revista brasil portugal no ceará

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Edição 10, JAN | FEV | MAR

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2 Brasil-Portugal no Ceará

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4 breves

11 editorialNo caminho certopara o crescimento

12 entrevistaPara o bem de todo o Estadocom Roberto Smith,presidente da Agência deDesenvolvimento do Ceará

16 capacitaçãoAperto de mãos emprol da educação

17 mercadoUnindo mentespor novas ideias

18 página econômicaOportunidade ou ameaça:a decisão é sua

20 negóciosAfinal, o que a África tem?

25 comércioEncurtando distâncias

26 página econômicaA flutuação do dólare o novo protecionismo

28 eventoÁgua, energia e negócios

30 página econômicaPara não cair na malha fina

31 informecialNovidades ao som do mar

32 cearáDe olho no interior

34 página econômicaA África que surpreende

36 gastronomiaPiaba ou manjubinha?

38 culturaDicas de livros

40 espaço ibef

41 guia de sócios

42 agenda

nesta edição

entrevistaO presidente daAdece, Roberto Smith,comenta os projetosde estímulo ao desen-volvimento no interiordo Estado e a parceriacom a CBP-CE

12 gastronomiaO cronista gastro-nômico VirgilioGomes conta comoconheceu a famosapiabinha e a com-para com a manju-binha portuguesa

3628 eventoA feira AcquaLiveExpoe EnergyLiveExporeuniu 60 empresasem Lisboa para dis-cutir novas soluçõessustentáveis para osetor de água e energia

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A Ordem dos Engenheiros dePortugal (OE) e o Conselho Fe-deral de Engenharia e Agrono-mia do Brasil (Confea) assina-ram, no dia 26 de novembro de2011, em Coimbra, um protoco-lo de cooperação que permiteaos engenheiros portugueses ob-ter um registro profissional pro-visório de modo a poderem tra-balhar no Brasil. O objetivo,além de diminuir a burocraciaanteriormente necessária, é cri-ar condições favoráveis para amobilidade de profissionais en-genheiros entre os dois países.O protocolo foi assinado pelopresidente da OE, engenheiroCarlos Matias Ramos, e pelopresidente do Confea, enge-

Acordo entreConfea e a Ordem dosEngenheiros de Portugal

cooperação

nheiro Marcos Túlio de Melo.O acordo bilateral tem base

no princípio de reciprocidade noArtigo 12 do Tratado de Amiza-de, Cooperação e Consulta, cele-brado entre a República Fede-rativa do Brasil e a RepúblicaPortuguesa, no dia 22 de abrilde 2000, em Porto Seguro (BA).Do acordo, resulta que os enge-nheiros de ambos os países po-derão ser admitidos temporaria-mente, ou seja, durante o perío-do de vigência do contrato detrabalho, no sistema Confea/Crea do Brasil, ou, tratando-sede engenheiros brasileiros, naOrdem dos Engenheiros dePortugal.

Maior evento de tecnologia da informaçãodo Norte/Nordeste, a InfoBrasil chegou à sua38ª edição, entre os dias 13 a 16 de março,no Centro de Convenções do Ceará. Promovi-do pelo Sebrae/Ceará e realizado pelo Insti-tuto InfoBrasil de Inovação Digital (IIID), oevento teve como tema “Mobilidade e Inova-ção: Nordeste a bola da vez”, abordando aconversão e a integração para um públicorelacionado com as áreas de informática,tecnologia da informação e telecomunicações.Durante os quatro dias, foram realizadas pa-lestras, congressos, uma feira de tecnologia emuitas outras atividades, em uma ampla tro-ca de informações e experiências, contandocom o lançamento de produtos e o estreita-mento de relacionamentos profissionais.

InfoBrasiltraz o tema“Nordeste abola da vez”

evento

No dia 12 de março, o grupo hoteleiroportuguês Aquapura apresentou ao Gover-no do Ceará um projeto para a construçãodo complexo imobiliário Península dasÁguas Belas, no qual serão investidos R$290 milhões. Fruto da parceria com a em-presa Juriti, o empreendimento foi apre-sentado ao governador do Ceará, CidFerreira Gomes, no Palácio da Abolição.

O complexo Península das Águas Belasserá construído em Cascavel, no litoral les-

Grupo portuguêsAquapura apresentaprojeto no Brasil

empreendimento

te, e compreende um grupo de hotéis,residenciais, campos de golfe e um parquetemático da Turma da Mônica, persona-gem do cartunista Maurício de Sousa. Oempreendimento vai gerar cerca de 3.300empregos diretos e mais de 10.000 indire-tos. Segundo o grupo Aquapura, o projetovem passando por estudos há cinco anos eo objetivo é que as obras sejam iniciadasem junho deste ano, de modo que o com-plexo comece a operar em 2014.

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Desde o dia 27 de fevereiro, os se-tores administrativo e operacionaldo Aquiraz Riviera estão funcionan-do oficialmente no próprio local doempreendimento, na praia de Ma-rambaia, município de Aquiraz.Localizado anteriormente no edifícioMetropolitan, no bairro Aldeota, emFortaleza, o novo escritório do com-plexo turístico-imobiliário já está empleno funcionamento, facilitando a

Mudança no escritórioadministrativo doAquiraz Riviera

endereço

logística de contatos com os sócios evisitantes. Outra novidade é a entra-da em funcionamento das piscinasadulto e infantil e das quadras detênis e poliesportiva do Club House,também inauguradas no mês de fe-vereiro, como as mais novas opçõesde conforto e lazer aos sócios e pro-prietários do Aquiraz Riviera, bemcomo aos turistas que procuram o lo-cal para se hospedar ou jogar golfe.

Missão de empresários e instituiçõescearenses vai a Cabo Verde

acordo

Uma comitiva formada porempresários e representantes deinstituições brasileiras estará emCabo Verde entre os dias 17 e 24de maio para retribuir a visitade autoridades cabo-verdianasao Ceará. O intercâmbio marca aassinatura do acordo de coopera-ção entre o Porto de Fortaleza eos portos de Cabo Verde, que via-bilizará uma rota direta de nave-gação marítima entre o Brasil ea África, com o objetivo de facili-tar as transações comerciais.

A comitiva será composta pormembros da diretoria da Compa-nhia Docas do Ceará, da Comis-são de Comércio Exterior do Cea-rá (CCE), das Câmaras de Comér-cio Brasil-Portugal e Brasil-An-gola no Ceará, bem como do Se-brae/Ceará, Abase, Fiec/CIN,Sindicatos das Indústrias, alémde empresários. Tais organizaçõesforam também as responsáveispelo esforço que culminou na assi-natura do protocolo de cooperaçãoentre os portos.

Sócio da Câmara Brasil-Portugal no Cea-rá, o Instituto para Capacitação Profissional(IPCP) está oferecendo pós-graduação emAdministração e Gestão de Empresas comaulas no Brasil e em Portugal. O curso é re-sultado da parceria com a University of PortoBusiness School. O objetivo da pós-graduaçãoé desenvolver competências de gestão e de li-derança, fundamentais para o trabalho de umgestor executivo, além de apresentar todos osmecanismos utilizados na gestão corporativa.A expectativa é de que as aulas já comecemem julho desse ano.

Também será possível participar de um ci-clo de estudos do mestrado em Edificação eProjeto Urbano, realizado em conjunto com aFaculdade de Arquitetura da Universidade doPorto. Segundo a entidade, esse projeto come-ça como uma pós-graduação, mas a intençãoé que ele possa se tornar um mestrado. Sóciosda Câmara Brasil-Portugal no Ceará, CâmaraBrasil-Angola no Ceará e demais sócios dascâmaras portuguesas de comércio no Brasilterão condições especiais.

IPCP ofertapós-graduaçãoBrasil/Portugal

intercâmbio

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Sempre investindo em pesquisae desenvolvimento, a EmpresaBrasileira de Pesquisa Agrope-cuária (Embrapa), parceira daCâmara Brasil-Portugal no Ceará(CBP-CE), instalará na Alemanhaseu Laboratório Virtual no Exte-rior (Labex).

O acordo com o governo alemãofoi assinado no dia 20 de janeiro,em Berlim. Participaram da reu-nião que selou o acordo de coope-ração a ministra da Agriculturaalemã, Ilse Aigner, o ministrobrasileiro da Agricultura, MendesRibeiro Filho, e o representantedo ministério alemão da Educa-ção e Pesquisa, Dr. Henk vanLiempt, que destacaram a impor-tância da colaboração para o de-senvolvimento sustentável.

O novo laboratório, a ser insta-lado em Jülich, onde se localizaum dos maiores centros de pesqui-sa da Alemanha, servirá de pla-

Embrapa vai instalarlaboratório virtual na Alemanha

tecnologia

taforma para a interação entrepesquisadores dos dois países eserá uma ramificação do LabexEuropa, sediado na França. “Aimportância da agricultura brasi-leira no mundo, o processo deglobalização e os desafios científi-

cos de hoje e do futuro exigem par-cerias estratégicas que possam for-talecer esse setor e essa expansãodo Labex para a Alemanha é umexemplo desse fortalecimento”,destacou o diretor-presidente daEmbrapa, Pedro Arraes.

Consciente do papel da comunica-ção como um dos pontos estratégicosmais importantes para o sucesso em-presarial, a Câmara Brasil-Portugalno Ceará (CBP-CE) mudou seu es-paço na rede social Facebook e ago-ra conta com uma fanpage oficial,recurso que permitirá melhor divul-gação de informações e maisinteração com o público.

O objetivo é fazer da fanpage umcanal eficaz para a comunicaçãocom sócios, parceiros e demais inte-ressados em relações internacionais,especialmente as nações integrantesda Comunidade dos Países de Lín-gua Portuguesa (CPLP). A interativi-

CBP-CE tem novapágina no Facebook

web

dade em temporeal, a abran-gência e a rapi-dez são vanta-gens típicas dasredes sociais.Assim, o inter-nauta que visitaa fanpage da Câmara tem acesso ainformações sobre economia, política,cultura, entre outros assuntos. Paraconferir, acesse: www.facebook.com/cbpce. Além disso, você pode tambémentrar no site da CBP-CE: www.brasil-portugal.org.br/ce ou ainda acessaro perfil da Câmara no Twitter:twitter.com/cbpceara.

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Há 84 anos ajudando a contar ahistória do Ceará, do Brasil e domundo através de seus múltiplosmeios, como jornal, rádio, TV eportal, o Grupo de ComunicaçãoO Povo inaugurou, na noite do dia6 de fevereiro, o Espaço O Povo deCultura & Arte, marcando o iníciode mais uma página de sua traje-tória. O novo espaço funciona nasede da empresa, na AvenidaAguanambi, em Fortaleza, e jávem promovendo uma ampla pro-gramação de cursos, palestras,debates e outros eventos.

Grupo deComunicaçãoO Povo inauguraespaço decultura e arte

lançamento

A noite de inauguração contoucom a presença de diversas autori-dades do meio político e empresari-al, formadores de opinião da áreade comunicação e personalidadesdo meio artístico e cultural. O prin-cipal homenageado do novo equi-pamento é o ex-presidente do gru-po, Demócrito Dummar, falecido em2008. Dummar é um dos maioresresponsáveis pela forte relação en-tre a empresa e a cultura. A sala“O olhar do trovador” é dedicadaa ele, assim como uma exposiçãocom obras em sua homenagem.

Considerada a maior agência deturismo do Norte e Nordeste, a cea-rense Casablanca Turismo completouno mês de março 25 anos de atuaçãono mercado. Para marcar a data, foiinaugurado o novo Centro Adminis-trativo Valter Patriani, na loja MegaStore, em homenagem ao ex-presi-dente da CVC e uma das mais rele-vantes personalidades do turismo na-cional, que esteve presente para odescerramento da placa. Na mesmadata, foi lançada ainda a sexta edi-ção da revista Fora de Casa, assina-da pela Casablanca Turismo, e quetraz matérias sobre destinos turísti-cos, comportamento, cultura e entre-tenimento.

A Casablanca Turismo foi fundadaem 1987 pelo sócio investidor CláudioHenrique Câmara, atuante na empre-

Casablanca Turismocomemora 25 anos

aniversário

sa até hoje. Em 1995, Henrique Sér-gio Abreu chegou como sócio gestorpara assumir definitivamente a con-dução da agência de viagens. Desdeentão, foram mais de 15 anos de cres-cimento constante com a conduçãodos jovens executivos Régis e NatáliaAbreu, hoje à frente da empresa.

Para o futuro, a expectativa é conti-nuar crescendo, mas não só fisicamen-te. A agência de viagens está imple-mentando o projeto Advance, que temcomo objetivo tornar a Casablanca Tu-rismo uma empresa também 100% di-gital, tanto na área corporativa quantona área de turismo de lazer, com Intra-net, CRM (gerenciamento do cliente),front office digital, ERP (administra-ção da empresa digital) e e-commerce.A previsão é que o projeto seja total-mente finalizado em outubro deste ano.

Dono de um vasto leque de recursos natu-rais, o continente africano, aos poucos, vaiestreitando relações com o Ceará. Para seter uma ideia, um levantamento realizadopela Secretaria de Comércio Exterior (Se-cex) apontou que as exportações do Porto doMucuripe para a Libéria, país localizado naÁfrica Ocidental, cresceram 708,6% no anopassado, em comparação ao ano anterior.

Em valores absolutos, em 2011 o Cearáarrecadou US$ 6,2 milhões com exportaçõespara a costa oeste africana via Porto doMucuripe. A Namíbia foi o país que maisrecebeu mercadorias cearenses, sendo res-ponsável por 96,3% do montante. Os produ-tos que mais se destacaram foram pequenasembarcações, como barcos salva-vidas, alémde bananas frescas ou secas e aparelhospara cozinhar.

