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ário

Propriedade:Federação do Setor FinanceiroNIF 508618029

Correio eletrónico:[email protected]

Diretor:Delmiro Carreira – SBSI

Diretores Adjuntos:Aníbal Ribeiro – SBCCarlos Marques – STASHorácio Oliveira – SBSIMário Mourão – SBN

Conselho editorial:Firmino Marques – SBNPatrícia Caixinha – STASRui Santos Alves – SBSISequeira Mendes – SBC

Editor:Elsa Andrade

Redação e Produção:Rua de S. José, 1311169-046 LisboaTels.: 213 216 062/090Fax: 213 216 180

Revisão:António Costa

Grafismo:Ricardo Nogueira

Execução Gráfica:Xis e Érre, [email protected] José Afonso, 1 – 2.º Dto.2810-237 Laranjeiro

Tiragem: 65.500 exemplares(sendo 4.500 enviados porcorreio eletrónico)Periodicidade: MensalDepósito legal: 307762/10Registado na ERC: 125 852

Ficha Técnica

29l Bancários Norte

l Bancários Centro20

l Bancários Sule Ilhas

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l STAS ActividadeSeguradora

23

dossiê: 35 anos da UGTDiálogo social segue dentro de momentos 4Pedro Mota Soares: "Desafio aceite" 4União sindical ibérica 6Plano Marshall para a Europa 7Sindicatos europeus têm de ser a voz dos trabalhadores 8

SINDICAL l OE 2014Cortes remuneratórios no setor financeiro 9

SINDICAL l Fundo de PensõesCredibom 10

SINDICAL l Conferência FebaseDebater o futuro do sindicalismo 11

QUESTÕES l JurídicasAcórdão sobre alteração ao Código do Trabalho 12

TEMPOS LIVRES l NacionalKarting: Corrida emocionante vale título a Alex Pires 16Snooker: João Chumbinho campeão invicto 17Xadrez: António Fernandes revalida título 17Pesca de mar: Dobradinha para José Ferreira Azevedo 18King: Caetano Moço arrecada troféu 18

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l EDITORIAL

Se é verdade que os trabalhadores do setor financeiroportuguês têm vindo a ser impiedosamente vergasta-dos com os mais variados problemas oriundos das

sucessivas ondas de choque provocadas pela crise que seinstalou na economia real, o momento presente é, semsombra de dúvida, o mais difícil de todos eles.

No momento em que a presente edição da Revista FEBASEé publicada, o exemplo mais paradigmático será, inquestio-navelmente, protagonizado pelo Millennium bcp.

Temos de convir que para a FEBASE este constitui umdesafio de enormes proporções, pelo que estamos fixadosnaquele que se nos afigura o mais nobre de todos os objetivos:tudo fazer para não permitirmos que se abram as portas dosdespedimentos coletivos.

Perdoe-se-me que pessoalize um pouco o sentimento quena circunstância nos assola – mas que certamente é partilha-do por todos os meus companheiros – e que se encontra bemplasmado na célebre frase do poeta francês Jean Cocteau:"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez".

Pois, neste caso e para mim – para nós –, não há impossíveispara impedirmos a saída maciça de trabalhadores do BCP. Comonos é apanágio, o privilégio é sempre endereçado para oscaminhos da negociação e do diálogo. Preferimos a tarefa árduada construção, deixando para outros o ónus da destruição.

Para além do mais, e apesar de todas as diligências que aFEBASE possa desenvolver aos mais diversos níveis, aconse-lhará os seus Sindicatos a que não tomem qualquer decisãosem previamente auscultarem os trabalhadores daquelainstituição de crédito. De resto, estou certo que os Sindicatosda FEBASE acolherão de bom grado todas as sugestões quelhes sejam enviadas pelos trabalhadores interessados.

Por isso apelo aos trabalhadores do BCP, que se encontrama atravessar este momento tão difícil – para eles e para osrespetivos agregados familiares –, no sentido de procuraremencontrar a serenidade possível, uma vez que não estãosozinhos: os Sindicatos da FEBASE tudo continuarão a fazerpara salvar o maior número de postos de trabalho, encontran-do-se por isso completamente envolvidos no acompanha-mento de todo o processo.

TEXTO: MÁRIO MOURÃO

Não há impossíveis para impedirmosa saída maciça de trabalhadores do BCP.

Como nos é apanágio, o privilégioé sempre endereçado para os caminhosda negociação e do diálogo. Preferimos

a tarefa árdua da construção, deixandopara outros o ónus da destruição

Tudo faremos para não abrir portasaos despedimentos coletivos

Para finalizar a abordagem a esta situação que se vive noBCP, quero deixar bem claro – para que dúvidas não sobejem– que a mesma em situação alguma poderá contaminar osoutros bancos. Por outras palavras: se se concretizar algumacordo com o BCP, essa será uma exceção. Que terá de sersempre interpretada como tal e que, como tal, apenas servirápara confirmar a regra vigente nas relações existentes entreSindicatos e instituições de crédito. Não constituirá umprecedente: apenas um parêntesis. Que ninguém se iluda. OsSindicatos não permitirão quaisquer tipos de extrapolações.

Como no início referi, a cada momento se aprofunda acomplexidade da situação que Portugal atravessa. O Orça-mento do Estado para 2014 aí está, para lançar ainda maisuma cortina de perplexidade sobre o nosso futuro imediato,lançando cortinas de fumo em duas direções perigosas: porum lado, cava ainda mais fundo o caminho da austeridade;por outro, propõe medidas que, a serem declaradas incons-titucionais, vão suscitar um aumento do ruído e da inquieta-ção que grassam a nível nacional e que voltarão a terrepercussões além-fronteiras.

Ora, com um setor financeiro também ele inquieto, quemmais paga, quem mais sofre, são os trabalhadores. E é precisa-mente por isso que se lhes reclama maior sentido de unidade,tamanhas são as adversidades com que estamos confrontados.

Mas essa unidade deve ser construída e consolidada emtorno das suas associações representativas, para que oesforço se não perca. Por isso, os Sindicatos verticais do setorbancário (do Norte, do Centro e do Sul e Ilhas), e os do setorsegurador (STAS e SISEP), institucionalizados na FEBASE, en-contram-se capacitados para capitalizar as sinergias resul-tantes da unidade dos trabalhadores, atuando em duasvertentes, que se movem simultaneamente: por um lado,lutando pela manutenção dos postos de trabalho; por outro,impedindo que haja retrocessos nos acordos celebrados comas entidades patronais.

Não é demais repetir: o momento é difícil. Exige responsa-bilidade e contenção. Mas firmeza. Cá estamos e cá estare-mos para honrar os nossos compromissos para com ostrabalhadores.

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SINDICAL l Atualidadedossiê

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Governo compromete-se com a Central Sindical

No dia 28 de outubro de 1978 nascia oficialmentea União Geral de Trabalhadores. Trinta e cinco

anos depois, a efeméride foi assinaladacom nostalgia e confiança no futuro, mas

na certeza de que o papel da Central nunca foi tãofundamental como agora – e por isso, embora

privilegie o diálogo não abdica de ser a vozda indignação e da revolta dos portugueses.O Governo, pela voz do ministro Pedro Mota

Soares, aceitou o repto de Carlos Silvae comprometeu-se a dinamizar a concertação social

Foi ao som da liberdade que se inicia-ram as comemorações do 35.º ani-versário da UGT. Com os acordes

saídos da guitarra de Carlos Alberto Moniz,as mais de duas centenas de pessoas quemarcaram presença reviveram músicasimportantes do passado mas que, pelariqueza das suas letras aliadas ao difícilmomento que o país atravessa, se tornambastante atuais.

A data foi assinalada ao longo de todo odia, com um painel composto por persona-lidades importantes do mundo sindical a quese juntaram outras ligadas à concertaçãosocial. Além disso, realizou-se uma confe-rência subordinada ao tema "Um PlanoMarshall para a Europa. Desafio ou Utopia?".

Coube à presidente da UGT a honra deinaugurar a sessão solene. Lucinda Dâ-maso começou por referir o simbolismoe emoção deste dia e homenageou osfundadores da Central: "Só é possívelestarmos aqui hoje porque há 35 anosum grupo de grandes democratas donosso País entendeu ser fundamental,imprescindível e necessário a constitui-ção de uma central sindical democráticae plural ao serviço dos trabalhadores".

Além de agradecer a todos os queajudaram a construir a UGT, Lucinda Dâ-maso deixou uma palavra de apreço aJoão Proença. "Muito obrigada por tudoaquilo que me ensinou ao longo de todaa minha vida sindical".

A presidente referiu que a UGT "emnenhum momento se desviou dos seusvalores fundamentais" e atuou e atuarásempre "em defesa dos valores e princí-pios do sindicalismo democrático".

"Temos toda a consciência de que sãograndes os desafios e as lutas que temospela frente. Mas muito mais forte é anossa convicção de que a UGT será, maisuma vez, capaz de vencer", concluiu.

"Trabalhadores são um exemplo"

O secretário-geral adjunto da Confede-ração Sindical Internacional (CSI), JaapWienen, deu os parabéns à UGT e deixourasgados elogios: "Durante estes 35 anos

Oministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social esteve presenteno aniversário em representação do Primeiro-Ministro e não poupouelogios à atuação da Central Sindical. "São 35 anos de uma matriz

diferenciada, de um sindicalismo democrático em que o diálogo social é a viaprivilegiada para a construção da defesa dos trabalhadores. A sua postura respon-sável está espelhada numa atividade sindical com sentido de Estado e com sentidode compromisso que muito tem valido a Portugal em sucessivos acordos".

Para Mota Soares, o momento que o País atravessa não é fácil, mas o diálogocom a UGT "tem permitido ao Governo fincar pé a muitas das exigências que oscredores nos têm pretendido impor".

O ministro afirmou ainda que uma das vias para ultrapassar as dificuldadespassa pelo trabalho, daí ser importante continuar a apostar em políticas ativasde emprego e de combate ao desemprego jovem. E respondendo diretamentea Carlos Silva, Pedro Mota Soares foi perentório. "Se o desafio é dinamizarmos aconcertação social, quero dizer-lhe: desafio aceite", concluiu.

Pedro Mota Soares: "Desafio aceite"

Diálogo social segue dentro

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35 anos da UGT

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TEXTOS: PEDRO GABRIEL

enfrentaram dificuldades e sucessos. Avossa contribuição para a consolidaçãoda democracia em Portugal tem sidoimportante, não só para o País e os seuscidadãos, mas também como exemplopara outras centrais sindicais".

Jaap Wienen centrou a sua intervençãona relação dos cidadãos com os governan-tes, referindo que as políticas atuais são acausa da perda de confiança das popula-ções. "As escolhas políticas dos governan-tes tornam-se mais claras em tempos decrise, com cortes nos serviços públicos, naeducação, na saúde, ao mesmo tempo queos interesses económicos são salvaguar-dados. Estas escolhas levam a que oscidadãos se sintam abandonados pelosseus líderes políticos".

É aqui que o papel dos sindicatos setorna importante embora, nas palavrasdo secretário-geral adjunto, seja bastan-te complicado às organizações sindicaismanterem o seu papel quando muitasvezes nem são consultadas. Emborarespeitados como parceiros sociais, tor-na-se difícil pedir aos sindicatos que de-monstrem compreensão por medidas deausteridade, uma vez que "as institui-ções financeiras tentaram maximizar olucro a qualquer custo e depois dos seusfalhanços são os cidadãos que pagam opreço desse comportamento indecente".

O secretário-geral adjunto da CSI termi-nou a sua intervenção afirmando que "a UGTPortugal é o exemplo vivo de uma centralsindical que sempre participou no diálogosocial, que mostrou responsabilidade paracontribuir para a sociedade. Mas fez tam-bém escolhas claras para mostrar o poder

dos trabalhadores quando os líderes políti-cos não mostraram o devido respeito".

Europa social é o objetivo

As primeiras palavras que BernadetteSégol dirigiu à plateia foram, para surpre-sa dos presentes, em português e servi-ram para agradecer o convite que a UGTendereçou à secretária-geral da Confe-deração Europeia de Sindicatos para es-tar presente nesta comemoração.

Ségol começou por definir a CES comoum sindicato europeu porque "tal desig-nação mostra imediatamente o que so-mos, o que fazemos e porque o fazemos".

Ao longo da sua intervenção, Bernadet-te Ségol usou várias vezes a palavra união,não se coibindo de afirmar que, num mun-do cada vez mais globalizado, o futuro teráde ser alcançado em conjunto pelos paíseseuropeus. Esse desejo foi o mote para asecretária-geral apelar a uma nova defini-ção para o espaço europeu. "Uma Europasocial não é só uma Europa de mercadolivre, não é a Europa de David Cameron ouda troika, mas sim de normas comunsvinculativas onde a proteção social, osalário mínimo, a lei social não são obstá-culos para a economia ou a competitivida-de. Bons salários, empregos decentes,diálogo social são essenciais para o pro-gresso social, que deve ser o objetivo deuma boa economia", explicou.

Os cidadãos já tiveram um leve sabordessa Europa que, para Ségol, "apareceuantes do capitalismo de casino nos atirarpara uma grave situação económica queos trabalhadores são obrigados a pagar".

A secretária-geral da CES aponta a re-cuperação económica como o único ca-minho para o crescimento mas, para tal,é necessário um plano de recuperaçãoeconómico. "Precisamos de acabar com aausteridade e partir para o crescimentosustentado. Para atingir este objetivoprecisamos de uma visão a longo prazodo que a União Europeia deve ser".

Bernadette Ségol deixou a certeza deque os sindicatos continuarão a lutar e aser a voz dos trabalhadores e concluiu asua intervenção novamente em portu-guês: "Coragem e força à UGT e a todos ostrabalhadores portugueses".

"Poder político foi capturadopelo poder financeiro"

O presidente do Conselho Económico eSocial (CES) marcou igualmente presençana sessão solene dos 35 anos da UGT. JoséSilva Peneda destacou o papel dos sindi-catos ao longo dos anos e a sua importân-cia na construção das sociedades moder-nas. "A UGT soube construir, em momen-tos decisivos, formas de diálogo que serevelaram muito importantes no de-senvolvimento da sociedade portugue-sa. É um património que soube conquis-tar com inteligência e perseverança emmomentos muito complicados".

Falando especificamente para JoãoProença, o presidente do CES revelouque, por vezes, seria mais fácil desistire fazer apenas contestação. "De umaideia inicial que parecia negativa con-

de momentosNo final da sua intervenção, Carlos Silva deixou palavras

elogiosas ao seu antecessor, relevando o papel de JoãoProença nestes 35 anos da UGT.

Foi um dos momentos do dia. João Proença foi surpreendidocom uma homenagem especial. Convidado a dirigir algumaspalavras à plateia, começou por agradecer a todos pelotrabalho que foi feito nestes anos. "O trabalho da UGT é umtrabalho conjunto, solidário entre dirigentes, entre trabalha-dores, e esteve sempre presente. É essa a história da UGT.Muito foi feito, infelizmente muito falta fazer".

O antigo secretário-geral terminou a sua intervençãoafirmando que não há democracia sem sindicatos livresporque "neste momento, mais do que nunca, Portugal precisade um movimento sindical forte e reivindicativo".

Enorme aclamaçãopara João Proença

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segue-se dar a volta e pelo menostransformá-la para que não seja tãonegativa como parecia à partida. E issoé uma capacidade que é rara encontrarem dirigentes políticos e sindicais".

