revista bahia indústria novembro/dezembro 2014

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ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA - SISTEMA FIEB Bahia ANO XXI Nº 234 NOV/DEZ/2014 EM BUSCA DA COMPETITIVIDADE PERDIDA Os desafios que o Brasil terá que superar para voltar a crescer, na análise de especialistas

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Em busca da competitividade perdida Os desafios que o Brasil terá que superar para voltar a crescer, na análise de especialistas

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Page 1: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa - SIStema FIeB

Bahia

aNo XXI Nº 234 Nov/dez/2014

Em busca da compEtitividadE pErdidaOs desafios que o Brasil terá que superar para voltar a crescer, na análise de especialistas

Page 2: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

LINHA ALÍQUOTA (%) VALOR A ADICIONAR (R$)

1 DE 0,01 a 12.813,62 Contrib. Mínima 102,51

2 DE 12.813,63 a 25.627,24 0,8 0,00

3 DE 25.627,25 a 256.272,37 0,2 153,76

4 DE 256.272,38 a 25.627.237,21 0,1 410,04

5 DE 25.627.237,22 a 136.678.598,47 0,02 20.911,83

6 DE 136.678.598,48 Em diante Contrib. Máxima 48.247,55

CLASSE DE CAPITAL SOCIAL (R$)

Page 3: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

EditoriaL

Os desafios que o Brasil terá que enfrentar para crescerSão necessários cinco trabalhadores brasileiros pa-

ra produzir o que um americano faz no mesmo setor,

ou quatro para produzir o que um alemão produz ou,

então, três para igualar a produtividade de um sul-

-coreano. Essa discrepância é fruto da má qualidade

da educação brasileira, onde jovens e adultos não são

preparados para o mercado e onde a qualificação pro-

fissional ainda é vista com certo preconceito.

Essa é a característica de um país que investe 5,7%

do PIB em educação, o 15º índice mais alto entre os 42

países membros da Organização para Cooperação e

Desenvolvimento Econômico (OCDE), à frente de Rei-

no Unido, Estados Unidos, Canadá e Alemanha, mas

que não consegue oferecer uma educação de quali-

dade, assim como não oferece saúde pública ou segu-

rança pública de qualidade, nem mesmo infraestru-

tura logística apropriada para atender às demandas

de escoamento da produção nacional.

Em razão de todas estas mazelas, o Brasil perde

competitividade em relação aos principais concor-

rentes. É difícil produzir em um país cuja carga tri-

butária é elevada e a legislação do setor é um ver-

dadeiro cipoal de impostos, que exige das empresas

uma estrutura à parte; onde as leis trabalhistas são

elaboradas de forma a incentivar a judicialização;

onde conseguir uma licença ambiental requer uma

verdadeira via crúcis.

Todos esses problemas funcionam como um freio

de mão que impede a aceleração do crescimento e o

aumento da competitividade. Há vários anos, a eco-

nomia do Brasil não consegue crescer e, no período

2014/2015, esse fenômeno deve se repetir. Enquanto

isso, a dívida pública interna não para de crescer e a

inflação teima em permanecer no teto da meta fixada

pelo governo.

O que esperar de um ano prestes a iniciar, tendo

como moldura fatores limitantes como os acima cita-

dos? Em princípio, apenas mais do mesmo. Entretan-

to, a presidente Dilma Rousseff teve o bom senso de

quebrar a lógica desse raciocínio, ao anunciar uma

equipe econômica afinada com o mercado e conheci-

da pela austeridade do trato do dinheiro público.

Especialistas acreditam que 2015 será um ano de transição na economia, com baixo crescimento

O diretor da CNI, Rafael

Lucchesi, destaca a

baixa produtividade do

trabalhador brasileiro em

relação a outros países

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Não se espera, em um primei-

ro momento, estímulos ao cresci-

mento. Pelo contrário, a tendência

é o governo enxugar despesas pú-

blicas, aumentar juros e utilizar o

câmbio para trazer a inflação ao

centro da meta e reduzir a relação

dívida pública/PIB. Analistas de

diversas tendências convergem na

expectativa de que 2015 será um

ano difícil para a economia. Tal-

vez 2016 também seja. Serão ne-

cessários dois anos para arrumar

a casa. Mas há o sentimento de

que, na segunda metade do gover-

no Dilma, o país voltará a crescer,

com o retorno dos investimentos,

o controle da inflação e o fortaleci-

mento do mercado interno.

É também o que o setor indus-

trial espera. Na reportagem de ca-

pa desta edição, a Bahia Indústria

traz o ponto de vista de economis-

tas e empresários sobre o que nos

aguarda neste início de segundo

mandato da presidente Dilma.

Page 4: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

4 Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação

e tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da

indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de

ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da

cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,

PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúS-

triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conS-

trução do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS

no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro

de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFei-

taria da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS

SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia,

[email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimen-

tar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região

de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

daS indúStriaS de conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS

de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eSta-

do da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira

de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-

dúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de

PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS de

cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato

da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria

da conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected]

filiada à

Bahia

fiEBPRESIDENTE antonio ricardo alvarez alban. 1° VICE-

-PRESIDENTE Carlos henrique Jorge gantois. VICE-

-PRESIDENTES Josair santos Bastos; mário augusto

rocha pithon; Edison Virginio nogueira Correia;

alexi pelagio gonçalves portela Junior. DIRETORES

TITULARES Eduardo Catharino gordilho; alberto

Cánovas ruiz; Eduardo meirelles Valente; renata

lomanto Carneiro müller; leovegildo Oliveira de

sousa; fernando luiz fernandes; Juan Jose rosario

lorenzo; theofilo de menezes neto; José Carlos

telles soares; angelo Calmon de sa Junior; Jeffer-

son noya Costa lima; fernando alberto fraga; luiz

fernando Kunrath; João schaun schnitmam. DIRE-

TORES SUPLENTES mauricio toledo de freitas; gui-

lherme moura Costa e Costa; gladston José Dantas

Campêlo Waldomiro Vidal de araújo filho; Cléber

guimarães Bastos; Jorge Catharino gordilho; marce-

lo passos de araújo; antonio geraldo moraes pires;

roberto mário Dantas de farias

conSElhoSCONSELhO DA MICRO E PEqUENA EMPRESA INDUS-

TRIAL Carlos henrique Jorge gantois; CONSELhO DE

ASSUNTOS FISCAIS E TRIbUTáRIOS mário augusto

rocha pithon; CONSELhO DE COMéRCIO ExTERIOR

angelo Calmon de sá Junior; CONSELhO DE ECONO-

MIA E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL antonio ser-

gio alipio; CONSELhO DE INFRAESTRUTURA marcos

galindo pereira lopes; CONSELhO DE INOVAçãO

E TECNOLOgIA José luis gonçalves de almeida;

CONSELhO DE MEIO AMbIENTE Jorge Emanuel reis

Cajazeira; CONSELhO DE RELAçõES TRAbALhISTAS

homero ruben rocha arandas; CONSELhO DE

RESPONSAbILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL marconi

andraos Oliveira; COMITê DE JOVENS LIDERANçAS

INDUSTRIAIS Eduardo faria Daltro; COMITê DE PE-

TRóLEO E gáS humberto Campos rangel; COMITê

DE PORTOS sérgio fraga santos faria

ciEBPRESIDENTE reginaldo rossi. 1º VICE-PRESIDENTE

Jorge Emanuel reis Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE

Carlos antonio Borges Cohim da silva. 3º VICE-PRE-

SIDENTE roberto fiamenghi. DIRETORES TITULARES

arlene aparecida Vilpert; Benedito almeida Carnei-

ro filho; Cleber guimarães Bastos; luiz da Costa

neto; luis fernando galvão de almeida; marcelo

passos de araújo; mauricio lassmann; paula Cris-

tina Cánovas amorim; hilton moraes lima; thomas

Campagna Kunrath; Walter José papi; Wesley Kelly

felix Carvalho. DIRETORES SUPLENTES antonio fer-

nando suzart almeida; Carlos antônio Unterberger

Cerentini; Décio alves Barreto Junior; Jorge robledo

de Oliveira Chiachio; fernando Elias salamoni Cas-

sis; José luiz poças leitão filho; mauricio Carvalho

Campos; sudário martins da Costa; CONSELhO FIS-

CAL - EFETIVOS luiz augusto gantois de Carvalho;

rafael Cardoso Valente; roberto ibrahim Uehbe.

CONSELhO FISCAL – SUPLENTES felipe pôrto dos an-

jos; rodolpho Caribé de araújo pinho neto; thiago

motta da Costa

SESiPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

antonio ricardo alvarez alban.

SUPERINTENDENTE armando da Costa neto

SEnaiPRESIDENTE DO CONSELhO antonio ricardo a. alban.

DIRETOR REgIONAL leone peter andrade

iElPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

antonio ricardo alvarez alban.

SUPERINTENDENTE Evandro mazo

DIRETOR ExECUTIVO DO SISTEMA FIEb

Vladson menezes

Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

Unidades do Sistema FIEB

SESI – SERVIçO SOCIAL DA INDúSTRIA

Sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social: (71) 3343-1490@Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe: (71) 3254-9930@Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia: (71) 3205-1801@Piatã: (71) 3503 7401@Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis: (73) 8822-1125@Feira de Santana: (75) 3602 9762@Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié: (73) 3526-5518@Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença: (75) 3641 3040@Sudoeste: (77) 3422-2939 @Oeste: (77) 3628-2080

SENAI – SERVIçO NACIONAL DE APRENDIzAgEM INDUSTRIAL

Sede: 71 3534-8090@Cimatec: (71) 3534-8090@Dendezeiros: (71) 3534-8090 @Cetind: (71) 3534-8090@Feira de Santana: (75) 3229-9100 @Ilhéus: (73) 3639-9300 @Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-5609@Barreiras: (77) 3612-2188

IEL – INSTITUTO EUVALDO LODI

Sede: 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras: (77) 3611-6136@Camaçari: (71) 3621- 0774@Eunápolis: (73) 3281- 7954@Feira de Santana: (75) 3229- 9150@Ilhéus: (73) 3639-1720@Itabuna: 3613-5805@Jacobina: (74) 3621-3502@Juazeiro: (74) 2102-7114@Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621@Vitória da Conquista: (77) 3424-2558

CIEb - CENTRO DAS INDúSTRIAS DO ESTADO DA bAhIA

Sede: (71) 3343-1214

sistema fieb nas mídias sociais

Editada pela superintendência de Comunicação institucional

do sistema fieb

CONSELhO EDITORIAL mônica mello, Cleber Borges e patrícia moreira. COORDENAçãO EDITO-

RIAL Cleber Borges. EDITORA

patrícia moreira. REPORTAgEM

patrícia moreira, Carolina men-donça, marta Erhardt, rafael pereira, luciane Vivas e surenã Dias (estagiário). PROJETO gRá-

FICO E DIAgRAMAçãO ana Clélia rebouças. FOTOgRAFIA Coper-photo. ILUSTRAçãO E INFOgRAFIA Bamboo Editora. IMPRESSãO

gráfica trio.

FEDERAçãO DAS INDúSTRIAS

DO ESTADO DA bAhIA

rua Edístio pondé, 342 – stiep, CEp.: 41770-395 / fone:

71 3343-1280 www.fieb.org.br/bahia_indus-

tria_online

as opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessa-riamente o pensamento da fiEB.

Page 5: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Direção da FIEB

é recomposta

com Ricardo

Alban na

presidência

Nova diretoria

Quatro seminários realizados na sede

da FIEB discutiram desafios e soluções

em áreas como saneamento básico,

qualificação profissional, energia,

logística e cidades sustentáveis

Fórum ageNda Bahia chega à 5ª edição

Após 14 meses fechado para reforma,

espaço cultural retoma atividades.

Reinauguração oficial ocorreu no dia

3 de dezembro, com a presença de

artistas e da diretoria da FIEB

teatro SeSi volta à ceNa cultural de Salvador

O SESI Nacional

está implantando

seis institutos de

inovação em todo

o país

Saúde do traBalhador

Ajustes na equipe

econômica do

governo

alimentam

perspectivas para

o próximo ano

ceNário e projeçõeS para 2015

sumário nov/dez 2014

12

Ilustração

de gentil

8

16

6 24

rafaEl martins/sistEma fiEB

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Page 6: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

6 Bahia Indústria

por Patrícia moreira

discutir e buscar soluções para a gestão do

absenteísmo nas empresas é o mais novo de-

safio do Serviço Social da Indústria (SESI),

que está implantando um Instituto SESI de

Inovação (ISI) especializado na temática na Bahia. O

lançamento ocorreu no dia 3 de novembro, durante

um workshop realizado em Salvador, na sede da Fe-

deração das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), no

dia 3 de novembro.

Para discutir os fundamentos que vão nortear a

implantação do ISI, o SESI reuniu empresários, espe-

cialistas e acadêmicos de todo o país, além de pesqui-

sadores do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional

(Fioh), parceiro internacional do SESI nesta iniciativa.

O Fioh é uma das instituições de referência internacio-

nal nesta temática e trará para o Brasil sua expertise.

O ISI em Absenteísmo é um dos seis institutos que

o SESI está implantando em todo o país para apoiar

cada vez mais as empresas, atendendo às suas ne-

cessidades de soluções em áreas como segurança

e saúde no trabalho, um de seus principais garga-

los. De acordo com o superintendente nacional do

SESI, Rafael Lucchesi, está sendo estruturada uma

rede de intercâmbio e inteligência, criando parce-

rias internacionais com instituições como as uni-

versidades de Standford e Harvard, nos EUA, o Na-

tional Institute for Occupational Safety and Health

(Niosh), que é a principal agência americana para a

SeSI cria instituto em gestão do absenteísmoiniciativa faz parte de ação da Cni, que prevê outros cinco centros de inovação voltados para a saúde e segurança no trabalho

área de saúde, e com o Fioh, que

também é instituição de referên-

cia com trabalhadores em vias de

envelhecimento, uma tendência

também no Brasil.