Exportações doCeará crescematé 708%

áfrica

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sócios

Câmara Brasil-Portugal noCeará recebe novos associados

CÂMBIOFitta CâmbioFitta CâmbioFitta CâmbioFitta CâmbioFitta Câmbio - O grupo Fittasurgiu em 1999, com o nome FittaDTVM C Distribuidora de Títulos eValores Mobiliários. Em 2001,além de trabalhar com metais pre-ciosos, passou também a operar nomercado de câmbio, junto a umaconcessão do Banco Central doBrasil. Em seguida, tornou-se umagrande rede de franquias presentenas principais capitais brasileiras,atendendo milhares de pessoas di-ariamente. Agora, a Fitta Câmbio,franquia do grupo em Fortaleza, ésócia da CBP-CE, e entre as van-tagens que a empresa busca al-cançar com essa parceira, o grupoacredita no potencial de expansãoe propagação da Câmara e assim,tornar o nome Fitta mais visível ereconhecido. A Fitta Câmbio funci-ona em Fortaleza-CE, na Av. DomLuís, 784 – Bairro Aldeota. Parasaber mais sobre o Grupo Fitta:http://www.grupofitta.com

COMUNICAÇÃOVia PressVia PressVia PressVia PressVia Press - Nova parceira daCâmara Brasil-Portugal no Ceará,a Via Press é uma empresa de co-municação especializada em servi-ços de assessoria de imprensa, re-lações públicas, eventos e promo-ções, jornalismo empresarial e di-gital. Segundo a diretora da ViaPress em Fortaleza Priscilla Rabe-lo, o interesse de se associar à Câ-

mara Brasil-Portugal se deu pelofato de que “a Via é uma empresaque atua na área da comunicação,dos eventos e da produção culturale, por isso, não poderia passar aolado dos fortes laços históricos,afetivos e econômicos que norteiama relação entre Brasil e Portugal”.A sede da Via Press está localiza-da em Salvador-BA, na TravessaMarquês de Leão, 13, 4º andar –Centro Empresarial Barra. Paramais informações: (55 71) 35050000 ou www.viapress.com.br

CONSULTORIACPLP ConsultoriaCPLP ConsultoriaCPLP ConsultoriaCPLP ConsultoriaCPLP Consultoria - Parte de umgrupo especializado em apoio àinternacionalização de negócios egestão de investimentos internacio-nais, a CPLP Consultoria tem es-critórios no Brasil, em Portugal eem Marrocos. A empresa é umainiciativa dos empresários LuísAntunes e Carlos Duarte. Sua atu-ação, porém, se estende a todos ospaíses africanos que compõem aComunidade dos Países de LínguaPortuguesa (CPLP), em especialAngola, Moçambique e Cabo Ver-de. Agronegócios, imóveis, constru-ção civil, gestão de resíduos, ener-gias renováveis, soluções ambien-tais e indústria estão entre as áre-as de atuação da CPLP. A CPLPestá localizada na Av. Dom Luís,1200, Torre 1, sala 2110 – BairroAldeota – Fortaleza-CE. Para con-

tato: (55 85) 4011.5587 ou pelosite www.cplp-consultoria.com

ElevusElevusElevusElevusElevus - A Elevus People &Businnes Results é uma empresaprestigiada no ramo de consultoriaem Recursos Humanos com dezanos de atuação com unidades emPortugal, Espanha, Angola, CaboVerde, Moçambique e Brasil, ondecomeçou a atuar em 2011. Um dosdiferenciais que faz a Elevus serreconhecida pelo mercado é a ex-celência de sua metodologia, base-ada em procedimentos científicos.A equipe é formada por psicólogos,administradores e economistas.Para 2012, segundo IvannaFilgueira, uma das diretoras dafranquia no Ceará, a Elevus espe-ra um crescimento de cerca de30% no estado, sobretudo por con-ta de grandes empreendimentos noPecém e em Maracanaú. A Elevusfunciona em Fortaleza-CE, naAvenida Desembargador Moreira,2120, sala 1207 – Bairro Aldeota.Contatos: (55 85) 3045.1555 /[email protected]

EDUCAÇÃOInstituto para CapacitaçãoInstituto para CapacitaçãoInstituto para CapacitaçãoInstituto para CapacitaçãoInstituto para CapacitaçãoProfissional (IPCP)Profissional (IPCP)Profissional (IPCP)Profissional (IPCP)Profissional (IPCP) - De origemcearense e fundado há mais de 10anos, o Instituto é especializadoem cursos de extensão e profissio-nalizantes. A iniciativa de fazerparte da carta de sócios da CBP-

A Associação de Comércio Exteriordo Brasil (AEB) lançou a publicação“Radiografia do Comércio Exterior Bra-sileiro: Passado, Presente e Futuro”, queconsolida dados e informações sobre aevolução do comércio exterior brasileiroe mundial na última década. O estudo

AEB lança publicaçãosobre comércio internacional

informação

procura viabilizar e facilitar a realizaçãode análises, avaliações e novos estudosrelativos ao comércio internacional. Se-gundo a AEB, todos os dados utilizadossão de fontes oficiais como a Secretariade Comércio Exterior (Secex), vinculadaao Ministério do Desenvolvimento, In-

dústria e Comércio Exterior (MDIC), Or-ganização Mundial de Comércio (OMC)e Banco Central do Brasil.

O objetivo é que a publicação se torneuma efetiva fonte de consulta para todosos interessados em assuntos referentes aocomércio exterior. Por essa razão, a en-tidade prezará pela constante atualiza-ção de informações, além de disponibi-lizar o estudo para consulta no seuwebsite: http://www.aeb.org.br

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CE se deu quando o Instituto pas-sou a trabalhar junto à Escola deNegócios da Universidade do Porto(EGP), com o objetivo de promovero intercâmbio entre os estudantesdo IPCP que farão cursos na Uni-versidade e portugueses que pre-tendem se estabelecer no Ceará.O IPCP funciona na Rua FranciscoFarias Filho, 121 – Bairro Guara-rapes – Fortaleza-CE. Informaçõespelo fone (55 85) 3241.2403 oupelo site http://www.ipcp.com.br/

ENGENHARIACaravela ConstruçõesCaravela ConstruçõesCaravela ConstruçõesCaravela ConstruçõesCaravela Construções - Novasócia da Câmara Brasil-Portugalno Ceará, a Caravela Construçõesfaz questão de firmar alianças quegarantam uma melhor estrutura deatuação. A empresa, que iniciousuas operações em janeiro desteano, tem atualmente quatro sócios,todos portugueses que resolveramapostar no mercado brasileiro.A Caravela, porém, é cearense denascimento. Segundo FernandoLopes Subtil, um dos sócios, aconstrutora, inicialmente, se dedi-cará à construção de empreendi-mentos voltados, principalmente,para a classe C, como as moradiasdo programa Minha Casa, MinhaVida do Governo Federal. O ende-reço da Caravela Construções éAv. Maestro Lisboa, 3345, loja 01,Bairro Lagoa Redonda – Fortale-za-CE. Contatos pelo fone (55 85)

3474-1467 ou pelo [email protected]

Socorpena ConstruçõesSocorpena ConstruçõesSocorpena ConstruçõesSocorpena ConstruçõesSocorpena Construções - De ori-gem portuguesa, a Socorpena Cons-truções investe no Brasil e apresentaum ritmo acelerado de crescimento.A empresa, que tem sua filial cea-rense na Praia do Cumbuco, emCaucaia, é sócia da Câmara Bra-sil-Portugal no Ceará (CBP-CE).Com cinco anos de atuação, a So-corpena vem estendendo sua atua-ção pelo Brasil, onde já possui uni-dades em São Paulo, Ceará e Pa-raíba. A especialidade é na cons-trução e manutenção de rodovias,bem como de usinas eólicas e in-dústrias. O endereço da Socorpenano Cumbuco é Av. dos Coqueiros,17 – Caucaia-CE. Informaçõespelo fone (55 85) 3318.7145

TECNOLOGIADA INFORMAÇÃOAll At WorkAll At WorkAll At WorkAll At WorkAll At Work - A All At Work fazparte do Grupo@Work, um conglo-merado de empresas que atuam noramo de tecnologia de informação eoutsourcing, e é uma das novas as-sociadas da Câmara Brasil-Portu-gal no Ceará. O Grupo@Work nas-ceu em 2008 e é resultado da com-pra de uma unidade de negócio àIBS. Para 2012, a All At Workpretende empregar todo o conheci-mento adquirido em 2011 acercado cenário local e desenvolver as

frentes de negócios que estejammais alinhadas com as necessida-des do mercado. A All At Workestá localizada no Edifício Empre-sarial Iguatemi, na Av. Washing-ton Soares, 55, sala 1009 – BairroEdson Queiroz – Fortaleza-CE.Fones: Fortaleza (55 85)4062.9631; São Paulo (55 11)4063.0917 E-mail:[email protected]

SEGUROSCescebrasilCescebrasilCescebrasilCescebrasilCescebrasil - A Cescebrasil Se-guros de Garantias e Crédito, queteve seus trabalhos iniciados em1996, é uma empresa especializa-da em Seguro de Crédito Internoe/ou à Exportação e Seguro Ga-rantia. Recentemente associou-se àCâmara Brasil-Portugal no Ceará,depois de inaugurar um escritóriono Estado. “Nosso objetivo é forta-lecer os laços com os empresárioscearenses e o vínculo com a regiãoNordeste, que tem demonstradogrande potencial de crescimento eatraído cada vez mais empresasbrasileiras e multinacionais parafazer negócios”, afirma LucianaBrajterman, gerente de marketinge comunicação da Cescebrasil.O endereço da empresa em Forta-leza/CE é Av. Washington Soares,55, sala 605 – Bairro EdsonQueiroz. Informações pelo fone(55 85) 3181.5067 ou pelo [email protected]

Durante visita ao Ceará, no dia 28 fevereiro, a presidente daRepública Dilma Roussef fez uma pausa para almoçar no restau-rante White, do Hotel Dom Pedro Laguna, no Aquiraz Riviera.A presidente foi recebida pelo gerente geral do hotel, EmanuelFreitas, e pelos diretores do empreendimento, Jorge Chaskel-mann e Wandocyr Romero. O almoço foi restrito e contou com apresença de autoridades políticas estaduais, como o governadordo Estado Cid Gomes, a prefeita de Fortaleza Luizianne Lins,o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa doCeará Roberto Cláudio, o senador Eunício Oliveira, entre outrasautoridades. A presidente Dilma teve a oportunidade ainda deconhecer a estrutura do complexo turístico-imobiliário.

Presidente DilmaRousseff almoçano Aquiraz Riviera

visita

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VivA lança novosistema de propriedadecompartilhada

imóveis

A empresa VivA Imóveis lançourecentemente no mercado o novosistema de propriedade comparti-lhada: a VivA Vacation. A novida-de consiste na comercialização fra-cionada de um imóvel residencial.Por exemplo, quando uma pessoapossui uma propriedade que nãoutiliza com total as-siduidade (usandoapenas uma ouduas vezes aomês) tem que ar-car com os custosde manutenção. Osistema VivA

Vacation permite, de forma segura,que esse imóvel seja compartilhadocom até outras quatro pessoas.

Segundo Rachel Schoroeder, ge-rente administrativa, “a empresatem como principais responsabilida-des a organização dos períodos deutilização, realocação, limpeza e

manutenção dos imó-veis, evitando, assim,prejuízos causadospelo próprio uso ouação do tempo, bem

como representaçãodos proprietários pe-rante o condomínio.”

TAP lideraranking detransportaçõesnos primeirostrês meses do ano

destaque

A TAP (Transportes Aéreos Portu-gueses) transportou mais de 2 milhõesde passageiros no primeiro trimestredeste ano, mais 7,5% em relação aomesmo período de 2011, segundo da-dos da companhia aérea.

O crescimento registrado deve-se,sobretudo, ao mercado europeu, ondese verificou alta de 9,2%. O maiorcrescimento foi registrado nos voospara os EUA, com alta de 77,2% no

Com o crescimento da economiabrasileira nos últimos anos e as fa-cilidades de pagamento oferecidaspelas agências de viagens, cadavez mais cearenses estão aprovei-tando o prazer de viajar. E quemestá acompanhando esse ritmo é aCatavento Turismo, que vem cres-cendo a taxas de 13% ao ano. Aempresa é sócia da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE) e pre-vê que o setor estará ainda maisaquecido em 2012, ano em quepretende crescer 17%.

O gerente comercial da Cataven-to David Santos diz que o bom ce-nário está associado, entre outrosfatores, à emergência da chamadanova classe C, que passou a termais acesso a esse tipo de consumo.“Os cearenses estão viajando cadavez mais”, afirma. Esse novo con-sumidor, segundo David, é maiscauteloso e programa as viagenscom bastante antecedência.

CataventoTurismoaposta emcrescimentoda empresa

boa fase

primeiro trimestre deste ano em rela-ção ao mesmo período do ano passa-do, como resultado da abertura daligação a Miami.

A rede da TAP cobre 75 destinosem 34 países. A partir de junho, jun-tam-se a esta rede Bucareste, Berlime Turim. A empresa fechou 2011 comum lucro de 3,1 milhões de euros, umaqueda em relação aos 62,3 milhõesde euros registrados no ano anterior.

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A Câmara Brasil-Portugal no Ceará - Indústria,Comércio e Turismo (CBP-CE) surgiu em junho de2001. Atualmente, a entidade conta com cerca de150 associados entre sócios pessoa física e pessoajurídica. O objetivo principal da entidade é apoiaras atividades empresarias e influir nas políticaspúblicas vinculadas às relações luso-cearensesno âmbito das áreas de atuação da Câmara.

DIRETORIAPresidenteJorge Duarte Chaskelmann1º Vice-PresidenteJosé Maria McCall Zanocchi2º Vice-PresidenteAntonio Roberto Alves Marinho3º Vice-PresidenteJosé Augusto Pinto WahnonDiretora TesoureiraHuga Mendes OliveiraDiretor de Energias RenováveisArmando Leite Mendes de AbreuDiretor de AgronegóciosCarlos Manuel Subtil DuarteDiretor de ComunicaçãoCliff Freire Villar da SilvaDiretora de Assuntos JurídicosFernanda Cabral de Almeida GonçalvesDiretor de Construção CivilFrancisco Eugênio MontenegroDiretor de Meio AmbienteJosé Euber de Vasconcelos AraújoDiretora de Tecnologia da Informação (Brasil)Marluce B. Aires de PinaDiretor de Tecnologia da Informação (Portugal)Miguel Costa MansoDiretor de LogísticaCarlos MaiaAv. Barão de Studart, 1980 - 2º Andar - Ed. Casada Indústria (FIEC) Fortaleza-CE - CEP: 60120-901Fone e Fax: + 55 85 3261 7423E-mail: [email protected]

A Revista Brasil-Portugal no Ceará é uma publicaçãotrimestral da Câmara Brasil-Portugal no CearáAno IV - # 10 - Janeiro-Fevereiro-Março de 2012

Conselho EditorialClivânia Teixeira, José Maria McCall Zanocchi,José Wahnon e Cliff Freire Villar da SilvaJornalistas ResponsáveisMauro Costa (CE01035JP)e Manuela Barroso (CE 1770 JP)RedaçãoEduardo Lima, Felipe Pontes, Jacylete Abreu,Manuela Barroso, Samira de Castro,Sarah Coelho e Vicky NóbregaColaboraçãoCaramelo ComunicaçãoConcepção Gráfica / Design EditorialGMS Studio - Glaymerson MoisesProdução

(85) 3258 1001 - www.ad2m.com.brOs artigos assinados da revista não necessariamenterefletem a opinião da entidade e são de exclusivaresponsabilidade dos autores.

editorial

BRASIL-PORTUGAL

NO CEARÁ

Estimados sócios,

O ano de 2012 começou com excelentes novidades para a nossa Câmara.É com muita alegria que iniciamos mais uma importante fase de nossahistória ao lado de nossos parceiros. Este será um ano onde a CBP-CEirá direcionar suas atenções para estimular cada vez mais a captação deinvestimentos para o interior do Ceará, região com um rico potencialpara negócios, com belezas naturais indiscutíveis, de pessoas trabalha-doras e que possui uma ampla possibilidade de investimento em muitossetores, tendo em vista as altas taxas de crescimento dos últimos anos,que chegam, inclusive, a superar a média geral do Brasil.

