revista brasil paralímpico nº 39

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Entrevista: Terezinha Guilhermina e Daniel Dias BRASIL PARALÍMPICO REVISTA DO COMITê PARALÍMPICO BRASILEIRO // FEVEREIRO/MARçO 2012 // WWW.CPB.ORG.BR País conquista o bi do Parapan-Americano, em Guadalajara 39 NúMERO BRASIL SOBERANO

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Edição número 39 da revista do Comitê Paralímpico Brasileiro - Destaque para o bicampeonato no Parapan de Guadalajara 2011

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Entrevista: Terezinha Guilhermina e Daniel Dias

Brasil

PARALÍMPICOrEvista do COMItê PARALÍMPICO bRAsILeIRO // fEvErEiro/março 2012 // www.CPb.ORg.bR

País conquista o bi do Parapan-americano, em Guadalajara

39númEro

Brasil sObeRAnO

Caros leitores,

O ano de 2012 e seus enormes desafios já começaram, com to-do o preparativo para os Jogos de Londres, aonde vamos atrás do melhor resultado da história. E nada melhor para buscar novas conquistas do que poder olhar para trás e ver que estamos no caminho certo, que temos bons motivos para comemorar. Sem dúvida, o ano de 2011 foi de muito sucesso. Além de mostrar cresci-mento dentro do País, o parades-porto brasileiro provou, mais uma vez, a sua força no mundo. Começamos o ano com o inédi-to terceiro lugar no Mundial de Atletismo, em Christchurch, No-va Zelândia, com 30 medalhas (12 de ouro, 10 de prata e oito de bronze). E terminamos com uma campanha fantástica e histórica no bicampeonato do Parapan--Americano, em Guadalajara. O primeiro lugar foi alcançado com 197 medalhas, sendo 81 de ouro, 61 de prata e 55 de bronze.

AndRew PARsOnsPrEsidEntE do comitê ParalímPico BrasilEiro

Um grande abraço,

Andrew Parsons

Editorial

Quando parecia que o ritmo de boas notícias diminuiria, partici-pamos do lançamento da logo dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, com uma festa belíssima na La-goa Rodrigo de Freitas, e ainda fi-zemos nossa própria grande festa. Pela primeira vez o CPB premiou os melhores do ano, com a cria-ção do Prêmio Paralímpicos, rea-lizado em São Paulo, que teve co-mo grandes vencedores Daniel Dias e Terezinha Guilhermina.

O ano de 2011 foi também de ou-tros feitos inéditos. Além da pri-meira conquista no Parapan de Rúgbi em Cadeira de Rodas (me-dalha de bronze, em Bogotá) e no Parapan de Esgrima em Cadeira de Rodas (ouro por equipes, du-as pratas e seis bronzes), o País garantiu a primeira vaga do Brasil no Vôlei Sentado Feminino e na classe SKUD18, da Vela, nas Pa-ralimpíadas. O Brasil foi ao pó-dio em outros Mundiais, como o de Triatlo, Canoagem, IBSA (judô

para cegos), Copa do Mundo de Bocha e em Abertos de Hipismo e Ciclismo

Obtivemos muitas vitórias no paradesporto de alto rendimen-to e vimos a estrada da renova-ção ser pavimentada em com-petições nacionais cada vez mais fortes. As Paralimpíadas Escolares, em São Paulo, reuni-ram mais de 1.500 participantes de 23 estados e o Distrito Fe-deral, em 10 modalidades. Sim-plesmente o maior evento para atletas com deficiência em fase estudantil do mundo. Com qua-tro etapas regionais e três nacio-nais, o Circuito Loterias Caixa de Atletismo, Halterofilismo e Na-tação teve um crescimento de mais de 60% de 2010 para 2011 (223% nos últimos cinco anos) em números de participantes.

Após olhar rapidamente para trás, apostamos num 2012 ain-da melhor.

4RevistaBrasil ParalímPico

suMáRIO Edição 39 // fEv/mar 2012 // www.CPb.ORg.bR

8ParapanBrasil dá show em Guadalajara e conquista obi com 197 medalhas, sendo 81 de ouro, 61 deprata e 55 de bronze

24Rio 2016logo Paralímpico élançado com festa nalagoa rodrigo de freitas

20Prêmio ParalímpicoscPB premia os melhoresatletas do ano pela primeira vez

26Promessa 2016 fábio dornelles já sonha com participaçãonos Jogos do rio

rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

5grandes nomes do esportefabiana sugimori

disciplina e

Há 12 anos uma nadadora brasileira con-quistou um feito histórico nos Jogos Para-límpicos de Sydney, em 2000. Em um dos últimos dias de competição, Fabiana Sugi-mori garantiu o único ouro do país na mo-dalidade. Esse foi apenas o pontapé inicial na carreira da atleta, que ganhou outras duas medalhas paralímpicas (ouro em Atenas e bronze em Pequim), três mun-diais e 14 Parapan-americanas.

Velocista, a primeira medalha da carrei-ra de Fabiana foi nos 50m S11. Anos de-pois, nas Paralimpíadas de Atenas, Fabia-na quebrou o recorde mundial da prova, com o tempo de 32s32. Os fatos são re-cordados por Fabiana na ponta da língua:

“Foram conquistas inesquecíveis. Em Sydney eu não estava entre as favoritas, mi-nha prova foi no fim do dia e o ouro, real-mente uma surpresa. Quatro anos depois, bati o recorde mundial. Sei até hoje de cor, nunca vou esquecer. O vídeo “O Campeão”, do CPB, diz algo que levo sempre comigo: a nossa história ninguém pode apagar”.

Pela brilhante carreira, Fabiana recebeudas mãos do ex-presidente Lula a Meda-lha da Honra ao Mérito Esportivo.

Foram 16 anos dedicados à natação de al-to rendimento. A modalidade surgiu de

fabiana sugimori entrou para a história do

desporto Paralímpico Brasileiro ao conquistar o

único ouro da natação nos Jogos de sydney

Talento

sempre existirão barreiras. todos os dias elas

estarão em nossas vidas. Mas temos dois caminhos:

ou paramos ou encontramos soluções para conseguir

realizar nossos sonhos

modo natural para a paulista, que nasceu prematura, aos seis meses e meio, e so-freu retinopatia da prematuridade, cau-sada pelo excesso de oxigênio na incuba-dora, e teve como conseqüência a retina direita queimada.

Sob orientação da mãe, começou a nadar aos três anos, e, aos 11, descobriu compe-tições para deficientes. Com apoio incon-dicional da família e de seu irmão, Mar-celo, um de seus técnicos, Fabiana era reconhecida pela eficiência e simpatia fora das piscinas. De família japonesa, a

atleta sempre seguiu os treinos com disci-plina e primor pelo perfeccionismo.

“Treinava seis vezes por semana, de-baixo de chuva ou sol. O preparo é ár-duo, duro. Esporte de alto rendimento requer sacrifício. Mas quando alcança-mos nosso objetivo, é realmente gratifi-cante“, diz ela.

Atualmente com 31 anos, a atleta deixou as piscinas em 2008, logo após os Jogos de Pequim. Fabiana é formada em Rela-ções Públicas, e concursada da Caixa.

6colunisTa conviDaDo

carlyle Barreto

7suPeRTimes sP e rJ criam equipes paralímpicas

232012

calendário cheio paraos atletas brasileiros

28noTas veja as últimas notícias do paradesporto

6rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

Colunista convidadocarlyle Barreto

orgulhode ser brasileiro

carlylE é colunista E rEPórtEr EsPEcial

do joRnal Do commeRcio - Pe

o Paradesporto é isso. vitorioso no cotidiano.

E quando o evento é continental, como foram

os Jogos Parapan-americanos de Guadalajara,

a emoção é multiplicada

O Paradesporto Brasileiro ganhou dois grandes parceiros recente-mente. Em novembro, o Estado de São Paulo lançou o Time SP e o mês de janeiro foi marcado pelo anúncio da equipe do Rio de Janei-ro. Ambos projetos têm como objetivo principal preparar atletas de destaque em suas modalidades com chance de medalha em com-petições de peso, sobretudo Londres 2012 e Rio 2016.

Parcerias do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) com o governo de São Paulo e com a Prefeitura do Rio irão avaliar, controlar e exe-cutar ações de suporte ao desenvolvimento esportivo de atletas de alto nível. O projeto é válido até julho de 2013 e poderá ser re-novado para o ciclo paralímpico seguinte, entre 2014 e 2016. Pa-ra o presidente do CPB, Andrew Parsons, a iniciativa é importante não só para o desenvolvimento do paradesporto no Brasil, como também para a imagem de sucesso que os atletas podem passar para a sociedade.

