revista adpec ed. 3 - ceará sem defesa

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ENTREVISTA DEFENSORA PÚBLICA GERAL MARIANA LOBO FALA DOS PLANOS À FRENTE DA INSTITUIÇÃO Ceará sem defesa Ceará sem defesa A Adpec promove uma verdadeira cruzada, em prol da Defensoria e de seus assistidos, com mobilizações no Parlamento, audiências públicas no Interior e uma campanha pela ampliação do orçamento da Instituição para o preenchimento de todos os cargos vagos da carreira Edição anual nº 03 Municípios sem defensor Municípios com defensor

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Revista ADPEC - Edição 3

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ENTREVISTA DEFENSORA PÚBLICA GERAL MARIANA LOBOFALA DOS PLANOS À FRENTE DA INSTITUIÇÃO

Cearásem defesa

Cearásem defesa

A Adpec promove uma verdadeira cruzada, em prol da Defensoriae de seus assistidos, com mobilizações no Parlamento, audiências

públicas no Interior e uma campanha pela ampliação do orçamento daInstituição para o preenchimento de todos os cargos vagos da carreira

Edição anual nº 03

Municípios sem defensor

Municípios com defensor

EDITORIAL Sandra Sá

"Nada proporciona melhor capacidadede superação e resistência

Encerrando mais um ano à frente da Adpec, observo todas as di�culdades e os desa�os encontrados no decorrer de 2015 como oportunidades de ver novos caminhos de

luz, luta e con�ança nos nossos propósitos classistas.

Exsurge da resistência às adversidades a certeza de que somos movidos pelo desejo de democratização do acesso à Justiça, contribuindo na emancipação e no resgate da cidadania de grande parcela da população cearense.

Sabemos que a tarefa não é fácil, pois percebemos toda conjuntura de crise política e econômica que se instaurou no país, mas nossa união, pautada no diálogo horizontal e no respeito às diferenças, será o pilar de nossa vitória.

A Defensoria Pública serve de instrumento apto a viabilizar o acesso à ordem jurídica justa e e�caz, abrandando a sede de dignidade e cidadania de grande parcela da população cearense, razão pela qual se impõe a presença de defensores, principalmente nas regiões mais necessitadas do Estado, razão pela qual urgente torna-se a nomeação de todos os aprovados no último concurso para provimento de cargos de defensor público e a consequente interiorização da carreira.

Necessário reconhecer que não bastará a nomeação de novos defensores. Impõe-se a garantia da manutenção dos colegas na Instituição, evitando-se o alto índice de evasão que sofremos em razão do tratamento discriminatório conferido à Defensoria Pública. A efetivação da isonomia remuneratória dos membros da Defensoria em relação aos integrantes das demais carreiras jurídicas do Sistema de Justiça é medida de direito cuja concretização impõe-se, e nada é mais poderoso como uma ideia cujo tempo chegou.

Para efetivação desses pleitos, contaremos com a parceria da Administração da DPGE/CE e cobraremos o apoio e o compromisso público assumido pelo Governador do Estado, bem como de todos os deputados estaduais e nos valeremos das constantes manifestações de apoio à causa para cobrar a efetivação do tratamento isonômico em relação às demais carreiras jurídicas.

Um novo ano inicia-se. Sigamos juntos em movimentos de renovação e progresso com esforço constante e determinado, pois nada proporciona melhor capacidade de superação e resistência do que ter consciência de ter uma missão a cumprir.

Um feliz 2016 a todos!!!

Sandra Sá, presidente da Adpec

do que ter consciênciade ter uma missão a cumprir"

Índice

Capa

Edição anual nº 03 — Janeiro/2016

Presidente Vice-Presidente 1ª Secretária Sandra Moura de Sá Noêmia Landim Mylena Reginaldo Teodoro Silva 2º Secretário Diretor de Assuntos Jurídicos e de PrerrogativasAlexandrino Reis Aline Feitosa Márcio Maranhão Diretora de Eventos Diretor ParlamentarDiretor de Comunicação Social Diretor do Interior Marcus Fábio Negreiros Colares Aníbal Azevedo Aspásia Soares Victor Diretora dos Aposentados e Pensionistas TesoureiroMontenegro Edilson Loiola Coordenadoria de Sobral Presidente Conselho Consultivo e Fiscal Conselheira Consultiva e Fiscal Conselheiro Tiago Filgueiras Ticiana Pinheiro Consultivo e Fiscal Assistente Administrativa Ana Carolina Gondim Elzilene Costa

Assessora de Comunicação e Jornalista responsável Samira de Castro (85) [email protected] Samira de CastroRedação e ediçãoEdição de arte e diagramação Luz do Sol ComunicaçãoRevisão Textual Elizângela Rodrigues

Av. Santos Dumont 5753, Salas 1201/1202, Papicu - Torre Empresarial São MatheusCEP: 60.175-047 - Fone: (85) 3265.8213 Fax: (85) [email protected] | [email protected]

Carência de Defensor Públicoé entrave ao acesso à

Justiça no Ceará

EntrevistaDefensora Pública GeralMariana Lobo fala sobreos desafios da gestão

6 24Campanha NacionalDefensores Públicos levamatendimento à populaçãoem situação de rua

18

31Audiências Públicas

Adpec promove debates sobrenecessidade de orçamento no

Interior do Estado

35Luta Popular

Adpec na comunidade"Tarde Cidadã" anima idososno Abrigo Olavo Bilac

Direito à moradia levamais de 200 pessoasà Câmara Municipal

Vídeos divulgam atuaçãodos Defensores Públicospara a população

41TV Adpec

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Índice

Capa

Edição anual nº 03 — Janeiro/2016

Presidente Vice-Presidente 1ª Secretária Sandra Moura de Sá Noêmia Landim Mylena Reginaldo Teodoro Silva 2º Secretário Diretor de Assuntos Jurídicos e de PrerrogativasAlexandrino Reis Aline Feitosa Márcio Maranhão Diretora de Eventos Diretor ParlamentarDiretor de Comunicação Social Diretor do Interior Marcus Fábio Negreiros Colares Aníbal Azevedo Aspásia Soares Victor Diretora dos Aposentados e Pensionistas TesoureiroMontenegro Edilson Loiola Coordenadoria de Sobral Presidente Conselho Consultivo e Fiscal Conselheira Consultiva e Fiscal Conselheiro Tiago Filgueiras Ticiana Pinheiro Consultivo e Fiscal Assistente Administrativa Ana Carolina Gondim Elzilene Costa

Assessora de Comunicação e Jornalista responsável Samira de Castro (85) [email protected] Samira de CastroRedação e ediçãoEdição de arte e diagramação Luz do Sol ComunicaçãoRevisã Elizângela Rodrigueso Textual

Av. Santos Dumont 5753, Salas 1201/1202, Papicu - Torre Empresarial São MatheusCEP: 60.175-047 - Fone: (85) 3265.8213 Fax: (85) [email protected] | [email protected]

Carência de Defensor Públicoé entrave ao acesso à

Justiça no Ceará

EntrevistaDefensora Pública GeralMariana Lobo fala sobreos desafios da gestão

6 24Campanha NacionalDefensores Públicos levamatendimento à populaçãoem situação de rua

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31Audiências Públicas

Adpec promove debates sobrenecessidade de orçamento no

Interior do Estado

35Luta Popular

Adpec na comunidade"Tarde Cidadã" anima idososno Abrigo Olavo Bilac

Direito à moradia levamais de 200 pessoasà Câmara Municipal

Vídeos divulgam atuaçãodos Defensores Públicospara a população

41TV Adpec

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ENTREVISTA Mariana Lobo

"Queremos realizar uma gestão voltada à

valorização do defensor,buscando o seu tratamento igualitário”

Fazer valer a determinação constitucional da isonomia aos membros da

Defensoria Pública é, sem dúvidas, um dos maiores desafios da Defensora

Pública Geral do Ceará, Mariana Albuquerque Lobo. Em entrevista à

Revista Adpec, ela destaca que sua gestão, à frente da DPGE, será voltada

aos defensores e à causa dos excluídos.

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REVISTA ADPEC - Como exercer a autonomia plena da Defensoria na prática, quando ainda há dificuldade de aprovação de orçamento condizente com as demandas da Instituição?

MARIANA LOBO - A aprovação da autonomia por meio da legislação estadual (EC 80/2014), que nós defendemos que fosse de maneira plena e com a aprovação de um projeto de lei ao lado dos colegas e da Adpec, veio adequar o aparato legal do Estado ao que já previa a Constituição Federal, assegurando à DPGE/CE as autonomias funcio-nal, �nanceira e administrativa, um passo importantíssimo para o nosso fortalecimento institucional. Contudo, apesar dessa relevante vitória, ainda temos uma longa caminhada para efetivarmos essa autonomia na prática e assegu-rarmos o nosso orçamento, garantindo aos defensores públicos a isonomia em relação às carreiras da magis-tratura e do Ministério Público. Os desa�os são enormes, e nós sabemos da responsabilidade que temos de somarmos esforços à Adpec, abrindo frentes de diálogo com os poderes Executivo e Legislativo estaduais, no sentido de construirmos um caminho institucional que assegure a autonomia também com orça-mento, bem como é importante a articulação nacional, mantendo o diálogo com o Governo Federal, Congresso Nacional e STF, na tentativa de impedir possíveis retrocessos, a exemplo da ADI 5296 que está em julgamento. Nós queremos realizar uma gestão voltada à valoriza-ção do defensor público, buscando o seu trata-mento igualitário; o fortalecimento do seu pertencimento à carreira; o entusiasmo cada vez maior com a causa da Defensoria, que é a causa dos oprimidos e excluídos, dos que têm fome e sede de Justiça. REVISTA ADPEC - Na sua gestão, a questão orçamentária da DPGE será discutida com mais transparência, junto à categoria e no Conselho Superior, por exemplo?

MARIANA LOBO - Nós queremos, sim, fortale-cer a transparência da gestão orçamentária da Defensoria Pública e realizarmos uma gestão democrática e participativa, em todos os aspectos,

como está expresso em nosso programa de gestão 2016/2017, que objetivamente já começou a ser executado com a escolha, pelos membros de cada Núcleo, de seus supervisores. Para isso, realizare-mos conferências nas macrorregiões do Estado, para ouvirmos os defensores públicos e também os destinatários do serviço da Defensoria, a �m de listarmos as prioridades; adequando, dessa forma, a dotação orçamentária às reais necessidades da Instituição. Também é nosso compromisso abrir as despesas do Faadep (Fundo de Apoio e Aparelhamento da Defensoria Pública Geral do Estado) para que sejam analisados com a catego-ria todos os provimentos da Instituição, pleitear junto às instâncias de poder um melhor orçamen-to para o custeio, desonerando o fundo. Nós também criaremos ferramentas de comunicação para que os defensores possam acompanhar

periodicamente, de maneira simples e objetiva, a dotação orçamentária, além das pautas e das reuniõ es do C onselho Superior. Tudo de forma transpa-rente e republicana. REVISTA ADPEC - No mesmo contexto da questão orçamen-tária da Defensoria, como cumprir a EC Federal 80/2014, que estipula prazo de 8 anos para que todas as comarcas tenham defensores públicos?