“Estamos buscando os melho-

res parceiros para constituir uma

rede de inteligência focada na

necessidade de melhoria das con-

dições de trabalho na indústria

brasileira. Precisamos melhorar

o ganho de produtividade média

do trabalho”, explicou Lucchesi.

O absenteísmo, ou falta ao tra-

balho motivada por problemas

de saúde, interfere não somente

na produtividade, como impacta

nos indicadores de custo das em-

presas, com efeitos sobre o fator

acidentário previdenciário, em

função da frequência, da intensi-

dade, da gravidade e do custo. “E

o SESI tem uma forma de atender

às empresas, trazendo ganhos pa-

ra a saúde do trabalhador, para as

empresas, e também para a socie-

dade, reduzindo o custo na área

de saúde pública. Então, é uma

agenda extremamente importante

para o Brasil”, ressaltou o superin-

tendente nacional do SESI.

A escolha da Bahia para sediar

o Instituto de Absenteísmo se deu

em razão de o Departamento Re-

gional da Bahia reunir um corpo

técnico qualificado, com um histó-

rico de atuação muito consistente

e com uma experiência mais des-

tacada na área de absenteísmo.

“Nós procuramos para formar es-

sa rede, as seis regionais que vão

liderar esta iniciativa, procurando

as melhores competências”, acres-

centou Lucchesi.

ABSENTEÍSMODurante o workshop realizado

na FIEB, o diretor médico e espe-

cialista em saúde ocupacional da

Fioh, Kari-Pekka Martimo, falou

sobre a importância da prevenção

de doenças no ambiente de traba-

lho e apresentou números sobre o

que isso representa em termos de

perda de produtividade.

A visão de Martimo é que é pos-

Page 7: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 7

angElO pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB

Representantes

da Finlândia e o

superintendente

do SESI bahia,

Armando Neto,

no lançamento

do ISI em

Absenteísmo

sível manter a saúde do trabalha-

dor equilibrada desde que sejam

adotadas mudanças no estilo de

vida e ações preventivas. Segundo

ele, a empresa que investe em pre-

venção no ambiente de trabalho

consegue aumentar em duas ve-

zes a produtividade dos seus pro-

fissionais, reduzindo os custos.

“O objetivo é ajudar as pessoas e,

para isso, pequenos ajustes nas

tarefas podem ajudar a evitar di-

versos problemas”, explicou, com

base em uma metodologia já testa-

da pela Fioh com bons resultados.

O superintendente do SESI

Bahia, Armando Neto, ressaltou

que a regional Bahia já desenvol-

ve inovação nesta área, mas com

o ISI poderá oferecer soluções in-

tegradas para atender à demanda

das empresas. “O SESI Bahia aten-

de três mil empresas na área de

segurança e saúde no trabalho e

nossa meta é ofertar soluções ain-

da mais consolidadas”, explicou.

O gerente de Qualidade de Vida

do Departamento Nacional do SE-

SI, Sérgio Motta, informou que os

demais ISI projetados vão atender

a indústria nas áreas de preven-

ção de doenças osteomusculares,

acidentes, doenças psicossociais

e desenvolvimento de tecnologias

de prevenção.

Além dos representantes do

SESI, participaram da solenidade

a segunda secretária da embaixa-

da da Finlândia no Brasil, Marja

Suhonen, o cônsul da Finlândia

na Bahia, Wilson Andrade, que

deram as boas vindas aos parti-

cipantes e ressaltaram a impor-

tância de fortalecer a cooperação

entre os dois países. Além de

técnicos e gestores do SESI, par-

ticiparam do workshop represen-

tantes de instituições como Ufba,

USP, Unicamp e de empresas como

a Camargo Correia, Bridgestone,

Petrobras, Vale, dentre outras.

PARCERIAA equipe de especialistas fin-

landeses esteve, além de Salvador,

em Curitiba, onde o SESI implan-

tará um instituto especializado

em Longevidade e Produtividade.

Os especialistas estão apresentan-

do experiências e casos aplicados

na Finlândia e em outros países

europeus para ajudar indústrias

e parceiros na elaboração de um

portfólio de serviços.

O Instituto Finlandês de Saúde

Ocupacional é uma instituição de

pesquisa governamental, vincu-

lada ao Ministério de Assuntos

Sociais e Saúde da Finlândia. Seu

objetivo é promover a saúde e o

bem estar do trabalhador em um

ambiente de trabalho saudável.

O SESI firmou parceria com o

Fioh em junho deste ano com o

intuito de se incorporar processos

e produtos inovadores que impac-

tem diretamente a produtividade

do trabalhador, como questões de

saúde, segurança, absenteísmo,

doenças crônicas, dentre outras.

Os especialistas finlandeses tam-

bém apoiarão as equipes do SESI

na elaboração do plano estratégico

de seus institutos de inovação. [bi]

Page 8: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

8 Bahia Indústria

A diretoria da Federação das

Indústrias do Estado da

Bahia (FIEB), para o período

2014-2018, foi recomposta durante

reunião extraordinária, convo-

cada pelo presidente Antonio Ri-

cardo Alvarez Alban, no dia 17 de

novembro. Foram eleitos para a 1ª

vice-presidência, Carlos Henrique

Gantois; para a vice-presidência,

Alexi Portela, e João Schnitman,

como diretor titular.

recomposição da diretoria

ValtEr pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB

O presidente

Alban assina

termo de

posse, ao

lado de Alexi

Portela e de

Carlos gantois

As substituições estão previstas

no Estatuto da entidade, em caso

de impedimentos temporários ou

permanentes. Com o falecimento

do presidente Carlos Gilberto Ca-

valcante Farias, no dia 5 de no-

vembro, assumiu Ricardo Alban,

que ocupava a 1ª vice-presidência,

abrindo vaga para os cargos nos

níveis seguintes.

O Centro das Indústrias do Es-

tado da Bahia (CIEB) também tem

novo presidente: Reginaldo Rossi,

que ocupava a 1ª vice-presidência.

Com isso, as vice-presidências do

CIEB, responsável pela articula-

ção das entidades que compõem

o Sistema FIEB para prestação de

serviços às empresas associadas,

agora são ocupadas por Jorge Ca-

jazeira, Carlos Cohim e Roberto

Fiamenghi.

CONSElhO dO SEBRAEO presidente da FIEB também

vai presidir Conselho Deliberativo

Estadual (CDE) do Sebrae Bahia.

Ele foi eleito, no dia 17 de novem-

bro, juntamente com o executivo

de estratégia do SENAI/Cimatec,

Adhvan Furtado, que assumiu a

diretoria da superintendência da

instituição. A nova diretoria do

Sebrae é composta ainda por Lau-

ro Ramos, que foi reconduzido à

diretoria técnica e por Franklin

Santos, funcionário de carreira da

casa, eleito novo diretor adminis-

trativo financeiro do Sebrae. Eles

vão dirigir a instituição pelos pró-

ximos quatro anos.

A posse da nova diretoria será

no mês de janeiro de 2015. “FIEB

e Sebrae são parceiros históricos.

Estamos focados na interiorização

da pequena indústria para favo-

recer o desenvolvimento econô-

mico do estado. Como presidente

do Conselho, vou trabalhar para

superar o bom trabalho que vem

sendo feito, o que considero um

desafio muito grande”, afirmou Ri-

cardo Alban. [bi]

fiEB e CiEB recompõem diretoria para 2014-2018; fiEB também assume a presidência do Conselho do sebrae

Page 9: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

circuito

Bahia Indústria 9

por cleBer BorgeS

Armando Monteiro fortalece setor produtivoIndustriais brasileiros avaliam que a escolha do

senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) para

ocupar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior fortalecerá a relação do setor

produtivo com o governo. E torcem para que o novo

ministro consiga implementar políticas que

aumentem a competitividade do país. Ex-presidente

da CNI, o senador conhece muito bem a indústria

brasileira e os setores de serviços e comércio, além

de ter uma interlocução fácil com o Congresso. Foi o

idealizador do Fórum Nacional da Indústria, que

reúne 44 associações de classe e tem assegurado

maior poder de negociação entre empresários e

governo; e da Mobilização Empresarial pela

Inovação, que é o principal ambiente de diálogo

entre o setor privado e o governo federal na criação

de políticas públicas de estímulo à inovação.

Educação é crucial para a competitividadeSe quiser competir de igual para igual com as

economias centrais, o Brasil precisa colocar a

educação no centro da estratégia de crescimento. O

alerta é do diretor de Educação e Tecnologia da

Confederação Nacional da Indústria, Rafael Lucchesi,

em recente evento promovido pelo jornal O Estado de

S. Paulo. É preciso melhorar as condições das escolas;

mudar a matriz educacional, para um viés focado na

educação profissional; melhorar a aplicação dos

recursos disponíveis; e aperfeiçoar o sistema de

avaliação dos professores, com salários condizentes e

vinculados à meritocracia. “A produtividade do

trabalhador brasileiro é muito baixa. É preciso cinco

brasileiros para fazer o que um norte-americano faz

no mesmo setor, ou três para igualar à produtividade

de um sul-coreano”, afirma Lucchesi.

“O Brasil está em perigO à Beira dO aBismO? achO que nãO está. mas qual é, afinal, O OBjetivO fiscal dO gOvernO? é diminuir a dívida? Ou é imprimir uma trajetória para O gastO

cOrrente?”Joaquim Levy, novo ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, sinalizando que pretende cortar despesas correntes do governo.

Propostas para os cursos de engenhariaA Mobilização Empresarial pela

Inovação (MEI), formada por mais

de 60 líderes empresariais do

país, divulgou propostas para

modernizar os currículos das

engenharias no Brasil. A ideia é

que os cursos tenham disciplinas

práticas e formem profissionais

mais bem preparados, com

habilidades de gestão, aplicação

de leis e normas técnicas, além de

domínio de idiomas estrangeiros.

O setor produtivo defende uma

revisão profunda do ensino

superior de engenharia no país.

As sugestões foram discutidas na

MEI, em parceria com o Instituto

Tecnológico de Aeronáutica e a

Capes, do MEC. Hoje, 58% dos

engenheiros não exerce função

nas áreas em que se formaram.

Atividade na indústria continua fracaO faturamento da indústria brasileira aumentou 3,1% em outubro, na comparação com

setembro. Foi a quarta alta consecutiva do indicador. Mesmo assim, o faturamento

acumula uma queda de 1,7% de janeiro a outubro de 2014, em relação a igual período

do ano anterior, conforme os indicadores divulgados no dia 2 de dezembro, pela CNI.

As horas trabalhadas na produção caíram 0,3% em outubro frente a setembro. O nível

de utilização da capacidade instalada recuou e ficou em 80,6% em outubro. Com a

baixa atividade, o setor reduziu o emprego, que caiu 0,1% em outubro sobre setembro.

gEn

til

Page 10: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

10 Bahia Indústria

sindicatos

marCElO ganDra / COpErphOtO / sistEma fiEB marCElO ganDra / COpErphOtO / sistEma fiEB

O Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais (Sindifibras) promoveu,

dia 14 de novembro, um encontro de empresários franceses da área de

compósitos – misto de plásticos e fibras naturais – com empresários

baianos do setor. Os franceses apresentaram a tecnologia utilizada por

eles e conheceram experiências locais, como as fibras de sisal, coco e

piaçava. Foram realizadas, ainda, reuniões de negócios. “Precisamos

globalizar as cadeias de produção e é responsabilidade das nossas

entidades promover uma relação mais próxima e profissionalizada dos

empresários baianos com o mundo”, afirmou o presidente do

Sindifibras, Wilson Andrade.

Wilson

Andrade em

reunião com

empresários

da França

Sindifibras articula parceria com franceses

Encontro detalha norma para indústria de carneEmpresários do setor de

carnes tiraram dúvidas sobre

a Norma Regulamentadora nº

36 (NR 36) durante palestra

realizada pelo Sindicato das

Indústrias de Carnes e

Derivados (Sincar-BA), em

parceria com o SESI, dia 10

de outubro, no SENAI

Cimatec. Em vigor há um ano

e meio, a norma, que trata da

segurança e saúde no

trabalho em empresas de

abate e processamento de

carnes e derivados, ainda

gera dúvidas. “Precisamos

entender como colocar em

prática as exigências da

norma”, destacou o

presidente do sindicato,

Júlio Farias. O evento

contou com palestra do

especialista da CNI, Moacir

Cerigueli, e representantes da

SRTE e do Ministério Público.

Sinduscon aposta em capacitação sobre Norma de DesempenhoA Norma de Desempenho (NBR 15575), em vigor desde julho de 2013,

alterou os parâmetros de qualidade da indústria da construção

brasileira. Por isso, as incorporadoras e construtoras têm se

empenhado em modificar a forma de especificar materiais,

componentes e sistemas construtivos, estabelecendo as características

com base em demonstração de desempenho dos produtos. O Sindicato

da Indústria da Construção (Sinduscon-BA) tem investido em

capacitações técnicas e divulgado material informativo sobre o

assunto, como forma de aumentar a competitividade das empresas do

setor. Ao longo de 2014, foram realizados oito cursos relacionados à

norma. O sindicato vai realizar novas capacitações em 2015.

