revista biomedicina news - 4ª edição

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Page 1: Revista Biomedicina News - 4ª edição

Capa

Page 2: Revista Biomedicina News - 4ª edição

ssa edição da Revista Biomedi-

cina News é muito especial, pois

vou poder compartilhar com to-

dos vocês um pouco mais sobre a

história do blog Biomedicina Pa-

drão e como ele chegou aos seus cinco anos de

idade.

Quero aproveitar esse espaço para agra-

decer a cada um de vocês que vêm acessando,

comentando, criticando, dando ideias e suges-

tões. Esse sucesso (assim considero) só é pos-

sível graça a vocês. Tudo que faço é pensando

em como posso ajudar o nosso curso e nossa

profissão a chegar a um patamar em que este-

jamos satisfeitos e muito mais felizes com

nosso trabalho e papel na sociedade. Um

exemplo disso é essa revista, que é mais um ca-

nal de comunicação e divulgação para nossa

área, e mesmo estando longe de ser algo pro-

fissional é feita com muita vontade e empenho.

Ainda nesta edição, além de ficar sa-

bendo um pouco mais sobre o blog, vocês po-

derão ler matérias interessantes e

informativas escritas por biomédicos e tam-

bém estudantes de biomedicina, que aceita-

ram meu convite prontamente para deixar a

revista ainda melhor. Há também notícias e di-

cas para você ficar ainda mais informado e por

dentro dos assuntos mais recentes.

E por fim, como nas edições anteriores,

vocês poderão ter acesso a resumos e artigos

científicos, enviados pelos próprios leitores do

blog que, inclusive, me surpreenderam com a

quantidade de trabalhos enviados, deixando

ainda mais difícil a tarefa de escolher apenas

alguns. Espero que gostem. Boa leitura!

Page 3: Revista Biomedicina News - 4ª edição
Page 4: Revista Biomedicina News - 4ª edição

S. pyogenes é uma bactéria considerada

problema de saúde pública, sendo res-

ponsável pelo surgimento de infecções

comuns em crianças e jovens, como faringite e

escarlatina. Em indivíduos com predisposição

genética, no entanto, essas infecções podem le-

var à febre reumática e à doença reumática car-

díaca.

Após aproximadamente 20 anos de estu-

dos sobre o S. pyogenes, pesquisadores brasilei-

ros obtiveram nos Estados Unidos o deferimento

da patente de um composto eficaz

contra a bactéria, que poderá se

transformar em vacina. Se-

gundo a pesquisadora

Luiza Guilherme, do

Instituto do Coração

(InCor), eles já têm paten-

tes concedidas e emitidas na

República Popular da China,

na Coreia do Sul e no Japão,

assim como um processo

em andamento na Índia

para obtenção da patente do

composto.

O composto é chamado de StreptInCor

e se mostrou eficaz na indução de resposta

imune e seguro quando ministrado em animais

sadios. Isso significa que a substância desenca-

deou anticorpos capazes de combater a infecção,

sem originar reações autoimunes. Os testes de

laboratório para o desenvolvimento de uma va-

cina já foram finalizados e o grupo do InCor se

prepara para iniciar ensaios em humanos.

Recentemente, as pesquisas sugeriram

que o composto também tem potencial para uso

terapêutico e poderá ser usado no tratamento de

indivíduos que desenvolvam doenças sérias

como consequência da infecção.

Estudos in vitro com leucócitos de pes-

soas que manifestaram a doença reumática car-

díaca mostraram que o mesmo composto, em

dosagem diferente, ativa as células T regulado-

ras. O efeito terapêutico foi avaliado em células

de sangue periférico de pacientes com doença

reumática cardíaca, e não em modelo animal,

por causa da dificuldade de reproduzir a doença

em camundongos ou ratos.

Os estudos com a bactéria começaram

com a análise dos mecanismos de desenvolvi-

mento dessas doenças e se concentraram na

busca de epitopos – fragmentos mínimos da bac-

téria capazes de induzir uma resposta imunoló-

gica ao se ligar aos receptores de uma

célula. A equipe identificou um epi-

topo com elevado potencial de prote-

ção na proteína M, o principal antígeno

da S. pyogenes, localizada na pa-

rede externa da bactéria.

Injetado em diver-

sos animais – entre eles, ca-

mundongos transgênicos, que expressam

moléculas do sistema leucocitário humano

(HLA) de defesa –, o StreptInCor induziu a pro-

dução de anticorpos e levou a criação da memó-

ria imunológica contra qualquer cepa da

bactéria. Depois de um ano de acompanha-

mento, os animais não apresentaram nenhum

efeito deletério no coração nem em qualquer ou-

tro órgão.

De acordo com a pesquisadora, a busca

por uma vacina contra a infecção pela S. pyoge-

nes é feita em apenas dois outros países: Estados

Unidos e Austrália. Mas a abordagem da pes-

quisa brasileira é única.

Fonte: Thereza Venturoli/Agência FAPESP

O

Biomedicina News // 04

Page 5: Revista Biomedicina News - 4ª edição

O que é

A residência profissional em saúde é uma

modalidade de ensino em nível de pós-gradua-

ção lato sensu, que se caracteriza como treina-

mento em serviço sob supervisão de

profissionais habilitados. Abrange as seguintes

profissões: Biomedicina, Ciências Biológicas,

Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisio-

terapia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária,

Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço So-

cial e Terapia Ocupacional. A medicina não entra

nessa categoria, pois possui programa de resi-

dência específico.

Carga horária

O programa de residência multiprofissio-

nal tem duração de dois anos, 60 horas por se-

mana, sendo a carga horária total de 5.760

horas. O aluno participará de 80% da carga ho-

rária com atividades práticas e 20% com ati-

vidades teóricas sendo supervisionado por

um profissional que trabalha no local onde acon-

tece a residência e um tutor, que é um docente

de uma instituição de ensino superior. O resi-

dente tem direito a uma folga semanal e 30 dias

de férias por ano.

Bolsa

O residente recebe uma bolsa no valor de

R$ 2.976,26 (são descontados impostos), ce-

dida pelo Ministério da Saúde e da Educação. A

dedicação deve ser exclusiva para o programa,

não podendo o aluno trabalhar em outro local.

Área de concentração

A área de concentração da residência para

o biomédico dependerá da instituição que está

oferecendo as vagas. Alguns exemplos são: ur-

gência e emergência, saúde da criança, patolo-

gia, hematologia e hemoterapia, infectologia,

entre outras.

Forma de ingresso

A forma de ingresso em um programa de

residência multiprofissional é através de con-

curso público, realizado pela instituição que

está oferecendo as vagas. Alguns dos requisitos

são: diploma de graduação, no nosso caso, Bio-

medicina; estar inscrito no conselho, no nosso

caso, CRBM; dedicação exclusiva e não ter vín-

culo empregatício.

RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

Biomedicina News // 05

Page 6: Revista Biomedicina News - 4ª edição

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é

uma doença neurodegenerativa e inca-

pacitante, caracterizada por fraqueza

muscular secundária devido à morte dos corpos

celulares de neurônios motores no córtex, tronco

cerebral e medula espinal.

Cinco a dez por cento dos casos são fami-

liares, com um padrão de herança mendeliana

autossômica dominante. Possui etiologia e pato-

genicidade idiopáticas, porém estudos sugerem

como causas a morte celular por agressão autoi-

mune nos canais de sódio e incremento do cálcio

intracelular, infecção viral, estresse oxidativo,

dano por radicais livres, neurotoxidade por glu-

tamato e disfunção das mitocôndrias ou do me-

canismo de transporte axonal, além da

participação de células acessórias, como a mi-

croglia, que vem sendo estudada clinicamente.

A maioria das doenças crônicas neurode-

generativas que deixam pacientes acamados,

compromete sua capacidade intelectual. Entre-

tanto, pelo fato de que há somente o comprome-

timento de neurônios que levam os impulsos

nervosos até a musculatura estriada esquelética,

na ELA as funções sensoriais e intelectuais ficam

preservadas. Talvez esse não comprometimento

do intelecto seja a questão mais difícil dessa do-

ença, já que o paciente está ligado a tudo o que

acontece ao seu redor, mas não consegue se ex-

pressar com palavras ou gestos.

Na ELA, a clínica é um tanto quanto com-

plexa, crônica e progressiva. Os pacientes geral-

mente têm idade superior a 40 anos, com maior

incidência da doença no sexo masculino, em in-

divíduos brancos, que praticam atividade física

muito intensa, ou ainda que tenham sofrido cho-

que elétrico ou trauma mecânico.

Pode evoluir causando debilidade e atro-

fia progressiva da musculatura respiratória e dos

membros, pela incapacidade do neurônio enviar

impulsos aos músculos, espasticidade, distúr-

bios do sono, estresse psicossocial e sintomas de

origem bulbar como disartria e disfagia, ou ven-

tilação mecânica permanente.

O quadro pode evoluir ao óbito do paci-

ente em um período de três a quatro anos após o

início dos sintomas (dois a três anos após o diag-

nóstico definitivo), por comprometimento da

musculatura respiratória e dos membros.

O único tratamento existente possui um

caráter paliativo e inespecífico, uma vez que não

há conhecimento de uma terapia eficaz para evi-

tar a evolução da doença. Dentre as inúmeras

drogas já testadas, recomenda-se o uso oral do

Riluzol, um inibidor da via glutamatérgica capaz

de retardar a progressão da doença, ainda assim

em apenas alguns meses.

Com base nas drogas anti-inflamatórias

testadas e pela suspeita da etiologia relacionada

a infecções, pesquisas com terapia celular de in-

fusão de células-tronco hematopoiéticas estão

progredindo, mas ainda nada concreto pode ser

afirmado. No entanto, a descoberta da mutação

do gene SOD1 em uma pequena porcentagem

dos pacientes com ELA, por Siddique e colabo-

radores, permitiu que se identificasse a forma

genética da doença, verificando que esta se com-

porta do mesmo modo nos 97% a 98% dos paci-

entes sem a mutação. Espera-se que a

compreensão do mecanismo de degeneração do

neurônio motor nos pacientes com mutações de

SOD1 explique porque os neurônios degeneram

em pacientes sem a mutação.

A Por Thassia Mariane Teodoro, acadêmica de Biomedicina, criadora do blog Biomedicina em Ação.

Biomedicina News // 06

Page 7: Revista Biomedicina News - 4ª edição

infecções do trato urinário (ITUs)

são umas das infecções mais fre-

quentes, geralmente causadas por

bactérias intestinais que invadem o trato uroge-

nital pela uretra. Um grupo de pesquisadores, li-

derado por cientistas da University of Bonn

Medical Center descreveu um novo mecanismo

imunoregulatório que controla a defesa contra

as ITUs, envolvendo os neutrófilos.

Os neutrófilos são particularmente efeti-

vos no combate aos micro-organismos, especial-

mente bactérias. O mecanismo pelo qual essas

células agem deve ser muito bem controlado

para que haja danos colaterais o mínimo possível

ao tecido atingido. Sabe-se que os macrófagos fa-

zem parte deste processo, produzindo mensagei-

ros químicos que influenciam várias células

imunológicas. Apesar disso, como essa regulação

de neutrófilos acontecia era desconhecida.

O time de pesquisadores agora descobriu

que esta regulação acontece através de dois tipos

de macrófagos, que têm funções diferentes. Um

tipo de macrófago está presente em todos os te-

cidos e exerce função de sentinela. Assim que os

patógenos penetram, são detectados por esses

sentinelas que disparam um alarme, através da

liberação de moléculas mensageiras, as quimio-

cinas, que atraem os neutrófilos para o tecido in-

fectado -- nesse caso, para a bexiga.

