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ário

Propriedade:Federação do Setor FinanceiroNIF 508618029

Correio eletrónico:[email protected]

Diretor:Delmiro Carreira – SBSI

Diretores Adjuntos:Aníbal Ribeiro – SBCCarlos Marques – STASHorácio Oliveira – SBSITeixeira Guimarães – SBNTomáz Braz – SISEP

Conselho editorial:Firmino Marques – SBNJorge Cordeiro – SISEPPatrícia Caixinha – STASRui Santos Alves – SBSISequeira Mendes – SBC

Editor:Elsa Andrade

Redação e Produção:Rua de S. José, 1311169-046 LisboaTels.: 213 216 090/062Fax: 213 216 180

Revisão:António Costa

Grafismo:Ricardo Nogueira

Execução Gráfica:Xis e Érre, [email protected] José Afonso, 1 – 2.º Dto.2810-237 Laranjeiro

Tiragem: 63.450 exemplares(sendo 5.450 enviados porcorreio eletrónico)Periodicidade: MensalDepósito legal: 307762/10Registado na ERC: 125 852

Ficha Técnica

DOSSIÊ l Serviços públicos essenciaisSindicatos intervêm na defesa dos consumidores 4Direitos e deveres 5Tarifa social 6

CONTRATAÇÃO l SegurosA negociação coletiva e as suas complexidades 7

CONTRATAÇÃO l BancaRevisão Global do ACT: Código do Trabalho entra no debate 8BBVA quer avançar com despedimento coletivo 9Nova leva de rescisões no Barclays 9

SINDICAL l Banco de PortugalEstruturas sindicais preocupadas com condições laborais 10Chamar as novas gerações aos sindicatos 11

Europa na encruzilhada l AtualidadeMelhores empregos para impulsionar a economia 12Setor dos serviços: a desregulação é evitável 13

QUESTÕES l JurídicasO despedimento por inadaptação – algumas considerações 14

UGT l 36.º aniversárioFuturo do emprego está na educação 16

FORMAÇÃO l AtualidadeUniversidade Sénior: As aulas já começaram! 18

TEMPOS LIVRES l NacionalKarting: Vitória de António Faria Silva 19King: Vimeiro consagra António Oliveira 19Caminhada Febase: Descobrir a História pelo curso das águas 20Xadrez: João Pacheco faz xeque-mate 20Pesca de Mar: João Nunes da Silva campeão 21Snooker: João Chumbinho revalida título 21

23SISEP Profissionaisde Seguros

24BancáriosCentro

30STAS ActividadeSeguradora

28BancáriosSul e Ilhas

26BancáriosNorte

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l EDITORIAL

Tenho medo da minha resposta, tenho receio de tudo o quea minha resposta envolve, quase tenho a certeza que nãovamos aprender, mas ainda quero acreditar que podemos

aprender!

E não aprendemos porquê?Porque somos incapazes?Porque não somos competentes?

Os trabalhadores bancários portugueses têm dado ao longodo tempo respostas capazes e elucidativas a todos os desa-fios que lhes têm sido colocados, ultrapassando os obstáculosque lhes têm surgido, vencendo todas as pressões a que têmestado sujeitos.

Mas têm limites, têm que ser respeitados, têm dignidadee devem ver reconhecido o seu profissionalismo e competên-cia e isso as instituições bancárias não querem reconhecer.

O ano 2008, apesar de afastado, tem de estar presente namemória de todos os trabalhadores, nomeadamente dosbancários.

Bernard Madoff, Banco Lehman Brothers e Enron nãopodem ser esquecidos, nomeadamente pelas consequênciasque estas fraudes – pois é de fraudes que estamos a falar –originaram e pelas quais os trabalhadores, a nível mundial,ainda hoje pagam.

Neste período criaram-se produtos bolsistas de risco erentabilidade tão elevada que já ninguém se preocupava emexplicar como tais valores eram atingidos, criando-se amentalidade do enriquecimento rápido, cada vez mais rápi-do, esquecendo-se os vendedores de explicarem o que esta-vam a vender e os compradores não se preocuparam com oque estavam a comprar. Os processos de enriquecimento emcascata funcionavam em pleno, mas para os especuladorese não para os pequenos investidores, vindo-se a verificar,para estes, ser um processo desastroso.

O lucro fácil e especulativo explica o resto!A crise rebentou de forma violenta e tão assustadora que

o medo que a mesma contaminasse todo o sistema financeirodos diversos países obrigou à intervenção dos Estados noapoio à sua salvação, intervindo os governos neste processo.

E à medida que surgiam processos como o BPN e o BPP, osgovernos foram intervindo, e bem, com medo de uma eventualcrise sistémica e de que o problema com qualquer um destesbancos pudesse originar a todo o sistema financeiro português.

E assim se resolveu o problema!E logo a seguir surgiu o problema do Banco Espírito Santo,

confirmando assim que a banca nada aprendeu com a crisede 2008.

Mas não vale a pena agora atirar pedras àqueles que nestemomento se encontram fragilizados e que até há pouco

TEXTO: TEIXEIRA GUIMARÃES

Temos de aprender que somoscapazes, temos de aprender

que vale a pena lutar, temos deaprender que pela nossa

Dignidade vale a pena lutar

Iremos aprender desta vez?tempo eram idolatrados por muitos, que de bajuladorespassaram a críticos, sem se lhes reconhecer um percursointermédio entre estes dois estados de espírito.

O problema está aí, em toda a sua plenitude, e é mais umdesafio que os Sindicatos do setor financeiro terão queenfrentar, apoiando os seus associados e todos os trabalha-dores que são vítimas de toda esta ganância de banqueirossem escrúpulos.

E temos ainda mais exemplos, que recentemente vive-mos e ainda estamos a viver, agora com bancos estrangei-ros a atuar em Portugal.

Como aceitar e compreender as palavras do presidente doBanco Barclays, justificando o abandono da atividade dobanco em Portugal, Espanha, França e Itália, com o argu-mento de que nestes países a regulação bancária seriamuito exigente e que por esse motivo iria abandonar estasoperações, começando a investir em África e América doSul?

Que sentido de decência e respeito pelos trabalhadorestem uma pessoa que profere tais palavras?

Como entender, igualmente, a posição do Banco BilbaoVizcaya Argentaria ao tentar proceder ao despedimentocoletivo de 170 trabalhadores com o argumento da falta darentabilidade do Banco em Portugal?

O que fizeram estes dois bancos e seus administradorescom os prémios chorudos que receberam, relacionados comos milhões de euros que sacaram – o termo é este – no nossoPaís nos últimos anos?

Como é possível lançar assim no desemprego cerca de400 trabalhadores?

E os trabalhadores bancários como vivem, como reageme como querem responder a todos estes atropelos de quesão vítimas diariamente?

Sei que os Sindicatos do setor financeiro, agrupados naFEBASE, estão disponíveis e são capazes de enfrentar todosestes desafios, participar em todas as lutas que sejamnecessárias para pôr cobro a todas estas situações.

Os Sindicatos são os seus associados, têm o poder queestes a cada momento lhes queiram dar. Sem a força dosseus associados, os Sindicatos podem lutar, mas não atin-gem os seus objetivos.

Por isso dizia no início que tinha medo da minha resposta,mas não acredito que não sejamos capazes.

Temos de aprender que somos capazes, temos de apren-der que vale a pena lutar, temos de aprender que pela nossaDignidade vale a pena lutar.

O setor financeiro tem evoluído, mas toda esta evoluçãotem sido feita com o trabalho, dedicação e empenho dosseus trabalhadores.

É chegada a hora de isto ser reconhecido!

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SINDICAL l Atualidadedossiê

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TEXTO: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

subordinada ao tema "Os consumido-res face aos serviços públicos essen-ciais", realizada dia 23 de outubro,em Coimbra.

Carlos Silva começou por lançar umapelo aos dirigentes sindicais presen-tes, a fim de que divulgassem maciça-mente nas suas organizações a exis-tência e a missão daquela organiza-ção, uma vez que "a UGC não se mobi-

Conferência internacional da UGC

Sindicatos intervêm na defesa dos consumidoresA privatização e liberalização

dos mercados pode resultarnuma baixa de qualidade

de serviços essenciais comoágua, gás e eletricidade

e deixar os consumidores maisvulneráveis. O alerta foideixado na conferência

da União Geral dosConsumidores, organização

nascida dentro da UGT

"Quando os nossos direitos são esbu-lhados, temos o direito de lutar poreles". Esta afirmação foi proferida pelolíder da UGT, Carlos Silva, numa confe-rência internacional promovida pelaUnião Geral de Consumidores (UGC)

Ana Paula Fernandes, do Centro de Arbitragem de Conflitos do Distrito deCoimbra, salientou as virtualidades da arbitragem na resolução dos conflitosde consumo: "É uma justiça alternativa à tradicional, na medida em queproporciona ao consumidor a opção por uma outra via, aliviando a atividadedos tribunais. Mas também é complementar face à tradicional, porque dirimeuma franja de litigiosidade social, merecedora de regulação, que, peloreduzido valor, nunca, ou dificilmente, chegaria aos tribunais. Por último, éuma justiça próxima dos cidadãos, porque se desenvolve num quadroinformal, célere e gratuito."

Arbitragem para conflitos

liza a si própria e constitui tambémuma ferramenta de sindicalização".Não o fazer será fomentar "uma ilite-racia do consumidor na nossa própriacasa". De resto, o facto de "Portugal sero 36.º país da OCDE que tem a maiorcarga fiscal torna os trabalhadoresmais vulneráveis no domínio do Direi-to do Consumo, motivo que reforça aimportância da UGC".

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Serviços públicos essenciais

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Contra privatização de serviços

No tempo dedicado ao debate, estecentrou-se sobretudo sobre a água,motivo pelo qual Rosa Reis Marques,vice-presidente da Câmara Municipalde Coimbra, ironizou, logo no início dasua comunicação, referindo que "aoconstatarmos mais uma significativasubida da carga fiscal, tememos que oGoverno venha agora taxar a água". Eacrescentou que a maioria, no executi-vo municipal, "se opõe firmemente" àprivatização da água, no que conta como apoio de todas as forças políticas.

Considerando a água um bem essencialà humanidade, exortou a que "lutemostodos em conjunto contra o lucro fácilque a sua privatização encontra nosmercados internacionais".

A este propósito, já Carlos Silva tinhaantes sublinhado que "não podemosestar de acordo com a privatização,porque a água é de todos e não é deninguém".

Formação e educação

No período da manhã decorreu umworkshop internacional de formação naárea dos serviços públicos essenciais,tendo Viriato Baptista, presidente daDireção, recordado que "a UGC é umaorganização que nasceu dentro do mo-vimento sindical da UGT há 23 anos,com um propósito muito claro: ganharautonomia e espaço no panorama por-tuguês do associativismo de consumi-dores para melhor poder defender osdireitos e os interesses dos trabalhado-res; de resto, a UGC representa hojemais de 165 mil associados, individuaise coletivos, o que diz bem da sua impor-tância e da sua dimensão no quadrodeste movimento".

Entre o conjunto de atividades queanualmente a UGC leva a cabo de formadescentralizada, tem privilegiado a for-mação e a educação dos consumidoresem áreas fulcrais para a sua proteção:"Escolhemos para hoje a temática dosserviços públicos essenciais, por enten-dermos ser da maior importância escla-recer e informar os consumidores quan-to aos seus direitos e aos seus deveres,no âmbito do funcionamento daquelesserviços, e pelo facto de estarmos numperíodo de transição para a liberaliza-ção dos mercados de eletricidade e degás natural com a consequente extinçãodas tarifas reguladas, o que torna funda-mental a proteção dos consumidoresatravés da adoção de medidas adequa-das, com consequências significativas

No painel sobre "Direitos, deveres e resoluçãode litígios", Célia Marques, do Gabinete Jurídicoda UGC, começou por elencar os oito direitos doconsumidor.

O primeiro é o de exigir elevados padrões dequalidade de serviço, quer na vertente técnica, querna envolvente comercial (o incumprimento destasexigências confere o direito a indemnização).

O segundo é o de aceder a serviços que nãoimpliquem riscos incompatíveis e não aceitáveisde acordo com um nível elevado de proteção dasaúde e da segurança física dos consumidores.

O terceiro é o direito à formação e à educaçãopor parte do Estado sobre consumo e direitos dosconsumidores, designadamente com vista a po-derem fazer opções racionais, ambientais e so-ciais.

O quarto é o de ser informado de forma clara,conveniente e objetiva, bem como a recebertodos os esclarecimentos que se justifiquem,nomeadamente sobre os preços, o período devigência do contrato, normas sobre segurançados equipamentos, faturação, formas de paga-mento, qualidade de serviço, mecanismos dereclamação e regras sobre suspensão do forne-cimento do serviço (os prestadores de serviçosde comunicações eletrónicas devem informarregularmente os utentes, de forma atempada eeficaz, sobre as tarifas aplicáveis, designada-mente as respeitantes às redes fixa e móvel, aoacesso à internet e à televisão por cabo).

O quinto é o direito à proteção dos seus inte-resses económicos, impondo-se a observânciada lealdade e da boa-fé nos preliminares, naformação e na vigência dos contratos (as cláusu-las devem ser redigidas de forma clara e precisae não podem originar um significativo desequi-líbrio em detrimento do consumidor.

O sexto é o direito a indemnização pelos danospatrimoniais e não patrimoniais resultantes deprestação de serviços defeituosos.

O sétimo é o direito a recorrer aos tribunais ea mecanismos de resolução extrajudicial (servi-ços de mediação, de conciliação e de arbitragem)para a resolução de conflitos de consumo.

O oitavo é o direito a ser ouvido e consultado,em prazo razoável, no tocante às medidas queafetem os seus direitos e interesses legalmenteprotegidos, através das respetivas associaçõesde consumidores.

Mas o consumidor também tem deveres, comopromover a utilização racional e eficiente dosserviços públicos essenciais: "Ser-se consumidorimplica também questionar e agir na defesa dosseus interesses legítimos e demonstrar ter cons-ciência social e ambiental".