Para isso, criamos um programa para atrair olhares dos países de línguaportuguesa, especialmente Portugal, analisando os municípios potenciaise, assim, definindo uma ordem de escolha para captação de negócios emconformidade com o interesse demonstrado por cada Prefeitura que ade-rir ao projeto. Contamos com o envolvimento de todos os nossos sóciosjunto às atividades da Câmara, a fim de apoiarem nosso trabalho e apro-veitarem as possibilidades que o cenário proporciona no momento.

A Câmara Brasil-Portugal no Ceará é feita pelos e para seus associados etem buscado, com o tempo, desenvolver novos projetos e oportunidadesde sustentabilidade para os mesmos, sempre pensando numa estruturasólida e de amparo a todos. Já neste primeiro trimestre demos passosimportantes rumo à concretização de alguns desses projetos. O primeirogrande acontecimento foi o Encontro das Câmaras de Comércio Portu-guesas, que aconteceu em janeiro e levou dezenas de empresários portu-gueses a Lisboa para definirem novas estratégias para estimular o comér-cio e discutirem sobre o destino de Portugal.

Em fevereiro, foi assinado o protocolo de cooperação entre a CompanhiaDocas do Ceará (CDC) e a empresa Enapor S.A., que administra os por-tos da República de Cabo Verde, na África, com participação da CBP-CE.O objetivo foi restabelecer a ligação comercial marítima entre o Porto doMucuripe e os portos caboverdianos, facilitando o fluxo de produtos en-tre o Brasil e a África. Outra importante parceria que teve o apoio total daCBP-CE foi o convênio realizado entre a Escola de Gestão do Porto (EGP)e o Instituto para Capacitação Profissional (IPCP) do Ceará, que visa pro-mover o intercâmbio de alunos das duas instituições para a realização decursos de pós-graduação em Gestão Empresarial.

Temos a certeza de que seguimos no caminho certo para o cumprimentode nossa missão maior de colaborar para o desenvolvimento do Ceará eaproximar cada vez mais os países de língua portuguesa do Estado e,consequentemente, de todo o país. É com alianças e parcerias adequadasque unimos forças e alcançamos o melhor.

Jorge Duarte ChaskelmannPresidente CBP-CE – Gestão 2010/2014

No caminho certopara o crescimento

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12 Brasil-Portugal no Ceará

entrevista Roberto Smithpresidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará

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PARA O BEM DETODO O ESTADO

O DESAFIO DE ROBERTO SMITH, PRESIDENTE DA ADECE, É DOS MAIORES:FAZER O CEARÁ SE MANTER EM ROTA CONSTANTE DE CRESCIMENTO,

ATRAINDO NOVOS INVESTIMENTOS E SE DESTACANDO NACIONAL EINTERNACIONALMENTE COMO UM DESTINO PARA QUEM QUER FAZER

BONS NEGÓCIOS E EM ÁREAS DIVERSAS. PARA ISSO, SMITH TRAZCONSIGO UMA AMPLA EXPERIÊNCIA QUE O CREDENCIA PARA A TAREFA.

Após oito anos como presidente do Ban-co do Nordeste do Brasil (BNB), maior ban-co de desenvolvimento regional da AméricaLatina e principal agente indutor do desen-volvimento sustentável do Nordeste, o eco-nomista Roberto Smith se viu diante de umanova missão de igual relevância, ao assu-mir o comando da Agência de Desenvolvi-mento do Estado do Ceará (Adece), emoutubro do ano passado.

Desde então, vem se dedicando não ape-nas a garantir novas formas de crescimentoeconômico para o Ceará, em especial, parao interior do Estado, mas, também, à rees-truturação da própria Agência, com o obje-tivo de levar mais rapidez e modernidadeaos processos internos da entidade.

Roberto Smith é graduado em Economiae em Administração de Empresas. Tem es-pecialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado em Economia. É professor apo-sentado do Departamento de Teoria Eco-nômica da Universidade Federal do Ceará(UFC). Autor de vários programas econômi-cos, desenvolveu atividades de consultoriapara instituições públicas e privadas nasáreas de política, urbana, finanças públi-cas, serviços públicos, transportes e siste-mas tarifários de serviços públicos, e eco-nomia do turismo, com destaque para estu-dos sobre a Área Central de Fortaleza, a re-visão do Plano Diretor da Cidade, a viabili-dade do Novo Centro Multifuncional de Fei-ras e Eventos de Fortaleza, entre outros.

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14 Brasil-Portugal no Ceará

1A Adece atua, principalmente, naexecução das políticas de desen-volvimento econômico do Estado.Em meio às estratégias definidase ações implementadas, o que aAgência vem fazendo para promo-ver a interiorização dos investi-mentos e que atrativos podem sergerados atualmente para os mu-nicípios cearenses?

É importante enfatizar que não so-mente isso, mas a Agência tambématua na promoção de estímulospara um ambiente competitivo paraas empresas. No que diz respeito àinteriorização do desenvolvimen-to, na própria metodologia deapoio, através do Fundo de Desen-volvimento Industrial (FDI), exis-tem elementos que priorizam aimplantação de investimentos nointerior do Estado. Também temoslevantado informações a respeitodas vocações que os diversos mu-nicípios possuem, de forma quepossamos direcionar o investimen-to adequado para cada território.

2Quais potenciais para a geração denegócios a Adece tem descobertono interior do Estado e como o se-nhor define o papel da Agência nofomento à vinda de investidoresque possam colaborar para mu-dar a atual realidade econômica?

Negócios que utilizam bastante mãode obra geralmente são adequados,como é o caso dos segmentos devestuário e calçado. Entretanto, éno agronegócio que se oferecem asmaiores oportunidades, principal-mente àqueles ligados à fruticultu-ra, floricultura, piscicultura, leitee derivados e apicultura. Nossointuito é apresentar o Estado comsuas peculiaridades competitivas,além dos estímulos e benefícios fis-cais oferecidos, explicitando paraos futuros investidores os possí-veis cenários decorrentes dos in-vestimentos em infraestrutura porqual passa o Ceará atualmente.

3Em que municípios os principaisinvestimentos se concentraramem 2011? E para que cidades irãoos investimentos de 2012?

Itaitinga, Iguatu, Itapajé, Fortaleza,Maracanaú, Pacatuba, Pacajus,Horizonte, Aquiraz, Sobral, Eusé-bio e Jaguaribe. Os protocolos deintenção de empreendimentos,quando aprovados, têm prazos devigência de até dois anos, portan-to, esses são os municípios em que

14 Brasil-Portugal no Ceará

As câmaras setoriais sãoAs câmaras setoriais sãoAs câmaras setoriais sãoAs câmaras setoriais sãoAs câmaras setoriais sãofóruns modernos de articu-fóruns modernos de articu-fóruns modernos de articu-fóruns modernos de articu-fóruns modernos de articu-lação do setor público comlação do setor público comlação do setor público comlação do setor público comlação do setor público como setor privado. Elas têmo setor privado. Elas têmo setor privado. Elas têmo setor privado. Elas têmo setor privado. Elas têmo objetivo de mapear eo objetivo de mapear eo objetivo de mapear eo objetivo de mapear eo objetivo de mapear eencontrar os gargalos dosencontrar os gargalos dosencontrar os gargalos dosencontrar os gargalos dosencontrar os gargalos dossetores, apresentar propos-setores, apresentar propos-setores, apresentar propos-setores, apresentar propos-setores, apresentar propos-tas e soluções para seremtas e soluções para seremtas e soluções para seremtas e soluções para seremtas e soluções para seremimplantadas, além deimplantadas, além deimplantadas, além deimplantadas, além deimplantadas, além demonitorar os resultados.”monitorar os resultados.”monitorar os resultados.”monitorar os resultados.”monitorar os resultados.”

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já estão com empresas instaladas,que estão em processo de instala-ção, e que ainda se implantarão.

4A atuação da Adece é voltadapara o fortalecimento das 19 câ-maras setoriais, formadas por re-presentantes de entidades rela-cionadas aos segmentos mais dis-tintos, que vão de áreas mais tra-dicionais como leite, mel, cajucul-tura e camarão, até setores maistecnológicos, como os de tecnolo-gia da informação e energia eóli-ca. Na prática, qual o papel des-sas câmaras?

As câmaras setoriais são fórunsmodernos de articulação do setorpúblico com o setor privado. Elastêm o objetivo de mapear e encon-trar os gargalos dos setores, apre-sentar propostas e soluções paraserem implantadas, além de moni-torar os resultados. Surgidas naEspanha, chegaram ao Brasil e aoCeará em 2003 e hoje estão em ple-na operação, como mecanismos efi-cientes de interação do governocom o setor privado. Cada umadelas é formada por representan-tes de toda a cadeia produtiva dosetor. Hoje o Ceará já dispõe de 19câmaras (cajucultura, camarão,eventos, carnaúba, comércio e ser-viços, eletrometal, energia eólica,flores, fruticultura, tilápia, leite,mel, mineral, reciclagem, saúde,tecnologia da informação, audiovi-sual e trigo). Elas são dirigidas obri-gatoriamente por um membro dosetor privado e encontram resulta-

dos muito interessantes na resolu-ção dos problemas. Na prática, elasproporcionam a esses segmentosum ambiente voltado ao diálogoentre os diversos integrantes quecompõem os setores, além de apro-ximar o Governo do Estado das ne-cessidades de foco da sua atuação.

5Na sua opinião, além do turismoe da construção civil, que outrossetores vêm se destacando no Ce-ará pela captação de investimen-tos estrangeiros?

Energias sustentáveis, como é ocaso da eólica, e o agronegócio,principalmente os segmentos dafruticultura, leite e derivados, comotambém piscicultura.

6De que forma a Adece vê a reali-zação da Copa do Mundo de 2014em Fortaleza como uma ferramen-ta de fomento para o desenvolvi-mento do Estado? Que oportuni-dades podem ser trabalhadaspara trazer benefícios duradou-ros para a economia local?

A Copa do Mundo de 2014 é ele-mento motivador dos governos eda iniciativa privada. Estamosatentos às diversas oportunidadesadvindas desse evento grandioso.Mas é importante entender que omomento é oportuno para amelhoria da qualidade de vida nopós-Copa, pois aí sim teremos umambiente recheado de oportunida-

des, que são consequências do seulegado, principalmente nos seg-mentos de construção civil, mobi-lidade urbana, entretenimento (tu-rismo e gastronomia) e saúde.

7No que diz respeito à preparaçãodo capital humano para um mer-cado cada vez mais competitivo,a Adece vem trabalhando de al-guma forma em prol de uma me-lhor capacitação dos empreende-dores, empresários e investidorescearenses?

A Adece tem estimulado, atravésdas câmaras setoriais, a formaçãode um ambiente voltado ao diálo-go e à formação de uma visão defuturo para os diversos segmentosprodutivos do Estado, apoiando aparticipação dessas pessoas emfeiras nacionais e internacionais,seminários e congressos.

8Em ano de eleições municipais,quais as suas expectativas quantoao desenvolvimento das macror-regiões para os próximos anos?

Existe uma intenção forte do rea-linhamento dos governos munici-pais, estadual e federal para que odesenvolvimento ocorra de formaequilibrada e sustentável. O que oGoverno do Estado busca é umamaior equidade social e econômi-ca nas diversas regiões do Cearáatravés de investimentos em edu-cação, saúde e segurança pública.

Da esq. paradir., instalação da

Câmara Setorial doTrigo na Fiec e ins-talação da CâmaraSetorial do Audio-

visual da Adece

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16 Brasil-Portugal no Ceará

capacitação | intercâmbio por Eduardo Lima

Na assinatura do protocolo, esti-veram presentes o presidente da Câ-mara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), Jorge Chaskelmann; a diretoraexecutiva da CBP-CE, ClivâniaTeixeira; o vice-cônsul de Portugal emFortaleza, Francisco Brandão; o pre-sidente da EGP, Nuno de Sousa Pe-reira; e a diretora do IPCP, Ana Mar-tha Coutinho. O acordo foi assinadodurante evento realizado no Salão deIntegração da Federação das Indús-trias do Estado do Ceará (Fiec).

m uma parceria firmadacom o apoio estratégico daCâmara Brasil-Portugal no

Ceará (CBP-CE), a Escola de Gestãodo Porto (EGP), da Universidade doPorto, e o Instituto para CapacitaçãoProfissional (IPCP) do Ceará assina-ram, no dia 14 de fevereiro, um con-vênio de cooperação. O acordo visapromover o intercâmbio de alunosdas duas instituições para a realiza-ção de cursos de pós-graduação emGestão Empresarial.

E "A oportunidade que temos comesse intercâmbio não é só de trans-mitir conhecimentos, mas, também,de aprender com a realidade empre-sarial brasileira e, em particular, deFortaleza. É cada vez mais importan-te para Portugal apostar nas parceri-as com o empresariado brasileiro",ressaltou Nuno de Sousa Pereira. Opresidente da CBP-CE, Jorge Chaskel-mann, por sua vez, destacou o papeldo acordo e a relação dos mercadosportuguês e brasileiro. "Visamos sem-pre criar melhores relações empresa-riais entre os dois povos. Por isso, oapoio ao projeto se deve ao desejo desolucionar as dificuldades que empre-sários dos dois países têm em relaçãoao conhecimento da realidade econô-mica de outros países”, explica.

De acordo com Ana Martha Couti-nho, um dos objetivos do convênioé formar profissionais de acordo comas necessidades do mercado. “É umahonra realizar essa parceria com umadas melhores escolas do mundo.Além de melhorar o intercâmbiolusobrasileiro, desejamos adequar osprofissionais às solicitações do mer-cado”, salientou.

CEARÁ NA ROTAINTERNACIONAL DOS

ESTUDANTES E MERCADO DE TRABALHO COMEMORAM A ASSINATURADE CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO ENTRE A ESCOLA DE GESTÃO DOPORTO E O INSTITUTO PARA CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DO CEARÁ

APERTO DE MÃOSEM PROL DA

EDUCAÇÃO

Escola deGestão do Porto

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mercado | encontropor Vicky Nóbrega

mundo dos negócios vive emconstante transformação. Cadanovo momento gera ações em-

presariais diferenciadas, de acordo com operfil do mercado. Nestes cenários de mu-dança, a troca de experiência entre empre-sários se torna uma importante ferramentade coleta de subsídios para buscar novasperspectivas e conquistas favoráveis aosnegócios. A fim de proporcionar um ambi-ente apropriado para esse processo de in-tercâmbio de experiências, o Conselho dasCâmaras Portuguesas no Brasil realizou emSão Paulo (SP), no dia 27 de fevereiro, o IEncontro dos Executivos das Câmaras Por-tuguesas no Brasil.

