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VOLUME 09 - NÚMERO 01 - 2014 - MAGAZINE

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Congresso científico 2014

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VOLUME 09 - NÚMERO 01 - 2014 - MAGAZINE

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Revista ENAF Science | Volume 9 – Nº 01 | 1º Semestre de 2014 | ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 56º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG e 4º ENAF MANAUS/AM

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É com grande satisfação que o ENAF - Encontro Nacional de Atividade Física, publica a Revista

on-line ENAF SCIENCE. Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de agradecimento e

retribuição a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento e

aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da atividade física e da saúde.

No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de acadêmicos e

profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem, turismo e pedagogia.

A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso Científico vinculado ao ENAF, dando mais um

passo na construção dos saberes que unem formação e produção.

É a partir desse contexto que a Revista on-line ENAF SCIENCE é novamente lançada.

Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão presentes

todos os trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de artigo completo ou

como resumo na forma de pôster.

Esperamos que este seja a continuação dos passos que pretendemos empreender na busca por

um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho mais essencial:

participar da construção de uma ciência da atividade física.

Marcelo Callegari Zanetti, Prof. Dr.

Coordenador Congresso Científico

Doutor em Desenvolvimento Humano e Tecnologias - UNESP/Rio Claro

Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=T762531

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Revista ENAF Science | Volume 9 – Nº 01 | 1º Semestre de 2014 | ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 56º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG e 4º ENAF MANAUS/AM

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ÍNDICE DOS TRABALHOS

(Dica: clique no titulo abaixo para acessar a página do trabalho)

ARTIGOS

A RELAÇÃO DA NEUROCIÊNCIA E A EDUCAÇÃO FÍSICA EM PROL DO RENDIMENTO ESCOLAR ... 6

O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DESAFIOS E NECESSIDADES ....................................................................................................................................... 12

PREVALÊNCIA DE DOR EM ALUNOS DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO .. 20

CONSUMO DE PROTEÍNA VISANDO HIPERTROFIA EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO ............. 28

COMPARAÇÃO ENTRE O PROTOCOLO DE TESTE INDIRETO DE 1.000 METROS APLICADO EM CAMPO E EM ESTEIRA ............................................................................................................................ 34

A PARTICIPAÇÃO DE ATLETAS RORAIMENSES EM COMPETIÇÕES PARADESPORTIVAS REGIONAIS ............................................................................................................................................... 41

SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR POR PRATICANTE DE EXERCÍCIO FÍSICO SEM ACOMPANHAMENTO DE PROFISSIONAL QUALIFICADO. ................................................................... 49

AS CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS NA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM DEFICIENCIA FÌSICA. .............................................................................................. 60

ESTUDO SOBRE O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DESAFIOS E NECESSIDADES REALIZADOS NOS ANOS DE 2011 E 2013. ......................................... 68

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................... 75

DIMENSÕES RELACIONADAS COM A SATISFAÇÃO GERAL DOS PRATICANTES DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL .................................................................................................. 76

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL EM TRABALHADORES DE COMÉRCIO ATACADISTA ............................................................................................................................................ 83

FUTSAL COMO FERRAMENTA DA ABORDAGEM CULTURAL ............................................................. 87

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO BÁSICO SOBRE NUTRIÇÃO DE EDUCADORES FÍSICOS E PRATICANTES DE ACADEMIA NA CIDADE DE MANAUS- AM ............................................................. 94

OS RISCOS DO CONSUMO DE SUPLEMENTO ALIMENTAR SEM ORIENTAÇÃO DO PROFISSIONALNUTRICIONISTA ........................................................................................................... 102

INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO NÚMERO MÁXIMO DE REPETIÇÕES PARA OS EXERCÍCIOS SUPINO RETO E LEG-PRESS EM HOMENS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO ............................................. 107

TREINAMENTO DE FORÇA PARA A QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE ........................... 114

HIPERTENSÃO ARTERIAL E ASPECTOS NUTRICIONAIS ................................................................... 118

OS BENEFÍCIOS DA DIETA VEGETARIANA EM ATLETAS .................................................................. 125

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RESUMOS

ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA ESCLEROSE MÚLTIPLA UTILIZANDO A REABILITAÇÃO VIRTUAL: RELATO DE CASO CLÍNICO ................................................................................................. 139

ANÁLISE COMPARATIVA DO CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO (VO2 MÁX) ENTRE ATLETAS DE FUTSAL E HANDEBOL ........................................................................................................................... 140

BENEFÍCIOS DO VOLEIBOL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ................................... 141

CONSUMO DE PROTEÍNA VISANDO HIPERTROFIA EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO ........... 142

DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS INTERINSTITUCIONAIS NA GESTÃO DA QUALIDADE DO ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ..................................................................................................... 143

MÉTODO PLAY AND STAY NA INICIAÇÃO AO TÊNIS DE CAMPO ..................................................... 144

O DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL ATRAVÉS DA NATAÇÃO EM ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO CEJE ....................................................................................................... 145

A MÚSICA UTILIZADA COMO INSTRUMENTO NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DAS CRIANÇAS .............................................................................................................................................. 146

EFEITO DE 21 SEMANAS DE TREINAMENTO FÍSICO POLICIAL MILITAR NA APTIDÃO DE CADETES DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO ............................................................... 147

PREVALÊNCIA DE DOR EM ALUNOS DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO 148

PREVALÊNCIA DE ATIVIDADE FÍSICA EM UM ESTUDO DE COORTE COM PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROME CORONARIANA AGUDA..................................................................... 149

PROFESSOR MOTIVADO: UMA REFLEXÃO DO DIA-A-DIA ................................................................ 150

PREVALÊNCIA DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DA CIDADE DE BARRETOS-SP ........................................................ 151

ANÁLISE DA COORDENAÇÃO MOTORA EM ESCOLARES DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA NO MUNICÍPIO DE BARRETOS .................................................................................................................... 152

AVALIAÇÃO MOTORA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN NO MUNICIPIO DE BARRETOS - SP ............................................................................................................................................................ 153

A HISTÓRIA DO PARADESPORTO EM BOA VISTA/RR ........................................................................ 154

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ADULTOS DA ZONA RURAL DE BARRETOS-SP155

EDUCAÇÃO FÍSICA E MÚSICA: O CORPO ENSINANDO A MENTE ATRAVÉS DA MÚSICA ............. 156

QUALIDADE DE VIDA DE ESCOLARES DOS MUNICÍPIOS DE BARRETOS E QUAIRA - SP ............. 157

ANÁLISE DO PERFIL DE COMPOSIÇÃO DA GORDURA CORPORAL DOS ANOS 2008 E 2014 DE HOMENS INICIANTES NA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA ACADEMIA PERSONAL FORM DA CIDADE DE BARRETOS – SP .......................................................................................................... 158

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AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA E COMPOSIÇÃO DA GORDURA CORPORAL DE HOMENS INICIANTES NA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS DE ACADEMIA DA CIDADE DE BARRETOS – SP ................................................................................................................ 159

PREVALÊNCIA DE OBESIDADE EM CAMINHONEIROS NA REGIÃO DE BARRETOS – SP .............. 160

UTILIZAÇÃO DA MEMÓRIA FOTOGRÁFICA DOS ALUNOS PARA A PERCEPÇÃO DOS MOVIMENTOS DO CORPO HUMANO NA DISCIPLINA DE ANATOMIA HUMANA. ............................. 161

UTILIZAÇÃO DO NINTENDO WII PARA ENSINO DAS CURVATURAS ANATÔMICAS DA COLUNA VERTEBRAL ATRAVÉS DA ESCOLIOSE PARA O ESTUDANTE DE FISIOTERAPIA. ........................ 162

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ARTIGOS A RELAÇÃO DA NEUROCIÊNCIA E A EDUCAÇÃO FÍSICA EM PROL DO RENDIMENTO ESCOLAR

CASTRO, V.O¹; NEGRÃO, F.C² ¹ Autora. Pós-graduanda em Neuropsicopedagogia pela Universidade Nilton Lins, Manaus, AM – Brasil. E-mail: [email protected] ² Co-autor. Pós-graduando em Neuropsicopedagogia pela Universidade Nilton Lins, Manaus, AM – Brasil. E-mail: [email protected] RESUMO O artigo tem o objetivo de identificar de que forma as atividades físicas podem melhorar o condicionamento cerebral, propiciando uma melhor aquisição dos conteúdos transmitidos em sala de aula pelos alunos. Por intermédio de uma revisão literária em obras de variados autores como: AMEN (2013), POWERS E HOWLEY (2000), TORTORA (2001), entre outros, desejamos sintetizar o estado de arte acerca desta temática, de modo que os educadores, educadores físicos e demais profissionais possam ser conhecedores de que mais do que diversão e/ou entretenimento, a educação física exerce um poder fundamental na formação do individuo, e que se utilizada da forma adequada poderá ocasionar uma série de benefícios à saúde física e mental do educando. Palavras-Chaves: Educação Física; Neurociência; Neurotransmissores; Escola; ABSTRACT The article aims to identify how physical activity can improve brain fitness, providing better acquisition of content transmitted in the classroom by students. Through a literature review in the works of various authors as: AMEN (2013), Powers and Howley (2000), TORTORA (2001), among others, we want to summarize the state of the art concerning this theme so that educators, educators physicists and other professionals may be knowledgeable that more than amusement and / or entertainment, the physical education plays a key power in the formation of the individual, and if used appropriately can lead to a number of benefits to physical and mental health of the student. Key Words: Physical Education; neuroscience; neurotransmitters; school; 1. INTRODUÇÃO Este artigo propõe um estudo a respeito dos benefícios produzidos pela atividade física para o bom desenvolvimento das atividades cerebrais, considerando que o hábito desses exercícios é indiscutivelmente benéfico à saúde, desde que praticado com o acompanhamento de um profissional capacitado para direcioná-los ou até mesmo se realizado de forma não agressiva a saúde, considerando as particularidades de cada individuo. Contudo, é importante saber que atividade física e exercício físico recebem significados distintos. O exercício é uma subcategoria da atividade física e este deve ser planejado, estruturado, repetitivo e com o propósito definido. Enquanto, a atividade física inclui o exercício, bem como outras atividades que envolvem o movimento corporal e são realizadas como parte de jogar, trabalhar, transporte ativo, tarefas domésticas e atividades recreativas.

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Alguns estudos realizados ao longo de anos identificaram a atividade aeróbica como a mais eficaz no aumento do fluxo do sangue ao cérebro e no melhoramento da produção de algumas substâncias químicas responsáveis pela regulação do sistema neurotransmissor. Sendo assim, questiona-se o seguinte: De que forma as atividades físicas podem melhorar o condicionamento cerebral, propiciando melhor aquisição dos conteúdos transmitidos em sala de aula? Considerando os aspectos acima citados, o desenvolvimento do trabalho será dividido da seguinte forma: Uma breve apresentação do Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico; os neurotransmissores mais produzidos nas atividades físicas e por fim, um programa de atividades ideais nas escolas da rede regular de ensino. 2. OBJETIVO Este trabalho tem a finalidade de discutir de que forma as atividades físicas podem melhorar o condicionamento cerebral, propiciando uma melhor aquisição dos conteúdos transmitidos em sala de aula pelos alunos;

3. METODOLOGIA O método de investigação utilizado para o desenvolvimento deste artigo foi à pesquisa bibliográfica, realizada por meio de livros, sites e artigos que abordam assuntos relacionados ao tema em questão.

4. REVISÃO DA LITERATURA 4.1 DESVENDANDO AS FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO (SN)

O Sistema Nervoso tem a função de controlar e coordenar nossos movimentos voluntários e os involuntários. (POWERS e HOWLEY, 2000, D‟ANGELO e FATTINI, 2002). Sistematicamente o SN é dividido em duas esferas: Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). Sendo o SNC composto por estruturas localizadas entre o crânio e a medula espinhal, e o SNP constituído por nervos cranianos, gânglios e terminações nervosas. (POWERS e HOWLEY, 2000).

Fonte: Divisões anatômicas do sistema nervoso (POWERS SCOTT e HOWLEY, 2000, p.108).

Para compor o artigo, iremos descrever as estruturas anatômicas básicas que estão relacionadas ao processamento funcional do SNC, com destaque ao cérebro e suas divisões, tais como: diencéfalo e telencéfalo. (POWERS e HOWLEY, 2000; BEAR, CONNORS E PARADISO, 2002; D‟ANGELO e FATTINI, 2002). Segundo Tortora (2001) o Sistema Nervoso Central é coberto pelo crânio ligado a coluna

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vertebral. O crânio tem a função de proteger o encéfalo, que é dividido em tronco encefálico, cérebro (diencéfalo e telencéfalo) e cerebelo. Enquanto, a coluna vertebral é responsável pela proteção da medula espinhal. A função primordial da medula espinhal é transmitir e receber informações sensitivas, por exemplo, a informação que furamos o dedo, é enviada ao cérebro através do tato. O tronco encefálico ou tronco cerebral está acima da medula espinhal e é constituído por mesencéfalo, ponte e bulbo. O tronco tem a função de controlar os movimentos oculares, equilíbrio e outros reflexos especiais (POWERS e HOWLEY, 2000). De acordo com Bear, Connors e Paradiso (2002, p. 168): É um conjunto complexo de fibras e células, que, em parte, serve para enviar informações do cérebro à medula espinhal e ao cerebelo, “assim como de ambos ao cérebro”. Considerado a porção restante do encéfalo, possui funções vitais: como controle da temperatura corporal, respiração e o estado de alerta consciente.

Outro órgão fundamental no SNC é o cerebelo, ele está localizado por trás da ponte e do bulbo, e é responsável pela coordenação e equilibração dos movimentos mais complexos, se por ventura ocorrer uma lesão nessa área do encéfalo, o individuo perdera o controle dos movimentos e tremores musculares serão constantes e mais fortes durante os movimentos rápidos. (POWERS e HOWLEY, 2000). Por fim, O cérebro é o órgão que ocupa o maior espaço no encéfalo, sendo dividido em hemisfério direito e esquerdo. Existe uma camada externa que tem a função de dividir os lobos cerebrais, essa camada é denominada de córtex cerebral, que é constituída por um conjunto de neurônios com a função de organizar os movimentos, armazenar experiências e receber informação do sistema sensorial. (TORTORA, 2001). Ainda no cérebro existem duas repartições, o diencéfalo (constituído pelo tálamo, epitálamo e hipotálamo) e o telencéfalo (constituído pelos dois hemisférios cerebrais). (TORTORA, 2001). De acordo com MARIEB e HOEHN (2009) o Sistema Nervoso Periférico (SNP) é constituído por receptores sensoriais, nervos periféricos e neurônios eferentes, que são capazes de fornecer ligações entre o mundo exterior e o corpo humano, criando a possibilidade de o SNC receber informações e executar decisões. O SNP é dividido em duas partes: sensorial e motora. Onde a porção sensorial tem a capacidade de enviar os impulsos neuronais dos órgãos do sentido ao sistema nervoso central e a porção motora é subdividida em somática e autônoma. A porção motora somática atinge a musculatura esquelética e a porção motora autônoma atinge os órgãos efetores involuntários, a musculatura lisa do intestino, o músculo do coração e as glândulas (POWERS e HOWLEY, 2000). O sistema nervoso autônomo ainda possui a divisão simpática e parassimpática, as quais podem ativar ou relaxar um determinado órgão, através da liberação de neurotransmissores (POWERS e HOWLEY, 2000) que são o grande foco da pesquisa. Sendo assim, após estes breves conceitos, acreditamos que o entendimento dos próximos tópicos se tornará mais eficaz, uma vez que é necessário assimilarmos de que forma funciona o Sistema Nervoso para então, estudarmos os neurotransmissores e os demais órgãos ativados pela atividade física que resultam em benefícios para a saúde física e mental. 4.2 OS NEUROTRANSMISSORES MAIS PRODUZIDOS NAS ATIVIDADES FÍSICAS

Além dos inúmeros benefícios fornecidos ao corpo pelas atividades físicas, elas também podem promover mudanças significativas em nossa inteligência. Como cita Daniel Amen (2013) em Mude seu cérebro, mude seu corpo, a atividade física é o comportamento mais importante que o ser humano pode ter para aumentar a função cerebral e manter a aparência jovem do seu corpo. (p. 127)

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Quando nos exercitamos o nosso coração bombeia mais sangue para todo o corpo, inclusive para o cérebro, aumentando o fluxo de sangue que chega até ele, fornecendo mais oxigênio, nutrientes e glicose, ampliando assim a capacidade cerebral. Os exercícios intensificam a comunicação neuronal, melhoram a produção de novos neurônios e aumentam à quantidade dos neurotransmissores, que são substâncias responsáveis por levar informação de uma célula nervosa à outra. Na reportagem especial da Revista Galileu (2013) diz que: Qualquer tipo de exercício faz bem para o sistema nervoso, mas as atividades aeróbicas (correr, caminhar, andar de bicicleta, nadar) são mais eficientes no aumento do fluxo de sangue para o cérebro e na produção das substâncias químicas que regulam o sistema neurotransmissor. Os neurônios existentes se tornam capazes de fazer mais conexões. Neste processo os neurotransmissores mais beneficiados são a gaba, a dopamina, a norepinefrina, o glutamato e a serotonima, cada uma com sua função específica. A gaba, por exemplo, é importantíssima no controle de atividade excessiva, enquanto a dopamina atua no controle de ação, motivação, atenção e movimento, já a norepinefrina é responsável pela ativação do sistema nervoso central, melhorando o estado de alerta, concentração e vigilância, o glutamato age na neuroplasticidade cerebral, o que ajuda o cérebro a se adaptar e promover novas conexões neuronais, por fim, a serotonima controla a liberação de hormônios, regulação do sono e do apetite, quando ocorre alteração na sua quantidade interferem no humor, na aprendizagem, na ansiedade e no estado de depressão. De acordo com Amen (2013): Se você estimula esses neurônios novos através da interação mental ou social, eles se conectam com outros neurônios e melhoram a aprendizagem. Isso indica que é necessário se exercitar consistentemente para estimular um crescimento contínuo de células novas no cérebro. Isso também explica porque que as pessoas que se exercitam em academias e depois vão para a biblioteca são mais inteligentes do que as que apenas se exercitam na academia. (p.128) Esses neurotransmissores produzidos em grande escala no período em que o corpo está sendo exercitado contribuem de forma significativa para que tanto a memória, quanto a aprendizagem sejam estimuladas, facilitando a aquisição de novas informações e motivando sua permanência com maior qualidade. 4.3 PROGRAMA DE ATIVIDADES IDEAIS NAS ESCOLAS DA REDE REGULAR DE ENSINO

A atividade física como parte integrante do currículo escolar permanece sem a valorização adequada, considerando o grande benefício que proporciona ao corpo e ao cérebro. Apesar de ser obrigatória, em muitas instituições escolares ela ainda é vista como uma disciplina com menos importância que Português e Matemática por exemplo. Vários estudos atuais anulam a distância entre o corpo e a mente, tese tão defendida por grandes pesquisadores do passado Apesar disso, nos dias atuais observamos que esta visão não ficou no passado. Na sala de aula, os corpos ainda ficam parados enquanto a mente recebe a informação e exercita o raciocínio e a aprendizagem. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN‟s, 1998), a Educação Física nas escolas deve ser constituída por 03 blocos: Jogos, Ginásticas, Esportes e Lutas, Atividades Rítmicas e expressivas e Conhecimentos sobre o corpo. No entanto, são poucas as escolas que trabalham essas partes em conjunto e oferecem um plano de aula ajustado de forma que desperte o interesse do aluno a aula ministrada e o faça entender

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a importância de cada movimento corporal para o corpo e o cérebro, a cultura da atividade praticada, o momento histórico em que surgiu e considerando o poder estimulante e produtivo que a prática do exercício exerce sobre a inteligência. Desde os primeiros anos de vida, a criança pode ser beneficiada intelectualmente se conduzida à atividade adequada a sua faixa etária e com o intuito de obter as respostas esperadas pelos exercícios aplicados. O grupo do cientista David Bucci, da Universidade de Darthmouth, observou diferenças intelectuais de quem começa a se exercitar na infância, na juventude ou mais tarde. Em entrevista a revista ISTO É, Bucci (2014) afirma que “o exercício na fase de desenvolvimento do cérebro favorece a formação de uma rede neuronal mais densa e oferece mais apoio para funções como memória e aprendizagem”. Da Universidade de Harvard, o neuropsiquiatra Jonh Ratey, foi um dos responsáveis pelas mudanças ocorridas nos currículos escolares das escolas americanas. Ratey tem percorrido o país com a intenção de aplicar um programa fitness, que contempla atividades aeróbicas de alta intensidade, direcionados ao aprendizado. Este programa revolucionou uma escola de Naperville, Illinoi, e provocou mudanças notórias em muitos estudantes que por lá passaram. Pesquisas com ratos de laboratórios mostraram que o exercício gera novas células cerebrais nos lobos temporais (envolvidos com a memória) e no córtex pré-frontal (envolvido com o planejamento e o discernimento). (AMEN, p.128). O lobo temporal está localizado acima das orelhas e sua função é processar estímulos auditivos. Ele é responsável pelo gerenciamento da memória, mas também está relacionado com a olfação, com as funções psíquicas, a linguagem compreensiva, passando por ele inclusive as vias visuais. Observada a importância desta área cerebral como facilitador para assimilar as informações do meio em que estamos inseridos, percebemos que sua condição saudável proporciona ao indivíduo maiores chances para uma adequação mais igualitária na sociedade externa e interna a escola. O córtex pré-frontal é a região do cérebro que demora mais tempo para ser desenvolver. É responsável pelas tarefas cognitivas mais sofisticadas e complexas da mente humana, sendo considerada inclusive como a “sede” da personalidade. Ela gerencia a atenção, a aprendizagem e a memória, exercendo papel significativo no estado de alerta, estresse e emoção, essas informações são importantes para o educador físico, uma vez que ele saberá que tipo de atividades deverão ser desenvolvidas a fim de ativar esses sistemas cerebrais citados durante o texto. Daniel Amen (2013) cita uma sequência de exercícios planejada e implementada por Ratey: Um programa rápido, uma corrida de 1,6 quilômetros e um período de desaceleração. A única regra: os estudantes devem manter uma média de batimentos cardíacos acima de 185 durante a corrida (p.129). Atividades de aeróbica também são indicadas para melhoria do sistema nervoso central, pesquisas afirmam que o ideal é que seja feito 03 sessões com duração entre 20 a 30 minutos por semana. Portanto, exemplos de sucesso com resultados apresentados nos fazem perceber e confirmar que praticar atividades supervisionadas e orientadas, utilizando-as como instrumento para atingir graus elevados de eficiência na memória, no raciocínio e na aprendizagem, é como já se esperava uma excelente opção para melhorar a qualidade do ensino regular nas escolas. Lembramos que apesar das idades iniciais de vida serem ideais para a iniciação dos trabalhos com atividades corporais, não importa a idade que o sujeito tenha, elas beneficiarão sempre o processo cognitivo. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS As práticas de atividades físicas tornam corpo e a mente mais saudáveis, considerando os benefícios gerados através dos movimentos, sejam eles planejados ou não. Contudo, as atividades aeróbicas são apontadas como as mais adequadas para a obtenção de resultados

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cognitivos com maior qualidade, por serem as mais eficazes na estimulação do fluxo de sangue ao cérebro e por aumentar a produção de substâncias químicas, que regulam o sistema neurotransmissor. Vários estudos feitos ao longo de anos quebraram as barreiras construídas no passado de que corpo e o cérebro não tinham qualquer relação. No entanto, é sabido nos dias atuais que ambos se complementam e que as atividades físicas melhoram substancialmente o rendimento escolar, quando tratadas com o mesmo grau de importância como matérias como Português e Matemática. Ela ajuda inclusive, a melhorar a assimilação dos conteúdos transmitidos por essas matérias, uma vez que aumenta o número de neurônios nos lobos temporais e no córtex pré-frontal, responsáveis pela memória, planejamento e discernimento. Sendo assim, acreditamos que a aproximação do educador físico com a neurociência é fundamental, visto que esses conhecimentos aqui citados servem de apoio teórico para o profissional da área exercer suas funções práticas, pensando e repensando no beneficio que pode proporcionar ao seu aluno. O artigo em questão, teve a intenção de pesquisar a influência positiva da relação entre a neurociência e a atividade física em prol do rendimento escolar, quando trabalhados em conjunto em benefício ao processo de ensino/aprendizagem. 6. REFERÊNCIAS AMEN, D.G. Mude seu Cérebro, Mude seu corpo. Rio de Janeiro: Editora BestSeller, 2013. BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2ª edição. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2002. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. D‟ANGELO, G. J.; FATTINI, A. C. Anatomia básica dos sistemas orgânicos: com descrição dos ossos, junturas, músculos, vasos e nervos. 2ª edição. São Paulo: Ed. Atheneu, 2002. MARIEB, N. E.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia. 3ª edição. Porto Alegre, Ed. Artmed, 2009. POWERS, K. S.; HOWLEY E. T. Fisiologia do Exercício: Teoria a Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. 3ª edição. São Paulo, Ed. Manole, 2000. TORTORA, G. J., Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª edição, Porto Alegre: Ed. Artmed, 2001. REVISTA ISTO É ONLINE. Aumente o poder do cérebro com exercícios. São Paulo: Ed. 2237, abril de 2014. Disponível em: <http://www.istoe.com.br/reportagens/239697_AUMENTE+O+PODER+DO+CEREBRO+COM+EXERCICIOS?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage>

Acesso em: 13 de abril de 2014;

REVISTA GALILEU ONLINE. Fortaleça o cérebro com exercícios físicos. São Paulo: Editora

Globo, Ed. 265, agosto de 2013. Disponível

em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI341285-17770,00-

FORTALECA+O+CEREBRO+COM+EXERCICIOS+FISICOS.html>

Acesso em: 13 de abril de 2014.

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O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DESAFIOS E NECESSIDADES

LIMA, E. S. 1; MORAES JÚNIOR, A. F. 2; MEDEIROS, J. F. S. 3. SENNA, M. R. O. 4. 1 – IFRR – Boa Vista – Roraima – Brasil. 2 – IFRR – Boa Vista – Roraima – Brasil. 3 – IFRR – Boa Vista – Roraima – Brasil. 4 – IFRR – Boa Vista – Roraima – Brasil. [email protected]

RESUMO Este artigo trata-se de uma pesquisa desenvolvida em âmbito escolar cujo tema “o ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos: desafios e necessidades”. O objetivo foi investigar como são desenvolvidas as aulas de Educação Física Escolar na EJA nas escolas Estaduais no município de Boa Vista-RR, a partir da verificação do tipo de aulas, a participação dos alunos, análise da práxis do professor dessa disciplina, apresentando ao final do trabalho sugestões de adequação do currículo de Educação Física na educação de jovens e adultos. Os estudos se apóiam na natureza quali-quantitativa caracterizada pela abordagem fenomenológica no contexto do ensino oferecido no período noturno para jovens e adultos aproximando e os distanciando do desenvolvimento das aulas de Educação Física. A partir dos dados obtidos, notou-se que a prática docente de Educação Física para com a EJA considera as particularidades desse público, mas no que tange à proposta de ensino ainda deixa a desejar, sendo necessário avançar na orientação curricular. Quanto à participação dos alunos pode-se observar que a maioria acredita que a Educação Física tem importância na modalidade de ensino em que estudam, entretanto ainda possuem uma visão reducionista da disciplina dos esportes e direcionada à aptidão física. Apesar disso, muitos participam das aulas quando são atividades leves que não desprendam muita energia. Palavras-chave: Educação Física, Ensino, Educação de Jovens e Adultos. ABSTRACT This article is in a survey of school developed under the theme " the teaching of Physical Education in Adult Education: challenges and needs." The objective was to investigate how the Physical Education classes are developed in the EJA in State schools in Boa Vista - RR, from checking the type of classes, student participation, analysis of the praxis of these teachers, presenting the end of the work suggestions adequacy of the curriculum of physical education in youth and adult education. The studies are based on qualitative and quantitative nature characterized by the phenomenological approach in the context of education offered at night for youth and adults approaching and distancing the development of physical education classes. From the data obtained, it was noted that the practical teaching of Physical Education with the EJA considers the particularities of this audience, but regarding the teaching proposal still falls short, progress is needed in the curriculum guidance. Regarding the participation of students can be seen that most believe that physical education is important in teaching modality in that study, however still have a reductionist view of the discipline of sports and directed to physical fitness. Nevertheless, many participate in classes when they are light activities that do not peel off a lot of energy. Keywords: Physical Education, Education, Youth and Adults 1 INTRODUÇÃO

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O interesse pela temática do trabalho partiu da leitura de uma reportagem do portal da Educação Física que apresentava informações de como desenvolver as aulas de Educação Física na modalidade de Ensino da Educação de Jovens e Adultos, abordando as necessidades, a importância e obrigatoriedade desse componente curricular nesse seguimento da Educação Básica. Embora não tivéssemos ainda passado pela prática de estágio curricular na EJA, era sabido que através do convívio com os acadêmicos do curso de Educação Física, que já haviam vivenciado a prática de ensino no estágio, que era necessário reconhecer a legitimidade desta ação, valorizando o ensino da disciplina no desenvolvimento de aulas em concordância com a necessidade e interesse dos alunos da EJA. O aluno da EJA tem como perfil a atividade laboral por estar fora da faixa etária para cursar o ensino regular no período diurno, nesse sentido é preciso que o currículo da área de ensino em questão considere esse princípio em uma visão do aluno trabalhador. Nesta perspectiva o estudo finalizado sistematizou em uma pesquisa que contribuiu para melhor organização didática e pedagógica no ensino da Educação Física para este grupo. Nesse sentido foi preciso avançar nos estudos mais voltados para as questões pedagógicas dessa área, sabendo da crise histórica de identidade que a Educação Física viveu enquanto área de educação. Nesse momento concebe-se esse ensino a partir de mais uma área de conhecimento que é do campo da saúde organizada como componente curricular, desta área, e postulando que os conteúdos das aulas possam e devam atingir temas, assuntos para além do esporte, pertinentes à saúde, práticas lúdicas, recreação, lazer e atividades culturais entre outros, sendo considerado na sua instrumentalização a realidade escolar, e a estrutura física, material e de recursos humanos. Ressaltamos, ainda, a importância de que a Educação Física na EJA é mais uma oportunidade de atuação profissional da área justificando a relevância desse componente curricular da base educacional brasileira. Nesse aspecto, a Educação Física também é chamada a corresponder, através do esporte, lazer, dança e ginástica entre outras áreas de dominância que gerem o letramento, ou seja, a gerar saberes significativos para a formação humana e não somente a reprodução corporal, de forma tecnicista projetado para o mundo do trabalho. Deste modo a atuação contemporânea do professor de Educação Física necessita de ações reflexivas sobre o papel preponderante deste componente, em especial no desenvolvimento das atividades para os Jovens e Adultos que estão nas salas de aula no período noturno após um longo dia de trabalho ou fora da idade /série. São recentes na educação brasileira os estudos e trabalhos realizados e explorados na EJA, abrangendo a Educação Física. Portanto, há necessidade de realizar pesquisa científica nessa modalidade, como vem sendo desenvolvida a Educação Física, o desenvolvimento das aulas, a legitimidade das aulas e a forma de ensino dessa área de conhecimento, quer com ação de saúde quanto de educação. Sendo assim, o propósito deste trabalho foi o de investigar como se desenvolvia as aulas de Educação Física Escolar na EJA em seis escolas Estaduais no município de Boa Vista-RR, que caracteriza o público alvo os professores de Educação Física e alunos, a partir da verificação do tipo de aulas, a participação dos alunos, análise da práxis do professor dessa disciplina, apresentando ao final do trabalho sugestões de adequação do currículo de Educação Física na Educação de Jovens e Adultos.

2 METODOLOGIA O presente trabalho caracteriza-se como sendo uma pesquisa bibliográfica e de campo, de natureza quali-quantitativa, sob o olhar fenomenológico e voltada para o tipo de pesquisa

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bibliográfica pautada em um método comparativo, apresentando a analise a partir do gráfico e apresentação do resultado deste estudo teórico. Quanto à natureza, corresponde a uma pesquisa qualitativa por procurar capturar a situação ou fenômeno em toda a sua extensão, que em sua investigação qualitativa segue uma “Perspectiva Fenomenológica – que busca entender o comportamento humano do ponto de vista dos próprios atores sociais, busca a essência dos fenômenos e procura captar como eles são evidenciados pelas pessoas” (COSTA, 2001, p.39). A natureza quantitativa por apresentar a quantificação de opiniões, utilizando-se para isso, recursos e métodos estatísticos em forma de gráficos sistematizando as informações coletadas através dos questionários. A pesquisa se deu através da aplicação de roteiros de entrevista estruturada com questões fechadas e abertas com os professores de Educação Física e questionários com perguntas fechadas aplicados aos alunos da Educação de Jovens e Adultos - EJA. Com o olhar fenomenológico, buscamos investigar no contexto do ensino oferecido no período noturno para Jovens e Adultos aproximando e os distanciando do desenvolvimento das aulas de Educação Física. Assim, buscou-se investigar como se desenvolviam as aulas de Educação Física Escolar na EJA em seis escolas Estaduais no município de Boa Vista-RR, totalizando a população do estudo em seis professores e 94 alunos em 2011 e seis professores e 96 alunos em 2013. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3. 1. ANÁLISE DA PRÁXIS DOCENTE A partir da coleta de dados e da observação das aulas pôde perceber que todos os professores entrevistados possuem a mesma metodologia de ensino, especialmente quanto aos conteúdos oferecidos na aula. As principais respostas relativas a esse ponto diz respeito à utilização de jogos de mesa como dama, dominó e baralho, nos quais os alunos se sentem mais motivados de fazer as aulas, sendo que apenas uma professora respondeu que emprega a temática esportiva na disciplina. As dificuldades mais recorrentes dos professores com o desenvolvimento das aulas é ausência de material pedagógico o que para eles, acaba justificando a pouca variação na sequência dos conteúdos. Comprovou-se também quanto aos temas das aulas que todos os entrevistados aplicam nas suas aulas assuntos relacionados à Atividade Física e Saúde, como palestras, debates e até mesas redondas, demonstrando que os docentes seguem uma parte da Abordagem da Saúde renovada no qual o autor afirma que: A abordagem Saúde Renovada procura atender a todos os alunos, principalmente, os que mais necessitam, dentre eles estão os sedentários, os de baixa aptidão física, os obesos e as Pessoas com Deficiência, confirmando assim a sua utilidade nas aulas de Educação Física. (RECHINELI et. AL. 2008, p. 9).

Outra questão relevante da entrevista foi qual o motivo de atuar na Educação de Jovens e Adultos, em que os seis professores transmitiram a mesma resposta aos pesquisadores: complementar a carga horária de trabalho com a outra escola que trabalha durante o dia; sendo que um professor contou que prestou concurso público para atuar no Ensino Fundamental, no entanto, foi encaminhado para trabalhar com os jovens e adultos no ensino noturno. Outro depoimento triste foi de uma professora prestes a se aposentar que não tem mais condições de ministrar a disciplina para alunos do ensino regular, o que leva a reflexão sobre os principais responsáveis pelo ensino da Educação Física que vem sendo desenvolvido na EJA.

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Atuar em turmas de EJA pode representar uma compensação para docentes que já tem uma longa trajetória de ensino em rede pública e vêem – se confrontados com o agravamento de problemas de indisciplina, desinteresse e desprestígio dos professores junto aos estudantes [...]. (GUNTHER et. AL. 2009, p. 7-8) Quanto à concepção dos alunos sobre o papel da Educação Física na EJA, os educadores revelaram respostas semelhantes, as quais de que os discentes acreditam infelizmente em uma aula somente direcionada para o desporto e à aptidão física, ou seja, eminentemente prática, fazendo com que poucos se interessem pela disciplina devido ao público trabalhador que está matriculado no ensino noturno. Essa dura realidade se reflete na LDB 9.394/96 art. 26, alterada pela Lei 10.793/03 que trata a Educação Física como uma área reducionista focada somente no físico, esquecendo de outros importantes temas pertencentes à disciplina. Na questão da orientação curricular, nenhum dos professores entrevistados segue uma Proposta Curricular e/ou plano de ensino da escola para o planejamento das aulas, devido a rede pública estadual não ter ainda um documento curricular pronto para ser seguido e nenhuma instituição de ensino possuir um plano anual de curso, sendo que apenas duas educadoras comentaram sobre um livro didático de Educação Física disponibilizado pela Secretaria de Educação do Estado que traz textos da área da prática atividade física e saúde, entretanto, fora da realidade do público de jovens e adultos de nosso estado gerando dificuldades no desenvolvimento das atividades. Nesse quadro os docentes também foram indagados sobre o currículo da Educação Física do ensino regular sendo mesmo aplicado na EJA e se consideram o longo dia de trabalho do aluno, em que todos disseram ser diferente, pois devido à clientela de trabalhadores que está concentrada na modalidade, as aulas devem ser readaptadas para o público de jovens e adultos para que esses alunos possam se sentir mais motivado para participar das atividades propostas pelo professor. De acordo com todos os educadores entrevistados a prática e orientação atividade física como área temática da Educação Física é a contribuição mais evidente que a disciplina pode gerar para os jovens e adultos, a qual pode trazer sensibilização desse público para com os benefícios da qualidade de vida e saúde através de aulas que utilizem assuntos sobre o estresse e atividades de relaxamento que levem os alunos considerar a Educação Física como um componente curricular relevante para a EJA indo de encontro ao que o autor a seguir comenta: [...] os estudantes de EJA, segundo alguns colaboradores, apresentam interesse em conhecer mais sobre os processos fisiológicos que ocorrem no organismo durante a prática de atividades físicas e ainda efeitos e riscos que a acompanham. Para vários colaboradores, as aulas constituem uma possibilidade de conscientização para uma prática adequada de atividades físicas ou, por outro lado, uma instrumentalização para o lazer através da vivência de distintas práticas corporais. (GUNTHER et. AL. 2009, p. 8) 3. 2. PARTICIPAÇÃO E INTERESSE DOS ALUNOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Os questionários aplicados aos alunos continham quatro perguntas fechadas, os quais abordaram sobre a necessidade do ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos, participação dos discentes nas aulas depois de longo dia trabalho e a sua satisfação com a disciplina e ao final sugestões de conteúdos para o componente curricular. De acordo com o gráfico 1, um grande percentual dos alunos pesquisados respondeu positivamente, o que, no entanto, não condiz com a realidade observada, pois infelizmente os discentes não vêem a Educação Física como disciplina e sim, como um mero momento livre de lazer e descanso, no qual somente há realização de jogos sem objetivos concretos, sendo que um dos motivos que mais colaboram com esse triste contexto é apenas da exigência da

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freqüência nas aulas sem uma participação efetiva da classe na aula. Araújo critica a visão deturpada que se tem até hoje do ensino da disciplina discutida: O que se verifica no decorrer da história da Educação Física é que suas aulas são representadas como uma aula: do tempo livre, do “faz-de-conta”, da “bola-bola”, de fazer atividades de outras disciplinas, de falar do capítulo de uma novela, do lazer, do “tampa buraco de outras matérias”. (ARAÚJO, 2008, p. 27)

GRÁFICO 1

83%

17%

Pergunta n.º 1 - A Educação Física é uma disciplina

necessária na educação de jovens e adultos (EJA)?

Sim

Não

Quanto aos estudantes que responderam negativamente, percebe-se que no momento o maior objetivo é a conclusão dos estudos para que tenha uma qualificação melhor a fim de buscar oportunidades maiores no mercado de trabalho. Assim Carvalho (1994) chama a atenção para o fato de que o estudo à noite parece representar um prolongamento da jornada de trabalho; pois muitos destes alunos, após trabalharem o equivalente à oito horas diárias, deslocam-se sem tempo para descanso rumo às escolas, onde irão trabalhar por mais algumas horas. Desta jornada tripla participam tanto os alunos quanto os professores. É a luta pela sobrevivência, onde ambos, desempenhando papéis contrários, participam como atores do ensino noturno. É preciso que a escola entenda-o enquanto sujeito participante das relações de trabalho e questione que tipos de relação e de trabalho estão em jogo. Considerando a segunda pergunta, pode-se perceber que houve certo equilíbrio entre as respostas sim e às vezes, no qual gráfico 2 aponta que a maioria acredita que deve participar das aulas, contudo, como visto anteriormente na primeira questão, tratam a disciplina como um espaço livre para outras atividades. Em segundo, os alunos crêem que às vezes deve-se está nas atividades que não demandem grande esforço físico devido a exercício laboral realizado durante todo o dia. Quanto os que disseram não, observa-se um público feminino que tem um tabu antigo com o ensino tradicional da Educação Física. Nessa perspectiva Costa et. al propõe novas alternativas para o componente no ensino de jovens e adultos: Por que não a utilização de aulas de Educação Física na EJA para, considerando o discurso da LDB, de que os alunos estão cansados para o exercício da mesma (facultatividade), onde poderíamos trabalhar com meditação, relaxamento ou ginástica laboral, por exemplo. Por que não trabalharmos com a história das artes marciais: capoeira, judô, caratê... etc, de forma que os sujeitos as redescubram enquanto instrumentos de libertação e luta contra a subserviência? Por

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que não trabalhar com jogos adaptados na EJA de forma a propiciar lazer, prazer e diversão para estes sujeitos que chegam já “cansados” de um dia inteiro de trabalho? (COSTA et. AL. 2007, p.2)

GRÁFICO 2

48%

16%

36%

Pergunta n.º 2 - Depois de um longo dia de trabalho o aluno da EJA deve participar da aula

de Educação Física:

Sim

Não

Às vezes

Em relação a participação nas aulas de Educação Física, o gráfico 3 mostra que mais da metade dos estudantes estão participando das aulas, no entanto, essa dita participação não acontece de forma ativa nas atividades, pois grande parte apenas assiste a realização das atividades como foi observado nas escolas campo, devido a crença de que está presente na aula de corpo presente é igual a está participando da mesma. Os pesquisados que responderam às vezes, percebe-se que a participação depende da metodologia da aula, como atividades teóricas e expositivas. Dessa forma Silva e Silva refletem sobre uma nova proposta para a Educação Física para os jovens e adultos: [...] precisamos pensar em uma Educação Física escolar para o ensino noturno que busque atender ao aluno em todos os seus domínios, ou seja, que dê oportunidades para estes alunos expressarem seus valores, suas vontades, seus desejos e fazer com que se libertem das "algemas da dependência", que sejam seres humanos que tenham uma visão crítica sobre seu papel na sociedade e consigam com isso dar um salto para um verdadeiro conhecimento válido. (SILVA E SILVA, 2007, p.4) GRÁFICO 3

62%12%

26%

Pergunta n.º 3 - Você participa das aulas de

Educação Física:

Sim

Não

Às vezes

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Quanto à satisfação com as aulas da disciplina, o quarto gráfico aponta que pouco mais da metade dos discentes pesquisados estão satisfeitos com as atividades, todavia, o que se observa é o comodismo e a liberdade para realização de outros trabalhos que não os da Educação Física e sim de outros componentes curriculares da modalidade. Além disso, foi constatado através de relatos de alunos que muitos estão insatisfeitos com o ensino oferecido pelo docente, pois as aulas que acontecem semanalmente são fora do contexto do público trabalhador da EJA, provocando assim um pré-conceito com a Educação Física. Em face desse desagrado dos alunos trabalhadores com as aulas, Carvalho afirma que: Sem o diálogo entre o trabalhador e o conteúdo de aprendizagem, sem o diálogo entre a prática profissional e a prática escolar, não haverá possibilidade de que o conhecimento adquirido através do cotidiano profissional seja reelaborado a partir da prática escolar. Sem esse diálogo, dificilmente se conseguirá que o trabalhador conheça os meios de superação de sua condição social e os limites e possibilidades que lhe são impostos pela sociedade mais ampla. (CARVALHO, 1994, p.15). GRÁFICO 4

52%29%

19%

Pergunta n.º 4 - Você está satisfeito com as

aulas de Educação Física:

Sim

Não

Às vezes

4 CONCLUSÃO Considerando as reflexões que este trabalho monográfico nos proporcionou, desde o primeiro capítulo até a análise do material coletado, notou-se que a prática docente do profissional de Educação Física para com a Educação de jovens e adultos vem considerando as particularidades desse público, visto que, a metodologia empregada nas aulas aborda temas relacionados à Atividade Física e Saúde. Contudo, no que tange à proposta de ensino, ainda é necessário avançar na orientação curricular, relativo aos conteúdos que são utilizados nas aulas de Educação Física, para que esta se torne valorizada, rompendo com o olhar voltado apenas como um espaço de prática de jogo sem promoção de aprendizagem significativa aos estudantes da EJA. Assim observa-se que os professores necessitam de uma formação continuada que condiza com as necessidades dos alunos da EJA, promovendo a construção de um currículo que leve em consideração a perspectiva do aluno trabalhador na práxis de ensino da Educação Física, deste modo gerando aulas contextualizadas com a realidade do ensino noturno. Sinalizamos que os alunos já rompem com paradigmas sobre a concepção de ensino, visto que acreditam na Educação Física, frente a sua importância nesta modalidade de ensino, entretanto ainda compreendem o ensino desta forma sendo organizado tradicionalmente utilizando o esporte como conteúdo prioritário. Sugerem-se então adequações curriculares que perpasse pela holística do aluno trabalhador pontuando assim:

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Construção conjunta entre gestão, professores, alunos e comunidade em uma Proposta Curricular para a EJA que contemple mais essa alternativa de conhecimento à formação do ser humano, como reconhecimento às várias linguagens e expressões que do sujeito é de direito;

Atribuição de notas por meio de avaliação do processo com aplicabilidade de instrumentos: seminários, pesquisa e palestras temáticas, relatórios das aulas - de vídeos, entre outros, sendo em grupo, a fim de aumentar o comprometimento dos alunos e professores com as aulas de Educação Física;

Abordagem de temas relativos à Atividade Física e Saúde, qualidade de vida, esporte, ginástica de formação geral, assim possibilitando a sensibilidade e conhecimento sobre o vasto campo de atuação desta área. É possível afirmar, enquanto pesquisadores e futuros professores, que este estudo foi de fundamental importância na aquisição de novos conhecimentos, na abertura de novos horizontes e possibilidades de atuação no âmbito educacional, especialmente no ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Rafael Vieira de. O ensino de educação física na educação de jovens e adultos, sob um olhar psicopedagógico. Monografia de Especialização. Goiás: UEG, 2008. Disponível em <www.boletimef.org/biblioteca/1848/monografia/Boletim EF.org_O-ensino-de-Educacao-Fisica-na-educacao-de-jovens-e-adultos.pdf> Acessado em 05/03/2011 às 18:22:06 BRASIL, MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96. Brasília, 1996. CARVALHO, C. P. de. Ensino noturno: realidade e ilusão. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 1994. 120p. COSTA, Leandro da et al. A educação física no currículo da educação de jovens e adultos: análise dos documentos curriculares. Trabalho de conclusão de curso de Especialização. Florianópolis, SC: CEFET-SC, 2007. Disponível em <wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/b/b5/MonografiafinalPROEJA.pdf> Acessado 22/03/2011 às 17:30:45. GÜNTHER, Maria Cecília C. et. al. A prática pedagógica da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos – um estudo nas escolas estaduais de Londrina (PR). Congresso Norte Paranaense de Educação Física Escolar, [online]. Londrina: UEL, 2009. Disponível em: <www.uel.br/eventos/conpef/conpef4/trabalhos/comunica caooralartigo/artigocomoral1.pdf> Acessado em 10/11/2011 às 20:37:55. RECHINELI, Andréa; PORTO, Eline Tereza Rozante and MOREIRA, Wagner Wey. Corpos deficientes, eficientes e diferentes: uma visão a partir da educação física. Rev. bras. educ. espec. [online]. 2008, vol.14, n.2, pp. 293-310. ISSN 1413-6538. Disponível em <dx.doi.org/10.1590/S1413-65382008000200010.> Acessado em 07/11/2011 às 14:37:55. SILVA, Sheila A. P. dos S. e SILVA, Hugo C. Nunes da. Educação Física no ensino noturno: um estudo de caso. Buenos Aires: Revista Digital, janeiro de 2007, Ano 11, N° 104. Disponível www.efdeportes.com/efd104/educacao-fisica-ensino-noturno.htm

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PREVALÊNCIA DE DOR EM ALUNOS DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO

PAULO, L.F.L.1,2,3,4; ANDRADE, M.F.A.M2; NETO, C.B.2; HIROTA, V.B.3,4; ADAMI, F.1; 1: Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, São Paulo, Brasil; 2: Academia de Polícia Militar do Barro Branco, São Paulo, Brasil; 3: Faculdade Nossa Cidade, Carapicuíba, São Paulo, Brasil; 4: Universidade Presbiteriana Mackenzie: Grupo de Estudos em Treinamento Desportivo, São Paulo, Brasil. RESUMO Introdução: Os militares, pela função que exercem são mais suscetíveis a lesões e dores. Há na literatura poucos trabalhos que demonstrem a prevalência de dor em Policiais Militares, principalmente no Brasil. Objetivos: verificar a prevalência de dor em Alunos da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, verificar se as dores surgem antes ou após o ingresso na Instituição bem como as hipóteses do surgimento das dores. Metodologia: Questionário de autopreenchimento (n=242), para que localização e intensidade de dor. Verificou-se o momento de surgimento da dor e as hipóteses de desencadeamento. Análise estatística simples, percentual e descritiva. Resultados e discussão: Principais queixas: cinto operacional, colete balístico e problemas posturais. A prevalência de dor é de 69,01% nos alunos com idade até 30 anos, com prevalência no sexo masculino (84,71%). Localização principal: costas, joelhos, pescoço e tornozelos. Conclusão: Sugere-se um estudo de prevalência e incidência de lesões e dores durante o período de formação. Há necessidade de periodizar o treinamento físico dos Alunos para auxiliar na redução das dores, além da análise ergonômica dos equipamentos utilizados. Palavras-chave: Dor. Polícia Militar. Prevalência. ABSTRACT Introduction: The military, the role they play are more susceptible to injury and pain. There are few studies in the literature demonstrating the prevalence of pain in the Military Police, especially in Brazil. Objectives: To determine the prevalence of pain in students of the Academy Military Police Barro Branco, check if the pains come before or after enrolling in the Institution as well as the chances of the emergence of pain. Methodology: Questionnaire self-report (n=242), so that location and intensity of pain. There was the time to onset of pain and the chance of triggering. Simple statistical analysis, percentage and descriptive. Results and discussion: Major complaints: oparating belt, ballistic vest and postural problems. The prevalence of pain was 69,01% for students aged up 30 years, with prevalence in males (84,71%). Main location: low back pain, knee, neck and ankles. Conclusion: We suggest a study of prevalence and incidence of injuries and pain during training period. Need perodization physical training of students to assist in pain reduction, beyond the ergonomic analysis of the equipament used. Keywords: Pain. Military Police. Prevalence. INTRODUÇÃO É latente e objeto de vários estudos a alta ocorrência de dor na população em geral, como gestantes, trabalhadores do setor de construção civil e cidadãos que atingiram a terceira idade influenciando nas suas atividades diárias e também na vida social (CELICH; GALON, 2009).