Direitos e deveres

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SINDICAL l Atualidadedossiê

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No último painel, intitulado "Consumidores vulneráveis. Tarifas sociais e apoio socialextraordinário ao consumidor de energia", Ana Catarina Fonseca, da Direção-Geral do Consu-midor, esclareceu que, para beneficiarem da atribuição de uma tarifa social de fornecimento,os clientes devem ser titulares de um contrato de fornecimento de eletricidade ou de gás natural,o consumo deve destinar-se exclusivamente a uso doméstico e em habitação permanente, eas instalações serem alimentadas em baixa tensão normal com potência contratada inferior ouigual a 4,6KVA (eletricidade) ou em baixa pressão em escalões de consumo anual ou inferior aquinhentos metros cúbicos (gás natural).

Por seu turno, Eugénia Alves, assessora da Direção de Mercados e Consumidores da EntidadeReguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), revelou quais os direitos dos clientes economica-mente vulneráveis: manterem-se no comercializador de último recurso, mudar de comercializa-dor ou regressarem ao primeiro, não lhes serem aplicáveis eventuais agravamentos nas tarifastransitórias, terem o valor do desconto identificado de forma clara e visível nas faturas, exigiremo pagamento pelo serviço através da fatura (que deve ser comunicado com a antecedênciamínima de vinte dias úteis em relação à data-limite fixada) e receberem o pré-aviso deinterrupção do fornecimento com a antecedência mínima de quinze dias úteis.

Por último, António Manuel Ramos, do Serviço Municipal de Informação ao Consumidor daCâmara de Sintra, "Concelho Solidário", enunciou os principais apoios daquela autarquia aosconsumidores vulneráveis.

no seu dia-a-dia, em especial junto dasfamílias mais vulneráveis".

Viriato Baptista referiu ainda impor-tar ter presente que a garantia de ser-viços públicos de qualidade, de acessouniversal e a custo justo, é um dospilares do Modelo Social Europeu, queas estruturas sindicais e de defesa dosconsumidores sempre defenderam evalorizaram: "Para responder aos con-sumidores vulneráveis, o Governo crioutrês mecanismos específicos de prote-ção, cumuláveis: a tarifa social de ele-tricidade, a tarifa social do gás naturale o apoio social extraordinário ao con-sumidor de energia". São mecanismosque a UGC considera importantes para"a salvaguarda dos interesses econó-micos e sociais e das pessoas maisvulneráveis, pelo que iremos acompa-nhar a sua operacionalização e os im-pactos nas populações, propondo alte-rações e aperfeiçoamentos se necessá-rio e sempre que as respostas se mos-trem insuficientes".

E terminou acentuando que os direi-tos de participação e à informação con-tinuarão a ser reclamados pela UGC nasdiferentes sedes em que intervém,nomeadamente no Conselho Nacionaldo Consumo, nos conselhos consultivose tarifários das entidades reguladorasdos serviços energéticos e de água eresíduos, mas também junto dos seusfiliados.

Exigir qualidade

Na sessão de abertura da conferên-cia, o representante da Fundação Frie-drich Ebert, Reinhard Naumann, cons-tatando o facto de a sala se encontrara transbordar, manifestou o seu "orgu-lho em participar neste verdadeirosucesso de mobilização e de organiza-ção", acrescentando ser importanteacordarmos para estas questões dosserviços públicos essenciais, nos quaisse deve incluir a saúde: "Temos dediscutir como o movimento sindical,as organizações não-governamentaise os académicos podem defender oModelo Social Europeu no presente epara o futuro".

A questão da água começou por serintroduzida logo na comunicação deHolger Thoms, coordenador da Comis-são Sindical do sindicato alemão deserviços VERDI, em Berlim: "A gestãopública permite melhorar a qualidadeda água e manter preços acessíveis.Com as privatizações, a qualidade piorae serviços básicos essenciais à vidapassam a ser autenticamente trafica-dos, uma vez que os cidadãos perdema sua influência democrática, comoaconteceu aquando da grande onda deprivatizações no Reino Unido, alturaem que a qualidade das águas de con-sumo passaram a estar ao nível depaíses do terceiro mundo".

E Thoms enfatizou: "Temos de lutarcontra a privatização da água, porqueé algo que se prende com o futuro dosnossos filhos. A água é um direitohumano. Não é uma mercadoria nempode estar submetida às regras dolucro. Por isso os sindicatos recolhe-ram, só na Alemanha, dois milhões deassinaturas de cidadãos de todos osquadrantes partidários, para tentarconseguir que a Comissão Europeiaexcetue a água da diretiva que vaiapresentar sobre a liberalização dosetor".

Tarifa social

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Seguros l CONTRATAÇÃO

As organizações sindicaisdevem participar ativamentena procura das soluções maisajustadas às transformações

operadas nos seus setoresde atividade

TEXTO: LUÍS DIAS*

Em meados do século passado, o so-ciólogo norte-americano Talcot Par-sons, após vários estudos realiza-

dos, avançou com uma teoria que pro-curou retratar o modo de funcionamentodas sociedades e que assentava em qua-tro grandes dimensões, devidamente ar-ticuladas e complementares entre si: po-lítica, económica, social e cultural.

Poderemos sinteticamente caraterizarcada uma destas dimensões assim: adimensão política representa a organiza-ção do poder político do Estado comoentidade reguladora, fiscalizadora, inte-gradora, mediadora e defensora dos inte-resses individuais e coletivos em con-fronto interno ou externo; a dimensãoeconómica, de natureza individual e co-letiva, traduz as relações de produção ede troca de bens e serviços, interna eexternamente; a dimensão social são aspessoas, os grupos organizados ou não,que ao interagirem entre si estabelecemrelações sociais de interesses de váriaordem; a dimensão cultural engloba todoo conhecimento empírico e científicoexistente nas sociedades.

A existência de um qualquer primadode uma delas sobre as outras dimensõesdeverá ser temporal, dependendo da

conjuntura e do grau de conflitualidadeexistente, porque no limite deverão fun-cionar em harmonia.

Atento este quadro conceptual do modode funcionamento das sociedades, estáaqui subjacente a importância da nego-ciação, mecanismo ancestral de enten-dimento entre interesses contraditórios,e por vezes até antagónicos, nos contactosou relações estabelecidos no seio dassociedades ou no seu relacionamentocom outras sociedades.

Por via disso é que a nobre arte danegociação é um processo dinâmico eético, que implica a conjugação de váriospressupostos: legitimidade das partes,diálogo, boa-fé, seriedade, empenhamen-to, respeito, compreensão, vontade ecompromisso para que seja alcançado onecessário entendimento que possibilitea conciliação de interesses, tendo comofim último a obtenção dos indispensáveisconsensos para que o resultado traduzacom fidelidade o esforço feito pelas par-tes para chegarem a acordo.

Será que neste momento, em Portugal,a negociação coletiva tem em conta estaconjugação de pressupostos conducen-tes a que a mesma traduza fidedigna-mente a vontade das partes? Questãocomplexa de múltiplas respostas, inclu-sive políticas e ideológicas.

A experiência e alguma observaçãoempírica sobre o nosso mundo do traba-lho demonstram que nos últimos anos anegociação coletiva entrou praticamen-te em letargia, perdeu dinâmica e ficouremetida apenas a revisões pontuais dealgumas convenções, sendo poucos ossetores de atividade que se viram dota-dos de novas convenções.

A crise financeira aportou consigo o alibide que algumas entidades patronais e até

os próprios governos necessitavam paraquebrarem uma certa dinâmica que a ne-gociação coletiva estava a ter na primeiradécada deste século, com o aparecimentode muitas propostas de novas convençõesque pretendiam o reajustamento do mun-do do trabalho às transformações ocorridaspor virtude das inovações tecnológicas,reestruturações várias e mudança no para-digma "detentores do capital", tendo-sepassado dum "capitalismo com rosto" paraum "capitalismo sem rosto".

Daqui resultou uma grande desregu-lamentação no contexto das relações so-ciais de trabalho que urge inverter e quetodos os intervenientes devem ter a von-tade política necessária para o seu relan-çamento. Os defensores do sindicalismoparticipativo e democrático agradecem.

O esforço tem de ser coletivo, alicerça-do na boa-fé, e perceber que transforma-ções ocorreram no mundo do trabalho,quer do lado do capital quer da mão-de--obra, que ocasionaram roturas nas con-venções existentes e o seu desajusta-mento face ao equilíbrio dinâmico quedeverá presidir sempre à manutenção dapaz social em contexto de trabalho.

Todos devem assumir as suas respon-sabilidades, mas em particular o poderpolítico, que a todos os níveis deve pro-mover e zelar pela existência de relaçõessociais de trabalho dinâmicas e duradou-ras, onde o conflito seja uma via detransformação e não de destruição, por-que neste contexto os trabalhadores sãoo elo mais fraco na cadeia do sistemaprodutivo e são eles e as suas famílias asprincipais vítimas do desemprego.

Os representantes do capital devemabandonar o caráter especulativo de ma-ximização exponencial do lucro e a explo-ração desenfreada dos trabalhadores, dadoque nesta sua busca perdem, bastas ve-zes, a noção de que o "sacrossanto merca-do" tem os seus limites e o mais importan-te são as pessoas e não abstrações numé-ricas manipuláveis a seu bel-prazer.

As organizações sindicais devem parti-cipar ativamente na procura das soluçõesmais ajustadas às transformações opera-das nos seus setores de atividade, semnunca renegarem o seu passado históricofundado na luta de classes, defesa dosprincípios sindicais democráticos e defesaintransigente dos legítimos direitos dostrabalhadores que representam.

É nossa convicção de que a negociaçãocoletiva em Portugal poderá vir a ser umprocesso dinâmico e ético se forem ob-servados por todos os intervenientes oconjunto de pressupostos acima elenca-dos. Haja vontade política para o fazer.

A negociação coletivae as suas complexidades

*Assessor da Direção do STAS para a Contratação

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8 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 18 de novembro 2014

CONTRATAÇÃO l Banca

Asessão de negociações da revi-são global do ACT realizada dia11 de novembro foi, em parte,

dedicada à análise das normas do Códi-go do Trabalho que poderão ser incorpo-radas na convenção coletiva.

O debate centrou-se na resposta dasinstituições de crédito (IC) à propostaapresentada pela Febase. No documen-to, os Sindicatos da Federação elenca-ram um conjunto de cláusulas da leigeral que consideram, pela sua rele-vância, deverem constituir parte inte-grante de uma futura convenção.

Para a Febase, essas matérias sãoimportantes para a salvaguarda dosdireitos dos trabalhadores e, como tal,devem constar do ACT para que, caso alei seja alterada, as partes tenham desentar-se à mesa para negociar even-tuais mudanças.

As instituições de crédito têm-se opos-to à sua integração na convenção cole-tiva, argumentando que ao constaremdo Código do Trabalho aplicam-se a to-dos os trabalhadores (salvo se do instru-mento de regulamentação coletiva cons-tar norma mais favorável, quando anorma geral não é imperativa) e, naeventualidade de alterações na lei, abanca não quer ficar "amarrada" a umanorma que possa prejudicá-la relativa-mente aos outros setores de atividade.

Depois de uma posição inicial de totaloposição, as IC evoluíram, aceitandodebater a inserção de algumas normasdo Código no ACT.

A primeira abordagem com algumaconsistência foi feita nesta sessão, emque as IC apresentaram a sua posiçãoconceptual à proposta da Febase. Ouseja, referiram quais as matérias que,

Revisão Global do ACT

Código do Trabalho entra no debateAs normas da lei geral que

poderão ser introduzidas naconvenção coletiva do setorbancário ocuparam a últimasessão de negociações entrea Febase e os representantes

das instituições de crédito

TEXTO: INÊS F. NETO

em princípio, aceitam a introdução noACT e quais as que rejeitam liminar-mente.

Matérias em causa

Assim, entre as matérias de eventualacordo para introdução na convençãodo setor bancário constam, entre ou-tras, as que dizem respeito ao registode tempos de trabalho, duração doperíodo de férias e alteração à suamarcação ou gozo, férias no ato decessação do contrato, licença sem re-tribuição e ilicitude do despedimento.

Pelo contrário, manifestaram-se con-tra a pretensão da Febase de incluirmatérias referentes ao contrato de tra-balho a termo, regime geral de trabalhopor turnos, encerramento temporário edefinitivo do estabelecimento ou dimi-nuição de laboração, comunicação eprova das faltas, efeito das faltas nodireito a férias ou prestação de examesou provas de avaliação.

No entanto, esta não é uma posiçãodefinitiva de nenhuma das partes, peloque a discussão prosseguirá em próxi-mas reuniões.

Acordo de princípio

Na sessão a Febase anunciou tam-bém a sua posição sobre a proposta deredação de várias cláusulas avançadapelas instituições de crédito, tendo sidopossível um primeiro entendimento emalgumas matérias.

É o caso, por exemplo, das condiçõese critérios de admissão, enquadramen-to nos grupos ou salvaguarda de retri-buição especial por isenção de horáriode trabalho.

Registou-se igualmente um entendi-mento em cláusulas cuja redação cou-be à Febase, como, entre outras, arelativa ao estágio de acesso a novacategoria.

Nova reunião ficou agendada paradia 25 de novembro.

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Banca l CONTRATAÇÃO

TEXTO: INÊS F. NETO

O Banco Bilbao VizcayaArgentaria pretende encerrar

43 balcões em Portugale dispensar mais de 170

trabalhadores

OBarclays iniciou este mês maisum plano de rescisões de contratopor mútuo acordo, com o objetivo

de reduzir o quadro de efetivos em cercade 300 a 400 trabalhadores. A reestrutu-ração do banco envolve o encerramentode seis dezenas de balcões.

Este novo processo de rescisões, quedecorre de 3 a 23 de novembro, prevê acandidatura voluntária de todos os traba-lhadores, exceto os que tenham tido em2013 avaliação de desempenho EX ou AE.É dada preferência a quem esteja afetoaos balcões a encerrar ou a serviçossobredimensionados.

Os trabalhadores que optem por res-cindir o contrato não têm garantia dereceber subsídio de desemprego. Embo-ra o banco tenha solicitado ao Governo adeclaração de "empresa em reestrutura-ção", não dispõe das quotas necessáriase a solicitação poderá ser recusada.

