revista coletivo candelária

12

Upload: sergio-peixoto-junior

Post on 24-Jul-2016

224 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Revista produzida por alunos da E.E. Prof. Joaquim de Moura Candelária no bairro Morumbi, São José dos Campos-SP, durante oficinas de Educomunicação. Novembro de 2015

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Coletivo Candelária
Page 2: Revista Coletivo Candelária

2 Revista Coletivo Candelária • Novembro de 2015

NESTA EDIÇÃO

EXPEDIENTE EQUIPE DE REDAÇÃO

EDITORIAL

Foi uma grande satisfação participar do projeto revista “Coletivo Candelária” como parceiro no recrutamento e seleção de alunos, auxiliando nas oficinas e

disponibilizando os recursos da sala de leitura e Acessa. Os resultados já obtidos a partir desta parceria mostram a força e a versatilidade dos nossos alunos e ainda deixa claro que a inclusão dos alunos protagonistas nos projetos escolares é essencial para uma educação de qualidade.

Tenham certeza de que nossos alunos estão dando passos importantes para reescrever a história da nossa escola. É um orgulho estar aqui, diante de tantos alunos e profissionais interessados em construir uma escola de Cara Nova; toda equipe Candelária e profissionais como a jornalista Rosana Midori e o designer Sergio Peixoto Junior que conduziram o projeto de forma espetacular, se preocupando não só com a parte estética, mas também com o social de nossos alunos criando laços importantes que vamos levar para o resto de nossas vidas. Para vocês deixo as palavras que sempre estiveram presentes na minha vida, de autoria do Paulo Freire: “A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”.

Profº Francisco A. Santos (Shyco) Habilitação em Língua Portuguesa e Língua Inglesa - Professor da sala de leitura

Esta é uma publicação dos alunos do 3º e 2º ano do Ensino Médio da EE Prof. Joaquim de Moura Candelária em parceria com o Instituto Unibanco que através do

Projeto Jovem de Futuro os tem acompanhado ao longo do curso. É uma prova de que quando se acredita no jovem, quando se oferece oportunidade

para que ele se manifeste e cresça como sujeito que pensa, obtém-se resultado.Trabalho há muito tempo como gestora desta escola e tenho orgulho disso. Tenho

experimentado grandes momentos de vitórias e alegrias, que superam os fracassos e os transformam em aprendizado. Por isso, jamais perco o ânimo, não perco a fé no ser humano - cada um dos professores, dos funcionários, dos alunos que considero parceiros na tarefa de formar bons cidadãos para a sociedade deste país tão sofrido. Reafirmamos nosso repúdio a toda e qualquer forma de preconceito. Nossa escola é boa, sim! Os profissionais que aqui trabalham levam a sério o que fazem! Nossos alunos se dedicam a superar desafios cotidianamente. E todos nós juntos ensinamos e aprendemos constantemente. Não almejamos a perfeição, tampouco ignoramos a realidade em prol da propaganda. Estamos comprometidos com o ideal da escola pública: educar sem selecionar, sem segregar!

Ao ensejo quero homenagear a educadora que iniciou esse projeto, a saudosa Sandra Perrone Finco, que foi morar no céu desde o dia 9 de novembro. Nunca será esquecida!

E para concluir, permito-me citar Paulo Freire: “Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para

transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.”

Maria Teresa Mendes - Diretora

2

5

7

9

3

6

8

10

.....Editorial

.....Bullying

.....Prevenção

Emergência .....na cidade

Entrevista.....

Gravidez na adolescência...

História da aviação naval..

Vamos fazer uma revista?..

E.E. Prof. Joaquim de Moura CandeláriaEnsino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos - SupletivoTelefone: (12) 3931-1908 / 3934-0605Rua Josefa Albuquerque dos Santos, 831 Jardim Morumbi, São José dos Campos - SPMaria Teresa Mendes - DiretoraSandra Perrone - Vice-diretora (in memoriam)Vera Lúcia Babuya - Coordenadora PedagógicaFrancisco A. Santos - Sala de Leitura

Esta publicação é uma produção dos alunos, resultado de oficinas de Educomunicação ocorridas entre os meses de Agosto e Outubro de 2015.Agradecimentos especiais à equipe da Revista Em Pauta e da Gráfica Satélite pela colaboração com este projeto.

Impressão: Gráfica Satélite (12) 3937-6650Tiragem: 200 exemplaresDistribuição interna

Emily Cristina da Silva - 2º AFilipe José Oliveira Pires - 2º CGabriel da Silva Araújo - 2º CJacqueline de Oliveira Pequim - 3º AJéssica de Oliveira Pequim - 3º BThaís Bandeira - 3º B

Rosana Midori (Jornalista):Coordenação e revisãoSergio Peixoto Junior (Designer gráfico): Coordenação e diagramaçãoContato: (12) 98223-0152

Page 3: Revista Coletivo Candelária

Revista Coletivo Candelária • Novembro de 2015 3

com os meus colegas de trabalho que gostei muito, foi o “Estudo dos Estados”. Era assim, cada sala de aula tinha a incumbência de apresentar um Estado brasileiro na semana das nações, como uma gincana. As pesquisas foram orientadas por todos os professores. Eu ajudei os alunos com os cálculos de densidade populacional, extensão territorial, renda per capita, valor nutricional dos alimentos e con-sumos… Foi muito legal! Foram confecciona-dos pratos típicos, vestimentas, bandeiras… Foram apresentadas danças que a professora de educação física treinou. Todos foram en-volvidos, ninguém ficou de fora.

O QUE MAIS TE MOTIVA A QUERER CONTINUAR LECIONANDO?

Bem, toda força matriz que não permite desistir é a ESPERANÇA! Esperança de poder fazer a diferença, esperança de poder ajudar, esperança de que vale a pena, esperança de que um não pode se tornar um sim, simples-mente esperança… E ser sempre positiva, olhar sempre para o que alcançou.