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Desde Janeiro de 2000 a dor foi classificada pela Joint Comission on Accreditation on Heathcare Organizations (JCAHO) como um quinto sinal vital, devendo ser avaliada e mensurada no mesmo momento e local em que são registrados os demais sinais: temperatura corporal, frequência cardíaca, pressão arterial e frequência respiratória (PEDROSO; CELICH, 2009). A dor é definida como uma experiência subjetiva e pessoal, sendo que sua percepção é caracterizada de forma multidimensional diversificando-se na qualidade e na intensidade sensorial, sendo afetada por variáveis afetivo-motivacionais (SOUZA, 2002). Um estudo com uma população heterogênea na cidade de Salvador mostrou que dentre os 2297 indivíduos pesquisados a dor lombar se fez presente em 14,7% deles e dois dos principais motivos apontados como causadores dessa dor foram a prática de atividade física e o peso corporal (ALMEIDA, 2008). Outro trabalho foi realizado na cidade de Londrina – PR e envolveu 1871 moradores. Das 915 crianças, entre 7 e 14 anos, 28,78% foram diagnosticadas com dor crônica. Dos 515 adultos, 61,38% enquadravam-se nesse diagnóstico, com perda de desempenho trabalhista e, por fim, dentre os 451 idosos, 51,4% possuíam dor crônica (ROSA et al, 2012). Estimativas mostram ainda que por volta de 70% a 85% da população mundial apresentará algum quadro de dor lombar em certo momento de sua vida, afetando assim suas relações sociais e econômicas (ALMEIDA, 2008). Ao se observar o universo militar verifica-se uma grande ocorrência de lesões e quadros de dor, advindos de seus treinamentos técnicos e físicos, suas atividades de tensão e estresse, bem como pelo uso de seus equipamentos táticos. Para que os militares sejam capazes de defender o interesse público - na realização de suas atividades - eles participam de treinamentos regulares com a finalidade de melhorar as habilidades físicas, bem como adquirir destreza em relação a certas técnicas, objetivando sua sobrevivência e o cumprimento da missão que lhes foi dada (TEODORO; ROSAS, 2007). A atividade militar pela própria natureza de suas características expõe seus componentes a riscos altamente específicos, seja no combate ou na preparação para tal. As fraturas, luxações, entorses e lesões ligamentares além de causarem baixas no combate geralmente promovem um prolongado afastamento das atividades militares (SANTOS, 2009). Tais fatos demonstram a importância de seu estudo e a necessidade de cuidados serem dispensados pela área da saúde de forma a prevenir os sintomas e combater os males causados pela dor. No caso dos militares observaremos ainda os aspectos peculiares desta atividade que possivelmente originam ou intensificam a sensação da dor. Diante disso, o presente trabalho tem o objetivo de verificar a prevalência de dor nos alunos da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, além das respectivas localizações das dores. Objetiva-se ainda analisar o momento de surgimento das dores bem como a análise das hipóteses de surgimento do processo doloroso e medidas que possam auxiliar na redução do quadro a ser apresentado. METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa quantitativo-qualitativa no ano de 2013 com 242 alunos da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, situada na Av. Água Fria nº1923 – Tucuruvi, São Paulo/SP. Esta Instituição de Ensino Superior destina-se a formar os Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo, possuindo no currículo de seus discentes disciplinas práticas e teóricas. Com uma média de 9,2 horas-aula por dia os alunos são submetidos a treinamentos que variam entre corridas de longa duração, defesa pessoal, ordem unida, aulas de tiro e ações de controle de distúrbios civis. Os conhecimentos teóricos são transmitidos por meio de uma metodologia de ensino-aprendizagem tradicional em sala de aula. O questionário foi composto por perguntas de múltipla escolha com o intuito de identificar: o sexo dos indivíduos, faixa etária, identificar se pertenciam a Instituição Polícia Militar como praças

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antes de ingressarem na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, se já possuía sintomas de dor antes de ingressar na Polícia Militar do Estado de São Paulo e a que os alunos mais atribuem esses quadros de dor. Para realizar a tabulação da localização da dor foi utilizado na pesquisa o Diagrama de Corlett e Manenica (1980). Tal diagrama consiste em um croqui humano visto de costas, numerado e demarcando 21 partes do corpo onde o entrevistado pode assinalar o(s) local(is) onde sente dor. Para realizar a mensuração da dor foi utilizada a que divide a sensação e percepção da dor em faixas de intensidade. Utilizou-se a análise estatística simples percentual e descritiva por se tratar de um trabalho de prevalência. RESULTADOS Verificou-se no público pesquisado a prevalência de dor em adultos até 30 anos (69,01%) e de indivíduos do sexo masculino (84,71%), como mostra a tabela a seguir. Tabela 1 – Análise geral da amostra

Faixa Etária N % Até 25 anos 106 43,80 De 26 a 30 anos 61 25,21 De 31 a 35 anos 36 14,88 De 36 a 40 anos 17 7,02 De 41 a 45 anos 11 4,55 46 anos ou mais 5 2,07 Não informada 6 2,47 Total 242 100

Sexo N % Masculino 205 84,71 Feminino 37 15,29 Total 242 100

Ano letivo* N % 4º CFO 54 22,31 3º CFO 46 19,01 1º CFO 109 45,04 Curso Habilitação 33 13,64 Total 242 100

Fonte: o autor, 2013

*No ano em que foi realizada a pesquisa não existiam alunos cursando o 2º CFO, por motivos de reestruturação e compressão do curso de formação de oficiais (CFO). O gráfico a seguir demonstra a prevalência de dor encontrada nos Alunos da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, fazendo-se a distinção entre aqueles que se queixam da dor antes ou depois de ingressar na Polícia Militar do Estado de São Paulo.

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Gráfico 1 – Casos relatados de dor nos cadetes da APMBB antes ou depois de ingressar na PMESP de acordo com as regiões indicadas.

Fonte: o autor, 2013

O próximo gráfico demonstra os agentes causadores de dor, todos devidamente indicados pelos alunos. Mais de uma opção era possível de ser marcada. Todas as opções estavam relacionadas aos principais fatores encontrados na literatura. Gráfico 2 – Principais agentes causadores da dor segundo apontado pelos

alunos. Fonte: o autor, 2013

Dor antes de entrar na PMESP

Dor após entrar na PMESP

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Fluxograma 1 – Quantitativo das respostas obtidas no questionário aplicado.

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DISCUSSÃO Para discutirmos os resultados obtidos faz-se necessário entender a diferença entre prevalência e incidência. São conceitos e medidas de frequência de ocorrência da doença. Prevalência mede quantas pessoas estão doentes, incidência mede quantas pessoas tornaram-se doentes. Ambos os conceitos envolvem espaço e tempo – quem está ou quem ficou doente num determinado lugar numa dada época. (PEREIRA; PAES; OKANO, 2000). A análise do Fluxograma 1 nos mostra um cenário preocupante, no qual 132 alunos declararam sentir dor e atribuem a sua atividade policial militar, sendo que 76% deles começaram a sentir a dor dentro de um período de 3 anos, ou seja, período de igual duração do curso de formação de oficiais. Ao analisarmos o gráfico 1 verificamos que o somatório quantitativo dos casos de dor antes de ingressarem na Polícia Militar totaliza 38 queixas, enquanto o somatório quantitativo dos casos de dor depois do ingresso na Polícia Militar totaliza 303 casos. Portanto os casos de incidência superam os de prevalência em 7,97 vezes. Percebe-se também que o total de incidência supera o total de alunos pesquisados em 61 indivíduos, o que explicita que alguns alunos sentem dores em mais de um ponto do corpo. Sendo que os casos de dor são mais frequentemente vivenciados após o ingresso na Polícia Militar do Estado de São Paulo fica evidenciado que esta atividade pode trazer consigo sérios danos à saúde física. O questionário abordou ainda a opinião dos alunos sobre quais são os possíveis elementos causadores de suas sensações de dor. Em 37,19% das repostas o cinto preto, utilizado nas atividades de policiamento ostensivo esteve presente como um dos elementos causadores da dor no público pesquisado. O cinto preto que é preso na região da cintura do policial militar comporta, no mínimo, sua arma de fogo com três carregadores, suas 45 munições de calibre .40 e sua algema. Esse cinto chega a um peso excedente inicial de 1,35Kg, segundo especificações técnicas dos fabricantes Forjas Taurus e Companhia Brasileira de Cartuchos. O colete policial de proteção balística foi o segundo objeto mais apontado como causador da dor nos policiais militares. Esse equipamento varia entre 1,1Kg, no tamanho P para o público feminino, chegando ao peso máximo de 2,6Kg no tamanho GG masculino. (VASCONCELOS, 2007). Diante disso é possível afirmar que o policial militar carrega um peso excessivo durante seu período de trabalho o que pode ocasionar graves problemas a sua saúde, podendo gerar dor e problemas na coluna vertebral. Tal afirmação tem como fundamento teórico uma pesquisa que visou analisar a incidência de escoliose em crianças de 6 a 10 anos ocasionada por excesso de carga nas mochilas que carregavam para a escola. Dos 109 alunos que participaram da pesquisa 86% deles apresentaram alterações escolióticas e quadros de dor. (ARAÚJO, 2012). O problema postural é a terceira maior prevalência de dor. Postura é definida como uma posição mantida com características involuntárias de um organismo em perfeita harmonia e que exige força antigravitacional com a capacidade de passar de um estado de repouso para um estado de movimento (GUIMARÃES; SACCO; JOÃO, 2007). Em uma postura normal a coluna vertebral se apresenta em linha reta, e posições diferentes desta ocasionam escoliose e deformidades vertebrais (ARAÚJO, 2012). Diante do trabalho policial realizado pelos alunos, diversas situações impossibilitam a posição normal da coluna. Dado que o policial embarcado em uma viatura deve estar sempre atento ao seu redor é praticamente nula a possibilidade de permanecer sentado corretamente no banco da viatura com a coluna reta e olhando para frente. Durante a rotina acadêmica os alunos permanecem boa parte de suas 9,2 horas-aula diárias sentados nos bancos escolares, o que pode propiciar uma má postura e consequentes dores.

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Outro importante aspecto observado no gráfico 2 é que 26,82% dos alunos mencionaram que as dores estão diretamente relacionadas a fatores antropométricos e de aptidão física. A antropometria e a aptidão física dos alunos oficiais é classificada como ótima, quando comparada com padrões previamente definidos, no entanto, em decorrência das enorme exigências físicas da profissão é necessário o aprimoramento das capacidades físicas envolvidas e das condições antropométricas, a fim de se minimizar os riscos de lesões ou dores (MANTOVANE, L. et al, 2013). CONCLUSÃO Verifica-se a necessidade de um estudo acerca dos equipamentos policiais e a maneira como são ajustados ao corpo do militar, avaliando principalmente cinto preto utilizado no policiamento ostensivo, verificando possíveis alternativas de fixação do equipamento como coldres de perna e bornais a fim de retirar o excesso de peso da região lombar. No caso do colete a realidade dos equipamentos existentes no mercado esbarra na importância do número de fibras e camadas necessárias para oferecer a proteção balística desejada e a redução dos traumas nos pontos de impacto de projéteis. Contudo existe campo para estudo sobre a ergonomia e usabilidade do colete redimensionando suas medidas, decotes e cavas para proporcionar um colete mais confortável (VASCONCELOS, 2007). Segundo trabalho realizado com policiais militares integrantes das Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (ROCAM) a prática de ginástica laboral 3 vezes por semana, com duração de 20 minutos cada sessão e pelo período de 12 semanas, reduziu significativamente a intensidade da dor em 98% dos policiais, sendo que essa diminuição de intensidade foi de 89,02% (ROSA, et al, 2012). Vemos então a ginástica laboral como alternativa para estabilização ou redução dos quadros de dor dos policiais militares. Sugere-se a criteriosa observação do volume e intensidade de treinamento físico dos alunos. Uma periodização se faz necessária para controle e auxílio na redução das dores. Sugere-se um estudo de coorte para verificar pormenorizada a relação de risco, taxa de incidência e prevalência de lesões e dores no público apresentado no trabalho. REFERÊNCIAS ALMEIDA, I.C.G.B; et al. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Revista Brasileira de Ortopedia, 43(3), 96-102, 2008. ARAUJO, A.G.S. et al. Incidência de escoliose com excesso de carga nas mochilas em crianças de 6 a 10 anos. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, 11(2), 2012. CBC. Munições. Disponível em <http://www.cbc.com.br/municoes-para-pistolas-subcat-1.html>. Acesso em 05 Nov 13. CELICH, K.; GALON, C. Dor Crónica em Idosos e sua Influência nas Actividades da Vida Diária e Convivência Social. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 12 (3), 345-359, 2009. CORLETT, E. N.; MANENICA, I. The effects and measurement of working postures. Applied Ergonomics, 11, 7-16, 1980. GUIMARÃES, M.M.B; SACCO, I.C.N; JOÃO, S.M.A. Caracterização postural da jovem praticante de ginástica olímpica. Revista Brasileira de Fisioterapia, 11(3), 213-219, 2007.

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MANTOVANE, L.; NETO, C.B.; DEJANE, T.C.; PAULO, L.F.L. Análise do perfil antropométrico e das capacidades físicas dos Cadetes do 1º ano do Curso de Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança. Enaf Science, 8(2), 76, 2013. PEDROSO, R. A; CELICH, K.L.S. Dor: quinto sinal vital, um desafio para o cuidar em enfermagem. Revista Texto e Contexto Enfermagem, Florianópolis, 15 (2), 260-6, 2006. PEREIRA, J.C.R; PAES, A.T; OKANO, V. Questões comuns sobre Epidemiologia, Estatística e Informática. Revista do IDPC, 2(7), 12-17, 2000. ROSA, F.A.S.; PAULO, L.F.L; AYALA, C.O. A ginástica laboral como fator de redução de LER/DORT em policiais militares da Ronda Ostensiva com Motocicletas (ROCAM). Revista ENAF Science, 7(1), 186-195, 2012. SANTOS, M.A. Lesões ortopédicas em militares: uma revisão de literatura. Trabalho de Conclusão de Curso: Lato Sensu, Rio de Janeiro, 2009. SOUSA, F.A.E.F. Dor: o quinto sinal vital. Revista Latino Americana em Enfermagem, 10(3), 446-7, 2002. TAURUS. Pistola . 40. Disponível em:<http://www.taurusarmas.com.br/pistola-pt-24-7-pro-tactical-40-taurus-40-16tiros-policia-militar-policia-civil-bombeiro-policia-rodoviaria-federal-magistrados-policia-federal-atiradores-e-colecionadores-prod-7.html>.Aceso em 05 Nov 13. TEODORO, H.C; ROSAS, R.F. Prevalência de lesões musculoesqueléticas no treinamento físico militar do 63º batalhão de infantaria de Tubarão/SC. Universidade do Sul de Santa Catarina: Manual do Curso de Fisioterapia, 2007. VASCONCELOS, I.C. Estudo ergonômico do colete a prova de balas utilizado na atividade policial. Unesp: Dissertação de Mestrado, Bauru, 2007.

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CONSUMO DE PROTEÍNA VISANDO HIPERTROFIA EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO GOMES, N.C.S. 1; DANTAS, D. B. 2

1-CEULM-ULBRA, -2FAMETRO E-MAIL: [email protected] Resumo O objetivo deste trabalho foi reunir resultados de pesquisas a respeito do que parece ser o consumo ideal de proteína voltado para hipertrofia em praticantes de musculação. A busca pelo corpo perfeito, a melhora do condicionamento físico e da saúde tem levado muitas pessoas a busca frequente pela musculação, tendo como um dos principais objetivos o aumento da massa muscular. A proteína, assim como todos os outros macronutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo também deve ser regrada, uma vez que seu consumo excessivo não garante que os músculos cresçam sem parar, mas provavelmente, que este excesso seja armazenado como gordura. Porém, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e com intermédio de uma extensa pesquisa bibliográfica e analise de estudos, considera-se que para hipertrofia a estimativa diária para indivíduos que praticam musculação seja de até 1,8g/kg do peso corporal, acima disso é considerável desnecessário.

Palavras chaves: consumo de proteína, hipertrofia, musculação. Abstract The objective of this work is to bring together research findings regarding the ideal protein intake facing hypertrophy in bodybuilders. The quest for the perfect body, the improvement in fitness and health has led many people often search for bodybuilding, having as a main objective the increase in muscle mass. The protein, as well as all other nutrients necessary for proper functioning of the body must also be ruled since excessive consumption does not guarantee that the muscles grow endlessly, but probably that this excess is stored as fat. However, according to the Brazilian Society of Sports Medicine and through an extensive literature review and analysis of studies, it is considered that for hypertrophy daily estimate for individuals practicing bodybuilding is up to 1.8 g / kg body weight above it is unnecessary considerable. Key words: consumption, protein, hypertrophy, strength. INTRODUÇÃO Sabe-se que além de alguns outros fatores a oferta adequada de proteína por

praticantes de musculação ainda é o fator determinante para o aumento da massa muscular, essa

afirmação já não é algo a ser discutido. Quando entramos em um programa de musculação, e

temos como principal objetivo a hipertrofia, somos de imediato orientados a consumir mais

proteínas do que a já consumida diariamente, isso porque a pratica da musculação leva a

aceleração do metabolismo, logo, gasta-se mais energia do que a habitual. Uma vez que

gastamos mais energia, nosso corpo precisa recuperar todo o conteúdo gasto e ainda necessita

também , de mais combustível para ser utilizado para crescimento tecidual do músculo, e

consequentemente para melhora do desempenho. Sabe-se que existem três elementos chaves

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para potencializar o crescimento da massa muscular, e são eles: uma boa alimentação, contendo

quantidades corretas de nutrientes ao longo do dia, programa de treino para hipertrofia, variando

no volume e intensidade do treino, e um bom descanso, 7h a 8h mínimas por dia.

A combinação de proteínas associada a outros nutrientes favorece não só o

crescimento muscular como a recuperação do músculo solicitado. Não se sabe ao certo quanto

de proteína é necessário para hipertrofia, ainda há varias discussões sobre este assunto, mas o

presente trabalho procura apresentar pesquisas e estudos que resultaram em uma estimativa que

varia da necessidade proteica de cada individuo. Pretende-se através do mesmo, maximizar as

pesquisas e formalizar opiniões, não somente dos profissionais de diversas áreas de interesse,

como também praticantes de musculação sobre o consumo de proteína voltado para hipertrofia, à

quantidade que se estima necessária e o excesso desnecessário.

1-Metabolismo das Proteínas

Entende-se por proteína o alimento chave para desenvolver, reparar e manter o músculo. Por se

tratar de moléculas grandes, elas são quebradas em moléculas menores, formando os chamados

aminoacidos. No organismo, a proteína é continuamente sintetizada e degradada (turnover)

respectivamente por meios de processos anabólicos e catabólicos (COOMES, 1998:

HIRSCHBRUCH et al, 2002). As proteínas são formadas pelos chamados aminoácidos, que são

divididos em essenciais e não essenciais. Os essenciais não podem ser produzidos pelo corpo,

devem ser fornecidos pela alimentação. Os principais aminoácidos para construção do músculo

são: leucina, isoleucina e valina. Já os aminoácidos não essenciais são produzidos pelo

organismo e compreendem o plasma, tecido visceral e músculo.

Normalmente os aminoácidos essenciais tem como função a síntese proteica, através da

desaminação, processo no qual o nitrogênio é retirado. Após esse processo o nitrogênio é

excretado pelos rins na forma de ureia. Todo o restante que sobrou da desaminação é oxidado

para a produção de energia, ou seja, a proteína que excede a necessidade metabólica é

convertida em outras moléculas, incluindo a gordura, ou usada como energia. A relação entre a

ingestão e a eliminação de nitrogênio é chamada de balanço nitrogenado, quando há mais

nitrogênio sendo ingerido que eliminado, temos o balanço nitrogenado positivo (anabolismo),

quando há mais nitrogênio sendo eliminado que ingerido há o balanço nitrogenado negativo (

catabolismo). As células usam apenas a quantidade de aminoácidos necessária ao suprimento

proteico .( GUYTON et al, 2002; WILLIAMS, 2002). Por isso, vale dizer que nosso corpo tem uma

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capacidade limitada de armazenamento de aminoacidos, transformando todo os restante em

outras substancias.

2- Hipertrofia muscular

Não poderíamos dar continuidade ao nosso estudo sem antes fazer um breve resumo do que

seria a hipertrofia muscular, para só então descobrir qual a ligação dela com a proteína. Como

muitos já devem ter ouvido falar, a hipertrofia muscular nada mais é que o aumento da massa

muscular. Em outras palavras: Seu conceito técnico e fisiológico esta ligado ao aumento na

secção transversa do músculo, no aumento do tamanho, no numero de filamentos de actina e

miosina e na adição de sarcômeros dentro das fibras musculares já existentes. (MINAMOTO,

SALVINI, 2001). Para outros autores, esta, também, tem sido apontada como uma das principais

adaptações da musculatura esquelética diante do treinamento de força. (FLECK,

KRAEMER;1997; AAGARD,2004). Ou seja, trata-se do resultado de um treino resistido, de alto

nível de tensão muscular, para que promova a degradação do músculo, através das micro- lesões

. Posteriormente a degradação, ocorre à síntese proteica, esta síntese trata-se da substituição

dos locais degradados por proteínas especificas, os chamados aminoácidos. Essa fase de

adaptação muscular trata-se do processo que resulta no aumento da musculatura.

O processo de degradação e síntese proteica é bem complexo, e para que a hipertrofia muscular ocorra deve-se levar em consideração alguns princípios básicos do treinamento ligados à hipertrofia. Principio da Sobrecarga: esta relacionada à aplicação de uma carga acima dos níveis habituais induzindo a uma serie de adaptações que permitem ao organismo funcionar de forma mais eficiente. Principio da Especificidade: refere-se às adaptações metabólicas e fisiológicas especificas da sobrecarga que foi imposta. Principio da Individualidade Biológica: diz respeito ao fato de que os indivíduos respondem de formas diferentes aos estímulos impostos pelo treinamento e que fatores genéticos influenciam diretamente nestas respostas. Portanto, a hipertrofia muscular, apesar de complexa não fica tão difícil assim de entender, não basta ter um programa de treino para hipertrofia, mas uma serie de fatores, que envolvem não somente os princípios básicos aqui citados, mas também a idade, os hormônios, a genética, dentre eles também o consumo ideal de proteína, que será discutido posteriormente, e o principal que trata-se da qualidade de vida para que se alcance o tão sonhado objetivo. 2- Musculação Sendo a musculação um treino de força com inúmeros objetivos, vamos tratar da hipertrofia, a qual nosso estudo esta voltado. A musculação conhecida como treinamento resistido, ou treinamento de força, se caracteriza como uma atividade altamente anabólica se suprida às necessidades calóricas diárias. O exercício de força é um potente estimulo à ocorrência da hipertrofia, sendo que a ingestão protéico-calórica, contudo, deve obedecer ao balanço calórico e nitrogenado diário, não havendo na literatura evidências de que suplementações desses substratos aumentem o ganho hipertrófico (GARCIA JÚNIOR, 1999) A prescrição do treinamento de força leva em consideração diversos fatores, onde destacamos séries, intensidades, cargas, intervalos, além disso, os exercícios, a velocidade de execução de

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cada um, todos esses pontos são analisados. Contudo a exata manipulação das variáveis anteriormente citadas facilita a obtenção de diversos objetivos com o treinamento de força, direcionando a prescrição para o desenvolvimento da força, hipertrofia, potencia ou resistência muscular com maior ou menor ênfase (SALLES et AL., 2008) A musculação não é o principal tema a ser tratado, mas vale deixar este breve conceito para que nossa pesquisa seja maximizada, uma vez que uma coisa esta ligada a outra, e principalmente uma depende da outra. Não há ganhos de massa muscular sem treinamento de força, nem tão pouco se conseguirá alcançar o objetivo se não ofertar proteína necessária para isso e não descansar o suficiente para que o músculo se desenvolva. 3- Consumo recomendado de proteína para hipertrofia Segundo a Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (CARVALHO et al 2003), a ingestão proteica considerada ótima para pessoas fisicamente ativas está entorno de 1,5 a 1,8 g/kg de peso/dia, o que representa 0,5 a 0,8g de proteína/kg de peso a mais do recomendável para sedentários da mesma faixa etária e representa aproximadamente 88 a 125% dos limites superiores da RDA (1989), sendo o suficiente para atender as necessidades humanas, mesmo em atletas que objetivam a hipertrofia. A RDA (Recommended Daily Allowance) , órgão norte- americano que faz esse tipo de recomendação , o consumo de 1,2 a 1,8g/kg/peso corporal/dia, para atletas de força e resistência aeróbica, sendo possível variar de acordo com a treinabilidade. Figura1 Consumo recomendado por dia segundo a RDA.

Consumo recomendado de proteína por dia

Individuo Peso corporal

Proteinas/kg de peso Proteinas em grama

Normal 80kg 0,65g a 0,83g 52g a 66,4g

Praticante de musculação

980kg 1,2g a 1,8g 96g a 144g

Indivíduos que buscam um treinamento de hipertrofia muscular possuem sua demanda proteica alcançada com o consumo máximo de 1,8g/kg/dia. Sendo essa demanda suprida por uma alimentação balanceada, exceto em situações especiais (CARVALHO, 2003). Braggion (2010, p. 50) afirma que: [...] determinados tipos de atletas podem necessitar de até 2,0g de proteínas por kg de peso corporal por dia. Esse aporte proteico aumentado deve ser suprido ao longo do dia, dividido entre as refeições e composto por alimentos variados, que forneçam proteínas tanto de origem animal quanto vegetal. A musculação, juntamente com um balanço energético positivo e a devida quantidade de proteína na alimentação, pode gerar a hipertrofia muscular. Segundo Braggion (2010, p. 50): “nos seres humanos adultos, pequenos aumento na massa muscular esquelética podem surgir se o exercício de resistência for combinado com o balanço energético positivo e a proteína adequada e suficiente na dieta”. O autor defende muito que a qualidade da proteína também é fator determinante para o ganho de massa muscular. Maesta et al. (2008, p. 219) afirma que: [...] a oferta proteica de 2,5g/kg de peso/dia não traz benefícios adicionais a 1,5g/kg/dia para aumentar o fluxo e a síntese proteica, bem como a positivação do balanço nitrogenado. Adicionalmente, a elevação da oferta proteica (2,5g/kg de peso/dia) proporcionou maior síntese sobre catabolismo, mas não diferenciou quanto ao ganho muscular. Então, não há necessidade

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de se aumentar o consumo protéico de culturistas para quantidades muito superiores a 1,5g/kg de peso/dia [...]. Verificamos que a pesquisa se refere à atleta de fisiculturismo, mas não descarta a hipótese de atender também aos praticantes de musculação, já que os mesmos seguem com objetivos iguais. PROCTOR et al (1991), parecem concordar e consideram que uma dieta composta de 15% a 20% de proteína é suficiente para atletas de força, desde que haja uma ingestão calórica adequada. Segundo LEMON “talvez o fator mais importante a determinar as necessidades de aminoácidos/proteínas seja a ingestão de quantidade adequadas de calorias”. Percebe-se que as pesquisas seguem um mesmo raciocínio, de que ingerir quantidades corretas de todos os nutrientes ao longo do dia vai potencializar o ganho de massa muscular. Em um estudo de CAMPBELL et al (1994), os participantes recebiam 0,8 ou 1,6g/Kg/dia de proteína, os resultados não mostraram diferenças nas medidas da composição corporal nem nos componentes do metabolismo energético durante as 12 semanas de treinamento de força. Outro estudo que se observou a ineficácia do excesso da ingestão proteica foi realizada por LEMON et al (1992) onde foi constatado a influência da elevação da quantidade de proteínas na massa muscular e força. Foi comparado o uso de 2,62g/Kg/dia de proteínas com 1,35g/Kg/dia durante um mês de treinamento intenso. Ao final do experimento, os ganhos de força e massa muscular não diferiram entre os dois grupos. Em um estudo de grande impacto feita por Rennie e Tipton(2000), e outros australianos Bilsborough e Neil Mann(2006), abrem uma questão a ser discutida, de que o consumo exagerado de proteína antes e após o exercício visando hipertrofia, não causa efeito significativo na oxidação tecidual de leucina, sugerindo que não há necessidade de consumir proteína como fonte energética, além do mais, seu consumo pré treino pode resultar na formação de moléculas triacilglicerídeos, a famosa molécula da gordura. Cyrino, Maestá e Burini (2000) realizaram um estudo com o objetivo de verificar possíveis aumentos de força e de massa muscular em atletas de culturismo, associado a dois tipos diferentes de dietas ao treinamento com pesos. Porém, os resultados obtidos neste estudo diferiram dos apresentados pelo estudo citado anteriormente. Pois a ingesta entre 1,5 e 2,5g de proteína/kg de peso corporal/dia, juntamente com treinamento com pesos, contribuiu significativamente para o ganho de força e massa muscular. Para melhor compreensão, a primeira dieta intitulada D1 foi composta por aproximadamente 61 kcal/kg de peso corporal/dia e 1,5 g/kg de peso corporal/dia de proteína. A segunda dieta chamada D2, foi elaborada a partir da dieta D1, recebendo acréscimo de carboidratos juntamente com a suplementação de 1g/kg de peso corporal/dia de aminoácidos, perfazendo 2,5 g de proteína/kg de peso corporal/dia e 80 kcal/kg de peso corporal/dia (CYRINO, MAESTÁ e BURINI, 2000). Passou então a surgir à hipótese de que a associação da proteína com o carboidrato pós-treino potencializaria a resposta do treinamento para quem visa hipertrofia. De acordo com os presentes estudos, observamos grande semelhança entre as respostas, a quantidade de proteína varia muito pouco de um estudo para o outro, mostrando que a recomendação acima de 1,8kg/dia, não trará ganhos adicionais de massa muscular. Porém, a literatura apresentou outra alternativa, tratando da associação da proteína com o carboidrato pós-treino, parece que sua relação contribuiria positivamente para hipertrofia. CONSIDERAÇÕES FINAIS Consideramos que há grande semelhanças entre os resultados de varias pesquisas, e que não há porque não seguir a recomendação da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e a RDA, com 1,8kg/dia de proteína para quem visa hipertrofia. O alto consumo de proteína não favorece o crescimento muscular contínuo, mas pode trazer acúmulo de moléculas de gordura, o

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que de fato ninguém quer. O que se observa é que depois de constatar esses resultados, não contentes, pesquisadores buscaram uma outra alternativa, que seria justamente utilizar a proteína com o carboidrato pós-treino, segundo eles foi possível verificar um pequeno acréscimo no aumento da musculatura, porém, algo não muito significativo. Portanto esperamos que mais pesquisas sobre este tema sejam feitas, para esclarecer duvidas ainda existentes sobre esta associação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BILSBOROUGH, Shane, MANN , Leil International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism, 2006, 16, 129-152© 2006 Human Kinetics, Inc. BRAGGION, G. F. Papel da soja na dieta do atleta e do praticante de exercício físico. Nutrição Profissional, v. 30, p. 48-54, 2010. CARVALHO, T. Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte – Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 9, n. 2, p. 1-13, mar./abr. 2003. CAMPBELL WW, CRIM MC, YOUNG VR, EVANS WJ Increased energy requirements and changes in body composition with resistance training in older adults. Am J Clin Nutr 1994 Aug;60(2):167-75. COOMES, M.W. in DEVLIN, T. M .Manual de Bioquímica com correlações clinicas. São Paulo: Edgar Blucher,1998. CYRINO, E.S.; MAESTÁ, N.; BURINI, R. C. Aumento de força e massa muscular em atletas de culturismo suplementados com proteína. Revista Treinamento Desportivo, v. 5, p. 9-18, 2000. FLECK, STEVEN J. & KRAEMER, WILLIAM J. (1997). Fundamentos do Treinamento de força muscular. Porto Alegre: artmed. GARCIA JUNIOR, J.R.; Aspectos nutricionais na musculação. Nutrição em Pauta, V.37, p. 26-28, 1999. GUYTON, A. C.; HALL, J. E.. Tratado de Fisiologia Medica. 10ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan ,2002. HIRSDHBRUCH, DASKAL, M; CARVALHO, Juliana Ribeiro. Nutrição Esportiva. Uma visão pratica. São Paulo :Manole,2002. LEMON PW Effects of exercise on dietary protein requirements. Int J Sport Nutr 1998 Dec;8(4):426-47. K.,TIPTON, and R.R.WOLFE. Exercise, protein metabolism and muscle growth. Int. J.Sport Nutr. Exerc. Metab.11: 109-132, 2001. MAESTA, N. et al. Efeito da oferta dietética de proteína sobre o ganho muscular, balanço nitrogenado e cinética da 15N-Glicina de atletas em treinamento de musculação. Revista Brasileira de Medina do Esporte, v. 14, n. 3, p. 215-220, maio./jun. 2008. MANN, NEIL, Internacional Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism, 2006,16,129-152 ©2006 Human Kinetics, Inc. MINAMOTO, V.B; SALVINI,T.F. O músculo como órgão de secreção hormonal regulado pelo estimulo mecânico. Revista Brasileira de Fisioterapia, v.5, n.2, p.87-94, 2001. M.J. RENNIE, Control of muscle protein synthesis as a result of contractile activity and amino acid availability: implications for protein requirements. Int. J. Sport Nutr.Exerc.Metab.11:S170-S176, 2001 PROCTOR D.N, LEMON PW Protein intake and athletic performance. Sports Med 1991 Nov;12(5):313-25. SALLES, B.F. et al. Influência de dois e cinco minutos de intervalos entre as séries em exercícios mono e multiarticulares para membros inferiores. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 7, n. 1, p. 35-44, 2008. WILLIAMS, Melvin H.Nutriçao para saude, condicionamento fisico e desempenho esportivo. 5ed. São Paulo :Manole,2002.

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COMPARAÇÃO ENTRE O PROTOCOLO DE TESTE INDIRETO DE 1.000 METROS APLICADO EM CAMPO E EM ESTEIRA

LUIZ, L. N.1

TEODORO, L. F.1

SILVEIRA, F. J. 2 SILVEIRA, F.2 1- UNIVÁS – Universidade do Vale do Sapucaí - Pouso Alegre, Minas Gerais - Brasil 2- USF – Universidade São Francisco – Itatiba, São Paulo - Brasil [email protected] RESUMO Os exercícios físicos são atividades estruturadas com a finalidade específica de melhorar a saúde e a performance de um indivíduo ou grupo. Este trabalho teve como objetivo comparar os resultados do VO2max e o tempo final de execução entre os protocolos do teste indireto de 1000 metros em pista (protocolo original) com sua adaptação em esteira elétrica horizontal. Para tanto, foram avaliados 16 adolescentes do sexo masculino com idades entre 12 e 16 anos (M=13,6; DP=1,25), praticantes regulares de exercícios físicos de uma cidade do interior de Minas Gerais. Estes indivíduos foram divididos em dois grupos, sendo Grupo 1 (N=8) formado por indivíduos com experiência em correr e caminhar em esteira elétrica e Grupo 2 (N=8) por sujeitos sem experiência. As análises foram realizadas por meio de estatísticas descritivas, utilizando médias (M), desvios padrão (DP) e, visando diferenciação entre os grupos, utilizou-se o Teste t de Student, sempre adotando nível de significância de p<0,05. No que tange à comparação das médias de VO2max entre os testes de Pista e de esteira, assim como comparação das médias do tempo de execução dos testes, em ambos os grupos, pode-se observar que não houve diferenças estatisticamente significativas Em relação à comparação das médias do VO2máx entre os grupos com e sem experiência em atividades em esteira elétrica, encontrou-se diferença estatisticamente significativas no teste adaptado para a esteira, entretanto a comparação do tempo final de execução entre os grupos para os diferentes testes não apresentou diferença significativa. Desse modo, diante dos resultados encontrados, acredita-se que o protocolo de Teste de 1.000 metros aplicado em seu formato original pode ser adaptado para esteira rolante horizontal. Palavras-chave: Teste de Esforço, Avaliação Cardiorespiratória, VO2 máx. ABSTRACT The physical exercises are structured with the specific purpose of improving health and performance in an individual or group. This study aimed to compare the results between VO2max and the final runtime of the indirect test of 1000 meters protocol applied in its original protocol on track with their adjustment horizontal treadmill protocol. For that purpose, a sample of 16 brazilians male adolescents who regularly practicing physical activities, aged between 12 and 16 years (M=13.6, SD= 1.25), were evaluated. These individuals were divided into two groups: Group 1 (N=8) consisted of individuals with experience in running and walking on treadmill, and Group 2 (N=8) composed with individuals without previous experience. The analisys were conducted by descriptive statistics, using means (M), standard deviation (SD), and in order to differentiate the

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groups, the Student´s t test was applied, considering the significance level of p < 0.05. Concerning the comparison of the average VO2max between tests of Track and mat as well, and about the comparison of the mean execution time of the tests, in both groups, it was not observed statistically significant differences. Concerning the comparisons on the VO2max between groups with and without experience in treadmill activities, the results showed a statistically significant difference on the treadmill adapted test, but the comparison of the final runtime between groups, in both tests, were not statistically difference. Thus, with these results, it is believed that the Protocol Test 1,000 meters applied in its original format can be adapted for horizontal treadmill. Keywords: Exercise Testing, Cardiopulmonary Assessment, VO2 max. 1- INTRODUÇÃO Entende-se por atividade física qualquer movimento corporal que eleve o gasto calórico acima do basal. Pode-se partir do princípio de movimentos involuntários como o piscar dos olhos e contrações cardíacas, a movimentos voluntários pré-determinados e planejados, como uma corrida ou chutes em modalidades específicas. Os exercícios físicos são atividades físicas estruturadas com objetivo específico de melhorar a saúde e a aptidão física (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2007). A fisiologia do exercício, acrescentada aos estudos da anatomia e da fisiologia humana, verificam a resposta do organismo frente a estímulos de um exercício físico ou modalidade esportiva. Estudos analisam os efeitos da atividade sobre o corpo humano, que passa por ajustes fisiológicos, sendo agudas e crônicas. Para desenvolver métodos que preveem o desempenho, deem parâmetros para prescrição de treinamento ou identifiquem o possível potencial em atletas, estudos laboratoriais e de campo vem sendo desenvolvidos com o intuito de investigar parâmetros cardiovasculares dos atletas e indivíduos praticantes de atividade física em geral. Dentre esses parâmetros, investiga-se com grande ênfase o VO2máx. Este pode ser descrito como a capacidade em que o organismo de um indivíduo consegue captar, fixar, transportar e utilizar o oxigênio para a produção de energia em sua forma máxima quando necessário em esforços aeróbios (COSTILL; WILMORE, 2001). A utilização do VO2máx é fator importante para medição do nível de aptidão física do ser humano, sendo relacionada ao seu rendimento e produtividade para realizar exercícios de média e longa duração, dependendo predominantemente do metabolismo aeróbio, podendo avaliar risco cardiovascular, capacidade funcional, rendimento esportivo e posteriormente uma prescrição mais exata de exercícios (NUNES et al. 2003). Muitos protocolos e métodos para avaliar a capacidade pulmonar foram desenvolvidos, porém os mais encontrados na literatura são os chamados testes indiretos (campo), por apresentarem maior facilidade na aplicação, grande confiabilidade nos valores encontrados e por serem aplicados de forma coletiva, otimizando o tempo de aplicação. Estes protocolos são encontrados em medidas máximas e submáximas, podem ser realizados em locais de fácil acesso e como fatores relevantes para a escolha destes protocolos têm-se o baixo custo e o fato de ser um teste não invasivo (BATISTA, 2010). Em população adulta, quando constatado um elevado nível de aptidão física há diminuição dos riscos de mortalidade e morbidade devido a doenças cardiovasculares (BLAIR et al. 1989; KATZMARZYK; CHURCH; BLAIR, 2004) e no caso de crianças e adolescentes, esses marcadores tendem a diminuir os fatores de risco (hipertensão, obesidade, resistência a insulina, entre outros) consideradas aspectos importantes da saúde publica. (EISENMANN et. al. 2007; TURLEY; WILMORE 1997 apud RODRIGUES et al 2007). A teoria da predição do VO2máx em um teste indireto esta ligada a suposta relação entre a intensidade do trabalho muscular e as respostas fisiológicas do organismo frente ao exercício

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progressivo e máximo, ocasionando oscilações na frequência cardíaca e no VO2máx, estabelecendo, portanto que, de acordo com estas variações o indivíduo está consumindo mais ou menos oxigênio. (GUEDES; GUEDES, 2006). Os valores de VO2 são expressos de duas formas: em valores relativos ao peso corporal (ml.kg.-1 min-1) ou em valores absolutos (L.min-1 ou ml.min-1). A análise destes valores na forma relativa expressa melhor o parâmetro para comparar indivíduos com diferenças fisiológicas, principalmente permite comparar indivíduos de diferentes biótipos, principalmente em atividades que apresentam necessidade maior para sustentar o peso corporal, como em corridas, por exemplo ( SILVA et al 1997). Para os profissionais de educação física que trabalham com preparação física de atletas ou com indivíduos que buscam melhora em seu condicionamento físico, faz-se necessário o estudo desses valores encontrados na literatura, para que possam entender e aplicar de forma direta o princípio da individualidade, respeitando o desenvolvimento de cada praticante, mesmo que a atividade seja aplicada em equipes ou grupos. Para crianças e adolescentes Os valores de referencia e são escassos, havendo poucos parâmetros de correlação entre VO2máx, diminuição dos riscos cardiovasculares e parâmetros referenciais de performance (RODRIGUES et al. 2006). Faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas relacionadas a essa temática. 2 - OBJETIVOS Comparar o resultado do Protocolo do Teste indireto de VO2max de 1000 metros aplicado em campo e em esteira elétrica horizontal por meio da análise do parâmetro cardiorrespiratório VO2máx e tempo final de teste, verificando, assim, a aplicabilidade do teste em ambientes distintos (pista e esteira) e comparar o desempenho de indivíduos com pré-conhecimento em atividades em esteira com não conhecedores. 3 - METODOLOGIA 3.1 - Amostra Para realização deste estudo participaram 16 (dezesseis) adolescentes do gênero masculino, com idade compreendida entre 12 e 16 (M=13,6; DP 1,25) anos, estatura média de 160,63 cm (DP 10,87cm), 51,92 Kg (DP 13,90kg) de massa corpórea e 14,09% (DP 3,78%) de gordura corporal sendo 8 com experiência e 8 sem experiência prévia em atividades em esteira elétrica, fisicamente ativos de uma cidade do interior de Minas Gerais. 3.2 - Instrumentos Todos os voluntários responderam um questionário avaliativo de prontidão física para realização de atividade física, o PAR-Q (Physical Activity Readiness Questionarie). Esta anamnese avalia possíveis restrições à prática do exercício físico, contendo questões sobre problemas cardíacos, lesões de natureza musculoesquelética e consumo de medicamentos (ACSM, 2007). Para mensurar o VO2max utilizou-se o protocolo de 1.000 metros descrito por Filho (1999), sendo que o avaliado deve percorrer em menor tempo possível a distancia de 1.000 (um mil) metros, podendo, durante o percurso, caminhar se necessário, não sendo permitido parar para retomar o fôlego. Ao final o avaliado deve caminhar progressivamente por 5 minutos, até parar, finalizando assim o teste. O protocolo de 1.000 metros original em pista foi estudado e adaptado para que fosse possível reproduzi-lo em esteira elétrica plana. 3.3 - Procedimentos A caracterização antropométrica foi coletada no Laboratório de Aptidão Física e Performance Humana (LAFIPE) da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVAS). Foram coletados dados da massa corporal (Kg) em balança Toledo®, estatura (cm) e dobras cutâneas (mm) com estadiômetro e plicômetro da marca Sanny®. Para estimativa do percentual de gordura corporal (%G) adotou-se o Protocolo de Faulkner (1968), mensurando as dobras cutâneas Tríciptal (Tr),

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Subescapular (Sb), Abdominal (Ab) e Suprailíaca (Si). O teste indireto de capacidade aeróbia máxima de 1.000 metros foi realizado em dias diferentes com intervalo mínimo de 48 horas. Eles foram realizados na pista de atletismo e esteira elétrica (marca MOVEMENT® modelo LX 140), cronometrados por cronometro Dlk Sports (Wt038 digital®), na unidade Fátima da UNIVÁS, no período matutino. Os voluntários não praticaram nenhum tipo de exercício físico no dia do teste. No primeiro dia foi realizado o teste de 1.000 metros em pista, os voluntários foram posicionados no ponto de partida e ao sinal sonoro iniciaram o teste, individualmente. Após o cumprimento da distancia estabelecida o cronometro foi parado. No segundo dia aplicou-se o teste de 1.000 em esteira ergométrica elétrica e plana. Para avaliar possíveis diferenças, os indivíduos foram divididos em dois grupos: Grupo 1 “Com experiência” em caminhar e correr na esteira e Grupo 2 “Sem experiência” e a velocidade da esteira foi controlada pelo voluntário. Quando o marcador da esteira atingia os 1000 metros o cronometro era parado. 4 - RESULTADOS Para análise estatística foram utilizados as médias (M), desvio padrão (DP), o Teste t de Student para calcular possíveis diferenças entre os grupos, sempre adotando-se nível de significância de p<0,05. Para tais funções foi utilizado o programa estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão 20 para Windows. A tabela 1 apresenta as comparações das médias de VO2max entre os testes de Pista e de esteira, seguida da comparação das médias do tempo de execução dos testes. Como pode ser observado não houve diferenças estatisticamente significativas entre os valores encontrados nos diferentes testes. O oposto era esperado, visto que alguns dos participantes nunca executaram nenhuma atividade em esteira rolante.

Média Desvio padrão t

VO2 Pista 56,98 5,46 41,742

VO2 Esteira 45,66 8,41 21,708

Tempo Final Esteira 5,53 0,89 24,751

Tempo Final Pista 4,22 0,64 26,197

N = 16 p < 0,001 Tabela 1 – Comparação do Volume de oxigênio e tempo final apresentado pela amostra completa. Quando as médias do VO2máx foram comparadas entre os grupos com e sem experiência em esteira rolante, encontrou-se diferença estatisticamente significativas no teste adaptado para a esteira como era esperado os participantes com experiência prévia apresentaram melhor volume de oxigênio, porém o tempo final de execução para os testes não apresentou diferença significativa. Quando analisado os valores do VO2máx e do tempo final de execução dos testes em pista, não foram encontrados valores estatisticamente significativos. Isto pode ser melhor

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visualizado na tabela 2.

Experiência

em Esteira

N Média Desvio

padrão

F p

VO2 Esteira Sim 8 49,62 4,51 7,393 0,017*

Não 8 41,70 9,77

VO2 Pista Sim 8 56,73 6,33 1,185 0,295

Não 8 57,22 4,85

Tempo Final Esteira Sim 8 5,30 0,75 1,679 0,216

Não 8 5,76 1,01

Tempo Final Pista Sim 8 4,11 0,62 0,098 0,759

Não 8 4,33 0,69

*p < 0,05

Tabela 2 – Comparação da amostra divida em grupos. 5 - DISCUSSÃO O objetivo principal desta pesquisa foi verificar se um teste indireto para analisar o volume máximo de oxigênio de pista poderia ser reproduzido, em seu protocolo original, em esteira elétrica horizontal. O resultado mostrou que não há diferença estatisticamente significativa, entre o tempo final na execução do teste de esteira e de pista, assim como alteração no volume máximo de oxigênio quando a amostra não foi dividida entre experientes e não experientes. Os resultados encontrados neste trabalho opõe-se ao de Lopes e Porcaro (2007), que realizaram um estudo com o objetivo de comparar os resultados de VO2máx obtidos utilizando a ergoespirometria na esteira e no cicloergômetro com 15 universitários. Os resultados apontaram que existe diferença significativa (p < 0,05) nos resultados de VO2máx entre os ergômetros avaliados apontando diferença maior na esteira. Este estudo também se opõe ao de Moreira e Oliveira (2009) que realizaram uma pesquisa com o objetivo comparar duas metodologias para predição de VO2máx. em banco, utilizando o teste original e o modificado com uso de frequêncimetro. Este estudo apontou diferença estatisticamente significativa na relação do VO2máx entre o sexo feminino e masculino. Porem quando comparados o VO2máx entre os sexos, tanto no protocolo original quanto no modificado, os resultados não mostraram diferença estatisticamente significativa (p > 0,05). Lorenzi (2006) realizou pesquisa com 46 crianças e adolescentes com o objetivo de compreender as relações que os testes de corrida/caminhada de 6 e de 9 minutos estabelecem com o VO2máx. Pode-se observar que a relação no teste de 6 minutos e os índices de VO2máx encontrado na amostra sugerem que o teste analisado não exerce poder significativo de predição (p >0,05) sobre o VO2máx (kg-1), explicando a variação do comportamento do VO2máx em apenas 6,1%, indo ao encontro dos resultados deste trabalho, que também não apresentou diferenças estatisticamente significativas no Volume Máximo de Oxigênio. Quando a amostra foi dividida por grupos, o VO2max no protocolo de esteira mostrou diferença estatisticamente significativa. O mesmo foi encontrado por O estudo de Muradas e Mattose Quoos (2010) também apresentou valores mais elevados no teste de pista em 10,6%, sendo justificado pela inexperiência de alguns na esteira ergométrica. CONCLUSÃO Após análise dos resultados pode-se concluir que o protocolo de 1000 metros original em pista, ao ser adaptado para esteira rolante, da forma como desenvolvido neste trabalho, pode ser reproduzido, pois não obteve resultados diferentes aos encontrados nos demais estudos. Porém,

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para que haja êxito em seus resultados, os participantes ou indivíduos que serão avaliados deverão ter conhecimento prévio e já ter praticado atividades físicas em esteiras rolantes. Aconselha-se que novos estudos com a mesma finalidade e com amostras diferentes sejam realizados a fim de confrontar os resultados encontrados neste estudo. REFERÊNCIAS AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.). BATISTA, M.B. Aptidão cardiorrespiratória estimada por diferentes testes de campo em adolescentes. Dissertação (Mestrado), Londrina, 2010. BLAIR, S.N, KOHL, H.W, PAFFENBARGER Jr, R.S, CLARK, D.G, COOPER, K.H, GIBBONS, L.W. Physical fitness and all-cause mortality. A prospective study of healthy men and women. JAMA, v.262, p.2395-401, 1989. Disponível em: < http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=379243>. Acesso em: 12 Out. 2013. COSTILL D. L.; WILLMORE J. H. Fisiologia do exercício e do esporte. 2ª ed, São Paulo: Manole, 2001. EISENMANN, J.C, WELK, G.J, IHMELS, M, DOLLMAN, J. Fatness, fitness, and cardiovascular disease risk factors in children and adolescents. Medicine and Science in Sports. v.39, p.1251-1256, 2007. FILHO, J.F. A prática a avaliação física. Rio de Janeiro: Shape, 1999. GUEDES, D.P, GUEDES, J.E.R.P. Manual prático para avaliação em educação Física. São Paulo: Manole, 2006. HILL, A. LUPTON H. Muscular exercise, lactic acid, and the supply and utilization of oxygen. Q J Med 16: 135-171 - 1923 KATZMARZYK, P.T, CHURCH, T.S, BLAIR, S.N. Cardiorespiratory fitness attenuates the effects of the metabolic syndrome on all-cause and cardiovascular disease mortality in men. Archives of Internal Medicine. v.164, p. 1092-1097. 2004. LORENZI, T. D. C.; Testes de corrida/caminhada de 6 e 9 minutos: validação e determinantes metabólicos em crianças e adolescentes. Dissertação (Mestrado) Escola de educação física no programa de pós-graduação em ciência do movimento humano. Universidade federal do rio grande do sul, Porto Alegre, 2006. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/25517/000753812.pdf?sequence=1>. Acesso em: 2 Nov. 2013. LOPES, M.C.A; PORCARO, C. A. Comparação do consumo máximo de oxigênio de universitários pela ergoespirometria na esteira e no cicloergômetro. Movimentum. Revista Digital de Educação Física. Ipatinga. v.2, n.1. Fev./jul. 2007.

