como terapia derecompressão para mergulhadores que apresentam complicações causadas pela descompressão e de outras patologiascomo úlceras, queimaduras e outros tipos de lesões tissulares .

Descrever, conforme a literatura, os benefícios resultantes da OHB na redução do tratamento e dainternação hospitalar.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada na biblioteca da FASER, por meio de livros, periódicos esites indexados, no período de 05 a 26 de setembro de 2008.

A Medicina Hiperbárica ou Oxigenoterapia Hiperbárica(OHB) é uma modalidade terapêutica que consistena inalação de oxigênio puro (100%) por um indivíduo que é submetido a uma pressão maior que a atmosférica .

O equipamento necessário para criar condição hiperbárica de forma absolutamente segura é umacâmara hiperbárica devidamente certificada. Assim, ela oferece, além de conforto, uma central de monitoração, quedetém o controle contínuo dos percentuais de oxigênio, com suprimento individual por paciente e circuito de som evídeo, que monitora permanentemente o tratamento e as atividades internas da câmara. Existem dois tipos de câmarashiperbáricas: a monoplace, para um paciente apenas e a multiplace, que são apropriadas para acomodar maispacientes, um auxiliar técnico e um médico hiperbarista .

Segundo o mesmo autor a câmara hiperbárica segue o modelo de um submarino. Observa-se que aoiniciar a sessão, é realizada a pressurização do interior da câmara a uma pressão 2 a 3 ATA (acima da pressãoatmosférica). Cada paciente recebe uma máscara de oxigênio, por onde será administrado o oxigênio puro (100%)durante todo o período da sessão, que é aproximadamente duas horas. Dessa maneira, a oxigenoterapia hiperbárica(OHB) é uma forma de tratamento, do âmbito da medicina hiperbárica, indicado em diversas patologias agudas oucrônicas, de natureza isquêmica, infecciosa, traumática ou inflamatória, geralmente graves e refratárias aostratamentos convencionais e, que, freqüentemente, implicam em custos elevados e prognósticos reservados .

As indicações para o tratamento com OHB são revistas bianualmente pela Undersea & HyperbaricMedical Society - UHMS, instituição acadêmico-científica que divulga normas, diretrizes e atividades de pesquisa naárea de medicina ligada ao mergulho e à oxigenoterapia hiperbárica. Assim, as patologias que se beneficiam com o

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Objetivo

Metodologia

Discussão

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22 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

emprego da oxigenoterapia hiperbárica, são: embolias gasosas, gangrena gasosa, síndrome de Fournier, infecçõesnecrotizantes de tecidos moles, isquemias agudas traumáticas, vasculites agudas, queimaduras térmicas e elétricas,lesões por radiação, retalhos ou enxertos comprometidos ou de risco e osteomielites .

Neste sentido, é oportuno mencionar que, para adotar o tratamento o paciente deverá ser avaliado pelomédico hiperbarista, que diagnosticando a necessidade do tratamento com a Oxigenoterapia Hiperbárica, define onúmero de sessões as quais este deverá ser submetido.

Vale ressaltar, que a administração do tratamento, para todos os casos, se faz de forma intermitente, emsessões diárias, o que tem variação caso a caso é a duração do tratamento e o nível de pressão, que são estabelecidosconforme a patologia e sua evolução durante o tratamento .

Esta modalidade terapêutica tem apresentado grande expansão em todo o mundo, tal fato deve-se aconstatação de que essa atinge dois dos mais desejados benefícios da medicina moderna: a rápida eficácia e a reduçãodos custos. Além disso, atua sobre o processo mórbido, reduz ou elimina a necessidade de mutilações, a rejeição deenxertos, as cicatrizações deformantes das queimaduras e as longas internações hospitalares .

No que se refere a ação terapêutica, a OHB é usada para o tratamento de condições em que a isquemia,edema, formação de bolhas, intoxicação tecidual ou agentes infecciosos interfiram com a sobrevida, função oucicatrização dos tecidos .