PRA TERMINAR, QUERIA SABER SE DURANTE ESSE PERÍODO LECIONANDO VOCÊ TEVE A OPORTUNIDADE DE MUDAR A VIDA DE ALGUM ALUNO?

Sim, uma vez um aluno tinha largado os estudos, desistido de tudo. Fomos atrás, mandei cartinha, telefonei, até voltar e me agradecer na formatura, foi emocionante! Fui pega de surpresa, parecia que o chão tremia quando ele pediu a palavra para o chefe de cerimônia e disse que queria dizer umas palavras extras de improviso, pois que-ria agradecer uma pessoa em especial que ajudou ele estar ali, essa é a melhor parte da minha profissão, foi tão gratificante!

“Parecia que o chão tremia!”

Entrevista: Jéssica de Oliveira Pequim

CONTINUA

Confira agora a entrevista que a professora Liliane Maia Borros, 40 anos, concedeu a nossa revista Coletivo Candelária!

Professora de matemática se emociona com agradecimento surpresa de aluno

PORQUE ESCOLHEU PEDAGOGIA? ALGO, OU ALGUÉM, TE MOTIVOU?

Fiz licenciatura em matemática, sempre amei a arte de ensinar, o prazer de abrir no-vos horizontes e incentivar o raciocínio. Es-colhi a área das exatas porque quando estu-dava me saía melhor nessa área e creio que seja também por incentivo dos meus pais e familiares, pois sempre nos reuníamos para jogos ou desafios no final do dia e nos fins de semana, sempre voltados para lógica, es-tratégias, contagem de pontos.

VOCÊ ESCOLHEU A LICENCIATURA EM MATEMÁTICA LOGO DE CARA, SEMPRE QUIS ISSO, OU TEVE DÚVIDAS EM RELAÇÃO ÀS OUTRAS PROFISSÕES?

Demorei para escolher, primeiro porque não tinha o dinheiro pra pagar. Tive que trabalhar du-rante 12 anos para juntar o di-nheiro que pagaria a faculdade.

EM QUAL FACULDADE SE FORMOU? POR QUE ESCOLHEU ESSA FACULDADE?

Fiz licenciatura na UNIP. Escolhi essa fa-culdade porque era mais próxima de casa, a de menor tempo e tinha um preço razoável, já que meu orçamento era pequeno.

VOCÊ TRABALHA SÓ NA ESCOLA ONDE ESTÁ ATUALMENTE? OU TEM ALGUMA OUTRA EM QUE TRABALHOU OU AINDA TRABALHA?

Desde o ano passado estou em uma única escola. Fui efetivada no ano passado. Mas antes disso eu trabalhei em várias escolas, às vezes bem longe da minha casa. Houve uma época que eu precisava pegar dois ôni-bus pra chegar na escola, levava uma hora e meia mais ou menos, isso se eu não perdesse o ônibus. Nessa época eu saía de casa às 5h da manhã e só retornava às 18h.

VOCÊ TEVE ALGUM MOMENTO NA SUA VIDA EM QUE ALGO OU ALGUÉM TE FEZ PENSAR EM PARAR DE LECIONAR? ALGO QUE TE ENTRISTECEU?

Sim, uma vez tive um problema na sala de aula com dois alunos, eu gritei demais com um deles que chegou a romper uns ligamen-tos que temos entre o maxilar e os ouvidos. Fui no médico achando que era uma dor de ouvido, mas na verdade eu tinha rompido, tive que tomar uma injeção de profenide

(uma injeção muito dolorida). Acon-tecimentos assim entristecem um

pouco, fazem a gente pensar, será que devo desistir? Mas aí uma boa noite de sono ajuda a por o pensamento no lugar e

tentar uma nova estratégia para continuar.

Mas um obstáculo que ainda não me acostumei e nem que-ro me acostumar e que entris-

tece bastante também é a falta de desejo de aprender dos jovens de hoje, isso é duro! Eu gosto tanto de aprender, estou sempre procurando uma coisa nova, muitas vezes penso “ai, se minha memória fosse como antes, se eu tivesse mais tempo, se não tivesse tantas preocupações como hoje, eu poderia aprender tal e tal coisa...” Então me aborrece ver um jovem perder es-sas oportunidades maravilhosas.

E É CLARO QUE ASSIM COMO OS MOMENTOS TRISTES TIVERAM OS FELIZES NÃO É? QUAIS VOCÊ MAIS GOSTOU?

Sim, vários! Esse ano mesmo se repetiu mui-tas vezes, foi quando ensinei uma matéria e vi um aluno todo orgulhoso de ter consegui-do resolver o exercício, então perguntei como ele estava se sentindo e ele me respondeu “- Me sinto inteligente!”, isso é muito bom.

Teve também um projeto interdisciplinar

Page 4: Revista Coletivo Candelária

4 Revista Coletivo Candelária • Novembro de 2015

Escolhi esse tema para a minha matéria porque

sempre gostei muito de ensinar e ajudar as pes-

soas. Bom, tudo começou quando eu tinha mais ou

menos uns 7 anos, cursava o ensino fundamental na

escola Ildete Mendonça Barbosa que fica no bairro

Residencial União. Eu sempre ia passear na casa de

um tio meu chamado Antônio, mas todos chama-

vam ele de Tio Toninho e, na maioria das vezes que

ia lá eu estava com um caderno ou um jornalzinho

com cruzadinhas nas mãos. Sempre adorei escrever

e então o Tio Toninho começou me chamar de “pro-

fessorinha”. Eu amava ouvir ele me chamar assim!

