revista a bordo - projeto viva o peixe-boi marinho - 7ª edição

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A BORDO REVISTA Fundação Mamíferos Aquáticos PROJETO VIVA O PEIXE-BOI MARINHO Campanha Ajude a Preservar o Peixe-Boi Marinho volta a percorrer praias da PB Curadoria do Artesanato da PB visita a Barra de Mamanguape para analisar produção local Peixes-bois marinhos do Brasil podem ser transferidos para Guadalupe EDIÇÃO 7 FMA LANÇA APLICATIVO PARA COLABORAR COM A CONSERVAÇÃO MARINHA JUN/2015 FOTO KARLILIAN MAGALHÃES

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Periódico de comunicação e pesquisa sobre o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, uma estratégia da Fundação Mamíferos Aquáticos em prol da conservação da espécie no Nordeste do Brasil.

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ABORDOR E V I S T A

Fundação Mamíferos Aquáticos

P R O J E T O V I V A O P E I X E - B O I M A R I N H O

Campanha Ajude a Preservar o Peixe-Boi Marinho volta a percorrer praias da PB

Curadoria do Artesanato da PB visita a Barra de Mamanguape para analisar produção local

Peixes-bois marinhos do Brasil podem ser transferidos para Guadalupe

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FMA LANÇA APLICATIVO PARA COLABORAR COM A CONSERVAÇÃO MARINHA

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Há 25 anos promovendo a conservação dos mamíferos aquáticos e seus habitats, visando a sustentabilidade socioambiental.

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EQUIPE PROJETO VIVA O PEIXE-BOIMARINHOCoordenaçãoJoão Carlos Gomes Borges (Coordenador executivo do Projeto/Diretor-presidente da FMA)[email protected] Elisa Pitanga (Coordenadora técnica do Projeto)[email protected] Vergara-Parente (Coordenadora científica e Diretora vice-presidente da FMA)[email protected]

REVISTA A BORDOJornalista responsável Karlilian MagalhãesDesign gráfico Giovanna MonteiroRevisão técnica João Carlos Gomes Borgese Maria Elisa Pitanga

TAMBÉM COLABORARAM PARA ESTA EDIÇÃO:

Jornalismo Raquel PassosColuna Científica Maíra BragaDiário de Bordo Sé Silva Resumo Científico Karine Magalhães, Ingrid Lima e João Carlos Gomes BorgesGPS Ricardo Araújo e Maíra Braga

CAPAFMA lança aplicativo que pode ajudar na conservação marinha

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6ESPECIALPeixes-bois marinhos do Brasil podem ser transferidos para Guadalupe

EDUCAÇÃO AMBIENTALCampanha Ajude a Preservar o Peixe-Boi Marinho volta a percorrer praias da PB

PESQUISARelação entre os ecossistemas aquáticos e a pesca

DIÁRIO DE BORDOPor Sé Silva

FOTO REFLEXÃO

FMAConservação de manguezal é tema de projeto que terá cooperação da FMA

GPS

4 www.vivaopeixeboimarinho.org

12SUSTENTABILIDADESOCIAMBIENTALCuradoria do Artesanato da PB analisaprodução da Barra de Mamanguape

Analista AmbientalElismara Oliveira (Médica Veterinária) [email protected]ção Ambiental/ Inclusão Social/Eco-Oficina Peixe-Boi & CiaDaniela Araújo (Técnica de Inclusão Social)[email protected]íra Braga (Assessora técnica)[email protected] de ComunicaçãoKarlilian Magalhães (Jornalista)[email protected]ção FinanceiraMárcia Bernardo (Diretora Administrativa e Financeira da FMA)[email protected] Geraldo (Agente de campo)Sebastião Silva (Graduando em Ecologia)

14COLUNA CIENTÍFICAComo o turismo ecológico pode contri-buir na conservação de espécies

29ILUSTRAÇÃOPor Julio Cesar

ÚLTIMAS26

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A Revista A Bordo é um periódico de comunicação científica que tem como objetivo sensibilizar os leitores sobre a importância da conservação dos animais aquáticos e do meio ambiente. Nasceu em 2014, durante a execução do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho - uma estratégia de conservação e pesquisa da Fundação Mamíferos Aquáticos para evitar a extinção desta espécie no Nordeste do Brasil.

Em sua sétima edição, a Revista A Bordo traz uma boa nova: o lançamento do BIOTA, o aplicativo de celular desenvolvido pela Fundação Mamíferos Aquáticos para ajudar na conservação marinha. Agora, qualquer pessoa que encontrar um animal (debilitado ou não), em praias de qualquer parte do mundo, pode utilizar o aplicativo e contribuir com informações.

Nesta edição, confira, também, uma matéria especial sobre o movimento de pesquisadores e cientistas brasileiros para tentar impedir o envio de cinco peixes-bois marinhos do Brasil para Guadalupe, região do Caribe. O grupo alega, em nota técnica, que esta transferência pode colocar em risco a vida desses animais e prejudicar a conservação da espécie tanto no Brasil como nos países situados próximos à Guadalupe.

A Revista traz ainda informações sobre as ações de inclusão social e educação ambiental do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho na Paraíba, e sobre as atividades da FMA em Sergipe voltadas para a conservação do manguezal de Aracaju. Quem assina a coluna científica desta edição é a turismóloga Maíra Braga, que conta como o turismo ecológico pode contribuir na conservação de espécies ameaçadas. Na coluna Diário de Bordo, conheça um pouco mais sobre Sé Silva, estudante de Ecologia, natural da Barra de Mamanguape, colaborador do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho.