A situação que é vivida atualmentenão só em Portugal mas em toda aEuropa tem uma causa muito simples:a captura do poder político pelo poderfinanceiro. "Esse é o aspeto mais mar-cante dos últimos anos na evolução dassociedades, não só na europeia mastambém em todo o lado", afirmou SilvaPeneda, acrescentando que o sistemapolítico falhou, pois "não foi capaz deregular, fiscalizar e disciplinar o siste-ma financeiro".

Para o presidente do CES, o modeloque vigorou até ao início da crise encon-tra-se esgotado do ponto de vista eco-nómico, sendo necessária a construçãode um novo modelo assente em trêspontos-chave: equilíbrio das contaspúblicas, crescimento económico e re-forma do Estado. "Isto obriga à constru-ção de um programa com duas caracte-rísticas: tem de ser credível face aosnossos credores e tem de gerar confian-ça nos agentes económicos e sociais",explica Silva Peneda, ao acrescentarainda ser preciso, pelo menos, umadécada para reformular a estrutura daeconomia portuguesa. Além disso, temde ser feito de forma gradual e benefi-ciar da coerência e compromisso entreos parceiros sociais.

Manter aberta a via do diálogo

A penúltima intervenção da manhãcoube ao homem que comanda hoje osdestinos da central sindical. Carlos Silvacomeçou por afirmar que, no períodomais difícil em quase 40 anos de demo-cracia, "a UGT sempre pautou a sua inter-

venção de forma responsável assumindoo diálogo e a negociação como armaspreferidas para atingir os seus objetivos:a defesa dos direitos dos trabalhadoresportugueses. Nunca foi nossa opção aluta pela luta mas sempre uma atuaçãoconsentânea com o espirito de compro-misso na obtenção de acordos que salva-guardem os esforços dos nossos sindica-tos e dos trabalhadores que representa-mos".

O secretário-geral afirmou que cabe àUGT "ser a voz da indignação e da resis-tência" numa altura em que as famíliassão fortemente penalizadas pela propos-ta de Orçamento do Estado.

"Sem deixar cair […] a via do diálogo e danegociação, temos o dever de expressarcom veemência que rejeitamos políticasde ultra-austeridade que não beneficiam opaís", afiançou, numa declaração que rece-beu a primeira grande ovação da plateia.

Para Carlos Silva, o Orçamento do Estadorecentemente apresentado não é amigodo emprego nem estimula o crescimentoeconómico. "Não há confiança na econo-mia. Sem confiança como é possível que osempresários portugueses invistam? Quemcompra? Como se estimula o mercadointerno? Que rendimento dispõem as famí-lias para reforçarem o consumo? E se nãohá investimento, como é possível que secriem empregos?", questionou.

Dirigindo-se ao ministro Pedro MotaSoares, Carlos Silva fez saber que a UGT

rejeita o plano de convergência dos siste-mas de pensões da Caixa Geral de Apo-sentações e da Segurança Social, reafir-mando que a Central Sindical não teráuma posição de comodismo ou submis-são face a esta matéria.

O secretário-geral deixou um apelo àfiscalização sucessiva do Orçamento, an-tes de defender o papel do Tribunal Cons-titucional como órgão legítimo da demo-cracia portuguesa. "Não concordamos comalguns acórdãos até hoje produzidos, mastal não nos levou a criticar o poder judicialcomo outros têm feito de forma desele-gante, sobretudo tendo em conta as res-ponsabilidades políticas que têm ou tive-ram no País. E ainda mais criticável foialgumas instâncias internacionais teremalinhado em críticas concludentes".

Apelo ao Governo

Antes de concluir, o líder da UGT deixouuma mensagem de esperança: "A nossaluta é por um futuro melhor, que cada vezse afigura mais distante. Mas se o cenárioé de manifestações e de greves, queroreafirmar que manteremos o nosso espí-rito de diálogo na procura de soluçõespara o nosso País, seja com o Governo,seja com os parceiros sociais".

E a Pedro Mota Soares lançou um apelo:"Faça funcionar a CPCS. O País precisa deuma concertação social forte, ágil, porqueas soluções nunca estão só de um lado."

Carlos Silva, Mota Soares, João Proençae Oliver Roethig trocam impressões

Febase - Os despedimentos no setorbancário que estão a acontecer emPortugal também têm sucedido emEspanha, nomeadamente nas Cajas deAforro. Qual a dimensão do problema?

Candido Mendez - Em Espanha, e é aprópria Comissão Europeia a reconhecer,com o desaparecimento das Cajas de Afor-ro desapareceu a figura do bancário tradi-cional. A liquidação das Cajas de Aforro

União sindicalibérica

Os sindicatos de Portugale Espanha estão unidos,

garante Candido Mendez,secretário-geral da UGT-Espanha

teve como grande consequência a perdade muitos postos de trabalho e criou aquiloque se chama a exclusão financeira, ondemuitas pessoas, principalmente em pro-víncias pequenas, não conseguem acederaos serviços financeiros. É um problemado presente e do futuro, porque os proble-mas de financiamento de crédito às famí-lias e às pequenas empresas são muitodifíceis de resolver.

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35 anos da UGT

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O futuro da Europa foi o mote paraa conferência "Um Plano Mar-shall para a Europa. Desafio ou

utopia?", realizada no âmbito das come-morações do 35.º aniversário da UGT. Opainel de oradores foi composto por ClausMatecki, secretário-executivo da Fede-ração Alemã de Sindicatos (DGB), Candi-do Mendez, secretário-geral da UGT Es-panha, Bernadette Ségol, secretária-ge-ral da CES, Oliver Roethig, secretárioregional da UNI Europa e Pedro Roque,ex-Secretário de Estado do Emprego. Amoderação esteve a cargo de Rui Riso,vice-presidente da UGT.

Coube a Claus Matecki a apresentaçãodeste Plano Marshall para a Europa. O

secretário-executivo da DGB explicou quea ideia nasceu da necessidade de a Euro-pa se reorganizar e mobilizar forças ten-do em vista um futuro melhor, maissocial e mais próspero.

Para Matecki, a culpa da atual situaçãode crise na zona euro deve-se à insistên-cia nas medidas de austeridade, que pro-vocou uma recessão. "O sistema usadoaté agora foi um fracasso, com conse-quências para as pessoas e especialmen-te para os mais jovens. A política euro-peia tem de mudar antes que seja tardedemais".

Plano para 10 anos

Mas no que consiste, afinal, o PlanoMarshall? Claus Matecki afirma que estaproposta implica investimentos na produ-ção de energia sustentável, na redução doconsumo energético, em indústrias e ser-viços sustentáveis, na educação e na for-mação profissional, na investigação e nodesenvolvimento, na eficiência das ad-ministrações públicas, entre outros pres-supostos.

A evolução conjuntural e o potencial decrescimento estão, segundo Matecki, in-terligados. "O que está em causa é umaestratégia política que tenha em conta asduas vertentes. O Plano Marshall para aEuropa é concebido como programa deinvestimento e de desenvolvimento, tra-çado para um prazo de 10 anos".

Ao todo, o investimento total de umaproposta desta envergadura, a nível detoda a Europa, ascende a 260 mil milhõesde euros anuais, pouco mais do que 2% doPIB. No entanto, "um programa de inves-timento ambicioso não poderá ser empre-endido por um único país, especialmentequando há países em grave situação finan-ceira. Por esta razão, é necessário umtrabalho conjunto e novas instituiçõeseuropeias com fontes de financiamentoestáveis e sólidas", afirma Claus Mateckiacrescentando que, em 2011, a DGB apre-sentou uma proposta tendo em vista acriação de um Fundo Europeu de Sustenta-bilidade, com o objetivo de financiar, emcooperação com os Estados-membros,investimentos em toda a Europa.

Com a emissão de obrigações, às quaisvencem juros, os investidores dispõemde hipóteses seguras de investimentoenquanto a União Europeia garante finan-ciamento. Claus Matecki explica ainda

que "os compromissos referentes aosjuros seriam financiados por receitas pro-venientes de um imposto sobre as tran-sações financeiras".

O secretário-executivo da DGB não ter-minou a sua intervenção sem explicar osgrandes objetivos deste plano: um cresci-mento qualitativo que permita à Europatornar-se perfeitamente sustentável, commais emprego e perspetivas de futuro.

Oradores aprovam estratégia

Instados a comentar o plano apresen-tado por Claus Matecki, os oradores con-vidados para esta conferência foram unâ-nimes em afirmar que o futuro da Europapassa pela aplicação de muitas das me-didas nele contidas.

Em relação ao plano, Candido Mendez,secretário-geral da UGT Espanha, afir-mou que o investimento de 260 mil mi-lhões de euros pode ser um problemapara alguns, mas fez questão de recordarque "entre 2008 e 2012 foram investidos,na Europa, 5 biliões de euros para ajudarinstituições financeiras […] e agora quechegou o momento de devolver a digni-dade às pessoas não há dinheiro".

A secretária-geral da CES também vêcom bons olhos a chegada deste plano.Bernadette Ségol afirma que as políticaspara a Europa têm de ser diferentes daspraticadas até aqui. "Precisamos de umavoz que diga basta. Esta proposta é muitobem-vinda porque realça a importânciado que podemos fazer para o crescimentoe emprego".

Ségol adverte para o facto do ambientepolítico não ser favorável a estas medi-das, mas "estamos a provar que [esteplano] é uma alternativa credível". Ape-sar de considerar "assustador" o valor de260 mil milhões, Bernadette Ségol realçaa importância de uma solidariedade eco-nómica que é urgente.

Europa antisindicalista

Quem também marcou presença nestaconferência foi Oliver Roethig, que assu-miu uma postura muito dura em relaçãoà Comissão Europeia, com Durão Barrosono centro das críticas. "Está a desafiar ossindicatos para ver se estes estão dispos-tos a lutar pelos seus direitos ou se vãoceder a nível nacional e europeu. […]Queremos uma nova Europa, social, parao século XXI. E o que temos visto sair daComissão Europeia é precisamente o con-trário. Estão a trabalhar no sentido deuma Europa que seja antieuropeia, antis-social, antidemocrática e antisindicalis-ta". O secretário regional da UNI Europa

Investir para crescerPlano Marshall para a Europa

Os sindicatos europeus queremum investimento de 260 mil

milhões de euros por ano, cercade 2% do PIB da UE. O objetivo

é pôr a Europa a crescer deforma sustentável, promovendo

um futuro mais social,próspero… e com emprego

P - Num momento de ataque aos direi-tos dos trabalhadores tem-se a perceçãode que os sindicatos de Portugal e Espa-nha estão menos unidos. É verdade?

R - Não, estamos muito unidos. O anopassado, no dia 14 de novembro, coincidi-mos numa greve geral. Existe uma relaçãoestável entre os sindicatos de Portugal eEspanha, organizamos periodicamente ci-meiras e conferências sindicais luso-espa-nholas e temos também uma relação muitoestreita através dos comités sindicais in-ternacionais.

P - Os trabalhadores estão a afastar-sedos sindicatos?

R - Em Espanha, a filiação de trabalhado-res nos sindicatos cresceu até 2011. A partirde 2011 e como consequência dos despedi-mentos, temos assistido a um decréscimo.O valor das quotas também é menor, por-que há muitos trabalhadores que não con-seguem pagar a quota completa e, dessaforma, passam a pagar uma quota de 30%,que instituímos. Mas, logicamente, os des-pedimentos e a queda nos salários têmafetado as organizações sindicais.

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SINDICAL l Atualidade 35 anos da UGTdossiê

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alertou também para o facto de as polí-ticas da troika estarem a fazer sucumbiros direitos dos trabalhadores e a colocarem causa a promoção do diálogo social.

Para Roethig, o Plano Marshall nãodevia ser uma utopia mas simplesmenteum desafio, afirmando que o seu conteú-do está correto.

Alemanha no centrodo problema

A última intervenção pertenceu a Pe-dro Roque, ex-Secretário de Estado doEmprego, que estabeleceu o paralelismo

Febase - Quais as expetativas da CES sobrea entrada do SPD no Governo alemão?

Bernadette Ségol - Precisamos de novaspolíticas e espero que, se o SPD entrar nogoverno, algumas das exigências básicasdos sindicatos alemães sejam atendidas.

P - Como vê a questão da dívida emPortugal?

R - A dívida tem de descer, não só por nósmas também pelas gerações futuras. Maspara o défice recuar são precisas políticasde investimento e crescimento e suavizaras medidas de austeridade. É difícil mastem de ser feito.

"Sindicatos europeus têmde ser a voz dos trabalhadores"

Bernadette Ségol, secretária--geral da CES, falou sobre osconstantes ataques aostrabalhadores e mostrou-seconfiante numa união sindicalentre todos os países-membros

com o Plano Marshall original do pós-IIGuerra Mundial. "Não deixa de ser curiosoque o Plano Marshall nasceu no seio deuma Europa devastada, mas a partir doseu núcleo que era a questão alemã. E nãoé por acaso que a Alemanha continua aestar no centro do problema que estamosa discutir e também não deixa de sercurioso que esta proposta seja apresen-tada pela central sindical alemã".

O também ex-secretário-geral adjuntoda UGT referiu que são os "egoísmosnacionais, os interesses dos Estados--membros, que prevalecem sobre o idealde um projeto europeu que é de corespon-

sabilidade mas também de solidarieda-de". Roque afirmou ainda que o PlanoMarshall apresentado pela DGB pode serutópico, mas ao mesmo tempo "tem omérito de ser um plano coerente, estru-turado e estratégico, uma nova visãopara a Europa".

Um plano destes, na opinião de PedroRoque, terá de contar com a solidarieda-de entre os países desenvolvidos do Norteda Europa e os países periféricos do Sul.Além disso, "tem de haver um esforço derigor nas contas públicas, mas a perspe-tiva estratégica do crescimento não podeestar afastada", terminou.

P - E se Portugal sofrer um segundoresgate financeiro?

R - Será o sinal de que as políticas quetêm sido postas em prática falharam.Foi-nos dito que se tivermos austeridadesairemos dos problemas. Se não for verda-de então só mostra que tínhamos razão.

P - Numa altura de forte ataque à classetrabalhadora, é possível uma união sindi-cal europeia?

R - Temos feito muitos progressos comvista a esse objetivo. É difícil porque temospaíses e histórias diferentes. Pedimos umpacto social para a Europa, estamos atrabalhar num plano comum de investi-mento, e se compararmos com o queestava feito há 20 ou 30 anos demos umenorme passo. Mas ainda há muito parafazer.

P - Assiste-se a uma estratégia ideoló-gica de baixar os salários, retirar direitosaos trabalhadores e destruir o Estado--providência. Qual o papel dos sindicatoseuropeus no combate a esta estratégia?

R - Os sindicatos europeus têm de ser avoz dos trabalhadores e lutar contra essaideologia, que afirma que os trabalhado-res devem ser flexíveis e que os saláriossão altos. Temos feito isso e continuare-mos a fazê-lo ao mesmo tempo que pro-curamos encontrar as soluções que nosparecem adequadas.

P - Num momento de escassez de traba-lho e excesso da mão-de-obra, em que ospaíses concorrem por investimento e ostrabalhadores por trabalho, que espaçosobra ao movimento sindical?

R - Penso que o movimento sindicalnunca foi tão importante como agora por-que não podemos falar em competitivida-de se as condições dos trabalhadores se

forem degradando cada vez mais. Os sindi-catos estão presentes para dizer aos tra-balhadores que devem lutar, não entre simas por melhores condições. Vivemos umperíodo em que a única palavra que pareceexistir é competir. E nós dizemos: competirsim, mas não à custa dos direitos funda-mentais dos trabalhadores.

