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REVISTA ELETRÔNICA DO MESTRADO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO E GÁS Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

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Revista eletRônica do MestRado eM engenhaRia de PetRóleo e gás

Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

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C743 RunPetro - Revista Eletrônica do Mestrado em Petróleo e Gás / Universidade Potiguar/Mestrado Profissional em Engenharia de Petróleo e Gás. – Ano.2, n.2. (abr./set.2014). – Natal: Edunp, 2014. 68p.: il

Versão eletrônica. ISSN 2316-6681

1. Petróleo e Gás. 2. Biodiesel. 3. Etanol. 4. Licenciamento ambiental.

RN/UnP/BCSF CDU 665.62

© Copyright EdUnP Editora Universidade Potiguar - EdunpAV. Senador Salgado Filho, nº1610. Prédio I, 3º andar, Sala 306. Lagoa Nova. Natal/RN. CEP: 59056-000.Tel.: (84) 3215-1222 E-mail: [email protected]

EDITORA AFILIADA À UnIvERsIDADE AssOcIADA A:

Marcus PeixotoPresidente

Profª. Msc. Sâmela Soraya Gomes de OliveiraReitora

Profª. Msc. Sandra Amaral de AraújoPró-Reitora Acadêmica

Profª. Msc. Valéria CredidioDiretora da Escola de Comunicação e Artes

Profª. Msc. Catarina de Sena Matos PinheiroDiretora da Escola de Engenharias e Ciências Exatas

Prof. Dr. Carlos Enrique de M. Jeronimo, Universidade PotiguarE-mail: [email protected]

Prof. Dr. Francisco Wendell Bezerra LopesE-mail: [email protected] Adjunto

Nalva Ramos MartinsHugo Jose Medeiros de OliveiraRevisores

Adriana EvangelistaIsabel Cristine M. CarvalhoEditora Universidade Potiguar – EDUnP

SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS DA UnP - SIB/UnPApoio

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 3

Conselho EditorialProf. Dr. José Mairton Figueiredo de FrançaDoutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa CatarinaE-mail: [email protected] da Universidade Potiguar

Prof. Dr. Franklin Silva MendesDoutor em Química pela Universidade Federal do Rio Grande do NorteE-mail: [email protected] da Universidade Potiguar

Profª. Msc. Catarina de Sena Matos PinheiroMestre em Administração pela Universidade PotiguarE-mail: [email protected] da Universidade Potiguar

Prof. Msc. Marcílio Pelicano RibeiroMestre em Ciência e Engenharia de Petróleo pela Universidade Federal do Rio Grande do NorteE-mail: [email protected] da Universidade Potiguar

Prof. Msc. Marcos Ferreira de LimaMestre em Mestrado em Ciências de Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do NorteE-mail: [email protected] da Universidade Potiguar

Conselho ConsultivoProf. Dr. Carlson Pereira de SouzaDoutor em Engenharia Química pela Université Claude Bernard - Lyon 1 (França)E-mail: [email protected] da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. Dr. Manoel Firmino de Medeiros JuniorDoutor em Elektrotechnik pela Technische Hochschule Darmstadt (Alemanha)E-mail: [email protected] da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. Dr. Carlos Enrique de Medeiros JerônimoDoutor em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio Grande do NorteE-mail: [email protected] da Universidade Potiguar

Prof. Dr. Max Chianca Pimentel FilhoDoutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do NorteE-mail: [email protected] da Universidade Potiguar

Prof. Dr. Francisco Wendell Bezerra LopesDoutor em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Université du Sud Toulon Var (França)E-mail: [email protected] da Universidade Potiguar

Prof. Dr. Gilson Garcia da SilvaDoutor em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do NorteE-mail: [email protected] da Universidade Potiguar

Profª. Drª. Érica Natasche de MedeirosDoutora em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do NorteE-mail: [email protected] da Universidade Potiguar

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 5

Editorial .................................................................................................................................... 7

a licitação E o licEnciamEnto ambiEntal nas atividadEs pEtrolífEras ........... 9tHE biddinG and EnviromEntal licEnsinG activitiEs oil

ADRIAnO LUcEnA DA sILvA - cARLA GRAcY MEnEsEs

idEntificação dE método adEquado para auxílio na tomada dE dEcisão Em rEcupEração dE rEsErvatório dE poços dE pEtrólEo na rEGião rn/cE .........21idEntifYinG appropriatE mEtHod to aid in dEcision maKinG in rEcovErY rEsErvoir oil

WElls in tHE rEGion rn/cEl

ALMIR MARIAnO sOUsA JUnIOR - FRAnKLIn sILvA MEnDEs

avaliação técnica da rEmEdiação dE solo utilizando pErsulfato/pEróxido dE HidroGênio .........................................................................................................................31Evaluation of tHE tEcHniquE usinG pErsulfatE in soil rEmEdiatio

HERMAnO GOMEs FERnAnDEs - OsvALDO cHIAvOnE FILHO

tHErmal and oxidation stabilitY of sunfloWEr mEtHanolic biodiEsEl and blEnds of biodiEsEl/diEsEl ....................................................................................... 39dEtErminação da EstabilidadE térmica E À oxidação do Girassol mEtanol

biodiEsEl E misturas dE biodiEsEl

AnA c. F. cORIOLAnO - PRIscILLA M. G. MELO - AnDREssA J. c. LIMA - ALAnDERsOn RAFAEL DOs sAnTOs MEDEIROs - AMAnDA D. GOnDIM - cAMILA G. D. PEIXOTO - AnTOnIO s. ARAUJO

análisE térmica dE asfalto do pEtrólEo, modificado com rEsíduos poliméricos ................................................................................................................... 45tHErmal analYsis of aspHalt oil, modifiEd WitH polYmEric WastE

FÁBIO REMY DE AssUnÇÃO RIOs - ARIOsvALDO ALvEs BARBOsA sOBRInHO - cRIsLEnE sILvA RODRIGUEs MORAIs

Gasolina x Etanol: influência nos motorEs dos automóvEis flEx. ................. 59GasolinE x EtHanol: EnGinEs and influEncE in tHE car flEx

AnA KARLA cOsTA OLIvEIRA - JHOnnY MERY sILvA DA cOsTA - LUÍs FELIPE ARAÚJO cAsTRO

normas dE publicação ....................................................................................................... 67

sumário

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 7

É com satisfação que chegamos ao quarto exemplar da revista RUNPE-TRO, primeira edição do ano de 2014. A edição é composta de 6 artigos avaliados por meio de um processo a cegas e em pares. Essa versão marca a nova fase do periódico, com seu registro e avaliação B3 junto ao índice da web-qualis CAPES.

Os artigos apresentados nessa edição consistem dos seguintes trabalhos:

• A licitação e o licenciamento ambiental nas atividades petrolíferas.

• Identificação de método adequado para auxílio na tomada de decisão em recuperação de reservatório de poços de petróleo na região RN/CE.

• Avaliação técnica da remediação de solo utilizando persulfato/peró-xido de hidrogênio.

• Thermal and oxidation stability of sunflower methanolic biodiesel and blends of biodiesel/diesel.

• Análise térmica de asfalto do petróleo, modificado com resíduos po-liméricos.

• Gasolina x etanol: influência nos motores dos automóveis Flex.

Os trabalhos envolvem temas logísticos, ambientais, upstream e downs-tream no contexto da indústria petrolífera. E apresenta-se como uma al-ternativa variada de temas e abordagens para o segmento.

Nesse exemplar em particular, tem-se destaque ao primeiro artigo da Runpetro publicado na língua inglesa, fato que direciona a adoção de uma formatação específica e particularizada para esse.

Esperamos que tenham uma ótima leitura e convidamos a todos para o envio de contribuições no fluxo contínuo do nosso periódico.

Carlos Enrique de M. JeronimoEditor-Chefe

Editorial

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 9

a licitação E o licEnciamEnto ambiEntal nas atividadEs pEtrolífEras

tHE biddinG and EnviromEntal licEnsinG activitiEs oil

AdriAno LucenA dA SiLvAMestre em Engenharia de Petróleo e Gás, Professor do Instituto Federal de Educação, ciência e Tecnologia da Paraíba. E-mail: [email protected]

cArLA GrAcy MeneSeSDra. em Engenharia Química, Professora da Escola de Engenharia e Ciências Exatas e do Mestrado Profissionalizante de Petróleo e Gás. Universidade Potiguar. E-mail: [email protected]

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10 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

envio em: Agosto de 2013Aceite em: Dezembro de 2013

REsUMOAs atividades e os empreendimentos petrolíferos são reconhecidamente impactantes ao meio ambiente, trata-se de um conjunto de tarefas complexas, envolvendo uma gama muito significativa de variáveis naturais, ambientais e econômicas. Desse modo, o Estado brasileiro, através do licenciamento ambiental, definiu uma série de procedimentos próprios típicos à obtenção das licenças ambientais necessárias ao desenvolvimento das atividades petrolíferas. Entretanto, antes das licenças ambientais propriamente ditas, as atividades petrolíferas, necessariamente, passam por uma fase de licitação, ora denominada, pré- -licenciatória. Diante da complexidade apresentada, o trabalho propõe analisar os principais instrumentos legais de suporte ao licenciamento ambiental das atividades petrolíferas e sua ralação com a fase de licitação. Para tanto, utilizou-se o edital da Décima Primeira Rodada de Licitação e as normas de referência para os procedimentos licenciatórios das atividades petrolíferas, principalmente a Resolução cOnAMA 23/1994. Dessa forma, espera-se promover o entendimento dos procedimentos licenciatórios das atividades de exploração, perfuração e produção de petróleo e gás natural – EXPROPER, relacionando-os a fase de licitação existente previamente.

Palavras-chave: Licenciamento Ambiental. Licitação. Exproper.

AbstrActthe activities and enterprises involving oil have a big impact on the environment. there are different actions which have a meaningful number of natural, environmental and economic aspects. thereby, brazil, through the environmental licensing, has defined a set of its own procedures about how to obtain the environmental licensing needed to develop oil activities. but before the environmental licensing, oil activities follow a bidding of the government. based on this complexity, this work aims to analyze the main legal instruments which support to the environmental licensing about the oil activities and how the environmental licensing is related to the bidding. For this, we used the notice which had the tenth round of the biddings as well as the rules for the licensing on the oil activities, besides this we also used the main resolution cONAMA 23/1994. Accordingly, it’s expected a stand in among the licensing procedures of the oil and gas activities- EXPrOPEr and the licensing which already existed.

Keywords: Environmental Licensing. bidding. Exproper.

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 11

1 introdução

A complexidade inerente ao processo de exploração e produção do petróleo, bem como, todo o segmento in-dustrial atrelado a sua cadeia produtiva é, por conseguin-te, responsável por interferências no meio ambiente, razão pela qual constitui riscos constantes ao equilíbrio ecológi-co e às garantias ao ambiente ecologicamente equilibrado.

Em 2000, na baía de Guanabara, no Estado do Rio de Ja-neiro, ocorreu um grande derramamento de óleo, impac-tando os biomas costeiros e toda a população ribeirinha, no entorno da baía. Após o Pré-Sal, com a intensificação na exploração em mar, os riscos ambientais são incalculáveis; em 2011, na Bacia de Campos, um vazamento ocorrido, em decorrência da expansão das atividades exploratórias em mar, demonstrou o grande desafio que a sociedade brasi-leira tem pela frente.

Uma sociedade marcada pelo uso dos combustíveis fósseis, finito e, ao mesmo tempo, altamente poluentes, que, reconhecendo a fragilidade do modelo de desenvol-vimento econômico, aponta para a necessidade de inserir os condicionantes ambientais aos processos produtivos atuais. Esse entendimento conduz à busca de alternativas de controle, direcionadas às atividades produtivas em ge-ral, dentre as quais, as petrolíferas.

Assim, o Estado brasileiro reconhecendo a importân-cia e a complexidade que envolve o desenvolvimento das atividades petrolíferas, com base nos ditames legais, des-critos na Constituição Federal, cria e institucionaliza um conjunto de normas e órgãos reguladores das atividades de exploração e produção de petróleo.

O licenciamento ambiental, instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), tem uma importante participação nesse contexto de controle e gestão ambien-tal, principalmente, pelos princípios ambientais como o da prevenção, de precaução, desenvolvimento sustentável, entre outros, que o envolve e o projeta no exercício do combate aos impactos ambientais produzidos pelas ativi-dades de exploração, perfuração e produção de petróleo e gás natural – EXPROPER.

Vejamos a seguir como o licenciamento ambiental re-ferente às atividades EXPROPER é regulamentado e imple-mentado no território nacional. Antes, porém, é necessário entender a fase de pré-licenciamento ambiental, caracteri-zada pela formatação contratual da concessão do agente explorador ou produtor de hidrocarboneto.

2 matEriais E métodos

O procedimento metodológico deste trabalho estabe-lece como objetivo a análise dos aspectos legais referentes aos procedimentos licenciatórios das atividades petrolífe-ras, para tanto, procede com uma abordagem de estudo qualitativa das normas (leis e resoluções), bem como o

contrato de licitação das atividades petrolíferas, tendo em vista explorar e descrever a relação existente entre a fase de licitação e os aspectos inerentes ao licenciamento am-biental das atividades petrolíferas.

3 fasE pré-licEnciatória: licitação

A descrição realizada dessa fase, ora denominada de pré-licenciatória, é composta de inúmeros requisitos for-mais previstos no instrumento convocatório de licitação para os blocos ofertados através das Rodadas de Licitações realizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Entretanto, é importante destacar que, mesmo sem uma definição clara, do ponto de vista contratual que liga a viabilidade de efetivação dos termos estabelecidos nos contratos de concessões e a emissão das licenças ambien-tais necessárias ao início das atividades de exploração dos blocos adquiridos pelos concessionários, os procedimen-tos licenciatórios, após a aquisição do bloco, constituem um aspecto importante na atratividade dos mesmos em sua fase de licitação.

Sem o licenciamento ambiental ou, consequentemen-te, as licenças ambientais pertinentes, o concessionário ficará impedido de desenvolver as atividades pretendidas em contratos, situação complexa, capaz de colocar em cheque a segurança jurídica dos contratos e o desenvolvi-mento econômico das regiões ou do país.

No caso dos contratos para exploração e produ-ção de hidrocarbonetos fluidos, não obter o licen-ciamento ambiental e, por consequência, inter-romper as atividades, é um risco contratualmente assumido pelo concessionário. Não sendo de-monstrada a responsabilidade do órgão ambien-tal pela frustração no processo de licenciamento, todo o ônus decorrente da impossibilidade de prosseguir com o empreendimento deve ser su-portado pelo investidor. Inegavelmente, contudo, o risco desse insucesso deve ser mitigado ao má-ximo pelos gestores dos setores ambiental e pe-trolífero posto que tal frustração, além de signifi-car falta de coordenação governamental, redunda no desconhecimento geológico ou na impossibili-dade de aproveitamento dos recursos petrolíferos (Acórdão n.º 787/2003, TCU – Plenário).

Diante do reconhecimento da dificuldade apresentada, a Administração Pública, a partir da Quarta Rodada de Li-citações, em 2002, estabeleceu protocolos de ajustamen-to de procedimentos entre os órgãos federais e estaduais para a produção de documentos contendo a identificação de áreas com diferentes graus de dificuldades licenciató-rias para serem apresentadas aos interessados na aquisi-ção dos blocos ofertados nas Rodadas de Licitações.

No ano de 2003, o Conselho Nacional de Política Ener-gética (CNPE) editou a Resolução n° 08/03, de validade para

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12 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

a Quinta Rodada de Licitações, estabelecendo a necessida-de de os órgãos ambientais, em conjunto, elaborarem pa-receres prévios com base na sensibilidade ambiental dos blocos ofertados, permitindo, assim, ao futuro concessio-nário a inclusão da variável ambiental e o conhecimento antes da outorga do Bloco adquirido das dificuldades e ou complexidade inerente ao licenciamento ambiental da área a ser explorada e desenvolvida.

Através da Portaria Interministerial do Ministério das Minas e Energia e do Ministério do Meio Ambiente - MME/MMA nº 198/12, a Administração Pública estabeleceu, de forma mais evidente, a relação existente entre a fase pré--licenciatória e o licenciamento ambiental. Para tanto, uti-lizou o termo Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) e o Estudo Ambiental de Área Sedimentar (EAAS).

Seguindo o entendimento legal, a AAAS passa a disci-plinar a relação entre “o processo de outorga de blocos ex-ploratórios de petróleo e gás natural, localizados nas Bacias sedimentares marítimas e terrestres, e com o processo de li-cenciamento ambiental dos respectivos empreendimentos e atividades”. Estabelece, assim, dentro do arcabouço legal de concessão, exploração e desenvolvimento das atividades petrolíferas, um elo formal entre o período de licitação das concessões, pré-licenciatório, e o período licenciatório.

O reconhecimento de aspectos legais e ambientais do licenciamento ambiental, ainda no momento de licitação dos blocos exploratórios, reveste os contratos de licitações com a segurança jurídica necessária para obter as licenças ambientais obrigatórias típicas à implementação e desen-volvimento das atividades petrolíferas.

É importante destacar que a Administração Pública, através da ANP, é a responsável por promover licitações e celebrar contratos, em nome da União, com os conces-sionários em atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, seja na modalidade de concessão ou partilha de produção.

No caso do sistema regulatório, implementado a partir das descobertas do Pré-Sal, a partilha de produção, ainda sem ofertas de licitação direcionadas a área, não possui instrumentos convocatórios, consequentemente, sem Ro-dadas e minuta de contrato padrão para tal situação. Por outro lado, o sistema regulatório por concessão encontra--se estabelecido e aplicado desde as primeiras Rodadas de Licitações, resultando em contratos com regras há muito experimentadas.

Os contratos de concessões, em linhas gerais, pratica-dos entre a Administração Pública Federal e os particula-res, são regidos pela determinação contida na Lei 8.666/93, conhecida como Lei de Licitações e Contratos. Em seu art. 2º, parágrafo único, define-se que:

considera-se contrato todo e qualquer ajuste en-tre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vonta-des para a formação de vínculo e a estipulação de

obrigações recíprocas, seja qual for a denomina-ção utilizada.

