revista gol #07

68
ano 02 Edição nº 07 R$ 14,90 Ronaldo Ronaldo O eterno arqueiro da Fiel O eterno arqueiro da Fiel Copa do Mundo Brasil bicampeão mundial no Chile, em 1962 História da ABDU Carlos Dias Especial Especial Corinthians História do primeiro grande clube centário da Capital Paulista Ultra maratonista Saiba quem somos e qual nosso propósito

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A revista de esportes do ABC

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Page 1: Revista Gol #07

ano 02Edição nº 07R$ 14,90

RonaldoRonaldoO eterno arqueiroda FielO eterno arqueiroda Fiel

Copa do MundoBrasil bicampeão mundial noChile, em 1962

História da ABDU

Carlos Dias

Especial

Especial CorinthiansHistória do primeiro grande clube centário da Capital Paulista

Ultra maratonista

Saiba quem somos e qualnosso propósito

Page 2: Revista Gol #07

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Page 3: Revista Gol #07

História da ABDUSaiba quem somos e qual nosso propósito

Sumarioa n o 0 2edição nº

20

11

07

5

10

13

23

31

37

46

50

55

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Clubes do ABCSão Bernardo segue sua preparação para estreia na elite paulista

Estação da FamaJoão Gonçalves apresenta diversos entrevistados da região

Belas na RedeConheça as personagens do novo programa esportivo da RedeTV!

Copas do MundoBrasil, bicampeão mundial em 1962

Especial CorinthiansGol traz um especial sobre o centenário do Timão

RonaldoPolêmico ex-goleiro abre seu coração em uma entrevista exclusiva

MatrículaNumero: 029809

EXPEDIENTEDiretor ResponsávelJoão GonçalvesJoã[email protected] [email protected] ResponsávelPublio Vitor – MTB 50962ReportagensPublio VitorJoão GonçalvesFotografiasMarcelo AlvarengaCleiton Cássio Alves de LimaCamila CaetanoRevisão de TextoCamila CaetanoRepresentante ComercialJoão Gonçalves - (11) 9590-3010Joã[email protected] e DiagramaçãoOi-Oficina da ImagemWilson R. Correia Impressão Vox Editora Ltda.Endereço - Rua Dr. Rubens Meireles, 71 - Barra Funda São Paulo – SP – CEP 01141-000RedaçãoRua Coronel Abílio Soares, 505 - Conjunto 102 - CentroSanto André - São PauloFone: 11-4436-0445 - CEP 09020-260 Site: www.abduniao.com.brDistribuiçãoAssociação Brasileira de Desportos União - ABDUTiragem10 mil exemplaresCirculaçãoABC Paulista - Nas bancas

GOL - A Revista de Esporte do Grande ABC é uma publicação bimestral. Os artigos nela assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

3 Revista GOL

NutriçãoOrientações da Dra. Michelle Parreira sobre a importância dos alimentos funcionais

PopóHistória e Projetos do ex-pugilista brasileiro

Page 4: Revista Gol #07

EditorialPUBLIO VITOREditor-Chefe

61 Revista GOL4 Revista GOL

Informação, credibilidade e independência editorial. A GOL chega à sua sétima edição fortalecendo os princípios básicos, porém essenciais ao jornalismo. Levar informação a você leitor com o que há de melhor no âmbito esportivo.

Nessa nova fase que se inicia em 2011, a sua Revista de Esportes do Grande ABC estará ainda mais completa e educativa, pois como base de informação a GOL se preocupa em balancear o esporte com dicas de saúde, bem estar e qualidade de vida.

Só como referência aos personag que abrilhantaram as págin humilde, porém ambiciosa com personalida Carioca, FalcGiov

ensas desta

revista, capas des como: Marcelinho

ão, Rivellino, Cafu, Ademir da Guia, ane e agora Ronaldo, polêmico ex-goleiro do

Corinthians, que mostrou ter um coração nobre e apaixonado pelo clube o que o revelou. Uma entrevista única desse personagem que abriu seu coração para falar sobre a família, amigos, carreira, entre outros assuntos. Imperdível!

Na sessão Copas do Mundo, o bicampeonato mundial da Seleção Brasileira conquistado no Chile, fortalecendo o País como uma das potências mundiais.

Outra matéria imperdível é sobre o centenário do Corinthians, que completou em 2010 100 anos de vida. Tudo sobre a vida do primeiro grande clube paulista a ultrapassar os cem anos de existência. Mesmo para quem não é corintia-no, uma oportunidade de conhecer os romantismo do futebol no início do século passado.

Em clubes do ABC, todos os detalhes da brilhante trajetória do São Bernardo que segue sua preparação para a estréia no Campeonato Paulista da Série A-1. A grande expectativa do Bernô em fazer a sua estreia entre os grande do futebol paulista. Lembrando que nunca antes na história da região, as três principais cidades (São Caetano, São Bernardo e Santo André) tiveram representantes no melhor campeonato estadual do País, o que acontecerá neste ano.

Volto a frisar que é um motivo de orgulho pra nós da GOL e o editorial mais uma vez parabeniza os clubes do ABC pelo

profissionalismo que defende a bandeira de uma região.

O u t r a m a t é r i a exclusiva aos amantes do jornalismo esportivo é sobre o Programa Belas na Rede, que vai ao ar aos domingos na RedeTV! feito exclusiva-mente por mulheres. Uma

iniciativa exclusiva que ve io para reforçar o

crescimento da mulher no meio esportivo. Parabéns ao

diretor de esportes da emisso-ra Terence Paiva, e toda direção

da RedeTV!, por apostar em algo inédito no já combalido mercadoditorial esportivo do Brasil.

ndo seqüência na proposta detraz uma entrevista com

nista brasileiro,s desse

e

E da inovação, a Gol Carlos Dias, ultramarato que desvenda todos os segredo esporte que exige o limite da condição física do ser humano.

No espaço Estação Fama, apresenta-do pelo diretor da revista, João Gonçalves, duas entrevistas com persona-lidades esportivas do Grande ABC, que contribuem diretamente para o cresci-mento esportivo que coloca a região como uma das principais do País: Sérgio Soares, ex-treinador do Santo André, mas que conquistou o respeito de todos na cidade e Luiz Carlos Ferrarezi, secretário de esportes de São Bernardo, que contou as pretensões do município em relação ao esporte.E é neste propósito, de fazer jorna l i smo esport ivo com credibilidade que a Gol vai se firmando como referência no m e r c a d o e s p o r t i v o regional. A GOL é pra você que tem verdade-ira paixão por esportes e mantém uma boa qualidade de vida. Uma boa leitura a todos!

Page 5: Revista Gol #07

HISTÓRIA DA ABDUA Associação Brasileira de Desportos União (ABDU) é um

projeto que vem se estruturando desde 2005. A proposta de

um trabalho destinado aos jovens e adolescentes da região

do ABC Paulista, idealizada pelo Sr. João Gonçalves de Sousa,

é realizada sem ideologia partidária, porém, com grande

sensibilidade social.

Em meados de janeiro de 2002, João Gonçalves começou

a procurar um clube para o seu filho fazer um teste com a

intenção de colocá-lo no mercado de trabalho. Depois de

algumas tentativas frustradas, percebeu que o garoto não

tinha preparo físico nem técnico para disputar uma vaga

entre aqueles que já estavam treinando nos clubes há algum

tempo.

Viu-se a necessidade, então de uma preparação física,

técnica e psicológica. Assim foi feito, e, depois de dois anos

de preparação, a situação era outra: logo conseguiu colocar o

filho no clube de futebol do Rio Grande do Sul, o Esporte

Clube Passo Fundo, pelo qual ele disputou o Campeonato

Gaúcho.

Associação Brasileira de Desportos UniãoAssociação Brasileira de Desportos União

ABDU

Idealizador,

João Gonçalves de Sousa

Page 6: Revista Gol #07

saiba mais em nosso portal: www.abduniao.com.br

PROJETO ABDU – é um programa que tem como objetivo

trabalhar com adolescentes e jovens utilizando como meio o

esporte, em especial o futebol, formando excelentes

profissionais, cidadãos conscientes de seus direitos e

deveres e colaboradores para a construção de uma

sociedade mais justa e humanitária. O projeto ABDU

profissionalizou 37 atletas nos últimos dois anos.

PROJETO O APRENDIZ - é uma escolinha de futebol de

campo que tem como objetivo dar uma oportunidade às

crianças da região do ABC Paulista com idade entre 6 e 12

anos de ter um aprendizado dessa profissão tão almejada

pela maioria dos garotos. “Entendemos que, para ser um

jogador de futebol profissional, é preciso identificar as

carências existentes logo na infância, para que a criança não

perca tempo e possa traçar metas e objetivos para a sua vida.

As inscrições para práticas esportivas na escolinha de futebol

de campo da ABDU são limitadas em 60 vagas e não

cobramos mensalidade”, destacou João Gonçalves.

PROJETO AMIGOS DO BEM – tem como objetivo

favorecer as pessoas mais necessitadas da região do ABC

Paulista. Este projeto oferece acompanhamento psicológico,

tratamento com fonoaudióloga, corte de cabelo para

crianças com idade até 14 anos e enfermagem para pessoas

obesas e hipertensas. O intuito dessa ação é o

acompanhamento da pressão arterial e batimentos

cardíacos.

PROJETO O CANTINHO DA LEITURA - Tem como objetivo

oferecer para o grupo da terceira idade do ABC Paulista, um

espaço onde poderão ler um livro, uma revista, um jornal,

tomar um café, fazer novos amigos. Enfim, sair da rotina. Só

poderão participar deste projeto pessoas cadastradas. Os

interessados deverão fazer suas inscrições através do portal

da ABDU www.abduniao.com.br. Não será cobrado nenhum

valor, tudo será oferecido gratuitamente.

Projetos Sociais da ABDU Projetos Sociais da ABDU

FUNDAÇÃO DA ABDUDevido ao bom desempenho do projeto, João Gonçalves

convidou um grupo de amigos para participar do programa e

juntos fundaram a ABDU, em 19 de dezembro de 2007. E,

com o estatuto registrado, em 2008, a associação fez sua

primeira parceria com um clube profissional, o União Suzano

Atlético Clube (USAC), para disputar o Campeonato Paulista

da Série B, categoria profissional, com os atletas formados no

projeto, para assim terem o reconhecimento da Federação

Paulista de Futebol (FPF) e contribuírem com seus deveres de

cidadãos perante a sociedade. Hoje, o projeto conta com a

participação de 42 jovens e adolescentes, com idade a partir

de 14 anos, o que demonstra a seriedade do trabalho que

vem sendo realizado ao longo desse período.

NOSSA MISSÃO Trabalhar com adolescentes e jovens utilizando como

meio o esporte, formando excelentes profissionais e

cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, aptos a

contribuírem de forma positiva na sociedade em que vivem,

tendo como vínculo a prática do esporte, em especial o

futebol.

ESTRUTURAA Associação Brasileira de Desportos União (ABDU)

oferece aos jovens e adolescentes que participam do projeto

uma estrutura com campo de futebol para práticas

esportivas, com vestiários com chuveiros quentes, com

pistas adequadas para exercícios físicos, material esportivo

(roupas de treino, bolas oficiais, agasalhos, uniformes para

jogos oficiais), restaurante e uma comissão técnica composta

por um professor de Educação Física, um preparador de

goleiro, um orientador técnico, um fisioterapeuta e um

psicólogo. Além de oferecer toda essa estrutura, a

associação se preocupa com a convivência familiar. De dois

em dois meses é realizada uma reunião com os familiares, na

qual se coloca aos pais as disciplinas da ABDU e tudo o que

vem sendo feito. “Deixamos claro aos participantes que

aqueles que não obedecerem às disciplinas da entidade

serão desligados do projeto. Sempre é bom lembrar que

tudo é oferecido gratuitamente”, declarou o presidente, João

Gonçalves.

Douglas Paulista

atuando pelo USAC (União Suzano Atlético Clube)

Page 7: Revista Gol #07

saiba mais em nosso portal: www.abduniao.com.br

PROJETO ABDU – é um programa que tem como objetivo

trabalhar com adolescentes e jovens utilizando como meio o

esporte, em especial o futebol, formando excelentes

profissionais, cidadãos conscientes de seus direitos e

deveres e colaboradores para a construção de uma

sociedade mais justa e humanitária. O projeto ABDU

profissionalizou 37 atletas nos últimos dois anos.

PROJETO O APRENDIZ - é uma escolinha de futebol de

campo que tem como objetivo dar uma oportunidade às

crianças da região do ABC Paulista com idade entre 6 e 12

anos de ter um aprendizado dessa profissão tão almejada

pela maioria dos garotos. “Entendemos que, para ser um

jogador de futebol profissional, é preciso identificar as

carências existentes logo na infância, para que a criança não

perca tempo e possa traçar metas e objetivos para a sua vida.

As inscrições para práticas esportivas na escolinha de futebol

de campo da ABDU são limitadas em 60 vagas e não

cobramos mensalidade”, destacou João Gonçalves.

PROJETO AMIGOS DO BEM – tem como objetivo

favorecer as pessoas mais necessitadas da região do ABC

Paulista. Este projeto oferece acompanhamento psicológico,

tratamento com fonoaudióloga, corte de cabelo para

crianças com idade até 14 anos e enfermagem para pessoas

obesas e hipertensas. O intuito dessa ação é o

acompanhamento da pressão arterial e batimentos

cardíacos.

PROJETO O CANTINHO DA LEITURA - Tem como objetivo

oferecer para o grupo da terceira idade do ABC Paulista, um

espaço onde poderão ler um livro, uma revista, um jornal,

tomar um café, fazer novos amigos. Enfim, sair da rotina. Só

poderão participar deste projeto pessoas cadastradas. Os

interessados deverão fazer suas inscrições através do portal

da ABDU www.abduniao.com.br. Não será cobrado nenhum

valor, tudo será oferecido gratuitamente.

Projetos Sociais da ABDU Projetos Sociais da ABDU

FUNDAÇÃO DA ABDUDevido ao bom desempenho do projeto, João Gonçalves

convidou um grupo de amigos para participar do programa e

juntos fundaram a ABDU, em 19 de dezembro de 2007. E,

com o estatuto registrado, em 2008, a associação fez sua

primeira parceria com um clube profissional, o União Suzano

Atlético Clube (USAC), para disputar o Campeonato Paulista

da Série B, categoria profissional, com os atletas formados no

projeto, para assim terem o reconhecimento da Federação

Paulista de Futebol (FPF) e contribuírem com seus deveres de

cidadãos perante a sociedade. Hoje, o projeto conta com a

participação de 42 jovens e adolescentes, com idade a partir

de 14 anos, o que demonstra a seriedade do trabalho que

vem sendo realizado ao longo desse período.

NOSSA MISSÃO Trabalhar com adolescentes e jovens utilizando como

meio o esporte, formando excelentes profissionais e

cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, aptos a

contribuírem de forma positiva na sociedade em que vivem,

tendo como vínculo a prática do esporte, em especial o

futebol.

ESTRUTURAA Associação Brasileira de Desportos União (ABDU)

oferece aos jovens e adolescentes que participam do projeto

uma estrutura com campo de futebol para práticas

esportivas, com vestiários com chuveiros quentes, com

pistas adequadas para exercícios físicos, material esportivo

(roupas de treino, bolas oficiais, agasalhos, uniformes para

jogos oficiais), restaurante e uma comissão técnica composta

por um professor de Educação Física, um preparador de

goleiro, um orientador técnico, um fisioterapeuta e um

psicólogo. Além de oferecer toda essa estrutura, a

associação se preocupa com a convivência familiar. De dois

em dois meses é realizada uma reunião com os familiares, na

qual se coloca aos pais as disciplinas da ABDU e tudo o que

vem sendo feito. “Deixamos claro aos participantes que

aqueles que não obedecerem às disciplinas da entidade

serão desligados do projeto. Sempre é bom lembrar que

tudo é oferecido gratuitamente”, declarou o presidente, João

Gonçalves.

Douglas Paulista

atuando pelo USAC (União Suzano Atlético Clube)

Page 8: Revista Gol #07

8 Revista GOL

au Hálito ou Halitose é o odor fétido e repugnan-te do ar expelido pelos pulmões. Sua causa mais Mcomum, independente do fumo, é a higiene oral

deficiente e consequente formação de placa dentária. Pode ser originado devido a próteses mal adaptadas,

restaurações defeituosas, perturbações do sistema gastroin-testinal, diabete (odor de acetona ou fruta), nefrite (odor amoniacal característico devido à concentração de uréia na saliva e sua decomposição em amoníaco pelas bactérias).

É mais percebido pelos estranhos do que pela própria

pessoa portadora de halitose. Varia com a hora e com a idade, agravando-se à proporção que a fome aumenta. Também a falta de higienização da língua (saburra), reentrân-cias retentivas de alimentos, cáries, perda da papila inter-dentária, substâncias plásticas usadas na confecção de dentaduras e pontes sofrem infiltrações de líquidos bucais, são causas bucais.

Como causas extra bucais; citam-se: doenças da oro-faringe, bronco-pulmonares, digestivas, disgonadismo feminino, alcalose, hepatopatia grave, tabagismo, doenças febris e causas idiopáticas (ignoradas).

O estômago não é o responsável pelo mau hálito. A prisão de ventre, o intestino preso é que pode provocar alterações internas.

O stress altera o aroma da boca de várias maneiras. O nervoso e a exaltação reduzem o fluxo salivar, originando a halitose.

Não adianta ficar chupando bala de menta o dia todo. Para resolver, você precisa investigar a causa da halitose. Como você pode ver, o mau hálito pode ter inúmeras

causas, e vai exigir exames, como a sialometria (medida do fluxo salivar). O tratamento é um pouco demorado, mas não impossível. A halitose significa que há alguma anormalidade orgânica e precisa ser corrigida.

Substâncias picantes podem resolver momentaneamen-te o problema, pois aumentam o fluxo salivar. Quem sofre de mau hálito deve evitar carne gordurosa, fritura, repolho, brócolis, couve-flor, alho e cebola. O leite deve ser desnatado e o queijo branco ou ricota. Evitar bebidas alcoólicas, fumo e medicamentos com cheiro acentuado.

Saude Bucal

Conheça os métodos para prevenir doenças bucais e uma boa higienização

Texto escrito a convite da Gol pelo Dr. Wilson

Mau hálito

Page 9: Revista Gol #07

implantodentreconstruindo seu sorriso

Page 10: Revista Gol #07

10 Revista GOL

MITOSE

VERDADESDA

GINÁSTICA

GOL traz esclarecimentos sobre as verdades e os mitos da ginástica, com Rogério Gandolfo de AAlmeida, 36 anos, formado em Educação Física pela

FEFISA (Faculdade Integrada de Santo André), no ano de 2001; pós-graduado em Administração e Marketing Esportivo pela Universidade Gama Filho, em 2003; e formado em Gestão de Academia pela FMS (Fitness Management School).

ORIENTACOES

Page 11: Revista Gol #07

Questionamos o profissional sobre as dúvidas mais

corriqueiras de quem procura uma atividade física,

principalmente em busca de “milagres”. Confira o que

Almeida contou à GOL:

Gol: Abdominal faz perder barriga?

Rogério: Na realidade, muita gente ainda peca quanto a

isso. É necessário um trabalho aeróbico em conjunto

com musculação. Só o abdominal não perde barriga.

Isso é mito.

Gol: Suar muito perde caloria?

R: Nem sempre. Às vezes, você está perdendo líquido, e

não perdendo gordura. Isso é mito.

Gol: Quando praticamos exercício e sentimos dor no

dia seguinte é sinal de bom resultado?

R: Não, nem sempre a dor no músculo trabalhado

significa bom resultado. É que toda vez que fazemos um

tipo de exercício em um determinado grupo muscular é

natural sentir dor. Mas logo que esse grupo muscular

acostumar com o exercício praticado, a dor cessa

automaticamente. Isso é mito.

Gol: Os exercícios só fazem efeito após os trinta

minutos iniciais?

R: Na realidade, até 20 minutos você está fazendo um

trabalho de aquecimento. Daí em diante é que você

começa a ter gasto calórico, independente do tipo de

atividade que você estiver praticando. Mas não

podemos esquecer, da importância do aquecimento na

prática de qualquer exercício.

Gol: Exercícios aeróbicos ajudam a modelar o corpo?

R: O primeiro passo para quem quer modelar o corpo é

perder calorias. Trabalhar a musculatura sem antes

trabalhar a parte aeróbica não vamos conseguir ter uma

definição do corpo. É necessário fazer um trabalho em

conjunto de aeróbico e musculação para ter um

resultado correto de modelação. Só exercício aeróbico

não modela o corpo; somente emagrece.

Gol: Os músculos crescem enquanto fazemos

exercícios?

R: Quando você começa a fazer um trabalho de

musculação, criam-se microfissuras dentro do músculo.

Isso é como se fosse um edema. E logo percebe–se um

crescimento muscular.

Gol : Beber água engorda?

R: Depende. Se for uma pessoa que retém muito

líquido, sim. Se não, é necessário se hidratar durantes as

atividades físicas para manter a regularidade do seu

organismo.

Gol: É melhor não fazer nada do que ser atleta de fim

de semana?

R: Para esse tipo de atleta, é aconselhável fazer exercício

moderado e com acompanhamento médico. O excesso

de exercício em um único dia é muito arriscado de ter

um infarto fulminante. Mas é importante exercitar o

corpo.

Gol: Quais os cuidados que se deve tomar para iniciar

uma atividade física?

R: Procurar uma academia que esteja dentro dos

padrões de credenciamento pelos órgãos competentes

- Cref, Vigilância Sanitária e alvará de funcionamento -,

além de professores competentes formados em

educação física, para que você possa praticar

determinada atividade com segurança.

Gol: Quais os riscos para uma mulher grávida na

prática da ginástica?

R: Nos três primeiros meses de gravidez é melhor se

preservar. Após esse período, tendo a liberação médica,

não tem nenhuma contraindicação. Evitando saltos e

impactos, é até indicado para que ela tenha uma

gestação mais saudável.

Gol: Que conselho você daria para quem quer ter um

corpo perfeito em um curto espaço de tempo?

R: O caminho mais próximo é ter uma alimentação

saudável, com acompanhamento de uma nutricionista,

praticar exercício físico corretamente, obedecer às

regras, não fumar, não beber, dormir bem, mas, não

deixar de fazer o que gosta desde que moderado. Com

certeza, dentro de aproximadamente 45 dias você

começa a perceber mudanças no seu corpo. É um prazo

em que o próprio organismo começa a produzir uma

substância que te dá prazer de praticar exercícios físicos,

sem a necessidade de milagres instantâneos.

11 Revista GOL

Page 12: Revista Gol #07

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Page 13: Revista Gol #07

Belasna Rede

TV - Esporte

13 Revista GOL

edeTV! lançou um novo formato de “mesa redonda”, comandado apenas por mulheres. Iniciativa promete Rser uma tendência, devido ao crescimento do

interesse feminino pelo mundo esportivo. Acompanhe o perfil e a história de cada integrante do novo programa esportivo da televisão brasileira

Em 22 de agosto, de 2010, a RedeTV! estreou o programa esportivo Belas na Rede, com apresentação de Paloma Tocci, comentários de Milene Domingues, Juliana Cabral, e Marília Ruiz e reportagens de Gabriela Pasqualin.

Com uma hora de duração, a nova atração aposta em um time feminino de qualidade, que trará novos ares ao jornalismo esportivo, tratando o futebol com leveza e dinamismo. As Belas apresentarão o lado divertido, tolerante e apaixonante do esporte, levando aos telespectadores muita informação, entretenimento e bom humor durante os debates. Com a direção de Terence Paiva.

O PROGRAMA

O DIRETORCercado pelas Belas, Terence Paiva comenta sobre a

nova aposta do esporte na RedeTV!. Segundo Terence, a intenção é deixar a noite de domingo da RedeTV! mais jovem e dinâmica. “O ponto de vista das mulheres é diferente do habitual e elas já mostraram isso durante o período em que estiveram com a gente na cobertura da Copa do Mundo. Elas são mais tolerantes que os homens”, afirma.

GOL: De quem foi a ideia de fazer esta mudança no departamento de esporte da RedeTV!, criando o Belas na Rede?Terence Paiva: Foi um pedido dos sócios da emissora. Eles entenderam que era preciso mudar o programa de esporte, porque a proposta já estava ultrapassada. Com isso, em um determinado domingo convidamos algumas mulheres para fazer a bancada falando de futebol e o nosso coordenador, o Sidnei, achou muito legal. Após isso tivemos uma conversa com o Amilcare e decidimos criar o Belas na Rede. A repercussão foi muito positiva e agora esperamos que tenha uma boa aceitação do público.G: Como que você preparou uma equipe de cinco belas mulheres para trabalharem juntas, sendo que cada uma tem uma característica diferente?TP: Para se formatar um programa de televisão é preciso encontrar a identificação do público com o conteúdo, onde geralmente as opiniões e visões são diferentes de pessoa para pessoas. Cada telespectador vê o programa de uma forma e a única preocupação que tivemos foi não formar uma equipe de mulheres com o mesmo perfil, mas sim de mesclar. A Marília é um pouco mais contundente. A Juliana, que é ex-jogadora, tem a visão tática do futebol. A Milene, além do conhecimento de campo, traz um pouco mais de glamour. A Gabi e a Paloma são jornalistas que têm as perguntas que alguém em casa gostaria de fazer. Essa mistura faz com que o programa tenha o perfil dos telespectadores e tenha condição de alcançar bons níveis de audiência.

Page 14: Revista Gol #07

14 Revista GOL

Jornalista, 28 anos, formada em 2005 pela Fiam (Faculdades Integradas Alcântara Machado). Estagiou na Rede Bandeirantes, inicialmente na redação do jornalismo, seguindo para o esporte. Em 2006, teve a primeira experiência como repórter, função na qual atuou por quatro anos, na mesma emissora. Participou da cobertura de grandes eventos esportivos, entre eles, os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007, as Olimpíadas de Pequim em 2008 e a Copa das Confederações na África do Sul em 2009, mesmo ano em que apresentou a Liga dos Campeões da Europa. Em 19 de abril de 2010 estreou na RedeTV! como apresentadora do RedeTV Esporte.

PALOMA TOCCI

GOL: Você já pensou como fazer para administrar tantas mulheres no programa?

Paloma Tocci: Eu sempre me dei bem com os homens. Trabalhar com mulheres não é fácil, mas nesse caso eu acho que deu uma liga boa. Temos algo em comum que é a paixão pelo esporte. Cada uma tem um perfil diferente, mas acima de tudo respeita o trabalho da outra. Acho que essa é a fórmula do sucesso.

GOL: Em algum momento você se preocupou em como fazer para funcionar passivamente essa junção de perfis dentro do programa?

PT: Não. Acho que quanto mais perfis diferentes, melhor. Eu sou a curiosa dessa história, pois todas elas entendem muito de futebol. Eu passei a viver o futebol um pouco mais tarde do que elas. Hoje me dedico muito ao futebol, leio muito sobre o assunto e aproveito para tirar minhas dúvidas com elas.

