revista adventista julho 2012

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Capa: Deus me ajudou a perdoarA missão de pastorear jovens na era pós-modernaParábolas de JesusAções contra o cigarro

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    Adventista.Revista .Julho 2012

    Relato pessoal da nica sobrevivente da tragdia que vitimou uma famlia missionria

    Deus me ajudou a perdoar

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    21 Por um mundo melhorIgreja promove aes contra o cigarro e em favor da natureza

    6 Mensagem relevanteRanieri Sales fala sobre a misso de pastorear jovens da era ps-moderna

    16 Mtodo incomparvelAs parbolas representam um tero dos ensinos de Jesus nos evangelhos sinticos

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    Rubens LessA editor da

    Revista Adventista.

    rubens.lessa@ cpb.com.br

    Dan

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    livei

    ra

    editorial Rubens Lessa

    empecilhos

    Deus quer remover

    o entulho que impede

    a obra de reavivamento e

    reforma

    A estrada da vida crist expe os caminhantes a vrios de-safios: sofrimento, desprezo, renncia e sacrif cio. Diante desses obstculos, muitas pessoas desis-tem da caminhada, ao passo que a Bblia descreve essas dificuldades como fato-res de crescimento: Meus irmos, con-siderem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provaes, pois

    2. Orgulho Santo Agostinho disse: O orgulho no grandeza, mas inchao. O que est inchado pa-rece grande, mas no tem sade. Quem se orgulha de talentos, cargos e posies no pode receber o Es-prito Santo. Diz a Bblia: Tenham uma mesma ati-tude uns para com os outros. No sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posi-o inferior. No sejam sbios aos seus prprios olhos (Rm 12:16, NVI). Certa vez, Ellen G. White exclamou: Ai, que orgulho prevalece na igreja, que hipocrisia, que engano, que amor ao vesturio, frivolidade e ao di-vertimento, que desejo de supremacia! (Ibid., p. 125).

    3. Poder Um dos grandes obstculos re-cepo do poder divino o apego ao poder hu-mano. Lamentavelmente, o Esprito Santo tem es-barrado nessa muralha. Os que gostam de mandar no esto capacitados para amar. Com muita pro-priedade, algum afirmou: Quanto mais manda-mos, menos amamos; quanto mais amamos, me-nos mandamos. A igreja no lugar para pessoas mandonas, mas para servos abnegados. perigoso exercer poder sem o poder celestial.

    4. Mundanismo Por falta de entrega total ao poder do Esprito Santo, est-se desenvolvendo en-tre ns uma gerao papel-carbono: tudo se copia. Muitos incorporam os costumes do mundo na m-sica, no vesturio, no estilo de vida. s vezes, no se v nenhuma distino, porque a linha divisria se perde na mistura.

    Ellen White pergunta: meus irmos, vocs en-tristecero o Esprito Santo e daro lugar a que Ele Se afaste? Deixaro fora o bendito Salvador, por no es-tarem preparados para Sua presena? (Ibid., p. 126).

    Algumas vezes, os quatro empecilhos mencionados acima ficam ocultos sob um falso manto de piedade!

    Diante desse cenrio, procuremos um lugar parte e abramos o corao a Deus. Peamos a Ele que remova de nossa vida o orgulho, a ambio de poder, a discrdia e o mundanismo. No nos con-tentemos com a religio do faz-de-conta. Permita-mos que o Esprito Santo realize uma obra extraor-dinria em nossa vida. A reforma no trar o bom fruto da justia a menos que seja ligada com o rea-vivamento do Esprito (p. 128).

    No permitamos que a chama da espiritualidade se apague. Pela graa de Deus, saiamos das cinzas do indiferentismo a fim de brilhar por Jesus no lar, na igreja e na comunidade!

    vocs sabem que a prova da sua f produz perseve-rana (Tg 1:2, 3, NVI).

    Por outro lado, h empecilhos que devem ser removidos o quanto antes, sob pena de continuar comprometida a maior e mais urgente de todas as nossas necessidades: reavivamento da verdadeira piedade (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 121).

    Aps a assembleia de Atlanta, realizada em ju-lho de 2010, os lderes adventistas comearam a fa-lar sobre a necessidade de reavivamento e reforma. Essa iniciativa foi vista como uma luz no fim do tnel. Mas, decorridos quase dois anos, o cenrio espiritual da igreja parece no ter mudado muito. Mesmo assim, h sinais de que uma parcela de l-deres e membros da igreja est buscando o poder do alto. Isso motivo de alegria. Contudo, precisa-mos estar atentos seguinte advertncia de Ellen G. White: No h coisa alguma que Satans tema tanto como que o povo de Deus desimpea o ca-minho mediante a remoo do obstculo, de modo que o Senhor possa derramar Seu Esprito sobre uma igreja debilitada e uma congregao impeni-tente (ibid., p. 124).

    Temos ainda muitos obstculos a vencer, os quais fazem com que a maioria dos professos seguido-res de Cristo continue como ossos secos (Ez 37) no vale laodiceano. constrangedor escrever so-bre esse tema, mas o senso do dever fala mais alto.

    1. Divises Divises, e at amargas dissen-ses que infelicitariam qualquer comunidade mun-dana, so comuns nas igrejas, porque h pouco es-foro para controlar os sentimentos errneos e re-primir toda palavra de que Satans se possa apro-veitar (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 123). Algum poderia dizer: Ellen G. White descreve aqui uma situao que no mais existe. Mas o que ela diria sobre a condio da igreja hoje?

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    Deus me ajudou a perdoarJovem brasileira mostra como conseguiu perdoar o assassino de sua famlia.

    Melissa Otoni de Paiva

    Gotas ou chuva torrencial?A igreja precisa da chuva serdia para finalizar a obra de pregao do evangelho.

    Lus Alexandre Aliboni

    Mtodo incomparvelSeis regras bsicas para a interpretao das parbolas de Jesus.

    Fbio dos Santos

    Travesseiro de pedraEm todas as circunstncias, o Senhor est perto de Seus filhos.

    Josimar Rios Oliveira

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    sees 2 Editorial 3 O Leitor Opina / Cartas 4 Mensagem Pastoral 6 Entrevista 15 Boa Pergunta 18 Espao Jovem 21 Notcias 38 Reflexes

    D sua opinio: De que modo o estrelismo se apresenta em nosso meio?

    Os cantores de nossa igreja devem ser chamados de artistas?

    Segundo o dicionrio Web, artista a pessoa que exerce uma das belas artes; que exerce um of cio com gos-to; que interpreta uma obra musical, teatral, cinematogrfica, coreogrfi-ca; artificioso, manhoso.

    A palavra artista est relacionada ao termo hypcritan, que significa mostrar aos outros uma pessoa que voc no ; convencer os outros por intermdio de gestos, aes e pala-vras no verdadeiros. Apropriada-mente o pastor Erton escreveu na Mensagem Pastoral da RA (maio): Ainda somos uma igreja que v a msica como um meio de adorao e transmisso da mensagem divina e, por isso, no buscamos refern-cias seculares para inspirar aquilo que sagrado.

    Paulo Roberto dos SantosHortolndia, SP

    Na minha opinio, os cantores de nossa igreja no devem ser chama-dos de artistas porque o foco deles tem que estar no ministrio e no na venda de discos.

    Antnio de Souza MattosAlto Jequitib, MG

    CARTAsJoias

    Parabns pelo excelente artigo O valor simblico das joias (RA-junho), escrito por Vanderlei Dorneles. De

    maneira clara e objetiva, o texto abor-da os pontos principais de motivao para o no uso de joias em nossa igreja.

    Artigos como esse so muito im-portantes para que tenhamos subs-dios (referncias bblicas, informa-es) no momento de testemunhar e dar orientaes sobre esse assun-to to delicado.

    Oscar M. VarasSo Caetano do Sul, SP

    EntrevistaMuito oportuna e esclarecedora

    a entrevista realizada com o pastor Amin Rodor, na Revista Adventis-ta de junho. Adquiri o livro O In-comparvel Jesus Cristo, da autoria do pastor Rodor, o qual foi editado pela Unaspress. Excluindo a Bblia Sagrada e o Esprito de Profecia, para mim, at o momento, no exis-te obra mais significativa em lngua portuguesa que aborde com coern-cia bblica a questo da natureza de Cristo e suas consequncias para a justificao e santificao pela f.

    Joo Antnio de Almeida (Jama)Tatu, SP

    Revista Adventista dif cil expressar quanto me sin-

    to feliz e abenoado por ser assinan-te da Revista Adventista h mais de seis anos! Cada vez que algum batizado em minha igreja, indico a RA para esse novo irmo. Aproveito para contar a ele como a revista me ajudou no incio da minha vida cris-t e continua me ajudando at hoje.

    Rodrigo NogueiraXapuri, AC

    Pregar e viverLouvado seja Deus por usar Seus

    servos escolhidos para nos exortar com mensagens como a do artigo Pregar e Viver (RA-maio).

    Dany CasaleJa, SP

    Parabenizo o pastor Erton Kh-ler pela mensagem pastoral da RA de maio, Pregar e viver. Precisamos de mais pastores com coragem para falar o que ns no queremos ouvir. Precisamos de pastores que digam o que lcito e o que no . Precisa-mos de pastores que no deixem o relativismo tomar conta de sua con-gregao.

    Janete VianaRibeiro Preto, SP

    Excelente a Mensagem Pasto-ral intitulada Pregar e Viver (RA- maio). O texto demonstra a viso correta de um lder que est preo-cupado no somente em evangeli-zar multides, mas, acima de tudo, em elevar o nvel espiritual do reba-nho, metas que constituem a mis-so da Igreja, responsvel pela ma-nuteno inaltervel dos orculos eternos de Deus.

    Tambm merece referncia o ins-pirado Editorial de Rubens Lessa, A fora da coerncia, publicado na mesma edio. Destaco a seguin-te frase: Algumas pessoas abando-nam a igreja no por causa de ver-dades ditas, mas por causa de ver-dades no vividas.

    Edio Oliveirapor e-mail

    Escreva para: Revista Adventista O Leitor Opina: Caixa Postal 34 18270-970 Tatu, SP, ou [email protected]

    As cartas publicadas no representam necessariamente o pensamento da Revista.

    O Leitor Opina

    n 1250 Julho, 2012 Ano 107

    www.revistaadventista.com.br

    Pu bli ca o Men sal ISSN 1981-1462

    rgo Ge ral da Igre ja Ad ven tis ta do S ti mo Dia no Bra sil. De di ca do Pro cla ma o da F que uma vez foi

    en tre gue aos san tos.

    Aqui est a pa cin cia dos san tos: Aqui es to os que guar dam os man da men tos de Deus e a f de Je sus.

    Apoc. 14:12.

    E di torRu bens S. Les sa

    E di to res As so cia dosPaulo Roberto Pinheiro, Marcos De Benedicto,

    Sueli Oliveira, Francisco Lemos, Zinaldo Santos, Ivacy F. Oliveira, Michelson Borges, Diogo Cavalcanti,

    Neila D. Oliveira, Guilherme Silva, Andr Oliveira Santos, Mrcio Nastrini, Nerivan Silva, Wendel Lima,

    Adriana Teixeira e Alex Machado.

    Co la bo ra do resTed Wilson, Erton Khler, Magdiel Prez, Marlon Lopes,

    Edson Rosa, Domingos Jos de Souza, Geovani Souto Queiroz, Gilmar Zahn, Helder Roger Cavalcante Silva, Leonino Santiago, Marlinton Lopes e Maurcio Lima.