“Agradeço ao governo do Estado de São Paulo e à Prefeitura do Rio por incentivarem nossa equipe a trazer mais medalhas para o Brasil e por compreenderem também os ganhos sociais do espor-te para pessoas com deficiência. Essa iniciativa conjunta, através das Secretarias da Pessoa com Deficiência e o Comitê Paralímpi-co Brasileiro, certamente dará melhores condições para prepara-ção final destes atletas para Londres 2012 e todo o ciclo que levará à Rio 2016. É muito importante que a cidade anfitriã das Paralim-píadas tenha seus atletas participando com destaque. Este é um dos objetivos desta parceria”, afirmou o presidente.

Os atletas receberão plano de saúde e cobertura de seguro de vi-da, apoio para treinamentos, competições, aquisição de equipa-mentos, suporte profissional, além de benefício em dinheiro.

suPeR timessão Paulo e rio de Janeiro criam equipes

formadas por atletas de alto rendimento

de todo o País e oferecem estrutura para

treinamento e suporte para que se preparem

da melhor forma para os Jogos de londres

times estaduaismais fortes para 2012 rEvista

bRAsIL PARALÍMPICO

7

Andre Brasil Esteves - Natação Alan Fonteles Cardoso de Oliveira - Atletismo Antônio Tenório da Silva - Judô Bruna Costa Alexandre - Tênis de Mesa Bruno Landgraf das Neves - Vela Adaptada Carlos Alonso Farrenberg - Natação Carlos Antônio dos Santos - Atletismo (atleta-guia) Cláudia Cícero dos Santos - Remo Daniel de Faria Dias - Natação Daniel Mendes da Silva - Atletismo Daniele Bernardes da Silva - Judô Dirceu José Pinto - Bocha Elaine Pedroso da Cunha - Vela Adaptada Eliseu dos Santos - Bocha Fernando Fernandes de Pádua - Canoagem Guilherme Soares de Santana - Atletismo (atleta-guia) Leonardo Souza Lopes - Atletismo (atleta-guia) Lúcia da Silva Teixeira - Judô Odair Ferreira dos Santos - Atletismo Samuel Souza do Nascimento - Atletismo (atleta-guia) Shirlene Santos de Souza Coelho - Atletismo Soelito Gohr - Ciclismo Terezinha Aparecida Guilhermina - Atletismo Thierb da Costa Siqueira - Atletismo Yohansson do Nascimento Ferreira - Atletismo

time rio

time são paulo

Caio Amorim Muniz De Oliveira - Natação Camille Rodrigues Ferreira Cruz - Natação Clodoaldo Francisco da Silva - Natação Diogo Cardoso da Silva - Atletismo (atleta-guia) Diogo Ualisson Jeronimo da Silva - Atletismo Felipe De Souza Gomes - Atletismo Jhulia Karol dos Santos - Atletismo Jonathan de Souza Santos - Atletismo Jorge Luiz Silva de Souza - Atletismo (atleta-guia) Justino Barbosa dos Santos - Atletismo (atleta-guia) Karla Ferreira Cardoso - Judô Laércio Alves Martins - Atletismo (atleta-guia) Lucas Prado - Atletismo Marivana Oliveira da Nóbrega - Atletismo Paula Nascimento Carrijo Bento - Atletismo (atleta-guia) Phelipe Andrews Melo Rodrigues - Natação Roberto Julian Santos da Silva - Judô Roseane Ferreira dos Santos - Atletismo Viviane Ferreira Soares - Atletismo Wilians Silva de Araújo - Judô

A diferença básica em cobrir um grande evento esportivo e um do paradesporto é que o segundo é mais rico em personagens.

Nele, tanto o vencedor quanto os que não chegam em primeiro são heróis. O pódio é apenas uma cerimônia ilustrativa. Até porque, somente por competir eles já são campeões. Ganhadores nas águas, nas pistas, nas quadras.

Grandiosos fora delas. Na vida. E isso é fácil de reconhecer. Eles podem ser mais altos, mais fortes e mais rápidos também. Basta estar ao lado dos para-atletas para se perceber isso.

Seja um campeão, como o recordista mun-dial Daniel Dias, ou mesmo um desconhe-cido corredor do interior nordestino.

E foi um deles que abriu meus olhos lo-go na primeira cobertura do paradesporto. A convite do Comitê Paralímpico Brasilei-

ro, fui a uma etapa do Circuito Loterias Caixa

de Atletismo, Halterofi-lismo e Natação, em São

Paulo. Durante a competi-ção, no trajeto Ibirapuera-ho-

tel, conheci um corredor de San-ta Cruz do Capibaribe, cidadezinha

do interior pernambucano, minha terra. Paralisado cerebral, tinha dificuldades em se comunicar e se locomover. Mesmo as-sim, pediu orientações para chegar à TV Record, do outro lado da cidade. O moto-rista explicou direitinho.

Seria preciso pegar metrô e táxi. Quan-do questionei o motivo deste esforço bru-tal, ele disse que seria para tirar uma foto e mostrar para a namorada, fã da emissora.

Fiquei admirado e, apreensivo, cheguei a su-gerir uma montagem, pegando imagem pe-la web. Ele negou e foi caminhando em dire-ção à estação de passageiros. No outro dia, aquele atleta de olhos azuis e sorriso per-manente no rosto tocou em meus ombros na hora do café da manhã. Quando virei, es-tava lá o registro fotográfico.

A missão havia sido cumprida. Como uma medalha de ouro no peito. O paradesporto é isso. Vitoriosos no cotidiano.

E quando o evento é continental, como fo-ram os Jogos Papan-Americanos de Gua-

dalajara, a emoção é multiplicada. Não ape-nas os resultados são importantes.

Claro que a expectativa de ouvir o Hino Nacional é a mesma que um Pan ou Olim-píadas. Mas o sentimento é potencializa-do pelo fator adversidade. Em Guadalaja-

ra foi assim. Todos os dias. Em todos os eventos. Seja com Daniel Dias ou Andre Brasil nas piscinas, ou com Rosinha, Tere-zinha Guilhermina, Odair, Lucas Prado, no atletismo. O surpreendente futebol pa-ra cegos, os emocionantes vôlei sentado e basquete, a superação da turma da bo-cha, do goalball, do tênis. Uma cobertura ímpar. E que deu, mais que nunca, orgu-lho de ser brasileiro.

o pódio é apenas uma

cerimônia ilustrativa. só em

competir estes atletas já

são campeões. ganhadores

nas águas, nas pistas e nas

quadras. grandiosos fora

delas. na vida

8RevistaBrasil ParalímPico

RevistaBrasil ParalímPico

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Novembro de 2011 foi um mês que ficará marcado para sempre na história do Movimento Paralímpico Brasileiro. O grande vencedor no quadro geral de me-dalhas dos Jogos Parapan-Americanos de Guadala-jara, no México, foi o Brasil, com 197 conquistas, sen-do 81 de ouro, 61 de prata e 55 de bronze. Além disso, o País já garantiu, por enquanto, 104 atletas nos Jo-gos Paralímpicos de Londres, contra 98 em Pequim.

“Conseguimos atingir nosso objetivo principal, que era o de manter o primeiro lugar no quadro geral de

medalhas. Além disso, o Parapan nos mostrou mais uma vez que o Brasil segue uma curva acendente acentuada dentro do paradesporto internacional”, afirmou o presidente do Comitê Paralímpico Brasilei-ro (CPB), Andrew Parsons.

Das 13 modalidades dos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, o Brasil conquistou medalha em 12 e terminou em primeiro lugar em seis. Parsons desta-cou ainda que muitos atletas confirmaram as expec-tativas no México.

Brasil repete sucesso dos Jogos Parapan-americanos do rio 2007

8rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

ParapanGuadalajara 2011

BicamPeãoem Guadalajara 2011 e assegura hegemonia no continente

Parapan

“Muitos mostraram que estão acendendo, o que poderá ser visto novamente nos Jogos Paralím-picos de Londres 2012, e novidades que nos dão a certeza de que não temos somente excelen-tes atletas, mas que estamos criando uma base e um caminho claro de evolução para nossos atle-tas na carreira esportiva. Trabalhamos para tor-nar o Movimento Paralímpico Brasileiro mais sóli-do e moderno, propiciando renovação permanente de talentos, que garantirão o Brasil na liderança”, completou Parsons.

O presidente lembrou a primeira participação do Tiro com Arco no Parapan, que mesmo sem conquis-tar medalha, mostrou força e solidez, que deverá au-mentar progressivamente nos próximos anos.

“Temos hoje quatro programas de apoio muito impor-tantes para a evolução e crescimento do alto rendimento do paradesporto brasileiro, que hoje atendem entre 15 e 25 atletas e que esperamos que abranjam cada vez mais brasileiros. São eles: Loterias Caixa Alto Nível, Time São Paulo, Time Rio de Janeiro e Programa Ouro”, apontou.

das américas!

ParapanGuadalajara 2011 rEvista

bRAsIL PARALÍMPICO

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RevistaBrasil ParalímPico

no atletismo, a média de idade dos atletas que representaram o Brasil no Parapan de Guadalajara 2011 foi de 27,92 anos, menor que no rio 2007, que foi de 29,76 anos.