A literatura cita que ao ser administrado oxigênio a 100% a um paciente submetido a uma pressão 2 a3 vezes maior que a atmosférica, no interior de uma câmara hiperbárica, consegue-se obter, além da saturação de 100%da hemoglobina, um aumento significativo de oxigênio livre, não ligado à hemoglobina que, dissolvido no plasma (até2.000 mmHg), alcança os diversos tecidos do organismo. Nestas condições, observa-se uma rápida normalização dosprocessos de cicatrização de feridas e um combate efetivo a várias infecções. Dessa maneira, a oxigenoterapiahiperbárica apresenta os seguintes benefícios:

Hiperoxigenação do sangue: pelo aumento de oxigênio dissolvido no plasma.

Neovascularização: promove o crescimento de novo leito capilar através da elevação intermitente da

pO2 arterial;

Efeito antimicrobiano: a oxigenoterapia é bactericida, inibindo o crescimento e produção de toxinas. O

aumento da pO2 favorece a atuação dos leucócotos, mesmo em meios isquêmicos e/ou hipóxicos.

Vasoconstricção: o aumento da pO2 arterial leva a vasoconstricção generalizada, benéfico no

tratamento de patologias em que o edema é o principal problema.

Interações medicamentosas: potencialização de várias medicações, principalmente os antibióticos.

Com a realização do estudo, observou-se, com base na literatura, que a oxigenoterapia hiperbáricaacelera o processo de recuperação de várias patologias agudas e crônicas trazendo diversos benefícios como adiminuição dos custos globais dos tratamentos pela aceleração da recuperação do paciente e conseqüente redução dotempo de hospitalização; propiciando uma abordagem menos agressiva e mais conservadora das intervenções

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Conclusões

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cirúrgicas, reduzindo assim os custos e melhorando a qualidade de vida do paciente; aumentando a confiabilidade nomédico, em virtude da melhora dos casos de difícil tratamento pelo método tradicional.

Destarte, este moderno recurso terapêutico reduz o tempo de internação, do emprego de antibióticos e anecessidade de cirurgias mutiladoras ou, se estas forem imprescidíveis, o seu número ou a sua extensão, além daredução do custo emocional para o paciente, familiares e amigos.

, Disponível em: <www.iohbnet.com.br>. Acesso em: 12 set 2008.

CASTRO, J. B. A.; OLIVEIRA, B. G. R. B. .

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4. Aspectos Econômicos da Oxigenoterapia hiperbárica

5. Quando indicar a oxigenoterapia hiperbárica

Page 24: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

24 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

DETERMINAÇÃO DO SEXO FETAL ATRAVÉS DO DNA DO PLASMAMATERNO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Determination of gender by analysis of fetal DNA in maternalplasma: the revision Bibliography

COSTA JUNIOR, C. E.O. ; MAGNA, S. ; MELLO, K. D.1. Prof Ms Genética Molecular FASER ([email protected])2. Discente do curso de especialização em Radioproteção da FASER([email protected])3. Discente de Biomedicina da FASER ([email protected])

Sabe-se que desde 1966 é possível a determinação da constituição cromossômica de um feto através da análise decultura das células do líquido amniótico. A passagem de células fetais para o sangue materno é fenômeno bemconhecido, e já se imaginava que essa fonte de material fetal poderia ser ferramenta para detecção de anormalidadesrelacionadas ao feto. Em 1997, foi descrita pela primeira vez a presença de DNA fetal no plasma e soro materno. Estetrabalho teve como objetivo demonstrar a possibilidade de determinar o sexo fetal pela análise do DNA fetal presenteno plasma materno. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica descritiva, nos sites científicos Scielo, Pubmed e Lilacs nabiblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat durante o período de setembro a outubro de 2008. A quantificação doDNA fetal em relação ao DNA materno é feita por meio de nova tecnologia em biologia molecular: Reação em Cadeia daPolimerase em Tempo Real (PCR-RT). Do plasma das gestantes é extraído o DNA fetal livre, sendo analisado em PCR pormeio da identificação de duas regiões genômicas, uma no cromossomo Y e outra em região comum para oscromossomos X e Y denominada de beta-globina. A amplificação da região da beta-globina serve como controle positivoda reação, já a região do cromossomo Y é detectada apenas quando o feto é do sexo masculino. O diagnóstico do feto dosexo feminino é feito por exclusão, já que ocorrerá apenas a amplificação da região controle, enquanto que o do sexomasculino é através da visualização de ambas as regiões. Já se conseguiu demonstrar que no primeiro e segundotrimestres de gestação o DNA fetal corresponde a uma concentração em média de 3,4% de todo o DNA presente noplasma, enquanto que no terceiro trimestre de gestação essa concentração chega a 6,2%. Mulheres gestando fetos comaneuploidia, principalmente trissomia do cromossomo 21, apresentavam concentração de DNA fetal muito maior queas mulheres que gestam fetos sem o mesmo distúrbio. Portanto, o diagnóstico do sexo fetal feito técnica de PCR – RT éum excelente método para determinar, precocemente, tanto o sexo do feto como também um provável distúrbiogenético que possa desenvolver.