    Projeto GrficoLevi Gruber

    Foto da Capa Karen Savignon

    CA SA PU BLI CA DO RA BRA SI LEI RAEdi to ra dos Adventistas do Stimo Dia

    Ro do via Es ta dual SP 127 km 106Cai xa Pos tal 34; CEP 18270-970 Ta tu, So Paulo

    Fone (15) 3205-8800 Fax (15) 3205-8900

    SERvIO DE ATENDIMENTO AO CLIENTELIGuE GRTIS: 0800 9790606

    Segunda a quinta, das 8h s 20hSexta, das 7h30 s 15h45 / Domingo, das 8h30 s 14h.

    Diretor Ge ralJos Carlos de Lima

    Diretor FinanceiroEdson Erthal de Medeiros

    Re da tor-Che feRu bens S. Les sa

    Ge ren te de ProduoReisner Martins

    Ge ren te de Ven dasJoo vicente Pereyra

    Chefe de Ex pe di oEduardo G. da Luz

    Chefe de ArteMarcelo de Souza

    As no t cias para a re vis ta do ms se guin te de vem es tar na Re da o at o dia 10. No se de vol vem ori gi nais,

    mes mo no pu bli ca dos.

    E xem plar Avul so: R$ 3,15. Assinatura: R$ 37,80.

    N me ros atra sa dos: Pre o da l ti ma edi o. A Edi to ra s se res pon sa bi li za pe las as si na tu ras an ga ria das por

    re pre sen tan tes do SELS Ser vi o Edu ca cio nal Lar e Sa de.

    Todos os direitos reservados. Proibida a reproduo total ou parcial, por qualquer meio, sem prvia autorizao escrita do autor e da Editora.

    5843/26719Ti ra gem: 20.500

    em agosto

    Reserva perigosa O culto paralelo

    de Mitras

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    eRTOn KhLeR presidente

    da Diviso Sul-Americana.

    Anse

    l Oliv

    er

    Mensagem Pastoral erton Khler

    Reavivados por sua Palavra

    esse projeto um chamado

    para buscarmos as coisas do

    alto

    no dia 17 de abril deste ano, a igreja mundial lanou o pro-jeto Reavivados por Sua Pa-lavra. O movimento desti-nado a unir toda a famlia adventista ao redor da leitura da Bblia. As estatsticas estimam que h cerca de 17 milhes de membros em 204 pases. Voc j imagi-nou todos lendo um mesmo captulo da Bblia por dia, at a concluso do projeto

    de nossa vida espiritual est na proporo exata do lugar que a Bblia ocupa em nossa vida e em nossos pensamentos. Fao esta declarao com base na ex-perincia de cinquenta e quatro anos.

    Alm de ser o primeiro passo para qualquer mo-vimento de reavivamento, a Palavra de Deus tam-bm aponta claramente o caminho para a reforma e oferece o poder para que isso acontea.

    Ao mesmo tempo, Reavivados por Sua Palavra um movimento que une a igreja ao redor do mesmo propsito, apesar de to dividida por pases, idio-mas, etnias e culturas. A unidade da igreja pr-requisito para o derramamento do Esprito Santo por meio da chuva serdia.

    Esse sentimento de unidade ao redor da Bblia tem sido reforado cada dia atravs das redes so-ciais na internet. Muitos dos que esto participando leem o texto bblico e compartilham as impresses no Twitter. Atravs de uma mensagem com apenas 140 caracteres, pode-se oferecer uma riqueza de li-es e comentrios sobre o captulo do dia. Se voc j est no Twitter, pode acompanhar os coment-rios pela tag #rpsp. Se ainda no conhece essa rea-lidade, experimente-a. Todos os dias fao coment-rios no meu Twitter pessoal: @prertonkohler e re-passo comentrios de outros que esto envolvidos na mesma jornada. Para mim, a leitura da Bblia est sendo enriquecida pelo fato de saber que estamos juntos cada dia, a cada passo, compartilhando pon-tos de vista e lies especiais.

    Voc pode conhecer mais sobre o projeto, in-cluindo vdeos no site www.reavivamentoereforma.com, mantido pela igreja em portugus e www.re-avivamientoyreforma.com, em espanhol. No dia 16 de julho, vamos comear a leitura do livro de Lev-tico e o vdeo especial estar disponvel.

    Quero convidar voc a fazer parte desse grande movimento. A exemplo de Maria, escolha a boa parte (Lc 10:42) cada dia. Com certeza, voc vai ser fortalecido na Palavra, porque Deus no despede ningum vazio, exceto aqueles que esto cheios de si mesmo (Dwight Moody). No se esquea de que por trs de toda apostasia existe a histria de uma Bblia abandonada (ibid.) Enquanto outros livros informam e poucos reformam, s este [a Bblia] transforma (A. T. Pierson).

    no dia 2 de julho de 2015, na abertura da prxima assembleia da Associao Geral, em San Antonio, nos Estados Unidos?

    Participei do lanamento do projeto lendo parte do primeiro captulo de Gnesis, junto com os pre-sidentes das outras Divises da igreja no mundo. A partir da, comeou uma jornada que tem reu-nido mais participantes a cada dia. Para mim, pes-soalmente, tem sido uma experincia extremamente gratificante e quero convidar voc a fazer o mesmo. Aproveite a primeira hora do dia, quando voc vai presena de Deus. Estou certo de que Ele o desper-tar todas as manhs (Is 50:4), assim como fez com Isaas. Voc vai estar unido famlia adventista, certo de que, no mesmo dia, milhares ou milhes de pes-soas estaro sendo abenoadas pelo mesmo texto b-blico. Vai acontecer o que foi dito por D. Pedro II, um dos imperadores brasileiros: Eu amo a Bblia, leio-a todos os dias e, quanto mais a leio tanto mais a amo.

    Ellen G. White viveu essa experincia enrique-cedora, que ela descreveu da seguinte maneira: Sei em minha experincia diria que o Esprito Santo est presente quando leio Sua Palavra, implantando a verdade no corao, para que possa ser expressa a outros na vida e no carter. O Esprito de Deus toma a verdade da pgina sagrada, onde Ele mesmo a co-locou, e a imprime na alma. Que santa alegria, que esperana e consolo podem pertencer-nos para se-rem transmitidos a outros! (Este Dia Com Deus [MM, 1980], p. 344).

    O lanamento desse projeto um chamado para buscar as coisas do alto (Cl 3:1, 2). Ao mesmo tempo, tem por objetivo fortalecer a experincia de reavivamento e reforma de cada membro da igreja. No existe nova vida com Deus sem forte relao com Sua Palavra. George Miller afirmou: O vigor

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    Agosto 4 Dia de Ao Solidria e Servio Comunidade ADRA25 Projeto Quebrando o Silncio Ministrio da Mulher

    Semana de Orao JA7-14 de julho

    Ministrio Jovem

    Direto da igreja de So Caetano, com o Pr. Ivan Saraiva, na TV Novo Tempo. Participe desse programa espiritual! E no dia 14, participe do Projeto Vida por Vidas. Venha doar sangue, plaquetas ou medula ssea e salvar outras vidas.

    Dia do Colportor28 de julho

    Publicaes

    Existem pessoas habilitadas para diferentes ministrios, conforme os dons do Esprito distribudos na comunidade de f. Um dos ministrios mais desafiadores, mas, de grande importncia, a Colportagem Evangelstica. Portanto, valorize e reconhea os Ministros da Pgina Impressa que celebram, nesse sbado, o dia do colportor-evangelista. Eles impactam vidas e fincam a bandeira do evangelho em lugares ainda no alcanados.

    PAC.COMComunicao

    A comunicao vai alm das palavras escritas, faladas ou gestos. Entenda o conceito de comunicao e como a sociedade hoje lida com os meios e o prprio ato de se comunicar. Participe do Programa Adventista de Capacitao em Comunicao.

    Evangelismo somente pela web, de 22-29 de setembro.

    Evangelismo via satlite e web, de 17-24 de novembro.

    MARQUE NA SUA AGENDA

    Pregaes do Pr. Lus Gonalves.

    Prepare a sua igreja e os Pequenos Grupos para o evangelismo com Pr. Alejandro Bulln. Transmisso ao vivo, via satlite e pela internet.

    Divulgue nosso site de Evangelismo: www.esperanca.com.brNotcias oficiais da Igreja Adventista do Stimo Dia: www.portaladventista.org

    As notcias da Agncia Adventista Sul-Americana (ASN) tambm esto disponveis no:

    Divulgao

    Youtube, voc pode assistir aos vdeos gravados semanalmente pelo endereo www.youtube.com/videosasn

    Facebook, clique no boto curtir e veja as notcias on-line em sua pgina pessoal www.facebook.com/agenciaasn

    Twitter, siga o perfil www.twitter.com/iasd

    iTunes, em http://itunes.apple.com/ar/podcast/asn-tv/id455724708

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    Lder da maior igreja adventista da

    Amrica do sul reala a importncia de uma

    igreja relevante para nossos jovens

    Nascido em Catende, pequena ci-dade do interior de Pernambuco, o pastor Ranieri Barreto Sales o d-cimo filho de uma famlia humilde, de origem catlica. Aos seis anos de idade, mudou-se para um bairro na periferia do ABC Paulista, municpio de Mau, onde teve sua formao bsica em uma escola pblica.

    No incio da adolescncia, come-ou a estudar msica atravs de pro-gramas da prefeitura de Mau e, poste-riormente, na Escola Municipal de M-sica de So Paulo. Alm de violonista clssico e clarinetista, ele bacharel e mestre em Teologia.

    Casado com Mara Nbia Sales, pro-fessora universitria no Unasp-EC, tem dois filhos: Rennan (16) e Renata (10).

    O pastor Ranieri Sales possui in-meras experincias ministeriais. Atuou como pastor em quatro distritos em So Paulo e Curitiba (1992-1998); foi diretor de jovens na Associao Sul-Riogran-dense (1998-1999) e na Unio Norte Brasileira (1999-2001), onde tambm trabalhou como diretor de Ministrio Pessoal e Escola Sabatina (2001-2003). Entre 2003 e 2005, foi presidente da As-sociao Amaznia Ocidental, abran-gendo os estados de Rondnia e Acre. Em 2005, na Assembleia da Associa-o Geral em Saint Louis (EUA), foi eleito secretrio ministerial associado da Diviso Sul-Americana, funo que ocupou por quatro anos. Em 2009, foi chamado para atuar como professor de Teologia e, no ano seguinte, como pastor

    da igreja do Unasp, em Enge-nheiro Coelho, SP.

    Revista Adventista: Como lder espiritual de milhares de jovens, quais so seus maiores desafios?Ranieri sales: Nossa igre-ja tem algumas caracters-ticas singulares. A principal delas, certamente, a predo-minncia de jovens universi-trios. Mas temos tambm uma grande comunidade de famlias de obreiros e de pas-tores jubilados, alm das fa-mlias de estudantes que vm de todas as partes do pas e de outros pases. Essa heteroge-neidade desafiadora em v-rios sentidos, principalmente para a pregao. necess-rio que o alimento espiritual seja relevante para todas es-sas classes de pessoas, e isso impe um desafio ao pastor da igreja.

    Outra caracterstica da igreja que quase todos os membros moram nas proximidades, alm dos quase 1.400 alunos do internato. Isso coloca o pas-tor em contato estreito e constante com a comunidade.

    em sua opinio, quais so as prin-cipais caractersticas do jovem ps-moderno?