A seção Pesquisa apresenta um resumo científico interessante sobre a percepção de pescadores e maris-queiros sobre a conservação de ecossistemas aquáticos e o peixe-boi marinho. A Revista também traz uma ilustração de cunho ambiental assinada pelo estudante de Design Julio Cesar Santos, além da seção foto reflexão e de indicações de livros e agenda de eventos científicos previstos para 2015 nas áreas de Biologia, Medicina Veterinária, Ecologia e Meio Ambiente.

Boa leitura!

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Karlilian Magalhães, Assessora de Comunicação da Fundação Mamíferos Aquáticos.

EDITORIAL

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ESPECIAL

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PEIXES-BOIS MARINHOS DO BRASIL PODEM SER TRANSFERIDOS PARA GUADALUPE, NA REGIÃO DO CARIBECientistas e pesquisadores de instituições ligadas à conservação do mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil estão tentando impedir que esta ação aconteça e lutam pela permanência dos animais no país.

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Ainda este semestre, o Governo Brasileiro, num acordo com uma instituição internacional, pretende enviar cinco peixes-bois-marinhos (que, neste mo-mento, se encontram em Itamaracá-PE) para Gua-dalupe. Os responsáveis pela iniciativa alegam que o Brasil está colaborando com um esforço internacio-nal para a conservação dos sirênios e que os animais em questão (Netuno, Xuxa, Sereia, Marbela e To-quinho) participarão de uma experiência científica voltada para a reintrodução da espécie naquele país. Por uma série de questões relacionadas à preocupa-ção com a genética, a saúde, os aspectos biológicos, ecológicos e status de conservação da espécie no Brasil, pesquisadores e cientistas brasileiros repre-sentantes de instituições dedicadas à conservação de sirênios no Brasil se uniram numa mobilização para tentar impedir que essa transferência aconteça.

Dentre as instituições engajadas na mobilização, es-tão: a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA), a As-sociação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Associação Amigos do Peixe- Boi (AMPA), Instituto Nacional de Pesquisa da Ama-zônia (INPA), e o Centro de Preservação e Pesqui-sa de Mamíferos Aquáticos (CPPMA). Assim que souberam desta pretensão do Governo, em 2014, preocupados com os animais e com a situação da

conservação da espécie no país, os pesquisadores enviaram uma carta ao ICMBio e ao Ministério do Meio Ambiente questionando essa pretensão. Sem obter resposta dos órgãos, o grupo então decidiu entrar com uma ação no Ministério Público Federal (MPF). O MPF entendeu como sendo legal esse en-vio, porém, em duas notas técnicas, os pesquisado-res especialistas no assunto levantam uma série de questões que garantem que esta ação do Governo pode colocar em risco a vida desses animais e preju-dicar a conservação da espécie tanto no Brasil como nos países situados próximos à Guadalupe onde os peixes-bois ainda podem ser encontrados.

Em documento encaminhado ao Ministério Público Federal, os especialistas elencaram os motivos para não serem a favor da transferência destes animais. Em Nota Técnica Conjunta protocolada no órgão, consta que: “os animais em questão possuem gran-de importância para pesquisas e ações de conserva-ção da espécie no país, podendo ser mantidos em um cativeiro em ambiente natural e até fazer parte de um programa de melhoramento genético brasi-leiro. O peixe-boi-marinho é uma espécie ameaçada de extinção, com áreas de baixa densidade popula-cional, distribuição atual descontinua, porém, com a população total desconhecida no Brasil”.

FOTO LUCIANO CANDISANI

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Segundo o grupo de pesquisadores brasileiros que defendem a permanência dos cinco exemplares de peixe-boi marinho, os animais indicados para expor-tação, ainda que considerados bons reprodutores, deveriam fazer parte de algum programa local de repovoamento de áreas de ocorrência histórica da espécie no Brasil. A reprodução assistida em cativei-ro é uma estratégia sinalizada pelo grupo como foco na recuperação da espécie em território brasileiro, por possuir papel ecológico neste ambiente.

Outra observação levantada no documento é que o peixe-boi marinho é um animal de alta mobilidade, podendo se deslocar até 3 mil quilômetros. Assim, indivíduos que formarão esta nova população em Guadalupe poderiam facilmente se deslocar para locais onde há outras populações da espécie com características genéticas distintas. É de conhecimen-to público que as populações de peixe-boi marinho localizadas no Caribe, incluindo zonas costeiras da Venezuela, Colômbia, América Central, México e Flórida, são muito diferentes geneticamente das po-pulações do Atlântico Sul que hoje se encontram na costa do Brasil e das Guianas. Estes dois grupos po-pulacionais se separaram há mais de cem mil anos, em ambientes diferentes, e podem possuir adapta-ções distintas. De acordo com os pesquisadores da mobilização, isto gera um risco de depressão exogâ-mica no local de reintrodução (Antilhas), podendo ser uma ameaça à manutenção destas populações, uma vez que esses animais podem inserir alelos ou genótipos não adaptados às condições locais e cau-sar a extinção local daquela população a curto prazo.