GOL: Como você analisa este novo desafio do jornalismo esportivo na RedeTV!?

PT: Fantástico. A RedeTV! está tomando conta de boa parte dos seguimentos e, agora, com o futebol, acho que foi um retorno muito rápido em um curto espaço de tempo. Acredito que a tendência e só crescer.

Page 15: Revista Gol #07

15 Revista GOL

Jornalista, 32 anos, formada pela Universidade de Brasília. Iniciou a carreira no jornalismo esportivo na Folha de S. Paulo, em 1999; foi colunista no jornal Lance! e trabalhou como repórter na Rede Record, Bandeirantes e Band News.

Já cobriu, entre outros eventos, a Copa América, os Jogos Olímpicos de Pequim e acompanha a Seleção Brasileira desde 2002. Atualmente, é colunista do Diário do Grande ABC.

MARÍLIA RUIZ

GOL: Você foi uma das precursoras na televisão brasileira a participar de programas esportivos. Acredita que criou uma tendência?Marília Ruiz: Não, acho que se tenho algum mérito é porque eu mostrei de forma clara, reta, autêntica que eu não estou ali porque sou mulher, mas sim porque sou jornalista, e porque eu entendo de futebol. Eu tive uma vantagem porque eu cresci em uma família que só tem homem. Aliás, eu nem sei quando eu comecei a gostar de futebol, pois é uma coisa que faz parte da minha vida. Por isso, é fácil pra eu transitar no meio, pois mesmo antes de ser jornalista eu sempre ia aos estádios de futebol. Mesmo hoje na minha folga eu continuo indo para torcer. É um mundo que eu domino.GOL: Apesar de grande experiência no jornalismo, como encara esse novo desafio?MR: Estou achando muito legal. É bacana que a gente crie conceitos, mostrando que é possível fazer um programa só de mulheres falando sobre futebol. Esse é o nosso trabalho, além de ser a nossa paixão. Todas nós estamos no esporte há muito tempo e não faremos um programa caricato. Vamos falar de futebol com seriedade.GOL: Como ficam as outras questões profissionais? Seguirá

trabalhando em outras empresas ou será exclusiva da RedeTV!?MR: Eu vou ser exclusiva da RedeTV!.GOL: A oportunidade de trabalhar apenas com mulheres, aumenta sua responsabilidade devido à maior experiência no jornalismo esportivo?MR: Não. Cada uma de nós temos uma característica diferente: a

Juliana e a Milene jogaram futebol e possuem uma visão de jogo que eu como comentarista, do alto da cabine, vejo diferente. A Paloma tem experiência na apresentação do programa que eu não tenho e a Gabi vai fazer entrevistas com jogadores que ela sempre fez. Cada uma tem o seu valor e sua especialidade.

Page 16: Revista Gol #07

16 Revista GOL

JULIANA CABRALEx-jogadora de futebol, zagueira, 28 anos. Com 16 anos de profissão, já jogou

no São Paulo, Corinthians, Vasco e também em times no exterior. Foi titular da Seleção Brasileira por 13 anos, quando disputou duas Olimpíadas e dois Mundiais. Em 2004, foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos, em Atenas, e, em 2003, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, em Santo Domingo.

GOL: Como recebeu esse convite e a oportunidade de iniciar uma nova fase na sua vida?Juliana Cabral: Eu vejo como uma oportunidade muito bacana. Estou um pouco apreensiva, mas já era o que eu gostaria de fazer. Fui jogadora de futebol por 16 anos, mas esse ciclo se encerrou. Agora, poder continuar ligada ao futebol com um novo ciclo que se inicia na minha vida me deixa muito feliz.GOL: Está preparada para esse desafio?JC: Sim. Na minha vida inteira eu procurei desafios. Sempre tracei metas e essa era uma que eu tinha c o m o o b j e t i v o . J á t i v e oportunidade de trabalhar em outra emissora, na Bandeirantes, e tenho uma experiência na área. Vivo um momento muito feliz e espero levar o melhor aos telespectadores.GOL: Como será o direcionamento de suas matérias?JC: O programa vai ter quadros diferentes. A Gabi e a Milene vão trazer entrevistas com jogadores, e dentro do programa vamos discutir sobre o assunto. É muito parecido com o que acontece nos programas esportivos onde os homens comandam, só quem feito por mulheres.GOL: Por último, acredita que essa seja uma tendência cada vez maior, onde mulheres comandam as chamadas mesas-redondas?

JC: Não sei se é uma tendência, mas a m u l h e r v e m q u e b r a n d o paradigmas. Quando ela se propõe a fazer alguma coisa, ela é capaz. Quando comecei a jogar futebol, eu tive que me superar quebrando alguns preconceitos. Com o passar do tempo, as coisas foram mudando e hoje a mulher joga futebol, apresenta programa esportivo. Um ótimo exemplo é a

Renata Fan, pois quando ela começou ninguém acreditava muito e hoje ela é uma excelente apresentadora. Belas na Rede tem a combinação perfeita: as duas paixões nacionais - a mulher brasileira e o futebol. Faremos bons comentários e certamente vamos atrair a atenção das pessoas com a nossa visão.

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GOL: Como está sua adaptação ao Brasil depois de morar tanto tempo fora?M i l e n e D o m i n g u e s : A q u i realmente o assedio é maior, mas quem não gosta de receber o carinho das pessoas, ser admirada? Muita gente comenta sobre a minha postura e se identificam comigo. Tenho o perfil da mulher brasileira, guerreira e que leva a família adiante. O ruim é a liberdade quanto ao meu filho. Isso no começo era um pouco difícil pra gente, pois tudo tinha que ser programado. Porém, tudo isso é compensado com o amor da família, pois lá fora éramos muito sozinhos e aqui temos todo apoio da família.GOL: Como você vê a iniciativa da RedeTV! em lançar este tipo de programa?MD: Foi uma iniciativa maravilhosa, pois a gente não pode demover conceitos alheios e sim criar conceitos como disse a Marília. Mas isso já é coisa do passado, pois hoje já existem outras jornalistas atuando no jornalismo esportivo. A mulher já é mais aceita até mesmo no futebol e o Belas na Rede com certeza chamará ainda mais atenção para esse crescimento. Somos cinco mulheres, mas ninguém caiu aqui de pára-quedas. Temos uma história no futebol, além de contar com todo apoio da equipe de jornalismo da emissora.GOL: Como você encara esse desafio? Está motivada?

MILENE DOMINGUESEx-jogadora de futebol, 31 anos, e rainha das embaixadinhas. Começou a

carreira profissional jogando pelo Corinthians em 1997 e seu último clube foi o E.C. Pozuelo, de Madri, onde foi campeã da temporada 2007/2008. Já esteve em vários países como embaixatriz do futebol arte e bateu o recorde mundial de embaixadas, tocando na bola mais de 55 mil vezes consecutivas, sem que a bola tocasse no chão. Atualmente, faz curso para ser treinadora de futebol feminino.

MD: Estou muito feliz com esse novo desafio onde mulheres comentam a rodada em um espaço que era tipicamente masculino. Eu nem pretendo ficar na ponte aérea. Tenho medo de avião. Quero voltar de vez ao Brasil. GOL: Sua ligação com o futebol sempre foi destacada no país, desde os tempos como jogadora, o n d e , a l i á s , f o i u m a d a s precursoras. Acha que é um reconhecimento ao seu trabalho esse convite?

MD: Eu acho que é um pouco de tudo. Na verdade, aqui no Brasil as pessoas não conhecem o meu trabalho como comentarista de futebol. Já trabalhei nessa função na Espanha e na Itália. Mas claro que minha história no Brasil com as embaixadinhas e por eu ter sido jogadora de futebo l é um reconhecimento. As pessoas sabem que eu estou ligada ao futebol independentemente do meu trabalho. De futebol eu entendo.

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18 Revista GOL

Jornalista, 29 anos, formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Atua em mídia impressa e televisão desde 2002. Já foi repórter do SBT, das revistas Náutica, e Mergulho, entre outras. Na TV Bandeirantes, atuou como editora e apresentadora de programas esportivos. Em novembro de 2009 estreou na RedeTV! como repórter esportiva.

GABRIELA PASQUALIN

GOL: Gabriela qual será a sua participação no programa?Gabriela Pasqualin: Eu vou fazer o quadro do programa que se chama a Bela entrevista, onde o foco da matéria com o entrevistado será s o b r e j o g o s , s i t u a ç ã o d o campeonato, carreira, história, além de assuntos fora das quatro linhas como: família, estilo de vida, m a n i a , va i d a d e s , d i n h e i ro, mulheres etc. GOL: Como foi a preparação para trabalhar em um programa só com mulheres? O que fazer para evitar possíveis problemas no futuro?GP: Não acredito que haverá vaidades entre nós. Conheço a Milene desde os tempo onde ela fazia as embaixadinhas. Trabalhei com a Paloma por sete anos em outra emissora. A Marília Ruiz é outra que sempre nos encontramos nos estádios e a Juliana eu conheci no Pan-Americano em 2007. Ela foi comentarista na emissora que a gente trabalhava. Além disso, não vamos ter uma convivência diária e, com isso, evitaremos qualquer tipo de estresse. GOL: Além do Belas na Rede você tem outras atividades na RedeTV!?GP: Sim, eu apresento a Série B e outros programas de esportes como o automobilismo, entre outras atrações que fazem parte do esporte da emissora. Quando tenho tempo eu escrevo para algumas revistas, mas agora está um pouco difícil, por falta de tempo.

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Especial Ultramaratona

19 Revista GOL

Carlos Dias

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21 Revista GOL20 Revista GOL

Gol: Como e quando você iniciou em ultramaratona?Carlos Dias: Minha primeira prova foi na Vila Prudente, em São Paulo. Comecei com provas de cinco e 10 quilômetros. Daí, eu fui tomando gosto pela corrida, e quando eu percebi já tinha completado mais de 64 maratonas. E, em 1997, vendo uma notícia em uma revista, sobre uma prova de 89 quilômetros na África, que se chama Maratona dos Camaradas, resolvi correr atrás para conseguir ir disputar. Na época só tinha um brasileiro que tinha completado a prova, então, eu quis ser o segundo a completar o percurso. Outra prova que me lembro com carinho foi em novembro de 1997, quando disputei em Cubatão uma distância de 100 quilômetros. Fui pra lá e completei em dez horas. Com isso, comecei a planejar minha ida para a África do Sul, buscando patrocinadores, colaboradores, mas infelizmente o que recebi foram mais de quatrocentos “não”. Mas, na realidade, eu olhei isso como um aperfeiçoamento.Depois de algum tempo, o dono da empresa em que eu trabalhava patrocinou minha ida até a África, eu completei a prova em onze horas e recebi a medalha das mãos do presidente Nelson Mandela. A partir daquele momento eu comecei a acreditar muito mais no meu potencial.G: O que é uma ultramaratona?CD: A ultramaratona é o esporte mais antigo do mundo, que começou na Grécia. É uma prova acima de 42 quilômetros. Então, qualquer pessoa que corre acima é considerado um ultramaratonista.G: A ultramaratona é o esporte que leva o atleta ao limite do condicionamento físico?CD: Eu acredito que não leve ao limite. Qualquer distância, seja ela 100 metros ou nove mil quilômetros como eu fiz, pode levar ao limite. Isso depende de como cada atleta planeja isso, a maneira com que ele se preparou. Sem preparo qualquer exercício leva alguém à exaustão. Nós é que colocamos o limite nas nossas ações.G: Quais as dicas para quem está iniciando em ultramaratonas?CD: Procurar um profissional qualificado. Procure um médico, faça exames necessários, sangue, cardiologista, ortopédico. Sair correndo ou fazer qualquer outro exercício requer alto conhecimento. Você tem que saber aonde vai pisar, aonde seu calo vai pegar. Todos os profissionais só vão agregar na nossa função, por isso, é importante você procurar todos os especialistas necessários, para não prejudicar sua saúde e impossibilitá-lo de realizar seus sonhos como atleta.G: Como você analisa os outros atletas dessa modalidade?CD: Eu tenho um grande respeito e admiração por todos os atletas. Temos vários recordistas no mundo que se mantêm com qualidade, e que tomam todos os cuidados necessários para não sofrer nenhum tipo de lesão. Além de passar a filosofia de não fazer nada além do que possam fazer, não sair sendo super heróis, porque muitos atletas mesmo machucados saem correndo e isso é falta de preparo. Hoje, nós temos no Brasil cerca de 3500 atletas. A cada ano vem crescendo esse número e isso é motivador.G: Quem é o maior ultramaratonista da atualidade?CD: O maior ultramaratonista é o grego. Ele quebrou todos os recordes de provas que participou e já obtém recordes há

um dos principais ultramaratonistas brasileiros

er uma vida sedentária ou praticar esportes? Eis a dúvidas Tde diversos brasileiros que

reclamam diariamente da falta de condicionamento físico, porém não fazem nada para mudar esse quadro.

Com Carlos Dias, a situação é bem diferente. Competidor de ultramarato-nas, o brasileiro tem no esporte a receita para uma excelente qualidade de vida. A corrida que iniciou como lazer virou profissão e hoje ele goza do status de melhor ultramaratonista brasileiro. Em entrevista exclusiva à Gol, ele conta detalhes de sua carreira e os planos para o futuro.

Carlos DiasGol traz entrevista com

Especial Ultramaratonadez anos. Além disso, é um ser humano muito humilde, não deixando que o prestígio subisse à cabeça. É muito importante termos atletas assim, pois isso é fundamental para o crescimento dos outros corredores, poisnos espelhamos nesses campeões.G: Tem algum sonho que você gostaria de realizar?CD: Eu costumo dizer que o meu sonho é sempre o próximo desafio. Meu sonho hoje é rodar o Brasil em 365 dias. E esse desafio começa no dia 23 de setembro, com largada na feira de aventuras no Anhembi. Eu vou correr 50 quilômetros por dia, e essa prova tem um motivo especial, pois cada quilômetro será revertido para o Graacc (Grupo de Apoio a Adolescentes e Crianças com Câncer). Meu principal objetivo é correr os 50 km e reverter para o Graacc, ajudando na construção do novo hospital.G: Assim como em diversas outras modalidades, é difícil arranjar patrocínio no Brasil?CD: Desde o início da minha carreira, minha maior dificuldade foi conseguir parceiros, mas eu nunca deixei de fazer por conta disso. Depois de muitas negativas, a Crocs, uma empresa americana, patrocinou o desafio dos desertos. Eu sempre tive muita dificuldade em relação a patrocínios, mas isso nunca deixou que eu parasse de correr atrás dos meus sonhos. Hoje, eu não tenho patrocinador, busco parceiros para esse novo desafio e para tantos outros que pretendo realizar.G: Qual o treinamento para uma ultramaratona? Existe um local adequado?CD: Minha maratona de treinos é : duas vezes por semana. Vou na clínica do doutor Joaquim Grava. É um trabalho de fortalecimento e prevenção. Utilizo a piscina, faço alongamento, fisioterapia . Treino na Serra da Cantareira, que é montanha, como meu treinador Fung. E agora com esse novo desafio, a partir de julho, terei um novo treinamento que é na areia, para manter resistência, força e proteção do joelho.G: Existe a expectativa desse esporte se tornar olímpico?CD: Já têm alguns atletas do mundo que estão lutando para isso acontecer; conversando com a Confederação Olímpica Internacional para acrescentar a ultramaratona nas Olimpíadas, em um formato de 24 horas, que daria pra fazer sem atrapalhar o movimento da Olimpíada, pois não precisa fechar vias. Eu sonho emver a ultramaratona dentro dos Jogos Olímpicos.G: E o que fazer para disseminar o esporte no País?CD: Temos que sempre pensar na próxima geração, fazer com que o esporte cresça. Eu volto dessas viagens com indignação e com mais vontade de transformar isso, querendo ser pioneiro, já que em muitas provas eu era o primeiro brasileiro, sul-americano a estarcompetindo. Quem sabe daqui a dez anos a ultramaratona não se torne uma prova com mais credibilidade?G: Deixe um recado aos amigos da Gol para aqueles que querem conhecer seu trabalho.CD: Eu convido as pessoas para visitarem meu blog e dizer a elas que “a distância até a lua não é tão longa; as maiores distâncias que deveremos percorrer são dentro de nós mesmos”.Para saber mais sobre Carlos Dias

acesse o blog www.ultramaratonistacd.wordpress.comou por telefone 7439-4151.

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21 Revista GOL20 Revista GOL

Gol: Como e quando você iniciou em ultramaratona?Carlos Dias: Minha primeira prova foi na Vila Prudente, em São Paulo. Comecei com provas de cinco e 10 quilômetros. Daí, eu fui tomando gosto pela corrida, e quando eu percebi já tinha completado mais de 64 maratonas. E, em 1997, vendo uma notícia em uma revista, sobre uma prova de 89 quilômetros na África, que se chama Maratona dos Camaradas, resolvi correr atrás para conseguir ir disputar. Na época só tinha um brasileiro que tinha completado a prova, então, eu quis ser o segundo a completar o percurso. Outra prova que me lembro com carinho foi em novembro de 1997, quando disputei em Cubatão uma distância de 100 quilômetros. Fui pra lá e completei em dez horas. Com isso, comecei a planejar minha ida para a África do Sul, buscando patrocinadores, colaboradores, mas infelizmente o que recebi foram mais de quatrocentos “não”. Mas, na realidade, eu olhei isso como um aperfeiçoamento.Depois de algum tempo, o dono da empresa em que eu trabalhava patrocinou minha ida até a África, eu completei a prova em onze horas e recebi a medalha das mãos do presidente Nelson Mandela. A partir daquele momento eu comecei a acreditar muito mais no meu potencial.G: O que é uma ultramaratona?CD: A ultramaratona é o esporte mais antigo do mundo, que começou na Grécia. É uma prova acima de 42 quilômetros. Então, qualquer pessoa que corre acima é considerado um ultramaratonista.G: A ultramaratona é o esporte que leva o atleta ao limite do condicionamento físico?CD: Eu acredito que não leve ao limite. Qualquer distância, seja ela 100 metros ou nove mil quilômetros como eu fiz, pode levar ao limite. Isso depende de como cada atleta planeja isso, a maneira com que ele se preparou. Sem preparo qualquer exercício leva alguém à exaustão. Nós é que colocamos o limite nas nossas ações.G: Quais as dicas para quem está iniciando em ultramaratonas?CD: Procurar um profissional qualificado. Procure um médico, faça exames necessários, sangue, cardiologista, ortopédico. Sair correndo ou fazer qualquer outro exercício requer alto conhecimento. Você tem que saber aonde vai pisar, aonde seu calo vai pegar. Todos os profissionais só vão agregar na nossa função, por isso, é importante você procurar todos os especialistas necessários, para não prejudicar sua saúde e impossibilitá-lo de realizar seus sonhos como atleta.G: Como você analisa os outros atletas dessa modalidade?CD: Eu tenho um grande respeito e admiração por todos os atletas. Temos vários recordistas no mundo que se mantêm com qualidade, e que tomam todos os cuidados necessários para não sofrer nenhum tipo de lesão. Além de passar a filosofia de não fazer nada além do que possam fazer, não sair sendo super heróis, porque muitos atletas mesmo machucados saem correndo e isso é falta de preparo. Hoje, nós temos no Brasil cerca de 3500 atletas. A cada ano vem crescendo esse número e isso é motivador.G: Quem é o maior ultramaratonista da atualidade?CD: O maior ultramaratonista é o grego. Ele quebrou todos os recordes de provas que participou e já obtém recordes há

um dos principais ultramaratonistas brasileiros

er uma vida sedentária ou praticar esportes? Eis a dúvidas Tde diversos brasileiros que

reclamam diariamente da falta de condicionamento físico, porém não fazem nada para mudar esse quadro.

Com Carlos Dias, a situação é bem diferente. Competidor de ultramarato-nas, o brasileiro tem no esporte a receita para uma excelente qualidade de vida. A corrida que iniciou como lazer virou profissão e hoje ele goza do status de melhor ultramaratonista brasileiro. Em entrevista exclusiva à Gol, ele conta detalhes de sua carreira e os planos para o futuro.

Carlos DiasGol traz entrevista com

Especial Ultramaratonadez anos. Além disso, é um ser humano muito humilde, não deixando que o prestígio subisse à cabeça. É muito importante termos atletas assim, pois isso é fundamental para o crescimento dos outros corredores, poisnos espelhamos nesses campeões.G: Tem algum sonho que você gostaria de realizar?CD: Eu costumo dizer que o meu sonho é sempre o próximo desafio. Meu sonho hoje é rodar o Brasil em 365 dias. E esse desafio começa no dia 23 de setembro, com largada na feira de aventuras no Anhembi. Eu vou correr 50 quilômetros por dia, e essa prova tem um motivo especial, pois cada quilômetro será revertido para o Graacc (Grupo de Apoio a Adolescentes e Crianças com Câncer). Meu principal objetivo é correr os 50 km e reverter para o Graacc, ajudando na construção do novo hospital.G: Assim como em diversas outras modalidades, é difícil arranjar patrocínio no Brasil?CD: Desde o início da minha carreira, minha maior dificuldade foi conseguir parceiros, mas eu nunca deixei de fazer por conta disso. Depois de muitas negativas, a Crocs, uma empresa americana, patrocinou o desafio dos desertos. Eu sempre tive muita dificuldade em relação a patrocínios, mas isso nunca deixou que eu parasse de correr atrás dos meus sonhos. Hoje, eu não tenho patrocinador, busco parceiros para esse novo desafio e para tantos outros que pretendo realizar.G: Qual o treinamento para uma ultramaratona? Existe um local adequado?CD: Minha maratona de treinos é : duas vezes por semana. Vou na clínica do doutor Joaquim Grava. É um trabalho de fortalecimento e prevenção. Utilizo a piscina, faço alongamento, fisioterapia . Treino na Serra da Cantareira, que é montanha, como meu treinador Fung. E agora com esse novo desafio, a partir de julho, terei um novo treinamento que é na areia, para manter resistência, força e proteção do joelho.G: Existe a expectativa desse esporte se tornar olímpico?CD: Já têm alguns atletas do mundo que estão lutando para isso acontecer; conversando com a Confederação Olímpica Internacional para acrescentar a ultramaratona nas Olimpíadas, em um formato de 24 horas, que daria pra fazer sem atrapalhar o movimento da Olimpíada, pois não precisa fechar vias. Eu sonho emver a ultramaratona dentro dos Jogos Olímpicos.G: E o que fazer para disseminar o esporte no País?CD: Temos que sempre pensar na próxima geração, fazer com que o esporte cresça. Eu volto dessas viagens com indignação e com mais vontade de transformar isso, querendo ser pioneiro, já que em muitas provas eu era o primeiro brasileiro, sul-americano a estarcompetindo. Quem sabe daqui a dez anos a ultramaratona não se torne uma prova com mais credibilidade?G: Deixe um recado aos amigos da Gol para aqueles que querem conhecer seu trabalho.CD: Eu convido as pessoas para visitarem meu blog e dizer a elas que “a distância até a lua não é tão longa; as maiores distâncias que deveremos percorrer são dentro de nós mesmos”.Para saber mais sobre Carlos Dias

acesse o blog www.ultramaratonistacd.wordpress.comou por telefone 7439-4151.

Page 22: Revista Gol #07

Contatos:

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www.abduniao.com.br

Rua Cel. Abílio Soares, 505 - cj. 102Centro - Santo André - SP

Telefone: (11) 4436-0445

22 Revista GOL

Leitor, este espaço é seu.Mande suas sugestões, críticas e opinões para serem publicadas nas próximas edições da Revista GOL a revista de esporte do Grande ABC.

espaco bola na rede

Sérgio Soares e João Gonçalves

José Luiz Ferrarezi

Plateia

Sérgio Soares

Recepção

Associação Brasileira de Desportos União – ABDU realizou a gravação de mais um programa Estação da Fama, no Teatro Elis Regina em São Bernardo do Campo, os entrevistados foram,o Sr. José Luiz Ferrarezi - Secretário de Esporte de São Bernardo do Campo e o Técnico de Futebol Sérgio Soares, para uma platéia de aproximadamente 150 pessoas, a quem gostaríamos de agradecer.

João GonçalvesApresentador do programa e Diretor da Revista GOL

Veja abaixo as fotos realizadas no dia da gravação do programa.

Page 23: Revista Gol #07

RonaldoGiovanelli

Page 24: Revista Gol #07

25 Revista GOL

CLUBES POR ONDE PASSOUAinda teve passagens pelo Fluminense, Cruzeiro,

Internacional de Limeira, Portuguesa, Ponte Preta, Gama, ABC Futebol Clube, Metropolitano e Portuguesa Santista, onde disputou os Campeonatos Paulistas de 2005 e 2006, e posteriormente encerrou sua carreira. Atualmente, fora dos gramados profissionais, é comentarista esportivo do programa Bola na Rede, da RedeTV!. Aos saudosistas, suas performances ainda podem ser acompanhadas em atuações esporádicas em duelos do Showbol.

Nesta modalidade, sagrou-se campeão do Torneio Rio-São Paulo de Showbol 2007, derrotando na final o eterno rival Palmeiras.

SELEÇÃO BRASILEIRARonaldo chegou a ser convocado várias vezes para a

Seleção Brasileira por Paulo Roberto Falcão, que assumira o cargo após a Copa do Mundo de 1990. Falcão fracassou na função e logo foi substituído por Carlos Alberto Parreira, que não simpatizava muito com Ronaldo. Em 1993, diante da impossibilidade de convocar os três goleiros de sua preferência - Taffarel, Zetti e Gilmar - para um amistoso contra a Alemanha, Parreira se viu obrigado a convocar o então corintiano para a partida. Ronaldo atuou como titular, mas o Brasil perdeu por 2 a 1. Depois dessa ocasião, Ronaldo nunca mais voltou a ser lembrado para a Seleção Brasileira.

HISTÓRICO NO CLUBERonaldo é o terceiro jogador com mais partidas pelo

Corinthians - 601 ¬-, perdendo apenas para Wladimir e Luisinho. Na equipe alvinegra, conquistou os Campeonatos Paulistas de 1988, 1995 e 1997, o Campeonato Brasileiro de 1990 e a Copa do Brasil de 1995, cuja final é lembrada pelas atuações memoráveis de ambos os goleiros dos times finalistas, Ronaldo e Danrlei, do Grêmio. Deixou o clube no início de 1998, não tendo o seu vínculo renovado pela diretoria a pedido do então recém contratado técnico Vanderlei Luxemburgo.

Paralelamente à carreira esportiva, chegou a lançar dois discos com sua banda de rock, Ronaldo e os Impedidos. É ao lado de nomes como Rivelino, Sócrates, Wladimir, Neto e Marcelinho Carioca, entre outros, um dos maiores ídolos da história do centenário do Corinthians.

24 Revista GOL

onaldo Soares Giovanelli ou simplesmente Ronaldo. Ex-goleiro do Corinthians, o arqueiro teve uma vida Rde glórias e conquistas com seu “clube do coração”. O

reconhecimento das arquibancadas é reflexo da sintonia entre a paixão do goleiro torcedor, que virou símbolo de raça e identificação da torcida corintiana.