    A mente ps-moderna tem uma es-trutura de pensamento e comporta-mento diferente da mente das geraes anteriores. O relativismo e a subjetivi-dade do pensamento ps-moderno re-jeitam conceitos e verdades absolutos e questionam toda forma de autoridade. Mas isso no deve ser visto apenas de maneira negativa. Os jovens ps-mo-dernos gostam de aes altrustas e

    defendem os direitos das minorias; portanto, so sensveis s necessida-des humanas. Eles suspeitam das gran-des verdades religiosas, mas valori-zam a espiritualidade e esto sempre com a mente aberta para novas expe-rincias. Esto constantemente bus-cando pertencer a um grupo de rela-cionamentos, ainda que sejam virtu-ais. Uma vez alcanados pelo Evange-lho, essa forma de pensar e agir pode lev-los a uma vida religiosa autntica, cheia de significado e dedicada ao tes-temunho missionrio.

    Infelizmente, muitos pastores e lde-res da igreja se deixam levar pelo pre-conceito a tudo o que se denomina ps-moderno. Assim, ficam cegos s grandes oportunidades que existem para engajar nossos jovens na misso

    Jovens ps-modernos: desafios e oportunidades

    Ranieri barreto sales

    Lean

    dro

    Fran

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    entrevistapor Alex Machado

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    da igreja com metodologias e estrat-gias que tenham o perfil deles.

    Para atrair o jovem ps-moderno, a igreja deve baixar suas normas?

    A igreja nunca deve nem necessita baixar suas normas. O que a igreja pre-cisa ser relevante. Precisamos usar o idioma das pessoas a quem quere-mos alcanar com nossa mensagem e abord-las no terreno delas. Desse modo, teremos possibilidade de in-fluenci-las com a Palavra de Deus e lev-las a se entregar guia do Esp-rito Santo.

    na prtica, o que significa uma igreja relevante para os jovens?

    Uma igreja relevante para os jovens aquela que possui, entre outras, duas caractersticas indispensveis. Em pri-meiro lugar, demonstra interesse e trata com seriedade as inquietaes da juventude. Eles tm perguntas so-bre questes afetivas, familiares, aca-dmicas, religiosas, sociais, etc. A igreja precisa estar familiarizada com essas questes e encontrar a linguagem ade-quada para ser ouvida por eles.

    Em segundo lugar, o jovem precisa encontrar na igreja a motivao e a orientao necessrias para se envol-ver na misso. Isso no significa sim-plesmente dar cargos ou ocupaes nas atividades da igreja, mas ajud-lo a entender seu papel de representante de Cristo e equip-lo para testemu-nhar. Uma igreja assim ser relevante e atrativa para os jovens.

    Como pastor e msico, de que modo o senhor avalia as tendn-cias atuais na msica adventista?

    Creio que precisamos fazer um es-foro constante para preservar a igreja do mundanismo. Essa uma batalha sem trguas. E no s na rea da m-sica, mas em todos os aspectos da vida crist: vesturio, estilo de vida, pol-tica, entretenimentos, etc. Com rela-o msica na igreja, precisamos dis-tinguir o que mundano daquilo que simplesmente novo. No podemos rejeitar novos estilos de louvor musi-cal com base apenas no gosto pessoal. Por outro lado, muito preocupante a

    indiferena com que muitos lidam com essa importante questo. A di-fcil tarefa consiste em assumir uma postura de equilbrio cristo entre os princpios revelados acerca da msica e a necessidade de permitir que a igreja seja, de fato, um lugar atraente e dese-jvel para nossos jovens. No fcil en-contrar tal equilbrio.

    Recentemente, o senhor lanou um DVD com temas evangelsti-cos, cuja abordagem bastante di-ferenciada. Conte-nos sobre esse projeto.

    O DVD Paz Real contm uma srie de dez temas bblicos com participao musical de cantores consagrados de nossa igreja. O projeto foi iniciativa do empresrio adventista Willians Mis-chur, de Cuiab. Ele patrocinou toda a produo, motivado pela necessi-dade de termos um material atrativo s pessoas no religiosas e preconceituo-sas em relao igreja e Bblia. Por-tanto, os temas so abordados numa linguagem aberta e sem proselitismo. Somos muito gratos a Deus porque te-mos acompanhado inmeros projetos evangelsticos pelo Brasil, e em diver-sos outros pases, tendo como mate-rial de apoio nosso DVD. A divulgao feita pelo site www.pazonline.com.

    Pesquisas revelam que os jovens adventistas esto se casando com mais idade e, consequentemente, o namoro tende a ser mais longo. nesse contexto, como ajud-los a lidar com a sexualidade?

    Em primeiro lugar est a educao na famlia. O jovem que cresce numa famlia crist equilibrada, onde os rela-cionamentos so repletos de amor, ca-rinho, disciplina e consagrao a Deus, ter toda a estrutura emocional e espi-ritual para entender e viver o ideal de Deus para a sexualidade humana. Em segundo lugar, a igreja precisa oferecer orientao clara sobre o assunto e de-finir seus posicionamentos de forma positiva. Ou seja, em lugar de amea-ar os transgressores com condena-o e discriminao, deve proporcio-nar momentos de interao saudvel entre ambos os sexos e enfatizar as

    bnos reservadas queles que se en-quadram no plano de Deus.

    claro que o cuidado com os ali-mentos da mente outro fator deter-minante para a conduta sexual dos jo-vens. Boa leitura, bons filmes e entre-tenimentos saudveis iro contribuir grandemente nesse aspecto. Por fim, e mais importante de tudo, uma vida devocional intensa a fonte de poder para resistir onda de permissividade que nos rodeia e inclinao humana para o pecado.

    As redes sociais fazem parte do co-tidiano de inmeros jovens adven-tistas. Como o senhor v esse tipo de relacionamento virtual?

    Bem, esse no um assunto para ser discutido na base do certo ou errado. A tecnologia e a internet en-traram definitivamente na rotina dessa gerao. Precisamos estar conscientes das circunstncias perigosas criadas pelos relacionamentos virtuais, es-pecialmente para crianas e jovens, mas tambm das oportunidades que oferecem.

    As redes so um canal muito efi-ciente de contato e interao com a juventude. Dou aconselhamento pas-toral diariamente no Facebook e uso o Twitter para divulgar os temas das minhas pregaes. E percebo que os jovens reagem muito positivamente a isso.

    O internato adventista ainda um ambiente seguro para nossos jovens?

    Sim, o internato o melhor lugar para o jovem cristo. Isso no signi-fica que seja livre de problemas. Mas um lugar de muitas oportunidades. Aqui os jovens tm acesso a um am-biente social seleto, prtica de espor-tes, ao desenvolvimento artstico, in-terao crist com o sexo oposto, alm de muita motivao para seu cresci-mento espiritual. Ao longo do ano, pa-ralelamente s atividades acadmicas, a escola promove semanas de reaviva-mento espiritual, simpsios com te-mticas relevantes para a juventude e outras atividades religiosas, sociais e culturais.

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    2 N o momento em que pisamos na ilha, ficamos apaixonados por ela. As pessoas eram muito gentis, amorosas e receptivas. Meus pais, meu irmo Larisson e eu fomos recebidos com tradicionais colares de flores, de cheiro suave e adocicado. Nossa nova casa se localizava em um belo cenrio, com vista para a floresta tropical e o oceano. Meu pai seria o novo pastor do distrito. Minha me se tornaria professora em nossa escola. Tnhamos muitos sonhos para os seis anos que pretendamos passar em Palau.

    Relato pessoal da nica sobrevivente da tragdia que vitimou uma famlia missionria

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    MATRiA De CAPA Melissa Otoni de Paiva

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    Deus me ajudou a perdoar

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    Mas quando colocamos nossa situao nas mos de Deus, o tempo passa mais rapidamente.

    muito importante que no perma-neamos prostrados, mas que nos levan-temos. O fato de estar envolvida com estudos, msica e com a igreja me aju-dou muito a proteger minha mente de coisas negativas. Por meio do tempo de-dicado devoo pessoal, fui habilitada a desenvolver melhor relacionamento com Deus e lidar mais rapidamente com minha dor.

    Imag

    ens:

    Fot

    olia

    Deus me ajudou a perdoar

    Superao Algumas vezes, olho para o passado e penso: Passei realmente por isso? Em muitas ocasies, penso como se nada tivesse acontecido. Vejo isso como se Deus tivesse coberto meus olhos enquanto me carregava em Seus braos, de modo que no tenho que me lembrar continuamente do trauma pelo qual tive que passar, nem senti-lo com tanta intensidade.

    Hoje estou viva para dizer que Deus me salvou de maneira miraculosa, a qual nem mesmo consigo tentar explicar.

    No tenho nenhuma explicao hu-mana para o motivo pelo qual no fui assassinada naquele dia. Creio apenas que Deus tinha planos diferentes para minha vida, e Seu propsito para mim na Terra ainda no se completou.

    O processo de cura se deu por meio de muitas lgrimas e oraes. Certa-mente, isso no acontece da mesma forma com todas as pessoas e no h como fixar um prazo para que ele ocorra. Costuma-se dizer que o tempo cura as feridas. De fato, isso verdade.

    A Repblica de Palau um pequeno pas insular da Micronsia, no Oceano Pacfico.

    Um ano e meio depois, na noite de 21 de dezembro de 2003, havamos passado momentos agradveis em famlia, em atividades recreativas, conversando, cantando hinos cristos at que fomos dormir. Minha outra lembrana daquela noite ter sido acordada s trs horas da madrugada por um barulho diferente. Logo vi um estranho dentro de casa. Meus pais e meu irmo estavam estendidos no cho. quase impossvel descrever os pensamentos e sentimentos que tomaram conta de mim naquela noite! Eu no conseguia sentir o cho sob meus ps, mas uma coisa eu senti: braos fortes me amparando.

    Tudo aconteceu rapidamente. Passadas 24 horas, esse estranho me deixou em uma estrada desconhecida, pensando que eu estivesse morta. Por um milagre, depois de algumas horas, fui capaz de me levantar e acenar para um carro. No veculo, estava um casal muito simptico, mas no tenho ideia de quem eram eles. Continuo acreditando que eram anjos. Ningum passaria por aquela estrada deserta, especialmente quela hora da manh. Eles me levaram para o hospital, onde recebi cuidados de mdicos e enfermeiras. Ali, fui vigiada por agentes do FBI (agncia policial norte-americana em nvel federal).

    Recebi muitas visitas de membros da igreja, de amigos e at mesmo do embaixador norte-americano. Mas o que mais me deu fora, naquele momento to confuso, foi quando meus avs entraram em meu quarto. Ns nos abraamos demoradamente. Isso foi como uma brisa refrescante durante o momento mais duro de minha vida.

    Aquele foi um Natal muito diferente, mas eu ainda podia sentir a alegria daquele perodo festivo por meio do amor daqueles que me cercavam.

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    Perdo Creio que a cura e o perdo caminham de mos dadas. Quando voc perdoa, a cura vem logo em se-guida. Aprendi que perdoar no signi-fica necessariamente esquecer. Perdoa-mos e continuamos nos lembrando do que ocorreu, mas no mantemos mais nada contra a pessoa que nos feriu. Cer-tamente, no possvel perdoar algum se voc no pedir a Deus que coloque o perdo dentro de voc. O perdo no algo que ajuda apenas a pessoa per-doada. Tambm algo que faz bem a quem perdoa. Literalmente, como se voc tirasse um fardo dos ombros. Como pecadores, no somos inclinados a perdoar, especialmente em situaes como essa. Mas Deus especialista em lidar com nossas emoes e pode mu-dar os sentimentos ruins, se voc per-mitir que Ele trabalhe em voc.