O evento propiciou um ambiente de apro-ximação, integração e troca de conhecimen-to, estimulando o crescimento profissionaldos executivos que atuam nas Câmaras,reforçando suas redes de relacionamento.

O Além disso, o encontro ainda aprimorou otrabalho das Câmaras Portuguesas no Bra-sil, uma vez que facilitou a identificação depontos que possam ser trabalhados con-juntamente entre as entidades e seus em-presários representantes.

A representante da Câmara Brasil-Portu-gal no Ceará (CBP-CE), Clivânia Teixeira,participou do evento e destaca: “Este impor-tante encontro atendeu às antigas expectati-vas dos executivos das Câmaras, uma vezque eles representam o eixo permanente dacondução das atividades destas instituições.”

Uma próxima edição do encontro estáagendada para ainda este ano, provavelmen-te em agosto, com realização em Lisboa ouaqui no Brasil, na sede de uma das Câma-ras participantes. O objetivo é reunir, alémdos executivos de todas as Câmaras Portu-guesas no Brasil, os empresários presentesnas diretorias das entidades.

O I ENCONTRO DOSEXECUTIVOS DAS CÂ-MARAS PORTUGUESASNO BRASIL FOI UMMOMENTO DE TROCADE EXPERIÊNCIAS,REFORÇO NAS REDESDE RELACIONAMENTOE DISCUSSÃO DENOVOS RUMOS

UNINDO MENTESPOR NOVAS IDEIAS

Da esq.para dir.: Caio Rocha Torrão e Ana CarolinaFioravante (Câmara São Paulo); Vittorio Lanari

(Câmara Minas Gerais); Ariadna Coelho e AntonioCarrelhas (Conselho das Câmaras); Clivânia Teixeira

(Câmara do Ceará); Ludenir Almeida (Câmara doDistrito Federal); e Edson Rocha (Câmara da Bahia)

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18 Brasil-Portugal no Ceará

por Apolônio Aguiar, diretor das áreas deComunicação Digital e Comunicação Criativada AD2M Engenharia de Comunicação

Oportunidade ouameaça: a decisão é sua

conversação está ocorrendo. Ela crescea cada dia e envolve mais e mais pes-soas. Você pode estar tentando ignorar

até hoje, mas o fato é que, no momento em que vocêlê este artigo, alguém fala sobre sua marca ou suaempresa, até mesmo sobre você, nas mídias sociais.

Será que estão falando bem, indicando com sa-tisfação seus produtos ou serviços? Será que os es-tão criticando por conta de er-ros que você nem sabia que suaempresa havia cometido? Ou aesta altura já terá se formadouma crise em torno de sua mar-ca? Afinal, é isso que você estáesperando para começar a con-siderar as mídias sociais em seumix de Comunicação?

Na dúvida, olhe para osgrandes. Analise como eles ope-ram, como vêm se conduzindonesse mundo relativamentenovo e desafiador. Saiba queestar presente não é necessaria-mente falar. É, sobretudo, saberouvir. Uma imensa parte daenergia que as grandes marcasgastam na gestão de mídias so-ciais é despendida justamenteno ouvir. É nessa parte submersa do iceberg que seavaliam iniciativas, farejam tendências, corrigem ro-tas e minimizam riscos.

A inteligência de mercado está exposta, publicadapor cada um dos atores desse cenário. Cada tuiteiro,cada usuário do Facebook e blogueiro fornece osdados que as empresas precisam para se colocaremcom máximo resultado e mínimo risco. Colher estainformação, porém, requer o reconhecimento de sua

importância e o investimento em monitoramento.

Por outro lado, também é preciso falar. Seja emtempos de paz ou crise, falarão sobre sua marca. Fi-car calado é, no mínimo, perder a oportunidade deser simpático. No máximo, assinar um atestado deculpa e de não-reconhecimento da importância daopinião daqueles que dão sustentação econômica àsua empresa.

Não é uma questão de porteou de ramo de atividade, mastrata-se simplesmente de reco-nhecer as circunstâncias em quevivemos hoje. E os bons exem-plos estão ao nosso redor, semque se precise lançar mão de ca-ses de multinacionais ou de mar-cas centenárias. Aqui no Ceará,o empreendimento AquirazRiviera, por exemplo, está pre-sente nas redes sociais há maisde dois anos. Já o grupo BSPAR,um peso-pesado da economiaregional, reconhecido por suasolidez, também lá se encontra,e de forma ativa. A Câmara Bra-sil-Portugal no Ceará recente-mente deu seus primeiros pas-sos nesse universo e, por sua

natureza agregadora e articuladora, tem tudo para co-lher excelentes resultados dessa iniciativa.

Há algum tempo estar nas mídias sociais não émais uma questão de escolha. Enfim, se você nãoentrar na conversa, ela continuará sem você. E, namelhor das hipóteses, em um improvável mundo deflores e cenários cor de rosa, sua empresa passarápor ultrapassada e desatenta, pois a velocidade é altae não há espaço para a complacência. Pense nisso.

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Saiba que estar pre-sente não é necessa-riamente falar. É, so-bretudo, saber ouvir.Uma imensa parteda energia que asgrandes marcasgastam na gestãode mídias sociais édespendida justa-mente no ouvir.”

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20 Brasil-Portugal no Ceará

AFINAL, O QUE AÁFRICA TEM?

O desenvolvimento dos negóci-os a partir da Comunidade dos Pa-íses Africanos de Língua OficialPortuguesa pode ser a porta de en-trada nestas comunidades econô-micas regionais, frisa Marinho, quetambém é gerente regional da Câ-mara de Comércio, Indústria eAgropecuária Brasil-Moçambique.“Adotando a estratégia da coopera-ção, da transferência de tecnologiae do apoio ao empreendedorismo,o Brasil ocupará um espaço impor-tante do cenário econômico egeopolítico, principalmente em ummomento de crise internacional,onde os protagonistas econômicostradicionais estão com suas econo-mias debilitadas e os países emer-gentes estão mostrando sua pujan-ça”, pontua.

negócios | relações internacionais por Samira de Castro

a última década, o Bra-sil reforçou significati-vamente o seu peso no

cenário mundial e acelerou a diver-sificação das suas relações externas,com especial atenção à chamadarelação Sul-Sul, redescobrindo uminteresse especial pelo continenteafricano. O governo brasileiro con-sidera a África um mercado impor-tante para os produtos de exporta-ção e serviços, ao passo em que asempresas brasileiras veem aquelecontinente como estratégico paraseus investimentos. Para além dasrelações históricas, embora aindatímido, o ativismo diplomático nosúltimos anos redirecionou a aten-ção de Brasília em relação à África,abrindo o mercado africano para ascompanhias brasileiras.

N Na avaliação de Roberto Mari-nho, presidente da Câmara Brasil-Angola no Ceará e vice-presidenteda Câmara Brasil-Portugal no Ceará(CBP-CE), oportunidade é o que nãofalta no continente africano, princi-palmente se os empresários brasi-leiros atentarem para o fato da exis-tência de várias comunidades eco-nômicas regionais. “Só paraexemplificar, a Comunidade Econô-mica dos Estados da África Ociden-tal (Cedeao) conta com 15 paísesmembros e aproximadamente 250milhões de habitantes, já a Comu-nidade para o Desenvolvimento daÁfrica Austral (SADC) conta com13 países e 210 milhões de habi-tantes, o que por si só potencializatoda e qualquer ação que se faça naÁfrica”, afirma.

OPORTUNIDADE É O QUE NÃO FALTA PARA APROXIMAÇÃO COM O CONTINENTEAFRICANO APÓS A CRIAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS. SÓ NA COMUNIDADEECONÔMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL SÃO 15 PAÍSES-MEMBROSE APROXIMADAMENTE 250 MILHÕES DE HABITANTES

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Segundo Marinho, a Cedeao estáfazendo grande esforço para assinarum acordo de livre comércio a partirde 2015, beneficiando os países emZona de Livre Comércio com TarifaExterna Comum, harmonização dalegislação e regulamentação aduanei-ras, transferência de competênciaspara a organização regional para osdomínios da política de comércio ecompetição. “Trata-se de um grupo depaíses com PIB global de US$ 304 bi-lhões, sendo mais de 60% deste va-lor concentrado na Nigéria”. Há ain-da outros grupos de países, como aComunidade Econômica dos Estadosda África Central (Ceeac), do Merca-do Comum da África Oriental e Aus-tral (Comesa), e da Comunidade daÁfrica Oriental (EAC).

Para Marinho, o fortalecimento dacooperação Sul-Sul é de fundamen-tal importância para o Brasil e tam-bém o é para os países africanos, hajavista a grande sinergia existente entreestes povos e países. Basta lembrarque o Brasil abriga a maior populaçãode afrodescendentes fora da África.“Se tirarmos proveito da imagem donosso país e agregarmos a isso o realsentido de colaboração, de investi-mentos e de desenvolvimento de par-cerias que objetivem o uso racionalda tecnologia, poderemos avançar emum mercado grandioso e fascinanteque neste momento anseia por umaparticipação brasileira mais efetiva,concretizando, assim, o apoio ao de-senvolvimento sustentado do conti-nente africano”, argumenta.

TROCAS COMERCIAISAs trocas comerciais entre o Brasil

e os países do bloco africano tiveramum incremento de 267% de 2003 a2010. Em 2009, geraram R$ 8,9 bi-lhões de renda para o lado de cá dabalança. Afinal, o que é que a Áfricatem? “Os 54 países africanos têm umapopulação de 850 milhões de habi-tantes e uma economia que cresceu,no ano passado, acima da média mun-dial. Pelo menos 35% dos 50 paísescom a taxa de maior crescimento na

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22 Brasil-Portugal no Ceará

última década estão localizados no con-tinente africano”, afirma o professor daUniversidade de Fortaleza (Unifor), JoãoBosco Monte, que coordena o FórumBrasil África – Cooperação, Oportuni-dades e Desenvolvimento, marcado paraacontecer em Fortaleza de 9 a 11 demaio, no hotel Gran Marquise.

Segundo Bosco, os prognósticosapontam para o aumento das exporta-ções africanas, notadamente as matéri-as-primas, além do incremento no con-sumo interno. Uma mudança deparadigma, empresas africanas tambémcomeçam a investir no Brasil. Em feve-reiro último, a ACSA, companhia daÁfrica do Sul, entrou no consórcio coma brasileira Invepar para administrar51% do aeroporto de Guarulhos, emSão Paulo, já a partir do mês de maio.

Com vistas ao incremento das tro-cas comerciais com os países da costaoeste da África, através de um Convê-nio firmado entre o Sebrae Nacional ea Abase – Associação Brasileira dosSebrae Estaduais, foi realizado um es-tudo sobre “Transporte, Logística e Ro-tas Comerciais entre o Brasil e CaboVerde (Costa Oeste Africana)”, pelaempresa Ceará Trade Brasil, represen-tado por Roberto Marinho, também pre-sidente da Câmara Brasil-Angola noCeará. O objetivo era identificar e avali-ar o potencial de toda a malha de trans-porte de carga aérea, marítima e decabotagem entre portos e aeroportos doNordeste brasileiro e dos países africa-

nos, em particular, os países da CostaOeste do Continente Africano.

Constatou-se, a partir desse traba-lho, que poderia ser criado um ambi-ente favorável para uma logística queresultasse na competitividade do co-mércio exterior (exportação e importa-ção) entre estados do Nordeste brasi-leiro e, em especial, com os paísesacessados por meio dos portos/aeropor-tos da Costa Oeste africana, tendo comobase logística os portos de Cabo Verde,dada a posição estratégica do arquipé-lago e a ligações marítimas com os ou-tros portos africanos.

Como resultado de várias reuniões,os representantes da Empresa Nacio-

nal de Administração dos Portos (Ena-por), de Cabo Verde, e do Porto de Min-delo vieram a Fortaleza, em janeiro de2012, para assinar um Termo de Coo-peração Técnica com a Companhia Do-cas do Ceará (CDC). Na sequência, umacomitiva brasileira se deslocará a CaboVerde entre os dias 17 a 24 de maio.

EMPRESAS BRASILEIRASJÁ APORTARAM

A professora e pesquisadora da Uni-versidad Nacional de Rosario (UNR) edo Consejo Nacional de Investiga-ciones Científicas y Técnicas (Conicet),Gladys Lechini, lembra que as ligaçõesculturais e linguísticas do Brasil com o

Comunidade Econômicados Estados da ÁfricaCentral - CEEACBurundiCamarõesChadeCongoGabãoGuiné EquatorialRepública Centro AfricanaAngolaSão Tomé e PríncipeRepública Dem. do Congo

PIB: US$ 175 bilhõesPopulação: 145,7 milhõesÁrea: 6,6 milhões km2

Total de países: 10

Membros da CPLPNão Membrosda CPLP

Comunidade Econômicados Estados da ÁfricaOcidental - CEDEAOBenin NígerBurkina Faso NigériaCabo Verde Serra LeoaCosta do Marfim SenegalGâmbia TogoGanaGuinéGuiné-BissauLibériaMali

PIB: US$ 304 bilhõesPopulação: 300 milhõesÁrea: 5 milhões km2

Total de países: 15

Membros da CPLPNão Membrosda CPLP

Conheça mais sobreas quatro comunidadeseconômicas da África:

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Jan-Fev-Mar 2012 23

continente africano, conjugadas comuma atenção maior à população de as-cendência africana, bem como oaprofundamento das relações bilaterais,favoreceram o aumento dos investimen-tos de empresas brasileiras, em parale-lo ao seu processo de transnaciona-lização e seu papel como potência emascensão. As principais áreas de inves-timento são a mineração, o petróleo, ocimento, as finanças e a medicina.

Entre as empresas brasileiras, umadas mais importantes é a construtoraNorberto Odebrecht, atuante tambémno setor petroquímico e de gás, quecomeçou suas operações na África em1984, com a construção da Estação Hi-

drelétrica de Capanda, em Angola. AVale do Rio Doce – líder mundial naprodução de minério de ferro e níquel– tem operações em sete países africa-nos, sendo a África do Sul o seu par-ceiro mais relevante.

O Grupo Camargo Correia, com sedeem São Paulo, possui diversos ativos,mas o cimento e a construção totalizam70% de sua renda. A Mendes Júnioratua no Brasil desde 1953, e na África,tem operado principalmente na cons-trução de estradas e aeroportos. A Fun-dação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizouinvestimentos em Moçambique, tendoconstruído, ao final de 2009, uma fá-brica de medicamentos antirretrovirais.