MARIANA LOBO - Na verdade, nós temos o entendimento de que a Emenda Constitucional Federal 80/2014 foi um grande avanço

para fazer valer o princípio da paridade e a determinação constitucional da isonomia. Ela foi mais um importante passo para equilibrar o sistema de justiça, ampliando as possibilidades de defesa dos vulneráveis e excluídos, ajudando a por em prática a tão sonhada justiça social. Nós precisamos, urgentemente, de uma melhor distribuição dos recursos destinados ao Sistema de Justiça, principalmente, no Estado do Ceará. Atualmente, a cada R$ 100,00 destinado ao Sistema de Justiça, R$ 70,29 é destinado ao Poder Judiciário; R$ 21,16 para o Ministério Público e apenas R$ 8,56 para a Defensoria Pública. Para se ter uma ideia, todo o custeio da Defensoria Pública do Ceará não provém de recursos do Tesouro, mas sim do fundo de aparelhamento da Instituição, o que precisa, urgentemente, ser corrigido. Enquanto, segundo o IPEA e o Ministério da Justiça, cerca de 76% da população

É nosso compromisso abrir as despesas do F a a d e p p a r a q u e sejam analisados com a categoria todos os p r o v i m e n t o s d a Instituição e pleitear um melhor orçamento para o custeio, deso-nerando o fundo.Mariana Lobo

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cearense está dentro do per�l de atendimento da Defensoria Pública, ou seja, são possíveis assisti-dos, menos de 40% dos municípios cearenses possuem defensor público. Por tudo isso, precisa-remos construir pontes, dialogar, sentir e enten-der, verdadeiramente, as di�culdades e buscar saídas e caminhos, por meio da união de todos os defensores públicos e de uma parceria permanen-te com a Adpec. Nós vamos trabalhar, incansavel-mente, para assegurarmos os recursos necessári-os para que a Emenda Constitucional Federal 80 possa ser cumprida no nosso Estado, ainda bastante necessitado dos préstimos de uma Defensoria mais universalizada. REVISTA ADPEC - A isonomia de subsídios entre os defensores públicos é hoje um dos principais pleitos da classe. Como a DPGE vai atuar para assegurar essa conquista?

MARIANA LOBO - Fazer valer a determinação constitucional da isonomia, com tratamento igualitário aos membros da Defensoria Pública, é sem dúvidas um dos nossos maiores desa�os. Precisamos encará-lo de frente, com união e transparência, articulando junto ao Governo do Estado e ao Legislativo cearense. Como Defensora Pública Geral, nós daremos continui-dade a essa luta, como já vínhamos fazendo antes mesmo de assumirmos o cargo. Pautar esta questão junto ao Governador Camilo, que logo na posse se mostrou conhecedor da problemática, mesmo em meio à crise econômica. Vamos cobrar isso, construindo caminhos para essa conquista. Precisamos, mais do que nunca, somar esforços e abrir diálogo para avançarmos nesse processo, sobretudo nestes anos difíceis para o nosso Estado e para o nosso país, em que as

atenções têm se voltado para questões urgentes como a seca e

as di�culdades �nanceiras impostas pela crise. De todo modo, reitero que não faltará empenho da nossa parte na luta pela isono-m i a , b u s c a r e m o s o s

caminhos necessários e as saídas para que ela seja efetivada, até porque essa

tem sido uma luta que coincide com a minha trajetória pro�ssional e na qual sempre dei minha contribuição, quer como defensora pública, quer como presidente da Adpec, ou, no mesmo, como secretária de Justiça do Estado. Continuaremos encampando essa luta com a devida importância que ela merece. REVISTA ADPEC - Outra demanda da catego-ria é a implantação do Art.37. Como a senho-ra, à frente da DPGE, vai procurar efetivar esse pleito?

MARIANA LOBO - A Lei Complementar N.º 06, de 28 de abril de 1997, em seu art. 37, assegura justa remuneração ao exercício das funções em cargo de atuação de categoria superior ao ocupa-do. É uma demanda justíssima que pode ser cumprida com a busca de um orçamento. Desde o dia que ganhamos a eleição, temos trabalhado para garantir o orçamento da Instituição, a �m de corrigirmos também essa falha remuneratória dos colegas que hoje estão nessa condição. Não podemos prejudicar a um membro da DPGE, �cando-lhe, todavia, assegurado o direito de perceber a diferença de vencimentos, esse é um compromisso nosso, honrar com esse pleito. REVISTA ADPEC - Por ser ente classista, a Adpec tem muito forte a sua natureza reivin-dicatória, sobretudo junto à DPGE. Como pretende que seja a relação com a entidade na sua gestão?

MARIANA LOBO - Eu já estive à frente da Adpec e também atuei na Anadep, sei do papel impor-tante que estas entidades têm na reivindicação dos direitos e das melhorias para a categoria. Dessa forma, tenho enorme respeito pela Adpec e também por sua atual gestão. O nosso propósito é de trabalharmos em parceria, dentro das especi�-cidades de atuação da Defensoria Pública. São papéis diferentes, mas complementares, manten-do sempre a transparência nas ações, o diálogo e o respeito mútuo, porque acredito que é essa soma de esforços que nos fará lograr êxito nos desa�os que temos pelo caminho.

Defensora pública do Ceará desde 2003, Mariana Lobo foi vice-presidente da Anadep epresidente da Adpec (2008-2010). É membro do Conselho Nacional de Política Criminale Penitenciária do Ministério da Justiça

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Ana Mônica Anselmo de AmorimARTIGO

A figura do Defensor"nomeado para o ato" no Processo Penal e o princípio

do Defensor Natural

Atodos é garantido um julgamento justo – sistema acusatório; em que possa ter ciência das acusações tecidas contra si, e que este órgão acusador (em regra o MP,

por força do Art. 129 CF) seja dotado de independência funcional e tenha suas

atribuições previamente �xadas; possa defender-se amplamente destas acusações, a defesa não só exercida pelo próprio acusado (autodefesa), mas também a defesa técnica (por pro�ssional técnico habilitado – Advogado ou Defensor Público - Arts. 133 e 134 CF) e por �m; possa ser julgado por Órgão Jurisdicional, previamente constituí-do, no exercício de suas legítimas atribuições e por intermédio de decisão fundamentada (Art. 93, IX CF).

Na seara processualista, tem-se as a�rma-ções dos primados do Juiz Natural (Art. 5º, LIII CF), estendendo-se ao Promotor Natural. A acusação e o julgamento estão assegurados por órgãos independentes e atuando com liberdade de convicção, prudente, pois, questionar: E a Defesa? Pode ser exercida por qualquer um? A qualquer hora? De qualquer jeito?

O CPP assegura como consectário lógico da Ampla Defesa e do Contraditório (Art. 5º, LV CF), o direito do acusado de escolher o seu defensor. Deve haver entre réu e defensor uma relação de con�ança, em que aquele possa sentir-se resguardado e protegido, bem como, que todos os seus direitos e as suas garantias serão tuteladas (Arts. 261 a 266). Contudo, não se pode admitir o julgamento de uma pessoa sem que esta constitua um defensor, competindo ao juiz a nomeação desse pro�ssional (Art. 263 CPP), caso o acusado não o faça, sendo resguardado ao defensor o direito prévio de preparar a sua defesa, e entrevis-tar-se em tempo razoável com o inculpado.

Não se contesta a nomeação de Defensor Dativo, esse inclusive, torna-se imprescindível no processo penal, quando o acusado não nomeia seu defensor. O que se contesta, é a nefasta �gura processual do Defensor “Nomeado para o Ato”, mormente diante da ausência justi�cada do defensor constituído ou dativo, na qual, o ato judicial deverá ser reaprazado (Art. 265 CPP), o que não vem ocorrendo na práxis forense.

Com o �to de não perder o ato processual, ter que refazer as intimações e justi�car o reaprazamento ao CNJ, os Magistrados, mesmo diante da ausência justi�cada do defensor, têm nomeado defensor apenas para o ato e, inclusive, realizando o ato processual instrutório em sua integralidade, com a apresentação de alegações �nais orais. Tal atitude prejudica sobremaneira a defesa, não só a técnica, mas também a autodefe-sa, posto que o acusado sentir-se-á inseguro e desprotegido, culminando, fatalmente, em uma condenação.

Mais do que nunca, merece destaque o primado do Defensor Natural, apresentando-se, juntamente ao Juiz Natural e Promotor Natural, a tríade completa da Jurisdição Penal. Não se permite mais, diante do garantismo, a nomeação de defensor para “atos”, devendo ser resguardado ao acusado uma defesa técnica robusta e consci-ente em todo o processo, que aquele seja assistido por Advogado ou Defensor Público que o acompanhe desde a fase inquisitorial, até a prolação da sentença/acórdão �nal.

Que possa o inculpado ter a segurança de que está assistido e devidamente defendido, sendo acautelados os seus direitos, que efetiva-mente haja uma ampla defesa, e não somente uma pseudo defesa, aquela realizada pró-forma. O princípio do Defensor Natural é uma realida-de, estando em perfeita consonância com a ordem jurídica atual, de modo a consolidar a ampla defesa, e a certeza de uma sentença penal justa, devendo-se abolir da ordem jurídica do defensor “nomeado para o ato”.

Se o defensor (público ou privado) não comparecer ao ato judicial, previamente intima-do, cabe-se o reaprazamento da audiência, intimando-o para justi�car sua ausência, e caso não haja justi�cativa razoável, deve-se aplicar multa e o�ciar ao órgão correcional competente (OAB ou Corregedoria da Defensoria Pública). Mais razão ainda para o reaprazamento, diante de ausência justi�cada, vez que absurda a �gura do defensor “ad hoc” ou “nomeado para o ato”, vez que a tríade processual só está completa, com a presença do Defensor Natural.

Ana Mônica Anselmode Amorimé Defensora Pública

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Ana Cristina Teixeira BarretoARTIGO

Nos termos do art. 381 do Código Civil ocorre confusão quando uma mesma pessoa

reúne as qualidades de credor e devedor, extinguindo-se a obriga-

ção. Com base nessa premissa, desde 2003, a jurisprudência do STJ tem assentado o entendimento de que não são devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando atua contra a pessoa jurídica de direito público da qual é parte integrante.

Respaldado nesse entendimento, foi editada a Súmula 421, segundo a qual “os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença”.

Acontece que, em pese o posicionamento do STJ, solidi�cado no enunciado sumular, o entendimento é incompatível com o status constitucional ocupado pela Defensoria Pública e o tratamento normativo que lhe é dispensado.

Nos termos do art . 134, da CF, a Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do artigo 5º, LXXIV, sendo-lhe assegurado em seu parágra-fo 2º, autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária, isto é, �nanceira, com iniciativa de elaboração de sua proposta orçamentária, prevendo a sua gestão �nanceira anual.

Assim, a partir de 2004, com a promulga-ção da EC 45, a Instituição deixou de ser tratada como 'mero' órgão auxiliar do governo, passando a ser órgão constitucionalmente

independente, sem qualquer subordinação ao Poder Executivo.

Por sua vez, o art. 4º, XXI, da Lei Complementar n.º 80/94 dispõe que são funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras, executar e receber as verbas sucum-

benciais decorrentes de sua atuação, inclusive quando devidas por quais-quer entes públicos, destinando-as a fundos geridos pela Defensoria

Pública e destinados, exclusivamente, ao aparelhamento da Defensoria Pública e a capacitação pro�ssional de seus membros e servidores.

Como se observa, quaisquer entes públi-cos podem ser condenados ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais em prol da Defensoria Pública, estejam ou não criados os fundos destinatários da verba honorária recolhida, não havendo como argumentar que a Fazenda Pública (estadual ou federal) é credora dos valores arrecadados.

Nesse sentido, o entendimento �rmado pelo Superior Tribunal de Justiça, na Súmula 421, encontra-se superado pelo tratamento legislativo dispensado à Defensoria Pública, que lhe reconheceu, expressamente, autono-mia (funcional, administrativa e orçamenta-ria), devendo sua aplicação ser afastada por ilegalidade e inconstitucionalidade.

Pelo exposto, conclui-se que não ocorre a confusão entre o Estado e a Defensoria Pública, a uma, porque a Emenda Constitucional 45/04, concedeu autonomia funcional à Defensoria Pública e deixou de ser um órgão auxiliar do governo, tornando-se um órgão constitucional independente, sem qualquer subordinação ao Poder Executivo.