Avaliação do presidente do CPB, Andrew Parsons, sobre o desempenho das modali-dades que competiram em Guadalajara.

ATLETISMO“Conquistamos 27 ouros aqui, contra 25 no Rio 2007. A competição deste ano foi muito mais dura, além de ser fora de ca-sa, com Canadá, Estados Unidos e Méxi-co em alto nível.”

BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS“No feminino, saímos do quarto lugar no Rio para a medalha de bronze, além da vaga para Londres 2012. No mascu-lino tivemos uma queda. Fomos bron-ze no Rio e aqui ficamos com o quin-to lugar. Isso mostra uma mudança na realidade do basquete nas Américas. Temos cinco anos para trabalhar uma equipe que possa brigar por medalha no Rio em 2016.”

BOCHA“O segundo lugar, atrás do Canadá, foi um ótimo resultado, pois viemos com uma equipe renovada. Fábio Moraes ganhou o ouro na classe BC-4, e ainda tivemos mais dois bronzes, o que mostra o ótimo trabalho da Associação Nacional de Des-porto para Deficiente (ANDE).”

CICLISMO“A modalidade teve uma característica diferente em Guadalajara, pois aconteceu uma junção de classes por coeficientes. Nosso desempenho mostrou que os bons resultados do ciclismo são uma realidade.

Vamos para Londres com perspectivas de brigar pelo ouro.”

FUTEBOL DE 5 PARA CEGOS“Atual campeão paralímpico, mundial, e bicampeão aqui.”

GOALBALL“Pela segunda vez na história vamos à Pa-ralimpíada com as duas equipes. A cam-panha foi sensacional.”

HALTEROFILISMO“A modalidade passa por renovação. Te-mos novos nomes despontando, como o Bruno Carra, que ganhou a prata. Esta-mos criando sete centros de treinamen-to pelo país, para difundir a modalidade.”

JUDÔ“O Brasil ficou em segundo, com dois ou-ros e o mesmo número de pratas que a vencedora Cuba, com quatro medalhas. Inclusive o Tenório, tetracampeão para-límpico. Não dá para esperar ouro sem-pre. Mas ele é um superatleta e não se brinca com um atleta desse nível.”

NATAÇÃO“O Brasil sobrou nas piscinas. Tivemos 123 provas no Rio, e aqui foram 83. Ganha-mos 38% das medalhas de ouro possíveis, com 33 medalhas em Guadalajara. O Bra-sil é um dos países mais fortes da natação. Daniel Dias é um fenômeno, com 11 ou-ros. André Brasil ganhou seis ouros, e po-deria ser dez, pois quatro provas que dis-puta não foram realizadas aqui. Vanilton Filho foi medalhista de ouro com apenas

18 anos. Caio Oliveira, também ouro com 18 anos, Talisson Glock, ouro aos 16 anos, além de Joana Silva e Edênia ganhando várias medalhas. Esse panorama nos dá grandes perspectivas para 2012 e 2016.”

TÊNIS DE MESA“Fizemos barba, cabelo e bigode. O Brasil ficou com 12 ouros, enquanto o segundo colocado, o México, com apenas três. Fo-ram 24 medalhas ao total.”

TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS“Carlos Jordan e Maurício Pomme vêm divi-dindo o protagonismo desde Atenas 2004, mas estamos trabalhando a Natalia Mayara, segunda do ranking mundial para a Rio 2016. Essa será a sua grande chance. Com 17 anos, é um diamante a ser lapidado.”

TIRO COM ARCO“Única modalidade que não medalhou, mas seria cobrar demais. Estamos ten-tando dar o máximo para qualificar a modalidade. Os atletas ainda estão na disputa por vaga em Londres, o que se-ria inédito. Eles ainda terão algumas ou-tras competições para pontuar. Batemos na trave duas vezes aqui, quase conquis-tamos o bronze, mas perdemos para os americanos.”

VÔLEI SENTADO“Bicampeão Parapan-americano, em cima dos Estados Unidos, e com vaga garantida para Londres 2012. O Brasil encontrou seu melhor vôlei, de altíssimo nível, o que nos leva a sonhar com uma excelente partici-pação nas Paralimpíadas.”

ParapanGuadalajara 2011 rEvista

bRAsIL PARALÍMPICO

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ATLETISMO 60 MEDALHAS: 27 DE OURO, 23 DE PRATA E 10 DE BRONzE

COORDENADOR DA MODALIDADE: CIRO WINCKLERTéCNICOS NACIONAIS: AMAURy VERíSSIMO, FáBIO BREDA E JOãO PAULO CUNHATéCNICO AUxILIAR: RAIMUNDO TADEU MONTEIRO

Alan Fonteles (T43/44) – prata nos 200m e bronze nos 100m

Alex Mendonça (T12) – prata nos 5000m Ana Tércia Soares (T12) (guia Rogério Franco) – prata nos 100m e 200m André Oliveira (F44) – ouro no salto em distância André Andrade (T13) – prata nos 100m, 200m e 400mAriosvaldo Silva (T53) – ouro nos 100m e 200m e prata nos 400m Carlos José Silva (T11) (guia Cássio Da-mião) – bronze nos 400m e 1500m Claudiney Santos (F57) – ouro no lançamen-to de dardo e bronze no lançamento de disco

Daniel Silva (T11) (guia Leonardo Lopes) – ouro nos 400m, prata nos 100m e 200m Edson Pinheiro (T38) – ouro nos 100m e 200m e prata nos 400m Francisco Daniel Silva (T37) – ouro nos 1500m e prata nos 800m Francisco Lima (F44) – ouro no lança-mento de dardo Jenifer Santos (T38) – 100m e 200m rasos Jerusa Santos (T11) (guia Luiz Henrique da Silva) – prata nos 100m e 200m Jhulia Karol dos Santos (T11) (guia Fábio Silva) – bronze nos 100m

nossos heróisconfira os nomes dos atletas que levaram o Brasil à liderança no quadro de medalhas dos Jogos Parapan-americanos de Guadalajara:

ParapanParapanGuadalajara 2011 rEvista

bRAsIL PARALÍMPICO

11

mais jovens

10rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

12rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICOrEvistabRAsIL PARALÍMPICO

Joana Helena Silva (T13) – prata 400m e bronze nos 100m Lucas Ferrari (T37) – prata nos 100m e 200m Lucas Prado (T11) (guias Justino dos Santos e Laércio Martins) – ouro 100m e 200m Marivana Nóbrega (F35) – ouro no lança-mento de disco e prata no arremesso de peso Odair dos Santos (T11) (guias Carlos dos Santos e Samuel do Nascimento)– ouro nos 1500m e 5000m Paulo Douglas de Souza (F36) – ouro no lançamento de disco Paulo Flaviano Pereira (T38) – bronze nos 200m e 400m Roseane dos Santos (F58) – ouro no lan-çamento de disco e bronze no arremes-so de peso Sheila Finder (T46) – prata nos 100m Shirlene Coelho (F37) – ouro no arremesso de peso e no lançamento de dardo e prata no lançamento de disco Terezinha Guilhermina (T11) (guia Guilherme Santana) – ouro nos 100m, 200m e 400m Thiago Souza (T54) – prata nos 100m Thierb Siqueira (T12)– ouro nos 200m e 400m e prata nos 800m Viviane Soares (T13) – prata nos 100m Yohansson Ferreira (T45/46) – ouro nos 100m e 200m e bronze nos 400m

BASQUETEBRONzE NO FEMININO

COORDENADORA DA MODALIDADE: ANA MARIA FONSECA TExEIRATéCNICO: WILSON FLáVIO DA SILVA CORRêAAUxILIAR TéCNICA: yARA HELENA yule Jacobina Ana Aurélia Rosa Andreia Farias Cíntia de CarvalhoCleonete ReisDébora da CostaLia Maria MartinsLucicléia da CostaMônica Fernanda SilvaNaildes MafraPaola KloklerRosália da SilvaVileide de Almeida

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CICLISMOOITO MEDALHAS: TRÊS DE OURO, DU-AS DE PRATA E TRÊS DE BRONzE

COORDENADOR DA MODALIDADE: ROMOLO LAZZARETTITéCNICO: CLáUDIO VILLALVA CIVATTI

Jady Malavazzi (H2.1): prata na corrida de rua João Alberto Schwindt (C5): ouro na per-seguição individual, bronze no contra reló-gio e na corrida de rua Soelito Gohr (C5) – ouro no contra relógio e na corrida de rua, prata na perseguição in-dividual e bronze no contra relógio 1000m

rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

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FUTEBOL DE 5MEDALHA DE OURO

COORDENADOR DA MODALIDADE: JOSÉ ANTôNIO FERREIRA FREIRETéCNICO: RAMON PEREIRA DE SOUZAASSISTENTE TéCNICO: RICARDO ROBERTES

Antônio TaffarelCássio ReisDamião Robson RamosFábio Luiz VasconcelosGledson BarrosJefferson GonçalvesMarcos José FelipeMarcos Rogério BarrosRicardo Alves