Além disso, a petrolífera estatalPetrobras está presente na África, ope-rando offshore em Angola, Senegal,Líbia, Tanzânia, Guiné Equatorial,Nigéria e Congo. Ademais, o Banco doBrasil (BB) e o Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social(BNDES) estão apoiando as atividadesde empresas brasileiras na África. “OBB não se limita a uma relação privile-giada de investimento com paíseslusófonos como Angola e Moçambiquee quer aumentar o pequeno percentualde 2% para 9% em seus negócios in-ternacionais, tendo planos de abrir fili-ais na África”, comenta a professora.

PESO DA ÁFRICA DO SULA África do Sul pós-Apartheid apa-

rece como uma potência regional atra-ente, pois o país conseguiu sustentar aestabilidade de sua democracia multir-racial, manter o crescimento econômi-co a uma média de 4,5% ao ano e am-

Comunidade Econômicapara o Desenvolvimentoda África Austral - SADCÁfrica do Sul SeichelesAngola SuazilândiaBotswana TanzâniaLesoto ZâmbiaMadagascar ZimbábueMalawiMauríciaMoçambiqueNamíbiaRepública Dem. do Congo

PIB: US$ 734 bilhõesPopulação: 272 milhõesÁrea: 9,8 milhões km2

Total de países: 15

Membros da CPLPNão Membrosda CPLP

Mercado Comumda África Orientale Austral - COMESABurundi QuêniaComores RuandaDjibuti SeichelesEgito SuazilândiaEritreia SudãoEtiópia UgandaLíbia ZâmbiaMadagascar ZimbábueMalawi MauríciaRepública Dem. do Congo

PIB: US$ 801 bilhõesPopulação: 445,5 milhõesÁrea: 11 milhões km2

Total de países: 19

Membros da CPLPNão Membrosda CPLP

pliar e fortalecer sua participação regio-nal e global. É o que avalia a professorae pesquisadora Gladys Lechini, em ar-tigo que trata do potencial das relaçõesentre o continente africano e o bloco depaíses emergentes formado pelo Bra-sil, Rússia, Índia e China (BRICs). Otexto foi publicado no Boletim de Con-juntura Internacional do Instituto dePesquisa e Estratégia Econômica Apli-cada (Ipea).

De acordo com a professora, commais de 30% do PIB do continente afri-cano e com uma importante influênciade sua economia, entre 2006 e 2007, aÁfrica do Sul foi o principal investidordireto na sub-região (90%). Ao mesmotempo, foi o principal destinatário deInvestimento Estrangeiro Direto (quase80%) da África Subsaariana. Ela citaum relatório do Standard Bank – umdos quatro maiores bancos da Áfricado Sul, com capital chinês – o qualargumenta que o país possui estabili-dade institucional, bons mercados fi-nanceiros e regulações efetivas para atra-ir as multinacionais.

“A prioridade do país pós-Apartheidé a promoção da estabilidade política edo crescimento econômico na África,pois seu destino está conectado ao desua região. A visão sul-africana é deum continente unido, próspero, pací-fico, democrático, sem discriminaçãoracial e que possa contribuir para a exis-tência de um mundo justo e equitati-vo”, diz. Para Lechini, mesmo que ou-tros líderes não gostem, a África do Sulé apresentada como a porta de entradapara a África por ter a economia maisdiversificada do continente.

fonte:www.cearatradebrasil.com.br

Page 24: Revista Brasil Portugal no Ceará

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esde o governo de LuizInácio Lula da Silva (2003-2010), as atenções brasilei-

ras para o continente africano ganha-ram maior visibilidade. Isso porque oBrasil percebeu que a exportação detecnologia nacional para países africa-nos é propícia, devido às semelhan-ças étnicas e culturais, bem como pelaproximidade geográfica dos dois con-tinentes. Além de tecnologia, bens deprimeira necessidade, como alimentos,também são exportados para paísesque estão em situação precária. Já paraos africanos, a instalação de empresasbrasileiras no continente propicia acapacitação profissional e a geração deempregos para seus cidadãos.

Para Gladys Lechini, professora epesquisadora da Universidad Nacio-nal de Rosario (UNR), a gestão do pre-sidente Lula começou e terminou commedidas impactantes em relação aosEstados africanos. “A ênfase estava co-locada em conferir coerência entre aspolíticas externa e doméstica, respon-dendo à crescente demanda interna dapopulação afrodescendente”, afirma.Lula encerrou uma história de 50 anosde aproximações ao continente africa-no. Ele viajou à África 12 vezes, perfa-zendo 34 visitas a 23 países. Em

D contrapartida, recebeu presidentes afri-canos e se reuniu com altos funcioná-rios, assinando 346 acordos, mais doque o dobro de acordos firmados en-tre 1960 e 2002.

Após dois mandatos, Lula termi-nou seu governo com uma viagem paraMaputo, em Moçambique, em novem-bro de 2010 – acompanhado pelapresidenta eleita, Dilma Rousseff – como objetivo de mostrar a perspectiva decontinuidade da política africana doBrasil. Também participou do FórumSocial Mundial no Senegal, em feve-reiro de 2011, sendo esta sua primeiraviagem ao exterior depois de finalizarseu governo. Por sua vez, a presidentaDilma viajou para a África do Sul,Moçambique e Angola em 2011.

O comércio bilateral cresceu rapi-damente nesse período, passando deUS$ 4,2 milhões, em 2000, para US$20,5 milhões, em 2010. Os dez prin-cipais parceiros africanos do Brasil sãoEgito, África do Sul, Angola, Nigéria,Líbia, Gana, Tunísia, Senegal, Quêniae Camarões. A cooperação Brasil-Áfri-ca inclui áreas relacionadas à agricul-tura tropical, energia e bioenergia,educação técnica, formação profissi-onal, governo eletrônico, saúde emedicina tropical, meio ambiente,

biocombustíveis, transporte aéreo, tu-rismo, justiça, cultura, direitos huma-nos e esportes.

O presidente da Câmara Brasil-Angola no Ceará e gerente regional Nor-deste da Câmara Brasil-Moçambique,Roberto Marinho, afirma que é extre-mamente possível, claramente viávele oportunamente necessário que asempresas brasileiras aproveitem, nes-te cenário de crise internacional, paraa grande oportunidade que sedescortina no continente africano. “Éfácil de se ver e entender o grande in-teresse dos africanos em produtos eserviços brasileiros”, comenta.

Conforme Marinho, o Governo vemfazendo a parte dele, as Câmaras deComércio vão assumindo a diploma-cia comercial e os empresários partempara se capacitar e se preparar para oatendimento a essas demandas. “Se-guramente, a partir deste momento, acorrente comercial vai ter um incremen-to no número de parceiros comerciaisafricanos e em valores e volumes decarga. O grande desafio, observa o con-sultor, é a logística ainda capenga. “Mas,com as ações que estão sendo desen-volvidas, a realidade será transforma-da e revertida em bons resultados parapaíses e empresários”, ressalta.

Governo Lula reforçoulaços de cooperação

O Brasil percebeu que a exportaçãode tecnologia para países africanos épropícia, devido às semelhanças étnicase culturais, e a proximidade geográfica

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comércio | relações internacionaispor Eduardo Lima

ACORDO ENTRE FORTALEZA E CABO VERDE RESTA-BELECE A LIGAÇÃO COMERCIAL MARÍTIMA ENTRE OPORTO DO MUCURIPE E OS PORTOS CABOVERDIANOS,FACILITANDO OS NEGÓCIOS ENTRE BRASIL E ÁFRICA

ENCURTANDO

DISTÂNCIAS

arceria em prol do desenvol-vimento. O ano começoucom boas notícias para o co-

mércio entre os países de língua por-tuguesa. No dia 10 de fevereiro de 2012,foi assinado, em Fortaleza, o protoco-lo de cooperação entre a CompanhiaDocas do Ceará (CDC) e a empresaEnapor S.A., que administra os por-tos da República de Cabo Verde, naÁfrica. Com a retomada da sociedadeentre os dois terminais, a expectativaé de um aumento significativo nosnegócios entre Brasil e África, que so-freram uma queda em 2008 devido àcrise econômica mundial e voltaram acrescer ano passado. As negociaçõesforam articuladas pelo consultorRoberto Marinho, presidente da Câ-mara Brasil-Angola no Ceará, e conta-ram com a forte intermediação doSebrae-CE, ABASE, Câmara Brasil-Portugal no Ceará e Câmara Brasil-Angola no Ceará.

O retorno da rota marítima é sinô-nimo de agilidade e economia paraCabo Verde e Brasil. Para o primeiro, aparceria representa uma oportunida-de de expansão de mercado, já que asexportações para a Europa e para osEstados Unidos diminuíram. Já parao Brasil, os portos de Cabo Verde faci-litam o trânsito dos nossos produtoscom os demais países africanos.

O Ceará ganha ainda mais desta-que por se fortalecer como porta deentrada para o continente irmão. En-tre os principais produtos que o Esta-do exporta para a África estão calça-dos, itens de vestuário, material deconstrução e medicamentos. Pescados,frutas e material de construção estãona lista de produtos que terão a ex-portação incrementada com a novarota. E os resultados já estão apare-cendo: uma empresa de calçados deJuazeiro do Norte, maior município daregião do Cariri, no sul do Ceará, está

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instalando uma planta industrial demontagem em Cabo Verde.

Além dos negócios, o acordo aindaprevê a transferência tecnológica, dedocumentação e de estatísticas. Deacordo com o presidente da CâmaraBrasil-Angola no Ceará e vice-presiden-te da Câmara Brasil-Portugal no Ceará,Roberto Marinho, a parceria pode serainda mais positiva, tendo impacto nasrelações dos dois países com a Penín-sula Ibérica (Portugal e Espanha), umavez que as linhas comerciais maríti-mas que partem desses países passampor Cabo Verde. "A intenção é utilizaros portos de Cabo Verde como pontode atração de cargas com destino paraAngola, Senegal e outros países, re-duzindo o tempo de trânsito.”

Segundo o presidente da Compa-nhia Docas do Ceará, Paulo AndréHolanda, o objetivo é levar, também aPortugal, produtos cearenses que já vãopara Holanda e Bélgica. “A distânciamenor entre o Ceará e Portugal trazvantagens logísticas mais competitivasdiante de outros portos do Sudeste doBrasil, em especial, na economia detempo e de dinheiro. Além do mais,os portugueses ficaram impressiona-dos com as obras que estão acontecen-do no Ceará”, comenta Holanda.

Porto do Mucuripe, emFortaleza-CE; à dir., Porto

Grande do Mindelo, Ilha deSão Vicente, em Cabo Verde

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por Henrique Marinho, sócio-diretor daC&M Consultoria Econômica e Financeirae Professor da Universidade de Fortaleza

A flutuação do dólare o novo protecionismo

economia internacional, tanto dos paísesdesenvolvidos como dos emergentes, vemexperimentando e repetindo diversos me-

canismos de estímulo às suas economias, como formade retomada da economia abalada pela crise financeirainternacional que se iniciou em 2008 e ainda persistenesse ano de 2012, com promessas de continuidade,por falta de melhora do desempenho das principaiseconomias do mundo, notadamente a europeia.

Esses instrumentos atualmen-te utilizados podem ser conside-rados adequados aos cenários vi-vidos recentemente, tendo comobase a teoria econômica, e vãodesde estímulos fiscais, a partirda elevação das despesas públi-cas e monetários, como injeçãomaciça de recursos, aumentan-do a liquidez, na tentativa de re-tomada da economia que sofreuforte abalo, levando a recessõesem boa parte do planeta.

No entanto, os países lembra-ram-se de experiências passadasque poderiam, também, incenti-var suas exportações dando uma“força” na política cambial, rom-pendo os compromissos de livre flutuação de suasmoedas, promovendo desvalorizações para estimularas exportações. Além disso, passaram a adotar diver-sas formas de protecionismos no mercado internaci-onal para barrar as importações, elevando tarifas, es-timulando as compras de produtos nacionais, impon-do mais controles alfandegários e muitos outros.

Quando falamos em repetição, precisamos nos lem-brar dos acontecimentos econômicos de 1929, que

provocaram a maior crise do sistema capitalista atéentão e ficou conhecida como a “Grande Depressão”,nascida da “bolha” da bolsa de valores de Nova York,da superprodução de bens e do excesso de crédito. Ocrash da bolsa provocou uma grave crise recessiva naeconomia americana, com desemprego acentuado,falência de diversas empresas e bancos, e queda ge-neralizada das exportações, que se propagou rapida-mente para as demais economias, inclusive a brasilei-

ra, que teve forte recuo nas expor-tações de café, o principal pro-duto exportável na época.

Para sair da recessão, a receitafoi dada pelo economista inglêsJohn M. Keynes, que alertou quepara sair da letargia econômica osgovernos deveriam elevar suasdespesas públicas para compen-sar a redução da economia priva-da, que provocou uma queda ge-neralizada das exportações mun-diais. Acontece que, como defe-sa, foram também adotadas me-didas de proteção para dificultaras importações e esse movimentoprovocou mais recessão. Na épo-ca não havia regras cambiais e as

intervenções nas taxas de câmbio foram feitas das maisdiversas intensidades, até porque somente a libra es-terlina e o dólar eram consideradas moedas “fortes”.Como defesa, os demais países promoviam desvalo-rizações de suas moedas para estimular as exporta-ções e desestimular as importações. No final era umjogo de soma zero. Todos perdiam.

A crise só foi amenizada depois de 1933 com oprograma econômico Keynesiano americano, conhe-

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Quando falamosem repetição, preci-samos nos lembrardos acontecimentoseconômicos de 1929,que provocaram amaior crise do siste-ma capitalista atéentão e ficou conhe-cida como a ‘GrandeDepressão’.”

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cido como “New Deal”, de grandes obras governa-mentais para estimular o emprego, e por parte da Ale-manha de Hitler que passou a estimular a indústriabélica como meio de retomar o orgulho alemão.

A crise de 2008 teve uma causa muito parecida coma anterior e as soluções propostas foram repetidas dalinha Keynesiana, de estímulos fiscais e monetários.Mas agora a globalização das cadeias produtivas e dosofisticado sistema financeiro fez com que a crise pro-vocasse um efeito de contaminação muito mais rápidonas demais economias, fazendo da “bolha imobiliária”americana um problema mundial, inicialmente no sis-tema financeiro e posteriormente para a economia real,e mais uma vez provocando queda nas exportações.

Esquecendo os efeitos que o protecionismo provo-cou nas economias na Depressão de 1929, muitos

países voltaram a propor e adotar medidas protecio-nistas e, por parte de alguns, adotar manipulação cam-bial, a chamada guerra cambial.

Para reestabelecer novas regras internacionais de-pois da Grande Depressão, foram criadas diversas re-gras cambiais monitoradas pelo recém-criado FMI,como o padrão dólar em substituição ao padrão ouro,câmbio fixo e cooperação internacional para evitardesequilíbrios de balanço de pagamentos.