Ana CristinaTeixeira Barretoé Defensora Pública

e o instituto da confusão

A condenação em honorários advocatíciosem favor da Defensoria Pública

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Eliton Meneses

Morte e VidaCRÔNICA

O dia começara quente sob o céu limpo do começo de agosto. Fazia dois meses da última chuva. Era preciso trabalhar a terra para o outro ano. Benedito Tonho

pôs a enxada no ombro, segurou o laço da cabaça e se dirigiu sozinho para o roçado. Estava contente com a decisão da Justiça. Depois de tanta luta, a causa foi decidida de maneira justa, em favor do mais pobre. A terra era do povo, era da comunidade, era do agricultor que a cultivava há tantos anos. Estava feliz e aliviado. Valera a pena toda a luta. Agora contava até com uma sentença da Justiça. Ninguém ia mais ter coragem de dizer que era dono da terra a l h e i a . U m p a p e l c ar i mb a d o d a Ju s t i ç a resolvia muita coisa. – A s c o i s a s s ó acontecem quando a gente faz as coisas acontecerem! O suor escorria na testa debaixo do seu chapéu de palha. Uma brisa leve amenizava o ca lor da manhã ensolarada. Dois bigodeiros cantavam num cajueiro, e um urubu vagava no céu azul. O sertão estava verde depois do inverno regular. Benedito Tonho assobiava pensativo, enquanto aparava com a foice o excesso de mato da coivara.

À noite, haveria encontro da Pastoral da Terra com o pessoal das CEBs na comunidade. Era preciso discutir alguns pontos, reordenar o passo, encaminhar novos projetos. A luta do povo precisava continuar, sem medo. No �nal, tudo se acertava. A justiça acabava prevalecendo. – Morrer na luta é heroísmo! Fugir da luta é covardia! De repente, o coro de cigarras cessou.

U m a n u v e m n e g r a escondeu o sol do sertão e suspendeu a brisa até então amena. Na porteira, apareceu um homem desconhecido, que entrou no cercado lentamente em direção a Benedito Tonho. Quando avistou o sujeito a poucos metros de si, parado, Benedito Tonho fez questão de saudá-lo. – Olá, camarada! No que posso servi-lo? – Você que é o Benedito Tonho?! – Sou, sim, companheiro!

Cinco t iros romperam o silêncio da capoeira. Benedito Tonho escutou os dois primeiros e sentiu, imediatamente, um aperto no peito e um gosto de sangue na boca. Com a face esquerda encostada na terra quente e os dedos cravados no chão, muitos pensamentos ainda l h e p e r c o r r e r a m a m e n t e enquanto os sentidos se esvaíam pouco a pouco. Pensou na mulher e nos meninos pequenos, no inverno do próximo ano, nos encontros da comunidade, na luta popular

por direito, na igreja dos pobres... Antes do último suspiro, ainda balbuciou: – Companheiros, não desistam jamais de lutar! De repente, ergueu-se como um espectro e observou seu corpo estirado no chão, e um homem correndo em fuga. Avistou também vários anjos em sua volta. Almas de pessoas que, como ele, haviam tombado na luta contra as injustiças sociais . Espíritos obsequiosos que o saudaram com efusão e o acompanharam, de mãos dadas, por uma estrada de luz.

Eliton Meneses é Defensor Público em Aracati

Depois de tanta luta, a causa foi decidida de maneira justa, em favor do mais pobre. A terra era do povo, era da comunidade, era do agricultor que a cultivava há tantos anos.

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ENTREVISTA Andréa Coelho

"Consolidamos aimprescindibilidade

da instituição perante a sociedade”

No cargo de Defensora Pública Geral do Estado do Ceará por dois mandatos,

Andréa Maria Alves Coelho faz um balanço de sua gestão. Em entrevista à

Revista da Adpec, ela destaca como inovação o planejamento estratégico na

DPGE e, como marco, o reconhecimento da autonomia plena da Instituição.

“Concretizamos, seja no plano normativo, seja no plano fático, nossa

autonomia, sem dúvida um marco para nossa história”, afirma.

REVISTA ADPEC - Qual o balanço que a senho-ra faz da sua gestão à frente da DPGE/CE?

ANDRÉA COELHO - Acredito que construímos na Defensoria Pública do Estado do Ceará, após esses quatro anos, novos parâmetros de gestão, de con�abilidade perante a sociedade e de maturi-dade institucional. A partir de um trabalho diuturno, sempre com recursos limitados, acreditamos que seria possível construir uma instituição respeitada, autônoma e preocupada com a adoção das mais modernas práticas administrativas. Passado esse período, supera-mos muitos obstáculos e consolidamos a impres-cindibilidade da Instituição, não somente no cenário jurídico cearense, mas também para a sociedade. Esse destaque instituci-onal superou os limites geográ�-cos do Estado do Ceará, tornando nossa instituição e o modelo aqui implantado paradigmas para as Defensorias Públicas de todo o país. Esses avanços tornaram-se possíveis pela abnegação e pelo trabalho coletivo dos colegas defensores públicos, servidores, colaboradores e estagiários. Penso que isso aconteceu pelo fato de termos apresentado seriedade, amor e comprometimento ao nosso projeto de construção de uma instituição grandiosa.

REVISTA ADPEC – Como se deu essa construção?

ANDRÉA COELHO - Toda essa construção iniciou-se pela implantação de um modelo gerencial de gestão, associado à visão indepen-dente de nossas ações e iniciativas. Primeiro, organizamos administrativamente a instituição; após, planejamos nossas ações e metas, possibili-tando que, passo a passo, cumpríssemos quase que a integralidade de nosso projeto de gestão. Além da inovação do planejamento estratégico na DPGE do Ceará, concretizamos, seja no plano

normativo, seja no plano fático, nossa autonomia, sem dúvida um marco para nossa história. Isso nos permitiu mais de uma centena de conquistas e avanços institucionais.

REVISTA ADPEC – E quais foram os maiores avanços da Defensoria Pública do Estado nesses últimos quatro anos?

ANDRÉA COELHO - A Defensoria Pública adquiriu, nesse período, uma nova dimensão nos mais diversos aspectos, expandiu seus núcleos, ampliou seu espaço físico e sua estrutura, e aumentou seu quadro de pessoal. Proporcionou, com isso, acréscimo no atendimento à população. Aliada a tal visibilidade, �ndo esse ciclo,

observamos a respeitabilidade adquirida pela Instituição. Nesse cenário, veri�camos avanços em diversos planos, dos quais citamos: aperfeiçoamento da gestão; implantação da autono-mia; modernização tecnológica; fortalecimento da identidade institucional; padronização visual; transparência e democra-tização da gestão; melhoria da infraestrutura e das condições de t r a b a l h o ; v a l o r i z a ç ã o d a Defensoria Pública no interior; melhoria e humanização do acolhimento ao público; implan-tação de uma política de valori-zação de servidores, colaborado-

res e estagiários; inúmeros avanços normativos e fortalecimento da atuação política institucional; destacada atuação para o fortalecimento nacional das Defensorias Públicas; valorização da carreira de defensor público; investimento em capacita-ção e formação permanente; criação de dezenas de projetos e campanhas institucionais; valoriza-ção e ampliação do quadro de colaboradores; melhoria na comunicação; criação de uma memória administrativa e institucional; planeja-mento para a universalização do acesso à justiça.

A Defensoria Pública adquiriu, nesse perío-do, uma nova dimen-são nos mais diversos aspectos, expandiu seus núcleos, ampli-ou seu espaço físico e s u a e s t r u t u r a , e aumentou seu qua-dro de pessoal.

Andréa Coelho

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REVISTA ADPEC - Que ações a senhora destaca como emblemáticas da sua gestão?

ANDRÉA COELHO - Dessas inúmeras atuações destacamos: a construção da primeira sede própria da Defensoria Pública no interior do Estado, em Sobral; a reforma e instalação de modernas salas da Defensoria no Fórum de Fortaleza; a inauguração de sete Núcleos no interior; a mudança da sede do Núcleo Central de atendimento, proporcionando um ambiente humanizado ao cidadão; o investimento de mais de 3 milhões de reais em tecnologia, permitindo a modernização dos serviços prestados à popula-ção; a reforma e melhoria das instalações de salas e núcleos da Defensoria Pública; a inauguração de novas sedes do 2° Grau, Núcleo Especializado em Execução Penal e Núcleo de Atendimento aos Jovens Adolescentes em Con�ito com a Lei, na capital; a criação de 22 cargos de defensor público de 2° Grau; a criação de sistemas próprios de controle �nanceiro e orçamentário, permitindo a

gestão e�ciente dos recursos; a criação de nova fonte de receitas do FAADEP; o pagamento de auxílio alimentação; a realização de concurso público para ingresso na carreira; a nomeação de dezenas de novos defensores públicos; a proposi-tura da primeira lei de iniciativa própria da Defensoria Pública do Estado do Ceará; a adequa-ção das entrâncias da carreira de defensor público nos mesmos moldes da Magistratura e Ministério Público cearenses; a criação de site próprio da Defensoria Pública; a ampliação de frota de veículos da DPGE; e o aumento do quadro de estagiários.

REVISTA ADPEC - E os maiores desafios para a Instituição?

ANDRÉA COELHO - Em razão de todos esses avanços, da posição a que foi alçada a Defensoria nesse período, os desa�os e as responsabilidades da Instituição também se avolumam. Para tanto, é fundamental que tenhamos ciência desses avanços e das expectativas, sobretudo, por aqueles que estão em postos de representação da catego-ria, a �m de que não tenhamos retrocesso no trabalho desenvolvido. Tudo isso, para que a cultura de gestão por excelência implementada, de transparência administrativa e de fortaleci-mento da imagem institucional sejam preserva-dos, para que estejamos à altura das enormes demandas dessa sociedade onde tantos são os excluídos. Cabe aos que abraçam essa carreira a manutenção do trabalho que foi realizado ao longo dos anos por tantas mãos, de modo que possam construir uma instituição que atenda aos anseios da população e que sirva de instrumento para a redução das desigualdades sociais. E que, assim, cumpra sua missão de instituição voltada à efetivação da cidadania e à concretização dos direitos humanos.

Andréa Coelho destaca como emblemático em sua gestão a construção daprimeira sede própria de Defensoria Pública no interior do Estado,localizada em Sobral

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A

Diretoria Biênio 2015/2016 reforçacompromisso com a categoria

SOLENIDADE DE POSSE

As s o c i a ç ã o d o s D e fe n s ore s Públicos do Estado do Ceará (Adpec) realizou, em janeiro, a

solenidade de posse da Diretoria e do Conselho Consultivo e Fiscal,

Biênio 2015/2016. Momento em que a nova gestão rea�rmou seus compromissos com as principais lutas da classe.

Estiveram presentes o deputado federal, Mauro Benevides; o Secretário de Just iça do Estado, Hélio Leitão; o Subdefensor Geral do Estado, Túlio Iumatti; a Ouvidora Externa da Defensoria Pública, Ana Virgínia Ferreira Carmo; o conselheiro da Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep), Francisco de Paula Leite Sobrinho; o Conselheiro da Arce, Fábio Timbó; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará (OAB/CE), Valdetário Monteiro; o Secretário-Geral da OAB/CE, Jardson Saraiva C r u z ; o p r e s i d e n t e d a C â m a r a d e D i r i g e n t e s L o j i s t a s d e F o r t a l e z a , Severino Ramalho Neto; o V i c e - P r e s i d e n t e d a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL), João Bosco de Macedo; o presidente da Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza (FBFF), Natanael Mota, além de defensores públicos associados.

FALA DA PRESIDENTE“Quero abraçar com entusiasmo a

Diretoria e o Conselho, hoje empossados, com

a certeza de que a entidade que estamos edi�cando foi e sempre será resultado de uma construção coletiva, da pluralidade de opi-

niões, da convivência com as divergências e da capacidade de construir consensos”, a�rmou a presidente Sandra Sá.