Ronaldo começou sua caminhada no futebol em 1979, quando passou em uma peneira realizada no Corinthians. Como profissional, fez sua estreia no dia 7 de fevereiro de 1988, num amistoso contra o São José, que terminou empatado com placar mínimo. Era o terceiro goleiro do time, em uma época em que o Corinthians contava com Carlos e Valdir Peres.

Após a dispensa de Valdir e Carlos servindo a seleção brasileira, Ronaldo foi escalado para a estreia do clube do Parque São Jorge no Campeonato Paulista, quando defendeu um pênalti do ídolo sãopaulino Dario Pereira.

Na sequência, Carlos foi vendido para a Turquia, e, aos 20

especial

anos, Ronaldo herdou a camisa 1. Como titular, teve atuações importantes nos dois jogos da final contra o Guarani, quando o Corinthians conquistou seu 20º título paulista.

No Brasileiro de 1988, destacou-se como defensor de pênaltis em um campeonato em que não havia empates. Além disso, foi fundamental nos Campeonatos Brasileiros de 1990 - vencido pelo Corinthians -, quando era uma das únicas estrelas da equipe ao lado de Neto, e de 1994, quando sucumbiu com o time na final contra o Palmeiras.

Em ambas as edições foi Bola de Prata da Revista Placar. Em 1997, foi o único que se salvou no time quase rebaixado no Campeonato Brasileiro.Também muito cedo conquistou a fama de encrenqueiro, o que o impediu de realizar o sonho de disputar uma Copa do Mundo. Prometeu diversas vezes mudar sua conduta, mas não conseguiu.

Nome completo: Ronaldo Soares Giovanelli

Data de nascimento: 20 de novembro de 1967 (43 anos)

Local: São Paulo, Brasil

Altura: 1,87 m

Informações profissionais

Clube atual: Aposentado

Posição: Goleiro

Clubes profissionais Anos Clubes Jogos

1987-1998 (Corinthians)

1993 Seleção Brasileira

1998 (Fluminense)

1999 (Inter de Limeira)

1999-2000 (Cruzeiro)

2000-2001 (Portuguesa)

2002 (Ponte Preta)

2003 (Gama)

2004 (ABC)

2005-2006 (Portuguesa Santista)

Page 25: Revista Gol #07

25 Revista GOL

CLUBES POR ONDE PASSOUAinda teve passagens pelo Fluminense, Cruzeiro,

Internacional de Limeira, Portuguesa, Ponte Preta, Gama, ABC Futebol Clube, Metropolitano e Portuguesa Santista, onde disputou os Campeonatos Paulistas de 2005 e 2006, e posteriormente encerrou sua carreira. Atualmente, fora dos gramados profissionais, é comentarista esportivo do programa Bola na Rede, da RedeTV!. Aos saudosistas, suas performances ainda podem ser acompanhadas em atuações esporádicas em duelos do Showbol.

Nesta modalidade, sagrou-se campeão do Torneio Rio-São Paulo de Showbol 2007, derrotando na final o eterno rival Palmeiras.

SELEÇÃO BRASILEIRARonaldo chegou a ser convocado várias vezes para a

Seleção Brasileira por Paulo Roberto Falcão, que assumira o cargo após a Copa do Mundo de 1990. Falcão fracassou na função e logo foi substituído por Carlos Alberto Parreira, que não simpatizava muito com Ronaldo. Em 1993, diante da impossibilidade de convocar os três goleiros de sua preferência - Taffarel, Zetti e Gilmar - para um amistoso contra a Alemanha, Parreira se viu obrigado a convocar o então corintiano para a partida. Ronaldo atuou como titular, mas o Brasil perdeu por 2 a 1. Depois dessa ocasião, Ronaldo nunca mais voltou a ser lembrado para a Seleção Brasileira.

HISTÓRICO NO CLUBERonaldo é o terceiro jogador com mais partidas pelo

Corinthians - 601 ¬-, perdendo apenas para Wladimir e Luisinho. Na equipe alvinegra, conquistou os Campeonatos Paulistas de 1988, 1995 e 1997, o Campeonato Brasileiro de 1990 e a Copa do Brasil de 1995, cuja final é lembrada pelas atuações memoráveis de ambos os goleiros dos times finalistas, Ronaldo e Danrlei, do Grêmio. Deixou o clube no início de 1998, não tendo o seu vínculo renovado pela diretoria a pedido do então recém contratado técnico Vanderlei Luxemburgo.

Paralelamente à carreira esportiva, chegou a lançar dois discos com sua banda de rock, Ronaldo e os Impedidos. É ao lado de nomes como Rivelino, Sócrates, Wladimir, Neto e Marcelinho Carioca, entre outros, um dos maiores ídolos da história do centenário do Corinthians.

24 Revista GOL

onaldo Soares Giovanelli ou simplesmente Ronaldo. Ex-goleiro do Corinthians, o arqueiro teve uma vida Rde glórias e conquistas com seu “clube do coração”. O

reconhecimento das arquibancadas é reflexo da sintonia entre a paixão do goleiro torcedor, que virou símbolo de raça e identificação da torcida corintiana.

Ronaldo começou sua caminhada no futebol em 1979, quando passou em uma peneira realizada no Corinthians. Como profissional, fez sua estreia no dia 7 de fevereiro de 1988, num amistoso contra o São José, que terminou empatado com placar mínimo. Era o terceiro goleiro do time, em uma época em que o Corinthians contava com Carlos e Valdir Peres.

Após a dispensa de Valdir e Carlos servindo a seleção brasileira, Ronaldo foi escalado para a estreia do clube do Parque São Jorge no Campeonato Paulista, quando defendeu um pênalti do ídolo sãopaulino Dario Pereira.

Na sequência, Carlos foi vendido para a Turquia, e, aos 20

especial

anos, Ronaldo herdou a camisa 1. Como titular, teve atuações importantes nos dois jogos da final contra o Guarani, quando o Corinthians conquistou seu 20º título paulista.

No Brasileiro de 1988, destacou-se como defensor de pênaltis em um campeonato em que não havia empates. Além disso, foi fundamental nos Campeonatos Brasileiros de 1990 - vencido pelo Corinthians -, quando era uma das únicas estrelas da equipe ao lado de Neto, e de 1994, quando sucumbiu com o time na final contra o Palmeiras.

Em ambas as edições foi Bola de Prata da Revista Placar. Em 1997, foi o único que se salvou no time quase rebaixado no Campeonato Brasileiro.Também muito cedo conquistou a fama de encrenqueiro, o que o impediu de realizar o sonho de disputar uma Copa do Mundo. Prometeu diversas vezes mudar sua conduta, mas não conseguiu.

Nome completo: Ronaldo Soares Giovanelli

Data de nascimento: 20 de novembro de 1967 (43 anos)

Local: São Paulo, Brasil

Altura: 1,87 m

Informações profissionais

Clube atual: Aposentado

Posição: Goleiro

Clubes profissionais Anos Clubes Jogos

1987-1998 (Corinthians)

1993 Seleção Brasileira

1998 (Fluminense)

1999 (Inter de Limeira)

1999-2000 (Cruzeiro)

2000-2001 (Portuguesa)

2002 (Ponte Preta)

2003 (Gama)

2004 (ABC)

2005-2006 (Portuguesa Santista)

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29 Revista GOL

R: Não, totalmente realizado não. Faltou ganhar uma Libertadores com a camisa do Corinthians, que era meu sonho. Eu consegui ganhar um Brasileiro, o primeiro da história do clube, assim como a primeira Copa do Brasil, mas faltou uma Libertadores, que o clube busca até hoje. Mas não posso reclamar da minha vida como goleiro. Tive vários momentos felizes. Acredito que faltou um pouco mais de oportunidade na Seleção Brasileira, mas isso nunca mais poderá ser mudado.

G: Você sempre foi um cara de personalidade forte. Se pudesse voltar atrás na sua carreira, mudaria alguma coisa?

R: Se eu tivesse o dom de voltar atrás em tudo impediria a morte de um grande amigo, o Sérgio. Era um grande menino, um bom filho. Esse foi o momento mais difícil da minha carreira, onde eu perdi um grande amigo, um moleque que tinha sonho, tinha uma meta e foi interrompido. Mas nada no âmbito profissional.

G: Como foi para você parar de jogar bola? Houve algum tipo de preparação ou não? Quando sentiu que tinha que parar?

R: Graças a Deus eu não tive essa frustração de sonhar que está jogando, de sonhar que está no estádio. Graças a Deus, e acho que até os ex-companheiros meus que virem essa entrevista vão saber do que estou falando, que eu vivi intensamente todos os jogos que eu fiz na minha vida. Eu sabia que naquele último jogo eu tinha que dar tudo que eu podia. Muita gente falava: “Esse jogo não vale nada e o Ronaldo está aí pulando, gritando”. Eu usei o uniforme do Corinthians intensamente em todos os jogos, independente de quem era o adversário. Eu queria ganhar e marcar a minha história.

Eu conseguir uma marca que dificilmente outro goleiro atingirá, que é de 601 partidas com a camisa do Corinthians. O segundo, se não me falha a memória, é o Gilmar, com 400 partidas. Eu não me frustrei porque usei todos os jogos da minha carreira como se fossem o último. Na Portuguesa Santista, eu joguei dois anos e na última temporada, já com 39 anos, me sentia cansado. Foi aí que eu percebi que estava na hora de parar.

Meu tempo já foi e hoje sou um ex-atleta. O que eu pude fazer eu fiz e com muito carinho.

G: Qual é sua relação com a torcida corintiana?

R: Quando a gente fica um pouco distante da torcida acha que o pessoal já te esqueceu, que não tem mais importância. Mas eu estive no navio do centenário recentemente, onde mais de 3 mil pessoas estiveram a bordo, e percebi o carinho e o respeito que eles têm por mim. Não há nada mais gratificante que chegar a algum lugar e as pessoas dizerem: “Olha, aquele ali já jogou no Corinthians, foi um grande goleiro”. Ou quando a garotada defende uma bola e grita Ronaldo, apesar do tempo que eu parei.

28 Revista GOL

R: O que eu mais me lembro foi o quarto jogo como profissional, contra o São Paulo, onde peguei pênalti, além de algumas bolas difíceis durante a partida. Vencemos por 2 a 1, em uma partida que eu tive que substituir o Carlos, que estava na Seleção. Mas o primeiro mesmo foi contra o São José, que terminou empatado em 1 a 1. O segundo foi contra o Santa Fé, quando ganhamos por 1 a 0. Já nesses primeiros jogos, os torcedores que acompanharam a partida começaram a perguntar quem era aquele menino no gol, que eu como corintiano, também achei estranho em me ver defendendo o Timão.

G: Ronaldo, o que representa o Corinthians para você?

R: O Corinthians entrou na minha vida pelo meu pai, que era um torcedor fanático, assim como minha mãe, que até hoje tem que tomar água com açúcar nos jogos do Corinthians. Eles não precisaram me influenciar, até porque grande parte da minha família é corintiana. Tenho amor pelo clube e agradeço a tudo que ele me deu durante a carreira.

G: E qual é sua relação com o Corinthians hoje?

R: Eu sou amigo do presidente, mas não tenho o visto todo dia. Como comentarista, eu tenho que acompanhar as outras equipes e fazer um balanço de tudo que acontece nas competições. Eu bem que gostaria de passar o dia inteiro dentro do Corinthians, mas infelizmente eu não posso. Procuro passar as coisas que eu entendo, que podem ser certas ou erradas aos telespectadores, mas o mais importante é separar a identificação com o clube com o trabalho diário.

G: Ronaldo, você é considerado um dos maiores ídolos do Corinthians, entre Rivellino, Marcelinho Carioca. O que é para você carregar isso?

R: Para mim, o maior ídolo que eu tenho no Corinthians é o Marcelinho Carioca, porque jogar o tempo que ele jogou e ganhar tantos títulos, merece todo o nosso respeito. Eu ganhei três títulos com o Marcelinho, difíceis de ganhar, onde ele resolveu o jogo.

Outro que eu tenho como ídolo é o Neto, mas o mais forte pra mim continua sendo o Marcelinho, porque ele teve coragem de falar para todo mundo e de peito aberto que a camisa do Corinthians era sua segunda pele. Eu gostei muito disso, porque ver esse cara com todo esse amor ao clube é legal. Eu me sinto realizado por ter jogado com o Marcelinho.

G: Como avalia sua carreira profissional?

R: Eu não tenho do que reclamar. Resumindo, a sorte sempre esteve comigo e agradeço a Deus por isso. Acredito que cheguei aonde cheguei não pelo carisma, mas sim pelo respeito que eu tinha pelas pessoas. Sempre me cobrei muito para fazer o melhor. O sucesso na carreira é reflexo disso.

G: Você se sente totalmente realizado?

GOL: Como você começou sua carreira?

Ronaldo: Eu comecei em 1982, com 13 anos de idade. Fui fazer um teste no Corinthians, onde minha ideia original era fazer um teste como centroavante. Chegando lá, vi que tinha mais de mil moleques de centroavante. De volante tinha mais uns três mil e goleiro só tinha 14. Eu fui o décimo quinto. Daí eu falei: “Pô, eu vou tentar jogar no gol, porque no gol não tem tanta gente e é mais fácil buscar a posição”. Foi aí que eu comecei a gostar de jogar no gol.

G: Você nunca tinha jogado no gol?

R: Brincava, né. Mas como eu disse, a minha ideia era jogar como atacante, fazer gol. Mas como um monte de garoto só pensava em jogar na frente, eu arrisquei ir para o gol e deu certo. Além disso, não dá para trabalhar mais de dois goleiros no teste, o que facilita uma avaliação por parte dos treinadores.

G: Como foi o seu teste?

R: Eu cheguei às 6h30 da manhã e só fui avaliado ao meio dia. Estava com fome e cansado. Já havia passado um monte de moleque, mas como o que eu sempre tive foi força de vontade, passei no teste. Eu sempre tive sorte na minha vida, de estar no lugar certo com as pessoas certas. Hoje, aos 42 anos, eu tenho muitos amigos e tudo começou quando eu fui fazer um teste no Corinthians. Sou muito grato ao clube por isso.

G: Quanto tempo você atuou nas categorias de base do Corinthians?

R: Entrei com 12 anos e sai com 17, quando fui para o profissional. Só que nessa fase eu passei um ano no infantil. Depois, fui para a reserva do infantil. Essas duas fases quase me fizeram desistir, porque eu só treinava e ficava no banco. E quando fui para o juvenil fiquei sabendo que eles iam dispensar todo mundo do infantil, porque a molecada que já estava no juvenil ainda tinha mais um ano pra ficar na equipe. Apesar disso, eu continuei fazendo meu trabalho e fui recompensado. Na relação dos que subiriam para o profissional estava meu nome. Subiu eu e mais quatro. O resto foi dispensado. Até hoje eu não sei por que eu subi, mas agradeci muito a Deus por esta oportunidade.

G: Ronaldo, você pensou em algum instante em desistir?

R: Não. A minha família não costuma desistir dos desafios. Meu pai nunca desistiu, mesmo tendo diversas dificuldades durante a vida, e me ensinou isso. O caminho a ser seguido é o da honestidade e da sinceridade no trabalho. Meu pai é meu herói, a definição que eu tenho pra ele é isso. Eu quero ser a metade do que ele foi pra mim para os meus filhos.

G: Ronaldo, você lembra como foi sua estreia no profissional?

Page 29: Revista Gol #07

29 Revista GOL

R: Não, totalmente realizado não. Faltou ganhar uma Libertadores com a camisa do Corinthians, que era meu sonho. Eu consegui ganhar um Brasileiro, o primeiro da história do clube, assim como a primeira Copa do Brasil, mas faltou uma Libertadores, que o clube busca até hoje. Mas não posso reclamar da minha vida como goleiro. Tive vários momentos felizes. Acredito que faltou um pouco mais de oportunidade na Seleção Brasileira, mas isso nunca mais poderá ser mudado.

G: Você sempre foi um cara de personalidade forte. Se pudesse voltar atrás na sua carreira, mudaria alguma coisa?

R: Se eu tivesse o dom de voltar atrás em tudo impediria a morte de um grande amigo, o Sérgio. Era um grande menino, um bom filho. Esse foi o momento mais difícil da minha carreira, onde eu perdi um grande amigo, um moleque que tinha sonho, tinha uma meta e foi interrompido. Mas nada no âmbito profissional.

G: Como foi para você parar de jogar bola? Houve algum tipo de preparação ou não? Quando sentiu que tinha que parar?

R: Graças a Deus eu não tive essa frustração de sonhar que está jogando, de sonhar que está no estádio. Graças a Deus, e acho que até os ex-companheiros meus que virem essa entrevista vão saber do que estou falando, que eu vivi intensamente todos os jogos que eu fiz na minha vida. Eu sabia que naquele último jogo eu tinha que dar tudo que eu podia. Muita gente falava: “Esse jogo não vale nada e o Ronaldo está aí pulando, gritando”. Eu usei o uniforme do Corinthians intensamente em todos os jogos, independente de quem era o adversário. Eu queria ganhar e marcar a minha história.

Eu conseguir uma marca que dificilmente outro goleiro atingirá, que é de 601 partidas com a camisa do Corinthians. O segundo, se não me falha a memória, é o Gilmar, com 400 partidas. Eu não me frustrei porque usei todos os jogos da minha carreira como se fossem o último. Na Portuguesa Santista, eu joguei dois anos e na última temporada, já com 39 anos, me sentia cansado. Foi aí que eu percebi que estava na hora de parar.

Meu tempo já foi e hoje sou um ex-atleta. O que eu pude fazer eu fiz e com muito carinho.

G: Qual é sua relação com a torcida corintiana?

R: Quando a gente fica um pouco distante da torcida acha que o pessoal já te esqueceu, que não tem mais importância. Mas eu estive no navio do centenário recentemente, onde mais de 3 mil pessoas estiveram a bordo, e percebi o carinho e o respeito que eles têm por mim. Não há nada mais gratificante que chegar a algum lugar e as pessoas dizerem: “Olha, aquele ali já jogou no Corinthians, foi um grande goleiro”. Ou quando a garotada defende uma bola e grita Ronaldo, apesar do tempo que eu parei.

28 Revista GOL

R: O que eu mais me lembro foi o quarto jogo como profissional, contra o São Paulo, onde peguei pênalti, além de algumas bolas difíceis durante a partida. Vencemos por 2 a 1, em uma partida que eu tive que substituir o Carlos, que estava na Seleção. Mas o primeiro mesmo foi contra o São José, que terminou empatado em 1 a 1. O segundo foi contra o Santa Fé, quando ganhamos por 1 a 0. Já nesses primeiros jogos, os torcedores que acompanharam a partida começaram a perguntar quem era aquele menino no gol, que eu como corintiano, também achei estranho em me ver defendendo o Timão.

G: Ronaldo, o que representa o Corinthians para você?

R: O Corinthians entrou na minha vida pelo meu pai, que era um torcedor fanático, assim como minha mãe, que até hoje tem que tomar água com açúcar nos jogos do Corinthians. Eles não precisaram me influenciar, até porque grande parte da minha família é corintiana. Tenho amor pelo clube e agradeço a tudo que ele me deu durante a carreira.

G: E qual é sua relação com o Corinthians hoje?

R: Eu sou amigo do presidente, mas não tenho o visto todo dia. Como comentarista, eu tenho que acompanhar as outras equipes e fazer um balanço de tudo que acontece nas competições. Eu bem que gostaria de passar o dia inteiro dentro do Corinthians, mas infelizmente eu não posso. Procuro passar as coisas que eu entendo, que podem ser certas ou erradas aos telespectadores, mas o mais importante é separar a identificação com o clube com o trabalho diário.

G: Ronaldo, você é considerado um dos maiores ídolos do Corinthians, entre Rivellino, Marcelinho Carioca. O que é para você carregar isso?

R: Para mim, o maior ídolo que eu tenho no Corinthians é o Marcelinho Carioca, porque jogar o tempo que ele jogou e ganhar tantos títulos, merece todo o nosso respeito. Eu ganhei três títulos com o Marcelinho, difíceis de ganhar, onde ele resolveu o jogo.

Outro que eu tenho como ídolo é o Neto, mas o mais forte pra mim continua sendo o Marcelinho, porque ele teve coragem de falar para todo mundo e de peito aberto que a camisa do Corinthians era sua segunda pele. Eu gostei muito disso, porque ver esse cara com todo esse amor ao clube é legal. Eu me sinto realizado por ter jogado com o Marcelinho.

G: Como avalia sua carreira profissional?

R: Eu não tenho do que reclamar. Resumindo, a sorte sempre esteve comigo e agradeço a Deus por isso. Acredito que cheguei aonde cheguei não pelo carisma, mas sim pelo respeito que eu tinha pelas pessoas. Sempre me cobrei muito para fazer o melhor. O sucesso na carreira é reflexo disso.

G: Você se sente totalmente realizado?

GOL: Como você começou sua carreira?

Ronaldo: Eu comecei em 1982, com 13 anos de idade. Fui fazer um teste no Corinthians, onde minha ideia original era fazer um teste como centroavante. Chegando lá, vi que tinha mais de mil moleques de centroavante. De volante tinha mais uns três mil e goleiro só tinha 14. Eu fui o décimo quinto. Daí eu falei: “Pô, eu vou tentar jogar no gol, porque no gol não tem tanta gente e é mais fácil buscar a posição”. Foi aí que eu comecei a gostar de jogar no gol.

G: Você nunca tinha jogado no gol?

R: Brincava, né. Mas como eu disse, a minha ideia era jogar como atacante, fazer gol. Mas como um monte de garoto só pensava em jogar na frente, eu arrisquei ir para o gol e deu certo. Além disso, não dá para trabalhar mais de dois goleiros no teste, o que facilita uma avaliação por parte dos treinadores.

G: Como foi o seu teste?

R: Eu cheguei às 6h30 da manhã e só fui avaliado ao meio dia. Estava com fome e cansado. Já havia passado um monte de moleque, mas como o que eu sempre tive foi força de vontade, passei no teste. Eu sempre tive sorte na minha vida, de estar no lugar certo com as pessoas certas. Hoje, aos 42 anos, eu tenho muitos amigos e tudo começou quando eu fui fazer um teste no Corinthians. Sou muito grato ao clube por isso.

G: Quanto tempo você atuou nas categorias de base do Corinthians?

R: Entrei com 12 anos e sai com 17, quando fui para o profissional. Só que nessa fase eu passei um ano no infantil. Depois, fui para a reserva do infantil. Essas duas fases quase me fizeram desistir, porque eu só treinava e ficava no banco. E quando fui para o juvenil fiquei sabendo que eles iam dispensar todo mundo do infantil, porque a molecada que já estava no juvenil ainda tinha mais um ano pra ficar na equipe. Apesar disso, eu continuei fazendo meu trabalho e fui recompensado. Na relação dos que subiriam para o profissional estava meu nome. Subiu eu e mais quatro. O resto foi dispensado. Até hoje eu não sei por que eu subi, mas agradeci muito a Deus por esta oportunidade.

G: Ronaldo, você pensou em algum instante em desistir?

R: Não. A minha família não costuma desistir dos desafios. Meu pai nunca desistiu, mesmo tendo diversas dificuldades durante a vida, e me ensinou isso. O caminho a ser seguido é o da honestidade e da sinceridade no trabalho. Meu pai é meu herói, a definição que eu tenho pra ele é isso. Eu quero ser a metade do que ele foi pra mim para os meus filhos.

G: Ronaldo, você lembra como foi sua estreia no profissional?

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31 Revista GOL

BrasilBicampeão do Mundo

No Chile, em 1962, o a Seleção Brasileira conquistava o mundo pela segunda vez e entrava para o hall dos grandes campeões do futebol

Copas do mundoCopas do mundo

1962 Chile

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Da esquerda para direita em pé: Djalma Santos, Zito, Gilmar dos Santos Neves, Zózimo, Mauro, Nilton Santos.Da esquerda para direita agachados: Garrincha, Didi, Vavá, Amarildo e Zagalo

Page 32: Revista Gol #07

33 Revista GOL

Gilmar dos Santos Neves, 1 x 0 Espanha. A “Fúria”, que contava em campo com o “Major Galopante” Ferenc Puskas, poderia ter ampliado o marcador ainda no primeiro tempo. Porém, foi na segunda etapa que o lance mais polêmico do jogo e um dos mais polêmicos da história de todos os mundiais aconteceu. Nilton Santos é driblado pelo lateral espanhol Rodri dentro da área, cometendo pênalti. Porém, como o árbitro da partida, o chileno Sérgio Bustamante, estava mal colocado, Nilton Santos, de forma esperta e sagaz, rapidamente dá um passo à frente, postando-se fora da grande área. O juiz, ludibriado por Nilton Santos, ao chegar próximo do lance percebendo que o lateral-

esquerdo brasileiro estava além da linha da área, marcou falta fora da área, na ponta direita, ao invés de pênalti. Na cobrança da falta, nova lambança da arbitragem. A Espanha levanta a bola na área, a defesa canarinho corta, no rebote Puskas aplica uma linda bicicleta, com a bola morrendo no fundo das redes de Gilmar dos Santos Neves, que nada pode fazer. Mas estranhamente, a arbitragem enxergou impedimento no incrível l a n c e d e P u s k a s , invalidando o gol espanhol. Porém, mais estranho ainda, foi a própria seleção da Espanha, que sequer

reclamou da patacoada do árbitro Sérgio Bustamante. Foi somente após este lance que o Brasil enfim acordou na partida, virando o jogo graças a Amarildo. O primeiro gol aconteceu aos 27 minutos, após cruzamento de Zagallo pela esquerda, com Amarildo batendo de primeira de perna esquerda, 1 x 1. Aos 41 minutos, o gol da salvação. Garrincha desce pela direita e chama dois espanhóis para dançar, na sequência, cruza na medida para Amarildo tocar de cabeça para o f u n d o d a s red es d o go le i rã o Araquistain. O Brasil vencia de virada e garantia a vaga em primeiro lugar no grupo 3 graças ao “Possesso”.

trunfo à conquista do bi, acabou empatando em 0 a 0 com a Tchecoslováquia.