Para compensar, o Barclays propõeaos trabalhadores condições mais van-tajosas do que as legalmente previstas,nomeadamente 1,5 salários por ano deantiguidade no banco (com a garantia deum valor mínimo), bem como um con-junto de benefícios sociais, nomeada-

Nova leva de rescisões no BarclaysO plano de rescisões

por mútuo acordo estáem vigor até 23 de

novembro. O banco nãodescarta

a hipótese de umdespedimento coletivo

mente um seguro de saúde durante 12meses, subsídio de educação para de-pendentes e manutenção de créditoscom a taxa bonificada do ACT.

Caso não atinja o objetivo de reduçãode efetivos, o Barclays não descarta apossibilidade de recorrer a um despedi-mento coletivo.

Recorde-se que o Barclays em Portugaltem atualmente um quadro de 1.464efetivos e um total de 147 balcões.

Sindicatos criticam

Logo que foi conhecida a intenção doBarclays em Portugal recorrer a mais umplano de rescisões, os Sindicatos da Feba-se manifestaram a sua insatisfação àadministração do banco.

Numa reunião realizada no final desetembro, a pedido da administração, osSindicatos da Febase reafirmaram a po-sição defendida nas anteriores reestrutu-rações, de que não aceitarão qualquertipo de pressão sobre os trabalhadores.

A Febase manifestou a sua crítica aosresponsáveis do banco, considerando

este comportamento inadmissível. Aquando da implementação em Portugal,o Barclays recrutou trabalhadores deoutras instituições com a promessa deum bom futuro profissional e agora des-carta-os como se fossem um simplesbem material, comprometendo seria-mente a sua vida pessoal e familiar.

A Febase lamenta esta atitude do Bar-clays, que desde 2011 apresenta suces-sivos planos de rescisão de contratos detrabalho, sempre com a promessa de queé o último – mas, algum tempo depois,surge mais um.

A Federação espera que de uma vez portodas o banco defina a sua política paraa Europa, de forma a tranquilizar os tra-balhadores quanto ao seu futuro.

Acompanhar trabalhadores

Neste novo plano de reestruturação, eao contrário do que sucedeu nos anteri-ores, o processo é debatido entre o ban-co e a recém-criada Comissão Nacionalde Trabalhadores, estrutura a quem, nostermos da lei, compete a intervenção.

No entanto, a administração do Bar-clays comprometeu-se a manter os Sin-dicatos informados sobre o decorrer doprocesso.

E embora caiba à Comissão Nacionalde Trabalhadores a instrução ativa edireta do plano de rescisões, a Febaseestá a acompanhar atentamente o seudesenvolvimento.

Os Sindicatos da Febase reafirmam asua total disponibilidade para acom-panharem os sócios, que devem, sem-pre que necessitem, dirigir-se aos res-petivos serviços jurídicos.

BBVA quer avançarcom despedimento coletivo

AFebase – Federação do Setor Fi-nanceiro tomou conhecimento,no dia 11 de novembro, que o

BBVA vai iniciar um processo de rees-truturação que envolverá o despedi-mento coletivo de 177 trabalhadores.

Face a esta informação, a Febase solici-tou já uma reunião à administração dobanco, com caráter de urgência, com o

objetivo de obter esclarecimentos sobre oprocesso de reestruturação do banco etentar inverter as suas pretensões.

A Federação aconselha os trabalha-dores do banco a não assinarem qual-quer documento sem falarem primei-ro com os seus Sindicatos, que dispo-nibilizam os serviços jurídicos para osapoiarem neste processo.

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10 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 18 de novembro 2014

SINDICAL l Banco de Portugal

Estruturas sindicais preocupadascom condições laborais

Excesso de carga horária,evolução negativa

das carreiras e outsourcingsão alguns dos problemas

dos trabalhadoresdo banco central

TEXTO: INÊS F. NETO

Asituação sócio-laboral do Bancode Portugal (BdP) esteve emanálise no 23.º Encontro anual

das estruturas sindicais, que decorreude 22 a 24 de outubro na Costa deCaparica, com a participação dos dele-gados sindicais das agências, delega-ções regionais, filial e restantes de-partamentos da instituição. Marcaramainda presença representantes do ban-co central – entre os quais o adminis-trador com o pelouro dos RecursosHumanos, Hélder Rosalino –, do SBN edo SBSI.

No período dedicado à situação so-cio-laboral foram relatadas as diver-sas situações que afetam o bom funcio-namento dos serviços nas respetivasáreas de intervenção sindical.

Dos reportes efetuados, destaca-se,em particular, a falta de pessoal como consequente excesso da carga horá-ria, a evolução negativa nas carreiras,

outsourcing, futuro da rede de agências,falta de renovação de quadros nasagências e o futuro da carreira técnico--administrativa.

A estagnação da política remunera-tiva, agravada pelos cortes implemen-tados pela administração a nível soci-al (nomeadamente, subsídios de auto-formação, apoios na saúde, etc.) foiigualmente focada.

Esta foi também mais uma oportuni-dade de os delegados sindicais reafir-marem o sentimento geral de cliva-gem geracional na instituição que, emsua opinião, deve-se, em parte, a umadeficiente condução do banco da inte-gração e acompanhamento dos novosrecrutados.

Coesão interna

As preocupações dos trabalhadoresforam apresentadas a Hélder Rosalinona sessão de encerramento do Encon-tro.

Em resposta, o administrador com opelouro dos RH considerou que o climasocial no Banco é bom. No entanto,sublinhou que o BdP se encontra numasituação muito complexa, decorrentedo seu papel como regulador e é, hoje,extremamente escrutinado pela socie-dade. Manter o banco unido e coesodeverá ser a prioridade de todos, frisou.

Hélder Rosalino alertou para o factode todo o contexto se ter alterado: osistema financeiro é hoje muito mais

complexo e é difícil acompanhar todoesse conjunto de complexidades e ques-tões que dificultam o papel dos bancoscentrais.

O administrador defendeu que é fun-ção de todos afirmar a independênciado banco com racionalidade, bom sen-so e fundamento, através da excelên-cia das suas funções e não por critériosde natureza financeira.

Negociação coletiva

Na segunda parte do Encontro anualparticiparam também Teresa Cavaco,diretora-adjunta do DPG, e Paulo Ale-xandre, secretário da Direção do SBSI ecoordenador do Pelouro da Contrata-ção do Sindicato e da Febase.

Teresa Cavaco apresentou um estu-do sobre os sistemas de pagamentos,destacando a importância do departa-mento, nomeadamente no que respei-ta ao acompanhamento das áreas defuturo nesta matéria.

Já Paulo Alexandre fez o ponto desituação das negociações de revisãodo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)para o setor bancário, adiantando queo processo se encontra num impasse.

Face ao desentendimento em algu-mas das matérias nucleares da conven-ção coletiva, as partes optaram por pros-seguir com a discussão de temas even-tualmente menos polémicos mas im-portantes, deixando, para já, o debatedas outras questões para mais tarde.

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Banco de Portugal l SINDICAL

Chamar as novas gerações aos sindicatosOs atuais direitos laborais

foram conquistadospor gerações sucessivas

de trabalhadores e os jovensdevem ser atraídos para

participarem na suasalvaguarda

Um seminário dedicado ao tema"A Importância dos Sindicatospara os Trabalhadores e as Em-

presas – uma visão atual" marcou asessão de abertura do Encontro anualdas estruturas sindicais do Banco dePortugal. Organizado com o apoio doSBSI e do BdP, representou um desafioà reflexão face ao contexto de mudançano movimento sindical.

Questionar até que ponto as mudan-ças que ocorrem na esfera socioeconó-mica estão a influenciar as tendênciasem curso de crescente fragilização dosindicalismo e assinalar alguns dosobstáculos e desafios que se deparamao movimento sindical foi o principalobjetivo.

No seu discurso de abertura dos tra-balhos, Hélder Rosalino, administradordo BdP, referiu a importância conferidapelo conselho de administração do ban-co ao diálogo social com as estruturasrepresentativas dos trabalhadores, edeixou uma reflexão para o debate: atéque ponto os sindicatos se adaptaram eevoluíram para enfrentar os desafiosque se colocam atualmente?

"Os sindicatos deverão, mais do quenunca, organizar-se e ser parceiros cre-díveis e indispensáveis no sentido dasalvaguarda dos interesses dos traba-lhadores", considerou.

Já para Paulo Pereira de Almeida,investigador que se tem dedicado aoestudo das questões laborais e do sin-dicalismo, "não é verdade que os sindi-catos estão atrasados no tempo" nem asua imagem junto da população é tãomá como se pensa.

É dada uma grande importância àproximidade dos sindicatos às pessoas,que a consideram essencial, explicou.Os sindicatos têm vindo a qualificar-see existe uma crescente e forte ligaçãodas diferentes organizações sindicais àescala mundial, salientou.

Segundo o académico, não tem ha-vido uma aproximação dos sindicatosà política, mas antes alguma desilu-são. Há poderes e responsabilidadesque os partidos políticos podiam con-ceder aos sindicatos, como a gestãodos fundos de pensões, à semelhançado que se passa nos sindicatos doNorte da Europa.

"Há um grande interesse em contro-lar os sindicatos e é preciso uma rutu-ra", concluiu Paulo Pereira de Almeida.

Solidariedade

O movimento sindical tem vindo adecrescer na Europa desde 1975, lem-brou Rui Riso, considerando-o uma si-tuação decorrente das conquistas doEstado social, que atingiram o seu li-mite superior.

"Os portugueses fizeram em 40 anoso que ninguém mais fez – nomeada-mente ao nível da saúde, ensino públi-co, sistema de pensões, etc. – e isso temcustos para a despesa pública", frisou opresidente da Direção do SBSI.

Mas as conquistas alcançadas colo-cam hoje uma questão complicada: apassagem de conhecimento entre ge-rações. "A oferta e a procura na bancadesequilibrou-se completamente e nãohá como ultrapassar esta situação".

Para Rui Riso esta é uma situaçãodecorrente de uma sociedade cada vezmais individualizada, onde partilha esolidariedade são valores que se estãoa perder e que é preciso reforçar – umpapel que cabe também aos sindicatos.

"Não há democracia sem sindicatos.É nossa obrigação mostrar aos colegasque hoje entram no mundo do trabalhoque o que têm não 'caiu do céu' nemforam os nossos dirigentes institucio-nais que nos deram essas regalias degraça. Devem-se, sim, à luta e ao tra-balho dos que se envolveram, e seenvolvem ainda, nas causas sindicalis-tas", sublinhou.

Por fim, o representante da Comissãode Juventude do SBSI lembrou que aqueda da taxa de sindicalização não éapenas responsabilidade dos sindica-tos, pois "cabe a cada um de nós trans-mitir a mensagem aos mais novos".

A Comissão de Juventude tem tenta-do desmistificar um pouco o sindicalis-mo junto dos mais novos através deatividades de lazer e de componenteslúdicas, como forma de fortalecimentodas relações, explicou João Ferreira.

Carlos Cordeiro,Rui Riso,Hélder Rosalino,João Carvalhoe Paulo Pereirade Almeida

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12 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 18 de novembro 2014

Europa na encruzilhada l Atualidade

Confederação Europeia de Sindicatos

Melhores empregospara impulsionar a economia

Que futuro para o empregona Europa? A pergunta serviu

de base a uma conferênciaorganizada pela CES. No final,as opiniões foram unânimes:

é urgente criar mais empregose com qualidade

Depois de vários anos a viver sobo peso das medidas de austeri-dade, que levaram a um declínio

das condições de vida, é tempo de aEuropa começar a inverter o rumo, re-construir e definir um novo caminhoque possa levar à criação de mais emelhores empregos. De que forma po-derá ser construída uma verdadeira

TEXTO: PEDRO GABRIEL

De entre os participantes estiveramdiversas figuras ligadas ao meio aca-démico, político e sindical, com vastaexperiência no mundo do trabalho, quese dividiram em diversos painéis aolongo dos três dias que durou a confe-rência.

Combater a desigualdade

Coube à secretária-geral da CES abrira conferência. Bernadette Ségol afir-mou que a Europa deve ter sempre ematenção o bem público e que a priori-dade deve ser a criação de mais emelhores empregos. "As decisões eco-nómicas devem ser tomadas em fun-ção da criação de empregos de quali-dade", referiu.

Já o presidente do Parlamento Euro-peu focou a sua intervenção no aumen-to da desigualdade e na ameaça que elarepresenta para a economia e a demo-cracia. Para Martin Schulz foram as po-

líticas de austeridade que aumentarama desigualdade social e que põem emperigo o futuro da própria União Euro-peia. "O Parlamento Europeu tem subli-nhado repetidamente que os empregose salários decentes são importantesnão só para a coesão social e equidademas também para a manutenção deuma economia forte", explicou.

Schulz focou três aspetos que devemser combatidos em nome de uma maiorjustiça social e economias mais prós-peras: desemprego jovem, desigual-dade de rendimentos e a fraude e eva-são fiscais.

A terminar deixou um aviso: "A po-lítica social é sobretudo da responsa-bilidade dos governos nacionais, masacredito que a União Europeia pode edeve desempenhar um papel impor-tante no combate à desigualdade".

Maria Helena André, única portu-guesa a marcar presença na conferên-cia, referiu que esta foi uma excelenteoportunidade para voltar a colocar aquestão do emprego na agenda. "Ocrescimento económico é fundamen-tal para voltar a impulsionar a econo-mia europeia. Precisamos de melho-res empregos e melhores salários. Paraisso precisamos de políticas macroe-conómicas e fiscais que sejam orienta-das para a criação de emprego".

As medidas de austeridade im-postas em Portugal também tive-ram consequências nefastas no se-tor dos serviços.

Os constantes cortes nos servi-ços básicos levaram a rescisões decontrato, diminuição de salários econsequente degradação das con-dições de vida dos trabalhadores,bem como à redução da qualidadedos serviços.

O setor financeiro não foi exce-ção. O caso do Barclays, com umnovo plano de rescisões, é o maisrecente caso.

democracia económica europeia? Quaisas medidas a tomar?

Para responder a estas e outras ques-tões pertinentes, a Confederação Europeiade Sindicatos (CES), juntamente com oInstituto Sindical Europeu (ISE), organizouuma conferência denominada "A Europanuma encruzilhada. Qual o caminho paraempregos de qualidade e prosperidade?",que decorreu em Bruxelas de 24 a 26 desetembro. A UNI também participou.