“Somos uma congre-gação de agentes de transfor-mação social e essa condição nos liga umbilicalmente às causas populares, pois servimos de instrumento apto a viabilizar o acesso à ordem jurídica justa e e�caz, abrandando a sede de dignidade e cidadania de grande parcela da população”, reforçou Sandra.

“É por essa razão que nossa atividade classista converte-se em política institucional de transformação social. O que é direito para o defensor público materializa-se em direitos para os usuários de nossos serviços”, disse a presidente.

A solenidade foi realizada no Lobby da Torre Saúde do Complexo São Mateus

Nossos anseios declasse se confundem com nossa finalidade institucional, na medi-da em que é na atua-ção ordinária de nos-sa atividade-fim que encontramos funda-mento e força para efetivação de nossos pleitos.

afirma a presidente da Adpec, Sandra Sá

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CURTAS

Orçamento Participativo

Dia Internacional da Mulherno Serviluz

Chá em homenagemàs Defensoras

Benefícios para os associados

Em fevereiro, foi realizado o VI S e m i n á r i o d o O r ç a m e n t o Participativo. Na ocasião, foi discutido com os associados presentes as prioridades da gestão da entidade para o ano de 2015. O objetivo do encontro foi d e fi n i r c o m o d i s t r i b u i r o s recursos de uma maneira que atenda às expectativas da maioria dos Defensores Públicos associados.

A Adpec reuniu as associadas em animado chá, em março, no Bocca Bistrô, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Foi um momento de confraternização e também de reconhecimento ao trabalho das Defensoras Públicas, que tanto contribuem não só para a efetivação dos diretos da mulher, como de todos os cidadãos.

A Adpec realizou, em março, na Casa de Nazaré Povo de Deus (Rua Murilo Borges, 477), evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher no bairro Serviluz, em Fortaleza. Na ocasião, a defensora pública Elizabeth Chagas, do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (NUDEM), fez palestra sobre violência doméstica e feminicídio.

A Adpec agora conta c o m a p l a t a f o r m a Dynamus, que congrega v á r i o s s i n d i c a t o s e associações de todo país. Dessa forma, o

potencial de negociação é bem maior, uma vez que a plataforma possui mais de 120 mil usuários no Brasil. Todos as vantagens são acessadas diretamente pelo associado, na área restrita do site da Adpec. Depois de cadastrado, é só acessar o clube e usufruir dos benefícios.

A Diretoria da Adpec vem reali-zando almoços especiais, em comemoração aos aniversarian-tes de cada mês. O objetivo é estreitar os laços com os associa-dos e promover o encontro entre os colegas que, muitas vezes, não têm tempo de conversar, devido a rotina corrida de trabalho. Os almoços comemorativos são realizados na última sexta-feira de cada mês.

Almoço comos aniversariantes

Café da manhã com os aposentados

A integração com os defensores públicos aposentados é uma das marcas desta gestão da Adpec. Na segunda sexta-feira de cada mês, a Diretoria reúne-se com esses associados em animado café da manhã. O tradicional encontro proporciona momentos de reaproximação e lembrança de muitas lutas da categoria.

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Dia do Defensor Públicono Juazeiro do Norte

O Plano de Universalização do Acesso à Justiça no Ceará, elaborado pela Defensoria Pública do

Estado, foi apresentado em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa, em junho. O evento atendeu a requerimento dos deputados Renato

Roseno (PSOL) e Zé Ailton Brasil (PP). A Adpec esteve representada por sua presidente,

Sandra Sá.

Fim de semana do Dia do Defensor PúblicoEm comemoração ao Dia do Defensor Público, celebrado em 19 de maio, a Adpec promoveu um fim de semana no Hotel Parque das Fontes, em Beberibe. O objetivo foi integrar os associados num ambiente descontraído, possibilitando também a participação de familiares. Adultos e crianças aproveitaram o parque aquático. A noite de sábado foi marcada por um jantar e pagode na beira da piscina, além do bolo em homenagem aos defensores públicos e aos aniversariantes do mês de maio.

Araiá da Adpec

Associados, familiares e convidados reuniram-se em animado “arraiá”, na noite de 19 de junho, no C í r c u l o M i l i t a r, e m Fortaleza. O tradicional festejo junino teve muito forró e muitas comidas típicas. Na mesma noite, a Defensora Pública do 2º Grau, Benedita Damasceno, foi homenageada pela Diretoria da Adpec, por ocasião de sua aposentadoria e por 37 anos de dedicação à carreira.

CURTAS

AudiênciaPública

debate Acessoà Justiça

A Adpec realizou, em maio, encontro com os Defensores Públicos da região do Cariri. Com um almoço, no restaurante do Lu-á Hotel, em Juazeiro do Norte, os associados comemoraram o Dia do Defensor Público. A vice-presidente da Associação, Noêmia Landim, representou a entidade.

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CAMPANHA NACIONAL

e catadores recebem atendimento

Defesas Coletivas

Marcando o Dia do Defensor Público, a Adpec promoveu o evento "Defensores Públicos pela garantia de direitos à população emsituação de rua e catadores", reunindo mais de 100 pessoas.

Populaçãoem situação de rua

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povo da rua também é gente! O povo da rua também tem direitos! O povo da rua também é cidadão! Povo da rua, presente!” O misto de

saudação e palavra de ordem ecoou no salão do Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja, em Fortaleza, na manhã da terça-feira, dia 19 de maio. Ali, centenas de homens e mulheres - acostumados ao olhar descon�ado e até preconceituoso da sociedade - receberam uma atenção especial, com a realização de uma manhã de serviços voltada à população em situação de rua e catadores de material reciclável, promovida pela Associação dos defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec).

O evento, cujo lema foi "Defensores Públicos pela garantia de direitos à população em situação de rua e catadores", marcou o lançamento, no Ceará, da Campanha Nacional “Defesas Coletivas: transformando a causa de um no benefício de todos”. A iniciativa da Adpec teve como parceiros o Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores de Material Reciclável, o Movimento Nacional da População de Rua no Ceará, a Prefeitura de Fortaleza, através dos Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centros Pop) unidades Ben�ca e Centro.

Segundo a presiden-te da Adpec, Sandra Sá, a população em situação de rua foi escolhida para ser o foco da ação de lançamen-to da Campanha Nacional 2015 exatamente pela sua condição de maior vulne-r a b i l i d a d e d e nt re o s assistidos pela Defensoria P ú b l i c a . “ D e n t r o d a i n � n i d a d e d e tute l as coletivas tratadas pela

Instituição, optamos por tratar, no lançamento da campanha deste ano, da temática das pessoas em situação de rua, exatamente pela condição de altíssima vulnerabilidade social desse grupo de indivíduos com alto grau de violação de seus direitos humanos básicos”, a�rmou ela.

A manhã de serviços reuniu centenas de pessoas que receberam orientações jurídicas, puderam fazer consultas processuais e solicitar segunda via de documentos. Também foram ofertados ao público serviços de saúde, como teste de glicemia, aferição de pressão arterial, distribuição de preservativos e vacinação. Ao �nal, foi servido um almoço. Tudo com muita música e animação.

Defensores Públicos dos núcleos de Direitos Humanos e Ações Coletivas, Enfrentamento à Violência contra a Mulher (NUDEM) e Habitação e Moradia �zeram atendimentos, juntamente com diretores da Adpec. Participaram os defensores Aline Feitosa, Elizabeth Chagas, Marina Lobo, Noêmia Landim, Aloízio Jácome, Carlos Augusto Medeiros, José Carlos Teodoro, Lino Fonteles, Márcio Maranhão, Tiago Filgueiras e Victor Montenegro.

A manhã de serviços reuniu centenas de pessoas que receberamorientações jurídicas e puderam fazer consultas processuais

O“

Por concentrar um elevado grau de vulnerabilidade,a população em situação de rua foi escolhida como alvo para oatendimento dos defensores durante o lançamento da Campanha Nacional

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Três mil pessoas vivemnas ruas de Fortaleza

CAMPANHA NACIONAL

e acordo com estimativas das entida-des parceiras, quase três mil pessoas vivem nas ruas da Capital cearense. O

número é �utuante e decorre de situações como a migração do interior, o abandono familiar, a drogadição, entre outros problemas. “O que a população de rua não quer é a piedade. Quer é a garantia de inclusão social e direitos”, a�rma Beto Francisco, representan-te do Movimento Nacional da População de Rua no Ceará.

Para Fernanda Sousa, do Centro POP Ben�ca, a iniciativa da Adpec em aproximar os defensores públicos da população em situação de rua é o início de uma parceria promissora. “A gente percebe que, muitas vezes, estas pessoas têm receio de procurar o Defensor Público. Então, com os defensores mais próximos, vai ser possível romper estigmas e fazer com que alguns conheçam seus direitos”.

Já a Defensora Pública Mariana Lobo destacou que a atuação da Defensoria Pública

no atendimento às pessoas em situação de rua envolve, muitas vezes, não o ingresso de ações na justiça, mas o envolvimento do Defensor diretamente na construção de políticas públi-cas. “A população em situação de rua luta, por exemplo para conseguir um dos direitos mais básicos do cidadão, que é o de registro civil. Sem uma certidão de nascimento, uma pessoa não pode, por sua vez, ter acesso às políticas públicas, como de saúde e moradia”, explicou.

País possui 50 milhões vivendo em situação de ruaO Brasil possui, atualmente, cerca de 50 mil pessoas vivendo em situação de rua. São

pessoas em condição de altíssima vulnerabilidade social, com alto grau de violação de seus direitos humanos básicos, segundo Carlos Weis, defensor público de São Paulo que ganhou o Prêmio Direitos Humanos da SDH, na categoria 'Garantia dos Direitos'. O prêmio foi concedido pelo trabalho em favor da população em situação de rua.

De acordo com Weis, o Governo Federal traçou perfis quantitativos e qualitativos das pessoas em situação de rua nas cidades de médio e grande porte, enquanto que prefeituras e governos estaduais também fizeram levantamentos por conta própria. “Em geral, o perfil é parecido no Brasil todo, mas no conjunto de pessoas em situação de rua há grupos bem definidos, com cortes bem definidos – famílias, idosos, homens solteiros, usuários de drogas – que precisam ser tratados de acordo com as suas peculiaridades”, afirma.

Defesas Coletivas

Defensores públicos de diversos núcleos prestaram atendimentodurante a Manhã Cidadã

CAMPANHA NACIONAL

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Saúde foi o tema mais votadopara divulgação em 2016

urante plenária do XII Congresso Nacional de Defensores Públicos (CONADEP), realizado em novem-bro, na Universidade Positivo, em

Curitiba (PR), defensores públicos de diversos estados decidiram que o tema da próxima Campanha Nacional da entidade será voltado para a atuação da Defensoria Pública na área da saúde. Entre os temas que concorreram estavam: população em situação de rua, consumidor e saúde.

O direito à saúde é uma das garantias mais importantes que os brasileiros têm asseguradas na Constituição. A lei diz que a saúde é responsabilidade da família, das empresas, da sociedade e do Estado (União, estados e municípios). Não se trata apenas do dever de construir hospitais, postos de saúde e

equipá-los para atender à população. Também não basta disponibilizar ambulânci-as e contratar médicos para incrementar a saúde preventiva.

A atuação da Defensoria Pública tem como objetivo garantir o efetivo acesso ao direito à saúde da população vulnerável, tanto na seara individual como coletiva, para que sejam implementadas em seu favor políticas públicas relativas a esse direito fundamental. Dessa forma, promove ações que visam à solução de con�itos ligados ao direito à saúde, extrajudicial e judicialmente, neste último caso através do ajuizamento de ações que visam ao fornecimento, pelo Poder Público, de medicamentos, procedimentos médicos, vagas para internação hospitalar, dentre outros.