A nota técnica alega ainda que como se trata de uma espécie ameaçada de extinção, não apenas no Brasil, mas no mundo, deve-se levar em conta o Princípio da Precaução que é a garantia contra os riscos po-tenciais que, de acordo com o estado atual do co-nhecimento, não podem ser ainda mensurados pre-cisamente. Este Princípio afirma que “a ausência da certeza científica formal, a existência de um risco de um dano sério ou irreversível requer a implemen-tação de medidas que possam prever este dano”. Assim, como o dano não pode ser previsto e existe evidência de separação genética antiga, recomenda-se que a reintrodução da espécie em Guadalupe não seja feita com espécimes do Brasil.

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SITUAÇÃOAté o momento, os pesquisadores envolvi-dos na mobilização contra o deslocamento destes animais a Guadalupe enviaram uma carta manifestando preocupações ao Minis-tério do Meio Ambiente e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O grupo também protocolou a Nota Técnica Conjunta no Ministério Públi-co Federal e organizou uma petição pública com um abaixo-assinado que está recolhen-do assinaturas para tentar impedir a transfe-rência destes cinco peixes-bois marinhos. O abaixo-assinado está disponível na internet e qualquer pessoa pode participar, basta clicar no link: www.change.org/peixe-boi.

O desejo maior destes membros e insti-tuições associadas é que a medida não seja efetivada, considerando os riscos para os es-pécimes envolvidos, as populações de peixes- bois marinhos com ocorrência nos países situados próximos à Guadalupe, bem como a redução das ações conservacionistas com a espécie no Brasil.

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CAPA

FMA LANÇA APLICATIVO QUE PODE AJUDAR NA CONSERVAÇÃO MARINHA

FOTO BRUNO J. M. DE ALMEIDA FOTO ACERVO FMA

POR RAQUEL PASSOS

A Fundação Mamíferos Aquáticos desenvolveu um aplicativo pioneiro no Brasil, chamado BIOTA. A ideia é aproximar pessoas do trabalho de conser-vação ambiental que a instituição já desenvolve com diversos programas e projetos, dentre eles, o moni-toramento de praias – no qual monitores percor-rem a faixa de areia de Sergipe-Alagoas diariamente em busca de animais marinhos encalhados ou que apresentem sintomas para resgate. Ao detectar o bicho debilitado, o monitor aciona a equipe da FMA e os médicos veterinários entram em ação com os processos de reabilitação do animal (seja mamífero aquático, ave ou tartaruga marinha). Depois de rea-bilitado, ele é devolvido ao habitat e assim a Funda-ção cumpre parte de sua missão que é promover a conservação dos mamíferos aquáticos e seus habi-tats, visando a sustentabilidade socioambiental.

Com o aplicativo BIOTA, o cidadão irá ajudar a FMA no mapeamento de ocorrências e isso influenciará em pesquisas voltadas para a conservação marinha que também desenvolvemos em paralelo aos pro-gramas. Muitos programas e projetos ambientais nascem a partir de dados catalogados em vivências. O aplicativo BIOTA surge para dinamizar esse flu-xo e amplia as oportunidades, incluindo o ambiente marinho estrangeiro.

Funciona assim: a pessoa que portar um dispositivo móvel conectado à internet no sistema Android, se-guirá as instruções de acesso e incluirá informações a respeito do animal que foi encontrado (debilitado ou não) em regiões com ambiente marinho. Ao realizar esse registro no BIOTA de qualquer parte do mun-do, a equipe técnica da FMA receberá os dados pelo

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sistema e será possível catalogá-lo. Dessa forma, o ci-dadão ajudará aportando informações essenciais para pesquisa e conservação dos animais aquáticos e seus habitats. O aplicativo BIOTA funciona como um ban-co de dados de ocorrência dos animais em ambiente aquático em todo mundo, alimentando pesquisas e ações em prol da conservação marinha.

Para estimular o correto uso do aplicativo por parte da população (incluindo informações reais da ocor-rência, com fotos e até mesmo nome da espécie), a Fundação criou um sistema de pontos acumulativos: quanto mais a pessoa informar corretamente, mais ganhará pontos e, assim, terá várias possibilidades de troca. Os brindes são produzidos pela Eco-Oficina Peixe-Boi & Cia, uma ação de cunho socioambiental que a FMA desenvolve há mais de 20 anos junto a

mulheres da comunidade da Barra de Mamanguape (PB). A venda das pelúcias de peixe-boi contribui para o desenvolvimento local e para a conservação da espécie. O prêmio máximo do BIOTA contempla uma viagem. Para baixar o aplicativo, é preciso ter um smartphone com plataforma android e acessar a loja de aplicativos da Google (Google Play). O aplica-tivo está cadastrado com o nome Biota FMA Con-servação Marinha.

FOTO ACERVO FMA

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SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

FOTOS KARLILIAN MAGALHÃES / ACERVO FMA

Grupos produtivos de comunidades da Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape receberam, no final de abril, a visita da Curadoria do Artesanato do Estado da Paraíba. O presidente curador foi identificar e avaliar a produção do arte-sanato local e registrar os artesãos da região num cadastro nacional. O encontro foi facilitado pela Fun-dação Mamíferos Aquáticos (FMA), por meio do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, que, além das ati-vidades de pesquisa voltadas para a conservação do

mamífero aquático mais ameaçado de extinção do Brasil, também realiza ações que contribuem para o desenvolvimento das comunidades localizadas nas áreas de ocorrência da espécie.