Adicionalmente, os macrófagos sentine-

las também atraem o outro tipo, chamado de

macrófago auxiliar. Ele ajuda a reconhecer

que há uma infecção e começa a liberar outras

quimiocinas, o que permite que os neutrófilos al-

cancem a bactéria na parte infectada do tecido.

Esse mecanismo é seguro pois as células de de-

fesa só penetram nas partes infectadas se houver

real perigo, preservando o restante do tecido. A

comunicação entre esses dois tipos de macrófa-

gos acontece através do Fator de Necrose Tumo-

ral (TNF). É por isso que na terapia de doenças

como artrite reumatoide, em que utilizam-se

drogas bloqueadoras de TNF, infecções bacteri-

anas, incluindo ITUs, são geralmente observa-

das. Os achados dos pesquisadores agora

explicam o porquê: se esse mensageiro é bloque-

ado, os macrófagos não podem mais comunicar

entre si, e por essa razão, os neutrófilos não são

enviados ao sítio de infecção. Esses resultados

estão sendo publicados no periódico Cell.▪

AS

UMA SEGUNDA OPINIaO

Biomedicina News // 07

Page 8: Revista Biomedicina News - 4ª edição

startup americana, cha-

mada µBiome, desenvol-

veu um kit que, a partir de

89 dólares, pretende deci-

frar seu microbioma, as bactérias que formam

sua microbiota, e relacionar os resultados com a

base de dados do projeto Microbioma Humano

do NIH, dos Estados Unidos. Além de saber so-

bre seu microbioma você contribui para o cresci-

mento dessa base de dados.

COMO FUNCIONA

O kit contém tubos para coletar amostras

de várias partes do corpo como intestino, geni-

tais, pele, boca e nariz. A pessoa também tem

que responder um questionário sobre sua saúde,

estilo de vida e outros dados. Depois de coletadas

as amostras, o kit é enviado de volta ao laborató-

rio da empresa, onde é analisado. Seus resulta-

dos são correlacionados com a base de dados do

projeto e você fica sabendo quais são as bactérias

mais comuns da sua microbiota, assim como,

quais problemas estão associados com seu tipo

de microbioma.

OBJETIVOS

O que eles querem saber é até onde o es-

tilo de vida das pessoas afeta essa microbiota e

até onde a genética influencia nos resultados.

Como estão no começo das análises, eles ainda

não têm todas essas respostas, mas em breve

será publicado um artigo com todos os resulta-

dos obtidos.

A empresa

utiliza o apare-

lho HiSeq 2500

da Illumina™

que sequen-

cia o gene ri-

bossomal

16S presente

no DNA bac-

teriano, o que permite a classificação do gênero,

e às vezes, a espécie da bactéria. O aparelho

também filtra o material genético de humanos e

outros organismos. Como é o mesmo método

utilizado em muitos estudos da área, fica mais

fácil comparar os resultados com estudos ante-

riores.

Descubra que tipo de pes-

soas têm o microbioma pa-

recido com o seu.

Entenda como seu micro-

bioma compara-se com

pesquisas científicas de úl-

tima geração.

Aprenda o que acontece

com seu microbioma

quando você está doente

e quando está saudável.

Biomedicina News // 08

Page 9: Revista Biomedicina News - 4ª edição

Biomedicina News // 09

Page 10: Revista Biomedicina News - 4ª edição

ssim que comecei a jornada pelo

mundo da biomedicina em 2008

queria mais informações sobre mi-

nha futura profissão. Foi aí que per-

cebi que não havia muita coisa

disponível ao meu alcance para tirar mi-

nhas dúvidas, principalmente na in-

ternet. Quando cheguei ao

segundo semestre uma profes-

sora começou a falar um pouco

sobre o papel do biomédico na

imagenologia. Achei incrível o

que disse, mas ela não tinha to-

das as respostas para minhas dú-

vidas. Então comecei a pesquisar e

achei algumas informações e vi que

elas poderiam ser úteis para meus colegas

de classe. Procurei uma forma de compartilhar

essas informações e descobri que criar um blog

seria uma ótima maneira. Como já tinha feito um

bom curso de informática, foi fácil entender

como funcionava e logo já estava familiarizado

com a ferramenta. Comecei então a reunir e criar

alguns posts sobre a biomedicina.

Biomedicina Padrão, esse foi o nome es-

colhido, após muitas outras alternativas. O

termo “Padrão” foi influenciado pelo

nome da minha faculdade e de um la-

boratório bem conhecido em

Goiás, mas o blog não tem e nunca

teve nenhuma ligação com essas

instituições.

O próximo passo seria di-

vulgá-lo para meus colegas de sala.

Para fazer isso imprimi o endereço

eletrônico do blog em um papel e distri-

buí na minha sala. Aproveitei esse espaço on-line

para também deixá-los informados quanto aos

assuntos do nosso curso, como data de provas,

A

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Page 11: Revista Biomedicina News - 4ª edição

horário das aulas, cursos e eventos da área e al-

guns materiais extras que poderiam ajudar a fi-

xar melhor o conteúdo passado em sala de aula.

E foi assim por aproximadamente seis meses.

Nessa época o Twitter começou a fazer

sucesso no Brasil e decidi experimentar a rede

social para ver como funcionava. Descobri que

era uma ferramenta ótima de divulgação, mas ao

mesmo tempo desafiadora, pois limitava-me aos

140 caracteres. Mesmo assim me tornei um usu-

ário assíduo e comecei a divulgar tudo o que pu-

blicava no blog, assim como seguir estudantes de

biomedicina, que também seguiam de volta o

perfil (@biomedicina) do blog. E para minha

surpresa o número de seguidores foi crescendo

significativamente. Foi nesse momento que a fi-

cha caiu: as minhas dúvidas eram as mesmas

que as da maioria dos estudantes que acessavam

o blog. Vi então que aquele blog podia ir além da

minha sala de aula, como na ideia original, e aju-

dar mais pessoas de todos os lugares do Brasil.

Minha vontade de procurar e reunir mais infor-

mações só aumentou desde então. A próxima

etapa foi deixar o blog mais “profissional”, já que

a responsabilidade estava aumentando, com o

número de acessos crescendo a cada dia. Para fa-

zer isso busquei um layout melhor, comprei o

domínio biomedicinapadrao.com, busquei uma

ferramenta melhor para a edição dos textos e

imagens, e aos poucos o blog foi ficando com

uma cara diferente. Após o Twitter chegou a vez

do Facebook ter seu “boom” no Brasil, e claro,

não poderia ficar de fora. Rapidamente criei uma

página do blog na rede social, como mais uma

forma de divulgação e interação para a biomedi-

cina. Hoje em dia a atividade no Facebook é

muito maior do que a do Twitter.

Sempre buscava os melhores assuntos

dentro da biomedicina, principalmente aqueles

que via nas aulas, como uma forma de reforçar o

que tinha aprendido. Quando tinha uma dúvida

sobre alguma coisa ia atrás das respostas e, de-

pois de aprender, colocava no blog, pois tinha

certeza que poderia ser a mesma dúvida de mui-

tos. Procurava também vídeos e materiais extras

para ajudar a fixar melhor o conteúdo, pois exis-

tem disciplinas que exigem muito da sua imagi-

nação já que muita coisa que ocorre em nosso

corpo e com micro-organismos não são de fácil

visualização e com as figuras e vídeos ilustrativos

o conteúdo era melhor assimilado.

Além da parte acadêmica propriamente

dita, fui atrás de mais conteúdo para o blog. Co-

mecei a conhecer e conversar com estudantes de

diversos lugares do Brasil e debater sobre a bio-

medicina e o biomédico. Outro marco impor-

tante foi conhecer profissionais biomédicos

renomados e poder conversar e fazer amizade

com eles. De que outra forma poderia conhecer

tantos colegas de curso e profissão senão pelo

blog? Assim, sempre que possível convidava um

deles para conceder entrevista ao blog e contar

mais sobre a sua área de atuação. Nada melhor

do que saber de um profissional que já está na

área quais são as vantagens e desvantagens, re-

quisitos, dicas, situação do mercado de trabalho

Biomedicina News // 11

Page 12: Revista Biomedicina News - 4ª edição

e muito mais. O primeiro entre-

vistado foi o biomédico mais fa-

moso do Brasil, Dr. Roberto

Figueiredo, também conhecido

como Dr. Bactéria. Logo após

vieram outros biomédicos, das

mais diversas áreas, falar um

pouco de sua trajetória profis-

sional e como conseguir habili-

tar-se em tais áreas.

Outra utilidade que

achei para o blog foi a divulga-

ção de eventos de biomedicina.

Vários encontros locais, regio-

nais e nacionais foram e ainda

são divulgados. Cursos de ex-

tensão e minicursos também

sempre foram divulgados, já

que são de extrema importân-

cia na formação acadêmica e

ainda contam pontos no seu

currículo na hora de uma sele-

ção de emprego ou pós-gradua-

ção. Além disso tudo, ainda há

as notícias em geral relaciona-

das com a biomedicina, posts

para descontrair, wallpapers

para download, enquetes para

interagir, desafios para pensar,

curiosidades e muito mais. O

mundo da biomedicina, nosso

mundo, em um só lugar.

Vagas de emprego e es-

tágios também começaram a

ser divulgadas, já que havia

uma reclamação constante de

pessoas com relação a falta de

emprego na biomedicina. Per-

cebi que há muitas vagas por aí,

às vezes pode não ser o em-

prego dos seus sonhos, mas

pode ser um caminho para você

chegar lá. E cada dia que passa

mais e mais vagas são anuncia-

das, muitas vezes com uma re-

muneração que não faz jus aos

anos de estudos e dedicação à

profissão, mas apesar disso a

expectativa é que essa situação

mude anos após ano, com o bi-

omédico ganhando mais e mais

destaque. Justamente por

causa disto, recentemente o

site VAGAS (vagas.com), um

dos maiores da categoria, e o

blog fizeram uma parceria para

a divulgação das vagas para

profissionais e estudantes.

Essa revista que você

está lendo foi mais uma forma

que encontrei de trazer um

conteúdo novo e exclusivo a vo-

cês. Uma maneira de ajudar na

divulgação da biomedicina,

além de divulgar trabalhos aca-

dêmicos e científicos. Tudo co-

meçou como um teste, mas

novamente fui surpreendido

pela quantidade de acessos e

pelo feedback positivo, o que

me incentivou a continuar ano

após ano.

APRENDIZADO

Quando comecei com o

blog achava que a internet era

uma terra sem dono, sem lei e

poderia fazer qualquer coisa.

Por isso costumava copiar tex-

tos na íntegra de outras fontes

e nem mesmo citava a fonte.

Após esses cinco anos aprendi

que dá muito trabalho produzir

um conteúdo, para alguém

simplesmente copiar e levar o

crédito. Hoje em dia todos os

posts do blog são originais, têm

fontes e referências, e os mais

antigos estão passando por um

processo de atualização. Sem

dúvidas o blog contribuiu ainda

mais para que eu me tornasse

um profissional melhor e mais

responsável. Foi através dele que hoje

tenho amigos que me ajudaram

e ajudam nessa jornada. De co-

legas de sala de aula, professo-

res a profissionais renomados,

agradeço a todos por todo

apoio. Agradeço em especial

aos dois primeiros que acredi-

taram no meu trabalho, a bio-

médica papiloscopista Raquel

Vaz e o biomédico perfusio-

nista Jeffchandler B. Oliveira,

pois aprendi muito com eles.