Até o início de 2012, os países ainda não se conven-ceram da necessidade de normatizar novas regras finan-ceiras e cambiais de forma mais coordenada, nem deuma atuação mais forte da OMC punindo o novo pro-tecionismo que está se generalizando. E, enquantoisso, a crise se aprofunda, prevendo-se mais um anode recessão na zona do Euro.

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evento | sustentabilidade por Felipe Pontes

esenvolvimento sus-tentável aliado a eco-nomia e negócios é, de

fato, um assunto de visibilidadenas empresas de grande porte. E éacompanhando essa tendênciaexigida pelo mundo empresarialque a AIP – Feiras, Congressos eEventos, realizou, em Lisboa, en-tre os dias 22 e 25 de março a pri-meira edição da feira AcquaLive-Expo – Água, Resíduos e Ambien-te, e EnergyLiveExpo – EnergiasRenováveis, Eficiência Energética,Climatização e Mobilidade Elétrica.Durante os quatro dias, o encontrofoi realizado em torno de discus-sões envolvendo água, energia e asperspectivas e desafios que devemser encarados pelas empresas atu-antes nesta área.

A feira reuniu em torno de 60empresas em um espaço de expo-sições, estandes e palestras volta-das com foco em sustentabilidade.O Pavilhão do Rio – Centro de Con-gressos de Lisboa recebeu mais de

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ÁGUA,ENERGIAE NEGÓCIOSA FEIRA ACQUALIVEEXPOE ENERGYLIVEEXPOACONTECEU EM LISBOA EREUNIU CERCA DE 60 EM-PRESAS PARA DISCUTIRNOVAS SOLUÇÕES SUS-TENTÁVEIS PARA O SETORDE ÁGUA E ENERGIA

dois mil profissionais para a trocade informações sobre o tema prin-cipal do evento: Eficiência Energé-tica, Energias Renováveis e Mobi-lidade Elétrica.

Nos salões onde aconteceram aspalestras, seminários e workshopso assunto água e energia ganhoudestaque com a participação dasempresas apresentando cases deprojetos nacionais de referência esoluções inovadoras para o setor.As palestras e apresentações tive-ram como pano de fundo a utiliza-ção, gestão, distribuição e econo-mia dos produtos em destaque. Oespaço foi palco de formação e va-lorização profissional, contribuin-do para a dinâmica da feira.

Além dos profissionais presen-tes, a AcquaLiveExpo e a Energy-LiveExpo receberam personalida-des de peso que fazem o diferenci-al no setor de água e energia. Pedro

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Afonso de Paulo, secretário de Es-tado do ambiente e do Ordenamen-to do Território, assim como JoséEscada da Costa , diretor-geral deEnergia e Geologia, e o Presidenteda PPA – Parceria Portuguesa paraa Água, que discutiram sobre a im-portância e a viabilidade dos seto-res para a sustentabilidade do paíspor meio da implementação de po-líticas e estratégias nacionais deEconomia Verde.

O ápice do evento foi a mensa-gem do presidente da República,Aníbal Cavaco Silva, que deu ên-fase à necessidade de se geraremsinergias e uma maior comunica-ção entre universidades, empresas,Governo e sociedade civil. A ideiado presidente é que se crie umavisão integrada e transversal dosproblemas e das soluções para que,desta forma, Portugal melhore a suacompetitividade nestes setores e

consiga identificar oportunidadesno mercado.

A AcquaLiveExpo – Água, Re-síduos e Ambiente, e EnergyLive-Expo – Energias Renováveis, Efi-ciência Energética, Climatização eMobilidade Elétrica homenageou,por meio da atribuição dos Prêmi-

os Carreira AcquaLiveExpo eEnergyLiveExpo, o Professor LuísVeiga da Cunha, no setor da água,e o Professor Veiga Simão, no se-tor da Energia. Ambos foram ho-menageados pela contribuição dadaao setor acadêmico, empresarial epolítico de Portugal.

Professor VeigaSimão recebe

homenagem porsua contribuição ao

setor acadêmico,empresarial e

político de Portugal

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por Francilene Lima, Contadora esócia-administradora da OSS ConsultingContabilidade e Consultoria de Negócios

Para não cair na malha finaodos os anos, durante o primeiro trimes-tre, o contribuinte brasileiro precisa ficaratento. É o momento de se informar sobre

os rendimentos obtidos em 2011 à Receita Federal edeclarar o Imposto de Renda. Este ano o prazo para aentrega foi dia 30 de abril e no caso de atraso, uma vezque existe o imposto, a multa é de 1% ao mês-calendá-rio ou fração de atraso, calculada sobre o total do im-posto devido apurado, ainda que integralmente pago,sendo o valor mínimo de R$ 165,74 e o valor máximode 20% do imposto sobre a renda devido. Mesmo nãohavendo o imposto, a multa é de R$ 165,67.

A entrega da declaração de ajuste anual do Impostode Renda Pessoa Física (IRPF) 2012 é obrigatória à pes-soa física residente no Brasil que ao longo de 2011obteve rendimentos tributáveis anuais acima de R$23.499,15 (incluindo salários, aposentadorias, pensões,aluguéis ou benefícios rurais); ou ainda rendimentosisentos, não-tributáveis ou tributáveis exclusivamentena fonte cuja soma foi superior a R$ 40.000,00. É,também, destinada àquele que teve ganho, em qual-quer mês, de capital na alienação de bens ou direitos,sujeito à incidência do imposto, ou que realizou ope-rações em bolsas de valores, de mercadorias, de futu-ros e assemelhadas; aos que adquiriram a posse ou apropriedade, em 31 de dezembro de 2011, de bens oudireitos (inclusive terra nua) com valor total superior aR$ 300.000,00; a quem obteve ganhos brutos superio-res a R$ 117.495,75 em atividades rurais compensan-do os prejuízos dos anos anteriores; e também aos ci-dadãos que passaram à condição de residente no Bra-sil em qualquer mês e nessa condição se encontravamem 31 de dezembro de 2011. É importante lembrar quea lei determina que bens e rendimentos fora do paístambém devem ser declarados.

A pessoa física que, em 2012, retirou-se do Brasilem caráter definitivo ou passou à condição de não-residente no Brasil, quando houver saído do território

em caráter temporário deverá apresentar a Comunica-ção de Saída Definitiva do País, a partir da data desaída e até o último dia do mês de fevereiro do ano-calendário subsequente. Além disso, também deveapresentar a declaração de Saída Definitiva do País re-lativa ao período em que tenha permanecido na condi-ção de residente no Brasil no ano-calendário da saídaou da caracterização da condição de não-residente, bemcomo as Declarações de Ajuste Anual corresponden-tes a anos-calendário anteriores se obrigatórias e aindanão entregues.

Os rendimentos recebidos de fontes situadas noBrasil pela pessoa física que se retirar em caráter per-manente do território nacional estão sujeitos à tributa-ção exclusiva na fonte ou definitiva a partir da data dasaída definitiva do País. São dispensadas da entregada declaração as pessoas que não se enquadrem emnenhuma das hipóteses de obrigatoriedades previstas,ou seja, os dependentes da declaração de outra pessoafísica. Mesmo sem estar obrigado, qualquer pessoa fí-sica poderá entregar a declaração. Caso de quem teveimposto retido na fonte durante o ano de 2011, tendodireito à restituição.

Para facilitar o preenchimento da declaração, é ne-cessário que o contribuinte organize com antecedênciatoda a documentação, evitando a entrega da declaraçãode última hora ou preenchimento das informações comerros. Para tanto, o contribuinte deve separar todos osrecibos de gastos com educação (faculdades, colégios,etc.); gastos com saúde (planos de saúde, exames, den-tistas, remédios, etc.); doações; pensão alimentícia,comprovante anual de rendimentos; recibos ou con-tratos de aquisição de bens móveis e imóveis.

Devido às inúmeras particularidades na hora de pre-encher uma declaração de imposto de renda, o ideal éque o contribuinte busque ajuda de um contador comexperiência para auxiliá-lo com rigor e evitar proble-mas futuros com o fisco.

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informe publicitário

ano de 2012 começou cheio de novida-des no Aquiraz Riviera, maior complexoturístico-imobiliário do Ceará. Os sócios

do empreendimento já podem usufruir gratuitamentedas piscinas adulto e infantil e das quadras de tênis epoliesportiva do Golf Club House. Para os clientes ex-ternos, o custo mínimo é de R$ 50,00 em consumaçãona área das piscinas e de R$ 50,00 a hora no uso dasquadras, que, em breve, receberão torneios e eventosesportivos.

Com o visual paradisíaco de um campo de golfecom vista para o mar, o Club House do Aquiraz Riviera

O também vem sendo muito procurado por quem buscacharme, requinte e sofisticação para eventos. Grandesfestas, como casamentos, formaturas e aniversários de15 anos estão sendo realizados no local, que tem capa-cidade para até 250 convidados e toda uma estrutura,que vai do mobiliário do restaurante ao estacionamen-to, para tornar qualquer evento ainda mais especial.

O Hotel Dom Pedro Laguna, primeiro equipamentoa ficar pronto no complexo e já em pleno funciona-mento, também está com boas novidades. No mês demarço, o hotel inaugurou seu Centro de Convenções,idealizado para receber eventos empresariais, treina-mentos, congressos e reuniões. Integrado à beleza dolocal e ao meio ambiente, o novo espaço possui 415 m²e conta com um salão master com capacidade para re-ceber 400 pessoas em um auditório com pé direito decinco metros.

Entre os eventos já realizados no novo Centro deConvenções, estão a Reunião dos Governadores doNorte e Nordeste do Rotary Club (Regonne) e o cursoEstratégias para Inovação em Novos Mercados, pro-movido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), entidade daFederação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec),com a Wharton School, da Universidade da Pensilvânia.

Novidadesao som do marJá consolidadono mercado esempre inovando,o Aquiraz Rivieraampliou recente-mente sua estru-tura de lazer,oferecendo aindamais diversão econforto aos seusclientes e aosvisitantes

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Centro deConvenções Dom

Pedro Laguna

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ceará | desenvolvimento por Jacylete Abreu

ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS E AUMENTO DAS RELAÇÕES COMERCIAISENTRE O CEARÁ, PORTUGAL E DEMAIS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA.ESTES SÃO OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DO NOVO PROGRAMA DA CBP-CE

DE OLHO NOINTERIOR

longo e médio prazo, adescentralização de inves-timentos no Estado do

Ceará, contribuindo para a fixação dohomem no interior graças às novas opor-tunidades, será um dos principais be-nefícios do programa da Câmara Brasil-Portugal no Ceará para voltar os olharesde investidores para os municípios doCeará, além de amenizar as consequên-cias negativas dos excessos de investi-mentos concentrados apenas na gran-de Fortaleza e promover o desenvolvi-mento do estado como um todo.

Para o presidente da CBP-CE, JorgeDuarte Chaskelmann, “se analisarmosas necessidades dos municípios cearen-ses verificamos que existe uma amplapossibilidade de investimento em mui-tos setores, já que as taxas de cresci-mento são muito superiores, neste mo-mento, à média geral do Brasil.”

De acordo com Chaskelmann, a Câ-mara está analisando municípios poten-ciais e a escolha será feita seguindo umaordem de conformidade com o interes-se demonstrado por cada prefeitura naaderência ao projeto. “Vamos iniciar por

Iguatu, seguir por Juazeiro do Norte,Sobral, Tauá, Caucaia e Maracanaú.Acreditamos que tais municípios, cen-tros urbanos médios em grande cresci-mento, serão muito mais receptivos aesse tipo de parceria e investimento e,com certeza, o acolhimento dos prefei-tos, vereadores e empresários será maisfácil, assim como o apoio da sociedadelocal”, contextualiza o presidente.

Ratificando a declaração de JorgeChaskelmann, o prefeito de Iguatu,Agenor Neto, esteve na Federação dasIndústrias do Ceará (Fiec) no dia 21 demarço para apresentar o projeto “A Dé-cada de Ouro”, que prepara o municí-pio para receber, nos próximos anos,vários investimentos em diversas áre-as. Por quase duas horas, o prefeito deIguatu apresentou aos presidentes dasCâmaras Brasil-Portugal e Brasil-Ango-la, Jorge Chaskelmann e Roberto Mari-nho, respectivamente, e a um seleto gru-po de empresários estrangeiros, aspotencialidades do município para re-ceber investimentos internacionais.

A iniciativa ilustra bem o motivo peloqual Iguatu encabeça a lista de municí-

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pios no novo programa da CBP-CE. “Fi-camos impressionados com o dinamis-mo do gestor de Iguatu, que preparou oseu município para receber, nos próxi-mos anos, vários investimentos em di-versas áreas. Sem dúvidas, Iguatu é umacidade que merece uma atenção especi-al. Nós, que pertencemos ao grupo depaíses de língua portuguesa, tanto naEuropa quanto na África, que vem pro-curando locais no interior do Ceará pararealizar grandes investimentos, sentimosconfiança e solidez na forma como o mu-nicípio nos foi apresentado”, declarouRoberto Marinho.

“O programa da CBP–CE para atrairolhares de investidores a pequenos emédios municípios cearenses chega nummomento providencial. Em consequên-cia da crise na Europa, empresários pro-curam locais para realizarem investimen-tos”, lembrou Jorge Chaskelmann. E con-tinuou: “Obviamente que falamos noCeará por ser esta a nossa base de atua-ção. Entretanto, este programa é um exem-plo a ser seguido pelos demais Estados,sobretudo aqueles que sediam câmarasportuguesas a exemplo da nossa.” Jorge Duarte Chaskelmann,

presidente da CBP-CE

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por Hélio G. Barros, secretário de EducaçãoSuperior do MEC, ex-secretário de C&T doEstado do Ceará e coordenador de projetos deCooperação na África, com apoio CNPq/TWAS

A África que surpreendes ilhas de Cabo Verde formam um dosmenores países da África. A partir da in-dependência, em 1975, esse país de 4 mil

quilômetros quadrados começou a construir as condi-ções de estabilidade político-administrativa e econô-mica que o elevaram, em 2007, à categoria de país emdesenvolvimento. O Banco Mundial e outros organis-mos confirmam anualmente suas análises favoráveis,dando-lhe sempre o status de país confiável e sério.

Se a reputação conquistada nos organismos inter-nacionais derivou, na política, a boa governança ealternância democrática sem corrupção, a nova atitu-de que valoriza a educação merece igual respeito pelaconsideração dada ao ensino básico. As novidadesnos dois campos são exemplares, mas a educação nosinteressa particularmente porque conta com o apoioda cooperação técnica brasileira.

A novidade política, que deve inspirar países queconvivem com elevados índices de corrupção no se-tor público, foi a recente concessão do prêmio MoIbrahim ao ex-presidente da República, Pedro Pires,entregue na Tunísia no dia 12 de novembro passado.