“Nós estamos trabalhando os grupos produtivos na região desde 2013 com o intuito de ampliar as possibilidades de desenvolvimento comunitário e de geração de trabalho e renda de forma coletiva e compartilhada, buscando sempre a valorização das

CURADORIA DO ARTESANATO DA PARAÍBA VISITA A BARRA DE MAMANGUAPE PARA ANALISAR PRODUÇÃO LOCAL

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potencialidades e o empoderamento destes grupos. No primeiro momento, oferecemos oficinas de ca-pacitação com temas voltados para o empreende-dorismo e o desenvolvimento comunitário, e, como fruto dessas atividades, os participantes elaboraram um plano de ação que previa, dentre outras ver-tentes, o desenvolvimento das habilidades para o mercado de trabalho. Acreditamos que a visita da curadoria é um passo importante neste processo”, explica Daniela Araújo, técnica de Inclusão Social do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho.

O encontro aconteceu na sede da Associação Eco- Oficina Peixe-Boi & Cia, onde são produzidas as pe-lúcias alusivas ao peixe-boi marinho e a outros ma-míferos aquáticos, com o apoio da FMA. Os artesãos e artistas da localidade tiveram seus trabalhos ava-liados pelo presidente curador José Nilton da Silva, que se mostrou surpreso com a produção da Barra de Mamanguape. “Encontramos aqui peças arte-sanais que estão quase desaparecendo, a exemplo das redes de pesca, do samburá e dos cestos feitos de cipó. O Governo da Paraíba quer resgatar essas

tradições das comunidades e a identidade cultural local”, conta José Nilton.

Na ocasião, foram registrados também outros ob-jetos feitos com cipó de fogo e a produção de cro-ché, vagonite tradicional e fuxico. De acordo com o curador, o governo paraibano tem percorrido todo o território estadual para analisar, classificar e regis-trar o que está sendo produzido em termos de ar-tesanato na região. Esta foi a primeira vez que a co-munidade da Barra de Mamanguape recebeu a visita da curadoria. Os artesãos locais passaram por um critério de avaliação para verificar a classificação das peças produzidas, se estas poderiam de fato se con-sideradas como artesanato ou como artes manuais. Os participantes também fizeram uma demonstra-ção em tempo real da produção das peças. Ao final do processo, os artesãos foram cadastrados e, em breve, receberão uma carteira de habilitação e iden-tificação nacional, que os oficializará como artesãos e lhes dará direitos e vantagens, como a abertura de portas para participação em feiras, mais acesso a empréstimos e isenção de impostos.

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Croché, cestos em cipó, vagonite tradicional, fuxico e redes de pesca estão entre as peças artesanais produzidas na Barra de Mamanguape.

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COMO O ECOTURISMO PODE CONTRIBUIR PARA A CONSERVAÇÃO DE ESPéCIESPOR MAÍRA BATISTA BRAGATurismóloga, especialista em Gestão Ambiental e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, faz parte da equipe da Fundação Mamíferos Aquáticos, atuando com te-máticas socioambientais e políticas públicas.

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Conhecer, apreciar e vivenciar lugares diferentes do seu cotidiano são alguns encantos que estimu-lam pessoas a viajar, a fazer turismo. E uma coisa é certa: a gente se motiva mais a cuidar, respeitar e conservar aquilo que a gente conhece, percebe a importância e admira. Esse é o primeiro ponto posi-tivo que marca a contribuição do ecoturismo para a conservação de ecossistemas e espécies.

Pode-se dizer que o aumento da consciência ecoló-gica e a consequente proteção de áreas naturais pro-piciam campo e oportunidades para o ecoturismo e o turismo de observação, que contribuem para a conservação ambiental e para a geração de renda às comunidades locais. No mundo inteiro tem sido cada vez maior o número de pessoas interessadas nas práticas do ecoturismo, que podem incluir expe-riências de contempleção e observação da natureza.

O turismo de observação pode ser entendido como um segmento do turismo no qual o visitante vai para áreas naturais e passa a observar sua beleza, con-templando a paisagem ou especificamente alguns de seus elementos, como aves ou mamíferos, por exemplo. Originado do chamado safári fotográfico, é uma prática de turismo que tende a ser associada ao ecoturismo, pois normalmente ocorre em am-bientes naturais.

Internacionalmente, algumas das práticas do turismo de observação mais conhecidas são: a observação de tigres na Índia, de ursos pandas na China, de gori-las na Uganda, de aves na Costa Rica e de lobos na França. No Brasil, destacam-se neste tipo de turis-mo os passeios de observação das baleias francas em Santa Catarina, das baleias jubartes na Bahia, dos golfinhos rotadores em Fernando de Noronha/PE, dos botos-cor-de-rosa na Amazônia e dos pei- xes-bois marinhos em Alagoas e na Paraíba.

Por agregar geração de renda à experiência de vi-vência junto à natureza, por meio da valorização e uso indireto e sustentável da biodiversidade, en-tende-se que este é um serviço ambiental que tem gerado benefícios socioeconômicos a muitas locali-dades, além dos benefícios para a conservação de espécies e de áreas naturais. Neste caso, o ecoturis-mo e o turismo de observação, enquanto serviços ambientais, representam a ligação entre os ecossis-temas, o bem-estar humano e a economia. Poderí-amos então pensar que essas práticas contribuem para o desenvolvimento sustentável?

Sim. Quando planejada e executada sob os princí-pios da sustentabilidade, a visitação pública em áreas naturais pode ser considerada uma boa estratégia de desenvolvimento local, pois gera baixo impacto ambiental, apresenta caráter informativo, educativo

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e sensibilizador (educação ambiental vivenciada para visitantes e comunitários), amplia as alternativas de renda para as comunidades, valoriza as culturas e ambientes locais e colabora para a conservação. E a boa notícia é que sim, isso existe na prática.