Sem esquecer dos meus ami-

gos, hoje também todos biomé-

dicos, Ludyanne, Rodolfo,

Aline e Tamires.

Espero que vocês gos-

tem do trabalho que venho de-

senvolvendo e que possamos

contribuir com nossa profissão

para que cada dia ela fique mais

forte e reconhecida. Somente

unidos conseguiremos mudan-

ças, e se o blog for um lugar

onde possamos nos unir, já va-

leu a pena todo meu esforço.

Biomedicina News // 12

Page 13: Revista Biomedicina News - 4ª edição

e você está estudando para algum con-

curso público na área da saúde ou está

esperando algum edital ser publicado,

sabe que a legislação do Sistema Único de Saúde

(SUS) é matéria sempre presente nas provas, de

norte a sul do Brasil, representando aproxima-

damente 25% do valor das provas.

Geralmente os cursos de graduação da sa-

úde têm em sua grade curricular matérias relaci-

onadas com essa legislação, mas muitas vezes

não damos a devida importância ao conteúdo ou

ele é muito extenso e complexo. Acaba que, logo

após passarmos por essas matérias, pratica-

mente nos esquecemos muitas coisas, pois da-

mos ênfase nas matérias mais específicas da

profissão. Outro problema muito relatado é a

falta do ensino da legislação do SUS durante a

graduação, pois algumas faculdades não a colo-

cam na grade curricular do curso.

Recentemente participei do processo se-

letivo da residência multiprofissional em saúde

do Hospital das Clínicas da Universidade Fede-

ral de Goiás. A primeira fase consiste em uma

prova objetiva com 50 questões, sendo que 15

destas são de conhecimentos em saúde pública.

Para estudar esse assunto usei o livro Le-

gislação do SUS – 451 Questões Comentadas,

Editora Impetus, de autoria do enfermeiro Rô-

mulo Passos, especialista em Saúde Coletiva pela

Universidade Federal da Bahia.

O livro é bem organizado, separado por

assunto, com 451 questões comentadas de pro-

vas de mais de 150 concursos públicos recentes e

mais de 60 institutos, juntamente com várias

questões elaboradas pelo próprio autor. A obra

ainda é estruturada com centenas de esquemas

para memorização e revisão dos temas.

O que mais gostei no livro é a possibili-

dade de simular a realização de uma prova, e

caso você erre pode ver os motivos do erro e

aprender realmente, lendo as excelentes explica-

ções de cada questão. Com todas essas qualida-

des não me resta outra opção senão recomendar

esse excelente livro a quem pretende concorrer

uma vaga nos concursos públicos da área da sa-

úde Brasil a fora.

Você o encontra em diversas livrarias,

como a Livraria Saraiva, com a média de preço

de R$ 55,00. Vale a pena!

Por Brunno Câmara

Biomedicina News // 13

Page 14: Revista Biomedicina News - 4ª edição

Biomedicina é uma das profissões mais

jovens na esfera da saúde, como tal,

apresenta enormes desafios como o

desconhecimento para a população

leiga, bem como, para os demais colegas de pro-

fissões já estabelecidas e com áreas bem defini-

das. Soma-se a este fato o grande avanço

tecnológico na saúde ocorrido nas últimas déca-

das onde a força de trabalho humano vem sendo

substituída por métodos mais precisos e velozes

(Análises Clínicas / Automação laboratorial).

Estas mudanças não deram tempo para a forma-

ção e alocação de recursos humanos, ficando o

Biomédico com campo reduzido em sua área

mãe, que passou a não disponibilizar tantas e tão

boas possibilidades no mercado de trabalho.

Outro fator que chama atenção é a grande

quantidade de cursos de graduação para a área

visando o crescente mercado da formação de

“doutores”, mas que na realidade forma em sua

maioria profissionais tecnicistas com uma visão

estreita das potencialidades da profissão e sem

Por Jeffchandler Belém de Oliveira, Biomédico perfusionista e Professor universitário

Biomedicina News // 14

Page 15: Revista Biomedicina News - 4ª edição

corpo docente com visão holística da área de sa-

úde, que se apresenta com tantas particularida-

des, que apenas a forma clássica de ensino

informativo exploratório não são suficientes

para preparar jovens para um mercado cada vez

mais seletivo onde a procura por diferenciais é

tão valorizada.

No entanto, é necessário pensar em como

é o perfil do aluno das graduações na atualidade,

onde as políticas públicas de inclusão das últi-

mas décadas se preocuparam apenas em tornar

as faculdades/universidades depósitos de alunos

bem heterogêneos e com qualidades e deficiên-

cias distintas para que as instituições formem

profissionais com senso crítico, ético, científico,

político e que sejam “vencedores”. Na formação

de grandes profissionais, necessita-se de boa for-

mação na escola secundária e principalmente no

ciclo básico, pois muitas das disciplinas do curso

são de extrema complexidade e o problema não

está na disciplina em si, mas nas deficiências

educacionais primárias apresentadas pelos alu-

nos na graduação, onde não tem-se o tempo de

corrigir falhas e não é o foco da formação profis-

sional. Outro ponto que destaco é a relação de

consumo entre as escolas e os acadêmicos, onde

motivados pela sensação de que todo brasileiro

tem direitos (mas não deveres) além da forma-

ção psicológica da geração Y, que representa boa

parte dos egressos da faculdade. Por este prisma

muitas instituições de ensino por vários motivos

tendem a ser menos rígidas na formação.

Gerou-se então o terceiro ciclo que é o da

especialização, onde milhares de promessas são

feitas para a salvação da carreira, por institui-

ções e empresas “especializadas” que fazem

campanhas fortes de mídia, alegando muito

tempo de mercado e número de alunos formados

e assim atraindo mais e mais alunos, tudo base-

ado num plano de publicidade e comercial.

Para o aluno realmente interessado numa

área de atuação julgo interessante pesquisar,

principalmente pelos consumidores de cursos de

especialização, fazendo uma minuciosa pesquisa

com questionário quanto a todo curso e o cum-

primento das promessas feitas pelo departa-

mento comercial, além da análise do contrato.

Com prévia e minuciosa pesquisa sobre a área

escolhida de especialização.

Assim, o sucesso em uma das mais de 30

áreas de especializações disponíveis depende de

muito planejamento e correções de deficiências

educacionais, com foco na capacidade de empre-

ender, o que requer vários cursos de extensão

nas áreas de carreira, gestão e conhecimentos

sobre mercado de saúde.

As possibilidades de sucesso dentro da Bi-

omedicina são enormes, desde que você se pla-

neje com cuidado e fique atento às

possibilidades e oportunidades. O mercado de

trabalho está ávido por profissionais qualifica-

dos o que não necessariamente são títulos e mais

títulos vazios. Além do que, não se explora a ca-

pacidade empresarial dos profissionais Biomé-

dicos que pode ser seu grande diferencial na

gestão de inúmeros negócios na esfera da saúde.

Uma grande ajuda para o sucesso indivi-

dual, seria os conselhos fortes sem amarras e

preconceitos, com profissionais comprometidos

no crescimento da área e uma normatização nas

grades curriculares dos cursos em andamento,

além de termos mais nomes de referência em di-

ferentes atuações para servir de exemplos para

as futuras gerações.

E segundo Cortella: “O grande desafio hu-

mano é resistir à sedução do repouso, pois nas-

cemos para caminhar e nunca para nos satisfazer

com as coisas como estão. A insatisfação é um

elemento indispensável para quem, mais do re-

petir, repetir, repetir, deseja criar, inovar, refa-

zer, modificar, aperfeiçoar. Assumir esse

compromisso é aceitar o desafio de construir

uma existência menos confortável, porém ilimi-

tada e infinitamente mais significativa e gratifi-

cante.”

Biomedicina News // 15

Page 16: Revista Biomedicina News - 4ª edição

partir do momento

em que você decidiu

fazer parte do uni-

verso biomédico,

muitas dúvidas surgiram. Eu

sei disso, não precisa falar

nada. Para a maioria de nós in-

gressar em um curso desconhe-

cido não é fácil, e aquela velha

história de familiares e amigos

perguntando em quase todos os

encontros “o que é Biomedi-

cina?” tornou-se uma reali-

dade.

Pior que isso, ouvir co-

mentários desagradáveis de in-

divíduos comparando o seu

curso com o dele e dizendo que

não há futuro pra você, SAIA

LOGO... NÃO TEM

EMPREGO... FAÇA OUTRA

COISA... já aconteceu, né? E ali

está você, no centro de um bu-

raco escuro, tão silencioso que

até conseguimos escutar o san-

gue passar pelos capilares. A

dúvida acaba se tornando a sua

melhor amiga, pois, por meio

dela, é possível planejar futuras

(e possíveis) rotas de fuga. Fu-

gir ou permanecer? Desistir no

primeiro problema é uma das

opções? A cada pôr-do-sol,

você ainda está lá... em uma

queda livre ao desconhecido.

O estudante conseguiu,

permaneceu lá... à espera de

uma simples resposta. Come-

çou a entender o que era a Bio-

medicina, a área começou a

fazer sentido. Passou pelo pri-

meiro semestre, pelo segundo,

derrapou no terceiro... mas

continuou ali, não desistiu e

permanecer é motivo de satis-

fação.

Quem sou eu na Biome-

dicina? Posso ser um simples

universitário ou posso ser al-

guém que fará a diferença?

Droga, mais perguntas. Ao pas-

sar do tempo, o processo de

amadurecimento já está avan-

çado, as dúvidas que antes pa-

reciam ser impossíveis de

responder desapareceram sem

esforço. É, você está chegando

lá... o topo da montanha não

possui mais nuvens, é possível

ver a luz. Não é a luz do buraco,

o estudante saiu dele sem per-

ceber.

Sabem como se chama

essa luz? SUCESSO. Fazer a di-

ferença em uma profissão não é

tirar as melhores notas, ter os

amigos mais legais. Na ver-

dade, fazer a diferença é enten-

der o PORQUÊ você é

DIFERENTE. Os seus objetivos

não foram destruídos por ter-

ceiros, permanecer lá foi uma

opção totalmente SUA. Mas,

então, se sou diferente, o su-

cesso é garantido? A resposta é

NÃO. O caminho para o su-

cesso pode ser encontrado den-

tro de cada um de vocês.

Imaginem que a vida

tem GPS e que o esforço, a de-

dicação e o estudo lhe ajudarão

a encontrar a melhor rota para

o destino final. Agora, olhe

para si mesmo e responda:

quem eu quero ser?

