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INTRODUÇÃO

Os pescados constituem uma importante fonte de

proteína de alto valor biológico. No Brasil, o consumo per

capita de pescados esta abaixo do recomendado pela

Organização Mundial da Saúde (OMS), com grandes

disparidades no consumo, a exemplo da Região Norte, onde

os pescados representam a principal fonte de proteína

animal, e a Região Centro-Oeste, onde têm pouca expressão

na dieta da população, um fato que se deve principalmente,

ao preço do produto, que por sua vez esta diretamente

relacionado com a oferta e a demanda. Além disso, os

padrões históricos de consumo, a ausência de estratégias de

marketing e a falta de investimentos para o setor, entre vários

outros fatores, também contribuem para este panorama

(BARRETO, 2007).

No Brasil, em 2003, foi estimada uma

produção total de 990 mil toneladas, sendo 228 mil (23%)

provenientes de águas continentais. Atualmente, grande

parte dos peixes consumidos pela população tem origem no

extrativismo. Mas ao longo da história, nenhuma atividade

meramente extrativa conseguiu manter-se, em razão da

crescente demanda criada pelo crescimento da população

(ANUALPEC, 2006).

Por longas décadas o Rio Tocantins abasteceu o

mercado consumidor local e exportou peixes para outras

localidades. Nesta época o pescador praticamente vivia da

pesca, pois havia peixe praticamente o ano inteiro. A

construção da barragem de Tucuruí, a poluição orgânica

causada por esgoto doméstico, os dejetos de matadouros, os

agrotóxicos usados nas áreas urbanas que geralmente ficam

próximas a riachos e através destes chegam ao rio, o

desmatamento da mata ciliar, etc. são os inúmeros fatores de

degradação do Rio Tocantins e responsáveis pela menor

quantidade de peixes atualmente.

Todos estes impactos ambientais favorecem na

escassez do peixe, possibilitando uma sensível redução

pesqueira na quantidade e na qualidade do produto,

Jéssica de Souza Andrade (PQ), Keyla Alves dos Reis (PQ),Jane Mello Lopes (PG), Wilson Araújo Silva (PG).

Depto de Química e Biologia – Universidade Estadual do Maranhão – UEMA/CESI. Rua Godofredo Viana sn. CEP 65.901-480, Imperatriz - MA.

E-mail: [email protected]

Palavras Chave: Rio Tocantins, Pescado, Aspectos Sociais.

afetando assim a economia local (FERREIRA, COREIA,

2004).

Este estudo teve o objetivo de avaliar a produção

pesqueira atual, a fim de avaliar a importância da atividade

para a população local.

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo foi realizado da ponta da Ilha até o

povoado Imbiral, através de entrevistas realizadas

periodicamente junto aos pescadores no principal local de

desembarque de peixes destinados à comercialização –

Avenida Beira Rio e também no próprio local de pesca

durante o período de Novembro de 2007 a Outubro de

2008.

As entrevistas foram referentes às informações de

cada barco que chegava ao local, tais como: Tipo de barco,

tipo de aparelhos utilizados, número de pescadores que

participaram da pescaria, sexo, número de filhos,

escolaridade dos pescadores. Também foram anotados o

peso do pescado, preço de comercialização (pescador),

quantidade pescada por período e as principais espécies

pescadas. Para identificação das espécies tomou-se como

base levantamentos realizados por SANTOS et al (1984) e

ELETRONORTE (1989).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A colônia dos pescadores de Imperatriz (Z-29)

hoje possui de 640 a 700 pescadores ativos, onde mais de

1000 famílias estão envolvidas diretamente. A faixa etária

dos pescadores esta entre 19 a 73 anos (média 45 anos)

sendo que cerca de 84% destes, são homens e têm em média

3 filhos. Quanto ao nível de escolaridade, 63% possuem o

ensino fundamental (1ª a 4ª série), 18% possuem ensino

CARACTERIZAÇÃO DO PESCADO DO MEDIO RIO TOCANTINS - IMPERATRIZ / MA

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médio e 18% são analfabetos. Dentro do grupo entrevistado,

nenhum pescador possui diploma de curso superior. Os

pescadores trabalham agrupados em número de três a seis,

conforme o nível do rio. Os associados devem respeitar as

normas de proteção da fauna aquática fixadas pelo IBAMA,

onde é proibida a pesca durante o período de primeiro de

novembro até o último dia do mês de fevereiro, período este

que coincide com a desova dos peixes, conhecido como

“piracema”. Durante este período, os associados recebem o

seguro desemprego.