Palavras-chaves: , .Key-words: , .

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Resumo

Reação em Cadeia da Polimerase Determinação do Sexo (Análise)Polymerase Chain Reaction Sex Determination (Analysis)

Artigo 03

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Introdução

Objetivos

Metodologia

Discussão

Há muito tempo se sabe que, na circulação periférica materna, existe uma pequena quantidade de DNA fetalcirculante, de origem predominantemente placentária, como uma fonte de estudos no período pré-natal.

Desde 1961 , podia-se demonstrar a constituição cromossômica de um feto através da análise da cultura dascélulas do líquido amniótico, tornando-se possível o diagnóstico pré-natal. Porém, utilizava-se de métodos invasivoscomo a amniocentese ou biópsia da vilosidade coriônica, os quais apresentam um maior risco para o embrião Mas osgrandes avanços na área de biologia molecular para o diagnóstico pré-natal têm sido alcançados, e cada vez mais seestudam métodos não invasivos que propiciem o diagnóstico precoce do sexo fetal com também de distúrbios fetais. Naárea da biologia molecular já é possível o diagnóstico de inúmeros distúrbios genéticos, sejam herdados ou não .

Células fetais aparecem precocemente na circulação maternal durante o primeiro trimestre e continuampresentes durante toda a gestação. Estas células podem estar presentes no sangue materno numa razão de 1:100.000células maternas ou menos .

Em 1997, foi descrita pela primeira vez a presença de DNA fetal no plasma e soro maternos Nesse mesmotrabalho destaca-se a importância do achado de uma fonte de material fetal no sangue materno com possível aplicaçãocomo exame diagnóstico não invasivo de distúrbios fetais como as cromossomopatias (aneuploidias fetais), distúrbiosgenéticos herdados paternalmente ou de algumas doenças genéticas com modo de herança autossômica recessiva. Naocasião, a detecção do DNA fetal foi confirmada pela presença de uma região do cromossomo Y . As gestantes com umfeto do sexo masculino apresentavam o exame positivo. Já na gravidez com feto feminino os exames eram negativos.Aproximadamente um ano depois, os mesmos pesquisadores conseguiram quantificar o DNA fetal em relação ao DNAmaterno, por meio de nova tecnologia em biologia molecular com a reação em cadeia da polimerase em tempo real(PCR - RT).

Demonstrar, através da literatura, a possibilidade de determinação do sexo fetal pela análise do DNA fetalpresente no plasma materno pelas novas técnicas em biologia molecular e sua correlação com distúrbios genéticos.

Esta pesquisa foi desenvolvida na forma de uma pesquisa bibliográfica descritiva nos sites científicos Scielo,Pubmed e Lilacs na biblioteca da Faculdade Santa Emília de Rodat durante o período de setembro a outubro de 2008.

Do plasma das gestantes extraí-se o DNA fetal através de Kit de extração de DNA, sendo analisado em PCR emTempo Real por meio da identificação de duas regiões genômicas, uma no cromosomo Y e outra em região comum paraos cromossomos X e Y denominada de beta-globina. A amplificação da região da beta-globina serve como controlepositivo da reação, já a região do cromossomo Y é detectada apenas quando o feto é do sexo masculino. O diagnósticodo feto do sexo feminino é feito por exclusão. A metodologia aplicada para se quantificar o DNA fetal é efetuada pormeio de “curva padrão”, na qual se usa um DNA de feto do sexo masculino e, a partir desse, fazem-se diluições até umaúnica cópia do cromossomo Y . Portanto, em cada reação são usadas essas curvas-padrão o DNA extraído do