    Nas muitas conversas maravilhosas que tive com minha av, ela me relem-brou o grande conflito entre o bem e o mal, dizendo que Satans usou aquele indivduo para praticar aqueles atos. Ela me ajudou a relembrar a orao de Cristo, enquanto era pregado na cruz: Pai, perdoa-lhes, pois no sabem o que esto fazendo (Lc 23:34, NVI). O assas-sino estava sob forte influncia de Sa-tans. Ningum em seu perfeito juzo poderia cometer um ato to cruel. Sendo que Cristo ofe-receu o perdo enquanto mor-ria na cruz, por que eu no faria o mesmo? E sendo que Deus me perdoa, por que eu no pode-ria perdoar outro pecador como eu? O julgamento do assassino no est sob minha responsa-bilidade. Isso compete a Deus. Ele vai acertar o que precisa ser acertado.

    Estou aprendendo que o per-do no humano. um atri-buto divino. Por isso, ele s pode vir do alto.

    Olhando para trs, posso ver que meus pais e meu irmo reali-zaram em sua morte muito mais do que fizeram em vida, e muitas bnos surgiram do que deve-ria ter sido o fim de tudo. Pes-soalmente, aprendi a ser uma pessoa mais forte, e meu rela-cionamento com Deus floresceu.

    Numerosas oportunidades surgiram, as quais no existiriam se as coisas no ti-vessem acontecido como aconteceram. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Se-nhor Jesus Cristo, Pai das misericr-dias e Deus de toda consolao, que nos consola em todas as nossas tribu-laes, para que, com a consolao que recebemos de Deus, possamos conso-lar os que esto passando por tribula-es (2Co 1:3, 4, NVI).

    Nunca poderemos dizer a algum: Sei exatamente o que voc est pas-sando. No temos essa capacidade. Toda pessoa tem uma experincia di-ferente e uma histria particular. Ape-sar disso, creio que podemos confortar pessoas que tiveram experincias seme-lhantes s nossas.

    Antes de deixar Palau, eu disse s pes-soas que poderia voltar algum dia como missionria. No sei quais so os pla-nos de Deus para mim, porm sei que Ele diz o seguinte em Sua palavra: Os Meus pensamentos no so os pensa-mentos de vocs, nem os seus cami-nhos so os Meus caminhos, declara o Senhor. Assim como os cus so mais al-tos do que a Terra, tambm os Meus caminhos so mais

    altos do que os seus caminhos, e os Meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos (Is 55:8, 9, NVI).

    Confiana renovada No preci-samos de respostas para perguntas no estilo por qu?, quando? ou como?. Devemos apenas confiar na direo divina.

    Ao compartilhar minha histria, meu objetivo no dar apenas uma in-formao ou obter reconhecimento. Compartilho minha histria para tor-nar conhecido o que Deus fez por mim, de maneira que outros possam ver Seu poder e Sua glria de um ponto de vista diferente. Garanto a voc que aquilo que Ele fez por mim tambm pode fazer por voc. Podemos estar certos de que os nossos sofrimentos atuais no podem ser comparados com a glria que em ns ser revelada (Rm 8:18, NVI).

    MeLissA OTOni De PAiVA estudante de Enfermagem na Universidade

    Adventista Southwestern. Seu relato foi originalmente publicado na Record

    Magazine, em maro de 2012.

    Da perda ao perdo

    No dia 21 de dezembro de 2003, o pastor adventista brasi-leiro Ruimar Duarte de Paiva, de 42 anos, sua esposa Margareth Otoni de Paiva, de 37, e o filho Larisson, 11, foram assaltados e mortos em sua prpria casa, perto da sede da Misso da Igre-ja Adventista em Babelthaup, Palau. A nica sobrevivente da famlia foi a filha do casal, Me-lissa, com 10 anos, na ocasio.

    O pastor Ruimar havia atuado por vrios anos no territrio da Unio Central-Brasileira. Depois disso, cursou mestrado e doutorado na Universidade Andrews, nos Estados Unidos. De l, foi servir como mis-sionrio em Palau, na Micronsia, onde estava havia 17 meses como pastor da Igreja Adventista de Koror.

    A famlia foi assassinada por Justin Hirosi, de 43 anos, que admitiu polcia ter cometido o crime sob efeito de drogas. Hirosi invadiu a casa dos Paiva para roubar uma TV e um videocassete, matando os trs a pauladas. O funeral aconteceu no dia 28 de dezembro e uniu duas mes na dor e em orao. Durante a cerimnia fnebre, a me do pastor Ruimar, Ruth de Paiva, surpreendeu as mais de 400 pessoas presen-tes, ao oferecer perdo ao criminoso e pedir me dele para se unir a ela em orao.

    Segundo o presidente da Repblica de Palau, Tommy Zemengesau, que assistiu cerimnia fnebre, a capacidade da Sra. Paiva de perdoar permitiu nao inteira comear um processo de cura. A atitude dessa me ajudou muitas pessoas a olhar alm da tragdia e ver que podemos nos perdoar e viver jun-tos, disse o presidente ao jornal Pacific Daily News. Da Redao

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    Gotas ou chuva torrencial?

    ReAViVAMenTO Lus Alexandre Aliboni

    Jesus havia ressuscitado. Vazio estava o tmulo. Dois homens testemunha-ram dizendo: Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele no est

    aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda con-vosco na Galileia, quando disse: Impor-ta que o Filho do homem seja entregue nas mos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia (Lc 24:5-7).

    Mas nem todos os Seus seguidores presenciaram o glorioso momento. Dois deles estavam a caminho de Emas, tris-tes, abatidos. Jesus Se aproximou deles, os quais no O reconheceram, e per-guntou: Que isso que vos preocupa? (Lc 24:17). Uma resposta um tanto ir-nica saiu dos lbios de Cleopas: s o nico, porventura, que, tendo estado em Jerusalm, ignoras as ocorrncias destes ltimos dias? (Lc 24:18).

    A crucifixo de Jesus foi um assunto importante, pois desencadeou eventos incomuns: sinais no cu, ressurreio de mortos, tremor de terra. Seria impossvel algum, em Jerusalm, estar desinfor-

    mado a respeito daquele evento. Mas a causa da tristeza consistiu no fato de que j era o terceiro dia e aparentemente nada havia acontecido, mesmo com o tes-temunho das mulheres diante do tmulo vazio. Nesse contexto, Jesus Se deu a co-nhecer. A alegria voltou a pairar na vida dos discpulos de maneira extraordinria.

    Cristo Se apresentou aos discpulos, relembrou-lhes por meio do Antigo Tes-tamento o que estava escrito a Seu res-peito e deu uma ordem explcita: Eis que envio sobre vs a promessa de Meu Pai; permanecei, pois, na cidade, at que do alto sejais revestidos de poder (Lc 24:49). De maneira mais explcita, Lu-cas apresenta, em seu segundo livro, a mesma ideia: Recebereis poder, ao des-cer sobre vs o Esprito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em Jeru-salm como em toda a Judeia e Sama-ria e at aos confins da Terra (At 1:8). Por duas vezes, Lucas revelou o Esp-rito Santo como o poder de Deus, bem como a necessidade de o crente ser re-vestido por Ele.

    Promessa do Consolador Aps a Ceia, Jesus Se dirigiu ao Jardim do Getsmani, a fim de orar. Durante a ca-minhada, revelou aos discpulos que Ele devia morrer, mas essa morte no seria uma separao eterna entre Ele e Seus amigos. Seria temporria (Jo 14:1-3), pois prometera voltar. Essa mensagem devia ser proclamada ao mundo. Mas nunca seria proclamada se essa iniciativa de-pendesse da fora e da vontade huma-nas. Por isso, Jesus apresentou o novo companheiro de jornada dos discpulos (e no apenas deles), que foi chamado de Consolador, Esprito da Verdade, Esp-rito Santo. Sua funo seria diferente da funo de Jesus.

    O Esprito Santo viria para capaci-tar o ser humano a crer em Jesus. Deve-ria convencer o ser humano de seu pe-cado, da necessidade de arrependimento e da proposta salvfica de Jesus. Prova-velmente, os discpulos no tivessem entendido isso de imediato. Jesus mor-reu. Os discpulos ficaram com medo. Mesmo aps a ressurreio, dvidas vie-ram mente deles, pois o Mestre no ha-via restaurado o reino a Israel. Enfim, Jesus subiu ao Cu. Os discpulos vol-taram para casa, onde desejaram estar preparados para receber a promessa do poder do alto. Esses dias de preparo fo-ram de profundo exame de corao. Os discpulos sentiram sua necessidade es-piritual e suplicaram do Senhor a santa uno que os devia capacitar para o tra-balho de salvar pessoas.1

    Grandes feitos A partir do cap-tulo dois, o livro de Atos apresenta Fotoli

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    A chuva serdia cair sobre os que se submeterem sem reserva de domnio ao poder do esprito santo

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    maravilhosos feitos dos discpulos: curas, pregaes, converses. Fala de trs mil conversos num s dia e de cinco mil con-versos. Depois, no fala mais em nme-ros: Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo sal-vos (At 2:47). Pedro pregou com intrepi-dez e citou o livro de Joel como se cum-prindo naquele momento. Ele disse: O que ocorre o que foi dito por intermdio do profeta Joel (At 2:16), o qual afirma que haveria uma demonstrao maravi-lhosa do poder de Deus (2:23, 28-32).

    O nome Joel provavelmente signifi-que Yahweh Deus. No se sabe muita coisa a respeito do autor, a no ser que ele filho de Petuel. A evidncia interna do livro no nos mostra nada a respeito da data de sua profecia, mas apresenta duas partes profticas: a invaso de gafanho-tos e a promessa da restaurao por meio da graa divina.2 Ele recebeu a incum-bncia de chamar o povo de volta ado-rao do Deus verdadeiro, preocupa-o com o grande e terrvel Dia do Se-nhor.3 O texto citado por Pedro no dia de Pentecostes est no captulo dois de Joel.

    ltimos dias Pedro citou o derra-mamento do Esprito Santo em seus dias como sendo os ltimos dias, mas Joel no usou a expresso ltimos dias. O que Pedro pode estar sugerindo com esse acrscimo inspirado? Justo Gonz-lez afirma: dito que a profecia se refere aos ltimos dias, vinda do reino de Deus. Isso de importncia fundamen-tal para o entendimento no s do dis-curso de Pedro, mas de todo o livro de Atos. O que aconteceu l que o reino de Deus dinmico. Estamos nos lti-mos dias, independentemente de quo longos esses ltimos dias sejam. [...] O fato que, com a morte e a ressur-reio de Jesus e com o dom do Esp-rito Santo, o reino de Deus foi inaugu-rado. Agora, falta o cumprimento final, quando os ltimos dias terminarem.4

    Portanto, inspirado pelo Esprito Santo, Pedro afirmou que os ltimos dias haviam se iniciado e que todos os ouvintes deveriam arrepender-se e con-verter-se (At 2:38). Era um chamado ao reavivamento e reforma: o incio do processo. Citando Joel, Pedro enfatizou que todos seriam capacitados para re-ceber o poder do alto. No contexto de Atos, pode-se notar que a mensagem

    alcanou seu objetivo, pois os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acrscimo naquele dia de quase trs mil pessoas (At 2:41). Pedro citou a mesma palavra de Joel ao se re-ferir ao poder do Esprito Santo: derra-mar. No contexto de Joel 2, o derrama-mento do Esprito Santo est associado ao derramamento de duas chuvas que ele chama de tempor e serdia (Jl 2:23). Que chuvas seriam essas?