P - Que balanço faz da atuação destaComissão Europeia no que diz respeito aostrabalhadores?

R - A Comissão Europeia tem seguidopolíticas com as quais não concordamos, jáque não produziu propostas de caráctersocial e tem sido muito tímida a promoveruma Europa mais democrática. Tudo issotem de mudar.

P - A falta de trabalhadores sindica-lizados afeta os sindicatos, devido aodesemprego e à falta de confiança dostrabalhadores. Como vê o futuro domovimento sindical europeu?

R - O movimento sindical europeu está aatravessar um período bastante complica-do, porque as pessoas estão desemprega-das. Temos de ter consciência de que ossindicatos são parte integrante do processodemocrático e é preciso sermos claros paraas gerações futuras de que os problemasdificilmente serão resolvidos individual-mente, é coletivamente que as soluçõespodem ser encontradas. É difícil porque nosúltimos anos tem prevalecido outro tipo deideologia mas temos de continuar a lutar.

P - Acha que é possível reverter esteataque aos direitos dos trabalhadores?

R - Claro! Se não acreditasse nisso nãofaria o que faço. Penso que é possível. Têmde ser feitos alguns ajustes mas temos deenfrentar um futuro onde, com certeza,teremos lugar.

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OE 2014 l SINDICAL

Os cortes previstos no Orçamentodo Estado (OE 2014) também vãoafetar os trabalhadores do setor

financeiro que pertencem a empresasdo setor empresarial do Estado (comcapital exclusiva ou maioritariamentepúblico) ou a institutos públicos.

Encontram-se nesta situação os tra-balhadores da CGD, da Parvalorem, BPNCrédito, Banco de Portugal, IFAP, IHRU,IGCT, ISP, das seguradoras do grupoCGD, ITP e do ex-IFADAP.

Até aos 600€ de salário não estãoprevistos cortes. A partir desse valor,as reduções decorrentes do OE são asseguintes: de 600€ a 2.000€ será apli-cada uma taxa progressiva, que variaentre 2,5% e 12% sobre o valor total daremuneração (nunca podendo resultarmenos de 600€); em vencimentos su-periores a 2.000€ o corte é de 12%sobre o total.

Na remuneração total ilíquida men-sal está incluída toda e qualquer presta-ção pecuniária, com exceção de subsídiode alimentação, ajudas de custos, des-pesas de deslocação e valores com anatureza de prestação social.

Acresce que é mantida a contribuiçãoextraordinária de solidariedade (CES) ea sobretaxa em sede de IRS, já previstasna Lei do OE para 2013.

Subsídios

No que diz respeito ao subsídio derefeição, o valor fixado para a Adminis-tração Pública passa a ser imperativopara estes trabalhadores, prevalecen-do sobre os instrumentos de regulamen-tação coletiva aplicáveis. Prevê-se, po-

Proposta do Governo

Cortes remuneratórios no setor financeiroSe o Orçamento do Estado

para 2014 for aprovado semalterações, os trabalhadores

do setor financeiroque laboram em empresas

do setor empresarialdo Estado e em institutos

públicos verão uma reduçãonos seus vencimentos

rém, a possibilidade de manutenção devalores superiores, mas que não serãoobjeto de atualização até atingirem ovalor da Administração Pública.

Em 2014 o subsídio de Natal será pagoem duodécimos, bem como o subsídiode Natal ou montante adicional equiva-lente dos aposentados e reformados daCGA e da Segurança Social.

Promoções e prémios

Todas as "valorizações remunerató-rias" são proibidas no próximo ano. É ocaso das alterações de posicionamentoremuneratório, progressões na carrei-ra, atribuição de prémios de desempe-nho ou outras prestações pecuniáriasde natureza afim, estando tambémvedadas as promoções.

Do mesmo modo, não será contado otempo de serviço prestado em 2013para efeitos de promoção e progressãoou mudanças de posição remunerató-ria ou categoria que dependam do sim-ples decurso do tempo.

Trabalho extraordinário

Em 2014, o trabalho extraordinárioprestado neste universo de trabalhado-res por aqueles cujo período normal detrabalho não exceda 7 horas por dia e 35horas por semana passa a ter os seguin-tes valores: 12,5% na primeira hora e18,75% nas seguintes se for prestadoem dia normal de trabalho; 25% se

prestado em dia de descanso semanalobrigatório ou complementar e em diaferiado.

O regime fixado para o trabalho su-plementar tem também natureza im-perativa, prevalecendo sobre quaisqueroutras normas, especiais ou excecio-nais, em contrário e sobre instrumen-tos de regulamentação coletiva de tra-balho e contratos de trabalho, não po-dendo ser afastado ou modificado pelosmesmos.

Doença e desemprego

A proposta de OE 2014 prevê aindaque sobre as prestações relativas asubsídios de doença (de duração igualou superior a 30 dias) e desempregopassa a incidir uma contribuição de 5%e 6%, respetivamente.

Relativamente ao montante dosubsídio de desemprego, o mesmo émajorado em 10% no caso de agre-gados monoparentais ou no caso deno mesmo agregado ambos os cônju-ges ou pessoas que vivam em uniãode facto que sejam titulares dessesubsídio e tenham filhos ou equipa-rados a seu cargo.

Por fim, as pensões de sobrevivênciaa atribuir a partir de 1 de janeiro, pelaCGA e pela CNP, passam a ter uma taxade formação específica em função dovalor global (corresponde à soma detodas as pensões que sejam pagas aomesmo titular).

A proposta de OE 2014 foi aprovada na generalidade pelos deputados da maioria,decorrendo a discussão na especialidade

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SINDICAL l Fundo de Pensões

Rendibilidade do fundo foi de quase 10%

No final de 2012, o valorda carteira de ativosdo Fundo de Pensões

ascendia a 43.362 mil euros.O nível de financiamento

era de 138,3%, cumprindoo rácio mínimo exigidopelo Banco de Portugal

TEXTOS: INÊS F. NETO AComissão de Acompanhamentodo Fundo de Pensões do BancoCredibom reuniu-se em 25 de

março, tendo por objetivo a análise dadocumentação disponibilizada, nomea-damente do Relatório Atuarial de 2012elaborado pelo atuário responsável. DaComissão faz parte e esteve presente,em representação dos Sindicatos daFebase, Rui Riso. A assessoria técnicados Sindicatos foi assegurada pela Cap-sicalculus, liderada pelo Prof. Pereirada Silva.

O Credibom tem para os seus traba-lhadores um plano de pensões de be-nefício definido, financiado por duasadesões coletivas ao fundo de pen-sões aberto Espírito Santo Multirefor-ma, que se distinguem pela elegibili-dade e cobertura.

A Adesão Coletiva n.º 29 inclui ostrabalhadores admitidos até 31 dedezembro de 2008, garantindo os be-nefícios previstos no ACT acrescidosde um montante em caso de reformapor velhice relativo a complementosremunerativos; e a Adesão Coletivan.º 30, abrange os trabalhadores doquadro até 31 de dezembro de 2005.Garante o benefício de velhice previs-to no ACT, associado a complementosremunerativos.

Recorde-se que os trabalhadores fo-ram integrados no regime geral daSegurança Social. O banco mantém aresponsabilidade de proteção naseventualidades de doença, invalideze morte, bem como o SAMS, sendo opagamento da pensão de reforma porvelhice repartido entre a instituição eo Centro Nacional de Pensões.

O associado não efetuou nenhumacontribuição em 2012, enquanto osparticipantes contribuíram para o fi-nanciamento do fundo com 255 mi-lhares de euros. Apesar disso, o nívelde financiamento é de 138,3%, cum-prindo o rácio mínimo de financia-mento, de acordo com o Aviso 4/2005do BdP.

Relativamente a 2011, o valor dasresponsabilidades aumentou 20,6%,resultante dos desvios entre o real e oesperado causado pela diminuição dataxa de desconto – de 5,75% para4,53% em 2012. Assim, o valor dofundo de pensões alocado é de 43.362milhares de euros face ao montante de31.358 milhares de euros de responsa-bilidades com serviços passados.

A taxa de rendibilidade do fundoaberto foi de 9,79% em 2012. Os as-sessores da Febase consideram que apolítica geral de investimentos ga-rante uma adequada relação entreativos financeiros de cobertura e res-ponsabilidades atuariais do fundo depensões, mas aconselham um acom-panhamento permanente face à vola-tilidade dos mercados financeiros.

Pensionistas

Número Idade média Pensão média anual (€) Total pensões anuais

Velhice 4 66,1 25.913 103.650

Invalidez 3 51,7 14.891 44.672

Viuvez 2 46,7 17.700 35.400

Orfandade 3 14,2 8.109 24.328

Total 12 45 16.653 208.050

Ativos

Número Idade Antiguidade Salário médio Massa salarialmédia média anual(€) anual (€)

Total (< 65 anos) 298 38,5 11,6 25.746 7.672.209

Outras situações

Número Idade Sal. M. anual Massa salarial anualmédia Pensão M. anual (€) Total pensões anuais (€)

Ex-trabalhadores74 42,3 28.732 2.126.197c/ direitos adq.

Reformas antecipadas 7 53,80 17.230 120.612

Composição da carteira de títulos

2007 2008 2009 2010 2011 2012

Obrigações 63,2% 65,9% 68,9% – 68,7% 52,3%

Imobiliário 6,1% 6,2% 5,1% – 3,8% 3,9%

Investimentos alternativos 10,50% 1,80% 6,62% – 5,1% 9,4%

Ações 12,3% 12,6% 17,1% – 21,9% 27,2%

Liquidez 7,90% 13,50% 2,32% – 0,5% 7,1%

Total 100% 100% 100% – 100% 100%

Responsabilidades do Fundo

Valor (milhares euros) variação (%)

Ativos 28.092 89,6

Pensionistas 3.266 10,6

Total 31.3581 100

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Conferência Febase l SINDICAL

Tema candente para os trabalhado-res e suas organizações, o futurodo sindicalismo estará em debate

em mais uma conferência da Febase, quejunta três perspetivas em confronto: aempresarial, abordada por José Antóniode Sousa, CEO da Liberty Seguros; a dasociedade, através de uma das mais co-nhecidas jornalistas e opinion makers daatualidade, Helena Garrido, diretora-ad-junta do Jornal de Negócios; e a teórica,trazida por Alan Stoleroff, professor doISCTE com uma longa carreira de investi-gação dedicada ao sindicalismo – tem,nomeadamente, um estudo sobre sindi-calização na banca, "As maiores organi-zações sindicais em Portugal: um quartode século de evolução". Carlos Marques,vice-secretário-geral da Febase, será omoderador.

A Federação prossegue assim o objeti-vo de dinamizar a discussão pública dequestões pertinentes para o setor finan-ceiro e para o País, permitindo aos traba-lhadores e cidadãos o acesso a informa-ção e a perspetivas inovadoras e enrique-cedoras.

Trabalho em transformação

Os modelos de organização do trabalhotêm sofrido profundas alterações, acom-panhando (ou adaptando-se) às sucessi-vas variáveis de ordem político-ideológi-ca, económica e social.

A terciarização, o desenvolvimentotecnológico, a automatização dos pro-cessos de produção e a globalizaçãotrouxeram uma nova fase de organiza-ção do trabalho, mais fragmentada ecom maior rotação de tarefas e, sobre-tudo, centrada na flexibilização quanti-

Conferência Febase

Debater o futuro do sindicalismoUm gestor, um académicoe uma jornalistadebatem "Que rumospara o sindicalismo".É na próxima conferênciaFebase, que se realizadia 26, em Lisboa

TEXTO: ELSA ANDRADE

tativa e qualitativa da mão-de-obra –com uma consequente redução dos ní-veis de emprego e aumento do desem-prego, bem como o aumento de formasatípicas de emprego.

Com o acentuar da crise económicamundial, o encerramento de empresas eo aumento do desemprego, a prolifera-ção de formas atípicas de trabalho, carac-terizadas pela precariedade e flexibilida-de (contratos a termo, trabalho a tempoparcial, trabalho temporário e domiciliá-rio, prestação de serviços), atinge já tra-balhadores com níveis académicos e dequalificação superiores. A passagem desituações de emprego estável para em-pregos precários e pouco qualificados estáa afetar um número crescente de traba-lhadores e a ter reflexos nos salários e nascondições de trabalho.

Nestas condições, está a perder-se acentralidade do trabalho. As normas doDireito do Trabalho são cada vez menosprotetoras dos assalariados e os gover-nos, na tentativa de captar investimentoestrangeiro, restringem direitos laboraise regalias sociais.

Constrangimentos

As alterações nas formas de organiza-ção do trabalho e a crise do empregoacarretaram dificuldades acrescidas à açãocoletiva desenvolvida pelos sindicatos.

As dificuldades que se colocam aonível da negociação coletiva aumen-tam na proporção direta da crescenteglobalização e da individualização dasrelações de trabalho.

E se muitos dos condicionalismos dosindicalismo resultam de fatores eco-nómicos nacionais e internacionais,

outros há que são inerentes à sua pró-pria condição.

Vários autores salientam as dificul-dades de adaptação dos sindicatos àsnovas realidades, o que se reflete nadificuldade de representar as margensmais desprotegidas do mundo laboral.

Apesar deste quadro sombrio, outrosautores apontam novas respostas queestão a ser dadas pelos sindicatos, aoconstatarem que num contexto de glo-balização não podem funcionar isola-damente. Sendo os sindicatos atoresestratégicos, devem procurar reforçara sua influência na sociedade.

Estas e outras questões serão abor-dadas na conferência.

Conferência Febase: "Que Rumospara o sindicalismo"

Data: 26 de novembro, das 17h00às 19h30

Local: Goethe-Institut Portugal(Campo dos Mártires da Pátria, 37,Lisboa)

Oradores: José António de Sousa(CEO da Liberty Seguros), Alan Sto-leroff (Professor no ISCTE-IUL), He-lena Garrido (diretora-adjunta doJornal de Negócios)

Moderador: Carlos Marques,vice-secretário-geral da FEBASE

Inscrições e Informações:mail: [email protected];tel:213 216 089/87.Inscrições até ao dia 22/11

Informações úteis

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QUESTÕES l Jurídicas

Acórdão sobre alteração ao Código do Trabalho

Constitucional chumbadespedimentos "seletivos"…Um ano depois da aprovação

da lei que veio alterar oCódigo do Trabalho, o

Tribunal Constitucionalpronunciou-se pela

inconstitucionalidade dealgumas normas. A nova

redação sobre extinção doposto de trabalho e

despedimento porinadaptação foi chumbada,

retomando-se os critériosanteriormente em vigor

TEXTOS: JOSÉ FREDERICO NOGUEIRA*

No dia 20 de setembro foi conhecidaa decisão do Tribunal Constitucio-nal (Acórdão n.º 602/2013 de

20/09) que declarou inconstitucionais,com força obrigatória geral, normas queregulamentavam aspetos importantes dasrelações de trabalho, quando muitos teriamesquecido que se encontrava em aprecia-ção a conformidade constitucional da Lein.º 23/2012, de 25 de junho que procederaà alteração do Código do Trabalho.

A surpresa e a mediatização do Acór-dão provocaram expectativas que im-porta esclarecer. Assim, o âmbito dadeclaração de inconstitucionalidade é bemmais restrito do que aquele que muitospensavam, ou que lobrigaram nas notíci-as a que tiveram acesso.

A requerimento de um grupo de 24deputados à Assembleia da República, eao abrigo do disposto no artigo 281.º, n.º2, alínea f), da Constituição da RepúblicaPortuguesa, foi pedida a declaração deinconstitucionalidade, com força obriga-tória geral, das normas contidas no Códigodo Trabalho, na redação dada pela Lei n.º23/2012, de 25 de junho, e que procediaà terceira alteração ao Código do Trabalho.