Dito em outros termos, a licitação constitui em um ato revestido de formalidades, em que a Administração Públi-ca Federal, através da ANP, determina os requisitos técni-cos, econômicos e ambientais que as empresas interessa-das na atividade de exploração e produção de petróleo, necessariamente, submeteram-se por meio do contrato de concessão. Desse modo, os contratos de concessão são espécie do gênero de contratos administrativos que a Car-tilha Licitação e Contratos Administrativos da Controlado-ria Geral da União (2011) destaca:

[...] os contratos em que a Administração é par-te, sob regime jurídico publicístico, derrogató-rio e exorbitante do direito comum, possuem as seguintes características: presença da adminis-tração pública como poder público; finalidade pública; obediência à forma prescrita em lei; pro-cedimento legal; natureza de contrato de adesão; natureza intuito personae; presença de cláusulas exorbitantes; mutabilidade.

Podemos depreender dessa citação que o contrato de concessão estabelecido entre a Administração Pública e os particulares, na indústria petrolífera, em nada se distancia dos preceitos básicos estabelecidos pelos regulamentos legais instituído pelo Estado brasileiro. Entretanto, Freitas (2010, p. 101) destaca que “o meio ambiente foi colocado no mesmo patamar de importância da segurança e da economia na execução, conservação e operação” de obras e serviços licitados pela Administração Pública.

Estabelecido, em linhas gerais, o contrato de concessão, passamos ao entendimento do instrumento convocatório, o edital de licitação, regulador das regras determinantes a assinatura do contrato, com grande repercussão, poste-riormente, nos procedimentos licenciatórios necessários à exploração e desenvolvimentos das atividades petrolífe-ras, sejam elas onshore (em terra) ou offshore (em mar).

Para tanto, usaremos como referência os últimos edi-tais de Rodadas e o Edital lançado por razão da Décima Primeira Rodada de Licitação, em 2013, bem como, as dis-posições legais responsáveis por sua formalização.

3.1 o obJEto dE licitação

O art. 37, I da Lei do Petróleo define os blocos a serem licitados como o objeto do contrato. A ANP, nos editais de licitação, agrupa os blocos em dois conjuntos distintos, os pertencentes às novas fronteiras e aqueles localizados nas Bacias maduras.

As áreas de novas fronteiras são as de conhecimen-to limitado, do ponto de vista geológico, ou áreas com barreiras tecnológicas para sua exploração. Nas bacias maduras, encontramos os campos maduros; são áreas

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com uma exploração já estabelecida e em fase de declí-nio em sua produção.

Segundo o Edital da Décima Primeira Rodada (2013, p. 9), os blocos localizados nas novas fronteiras possuem o “objetivo de atrair investimentos para regiões ainda pouco conhecidas geologicamente, ou com barreiras tecnológi-cas a serem vencidas, buscando a identificação de novas bacias produtoras”. E os blocos inseridos nas bacias madu-ras objetivam “oferecer oportunidades e aumentar a parti-cipação de empresas de pequeno e médio porte nas ativi-dades de exploração e produção de petróleo e gás natural em Bacias densamente exploradas”.

3.2 participação

As empresas, para participar das Rodadas de Licitação, têm que ser enquadradas nos determinantes descritos no inciso II do art. 37 e no art. 25 da Lei do Petróleo. O recorte legal pontua: a necessidade de a empresa possuir aprova-ção da documentação referente à manifestação de inte-resse; pagamento da taxa de participação e obtenção das qualificações técnica, jurídica e financeira e comprovação da regularidade fiscal.

A demonstração da capacidade é condição primordial para atuar no ramo petrolífero, pois os editais apresentam critérios bastante rígidos de averiguação da saúde finan-ceira, das experiências e capacidade técnica no ramo pe-trolífero e a correta conformidade aos preceitos legais da empresa. O cumprimento de todas essas exigências é con-dição essencial para a participação da empresa nos pro-cessos licitatórios

3.3 aprEsEntação dE ofErtas

Uma vez habilitada, a empresa poderá submeter, no processo licitatório, a sua oferta. A despeito das particulari-dades envolvidas, três fatores se sobrepõem, quais sejam: O Bônus de Assinatura, Programa Exploratório Mínimo (PEM) e o Compromisso de Conteúdo Local.

O Bônus de Assinatura, segundo o art. 46 da Lei nº 9.478/97 (Lei do Petróleo) corresponde “ao pagamento ofer-tado na proposta para obtenção da concessão, devendo ser pago no ato da assinatura do contrato”. Ou seja, é um mon-tante pago pelo concorrente vencedor na licitação, em uma única parcela, para obtenção da concessão do Bloco, não podendo ser inferior ao estabelecido previamente no edital.

O Programa Exploratório Mínimo (PEM) corresponde ao conjunto de atividades exploratórias a ser executado pelo concessionário; é expresso em Unidades de Trabalho (UTs)

Leite (2011, p.76) define o Compromisso de Conteúdo Local como a “proporção entre o somatório dos gastos com sistemas, bens e serviços da indústria nacional e o to-tal das despesas realizadas com esses itens nas operações na área da concessão”

3.4 HomoloGação do JulGamEnto

Finalizada a licitação de cada Bloco, a Comissão Espe-cial de Licitação (CEL) construirá o Relatório de Julgamen-to, no qual proporá a adjudicação do objeto da licitação às empresas ou consórcios declarados vencedores.

Aprovado e posteriormente publicado o resultado do julgamento da licitação, a ANP convocará os vencedores para a assinatura dos Contratos de Concessão de acordo com o cronograma previsto em Edital.

A participação da ANP não se encerra com a assinatu-ra do contrato; a fiscalização dos contratos de concessão é uma atribuição da Agência Estatal que, por força de Lei, é obrigada a acompanhar o desenvolvimento da atividade petrolífera desde seu nascimento, através das licitações até o encerramento, com a decretação do fim das atividades pelo empreendedor - concessionário no campo com a de-vida informação a ANP.

Nesse interstício, não deve negligenciar a fiscalização das compensações financeiras pela exploração do petró-leo e gás natural, foco de tensões políticas e econômicas. Os Bônus de Assinatura, Royalties, Participações especiais e a ocupação ou retenção de área são os meios de expres-são material das compensações devidas pela indústria pe-trolífera aos espaços de sua atuação.

4 o licEnciamEnto ambiEntal das atividadEs dE Exploração, pErfuração E produção dE pEtrólEo E Gás natural – ExpropEr

O licenciamento ambiental, como instrumento da PNMA, garantiu à sociedade brasileira a possibilidade de controle de atividades efetivamente poluentes, a exemplo das atividades de exploração, perfuração e produção de petróleo e gás natural, como também, as potencialmente poluidoras, sob qualquer aspecto ou circunstância.

Sánchez (2008) destaca que a Lei nº 6.938/81, que insti-tuiu a PNMA, garantiu, no plano institucional, a criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), uma es-trutura articulada de órgãos, através do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), e alçou a condição de ele-mento constitutivo da PNMA a participação da população e, finalmente, passou a tratar a temática ambiental com ca-ráter preventivo e não de forma remediatória, como antes praticava, direcionando os esforços a áreas já poluídas ou degradadas.

É um entendimento para além dos aspectos eminente-mente econômicos, no qual, a inclusão de valores ambien-tais e sociais ao conceito tradicional de desenvolvimento passa a ser trabalhado, constituindo-se em um modo novo de vislumbrar o desenvolvimento econômico, agora abar-cado pela sustentabilidade ambiental e social.

A Resolução CONAMA nº 001/86, responsável pela re-

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gulamentação da Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), e os estudos ambientais atrelados ao seu desenvolvimento são mais um ponto nessa direção, qual seja: o reconheci-mento do desenvolvimento econômico com valores e ele-mentos socioambientais.

Entretanto, somente com a promulgação da Constitui-ção de 1988, o caráter ambiental, inerente ao desenvolvi-mento econômico, é expresso de forma mais contunden-te, dando ensejo, em definitivo, do ponto de vista legal e institucional, ao desenvolvimento econômico com base em valores e elementos ambientais e sociais.

O Brasil é uma federação de dimensões continentais, onde se encontram diferentes biomas. Sua variedade e complexidade naturais, somadas às diversas atividades e empreendimentos próprios de um país industrializado e urbanizado, implicam na necessidade do estabelecimento de um conjunto diverso de regramento, tendo em vista a sustentabilidade socioambiental e a garantia ao ambiente ecologicamente equilibrado.

Dentro desse contexto, o licenciamento ambiental, por possuir o aporte do poder de polícia e a capacidade de ajustamento dos seus procedimentos aos mais variados empreendimentos e atividades produtivas típicas, sejam estes em espaços geográficos naturais ou humanizados configura-se em um instrumento de considerado ensejo operacional para a PNMA.

A versatilidade característica do licenciamento ambien-tal pode ser aferida pelo grande número de Resoluções emitidas pela União, através do CONAMA e seus congê-neres nos Estados, tendo em vista, a regulamentação de procedimentos licenciatórios específicos.

Quanto às atividades petrolíferas, os regulamentos construídos refletem a complexidade inerente aos aspec-tos próprios da exploração e produção do petróleo. Par-tindo desse entendimento, o licenciamento ambiental direcionado ao segmento petrolífero, tomou feições pró-prias. O CONAMA editou a Resolução nº 23/94 instituindo procedimentos específicos para o conjunto de atividades de exploração, perfuração e produção de petróleo e gás natural denominadas EXPROPER.

A Resolução nº 23/94 destaca, nos incisos do art. 2°, “a perfuração de poços para identificação das jazidas e suas extensões; a produção para pesquisa sobre a viabilida-de econômica e a produção efetiva para fins comerciais”, como atividades de exploração, perfuração e produção de petróleo e gás natural a serem licenciadas.

Pontua, também, os tipos de licenças e estudos ne-cessários ao licenciamento ambiental das referidas ati-vidades. No quadro 1 é possível visualizar os diferentes tipos de licenças pretendidas e estudos ambientais ne-cessários ao desenvolvimento dos procedimentos licen-ciatórios descritos.

TIPO DE LICENÇA

LICENÇA PRÉVIA PARA PERFURAÇÃO (LPPer)

LICENÇA PRÉVIA DE PRODUÇÃO PARA PESQUISA (LPpro)

LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)

LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO)

OBJETIVO

Autorizar a atividade de Perfuração.

Autorizar a produção para pesquisa da

viabilidade econômica da jazida

Instalar unidades e sistemas necessários

à produção e ao escoamento.

Autorizar o início da operação do

empreendimento ou das unidades,

instalações e sistemas integrantes da

atividade, na área de interesse

ESTUDO AMBIENTAL EXIGIDO

Relatório de Controle Ambiental (RCA)

Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA)

Estudo de impacto Ambiental (EIA) ou

Relatório de Avaliação Ambiental (RAA)

Projeto de Controle Ambiental (PCA)

Quadro 1 – Licenças ambientais e estudos ambientais nas atividades EXPROPER

Fonte: Resolução CONAMA 23/1994

O sistema licenciatório das atividades petrolíferas, disposto na Resolução CONAMA 23/94, estabelece uma lógica de licenças compatível com o padrão geral estabe-lecido na Resolução CONAMA 237/97, qual seja: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Opera-ção (LO).

Entretanto, no que se refere aos tipos de licenças, em razão da especificidade da atividade, observa-se a existência da Licença Prévia de Produção para Pesquisa (LPpro), que se trata de uma licença ambiental, obtida

exclusivamente para aferir a capacidade econômica da descoberta e, para tanto, ocorrerá instalação de equipa-mentos e o necessário apoio para produzir, ainda que em termos limitados.

A LPpro se justifica pela necessidade de realização de Teste de Longa Duração (TLD). O Glossário da ANP citan-do a Portaria ANP nº 123/00, define o (TLD) como “testes de poço, realizados durante a Fase de Exploração, com a finalidade exclusiva de obtenção de dados e informações para conhecimento dos reservatórios, com tempo total

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de fluxo superior a 72 horas”.Quanto aos estudos ambientais obrigatórios, des-

critos na Resolução CONAMA nº 23/94, é importante destacar: (i) Relatório de Controle Ambiental (RCA), “ela-borado pelo empreendedor, contendo a descrição da atividade de perfuração, riscos ambientais, identificação dos impactos e medidas mitigadoras”; (ii) Estudo de Via-bilidade Ambiental (EVA), “contendo plano de desenvol-vimento da produção para a pesquisa pretendida, com avaliação ambiental e indicação das medidas de controle a serem adotadas”; (iii) Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), desenvolvido com base nas determinações estabelecidas pela Resolução CONAMA n º 001/86; (iv) Relatório de Avaliação Ambiental (RAA), “contendo diagnóstico ambiental da área onde já se en-contra implantada a atividade, descrição dos novos em-preendimentos ou ampliações, identificação e avaliação do impacto ambiental e medidas mitigadoras a serem adotadas, considerando a introdução de outros empre-endimentos”; (v) Projeto de Controle Ambiental (PCA), “contendo os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados nas fases da LPPer, LPpro e LI, com seus respectivos documentos”.

Todos os estudos ambientais destacados, anterior-mente, no processo de licenciamento ambiental dire-cionado à obtenção do conjunto de licença exigidas na exploração e produção de petróleo e gás natural, são de responsabilidade do empreendedor. Os estudos ambien-tais são verdadeiras ferramentas de controle ambiental, contribuindo para que os licenciamentos ambientais pos-sam resultar em licenças emitidas com bases técnicas.

Recentemente o sistema de licenciamento ambiental das atividades petrolíferas passou a obedecer às regras de repartição de competência, estabelecidas na Lei Comple-mentar n° 140/11, que instituiu a competência dos entes da federação para o licenciamento ambiental. A referida Lei destaca, no inciso XVI do art. 7°, as atribuições da União, no que compete ao licenciamento ambiental, que são:

XIV - promover o licenciamento ambiental de em-preendimentos e atividades: [...] b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; [...]

É possível destacar claramente, na alínea “b”, um conte-údo de forte apelo direcionado às atividades petrolíferas, em específico, às offshore, pois atividades localizadas ou desenvolvidas no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva indicam a Administração Pública Federal para o licenciamento ambiental.

A validade das licenças das atividades petrolíferas denominadas EXPROPER segue, no que concerne a LI e

a LO, os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 237/97. A LI, no máximo seis anos, e a LO, no mínimo quatro e, no máximo, 10 anos. A LPPer e a LPpro têm sua validade estabelecida segundo o Guia de Procedimentos para o Licenciamento Ambiental Federal do Setor de Pe-tróleo nos seguintes termos: a LPPer possui sua validade determinada “pelo órgão ambiental de acordo com o cronograma da atividade, em consonância com a valida-de do Contrato de Concessão da ANP, e a LPpro tem sua validade estabelecida “pelo órgão ambiental em conso-nância com a validade da Autorização ANP”.

O Sistema Federal é desenvolvido pelo IBAMA, órgão de operacionalização e fiscalização dos procedimentos licenciatórios de competência da União, observando, quando pertinente, diretrizes e/ou pareceres afeto a ou-tros órgãos da Administração Pública Federal, em razão de licenciamento ambiental que englobe temas regula-dos e tratados por lei e órgão especifico. Este é o caso do licenciamento ambiental em áreas de conservação, tema tratado dentro da Administração Pública Federal pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio).

O IBAMA, em 2008, editou a Instrução Normativa nº 184, regulamentando os procedimentos de licenciamen-to ambiental federais, especificando prazos e trâmites administrativos. Nele são definidos, como procedimen-tos, no art. 2º, Instauração do processo; Licenciamento prévio; Licenciamento de instalação; e Licenciamento de operação. Estabelece serviços on line, nos quais o empre-endedor deve fazer os procedimentos pelo Sistema Infor-matizado do Licenciamento Ambiental Federal (SisLic) e demais sistemas corporativos do IBAMA.

Nesses termos, o Sistema de Licenciamento Ambien-tal Federal é direcionado, sobretudo, no que concerne às atividades petrolíferas, às atividades de exploração e produção offshore, desde as pesquisas sísmicas, passan-do pela exploração, até a produção de petróleo e gás natural em mar, através do órgão executor, o IBAMA, po-dendo ainda englobar, as situações em que, as atividades de exploração e produção de hidrocarboneto em terra se enquadrem legalmente em um dos aspectos descritos nas alíneas a, c, d, e, f do inciso XIV da Lei n° 140/11, des-crita anteriormente.

Quanto aos Estados com ocorrência de hidrocarbone-to em Bacias terrestres, a exploração e a produção, serão licenciadas por o sistema de licenciamento ambiental próprio de cada Estado, salvo havendo regulação legal em contrário.

O sistema estadual de licenciamento ambiental das atividades petrolíferas só é possível em sendo onshore, ficando os estados produtores como Alagoas, Amazo-nas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Sergipe responsáveis por regulamentar os procedimen-tos licenciatórios onshore, sintonizados com suas carac-terísticas espaciais e institucionais próprias, respeitando

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a compatibilidade legal de seus instrumentos de gestão ambiental com as normas gerais da União.

A despeito do reconhecimento do município para o licenciamento ambiental, sua participação nas atividades petrolíferas é de colaboração nos procedimentos licen-ciatórios, contribuindo, sobretudo nos realizados na mo-dalidade onshore.

5 conclusão

Os licenciamentos ambientais são instrumentos de grande valor na efetivação do direito ao ambiente eco-logicamente equilibrado. Sobretudo, por sua grande ca-pacidade de constituir procedimentos licenciatórios mol-dados às características próprias dos mais variados tipos de atividades e empreendimentos produtivos desenvol-vidos em território nacional.