A

Uma Trajetória

Biomédica Por Luiz Guilherme Hendrischky, acadêmico de Biomedicina, criador da página “Vida de Biomédico”

Biomedicina News // 16

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CARACTERÍSTICAS DO CÂNCER DE PRÓSTATA E SUA ASSOCIAÇÃO COM O ANTÍGENO

PROSTÁTICO ESPECÍFICO

IMPORTÂNCIA DA BIOLOGIA MOLECULAR NA TRIAGEM DE DOADORES DE SANGUE

Lacerda, J.V., Souza, K.L, Albuquerque, A.C.C. | Faculdade Asces, Caruaru-PE

Contato: [email protected]

INTRODUÇÃO: Os testes sorológicos utilizados pelos bancos de sangue para triagem de infecções transmi-tidas por transfusão, apesar de serem altamente específicos, podem ocasionar resultados falso-negativos de-vido ao período de janela imunológica correspondente ao início da infecção e o aparecimento dos anticorpos no sangue. São utilizados testes sorológicos para triagem de HIV, hepatite B e C, HTLV I e II, sífilis e doença de chagas. A mais recente metodologia aplicada na triagem de doadores de sangue é a metodologia do NAT (Nucleic Acid Amplification Test) que utiliza a técnica de biologia molecular de PCR (Polimerase Chain Re-action) para amplificar e detectar o material genético viral presente no plasma do indivíduo infectado. OBJETIVO: Relatar a importância da biologia molecular na triagem de doadores de sangue. METODOLOGIA: O estudo foi desenvolvido mediante levantamento bibliográfico dos últimos 10 anos, nas bases de dados Scielo e Pubmed, onde foram utilizados 9 artigos para elaboração deste trabalho. RESULTADOS: A partir da década de 1980, com a descoberta do HIV, a segurança do sangue doado passou a ser prioridade, e com isso ocorreu a necessidade de aumento da sensibilidade dos testes de triagem. Os testes sorológicos, baseados na detecção de anticorpos, possuem uma janela imunológica para o HIV e o HCV de 16-20 e 70 dias, respectivamente. Já as técnicas de biologia molecular, que amplificam e detectam o RNA viral presentes no plasma do indivíduo infectado, apresentam redução da janela imunológica de 10-12 e 10 dias para o HIV e HCV, respectivamente. A Portaria nº262/2002 do MS, de 5 de fevereiro de 2002, tornou obrigatória a realização de testes de amplificação e detecção de ácidos nucléicos - NAT - para HIV e HCV, em todas as amostras de sangue de doadores. Essa tecnologia foi desenvolvida há mais de treze anos e hoje é comum em países da Europa, Estados Unidos, Japão e Austrália. Trata-se de um teste que além de possuir uma alta sensibilidade, é também capaz de confirmar infecções em casos de sorologia indeterminada. CONCLUSÃO: Todos os estudos deixam claro que a biologia molecular tornou-se uma importante ferra-menta de triagem por detectar a presença do vírus circulante e não a resposta do anticorpo para o vírus. A necessidade de incorporação do NAT nos bancos de sangue se justifica por sua habilidade de reduzir o período de janela imunológica entre a infecção e a descoberta, propiciando uma maior qualidade dos hemocompo-nentes e, consequentemente, maior segurança transfusional. Palavras-chave: Biologia molecular, NAT, PCR, Banco de sangue

Caldas, R. T. de A., Gonçalves, J. de S., Braga, L. G. O., Cavalcante, I. B., Martins, A. E. S.

Faculdades Integradas de Patos, Patos-PB | Contato: [email protected]

INTRODUÇÃO: O Câncer de Próstata é o câncer mais comum em homens no Brasil e o sexto mais comum

no mundo. É considerado um câncer da terceira idade pelo acometimento homens acima de 50 anos. Possui

uma evolução lenta com sintomatologia de obstrução do trato urinário e retenção urinária. Entretanto, nos

últimos anos com a descoberta do PSA muitos casos têm sido identificados devido ao importante recurso de

diagnóstico precoce, que ajuda no tratamento de maneira adequada como também na avaliação do tumor e

controle na resposta terapêutica. OBJETIVOS: Descrever as características do carcinoma prostático, como

também mostrar sua associação com o PSA. MATERIAIS E MÉTODOS: Realizar uma revisão bibliográfica

com artigos atuais retirados da internet por meio de consultas em sites, com o intuito de descrever os princi-

pais pontos do tema abordado. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No Brasil há um grande aumento no nú-

mero de casos de Câncer de Próstata, isso se deve a eficácia do diagnóstico precoce utilizando o PSA. Por

outro lado, o PSA não garante a redução da mortalidade pelo carcinoma, e sim, fornece condições para um

tratamento adequado e monitoramento do tumor. CONCLUSÃO: O Câncer de Próstata é o segundo câncer

com maior incidência no Brasil, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma, dessa forma se faz

necessário que todos os homens acima de 50 anos realizem o teste de triagem facilitando assim seu trata-

mento e posterior cura.

Palavras-chave: Câncer, Próstata, PSA

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IDENTIFICAÇÃO DE Staphylococcus aureus ISOLADOS A PARTIR DE PACIENTES HOSPITALIZADOS EM JUNDIAÍ, SP E VERIFICAÇÃO DO PERFIL DE RESISTÊNCIA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE CONCENTRADOS DE HEMÁCIAS EM UM BANCO DE

SANGUE PRIVADO

Smaniotto, A., Moura, C. | Universidade Paulista, Jundiaí-SP

Contato: [email protected]

INTRODUÇÃO: O Staphylococcus aureus possui uma notável habilidade de adquirir resistência a antimi-crobianos. Apesar da disponibilização de novos antibióticos, o surgimento das cepas resistentes tem se apre-sentado um constante desafio terapêutico, sendo o uso inapropriado dos medicamentos um dos motivos pelo aumento do número de resistências encontradas dentro e fora dos hospitais. OBJETIVO: Detectar as amos-tras resistentes aos principais antibióticos e também a resistência induzida a clindamicina, que produz halos característicos nessas cepas, que comprovam sua resistência. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram analisa-das 45 amostras provenientes da urina, secreção vaginal, secreção ocular, secreção da epiderme da perna e hemocultura, sendo 40 confirmadas em ágar manitol como Staphylococcus aureus, e realizado antibiograma em placa com os antibióticos mais relevantes na clínica afim de verificar o perfil de resistência dessas amos-tras conforme seus halos de inibição. RESULTADOS: Ao menos 27,5% das amostras apresentaram resis-tência a 3 fármacos, tendo a classe dos beta lactâmicos o maior índice de inativação da ação do antimicrobiano. Os índices obtidos neste estudo estão nos padrões encontrados na literatura, tendo índices de alerta para a clínica. CONCLUSÃO: A indicação é que a conduta terapêutica seja baseada nos perfis de resistência bacteriana, sendo a seleção do fármaco feita de forma empírica baseada nas características do agente etiológico e sua sensibilidade, um resultado sensível ao antibiograma nem sempre garante o sucesso clínico, mas o resultado resistente diminui consideravelmente as chances de cura da infecção. Palavras-chave: Staphylococcus aureus, Resistência induzida, Saúde pública, Antimicrobianos

Ribeiro, M. | Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO

Contato: [email protected]

O concentrado de hemácias (CH) é o hemocomponente mais utilizado na hemoterapia humana. No entanto a presença de glóbulos brancos nos produtos hemoterápicos pode provocar reação transfusional e ser capaz de transmitir agentes infecciosos. Uma vez que o processo de desleucotização por filtração parece não modi-ficar a qualidade funcional dos componentes sanguíneos, torna-se necessário reunir evidências objetivas de que os filtros utilizados reduzem eficazmente o número de leucócitos, não provocando hemólise exagerada ou perda de função celular. Dessa forma o objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho dos filtros utilizados para leucorredução de concentrados eritrocitários e o impacto da filtração sobre a viabilidade celular do he-mocomponente remanescente. Um estudo retrospectivo dos registros da gerência da qualidade do Hemola-bor, Goiânia, foi realizado abordando o período de Janeiro de 2011 a Junho de 2012. Os parâmetros de qualidade dos CH leucorreduzidos, como quantidade de leucócitos residuais, hematócrito, hemoglobina, grau de hemólise e contaminação bacteriana do produto remanescente foram os parâmetros analisados, conside-rando como referência de qualidade as normas preconizadas pela RDC 57/2010 da ANVISA. Os dados foram coletados a partir do sistema informatizado, TASY-Hemoterapia administrado pelo setor de Controle de Qua-lidade (CQ) do Banco de Sangue Hemolabor, Goiânia (GO). Um total de 193 unidades de CH foram avaliadas, sendo 98 filtradas por filtro In Line e 95 por filtro flex BioR 01 Plus BS PF. Todas as unidades de CH apre-sentaram número de leucócitos residuais abaixo de 5x106 /un, 4% (8/193) dos CH apresentou grau de hemó-lise maior que 0,8%, sendo que, 87,5% (7/8) haviam sido filtradas por filtro Flex BioR 01 Plus BS PF (p<0,05). Do total de 193 unidades de CH, 190 foram avaliadas quanto ao teor de hemoglobina cuja mediana foi 61,9 g/unidade (40,6 – 80,8). Comparando o desempenho do filtro In Line e do filtro Flex BioR 01 Plus BS PF, a mediana da concentração de hemoglobina foi, respectivamente, 58,74 g/unidade (40,6 – 74,70) para o filtro In Line (n=95) e 68,70 g/unidade (50,60 – 80,80) para o filtro flex BioR 01 Plus BS PF (n=95) (p<0,05). A mediana do valor do hematócrito (n=193) foi de 63% (28,6 % – 79,0%), sendo que para o filtro In Line (n=98) foi de 55% (28,6% – 66,0%) e para o filtro flex BioR 01 Plus BS PF (n=95) 72% (60,0 – 79,0) (p<0,05). A análise microbiológica evidenciou 98,5% de negatividade, sendo que os resultados positivos encontrados (3/193) foram devido à contaminação das amostras analisadas e não das unidades de CH de origem. As uni-dades de CH leucorreduzidas por filtro In Line apresentaram valores dos parâmetros menores que o as uni-dades de CH leucorreduzidas por filtro flex BioR 01 Plus BS PF, devido a filtração ser realizada previamente ao processamento e estocagem e pelo acréscimo de solução aditiva SAG-Manitol ao conteúdo. Os resultados mostram a eficácia de ambos os filtros pois apresentaram conformidade com os valores determinados pela legislação, embora o filtro In Line tenha apresentado menor grau de hemólise. Palavras-chave: Leucorredução, Concentrado de hemácias, Banco de Sangue, Controle de qualidade

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DETECÇÃO DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS COM RISCOS A SAÚDE HUMANA

ISOLADAS DA GAIVOTA (AVES, LARIDAE) Larus dominicanus

MIELOMA MÚLTIPLO - DOS SINTOMAS AO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Schlemper, J.C., Ebert, L. A., Pelisser, M. R. | Faculdade Metropolitana de Blumenau, Blumenau-SC

Contato: [email protected]

INTRODUÇÃO: As gaivotas são animais que habitam as regiões costeiras do mundo todo, se habituando a viver em conjunto com o ser humano. Sua capacidade de percorrer grandes distâncias aliada a fontes de ali-mentos de fácil obtenção levam a contaminação desse animal pelas mais diversas bactérias, tornando-a uma contaminante do meio ambiente e do homem. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo isolar bactérias patogênicas da espécie de gaivota Larus dominicanus nos arquipélagos de Tamboretes e Moleques do Sul no litoral de Santa Catarina, aplicando testes de suscetibilidade a antibióticos através de antibiograma. METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada através da coleta de fezes com a utilização de swabs estéreis contendo meio de cultura próprio para transporte. Seguindo para laboratório, onde houve semeaduras em meios seletivos e aplicação de testes bioquímicos e sorológicos para obtenção de resultados sobre presença de bactérias potencialmente patogênicas aos seres humanos. RESULTADOS: Das amostras avaliadas, ob-servou-se a presença de diversas espécies de bactérias, totalizando 27 bactérias de 10 gêneros distintos de Gram negativas. Cerca de 38% das bactérias identificadas foram Escherichia coli, seguidas de Shigella spp. 27%, Enterobacter aerogenes 12%, Salmonella tiphy e Salmonella enteretidis paratyphi A 8%. Houve pre-sença de Proteus vulgaris, Klebsiela pneumoniae, Salmonella cholerae suis, Enterobacter agglomerans e Leclercia adecarboxylata representando 7% das amostras. No isolamento em meio seletivo para Gram posi-tivos, obteve-se 7 bactérias pertencentes a 3 gêneros distintos. Staphylococcus aureus 58%, Staphylococcus epidermidis 28% e Enterococcus spp. 14% das amostras. CONCLUSÃO: Observou-se em geral que a maio-ria das bactérias mantinha-se sensível aos antibióticos utilizados. A pesquisa revelou uma gama ampla de bactérias, entre elas, Salmonella spp. ao qual é um dos contaminantes de alimentos e causadora da febre tifoide e gastroenterites. A presença de diversas espécies de bactérias revela a necessidade de profilaxias mais eficientes para evitar que este animal se torne vetor e transporte para diversas regiões bactérias patogênicas, ocasionando risco de contaminação aos humanos e a carga bacteriológica permanente comum do ambiente. Palavras-chave: Gaivotas, Bactérias, Patogênicas