Page 11: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 11

A técnica de construções enxutas, com uso de artefatos pré-fabricados,

foi um dos temas debatidos no Seminário Soluções Industrializadas

Inovadoras em Concreto Pré-Fabricado para Edifícios, dia 30 de

outubro, na FIEB. A iniciativa do Sindicato da Indústria de Produtos de

Cimento (Sinprocim), em parceria com o Sebrae e o Sindicato da

Indústria da Construção (Sinduscon), discutiu soluções inovadoras

para o aumento da produtividade no setor. “É fundamental buscarmos

a racionalização do processo produtivo”, ressaltou o vice-presidente da

FIEB, Carlos Gantois.

Seminário para indústria gráficaO Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da

Bahia (Sigeb) fechou 2014 com saldo positivo de

ações para o setor. Foram realizados 21 encontros

no interior e três na capital baiana. As clínicas

tecnológicas no interior da Bahia resultaram em

dez projetos de consultoria a empresas, além de

15 atendimentos previstos para 2015. Em

Salvador, o sindicato promoveu dois ciclos de

palestras e o XIII Seminário da Indústria Gráfica,

realizado dia 20 de novembro, na FIEB, com

transmissão por videoconferência para outros

quatro estados do Nordeste. “Nosso objetivo é

fazer com que os empresários se atualizem,

levando tecnologia para as empresas”, ressaltou

o presidente do Sigeb, Josair Bastos.

Sindpacel participa do 20º SINPELO Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose,

Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos

de Papel e Papelão no Estado da Bahia

(Sindpacel) participou do 20º Simpósio

Intersindical de Negociações Coletivas das

Indústrias de Celulose, Papel, Papelão e Artefatos

(SINPEL), em Porto Alegre. O simpósio contou

com palestra da presidente executiva da

Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Elizabeth

Carvalhaes, que falou sobre as perspectivas do

setor. O presidente do Sindpacel, Jorge Cajazeira,

e a executiva jurídica, Izabella Pacheco,

participaram do evento, que debateu propostas

do setor à CNI/CNTT para adequação da NR-12, o

cenário sindical e os dissídios coletivos.

Ceramistas debatem fiscalização Empresários do setor de cerâmica estiveram

reunidos, dia 19 de novembro, em Ipiaú, para o

encontro regional do Sindicato das Indústrias de

Cerâmica (Sindicer). Realizado em parceria com a

FIEB e o Sebrae, o evento discutiu questões

ambientais e do trabalho, além da busca de

soluções para os entraves enfrentados pelas

empresas na região. “A fiscalização ambiental e

do trabalho são algumas das principais

dificuldades”, ressaltou o presidente do Sindicer,

Manuel Ventin. Em 2014, o sindicato realizou

encontros nas Regiões Norte e Extremo Sul, para

ouvir as demandas das empresas.

Líderes sindicais baianos participam de intercâmbio setorialPresidentes de sindicatos baianos participaram do Intercâmbio de

Lideranças Setoriais da Indústria, realizado pela CNI, em parceria

com as Federações. No dia 23 de outubro, o encontro aconteceu em

Florianópolis e reuniu 11 representantes do setor metal-mecânico. A

Bahia foi representada pelos presidentes do Simmeb, Alberto

Cânovas, e do Simmefs, Luiz Kunrath. “O trabalho em conjunto

com a Federação e CNI e a profissionalização dos sindicatos foram

pontos de convergência”, destacou Kunrath.

Já no dia 14 de outubro, o evento reuniu, em Natal, representantes

do setor de alimentos. O presidente do Sindicato das Indústrias de

Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia

(Sindileite-BA), Paulo Cintra, avaliou que a iniciativa é uma

demonstração da força do Sistema de Representação da Indústria.

“Esta é mais uma ação estratégica de discussão de temas comuns e

defesa de interesses, mas é preciso que a iniciativa seja bem

estruturada pelos sindicatos, para que, juntamente com a CNI e

Federações, rendam os frutos esperados”.

empresários da construção civil discutem inovação

marCElO ganDra / COpErphOtO / sistEma fiEB

Encontro discutiu novas técnicas que podem elevar a competitividade

Page 12: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

12 Bahia Indústria

por rafael Pereira

marCElO ganDra/COpErphOtO/sistEma fiEB

Caminho do Agenda Bahia é a interiorizaçãoEm quatro seminários, evento discutiu os principais gargalos da economia baiana; para 2015, meta da rede Bahia e fiEB é interiorizar

A 5ª edição do Fórum Agenda Bahia reuniu ges-

tores públicos, especialistas e empresários

para discutir desafios e soluções para a eco-

nomia do estado. Realizado pela Rede Bahia,

com o apoio da FIEB, os quatro seminários (dias 11, 18

e 25 de novembro e 02.12) sintetizaram questões em

áreas como saneamento básico, qualificação profissio-

nal, energia, logística e cidades sustentáveis.

“Por mais que a gente invista na qualificação pro-

fissional, preparando pessoas para as necessidades

do mercado, é notório que, infelizmente, falta educa-

ção de base no Brasil”. Essa avaliação foi feita pelo di-

retor regional do SENAI Bahia, Leone Peter Andrade,

em palestra no painel Capital humano e o trabalhador

do século 21, durante o Fórum Agenda Bahia, no últi-

mo dia 25 de novembro, na FIEB.

Falando sobre a Formação Avançada de Pessoal

como Suporte ao Desenvolvimento Industrial, o dire-

Leone Peter Andrade

destacou a necessidade

de mais investimentos em

qualificação profissional e na

educação de base

Page 13: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 13

tor do SENAI Bahia explicou que a

chave para que as pessoas acom-

panhem o desenvolvimento tecno-

lógico atual é o investimento em

educação de qualidade, desde a

base. “O mundo vive grandes mu-

danças em seu padrão industrial.

As pessoas precisam de capacita-

ção para lidar com esse universo

de grandes desafios e ciclos de

inovação cada vez mais acelera-

dos”, explicou.

A indústria, hoje, passa por um

intenso crescimento nos seus ní-

veis de produção e eficiência. “O

tempo para um produto chegar ao

mercado está cada dia mais curto.

Antes, um carro era colocado nas

ruas a cada 10 ou 15 anos. Hoje, os

carros são projetados e produzidos

para o mercado em um período de

três ou, no máximo, quatro anos”,

exemplifica Leone Andrade. Ou-

tra palestra que chamou bastante

atenção foi a do doutor em com-

putação pela University of Kent at

Canterbury, Silvio Meira.

PAINÉISA programação do Fórum Agen-

da Bahia 2014 contou com vários

painéis de discussão. Um deles,

sob a temática Como aumentar a

competitividade brasileira, con-

tou com palestras do presidente

da Braskem, Carlos Fadigas; e do

doutor Honoris Causa em Ciência

e Ph.D. em Sociologia pela Univer-

sidade de Wisconsin (EUA), José

Pastore.

Para Fadigas, as empresas

brasileiras procuram ser compe-

titivas, mas esbarram em garga-

los diversos, sobre os quais não

interferem. São problemas como

o sistema tributário complexo e

oneroso, problemas cambiais e

infraestrutura logística precária.

“Da porta de fábrica para dentro

somos competitivos, mas da porta

para fora temos problemas que di-

ficultam a vida da empresa”, afir-

mou Carlos Fadigas.

Por sua vez, José Pastore dei-

xou claro que o Brasil só se des-

tacará competitivamente quan-

do sua educação for de primeiro

mundo. “O país investe muito em

educação, mas investe mal. É pre-

ciso melhorar muito a gestão nes-

sa área”, afirmou.

Quando o assunto é saneamen-

to básico, os indicadores do Brasil

são catastróficos. O país tem avan-

çado do ponto de vista econômico,

mas com relação ao saneamento

segue na contramão e está muito

distante da posição ideal para a

sua realidade econômica. Esta foi

a conclusão de especialistas no

assunto, que participaram do se-

gundo seminário do Agenda Bahia

2014, dia 18 de novembro.

“Estamos discutindo um pro-

blema do século 19. É uma tragé-

dia estarmos falando agora, em

pleno ano de 2014, de estruturas tão atrasadas. É

preciso agir”, alertou o professor sênior do Instituto

de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo,

José Eli da Veiga. A crítica foi feita durante o painel

Desafios e oportunidades com a nova lei do saneamen-

to básico.

Dados mostram que o Brasil perde quase 40% da

sua água potável; a cobertura de esgoto não chega à

metade da população; apenas 38% desse esgoto rece-

be tratamento; 6 milhões de brasileiros não dispõem

de um simples vaso sanitário na residência.

ENERGIASe a energia gerada por meio de termelétricas cus-

ta R$ 1 mil o MWh, enquanto que a energia produzida

por reuso de água custa R$ 165 o MWh; e se, além dis-

so, o uso de termelétricas movidas a óleo diesel gera

forte impacto ambiental, enquanto que a reutilização

da água teria efeito contrário, por que o país não in-

veste nessa última forma de energia, que traz ganhos

ambientais visíveis?

O painel Esgoto sustentável, um grande negócio:

da bioenergia ao reuso da água discutiu esta questão,

com a presença de Victor Valente, da GIZ; Ana Cris-

tina Mascarenhas, da Neoenergia, e Cláudio Villas

Boas, da Odebrecht Ambiental, tendo como modera-

dor Sérgio Bastos, do Conselho de Infraestrutura da

FIEB. Eles acreditam que a mudança desse ambiente

hostil ao reuso da água para produção de bioenergia

passa pela mobilização da sociedade.

CIdAdES SUSTENTÁVEISO primeiro dia do Fórum Agenda Bahia 2014 (11.11),

debateu o futuro das cidades. Dentro do tema do se-

minário Desenvolvimento Regional, o presidente da

FIEB, Ricardo Alban, afirmou que os centros urbanos

precisam ter um ambiente agradável para as pessoas

e propício ao trabalho. Para ele, a perda da produtivi-

dade, fruto da falta de investimentos em infraestrutu-

ra, entre outros aspectos, afeta diretamente a indús-

tria de transformação.

A abertura do evento contou com a presença do

prefeito de Salvador, ACM Neto, que citou medidas

de sua administração para a melhoria da mobilidade

urbana, a exemplo da implantação de ciclo rotas (a

meta é chegar a 350 quilômetros até 2016) e a reali-

zação do estudo Salvador 500, “o qual irá traçar um

planejamento para os próximos 35 anos para a capital

baiana, disse. [bi]

“ Por mais que a gente invista na qualificação profissional,preparando pessoas para as necessidades do mercado, é notório que, infelizmente, falta educaçãode base no BrasilLeone Peter Andrade, diretor regional do senai bahia

Page 14: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

14 Bahia Indústria

Com mais de 50 ações realizadas em Salvador

e em cidades-polo do interior baiano em 2014,

o Programa de Desenvolvimento Associativo

(PDA) tem contribuído para o fortalecimento

dos sindicatos filiados à Federação das Indústrias do

Estado da Bahia (FIEB). Trata-se de uma iniciativa da

Confederação Nacional da Indústria (CNI), iniciada

em 2006, para dar maior suporte aos sindicatos in-

dustriais de todo o país.

Desde o ano passado o programa se divide em

duas vertentes: Associa Indústria, em parceria com

o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(Sebrae), voltado para a ampliação da base sindical;

e Avança Sindicato, que tem como objetivo o fortale-

FortAleCImento doS SIndICAtoS

projeto desenvolvido em parceria com a Confederação nacional da indústria oferece apoio aos associados da fiEB

por marta erhardt

cimento da gestão dos sindicatos.

As primeiras ações do PDA fo-

ram cursos para gestores sindi-

cais. Com o tempo, observou-se a

necessidade de ampliar o escopo,

incluindo capacitações para exe-

cutivos e empresários (de organi-

zações associadas e não associa-

das). Em 2014, a FIEB promoveu

36 cursos, nas três modalidades,

em todo o Estado.

Esse crescimento no número

de ações, desde o ano passado,

foi fruto da parceria firmada com

o Sebrae, que permitiu a realiza-

ção das capacitações também no

interior do estado. Outro apoio

fundamental foi do Centro das In-

dústrias da Bahia (CIEB). “Com o

apoio do CIEB conseguimos mobi-

lizar mais os empresários e ganha-

mos mais força”, ressalta a gerente

de Relações Sindicais da FIEB,

Manuela Martinez.

Os cursos destinados aos em-

presários abordam temas rele-

vantes para a indústria – como

relações trabalhistas e custo da

Page 15: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 15

Marcelo

Carvalho

ministrou

curso sobre

fiscalização do

trabalho

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anDra/C

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iEB

energia elétrica – e atendem de-

mandas apontadas pelos parti-

cipantes. Para 2015, dois novos

temas serão incorporados ao por-

tfólio: Como lidar com as NRs que

mais impactam na indústria? e

Como preparar sua indústria para

o mercado internacional?, este úl-

timo, realizado em parceria com o

Centro Internacional de Negócios

(CIN/FIEB).

Mais de 500 pessoas participa-

ram das capacitações promovidas

pela FIEB em 2014. Entre elas,

está o presidente do Sindicato

das Indústrias de Fibras Vegetais

no Estado da Bahia (Sindifibras),

Wilson Andrade, além de execu-

tivos do sindicato. “Os cases de

sucesso discutidos nos ajudam a

refletir melhor e contribuem para

a tomada de decisões. Além disso,

o programa estimula a troca de ex-

periência e a cooperação entre os

sindicatos”, avalia Andrade.