    Duas chuvas A palavra chuva em Joel o termo hebraico geshem, que frequentemente denota um banho violento, indicando chuva torrencial.5 Joel cita dois geshem: tempor e serdia. A primeira ocorria nos meses de maro e abril, chamada de primeiras chuvas, que molhavam a terra para o plantio (se-meadura). A segunda ocorria nos meses de outubro e novembro, chamada de l-timas chuvas, sem as quais as safras no seriam produtivas.6

    Embora Pedro tenha mencionado que os ltimos dias estavam come-ando, o Pentecostes simbolizava a chuva tempor, a primeira e poderosa chuva, a grande manifestao do Esp-rito Santo, iniciando a obra da Igreja.7 Afirma Ellen White que o derrama-mento do Esprito nos dias dos apstolos foi o comeo da primeira chuva a tem-por , e glorioso foi o resultado.8 Mas quando deveria ser derramada a chuva serdia, para a colheita? De acordo com Joel, alguns eventos aconteceriam no pe-rodo das chuvas: O Sol se converteria em trevas, a Lua em sangue, haveria pro-dgios no cu e na Terra (Jl 2:30-31).

    O livro do Apocalipse (6:12-14) faz coro com o profeta Joel quanto aos si-nais no cu e na terra e a histria cita al-guns eventos que esto de acordo com o que a profecia descreve. A pergunta : Quando aconteceriam esses sinais? Uma poderosa evidncia do livro de Joel diz que seria antes de se invocar o nome do Senhor e receber a salvao (Jl 2:32).

    Salvao Quando acontecer a sal-vao? Estamos salvos ou seremos sal-vos? Como entender isso? Precisamos entender esse aspecto antes de voltar-mos ao assunto da chuva serdia. fato que Jesus veio buscar e salvar o que es-tava perdido (Lc 19:10) e que aquele que cr em Jesus no entra em juzo, mas

    passou da morte para a vida (Jo 5:24). Nesse contexto, a salvao j aconteceu. Mas, ento, por que os pecadores que amam a Jesus continuam vivendo nesse mundo tenebroso? Porque Jesus foi pre-parar um lugar para Seus filhos e depois disso voltar. Nesse sentido, a salvao ainda no aconteceu, embora Seus filhos j estejam salvos. um paradoxo real. O arrependido e convertido est salvo, mas a salvao ainda no se concretizou, pois Cristo ainda no retornou.

    De qual momento Joel estava fa-lando? De estar salvo (pela justificao em Cristo no momento da aceitao) ou de ainda no estar salvo pelo fato de Cristo no ter voltado? A evidncia do texto diz que a salvao ocorreria pela invocao do nome do Senhor aps os prodgios no cu e na terra. Quais so esses sinais?

    Sinais Analisando Joel luz do Apo-calipse, entendemos que o grande si-nal na Terra foi o terremoto de Lisboa, ocorrido no dia 1 de novembro de 1755. H relatos de que o terror foi indescri-tvel e que as pessoas corriam por toda parte exclamando: Misericrdia! o fim do mundo.9 Depois deveriam vir os sinais no cu, a saber, no Sol e na Lua. Est relatado que foi precisamente a 19 de maio de 1780 que ocorreu o so-brenatural escurecimento do Sol, ape-nas sete anos depois da cessao da per-seguio contra os santos. As narrativas que chegaram at ns sobre o grande escurecimento so perfeitamente com-probatrias da profecia. O continente americano foi o primeiro a ser envolto pelas densas e estranhas trevas, pois que se manifestaram nos Estados Unidos, desde as dez e meia da manh at ao pr do sol.10

    Sobre a Lua tornar-se em sangue dito: Foi tambm este o grande vatic-nio do profeta Joel ao se referir grande escurido. Todos os entendidos sabem que a Lua um satlite da Terra e que sua luz a prpria luz solar refletida. Na ocasio do escurecimento do Sol, a luz que este apresentava na ocasio era a nica que a Lua podia refletir, a cor es-cura do sangue, o que mais uma vez con-firma plenamente a cor do saco de cil-cio manifesta pelo sol.11

    Portanto, os sinais na Terra e no cu so datados a partir de 1755. Partindo

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    desse princpio, pode-se entender que o contexto de salvao em Joel 2 no se re-fere salvao por ocasio da aceitao da graa de Jesus (embora aquele que aceita a salvao na graa de Jesus passa a invocar Seu nome), mas a salvao ofe-recida pouco antes da vinda de Jesus. Logo, a ltima e poderosa chuva, a se-rdia, seria derramada antes da vinda de Jesus para que Seu povo pudesse invo-car Seu nome e receber a salvao pro-metida. Ellen White escreveu: Esta obra ser semelhante do dia de Pentecostes. Assim como a chuva tempor foi dada no derramamento do Esprito Santo no incio do evangelho, para efetuar a ger-minao da preciosa semente, a chuva serdia ser dada em seu encerramento para o amadurecimento da seara. [...] A grande obra do evangelho no dever terminar com menor manifestao do poder de Deus do que a que assinalou seu incio. As profecias que se cumpri-ram no derramamento da chuva tem-por no incio do evangelho, devem no-vamente cumprir-se na chuva serdia, no trmino desse.12

    Necessidade de poder Se houve necessidade do poder do Esprito Santo no incio da obra, tambm haver a mesma necessidade no fim da obra da pregao do evangelho, aps os sinais no cu e na Terra. Por que a igreja precisa da chuva serdia para finalizar a obra e qual a relao dessa chuva com o rea-vivamento e a reforma?

    A respeito da necessidade da chuva serdia, Ellen G. White diz: A menos que se arrependa e se converta a igreja que agora est a levedar-se com sua apostasia, comer do fruto de seus pr-prios atos, at que aborrea a si mesma. Quando resistir ao mal e escolher o bem, quando buscar a Deus com toda hu-mildade e alcanar sua alta vocao em Cristo, permanecendo na plataforma da verdade eterna, e pela f lanando mo dos dons que para ela se acham prepara-dos, ento ser curada. Aparecer ento na simplicidade e pureza que Deus lhe deu, separada de embaraos terrenos, mostrando que a verdade com efeito a libertou. Ento, seus membros sero na verdade os escolhidos de Deus, os Seus representantes.13

    Nesse contexto, percebemos que a igreja que deveria ser a luz do mundo

    e anunciar a salvao a todas as naes nem sequer tem a salvao para si. Essa situao pode e deve ser analisada a luz de Apocalipse 3:14-22, no ltimo pe-rodo proftico da igreja, antes da vinda de Jesus: Laodiceia. O termo Laodiceia uma unio de dois termos gregos las, povo, e dkaios, justo, derivado de dikaio-sne, justia.14 O nome Laodiceia simbo-liza o ltimo perodo proftico da igreja, antes da vinda de Jesus e antes de Ele fa-zer justia aos moradores da Terra.

    Da mornido para o desperta-mento Como est simbolizado o povo da igreja de Laodiceia? Morno, a ponto de ser vomitado da boca do Se-nhor, infeliz, miservel, pobre, cego, nu. Em suma, uma verdadeira calamidade espiritual! Mas nesse perodo que ter-minar a histria da humanidade pe-caminosa, com a vinda de Jesus. Como mudar esse quadro? Por meio do derra-mamento da chuva serdia.

    Chegou o tempo para a realizao de uma grande obra de reavivamento e reforma. Quando essa reforma come-ar, o esprito de orao atuar em cada crente e banir da igreja o esprito de discrdia e luta. Os que no tm estado a viver em comunho crist se aproxima-ro uns aos outros em unio. Um mem-bro que trabalhe de maneira devida le-var outros membros a se unirem a eles em splica pela revelao do Esprito Santo. No haver confuso, pois todos estaro em harmonia com o Esprito. As barreiras que separam um crente de ou-tro sero derribadas e os servos de Deus falaro as mesmas coisas. O Senhor co-operar com Seus servos. Todos oraro com entendimento a prece que Cristo ensinou aos Seus servos: Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Cu (Mt 6:10).15

    Entende-se, portanto que a situa-o atual da igreja est fora dos padres descritos pela Palavra de Deus e que h uma necessidade de reforma urgente, a mesma reforma pela qual os discpulos passaram nos dias de Pentecostes. Na-turalmente, a reforma est intimamente ligada ao reavivamento. Basta olhar para os discpulos mais uma vez. Nada pude-ram fazer antes da chuva tempor. Mas, depois, batizaram trs mil, logo cinco mil e logo perderam a conta, sem men-cionar os poderosos milagres e curas

    que realizavam. Ellen G. White escre-veu: Os servos de Deus, com o rosto ilu-minado e a resplandecer de santa consa-grao, se apressaro de um lugar para outro para proclamar a mensagem do Cu. Por milhares de vozes em toda a extenso da Terra, ser dada a advertn-cia. Sero realizados prodgios, os doen-tes sero curados, e sinais e maravilhas seguiro os crentes.16

    Isso vai acontecer quando a igreja experimentar a realidade de um pode-roso reavivamento e completa reforma. Essa tarefa urgente, pois caso a cor-tina pudesse ser erguida, caso vocs pu-dessem discernir os propsitos de Deus e os juzos que esto para se abater so-bre o mundo condenado, caso pudes-sem ver sua prpria atitude, temeriam e temeriam por si mesmos e por seus se-melhantes. Fervorosas oraes e angs-tia de corao quebrantado se elevariam ao Cu. Vocs chorariam entre o alpen-dre e o altar, confessando sua cegueira e rebeldia espirituais.17

    A concluso a que chegamos est bem definidada nas palavras do aps-tolo Paulo: Digo isto a vs outros que co-nheceis o tempo: j hora de vos desper-tardes do sono; porque a vossa salvao est, agora, mais perto do que quando no princpio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das ar-mas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, no em orgias e bebedices, no em impudiccias e dissolues, no em contendas e cimes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante s suas concu-piscncias (Rm 13:11-14, NVI).

    Lus ALeXAnDRe ALibOni pastor do distrito de Lins, SP.

    Referncias1. Ellen G. White, Atos dos Apstolos, p. 37.2. Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 4, p. 937.3. Warren W. Wiersbe, Comentrio Bblico Expositivo, v. 4, p. 414.4. Justo L. Gonzlez, Atos O Evangelho do Esprito Santo, p. 60.5. Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 4, p. 945.6. Wiersbe, p. 418 (cf. Nichol, 945-946). Ambas as obras afirmam

    que a chuva serdia era para o momento da colheita.7. Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 4, 945.8. Ellen G. White, Atos dos Apstolos, p. 54, 55.9. A. S. Mello, A Verdade Sobre as Profecias do Apocalipse, p. 165.

    10. Ibid., p. 166-167.11. Ibid., p. 168.12. Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 611, 612.13. Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 3, p. 254.14. Pedro Apolinrio, Grego, p. 325, 330.15. J. D. Douglas, O Novo Dicionrio da Bblia, p. 907, 908.16. Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 3, p. 254, 255.17. Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 612.18. Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 3, p. 15.

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    Quem incitou Davi a realizar o censo: Deus ou satans?