Silva, C. A., Barbosa, L. C., Lopes, I. C. R. | Universidade de Uberaba, Uberaba-MG

Contato: [email protected]

INTRODUÇÃO: O Mieloma Múltiplo trata-se de uma neoplasia maligna de origem medular causada pela intensa proliferação descontrolada de plasmócitos. De etiologia desconhecida, apresenta como principal ma-nifestação clinica a destruição óssea. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi descrever a fisiopatologia do Mieloma Múltiplo, abordando alterações clínicas e laboratoriais, e formas de tratamento, entre elas a quimi-oterapia, o transplante de medula óssea e a utilização da talidomida. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo descritivo de revisão bibliográfica onde foram utilizados artigos científicos publicados nos últimos dez anos. DISCUSSÃO: As células neoplásicas que causam o Mieloma Múltiplo têm como característica secretar proteína monoclonal no sangue ou na urina. Ocorre mutação nos genes que produzem as imunoglobulinas, que perdem sua função de anticorpo. O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais e de imagem. O tratamento é baseado no estádio em que se encontra a doença. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O Mieloma Múltiplo é uma doença de difícil diagnóstico, já que manifesta os sintomas quando a doença já se encontra em um estádio de difícil tratamento, que varia de acordo com o protocolo adotado entre paciente e médico, entre eles estão a quimioterapia e o transplante de medula óssea. O uso da talidomida é bastante eficaz no tratamento de pacientes que não respondem ao tratamento padrão. É uma medicação usada na fase inicial da terapia, pré e pós-transplante. Sua eficácia se baseia no seu efeito antiangiogênico e através de medidas profiláticas seus efeitos colaterais podem ser reduzidos. Palavras-chave: Mieloma Múltiplo, Talidomida, Tratamento do mieloma, Diagnóstico do mieloma

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Silva, A. C. A., Freitas, A. C. A., Cunha, W. F.

Faculdade Presidente Antônio Carlos, Bom Despacho-MG

Contato: [email protected]

RESUMO - Os laboratórios de análises clínicas desempenham papel fundamental na saúde, através do di-agnóstico pela realização de variados exames e testes que direcionam corretamente o tratamento do paciente e administração de medicamentos. Assim, a qualidade na realização dos procedimentos é que garante resul-tados confiáveis e é um diferencial para os laboratórios. O foco de todos os laboratórios deve ser satisfazer as necessidades de seus clientes promovendo a garantia da qualidade de seus serviços, desde uma equipe capa-citada até a emissão de um laudo correto e seguro. Isso pode ocorrer com a capacitação de seus funcionários, calibração e manutenção de equipamentos, exames e laudos. Porém, para que se alcance uma qualidade de excelência, é necessário um controle rígido, capaz de identificar todas as falhas existentes e eliminá-las, e até mesmo as que estão propensas a acontecer, a fim de minimizar os problemas e garantir a qualidade. Todas as áreas tanto internas quanto externas devem ser inspecionadas e relatadas em folha e deve possuir também o Procedimento Operacional Padrão (POP) que deve estar disponível aos profissionais. Palavras-chave: laboratório, qualidade, controle.

ABSTRACT - Clinical laboratories play key role in health through the diagnosis by conducting various ex-aminations and tests that properly direct patient care and administration of medications. Thus, the quality in procedures is that it ensures reliable results and is a differential for laboratories. The focus of all laborato-ries must meet the needs of its clients by promoting quality assurance of its services from a qualified team to issue a correct and safe award. This can occur with the training of their employees, calibration and mainte-nance of equipment, tests and reports. However, in order to reach the ultimate in quality, you need tight control, able to identify all existing faults and eliminate them, and even those that are likely to happen in order to minimize problems and ensure quality. All both internal and external areas should be inspected and reported on sheet and should also possess the Standard Operating Procedure (SOP) that should be available to professionals. Keywords: laboratory, quality, control.

INTRODUÇÃO O laboratório de análises clínicas deve garan-

tir que os resultados emitidos em seus laudos estejam de acordo com a patologia e a clínica dos clientes. Com isso, ele assegura um resultado idôneo, contri-buindo para diagnóstico e tratamento do paciente³.

É necessário que ocorra controle de todas as etapas do processo de realização dos exames, envol-vendo fase pré-analítica, analítica e pós-analítica4. A garantia da qualidade de todas as fases pode ser conseguida por meio da padronização de cada uma das atividades envolvidas, desde o atendimento ao paciente até a liberação do laudo. Com isso, pode-se alcançar a qualidade que se almeja e, com a gestão da qualidade, garanti-la4.

O Laboratório Clínico deve dispor de instru-ções escritas e atualizadas das rotinas técnicas im-plantadas, um requisito que deve ser seguido de acordo com a Resolução 302 que determina exigên-cias para o funcionamento do laboratório¹.

A fim de promover e assegurar a qualidade, foram criados o Departamento de Inspeção e Cre-denciamento da Qualidade (DICQ) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), e o Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ). Esses sistemas são utilizados para atender às necessidades

de ampla e melhor avaliação dos laboratórios clíni-cos.

Assim, torna-se importante caracterizar o controle de qualidade por ser um sistema que pro-porciona as condições necessárias para a melhoria, implementação e para que seja mantida a qualidade das atividades laboratoriais, com o intuito de atingir a satisfação do cliente resolvendo não conformidades e promovendo um diagnóstico seguro e eficaz².

MATERIAL

A partir do século XX, os conceitos de quali-dade passaram por uma evolução, a qualidade de-pendia de esforços dos responsáveis pelos produtos, processos e serviços, para que fossem avaliados, pois esse era o diferencial para alcançar a satisfação dos consumidores7.

A preocupação em produzir em abundância e cada vez melhor, fez surgir às primeiras iniciativas pela qualidade no fim da década de 50. Neste con-texto, a indústria brasileira se desenvolveu e obser-vou a interação de seus setores, nessa evolução da qualidade das indústrias, incluindo os laboratórios clínicos7.

CONTROLE DE QUALIDADE EM LABORATÓRIOS

DE ANÁLISES CLÍNICAS

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O termo qualidade vem sendo empregado e utilizado há muitos anos, desde o surgimento da pri-meira atividade voltada à prestação de serviços a uma comunidade em geral ou a um indivíduo iso-lado. A preocupação está sempre em ganhar a credi-bilidade das pessoas e garantir cada vez mais um rendimento satisfatório.

A primeira ação para a qualidade interna de laboratório clínico foi realizada nos Estados Unidos, em 1947, por Bellk e Sunderman, que empregaram um pool de soro humano para comparar as análises de um grupo de laboratórios. Esse é uma forma alter-nativa de controle, já padronizada, e bastante utili-zada que permite avaliar a precisão7.

Em 1950 houve o aprimoramento do controle interno, realizado por Levey e Jennings, foi realizada a representação gráfica dos resultados de cada dia, atividades denominadas de Programas de Controle de Qualidade, hoje chamados de Controle Interno e Externo da Qualidade7.

No Brasil, os programas de controle de quali-dade foram introduzidos na década de 70, com o Pro-grama Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e do Programa de Excelência para Laboratórios Clínicos (PELM) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC). Para avaliação mais ampla dos laboratórios clínicos, existe no Brasil o Departamento de Inspeção e Credenciamento da qualidade – DICQ, da SBAC e o Programa de Acreditação de laboratórios Clínicos – PALC, da SBPC².

O Ministério da Saúde afirma que a qualidade nos serviços de saúde está definido em cinco eixos prioritários, sendo eles: alto nível de excelência pro-fissional, uso eficiente de recursos, mínimo de risco e alto grau de satisfação para o cliente e impacto final na saúde5.

Segundo a RDC 302, controle de qualidade, são técnicas e atividades operacionais utilizadas para monitorar o cumprimento dos requisitos da quali-dade especificados. Define também o controle in-terno: “procedimentos conduzidos em associação com o exame de amostras de pacientes para avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limi-tes de tolerância pré-definidos”; e controle externo: “atividade de avaliação do desempenho de sistemas analíticos através de ensaios de proficiência, análise de padrões certificados e comparações interlaborato-riais¹.

Sistemas da qualidade reconhecem e minimi-zam os erros, fornecendo critérios para avaliar o de-sempenho do laboratório, obtendo resultados confiáveis e seguros. Assim, esse sistema implantado tem que garantir a qualidade dos resultados, apre-sentar iniciativas para eliminar as causas de não con-formidade e prevenir a ocorrência das não conformidades encontradas6.

Todos os esforços devem ser realizados com verificação e busca assídua do erro através de audito-rias e controles de qualidade, para que sejam produ-zidos laudos com alta especificidade, exatidão e

sensibilidade, a fim de favorecer o diagnóstico, trata-mento e prognóstico correto das doenças7.

Atualmente, o monitoramento e a manuten-ção do desempenho laboratorial foram consideravel-mente aumentados por imposição de sistemas reguladores internos e externos pelos poderes de fis-calização e licenciamento, como documentado e re-quisitado na RDC 3027.

Existe também o sistema de Levey-Jennings, um gráfico em que o eixo x representa as corridas analíticas, realizadas diariamente, e o eixo y repre-senta os valores da média e desvios padrão do mate-rial de controle utilizado e as regras de Westgard, essas regras são boas para descobrir e interpretar al-terações discretas que ocorrem nos dados de con-trole, além de proporcionar uma interpretação mais estruturada, o que possibilita uma melhor detecção de erros10.

O termo controle de qualidade refere-se aos programas existentes em um laboratório para ava-liar, continuamente, a qualidade analítica, monitorar a execução dos testes do dia a dia, detectando erros, corrigindo problemas antes da liberação do laudo e garantir a efetividade dos processos analíticos com qualidade5.

Um sistema de controle de qualidade não pode ser somente implantado e dado como pronto para uso no modelo em que se encontra, necessita de ampliações, modificações, aprofundamentos e alte-rações necessárias, principalmente no Procedimento Operacional Padrão e Instrução de Trabalho, docu-mentos que regulamentam de maneira clara, objetiva e precisa todas as atividades do laboratório, sendo aprovados e colocados à disposição do corpo técnico e de apoio5.

A qualidade engloba mais do que simples-mente o controle da qualidade que é a melhoria con-tínua. Existem ainda os processos de gestão, melhoria e garantia da qualidade. A garantia da qua-lidade corresponde ao conjunto de todas as ativida-des planejadas que vão garantir a qualidade do serviço, atendendo a determinadas condições e satis-fazendo as necessidades do paciente. A gestão da qualidade refere-se ao apoio e a disponibilização de recursos, que são estratégias definidas pela diretoria do laboratório, que determina as coordenadas e ad-ministra o laboratório. A melhoria da qualidade con-siste em o laboratório ser capaz de atender e se adequar aos requisitos da qualidade4.