GOALBALLMEDALHA DE OURO NO MASCULINO E PRATA NO FEMININO

COORDENADOR DA MODALIDADE: ARTUR JOSÉ SQUARISI DE CARVALHO TéCNICO DO MASCULINO: ALESSANDRO TOSIM TéCNICO DO FEMININO: PAULO SÉRGIO DE MIRANDA

Alexsander CelenteArestino FilhoFilippe SilvestreJosé Roberto de OliveiraLeandro Moreno SilvaRomário Diego MarquesAna Carolina DuarteCláudia OliveiraGleyse de SouzaJéssica AlvesMárcia SantosNeusimar dos Santos

HALTEROFILISMOQUATRO MEDALHAS: DUAS DE PRATA E DUAS DE BRONzE

COORDENADOR DA MODALIDADE: ANTôNIO AUGUSTO FERREIRA JÚNIORTéCNICOS: CARLOS WILLIAMS RODRIGUES DA SIL-VA, JOãO VIEIRA PEREIRA JÚNIOR, VAL-DECIR LOPES DA SILVA E WEVERTON LI-MA DOS SANTOS

Alexandre Gouveia (até 55kg) – bronze Bruno Carra (até 60kg) – prata Luiz Carlos Novaes (até 82,5kg) – bronzeRodrigo Marques (até 90kg) – prata

JUDÔSETE MEDALHAS: DUAS DE OURO, QUATRO DE DE PRATA E UMA DE BRONzE

COORDENADOR DA MODALIDADE: JAIME ROBERTO BRAGANçATéCNICO: ALExANDRE DE ALMEIDA GARCIA

Antônio Tenório (B1) – prata Daniele Bernardes da Silva (B3) – prata Giovana Pilla (B1) – ouro Harley de Arruda (B1) – bronze Karla Cardoso (B3) – ouro Magno Gomes (B3) – prata Wilians de Araújo (B1) – prata

ParapanGuadalajara 2011

BOCHATRÊS MEDALHAS: UMA DE OURO E DUAS DE BRONzES

COORDENADORA DA MODALIDADE: MáRCIA DA SILVA CAMPEãOTéCNICOS: ANA CAROLINA LEMOS ALVES, ARTHUR CRUS GOMES, DARLAN FRANçA CIESIEL-SKI, JANAíNA PESSATO JERôNIMO E MOI-SÉS FABRíCIO DE SOUZA CRUZ

Clodoaldo Massardi (BC3): bronzeFábio Dornelles (BC4): ouro José Carlos de Oliveira (BC1): bronze

14RevistaBrasil ParalímPico

RevistaBrasil ParalímPico

15

NATAÇÃO85 MEDALHAS: 33 DE OURO, 23 DE PRATA E 29 DE BRONzE

COORDENADOR DA MODALIDADE: MURILO MOREIRA BARRETOTéCNICOS: RUI MENSLIN E MARCOS ROJO PRADOTéCNICOS AUxILIARES: CARLOS CÉSAR DA PAIxãO AGUIAR, FELIPE VAZ DO-MINGUES, JOSÉ MURILO SIMAS ABI-RA-MIA, MARCELO HIROSHI SUGIMORI E MARIA IDALINA MACHADO

Adriano de Lima (S6, Sb5 e SM6) – ouro no revezamento 4x50m, prata nos 100m, bronze nos 50m livre, 100m livre, 400m li-vre e 200m medleyAlexandre Fernandes (S8) – bronze nos 400m livreAndre Brasil (S10, SB9 e SM10) – ouro nos 50m livre, 100m livre, 400m livre, 100m peito, revezamentos 4x100m livre e 4x100m medley Caio de Oliveira (S8) – ouro nos 400m livre e 100m costas, prata nos 100m livre, 200m medley e bronze nos 100m borboleta Camille Cruz (S9) – prata nos 100m li-vre, 400m livre e 100m costas, bronze nos 50m livre Carlos Alberto Maciel (S8, SB8 e SM8) – ouro nos 100m peitoCarlos Farrenberg (S13) – ouro nos 50m li-vre e 100m livre

Clodoaldo Silva (S5, SB4 e SM5) – ouro nos revezamentos 4x50m livre e 4x50m medley, prata nos 50m livre, 100m livre, 200m livre e 50m borboleta Daniel Dias (S5, SB4 e SM5) – ouro nos 50m livre, 100m livre, 200m livre, 50m borboleta, 100m peito, 50m costas, 200m medley e nos revezamentos 4x50m livre, 4x50m medley, 4x100m livre e 4x100m medley Edênia Garcia (S4, SB3 e SM4) – ouro nos 50m costasFrancisco Avelino (S5, SB4 e SM5) – ouro no revezamento 4x50m medley, prata nos 50m costas e bronze nos 50m livre e 100m peitoGabriela Cantagallo (S9) – bronze nos 100m peitoGenezi de Andrade (S3, SB2 e SM3) – ouro nos 50m livre, bronze 50m peito e 150m medley Gutemberg Ferraz (S14) – bronze nos 100m costasJeferson Amaro (S6) – ouro no reveza-mento 4x50 medley, prata nos 100m cos-tas e bronze nos 50m borboletaJoana Neves (S5) – ouro nos 50m livre, 100m livre, 200m livre e 50m borboletaJoão Luís Almeida (S13) – bronze nos 50m livre e 100m livreLetícia Lucas Ferreira (S5, SB4 e SM5) – prata nos 200m medley e bronze nos 100m peitoMaria Dayanne da Silva (S6, SB7 e SM6) – bronze nos 50m borboletaMatheus Henrique da Silva (S9, SB9 e SM9)

– ouro nos 200m medley e no reveza-mento 4x100m medley, prata nos 50m livre, 100m peito e bronze nos 100m livreMatheus Rheine de Sousa (S11) – prata nos 50m livreMoisés Batista (S5, SB3 e SM4) – pra-ta nos 50m peitoNélio Almeida (S7, SB6 e SM7) – bron-ze nos 100m peitoPhelipe Rodrigues (S10) – ouro nos re-vezamentos 4x100m livre e 4x100m medley, prata nos 50m livre, 100m livre e 400m livreRaquel Viel (S12) – prata nos 100m peitoRegiane Silva (S12) – bronze nos 50m livre e 100m livreRenato Silva (S12) – bronze nos 200m borboletaRonaldo Santos (S7) – ouro nos 400m livre, bronze nos 50m livre e 100m costasRonystony Silva (S4) – ouro no reveza-mento 4x50 livre e bronze nos 50m livreSusana Ribeiro (S8 e SM8) – bronze nos 400m livreTalisson Glock (S6) – ouro nos 100m costasVanilton Filho (S9) – ouro nos 50m li-vre, 100m livre, 400m livre e no re-vezamento 4x100m livre, bronze nos 100m borboletaWilliam Sant’ana (S8) – prata nos 50m li-vre e bronze nos 200m medley

rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

15ParapanGuadalajara 2011

TÊNIS DE MESA24 MEDALHAS: 12 DE OURO, SEIS DE PRATA E SEIS DE BRONzE

COORDENADOR DA MODALIDADE: EDIR DOMINGOS DE OLIVEIRATéCNICOS: CELSO TOSHIMI NAKASHIMA, JOACHIM HOLGER GOEGEL, JOSÉ RICARDO RIZZO-NE DE SOUZA VALE, ROBSON LUIZ VIANA BARSZCZ E PAULO RICARDO MOLITOR

Alexandre Lazarim (10) – ouro por equipeCarlo di Franco Michell (6) – ouro indivi-dual e por equipeCarlos Alberto Carbinatti (10) – ouro indi-vidual e por equipeClaudiomiro Segatto (5) – ouro individual e prata por equipeDavid Freitas (3) – prata individual e ou-ro por equipeEcildo Lopes (4) – prata por equipeEdimilson Pinheiro (9) – ouro por equipeEzequiel Babes (4) – ouro individual e pra-ta por equipeFrancisco Wellington Melo (8) – bronze individual e ouro por equipeGuilherme Riggio (9) – bronze individual e ouro por equipeIliane Faust (11) – ouro individual Iranildo Conceição (2) – ouro individual e por equipeIvanildo Pessoa (4) – prata individual e por equipeJane Karla Rodrigues (8) – ouro individualJoão Martins (8) – ouro por equipeJoyce de Oliveira (4) – ouro individual e por equipeJuliano Miranda (11) – bronze individualLuana Couto () – bronze por equipeLucas Martins (11) – ouro individualMaria Lúcia Pereira (5) – bronze individual e ouro por equipePaulo Salmin (8) – prata individual e ouro por equipeRonaldo Pinheiro (2) – prata individual e ouro por equipeRosângela Azevedo (3) – bronze por equipeWelder Camargo (3) – bronze individual e ouro por equipe

VÔLEI SENTADOMEDALHA DE OURO

COORDENADOR DA MODALIDADE: RONy GORSKI DAMACENOTéCNICO: FERNANDO LAJES GUIMARãESAUxILIAR TéCNICO: CAIO NAMIAS

Carlos Augusto BarbosaDaniel Jorge da SilvaDeivisson Ladeira dos SantosDiogo RebouçasGilberto Lourenço da SilvaGiovani Eustáquio de FreitasGuilherme Borrajo Faria GomesRenato de Oliveira LeiteRogério Silva Camargo dos SantosSamuel Henrique ArantesWellington Platini Silva da AnunciaçãoWescley Conceição de Oliveira

TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS MEDALHA DE BRONzE EM DUPLA

COORDENADOR DA MODALIDADE: WANDERSON ARAÚJO CAVALCANTETéCNICOS: JOSIMáRIO FERREIRA DE SOUZA E LEONARDO FLáVIO DE OLI-VEIRA

Carlos Alberto Santos – bronze em duplaMaurício Pomme – bronze em dupla

16

caixa.gov.br

Andre Brasil

Nadador brasileiro, deficiente físico, recordista mundial dos 50m e 100m livre e 100m borboleta. Seis ouros conquistados no Parapan de 2011. Patrocinado pelas Loterias CAIXA.