As atividades EXPROPER constituem um verdadeiro

desafio, no que concerne à implementação do desenvol-vimento econômico do país com respeito aos preceitos ambientais vigentes. Assim, é possível constatar a partir da Resolução CONAMA nº 23/94, a adequação dos proce-dimentos licenciatórios das atividades petrolíferas desen-volvidas ou implementadas, seja ela, onshore ou offshore. Depreende-se ainda que o Estado brasileiro, nos últimos anos, pontuou em seus instrumentos legais de incentivo a exploração e produção de hidrocarboneto, através das chamadas licitações, um elo cada vez mais forte entre a licitação denominada fase pré-licenciatória e a fase de li-cenciamento ambiental propriamente dito.

Desse modo, garante-se um ambiente de negócios para o desenvolvimento do ramo petrolífero no Brasil com maior segurança jurídica contratual substanciada pelo reconhecimento, ainda na fase de licitação, dos as-pectos ambientais inerentes ao desenvolvimento das ati-vidades petrolíferas em território brasileiro.

rEfErências

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idEntificação dE método adEquado para auxílio na tomada dE dEcisão Em rEcupEração dE rEsErvatório dE poços dE pEtrólEo na rEGião rn/cE

idEntifYinG appropriatE mEtHod to aid in dEcision maKinG in rEcovErY rEsErvoir oil WElls in tHE rEGion rn/cEl

ALMir MAriAno SouSA JuniorEngenheiro de Produção. Engenheiro de segurança do Trabalho. Mestre em Engenharia de Petróleo e Gás natural. Professor da Universidade Federal Rural do semi-árido. E-mail: [email protected]

FrAnkLin SiLvA MendeSDoutor em Química. Professor e coordenador na Universidade Potiguar. E-mail: [email protected]

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envio em: setembro de 2013Aceite em: Janeiro de 2014

REsUMOO objetivo deste trabalho foi de construir um modelo simplificado de auxílio à tomada de decisão na escolha da melhor técnica de recuperação secundária em reservatório de hidrocarbonetos. Foi utilizado o Método Análise Hierarquico, o AHP, em auxílio ao processo de tomada de decisão que a partir de um brainstorming e do questionário enviado pela web pelo “Google Docs” realizou-se a tabulação e os cálculos necessários para definição das prioridades dos decisores. Os dados utilizados no cálculo são advindos da aplicação do questionário e os critérios do brainstorming. Apresentando a técnica de injeção de água para recuperação de reservatório na bacia potiguar como sendo a que mais se adequa às características do espaço amostral, seguida da de Vapor e Gás Lift. O modelo adotado se mostrou adequado de acordo com a verificação junto aos possíveis stakeholders dos aspectos técnicos em processos de tomada de decisão para intervenção de reservatórios de petróleo da bacia Rn/cE.

Palavras-chave: AHP. Recuperação de reservatório. Multicritério.

AbstrActObjective of this study was to construct a simplified model of aid decision making in choosing the best technique for secondary recovery of hydrocarbons in the reservoir. Hierarchical Analysis Method , AHP was used to aid decision -making from a brainstorming and web questionnaire sent by the" Google Docs " held tabulation and calculations needed for prioritization of case makers . the data used in the calculation are coming from the questionnaire and the criteria of brainstorming. Introducing the technique of water injection for reservoir recovery in Natal basin as the one that best fits the characteristics of the sample space, then the Steam and Gas Lift. The model adopted was adequate according to the verification among potential stakeholders of the technical aspects in decision -making processes for intervention of oil reservoirs in the basin rN / cE.

Keywords: AHP. recovery tank. Multicriteria.

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1 introdução

Atualmente, as reservas brasileiras de petróleo ocu-pam a 14ª (décima quarta) colocação no ranking de acor-do com o relatório estatístico anual da energia mundial preparado pela companhia de gás e petróleo. Em com-pensação, subiu para a sétima posição no ranking de maiores consumidores de petróleo no mundo.

O Rio Grande do Norte, em 2012, possuía a tercei-ra maior reserva total de petróleo, e também possuía a terceira maior reserva provada de petróleo, com o maior número de poços em terra e o segundo em mar. Desde 2008 o Espírito Santo vem passando à frente do Rio Gran-de do Norte, como segundo maior produtor brasileiro de petróleo atrás apenas do Rio de Janeiro.

Essa queda anual na produção de petróleo é preocu-pante, pois são necessários investimentos para que se mantenha a produção, principalmente quando se traba-lha com um número muito elevado de poços. Para man-ter a produção de cerca de 21 milhões de barris, o Rio Grande do Norte possui 3.911 poços produtores sendo que 103 deles se localiza no mar. A Bahia, segunda maior produtora em terra, possui 1.693 poços, sendo deles 9 (nove) no mar, para produzir cerca de 16 milhões de bar-ris. Essa discrepância se intensifica com a terceira maior produtora em terra, o Amazonas, com 55 poços produ-zindo 13 milhões de barris e o com maior produtor brasi-leiro, o Rio de Janeiro, com 555 poços em mar produzin-do 600 milhões de barris.

O número de poços no Rio Grande do Norte vem au-mentando ao longo dos anos, consequentemente o nú-mero de perfurações, porém a produção total vem de-caindo ao longo do tempo. Cada vez que é necessário perfurar um novo poço, é preciso realizar todo um pro-cesso de prospecção do petróleo, estudo econômico e de qualidade, e análise do poço (terra ou mar). Há também, nesse processo, as principais atividades como perfuração de poços, teste de produção, completação e outros tra-balhos correlatos para as empresas que se encontram na fase upstream da cadeia produtiva do petróleo.

Segundo Rosa (2006), na medida em que um reser-vatório de petróleo produz óleo e gás, a energia conti-da nesse reservatório vai sendo dissipada por diferentes mecanismos. A dissipação da energia do reservatório acontece em razão da descompressão dos fluidos e das resistências, associadas às forças viscosas e capilares, en-contradas pelo fluido ao escoar até os poços produtores. Assim, a perda de energia faz com que as vazões de pro-dução e a pressão no interior do reservatório diminuam com o tempo. Em virtude disso, devem-se introduzir métodos de recuperação e manutenção de pressão no reservatório para manter ou aumentar a produção de pe-tróleo. De forma resumida, tais métodos visam aumentar

e a acelerar a produção de petróleo, minimizando a dissi-pação da energia.

As atividades de produção de petróleo se desmem-bram em outras diversas que requerem planejamento e acompanhamento constante, em um contexto que realiza inúmeras tomadas de decisões. Essas decisões são supor-tadas com base em análises de gráficos, estudos de viabili-dade, em casos de sucessos anteriores, relatórios, mas que preponderantemente residem como fator de escolha de qual caminho a experiência profissional deve seguir. Isso acontece em um processo que não agrega as opiniões dos gestores em um único processo de tomada de decisão que tanto representa suas afinidades como suas divergências, a partir de critérios que qualificam suas escolhas.

Nesse contexto, surge a necessidade de implantação de sistemas que possam auxiliar o tomador de decisão, com enfoque analítico de apoio multicritério à decisão diante de uma complexidade crescente e amplitude de informação. Ou seja, a subjetividade humana é repre-sentada em modelos matemáticos e de simulação de sistemas, devido à presença de critérios múltiplos que residem na própria realidade dos problemas multidimen-sionais, sendo os modelos multicritério, no processo de-cisório, revelados os mais adequados. Um dos métodos mais utilizados na atualidade é o Analytic Hierarchy Pro-cess - AHP, pela sua facilidade e abrangência de aplica-ção, encontrados em diversos estudos de variadas áreas, e principalmente em atividades de tomadas de decisões complexas como a da engenharia de reservatório.

Tendo em vista a problemática até então exposta, como implantar um sistema de tomada de decisão sim-plificado para a escolha da melhor técnica de recupera-ção de um reservatório de hidrocarbonetos?

2 a indÚstria do pEtrólEo

Para Alboudwarej (2006), as estimativas do total de reservas de petróleo no mundo oscilam entre 9 e 13 tri-lhões de barris, incluindo óleos pesados, ultra pesados e o betume que, somados representam aproximadamen-te 70% dos recursos petrolíferos. Os óleos pesados são muito viscosos e têm elevada quantidade de carbono em relação ao hidrogênio, alto índice de aromáticos, asfalte-no, enxofre, metais pesados e nitrogênio. Contudo, apre-sentam um ponto de ebulição maior quando comparado com os de óleos leves. Regionalmente, o Rio Grande do Norte conta com grandes reservas de petróleo pesado que ainda precisam ser produzidas. É possível aumentar a recuperação de óleo em alguns destes reservatórios, lo-calizados no Estado do Rio Grande do Norte, com a ajuda dos processos de recuperação avançada de petróleo.

Uma acumulação de petróleo pode se apresentar to-talmente líquida, totalmente gasosa ou ainda com uma

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parte líquida e uma parte gasosa em equilíbrio. Isso irá depender da composição e das condições de pressão e temperatura. Dessa forma, podemos dizer que existe re-servatório de líquido que também é conhecido como re-servatório de óleo, reservatório de gás e reservatório com as duas fases, óleo e gás (Rosa et al., 2006).

3 métodos dE rEcupEração

Não é necessário se esperar a queda da pressão e consequente declínio acentuado da produção de óleo para se começar a interferir no reservatório. É altamente recomendável o estudo da melhor técnica para estímu-lo do poço seja feito previamente analisando os critérios determinantes para identificar sua viabilidade. Esta inter-venção deve ser realizada antes que o reservatório entre em declínio acentuado e tem o objetivo de manter ou aumentar a pressão.

Os métodos de recuperação de petróleo foram de-senvolvidos para se obter uma produção maior do que aquelas que se obteriam, caso apenas a energia natural do reservatório fosse utilizada (PASSOS, 2002).

A vida produtiva de um reservatório de petróleo se compõe de três etapas que, cronologicamente, são cha-madas de recuperação primária, recuperação secundária, recuperação terciária etc. Atualmente, as expressões “se-cundária” e “terciária” perderam a sua conotação crono-lógica e passaram a denominar a natureza do processo (THOMAS, 2001).

4 procEsso dEcisório

O estudo do processo decisório tem obtido cada vez mais destaque nas pesquisas que envolvem organizações (LENGNICK-HALL, 2003; TONN, 2003), tendo em vistas as rápidas mudanças que estão ocorrendo no ambiente social, econômico e legal (TAPSCOTT; CASTON, 1995). A modelagem teórica de processo decisório supõe que a tomada de decisão gerencial seja racional no sentido de que os gerentes fazem escolhas consistentes, de valor maximizado dentro de restrições especificadas (ROB-BINS; DECENZO, 2004).

Para estes autores, um tomador de decisão perfeita-mente racional seria plenamente objetivo e lógico. Defi-niria um problema com cuidado e teria uma meta clara e específica. Além disso, as etapas no processo de tomada de decisão levariam consistentemente à escolha da alter-nativa que maximiza aquela meta.

5 métodos multicritério

O processo de tomada de decisão tem se transforma-do aceleradamente, principalmente devido aos grandes

e intensos avanços tecnológicos, tendo como Herbert A. Simon como o pioneiro na pesquisa a respeito de to-mada de decisão.

Conforme Ballestrin (2002), Herbert A. Simon afirma-va os modelos de simulação computacional era a forma mais adequada para o processo de tomada de decisão na resolução de problemas. Daí por diante, Simon vem pes-quisando a associação dos recursos computacionais ao comportamento do homem e se tornou o primeiro cien-tista a abordar o conceito de Inteligência Artificial.

Nos anos 50, a indústria petrolífera começou a utilizar as técnicas insipientes de programação linear para determinar a melhor composição em termos de octanagem, com o mínimo de custo. A partir daí, o uso de tais técnicas tem se espa-lhado, sendo utilizado em indústrias de compu-tadores de serviços etc; para resolver problemas tão dispares quanto a composição de carne e gordura em um hambúrguer e o controle de por-tfólio de ação de um banco. Por esta razão foram desenvolvidos métodos estritamente matemáti-cos para se encontrar a solução ótima de um pro-blema (GOMES; GOMES, 2012).

A modelagem teórica do processo decisório supõe que a tomada de decisão gerencial seja racional no sen-tido de que os gerentes fazem escolhas consistentes, de valor maximizado dentro de restrições especificadas (RO-BBINS; DECENZO, 2004).

Devido à presença da subjetividade, inerente aos toma-dores de decisão e aos seres humanos de uma forma geral, é possível afirmar que este processo é holístico, logo, difícil de ser separado em partes. Sendo assim, qualquer meto-dologia de apoio à decisão deve suportar esta subjetivida-de que atua como ponte que vai promover a comunicação entre os atores, a elaboração e a justificação dos julgamen-tos de valores feitos por esses mesmos atores.

Para Gomes e Freitas Júnior (2000), os problemas de decisão são discretos, quando se trata de um número fini-to de alternativas, ou contínuo, quando tal número pode ser pensado como sendo infinitamente grande.

Os métodos contínuos são também denominados mé-todos de otimização de critério ou métodos interativos, compreendendo basicamente métodos de programação matemática com mais de uma função objetivo. A utilização desses métodos, tanto discretos como contínuos, é imen-samente facilitada através de softwares especializados.

O Apoio Multicritério à Decisão (AMD ou Análise Mul-ticritério), pode ser definido como um conjunto de técni-cas que auxiliam um determinado decisor, que pode ser uma pessoa, um grupo político ou um grupo de técnicos a tomar uma decisão a respeito de um problema com-plexo, com múltiplas possibilidades de solução, avalian-do e buscando alternativas de resolução, de acordo com

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diversos critérios. Dentre os métodos múlticritérios discretos mais usu-

ais se destacam a Utilidade Multiatributo, o Analytic Hie-rarchy Process – AHP e os métodos ELimination Et Choix TRaduisant la rEalité – ELECTRE (GOMES; GOMES, 2012). Entre os métodos multicritérios se destacam:

• Utilidade Multiatributo – MAUT (KEENEY; RAIFFA, 1976);

• Processo de Hierarquização Analítica (Analytical Hierarchy Process – AHP) (SAATY, 1977);

• Technique for Order Preference by Similarity to Ideal Solution –TOPSIS) (HWANG; YOON, 1981);

• Preference Ranking Method for Enrichment Evalu-tion – PROMETHEE (BRANS; VINCKE, 1984);

• Abordagem de Decisão Fuzzy (Fuzzy Decision Ap-proach – FDA) (LIANG; WANG, 1992);

• Métodos ELimination Et Choix TRaduisant la rEali-té – ELECTRE (ROY; BOUYSSOU, 1993);

• Measuring Attractiveness by a Categorical Based Evaluation Technique – MACBETH (BANA; COSTA; VASNICK, 1994);

Prós- Modelo simples para construir- Processo lógico- Eficiente em lidar com atributos qualitativos e quantitativos- Os resultados são fáceis de entender- A consistência interna e solidez lógica- Fácil de seguir- Intuitivamente atraente- Não há cálculos complicados- Facilmente configurado em MS Excel- Os resultados são fáceis de entender- Valor do índice simples dado- Os resultados podem ser facilmente demonstrados graficamente- Incentiva mais interação entre o decisor e o modelo na procura de boas opções- Os defensores argumentam que o seu conceito outranking é mais relevante a situações práticas do que o conceito de dominação restritiva- É baseada em palavras e não em números, expresso linguisticamente- Melhor tratamento das imprecisões- Facilidade na especificação das regras.- O uso de variáveis linguísticas nos deixa mais perto do pensamento humano; -Requer poucas regras, poucos valores e poucas decisões.- Os defensores argumentam que o seu conceito outranking é mais relevante a situações práticas do que o conceito de dominação restritiva- Pode ser usado para escolher, classificar, e ordenar alternativas.- Julgamento comparativo dos Decisores entre os diversos critérios e ações- É utilizado um software especializado que fornece os pesos dos critérios de acordo com os julgamentos feitos.- A principal vantagem desta técnica é a maneira como os Decisores expressam suas preferências, de forma qualitativa.

Ferramenta AMDProcesso de Hierarquização Analítica (Analytical Hierarchy Process – AHP) (SAATY, 1977)Técnica da Ordem Preferência por Similaridade para a Solução Ideal)Technique for Order Preference by Similarity to Ideal Solution –TOPSIS) (HWANG; YOON, 1981)

Preference Ranking Method for Enrichment Evalution – PROMETHEE (BRANS; VINCKE, 1984)Abordagem de Decisão Fuzzy (Fuzzy Decision Approach – FDA) (LIANG; WANG, 1992);

Métodos ELimination Et Choix TRaduisant la rEalité – ELECTRE (ROY; BOUYSSOU, 1993);Measuring Attractiveness by a Categorical Based Evaluation Technique – MACBETH (BANA E COSTA; VASNICK, 1994)

Contras-Dúvidas têm sido levantadas sobre fundamentação dessa teoria. Existe uma forte visão de que os axiomas em que o AHP se baseia não são suficientemente claros para ser empiricamente testado.- Grande número de procedimentos- Grande número de cálculos- Fornece um resultado geral

- Muito conhecimento necessário- Construção complexa- A lógica fuzzy é bastante imprecisa- Dificuldade em prever qual será a interação entre as diferentes condicionantes do problema- Muito conhecimento necessário- Não é transparente- Muito provavelmente será necessário um especialista em AMD para ajudar / realizar a análise- O software pode não conseguir gerar resultados compatíveis com as comparações realizadas e sugere variações de julgamentos que permitam a aproximação de um resultado- A possibilidade de se tornar um método cansativo caso haja necessidade de um grande número de comparações.

Tabela 3 – Prós e Contras de algumas ferramentas de Apoio Multicritério à Decisão

Fonte: Adaptado de Keeney e Raiffa (1976); Saaty (1977); Hwang e Yoon (1981); Brans e Vincke (1984); Liang e Wang (1992); Roy e Bouyssou (1993); Bana, Costa e Vasnick (1994).

De acordo com o conceituado por Hatch e Cunliffe (2006), a indústria do petróleo é uma atividade tecnolo-gicamente intensiva, onde o input é não standard e o ou-tput é customizado devido as suas especificidades, sendo necessário o auxílio de ferramenta na tomada de decisão.