Um bom programa de qualidade é aquele que identifica as falhas e suas causas nas etapas pré-ana-lítica, analítica e pós-analítica e ainda busca o aper-feiçoamento da exatidão, precisão, sensibilidade e especificidade4.

Verifica-se a qualidade de um laboratório a partir de controles internos e externos de qualidade. O controle interno testa o funcionamento dos proces-sos e a validade dos testes e o controle externo faz uma comparação interlaboratorial¹¹.

O controle interno é um controle intralabora-torial, feito pelo próprio laboratório com testes de

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amostras-padrão, representação em gráficos e avali-ações¹¹.

Os sistemas de controle interno da qualidade mais empregados são: Sistema de Controle de Levey-Jen-nings e o Sistema de Controle através das Regras Westgard.

O Sistema de Controle de Levey-Jennings é um dos sistemas mais usados para controle da quali-dade nos laboratórios. Passou a ser empregado no la-boratório a partir de técnicas de controle para as indústrias. Usa-se a média e o desvio-padrão de uma série de resultados de controle que são plotados em gráfico6, 10.

O controle externo é um sistema de controle interlaboratorial, onde análises de alíquotas do mesmo material são realizadas e seu resultado é com-parado com a média do seu grupo, avaliando a exati-dão. Essa média para cada analito é calculada usando os resultados enviados pelos laboratórios e é a me-lhor maneira de ajustar a exatidão dos métodos quantitativos6, ¹¹.

O teste de proficiência é outro tipo de pro-grama de controle externo, consiste de amostras múltiplas de valor desconhecido que são enviadas pe-riodicamente aos laboratórios para realização de en-saios. Os laboratórios são agrupados por métodos e aparelhos e os resultados são comparados com os dos outros participantes, a avaliação é feita e enviada ao laboratório6, ¹¹.

Os fatores pré-analíticos são difíceis de moni-torar e controlar devido a sua maioria poder ocorrer fora do laboratório, é considerada também a etapa sujeita a maior ocorrência de erros (46 a 68%). As-sim, considerando os fatores que podem afetar os re-sultados, o laboratório deve fornecer instruções escritas ao paciente sobre seu preparo para evitar prováveis erros nessa fase, bem como o adequado transporte biológico coletado ao laboratório6.

As inúmeras variáveis analíticas de um exame laboratorial devem ser minuciosamente controladas para assegurar que os resultados sejam precisos e exatos. A fase analítica consiste na realização dos tes-tes e na interpretação dos resultados7.

Antes da implantação dos métodos analíticos, eles devem ser analisados com relação à confiabili-dade como precisão, exatidão, sensibilidade, especi-ficidade e linearidade, e à praticidade como tipo e características da amostra, duração do ensaio, rea-gentes usados, equipamentos, custos e segurança pessoal6.

A etapa pós-analítica é executada após a rea-lização do exame que envolve análise e cálculos dos resultados, liberação do laudo e armazenamento do material. Os resultados, na forma de laudos, repre-sentam os produtos do laboratório clínico, que de-vem assegurar a qualidade de seus produtos, sendo entregue legível e com sigilo.

Para se obter qualidade é preciso padroniza-ção de todos os processos envolvidos na execução de

um exame, e essa padronização tem por finalidade prevenir, detectar, identificar e corrigir erros.

Muitas falhas são causadas pela falta de infor-mação e preparo dado ao paciente. Para minimizar essas ocorrências e outros interferentes na execução de todas as etapas de um exame, é fundamental o de-senvolvimento de estratégias e a correta orientação ao paciente, deixando informado sobre todos os in-terferentes que podem ocorrer e quais são as medi-das que ele precisa tomar antes da coleta. As diversas variáveis pré-analíticas devem ser controladas de forma a preservar a representatividade e a integri-dade do espécime diagnóstico. Portanto, a padroni-zação de procedimentos com foco no controle e minimização dos erros pré-analíticos é essencial para a obtenção de resultados confiáveis. Identificar e quantificar as fontes de erro associados ao laudo la-boratorial também é de fundamental importância, pois são baseadas nas informações reportadas nestes documentos que o corpo clínico acompanha seus pa-cientes9.

MÉTODOS

Estudo de caráter observacional e transver-sal, realizado com laboratórios de análises clínicas de algumas cidades de Minas de Gerais. O trabalho foi iniciado com a coleta de dados através da realização de um questionário com perguntas relacionadas ao controle interno e externo de qualidade desses labo-ratórios.

A coleta de dados ocorreu no período de ju-nho a agosto de 2013. Para iniciar a coleta de dados foi assinado um termo de consentimento livre e es-clarecido para, em seguida, fazer a entrega do ques-tionário que foi preenchido pelo responsável técnico do laboratório. Foram entregues nove formulários em laboratórios de análises clínicas de diferentes ci-dades, entre elas: Abaeté, Divinópolis, Pitangui e Belo Horizonte, não houve critérios de seleção dos la-boratórios.

Os dados obtidos na pesquisa foram inseridos em planilhas do programa Microsoft Excel. Análises de consistência foram realizadas para determinar er-ros de digitação e informação, que depois de conferi-dos com os questionários originais foram corrigidos. Em seguida, foram realizadas análises estatísticas e obtenção dos resultados.

RESULTADOS Foram estudados nove laboratórios de análi-

ses clínicas sendo estes divididos entre as cidades de Abaeté, Belo Horizonte, Divinópolis e Pitangui.

Através da análise dos dados nos questioná-rios, pode-se perceber que todos os laboratórios apresentam Procedimento Operacional Padrão (POP) e manual de normas.

Os controles de qualidade interno realizados nos laboratórios estudados apresentam diferenças entre si, considerando o tamanho, estrutura e

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especialidades dos laboratorios, por exemplo, os laboratórios de grande porte realizam controle interno em todas as áreas perguntadas (Bioquímica, Imunologia, Parasitologia, Hematologia e Microbio-logia), os de médio porte realizam controle somente em Bioquímica e Hematologia e de pequeno porte, em Bioquímica.

Quanto aos registros dos controles de quali-dade realizados, 77,8% declararam realizar o regis-tro, 11,1% declararam que não realizam o registro e 11,1% preferiram não fornecer a informação.

Em relação ao controle externo de qualidade, a maioria dos laboratórios (55,6%) declararam reali-zar apenas através do Programa Nacional de Con-trole de Qualidade (PNCQ) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), 11,1% declaram realizar apenas através do Programa de Excelência para La-boratórios Clínicos (PELM) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC), 11,1% declararam reali-zar através do PNCQ e PELM e 22,2% declararam não realizar nenhum tipo de controle externo de qua-lidade.

A auditoria interna também é de suma importância para que um laboratório possua uma boa qualidade e isso também foi perguntado aos entrevistados. Entre os laboratórios entrevistados, 44,4 % declaram realizar auditoria interna, 33,3 % declararam não realizar e 22,2 % não responderam à pergunta.

Para que o laboratório possa funcionar legal-mente, ele necessita de alvará sanitário, 66,7 % dos laboratórios possuem alvará sanitário atualizado e 33,3 % possuem alvará sanitário desatualizado a mais de um ano.

DISCUSSÃO Segundo Berlitz (2010), melhorar continua-

mente os processos deve ser foco primordial de qual-quer organização, visto que estas iniciativas deveriam, em última análise, oferecer melhores pro-dutos ou serviços aos clientes, visando minimizar os riscos a vida dos pacientes, atitude essa materiali-zada no fornecimento de informações diagnósticas consistentes e fidedignas.

Uma organização altamente confiável é aquela que controla de forma adequada todos os seus processos, sendo capaz de evidenciar possíveis fa-lhas, assim que elas ocorrem e estando preparada para atuar prontamente sobre elas, minimizando suas principais consequências indesejadas.

No laboratório clínico, os clientes desejam re-sultados laboratoriais condizentes com seu estado clínico e disponíveis em menor prazo possível. Todos os processos no laboratório, portanto, devem estar alinhados para atender adequadamente a todas estas necessidades. Em relação a resultados exatos e preci-sos, todas as fases do processo de análises clínicas de-vem estar padronizadas e atuando de forma esperada para garantir resultados adequados clinicamente. Isso é demonstrado através de POPS, controle de

qualidade interno, auditoria interna, calibração dos aparelhos presentes no laboratório.

Na fase analítica, procedimentos eficazes de controle de qualidade são essenciais para garantir a adequação do resultado fornecido pelo laboratório, assim, como o cliente deseja resultados fidedignos, assegurar o real atendimento dessa necessidade é primordial e somente é garantido por procedimentos de controle de qualidade. A maioria dos laboratórios estudados apresenta controle externo e interno de qualidade e realizam auditoria interna.

O sistema de controle de qualidade empre-gado na maioria dos laboratórios clínicos não atende perfeitamente a essa necessidade, na maioria deles as padronizações do controle de qualidade em vigor procuram atender a legislação existente ou normas de certificação ou acreditação. (MOTTA, 2003).

O controle externo da qualidade ou controle interlaboratorial é altamente recomendado num pro-grama de controle de qualidade, sendo exigência da RDC 302 e visa à padronização dos resultados de la-boratórios diferentes pela comparação de análises de alíquotas do mesmo material. Alguns laboratórios apresentam mais de um programa e isso mostra a vontade de possuir uma boa acreditação6,11.

Em todos os laboratórios pesquisados existe o manual de normas e POP’s para os procedimentos e atividades que são realizadas, sua importância con-siste em oferecer de forma coesa e segura as etapas de um ensaio analítico com fins diagnósticos ou como simples guia de conduta interna.

Todas as atividades do laboratório devem ser documentadas através de Instruções de Trabalho (IT) ou Procedimento Operacional Padrão (POP), aprovadas e colocadas à disposição do corpo técnico e de apoio6, 11.

A rigorosa execução do sistema de controle da qualidade fornece resultados confiáveis e de alta uti-lidade. Um afrouxamento na abordagem do pro-grama, com um equivalente abrandamento no manuseio e avaliações das amostras, provoca redu-ção na confiabilidade dos resultados. Dessa forma, as técnicas de controle devem estar orientadas para o aumento da segurança dos resultados, pelo aperfei-çoamento da exatidão, pela precisão, pela sensibili-dade e especificidade de cada método11.

CONCLUSÃO Embora existam diversos programas de acre-

ditação, nem todos os laboratórios fazem parte de al-gum desses programas e nem seguem corretamente a RDC 302, muitas vezes conhecem mas não fazem o uso das regras de Westgard e nem do sistema de con-trole de Levey-Jennings.

Apesar de estarmos em pleno século XXI, a Vigilância Sanitária deveria ser mais atenciosa, mesmo que ainda façam vistorias frequentes existem alguns pontos falhos com relação aos sistemas de qualidade de alguns estabelecimentos que mantém

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apenas controles externos sem se preocupar muito com os controles internos e outros até possuem con-troles tanto internos quanto externos, mas que dei-xam de estar regularizados, por exemplo, pela falta de alvará sanitário ou que possuem e está desatuali-zado, existem muitos também que não realizam ca-pacitação dos funcionários.

A legislação existe, mas não é atendida como deveria, um laboratório mesmo com bons programas de acreditação e sistemas de controle modernos mui-tas vezes carecem em outros pontos e não significa que por estar no mercado há muito tempo que seja a melhor opção.

Considera-se que a qualidade ainda é um tema deixado de lado, muitos não possui a preocupa-ção de com ela se desenvolver, os sistemas de con-trole devem ser bem observados para que sempre haja atendimento de excelência aos pacientes, ofere-cendo cada vez mais uma qualidade melhor, quali-dade essa que engloba todos os sentidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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6 - LOPES, HJJ. Garantia e controle da qualidade no laboratório clínico. Belo Horizonte, 2003.