Atualmente, não existe mais o mercado

específico do peixe em Imperatriz, no local onde funcionava

o antigo mercado do peixe, encontra-se funcionando a Sede

da Colônia dos Pescadores. Com a desapropriação do

mercado do peixe em Imperatriz, os pescadores realizam o

comercio do pescado no meio da rua. Os pescadores

reclamam das condições de comercialização, pois não

apresentam nenhuma instalação adequada para conservação

de seu produto. Em Imperatriz é facilmente visto vendedores

ambulantes na feira e em frente ao mercado municipal,

vendendo peixes de forma inadequada, expostos em cima de

mesas, bancadas sujas, ao ar livre, e até sem nenhum

resfriamento. Os peixes são comercializados “in natura”, ou

somente conservados em gelo. Sendo o peixe um produto

extremamente deteriorável e o fato do mesmo ser

comercializado nas condições acima mencionado evidencia o

sério problema sanitário que o consumidor local fica exposto

ao consumir este produto.

De acordo com os resultados da pesquisa, as

maiores capturas, ocorreram no período de maio a agosto, e

podem ser explicadas pela atuação de diversos fatores, como

à diminuição do nível do rio, período de migração dos peixes

para as lagoas, aumento no esforço e utilização do arrastão.

Segundo os pescadores entrevistados, durante os meses de

Maio a Agosto observa-se uma diminuição no nível do Rio

Tocantins, estes meses estão inseridos no período

compreendido entre o inicio da vazante e inicio da enchente.

Durante estes meses ocorreram os maiores desembarques. A

época da vazante / seca (maio até setembro) é quando ocorre

o período das praias na região estudada. Outro problema

mencionado pelos pescadores são as construções das

Hidrelétricas (Tucuruí e Estreito) que alteram o nível do rio,

influenciando negativamente na reprodução e na quantidade

dos peixes na região. Segundo Carvalho e Merona (1986) a

construção de barragens corta as rotas migratórias dos

peixes fluviáteis e assim pode prejudicar a abundância dos

estoques explorados. As espécies desembarcadas durante o

período estudado e de maior importância no mercado do

município são: curimbatás (Prochilodus migricans),

branquinha (Psectrogaster amazonica), piau (Leporinus sp),

jaraqui (Semaprochilodus brama), tucunaré (Cichla sp),

mampará (Hypophthalmus marginatus), mandi moela

(Pimelodina flavipinnis), mandi cabeça de ferro (Pimelodus

blochii), surubim(Pseudoplatystoma fasciatum), sardinha

(Triportheus albus) e Avoador (Hemiodopsis argentus).

Também foram citados como espécies

pouco encontradas no rio: o pacu manteiga (Myleus tiete), a

caranha (Piaractus mesopotamicus), a dourada

(Brachyplastystoma flavicans), e o filhote (Brachyplatystoma

filamentosum). Tal fator pode estar associado à poluição, o

desmatamento da mata ciliar e outros, provocando um

escasseamento na produção destas e outras espécies.

Com relação às espécies exóticas

encontradas no trecho estudado, uma observação

importante e que merece destaque é a posição em que o

mampará passou a assumir na região do médio rio Tocantins

nos últimos 20 anos. Em 1988 esta espécie correspondia

cerca de 0,5% dos peixes capturados na região, em 1997 ela

assume o valor de 11% e hoje, conforme os pescadores

locais, o mampará tornou-se uma das espécies exóticas mais

importantes comercialmente para a região.

Foi possível observar que a maioria da frota

pesqueira da região Tocantina é formada por barcos, rabudos

e canoas pequenas. São embarcações que não possuem

autonomia para viagens longas a procura de espécies de

maior valor comercial. Segundo os pescadores

entrevistados, todos utilizam o mesmo tipo de apetrechos de

pescaria. Os principais métodos de captura são as redes

(80%) com malha variando de 7 a 14, anzol (7,0%), tarrafa

(6,0%), malhadeira (4%) e espinhel (3%). A malhadeira

pode ser utilizada de duas maneiras, uma de maneira passiva,

que é a rede de espera, colocada nas margens do rio, e a

outra de forma ativa, conhecida como “caceia”, onde os

pescadores deixam a rede descer o rio presa entre duas

canoas. O arrastão, conhecido na região como amarrador, foi

proibido legalmente por se caracterizar como rede de

arrasto, método que não é permitido em águas interiores.

Hoje poucos pescadores ainda utilizam este apetrecho.

O Rio Tocantins sofreu uma redução

considerável no percentual pesqueiro, e o pescador do

município prejudicado com a redução da sua renda mensal

viu-se obrigado a procurar alternativas para manter o

orçamento doméstico, desenvolvendo atividades informais

como, o transporte de pessoas para lazer nas praias, via

barco, venda de peixes oriundos de outros estados,

embarque e desembarque de mercadorias que chegam e

saem do município via fluvial, lavar carros ou transformar-se

em pequenos comerciantes ou funcionários de bares ou

lanchonetes.

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CARACTERIZAÇÃO DO PESCADO DO MEDIO RIO TOCANTINS - IMPERATRIZ / MA

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CONCLUSÕES

Acreditamos que os resultados aqui apresentados,

apesar de cunho informativo, refletem uma breve e

importante interpretação da estrutura da pesca do meio rio

Tocantins (trecho de Imperatriz).