Na escolha da melhor técnica de recuperação secun-dária, especificamente na bacia RN/CE, a utilização de uma rotina simplificada e estruturada baseada em crité-rios, não somente minimizaria o fator subjetivo como po-tencializa de maneira objetiva a decisão. A Tabela 3 ex-

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põe os prós e contras de algumas ferramentas de Apoio Multicritério à Decisão auxiliando para escolha do méto-do utilizado no presente estudo.

6 mEtodoloGia

Para a identificação e localização das fontes, a análise bibliográfica é o primeiro momento de identificação e lo-calização das fontes, sendo realizada a partir da consulta aos catálogos das bibliotecas.

O presente trabalho reuniu as principais informações envolvendo as técnicas de recuperação secundária em reservatórios de petróleo para subsidiar na aplicação do método Analytic Hierarchy Process – AHP, para auxiliar na tomada de decisão em qual técnica será a mais adequada para recuperação de poços na região RN/CE.

Sendo utilizada a ferramenta Google Docs, especi-ficamente para permitir a construção de questionário virtual para ser aplicada com banco de dados fornecido pelo Conselho de Engenharia composto por 1000 (hum mil) profissionais que possuem formação e/ou atuação no referido campo da atividade em estudo. Permitindo interação, dinamismo em tempo real, intercâmbio de ideias, objetivando a construção de uma ferramenta de pesquisa altamente estruturada para aplicação de ques-tionários que o estudo requer, garantindo confiabilidade dos dados coletados.

De posse dos tratamentos estatísticos da pesquisa, após discussões, será aplicado o método Analytic Hierar-chy Process – AHP para modelar a melhor proposta de

auxílio para tomada de decisão em cenários que necessi-taram da escolha adequada da melhor técnica de recupe-ração secundária adotar.

7 aplicaçÂo do método

As etapas gerais para aplicação do método Analytic Hierarchy Process se divide em:

1. Construir a hierarquia de critérios2. Realizar comparação par-a-par para definir as

prioridades2.1 Critérios, obter pesos (a) Construir A’nxm para cada nível da hierarquia; (b) Normalizar A’ como: Equação 1 Aij / ∑ Aik, para k = 1...M (c) Calcular prioridade de cada linha j como: Equação 2 – wi =∑ Aij, para j = 1...n (d) Calcular a consistência dos julgamentos de A’ como: Equação 3 – A1*w=λ*wIC=(λ–n)/(n-1)RC=IC/IR2.2 Construir A’’nxm para cada critério em relação as al-

ternativas;3. Obter a prioridade composta das alternativas como:Equação 4 – A’’*wA seguir, é apresentada a aplicação das etapas do mé-

todo AHP, sua estrutura, elementos e conceitos funda-mentais. Para melhor esclarecer o problema deste traba-lho, a construção da hierarquia dos critérios se estrutura da seguinte forma: Objetivo: Escolha da melhor técnica de recuperação secundária; Critérios: pressão, tempera-tura, aspectos econômicos, pH e Salinidade e; Alternati-

Figura 3 – Estrutura Hierárquica dos Critérios

Fonte: Autoria própria, 2013.

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vas: Injeção a Água, Injeção à vapor e gás Lift (ver Figura 3).O decisor deve efetuar a estruturação do problema,

combinando os critérios segundo os diversos níveis hie-rárquicos necessários, para que se obtenha uma fiel re-presentação do problema. Dessa forma, determinam-se as alternativas do problema, que serão analisadas em cada critério do nível hierárquico mais baixo.

A estruturação do problema deve ser feita de tal for-ma que os critérios aplicados em cada nível devem ser homogêneos e não redundantes. Ou seja, os critérios de um determinado nível devem apresentar o mesmo grau de importância relativa dentro do seu nível (homogenei-dade), e um critério de um determinado nível deve ser in-dependente em relação aos critérios dos níveis inferiores (não redundância).

Depois de construir a hierarquia, cada decisor deve fa-

zer uma comparação, par a par, de cada elemento em um nível hierárquico dado, criando-se uma matriz de decisão quadrada. Nessa matriz, o decisor representará, a partir de uma escala predefinida, sua preferência entre os ele-mentos comparados, sob o enfoque do nível imediata-mente superior.

A segunda etapa consiste em estabelecer prioridades entre os elementos para cada nível da hierarquia, por meio de uma matriz de comparação. O primeiro ponto a ser considerado é a determinação de uma escala de va-lores para comparação, que não deve exceder um total de nove fatores, a fim de se manter a matriz consistente. Assim, usou a Escala Fundamental definida por Saaty.

A comparação par a par das alternativas é utilizada re-alizando uma escala linear própria, que varia de 1 a 9, a qual é denominada Escala Fundamental de Saaty.

Valor Definição Explicação

1 Igual importância Contribuição idêntica

3 Fraca importância Julgamento levemente superior

5 Forte importância Julgamento fortemente a favor

7 Muito forte importância Dominância reconhecida

9 Importância absoluta Dominância comprovada

2, 4, 6, 8 Valores intermediários Dúvida

Tabela 5 – Escala Fundamental de Saaty.

Fonte: Saaty, 1996.

Dessa maneira será gerada uma matriz quadrada recíproca positiva conhecida como Matriz Dominan-te. Assim a Matriz Dominante é aquela que expressa o número de vezes em que uma alternativa domina ou é dominada pelas demais, onde as alternativas são com-

paradas par a par.Considerando os 5(cinco) critérios da estrutura hie-

rárquica foi desenvolvida a seguinte matriz de compa-ração quadrada, apresentada pela Matriz Superior A para os critérios.

Fonte: Autoria Própria, 2013

Tabela 6 – Matriz Superior A

Matriz A Pressão Temperatura A. Econômicos pH Salinidade

Pressão 1,00 6,57 0,14 6,71 6,86

Temperatura 1,00 0,14 5,88 5,89

A. Econômicos 1,00 7,86 8,00

pH 1,00 3,11

Salinidade 1,00

Definida a estrutura hierárquica, realiza-se a compa-ração par a par de cada alternativa dentro de cada crité-rio do nível imediatamente superior, ou seja, para cada critério serão relacionadas as alternativas devidamente aplicadas na Escala Fundamental.

Na etapa três, para obter a prioridade relativa de cada

critério é necessário:a) Normalizar os valores da matriz de comparações

(Matriz A) – tendo por objetivo igualar todos os crité-rios a uma mesma unidade, para isto cada valor da ma-triz é dividido pelo total da sua respectiva coluna (ver Tabelas 7 e 8).

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Matriz A' Pressão Temperatura A. Econômicos pH Salinidade

Pressão 1,00 6,57 0,14 6,71 6,86

Temperatura 0,15 1,00 0,14 5,88 5,89

A. Econômicos 7,38 7,20 1,00 7,86 8,00

pH 0,15 0,17 0,13 1,00 3,11

Salinidade 0,15 0,17 0,13 0,32 1,00

Soma 8,83 15,11 1,53 21,77 24,85Fonte: Autoria Própria, 2013

Tabela 7 – Matriz A, soma das colunas

Fonte: Autoria Própria, 2013

Fonte: Autoria Própria, 2013

Tabela 8 – Matriz A normalizada

Tabela 9 – Matriz A e o vetor prioridade

Matriz A Pressão Temperatura A. Econômicos pH Salinidade

Pressão 0,11 0,43 0,09 0,31 0,28

Temperatura 0,02 0,07 0,09 0,27 0,24

A. Econômicos 0,84 0,48 0,66 0,36 0,32

pH 0,02 0,01 0,08 0,05 0,13

Salinidade 0,02 0,01 0,08 0,01 0,04

b) Obter o vetor de prioridades – tendo por objetivo identificar a ordem de importância de cada critério, para

isto é calculada a média aritmética dos valores de cada linha da matriz normalizada obtida no item anterior.

Matriz A’’’ Pressão Temperatura A. Econômicos pH Salinidade Prioridade

Pressão 0,11 0,43 0,09 0,31 0,28 0,2442

Temperatura 0,02 0,07 0,09 0,27 0,24 0,1362

A. Econômicos 0,84 0,48 0,66 0,36 0,32 0,5301

pH 0,02 0,01 0,08 0,05 0,13 0,0565

Salinidade 0,02 0,01 0,08 0,01 0,04 0,0329

Assim, a partir dos resultados obtidos, o critério As-pectos Econômicos veio em primeiro lugar seguido de pressão, temperatura, pH e salinidade.

Na etapa 4 é feita a avaliação de consistência das prio-ridades relativas, assim as próximas etapas são:

a) Calcular a Razão de Consistência (RC) para medir o quanto os julgamentos foram consistentes em relação a grandes amostras de juízos completamente aleatórios.

As avaliações do método AHP são baseadas no pres-suposto de que o decisor é racional, isto é, se A é prefe-rido a B e B é preferível a C, então A é preferido a C. Se o RC é superior a 0,19 os julgamentos não são confiáveis porque estão muito próximos para o conforto de aleato-riedade, portanto nesse caso verifica-se que pode existir uma variação de 0,11 em se tratando de alternativas que possuem muitos elementos envolvidos. Para calcular a Razão de Consistência (RC), é necessário primeiro obter o valor de λmax que representa o maior autovalor da ma-triz A, obtido a partir da seguinte equação:

Equação 5 – Aw = λmax x wOnde:A é a Matriz A.w é o vetor de prioridade.

Uma vez calculado λmax, deve-se calcular o Índice de Consistência (IC) para logo calcular a Razão de Con-sistência (RC). O índice de consistência é determinado de acordo com a fórmula abaixo, em que n é o número de critérios (ordem da matriz):

Equação 6 – IC =

A Razão de Consistência (RC) é obtida pela fórmula:

λmax - nn-1

ICRIEquação 7 – RC =

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Em que IC é o índice de consistência referente a um grande número de comparações par a par efetuadas. Este é um índice aleatório calculado para matrizes quadradas

de ordem n pelo Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos EUA. Para a matriz n = 5, RI = 1.12.

Assim se obteve os seguintes resultados:

Tabela 10 – λmax, Índice e Razão de Consistência para a Matriz A dos Critérios.

Fonte: Autoria Própria, 2013.

Variável Resultado

λmax 6,22

IC 0,31

RC 0,27

Com o Razão de Consistência igual a 0,27, menor que 0,3, para o presente estudo se considera consistente ten-do em vista os aspectos diversos na avaliação da escolha da técnica de recuperação secundária.

A quinta etapa é a construção da matriz de compara-ção paritária para cada critério, considerando cada uma das alternativas selecionadas.

Todos os procedimentos para a construção da matriz de

comparação e para a determinação da prioridade relativa de cada critério devem ser feitos novamente, observando ago-ra a importância relativa de cada uma das alternativas que compõem a estrutura hierárquica do problema em questão. As Tabelas 11 a 15 são as matrizes paritária para cada critério, considerando cada uma das alternativas selecionas que fo-ram utilizadas nos cálculos para encontrar a Tabela 16 com os auto vetores de prioridade das alternativas.

Matriz Pressão Água Vapor Gás Lift

Água 1 4,19 5,04

Vapor 0,23864 1 4,90

Gás Lift 0,19835 0,20393 1

Tabela 11 – Matriz Superior - Pressão.

Fonte: Autoria Própria, 2013.

Matriz Pressão Água Vapor Gás Lift

Água 1 1,13 4,09

Vapor 0,88719 1 7,29

Gás Lift 0,24466 0,13725 1

Fonte: Autoria Própria, 2013.

Tabela 12 – Matriz Superior - Temperatura.

Matriz A. Econômicos Água Vapor Gás Lift

Água 1 2,23 3,49

Vapor 0,44881 1 4,18

Gás Lift 0,28646 0,23909 1

Fonte: Autoria Própria, 2013.

Tabela 13 – Matriz Superior – Aspectos Econômicos.

Matriz pH Água Vapor Gás Lift

Água 1 1,33 4,77

Vapor 0,75259 1 4,04

Gás Lift 0,20974 0,24779 1

Fonte: Autoria Própria, 2013.

Tabela 14 – Matriz Superior - pH.

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Com os dados coletados acima entraram as informações demonstradas na Tabela 16 e 17.

Matriz Salinidade Água Vapor Gás Lift

Água 1 2,54 4,48

Vapor 0,39381 1 4,59

Gás Lift 0,22346 0,2179 1

Fonte: Autoria Própria, 2013.

Tabela 15 – Matriz Superior - Salinidade.

Fonte: Autoria Própria, 2013.

Fonte: Autoria Própria, 2013.

Tabela 16 – Autovetores de prioridade para cada critério, considerando as alternativas.

Tabela 17 – λmax, Índice e Razão de Consistência das Matrizes paritária para cada critério, considerando as alternativas.

Pressão Temperatura A. Econômicos pH Salinidade

Água 1,933347 1,297185 1,621384 1,511647 1,738813

Vapor 0,799454 1,446614 1,029281 1,183296 0,965657

Gás Lift 0,267198 0,256199 0,349333 0,305056 0,295529

Pressão Temperatura A. Econômicos pH Salinidade

Variável Pressão Temperatura A. Econômicos pH Salinidade

λmax 3,23 3,05 3,11 3,00 3,10

IC 0,12 0,03 0,05 0,001 0,05

RC 0,20 0,05 0,09 0,001 0,09

Verifica-se que as Razões de Consistência para as Ma-trizes paritárias para cada Critério, considerando as alter-nativas também são consistentes, menor que 0,30. Assim,

constrói-se Estrutura Hierárquica dos Critérios com seus respectivos pesos (Figura 3).

Figura 4 – Estrutura Hierárquica dos Critérios com seus respectivos pesos.

Fonte: Autoria própria, 2013.

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A penúltima etapa é obtida a prioridade composta para as alternativas. Nesta penúltima etapa, obtém-se as prioridades compostas das alternativas, multiplicando os

valores anteriores e os das prioridades relativas, obtidos no início do método, ou seja:

1,93335 1,29719 1,62138 1,51165 1,73881

079945 1,44661 1,02928 1,18330 0,96566

0,26720 0,25620 0,34933 0,30506 0,29553

1,65106

1,03663

0,31231

0,24422

0,13625

0,53009

0,05652

0,03293

( ( )( ))x =

Figura 5 – Cálculo das Prioridades Compostas das Alternativas

Fonte: Autoria Própria, 2013.

Técnica de Recuperação Prioridade Composta

Água 1,651063219

Vapor 1,036625341

Gás Lift 0,31231144

Tabela 18 – Prioridade Composta das Alternativas.

Fonte: Autoria Própria, 2013.

8 considEraçÕEs finais

Com o auxílio da ferramenta de apoio multicritério, ve-rifica-se a viabilidade de sua aplicação para escolha da me-lhor técnica de recuperação de reservatório de petróleo, analisando de forma hierarquizada todos os indicadores

potencializadores da escolha. Contudo o presente estu-do se apresenta como instrumento viável para auxílio na tomada de decisão do processo de escolha da técnica de recuperação de reservatório mais adequada, deixando a referida decisão de ser empírica e passando a ser sistemati-zada, envolvendo elementos maximizadores da produção.

rEfErências

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 31

avaliação técnica da rEmEdiação dE solo utilizando pErsulfato/pEróxido dE HidroGênio

Evaluation of tHE tEcHniquE usinG pErsulfatE in soil rEmEdiatio

HerMAno GoMeS FernAndeSMestrando em Engenharia Química. UFRn. E-mail: [email protected]

oSvALdo cHiAvone FiLHoDoutor em Engenharia Química. UFRn. E-mail: [email protected]

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envio em: setembro de 2013Aceite em: Outubro de 2013

REsUMOPassivos ambientais oriundos de acidentes na indústria varejista do petróleo, principalmente nas zonas urbanas, têm representado um sério problema cujo impacto atinge o subsolo, a saúde das pessoas e ainda prejuízos econômicos no processo de remediação. A mineralização desses contaminantes via injeção de substâncias oxidantes diretamente na área impactada é utilizada na forma de diversas técnicas, promissoras e eficientes, porém de difícil equacionamento devido aos diferentes tipos de solo e variedade do perfil dessas contaminações. Nesse estudo, foram realizados experimentos em escala de bancada com o objetivo remediar solo do tipo arenoso contaminado com diesel, aplicando os oxidantes persulfato de sódio e/ou peróxido de hidrogênio de forma a gerar radicais livres (OH•-, SO4•-, HO2•, O2•- e S2O8-2) responsáveis por "queimar" os hidrocarbonetos contaminantes bem como outros orgânicos (liberando O2 e CO2). Íon de ferro metálico (sulfato ferroso) também foi utilizado para ativação dos respectivos oxidantes. Foi considerado que o óleo diesel possui 82,4% de carbono em sua composição, sendo utilizado esse parâmetro para avaliar a variável resposta e consequente eficiência no comparativo entre as técnicas. O teor de carbono total nas amostras de solo foi analisado utilizando o equipamento SSM-5000A de marca Shimadzu, no módulo sólido. A técnica (Fenton-like) com H2O2 e Fe+2 apresentou oxidação satisfatória, porém inferior ao melhor resultado. A adição de alta concentração de ferro prejudica a oxidação. O persulfato ativado somente por temperatura não apresentou boa eficiência. A técnica viabilizada no estudo teve o perfil de concentração com 2,2x10-1 mol.L-1 de Na2S2O8 ativado com o 6,53x10-1mol.L-1 de H2O2, com conversão superior a 90% em menos de um dia, contaminado com 66.667mg de diesel por kg de solo arenoso limpo.

Palavras-chave: Remediação de solo. Persulfato. Fenton-like. Peróxido. Postos revendedores de combustíveis.