Outra ação do PDA é a elabora-

ção do planejamento estratégico

dos sindicatos, que visa construir

uma política de gestão a longo

prazo, com a definição de dire-

cionadores, como missão, visão,

valores, objetivos estratégicos e

plano de ação. Neste ano, foram

elaborados 10 planejamentos. Um

deles foi o do Sindicato das Indús-

trias de Produtos de Cimento do

Estado da Bahia (Sinprocim). “É

uma importante ferramenta que

auxilia no acompanhamento das

ações propositivas, contribuindo

para a ampliação da base de as-

sociados, com o fortalecimento do

sindicato e empresas do segmen-

to”, avalia o presidente do Sinpro-

cim, José Carlos Telles Soares.

INTERCÂMBIOUma novidade realizada em

2014 foi o Intercâmbio de Lide-

ranças Sindicais, promovido pela

CNI, em parceria com as Federa-

ções. Os encontros têm o objetivo

de fomentar a troca de experiên-

cias de gestão entre os presiden-

tes de sindicatos, além de discutir

temas como negociação coletiva,

defesa de interesses e prestação

de serviços. Neste ano, foram re-

alizados encontros de lideranças

dos segmentos industriais de ves-

tuário, cerâmica, metal-mecânico,

químico e farmacêutico, alimen-

tos e construção civil.

OUTRAS INICIATIVASPara 2015, o PDA ampliará as

ações na Bahia. Uma delas é o Dia

do Empresário da Indústria, que

vai mobilizar empresários da in-

dústria, especialmente no interior

do estado, para a importância do

associativismo. O evento será rea-

lizado nas cidades-polo das regi-

ões do Programa de Interiorização

do Sistema FIEB.

Também no próximo ano, os

sindicatos filiados à FIEB vão con-

tar com o Sistema de Inteligência

de Negócios da Indústria, ferra-

menta de business intelligence,

que permitirá que os sindicatos

tenham acesso a informações so-

bre arrecadação, representação e

negociações coletivas, por exem-

plo. Os dados serão apresentados

em forma de painéis e auxiliarão

os sindicatos na definição e acom-

panhamento de estratégias.

Outra novidade é o Portal dos

Sindicatos, que vai reunir infor-

mações do universo dos sindica-

tos industriais da Bahia. A ferra-

menta permitirá que os sindicatos

tenham acesso às informações re-

levantes e serviços prestados pelo

Sistema FIEB, a exemplo de asses-

soria jurídica online. [bi]

Page 16: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

16 Bahia Indústria

O momento é de correção de

rota para a economia brasi-

leira e de aproximação com

a iniciativa privada. Esse

parece ser o entendimento

do próprio governo, consi-

derando a indicação, para

o Ministério da Fazenda, de

Joaquim Levy, ex-diretor su-

perintendente do Bradesco Asset Management, braço

de fundos de investimento do banco; de Nelson Bar-

bosa, indicado para o Planejamento e de Armando

Monteiro Neto, um nome vinculado à área industrial

para dirigir o Ministério do Desenvolvimento, Indús-

tria e Comércio.

A escolha de nomes como estes, ligados ao merca-

do, é uma ponte para o diálogo, elemento importante

na superação de desconfianças quanto à condução

da economia no segundo governo Dilma Rousseff.

Esse é o modo de ver, por exemplo, do presidente da

Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB),

Antonio Ricardo Alvarez Alban. “Observo sinais for-

tes de movimentos do governo Dilma em direção do

empresariado. Um exemplo é a indicação de Arman-

do Monteiro, um importante sinal para a indústria.

Outro exemplo é a constituição de oito equipes de tra-

balho, compostas por agentes públicos e da iniciativa

privada, com a missão de avaliar e propor políticas

em áreas como inovação, comércio exterior, desburo-

cratização e compras governamentais, as quais serão

entregues à presidente Dilma ainda em dezembro”,

afirmou o presidente da FIEB.

Mas, para muitos, hoje só há um caminho a ser

trilhado pelo governo, caso pretenda dar um freio de

arrumação e ajudar a recolocar a economia brasilei-

ra nos trilhos: fazer a reforma fiscal, o que significa

gastar menos com o custeio da máquina pública e re-

duzir o patamar da dívida pública. O próprio Joaquim

Levy já anunciou que trabalha com metas de supe-

rávit primário e que pretende trazer a inflação para

o centro da meta (4,5%). Ou seja, 2015 será um ano

de baixo crescimento, de arrumação do setor público,

de controle da dívida interna e de combate à inflação,

para que o país não perca posições no ranking de

avalição de riscos.

O caráter inadiável da reforma fiscal é defendido

pelo economista Paulo Rabello de Castro, presiden-

te do Conselho de Economia da Fecomércio/SP e do

Lide Economia. Caso leve a sério esse compromisso,

observa, o governo abriria espaço para investir em

infraestrutura, tornando a produção brasileira mais

competitiva. “A reforma fiscal deve ser feita imedia-

tamente, pois é insustentável o país gastar, como

ocorre hoje, 5% do PIB com juros da dívida pública”,

afirma.

O professor da Faculdade de Economia da UFBa,

Oswaldo Ferreira Guerra, acredita que, até em função

da nova equipe econômica, que considera ortodoxa,

uma das primeiras providências do governo será lan-

çar mão da reforma fiscal. Para gastar menos, buscan-

do equilibrar a relação dívida/PIB, e também enxu-

gar a quantidade de moeda na economia, com reflexo

positivo na inflação. “Teremos um Banco Central ri-

goroso, para trazer a inflação para o centro da meta

(4,5%), com taxas de juros mais elevadas. O quanto,

só dependerá do que for feito na reforma fiscal. Como

haverá o realinhamento nos preços dos combustíveis

e da energia, com impacto na inflação, tudo indica

que o enxugamento de gastos e o aumento dos juros

tendem a ser maiores em um primeiro momento para

compensar, mas há um limite para isso, pois a dívida

pública, na casa de US$ 1,2 trilhão, cresce sempre que

aumenta a Selic”, prognostica Oswaldo Guerra.

REFORMAS NECESSÁRIASAliado à reforma fiscal, o governo federal precisa

realizar também outras reformas capazes de ajudar

a desatar o nó do crescimento sustentado. As princi-

pais, segundo Paulo Rabello de Castro, são a reforma

trabalhista, para diminuir o grau de judicialização

da Justiça do Trabalho; e a reforma tributária, que

poderia se restringir, num primeiro momento, à sim-

plificação da teia de impostos no país, desonerando

as empresas.

Essa simplificação não significa mexer nas recei-

tas da União, estados e municípios, pois isso invia-

bilizaria qualquer reforma tributária. O caminho,

sugere Paulo Rabello, seria juntar todos os impostos

em apenas cinco: Fundo do Trabalhador (para finan-

ciar a nova Previdência), ICMS Nacional (financiar a

Page 17: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 17

por cleber borges

o dilema entre gastar mEnos E crEscEr maisacadêmicos e analistas setoriais avaliam os principais desafios para o Brasil em 2015

gEn

til

Page 18: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

18 Bahia Indústria

União, estados e municípios), IR (financiar a pre-

vidência atual), impostos locais (como o ISS, pa-

ra financiar estados e municípios), e regulatórios

(que financiar a União). “Isso, por si, já daria ao

Brasil até dois pontos percentuais no crescimento

do PIB”, garante.

As restrições de ordem conjuntural (o baixo

desempenho das economias do Japão e Europa,

por exemplo) e estrutural (a má qualidade do en-

sino no país, violência assustadora, problemas

de saneamento básico e, por tabela, de saúde)

não deixam muita margem para que a economia

nacional reaja rapidamente aos estímulos dos se-

tores público e privado. Por esta razão, o diretor

de Operações da Confederação Nacional da In-

dústria (CNI), Rafael Lucchesi, encara o ano de

2015 ainda com certa apreensão. Mas, por outro

lado, vê com bons olhos os sinais emitidos pelo

novo governo de interlocução com o setor produ-

tivo, especialmente com a Confederação Nacio-

nal da Indústria.

O diretor da CNI defende uma agenda focada

na competitividade, o que passa pela inovação.

“Apesar da gravidade dos problemas pelos quais

o país passa, achamos que há um horizonte posi-

tivo, onde o governo tem clareza das necessida-

des de fazer ajustes para retomar o equilíbrio ma-

croeconômico, incluindo a necessidade de asse-

gurar o crescimento e aumentar a produtividade

do trabalho, temas centrais colocados na agenda

da indústria”, afirma Lucchesi.

PERdA dE COMPETITIVIdAdESetor dinâmico em qualquer economia avan-

çada, no Brasil, a indústria tem perdido competi-

tividade ao longo das últimas décadas e, em 2014,

deve apresentar queda de 2,2%. O presidente da

Braskem, Carlos Fadigas, prevê que, em 2015, o

setor cresça 1,3%, um desempenho insuficiente

para recuperar a queda de 2014. A Braskem, uma

das dez empresas que mais exportam e importam

no país, estima que a balança comercial brasi-

leira de produtos industrializados apresente, em

2014, um déficit de US$ 110 bilhões. Em 2013, ve-

rificou-se déficit de US$ 105 bilhões. São números

que reforçam os diagnósticos de perda de compe-

titividade da indústria brasileira.

“A indústria nacional não consegue competir

no âmbito internacional e as razões para isso são

AS AMARRAS QUE SEGURAM O BRASIL

RODOVIA ENCARECE CUSTO DA LOGÍSTICA

CUSTO LOGÍSTICO EM RELAÇÃO À RECEITA LÍQUIDA NO BRASIL (%)Quanto gastam as empresas com transporte, armazen-agem, estoque, tempo de espera etc

1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013

50

60

70

80

90

Aba

stec

imen

to d

e Á

gua

- %

Brasil

Bahia

1999

0

10

20

40

50

30

60

Red

e de

Esg

oto

- %

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013

Brasil

Bahia

Fonte: Fundação João Cabral

22,69Bens de capital

20,88Construção

14,63Mineração

12,82Siderurgia | Metalurgia

12,04Agropecuária

10,74Bens de consumo

9,45Têxtil

8,76Automotivo

6,29Químico | Petroquímico

13,14Custo médio Brasil

Bens de capitalBens de capital

ConstruçãoConstrução

MineraçãoMineração

Siderurgia | MetalurgiaSiderurgia | Metalurgia

AgropecuáriaAgropecuária

Bens de consumoBens de consumo

TêxtilTêxtil

AutomotivoAutomotivo

Químico | PetroquímicoQuímico | Petroquímico

Custo médio BrasilCusto médio Brasil

SANEAMENTO BÁSICO NO BRASILMunicípios com Abastecimento de Água - %

Cidades com redes de Esgoto - %

O IDEB é obtido pelas notas, de 0 a 10, do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica.

Houve um tímido avanço entre 2011 e 2013, nas notas do ensino básico, mas insuficientes para caracterizar uma melhora na avaliação do ensino nacional.

AVANÇO NA EDUCAÇÃO É TÍMIDOÍndice de Desenvolvimento da Educação Básica no Brasil

VIOLÊNCIA QUE ASSUSTA NAS CAPITAIS BRASILEIRASTaxa de homicídios por 100 mil habitantes

1998

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

2008 2012

Taxa considerada aceitável pela ONU = 10 homicídios por 100 mil/hab

Maceió Recife Vitória Salvador João Pessoa Curitiba Brasil

5.0 5.2

4.1 4.23.7 3.7

2011

2013

Ensino Fundamental Ensino Médio

1º ao 5º ano 6º ao 9º ano

Fonte: Ministério dos Transportes.

2012 % TKU US$ | Mil TKU

67%RODOVIÁRIO

FERROVIÁRIO

AQUAVIÁRIO

DUTOVIÁRIO

AÉREO

133

18% 22

11% 30

3% 25

0,04% 1.060

Fonte: Mapa da Violência 2014

Fonte: Ministério da Educação

InFrAeStruturA é prIorIdAde

•O Brasil investiu, em média,

r$ 81 bilhões/ano em infraestrutura,

entre 2000 e 2010, ou 2,1% do PIB. A

China investe 7,3% do PIB/ano. O Chile

investe 6,2% e a Índia 5,6%, conforme

o estudo Desafios e Oportunidades na

Infraestrutura, de 2011, de Armando

Castelar (FGV)

•Segundo o mesmo estudo, para suprir

o déficit da infraestrutura, o Brasil teria

que investir, no mínimo, 5% do PIB/

ano, equivalente a r$ 203 bilhões/ano

•Os piores níveis de desenvolvimento

e competitividade estão nos setores de

portos e saneamento, de acordo com

estudo da CNI. Os setores mais

desenvolvidos são os de energia e de

telecomunicações

•Levantamento com empresários do

Fórum Nacional da Indústria mostra

que 76% dos industriais acham

prioritária a melhoria dos portos. A

seguir vem: redução do custo de

energia (73%) e maior uso do

transporte ferroviário (58%)

•A malha ferroviária brasileira é

limitada. O país possui 4 quilômetros

de ferrovia para cada mil quilômetros

quadrados de território. A China tem 7

quilômetros e os EUA 21 quilômetros

•r$ 30,2 bilhões/ano do Nordeste

gasta com transporte ou 6% do PIB

•r$ 25,8 bilhões/ano é quanto a

região precisa investir em logística até

2020 para atender a demanda prevista

•90% dos investimentos no Nordeste

devem ser destinados às ferrovias e

aos portos; 9% devem ser investidos

nas rodovias e 1% nas hidrovias

•65% é quanto o uso supera a

capacidade em algumas rodovias da

região

Page 19: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 19

AS AMARRAS QUE SEGURAM O BRASIL

RODOVIA ENCARECE CUSTO DA LOGÍSTICA

CUSTO LOGÍSTICO EM RELAÇÃO À RECEITA LÍQUIDA NO BRASIL (%)Quanto gastam as empresas com transporte, armazen-agem, estoque, tempo de espera etc

1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013

50

60

70

80

90

Aba

stec

imen

to d

e Á

gua

- %

Brasil

Bahia

1999

0

10

20

40

50

30

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Red

e de

Esg

oto

- %

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013

Brasil

Bahia

Fonte: Fundação João Cabral

22,69Bens de capital

20,88Construção

14,63Mineração

12,82Siderurgia | Metalurgia

12,04Agropecuária

10,74Bens de consumo

9,45Têxtil

8,76Automotivo

6,29Químico | Petroquímico

13,14Custo médio Brasil

Bens de capitalBens de capital

ConstruçãoConstrução

MineraçãoMineração

Siderurgia | MetalurgiaSiderurgia | Metalurgia

AgropecuáriaAgropecuária

Bens de consumoBens de consumo

TêxtilTêxtil

AutomotivoAutomotivo

Químico | PetroquímicoQuímico | Petroquímico

Custo médio BrasilCusto médio Brasil

SANEAMENTO BÁSICO NO BRASILMunicípios com Abastecimento de Água - %

Cidades com redes de Esgoto - %

O IDEB é obtido pelas notas, de 0 a 10, do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica.