No concreto foi suscitada a declaração deinconstitucionalidade dos Art.º 208.º-A,(banco de horas individual) e Art.º 208.º-B

(banco de horas grupal); Art.º 229.º, n.os 1,2 e 6 (revogados) e 7 (descanso compensa-tório); Art.º 234.º, n.º 1 (feriados obrigató-rios); Art.º 238.º, n.os 3, 4 (revogado) e 6(dias de descanso e cálculo dos dias deférias); Art.º 268.º, n.os 1 e 3 (pagamento detrabalho suplementar); Art.º 269.º, n.º 2(prestações referentes a dia feriado); Art.º368.º, n.os 2 e 4 (requisitos de despedimentopor extinção do posto de trabalho); Art.º375.º, n.os 1, alíneas b), d) (revogada) e e)(revogada), 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 (despedi-mento por inadaptação); e o Art.º 7.º daLei 23/2012, de 25 de junho, ("relaçõesentre fontes de regulação" do contrato detrabalho).

Normas inconstitucionais**

Ora este Acórdão veio a pronunciar-sepela inconstitucionalidade com força obri-gatória geral em apenas 6 normas, a saber:

– n.º 2 e n.º 4 do artigo 368.º do Código doTrabalho, com a redação dada pela Lei n.º23/2012, de 25 de junho, por violação daproibição de despedimentos sem justa cau-sa consagrada no artigo 53.º da Constituição;

– n.º 2 do artigo 9.º da Lei n.º 23/2012, de25 de junho, na parte em que procedeu àrevogação da alínea d) do n.º 1 do artigo 375.ºdo Código do Trabalho por violação da proi-

bição de despedimentos sem justa causaconsagrada no artigo 53.º da Constituição;

– n.º 2, 3 e 5 do artigo 7.º, da Lei n.º 23/2012, de 25 de junho, por violação dasdisposições conjugadas dos artigos 56.º,n.os 3 e 4, e 18.º, n.º 2, da Constituição.

Extinção do posto de trabalho

A declaração de inconstitucionalidade,com força obrigatória geral, dos n.os 2 e 4do art.º 368.º do Código do Trabalho, naformulação que lhes deu da Lei n.º 23/2012 de 25 de junho, significa que a extin-ção do posto de trabalho volta a estarbalizada por critérios tendencialmenteobjetivos e de adequação social, que (ali-ás) vigoraram entre 2009 e julho de 2012.

Com a declaração de inconstitucionali-dade desta norma – e isto infere-se do textodo Acórdão do Tribunal Constitucional –,continuam a existir acrescidas dificuldadesquanto à possibilidade das entidades pa-tronais "escolherem" os trabalhadores adespedir, quando esse despedimento sejaefetivado sob o manto diáfano da justifica-ção da extinção do posto de trabalho.

No entendimento do Tribunal Constitu-cional, as normas do artigo 368.º, n.º 2 en.º 4 da Lei n.º 23/2012, de 25 de junho,violam a proibição de despedimentos

O empregadordeve integraro trabalhador

em postode trabalhoalternativo

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Questões l JURÍDICAS

sem justa causa consagrada no art.º 53.ºda CRP porque "na versão anterior à Lei n.º23/2012, a individualização do posto detrabalho a extinguir obedecia a uma pre-visão legal de recorte acabadamentedeterminado, com base numa ordem decritérios puramente objetivos (a antigui-dade e a classe dentro da mesma catego-ria profissional), a norma impugnada "de-lega" no empregador a tarefa de defini-ção de critérios que devem presidir àseleção do trabalhador a despedir, esta-belecendo apenas diretrizes a observar.Com efeito, agora compete ao própriotitular do interesse no despedimento aformulação de critérios que o justificam(...). É, deste modo, manifesto que oenunciado normativo do n.º 2 do artigo368.º não satisfaz essa exigência".

O que significa que o Tribunal Constitu-cional, ao declarar inconstitucional comforça obrigatória geral estas normas, fê-lopor considerar que consagravam concei-tos vagos e indeterminados "desprovi-dos de um mínimo de precisão e deeficácia", que davam à entidade empre-gadora a possibilidade de determinar a"relevância" dos critérios para extinçãodo posto de trabalho, abrindo a possibi-lidade de decidir o despedimento de "umcerto trabalhador" abrindo as portas aosdespedimentos sem justa causa "maxi-me" aos despedimentos arbitrários.

Normas revalidadas

Tendo em conta que esta declaração deinconstitucionalidade com força obriga-tória geral se retroage à data da emissãoda norma declarada inconstitucional (art.º282 da CRP), repristinam-se os critérios ea exigência dos revogados n.os 2 e 4 doart.º 268.º do CT, até então em vigor:

"2 - Havendo na secção ou estruturaequivalente uma pluralidade de postosde trabalho de conteúdo funcional idên-

tico, para concretização do posto de tra-balho a extinguir, o empregador deveobservar, por referência aos respetivostitulares, a seguinte ordem de critérios:

a) Menor antiguidade no posto de tra-balho;

b) Menor antiguidade na categoria pro-fissional;

c) Classe inferior da mesma categoriaprofissional;

d) Menor antiguidade na empresa.(…)4 - Para efeito da alínea b) do n.º 1, uma

vez extinto o posto de trabalho, conside-ra-se que a subsistência da relação detrabalho é praticamente impossível quan-do o empregador não disponha de outrocompatível com a categoria profissionaldo trabalhador".

O que tem uma consequência de enor-me importância: a motivação do despedi-mento por extinção do posto de trabalhoterá sempre de evidenciar que a entidadepatronal obedeceu a estes critérios e àexigência prevista no n.º 4, sob pena de seisso se não verificar determinar a ilicitudedo despedimento por força do disposto noart.º 384.º do CT com as consequênciasprevistas nos art.os 389.º e seguintes domesmo diploma (reintegração no postode trabalho ou/e indemnização).

Despedimento por inadaptação

Uma outra questão que o TC declarouinconstitucional com força obrigatóriageral respeita ao despedimento por ina-daptação e refere-se à parte em que a Lein.º 23/2012, de 25 de junho procedeu àrevogação das alíneas d) e e) do n.º 1 doartigo 375.º do CT até então em vigor.

As alterações introduzidas pela Lei n.º23/2012 no citado artigo 375.º traduzi-ram-se no seguinte:

- No âmbito do regime geral passarama existir dois tipos de despedimento por

inadaptação: um correspondente à situa-ção tradicional, em que a inadaptaçãoocorre depois de terem sido introduzidasmodificações no posto de trabalho, resul-tantes de alterações nos processos defabrico ou de comercialização, de novastecnologias ou equipamentos (n.º 1 doartigo 375.º); e um novo tipo de inadap-tação no qual, independentemente deterem ocorrido alterações no posto detrabalho, há uma modificação substancialda prestação do trabalhador, nomeada-mente, uma redução continuada de pro-dutividade ou de qualidade (n.º 2 doartigo 375.º);

- Foram eliminados, como requisitosdo despedimento por inadaptação sub-sequente a modificações no posto detrabalho, a inexistência de posto de tra-balho disponível e compatível com aqualificação profissional do trabalhador ea exigência de que a situação de inadap-tação não decorra de falta de condiçõesde segurança e saúde no trabalho impu-tável ao empregador (revogação das alí-neas d) e e) do n.º 1 do artigo 375.º,operada pelo artigo 9.º, n.º 2, da Lei n.º23/2012).

Está em causa, portanto, a conformida-de constitucional da revogação das alíne-as d) e e) do n.º 1 do artigo 375.º, operadapelo n.º 2 do artigo 9.º da Lei n.º 23/2012.

Refere o Acórdão do TC "a citada alínead) prescrevia, como requisito do despe-dimento, que não existisse na empresaoutro posto de trabalho disponível e com-patível com a qualificação profissional dotrabalhador. Essa exigência estava liga-da ao requisito da impossibilidade práti-ca da subsistência da relação de trabalho,que continua a constar da parte final don.º 1 do artigo 374.º do Código do Traba-lho. O novo regime, ao deixar de relacio-nar a impossibilidade com a inexistênciade posto compatível, parece significarque a impossibilidade será aferida ape-nas em função da quebra de atividade dotrabalhador e da sua justificação de sub-sistência na empresa".

E continua: "A impossibilidade de sub-sistência da relação de trabalho, a que serefere a parte final dos n.os 1 e 2 [do artigo374.º], numa interpretação sistemática,tem agora de ser entendida de mododiverso. No regime anterior a 2012 po-der-se-ia entender que a impossibilidadedeveria ser vista no sentido prescrito non.º 4 do artigo 368.º, do CT; ou seja, comoinviabilidade de o empregador manteraquele trabalhador inadaptado, para oqual não tinha posto de trabalho compa-tível (artigo 375.º, n.º 1, alínea d), do CT).Mas no novo regime (2012) deixa de fazersentido relacionar a impossibilidade coma inexistência de posto compatível, peloEntidades patronais continuam a ter dificuldade em "escolher" os trabalhadores a despedir

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14 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 12 de novembro 2013

QUESTÕES l Jurídicas

No Acórdão n.º 602/2013 de 20/09,o Tribunal Constitucional aprecia aconformidade constitucional da Lei

n.º 23/2012, de 25 de junho, que proce-dera à alteração do Código do Trabalho.

A terceira e última questão sobre a qualo formulou um juízo de inconstitucionali-dade prende-se com as questões referen-tes às "relações entre fontes de regulação"e no concreto quanto às normas do artigo7.º da Lei n.º 23/2012, de 25 de junho (queprocedera à alteração do Código do Traba-lho) que se passam a transcrever:

1 - São nulas as disposições de instru-mentos de regulamentação coletiva de

… E obriga à reposiçãodo descanso compensatório

No Acórdão sobre a Lei n.º 23/2012, e no que diz respeitoà nulidade de disposições

dos instrumentosde regulamentação coletiva

de trabalho, o TribunalConstitucional obriga a repor

a majoração de férias,o descanso compensatóriopor trabalho suplementar

prestado em dia útile em dia de descanso

semanal complementar,bem como à retribuição

por trabalho num feriado

trabalho celebrados antes da entrada emvigor da presente lei que prevejam mon-tantes superiores aos resultantes do Có-digo do Trabalho relativas a:

a) Compensação por despedimento co-letivo ou de que decorra a aplicação desta,estabelecidas no Código do Trabalho;

b) Valores e critérios de definição decompensação por cessação de contrato detrabalho estabelecidos no artigo anterior.

2 - São nulas as disposições de instru-mentos de regulamentação coletiva detrabalho e as cláusulas de contratos detrabalho celebrados antes da entrada emvigor da presente lei que disponham so-

bre descanso compensatório por traba-lho suplementar prestado em dia útil, emdia de descanso semanal complementarou em feriado.

3 - As majorações ao período anual deférias estabelecidas em disposições deinstrumentos de regulamentação coleti-va de trabalho ou cláusulas de contratosde trabalho posteriores a 1 de dezembrode 2003 e anteriores à entrada em vigorda presente lei são reduzidas em mon-tante equivalente até três dias.

4 - Ficam suspensas durante dois anos,a contar da entrada em vigor da presentelei, as disposições de instrumentos deregulamentação coletiva de trabalho eas cláusulas de contratos de trabalho quedisponham sobre:

a) Acréscimos de pagamento de traba-lho suplementar superiores aos estabe-lecidos pelo Código do Trabalho;

b) Retribuição do trabalho normal pres-tado em dia feriado, ou descanso com-pensatório por essa mesma prestação,em empresa não obrigada a suspender ofuncionamento nesse dia.

5 - Decorrido o prazo de dois anos refe-rido no número anterior sem que as refe-ridas disposições ou cláusulas tenhamsido alteradas, os montantes por elasprevistos são reduzidos para metade, nãopodendo, porém, ser inferiores aos esta-belecidos pelo Código do Trabalho".

Inconstitucionalidade pedida…

Em defesa da inconstitucionalidade des-te art.º 7.º argumentava-se tratar-se deuma ilícita intromissão em matéria queintegra a reserva constitucional de contra-

que deve ser aferida em função da quebrade atividade do trabalhador e da suajustificação de subsistência na empresa".

Integração em posto alternativo

Face a esta consideração, salienta oAcórdão do TC, "as razões que conduzi-ram ao juízo de inconstitucionalidade, apropósito de idêntica supressão no âm-bito do regime do despedimento porextinção de posto de trabalho, são aquiinteiramente aplicáveis, pelo que sobre

a norma agora em análise deve recairidêntico juízo de inconstitucionalidade.Como então se referiu, o despedimentopor causas objetivas deve ser configura-do como ultima ratio, o que não é com-patível com a dispensa do dever deintegrar o trabalhador em posto de tra-balho alternativo, quando este exista. Amesma exigência pode extrair-se doprincípio da proporcionalidade, na ver-tente da proibição do excesso. No âmbi-to da modalidade de despedimento porjusta causa objetiva, agora em apreço,

impõe-se igualmente o cumprimentodestes princípios, não se permitindo queo trabalhador inadaptado a um determi-nado posto de trabalho que sofreu modi-ficações, seja despedido quando hajaoutro posto de trabalho disponível ecompatível com a sua qualificação eaptidão profissional. A revogação dopreceito em análise é, em razão doexposto, inconstitucional, uma vez queviola a proibição de despedimentos semjusta causa consagrada no artigo 53.º daConstituição".

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Questões l JURÍDICAS

tação coletiva (cfr. o artigo 56.º, n.os 3 e 4,da Constituição), isto é, uma intromissãoem matérias sobre as quais o legisladornão pode dispor, por integrarem o núcleodo direito de contratação coletiva, que éum direito fundamental dos trabalhado-res, cujo exercício está cometido às asso-ciações sindicais, sendo que a revogaçãode cláusulas de contratação coletiva porlei imperativa constituiria uma limitaçãoda liberdade negocial e, por isso, umarestrição do direito fundamental de con-tratação coletiva, razão pela qual teria deobedecer aos princípios da proporcionali-dade, adequação e necessidade, em con-formidade com o artigo 18.º, n.º 2, da CRP.

E acrescentava-se : "Não estando de-monstrado que esta restrição seja neces-sária para a realização dos objetivos decontenção orçamental ou para o aumen-to da competitividade das empresas,como não está provado que não existammeios, menos lesivos do bem jurídicotutelado, para atingir os fins pretendidosconcluir-se-ia, assim, que a revogaçãodefinitiva destas cláusulas convencio-nais representa claramente um excesso,não proporcional ao fim a alcançar".

E concluíam que a norma em apreço, aodeclarar nulas ou reduzir as condições detrabalho validamente acordadas nas con-venções coletivas em vigor, violaria oartigo 2.º da CRP, na medida em que atentacontra o princípio da proteção da confiançaresultante da tutela da segurança jurídica,ambas inseparáveis na realização do prin-cípio do Estado de Direito democrático.

… não convence TC

Ponderando esta argumentação, o TCcircunscreveu a questão de constitucio-nalidade à de saber se o artigo 7.º da Lein.º 23/2012, de 25 de junho, interfere ounão, com o espaço que o legislador devadeixar aberto à contratação coletiva, ouseja, se afeta o "conjunto minimamentesignificativo de matérias" que a lei temque deixar aberto à negociação coletiva.Apreciando, simultaneamente, se tal in-tromissão salvaguarda a segurança jurí-dica e a proteção da confiança decorrentedo princípio do Estado de Direito ínsito noartigo 2.º da Constituição, uma vez quemediante aquele preceito o legisladorpretende "modificar as condições de tra-balho validamente acordadas no âmbitode convenções coletivas em vigor".