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MURADAS, R; MATTOS, K: QUOOS, C. Capacidade cardiorrespiratória em indivíduos adultos: correlação existente entre teste de caminhada em esteira ergométrica e pista. 3ª Jornada interdisciplinar em saúde. Santa Maria, RS, 8 a 11 de junho, 2010. MOREIRA, L. D. P; OLIVEIRA, M. B. Avaliação do consumo máximo de oxigênio em acadêmicos da universidade do vale do Sapucaí utilizando duas metodologias do protocolo de banco proposto por Katch; Mcardle (1984). Rev. Enaf Science. v.4, n.2, p.81-84 , out. 2009. Disponível em: < http://www.enaf.com.br/novosite/revista_cientifica/revista_congresso_cientifico_2009_02.pdf>. Acesso em: 2 Nov. 2013. NUNES, R.A.M.; MACHADO.A.F.; FERNANDES FILHO. J. Correlação entre VO2 máx indireto predito e o direto. Rev. Brasileira Medicina do Esporte. v.9, 1:S46. 2003. RODRIGUES, N.A, PEREZ, A.J, CARLETTI, L, BISSOLI, N.S, ABREU, G.R. Aptidão cardiorrespiratória e associações com fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro. v.83, p.429-435, 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/jped/v83n5/v83n5a06.pdf>. Acesso em: 25 set. 2013. SILVA, P.R.S.; ROMANO, A.; YAZBEK, Jr. P.; CORDEIRO, J.R.;BATTISTELLA, L.R. Ergoespirometria computadorizada ou calorimetria indireta: um método não invasivo de crescente valorização na avaliação cardiorrespiratória ao exercício. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v.4. p.147-158. 1997. Disponível em: <> Acesso em: TURLEY, K.R.,WILMORE, J.H. Cardiovascular responses to treadmill and cycle ergometer exercise in children and adults. Journal of Applied Physiology. Texas. v.83, p.948-957 1997. Disponível em:< http://jap.physiology.org/content/83/3/948.long#sec-1 > Acesso em: 18 set. 2013.

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A PARTICIPAÇÃO DE ATLETAS RORAIMENSES EM COMPETIÇÕES PARADESPORTIVAS REGIONAIS

OLIVEIRA, A. A. S.1 1- Instituto Federal / Campus Boa Vista – Roraima – Brasil famí[email protected] SILVA, L. L. 2

2- Instituto Federal / Campus Boa Vista – Roraima - Brasil Resumo: O presente artigo refere-se ao levantamento histórico da participação de atletas do estado de Roraima em competições paradesportivas regionais (região Norte do Brasil) e os resultados alcançados. O movimento paradesportivo tem tido um crescimento significativo levando o Brasil a se tornar uma potência paralímpica, trazendo muitos benefícios às pessoas com deficiência. Objetivando fazer um apanhado histórico sobre a participação de atletas roraimenses em competições paradesportivas regionais, realizou-se uma pesquisa metodológica de cunho quali-quantitativo, a caracterização da pesquisa foi feita através da pesquisa exploratória, adotando a pesquisa bibliográfica, além de entrevistas para o detalhamento dos procedimentos técnicos, feitas de forma padronizada ou estruturada. Observou-se que os resultados obtidos foram muito expressivos levando o estado de Roraima a ser campeão geral nos jogos de 2001, além de ser campeão em modalidades paradesportivas e de permitir que vários atletas conseguissem índices para a disputa de campeonatos brasileiros. Palavras-chave: Paradesporto; História; Roraima. Abstract: This paper presents reflections on the teaching of mathematics in the context of Inclusive Education . Studies that deal with attention to people with special needs have advanced in recent years , bringing a better understanding of the forms of inclusion in school . In order to check how it has been teaching math considering the inclusion , it was implemented in this study. We conducted a field survey , a qualitative one , with the participation of eleven (11 ) teachers working in primary schools in Boa Vista / RR . The participants answered a questionnaire aiming to identify pedagogical training for teachers who work in classes with students who have cerebral palsy , specifically in Basic Education schools in Boa Vista / RR . Based on the responses , it was noted that continuing education is of paramount importance that teachers act with greater efficiency in the teaching of mathematics in the context of inclusive education . Keywords: Teacher Training ; Students with special needs ; school inclusion

1 Acadêmico do Curso de Licenciatura em Educação Física no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Roraima.

2 Orientadora – Profª. de Ensino Básico Técnico e Tecnológico, nível superior dos cursos de Educação Física, Turismo e Gestão

Hospitalar . Discente no mestrado Profissional em Ensino de Ciências Exatas - Centro Universitário Univates, de Lajeado/RS. E-mail: [email protected]

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INTRODUÇÃO É notório, nos dias de hoje, a preocupação com o acesso das pessoas com deficiência ao

pleno exercício da Educação, em todos os seus segmentos. A Educação Inclusiva e seus

desdobramentos é tema de debate, tanto no âmbito do poder público, como no âmbito do poder

privado, no Brasil e no mundo. Atualmente vários temas na área da educação inclusiva têm sido

abordados, problemas têm sido levantados e as suas soluções igualmente buscadas, tendo como

resultado a colheita de frutos para as Pessoas com Deficiência, através destas mobilizações.

A Organização das Nações Unidas (ONU), na Declaração Universal dos Direitos Humanos

(1948), garante a todas as pessoas o direito à educação. Já no Brasil, ainda que já existissem

instituições voltadas para inclusão da pessoa com deficiência, só com a Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional em 1961 (LDB 4.024/61), pode ser garantido o direito a educação a

crianças com deficiência no âmbito escolar do ensino regular.

As pessoas com deficiência têm buscado novos caminhos para a melhoria da sua

autoestima. Um desses caminhos são as práticas de modalidades paradesportivas, que tem

crescido em seu número de adeptos e, desta forma, os seus praticantes acabam superando

limites e rompendo barreiras, chegando inclusive a serem atletas de alto rendimento.

De acordo com Costa (2001, p. 73):

Entende-se por atividade física e/ou esportiva adaptada toda e qualquer atividade que, levando-

se em consideração as limitações físico-motoras, sensoriais e mentais impostas pelas respectivas

deficiências, apresenta adaptações e/ou modificações nas regras, materiais ou no campo de jogo,

proporcionando às pessoas portadoras de deficiência melhores condições para a sua efetiva

participação nas diversas modalidades esportivas, recreativas e facilitando o desenvolvimento de

todas as suas potencialidades residuais.

Os benefícios são incalculáveis quanto a toda expansão do Paradesporto nos dias atuais.

Desde o aumento da autoestima; a inclusão social; os ganhos na saúde física, emocional e

psicológica; as possibilidades que se abrem às pessoas com deficiência, levando muitas a

encontrarem forças e um propósito para continuarem vivendo.

Com o notável crescimento do Paradesporto, não só no Brasil, mas em todo o mundo,

faz-se necessário a documentação histórica deste fenômeno para que as gerações futuras

possam saber como começou o Paradesporto, todo o seu processo evolutivo, todos os seus

campos de pesquisa, dentre outros.

Os avanços alcançados no Paradesporto, e até mesmo na questão da inclusão, só foi

possível, graças a toda documentação histórica existente sobre o tema, feita ao longo de todos

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esses anos, permitindo assim o acesso aos seus conteúdos para que o mesmo continue sendo

trabalhado e desenvolvido ao longo dos próximos anos.

A composição deste artigo refere-se ao levantamento histórico sobre participação de

atletas roraimenses em competições paradesportivas regionais, os procedimentos metodológicos

utilizados para realização da pesquisa de campo e em seguida apresenta-se o resultado obtido.

OBJETIVOS Objetivamos fazer um apanhado histórico sobre a participação de atletas roraimenses em

competições paradesportivas regionais, para que tenhamos, em nosso contexto local, dados

devidamente documentados e organizados cronologicamente para que estes sirvam de base para

futuros trabalhos que porventura possam vir a existir.

METODOLOGIA Para que o objetivo desta pesquisa fosse alcançado, alguns procedimentos metodológicos

foram realizados. A abordagem utilizada foi a quali-quantitativa, que, “em algumas pesquisas, um

delineamento integrado que puder combinar dados qualitativos e quantitativos numa mesma

investigação pode ser positivo, uma vez que as duas abordagens possuem aspectos fortes e

fracos que se complementam” (CHEMIN, 2010, p.56).

A caracterização da pesquisa foi feita através da pesquisa exploratória, adotando a

pesquisa bibliográfica como um dos procedimentos técnicos utilizados, pois segundo Chemin

(2010, p. 59), “este tipo de pesquisa perpassa todos os momentos do trabalho acadêmico e é

utilizado em todas as pesquisas”. Ela é desenvolvida especialmente com base em compilação

dos seguintes materiais: livros, publicações periódicas (livros e jornais), anais de encontros

científicos, monografias, teses, apostilas, materiais encontrados em meios eletrônicos / digitais e

etc. Também foi utilizada, nos procedimentos técnicos, a Pesquisa Documental, e a pesquisa de

campo junto às Secretarias de Educação – Municipal e Estadual; Viva Comunidade – Centro de

Educação Especial; Centro de Equoterapia; Veículos de Comunicação; As Associações

Paradesportivas do Município de Boa Vista; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

de Roraima – IFRR; Professores e Técnicos diretamente envolvidos na implantação e

desenvolvimento do Paradesporto em Boa Vista, Roraima.

RESULTADOS O Paradesporto em Boa Vista-RR teve início no ano de 1995 com a implantação do

Programa de Assistência Técnica em Educação Física Especial - PATEFE, que tinha como

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objetivo dar assistência aos professores de educação física que atuavam em escolas públicas

com alunos com Necessidades Especiais.

Com o programa implantado, Roraima recebeu um convite para participar da “6ª Edição do

Revezamento Aquático 25 Horas Nadando”, que foi realizado em Brasília, ainda no ano de 1995.

Roraima foi o grande campeão do evento e, com isso, passou-se a vislumbrar a possibilidade de

ampliar o objetivo do PATEFE, que era de assistência aos professores de Educação Física que

tinham alunos com deficiência em suas escolas, para a atuação no Paradesporto, não apenas

com alunos, mas também, com qualquer pessoa com deficiência que quisesse participar do

programa.

Começa então a história do Paradesporto em Boa Vista-RR, muitos eventos foram

realizados desde 1995 no qual os atletas roraimenses se fizeram presentes, eventos de nível

estadual, regional, nacional e internacional, mas para esse artigo iremos abordar sobre a

participação em eventos regionais.

Para uma melhor visualização e compreensão da participação de atletas do estado de Roraima

em competições Paradesportivas regionais, elaboramos um quadro contendo o nome do evento,

as modalidades que os atletas roraimenses participaram, o estado que sediou o evento, data,

delegações que participaram do evento (participantes), resultados da delegação de Roraima e a

fonte dos dados informados no quadro.

Evento Modalidades Local Data Participante

s

Resultados Fonte

I Campeonato Regional Norte Paradesportivo.

Natação Porto Velho-RO.

17 a 21 de Setembro de 1997.

Vários estados e Roraima participou com 6 atletas

4º lugar no Geral: 10 medalhas de ouro, 2 de prata e 1 de bronze.

Jornal Brasil Norte de 25 de Setembro de 1997.

II Campeonato Regional Norte Paradesportivo.

Natação; Basquete; Tênis de Mesa; Atletismo e Halterofilismo.

Porto Velho-RO.

7 a 10 de Junho de 2000.

Roraima, Rondônia, Amazonas e Pará.

2º lugar no Geral: 13 medalhas de ouro, 1 de prata e 1 de bronze. Neste evento 3 atletas conseguiram índice para o Campeonat

Jornal Brasil Norte de 13 de Junho de 2000.

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o Brasileiro.

III Jogos Paradesportivos da Região Norte.

Atletismo; Tênis de Mesa; Natação e Halterofilismo.

Boa Vista -RR.

14 a 17 de Junho de 2001.

Roraima, Rondônia, Amazonas e Pará.

Campeão Geral do evento: 26 medalhas de ouro, 13 de prata e 5 de bronze.

Arquivos Pessoais da Prof. Luciana Leandro Silva.

IV Jogos Paradesportivos da Região Norte.

Atletismo; Tênis de Mesa; Natação e Halterofilismo.

Manaus –AM

19 a 23 de Junho de 2002.

Roraima, Rondônia, Amazonas e Pará.

Conquistou 27 medalhas de ouro, 10 de prata e 1 de bronze. Classificou ainda 10 atletas para a disputa do brasileiro.

Jornal Brasil Norte de 24 de Junho de 2002.

IX Jogos Regionais Paradesportivos da Região Norte.

Atletismo; Tênis de Mesa; Natação, e Halterofilismo. A Bocha Adaptado participou em caráter experimental.

Manaus – AM.

3 a 7 de Março 2004.

Roraima, Rondônia, Amazonas e Pará.

Campeão na modalidade de Natação e 3ª colocada no Geral. Duas atletas de Roraima obtiveram a sua classificação funcional na Bocha Adaptado

Revista Toque a Toque, Nº 64 de Janeiro / Março de 2004 – P. 16 e 17.

X Jogos Regionais Paradesportivos da Região Norte.

Atletismo; Tênis de Mesa; Natação, e Halterofilismo.

Manaus –AM

Ano de 2005.

Roraima, Rondônia, Amazonas e Pará.

Arquivos pessoais do Prof. Nadson Castro.

I Torneio Regional de Bocha Adaptado.

Bocha Adaptado.

Escola Estadual Monteiro Lobato em Boa Vista-RR.

Ano de 2006.

Roraima. Paralelo ao torneio ocorreu um curso de arbitragem de Bocha Adaptado ministrado por

Arquivos pessoais da Prof. Luciana Leandro.

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profissionais da Associação Nacional de Desportos Para Deficientes. O evento serviu também para a classificação funcional dos atletas que competiram.

Fonte: elaborado pelos autores.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Podemos observar, pelos resultados, que o estado de Roraima teve uma participação bem

expressiva e relevante nos torneios regionais em que participou. Além de ter obtido boas

classificações gerais nos torneios, inclusive sendo campeão no ano de 2001, também conseguiu

ser campeão em modalidades paradesportivas e levou vários atletas a obterem índices para a

disputa de campeonatos brasileiros.

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Gráfico

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20

12

de

cam

pe

on

ato

re

aliz

ado

s

Anos

Campeonatos paradesportivos - Regional NorteDiferentes Modalidades

Observamos que de 1995 a 1996, Roraima não participou de nenhum evento

Paradesportivo a nível regional. Porém, em 1997, teve a sua primeira participação em eventos

deste porte. Novamente, de 1998 a 1999, Roraima ficou sem participar de eventos regionais. Já a

partir de 2000, podemos observar que se deu o ápice da participação do estado, indo até o ano

de 2006, com um intervalo em 2003, quando não competiu no torneio regional daquele ano. A

partir de 2007, infelizmente, observa-se um declínio total na participação do estado de Roraima

em competições regionais.

CONCLUSÕES É notório que vivemos um momento especial no que diz respeito ao valor e à inclusão da

pessoa com deficiência no convívio social em suas múltiplas faces. O Paradesporto é uma das

ferramentas que tem, e pode continuar tendo, uma contribuição significativa quanto a todo esse

processo. Um fato relevante, quanto a isso, é o fato do Brasil hoje ser uma potência Paralímpica,

haja visto o último resultado obtido nas Paralimpíadas de Londres quando o Brasil terminou a

competição em 7º lugar. Ou seja, o que o Movimento Olímpico não conseguiu alcançar em mais

de cem anos, o Movimento Paralímpico conseguiu em vinte anos.

Pesquisando sobre o Paradesporto em Boa Vista-RR podemos observar fenômeno similar.

Várias pessoas com deficiência, que não tinham acesso a trabalho, estudo, lazer, esporte, enfim,

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que estavam excluídas, à margem da sociedade, foram alcançadas com a implantação e

expansão do Paradesporto em Boa Vista, Roraima. Tiveram suas vidas transformadas e uma

nova perspectiva se abriu fazendo com que, não só as pessoas com deficiência, mas também,

seus familiares, profissionais envolvidos no processo e a sociedade em geral se sensibilizassem

quanto à necessidade de inclusão e de gerar possibilidades a essas pessoas.

Os objetivos principais de inclusão foram alcançados, oportunizando emprego, estudo,

qualidade de vida, acessibilidade, visibilidade, inclusão e a prática do Paradesporto, levando os

atletas a competirem em alto nível. Durante praticamente uma década, de 1995 a 2006, o

Movimento do Paradesporto em Boa Vista-RR trouxe resultados significativos a nível regional,

com vários atletas sendo campeões e alcançando índices para as principais competições no

Brasil.

Espera-se que novas histórias de superação e realização sejam escritas e que novas

conquistas sejam alcançadas, projetando o estado de Roraima novamente no cenário Regional.

Mas, que acima de tudo, a pessoa com deficiência tenha o seu espaço e lugar na sociedade,

devidamente respeitados, e que seus diretos possam valer de fato e de direito.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDBEN nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Disponível em: <http://wwwp.fc.unesp.br/~lizanata/LDB%204024-61.pdf>. Acesso em: 11 Abr. 2012. BRASIL NORTE. Roraima é Destaque com 13 Medalhas no 1º Campeonato Regional Norte Paradesportivo. Boa Vista-RR, 25 de Setembro de 1997. BRASIL NORTE. Atletas de RR Alcançam Índice Para Brasileiro. Boa Vista-RR, 13 de Junho de 2000. BRASIL NORTE. AEA/RR Classifica 10 Atletas Para Jogos Brasileiros. Boa Vista-RR, 24 de Junho de 2002. CHEMIN, Beatris Francisca. Manual da Univates para trabalhos acadêmicos. Lajeado: Univates, 2010. Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em < http://www.onu-brasil.org.br/documentos_direitoshumanos.php>. Acesso em: 11. Abr. 2012. REIS, Ciraldo. Revista Toque a Toque: IX Jogos Regionais Paradesportivos. Brasília-DF. Ano XIII. Nº 64. P. 16 e 17. 2004.

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SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR POR PRATICANTE DE EXERCÍCIO FÍSICO SEM ACOMPANHAMENTO DE PROFISSIONAL QUALIFICADO.

Pamplona, N.R.1

Lima, H.M. 2

1. ENAF - Desenvolvimento Serviços Educacionais. Manaus - Amazonas -Brasil. 2. [email protected] RESUMO A procura indiscriminada pela suplementação alimentar não orientada por praticantes de atividade física principalmente em academias de ginástica tem se elevado abruptamente nas últimas décadas. Os consumos desenfreados dessas substâncias sem orientação de um profissional qualificado, apresentado neste artigo de forma descritiva, qualitativa e quantitativa podem por em risco o “status” de saúde do praticante. O presente trabalho foi realizado em uma academia na zona centro oeste na cidade de Manaus/AM, utilizando-se a aplicação de um questionário que teve por objetivos investigar: o consumo de suplementos alimentares orientados ou não por um especialista em praticantes de atividade física; o nível de conhecimento desses praticantes sobre o consumo de suplementos alimentares, bem como as possíveis mudanças de hábitos alimentares decorrentes da pratica de atividades físicas. Os principais resultados indicam que: a) Apenas 10% da amostra relataram fazer suplementação com orientação de profissional capacitado; b) Existe a falta de conhecimento científico por parte dos praticantes, além do incentivo da suplementação ocorrer por marketing viral3; c) A participação do nutricionista no planejamento alimentar em academias poderia minimizar os riscos à saúde do praticante e na indicação mais assertiva da necessidade ou não das suplementações. Palavras chaves: Suplementação alimentar; Consumo de suplementos dietéticos; Orientação Nutricional; Praticantes de atividade física e Hábitos alimentares. ABSTRACT

The indiscriminate demand for non guided nutritional supplementation by physical activity practitioners, especially in gyms, has risen sharply over the last decades. Excessive consumption of these substances without guidance from a qualified professional presented in this article in a descriptive, qualitative and quantitative ways, may jeopardize the "status" of the health of the practitioner. This work was performed at a gym in central west area in the city of Manaus / AM, by using the application of a survey which had the objectives of investigate: the consumption of nutritional supplements guided or not by a specialist in physical activity practitioners; the level of knowledge of these practitioners regarding the use of nutritional supplements, as well as possible changes in eating habits resulting from the practice of physical activities. The major results indicate that: a) Only 10% of the sample reported making supplementation under the supervision of a trained professional; b) There is a lack of scientific knowledge by the practitioners, besides the encouragement of the supplementation occur for viral marketing; c) The participation of nutritionists in food planning at gyms could minimize the risks of the practitioner's health and in more assertive indication of the need or not of this supplementations.

Keywords: Nutritional supplementation; Consumption of dietary supplements; Nutritional Orientation; Physical activity practitioners and eating habits.

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INTRODUÇÃO A prática de exercício físico tem se expandido nos últimos anos por decorrências multifatoriais:

por modismo, melhoria de desempenho físico, associado a questões de saúde, motivos estéticos,

ou outros. Paralelo a esse crescimento verifica-se nas academias o crescimento e a procura pelo

mercado dos suplementos nutricionais, produtos fáceis de serem adquiridos e na maioria das

vezes consumidos de forma indiscriminada por pessoas leigas e sem a orientação de um

especialista, onde muitas das vezes seu consumo é recomendado por outros profissionais como

profissionais de educação física, vendedores de lojas (o que constitui infração penal) ou muita

das vezes induzidos por propagandas e amigos.

É de conhecimento notório que para manutenção de uma prática de atividade física saudável

como no caso das atividades em academia de ginástica é essencial um aporte nutricional

adequado, bem como, uma correta distribuição energética entre macro e micronutrientes

(energéticos, plásticos e reguladores). Ressalta-se que esse consumo é diferenciado em relação

a vários fatores, dentre esses os objetivos pessoais, assim como, por modalidades desportivas

diferenciadas. Para embasar a citação anterior, cita-se como exemplo uma modalidade que

almeje os objetivos hipertróficos, onde frequentemente verifica-se um maior consumo de

suplementos proteicos, o que pode acarretar uma sobrecarga renal, portanto tornar-se no mínimo

plausível a justificativa da orientação nutricional por profissional capacitado.

O mercado de suplementos dietéticos está em ascensão, assim como mostrado uma ampla

expansão nos últimos 10 a 15 anos, o qual cresceu de 3,3 bilhões de dólares a um montante

estimado em 14 bilhões de dólares no ano 2000, um negócio bilionário, lembrando-se que existe

um número crescente de variedades de produtos disponíveis para todos os tipos de

consumidores e finalidades (THEODORO, 2009).

O presente estudo verificou que 30% da amostra pesquisada é consumidora ou faz uso de

suplementos alimentares. O consumo de tais suplementos no presente artigo esteve atrelado à

busca incessante pelo “corpo ideal”, onde muitas vezes o sonho da hipertrofia muscular faz com

que a população consuma o suplemento da moda sem pensar nas consequências ou possíveis

efeitos nocivos à sua saúde, e quase sempre sem auxilio de uma orientação profissional

qualificada para a avaliação de sua necessidade nutricional ou não.

Diante do exposto, relata-se que o presente trabalho foi realizado em uma academia na zona

norte na cidade de Manaus/AM, utilizando-se a aplicação de um questionário que teve como

principais objetivos investigar: o consumo de suplementos alimentares orientados ou não por um

especialista em praticantes de atividade física; o nível de conhecimento de desses praticantes

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sobre o consumo de suplementos alimentares, bem como as possíveis mudanças de hábitos

alimentares decorrentes da pratica de atividades físicas.

METODOLOGIA O presente estudo constou de uma amostra randomizada totalizando uma população

amostral de 103 participantes ativos, pois dos 106 alunos convidados a participarem do estudo

três desses se recusaram a participar da pesquisa por justificativa pessoal, todos praticantes de

atividade de uma academia da zona norte de Manaus/AM. A média do estágio de vida do grupo

amostral variou entre 15 a 75 anos. Utilizou-se da aplicação de um questionário com 10 questões

objetivas versando sobre: o consumo de suplementos alimentares; sobre a necessidade de

acompanhamento ou não por um especialista da área nutricional; o conhecimento sobre a

suplementação e sobre possíveis mudanças nos hábitos alimentares em decorrência da pratica

de atividades físicas.

RESULTADO / DISCUSSÃO Segundo a Figura 1, observam-se características descritivas da população amostral estudada em

relação ao consumo de suplementos alimentares, orientados ou não por profissional qualificado.

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Usa suplemento Não UsaSuplemento

ComAcompanhamento

SemAcompanhamento

de

ob

serv

açõ

es

Variáveis analisadas

Mulher

Homem

Figura 1 – Características descritivas da população amostral estudada em relação ao consumo de suplementos alimentares orientados ou não por profissional qualificado Conforme a Figura 1, da população amostral de 103 participantes, verificou-se que 70 % dos

pesquisados relataram não fazer uso de suplementos, sendo 37% do gênero feminino e 33% do

gênero masculino, porém 30% da população amostral admitiram fazer consumo de suplementos,

sendo 15% do gênero masculino e 16% do gênero feminino, desses 10% faziam uso com

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acompanhamento de profissional qualificado, sendo 5% tanto do gênero masculino como do

gênero feminino, os 20% restantes dessa população relataram fazer uso de suplemento sem

acompanhamento de profissional qualificado, havendo distribuição similar entre os gêneros. Já

em relação a distribuição por estágios de vida verificou-se que os maiores consumidores esteve

entre os 25 a 35 anos, com dosagem ingerida variada.

Diante do quadro estudado há necessidade de apoio por um profissional qualificado (Figura 2), o

presente estudo verificou que apenas 15% procuraram ajuda de um nutricionista, sendo 4% do

gênero feminino e 11% do gênero masculino, porém o mais alarmante foi que 85% disseram não

haver a necessidade de ajuda especializada. Verificou-se dentro o grupo consumidor de

suplementos alimentares o hábito de lerem a rotulagem dos produtos consumidos, porém

ressalta-se pouco conhecimento sobre assunto, assim como há inexistência do desejo ou da

necessidade de aprenderem mais sobre o consumo das referidas substâncias, bem como, o

desconhecimento na potencialidade dos mesmos para o desenvolvimento de algum risco à

saúde.

Segundo CABRAL, 2007, o consumo de suplementos sem orientação por um profissional pode

acarretar riscos à saúde tais como: fraqueza, indisposição, baixa imunidade, fome extrema,

tontura, cansaço, insônia, dor de cabeça, mudanças de humor, ficando assim mais suscetíveis às

infecções, deficiências nutricionais e algumas doenças mais graves como úlceras e anemia

(PEREIRA, 2009).

Mesmo sendo necessário o aumento da ingestão de macro e micronutrientes devido ao aumento

da demanda energética, onde existe uma supercompensação que ocorre logo após a prática de

exercícios físicos intensos (TROG, 2009). Fato que muitas vezes pode levar o aluno ao

desconhecimento das quantidades e dos tipos de nutrientes a serem ingeridos, lembrando que o

consumo dessas substâncias não deve substituir a alimentação normal e casual, devendo essa

ser balanceada de forma qualitativa e quantitativa e se possível supervisionada por um

profissional capacitado, o qual pode ajudar nas escolhas, quantidades, horários e formas de

ingestão mais apropriadas, podendo assim potencializar seu consumo e preservar o status de

saúde do consumidor e praticante de atividade física (ROCHA, 1998).

Outro ponto abordado no presente trabalho: os diferentes níveis sociais e intelectuais dos

frequentadores de academia de ginástica, cuja maioria apresentava um bom poder aquisitivo,

porém isso gerou um efeito paradoxal, pois a população amostral se achava capacitada e

habilitada para auto prescreverem o consumo dos referidos produtos o que pode acarretar

superdosagens e problemas mais sérios do padrão estabelecido como saúde corporal, o que

mais uma vez justifica a recomendação da participação do profissional qualificado, capacitado e

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habilitado para avaliar, determinar e quantificar as necessidades nutricionais de cada indivíduo,

baseado nas suas necessidades do gasto energéticos total (GET) específico por indivíduos,

objetivos, compleição física, modalidade desportiva, período de treinamento e outras variáveis

inerentes ao treinos desportivos na busca de um melhor desempenho nos exercícios físicos e um

possível resultado mais rápido de seus objetivos.

Entre os principais objetivos almejados entre a população amostral e que conduz ao aumento do

consumo de suplementos alimentares, verificou-se uma tendência amostral, tendo por objetivo

principal a busca pela hipertrofia muscular, com uma frequência de 40%, sendo 22% do gênero

feminino e 18% do gênero masculino, entre os frequentadores de academia de ginástica e que

segundo os estudos de Theodoro (2009), as necessidades nutricionais são diferentes das

pessoas com comportamento sedentário, ou até mesmo para os que procuram a academia para

controle de dislipidemias e por melhor qualidade de vida, sem riscos à sua saúde.

Dentre outros objetivos almejados pela população amostral verificou-se o desejo de 30%

buscarem o emagrecimento, sendo 15% para ambos os gêneros e para busca de saúde

verificou-se 30%, sendo 14% do gênero feminino e 16% do gênero masculino,

Com base na frequência e duração dos treinos entre os que faziam consumo de suplemento

verificou-se que a frequência destes na academia de ginástica é quase diária e o tempo

disponibilizado para os exercícios esteve em média entre três e quatro horas dia, reforçando o

possível aumento da demanda energética do praticante.

A mudança de hábitos alimentares foi praticamente igual entre os gêneros, conforme a Figura 2 –

Possíveis mudanças nos hábitos alimentares em praticantes de atividades físicas em academias

de ginástica, 43% do gênero feminino e 44% do gênero masculino, a taxa de adesão para uma

dieta especial foi de 41%, sendo 20% do gênero feminino e 21% do gênero masculino, 58%

disseram não fazer nenhum tipo de dieta especial, sendo 32% (32 n) do gênero feminino e 26%

(27n) do gênero masculino.

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es

Variáveis analisadas

Mulher

Homem

Figura 2 – Possíveis mudanças nos hábitos alimentares em praticantes de atividades físicas em academias de ginástica.

Verificou-se controvérsia nas respostas relacionadas a mudanças de hábitos alimentares, pois

87% disseram que mudaram seus hábitos alimentares depois que começaram a frequentar a

academia de ginástica, sendo 43% do gênero feminino e 44 % do gênero masculino, se

mudaram o hábito alimentar acredita-se que passaram a fazer uma dieta especial, mostrando

assim um interesse com a alimentação, provavelmente evitando o consumo de alimentos

considerados não saudáveis e valorizando os saudáveis, bem como também passaram a

respeitar o horário indicado para as refeições, porém 22% relataram não ter mudado o hábito

alimentar, sendo 18% do gênero feminino e 4% do gênero masculino,

Em relação a mudança do hábito alimentar com acompanhamento ou não por profissional

capacitado os dados foram preocupantes, apenas 15n tiveram acompanhamento por profissional

capacitado ao passo que sem acompanhamento profissional atingiu da população amostral.

Segundo o Manual da Saúde Pública, 2002, o consumo exagerado de suplementos pode causar

danos à saúde, pois o consumo em excesso de algumas substâncias está associado à piora das

doenças neurodegenerativas.

Os suplementos alimentares apresentam indicações especificas segundo órgão regulamentação

como Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 2005, podem ser indicados com

diversas finalidades dentre essas a de complementar a alimentação quando essa não pode ser

suprida pela alimentação normal, podendo ainda serem encontrados em diversas formulações

(em pó, cápsulas, barras, líquidos, puros, isolados ou conjugados) divididos ainda em classes

especificas com finalidades especificas, porem todos com finalidades de possível melhorar o

desempenho (TROG, 2009).

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O consumo de suplemento multivitamínico em cápsula reúne em uma só formulação um

complexo de nutrientes, porém tal oferta pode conduzir a uma intoxicação alimentar, devido oferta

excessiva de um ou mais nutriente contido nesse suplemento, principalmente no caso das

vitaminas lipossolúveis, podendo assim, ocasionar interferências negativas no desempenho que

seria esperado.

Outros casos já relatados na literatura é o consumo de Zinco o qual a suplementação ideal pode

melhorar o sistema imunológico, porém doses elevadas podem afetar negativamente o próprio

sistema imune, bem como o fígado. O excesso do ferro pode elevar a produção de radicais livres,

e consequentemente acelerar o processo de envelhecimento, bem como intensificar problemas

cardíacos, se houver recorrências de valores elevados de ferritina sérica pode ocorrer a

hemocromatose (doença hereditária).

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SUFICIENTE PRECISA APRENDERMAIS

NÃO PRECISAAPRENDER

NÃO RESPONDEU

de

ob

serv

açõ

es

Variáveis analisadas

Mulher

Homem

Figura 3 – Conhecimento sobre o consumo de suplementos alimentares.

Quanto ao conhecimento sobre o consumo de suplemento, conforme a Figura 3, 20% da

população relataram ter conhecimento suficiente 10% de ambos os gêneros, 65% relataram que

precisavam aprender mais, sendo 33% do gênero feminino e 32% do gênero masculino, 11%

(11n) disseram que não precisavam aprender porque em todo suplemento vem especificando a

forma de ingerir, para se ter uma eficácia do produto sendo necessário apenas seguir a

orientação do rótulo do suplemento e 3% não quiseram responder essa questão.

O Manual da Saúde, 2005 esclarece que a ingestão inadequada de suplementos pode levar ao

risco de intoxicação alimentar.

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Amigos Marketing Academia Nutricionista

de

ob

serv

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es

Variação analisada

Mulher

Homem

Figura 4 – Especificação de quem indica a necessidade do consumo de suplementos

alimentares.

Segundo a Figura 4 – Especificação de quem indica a necessidade do consumo de suplementos

alimentares, verificou-se que a população que fazia suplementação apenas 4% faziam

acompanhamento com profissional qualificado (nutricionista), mas por indicação de professores

de academia de ginástica e de amigos atingiu 20%, 5% por indicação de Marketing incluído

vendedores de loja e meios de comunicação áudio visual ou atrelado ao marketing viral3 .

CONCLUSÃO A auto prescrição mesmo de substâncias aparentemente inócuas como os suplementos

alimentares por leigos na busca de um perfil corpóreo muito das vezes determinado pela

sociedade podem produzir danos à saúde de seus consumidores;

É preocupante que 11 % da população estudada embora leiga no assunto se acham em

condições ou estão convictas de que as informações contidas nos rótulos associadas aos seus

conhecimentos prévios são suficientes para alcançar o efeito desejado;

Verificou-se desinformação quanto ao assunto em questão, bem como o desconhecimento dos

reais benefícios e riscos envolvidos no consumo de suplementos alimentares.

Verificou-se a mudança dos hábitos alimentares na maioria da população amostral, embora a

maioria desconheça dados como sua classificação de seu IMC ou de dados antropométricos

como o percentual de sua massa corporal magra (MCM) ou massa corporal gorda (MCG).

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Verifica-se que a atuação do profissional da área nutricional qualificado e habilitado se faz

necessário, na determinação das melhores escolhas, forma de consumo e melhores horários na

busca de um corpo saudável e com menores riscos de complicações à saúde do consumidor.

Conclui-se que a suplementação alimentar tem por finalidade seu uso em condições e situações

especiais, bem como publico alvo também específico, além de apresentarem normas específicas

previstas por leis e órgãos regulamentadores federais e internacionais e não se destina ao

consumo indiscriminado e por qualquer pessoa e em qualquer momento.

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AS CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS NA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM DEFICIENCIA FÌSICA.

TEODORO, L. F. 1

LUIZ, L. N. 1

SILVEIRA, F. J.2

SILVEIRA, F. 2

1 - UNIVÁS – Universidade do Vale do Sapucaí – Pouso Alegre, MG – Brasil. 2 - USF – Universidade São Francisco – Itatiba, SP – Brasil. [email protected] RESUMO O objetivo deste estudo foi comparar o nível de qualidade de vida entre um grupo de indivíduos com deficiência física praticantes de atividades físicas regulares e um grupo considerado sedentário. Para tanto, foram avaliados 100 indivíduos do sexo masculino, com idades entre 28 e 32 anos por meio do instrumento World Health Organization Quality of Life Instrument (WHOQOL-100), sendo 50 componentes de cada grupo. De acordo com a prova t de Student, os resultados demonstraram diferença estatisticamente significativa (p<0,005) entre os grupos no que tange às sete dimensões do instrumento (Domínio Físico, Domínio Psicológico, Nível de Independência, Relações Sociais, Ambiente e Espiritualidade). Assim, concluiu-se que a atividade física pode influenciar positivamente no nível de qualidade de vida de pessoas com deficiência física. Palavras chaves: Pessoa com deficiência física; prática esportiva; qualidade de vida. ABSTRACT The goal of this study was to compare life quality level between an individuals' group with physical deficiency practitioners of regular physical activities and a sedentary considered group. For so much, they were evaluated 100 individuals of the masculine sex, with ages between 28 and 32 years by means of the instrument World Health Organization Quality of Life Instrument (WHOQOL-100), being 50 components of each group. According to the test t of Student, the results demonstrated statistically significant difference (p<0,005) among groups in the that tolls to the seven instrument dimensions (Physical Domain, Psychological Domain, Independence Level, Social Relations, Environment and Spirituality). This way, it concluded that the physical activity can influence positively in life quality level of people with physical deficiency. Key words: Person with physical deficiency; Sporty practice; Life quality. 1 – Introdução A busca pela qualidade de vida por meio da prática de atividades físicas vem ascendendo significativamente na atualidade. Milhares de pessoas vêm buscando o auxilio de profissionais de Educação Física para realizarem atividades para condicionamento físico, melhora na realização das atividades diárias ou para diminuição comorbidades presentes no cotidiano da população. Dentre as pessoas que buscam a melhoria das atividades diárias, encontram-se as pessoas com alguma deficiência física. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE apontam

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que em média de 14,5% da população brasileira tem algum tipo deficiência, e destes 7% (13.273.969) apresentam comprometimento motor (IBGE, 2010). Souza (1994) relata que as atividades físicas, em especial as desportivas, são praticadas por deficientes físicos desde a Grécia Antiga, porém, foi somente após o término da Segunda Guerra Mundial que a repercussão mundial sobre essas atividades, a importância da prevenção e a reabilitação física, social e psíquica dos contemporâneos da Guerra tornaram-se mais relevantes. No Brasil, o desenvolvimento do esporte para pessoas com deficiências deu-se em 1958 com a fundação do Clube dos Paraplégicos em São Paulo e do Clube do Otimismo no Rio de Janeiro. A educação física começa a se preocupar com atividade física para essas pessoas apenas no final dos anos 50. Os programas eram denominados como ginástica médica e tinham a finalidade de prevenir doenças, utilizando tanto exercícios corretivos como exercícios de prevenção (PEDRINELLI, 1994; ADAMS, 1985). Com o passar dos anos os programas voltados para a reabilitação dos deficientes físicos ampliaram seu foco, a multidisciplinaridade dos profissionais de saúde envolvidos com a temática foi aumentada e a preocupação de melhorar a qualidade de vida dos indivíduos passou a ser essencial, pois esta pode influenciar positiva ou negativamente em seu cotidiano. Entendeu-se que Qualidade de Vida está vinculada à satisfação que os indivíduos possuem em relação à sua vida e ao ambiente em que vivem, envolvendo aspectos de bem-estar psicológico, social e emocional como também a condição de saúde, desempenho funcional, satisfação com a vida e acessibilidade. A qualidade de vida é uma condição humana que resulta de um conjunto de padrões individuais e sócio ambientais, que caracterizam as condições em que vive o ser humano (NAHAS; 2006; QUEIROZ, SÁ E ASSIS, 2004;). Nos últimos anos, a avaliação da qualidade de vida tornou-se cada vez mais comum servindo para descrever o impacto das doenças e tratamentos médicos pela perspectiva do paciente que passa pela patologia, além do impacto real da doença nas dimensões de sua vida. Ao lado disso, tal avaliação e manejo de contingências podem proporcionar o aumento da expectativa de vida dos pacientes (FLECK & COLS., 2008; BERLIM & FLECK, 2003). A aplicabilidade regular das atividades adaptadas, seja de forma desportiva ou como lazer, oferece benefícios para saúde física, mental e social, mesmo que essa regularidade seja menor que a de indivíduos sem nenhum tipo de necessidade especial (HEATH, FENTEM, 1997). Para enfatizar a importância da regularidade dessas atividades adaptadas na qualidade de vida dos deficientes, Matsudo, et al (2001) afirma que ter qualidade de vida é oferecer o mínimo de condições para que os indivíduos nela inseridos possam desenvolver suas potencialidades. De forma geral, a aplicação desse tipo de atividades promove a redução do risco de doenças sistêmicas adquiridas, como diabetes melittus do tipo 2, doenças cardiovasculares, desordens neoplasmáticas entre outras. O exercício físico ainda se relaciona com a melhora da habilidade funcional e qualidade de vida em indivíduos cadeirantes (MANNS, CHAD, 1999; RANDALL, 2003). Pensando no estado psicológico, aspecto esse relacionados à qualidade de vida, faz-se necessário a preocupação da aplicação das atividades físicas adaptadas para os portadores, independente do grau de sua deficiência. Deve-se buscar uma adequação de suas condições, como fator de compreensão e conhecimento de si próprio, justificando, assim, o como e o porquê estar na vida, superando seus limites, transformando em produção suas próprias necessidades, atingindo, assim, o sentimento de liberdade que sugere uma conquista (DUARTE, LIMA, 2003). Este trabalho faz-se importante por direcionar a atenção a essa sub-área da Educação Física – Educação Física Adaptada, visto que muitas vezes as pessoas com deficiência não encontram espaço para realizarem atividades físicas. 2 – Objetivo

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O presente estudo tem como objetivo comparar os níveis de qualidade de vida de pessoas com deficiência física, divididos em dois grupos distintos, praticantes e não praticantes de atividades físicas adaptadas. 3 – Metodologia O estudo foi do tipo quantitativo, transversal, observacional, analítico e comparativo. 3.1 – Participantes Participaram do estudo 100 sujeitos do gênero masculino, com idade compreendida entre 20 e 39 anos (± 28,5), com deficiência física há pelo menos um ano, porém estes não apresentavam comprometimento cognitivo. Estes foram divididos em dois (2) grupos distintos: Grupo um (1), constituído por 50 indivíduos deficientes físicos, sedentários, escolhidos aleatoriamente, que não fossem praticantes de nenhum tipo de atividade física adaptada há pelo menos seis (6) meses antecedentes à data de aplicação do teste. Grupo dois (2), constituído por 50 indivíduos ativos, há pelo menos seis meses, regularmente matriculados em uma associação esportiva especializada à pratica de atividade física adaptada. 3.2 – Instrumento Para mensurar a qualidade de vida dos participantes, foi aplicado o questionário desenvolvido pela World Health Organization Quality of Life Instruments (WHOQOL), na versão validada no Brasil por Fleck et al (1999). O questionário é multidimensional, formado por 100 questões que avaliam a qualidade de vida geral, divido em seis domínios, a saber: físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, ambiente, aspectos espirituais. Os domínios são constituídos por facetas que são avaliadas por quatro questões. Assim o Instrumento é composto por 24 facetas específicas e uma faceta que inclui questões de avaliação global de qualidade de vida. Trata-se de um instrumento de autorrelato, com questões voltadas para fatos importantes das duas últimas semanas. 3.3 – Procedimentos A aplicação do teste ocorreu de forma coletiva entre os grupos, sendo o primeiro grupo pertencente a uma cidade do Interior de Minas Gerais e o segundo pertencente a uma cidade do interior de São Paulo. O primeiro grupo foi abordado durante uma atividade desenvolvida por uma Universidade em Minas e o segundo durante seus treinamentos e atividades esportivas desenvolvidas em um clube. Após concordarem com a participação e com os termos propostos no TCLE e o assinarem, foram preenchidas as questões contidas no Manual WHOQOL-100 (OMS, 1998). 4 – Resultados e discussões Para a análise dos dados utilizou-se o programa SPSS versão 17. Para comparar possíveis diferenças entre os grupos utilizou-se o Teste t de Student, sempre adotando-se nível de significância de 5%. A tabela 1 apresenta a comparação das médias dos domínios entre os grupos. Como pode ser visto não houve diferença estatisticamente significativa em nenhum deles.

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Faceta t Média (SD)

G1 G2

Domínio Físico t=23,46; 17,18 (±1,66) 9,15 (±1,75)

Domínio Psicológico t=19,38 16,18 (±1,39) 11,64 (±0,88)

Nível de Independencia t=22,76 18,28 (±1,38) 12,43 (±1,17) Relações Sociais t=17,5 16,9 (±1,9) 11,04 (±1,4) Ambiente e suas Facetas t=24,86 16,03 (±0,65) 11,8 (±1) Espiritualidade t=3,68 17,36 (±1,49) 16 (±2,13)

p<0,001 Tabela 1 - Comparação das médias por domínio entre os grupos Na tabela 2 pode-se observar as médias por facetas encontradas entre os grupos.