Fim da primeira faseNa terceira partida do Brasil no

Mundial, contra a Espanha, o técnico Aymoré Moreira resolveu escalar no lugar do contundido Pelé, que não atuaria mais no restante da Copa, o atacante botafoguense Amarildo, o “Possesso”, que se não era o Rei, entrou em campo com certa majestade, pois acabou sendo peça chave da seleção na sequência da Copa. Mas com certeza o jogador que realmente chamou a responsabilidade do elenco dentro de campo, fazendo o papel que outrora seria de Pelé, foi Mané Garrincha. O

atacante do Botafogo, que em 1958 não passava de uma perna torta, em 1962 já era mais do que consagrado com seus dribles e jogadas geniais, que fizeram receber algumas alcunhas como “Alegria do Povo”. Assim, o Brasil entrou em campo contra os espanhóis precisando de uma vitória para conquistar a vaga à fase de quartas de final, no dia 6 de junho de 1962, novamente no estádio Sausalito, em Viña del Mar. Com a bola rolando, as coisas não foram tão fáceis assim para a seleção, que viu o time espanhol não se intimidando com o escrete canarinho. Tanto que, aos 35 minutos do primeiro tempo, o atacante Adelardo chuta forte de fora da área no canto direito de

SELEÇÃO BRASILEIRA Estreia - O Brasil encabeçou o grupo 3 na primeira fase do mundial, ao lado de México, Tchecoslováquia e Espanha. A estreia do escrete canarinho aconteceu no dia 30 de maio de 1962, no estádio Sausalito, em Viña Del Mar, contra a seleção do México, do goleiro Carbajal, então com 33 anos disputando sua quarta Copa do Mundo - Carbajal ainda disputaria a sua quinta Copa do Mundo, em 1966, na Inglaterra, tornando-se o goleiro com maior número de participações em mundiais. A seleção com gols de Zagallo, aos 11 minutos do segundo tempo, e Pelé, aos 28 minutos também do segundo tempo, venceu por 2 a 0. A estreia do Brasil não chegou a empolgar, porém, serviu para que a seleção canarinho conquistasse os seus dois primeiros pontos no Mundial, além de mais uma vitória em cima de um grande freguês em Copas do Mundo, o México, que também havia sido derrotado pelo Brasil em 1950, por 4 a 0, e 1954, por 5 a 0.

Prévia da FinalNa segunda partida do Mundial, o

B r a s i l t e v e p e l a f r e n t e a Tchecoslováquia no dia 2 de junho de 1962, novamente no estádio Sausalito, em Viña del Mar. A partida estava equilibrada, até que aos 25 minutos do primeiro tempo, quando Pelé faz uma jogada de gênio - normal para o seu padrão de imortal -, em seguida bateu forte de perna esquerda para o gol de Schroif. A bola caprichosamente toca no poste direito da meta tcheca. Mas o pior aconteceu em seguida, quando Pelé, após o arremate, sentiu a coxa esquerda, levando a mão até o local. O Rei havia acabado de distender o músculo de sua coxa esquerda. Pelé, com 21 anos de idade, bem mais m a d u ro e co n s c i e nte d e s u a importância para o escrete canarinho, continuou em campo no restante da partida, porém, somente para fazer número, já que naquela época as substituições durante as partidas eram proibidas. O Brasil sem o seu maior

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Garrincha em jogado na final da Copa do Chile 62

Quatro anos após a primeira conquista mundial brasileira, novamente o futebol arte de Pelé, Garrincha, Didi, Zagallo, Vavá e companhia, encantou o mundo, conquistando, desta vez no Chile, o bicampeonato mundial.

O pontapé inicial da Copa do Mundo de 1962 começou ainda na década de 50, quando vários países europeus pleiteavam o direito de sediar este mundial. Porém, como a FIFA nos dois mundiais anteriores, em 1954 na Suíça e 1958 na Suécia (que ainda não tinha acontecido), já havia contemplado dois países europeus de forma seguida, definiu que seria a vez da América do Sul sediar a Copa. Desta forma, a Argentina, que tentava sediar um mundial desde a década de 30, e Chile, lançaram suas candidaturas.

A decisão aconteceu no congresso da FIFA realizado em julho de 1956 na Inglaterra, onde o Chile acabou vencendo a disputa contra a Argentina, por 32 votos a 10. Assim, o Chile deu início à preparação para sediar o mundial, mesmo que ainda sob os olhares desconfiados daqueles que acreditavam que o país não teria condições estruturais para sediar a Copa. Contando com o apoio do brasileiro naturalizado chileno, Carlos Dittborn, na época presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, a nação deu início às obras, onde se destacou a ampliação do estádio Nacional em Santiago, passando de 45 mil expectadores, para 70 mil, além da construção do estádio Sausalito, no balneário de Viña del Mar, a aproximadamente 140 quilômetros da capital Santiago. Porém, quando o país encontrava-se no ponto alto de sua organização, o Chile acabou sofrendo o maior terremoto de sua história, ocorrido nos dias 21 e 22 de maio de 1960. Foram registrados cerca de 8,3 pontos na escala Richter, um dos maiores do século 20, literalmente arrasando o país, deixando cinco mil mortos e 25% da população chilena desabrigada. O fato fez a sociedade

mundial reforçar a tese de que o Chile não teria condições de sediar o mundial, sendo ventilada, inclusive de forma veemente, a troca do país sede. Porém, Carlos Dittborn continuava firme em seu propósito, declarando, inclusive, a frase que posteriormente acabou se tornando o slogan da Copa: “Porque nada tememos, lo haremos todo!”, que em português significa “Porque nada temos, faremos tudo!”. A FIFA deu o voto de confiança necessário para Dittborn continuar seu trabalho de organização, onde o Chile de uma maneira heróica encontrou forças para reerguer-se e de forma honrosa sediar seu primeiro mundial. Mas o sonho realizado não pode ser visto por Carlos Dittborn, que em 18 de abril de 1962, praticamente a um mês do início do mundial, acabou falecendo vítima de um ataque cardíaco fulminante. Em sua homenagem, o estádio de Arica foi batizado com o seu nome.

A Copa do Mundo do Chile foi vista pelos brasi leiros somente por vídeotape, que chegava ao Brasil de avião com alguns dias de atraso. Esta foi também a última Copa do Mundo a não ser transmitida ao vivo para a Europa, já que o evento aconteceu um pouco antes do lançamento do satélite Telstar, que possibilitou o início das transmissões intercontinentais.

ParticipantesC i n q u e n t a e s e t e p a í s e s

inscreveram-se para a disputa das eliminatórias do mundial de 1962. Com vagas asseguradas, somente o Brasil, atual campeão, e o Chile, país sede. No mais, as seleções precisaram suar para conquistarem as 14 vagas restantes. E as ausências da Suécia e França, atuais vice-campeã e terceiro lugar do último mundial na Suécia, foram muito sentidas. Entre os classificados, que foram divididos em quatro grupos de q u a t r o s e l e ç õ e s c a d a , c o m regulamento e forma de disputa idêntica à de 1958, algumas seleções apontavam como favoritas. Além do Brasil, que viria ao Chile para defender seu título mundial conquistado brilhantemente na Suécia em 1958, a União Soviética também chegava forte,

estando, inclusive, mais forte do que se apresentou em 1958. A Hungria ameaçava voltar aos seus tempos brilhantes do time “magiar” que acabou sendo dizimado após a invasão russa em 1956 a Budapeste, no pacto de Varsóvia, trazendo daquela época áurea somente o goleiro Gyula Grosics. Além da Tchecoslováquia, que também prometia dar trabalho.

Os atuais campeões mundiais pouco mudaram de 58 para 62. O time foi praticamente o mesmo, com exceção da dupla de zaga Bellini e Orlando, que acabou sendo substituída por Mauro Ramos de Oliveira - que na Copa do Mundo, devido ao seu estilo elegante de jogar, foi apelidado de Marta Rocha, nome da primeira e mais famosa miss brasileira - e Zózimo, jogadores que também estiveram na Suécia, porém na suplência. O comando técnico também foi alterado, com Aymoré Moreira substituindo o bonachão Vicente Feola , com problemas de saúde. Porém o grande líder da seleção, o chefe da delegação brasileira de 1958, Paulo Machado de Carvalho, foi mantido no cargo. Supersticioso, o comandante levou ao Chile o mesmo comandante do avião de 1958 e o mesmo terno marrom que vestiu na campanha gloriosa do escrete canarinho em terras suecas.

Algumas seleções contaram com uma verdadeira Torre de Babel no mundial, como Itália e Espanha, por exemplo. A “Squadra Azzurra” trouxe em seu elenco os brasileiros José Altafini, o popular Mazola, campeão do mundo pela seleção brasileira em 1958, e Ângelo Benedicto Sormani. Sem falar dos argentinos Omar Henrique Sivori e Humberto Maschio. A Espanha apelou para craques consagrados, conseguindo reunir no mesmo time o argentino Alfredo Di Stefano e Ferenc Puskas, dois dos maiores jogadores do mundo de todos os tempos - porém Alfredo Di Stefano não chegou a entrar em campo -, além do uruguaio Santamaría, que havia defendido a seleção do Uruguai na Copa de 1954, na Suíça. Porém, os reforços estrangeiros de Itália e Espanha de nada adiantaram, pois ambas as seleções não passaram da primeira fase do mundial.

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Gilmar dos Santos Neves, 1 x 0 Espanha. A “Fúria”, que contava em campo com o “Major Galopante” Ferenc Puskas, poderia ter ampliado o marcador ainda no primeiro tempo. Porém, foi na segunda etapa que o lance mais polêmico do jogo e um dos mais polêmicos da história de todos os mundiais aconteceu. Nilton Santos é driblado pelo lateral espanhol Rodri dentro da área, cometendo pênalti. Porém, como o árbitro da partida, o chileno Sérgio Bustamante, estava mal colocado, Nilton Santos, de forma esperta e sagaz, rapidamente dá um passo à frente, postando-se fora da grande área. O juiz, ludibriado por Nilton Santos, ao chegar próximo do lance percebendo que o lateral-

esquerdo brasileiro estava além da linha da área, marcou falta fora da área, na ponta direita, ao invés de pênalti. Na cobrança da falta, nova lambança da arbitragem. A Espanha levanta a bola na área, a defesa canarinho corta, no rebote Puskas aplica uma linda bicicleta, com a bola morrendo no fundo das redes de Gilmar dos Santos Neves, que nada pode fazer. Mas estranhamente, a arbitragem enxergou impedimento no incrível l a n c e d e P u s k a s , invalidando o gol espanhol. Porém, mais estranho ainda, foi a própria seleção da Espanha, que sequer

reclamou da patacoada do árbitro Sérgio Bustamante. Foi somente após este lance que o Brasil enfim acordou na partida, virando o jogo graças a Amarildo. O primeiro gol aconteceu aos 27 minutos, após cruzamento de Zagallo pela esquerda, com Amarildo batendo de primeira de perna esquerda, 1 x 1. Aos 41 minutos, o gol da salvação. Garrincha desce pela direita e chama dois espanhóis para dançar, na sequência, cruza na medida para Amarildo tocar de cabeça para o f u n d o d a s red es d o go le i rã o Araquistain. O Brasil vencia de virada e garantia a vaga em primeiro lugar no grupo 3 graças ao “Possesso”.

trunfo à conquista do bi, acabou empatando em 0 a 0 com a Tchecoslováquia.

Fim da primeira faseNa terceira partida do Brasil no

Mundial, contra a Espanha, o técnico Aymoré Moreira resolveu escalar no lugar do contundido Pelé, que não atuaria mais no restante da Copa, o atacante botafoguense Amarildo, o “Possesso”, que se não era o Rei, entrou em campo com certa majestade, pois acabou sendo peça chave da seleção na sequência da Copa. Mas com certeza o jogador que realmente chamou a responsabilidade do elenco dentro de campo, fazendo o papel que outrora seria de Pelé, foi Mané Garrincha. O

atacante do Botafogo, que em 1958 não passava de uma perna torta, em 1962 já era mais do que consagrado com seus dribles e jogadas geniais, que fizeram receber algumas alcunhas como “Alegria do Povo”. Assim, o Brasil entrou em campo contra os espanhóis precisando de uma vitória para conquistar a vaga à fase de quartas de final, no dia 6 de junho de 1962, novamente no estádio Sausalito, em Viña del Mar. Com a bola rolando, as coisas não foram tão fáceis assim para a seleção, que viu o time espanhol não se intimidando com o escrete canarinho. Tanto que, aos 35 minutos do primeiro tempo, o atacante Adelardo chuta forte de fora da área no canto direito de

SELEÇÃO BRASILEIRA Estreia - O Brasil encabeçou o grupo 3 na primeira fase do mundial, ao lado de México, Tchecoslováquia e Espanha. A estreia do escrete canarinho aconteceu no dia 30 de maio de 1962, no estádio Sausalito, em Viña Del Mar, contra a seleção do México, do goleiro Carbajal, então com 33 anos disputando sua quarta Copa do Mundo - Carbajal ainda disputaria a sua quinta Copa do Mundo, em 1966, na Inglaterra, tornando-se o goleiro com maior número de participações em mundiais. A seleção com gols de Zagallo, aos 11 minutos do segundo tempo, e Pelé, aos 28 minutos também do segundo tempo, venceu por 2 a 0. A estreia do Brasil não chegou a empolgar, porém, serviu para que a seleção canarinho conquistasse os seus dois primeiros pontos no Mundial, além de mais uma vitória em cima de um grande freguês em Copas do Mundo, o México, que também havia sido derrotado pelo Brasil em 1950, por 4 a 0, e 1954, por 5 a 0.

Prévia da FinalNa segunda partida do Mundial, o

B r a s i l t e v e p e l a f r e n t e a Tchecoslováquia no dia 2 de junho de 1962, novamente no estádio Sausalito, em Viña del Mar. A partida estava equilibrada, até que aos 25 minutos do primeiro tempo, quando Pelé faz uma jogada de gênio - normal para o seu padrão de imortal -, em seguida bateu forte de perna esquerda para o gol de Schroif. A bola caprichosamente toca no poste direito da meta tcheca. Mas o pior aconteceu em seguida, quando Pelé, após o arremate, sentiu a coxa esquerda, levando a mão até o local. O Rei havia acabado de distender o músculo de sua coxa esquerda. Pelé, com 21 anos de idade, bem mais m a d u ro e co n s c i e nte d e s u a importância para o escrete canarinho, continuou em campo no restante da partida, porém, somente para fazer número, já que naquela época as substituições durante as partidas eram proibidas. O Brasil sem o seu maior

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Garrincha em jogado na final da Copa do Chile 62

Quatro anos após a primeira conquista mundial brasileira, novamente o futebol arte de Pelé, Garrincha, Didi, Zagallo, Vavá e companhia, encantou o mundo, conquistando, desta vez no Chile, o bicampeonato mundial.

O pontapé inicial da Copa do Mundo de 1962 começou ainda na década de 50, quando vários países europeus pleiteavam o direito de sediar este mundial. Porém, como a FIFA nos dois mundiais anteriores, em 1954 na Suíça e 1958 na Suécia (que ainda não tinha acontecido), já havia contemplado dois países europeus de forma seguida, definiu que seria a vez da América do Sul sediar a Copa. Desta forma, a Argentina, que tentava sediar um mundial desde a década de 30, e Chile, lançaram suas candidaturas.

A decisão aconteceu no congresso da FIFA realizado em julho de 1956 na Inglaterra, onde o Chile acabou vencendo a disputa contra a Argentina, por 32 votos a 10. Assim, o Chile deu início à preparação para sediar o mundial, mesmo que ainda sob os olhares desconfiados daqueles que acreditavam que o país não teria condições estruturais para sediar a Copa. Contando com o apoio do brasileiro naturalizado chileno, Carlos Dittborn, na época presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, a nação deu início às obras, onde se destacou a ampliação do estádio Nacional em Santiago, passando de 45 mil expectadores, para 70 mil, além da construção do estádio Sausalito, no balneário de Viña del Mar, a aproximadamente 140 quilômetros da capital Santiago. Porém, quando o país encontrava-se no ponto alto de sua organização, o Chile acabou sofrendo o maior terremoto de sua história, ocorrido nos dias 21 e 22 de maio de 1960. Foram registrados cerca de 8,3 pontos na escala Richter, um dos maiores do século 20, literalmente arrasando o país, deixando cinco mil mortos e 25% da população chilena desabrigada. O fato fez a sociedade

mundial reforçar a tese de que o Chile não teria condições de sediar o mundial, sendo ventilada, inclusive de forma veemente, a troca do país sede. Porém, Carlos Dittborn continuava firme em seu propósito, declarando, inclusive, a frase que posteriormente acabou se tornando o slogan da Copa: “Porque nada tememos, lo haremos todo!”, que em português significa “Porque nada temos, faremos tudo!”. A FIFA deu o voto de confiança necessário para Dittborn continuar seu trabalho de organização, onde o Chile de uma maneira heróica encontrou forças para reerguer-se e de forma honrosa sediar seu primeiro mundial. Mas o sonho realizado não pode ser visto por Carlos Dittborn, que em 18 de abril de 1962, praticamente a um mês do início do mundial, acabou falecendo vítima de um ataque cardíaco fulminante. Em sua homenagem, o estádio de Arica foi batizado com o seu nome.

A Copa do Mundo do Chile foi vista pelos brasi leiros somente por vídeotape, que chegava ao Brasil de avião com alguns dias de atraso. Esta foi também a última Copa do Mundo a não ser transmitida ao vivo para a Europa, já que o evento aconteceu um pouco antes do lançamento do satélite Telstar, que possibilitou o início das transmissões intercontinentais.

ParticipantesC i n q u e n t a e s e t e p a í s e s

inscreveram-se para a disputa das eliminatórias do mundial de 1962. Com vagas asseguradas, somente o Brasil, atual campeão, e o Chile, país sede. No mais, as seleções precisaram suar para conquistarem as 14 vagas restantes. E as ausências da Suécia e França, atuais vice-campeã e terceiro lugar do último mundial na Suécia, foram muito sentidas. Entre os classificados, que foram divididos em quatro grupos de q u a t r o s e l e ç õ e s c a d a , c o m regulamento e forma de disputa idêntica à de 1958, algumas seleções apontavam como favoritas. Além do Brasil, que viria ao Chile para defender seu título mundial conquistado brilhantemente na Suécia em 1958, a União Soviética também chegava forte,

estando, inclusive, mais forte do que se apresentou em 1958. A Hungria ameaçava voltar aos seus tempos brilhantes do time “magiar” que acabou sendo dizimado após a invasão russa em 1956 a Budapeste, no pacto de Varsóvia, trazendo daquela época áurea somente o goleiro Gyula Grosics. Além da Tchecoslováquia, que também prometia dar trabalho.

Os atuais campeões mundiais pouco mudaram de 58 para 62. O time foi praticamente o mesmo, com exceção da dupla de zaga Bellini e Orlando, que acabou sendo substituída por Mauro Ramos de Oliveira - que na Copa do Mundo, devido ao seu estilo elegante de jogar, foi apelidado de Marta Rocha, nome da primeira e mais famosa miss brasileira - e Zózimo, jogadores que também estiveram na Suécia, porém na suplência. O comando técnico também foi alterado, com Aymoré Moreira substituindo o bonachão Vicente Feola , com problemas de saúde. Porém o grande líder da seleção, o chefe da delegação brasileira de 1958, Paulo Machado de Carvalho, foi mantido no cargo. Supersticioso, o comandante levou ao Chile o mesmo comandante do avião de 1958 e o mesmo terno marrom que vestiu na campanha gloriosa do escrete canarinho em terras suecas.

Algumas seleções contaram com uma verdadeira Torre de Babel no mundial, como Itália e Espanha, por exemplo. A “Squadra Azzurra” trouxe em seu elenco os brasileiros José Altafini, o popular Mazola, campeão do mundo pela seleção brasileira em 1958, e Ângelo Benedicto Sormani. Sem falar dos argentinos Omar Henrique Sivori e Humberto Maschio. A Espanha apelou para craques consagrados, conseguindo reunir no mesmo time o argentino Alfredo Di Stefano e Ferenc Puskas, dois dos maiores jogadores do mundo de todos os tempos - porém Alfredo Di Stefano não chegou a entrar em campo -, além do uruguaio Santamaría, que havia defendido a seleção do Uruguai na Copa de 1954, na Suíça. Porém, os reforços estrangeiros de Itália e Espanha de nada adiantaram, pois ambas as seleções não passaram da primeira fase do mundial.

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Ficha técnica da finalBrasil 3 x 1 Tchecoslováquia

Data : 17/06/1962Local : SantiagoPúblico: 68.679Árbitro: Nicolai Latishev (URSS)

BRASIL: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo, Nílton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo, Zagalo.

TCHECOSLOVÁQUIA: Schroiff; Tichy, Pluskal, Popluhar, Novak; Masopust, Scherer; Pospichal, Kadraba, Kvasnak, Jelinek.

Gols: Masopust 15, Amarildo 16 do 1º tempo; Zito 24, Vavá 33 do 2º.

Pôster

Times BulgáriaTchecoslováquiaInglaterraEspanhaAlemanha OcidentalHungriaItáliaUnião SoviéticaSuíçaIugosláviaMéxicoArgentinaBrasilChileColômbiaUruguai

Equipes: 16Quando: 30 Maio 1962 a 17 Junho 1962Final: 17 Junho 1962Jogos: 32Gols: 89 (média 2.8 por partida)Público: 893172 (média 27911)Campeão: BrasilVice-campeão: TchecoslováquiaTerceiro: ChileQuarto: IugosláviaChuteira de Ouro: Florian ALBERT (HUN), Valentin IVANOV (URS), Drazen JERKOVIC (YUG), Leonel SANCHEZ (CHI), VAVA (BRA), GARRINCHA (BRA)Prêmio de Melhor Jogador Jovem: Florian ALBERT (HUN)

Fonte: http://www.fifa.com

Estatísticas

levar três pontos. O Brasil garantia a vaga à grande decisão contra a Tchecoslováquia, um velho conhecido da primeira fase. À seleção chilena, que de forma até que surpreendente chegou às semifinais da competição, restava à disputa do terceiro lugar contra a Iugoslávia.

Decisão do Terceiro LugarO Chile entrou em campo no dia 16

de junho de 1962, no estádio Nacional de Santiago, contra a Iugoslávia, para a decisão do terceiro lugar. Os cerca de 67 mil expectadores incentivaram a seleção chilena com gritos que valorizavam não só a seleção da casa, mas também o futebol sul-americano em um todo, já que ao contrário do que aconteceu na semifinal, a simpatia do povo chileno com o escrete canarinho havia retornado, tanto que a torcida gritava: “Hoy Chile tercero, mañana Brasil en primero”, ou seja, “Hoje Chile em terceiro, amanhã Brasil em primeiro”. Com este espírito, Rojas, aos 45 minutos do segundo tempo, marcou o gol chileno que deu à sua seleção a melhor classificação em mundiais até hoje.

A Grande Final da Copa Do Mundo

A grande final realizada no dia 17 de junho de 1962, no estádio Nacional de Santiago, trazia frente a frente o favorito Brasil contra a Tchecoslováquia do treinador Rudolf Vitlacil, que entrava em campo no papel de franco atirador, enquanto que o Brasil não poderia contar na teoria com sua maior estrela, Mané Garrincha, expulso contra o Chile na semifinal. Na teoria porque o craque das pernas tortas na prática esteve em campo contra os tchecos. Isto porque uma manobra de bastidores dos organizadores do M u n d i a l , q u e t e m i a m p e l o esvaziamento da decisão sem o maior jogador da Copa, convenceram a FIFA a dar anistia a Mané, que entrou em campo normalmente.

Sendo assim, a partida decisiva deu início com um público de cerca de 68 mi l pessoas, onde um destes torcedores era ninguém menos que o Rei Pelé, ainda contundido. Com a bola

rolando, o time tcheco, como quem não quer nada, acabou abrindo o placar logo aos 15 minutos de jogo com Masopust, após bobeira da zaga canarinho. Mas a alegria tcheca dura pouco. Enquanto os jogadores tchecos ainda comemoravam, Amarildo, outro leão brasileiro na Copa, desce pela esquerda aos 17 minutos e bate sem ângulo, empatando o jogo. A decisão permanece equilibrada até os 24 minutos da etapa final, quando os sinais da idade já começavam a pesar para alguns veteranos do Brasil, como Nilton Santos e Zagallo, por exemplo. Porém, foi exatamente um veterano que virou o placar. Amarildo desceu pela esquerda e deu um corte fantástico em cima do defensor tcheco, trazendo a bola para a perna direita. Na sequência, cruzou na medida para o

35 Revista GOL

veterano Zito saltar de cabeça e conferir, Brasil 2 a1. Aos 33 minutos, o ataque brasileiro manda um balão para a área tcheca, o goleiro Schroif atrapalhado pelo sol não consegue segurar o chute, soltando a bola nos pés de Vavá, “o Peito de Aço”, Brasil 3 a 1. Ao apito final do árbitro russo Nikolai Latisshev, o Brasil comemorou seu segundo título mundial, na Copa onde mesmo sem poder contar com o Rei Pelé contundido, contou com a majestade de outro imortal, Garrincha, que no Chile marcou gol de cabeça, de perna direita, de perna esquerda, de fora da área, de dentro da área, enfim, o Mané em terras chilenas só não fez chover. Sem falar de Amarildo, que substituiu o Rei P e l é t a m b é m como um imortal d o f u t e b o l b r a s i l e i r o . O capitão Mauro Ramos de Oliveira foi o segundo brasileiro, e de forma consecutiva, a levantar a Taça Jules Rimet.

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Amarildo

Jogos InesquecíveisOutro confronto emocionante da primeira fase foi o empate heróico da Colômbia com a União Soviética, que chegou a estar perdendo de 4 a 1, mas alcançou o empate em 4 a 4. Porém, logo em seguida a Colômbia estafada por este bri lhante empate não conseguiu suportar os iugoslavos, perdendo por 5 a 0 e dando adeus à Copa.Além de Brasil e Tchecoslováquia no grupo 3, classificaram-se para a segunda fase do Mundial União Soviética e Iugoslávia, no grupo 1; Alemanha Ocidental e Chile, no grupo 2; e Hungria e Inglaterra, no grupo 4. As forças sul-americanas Uruguai - bicampeão mundial, Argent ina e Co lômbia não passaram da primeira fase. Os confrontos das quartas de final seriam os seguintes: Iugoslávia x A l e m a n h a O c i d e n t a l ; Tchecoslováquia x Hungria; Chile x União Soviét ica e Bras i l x Inglaterra.

Sequencia do BrasilO Brasil entrou em campo no dia 10

de junho de 1962, no estádio Sausalito, em Viña Del Mar, contra a Inglaterra, um outro velho conhecido em Copas do Mundo. Na torcida, o Brasil contava com ninguém menos que o Rei Pelé, que havia permanecido no Chile para apoiar os companheiros. Mas se existe uma partida chave para o título do escrete canarinho no mundial, esta partida foi exatamente contra os ingleses, onde Mané Garrincha n o v a m e n t e c h a m o u a responsabilidade e garantiu a vitória. O Brasil abriu o placar aos 31 minutos do primeiro tempo com Mané Garrincha de cabeça, escorando escanteio cobrado por Zagallo pela esquerda. Aos 38 minutos, o time inglês chega ao empate com Hitchens, aproveitando rebote de uma bola que explodiu na trave. No segundo tempo, aos 8 minutos, foi a vez do Brasil estar novamente na frente. Garrincha cobrou falta com violência na meia direita, o goleirão Springett não consegue segurar a bola, no rebote

Vavá toca de cabeça, 2 x 1 Brasil. Após o segundo gol brasileiro, o árbitro da partida, o francês Pierre Schwinte, precisou interromper a partida devido à invasão de um cachorro no gramado. O fato fez Garrincha provar de seu próprio veneno, pois o cãozinho acabou “driblando” Mané que tentou detê-lo. Quem resolveu a situação foi o atacante Greaves, que ficou de quatro esperando o animalzinho passar em sua frente para então dar o bote e retirar o “invasor” do gramado. Após a invasão ao gramado, o Brasil chegou ao terceiro gol novamente com Mané Garrincha. O atacante da estrela solitária, que fez neste jogo talvez a sua melhor apresentação em todas as Copas do Mundo que disputou, dominou a bola de frente para a meia lua e mandou a bomba bem no ângulo esquerdo de Springett que nada pôde fazer, Brasil 3 x 1. Garrincha era aclamado como grande herói brasileiro na partida.