E, em termos gerais, concluiu que osn.os 1 e 4 deste art.º 7.º da Lei n.º 23/2012de 25 de junho, apesar de restringirem odireito à contratação coletiva, atentos osmotivos justificativos e a não supressãototal do exercício da autonomia coletiva,respeitam os limites impostos às leis

restritivas de direitos, liberdades e ga-rantias pelo art.º 18.º n.os 2 e 3 da CRP, peloque não poderiam ser considerados in-constitucionais.

Descanso compensatórioe dias de férias

Pelo contrário e, no que respeita aos n.os

2, 3 e 5 do mesmo art.º 7.º, o TribunalConstitucional veio a considerá-las incons-titucionais, por violarem as disposiçõesconjugadas dos artigos 56.º, n.os 3 e 4, e18.º, n.º 2, da Constituição, com os funda-mentos que se passam a transcrever:

"Sucede que a "barreira" contra os resul-tados da negociação coletiva passada – asua desconsideração para o futuro – con-jugada com esta abertura relativamenteaos novos IRCT, para mais em domíniosclaramente localizados no âmbito de pro-teção do direito de contratação coletivamercê das conexões com os direitos dostrabalhadores ao repouso, à conciliaçãoda atividade profissional com a vida fami-liar e à proteção da família previstos noartigo 59.º, n.º 1, da Constituição, tornaevidente a existência de uma intervençãoablativa do legislador no âmbito de prote-ção do mencionado direito de contrataçãocoletiva. Com efeito, a Lei n.º 23/2012,sem prejuízo de continuar a reconhecer taldireito com referência à matéria do des-canso compensatório e das majorações deférias, vem afastar os IRCT anteriores,revogando-os nessa parte".

"Acresce que as revogações de disposi-ções de IRCT anteriores consagradas nosn.os 2 e 3 do artigo 7.º da Lei n.º 23/2012condicionam as futuras convenções coleti-vas que incidam sobre as mesmas matérias,já que eliminam o ponto de referência paraa respetiva negociação e celebração".

"Com efeito, segundo o artigo 503.º doCódigo do Trabalho, a mera sucessão deconvenções não pode ser invocada paradiminuir o nível de proteção global dostrabalhadores" (n.º 2) e "os direitos decor-rentes de convenção só podem ser redu-zidos por nova convenção de cujo textoconste, em termos expressos, o seu cará-ter globalmente mais favorável" (n.º 3).

"Existe, por conseguinte, uma modela-ção legal do direito de contratação coleti-va nos domínios materiais a que se apli-cam os n.os 2 e 3 do artigo 7.º da Lei n.º 23/2012 que objetivamente consubstanciauma restrição do mesmo: aquilo que foilivremente convencionado por trabalha-dores e empregadores antes da entradaem vigor daquela Lei no tocante ao des-canso compensatório por trabalho suple-mentar prestado em dia útil, em dia dedescanso semanal complementar ou emferiado e às majorações de três dias ao

período anual de férias deixa de valer,devendo a negociação de novas conven-ções coletivas sobre tais matérias e arespetiva celebração desconsiderar o pa-tamar de realização anteriormente alcan-çado em sede de contratação coletiva".

(…) "A solução legal revela-se, desdelogo, inidónea para atingir o fim prosse-guido de uma padronização dos regimesconvencionais aplicáveis na expectativade conseguir a diminuição dos custosassociados ao fator trabalho, uma vezque os trabalhadores e empregadoresnão estão impedidos de, mediante a ce-lebração de novas convenções coletivas,voltarem a convencionar soluções exata-mente iguais (ou até mais favoráveis) àsque os preceitos em análise eliminaram.(…) Tais medidas não são, por isso, nemuma condição necessária nem uma con-dição suficiente da produção dos resulta-dos intencionados pelo legislador. (…).

Retribuição em feriado

E o Tribunal Constitucional estendeueste entendimento também à norma don.º 5 do mesmo art.º 7.º relativamente aosacréscimos de pagamento de trabalhosuplementar e à retribuição do trabalhonormal prestado em dia feriado, conside-rando também aqui não se vislumbrarqual o direito ou interesse constitucional-mente protegido que possa justificar aredução ope legis para metade dos mon-tantes superiores aos previstos no Códigodo Trabalho fixados em disposições de IRCTanteriores a 1 de agosto de 2014.

Também aqui a solução legal revela-se, desde logo, inidónea para, após otermo da suspensão, assegurar uma pa-dronização dos regimes convencionaisaplicáveis, uma vez que, também nestedomínio, os trabalhadores e empregado-res podem, mediante a celebração denovas convenções coletivas, reestabele-cer soluções exatamente iguais às que opreceito em análise visou modificar.

Uma última nota: o acórdão em análise,e do qual sucintamente se deu notícia,mereceu reparos generalizados, uns con-testando as declarações de inconstitucio-nalidade proferidas, outros considerandoque o Tribunal Constitucional ficou aquémdo que deveria ter decidido. As questõesrevestem enorme complexidade o que,aliás, é demonstrado pelo facto de todos os12 Conselheiros do Tribunal Constitucionalterem proferido declarações de voto, ape-nas tendo havido juízo maioritário no querespeita às normas acima identificadas…

*Serviços Jurídicos do SBC** Subtítulos da responsabilidade

da redação

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TEMPOS LIVRES l Nacional

Depois de uma caminhada urbana em torno do Aqueduto das Águas Livres no mêspassado, outubro marcou o regresso aos trilhos do Parque Natural Sintra Cascais. Apósuma semana de chuva que fazia temer o pior, S. Pedro foi clemente e brindou os

caminhantes com uma manhã soalheira, propícia a uma jornada de 19 quilómetros entre o Fortedo Abano e o Cabo da Roca, um dos passeios mais exigentes realizados pela Febase.

Os participantes não desanimaram e enfrentaram com determinação os trilhos da serra,sentindo o esforço compensado pelo acesso à deslumbrante paisagem verdejante em contrastecom a beleza do Oceano Atlântico.

Ao fim de seis horas de caminhada pontuada por um saudável convívio foi notória a satisfaçãode todos os participantes ao regressarem ao Forte do Abano… já à espera de novas iniciativas.

Karting

Corrida emocionante vale título a Alex PiresFoi uma final digna desse nome.Uma diferença de apenas 0.465

segundos separou os doisprimeiros pilotos, com a taça

de campeão a ir parar às mãosdo sócio do SBSI

A final nacional do 16.º CampeonatoInterbancário de karting teve lugarno dia 19 de outubro, em Viana do

Castelo, e contou com a participação de16 pilotos, oriundos do SBN, SBC e SBSI.

No entanto, logo à sexta volta a pistaficou reduzida a quinze pilotos, uma vezque Luís Simões foi forçado a abandonar.

A corrida no circuito vianense pautou-sepelo enorme equilíbrio e alta rotaçãoimprimidos pelos concorrentes e cedo sepercebeu que, desde que não houvesseproblemas mecânicos, o vencedor nãoseria encontrado tão facilmente.

A previsão mostrou-se acertada já queAlex Pires (Ifap/SBSI) foi o primeiro a ver

Percurso exigente não assustou caminhantes

agitada a bandeira-xadrez, numa vitóriaconseguida com uma diferença de ape-nas 0.465 segundos para o segundo clas-sificado, João Faria (BES/SBSI). Alex Pirescompletou as 30 voltas em 30:59.891,pertencendo-lhe também a melhor volta(1:01.300).

Na segunda posição ficou João Faria,com o tempo total de 31:00.356 e a melhor

volta a ser feita em 1:01.543. O últimolugar do pódio foi reservado para AntónioFaria Silva (Ifap/SBSI), que completou acorrida em 31:31.795 e com a melhor voltaa fixar-se em 1:02.322.

João Santos Silva (Millennium bcp/SBSI),em 31:31.901, e Carlos Gonçalves (Banif/SBSI), em31:34.072, terminaram em quartoe quinto, respetivamente, enquanto JoséLuís Feliciano (Unicre/SBSI), o mais recen-te campeão do Sul e Ilhas, quedou-se pelosexto posto, com o tempo de 31:34.099.

A velocidade média desta prova foi de64,862 Kms/h e dos 16 pilotos apenasquatro não conseguiram completar a cor-rida.

Eis a classificação final com os respeti-vos tempos totais de cada piloto:

1.º Alex Pires (30:59.891); 2.º João Faria(31:00.356); 3.º António Faria Silva(31:31.795); 4.º João Santos Silva(31:31.901); 5.º Carlos Gonçalves(31:34.072); 6.º José Luís Feliciano(31:34.099); 7.º Luís Amaral (31:34.192);8.º Pedro Costa (31:34.302); 9.º OctávioTeixeira (31:35.000); 10.º Luís Mendes(31.46.256); 11.º Pedro Lemos (31:54.708);12.º Orlando Fontão (31:55.235); 13.º Oc-távio Rodrigues (31:12.820/29 voltas);14.º José Gomes (31:43.175/29 voltas);15.º Francisco Sousa (31:51.608/28 vol-tas); 16.º Luís Simões (6:30.016/6 voltas).

De realçar o enorme espírito de camara-dagem e saudável rivalidade que foi umaconstante não só nesta última prova comoigualmente ao longo de todo o campeonato.

Fizeram parte da comissão organizado-ra deste campeonato Henrique Rego, Al-fredo Correia, Francisco Martins, ManuelCamacho, António Ramos, João Toscano,João Cordeiro, Francisco Carapinha e Antó-nio Pimentel.

Os três pilotos com lugar no pódio

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RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 12 de novembro 2013 ––––– 17

TEXTOS: PEDRO GABRIEL

Miranda do Douro acolheu a finalnacional do 28.º CampeonatoInterbancário de Xadrez, nos

dias 26 e 27 de outubro. Os quinzemelhores xadrezistas colocaram os seusconhecimentos e estratégias em práti-ca, com o objetivo de arrecadarem otão ambicionado troféu. Tal proeza cou-be a António Fernandes (BBPI/SBSI),que foi o melhor ao longo das seis

Snooker

João Chumbinhocampeão invicto

O concorrente da CCAMsucedeu a Pedro Correia,contando como vitórias

todos os jogos realizados,num percurso impressionante

que só terminou na final

Tomar foi a cidade escolhida paraacolher a final nacional do IX Campeo-nato Interbancário de Snooker, que

contou com a participação de 12 concor-rentes, divididos em dois grupos.

No Grupo 1, João Chumbinho (CCAM /SBSI) não deu hipóteses aos adversários,começando a caminhada para o títulocom uma vitória por 4-2 frente a Fernan-do Pires (Banco BPI/SBSI). Seguiram-setriunfos diante de António Costa (BancoBPI/SBSI), Luís Lobo (BES/SBN), AntónioGuiné (BES/SBC) e José Lino (SantanderTotta/SBN), o que permitiu ao futurocampeão terminar a fase de grupos como pleno de vitórias e a respetiva qualifi-cação para as meias-finais. José Lino ter-minou no segundo posto, com oito pon-

tos, e também ele seguiu para a faseseguinte.

Situação idêntica teve José Caio (BES/SBN) no Grupo 2, onde também comple-tou a primeira fase 100% vitorioso. Noprimeiro jogo levou de vencida José Men-des (CCAM/SBSI), por 4-2, ao passo quena segunda partida teve de suar paraconquistar o triunfo de 4-3 sobre LaurentTeixeira (BNP Paribas/SBSI). José Caioconquistou o pleno na fase de grupos aoobter vitórias diante de José Amorim(Millennium bcp/SBN), Alberto Malheiro(Millennium bcp/SBC) e Mário Correia(Banco Popular/SBSI).

Face à qualidade demonstrada pelosjogadores, as meias-finais ameaçavamser emocionantes. Apesar de ter vencido

todas as partidas do seu grupo, José Caiocedeu perante José Lino: 4-2 foi o resulta-do final. Na outra meia-final, João Chum-binho venceu José Mendes, segundo clas-sificado do Grupo 2, por 4-1.

Antes da aguardada final disputou-se ojogo de atribuição do 3.º e 4.º lugares,onde José Caio ficou com a medalha debronze ao derrotar José Mendes por 4-1.

Depois de se terem defrontado na fase degrupos, João Chumbinho e José Lino volta-ram a reencontrar-se, desta feita no jogo detodas as decisões. Apenas à sexta partidase definiu o vencedor, com João Chumbinhoa levar a melhor por 5-1 e a conseguir o feitode se sagrar campeão sem derrotas.

A classificação deste torneio ficou or-denada da seguinte forma: 1.º João Chum-binho; 2.º José Lino; 3.º José Caio; 4.º JoséMendes; 5.º Laurent Teixeira; 6.º AntónioCosta; 7.º José Amorim; 8.º Luís Lobo; 9.ºMário Correia; 10.º Fernando Pires; 11.ºAlberto Malheiro; 12.º António Guiné.

O fim de semana terminou da melhormaneira com a cerimónia de entrega deprémios, a que se seguiu um almoço-con-vívio entre todos os participantes.

Fizeram parte da comissão organiza-dora Manuel Camacho, João Carvalho,Francisco Carapinha, António Pimentel,Henrique Rego, Francisco Mateus e Alfre-do Correia.

João Chumbinho (à esquerda) e JoséLino, respetivamente campeãoe vice-campeão

Xadrez

António Fernandes revalida títuloCom a realização da final

nacional chegou ao fim maisum campeonato interbancário

de xadrez. À semelhança do anopassado, António Fernandes foi

o último a dizer xeque-mate

rondas, tendo alcançado um total decinco pontos.

De referir ainda que o maior elo daprova (2.383) pertencia a este jogador,sendo mesmo o único que ultrapassava abarreira dos 2.000. O doce sabor da vitó-ria não é estranho a este xadrezista doBBPI, uma vez que na edição anterior játinha sido ele a levar o troféu para casa.

Na segunda posição terminou MárioMassena Machado (Santander Totta/SBN), com 4 pontos, cujo elo era de 1.874.A mesma pontuação obteve outro con-corrente oriundo do Norte, Joaquim Bran-dão Pinho (BdP), com um elo de 1.786.

João Guerreiro Ferreira (CGD) e MicaelCosta Santos (Millennium bcp), ambos doSBSI, chegaram igualmente aos quatropontos, suficientes para garantirem oquarto e quinto lugares, respetivamente.

Tanto a final nacional como as provasanteriormente disputadas decorreramcom um enorme espírito de desporti-vismo e camaradagem, como já vemsendo habitual nestas iniciativas.

A cerimónia de entrega de prémiosantecedeu um animado almoço-conví-vio que juntou todos os participantes.

Fizeram parte da comissão organiza-dora deste torneio Henrique Rego, Al-fredo Correia, Francisco Martins, Manu-el Camacho e João Carvalho.

Os vencedores: António Fernandes (1.º lugar), MárioMassena Machado (2.º) e Joaquim Brandão Pinho (3.º)

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TEMPOS LIVRES l Nacional

Afinal nacional do 6.º CampeonatoInterbancário de King disputou-seno fim de semana de 26 e 27 de

outubro, na histórica cidade de Mirandado Douro, tendo contado com a partici-pação de 16 jogadores, oriundos do SBN,SBC e SBSI.

As regras desta final ditaram que osconcorrentes fossem distribuídos rotati-vamente por quatro mesas, aplicando-seum sistema de rotação em que todosjogam contra todos uma vez e nuncamais voltam a encontrar-se nas restan-tes partidas.