Houve um tímido avanço entre 2011 e 2013, nas notas do ensino básico, mas insuficientes para caracterizar uma melhora na avaliação do ensino nacional.

AVANÇO NA EDUCAÇÃO É TÍMIDOÍndice de Desenvolvimento da Educação Básica no Brasil

VIOLÊNCIA QUE ASSUSTA NAS CAPITAIS BRASILEIRASTaxa de homicídios por 100 mil habitantes

1998

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

2008 2012

Taxa considerada aceitável pela ONU = 10 homicídios por 100 mil/hab

Maceió Recife Vitória Salvador João Pessoa Curitiba Brasil

5.0 5.2

4.1 4.23.7 3.7

2011

2013

Ensino Fundamental Ensino Médio

1º ao 5º ano 6º ao 9º ano

Fonte: Ministério dos Transportes.

2012 % TKU US$ | Mil TKU

67%RODOVIÁRIO

FERROVIÁRIO

AQUAVIÁRIO

DUTOVIÁRIO

AÉREO

133

18% 22

11% 30

3% 25

0,04% 1.060

Fonte: Mapa da Violência 2014

Fonte: Ministério da Educação

Page 20: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

20 Bahia Indústria

muitas. Incluem o real supervalo-

rizado, salários que crescem muito

acima da produtividade do traba-

lho, excessos de burocracia, custo

elevado da energia, custos traba-

lhistas, problemas de infraestru-

tura e carga tributária alta”, afirma

Carlos Fadigas. A receita para supe-

rar essa realidade requer, segundo

ele, apoio do governo à inovação,

desoneração dos investimentos, re-

dução do custo da energia, melho-

ra da infraestrutura, simplificação

da legislação tributária, mão de

obra qualificada e a criação de con-

dições competitivas para a oferta

de matéria prima.

“Cortamos custos permanente-

mente, mas da porta da fábrica pa-

ra fora perdemos competitividade.

Estamos motivados em continuar

investindo no Brasil, mas sincera-

mente não está sendo fácil”, afir-

ma o presidente da Braskem.

A competitividade da economia

brasileira depende muito da qua-

lificação do capital humano. Esse

é o recado do PhD em sociologia

pela Universidade de Wisconsin

(EUA), professor José Pastore, ao

lembrar em reunião na FIEB que

educação é ponto estratégico na

nova realidade econômica. Em-

bora muitos críticos da educação

preguem o aumento dos gastos no

setor e exista mesmo um projeto

nesse sentido tramitando no Con-

gresso Nacional, propondo que o

volume de recursos para a educa-

ção chegue a 10% do PIB nacional,

José Pastore vai na direção contrá-

ria: para ele, o país já investe mui-

to no setor, porém gasta mal.

Hoje, o Brasil investe 5,7% do

PIB em educação, o 15º índice mais

alto entre os 42 países membros

da Organização para Cooperação

e Desenvolvimento Econômico

(OCDE), à frente de Reino Unido,

fOtOs marCElO ganDra/COpErphOtO/sistEma fiEB

Economistas

Paulo Rabello

de Castro

e Oswaldo

guerra

Estados Unidos, Canadá e Alema-

nha, por exemplo. Se estes países

investem relativamente menos e

têm uma educação mais qualifi-

cada, o que acontece conosco? “É

necessário melhorar a gestão da

educação, para gastar melhor o

que aplicamos”, afirma Pastore.

Alertando que "a indústria tem

pressa", a CNI defende que o go-

verno deve apresentar no início

do próximo ano uma agenda de

competitividade com metas claras

e definidas por uma estrutura de

governança criada especialmente

para gerir e coordenar as ações. Os

investimentos em infraestrutura e

as reformas trabalhista e tributá-

ria são as prioridades defendidas

pela indústria para 2015.

Esse pleito consta da Carta da

Indústria 2014, documento que

apresenta as propostas construí-

das pelo setor durante os dois dias

do Encontro Nacional da Indústria

(ENAI), evento que reuniu 1.800

empresários em Brasília. "Nossa

expectativa é que o governo inicie

o ano apresentando uma agenda

que diga onde pretende chegar e

de que forma. A CNI vai monitorar

permanentemente os resultados

e fazer um termômetro de como

está avançando a agenda da com-

petitividade", afirma o diretor de

Políticas e Estratégia da CNI, José

Augusto Fernandes.

A CNI defende que o governo

priorize três pontos críticos: o

sistema tributário deve eliminar

a cumulatividade de impostos e

desonerar as exportações e inves-

timentos; as relações de trabalho

devem ser modernizadas de acor-

do com as atuais condições de tra-

balho e com segurança jurídica;

e os investimentos em infraestru-

tura devem se elevar em relação

ao PIB, com maior participação

do capital privado. O objetivo do

setor industrial é reverter o qua-

dro de perda de importância na

economia brasileira. Hoje, a par-

ticipação da indústria no PIB é

de 25%, dez pontos percentuais a

menos que nos anos 1990, sendo

que a indústria de transformação

representa apenas 13% do PIB. [bi]

Page 21: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 21

conselhos

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phO

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iEB

Workshops do Lide bahiaDiscutir o cenário atual e buscar caminhos para o

setor empresarial. Este foi um dos objetivos do II

Fórum de Oportunidades de Investimento na

Bahia, realizado pelo Grupo de Líderes

Empresariais (Lide Bahia) e a FIEB. O encontro

resultou em discussões, realizadas nos

workshops setoriais. Confira algumas das ideias

apresentadas nos workshops.

AGRONEGÓCIO • Com foco nas cadeias produtivas do coco, madeira e algodão, as conclusões apontaram para o destaque da Bahia no volume de produção, mas para um fraco nível de industrialização dos produtos. Apenas 1,2% da produção de algodão, por exemplo, é industrializada, embora a seja a segunda maior produtora do Brasil.

ÓLEO E GÁS/NAVAL • O grupo de trabalho apresentou propostas como a ampliação da produção de petróleo no Recôncavo da Bahia. A ideia é negociar com a Petrobras a realização de leilões dos seus campos de produção de até 1.000 barris/dia, mantendo participação máxima de 49% para empresas e consórcios. Outra proposta do grupo de trabalho é a implementação de uma política de incentivo para bacias terrestres maduras.

PORTOS • A necessidade de um novo marco regulatório de portos foi um dos pontos de discussão. Há perspectiva de grandes investimentos no setor portuário, mas tudo depende do destravamento da nova legislação. A Braskem anunciou um projeto de investimento de R$ 110 milhões para construção de um novo terminal de granel líquido no Porto de Aratu.

MINERAÇÃO • Há uma grande oferta global de minério de ferro, com grandes reservas disponíveis na Bahia, mas a fraca demanda tem provocado uma acentuada queda de preço. Ponto positivo do mercado é que a Bahia é o terceiro maior produtor de rochas ornamentais do Brasil, segmento que, mesmo com a crise, tem uma demanda mundial crescente.

TERMOPLÁSTICOS • Este grupo apresentou um plano nacional de incentivo à cadeia termoplástica, trabalhado em conjunto por Braskem, Apiplast e sindicatos. Este plano tem metas estabelecidas, focadas no aumento da exportação de plásticos transformados. As perspectivas e os mecanismos institucionais de apoio à exportação, como o CIN da FIEB, foram apresentados. Para 2015, inclusive, existe uma agenda que foca no acesso a outros mercados. ENERGIA • As principais discussões desse workshop abordaram as oportunidades do mercado de energia renovável e o grande potencial da Bahia nesta área.

Os coordenadores dos nove Conselhos e três Comitês

Temáticos da FIEB entregaram ao presidente Antonio

Ricardo Alvarez Alban, no dia 20 de novembro, os

planos de ação para 2015, durante reunião na sede da

entidade, em Salvador. Cada plano de ação leva em

consideração o cenário econômico e como ele impac-

ta a área representada.

“Os conselhos e comitês temáticos são geradores

de conteúdo de interesse relevante para as empresas

industriais, sindicatos e para a própria estrutura exe-

cutiva do Sistema FIEB”, afirmou o presidente Anto-

nio Ricardo Alban. Por essa razão, segundo ele, é pre-

ciso que estes órgãos estejam alinhados em seu pla-

nejamento com as prioridades da gestão da entidade.

O 1º vice-presidente da FIEB e coordenador do

Compem (Conselho da Micro e Pequena Empresa In-

dustrial), Carlos Gantois, explicou que os conselhos

e comitês têm a função da subsidiar a diretoria da

organização com pareceres e recomendações relacio-

nados às suas áreas de atuação.

No Sistema FIEB, são estes os conselhos temáticos

e comitês: Assuntos Fiscais e Tributários; Inovação e

Tecnologia; Economia e Desenvolvimento Industrial;

Infraestrutura; Meio Ambiente; Comércio Exterior;

Micro e Pequena Empresa Industrial; Responsabili-

dade Social Empresarial; e Relações Trabalhistas; e

os Comitês de Petróleo e Gás, de Jovens Lideranças da

Indústria e de Portos.

O presidente

Ricardo Alban

recebeu as

propostas

dos órgãos

consultivos

conselhos entregam planos de ação 2015

Page 22: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

22 Bahia Indústria

o Brasil não poderá crescer de forma sus-

tentada se não aumentar a produtividade,

no capital e no trabalho. A afirmação é do

ex-diretor executivo do Grupo Banco Mun-

dial, Rogério Studart, ao falar sobre tendências do

fluxo internacional de investimentos, no primeiro

dia de trabalhos do II Fórum de Oportunidades de In-

vestimento na Bahia, dia 13 de novembro. O evento é

realizado conjuntamente pelo Grupo de Líderes Em-

presariais (LIDE Bahia) e a Federação das Indústrias

do Estado da Bahia (FIEB).

Para Studart, se o país não conseguir alavancar

investimentos em infraestrutura e logística, e se não

melhorar o ambiente de negócios, proporcionando

mais transparência e segurança jurídica em suas po-

por rafael Pereira e cleber borges

lIde debateu desafios no ambiente de negócios do Brasiltemas como infraestrutura, investimentos estrangeiros e dívida pública estiveram na pauta do fórum de Oportunidades

líticas e normas, será engolido pe-

la crise internacional. “O que mais

me surpreende nas viagens ao ex-

terior é que o investidor estrangei-

ro ainda tem uma boa percepção

do Brasil, diferente, inclusive, da

percepção do investidor brasilei-

ro. Esse fenômeno representa uma

grande janela de oportunidades

lá fora e explica por que o inves-

timento direto externo no Brasil

tem aumentado, apesar dos nos-

sos problemas econômicos, como

o baixo crescimento e a inflação

alta”, avalia Rogério Studart.

Para o presidente da FIEB, An-

tônio Ricardo Alvarez Alban, o

Brasil passa por um processo de

desindustrialização, que também

afeta a Bahia, apesar dos recen-

tes investimentos em áreas como

energia eólica e em petroquímica

(polo acrílico, etc.). “Mas precisa-

mos atrair muito mais investimen-

tos”, afirma Alban, ao lembrar,

na abertura do evento, que sem a

indústria não há como se obter de-

senvolvimento sustentado.

Presente ao Fórum, o prefeito

de Salvador, Antonio Carlos Maga-

Page 23: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 23

WaltEr pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB

lhães Júnior, afirmou que os entes

federados (União, estados e muni-

cípios) devem trabalhar em con-

junto para superar os problemas

econômicos, investindo em infra-

estrutura e dando ao empresário

mais segurança jurídica. Isso, sem

abrir mão da responsabilidade fis-

cal, gastando menos com o estado

e mais com o cidadão. “Faço votos

de que o governador eleito (Rui

Costa) crie as condições para que

os empresários possam investir”,

afirmou ACM Neto.

dEBATESO primeiro dia do evento contou

com dois painéis de discussão. O

primeiro deles abordou as Perspec-

tivas de Desenvolvimento Regional

Diante do Fluxo de Investimento Ex-

terno. Além da palestra de Studart,

o painel contou também com uma

apresentação do diretor de negó-

cios do Banco do Nordeste, Paulo

Sérgio Rebouças Ferraro, que falou

a respeito das propostas e desafios

do desenvolvimento regional. Na

ção macroeconômica e com menos

potencialidades que ele. Essa des-

pesa com juros impede que sobre

dinheiro para o governo investir

mais em infraestrutura (hoje, ape-

nas 1,5% do PIB), ao tempo em que

o leva aumentar os juros.

A crítica partiu de Paulo Ra-

bello de Castro, presidente do

conselho de economia da Feco-

mércio/SP e do Lide Economia, no

segundo dia do Fórum (14.11). O

economista, que acaba de lançar

o livro O Mito do Governo Grátis,

defende reformas para amparar

o desenvolvimento econômico e

social.