Vamos aproveitar para ilustrar “essa teoria” com o exemplo que ocorre no litoral norte de Alagoas. To-dos estes fatores podem ser observados no (eco)turismo de observação do peixe-boi realizado em Porto de Pedras e São Miguel dos Milagres, onde a atividade é ordenada, regulamentada e empreendi-da pela população local, de forma associativa e de base comunitária, gerando renda direta para cerca de 50 famílias da localidade e contribuindo para a conservação do ambiente e do peixe-boi marinho, que é considerado o mamífero aquático mais amea-çado de extinção do Brasil. Vale ressaltar ainda que a localidade situa-se numa Unidade de Conservação federal, que é a Área de Proteção Ambiental (APA)

Costa dos Corais, cuja criação tem como uma de suas importantes justificativas a conservação dos peixes-bois e se seus habitats.

Ali, pescadores e ribeirinhos oferecem, por meio da Associação dos Condutores do Turismo de Obser-vação do Peixe-Boi, os passeios de jangadas pelo Rio Tatuamunha, onde é possível ver o cativeiro natural de reintrodução de espécimes e onde também há vários peixes-bois marinhos soltos, que escolheram aquele lugar como sítios de fidelidade. Naquele es-tuário os peixes-bois marinhos vivem, se alimentam, se reproduzem e costumam dar o ar da graça para os visitantes, que se encantam, se sensibilizam com a vivência junto ao manguezal, aos peixes-bois e à comunidade local. Assim, evidencia-se, na prática, a importância de conhecer para proteger e é reforça-da a contribuição do ecoturismo para a conservação de ambientes e de espécies.

FOTO MAÍRA BRAGA/ ACERVO FMA

Turismo de observação de peixe-boi marinho em Porto de Pedras (AL). Esta imagem foi registrada, em 2011, durante a execução do projeto “Peixe-Boi: Co-nhecer para Proteger”, realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

CAMPANHA “AJUDE A PRESERVAR O PEIXE-BOIMARINHO” VOLTA A PERCORRER PRAIAS DA PARAÍBALevar informação e sensibilizar a população sobre a importância da conservação do peixe-boi marinho, o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil. Este é o objetivo da campanha “Ajude a preservar o peixe-boi marinho”, que agora em 2015 volta a percorrer 31 praias de nove municípios da Paraíba. A ação faz parte das atividades do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, uma estratégia de conser-vação e pesquisa da Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) para evitar a extinção desta espécie no Nor-deste do Brasil. O Projeto está atuando no litoral paraibano desde 2013 e possui uma base executo-

ra na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape, região propícia à existência de animais desta espécie.

De acordo com a equipe de especialistas do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, os impactos antrópicos ainda representam a maior ameaça à espécie. Lixo, esgoto e substâncias tóxicas lançadas nos mares e nos rios, circulação intensa de embarcações mo-torizadas nos locais de ocorrência da espécie, de-gradação dos manguezais, destruição da mata ciliar, construções desordenadas em praias e estuários,

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perda de habitat (estuários e áreas costeiras), captu-ra acidental em redes de pesca. Todos estes fatores colocam em risco o ambiente, a saúde e a vida do mamífero.

A campanha parte do princípio de que a dissemina-ção e a troca de informações aliadas a um processo de educação ambiental contínuo são de extrema importância para a conservação da espécie e de seu habitat. Com isso, vem reforçar um trabalho que já vinha sendo realizado desde 2014 junto às colônias de pesca, pescadores, moradores locais, professores, estudantes, donos de pousada e estabelecimentos comerciais, gestores ambientais e turistas de praias dos municípios de Rio Tinto, Baía da Traição, Marca-ção, Lucena, Mataraca, Cabedelo, Conde, João Pes-soa e Pitimbu.

“Nas visitas às praias, a nossa equipe - formada por profissionais e estudantes da área de Medicina Vete-rinária, Biologia e Ecologia - está percebendo que a campanha “Ajude a preservar o peixe-boi marinho” vem demonstrando um resultado bem interessante. A maioria das pessoas que abordamos estão agora mais conscientes do que antes e dispostas a ajudar mesmo, nos procurando, pedindo informações, con-tato telefônico, o que vem evidenciando também que a Fundação Mamíferos Aquáticos está sendo

reconhecida pela população litorânea da Paraíba. Nas nossas abordagens, trocamos informações com o público sobre a conservação da espécie, pergunta-mos se naquela região há aparecimento de peixe-boi marinho ou de algum outro mamífero aquático. As pessoas se mostram bastante receptivas, sendo os estudantes os que mais mostram interesse”, avalia Elismara Oliveira, médica veterinária e analista am-biental do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho.

A campanha também está orientando a população sobre como proceder em casos de encalhe. Para tanto, cartazes informativos estão sendo distribuídos em locais estratégicos (colônias de pesca, restauran-tes, pousadas, postos de saúde, postos de polícia, mercados, escolas e etc.). Caso alguém encontre um peixe-boi marinho ou qualquer mamífero aquático encalhado (vivo ou morto), a orientação é comuni-car primeiramente ao órgão ambiental atuante na região ou entrar em contato com a própria FMA, pelos telefones: (83) 9961-1338/ (83) 9961-1352/ (81) 3304-1443.

Se o animal estiver vivo, siga as seguintes reco-mendações:1. Se estiver exposto ao sol, proteja-o fazendo uma sombra; 2. Não o alimente e nem tente devolvê-lo à água; 3. Evite aglomeração a sua volta.