Nos demais confrontos, o Chile despachou os russos com uma vitória convincente por 2 x 1. Porém, nos demais confrontos, a zebra deu o ar de s u a g ra ç a , c o m a I u g o s l áv i a desclassificando a favorita Alemanha Ocidental, vencendo por 1 x 0, e a Tchecoslováquia derrubando a Hungria, que tentava retomar o caminho vitorioso da década de 50, também por 1 x 0. Nas semifinais, os confrontos seriam os seguintes: Brasil x Chile; Tchecoslováquia x Iugoslávia.

SemifinalA primeira partida semifinal,

realizada no dia 13 de junho de 1962, no estádio Sausalito, em Viña Del Mar, entre Tchecoslováquia e Iugoslávia, mostrou uma primeira etapa muito equilibrada, onde o placar permaneceu em branco. No segundo tempo, o time tcheco abriu o placar aos 3 minutos com Kadabra. Aos 24 minutos, Jercovic empatou para os iugoslavos. A Tchecoslováquia só conseguiu definir o jogo e a classificação à final aos 35 e 39 m i n u t o s d a s e g u n d a e t a p a , respectivamente, com Scherer em duas cobranças de pênalti.

Mas com certeza a semifinal mais esperada por todos aconteceu também no dia 13 de junho de 1962, porém, no

estádio Nacional em Santiago, entre Brasil x Chile. Toda a elegância, simpatia e idolatria que o povo chileno até então dispensava à seleção bras i le i ra , foram l i tera lmente pulverizadas nessa partida semifinal. Quando o Brasil entrou em campo, os mais de 70 mil chilenos que lotaram o estádio Nacional, deram início a uma verdadeira chuva de vaias. Os jogadores brasileiros, que resolveram não almoçar, temendo que algo fosse colocado em suas refeições no hotel, passando o dia a base de sanduíches de pão com salame, mortadela e queijo, não se intimidaram com a má recepção chilena e abriram o placar logo aos 9 minutos de jogo. Zagallo levantou a bola na área, Amarildo tentou dar uma linda bicicleta, a bola espirrou na zaga e sobrou para Mané Garrincha na entrada de grande área, que de canhota soltou a bomba no ângulo esquerdo do goleiro Escuti, Brasil 1 a 0. Aos 32 minutos, Zagallo cobra escanteio pela esquerda e Mané Garrincha de cabeça, da mesma forma que contra os ingleses, sobe para fazer 2 a 0 Brasil. O Chile descontou ainda no primeiro tempo com Toro cobrando falta no ângulo direito de Gilmar. Mas a euforia chilena foi esfriada logo aos 2 minutos da segunda etapa com Vavá tocando de cabeça após cobrança de escanteio de Garrincha pela direita, 3 a 1 Brasil. O Chile descontou de novo, desta vez com Sanches, cobrando pênalti aos 16 minutos. Mas o Brasil deu o tiro de misericórdia aos 33 minutos com Vavá “O Peito de Aço” escorando de cabeça cruzamento de Zagallo pela esquerda, Brasil 4 a 2. Inconformados com a desclassificação, o time chileno começou a apelar para a violência, tanto que o zagueiro Landa deu início a uma verdadeira seção de caneladas nos jogadores brasileiros, só parando com o árbitro peruano Arturo Yamasaki o expulsando de campo. Porém, não foi apenas Landa que foi e x p u l s o , M a n é G a r r i n c h a , descontrolado pela violência chilena, também acabou indo para o chuveiro mais cedo após cometer falta violenta no médio Rojas aos 32 minutos. Ao deixar o gramado, o “Gênio das Pernas Tortas” foi atingido por uma pedrada vinda das arquibancadas, precisando

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Ficha técnica da finalBrasil 3 x 1 Tchecoslováquia

Data : 17/06/1962Local : SantiagoPúblico: 68.679Árbitro: Nicolai Latishev (URSS)

BRASIL: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo, Nílton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo, Zagalo.

TCHECOSLOVÁQUIA: Schroiff; Tichy, Pluskal, Popluhar, Novak; Masopust, Scherer; Pospichal, Kadraba, Kvasnak, Jelinek.

Gols: Masopust 15, Amarildo 16 do 1º tempo; Zito 24, Vavá 33 do 2º.

Pôster

Times BulgáriaTchecoslováquiaInglaterraEspanhaAlemanha OcidentalHungriaItáliaUnião SoviéticaSuíçaIugosláviaMéxicoArgentinaBrasilChileColômbiaUruguai

Equipes: 16Quando: 30 Maio 1962 a 17 Junho 1962Final: 17 Junho 1962Jogos: 32Gols: 89 (média 2.8 por partida)Público: 893172 (média 27911)Campeão: BrasilVice-campeão: TchecoslováquiaTerceiro: ChileQuarto: IugosláviaChuteira de Ouro: Florian ALBERT (HUN), Valentin IVANOV (URS), Drazen JERKOVIC (YUG), Leonel SANCHEZ (CHI), VAVA (BRA), GARRINCHA (BRA)Prêmio de Melhor Jogador Jovem: Florian ALBERT (HUN)

Fonte: http://www.fifa.com

Estatísticas

levar três pontos. O Brasil garantia a vaga à grande decisão contra a Tchecoslováquia, um velho conhecido da primeira fase. À seleção chilena, que de forma até que surpreendente chegou às semifinais da competição, restava à disputa do terceiro lugar contra a Iugoslávia.

Decisão do Terceiro LugarO Chile entrou em campo no dia 16

de junho de 1962, no estádio Nacional de Santiago, contra a Iugoslávia, para a decisão do terceiro lugar. Os cerca de 67 mil expectadores incentivaram a seleção chilena com gritos que valorizavam não só a seleção da casa, mas também o futebol sul-americano em um todo, já que ao contrário do que aconteceu na semifinal, a simpatia do povo chileno com o escrete canarinho havia retornado, tanto que a torcida gritava: “Hoy Chile tercero, mañana Brasil en primero”, ou seja, “Hoje Chile em terceiro, amanhã Brasil em primeiro”. Com este espírito, Rojas, aos 45 minutos do segundo tempo, marcou o gol chileno que deu à sua seleção a melhor classificação em mundiais até hoje.

A Grande Final da Copa Do Mundo

A grande final realizada no dia 17 de junho de 1962, no estádio Nacional de Santiago, trazia frente a frente o favorito Brasil contra a Tchecoslováquia do treinador Rudolf Vitlacil, que entrava em campo no papel de franco atirador, enquanto que o Brasil não poderia contar na teoria com sua maior estrela, Mané Garrincha, expulso contra o Chile na semifinal. Na teoria porque o craque das pernas tortas na prática esteve em campo contra os tchecos. Isto porque uma manobra de bastidores dos organizadores do M u n d i a l , q u e t e m i a m p e l o esvaziamento da decisão sem o maior jogador da Copa, convenceram a FIFA a dar anistia a Mané, que entrou em campo normalmente.

Sendo assim, a partida decisiva deu início com um público de cerca de 68 mi l pessoas, onde um destes torcedores era ninguém menos que o Rei Pelé, ainda contundido. Com a bola

rolando, o time tcheco, como quem não quer nada, acabou abrindo o placar logo aos 15 minutos de jogo com Masopust, após bobeira da zaga canarinho. Mas a alegria tcheca dura pouco. Enquanto os jogadores tchecos ainda comemoravam, Amarildo, outro leão brasileiro na Copa, desce pela esquerda aos 17 minutos e bate sem ângulo, empatando o jogo. A decisão permanece equilibrada até os 24 minutos da etapa final, quando os sinais da idade já começavam a pesar para alguns veteranos do Brasil, como Nilton Santos e Zagallo, por exemplo. Porém, foi exatamente um veterano que virou o placar. Amarildo desceu pela esquerda e deu um corte fantástico em cima do defensor tcheco, trazendo a bola para a perna direita. Na sequência, cruzou na medida para o

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veterano Zito saltar de cabeça e conferir, Brasil 2 a1. Aos 33 minutos, o ataque brasileiro manda um balão para a área tcheca, o goleiro Schroif atrapalhado pelo sol não consegue segurar o chute, soltando a bola nos pés de Vavá, “o Peito de Aço”, Brasil 3 a 1. Ao apito final do árbitro russo Nikolai Latisshev, o Brasil comemorou seu segundo título mundial, na Copa onde mesmo sem poder contar com o Rei Pelé contundido, contou com a majestade de outro imortal, Garrincha, que no Chile marcou gol de cabeça, de perna direita, de perna esquerda, de fora da área, de dentro da área, enfim, o Mané em terras chilenas só não fez chover. Sem falar de Amarildo, que substituiu o Rei P e l é t a m b é m como um imortal d o f u t e b o l b r a s i l e i r o . O capitão Mauro Ramos de Oliveira foi o segundo brasileiro, e de forma consecutiva, a levantar a Taça Jules Rimet.

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Amarildo

Jogos InesquecíveisOutro confronto emocionante da primeira fase foi o empate heróico da Colômbia com a União Soviética, que chegou a estar perdendo de 4 a 1, mas alcançou o empate em 4 a 4. Porém, logo em seguida a Colômbia estafada por este bri lhante empate não conseguiu suportar os iugoslavos, perdendo por 5 a 0 e dando adeus à Copa.Além de Brasil e Tchecoslováquia no grupo 3, classificaram-se para a segunda fase do Mundial União Soviética e Iugoslávia, no grupo 1; Alemanha Ocidental e Chile, no grupo 2; e Hungria e Inglaterra, no grupo 4. As forças sul-americanas Uruguai - bicampeão mundial, Argent ina e Co lômbia não passaram da primeira fase. Os confrontos das quartas de final seriam os seguintes: Iugoslávia x A l e m a n h a O c i d e n t a l ; Tchecoslováquia x Hungria; Chile x União Soviét ica e Bras i l x Inglaterra.

Sequencia do BrasilO Brasil entrou em campo no dia 10

de junho de 1962, no estádio Sausalito, em Viña Del Mar, contra a Inglaterra, um outro velho conhecido em Copas do Mundo. Na torcida, o Brasil contava com ninguém menos que o Rei Pelé, que havia permanecido no Chile para apoiar os companheiros. Mas se existe uma partida chave para o título do escrete canarinho no mundial, esta partida foi exatamente contra os ingleses, onde Mané Garrincha n o v a m e n t e c h a m o u a responsabilidade e garantiu a vitória. O Brasil abriu o placar aos 31 minutos do primeiro tempo com Mané Garrincha de cabeça, escorando escanteio cobrado por Zagallo pela esquerda. Aos 38 minutos, o time inglês chega ao empate com Hitchens, aproveitando rebote de uma bola que explodiu na trave. No segundo tempo, aos 8 minutos, foi a vez do Brasil estar novamente na frente. Garrincha cobrou falta com violência na meia direita, o goleirão Springett não consegue segurar a bola, no rebote

Vavá toca de cabeça, 2 x 1 Brasil. Após o segundo gol brasileiro, o árbitro da partida, o francês Pierre Schwinte, precisou interromper a partida devido à invasão de um cachorro no gramado. O fato fez Garrincha provar de seu próprio veneno, pois o cãozinho acabou “driblando” Mané que tentou detê-lo. Quem resolveu a situação foi o atacante Greaves, que ficou de quatro esperando o animalzinho passar em sua frente para então dar o bote e retirar o “invasor” do gramado. Após a invasão ao gramado, o Brasil chegou ao terceiro gol novamente com Mané Garrincha. O atacante da estrela solitária, que fez neste jogo talvez a sua melhor apresentação em todas as Copas do Mundo que disputou, dominou a bola de frente para a meia lua e mandou a bomba bem no ângulo esquerdo de Springett que nada pôde fazer, Brasil 3 x 1. Garrincha era aclamado como grande herói brasileiro na partida.

Nos demais confrontos, o Chile despachou os russos com uma vitória convincente por 2 x 1. Porém, nos demais confrontos, a zebra deu o ar de s u a g ra ç a , c o m a I u g o s l áv i a desclassificando a favorita Alemanha Ocidental, vencendo por 1 x 0, e a Tchecoslováquia derrubando a Hungria, que tentava retomar o caminho vitorioso da década de 50, também por 1 x 0. Nas semifinais, os confrontos seriam os seguintes: Brasil x Chile; Tchecoslováquia x Iugoslávia.

SemifinalA primeira partida semifinal,

realizada no dia 13 de junho de 1962, no estádio Sausalito, em Viña Del Mar, entre Tchecoslováquia e Iugoslávia, mostrou uma primeira etapa muito equilibrada, onde o placar permaneceu em branco. No segundo tempo, o time tcheco abriu o placar aos 3 minutos com Kadabra. Aos 24 minutos, Jercovic empatou para os iugoslavos. A Tchecoslováquia só conseguiu definir o jogo e a classificação à final aos 35 e 39 m i n u t o s d a s e g u n d a e t a p a , respectivamente, com Scherer em duas cobranças de pênalti.

Mas com certeza a semifinal mais esperada por todos aconteceu também no dia 13 de junho de 1962, porém, no

estádio Nacional em Santiago, entre Brasil x Chile. Toda a elegância, simpatia e idolatria que o povo chileno até então dispensava à seleção bras i le i ra , foram l i tera lmente pulverizadas nessa partida semifinal. Quando o Brasil entrou em campo, os mais de 70 mil chilenos que lotaram o estádio Nacional, deram início a uma verdadeira chuva de vaias. Os jogadores brasileiros, que resolveram não almoçar, temendo que algo fosse colocado em suas refeições no hotel, passando o dia a base de sanduíches de pão com salame, mortadela e queijo, não se intimidaram com a má recepção chilena e abriram o placar logo aos 9 minutos de jogo. Zagallo levantou a bola na área, Amarildo tentou dar uma linda bicicleta, a bola espirrou na zaga e sobrou para Mané Garrincha na entrada de grande área, que de canhota soltou a bomba no ângulo esquerdo do goleiro Escuti, Brasil 1 a 0. Aos 32 minutos, Zagallo cobra escanteio pela esquerda e Mané Garrincha de cabeça, da mesma forma que contra os ingleses, sobe para fazer 2 a 0 Brasil. O Chile descontou ainda no primeiro tempo com Toro cobrando falta no ângulo direito de Gilmar. Mas a euforia chilena foi esfriada logo aos 2 minutos da segunda etapa com Vavá tocando de cabeça após cobrança de escanteio de Garrincha pela direita, 3 a 1 Brasil. O Chile descontou de novo, desta vez com Sanches, cobrando pênalti aos 16 minutos. Mas o Brasil deu o tiro de misericórdia aos 33 minutos com Vavá “O Peito de Aço” escorando de cabeça cruzamento de Zagallo pela esquerda, Brasil 4 a 2. Inconformados com a desclassificação, o time chileno começou a apelar para a violência, tanto que o zagueiro Landa deu início a uma verdadeira seção de caneladas nos jogadores brasileiros, só parando com o árbitro peruano Arturo Yamasaki o expulsando de campo. Porém, não foi apenas Landa que foi e x p u l s o , M a n é G a r r i n c h a , descontrolado pela violência chilena, também acabou indo para o chuveiro mais cedo após cometer falta violenta no médio Rojas aos 32 minutos. Ao deixar o gramado, o “Gênio das Pernas Tortas” foi atingido por uma pedrada vinda das arquibancadas, precisando

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Veja na próxima edição!Uma entrevista exclusiva com Pepe, o canhão da vila.

Page 37: Revista Gol #07

37 Revista GOL

Programa Estação da Fama chega a sua segunda edição Oreforçando o compromisso de

levar informação com interatividade e credibilidade. Realizado no Teatro de São Bernardo do Campo, a atração contou com a participação de dois personagens de suma importância para região do Grande ABC: Sérgio Soares, técnico de futebol profissional e José Luiz Ferrarezi, secretário de esportes de São Bernardo do Campo. Entre diversos assuntos, João Gonçalves, diretor da revista e apresentador do programa, conduziu a entrevista com perguntas direcionadas em um bate papo descontraído.

Acompanhe trechos da entrevista, com os dois personagens deste segundo programa. Confira!

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futebol. Isso é realizado em parceria com a secretaria de esporte.

EF: O objetivo dessa parceria com o São Bernardo é revelar jogador ou é simplesmente para beneficiar os jovens e adolescentes que participam do projeto?

S: Eu, como representante do poder público, tenho pouco interesse nessa questão se ele vai ou não ser um jogador profissional. Confesso que para nós é extremamente importante oferecer a essa criança a possibilidade dela praticar esporte, que é o que compete. É claro que o clube tem interesse que essa criança desenvolva suas habilidades e se torne um jogador profissional, mas nós, enquanto poder público, temos que garantir o acesso e permanência dessa criança nas atividades esportivas. São Bernardo é muito privilegiada com relação a campo de futebol. Nós temos aproximadamente 40 campos do poder público. Desses 40 campos, nós temos escolas de futebol em 38. Por isso este número expressivo de jovens praticando esporte em São Bernardo e é obvio que quando temos quantidade, a possibilidade aumenta na descoberta de algum talento. O próprio São Bernardo Futebol Clube tem jogador oriundo da escola de futebol: o Danielzinho, o goleiro Anderson, Raul. Agora, enquanto poder público, não posso ter esta preocupação. Não cabe ao poder público garantir isso. É obvio que se algum garoto se destacar é importante ter essa possibilidade e felizmente nós temos os clubes profissionais na cidade.

EF: Em 2011, o São Bernardo vai disputar a Série A1. E quanto à reforma do Primeiro de Maio, a secretaria tem recurso pra isso?

S: Assim que o São Bernardo subiu nós fizemos uma reunião com a Federação Paulista de Futebol, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar para sabermos o que era necessário para o São Bernardo poder mandar os seus jogos aqui no Primeiro de Maio. A Federação nos passou minimamente o que precisávamos cumprir, assim como a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Nós estamos fazendo a reforma no Primeiro de Maio para que esteja dentro do permitido pela Federação Paulista de Futebol. E para essa reforma há recurso sim, que é de no mínimo 15 mil lugares. A reforma que está sendo feita é para uma capacidade de 17.400 lugares, além de cabines de imprensa, acesso de torcida adversária, acessibilidade, vestiários. Tudo isso está sendo providenciado.

EF: O São Bernardo vai disputar o Campeonato Paulista da primeira divisão em 2011, que é uma competição cara. A secretaria irá apoiá-lo com algum tipo de investimento?

S: Não, eu penso que não é problema nosso o que o São Bernardo vai fazer. O que cabe à secretaria é garantir infra-estrutura, isto é, espaço para treinamento e espaço para os jogos oficiais. Cabe uma parceria do poder público. Agora, recurso para competição é uma obrigação do clube em questão.

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Estação da Fama: Qual era a sua ideia quando você assumiu a Secretaria de Esporte de São Bernardo do Campo?

Secretário José Luiz Ferrarezi:que o esporte tem um papel fundamental na saúde e na qualidade de vida de um povo. O presidente Lula quando criou o Ministério dos Esportes em 2003, ele eleva o tema esporte e lazer à mesma importância de saúde, educação, segurança e transporte. Eu entendo o esporte e lazer como uma política pública, uma ferramenta extremamente importante para a educação, para a saúde e para a qualidade de vida. Quando eu assumi a secretaria eu vim com toda essa expectativa do esporte ser esta ferramenta para que a gente atingisse esta meta. E felizmente estamos conseguindo realizar isso aqui em nossa cidade.

EF: Qual foi a maior dificuldade que você encontrou logo que você assumiu a secretaria?

S: Historicamente, o esporte e lazer dentro do poder público, nos três níveis - municipal, estadual e federal -,

Eu particularmente penso

Idade: 45 anosFormação: Pedagogia

Pós-graduado em Psicopedagogia

José Luiz Ferrarezi | Secretário de Esporte de São Bernardo do Campo

39 Revista GOL

ele tem um orçamento muito pequeno para aquilo que a gente se propõe a fazer. E no primeiro momento, a maior dificuldade foi adequar aquilo que era sonho com o que tínhamos de orçamento para colocar em prática. No caso de São Bernardo, nós temos muitas coisas que são favoráveis. O número de equipamento esportivo que tem aqui, podemos dizer que somos privilegiados. Temos muitas entidades bem organizadas, o que torna mais fácil o trabalho de uma secretaria. Mas no primeiro momento nós encontramos uma secretaria que o lazer não fazia parte. Era apenas uma secretaria de esporte. E hoje a questão do lazer para o povo, o trabalhador, ela é extremamente importante. Se cuidamos da cidade somente pelo viés esportivo e não podemos cuidar de uma cidade pensando somente no esporte, para que aqueles que não possuem uma determinada habilidade fiquem excluídos, acredito que a maior dificuldade foi fazer com que a secretaria trabalhasse com a possibilidade de atender todas as metas do programa que nós planejamos para a comunidade. Mas, depois de um ano e meio, nós já conseguimos colocar em prática todos os nossos programas e projetos e minimante adequar o nosso organograma às nossas necessidades.

EF: Secretário, quais os projetos que o senhor criou e que já funcionam?

S: Nós temos muitos projetos na cidade de extrema importância, mas podemos citar dois deles. Eu, particularmente, gosto muito do trabalho que a gente desenvolve com os jovens, que são as nossas escolas de modalidades esportivas. Porque se cuidarmos do jovem hoje é como se estivéssemos dizendo a ele que ele pode crescer saudável e consequentemente ter um futuro saudável. E hoje nós temos escolas de modalidades de “a” a “z”, desde o atletismo ao xadrez, passando pelo futebol, que é o maior projeto com quase seis mil crianças sendo atendidas. Temos também um projeto que é desenvolvido para mulheres. São atividades físicas, além de debatermos outras questões como, por exemplo, a questão da família, inclusão, da saúde. Isso para falar somente de dois projetos dos que temos aqui em São Bernardo.

EF: Na questão do futebol, a secretaria tem parceria com o São Bernardo Futebol Clube?

S: Sim, o São Bernardo Futebol Clube hoje talvez seja a nossa maior parceria. Quando assumimos, teve uma mudança na presidência do São Bernardo. Era uma necessidade que o São Bernardo fizesse parte da elite do futebol paulista e nós fizemos um convênio com o São Bernardo para que ele nos ajudasse a manter as escolas de futebol da cidade. Então, o São Bernardo hoje contratou os monitores para as escolas de futebol, além de fazer a manutenção do estádio Primeiro de Maio, para que eles possam ter um gramado de qualidade na realização dos jogos da competição. Então, a parceria é especificamente a manutenção da escola de futebol, na marca do Tigre. O Tigrinho é a marca da escolinha de

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futebol. Isso é realizado em parceria com a secretaria de esporte.

EF: O objetivo dessa parceria com o São Bernardo é revelar jogador ou é simplesmente para beneficiar os jovens e adolescentes que participam do projeto?

S: Eu, como representante do poder público, tenho pouco interesse nessa questão se ele vai ou não ser um jogador profissional. Confesso que para nós é extremamente importante oferecer a essa criança a possibilidade dela praticar esporte, que é o que compete. É claro que o clube tem interesse que essa criança desenvolva suas habilidades e se torne um jogador profissional, mas nós, enquanto poder público, temos que garantir o acesso e permanência dessa criança nas atividades esportivas. São Bernardo é muito privilegiada com relação a campo de futebol. Nós temos aproximadamente 40 campos do poder público. Desses 40 campos, nós temos escolas de futebol em 38. Por isso este número expressivo de jovens praticando esporte em São Bernardo e é obvio que quando temos quantidade, a possibilidade aumenta na descoberta de algum talento. O próprio São Bernardo Futebol Clube tem jogador oriundo da escola de futebol: o Danielzinho, o goleiro Anderson, Raul. Agora, enquanto poder público, não posso ter esta preocupação. Não cabe ao poder público garantir isso. É obvio que se algum garoto se destacar é importante ter essa possibilidade e felizmente nós temos os clubes profissionais na cidade.

EF: Em 2011, o São Bernardo vai disputar a Série A1. E quanto à reforma do Primeiro de Maio, a secretaria tem recurso pra isso?

S: Assim que o São Bernardo subiu nós fizemos uma reunião com a Federação Paulista de Futebol, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar para sabermos o que era necessário para o São Bernardo poder mandar os seus jogos aqui no Primeiro de Maio. A Federação nos passou minimamente o que precisávamos cumprir, assim como a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Nós estamos fazendo a reforma no Primeiro de Maio para que esteja dentro do permitido pela Federação Paulista de Futebol. E para essa reforma há recurso sim, que é de no mínimo 15 mil lugares. A reforma que está sendo feita é para uma capacidade de 17.400 lugares, além de cabines de imprensa, acesso de torcida adversária, acessibilidade, vestiários. Tudo isso está sendo providenciado.

EF: O São Bernardo vai disputar o Campeonato Paulista da primeira divisão em 2011, que é uma competição cara. A secretaria irá apoiá-lo com algum tipo de investimento?

S: Não, eu penso que não é problema nosso o que o São Bernardo vai fazer. O que cabe à secretaria é garantir infra-estrutura, isto é, espaço para treinamento e espaço para os jogos oficiais. Cabe uma parceria do poder público. Agora, recurso para competição é uma obrigação do clube em questão.

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Estação da Fama: Qual era a sua ideia quando você assumiu a Secretaria de Esporte de São Bernardo do Campo?

Secretário José Luiz Ferrarezi:que o esporte tem um papel fundamental na saúde e na qualidade de vida de um povo. O presidente Lula quando criou o Ministério dos Esportes em 2003, ele eleva o tema esporte e lazer à mesma importância de saúde, educação, segurança e transporte. Eu entendo o esporte e lazer como uma política pública, uma ferramenta extremamente importante para a educação, para a saúde e para a qualidade de vida. Quando eu assumi a secretaria eu vim com toda essa expectativa do esporte ser esta ferramenta para que a gente atingisse esta meta. E felizmente estamos conseguindo realizar isso aqui em nossa cidade.

EF: Qual foi a maior dificuldade que você encontrou logo que você assumiu a secretaria?