AbstrActEnvironmental liabilities arising from accidents in the petroleum and fuel suppliers and distributors industry, particularly in urban areas, has represented a serious problem whose impact is in groundwater, people's health and even economic losses during the remediation process. the mineralization of these contaminants by delivery oxidizing substances in the impacted area is used like various techniques, promising and efficient, but with difficult equation due to different soil types and variety of the profile of these contaminations. In this study, experiments were performed in a lab scale in order to remedy the type sandy soil contaminated with diesel, applying the oxidizing sodium persulfate and/or hydrogen peroxide to generate free radicals (OH•-, SO4•-, HO2•, O2•- e S2O8-2) for "burn" hydrocarbons and other organic contaminants (releasing O2 and CO2). Metallic iron ion (ferrous sulfate) was also used for activation of the respective oxidants. It was considered that the diesel has 82.4% carbon in its composition, this parameter being used to assess the response variable and the resulting efficiency comparison between techniques. the total carbon content in the soil samples was analyzed using equipment ssM-5000A from shimadzu, solid module. The technique (Fenton-like) with H2O2 and Fe+2 oxidation showed satisfactory, but much less than the best result. the addition of too much iron oxidation get bad results. the persulfate activated not only by temperature showed a good efficiency. A technical study was made possible in the concentration profile with 2,2x10-1mol.L-1 of Na2S2O8 activated with 6,53x10-1mol.L-1 of H2O2 conversion with more than 90% in less than one day, contaminated 66.667mg with diesel per kg of sandy soil clean.

Keywords: soil remediation. Persulfate. Fenton-like. Peroxide. Gas stations.

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introdução

A indústria do petróleo é uma das principais respon-sáveis pelo impacto na qualidade do solo e das águas subterrâneas, devido às contaminações decorrentes de vazamentos que acontecem desde a fase de explo-ração, processamento (MARIANO, 2001), mas principal-mente na etapa de distribuição e consumo desses de-rivados. De acordo com vários autores (CORSEUIL et. al. 1997; WENDLAND et. al. 2013) em muitos desses casos, o impacto é localizado no subsolo de ambientes urba-nos proveniente de vazamentos causados por perda de estanqueidade dos estoques de armazenamento desses combustíveis. Há diversas opções disponíveis para ate-nuação dos riscos à saúde humana e ao meio ambien-te devido aos referidos vazamentos, divididas entre os processos físicos, químicos e/ou métodos biológicos, obedecendo à subdivisão entre essas metodologias, dentre elas as que necessitam retirar o solo contamina-do para tratamento fora do site, denominadas ex situ; e as técnicas que realizam a remediação no próprio local da contaminação, sem necessitar remover o solo, cha-madas técnicas in situ (CAPPUYNS, 2013; SOARES, 2008; ZUQUETTE et. al. 2013; SIEGRIST et al., 2000; FRTR, 2007) porém seus efeitos são incertos, pois dependem das interações entre os reagentes utilizados, natureza dos contaminantes e os diferentes tipos de solos. De forma geral, estudos mais sistemáticos usando como variável o tipo de solo ainda são restritos mesmo sendo esta variá-vel considerada crítica para o resultado da remediação.

Uma forma inovadora e eficiente de remediação de solo é estudada nesse trabalho, utilizando a oxidação química dos contaminantes a partir da ativação do per-sulfato utilizando o peróxido de hidrogênio, de forma que a hidroxila inicie toda a cadeia de formação dos outros radicais, da mesma forma que os radicais sulfa-tos podem estimular a formação de radicais hidroxila. Ambos reagindo de forma seletiva, onde as hidroxilas destroem os contaminantes mais reativos e os sulfatos, eliminando os compostos mais recalcitrantes, melho-rando a eficiência e eficácia no processo de eliminação dos riscos químicos dos contaminantes oriundo dos re-feridos vazamentos.

Dentre as técnicas de oxidação química, segundo (CHIAVONE et. al., 2006), o peróxido de hidrogênio é altamente reativo com hidrocarbonetos e é o oxidante mais comum e com mais dados na literatura, sendo ca-paz de oxidar uma vasta gama de contaminantes (SILVA et. al., 2012; MARTINS, L. P. et. al., 2006; SILVA et. al., 2005) com resultados satisfatórios para derivados de petróleo, sendo essa técnica utilizando o H2O2 ativado com Fe2+ também chamada de Fenton-like (WATTS et al, 1996). Entretanto sua eficiência não é consensual em solo de-

vido à limitação desse oxidante quanto sua estabilidade em algumas matrizes (SILVA, S. S. et. al., 2006), onde ra-pidamente se decompõem, restringindo seu transporte e sua eficácia. Em solução aquosa o H2O2 apresenta um potencial padrão de óxi-redução de 1,776V de acordo com (LIDE, 2006). Existem ainda outros importantes oxi-dantes como o persulfato, cujo potencial é 2,01V sendo esse valor comparável à do ozônio que é 2,07V, sendo esse último um importante oxidante muito utilizado na atualidade (DOMINGUEZ et al., 2012) porém por ser gasoso apresenta um baixo raio de eficácia. O perman-ganato (1,70V) também tem sido muito utilizado para oxidação de hidrocarbonetos poliaromáticos (SILVA et. al., 2010, 2012).

Apesar de ser um oxidante potente, o ânion persulfato por si só apresenta taxas de reação cineticamente lentas para a maioria dos contaminantes recalcitrantes, porém segundo estudos (CONFER et al 2004; CUYPERS et al., 2002; HUANG et al., 2005; LIANG et al., 2013; PAULINO et al 2006; ZHANG et al 2011) essas taxas podem ser substan-cialmente incrementadas por diversos processos de ati-vação e consequente geração dos radicais sulfatos, apre-sentando vantagens frente às outras técnicas oxidativas, como a rapidez cinética, estabilidade, principalmente se comparado ao radical hidroxila. O sulfato tem maior capacidade de ser transportado a distâncias maiores na sub-superfície e ainda menor atração por orgânicos na-turais do solo, quando comparado ao íon permangana-to (BROWN, 2003) sendo, portanto, mais eficaz em solos com alta demanda orgânica natural (NOM).

O persulfato é muito reativo tanto em pH ácido, me-nor que 3, quanto em solução alcalina, sendo essa última condição uma das formas de ativação desse oxidante, de acordo com (CONFER et al, 2004) uma razão molar de 0,4 KOH/Persulfato, por exemplo, é necessária para atin-gir um pH acima de 10 garantindo a ativação e remedia-ção eficaz, para isso a acidez presente no solo deve ser levada em consideração. Outra forma de ativação, vali-dada por (WATTS et al., 2005) é através dos minerais ine-rentes ao solo que reagem com os oxidantes ativando--os, gerando os respectivos radicais livres. Segundo os resultados de (SILVA et. al., 2005, 2006), com o objetivo de ativação, podem ser utilizados metais de transição, sendo o cátion ferroso (Fe+2), ativador bastante utilizado na forma de sulfato ferroso (FeSO4) e o cloreto ferroso (FeCl2), sendo a concentração média de 100 a 250 mg.L-1 de ferro necessários para efetivamente ativar o persul-fato. A adição de ferro ferroso em excesso, mais do que 750 mg.L-1, pode levar a uma rápida decomposição do oxidante e perda de desempenho da remediação. O fer-ro II é oxidado pelo persulfato em ferro III, o qual, a pH acima de 4, se torna insolúvel, (MEYERS, 2002) estudou o efeito da precipitação de ferro na perda de ativação

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do persulfato em aplicações de campo apresentando o problema de transportabilidade nessa técnica.

2 mEtodoloGia

Foram avaliadas no presente estudo as técnicas de remediação de solos contaminados artificialmente, adi-cionando 5g de solo arenoso contaminados com óleo diesel, em frascos cor âmbar, sem agitação, a tempera-tura controlada e 30ml de solução contendo os oxidan-tes e ativadores, sendo objeto do estudo as técnicas de peróxido de hidrogênio e o persulfato de sódio ativados sob diferentes formas. Foi utilizado o reagente persulfa-to de sódio P.A. teor 99,0%, pó branco e de massa molar 238,11g.mol-1, da marca Labsynnth Produtos para Labo-ratórios Ltda e lote 118187. Já o peróxido de hidrogênio foi utilizado o P.A. 30%wt da marca Vetec Química Fina, de massa molar 34,02 g.mol-1, massa específica 1,11 kg.L1 e lote 1209452. O sulfato (ferroso) de Ferro II Heptahi-dratado P.A. teor 99,0%; de massa molar 278,01 g.mol-1 foi da marca Neon Comercial Ltda e lote 13006.

A amostra de solo arenoso foi coletada no campus universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brasil (5º50'37.11''S e 35º11'43.19"O) em profundidade de 30 cm com auxílio de trado ma-nual, foi quarteada e passada por peneira de 2mm para remoção de pedras e raízes. O material passante foi destorroado com almofariz e mão de gral e coloca-das na estufa a 55ºC por 24 horas. A fração maior que 2mm (pedregulho) foi examinada qualitativamente. Uma das alíquotas da fração menor que 2mm foi en-

viada para análise granulométrica (estudo do tamanho das partículas que compõem este solo) e outra foi sub-metida à contaminação por óleo diesel para posterior remediação. A contaminação do solo foi simulada uti-lizando solo arenoso real coletado e diesel comercial adquirido em posto revendedor situado nas proximi-dades do campus universitário.

A concentração mássica de 66.667mg.kg-1 de óleo diesel comum por solo limpo foi utilizado como perfil de contaminação padrão para todos os experimentos previstos no planejamento experimental, adaptando o procedimento proposto por (RIAZA-FRUTOS et al. 2007, WANG et. al. 2006 e BOGAN et. al. 2003). Foi adicionado 20g de diesel em um balão volumétrico, completando para marca de 100ml com n-hexano (cujo objetivo é di-luir o diesel de forma a maximizar a homogeneização, tendo em vista a volatilização do solvente), adicionados a 300g de solo arenoso em um recipiente adequado para a etapa seguinte no misturador automático rotati-vo a 120rpm durante um período de 1 hora para mistura íntima entre as fases. O solo contaminado ficou exposto na capela durante 72 horas para evaporação dos volá-teis (principalmente o n-hexano utilizado para homoge-neização do diesel no solo na etapa de mistura.

Foi utilizado planejamento experimental com obje-tivo de avaliar o desempenho das técnicas oxidativas, primeiramente utilizando peróxido de hidrogênio ativa-do por ferro ferroso (II) em dois níveis de concentração, depois avaliando o oxidante persulfato de sódio ativado por temperatura, íon ferroso e peróxido, em três níveis de concentração, conforme tabela 1.

Nível do Experimento [H2O2] mol.L-1 [Na2S2O8] mol.L-1 [Fe+2] mol.L-1

-1 6,3x10-1 2,2x10-1 2,5x10-2

0 - 5,1x10-1 -

+1 1,30x100 1,0x100 2,5x10-1

Tabela 1 - Nível de concentração dos oxidantes e catalisador

Com o objetivo de avaliar o efeito da partição do con-taminante inicialmente presente no solo dissolvido para a fase aquosa, foram estabelecidos frascos de solo con-taminado com água deionizada, chamados controles, para cada intervalo de tempo. Cada técnica foi analisada durante 5 intervalos de tempo: 0, 6, 24horas, 7 e 15 dias sendo um total de cinco frascos mais o controle para cada técnica. Em cada frasco foram adicionados 5g de solo contaminado e volume total de 30ml das soluções de oxi-dantes, catalisador e/ou água deionizada (controle).

A determinação do teor de carbono total nas amostras foi realizada no equipamento TOC-VCPH acoplado ao mó-

dulo de sólidos SSM-5000A da Shimadzu que converte o carbono das moléculas orgânicas características da conta-minação por hidrocarbonetos no solo em CO2 através de queima a 900ºC, gerando áreas gráficas a partir de detec-tor com tecnologia de infravermelho não dispersivo (NDIR). Esse método tem sensibilidade desde 4ppb até 4000ppm para carbono total. Foi utilizado gás oxigênio de alta pure-za, a uma pressão de 200kpa e vazão de 0,6 litros por minu-to para queima no forno. Para cada amostra foram pesadas quantidades por volta de 0,5g nas respectivas barcas de cerâmica para análise no equipamento, sendo gasto tem-po médio de 10 minutos para cada amostra (barca), análi-

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ses realizadas em duplicata, triplicata caso desvio padrão superior a 0,1%. Foi adotado o resultado da concentração de carbono a partir das análises serem apresentadas em percentual mássico de carbono total, carbono que repre-senta a contaminação e matéria orgânica inerente ao solo. Foi utilizada glucose PA para calibração do equipamento, sendo utilizados cinco pontos para determinação de cada curva utilizada nos experimentos.

3 rEsultados

A curva resultante da análise granulométrica re-alizada nas peneiras para avaliar a distribuição dos tamanhos dos grãos é apresentada na figura 1, sen-do o diâmetro apresentado em escala logarítmica e inversa em função do percentual passante em cada malha avaliada.

Figura 1 - Curva granulométrica do solo arenoso

O solo analisado isento de contaminação, apresenta valor baixo de matéria orgânica, sendo apenas 0,13% o teor de carbono total na amostra. Já o solo contaminado com diesel a 66.667mg.kg-1, após a etapa de preparação do solo, ou seja, o maior teor de contaminação apresenta 3,93% de carbono total (concentração inicial).

O gráfico apresentado na figura 2 demostra a queda no percentual de carbono nas amostras de solo saturada com água deionizada, definida para controle de partição entre as fases. Isso devido à perda de carbono da fase só-lida para a fase líquida.

Figura 2 - Variação no teor de carbono em solo contaminado com diesel (5g) em água deionizada (30ml)

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A redução percentual do teor de carbono determina a eficiência das técnicas oxidativas estudadas, o resultado

do peróxido de hidrogênio com adição de íon ferroso em diferentes concentrações é apresentado na tabela 2.

Figura 3 - Variação no teor de carbono em solo contaminado com diesel (5g) em solução de H2O2 ativado com Ferro (30ml)

Como resultado da técnica Fenton-like, apresenta cerca de 80% na conversão dos hidrocarbonetos em até 15 dias. O efeito da concentração do peróxido é propor-

cional à eficiência da remediação, porém uma alta con-centração no ativador metálico (Fe2+) diminuiu a agressi-vidade da reação.

Tempo Controle (-1)H2O2 (+1)Fe+2 (+1)H2O2

(-1)Fe+2

24 horas 15,99% 32,90% 73,03%

15 dias 38,91% 76,36% 79,68%

Tabela 2 - Eficiência na remoção de carbono total em solo arenoso por peróxido

O melhor resultado foi obtido utilizando o persulfato de sódio ativado com peróxido de hidrogênio, reduzindo

a 90% o carbono dos hidrocarbonetos nas primeiras 24 horas, conforme tabela 3.

Figura 4 - Variação no teor de carbono em solo contaminado com diesel (5g) em solução de persulfato ativado com peróxido e ferro (30ml)

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O persulfato de sódio ativado via temperatura apre-sentou resultado insatisfatório, bem como a utilização de ferro para ativação do oxidante, sendo ineficiente tal téc-

nica onde se iguala ao controle no decaimento das con-centrações dos contaminantes.

Controle (-1) Na2S2O8 (-1) Na2S2O8 (-1) Na2S2O8 (0) Na2S2O8

(-1) H2O2 (+1) H2O2 (-1) Fe+2

24horas 14,70% 52,25% 84,00% 90,83% 17,85%

15 dias 41,27% 69,56% 91,95% 94,25% 41,05%

Tabela 3 - Eficiência na remoção de carbono total em solo arenoso por persulfato

4 conclusÕEs

O Persulfato de sódio e peróxido de hidrogênio de-mostraram ótimas eficiências na aplicação em técnicas de remediação de solos arenosos contaminados com diesel. Os perfis mais eficientes foram - a técnica cha-mada Fenton-like - onde o peróxido é ativado com íon ferroso, representando uma descontaminação de até 80% em 15 dias, suficiente em muitos casos e - a técni-ca com persulfato de sódio ativado com peróxido – que

por utilizar ambos oxidantes, mineralizou 90% do car-bono em menos de um dia sendo assim a técnica mais eficaz dentre as estudadas. O persulfato ativado por íon ferroso não apresentou oxidação e o aumento da con-centração desse íon diminuiu a eficiência do oxidante, causando efeito inverso à ativação. A utilização de per-sulfato ativado com o peróxido e ferro pode incremen-tar ainda mais as taxas de eficiência do processo, sendo perfil proposto para estudos futuros na remediação de solos contaminados.

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dEtErmination of tHErmal and oxidation stabilitY of sunfloWEr mEtHanolic biodiEsEl and blEnds of biodiEsEl/diEsEl

dEtErminação da EstabilidadE térmica E À oxidação do Girassol mEtanol biodiEsEl E misturas dE biodiEsEl

AnA c. F. corioLAnoPós Doutorado em Química. Professora. Universidade Potiguar. E-mail: [email protected]

PriSciLLA M. G. MeLoTecnóloga em Petróleole e Gás. Graduanda em Engenharia de Petróleo e Gás. Universidade Potiguar. E-mail: [email protected]

AndreSSA J. c. LiMATecnóloga em Petróleole e Gás. Mestranda em ciências e Engenharia de Petróleo. E-mail: [email protected]

ALAnderSon rAFAeL doS SAntoS MedeiroSFísico. Mestrando em Engenharia de Petróleo e Gás na UnP. Doutorando em Ensino de ciências na Universidade de Minho, Portugal. Professor do IFRn. Universidade Potiguar. E-mail: [email protected]

AMAndA d. GondiMDoutora em Química. Professora da UnIFAcEX-Rn.E-mail: [email protected]

cAMiLA G. d. PeixotoMestranda em ciências e Engenharia do Petróleo. E-mail: [email protected]

Antonio S. ArAuJoMestrado e Doutorado em Química. Pos Doutorado em Kent-Ohio-UsA. Professor Titular do Instituto de Química da UFRn. E-mail: [email protected]

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40 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

envio em: Outubro de 2013Aceite em: Dezembro de 2013

REsUMOA utilização de energias renováveis como o biodiesel tem despertado grande interesse industrial e ambiental. Neste trabalho foram avaliadas as propriedades físico-químicas de diesel, biodiesel, e de suas misturas nas proporções: B5 a B70, através de ensaios de ponto de fulgor, massa específica, viscosidade cinemática. Além de estudar a estabilidade térmica e oxidativa por TG/DTA. Como resultado foi observado que com o aumento do teor de biodiesel adicionado ao diesel constatou-se uma melhoria na sua estabilidade térmica e um aumento do resíduo e através do DTA que misturas que contêm biodiesel são mais voláteis que o diesel.