Os peixes adaptaram suas estratégias de vida às

variações sazonais, assim como, a comunidade de

pescadores se adaptou a esta variabilidade espaço-temporal

escolhendo estratégias de captura apropriadas.

A continuidade deste estudo, incorporando

informações sobre outros parâmetros, talvez seja um dos

caminhos para o entendimento e maior desenvolvimento

desta atividade econômica e social tão importante para a

região.

REFERÊNCIAS

ANUALPEC. FNP Consultoria e Comércio. São Paulo.

2006.

BARRETO, J. P. A Indústria Brasileira de Processamento de

Pescado. Panorama da Aqüicultura. v17. n102. p 55-61.

2007.

CARVALHO, J.L.; MERONA, B. Estudo sobre peixes

migratórios do baixo Tocantins, antes do fechamento da

barragem de Tucurui. Amazoniana IX (4): 595-607. 1986.

ELETRONORTE. Estudo de Viabilidade de Serra Quebrada:

Estudos Ambientais. Relatório Final de Ictiofauna, SEQ-16-

1-14 0034 RE. 1989.

FERREIRA,E.F.,COREIA,G. Aval iação do Peixe

Comercializado em Imperatriz/MA: Uma Proposta

Metodológica. Monografia do curso de Ciências –

Habilitação em Biologia. UEMA/CESI. Imperatriz/MA. 76p.

2004.

SANTOS, G.M.JEGU, M.;MERONA,B. Catálogo de peixes

comerciais do baixo Rio Tocantins. Eletronorte/INPA. 84p.

1984.

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CARACTERIZAÇÃO DO PESCADO DO MEDIO RIO TOCANTINS - IMPERATRIZ / MA

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RESUMO - As sementes ideais para plantio são aquelas livres de patógenos e capazes de germinar rapidamente. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica, através dos testes degerminação e vigor de sementes de feijão-caupi, produzidas no estado do Maranhão. Para avaliar a germinação e o vigor das sementes utilizou-se areia lavada, peneirada e autoclavada, com 4 repetições de 50 sementes. Os potenciais de germinação e vigor foram superiores a 70 % nas cultivares Sempre Verde, Maranhão, Gurguéia, Espace 10 e Serrinha, sendo inferiores a esse valor nas demais.

Palavras-chave: Vigna unguiculata, qualidade, cultivares.

ABSTRACT- The ideal seeds are that free of pathogens and that be able to germination quickly. The purpose this work was evaluate the and physiological quality of cowpea seeds from Maranhão state. To evaluate the germination and vigor used washed, sieved and sterilized sand, with four replications of fifty seeds. The potential of germination and vigora were upper 70 % in genotypes from Sempre Verde, Maranhão, Gurguéia, Epace 10 e Serrinha, being this value inferior in the others genotypes.

Index terms: Vigna unguiculata, quality, cultivars.

INTRODUÇÃO

O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) constitui uma das principais leguminosas cultivadas predominantemente nas Regiões Nordeste e Norte, onde é usado para fins alimentares. Nestas regiões, representam cerca de 95 a 100 % do total das áreas ocupadas com o cultivo de feijões (TEÓFILO et al, 2006).

Apesar da imensa área que ocupa as plantações de feijão-caupi, existem algumas limitações para o sucesso e desempenho das lavouras com esta cultura. Uma das limitações se refere à qualidade das sementes utilizadas para plantio.

Gilvania Campos SilvaMestre em Agroecologia da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Cidade Universitária Paulo VI, Tirirical – São Luis – MA . E-mail: [email protected] Pereira GomesMestre em Produção e Tecnologia de Sementes - FCAV/UNESP, Via de Acesso Prof. Pau1o Donato Castellane, s/n, CEP. 4884-900, Jaboticabal-SP, e-mail: [email protected]

Dessa maneira, o objetivo deste trabalho foi de avaliar a qualidade fisiológica, através da germinação e vigor de sementes produzidas no estado do Maranhão.

MATERIAL E MÉTODOS

Para avaliação da qualidade fisiológica, as sementes foram submetidas aos testes de germinação e vigor, de acordo com as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 1992), conforme descrito a seguir.

Teste padrão de germinação: O teste padrão de germinação foi realizado empregando-se, como substrato, areia previamente peneirada, lavada e esterilizada em autoclave. Foram utilizadas 4 repetições de 50 sementes, semeadas em areia, em caixas plásticas, e mantidas em condições ambiente de laboratório. A avaliação foi realizada sete dias após a instalação do experimento, através da contagem de plântulas normais e plântulas anormais e os resultados foram expressos em porcentagem.

Teste de vigor: Para a avaliação do vigor das sementes foi adotado o teste da Primeira Contagem de Germinação, realizado concomitantemente ao teste padrão de germinação, no 4º dia do referido teste, sendo o resultado expresso como a média do somatório de plântulas normais das 4 repetições.

Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5 % de probabilidade.