Domínios Ativos Sedentários

Dor e desconforto 7,2 13,56 Domínio Físico Energia e Fadiga 17,4 9,10 Sono e Repouso 17,34 7,92

Sentimentos Positivos 15,78 11,88 Aprendizado e

Concentração 17,26 11,92

Domínio Psicológico

Autoestima 16,96 12,66

Imagem Corporal e Aparência

16,16 10,08

Sentimentos Negativos 9,26 12,32

Nível de Independência

Mobilidade Atividades da Vida Cotidiana Dependência de Medicação Capacidade de Trabalho

19,7 16,82 5,54 18,14

12,2 11,2 10,72 13,14

Relações Sociais Relações Pessoais Apoio Social Sexualidade

16,64 16,74 17,34

10,76 10,38 12

Ambiente e suas Facetas

Segurança Física e Proteção Ambiente no Lar Recursos Financeiros Cuidados Sociais e Com a Saúde Oportunidade de Adquirir Novas Habilidades Oportunidade de Recreação e Lazer Ambiente Físico Transporte

13,1 16,06 13,34 18,86 19,1 16,68 15,06 16,06

11,48 13,86 11,84 8,48 13,92 8,76 14,18 11,88

Espiritualidade Religião e crenças pessoais 17,36 16

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Tabela 2 – Médias encontradas no WHOQOL-100 dos dois grupos No que se refere à dor e desconforto, observa-se que os ativos apresentam resultados melhores do que os sedentários (p < 0,05). Esses resultados vão ao encontro dos estudos de Souza (2009) quando enfatiza que os exercícios físicos, interagem como moduladores do aspecto desagradável da dor, causando uma analgesia. Nos resultados dos escores indicativos de energia e fadiga, também percebeu-se diferença estatisticamente significativa na comparação dos dois grupos de estudo. Os ativos apresentam um percentual de 65,6% maior que os sedentários. O aumento do gasto energético causado pela prática de exercícios propicia um sono mais profundo e restaurador fisicamente, fator extremamente importante para a reparação fisiológica e restauração dos estoques de energia Driver ( 2000 apud MELLO et al, 2005). No que se refere à qualidade do sono e repouso, os praticantes de AFAs apresentaram indicativos melhores comparados aos sedentários. Essa diferença vai ao encontro aos estudos de Vieira (1996) que destaca que quem se exercita dorme com mais facilidade e aproveita melhor o sono, devido ao maior relaxamento muscular e da redução da tensão nervosa. Os resultados do domínio psicológico são visivelmente melhores para todos os elementos que o compõe. Quanto aos sentimentos positivos, autoestima e sentimentos negativos, Carvalho (1996 apud BENEDETTI, PETROSKI, GONÇALVES, 2003) corrobora com estes achados evidenciando que a prática de atividades físicas traz sentimentos positivos, níveis aumentados de autoestima diminuindo a abertura para os sentimentos negativos. As práticas de atividades físicas auxiliam na produção de hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e combate a depressão, como as endorfinas e catecolaminas (FISCHINGER 1984). Explica-se os melhores resultados do elemento, imagem corporal/aparência, com os estudos de Kenneth (1997) que afirma os programas de exercícios físicos e esportes, como fator positivo no aumento de qualidade de vida, bem estar mental e autoestima, fatores estes diretamente ligados à autoimagem. De forma geral, os exercícios promovem aumento da vascularização e da oxigenação cerebral, resultando em melhor resultado dos elementos aprendizado e concentração (NAHAS, 2006). Pode-se observar a diferença dos valores médios em todos os elementos do domínio nível de independência, relacionando-os com a afirmação de Fonseca (1998), onde diz que a integração do movimento que facilita a totalidade das adaptações humanas, é o meio mais humanizado de comunicação com o mundo. Desde a exteriorização das emoções, até a consciência e a individualização do próprio corpo, até a consciência em si, o movimento é revelador de uma conquista progressiva da independência. Condiz também com os estudos de Mutti (2008), que apontam que as capacidades funcionais de paraplégicos acometidos por trauma raquimedular são melhores em pessoas com deficiência física que frequentam centros de reabilitação que em pessoas que não frequentam. A prática de atividades físicas promove um convívio com outros praticantes, consequentemente aumentando o ciclo de amizades, melhorando o convívio social. Desta forma entende-se a diferença no elemento relações pessoais e apoio social das pessoas com deficiência física que praticam AFAs quando comparado ao outro grupo (CAMARGO, 1989). Relacionadas com o ciclo de amizades e o convívio social, estão as relações sexuais propriamente ditas, as relações de amizade, laços afetivos e familiares estão englobados na sexualidade quando vista de forma ampla. Representam uma importante dimensão nos relacionamentos de pessoas com deficiência e sem deficiência. Situações e intimidade sexual, namoro e casamento, fazem parte desta dimensão afetiva, mas as relações de amizade e confiança são benéficas à socialização saudável e aos sentimentos de autoestima. Essas questões afetivas têm extrema importância na qualidade de vida da pessoa com deficiência, fazendo-a sentir desejável, se reconhecendo como deficiente e não deixando de amar, desejar e relacionar-se afetivamente (PUHLMANN, 2000). Desta forma, a diferença dos valores médios

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apresentados, vão ao encontro dos pensamentos e estudos de Camargo (1989) e Puhlmann (2000). Todos os elementos do domínio ambiente apresentaram escores maiores aos ativos que aos sedentários, percebendo que os elementos, ambiente físico, segurança física e recursos financeiros tiveram uma média significante, porém menor se comparada aos outros elementos do domínio. Relaciona-se menor diferença com o fato dos elementos serem referentes aos seus ambientes, uma vez que, a percepção de bem-estar que reflete um conjunto de parâmetros individuais, socioculturais e ambientais que caracteriza as condições em que vivem o ser humano (NAHAS, 2006). Nos aspectos religiosos não encontrou-se diferenças estatísticas significativas, sendo que os ativos apresentaram um valor médio de 17,36 (± 1,49) e os sedentários 16 (± 2,13). Entende-se que essa diferença pouco significativa dá-se pelo fato do domínio ser composto por apenas um elemento, sendo este, muito pessoal. A avaliação da qualidade de vida global é melhor representado no gráfico 1, que contém os resultados da faceta 25, sendo esta composta pelas questões, G1, G2,G3 e G4. Os resultados encontrados apresentaram relação com o conceito de QV descrito por Matsudo, et al (2001) que define qualidade de vida como um entrelaçamento de posição social, padrões e preocupações, engloba o estado psicológico, nível de relações sociais, estado de independência e relação com o meio em que se vive. Essas características apresentaram-se maiores em pessoas com deficiência física ativos que nos sedentários, em todos os resultados deste estudo. Gráfico 1: Avaliação global de qualidade de vida

5. Considerações Finais A prática regular de atividades físicas adaptadas proporciona benefícios para a melhora na qualidade de vida, tais como, a diminuição da dor por meio da analgesia provocada pelo exercício físico. Melhora autoestima e bem-estar, aumenta a aceitação da imagem corporal e as relações pessoais, advindas da maior independência, desenvolvendo suas potencialidades, aumentando a produção de hormônios que combatem a depressão, ansiedade, agressividade, estresse, entre outros. Foi realizada uma vasta revisão na literatura nacional e internacional, com a finalidade de apontar que a prática regular das AFAs contribui de forma significativa nos aspectos relacionados à boa qualidade de vida, permitindo que o objetivo proposto por este trabalho pudesse realmente atingido em sua plenitude. Desse modo, verificou-se que pessoas com deficiência física praticantes de AFAs apresentavam qualidade de vida melhor que pessoas nas mesmas condições, porém sedentárias. Os resultados foram satisfatórios, indo ao encontro do objetivo proposto. Assim, pode-se concluir que pessoas

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com deficiência física que participam de atividades físicas direcionadas apresentam melhores índices de qualidade de vida quando comparadas com as sedentárias. É importante destacar a necessidade de se desenvolver programas que visem a prática de atividade física para pessoas com deficiência. Novas pesquisas devem ser procedidas no sentido de clarificar e confirmar os resultados aqui encontrados, com amostras maiores e mais heterogêneas. 6 - Referências Adams, R. C. et al. Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. São Paulo: Ed. Manole, 1985. Benedetti, T. B.; Petroski, E. L.; Gonçalves, L. T. Exercícios físicos, auto-imagem e auto-estima em idosos asilados. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. v.5, n. 2, p. 69 – 74, 2003. Berlim, M. T., & Fleck, M. P. A (2003). "Quality o Life": a Brand New Concept for Research and Practice in Psychiatry. Revista Brasileira de Psiquiatria, (25)4, 249-252. Camargo, L. O. O que é lazer. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 1989. Duarte, E.; Lima, S.M.T. Atividade física para pessoas com necessidades especiais: Experiências e intervenções pedagógicas. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, p.34, 2003. Fischinger, B. S. Paralisia cerebral na fisioterapia. [S.l.] Panamed editorial, 1984. Fleck, A, P, M. & Colaboradores. (2008). A Avaliação de Qualidade de Vida: Guia para Profissionais da Saúde. 1ª ed. Porto Alegre: Artmed. Fonseca, V. Da filogênese à ontogênese da motricidade. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 1998. Heath, G. W.; Fentem, P. H. Physical activity among persons with disabilities: A public health perspective. [S.l.] Exercise Sport Science , v.25, p. 195-234, 1997. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil – pessoas com deficiência em 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br > Acesso em: 05/10/2012. Kenneth, R. The Physical Self - From Motivation to Well-Being. (p. 111 - 139) E.U.A.: Human Kinetics. Cap 11, 1997. Manns, P. J.; Chad, K. E. Determining the relation between quality of life, handicap, fitness, and physical activity for persons with spinal Cord injury. [S.l.] Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, v.80, p.1566 – 1571. 1999. Matsudo, S. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): Estudo de Validade e Reprodutibilidade no Brasil. [S.l.] Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v.6, n.1, p.05-18, 2001. Mello, M. T.; Boscolo, R. A.; Esteves, A. M.; Tufik, S. O exercício físico e os aspectos psicobiológicos. [S.l.] Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.11, n. 3, Mai/Jun, 2005. Mutti, C. G. Avaliação das diferenças funcionais entre pacientes paraplégicos por trauma raquimedular que freqüentaram e que não freqüentaram um centro de reabilitação. [Dissertação],São Paulo: Universidade de São Paulo, 2008. Nahas, M. V. (2006). Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 4. ed. Londrina: Midiograf. Pedrinelli, V. J. Educação física adaptada: conceituação e terminologia. In: Pedrinelli,V.J. Educação física e desporto para pessoas portadoras de deficiência. Brasília: MEC/Sedes, p. 7-10, 1994. Puhlmann, F. A revolução sexual sobre rodas: conquistando o afeto e a autonomia. São Paulo: Ed. O Nome da Rosa, 2000. Queiroz, C. M. B.; Sá, E. N. C.; Assis, M. M. A. Qualidade de vida e políticas públicas no município de Feira de Santana. Ciência e Saúde Coletiva, v. 9, n. 2, p. 411-421, 2004.

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ESTUDO SOBRE O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DESAFIOS E NECESSIDADES REALIZADOS NOS ANOS DE 2011 E 2013.

LIMA, E. S. 1; GUIMARÃES, R. F. 2; SENNA, M. R. O. 3. 1 – UNINTER – Boa Vista – Roraima – Brasil. 2 – UNINTER – Boa Vista – Roraima – Brasil. 3 – IFRR – Boa Vista – Roraima – Brasil. [email protected] RESUMO Este artigo de caráter bibliográfico e de campo, pautado em um método comparativo, surge a partir dos estudos realizados sobre o Ensino da Educação Física na Educação de Jovens Adultos: Desafios e Necessidades no ano de 2011 e no ano de 2013, com o propósito de investigar como se desenvolvem as aulas de Educação Física Escolar na Educação de Jovens e Adultos – EJA, em seis escolas da rede Estadual de ensino no município de Boa Vista – RR, e quais modificações foram realizadas no período de 2011 a 2013. A amostra é composta pelos professores de Educação Física e alunos da EJA, a partir da verificação e análise da práxis do professor. Apresentando em forma de gráficos as respostas dos alunos que foram indagados sobre a participação e satisfação das aulas e a importância da disciplina, a fim de verificar o interesse dos discentes com as aulas de Educação Física. Nesta perspectiva a pesquisa contribuiu para melhor organização didática e pedagógica no ensino da Educação Física, ressaltando, a importância da Educação Física na EJA a ser mais uma oportunidade de atuação profissional da área justificando a relevância desse componente curricular da base educacional brasileira. Palavras-chave: Educação Física. Ensino. Educação de Jovens e Adultos. ABSTRACT This bibliographical and field article, based on a comparative method, comes from studies on the Teaching of Physical Education in the Education of Young Adults: Challenges and Needs in 2011 and in 2013, for the purpose of investigate how to develop lessons in Physical Education Youth and Adults - EJA, six schools in the State school system in Boa Vista - RR, and what changes were made in the period 2011-2013. The sample consists of the Physical Education teachers and students of AYE from the verification and analysis of teacher practice. Presenting in the form of graphs the responses of students who were asked about the participation and satisfaction of classes and the importance of discipline in order to verify the interest of students with physical education classes. In this perspective the research contributed to better teaching and educational organization in the teaching of physical education, stressing the importance of physical education in the EJA to be another opportunity in the area of professional activity justifying the relevance of this curricular component of the Brazilian educational foundation. Keywords: physical education. education. youth and adults. 1 INTRODUÇÃO Este artigo surge a partir dos estudos realizados sobre o Ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos: Desafios e Necessidades. Apresentado na forma de TCC – monografia realizada pelo próprio autor, com o propósito de comparar esta pesquisa com a realizada em

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2011, considerando as modificações dos resultados destas sobre a importância da Educação Física na Educação de Jovens Adultos. Nesse aspecto, a Educação Física é chamada a corresponder, através do esporte, lazer, dança, ginástica e qualidade de vida entre outras áreas de dominância que gerem o letramento, ou seja, a gerar saberes significativos para a formação humana e não somente a reprodução corporal, de forma tecnicista projetado para o mundo do trabalho.Dessa maneira, torna-se importante mostrar aos profissionais da área e à sociedade em geral, a opinião dos alunos do EJA em relação às aulas de Educação Física, assim como, disseminar possível melhora na metodologia e aceitação das aulas por parte desses alunos. Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi o de investigar, através dos professores de Educação Física e alunos, como se desenvolviam as aulas de Educação Física Escolar na EJA em seis escolas Estaduais no município de Boa Vista-RR, comparando a pesquisa de 2011 com a atual para verificar quais modificações foram realizadas a partir da verificação do tipo de aulas, participação dos alunos, análise da práxis do professor dessa disciplina, apresentando ao final do artigo sugestões de adequação do currículo de Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. Para evidenciar a comparação das pesquisas do ano de 2011 e 2013, considerando a importância da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos, utilizam-se gráficos elaborados a partir das respostas dos alunos que oportuniza verificar o entendimento, as dificuldades, as abordagens utilizadas e a predominância destas no desenvolvimento das aulas. 2 METODOLOGIA O presente trabalho caracteriza-se como sendo uma pesquisa bibliográfica e de campo, de natureza quali-quantitativa, sob o olhar fenomenológico e voltada para o tipo de pesquisa bibliográfica pautada em um método comparativo. Neste sentido, apresenta-se a seguir a analise a partir do gráfico, elemento finalizador da organização metodológica e apresentação do resultado deste estudo teórico. Quanto à natureza, corresponde a uma pesquisa qualitativa por procurar capturar a situação ou fenômeno em toda a sua extensão, que em sua investigação qualitativa segue uma “Perspectiva Fenomenológica – que busca entender o comportamento humano do ponto de vista dos próprios atores sociais, busca a essência dos fenômenos e procura captar como eles são evidenciados pelas pessoas” (COSTA, 2001, p.39). A natureza quantitativa por apresentar a quantificação de opiniões, utilizando-se para isso, recursos e métodos estatísticos em forma de gráficos sistematizando as informações coletadas através dos questionários. A pesquisa se deu através da aplicação de roteiros de entrevista estruturada com questões fechadas e abertas com os professores de Educação Física e questionários com perguntas fechadas aplicados aos alunos da Educação de Jovens e Adultos - EJA. Com o olhar fenomenológico, buscamos investigar no contexto do ensino oferecido no período noturno para Jovens e Adultos aproximando e os distanciando do desenvolvimento das aulas de Educação Física. Lakatos e Marconi (2007, p. 107) afirmam que “O método comparativo ocupa-se da explicação dos fenômenos e permite analisar o dado concreto, deduzindo desse, os elementos constantes, abstratos e gerais”. Ou seja, este método tem o objetivo de verificar semelhanças e explicar divergências. Assim, buscou-se comparar os resultados da pesquisa realizada no ano de 2011 e 2013, para verificar quais modificações foram realizadas nestes períodos, totalizando a população do estudo em seis professores e 94 alunos em 2011 e seis professores e 96 alunos em 2013. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3. 1. ANÁLISE DA PRÁXIS DOCENTE

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A partir da coleta de dados e da observação das aulas percebeu-se, através da comparação dos resultados das pesquisas, que tanto em 2011 como em 2013 todos os seis professores entrevistados possuem e continuam utilizando a mesma metodologia de ensino, especialmente quanto aos conteúdos oferecidos na aula. As principais respostas relativas a esse ponto diz respeito à utilização de jogos de mesa como dama, dominó e baralho, nos quais os alunos se sentem mais motivados de fazer as aulas, sendo que apenas uma professora respondeu que além destes meios, empregava também a temática esportiva na disciplina. As dificuldades mais recorrentes dos professores com o desenvolvimento das aulas ainda é ausência de material pedagógico, justificando a pouca variação dos conteúdos. Comprovou-se também quanto aos temas das aulas que tanto em 2011 como em 2013, todos os entrevistados aplicam nas suas aulas assuntos relacionados à Atividade Física e Saúde, como palestras, debates e até mesas redondas, demonstrando que os docentes seguem uma parte da Abordagem da Saúde renovada. Outra questão relevante da entrevista foi o motivo de atuar na Educação de Jovens e Adultos, em que os seis professores entrevistados continuam com a mesma resposta: complementar a carga horária de trabalho com a outra escola que trabalha durante o dia. Quanto à concepção dos alunos sobre o papel da Educação Física na EJA, os educadores revelaram respostas semelhantes, as quais de que os discentes acreditam infelizmente em uma aula somente direcionada para o desporto e à aptidão física, ou seja, eminentemente prática, fazendo com que poucos se interessem pela disciplina devido ao público trabalhador que está matriculado no ensino noturno. Essa dura realidade se reflete na LDB 9.394/96 art. 26, alterada pela Lei 10.793/03 que trata a Educação Física como uma área reducionista focada somente no físico, esquecendo de outros importantes temas pertencentes à disciplina. Na questão da orientação curricular, nenhum dos professores entrevistados segue uma Proposta Curricular e/ou plano de ensino da escola para o planejamento das aulas, devido à proposta curricular esta fora da realidade do público da EJA. Outros professores nunca ouviram falar em currículo para EJA, desconhecem tal proposta. De acordo com todos os educadores entrevistados, a prática e orientação da atividade física como área temática da Educação Física é a contribuição mais evidente que a disciplina pode gerar para os jovens e adultos, a qual pode trazer sensibilização desse público para com os benefícios da qualidade de vida e saúde através de aulas que utilizem assuntos sobre o estresse e atividades de relaxamento que levem os alunos considerar a Educação Física como um componente curricular relevante para a EJA indo de encontro ao que o autor a seguir comenta: [...] os estudantes de EJA, segundo alguns colaboradores, apresentam interesse em conhecer mais sobre os processos fisiológicos que ocorrem no organismo durante a prática de atividades físicas e ainda efeitos e riscos que a acompanham. Para vários colaboradores, as aulas constituem uma possibilidade de conscientização para uma prática adequada de atividades físicas ou, por outro lado, uma instrumentalização para o lazer através da vivência de distintas práticas corporais. (GUNTHER et. AL. 2009, p.8). Assim, a Educação Física torna-se importante não só como uma prática de atividade física, mas conhecimentos sobre o corpo e cuidados com este, ou seja, uma prática adequada e consciente. 3. 2. PARTICIPAÇÃO E INTERESSE DOS ALUNOS DA EJA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Foram aplicados questionários aos alunos que continham quatro perguntas fechadas, os quais abordavam sobre a necessidade do ensino da Educação Física na Educação de Jovens e

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Adultos, participação dos discentes nas aulas depois de longo dia trabalho, a sua satisfação com a disciplina e ao final, sugestões de conteúdos para a Educação Física como componente curricular. Também foram observadas duas aulas de Educação Física da EJA, nas escolas pesquisadas. A partir destes questionários, foram elaborados quatro gráficos representando cada pergunta destes. Gráfico 1. Pergunta n° 1: A Educação Física é uma disciplina necessária na Educação de Jovens e Adultos (EJA)?

83%

17% 15%

85%

SIM NÃO

2011

2013

Ao perguntar se a Educação Física é uma disciplina necessária na EJA, houve aumento de 2% no que se refere às respostas positivas e diminuição de 2% nas respostas negativas comparando o resultado de 2011 e 2013. Percebeu-se que a maioria dos alunos pesquisados respondeu positivamente, o que, no entanto, como visto nas observações das aulas da EJA em 2011 e 2013 não condiz com a realidade, pois infelizmente os discentes não vêem a Educação Física como disciplina e sim, como um mero momento livre de lazer e descanso, no qual somente há realização de jogos sem objetivos concretos, sendo que um dos motivos que mais colaboram com esse triste contexto é apenas da exigência da freqüência nas aulas sem uma participação efetiva da classe. Quanto aos estudantes que responderam negativamente, percebeu-se que em sua fase escolar na EJA o maior objetivo é a conclusão dos estudos para que tenham uma melhor qualificação a fim de buscar maiores oportunidades no mercado de trabalho. Assim, Carvalho (1994) chama a atenção para o fato de que o estudo à noite parece representar um prolongamento da jornada de trabalho; pois muitos destes alunos, após trabalharem o equivalente à oito horas diárias, deslocam-se sem tempo para descanso rumo às escolas, onde irão trabalhar por mais algumas horas. Desta jornada tripla participam tanto os alunos quanto os professores. É a luta pela sobrevivência, onde ambos, desempenhando papéis contrários, participam como atores do ensino noturno. É preciso que a escola entenda-o enquanto sujeito participante das relações de trabalho e questione que tipos de relação e de trabalho estão em jogo.

Fonte: Lima, 2013.

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Gráfico 2. Pergunta n° 2: Depois de um longo dia de trabalho o aluno da EJA deve participar da

aula de Educação Física?

48%

36%

16% 13%

41%46%

SIM ÀS VEZES NÃO

2011

2013

Ao questionar os educandos se depois de um longo dia de trabalho o aluno da EJA deve participar das aulas de Educação Física, percebeu-se que houve certo equilíbrio entre as respostas sim e às vezes no ano de 2013, com aumento de 5% das respostas às vezes e diminuição de 2% das respostas sim relacionadas ao ano de 2011. O gráfico 2 aponta que a maioria dos alunos acreditam que devem participar das aulas de Educação Física, contudo, como visto na análise da gráfico 1, em ambos os anos de pesquisa, tratam a disciplina como um espaço livre para outras atividades. Porém, os alunos que acreditam que devem realizar as atividades, esperam que estas não necessitem grande esforço físico devido ao exercício laboral realizado durante todo o dia. Quanto à minoria que disseram não, observa-se um público do sexo feminino que tem um tabu antigo com o ensino tradicional da Educação Física através do esportivismo. Nessa perspectiva o autor propõe indagações como novas alternativas para o componente no ensino de jovens e adultos: Por que não a utilização de aulas de Educação Física na EJA para, considerando o discurso da LDB, de que os alunos estão cansados para o exercício da mesma (facultatividade), onde poderíamos trabalhar com meditação, relaxamento ou ginástica laboral, por exemplo. Por que não trabalharmos com a história das artes marciais: capoeira, judô, caratê... etc, de forma que os sujeitos as redescubram enquanto instrumentos de libertação e luta contra a subserviência? Por que não trabalhar com jogos adaptados na EJA de forma a ropiciar lazer, prazer e diversão para estes sujeitos que chegam já “cansados” de um dia inteiro de trabalho? (COSTA et. AL. 2007, p.2).

Deste modo, evidencia-se o campo de conteúdos da Educação Física que pode e/ou deve ser trabalhados nas aulas de Educação Física na EJA, para uma maior participação dos alunos.

Fonte: Lima, 2013.

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Gráfico 3. Pergunta n° 3: Você participa das aulas de Educação Física?

62%

26%

12%16%

31%

53%

SIM ÀS VEZES NÃO

2011

2013

Em relação à participação nas aulas de Educação Física na EJA, o gráfico 3 aponta que em 2013 houve uma diminuição de 9% das respostas sim, aumento de 5% das respostas às vezes e o aumento de 4% das respostas não em relação a 2011. Esta diferença significativa do ano de 2011 ao ano de 2013 se refere a uma das escolas pesquisas, por ausência do professor de educação física por motivos de saúde, e conseqüentemente, ausência das aulas. Mesmo com a dificuldade de utilizar metodologias diversificadas para as aulas, os estudantes estão participando destas, no entanto, essa participação observada em 2011 e 2013 ainda são as mesmas, ou seja, não é ativa nas atividades, pois grande parte apenas assiste a realização destas, devido a crença de que está na aula de corpo presente é igual a está participando da mesma. Os pesquisados que responderam às vezes, correspondem aos que dependem da metodologia da aula para participação, como atividades teóricas e expositivas. Dessa forma os autores a seguir refletem sobre uma nova proposta para a Educação Física para os jovens e adultos: [...] precisamos pensar em uma Educação Física escolar para o ensino noturno que busque atender ao aluno em todos os seus domínios, ou seja, que dê oportunidades para estes alunos expressarem seus valores, suas vontades, seus desejos e fazer com que se libertem das "algemas da dependência", que sejam seres humanos que tenham uma visão crítica sobre seu papel na sociedade e consigam com isso dar um salto para um verdadeiro conhecimento válido. (SILVA e SILVA, 2007, p.4) Assim, é preciso olhar a Educação Física na EJA como uma forma de adquirir conhecimentos para a formação do cidadão.

Fonte: Lima, 2013.

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Gráfico 4. Pergunta n° 4: Você está satisfeito com as aulas de Educação Física?

52%

29%

19% 21%19%

60%

SIM NÃO ÀS VEZES

2011

2013

Quanto à satisfação com as aulas da disciplina, o gráfico 4 aponta que pouco mais da metade dos discentes pesquisados estão satisfeitos com as atividades, todavia, em 2013 temos aumento de 8% das respostas sim, diminuição de 10% das respostas não e o aumento de 2% das respostas às vezes em relação ao ano de 2011, observando que esse aumento significativo da resposta sim e a diminuição da resposta não em relação a 2011, foi o maior comodismo e a liberdade para realização de outros trabalhos que não são da área de Educação Física e sim de outros componentes curriculares. Além disso, foi constatado através de relatos de alunos que muitos estão insatisfeitos com o ensino oferecido pelo docente, pois as aulas que acontecem semanalmente são fora do contexto do público trabalhador da EJA, provocando assim um pré-conceito com a Educação Física. A afirmação a seguir vai de encontro com a insatisfação dos alunos trabalhadores com as aulas: Sem o diálogo entre o trabalhador e o conteúdo de aprendizagem, sem o diálogo entre a prática profissional e a prática escolar, não haverá possibilidade de que o conhecimento adquirido através do cotidiano profissional seja reelaborado a partir da prática escolar. Sem esse diálogo, dificilmente se conseguirá que o trabalhador conheça os meios de superação de sua condição social e os limites e possibilidades que lhe são impostos pela sociedade mais ampla. (CARVALHO, 1994, p.15). Portanto, pode-se dizer que a Educação Física na EJA deve ter como objeto principal o diálogo entre professor e aluno, para acima de tudo, realizar um trabalho que estimule a participação dos alunos, utilizando-se das vivências destes e da diversificação de conteúdos para formação do cidadão crítico e atuante na sociedade. 4 CONCLUSÃO Considerando as comparações que este artigo proporcionou, notou-se que não houve melhorias na práxis docente do profissional de Educação Física para com a Educação de Jovens e Adultos do ano de 2011 e 2013, visto que, a metodologia empregada nas aulas aborda temas relacionados à Atividade Física e jogos de mesa sem um objetivo. Contudo, no que tange à proposta de ensino, ainda é necessário avançar na orientação curricular, relativo aos conteúdos que são utilizados nas aulas de Educação Física, para que esta se torne valorizada, rompendo com o olhar voltado apenas como um espaço de prática de jogo sem promoção de aprendizagem significativa aos estudantes. Assim, observa-se que os professores necessitam de uma formação continuada voltada para as necessidades dos alunos da EJA, promovendo a construção de um currículo de acordo com a

Fonte: Lima, 2013.

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realidade deste público, considerando a perspectiva do aluno trabalhador na práxis da Educação Física, gerando assim aulas contextualizadas conforme a realidade do ensino noturno. Tendo em vista a participação dos alunos na pesquisa, evidenciou-se que estes acreditam na Educação Física e sua importância nesta modalidade de ensino – EJA, rompendo paradigmas sobre esta concepção de ensino, entretanto, ainda compreendem o ensino sendo organizado tradicionalmente utilizando a prática de atividades físicas como conteúdo prioritário e jogos de mesa como alternativo. Sugerem-se então adequações curriculares que perpasse pela holística do aluno trabalhador pontuando assim:

Construção conjunta entre gestão, professores, alunos e comunidade em uma Proposta Curricular para a EJA que contemple mais essa alternativa de conhecimento à formação do ser humano, como reconhecimento às várias linguagens e expressões que do sujeito é de direito;

Atribuição de notas por meio de avaliação do processo com aplicabilidade de instrumentos: seminários, pesquisa e palestras temáticas, relatórios das aulas - de vídeos, entre outros, sendo em grupo, a fim de aumentar o comprometimento dos alunos e professores com as aulas de Educação Física;

Abordagem de temas relativos à Atividade Física e Saúde, qualidade de vida, esporte, ginástica de formação geral, assim possibilitando a sensibilidade e conhecimento sobre o vasto campo de atuação desta área. É possível afirmar, enquanto pesquisador e professor, que este estudo foi de fundamental importância na aquisição de novos conhecimentos, na abertura de novos horizontes e possibilidades de atuação no âmbito educacional, especialmente no ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. REFERÊNCIAS __________. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. CARVALHO, C. P. de. Ensino noturno: realidade e ilusão. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 1994. 120p. COSTA, Leandro da et al. A educação física no currículo da educação de jovens e adultos: análise dos documentos curriculares. Trabalho de conclusão de curso de Especialização. Florianópolis, SC: CEFET-SC, 2007. Disponível em <wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/b/b5/MonografiafinalPROEJA.pdf> Acessado 22/03/2011 às 17:30:45. COSTA, Sérgio Francisco da. Os Caminhos da Investigação. 5ª ed. São Paulo: Harba, 2001. GÜNTHER, Maria Cecília C. et. al. A prática pedagógica da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos – um estudo nas escolas estaduais de Londrina (PR). Congresso Norte Paranaense de Educação Física Escolar, [online]. Londrina: UEL, 2009. Disponível em: <www.uel.br/eventos/conpef/conpef4/trabalhos/comunicacaooralartigo/artigocomoral1.pdf> Acessado em 10/11/2011 às 20:37:55. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed.5. reimp. São Paulo: Atlas, 2007. SILVA, Sheila A. P. dos S. e SILVA, Hugo C. Nunes da. Educação Física no ensino noturno: um estudo de caso. Buenos Aires: Revista Digital, janeiro de 2007, Ano 11, N° 104. Disponível www.efdeportes.com/efd104/educacao-fisica-ensino-noturno.htm

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DIMENSÕES RELACIONADAS COM A SATISFAÇÃO GERAL DOS PRATICANTES DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL

WEBER, C.¹

SÁ, K.B.¹

¹ Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) – São Leopoldo – Rio Grande do Sul – Brasil. [email protected]

Introdução: Ginástica Laboral é um conjunto de praticas físicas desenvolvida para a saúde do trabalhador, buscando qualidade de vida e a promoção de saúde e lazer dentro de empresas e organizações. Sua prática motiva uma mudança de comportamento entre os trabalhadores, estimulando os mesmos a assumirem um estilo de vida mais ativo e saudável, diminuindo os impactos que as doenças relacionadas ao trabalho exercem sobre os trabalhadores. Objetivo: Buscando conhecer a percepção dos praticantes em relação à Ginástica Laboral dentro de uma empresa, este estudo objetiva avaliar dimensões/aspectos de maior importância para um bom desenvolvimento de um programa de Ginástica Laboral dentro de uma empresa. Especificamente, identificar alguns aspectos relacionados ao serviço prestado aos usuários, avaliando o escore médio de importância e a correlação que a mesma tem com a satisfação geral do programa. Metodologia: O estudo realizado foi de natureza qualitativa e quantitativa, desenvolvido em uma empresa na área de fabricação de máquinas para a indústria calçadista na cidade de Novo Hamburgo, RS. A amostra restringiu-se a 28 colaboradores praticantes de Ginástica Laboral desta empresa, sendo a coleta de dados realizada através das técnicas de grupo focal e questionário. Os dados foram analisados estatisticamente descrevendo escore médio do nível importância para cada dimensão, o escore de satisfação geral e a correlação entre os dois valores. Resultados: Verificou-se que das 23 dimensões analisadas no questionário, a correção da postura dos alunos e o conhecimento do professor(a) demonstraram ser os quesitos de maior importância para um bom desenvolvimento de um programa de Ginástica Laboral. A maioria dos praticantes deste estudo apresentaram um nível de satisfação geral “muito satisfeito”. Conclusão: Com base na correlação desses dados, as dimensões que estão diretamente relacionadas com a satisfação geral dos praticantes oferecem subsídios para os gestores manterem elevado o nível de satisfação com esse programa de Ginástica Laboral.

Palavras-chave: ginástica laboral; nível de satisfação; correlação.

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ABSTRACT Introduction: Gymnastics is a set of physical practices designed to worker health , seeking quality of life and promoting health and leisure within companies and organizations . His practice motivates behavior change among employees , encouraging them to commit to a lifestyle more active and healthy life , reducing the impact that work-related diseases have on workers . Objective: Seeking to know the perceptions of practitioners regarding Gymnastics within a company , this study aims to evaluate dimensions / aspects of utmost importance for a successful development of a program of Gymnastics within a company . Specifically , identify some aspects related to the service provided to users , evaluating the average score of importance and correlation that has the same overall satisfaction with the program . Methodology: The study was a qualitative and quantitative nature , developed into a company in the manufacturing of machines for the footwear industry in the city of Novo Hamburgo , RS . The sample was restricted to 28 practitioners of Gymnastics employees of this company, and the data collection was made through the techniques of focus group and questionnaire. Data were analyzed statistically describing mean score of importance for each dimension level, the overall satisfaction score and the correlation between the two values . Results: It was found that the 23 dimensions analyzed in the questionnaire , posture correction of the students and the teacher's knowledge ( a) proved to be the most important requisites for a successful development of a program of Gymnastics . Most practitioners of this study showed an overall satisfaction " very satisfied " . Conclusion: Based on the correlation of these data , the dimensions that are directly related to the overall satisfaction levels offer subsidies for managers to maintain the high level of satisfaction with this program Gymnastics.

Keywords: gymnastics; satisfaction; correlation.

INTRODUÇÃO

Conforme é conceituada na Lei Federal n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, a saúde do trabalhador é um conjunto de atividades destinadas à promoção e proteção da saúde, visando à recuperação e reabilitação dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho (BRASIL, 1990). Hagg, Lopes e Schuck (2001), vão ao encontro desta consideração quando colocam que a saúde do trabalhador é um campo específico da área da saúde pública, que procura atuar através de procedimentos próprios, com a finalidade de promover e proteger a saúde das pessoas envolvidas no exercício do trabalho.

A Ginástica Laboral é um programa de qualidade de vida dentro das empresas que visa a promoção do lazer, mesmo sendo realizada pelos trabalhadores durante o expediente de trabalho (MENDES e LEITE, 2004). Lima (2005) conceitua como um conjunto de práticas físicas, elaboradas a partir da atividade profissional exercida durante o expediente e visa compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho e ativar as que não são requeridas, relaxando-as e tonificando-as. Pressi e Candotti (2005) ressaltam que a Ginástica Laboral favorece a prevenção de fadiga muscular, a diminuição dos acidentes de trabalho, a correção de vícios posturais, a prevenção de doenças como traumas cumulativos, a integração entre os indivíduos, a melhoria da condição física geral, a promoção do autocondicionamento orgânico, a redução do absenteísmo, o aumento da disposição para o trabalho e a consciência corporal.

A satisfação do cliente é resultante de uma avaliação pós-consumo da qualidade percebida em relação à qualidade esperada, sendo que as variáveis que antecedem a satisfação de clientes

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são a qualidade, o valor percebido e a expectativa do cliente (DELEVATI, 2004). Assim, a qualidade percebida pelo consumidor é a forma pela qual ele julga a excelência ou superioridade do fornecedor, ou seja, a forma pela qual ele compara o serviço que recebe com o que, segundo suas expectativas, deveria receber. O julgamento da qualidade vai resultar da discrepância entre as expectativas e o efetivamente recebido do fornecedor (PARASURAMAN, ZEITHAM, BERRY apud REIS, 2001). OBJETIVO

Este estudo buscou avaliar as dimensões (aspectos) de maior importância para um bom desenvolvimento de um programa de Ginástica Laboral dentro de uma empresa na área de fabricação de máquinas para a indústria do calçado. Especificamente, buscou identificar alguns aspectos relacionados ao serviço prestado aos usuários, avaliando o escore médio de importância e a correlação que a mesma tem com a satisfação geral do programa.

METODOLOGIA

Este estudo foi de natureza qualitativa e quantitativa desenvolvido em uma empresa na área de fabricação de máquinas para a indústria calçadista na cidade de Novo Hamburgo, RS. A amostra restringiu-se a 28 colaboradores praticantes de Ginástica Laboral desta empresa.

A idade dos participantes variou entre 18 e 51 anos, com média de 33 anos. Distribuição preponderante do sexo masculino (16 homens e 12 mulheres). O tempo de empresa variou entre 1 mês e 29 anos, com média de 7 anos e 6 meses. Em média, os sujeitos praticam Ginástica Laboral há 2 anos e 6 meses. Por sua maioria não praticam atividade física (15), trabalham no setor de máquinas (12), possui o Ensino Médio Completo (11) e praticam Ginástica Laboral 5 vezes por semana (23). Em um primeiro momento foi realizado o grupo focal, objetivando a exposição das ideias dos trabalhadores a respeito do tema proposto. Após o levantamento destes dados, os mesmos foram colocados em forma de questionário que serviu de plano piloto. Um total de 21 usuários do programa de Ginástica Laboral da empresa participaram deste plano. Após algumas modificações, chegou-se a versão final do questionário.

Em um segundo momento, foi aplicado este instrumento de avaliação da satisfação dos praticantes com cada um dos aspectos levantados previamente. Ao mesmo tempo, avaliou-se a importância de cada dimensão para um bom desenvolvimento de uma aula, assim como a satisfação geral dos praticantes com a Ginástica Laboral. No total, 31 colaboradores responderam ao questionário. Dos 31 respondidos, 28 foram aproveitados para a pesquisa e 3 não tiveram aproveitamento devido à falta de dados e/ou preenchimento incorreto.

Para a análise estatística dos dados, foi utilizado um programa estatístico SPSS Statistics. Após a digitação dos dados, criação, modificação e recodificação de algumas variáveis, para cada uma delas foi calculada média e desvio padrão, verificando o tipo de distribuição de dados com a ajuda do teste Shapin-Wilks. Por tanto, considerou-se normal à distribuição de dados cuja significância foi maior do que 0,05. Para a correlação, após verificar a homogeneidade da variância das variáveis, com a ajuda do

teste de Levene (P0,2), utilizou-se a ou as correlações variadas segundo Pearson ou segundo Spearmann. A utilização de um ou outro teste dependeu do tipo de distribuição e da

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homogeneidade das variáveis analisadas. Para o presente estado, adotou-se os níveis de correlação segundo Bühl e Zöfel (2000) apresentados a seguir na tabela 1:

Valores Níveis

< 0,2 Muito Baixo

0,2 - 0,5 Baixo

0,5 - 0,7 Médio

0,7 - 0,9 Alto

>0,9 Muito Alto

Tabela 1 – Níveis de Correlação Assim, foi calculado o escore médio do nível importância para cada dimensão, o escore de satisfação geral com o programa e a correlação entre a importância das dimensões com a satisfação geral do programa de Ginástica Laboral.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os gráficos apresentados a seguir são referentes aos dados coletados através dos questionários. O gráfico 1 apresenta os escores médios das dimensões de maior importância para os praticantes de Ginástica Laboral. A tabela 2 mostra o nível satisfação geral dos praticantes em relação ao programa de Ginástica Laboral e o gráfico 3 demonstra o índice de Correlação entre as dimensões de maior importância com a satisfação geral com o programa. Gráfico 1: Escore médio de importância das dimensões questionadas aos praticantes de Ginástica Laboral

O gráfico 1 apresentou os escores médios de importância das dimensões avaliadas, com uma escala de 1 a 7, sendo que 1 corresponde a “Nada Importante” e 7 corresponde a “Muito Importante”, em relação ao bom desenvolvimento de uma aula de Ginástica Laboral.

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Com escore de importância médio de 6,9 as dimensões P7 “Correção da postura dos alunos” e P6 “Conhecimento do professor(a)” demonstrou ser os quesitos de maior importância para um bom desenvolvimento de um programa de Ginástica Laboral, seguidas pela dimensão P10 “Dinamismo do professor(a)” com 6,8 de média e as dimensões P15 “Frequência diária” e P22 “Aumento da qualidade de vida” com escore médio de 6,7.

Com base nas dimensões destacadas, foi solicitada aos praticantes a avaliação do nível de satisfação geral em relação ao programa de Ginástica Laboral. Como escala para esta avaliação foi utilizado 1 para ”Totalmente Insatisfeito”, 2 para “Um pouco Satisfeito”, 3 para “Satisfeito”, 4 para “Muito Satisfeito” e 5 para “Plenamente Satisfeito”. O número de respostas válidas foi de 28, sendo que o valor mínimo obtido foi 2 “Um pouco Satisfeito” e o valor máximo obtido foi 5 “Plenamente Satisfeito”. Em média os praticantes encontram-se “Muito Satisfeitos” (4 pontos) com o desenvolvimento da Ginástica Laboral.

A tabela 2 descreve as frequências para de cada nível da satisfação geral e os percentuais individuais e acumulativos.

Frequência Percentual Percentual Acumulativo

Um pouco Satisfeito 1 3,6 3,6

Satisfeito 5 17,9 21,4

Muito Satisfeito 15 53,6 75,0

Plenamente Satisfeito 7 25,0 100,0

Total 28 100,0

Tabela 2 – Frequência e Percentual da Satisfação Geral com o programa de Ginástica Laboral

Verifica-se que somente 1 praticante encontra-se “Um pouco Satisfeito” (equivalente a 3,6% da amostra), 5 praticantes encontram-se “Satisfeitos“ (equivalente a 17,9% da amostra), 15 praticantes encontram-se “Muito Satisfeitos” (equivalente a 53,6% da amostra) e 7 praticantes encontram-se “Plenamente Satisfeitos” (equivalente a 25% da amostra). Nenhum dos praticantes encontra-se “Totalmente Insatisfeito” com a Ginástica Laboral realizada na empresa.

Com base nas médias adquiridas pela avaliação dos níveis de importância que cada aspecto obteve e a satisfação geral dos praticantes em relação ao programa de Ginástica Laboral, correlaciona-se estas variáveis para com cada um dos escores obtidos nas diferentes dimensões. Assim, identificará quais dimensões estão mais correlacionadas com a satisfação geral, sendo a sua melhora de suma importância para a gestão deste serviço. Entre as 23 dimensões em análise, somente 6 apresentaram correlação significativa com a satisfação geral dos praticantes. A classificação dos níveis de correlação segue na tabela 1 apresentada na metodologia desse estudo.

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Gráfico 2: Correlação entre o escore médio de satisfação geral e do nível de importância das dimensões questionadas aos praticantes de Ginástica Laboral

O gráfico 2 apresentou a correlação entre o escore médio de satisfação geral e a importância das dimensões questionadas. As dimensões P1 ”Criatividade do professor(a)”, P9 “Professor(a) aceitar sugestões e críticas”, P10 “Dinamismo da professor(a)” e P13 “Descontração na Ginástica Laboral” apresentaram um nível de correlação considerado médio (√=0,5) com a satisfação geral dos praticantes. Para as dimensões P4, “Atenção do professor(a) com os praticantes” e P11 “Diversificação das atividades desenvolvidas”, podemos verificar que ela possui um nível de correlação considerado baixo (√=0,4) com a satisfação geral dos praticantes. CONCLUSÃO Com base nestes dados de correlação, pudemos identificar quais das dimensões estão mais diretamente relacionadas com a satisfação geral dos praticantes de Ginástica Laboral. Apesar da obtenção desses índices de correlação relativamente baixos, a análise dos escores destas dimensões proveram aos gestores deste serviço ter subsídios para, por um lado, manter os níveis de qualidade daquelas dimensões mais correlacionadas e que tem sido avaliada positivamente e por outro lado, imprimir esforços na melhoria da qualidade daqueles itens mais correlacionados com a satisfação geral dos praticantes e que foram avaliados negativamente.

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REFERÊNCIAS BRASIL. Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. BÜHL, A.; ZÖFEL, P. SPSS Version 10 – Einführung in die Moderne Datenanalyse unter Windows. 7.ed. Auflage: Addison-Wesley, 2000. DELEVATI, Miriam Teresinha da Silva. Satisfação de Clientes em Instituições Sem Fins Lucrativos: Um Estudo de Caso – Avaliando as Percepções dos Públicos Envolvidos. Porto Alegre: UFRGS, 2004. Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004. HAAG, GS; LOPES, MJM; SCHUCK, JS. A Enfermagem e a Saúde dos Trabalhadores. 2.ed. Goiânia: AB, 2001. MENDES, Ricardo Alves; LEITE, Neiva. Ginástica laboral: princípios e aplicações práticas. Barueri: Manole, 2004. PARASURAMAN, A; ZEITHAML, V; BERRY, L. A conceptual model of service quality and its implications for future research. Journal of Marketing, v. 49, p. 41-50, 1985. PRESSI, Ana M.S; CANDOTTI, Cláudia T. Ginástica Laboral. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2005.

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EFEITOS DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL EM TRABALHADORES DE COMÉRCIO ATACADISTA

ROCHA, A.L.C. ¹ DOS ANJOS, E.F.¹ ¹Graduado em Educação Física – Unifae – São João da Boa Vista, SP - Brasil. email: [email protected] RESUMO Introdução: A prática da ginástica laboral nas empresas se torna cada vez mais frequente e enfatiza a importância da pesquisa através de indicadores para avaliação e promoção da saúde e da qualidade de vida. Objetivo: Verificar os efeitos de um programa de ginástica laboral em trabalhadores de comércio atacadista de uma cidade do interior do sul de Minas Gerais. Metodologia: Aplicou-se um questionário com 87 indivíduos do sexo masculino com idade entre 18 e 59 anos, que participaram durante quinze minutos, duas vezes por semana num período de cinco meses das sessões de ginástica laboral. Resultados e Conclusão: Os resultados desta pesquisa demonstram que a ginástica laboral quando aplicada adequadamente, traz resultados promissores para a melhoria de saúde em geral, estado de humor, concentração, flexibilidade e alivio de dores corporais de funcionários que se utilizem dessa atividade. Palavras-chave: Ginástica Laboral, trabalhadores, saúde. ABSTRACT Introduction: The practice of gymnastics in business becomes increasingly frequent and emphasizes the importance of research using indicators for evaluation and promotion of health and quality of life. Objective: To assess the perception of the effects of a program of gymnastics workers in wholesale trade of a city in the south of Minas Gerais. Methods: We applied a questionnaire with 87 males aged between 18 and 59 years, who participated for fifteen minutes twice a week over five months of sessions of gymnastics. Results and Conclusion: The results of this research show that the gymnastics when applied properly brings promising results for improving health, well-being, self-esteem of employees who use this activity. Keywords: Gymnastics, workers, health. INTRODUÇÃO Na Inglaterra em meados do século XVIII iniciou-se uma nova forma de produzir e organizar o trabalho chamada Revolução Industrial, surtindo uma forte influência no modo de viver das pessoas e principalmente sobre a saúde dos trabalhadores (ROUQUAYROL, 1993).

O processo de industrialização aumenta as chances de pessoas se tornarem sedentárias, com poucas oportunidades de praticar atividades físicas resultando em uma conseqüente diminuição do condicionamento físico e acarretando prejuízos à saúde das mesmas (PITANGA & LESSA, 2005).

A saúde dos trabalhadores deve ser avaliada dentro dos aspectos ocupacionais físicos, químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos, psíquicos e sociais. A saúde ocupacional ou profissional implica na soma de todos os esforços para melhorar a saúde dos trabalhadores, tanto no seu ambiente de trabalho como na sua comunidade (DELIBERATO, 2002). Uma forma de prevenção e redução de dores e doenças ocupacionais, além de incentivar a prática de atividade física fora do horário de trabalho é a chamada ginástica laboral. (MENDES & LEITE, 2004)

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Para Lima (2003), a ginástica laboral é a prática de atividade física realizada no ambiente de trabalho, durante o expediente, voltada aos trabalhadores, de participação voluntária visando à melhoria da qualidade de vida, diminuindo as tensões físicas e emocionais, reequilibrando a postura e combatendo a fadiga, afastando o risco de se desenvolver lesões ocupacionais.

De acordo com Figueiredo e Mont‟Alvão (2008), a ginástica laboral foi introduzida no Brasil em 1969 por executivos nipônicos na Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A. (Ishibrás), no Rio de Janeiro. Após algumas experiências isoladas, houve um período de esquecimento, ressurgindo apenas na segunda metade da década de 80, como medida de promoção da saúde do trabalhador.

A prática da ginástica laboral nas empresas se torna cada vez mais frequente e enfatiza a importância da pesquisa através de indicadores para avaliação e promoção da saúde e da qualidade de vida, visto que a periodicidade desta atividade indica sensíveis benefícios relacionados à melhoria de sintomas no sistema musculoesquelético e nas relações interpessoais (MENDES & LEITE, 2004). Para os mesmos autores a ginástica laboral não sobrecarrega o funcionário, por ser de curta duração. No entanto, estudos apontam que é o suficiente para prevenir a fadiga muscular, diminuir a dor e o índice de acidentes de trabalho, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição do funcionário no início e nas pausas de trabalho e meio de valorizar e incentivar a prática de atividades físicas como instrumento de promoção à saúde e do desempenho profissional. De acordo com Mendes & Leite (2004), a ginástica laboral pode ser classificada de três modos diferentes: 1. Preparatória: realizada no início do turno e visa aquecer a musculatura e as articulações utilizadas no trabalho, prevenindo acidentes e doenças ocupacionais. 2. Compensatória ou de Pausa: realizada no meio do expediente de trabalho com o objetivo de impedir vícios posturais, evitar a fadiga central e periférica, aumentar a sociabilização e a integração do grupo. 3. Relaxante: realizada no final do expediente objetivando relaxar todo o corpo devido às tensões acumuladas durante todo o expediente de trabalho. Entende-se, portanto, que um programa de ginástica laboral pode contribuir positivamente na promoção da saúde e qualidade de vida do trabalhador.

OBJETIVO:

Verificar os efeitos de um programa de ginástica laboral em trabalhadores de comércio atacadista.

METODOLOGIA:

O presente estudo é uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa com aplicação de um questionário com 87 indivíduos do sexo masculino com idade entre 18 e 59 anos, que participaram durante quinze minutos, duas vezes por semana num período de cinco meses das sessões de ginástica laboral.

RESULTADOS: Os trabalhadores estudados foram do sexo masculino com idade entre 18 e 59 anos. O gráfico 1, demonstra que 78,16% participantes se sentem mais dispostos após participarem das sessões, mostrando que a ginástica laboral não sobrecarrega e não leva o funcionário ao cansaço, porque é de curta duração, contribuindo para aumentar a disposição do funcionário no inicio e final do

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trabalho e transforma-se em um meio de valorizar e incentivar a prática de exercícios físicos como instrumento de promoção à saúde e do desempenho profissional. Gráfico 1 – Sensação após participar da ginástica laboral.

78,16%

4,59%

17,24%

mais disposto

cansado

não percebo

diferença

O gráfico 2, demonstra as maiores contribuições que a prática da ginástica laboral trouxe para vida dos trabalhadores. Gráfico 2 – Contribuição da prática da ginástica laboral.

CONCLUSÃO: Os resultados desta pesquisa demonstram que a ginástica laboral quando aplicada adequadamente, traz resultados promissores para a melhoria da saúde geral, estado de humor, concentração, flexibilidade e alivio de dores corporais e corroboram com (LIMA, 2003) que justifica a importância da avaliação periódica de resultados dos programas de ginástica laboral para prevenção, promoção e manutenção da saúde do trabalhador. Contudo conclui-se que outros estudos sobre as dimensões da saúde do trabalhador relacionados à ginástica laboral devem pesquisados.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: DELIBERATO, Paulo Cezar Porto. Fisioterapia preventiva: fundamentos e aplicações. São Paulo: Manole, 2002.

FIGUEIREDO, F; MONT´ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. 2.ed Rio de Janeiro: Sprint, 2008.

LIMA, Valquíria de. Ginástica Laboral: atividade física no ambiente de trabalho. São Paulo: Phorte, 2003.

MENDES, A.R; LEITE, N. Ginástica Laboral: princípios e aplicações práticas. São Paulo: Manole, 2004.