Ÿ Pedidos de medicamentos, de

fornecimento de fraldas, de tratamento ambulatorial;

Ÿ Pedidos de internação, de

manutenção ou transferência hospitalar clínica ou psiquiátrica;

Ÿ Pedido de fornecimento de prótese,

de cadeira de rodas, e de outros materiais específicos para tratamentos médicos;

Ÿ Ação visando reverter negativa do

plano de saúde em fornecer o tratamento prescrito pelo médico.

Ações mais frequentesna área da saúde:

#acessoasaude

A

Assembleia Legislativa homenageiaDefensores Públicos

SESSÃO SOLENE

Deputado Renato Roseno destacou a importânciada carreira para a democratização da Justiça

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Assembleia Legislativa do Estado do Ceará comemorou, na noite de 19 de maio, o Dia Nacional do Defensor Público e prestou homenagem aos

defensores do Ceará. A Sessão Solene foi requerida pelo deputado Renato Roseno (PSOL) e subscrita pelo deputado Carlos Felipe (PCdoB).

A solenidade contou com a presença dos deputados Capitão Wagner (PR) e Sérgio Aguiar (Pros); do vereador João Alfredo (PSOL); do subdefensor público geral do Estado, Túlio Iumatti Ferreira; da Corregedora Geral da Defensoria Pública, Vanda Lúcia Veloso Soares de Abreu; do Presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais, Dinarte da Páscoa; da Ouvidora Geral Externa da Defensoria, Ana Virgínia Ferreira Carmo; e da Presidente da Adpec, Sandra Sá.

Também par t ic iparam defensores públicos associados, familiares e integrantes dos movimentos sociais do Ceará, como o

Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).

ACESSO À JUSTIÇA“É imprescindí-

vel a defesa do Direito como possibilidade de acesso à Justiça. São poucos os que têm acesso a essa ferra-menta do Direito. Quem nega acesso à Justiça, nega ao povo aquilo que é direito fundamental: o acesso ao defensor público”, disse Roseno. Em seu discurso, o deputado defendeu a isonomia da categoria perante a juízes e representantes do Ministério Público.

O deputado Capitão Wagner (PR) desta-cou o salto de qualidade que a Defensoria Pública do Ceará vivenciou nos últimos anos. “Com a valorização desta categoria, a população tem

Assistido recebe placa de homenagem O vigilante Ivan Rodrigues Sampaio, beneficiado com a atuação

da Defensoria Pública do Ceará, foi agraciado com placa da Assembleia Legislativa. Em um discurso emocionado, ele assumiu a defesa da categoria. “Vocês são os verdadeiros anjos da vida. O trabalho de vocês é muito importante para a sociedade, porque vocês são a porta de entrada do mais pobre para a Justiça. Eu vou lutar até o último dia da minha vida por vocês”, afirmou aos defensores públicos.

Paticiparam da sessão solene defensorespúblicos associados, familiares erepresentantes dos movimentossociais do Estado

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sentido o efeito positivo. Os bons defensores estão permanecendo na carreira, com a garantia que terão ascensão pro�ssional”, pontuou.

Primeiro secretário da Mesa Diretora da Casa, o deputado Sérgio Aguiar (Pros) parabenizou os defensores públicos e “sua missão de advogar em defesa da causa pública”, e enfatizou o papel da Defensoria Pública para a Justiça do Ceará.

O subdefensor público geral do Estado, Túlio Iumatti Ferreira, citou o reconhecimento da autonomia da Defensoria Pública do Estado. Segundo Túlio, “as defensorias públicas têm sido vistas como solução para os entraves da Justiça nacional”, por meio da resolução de con�itos. O subdefensor público destacou ainda a moderni-zação da Defensoria Geral do Ceará, que vem “planejando ações de aprimoramento dos serviços aos usuários”.

O vereador João Alfredo (PSOL) relembrou a atuação dos defensores desde os tempos dos advoga-dos de ofício, fazendo referência ao Dr. Caldas, advogado de ofício da Comarca de Viçosa, na Região da Ibiapaba. Também fez referência ao defensor aposentado Raimundo Brandão, que se encontrava em Plenário, recordando o episódio do sequestro de Dom Aloísio Lorscheider. Por �m, o vereador destacou a atuação dos núcleos da Defensoria. “Essa nucleação faz com que a Defensoria Pública seja hoje indispensável”.

A ouvidora externa da Defensoria Pública, Ana Virgínia Ferreira Carmo, destacou que a Instituição nasceu da luta da população por direitos. “Na Ouvidoria, vemos o clamor da população por mais defensores, para que os quadros aumentem. Se há dinheiro para outros órgãos, por que não se ampliam os recursos para a Defensoria Pública?”, questionou a jovem liderança.

Presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais, Dinarte da Páscoa, classi�cou o defensor como “elemento importante da democratização de acesso à Justiça”. Para ele, a data comemorativa convida os defensores a lutar por avanços e pelo empenho dos parlamentos estadual e federal, além da sociedade. “Não vamos permitir que o pouco que foi conquistado até agora retroceda”, enfatizou.

A Presidente da Adpec, Sandra Sá, destacou que apesar da relevância da função dos defensores públicos e do tratamento constitucional conferido de forma isonômica, há empecilhos ao crescimento da Defensoria em razão da de�ciência de destinação de recursos públicos para o Órgão. “Ao lutar pelos direitos daqueles que, muitas vezes, abstiveram-se, até de sonhar, não podemos estar desarmados do desejo de procurar nosso lugar ao sol, nossa paridade de armas com os demais agentes públicos integrantes dos demais órgãos pertencentes ao Sistema de Justiça”, disse.

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CAPA

Carência de DefensoresPúblicos é entrave

ao amplo acessoà Justiça no Ceará

A Adpec promove uma verdadeira cruzada, em prol da Defensoria e de

seus assistidos, com mobilizações no Parlamento, audiências públicas

no Interior e uma campanha pela ampliação do orçamento da Instituição

para o preenchimento de todos os cargos vagos da carreira.

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Todos os dias, nas primeiras horas da manhã, uma �la começa a se formar na sede da Defensoria Pública do Estado do Ceará, localizada no bairro Luciano

Cavalcante, em Fortaleza. São pessoas que não podem pagar pelos serviços de um advogado e precisam da assistência dos defensores públi-cos. É o caso da empregada doméstica Anete Laura Rodrigues, que necessita acionar o pai de seus �lhos na Justiça para receber a pensão alimentícia de quatro crianças. “Disseram que, se eu viesse aqui, encontraria advogado de graça para dar entrada no meu processo”, resume.

A demanda pelos serviços dos defensores públicos tem crescido em todo o Estado. Para se ter uma ideia, em apenas um dos núcleos da Defensoria em Fortaleza, 20 defensores atendem até 300 pessoas por dia. Mas no Ceará, de acordo com informações da Defensoria Pública Geral do Estado (DPGE/CE), dos 184 municípios, só 41 têm o serviço. Ou seja, em 143 cidades cearenses, a população não conta com um defensor público titular. Isso se deve, entre outros motivos, porque há 124 cargos vagos dos 437 criados para o Estado. E quem mais sofre com isso é o cidadão hipossu�ciente.

A Associação dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec) tem alertado a socieda-de e os poderes públicos para a necessidade de preenchimento de todos os cargos vagos na carreira, chamando atenção para a garantia de

acesso à justiça aos cidadãos vulneráveis. Entenda-se acesso à justiça como algo mais amplo e não apenas o ingresso de ações em favor dos assistidos. Dando continuidade à luta histórica, ao longo de 2015, a entidade classista promoveu uma verdadeira cruzada pela defesa da Instituição que, com a Emenda Constitucional federal 80/2014, teve realçando seu papel de “promoção de direitos humanos”, como “expres-são e instrumento do regime democrático”.

Nos últimos anos, a Defensoria tem recebido cada vez mais atribuições. Seu arcabou-ço normativo sofreu grandes reformas, evidenci-ando o seu caráter prioritário para o Estado brasileiro, que tem abraçado políticas públicas voltadas à salvaguarda do acesso à justiça e da promoção dos direitos humanos. “Nascida para prestar assistência jurídica aos desprovidos de recursos, a Instituição possui um grande leque de atribuições, sendo cada vez mais relevante o seu papel social, o que implica em crescentes desa�os para oferecer à sociedade serviço público efetivo e de qualidade”, a�rma a presidente da Adpec, Sandra Moura de Sá.

EVASÃO NA CARREIRACriada desde 1997, a Defensoria Pública

do Ceará nunca conseguiu preencher todos os cargos existentes na carreira. De acordo com Sandra Sá, desde 2008, não se abria concurso para o cargo de defensor público estadual. O mais recente certame da carreira aconteceu em 2015, quando foram empossados 28 novos defensores públicos (veja box na página 28), de um total de 147 aprovados.

Segundo estudo do Ministério da Justiça, o quantitativo ideal seria de 672 defensores

Mapa mostra a necessidade depreenchimento dos cargos vagosde Defensor Público no Estadopara atender a todos osmunicípios

Deputado Renato Roseno destacou a importânciada carreira para a democratização da Justiça

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públicos para atender todo o Estado do Ceará. Para a presidente da Adpec, a evasão na carreira está relacionada ao tratamento desigual que, ao longo dos anos, vem sendo dado à Defensoria Pública em relação às instituições que lhe são paradigmas: o Poder Judiciário e o Ministério Público.

“Sem a remuneração equivalente a das demais carreiras do Ministério Público e da Magistratura, dá-se a evasão na carreira de defensor público”, revela. Isso ocasiona o acúmulo de proces-sos, a superlotação no sistema prisional e a ausência da concretização de diversos direitos dos cidadãos, que encontram na Defensoria Pública a porta de entrada para reivindicação dos seus direitos - explica Sandra.

A cada concurso realizado, restam vagas remanescentes em razão da saída de defensores para outras carreiras mais atraentes �nanceiramente. De 2003 a 2008, pelo menos um terço dos aprovados deixaram a carreira de defensor público no Ceará.

NECESSIDADE DE ORÇAMENTO“Também há uma enorme discrepância de

orçamento destinado à Defensoria em relação aos demais órgãos autônomos do Sistema de Justiça”, a�rma a presidente da Adpec. Atualmente, a cada R$ 100,00 destinados ao Sistema de Justiça, R$ 70,29 são alocados no Poder Judiciário, R$ 21,16 vão para o Ministério Público e apenas R$ 8,56 para a Defensoria Pública. Isso está de�nido nas priorida-des de gestão pública do Governo do Estado e na capacidade de elaboração da proposta orçamentária enviada pelo órgão ao Executivo. Diante da autono-mia �nanceira e orçamentaria da Defensoria Pública, cabe à Instituição enviar a proposta para consolidação do Poder Executivo e apreciação da Assembleia Legislativa.

Para o deputado estadual Renato Roseno (PSOL), o Brasil tem um sistema de justiça que não é isonômico. “Nós temos um sistema de justiça em que os magistrados compõem a grande parte. Logo, na sequência, estão os representantes do Ministério Público e, em terceiro lugar, defensores e defensoras. Portanto, há um desequilíbrio. Entendemos que o sistema (de Justiça) só funcionará a contento e de forma democrática, se essa isonomia se der em todos os campos: na remuneração, no número, na qualidade, na estrutura, na capacidade de formação,

No Brasil, a cada dez comarcas,sete não possuem defensores

A falta de defensores é um problema que atinge todo o país. Levantamento da Associação nacional dos Defensores Públicos (Anadep) mostra que de cada dez comarcas brasileiras, em sete não existe esse profissional. Ou seja, são cidades com juiz e promotor, mas sem defensor para facilitar o acesso da população à Justiça. O levantamento da Anadep revela que a falta de profissionais é maior em São Paulo, em Minas Gerais, na Bahia e no Paraná. O déficit total no país é de 10,5 mil defensores.