Palavras-chave: Biodiesel. Girassol. Termogravimetria.

AbstrActthe using of renewable energy like biodiesel has attracted great industrial interest and the environment. In this work we evaluate the physicochemical properties of diesel, biodiesel and their mixtures in proportions: b5 to B70, by testing the flash point, density, kinematic viscosity. Also, thermal and oxidative stability by TGA / DTA. It was verified that by increasing the content of biodiesel added to diesel was observed an improvement in thermal stability and an increase of the residue by DtA and the mixtures containing biodiesel which are more volatile than diesel.

Key-words: Biodiesel. Sunflower. Thermogravimetry.

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 41

introdução

Brazil is a country with a wide variety of oils with po-tential to be used as feedstock to produce biodiesel [1,2]. Biodiesel consists of saturated and unsaturated long chain fatty acid alkyl esters derived from feedstocks such as vegetable oils, animal fats and used frying oil, obtained through transesterification of vegetable oils or animal fats using short chain alcohols (methanol or ethanol) catalyzed by an acid or a base [3]. Sunflower (Helianthus annuus L.), is an important oilseed crop worldwide, yielding approxi-mately 45-50% oil worldwide [4]. Among the vegetable oils, sunflower oil produces high percentages of polyun-saturated fatty acids, mainly linoleic acid (C18:2) [5]. The percentages of linoleic and oleic acid are approximately 90% of total fatty acids present in sunflower oil, therefore, has a greater susceptibility to oxidation in the presence of light and heat. The transformation of sunflower oil by transesterification to produce biodiesel has been studied and the results showed that the biodiesel was an excellent substitute for fossil fuels under optimum conditions [6]. The hydrocarbon chains in biodiesel are generally 16–20 carbons in length and contain oxygen at one end. Biodies-el contains about 10% oxygen by weight. Biodiesel does not contain any sulphur, aromatic hydrocarbons, metals or crude oil residues [7,8]. These properties improve combus-tion efficiency and emissions. Biodiesel fuel blends reduce particulate material, hydrocarbon, carbon monoxide and sulfuroxide emissions [9]. However, NOx emissions are slightly increased depending on biodiesel concentration in the fuel [10,11]. Thermogravimetric analysis (TGA) was used for study of the volatilization and degradation of the samples of diesel, sunflower bodiesel and its mixtures in different proportions.

2 matErials and mEtHods

The biodiesel was synthesized using sunflower oil ob-tained from CAMPESTRE S.A, Brazilian Industry. The sun-

flower biodiesel was obtained by reaction of transesteri-fication, keeping 6:1 molar ratio of methanol to sunflower oil, and KOH as catalyst (1%), under constant stirring at room temperature. After breakage of triglyceride mole-cules, a mixture of methyl esters was obtained, and glyc-erin as co-product.

For the preparation of the mixtures of biodiesel and diesel, seven samples with total volume of 250 mL each of them, where prepared with proportions of biodiesel to diesel of 5; 10; 20; 40 and 70%, which were referred as B5; B10; B20; B40 and B70 samples. The samples named as B0 and B100 correspond to mineral diesel and sunflower biodiesel, respectively.

The physical chemical characterization of the sample of biodiesel was performed according to Standards of American Society of Testing and Materials (ASTM), British Standard (BS EN) and Associação Brasileira de Normas Téc-nicas (ABNT) according to RESOLUTION N°7/2008 [12] of the Brazilian National Agency of Petroleum, Natural Gas, and Biofuels (ANP). Determination of flash point, according to ASTM D 93 [13], was performed in equipment Quimis, open vessel; model Q-292-2. The density analyses were de-termined automatic densimeter, based on ASTM D 4052 [14]. The kinematic viscosity determined at 40ºC by ASTM D 445 [15], were accomplished in an AKV-202 TANAKA vis-cometer. The thermogravimetry (TG) experiments were carried out using a Thermobalance Shimadzu DTG-60 model, in the temperature range of 30–600 °C, under air atmosphere flowing in a rate of 100 mL min-1, using alu-mina crucible of 70 μL and heating rates 10 °C min-1.

4 rEsults

The data of the physical-chemical characterization of the samples is given in the Table 1. It was observed that the sunflower biodiesel was performed in accordance with the specifications of ANP Resolution No7/2008 [12]. For comparison, it was analyzed the pure diesel fuel (B0), sunflower biodiesel (B100) and the mixtures of biodiesel / diesel (B5, B10, B20, B40, B70).

Parametes Samples Kinematic Specific Mass Flash Point Viscosity 40°C 20°C (Kg m-3) (ºC) (mm2 s-1)

Table 1 - Physical chemistry properties of Sunflower biodiesel and blend diesel/biodiesel

B0

B5

B10

B20

B40

B70

B100

Method

3.768

3.776

3.785

3.859

3.999

4.282

4.703

ASTM D 445

836.9

839.0

841.2

845.4

854.7

868.1

883.7

ASTM D 4052

44

44

45

47

53

67

160

ASTM D 93

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42 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

The density and kinematic viscosity was increased in all samples due to biodiesel is denser than the diesel, con-sequently, the density from the addition of percentages of biodiesel increased gradually. This assay was performed ac-cording to ASTM D 4052, in which for the diesel fuel and mix-tures of the acceptable range is 820-880 kg m-3 to 20 °C and the B100 is 850-890 kg m-3 at 20 °C. For the flash point para-meter, a gradual increase in temperature with increasing of

the percentage of biodiesel to diesel was observed, making the mixtures safer for transport and storage.

The Figures 1 and 2 illustrates the thermal behavior of sunflower biodiesel, mineral diesel and the blends of biodiesel/diesel, in presence of air atmosphere. All cur-ves presented one well defined weight loss, occurred due to the volatilization of the oil in the case of diesel fuel and biodiesel, as presented in the Table 2.

Figure 1 - TG curves of sunflower biodiesel and blends Diesel/Biodiesel

Figure 2 - DTA curves of sunflower biodiesel and blends Diesel/Biodiesel

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 43

Sample Range Temperature (°C) Lost Mass (%) Mass Residual (%)

Tabel 2 - Representative TG data of the samples in air atmosphere

Diesel (B0)

B5

B10

B20

B40

B70

Biodiesel (B100)

63-344

51-330

55-315

58-321

60-312

118-305

163-352

99,5

98,5

99,2

98,4

97,6

96,2

95,4

0,5

1,5

0,8

1,6

2,4

3,8

4,6

The TG curve of sunflower biodiesel presented one mass loss step between 163-352°C attributed to the triacylglycerides volatilization and combustion proces-ses, which are responsible for approximately 95.4% of mass loss. The blends between B5 and B40 also provi-des a single step and decomposition starting tempera-ture between 50-60 °C and their percentage of weight loss was about 97%. The increasing of the percentage of biodiesel to diesel increased the temperature for thermodecomposition and the amount of final residue. This is due to presence of high molecular weight me-thyl esters present in the mixtures, thereby requiring more energy to decompose. Combining TG with DTA, was verified the exothermic and endothermic transi-tions of the processes. The endothermic transitions are assigned to the volatilization of the components present in the samples, while the exothermic are due to the combustion of waste. It was observed a displa-cement of the peak temperature occurring in the first transition (endothermic) on DTA. This is because the samples containing biodiesel are more volatile than diesel, proving once again that biodiesel offers greater

security in terms of storage, handling and use as fuel.

5 conclusion

Sunflower biodiesel, obtained by the transesterifica-tion route, showed appropriate characteristics for use in diesel engine. By adding higher concentrations of biodie-sel in diesel was observed an increase in the kinematic viscosity, specific gravity and flash point. However, all blends studied can be used as fuel in accordance with ANP. From TG curves was observed an increase in thermal stability and an increase in the oxidative residue content with the gradual addition of biodiesel diesel. It was found that mixtures containing biodiesel are more volatile than diesel, as observed in DTA curves.

acKnoWlEdGEmEnts

The authors acknowledge the Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), CAPES and CNPq, for financial support, and Laboratório de Combustí-veis e Lubrificantes – UFRN, by the analyses.

rEfErEncEs

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44 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 45

análisE térmica dE asfalto do pEtrólEo, modificado com rEsíduos polimérico

tHErmal analYsis of aspHalt oil, modifiEd WitH polYmEric WastE

FÁBio reMy de ASSunÇÃo rioS Doutorando em Engenharia de Materiais PPGcEMAT. UFcG. E-mail: [email protected]

ArioSvALdo ALveS BArBoSA SoBrinHoProfessor da Unidade Acadêmica de Engenharia de Materiais. UFcG. E-mail: [email protected]

criSLene SiLvA rodriGueS MorAiSProfessora da Unidade Acadêmica de Engenharia de Materiais. UFcG. E-mail: [email protected]

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46 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

envio em: Janeiro de 2014Aceite em: Janeiro de 2014

REsUMOA incorporação dos resíduos poliméricos no ligante asfáltico CAP 50/70 é uma opção para dirimir os impactos ambientais e melhorar as propriedades dos ligantes para aplicação em pavimentação rodoviária, este trabalho tem como objetivo desenvolver novos materiais com uso de asfalto derivado do petróleo com resíduos industriais poliméricos (SBR/EVA). A metodologia utilizada foi pesquisa em periódicos, dissertações, teses em livros para construção do embasamento teórico empírico, coleta de dados, visitas in loco em empresas que trabalham com a fabricação de calçados em Campina Grande, PB, caracterização utilizando análise térmica calorimetria exploratória diferencial (DSC) e ensaios Termogravimétricos (TG) das amostras. Esta pesquisa mostrou a viabilidade da incorporação do polímero residuário no CAP 50/70, através da análise térmica simultânea que detectou a degradação do material acima de 170ºC, que permite sua aplicação.

Palavras-chave: cAP. Polímeros. Resíduos. Reuso. Pavimento.

ABsTRAcTThe incorporation of polymeric wastes in asphalt binder CAP 50/70 is an option to resolve the environmental impacts and improve the properties of the ligands for use in highway paving, this work aims to develop new materials with use of petroleum-derived asphalt with industrial waste polymer (SBR/EVA). The methodology used was research in journals, dissertations, theses, books for construction of the empirical theoretical basament, data collection, site visits on companies working with the manufacture of shoes in campina Grande, PB., characterization using differential thermal analysis differential scanning calorimetry (DSC) and thermogravimetric tests (TG) of samples. This research showed the feasibility of incorporating the residuary polymer in CAP 50/70, through the simultaneous thermal analysis detected that the degradation of the material above 170°C, which enables your application.

Keywords: cAP. Polymers. Waste. reuse. Pavement.

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 47

introdução

A indústria gera resíduos de borracha elastomérica Estireno Butadieno (SBR) e elastomérica termoplástico Etileno Acetato de Vinila (EVA), no processo de fabrica-ção de pneus, solados, calçados tipo flip-flop, etc. Esses resíduos podem servir como cargas de volta ao proces-so de fabricação das placas (GARLET, 1996). Porém, são de grande volume e o mecanismo de reaproveitamento exige cuidados especiais, tais como: evitar retalhos que tenham excesso de silicone e eliminar todo gás existen-te no material a ser recuperado. Portanto, o volume de resíduo reaproveitado é pequeno, em torno de 40%, e tem tornado-se um grande problema ambiental (GAR-LET, 1996). A incineração não é recomendada devido à geração de gases nocivos ao meio ambiente como sul-fatos (SO4

2-), Monóxido de Carbono (CO) e Dióxido de Carbono (CO2). Segundo Oliveira (2012), um dos maiores problemas da incineração desses resíduos sólidos é a emissão de dioxinas e furanos. Esse processo apresenta ainda, dois aspectos bastante preocupantes: a emissão de gases a partir da combustão dos resíduos e a destina-ção das cinzas formadas e dos particulados retidos nos sistemas de lavagem dos gases (OLIVEIRA, 2012).

De acordo com a Rede Rodoviária do Plano Nacional de Viação (PNV, 2010), existem 1.712.137 km de estradas federais, das quais apenas 195.336 km são asfaltados. Entretanto, grande parte possui diversas patologias construtivas, devido à falta de manutenção e qualida-de do ligante asfáltico utilizado, o que motiva o desen-volvimento de pesquisas, com o intuito de melhorar a qualidade e durabilidade dos pavimentos, desenvolver e estimular a inovação no setor construtivo rodoviário. Os passivos ambientais dos resíduos poliméricos in-dustriais podem ser reaproveitados na modificação do ligante CAP 50/70, através da incorporação nas mistu-ras asfálticas para melhoria das propriedades físicas e mecânicas dos pavimentos rodoviários. Segundo Leite (2012), a sustentabilidade é conseguida pelo emprego de resíduos da construção civil, agregado de aciaria, cinzas volantes, resíduos de granito e ainda resíduos de borracha, que podem ser introduzidos na mistura asfál-tica. A modificação com polímeros é uma solução para mitigar as deficiências do ligante asfáltico e melhorar

propriedades como a susceptibilidade térmica, resis-tência à deformação permanente e as trincas térmicas (AIREY, 2003). A adição de polímeros ao CAP vem sendo estudado desde 1969 (XIAOHU; ISACSSON, 2001), verifi-cando-se melhora nas propriedades, como resistência à fratura a baixas temperaturas e ao escoamento sob con-dições de aquecimento elevado (VARMA et al., 2002).

O polímero melhora o comportamento elástico do asfalto e contribui para a sua resistência à deformação permanente e às trincas por fadiga. Contribui para uma adesão entre agregados e asfalto, além de melhorar a resistência à oxidação (BRINGEL et al, 2005). Os políme-ros mais estudados são o SBR (Estireno Butadieno), SBS (Estireno, Butadieno, Estireno), EVA (Etileno e Acetato de Vinila), além da borracha de pneu moído. Alguns auto-res como Alencar et al., (2009), Frota e D’antona (2011) estudaram o EVA e constataram a eficiência do polímero como modificador do ligante asfáltico. Segundo esses autores, o uso do polímero na composição do concreto asfáltico faz com que reduza a susceptibilidade térmi-ca, reduza o envelhecimento, melhore a adesão e coe-são e, sobretudo, compõem materiais mais resistentes. Portanto, este trabalho tem por objetivo caracterizar termicamente o cimento asfáltico do petróleo, modifi-cado com resíduos poliméricos industriais do segmento calçadista, bem como avaliar os efeitos resultantes da degradação para o aproveitamento em pavimentação asfáltica flexível.

mEtodoloGia

O resíduo coletado inicialmente foi moído em gra-nulometria adequada e incorporada ao ligante asfáltico. O estudo utilizou material denominado RCA, composto de resíduo do elastômero SBR denominado SBRr e resí-duos poliméricos EVA, denominado EVAr, resíduo da mi-neração do granito denominado RRS, reagentes e equi-pamentos que deram suporte. O RCA, foi fornecido na forma de aparas e depois moído, tem como procedên-cia a fábrica São Paulo Alpargatas situada em Campina Grande/PB, e o ligante asfáltico CAP 50/70. procedente da LUBNOR/CE. Além dos equipamentos e vidrarias co-muns aos laboratórios, foram utilizados para o preparo das amostras conforme Tabela 01.

EQUIPAMENTOSEquipamento (DSC)Equipamento TGA 50ReatorBalança de PrecisãoEstufaAgitador mecânico

MODELOEspecificação: Dynamic Shear RHEOMETER;ShimadzuEspecificação tipo KETLE;Especificação METLER 9200;

Especificação FISATOM.

Tabela 01 - Procedimento de Execução da análise.

Fonte: O autor, 2012.

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48 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

Foram realizadas as misturas (Ligante asfálti-co CAP 50/70, RCA, Aditivos) conforme teor espe-cificado a seguir: CAPM1: CAP 50/70+ (5% a 25%) RCA+0,2%Enxofre+2%MDG, produzido em laborató-rio com agitação e aquecimento; CAPM2: CAP 50/70 + CAP + (5% a 25%) RCA+ 0,2%PBO, produzido em

laboratório com agitação simples e aquecimento; CAPM3: CAP 50/70 + (5% a 25%) RCA + 2%MDG + 2% RSS, produzido em laboratório com agitação e aque-cimento. O procedimento de execução da análise, consistiu das seguintes etapas, conforme o macro-fluxo 01 abaixo.

LIGANTE CAP 50/70 RESÍDUO POLIMÉRICO

REATOR

CAP MODIFICADO

CAP MODIFICADO

ADITIVOS

Macrofluxo 01 - Procedimento de Execução da análise

Fonte: O autor, 2012.

A princípio o ligante asfáltico foi aquecido para ob-tenção da fluidez necessária, num tempo estimado de 60 min., logo após foi colocado o resíduo RCA, conforme o teor especificado e aditivo, numa temperatura de 120 min., e mistura de homogeneização de 180 min., a uma ro-tação de 300 RPM, utilizou-se um misturador constituído por um agitador mecânico, uma manta de aquecimento capaz de comportar um béquer de 5 L e um controlador de temperatura sendo retirado o material e colocado em recipientes para posteriormente serem feitas as caracteri-zações através das análises térmicas simultâneas. O proce-dimento metodológico para análise do ligante CAP 50/70

modificado por polímero residuário consiste em análise Termogravimétrica (TG), e análise Térmica por Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) em laboratórios. A homoge-neização da mistura ocorreu segundo uma rotação de 300 RPM, numa temperatura de 170 ± 5°C. A definição amos-tral consiste das análises de fator de temperatura (170ºC), fator dos teores de resíduos (5%, 10%, 15%, 20% e 25%) e fator tempo de mistura (60 min, 120 min, e 180 min,). Para o planejamento experimental, teremos então uma matriz de experimentos com n níveis e k fatores, sendo necessá-rio então, pelo menos, n1*, n2*(...) , nk experimentos, logo: 1*5*3=15 incorporações, conforme Tabela 2:

Análise Temperatura (ºC) Incorporação (%) Tempo de Mistura (Min.) 1 170 5 60 2 170 10 60 3 170 15 60 4 170 20 60 5 170 25 60 6 170 5 120 7 170 10 120 8 170 15 120 9 170 20 120 10 170 25 120 11 170 5 170 12 170 10 170 13 170 15 170 14 170 20 170 15 170 25 170

Tabela 2 - Planejamento Experimental.