FOTO LUCIANO CANDISANI

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Para mim, o peixe-boi é o animal mais importante do mundo. Eles conseguem ser dóceis, simpáticos e ao mesmo tempo muito ágeis. Desde criança, eu tenho uma relação próxima com as atividades da Funda-ção Mamíferos Aquáticos desenvolvidas na Barra de Mamanguape em prol da conservação do peixe-boi marinho. Na época em que a FMA diminuiu suas ati-vidades técnicas na Barra, continuei acompanhando os animais desta espécie por meio do voluntariado da APA da Barra do Rio Mamanguape – ICMBio. Em 2013, quando fiquei sabendo do novo projeto da Fundação, o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, logo quis fazer parte, ainda mais sabendo que essa iniciati-va seria desenvolvida na Barra de Mamanguape, sem dúvida um dos lugares mais bonitos do Brasil, onde se concentra uma grande população de peixes-bois marinhos nativos e um número considerável de ani-mais reintroduzidos, além de ser o lugar onde nasci e vivo até hoje. E trabalhar no lugar onde você co-nhece cada pessoa pelo nome e cada peixe-boi pelo seu comportamento é simplesmente maravilhoso.

No PVPBM, eu sou colaborador e acabo participan-do de quase todas as atividades, ajudando nas pes-quisas, resgates dos encalhes, na educação ambiental e ainda tiro um tempinho junto com os agentes am-bientais para o “Cine Peixe-Boi”, que é um projeto que surgiu a partir do curso de formação de agentes ambientais, oferecido pela FMA, cujo objetivo é le-var para as comunidades do entorno da Barra de Mamanguape filmes educativos chamando atenção

para a temática ambiental. Meus dias vão sendo de-senhados de acordo com a atividade. Um dia estou em campo coletando dados para pesquisa, outro em resgate, outro em campanhas educativas e assim os dias vão seguindo.

E diante de tantas atividades também temos mo-mentos de grandes desafios, como é o caso dos resgates, onde, em algumas ocasiões, mesmo você fazendo tudo o que é possível para salvar o animal, acaba não conseguindo e aí vem os momentos de tristeza, mas no outro dia estamos lá firmes e fortes para se preciso fazer tudo novamente. E em mo-mentos marcantes como estes, você vive histórias que vai lembrar por toda a sua vida, como foi o caso do resgate do filhote de peixe-boi marinho que ganhou o nome de Vitória, realizado no dia 1º de janeiro de 2015. Graças a uma ação em conjunto de moradores locais, técnicos da Fundação e colabo-radores, conseguimos fazer o resgate com sucesso dando uma nova chance de vida a este filhote. É por razões como essas e inúmeras outras, que eu me sinto muito feliz e maravilhado em fazer parte de um projeto socioambiental voltado para a conservação do peixe-boi marinho.

POR SEBASTIÃO SILVA DOS SANTOSColaborador do PVPBMGraduando em Ecologia pela Universidade Federal da Paraíba

DIÁRIO DE BORDO

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FOTO MARIA ELISA PITANGA

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A cada edição, a Revista A Bordo traz artigos e resumos científicos relacionados à conservação do peixe-boi marinho e seus habitats. Confira agora o resumo científico elaborado por Ingrid da Silva Lima (graduanda do Curso de Ciências Biológicas da UFRPE), João Carlos Gomes Borges (médico veterinário e diretor-presidente da Fundação Mamíferos Aquáticos) e Karine Matos Magalhães (Bióloga, Doutora em Botânica e professora de Ecologia da UFRPE).

Autores: Ingrid da Silva Lima¹, João Carlos Gomes Borges², Karine Matos Magalhães³. 1. Graduanda do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco /UFRPE2. Fundação Mamíferos Aquáticos3. Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE

PESQUISA

RELAÇÃO ENTRE OS ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS E A PESCA

INTRODUÇÃOA comunidade costeira, em geral, tem boa parte de seu sustento e renda provenientes de atividades de pesca e mariscagem, como é o caso dos moradores da comunidade da Barra do Rio Mamanguape, lo-calizada no litoral norte da Paraíba. Em geral, o sus-tento de populações humanas através da utilização de recursos naturais, muitas dessas áreas protegidas atualmente, mantiveram-se conservadas e com alta biodiversidade sendo habitadas e manejadas por populações tradicionais (DIEGUES, 2004). Assim, o estudo das interações entre o homem e a natu-reza, a etnoecologia, mediante a compreensão dos sentimentos, comportamentos, conhecimentos e crenças, torna-se uma ferramenta útil para analisar problemas relacionados com o manejo, sustentabi-lidade e conservação. Como esta comunidade, em especial, está localizada dentro da APA da Barra do Rio Mamanguape, a exploração de recursos pes-queiros e seus reflexos para a preservação do pei-xe-boi marinho, objetivo da APA, deve ser levado em consideração tanto para auxiliar na preservação deste animal e na conservação dos ambientes cos-teiros, como para orientar e gerar subsídios para a capacitação e manutenção das atividades pesqueiras tradicionais na área e fornecer dados para a elabora-ção de políticas públicas.