Ficava sentada com ele ensinando a fazer contas ou

escrever alguma produção de texto, eu me achava

o máximo! Corrigia as tarefas dele, dava pontos,

fingia que era uma professora de verdade! Hoje, in-

felizmente, meu tio não está mais aqui pra me ver

escrever sobre ele, mas ele sabe que me inspirou

bastante pra isso, ele faleceu faz três anos, mas

sempre que penso na profissão que quero seguir

eu lembro dele me chamando de “professorinha”

e me emociono. Depois disso continuei sentindo

esse amor enorme por ensinar e foi então que o

Pedrinho, de 4 anos e o Gabriel, de 8, entraram

na minha vida. São meus primos que minha mãe

cuida durante a semana, o Pedrinho esta começan-

do a conhecer os números e já sabe ler e escrever

o próprio nome e o do irmão Gabriel. Incentivo é

o que não falta pra ele, eu sempre fico em cima

querendo ensinar algo ou ver ele todo orgulhoso

de ter escrito seu nome! É muito lindo!! E com isso

só vou tendo cada vez mais certeza de que é a pe-

dagogia que eu quero pra minha vida, ter o prazer

de ensinar crianças e sentir a emoção e a gratidão

depois com elas se formando e virando adultos com

futuros maravilhosos, pois pra mim a melhor parte

de ser um professor é poder entrar na vida das pes-

soas e transformá-las, é ter um aluno se formando

e poder ouvir um obrigado, ouvir ele te agradecen-

do por tudo e saber que foi você que o motivou a

chegar aonde ele chegou. Exatamente por isso que

eu queria terminar esse texto agradecendo a minha

professora Liliane Maia Borros, pois quero que ela

saiba que essa matéria me incentivou e motivou a

querer, com toda certeza, ser uma

professora tão maravilhosa

quanto ela é e poder ter a

oportunidade de motivar

e inspirar pessoas como

ela me motivou e me

inspirou, obrigada!

Porque escolhi esse tema para minha matéria…

Jéssica de Oliveira Pequim

CONTINUAÇÃO DA ENTREVISTA

“O protagonismo juvenil é indispensável para o desenvolvimento de trabalhos e projetos no âmbito escolar, ainda evidencia um momento

de crescimento seguro, com informação e maturidade, responsabilidade e sabedoria”.

PROF. FRANCISCO APARECIDO (SHYCO) - SALA DE LEITURA

“Fico muito feliz em trabalhar numa escola cujos alunos se sentiram motivados a realizar um projeto tão valoroso que é produzir uma revista!”MARIA TERESA MENDES - DIRETORA

“O jovem tomado como elemento central da prática educativa, contribui tanto para sua formação pessoal mais autônoma, quanto para seu comprometimento de transformação social”.VERA BABUYA - COORDENADORA PEDAGÓGICA

CONFIRA ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE A ÁREA DE ATUAÇÃO E O MERCADO DE TRABALHO PARA QUEM DESEJA CURSAR PEDAGOGIA:

A Pedagogia é uma das áreas com maior taxa de empregabilidade no Brasil. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 94,13% dos pedagogos estão empregados.Quem se forma em Pedagogia pode trabalhar em segmentos como:

•Consultorias e assessorias•Editoras de livros didáticos•Empresas produtoras de

cursos à distância•Escolas de idiomas•Espaços como hospitais,

bibliotecas, museus e brinquedotecas

•ONGs•Órgãos públicos ligados

à educação•Treinamento e coordenação

em empresas privadas

Page 5: Revista Coletivo Candelária

Revista Coletivo Candelária • Novembro de 2015 5

O Valentão:GABRIEL* 20 ANOS

Gabriel, um jovem empreendedor, conta pela primeira vez sua experiência com o Bullying, um fato bem interessante e com-plicado, pois ele não só praticava mas tam-bém sofria o bullying.

Acompanhe agora sua história.“O bullying era algo que começou com uma brin-

cadeira, foi apenas brincadeira no começo, mas aí eu percebi que dessa forma eu chamava atenção dos meus colegas, então virou um hábito.

A minha vítima era uma pessoa muito tími-da, então era um alvo fácil, não retrucava mi-nhas ações, isso foi durante uns dois meses.

Até que um dia, um aluno que era mais encren-queiro que eu começou a me zoar. Eu me senti muito mal então eu retruquei e por essa minha atitude apanhei de cinco pessoas. Logo eu perce-bi ali o bullying e me toquei então que o que eu fazia era errado quando a minha vítima veio me ajudar. Ali eu vi que o bullying não vale a pena e que os danos psicológicos são piores que os físicos e machuca muito mais porque não temos como nos livrar tão fácil dos traumas.

E a minha dica para todos é que não pra-tiquem o bullying porque não sabemos o dia de amanhã, amanhã pode ser você uma vítima assim como eu fui.”

Combater essa violência também é seu papel! Até pouco tempo, o que hoje

reconhecemos como Bullying, era visto como fatos isolados, “briguinhas de criança” e nor-malmente família e escola não tomavam atitude nenhuma a respeito.

Tanto vítimas quanto agresso-res podem sofrer consequências psicológicas dessa situação de abuso, porém o que normal-mente acontece é que todas as atenções dos responsáveis (pais e professores) se voltam para o agressor, visto como um margi-nal em potencial, e a vítima é esquecida.

Apesar de tantas conclusões sobre o bullying, não conhece-mos os verdadeiros motivos para tal atitude. É interessante pensar que tanto a vítima quanto agres-sor tem histórias diferentes.

Confira agora o depoimento de ambos os lados da história.

A Vítima:MARIA* 30 ANOS

Hoje em dia é cada vez mais difícil fazer as pessoas falarem sobre o bullying. Por tais dificuldades fui procurar um depoimento não só dentro da minha comunidade, mas também na internet.