Uma delas, descomplicar o

sistema tributário, oneroso para

o contribuinte, deixando apenas

cinco impostos, mas sem mexer

nas receitas da União, estados e

municípios, pois isso inviabiliza-

ria qualquer reforma tributária.

“Isso, por si, já daria ao Brasil até

dois pontos percentuais no cresci-

mento do PIB”, garante.

WORKShOPS E FEIRADurante a realização do Fórum,

foram promovidos workshops pa-

ra debater o contexto de alguns

segmentos estratégicos na Bahia.

Os temas dos workshops foram:

Cadeia Termoplástica, Portos,

Energia, Naval e Óleo e Gás, Agro-

negócios e Mineração. No final do

evento, foi realizado um painel

reunindo índices, os principais

problemas e as possíveis soluções

que estão surgindo em cada um

destes segmentos.

Nos dois dias de evento, tam-

bém foi realizada uma Feira de

Negócios, com o objetivo de abrir

espaço para que empresas de to-

dos os portes façam contatos com

potenciais investidores. [bi]

sequência, foi promovido um de-

bate com a presença do diretor pre-

sidente da Renova, Carlos Mathias

Becker Neto; do diretor presidente

da Veracel, Sergio Alipio; e do vice-

-presidente de relações institucio-

nais e desenvolvimento sustentá-

vel da Braskem, Marcelo Lyra.

Ações Promotoras do Desen-

volvimento na Bahia foi o tema do

segundo painel, apresentado pelo

presidente do IBMEC, Thomás Sá;

o secretário municipal de Desen-

volvimento, Cultura e Turismo,

Guilherme Bellintani; e o gerente

executivo de comércio exterior da

CNI, Diego Bonomo. Para debater

o tema, foram convidados o pre-

sidente do Conselho do Instituto

Baiano do Mercado de Capitais,

ACM Júnior; o diretor do Jornal A

Tarde, André Blumberg; e a repre-

sentante da ApexBrasil, Juliana

Alencar.

O Brasil gasta absurdos 5% do

PIB com juros da dívida pública,

um percentual muito acima do

que pagam países em pior situa-

Presidente da

FIEb, Ricardo

Alban, falou

na abertura

do evento

Page 24: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

24 Bahia Indústria

por rafael Pereira

os soteropolitanos podem

comemorar: o Teatro SE-

SI está, novamente, de

portas abertas. Após 14

meses fechado, em reforma, o es-

paço que já se tornou referência

no circuito cultural de Salvador

está ainda mais moderno e estru-

turado. Para celebrar, uma noite

cheia de apresentações culturais,

promovida pela FIEB, no dia 3 de

dezembro.

As apresentações foram condu-

zidas pelo ator Jackson Costa, que

levou seu espetáculo “Ser Criati-

vo é Estilo de Vida” para o palco

e convidou diversos artistas para

fazer parte da apresentação. Inte-

graram o show: Claudia Cunha,

Alexandre Leão, Cal Ribeiro, Die-

go Santana e Aderbal Duarte –

músicos que têm forte ligação com

o espaço, alguns deles revelados

pelo Programa Arte na Empresa,

do SESI. A cerimônia contou ainda

com projeções em vídeo, recital de

poesias, depoimentos de convida-

dos especiais e grafite, realizado,

ao vivo, pelo artista plástico De-

nissena.

Para Jackson Costa, essa mistu-

ra de artistas e a proximidade de-

les com o público traduz muito da

alma do Teatro do SESI, que cum-

pre o papel de ser um espaço alter-

nativo e de formação de plateia em

Salvador. “Além de promover esta

oportunidade para novos públi-

cos e novas produções, esse teatro

também proporciona uma apro-

ximação entre artista e público.

Na minha opinião, o SESI cumpre

esse papel e está para Salvador as-

sim como a Casa Lauro Alvim está

para o Rio de Janeiro”, comparou.

O presidente da FIEB, Ricar-

do Alban, expôs a satisfação da

Federação em proporcionar pa-

ra a cidade um equipamento tão

importante. “Cultura e arte são

imprescindíveis para qualquer

sociedade, qualquer civilização.

Revitalizamos o espaço para o

industriário e a sociedade sote-

ropolitana como um todo. É uma

honra participar dessa história”,

destacou.

O ESPAÇOInaugurado em 1997, o espaço

recebeu quase R$ 2 milhões em

investimentos para melhorar a

infraestrutura do espaço, com o

Artistas da

indústria e

Alexandre

Leão se

apresentaram

na reabertura

do espaço

cultural

teatro SeSI reabre após reforma

as obras envolveram o centro cultural, a administração, o teatro e a Varanda do sEsi

Page 25: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 25

fOtOs WaltEr pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB

Armando Neto,

Rosa Villas-

boas, Angélica

Ribeiro e

Ricardo

Alban; abaixo,

descerramento

da placa

inaugural

objetivo de proporcionar maior conforto aos usuá-

rios. O teatro oferece, agora, um total de 96 lugares,

incluindo vagas para cadeirantes. Com a requalifica-

ção, o teatro ganhou um sistema mais moderno de

ar condicionado e melhorias no camarim, na área de

produção e no palco externo.

O superintendente do SESI, Armando Costa Neto,

explicou que tudo foi planejado com muito cuidado.

“O teatro está no SESI, mas é um ativo da nossa ci-

dade que entregamos agora com uma qualidade de

infraestrutura muito melhor. Esta é uma contribuição

que o SESI dá para a nossa sociedade. Tudo aqui é

planejado com muito carinho, desde a parte estrutu-

ral até a pauta da casa, que conta com apresentações

de muita qualidade e importância fundamental para

nossa vida cultural”, pontuou.

No meio de tantas melhorias, um fator chamou

a atenção de Jackson Costa: a ocupação do antigo

casarão do Rio Vermelho pelo SESI, transformando-

-o em espaço cultural. O artista ressaltou que se as

pessoas olhassem para os casarões assim como o

SESI olhou, a cidade teria uma melhor conservação

do seu patrimônio arquitetônico, dando-lhe uma no-

va utilidade.

CUlTURA E QUAlIdAdE dE VIdAO SESI Rio Vermelho é um espaço de cultura aber-

to à comunidade, criado com o objetivo de fomentar

o acesso ao trabalhador da indústria a atividades cul-

turais e criativas. Segundo a gerente do SESI Cultura,

Angélica Ribeiro, “o espaço concentra projetos volta-

dos para o trabalhador da indústria, proporcionando

o contato destes profissionais com diversas lingua-

gens culturais”.

A programação retornou com o espetáculo Love,

um monólogo da atriz Cyria Coentro, e o Festival Que

Onda! Movimento Internacional da Cultura da Infân-

cia e Juventude, com mostras de artes cênicas, me-

sas redondas, oficinas e intercâmbio de experiências

educacionais exitosas, apresentadas por grupos do

Brasil, Espanha e Portugal.

A gerente do teatro, Rosa Villas-Boas, comemorou

o fato de o teatro reabrir com o Festival Que Onda! “É

uma grande alegria estarmos sediando, em parceria

com os consulados de Portugal e Espanha, este im-

portante evento que traz para a Bahia uma discussão

atual sobre a cultura voltada para a infância e a ju-

ventude”, pontua Rosa, comemorando o retorno das

atividades do centro cultural. [bi]

Page 26: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

26 Bahia Indústria

indicadorEs Números da Indústria

Queda da produção na BA é a maior do paíssomente são paulo se igualou à Bahia na redução da atividade industrial em setembro (-4,7% na taxa anualizada), de acordo com o iBgE

A taxa anualizada da produção física da indús-

tria de transformação da Bahia teve queda

de 4,7% em setembro de 2014, o terceiro mês

consecutivo de retração. Em agosto de 2014,

houve diminuição de 3,5% na produção do setor e, em

julho, de 2,3%. No ranking dos 14 estados que par-

ticipam da Pesquisa Industrial Mensal da Produção

Física-Reformulada*, seis apresentaram desempenho

positivo: Mato Grosso (4,3%), Goiás (2,6%), Pernam-

buco (2%), Pará (1,8%), Amazonas (1,4%) e Ceará

(1,3%). Os outros oito estados registraram resultados

negativos: além da Bahia (-4,7%), também São Paulo

(-4,7%), Rio de Janeiro (-4,1%), Paraná (-3,5%), Minas

Gerais (-3,3%), Espírito Santo (-2,2%), Rio Grande do

Sul (-1,8%) e Santa Catarina (-1,2%).

Na Bahia, dos 11 segmentos pesquisados, apenas

dois apresentaram resultados positivos: Refino de

Petróleo e Biocombustíveis (3,8%) e Produtos Quími-

cos (1,8%). Por outro lado, apresentaram retração os

segmentos de Veículos Automotores (-34,5%), Equi-

pamentos de Informática (-32,3%), Bebidas (-4,7%),

Metalurgia (-3,8%), Couro e Calçados (-3,6%), Celu-

lose e Papel (-2,5%), Minerais não Metálicos (-1,1%),

Borracha e Plástico (-0,7%) e Alimentos (-0,2%).

Na comparação de setembro de 2014 com igual

mês do ano anterior, a produção física da indústria

de transformação baiana apresentou queda de 5,1%.

Três dos 11 segmentos pesquisados apresentaram

resultados positivos: Produtos químicos (14,1%, au-

mento na produção de xilenos, benzeno e etileno

não-saturado), Couro e Calçados (4,6%) e Celulose e

Papel (0,4%). Apresentaram retração os segmentos:

Equipamentos de Informática (-46,5%, devido a pres-

sões negativas vindas das vendas de computadores

pessoais de mesa), Veículos Automotores (-45,5%,

pressionado pela menor fabricação de automóveis),

Metalurgia (-10,2%, com menor produção de barras,

perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre), Be-

bidas (-5,8%), Minerais não Metá-

licos (-4,9%), Borracha e Plástico

(-2,2%), Refino de Petróleo e Bio-

combustíveis (-1,3%, com redução

na produção de óleos brutos de pe-

tróleo; e de óleos combustíveis) e

Alimentos (-0,9%).

Tendo em conta o acumulado

dos primeiros nove meses de 2014,

em comparação a igual período

de 2013, verifica-se uma queda de

5,9% na produção da indústria

de transformação baiana. Tal de-

sempenho foi determinado pelo

resultado dos seguintes segmen-

tos: Equipamentos de Informática

(-41,4%, em razão da menor pro-

dução de computadores pessoais

de mesa – desktops – e portáteis

– laptops, notebook e tablets), Veí-

culos Automotores (-40,4%, com a

menor fabricação de automóveis),

Metalurgia (-5,9%, devido à menor

produção de barras, perfis e verga-

lhões de cobre e de ligas de cobre),

Couro e Calçados (-4,4%), Mine-

rais não Metálicos (-3,5%), Bebidas

(-1,7%), Celulose e Papel (-0,9%) e

Borracha e Plástico (-0,7%).

Por outro lado, houve expan-

são da produção nos segmentos

de Produtos Químicos (4,6%, com

gEn

til

Page 27: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 27

maior produção de ureia, amônia, polietileno de alta

densidade e misturas de alquilbenzenos ou de alqui-

lnaftalenos e hidróxido de sódio), Refino de Petróleo

e Biocombustíveis (2,3%, maior produção de óleo

diesel, óleos combustíveis e gasolina automotiva) e

Alimentos (0,2%).

De modo geral, os setores da indústria de trans-

formação do Brasil e da Bahia enfrentam, em 2014,

grandes dificuldades com o desaquecimento dos

mercados interno e externo. Em 2015, tudo indica que

a economia brasileira continuará desaquecida, com

o esperado aumento dos juros e a diminuição das

despesas públicas. No cenário externo, a tendência

é de baixo crescimento das principais economias, in-

cluindo EUA, Japão e União Européia.

Do ponto de vista estadual, o desempenho negati-

vo da indústria de transformação reflete: (i) a queda

do segmento de Automóveis (responsável por 8,3%

do VTI industrial, em 2012), por conta do mercado

nacional desaquecido, que gerou inclusive a neces-

sidade de se promover férias coletivas para ajuste

dos estoques, além do mercado externo em crise, es-

pecialmente na Argentina, principal importador dos

veículos brasileiros; (ii) Metalurgia (responsável por

4,2% do VTI industrial, em 2012), que enfrenta difi-

culdades com a queda dos preços internacionais das

commodities e o aumento dos custos com a energia;

(iii) segmento de Couro e Calçados (responsável por

3,0% do VTI industrial, em 2012), que registra resul-

tados negativos em virtude do crescimento dos cus-

tos locais de produção e o aumento da concorrência

com os produtos importados. [bi]

JAN

JUL

FEV

MA

R

AB

R

MA

I

JUN

AG

O

SET

OU

T

NO

V

DEZ

115

120

125

110

105

100

95

90

85

80

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2012 - 2014)

2012

20142013

* A partir de maio de 2014 tem início a divulgação da nova série da PIM-PF. A reformulação teve como objetivos: atualizar a amostra de atividades, produtos e informantes; elaborar uma nova estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes; adotar, na PIM-PF, as novas classificações, de atividades e produtos, usadas pelas demais pesquisas da indústria a partir de 2007 (CNAE 2.0); e produzir indicadores para aquelas Unidades da Federação que no ano de 2010 responderam por, pelo menos, 1% do Valor da Transformação Industrial e, também, para a Região Nordeste. A série reformulada tem início em janeiro de 2012 e sua implantação não implicou em total ruptura das séries históricas iniciadas em 2002, uma vez que essas foram encadeadas à nova, em termos regionais, nas atividades em que houve uma relativa aderência entre as duas séries.

bahia: pim-pf de setembro 2014

Indústria de Transformação -5,1 -5,9 -4,7

refino de petróleo e biocombustíveis -1,3 2,3 3,8

produtos químicos 14,1 4,6 1,8

veículos automotores -45,5 -40,4 -34,5

alimentos -0,9 0,2 -0,2

celulose e papel 0,4 -0,9 -2,5

Borracha e plástico -2,2 -0,7 -0,7

metalurgia -10,2 -5,9 -3,8

couro e calçados 4,6 -4,4 -3,6

minerais não metálicos -4,9 -3,5 -1,1

equipamentos de informática -46,5 -41,4 -32,3

Bebidas -5,8 -1,7 -4,7

Extrativa Mineral -9,0 2,5 2,1

VariaçãO (%)

SETORES SET14/SET13 JAN-SET14/ OUT13-SET14/ JAN-SET13 OUT12-SET13

Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI

Page 28: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

28 Bahia Indústria

Iel reafirma compromisso com a inovaçãoEvento comemorativo dos 45 anos da entidade reuniu especialistas para debater o tema e apontar desafios

por marta erhardt

Continuar fazendo o mesmo negócio é

cômodo, mas é preciso se adequar às

mudanças do mercado para não cair na

obsolescência”. O alerta do presidente do conselho

administrativo do Porto Digital, Silvio Meira, sobre

a importância da inovação para os negócios, foi feito

durante o evento de comemoração dos 45 anos do Ins-

tituto Euvaldo Lodi (IEL) na Bahia.