A pesquisa realizou-se no Laboratório de Microbiologia do solo da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, no período de janeiro a junho de 2006. As sementes foram produzidas no ano de 2005 pelos agricultores dos respectivos municípos do estado do Maranhão: Zé Doca (cv. Sempre Verde), Itapecurú (cv.Serrinha), Chapadinha (cv. Maranhão), Bequimão (cv. BR 17), Cedral (cv. Sessenta Dias), Pinheiro (cv. Guariba), São Luís(cv. Gurguéia), Timon (cv.Epace 10) e Miranda do Norte (cv Pingo de Ouro). As sementes permaneceram armazenadas por seis meses em ambiente controlado (10 °C e 40 % U. R).

GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI ORIUNDAS DO ESTADO DO MARANHÃO

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Germination and vigor of cowpea seeds from Maranhão state

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A maioria das cultivares, apresentaram valores de vigor e germinação superiores a 70 %. As cultivares Sempre Verde e Maranhão, o vigor foi de 82, 64 e 82,39 % e a germinação 82,39 e 84,89 % respectivamente. Nas cultivares Serrinha, Gurguéia e Epace 10 esses parâmetros foram inferiores, com vigor de 70,13; 75,40 e 75,82 % e germinação de 70,13; 78,78 e 78,46 %. Os índices são mais baixos ainda, nas cultivares BR 17, Sessenta Dias e Pingo de Ouro, com vigor de 39, 35, 34,02 e 20,47 % e a germinação 42,76, 40,21 e 32,10 % respectivamente (Tabela 1).

Valores semelhantes ou superiores aos nossos foram encontrados por Torres & Bringel (2005), que avaliaram a qualidade fisiológica das sementes de feijão-caupi, oriundas do estado do Rio Grande do Norte e obtiveram lotes com médias de 85 % e 93 % de germinação e vigor de 51 a 78 %. Da mesma maneira, estudos de Teófilo (2006) com seis cultivares de feijão caupi provenientes de municípios cearenses demonstraram percentual de germinação entre 69 % e 88 %. Santos et al. (2005) mostraram porcentagens de germinação de cultivares, variando de 92 a 97 %. Dutra e Teófilo (2006) avaliaram quatro lotes de sementes de feijão-caupi e observaram que em um deles, indicado como inferior, apresentavam índices de 89 % de germinação. Os demais lotes, mostraram índices de 91 a 98 % de germinação e o vigor dos quatro lotes foram em média de 97 %. Conforme Braccini et al. (1997) as sementes, potencialmente capazes de germinação rápida e uniforme, mostram-se mais resistentes às condições adversas do meio ambiente, principalmente por ocasião da semeadura.

CONCLUSÃO

Das nove cultivares avaliadas, cinco apresentam média de germinação e vigor, acima da média mínima considerada de boa qualidade para plantio.

REFERÊNCIAS

BRACCINI, A.L.; REIS, M.S.; MOREIRA, M.A.; SCAPIM, C.A. Avaliação das alterações bioquímicas em sementes de soja, durante o condicionamento osmótico. Revista Brasileira de Sementes, v.19, n.1, p.116-125, 1997.

DUTRA, A. S.; TEÓFILO, E. M.; . MEDEIROS FILHO, S; DIAS, F. T. C. Qualidade fisiológica de sementes de feijão-caupi em quatro regiões do estado do Ceará. Congresso

Nacional de Feijão Caupi. Teresina- PI, 2006.

SANTOS, C. M. R.; MENEZES, N. L. DE.; VILLELA, F. A. Modificações fisiológicas e bioquímicas em sementes de feijão no armazenamento. Revista Brasileira de sementes, v.27 n.1, 2005.

TEÓFILO, E. M. ; DUTRA A. S.; DIAS, F. T. C. Avaliação da qualidade fisiológica de sementes de feijão-caupi produzidas em dois municípios cearenses. Congresso Nacional de Feijão Caupi. Teresina- PI, 2006.

TORRES, S. B.; BRINGEL, J.M.M.. Avaliação da qualidade sanitária e fisiológica de sementes de feijão-macassar. Caatinga, v.18, n.2, p.88-92, 2005.

Tabela 1. Qualidade fisiológica de cultivares de feijão-caupi provenientes do estado do Maranhão

Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem entre si (Tukey, a 5 % de probabilidade)

GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI ORIUNDAS DO ESTADO DO MARANHÃO

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INTRODUÇÃO

Estudos verificaram que os carboidratos isolados ou combinados a outros nutrientes são capazes de influenciar na produção de citocinas (WU HP et al, 2008), modular a resposta imunológica no câncer (FABER J et al, 2008) e quando consumidos em excesso podem prejudicar o funcionamento das células imunes promovendo respostas inflamatórias (CALDER PC et al, 2007), influenciar a função de células fagocitárias do sistema imunológico (KWOUN MO et al, 1997), além promover respostas imunes hiper-reativas, sendo desta forma a regulação da ingestão de carboidratos necessária para manter a homeostase imune (MACIVER NJ et al, 2008).