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(7)versus

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26 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

plasma das gestantes com a subseqüente quantificação. Além disso, muitos pesquisadores conseguiram demonstrarque no primeiro e segundo trimestres de gestação, o DNA fetal corresponde a uma concentração em média de 3,4% detodo o DNA presente no plasma, já no terceiro trimestre de gestação essa concentração chega a 6,2% . Recentemente,foi demonstrado que mulheres gestando fetos com aneuploidia, principalmente a trissomia do cromossomo 21(síndrome de Down) ou do cromossomo 13 (síndrome de Patau), apresentavam concentração de DNA fetal muito maiorque as mulheres que gestavam fetos sem o mesmo distúrbio . Atualmente, usando-se a técnica de PCR em TempoReal, a grande maioria dos trabalhos tem mostrado sensibilidade e especificidade de 100% para o diagnóstico do sexofetal no primeiro trimestre de gestação .

Todo o processo é executado por indivíduo do sexo feminino para evitar possíveis contaminações exógenas comDNA masculino. As reações são realizadas em máquina de PCR em tempo real utilizando o sistema TaqMan paradetecção do produto de amplificação. O princípio do sistema utilizado na PCR em tempo real consiste na combinação deum termociclador com a detecção de fluorescência emitida em cada ciclo. O método de TaqMan utiliza uma sondamarcada com uma molécula fluorescente (fluoróforo e outra de apagamento intramolecular ( ) além do par deoligoiniciadores ( ) que se utilizam na PCR comum. A sonda é constituída de uma seqüência alvo que está entre osdois oligoiniciadores. Enquanto a sonda está livre em solução, o fluoróforo e o que ficam nas extremidades dasonda só emitem sinal quando são separados por meio da clivagem da sonda pela enzima TaqDNA polimerase durante areação. Portanto, durante a reação, quando as sondas se ligam na seqüência-alvo, o fluoróforo e o sãoseparados, e a fluorescência pode ser mensurada pela máquina . O DNA materno-fetal é submetido à análise de duasregiões genômicas, uma comum para ambos os sexos (beta-globina) e outra específica de uma região do cromossomo Y(DYS-14). A reação da betaglobina serve como controle de amplificação e evita resultado falso-negativo devido ainibidores da reação de PCR. Já a reação com DYS-14 amplifica uma região de 147 pares de bases quando o DNA fetal é dosexo masculino. Quando o sexo fetal feminino é diagnosticado, ocorre a amplificação da região controle (beta-globina) enão ocorre o sinal de amplificação da região do cromossomo Y (Figura 2), ou seja, o diagnóstico é feito por exclusão dosexo masculino. No caso de diagnóstico do feto masculino, obrigatoriamente as duas regiões mostram amplificação(Figura 1). Para maior segurança e eficiência, as duas regiões são analisadas em reações separadas e em duplicata. Só sãodiagnosticados como fetos masculinos quando é emitido sinal em ambas as duplicatas. Além disso, em toda reaçãorealizada, utilizam-se dois controles positivos (DNA de gestação de feto do sexo masculino), dois controles negativos(DNA de feto do sexo feminino) .

Sabe-se que conforme evolui a idade gestacional, a concentração de DNA fetal no sangue materno aumenta .Portanto, quanto maior a idade gestacional, maior a sensibilidade e mais fácil seria diagnosticar o sexo fetal.

A definição do sexo fetal pode ser muito útil para o manejo das doenças genéticas ligadas ao cromossomo X,como é o caso, por exemplo, da síndrome do X-frágil e hemofilia. O diagnóstico precoce do sexo fetal pode ajudarprincipalmente na ansiedade dos pais que estão sob um risco genético reprodutivo. Dessa mesma forma, o exame podeser ferramenta valiosa nas clínicas de reprodução assistida para obtenção do diagnóstico genético pré-implantação deembriões com doenças ligadas ao sexo. Precocemente (5ª semana), pode-se confirmar o sexo do feto, não havendo anecessidade da realização de exame invasivo como é a coleta de vilo (11ª semana) ou líquido amniótico (16ª semana).Outra utilidade do exame é o caso de risco de recorrência de hiperplasia congênita de supra-renal quando se usacorticosteroidoterapia como esquema terapêutico profilático logo no inicio da gestação para prevenir a possívelvirilização dos fetos femininos afetados. Em fetos do sexo masculino, não há necessidade de tratamento, evitando-seassim, o uso desnecessário da medicação que pode gerar efeitos colaterais para a gestante .