Fonte: O autor, 2013.

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 49

rEsultados E discussão

análisE térmica calorimEtria Exploratória difErEncial (dsc)

A DSC pode ser empregada em processos que envol-vem troca de calor, os quais podem ser endotérmicos ou exotérmicos (BASSETT et al., 1981). Foram realizados ensaios de calorimetria diferencial a fim de investigar as

transições térmicas dos ligantes modificados, conforme planejamento. Os gráficos do CAPM1 mostram as mu-danças de fase, saindo da situação sólida para a viscosa, onde as moléculas começam a ter movimento, em torno de 70°C, representada pelo declínio das curvas de acordo com o gráfico 1, tornando-se mais resistentes pela possi-bilidade de absorver impactos. Os principais eventos ob-servados foram: transição vítrea do EVA a 69°C e a fusão do polímero em 86°C (MARCILLA et al., 2001).

Gráfico 1 - DSC CAPM1 em atmosfera de N2. Fluxo de gás: 50 ml/min. Taxa de aquecimento: 10 ml/min.

Fonte: Produção do autor, 2012.

Constatou-se a presença de um evento a 75ºC nas amostras do CAPM1, referente à formação de produtos da decomposição do CAP modificado. De acordo com a análise, o CAPM1, possui temperatura de transição vítrea (Tg=80ºC). Pode-se observar que o pico referente à fusão do resíduo EVAr em 69ºC e SBRr em 102ºC, foi mascarado nas composições do CAP modificado, devido a reações químicas entre os demais componentes. Demais eventos referentes à vulcanização residual do SBRr e decomposi-ção do resíduo RCA, apareceram de forma mais intensa em algumas composições, devido ao aumento da por-centagem de resíduos na mistura, a partir de 10% de RCA.

Como a temperatura de aplicação, execução e espalha-mento do ligante asfáltico, está entre 135°C a 170°C, logo o CAPM1 não terá suas propriedades químicas e físicas prejudicadas por degradação do RCA.

O CAP 50/70 puro, utilizado como referência, apre-senta desempenho conforme o gráfico 2. O ligante puro apresenta uma transição endotérmica entre 30ºC e 50ºC e ponto de fusão compreendido entre 26-107ºC (CETESB, 2014), percebe-se um pico em 103ºC referente à degra-dação do material. O perfil das amostas modificadas é si-milar ao CAP Puro, porém com maior resistência ao amo-lecimento, devido à presença dos polímeros residuários.

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50 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

Gráfico 2- DSC CAP PURO em atmosfera de N2. Fluxo de gás: 50 ml/min. Taxa de aquecimento: 10 ml/min.

Fonte: Produção do autor, 2012.

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A análise do CAPM2 foi realizada conforme o gráfi-co 3, com a finalidade de investigar as temperaturas de transição e o efeito da temperatura no comportamen-to do compósito, uma vez que o ligante modificado foi submetido a condições agressivas como agitação a altas temperaturas. O CAPM2 começa a fluir a partir de 70ºC, em decorrência da inclinação das retas. Pode - se ob-servar também, que o pico referente à fusão do SBRr/

EVAr, foi compensado devido às reações químicas entre os componentes do composto. De acordo com a aná-lise, o CAPM2, possui temperatura de transição vítrea (Tg=55ºC). Assim a energia térmica fornecida pelo meio ambiente não é suficiente para que as cadeias polimé-ricas sofram mobilidade molecular, apresentando dessa maneira um comportamento rígido (ZANIN et al., 2004 apud SPIER, 2005).

Gráfico 3 - DSC CAPM2 em atmosfera de N2. Fluxo de gás: 50 ml/min. Taxa de aquecimento: 10 ml/min

Fonte: Produção do autor, 2012.

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 51

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oOcorre uma intensificação do amolecimento do

CAPM2, a partir de 150ºC, devido ao processo de ruptura das cadeias. Eventos entre 320ºC e 400ºC são observa-dos, supondo as reações químicas diversas do enxofre com o ligante asfáltico e resíduos poliméricos RCA. Even-tos referentes à vulcanização residual, volatização dos gases, decomposição do RCA e picos de cristalinização apareceram de forma intensa em torno de 450ºC. Como a temperatura de aplicação, execução e espalhamento do

ligante asfáltico, está entre 135°C a 170°C, logo o CAPM2 não terá suas propriedades químicas e físicas prejudica-das por degradação do RCA.

O CAP 50/70, utilizado como referência apresenta o desempenho conforme gráfico 4, onde se percebe que o ligante puro apresenta uma transição endotérmica entre 30ºC e 50ºC e ponto de fusão compreendido no intervalo de 26-107ºC (CETESB, 2014). O perfil das amostras modifi-cadas é similar ao CAP Puro.

Gráfico 4 - DSC CAP PURO em atmosfera de N2. Fluxo de gás: 50 ml/min. Taxa de aquecimento: 10 ml/min.

Fonte: Produção do autor, 2012.

O gráfico 5 mostra as transições de fases, ocorridas no CAPM3, observadas no ensaio de DSC, percebe--se que a presença do resíduo mineralógico RRS, teve influência nos resultados obtidos, uma vez que os 2% deste resíduo reagiu fortemente com os componentes do ligante e o resíduo RCA. O CAPM3 começa a fluir a partir de 70ºC, onde se percebe a inclinação das retas.

De acordo com a análise, o CAPM3, possui tempera-tura de transição vítrea (Tg=105ºC). Quanto aos picos provenientes da transição vítrea do segmento amorfo dos polímeros SBRr/EVAr, e demais eventos observados, percebeu-se que as reações químicas que aconteceram com a presença do RRS, provocaram um mascaramento destes eventos.

Gráfico 5 - DSC CAPM3 em atmosfera de N2. Fluxo de gás: 50 ml/min. Taxa de aquecimento: 10 ml/min

Fonte: Produção do autor, 2012.

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52 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

No geral, pode-se concluir que os gráficos das amostras com as diversas percentagens do resíduo RCA apresen-taram um comportamento parecido com o RRS apresen-tando também, bandas de vulcanização do SBRr e peque-nos eventos do ligante. Verificou-se ainda, vários eventos de perda de compostos voláteis, degradação, oxidação, conforme a variação da temperatura até 500ºC, porém a

estabilidade do CAPM3 não foi afetada pela degradação dos polímeros. Como a temperatura de aplicação, execu-ção e espalhamento do ligante asfáltico, está entre 135°C a 170°C, logo o CAPM3 não terá suas propriedades químicas e físicas prejudicadas por degradação do RCA.

O ligante asfáltico utilizado como referência apresen-ta o desempenho conforme o gráfico 6 a seguir.

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Fonte: Produção do autor, 2012.

Gráfico 6 - DSC CAP PURO em atmosfera de N2. Fluxo de gás: 50 ml/min. Taxa de aquecimento: 10 ml/min.

análisE tErmoGravimétrica (tG)

A análise TG foi realizada conforme o planejamento, mostra a perda de massa dos ligantes modificados, re-gistrada na temperatura entre 25ºC e 500ºC, atmosfera inerte de N2 e velocidade de 10ºC/min., com teor de resí-duos poliméricos RCA entre 5% e 25% do peso próprio in-corporado no ligante CAP 50/70, dos compósitos CAPM1, CAPM2 e CAPM3. A exposição dos ligantes modificados a altas temperaturas e às intempéries propicia a perda de voláteis e a sua oxidação (CAVALCANTI, 2010). A incor-poração de polímeros nas misturas asfálticas indica me-lhoria nas propriedades físicas dos CAP’s, como mostra o estudo realizado por Bringel, Soares e Soares (2004), no qual adicionou EVA proveniente da indústria calçadista em misturas asfálticas e submeteu o produto resultante à análise termogravimétrica (TG), que indicou melhora na

estabilidade térmica até 300 °C.Os teores do compósito CAPM1, conforme o gráfico

7, apresentaram perda de massa aproximada de 72%, sendo a menor perda registrada para o teor de 5% com perda de massa de 70,5%, referente à fusão e volatiliza-ção de substâncias do ligante. Apresentaram estabilida-de térmica em torno de 225,83ºC, tornando-o hábil para aplicação na pavimentação, a partir de 225,83ºC refere--se à degradação do resíduo polimérico RCA, atribuídos à volatilização das moléculas de água e outros compos-tos. De 390,99ºC a 500ºC corresponde à perda do exces-so, devido à decomposição do compósito CAPM1. Godoi (2011),relata que na região de temperaturas até 400°C, observa-se a perda de massa, que pode ser atribuída às frações de maltenos e asfaltenos, a partir de 400 °C ocor-re a perda de frações mais pesadas do asfalto, a perda relativa à água de cristalização.

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Fonte: Produção do autor, 2012.

Gráfico 7 - TG CAPM1 – CAP modificado com RCA.

A Tabela 3 mostra, conforme planejamento experi-mental, a perda de massa do CAPM1, na análise termo-gravimétrica sobre condições de temperatura e car-regamentos controlados, registradas na temperatura

entre 25ºC e 500ºC, atmosfera inerte de N2 e velocidade de 10ºC/min., com 10 mg de massa da amostra, teor de resíduos RCA de 5% a 25% do peso próprio, incorporado no ligante CAP 50/70.

Tabela 3 - Eventos ocorridos na degradação do CAPM1. T=teor; t=temperatura; PM=perda de massa; PMt=perda de massa total.

Fonte: Produção do autor, 2013

T(%) t(ºC) PM (%) t(ºC) PM (%) PMt 5 225,80 a 390,99 31,22 390,99 a 500,00 38,91 70,1510 221,32 a 496,32 71,90 - - 71,9015 210,93 a 493,63 72,16 - - 72,1620 217,31 a 368,02 31,85 368,02 a 481,43 43,35 75,225 219,10 a 382,24 34,80 382,24 a 489,22 43,18 77,9

Para o CAPM2, percebeu-se o desempenho da amos-tra nas composições de 5% a 25%, conforme a degrada-ção em função da temperatura controlada que mede a variação de massa da amostra em relação à temperatu-ra. Hatakeyama, (1999) afirma que a variação de massa característica de um material, depende das condições experimentais empregadas, fatores como a massa da amostra, volume e estado físico, pressão atmosférica na câmara de amostra e razão exploratória, todos estes fa-tores são de grande influência na curva, quando esta é registrada. O material CAPM2 a 5% de RCA apresenta es-tabilidade térmica até 220,21ºC e menor perda de massa

total (66,70%), apresentando melhor desempenho entre os teores compreendidos entre 5% e 25%, analisados, tor-nando-o possível para aplicação na pavimentação. Godoi (2011), afirma que na primeira região, até 100°C, a uma perda de massa que pode ser atribuída principalmente à evaporação dos compostos voláteis a esta temperatura (água e hidrocarbonetos leves e médios).

A partir de 220,21ºC inicia-se a decomposição devido à degradação do RCA, pela volatilização das moléculas de água e de outros compostos no CAPM2. Kök (1995) rela-ta que na faixa de temperatura de 100 a 400°C, ocorrem as reações de pirólise, à medida que a temperatura se

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54 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

eleva, aumentam as reações químicas de craqueamen-to nas quais as ligações C-C, C-H e C-heteroátomo são quebradas produzindo radicais livres e reativos, que podem continuar o seu próprio craqueamento, ou con-tribuir para a separação de materiais com baixa relação C-H. A última sequência de degradação registrada para

o CAPM2 ocorreu entre 386,08ºC até 493,73ºC e corres-ponde à perda do excesso, reações químicas de craque-amento, degradação influenciando nas propriedades mecânicas do CAP modificado, decorrentes da trans-formação físico-química em função da temperatura até 500º C, conforme o gráfico 8.

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Gráfico 8 - TG do CAPM3 - CAP modificado com RCA e Filler de rocha silicatada.

Fonte: Produção do autor, 2012.

A Tabela 4 mostra, conforme planejamento, o de-sempenho para o CAPM2 na termogravimetria regis-trada na temperatura entre 25ºC e 500ºC, atmosfera

inerte de N2 e velocidade de 10ºC/min., com teor de RCA entre 5% e 25% do peso próprio, incorporado no CAP 50/70.

T(%) t(ºC) PM(%) t(º C) PM(%) tºC PM PMt(%) 5 220,2 a 386,8 31,10 386,08 a 493,79 35,6 - - 66,710 198,4 a 425,6 59,70 425,69 a 493,15 17,3 - - 77,3 15 205,0 a 366,4 27,43 366,48 a 409,65 22,1 409,6 a 92,76 29,3 78,820 198,5 a 496,8 77,14 - - - - 79,325 197,2 a 492,3 81,90 - - - - 81,9

Tabela 4 - Eventos ocorridos na degradação do CAPM2. T=teor; t=temperatura; PM=perda de massa; PMt=perda de massa total

Fonte: Produção do autor, 2013

Para a amostra CAPM3 a 5% de RCA até a temperatura de 196ºC, resiste termicamente, tornando-se hábil para aplicação na pavimentação com menor perda de massa total (65,05%), portanto, o melhor desempenho. Apre-senta um evento de decomposição entre 196ºC e 495ºC. O CAPM3 apresentou estabilidade térmica menor que as

demais, isso se deve a reações químicas do RCA e o RRS com o ligante CAP 50/70 e seu ativador, o MDG. Percebe--se a inviabilidade da aplicação em pavimentação das misturas acima de 10% de RCA, pela grande quantidade de resíduos, baixa resistência e não apresentar as proprie-dades e estado adequado.

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 55

T(%) t(ºC) PM (%) t(ºC) PM (%) PMt (%) 5 196,47 a 495,18 65,05 - - 65,05 10 189,08 a 497,94 69,72 - - 69,72 15 166,13 a 498.77 70,43 - - 70,43 20 168,00 a 491,00 75,89 - - 75,89 25 167,14 a 495,00 76,26 - - 76,26

Tabela 5 - Eventos ocorridos na degradação do CAPM3. T=teor; t=temperatura; PM=perda de massa; PMt=perda de massa total.

Fonte: Produção do autor, 2012.

Gráfico 9 - DSC CAPM2 em atmosfera de N2. Fluxo de gás: 50 ml/min. Taxa de aquecimento: 10 ml/min.

Fonte: Produção do autor, 2012

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Nas amostras do CAPM3, o comportamento, ocorre conforme Tabela 5 e planejamento experimental.

Ao analisar os gráficos, pode-se observar em todas as amostras que apresentam menor perda de massa inicial foi a de 5%, nas temperaturas de até 200°C, com melhor estabilidade térmica e estrutural. Percebe-se a tendên-cia do acréscimo de perda de massa nas outras amostras com teores acima de 10% de resíduos, isto devido ao acréscimo de volatização, perda de água, gases e acrésci-mo da quantidade de resíduos.

Nesta perspectiva, a análise por intermédio da calo-rimetria diferencial e a termogravimetria, mostraram a decomposição e perda de calor das amostras e ao final da decomposição térmica, as massas de resíduos rema-nescentes da mesma amostra, como é o caso da amostra “CAPM3”, que apresenta menor perda de massa, devido à presença de resíduos rochosos, que de certa forma au-mentaram a resistência à degradação nos três tempos de

cura. Porém, a que apresentou uma amostragem mais eficiente, foi o CAPM1, pois conseguiu suportar uma esta-bilidade termina até 225ºC, sem perda de voláteis e nem degradação acentuada que comprova a sua indicação para o uso como alternativa sustentável. No entanto, sen-do uma amostra heterogênea, composta de duas fases distintas, as diferenças nas quantidades de resíduos são aceitáveis, desde que não prejudique a viscosidade e ho-mogeneização da mistura, pois se deve ao fato de apre-sentar maior quantidade de matéria inorgânica devido a falhas no processo de amostragem. As diferenças consi-deráveis entre as massas de resíduos ocorreram devido à presença de sólidos inorgânicos não volatilizados na

temperatura de ensaio.As demais amostras apresentam uma tendência de

decomposição de maneira semelhante para as amostras

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nos tempos de cura de 0 h e trinta minutos, o que deter-mina que a ação do tempo e a exposição prolongada do ligante asfáltico ocasionam a perda quase completa dos compostos voláteis.

considEraçÕEs finais

A presença de polímeros residuários RCA fornece maior resistência a variações de temperatura, sem que haja uma grande degradação do ligante asfáltico. Entre-tanto, a adição de resíduos não modifica quimicamente o ligante, mas eleva a consistência do CAP 50/70, acarre-

tando melhorias nas propriedades físicas e mecânicas. O CAP modificado apresenta a menor perda de mas-sa (70,5%) e melhor estabilidade térmica em torno de 225,83ºC, tornando-o hábil para aplicação na pavimen-tação. O principal constituinte do CAP modificado com destacada importância foi o resíduo RCA, sendo respon-sável pela resistência estrutural das amostras modifica-das, onde o resíduo polimérico RCA apresenta uma boa resistência térmica, comprovando a sua utilização como matéria-prima adequada à mistura com o CAP 50/70 para aplicação em pavimentos rodoviários e melhorias de suas propriedades.