O maranhense é o brasileiro com o maior percentual de consumo de carboidrato na dieta (IBGE, 2004). É possível que isso se deva ao fácil acesso e ao menor custo, já que são compostas, na sua maioria, por produtos locais ou típicos da Região Nordeste do Brasil. Entre os produtos que se enquadram nesse perfil estão as farinhas de arroz, milho, mandioca e babaçu.

A farinha do arroz (Oryza sativa), segundo cereal mais consumido no mundo é constituido por 80,4% de carboidratos (SÁ, 1973; FAO, 1998; MAIA et al, 2000). O milho (Zea mays) tem como principal constituinte o amido, que corresponde a 83,6% da composição de sua farinha (SÁ, 1973 e FAO, 2000). A mandioca (Manihot utilíssima), também conhecida como macaxeira, representa a quarta mais importante fonte de energia alimentar no mundo, sua farinha é constituida por 86,4% de carboidratos (SÁ, 1973 e MONTERO, 2002). O babaçu (Orbignya phalerata) é uma espécie vegetal nativa do meio-norte brasileiro. O mesocarpo do fruto dessa palmeira é muito utilizado na alimentação infantil, ou como medicamento no tratamento de várias enfermidades, o mesocarpo seco e moído é constituído por 80,3% de carboidratos (ROSENTHAL, 1975).

No Maranhão a farinha do mesocarpo de babaçu é utilizada na alimentação de crianças e adultos sob forma de mingau. Recentemente a farinha de mesocarpo de babaçu foi introduzida como suplemento alimentar para o

Tonicley Alexandre da Silva, Deysianne Costa das Chagas, Priscila Sousa Barcellos, Caio José de Carvalho Filho, Mayara Tania Pinheiro, Flávia Raquel Fernandes Nascimento, Rosane Nassar Meireles Guerra.

e-mail: [email protected]

Endereço: Laboratório de Imunofisiologia - Prédio do Ensino Integrado - Bloco 1, 1ª sala - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - Campus Universitário do Bacanga - Av. dos Portugueses S/N - São Luís, MA – Brasil.

Palavras Chave: farinhas, carboidrato, órgãos linfóides,

gado de corte. Há projetos que visam também introduzir essa farinha na merenda das escolas públicas do Estado.

Sendo os órgãos linfóides os responsáveis pela geração e maturação dos linfócitos, as principais células da imunidade especifica. E o peritônio um importante sitio de localização dos macrófagos, principal célula da imunidade inata (Abbas AK, 2008). Avaliamos a variação ponderal e o número total de células peritoneais e presentes em órgãos linfóides, após o tratamento de camundongos com extratos aquosos das farinhas de mesocarpo de babaçu, mandioca, arroz e milho

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1: Variação ponderal de camundongos Swiss tratados durante 120 dias, via oral, ad libitum, com os extratos aquosos das farinhas de mesocarpo de babaçu, arroz, mandioca e milho nas concentrações de 20 mg/mL

EFEITO DE DIFERENTES FARINHAS SOBRE POPULAÇÃO CELULAR DE ÓRGÃOS LINFÓIDES

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(A) e 40 mg/mL (B), os quais foram comparados a animais não tratados (controle). Todos animais receberam água e ração livremente. Os dados correspondem a média + desvio padrão de 5 animais/grupo. (*) p<0,05 na comparação com o controle.

Tabela 1. Consumo diário de água, ração e dos extratos aquosos das farinhas de arroz, mesocarpo de babaçu, mandioca e milho, nas concentrações de 20 e 40 mg/mL, em camundongos Swiss tratados por via oral, ad libitum, durante 120 dias .

(a) Os dados correspondem a média + desvio padrão de 5 animais/grupo avaliados por um período de 8 dias(b) O controle recebeu apenas água e ração. E os demais grupos receberam adicionalmente os extratos nas concentrações de 20 ou 40 mg/mL.(*) p< 0,05 na comparação com o controle (**) na comparação com os demais grupos.

Tabela 2. Número total de células da medula óssea, peritônio e baço em camundongos Swiss não tratados (controle), ou tratados por 120 dias, via oral, ad libitum, com 20 e 40 mg/mL dos extratos aquosos de arroz, mesocarpo de babaçu, mandioca e milho.

a) Os dados correspondem a média desvio padrão de 5 animais/grupo avaliados por um período de 120 dias.(b) O controle recebeu apenas água e ração. E os demais grupos receberam adicionalmente os extratos nas concentrações de 20 ou 40 mg/mL.(*) p< 0,05 na comparação com o controle.

1. Variação ponderal:

As dietas ricas em carboidratos têm sido relacionadas a ganho de peso, aumento do índice de massa corporal (IMC) e obesidade (LUDWIG, 2000), por sua vez as alterações fisiológicas ocorridas durante a obesidade afetam tanto a imunidade humoral quanto a celular (MUNOZ et al, 2004). Desta forma avaliamos o efeito das farinhas sobre o peso dos animais. A Figura1 mostra que apenas o milho induziu um aumento significativo de ganho ponderal dentre os grupos tratados com extratos a 20mg/mL e a mandioca dentre os grupos tratados com extratos a 40mg/mL, porem ambos não mantiveram a alteração até o final do experimento.