Maria foi uma vítima de bullying, con-segui sua história através de uma sala de Bate-papo virtual, no site UoL.

Veja como ficou essa história.“Eu sou uma vítima de bullying e vou contar a

vocês a minha história. Eu tenho o cabelo cres-po e por isso eu era chamada de “cabelo-de-cus-cuz”. Todos os dias dentro da sala de aula e até na hora do recreio. Isso era desprezível porque isso não se faz com ninguém. Tinha dia que eu chegava a chorar. Por causa disso saí da escola, eu não aguentava mais. Eu gostava muito da escola, mas eu não posso fazer nada... A vida é assim “cheia de altos e baixos”.

Eu hoje em dia sou uma pessoa bem sucedida na minha vida, mas essa foi uma época horrível da minha vida, passei por muita coisa e muitos disseram que era exagero meu, mas ninguém sabe como o bullying faz mal, e machuca, não fisicamente mas sim psicologicamente.”

Cyberbullying:você sabe o que é?

O cyberbullying pode ser tão simples como continuar a enviar e-mails para alguém que já disse que não quer mais contato com você. Pode incluir também ameaças, comentários sexu-ais, postar declarações falsas com o objetivo de humilhar assim fazendo as vítimas alvo de ridicularização.

O cyberbullying pode ser considera-do tão prejudicial quanto o bullying físico, podendo, inclusive, levar, em casos extremos, ao suicídio.

Texto: Emily Cristina da Silva

*Nomes fictícios

BULLYING BULLYING

Page 6: Revista Coletivo Candelária

Gravidez na adolescênciaQual foi sua primeira reação a descobrir a gra-videz? Foi planejado?Minha reação foi chorar muito, e já comecei a pensar

como seria a vida do bebê. Não foi planejado.

Qual foi a reação dos seus pais? Como contou a eles?

meus pais choraram também e queriam saber quem era o pai. Logo que cheguei do hospital já contei a eles.

E o pai do bebê como reagiu? Vocês estão juntos?O pai do bebê não gostou da ideia não ficou feliz. Não estamos juntos.

Ele tem contato com o bebê? Não.

Qual foi o momento mais difícil para você desde que descobriu a gravidez?

Quando o pai do bebê pediu dna e disse que não daria nada para ajudar, meus pais ficaram bravos e brigaram muito comigo.

Você guarda algum rancor dele? Sim, querendo ou não ele mostrou ser alguém que não era.

E o momento mais feliz? Foi quando senti minha filha mexer pela primeira vez

e quando ela nasceu.

Os estudos ficaram de lado? Pretende voltar a estudar?

Ficaram porque tive uma infecção e não pude mais voltar para escola, mas não ficaram de lado, vou voltar sim.

Enfrentou alguma dificuldade no parto? Sim minha filha não virou e eu tive que ficar no

soro quando viram que ela não ia virar fizeram uma cesária, meu coração disparou e eu fiquei

sem ar.

O que mais mudou na sua vida? Responsabilidades horario ritmo pa-ciencia e sabedoria.

Sofreu algum preconceito por ser mãe tão cedo?

Sim na escola.

Você tem algum conselho para as meninas que estão ini-ciando suas vidas?

Sim, estudem, ouçam o pai e a mãe, pensem bem para quem

vai dizer “eu te amo“ não deixem suas vidas serem levadas por mo-mentos,façam coisas hoje que sa-bem que vai ter um bom reflexo ama-nhã, viva a vida com consciência de

que tudo que você planta hoje colhe amanhã.

Pra você o que é ser mãe?É ser companheira, paciente, dar atenção e muito amor

para tudo quando se trata dela, é ser uma mulher única que tem alguem que depende de voce na vida,é ser a me-lhor amiga é ser mil em uma só.

De toda essa experiência, a gravidez, o nascimento dela você tem algum arrependimento? Como é a sua relação com sua filha?

Só tenho arrependimento pela idade, por ser tao cedo. Mas não pela minha filha ela foi a melhor coisa qye me aconteceu. Minha relação com ela é coisa de nenem gru-dado na mae, ela quer sempre ficar comigo, ama brincar,-conversar,dar risadinha,gosta quando canto para ela,nos-sa relação é a melhor que eu poderia imaginar.

Como conheceu o pai biológico dela? E como foi?Conheci ele no portão da minha casa, pois ele namorava

minha vizinha e conhecia um grande amigo meu. Fazia uma semana que ele estava namorando a vizinha e eu não falava com ele por nada, apenas oi e tchau. Então a vizinha terminou o namoro porque ele disse à ela que estava gostando de mim, depois de dois meses que eles terminaram decidi aceitar a namorar com ele.

Ele foi o primeiro namorado que apresentei para os meus pais, foi muito obediente às regras que foram passadas para nós dois: Dia pra namorar, hora pra sair e pra voltar. E me respeitou em todos os sentidos, assim como todos achavam eu também achei que ele era uma boa pessoa.

Se passaram alguns meses e ele foi viajar a trabalho, na volta dessa viagem ele me mandou uma mensagem SMS terminando o namoro, e depois de dois dias foi me falar, também por SMS, que ele estava terminando o namoro por que disseram a ele que eu o estava traindo, mas não quis dizer quem havia dito, eu vivi com minha consciência limpa, pois era da escola pra casa, de casa para a casa dele e vice-versa, o tempo todo.

Passaram cinco meses que terminamos e eu não tinha menstruado em nenhum mês, era normal não vir pra mim durante três meses, mais cinco? Já era demais, e eu sen-tia cólica, dores, tremor na barriga, e não descia. Um dia ajudando minha mãe não aguentei de tanta dor, fui para o hospital, contei os sintomas e me fizeram na mesma hora um teste de gravidez direto do sangue, constou positivo. Fiquei com medo e desesperada na hora, então no outro dia liguei para ele, o pai da bebê, e ele disse afirmando: “não precisa fazer nada pois sei que é meu, hoje a tarde vou aí.”