Especialista em Engenharia de Software, ele res-

saltou a necessidade de as empresas se adequarem às

mudanças tecnológicas, citando o caso da Kodak, que

perdeu mercado com o surgimento do filme digital.

Segundo ele, neste processo, “criatividade, inovação

e empreendedorismo são parceiros inseparáveis”.

O evento comemorativo foi realizado em 21 de ou-

tubro, no auditório da Federação das Indústrias do

Estado da Bahia (FIEB), e também contou com pales-

tra do diretor de Educação e Tecnologia da Confedera-

ção Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, que

traçou um cenário da indústria brasileira. Lucchesi

destacou que a defasagem educacional do Brasil afe-

ta a competitividade e deixou legados como baixa

produtividade, atraso tecnológico e baixos salários.

Diante deste cenário, Lucchesi esclareceu que a

inovação é fator fundamental para a melhoria da

competitividade. “A inovação une tecnologia e co-

nhecimento e é fundamental para a sobrevivência em

um mercado competitivo. Ela está

em nosso cotidiano, em todas as

atividades”, disse.

Empresários baianos, direto-

res da FIEB e representantes de

instituições parceiras estiveram

reunidos no auditório da Federa-

ção, para celebrar os 45 anos da

instituição. “O IEL é uma ferra-

menta importante para as metas

de interiorização e atendimento às

micro, pequenas e médias empre-

sas industriais atendidas pelo Sis-

tema FIEB”, ressaltou o presidente

da Federação, Ricardo Alban, que

também destacou a importância

da atuação do IEL para o adensa-

mento de cadeias produtivas e o

desenvolvimento de carreiras.

CUlTURA dA INOVAÇãOContribuir para a difusão da

cultura da inovação, colaborando

para que os empresários baianos

priorizem a temática, é um dos

desafios do IEL, apontado pelo

superintendente da instituição na

Bahia, Evandro Mazo. “Queremos

estar mais próximos das empre-

sas, principalmente no interior,

oferecendo soluções integradas”,

frisou.

O superintendente do IEL Na-

cional, Paulo Mol, destacou que

a gestão da inovação, um eixo

importante, desenvolvido recente-

mente dentro da instituição, con-

tribui para a competitividade da

indústria brasileira.

“O IEL está se modernizando

a partir das mudanças que acon-

tecem no mercado. Hoje vejo um

IEL mais voltado para a melhoria

da gestão empresarial, com foco

na melhoria da competitividade”,

disse, ressaltando que a diretriz

principal da instituição permane-

ce a mesma: ser o braço do sistema

indústria que faz o intercâmbio

entre a academia e o setor empre-

sarial.

O evento também contou com

a presença do superintendente do

Sebrae, Adhvan Furtado.

Page 29: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 29

ÂngElO pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB

Linha do Tempo ieL

Presidente do conselho

administrativo do Porto

Digital, Silvio Meira ministrou

palestra

1969 Euvaldo Lodi cria o IEL.

1977 Em dezembro de 1977 é promulgada a Lei 6.494, a Lei de Estágio. 1978 Os presidentes da CNI, Domício Velloso, e da FIEB, Fernando Almeida, investem para ampliar a autonomia do IEL/BA.

1980 O IEL/BA assina convênio com o Centro Industrial de Aratu para colaboração no estágio supervisionado.

1996 O IEL promove o Primeiro Seminário sobre Incubadoras de Empresas na Bahia e inaugura unidades em Vitória da Conquista e em Feira de Santana.

1997 O IEL lança o Fórum de Tecnologia da Bahia.

1998 O IEL cria a RETEC – Rede de Tecnologia da Bahia, para dar suporte às demandas tecnológicas e de inovação no estado. Lança o Prêmio Gestão Qualidade Bahia e Workshop de Interação Universidade Empresa. 1999 Realizada a 2ª edição do Prêmio Gestão Qualidade Bahia; o Fórum de Estágio da Bahia é implantado; realizado o II Workshop de Interação Universidade Empresa; e promovido o primeiro curso de extensão universitária “Formação de Novos Empresários e Dirigentes de Empresas”.

2002 Por meio de projeto elaborado e liderado pelo IEL/BA, foi inaugurada a primeira unidade da Rede Nacional de Tecnologia no Ceará, que depois foi replicada para Minas Gerais.

2003 O IEL firma contrato com a Veracel com o objetivo de identificar empresas baianas fornecedoras e intermedeia 5.486 estudantes em estágio.

2004 Lançamento do Programa IEL-CAPE (Capacitação de

Estudantes). Executado o Programa Parque Tecnológico de Salvador, em parceria com a Secti. Lançado o Prêmio Melhores Práticas de Estágio e criado o Programa da Qualificação de Fornecedores. 2005 Desenvolve o Procel Indústria – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica.

2007 Lançado o Manual de Boas Práticas de Estágio e o projeto Redes de Empreendedorismo. Formalizado o Estatuto da Rede Baiana de Incubadoras (RBI).

2008 O IEL/BA reativa o Progredir – Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial e implanta o Projeto ODI Bahia – Observatório de Desenvolvimento Industrial, com foco na cadeia de petróleo e gás. Leva a Feira de Estágio ao interior.

2009 Celebra uma década do Fórum de Estágio e realiza a 10ª Edição do Workshop de Estágio. Neste ano, é realizado o primeiro Encontro de Compradores e Fornecedores da Bahia.

2010 O IEL/BA alocou 23.514 estudantes em estágio durante o

ano, finalizando 2010 com 16.333 estagiários. Foi o Núcleo Regional que mais alocou estudantes em estágio no país.

2011 Consolidação do Projeto Aliança e o lançamento da Política Industrial da Bahia. Maior impulso à estratégia de interiorização das ações do Sistema FIEB.

2012 O IEL/BA consolida o Programa de Inovação para a Indústria Baiana, realiza seminários e apoia a divulgação da Olimpíada Baiana de Química e as etapas estaduais das Olimpíadas de Física e Matemática. Neste ano, o Instituto executa o Projeto Gestão da Inovação, em parceria com a CNI, Sebrae e Fapesb. O IEL inicia o desenvolvimento do Jogo da Inovação – JOIN.

2014 O atendimento do JOIN é expandido a Feira de Santana. A tecnologia é transferida para o IEL Pernambuco. A área de mercado do IEL capacita 44 colaboradores por meio do Jogo Desafio Atendimento em Rede, metodologia de gameficação. Firma parcerias com incubadas do Parque Tecnológico. Lança o Inova Talentos. [bi]

Page 30: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

30 Bahia Indústria

painel

baixo Sul na mira da FIEb A região do Baixo Sul da Bahia conta, atualmente, com mais

de 700 indústrias em atividade, segundo levantamento da

Associação Comercial e Empresarial/Câmara de Dirigentes

Lojistas de Valença. Estes números mostram o potencial da

região, que vem chamando atenção da FIEB como possível

vetor de desenvolvimento, dentro do seu programa de

interiorização. Por isso, a Federação marcou presença na 1ª

Expo Baixo Sul, evento promovido pela prefeitura de Valença,

entre os dias 20 e 22 de novembro. O vice-presidente da FIEB,

Edison Nogueira, enalteceu a iniciativa do município e

garantiu que a FIEB está à disposição para dar todo apoio que

a região precisar. “É um evento importantíssimo para o

desenvolvimento do Baixo Sul. Estamos mapeando as

potencialidades locais e, com certeza, vamos trabalhar para

atendê-las”, pontuou. O evento contou também com a

presença do vice-presidente da FIEB, Josair Bastos, e do

presidente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem do

Estado da Bahia e diretor da FIEB, Eduardo Gordilho.

Vice-presidente Edison Virgínio visita exposição em Valença

DiVUlgaçãO/lapp grOUp

bahia se destaca em publicação do ProcompiProjetos desenvolvidos

em empresas baianas

pelo IEL, por meio do

Programa de apoio à

Competitividade das

Micro e Pequenas

Indústrias (Procompi),

ganharam destaque em

publicações nacionais da

CNI. Os projetos, que

beneficiaram empresas

dos setores de

cosméticos, saneantes e

papel e celulose, foram

selecionados como

melhores práticas do

programa no Brasil.

A CNI destacou em suas

publicações os casos de

sucesso em inovação e

produtividade,

sustentabilidade e

associativismo, temas

estratégicos

disseminados junto às

empresas pelo programa.

O Procompi é uma ação

conjunta da CNI e do

Sebrae. Na Bahia, 170

empresas já foram

beneficiadas.

Polo Cidadania realiza seis mil atendimentos • A edição

2014 do Polo Cidadania reafirmou mais uma parceria entre o

SESI, por meio da Unidade de Reponsabilidade Social, e o Comitê

de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic). Realizada na Praça da

Simpatia, no dia 22 de novembro, o evento ofereceu à

comunidade um dia de mobilização social com a oferta de 40

serviços. O Polo Cidadania ocorreu dentro da Semana Global do

Empreendedorismo – SGE. O evento é apoiado por indústrias

como Braskem, Monsanto, Cetrel, Dow, Petrobrás, Basf, BSC,

Ultra Cargo, Bahia Norte, entre outras.

SESI implanta Ensino Articulado no interiorO Serviço Social da Indústria

(SESI) vai ampliar a oferta de

vagas no Ensino Médio

Articulado com Educação

Profissional (Ebep) nos

próximos anos. Dentro dessa

meta, já no ano letivo de 2015

serão oferecidas 300 vagas

para novos alunos, em

Salvador e no município de

Luís Eduardo Magalhães, na

região oeste. O

superintendente, Armando

Costa Neto, explica que o

SESI Bahia está iniciando um

novo ciclo de expansão do

Ebep, levando esta

tecnologia de referência em

educação criada pelo SESI

para os principais polos

industriais fora da Região

Metropolitana de Salvador. A

implantação do Ebep

também amplia a parceria

com o Serviço Nacional de

Aprendizado Industrial

(SENAI) visando uma melhor

preparação dos futuros

técnicos para a indústria.

Em Salvador, a unidade do

SESI Itapagipe, também

passará a ofertar o Ensino

Médio.

rOBErtO aBrEU/COpErphOtO/sistEma fiEB

Page 31: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 31

Encontro reuniu em brasília líderes da indústria nacional

marCOs BranDãO/COpErphOtO/sistEma fiEB

Técnicos do NagI/PE conhecem metodologia do JOIN

JOIN é replicado em PernambucoDesenvolvido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) da Bahia, o

Jogo da Inovação (JOIN) está sendo levado para Pernambuco.

A transferência de tecnologia é fruto de uma parceria entre o

IEL Bahia e o Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação (NAGI/

PE), coordenado pelo IEL de Pernambuco e pelo Porto

Digital.“Levar o JOIN para outro estado nos sinaliza que existe

demanda para este tipo de tecnologia, diferenciada e de

linguagem fácil, que pode ser utilizada por empresas de todos

os portes”, ressalta a gerente de Inovação e Projetos Especiais

do IEL, Fabiana Carvalho. Mais de 40 empresas baianas já

adotaram a solução JOIN, elaborada para sistematizar a

gestão da inovação. Dezoito técnicos do NAGI/PE participam

da capacitação, que engloba 180 horas com atividades

presenciais e é ministrada pela coordenadora de conteúdo do

JOIN, Ana Pires.

DiVUlgaçãO

9º Encontro Nacional da IndústriaA FIEB esteve presente na edição 2014 do Encontro Nacional

da Indústria (ENAI), realizado pela CNI, dias 5 e 6 de

novembro, em Brasília. Este ano, o evento teve como tema O

que a indústria brasileira espera do governo nos próximos

quatro anos. Empresários e líderes de entidades de

representação da indústria discutiram questões como

produtividade, reforma tributária, infraestrutura e relações

do trabalho. Para a CNI, a agenda tributária, a modernização

das leis trabalhistas e o aumento dos investimentos em

infraestrutura devem ser prioridades para o novo governo. A

comitiva da FIEB contou com 49 participantes, entre

presidentes de sindicatos, gestores e executivos.