Quase metade do que é arrecadado pelas Loterias CAIXA é destinado a áreas sociais de nosso país,

como o esporte. Apenas no biênio 2011/2012, nas modalidades paradesportivas de natação,

atletismo, haltero�lismo, tiro esportivo, esgrima em cadeira de rodas e futebol de cegos foi investido um

total de 20 milhões de reais. Para as Loterias CAIXA, apostar no nosso esporte é ver o Brasil inteiro tirar

a sorte. Loterias CAIXA, maior patrocinadora do paradesporto brasileiro.

SAC CAIXA: 0800 726 0101 (informações, reclamações, sugestões e elogios) Para pessoas com de�ciência auditiva ou de fala: 0800 726 2492Ouvidoria: 0800 725 7474 Há 50 anos, para a sorte todo mundo é igual

P A R A V I T O R I O S O S . P A R A M E D A L H I S T A S .P A R A R E C O R D I S T A S . P A R A B R A S I L E I R O S .

P A R A T L E T A S . O R G U L H O P A R A T O D O S .

18RevistaBrasil ParalímPico

entrevistadaniel dias e terezinha Guilhermina

rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

Bra

sile

iros

n

O L

Au

Re

us revista Brasil Paralímpico conver-

sou com a velocista cega mais rápi-

da do mundo, terezinha Guilhermi-

na, e o maior medalhista dos Jogos

Parapan-americanos de Gualaja-

ra 2011, o nadador daniel dias, in-

dicados ao laureus 2012. Pela

primeira vez na história o Brasil

teve dois atletas na disputa do os-

car do Esporte, na categoria melhor

atleta do ano no paradesporto. ape-

sar do excelente ano de terezinha

e daniel, o prêmio foi mesmo para

o sul-africano oscar Pistorius, que

no ano passado quebrou barreiras e

competiu no mundial de atletismo

para atletas sem deficiência.

foi a primeira vez que o país teve

uma mulher entre os indicados. do-

na das melhores marcas em sua

classe, t11 (perda total de visão), a

corredora de 33 anos teve em 2011

um ano incrível. além de conquistar

quatro medalhas de ouro no mundi-

al e três nos Jogos Parapan-amer-

icanos de Guadalajara, terezinha

foi eleita representante dos atletas

no conselho do comitê Paralímpi-

co das américas e melhor atleta em

sua modalidade e do ano no Prê-

mio Paralímpicos 2011.

Em dua terceira indicação ao laureus,

daniel dias, 23, revive a emoção de

2009, quando ganhou o maior prêmio

do esporte. conhecido mundialmente

por suas conquistas, o nadador ganha

admiradores por onde passa e cativa

tanto atletas com deficiência

quanto sem. tornou-se exemplo de

garra e determinação.

Terezinha Guilhermina

Daniel Dias

rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

19

rBp // Como foi o ano de 2011 para você?

daniel // Foi um ano fantástico para a natação brasileira. Classifico 2011 como um ano per-feito para mim, pois consegui evoluir e os re-sultados apareceram na piscina. Quebrei três recordes mundiais no Open de Natação em Berlim, em abril e conquistei 11 medalhas de ouro no Parapan de Guadalajara. Coletiva-mente a equipe nacional também melhorou e isso me deixou bastante satisfeito.

rBp // Qual a fórmula de sucesso para ganhar todas as 11 provas que disputou no Parapan?

daniel // Não há uma fórmula específi-ca. Continuei a treinar forte e tive alguns apoios importantes. Meu patrocinador Mackenzie, que está sempre comigo, além do próprio Comitê Paralímpico Brasileiro, que por meio do Projeto Ouro permitiu que eu pudesse ir ao México 15 dias antes pa-ra fazer a aclimatação e não sentir os efei-tos da altitude.

rBp // Como se sente ao ser indicado ao Laureus pela terceira vez?

daniel // É uma grande honra estar lá mais uma vez representando o nosso País. É sem-pre gratificante ter o trabalho de um ano in-teiro reconhecido com uma indicação ao Laureus. É um prêmio muito importante. Já ganhei uma vez e estou na expectativa para ver o que acontecerá agora.

rBp // Daniel, quais são seus objetivos para 2012?

daniel // O foco está nos Jogos Paralímpicos de Londres. Não tem como ser diferente. Já venho treinando forte desde o início de ja-neiro. Antes das Paralimpíadas pretendo dis-putar ao menos três competições interna-cionais de alto nível. A primeira delas será o Open de Natação na Austrália. Logo depois, em abril, terá outro campeonato, desta vez na África do Sul. Para finalizar a preparação paralímpica, no fim de maio pretendo dispu-tar mais uma etapa do Open, em Berlim. Mi-

nha expectativa é nadar em alto nível nestas provas e chegar muito bem nas piscinas bri-tânicas. A meta é trazer mais medalhas de ouro para o País e ajudar o Brasil a se man-ter entre as mprincipais potências do para-desporto mundial.

Quebrei três recordes

mundiais no open de

natação em Berlim, em abril

e conquistei 11 medalhas

de ouro no Parapan de

Guadalajara. Coletivamente

a equipe nacional também

melhorou e isso me deixou

bastante satisfeito

Daniel Dias

rBp // Qual a avaliação que faz de 2011?

terezinha // Foi o melhor ano da minha car-reira. Dei o melhor de mim e como re-compensa ganhei tudo o que disputei. Fo-ram quatro medalhas de ouro no Mundial de Atletismo de Christchurch, na Nova Ze-lândia. Bati os recordes nos 100m, 200m e 400m rasos. Nos Jogos Parapan-America-nos de Guadalajara mantive a boa forma e levei mais três ouros, fechando o ano passa-do de um modo perfeito.

rBp // Você se preparou de um modo diferente para o último ano, haja vista teus resultados?

terezinha // Em agosto de 2010 troquei de guia. Passei a correr junto com o Guilher-me Soares Santana. Atribuo a ele meu óti-mo desempenho na temporada passada. No Mundial da Nova Zelândia de 2011 estava muito pressionada. O marketing do even-to foi todo feito em cima de mim. O assé-

dio também foi um grande e novo desafio. E sempre encontrei no Guilherme uma pessoa alegre, meu maior torcedor. Ele veio com to-do o gás, acreditou em mim. Me senti segu-ra e confiante.

rBp // Como foi para você ser indicada ao Laureus pela primeira vez?

terezinha // Sem dúvida é um sonho realizado. Nunca soube o que fazer para conseguir a in-dicação. Dediquei-me ao máximo nas compe-tições que disputei, fiz o meu melhor. Quando soube que estava entre os seis finalistas não me contive de emoção, fiquei feliz demais.

rBp // Para finalizar, quais são suas perspectivas para 2012?

terezinha // Já comecei a trabalhar visando as Paralimpíadas de Londres. Este ano se-rá de dedicação exclusiva e não precisarei dividir meu tempo com a faculdade de Psi-cologia. Começo a disputar competições em maio e quero superar minhas próprias mar-cas e estabelecer três novos recordes que durem por muito tempo. Meu foco são os 100m, minha prova principal. Nos 400m tenho adversárias perigosas, como uma ucraniana e outra chinesa.

foi o melhor ano da minha

carreira. dei o melhor de

mim e como recompensa

ganhei tudo o que disputei.

Foram quatro medalhas

de ouro no Mundial de

Atletismo de Christchurch,

na nova Zelândia

Terezinha Guilhermina

entrevistadaniel dias e terezinha Guilhermina

20RevistaBrasil ParalímPico

RevistaBrasil ParalímPico

21Prêmio paralímpicos 2011

O ano de 2011 foi repleto de conquistas para o Paradesporto Brasileiro. Para cele-brar os feitos dos atletas, o Comitê Para-límpico Brasileiro (CPB) organizou no dia 14 de dezembro o primeiro Prêmio Para-límpicos, que teve como cenário o Palá-cio dos Bandeirantes, em São Paulo.