TEXTOS: PEDRO GABRIEL

Pesca de mar

Dobradinha para José Ferreira Azevedo

Chegou ao fim o CampeonatoNacional Interbancário

num dia de grande pescaria parao concorrente do Clube GBES, que

triunfou a nível individual e coletivo

Afinal nacional teve como cenárioPeniche e realizou-se no dia 12de outubro, com a participação

de 59 pescadores.Já o sol se fazia sentir bem no alto

quando a prova teve início, com ospescadores a alimentarem a esperançade que o peixe fosse atraído aos engo-dos armados minutos antes.

Neste capítulo, José Ferreira Azeve-do (Clube GBES/SBSI) foi o mais feliz,com a captura de 32.390 gramas depescado, uma marca impressionanteque lhe valeu o título de campeão na-cional.

Na segunda posição ficou AntónioMarcelino Sousa (Clube Millennium bcp/SBSI), que atingiu os 24.380 gramas,pouco mais que os 21.970 de João Nu-nes da Silva (Clube Banif/SBSI) e quelhe garantiram o terceiro lugar. RicardoLuís Pernes (Clube GBES/SBSI) foi quar-to, com 21.760 gramas, ao passo queCarlos Brandão Silva (Banco BPI/SBSI),com 19.350 gramas, e José Fernandes

Dias (Clube GBES/SBSI), com 18.880,finalizaram na quinta e sexta posições,respetivamente.

O SBSI acabou por dominar esta final,colocando associados nos dez primei-ros lugares da tabela.

Na classificação por equipas, desta-que para a vitória do Clube GBES, docampeão José Ferreira Azevedo, JoséFernandes Dias e José Ferreira Costa,que obteve 16 pontos. Na segunda po-sição ficou o conjunto GBES/B. Popular,de Ricardo Luís Pernes, Alberto FerreiraCosta e Pedro Miguel Faria, com 23pontos. Finalmente no terceiro lugar,com 32 pontos, ficou o Banco BPI (SBSI),de Carlos Brandão Silva, Manuel SantosCarvalho e Artur Pereira Silva.

De referir ainda que o maior exem-plar do dia, uma tainha de 1070 gra-mas, foi capturada por Manuel SantosCarvalho (Banco BPI/SBSI).

A cerimónia de entrega de prémiosantecedeu um jantar-convívio entre osparticipantes.

King

Caetano Moçoarrecada troféu

A última prova ficou marcadapela incerteza relativamente

ao desfecho e só ao quinto jogose conheceu o sucessor de António

Araújo, vencedor do ano passadoFoi a partir desta fase que os concor-

rentes passaram a olhar de forma maisinteressada para a classificação, embo-ra o sistema de conversão de pontosKing em valores tenha adiado as certe-zas relativamente ao futuro vencedor.

Após a realização da quarta partida,três jogadores estavam em posição dese sagrarem campeões: António Rafael(Santander Totta/SBSI), Valdemar Gas-par (BES/SBN) e Caetano Moço (Unicre/SBSI). E foi precisamente este último alevantar o troféu após a 5.ª partida,totalizando 73 pontos.

António Rafael ficou em segundo,com 68 pontos, enquanto António Gui-

né (BES/SBC) alcançou o último lugardo pódio, com 65. Valdemar Gaspar(BES/SBN) foi quarto, com 61 pontos,mais quatro que Alfredo Cóias (San-tander Totta/SBSI), que terminou emquinto.

De destacar o enorme espírito decamaradagem e fair-play entre todosos participantes, visível não só nestaúltima prova como ao longo de todo ocampeonato.

A comissão organizadora foi com-posta por Henrique Rego, Alfredo Cor-reia, Francisco Martins, Manuel Cama-cho, António Ramos, Francisco Carapi-nha e António Pimentel.

Caetano Moço, ladeado por António Rafael e António Guiné

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Notícias l Bancários CentroBa

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20 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 12 de novembro 2013

AUGT de Coimbra festejou em outu-bro o 4.º aniversário e elegeu comomarca da data o terrível flagelo do

desemprego, as oportunidades do em-preendedorismo e o valor da formaçãonum País em que os governantes dediligentes têm pouco.

Assim, depois de uma conferência deimprensa para assinalar a data, tevelugar um seminário intitulado "Desem-prego, formação e empreendedorismo",a que assistiram 70 convidados, entre

A central sindical assinaloua data com um seminário

sobre "Desemprego, formaçãoe empreendedorismo",

em que participaramsindicalistas e académicos

TEXTO: RICARDO POCINHO

representantes dos 33 sindicatos filiadosnesta estrutura de Coimbra e dirigentesdas instituições parceiras da União.

A abertura do evento esteve a cargo deJosé Ricardo Coelho, presidente do SPZC, daMesa do Congresso e Conselho Geral daUGT-Coimbra. Intervieram Eduardo Santos,professor da FPCE da Universidade de Coim-bra; Joana Almeida, doutoranda da FEUC ebolseira da FCT, que apresentou o seu livro"De desempregados a empreendedores,percursos e carreiras"; Jorge Mesquita, di-retor do CEFOSAP, que aproveitou o mo-mento para informar que Coimbra vai terum polo de formação daquele centro pro-tocolar; e ainda Rui Godinho, presidente daUGT Setúbal, presente enquanto represen-tante do Grupo de Apoio às Uniões.

A finalizar usaram da palavra RicardoPocinho, presidente da UGT Coimbra, eJoaquim Mendes Dias, do SecretariadoExecutivo da Central. Usando uma tónicacomum, ambos elogiaram o papel dasUniões e sublinharam a sua importânciajunto dos sindicatos e dos não sindicali-zados, bem como o valor do trabalho queprestam junto dos desempregados.

marca aniversário da UGT Coimbra

Vítor Travassos, António Pimentel,Ricardo Pocinho, José Ricardo e JuvenalSousa na conferência de imprensa

Flagelo do desemprego

Mostra de papel recortado no SBC

TEXTO: A. CASTELO BRANCO

memória dessa histórica arte milenar en-quanto uma das mais populares artesdecorativas tradicionais chinesas.

Apaixonado por História

Paulino Mota Tavares nasceu na Na-zaré e trabalhou no Banco de Portugal,reformando-se a partir de Coimbra, emcuja Universidade se licenciou em Histó-ria Económica e Social, frequentandoainda ali o Curso de Estudos Europeus.

Estudou profundamente o latim e osseus autores clássicos, o que lhe permi-te ainda hoje ministrar o seu ensino.

Tem colaborado na "Revista História"e nos mais diversos jornais e revistas,sendo autor de vários livros em prosa epoesia. Apresenta com regularidade co-municações na área da Literatura Portu-guesa e da História de Portugal, desta-cando-se como investigador na área daHistória do séc. XVII.

Paulino Mota Tavares é ainda fundadordo Centro de Estudos Inesianos em Monte-mor-o-Velho e cofundador da LATA-Ligados Amigos das Tabernas Antigas.

Na arte, na escrita e na investigaçãohistórica e etnográfica os bancá-rios no ativo ou reformados têm

mostrado os seus dotes. É o caso de Pau-lino Mota Tavares, autor da mostra agoraem exibição no SBC.

Entre nós a tradição da utilização dopapel recortado vem de longe, sendo as

No edifício de Coimbra está patenteuma exposição sobre a arte do papel

recortado, da autoria de Paulino MotaTavares, bancário reformado

do Banco de Portugal

referências mais antigas as que visavamo enfeite de doces conventuais.

Posteriormente, nas festas e romarias,alindavam-se as ruas e os arcos com floresde papel, a par de outros objetos decorati-vos que a arte e o engenho de quemmanuseava a tesoura, com mestria, lheconseguia incutir. Precioso e quase únicoelemento de enfeite nas velhas cozinhasdas nossas aldeias e nas saudosas taber-nas que fazem parte da nossa identidade,era aquele papel impresso com múltiplosmotivos, que uma vez adquiridos nas ve-lhas mercearias eram colados com farinhade trigo por cima das cantareiras, daschaminés, dos borralhos ou onde houvesseum nicho que justificasse ser evidenciado.

Daí chamar-se-lhe o papel das cantarei-ras. E, nas casas mais pobres, onde nãohavia dinheiro para o comprar, ele erasubstituído pelas folhas de um qualquerjornal velho que por ali aparecesse, depoisde artisticamente ter sido burilado peladona de casa ou pelas filhas casadoiras.

Ao falarmos de papel recortado temosnecessariamente de recuar no tempo doismil anos e situarmo-nos na China, onde há

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Um grupo com cerca de meia cen-tena de reformados e familiares,participou, em junho, num even-

to promovido pelo Secretariado dos Re-formados, que consistiu numa visitaguiada ao Palácio de São Bento, paraassistir a uma sessão plenária da As-sembleia da República.

O grupo foi recebido por um elementodas relações públicas do Parlamento,que depois de exibir um filme no qual édetalhadamente explicada a história, omodo de funcionamento, as competên-cias e responsabilidades da Assembleiada República portuguesa, partiu parauma visita ao Palácio, começando pelojardim, localizado nas traseiras.

Passado o claustro acedeu-se à Salado Senado, que resulta da reformulaçãoda antiga e monárquica Câmara dosPares, instalada na original Sala doCapítulo do Convento Beneditino.

Reformados visitam ParlamentoA Secção Sindical de Reformados

promoveu uma visita guiadaao Palácio de São Bento, com direito

a assistir a uma sessão plenária

TEXTO: SEQUEIRA MENDES / SILVINO MADALENO

Com paragem nos Passos Perdidos,onde foi explicada a origem do termo,que é mesmo esse – os passos perdidos àespera de uma audiência ou receção poralguém com poder – o grupo chegou à Saladas Sessões, onde foi permitido, por mo-mentos, ocupar o lugar dos deputados.

Saindo para o monumental Salão No-bre, descendo pela imponente EscadariaNobre – na qual foi possível observar osdiversos painéis pintados nas paredes eo grandioso lustre que a encima –, en-trou-se no Claustro, decorado com umjardim de quatro canteiros, com uma

oliveira em cada um e uma fonte do séc.XVIII, terminando aí a visita.

Depois do almoço e a convite de doisdeputados da Assembleia da República, ogrupo foi conduzido às galerias do Parla-mento, onde assistiu a um acalorado de-bate político sobre as desventuras de doisanos de "governação Passos Coelho".

Pelas 17h00 foi tempo de regressar, poisaos reformados esperava-os um opíparolanche – que mais pareceu um jantar – noCortiço, em Caldas da Rainha, e que mere-ceu os maiores encómios de todos osparticipantes.

Tradição raiana animou passeio

Meia centena de sóciosrumou à Aldeia da Ponte,

Sabugal, para assistira uma das mais primitivas

tradições da região: a capeiaarraiana com forcão

Nos idos de agosto, em pleno verão,um pouco mais de 50 reformadosdo SBC, oriundos dos quatro distri-

tos que o compõem, rumaram de auto-carro até à fronteira, à Aldeia da Ponte, noconcelho do Sabugal, para assistir a umadas mais primitivas tradições daquelasparagens, a capeia arraiana com forcão.

A caminho da festa houve paragemobrigatória na Aldeia de S. Sebastião, no

Centro Social, onde foi servida uma exce-lente paella raiana.

A capeia é uma corrida de touros comorigem nas terras de Ribacôa, com ca-racterísticas que, pode dizer-se, sãoúnicas no mundo. Há quem sustenteque este património etnográfico teveorigem em Forcalhos e Lageosa da Raia.

São vários os momentos da capeia,qual deles o mais significativo e o demaior valor etnográfico: ir buscar ostouros (aos campos); o encerro, ou en-trada de cavaleiros e touros na praça; oboi da prova, ou o primeiro touro queentra em cena; o almoço, que é issomesmo; pedir a praça, isto é, um mor-domo avança e pede oficialmente quea capeia comece; a capeia propriamen-te dita; e o desencerro, o momentoculminante da festa e que consiste noregresso dos touros aos campos, acom-panhados pelos cavaleiros.

O regresso contou com uma paragemem Vilar Formoso onde, aproveitando asfestas, o grupo aproveitou para meren-dar.

Por momentos, os reformados do SBC ocuparam o lugar dos deputados

TEXTO: SEQUEIRA MENDES

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"És bem-vindo! Não te esqueças, trás outro amigo!" Foi com este lema quea Delegação de Leiria do SBC realizou um convívio de sueca na tarde de sábado,dia 2 de novembro.

O objetivo foi reunir, de entre os amigos deste jogo, o maior número possívelde bancários associados do distrito de Leiria e proporcionar-lhes uma tarde bemjogada e bem passada, cimentando assim os laços que unem estes bancários,num conceito informal e sem as regras rígidas dos campeonatos que nestamodalidade costumam comprimir e limitar os concorrentes, privilegiando,assim, o convívio e as relações interpessoais.

Assim aconteceu. Das seis equipas que se apresentaram a jogo, coube à duplaSilva/Gameiro as honras de vencedora, tendo recebido o respetivo prémio nojantar que se realizou na cidade e que encerrou esta jornada.

Pesca

José Ferreira bisa em FolhadosaO 2.º convívio piscatórioorganizado pela Secção

Regional de Viseu foinovamente um êxito, e

apesar da chuva o peixemarcou presença. O próximo

encontro terá lugar emCelorico da Beira

TEXTO: SEQUEIRA MENDES

Foi no edílico pesqueiro de Folhadosa– uma aldeia serrana do concelho deSeia – que integra uma Fundação cujo

escopo fundamental consiste no apoio àterceira idade, que se realizou o segundoconvívio de pesca promovido pela SecçãoRegional de Viseu.

Ficou decidido pelos pescadores convi-vas que o próximo terá lugar em Celoricoda Beira, na pista de pesca da Ratoeira.Esta particularidade, de serem os própriospescadores a decidirem o local da reali-zação dos seus encontros, tem levado aque estes sejam muito participados e quea camaradagem e o convívio sejam mes-mo o propósito que os representantesdistritais pretendem atingir.

Este convívio ganhou um peso e impor-tância tal, que muitos pescadores, oriun-dos dos vários distritos que integram oSBC, atribuem-lhe prioridade e nele fa-zem questão de participar.

O mau tempo com que o S. Pedrosurpreendeu presentes, com uma chuva

Convívio de Sueca em Leiria

implacável que nunca parou, não afastouos pescadores, muito menos interferiu nafaina, pois saiu muito peixe, para satisfa-ção de todos.

É habitual neste convívio haver umaparagem a meio da manhã para retem-perar forças e degustar petiscos da re-

gião, a que chamam Piqueta. Foi o quemais uma vez aconteceu e durante vinteminutos, o tempo que esta interrupçãodurou, lá se deleitaram os pescadorescom belas carnes grelhadas, enchidos,queijos e requeijões, tudo bem secunda-do por uns elegantes tintos e brancos doDão.

Para que conste, pois o objetivo pri-meiro não é o da competição, o primeirolugar coube novamente a José da SilvaFerreira, do BCP/Viseu, com 5.140 Kgpescados; o segundo foi para FernandoTomás Luís, do BES/Buarcos, com 3.080Kg, e em terceiro ficou Paulo José Figuei-redo, do BCP/Nelas, com 2.880Kg.

No almoço que se seguiu nas instala-ções da lagoa estiveram presentes, porparte da Direção, Manuel António e JoãoAntunes. Houve distribuição de algumaslembranças, tendo Couto Ribeiro rema-tado com o agradecimento a todos ospresentes pelos momentos vividos demuita alegria e sã camaradagem.

A chuva implacávelnão afastou

os pescadores

O peixe foi abundante e com bonsexemplares

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As aulas jácomeçaram!