O prêmio Mo Ibrahim é uma espécie de Nobel dopolítico honesto, iniciativa africana criada para pro-mover o debate sobre boa governança na África e re-conhecer líderes africanos que, ao terminar seus man-datos eletivos, deixam o legado da honradez e da ati-tude democrática. Nos dois aspectos, Pedro Pires éexemplo magnífico de probidade e respeito às regrasdemocráticas. Este registro é também o depoimentode quem conviveu com esse homem de hábitos sim-ples e discretos.

A novidade educacional não é menos instigante,porque mexe com as nossas próprias necessidadeseducacionais, pelo tamanho do déficit brasileiro noensino básico. A solidez da orientação caboverdianarevelou-se em dois momentos: em 2008, quando ne-gociei com o Ministério da Educação a adoção de um

programa de ensino de português e matemática; e em2010, colaborando com o I Encontro de Investigaçãoe Desenvolvimento (Enid) destinado a avaliar o futu-ro da C&T no país.

Convidado para liderar o evento, que contou comquase duzentos participantes locais e da diáspora –professores em universidades americanas e europeias– o então presidente da República Pedro Pires apoioua iniciativa, mas deu o recado. Exortou-os a dar aten-ção ao ensino básico: "Provavelmente errado é o modocomo lidamos com a Educação, Ciência e Tecnologia.Falamos de qualidade e excelência na educação sem,contudo, dizer como se conseguem, nem como seavaliam os ganhos, quando, na verdade, parte signifi-cativa dos alunos transita do ensino secundário parao ensino universitário sem dominar plenamente a lín-gua portuguesa ou as noções fundamentais da mate-mática, duas disciplinas indispensáveis ao desenvol-vimento do pensamento abstrato, característico da vidae da ação criadora em sociedade."

No Enid prevaleceu a consciência de que ciência eensino superior não podem evoluir à custa do ensi-no básico e que sem alunos bem formados o ensinosuperior pode ser mais problema que solução. Asrecomendações finais enfatizaram a importância doensino de português e matemática, confirmando de-cisão anterior do Ministério da Educação que acei-tou, em 2008, oferta do Brasil para capacitar professo-res de matemática e português do ensino médio e fun-damental. A meta, nada modesta, de treinar 100% doprofessorado do ensino médio formado em matemáti-ca, em quatro anos, foi atingida e em 2012 a Coordena-ção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior(Capes) financiará a fase 2 do curso que será a porta deentrada para o mestrado presencial e à distância.

MEC/Capes, MRE/DEAF e MCT/CNPq uniram-separa financiar o "Programa Linguagem das Letras edos Números", executado por instituições do Ceará,

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Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Em julho eagosto, grupos de 160 professores virão ao Brasil paracurso de 30 dias, com oito horas diárias, muito con-teúdo e extensa programação cultural. "Fomos ao paísdo carnaval e encontramos o país do trabalho", rela-tou o líder do primeiro grupo à ministra da Educa-ção, ao regressar do Brasil em 2008. Resultado imedi-ato a proposta de aumentar uma hora de aula de ma-temática por semana no currículo oficial do país.

A cooperação brasileira apoiou ações complemen-tares em olimpíada, ensino à distância, portais deensino e avaliação. A olimpíada talvez seja o melhorexemplo que define essa cooperação, porque realça aatitude caboverdiana de valorizar a educação e assu-mir seu próprio destino.

A Olimpíada de Matemática da Escola Pública deCabo Verde foi construída por professores que vie-ram ao Brasil em 2008 e docentes da universidadepública. Com recursos próprios do Ministério daEducação, a olimpíada contou com 5 mil crianças em

2010. Parecia muito, mas neste ano de 2011 foram 15mil crianças do 8º ao 12º ano, quase 30% do total dasmatrículas no ensino secundário (54.406 alunos). Nadaque se compare às estatísticas brasileiras, mas impres-sionante em um país de 500 mil habitantes.

A área de português tem a mesma expectativa demestrado à distância e olimpíada nos moldes do pro-jeto brasileiro conduzido pelo Centro de Estudos ePesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária- Cenpec, com apoio do MEC/Capes.

Diante de décadas de notícias ruins, reconforta vero exemplo de coerência de uma nova África afinadacom as questões do conhecimento e de um pequenopaís sério e comprometido com a matematização doensino e a transformação do português, que deixaráde ser apenas a língua falada oficialmente para serinstrumento de trabalho das novas gerações.

Fonte: Valor Econômico

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gastronomia | regional

descoberta desta precio-sidade foi-me provocadapelo meu amigo Clerton

Martins, pois quando não falamos deMaracatu, a conversa termina em co-mida. Exagero meu. Também falamos deoutras coisas. Mas, de fato, foi o Mara-catu que nos aproximou, e a partir daípercebemos que poderíamos ser ami-gos. A comida veio depois. E falandode tradições, perguntou-me se já tinhaexperimentado o tira-gosto (petisco) tãotradicional em Fortaleza: a famosa piabacom cachaça. Não, não conhecia nemnunca tinha ouvido falar. Ficou a pro-messa da prova, que se cumpriu.

A nossa aventura começou de ma-nhã no mercado de peixe e mariscono topo da Avenida Beira Mar (Mucu-ripe), onde depois de perguntar se ti-nham “piaba”, recebemos resposta ne-gativa. Continuando o passeio pelasbancas, inesperadamente, estava umcesto de peixes pequenos, que, quan-do perguntamos ao vendedor de quepeixe se tratava, ele respondeu: “piabi-nha”. Ora, tesouro encontrado! Com-prar o produto fresco é outro prazer.E o vendedor nos informou que aque-la tinha sido pescada no Titanzinho,praia depois do farol onde as águassão mais tranquilas. Para mim surge aprimeira dúvida. Tinha lido que a“piaba” era um peixe de rio, que sobepara desova e depois desce para as pro-

A

PIABA oumanjubinha?

por Virgílio Nogueiro Gomes

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ximidades do mar. Qual era o rio que de-saguava no Titanzinho? O Cocó? O Cea-rá? A geografia não estava certa. Esta ques-tão ficaria para depois.

Importante, agora, era encontrar alguémque pudesse fritar os nossos peixes deacordo com a tradição local. A tradiçãode piaba frita era presença nas praias juntoao porto, onde todas as barracas, oubotecos, confeccionavam. Em viagem gui-ada, o meu amigo Clerton me levou peloinício da Praia do Futuro (que futuro?),mostrando-me os locais abandonados e asnovas barracas que nasceram, expandin-do as fixações na praia, as novas modas eum novo conforto. Por minha sugestão pa-ramos na Barraca Cabumba, onde conhe-ço as proprietárias e, pelo que lá tenhocomido, pareceu-me que teriam condiçõesde prepararem as nossas “piabas”. A Mô-nica aceitou o desafio.

Dona Ana se preparou paraconfeccionar as nossas “piabas”.Explicou-me como se faz segun-do o modo tradicional. Primeirotemperam com sal fino, depoispassam as piabas por farinha detrigo, onde se encontram peda-cinhos de alho. Em seguida, ésó fritar bem em óleo abundan-te. Fritar bem significa que opeixinho fica tão bem frito quese come a totalidade, da cabeçaao rabo. Lá avisou o empregadode mesa que as “piabas” estavamprontas. Restava escolher as be-bidas e, segundo me contouClerton, seria apenas cachaça. Aífiquei pronto para o ritual, ape-sar de uma expectativa duvido-sa. Chegaram as “piabas” bemaconchegadas sobre folhas de alface e commeias limas (ou limões). E a cachaça.

Aguardei a demonstração do meu ami-go que engole um trago de cachaça, chupameia lima (ou limão) e depois mastiga a“piaba”. Neste momento já tínhamos tam-bém à mesa a minha amiga Marcela, cario-ca, que explica o seu modo para degustareste petisco: primeiro engole a cachaça eem seguida espreme a lima (ou limão) so-bre a “piaba” que mastiga de imediato. Opteipor esta sugestão. “Primeiro estranha-se,depois entranha-se”. Eis uma das grandesaventuras prazerosas de comer! Eu a fazeresta experiência e a lembrar-me dos nos-sos “joaquinzinhos” com uma saladinhade feijão-frade, mas bebendo um tinto leve.Quanto à cachaça só me lembrava dos gran-des trabalhos agrícolas durante os quaisse “matava o bicho” com bacalhau desfei-to e um copito de aguardente.

Voltando à “piaba”, soube que esta tam-bém pode entrar num prato completo acom-panhada por um verdadeiro ícone do Nor-deste Brasileiro, que é o sempre presente“baião de dois”: arroz, feijão de corda,queijo de coalho e manteiga de garrafa.

Soube ainda que há algumas varian-tes, ou antecedentes. Em vez do sal finotambém se usava, outrora, sal grosso. Emvez da farinha de trigo peneirava-se vári-as vezes farinha de mandioca até obterum pó fino. Também tive notícia que emcasa se pode assar na brasa, apenas pol-vilhada com sal grosso.

Na praia surgem com frequência ven-dedores de “piaba”, que foram fritas e en-

Virgílio Nogueiro Gomesé cronista gastronômico português

fiadas num espeto feito de um galho demadeira. A que adquiri continha 13“piabas”, número de sorte ou azar?! Senti,neste caso, muitas saudades da ASAE…

Interessantes foram as discussões se-guintes à minha experiência. Converseicom várias pessoas, inclusive profissio-nais de cozinha, não chegando a acordosobre os peixes que lhes apresentava, so-bretudo em cru. Para uns eram “piabas”,para outros eram “manjubinhas”. Houveaté um que afirmava serem sardinhas pe-quenas. Aí interrompi dizendo que sardi-nha conhecia eu muito bem e definitiva-mente não eram. Ainda houve quem medissesse: o peixe é o mesmo, se apanha-do no rio é “piaba”, se apanhado no maré “manjubinha”. Não transformei essa dis-cussão num impedimento para esta crô-nica. O bom foi ter comido um peixinhofrito, regado de sumo de lima (ou limão),acompanhado por uma boa cachaça. Emais importante ainda, e uma prática quese está perdendo, é o ato convivial à voltade um tira-gosto (petisco), ou um pratogenuíno recolhido de tradições locais.

Vim depois a descobrir que há um“Maracatu Piaba de Ouro” celebrando 35anos este ano, na Cidade Tabajara, Olinda,em Pernambuco. Descobri ainda que emlinguagem popular se usa a expressão“piaba” quando se trata de apelidar umnegócio pequeno ou questão de poucaimportância.

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38 Brasil-Portugal no Ceará

cultura | literatura

Para quem deseja estar bem prepara-do na hora de fazer um concurso, o vo-lume 33 da coleção Sinopses Jurídicasjá está à disposição do público nas prin-cipais livrarias do Brasil. Redigido porautores com vasta experiência em cursospreparatórios, o volume Direito Interna-cional – Público, Privado e Comercialfoi escrito pelos autores Diego AraújoCampos e Fabiano Távora.

A exposição didática do texto, aliadaao seu caráter sintético, garante umaobra de consulta rápida e eficaz, namedida certa para quem tem muito arelembrar e pouco tempo livre. O volume33 trata dos seguintes temas: o direito

Ajuda para concurseirosinternacional e a sua evolução histórica;sujeitos de direito internacional público;a carta da ONU e os acordos regionais;direito internacional dos direitos huma-nos; direito internacional econômico; di-reito do comércio internacional; meiospacíficos e não pacíficos de solução decontrovérsias; o mar e o direito interna-cional; direito internacional privado,entre outros.

SERVIÇO:Sinopses Jurídicas - Direito InternacionalPúblico, Privado e ComercialAutores: Diego Araújo Campos e Fabiano TávoraEditora: SaraivaPreço: R$ 42,00

por Sarah Coelho

A história é real e aconteceu com amenina Bianca. Anos depois, passoupara o papel, ganhou ilustrações e vi-rou livro. O Papagaio, batizado deBissolu, estava preso em uma linha depipa quando foi avistado por Bianca,então com cinco anos de idade. Naépoca, a menina estava estudando so-bre o meio ambiente e a preservaçãodos animais, e exigiu que a mãe,Karine Raffaelli, tomasse uma provi-dência. Depois de esperar um poucopara ver se o papagaio conseguiria sesoltar, elas resolveram chamar os bom-

Por amor aos animaisbeiros, que logo chegaram e devolve-ram a liberdade ao pássaro.

Karine Rafaelli, que já costumavaescrever sobre assuntos cotidianos, pas-sou para o papel a saga de Bianca eBissolu, o que deu origem ao livro “OPapagaio Bissolu”, lançado pela Dedode Moças Editora. Boa parte do encan-to da publicação vem das ilustrações deRafael Limaverde, que traduziu a histó-ria em belíssimas imagens, com traçosligeiramente geométricos, mas repletosde cores e texturas que suavizam oresultado final.

SERVIÇO:O Papagio BissoluAutora: Karine RafaelliEditora: Dedo de MoçasPreço: R$ 20,00

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O barulho e o cheiro dasruas, as luzes e as pessoas deuma cidade com suas mil fa-ces. A coletânea dos 21 tex-tos do livro Metropolis, publi-cado pela LaBarca Editora,surgiu da ideia de sete jovensescritores de traduzir cenasdos grandes centros urbanosem narrativas divididas nostrês momentos do dia: ma-nhã, tarde e noite. Com umtítulo que faz referência dire-ta a “polis“ (cidade no gre-go), o livro traz recortes dodia a dia de zonas urbanascomo São Paulo, Rio, e so-bretudo, Fortaleza.

Os escritores Anna Karine,

Fernanda Meireles, FláviaOliveira, Joice Nunes, JorgePieiro, Natércia Pontes e Ma-riana Marques casaram o ta-lento da escrita com a vivên-cia e experiência de vida nasmetrópoles. Entre contos escri-tos livremente – sob o estilo eo olhar de cada um – é possí-vel reconhecer nas entrelinhasdos textos os amores, fatos elugares que envolvem a dinâ-mica própria da zona urbana.A cidade de Fortaleza recebereferências mais contundentespor fazer parte, de algumaforma e em algum momento,da morada e da vida de todosos sete escritores.

Contos urbanos

As memórias de um passado en-trelaçado continuam a aproximarBrasil e África. Com as marcas deum mesmo colonizador, as vias queunem as margens ribeirinhas doAtlântico Sul inventam, com a che-gada do século XXI, uma nova ma-neira de se relacionar. Do passadoda diáspora africana às novas cone-xões internacionais das diplomaci-as, empresas, culturas, sociedades evalores.