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9 - OLIVEIRA, GL. Gestão da qualidade laboratorial. Paraná - Setembro 2011.

10 - SCHMITZ, V et al. Desenvolvimento de um sis-tema de informação para controle interno da qua-lidade em laboratórios clínicos. Centro Universitário Feevale Novembro de 2008.

11 - SILVA, RM. Aspectos gerais da implantação da gestão da qualidade no laboratório montes belos. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS, Goiânia, junho de 2009.

12 - SILVA, MM; GARCIA, KS. Controle Interno de Qualidade. X Congresso Brasileiro de Biomedicina. Goiás, Goiânia, Nov. 2006.

13 - TAVORA, P. Treinamento para Aplicação do Ro-teiro de Inspeção em Laboratórios de Análises Clí-nicas e Postos de Coleta Laboratorial. Paraná, Curitiba.

14 - Wallin, O. et al, Plebani e Carraro, Lippi G. et al. Fon-tes e freqüências de erro no processamento do es-pécime diagnóstico.

15 - OLIVEIRA, L. GABRIEL; Programa de Acredita-ção de Laboratórios Clínicos, ed. 53, Ano V, Fev. 2009.

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Jesus, R. M. S., Oliveira, J. B.

Faculdade Alfredo Nasser, Aparecida de Goiânia-GO Contato: [email protected]

RESUMO - O presente trabalho fez uma revisão bibliográfica sobre os diferentes métodos de diagnóstico da Leucemia Mielóide Crônica (LMC), e realiza uma análise comparativa entre as diferentes metodologias utili-zadas no diagnóstico da doença. A LMC é uma doença mieloproliferativa caracterizada pelo acúmulo de leu-cócitos na medula óssea, estando presente em 95% dos casos o cromossoma Philadelphia (Ph), e representa cerca de 20% de todos os casos de leucemias, sendo mais comum em adultos do sexo masculino. Devido à grande necessidade de se obter o diagnóstico preciso da doença, vários métodos foram desenvolvidos com esse propósito, entre os mais adotados estão: Hemograma, Mielograma e Biopsia da medula óssea, PCR e Imunofenotipagem, sendo que em maior parte dos casos o resultado de um simples hemograma serve como direcionamento aos demais exames. Todos esses métodos em conjuntos se faz um diferencial no diagnóstico da doença, sendo de grande importância a realização de análises comparativas entre os diferentes métodos para obter resultados cada vez mais confiáveis. Palavras-chave: Leucemia Mielóide Crônica, Método de Diagnóstico ABSTRACT - This paper has reviewed the literature on the different methods of diagnosis of chronic mye-loid leukemia (CML), and performs a comparative analysis between the different methodologies used in the diagnosis of disease. CML is a myeloproliferative disease characterized by the accumulation of bone marrow leukocytes, present in 90 % of cases the Philadelphia chromosome (Ph), representing about 20 % of all cases of leukemia. Due a great need to obtain an accurate diagnosis of the disease, various methods have been developed for this purpose, among the most used are: PCR, Immunophenotyping and Cytochemistry, bone marrow, bone marrow biopsy and morphologic analysis of peripheral blood, and in most cases the result of a simple blood test used direction as the other methods on these sets exams. All these methods together make a differential diagnosis of the disease, being of great importance to conduct comparative analysis between different methods to obtain even more reliable results. KEYWORDS: Chronic Myeloid Leukemia, Method of Diagnosis

METODOLOGIA O estudo foi feito por meio de pesquisa bibliográ-

fica, com levantamentos de dados através de livros, artigos, publicações em revistas científicas, disserta-ções. A pesquisa bibliográfica tem uma abordagem metodológica, através do método exploratório, pro-porcionando maior conhecimento sobre o tema pro-posto, uma vez que a pesquisa qualitativa exploratória facilita a compreensão do assunto e per-mite o aprofundamento do conhecimento relativo aos aspectos considerados relevantes ao assunto pes-quisado. A coleta de dados para este trabalho foi rea-lizada na biblioteca da Faculdade Alfredo Nasser localizada na cidade de Aparecida de Goiânia – GO e uma busca em bases de dados virtuais em saúde, como BIREME, MEDLINE e SCIELO, e também através de artigos científicos e revistas de origem ele-trônica. INTRODUÇÃO

A Leucemia é uma doença hematológica que envolve os leucócitos, caracterizada por uma prolife-ração desordenada e acúmulo de células hemato-poiéticas na medula óssea e sangue periférico, comprometendo a produção normal de leucócitos,

hemácias e plaquetas, sendo compreendida em duas fases: aguda e crônica, e classificada de acordo a li-nhagem predominante das células diferenciada, lin-foide ou mieloide (HEMORIO, 2009). A Leucemia Mielóide Crônica é uma doença mieloproliferativa clonal, e se caracteriza por uma hi-perplasia medular e periférica da linhagem mieloide, com predomínio de granulócitos em diferente estágio de maturação. Foi a primeira doença genética hema-tológica adquirida catalogada, resultado de uma translocação recíproca entre os braços longos dos cromossomas 9 e 22, dando origem a um cromos-soma alterado, denominado cromossomo Philadel-phia(Ph), o qual foi descoberto por dois cientistas da cidade de Filadélfia na Pensilvânia em 1960, estando presente em 95% dos casos de LMC, e os demais ca-sos podem apresentar translocações em diferentes regiões em outros cromossomos, como 34 e 11. (MONTENEGRO et al, 2008; HAMERSCHLAK, 2012).

Durante a translocação recíproca entre os cromossomos, ocorre uma fusão entre a porção BCR do gene localizado no cromossoma 22 com a porção ABL do gene localizado no cromossoma 9, dando ori-gem a um gene híbrido, o oncogene BCR/ABL, que

LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

SOBRE OS DIFERENTES MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO

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direciona a síntese de uma proteína quimérica de ca-ráter enzimático desregulada (p210), com intensa atividade de tirosina quinase, que aumenta prolifera-ção das células e resistência destas ao processo de apoptose , prolongando seu tempo de vida na circu-lação, podendo se infiltrar em diversos órgãos e te-cidos (ALMEIDA et al, 2009;MONTENEGRO et al, 2008).

As causas dessas alterações genéticas são des-conhecidas, porém uma corrente científica acredita que exposição a altas doses de radiação ionizante pode desencadear essas alterações, isso com base em estudos com sobreviventes japoneses da bomba atô-mica de Hiroshima e Nagasaki no Japão em 1945, que tiveram um aumento da incidência de LMC de maneira significativa, assim como pacientes subme-tidos a tratamento de radioterapia (HEMORIO, 2009).

A LMC apresenta três fases evolutivas distin-tas: Fase Crônica (FC), Fase Acelerada (FA) e Fase Blástica (FB). A FC, fase inicial da doença, apresenta uma leucocitose com capacidade maturativa, sendo a maior parte dos casos assintomática, mas caso apre-sente sintomas, os mais comuns são: fadiga, fra-queza, emagrecimento e anorexia, sendo essa fase facilmente controlada através da quimioterapia. Já a FA, representa um agravamento da fase anterior, co-nhecida também como fase de transformação, apre-sentando um maior número de células blásticas leucêmicas, que implica no aparecimento de mais sintomas como: dor óssea e Esplenomegalia. E por último a FB, considerada a fase mais agressiva da do-ença por apresentar um quadro clínico semelhante o da Leucemia Mielóide Aguda (LMA), onde há uma perda significativa da maturação celular e aumento extremo dos blastos, sendo esta resistente a terapia medicamentosa convencional e de pior prognóstico à sobrevida do paciente (INCA, 2003; HEMORIO, 2009).

Sobre o ponto de vista epidemiológico, a LMC apresenta uma incidência de aproximadamente 2 ca-sos para cada 100 mil habitantes por ano, e corres-ponde aproximadamente 20% de todos os casos de leucemias, com maior frequência em adultos do sexo masculino, sendo comum o diagnóstico em paciente com idade igual ou superior à 50 anos, e menos de 10% em pacientes com idade inferior a 20 anos (Bor-tolheiro, Chiattone, 2008). MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Devido à complexidade e diversidades dos quadros em pacientes com LMC, tanto no aspecto clí-nico como no laboratorial, tornou-se de grande im-portância a utilização de critérios para o diagnóstico da doença mediante a aplicação de uma rede de exa-mes com diferentes metodologias, tais como: Hemo-grama, mielograma e biópsia da medula óssea, Imunofenotipagem, citogenética e PCR. Todos esses

dados em conjunto são necessários para fechar o di-agnóstico e caracterizar as fases evolutivas da doença (INCA, 2003; PIER, 2008). HEMOGRAMA

O hemograma é um exame de triagem que analisa os elementos do sangue de maneira quantita-tiva e qualitativa, e se divide em três partes: Eritro-grama, Leucograma e Plaquetograma. A parte do Eritrograma avalia a série vermelha, os eritrócitos, responsáveis pelo transporte de gases no organismo, onde é avaliada sua quantidade, morfologia, hemató-crito e hemoglobina. Já o Leucograma estuda a série branca, os leucócitos, responsáveis pela defesa do or-ganismo, e avalia sua morfologia, realizando uma contagem total dessas células com dados absolutos e em percentual. A parte de Plaquetograma avalia as plaquetas, células que fazem parte do processo de co-agulação do sangue, e estuda sua quantidade e mor-fologia (FAILACE, 2009).

O hemograma é um dos exames mais realiza-dos dentro da rotina laboratorial, e através de seus dados é possível obter informações sobre distúrbios hematológicos. Na maioria dos pacientes com LMC, o hemograma foi o exame que serviu para direcionar às demais metodologias de investigação. O hemo-grama desses pacientes é caracterizando basica-mente por uma leucocitose com desvio à esquerda e presença de várias formas de maturação, tromboci-tose, e quando presente, a anemia é discreta e os eri-trócitos são normocíticos e normocrômicos. Porém, esses valores variam de acordo com cada fase da do-ença (FAILACE, 2009). A FC da doença cursa com hiperplasia de capa-cidade maturativa, seguido de uma leucocitose en-torno 12-1.000X109/L com mediana 100x109/L, desvio à esquerda com aparecimento de granulócitos imaturos como mieloblastos, promielócitos, mielóci-tos, metamielócitos, e predomínio de neutrófilos ma-duros ou em processo de maturação. Os blastos geralmente estão abaixo de 2%, há presença de baso-filia e eosinofilia na proporção de 15 a 20%, podendo apresentar monocitose abaixo de 3%, e a plaqueto-metria é variável entre o normal e valores superior a 1.000X109 /L, não sendo comum trombocitopenia nessa fase, sendo considerada a fase benigna da do-ença, pois suas manifestações no sangue periférico são facilmente controladas pela terapia medicamen-tosa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011; HEMORIO, 2009).

A fase Acelerada (FA) é marcada por uma ele-vação persistente da leucometria, com blastos ≥15%, e valores ≥30% de promielócitos, basofilia ≥20%, e 10% a 19% de mieloblastos, presença de trombocito-penia persistente com valores abaixo de 100x109/L, não relacionado à quimioterapia, em alguns casos trombocitose com valores de plaquetas acima 1.000x109/L, também não relacionado à terapia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011; INCA, 2003).

A Fase Blástica (FB) é considerada a fase mais agressiva da doença e de pior prognóstico, apresenta

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valores ≥ 30% de blastos, com esplenomegalia e in-filtração extra medular das células blásticas em ou-tros órgãos, como: baço e fígado (INCA, 2003).