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FUTSAL COMO FERRAMENTA DA ABORDAGEM CULTURAL

OLIVEIRA, Daniel Sampaio de¹; CONCEIÇÃO, Cosme Luiz da Silva¹; SANTOS, Miraldina Alice¹; DE OLIVEIRA, Rodney Alves¹; DA SILVA, Eduardo Rodrigues². 1- Discente de Educação Física – UFRRJ – Rio de Janeiro - Brasil; 2- Orientador – Pesquisador– LABSAFE/UFRRJ - Brasil. [email protected]

RESUMO

No âmbito escolar o futsal participa como um dos desportos mais aplicáveis. Podendo atribuir-se pela sua simplicidade e baixo custo para prática ou até pela sua preferência popular. E nesse sentido a abordagem escolar cultural ou educação física plural, defende que as técnicas corporais de um grupo são técnicas culturais. O futsal no Brasil tem como vantagens não só a estatística de contato esporte-aluno a seu favor, como seu fácil acesso e a sua capacidade de socialização, ferramenta de abordagem cultural no Brasil. Utilizá-lo como metodologia então, pode ser uma forma de conciliar um desporto coletivo e manifestação cultural para obter-se sucesso no processo ensino-aprendizagem. Mas óbices em relação cultural de gêneros indicam que essa possibilidade não é total. Alguns fatores indicam direções contrárias, ao favoravelmente em relação ao desporto. As dificuldades em relação ao gênero são as maiores encontradas. Infelizmente esta prática cultural exclui o gênero feminino em muitos momentos populares. Como não existe uma didática voltada ao público feminino, este fica praticamente excluído do processo. E consequentemente não interessado, o que praticamente faz com que não se interessem futuramente pelo desporto.

Palavras-chave: Futsal, Cultura, Popularidade, Escola.

ABSTRACT

Within the school futsal participates as one of the sports most applicable. Maybe attributed to its simplicity and low cost to practice or even for its popular preference. And in this sense the cultural approach or plural school physical education, argues that the physical techniques of a group are cultural techniques. Futsal in Brazil is not only the statistical advantages of contact - sport student in his favor, as its easy access and its ability to socialization, cultural approach tool in Brazil. Use it as a methodology then, can be a way to reconcile a collective sport and cultural event to obtain success in the teaching- learning process. But cultural obstacles in respect of genera indicate that this possibility is not total. Some factors indicate opposite directions to the fair in relation to sport. Difficulties in relation to gender are the largest found. Unfortunately this cultural practice excludes females in many popular moments. As there is no teaching geared to a female audience, this is practically excluded from the process. And consequently not interested, which pretty much makes not interested in the future of sport.

Keywords: Futsal , Culture , Popularity , School .

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01. INTRODUÇÃO

No Brasil o futsal é amplamente difundido, sendo o desporto mais praticado, principalmente em

ambiente escolares, nas aulas de educação física. Faz parte do acervo do lazer brasileiro e está

presente em quadras e praças, nas adaptações de golzinhos nas ruas, com chinelos, pedras e

madeiras. Sua popularidade pode ser atribuída pela simplicidade de material, o que o permite

atingir um grande público. Sua aceitação faz dele um esporte contemplado que transcende

fatores sociais. Como iniciado no parágrafo no âmbito escolar o futsal participa como um dos

desportos mais aplicáveis. Podendo atribuir-se pela sua simplicidade e baixo custo para prática

ou até pela sua preferência popular. Pode então ser considerado que, o futsal se confunde com

as práticas populares brasileiras pelo fato de atingir um grande número de adeptos e seus gestos

são quase culturais, dentro ou fora da escola.

Quanto a historia do futsal, podemos dialogar com Santana (2002), que disse sobre o futsal, um

esporte que surgiu da fusão entre o futebol de salão e o futebol de cinco, no final da década de 80

do século XX, desenvolveu-se substancialmente nos últimos dez, doze anos, assim entendemos

sua maior propagação agora nesse início de século XXI, muito disso, deve-se às significativas

alterações ocorridas nas suas regras, mudanças que buscaram dinamizar o desporto e

sensibilizar a cultura do futebol praticado na rua, cobrando o lateral com os pés, o goleiro

atravessando a bola em busca do jogador de frente melhor posicionado para fazer o gol. Estas

teriam feito do futsal, comparado ao futebol de salão, um esporte mais competitivo, atraente e

dinâmico.

O futsal, culturalmente, se populariza por vários fatores. Seja através da educação física escolar.

“A criança que aprende a praticar as habilidades, possivelmente, ficará competente nisso, mas

isso não é garantia de que ela possa jogar bem futsal.” (PINTO; SANTANA, 2005) ou pelo rápido

e descontrolado crescimento urbano que consequentemente reduziu as possibilidades do futebol

de campo e ampliou o número de adeptos do futebol como lazer praticado no pequeno espaço da

rua. “O futsal atualmente é o esporte que possui o maior número de praticantes no Brasil. Este

esporte popularizou-se principalmente devido as condições de prática em espaços menores, já

que o crescimento das grandes metrópoles proporcionou a redução dos espaços para construção

de campos de futebol, ao longo dos anos.” (CAMARGO; HIROTA; VERARDI, 2008 p.54).

1.1 - OBJETIVO DO ESTUDO

O objetivo deste artigo é pesquisar sobre como o futsal pode servir como ferramenta de

abordagem cultural no Brasil.

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1.2 - METODOLOGIA

A metodologia foi uma Revisão de Literatura em artigos impressos e de sites especializados

recomendados e ou citados em obras lidas pelos autores.

02. REFERENCIAL TEÓRICO

BREVE HISTÓRICO DO FUTSAL

O futsal, termo criado pela FIFA no final da década de 80, veio da fusão do futebol de salão,

criado pela FIFUSA (Federação Internacional de Futebol de Salão), tendo duas versões para seu

surgimento, e o futebol de cinco, versão do futebol de salão criado pela FIFA. As duas versões

para o surgimento do futebol de salão tem duas raízes, uma da Associação Cristã de Moços

(ACM) em Montevidéu-Uruguai na década de 30 e outra na ACM de São Paulo-Brasil na década

de 40. Segundo ZARATIM, “O futebol de Salão foi primeiro praticado pela Associação Cristã de

Moços no Uruguai, conhecido na época por “indoor-foot-ball”.” Enquanto em outros países o

Futsal são “departamentos subordinados às Federações de futebol ligadas a FIFA”, no Brasil a

Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), fundada em 1979 e sediada em Fortaleza (CE), é

ligada diretamente a FIFA. No âmbito internacional surgiu em Assunção, no Paraguai, em 1969 a

Confederação Sul Americana de Futebol de Salão (CSAFS). Com o surgimento de diversas

equipes em outros países, a Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA) fundada em

1971 em São Paulo organizasse e efetivasse competições internacionais. Segundo SANTANA

(apontar ano), o Futsal só começa a se expandir na América Latina durante a década de 60, em

1968 ocorre a I Taça Brasil de Clubes, em 71 é fundada a FIFUSA, em 79 a CBFS, Na década de

80 são realizados dois Campeonatos Pan-Americanos (80) e Mundiais de Clubes de Clubes e de

Seleções (82), organizado pela FIFUSA três Campeonatos Mundiais (82), (85) e (88), em 83 é

autorizado a prática do Futebol de Salão Feminino, em 89 acertado entre FIFUSA e FIFA, esta a

responder a partir de então pelo Futsal. Somente em 2001 reúne-se uma Seleção Brasileira de

Futsal Feminino e em 2002, realizado o I Campeonato Brasileiro de Seleções de Futsal Feminino.

O Futsal tem sua origem recente na linha do tempo e essa origem revindicadas por duas

vertentes. De qualquer forma, sendo em Montevidéu ou em São Paulo, o que chama atenção nas

duas versões de seu surgimento é o fato de por comoção popular, por não se achar com

facilidade campos de futebol, procurarem meios de espaço físico para prática de jogo, levando os

frequentadores das ACM a jogarem bola nas quadras de basquete e hóquei dando origem a uma

nova modalidade esportiva, o futsal, como ocorreu com o voleibol, entre outras. (O parágrafo está

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muito grande e com inúmeras informações. Sugiro fracioná-lo para maior entendimento dos

leitores).

A educação física e sua atuação vêm sendo amplamente discutida no âmbito escolar. Suas

influências têm se baseado em conceitos políticos, econômicos, sociais e até estruturais, ou seja,

seus objetivos têm se baseado na realidade escolar (objetivo geral do ensino escolar) e nas

necessidades, que na disciplina, devem ser atendidas (objetivos específicos).

Nesse sentido, a escola vem como uma empresa transformadora. Que segundo Libâneo (1994),

citado por Silva et al. (apontar ano) deve atingir os seguintes objetivos: “Objetivos Gerais

Educacionais: Lutar pela democratização da sociedade...; Oportunizar o desenvolvimento de

potencialidades de todos os alunos...; Despertar a capacidade crítica e criativa...; Estimular o

desenvolvimento da consciência coletiva...; Viabilizar a participação da e na instituição... ; Em

relação aos objetivos específicos... Expectativas do professor em meio as possibilidades

expressas pelos alunos; ..., os quais buscam o desenvolvimento cognitivo.” De acordo com o

mesmo autor, a organização objetivo-conteúdo-métodos devem atender aos anseios daquela

instituição. Cabendo ao professor, como agente transformador, escolher quais vertentes tomar

para obter sucesso dos seus alunos.” (2009, p.6).

No entanto, a escolha de uma abordagem deve ser coerente. E nesse sentido a abordagem

cultural ou educação física plural, defende que as técnicas corporais de um grupo são técnicas

culturais. Que as diferenças são valorizadas e não pregam avaliação da técnica, analisa seu

acontecimento. Seu objetivo é de caráter aberto-provocativo. Valoriza o desenvolvimento de uma

boa base motora, a partir da qual se possam praticar eficientemente esportes, danças, lutas e a

ginástica.

Portanto a utilização do futsal como ferramenta pedagógica, serve num primeiro momento como

contato com as habilidades motoras básicas. E sua escolha é justificada pelo fácil acesso ao

desporto e a sua capacidade de socialização. Já que, no Brasil os fundamentos deste desporto

são comumente encontrados em jogos informais similares, „‟peladas‟‟. Essa modalidade popular

aparece como uma adaptação e se utiliza de algumas regras e materiais do próprio futsal.

Propondo então que aplicar o futsal na escola, no primeiro segmento, tem como vantagem

não só a estatística de contato esporte-aluno a seu favor como também atingir os cinco objetivos

da escola segundo Libâneo (1994), baseando-se na metodologia da abordagem cultural.

Estimular os gestos comuns, reconhecer as diferenças e fazer delas parte da aprendizagem.

Partindo desses princípios, culturalmente, usamos como ferramenta de abordagem

desportiva o futsal. “Assim, é nas aulas de EFE (Educação Física Escolar) que se corporificam,

objetivamente, o que é pedagógica e conscientemente projetado.” (PEREIRA, p. 02 e 03, 1999).

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Outros fatores não podem deixar de serem levados em consideração sobre abordagem

cultural. O gênero feminino é amplamente excluído por motivos diversos. Criando-se uma jornada

de trabalho diferenciada do masculino. Sejam por motivo de gestação, obrigações domiciliares

atribuídas ao gênero culturalmente, etc. Mas questões que devem ser levadas em consideração.

“As alunas das escolas públicas iniciavam na adolescência a dupla jornada de trabalho e tinham

menos possibilidades que os rapazes de se exercitar, de modo significativo, fora da escola. Já os

alunos tinham nas diversas formas do futebol as práticas culturais majoritárias extra-

escolarmente.” (PEREIRA, p. 03, 1993).

Alguns cuidados devem ser tomados na conduta didática de Educação Física Escolar.

Estudos direcionados a diversas modalidades desportivas indicam que existem, em alguns

projetos pedagógicos, a não execução de determinadas atividades desportivas por serem

consideradas de conhecimento hábeis pelos praticantes. “Os esportes ensinados foram:

handebol, basquete e voleibol. Nunca se assistiu a um só caso em que este tipo aula

contemplasse o futsal. Em virtude da popularidade deste esporte, os professores consideravam

que seus fundamentos já compunham o acervo cultural dos escolares, sendo desnecessário o

seu aprendizado formal em aulas regulares de Educação Física Escolar.” (PEREIRA, p. 09,

1999).

03. DISCUSSÃO

Faz-se então necessário a utilização de ferramentas cada vez mais eficientes no sentido da

educação. Utilizar o futsal como metodologia pode ser uma forma de conciliar um desporto

coletivo e manifestação cultural, para atingir sucesso no processo real ensino/aprendizagem. Sem

deixar de levar em consideração a questão de gênero e inclusões necessárias para a modalidade

esportiva.

Não se pode deixar de se levar em consideração as exclusões. Femininas, cadeirantes, e outros.

Parâmetros que devem ser levados a termo para inclusão. Atualmente não estamos preparados a

atender a esse público, mas temos que nos estruturar como educadores nesse sentido. A

inclusão do público feminino se deu no início do século XXI e os praticantes com necessidades

especiais é ainda mais complicado por vários motivos como locomoção, equipamentos, etc...

Como ferramenta de abordagem cultural o futsal é utilizado de forma plena? Provavelmente não.

Mas de forma geral sim. Em alguns momentos não são aproveitados em sua plenitude. Em

relação ao gênero o sexo feminino é prejudicado na prática desportiva e por muitas vezes ficando

inibido de exercitar a prática desportiva. O futsal, por suas características, apresenta-se por suas

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possibilidades de execução, através desta pesquisa como ferramenta de abordagem cultural

desta modalidade.

Algumas pesquisas ainda devem ser feitas nesse sentido. Para se procurar um melhor

posicionamento sobre essas questões. Principalmente em relação ao público feminino brasileiro,

que atualmente no âmbito esportivo mundial se destaca. Mas com certeza o futsal por suas

facilidades a possíveis execuções em pequenos espaços é uma importante ferramenta da

abordagem cultural no Brasil.

04 CONSIDERAÇÕES

Tendo por objetivo pesquisar sobre como o futsal pode servir como ferramenta de abordagem

cultural no Brasil, consideramos que por todos os aspectos observados na metodologia que

utilizamos ao revisar livros e periódicos com as palavras chaves Futsal, Cultura, Popularidade e

Escola no sentido de se entender como o desporto em questão pode servir como ferramenta de

abordagem cultural no Brasil, e não é difícil interpretá-lo de forma diferente, outros também têm

seus espaços, mas de forma não tão acessíveis. Porém, uma observação não pode deixar de ser

feita, a dicotomia tempo de criação versus público feminino praticante. É uma amostra

sensibilizante no sentido em que se devem estudar meios para que participem de forma mais

consistente da modalidade acompanhando a tendência da popularidade do futsal de uma forma

realmente global. De qualquer forma, ele se mostra mais popular. Comentado por Santana (em

seus artigos disponíveis eletronicamente e com nosso acesso em 2014), o mundo inteiro procura

jogadores brasileiros de Futsal com dupla cidadania (Itália, Rússia, Espanha, essas entre outras

nos últimos mundiais) com interesse de contratá-los por culturalmente serem os melhores do

mundo. Indiscutivelmente não ficam dúvidas de que o Futsal serve como ferramenta de

abordagem cultural no Brasil, algumas pesquisas ainda devem ser feitas nesse sentido, dados

quantitativos apresentados, qualificar entre esses praticantes o porquê para se procurar um

melhor posicionamento sobre essas questões. Agora também o Futsal cresce de forma lúdica nas

escolas, além das ruas, assim como cita Medeiros e Da Silva (2014) “a satisfação em jogar é

notória, quando esse jogar se realiza num ambiente de caráter lúdico. Além disso, a ludicidade no

jogo de futsal não exclui o aprendizado técnico-tático da modalidade, faz com que o aluno

desenvolva suas capacidades sem ser excluído por conta de alguma dificuldade”.

REFERENCIAS

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994;

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AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO BÁSICO SOBRE NUTRIÇÃO DE EDUCADORES FÍSICOS E PRATICANTES DE ACADEMIA NA CIDADE DE MANAUS- AM

DANTAS, M. J. M.1; OLIVEIRA, G. P. da S.2; 1,2 – . ENAF, Manaus – Amazonas - Brasil e-mail: [email protected] Este artigo trata acerca dos níveis de conhecimentos básicos de nutrição associados à atividade física por parte de educadores físicos e praticantes de academia, na cidade de Manaus - AM. Sendo os professores fontes de informações é essencial o conhecimento de nutrição por esses profissionais. O presente estudo de caráter transversal com análise descritiva foi realizado com levantamento de dados através de questionário, junto à academias, no período de 20/02/14 a 17/03/14, as academias foram escolhidas aleatoriamente, onde tanto os profissionais como os praticantes de educação física, alvos da coleta de dados, foram informados sobre o objetivo do estudo da importância da participação, bem como o anonimato, os indivíduos foram orientados a responder de acordo com seus conhecimentos, sem interferência de terceiros e individualmente, a fim de manter a fidedignidade dos dados. Os educadores físicos apresentam grande nível de conhecimento sobre nutrição básica associado à atividade física, 11 (85%) estão no nível 4 (considerável ou bom) e outros 2 (15%) no nível 5 (muito bom ou ótimo). Enquanto que os praticantes estão bastante divergentes, apresentando um número maior, 12 (39%) e 10 (32%), nos níveis 3 (médio ou razoável) e 4 (considerável ou bom), respectivamente. Assim os praticantes de atividades físicas precisam de acompanhamento de profissional habilitado para maiores esclarecimentos quanto a pratica nutricional. Palavras-Chaves Conhecimento, Nutrição, Educador Físico. ABSTRAT This article is about the levels of basic knowledge of nutrition associated with physical activity by physical educators and practitioners academy in the city of Manaus - AM. Being teachers sources of information is essential to knowledge of nutrition by these professionals. This transversal study with a descriptive analysis was performed with data collection through questionnaire, with the academies in the period from 20/02/14 to 03/17/14, the academies were chosen randomly, where both professionals and the practitioners of physical education targets of data collection, were informed about the purpose of the study of the importance of participation and anonymity, subjects were instructed to respond according to their knowledge, no third party interference and individually in order to maintain the reliability of data. Physical educators have high level of knowledge about basic nutrition associated with physical activity, 11 (85 %) are at level 4 (handsome or good) and the other 2 (15 %) at level 5 (very good or excellent). While practitioners are quite divergent, with a higher number, 12 (39 %) and 10 (32%), level 3 (medium or reasonable) and 4 (handsome or good), respectively. So the fitness enthusiasts need to follow a qualified professional for further clarification regarding nutritional practices.

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Key Words Knowledge, Nutrition, Physical Educator. INTRODUÇÃO Desde a antiguidade, o homem busca substâncias na natureza para a melhora do desempenho esportivo e vigor físico em geral. (ALVES, 2014). Nos tempos atuais, é crescente e incessante a busca por um corpo perfeito. Inúmeras são as pessoas que ultrapassam seus limites na tentativa dessa conquista e compram a ideia de obter uma aparência de “modelo” estabelecido pela mídia por meio de um corpo esbelto, magro, que julgam ser mais importante que a manutenção da própria saúde. (AZEVEDO, 2007). O último século evoluiu muito em termos de acessos à informação acerca de saúde, qualidade de vida, alimentação e autoestima gerada por uma boa aparência corporal positiva e/ou negativa de que o indivíduo tem de si mesmo e diante disso, uma autocobrança latente para o estilo de beleza ideal (ASSUNÇÃO, 2002). Segundo Pereira et al (2003), as evidências cientificas atuais incentivam a prática de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada, no intuito de fornecer os nutrientes necessários à manutenção, restauração e crescimento do tecido muscular. Podemos verificar na prática que muitos dos praticantes de academia não tem o menor conhecimento sobre nutrição e/ou muitos não sabem diferenciar grupos alimentares (carboidratos, lipídios, proteínas). Ainda tem aqueles que se perguntam diariamente o que vão comer, como vão perder peso, como vão manter a estética do seu corpo? Pois, praticam uma atividade física e não sabem como seguir as orientações nutricionais, seja ela do seu educador físico ou um acompanhamento do nutricionista. Com o crescimento da população que pratica exercícios, surgiu também o interesse sobre a importância da nutrição adequada como aliada para a manutenção da saúde e melhora do desempenho (Shills e colaboradores, 1999). A busca de um corpo esteticamente perfeito e a falta de uma cultura corporal saudável tem levado a população a usar de forma abusiva, substâncias que possam potencializar no menor espaço de tempo possível os seus desejos. Um bom desempenho físico é atingido mediante a soma de vários fatores, entre eles, a adoção de atividade física regular e específica às necessidades ou desejos individual, aliada à prática alimentar nutricionalmente adequada. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo verificar o nível de conhecimento, por parte de educadores físicos e praticantes de academia, em relação aos conhecimentos básicos de nutrição associando à atividade física. Assim, faz-se necessário uma orientação nutricional adequada por parte dos educadores físicos, pois esses profissionais tem uma prática próxima dos praticantes de atividade físicas, o que resulta num melhor desempenho de performance. Objetivos Objetivo geral Avaliar o conhecimento básico de nutrição dos educadores físicos e praticantes de academia. Objetivos Específicos Analisar as orientações recebidas e/ou o devido acompanhamento por profissionais específicos. Verificar os meios de buscas de informações sobre nutrição esportiva dos educadores físicos e praticantes de academias.

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Avaliar qual o grau de importância os praticantes de academia e educadores físicos dão a alimentação e/ou suplementação. Materiais e Métodos O presente estudo de caráter transversal com análise descritiva foi realizado com levantamento de dados através de questionário, junto às academias na Cidade de Manaus – AM, no período de 20/02/14 a 17/03/14, a fim de verificar o nível de conhecimento, por parte de educadores físicos e praticantes de academia, em relação aos conhecimentos básicos de nutrição associando à atividade física. As academias foram escolhidas aleatoriamente, onde tanto os profissionais de educação física como os praticantes da academia, alvos da coleta de dados, foram informados sobre o objetivo do estudo vigente, bem como a importância da participação, bem como o anonimato. Cada indivíduo foi orientado a responder de acordo com seus conhecimentos, sem interferência de terceiros e individualmente, a fim de manter a fidedignidade dos dados. Os indivíduos responderam a um questionário adaptado de Souza, V. M. e Navarro, A. C, 2011, no qual além dos seus dados pessoais (idade, gênero, escolaridade), apresentava 10 questões de perguntas fechadas, sendo atribuídos pontos a cada uma, numa projeção de 0 a 10, indicando com isso, o nível de conhecimento de cada entrevistado (anexo 01). O somatório de cada número marcado pelo pesquisado indicou o grau de seu conhecimento (TABELA 1). Importante salientar que, cada questionário está vinculado ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o que permitiu a análise dos dados dos pesquisados.

Ao todo foram entregues 70 questionários e desses retornaram 58 respondidos. Aqueles respondidos por indivíduos menores de 18 anos não foram considerados para a referida pesquisa. Os praticantes que não tinham pelo menos 06 meses de atividade não fizeram parte da amostra, e os educadores físicos que ainda estavam por si formar (estagiários) também ficaram de fora. Sendo assim, a amostra foi composta por 44 indivíduos, sendo 23 do gênero masculino e 21 do feminino, dentre esses, 13 são Educadores físicos e 31 praticantes ativos de academia, com idades entre 18 a 40 anos (TABELA 2), onde seus níveis de conhecimento acerca da nutrição básica associada a atividade física foram analisadas (TABELAS 03) e (TABELA 04).

Para a análise e processamento dos dados coletados, foi utilizado o programa Microsoft Excel versão 2010.

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Resultados e Discussões Analisando os dados da tabela 2, percebe-se que há um leve predomínio do gênero masculino (52%), e que a média de idades dos frequentadores de academia é de 26 anos, valores também encontrados na pesquisa de valores Sousa e Sampaio (2002), com média de idade de 26,8 anos, mostrando cada vez mais que a prática de musculação é procurada mais pela população de jovens adultos. No estudo de Pereira e Cabral (2007) diferentemente desta pesquisa, houve um pequeno predomínio do sexo feminino (54,3%). Já o estudo de Cardoso, E. S. (2013) houve uma predominância mínima para o sexo masculino (58%), indo de acordo com o nosso.

Observando a tabela 03, verifica-se que os educadores físicos apresentam um grande nível de conhecimento sobre nutrição básica associada à atividade física, 11 (85%) estão no nível 4 (considerável ou bom) e outros 2 (15%) no nível 5 (muito bom ou ótimo). Estudo com valores parecidos foi o de Cardoso (2013), onde 100% dos educadores encontravam-se nos níveis 04 e 05 de conhecimento. Possivelmente retratando que os profissionais buscam maiores informações ou até mesmo, fazem cursos de especializações relacionados à nutrição. Todavia, no estudo de Vasconcelos et al. (2011), que analisou o conhecimento básico de educadores físicos em relação a suplementação, com 86 profissionais, mais de 97% dos entrevistados não possuem nenhum curso sobre suplementação nutricional. Então o que será que leva os educadores físicos a saberem tanto, a ponto de indicarem suplementos nas academias? Isso será visto no Gráfico 03 deste trabalho. Analisando a tabela 04, os praticantes estão bastante divergentes, apresentando um número maior, 12 (39%), no nível 3 (médio ou razoável). Observando melhor, 71 % dos praticantes encontram-se nos níveis 03 e 04, sendo corroborado com o que foi observado por Souza e Navarro (2011) que realizaram uma pesquisa, praticamente com o mesmo questionário, no qual avaliaram a educação alimentar dos frequentadores de academias de ginástica em Salvador – BA, obtendo um contingente de 91% do total pesquisado entre 41 a 80 pontos. Cardoso (2013) encontrou resultados parecidos em seu estudo, uma vez que o número de praticantes ativos de academia, cerca de 75%, foram avaliados nos níveis 03 e 04. Mesmo com todas os meios de comunicações disponíveis e com aumento de profissionais específicos na área de nutrição, ainda existem praticantes que não conhecem nada, 03 (10%) ou conhecem pouco, 01 (06%). E isso deve ser visto com preocupação, pois a consciência sobre os efeitos da nutrição adequada no exercício e no desempenho é maior do que nunca (Hirschbruch e Carvalho citado por Souza e Navarro, 2011), e as informações por mais que sejam elementares, são transmitidas no dia a dia da população.

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Gráfico 01 – Orientações de profissionais, ao matricular-se, para associar boa alimentação e atividade física para obter resultados. No gráfico 01 é possível afirmar que a grande maioria dos praticantes de academia receberam orientações, seja por nutricionista, educador físico ou endocrinologista, já no primeiro dia de treino na academia, para associarem boa alimentação e a prática, em virtude dos benefícios para os resultados, ou seja, 33 (67%) relataram isso. No estudo de Pereira e Cabral (2007) os indivíduos que receberam orientação sobre alimentação e nutrição, 25,7% foram feitas por nutricionistas, quase 21% por treinadores e professores de educação física e 22% por endocrinologistas. Alves, Abe e Nacif (2008) em sua pesquisa informa que 45% dos entrevistados procuraram nutricionista, 10% buscaram o instrutor e 20% foram orientados por médicos. Analisando assim, o estudo supracitado corrobora com a ideia que há pouca procura pelo nutricionista, embora a maioria dos pesquisados tenham tido orientações de algum profissional desses.

Gráfico 02 – Acompanhamento de nutricionista na prática de atividade física. No gráfico 02 é interessante comentar que dos 13 educadores físicos, 08 não são acompanhados por nutricionista ou seja, 62% dos educadores físicos ou 18% do total da amostra, quando é observado os praticantes, o número de não acompanhados eleva-se para 77% (24) dos praticantes ou 55% do total da amostra, perfazendo-se um total de 73% (32) da amostra de 44 pesquisados, o que representa um número consideravelmente alto. Souza e Navarro (2011) corrobora com seu estudo informando que 76% de todos os pesquisados não possuem acompanhamento de um especialista da área de nutrição, ou seja, mais de 3/4 deles. No estudo de Cardoso (2013), 75% do total da amostra não possuíam acompanhamento nutricional. Alves, Abe e Nacif (2008), em estudo realizado com frequentadores de academia, constatou que 55% dos pesquisados não tinham acompanhamento nutricional de um especialista. Peres et al (2009) resumiram em seu estudo informando que os indivíduos são preocupados em adotar hábitos alimentares saudáveis, mas não buscam orientações do nutricionista para receberem informações necessárias à prática e aprimorar seus conhecimentos.

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Gráfico 03 - Informação acerca de alimentação saudável por meio de livros, revista, jornais, periódicos, TV, internet ou qualquer outro veículo de informação. Quanto a busca de informações é constatado, conforme o Gráfico 03, que todos os 13 (100%) educadores físicos buscam várias vezes ou sempre informações necessárias de alimentação saudável, ou seja, 30% da amostra total. Quanto aos praticantes de academia, 24 (77%) deles ou 54% total da amostra responderam que buscam as informações, e apenas 07 (23%) dos praticantes ou 16% do total da amostra não procuram absolutamente nada. No estudo de Cardoso (2013) 92% de Educadores Físicos e 84% de praticantes ativos em treinamento de força afirmaram buscarem informações acerca de alimentação saudável por meio de livros e outros. Vasconcelos et al. (2011) constataram que os meios utilizados pela maioria dos participantes para atualização dos conhecimentos foi a internet (31,4%), seguida pelas revistas não-científicas (25,6%). Outros 19,8% disseram utilizar de artigos científicos e 15,1% utilizam folders de propaganda fornecidos pela indústria dos suplementos alimentares.

Gráfico 04 - Dica de dieta ou suplementação alimentar de algum colega de academia, amigo ou outra fonte não especializada no assunto? O gráfico 04 mostra que 08 (62%) dos educadores físicos não aceitam qualquer dica de dieta ou suplementação de algum colega de academia, amigo ou outra fonte não especializada e 05 (38%) aceitam. Quanto aos praticantes, apenas 11 (35%) deles não aceitam, ou seja, 20 (65%) dos praticantes aceitam pouco/raramente ou muito/sempre as dicas de colegas, amigos e de outras fontes não especializada. No total, 57% dos entrevistados aceitam dicas de colegas ou outras fontes não especializada. Pesquisa de Souza e Navarro (2011) foi visto que 76% dos pesquisados seguem suas próprias convicções ou busca dicas e informações por meio de terceiros. Atualmente, o que se percebe é que muitos praticantes seguem dietas “milagrosas” e tomam suplementos sem conhecimento de causa e efeito, ou seja, sem orientação necessária. A suplementação tem que ser indicada e acompanhada por um profissional especializado, pois o efeito pode ser contrário ao esperado, podendo trazer consequências (Alves, 2002).

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Gráfico 05 – Alimentação é tão ou mais importante que suplementação para melhoria de desempenho? Quando os entrevistados foram questionados se a alimentação é mais importante que suplementação (Gráfico 05), 12 (92%) dos educadores físicos responderam muito ou sempre e 01 (08%) respondeu médio ou várias vezes. Já os praticantes, 24 (77%) falaram muito ou sempre, 5 (17%) disseram médio ou várias vezes e apenas 02 (6%) responderam pouco ou raramente. Ou seja, 36 (82%) dos 44 entrevistados, acreditam que a alimentação é tão ou mais importante que suplementação. A alimentação interfere diretamente nas várias funções e condições e desempenho relacionados ao exercício. Um equilíbrio nutricional pode reduzir a fadiga, lesões, ou facilitar a reparação tecidual, melhorar as reservas energéticas, beneficiando a saúde geral do indivíduo. (BIESEK; ALVES; GUERRA, 2010).

Gráfico 06 - Dentre os alimentos que consomem, conseguem distinguir aquilo que é carboidrato, proteína e gordura, associando com a atividade física Dentre os alimentos consumidos, 80% (25), dos praticantes ativos, afirmam conseguir distinguir bem aquilo que é carboidrato, proteína e gordura, associando com a atividade física que pratica, 06 (20%) não sabem. Entre os educadores físicos 100% (13) afirmam conseguirem distinguir (Gráfico 6). Ou seja, 87% (38) do total da amostra, sabem distinguir. CONSIDERAÇÕES FINAIS Observa-se que nutrição no esporte adquiriu grande importância nos últimos anos, contribuindo significativamente para o alcance de objetivos, seja melhora de performance, perda de peso, manutenção de saúde e fins estéticos. De acordo com os resultados expostos, a maioria dos educadores físicos apresenta nível bom de conhecimento sobre nutrição básica associada à atividade física. Quanto aos praticantes de atividade físicas entrevistados demonstraram apresentam conhecimento razoável de nutrição Esportiva. A maioria dos entrevistados tanto educadores como praticantes de academia buscam informações sobre nutrição esportiva e apesar de conhecerem os grupos alimentares, ainda ficam lacunas para um melhor aproveitamento destas áreas.

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Neste contexto, faz-se necessário uma maior integração e comunicação entre nutricionista e educadores para que a utilização dos conhecimentos na nutrição esportiva possa beneficiar não só os praticantes, mais toda uma população que esta voltada para essa prática. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Carolina et al. Avaliação do conhecimento sobre nutrição esportiva, uso e indicação de suplementos alimentares por educadores físicos nas academias de passo fundo/RS. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 3, n. 15, p. 232-240, Maio/Junho, 2009. AZEVEDO, S. N. Em busca do corpo perfeito: Um estudo do narcisismo. Curitiba: Centro Reichiano, 2007. Disponível em: www.centroreichiano.com.br/artigos.htm Acesso em: 21/03/2014. CANTORI, Andrea Mondino, SORDI, Maurício da Fontoura, NAVARRO, Antonio Coppi. Conhecimento sobre ingestão de suplementos por frequentadores de academias em duas cidades diferentes no sul do Brasil. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo, 2009 CARDOSO, Érica Soares. Avaliação dos conhecimentos básicos sobre nutrição de educadores físicos e praticantes ativos de ganho de massa muscular com treinamento de força em academias do município de Belford roxo-rj. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. 2013. LINHARES, Tatiana C; LIMA Rodrigo M. Prevalência do uso de suplementos alimentares por praticantes de musculação nas academias de Campos dos Goytacazes/RJ. Rio de Janeiro, 2006. PEREIRA, Juliana Maria de Oliveira; CABRAL, Poliana. Avaliação dos conhecimentos básicos sobre nutrição de praticantes de musculação em uma academia da cidade de recife. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 1, n. 1, p. 40-47, Jan/Fev, 2007. PEREIRA, R.F. Conhecimento de nutrição e hábitos alimentares de alunos de academias de ginástica na cidade de São Paulo. São Paulo, 1999. Dissertação (Mestrado), FCF/FEA/PSP/USP. PERES, Natália, et al. Interesse e conhecimentos básicos em nutrição dos praticantes de atividade física de uma academia da região norte do município de São Paulo. Efdeportes.com, Buenos Aires, ano 14, nº 134, julho 2009. Disponível em :<http://www.efdeportes.com/efd134/conhecimentos-basicos-em nutricao.htm>.acesso em:22/03/2014. PULCENIO, Débora Gregório. Hábitos Alimentares de praticantes de atividade física de uma academia de ginástica de Criciúma – SC, Criciúma 2009. SILVEIRA. C. S e et al, avaliação dos conhecimentos de nutrição básica e esportiva de professores de educação física em uma academia de Aracaju-SE, Caderno de graduação de Ciências biológicas da saúde, Aracaju. 2012. SOUSA, A M H. Nutrição e hábitos alimentares de atletas praticantes de musculação em uma academia da cidade de Fortaleza, CE Rev. nutr. PUCCAMP. São Paulo: 1993. VASCONCELOS, Giselle Rossi de; MORAES, Mateus Iglésias; FINELLI, Sabrina Braga. Avaliação do perfil e do conhecimento básico de educadores físicos em relação à suplementação alimentar em academias de belo horizonte – MG. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 5. n. 29. p. 455-460. Setembro/Outubro. 2011 ZAMIN, Tatiane Vanessa; SCHIMANOSKI, Vanderléa Michael. Avaliação de hábitos alimentares saudáveis e uso de suplementos alimentares entre frequentadores de academias. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 4. n. 23. p. 410-419. Setembro/Outubro. 2010

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OS RISCOS DO CONSUMO DE SUPLEMENTO ALIMENTAR SEM ORIENTAÇÃO DO PROFISSIONALNUTRICIONISTA

SANTOS, J. A.¹ SAMPAIO, K. P. B.² ¹Pós Graduanda em Nutrição e Suplementação, ENAF/GAMON, Minas Gerais ²Pós Graduanda em Nutrição e Suplementação, ENAF/GAMON, Minas Gerais [email protected] RESUMO Apesar das evidências e inúmeros estudos relacionados a utilização de suplementos alimentares por praticantes de atividade física, poucos destes relatam os verdadeiros riscos a saúde. A busca por resultados imediatos aceleram o processo para aquisição e o consumo sem orientação profissional nas academias. Legalmente o profissional nutricionista esta capacitado para a prescrição destes produtos, o que não acontece na prática. Os riscos a saúde podem ser alguns sintomas como retenção hídrica, câimbras, cetose, irritação e insônia até com progressões para o desenvolvimento de patologias como gota, úlceras,anemia,Alzheimer e Parkinson. O presente estudo tem como objetivo descrever os riscos do consumo de suplemento alimentar sem orientação profissional.Utilizando-se de pesquisa bibliográfica por oferecer uma visão do todo, a fim de desenvolver e esclarecer ideias e indagações que fundamentará o assunto para um melhor aprimoramento sobre o estudo focado, onde vários autores contribuíram com suas opiniões e obtenção de melhor resultado sobre o tema pesquisado. Palavras-chave:Suplemento Alimentar, Exercício Físico, Nutricionista. ABSTRACT Despite the evidence and numerous studies related to the use of dietary supplements for physically active, few of these report the real risks. The search immediate results accelerate the progress for the acquisition and consumption without professional guidance in the academies. Dietitians are legally able to prescribe these products, which does not happen in practice. The risks to health may be some symptoms like water retention, cramps, ketosis, anger and insomnia up with progressions for developing diseases such as gout, ulcers, anemia, Alzheimer's and Parkinson's. The present study aims to describe the risks of consuming food supplements without professional guidance. Using the literature by offering a vision of the whole, to develop and clarify ideas and questions that the subject reasons for better improvement focused on the study, where several authors have contributed their views and obtain better results on the topic reasearched. Keywords: Dietary Supplement, Exercise, Nutritionist.´ INTRODUÇÃO Relatoshistóricosevidenciam que o consumo de alimentos, visando aumentar o desempenho em exercícios físicos étão antigo quanto o envolvimento do homem nessas atividades. Pode ser citada a Grécia Antiga onde os gregos se preocupavam com a imagem e as performances nas competições olímpicas da época e utilizavam-se da alimentação para atingir seus objetivos. (LANCHA JUNIOR, 2004;VIEBIG, 2007). Já faz muito tempo que a suplementação nutricionalé um fenômeno crescente. Diariamente diferentes produtos são formulados e colocados no mercado com novas promessas, seja elas aumentar a massa muscular, queimar excesso de gordura corporal, melhorar o desempenho físico e etc. (BACURAU, 2007). Suplementos nutricionais podem ser definidos como "alimentos que servem para complementar, com calorias e ou nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente, ou quando a dieta requerer suplementação". (RESOLUÇÃO CFN Nº 380 / 2005).

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Atualmente, no Brasil, os suplementos estão bem difundidos e são consumidos em sua maioria sem orientação profissional e desconhecimento dos principais efeitos que estes causam no organismo humano. Isso denota a importância cada vez maior da orientação de um profissional capacitado para garantir que o consumo desses produtos seja feito de forma adequada e equilibrada de modo que previna danos à saúde. (FONTENELE, 2013). Observa-se também que paralelamente ao aumento do número de frequentadores de academias, ocorre o aumento na oferta de diferentes suplementos alimentares no mercado. Trata-se muitas vezes de um comércio ilegal, sem controle dos setores da vigilância sanitária, funcionando no próprio ambiente de prática de exercícios e contando com a participação, direta ou indireta, de profissionais responsáveis pelos exercícios físicos (CARVALHO, 2010). OBJETIVO O objetivo deste trabalho foi identificar os riscos do consumo de suplemento alimentar sem a orientação do profissional nutricionista. METODOLOGIA O presente trabalho foi realizado através de revisão bibliográfica, e para obtenção dos dados foram utilizadas as vias: livros, revistas científicas e artigos, estes sendo encontrados nas bases de dados Bireme, Scieki, Lilacs e Capes publicados nos últimos 10 anos. Os seguintes termos foram empregados como descritor de buscas: suplementação, prescrição nutricional e suplementos alimentares. REVISÃO DE LITERATURA Os suplementos alimentares são definidos como substâncias utilizadas por via oral com o objetivo de complementar uma determinada deficiência dietética e por diversas vezes são comercializados como substâncias ergogênicas capazes de melhorar ou aumentar a desempenho físico (HALLAK, 2007). No Brasil, os suplementos esportivos são classificados como: repositores eletrolíticos, energéticos, alimentos proteicos, alimentos compensadores e outros, porém essa classificação não define as particularidades inerentes de cada suplemento (BACURAU, 2007). Suplemento alimentar é um produto constituído de pelo menos um desses ingredientes: vitaminas (A,C, complexo B), minerais (Fe, Ca, K, Zn); ervas e botânicos (ginseng, guaraná em pó); aminoácidos(BCAA, arginina, ornitina, glutamina), metabólitos (creatina, Lcarnitina); extratos (levedura de cerveja) ou combinações dos ingredientes acima. Porém seu uso não deve ser considerado como alimento convencional da dieta (JESUS & SILVA, 2008; ARAUJO, 2002). Os suplementos para praticantes de exercícios também são compostos por nutrientes ou associação entre eles, sendo utilizados com o objetivo de melhorar a saúde, atender as demandas de nutrientes aumentadas pelos esforços físicos, compensar dietas ou hábitos alimentares inadequados e suprir as necessidades nutricionais diárias. Geralmente são formulados para permitir a obtenção do suprimento calórico de uma maneira mais fácil e acessível (FERREIRA, 2010). A comercialização de suplementos nutricionais vem ocorrendo em diferentes lugares (academias, farmácias, internet e lojas especializadas) e não há uma prescrição qualificada de um profissional capacitado, o que contribui para o consumo inadequado, pois o acesso é extremamente fácil e acaba sendo o educador físico o profissional mais próximo a indicar esses produtos (ALBUQUERQUE, 2012). A indicação de suplementos alimentares muitas vezes esta atrelada ao comercio ilegal que funciona dentro das academias contando com participação, direta ou indiretamente do educador físico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE, 2003). Apesar de ser cada vez mais utilizado, o que se percebe é uma grande falta de informação, pois muito desses produtos não tem comprovação cientifica, podendo causar danos à saúde quando usados de forma indevida e sem orientação de um profissional capacitado (BACURAU,2007; FERREIRA, 2008; PHILLIPPS, 2011).

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O uso indiscriminado de suplementos é induzido por instrutores, professor ou treinadores dos praticantes de exercícios físicos, não havendo em muitos casos, a orientação por nutricionistas (GOMES, 2008). Segundo a resolução do Conselho Federal de Nutricionista nº 380/2005, que dispõe sobre a definição das áreas de atuação do profissional nutricionista e suas atribuições, delibera como atribuição privativa do nutricionista a prescrição de suplementos necessários à complementação da dieta na área de nutrição em esportes. Por isso o aconselhamento nutricional é necessário para uma orientação adequada para o uso de suplementos. (Lei nº 8.234 de 17 de setembro de 1991, artigo 4º, VII CFN). A indústria farmacêutica e alimentícia percebendo a busca incessante dos atletas e praticantes de atividade física pela melhor performance e pelo corpo perfeito produzem uma gama de suplementos alimentares que são constantemente lançados no mercado, a maioria sem comprovação cientifica de sua eficácia. Estes suplementos são fabricados através da concentração de macro ou micronutrientes ou de outras substâncias contidas ou não em alimentos, que sugerem ter efeito ergogênico, podendo ser encontradas na forma decápsulas, pílulas, pó, gel, etc. (REVISTA CONEXÃO, 2009). O uso de suplementos sem orientação do nutricionista pode gerar riscos a saúde como: fraqueza, indisposição, baixa imunidade, fome extrema, tontura, cansaço, insônia, dor de cabeça, mudanças de humor, ficando assim mais suscetíveis as infecções, deficiências de nutrientes e algumas doenças como úlceras e anemia (DAMILANO,2006). O excesso do ferro aumenta a produção de radicais livres, isso significa que acelera o envelhecimento e ainda pode ser agravante para problemas do coração, como insuficiência cardíaca, no fígado podendo causar cirrose, nas glândulas causamdesarmonia no funcionamento e problemas na produção hormonal. O excesso do manganês e do cálcio prejudica o cérebro, porém, o cálcio segundo a literatura ainda tem o atenuante de piorar as doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, mal de Parkinson e demências (W.RONDÓ MEDICAL CENTER,2011). O consumo do suplemento que em uma cápsula reúne todos os nutrientes oferece um risco maior à saúde por intoxicação, em primeiro lugar por essacápsula possivelmente conter mais nutrientes ou minerais que oorganismo do praticante de exercício físico necessita, levando ao excesso de um determinado nutriente ou mineral, expondo-o a intoxicação, e em segundo lugar, pode ocorrer o inverso, não conter a quantidade necessária que o organismo esteja precisando, ocasionando assim a deficiência de algum nutriente ou mineral e interferir no seu desempenho e condições físicas (SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELISTA BRASILEIRA HOSPITAL ALBERT EINSTEIN,2009). Os estimulantes do sistema nervoso central teoricamente melhoram a performance por aumento da agressividade e da força, melhor fluxo de pensamento menos sonolência e fadiga. E como risco potencial contribui para diminuição do tecido adiposo. Aumento da pressão arterial, frequência cardíaca, propensão a arritmias cardíacas, espasmo coronariano e isquemia miocárdica em pessoas suscetíveis. Ocasionando distúrbios do sono, causam, ainda, tremores, agitação, incoordenação motora. Em ambientes úmidos, há o risco de morte por insuficiência cardíaca. Possibilidade de desencadearem dependência psicológica (CARVALHO,2010). Muitos dos suplementos alimentares que são metabolizados, como os esteroidesanabolizantes ou pré-hormônios, têm evidências de que podem englobartipos de substâncias proibidas para uso em alimentos como estimulantes, hormônios entre outros. A presença dessas substâncias pode colocar em risco a saúde do consumidor. Certos suplementos possuem na sua fórmula ingredientes ou componentes com propriedades terapêuticas, que não devem ser consumidas sem acompanhamento médico ou nutricional, pois podem apresentar a determinados usuários efeitos tóxicos, disfunções metabólicas, danos cardiovasculares, alterações do sistema nervoso e em alguns casos, levar à morte (PARRA, 2011). Alguns suplementos utilizados por praticantes de atividade física se destacam; entre eles encontramos a creatina. Essa substância aumenta a massa muscular e melhora o desempenho em atividades de alta intensidade e curta duração. Seu excesso, entretanto, é excretado pela urina podendo causar problemas renais Outra substancia é a glutamina, que age na regulação do

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metabolismo de carboidratos e síntese de proteínas. A glutamina corporal pode ser alterada com o exercício intenso e prolongado, que causa diminuição da concentração plasmática e tecidual deste aminoácido, podendo repercutir na imunocompetência do atleta, aumentando a incidência de infecções do trato respiratório superior (AOKI, 2004; ROGERO, 2003). CONCLUSÃO A suplementação realizada inapropriadamente pode causar certo desequilíbrio e efeitos tóxicos ao organismo, e ainda trazer consequências sérias e irreversíveis. A indicação desses produtos por pessoas não capacitadas profissionalmente caracteriza um crime e prática irregular da profissão, pois tais indivíduos não possuem conhecimento técnico o que pode acarretar sérios danos à saúde do consumidor. Deste modo é de fundamental importância que a suplementação seja indicada por profissionais qualificados detentores de conhecimento sobre a composição dos suplementos e sobre os possíveis efeitos desfavoráveis que estes produtos possam acarretar a saúde e que utilizem dos preceitos éticos para avaliar as características e fatores associados à necessidade de suplementação ou não. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, M.M. Avaliação do Consumo de suplementos nas academias de Guará-DF. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 6. Nº 32. P. 112-117. 2012. AOKI, M.S. Suplementação de creatina e treinamento de força: efeito do tempo de recuperação entre as séries. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília, v.12 n.4 p.39-44,2004. ARAUJO, L.R.;ANDREOLO, J; SILVA, M.S. Utilização de suplemento alimentar e anabolizante por praticantes de musculação nas academias de Goiânia-GO. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília, v 10 n.3 pag 13-18, 2002. BACURAU, R.F. Nutrição e suplementação esportiva. 5ed. São Paulo: Phorte, 2007. BRASIL, Lei nº 8.234, de 17 de setembro de 1991. Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). Regulamenta a profissão de nutricionista e determina outras providências. CARVALHO, T (coord.). Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênicas e potenciais riscos para a saúde. Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, 2010, vol7, n.4, PP.158. DAMILANO, L.P.R. Avaliação do Consumo Alimentar de Praticantes de Musculação em uma Academia de Santa Maria – RS. Curso de Nutrição – Área de Ciências da Saúde. Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Santa Maria/RS, 2006. FERREIRA, A.C.D. Suplementos Alimentares: adequabilidade à legislação e efeitos metabólicos em ratos. [tese de mestrado]. Programa de Pós-graduação em Ciências da Nutrição. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa/PB, 2010. FERREIRA,C.F.S. BELLI, F. RAGGIO, W.C.S. NAVARRO, F. Uso de suplementos nutricionais por adolescentes em academia do interior e de São Paulo capital. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 2008;2(10):154-165. FONTENELE, M.L.S. Regulamentação da Suplementação Nutricional no Brasil. Universidade Católica de Goiás/IFAR, 2013. GOMES, G.S. Caracterização do consumo de suplementos nutricionais em praticantes de atividade física em academia. Ver Med (Ribeirão Preto), 2008;41(3): 327-31. HALLAK, A. FABRINI, S. PELUZIO, M.C.G. Avaliação do consumo de suplementos nutricionais em academias da Zona Sul de Belo Horizonte, MG, Brasil. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 2007;1(2):55-60. JESUS,EV e SILVA,MDB. Suplemento Alimentar como Recurso Ergogênico por praticantes de Musculação em Academias. ANAIS do III encontro de Educação Física e Áreas Afins Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Física (NEPEF) / Departamento de Educação Física/ UFPI 23,24 e 25 de Outubro de 2008. ISSN 1983-8999. LANCHA JÚNIOR, A.H. Nutrição e metabolismo aplicados à atividade motora. São Paulo: Atheneu, 2004. 194 pg.