A cerimônia reuniu os melhores do ano e contou com a presença do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alkmin, e da secretária da Pessoa com Deficiência, Li-namara Rizzo Battistella. Com 71% dos vo-tos populares, conquistados nas redes so-ciais e site do CPB, o nadador Daniel Dias foi o melhor atleta eleito pelo público.

“Esse prêmio não é só meu. Estamos mostrando o valor do esporte paralímpi-co para o Brasil e para o mundo. Agrade-ço a Deus, aos meus pais, minha família e a todos que votaram em mim”, discursou Daniel, que também foi eleito o melhor da Natação em 2011 e teve o prêmio entre-gue por Mizael Conrado.

Na categoria feminina a disputa foi bas-tante acirrada. Entre a nadadora Joana Maria Neves, a jogadora de Basquete em Cadeira de Rodas Débora Cristina Costa e a corredora Terezinha Guilhermina, ven-ceu a velocista com 46% dos votos.

“Estou muito feliz por receber esse prêmio. A Débora e a Joana foram concorrentes que nunca tive tão próximas. Esse prêmio tem um sabor ainda mais especial para

mim. Nos últimos oito anos tenho me de-dicado totalmente ao Atletismo e em 2011 ganhei todas as provas que disputei. Agra-deço a todos que votaram em mim e ao Guilherme (seu atleta-guia) pela campa-nha que fez nas redes sociais”, disse Tere-zinha emocionada ao receber o troféu pe-las mãos do presidente do CPB.

Antes de começar a premiação, Andrew Parsons fez uma homenagem ao gover-nador de São Paulo.

“Ganhamos um jogador a mais, que tem ajudado o nosso time a ser mais que ven-cedor. Nosso camisa 10, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alkmin. Obrigado por ter aberto a sua casa ao Pa-radesporto Brasileiro”, agradeceu Andrew Parsons na abertura do evento.

O governador recebeu do do CPB uma ca-misa da Seleção de Futebol de 5 para cegos, com seu nome gravado acima do número 10. Após ressaltar a importância do Esporte Pa-ralímpico e suas conquistas para todos os brasileiros, Alkmin disse que divide a cami-sa 10 com a secretária Linamara.

“O paradesporto pode contar com o Es-tado de São Paulo”, afirmou o governador.

Foram 22 premiados como melhor atle-ta do ano nas modalidades que integram o programa de provas dos Jogos Para-límpicos de Londres 2012 e Rio 2016, os melhores atletas do ano pelo voto popu-

Primeiro Prêmio

Paralímpicos reúne a

nata do paradesporto

brasileiro em cerimônia

que homenageou

os melhores do

ano, no Palácio dos

Bandeirantes

Premiação inédita MOvIMentA sãO PAuLO

lar nas categorias feminino e masculino, atleta revelação em 2011, melhores téc-nicos em modalidades individuais e cole-tivas, além de troféus em homenagem à pessoas importantes na história do Movi-mento Paralímpico Brasileiro.

Como mestres de cerimônia, os jornalis-tas esportivos Glenda Kozlowski e Tino Marcos anunciaram os melhores do ano. Cercada de muita emoção e surpresa, a cerimônia reuniu mais de 400 pessoas no auditório do Palácio.

Em reconhecimento pela dedicação ao Pa-radesporto Brasileiro, o CPB homenageou os dois primeiros presidentes do Comitê,

João Batista e Vital Severino, com o Tro-féu Aldo Miccolis – presidente de honra do CPB in memorian, um dos dirigentes que iniciou o Movimento Paralímpico no Brasil.

“Graças a sua ousadia o Esporte Paralím-pico no Brasil sobreviveu e cresceu. Graças ao seu trabalho o paradesporto entrou pa-ra a Lei Pelé”, lembrou Andrew Parsons ao entregar o prêmio a João Batista.

“Agradeço à minha esposa e filhos, que compreenderam a minha ausência tantas vezes, e aos presidentes das Confedera-ções, que me entregaram a missão de es-truturar o CPB, em 1995, no Instituto Ben-jamin Constant”, disse João Batista.

Ganhamos um jogador a

mais, que tem ajudado

o nosso time a ser mais

do que vencedor. nosso

camisa 10, o governador

do estado de são Paulo,

geraldo Alkmin

terezinha Guilhermina,

daniel dias e a reveleção

thierb siqueira foram

os grandes vencedores

da primeira edição do

Prêmio Paralímpicos

22rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

Prêmio paralímpicos 2011

Na entrega do segundo troféu, Andrew Parsons reforçou a mudança que o para-desporto brasileiro passou.

“Ele implementou a mudança do parade-porto na gerência. As Confederações, es-pecializadas em suas modalidades, trazem hoje o nome do Brasil ao topo do parades-porto mundial e seu trabalho e dedicação levou o Brasil ao nono lugar em Pequim 2008”, ressaltou o presidente do CPB.

“Gostaria de agradecer ao Andrew, com-panheiro de muito tempo. Eu acreditei em sua competência e juventude. A minha participação como presidente do CPB foi a de sair do modelo do amadorismo para buscar o profissionalismo”, afirmou Vital.

Entregue por Mizael Conrado, o Troféu Personalidade Paralímpica homenageou a secretária Linamara Rizzo Battistella.

“Ela no ano de 2011 contribuiu na realiza-ção da maior competição paradesportiva do mundo para estudante e criou o Time São Paulo”, anunciou Mizael.

Surpresa, a secretária não escondeu a emoção ao receber o troféu.

“Esse momento tem uma enorme im-portância pela presença de cada um, que é recebido com muito carinho pe-lo governador Geraldo Alkmin e pelo Es-tado de São Paulo. Andrew representa de maneira jovial e muito profissional a qualidade do esporte paralímpico brasi-leiro. O Brasil é hoje é uma referência. Quero lembrar também a importância do Mizael na melhoria do paradeporto no Estado de São Paulo. Você nos ani-ma a trabalhar mais e construir mais pa-ra o esporte paralímpico. Este troféu é a homenagem mais importante que rece-bi na minha vida”, ressaltou.

Pelo seu trabalho e dedicação à promo-ção do paradesporto na mídia, o jorna-lista da Rede Globo Renato Peters rece-beu uma placa com agradecimento do CPB, representando também todos os profissionais dos meios de comunica-ção, que se empenham na cobertura do esporte paralímpico.

MELHOR ATLETA PELO VOTO POPULAR Masculino Daniel de Faria Dias | Natação Feminino Terezinha Aparecida

Guilhermina | Atletismo MELHOR ATLETA Atletismo Terezinha Aparecida Guilhermina Basquete em Cadeira de Rodas

Débora Cristina Guimarães da Costa Bocha Eliseu dos Santos Canoagem Fernando Fernandes de Pádua Ciclismo Soelito

Gohr Esgrima Jovane Silva Guissone Futebol de 5 Jefferson da Conceição Gonçalves Futebol de 7 Wanderson Silva de

Oliveira Goalball Romário Diego Marques Halterofilismo Rodrigo Rosa de Carvalho Marques Hipismo Vera Lúcia Martins

Mazzilli Judô Daniele Bernardes da Silva Natação Daniel de Faria Dias Remo Cláudia Santos Rúgbi em Cadeira de Rodas

Alexandre Taniguchi Tênis de Mesa Carlo di Franco Michell Tênis em Cadeira de Rodas Carlos Alberto Chaves dos Santos

Tiro com Arco Patricia France Marie O’Neill Layolle Tiro Esportivo Débora da Silva Rodrigues Campos Triatlo Rodrigo

Feola Vela Bruno Landgraf das Neves Voleibol Sentado Gilberto Lourenço da Silva REVELAÇÃO Thierb da Costa Siqueira

| Atletismo MELHOR TéCNICO MODALIDADE INDIVIDUAL Amaury Wagner Veríssimo | Atletismo ModAlidAde

ColetivA Ramon Pereira de Souza | Futebol de 5

GanhaDoRes em 2011

comitê Paralímpico

Brasileiro faz

homenagem a João

Batista e vital severino,

os dois primeiros

presidentes da entitade

Os atletas paralímpicos brasileiros suarão a camisa em 2012. O CPB tem um calen-dário extenso de compromissos. Ao todo, os esportistas estarão envolvidos em 50 eventos entre treinamentos, intercâmbios e competições. Tudo isso somente nas cinco modalidades coordenadas pelo Co-mitê: esgrima, natação, atletismo, halte-rofilismo e tiro esportivo.

As Paralimpíadas de Londres serão o prin-cipal evento do ano, foco da atenção de to-dos os atletas brasileiros. Os Jogos terão 12 dias de duração, com esportistas de todo o mundo. A abertura ocorrerá no dia 29 de agosto e o encerramento, 09 de setembro.

O calendário esportivo foi aberto oficial-mente no dia 20 de janeiro, com a apresen-tação para treinamento e avaliação da sele-ção permanente de esgrima em cadeira de rodas, em Pirassununga, interior paulista.