O caso português

Bernadette Ségol defendeu a atenção ao bem público

Helena André (quinta a partir da esquerda) foia única participante portuguesa

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Atualidade l Europa na encruzilhada

Oemprego no setor dos serviços:desregulação inevitável? O temaesteve em debate na conferên-

cia da CES e foram oradores GerhardBosch (University of Duisburg-Essen),Wiemer Salverda (Amsterdam Institu-te for Advanced Labour Studies) e Ma-arten Goos (KU Leuven). Oliver Röthig,responsável da UNI-Europa, abordou asituação no setor e o trabalho desen-volvido pela organização sindical.

Nos últimos anos, as medidas deausteridade impostas pelos governoseuropeus têm levado a um declínio dascondições laborais dos trabalhadoresdo setor dos serviços. A ideologia neo-liberal reinante um pouco por toda aEuropa argumenta que só haverá de-senvolvimento nos serviços se os salá-rios forem baixos, defendendo umadesregulação do setor.

A aplicação desta teoria tem contri-buído para tornar o mercado de traba-lho cada vez mais dual, aumentando ofosso entre empregos com condições etrabalhos precários. É responsável porum maior desinvestimento nos servi-ços públicos, nomeadamente no setorda saúde e educação, onde os saláriosdiminuem, as rescisões surgem emcatadupa e a admissão de novos traba-lhadores é feita através de contratos atempo parcial e precários.

Por outro lado, verifica-se o subapro-veitamento de competências, pois temsido comum encontrar trabalhadorescom qualificações a mais para o postode trabalho que ocupam.

As mesmas teorias defendem que oaumento dos salários implicam a subi-da dos preços finais dos serviços, le-vando a uma queda cada vez maior naprocura.

Aumentar a qualificação

O desenvolvimento do setor, assentena redução das condições laborais dostrabalhadores, tem sido muito débil,

Setor dos serviços

A desregulação é evitávelA aposta em salários baixos

e mão-de-obra intensivacompromete o crescimento

económico

prova de que as medidas impostas sãoum fracasso.

Gerhard Bosch considera que numasociedade de conhecimento em que osetor dos serviços é crucial, o corte noEstado social e o aumento da desigual-dade salarial reduzirá o crescimento daeconomia, comprometendo o futuro.

Assim sendo, defende o investimen-to na formação qualificada dos traba-lhadores, bem como a transição para aprodução em qualidade, ao invés daprodução em massa. A igualdade deoportunidades (através da integraçãodas mulheres no mercado de trabalho,

O quadro demonstra a importância da introdução de sistemas de salários inclusivos. Paísescomo Franca e Suécia, com desigualdades salariais baixas, estão acima da percentagemmédia nos serviços

por exemplo), a melhoria da qualidadedos serviços através das novas tecno-logias e novos modelos de organizaçãodo trabalho são outros fatores cruciais.

Para Wiemer Salverda, o foco nãodeve estar nos serviços bem remunera-dos, mas sim no controlo da competi-ção por empregos precários.

Já Maarten Goos defende um aumentoda produtividade com base no investi-mento em empreendedorismo, no de-senvolvimento de competências ao lon-go da vida, numa ampla oferta de con-tratos de trabalho e num novo diálogosocial de participação e colaboração.

Salários inclusivos

Participação dos serviços no emprego*

Fonte: EC (2014) Employment and Social Developments in Europe 2013 *Dados de 2012

Países Percentagem Distribuição Homens-Mulheres

UE (27 Estados-membros) 72,2% H 61,4% / M 84,6%

Grã-Bretanha 54,8% H 64,4% / M 65,0%

Alemanha 73,7% H 62,2% / M 86,7%

França 78,6% H 68,1% / M 89,6%

Itália 70,1% H 59,7% / M 84,5%

Suécia 76,7% H 64,4% / M 90,5%

O apelo da CES: a UE deve investir no crescimento sustentável e em empregosde qualidade

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14 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 18 de novembro 2014

QUESTÕES l Jurídicas

O trabalhador que nãose adapta estagna, o quepoderá levar à cessação

do vínculo laboral, de acordocom as normas do Código

do Trabalho

Surgindo pela primeira vez em Portu-gal como regime jurídico autónomoatravés do D.L. n.º 400/91, de 16 de

outubro, o despedimento por inadapta-ção tem a continuação da sua essêncianos Códigos do Trabalho dos anos de 2003e de 2009. No entanto, se quisermos sermais precisos, esta figura da inadaptaçãofoi reintroduzida no nosso ordenamentojurídico nesse ano de 1991.

TEXTO: LINA SILVA*

Inicialmente, esta modalidade dedespedimento caraterizava-se pela in-capacidade do trabalhador em modifi-car/adaptar o seu comportamento naexecução das suas funções, às modifi-cações operadas pelo empregador noseu posto de trabalho.

Hoje, o despedimento por inadapta-ção é uma das modalidades de cessa-ção do contrato de trabalho previstasno Código do Trabalho (CT), alínea f) doart.º 340.º.

Com as alterações introduzidas no CT(Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro) pelaLei n.º 23/2012, de 25 de junho, o regimejurídico de despedimento por inadapta-ção sofreu alterações de fundo.

Em 1 de junho de 2014, entrou emvigor a Lei n.º 27/2014, de 8 de maio,lei esta que surgiu na sequência doAcórdão do Tribunal Constitucional n.º602/2013, de 20 de setembro, que con-siderou inconstitucionais algumas dasalterações introduzidas pela Lei n.º 23/

2012, de 25 de junho. É disso exemploa redação do n.º 1 do art.º 375.º do CT.

Posto de trabalho disponível**

Na sexta alteração ao CT (Lei n.º 27/2014, de 8 de maio) assistiu-se à reintro-dução de um dos requisitos do despedi-mento por inadaptação: a não existênciana empresa de outro posto de trabalhodisponível e compatível com a categoriaprofissional do trabalhador, requisito esteque tinha sido eliminado pela Lei n.º 23/2012, de 25 de junho.

A revisão desta figura, verificada narevisão de 2012, suprimiu em relação àsduas modalidades de despedimento porinadaptação (com e sem modificações nolocal de trabalho) e o conjunto dos traba-lhadores (sejam eles afetos a cargos decomplexidade técnica ou não) uma segu-rança que era inerente à sua criação em1991: a obrigatoriedade do empregadorverificar a existência de um posto de

O despedimento por inadaptação– algumas considerações

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Questões l JURÍDICAS

trabalho na empresa, compatível com aqualificação profissional do trabalhador,antes de proceder ao seu despedimento.

Mas a inadaptação do trabalhador, prin-cipalmente nos dias de hoje, está intima-mente ligada ao surgimento no local detrabalho de novas condições de trabalhoe novos processos produtivos. Atentasessas circunstâncias, o trabalhador podee deve manter as suas capacidades nodesempenho das funções para o qual foicontratado. A não ser assim, face àsmudanças preconizadas pelo emprega-dor, poderá acontecer que o trabalhador,não soube, não quis ou não foi capaz dese adaptar.

Ora, havendo alteração de funções dotrabalhador, esta será precedida de for-mação profissional adequada para o de-sempenho das novas funções, e no cum-primento de um dos requisitos cumulati-vos constantes da alínea b) do n.º 1 doart.º 375.º do CT.

Outro dos requisitos do despedimentopor inadaptação é o constante da alínead), n.º 1, do mesmo art.º 375.º, ou seja,"não exista na empresa outro posto detrabalho disponível e compatível com acategoria profissional do trabalhador".

Infração disciplinar

Considerando que o empregador de-termina o regresso do trabalhador ao seuanterior posto de trabalho, por estar dis-ponível, e o trabalhador recuse essa alte-ração, a recusa poderá consubstanciar,em última análise, uma infração discipli-nar. Tal fundamentaria o exercício dopoder disciplinar, através de um procedi-mento disciplinar e, consequentemente,da aplicação de uma sanção disciplinar,sendo que a sanção máxima, o despedi-mento, colocaria o trabalhador no de-semprego, sem qualquer indemnizaçãoou compensação.

Mas a possibilidade do trabalhador sertransferido para um outro posto de traba-lho poderá ser encarada por ele comouma oportunidade para evoluir na em-presa, até de ser mais produtivo e com-petente do que o seu anterior posto detrabalho.

Se na inadaptação ao posto de trabalhoexistir culpa grave (ou mesmo leve) dotrabalhador, o empregador poderá sem-pre levar a cabo um procedimento disci-plinar, com as consequências legais quese conhece, no máximo a aplicação dasanção de despedimento.

Há quem considere, como é o caso deAntónio Menezes Cordeiro, que existeuma aproximação entre a cessação docontrato de trabalho por inadaptação dotrabalhador e a caducidade por impossi-bilidade. Tal sucederia, por exemplo, no

caso de terem existido alterações tecno-lógicas na empresa e de ter sido ministra-da formação profissional adequada parao exercício das novas funções, e o traba-lhador não se adaptar. Não existindooutras funções para o trabalhador exer-cer, a impossibilidade parece existir.Neste caso, este novo fundamento, nadamais seria do que uma forma de caduci-dade do contrato.

Com as últimas alterações ao regimedo despedimento da inadaptação, a ine-xistência na empresa de um posto detrabalho disponível e que seja compatí-vel com a sua qualificação profissional(art.º 375.º, n.º 1 d) do CT), passou a serum dos requisitos obrigatórios nas situa-ções deste tipo de despedimento e queresultem de:i. Redução continuada de produtividade

ou qualidade;ii. Avarias repetidas nos meios afetos ao

posto de trabalho;iii. Riscos para a segurança e saúde do

trabalhador, de outros trabalhadoresou de terceiros.

Transição

Acontece que, por muito que possamosdissertar sobre o despedimento por ina-daptação, os seus fundamentos e requi-sitos, teremos sempre que concordar comJorge Leite, quando afirma que a socieda-de em que vivemos se encontra fundadano trabalho, sendo que este é uma "exi-gência natural, (…) uma componenteessencial do modo de vida de cada um denós e (…) um elemento determinante deestruturação social" (Direito do Trabalho,Vol. I). Aliás, ao longo da vida do serhumano, diga-se trabalhador, a relaçãojurídico-laboral acabará por se extinguir,o vínculo com a entidade empregadoraromper-se-á, seja pela passagem à refor-

ma, seja por qualquer outra das modali-dades de cessação do contrato de traba-lho.

Vivemos hoje, segundo João Leal Ama-do (Contrato de Trabalho, p. 351 e ss),num contexto de flexisegurança, queren-do com tal significar que a perda deemprego se vai desdramatizando numtempo em que se destaca a "ideia detransição". É também verdade que a ideiade "um emprego para toda a vida" que seconhecia não se reflete na realidade labo-ral de hoje.

Consequentemente, a legislação labo-ral tende a acompanhar a constantemutação do mercado na procura do em-preendedorismo, do reforço da posiçãodas empresas através da inovação tec-nológica, da resposta aos desafios quesurgem constantemente tendo em aten-ção o aumento da concorrência.

O trabalhador tem de acompanhar essaevolução, se quer manter um posto detrabalho. É em todo este contexto quetem atualmente posição de destaque odespedimento por inadaptação. Estamodalidade de despedimento por inicia-tiva do empregador, prevista nos art.os

373.º a 380.º e art.º 385 do Código doTrabalho, é vista pela doutrina portugue-sa como sendo um dos meios ao dispor doempregador para "fazer cessar o contratode trabalho sempre que se determine aincapacidade do trabalhador para o exer-cício das suas funções, tornando pratica-mente impossível a subsistência da rela-ção de trabalho".

Capacidade de mudança

Aliás, o despedimento por inadaptaçãonunca foi uma figura que convivesse tran-quilamente com a Constituição da Repú-blica Portuguesa. Desde logo por se tratarde um despedimento que pode acabar,caso não seja corretamente fiscalizado enão haja boa-fé do empregador, "na pos-sibilidade, mais ou menos encapotada,de despedimentos imotivados ou ad nu-tum. (Ac. TC n.º 64/91)".

Citando uma vez mais João Leal Ama-do: "Quem não acompanha as mudanças,fica, inoperavelmente, para trás. E, asmudanças, nos dias que correm, suce-dem-se a um ritmo vertiginoso. Em suma:quem não se adapta morre!".

Assim não se entendendo, quem não seadapta, estagna, e a estagnação poderálevar, também, a uma legítima cessaçãodo vínculo laboral.

*Advogada do STAS** Subtítulos da responsabilidade da

Redação

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UGT l 36.º aniversário

Especialistas concluem

Futuro do emprego está na educaçãoAdequar a oferta educacional

às necessidades do País, apostarna qualificação dos trabalhadorese na formação ao longo da vida –eis alguns vetores essenciais paragarantir um futuro com empregosde qualidade. O diagnóstico está

feito, resta saber se haveráconsenso suficiente para uma nova

estratégia. A central sindicalgarante a sua disponibilidade para

encetar o diálogo

TEXTO: INÊS F. NETO

Celebrar o passado a projetar o futu-ro. Foi assim que a UGT quis assina-lar o seu 36.º aniversário, promo-

vendo um seminário sobre educação eformação, que contou com a participaçãode especialistas, empresários, sindica-listas e membros do Governo.

Intitulado "O diálogo social pela educa-ção e formação – estratégias de interven-ção e concertação para o desenvolvi-mento e o emprego", o seminário reali-zou-se em Lisboa nos dias 28 e 29 deoutubro, promovendo o debate sobre oatual estado do País nesta área e a inter-ligação com a economia e o emprego.

O Governo esteve em peso nestes doisdias: Mota Soares participou na sessãode abertura, Nuno Crato interveio nosegundo dia e o Primeiro-Ministro en-cerrou as comemorações. Os secretári-os de Estado do Emprego e do EnsinoSuperior deram o seu contributo emmesas redondas.

Deram voz ao ensino, formação e em-prego dirigentes e responsáveis de or-ganizações profissionais e escolas, en-quanto o setor empresarial esteve re-presentado pelos presidentes das confe-derações da Indústria, do Turismo e daAgricultura.