S: Historicamente, o esporte e lazer dentro do poder público, nos três níveis - municipal, estadual e federal -,

Eu particularmente penso

Idade: 45 anosFormação: Pedagogia

Pós-graduado em Psicopedagogia

José Luiz Ferrarezi | Secretário de Esporte de São Bernardo do Campo

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ele tem um orçamento muito pequeno para aquilo que a gente se propõe a fazer. E no primeiro momento, a maior dificuldade foi adequar aquilo que era sonho com o que tínhamos de orçamento para colocar em prática. No caso de São Bernardo, nós temos muitas coisas que são favoráveis. O número de equipamento esportivo que tem aqui, podemos dizer que somos privilegiados. Temos muitas entidades bem organizadas, o que torna mais fácil o trabalho de uma secretaria. Mas no primeiro momento nós encontramos uma secretaria que o lazer não fazia parte. Era apenas uma secretaria de esporte. E hoje a questão do lazer para o povo, o trabalhador, ela é extremamente importante. Se cuidamos da cidade somente pelo viés esportivo e não podemos cuidar de uma cidade pensando somente no esporte, para que aqueles que não possuem uma determinada habilidade fiquem excluídos, acredito que a maior dificuldade foi fazer com que a secretaria trabalhasse com a possibilidade de atender todas as metas do programa que nós planejamos para a comunidade. Mas, depois de um ano e meio, nós já conseguimos colocar em prática todos os nossos programas e projetos e minimante adequar o nosso organograma às nossas necessidades.

EF: Secretário, quais os projetos que o senhor criou e que já funcionam?

S: Nós temos muitos projetos na cidade de extrema importância, mas podemos citar dois deles. Eu, particularmente, gosto muito do trabalho que a gente desenvolve com os jovens, que são as nossas escolas de modalidades esportivas. Porque se cuidarmos do jovem hoje é como se estivéssemos dizendo a ele que ele pode crescer saudável e consequentemente ter um futuro saudável. E hoje nós temos escolas de modalidades de “a” a “z”, desde o atletismo ao xadrez, passando pelo futebol, que é o maior projeto com quase seis mil crianças sendo atendidas. Temos também um projeto que é desenvolvido para mulheres. São atividades físicas, além de debatermos outras questões como, por exemplo, a questão da família, inclusão, da saúde. Isso para falar somente de dois projetos dos que temos aqui em São Bernardo.

EF: Na questão do futebol, a secretaria tem parceria com o São Bernardo Futebol Clube?

S: Sim, o São Bernardo Futebol Clube hoje talvez seja a nossa maior parceria. Quando assumimos, teve uma mudança na presidência do São Bernardo. Era uma necessidade que o São Bernardo fizesse parte da elite do futebol paulista e nós fizemos um convênio com o São Bernardo para que ele nos ajudasse a manter as escolas de futebol da cidade. Então, o São Bernardo hoje contratou os monitores para as escolas de futebol, além de fazer a manutenção do estádio Primeiro de Maio, para que eles possam ter um gramado de qualidade na realização dos jogos da competição. Então, a parceria é especificamente a manutenção da escola de futebol, na marca do Tigre. O Tigrinho é a marca da escolinha de

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EF: Você está na secretaria há um ano e meio e muitos projetos estão sendo realizados. Você aproveitou para ampliar algum projeto já existente ou foram idealizados na sua gestão?

S: A cidade de São Bernardo sempre teve uma infraestrutura para práticas esportivas muito boa e São Bernardo vem numa sequência de bons projetos. E falar de escolas de modalidades esportivas não é novidade. O que fizemos foi ampliar o quadro de professores para o desenvolvimento desses projetos, além de fazer integração com outras secretarias, como secretaria de educação, secretaria de saúde, Fundação Criança, projeto do governo federal. Assinamos parceria com o projeto Segundo Tempo para que não só a secretaria de esporte cuide desses projetos. Isso me faz acreditar que esse é um diferencial. E assim será possível cuidar do ser humano num todo, que é o nosso objetivo.

EF: O que é oferecido para o garoto que participa deste projeto? E o que fazer para participar?

S: É muito simples. O pai ou a mãe vai até um desses campos onde tem a escola de futebol e faz a matrícula do

garoto junto ao monitor. O campo de futebol é da Prefeitura. O monitor é contratado pelo São Bernardo Futebol Clube. Ali temos o material necessário para que ele possa desenvolver suas ações de aprendizado; tem os momentos de treinamentos, que são diferenciados, mais a orientação que haja treinamentos e brincadeiras. E quem se destacar tem o momento apropriado que é feito em outro local em horário diferente, com outros técnicos e outros professores.

EF: Tem algum tipo de exigência para que o garoto possa participar do projeto na parte disciplinar ou alguma influência quanto à renda da família?

S: Não tem nenhuma exigência. A única cobrança é que o ga ro to e s te j a e s t u d a n d o, q u e te n h a b o m comportamento, mas o esporte por si só já trás uma disciplina. Você lida com horário, com regras, e isso faz com que o próprio garoto vá se adequando com a responsabilidade. Temos a idade mínima para iniciar no projeto que é de sete anos de idade e a máxima de 17 anos. Estando dentro dessa faixa etária e só procurar uma escolinha e fazer a inscrição com o monitor e se encaixar nos horários possíveis.

EF: Eu gostaria de entender melhor o modelo desta parceria entre a secretaria de esporte e o São Bernardo Futebol Clube. Neste projeto, com relação a custo, quem paga a conta?

S: Na verdade, quem paga as despesas deste projeto é o São Bernardo Futebol Clube. A secretaria de esporte sede o espaço físico para realização das atividades esportivas e o São Bernardo Futebol Clube banca as despesas de m a t e r i a i s e s p o r t i v o s e m o n i t o r e s . E n ã o obrigatoriamente aquele atleta que se destacar tem que jogar no São Bernardo. Ele pode jogar no clube que quiser, que é uma exigência nossa. Quem tem que decidir a vida deste garoto é a família. Eu penso que se tivermos um clube que representa bem a cidade não há necessidade desse atleta procurar outro clube para jogar, sendo que ele pode defender o clube de sua cidade. Mas isso é um pensamento meu, não significa que tem que ser assim.

EF: Quais são os projetos da secretaria para os próximos anos?

S: Nos próximos anos, o Brasil será o centro do universo no esporte, com a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016. E nosso maior desafio é a cidade de São Bernardo estar inserida nesse universo. Quanto à Copa do Mundo não vejo possibilidades de participação. Acredito que o ABC perdeu o time. Tínhamos que ter feito alguma coisa com antecedência e não foi feito, como Campinas, Santos, Ribeirão Preto, que estão mais avançadas nesse processo. Precisaríamos ter centros de treinamentos qualificados, uma rede hoteleira e campo de futebol com padrão FIFA, mas para São Bernardo nós temos algumas coisas que são bons desafios. Um deles é dotar os campos de futebol com qualidade. O futebol amador na cidade é muito forte. Temos uma liga muito bem organizada, presidida pelo Neto e pelo Saul. São mais de 90 times, são mais de mil jogos por ano e a nossa ideia é gradativamente ir construindo os campos com gramado sintético. Já fizemos um que é o campo do Lavínia. Vamos fazer o Baetão para que fique pronto para a Copa São Paulo, que será em janeiro. E temos como objetivo fazer mais cinco campos até o fim da gestão do prefeito Luiz Marinho. Acredito que haverá uma melhora considerável. São campos iluminados que poderão ser usados à noite, em bairros diferenciados da cidade e o campo transforma o ambiente do bairro para um ambiente mais saudável. Não tenho dúvidas, é um grande desafio bom e vamos fazer. Mas o maior desafio é inserir São Bernardo no debate olímpico. Nós precisamos ter centro de referência de formação de atletas. Já iniciamos as obras do estádio de atletismo, que vai se chamar professor Osvaldo Terra, com verba do governo federal. São 20 milhões de reais, com padrão da Federação Internacional de Atletismo, com o objetivo de ter a formação e receber grandes eventos esportivos de atletismo aqui no País. Vai ser o melhor estádio de atletismo da América Latina, segundo a Confederação

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Você pode assistir esta entrevista na integra através da TV ABDU.

Acesse: www.abduniao.com.br

Brasileira de Atletismo, e a realização deste projeto será concluída até agosto de 2011. Temos também uma parceria com a Confederação Brasileira de Handebol, que vai trazer o Centro Nacional de Treinamento do Handebol para São Bernardo. Já temos as duas equipes de handebol, a masculina e a feminina sempre presentes nas finais da Liga Nacional. O espaço pra este projeto será na antiga Wolkswagen Club. Então, numa parceria Prefeitura, Confederação Brasileira e Ministério dos Esportes nós vamos ter o Centro Nacional do Alto Rendimento do Handebol em São Bernardo do Campo. E um outro Centro de Referência de Formação e de Excelência vai ser o da canoagem, segundo a Confederação Brasileira de Canoagem, a represa Billings é a melhor do País em navegabilidade. E já estamos abrigando as seleções feminina de canoagem e cadete. Estão aqui no Riacho Grande em treinamento e vamos construir dentro do Parque Estoril, com verba do governo federal, Ministério dos Esportes, e Confederação Brasileira, o Centro Nacional de Treinamento da Canoagem. Na canoagem são 11 modalidades aquáticas, então, nós vamos receber e formar atletas aqui em São Bernardo. E a cidade vai fazer uma concessão do espaço físico para que a Confederação Brasileira, através do dinheiro do Ministério dos Esportes, construa e mantenha o Centro de Treinamento, visando às Olimpíadas de 2012 e de 2016. As nossas exigências são que possamos ter os técnicos formando também os jovens e adolescentes da nossa cidade, e aquele que se destacar fará parte das equipes que vão representar o país em 2012 e 2016. Temos o Centro de Treinamento da Ginástica Artística, numa parceria com a Confederação Brasileira, Ministério dos Esportes e Federação Paulista. Nessa mesma lógica, acredito que para estarmos inseridos neste debate olímpico e como disse o presidente Lula, não dá para o governo federal fazer tudo, os Estados e municípios têm que fazer cada um a sua parte. E São Bernardo do Campo está fazendo.

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EF: Você está na secretaria há um ano e meio e muitos projetos estão sendo realizados. Você aproveitou para ampliar algum projeto já existente ou foram idealizados na sua gestão?

S: A cidade de São Bernardo sempre teve uma infraestrutura para práticas esportivas muito boa e São Bernardo vem numa sequência de bons projetos. E falar de escolas de modalidades esportivas não é novidade. O que fizemos foi ampliar o quadro de professores para o desenvolvimento desses projetos, além de fazer integração com outras secretarias, como secretaria de educação, secretaria de saúde, Fundação Criança, projeto do governo federal. Assinamos parceria com o projeto Segundo Tempo para que não só a secretaria de esporte cuide desses projetos. Isso me faz acreditar que esse é um diferencial. E assim será possível cuidar do ser humano num todo, que é o nosso objetivo.

EF: O que é oferecido para o garoto que participa deste projeto? E o que fazer para participar?

S: É muito simples. O pai ou a mãe vai até um desses campos onde tem a escola de futebol e faz a matrícula do

garoto junto ao monitor. O campo de futebol é da Prefeitura. O monitor é contratado pelo São Bernardo Futebol Clube. Ali temos o material necessário para que ele possa desenvolver suas ações de aprendizado; tem os momentos de treinamentos, que são diferenciados, mais a orientação que haja treinamentos e brincadeiras. E quem se destacar tem o momento apropriado que é feito em outro local em horário diferente, com outros técnicos e outros professores.

EF: Tem algum tipo de exigência para que o garoto possa participar do projeto na parte disciplinar ou alguma influência quanto à renda da família?

S: Não tem nenhuma exigência. A única cobrança é que o ga ro to e s te j a e s t u d a n d o, q u e te n h a b o m comportamento, mas o esporte por si só já trás uma disciplina. Você lida com horário, com regras, e isso faz com que o próprio garoto vá se adequando com a responsabilidade. Temos a idade mínima para iniciar no projeto que é de sete anos de idade e a máxima de 17 anos. Estando dentro dessa faixa etária e só procurar uma escolinha e fazer a inscrição com o monitor e se encaixar nos horários possíveis.

EF: Eu gostaria de entender melhor o modelo desta parceria entre a secretaria de esporte e o São Bernardo Futebol Clube. Neste projeto, com relação a custo, quem paga a conta?

S: Na verdade, quem paga as despesas deste projeto é o São Bernardo Futebol Clube. A secretaria de esporte sede o espaço físico para realização das atividades esportivas e o São Bernardo Futebol Clube banca as despesas de m a t e r i a i s e s p o r t i v o s e m o n i t o r e s . E n ã o obrigatoriamente aquele atleta que se destacar tem que jogar no São Bernardo. Ele pode jogar no clube que quiser, que é uma exigência nossa. Quem tem que decidir a vida deste garoto é a família. Eu penso que se tivermos um clube que representa bem a cidade não há necessidade desse atleta procurar outro clube para jogar, sendo que ele pode defender o clube de sua cidade. Mas isso é um pensamento meu, não significa que tem que ser assim.

EF: Quais são os projetos da secretaria para os próximos anos?

S: Nos próximos anos, o Brasil será o centro do universo no esporte, com a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016. E nosso maior desafio é a cidade de São Bernardo estar inserida nesse universo. Quanto à Copa do Mundo não vejo possibilidades de participação. Acredito que o ABC perdeu o time. Tínhamos que ter feito alguma coisa com antecedência e não foi feito, como Campinas, Santos, Ribeirão Preto, que estão mais avançadas nesse processo. Precisaríamos ter centros de treinamentos qualificados, uma rede hoteleira e campo de futebol com padrão FIFA, mas para São Bernardo nós temos algumas coisas que são bons desafios. Um deles é dotar os campos de futebol com qualidade. O futebol amador na cidade é muito forte. Temos uma liga muito bem organizada, presidida pelo Neto e pelo Saul. São mais de 90 times, são mais de mil jogos por ano e a nossa ideia é gradativamente ir construindo os campos com gramado sintético. Já fizemos um que é o campo do Lavínia. Vamos fazer o Baetão para que fique pronto para a Copa São Paulo, que será em janeiro. E temos como objetivo fazer mais cinco campos até o fim da gestão do prefeito Luiz Marinho. Acredito que haverá uma melhora considerável. São campos iluminados que poderão ser usados à noite, em bairros diferenciados da cidade e o campo transforma o ambiente do bairro para um ambiente mais saudável. Não tenho dúvidas, é um grande desafio bom e vamos fazer. Mas o maior desafio é inserir São Bernardo no debate olímpico. Nós precisamos ter centro de referência de formação de atletas. Já iniciamos as obras do estádio de atletismo, que vai se chamar professor Osvaldo Terra, com verba do governo federal. São 20 milhões de reais, com padrão da Federação Internacional de Atletismo, com o objetivo de ter a formação e receber grandes eventos esportivos de atletismo aqui no País. Vai ser o melhor estádio de atletismo da América Latina, segundo a Confederação

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Você pode assistir esta entrevista na integra através da TV ABDU.

Acesse: www.abduniao.com.br

Brasileira de Atletismo, e a realização deste projeto será concluída até agosto de 2011. Temos também uma parceria com a Confederação Brasileira de Handebol, que vai trazer o Centro Nacional de Treinamento do Handebol para São Bernardo. Já temos as duas equipes de handebol, a masculina e a feminina sempre presentes nas finais da Liga Nacional. O espaço pra este projeto será na antiga Wolkswagen Club. Então, numa parceria Prefeitura, Confederação Brasileira e Ministério dos Esportes nós vamos ter o Centro Nacional do Alto Rendimento do Handebol em São Bernardo do Campo. E um outro Centro de Referência de Formação e de Excelência vai ser o da canoagem, segundo a Confederação Brasileira de Canoagem, a represa Billings é a melhor do País em navegabilidade. E já estamos abrigando as seleções feminina de canoagem e cadete. Estão aqui no Riacho Grande em treinamento e vamos construir dentro do Parque Estoril, com verba do governo federal, Ministério dos Esportes, e Confederação Brasileira, o Centro Nacional de Treinamento da Canoagem. Na canoagem são 11 modalidades aquáticas, então, nós vamos receber e formar atletas aqui em São Bernardo. E a cidade vai fazer uma concessão do espaço físico para que a Confederação Brasileira, através do dinheiro do Ministério dos Esportes, construa e mantenha o Centro de Treinamento, visando às Olimpíadas de 2012 e de 2016. As nossas exigências são que possamos ter os técnicos formando também os jovens e adolescentes da nossa cidade, e aquele que se destacar fará parte das equipes que vão representar o país em 2012 e 2016. Temos o Centro de Treinamento da Ginástica Artística, numa parceria com a Confederação Brasileira, Ministério dos Esportes e Federação Paulista. Nessa mesma lógica, acredito que para estarmos inseridos neste debate olímpico e como disse o presidente Lula, não dá para o governo federal fazer tudo, os Estados e municípios têm que fazer cada um a sua parte. E São Bernardo do Campo está fazendo.

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Sérgio Soares | Técnico de Futebol Profissional

Depois de pendurar as chuteiras no início de 2004 pelo Santo André, seguiu o caminho na comissão técnica do clube e logo em seus primeiros meses de experiência, conseguiu fazer parte da maior conquista do clube do grande ABC até hoje.

Após isso, foi efetivado no comando da equipe, já que o então técnico da equipe na época foi para o maior adversário do Santo André, o São Caetano. Ficou no clube durante um ano e meio, tendo conseguido um 4º lugar no Campeonato Paulista, uma eliminação na fase de grupos na Copa Libertadores da América e uma eliminação na segunda fase do Campeonato Brasileiro Série B no ano de 2005.

Em 2006, após breve passagem pelo Juventus, foi contratado pelo crescente Grêmio Barueri, onde ficou até o primeiro semestre de 2007. Até que no mesmo ano teve a sua segunda passagem pelo Santo André. Essa, no entanto, decepcionante, acabando que quase no rebaixamento da equipe para a terceira divisão nacional.

O primeiro semestre de 2008 foi um período de mais decepções na carreira do treinador, no qual fez parte do time do Juventus que foi rebaixado no campeonato estadual. Até que surge outra oportunidade no Santo André. Agora, em

Page 43: Revista Gol #07

vou trabalhar”. Mas depois eu fui participar de um

campeonato com time de molecada e jogando aqui em

São Bernardo, no Baeta Neves, o treinador do time

adversário gostou de mim, me convidou para ir jogar no

time dele, na segunda fase, e uma semana depois fui

convidado para fazer um teste no Juventus. Daí retomei o

futebol novamente.

EF: Qual a sua visão com relação aos garotos terem que

iniciar uma carreira tão cedo no futebol?

SS: As coisas mudaram muito. Hoje (o garoto) já é

obrigado a estar dentro do clube se quiser ser um jogador

profissional, o que não é bom por ele ter que ser tornar

adulto muito cedo e corre o risco dele saturar muito cedo

também. Mas ainda tem clube que dá a mesma

oportunidade sem a cobrança, que é o caso do São Paulo,

que nem participa dessas competições oficiais da

Federação nessa categoria sub-8/sub-9 para que o garoto

possa estudar e se desenvolver de forma natural sem

essa pressão de competição. Porque é necessário um

amadurecimento e tem o processo psicológico que

precisa ser trabalhado nesses garotos.

EF: É do conhecimento de todos que na maioria das

vezes a família apóia, mas falta toda a infraestrutura

para a formação do filho nesta carreira tão sonhada.

Como foi o apoio da sua família?

SS: Não foi fácil, teve até discussão em casa, porque eu

ganhava um bom salário na época e eu tinha condições

de crescer profissionalmente onde eu trabalhava. E como

eu ajudava em casa, por um determinado tempo meu

salário fez falta em casa. E só pude continuar porque meu

pai me deu todo apoio. Meu pai havia sofrido um

acidente e foi obrigado a se aposentar. Com isso,

aumentou ainda mais a dificuldade, mas depois as coisas

foram se encaixando e apesar de meu pai não estar mais

com a gente, tudo que eu faço eu dedico a ele e minha

mãe é ciente disso. E isso é bacana. Ela fala: “Você só

chegou onde está por causa do seu pai”.

EF: Quais os clubes brasileiros que você atuou como

jogador profissional?

SS: Quando eu voltei da Arábia eu fui para o Guarani, de

Campinas. Depois, vim para o Palmeiras em 96, onde tive

a oportunidade de trabalhar com o Wanderlei

Luxemburgo, que é um excelente treinador, até um

pouco mais do que falam, um profissional extremamente

43 Revista GOL

Estação da Fama: Quando foi que você iniciou sua

carreira no futebol?

Sérgio Soares: Eu comecei a jogar futebol aos 15 anos de

idade, no Clube Atlético Juventus, em São Paulo. A partir

daquele momento, eu dei início à minha carreira no

futebol. Aos 18 anos eu já estava no profissional. Servi a

Seleção Brasileira Sub–20, com o professor Candinho,

fiquei no Juventus por 10 anos, depois fui jogar futebol na

Arábia Saudita. Fiquei na Arábia dois anos e meio.

Conquistei alguns títulos, me destaquei. Até tive uma

proposta para me naturalizar na Arábia, para disputar a

Copa do Mundo de 1994, mas por eu ter disputado uma

competição oficial pela CBF na categoria sub-20 não seria

possível. Mas eu ia com o maior prazer, até porque

sabemos que o futebol brasileiro é muito rico de atletas

em potencial e seria muito difícil eu conseguir uma

oportunidade na seleção principal. E para disputar uma

Copa do Mundo valeria à pena, mas infelizmente não foi

possível.

EF: Quais foram as maiores dificuldades que você teve

que superar no início da sua carreira?

SS: Apesar de não fazer tanto tempo, mas na época que

eu comecei era mais difícil até porque os garotos

começavam um pouco mais tarde. Eu cheguei ao clube

com 15 anos, hoje o garoto tem que chegar bem mais

cedo. Eu recordo que aos 14 anos eu fui fazer uma

peneira na Portuguesa. Isso eu não vou esquecer nunca,

eu sempre falo para os meus filhos. E começou uma hora

da tarde e eu fui jogar às 18 horas, já escurecendo. O

treinador era ‘seo’ Daniel. Já estava cansado, estava até

de costas para o campo e era óbvio que eu não ia passar.

Ele nem viu. E quando eu cheguei em casa falei para o

meu pai: “Chega, não vou mais correr atrás de futebol. Eu

sua terceira passagem no clube, foi um dos principais responsáveis pelo acesso da equipe à elite do futebol brasileiro.

No começo de 2009 assinou com a Ponte Preta, clube onde ficou cerca de três meses. Depois, foi para o São Caetano, mas não se adaptou com o clube, até pelo fato de ter uma história em seu principal rival. Após sua rápida saída do clube do grande ABC, acertou com o Paraná, onde conseguiu ter um bom aproveitamento. E, então, no dia 7 de setembro, retorna ao Santo André, confirmando assim sua quarta passagem no clube.

44 Revista GOL

inteligente, tem muita percepção, qualidade. Posso dizer

que tive o privilégio de trabalhar com ele. Depois, fui para

o Goiás, voltei para o Juventus novamente e, em 2001, eu

cheguei ao Santo André. E comecei a minha trajetória no

Santo André e na Copa do Brasil, na qual eu fui atleta,

auxiliar e na final o Chamusca estava suspenso e eu

estava no banco. E fomos campeões. Como atleta foi até

aquele dia.

EF: Com toda sua experiência como atleta no futebol, o

que você diria para os pais daquele garoto que sonha em

ser jogador de futebol?

SS: Se o sonho for do garoto, que o pai o ajude na

realização desse sonho incentivando ao máximo para que

ele não desanime na busca, que sabemos que não é fácil.

Sem esquecer dos estudos, que são muito importantes. E

acompanhar seu filho, procurar conhecer quem são as

pessoas que estão cuidando do seu filho. No mundo da

Nome completo: Sérgio Soares da Silva

Nascimento: 11 de Janeiro de 1967 (43 anos)

Local: São Paulo

Clubes que atuou: Juventus

São José

Gama

Goiás

Guarani

Palmeiras

Campeonatos como jogador: 1996 campeão paulista atuando

pelo fantástico time do Palmeiras

com mais de 100 gols no estadual,

no qual era reserva de Flávio

Conceição.

Page 44: Revista Gol #07

vou trabalhar”. Mas depois eu fui participar de um

campeonato com time de molecada e jogando aqui em

São Bernardo, no Baeta Neves, o treinador do time

adversário gostou de mim, me convidou para ir jogar no

time dele, na segunda fase, e uma semana depois fui

convidado para fazer um teste no Juventus. Daí retomei o

futebol novamente.

EF: Qual a sua visão com relação aos garotos terem que

iniciar uma carreira tão cedo no futebol?

SS: As coisas mudaram muito. Hoje (o garoto) já é

obrigado a estar dentro do clube se quiser ser um jogador

profissional, o que não é bom por ele ter que ser tornar

adulto muito cedo e corre o risco dele saturar muito cedo

também. Mas ainda tem clube que dá a mesma

oportunidade sem a cobrança, que é o caso do São Paulo,

que nem participa dessas competições oficiais da

Federação nessa categoria sub-8/sub-9 para que o garoto

possa estudar e se desenvolver de forma natural sem

essa pressão de competição. Porque é necessário um

amadurecimento e tem o processo psicológico que

precisa ser trabalhado nesses garotos.

EF: É do conhecimento de todos que na maioria das

vezes a família apóia, mas falta toda a infraestrutura

para a formação do filho nesta carreira tão sonhada.

Como foi o apoio da sua família?

SS: Não foi fácil, teve até discussão em casa, porque eu

ganhava um bom salário na época e eu tinha condições

de crescer profissionalmente onde eu trabalhava. E como

eu ajudava em casa, por um determinado tempo meu

salário fez falta em casa. E só pude continuar porque meu

pai me deu todo apoio. Meu pai havia sofrido um

acidente e foi obrigado a se aposentar. Com isso,

aumentou ainda mais a dificuldade, mas depois as coisas

foram se encaixando e apesar de meu pai não estar mais

com a gente, tudo que eu faço eu dedico a ele e minha

mãe é ciente disso. E isso é bacana. Ela fala: “Você só

chegou onde está por causa do seu pai”.

EF: Quais os clubes brasileiros que você atuou como

jogador profissional?

SS: Quando eu voltei da Arábia eu fui para o Guarani, de

Campinas. Depois, vim para o Palmeiras em 96, onde tive

a oportunidade de trabalhar com o Wanderlei

Luxemburgo, que é um excelente treinador, até um

pouco mais do que falam, um profissional extremamente

43 Revista GOL

Estação da Fama: Quando foi que você iniciou sua

carreira no futebol?

Sérgio Soares: Eu comecei a jogar futebol aos 15 anos de

idade, no Clube Atlético Juventus, em São Paulo. A partir

daquele momento, eu dei início à minha carreira no

futebol. Aos 18 anos eu já estava no profissional. Servi a

Seleção Brasileira Sub–20, com o professor Candinho,

fiquei no Juventus por 10 anos, depois fui jogar futebol na

Arábia Saudita. Fiquei na Arábia dois anos e meio.

Conquistei alguns títulos, me destaquei. Até tive uma

proposta para me naturalizar na Arábia, para disputar a

Copa do Mundo de 1994, mas por eu ter disputado uma

competição oficial pela CBF na categoria sub-20 não seria

possível. Mas eu ia com o maior prazer, até porque

sabemos que o futebol brasileiro é muito rico de atletas

em potencial e seria muito difícil eu conseguir uma

oportunidade na seleção principal. E para disputar uma

Copa do Mundo valeria à pena, mas infelizmente não foi

possível.