Meia centenas de estudantesiniciaram o ano letivo

na Universidade Sénior,com o objetivo de aumentar

o conhecimento em áreasdo seu interesse

TEXTO: MÁRIO RÚBIO

Asessão de apresentação das aulasda Universidade Sénior Pedro San-tarém realizou-se no dia 15 de

outubro e contou com a presença dagrande maioria dos alunos inscritos.

Este ano a Universidade tem meia cen-tena de alunos inscritos nas diversas dis-ciplinas. Face à procura, as turmas deInformática e Redes Sociais tiveram de serdivididas, devido ao número dos interes-sados em frequentar estas disciplinas.

No dia 21 iniciaram-se as aulas, con-tando com a participação dos alunosnas seguintes disciplinas: Informática,Redes Sociais, Fotografia, Desenvolvi-mento Pessoal, Inglês, História dasReligiões e Mistérios, Tradições da His-tória Portuguesa e, finalmente, Tai ChiChuan.

Está previsto para breve dar início àsaulas de Oficinas de Lazer.

Recorde-se que as inscrições ainda estãoabertas, pelo que os interessados aindaestão a tempo de se inscrever na Univer-sidade e frequentar as aulas nos horáriosindicados.

Para melhor informação, eis o horário de funcionamento da Universidade:

Disciplinas e horários

Para mais infirmações não deixe deconsultar o sítio do STAS, em www.stas.pt(espaço sócio), enviar um [email protected] ou telefonar21 880 21 60.

2.ª feira 3.ª feira 4.ª feira 5.ª feira

10.00h – 10.50h I Oficinas11.00h – 11.50h de Lazer12.00h – 12.50h13.00h – 13.50h14.00h – 14.50h Desenvolvimento15.00h – 16.30h Fotografia Pessoal16.30h – 17.30h História* Tai-chi-chuan17.30h – 17.50h

Informática(1)

InglêsInformática

(2)Oficinasde lazer

Redes Sociais (1) Redes Sociais (2)

FotografiaHistória *

DesenvolvimentoPessoal

Tai-chi-chuan

Universidade Sénior Pedro Santarém

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Aapreciação das alterações re-centes ao Código do Trabalho e asituação político-sindical no se-

tor foram os principais temas em dis-cussão na assembleia ordinária de de-legados sindicais do STAS, realizadarecentemente. A aprovação da ata daassembleia anterior e a transmissão deinformações foram os restantes assun-tos da Ordem de Trabalhos.

Registe-se a participação ativa dospresentes, que intervieram com parti-cular interesse e empenho no desenro-lar da assembleia.

Na sessão houve a oportunidade deos delegados se pronunciarem quanto àsituação atual das empresas onde labo-ram, particularmente aquelas que es-tão a proceder a rescisões de contratos,e com enfoque sobre as propostas queestão a ser apresentadas a alguns tra-balhadores.

Sendo os delegados sindicais o elo deligação entre o Sindicato e os trabalha-

TEXTO: JOSÉ LUÍS PAIS

dores e vice-versa, foi-lhes solicitadopela Direção uma particular atençãoquanto àquelas situações, de forma apoderem transmitir aos colegas visa-dos pelas rescisões a importância deantes de tomarem uma decisão expo-rem aos serviços jurídicos as suas dú-vidas e, ao mesmo tempo, serem de-vidamente esclarecidos quanto aos di-reitos e implicações futuras das op-ções que venham a tomar.

Ainda quanto a este assunto foi refe-rido que a Direção, sempre que sejustifique, intervirá junto das empre-sas, contribuindo para a salvaguardados interesses dos trabalhadores seusassociados.

Mudanças na lei

Noutro aspeto apresentado à as-sembleia, destaque para os preparati-vos de início de negociações de CCT ede AE com entidades representativasde mediadores e corretores e ainda deassistência.

Focou-se ainda a manifesta vontadedo Sindicato em retomar as conversa-ções com a APS. Para o efeito seráenviada àquela associação uma cartacom essa finalidade.

Seguiu-se a apresentação, em po-wer point, das alterações mais recen-

tes ao Código do Trabalho, introduzidaspela lei n.º 69/2013 de 30 de agosto.Uma vez mais, a assembleia contoucom a colaboração da dr.ª Carla Mirraque, com o seu savoir faire, conseguiuprender a atenção dos presentes, in-cluindo o desafio de atestar essa mes-ma atenção apresentando-lhes algunsexemplos com vista à aplicação práticado exposto.

Foram referidas as fórmulas de cál-culo das compensações por cessação docontrato de trabalho sem termo: contra-tos celebrados após 1 de outubro de2013; celebrados antes de 1 de novem-bro de 2011 e celebrados após 1 denovembro de 2011 e até 30 de setembrode 2013.

Apresentaram-se também as fórmu-las de cálculo das compensações para oscontratos de trabalho a termo certo ouincerto. Finalmente focaram-se diver-sos aspetos da declaração de inconstitu-cionalidade de algumas normas do Có-digo do Trabalho e da lei n.º 23/2012.

No ponto de informações da Ordem deTrabalhos, destaque para a forma decomunicação geral aos associados, aler-tando-se os delegados sindicais para aimportância que também têm nestecapítulo. Algumas sugestões foram lan-çadas para a obtenção de uma melhoriada referida comunicação.

Delegados sindicais analisamalterações ao Código do Trabalho

Numa assembleia muitoparticipada, os delegados

sindicais do STAS debateramainda a situação

político-laboral no setor

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SAMS abriu novo espaçoO Centro Clínico tem

em funcionamento desde 28de outubro um novo espaço,possibilitando a beneficiários

e utentes a aquisiçãode medicamentos de venda

livre e outros produtos

TEXTOS: INÊS F. NETO

OConselho de Gerência e a Comis-são Executiva prosseguem o ob-jetivo de dotar o SAMS de mais-

valias para beneficiários e utentes, am-pliando horários de atendimento, re-modelando instalações e aumentandoo número de serviços disponibilizados.

Depois da remodelação total dasClínicas de Almada e do Barreiro e damodernização da loja de Ótica, abriudia 28 de outubro um novo espaço.

Situada no piso de entrada do CentroClínico, em frente à Ótica, a SAMS Phar-ma é um local amplo com uma ima-gem contemporânea, que disponibili-za aos beneficiários e utentes medica-mentos de venda livre (sem necessi-dade de receita médica), com especialincidência na área da dermocosméti-ca. Está a ser equacionada a dispensa

de outros produtos, como os ortopédi-cos ou de apoio à maternidade.

O SAMS presta assim mais um ser-viço aos beneficiários, facilitando oacesso a um leque variado de artigossem necessidade de sair do CentroClínico e proporcionando um atendi-mento personalizado e profissional.

Os subscritores do Fundo Sindical deAssistência (FSA) – e apenas estes –

têm ainda a vantagem de poder efe-tuar o pagamento dos produtos adqui-ridos em diferido e de forma fraciona-da.

A abertura da SAMS Pharma é aresposta possível à legislação sobrepropriedade de farmácias, que impe-de o SAMS de ter de novo um serviçocom as caraterísticas do que funcio-nou no passado.

Visitas à Casa-Museu Dr. Anastácio GonçalvesÉ já este mês que arrancaa iniciativa "Convíviocom Arte". São duas visitasao edifício onde viveuo médico e colecionadorAnastácio Gonçalves

res e amigos. Os interessados em par-ticipar deverão inscrever-se até dia 11de novembro na Secção Administrativado S indicato, at ravés do emai [email protected] ou do telefone213 216 009/12.

Olocal eleito para a primeira inicia-tiva de "Convívio com Arte" é aCasa-Museu Dr. Anastácio Gonçal-

ves, ao Saldanha (em frente à Maternida-de Alfredo da Costa).

Estão organizadas duas visitas distin-tas: a primeira, agendada para 20 denovembro, às 12h30, tem a pertinentedesignação de "20 minutos com arte" ecompreende uma visita à Casa-Museu domédico e colecionador de arte que fez do

O célebre"Conviteà Valsa",de ColumbanoBordaloPinheiro,é umadas obrasda Casa-Museu

ateliê do pintor José Malhoa a sua resi-dência e repositório das obras adquiri-das. O preço por pessoa é 1€ e as inscri-ções estão limitadas a 15 pessoas.

A segunda está marcada para sábado,dia 23 de novembro, às 15h00, e compor-ta a inscrição de 30 pessoas. Durará cercade uma hora e meia e, além da visita àCasa, inclui informações detalhadas so-bre o Dr. Anastácio Gonçalves, explica-ções sobre as principais obras das suastrês coleções – pintura, mobiliário e por-celana, todas com obras de assinalávelimportância artística – e o desvendar depormenores pouco conhecidos sobre ohomem e as peças. Esta visita custa 3€.

Ambas as visitas serão acompanhas porum técnico da Casa-Museu, responsávelpor prestar todos os esclarecimentos.

Em qualquer dos casos, as inscriçõesestão abertas a sócios do SBSI, familia-

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Bancários Sul e IlhasNotícias l Bancários Sul e Ilhas

Futsal

Jornadas distintas marcam arranque

A bola já rola no CampeonatoInterbancário de Futsal para

Veteranos. Após duas jornadasrealizadas, a equipa Leopardos

destaca-se na frente da classificação

TEXTO: PEDRO GABRIEL

A14.ª edição do Campeonato Inter-bancário de Futsal para Veteranosteve início no dia 18 de outubro,

com a realização da 1.ª jornada da áreade Lisboa. Foram jogos bastante disputa-dos, com poucos golos e sempre na incer-teza em relação aos vencedores.

O jogo inaugural opôs a equipa GDCTU(Unicre) aos Krakes do Kintal (Millenniumbcp). No primeiro tempo o marcador ficouem branco, pese embora algumas oportuni-dades de golo. O nulo haveria de ser desfeitoà passagem do minuto 8, com o capitãoAntónio Brás Jorge a fazer aquele que seriao único golo da partida. Vitória pela margemmínima da equipa Krakes do Kintal.

No segundo encontro, BCP Foot Vet (Mi-llennium bcp) mediu forças com a equipaLeopardos (BES) e foram estes a inauguraro marcador, por intermédio de Luís MiguelXavier, quando estavam decorridos 11minutos de jogo. Os Leopardos viriam aampliar a vantagem já na segunda parte,aos 10', quando Luís Alberto Rocha empur-rou o esférico para o fundo das redes. Trêsminutos depois, João Diogo Pereira reduziupara o BCP Foot Vet, deixando até final aincerteza no marcador. No entanto, o resul-tado não mais viria a alterar-se.

Na terceira e última partida não houvefestejos, uma vez que Clube GBES e FapocVet (Millennium bcp) empataram a zero.

A Portugais (BdP) foi a equipa a folgar. Nofinal desta jornada, Leopardos e Krakesdo Kintal partilhavam o topo da tabelaclassificativa, com 3 pontos.

Goleadas na 2.ª jornada

Se na ronda inaugural as equipas não semostraram inspiradas na procura do golo,na segunda jornada a pontaria estevebastante afinada.

O primeiro jogo opôs o Clube GBES aosLeopardos e terminou com a vitória dosúltimos, por 9-4. Início de jogo frenéticocom dois golos para cada lado nos primei-ros quatro minutos. E foi preciso esperar

pelo minuto 11 para ver as redes balan-çarem novamente. A equipa Leopardoscolocou-se na frente e viria a ampliar omarcador novamente aos 14'. No entan-to, o Clube GBES não esmoreceu e logrouchegar ao empate, resultado com que foipara o intervalo.

Na etapa complementar, os Leopardosregressaram demolidores e brindaram oadversário com cinco golos sem respos-ta. Destaque para o hat-trick de LuísAlberto Rocha.

No segundo jogo da noite, o BCP FootVet transformou-se num autêntico rolocompressor ao levar de vencida os Krakesdo Kintal, por 12-1. Seis golos em cadaparte, com Rui Calcona a fazer um "poker".Carlos Andrade fez o tento de honra paraos Krakes do Kintal.

E ao terceiro jogo, a terceira goleada.Desta feita foi a equipa Portugais, quehavia folgado na primeira jornada, a go-lear a GDCTU, por 6-0. Pedro Macário eJorge Seabra dividiram as despesas dojogo, com três golos cada um. A equipaFapoc Vet descansou nesta ronda.

Com duas jornadas realizadas, os Leopar-dos lideram isolados a classificação, com 6pontos, seguidos do BCP Foot Vet edos Krakesdo Kintal, ambos com 4 pontos.

As próximas jornadas terão lugar duran-te o mês de novembro e daremos contados resultados em futuras publicações.

Montarias em Alvaiázere

As montarias realizam-seno final de novembro

e em fevereiro do próximo ano.Duas oportunidadespara levar a família

até ao Centro de Fériasde Ferreira do Zêzere

OClube de Caçadores de Alvaiázere está aorganizar duas montarias. O SBSI juntou--se à iniciativa para proporcionar esta

oportunidade aos sócios amantes da caça.A primeira tem lugar de 29 de novembro a 1 de

dezembro; a segunda de 14 a 16 de fevereiro de2014. Ambas custam 30 portas.

A participação está aberta a todos os sóciosdo SBSI e dos sindicatos da Febase e da UGT.

A iniciativa pretende abranger toda afamília, por isso enquanto os desportistascaçam, os familiares são recebidos no Cen-tro de Férias e Formação do Sindicato, emFerreira do Zêzere, com um conjunto deatividades que lhes proporcionarão um diabem passado.

Para mais informações e reservas, os interes-sados devem ligar para o tel. 249 360 200.

Os Leopardos

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Com a realização da quintae última eliminatória, ficou

definida a lista de pescadoresque transitam para a próxima

fase da competição

TEXTOS: PEDRO GABRIEL

O28.º Campeonato Interbancáriode Pesca de Alto Mar prosseguiuno dia 26 de outubro, com a

realização da quinta eliminatória.

A bordo da embarcação "Roaz do Sado",do Mestre Jorge Sena, sete concorren-tes lançaram o isco à água na esperan-ça de que o peixe estivesse disposto apicar.

Nesta saudável "batalha", Luís Capi-tão Patas (Santander Totta) foi o maisfeliz, ao alcançar o primeiro lugar, comum total de 2.100 pontos. João NogueiraNunes, igualmente do Santander Totta,terminou na segunda posição, chegandoaos 1.650 pontos. António Reis Valério(Millennium bcp) foi terceiro, com 1.410pontos, enquanto Luís Miguel Agostinho

(Montepio Geral) ocupou a última vagado apuramento, com 1.385.

Além dos quatro melhores classifica-dos de cada eliminatória, têm lugar na2.ª fase da competição os dois melho-res quintos classificados no conjuntodessas mesmas eliminatórias.

Assim sendo, a lista completa dosapurados conta com os seguintes pes-cadores: Bruno Santos Ferreira (BancoPopular), Camilo Augusto Baía (Santan-der Totta), João Nascimento Silva (BES),José Domingos Moreira (Santander Tot-ta), Fernando Martinho Pereira (UNI-CRE), Miguel Ângelo Aiveca (SantanderTotta), José Carlos Pacheco (Millenniumbcp), Pedro Carvalho Silva (Banco Po-pular), Francisco Vicente Pereira (CGD),João Lima Canaverde (Millennium bcp),Camilo Lopes Santos (Montepio Geral),Luís Bento Costa (Caixa Agrícola) Ricar-do Lindengrun (Montepio Geral), CarlosAlberto Antunes (UNICRE), PolicarpoCésar Viegas (CGD), Paulo Teixeira Oli-veira (UNICRE), Luís Manuel Ferreira(Santander Totta), Luís Capitão Patas(Santander Totta), João Nogueira Nu-nes (Santander Totta), António ReisValério (Millennium bcp), Luís MiguelAgostinho (Montepio Geral) e JoaquimMarques Ferreira (Millennium bcp).