Como adiantou o secretário-geral daUGT, "a educação e a formação são pila-res essenciais para o desenvolvimentodos povos", por isso foi objetivo da cen-tral sindical "efetuar esta discussão numclima de diálogo social, convidando al-

guns dos maiores e melhores especialis-tas na área da educação e da formaçãoprofissional para, com os seus contribu-tos, com convergências e divergênciasde pontos de vista, permitir a elabora-ção de conclusões prospetivas sobre omodelo de educação e ensino que que-remos. Este é um contributo da UGT".

Desemprego e qualificações

Ao longo dos dois dias de debates osintervenientes coincidiram muitas ve-zes no diagnóstico: a economia portu-guesa está numa fase de transição, de-vendo apostar em áreas de especializa-ção em que o conhecimento e a forma-ção são essenciais. Não é possível ven-cer o desafio da competitividade man-tendo um padrão empresarial assenteem mão-de-obra indiferenciada e embaixos salários.

Portugal vive o paradoxo de ter umageração com altas qualificações que nãoencontra emprego e emigra e, ao mes-mo tempo, apresentar valores muitobaixos de qualificações escolares, tendoainda muitos cidadãos que não concluí-ram o ensino secundário.

O modelo económico do País foi con-siderado, a par da crise económica efinanceira, responsável pelo elevadoíndice de desemprego que se tem regis-tado nos últimos anos.

Como referiu o Prof. Dr. Adriano Pimpão,"a sustentabilidade do modelo económico

numa economia baseada no conhecimen-to assenta essencialmente na qualifica-ção das pessoas", lembrando que existeuma correlação positiva entre a qualifica-ção e emprego, ou seja, pessoas commaior formação têm maior empregabili-dade e remunerações mais elevadas.

O especialista considerou que o paísnão pode desenvolver-se se mantiverum modelo económico polarizado, comuma miríade de empresas muito poucoespecializadas dando emprego a traba-lhadores sem qualificações ou com qua-lificações muito rudimentares, e por ou-tro, um reduzido número de empresasque competem com produtos que exi-gem elevado grau de conhecimento eespecialização.

Se Portugal pretende ter uma econo-mia baseada no conhecimento, tem decriar condições para que surjam maisempresas cuja atividade assente na uti-

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36.º aniversário l UGT

lização de recursos humanos altamentequalificados, bem como condições paraas que já se encontram nesse patamarse tornem mais competitivas e interna-cionalizem as suas atividades, defendeuAdriano Pimpão, acrescentando que éigualmente crucial dar uma atenção es-pecial à formação profissional e à forma-ção de quadros médios.

Também o ministro da Solidariedade,Emprego e Segurança Social deu umaespecial ênfase ao papel da formação naredução do desemprego, salientando asreformas do mercado laboral empre-endidas e o diálogo com os parceirossociais subjacente. "Foi o diálogo quenos permitiu avançar num conjunto pro-fundo de reformas para alcançar ummercado de trabalho mais capaz de seajustar aos ritmos da mudança da eco-nomia global, mais amigo da inovação,do investimento, da qualificação, doempreendedorismo, e até com a capaci-dade de gerar postos de trabalho", disse.

Sem anunciar qualquer nova medida,Mota Soares limitou-se a elencar dadossobre o que tem sido conseguido, dadescida do desemprego ao aumento dosalário mínimo nacional. "E se temosestes sinais de recuperação da econo-mia e do crescimento, em muito sedevem às reformas que foram feitas emdiálogo social", frisou o ministro, enalte-cendo o papel da central sindical. "A UGTtem sabido gerir bem o peso das suasresponsabilidades. Tem sido valiosa paraPortugal e para os portugueses".

Trabalhar em conjunto

A harmonização das diversas ofertasformativas e o desenvolvimento do di-álogo entre universidades e empresasestiveram também em análise.

As caraterísticas da sociedade con-temporânea não são compatíveis comum modelo educativo que se esgotacom a entrada na idade adulta, pois asmudanças ao nível tecnológico e cultu-ral exigem uma atualização de conheci-mentos e competências permanente,colocando a necessidade da formaçãoao longo da vida.

Nesse sentido, foi defendido um in-vestimento adequado em competências,não só dos jovens mas também dosadultos que estão no mercado de traba-lho. Sem uma aposta na qualificação oPaís ficará mais pobre: as pessoas semformação correm maior risco de ficaremà margem da sociedade, o progressotecnológico tende a não se traduzir emcrescimento económico e será mais di-fícil competir num mercado global cadavez mais baseado no conhecimento.

Considerando que a relação entre oensino superior e o mundo empresarialainda é muito ténue, os oradores salien-taram a necessidade de aproximar oensino superior da economia, oferecen-do perfis educativos mais adaptáveis aomercado laboral e à vida real.

Realçando o muito que foi alcançadonos últimos três anos, o ministro da Edu-cação e Ciência reconheceu que as "difi-culdades que o País atravessa exigem umesforço para melhorar o perfil de conhe-cimentos da população ativa, reforçandoa via profissionalizante e aumentando oacesso ao ensino superior".

Nuno Crato referiu-se ainda ao mo-delo dual alemão, explicando que tam-bém Portugal está empenhado em "tra-zer as empresas a terem uma corres-ponsabilidade na educação dos jovens,oferecendo estágios e formação emcontexto de trabalho" mas, ao contrárioda Alemanha, discorda de "uma entra-da na via profissionalizante muito pre-coce".

"Fizemos muito, sabemos que muitomais há a fazer. O desafio que enfrenta-mos não é tarefa de alguns, mas detodos. Sabemos que a UGT dará o seuimportante contributo nesta tarefa",concluiu o ministro.

Busca de consenso

Carlos Silva, na sua intervenção final,recordou o papel fundamental que aeducação e a formação podem desem-penhar num País com uma elevada taxade desemprego e onde no final do anopassado 400 mil jovens entre os 15 e os30 anos não estavam empregados, nema estudar nem em formação.

"A formação deve apostar mais emcompetências do que em qualifica-

ções, nunca esquecendo que o impactodas competências e do emprego vaimuito para além do aspeto económi-co-financeiro, afetando a saúde, o equi-líbrio, a coesão social e a confiança dostrabalhadores", frisou.

Referindo-se ao papel responsávelda UGT enquanto parceiro social, olíder da central criticou a visão daOCDE sobre a negociação coletiva. E,dirigindo-se a Passos Coelho, presentena sala, adiantou que se o Governoaceitasse as recomendações da orga-nização internacional "isso seria umretrocesso nos direitos dos trabalha-dores e uma machadada de morte nodiálogo social, ou seja, no vínculo queneste seminário desejamos enfatizarcomo peça fundamental na manuten-ção da paz e da estabilidade sociaisque conseguimos nos últimos trêsanos".

O Primeiro-Ministro, por sua vez,defendeu o diálogo social como "umbem que as sociedades democráticasquerem preservar, que não é possívelsem a voz dos sindicatos, sem a suaparticipação e os seus contributos".

Lembrando o papel da UGT na conso-lidação da democracia portuguesa e oseu contributo para o País e os traba-lhadores ao longo destes 36 anos, Pas-sos Coelho afirmou: "Quando olhamospara os anos difíceis da emergênciafinanceira que atravessámos, é da maiselementar justiça reconhecer e agra-decer à UGT por em momentos cruciaister sabido manter a sua autonomiarelativamente às agendas partidárias,como sucedeu na contestação social ena preparação de várias reformas quelevámos a cabo neste período ou nomais recente acordo para atualizar osalário mínimo nacional."

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Entre vinhedosUniversidade Sénior Pedro Santarém

As aulas já começaram!

Um novo ano letivo, commais oferta disciplinar e uma

série de iniciativas deinteresse. As inscrições ainda

estão abertas

FORMAÇÃO l Atualidade

TEXTO: MÁRIO RÚBIO

As aulas da Universidade SéniorPedro Santarém (USPS) tiveraminício dia 28 de outubro, com a

apresentação das disciplinas e dos for-madores.

O primeiro dia de aulas foi uma festapara alguns dos alunos que já tinhamfrequentado a Universidade. Recordan-do os bons momentos dos anos anterio-res, perspetivaram-se outros para ocorrente.

Este ano letivo traz algumas novida-des, pelo que as aulas serão uma vezmais motivo para aprendizagem, con-vívio e bem-estar.

Das novas disciplinas que constamda oferta formativa destaca-se a aulaZEN - Meditação, Saúde e Bem-estar.Nela os formandos poderão aprendertécnicas de relaxamento, experimen-tar e vivenciar meditações, abordartemas relacionados com o bem-estarao nível do corpo, dos pensamentos edas emoções. As sessões são um mo-mento para descontrair, aprender esentir-se bem consigo, física e espiri-tualmente.

Para este ano letivo estão planeadosmuitos workshops com temas varia-

dos, que permitirão a todos os partici-pantes a aquisição de conhecimentosem áreas como o Socorrismo, a Psico-logia e Jurisdição, entre outras.

As Oficinas de Lazer mantêm a mes-ma orientação. Nelas aprende-se umpouco de tudo o que puder ser partilha-do entre uns e outros. Arraiolos, Cro-chet, Biscuite, entre outros temas, se-rão abordados por todos e quem sabedesenvolver estas técnicas pode ajudarquem quer aprender.

Consultório de Coaching

Na sua missão de contribuir para ocrescimento individual dos seus alu-nos, a Universidade Sénior Pedro Santa-rém também disponibiliza este ano umConsultório de Coaching, no qual osparticipantes poderão usufruir deconsultas e sessões terapêuticas indi-viduais orientadas e guiadas por umprofissional qualificado.

O objetivo deste consultório é dar aosalunos da USPS um espaço onde possamdescobrir, desenvolver e aprender autilizar todo o seu potencial pessoal,canalizando a sua energia para os seussonhos e objetivos, ou seja, para o querealmente querem fazer na e da suavida.

Este consultório tem uma componen-te de apoio e acompanhamento nasdiversas áreas que compõem a vida,destacando-se como alguns dos seusbenefícios: elevar a autoestima e che-gar à aceitação pessoal; clarificar valo-res, crenças e o que faz ou não sentido;

reduzir o stresse; aprender a gerir otempo, a autonomia, compromisso ecomunicação; adaptação a novos ciclosde vida como o divórcio, o luto ou areforma; descobrir a possibilidade deação em todas as áreas da vida; aper-feiçoamento pessoal e ocupacional;revitalização energética; conquistarmetas, sonhos e objetivos; revisão doprojeto de vida pessoal, familiar eocupacional.

Como se pode constatar, os moti-vos para bancários e trabalhadoresdos seguros virem para a USPS e jun-tarem-se aos demais alunos são mui-tos. Vale a pena vir conhecer a Univer-sidade Sénior Pedro Santarém, semperda de tempo.

Recorde-se que este é já o terceiroano letivo e alguns estão na Universi-dade desde o primeiro dia. São eles osmelhores divulgadores das muitas ini-ciativas.

Para mais informações, contacte aUn ive r s idade a t ravés do ema i [email protected] ou pelo te-lefone 211 383 593.

A partilha de conhecimentos nasOficinas de Lazer

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TEMPOS LIVRES l Nacional

TEXTOS: PEDRO GABRIEL

Karting

Vitória de António Faria SilvaEm mais uma grande provade karting, o piloto do IFAPfoi o primeiro a ver agitada

a bandeira-xadrez

Afinal nacional do 17.º CampeonatoInterbancário de Karting teve lugarno kartódromo do Bombarral, no

dia 18 de outubro. Vinte pilotos oriundosdos três Sindicatos Bancários alinharam--se na grelha de partida com o objetivo deserem os primeiros a cortar a meta.

A prova decorreu a um ritmo muitoelevado e com as rotações no máximo.

Rapidamente foi possível observar que,pese embora algum problema mecâni-co, o vencedor não seria encontrado tãofacilmente.

Numa prova dominada pelos pilotosdo SBSI, António Faria Silva foi o maisrápido, superando José Feliciano (Uni-cre/SBSI), que alcançou o segundo lu-gar. O último lugar do pódio foi paraOctávio Rodrigues (Santander Totta/SBSI).

Depois do segundo lugar alcançadona edição anterior, António Faria Silvaconseguiu sagrar-se campeão nacio-nal, sucedendo a Alex Pires (IFAP/SBSI),que ficou no 8.º lugar este ano.

De realçar que o espírito de camara-dagem e desportivismo foi uma cons-tante não só ao longo desta prova comodurante todo o campeonato.

Afinal nacional do 7.º CampeonatoInterbancário de King realizou-senos dias 25 e 26 de outubro, no

Vimeiro. Foram 16 os concorrentes pre-sentes oriundos do SBSI, SBC e SBN.

Ao longo do primeiro dia, os jogosrealizaram-se de manhã e de tarde,tendo os jogadores sido distribuídos ro-tativamente pelas mesas, num sistemaem que todos jogam entre si uma vez enão voltam a encontrar-se nas restantes

King

Vimeiro consagra António OliveiraUm ponto bastou para que

o concorrente do Millenniumbcp arrecadasse o principal

troféu para as fileiras do SBN

partidas. O campeão é conhecido após 3partidas (2+2+2 jogos) no 1.º dia e 2partidas (2+2 jogos) no 2.º dia.

Assim, no domingo, António Olivei-ra foi o mais forte, ao triunfar com a

diferença de apenas um ponto (37) emrelação ao segundo classificado, Car-los Bispo (Millennium bcp/SBSI). Noterceiro posto terminou José Pinto (Mi-llennium bcp/SBSI), com 31 pontos.

José Conceição (Millennium bcp/SBC) e João Florêncio (Santander Tot-ta/SBSI) terminaram no quarto e quin-to lugares, ambos com 30 pontos,prevalecendo o primeiro na classifi-cação, já que em caso de igualdade,fica à frente o jogador que obteve amaior pontuação de pontos King numjogo.

O campeão da edição anterior, Cae-tano Moço (Unicre/SBSI), terminouno sexto posto, com 28 pontos.

A entrega dos troféus foi feita numanimado almoço-convívio.