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INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO NÚMERO MÁXIMO DE REPETIÇÕES PARA OS EXERCÍCIOS SUPINO RETO E LEG-PRESS EM HOMENS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

RODRIGUES,R.A3 JUNIOR,C.R1 FURTADO,T.E.F4 1- Faculdade Presbiteriana Gammon - Lavras MG - Brasil 2- Faculdade Presbiteriana Gammon - Lavras MG - Brasil RESUMO O objetivo desse estudo foi qualificar a influência dos estilos musicais (música preferida, música não preferida e sem música) no treinamento com pesos (TP), e verificar em uma série com o máximo de repetições até chegar a falha concêntrica, nos exercícios: supino reto e leg press 45, e detalhar as diferenças nos números de movimentos. A amostra, selecionada por conveniência, foi composta de 11 indivíduos voluntários do sexo masculino, experientes no treinamento com pesos e sem relatos recentes de patologias ostemioarticulares. Em seguida as amostras foram submetidas a um teste antropométrico e a um teste de 1RM nos aparelhos leg Press 45° e supino reto. Logo após amostras foram submetidas a realizar uma série de cada exercício em cada aparelho até a falha concêntrica sendo eles expostos a música não preferida, preferida e sem música, observando a número máximo repetições executadas. Para comparação dos dados obtidos usamos teste não paramétrico (Mann-Whitney) para se proceder as comparações. Utilizamos como significância p<0,05. Foi verificado que no supino uma diferença significativa em repetições comparando a teste feito sem música e música preferida (P=0,0107) e música preferia e música não preferida (P=0,0409) e quando comparando música não preferia e sem música não ouve diferença significativa. Já no leg Press 45°, as duas outras comparações não deram diferença significativa, primeiro a comparação sem música e com a música não preferencial, e do teste com música preferida para sem música, com resultados de (p=0,4364) e (p=0,119) respectivamente, ocorrendo uma diferença significativa somente comparando música preferida e música não preferida( P=0,0287). Tanto no leg press 45°quanto no supino a música preferida parece ter mais efeito ergogênico quando comparado a música não preferida. Palavras-chave: Treinamento com pesos. Música. Recurso ergogênico. Hipertrofia. INTRODUÇÃO O treinamento contra resistência(TCR) ou treinamento com pesos (TP) é uma vertente de inúmeras práticas de atividades físicas e exercícios físicos visando a melhora da qualidade de vida do executante. Não existe idade para serem vetadas de tal prática, por isso crianças, adultos e idosos podem adentrar no TP. Os benefícios são inúmeros como estética, saúde, passando por modificações no organismo como fisiológicas, morfológicas e também psicológicas. Com o TCR conseguimos mudanças positivas como é o ganho de força muscular, em qualquer fase da vida, obtendo assim aumento em valências físicas (ACSM, 2002; KRAEMER WJ, RATAMESS NA, 2004). Diante disso temos duas vertentes de adaptações como adaptação neural e hipertrofia muscular. Os efeitos positivos obtidos pelo treinamento resistido dependem totalmente de escolhas das variáveis do treinamento como por exemplo frequencia, volume e intensidade. Com essas variáveis podemos ter inúmeras possibilidades de modificações ao treinamento, como carga utilizada, descanso entre sessões, descanso de seriés e exercícios para os mesmos, velocidade das fases concêntricas e excêntricas, e também na amplitude de movimentos (WOLFE BL, LEMURA LM, 2004; RHEA MR,ETAL,2003). Porém ainda não se conhece uma melhor “receita”, ou fórmula das variáveis citadas para conseguir uma dose-resposta com maior otimização, onde

3 Acadêmicos do curso de Pós Graduação do ENAF.

4 Professor orientador.

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GOMES e PEREIRA (2002), nos mostra que distintas combinações conseguimos obter resultados. Todavia com essa falta de certeza, temos uma demostração para indivíduos que querem adentrar na prática de TP, onde o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) (2002), diz que pode ser feitos de oito a dez exercícios, com três séries de oito a 1doze repetições máximas (RM), em freqüência semanal de dois a três dias. Contudo há manipulações de maneira externa no TCR, onde WILLIAMS e BRANCH (1998) fizeram a definição da palavra “ergogênico” como “vertente ou substâncias utilizados fazendo o que haja uma elevação da capaidade, e assim otimizando os resultados”, sendo derivada de duas palavras gregas: ergon, que significa trabalho, e gennan, que significa produção. O objetivo da grande parte dos ergogênicos é fazer com que ocorra uma elevação dos resultados. Também utilizando os recursos ergogênicos consegue-se derivações de fatores como: (a) nutricional, (b) farmacológica, (c) fisiológica, (d) psicológica e (e) biomecânica e mecânica (WILLIAMS, M. H.; BRANCH, D, 1998). Autores como Marteniuk (1976) Broadbent (1958) e Hernadez- Peon (1961) explicavam que os efeitos sonoros, as melodias tem capacidade de melhorar sentimentos pessoais em exercícios físicos, fazendo com que o indivíduo tenha pensamentos positivos devido ao fato de a música influenciar em estímulos agradáveis e conseqüentemente a performance em uma determinada modalidade será mais efetiva. A intenção e objetivo desse estudo foram identificar a influência dos estilos musicais (música preferida, música não preferida e sem música) no treinamento com pesos (TP), e verificar em uma série com o máximo de repetições até chegar a falha concêntrica, nos exercícios: supino reto e leg press 45, e detalhar as diferenças nos números. de movimentos. Como objetivo adicional, observamos se a música preferida do indivíduo influenciará nos resultados positivamente. METODOLOGIA AMOSTRA

A amostra, selecionada por conveniência, foi composta de 11 indivíduos voluntários do sexo masculino, experientes no treinamento com pesos e sem relatos recentes de patologias ostemioarticulares. Os voluntários foram informados sobre a metodologia através de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que foi lido e assinado por todos. Todos os indivíduos recrutados estavam participando de um programa de treinamento com pesos objetivando o ganho de massa muscular. A experiência relatada por eles era de, no mínimo, um ano engajados em um programa sistematizado e regular. Tabela 1. Características da amostra

* média e desvio-padrão

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Os critérios foram: (a) ser todos do sexo masculino; (b) ter experiência de, pelos menos, um ano com treinamento com pesos; (c) gostar de músicas e (d) estar isentos de complicações físicas que pudessem prejudicar a execução dos exercícios. MATERIAS E MÉTODOS No primeiro dia, foi feita uma reunião com os indivíduos para informar sobre a pesquisa e explicar a execução. Após todos assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido partiu-se para uma avaliação antropométrica e o teste de 1RM. A pesquisa realizou-se em uma academia da cidade de Lavras, em Minas Gerais. ANTROPOMETRIA

Amostra Idade (anos)*

Estatura (m)*

Peso (kg)* IMC (kg.m2)*

% gordura*

11 26,8 ± 5,6 1,80 ± 0,1 81,4 ± 9,3 25,8 ± 2,8 12,4 ± 4,3

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Na medição da pesagem e da estatura os avaliados estavam de costas para os valores da balança e do estadiômetro e com o corpo na posição indicada pelo plano de Frankfurt. Para as medidas de dobras cutâneas, seguiu-se o protocolo de Jackson e Pollock (1978), de três dobras. Um adipômetro clínico da marca Lange® foi utilizado. Os resultados foram obtidos através do programa Physical Test 3.1 – Terra Azul®. Os avaliados estavam usando o mínimo de vestimenta (sunga) e sem calçados. TESTE DE 1RM O teste de 1RM foi realizado logo após antropometria. O teste seguiu os procedimentos estabelecidos pela literatura (ACSM). A ordem do teste foi a execução do exercício Leg Press 45º e, posteriormente, o Supino Reto. Para uma maior confiabilidade nas cargas encontradas, um re-teste foi realizado. RE-TESTE O re-teste foi realizado 24 horas após o teste. E os resultados foram estabelecidos de acordo com o maior escore encontrado entre o teste e o re-teste. OS EXERCÍCIOS (LEG PRESS 45º E SUPINO RETO) A escolha se deu pelo fato destes exercícios serem bastante populares nos programas de treinamento de força. Por também serem realizados com pesos livres existindo assim a facilidade para adequação da carga, e envolverem grandes grupamentos musculares, tanto para a parte superior quanto inferior do corpo. DESENHO DO EXPERIMENTO Esta pesquisa se desenvolveu aos finais de semana, devido a necessidade de a academia estar fechada para o público, pelas constantes modificações no som e a disponibilidade de tempo livre da amostra. As intervenções experimentais foram realizadas em cinco dias distintos. Todas estas tiveram um intervalo de uma semana, excetuando as 24 horas, entre as etapas 1 e 2 (vide quadro 1). Os testes acontecerem sempre nos mesmos horários, com duas horas de intervalo do período pós-prandial. No quadro abaixo segue um resumo sobre as etapas e suas respectivas intervenções.

ETAPAS DESCRIÇÃO

1 Informações sobre a pesquisa

Assinatura do Termo De Consentimento Livre e Esclarecido

Avaliação antropométrica: peso, estatura, dobras cutâneas e IMC

Teste de 1RM: exercícios Leg Press 45º e Supino Reto

2 Re-teste de 1RM. Realizado 24 horas após o teste.

3 Intervenção 1: SEM MÚSICA. Executar 1x NMR para os exercícios Leg Press 45º e Supino Reto

4 Intervenção 2: (MÚSICA NÃO PREFERIDA). executar 1x NMR para

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Quadro 1. Desenho experimental PROCEDIMENTOS Antes de realizar cada intervenção, os avaliados realizaram um breve aquecimento: geral (alongamentos) e específico (série única de 20 repetições com 40% da carga máxima). O percentual de carga utilizado para a execução das repetições foi de 80% para o Leg Press 45º e de 70% para o Supino Reto, estes valores estão adequadamente dentro da zona de estímulos para a aquisição de hipertrofia muscular. Nas etapas 3,4 e 5 os avaliados, após o aquecimento, foram alocado nos aparelhos. Começando pelo Leg Press 45º e, logo após, o Supino Reto. Entre os exercícios foi dado um intervalo de cinco minutos. Ao estar adequadamente posicionado no aparelho e com a carga ajustada, o executante era pedido a realizar o máximo de repetições possíveis, com a técnica apropriada para o movimento proposto. Não havia qualquer outro tipo de som, nem mesmo incentivos verbais, para que não houvesse nenhuma interferência motivacional extra. Neste dia (etapa 3) havia uma ausência de sons na academia. A música, nas etapas 4 e 5, iniciava antes da execução. O volume do som era alto, condizente com o que se espera em uma academia de musculação. ANÁLISE ESTATÍSTICA Utilizou-se a estatística descritiva para as médias e o desvio-padrão. Como não há garantia sobre a distribuição dos dados e a amostra é pequena (n=11), optou-se pelo teste não paramétrico (Mann-Whitney) para se proceder as comparações. Utilizamos como significância p<0,05. RESULTADOS A média das cargas máximas obtidas no teste de 1 RM estão representadas no gráfico 1. Gráfico 1. Média das cargas máximas para os exercícios utilizados

Os dados referentes ao número máximo de repetições (NMR) para cada intervenção estão representados na tabela abaixo:

os exercícios Leg Press 45º e Supino Reto

5 Intervenção 3: (MÚSICA DE PREFERÊNCIA). executar 1 x NMR para os exercícios Leg Press 45º e Supino Reto

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Tabela 2. Número máximo de repetições (NMR) para cada intervenção

INTERVENÇÃO EXERCÍCIO SEM MÚSICA

MÚSICA NÃO PREFERIDA

MÚSICA DE PREFERÊNCIA

1 Leg Press 45º

12 (16 e 06) - -

2 Leg Press 45º

- 11,73 (20 e 04)

-

3 Leg Press 45º

- - 12,82 (26 e 10)

1 Supino Reto 13,36 (18 e 10)

- -

2 Supino Reto - 14,55 (19 e 10)

-

3 Supino Reto - - 14,45 (26 e 12)

* média (máximo e mínimo) Os gráficos 2 e 3 demonstram e comparam os valores médios obtidos em cada intervenção realizada. Gráfico 2. Número máximo de repetições realizadas em cada intervenção no exercício supino reto

Gráfico 3. Número máximo de repetições realizadas em cada intervenção no exercício leg press 45º

DISCUSSÃO O estudo investigou a influência da música preferida, música não preferida e sem música em um número máximo de repetições em dois exercícios utilizados no treinamento com pesos, no caso o supino reto e o leg press 45, que trabalham grandes grupamentos musculares. A pesquisa se fez com uma amostra de 11 indivíduos, todos do sexo masculino, onde se realizou medidas antropométricas, estatura, peso corporal e % de gordura.

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Como não há garantia sobre a distribuição dos dados e a amostra é pequena (n=11), optou-se pelo teste não paramétrico (Mann-Whitney) para se proceder as comparações. A hipótese foi que a música de não preferência piore o rendimento e o número de repetições em relação ao teste com a música preferida, em contrapartida se sobressai em relação ao desempenho do mesmo teste sem presença sonora. A partir do teste realizado se obteve resultados diferentes entre os dois exercícios propostos. Na primeira comparação do teste do supino, avaliamos o desempenho dos indivíduos com a música não preferida e sem música, não houve uma diferença significativa devido ao fato de (p=0,1314). Em contra partida analisando a comparação entre sem música e com a música preferida houve uma diferença significativa (p=0,0107). Também concordando com esse resultado ocorreu uma diferença significativa do teste com música a preferida em relação a música não preferida (p=0,0409). Conforme o segundo exercício (leg press 45) os resultados foram diferentes, acorrendo apenas com a diferença significativa entre o teste com a música de preferência sobre a música da não preferência (p=0,0287). As duas outras comparações não deu diferença significativa, primeiro a comparação sem música e com a música não preferencial, e do teste com música preferida para sem música, com resultados de (p=0,4364) e (p=0,119) respectivamente. Resultado este que não concorda de maneira igualitária com outros estudos que verificaram que o exercício realizado com a presença da música preferida aumenta os estados de ânimo e performance, devido a sua ação que otimiza a motivação. (BOUTCHER & TRENSKE, 1990; GFELLER,1988; MORGAN, 1981; STEPTOE & COX, 1988;YEUNG, 1996; ZAMPRONHA, 2002). Segundo LANE, JACKSON e TERRY (2005) a preferência da modalidade do exercício realizado também gera diferentes respostas no desempenho, sendo que exercícios do próprio gosto há uma maior otimização nos estados de ânimo quando comparadas a exercícios da não preferência. Neste estudo, optamos por realizar os desempenhos com uma amostra pequena. É possível que, se fossem analisados amostras maiores os valores e diferenças poderiam ser diferentes das apresentadas. Assim, no presente estudo, não houve qualquer influência da música nos testes feitos no leg press 45, diferentemente do teste realizado no supino reto onde a música se mostrou influente. O nosso estudo verificou que em número máximo de repetições com 70% de 1RM no supino reto, e 80% também de 1RM no leg press 45 as diferenças positivas foram apresentadas com interferência musical somente no primeiro exercício diferentemente do segundo onde não houve significância. A preferência musical no supino foi significantiva, em contrapartida no segundo exercício não mostrou resultados positivos. CONCLUSÃO Conclui-se que tanto no teste de supino quanto no leg Press 45° a comparação dos exercícios realizados sem música e com uma música não preferida não ouve uma diferença significativa. Mas os mesmos exercícios quando realizados com música preferida e com uma música não preferida ocorreu uma diferença significativa podendo assim a música preferida influenciar no número de repetições em uma série de musculação e podendo também ser utilizado como recurso ergogênico psicológico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. American College of Sports Medicine. Position stand: progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc 2002;34:364-80.

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TREINAMENTO DE FORÇA PARA A QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE

RODRIGUES,M, C. ¹ Centro Universitário de Formiga UNIFOR-MG

[email protected]

RESUMO

A musculação é uma modalidade esportiva capaz de proporcionar diversos benefícios à saúde do individuo que a pratica regularmente de forma adequada, podendo até melhorar a qualidade de vida dos idosos, um grupo específico e delicado, que pode -e deve - tirar proveito dos benefícios que a musculação é capaz de oferecer, trata-se do grupo da terceira idade. Portanto, este trabalho tem por objetivo analisar e explicar de que forma a musculação pode interferir positivamente na obtenção da qualidade de vida para o grupo da terceira idade. Palavras-chaves: Treinamento de força, terceira idade, qualidade de vida

ABSTRACT

Bodybuilding is a sport can provide many health benefits to the individual who practices it regularly

properly and may even improve the quality of life of the elderly, a specific group and delicate, you

can and should - take advantage of the benefits that bodybuilding is able to offer, it is the third age

group. Therefore, this paper aims to analyze and explain how weight training can positively affect

the achievement of quality of life for a group of seniors.

Key words: Strength training, elderly, quality of life

INTRODUÇÃO

Um dos processos naturais da vida é o envelhecimento, nascemos pré datados, não existe uma fórmula que proporcione uma vida eterna. Com o passar dos anos podemos dizer que

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estamos em uma ou outra etapa. Uma criança nunca será para sempre uma criança, ela passará pela juventude chegando a maturidade de se tornar um homem ou mulher até chegar na terceira idade. Mas chegar a essa fase significa um decaimento na qualidade de vida? Informações do Ministério da Saúde sugerem que, em 2015, o Brasil será o 6º país com maior número de pessoas idosas do mundo. Sem dúvida alguma, pode-se perceber que nos últimos anos, o número de idosos cresceu significativamente, como nunca havia acontecido anteriormente. Polito (2010) em sua pesquisa aponta que, até 2020, a população de idosos no país aumentará aproximadamente 175%, que corresponde, em números absolutos, a uma população de aproximadamente 28 milhões de pessoas. Mas qual seria o motivo do aumento desta expectativa de vida dos idosos? Pontos consideráveis podem ser ressaltados, tais como: melhoria significativa na medicina nas últimas décadas, maior conscientização da importância de uma boa alimentação acompanhada de atividades físicas. A forma pela qual a pessoa envelhece não depende apenas da sua constituição genética, mas também da vida que leva. Algumas teorias propõem que o ritmo está associado à vitalidade que os indivíduos trazem consigo ao nascer e a sua capacidade de mantê-la durante toda vida (Heikkinen in Vidmar 2011).Paralelamente ao processo de envelhecimento ocorre também o declínio nas capacidades funcionais e independência dos idosos. Muitos acreditam que as atividades físicas devem ser feitas por jovens, justamente para evitar a “fadiga”, tal preconceito deve ser extinto. A começar podemos citar as inúmeras vantagens da prática de atividades física para a terceira idade, conforme apontado por Dias (2010):

maiores benefícios circulatórios periféricos;

aumento da massa muscular;

melhor controle da glicemia;

melhora do perfil lipídico (colesterol e triglicerídios);

redução do peso corporal;

melhor controle da pressão arterial de repouso;

melhora da função pulmonar;

melhora do equilíbrio e da marcha;

menor dependência para realização de atividades diárias;

melhora da autoestima e autoconfiança;

significativa melhora na qualidade de vida. O termo qualidade de vida (QV) tem recebido uma variedade de definições ao longo dos anos. A QV pode se basear em três princípios fundamentais: capacidade funcional, nível socioeconômico e satisfação e pode estar relacionada com os seguintes componentes: capacidade física, estado emocional, interação social, atividade intelectual, situação econômica e autoproteção de saúde (Santos in Vidmar 2011). Cabe destacar que em um contexto de importantes desigualdades regionais e sociais, os idosos não encontram amparo adequado no sistema público de saúde e previdência; acumulam complicações decorrentes das doenças crônico-degenerativas, desenvolvem incapacidades, perdem autonomia e qualidade de vida (Chaimowicz in Vidmar 2011). Segundo Moraes (2012) o treinamento de força parece ser fundamental para a qualidade de vida dos idosos, já que é importante para a aquisição de equilíbrio, realização de tarefas diárias e diminuição de quedas, verificar tal ponto é um dos objetivos deste trabalho.

OBJETIVOS

Analisar artigos através de uma revisão literária e mostrar a importância de envelhecer com qualidade de vida através da prática de atividade física de ganho de força.

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Verificar os efeitos de três programas de treinamento de força na capacidade funcional, no tempo de reação e na força máxima e, por conseguinte observar se estas modificações tiveram algum efeito nos diferentes padrões de qualidade de vida das idosas.

METODOLOGIA

Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura especializada, realizada entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014, no qual realizou-se uma consulta de artigos científicos selecionados através de busca no banco de dados do scielo e do google acadêmico. Através da seleção de artigos para estudo, alguns pontos podem ser destacados como metodologia de estudos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através da união dos termos: idoso, atividade física e qualidade de vida, pesquisados no banco de dados Scielo, foram encontrados alguns artigos, e destes foram utilizados apenas cinco, que relataram sobre atividade física, qualidade de vida em idosos. Segundo Dias (2011), para a efetivação dos resultados provenientes do treinamento de força, alguns aspectos precisam ser observados:

Exercícios: dependem dos objetivos e de alguma eventual limitação clínica do idoso. Após a adaptação, os exercícios poderão ser prescritos com pesos livres. Intensidade: na fase inicial do treinamento, a carga inicial deve ser, aproximadamente, 50% de 1 RM. Após esta fase, a carga poderá ser aumentada até 80% de 1 RM. Séries e repetições: No período inicial de treinamento, é suficiente um número entre 1 e 3 séries. Depois desta fase, a quantidade de séries pode permanecer em 3. Intervalo de recuperação entre as séries: A fim de que não ocorra uma elevação desnecessária

das respostas cardiovasculares durante o exercício, recomendam-se intervalos de recuperação

entre 1 e 2 min.

Através da análise destes pontos, dois artigos que obedecem tais critérios recebem

destaque: o de Vale (2004) que analisou uma amostra de população pesquisada na faixa etária

de 60 a 88 anos de idade, do sexo feminino, com pessoas fisicamente independentes,

Dos estudos incluídos nesta revisão (Vidmar 2011), verificou-se que os efeitos benéficos

da atividade física e do exercício podem melhorar a depressão em pessoas idosas. Também,

pacientes portadores de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). Concluiu-se que, para os

idosos, qualidade negativa de vida é equivalente à perda da saúde e que qualidade de vida

positiva é equivalente a uma maior variedade de categorias, como atividade, renda, vida social e

relação com a família, as categorias que diferiram indivíduo para indivíduo. Portanto, a saúde

parece ser um bom indicador da qualidade de vida negativa, porém um indicador insuficiente de

velhice bem sucedida (Xavier in Vidmar 2011).

Já em outra pesquisa demonstrou-se que o estilo de vida saudável tem sido associado ao

hábito de práticas de atividades físicas e, consequentemente, a melhores padrões de saúde e

qualidade de vida. Neste estudo comparou-se a qualidade de vida em idosos com distintos níveis

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de atividade física em 238 idosas, com media de idade de 69,2 (± 6,6) anos do município de

Aracaju - SE, sendo que foi identificada uma diferença significativa entre o nível de atividade

física e a qualidade de vida relacionada com a saúde; as mulheres idosas mais ativas

apresentaram melhores resultados nos oito domínios da qualidade de vida investigados (Toscano

in Vale 2004).

CONCLUSÃO

A partir do presente estudo foi possível concluir que o processo de envelhecimento é

influenciado por vários fatores como a genética, as patologias e o sedentarismo, que estão

diretamente relacionados com a qualidade de vida, sendo que o sedentarismo é o que mais

compromete a qualidade de vida do idoso. Com a prática adequada de atividades relacionadas a

força por idosos, há implicações positivas sobre a qualidade e expectativa de vida, pois contribui

para a prevenção de doenças, fator essencial para prolongação do tempo de vida, e ainda,

repercute de maneira favorável no desenvolvimento, melhorando a saúde física e mental do

idoso.

REFERÊNCIAS

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HIPERTENSÃO ARTERIAL E ASPECTOS NUTRICIONAIS

OLIVEIRA, S. G. D1

MAGALHÃES, F. R1

VERDE, O. R2

1 - ENAF - Desenvolvimento Serviços Educacionais. Manaus- Amazonas - Brasil 2 -UNICEL- Faculdade Literatus - Manaus - Amazonas - Brasil

[email protected] RESUMO

A hipertensão é uma doença caracterizada pela elevação da pressão arterial sistólica ou da pressão arterial diastólica, tornando-se um fator de risco para doenças cardiovasculares que tem atingindo a população em geral. O objetivo geral do trabalho é abordar a hipertensão arterial correlacionando com o atual estilo de vida e principalmente os hábitos alimentares que influenciam diretamente para o aumento da pressão arterial, e com objetivo especifico de explicar sobre a pressão arterial, relacionar os fatores que levam ao risco do aumento da pressão arterial, descrever sobre a terapia nutricional e as mudanças no estilo de vida. Trata-se de um estudo descritivo com abordagens teóricas e cientificas referentes a hipertensão. A técnica de pesquisa bibliográfica utilizada foi obtida em livros e artigos de revistas, site de internet. A hipertensão tornou-se um problema de saúde publica, afetando todas as idades. Verifica-se que a obesidade, o estresse, o consumo de álcool, o sedentarismo, o tabagismo e o excesso de sódio são fatores listados que aumentam o risco do desenvolvimento da pressão arterial. Assim para se prevenir a hipertensão, é necessário que a população pratique atividades físicas e melhore a qualidade de vida através de bons hábitos alimentares.

Palavras Chaves: Hipertensão arterial; fatores de risco; mudanças de hábitos alimentares. ABSTRACT

TheHypertension is a disease characterized by elevated systolic blood pressure or diastolic blood pressure, making it a risk factor for cardiovascular disease that has reached the general population. The general objective of this work is to address high blood pressure correlated with the current lifestyle and eating habits mainly influencing directly to increased blood pressure, and specific purpose of explaining on blood pressure, relate the factors that lead to risk the increase in blood pressure, describe about nutritional therapy and changes in lifestyle. This is a descriptive study with theoretical and scientific approaches related to hypertension. The technique used was obtained literature in books and magazine articles, internet site. Hypertension has become an issue of public health, affecting all ages. It appears that obesity, stress, alcohol consumption, physical inactivity, smoking and excess sodium are listed factors that increase the risk of developing high blood pressure. So to prevent hypertension, it is necessary that the population practicing physical activity and improve quality of life through good eating habits.

Keywords:Hypertension, risk factors, changes in eating habits.

1 INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial é uma doença crônica não transmissível que acomete milhões de pessoas em todo mundo. Conhecida popularmente como pressão alta é considerada uma doença multifatorial e está associada a fatores de risco modificáveis, como obesidade ou sobrepeso, etilismo, tabagismo, sedentarismo, excesso de sódio na dieta, e não modificáveis, como sexo, idade, raça e hereditariedade (SOARES; FALHEIROS & SANTOS, E.O,2011).

A pressão é a força que o fluxo sanguíneo exerce nas artérias. Em condição normais a cada contratação cardíaca a pressão aumenta até cerca de 120 mmHg, que corresponderá a pressão sistêmica e nos intervalos cardíacos ela cai para cerca de 80 mmHg, valor da pressão diastólica (FONSECA & MESQUITA, 2005).

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A hipertensão arterial é uma síndrome caracterizada, basicamente, pelo aumento dos níveis pressóricos sistólico igual ou acima de 140 mmHg e diastólico igual ou acima de 90 mmHg em adultos. É uma das mais importantes enfermidades do mundo moderno, juntamente com as suas comorbidades, se tornando a causa direta ou indireta de elevados números de óbitos, decorrentes de acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e infarto do miocárdio. (SOARES; FALHEIROS & SANTOS, E.O,2011).

A prevalência da hipertensão arterial varia de 22,3 a 43,9% na população adulta. Por outro lado, vêm surgindo visivelmente casos da doença em crianças e adolescentes, com variação de 2 a 13%, representando que a hipertensão deixou de ser uma doença exclusiva do adulto. (SOARES; FALHEIROS & SANTOS, E.O,2011).

Entre as mudanças que devem ocorrer na vida de um hipertenso, está a redução do peso corporal, a dieta hipossódica e balanceada, o aumento no consumo de frutas e vegetais, a redução de bebidas alcoólicas, a realização de exercícios físicos, a cessação/atenuação dotabagismo e a substituição da gordura saturada por poliinsaturados e monoinsaturados. Sendo esses hábitos implementados, pode ser dispensada a terapia farmacológica ou a dose ou quantidade de drogas pode ser reduzida. (CASTROS ROLIM & MAURÍCIO, 2005).

2 –REVISÃO LITERARIA

2.1 – FISIOPATOLOGIA

A hipertensão arterial sistêmica primaria é uma doença multifatorial, na qual diferentes mecanismos estão implicados, levando ao aumento do débito cardíaco e da resistência vascular periférica (KUSCHNIR & MENDONÇA, 2007).

A pressão arterial é uma função do debito cardíaco multiplicado pela resistência vascular periférica (a resistência exercida pelos vasos sanguíneos ao fluxo sanguíneo. Quando diâmetro é reduzido ( como ocorre naaterosclerose), tanto a resistência como a pressão arterial se elevam. Por outro lado quando há um aumento no diâmetro do vaso (como ocorre no tratamento com vaso dilatadores), a resistência diminui e a pressão arterial cai. ( MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2010).

Hipertensão arterial é uma entidade multigênica, de etiologia múltipla, de fisiopatogênia multifatorial, que causa lesão dos chamados órgãos-alvo coração, cérebro, vasos, rins e retina). (CUPPARI, 2005)

Aumentos no volume sanguíneo, na frequência cardíaca ou da resistência vascular periférica levam a hipertensão. Noventa por cento dos casos são do tipo hipertensão “essencial”, Isto é de causa desconhecida. Hipertensão é um fator de risco para acidente vascular cerebral (AVC), IAM e insuficiência renal (MOORE, 2011).

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) compromete órgãos nobres do organismo,sendo considerada um grande problema de saúde publica e o mais importante fator de risco para as doenças cardiovasculares (CASTRO; MONCAU & MARCOPITO,2007).

3 –FOTORES QUE LEVAM AO RISCO DO AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL

3.1 – CONSUMO EXCESSIVO DE SODIO

O cloreto de sódio há muito tempo tem sido considerado importante fator no

desenvolvimento e na intensidade da hipertensão arterial. O excesso de sódio inicialmente eleva a pressão arterial por aumento da volemia e, consequentemente, aumento do debito cardíaco. Em seguida, por mecanismos de auto-regulação, há aumento da resistência vascular periférica, mantendo elevados os níveis de pressão arterial. Além de seu efeito isolado, a alta ingestão de sal ativa diversos mecanismos pressores, como aumento da vasoconstrição renal e da reatividade vascular aos agentes vasoconstritores e elevação dos inibidores da Na+/K+ ATPase. (CUPPARI, 2005).

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O sal é composto por 40% de sódio e 60% de cloreto (JARDIM; MONOGO & REIS, 2004). O excesso de sódio eleva a pressão arterial por aumento da volemia e, consequentemente aumento do debito cardíaco. O consumo médio de sal da população é em torno de 10 a 12 gramas. Esse consumo refere-se ao sódio intrínseco e extrínseco, sendo importante salientar a enorme variedade de alimentos processados que apresentam adição de sódio. O consumo total de sódio pode ser considerado proveniente de três fontes: 75% de alimentos processados, 10% de sódio intrínseco e 15% de sal de adição de um modo geral,pode-se recomendar para um paciente hipertenso, 4 a 6g de sal de sal por dia, o que equivale à 1 colher (café ) (ALVES & FERREIRA, 2004).

A orientação nutricional a pacientes hipertensos deve preconizar a não ingestão de produtos processados, como enlatados, embutidos, conservas, molhos e temperos prontos, caldos de carne, defumado, bebidas isotônicas, alem da utilização de saleiro à mesa (CUPPARI, 2009).

3.2 – CONTROLE DE PESO

O excesso de peso é um fator predisponente para a hipertensão. Estima-se que 20% a

30% da prevalência da hipertensão possam ser explicadas por esta associação (CUPPARI, 2009).

A recomendação para prevenir e controlar o aumento da pressão arterial é a manutenção do peso corpóreo dentro da faixa de normalidade do índice de massa corpórea (IMC 18,5 a 24,9 kg/m2 (CUPPARI, 2009).

Estudos de Avila et al (2010) relatam que o excesso de peso se associa com maior prevalência de hipertensão arterial desde idades jovens, e que na vida adulta, mesmo entre indivíduos não sedentários um incremento de 2,4kg/m2 no índice de massa corporal acarreta em maior risco de desenvolver a hipertensão (WESCHENFELDER & GUE MARTINI, 2013).

O excesso de gordura abdominal (circunferência abdominal maior que 86 cm, para mulheres e 91 cm, para homens) é associado ao aumento, de risco para hipertensão e outros fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV). O risco de desenvolvimento dehipertensão é 2 a 6 vezes maior em indivíduos com sobrepeso do que em eutróficos (KRUMMEL,2002).

A redução do peso é uma forma eficaz de reduzir a pressão arterial em indivíduos hipertensos. Para cada quilograma de peso perdido, espera-se uma redução de aproximadamente 1 mm Hg nas medidas da PAS e da PAD ( MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2010).

3.3 – SEDENTARISMO

O exercício físico regular reduz a pressão arterial, além de produzir benefícios adicionais, como a diminuição do peso corpóreo a ação coadjuvante no tratamento das dislipidemias, diminuição da resistência à insulina e auxilio no controle do estresse (CUPPARI, 2005).

As atividades físicas reduzem a mortalidade por problemas cardiovasculares, independentemente da pressão arterial e de outros fatores de risco, existindo fortes evidenciais de que atividade física diminua a pressão arterial, predizendo um envelhecimento saudável. (COSTA et al,2009 ).

A recomendação de exercícios para pacientes hipertensos deve ser do tipo aeróbio, isto é, exercícios de longa duração, envolvendo grandes grupos musculares em movimentos cíclicos, como andar, correr, pedalar ou nadar. A duração da sessão do exercício deve ser de 30 a 60 minutos, com frequência de três ou mais sessões por semana (LATERZA; RONDON & NEGRÃO, 2007).

3.4 – INGESTÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS O consumo excessivo de álcool eleva a pressão, alem de ser uma das causa de

resistência terapêutica e anti-hipertensiva de maneira geral indivíduos hipertensos não devem consumir bebidas alcoólicas. Aqueles que consomem é aconselhável não ultrapassar 30mL de

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etanol/dia. Isso corresponde a 60 mL de bebidas destiladas, 240 mL de vinho ou 720 mL de cerveja. Já para as mulheres, a ingestão não deve ser superior a 15 mL de etanol/dia.(CUPPARI, 2005).

Para Àvila et al (2010) a ingestão prolongada de álcool pode, além de aumentar a pressão arterial, aumentar a mortalidade cardiovascular em geral.

3.5 – TABAGISMO

O tabagismo deve ser combatido não apenas para controle da hipertensão, mas também

para diminuir o risco de câncer e de doenças pulmonares e por constituir risco para doença coronariana, acidente vascular cerebral e morte súbita (CUPPARI, 2005).

O fumo também provoca o endurecimento das artérias ou arteriosclerose, e com isso força o coração a trabalhar com mais esforço e frequência, levando ao aumento da pressão (LAGE & OLIVEIRA, 2003)

Os hipertensos que fumam devem ser incentivados a abandonar esse hábito por meio de aconselhamento e medidas terapêuticas de suporte especifica, pois fumo está associado a maior incidência e por mortalidade por doenças coronarianas, cerebrovascular e vascular de extremidades. No entanto, essa medida propicia o aumento de peso, que pode favorecer oaumento da PA. Assim, a supressão do tabagismo deve ser acompanhada de restrição calórica e de aumento da atividade física para evitar ganho de peso (ALVES & FERREIRA, 2004).

3.6 – CAFE

A literatura cientifica dispõe de poucos dados relacionando o consumo de café e sua interferência nos de pressão arterial e no aumento de arritmias. O que se pode concluir é que tais alterações, quando presentes, podem estar associadas ao consumo excessivo de café e consequentemente, à ação estimulante da cafeína. 3.7 – ESTRESSE

O estresse crônico, alertam os médicos, além de ser fator de risco cardíaco, causa cansaço, irritação, baixo apetite sexual, dificuldade de concentração e resfriados consecutivos.

Além disso, reduz a resistência do organismo e predispõe ao surgimento de várias doenças como asma, alergias, urticárias e doenças gastrointestinais (OLIVEIRA,2013).

As alterações fisiológicas associadas ao stress podem estar relacionadas ao aumento da pressão arterial e acredita-se que, quando o stress é frequente, pessoas predispostas à hipertensão podem desenvolver a doença (MALAGRIS, 2013). 4 – TERAPIA NUTRICIONAL

O controle da hipertensão por meio de medidas dietéticas específicas visa não apenas à redução dos níveis tensionais, mas também à incorporação de hábitos alimentares permanentes. A dietoterapia faz parte de um conjunto de medidas terapêuticas, não-farmacológicas, que tem como principal meta diminuir a morbimortalidade por meio de modificações do estilo de vida (CUPPARI,2005).

Dessa forma, como coadjuvantes do tratamento dietético, temos outras medidas fundamentais como a redução do consumo de bebidas alcoólicas, o abandono ao tabagismo, a redução de peso corpóreo e a atividade física (CUPPARI, 2005).

O tratamento nutricional é essencial para o sucesso no controle da pressão arterial. O controle da hipertensão arterial sistêmica HAS por meio de medidas dietéticas especificas visa não apenas a redução dos níveis tensionais, mas também a incorporação de hábitos alimentares permanentes. A dieta como único recurso terapêutico, tem se mostrado ser eficaz (LAGE & OLIVEIRA,2003).

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4.1 – POTÁSSIO Dietas ricas em potássio devem ser incentivadas uma vez que elas aumentam os

benefícios da dieta hipossódica. O potássio induz à queda da pressão arterial por meio do aumento da natriurese, diminuição da secreção de renina e norepinefrina e aumento de secreção de prostaglândinas. Além do efeito anti-hipertensivo, o potássio exerce ação protetora contra danos cardiovasculares e como medida auxiliar em pacientes submetidos à terapia com diuréticos (CUPPARI, 2005).

A ingestão de K necessária para surgir efeito na diminuição da pressão é alcançada com alimentos naturais, não sendo necessário o uso de suplementos desse mineral (KRUMMEL,2002).

Há alguns alimentos que possuem com alto teor de potássio, quais sejam: feijão, grão-de-bico, ervilha fresca, ervilha seca, aveia, germe de trigo, beterraba, batata, rabanete, mandioca, cenoura cará, salsa, almeirão, couve-de-bruxelas, couve-manteiga, chicória, espinafre, amora, abacate, banana, cereja crua, melão, maracujá, dentre outros.

4.2 – CÁLCIO

Maior quantidade de cálcio oriundo de laticínios versus o cálcio oriundo de outras fontes que não derivados do leite tem sido associada com uma menor incidência de AVC entre homens e mulheres (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2010).

O Ca, principal constituinte dos ossos e dentes, tem papel controverso nos níveis de pressão arterial, parecendo haver correlação entre HÁ e dietas com menos de 600 mg/dia de Ca. Suas principais fontes são de leite e derivados, vegetais folhosos, sardinhas e salmão (JARDIM; MONEGO & REIS, 2004).

4.3 – MAGNÉSIO

O magnésio é um potente inibidor da contração do músculo liso vascular e pode ter um papel na regulação da pressão arterial como um vasodilatador. Em estudos observacionais, o magnésio da dieta foi inversamente relacionado com a pressão arterial (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2010).

O padrão da dieta DASH enfatiza o uso de alimentos ricos em magnésio, incluindo verduras folhosas verdes, castanhas, pães e cereais integrais (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2010).

4.4 – FIBRAS

Fibras na dieta reduzem o risco de desenvolvimento de hipertensão. São fibras alimentares todos os polissacarídeos vegetais da dieta (celulose, hemicelulose, pectinas, gomas e mucilagens), e a lignina, que não são hidrolisadas pelas enzimas do trato digestivo humano. Tomando-se por base suas propriedades de solubilidade em água, as fibras são diferenciadas em solúveis (pectinas, gomas, mucilagens e algumas hemicelulose), por exemplo, farelo de aveia e cenoura cozida. E insolúveis ( lignina, celulose e hemicelulose), por exemplo, farelo de trigo, leguminosos e folhosos. As fibras alimentares aumentam o volume de evacuações promovendo regulação do tempo de trânsito intestinal e diminuindo a pressão da luz intestinal (LAGE & OLIVEIRA, 2003).

5 – MODIFICAÇÕES DO ESTILO DE VIDA

As modificações do estilo de vida são a terapia definitiva para alguns e a terapia adjuvante para todos indivíduos com hipertensão. Antes de se iniciar a terapia medicamentosa, deve-se tentar a adoção de modificações de estilo de vida durante vários meses (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2010).

A maior parte das modificações de estilo de vida está relacionada ao controle alimentar, tanto quantitativa como qualitativa, o controle da hipertensão por meio de medidasdietéticas especificas visa não apenas a redução dos níveis tensionais, mais também a incorporação de hábitos alimentares permanentes. A dietoterapia faz parte de um conjunto de medidas terapêuticas, não farmacológicas, que tem como principal objetivo a morbidade e mortalidade por meio de modificações no estilo de vida (CUPPARI, 2009).

A dieta desempenha um papel importante no controle da hipertensão arterial. Uma dieta com conteúdo reduzido de teores de sódio (<2,4 g/dia, equivalente a 6 gramas de cloreto de sódio), baseada em frutas, verduras e legumes, cereais integrais, leguminosas, leite e derivados desnatados, quantidade reduzida de gorduras saturadas, trans e colesterol mostrou ser capaz de reduzir a pressão arterial em indivíduos hipertensos (MINISTÉRIO DA SAÚDE).

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Jardim (2007) e Àvila et al (2010) relatam que o perfil da população brasileira mudou em relação aos hábitos alimentares e de vida, visto que se expõe de forma cada vez mais intensa a riscos cardiovasculares. A mudança nas quantidades de alimentos ingeridos e a composição da dieta, adicionando-se a baixa frequência da atividade física, provocou alterações significativas no peso corporal e na distribuição da gordura, aumentando a prevalência da obesidade da população (WESCHENFELDER & GUE MARTINI, 2013).

A dieta DASH é utilizada tanto para prevenir como para controlar os níveis elevados de pressão arterial. A adoção bem-sucedida dessa dieta requer muitas mudanças de comportamento: comer duas vezes o número médio de porções diárias de frutas, vegetais e derivados de leite; limitar em um terço a ingestão usual de carne, suínos e presuntos, ingerir metade da quantidade habitual de gordura, óleos e molho para salada; e comer um quarto de número de lanches e doces (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2010).

6 – CONSIRAÇÕES FINAIS

A hipertensão arterial é uma doença multifatorial que vem atingindo todas as faixas etárias, incluindo crianças e adolescentes. É de suma importância que se esclareça a população sobre os fatores que aumentam o risco de desenvolvimento da hipertensão, tais como o excesso de sal existente em alguns produtos que são consumidos pela população no seu cotidiano, o tabagismo, sedentarismo, bebidas alcoólicas, obesidade e estresse.

Desta forma, para prevenir a hipertensão, é mister a mudança no estilo de vida da população, devendo esta praticar atividades físicas com maior frequência, bem como melhorar a qualidade de vida por meio de novos hábitos alimentares.

O presente trabalho não teve intenção de se esgotar as discussões sobre o tema, por isso sugere-se que seja realizada, mas pesquisa com essa temática com a intenção de se chegar a conclusões mais sólidas, com isso faz se necessário a conscientização de cada pessoa, na escolha e estilo de vida, através da reeducação alimentar e implantações eficazes voltadas à educação alimentar e nutricional e programas visando à melhoria de vida através de hábito saudáveis a fim de evitar doenças decorrentes da má alimentação associada a falta de exercícios físicos diários uma vez que traz benefícios culminante diminuído os riscos de desenvolver doenças através dos alimentos, trazendo mais qualidade de vida e longevidade. Portanto saúde e questão de estilo e estilo de vida e uma escolha e a oportunidade e sua.

6 –REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, N. M.; FERREIRA, S. DE F. Perfil de pacientes adultos hipertensos atendidos pela clínica de nutrição do unilavras. 2004. 22f. Monografia (Graduação em Nutrição) – Centro Universitário de Lavras, Lavras, 2004. CASTRO, R.A.A. de; MONCAU, J.E.C.; MARCOPITO, L.F. Prevalência de hipertensão arterial sistêmica na cidade de Formiga, MG. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v.88, n.3, p.18-23, mar.2007. CASTRO, M.E; ROLIM, M.O.; MAURICIO, T.F. Prevenção da Hipertensão e sua relação com os estilo de vida de trabalhadores. Acta paulista de enfermagem, São Paulo, v.18, n.2, p. 32-39, abr/jun.2005 COSTA, MARIA F.F. de L., et al. Comportamento em saúde entre idosos hipertensos.Revista de Saúde Pública. Vol.43 supl.2, São Paulo, nº 2009 CUPPARI, L. Nutrição nas doenças crônicas não-transmissíveis. Ed. Manole, Barueri, 2009. CUPPARI, L. Guia de Nutrição. 2ªed. Manole, São Paulo, 2005. FONSECA, E.D.A.S;MESQUITA, M.A. Incidência da síndrome metabólica e avaliação da ingesta dietética em pacientes hipertensos atendidos no programa de Saúde da Família. 2005. 43f. Monografia (Graduação em Nutrição) – Centro Universitario de Lavras, Lavras, 2005. JARDIM, P.C.B.V.; MONEGO,E.T; REIS, M.A.C. Potassio, cálcio, magnésio e hipertensão arterial. Revista Brasileira de Hipertensão, São Paulo, v.11, n.2, p.98-101,jun.2004. KRUMMEL, D. Nutrição e hipertensão. In: MAHAN, L.K.STUMP, S.E. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 10.ed. São Paulo:Ed. Guanabara, 2002. Cap.27, p.576-590. KUSCHNIR, M.C.C; MENDOÇA, G.A.S. Fatores de risco associados a hipertensão arterial em adolescentes. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, v.83, n.4, p.17-23, jul/ago. 2007.

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OS BENEFÍCIOS DA DIETA VEGETARIANA EM ATLETAS

VERDE, R. O1

RIBEIRO, C.S1

OLIVEIRA, E. E. G. N1

AUZIER, A. L1

ALMEIDA, B.P1

MACHADO, A. R. M2

1 - ENAF - Desenvolvimento Serviços Educacionais. Manaus- Amazonas - Brasil 2 - Universidade Federal do Amazonas - Manaus - Amazonas - Brasil

[email protected]

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo avaliar os benefícios dos hábitos alimentares vegetarianos em atletas e seu auxilio na qualidade de vida e prevenção doenças crônicas com isso detectar as possíveis deficiências nutricionais através desta dieta e sua relação com a longevidade.Em que várias pesquisas apontam seus efeitos positivos destacando-se: menor consumo de lipídeos e menor prevalência de patologias. Com vista a alcançar o objetivo desta pesquisa foi feita a revisão da literatura com base em livros, artigos, revistas abordando o tema, a pesquisa se caracteriza por ser exploratória uma vez que busca dar maior proximidade do pesquisador com o tema em estudo. O crescente número de vegetarianos atribui aos profissionais da saúde, sobretudo nutricionistas, a responsabilidade de conhecer os princípios da dieta vegetariana na expectativa de que, com base em evidências científicas, eles possam direcionar adequadamente sua conduta com respeito a essa dieta, bem como adequar esse padrão alimentar às necessidades nutricionais do indivíduo.

Palavras Chaves: Atleta Vegetariano, Vegan, tipos dieta vegetariana.

ABSTRACT

The present study aims to evaluate the benefits of vegetarian eating habits in athletes and his assistance in quality of life and prevent chronic diseases it detect nutritional deficiencies through this diet and its relationship with longevity. In several studies show positive effects highlighting: lower consumption and lower prevalence of lipid disorders. In order to achieve the objective of this research a literature review based on books, articles, magazines addressing the topic, the research is characterized as exploratory as it seeks to give greater closeness between the researcher and the subject under study was taken. The growing number of vegetarians attaches to health professionals, especially nutritionists, are responsible for knowing the basics of a vegetarian diet in the hope that, based on scientific evidence, they can properly direct their conduct with respect to this diet, and adapt this standard food nutritional needs of the individual.

Keywords:AthleteVegetarian,Vegan, vegetarian diettypes. 1 INTRODUÇÃO

Atualmente as pessoas vêm aderindo a dieta vegetariana. Inúmeros motivos influenciam

essa decisão. Como por exemplo, motivação religiosa, anatômica e fisiológica, espiritual, ética, saúde, ecológica e econômica. (DE BIASE SG, FERNANDES SFC, GIANINI RJ, DUARTE JLG, 2007).

A dieta vegetariana é caraterizada pela ausência de produtos de origem animal mais concretamente peixe e carne. No entanto existem padrões alimentares que derivam deste conceito: Ovo-lacto-vegetariano com um consumo baseado nos cereais, hortícolas e frutas, bem como frutos secos e sementes, laticínios e seus derivados e por fim o ovo; Lacto-vegetariano que exclui ovos, carne (incluindo a carne branca), peixe e marisco; e finalmente o vegan ou também

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chamado de vegetariano total que exclui todos os produtos de origem animal incluindo os seus derivados (ovos e laticínios). O que estes todos têm em comum é não consumirem carne, peixe, e produtos derivados. (NIELSEN, 2007).

O vegetarianismo, mas que uma opção alimentar, é uma filosofia de vida. Ser vegetariano é uma forma de se sentir bem como seu corpo e de estar em harmonia com a natureza. Em síntese, uma opção mais humana e mais natural, (RODRIGUES, 2005).

Adesão ao vegetarianismo tem sido crescentes nos últimos tempos. Um levantamento feito em 1994 atestou que aproximadamente 12,4 milhões de pessoas nos Estados Unidos denominavam-se vegetarianas. Isso corresponde a cerca de 7% da população e a quase o dobro do número de

vegetarianos descritos ao longo de um período de oito anos, (COUCEIRO; SLYWITCH; LENZ, 2008). O estilo de vida saudável, de acordo com os cientistas, é o fator determinante da saúde e

longevidade de uma pessoa. Podemos citar: a dieta, exercício físico, a fé e o estado emocional otimista. O repouso também tem uma importância especial para a saúde, o sol, ar puro, abstinência das drogas, vícios e ingerir muita água. (MAGALHAES, 2001).

Os atletas necessitam de uma alimentação diferenciada. As recomendações de energia para indivíduos sedentários ou que praticam atividades físicas de forma moderada, são insuficientes para os atletas. O gasto energético de atletas pode ser até quatro vezes maior que de um indivíduo sedentário ou moderadamente ativo. (VIEBIG; NACIF, 2006).

Atletas necessitam de dieta rica em carboidratos para otimizar os estoques de glicogênio muscular e hepático. Quanto à ingestão protéica, vegetarianos normalmente apresentam valores mais baixos do que a necessidade que é de 0,8g/kg de peso corpóreo por dia, quando comparados a indivíduos não vegetarianos. Além disso, a qualidade das proteínas de origem vegetal é considerada de baixo valor biológico, visto que são incompletas quanto à composição de aminoácidos. Apesar de serem necessárias novas investigações, a dieta composta somente por fontes protéicas vegetais parece capaz de satisfazer as necessidades de adultos e crianças saudáveis. (FERREIRA, BURINI; MAIA, 2006).