EF: Quais foram as maiores dificuldades que você teve

que superar no início da sua carreira?

SS: Apesar de não fazer tanto tempo, mas na época que

eu comecei era mais difícil até porque os garotos

começavam um pouco mais tarde. Eu cheguei ao clube

com 15 anos, hoje o garoto tem que chegar bem mais

cedo. Eu recordo que aos 14 anos eu fui fazer uma

peneira na Portuguesa. Isso eu não vou esquecer nunca,

eu sempre falo para os meus filhos. E começou uma hora

da tarde e eu fui jogar às 18 horas, já escurecendo. O

treinador era ‘seo’ Daniel. Já estava cansado, estava até

de costas para o campo e era óbvio que eu não ia passar.

Ele nem viu. E quando eu cheguei em casa falei para o

meu pai: “Chega, não vou mais correr atrás de futebol. Eu

sua terceira passagem no clube, foi um dos principais responsáveis pelo acesso da equipe à elite do futebol brasileiro.

No começo de 2009 assinou com a Ponte Preta, clube onde ficou cerca de três meses. Depois, foi para o São Caetano, mas não se adaptou com o clube, até pelo fato de ter uma história em seu principal rival. Após sua rápida saída do clube do grande ABC, acertou com o Paraná, onde conseguiu ter um bom aproveitamento. E, então, no dia 7 de setembro, retorna ao Santo André, confirmando assim sua quarta passagem no clube.

44 Revista GOL

inteligente, tem muita percepção, qualidade. Posso dizer

que tive o privilégio de trabalhar com ele. Depois, fui para

o Goiás, voltei para o Juventus novamente e, em 2001, eu

cheguei ao Santo André. E comecei a minha trajetória no

Santo André e na Copa do Brasil, na qual eu fui atleta,

auxiliar e na final o Chamusca estava suspenso e eu

estava no banco. E fomos campeões. Como atleta foi até

aquele dia.

EF: Com toda sua experiência como atleta no futebol, o

que você diria para os pais daquele garoto que sonha em

ser jogador de futebol?

SS: Se o sonho for do garoto, que o pai o ajude na

realização desse sonho incentivando ao máximo para que

ele não desanime na busca, que sabemos que não é fácil.

Sem esquecer dos estudos, que são muito importantes. E

acompanhar seu filho, procurar conhecer quem são as

pessoas que estão cuidando do seu filho. No mundo da

Nome completo: Sérgio Soares da Silva

Nascimento: 11 de Janeiro de 1967 (43 anos)

Local: São Paulo

Clubes que atuou: Juventus

São José

Gama

Goiás

Guarani

Palmeiras

Campeonatos como jogador: 1996 campeão paulista atuando

pelo fantástico time do Palmeiras

com mais de 100 gols no estadual,

no qual era reserva de Flávio

Conceição.

Page 45: Revista Gol #07

bola tem algumas situações que carecem muita atenção.

E caso ele não consiga ser um atleta, possa entender que

existem outras profissões e que é possível sobreviver. Eu

tenho um filho com 22 anos que está tentando se firmar

como jogador e estou dando todo o apoio. E acho que é

isso que os pais devem fazer: dar todo o apoio para seus

filhos.

EF: Como jogador de futebol, qual foi o seu maior êxito?

SS: O tempo que eu joguei no Palmeiras para mim foi o

grande momento. Mas a minha realização profissional foi

na Arábia Saudita. O clube tinha a maior torcida do país.

Eu era tratado como ídolo. O torcedor seguia meu carro

do centro de treinamento ao condomínio onde eu

morava. Quando eu saia para fazer compras, meus filhos

ganhavam presentes. Então, foi ali que eu tive o maior

reconhecimento profissional. Agora, em termos de clube

no Brasil, sem dúvida foi o Palmeiras.

EF: Quando foi que você percebeu que poderia

continuar no futebol atuando como treinador?

SS: Quando eu estava na Arábia Saudita com o Candinho,

que foi ele que me levou, ele saiu do clube e foi para a

seleção da Arábia e passamos a conversar muito sobre

alguns atletas. E eu passei a observar mais e depois

trabalhei com o Wanderlei. E passei a ser um observador

para que eu pudesse absorver algum conhecimento para

que eu pudesse usar quando eu parasse de jogar futebol.

Em 99, eu tive uma lesão no joelho, fiquei parado por

quatro meses. Foi quando eu fiz o curso de treinador, fui

me preparando. Em 2001, fui fazer a faculdade de

educação física. Daí eu já estava determinado para

quando parar de jogar futebol me tornar um treinador de

futebol. Em 2004, quando recebi o convite da diretoria do

Santo André para ser auxiliar técnico, na hora aceitei.

Fiquei três meses. Foi quando ganhamos a Copa do Brasil.

Daí o Chamusca foi para o São Caetano e eu assumi como

interino. Apesar de ser perigoso, eu tinha crédito com a

diretoria, que era o Sérgio Duprat, Jairo e Celso Ruiz. Isso

me deu mais tranquilidade para desenvolver o meu

trabalho.

EF: Na maioria das vezes, o treinador faz um excelente

trabalho na base e quando assume interinamente a

equipe principal ele tem dificuldades, sendo que as

regras do futebol são as mesmas em todas as categorias.

Por que isso acontece?

SS: Lidar com garotos é mais fácil. A linguagem é diferente

quando vamos lidar com atletas experientes, a aceitação

é outra. No meu caso, eu era atleta do mesmo grupo

quando assumi como interino, só que sempre fui capitão,

sempre fui muito sério como atleta em todos os aspectos,

com horário, treinamento, dedicação. Eu não era o líder

da oratória, eu era o líder do trabalho. Isso facilitou

quando assumi o grupo, porque eu já era capitão e partiu

dos atletas o pedido para que eu ficasse como treinador.

Só que nós tínhamos ganhado a Copa do Brasil com

direito à Libertadores e a diretoria entendeu que eu era

inexperiente para a Libertadores. Eu entendi. “Vamos

trazer outro treinador”. Trouxeram o Hélio, que ficou

apenas 15 dias. Daí veio o Ferreira. Mas experiência só se

ganha passando e eu coloquei para a diretoria que eu

queria viajar com a Libertadores para que eu pudesse

adquirir experiência. E foi aceito pela diretoria. Viajei

com o time na Libertadores, reassumi o time dentro da

Libertadores, só que não mais como interino. Daí

conseguimos uma boa sequência ganhando do

Palmeiras, de 4 a 1, no Parque Antártica, do Desportivo de

6, mas não classificamos para a segunda fase porque

perdemos para o Serro Portenho, no Paraguai. Mas

demos sequência na Série B e consegui me firmar.

EF: Qual foi o seu melhor momento como treinador?

SS: O vice-campeonato no primeiro semestre foi um

grande momento, mas tivemos também o acesso para a

Série A em 2008. Mas o primeiro semestre de 2010 foi

excepcional.

45 Revista GOL

Você pode assistir esta entrevista na integra através da TV ABDU.

Acesse: www.abduniao.com.br

Page 46: Revista Gol #07

especial

46 Revista GOL

Popó“O Boxe brasileiro no divã”

Page 47: Revista Gol #07
Page 48: Revista Gol #07

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Para pessoas exclusivas como a sua família

Page 49: Revista Gol #07

indo de uma família pobre, de um bairro de periferia da capital baiana, Acelino Freitas é um típico exemplo Vdo esporte nacional. Filho de Nijalma e Zuleica,

recebeu da mãe o apelido com que tornou-se conhecido - Popó -, por ter mamado até uma idade avançada.

Seu pai também foi pugilista, assim como três dos seus irmãos, dos quais Luís Cláudio foi quem mais o incentivou a ingressar na profissão, o que fez já aos 14 anos de idade. Até o primeiro título mundial, morava com os pais e irmãos naquele casebre, de 6,75 m², que tinha panos como divisórias.

Com dois casamentos, e filhos com três mulheres diferentes, o baiano enfrentou no segundo - com Eliana Guimarães - uma fase bastante difícil, que refletiu negativamente nos seus resultados sobre os ringues - causando sua primeira derrota na carreira. A reconciliação veio habilitá-lo a novamente disputar um título, e vencer.

Popó era tido como um pugilista extremamente técnico e por ter uma grande "pegada". Medindo 1,65 m, o grande problema sempre foi a luta contra a balança. O próprio atleta afirma que seu pior adversário durante a carreira sempre foi a dificuldade em perder peso. “Era um tormento, porque às vezes eu chegava até o limite da data para chegar ao peso ideal. Teve luta que eu cheguei debilitado, devido à dificuldade do condicionamento físico”, disse.

Acelino “Popó” Freitas, 31 anos, começou a treinar aos 14 anos por influência do irmão mais velho, Luís Cláudio, também boxeador. Ali começava a nascer um fenômeno. Fez 81 lutas como amador e perdeu apenas três, conquistando em 1995 a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Mar Del Plata. Em dez anos sua trajetória foi marcada por vitórias retumbantes. Popó chegou a bater recorde com 29 nocautes em 29 lutas. É um recorde que nem Mike Tyson, em seu fulminante início de carreira, conseguiu.

Tornou-se campeão mundial de boxe na categoria Super Pena quando iria completar 24 anos. Seu primeiro título conquistado pela Organização Mundial de Boxe (WBO) demorou menos de dois minutos de luta. Ele arrasou o russo Anatoli Alexandrov, que se interpunha entre ele e o título mundial dos Super Penas. A disputa aconteceu em Le Cannet, na França, em agosto de 1999. Os golpes de Popó foram quase mortais, deixando o russo de 32 anos e 35 vitórias anteriores, em estado de pré-coma, sendo carregado direto para o hospital.

Em janeiro de 2002, Popó lutou com o cubano naturalizado americano Joel Casamayor pela unificação dos títulos dos Super Penas da Organização e Associação Mundial de Boxe. A disputa, que aconteceu em Las Vegas, Estados Unidos, confirmou a excelente forma do pugilista baiano. Foram 12 rounds disputadíssimos, com Popó vencendo por unanimidade a disputa e mantendo os cinturões das duas associações.

Depois de 12 disputas na categoria Super Pena e muito sacrifício para chegar ao peso exigido - 59 quilos -, o pugilista retornou ao Peso Leve - 62 quilos - e, em 3 de janeiro de 2004, levou para casa o título de Campeão dos Leves pela Organização Mundial de Boxe. A disputa foi contra o uzbeque naturalizado alemão Artur Grigorian, em Connecticut, Estados Unidos.

Em 7 de agosto 2004, data em que comemorou cinco anos como Campeão Mundial, o pugilista perdeu, por nocaute técnico no 10º round, a luta contra o americano Diego “Chico” Corrales. Esta foi a primeira derrota de Popó.

Depois de mais de quatro anos sem lutar em São Paulo, o pugilista Acelino Popó Freitas se reencontrou com a torcida brasileira do jeito que mais gosta: vencendo. No dia 11 de dezembro de 2004, ele derrotou por pontos o argentino Fernando David Saucedo, em combate válido pelos leves, no Ginásio do Ibirapuera.

No dia 16 de julho de 2005, Popó ganhou do panamenho Fabian Salazar por nocaute no 10º round, durante luta preparatória realizada no Ginásio Antônio Balbino, em Salvador, Bahia, sua terra natal.

Em 29 de abril de 2006, Popó ganhou por pontos contra o norte-americano Zahir Raheem, no combate que aconteceu em Mashantucket, Estados Unidos. A vitória trouxe de volta o cinturão da Organização Mundial de Boxe, na categoria Leve, que havia pertencido a Popó até agosto de 2004. Com a conquista, Popó torna-se campeão mundial pela quarta vez.

A última luta da vitoriosa carreira de Popó aconteceu em 28 de abril, no Resort Foxwoods, em Mashantucket, Estados Unidos. O mexicano Juan Diaz venceu por nocaute técnico e unificou os títulos da OMB e AMB.

A vitoriosa trajetória de PopóFonte: site oficial do lutador - www.popo.com.br

49 Revista GOL

Page 50: Revista Gol #07

Boxe Brasil

Paralelo à sua carreira vitoriosa como pugilista, Acelino Popó Freitas também desenvolve projetos esportivos e sociais. Entre eles, está o Boxe Brasil, onde promove torneios de boxes em diversos estados brasileiros a fim de alavancar o esporte e dar visibilidade a novos atletas no País. Além de promotora, a empresa Boxe Brasil, em sociedade com Josafá Santos, também empresaria pugilistas.

O Boxe Brasil já realizou 15 edições de lutas nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas, Vitória do Espírito Santo, Cubatão (SP), entre outras. A intenção é que o Boxe Brasil realize outros eventos de boxe ao longo do ano.

IAPF

P o p ó t a m b é m t e m s e d e d i c a d o a o desenvolvimento de projetos sociais. Um deles é o Instituto Acelino Popó Freitas, que foi inaugurado em outubro de 2006. O projeto oferece oficinas de boxes a crianças e adolescentes da comunidade de Arraial do Retiro, em Salvador, e atende a 160 alunos entre 10 e 17 anos. “Meu objetivo com este projeto não é fazer atletas e sim dar oportunidade a estas crianças de praticar um esporte”, explica. A academia funcionará pela manhã e à tarde e os alunos inscritos terão aulas duas vezes por semana, durante uma hora.

Popó Mão de Pedra – em breve

Inspirado na vida do boxeador, a Malagueta Filmes, em parceria com a Boxe Brasil, está produzindo um longa-metragem que contará a história do menino pobre da Baixa de Quintas que conseguiu conquistar quatro títulos mundiais. O roteiro, que está construído a partir de depoimentos de Popó, de sua família e amigos, mostrará a dura batalha que atleta enfrentou para vencer na vida, os amores e as lutas deste herói brasileiro. O filme é dirigido por Giovani Lima, um dos sócios da Malagueta; a direção de fotografia é de Marcelo Brasil, dos filmes Oidiquê, Notícias de Uma Guerra Particular e Red Shoes Diaries; e roteiro de Marcos Bernstein (Central do Brasil, Terra Estrangeira, Xangô de Baker Street e Do Outro Lado da Rua).

História do Boxe:

A arte de ataque e defesa pelo uso dos punhos. O termo pugilismo tornou-se modernamente sinônimo

de boxe, embora derive do latim pugil - "lutador, com cestus". O "cestus" latino era o conjunto de correias de couro e placas de ferro e chumbo que guarneciam os punhos dos lutadores romanos. O boxe é um esporte muito antigo. Era conhecido em Creta 1.500 anos A.C. e largamente praticado na Grécia e Roma antigas. Passou a figurar no programa olímpico a partir da 23ª olimpíada (688 A.C.).

O boxe moderno teve início na Inglaterra na última metade do sec. XVII. O primeiro campeão nacional inglês foi James Figg, em 1719. Por esse tempo as lutas eram disputadas sem luvas e permitia-se a aplicação de golpes e chaves de luta livre para derrubar o adversário. Não havia limitação de tempo para os combates, que só terminavam com a desistência de um dos contendores. Era comum um lutador atacar o adversário caído. O primeiro lutador a contribuir para a sistematização esportiva do boxe foi Jack Broughton (1704 - 1789), que se tornou campeão da Inglaterra entre 1734 e 1740. Desdenhou ele das técnicas rudes de seus predecessores. Deu maior ênfase ao jogo de punhos e de pernas.

As regras que formulou regeram o boxe até 1838, quando foram substituídas pelo código de Londres. Outro grande lutador do fim do sec. XVII foi John Jackson, conhecido como "Gentleman Jackson". Conquistou o titulo inglês ao derrotar Daniel Mendoza e foi o primeiro lutador a usar tecnicamente o jogo de pernas e de corpo. "Gentleman Jackson" fundou uma academia de boxe em Londres, introduziu no esporte o uso de luvas acolchoadas e atraiu para sua escola nobres rapazes da elite social inglesa. Byron refere-se a ele no "Poeme Hints from Horace". As regras de 1867, que, com ligeiras modificações, regem o esporte até hoje, foram formuladas por John Graham Chambers, do clube atlético amador, e procuram valorizar a arte e destrezas dos lutadores.

Receberam essas regras o nome do Marques de Queensberry, vinculando-lhes um grande nome da aristocracia inglesa, patrocinador do boxe. Em 1872, realizaram-se torneios em que, pela primeira vez, os lutadores foram classificados pelo peso, em diversas categorias. O último combate a punho descoberto, em disputa de título mundial, travou-se entre os americanos John L. Sullivan e Jake Kilrain, a 8 de julho de 1889. Durou 75 rounds, 2h16min23seg, saindo vencedor Sullivan.

Em 1891, apareceu o ringue elevado, com isolamento de cordas dispostas em três alturas diferentes. No começo do século XX, o dentista inglês Jack Marks inventou o protetor de dentes, hoje universalmente adotado. Para o controle de boxe na Grã-Bretanha, foi fundada em 1884 a Associação Britânica do Boxe Amador. Com a mesma finalidade criou-se nos EUA, em 1888, a União Atlética dos Amadores. Em 1904, foi o boxe incluído entre os esportes olímpicos, realizando-se os primeiros em sete categorias, nos jogos de St. Louis. Nas Olimpíadas contemporâneas há disputa em dez categorias.

Projetos

50 Revista GOL

Page 51: Revista Gol #07

GALERIA DE TÍTULOS

Pentacampeão baiano e Tricampeão Norte Nordeste;

Campeão Brasileiro;

Medalha de prata no Pan-Americano de Mar Del Plata - 1995;

Campeão do Mundo Hispano – 1996;

Campeão Brasileiro dos Super Penas - 1998;

Campeão Mundial pela WBO (Super Pena) - 1999;

Campeão Mundial pela AMB (Super Pena) – 2002;

Super Campeão pela WBO (título concedido por defender dez vezes o cinturão da Organização);

Campeão Mundial pela WBO (Leve) – 2004;

Campeão Mundial pela WBO (Leve) – 2006.

Nome: Acelino “Popó” Freitas

Categorias: Super Pena e Peso Leve

Nacionalidade: Brasileiro

Data de nascimento: 21 de Setembro de 1975

Cidade Natal: Salvador, Bahia

Estilo: Ortodoxo

Cartel:

40 Lutas

38 Vitórias

32 por nocaute

2 Derrotas

0 Empates

2 Desistências

Medalhas: Prata - Jogos Pan-Americanos

em Mar Del Plata, 1995 (Peso leve)

51 Revista GOL

Page 52: Revista Gol #07

GOL: Dizem que os brasileiros não valorizam seus ídolos. Você tem medo de acabar sendo esquecido pelos fãs?

Popó: Nunca lutei boxe para ser famoso, mas sim para mudar a minha história de vida. O que eu conquistei está na história e, com certeza, sempre terá alguém para reconhecer o meu feito.

G: Como foi a decisão de deixar os ringues?

P: É complicado para qualquer boxeador largar a adrenalina dos ringues, mas chega um momento que a condição física exige a aposentadoria. Parei no momento certo.

G: Você ganhou muitos títulos durante sua vitoriosa carreira. Houve perda de motivação para continuar lutando?

P: Não houve falta de motivação. Sempre me cuidei bem, pois não fumava e nem bebia. Em termos de motivação, tem muita gente que quer ser Popó e através do meu trabalho muita gente foi para o boxe. Hoje estou feliz porque fiz tudo o que eu tinha que fazer.

G: Após sua saída o boxe brasileiro ficou órfão de um ídolo nesse esporte. Existe alguma promessa que você aponte como o novo Popó?

P: Tem muita gente boa, mas falta oportunidade. Infelizmente, o Brasil não apoia o esporte e tudo que eu fiz foi com muito sofrimento. Nós demos o espelho, mas sem incentivo fica muito difícil surgir ídolo em um esporte tão complicado como o boxe.

G: Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?

P: O dia 7 de agosto de 1999, quando venci o russo Anatoly Alexandrov. Ali eu conquistava meu primeiro cinturão mundial. Foi um momento de muita alegria, onde eu só pensava em festejar.

G: O que mais te irritava nas lutas?

P: Dava raiva quando eu batia e o adversário não caia. Teve uma luta que eu bati no cara o combate inteiro e ele não caiu. Isso me deixava nervoso.

G: Como era entrar em um ringue sabendo que vai apanhar, que vai sentir dor?

P: Quando se pratica um esporte como o boxe, você aprende a assimilar a dor. Geralmente, a pancada não dói na hora. Você está com o sangue quente, só pensando em ganhar. O problema é o dia seguinte. Rapaz, aí você fica todo quebrado. Mas tem algumas pancadas que doem na hora mesmo.

G: Qual é o lugar que dói mais no corpo durante um combate?

P: Geralmente os golpes no fígado. Dependendo da potência do soco, as pernas ficam bambas, o pulmão aperta. Você quer respirar e a respiração não vem. Os golpes que nocauteiam, como no rosto, por exemplo, você cai e não sente nada. Só escurece a vista.

G: Você teve uma infância difícil, passou fome, dormiu no chão até os 22 anos. Poderia ter tido um destino bem diferente. O que o ajudou a escapar da marginalidade, por exemplo?

P: Com certeza foi a minha criação. Na minha casa eram cinco homens e uma mulher. Graças a Deus ninguém foi para o lado errado. Eu nunca falei um palavrão na frente da minha mãe, pois ela sempre trabalhou muito e merece todo meu respeito.

G: Deixe um recado aos leitores da Gol!

P: Que não desista dos seus sonhos, pois mesmo nas dificuldades, você poderá alcançar seus objetivos. A vida não é fácil e, por isso, fazer o que é certo sempre te ajudará na vida.

52 Revista GOL

Page 53: Revista Gol #07

GOL – a revista de Esporte do Grande ABC

Rua Coronel Abílio Soares, 505, Conjunto102 - Centro - 09020-260Santo André - SPe-mail:[email protected]: www.abduniao.com.br

FONE: ( 11) 4436-0445

Revista Gol - Características Editorias:

Independente e completa no mundo do esporte, e tem um compromisso com a verdade, a Gol, trás em seu conteúdo informações saudáveis e transparentes, alem de entrevistas com personalidades do esporte, orientações e dicas de qualidade de vida. A revista busca parceiros com a sua mesma credibilidade

Tiragem:

10 mil exemplares

Distribuição:

Nas bancas São Paulo capital, e na região do Grande ABC. Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Periodicidade:

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Veja na próxima edição!

Page 54: Revista Gol #07

especial

54 Revista GOL

CENTENÁRIO DO CORINTHIANS

Edição traz os principais fatos históricos dos100 anos da fundação do Sport Club Corinthians Paulista

Page 55: Revista Gol #07

55 Revista GOL

Corinthians é o primeiro grande clube da capital Opaulista a chegar à marca de

100 anos. Fundado no dia 1º de setembro de 1910, quando cinco operários descendentes de italianos e espanhóis reuniram-se na esquina das ruas José Paulino e Cônego Martins e criaram um time de futebol. O nome sugerido foi Corinthians, inspirado nas exibições do Corinthian Team, melhor equipe amadora da Inglaterra que excursionou pelo Brasil naquele período. Diz a lenda que, por falta de papel, a primeira ata do clube teria sido registrada no alto de uma palheta, à luz de um lampião.

O primeiro presidente foi Miguel Bataglia, que entoou a frase que virou s ímbolo de uma “nação”: “O Corinthians é o time do povo, e é o povo que vai fazer o time”.

O primeiro jogo aconteceu 10 dias depois: derrota por 1 a 0 para o União da Lapa, considerado um dos principais times da várzea naquela época.

O primeiro gol do time alvinegro aconteceu apenas no dia 14 de setembro, marcado por Luiz Fabbi, na vitória por 2 a 0 sobre o Estrela Polar.

A cada partida o Corinthians crescia. Para chegar a seu primeiro campeonato oficial, o Timão teve que disputar dois jogos eliminatórios.

Ganhou os dois e foi admitido na Liga Paulista de Futebol em 1913. O primeiro título veio no ano seguinte: o do Campeonato Paulista, com 10 vitórias em 10 jogos. Começava ali o reinado alvinegro em terras paulistas. Após a pr imeira conquista, o Corinthians ostenta até o hoje o “título” de maior vencedor do campeonato estadual, com 26 conquistas.

CRESCIMENTO DA TORCIDAA chegada do rádio, na década de

20, propagou o "corintianismo" pelo estado. O time foi ganhando cada vez mais adeptos devido à sua origem humilde. A união de time e torcida mostrou-se forte desde o início. Comandado por Neco, seu primeiro grande ídolo, o Corinthians foi conquistando e inovando. No fim daquela década veio a primeira vitória fora do País: 3 a 1 sobre o Barracas, na Argentina. O feito rendeu ao clube o apelido de "Mosqueteiro", dado pelo jornalista Tomás Mazzoni e que mais tarde seria adotado como mascote do time.

NOVA CASAA partir de 1940, o Corinthians

"ganhou" uma nova casa, o Estádio

Municipal Paulo Machado de Carvalho, maior que o Alfredo Schurig, no Parque São Jorge. E foi ali que o Corinthians experimentou seu primeiro período de fila, ficando 10 anos, de 1941 a 1951, sem conquistar o Campeonato Paulista. Em 1950, o presidente Alfredo Ignácio Trindade exigiu a renovação da equipe, que passou a contar com vários garotos da base revelados na várzea paulistana. Com craques como Gilmar, Luizinho Polegar, Cláudio, Baltazar e Carbone, o Corinthians virou o jogo e viveu uma época de glórias, com três títulos paulistas - o terceiro deles valendo a taça do IV Centenário da cidade de São Paulo, em 1954 -, três do Rio-São Paulo, o da pequena Taça do Mundo, na Venezuela, e duas Taças dos Invictos.

A partir do meio dos anos 50, o Corinthians atravessou mais de duas décadas de tormentas, jejum de títulos e f r e g u e s i a p a r a o s r i v a i s , especialmente o Santos, de Pelé. Com uma coleção de fiascos, o time ganhou em 1961 o apelido de "Faz me rir", título de um bolero "dor de cotovelo" da cantora Edith Veiga. Uma das poucas alegrias foi o surgimento do meia Rivellino, considerado por muitos até hoje como o maior jogador da história do clube.

CorinthiansUMA TRAJETÓRIA DE LUTA, SOFRIMENTO E SUCESSO

especial

Page 56: Revista Gol #07

56 Revista GOL

O FIM DA FILA O sofrimento perdurou por boa parte da década de 70,

com direito a dois "quase": o time perdeu as finais do Paulista de 1974, para o arquirrival Palmeiras, e do Brasileiro de 1976, para o Internacional. Já era clássica a gozação dos rivais sobre a falta de títulos. Diversas paredes de botecos eram preenchidas com cartazes provocativos: “Fiado, só quando o Corinthians for campeão”. E o tão sonhado dia chegou depois de 22 anos, oito meses e sete dias. Na noite de 13 de outubro de 1977, por volta das 22 horas, o meia Basílio aproveitou um rebote da zaga da Ponte Preta e, de bate-pronto, estufou a

rede do gol do Morumbi. O apito final do árbitro Dulcídio Wanderley Boschilla deu início a uma explosão f e s t i v a s e m precedentes na capital paulista e em todo o estado. T o r c e d o r e s c r u z a v a m o

gramado de joelhos, enquanto outros arrancavam as traves ou até mesmo comiam grama. O folclórico presidente Vicente Matheus teve de deixar o estádio disfarçado de mulher e com um pé descalço. O “Time do Povo” voltava a fazer o corintiano sorrir.