Os três finalistas, com o campeãoao meio

As taças foram para António Oliveira,Carlos Bispo e José Pinto

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TEXTOS: PEDRO GABRIEL

TEMPOS LIVRES l Nacional

Caminhada Febase

Descobrir a História pelo curso das águasSe em Palmela um dos

protagonistas foi o vinho,em Lisboa foi a vez da água

assumir esse papel.A descoberta aérea

e subterrânea da capital foifeita através da Rota da Água

No dia 25 de outubro realizou-semais uma caminhada Febase,uma iniciativa que continua a

ser de grande sucesso. Num belo dia deoutono, 35 participantes palmilharama Rota da Água, um passeio que tevecomo atração principal a visita a partedo percurso de abastecimento à cida-de de Lisboa, desde meados do séculoXVIII até meados do século XX.

A travessia do vale de Alcântara foifeita através do imponente Arco Cen-tral, uma extensão de 941 metros ecujo arco central (Arco Grande) medepouco mais de 69 metros de altura. Aolongo deste percurso foi possível ob-servar a magnífica paisagem a norte –zona de Monsanto e Sete Rios – e a sul– Vale de Alcântara e Tejo, que tevecontinuação na visita à Mãe de Água,

situada junto ao jardim das Amorei-ras, edifício concluído em 1834 e cujoreservatório de água, com capacidadepara 5.500 metros cúbicos, é um dosex-libris.

Seguiu-se a passagem pelo reserva-tório da Patriarcal. Projetado em 1856pelo engenheiro francês Mary foi, àépoca, o reservatório mais importantena rede de distribuição de água daBaixa lisboeta. Situado debaixo do Jar-dim do Príncipe Real, tinha a capacida-de para 880 metros cúbicos de água.Deixou de funcionar na década de 40 doséculo passado, servindo agora de pal-

co para espetáculos, exposições defotografia e escultura, entre outroseventos.

O entusiasmo do grupo ficou patentecom a decisão de visitar a galeria de S.Pedro de Alcântara, junto ao jardim,fechando da melhor maneira mais umacaminhada.

No próximo ano será feita uma visitaao Alviela – Olhos de Água, rio quepermitiu a substituição da origem daságuas que chegam a Lisboa.

Para já, a próxima caminhada é no dia 29,na Aldeia das Broas. Saiba mais no bloguehttp://febase-caminhadas.blogspot.pt/

Xadrez

João Pacheco faz xeque-mate

Chegou ao fim mais uma ediçãodo Campeonato Interbancário de Xadrez.

Coube ao concorrente do Millenniumbcp/SBSI a glória de sagrar-se campeão

nacional

Foi no Vimeiro que se realizou a final nacional do 29.º Campeonato Interbancáriode Xadrez, nos dias 25 e 26 de outubro, e que contou com a participação de17 concorrentes.

Numa prova que ficou marcada pelo forte equilíbrio mas também, como já éhábito, pelo convívio e desportivismo, o xadrezista João Pacheco acabou por sero mais forte no conjunto das seis rondas, sagrando-se campeão com umapontuação de 4.5 pontos.

Nos restantes lugares do pódio terminaram, respetivamente, Manuel Almeida(Novo Banco/SBSI) e António Fernandes (Banco BPI/SBSI), ambos com 4.5 pontos,perdendo nos desempates para o novo campeão.

Micael Santos (Millennium bcp/SBSI) foi quarto, com 4 pontos, o mesmo scoreque Joaquim Pinho (BdP/SBN) e Nuno Ferrão (Millennium bcp/SBSI), quinto e sextoclassificados, respetivamente.

A vitória de João Pacheco quebrou assim a hegemonia de António Fernandes,vencedor das duas últimas edições, e o jogador com maior Elo desta final (2373).

A cerimónia de entrega de prémios aos vencedores aconteceu durante umanimado almoço-convívio.

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Na final de Peniche,o pescador do Clube Banif

não deu hipóteses àconcorrência e arrecadou

o principal troféuda competição

Com o limite norte no Baleal e olimite sul na praia de São Bernar-dino, a final nacional do 34.º Cam-

peonato Interbancário de Pesca de Marrealizou-se no dia 11 de outubro, tendocontado com a participação de 61 con-correntes oriundos dos três sindicatosdos bancários.

O fim da prova e o início da pesagemdeu-se ao final da tarde, com João Nu-nes da Silva (Clube Banif/SBSI) a termi-nar no primeiro posto e a sagrar-secampeão nacional, com um total de33,040 kg. No segundo posto ficou Vítor

Malheiros (SBC), com 31,340 kg, tendosido o único, a par do campeão, a ultra-passar a barreira dos 30 kg.

O último lugar do pódio ficou paraJosé Bernardino (Clube Millennium bcp/SBSI), com 27,940 kg. José Azevedo eRicardo Pernes, ambos do Clube GBES/SBSI, finalizaram na quarta e quintaposições, com 26,980 e 26,480 kg, res-petivamente.

A restante classificação até ao 10.ºlugar ficou ordenada da seguinte ma-neira: 6.º Alberto Costa (Clube GBES/SBSI), 24,620 kg; 7.º Carlos Silva (BancoBPI/SBSI), 19,980 kg; 8.º Francisco Gar-cia (Clube Millennium bcp/SBSI), 18,720kg; 9.º José Costa (Clube GBES/SBSI),17,360 kg; 10.º António Abreu (ClubeMillennium bcp/SBSI), 16,340 kg.

De referir ainda que António Gonçal-ves (Millennium bcp/SBC) pescou omaior exemplar do dia, uma tainha de1180 gramas.

Clube GBESvence coletivamente

A nível coletivo, a equipa mais fortefoi o Clube GBES 1/SBSI, composto porJosé Azevedo, Ricardo Pernes e JoséDias, que alcançou 25 pontos. No se-gundo posto ficou o Clube GBES 2/SBSI,de Alberto Costa, Pedro Faria e JoséCosta, com 26.

Uma equipa oriunda do SBC, compos-ta por Vítor Malheiros, António Cascãoe Pedro Veiga, terminou na terceiraposição, com 27 pontos.

A entrega de prémios e um animadojantar-convívio abrilhantaram aindamais um dia já de si repleto de grandecamaradagem e desportivismo.

Snooker

João Chumbinhorevalida títuloE vão duas! O concorrente da CCAMvoltou a ser o mais forte na finalnacional e mantém o troféu no SBSI

A 10.ª edição do Torneio de Snooker Bola 8teve a sua final nacional realizada emBraga, no fim de semana de 4 e 5 de

outubro.Com a participação de 12 concorrentes, João

Chumbinho (CCAM/SBSI) acabou por confirmar ofavoritismo e revalidou o título conquistado aépoca passada, ao derrotar na final António Perre(Santander Totta/SBN), por 5-2. Já na meia-final, ocampeão havia derrotado Laurent Teixeira (BNPParibas/SBSI), por 4-1.

O vice-campeão António Perre teve de se esfor-çar no acesso à final, tendo triunfado perante JoãoSalgadinho (CCAM Algarve/SBSI), por 4-3.

No jogo de atribuição dos 3.º e 4.º lugares, JoãoSalgadinho venceu por 4-0, dado que foi atribuídafalta de comparência a Laurent Teixeira.

A classificação final ficou ordenada da seguin-te forma: 1.º João Chumbinho (CCAM/SBSI); 2.ºAntónio Perre (Santander Totta/SBN); 3.º JoãoSalgadinho (CCAM Algarve/SBSI); 4.º LaurentTeixeira (BNP Paribas/SBSI); 5.º Eduardo Ribeiro(Unicre/SBSI); 6.º António Garces (MG/SBN); 7.ºJosé Lino (Santander Totta/SBN); 8.º AntónioMalheiro (Millennium bcp/SBC); 9.º Rui Sousa(Banco Popular/SBSI); 10.º Luís Lobo (Novo Ban-co/SBN); 11.º Pedro Costa (Fidelidade/FEBASE);12.º António Cardoso (Novo Banco/SBC).

Os vencedores na atribuição dos prémios

Pesca de Mar

João Nunes da Silva campeão

Os três pescadores com lugar nopódio, acompanhados peloconcorrente com o maior exemplar

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SISEP-Profissionais de Seguros

Notícias l SISEP - Profissionais de Seguros

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Vale a pena ser sindicalizado!

Sem a intervençãodas associações sindicais

tudo seria diferenteno quotidiano dos

trabalhadores – para pior

TEXTO: JORGE CORDEIRO*

Vale a pena ser sindicalizado? Nopassado esta dúvida, ou melhoresta reflexão, não se colocaria, uma

vez que tempos houve em que a sindi-calização era obrigatória.

Com o advento da democracia e aconsagração dos direitos liberdades egarantias, como decorre da Constitui-ção, os cidadãos podem livrementeconstituir associações, mas ninguémpode ser obrigado a fazer parte de umaassociação nem coagido por qualquermeio a permanecer nela.

Neste contexto, e ainda que se tenhaverificado o aparecimento de novossindicatos, o número de trabalhadoressindicalizados tem regredido, com con-sequências negativas para o movimen-to sindical, uma vez que enfraquece asua capacidade de intervenção pondoem crise o equilíbrio que deve existirnas relações laborais e consequente-mente proporcionando condições detrabalho de forma extremamente pe-nosa para os trabalhadores.

E é sintomático que em alguns seto-res de atividade, onde a taxa de sindi-

calização é menor, proliferem as irre-gularidades, os atropelos à legislaçãolaboral e o desprezo pela contrataçãocoletiva, por parte de empresários pou-co escrupulosos.

O art.º 56.º da Constituição da Repú-blica Portuguesa prevê um conjunto deações no que respeita aos direitos dasassociações sindicais e contrataçãocoletiva.

Decorre do que é consagrado em ter-mos constitucionais um conjunto apre-ciável de matérias no âmbito das rela-ções do trabalho, nas quais os sindica-tos têm papel relevante e que vãopermitindo que os direitos de quemtrabalha não sejam ignorados ou mar-ginalizados.

Sublinhe-se, pela importância que re-presenta para a maioria dos trabalha-dores, a preponderância dos sindicatosna celebração dos instrumentos de re-gulamentação coletiva, que se traduznuma maior proteção no exercício daatividade profissional.

Mesmo quem não é sindicalizado éabrangido por essas convenções, tendo,assim, direito às condições de trabalhoali previstas, sem prestar qualquer par-ticipação no movimento sindical.

Acreditamos que estamos no mo-mento de assumirmos em pleno a nos-sa cidadania e, neste conceito, cabesermos sindicalizados.

Tudo seria diferente para pior se nãofosse a intervenção das AssociaçõesSindicais.

Relativamente à questão inicial, ob-viamente que a resposta só pode ser"sim".

*Dirigente do SISEP

Artigo 56.º da CRPDireitos das associações sindicais e contratação coletiva

1. Compete às associações sindicais defender e promover a defesa dosdireitos e interesses dos trabalhadores que representem.

2. Constituem direitos das associações sindicais:a) Participar na elaboração da legislação do trabalho;b) Participar na gestão das instituições de segurança social e outras

organizações que visem satisfazer os interesses dos trabalhadores;c) Pronunciar-se sobre os planos económico-sociais e acompanhar a sua

execução;d) Fazer-se representar nos organismos de concertação social, nos termos

da lei;e) Participar nos processos de reestruturação da empresa, especialmente

no tocante a ações de formação ou quando ocorra alteração dascondições de trabalho.

3. Compete às associações sindicais exercer o direito de contratação coletiva,o qual é garantido nos termos da lei.

4. A lei estabelece as regras respeitantes à legitimidade para a celebração dasconvenções coletivas de trabalho, bem como à eficácia das respetivasnormas.

Direitos consagrados

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Notícias l Bancários CentroBa

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No Conselho Geral, que se reali-zou a 26 de setembro, dedicadoespecialmente à análise da situa-

ção do sector bancário, o representantedo SBC na contratação, Aníbal Ribeiro,manifestou a sua preocupação com osúltimos acontecimentos no setor – Mi-llennium bcp, Parvalorem/BPN, Bar-clays e BES.

Acerca da revisão do ACT do setorbancário informou que apesar de játerem decorrido um sem número dereuniões, ainda não se chegou a acordo,pois as matérias em discussão sãomuito importantes para ambas as par-tes, pelo que em breve os Sindicatos

Conselheiros analisam situação no setor

Sob o signo da reflexão,o SBC levou a efeito umConselho Geral em que

a análise da situaçãono setor bancário foi o tema

principal. Relativamenteaos SAMS, foi anunciadaa remodelação de todos

os postos clínicos

TEXTO: SEQUEIRA MENDES

Aníbal Ribeiro reeleito presidenteda UGT/Guarda

Por lapso, na edição n.º 46, na notícia"Aníbal Ribeiro reeleito presidente da UGT/Guarda", dizia-se que Aníbal Ribeiro é presi-dente do SBC, quando na verdade, é seu vice--presidente. Pelo lapso pedimos desculpa aovisado e aos nossos leitores.

devem passar a palavra aos seus traba-lhadores para sobre toda esta matériase pronunciarem.

Aníbal Ribeiro deixou a garantia deque só haverá acordo desde que esteseja benéfico para os bancários.

Em resposta a um conselheiro queconsiderou muito escasso o valor do

algum dos seus órgãos recusem a suaconstituição.

Informaram ainda que há já acordoquanto aos órgãos centrais que irãoconstituir o novo sindicato, deixandoassim cair a informação de que temhavido alguns episódios menos positi-vos a atrasar o projeto.

Os dois dirigentes alertaram que senão for pela vontade, o sindicato únicoserá uma realidade pela necessidade.

Aníbal Ribeiro informou os conse-lheiros de que a Direção está conscien-te das dificuldades que alguns Sindica-tos têm, no campo estatutário, paraalcançar o sindicato único, mas o SBCestá disponível para avançar com osSindicatos que reúnam essas condi-ções, deixando a porta aberta à entra-da posterior dos restantes.

Retificação

e atualização de equipamentos, o queirá implicar um investimento significa-tivo, assegurando, deste modo, quetodos ficarão de acordo com a legisla-ção em vigor.

O Posto Clínico da Guarda vai mesmomudar de instalações, adiantou.