As duas primeiras provas da 2.ª fasedecorreram dia 9 de novembro e delasdaremos conta em próximas publicações.

SBSI despede-se de Vasco Santos

O Sindicato ficou mais pobre quan-do no dia 27 de outubro faleceuVasco Santos, antigo membro dos

Corpos Gerentes.Vasco Rui Pinheiro Machado Santos

nasceu em 1946 e iniciou a sua vidaprofissional mal deixou a infância: en-trou aos 13 anos para o ex-BNU. Cum-priu a maior parte da sua carreira debancário neste banco, tendo transita-do para a CGD devido ao processo defusão entre as duas instituições. Refor-mou-se como trabalhador da Caixa.

Ao longo da sua vida, Vasco Santosfoi um ativo membro das diversasComissões de Trabalhadores do ex-BNU, até 2000.

Entre 2000 e 2011 foi vice-presiden-te da Mecodec, cargo que exerceu comsentido de responsabilidade e equilí-brio, o que lhe granjeou o respeito dosbancários.

No mesmo período pertenceu ao Pe-louro dos Tempos Livres do Sindicato,

acompanhando pessoalmente muitasdas atividades desenvolvidas, tantona área desportiva como na cultural.Nessas ocasiões Vasco Santos mostra-va o seu companheirismo e espíritosolidário, que os sócios muito preza-vam.

Pesca de Alto Mar

Últimos concorrentes apurados

Foi ainda membro da Comissão deTrabalhadores do BNU.

Neste momento de dor, os CorposGerentes do SBSI prestam homenagemao colega e amigo que agora partiu eapresenta à família enlutada as maissentidas condolências.

Vasco Santos na Mesa durante um Conselho Geral

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Bancários Norte

Notícias l Bancários Norte

TEXTOS: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

Com início no passado dia 10 e prolon-gando-se pelo mês de dezembro,decorre no Complexo Municipal de

Ténis da Maia, em Vermoim, o 31.º torneioregional de ténis organizado pelo SBN.

Os jogos realizam-se ao domingo, du-rante a tarde, sob calendário previamen-te estabelecido no sorteio realizado nodia 5 de novembro e a que não sãopermitidas alterações.

Os sócios têm oportunidadede mostrar a sua destreza

desportiva em dois torneiosda mesma "família": ténis

e ténis de mesa. Na primeiramodalidade procura-se

o campeão regional, quedisputará a final nacional;

na segunda será conhecidoo melhor jogador do SBN

As regras do torneio são idênticas àsque se praticaram nas edições anterio-res. Eventuais dúvidas e os casos omissosserão resolvidos, de acordo com o regu-lamento da Federação Portuguesa deTénis, pela organização do torneio, e ocritério de apuramento para a final nacio-nal é da responsabilidade do Pelouro doDesporto do SBN.

Os concorrentes foram distribuídos porcinco escalões em singulares masculinos– o primeiro até aos 44 anos; o segundodos 45 aos 54; o terceiro dos 55 aos 59; oquarto dos 60 aos 64 e o quinto a partir dos65 – e um em singulares femininos.

Torneio abertoNo âmbito das atividades para o corrente

ano, o SBN vai promover, no próximo dia 7de dezembro, com início às 9h00, no audi-tório do sindicato – Rua de S. Brás 444 –, o5.º torneio aberto de ténis de mesa, emmasculinos e femininos, para associadosno ativo e reformados.

O ténis de mesa, ou mesa-tenismo, foiinventado em Inglaterra no século XIX,

onde era conhecido como ping pong, até setornar uma marca registada. Por isso mu-dou-se o nome em Portugal para ténis demesa, sendo o nome ping pong atualmenteusado apenas para fins recreativos. É umdos desportos mais populares do mundoem número de jogadores, assim como umadas mais novas modalidades olímpicas. Oténis de mesa é conhecido como sendo odesporto com o tipo de bola mais rápida domundo e o que tem a raquete que maisproduz efeito (rotação) na bola.

A inscrição é gratuita e deverá serefetuada até dia 22 de novembro nosserviços do SBN, Loja de Atendimento –Rua da Fábrica, 81 – ou pelos telefones223398800/05/09/17/48, onde pode-rão ser obtidas mais informações.

Calendário fértil em torneios de ténis

O Sindicato celebra umadas mais tradicionais festasde outono com um passeio

às termas de S. Vicente,em Penafiel, onde não

faltarão as castanhas

OSindicato vai festejar o S. Martinhono dia 23 de novembro, em Pena-fiel, com um evento destinado aos

associados e familiares.Do programa, além de um almoço servi-

do no restaurante das Termas de S. Vicente– um dos melhores da região –, consta umavisita à estância termal e às ruínas roma-nas. Datadas do século V, as termas sãoconsideradas as mais alcalinas de entretodas as sulfúreas em Portugal.

Para abrir o apetite, refira-se que oalmoço é composto por entradas diver-

sas, sopa, rojões, sobremesa, bebidasdiversas e café.

A tarde será de animação, com músicaao vivo, estando previsto o regresso às18h30 – não sem antes ser servido umlanche com caldo verde e castanhas.

As inscrições, abertas até dia 19, sãolimitadas a 165 pessoas e deverão serefetuadas na Loja de Atendimento do SBN,na Rua da Fábrica, 81, onde poderão serobtidas mais informações, pessoalmenteou através dos telefones 223398800/05/09/17 ou do e-mail [email protected]

Enquadrada no ciclo de fotografia "Tre-ze Meses, Treze Temas" – exposiçõesmensais subordinadas a temas

previamente definidos –, o Núcleo deFotografia do SBN decidiu, nesta épocado ano, a apresentação de um trabalhoalusivo à quadra natalícia, da autoria deEduardo Nogueira.

O Núcleo vai, por isso, manter patente uma exposiçãosubordinada ao tema "Natal 2013" na Galeria SBN (RuaConde de Vizela, 145), de 4 de dezembro a 8 de janeiro. Amostra pode ser visitada às quartas e quintas-feiras, das15h00 às 17h30.

"Viagens"Paralelamente, está patente na Galeria SBN a mostra sobre

o tema "Viagens", da autoria de Jorge Viana Basto. A exposiçãopode ser visitada até 4 de dezembro, no mesmo horário.

SBN festeja S. Martinhoem exposição fotográfica"Natal 2013"

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TEXTO: CLARA QUENTAL*

Assédio moral e sexual: denunciar, O assédio sexual e o assédiomoral constituem atentados

às condições de trabalho.A nossa missão é torná-lo visível,

até porque só sendo visível elepoderá ser combatido. Não há

outra maneira

Há algum tempo, o órgão a quepertencia pediu uma reunião sobreo assédio moral e sexual nos locais

de trabalho com um grupo parlamentar. Asenhora presidente desse grupo que, na-turalmente, não vou aqui revelar, mani-festou-se muito admirada com a exposi-ção que lhe fiz e disse-me, sem margenspara dúvidas: "Clara, eu não tinha a noçãode que o assédio tinha estas proporções!".

Sendo este apenas um caso entretantos e tantos outros, não me parece

que isto seja um assunto com muitavisibilidade. Aliás, não me restammuitas dúvidas de que este é um assun-to ainda muito subterrâneo. Por isso, anossa missão é torná-lo visível, atéporque só sendo visível ele poderá sercombatido. Não há outra maneira, naminha perspetiva.

A crise acentuou esta realidade, querpelo medo das mulheres, ao denuncia-rem as situações, perderem o empre-go, quer pelo aumento da precariedadedos vínculos laborais, mas também pelapressão que se vive nas organizaçõesque, como sabemos, são permeáveisàs convulsões sociais. O que é grave éque, por vezes, as mulheres não têmnoção de que estão a ser vítimas deefetiva violência, ou, sabendo-o, não osabem configurar. Ora, todos estes fa-tores se traduzem numa maior insegu-rança no emprego e fragilizam as já desi tão frágeis vítimas, fazendo dispararuma realidade que até há pouco tempoera, como já referi um tema subterrâ-neo.

O assédio moral e o assédio sexual,independentemente do que aqui foi dito,estão completamente interligados.Umas vezes começa por ser assédiomoral, terminando em assédio sexual.

Outras vezes, é a situação inversa queocorre. Não estão dissociados um dooutro. Afirmo-o convictamente, pelasinúmeras queixas que têm chegado atémim. O assédio sexual e o assédio moralconstituem atentados às condições detrabalho. O primeiro passo é sempre omesmo: o agressor coloca a vítima emfalta, para fazer parecê-la incompeten-te, e depois passa a recriminá-la, aoponto de a conseguir afastar.

O isolamento e a recusa de comuni-cação são métodos frequentes, que oagressor tende a banalizar e a fazerparecer naturais.

É um atentado à dignidade, são ges-tos de desprezo, atitudes que desqua-lificam, que são notadas por todos, emque a vítima é tida como responsávelpor eles. Sim, a vítima é sempre aculpada e é isto que temos de comba-ter. A vítima também se autoculpabili-za, porque a sociedade assim o induz.Desgraçadamente, temos uma socie-dade que não culpabiliza o agressor, apessoa que é o móbil do crime e que porisso tem de ser ele o responsabilizadoe criminalizado. Não, esta sociedadehipócrita acha que a vítima é que fezqualquer coisa de errado, mesmo semlhe dar possibilidade de se defender.

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denunciar, denunciar!

Violência verbal e física

A violência verbal e física ou sexualsurge quando o assédio já está instaladoe quando, apesar de notado por todos, avítima está extremamente fragilizada esem apoio. Este é o fim da linha.

Vou dar alguns exemplos, que tirei decasos práticos de pessoas que nos con-tactaram.

As pseudo-gracinhas. É muito caraterís-tico quando o chefe começa a dizer umaspseudo-gracinhas e as pessoas não perce-bem, não valorizam e a mulher não diznada. Eu alerto sempre: "Reajam logo! Nãoadmitam esse tipo de coisas no trabalho.Como diz o bom povo português, trabalhoé trabalho, conhaque é conhaque!" Descul-pem esta maneira de me expressar, masas coisas acontecem assim mesmo. De-pois temos os comentários: "Hoje estásmuito elegante, hoje estás muito sexy!"Acham que uma mulher diz isto a umhomem no trabalho? Já percebi que não.

As carícias ou os pedidos de favoressexuais em troca de promoções são situa-ções que sabemos que acontecem. Depoispassa-se às intimidações. Entra-se numa

família, até porque a vítima não reparteeste problema com quase ninguém.

Dificilmente a vítima fala disto; é muitodifícil falar, até pelas repercussões que asituação acarreta. Vai calando, calando ea família e a relação sexual dentro do casalficam completamente destruídas. É preci-so perceber a gravidade e as consequên-cias sociais que isto tem. Nunca mais estamulher vai ser o que tinha sido antes.

Ainda que o assédio no local de trabalhoseja tão antigo quanto o trabalho, só noinício dos anos 90 foi considerado destru-tivo do ambiente de trabalho, não sóreduzindo a produtividade, mas tambémfavorecendo o absentismo, devido aosdanos psicológicos que envolve. Umamulher que se sente mal, facilmente entrade baixa, não vai ao trabalho, tem proble-mas de produtividade porque está afetadapsicologicamente e as empresas aindanão perceberam até que ponto isto pertur-ba a produtividade e o ambiente laboral.

Desafio às empresas

Será que não temos de ser interventi-vos e mobilizar as empresas neste sen-

forma digna o seu trabalho e não o podefazer se for vítima de assédio moral ousexual. É por aqui que temos de começaro nosso trabalho.

Relativamente às medidas, os diversoscasos podem e devem ser denunciadospor vários agentes. As vítimas tendem acalar, porque o assédio sexual interferecom aquilo que há de mais sagrado na vidada pessoa, que é a intimidade.

Os colegas de trabalho, os sindicatos eas comissões de trabalhadores têm umpapel fundamental. São o primeiro localonde normalmente a vítima se desloca evai pedir apoio. Os sindicatos têm obriga-ção de estar sensíveis a estas questões ede não dizer: "Isso é um assunto paralelo,não tem assim tanta importância". Nomeu gabinete vejo muitas mulheres adesfazerem-se em lágrimas e não vouaqui contar as coisas que oiço, que sãodegradantes, arrepiantes.

Na negociação coletiva, é incontorná-vel exigir que esta problemática sejaintegrada no clausulado. Socialmente, oassediador tem de passar a ter umaimagem comparável à do violador, ouseja, a sociedade tem de passar a ser

escala que, como já perceberam, é crescen-te em termos de gravidade. Depois há asameaças e, mais tarde, as represálias. Aseguir, quando percebem que não há ce-dência, são as recusas de promoção.

Exercício do poder

O assédio está ligado ao exercício dopoder, porque só pode acontecer quandohá poder, quando a hierarquia exerce umpoder de cima para baixo. Normalmente,sabemos que este poder ainda são oshomens que o detém, na maior parte dasempresas. São os homens que estão nopoder político e financeiro. Ainda nãoestamos nos 50% – número que acho queé onde devíamos chegar, ou não são asmulheres 52% da população? Termina nademissão ou em outras injustiças, asso-ciadas a uma recusa de favores sexuais.

As vítimas que passaram pelo SBN, pormuito que eu lutasse para que não desis-tissem, desistiram, a maior parte delas.Algumas abandonaram mesmo o setorbancário e precisavam de emprego, ti-nham filhos, mas chegava uma alturaque se iam embora porque não aguenta-vam mais. Nestes casos, a vítima entranuma escalada de depressão e de degra-dação psicológica tal que se reflete na

tido? Lanço aqui este desafio. Se às em-presas for posta a questão de outra ma-neira, teremos outros resultados que nãotemos tido até aqui. Trata-se da quebrado dever do respeito pela dignidade dasmulheres e dos homens no trabalho. Todaa pessoa tem o direito de desenvolver de

Oque a vítima não deve fazer: Silenciar, isolar-se, demonstrarqualquer tipo de fragilidade emocional, carências afetivas,medo ou ansiedade. Quando o agressor sabe que a vítima vive

sozinha, que a vítima é uma pessoa emocionalmente menos estruturada,esta torna-se um alvo mais fácil. Digo sempre: "Não demonstrem este tipode fragilidades!".

Dificuldade em controlar reações: Como consequência, a vítima, vai de novoser penalizada. Manifestar sentimentos de fracasso é algo que o agressor adora.

O que a vítima deve fazer: Nunca ficar sozinha com o assediador. Nuncapermanecer nas instalações laborais fora do horário normal de trabalho, queé logo meio caminho andado. Guardar tudo o que possa servir de prova, comopor exemplo, correios eletrónicos, prendas, bilhetes, postits, sms… Tudo istoé fundamental, mesmo que pareça insignificante, porque em tribunal é

preciso provas. Exigir que as ordens de serviço sejam por escrito. Demonstrar claramente que nãoaceita conversas que não sejam estritamente de serviço. Ter alguém de confiança que esteja a parda situação. Se o agressor souber que esta mulher não está isolada, que esta mulher tem uma amiga,tem o pai, a mãe ou o marido que estão a par da situação, começa a refrear. E depois, denunciar.Só há uma maneira de combater, que é denunciar.

Como agir

menos branda para com ele, o que jáacontece com as questões da violênciadoméstica e passar a criminalizá-lo.

E, para terminar, denunciar, denunciar,denunciar!

*Membro da Direçãodo SBN

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