De acordo com a American DieteticAssociation, dietas vegetarianas oferecem determinados benefícios nutricionais, como a baixa ingestão de gordura saturada e colesterol ou mesmo a não elevação desses marcadores, quando observados em relação ao envelhecimento, a alta ingestão de carboidratos, fibras dietéticas, magnésio, potássio, folato, antioxidantes (como as vitaminas C e E) e fotoquímicos. Em contrapartida, a dieta vegetariana desbalanceada ou restritiva, particularmente em situações de altas demandas metabólicas (como durante o exercício), pode provocar deficiências nutricionais. (AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION, 2011).

O profissional nutricionista tem papel fundamental no apoio aos pacientes: para controle do planejamento de dietas vegetarianas, para auxiliar aqueles que desejam adotar tal prática dietética; para algum caso clínico específico, além da possibilidade da clientela procurar o profissional devido a problemas ligados a más opções alimentares. (WINCKLER, 2004).

Este trabalho foi realizado através de uma extensa revisão da literatura tendo como objetivo verificar os benefícios dos hábitos alimentares vegetarianos nos atletas, além de demonstrar a importância de uma dieta saudável e equilibrada em macro e micronutrientes. A relação existente entre a boa alimentação e o desempenho físico faz com que os nutricionistas busquem cada vez mais aprimorar seus conhecimentos sobre a atuação dos nutrientes. Desta forma, tendo em vista a importância e o crescente interesse pela área de nutrição esportiva, torna-se relevante o desenvolvimento do assunto.

2 –REVISÃO LITERARIA

2.1 – Hábitos alimentares.

“O termo hábito alimentar é uso quando se quer designar os costumes e modo de se comer de uma pessoa ou comunidade. Notadamente ele é influenciado por vários fatores. Dentre os quais citamos: Idade da pessoa, Localização geográfica, Condições socioeconômicas, Valores culturais”. (MEIRELES, 2001).

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KRAUSE (2005), “salienta que a alimentação é o combustível para nossa vida, uma vez que nos fornece subsídios para a realização de nossas tarefas diárias. Se não nos alimentamos não temos força ou disposição para a realização das atividades mais banais, além de comprometer seriamente o desempenho das funções vitais no nosso organismo”.

Os hábitos alimentares não podem ser entendidos como algo “natural” do ser humano e sim como adquiridos nas práticas culturais cotidianas de significação, presentes nas famílias, na mídia, nas escolas, nos grupos sociais, que ensinam paladares, sentimentos de prazer/desprazer, comportamentos e preocupações ou não com determinados alimentos, inscrevendo assim os corpos das pessoas. (WITT; SOUZA; SOUZA, 2006).

2.2 –História do Vegetarianismo Na Roma Antiga e na Grécia, o vegetarianismo foi defendido por Pitágoras que é

considerado como o pai do vegetarianismo, para ele os homens e os animais compartilhavam a mesma alma, e seu argumento era baseado em uma dieta sem carne, que tinha três pontas: veneração religiosa, saúde física e responsabilidade ecológica. (TEIXEIRA; R.C.M.A; MOLINA, 2006)

Segundo a American DieteticAssociation (ADA, 2011), “não há apenas um padrão alimentar vegetariano. A dieta vegetariana pode incluir além dos alimentos de origem vegetal, também laticínios e ovos”.

“Os vegetarianos fazem um consumo elevado de vegetais, frutas, cereais, legumes e nozes, além de sua dieta conter menor quantidade de gordura saturada e, relativamente, maior quantidade de gordura insaturada, carboidratos e fibras” (MAGALHAES, 2001).

A dieta vegetariana é definida como aquela que não inclui carne, peixes e frutos do mar e a posição dessa instituição é a de que as dietas vegetarianas apropriadamente planejadas são saudáveis e adequadas em termos nutricionais, trazendo benefícios para a prevenção e para o tratamento de determinadas doenças. (COUCEIRO; SLYWITCH; LENZ, 2008).

O termo “vegetariano” abrange um largo espectro de praticas dietético com implicações potencialmente diferentes para a saúde. Não é incomum o consumo de carne por indivíduos que se dizem vegetariano. Relatou-se recentemente que 20% dos vegetarianos dizem comer carne ao menos uma vez ao mês. O consumo de peixes ou de aves domestica e ainda mais comum. (WITT; SOUZA; SOUZA, 2006).

2.3 – Benefícios da alimentação vegetariana

(MEIRELES, 2001). Atribuem o menor risco de surgimento ou a melhora das enfermidades

crônicas entre os vegetarianos às propriedades das fibras alimentares, defendendo a ideia de que os vegetarianos, por ingerirem mais deste componente do que onívoros, são menos propensos à hiperlipidemia, doença arterial coronariana, diabetes mellitus, entre outras doenças. Obviamente, os autores não descartam a contribuição de outros fatores dietéticos, como o menor consumo energético e lipídico, e a maior ingestão glicídica, na promoção de um perfil de saúde geralmente privilegiado entre vegetarianos.

As dietas vegetarianas são consistentes com as Diretrizes Dietéticas para Americanos e podem atingir as DRI e RDA para nutrientes. Com planejamento, as dietas vegetarianas podem fornecer vários alimentos densos em nutrientes que promovem a saúde, crescimento e desenvolvimento necessários ao ser humano. (KRAUSER, 2005).

O vegetarianismo está associado à diminuição do risco de algumas condições patológicas crônicas entre os seus adeptos, podendo-se citar hipertensão arterial, doença isquêmica do coração doença diverticular osteoporose e alguns tipos de câncer, além do acidente vascular cerebral e diabetes mellitus. (COUCEIRO; SLYWITCH; LENZ, 2008).

2.4 –Necessidadesenergéticas e nutricionais O treinamento e a competição esportiva envolvem uma série de atividades com demanda

de energia variada. Os principais fatores determinantes da energia necessária são o tamanho do

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corpo e a carga de treinamento como: intensidade, duração e freqüência. (MAUGHAN; BURKE, 2004).

De acordo com o posicionamento do American Collegeof Sports Medicine (ACSM, 2000) a baixa ingestão energética pode resultar em perda de massa muscular, distúrbios no ciclo menstrual das atletas, perda de massa óssea e aumento do risco de desenvolverem fadiga e lesões. Ainda segundo o ACSM, a ingestão energética de atletas de endurance deve ser de 3.000 a 5.000kcal/dia. Atletas de força usualmente necessitam, minimamente, de 50kcal/kg/dia, que representa 3.500kcal/dia para um indivíduo de 70kg.

As recomendações de ingestão energética para pessoas sedentárias ou que praticam uma atividade física de forma moderada são insuficientes para atletas que fazem do esporte sua profissão. Assim, seu gasto energético pode ser até quatro vezes maiores que de um indivíduo sedentário ou moderadamente ativo. Para um atleta, não basta oferecer mais energia se esta não tiver qualidade, devendo ser composta por alimentos variados e em quantidades adequadas para se obter todos os nutrientes necessários para geração de energia e para seu melhor aproveitamento. (TIRAPEGUI, 2005).

De acordo com Tirapegui (2005), as quotas energéticas podem ser determinadas através das RecommendedDietaryAlloowances (RDA), que consistem na publicação das recomendações americanas de ingestão de calorias por quilo de peso de acordo com a idade, ex: 19 a 24 anos = 40 kcal/kg ou 25 a 50 anos = 37 kcal/kg etc. somadas ao gasto de cada sessão de atividade física.

Segundo (WILLIAMS, 2002) a deficiência energética não representa grande preocupação para os vegetarianos, mas é necessária atenção especial para que se alcance uma ingestão adequada de energia, caso contrário o desempenho pode ser prejudicado.

Na pesquisa de (EISINGER et al. 1994), atletas lactoovovegetarianos e não-vegetarianos, consumindo uma dieta de 4.500kcal (60% advindas de carboidratos, 30% de proteínas e 10% de gorduras), não mostraram diferenças na performance em uma maratona. Isso confirma que, desde que as necessidades energéticas sejam alcançadas, independentemente do tipo de dieta, o rendimento não é afetado.

2.4.1 –Recomendação de carboidratos

Os carboidratos são a maior fonte de energia na dieta de humanos, representando cerca

de 40 a 80% da energia total consumida. São ingeridos na forma de moléculas complexas (amido) ou simples (glicose). Além de ser um princípio ativo para fornecimento de energia durante o exercício, alimenta o cérebro, medula, nervos periféricos, células vermelhas do sangue através de estímulo catabólico e são essenciais para manutenção da atividade física de alta intensidade, superior a dez /quinze segundos de duração. (LANCHA JUNIOR, 2002).

Atletas de endurance necessitam de dieta rica em carboidratos para otimizar os estoques de glicogênio muscular e hepático. Para esses indivíduos, a ingestão diária de carboidratos deve ficar na faixa de 500g a 800g (8 a 10g/kg/dia), e representar 60% a 70% da ingestão energética diária total. (NIEMAN, 1999). Segundo (FOGELHOLM, 2003) a exclusão de carne da dieta não prejudica o desempenho em exercícios repetidos de curta duração. Já a redução da ingestão de proteínas e o aumento de carboidratos durante 3 a 5 dias podem resultar em uma melhoria de desempenho em exercício anaeróbico com duração de 2 a 7 minutos.

Geralmente, os atletas precisam de um aporte glicídico superior ao dos indivíduos não atletas, uma vez que os carboidratos compõem o glicogênio muscular que é o principal substrato energético usado durante o exercício. Os estoques hepáticos e musculares de glicogênio são limitados, portanto, há necessidade de reposição de maneira constante, mesmo durante a atividade física garantindo assim o bom desempenho do atleta. O estoque muscular difere funcionalmente do glicogênio hepático, sendo o primeiro destinado ao fornecimento de energia para a própria célula muscular, enquanto o segundo é a única célula capaz de quebrar o glicogênio e lançar glicose na circulação. (TIRAPEGUI, 2005).

Os alimentos ricos em carboidratos são os preferidos pelos atletas de esportes de endurance (capacidade de manter um determinado esforço por maior espaço de tempo possível),

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que consomem grandes quantidadespara obter uma reserva desse nutriente e aumentar o desempenho durante as competições. (KLEINER, 2002).

O consumo apropriado de carboidrato é fundamental para a otimização dos estoques iniciais de glicogênio muscular, para a manutenção dos níveis de glicose sangüínea durante o exercício e a adequada reposição das reservas de glicogênio na fase de recuperação. Além disso, a ingestão de carboidrato pode atenuar as alterações negativas no sistema imune devido ao exercício físico. Existem evidências de que uma dieta rica em carboidrato, em período de treinamento intenso, pode favorecer não somente o desempenho como o estado de humor do atleta. As recomendações de carboidrato para atletas são de 6-10g/kg de peso corporal por dia ou 60-70% da ingestão energética diária; entretanto, a necessidade individual dependerá do gasto energético, da modalidade esportiva, do sexo e das condições ambientais. (PANZA et al., 2007).

2.4.2–Recomendação de proteínas

Quanto à ingestão protéica, vegetarianos normalmente apresentam valores mais baixos,

quando comparados a indivíduos não-vegetarianos, (HEBBELINCK M, 1999). Além disso, a qualidade das proteínas de origem vegetal é considerada de baixo valor biológico, visto que são incompletas quanto à composição de aminoácidos. Apesar de necessá- rias novas investigações, a dieta composta somente por fontes protéicas vegetais parece capaz de satisfazer as necessidades de adultos e crianças saudáveis. (JOHNSTON PK, 2003)

Sabe-se, porém, que atletas de força e endurance necessitam de uma maior ingestão protéica, quando comparados à população saudável sedentária, (TARNOPOLSKY MA, 1999). Lemon, (LEMON P, 1997), sugere que atletas de força, potência ou velocidade aumentem a ingestão para 1,7 a 1,8g/kg/dia, e atletas de endurance para 1,2 a 1,4g/kg/dia. Quantidades superiores não parecem exercer um efeito adicional na performance. Alcançar a adequação de proteínas, em termos quantitativos, a partir de fontes vegetais, é possível, mesmo em uma dieta vegan, principalmente quando se faz a combinação de diferentes fontes dietéticas. Ainda assim, há a possibilidade de menor ingestão de aminoácidos essenciais ou mesmo do aminoácido derivado carnitina, (STANLEY CA, 2004).

2.4.3 –Recomendação de lipídeos

Segundo Dorgan, (1996); Mickleborough, (2003, citados por Panzaet al., 2007), os lipídios

participam de diversos processos celulares de especial importância para atletas, como o fornecimento de energia para os músculos em exercício, a síntese de hormônios esteróides e a modulação da resposta inflamatória. As recomendações de lipídeos para atletas são de 20%-25% da ingestão energética diária. A utilização de gordura como fonte de energia adicional à dieta pode seradotada, devendo, porém, alcançar, no máximo, 30% do Valor Energético Total (VET). Por outro lado, um consumo lipídico inferior a 15% do VET parece não trazer qualquer benefício à saúde e à performance. Sugere-se que as proporções da energia dietética oriunda de gorduras sigam as recomendações para a população em geral.

Algumas evidências suportam a importante proposta de que a redução dos estoques endógenos de carboidrato (glicogênio) aumenta a mobilização e a oxidação de ácidos graxos e, concomitantemente, a utilização de glicose é reduzida. No entanto, quando os estoques de carboidrato são repostos, há uma redução na concentração plasmática de ácidos graxos em resposta a uma menor mobilização a partir do tecido adiposo e uma maior captação pelo fígado, ocasionando uma maior utilização de glicose pelo músculo. (SEELAENDER; AOKI, 1999).

O organismo não produz dois ácidos graxos poliinsaturados – o ácido linoléico e o ácido linolênico – considerados essenciais. Estes dois ácidos graxos são necessários para o crescimento normal, para manutenção das membranas celulares e para a saúde das artérias e nervos. Além disso, os ácidos graxos essenciais mantêm a pele macia e lubrificada, protegem as articulações e auxiliam a degradação e o metabolismo do colesterol. (KLEINER, 2002).

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2.4.4–Recomendação de vitaminas e minerais A recomendação de micronutrientes para atletas exige alteração, uma vez que participam

de processos celulares relacionados ao metabolismo energético, contração, reparação e crescimento muscular. (KATCH; MCARDLE, 1996). Vitaminas e minerais antioxidantes participam da neutralização de radicais livres gerados por atividades aeróbias ou anaeróbias. Os radicais livres são capazes de destruir estruturas celulares que podem ser protegidas pelas vitaminas C, E ebeta-caroteno, e minerais como selênio, zinco, cobre, magnésio e ferro. O aumento da ingestão de vitaminas do complexo B para atletas e praticantes de atividade física é necessário, devido a um aumento no consumo de alimentos glicídicos. Estas vitaminas (complexo B) são os principais co-fatores nas reações de geração de energia, provenientes da degradação de carboidratos. (TIRAPEGUI, 2005).

Segundo estudo realizado por (JANELLE & BARR, 1995), as mulheres que seguiam dieta vegetariana apresentavam menor ingestão de riboflavina, niacina, vitamina B12 e sódio que as não-vegetarianas e maior ingestão de ácido fólico, vitamina C e cobre. Em pesquisa com jovens vegans de ambos os sexos, (LARSSON CL, 2002), foram encontradas baixas ingestões de riboflavina, cobalamina, vitamina D, cálcio e selênio. As ingestões de cálcio e selênio permaneceram abaixo do desejável, mesmo após a inclusão de suplementos dietéticos. Pesquisa recente mostrou ingestão deficiente de iodo por indivíduos de ambos os sexos que adotavam dietas vegan e LOV, (KRAJCOVICOVA-KUDLACKOVA M, 2003).

Os minerais são necessários para que o organismo atinja um estado saudável, sendo fundamental para a proteção das células. São constituintes dos dentes, ossos, tornam a pele viçosa, além de participar de diversos processos fisiológicos e bioquímicos como o crescimento e manutenção dos tecidos, regulando os processos orgânicos e a produção de energia. Têm função fundamental na pressão sanguínea, no funcionamento cardíaco, nas funções musculares, no equilíbrio dos fluidos e no sistema reprodutor. (MOTA, 2005).

Uma dieta vegetariana corretamente planeada e individualizada é apropriada para indivíduos em diferentes etapas da vida, incluindo a gravidez, lactação, infância, adolescência e para atletas. É também considerada saudável, nutricionalmente adequada, mesmo a vertente mais restritiva como o vegetarianismo total até mesmo revelando-se benéfica na prevenção e tratamento de certas doenças, (FRASER GE, 2009).

a)Ferro

O papel principal do ferro no organismo humano é de combinar-se com as proteínas para formar hemoglobina, proteína especial que dá a pigmentação vermelha às células do sangue. (FAUSTO, 2003). Como 75% do ferro são encontrados na hemoglobina, sua presença ou ausência afeta muito o transporte de oxigênio no sangue. São encontradas pequenas quantidades nos músculos na forma de mioglobina e enzimas contendo ferro na mitocôndria. Em média, o homem deve armazenar cerca de 1000mg de ferro, mas a mulher armazena apenas 300mg de Fe. (WOLINSKY; HICKSON, 1996).

As reservas corporais de ferro são essenciais para as vias metabólicas e para a produção de energia pelos músculos. A depleção das reservas corporais, que reduz as concentrações de mioglobina e dos citocromos, pode deteriorar o metabolismo aeróbio e imitar a capacidade de executar exercícios. Existe uma ampla evidência de que a anemia ferropriva pode causar uma diminuição nacapacidade aeróbia (VO2 máx.), redução do trabalho físico, diminuição da resistência e aumento da fadiga. (RISSER et al., 1988; ROWLAND; KELLEHER, 1989; HAYMES, 1996).

Estudos mostram que atletas, especialmente as de resistência, tendem a desenvolver uma condição conhecida como “anemia esportiva” ou “pseudoanemia”, que pode ocorrer no início de um programa de treinamento ou durante um treinamento prolongado. Reduções transitórias na concentração dehemoglobina, na contagem de hemácias e hematócrito, que caracterizam esta condição, podem ser devidas à expansão do volume plasmático como uma adaptação fisiológica aos exercícios extenuantes. (WILLIAMS, 1989; WEIGHT et al., 1992; NACHTIGALL et al., 1996).

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Tal aumento no volume plasmático pode ser benéfico devido ao decréscimo na resistência ao fluxo sangüíneo, melhora na sudorese e um maior volume de ejeção. Entretanto, pesquisas com atletas de resistência, do sexo feminino, revelam que estas não apresentam apenas uma redução na concentração de hemoglobina relacionada a uma hemodiluição, mas também um estado de deficiência de ferro com ou sem anemia. (HAYMES, 1996).

Quando a oferta de ferro éinsuficiente, os tecidos sentem falta de oxigênio, ocasionando cansaço e recuperação lenta do indivíduo. Atletas que treinam força, ou fisiculturistas estão constantemente destruindo e reconstruindo os tecidos musculares, esse processo pode necessitar de quantidades adicionais de ferro. (KLEINER, 2002).

O ferro heme é derivado das células vermelhas do sangue – as chamadas hemoglobinas – e das células musculares – mioglobina. Portanto, o ferro heme possui origem animal, sendo obtido de carnes e alimentosderivados de sangue como o chouriço, por exemplo. As carnes vermelhas possuem maior teor de ferro do que a carne de aves ou peixes por conter maior quantidade desses pigmentos (hemoglobina e mioglobina) na sua composição. Mesmo para aquelas pessoas que consomem carne, o ferro heme representa a menor porção do ferro ingerido. Ele sofre pouca alteração de fatores que prejudicam ou intensificam sua absorção, que pode chegar de 10 a 40% da quantidade consumida. (SLYWITCH, 2006).

O ferro não-heme é abundante nos alimentos de origem vegetal, podendo ser chamado de ferro “inorgânico” e ser utilizado para fortificação industrial de alimentos, sendo mais sensível aos fatores que inibem sua absorção do que o ferro heme. (NETTO et al., 2007).

Alguns estudos indicam que a baixa ingestão de ferro diminui os estoques do mineral no corpo e tem uma correlação direta entre a ingestão de ferro ligado ao grupo-heme e o ferro sérico ou plasmático. (TELFORT et al.,1992).

b)Cálcio

O cálcio é o mineral mais abundante no organismo humano, constituindo cerca de 1,5% do peso

corpóreo e 39% dos minerais corpóreos. Cerca de 99% do cálcio corporal está nos ossos e dentes e o 1% restante está no sangue, nos fluidos extracelulares e no interior das células e tecidos moles atuando na regulação de funções metabólicas importantes. (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1998).

Uma dieta rica em proteínas tem um efeito diurético sobre o cálcio, decorrente do metabolismo dos aminoácidos sulfurados, podendo ser amenizado pela presença de fósforo nesta mesma dieta, atuando como hipocalciurético. Entretanto, quanto maior for a quantidade de fósforo, maior a secreção digestiva de cálcio aumentando sua perda pelas fezes. Assim, uma dieta rica em proteínas pode aumentar aperda de cálcio, principalmente se estiver associada a pequena quantidade do mineral. Portanto, percebe-se a importância da relação cálcio-proteína da dieta que influencia a razão de ganho de massa óssea. Se a ingestão protéica for inadequada nesta fase, poderá comprometer a saúde ósseae contribuir para o desenvolvimento de uma osteoporose tardia. (VITOLO, 2008).

A recomendação de ingestão de cálciousada no Brasil é similar à usada nos Estado Unidos, que é de 1000 mg para homens e mulheres de 19 a 50 anos e de 1200 mg para homens e mulheres acima dos 50 anos devido ao grande risco de desenvolver osteoporose (SLYWITCH, 2006). Segundo Short; Hort, (1983, citados por WOLINSKY; HICKSON, 1996), provavelmente por não haverem qualidades ergogênicas atribuídas a seu uso, a suplementação de cálcio no intuito de aprimorar o desempenho parece não ser muito praticada pelos atletas.

c)Zinco O zinco atua em processos orgânicos importantes, incluindo manutenção do paladar, regulação do

crescimento e cicatrização. (KLEINER, 2002). Os valores de zinco plasmático em atletas dependem de variáveiscomo intensidade e duração do exercício. (KOURY; DONANGELO, 2003).

A presença do mineral zinco na dieta de atletas e/ou praticantes de atividade física, representa um importante papel comfunções antioxidantes auxiliando a depurar o ácido lático formado no sangue durante o exercício. O acúmulo de ácido lático faz com que os músculos cheguem a um ponto de fadiga. (KATCH; MCARDLE, 1996).

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A ausência de zinco na alimentação tem sido associada à ingestão elevada de alimentos ricos em carboidratos e com pequena contribuição de proteína animal. (CESAR; WADA; BORGES, 2005).

A ingestão preconizada de zinco na dieta é de 8 mg por dia para as mulheres e de 11mg por dia para homens. (VITOLO, 2008).

Dentre os grupos de maior risco para a deficiência de zinco estão: as crianças, idosos, mulheres grávidas, vegetarianos, pessoas com dieta para emagrecimento, alguns grupos de atletas, pessoas hospitalizadase institucionalizadas, indivíduos com doenças crônicas inflamatórias, entre outros. A deficiência de zinco é considerada um problema nutricional mundial, pois afeta igualmente grupos populacionais em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Em países latino-americanos e nos Estados Unidos, a ingestão média de zinco varia entre 50 a 80% da recomendação, independente da idade, gênero e raça. (SENA; PEDROSA, 2005).

d)Vitaminas do complexo B As dietas vegetarianas excessivamente restritas ou inadequadamente selecionadas podem

resulta em desnutrição seria, crescimento demorado, anemia por deficiência de ferro e deficiência de vitamina B12 se desenvolveram em pessoas com ingestões inadequadas, (KRAUSER, 2005).

As deficiências de minerais são raras, só são diagnosticadas quando em estado limítrofe. Assim, a determinação do consumo alimentar e o uso de tabelas de composição de alimentos são o primeiro instrumento para identificar uma possível deficiência de nutrientes. (TIRAPEGUI, 2005).

Algumas pesquisas indicam que vegetarianos, apresentam ingestão e concentração sérica de vitamina B12(cobalamina) inferiores aos não vegetarianos. As razões para tal seriam a baixa necessidade da vitamina, as reservas relativamente grandes e uma circulação enteroepática eficiente, que recupera a maior parte da cobalamina excretada na bile. Ainda assim, a redução na ingestão dessa vitamina tem sido associada, nas dietas vegetarianas ao quadro de hiper-homocisteinemia, sendo esse considerado um fator de risco independente para o desenvolvimento de cardiopatias. (WITT; SOUZA; SOUZA, 2006).

A vitamina B12 é a mais complexa das vitaminas, contém um microelemento, o cobalto que, na B12 purificada, está ligado a um grupo cianeto, o que lhe confere a denominação de cianocobalamina. Constitui um cofator e uma coenzima em muitas reações bioquímicas, como síntese de DNA, síntese de metionina a partir da homocisteína e conversão do propionil em succinil coenzima A, a partir do metilmalonato. (FUTTERLEIB; CHERUBINI, 2005, p. 49).

Os adeptos do vegetarianismo baseiam-se no consumo de cereais, leguminosas, frutas, verduras e oleaginosas, entretanto, nem sempre existe a preocupação com a origem e o modo de produção dos alimentos (se são convencionais ou orgânicos, por exemplo), mas sim com a restrição de produtos de origem animal. É importante que os adeptos tenham um acompanhamento de médicos ou nutricionistas, pois uma dieta baseada em produtos vegetais pode ocasionar deficiências no fornecimento de ferro, cálcio, vitaminas B12, e D. BOTELHO, (2008).

3–Atletas Vegetarianos

A alimentação de um atleta é diferenciada dos demais indivíduos em função do gasto

energético um pouco mais elevado e da necessidade de nutrientes que varia de acordo com o tipo de atividade, intensidade e fase de treinamento além do momento da ingestão. (TIRAPEGUI, 2005).

“As dietas vegetarianas frequentemente atingem altas taxas de carboidratos, disponibilizando substrato para uma melhor síntese de glicogênio, não necessitando então de suplementação de macronutrientes”. (FERREIRA; BURINI; MAIA, 2006, p.58).

Os alimentos que contêm todos os nove aminoácidos essenciais são chamados de proteínas completas. As proteínas encontradas nos laticínios, nos ovos, nas carnes vermelhas, no frango, nos peixes e em outras fontes animais são proteínas completas. Os alimentos vegetais,

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em geral, fornecem proteínas incompletas que não apresentam um aminoácido em particular, ou o apresentam em quantidade baixa. O aminoácido essencial que está faltando ou está em baixa concentração é chamado de aminoácido limitante. É possível obter aminoácidos essenciais em uma dieta vegetariana de maneira suficiente através de uma mistura e combinação entre os alimentos com baixo e alto teor de aminoácido essencial. (KLEINER, 2002).

Deve-se dar uma atenção especial ao fato da necessidade protéica precisar ser maior que a RDA (ingestão diária recomendada)no caso de vegetarianos cujas fontes de proteína da dieta sejam mais difíceis de digerir, como alguns cereais e leguminosas. Os cereais tendem a ser pobresem lisina, um aminoácido essencial, o que pode ter grande importância quando se avalia a dieta de um indivíduo que não consome fontes de proteína animal. (WINCKLER, 2004).

Para o vegetariano que se alimenta de leite e ovos, não há necessidade de se preocupar em combinar alimentos proteicos completos. Oleite, ovos, queijos e outros produtos lácteos contêm todos os aminoácidos essenciais necessários para o crescimento, reparo e manutenção dos tecidos. (OLIVEIRA; CUNHA; MARCHINI, 1996).

As dietas vegetarianas costumam ser ricas em ácidos graxos ômega-6, principalmente o ácido linoléico, e serempobres em ácidos graxos ômega-3, o que pode causar um desequilíbrio. Entretanto, existem excelentes fontes vegetais de ômega-3 como: óleo e sementes de linhaça, óleo de canola, óleo de soja, nozes, óleo de nozes e algumas microalgas que afetam de forma positiva o nível sanguíneo de DHA (ácido docosahexaenóico) e EPA (ácido eicosapentanóico) por meio da retroconversão. (WINCKLEY, 2004). Segundo Reddy; Sanders; Obeid, (1994) e Agen, (1995, citados por WINCKLEY, 2004), a maioria dos estudos mostra que os vegetarianos, particularmente os vegans, têm nível sanguíneo mais baixo de EPA e DHA que os não vegetarianos. Aconselha-se aos vegetarianos que incluam boas fontes de ácido linolênico em sua dieta.

Quanto ao mineral ferro, o organismo do ser humano não absorve o ferro que vem dos vegetais tão facilmente como absorve o ferro de origem animal. (KLEINER, 2002). O uso exacerbado de suplementos de ferro com dosagens superiores a 75mg por atletas não recomendado pela possibilidade de toxicidade. A ingestão de grandes dosagens de ferro também pode interferir com a absorção de zinco. (WOLINSKY; HICKSON, 1996). A vitamina C é o mais potente promotorda absorção de ferro, principalmente quando a proporção corresponde a 20mg de vitamina C para 3mg de ferro. (SLYWITC, 2006).

O principal inibidor da absorção de ferro nas dietas vegetarianas é o fitato. Portanto, a absorção de ferro aumenta quando aingestão de fitato diminui. Alimentos ricos em vitamina C, quando consumidos na mesma refeição que apresenta alimentos ricos em ferro, pode ajudar a reduzir os efeitos inibidores do fitato, assim, a ingestão de fontes desta vitamina (frutas cítricas, mamão, brócolis, melão, entre outras) pode causar um impacto positivo na absorção do ferro. (WINCKLER, 2004).

Para compensar a menor biodisponibilidade do ferro na dieta vegetariana, que costuma ser de 10%, enquantona dieta de indivíduos onívoros costuma ser de 18%, recomenda-se que os vegetarianos tenham uma ingestão de Fe, 80% maior do que indivíduos que comem carne. (SLYWITCH, 2006).

A suplementação de Fe só deve ser usada se houver deficiência, o que só será comprovado com exames laboratoriais. Seu uso sem necessidade pode levar à formação de radicais livres no intestinogrosso, podendo causar câncer de intestino. Além disso, a suplementação de Fe reduz a eficiência da absorção do Fe proveniente da alimentação. Alimentos como os folhosos verdes-escuros, algas, leguminosas, frutas e sementes oleaginosas, melado de cana, farinha de trigo integral e alimentos de origem vegetal enriquecidos são exemplos de alimentos ricos em ferro. (SLYWITCH, 2006).

O leite é considerado a melhor fonte de Ca de boa biodisponibilidade, sendo similar à dos laticínios em geral. A quantidade de cálcio ingerida não é um problema para os vegetarianos que usam leite e queijos regularmente e costuma ser mais adequada do que de indivíduos onívoros. Entretanto, para os veganos a ingestão costuma estar abaixo do recomendado (entre 500 a 700 mg/dia). (VITOLO, 2008).

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Os oxalatos presentes em alguns alimentos podem reduzir muito a absorção de cálcio. Assim, verduras ricas em cálcio como o espinafre, folhas de beterraba e acelga não são boas fontes apesar de seu elevado teor de mineral. (WINCKLER, 2004).

A quota dietética recomendada de zinco é de 11mg/dia para indivíduos do sexo masculino e de 8mg/dia para o sexo feminino. (CESAR; WADA; BORGES, 2005). Em estudo realizado com mulheres vegans e lactovegetarianas, demonstrou-se que a ingestão de zinco é bem mais baixa que a recomendada (8,5mg e 8,2 mg). (KLEINER, 1998).

Alguns estudos sugerem que o condicionamento físico não afeta as reservas de zinco do organismo. Esses estudos demonstram que não existem diferenças no zinco plasmático, na albumina sérica e na alfa 2-macroglobulina, e no teor de zinco eritrocitário entre mulheres treinadas e aquelas não treinadas. A prática de uma dieta sem carne pode contribuir para o aumento do desenvolvimento da hipozinconemia em atletas. (KATCH; MCARDLE, 1996).

A deficiência de zinco impede um desempenho atlético, devido ao fato de que o zinco desempenha um papel crítico na regulação da atividade da lactato dehidrogenase, resultando numa deficiência na força e na resistência muscular. (KLEINER, 1998).

Embora suplementos nutricionais não sejambons substitutos para os alimentos, pode ser considerada esta ideia no caso de ferro e zinco, por estarem baixos em uma dieta vegetariana. A suplementação diária de zinco em níveis de 100% do RDA é uma boa segurança contra deficiências. (KLEINER, 2002). Farinha de trigo integral, leguminosas, leite e derivados e linhaça são exemplos de alimentos ricos em zinco. (SLYWITCH, 2006).

Segundo ESCOTT-STUMP (1999) deve-se monitorar a ingestão de fibras na dietavegetariana, uma vez que estas em excesso, interferem na absorção de cálcio, zinco e ferro.

Alguns estudos mostram que os vegans têm ingestão mais baixa de riboflavina aoserem comparados com os não vegetarianos, mesmo que não tenha sido observada nenhumadeficiência clínica relacionada. São alimentos fonte, oferecendo cerca de 1mg por porção:aspargos, banana, feijão, brócolis, figo, ervilha, sementes, batata doce, tofu, germe de trigo e pão enriquecido. (WINCKLER, 2004).

Quanto à vitamina B12, os alimentos fermentados, como os produtos de soja, pasta de soja e soja fermentada (missô e natô), suprem parte da vitamina B12 pelas culturas bacterianas que causam a fermentação; mas geralmente esta quantidade não é suficiente. O vegetariano radical deve ingerir alimentos fortificados com vitamina B12 ou tomar suplementos para garantir uma dieta saudável. (PHILIPPI, 2008). A menos que seja enriquecido, nenhum alimento vegetal contémuma quantidade significativa de B12 ativa. (WINCKLER, 2004).

Portanto, para ser saudável, uma dieta vegetariana necessita ser bem planejada e equilibrada em termos nutricionais, sendo assim, apropriada a todos os estágios do desenvolvimento humano, incluindo a gestação, lactação, infância e adolescência, além de proporcionar suporte adequado ao desempenho esportivo. (FERREIRA; BURINI; MAIA, 2006).

Por outro lado, de acordo com Teixeira et al. (2006), uma dieta vegetariana bem balanceada ou mesmo uma dieta onívora com quantidades moderadas de produtos de origem animal, substituindo parcialmente a carne vermelha por peixe, aumentando o consumo de produtos vegetais não refinados, parece ser mais protetora para a saúde do que as dietas vegetarianas estritas.

De maneira geral, para se atingir asrecomendações propostas, o ideal para a alimentação de um vegetariano, de acordo com a Associação Dietética Vegetariana (AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION, 2001), é seguir a Pirâmide Vegetariana. A Pirâmide Vegetariana funciona como um guia alimentar e contém o seguinte porcionamento: de 6 a 11 porções diárias para o grupo do pão, cereais, arroz e macarrão; de 2 a 4 porções diárias para o grupo das frutas; de 3 a 5 porções diárias para o grupo dos legumes e verduras; de 2 a 3 porções diárias para o grupo das leguminosas, nozes, ovos e substitutos da carne; e 0 a 3 porções diárias para o grupo do leite, iogurte e queijo; gorduras, óleos e doces usar raramente. Vegetarianos que preferem não usar leite, iogurte ou queijo precisam selecionar outros alimentos ricos em cálcio.

4–Longevidade dos vegetarianos

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De acordo com dados recentes, fornecidos pelos órgãos de saúde pública, tanto nacionais como internacionais, a expectativa de vida ao nascimento vem crescendo no âmbito mundial. No século XVIII era entre 35 e 40 anos e já em meados do século XIX aumentou para 45a 50 anos. Durante a primeira metade do século XX, aumentou para 60 anos na maioria dos países industrializados. Atualmente, muitos países desenvolvidos, e até alguns em desenvolvimento, alcançam uma expectativa de vida ao nascimento entre 70 e 80 anos. (MASSARI, et al. 2006,2007).

De acordo (SLYWITCH, et al. 2008) : parte de tais evidências é proveniente de pesquisas sobre a saúde dos Adventistas do Sétimo Dia, pois esse grupo apresenta uma homogeneidade em muitas escolhas do estilo de vida como abstinência ao tabaco e ao álcool, além da adoção dos regimes vegetariano ou ovo-lacto-vegetariano. Os Adventistas do Sétimo Dia são, também, caracterizados por difundir conceitos sobre uma vida saudável por meio da prática do vegetarianismo e têm sido objeto de vários estudos nos últimos 45 anos, devido o índice de expectativa de vida ser entre 4 a 9 anos a mais que as pessoas não vegetarianas e suas características distintivas em relação ao seu estilo de vida. Assim, os Adventistas têm recomendado fortemente seu distinto estilo de vida por 140 anos embora, atualmente, somente o uso de álcool e tabaco e o consumo de alimentos biblicamente impuros como a carne de porco, sejam proibidos.

A alimentação quando garantida de forma balanceada, é de grande importância na manutenção do equilíbrio orgânico, dentre os bons motivos para se alimentar bem esta a longevidade, uma alimentação equilibrada torna a vida mais longa, a manutenção do peso, uma alimentação adequada colabora com a manutenção do peso ideal, mais beleza, pois tudo o que se come é matéria-prima para o funcionamento do organismo e a prevenção de doenças. (CARNEIRO, et al. 2008)

5. Considerações Finais

Após a revisão da literatura pode concluir que o objetivo da pesquisa que é avaliar os benefícios dos hábitos alimentares vegetarianos nos atletas e seu auxilio na qualidade de vida e prevenção doenças crônicas com isso detectar as possíveis deficiências nutricionais através da alimentação e sua relação com a longevidade.

As necessidades energéticas e recomendações de nutrientes para onívoros sadios, praticantes de atividade física e atletas, quando comparada aos vegetarianos, indicam diferenças significativas apenas em relação às proteínas, diante da necessidade elevada do consumo protéico para indivíduos envolvidos em treinamento físico diário. Há controvérsias a respeito do uso de suplementos protéicos para os indivíduos que escolhem essa prática dietética, entretanto a maioria dos estudos afirma que não há necessidade de suplementação.

Dietas vegetarianas também podem atender à necessidade de atletas competitivos. As dietas vegetarianas que atendem às necessidades energéticas e incluem boas fontes proteicas (por exemplo, alimentos á base de soja, feijões) podem fornecer quantidade adequada de proteína sem o uso de suplementos especiais ou suplementos. De fato, conclui-se que mesmo com inúmeras vantagens da escolha dietética dos vegetarianos, estes indivíduos (atletas ou praticantes de atividade física), sempre necessitarão de acompanhamento nutricional e suplementação nutricional, especialmente de zinco, para alcançar as RDAs e um bom desempenho físico.

O presente trabalho não teve intenção de se esgotar as discussões sobre o tema, por isso sugere-se que seja realizada, mas pesquisa com essa temática com a intenção de se chegar a conclusões mais sólidas, com isso faz se necessárioa conscientização de cada pessoa, na escolha e estilo de vida, através da reeducação alimentar e implantações eficazes voltadas à educação alimentar e nutricional e programas visando à melhoria de vida através de hábito

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saudáveis a fim de evitar doenças decorrentes da alimentação associada aos exercícios físicos regulamente uma vez que traz benefícios culminante diminuído os riscos de desenvolver doenças através dos alimentos, trazendo mais qualidade de vida e longevidade. Portanto saúde e questão de estilo e estilo de vida e uma escolha e a oportunidade e sua. Por todas as razões acima expostas conclui-se que a opção por uma dieta vegetariana é a escolha mais ética, saudável, e sustentável para o planeta, para a vida humana e dos animais.

Por tanto as diversas razões para a adesão ao vegetarianismo e a variação do padrão alimentar entre os vegetarianos configuram-se como alguns dos aspectos importantes a serem considerados por um profissional da saúde quando responsável pela orientação dietética do indivíduo. Aconselha-se que os profissionais de saúde estejam sempre atualizados para fornecer orientações aos vegetarianos de modo a maximizar os benefícios e minimizar os problemas nutricionais que as dietas vegetarianas possam trazer. Isso aponta para a necessidade de uma abordagem criteriosa e individual a fim de direcionar o indivíduo a um consumo dietético equilibrado e saudável para melhor qualidade de vida e bem estar, alcançado assim a longevidade.

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RESUMOS

ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA ESCLEROSE MÚLTIPLA UTILIZANDO A REABILITAÇÃO VIRTUAL: RELATO DE CASO CLÍNICO

MARTINS, C.A1

; FERREIRA, L.L2, CARVALHO, W.A.C3; FARIA, F.H.P4 BARBOSA, D5

1,2,3,4,5 Centro Universitário do Sul de Minas – Unis/MG – Departamento de Fisioterapia GESS – Grupo de Estudos em Disfunções Neurológicas, Ortopédicas e Traumatológicas [email protected] RESUMO Atualmente o uso da reabilitação virtual tem sido empregado em uma grande variedade de disfunções neurológicas e ortopédicas. A utilização de games de alta tecnologia como o Xbox 3600 com Kinect têm demonstrado ótimos resultados no ganho de amplitude de movimento, melhora do tônus muscular, melhora da postura, ajustes da coordenação motora fina e grossa, melhora do equilíbrio e cognição, além de auxiliar no raciocínio e estimular a memória curta e a de longo prazo. O presente estudo tem como objetivo analisar uma abordagem terapêutica sobre a esclerose múltipla utilizando reabilitação virtual e o ambiente simulado para tratamento. O projeto foi submetido ao comitê de ética e pesquisa da UNIVÁS com parecer favorável (CEP 139/2014). Foi selecionado um paciente do gênero feminino, 51 anos, com diagnóstico de esclerose múltipla há 8 anos. A mesma apresentava em seus exames de imagem (TC) discreta redução da massa cefálica. A avaliação física mostrou um déficit de força muscular em membros superiores e inferiores, redução do arco de movimento dos membros superiores e inferiores, falta de coordenação motora e dificuldade na memorização. Diante do quadro, foi proposto um tratamento fisioterapêutico de 5 dias por semana, durante 10 dias. Foi realizada inibição de pontos gatilhos nos músculos da coluna vertebral, alongamentos passivos de membro superior e membro inferior, exercícios ativos assistidos e ativos livres de membro superior e membro inferior. Logo em seguida a paciente era posicionada em frente ao kinect (Xbox), onde a mesma deveria interagir com seu avatar. Os autores do trabalho sugeriram que a paciente praticasse o game denominado “dardos”, cujo objetivo era de acertar o maior número de dardos no local indicado pelo game. Após 10 sessões foi realizada uma nova avaliação física na paciente e foram identificadas as seguintes questões: a força muscular em geral aumentou, foi para 4 graus, foi feito uma detalhada avaliação goniométrica onde foi notado um aumento substancial do arco de movimento, quando comparado com a 1ª avaliação, a paciente apresentou melhora na coordenação motora fina e grossa, e consequentemente diminuição dos tremores que dificultavam os movimentos em geral. Sendo assim, conclui-se que o emprego da reabilitação virtual pode ser uma ferramenta importante no processo de reabilitação de pacientes neurológicos, principalmente por proporcionar estímulos físicos, sensório motores e estimular o sistema nervoso central como um todo. Palavras Chaves: Esclerose múltipla, reabilitação virtual e fisioterapia.

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ANÁLISE COMPARATIVA DO CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO (VO2 MÁX) ENTRE ATLETAS DE FUTSAL E HANDEBOL ARRUDA,J.R.L.1 SANTA CRUZ,R.A.R.12

BEZERRA,C.S.1 2 OLIVEIRA,A.D.N.1 2 1.E. E. Gonçalves Dias – SEED 2.Universidade Estadual de Roraima [email protected] Introdução: O futsal e o handebol são modalidades que apresentam características de esforços físicos semelhantes. Assim, vários são os parâmetros fisiológicos que podem ser utilizados para qualificar o nível de capacidade funcional e verificar a intensidade da prática do jogo de futsal e handebol, dentre eles o consumo máximo de oxigênio (VO2máx). Objetivo: Identificar e comparar os valores do consumo máximo de oxigênio (VO2máx) entre atletas escolares praticantes de futsal e handebol. Metodologia: A amostra deste estudo foi composta por 18 alunos do sexo masculino na faixa etária de 16 a 17 anos, sendo 09 praticantes de handebol e 09 de futsal, que treinavam três vezes por semana, por aproximadamente 90 minutos. Todos os alunos pertenciam as equipes da Escola Estadual Gonçalves Dias, no município de Boa Vista/RR. Os alunos foram submetidos a uma avaliação para mensurar a potência aeróbia durante a fase preparatória de treinamentos visando as disputas dos JER‟s. Para tanto foi utilizado o Yo-yo Test nível I para se determinar indiretamente o VO2 máx. O teste tem como objetivo fazer o avaliado correr o máximo de tempo possível, em regime de ida-e-volta, em um espaço de 20m, onde deve se deslocar de uma extremidade a outra de forma continua e progressiva, sendo a velocidade determinada por sinais sonoros. O teste termina com a desistência do avaliado ou com a sua incapacidade para acompanhar o ritmo imposto. Os dados foram tratados mediante recursos da estatística descritiva, em valores de média e desvio padrão. O nível de significância adotado para a análise foi de p < 0,05. Resultados: Os resultados não apontaram diferenças estatísticas significantes entre os dois grupos, parecendo que o regime de trabalho para o desenvolvimento da capacidade aeróbia seja parecido em ambas às modalidades. Tabela 1 – Valores da média e desvio padrão do VO2 máx.

FUTSAL HANDEBOL

VO2 MÁX

52,3 ± 1,34

49,1 ± 1,83

Conclusão:O conhecimento da demanda energética e o processo de avaliação realizado de acordo com a especificidade da modalidade esportiva trará proveito para técnicos e atletas, uma vez que poderá ser verificado o estado atual de treinamento dos atletas, a resposta ao treinamento e deste modo, planejar e executar melhor o treinamento físico. Palavras- Chave: Futsal, Handebol,Treinamentos Escolares.

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BENEFÍCIOS DO VOLEIBOL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

REIS, B.G;

SOUZA JÚNIOR, L.A.; Universidade Paulista – São José do Rio Pardo – São Paulo - Brasil [email protected]

(Introdução) Em virtude do planejamento e à estrutura que foram aplicadas ao Voleibol com o passar dos anos, grandes conquistas vieram desse esporte em nosso País. O voleibol hoje se situa em um grau bem elevado de adeptos no Brasil, com isso, várias crianças procuram este esporte dentro das aulas de educação física. O papel do professor é desfrutar da melhor forma os benefícios deste esporte. (Objetivo) O principal objetivo deste trabalho é revisar quais são os benefícios de se praticar voleibol, dentro das aulas de educação física escolar. (Metodologia) Após pesquisas bibliográficas, foi detectado que a prática do voleibol tem inúmeros benefícios que contribuem para um desenvolvimento, na aquisição de habilidades motoras, socialização e autonomia. O contato direto com o adversário não existe, o que permite a interação entre crianças de gêneros diferentes na mesma equipe, pois eles criam oportunidades para o aprendizado, diminuindo o sentimento de fracasso e medo, fazendo com que a maioria esteja motivada.(Resultados)Vistos os conceitos do voleibol dentro das aulas de educação física escolar, eletorna-se uma ferramenta de inclusão social, devido às suas regras que beneficiam um jogo cooperativo. E também na parte motora,coordenando os movimentos dos alunos e os auxiliando em outras matérias, pois exige muita concentração e estratégia. Portanto o professor não deve ver este esporte só como um conteúdo a ser trabalhado, ele deve dar maior importância pelo fato de ter estes excelentes benefícios ao aluno. (Conclusão)Com base nos seguintes dados conclui-se que, o voleibol deve ter presença nas aulas de educação física escolar, pois proporcionaao aluno uma imensa gama de benefícios,dando ênfase no desenvolvimento físico, afetivo, social, cognitivo e motor.

Palavras chaves:voleibol, benefícios e educação física.