Sindicato único

Quanto ao futuro sindicato único efazendo o ponto da situação, FreitasSimões e Aníbal Ribeiro, representan-tes do SBC na Comissão para a elabora-ção dos Estatutos, informaram que já serealizaram seis reuniões, de onde saí-ram recomendações às Direções sindi-cais sobre as formalidades legais e es-tatutárias para a constituição da futuraorganização, a criação de um grupo detrabalho para a elaboração de um pro-jeto de SAMS único e sobre os procedi-mentos a seguir pelos Sindicatos caso

salário mínimo recentemente negocia-do com a UGT, Carlos Silva referiu quefoi o acordo possível, recordando queno tecido empresarial português 95%das empresas são PME que lutam comgrandes dificuldades.

Realçou ainda que foi garantido queeste aumento do salário mínimo nãoiria influenciar negativamente o orça-mento da Segurança Social.

Investimento nos SAMS

No ponto das informações, AníbalRibeiro, vice-presidente da Direção ecoordenador do Conselho de Gerênciados SAMS, revelou que todos os postosclínicos vão ser objeto de uma profundareestruturação, quer do ponto de vistado seu espaço físico quer da renovação

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Notícias l Bancários CentroBancários Centro

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Balões negros pelas vítimasde acidentes de trabalho

A UGT/Coimbra participouna jornada mundial pelotrabalho digno com uma

largada de balões no Largoda Portagem

TEXTO: SEQUEIRA MENDES

O trabalho digno é um componen-te decisivo e essencial para umaglobalização do mundo do traba-

lho justa, pois o conceito resume eencerra as aspirações e desígnios do serhumano no campo profissional.

O direito a ter oportunidade de reali-zar um trabalho produtivo e respetivaremuneração justa, a segurança no lo-cal de trabalho e a proteção social, aliberdade de expressão e de organiza-ção, bem como a igualdade de génerosão as preocupações fundamentais quea OIT define como decisivas para seatingir o progresso social.

A UGT/Coimbra juntou-se, assim, àscomemorações do Dia Mundial do Tra-balho Digno, tendo convidado para oevento todos os sindicatos filiados. Aação decorreu dia 7 de outubro, noLargo da Portagem, em Coimbra, ondeforam largados balões pretos, tantosquantas as vítimas mortais em aciden-tes de trabalho neste ano de 2014.

Esta ação também foi importantecomo uma chamada de atenção para anecessidade de, num mundo do traba-lho em que a precariedade é gritante ecada vez mais comum, exaltar a tarefados sindicatos, que deve ser decisiva,convidando os trabalhadores a opta-rem pela via da sindicalização para adefesa dos seus direitos.

Bancários destacam-se

Sindicato acolhe exposição sobre topónimosDirigente do SBC expõe

fotografias de localidadesportuguesas com nomes

curiosos

TEXTO: A. CASTELO BRANCO

Atualmente membro da Direção doSBC, João Antunes é natural da Lou-sã e foi funcionário do Banco Totta &

Açores em Miranda do Corvo. Passou de-pois para a Caixa de Crédito Agrícola Mú-tuo de Coimbra, balcão de Miranda doCorvo, de cujo quadro faz parte.

Foi delegado sindical, delegado a Con-gressos e está agora a exercer funções noSindicato dos Bancários do Centro.

Desde novo é um apaixonado pela foto-grafia, contando na sua coleção com mi-lhares de fotos de paisagens, monumen-tos, figuras típicas, placas toponímicas,etc. De entre elas selecionou esta sérieque aqui se expõe.

Topónimos e toponímia

Chama-se topónimo ao nome de umlugar, de uma terra, de uma localidade oude um determinado sítio e toponímia ao

estudo linguístico, etnográfico e histórico,respeitante à origem ou proveniência dosnomes das ditas povoações, ou lugares.Relativamente a eles a sua diversidade eoriginalidade é tal que acreditamos queninguém até hoje ficou indiferente ao pas-sar por uma placa que refere nomes comoQueixada da Raposa de Baixo, Picha, Ore-lhudo, Furamontes, Azinhaga da Bruxa,Quinta dos Malucos, Senhora do Venci-mento, e tantos outros, que têm levado osmais curiosos a promoverem encontros eestudos em redor destes nichos que dizemda nossa cultura.

Sendo muitas as referências à nossatoponímia, ela permite levantamentos quenos fazem chegar a realidades factuaiscomo é exemplo a designação das Escadasda Forca, por onde eram conduzidos emCoimbra os condenados para serem execu-tados no Alto da Conchada; a Azinhaga dosLázaros, também nesta cidade, que dava

acesso ao hospital que vem desde a IdadeMédia e destinado aos leprosos/gafos/lázaros e que aqui era conhecido por Laza-reto; o Beco das Esterqueiras ou a Rua doMonturo em Lisboa, onde se amontoava olixo, mas também a Rua do Sol ao Rato, a doArco da Traição e a dos Prazeres, a dosCanivetes, o Largo da Aguardente, da Ca-deia, dos Afetos, o Beco do Bacalhau, etantas, tantas outras referências que agu-çam a curiosidade de quem pretende bus-car as origens destes batismos.

Acontece muitas vezes que as autar-quias atrevem-se a mudar os nomes por-que sempre foram conhecidos pela popula-ção certos espaços, ao pretenderem sobre-tudo homenagear figuras ligadas à política;mas o que acontece é que eles continuama ser conhecidos e referenciados pela ante-rior designação, com desprezo e mesmodesconhecimento acintoso da placa que alifoi entretanto colocada.

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Os trabalhadores não podemser implicados no chumbo

do BCP nos testes de stressedo BCE. A responsabilidade

tem de ser procurada notopo da hierarquia do banco

TEXTO: CARLOS RIBEIRO SARAIVA

Texto escrito ao abrigo do acordoortográfico anterior

Sobre os testes de "stress" feitos àbanca e divulgados recentementepelo BCE, ficámos a saber que o

BCP chumbou, isto é, teve notação ne-gativa nos referidos testes. Como con-sequência disso, estará em vias de serconjecturada mais outra redução doseu "pessoal operário"? Mal afortuna-damente é o costume. Quais serão osreais motivos causadores da menosboa situação financeira deste banco,outrora tão grandioso e florescente?Onde terá principiado a génese de tãograve problema? Isso não se diz; massabe-se. Responsáveis? Bem, os "cai-xas", que tanto mexem nas massas, nãosão, disso tenho a certeza; os funcioná-rios que atendem o público, tambémnão; todos aqueles que operam nasagências ou nos serviços centrais tam-bém não serão, absolutamente. Contu-do, se formos continuando pelas diver-sas categorias profissionais, facilmen-te chegaremos à conclusão que daí nãovêm grandes ou pequenos prejuízos àinstituição.

Bom, experimentemos então treparao topo das hierarquias supremas, aosdigníssimos administradores. Ora, en-tão aqui, será que não existe culpa?Não!? Nem me atrevo a apontar o dedoa ninguém, só gostava de saber… Por-ventura estarão os valores, os desem-penhos, as competências dessas altasfiguras da banca directamente (apete-cia-me pôr inviamente) proporcionaisaos proventos auferidos, geradores detantos gastos?

Muito a sério, recuso pendurar estaproblemática na actual administração,uma vez que o estado patológico pade-cido pelo BCP já é mal antigo; obrigar-nos-ia a transitar por alguns elencosadministrativos! Atentemos apenasnesta questão, qual é o montante dossucessivos aumentos de capital pro-cessados e conseguidos desde os pri-mórdios do anterior conjunto adminis-trativo (tendo o primeiro aumento sidorealizado escassíssimos meses após asua tomada de posse) até ao encaixe deJulho passado? Terá sido cifra parecidacom seis mil milhões de euros? Por aí!...Tais balúrdios serviram para fazer faceou dar cobertura a quê?

Outro pormenor convém trazer à co-lação, o valor das reformas pagas auma "boa" meia dúzia de antigos "do-nos e patrões", ou ilustres gestores, atotalizar cerca de meio milhão de eurospor mês, catorze (serão mais?) vezespor ano. Caporal! Em média e a cada umsão várias dezenas de milhares de eu-ros mensais que, divaguemos um pou-co, deixariam confortavelmente feliz

qualquer trabalhador da agropecuária,do comércio, da indústria, escritórios,outros prestadores de serviços (no fun-do os tais que sem nunca deixarem deser eternos, como sacrificados contri-buintes, executam no seu dia a dialaboral acções úteis e perfeitamentevisíveis por todos), se adregassem au-ferir essas dezenas de milhar não nummês, mas por espaço de uns dois anos…

Rejeito postar aqui o nome "dessesaltos personagens" da banca portugue-sa pela frugal razão de não lhes reco-nhecer importância alguma; aliás "eles"até são sobejamente conhecidos demuitos de nós, no mínimo pelo brutaldespesismo causado.

Nenhuma surpresa quanto aos resul-tados do BCP referentes ao terceirotrimestre de 2014. Responsáveis? Acrise, a desfavorável conjuntura inter-nacional, a depressão económica!? Dei-xa-me rir, conforme o outro cantava.

A culpabilidade de certa estirpe deprofissionais (todos supinamente bemcotados e não é só na banca, valha averdade) por tantos descalabros finan-ceiros, desce, desce, até encalhar nascómodas malhas da inexistência, nanulidade da gravidade dos factos. Sem-pre uma culpabilidade de modo inver-samente proporcional aos rendimentosencaixados…

Saibamos proteger-nos.

Culpados? Não há!

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TEXTOS: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

Nova parceria em segurosUm protocolo com duas

seguradoras permiteaos associados usufruírem

de apólices do ramonão vida com prémios

mais favoráveis

Com o intuito de facultar mais van-tagens aos associados, o SBN de-senvolveu uma parceria com a

Seguramos – Corretores de Seguros ea MACIF Seguros, que permitirá aosassociados, funcionários e respetivos

ONúcleo de Fotografia está muito ativo, como provam as três exposiçõespraticamente simultâneas que organizou. Subordinada ao tema genérico"Caminhos", a exposição "Reflexos e Sombra", de autoria de Aires Pereira,

está patente ao público na Galeria do SBN, na Rua Conde de Vizela, 145, até 3 dedezembro, às quartas e quintas-feiras, das 15 às 17h30.

Já na Galeria 302 é possível ver "Cliques", com obras de José Manuel Costa, atéfinal de novembro.

Por fim, a exposição "Mostra Livre" poderá ser apreciada de 29 novembro a 26de dezembro, na Galeria Utopia.

Apreciar fotografia em três mostras

Com a presença de 30 associados, entre a participação total de 200caminhantes, o pelouro do Desporto do SBN promoveu, dia 26 desetembro, na Mata do Buçaco, um passeio noturno integrado na série

de caminhadas "Põe-te a andar, pela tua saúde…"Este evento desenrolou-se pelo percurso "Passeio Noturno Encenado"

na serra do Buçaco, iniciativa enquadrada no âmbito do projeto "Caminhosda Batalha do Buçaco", uma parceria desenvolvida entre os municípios dePenacova e da Mealhada, a Fundação Mata do Buçaco, a Extramotion, oExército Português e o Turismo do Centro de Portugal, que tem comoobjetivo que os participantes descubram, a pé, os caminhos militarespercorridos na noite de 26 para 27 de setembro de 1810.

Caminhada noturnanas matas do Buçaco

Atendendo ao êxito das edições anteriores, e enquadra-do no âmbito das suas atividades para o corrente ano,o SBN, através do seu Pelouro do Desporto, vai promo-

ver o 6.º Torneio Aberto de Ténis de Mesa, em masculinos efemininos, para sócios no ativo e reformados. O torneiodecorrerá dia 29 de novembro, com início às 9h00, nosServiços Sociais da CGD, sito na Av. Beira Mar, 141 - Canidelo- V. N. Gaia.

A inscrição é gratuita e deverá ser efetuada até dia 24,junto dos serviços do Sindicato.

Ténis de mesa

Torneio aberto dia 29

agregados familiares (devidamenteregistados no SAMS) auferirem de apó-lices de seguro do ramo não vida, comprémios mais favoráveis, nos seguin-tes produtos e seguros: automóvel,multirriscos lar, multirriscos negócios,condomínio, viagens, acidentes pes-soais, acidentes de trabalho e caça-dores.

Este serviço, bem como todo o acom-panhamento da apólice e sinistros, irádecorrer na Loja de Atendimento doSBN, no horário de funcionamento nor-mal. Caso pretendam que lhes seja

feito um estudo de melhores cotaçõespara os seguros, os beneficiários deve-rão facultar cópias das apólices atuaise o último recibo de pagamento.

Poderão também comodamente en-viar esses dados por email [email protected] ou pelo fax223 398 877.

Assim que possível, ser-lhes-ão fa-cultadas as cotações ao abrigo desteprotocolo sem qualquer compromissoe, caso pretendam contratar, os servi-ços do SBN diligenciarão todo o pro-cesso junto das entidades parceiras.

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TEXTO: INÊS F. NETO

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Centenas de pessoas estiveram pre-sentes na cerimónia comemorativados 20 anos do Hospital do SAMS, que

decorreu dia 6 de novembro na FundaçãoChampalimaud, em Lisboa.

Membros dos órgãos sociais do SBSI e deoutros Sindicatos da Febase, Clara Carnei-ro em representação do Presidente daRepública, deputados, bastonários dasOrdens do setor da saúde, representantesdas instituições de crédito, presidentesdas administrações regionais de saúde deLisboa e Vale do Tejo e do Alentejo, dirigen-tes do Ministério da Saúde, o reitor daUniversidade Nova de Lisboa e profissio-nais de saúde da "família SAMS" foramalguns dos muitos convidados que se as-sociaram a esta sessão solene.

Em representação do ministro da Saú-de, que devido a um compromisso inadiá-vel não pôde comparecer, esteve o secre-tário de Estado da Saúde Manuel Teixeira,que curiosamente esteve há 20 anos nainauguração do Hospital.

A sessão centrou-se em três momen-tos especiais. O primeiro foi uma confe-rência moderada por Maria de BelémRoseira e tendo como oradores AdrianoMoreira, que refletiu sobre a crise do

Uma sessão solene marcouo 20.º aniversário

do Hospital do SAMS do Sule Ilhas. Foi recordado

o passado, com os olhospostos no futuro

Estado social, e João Lobo Antunes, cujaintervenção abordou as funções de umhospital, nas suas vertentes assistencial,de investigação e de ensino.