(7,5)

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(10,11)

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) quencher

primers

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Fonte:FIGURA 1 – Amplificação da região controle e da região DYS14 do cromossomo Y. Resultado sugestivo de sexo masculino

Fonte:FIGURA 2 - Amplificação apenas da região controle. Resultado sugestivo de sexo feminino.

Conclui-se, portanto, que o diagnóstico do sexo fetal feito através da técnica de PCR – RT é um excelente método

Conclusão

E-escola Instituto Superior Técnico, 2007

Applied Biosystems, 2005

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28 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

para determinar, precocemente, tanto o sexo do feto como também um provável distúrbio genético que possadesenvolver.

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. A c e s s o e m : 2 4 d e n o v e m b r o d e2007.1 3 . A P P L I E D B I O S Y S T E M S . E x p r e s s ã o g ê n i c a a t r a v é s d e e n s a i o s c o mP C R Q u a n t i t a t i v o e m T e m p o R e a l . 2 0 0 5 . D i s p o n í v e l e m :

.Acesso em: 30 de novembro de 2007.

h t t p : / / w w w . e - e s c o l a . p t / t o p i c o . a s p ? h i d = 3 3 9

http://dfm.ffclrp.usp.br/infobio/ibm_dir/3aTurma/real%20time%20pcr%20gradua%E7%E3o.ppt#293,20,Slide

Page 29: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

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Artigo 04

INFORMAÇÕES PERTINENTES À VACINAÇÃO PARA VIAJANTES PRESTADASPELAS AGÊNCIAS DE TURISMO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB

Relevant information for travelers to vaccination given by travel agencies in thecity of João Pessoa – PB

ALEXANDRE, N.S .; CUNHA FILHO, P.M.C .1. Prof Ms Microbiologia e Imunologia da FASER2. Enfermeira Esp. em Saúde Coletiva

A vacinação para viajantes tem por objetivo o controle de doenças infecciosas graves que apresentam-se em regiõesespecíficas dos continentes. Tendo como base estes parâmetros, este trabalho teve como objetivo avaliar asinformações prestadas pelas agências de turismo da cidade de João Pessoa na Paraíba acerca da vacinação paraviajantes, sendo caracterizado como um estudo exploratório descritivo, de abordagem qualitativa, realizado nasagências da referida cidade no período de dezembro de 2007 a março de 2008.Observou-se na pesquisa que asinformações prestadas para turistas com destino a regiões endêmicas do Brasil, assim como as Américas Central e do sulcomo um todo, as informações sobre as vacina obrigatória, especificamente contra a febre amarela, foi eficaz em todasas agências, não sendo citadas entretanto as vacinas recomendadas como a tríplice viral, hepatite A e B. Na regiãoAfricana o panorama é semelhante, tendo destaque a vacina contra a febre amarela, mas revelando falta de informaçãoacerca das vacinas recomendadas contra a poliomielite, hepatite A e B,e a tríplice viral. No que se refere à Europa, a Ásiae a Oceania as agências não apresentaram informações coerentes, denotando descaso aos turistas destas regiões.Assim podemos citar que as informações prestadas pelas empresas de turismo da cidade de João Pessoa na Paraíba nãosão, em sua maioria, ideais, uma vez que existe desinformação sobre o assunto pelos profissionais responsáveis destasempresas

Introduzir substâncias de origem microbiana no organismo com fim preventivo, paliativo ou curativo; esta éa definição de vacinar. Considerando este princípio e tendo em vista sua simplicidade e eficácia, a vacinação tornou-se omeio primordial na prevenção de certas doenças.

Doenças imunopreveníveis como o sarampo, difteria, tétano, febre amarela, poliomielite, hepatite A e B,rubéola e meningite meningocócica, representam o foco do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil,referência mundial em saúde pública, uma vez que em 30 anos de existência do PNI foram eliminadas ou mantidas sobcontrole tais doenças .