Os resultados obtidos são diferentes dos anteriormente descritos por CAVALHO-FILHO et al, 2003, os quais demonstraram que o tratamento com farinha de milho induziu significativa redução de peso nos intervalos de 60, 120 e 240 dias de tratamento oral.

2. Consumo:

O menor consumo de água ocorreu no grupo mandioca (Tabela 1), no entanto esse fato não interferiu no consumo da dieta, pois os valores detectados nesse grupo não foram estatisticamente diferentes do detectado no grupo controle.

Quanto ao consumo de dieta foi possível constatar um menor consumo nos grupos tratados com extrato aquoso de mesocarpo de babaçu (Tabela 1). É provável que o menor consumo do extrato de babaçu esteja relacionado a características de palatabilidade desse tipo de dieta. Considerando que as dietas apresentavam concentrações de carboidratos muito próximas, esses dados indicam que houve um menor aporte calórico no grupo tratado com babaçu, o que não se refletiu no menor aumento de peso nesse grupo (Figura 1).

Na avaliação do consumo de ração não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre o grupo controle e os grupos experimentais. (Tabela 1) indicando que a adição de outras dietas ao cotidiano dos animais não interfere na ingestão do alimento habitual.

3. Efeito das dietas ricas em carboidratos sobre diferentes populações celulares:3.1 Células da medula

+

EFEITO DE DIFERENTES FARINHAS SOBRE POPULAÇÃO CELULAR DE ÓRGÃOS LINFÓIDES

49 Revista Inovação nº 09 / 2009

Page 50: Revista Inovação 09

As populações celulares da medula óssea são na maioria constituídas por precursores tanto para células sanguíneas como para linfócitos. Assim, variações numéricas nessas populações podem sugerir estimulação para a neoformação ou a proliferação de células (MEDZHITOV; JANEWAL, 2000). Nesse contexto, o arroz 20 mg/mL, milho e mandioca 40 mg/mL podem possuir um efeito inibidor da neoformação ou proliferação desta população celular, já que ocorreu redução no número de células da medula nos animais desses grupos (Tabela 2).

3.2 Células do baço

O número de células esplênicas foi menor do que o controle em todos os grupos tratados. Como o baço é um órgão periférico com grande capacidade de armazenamento de linfócitos B e T. Alterações significativas no número de células esplênicas podem refletir, ainda que indiretamente em alterações na montagem de respostas imunológicas dependentes dessa populações celulares (CARVALHO-FILHO, 2003), sugerimos que a redução decorrente do consumo de carboidratos pode interferir na montagem de respostas imunes efetivas resultando até em imunossupressão.

3.3 Células peritoneais

Cerca de 90% da população das células peritoneais é constituída por macrófagos, células que participam ativamente dos processos inflamatórios agudos e crônicos, devido à produção de citocinas e mediadores secretados durante sua ativação (METZGER et al, 1980; RENZ et al, 1988), esses produtos são importantes na ativação de linfócitos, produção de anticorpos e apresentam também importante atividade microbicida (NATHAN, 1987).

O número de células peritoneais foi reduzido após o tratamento com extrato aquoso do mesocarpo de babaçu, nas duas concentrações testadas. Também foi menor do que o controle o número de células peritoneais do grupo milho 20 e mandioca 40.

CONCLUSÕES

O tratamento oral com extratos obtidos a partir das farinhas de babaçu, mandioca, arroz e milho podem induzir alterações nas populações celulares de órgãos linfóides, sendo esse efeito dependente tanto do tipo de farinha quanto da sua quantidade. Indicando que o tipo de dieta pode interferir na distribuição das diferentes populações celulares podendo repercutir sobre a montagem das respostas imunes

REFERÊNCIAS

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EFEITO DE DIFERENTES FARINHAS SOBRE POPULAÇÃO CELULAR DE ÓRGÃOS LINFÓIDES

50Revista Inovação nº 09 / 2009

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de Clevenger modificado, conforme procedimento 3descrito por Mouchrek Filho . De posse dos óleos,

procedeu-se a sua caracterização física.Por fim, os testes microbiológicos da investigação

da ação da mistura dos óleos essenciais, dos padrões de linalol e eugenol e, dos antibióticos comerciais sobre bactérias Chromobacter violaceum, Enterococcurs faecalis, Listeria monocytogenes, foram realizados nos Laboratórios de Físico-Química e Microbiologia do Pavilhão Tecnológico da UFMA.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

1- Caracterização física

Os parâmetros físicos dos óleos essências dos frutos de Pimenta dióica Lindl e dos galhos da Aniba duckei Kostermans e da mistura de óleos (Tabela 1), apresentaram significativa similaridade. Este fato era esperado uma vez que a mistura foi preparada na proporção de 1:1.