É utilizada associação de alguns desses crité-rios laboratoriais para determinar a transição entre as fases evolutivas da doença. O aumento persistente da leucometria e esplenomegalia associado com a evolução citogenética clonal está relacionado com a transição da FC para a FA, assim como basofilia ≥ 20% associado com valores de 10% a 19% de mielo-blastos está para transição entre a FA e a FB. Apesar de ocorrerem mudanças nesses critérios de associa-ção, é recomendado que seja considerado como uma evolução da doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Figura 1- Esfregaço sanguíneo de paciente com LMC

mostrando células em diferente estágio de maturação.

Fonte: Academia de Ciência e Tecnologia

A LMC é confundida por muitos com as cha-

madas Reações leucemoides, que também costuma apresentar quadros de leucocitose que chega a ultra-passa 25.000 a 30.000/mm3, porém as causas des-sas alterações normalmente são infecções e síndromes inflamatórias, e as alterações hematológi-cas desaparecem após a correção da causa, o que não ocorre tão facilmente nas LMC (NEVES, MERISIO, 2010).

A distinção entre a LMC e Reações leucemoi-des é dada basicamente pela presença de esplenome-galia no exame físico, fosfatase alcalina dos neutrófilos diminuída, leucocitose > 100.000/mm3 com desvio a esquerda, presença significativa de blastos, basofilia e presença do cromossoma Ph (NEVES, MERISIO, 2010).

Tabela 1- Diferenças no diagnóstico entre LMC e Reações leucemoides.

Pesquisa LMC Reação leucemoide

Exame físico Assintomática ou esplenomegalia, febre, fraqueza, anorexia.

Infecção, carcinoma, inflamação

Sangue peri-férico

Leucócitos >100.00/mm com desvio à esquerda, grande número de blastos, basofilia, eosinofilia, presença de acantócitos, eritroblastos e policro-matofilia, plaquetometria normal ou aumentada.

Leucócitos <50.000/mm com predomí-nio de formas maduras, pouco blastos, sem basofilia, plaquetometria normal.

Medula ós-sea

Hiperplásica com relação leuco-eritroblástica 20:1, basofilia, grande números de megacariócitos e aumento de fibrose.

Sem hiperplasia, relação leuco-eri-troblástica 5:1, sem basofilia, megacarió-citos normais.

Fosfatase al-calina dos

neutrófilos Diminuída Aumentada

Ácido úrico Aumentado Normal

Cariótipo Cromossomo Philadelphia Normal

Fonte: (NEVES, MERISIO, 2010)

MIELOGRAMA E BIÓPSIA DA MEDULA ÓSSEA

A medula óssea é um tecido líquido de consis-tência viscosa existente no interior dos ossos, onde se originam os componentes do sangue. O mielograma e a biópsia da medula óssea são técnicas realizadas quase que simultaneamente para obtenção de amos-tras na investigação de anormalidades hematológicas desse tecido. O mielograma consiste na punção da

medula óssea por meio de uma agulha específica que penetra no interior do osso, normalmente da crista ilíaca ou do externo, para extração do líquido que será analisado pelo microscópio em esfregaço co-rado. Já a biópsia da medula óssea baseia-se da ex-tração de fragmentos da parte interna do osso medular, utilizando outro tipo de agulha para obten-ção do material, que também será analisado em lâ-minas através da microscopia (LORENZI, 2003).

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O mielograma de pacientes na FC revela uma hiperplasia devido à intensa proliferação dos granu-lócitos e precursores, com uma relação granulócitos-eritroblastos de aproximadamente 20:1 com diferen-ciação preservada, menos de 5% de blastos, aumento do número de megacariócitos, em alguns casos eosi-nofilia. A FA apresenta um aumento do número de blastos que fica entre 10 a 19% e pode apresentar dis-plasia. Já na FB, as células blásticas ultrapassam 20% (CHAUFFAILLE, 2010).

A biópsia da medula óssea apresenta-se tam-bém com hiperplasia à custa da proliferação dos gra-nulócitos, grande número de megacariócitos, porém, são menores que o normal e hipolobulados. O au-mento das fibras de reticulina é presente em cerca de 40% dos pacientes, e aumenta seus valores na FA juntamente com megacariócitos. A FB é definida pelo aumento significativo de blastos (CHAUFFAILLE, 2010).

Figura 2 -Mielograma e Biópsia da medula óssea na LMC.

Mielograma

Biópsia da medula óssea

Fonte: LIGA DE PATOLOGIA-UFC

IMUNOFENOTIPAGEM A Imunofenotipagem é um exame que detecta

e quantifica antígenos presente na superfície do cito-plasma e núcleo das células leucêmicas, utilizando a citometria de fluxo, que permite a determinação si-multânea de diversas propriedades físicas proveni-ente de partículas isoladas em suspensão, nesse caso, as células, tornando-o um método rápido e objetivo no diagnóstico de doenças hematológicas (PIER, 2008).

A citometria de fluxo é um método que ana-lisa as propriedades em suspensão proveniente das células, que são orientadas num fluxo laminar e in-terceptadas separadamente por um feixe de laser, onde as alterações produzidas pela presença das cé-

lulas nesse feixe de luz são identificadas por um de-tector óptico que permite diferenciar as células pelo seu tamanho e grânulos internos. Além dessa análise, esse método utiliza anticorpos monoclonais marcado com uma substância fluorescente (fluorocromos) ca-paz de reconhecer os mesmos antígenos produzidos pelas células clonais. Esses fluorocromos presente no anticorpo ligado as células, absorvem as luz emitida pelo citômetro e devolve em um comprimento de onda maior e específico, sendo que cada um desses fluorocromos dispõe de um padrão e absorção e emissão, que são separados por filtros seletivos pelos receptores ópticos em até três cores de luz, permitido assim a análise simultânea de dois a três antígenos. Detectores específicos convertem a luz captada pelos receptores óticos em impulsos elétricos que são con-vertidos em sinais digitais, e logo depois codificados por um sistema de informática capaz de fornecer es-ses dados em diferentes formas de análises, como por exemplo; o histograma e o Dot plot, representados na figura 3 (PIER, 2008).

Figura 3- Representação esquemática do citômetro de fluxo.

Figura 4- Representação de um histograma e Dot plot.

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O método de citometria de fluxo realiza a aná-lise das células alteradas e as define de duas manei-ras: Baseando-se no tamanho e complexidade da estrutura interna, e na identificação da população de células coradas com anticorpos monoclonais especí-ficos, e as caracteriza de acordo com a linhagem ce-lular, maturação, anormalidades, e expressão de antígenos anormais. Esses anticorpos monoclonais

foram previamente testados, padronizados e desig-nados como CD (cluster of differentiation), sendo que cada CD pode representar um grupo de anticor-pos que reconhecem o mesmo antígeno produzido por diferentes clones de células, com o objetivo de definir as linhagens leucocitárias e seus diferentes es-tágios de maturação (PIER, 2008).

Tabela 2 - Exemplos de antígenos utilizados pela técnica de citometria de fluxo.

CD Anticorpos monoclonais Células que expressam

CD33

LEUM9 MY9

P3HL90 WM54

Células mieloide e monocítica

CD41 Pit-1 P2 5B12 Megacariócitos e plaquetas

CD117 c-kit Células mieloides precursoras

CD71 T9 Células eritroides, precursores linfoides

CD15 LEU M1

80H5 CD3-1

Células mielocíticas e monocíticas

Fonte: (PIER, 2008).

CITOGENÉTICA

A citogenética é parte da genética que estuda os cromossomos, e se divide em citogenética clássica, molecular e citomolecular. Na LMC, a citogenética clássica utiliza a cultura de células para pesquisa do cromossomo Ph, sendo este detectado em 90 a 95% dos indivíduos com LMC por meio dessa técnica. São utilizadas preferencialmente as células da medula ós-sea, por esta em constate processo de divisão celular, e logo após é realizada uma seleção das células que se encontra período de metáfase na mitose celular. Es-sas células passam por um processo de lavagem, nu-trição e incubação, e em seguida é feito o preparo de lâminas com esse material. Essas lâminas são cora-das com corante Giemsa, dispondo do método de bandeamento G, considerado o de melhor escolha para diagnóstico da LMC, e então são analisadas no mínimo 20 células em metáfase, com auxílio do mi-croscópio de fluorescência, onde os cromossomos apresentam corados com bandas claras e escuras e assim são diferenciados individualmente, sendo que a presença de no mínimo 4 cromossomos Ph+ pode-se considerar o diagnóstico positivo para LMC. Po-rém, o cromossoma Ph não é patognômico da LMC,

pois também se faz presente em aproximadamente 25% dos indivíduos com Leucemia linfoide Aguda (MONTENEGRO et al, 2008).

A técnica de PCR baseia-se na síntese in vitro de copias complementar aos segmentos específicos do DNA alvo, utilizando a enzima DNA polimerase capaz de reconhecer o par de oligonucleotideos de fita simples (primers), utilizados como iniciadores do processo de amplificação. Estes primers são sin-tetizados artificialmente para delimitar a região es-pecifica a ser copiada, e a partir desse ponto é iniciada a amplificação sequencial dos nucleotídeos complementares ao DNA alvo até se obter vários seg-mentos da sequência desejada. Na LMC, essa técnica oferece resultados quantitativos dos transcritos BCR/ABL, e apresenta uma alta sensibilidade e espe-cificidade, sendo utilizada na maioria das vezes como um teste confirmatório, e assim, garantir a total ine-xistência do cromossomo Ph, uma vez que, paciente Ph- apresenta um pior prognóstico e uma menor so-brevida que os Ph+ (MONTENEGRO et al, 2008; ANTONINI et al, 2004).

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Page 33: Revista Biomedicina News - 4ª edição

Tabela 3- Quadro comparativo entre os diferentes métodos de diagnóstico da LMC.

Exame Metodologia Achados laboratoriais Sensibilidade / especificidade

Hemograma Contagem por impedância

Leucocitose>100.00/mm3, desvio à esquerda, blastos, eosinofilia, trom-bocitose.

Baixa

Imunofenotipagem Citometria de fluxo

Identificação positiva em diferentes grupos de CD.

Alta

Citogenética clássica Bandeamento G Presença do cromossoma Philadel-phia.

Alta

Estudo Molecular PCR Presença dos transcritos do rearranjo BCR/ABL.

Alta

Mielograma Punção aspira-tiva

Hiperplasia medular, relação leuco-eritroblástica 20:1, aumento de me-gacariócitos, e presença de blastos.

Moderada/Baixa

Biópsia da medula ós-sea

Biópsia Hipercelularidade, aumento de me-gacariócitos e fibra reticulina, pre-sença de blastos.

Moderada/Baixa

Fonte: (CHAUFFAILLE, 2010; MONTENEGRO et al, 2008; PIER, 2008; FAILACE, 2009).

CONCLUSÃO

O presente estudo sobre os diferentes méto-dos de diagnóstico da LMC foi realizando com pro-pósito de revisar e divulgar informações sobre os diversos testes laboratoriais que são necessários para obter o diagnóstico da doença. Esses testes variam desde um simples exame de rotina como o hemo-grama, até as mais modernas metodologias de diag-nóstico (Imunológica e molecular), como a Imunofenotipagem e PCR, que apresentam um ele-vado grau de sensibilidade e especificidade se com-parado aos outros métodos, porém, não mais importante, pois a necessidade de sua realização de-pende das informações extraídas dos outros exames, o que sugere uma análise comparativa dos resultados obtidos entre as diferentes metodologias para garan-tir um diagnóstico mais rápido e preciso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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