Portas abertas para o Mundo SENAIUnidades do SENAI de

todo o Brasil abriram as

portas, nos dias 21 e 22

de novembro, para

mostrar seus serviços

para a comunidade. Nos

dois dias foi realizada a

6ª edição do Mundo

SENAI, ação que busca

apresentar para

empresários, estudantes

e demais interessados na

temática industrial um

pouco do trabalho que o

SENAI desenvolve em

áreas como educação

profissional, inovação e

serviços técnicos e

tecnológicos.

Na Bahia, 11 unidades

participaram da ação,

realizando, ao todo, 123

minicursos, 25 oficinas,

204 palestras e nove

workshops.

Estudantes do SENAI recebem Prêmio TheoPrax 2014 Na programação do Mundo

SENAI, um momento para

reconhecer os trabalhos

inovadores dos estudantes da

casa, com o Prêmio TheoPrax

2014. Na modalidade cursos

técnicos, os vencedores

foram os estudantes de

Química do SENAI Feira de

Santana, que desenvolveram

um projeto para reduzir a

carga de amido da água

utilizada na linha de

produção de uma fábrica de

caixas de papelão. Entre os

projetos da graduação, a

equipe formada por

estudantes do curso de

Sistemas Automotivos ficou

com o primeiro lugar, após

projetar e fabricar a

carenagem de um veículo

que participará da Fórmula

SAE - competição automotiva

nacional promovida pela

Sociedade dos Engenheiros

Automotivos.

Page 32: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

32 Bahia Indústria

O FGTS e o novo entendimento do STF sobre o prazo prescricional

jurídico

por rafaela borges samPaio

O Supremo Tribunal Federal (STF),

em 13/11/14, revisou seu entendi-

mento com relação ao prazo pres-

cricional para recuperação de valo-

res não recolhidos ao Fundo de Ga-

rantia do Tempo de Serviço (FGTS),

reduzindo-o de 30 para 5 anos.

O FGTS foi instituído pela Lei

nº 5.107/66, para substituir a in-

denização pelo tempo de serviço

e a estabilidade que possuía o em-

pregado com mais de dez anos no

mesmo emprego. Em paralelo, foi

criada a multa pela dispensa do

empregado sem justa causa.

Inicialmente, tal modificação

não foi compulsória, podendo

aderir a ela apenas os empregados

interessados. Com o advento da

Constituição Federal (CF) vigen-

te, o FGTS passou a ser aplicado a

todos os trabalhadores, desde que

respeitado o direito dos estáveis.

O instituto, hoje regido pela

Lei nº 8.036/90, é compreendido

pelo recolhimento compulsório

mensal pelo empregador de, em

regra, 8% da remuneração paga

ou devida aos trabalhadores, para

a conta vinculada de cada um de-

les. Os valores depositados não se

limitam apenas a indenizar o tra-

balhador pela dispensa sem justa

causa, o titular também poderá

obter o montante nas diversas si-

tuações definidas no art. 20 da Lei

nº 8.036/90.

Apesar de haver discussões na

doutrina em relação à natureza

jurídica do FGTS, mesmo após o

advento da CF/88, o STF e o Tri-

bunal Superior do Trabalho (este

último através da Súmula 362)

mantinham o entendimento de

que o prazo prescricional para que

os trabalhadores pudessem exi-

gir os valores não depositados do

FTGS seria trintenário, conforme

art. 23 da Lei 8.036/90, observado

o limite de 2 anos após o término

do contrato de trabalho.

A inovação é que o STF revisou

seu posicionamento, sob o argu-

mento de que os valores devidos

ao FGTS são créditos resultantes

das relações de trabalho e que,

para tanto, deveria ser aplicável

o prazo quinquenal estabelecido

no art. 7º, XXIX, CF – 5 anos, até o

limite de 2 anos após o término do

contrato de trabalho –, não poden-

do, segundo o Supremo, Lei Ordi-

nária versar em sentido contrá-

rio. Também foi dito que o prazo

trintenário seria desarrazoado e

atentaria contra a necessidade de

segurança nas relações jurídicas.

Entendeu o Supremo que o pra-

zo de 5 anos deverá ser aplicado

para os casos cujo termo inicial da

prescrição ocorra após a data do

julgamento. Para as situações cujo

prazo esteja em curso, aplicar-se-á

o que ocorrer primeiro, o prazo de

30 anos, contados do termo inicial

ou o prazo de 5 anos, contados da

decisão.

A decisão em comento restrin-

girá direito dos trabalhadores, no

entanto, poderá vir a garantir uma

maior segurança jurídica aos em-

pregadores.

Protesto Extrajudicial das Certidões de Dívida AtivaPor meio da Portaria

Conjunta nº 270 da

Procuradoria Geral

Municipal/Secretaria

Municipal da Fazenda de

Salvador, publicada no dia 21

de novembro de 2014, foi

disciplinada a utilização do

protesto extrajudicial de

Certidões de Dívida Ativa

(CDA), estabelecendo que as

CDA’s do Município de

Salvador poderão ser

encaminhadas para protesto

extrajudicial por falta de

pagamento, escolhidas de

acordo com critérios a serem

estabelecidos em conjunto

pela Procuradoria-Geral do

Município e pela Secretaria

Municipal da Fazenda.

Seguro-garantia é incluído na Lei de Execução Fiscal Foi publicada, no dia 14 de

novembro de 2014, a Lei

Federal nº 13.043, fruto da

conversão da Medida

Provisória nº 651/14, que

promoveu diversas alterações

na legislação tributária

federal, com destaque para a

inclusão do seguro-garantia

entre as modalidades

previstas na Lei de Execuções

Fiscais, ao lado do depósito e

da fiança. A norma tratou,

também, dentre outros

temas, da reinstituição do

Reintegra, da reabertura do

Refis e das hipóteses de

desoneração definitiva da

folha de pagamento.

Rafaela borges Sampaio é advogada da Gerência Jurídica da FIEB

Page 33: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

Bahia Indústria 33

idEias

por evandro mazo

Uma opinião dominante sobre de-

senvolvimento econômico é que

a industrialização se apresenta

como condição para o desenvolvi-

mento do país. A assertiva deixa

de ser plena quando não ocorre a

integração da cadeia de valor.

O mapa da industrialização

está em constante mudança, sen-

do orientado pelas empresas que

controlam as cadeias de valor. A

indústria que deixou, em um pas-

sado recente, os países desenvol-

vidos em busca principalmente de

mão de obra de baixo custo, come-

ça a fazer o caminho de volta. A

automatização dos processos pro-

dutivos, a proximidade dos cen-

tros de pesquisas e dos fornece-

dores e a mão de obra qualificada,

garantem o diferencial que susten-

ta a competitividade – a inovação.

Quando o processo de indus-

trialização é potencializado por

politicas públicas que fomentam o

adensamento produtivo, os efeitos

positivos são maiores, impulsio-

nando o PIB (produto interno bru-

to) e o desenvolvimento local.

Países em desenvolvimento

têm participado da lógica de pro-

dução em atividades de baixo va-

lor agregado, a exemplo, da pro-

dução, montagem e distribuição.

Já funções de alta agregação de

valor como P&D, design, marcas

e serviços sofisticados, estão con-

centrados nos países industriali-

zados, que, não por acaso, contro-

lam as cadeias de valor.

A interação entre o setor indus-

trial e o setor de serviços é funda-

mental no processo de integração

Qual a indústria que o Brasil e a Bahia precisam

da cadeia de valor, resultando em

introdução de novas tecnologias,

inovações e produção de bens in-

dustriais de mais alto valor agre-

gado. Essas sofisticadas relações

entre a indústria e os serviços ca-

racteriza a indústria do futuro. Pa-

ra exemplificar, o iPad é um pro-

duto industrial, mas 93% do seu

valor é composto por serviços co-

mo softwares embarcados, marca

e design. Apenas 7% do seu valor

é resultante de transformação in-

dustrial. No entanto, um não exis-

tiria sem o outro. A combinação

do produto, resultante da trans-

formação industrial com serviços

agregados, se apresenta como

uma relação de mútua dependên-

cia para criar valor. Esse exemplo

destaca uma das características

da moderna atividade industrial.

Na era do conhecimento, o que

importa é o que e como fazemos

as coisas; a capacidade de criar e

de agregar valor na relação com

os clientes. Nesse contexto, o pa-

ís tem que concentrar esforços no

desenvolvimento do conhecimen-

to – educação, empreendedorismo

e inovação – e nas oportunidades

de aprendizado, incorporando o

conhecimento de terceiros.

Estabelecer acordos de coope-

ração com países que possuem

importantes centros de pesquisa

e desenvolvimento de tecnologias

e com cultura empreendedora po-

derá gerar um circulo virtuoso de

trocas e, certamente, acelerará o

desenvolvimento tecnológico e a

formação do profissional do futu-

ro. O importante é buscar alianças

no intuito de dar saltos de inova-

ção e crescimento sustentável.

Evandro Mazo,

Superintendente

do IEL-BA

o instituto euvaldo lodi da Bahia tem o importante papel de apoiar as empresas, do ponto de vista da gestão, para se inserirem nas cadeias produtivas locais. temos experiência bem-sucedida no planejamento e na execução do programa de Qualificação de Fornecedores (pQF)

“O Brasil precisa ter uma políti-

ca ampla de apoio à inovação, com

menos tributação, juros negativos

e mais subvenção. A indústria que

o país precisa tem que ser forte e

competitiva, promovendo inova-

ção em seus processos, produtos,

marketing e no modelo organiza-

cional. Se reinventar constante-

mente é preciso.

Por fim, o progresso econômico

depende da criatividade, inovação

e trabalho coordenado e articula-

do entre todos – instituições, go-

verno e empresários.

Neste sentido, o Instituto Eu-

valdo Lodi (IEL) da Bahia tem o

importante papel de apoiar as em-

presas, do ponto de vista da ges-

tão, para se inserirem nas cadeias

produtivas locais. Nesse quesito,

temos experiência bem-sucedida

no planejamento e na execução

do Programa de Qualificação de

Fornecedores (PQF), inserção de

jovens talentos na indústria, pelo

estágio, além do apoio a empresas

na implantação da gestão da ino-

vação, por meio do jogo da inova-

ção (JOIN). [bi]

Page 34: Revista Bahia Indústria Novembro/Dezembro 2014

livros

leitura&entretenimento

Pensar diferenteOs autores ensinam a pensar de maneira

pouco convencional na hora de tomar

decisões e analisar qualquer assunto.

Utilizando-se de dados e informações, os

autores mostram a maneira mais objetiva

para resolver os problemas enfrentados no

dia a dia. É uma leitura interessante, para

aqueles que desejam aprender o que

significa pensar como um Freak, tanto em

questões simples, até como conseguir

realizar as reformas mundiais mais

complexas e importantes.

Vai que dáComo uma mensagem de otimismo, Vai que

dá é um livro que transmite o espirito dos

empreendedores de sucesso. Mostrando

toda uma paixão e força de vontade,

através de mentores que acompanharam os

desafios e a origem de dez empresários que

estão movimentando o Brasil. Nestas

histórias, é revelado que não há um trilho

definido para o sucesso que possa ser

explicado em teorias ou manuais. O livro é

uma leitura quase que obrigatória para

aqueles que querem se inspirar.

Pense como um FreakSteven d. Levitt e Stephen J. dubner record, 252 p.R$ 42

#VqD – Vai que dáorganizador: Joaquim Castanheira Portfolio-Penguin, 248 p.R$ 29,90

Alexandre Leão na varandaO cantor e compositor baiano Alexandre Leão retoma a parceria

de longa data com o Teatro SESI Rio Vermelho e inicia nova

temporada na Varanda do centro cultural. Acompanhado de

sua banda, o músico apresenta repertório dançante, que mescla

canções autorais, como Pop Zen, Olhos de Gude, Mulheres

Gostam e Minha Palavra, com releituras de clássicos da música

baiana e brasileira. O artista, que se apresenta Varanda do SESI

há quase 10 anos, gravou no espaço o primeiro DVD de sua

carreira. Intitulado O Teatro e o Baile, o DVD contou com

participações especiais de Margareth Menezes, Saulo

Fernandes, Lazzo Matumbi e Armandinho.

DEBOra 70/DiVUlgaçãO

Noite de amor e poesiaDepois de quase um ano fechado para reforma, o Teatro SESI

Rio Vermelho traz para os soteropolitanos o monólogo LOVE,

estrelado pela atriz Cyria Coentro. O espetáculo, que tem

direção do ator e diretor Jackson Costa e roteiro de Elisa

Lucinda, revela, a partir de poemas de diversos autores,

inúmeras situações envolvendo sentimentos e emoções

vividas pelo ser humano nas suas relações amorosas. A

palavra em forma de poesia falada – e não declamada – é o

lastro de Love, e o amor é quem conduz a personagem pelo

labirinto das relações, capaz de abrir janelas e portas para

novas perspectivas.

não perca Teatro SESI, sab e dom, 20h. Até 21.12. Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Gratuito para Industriários

não perca Teatro SESI Rio Vermelho, todas as sextas, às 22h15. Rua Borges dos Reis, 09, Salvador, Rio Vermelho. R$ 20 (inteira)

teatro

música

34 Bahia Indústria

ValtEr pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB

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Bahia Indústria 35

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FORMATURA DA TURMA DE EDUCAÇÃODE JOVENS E ADULTOS A DISTÂNCIA DO SESIO SESI tem orgulho de anunciar essa grande conquista. Uma iniciativa pioneira no Estado da Bahia que possibilita acesso ao conhecimento através do uso das tecnologias da informação e comunicação. A metodologia utilizada proporciona um ensino de qualidade para trabalhadores da indústria e seus dependentes. Parabéns a todos os formandos. Que esta seja a primeira das inúmeras realizações que ainda estão por vir.