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CONSUMO DE PROTEÍNA VISANDO HIPERTROFIA EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO GOMES, N.C.S. 1; DANTAS, D. B. 2

1-CEULM-ULBRA, -2FAMETRO. MANAUS/BRASIL E-MAIL: [email protected] (Introdução) Sabe-se que além de alguns outros fatores a oferta adequada de proteína por praticantes de musculação ainda é o fator determinante para o aumento da massa muscular, essa afirmação já não é algo a ser discutido. Quando entramos em um programa de musculação, e temos como principal objetivo a hipertrofia, somos de imediato orientados a consumir mais proteínas do que a já consumida diariamente, isso porque a pratica da musculação leva a aceleração do metabolismo, logo, se gasta mais energia do que a habitual. Uma vez que gastamos mais energia, nosso corpo precisa recuperar todo o conteúdo gasto e ainda necessita também , de mais combustível que será utilizado para crescimento tecidual do músculo, e consequentemente para melhora do desempenho. Sabe-se que existem três elementos chaves para potencializar o crescimento da massa muscular, e são eles: uma boa alimentação, contendo quantidades corretas de nutrientes ao longo do dia, programa de treino para hipertrofia, variando no volume e intensidade do treino, e um bom descanso, 7h à 8h mínimas por dia. A combinação de proteínas associada a outros nutrientes favorece não só o crescimento muscular como a recuperação do músculo solicitado. Não se sabe ao certo quanto de proteína é necessário para hipertrofia, ainda há varias discussões sobre este assunto, mas o presente trabalho procura apresentar pesquisas e estudos que resultaram em uma estimativa que varia da necessidade proteica de cada individuo. Pretende-se através do mesmo, maximizar as pesquisas e formalizar opiniões, não somente dos profissionais de diversas áreas de interesse, como também praticantes de musculação sobre o consumo de proteína voltado para hipertrofia, à quantidade que se estima necessária e o excesso desnecessário. (Objetivo) Reunir resultados de pesquisas a respeito do que parece ser o consumo ideal de proteína voltado para hipertrofia em praticantes de musculação. (Metodologia) Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico, onde procurou observar qual a quantidade de proteína necessária para o aumento da massa muscular em praticantes de musculação, verificaram-se vários estudos de grandes pesquisadores na área, onde não foi possível constatar grandes divergências entre eles, pelo contrário, quase é possível ver um consenso entre os mesmos. (Resultados) Após analise dos resultados, observamos que se estima que a quantidade de proteína recomendada para hipertrofia muscular não deve ultrapassar a 1,8g/kg/ dia, pois um consumo superior a este não traz ganhos adicionais de massa muscular, entretanto, a combinação de 1,5g/kg/dia a 2,5g/kg/dia de proteína acrescida de uma ingestão de carboidratos pode contribuir para hipertrofia. (Conclusão) A pesquisa demonstra grande semelhança na recomendação diária da proteína entre os autores, a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e a RDA. Resultados dos estudos comprovam que não há porque exagerar no alto consumo de proteína quando o objetivo é hipertrofia. O que se observa é que depois de constatar esses resultados, não contentes, pesquisadores buscaram uma outra alternativa, que seria justamente utilizar a proteína com o carboidrato pós-treino, segundo eles foi possível verificar um pequeno acréscimo no aumento da musculatura, porém, algo não muito significativo. Portanto esperamos que mais pesquisas sobre este tema sejam feitas, para esclarecer duvidas ainda existentes sobre a associação da proteína com o carboidrato. (Palavras chaves): consumo de proteína, hipertrofia, musculação

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DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS INTERINSTITUCIONAIS NA GESTÃO DA QUALIDADE DO ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

BRUSTOLIN, J. C. R. 1; CARDOSO, G. E. L. 2; ARAUJO, L. S. 3; PINHEIRO, W. G. 4. LEITE, E. P. L 5. 1, 2, 3, 4 - Universidade Estadual de Roraima – Boa Vista – Brasil 5 - Universidade Federal de Roraima – Boa Vista – Brasil [email protected] RESUMO No século XX, a educação física escolar sofreu influências de correntes de pensamento filosófico, tendências políticas e pedagógicas, assim, até a década de 50, a educação física ora sofreu influências provenientes da filosofia positivista, da área médica, de interesses militares, ora acompanhou as mudanças no próprio pensamento pedagógico, por exemplo, a escola-novista na década de 50. (BRASIL, 1998), na década de 80, depois de uma crise de identidade na educação física, aumenta o campo de debates tornando-se mais sólido, conclui-se que deveríamos excluir do ensino fundamental a responsabilidade da formação de atleta e então iniciar uma aprendizagem que a criança pudesse ser: crítica, autônoma, e com mais hábitos saudáveis, colaborando com sua qualidade de vida, ou seja, a tentativa de uma educação física que abrangesse na criança os três tipos de capacidades sendo elas: cognitiva, psicomotora e afetiva. A partir do momento que se deparou com uma quebra de paradigma, inicia-se então, uma nova trajetória que observada de maneira muito clara uma dificuldade expressada no professor e no aluno de que haveria a necessidade da estruturação da política educacional. Requerendo muita prática, conhecimento e paciência para que essa política não esteja somente nas gavetas das escolas. O professor deve participar da construção do mesmo a fim de poder contribuir para a adequação e estruturação da educação física em um ambiente de trabalho multidisciplinar, cabe também ao professor, segundo as leis de diretrizes e bases da educação, LDB de 1996, afirmando que é responsabilidade do professor a elaboração e adequação do planejamento anual e do plano de aula. Todavia, são meios essenciais para o ensino da educação física, orientada e respaldada com qualidade. NEIRA, (2003) afirma ainda que, nesse sentido, observamos que a aliança entre a inexperiência do saber-fazer e o desconhecimento do seu real papel transformou sua elaboração em mais uma obrigação burocrática da equipe técnica, distante, portanto, dos professores e da sala de aula. O baixo rendimento manifesta em desinteresse, assiduidade e motivação dos alunos. Portanto concluímos esse trabalho salientando que a atuação de profissionais na educação física escolar, capacitados e comprometidos com uma proposta educacional organizada, com metodologias adequadas e com visão global do aluno, FERREIRA, (2006 p. 75), poderá irradiar o gosto pela atividade física não só dentro da escola, mas também na comunidade onde o aluno estiver inserido e assim, cada vez mais, haverá um número maior de indivíduos simpatizantes do exercício físico e praticantes de atividades físicas. Palavras Chave: currículo, professor, qualidade

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MÉTODO PLAY AND STAY NA INICIAÇÃO AO TÊNIS DE CAMPO

SOUZA, V.V. JESUS, I.S. SOUZA JÚNIOR, L.A. Universidade Paulista – São José do Rio Pardo – São Paulo – Brasil [email protected] (Introdução) O desafio do professor no ensino do Tênis é usar o jogo como aliado da aprendizagem, e não a aprendizagem como um suporte para o jogo. Todo aluno quando iniciante pensa logo em jogar tênis com bolas, quadra oficial e raquete, tudo isso o mais rápido possível, mas quando se depara com os métodos tradicionais, logo vê que o esporte não é tão fácil assim. Esse novo método denominado de Play and Stay, dá um enfoque no jogar, podendo facilitar a retenção do aluno e fazendo-o pensar mais por si mesmo, provando, descobrindo e aprendendo. Assim o aluno compreende o que é preciso para praticar. (Objetivos) O objetivo do presente estudo foi verificar como funciona esse método, e como o professor de Tênis pode trabalhar suas aulas, respeitando as fases de aprendizagem da criança e do adulto com o método “Play and Stay”. (Metodologia) Após pesquisas em bases de dados, e revisão de literatura, foram analisadas informações sobre o método Play and Stay, que o definem da seguinte forma: o método está relacionado à maneira de ensinar ao seu aluno a praticar Tênis, baseado essencialmente na prática do jogo e não se preocupando com as técnicas exigidas para sua execução, tornando a aula prazerosa, proporcionando ao aluno trocar bolas desde a primeira aula. (Resultados) Em um primeiro momento o método procura desenvolver uma noção do jogo e táticas, para depois ir a fundo aos fundamentos e fornecer feedback aos iniciantes, que assim tendem a desenvolvê-lo. (Conclusão) Sendo o tênis um esporte tecnicista, em que modelos de golpes e aprendizagem são iguais a todos, esse método tende a proporcionar uma maior motivação aos seus iniciantes em relação a outros tipos de metodologias, favorecendo a retenção do aluno e desenvolvimento gradativo. Palavras-Chaves: Iniciação no Tênis; Tênis de campo; Play and Stay.

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O DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL ATRAVÉS DA NATAÇÃO EM ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO CEJE

SANTOS. C. S. ¹ AUGUSTO.M.²

1. Instituto Federal De Educação Ciência e Tecnologia–Boa Vista – Roraima – Brasil. 2. Instituto Federal De Educação Ciência e TecnologiaTecnologia – Boa Vista – Roraima – Brasil. A natação pode fazer uma grande diferença no rendimento das crianças em sala de aula se for inserida no ambiente escolar, já que as atividades realizadas na piscina possibilitam a socialização, o desenvolvimento dos aspectos neuropsicomotores, além de outras vantagens na formação da sua personalidade. Nessa linha de raciocínio o objetivo deste trabalho é caracterizar o desenvolvimento educacional através da natação, nesse contexto aplicado aos alunos do quinto ano do ensino fundamental do CEJE.Utilizando uma metodologia dicotômica de fundamentação bibliográfica e pesquisa de campo, este trabalho busca analisar a prática da natação como instrumento de desenvolvimento educacional. O estudo bibliográfico se fundamenta em publicações acerca do tema que corroboram o objetivo deste estudo. No que concerne à pesquisa de campo, ela se deu por população e amostra tendo como critério de seleção de amostra a faixa etária e, como instrumento de coleta de dados, questionários de caráter quantitativo–descritivos aplicado aos alunos, pais, professores e gestores da referidas escola. No que concerne ao tratamento dos dados, após a aplicação dos questionários, as informações foram tabuladas e divididas entre diferentes modalidades (alunos, pais, professores e gestores).Podendo ser rerificado os seguintes resultados: Na visão dos alunos, 70% dos entrevistados afirmaram que houve mudanças na sua vida, enquanto que os demais, 30%, contestam, dizendo que nada mudou. Ná visão dos pais, 62,5% dos pais alegaram que perceberam mudanças, avanços no rendimento educacional dos seus filhos depois das aulas de natação, somente 37,5% dos pais acharam que não houve mudanças. Na visão do professor dos alunos ocorreram diferenças no rendimento, tendo em vista que os alunos ficaram mais atentos aulas das outras matérias.Através dos resultados dos dados obtidos na pesquisa conclui-se que a natação, sim, caracteriza um diferencial no desenvolvimento educacional dos alunos, a prática da natação representa grandes ganhos também no que tange aos critérios comportamentais, de socialização entre alunos e professores, em relação a freqüência nas aulas e um maior interesse nas aulas, podendo contribuir muito para um avançar interdisciplinar nas escolas. Assim percebe-se que os alunos que tem a prática da natação semanalmente tem um aumento no seu rendimento escolar.

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A MÚSICA UTILIZADA COMO INSTRUMENTO NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DAS CRIANÇAS

SILVA, Juliana Nascimento da ¹; BARBOSA, Anna Beatriz Santos. 1; RUFFONI, Ricardo ¹;

DASILVA, Eduardo Rodrigues.

1-UFRRJ- Rio de Janeiro- Brasil.

Email: [email protected] Este trabalho tem como objetivo analisar a relação da música, estimulando o desenvolvimento psicomotor da criança. Como metodologia foi realizada uma revisão de literatura em sites acadêmicos e em artigos científicos com as palavras-chave: música, desenvolvimento psicomotor e crianças. A música é para as crianças assim como para os adultos um fator estimulante. Ela proporciona estímulos, a criatividade e principalmente a socialização, desenvolvendo o cognitivo, o motor e o afetivo. Através da utilização desta ferramenta pode-se induzir e estimular ações, comportamentos motores e gestuais, fazendo com que não apenas a percepção auditiva seja estimulada, mas também seja desenvolvida a área psicomotora além da socialização da criança dentro do cotidiano escolar ou do indivíduo no meio em que essa viva. Desde que nascemos já estamos predispostos aos sons, vocalizações e melodias, nosso primeiro universo de linguagem; por isso, o contato precoce com a música é capaz de favorecer positivamente o desenvolvimento de nossas habilidades cognitivas, linguísticas e motoras. (CÍCERO apud SIMIONATO; TOURINHO, 2007). Ainda confirmando esse raciocínio [...] o canto acompanhado de movimentos corporais acontece em salas de aula, as crianças ainda têm a possibilidade de desenvolver o sistema de pensamento social. Através do canto acompanhado por gestos e movimentos corporais, a criança pode vir a ter pelo menos seis sistemas de seu cérebro estimulados (ILARI, 2003). Consideramos a partir dessa revisão de literatura que a utilização da música como instrumento propício para o desenvolvimento psicomotor das crianças em ambiente escolar dentro das aulas de Educação Física em atividades recreativas ou em atividades psicomotoras funcionais por repetição estimuladas pela música. Palavras Chaves: Música, Desenvolvimento Psicomotor e Crianças.

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EFEITO DE 21 SEMANAS DE TREINAMENTO FÍSICO POLICIAL MILITAR NA APTIDÃO DE CADETES DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO

PAULO, L.F.L.1,2,3,4;ANDRADE, M.F.A.M2; NETO, C.B.2; HIROTA, V.B.3,4; FERREIRA, M.D2; ADAMI, F.1; 1: Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, São Paulo, Brasil; 2: Academia de Polícia Militar do Barro Branco, São Paulo, Brasil; 3: Faculdade Nossa Cidade, Carapicuíba, São Paulo, Brasil; 4: Universidade Presbiteriana Mackenzie: Grupo de Estudos em Treinamento Desportivo, São Paulo, Brasil. Introdução:Os Cadetes da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB) são submetidos a testes de aptidão física semestralmente. Estudos apontam a alteração na aptidão física de militares, principalmente nos primeiros meses. Mesmo diante de aulas que por vezes não respeitam os princípios do treinamento espera-se o aumento na aptidão física. Objetivo:Verificar as alterações na aptidão física dos Cadetes da APMBB após 21 semanas de treinamento físico, analisar se há redução no desvio padrão ao longo do período avaliado, verificar a necessidade de alterações na política de educação física da APMBB, verificar a eficácia das metodologias utilizadas nas aulas de educação física na APMBB. Metodologia:Foram avaliados 14 Cadetes da APMBB, com idade média de 24,7 anos (DP±5,09), todos do sexo feminino,pertencentesao 1º ano do Curso de Bacharel em Ciências Policiais de Segurança. Os dados foram coletados nos meses de janeiro e maio de 2013, respectivamente. O teste de aptidão física foi composto pelos seguintes testes: flexão de cotovelos com apoio dos joelhos no banco sueco, 100m rasos, abdominal estilo remador, corrida de 40”, corrida de 12‟ (cooper). Os testes foram aplicados em datas distintas e na seguinte ordem: dia 1-flexão e 100m; dia 2- abdominal e 40”; dia 3-12‟.Os dados foram avaliados estatisticamente utilizando-se a média, desvio padrão, percentual e valores absolutos (mínimo e máximo). VO2máx obtido por cálculo indireto. O volume de treinamento foi de 3 horas/semana, distribuídos em 2 dias na semana, somando um volume total de 63 horas de exercícios físicos no período avaliado.Resultados:

Conclusão: Há necessidade de periodizar o treinamento dos cadetes para melhores resultados, inclusive na prova de velocidade. A brusca alteração na rotina dos cadetes somada ao pequeno volume de treinamento foi eficaz para melhorar aaptidão física e significativa redução das diferenças de aptidão física entre os Cadetes.

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PREVALÊNCIA DE DOR EM ALUNOS DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO

PAULO, L.F.L.1,2,3,4; ANDRADE, M.F.A.M2; NETO, C.B.2; HIROTA, V.B.3,4; FERREIRA, M.D2; ADAMI, F.1; 1: Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, São Paulo, Brasil; 2: Academia de Polícia Militar do Barro Branco, São Paulo, Brasil; 3: Faculdade Nossa Cidade, Carapicuíba, São Paulo, Brasil; 4: Universidade Presbiteriana Mackenzie: Grupo de Estudos em Treinamento Desportivo, São Paulo, Brasil. RESUMO Introdução: Estimativas mostram ainda que por volta de 70% a 85% da população mundial apresentará algum quadro de dor lombar em certo momento de sua vida, afetando assim suas relações sociais e econômicas (ALMEIDA, 2008). Ao se observar o universo militar verifica-se uma grande ocorrência de lesões e quadros de dor, advindos de seus treinamentos técnicos e físicos, suas atividades de tensão e estresse, bem como pelo uso de seus equipamentos táticos. Para que os militares sejam capazes de defender o interesse público - na realização de suas atividades - eles participam de treinamentos regulares com a finalidade de melhorar as habilidades físicas, bem como adquirir destreza em relação a certas técnicas, objetivando sua sobrevivência e o cumprimento da missão que lhes foi dada (TEODORO; ROSAS, 2007). Os militares, pela função que exercem são mais suscetíveis a lesões e dores. Há na literatura poucos trabalhos que demonstrem a prevalência de dor em Policiais Militares, principalmente no Brasil. Objetivos: verificar a prevalência de dor em Alunos da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, verificar se as dores surgem antes ou após o ingresso na Instituição bem como as hipóteses do surgimento das dores. Metodologia: Questionário de autopreenchimento (n=242), para que localização e intensidade de dor. Verificou-se o momento de surgimento da dor e as hipóteses de desencadeamento. Análise estatística simples, percentual e descritiva. Resultados e discussão: Principais queixas: cinto operacional, colete balístico e problemas posturais. A prevalência de dor é de 69,01% nos alunos com idade até 30 anos, com prevalência no sexo masculino (84,71%). Localização principal: costas, joelhos, pescoço e tornozelos. Conclusão: Sugere-se um estudo de prevalência e incidência de lesões e dores durante o período de formação. Há necessidade de periodizar o treinamento físico dos Alunos para auxiliar na redução das dores, além da análise ergonômica dos equipamentos utilizados.

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PREVALÊNCIA DE ATIVIDADE FÍSICA EM UM ESTUDO DE COORTE COM PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROME CORONARIANA AGUDA

WEBER,C.¹ GAEDKE, M.A.¹ NUNES, M.F.¹ OLINTO, M.T.A¹ COSTA, J.S.D.¹ ¹ Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) – São Leopoldo – Rio Grande do Sul – Brasil. [email protected] Introdução: Estudos mostram que a atividade física tem sido associada a vários benefícios para a saúde e diminuem o risco de doenças cardiovasculares. Estas práticas de atividade física tem demonstrado evidências quanto a prevenção da doença cardiovascular e na reabilitação cardíaca pós internação hospitalar. Objetivo: Descrever as prevalências de atividade física em dois momentos de acompanhamento em estudo de coorte prospectiva de pacientes com Síndrome Coronariana Aguda (SCA). Metodologia: Realizou-se um estudo de coorte com pacientes de ambos os sexos, com trinta anos ou mais, internados em um Hospital de Porto Alegre/RS, com diagnóstico de síndrome coronariana aguda e de doença cerebrovascular. Os pacientes ingressantes foram revisitados aos trinta dias, seis meses e um ano após a alta hospitalar. Estas informações foram coletadas mediante questionários e entrevistas telefônicas. Descreveu-se a realização de atividade física (no mínimo 150 minutos por semana) entre os indivíduos incluídos na entrada do estudo e ao final do primeiro ano de acompanhamento. Resultados: A amostra na entrada do estudo contou com 479 indivíduos, onde a prevalência de atividade física foi de 14,0% (IC95% 10,9 a 17,1). Ao final de um ano de acompanhamento a amostra contou com 401 indivíduos, obtendo como prevalência de atividade física 23,7% (IC95% 19,5 a 27,8). Conclusão: O estudo verificou um aumento da atividade física nos pacientes após um ano de acompanhamento da alta hospitalar. Apesar de um aumento significativo entre os dois períodos da amostra, vale destacar que parte dos indivíduos que sofrem este tipo de evento cardiovascular pode não ter aderido a estas mudanças de comportamento por problemas de saúde ou sequelas físicas decorrentes da doença. Sendo a falta de atividade física regular um fator de risco associado à SCA, a inclusão de programa de atividade física no período de reabilitação cardíaca pode propiciar uma melhora na capacidade funcional e na recuperação dos pacientes. Portanto, um ano após a da internação por doença cardiovascular, os indivíduos apresentaram uma evolução positiva quanto mudança de comportamento, buscando assim hábitos de vida mais saudáveis.

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PROFESSOR MOTIVADO: UMA REFLEXÃO DO DIA-A-DIA

BRUSTOLIN, J. C. R. 1; CARDOSO, G. E. L. 2; ARAUJO, L. S. 3; PINHEIRO, W. G. 4. CRUZ, G. S. 5. 1, 2, 3, 4, 5 - Universidade Estadual de Roraima – Boa Vista – Brasil [email protected] RESUMO Sabe-se que a motivação é responsável pelos nossos atos, podemos definir motivação como a força propulsora interior a cada pessoa que instiga e conduz, porém o que os fazem motivados? será que é o suficiente para conseguir criar um ambiente de motivação para os alunos se motivarem e executarem suas tarefas com o melhor que podem?Nas palavras de Stoner e Freeman (1999) A motivação refere-se aos fatores que provocam, canalizam e sustentam o comportamento de um indivíduo. É o estudo do que determina o pensamento e gera a ação, é uma área observada principalmente no campo da psicologia e que continua em pleno desenvolvimento ao longo dos anos. Entender o que motiva e o que desmotiva o dia-a-dia do professor é fundamental para a gestão da escola, pois há possibilidades reais de entendimento das questões que afetam aos professores e a partir desse ponto elabora-se estratégias para que o professor seja beneficiado e em consequência o ensino/aprendizado do aluno.Segundo Oliveira (2009), O professor poderá transmitir o próprio prazer suscitado pelo conhecimento, e com isso despertar o interesse dos alunos.O trabalho a seguir apresentado tem como objeto de estudo a motivação do professor com a metodologiacaracterizada por um estudo descritivo a partir de levantamento bibliográfico.Resultados:O que tange o professor e sua atuação na sala de aula indica que os fatores que lhe desmotiva, são três os principais: a não participação dos pais no dia-a-dia; a desmotivação dos alunos e a indisciplina dentro da classe, estas relacionadas ao discente. Ao professor outros fatores que lhe geram desmotivação podem ser os mais diversos como a não satisfação de necessidades básicas, como cansaço devido a longa jornada de trabalho, questões salariais e a precariedade de condições de trabalho são os principais motivos.Concluímos que diante de todos esses fatores tanto interno, quanto externo de desmotivação, o professor com sua amplitude de conhecimento, necessita explorar situações alternativas, mudar a rotina, propor eixos inovadores, recusar o óbvio e propor novas ideias. Sabendo que o papel do professor é orientar o aluno de forma à perceber o mundo de forma integral, com responsabilidade, ética, valores sociais e sustentáveis, enfim, contribuir para o aluno ser um cidadão crítico, para que isso aconteça a motivação do professor precisa estar energizada. Pois, não há possibilidade de criar um ambiente para o aluno se motivar se o professor é o primeiro desmotivado. Palavras chave: professor, motivação, aluno

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PREVALÊNCIA DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DA CIDADE DE BARRETOS-SP

GUIMARÃIS, A.W. 1;MARQUES,D.S.1; VALADÃO,F.T.A,1; SILVA, T.M.C.1, CARDOSO,T.A.2,3.

(1) Graduandos em Educação Física Licenciatura – UNIFEB Barretos -SP

(2) Docente – UNIFEB Barretos –SP

(3) Doutorando USP – Ribeirão Preto- SP

[email protected]

INTRODUÇÃO: Segundo Mascarenhas et. al. (2005), na comunidade urbana, a rápida evolução

do estilo de vida tem induzido algumas mudanças socioculturais que podem estar afetando o

nível de atividade física habitual (NAFH) das crianças e dos adolescentes, e com isso o aumento

da incidência de doenças, como cardiopatias, hipertensão, diabetes, osteoporose e obesidade, e

a sua relação com a redução da prática de atividade física mostram a necessidade de estudos

com o objetivo de se conhecer a quantidade de exercícios recomendado para se reduzir nocivos

riscos à saúde de crianças e adolescentes. OBJETIVOS: Avaliar os Níveis de Atividades Físicas

e a composição corporal através do Índice de Massa Corporal (IMC), em alunos do 8° ano do

ensino fundamental anos finais, de uma escola pública e de uma escola privada da cidade de

Barretos/SP. MÉTODOS: Foi aplicado o questionário de atividade física de YOUTH, RBS, (2005),

que consiste em 11 questões que forneceu o nível de atividade física praticada pelo aluno nos

últimos sete dias e para o Índice de Massa Corporal foi utilizado o método de medida

internacional, IMC= Kg/m², a amostra foi composta por 19 meninos da escola privada (EPR) com

média de idade de 13,7 anos + 0,7 e 11 meninas com média de 13,8 anos + 0,5 e por 21 meninos

com idade média de 13,8 anos + 0,8 e 9 meninas com idade média de 13,4 anos + 0,7 da escola

pública (EP). RESULTADOS: Comparando se o Nível de Atividade Física e Índice de Massa

Corporal, podemos perceber que na EPR, dos 31,6% dos alunos com sobrepeso, todos foram

classificados como muito ativo, portanto parece não existe relação entre IMC e nível de Atividade

Física, já na EP 38,1% com sobrepeso, 9,52% foram classificados como irregularmente ativo,

assim parece existir uma relação entre nível de atividade física e IMC. Já com as meninas

podemos observar que 20% das meninas de EP apresentaram estar com sobrepeso, e 13,3% da

EPR, foram classificadas como irregularmente ativas. As meninas de EPR parece existir uma

relação entre nível de atividade física e IMC. Já na EP as meninas com sobrepeso, todas foram

classificadas como ativas, portanto para essas meninas, parece não existe relação entre níveis de

atividades físicas e o IMC. CONCLUSÕES: Podemos concluir que mais estudos com está faixa

etária devem ser feitos, pois as contradições nas respostas dos alunos e alunas levaram a

resultados contraditórios entre o nível de atividade física e o índice de massa corporal

apresentados pelos alunos e alunas.

Palavras-chave: Indice de Massa Corporal, Nivel de Atividade Física.

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ANÁLISE DA COORDENAÇÃO MOTORA EM ESCOLARES DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA NO MUNICÍPIO DE BARRETOS

AGREDA,G.M.1; TEIXEIRA, B.L.1;GONÇALVES,J.A.4; SANT‟ANA, S. R.2,4; CARDOSO,T.A.2,3,5 (1)Graduado em Educação Física UNIFEB, (2)Secretaria Municipal de Saúde de BarretosPS, (3)Docente – UNIFEB Barretos - SP, (4)Centro Universitário Claretiano – Batatais/SP, (5)Doutorando – USP- Ribeirão Preto –SP. [email protected] INTRODUÇÃO: Segundo Guedes e Guedes (1997), durante toda a vida o ser humano permanece em constante desenvolvimento, passando por uma série de transformações, sendo que estas possuem intensidades e ritmos diferenciados que dependem do período de vida em que o indivíduo se encontra. Essas transformações são provenientes de influências ambientais, biológicas, que estão relacionadas as experiências pelo indivíduo vivenciadas. OBJETIVO: Verificar a diferença das habilidades motoras de estudantes de uma escola pública e uma privada no município de Barretos – SP. MATERIAL E MÉTODOS: O universo da pesquisa foram 20 alunos, sendo 10 de uma escola privadas (Epr) e 10 de uma escola pública (Ep), os testes utilizados foram Pé Manco Estático (PM) para avaliação de coordenação motora para membros inferiores e Agarrar uma bola (AB) para avaliação de coordenação motora de membros superiores, segundo o Manual de Avaliação Motora de Rosa Neto (2002). RESULTADOS: Depois dos testes realizados, 70% dos alunos da Ep foram aprovados e apenas 40% dos alunos de Epr no teste de avaliação de membros inferiores, já no teste de avaliação motora de membros superiores os alunos de Ep foram aprovado em 90%, contra 50% de aprovação dos alunos de Epr.CONCLUSÕES: Como observar nos resultados, os alunos de Ep foram superiores em ambos os teste, assim o proposito da pesquisa servira para contribuir com os professores de Educação Física da Escola Privada, para que possam elaborar melhor suas aulas de Educação Física, e assim elevar os niveis das habilidades motoras de seus alunos.

Palavras-chave: Indice de Massa Corporal, Relação Cintura Quadril, Saúde Pública.

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AVALIAÇÃO MOTORA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN NO MUNICIPIO DE BARRETOS - SP

ALVES,A.C.A,1; GUIMARÃIS, A.W.1, MARQUES,D.S.1,SANT‟ANA, S. R.2,4; CARDOSO,T.A.2,3,5. (1)Graduado em Educação Física – UNIFEB – Barretos-SP; (2)Secretaria Municipal de Saúde de Barretos, (3)Docente – UNIFEB Barretos - SP, (4)Centro Universitário Claretiano – Batatais/SP, (5)Doutorando na USP- Ribeirão Preto-SP [email protected] INTRODUÇÃO: Segundo Araújo (2009), no Brasil estima-se aproximadamente 300 mil pessoas com Down, entre crianças, adolescentes e adultos, estudos e pesquisas realizadas recentemente mostram que o índice de mortalidade diminuiu, pois os Down estão tendo mais qualidade de vida graças as pesquisas que são realizadas e também pela alimentação balanceada, práticas de exercícios físicos regulares e exames de rotinas.OBJETIVO: Avaliar e comparar o nível de Coordenação Motora Corporal des crianças da APAE de Barretos-SP. MATERIAL E MÉTODOS: Para esta pesquisa usou se os teste de equilíbrio dos alunos, teste Körper- koordinations-test Für Kinder- KTK de SCHILLING e KIPHARD (1974), teste alemão, constituídos por: (1) equilíbrio em marcha à retaguarda (ER) e (2) transposição lateral. A amostra foi composta por 10 crianças de 8,8 + 2,9 anos, sendo 3 meninos e 7 meninas, todas matriculadas regularmente na APAE de Barretos-SP. RESULTADOS: Na pesquisa podemos observar, que no teste de equilíbrio de marcha à retaguarda as meninas nas plataformas de 6cm, 4,5cm e 3, tiveram as respectivas médias 3,10 + 3,40 ; 1,10 + 1,04 e 0,86 + 0,73, os meninos com médias de 1,67 + 2,46; 0,89 + 0,78 e 0,89 + 0,78, quando comparados obtivemos para a plataforma de 6cm p* 0,489, 4,5cm p* 0,811 e 3cm p*0,958, já no teste de transposição lateral da plataforma as meninas apresentaram uma média de 9,29 + 4 e os meninos média de 6,33 + 7,78 e 40 com valor de p*0,599, os resultados mostraram, que mesmo as meninas sendo superiores em todos os teste, não houve diferenças significantes em nenhum dos testes avaliados.Os dados foram analisados no programa T Student com nível de significância de p<0,05 para todos os testes. CONCLUSÕES: Estudar o desenvolvimento motor e a coordenação espaço e tempo das crianças com Síndrome de Down, vem colaborar com outros autores para que realizam os mesmos testes em outros momentos, mesmo sendo uma pequena amostra, só tem a acrescentar o conhecimento dos profissionais de Educação Física que trabalha com estes alunos tão especiais.

Palavras-chave: Avaliação Motora, Síndromo de Down

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A HISTÓRIA DO PARADESPORTO EM BOA VISTA/RR

Resumo: Não podemos imaginar a humanidade sem história, sem ela, provavelmente não teríamos tantas descobertas e não estaríamos vivendo e usufruindo de todos os avanços existentes em todas as áreas do conhecimento. Da mesma forma com o Paradesporto! A história nos permite pesquisar, analisar, aprofundar os estudos voltados para as pessoas com deficiência, além de levar a novas descobertas nesta área do conhecimento. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo principal fazer um apanhado histórico do Paradesporto em Boa Vista, Roraima, organizando todos os dados existentes de forma cronológica, o que permitirá um acesso facilitado às informações por parte da comunidade acadêmica, da comunidade de pessoas com deficiência e seus familiares, assim como da sociedade em geral. Para isto, foi utilizada uma abordagem quali-quantitativa, tendo como caracterização a pesquisa exploratória, com os procedimentos técnicos de pesquisa de campo e documental, através de entrevistas que foram aplicadas às pessoas diretamente envolvidas em todo processo de implantação, expansão e desenvolvimento do Paradesporto em Boa Vista, Roraima. Os resultados alcançados foram surpreendentes e significativos, nas mais diversas áreas, esportiva, familiar, social (de inclusão), pessoal, dentre outras. Podemos destacar que homens e mulheres superaram seus limites se tornando campeões nas mais diversas modalidades, tanto locais, como regionais, nacionais e até mesmo um campeão mundial de Tênis de Mesa. Foram inseridos na sociedade, alcançando possibilidades de emprego, de reconhecimento em mídia pelos feitos alcançados, servindo como modelos de exemplo para toda a sociedade. Tiveram, também, sua autoestima resgatada ou até mesmo adquirida por se sentirem parte de uma coletividade, podendo inclusive representá-la. Em fim, não é possível aqui mensurar todos os resultados alcançados com a implantação, expansão e desenvolvimento do Paradesporto em Boa Vista, Roraima. Concluímos então que todo o esforço de profissionais de Educação Física, do poder privado e público, das pessoas com deficiência e seus familiares, de colaboradores anônimos, foram imprescindíveis para que todos estes resultados fossem alcançados. Há de se lamentar apenas que, nos últimos sete anos, este movimento tem perdido força, até mesmo ao ponto de não ter havido mais competições e investimentos no Paradesporto nos últimos três anos. Faz-se necessário, então, uma retomada do processo de reimplantação do Paradesporto, para que o mesmo possa ser novamente expandido e desenvolvido, não só na capital, Boa Vista, como até mesmo pelo interior do Estado de Roraima. Palavras-chave: Paradesporto. História. Boa Vista-RR.

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PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ADULTOS DA ZONA RURAL DE BARRETOS-SP

SANT‟ANA, S. R. 1;2;3;, GONÇALVES,J.A.4, ALVES,A.C.A.6, PEREIRA,L.A.2,5, CARDOSO, A. T. 1,2;6

(1 )USP – Ribeirão Preto – SP (2) Prefeitura do Município de Barretos – Barretos – SP (3) Centro Universitário Claretiano – Batatais – SP (4) Fipa – Catanduva – SP (5) Fisioterapeuta Secretaria de Saúde de Barretos - SP (6) Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – São Paulo. [email protected]

Introdução: De acordo com a OMS (2010), o excesso de peso corporal é um nível do estado nutricional caracterizado pelo peso corporal excessivo, derivado do acúmulo de gordura em relação à altura. Sendo a obesidade o estado mais grave do excesso de peso e caracterizado como uma das doenças que integra o grupo de doenças e agravos não transmissíveis. Segundo o Ministério da Saúde (2006), no Brasil, pesquisas de abrangência nacional mostram que as prevalências de excesso de peso e obesidade aumentaram na população adulta de forma diferenciada entre os sexos. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi estimar a prevalência de sobrepeso e obesidade em adultos residentes na zona rural da região de Barretos, especificamente na comunidade da cachoeirinha. Metodologia: Foram realizadas avaliações antropométricas em 40 moradores sendo 22 do sexo feminino e 18 do sexo masculino com faixa etária entre 18 a 66 anos. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado com as medidas de peso e altura e os pontos de corte do IMC foram preconizados pela OMS. Resultados: O resultado do trabalho mostra uma média de idade entre os homens de 51,44 anos, sendo que 33,3% pertencem à faixa ideal de peso, 50% apresentam sobrepeso e 16,7% estão obesos. Entre as mulheres verificou-se uma média de idade de 45,04 anos e 27,3% pertence à faixa ideal de peso, 27,3% apresentam sobrepeso e 45,4% estão obesas. Em relação ao gênero, a proporção de indivíduos obesos, ou seja, IMC acima de 30 kg/m2 foi de 16,7% entre os homens e 45,4% entre as mulheres. Conclusão: A prevalência de sobrepeso e obesidade na comunidade rural segue a tendência nacional. A proporção de sobrepeso foi maior entre os homens, porém a proporção de obesos é bem mais expressiva entre as mulheres.

Palavras-chave: Sobrepeso, Obesidade e Índice de Massa Corporal (IMC).

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EDUCAÇÃO FÍSICA E MÚSICA: O CORPO ENSINANDO A MENTE ATRAVÉS DA MÚSICA

BARBOSA, Anna Beatriz Santos. 1; RUFFONI, Ricardo ¹; SILVA, Juliana Nascimento da ¹;

DASILVA, Eduardo Rodrigues.

1-UFRRJ- Rio de Janeiro- Brasil.

[email protected];

O objetivo deste foi identificar os benefícios da utilização de música para as aulas de Educação Física, analisando questões relacionadas às influencias desta na escola. Nesse buscamos revisar na literatura artigos com as seguintes palavras: educação física, música e desenvolvimento. O professor pode utilizar estratégias para estimular discentes a desenvolverem suas habilidades motoras e cognitivas nas aulas de educação física. Na educação infantil as crianças aprendem através da ludicidade, brincando, criando, imaginando. Através das brincadeiras ela transmite seus pensamentos. O movimento da criança descrito no ato do brincar é a linguagem do seu pensar. A educação física é a disciplina escolar que aprimora o movimento corporal, melhorando assim a linguagem e o pensamento da criança. Como um instrumento facilitador das aulas de EF, temos a música, assim como em outros ambientes essa serve de estimulo para o ensino aprendizagem. A criança aprende de maneira lúdica, como deve ser através da música. Na prática pudemos observar a influência da música na cognição dos alunos. A música estimula a memória, da criança, pois em diferentes momentos da aula podemos perceber o aluno cantarolando as músicas ensinadas anteriormente pelo professor. A letra e o ritmo da música é muito importante e pode gerar desenvolvimentos diversos, pois influenciará os gestos motores dos alunos. Segundo Pavlovic (1987), as vibrações musicais provocam vibrações corporais. Em alguns casos a letra torna-se uma aprendizagem dependendo de seu conteúdo pedagógico. E segundo Camargo (1994), o movimento também é considerado como alteração que vive o corpo, continuamente, presente nos mais diversos segmentos do espaço. Característica essencial de todo ser vivo, animal ou vegetal, o movimento está subordinado às leis de ordem cíclica e ao ritmo. Consideramos então que o professor deve saber utilizar e se apropriar deste estímulo em suas aulas, principalmente se estas são ministradas para a educação infantil, onde os sons despertam curiosidade nos alunos assim como o movimento é algo inevitável nesta fase da vida. Palavras Chaves: Educação Física, Música, Desenvolvimento.

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QUALIDADE DE VIDA DE ESCOLARES DOS MUNICÍPIOS DE BARRETOS E QUAIRA - SP

VALADÃO,F.T.A,1; SILVA, T.M.C.1; GUIMARÃIS, A.W. 1;MARQUES,D.S1 CARDOSO,T.A.2,3,4. (1) Graduado em Educação Física – UNIFEB – Barretos-SP; (2) Secretaria Municipal de Saúde de Barretos, (3) Docente – UNIFEB Barretos - SP, (4) Doutorando na USP- Ribeirão Preto-SP [email protected] INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde considera a qualidade de vida aquilo de bom que as pessoas sentem, ou seja, o bem estar vivenciado por elas no contexto onde vivem, seja cultural ou de valores, levando em conta o que essas pessoas almejam em suas vidas, quais os seus objetivos e expectativas pelos quais luta incessantemente, assim como os padrões que segue e as preocupações que possui (FLECK et al., 2000). OBJETIVO: O principal objetivo desta pesquisa é comparar a qualidade de vida de escolares de escolas públicas e privadas no município de Barretos e Guairá – SP. MATERIAL E MÉTODOS: A amostra dos alunos de Barretos foi composta por, 12 alunos de escola pública(EPB) e 10 alunos de escolas privadas (EPrB), a amostra dos alunos da cidade de Guairá foi, 8 aluno de escola Pública (EPG) e 12 alunos de escola privada (EPrG).Os dados foram coletados por meio do questionário AUQEI - Questionário de avaliação de qualidade de vida em crianças e adolescentes (Manificat e Dazord, 1997). RESULTADOS: Observando as respostas das 26 questões entre os alunos de escolas publicas e privadas de Barretos e Guairá, dentre as respostas podemos destacar, que 66% dos alunos de Guairá ao quesito de ficarem muito infelizes quando estão longe de seus familiares em relação aos alunos de escolas privadas de Barretos que foi de 10%, já os alunos de escolas publicas nesta mesma questão, os alunos de Barretos apresentaram uma resposta de 33,32% contra 12,5% dos alunos de Guairá. Outra questão que devemos destacar foi à resposta da questão de como eles pensam que estarão quando tiverem na idade adulta 80% dos alunos de EPrB disseram que estarão Muito Felizes contra apenas 25% dos alunos de EprG, e comparado os alunos de EPB e EPG, os resultados apresentados foram 41% dos alunos de EPB disseram que estarão muito felizes, já os alunos de EPG apenas 25% disseram que estão muito felizes. CONCLUSÕES: Através das respostas dos alunos podemos concluir que houve uma inversão dos alunos de Barretos e Guaira, nas resposta de ficarem muito infelizes e muito felizes, conhecer e estudar a qualidade de vida de nossos escolares pode contribuir para que num futuro proximo possamos ter adultos bens sucedidos, mais felizes e com qualidade de vida. Palavras-chave: Escolares, Qualidade de Vida, Saúde Pública.

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ANÁLISE DO PERFIL DE COMPOSIÇÃO DA GORDURA CORPORAL DOS ANOS 2008 E 2014 DE HOMENS INICIANTES NA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA ACADEMIA

PERSONAL FORM DA CIDADE DE BARRETOS – SP

GONÇALVES,J.A.1; RODRIGUES,L.AP.2, PAIXÃO,A.J.2; SANT‟ANA, S. R.3 ALMEIDA,T.A.2

(1) Fipa – Catanduva – SP, (2) UNIFEB – BARRETOS – SP /Brasil, (3) Centro Universitário Claretiano – Batatais/SP,

[email protected]

Introdução: Estudos científicos tem demonstrado que a obesidade é um problema sério de saúde e reduz a expectativa de vida devido ao aumento do risco em desenvolver doença arterial coronariana, hipertensão, diabete tipo II e certos tipos de câncer. Porém a falta de gordura, também representa um risco a saúde em virtude do corpo necessitar de certa quantidade para as funções fisiológicas normais.

Objetivo:

Analisar o perfil de composição da gordura corporal dos anos 2008 e 2014 de homens iniciantes na pratica de exercícios físicos na Academia Personal Form da cidade de Barretos SP. Metodologia: Participaram do estudo 162 homens, sendo 90 do ano de 2008 com idade média 29 ± 2,9 anos e 72 do ano de 2014 com idade média de 26,8 + 10,8 anos, iniciantes na prática de atividades físicas, sendo submetidos à avaliação da composição corporal pelo protocolo de (JACKSON & POLLOCK, 1978) através de dobras cutâneas (7 DC), realizadas com aparelho Adipômetro Científico da marca Sanny®. Resultados: Nos alunos do ano de 2008 foi apresentado na composição corpórea 21,2 ± 4,87 no percentual de gordura corporal (%GC) considerado na média (POLLOCK & WILMORE, 1993), já os homens do ano de 2014 tiveram uma média de 22,3 + 8,9 comparando-se as duas média foi encontrado um p*0,348, então podemos observar que não houve diferenças significantes entre os dois grupos. Os dados foram analisados no programa T Student com nível de significância de p<0,05.

Conclusão: Com base nos resultados foi possível concluir que a composição da gordura corporal dos avaliados encontram-se dentro dos valores recomendados para as realizações de atividades da vida diária, promovendo saúde, vida independente e uma diferenciada qualidade de vida.

Palavra chave: composição corporal, exercício físico, homens, academia.

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AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA E COMPOSIÇÃO DA GORDURA CORPORAL DE HOMENS INICIANTES NA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS DE

ACADEMIA DA CIDADE DE BARRETOS – SP

1TADEU CARDOSO DE ALMEIDA, 2JULIO AUGUSTO GONÇALVES, 3VICTOR DA CUNHA TERRA, 4DANILO RIBEIRO VIANA

(1) Unifran – Franca – SP, (2) Fipa – Catanduva – SP, (3) Fafibe – Bebedouro – SP, (4) FAMERP – São José do Rio Preto - SP - Brasil [email protected]

Introdução: Estudos científicos tem enfatizado que a obesidade é um problema sério de saúde e reduz a expectativa de vida devido ao aumento do risco em desenvolver doença arterial coronariana, hipertensão, diabete tipo II e certos tipos de câncer. Porém a falta de gordura, também representa um risco a saúde em virtude do corpo necessitar de certa quantidade para as funções fisiológicas normais. O VO2máx é o maior indicador da aptidão física do ser humano, sendo necessário conhece-lo para prescrever atividades físicas sob a forma de condicionamento físico normal, ou seja, para pessoas (sedentárias, obesas e idosos), pessoas especiais ( cardiopatas, diabéticos ) e os atletas, na melhora da performance. Objetivo: Avaliar a capacidade cardiorrespiratória e composição da gordura corporal de homens iniciantes na prática de atividades físicas de academia na cidade de Barretos - SP. Metodologia: Participaram do estudo 90 homens com idade média 29 ± 2,9 anos, iniciantes na prática de atividades físicas, sendo submetidos à avaliação da composição corporal pelo protocolo de (JACKSON & POLLOCK, 1978) através de dobras cutâneas (7 DC), realizadas com aparelho Adipômetro Científico da marca Sanny e capacidade cardiorrespiratória (VO2máx) teste de banco (KATCH & McARDLE, 1984). Resultados: Foi apresentado na composição corpórea 21,2 ± 4,87 no percentual de gordura corporal (%GC) considerado na média (POLLOCK & WILMORE, 1993 ) e o VO2máx apresentou os valores de 50,2 ± 6,81 ml.kg-1.min-1 representando uma aptidão boa ( ACSM, 1999 ). Conclusão: Com base nos resultados foi possível concluir que a composição da gordura corporal e a capacidade cardiorrespiratória dos avaliados encontram-se dentro dos valores recomendados para as realizações de atividades da vida diária, promovendo saúde, vida independente e uma diferenciada qualidade de vida.

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PREVALÊNCIA DE OBESIDADE EM CAMINHONEIROS NA REGIÃO DE BARRETOS – SP

PEREIRA,L.A.1,2; GONÇALVES,J.A.4; SANT‟ANA, S. R.2,4,5; ALVES,A.C.A,4 CARDOSO,T.A.2,3,5. (1)Fisioterapeuta – UNIP – São José do Rio Preto – SP, (2)Secretaria Municipal de Saúde de Barretos, (3)Docente – UNIFEB Barretos - SP, (4)Centro Universitário Claretiano – Batatais/SP, (5)Doutorando USP – Ribeirão Preto-SP. [email protected] INTRODUÇÃO: As consequências do excesso de peso à saúde têm sido demonstradas em diversos trabalhos (Sunyer, 2009).. A obesidade é fator de risco para hipertensão arterial, hipercolesterolêmica, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer (GARFINKELL, 2005). OBJETIVOS: Verificar a prevalência da obesidade em caminhoneiros na região do município de Barretos. MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização desta pesquisa foi utilizada uma balança da marca Filisola® com estadiômetro para a mensuração do índice de massa corporal (IMC), e uma fita antropométrica da marca Sanny®, para a aferição da relação cintura quadril (RCQ). A amostra foi composta por 91 homens com idade médias de 47 + 11,7 anos de idade, 80,2 + 14,7 de peso corporal e 1,68 + 0,1m de estatura. RESULTADOS: A amostra obteve uma média de 28,57% dos homens classificados como peso normal no IMC e RCQ 0,88cm; 37,36% como sobrepeso I e um RCQ de 96,2cm, já 34,07% do homens foram classificados como sobrepeso II e RCQ de 1,01cm segundo referências da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2009). CONCLUSÕES: Através dos resultados obtidos podemos observar que quanto maior o índice de massa corporal maior foi o valor apresentando na relação de cintura e quadril, parametro esses preocupantes com essa amostra, que tem como profissão um trabalho stressante e junto com o sendetarismo são fatores que levam a amostra, a maiores risco e problemas de saúde. Palavras-chave: Indice de Massa Corporal, Relação Cintura Quadril, Saúde Pública.

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UTILIZAÇÃO DA MEMÓRIA FOTOGRÁFICA DOS ALUNOS PARA A PERCEPÇÃO DOS MOVIMENTOS DO CORPO HUMANO NA DISCIPLINA DE ANATOMIA HUMANA.

MILAN.B.M¹·²·³; FABRIN.S¹·²·³; VAZ.T¹·²·³; VERRI.D.E¹·² Claretiano – Centro universitário¹ Labim – Laboratório de biomecânica do movimento² Curso de Fisioterapia³ [email protected] Durante muito tempo, conhecimento associado no processo de memorizar para aprender foi sinônimo de decorar nomes, datas e fórmulas que seriam exigidos nas provas e trabalhos. O papel do professor é o de dirigir e orientar a atividade mental dos alunos, de modo que cada um deles seja um sujeito consciente, ativo e autônomo. É seu dever conhecer como funciona o processo ensino-aprendizagem para descobrir o seu papel no todo e isoladamente. Memória eidética, ou fotográfica, é a capacidade de se lembrar de coisas ouvidas e vistas, com um nível de detalhe quase perfeito é um tipo de quase-memória sensorial, e precede a memória de curto prazo. Objetivo do trabalho é demonstrar a eficácia de estimular a memória fotográfica e atenção dos alunos do curso de fisioterapia para a percepção dos movimentos do corpo humano associando nomes e ações dos músculos envolvidos. Foi proposto aos alunos do curso de fisioterapia um método diferente para o estudo de anatomia humana, a intenção foi com que eles usassem de sua memória para brincar de adivinhação, um dos alunos ficava à frente e demonstrava o movimento, os demais teriam que adivinhar quais os músculos envolvidos nesse movimento, baseados na área que ocorre o movimento teriam que se lembrar dos músculos presentes nessa região. Os resultados foram positivos, pois o estimulo da atenção e da memória fotográfica durante as aulas fez com que os alunos recordassem com mais facilidade as estruturas musculares, e interagissem durante a dinâmica que se tornou um aprendizado prazeroso. Memória corresponde ao processo pelo qual experiências anteriores levam à alteração do comportamento, e atenção denomina a um conjunto de processos que resultam na seleção de informações, desse modo quando juntamos a estimulação desses dois processos resulta em um melhor mecanismo de aprendizado para os alunos. O método utilizado além de influenciar o lúdico dos alunos mostrou-se eficaz para o quadro geral de notas e no processo ensino aprendizagem dos discentes. Palavras-Chave : Memória, Processo ensino aprendizagem, Atenção.

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UTILIZAÇÃO DO NINTENDO WII PARA ENSINO DAS CURVATURAS ANATÔMICAS DA COLUNA VERTEBRAL ATRAVÉS DA ESCOLIOSE PARA O ESTUDANTE DE FISIOTERAPIA.

MILAN.B.M¹·²·³; FABRIN.S¹·²·³; VAZ.T¹·²·³; VERRI.D.E¹·² Claretiano – Centro universitário¹ Labim – Laboratório de biomecânica do movimento² Curso de Fisioterapia³ [email protected] A escoliose é um desvio lateral da coluna no plano frontal, e a maioria dos casos não apresentam causas conhecidas (escolioses idiopáticas). Para os estudantes de fisioterapia torna-se difícil a compreensão das curvaturas anatômicas somente por imagens, sendo necessário que o discente utilize de sua imaginação para entender o funcionamento e relação do centro de gravidade durante os movimentos. O diagnóstico clínico da escoliose pode ser feito pelo médico por meio de radiografias e mensuração dos ângulos das curvaturas. A realidade virtual funciona em um ambiente multisensorial e multidimensional. Um dos novos recursos disponíveis para a realidade virtual é videogame Wii da Nintendo e seus produtos derivados, como o Wii Fit. Objetivo deste trabalho é demonstrar a utilização do Nintendo wii para ensino das curvaturas anatômicas da coluna vertebral. Foi demonstrado aos alunos de fisioterapia como estaria o eixo de gravidade normal, e logo em seguida foi proposto que eles fizessem o teste, evidenciando a mudança do eixo de gravidade devido às alterações causadas pela escoliose. Observou-se melhor entendimento dos alunos perante as alterações que ocorrem na escoliose, resultando em um maior empenho dos mesmos durante as aulas para que no próximo teste visualizassem a mudança positiva no eixo de gravidade. O pacote do Wii fit com jogos interativos podem ajudar na recuperação de habilidades motoras, habilidades de coordenação, força e raciocínio, que permitem interagir com lucidez e reabilitar ao mesmo tempo, dessa forma a utilização de exercícios que proporcionam desvio latero-lateral resultam na mudança da concavidade ocasionada na escoliose. Portanto a maneira com que foram demonstradas as curvaturas anatômicas aos alunos resultou em um maior entendimento e melhora no quadro geral de notas e aprendizado dos discentes. Palavras-Chave: Curvaturas Anatômicas, Nintendo Wii, Escoliose.

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Revista ENAF Science | Volume 9 – Nº 01 | 1º Semestre de 2014 | ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica do 56º ENAF POÇOS DE CALDAS/MG e 4º ENAF MANAUS/AM

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