O segundo momento da tarde esteve acargo do secretário de Estado e de doisresponsáveis do SAMS: Rui Riso, presi-dente do Conselho de Gerência e da Dire-ção do SBSI, e Adalberto Campos Fernan-des, presidente da Comissão Executivada Prestação Integrada de Cuidados deSaúde (SAMS-PICS).

Por fim, o trabalho e empenho da "fa-mília SAMS" do Hospital foi reconhecidaatravés de uma homenagem a 20 dosseus profissionais.

A abertura e encerramento da sessãocontaram com duas intervenções musi-cais, a primeira a cargo de um quinteto decordas D'Arcus e a última do fadista Ca-mané.

Bom exemplo

O pioneirismo do SAMS no desenvolvi-mento da prestação de cuidados de saú-de à sua população beneficiária, criandouma extensa rede de serviços internos,incluindo o Hospital, foi realçado pelostrês intervenientes no segundo painel.

Adalberto Campos Fernandes conside-rou o SAMS como "um espaço de justiçasocial" e uma "nova ideia de responsabi-lidade social", destacando a sua capaci-dade para se adaptar a uma nova reali-dade.

Numa apreciação histórica, o presi-dente da Comissão Executiva do SAMS-PICS considerou o SAMS "um bom exem-plo" e elogiou o modelo escolhido, "cen-trado no doente" e com uma aposta "in-teligente em profissionais competentese dedicados".

Salientando as palavras de João LoboAntunes, Adalberto Campos Fernandesrevelou a parceria para ensino e investi-gação celebrada nesse mesmo dia com aUniversidade Católica. Com este exem-plo de dinamismo, o responsável consi-derou o aniversário do Hospital represen-ta para a organização "uma oportunidadepara ganhar ânimo para retomar o cami-nho da inovação e da sustentabilidade".

Também Rui Riso recordou a história doSAMS e a "completa ausência de apoio nadoença aos trabalhadores bancários porparte do Estado" que levou à sua criação.

"Com a ousadia conhecida nos dirigen-tes sindicais dos bancários incrementa-ram-se serviços clínicos internos sempree só com a missão de servir com osmaiores níveis de qualidade disponíveisos trabalhadores da banca e os seusfamiliares", frisou.

O presidente do Conselho de Gerênciadestacou as centenas de milhar de con-sultas, exames, tratamentos e cirurgiasrealizadas anualmente no Hospital, con-cluindo: "Tal como há quase quarentaanos, tal como há vinte anos, a ousadiaestá e estará sempre na base da criação,da mudança e da provocação do futuro".

Referindo o significado pessoal rele-vante de estar presente nesta comemo-ração, o secretário de Estado da Saúdesalientou "a perceção de qualidade doHospital" e o "inquestionável esforçodeste projeto".

Manuel Teixeira considerou que a ri-queza do sistema de saúde em Portugal"é feita destas experiências", cuja "com-plementaridade ao SNS é importante edeve ser reforçada".

A reportagem completa da sessãoserá publicada na próxima edição deO Bancário.

Hospital celebra 20 anos

Rui Riso cumprimenta o secretário de Estado da Saúde, acompanhadopor Adalberto Campos Fernandes

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Bancários Sul e IlhasNotícias l Bancários Sul e Ilhas

TEXTOS: PEDRO GABRIEL

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A cada jornada, uma chuva de golos.A pontaria esteve afinada nasprimeiras rondas do 15.º Campeo-

nato Interbancário de Futsal Veteranos– série Lisboa, que se realizaram nosdias 17, 24 e 31 de outubro.

No jogo inaugural, Multinhos (SIBS) eMagníficos protagonizaram uma exce-lente partida e terminaram empatados(3-3). Os primeiros chegaram a estar avencer por 3-0, mas os Magníficos nuncadesistiram e reduziram antes do inter-valo. Na 2.ª parte, dois golos em doisminutos fixaram o resultado final.

No 2.º jogo, os Leopardos (Novo Ban-co) não deram hipótese ao GDCTU (Uni-cre) tendo vencido por 5-0, com desta-que para o bis de Daniel Rodrigues.

Cinco foi também o número com quea Fapoc Vet brindou os Krakes do Kintal,ambos do Millennium bcp. Todos os go-los surgiram no 2.º tempo tendo o resul-tado se fixado em 5-1.

Sem tempo para respirar

A melhor maneira de caracterizar o jogoentre Team Foot Activobank e Leopardos,da 2.ª jornada, é dizer que não houvetempo para respirar. Foram 16 golos como jogo a terminar em 7-9, favorável aosLeopardos. Bruno Santos, com um poker,foi a figura da Team Foot, ao passo que

Daniel Rodrigues e Alexandre Caldeira,com um hat-trick cada um, repartiram oprotagonismo nos Leopardos.

No jogo seguinte, os Magníficos triunfa-ram por 4-1 sobre os Krakes do Kintal. CarlosEspírito Santo contribuiu com dois golos.

No 3.º jogo, a Fapoc Vet venceu o GDCTUpor 4-2. Ao intervalo registava-se umaigualdade (1-1), mas no 2.º tempo aFapoc Vet teve mais pontaria e conquis-tou os três pontos.

Isolados

O 1.º jogo da 3.ª ronda opôs a Multi-nhos aos Krakes do Kintal. Prevalece-ram os primeiros, por 6-2, com AntónioSantos e Horácio Fernandes a bisarempara a equipa da SIBS.

Entre Fapoc Vet e Team Foot Activobankhouve partida equilibrada. No "derby" doMillennium bcp, os golos de Rui Calcona,Armando Lima e Bruno Santos ajudaram aTeam Foot a vencer por 3-2.

Com a derrota da Fapoc Vet e com a folgados Leopardos, os Magníficos sabiam queuma vitória os catapultava para o 1.º lugare não se fizeram rogados, aplicando aterceira derrota na prova ao GDCTU (2-4).

A equipa lidera a classificação com 8pontos, mais um que a Fapoc Vet e maisdois que os Leopardos (-1 jogo).

A 4.ª jornada realizou-se no dia 7 edaremos conta dos resultados em futu-ras publicações.

Com duas vitóriase um empate, os Magníficos

lideram isolados umaclassificação que demonstra

bastante equilíbrio

Futsal

Magnífica liderança

Pesca de Alto Mar

Apurados definidos

Realizadas as últimaseliminatórias, são 22 os

concorrentes qualificados para apróxima fase

Com o adiamento da 3.ª e 4.ª eliminatórias do 29.º Campeonato Interbancário dePesca de Alto Mar, acabou por ser a 5.ª a realizar-se em primeiro lugar, em 25 deoutubro.

A bordo da embarcação "Behur", João Canaverde (Millennium bcp) foi o mais forte,com 990 pontos, mais 10 do que Camilo Santos (Montepio Geral). António Alípio (IFAP),com 840 pontos, e Cândido Cordeiro (BPI), com 790, ficaram em 3.º e 4.º lugares,respetivamente.

No dia 1 realizaram-se as eliminatórias em atraso. Na 3.ª, a bordo da "Roaz", osconcorrentes do Santander Totta dominaram quase por completo. Silvério Velez, com600 pontos, Camilo Baía, com 465 pontos, e Luís Patas, com 380, terminaram no pódio.Álvaro Costa (BNP Paribas), com 340 pontos, conseguiu o último lugar de qualificação.

Na 4.ª eliminatória, na "Behur", a vitória sorriu a João Silva (Novo Banco), com 1280pontos, seguido de António Valério (Millennium bcp), com 1155. Com 850 pontos, PauloPinheiro (IFAP) ficou no terceiro posto, enquanto Carlos Fernandes (Montepio Geral) foiquarto, alcançando 780 pontos.

Apurados estão também os dois melhores 5.os classificados no conjunto das elimi-natórias: Luís Marques (CGD) e Rogério Almeida (Millennium bcp). As primeiras poulesda 2.ª fase realizaram-se no dia 15, pelo que os resultados serão dados em futuraspublicações.

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raTEXTOS: PATRÍCIA CAIXINHA *

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Informação na era digital

STAS reedita a CorrenteA revista do Sindicato

regressa, agora em formatodigital, contando

mensalmente um poucode história e dando notícia

da atividade internae do setor segurador

Acomunicação é sem dúvida umapeça fundamental para fazer che-gar uma mensagem, uma infor-

mação.Os sindicatos, e falo do STAS em par-

ticular, atualmente necessitam de se

O mundo transforma-se rapidamen-te e as formas e tecnologias de fazerchegar a informação contribuem paraessa transformação.

Neste momento, um dos desafiosque se nos coloca é como chegar rápidae eficazmente aos nossos associados. Étambém um momento de reduzir oscustos e, ao mesmo tempo, senão maispremente até, é importante a sindica-lização e a fidelização.

Transformação da sociedade

Revistas e brochuras em papel, alémdos custos que acarretam estão cada

reinventar na forma como comunicamcom os seus sócios. Hoje em dia ainformação é muito digital, muito rápi-da e é necessário acompanhar as tecno-logias da era em que vivemos. Casocontrário corremos o risco de ficar forada corrida ou ultrapassados.

Em qualquer lugar, a qualquer mo-mento, é possível aceder a informaçãonos smartphones, iPads, tablets, etc. Separarmos um momento e observarmosas pessoas no caminho para casa ou parao trabalho, seja de transportes ou pormeio próprio, raros são os que não estãoligados ao mundo digital, a falar, a "par-tilhar", ou de phones a ouvir música.

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vez mais a cair em desuso. Não temnecessariamente a ver com o gostopessoal de cada um, mas sim com aadaptação às transformações rápidasda sociedade, porque afinal hoje emdia é tudo "e-": e-books, e-mails, e-notícias, e-learning, e-conferências ee-reuniões, e newsletters… Além decustos mais simpáticos, a moda pegaem todo o lado e em qualquer idade.Torna-se prático, acessível, rápido,cómodo e até divertido.

Como não há bela sem senão, se nãohouver equilíbrio na sua utilização taistransformações que servem para co-municar poderão tornar-se em si mes-

mas fatores potenciadores de isola-mento e de ausência de comunicaçãointerpessoal. Vários são os casos de"phubbing", o ato de ignorar os outroscom o telefone.

Informar associados

Longe de ser essa a nossa intenção,o STAS lança o primeiro número da suarevista Corrente em formato digital. Oobjetivo principal é estar em contactocom aqueles que confiam em nós paraos representar. Ao mesmo tempo, pro-curamos manter os associados infor-mados das novidades do setor e do quevamos fazendo por cá, por aqui e poreles.

Aproveitando a onda digital, o STASreinventa a sua revista sindical numanewsletter que retoma os aspetos davida do Sindicato, bem como temasrelevantes da atividade seguradora, eque chega agora às nossas associadase aos nossos associados num formatomais moderno, mais rápido, mais prá-tico, mais eficaz.

Para este primeiro número, a Cor-rente reeditada surge com um artigode opinião a que demos o nome de "EloPrincipal".

Em todos os números cada membroda Direção do Sindicato terá a oportu-nidade de escrever sobre um tema aseu gosto. Nesta Corrente o espaço éda autoria do nosso presidente CarlosMarques, que aborda a crise com mui-ta originalidade.

O espaço "Agenda" permite ao nossosócio ter a informação dos eventosmais importantes do seu Sindicato.

No "Elo Coletivo" temos uma áreareservada aos aspetos, notícias e in-formações sobre o nosso CCT.

As "Curiosidades" são isso mesmo,curiosidades sobre o setor segurador,sobre aspetos da vida do Sindicato e davida sindical. Sabe, por exemplo, quala data de entrada em vigor do primeiroContrato Coletivo de Trabalho? E qual ohorário de trabalho nessa altura?

Dedicamos um espaço ao qual de-mos o nome de "Em Corrente", que sedestina ao destaque de notícias sobreo setor segurador que são da respon-sabilidade dos colegas, nossos repre-sentantes, que se encontram nas em-presas e que terão mensalmente umaoportunidade para dar a conhecer as-petos relevantes da sua companhia.Para o arranque nada melhor do quedar espaço ao Clube Chapas que, já acaminho dos quatro anos de existên-cia, conta-nos um pouco da sua histó-

ria e faz o balanço destes anos de vida.O espaço "Outras Correntes" sugere

leituras, eventos e atividades relacio-nados com o mundo sindical e o setorsegurador, e onde se poderá ter inte-resse em ler, experimentar, conhecere aprofundar. Neste primeiro númeroo destaque vai para o livro "Sindicato- Empresa" de Paulo Pereira de Almei-da, que aborda um novo modelo desindicatos.

O "Elo Sénior" é uma área reservadaà Universidade Sénior Pedro Santa-rém, com novidades, notícias e infor-mações relevantes sobre a vida dauniversidade.

Nos “Elos em Direto”, damos voz aosnossos delegados sindicais e conse-lheiros gerais, que nos falam sobre asua intervenção na vida do Sindicato.Neste primeiro número digital, a Cor-rente destaca as razões que levaram oArmando Pinheiro Santos a tornar-sedelegado sindical.

Também na nossa newsletter tere-mos os "Jurídicos Online" que abor-dam temas laborais na sua vertentejurídica.

Espaço para todos

Existe ainda um espaço destinado àFebase, que neste primeiro númeronoticia a Caminhada da Água, umainiciativa da Federação.

Nos "Novos Elos" damos destaque aum protocolo dando a conhecer aosassociados os benefícios que podemusufruir em diversas entidades nossasparceiras.

Porque acreditamos na comunica-ção, porque acreditamos na inovação,porque acreditamos na reinvenção, aCorrente, a newsletter do STAS, é mui-to mais do que uma revista, muitomais do que uma newsletter, é a nossaHistória e contamos consigo para fazerparte dela.

A revista terá uma periodicidademensal e poderá aceder ao número denovembro através do link: http://www.stas.pt/newsletters/corrente/2014-11-06/index.html .

Caso não o tenha recebido via cor-reio eletrónico, contacte-nos atravésdo número 211 383 593 ou através doendereço [email protected].

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*Responsável de Comunicação e Ima-gem

Page 32: revista febase 47 - sbsi.pt€¦ · Revista FEBASE 18 de novembro 2014 – 3 l EDITORIAL T enho medo da minha resposta, tenho receio de tudo o que a minha resposta envolve, quase

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