Ele veio com a mãe e o padrasto dele, meus pais conver-saram com ele, e ele disse que ia assumir tudo e dar tudo que nós precisássemos.

Então o pai dele descobriu minha gravidez e exigiu o teste de DNA com o bebê ainda na minha barriga, o pai dele começou a fazer a cabeça dele contra mim, até que ele decidiu não assumir nada, e não fazer nada pela bebê e saiu me difamando para todos que perguntavam.

Minha filha nasceu, e depois de dois meses ele veio pro-curar nós duas para dizer que não ia assumir nada, meu pai mandou ele ir embora e nunca mais aparecer perto de nós duas e ele sumiu, nunca mais eu vi ele.

Confira nessa entrevista os desafios, as descobertas e toda mudança que aconteceu na vida da Thaina quando engravidou da Emanuelle

IMAG

EM I

LUST

RATI

VA

Page 7: Revista Coletivo Candelária

MÉTODOS Como o Thiago entrou na sua vida?O Thiago eu já conhecia ele a mais ou

menos cinco anos, sempre fomos muito amigos, e ele dizia que gostava de mim, me fazia varias propostas para ficar com ele e eu não aceitava, por ele ser mais velho tinha medo de não dar certo e estragar nossa amizade.

O tempo passou, mas ele nunca de-sistiu, lógico que tanto ele quanto eu tivemos outros relacionamentos, mas sempre continuamos amigos, até que no ano que descobri a gravidez, an-tes da descoberta comecei a gostar dele como nunca havia gostado de ninguém, quando descobri minha gravidez me fechei e não queria fi-car com ninguém, e mesmo assim ele não desistiu de mim, disse que queria ser um pai para a Manu e me fazer feliz, me dar o valor que nun-ca ninguém tinha me dado antes. Eu ainda relutei, mas meu amor por ele só crescia e então eu vi que não ia adiantar nada eu negar sendo que ele me provou várias vezes que me amava de verdade, mesmo eu estando grávida de outro.

Foi então que decidi ir atrás dele e pedir pra que ficasse comigo, ele disse que foi o dia mais feliz da vida dele o dia 29 de outubro de 2014.

Mas assim como eu, meus pais também estavam com medo de eu me relacionar com outra pessoa e sofrer de novo, não que-riam deixar de jeito nenhum eu ficar com ele. Ele ficou muito triste, pois depois de quatro anos tentando eu finalmente havia aceitado e agora meus pais impediam to-talmente. Mas não paramos ai, não nos se-paramos, permanecemos a distancia e nos víamos escondido dos meus pais, foi um longo tempo, desde outubro de 2014 até março de 2015 nos encontrando escondido,

Texto: Jacqueline de Oliveira PequimThaís Bandeira

Há vários tipos de métodos contraceptivos, mas a escolha de qual-quer um deles deve ser feita com o auxílio de um médico.

Na sociedade atual, o planejamento familiar é muito importante para a qualidade de vida, pois só assim para garantir um futuro digno para os descendentes.

Para isso, foram criados vários métodos contraceptivos, ou seja, mé-todos que evitam a gravidez.

CAMISINHA MASCULINAA camisinha, além de evitar a gravidez, também evita a aquisição

de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) como sífilis, gonorreia, AIDS, etc. Sua eficácia fica em torno de 96%, se utilizada correta-mente.

PÍLULA DO DIA SEGUINTENão deve ser utilizada com muita frequência, pois pode desregular

o ciclo menstrual. Eficácia de 99,9%. Deve ser tomada em até 4 dias após a relação sexual, após esse período, a eficácia da pílula cai bas-tante. Ela somente previne a gravidez de relações sexuais anteriores, não futuras.

TabelinhaTodo mês, deve-se marcar em um calendário a data de início da

menstruação. Isso deve ser feito por no mínimo seis meses, para que se tenha uma informação correta sobre o ciclo menstrual. Para mais informações sobre a maneira correta de se usar a tabelinha procure orientação da sua ginecologista.

PÍLULA ANTICONCEPCIONALA pílula anticoncepcional é um comprimido que tem em sua base

a combinação de hormônios, geralmente estrogênio e progesterona Sua principal forma de ação é impedir que ocorra a ovulação, ou

seja, se a pílula for usada corretamente ela impede o amadurecimento e a saída do óvulo do ovário, impedindo assim que ocorra a fecunda-ção (encontro do óvulo com o espermatozoide).

Com o acompanhamento certo você também pode prevenir uma gravidez indesejada e até regular o ciclo, tomando o comprimido da maneira correta o risco de engravidar é quase nulo.

CONTRACEPTIVOS

Minha experiênciaComecei a tomar a pílula com 15 anos para regular a menstruação,

porém com o primeiro comprimido o meu organismo não se acostumou e foi a mesma coisa que não tomar nada ou até pior. Mas com o acompanhamento do meu ginecologista eu comecei a tomar o

remédio certo e estou até hoje tomando, ele é eficaz para mim.

sofremos muito com isso pois a vontade de nos vermos sempre era muito grande. Ele me ajudou na gravidez, deu roupas, sapa-tos, carrinho de bebê, dinheiro para mim e mais um monte de coisas para ajudar com a gravidez, mesmo sabendo que era quase impossível meus pais deixa-rem nós dois ficarmos juntos.De tanto eu insistir para o meu pai, ele decidiu chamar o Thiago para conversar, foram três horas de conversa explicando as regras de tudo. Ele nunca havia namorado uma menina menor de idade e nunca teve regras em namoro nenhum, eu fui a primeira. Quando completei seis meses de gestação fui morar com ele, desde a gravidez ele já amava a Manu como filha dele. Quando ela nasceu, ele foi ver nós duas na maternidade, morrendo de medo dos meus pais xingarem ele, mas foi. Levou presentes para mim e para ela.