Tabe la 1. Parâmetros f í s i cos determinados experimentalmente.

2- Antibiogramas

As cepas das bactérias patogênicas foram submetidas ao teste de resistência aos antibióticos pelo método de difusão em discos de Bauer-Kirby. Neste teste, pequenos discos de papel de filtro de 6 mm impregnados de antibióticos são dispostos numa placa de Petri com Agar

INTRODUÇÃO

1O uso de plantas com fins terapêuticos e 2medicinais vem desde épocas remotas. Atualmente

diversas investigações têm sido realizadas em busca de novos compostos com atividades biológicas a partir de fontes naturais, destacando-se os óleos essenciais de plantas medicinais e aromáticas. Estes óleos são largamente usados nas indústrias de produção de sabonetes, perfumes e outros produtos de higiene

3 3pessoal . Ainda sobre o mesmo autor investigações sobre a avaliação das atividades inseticidas, bactericidas e fungicidas dos óleos essenciais de algumas espécies de

4plantas têm mostrado resultados interessantes . Os óleos essenciais como agentes antimicrobianos

apresentam duas características importantes: sua origem natural que proporciona menor perigo para as pessoas e o ambiente; são considerados de baixo risco para o desenvolvimento de resistência por parte dos microorganismos patogênicos. Acredita-se que é difícil para os patógenos desenvolverem resistências por se tratarem de misturas complexas de componentes com,

5aparentemente, diferentes mecanismos de atividades .Dentre os vários óleos pesquisados encontram-se

em evidência os óleos da Pimenta dióica Lindl (pimenta da jamaíca) e da Aniba duckei Kostermans (pau rosa). Entretanto, nestas pesquisas, testaram os óleos de forma isolada. Assim, com o intuito de inovar, este trabalho, estudou a atividade bactericida da mistura dos dois supracitados óleos, comparando-os com antibióticos comerciais, padrões de eugenol e linalol.Os óleos essenciais contem componentes majoritários e

6minoritários . O componente majoritário do óleo da 7 8pimenta da jamaica é o eugenol e do pau rosa é o linalol .

Todavia, na literatura encontram-se trabalhos relacionando seus constituintes majoritários e minoritários, com efeitos combinados ou não, e sua ação sobre os mais variados patógenos, devida principalmente ao componente

9minoritário mirceno .As espécies de plantas estudadas foram coletadas,

moídas e armazenadas em frascos de polietileno para posterior extração. Esta foi realizada utilizando um Sistema

Alvaro I. Schalcher Pereira (PG)*, Victor E. Mouchrek-Filho (PQ)**, Adenilde R. Nascimento**(PQ), Aldemir da G. Schalcher Pereira (PG),

Valdez Diniz Júnior (PG)*, Gilvan P. de Figueredo (PG)*.

*Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Química – PPGQUIM – Universidade Federal do Maranhão – UFMA.

**Departamento de Tecnologia Química – Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Av. dos Portugueses, S/N, CEP 65040-080, São

Luís – MA..

E-mail: [email protected]

Palavras Chave: Pimenta dióica Lindl, Aniba duckei Kostermans, Atividade bactericidade.

ESTUDO BACTERICIDA DA MISTURA DOS ÓLEOS ESSENCIAS DE FRUTOS DE Pimenta dióica Lindl E DOS GALHOS DE Aniba duckei Kostermans

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Müeller-Hinton (Figura 1) nas quais as bactérias a serem testadas são cultivadas e incubadas por 24 horas em estufa à 35ºC. Estes discos foram adquiridos prontos juntos ao mercado especializado.

Figura 1. Representação do Método Bauer-Kirby

Todos os testes de suscetibilidade foram realizados com a mistura dos óleos, com os padrões de linalol e eugenol separadamente e, por fim, com antibióticos comerciais.De acordo com os parâmetros estabelecidos em tabela

9padrão do NCCLS para comparação dos antibiogramas, classifica-se as bactérias em resistentes (R), moderadamente sensíveis (MS) e sensíveis (S), pelo método de Bauer-Kirby.

2.1- Chromobacter violaceum

Para esta bactéria, foram testados os antibióticos, vancomicina (VAN), gentamicina (GEN), eritromicina (ERI), tetraciclina (TET). Pelos testes de suscetibilidade, representados na figura 2, observa-se que, dentre os antibióticos, apenas a gentamicina (15 mm) apresentou halo de inibição, classificando-a, desta forma, como sensível (Tabela 2). Entretanto, tanto os padrões de linalol (16 mm) e eugenol (12 mm) não foram tão eficientes quanto à mistura de óleos, uma vez que a mesma apresentou halo de inibição de 20 mm.