Dentre tais doenças imunopreveníveis, existem aquelas que prevalecem em determinadas regiões doplaneta e que requerem informações adicionais aos turistas e profissionais que se deslocam para os vários continentes atrabalho. Ao viajar as pessoas estão expostas a mudanças climáticas, geográficas e culturais que refletem em mudançasnos padrões sanitários, muitos dos quais podem ser inadequados à manutenção da saúde do viajante .

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Resumo

Introdução

Page 30: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

30 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

Assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar as informações prestadas pelas agências de turismo nomunicípio de João Pessoa – PB, acerca da vacinação para viajantes.

Trata-se de uma pesquisa de campo do tipo exploratória descritiva quantitativa, sendo a pesquisa realizadanas agências de turismo no município de João Pessoa – PB, cadastradas e validadas no Ministério do Turismo, bem comona Secretaria de Turismo do município de João Pessoa – PB.

A população abordada na pesquisa foi formada por oitenta agências de turismo cadastradas e validadas noMinistério do Turismo, bem como na Secretaria de Turismo de João Pessoa – PB e a amostra foi constituída de onzeagências de turismo selecionadas aleatoriamente desta população. A coleta de dados teve como instrumento umquestionário formulado com 09 perguntas objetivas pertinentes aos objetivos propostos e com resposta de múltiplaescolha, aplicado a funcionários das agências de turismo.

Os dados coletados foram agrupados de acordo com o questionamento realizado e distribuído em gráficos,sendo discutido estatisticamente e analisados a luz da literatura.

Em atendimento a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que trata da pesquisa envolvendo sereshumanos, os participantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa, onde são certificados o anonimato,privacidade e a possibilidade de desistência direta em qualquer etapa da pesquisa, conforme o Termo deConsentimento Livre e Esclarecido. O projeto foi aprovado pelo CEP/FASER.

O tempo médio de atuação no mercado das agências de turismo é de 10,3 anos, enquanto o tempo detrabalho no ramo de turismo do funcionário entrevistado é de 16,2 anos.

Metodologia

Discussão

Fonte: dados da pesquisa – 2007Gráfico - Informações Prestadas

Page 31: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

31

No gráfico 1, temos que 100% das empresas de turismo entrevistadas informaram prestar informações

pertinentes a vacinação para viajantes.

Esta afirmativa é considerada positiva, uma vez que tais informações são de fundamental importância para

garantir a saúde do viajante e obedecer às recomendações da Organização Mundial de Saúde.

No gráfico 2, verifica-se que 30% das agências prestam informações aos viajantes através da indicação de sites

na internet referentes ao assunto; 41% das agências indicam algum órgão responsável para prestar as informações

necessárias; 29% dão outros tipos de informações, dentre elas conversando com o passageiro pessoalmente no ato da

compra e emissão do bilhete de viagem, informações sobre a FUNASA (Fundação Nacional de Saúde) e nos balcões das

companhias de transporte aéreo com TAM e GOL. No gráfico 2, verifica-se ainda que nenhuma das empresas

entrevistadas utiliza panfletos e/ou informativos impressos para informar seus clientes sobre vacinação para viajantes.

Uma vez que todas as empresas entrevistadas prestam informações aos viajantes a respeito sobre vacinas,

conforme visto no gráfico 1, temos a informação complementar do referido gráfico com o de número 2, onde podemos

observar as formas como as informações são repassadas aos viajantes.

Resta saber se estas informações são corretas e condizem com o proposto pela literatura pertinente ao

assunto em questão. Essas questões serão abordadas e analisadas nos textos e gráficos que seguem a seguir.

Fonte: dados da pesquisa – 2007Gráfico 2 - Tipos de Informações Prestadas

Page 32: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

32 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

De acordo com o formulário de entrevista e com o gráfico 3, dentre as vacinas dispostas como opções pararesposta, apenas as vacinas tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, contra as hepatites A e B e avacina que protege contra a febre amarela, foram citadas. As demais vacinas não foram referenciadas, afirmando assimque não são recomendadas e/ou obrigatórias para os viajantes de determinadas áreas endêmicas do Brasil.