E hoje somos muito felizes, ele cuida dela, da tudo para ela, me res-peita, me valoriza e cuida de mim assim como havia prometido ao meu pai que faria, estamos a um passo de completarmos um ano juntos, e hoje eu sei o que é ser amada e amar alguém de verdade.

Fotos: Thainá Aparecida Arruda Maciel e sua filha Emanuelle Renata

Arruda Maciel

Revista Coletivo Candelária • Novembro de 2015 7

Page 8: Revista Coletivo Candelária

8 Revista Coletivo Candelária • Novembro de 2015

História da Aviação Naval

Gabriel da Silva Araújo

Eu aos 12 anos decidi começar um hobby, decidi produzir réplicas de aeronaves. Mas

diferentemente de muitos modelistas, eu de-cidi fazer réplicas da aviação naval brasileira. Não para um hobby qualquer, mas sim para homenagear aqueles que sofreram para obter o que sempre sonhavam. Mas tudo o que ha-via acontecido não começaria hoje em dia, mas vários anos atrás.

Quando iniciou a aviação no Brasil, a defe-sa brasileira havia decidido criar seus próprios meios de aviação. Com isso, em 1915, fora criada a aviação naval. Anos depois de ser criada, em 1932 ocorreram suas primeiras operações milita-res sobre a Vila Velha e assim hostilizar o forte de Itapu que guarda o Porto de Santos e estava em poder dos paulistas. Com isto, a Marinha realizou bombardeios sobre a baixada santista tornando-se vitoriosa e encerrando a batalha.

A pista clandestinaComo as novas aeronaves vinham desmon-

tadas em caixotes, elas rapidamente seriam carregadas para os hangares do 1º Esquadrão de Helicópteros (hu-1), localizado no km-11 na Avenida Brasil no Rio de Janeiro, com isto as aeronaves foram montadas e guardadas nos hangares, mas havia um porém... há 2km des-ta mesma base era sediado no aeroporto de galeão Cumbica, uma base da força aérea (que na época poderia ser considerada inimiga da marinha). Então, as aeronaves da marinha tinham de decolar logo na manhã para que não fossem detectadas pelos aviões da força aérea,com este obstáculo ainda havia outro, no final da pista de 600 metros havia o prédio da escola da Marinha Mercante.

Surge o fragataApós as operações na base do hu-1, a che-

gada do Nael Minas Gerais (o tal comentado porta-aviões nesta matéria), as novas com-pras da marinha acabaram sendo monitoradas pela força aérea, reconhecendo suas neces-sidade a Marinha decidiu ter uma nova op-ção “caseira”. A ideia inicial era produzir uma série de aeronaves de treinamento. Com isto foi criado o projeto da aeronave denominada fragata, através do desenvolvimento do proje-to foi criado o decreto de proibição de aviões na Marinha.

Com todos estes acontecimentos o sonho da marinha de reconquistar seus aviões nunca fora esquecido, por isso no ano de 1998 foi realizada a compra de aeronaves A4 Skyhawk, criando assim o primeiro esquadrão de aerona-ves de ataque, orgulho da Marinha do Brasil.

Anos depois em 2012 foi realizado a moder-nização das aeronaves, reforçando o poder ae-ronaval brasileiro e protegendo nossas águas litorâneas de nossa Amazônia azul.

Anos depois, com o termi-nar da Se-gunda Guerra Mundial, a Marinha do Brasil decidiu reunir novamente seus esqua-drões, mas com a chegada do primeiro porta-a-viões brasileiro, a Força Aérea Brasileira come-çou a criticar a Marinha e por isso iniciou-se a crise dos Estados. O presidente Castelo Branco decidiu acabar com a crise entre os Ministé-rios e com isto restringir o uso de aviões e só o uso de helicópteros. Explicando melhor tudo isso, quando foi realizada a compra do porta-aviões os aviadores navais brasileiros estavam comemorando o que eles já sonha-vam há anos. Chegando por vota de 1960 a Marinha recebeu do governo americano três aeronaves Avenger para uso de treinamento no porta-aviões, com isto a compra de novas aeronaves começou a ficar cada vez mais difí-cil com a chegada da crise dos Estados, com tudo isto ocorrendo a Marinha comprou lo-tes de seis aeronaves Pilatus P3 e seis aviões T-28 Trojan convertidos para uso em navios.

Visita à Fundação Casimiro Montenegro FilhoA Fundação Casimiro Montenegro Fi-

lho se localiza dentro do ITA (Institu-to Tecnológico de Aeronáutica) em São José dos Campos. Ela é uma instituição em que seu principal trabalho é reali-zar o ensino de alunos interessados no ramo da aviação e no ramo aeroespa-cial. Já no ITA se realiza a maioria da capacitação dos profissionais de São José dos Campos, como os da Embraer, da Avibras, da Mectrom, etc. Na Fun-dação Casimiro há 6 cursos para quem quer entrar no ITA, dentre eles os mais concorridos são os cursos de engenha-ria aeronáutica e engenharia aeroes-pacial. Nessa visita conhecemos Pedro Lacava que é professor na área de mo-tores, engenheiro mecânico mestrado em ciências espaciais e doutorado em engenharia aeronáutica. Ele nos disse sobre as novas áreas de pesquisa no ITA, que são os novos conceitos aero-náuticos (aeronaves que voarão no fu-turo provavelmente no ano de 2030). Nestes conceitos estão tratados novas aeronaves e tecnologias como as asas flexíveis que serão utilizadas em aviões e também há novos combustíveis que no caso se estuda etanol e parafina.