Desta forma, a percepção da comunidade sobre os ecossistemas aquáticos da região e o peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) podem ser o ponto de partida para a geração destes dados, já que podem expor a visão dos membros desta co-munidade sobre, inclusive, os impactos causados com essas práticas. Assim, desde setembro de 2014, a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA), em parce-ria com o Laboratório de Ecossistemas Aquáticos (LEAqua) da UFRPE, vem interagindo e realizando entrevistas com pescadores e marisqueiras da Barra do Rio Mamanguape.

METODOLOGIAPara se obter a melhor visão através dos olhos da população, foram necessárias várias estratégias para levantar esta percepção. Neste caso, foram desenvol-vidos: o método de bola de neve, as entrevistas semi- estruturadas, o método de Lista Livre e Checklist. A seleção dos informantes foi realizada através da ob-servação participante por meio de convivência com os pescadores e marisqueiras e do envolvimento em suas atividades diárias.

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O método de amostragem Bola de Neve consiste na própria comunidade identificar os atores que são os maiores entendedores do assunto no local. Ao entrevistar cada indicado, estes indicaram outros que sabiam tanto quanto ele até que notamos que as informações obtidas já estavam se repetindo. As entrevistas semi-estruturadas são entrevistas com algumas perguntas diretas e outras que dão liberda-de às pessoas de se expressarem livremente, de sair completamente do objetivo da entrevista.

No método de Lista Livre, os entrevistados são soli-citados a listar itens da atividade pesqueira, conheci-mento sobre os ambientes que são compostos por prados das angiospermas marinhas, por exemplo, e sobre o peixe-boi marinho. Já no método de Che-cklist são oferecidos estímulos visuais, através de re-gistros fotográficos, com o intuito de identificar se o entrevistado reconhece os itens da alimentação do peixe-boi.

Seguindo as diretrizes do Comitê de Ética, os par-ticipantes foram entrevistados separadamente para não haver influência nas respostas e nem constran-gimentos. Como procedimento padrão, antes de cada entrevista os participantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa e sobre o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, onde atestaram sua participação e permitiram o posterior uso das informações.

RESULTADOS E DISCUSSÃOAté o presente momento, foram identificados e en-trevistados 12 pescadores e marisqueiras. Segundo eles, a maioria (64%) relatam que está havendo re-dução dos animais que frequentam a área, já que antigamente era frequente avistar grupos com até oito animais, que entram no rio para tomar água doce e se alimentar. Essa informação é corroborada por alguns autores que citam que essa redução tem relação direta com eventos com encalhe de filhotes, a captura acidental em currais e redes de pesca, ar-rastos realizados por embarcações motorizadas.

Parte dos membros da comunidade (18%) relata-ram diferenças comportamentais entre os animais nativos em relação aos reintroduzidos. Os reintro-duzidos costumam se aproximar mais da costa que os nativos. Estes por sua vez saem em retirada ao ouvirem o simples toque dos remos sobre a água. A maioria relata que ao longo dos anos vem aumen-tando ações de sensibilização da população sobre a importância do peixe-boi, demonstrando a eficiên-cia dos projetos na área.

Durante as entrevistas, ficou claro a relação de per-tencimento que cada um dos entrevistados tem com o animal, o orgulho e o cuidado para preservar a es-pécie. Um exemplo é o relato de que é comum cap-turarem peixes-boi acidentalmente já que, segundo eles, os reintroduzidos se enroscam na rede, mas os pescadores ajudam o animal, liberando-o imediata-mente. Preferem perder o “lance” da pescaria para resgatar o animal em apuros.

A percepção dos entrevistados quanto a conserva-ção dos ambientes aquáticos mostra que 59% relata que está ocorrendo a diminuição do pescado e do marisco na região e, quando perguntados sobre a razão desse fato, o assoreamento é apontado como principal causa da diminuição, ressaltando que a quantidade de bancos de areia, “croas” aumentou e que o rio está mais raso. A comunidade da Barra aponta que o capim agulha (a angiosperma marinha Halodule wrightii) é um dos principais itens alimenta-res do peixe-boi marinho, em contrapartida a popu-lação pouco sabe sobre a ecologia desse ecossiste-ma e desconhecem a relação direta que tem com a qualidade da pesca e mariscagem e com a preserva-ção do peixe-boi.

Uma das principais características do ecossistema da angiosperma marinha Halodule wrightii (Capim Agu-lha) é abrigar varias espécies de interesse comercial em diferentes fases do ciclo de vida, que represen-tam grande parte da renda e alimento para as co-munidades ribeirinhas (MUSIK et al, 2000; ALVES, 2000; PITANGA et al., 2012) ainda é um dos princi-pais itens alimentares do peixe-boi marinho (Alves- Stanley et al., 2010). Conservar os prados de capim agulha contribui para a proteção do peixe-boi mari-

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nho, que está ameaçado de extinção, bem como de outras espécies que apresentam algum tipo de risco de extinção e que utilizam esses ecossistemas em al-gum estágio do seu ciclo de vida (MUSIK et al, 2000; HUGHES et al, 2009; SHORT et al, 2006).

CONSIDERAÇÕESEste trabalho está apenas no início já que, após iden-tificar a percepção da comunidade sobre a relação dos ecossistemas aquáticos e a qualidade da pesca e do marisco, verificou-se a necessidade em conti-nuar agora com a sensibilização da comunidade com ações de conscientização e educação ambiental. A próxima etapa será para aumentar o conhecimento das interações ecológicas dos ecossistemas aquáti-cos, em especial dos prados das angiospermas, a fim de que a comunidade reduza eventuais ações que degradam o ambiente melhorando, consequen-temente, sua renda em longo prazo e ajudando a conservar esses ecossistemas tão valiosos, verdadei-ros guardiões da vida do mar e o próprio peixe-boi marinho.