    Poderiam me explicar as informaes contidas em 2 Samuel 24:1 e 1 Crnicas 21:1? Afinal, foi Deus ou Satans quem incitou Davi a ordenar a realiza-o do censo em Israel? A. P. G.

    primeira vista, as informaes contidas nesses dois tex-tos so contraditrias. Em 2 Samuel 24:1, afirma-se que tor-nou a ira do Senhor a acender-se contra os israelitas, e Ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e de Jud; j em 1 Crnicas 21:1, a informao de que Satans se levantou contra Israel e incitou Davi a le-vantar o censo de Israel.

    Uma vez que a Bblia fruto do Esprito Santo e no pode se contradizer, como, ento, entender esses dois textos bbli-cos? Para responder a essa questo, devemos recorrer pr-pria Bblia e atentar para outros textos bblicos que contm informaes aparentemente incoerentes e at contraditrias.

    De incio, podemos afirmar que os textos de 2 Samuel e de 1 Crnicas no so contraditrios, mas dois aspectos de um mesmo relato. Na verdade, foi Satans (cf. 1Cr 21:1) quem incitou o rei Davi a realizar o censo de seus soldados (para saber quo numeroso e forte era seu exrcito), com o claro objetivo de levar esse rei ao pecado do orgulho, o pe-cado original, que fizera com que Lcifer se tornasse um diabo. Por isso, entendemos, ento, que no foi Deus quem incitou Davi a realizar esse censo, pois seria inimaginvel a Divindade incitar algum ao pecado.

    Mas, como explicar o outro verso (2Sm 24:1), que diz que Deus incitou Davi a levantar o censo? Deve-se entender que, na Bblia, encontramos a ideia de que aquilo que Deus no evita, mas permite acontecer, como se Ele causasse. Ou seja, Ele acaba sendo responsabilizado por aquilo que deixa acontecer. Eis alguns exemplos:

    1. O endurecimento do corao de Fara: Disse o Se-nhor a Moiss: Quando voltares ao Egito, v que faas diante de Fara todos os milagres que te hei posto na mo; mas Eu lhe endurecerei o corao, para que no deixe ir o povo (x 4:21). Na verdade, no foi Deus quem, arbitrariamente, endureceu o corao daquele monarca egpcio, e sim ele mesmo se endureceu, como mostrado em xodo 8:32, na praga dos piolhos: Mas ainda esta vez endureceu Fara o corao e no deixou ir o povo. O ocorrido foi que, tendo Deus permitido que o Fara continuasse de corao endu-recido, era como se Deus mesmo tivesse endurecido o co-rao daquele monarca.

    2. Saul e o esprito maligno da parte do Senhor: Tendo-se retirado de Saul o Esprito do Senhor, da parte deste um esprito maligno o atormentava (1Sm 16:14). primeira vista, parece que o texto est dizendo que Deus teria algum tipo de sociedade com o maligno, chegando a enviar um esprito mau para atormentar aquele rei israelita. Aqui, a ideia a mesma: Visto que Deus havia retirado Sua proteo do rei Saul e permitido que o diabo tivesse livre acesso vida daquele rei, ento como se Deus tivesse en-viado aquele demnio para atormentar Saul. Na verdade, foi Saul mesmo, por sua atitude de rebeldia contra as or-dens divinas (cf. 1Sm 15:22, 23), quem convidara o dem-nio a lhe controlar a vida.

    3. Deus como Aquele que cria o bem e o mal: Eu formo a luz e crio as trevas; fao a paz e crio o mal; Eu, o Senhor, fao todas essas coisas (Is 45:7). A dificuldade nesse texto a expresso crio o mal. Como Deus pode criar o mal, sendo Ele santo? Devemos atentar para o fato de que esse texto est inserido no contexto da tomada de Babilnia pelo rei Ciro e a consequente libertao dos cativos judeus que ali residiam (ver caps. 40:1 52:12). Assim, para os babil-nios, Deus criaria as trevas e o mal, ou seja, permitiria que fossem derrotados por Ciro (fato acontecido em 539 a.C.); e, para os judeus, Deus criaria a luz e a paz, isto , atravs do mesmo Ciro, Deus os libertaria do cativeiro babilnico (fato acontecido em 537 a.C., ano em que Ciro decretou a volta dos cativos judeus Palestina).

    Assim, voltando ao censo de Davi e seu orgulho, pode-mos tirar desse fato pelo menos quatro lies: (1) Pelo po-der de Deus, devemos lutar contra o orgulho, pois foi atravs dessa atitude que o pecado entrou no Universo; (2) H per-do para o pecado, desde que haja arrependimento e con-fisso, como ocorreu com Davi (cf. 1Cr 21:17); (3) Deus nos perdoa os pecados, mas no nos livra de suas consequncias: Davi teve que escolher um entre trs castigos propostos por Deus, e escolheu a peste (cf. 1Cr 21:11-14); (4) O pecado que cometemos no algo que afeta somente a ns. Outros po-dem sofrer por causa dele, como foi o caso daqueles 70 mil israelitas que perderam a vida devido peste escolhida por Davi (1Cr 21:14).

    Peamos a Deus um corao humilde, que nos leve a dar a Ele o crdito por tudo o que temos e somos. Se quisermos nos gloriar, que seja na cruz de Cristo (Gl 6:14), atravs da qual obtemos a salvao e todas as demais bnos. Por Ozeas C. Moura, doutor em Teologia Bblica e coordenador do curso de Teologia do Unasp, Campus Engenheiro Coelho, SP. E-mail: [email protected]

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    Mtodo incomparvel

    ensinO Fbio dos Santos

    Em Seus ensinos, Jesus demonstrou ser o Mestre por excelncia. Seu conheci-mento e sabedoria causaram admirao aos leigos e educadores daquele tempo. Sua metodologia de ensino era inigualvel.

    Alguns de Seus ensinos mais sublimes foram expressos em linguagem figurativa, como as pa-rbolas. Ele no poderia haver usado mtodo de ensino mais eficaz.1 A reao dos ouvintes foi: Ja-mais algum falou como este homem (Jo 7:46).

    Um exame minucioso desses ensinos sig-nificativo pelo fato de que um tero de tudo que Jesus ministrou nos evangelhos sinticos se apresenta em forma de parbolas.2 O evan-gelista Marcos comprovou esse fato quando escreveu: Com muitas parbolas semelhan-tes [Jesus] lhes expunha a palavra, conforme o permitia a capacidade dos ouvintes. E sem pa-rbolas no lhes falava (Mc 4:33-34).

    O que uma parbola? O conceito po-pular de parbola um tipo de figura de lingua-gem em que se fazem comparaes. No Antigo Testamento, o termo utilizado em hebraico marshal, tambm usado para designar provr-bio ou enigma.3 No Novo testamento, o termo parabole e vem do grego para (ao lado ou junto a) e ballein (lanar). Assim, a hist-ria lanada com a verdade para ilustr-la.4 No mago do significado de parabole e mar-shal est a ideia de uma comparao entre duas coisas diferentes. A realidade de nosso mundo posta em contato com um mundo narrativo da parbola para alguma comparao que pro-duza uma nova compreenso.5

    O uso de parbolas o meio mais eficaz de ensinar verdades bblicas

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    As parbolas de Cristo se relacio-nam com outras figuras de linguagem. As similitudes falam de costumes no tempo presente, fazendo uma compara-o entre dois elementos e usam geral-mente expresses como assim como, tal qual, tal como. Pedro usou uma smile quando escreveu: Toda humani-dade como a relva (1Pe 1:24, NVI). J as parbolas falam de determinado mo-mento do passado (o semeador saiu a semear, Mt 13:3). Tambm so percep-tveis as alegorias. uma figura de lin-guagem, mais especificamente de uso retrico, que produz a virtualizao do significado, ou seja, sua expresso trans-mite um ou mais sentidos que o da sim-ples compreenso ao literal.6 Enquanto a parbola consiste num acontecimento factvel, a alegoria pode ser tanto fact-vel como fictcia. Olhando para todas as parbolas que Jesus contou e as situa-es diversas em que Ele as proferiu, razovel afirmar que Ele usou uma va-riedade de parbolas, algumas das quais eram meros smiles que no precisavam muito de alguma explicao (todos com-preendiam imediatamente seu prop-sito), e outras que poderiam ser descritas como metforas ou como de natureza alegrica e precisando de explicao.7

    Por que Jesus falou por parbolas? Assim como a Divindade foi revelada por meio de Sua humanidade, ao usar os elementos da natureza em Suas parbo-las, Jesus forneceu um veculo poderoso para a compreenso das verdades espiri-tuais. To ampla era a viso que Cristo tinha da verdade, e to extensos os Seus ensinamentos, que cada aspecto da natu-reza foi utilizado para ilustrar verdades.8 Ensinava com autoridade, uma vez que toda a criao era obra de Suas mos. O desconhecido era ilustrado pelo conhe-cido; verdades divinas [...] com as quais o povo estava mais familiarizado.9 Mais tarde, quando os ouvintes se deparavam com os objetos ilustrados, os ensinos de Jesus vinham mente deles.

    No eram simples ilustraes como as que estamos acostumados a ouvir num sermo. A parbola envolvia as pessoas em um nvel muito profundo de reflexo. Eram to penetrantes que produziam efeitos diversos. Enquanto uns entre-gavam o corao instantaneamente a Cristo, outros procuravam mat-Lo.

    Ele lhes respondeu: A vs outros vos dado conhecer o mistrio do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parbolas, para que, vendo, vejam e no percebam; e, ouvindo, ou-am e no entendam; para que no ve-nham a converter-se, e haja perdo para eles (Mc 4:11, 12).

    Percebe-se que o propsito das par-bolas de Jesus era multifacetado. Ele as usava para revelar verdades e, ao mesmo tempo, para esconder derminadas coi-sas. Como a multido no julgava as parbolas, eram as parbolas que jul-gavam as pessoas,10 ao ouvinte interes-sado e sincero era revelado aquilo que anteriormente estava oculto: o mist-rio do reino de Deus. Esse grupo sentia o desejo de ganhar a salvao enquanto o ouvinte desinteressado ouvia a par-bola, mas no a entendia, porque o co-rao estava endurecido e por achar que sabia tudo. Para esses, restava-lhes ape-nas o juzo.

    No livro Parbolas de Jesus, Ellen G. White afirma que nem todos estavam preparados para aceitar e compreender Suas parbolas. Assim, Ele evitava que a multido incrdula Lhe fizesse alguma acusao e rompesse com Seu minist-rio de maneira prematura.11

    Interpretao de parbolas No li-vro Compreendendo as Escrituras,12 so apresentadas seis regras bsicas:

    1. Evite alegorizao. Inicialmente, impor-tante diferenciar entre alegoria e alegori-zao. Como j foi citado, a alegoria usa uma metfora ampliada para referir verda-des fora do significado literal da narrativa. J a alegorizao o processo de usar al-gum texto que no alegrico por natu-reza e transform-lo em alegoria, a fim de promover novos significados que o autor no tinha em mente. O telogo Agostinho usou a alegorizao para dizer que, na pa-rbola do Bom Samaritano, o homem que descia de Jerusalm para Jeric era igual a Ado.13 Ele no foi o nico a usar esse princ-pio interpretativo. Durante sculos, este foi o mtodo mais usado, mas seu rompimento

    se iniciou no movimento da reforma e ter-minou com o erudito alemo A. Jlicher, no sculo passado.14

    A alegorizao facilita enxergar qualquer coisa em quase todas as parbolas. Acaba impondo um significado que o autor jamais pretendia.

    2. Rena dados histricos, culturais, gramaticais e lxicos. O mundo em que vivemos mui-to diferente do mundo dos aldees da Pales-tina. Essa distncia pode ser amenizada por meio de descobertas arqueolgicas, uso de bons dicionrios, comentrios bblicos e a lei-tura de livros que retratam os costumes de-quela poca.