Gabriel e o professor Pedro Lacava batem papo sobre

aviões, helicópteros, ITA, cursos e projetos para o futuro.

Page 9: Revista Coletivo Candelária

Revista Coletivo Candelária • Novembro de 2015 9

EMERGÊNCIAFilipe José Oliveira PiresConheça como funciona o

trabalho dos bombeiros do 11o GB “Grupamento de bombeiros” Vila Betania em São José dos Campos

São José dos Campos é a maior cidade da re-gião e conta com 3 bases do corpo de Bom-

beiros, o maior número entre todas as cidades do Vale do Paraíba.

No dia 5 de Outubro, fizemos uma visita ao 11º Grupamento de Bombeiros  no bairro Vila Betânia, na região central de São José. Esse Grupamento fez aniversário de 40 anos.

O batalhão conta com três equipes que são chamadas de prontidões: amarela, azul e verde. Cada dia é uma prontidão diferente que fica no batalhão. Os bombeiros tem uma carga horária de serviço de 24 horas por 48 horas de folga, a escala de serviço é contínua e pode cair qual-quer dia da semana, inclusive aos sábados, do-mingos e feriados.

Nós entrevistamos o cabo Osses que cuida da parte de palestras, aulas de prevenção a incên-dios, entre outras atividades. Antes de se tornar bombeiro ele era professor de jiu-jitsu e por ne-cessidade fez o concurso e passou. Hoje tendo 17 anos de carreira, contou que se antes a adre-nalina durante as ocorrências era muito forte, com o passar do tempo ela dá uma baixada.

Como funciona o dia a dia do bombeiro na base:• A primeira coisa que ocorre quando um bombeiro entra no

batalhão é a troca de serviço• Após eles conferem os materiais, fazem o café da manhã e depois

o checape das viaturas • Depois eles tem treinamento obrigatório e aula de educação física • Almoço por volta de meio-dia • No período da tarde após às 14 horas tem estudo teórico • Depois mais uma aula de educação física • Após às 18 horas é a janta • Depois das 21 horas é o horário de silêncio.

NA CIDADE

Um dos piores tipos de ocorrência para o cabo Osses é combater fogo em mata. No ca-lor ele relatou que já quase desmaiou, mas os bombeiros o resgataram antes que des-maiasse. Já houve bombeiros que desmaia-ram por conta da roupa que aquece muito. Então na época de calor não coloque fogo em mata, nem jogue cigarro em mato seco. Você sabia que um pedaço de vidro jogado em um mato seco com o calor do sol ele aquece, pega fogo e, dependendo da área, pode gerar um incêndio de grandes porporções?

A região que mais tem ocorrência em São José é a região Sul, que é do tamanho da cidade de Jacareí e conta com uma base do Corpo de Bombeiros e duas do SAMU. Eles recebem diversos tipos de ocorrências, des-de animais presos à batidas, atropelamen-tos e tiroteios, entre outros. Então só ligue para para o Corpo de Bombeiros se for uma emergência porque tem muitas pessoas que necessitam dos bombeiros.

Eu escolhi fazer a entrevista com o Corpo de Bombeiros de SP, por conta doserviço deles que é uma equipe que trabalha para salvar vidas e que sem elesnós estariamos perdidos, pois ser bombeiro é um serviço gratificante que é ajudarpessoas e trabalhar em conjunto com a comunidade. Se você estiver em uma emergência de resgate ou algo do tipo ligue 193 para o Corpo de

Bombeiros e 192 para o SAMU, essas são equipes que desafiam a morte para te fazer viver.

Page 10: Revista Coletivo Candelária

10 Revista Coletivo Candelária • Novembro de 2015

Vamos fazer uma revista?

Equipe de alunos do

2º e 3º anos topa o

desafio e após 3 meses

de trabalho apresenta

o Coletivo Candelária!

Foi montando frases com letrinhas pequenas assim que Johannes Gutenberg criou em 1439 o sistema de

impressão que permitiu reproduzir livros em escala industrial e atender à demanda da época por conhecimento.

Texto: Rosana Midori

Eles escolheram o nome da revista em vota-

ção no Whatsapp. Escolheram o tema de suas

reportagens, pesquisaram, escreveram, entre-

vistaram e definiram como o texto seria dia-

gramado na página. Desenharam em conjunto

a capa. Esse coletivo composto por Filipe José, Jac-

queline Pequim, Jéssica Pequim, Thaís Bandei-

ra, Gabriel Silva e Emilly Cristina participou,

de Agosto a Novembro, da Oficina de Revista.

O grupo se reunia toda terça-feira à noite na

sala de leitura e no laboratório de informática

para aprender sobre produção de texto, pes-

quisa, mídia, design e fotografia. Mas, como é

participar de uma oficina? É o mesmo de assis-

tir uma aula? Quem responde é a jornalista Ro-

sana Midori, uma das idealizadoras do projeto.

“O conceito de oficina é o de aprender fazendo,

ou seja, a teoria é aprendida na prática, os alu-

nos vivenciam o conhecimento. É diferente de

uma aula expositiva”, disse.

O formato atende às reivindicações dos alu-

nos por aulas mais dinâmicas e interativas.

“No nosso primeiro encontro assistimos a

trechos de um documentário sobre educação

e discutimos o que precisa ser melhorado na

escola. Os jovens querem acesso às novas tec-

nologias, conteúdos atualizados, mas, princi-

palmente, querem a possibilidade de partici-

par ativamente do seu processo educativo.”,

contou Rosana.

As reivindicações dos alunos ajudaram a

compor a metodologia da oficina. Para o desig-

ner Sergio Peixoto Júnior, também idealizador

do projeto, o resultado foi surpreendente. “É

incrível perceber o quanto de conhecimento os

estudantes já tem e como ficam interessados e

participativos quando damos a eles a chance

de decidirem o que fazer”, relatou.