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na capilaridade”, a�rma o parlamentar. Em que pese a autonomia plena da

Instituição, reconhecida na Constituição Estadual há pouco mais de um ano, ainda há entraves impostos ao seu crescimento pelo próprio Executivo. “Os escassos recursos destinados à Instituição estão exatamente relacionados na interferência do Executivo no orçamento da Defensoria, destinando menos recursos do que o necessário para crescimen-to institucional e efetivação dos pleitos da classe”, resume Sandra Sá.

EMBATE NA LOA 2016Através da prerrogativa constitucional da

autonomia, a Defensoria Pública enviou para a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag) a proposta orçamentária para 2016 no valor de R$ 193 milhões. Do total enviado pela DPGE, R$ 166 milhões seriam utilizados para despesas com pessoal; R$ 22,5 milhões com custeio, e R$ 4,9 milhões seriam empregados em investimento.

Porém, em descumprimento à Constituição Federal, o governador do Estado deixou de enviar para a apreciação da Assembleia Legislativa a proposta orçamentária apresentada pela Defensoria Pública. Além disso, enviou recursos de apenas R$ 110,6 milhões relativos a R$ 109,3 milhões com pessoal, R$ 1,3 milhões com investimentos e R$ 0,00 em custeio. “Não foi respeitado sequer o valor mínimo estabelecido pela LDO, que deveria contem-plar a atualização pelo IPCA, o que daria um valor de R$ 119,4 milhões, considerando o índice de 9,3% projetado pela própria Seplag”, destacou a então defensora pública geral, Andrea Coelho.

A Defensoria Pública do Ceará (DPGE-CE) ingressou, em outubro, com um mandado de segurança contra ato do governador do Estado, Camilo Santana, de corte na proposta orçamentária da DPGE de R$ 82,8 milhões diante da proposta

enviada pela Instituição. O desembargador Washington Luís Bezerra de Araújo deferiu o mandado de segurança, uma vez que o governador cerceou a prerrogativa constitucional de envio da proposta orçamentária da Instituição para o ano de 2016, bem como de participação no processo de elaboração da Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA 2016). A decisão sequer foi cumprida pelo Governo do Estado

LUTA NO STFAtendendo demanda apresentada pela

presidente da Adpec em Assembleia Geral do ente classita nacional, a Associação Nacional de Defensores Públicos (Anadep) ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5410) contra a Lei 15.839/2015, do Estado do Ceará, que dispõe sobre as diretrizes e sobre a elaboração e execução da lei orçamentária para o exercício �nanceiro de 2016. De acordo com a entidade, a lei reduziu a proposta orçamentária da DP/CE, em afronta à autonomia da instituição, prevista no artigo 134 (parágrafo 2º) da Constituição Federal.

Segundo o advogado da Anadep, Valter Bruno, o Governo do Estado não pode simplesmente reduzir o orçamento da DPGE/CE, órgão autônomo que tem sua proposta orçamentária baseada nas necessidades de custeio, investimento e pessoal, capazes de garantir a sua função constitucional que é dar acesso à justiça aos hipossu�cientes do Ceará.

A Anadep pede ao STF que suspenda, liminarmente, os efeitos da Lei nº 15.839/2015, bem como a suspensão da tramitação e votação da proposta orçamentária do Estado do Ceará, determi-nando ao Presidente do Poder Legislativo estadual a devolução do projeto de lei orçamentária para o exercício de 2016 ao Governador do Estado.

A presidente da Adpec, Sandra Sá,acompanhada da recém-empossadaDefensora Geral do Estado do Ceará,Mariana Lobo, e do presidente daAnadep, Joaquim Neto, reuniu-se como ministro Marco Aurélio de Mello,relator da ADI 5410, em Brasília.

No mérito, solicita que seja declarada a inconstitucionalidade da norma, determinando ao governo estadual que siga o que está estabelecido na Constituição Federal, determinando ao Governo do Estado que encaminhe novo projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária com a prévia participação da Defensoria Pública e que observe as reais necessi-dades da Instituição.

EXPECTATIVA DE NOMEAÇÃOA advogada Lívia Pinheiro Soares é uma das

147 pessoas aprovadas no mais recente concurso da Defensoria estadual, mas ainda não nomeada. "Foi um concurso difícil ao qual dediquei quatro anos de estudos e aguardo nomeação juntamente com mais 113 colegas aprovados". De acordo com ela, a Defensoria Pública do Ceará era seu objetivo, pois já tinha admiração pela Instituição por "ser uma defensoria de referencia no Brasil, pela força institu-

cional, da luta pelo c r e s c i m e n t o , respeito e fortaleci-mento em conjunto com a Adpec pelo c r e s c i m e n t o d a categoria".

Também em clima de expectativa quanto à nomeação e s t á a s e r v i d or a p ú b l i c a E u n i c e Colares. "Prestei o concurso após muito estudo e muita dedicação. Nas férias do meu trabalho atual, cheguei a estudar doze horas por dia. Anseio em ser convocada e poder vivenciar esta experiência de fazer parte de uma Instituição tão séria e comprometida com o povo cearense", a�rma.

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Maior parte dos novosdefensores atuaráno Interior

Marcando a implantação da primeira etapa do Plano de Universalização do Acesso à Justiça, foram empossados, em novembro, 28 novos defensores públicos, em sessão solene do Conselho Superior da Defensoria Pública (CONSUP), realizada no auditório da sede administrativa da Instituição. Na oportunidade, Muniz Augusto Freire Araújo Evaristo fez emocionado discurso em nome de todos os empossados.

Já presidente da Adpec, Sandra Sá, ressaltou que a causa defensorial precisa de mais adeptos e convidou os novos defensores empossados a lutar pela melhoria constante da categoria. Cabe destacar que todos os 28 defensores já estão associados à Adpec.

Segundo Ricardo César Pires Batista, coordena-dor das Defensorias Públicas do Interior, a DPGE desig-nou seis defensores auxiliares para a Capital, para que atuem sem vinculação aos órgãos e possam substituir os profissionais que forem afastados ou licenciados do cargo, evitando a vacância de postos no Interior por meio da realização de frequentes designações. "A proposição visa diminuir a rotatividade de defensores no Interior, ampliando o vínculo e o pertencimento destes defensores a essas comarcas", comenta.

Dos empossados, segundo Ricardo Batista, 22 vão atuar no Interior, nas cidades de Baturité, Itaitinga, Pacajus, Horizonte, Maranguape, Morada Nova, Itapipoca, Iguatu, Quixadá, Quixeramobim, Tianguá, Aquiraz e Russas. "Vale ressaltar que muitas dessas cidades não conta-vam com os serviços da Defensoria Pública até bem pouco tempo", acrescenta.

A presidente da Adpec destaca que a entidade continuará cobrando a Administração para que provenha todos os municípios cearenses de defensores públicos.

Advogada Lívia Soares acredita que osaprovados serão nomeados em 2016

Adpec promoveu a campanha “O Ceará Sem Defesa”, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade e dos poderes Executivo e Legislativo

para a necessidade de incremento no orçamento da Defensoria Pública do Estado. “Garantir o orçamento da defensoria é permitir acesso à justiça”, a�rma o slogan da campanha.

“A campanha tem por objetivo mostrar a importância da destinação de recursos para a Defensoria Pública”, enfatiza a presidente da Adpec, Sandra Sá. “Enquanto houver desigual-dade orçamentária da defensoria em relação aos demais órgãos autônomos do Sistema de Justiça, não podemos falar em acesso universal à Justiça”, comenta.

Assinada pela Loa Publicidade, a campa-nha revela a carência de defensores públicos no Estado de forma contundente, apresentando o aumento da dotação orçamentária como fator de promoção da justiça. Inclui outdoors, spots em rádio, veiculação de VTs no interior do Estado, material de divulgação nas mídias sociais, folders, pan�etos, bottons, banners e faixas.

Campanha evidencianecessidade de orçamento

para a Defensoria Pública

CAPA

A

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MOBILIZAÇÃO NO PARLAMENTOComo parte das ações da campanha “O Ceará sem

defesa”, a Adpec realizou, em novembro, mobilização na Assembleia Legislativa. A presidente da entidade, Sandra Sá, diretores e defensores públicos associados entregaram aos parlamentares folders que destacam a necessidade de aprovação do orçamento da Defensoria Pública, a �m de garantir o acesso à justiça em todos os municípios do Estado.

Um grupo de aprovados no último concurso para Defensor �cou na galeria do Plenário 13 de Maio, onde foi colocada uma faixa com o slogan da campanha.

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ACESSO À JUSTIÇA

A

Debates sobre acarência de defensores

chegam ao interior do EstadoA s s o c i a ç ã o d o s Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec) está organizando carava-

nas de audiências públicas pelo Interior do Estado. O objetivo, segundo a presidente da entidade, Sandra Sá, é debater a necessidade de orçamento para a Defensoria Pública, a �m de atender às necessidades instituci-onais, garantindo o preenchimen-to de todos os cargos vagos na carreira e a efetivação dos demais pleitos da classe. Uma audiência foi realizada em Ibiapina e um seminário deve acontecer, no próximo ano, na cidade de Sobral, na região Norte do Estado.

A presidente entidade reuniu-se, em outubro, com o presidente da Associação dos Vereadores do Ceará (UVC), vereador César Veras (Pros), que se comprometeu a apoiar a iniciativa da Adpec de realizar audiências

públicas pelo interior do Estado. No mesmo sentido, Sandra Sá também articulou, no mesmo mês, com o deputado federal Moses Rodrigues (PPS/CE) a realização de um Seminário Regional para debater a valorização da carreira dos Defensores Públicos do Estado e a autonomia �nanceira e orçamentária da Defensoria Pública.

“Com a chancela da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, tendo aprovado requerimento de autoria dos deputa-dos federais Cabo Sabino (PR/CE) e Moses Rodrigues, o Seminário Regional será realiza-do em Sobral, no próximo ano, quando reto-madas as atividades no Legislativo federal”, explica Sandra Sá.

No requerimento para a realização do evento, os deputados destacam “a necessidade de realização de uma mesa redonda ou seminá-rio, para ouvir a categoria dos defensores públicos e a população, considerando a relevância do debate para a democratização do acesso à Justiça”.

Adpec articulou junto ao Deputado Moses Rodrigues a realização do Seminário Regionalda Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados na cidade de Sobral, em 2016

Vereador César Veras, presidente da UVC, comprometeu-se a apoiar arealização de audiências públicas no interior

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ACESSO À JUSTIÇA

Audiência pública lotaa Assembleia Legislativa

ACasa do Povo, como é conhecida a Assembleia Legislativa do Estado, abriu suas portas, em setembro, para debater

um tema muito caro à população vulnerá-vel do Ceará: a carência de Defensores

Públicos no Estado. A audiência pública, requeri-da pelo deputado estadual Renato Roseno, atendeu a uma solicitação da Adpec, entidade que vem lutando pela valorização da classe e pelo preenchimento dos cargos vagos na carreira.

Participaram da audiência os deputados estaduais Zé Ailton Brasil, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania; Renato Roseno e Capitão Wagner; o vereador João Alfredo; a presidente da Adpec, Sandra Sá; o Subdefensor Público Geral do Estado, Túlio

Iumatti; a Ouvidora Geral Externa da Defensoria Pública, Marilane Coelho; Muniz Freire, repre-sentante da comissão de aprovados no concurso da DPGE/CE; o advogado Cláudio Silva, da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (Renap/CE), a advogada Renata Rebouças, da OAB/CE, além de diretores e associados da Adpec, lideranças de movimentos sociais e de direitos humanos.