Alguns outros eventos internacionais fa-zem parte do calendário, como o 4º Cam-peonato Fazaa Internacional de Para--halterofilismo, em Dubai, nos Emirados árabes Unidos, de 20 e 27 de fevereiro. Os atletas do tiro esportivo também terão um evento internacional, a Copa do Mun-do de Tiro Esportivo do IPC, entre 12 e 14 de abril, na cidade polonesa de Szczecin.

Alguns intercâmbios com as equipes de atletismo e natação também fazem parte da preparação para os Jogos Paralímpicos

Agenda cheia em 2012torneios internacionais

são alguns dos destaques

antes das Paralimpíadas

de londres

rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

23destaques do Calendário 2012

de Londres. Destaque no atletismo para a Maratona Internacional de Paris, no dia 15 de abril, e para o evento teste que aconte-cerá em Londres, dia 8 de maio, no Está-dio Olímpico, local onde provas dos Jogos Paralímpicos serão realizadas, além do Circuito Europeu de Para-atletismo, entre 30 de maio e 04 de junho.

Na natação, as atenções ficam volta-das para o International German Cham-pionships Swimming 2012, na capital Berlim. O evento acontecerá dois meses antes das Paralimpíadas, entre 25 de ju-nho e 02 de julho.

No Brasil, as etapas do Circuito Loterias Caixa seguem com força total. Serão qua-tro fases regionais e três nacionais, com

competições de atletismo, halterofilismo e natação. A fase regional São Paulo se-rá a primeira, entre 10 e 12 de fevereiro, na capital paulista. A regional Rio/Sul te-rá sede em Curitiba, entre 16 e 18 de mar-ço. Logo depois, vem a fase Norte/Nor-deste, nos dias 27 a 29 de abril, em Natal. Por fim, a fase regional Centro Leste entre 18 e 20 de maio, em Brasília.

As duas primeiras etapas nacionais do Circuito serão em São Paulo. A primeira entre 15 e 17 de junho e a segunda de 13 a 15 de julho. A terceira etapa encerrará o calendário de 2012, nos dias 23 a 25 de novembro, em Porto Alegre.

As Paralímpiadas Escolares acontecerão no-vamente em São Paulo, de 8 a 13 de outubro.

24RevistaBrasil ParalímPico

RevistaBrasil ParalímPico

Cerca de 200 mil pesso-as acompanharam o lança-

mento da Logomarca oficial dos Jogos Paralímpicos 2016,

que ocorreu durante a inau-guração da 16ª árvore de Natal

da Bradesco Seguros, o terceiro evento anual de maior mobilização

do Rio de Janeiro, após o réveillon de Copacabana e o carnaval.

“Essa é uma marca que expressa paixão e transformação sob a ótica do Movimento Para-

límpico e seus valores: coragem, determinação, ins-piração e igualdade. Uma marca que pode não apenas ser

vista, mas também experimentada por meio de diversos senti-dos, atingindo o maior número de pessoas, no mesmo espírito de in-

clusão que queremos para os Jogos”, disse o presidente do Comitê Organiza-dor dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016™, Carlos Arthur Nuzman.

“A marca representa bem o nosso movimento e os valores do esporte paralímpico, um coração que une e ao mesmo tempo transforma, com emoção e determinação”, disse Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.

O desenvolvimento da marca ficou a cargo da Tátil Design de Ideias. É a mesma agên-cia brasileira selecionada para criar a marca dos Jogos Olímpicos Rio 2016™, após um processo de cinco meses que contou com a participação de 139 agências nacionais. O Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) reconheceu a abrangência do processo e também escolheu a Tátil para desenvolver a marca paraolímpica.

24rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

Rio 2016 apresenta logo

dos jogos paralímpicos

25

A primeira aparição da marca aconteceu no fim da exibição de três minutos do filme ofi-cial no telão do palco principal do evento, em frente ao Estádio de Remo. Após a apre-sentação do vídeo e ao som de trilha sono-ra emocionante, uma enorme escultura da marca, medindo 4m de altura e 3m de lar-gura e pesando 160kg, foi erguida por uma plataforma hidráulica ao lado do palco. Um rastilho de fogos foi disparado a partir da plataforma em direção à árvore de Natal, dando a deixa para o seu acendimento.

Em uma arquibancada de frente para o pal-co principal, acompanhando o evento, esta-vam o presidente do IPC, Sir Philip Craven; o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral; o prefeito do Rio, Eduardo Paes; e o presidente da Autoridade Públi-ca Olímpica (APO), Marcio Fortes, além de Carlos Arthur Nuzman e Andrew Parsons.

Sir Philip Craven, presidente do IPC, disse: “Para mim, a marca representa o coração de um atleta e, como nossos atletas são o

Quando a toquei, com o som da torcida e do coração

pulsando, passou um filme da minha carreira na minha

cabeça. Mexeu demais comigo. ela é muito bonita

coração do Movimento Paralímpi-co, ela é simplesmente perfeita em destacar o que nós somos. Assim como a fantástica cidade do Rio, cada vez que olho para a marca percebo algo novo; nunca é a mes-ma coisa quando olho novamente. Falamos muito no Movimento Pa-ralímpico sobre espírito em movi-mento e essa marca representa is-so perfeitamente.”

A presença dos medalhistas pa-ralímpicos Daniel Dias, Clodoaldo Silva (natação) e ádria dos San-tos (atletismo) tornou a cerimônia ainda mais especial. ádria teve a oportunidade de ter nas mãos um modelo pequeno da Logo e sentir tudo o que foi falado, num momento emo-cionante, que levou a campeã paralímpica e muitas pessoas ao seu redor às lágrimas.

um novo tempoParalelamente ao lançamento de seu novo site e da logomarca dos Jogos Pa-ralímpicos Rio 2016, no Rio de Janei-ro, o Comitê deixou de ser Paraolímpi-co e passou a adotar a nomenclatura Paralímpico desde o dia 26 de novem-bro de 2011. A mudança segue alinha-da ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e demais Comitês de língua lati-na. O Brasil foi o último país de língua portuguesa a fazer a troca.

“Tínhamos que fazer a mudança, a pedido do IPC, e entendemos que este momen-to seria o ideal, juntamente com o lança-mento da Logo dos Jogos Paralímpicos 2016”, afirmou Andrew Parsons , presi-dente do CPB.

De propriedade do IPC, os nomes Paralím-pico e Paraolímpico foram sublicenciados ao CPB, que ainda tem no Brasil o amparo da Lei 9615 – também conhecida como Lei Pelé.

“Foi uma orientação do Comitê Paralím-pico Internacional, para o Brasil se alinhar mundialmente aos demais países, inclu-sive os de língua portuguesa. A mudança será gradual e natural, começando com a troca de nomenclatura nas assinaturas de emails e o lançamento do novo por-tal”, explicou o gerente de Comunicação e Marketing do CPB, Frederico Motta.

A mudança se aplica não só ao nome do Comitê Paralímpico Brasileiro, mas tam-bém aos Jogos e nas referências às mo-dalidades e ao paradesporto.

Ádria dos Santos

festa na lagoa

marca também

a troca do nome

Paraolímpico

para Paralímpico e

o lançamento do

novo portal do cPB

Festa no Riologo e mudanças

Festa no Riologo e mudanças

RevistaBrasil ParalímPico

2726rEvistabRAsIL PARALÍMPICO

Estava com o braço

machucado, não vinha

treinando bem. Antes

de viajar fui até a igreja

que frequento e lá tive

uma profecia de que

seria campeão

Nascido em Guaíba-RS, Fábio Dornelles sempre foi fã de esportes. Aos 5 anos, mudou-se com a família para Mogi das Cruzes, no interior paulista. Lá conhe-ceu os benefícios da prática esportiva e nunca mais parou. Com 10 anos co-meçou a jogar futebol de campo com amigos. Aos 14, deixou as quatro linhas para se aventurar em outras áreas. Na-tação, ginástica e saltos ornamentais foram os escolhidos.

acidente na piscinaFábio se considera baladeiro, e foi por conta desta sua paixão que se aproxi-mou do desporto paralímpico. Promo-ter na boate Black Knight, o jovem então com 20 anos foi morar com um amigo e deu uma festa, em novembro de 2003. Após alguns drinques, começou a saltar do segundo andar da casa direto para a piscina, no térreo.

“Eram cinco ou seis metros e resolvi pu-lar. Já praticava saltos há alguns anos, não tive medo”, lembra.

Na primeira tentativa bateu com o quei-xo na piscina. No segundo salto foi a vez do peito. Já no terceiro, Fábio bateu com a cabeça na quina e ficou no fundo da pisci-na, acordado e paralisado.

“Meus amigos pensaram que estava brin-cando, sempre gostei de fazer coisas do tipo. Fiquei cerca de um minuto e come-cei a me afogar.”

Um amigo percebeu que algo estava erra-do e pulou para resgatá-lo. Sem nenhuma preocupação e preparo, Fábio foi retirado e posto na beira da piscina.