Com esse alicerce, a revista foi a cada semana

sendo construída. Alguns alunos descobriram

que gostam de escrever, outros precisaram se

superar para entregar seu texto. Para alguns foi

fácil entrevistar, mas, para outros, foi preciso

vencer a timidez. A publicação que você tem

em mãos contém todas essas experiências. Não

é uma simples revista, é o resultado do proces-

so evolutivo desses jovens que, contrariando as

expectativas mais comuns, se comprometeram

com esse trabalho, se interessaram, participa-

ram ativamente e foram à escola muitas vezes

mais do que o necessário para passar de ano.

Page 11: Revista Coletivo Candelária

Revista Coletivo Candelária • Novembro de 2015 11

Aprender com quem sabe!No dia 1º de Outubro, os participantes da ofi-

cina visitaram a redação da Revista “Em Pauta” e as instalações da Gráfica Satélite, ambas lo-calizadas na Zona Sul de São José dos Campos. Da reunião de pauta à impressão, os alunos navegaram pelas experiências dos profissionais mais jovens e também dos já renomados no mercado.

Na redação da revista “Em Pauta” eles foram recebidos pela dupla de diretores Lucas Moura e Vitor Bernardino, pela jornalista Ana Carolina Turci e pela publicitária Christianne Giannelli.

Perguntados sobre como é feita a seleção de matérias para a revista, a jornalista Ana Caro-lina explicou: “Quando começa o mês a gente se reúne e faz a reunião de pauta. Mas nem sempre todos os assuntos definidos entram na revista porque trabalhar com informação é muito dinâmico”. O diretor Vitor Bernardino comentou sobre o cuidado que uma produção jornalística precisa ter no tratamento da ma-téria. “Procuramos incluir todas as visões so-bre um assunto. Cada um na revista tem sua opinião, mas nós precisamos escrever de forma imparcial”, explicou.

Para o aluno Gabriel Silva, de 16 anos, o que mais chamou a atenção na visita foi o fato da distribuição do periódico ser feito de forma gratuita. “Eles fazem a revista para informar as pessoas e elas poderem acessar isso sem custo é muito importante”, disse.

Na Gráfica Satélite a turma foi recebida pela publicitária Vanessa Moreira que coordenou um tour pelas instalações da empresa que está há 25 anos no mercado. Vanessa contou aos alunos sobre o surgimento do processo de im-pressão no mundo, sobre as modernizações de máquinas e processos e os desafios do setor para as futuras gerações. “Muita gente fala que a área gráfica vai acabar, mas apesar das necessidades de hoje serem diferentes, sem-pre vai haver a demanda por impressão. Achei muito legal a oficina porque o aluno pode se interessar e já sair da escola com um ofício. Para a produção gráfica ter continuidade é im-portante que os jovens conheçam e se inte-ressem”, disse a profissional que há 17 anos trabalha no setor.

“Aqui a gente trabalha muito, em época de fechamento da revista chegamos a sair meia noite. Por isso é importante fazer algo que se tenha paixão, porque apesar de todo trabalho, você vai fazer com gosto e vai fazer bem feito.” Vitor Bernardino, diretor da revista Em Pauta

O aluno Filipe José Oliveira Pires, de 16 anos, gostou de conhecer o maquinário da empresa. “Eu gostei de visitar a gráfica, é legal ver o jeito que as máquinas trabalham. Tem impres-soras gigantes e máquinas importadas, só não vi uma impressora 3D!”.

As visitas técnicas permitem aos jovens co-nhecer de perto uma profissão e dão aos adul-tos a oportunidade de transmitir valores e co-nhecimento. É uma troca de experiências rica que amplia a visão de mundo do aluno. Muito além de fazer uma revista, ele está aprendendo a tornar-se um adulto responsável, participati-vo, criativo, capaz de entender, se posicionar e, no futuro, melhor a sociedade.

PERFIL

Ana Carolina Turci

ONDE VOCÊ SE FORMOU?

Me formei em 2010 na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas

POR QUE VOCÊ ESCOLHEU FAZER JORNALISMO?

Sempre gostei da área de comunicação. Na época fiquei em dúvida entre Jorna-lismo, Publicidade e Relações Públicas. Decidi tentar Jornalismo e escolhi Pu-blicidade como segunda opção. Nos pri-meiros anos, que eram muito teóricos, achei que não gostava do curso. Fiquei com vontade de desistir, mas meu pai me segurou e pediu pra eu ficar até o 3ºano. Como as aulas a partir do 3º ano são mais práticas, comecei a gostar e decidi conti-nuar. Fiz estágio em rádio e amei! Fiquei 1 ano nesse trabalho. Depois fui para uma agência de publicidade e não gostei. Trabalhei em assessoria de imprensa e também não gostei. Mas quando comecei a trabalhar em revista, me encontrei! Em revista temos mais tempo para pesquisar e escrever do que quando se trabalha em um jornal diário, por exemplo.

DAS REPORTAGENS QUE VOCÊ JÁ PRODUZIU, QUAL DELAS MAIS TE MARCOU?

Em outra revista que trabalhei fiz um especial sobre o bairro Vila Ema. Gostei muito, descobri um monte de curiosida-des que não sabia. Fui pesquisar sobre o surgimento do bairro na Biblioteca Muni-cipal, mas quis montar uma reportagem em que os próprios moradores contassem a história da Vila Ema, não eu. Então conversei com os moradores mais anti-gos, peguei vários depoimentos, foi bem legal.

QUAL É A MELHOR PARTE DE SER JORNALISTA?

O mais legal de ser jornalista é sair à campo, ter contato, contar e conhecer as histórias das pessoas.

Page 12: Revista Coletivo Candelária

PARABÉNS CANDELÁRIA!