Figura 2. Representação dos halos de inibição para a Chromobacter violaceum

2.2- Enterococcurs faecalis

Neste caso, foram testados os antibióticos, vancomicina (VAN), gentamicina (GEN), penicilina (PEN) e ampicilina (AMP). Através da representação da figura 3, percebe-se que, dentre os antibióticos, a gentamicina e a ampicilina apresentaram halo de inibição de 13 e 12 mm, respectivamente. Desta forma, o primeiro é moderadamente sensível e o segundo é resistente (Tabela 2). Entretanto, em relação aos padrões, somente o eugenol (13 mm) alcançou um efeito bactericida aceitável. A mistura de óleos manteve o halo de inibição de 20 mm.

Figura 3. Representação dos halos de inibição para a Enterococcurs faecalis

2.3- Listeria Monocytogenes

Analisando os dados da figura 4, percebe-se que a vancomicina (VAN), tetraciclina (TET), eritromicina (ERI) e penicilina (PEN) não apresentaram halo, entretanto, nesta última ocorreu o efeito bacteriostático, ou seja, inibiu a atuação, mas, não eliminou a bactéria (Tabela 2). Além disso, tanto os padrões quanto a mistura apresentaram halos de inibição significativos, mas, para este caso, a eficiência foi menor que para as duas primeiras bactérias testadas.

Figura 4. Representação dos halos de inibição para a Listeria monocytogenes

ESTUDO BACTERICIDA DA MISTURA DOS ÓLEOS ESSENCIAS DE FRUTOS DE Pimenta dióica Lindl E DOS GALHOS DE Aniba duckei Kostermans

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Tabela 2. Adaptação dos parâmetros do National Commiteee for Clinical Laboratory (NCCLS) para os antibióticos testados.

De acordo com os testes da atividade bactericida, os compostos estudados apresentaram características relevantes.

Constatou-se através dos testes microbiológicos que misturar o óleo da Pimenta dióica Lindl (pimenta da jamaíca) e da Aniba duckei Kostermans (pau rosa) é uma forma inovadora de propiciar um acréscimo considerável nas propriedades bactericida dos óleos, sem, no entanto, alterar, de forma significativa, suas propriedades físicas.

É sabido que o eugenol é mais eficiente que o linalol em termos de atividade antibactericida, entretanto, ao serem misturados, estas propriedades tem um ganho considerável a nível microbiológico. Este ganho pode ser atribuído principalmente, a presença do mirceno que é citado na literatura mesmo na condição minoritária.

Desta forma, essa mistura pode oferecer uma alternativa natural e de baixo custo no combate as doenças causadas pelas bactérias patogênicas estudadas. Outro motivo relevante para a inclusão dos antibióticos comerciais deve-se ao fato de que suas aplicações continuam sendo utilizadas indiscriminadamente. Dos antibióticos estudados, a gentamicina que, de acordo com a literatura consultada, deveria possuir uma atuação significativa, surpreendeu. É conveniente destacar, entretanto, que a penicilina ao apresentar um efeito bacteriostático, é usualmente receitada pelos médicos.

REFERÊNCIAS

1DI STASI, L.C. Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: UNESP, 1996, 231p.

CONCLUSÕES

2ALZOREKY, N. S; NAKAHARA, K. Antibacterial activity of extracts from some edible plants commoly consumed in Asia. International Journal of Food Microbiology. n. 80, p.223-230, 2003.3LEMOS, T. L. G. Antimicrobial ativity of essential oils of Brazilian plants. Phytotherapy Research. v.4, p. 82-84, 1990.

4MOUCHREK FILHO, V. E. Estudos Analíticos e modificações químicas por metilação e acetilação do eugenol contido no óleo essencial extraído das folhas da espécie Pimenta dioica Lindl. 2000. 124p. Tese (Doutorado em Química Analítica) – Universidade de São Paulo, São Carlos, 2000.

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6MOUCHREK FILHO, V. E. Introdução à Química de Óleos Essenciais. São Luís, 2001. 72p. Apostila.

7MONTEIRO, O. S. Caracterização do óleo essencial da Pimenta dioica Lindl e sua aplicação como atrativo de abelhas Euglossina. 2008. 126 p. Tese (Doutorado em Química Analítica) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2008.

8CHAAR, J. S.. Estudos analíticos e modificação química por acetilação do linalol contido no óleo essencial da espécie Aniba duckei Kostermans. 2000. 150p. Tese (Doutorado em Química) - Universidade de São Paulo, Instituto de Química de São Carlos, São Carlos/SP, 2000.

9CIMANGA, K. et al. Correlation between composition and antibacterial aticvity of essential oils some aromatic medicina plantas growing in the Temocratic Republic of Congo. Journal of Ethno Pharmacology. v.79,p.213-220, 2000.

10NCCLS. Performance Standards for Antimicrobial Suscetiptibity Tests. Approved Standard. 70 ed. NCCLS documents M2-A7. Pennsylvania, 2000.

ESTUDO BACTERICIDA DA MISTURA DOS ÓLEOS ESSENCIAS DE FRUTOS DE Pimenta dióica Lindl E DOS GALHOS DE Aniba duckei Kostermans

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