A DEMOCRACIA CORINTIANA

Em 1981, em plena ditadura militar, os jogadores e a diretoria, presidida por Waldemar Pires, articularam um movimento que pregava maior participação dos atletas nas

decisões referente ao futebol . Foi a b o l i d a a concentração para os solteiros, e até mesmo a agenda de t r e i n o s e o esquema tático do t i m e e r a m escolhidos através

da maioria de votos. Comandada por craques como Sócrates, Casagrande e Wladimir, a revolução democrática foi coroada com um bicampeonato paulista sobre o São Paulo.

Esses mesmo jogadores extrapolaram as quatro linhas e empenharam-se também na "Diretas Já", campanha pelo voto direto para a presidência da República. O período, conhecido como "Democracia Corintiana", firmou-se como o mais organizado movimento de conscientização política por meio do esporte.

ENFIM, NACIONALO Corinthians já era hegemônico em São Paulo, mas

faltava conquistar o Brasil - a ausência de títulos nacionais era a nova fonte de gozação dos rivais. O jejum foi quebrado em 1990, com a conquista do inédito Campeonato Brasileiro

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c o m u m t i m e limitado, mas que tinha no meia Neto um especialista nas cobranças de falta, sua principal arma. C o m e ç o u a l i a d é c a d a m a i s vitoriosa da história

do clube, coincidindo, também, com a gestão de Alberto Dualib, que assumiu a presidência em 1993. O time foi três vezes campeão do Paulista, três do Brasileiro, uma da Copa do Brasil e ainda ganhou o primeiro Mundial de Clubes o f i c i a l m e n t e organizado pela FIFA, em 2000, no B r a s i l , c o m o l e g í t i m o representante do país-sede.

QUEDA E REDENÇÃOMas, em meio às vitórias no campo, nos bastidores houve

um choque de ideias entre Dualib e Kia Joorabchian, que resultou na saída da MSI dois anos mais tarde. O presidente também renunciou ao cargo depois de levar o clube às páginas policiais: foi descoberta uma verdadeira indústria de notas frias no Parque São Jorge. O reflexo da turbulência foi o rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, algo antes inimaginável pela força do clube. Em outubro de 2007, o ex-diretor de futebol de Dualib, Andrés Sanchez, assumiu a presidência do Corinthians e mudou o estatuto do clube, ordenando o fim das reeleições e a escolha do mandatário pelos sócios. Em uma manobra ousada, o cartola contratou em dezembro de 2008 o atacante Ronaldo, maior artilheiro da história da Copa do Mundo, que se recuperava da terceira cirurgia grave nos

DUALIB As conquistas, no entanto, afloraram a vaidade de

Dualib, que se manteve no cargo por 14 anos e amarrou o clube a parceiros de moral duvidosa, como a MSI (Media Sports Investiment). Representado pelo iraniano Kia Joorabchian, esse grupo firmou em dezembro de 2004 o arrendamento do departamento de futebol profissional corintiano, em troca da promessa de investimento constante para formação de grandes times. Como cartão de boas vindas, a MSI executou a contratação mais cara de todos os tempos do futebol brasileiro: cerca de US$ 20 milhões para trazer do Boca Juniors o atacante Carlitos Tevez. O argentino adaptou-se rapidamente ao Corinthians e logo de cara caiu no gosto da Fiel. Sob sua batuta, o time conquistou mais um Brasileiro, o de 2005.

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Principais títulos

Mundial de Clubes da FIFA 2000Troféu Ramón de Carranza 1996Campeonato Brasileiro 1990, 1998, 1999 e

2005Campeonato Brasileiro Série B 2008Copa do Brasil 1995, 2002 e 2009)Torneio Rio-São Paulo 1950, 1953, 1954,

1966 e 2002Campeonato Paulista 1914, 1916, 1922,

1923, 1924, 1928, 1929, 1930, 1937, 1938, 1939, 1941, 1951, 1952, 1954, 1977, 1979, 1982, 1983, 1988, 1995, 1997, 1999, 2001, 2003 e 2009

joelhos. As atenções de todo o mundo se voltaram para o time, que conquistou mais um Paulista e sua terceira Copa do Brasil.

TORCIDADiz o ditado que o Corinthians não é um time que tem

uma torcida, mas a torcida que tem um time. Exagero ou não, desde seu nascimento o clube foi acolhido pela minoria. Mas os cinco operários que se juntaram na noite de 1º de setembro de 1910, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, certamente não imaginaram que plantaram ali a semente de uma nação de mais de 30 milhões de torcedores.

O "corintianismo", acima de tudo, está ligado à fidelidade. Não basta acompanhar o time nas vitórias, é preciso apoiá-lo também nos momentos mais difíceis. Há uma espécie de código de conduta informal nas arquibancadas corintianas. Por ele, não se pode jamais vaiar o time durante os 90 minutos de jogo. É claro que essa regra não é obedecida com rigor, mas é inegável o pacto de lealdade entre a torcida e a equipe durante uma partida, seja ela qual for. Por isso mesmo, essa massa recebe o apelido de Fiel.

UNIFORMIZADAS O Corinthians conta com várias torcidas organizadas, mas

cinco delas se destacam por ter maior quantidade de adeptos e representatividade: a Gaviões da Fiel, que é também a maior do país, com 89 mil associados, a Camisa 12 (22 mil associados), a Pavilhão 9 (9 mil integrantes), Estopim da Fiel (5,5 mil membros) e Coringão Chopp (6,5 mil

POPULARIDADENão causa nenhuma estranheza o fato de o Corinthians

ter participado das maiores audiências de duas emissoras de televisão aberta do país. Em 1995, o SBT obteve 52 pontos na transmissão da final da Copa do Brasil, quando o time enfrentou o Grêmio. E em 2000, a Bandeirantes registrou 53 pontos na final do Mundial de Clubes da FIFA, diante do Vasco.

torcedores). Todas seguem o time onde quer que ele jogue e fazem também trabalhos sociais e culturais.

ESTÁDIOO Corinthians possui um estádio próprio, o Alfredo

Schurig, localizado em sua sede, no Parque São Jorge, e inaugurado em 1928. Mas sua pequena capacidade - comporta cerca de 15 mil pessoas - obrigou o clube a procurar palcos maiores para atender à sua grande torcida. E o principal deles é o estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, que, apesar de ser municipal, ganhou ao longo dos anos a alcunha de "a casa corintiana".

Agora, porém, o Corinthians vai realizar seu sonho mais antigo: terá um estádio próprio, com capacidade para receber sua imensa torcida. A construção da arena no bairro

de Itaquera, em São Paulo, foi anunciada durante as comemorações do centenário.

O projeto original prevê capacidade para 48 mil pessoas, mas existe a possibilidade de aumentar para 70 mil, para que seja o palco da abertura da Copa do Mundo de 2014. As obras devem ficar prontas em 2013, com tempo suficiente para os torcedores se despedirem do Pacaembu, que ficou conhecido como "a casa corintiana" por sete décadas.

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especial

AlimentosFuncionais

Texto escrito a convite da GOLpela nutricionista Michelle Parreira

A importância de uma alimentação balanceada, para o bom funcionamento do organismo.

Alimentos funcionais são aqueles alimentos ou ingredientes que, além das funções nutricionais básicas, quando consumidos como parte da dieta usual, produzem efeitos metabólicos, fisiológicos e/ou benéficos à saúde.

Eles devem ser seguros para consumo sem supervisão médica e sua eficácia e segurança devem ser asseguradas por estudos científicos.

Atualmente, os brasileiros enfrentam crescente aparecimento de doenças crônicas degenerativas por conta de um estilo de vida desequilibrado. Entretanto, uma alternativa expressiva no combate às doenças e, que vem conquistando espaço, são os alimentos funcionais. Com nutrientes capazes de fornecer além da nutrição básica, os alimentos funcionais têm desempenho terapêutico específico à saúde.

A Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais mostra que no Brasil este setor tem crescido a um ritmo de 20% ao ano. Vários novos produtos estão para chegar no mercado, como por exemplo: mortadelas ricas em fibras e teor reduzido de gordura, iogurtes e barras de cereais que prometem inibir o apetite, leite com melatonina que auxilia no combate à insônia, iogurte ricos em ômega 3 e com extrato de chá verde, vitamina E e óleo de borragem que podem prevenir o envelhecimento.

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Abaixo alguns destaques de alimentos considerados funcionais:

Soja

Estudos demonstram que, além de possuir alto valor nutricional, a soja auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose e diabetes. Veja como ela pode agir em nosso corpo:

Coração: a ingestão de proteína de soja reduz a taxa do mau colesterol (LDL). As gorduras predominantes no grão de soja são as poli-insaturadas e as monossaturadas, que não provocam obstrução de artérias.

Mama e próstata: os fitoestrógenos, substâncias químicas presentes na soja e semelhantes ao hormônio feminino, reduzem o risco de câncer de mama e de próstata.

Ossos: os fitoestrógenos podem aliviar sintomas decorrentes da falta de hormônios na menopausa e retardar a osteoporose.

Intestino e pâncreas: suas fibras ajudam no funcionamento do intestino e na redução dos níveis de glicose no sangue de diabéticos.

O efeito anticarcinogênico da soja é atribuído aos inibidores da protease, porém, as isoflavonas parecem ser os

NOVA DESCOBERTA

Grão de Bico

Atualmente, uma outra leguminosa prestigiada segundo a revista científica internacional Journal of Archaeological Science, que divulgou recentemente um trabalho de pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Universidade de Haifa, ambas em Israel, exaltando suas propriedades, é o grão de bico, sendo boa fonte de ferro.Por aqui, nossos cientistas também dão seu aval ao grão de bico, sendo boa fonte de carboidratos e proteínas. A Embrapa, empresa brasileira dedicada ao estudo e ao desenvolvimento agropecuário, atribui o alto teor protéico a uma combinação de aminoácidos. Entre eles, a estrela é o triptofano, que aparece em grandes quantidades. Essa substância é usada pelo organismo para a produção de um neurotransmissor chamado serotonina, responsável pela ativação dos centros cerebrais que dão sensação de bem estar, satisfação e confiança.Boas doses desse composto resultam ainda em diversos efeitos fisiológicos, como maiores taxas de ovulação e melhora no padrão de desenvolvimento das crianças.

mais proeminentes anticarcinogênicos da soja. Os outros benefícios, além dos correlacionados com a

sua ação contra o câncer, derivam principalmente da sua ação antioxidante, protegendo o organismo contra os danos celulares que levam ao envelhecimento. O teor de isoflavonas varia segundo a cor da soja, a parte morfológica da mesma (cotilédone, hipocotilédone e casca), a variedade (fatores genéticos) e as condições ambientais de cultivo (temperatura, umidade e solo).

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60 Revista GOL

Neste período há uma maior necessidade de todos os nutrientes básicos para a manutenção da nutrição,

saúde materna e garantia do adequado crescimento e desenvolvimento do feto. Vários nutrientes são

indispensáveis na gestação, entretanto o ácido fólico se destaca por ser uma vitamina do complexo B que

auxilia na formação do tubo neural, dos tecidos, no crescimento celular, no desenvolvimento do embrião e

ainda estimula a formação dos ácidos digestivos. Os alimentos funcionais que vão fornecer este nutriente à

mãe são os vegetais de folhas escuras como espinafre, rúcula, brócolis, escarola, agrião e também os

legumes, frutas cítricas e grãos integrais.

O leite materno é considerado o primeiro alimento funcional que o indivíduo recebe. Um alimento que

garante o crescimento e desenvolvimento da criança e tem todos os nutrientes que o bebê necessita nos

primeiros meses de vida, sem precisar de qualquer tipo de alimento até os seis meses de vida. Estudos

mostram que crianças amamentadas com leite materno vão ter um colesterol mais controlado na fase adulta

evitando o surgimento de diversas doenças.

Um intestino saudável é fundamental nesta fase para que a absorção de vitaminas e minerais seja

suficiente para o desenvolvimento da criança. Um alimento funcional, que estimula o crescimento intestinal

das bactérias consideradas boas, o bom funcionamento do intestino e consequentemente aumenta as

defesas do organismo, são os prebióticos. A chicória, cebola, alho, alho poró, alcachofra, aspargo, cevada,

banana, centeio, grão de soja, mel, grão de bico, tremoço, tomate e açúcar mascavo são alimentos

prebióticos.

É o segundo período da vida em que o crescimento tem sua velocidade máxima, com grande atividade

dos hormônios sexuais devido ao estirão de crescimento. É na adolescência que se ganha 25% da altura e

50% do peso final. Nesta fase também é onde ocorre o pico de formação de massa óssea, por isso, a

necessidade de se fornecer uma quantidade ideal de alimentos ricos em cálcio tanto em meninos quanto em

meninas.

Um problema que muitas vezes aparece nesta fase da vida, nas mulheres é a tensão pré-menstrual. Os

sintomas envolvem mudança de humor, irritabilidade, depressão, cansaço, cefaléia e outros. Já se sabe que

os níveis de serotonina, um neurotransmissor ligado à sensação de prazer, diminuem nesta fase causando a

depressão e aumentando a vontade de comer doce. Portanto, uma dieta equilibrada com alguns alimentos

funcionais pode amenizar e até combater esses sintomas. As isoflavonas da soja podem ser benéficas no

tratamento da síndrome pré-menstrual, mais especificamente na redução da enxaqueca, sensibilidade

mamária, cólicas e inchaço.

No caso dos homens, é na fase adulta que eles começam a se preocupar com a saúde do coração, pois a

suscetibilidade de doenças cardiovasculares é maior neste período devido ao grande estresse do dia-a-dia,

alimentação inadequada e sedentarismo.

O consumo de alimentos ricos em antocianinas, que se caracterizam pela cor arroxeada (uva, jabuticaba,

Alimentos funcionais para cada fase da vida: da gestação à terceira idade

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morango, cereja, ameixa, açaí, beterraba berinjela), é fundamental para a proteção do coração, pois são

altamente antioxidantes e anti-inflamatórias.

Cerca que de 15% de pessoas com 65 anos ou mais desenvolvem doenças de Alzheimer a cada ano e a

memória é a mais prejudicada pela diminuição de neurotransmissores, regressão de neurônios e redução do

fluxo sanguíneo.

Uma vitamina importante nesta fase é a colina, fundamental para o desenvolvimento cerebral humano,

com atuação relacionada à função da memória. Dentre os alimentos ricos em colina, estão a lecitina de soja,

o bife de fígado e a gema de ovo. Contudo, os especialistas afirmam que a lecitina de soja é uma das fontes de

colina mais bioativas do nutriente, além de ser natural e não conter colesterol.

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Um novo ano se inicia,com ele nossas esperanças e novos sonhos.Que o amor, a fé e a esperança estejam presentes em cada um de nós e que a cada novo dia estejamos iluminados!

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62 Revista GOL

Fonte: www.embrapa.com.brSociedade Brasileira de Alimentos FuncionaisJournal of Archaeological Science (www.elsevier.com/locate/jas)

Conheça alguns alimentos que possuem algumas propriedades benéficas ao nosso organismo:

Betacaroteno

Ajuda a diminuir o risco de câncer.

Quando ingerimos gorduras e proteínas, o betacaroteno se converte em vitamina A, protegendo as células do envelhecimento.

Abóbora, cenoura, mamão, manga, damasco, espinafre, couve.

Isoflavonas

Atenuam os sintomas da menopausa.

Por ter uma estrutura química semelhante ao estrógeno (hormônio feminino), aliviam os efeitos de calor e cansaço da menopausa e da tensão pré-menstrual.

Soja e seus derivados.

Licopeno

Está relacionado à diminuição do risco de câncer de próstata.

Evita e repara os danos dos radicais livres que alteram o DNA das células e desencadeiam o câncer.

Tomate e seus derivados, além de beterraba e pimentão.

Ômega 3

Diminui o risco de doenças cardiovasculares.

Reduz os níveis de triglicerídeos e do colesterol total do sangue, sem acumulá-los nos vasos sanguíneos do coração.

Peixes de água fria, como salmão e truta, e óleo de peixes.

Flavonóides

Diminuem o risco de câncer e atuam como anti-inflamatórios.

Anulam a dioxina, substância altamente tóxica usada em agrotóxicos.

Suco natural de uva e vinho tinto, além de alimentos como café, chá verde, chocolate e própolis.

Probióticos

São microorganismos vivos que ajudam no equilíbrio da flora intestinal.

Impedem que bactérias e outros microrganismos patogênicos se proliferem no intestino.

Iogurtes e leite fermentado.

O que faz:

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Como age:

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Por: Michelle Parreira de Campos Nutricionista - CRN3 16180Contato: (11) 7668-3497

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63 Revista GOL

Empresas do

Simples Nacionalpodem parcelar débitos

Saiba os procedimentos adequados para integrar o programa do Governo Federal que disponibiliza vantagens aos micros e pequenos empresários, em entrevista com Dr. Erick Rodrigues Ferreira de Melo e Silva.

Muitas empresas pagam impostos e tributos de forma exagerada. O Simples Nacional oferece vantagens ao micro-empreendedor e a GOL – A Revista de Esportes do Grande ABC – foi buscar informações que podem ser úteis a você que já possui uma pequena empresa ou quer iniciar um negócio próprio. Acompanhe a entrevista exclusiva da GOL, que esclarece algumas duvidas muito relevantes, neste fascinante mundo do empreendedorismo. Confira!

ORIENTACOES

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64 Revista GOL

Revista Gol: Muito se houve falar em “Empresas no Simples”. Que tipo de empresas são essas?

Dr. Erick: As empresas do Simples Nacional são aquelas dotadas de regime tributário diferenciado e simplificado, previsto na Constituição Federal e na Lei Complementar 123/2006, que veio regular o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional, aplicável exclusivamente às microempresas (ME) e às empresas de pequeno porte (EPP), representando em torno de 99% das empresas em funcionamento no Brasil.

Gol: Quais os benefícios que essas empresas têm em relação às demais?

R: As empresas integradas ao Simples Nacional possuem uma carga tributária reduzida, comparada aos demais regimes tributários. Há também uma redução considerável no tocante aos encargos previdenciários.

Gol: Quais são os requisitos para se tornar uma empresa do Simples Nacional?

R: Atualmente existe um teto de faturamento para se integrar a esse regime tributário: microempresas devem ter um faturamento máximo anual de até R$ 240 mil e, empresas de pequeno porte, um faturamento de até R$ 2,4 milhões. Outro requisito importante, o qual atualmente vem sendo discutido no Congresso Federal, se refere às empresas que em razão da atividade desenvolvida não podem integrar esse regime tributário, mesmo que respeitem o limite de faturamento imposto pela legislação. Existe um projeto de lei em discussão, permitindo que todas às atividades possam aderir ao Simples Nacional, desde que respeitem o teto máximo de faturamento.

Gol: Com uma carga tributária menor em relação a outras empresas, não existe uma “concorrência desleal” no mercado?

R: Na verdade, existia essa “deslealdade” antes de se regular o Simples Nacional, pois uma empresa com 10/15 funcionários e que faturava em média R$1,5 milhão ao ano, tinha a mesma carga tributária de uma empresa com 500/1.000 funcionários e um faturamento de R$20 milhões. O Simples Nacional, ao nosso ver, veio regular e acabar com essa disparidade.

Gol: Muito se houve falar que empresas no Simples não podem atrasar impostos, senão perdem o benefício. Isso é verdade?

R: De acordo com a Lei 123/06, uma das causas de exclusão do Simples Nacional é a falta de pagamento de impostos. Inclusive, desde o mês de maio/2010, a Receita Federal do Brasil está apresentando aos contribuintes optantes pelo Simples Nacional uma tela de “Aviso de Cobrança”, com informações sobre a existência de débitos relativos aos anos-calendário 2007 e/ou 2008. Conforme dito, um dos motivos de exclusão do Simples Nacional ocorre quando estes

contribuintes possuem débitos tributários (IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS/PASEP, CPP, ICMS e ISS), sendo a exclusão formalizada por meio do termo de exclusão (Ato Declaratório Executivo). Para que os contribuintes possam continuar no programa deve-se regularizar a totalidade dos débitos que motivaram a emissão do termo de exclusão, pagando a totalidade da dívida de uma só vez.

Gol: Mas e se a empresa não tiver condições de pagar á vista essa dívida?

R: É exatamente nesse ponto onde reside, ao nosso ver, a parte negativa em ser optante pelo Simples Nacional. De acordo com entendimento da Receita Federal do Brasil (RFB), as Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte optantes pelo programa não têm direito a concessão de parcelamento de seus débitos, sob o argumento que não existe previsão legal. Sem ter condições financeiras de quitar suas pendências tributárias de uma só vez, muitas empresas em inadimplência são levadas à exclusão deste regime tributário simplificado, sujeitando-se, assim, às normas de tributação aplicáveis às demais empresas. Contudo, sob o nosso ponto de vista, os contribuintes que necessitam parcelar seus débitos para permanecer neste regime, devem requerer esse parcelamento perante o Poder Judiciário.

Gol: Então os senhores acreditam que existe a possibilidade de conseguir um parcelamento desses débitos através do Poder Judiciário?

R: Sim. O parcelamento ordinário de débitos federais, instituído pela Lei 10.522/2002, prevê que os débitos de qualquer natureza poderão ser parcelados em até 60 (sessenta) parcelas mensais, podendo ser utilizado por qualquer empresa em dificuldade e com pendências tributárias. Essa lei não faz qualquer distinção sobre a empresa ou á respeito de sua opção de regime de tributação (lucro presumido, lucro real ou simples nacional). A corroborar, a Lei Complementar 123/2006 também não veda que as empresas do Simples possam gozar do direito de requerer o parcelamento de seus débitos.

Gol: Então esse parcelamento concedido pelo Pode Judiciário garantirá ás empresas a manutenção do regime tributário?

R: Sim. As empresas optantes podem (e devem) se socorrer do Poder Judiciário para obter o direito ao parcelamento ordinário de débitos junto a Receita Federal do Brasil, para garantir a manutenção em tal regime tributário. Além disso, estas empresas não terão seu CNPJ incluídos no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal – CADIN (impedindo operações de crédito, incentivos fiscais e financeiros), inscrição em Dívida Ativa dos débitos e sua respectiva cobrança judicial via ação de execução fiscal.

Page 65: Revista Gol #07

acesse: www.abduniao.com.br

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visitante clicar na sua logo marca irá direto para o site

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Criou uma rede credenciada para as empresas que

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de pagamento, é exigido uma condição especial para

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exposto no portal.

IV – Estação da Fama – é um programa de

entrevista, com apresentação de João Gonçalves

Diretor da Revista Gol, exibido na NET cidade, canal 27

e na TV ABDU em vídeos 24 horas por dia. As

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Page 66: Revista Gol #07

66 Revista GOL

A palavrado Presidente

João Gonçalves de Sousa - Presidente da Associação Brasileira de Desportos União - ABDU

oje eu gostaria de falar sobre o poder. Um dia desses um Hamigo me perguntou se eu

gostaria de ser poderoso, devido às ações sociais que eu pratico. Eu não tive dúvidas em lhe dizer que não. Eu quero ser uma pessoa acessível, nobre com minhas atitudes. E me fez lembrar um fato ocorrido numa cidadezinha do interior do Piauí. Ali viveu um homem nobre, de fácil acesso para todos, que depois de alguns anos ali naquela cidade se formou em medicina, e continuou praticando o bem. Sempre foi um homem respeitado por todos. Um dia, resolveu se candidatar a prefeito da cidade, desobedecendo a

ordem cronológica do conhecimento, e mesmo assim as pessoas daquela cidade acreditaram nele e o elegeram. A partir daquele dia ninguém mais conseguia ter acesso a ele. Tudo era resolvido por seus assessores. Ninguém mais o via na cidade, e, quando era visto, estava sempre rodeado de assessores e segurança. Em um determinado dia, ao fazer uma visita de rotina à capital Teresina, bateu com o seu carro blindado de frente com uma carreta, e não resistiu aos ferimentos, falecendo no local. Não restando outra alternativa, no dia seguinte seus assessores e seguranças trouxeram seu corpo para ser velado na

Câmara Municipal de sua cidade natal, permitindo assim que as pessoas dessem o último adeus ao nobre homem que alcançou o poder. E foi um dia muito triste, pois as pessoas lamentavam a falta do seu abraço, que um dia lhes serviu de conforto. Eu aprendi muito com aquele fato, e não sei por que razão o meu amigo se emocionou várias vezes enquanto eu narrava esta história. Mas foi uma forma de responder sua pergunta com a mais profunda verdade.

Eu gostaria de dedicar esta história aos garotos da ABDU, que buscam tanto o poder. Lembrem–se: são as pessoas que dão e tiram o poder!

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PASTELPASTELDA

CIDADE

Após o tremendo sucesso no litoral paulista, os pastéis de Bertioga também estão no ABC Paulista, na cidade de São Bernardo do Campo. Nosso quiosque de esquina com teto de palha e banquinhos de madeira está instalado ao lado de um estacionamento e encontra-se (ao invés de “está”, para não repetir termo) sempre lotado. O atrativo são os pastéis gigantes, de 32 centímetros de comprimento e farto recheio (250 gramas).

Franquia da famosa pastelaria de Bertioga, a casa é comandada por Meire Cristina Marchiani. O ambiente é agradável, rodeado por vasos de plantas, e as garçonetes uniformizadas atendem os clientes nas mesas.

O cardápio traz mais de trinta sabores. Entre os mais pedidos estão o de bacalhau, camarão, palmito e o portuguesa (com presunto, queijo, ovo e azeitonas). O cliente também pode pedir ingredientes extras. A massa é trazida da matriz, no litoral, mas os recheios são feitos na casa.

Para adoçar o paladar, há pastéis de chocolate com morango e de doce de leite com abacaxi. Para as crianças, a casa oferece os canudos kids, pastéis menores em forma de cânula servidos em seis versões. Para beber, há cerveja, sucos, refrigerantes, caldo de cana e água de coco. Utilizamos somente produtos com qualidade renomada em nosso mercado, com isso o preparo de nossos recheios é indiscutivelmente superior.

Alguns produtos utilizados em nossos recheios: Nestlé, Batavo, Catupiry, Knorr, Bunge, Sadia, Aurora, Farinha Sol, dentre outros.

www.pasteldebertioga.com.br

Unidade I: Rua Frei Gaspar, 29, CentroSão Bernardo do Campo, São PauloFone: (11) 4338-2442

Unidade II: Rua Caminho do Pilar, 869, Vila GildaSanto André, São PauloFone: (11) 4432-4281 / (11) 4436-0664

Horário de Funcionamento:Terça a Sábado das 11h às 22h30Domingo das 18h às 22h30

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