    3. Analise a narrativa da parbola. As parbolas tm personagens, aes, cenrios e suportes, e relaes de tempo; elas tm um narrador e um leitor subentendido, um ponto de vis-ta e um enredo. A anlise destes ajuda o lei-tor a ver, de forma objetiva, a maneira pela qual criado o impacto emocional da nar-rativa e ajuda a delinear os temas e nfases da narrativa.15

    4. Determine o auditrio. Para quem Jesus es-tava falando? Para escribas, fariseus, s mul-tides ou aos discpulos? A compreenso dessas perguntas ajuda o leitor a determi-nar se a aplicao da parbola para os que esto dentro da igreja ou fora dela, para gru-pos ou pessoas. Tambm observe a reao dos ouvintes de Jesus, pois isso servir de excelente pista para seu significado.

    5. Esprito de Profecia. Os livros de Ellen G. White, especialmente Parbolas de Jesus, so ricos em detalhes e fornecem uma interpretao cor-reta. Dessa forma, pode-se economizar mui-to tempo na busca de respostas em outras literaturas.

    6. Aplique a parbola situao de hoje. Iden-tifique o princpio teolgico ensinado por Jesus na parbola e aplique sua vida pes-soal. Lembre-se de que a aplicao provm da parbola em vez de ser imposta a ela.

    FAbiO DOs sAnTOs pastor distrital em Barretos, SP.

    Referncias1. Ellen G. White, Parbolas de Jesus, p. 21.2. Grant R. Osborne, A Espiral Hermenutica: uma nova abordagem

    interpretao bblica (So Paulo: Vida Nova, 2009), p. 372.3. Ibid.4. Roy B. Zuck, A Interpretao Bblica: meios de descobrir a verdade

    bblica (So Paulo: Vida Nova, 1994), p. 225.5. George W. Reid, Compreendendo as Escrituras: uma abordagem

    adventista (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2007), p. 232.6. Ver HIPERLINK: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alegoria.7. George W. Reid, Op. Cit., p. 225.8. Ellen G. White, Parbolas de Jesus, p. 20. 9. Ibid., p. 17.

    10. Warren W. Wiersbe, Comentrio Bblico Expositivo: Novo Testamento: (Santo Andr:SP: Geogrfica Editora, 2006), v. 1, p. 157.

    11. Ellen G. White, Parbolas de Jesus, p. 21, 22.12. George W. Reid, Op. Cit., p. 235.13. Ibid.14. Kennet Bailey, As Parbolas de Lucas (So Paulo: Vida Nova,

    1995), p. 25.15. George W. Reid, Op. Cit., p. 236.

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    Uma vida no azulbusque a sabedoria divina para ter equilbrio financeiro

    e cumprir o plano de Deus em voc

    Algumas de nossas escolhas afe-tam a vida no presente e esta-belecem grande impacto em relao ao futuro. Isso aconte-ce especialmente quando o as-sunto dinheiro. Suas escolhas

    presentes podem afetar fortemente seus prximos anos. As escolhas equivocadas de hoje podem fazer voc perder grandes chances de crescimento profissional, desen-volvimento acadmico e interao social.

    Edson Erthal de Medeiros

    Poupana R$ 1.064,57Cheque especialR$ 2.872,06Carto de crditoR$ 4.817,90

    Aps 12 meses, R$ 1.000,00 se transformam em:

    As piores dvidasO efeito perverso do endividamento pode ser visto no exemplo a seguir: Uma pessoa que

    coloque R$ 1.000,00 na poupana, depois de 12 meses ter aproximadamente R$ 1.064,57 (taxa mensal de 0,5228%, segundo o ndice da poupana do dia 1o de maio de 2012). O mesmo valor, sacado do limite do cheque especial, depois de 12 meses se transformar em uma dvida de R$ 2.872,06 (taxa mensal de 9,19%, segundo o ndice mdio dos cinco maiores bancos brasileiros, no ms de maio de 2012). Se considerarmos a taxa do carto, o valor de R$ 1.000,00 se transformar em incrveis R$ 4.817,90 (taxa mensal de 12% + 2% de multa por atraso).

    Foto

    lia

    O endividamento atinge todas as faixas etrias, mas pesqui-sas revelam que as pessoas esto se tornando endividadas cada vez mais cedo. Segundo pesquisa realizada pela Fecomrcio Minas, 61,6% dos endividados esto entre 25 a 44 anos. Ou-tra pesquisa, realizada pelo jornal Correio Brasiliense, junto ao SPC Brasil, aponta que mais de 30% dos jovens de 18 a 29 anos estavam com dbitos em atraso.

    Uma pesquisa realizada com mais de 18 mil consumido-res, feita pela Confederao Nacional de Comrcio, Bens e Turismo (CNC), indica outra realidade preocupante: no ms de abril de 2012, o endividamento alcanou 56,8% dos con-

    sumidores brasileiros. Nesse grupo, 14,1% declararam-se muito endividados, 21,3% declararam estar com

    um endividamento mdio e 21,4 disseram es-tar pouco endividados. Um dado alarmante

    sobre essa pesquisa que 73,7% dos en-dividados informaram que devem no carto de crdito, uma das piores dvi-das que algum pode ter no mercado financeiro (veja o quadro).

    H mais de um sculo, Ellen G. White j alertava quanto necessidade

    de se manter uma vida financeira equili-brada: Devemos fugir de dvidas como de lepra

    (Conselhos Sobre Educao, p. 203). Outro texto reve-lador est no livro: No nos devemos permitir ficar embara-ados financeiramente, pois o fato de estarmos com dvida enfraquece nossa f e nos leva ao desnimo (p. 254). Gastar

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    O modo pelo qual algum conduz sua v

    ida financeira ainda

    mais visvel nos momentos de crise. Quando os recursos ficam

    mais escassos, torna-se evidente se estamos do lado da crise ou

    da soluo. Em uma palestra a estudantes da Universid

    ade Harvard, nos Es-

    tados Unidos, durante o ms de maio, a diretora-gerente do Fun-

    do Monetrio Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou que

    a atual crise econmica na zona do euro pode se transformar em

    uma crise financeira global pior at mesmo que a ocorrida em 1930,

    conhecida como a Grande Depresso. Diante desse quadro, 75 mi-

    lhes de jovens podem ter grandes dificuldades para encontrar um

    emprego decente.Em muitos casos, para que a economia con

    tinue funcionando, as

    pessoas tm sido estimuladas a gastar com base em taxas de juros

    reduzidas e pagamentos em parcelas a perder de vista. No Brasil,

    essa armadilha consumista pode colocar em risco principalmente a

    ascenso da nova classe mdia, cada vez mais endividada.

    Somos uma sociedade alada na mar do consumo compulsivo,

    interessada em aproveitar a vida, seja o que isso for, e em adqui-

    rir mais e mais coisas, mesmo que inteis, alertou a escritora Lya

    Luft, na revista Veja. De acordo com ela, isso no subir de classe

    social: saracotear diante de uma perigosa ladeira.

    De acordo com Ellen G. White, a melhor frmula para algum evi-

    tar o prprio desastre econmico e se tornar uma bno s pessoas

    viver com economia e doar com liberalidade e compaixo, segun-

    do as bnos recebidas de Deus. Muitos desprezam a economia,

    confundindo-a com a avareza e a mesquinhez. A economia, po-

    rm, harmoniza-se com a mais ampla liberalidade. Verdadeiramen-

    te, sem economia no pode existir real liberalidade. preciso que

    poupemos, a fim de podermos dar (Mensagens aos Jovens, p. 320).

    Seguindo a orientao inspirada, em uma poca de crise o jovem

    cristo pode se tornar parte da soluo. Guilherme Silva

    Crise x soluo

    sem controle o incio da runa financeira e tambm da runa espiritual, pois a preocupao com a dvida enfraquece a f.

    Se voc deseja evitar cair nas armadilhas do endividamento, ou quer se libertar dessa situao preocupante, hora de mu-dar de vida. Quero fazer algumas sugestes para voc:

    1. Ore a Deus para que ele dirija seus planos. Esteja dis-posto a ouvir Sua voz, pois Ele sabe o que melhor para voc e para sua famlia.

    2. no se deixe escravizar pelo dinheiro. Seja seu dono. No seja escravo das suas emoes. Gaste com racionalidade.

    3. Jamais gaste alm de suas entradas. Controle seus gas-tos, jamais seja controlado por eles. Uma sugesto interessante dividir a renda recebida, de acordo com as necessidades presentes e futuras. Por exemplo, numa situao estvel, 60% dos recursos deveriam ser gas-tos com as despesas correntes (alimentao, educao, transporte, lazer, etc.), 20% da renda poderia ser investida em projetos futuros (poupana, fundos de previdncia, imvel, etc.), 15% da renda ficaria reservado para doao (dzimo, ofertas, causas sociais) e 5% para situaes emergenciais.

    4. evite desperdcios. Muitas despesas podem ser reduzidas sem nenhum prejuzo para voc ou para sua famlia. Quem administra os cen-tavos poder gerir milhes.

    5. no seja presa fcil do endividamento de ocasio. Se voc for a um centro de compras poder constatar que tudo est em promoo e pode ser parcelado. Os apelos para o consumo inundam as vitrines e os comerciais de televiso. Se voc no estiver atento, ser iludi-do por uma falsa promoo e duas coisas podero acontecer: (a) voc vai comprar algo que no necessrio; (b) voc vai comprar parcelado e pagar muito mais caro por algo que, vista, seria a metade do preo. Lembre-se: normalmente, o juro est embutido no preo. Ao comprar parcelado, faa as contas e veja se realmente o negcio to bom quanto o anunciado.

    6. seja sempre aplicador e no tomador. O que toma em-prestado servo do que empresta (Provrbios 22:7). Algumas verses usam uma palavra mais dura do que servo, usam a palavra escravo. No seja escravo de ningum, no tome emprestado.

    7. Tenha objetivos claros para utilizar suas economias. Uma boa maneira de utilizar os recursos com sabedoria ter um planeja-mento claro e objetivo das metas de curto, mdio e longo prazo. Cada pes-soa ou famlia deve ter seus planos escritos e trabalhar arduamente para alcan-los. Afinal, sem esforo no se chega a lugar nenhum. Se o plano aquisio de um imvel, escreva no seu planejamento o valor, o local e a data prevista para a aquisio. Quem no tem metas dificilmente ser um poupador eficiente. Focalizar aquilo que se quer alcanar essencial.

    8. se estiver endividado, trace metas claras para se livrar desse fardo. A primeira medida para sair da dvida deve ser: saber exatamente o que se ganha e o que se gasta. Em seguida, faa um levantamento preciso de quanto deve. J conversei com muitas pessoas endividadas. A maioria no tem certeza do valor que tem disponvel para gastar e tambm no sabe com preciso quanto deve. Aps determinar o valor exato das entradas e sadas, e o saldo total devedor, a hora de planejar, cortar gastos, priorizar o pagamento das dvidas e buscar o mais rpido possvel sair do vermelho.

    9. sacrifique um prazer imediato por uma realizao futura. Nada lhe trar tanta satisfao quanto alcanar seus sonhos sem dever para ningum. Prazeres imediatos tiram o foco, e sair do foco o caminho do fracasso nas finanas.