Em todas as falas, �cou evidenciada a necessidade de ampliação no número de Defensores Públicos no Estado. À época, dos 437 cargos criados, 152 estavam vagos. Para Renato Roseno, essa defasagem re�ete-se no atendimen-to no Interior, pois, dos 184 municípios do Ceará, 135 não possuem defensor público titular, o que

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corresponde a 73% das cidades. "A Defensoria Pública é uma instituição fundamental para o acesso à Justiça e à garantia de direitos fundamentais, principalmente, para pessoas em situação de vulnerabilidade econômica", lembrou o deputado estadual do PSOL.

DEPUTADOS DESTACAM LUTAO deputado Capitão Wagner testemunhou a

luta diuturna da Adpec, na pessoa de sua presidente, pelos pleitos da classe, inclusive para nomeação dos aprovados, não se preocupando apenas com salário. O parlamentar reconheceu que a Associação é uma entidade de classe que luta pelo povo que assiste. A fala foi corroborada pelo deputado Zé Ailton Brasil, que também destacou os esforços empreendidos pela Adpec junto à Assembleia Legislativa, no sentido de ver aprovados os pleitos da classe.

ATUAÇÃO DEFENSORIALO vereador João Alfredo destacou a necessida-

de de interiorização da Defensoria Pública. "Avan-çamos do ponto de vista da superestrutura e do reconhecimento de direitos, mas ainda não temos pleno acesso à justiça". Ele lembrou que sua cidade, Ibiapina, não possui Defensor Público há 34 anos.

Já o representante da Renap, Cláudio Silva, reconheceu a descentralização da Defensoria Pública em Fortaleza, através de sua atuação por núcleos, como um salto na estrutura orgânica da instituição, mas destacou a necessidade do órgão manter-se próximo à população. "A Defensoria Pública, reconheço, não é encastelada", a�rmou o advogado, comparando aos demais órgãos do Sistema de Justiça.

NECESSIDADE DE ORÇAMENTOA presidente da Adpec, Sandra Sá, destacou

que a necessidade mais urgente da Defensoria Pública do Estado é a de orçamento. "Precisamos que a Assembleia Legislativa sensibilize-se, no sentido de aumentar o orçamento destinado ao Órgão. Para nomear os 147 concursados, cujo certame está em vias de conclusão agora em setem-bro, é necessária suplementação orçamentária", disse. Ela acrescentou que a proposta de lei orça-mentária da Defensoria para 2016 deve ser analisada e aprovada pelo Parlamento da forma como foi enviada pela Instituição. "Isso é garantir a autono-mia plena da Defensoria Pública do Estado do Ceará", pontuou.

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ACESSO À JUSTIÇA

Em Ibiapina, população cobranomeação de defensorO

�ciar ao Governador do Estado para que cumpra a Emenda Constitucional Federal 80/14, que determina que todos os Estados garantam pelo menos um

defensor público em cada comarca; requerer ao Governador que assegure à

Defensoria Pública orçamento su�ciente para o preenchimento de todos os cargos vagos na carreira e o�ciar a Defensoria Pública do Estado para lotar/designar um defensor público para a comarca de Ibiapina. Esses foram os principais encaminhamentos resultantes da audiência pública realizada em outubro), na Câmara Municipal de Ibiapina.

Restou como encaminhamento, ainda, o�ciar à Prefeita Municipal para também reforçar o pedido de um defensor público para Ibiapina; o�ciar aos deputados estaduais votados em Ibiapina o pedido de apoio pela luta da nomeação de um defensor público para o município e nota à Secção OAB da Serra da Ibiapaba pelo não envio de representante a audiência.

Participaram da audiência a presidente da Adpec, Sandra Sá; a defensora pública associada, Andréa Rebouças; o vereador Fernando José Melo de Carvalho; a presidente da Câmara, Maria do Rosário Melo; o procurador do Município,

representando a prefeita, Henrique Timbó; além de outros vereadores, advogados da região, um dos aprovados no concurso público para provi-mento dos cargos de defensor público ácilo Evangelista e o público em geral.

“O objetivo principal de trazermos essa audiência pública aqui para Ibiapina foi para, através da Associação dos Defensores Públicos, ampliar o conhecimento da população sobre o que é a Defensoria Pública e o que pode fazer pelo cidadão”, a�rmou o vereador Fernando José Melo de Carvalho. “Os defensores públicos, lotados em seus respectivos municípios, irão trabalhar exatamente com as pessoas menos favorecidas”, acrescentou.

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LUTA POPULAR

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Direito à moradialeva mais de 200 pessoas

ao auditório da Câmara MunicipalCâmara Municipal de Fortaleza sediou, no �m de junho, audiência pública para debater a importância da regulamenta-ção das Zonas de Interesse Social (Zeis)

no desenvolvimento de políticas públicas para moradia popular e equipamentos sociais. O debate, que colocou em pauta as modi�cações do Executivo ao Plano Diretor Participativo de Fortaleza, foi um encaminhamento do Seminário “Habitação e Moradia – Responsabilidade de todos”, promovido pela Associação dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec), em parceria com o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), contando com o apoio do vereador João Alfredo (PSOL), que viabilizou o momento no Legislativo, e com a participação de vários segmentos que lutam em prol do direito à moradia.

Ao destacar a importância do debate para a questão do Plano Diretor, o vereador João Alfredo (PSOL) reforçou a urgência na regula-mentação do projeto aprovado em 2009. O parlamentar ressaltou uma preocupação com as Zeis, que são áreas destinadas à construção de moradias para as famílias de baixa renda, além de espaços de lazer e equipamentos sociais. Com a falta de legalização dessas áreas, como enfatizou João Alfredo, a sociedade corre o risco de perder esses espaços de Zeis, diante de parecer da Procuradoria Geral do Município que dá outra �nalidade aos espaços.

O debate colocou em pauta as políticas voltadas para a viabilização de moradias para a população com renda até três salários mínimos, como foco no Programa Minha Casa, Minha Vida, tendo em vista que as Zeis podem ser destinadas para a construção de habitação. O presidente da Federação das Entidades de Bairros e Favelas de Fortaleza (FBFF), Natanael Mota, enfatizou a necessidade de apoio do poder público na implementação de uma política efetiva de moradia, diante do dé�cit habitacional da cidade. Outro ponto colocado por ele foi a falta de investimento no Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades.

O defensor público José Lino Fonteles, do Núcleo de Habitação e Moradia,prestou esclarecimentos aos participantes 35

A presidente da Adpec, Sandra Sá, reforçou o papel da Defensoria Públicano apoio às causas de interesse da sociedade

Na audiência, também foi apresentada a condição das famílias do Planalto Vitória, que ocuparam um terreno na avenida Cônego de Castro. O representante das famílias, João Evangelista, ressaltou a situação das pessoas que tomaram a iniciativa de ocupar o local tendo em vista a necessi-dade de um local para morar. “O meu objetivo hoje e dessas famílias é uma moradia digna. O prefeito não está respeitando a população de Fortaleza”, evidenci-ou o líder comunitário.

Representando o Ministério Público, a promotora de Justiça, Giovana Melo, destacou que a falta de regulamentação do Plano Diretor e das Zeis motiva a ocupação dos terrenos ociosos. “O Ministério Público está intermediando essa situa-ção, mas tem que haver uma posição do prefeito

Roberto Cláudio e da Câmara”, apontou. Mirson Vidal, coordenador do Minha

Casa, Minha Vida no Município, participou do debate representando a Habitafor. Ele reforçou o compromisso da gestão municipal com a política habitacional, enfatizando os problemas que a cidade vem enfrentando ao longo dos anos. “A nossa cidade não foi planejada e, devido a esse descontrole, o que ocorre hoje é uma demanda reprimida de todos esses anos. Então, a pressão é violenta nessa questão. Logo que assumiu, o prefeito Roberto Cláudio pediu para priorizar o

Programa Minha Casa, Minha Vida, e queremos contar com o apoio da sociedade”, apontou.

A representante da Adpec, a defensora pública Sandra Sá, reforçou o papel da Defensoria Pública no apoio às causas de interesse da sociedade e disse que o debate mostrou-se uma necessidade para rea�rmar a urgência da regulamentação do Plano Diretor. “Como defensores da sociedade, não poderíamos nos furtar de estar próximos da popula-ção nesta luta”, enfatizou. Na Câmara Municipal de Fortaleza, tramita o Projeto de Lei Complementar nº 001/2013, que pretende resguardar os direitos adquiridos pela Lei Complementar nº 62/2009, que instituiu o Plano Diretor e que foi alterada pela Lei Complementar nº 182/2012. A matéria encontra-se na Comissão de Legislação sob a relatoria do vereador Evaldo Lima (PCdoB), líder do prefeito naquela Casa Legislativa.

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Representantes dos movimentos sociais debateram as modificações noPlano Diretor Participativo de Fortaleza

A audiência foi um encaminhamento do Seminário "Habitação e Moradia - Responsabilidade de Todos", promovido pela Adpec em parceria com o MLB

DIA DA CRIANÇA DE LUTA

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Adpec distribui brinquedos e alegriaà comunidade Raízes da Praia

rianças da comunidade Raízes da Praia, no bairro Serviluz, em Fortaleza/CE, tiveram uma tarde diferente, no �m de outubro. Com muita música, brincadeiras e pula-pula, elas comemoraram o Dia da Criança de Luta,

numa iniciativa da Associação dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec).

Além de comer pipoca, algodão doce e cachorro-quente, todas receberam brinquedos doados por defensores públicos. A Adpec foi representada pela presidente, Sandra Sá, juntamen-te com a vice-presidente, Noêmia Landim, a diretora de Eventos, Aline Feitosa e a associada Ana Carolina Gondim.

A presidente da Adpec, Sandra Sá, destacou que a política da entidade é estar sempre próxima do público-alvo da Defensoria. “Todos os anos, fazemos eventos de integração, em parceria com os movimentos sociais, para conscientizar a popula-ção sobre seus direitos e divulgar a atuação dos defensores públicos”, disse.

Para a educadora Maria da Conceição Almeida Silva, a iniciativa da Adpec “foi um bom começo”. “Porque a gente nunca teve nada aqui. As crianças estão se divertindo muito”, disse ela, que mora na ocupação há quatro anos e dá aulas de alfabetização para os adultos e ensina catecismo para a meninada.

A dona de casa Rafaela Sousa, mãe dos pequenos André Levi (2 anos), Larissa (6 anos) e Letícia (10 anos) também �cou animada com o Dia da Criança de luta. “As crianças ganharam brinquedos, cantaram, dançaram e puderam se alegrar um pouco”, contou. Segundo ela, foi um momento de “esquecer um pouco as di�culdades do local”.

Saiba mais sobre a comunidadeA comunidade Raízes da Praia é uma ocupação de terra urbana, realizada em 2009, na Praia do

Futuro, pelo Movimento dos Conselhos Populares, Regional Praia (MCP). Ali vivem 80 famílias em casas de papelão, sem saneamento básico e sem iluminação pública.

O terreno abandonado localiza-se em uma das áreas de maior déficit habitacional em Fortaleza. Depois de muita luta e pressão, Prefeitura e Governo Estadual assumiram o seguinte compromisso, que nunca se efetivou: a primeira, desapropriaria um terreno, e o segundo, construiria as casas.

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DOAÇÕES

a l ã o a r r u m a d o, cadeiras en�leira-das, uma grande mesa e um aparelho

d e s o m e r a m o prenúncio de que o dia seria diferente no abrigo de idosos Olavo Bilac, em Fortaleza. No mês dedicado àqueles que somam a vida não mais e m an o s e s i m e m memórias afetivas, a A s s o c i a ç ã o d o s Defensores Públicos do E s t a d o d o C e a r á (Adpec) promoveu uma “Tarde Cidadã” naquela

que é a única unidade pública de acolhimento de idosos do Estado.