É exatamente este o mote do li-vro África Parceira do Brasil Atlân-tico: Relações Internacionais doBrasil e da África no Início do Sé-culo XXI, de José Flávio SombraSaraiva, professor titular de Rela-

Relação renovadações Internacionais da Universidadede Brasília (UNB) e diretor geral doInstituto Brasileiro de Relações In-ternacionais (IBRI). O autor propõeo conceito de atlantismo brasileiro,um modo próprio de construir rela-ções internacionais com os africa-nos, plasmado por cooperação, tro-cas materiais e paz no grande ocea-no que une o Brasil ao continenteafricano, diferente do que fizeramos colonizadores no passado ou osinteresses chineses na África atual.

SERVIÇO:África Parceria do Brasil AtlânticoAutor: José Flávio Sombra SaraivaEditora: Fino TraçoPreço: R$ 30,00

SERVIÇO:MetropolisAutores: Mariana Marques,Anna Karine, Fernanda Meireles,Flávia Oliveira, Joice Nunes,Jorge Pieiro e Natércia PontesEditora: La BarcaPreço: R$ 20,00

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40 Brasil-Portugal no Ceará

vez mais. O problema é o “timing” damedida. Seria este o momento certo paradar um aumento desta magnitude?; iv) tam-bém joga contra o sistema econômico apesada carga tributária existente no Brasil.Esta política afeta indistintamente todosos setores produtivos (exceto o micro-pro-dutor) da economia. E afeta deleteriamen-te o setor exportador, pois embora a con-venção internacional proíba a “exportaçãode impostos”, a sistemática brasileira de,para alguns impostos, “cobrar por den-tro”, embute a cobrança de imposto sobreimposto e isto encarece o produto brasi-leiro para exportação.

No que se refere ao poder do Estado doCeará em influenciar o sistema econômi-co via política econômica, sua capacidadeé muito limitada, haja vista que ele só podeexercer qualquer influência via política fis-cal, isto é via política tributária (via ICMS)ou via política de gastos (principalmentepolítica de investimentos). Aqui a situa-ção do Estado do Ceará é muito promis-sora. Veja-se que o Governo Estadual apre-goa que deverá investir, até 2014, algo emtorno de R$ 30 bilhões por ano. Conside-rando que o PIB cearense está estimadoem algo em torno de R$ 84 bilhões, uminvestimento dessa magnitude representa3,57% do PIB. Aceitando a estimativa deque o “multiplicador do investimento” noCeará alcança o valor de 2, então isto re-presentaria um aumento de R$ 6 bilhões/ano, ou uma taxa de crescimento do PIBda ordem de 7,14% nesta variável. Mes-mo considerando que o “multiplicadordos investimentos” não alcance 2, mas fi-que em 1, ter-se-ia um aumento no PIB daordem de 3,57%. Mas é claro que o resul-tado final dependerá do que vai acontecercom as exportações, com as importações,com o consumo final, com o resultado lí-

As perspectivas daeconomia do Ceará em 2012

crescimento da economiacearense em 2012 está a depen-der de muitos (e de difícil pre-

visão) fatores. Dentre estes, podem-se con-siderar como os mais importantes, os se-guintes: a) o desenrolar da crise mundial;b) as medidas de política econômicaadotadas pelo governo de nível superior eseus possíveis impactos sobre a economia;c) as medidas de política econômicaadotadas pelo governo local e seus possí-veis efeitos sobre a economia local; d) ocomportamento dos entes econômicos lo-cais; e, e) as potencialidades do sistemaeconômico do Estado.

Estando o Ceará inserido no Brasil, nãose pode negar que o que acontecer com aeconomia nacional terá reflexos na econo-mia cearense. Neste caso particular, a eco-nomia do Estado depende de maneira cru-cialmente importante das medidas ado-tadas pelo Governo Federal. No caso es-pecífico do Brasil, existem alguns fatos quemerecem destaque: i) o primeiro é a extra-ordinária valorização do Real, a ponto dese registrar a moeda nacional como a quemais se valorizou no último ano. Esta éuma política anti-exportação e pró-impor-tação; ii) por outro lado, a extremamentealta taxa de juros cobrada nas transaçõesfinanceiras também se soma em seu as-pecto deletério à sobrevalorização do Real,no sentido em que aumenta os custos dasoperações de contrato de câmbio, prejudi-cando os exportadores. Além disso, taxade juros elevada é quase sinônimo de bai-xo investimento. Portanto, também signi-fica falta de inovação, falta de modernidadeno parque fabril, falta de absorção de no-vas tecnologias etc.; iii) deve-se somar aisto, a política de aumento do salário mí-nimo bem acima da inflação. Não é quenão se queira que o trabalhador ganhe cada

O

ESPAÇO IBEF

quido das ações do Governo etc. Mas oGoverno Estadual ainda pode usar a polí-tica fiscal, via FDI, para promover a entra-da de novas indústrias no Ceará, aumen-tando, assim, a taxa de investimentos naeconomia. Portanto, embora o Ceará apre-sente um forte contraponto às políticasdeletérias federais, será o embate dessasforças que determinará a taxa de cresci-mento final a ser obtida pelo Estado.

Vale ressaltar que de acordo com váriosestudos veiculados pela imprensa, mui-tas são previsões para a taxa de crescimen-to da economia brasileira para este ano de2012. Desta forma, tem-se: a) o “mercado”estima que a economia brasileira não de-verá crescer mais que 2,5%; b) o GovernoFederal aposta em um crescimento acimade 3% (o Banco Central trabalha com umataxa de 3,4%); c) o FMI, de acordo com oúltimo World Economic Outlook (de 24de janeiro de 2012), estima a taxa de cres-cimento para o PIB brasileiro em 3%. As-sim, talvez não seja absurdo imaginar quea economia brasileira crescerá, em 2012,em torno de 2 a 3%.

E a economia do Ceará? Como se sabe,nos últimos anos, a economia cearense temcrescido mais que a economia brasileira.Há algum indício que este fenômeno semodificará? Não, não há. Portanto é de seesperar que a economia do Estado cresçaao derredor dos 4% este ano. Aliás, deacordo com o trabalho do IPECE, “Perspec-tivas da Economia Cearense para 2012”,(IPECE – Informe Nº 22, dezembro de 2011),a estimativa do Governo Estadual é que aeconomia do Ceará cresça 5% neste ano.

por Pedro Jorge Ramos Vianna,presidente do Econometrix

e diretor do IBEFCE

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Jan-Fev-Mar 2012 41

gu

ia de sócios | cbp-ce

ADVOCACIA• Albano Rocha• Albuquerque Pinto Advogados• Aloísio Pereira Neto Advocacia• Cid Marconi Advocacia S/C• Colares Advocacia - Assessoria eConsultoria Especializada• Helder Nascimento Advogados• José Airton Batista Lima• Marcos Vinícius Cavalcanti Soares• MZG Advogados• Oliveira Freitas Advogados• Rebouças Porto &

Praça Advogados Associados• Tarcísio Rebouças Porto Júnior• Trigueiro Fontes Advogados

AGÊNCIA DE VIAGENS• Casablanca Turismo• Catavento Viagens e Turismo• Discovery Tour• Naja Turismo Ltda.

AGÊNCIA DE PUBLICIDADE• Caramelo Comunicação

AGENTES DE INVESTIMENTOS• Agesco Brasil Participações Ltda.• Aquiraz Investimentos Turísticos S.A.• Marbello Prasa Empreendimentos

Turísticos S.A.

AGRONEGÓCIOS• Terra Quente Agropecuária Ltda.

ALIMENTOS• Domaine Montes Claros Importadora Ltda.• M. Dias Branco Indústria e

Comércio de Alimentos Ltda.

AQUICULTURA• Universo Criação de Pescados

Importação e Exportação Ltda.

ARQUITETURA• Nasser Hissa Arquitetos Associados

ASSESSORIA DE IMPRENSAE COMUNICAÇÃO• AD2M Engenharia de Comunicação• Caramelo Comunicação• Via Press Comunicação

AUDITORIA CONTÁBIL• Deloitte Touche Tohmatsu• KPMG Auditores Independentes• Marpe Contadores Associados• M&M Assessoria Contábil

BANCOS COMERCIAIS• Banif - Banco Internacional do Funchal

(Brasil), S.A.

CASA DE CÂMBIO• Fitta Câmbio

COMÉRCIO DE MEDICAMENTOS• Panorama Comércio de Produtos

Médicos e Farmacêuticos Ltda.• Pharma Scalabis Ltda.

COMÉRCIO EXTERIOR• Ceará Trade Brasil• Henrique Diamantino Freire Gonçalves• LGA Gerenciamento de Negócios• Pharma Scalabis Ltda.• Silvana Maria Marques Vidal

• Trade Way• Universo Criação de Pescados Importação

e Exportação Ltda.

COMUNICAÇÃO EIMPRESSÃO DE JORNAIS• Empresa Jornalística O POVO

CONSULTORIA E ASSESSORIA• Concremat Engenharia e Tecnologia S.A.• CPLP - Consultoria• ELEVUS People & Business Results• IBI Engenharia e Consultoria S/S• Interglobal Negócios Imobiliários Ltda.• Luis Henrique Mascarenhas Correia Silva• M&M Assessoria Contábil• Marcos Vinícius Cavalcanti Soares• OSS Consulting• RV Consultoria Desenvolvimento

de Negócios Ltda.• Singular Consultoria Empresarial Ltda.• VIVA Negócios Imobiliários e Consultoria

em Marketing Ltda.

CONSULTORIA/ASSESSORIADE MEIO AMBIENTE• Ampla engenharia Ltda.• Braselco -Serviços Comércio

de Equipamentos e Participações Ltda.• Geoconsult - Consultoria, Geologia

e Meio Ambiente Ltda.• Terra Quente Agropecuária Ltda.

CONTABILIDADE• Climene Porto Soluções

em Contabilidade e Negócios• M&M Assessoria Contábil• Marpe Contadores Associados• OSS Consulting

DESPACHO ADUANEIRO• LGA Gerenciamento de Negócios

EDUCAÇÃO• Business Institute de

Campinas Ltda. (IBE-FGV)• IPCP - Instituto para Capacitação

Profissional

ENGENHARIA• Ampla engenharia Ltda.• Braselco -Serviços Comércio

de Equipamentos e Participações Ltda.• Caravela Construções e Empreendimentos

Imobiliários Ltda.• CMM Engenharia Ltda.• Concremat Engenharia e Tecnologia S.A.• CONFAHT - Construtora Holanda Ltda.• Doca Construções Ltda.• Fibra Engenharia• IBI Engenharia e Consultoria S/S- Infante

Santo Empreendimentos Imobiliários Ltda.• Socorpena Contruções

EVENTOS• Brilhante Eventos (Montagem de Eventos)• Pirata Bar Turismo Promoções• Prática Eventos• Stylo Serviços Temporários Ltda.• Via Press Comunicação

GERAÇÃO DE ENERGIA• Armando Leite Mendes de Abreu• Braselco -Serviços Comércio de

Equipamentos e Participações Ltda.

• EDP - Energias do Brasil• MARTIFER Group

GRÁFICAS• Gráfica Editora R. Esteves Tiprogresso Ltda.

HOTELARIA• Aquiraz Investimentos Turísticos S.A.• Dom Pedro Brasil EmprendimentosTurísticos Ltda.• Hotel Luzeiros• Hotel Oásis Atlântico• José Augusto Pinto Wahnon• Marbello Prasa EmpreendimentosTurísticos S.A.• Pedro Manuel Oliveira Netto Brandão• Vila Galé Cintra - Brasil Ltda.

IMÓVEIS• A Predial Administradora Cearensede Bens e Imóveis Ltda.• Agesco Brasil Participações Ltda.• Alessandro Belchior Administraçãode Imóveis Ltda.• Aquiraz Investimentos Turísticos S.A.• Carlos Manuel de Sousa Campos• Doca Construções Ltda.• Dom Pedro Brasil EmpreendimentosTurísticos Ltda.• Huga Mendes Oliveira• Humberto Ary Romcy Sanford Lima• In's Brasil ( Christie's Great Estates )• Infante Santo EmpreendimentosImobiliários Ltda.• Interglobal Negócios Imobiliários Ltda.• LusoInvest - InvestimentosImobiliários Ltda.• Marbello Prasa EmpreendimentosTurísticos S.A.• MEGA Administração de Imóveis Ltda.• Tarcísio Rebouças Porto Júnior• VIVA Negócios Imobiliários eConsultoria em Marketing Ltda.

IMPORTADORA DE VINHOS• Domaine Montes Claros Importadora Ltda.

MOVELARIA• Ronega e Continuitá

NOTÁRIO• Cláudio Martins

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS• Wilson Luiz Monteiro Ferreira(Limpeza Indústrial)

RECURSOS HUMANOS• ELEVUS People & Business Results

RESTAURANTES E SIMILARES• Pirata Bar Turismo Promoções

SEGUROS• CesceBrasil Seguros

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO• Additive - Tecnologia Brasil Ltda.• All At Work Informática• Iativa Tecnologia e Comunicação Ltda.• Xsolutions Comercial de Informática Ltda.

TRANSPORTES/LOGÍSTICA• Brandão Filhos Fortship AgênciaMarítima Ltda.• Carlos Maia• Tap-Air Portugal- Transportes Aéreos Portugueses

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42 Brasil-Portugal no Ceará

MaioDia 7Futura Trends 2012www.seminariofuturatrends.com.br

De 9 a 11Fórum Brasil - ÁfricaCooperação, Oportunidadese Desenvolvimentowww.forumbrasilafrica.com

De 8 a 12Tektónica - Feira Internacionalde Construção e Obras Públicaswww.tektonica.fil.pt

Dia 15Almoço de Negócios: Potencialde Atração de Investimentosdo Município de Iguatuwww.brasilportugal.org.br/ce

De 17 a 20Expo Tic (*) - 1º Salão dasTecnologias de Informaçãoe Comunicaçõeswww.fil-angola.co.ao/

De 17 a 24Missão Brasil - Cabo Verdewww.cearatradebrasil.com.br

De 30/5 a 2/6Ambiente Angola -2ª Feira Internacional deAmbiente, Equipamentos,Serviços e Tecnologias Ambientaiswww.fil-angola.co.ao/

agen

da

| Câm

ara

De 1o a 4Seminário Internacional"Gestão dos Recursos Hídricosem Rios Intermitentes"www.praricanet.com.br

De 10 a 1218a Intermodal South Americawww.intermodal.com.br

De 23 a 27Missão à Feira de HannoverAlemanhawww.sfiec.org.br/cin/

De 24 a 26ExpoVinis Brasilwww.exponor.com.br/expovinis/

AbrilDia 1o

Celebrações do Diade Portugal no Ceará 2012

De 14 a 17Salão Exportar Angola -2º Salão de Exportação de Angolawww.fil-angola.co.ao/

De 19 a 22All About Energywww.allaboutenergy.com.br

De 21 a 24SIMA - Salão Imobiliário de Angolawww.fil-angola.co.ao/

Dias 21 e 22ADIT INVEST 2012www.adit.com.br

Junho

Mais informações eatualizações no sitewww.brasilportugal.org.br/ce

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