A literatura cita que as vacinas contra hepatite A e B, contra difteria e tétano (dT) e a tríplice viral, sãorecomendadas para visitantes estrangeiros que viajam a todas as regiões do Brasil. A única vacina obrigatória e exigidapara os visitantes de regiões endêmicas no Brasil é a contra a febre amarela .(3,4)

Fonte: dados da pesquisa – 2007Gráfico - Vacinas Recomendadas e/ou Obrigatórias para o Brasil

Fonte: dados da pesquisa – 2007Gráfico 4 - Vacinas Recomendadas e/ou Obrigatórias para a América do Norte

Page 33: Revista InSaúde Nº 01 Outubro/2009

33

No gráfico 4, temos a informação de que 6 agências de turismo afirmam que a única vacina recomendada e/ou

obrigatória para viajantes que se deslocam para regiões da América do Norte é a que previne contra a febre amarela. As

demais agências pesquisadas optaram por não responder a pergunta, por acharem que não há vacinas recomendadas

e/ou obrigatórias para a região em questão.

Com os dados analisados pode-se observar que há certa desinformação por parte das agências pesquisadas

uma vez que existem vacinas recomendadas para viajantes da América do Norte, dentre elas a tríplice viral, dT, contra

hepatite A e B e contra o sarampo. Esta desinformação das agências é justificada devido o fato de as vacinas serem

recomendadas e não obrigatórias aos viajantes .

De acordo com o gráfico 5, temos como respostas para as vacinas recomendadas e/ou obrigatórias para as

Américas Central e do Sul dadas pelas empresas onde 77% afirmam ser a vacina contra febre recomendada ou

obrigatória para os viajantes. 8% das empresas afirmam que as vacinas são contra a hepatite A e o rotavírus humano, são

as vacinas recomendadas e 7% a tríplice viral.

Analisando as respostas das empresas podemos concluir que ainda há certo desconhecimento quanto à

recomendação das vacinas para a região em questão. A literatura afirma que essas vacinas recomendadas são as que

protegem contra as hepatites A e B, contra a difteria e o tétano (dT) e a tríplice viral. A vacina contra a febre amarela teve

um resultado diferenciado das demais opções e com resultado positivo .

(3,4)

(4,5,6)

Fonte: dados da pesquisa – 2007Gráfico 5 - Vacinas Recomendadas e/ou Obrigatórias para as Américas Central e do Sul

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34 ANO I - Nº 1 - OUTUBRO/2009

Com relação às vacinas recomendadas e/ou obrigatórias para os viajantes da África obteve-se como resposta(de acordo com o gráfico 6) por parte das empresas 59% responderam que a vacina contra febre amarela é a respostacorreta; 6% assinalaram a vacina contra a hepatite A, dT, DTP, VOP e tríplice viral; 11% garantem que há arecomendação/obrigatoriedade da vacina contra hepatite B.

Na análise feita a partir dos resultados obtidos, pode ser observado que a obrigatoriedade da vacina contra afebre amarela é bem informada pelas agências entrevistadas, tendo em vista a alta prevalência da doença no país. Asrecomendações feitas, e de acordo com a literatura, ficam por conta das vacinas que protegem contra as hepatites A e B,difteria-tétano (dT), tríplice viral e contra poliomielite. Tais vacinas recomendadas são informadas por uma pequenaparcela das agências o que mostra certa desinformação por parte das mesmas relacionadas às vacinas recomendadaspara as regiões africanas .(4,6,7)

Fonte: dados da pesquisa – 2007Gráfico 6 - Vacinas Recomendadas e/ou Obrigatórias para a África

Fonte: dados da pesquisa – 2007Gráfico 7 - Vacinas Recomendadas e/ou Obrigatórias para a Europa

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Tendo em vista tal afirmativa e observando os resultados da pesquisa no gráfico 7, podemos concluir que hácerta desinformação por parte das empresas quanto à recomendação de vacinas para os visitantes da Europa. De acordocom a pesquisa, 57% das empresas afirmam ser correta a afirmativa de que a vacina contra a febre amarela érecomendada para os viajantes dos países europeus; 14% das empresas recomendam aos seus viajantes a vacina contrao rotavírus; 15% afirmam ser recomendada a vacina DTP e 14% delas, a vacina tríplice viral. As demais vacinas não forammencionadas, deixando implícita a afirmação de que não são recomendadas ou obrigatórias aos visitantes dos paíseseuropeus.