Os 87 idosos tiveram uma tarde de alegria e confraternização, com lanche e distribuição de presentes aos mais animados no forró. O evento marcou a entrega de doações feitas pelos próprios defensores públicos, numa campanha de arrecada-ção promovida pela Adpec. Foram entregues centenas de itens como lençóis, toalhas de banho e de rosto, material de higiene pessoal e cadeiras de rodas e de banho.

A Adpec foi representada por sua presidente,

Sandra Sá; pela vice-presidente, Noêmia Landim, e pelo conselheiro Samuel Marques. Também participaram as defensoras públicas Ana Carolina Gondim e Natali Pontes (do Núcleo do Idoso).

A diretora do abrigo, Renata Santos Almeida, disse estar emocionada com a iniciativa da Associação. “Foi a primeira vez que recebemos a visita da Adpec e estou muito feliz com essa integra-ção”, disse, acrescentando que os internos são pessoas, na maioria das vezes, abandonadas pela própria família.

Palavras reforçadas pela secretária executiva do Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado (STDS), Ana Cruz. “É importante essa visão de compartilhamento e corresponsabilidade da Adpec. Vejo aqui pessoas tão jovens que se engajam nessa luta. Cada item que trouxeram será muito bem utilizado”, a�rmou.

A presidente da Associação, Sandra Sá, agradeceu a oportunidade de ingressar no espaço dos idosos e trocar experiências com cada um. Uma das idealizadoras do evento, a vice-presidente da Adpec, Noêmia Landim, também agradeceu a receptividade da STDS e de todos do abrigo. Já a defensora Natali Pontes declarou sua felicidade em poder desfrutar de um dia de confraternização com os idosos. “A gente que está todo dia ingressando com ações para resguardar o direito desse público, é muito importante compartilhar dessa alegria”, frisou.

"Tarde Cidadã" anima idososdo Abrigo Olavo Bilac

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14ª MaratonaPão de Açúcar deRevezamento Como faz desde 2005, a Adpec m a r c o u p r e s e n ç a n a 1 4 ª Maratona Pão de Açúcar de Revezamento, realizada em julho, em Fortaleza, com uma equipe composta por Isabel Carneiro, Déborah Braga, Sheila Falconeri, Emília Nobre, Suzana Pompeu, Ricardo, R o b e r t o N e y e M á r c i o Maranhão. Apesar da chuva, a prova, com um total de 2.195 metros, reuniu cerca de 10 mil atletas, segundo os organiza-dores.

A Adpec realizou, em setembro, no auditório Murilo Aguiar, da Assembleia Legislativa do Estado, debate entre os dois candidatos ao cargo de Defensor Público Geral do Estado: Gustavo Gonçalves de Barros e Mariana Albuquerque Lobo. Tendo como moderador o jornalista Renato Abreu, o debate foi assistido por uma plateia composta por defensores públicos e representantes da sociedade civil. Toda a dinâmica do debate foi previamente estabelecida entre membros da Diretoria da Adpec e coordenadores das campanhas.

Debate entre oscandidatos à DPGE

Almoço comDefensores Públicosem Barbalha A Coordenadoria da Adpec em Juazeiro do Norte realizou, em julho, almoço de confraternização com os associados da região do Cariri, contando com a presença da presidente da entidade, Sandra Sá. O Sítio Pinheiros, na cidade de Barbalha, foi o local do encontro descontraído dos defensores públicos e familiares.

Reunião comassociados daRegião NorteA Adpec realizou, em julho, reunião com os associados da R e g i ã o N o r t e d o C e a r á . Participaram do encontro os d e f e n s o r e s p ú b l i c o s I g o r Barreto, Rafael Teixeira, Edilson L o i o l a , D a v i d G o m e s , G i l Gutierres e Pedro Aurélio. A presidente da Adpec, Sandra Sá, ouviu as demandas, e o a s s o c i a d o E d i l s o n L o i o l a comprometeu-se em articular os eventos com os colegas.

Curso deauto-maquiagemAtendendo a uma demanda das associadas, a Adpec promoveu, em setembro, curso de auto-maquiagem com Andréa Reis, maquiadora profissional com mais de 20 anos de experiência. Com duração de quatro horas, o curso reuniu 15 defensoras públicas no restaurante Brigita Bistrô, em Fortaleza.

CURTAS

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CURTAS

Encontro daCoordenadoriaem Juazeiro

Contando com presença da presidente da Adpec, Sandra Sá, a Coordenadoria de Juazeiro reuniu Defensores Públicos da região do Cariri, em outubro, no restaurante Flambeé.

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Confraternização natalinaem SobralA Coordenadoria da Adpec em Sobral reuniu os associados da Região Norte do Ceará para celebrar o Natal. Com música ao vivo e sorteio de brindes, a confraterniza-ção reuniu defensores públicos e familiares. A Adpec foi representada por sua presidente, Sandra Sá.

Natal noCaririA Adpec reuniu os defensores públicos da Região do Cariri em c o n f r a t e r n i z a ç ã o n a t a l i n a , realizada no Villeto Bistrô, na cidade do Crato. Sob a organiza-ção do Diretor de Interior, Aníbal Azevedo, a festa teve sorteio de brindes (cestas e eletrodomésti-cos) e contou com a presença da presidente da entidade, Sandra Sá.

Prêmio FórumJustiça

A presidente da Adpec, Sandra Sá, visitou, em setembro, a Ocupação Raízes da Praia e o Titanzinho, na Comunidade do Serviluz, ouvindo os problemas locais como a invasão das dunas móveis. O objetivo da visita foi estreitar a parceria com os

movimentos sociais, conhecendo mais de perto o público alvo da Defensoria.

Adpec na comunidade

A defensora Mariana Lobo foi empossada no cargo de Defensora Pública Geral do Estado do Ceará, em solenidade realizada durante sessão do Conselho Superior (Consup), no mês de dezembro. Primeira defensora geral eleita pela maioria da categoria após o reconhecimento da autonomia da Instituição, Mariana fez um discurso de compromisso com a valoriza-ção da carreira e dos assistidos. A presi-dente da Adpec, Sandra Sá, endossou a necessidade de autonomia das instituições presentes à mesa solene e destacou a parceria importante que poderá ser estabelecida entre a Adpec e a DPGE.

Solenidade de posse Defensora Geral

A Defensoria Pública do Ceará foi destaque no Prêmio Fórum Justiça de Direitos Humanos Maria Amélia Leite.Dentre as organizações destaca-das, três núcleos da DP foram agracia-dos - Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (NUDEM), Núcleo de Atendimento ao Preso Provisório e às Vítimas de Violência (NUAPP), Núcleo de Atendimento aos Jovens Adolescentes em Conflito com a Lei (NUAJA) -, além da defensora geral, Mariana Lobo. A Adpec, que integra a secretaria executiva do Fórum Justiça Ceará, foi representada na solenidade pela vice-presidente, Noêmia Landim.

TV ADPEC

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Uma imageme muitas atuações

ando continuidade à política de comunicação que busca tornar conheci-do o trabalho da classe, a Associação dos

Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec) implementou a TV Adpec, cujo

objetivo é a divulgação da atuação dos defenso-res públicos cearenses nas mídias sociais digitais, site, Instagram e Youtube, por meio de vídeos curtos, com uma linguagem direta e de fácil compreensão.

“A proposta da TV Adpec é veicular dois vídeos por mês, no YouTube da Associação, com links no site a Facebook”, explica a presidente da entidade, Sandra Sá. Produzidos pela Canha Digital, os vídeos buscam divulgar para a sociedade o papel do defensor público em suas diversas áreas de atuação.

No primeiro programa, a defensora pública Natali Pontes explicou a atuação especializada do Núcleo do Idoso, destacando o atendimento prioritário para o cidadão acima de 60 anos. A Defensoria Pública atua em todas

as esferas da vida civil do idoso, de forma a concreti-zar seus direitos, com especial ênfase para as questões ligadas à saúde, família e propriedade.

No segundo vídeo, o defensor Tibério Augusto Lima de Melo mostrou como é a atuação dos

defensores públicos na garantia dos direitos de crianças e adolescen-t e s . A D e f e n s or i a Pública presta atendi-mento especializado p a r a p r o m o v e r e defender direitos de crianças e adolescen-tes, atuando no âmbito protetivo, socioeduca-tivo e de educação em direitos.

N o t e r c e i r o vídeo, a defensora Mônica Barroso explica a atuação dos defensores públicos no Segundo Grau de Jurisdição. A Defensoria Pública atua junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, bem como interpõe recursos para os Tribunais Superiores em Brasília, em todas as matérias cíveis e criminais afetas às suas atribuições.

Defensor Tibério Augusto falou dotrabalho na garantia dos direitosde crianças e adolescentes

Defensora Natali Pontes explicou a atuaçãoespecializada no Núcleo do Idoso

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Confira os vídeos:

Defensora Mônica Barroso comentou ofuncionamento da Defensoria no segundo grau

CONGRESSO NACIONAL

Comitiva do Ceará marca presençano XII CONADEP

efensores Públicos do Ceará partici-pam do XII Congresso Nacional dos Defensores Públicos (CONADEP), realizado no início de novembro, em

Curitiba (PR). O Congresso, organizado pela Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep) e pela Associação dos Defensores Públicos do Paraná (ADEPAR), teve como tema “Defensoria como Metagarantia: transformando promessas constitucionais em efetividade”. A Associação dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec) foi representada no evento por sua presidente, Sandra Sá.

A defensora pública do Ceará Mônica Amorim apresentou a tese “Quem poderá nos defender? Do conceito de necessitado à luz da ordem jurídica contemporânea, e a de�nição do público alvo da Defensoria Pública”, durante o XII CONADEP. Já o defensor Émerson Castelo Branco fez lançamento nacional do seu novo livro “Defenso-ria Pública como Garantia do Devido Processo Penal Constitucional”, durante o evento.

FORTALECIMENTO DA DEFENSORIAA solenidade de abertura do XII CONADEP

foi marcada por discursos de união e que visam ao fortalecimento da Defensoria Pública, ao avanço do acesso à justiça no cenário nacional e ao trabalho do defensor público. A defesa plena da autonomia da Defensoria Pública foi a pauta mais defendida no

encontro. O presidente da Anadep, Joaquim Neto, foi �rme ao mencionar a batalha da Instituição no Supremo Tribunal Federal (STF) com a tramitação da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5296, proposta pela Advocacia-Geral da União (AGU) e que questiona a autonomia da Defensoria Pública da União.

O ministro aposentado do STF, Carlos Ayres Britto, foi agraciado, no encerramento do evento, com o Colar do Mérito, honraria concedida pela Anadep a pessoas que atuam e apoiam o fortaleci-mento e o aperfeiçoamento da Defensoria Pública. O ministro defendeu a autonomia da Defensoria Pública. Para ele, "erram aqueles que veem vício de iniciativa em emendas propostas pelo Congresso Nacional e, portanto, não há inconstitucionalidade formal na proposta de emenda constitucional pelo Congresso Nacional quando versa sobre a Defensoria Pública. Ela não é órgão do Poder Executivo", destacou.

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CONFRATERNIZAÇÃO NATALINA 2015

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CONFRATERNIZAÇÃO NATALINA 2015

EstadualARTICULAÇÃO PARLAMENTAR

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EstadualARTICULAÇÃO PARLAMENTAR

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#defesascoletivas

Você sabia que o Defensor Público atua em favor das defesas coletivas? E não é um caso isolado: há muitos

benefícios que se originam na causa de uma pessoa, mas que hoje estão a disposição de todos. Porque a

Defensoria Pública existe para quem não pode pagar um advogado, mas também para lutar por uma sociedade

melhor. Apoie. Divulgue. Valorize. Onde há um defensor público, há a certeza de um Brasil mais justo.

DEFENSOR PÚBLICO.Transformando a causa de um no benefício de todos.

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