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 59

Gasolina x Etanol: influência nos motorEs dos automóvEis flEx

GasolinE x EtHanol: EnGinEs and influEncE in tHE car flEx

AnA kArLA coStA oLiveirA Mestre em Engenharia Química. Professora do IFRn natal central. E-mail: [email protected]

JHonny Mery SiLvA dA coStAAluno do curso Técnico de Petróleo e Gás – IFRn. E-mail: [email protected]

LuíS FeLiPe ArAúJo cAStroAluno do curso Técnico de Petróleo e Gás – IFRn. E-mail: [email protected]

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60 Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681

envio em: Janeiro de 2014Aceite em: Janeiro de 2014

REsUMOSegundo a PETROBRAS, a gasolina abastece hoje cerca de 60% dos veículos de passeio no Brasil. A regulamentação para abastecimento é realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pela Lei Federal 9.478/97 (Lei do Petróleo). Apesar da fiscalização da ANP, algumas distribuidoras insistem em vender gasolina com especificações que não atendem à legislação, sobretudo o teor de álcool na gasolina, que hoje é estabelecido em 25%, para incentivo ao setor de álcool. O trabalho descrito faz uma relação comparativa entre gasolina e etanol, abordando suas características químicas, vantagens e desvantagem, relação de custos e autonomia do carro FLEX com uso do combustível e possíveis danos com a utilização de combustível adulterado. Nas análises laboratoriais, obtiveram-se duas amostras de gasolina e mais duas de etanol fora das especificações estabelecidas pela ANP, demonstrando que a fiscalização na capital de Natal é eficaz em sua maior porcentagem. O trabalho é bastante atual e contribui para a indústria e sociedade. Para a equipe foi muito importante por estabelecer vários conhecimentos na área de combustíveis e para ter noções de cidadania.

Palavras-chave: Gasolina. Etanol. Adulteração.

ABsTRAcTAccording to Petrobras, gasoline supplies today about 60% of passenger vehicles in Brazil. The regulations for the supply is carried out by the National Petroleum Agency (ANP) and the Federal Law 9.478/97 (Petroleum Act). Despite the oversight of the ANP, some distributors insist on selling gasoline specifications that do not meet the law, especially the alcohol content in gasoline, which is now set at 25%, to encourage the ethanol sector. the work described makes a comparative relationship between gasoline and ethanol, approaching their chemical characteristics, advantages and disadvantages, compared cost of flex and autonomy with fuel usage and possible damage to the use of adulterated fuel. In laboratory tests, we obtained two sample stations and two more ethanol out of the specifications established by the ANP, demonstrating that supervision in the capital of christmas is effective for the most percentage. the work is very current and contributes to industry and society. For the team was very important for establishing various knowledge in the area of fuel and have notions of citizenship.

Keywords: Gasoline. Ethanol. tampering.

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Ano 2, n. 2 - abr./set. 2014 ISSN 2316-6681 61

introdução

Segundo a PETROBRAS, a gasolina abastece hoje cer-ca de 60% dos veículos de passeio no Brasil. A regulamen-tação da gasolina é realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pela Lei Federal 9.478/97 (Lei do Petró-leo). Esta lei flexibilizou o monopólio do setor petróleo e gás natural, até então exercido pela Petrobras, tornando aberto o mercado de combustíveis no país. Dessa forma, desde janeiro de 2002 as importações de gasolina foram liberadas e o preço passou a ser definido pelo próprio mercado.

No posto revendedor, o consumidor adquire a gaso-lina "C", uma mistura de gasolina "A" com Etanol Anidro. A gasolina produzida pelas refinarias é pura, sem eta-nol. As distribuidoras compram gasolina A das refinarias da Petrobras e o Etanol Anidro das usinas produtoras (a Petrobras possui participação em algumas usinas). Elas misturam esses dois produtos para formular a gasolina C. A proporção de Etanol Anidro nessa mistura é deter-minada pelo Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (CIMA), podendo variar entre 18% e 25%, através de Resoluções. O percentual de etanol na composição de gasolina aumentou em 1º de maio de 2013 20% para 25%. A mudança foi publicada no Diário Oficial da União (D.O.U) em 1º de maio e o objetivo foi reduzir a impor-tação da gasolina e impulsionar a indústria do etanol no Brasil, segurando o preço do combustível, além de redu-zir a pressão sobre as finanças da Petrobras. A indústria da cana garante que atenderá à demanda de consumo; a estratégia permite a comercialização de um combus-tível com maior valor agregado, redução da importação da gasolina, combustível menos poluente, além de criar condições para uma ligeira redução nos preços da gaso-lina tipo C (em torno de 50%). Essa estratégia fortifica o uso de etanol anidro na matriz nacional de combustíveis.

Neste contexto, mesmo com a crescente populari-dade dos flex, muitos motoristas ainda desconhecem quando devem optar pelo etanol e pela gasolina. Assim, o presente trabalho faz um estudo comparativo entre a gasolina e o etanol, ressaltando as principais caracterís-ticas, vantagens e desvantagens destes combustíveis, a relação destes com a tecnologia flex, a diferença de de-sempenho, os fatores que aumentam o consumo, os cál-culos para comparação do abastecimento mais viável em relação ao custo.

Com este objetivo, foi realizada uma vasta pesquisa bibliográfica sobre os dois combustíveis, e, análises labo-ratoriais, sobretudo para averiguar o teor de etanol, esta-belecido pela legislação de 25%, fiscalizado atualmente pela ANP e avaliação sobre danos sofridos pelos automó-veis pelo uso de combustível adulterado.

O trabalho laboratorial consistiu de coletas de amos-

tras de gasolina e etanol de vários postos da cidade de Natal-RN ; na gasolina, foram avaliados os teores de eta-nol; nas amostras de álcool hidratado, parâmetros como pH e densidade foram medidos para comparação com as normas estabelecidas pela ANP.

Assim, foi feito um estudo detalhado para que o con-sumidor possa comparar e aprender técnicas de avalia-ção de uso dos combustíveis álcool ou gasolina, sobretu-do para usuários de motores de automóveis do tipo FLEX.

2 matEriais E métodos

2.1 rEvisão biblioGráfica

O trabalho consistiu de pesquisas bibliográficas so-bre etanol e gasolina, fazendo-se um estudo detalhado das características, vantagens e desvantagens destes combustíveis; avaliando-se os fatores que provocam um consumo maior de cada combustível e os aspectos quí-micos que ocasionam a diferença de desempenho. Outra vertente importante do trabalho é explicar as razões dos cálculos feitos, a partir dos preços dos combustíveis por litro, nos postos distribuidores, para comparação da van-tagem do uso de álcool ou gasolina no carro flex.

2.2 colEta dE amostras

Na parte experimental, foram coletadas em envelo-pes de segurança e etiquetados 10 amostras de gasolina e 10 amostras de etanol em diferentes postos de gasoli-na da cidade de NATAL –RN,de modo a abranger pontos estratégicos da cidade, mas sem identificação dos distri-buidores. Nas amostras de gasolina, foram realizadas as análises de teor de álcool, atendendo à NBR 13992, espe-cífica para determinação de teor de álcool etílico anidro combustível (AEAC) para averiguação do atendimento a 25%. Nas amostras de etanol, foram analisados pH (NBR 10891) e densidade (método do picnômetro) para avalia-ção das normas estabelecidas pela ANP. Os ensaios foram realizados no IFRN NATAL CENTRAL, no laboratório provi-sório de petróleo e gás, nas instalações da DIACIN.

2.3 avaliação do tEor dE álcool na Gasolina

A porcentagem de álcool é regulamentada por Lei, e fiscalizada pela ANP onde, recentemente foi estabelecido um novo padrão que é de 25%. As desvantagens da ga-solina adulterada estão relacionadas com maior propen-são à corrosão, maior regularidade nas manutenções do carro, aumento do consumo e aumento de produção de óxidos de nitrogênio. Disso tudo, nota-se a importância para a frota automotiva brasileira e para o meio ambien-

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te, o rigoroso controle dessa porcentagem.Para realização da técnica do teor de álcool na gaso-

lina, o trabalho baseou-se nas normas ABNT NBR 13992 (SANTOS et al., 2002, p.22 ), que regulamentam os ensaios de teor de álcool na gasolina. Desse modo, 50mL da ga-solina foram inseridos em uma proveta de boca esmeri-lhada e foram adicionados mais 50mL de solução satura-da de KCl (10%), medida em uma outra proveta. Agitou-se vigorosamente a proveta de boca esmerilhada e deixou--se descansar por 15min; observou-se a fração de álcool que aderiu à solução e realizaram-se os cálculos de por-centagem de álcool na gasolina, seguindo a regra de três:

50mL de gasolina está para 100%, assim como a quan-tidade de álcool que migrou para solução salina está para X, assim:

50mL de gasolina................100%Volume de álcool mL.........Y%

2.4 pH

O papel de pH foi mergulhado nas amostras em parte da amostra para evitar contaminação, por um período de 5min para observação da escala apropriada, indicadora do pH da gasolina. Na escala de 0-7 a gasolina é conside-rada ácida; em 7, neutra; entre 7 e 14, básica.

2.5 dEnsidadE por picnomEtria

Pesou-se um picnômetro vazio de 50mL e anotou-se a massa. Inseriu-se neste picnômetro água destilada, que já tem densidade conhecida de 1g/ml.

Fez-se a diferença entre a massa de picnômetro com água e picnômetro vazio, como a equação 01. Verificou--se o volume real do picnômetro, quando a massa de água destilada foi encontrada segundo a equação 02:

MA = págua - pvazio Equação(1)

onde :

MA é a massa de água,págua é a massa do picnômetro com água,pvazio é a massa do picnômetro vazio.

Equação(2)

d é a densidade conhecida da água,MA é a massa de água,Vreal é o volume real do picnômetro.

Neste mesmo picnômetro calibrado com a água, to-das as amostras foram inseridas separadamente, medin-do-se a massa do fluido, dividindo-a pelo volume real do picnômetro e obtendo-se cada densidade como na equação 03:

df = Mf / vreal Equação(3)

Onde:df é a densidade do fluido,Mf é a massa do fluido,vreal é o volume real do picnômetro.

Neste mesmo picnômetro calibrado com a água, to-das as amostras foram inseridas separadamente, medin-do-se a massa do fluido, dividindo-a pelo volume real do picnômetro e obtendo-se cada densidade.

Fonte: próprio autor (2012)

Figura 1- Indicação no papel de tornassol

Figura 2- Medição da massa do fluido na Balança Analítica

Fonte: próprio autor (2012)

d = MAvreal

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3 rEsultados

3.1 rEsultados das pEsquisas no carro flEx

Os estudos comparativos feitos sobre os combustíveis gasolina e etanol resultaram nos seguintes pontos mos-trados na tabela 01:

VANTAGENS

Com o mesmo volume de álcool, o automóvel flex roda mais

Arranque do carro flex mais eficiente que o diesel, inclusive quando tem maior octanagem.

Extraída em grandes proporções do petróleo

Cultura de uso muito difundida no mundo

DESVANTAGENS

Alto custo.

Poluição do ar, emissões de CO2

Fonte esgotável

Pode ser adulterada

VANTAGENS

Tecnologia de produção acessível

Queima mais limpa que a gasolina

Fonte inesgotável

Geração de empregos no campo

DESVANTAGENS

Autonomia menor que a gasolina no carro flex

Dificuldade para o automóvel flex funcionar em dias frios

Grande gasto para produção

Menor poder calorífico que a gasolina.

GASOLINA ETANOL

tabela 01 – vantagens e Desvantagens no uso dos combustíveis GAsOLInA X ETAnOL

Para avaliar mais criteriosamente o uso de cada com-bustível no carro FLEX, alguns fatores devem ser levados em consideração:

• O álcool gasta mais para rodar a mesma distância que a gasolina, isso significa que o etanol tem 30% a menos autonomia.

• Ar condicionado ligado, carros pesados, trechos de serra, carro parado no trânsito e até mesmo o clima são causas do maior gasto de combustível, seja ele qual for.

• Combustível sem queima, parado no tanque do carro pode minimizar sua eficiência.

• •Asavaliaçõesdegastoporquilometragemroda-da devem ser feitas com o tanque cheio e rodar até ¼ do tanque; para isto, ao abastecer, deve-se registrar o número do marcador de quilometra-gem e odômetro.

3.2 rEsultados das análisEs laboratoriais

Foram realizadas análises físico – químicas nos combustíveis álcool e gasolina para fazer uma rela-ção com as normas estabelecidas pela ANP para co-mercialização.

A tabela 02 abaixo expressa os resultados obtidos a partir da avaliação do teor de álcool na gasolina, densi-dade por picnometria e pH. As gasolinas que se encon-traram fora do padrão exigido pela ANP, Agência Na-cional do Petróleo, foram consideradas não-conforme. Vale salientar que o instrumento de medição utilizado para densidade pelas normas é o densímetro, assim, pôde-se fazer uma relação, apenas, dos valores encon-trados com as normas.

Nome do posto pH Densidade (g/ml) Teor de álcool(%) Situação da gasolina

Posto 1 6 0,747 25 Conforme

Posto 2 6 0,751 23 Não conforme

Posto 3 6 0,746 25 Conforme

Posto 4 6 0,746 25 Conforme

Posto 5 6 0,755 25 Conforme

Posto 6 6 0,748 25 Conforme

Posto 7 6 0,745 25 Conforme

Posto 8 6 0,750 25 Conforme

Posto 9 6 0,754 25 Conforme

Posto 10 6 O,754 24 Não conforme

Tabela 02 - Resultados das medidas físico-químicas das amostras de gasolina

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Apenas as amostras posto 2 e posto 10 (conforme a tabela) estão fora dos padrões exigidos pela ANP, isso mostra que os distribuidores estão diminuindo cada vez mais a adulteração no combustível. Os demais obedecem à norma dos 25%, exigidos pela lei vigente de maio de 2013. O pH se manteve constate em todas as amostras, evidenciando o caráter ácido. A densidade se mostrou dentre os padrões da ANP, onde o padrão tende a variar

de 0,72g/mL á 0,76 g/mL. A carta de controle, Figura 3, tem como finalidade

mostrar no gráfico a porcentagem de álcool em cada gasolina analisada, fazendo com que fique mais fácil o entendimento. Sabendo que o teor de álcool exigido pela ANP seja de 25%, apenas duas gasolinas se encon-tram fora dos padrões, ou seja, 80% das análises estão de acordo com a lei.

Figura 3: Carta de controle das gasolinas analisadas.

Figura 3 - Carta de controle das gasolinas analisadas.

A tabela 03 expressa os resultados obtidos nos expe-rimentos feitos para determinar a densidade do etanol e o pH. A partir dos dados obtidos e da temperatura se

pôde determinar se o etanol estava adequado ou não para o uso, pois, dependendo da temperatura, a densi-dade pode variar.

Nome do posto Densidade(g/ml) pH Temperatura(°C) Situação do Etanol

Posto 1 0,810 6 23,2 conforme

Posto 2 0,811 6 22,9 conforme

Posto3 0,811 6 22,8 conforme

Posto4 0,809 6 23,1 conforme

Posto 5 0,808 6 23,4 conforme

Posto 6 0,808 6 22,5 conforme

Posto 7 0,812 6 24,5 Não conforme

Posto 8 0,806 6 23,3 Não conforme

Posto 9 0,808 6 23,5 conforme

Posto 10 0,807 6 23,4 conforme

Tabela 03 - Resultados obtidos nos experimentos físico-químicos no etanol.

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A tabela mostra o quanto a densidade varia em fun-ção da temperatura, a amostra 7 e 8 demonstraram que os valores estão fora das normas estabelecidas (mín=0,807g/mL e máx=0,811g/mL). Só duas amostras de etanol não estão conforme com a lei estabelecida pela ANP. O pH se manteve constante, evidenciando o caráter ácido do etanol. Ressalta-se que o método de densidade foi a picnometria, assim, fez-se uma relação

com as normas ANP.A figura 4 mostra o limite e o máximo que a densi-

dade do etanol pode atingir. Os limites máximo (0,811g/mL) e mínimo(0,807g/mL) são representados pelas linhas horizontais e as amostras de etanol pelos pontos. Mostra também quais amostras de etanol estão adequadas para o uso. Apenas dois apresentaram densidade fora dos pa-drões, as amostras 7 e 8.

4 conclusÕEs

Concluiu-se que existem vantagens e desvantagens sobre o uso dos combustíveis gasolina e etanol no car-ro flex; porém o primeiro ainda possui maior vantagem devido ao seu poder calorífico maior, proporcionando maior rodagem por litro. Os fatores como condições de clima, peso do carro, condições de relevo também devem ser considerados para verificar o quanto há de gasto de combustível. Em relação à adulteração, é algo

ainda recorrente, mas tem sido minimizado pelas cons-tantes fiscalizações ANP; embora a quantidade de fis-cais ainda seja considerada pequena para cobrir todos os revendedores.

O trabalho contribuiu bastante para o aprendizado da equipe e também de forma a auxiliar na minimização de adulteração, a equipe entendeu que a fiscalização dos postos é essencial para resguardar o consumidor, mas que toda população deve ter caráter fiscalizador para não ser burlado.

Figura 4 - Carta de controle das amostras de etanol analisadas.

rEfErências

BRASIL. Lei 9478 de 6 de agosto de 1997. Disposição sobre a política energética nacional. Brasilia, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13992. Regulamentação de Ensaios para Verificação de Teor de álcool na Gasolina. 2.ed. Rio de Janeiro, 2011.

______. NBR 10891. Regulamenta Especificações do etanol como combustível. Rio de Janeiro, 2013.

SANTOS, A. A.; ASSUNÇÃO, G.V., FILHO, V.E.M, Avaliação das Características Físicas da Gasolina “C”, comum,

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comercializada na cidade de São Luís, v.13, n2, p 16-24, dezembro, São Luís, 2002.

PETROBRAS. Petróleo Brasileiro. Disponível em: <http://www.petrobras.com.br/pt/> Acesso em: 17 jul. 2013.

SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE DERIVADOS DE PETRÓLEO DO ESTADO DE SÃO PAULO (SINCOPETRO). Limites estabelecidos pela legislação. Portal SINCOPETRO, 2013. Disponível em: <http://www.sincopetro.org.br/conteudo.asp?xmenu=121> Acesso em: 18 ago. 201

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