Os países da Europa, de acordo com a literatura não exigem vacinas de seus visitantes, mas recomendamalgumas. Dentre elas temos aquelas que protegem contra as hepatites A e B, dT e a tríplice viral .

Ainda tendo em vista o gráfico 7, podemos concluir que a desinformação persiste por parte das agências deturismo pesquisadas, uma vez que a vacina que protege contra a febre amarela não é recomendada para a área emquestão. As demais vacinas mencionadas na pesquisa também reforçam a desinformação dos agentes de turismosquestionados .

Analisando o gráfico 8, dentre as agências pesquisadas, temos que 10% delas responderam que a vacinarecomendada e/ou obrigatória é a contra hepatite A; 20% afirmam ser a vacina contra hepatites B; 40% contra a febreamarela; 10% a protegem contra o rotavírus 20% a vacina tríplice viral que protege contra o sarampo, caxumba erubéola.

De acordo com a literatura pesquisada, na maior parte dos países asiáticos são recomendadas as vacinascontra hepatite A, hepatite B, difteria, tétano e sarampo. Alguns recomendam ainda a vacina contra a poliomielite. Aobrigatoriedade de comprovação de vacinação fica a cargo da vacina que protege contra a poliomielite na região da Ásiaconhecida como Oriente Médio. Assim, podemos afirmar que as informações prestadas pelas empresas de turismo aosviajantes dos países asiáticos é ineficaz, uma vez que nenhuma delas respondeu corretamente ao quesito .

(4,7,8)

(6,7)

(5,6,7)

Fonte: dados da pesquisa – 2007Gráfico 8 - Vacinas Recomendadas e/ou Obrigatórias para a Ásia

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Dentre as respostas obtidas no que se refere as vacinas obrigatórias e/ou recomendadas para a Oceania, 22%das empresas afirmam ser recomendada a vacina contra hepatite A e 11% a B. Também com 22% das respostas a vacinatríplice viral foi mencionada; 34% responderam a vacina contra febre amarela e 11% a vacina BCG.

Aos países do continente oceânico não são exigidas vacinas comprovadas de seus visitantes (CDC, 2006), masrecomendam-se as vacinas contra as hepatites A e B, dT e sarampo. Observando os resultados alcançados com apesquisa pode-se observar que também é ineficaz a informação fornecida pelas agências de viagens aos visitantes daOceania .

Dessa forma podemos citar que, sendo a informação acerca das vacinas para viajantes de fundamentalimportância para a segurança e saúde dos turistas, profissionais, desportistas, entre outros, as informações prestadaspelas empresas de turismo da cidade de João Pessoa na Paraíba não são, em sua maioria, ideais, uma vez que existedesinformação sobre o assunto pelos profissionais responsáveis destas empresas.

BRASIL – MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual dos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais / elaboradopelo Comitê Técnico Assessor de Imunizações do Ministério da Saúde. - Brasília: Ministério da Saúde: FundaçãoNacional de Saúde. 2001

(4,6,8)

Conclusão

Referências

1.

Fonte: dados da pesquisa – 2007Gráfico 9 - Vacinas Recomendadas e/ou Obrigatórias para Oceania

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2.

O r i e n t a ç ã o a o V i a j a n t e .

Antes de Viajar.

Travelers' Health

Medicina do Viajante.

I n f o r m a ç õ e s d e V i a g e m .

International Travel and Health.<

BRASIL – MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa Nacional de Imunizações – Trinta anos. Brasília: Ministério da Saúde:Fundação Nacional de Saúde. 2003

3. A N V I S A . A p r e s e n t a ç ã o . D i s p o n í v e l e m :< > Acesso em: 27 de abril de 2006.

4. CIVES – Centro de Informação em Saúde para Viajantes. Disponível em:< > Acesso em: 27 de outubro 2005.

5. CDC - Centers for Disease Control and Prevention. . Disponível em: <> Acesso em: 20 de novembro de 2006.

6. SANOFI PASTEUR. Disponível em: <>Acesso em: 23 de maio de 2006.

7. V A R I G . I n f o r m a ç õ e s M é d i c a s . V a c i n a s . D i s p o n í v e lem:<

> Acesso em: 23 de maio de 2006.

8. WHO - World Health Organization. Disponível em:> Acesso em: 22 de maio de 2006.

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http://www.who.int/ith/en/index.html