Os bombeiros chegaram 10 minutos depois e foram constatadas lesões em duas vérte-

san

gue

novo

medalhista de ouro

na bocha em sua

primeira participação

nos Jogos Parapan-

americanos, o gaúcho

fábio dornelles tem

uma ligação antiga com

o esporte e concentra

seus esforços para estar

nas Paralimpíadas do

rio 2016

Promessa 2016fábio dornelles

bras cervicais, o que deixou Fábio tetraplégi-co. O jovem foi internado e ficou vinte dias no hospital. Na primeira semana de internação foi operado e colocou uma placa no pesco-ço. Logo após ir para casa começou a fisiote-rapia e com seis meses conseguiu se sentar.

a superação no esporteA bocha surgiu por acaso na vida de Fá-bio. Quando passeava por um shopping, em 2009, ele avistou Dirceu Pinto e o re-conheceu por tê-lo visto em ação nos Jogos Paralímpicos Pequim 2008, pela televisão. Tímido, o jovem se aproximou do atleta e foi convidado por ele e por sua técnica Ana Carolina Lemos – atual treinadora dos dois – a conhecer a modalidade. A princípio Fá-bio não gostou muito da ideia, mas foi com o pai ao centro de treinamentos em Mogi duas semanas depois. Como não sentia as mãos e não tinha força, quis desistir.

Foi quando a técnica lhe deu um kit de bocha, que inclui uma luva que os joga-dores usam.

“Neste dia arremessei a bola por mais de cem metros e nunca mais quis parar”, conta.

Com quatro meses no esporte, garantiu o sexto lugar numa competição regional e uma vaga para disputar o Campeonato Paulista.

resultados expressivos em pouco tempoFábio conseguiu o título paulista em du-plas ao lado de Dirceu e ficou em terceiro lugar no individual. Nos anos seguintes, a parceria manteve-se vitoriosa e Fábio sa-grou-se tricampeão nacional nas duplas. Em 2010, o jovem chegou à final do Cam-peonato Brasileiro, mas foi derrotado pelo número um da classe (BC4), o paranaen-se Eliseu dos Santos.

No último Nacional, em 2011, ele teve uma segunda oportunidade e conseguiu derrotar seu maior adversário no tie-bre-ak, tornando-se o atual campeão na sua classe – que inclui atletas com deficiên-cias neurológicas e físicas severas, mas que não podem receber auxílio durante as competições.

Após provar seu talento na bocha, Fábio foi convocado para disputar os Jogos Para-pan-Americanos em Guadalajara. Evangé-lico, ele conta que não estava no melhor de sua forma durante os Jogos, mas que uma previsão o fez acreditar no melhor.

“Estava com o braço machucado, não vi-nha treinando bem. Antes de viajar fui até a igreja que frequento e lá tive uma profe-cia de que seria campeão.”

E não deu outra, Fábio derrotou os dois melhores atletas da modalidade e levou a única medalha de ouro do Brasil na bocha logo em sua primeira participação. Ele con-ta que está ansioso, e na expectativa de ser convocado para os Jogos de Londres.

“Hoje não sou o melhor no ranking na-cional, o Dirceu e Eliseu (atual número um do ranking mundial na BC4) estão na minha frente porque estão competindo há mais tempo.”

Seu grande sonho é representar o País nas Paralímpiadas do Rio, em 2016. Fábio voltou a treinar logo na primeira semana de janeiro, junto com Dirceu.

eram cinco ou seis

metros e resolvi pular.

no primeiro salto

bati com o queixo na

piscina. no segundo,

com o peito. Já no

terceiro, a cabeça

bateu na quina. fiquei

acordado e paralisado

Promessa 2016fábio dornelles

28RevistaBrasil ParalímPico

RevistaBrasil ParalímPico

29notícias

A Seleção brasileira masculina de rugby disputou o primeiro torneio do ano. Os atletas estiveram nos Estados Unidos en-tre os dias 13 e 15 de janeiro para disputar a 20ª Coloplast International Rugby Tourna-ment. O torneio reuniu, além do Brasil, no-ve das principais equipes de rugby ameri-canas. A Seleção terminou em sexto lugar. Os Estados Unidos são os atuais campe-ões paralímpicos e contam com cerca de 50 equipes profissionais de rugby no país.

As seleções masculina e feminina de goalball se reuniram para a 1ª Fase de Treinamentos, entre 04 e 11 de fevereiro. Os homens ficaram concentrados na cidade de Jundiaí--SP, enquanto as mulheres treina-ram em Niterói-RJ. As seleções de goalball passarão por sete fases de treinamento, todas nas mesmas ci-dades. A lista dos convocados es-tá disponível na página do Comitê Paralímpico Brasileiro, no endereço http://www.cpb.org.br

O gaúcho Jovane Guissone entrou de vez para a história da esgrima em cadeira de rodas do Brasil. Em janeiro, o atleta conquistou uma inédita medalha de prata na prova de espada masculina categoria B, na Copa do Mundo da modalidade, em Malchow, Alemanha. Esta foi a melhor colocação de um brasileiro em disputas internacionais.

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Em cerimônia realizada na Inglaterra, foram definidas as equipes nacionais de basquete em cadeira de ro-das que irão compor os dois grupos da primeira fase dos jogos das Paralimpíadas de Londres. Na chave da Seleção feminina do Brasil estão Austrália, Canadá, Holanda e Grã Bretanha. Já o grupo B é composto por China, Estados Unidos, Alemanha e França. A quin-ta vaga desta chave será decidida no confronto en-tre México e áfrica do Sul em partida qualificatória.

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralím-picos Rio 2016 divulgou no começo de fevereiro a lista completa com 172 locais, em 73 cidades de 18 estados brasileiros, para treinamento de atletas e delegações durante o período pré-Jogos Rio 2016. As instalações da Andef , primeiro centro de treinamento paralímpico do Brasil, em Niterói, foram escolhidas pelo comitê or-ganizador para receber delegações de outros países no megaevento que acontecerá no Rio.

A Confederação Brasileira de Desportos para Defi-cientes Visuais (CBDV) já começou o ano com uma semana de treinamento,, entre 05 e 12 de fevereiro, na Andef, em Niterói. A lista inicial conta com 16 atle-tas, mas será reduzida para 10 até os Jogos de Lon-dres. O Brasil é o atual bicampeão paralímpico, e tem como principal objetivo do ano manter a hegemonia mundial em Londres. Confira a relação completa dos convocados no site do Comitê Paralímpico Brasileiro. O endereço é http://www.cpb.org.br

Basquete

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) recebeu um reforço para colocar em prática ações que visam a preparação de atletas para os próximos grandes eventos Paralímpicos: Londres 2012 e Rio 2016. Graças aos convênios firmados com o Ministério do Esporte, a Seleção Brasileira de Judô para Cegos recebeu no início do mês agasalhos completos, ca-misetas, bermudas, mochilas e kimonos brancos, um investimento de R$ 12.720,95, dos R$ 823.112,83 destinados à modalidade, em 2011.

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turma da Mônica

PresidenteANDREW PARSONS

1º Vice- PresidenteLUIZ CLAUDIO PEREIRA

2º Vice- PresidenteMIZAEL CONRADO

Superintendente Administrativo, Finanças , Contabilidade e EventosCARLOS JOSÉ VIEIRA DE SOUZA

Diretoria TécnicaEDILSON ALVES DA ROCHA

Gerência de Comunicação e Marketing FREDERICO L. MOTTA

Conselho FiscalJOSÉ AFONSO DA COSTA

HÉLIO DOS SANTOS

ROBERTO CARLOS EMILIO PICELLO

Coordenação da Revista BP MEDIA GUIDE COMUNICAçãO

Jornalista ResponsávelDIOGO MOURãO MTB 19142/RJ

Edição e Textos ANANDA ROPE

JANAíNA LAZZARETTI

EstagiárioJORGE MACEDO

ImagensARQUIVO CPB

Projeto gráfico e diagramaçãoINVENTUM DESIGN

ImpressãoGRáFICA SANTA MARTA

expediente

Judô para cegos. Um esporte

que, antes de a luta começar,

já tem dois vencedores.

Infraero. Patrocinadora o�cial do Judô para Cegos Brasileiro.

Através do judô, de�cientes visuais provamque o esporte tem poder de superação e que

impossível é uma palavra que não deveria existir.

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INF_0000_11_ANR_judo_paracegos_21x28.pdf 1 5/30/11 12:13 PM

Brasil Paralímpico é uma publicação bimestral do Comitê Paralímpico Brasileiro e esta edição teve 3.500 exemplares impressos em fevereiro de 2012.

Endereço Sede CPBSBN Qd- 2- Bl. F- Lt. 12 Ed. Via Capital – 14º andarBrasília/DF – CEP: 70040-020Fone: 55 61 3031 3030 Fax: 55 61 3031 3023www.cpb.org.brwww.twitter.com/cpboficialwww.youtube.com/cpboficialwww.facebook.com/comiteparaolimpico

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