    10. Acompanhe mensalmente sua situao financei-ra. Tenha certeza de que suas metas estejam sendo cumpridas.

    Lembre-se de que os recursos nos foram dados para hon-rarmos a Deus. Neste mundo em que vivemos, o prazer e a lu-xria tm um apelo muito forte. No seja presa desse estilo de vida. Estamos aqui s de passagem. Durante os poucos anos de nossa existncia terrena, devemos viver de modo que honremos a Deus. Usar bem os recursos uma das chaves para uma vida plena de realizao e alegria. Uma vida equilibrada uma bn-o para nossa famlia, para igreja e para a sociedade.

    eDsOn eRThAL De MeDeiROs pastor e mestre em Administrao. Atua como Diretor Financeiro

    na Casa Publicadora Brasileira.

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    Travesseiro de pedraO travesseiro um lugar de consulta ao corao

    DeVOCiOnAL Josimar Rios Oliveira

    O sono uma necessidade bsica do ser humano. Para dormir bem, h vrios re-quisitos como: fazer refei-es leves noite, deixar de pensar em problemas, usar colcho confortvel que alinhe a coluna cervical com o tronco, diminuir ou eliminar a iluminao e o barulho, mas tambm convm ter um bom travesseiro. H pessoas que gostam de travesseiros altos, outras preferem os baixos, macios, mais duros, etc. O mer-cado oferece vrios tipos de travessei-ros: penas de ganso, espuma da NASA, fibra, microfibra, polister siliconada, entre outros. A oferta est apoiada nas principais promessas de serem macios, flexveis, moldveis, leves, se ajustarem facilmente ao formato da cabea e ati-varem a circulao sangunea.

    As duas principais menes de tra-vesseiro na Bblia o colocam como um lugar de consulta ao corao (Sl 4:4) e smbolo de dependncia e segurana do Senhor (Mc 4:38).

    Mas quem gostaria de ter um traves-seiro de pedra sob a cabea? Em Gne-sis 28:11, lemos que Jac fugiu de Ber-seba em direo Mesopotmia, dor-miu ao relento e usou uma pedra como travesseiro. Mas pedras no do bons travesseiros...

    Jac estava nessa situao por sua pr-pria conta, pois ardilosamente havia ex-plorado a cegueira de seu pai e enga-nado duas vezes seu irmo. Deus esco-lheu Jac entre os dois filhos de Isaque para receber a bno de Abrao. Mas, ao que parece, Jac quis dar uma fora para Deus. Regido pela equivocada con-cepo de que o fim justifica os meios, ele tentou criar a maneira e o momento do

    recebimento da promessa. O terrvel mal do imediatismo sempre leva o homem manipulao do sagrado. Jac no espe-rou o horrio do relgio pontual da pro-vidncia divina. Mas o que isso lhe valeu? Ele estava isolado, desamparado e com o peso do pecado que tinha cometido.

    Assim como Jac, todo ser humano pode circunstancialmente usar um tra-vesseiro de pedra quando, sozinho, reflete profundamente na insensatez que come-teu, ou com a qual concordou. Quando se encontra consigo mesmo, conclui que conseguiu enganar ou esconder algo de todo mundo, mas no de si mesmo. No fundo, sabe ser hipcrita, prepotente, egosta, soberbo, orgulhoso, traidor, exibi-cionista, arrogante, falso, lascivo, leviano. Assim, a conscincia no descansa con-fortavelmente, pois se reclina num cir-cunstancial travesseiro de pedra, e a sen-sao de condenao e fracasso.

    Aps reclinar a cabea sobre o traves-seiro de pedra e dormir, Jac sonhou que uma escada era posta na Terra cujo topo tocava o Cu e anjos subiam e desciam por ela. Apesar dos deslizes cometidos por Jac e de seu imerecimento, a mani-festao sobrenatural era uma garantia, da parte de Deus, de que seria cumprida a promessa de recebimento da terra e uma descendncia forte e abenoada. Talvez, o nico aspecto positivo para o homem, ao usar um circunstancial travesseiro de pe-dra, seja o de que tal situao o ponto de maior incentivo para o abandono do salto alto da confiana prpria e da soberba. Em muitos casos, o ser humano s deixa de olhar para o prprio umbigo quando est na sarjeta. Ento, no fundo do poo da impotncia humana dissipada a n-voa da dependncia dos prprios mtodos

    e recursos e a pessoa enxerga Jesus, a nica escada capaz de tirar algum do abismo sem fim, dando-lhe acesso ao Cu.

    Apesar dos lapsos, Deus estava a cada momento junto de Jac (Gn 28:16). O Se-nhor sempre est perto de Seus filhos, mesmo quando ludibriam a mente com a escusa de impunidade por estar longe de tudo e de todos, e secretamente co-metem pecados; mesmo quando se sen-tem bastardos na casa de orao; mesmo quando esto imobilizados, espiritual-mente, pela prpria conscincia que afere toneladas de culpas ou quando se sentem um caso perdido. A companhia divina tambm se faz presente quando se sentem feridos, trados, humilhados, des-prezados pela famlia ou pelos amigos.

    Se o homem se agarrar ao Senhor se apossando, pela graa de Cristo, do pe-nhor do pleno cumprimento da promessa de que ter uma habitao na Cana ce-lestial, ele viver intensamente a noo da presena e guia do Esprito Santo. A par-tir de ento, sua experincia com Deus ser radicalmente diferente. Haver mais dependncia, a presena do Senhor ser mais sentida e percebida. O resultado ser mais temor e respeito a Deus. Cris-tianismo no se limita a uma atitude com-portamentalmente pontual, geralmente vivida entre as quatro paredes de um tem-plo, mas, por ser um estilo de vida, se pro-pe a ser uma conduta linear de imitao e reproduo das virtudes de Cristo.

    Que o uso do circunstancial traves-seiro de pedra seja o instrumento de un-o do Cu para nos tornar submissos a Deus!

    JOsiMAR RiOs OLiVeiRA pastor distrital na cidade de Itabaiana, Sergipe.

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    21Revista Adventista I julho 2012

    Um jornal a servio da igreja Editor: Wendel Lima

    Julho [email protected]

    28 Adventistas procuram restaurar o aspecto evangelstico dos cultos de domingo32 Todos contra o cigarro: igrejas, escolas e hospitais se unem no combate ao fumo34 Dia Mundial do Meio Ambiente: do passeio ciclstico mostra cultural

    27 Cacique batizado em GO e igreja evangeliza ndios guaranis em SC

    Misso a bordoQue o nmero de usurios nos aero-

    portos brasileiros aumentou significativa-mente nos ltimos anos, muitos sabem. O que poucos percebem, quando vo viajar de avio, que alguns aeroportos reser-vam um espao para a orao: as capelas ecumnicas ou interdenominacionais. No mundo, existem 140 dessas salas, como no Aeroporto Internacional de So Paulo, em Guarulhos, SP. Criado em 1987, o espao em Cumbica pode abrigar 40 pessoas que desejam privacidade para meditar ou orar enquanto aguardam um voo.

    A novidade que, desde maro, um dos principais aeroportos do Brasil tem um trabalho de capelania adventista. Trs ve-zes por semana, pastores e membros se revezam no atendimento espiritual dos passageiros e abordam os viajantes ofere-cendo-lhes material personalizado. A cada livro missionrio entregue, vai junto um passaporte da esperana, impresso que explica a obra. A iniciativa uma vitri-ne oportuna para a Igreja Adventista num local em que trabalham 30 mil funcion-rios e transitam 80 mil passageiros por dia.

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    Alm dos murosNesta edio, as matrias destacam o trabalho que a igreja tem para realizar alm de

    seus muros. No fim de maio, por ocasio do Dia Mundial de Combate ao Tabagismo, es-colas, igrejas e hospitais ergueram uma bandeira defendida h mais de um sculo pela de-nominao: o alerta contra o fumo. As aes se concentraram em passeatas realizadas pelos colgios, cursos organizados por igrejas e uma feira de sade promovida pelo Hos-pital Adventista de So Paulo. Os estudantes ofereceram para os fumantes uma fruta em troca do cigarro. Em MS, a mobilizao teve carter mais legislativo. A ideia foi conseguir adeso para o projeto de lei que prev a proibio do fumo em lugares pblicos abertos, como parques e praas.

    No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, os alunos voltaram s ruas, dessa vez, para entregar sementes de ip e de crotalria juncea. No Vale do Paraba, as atividades foram di-versificadas nas nove unidades escolares: de passeio ciclstico mostra cultural. Em Fortaleza, houve blitz ecolgica; em Goinia, apresentao do coral no parque e, em Pernambuco, plan-tio de mudas e feira de alimentos saudveis no Iape, mais novo internato adventista do Brasil.

    Em junho, tambm foi lanada a campanha da Recolta 2012 em vrias regies do Pas. No oeste paulista, as doaes deste ano sero destinadas construo da sede do Centro Ad-ventista de Apoio Famlia (CAAF), entidade que tem oferecido moradia e suporte psico-lgico e espiritual para as famlias dos pacientes que fazem tratamento no Hospital Pio XII, em Barretos, SP. O hospital referncia nacional em oncologia. Hoje, as instalaes do CAAF so alugadas, mas o novo prdio poder abrigar at 32 famlias, alm de contar com espaos mais adequados para a realizao de oficinas de empreendedorismo e qualifica-o profissional. Wendel Lima.

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    22 Revista Adventista I julho 2012

    Suellen Timm Colaboradora

    Yan Carlos Tor-

    res se mudou do Peru para o Brasil, a fim de sal-var a filha recm-nascida de uma doena rara. A mesma sorte no teve Mrcia Firmino, que acom-panhou a luta perdida pelo ma-rido contra a leucemia. O temido diagnstico, dado h seis meses, tambm frustrou os projetos e so-nhos da esteticista Ana Cludia Moraes. O que une essas pessoas com histrias dramticas a con-vivncia com o cncer e a mudan-a para a cidade de Barretos, SP, no intuito de encontrar cura no hospital que referncia em on-cologia no Brasil.

    Os trs recebem assistncia do Centro Adventista de Apoio Famlia (CAAF), entidade ainda em fase embrionria, que funcio-na num imvel alugado. Manti-do pela ADRA, o projeto receber os donativos da campanha Recol-ta 2012 vindos do oeste paulista.

    O sonho ambicioso. Ofere-cer abrigo, apoio psicolgico e espiritual, alm de capacitao profissional para as famlias e pa-cientes que migram para a cidade em busca de tratamento. Trata-se de um suporte muito bem-vin-do, que tem ajudado a reorientar quem viu o cho desaparecer de-baixo dos ps.

    Do Peru para o Brasil Quando Aline nasceu, a segunda filha de Yan, ele e a esposa perce-beram que havia algum proble-ma com seu beb. O diagnstico foi dos piores: a menina tinha um cncer raro, s identificado nela e num outro homem que morava na Europa. A previso foi de cur-ta sobrevida. Aline foi submeti-da a um tratamento de 10 meses, mas sem sucesso. Yan procurou dois hospitais especializados nos

    Estados Unidos, porm, nada mu-dou. Quando voc pai, no se perde as esperanas. Voc faz de tudo, at o fim, justifica.

    O av paterno da criana con-fortava o casal dizendo que era preciso orar para entender os propsitos de Deus. Pouco tempo depois, colegas de Yan, que mo-ravam em So Paulo, indicaram o Hospital Pio XII, o Hospital do Cncer de Barretos. Sem pensar muito, o casal deixou o emprego no Peru e se mudou para o Bra-sil. Aline comeou um novo trata-mento, agora com um diagnstico menos sombrio. Ela se recuperou bem da cirurgia que fez para re-ti