Figura 1. Práticas de Manutenção das redes.

1. 1. 1.

AGRADECIMENTOSO presente trabalho é resultado dos esforços de um projeto da Fundação Mamíferos Aquáticos intitulado Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, MS (2000). Fauna associada dos prados de Halodule wrightii Ascherson. In: BARROS, HM; ESKINAZI-LEÇA, E; MACEDO, SJ; LIMA, T (Eds.). Gerenciamento participativo de estuários e manguezais. Recife: Editora Universitária da UFPE, p. 75-87.

ALVES-STANLEY, CD; WORTHY, GAJ; BONDE, RK (2010). Fee-ding preferences of West Indian manatees in Florida, Belize, and Puerto Rico as indicated by stable isotope analysis. Marine Ecology Progress Series, 402: 255–267

DIEGUES, ACS (2004) A pesca construindo sociedades: leituras em antropologia marítima e pesqueira. São Paulo: Núcleo de apoio a pesquisa sobre populações humanas e áreas úmidas brasileiras/USP, 315p.

Figura 2. Reaproveitamento das Redes de pesca, com outras utilidades. “Da Rede para Rede”.

2.

HUGHES, R et al. (2009). Associations of concern: declining sea-grasses and threatened dependent species. Frontiers in Ecology and the Environment, 7: 242–246.

MUSICK, JA et al. (2000). Marine, estuarine, and diadromous fish stocks at risk of extinction in North America. Fisheries 25: 6–30.

PITANGA, ME et al. (2012). Quantification and classification of the main environmental impacts on a Halodule wrightii seagrass meadow on a tropical island in northeastern Brazil. Anais da Academia Brasilei-ra de Ciências, 84:35–42.

SHORT, FT et al. (2006). SeagrassNet monitoring across the Ameri-cas: case studies of seagrass decline. Marine Ecology, 27(4): 277-289.

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CONSERVAÇÃO DE MANGUEzAL é TEMA DEPROJETO SOCIOAMBIENTALQUE TERÁ COOPERAÇÃODA FMA

FMA 25 ANOS

POR RAQUEL PASSOS

A Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) assinou o Termo de Cooperação Técnica, no último mês de mar-ço, junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Aracaju (Sema), para efetivação de um projeto so-cioambiental na região do mangue do bairro Coroa do Meio, zona sul da capital. Trata-se da reabertura do Centro de Educação Ambiental Manoel Bonfim, que sofreu atos de depredação e hoje precisa de reparos em sua estrutura. Nesse sentido, a Universidade Tiradentes (Unit), representada pelo professor Ricardo Mascarello, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, também realizará intervenção na localidade em conjunto com a Fundação.

FOTO ACERVO FMA

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As atividades do projeto da FMA terão cunho de educação ambiental e contarão com parceria da Unit para atuar na região. O objetivo é preservar o manguezal e sensibilizar os moradores quanto à necessidade de conservação desse ecossistema, os envolvendo em ações socioambientais. Somar esfor-ços e ideias de moradores da região do Centro de Educação Ambiental Manoel Bonfim, antigo Museu do Mangue, também faz parte da proposta de revi-talização do espaço.

O secretário de Meio Ambiente de Aracaju, Edu-ardo Matos, ressaltou a satisfação do órgão em tra-balhar com uma instituição como a FMA que tem compromisso em cumprir sua missão ambiental. “Estamos concretizando uma parceria que se ini-ciou informalmente com a FMA, mas que agora toma proporções relevantes pois busca saídas em conjunto para aquela comunidade. Digo ainda que esta é uma parceria fundamental e importante para o desenvolvimento de atividades socioambientais na Coroa do Meio. Com a agregação de outros parcei-ros como a Unit, teremos mais serviços voltados à comunidade”, pontua Matos.

O secretário esclarece que o Centro está em pro-cesso de conclusão de reforma, já que foi alvo de pichação e depredação por parte de vândalos. “A reabertura do Centro de Educação Ambiental está prevista para abril de 2015”, conclui Matos. Para que tudo ocorra da forma mais tranquila, o primei-ro posto avançado da Guarda Municipal ficará no anexo do Centro de Educação Ambiental Manoel Bonfim. “Sabemos que este é um anseio antigo da comunidade”, completa o secretário.

Até o momento, as equipes da FMA e Unit se reuni-ram e traçaram estratégias para unificar as propos-tas das instituições seguindo a orientação da Sema. Os próximos passos serão dados em consonância com as obras reestruturantes da prefeitura no local, mediante os atos de vandalismo que a estrutura so-freu neste último ano.

FOTO SERGIO SILVA/ ACERVO PMAFOTO ACERVO FMA

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ÚLTIMAS

Nesta seção, você confere as últimas notícias sobre as ações e atividades da Fundação Mamíferos Aquá-ticos no Brasil.

ALUNOS DA FAFIRE VISITAM A BARRA DO RIO MAMANGUAPENo dia 15 de maio, na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape (PB), a equipe da Fundação Ma-míferos Aquáticos recebeu alunos e professores do curso de Ciências Biológicas da Faculdade Frassinetti do Recife – FAFIRE, numa palestra-aula sobre aspectos biológicos, ecológicos e status de conservação do peixe-boi marinho no Brasil. Na oportunidade, a FMA falou também sobre as ações que desenvolve em prol da conservação da espécie no litoral paraibano, bem como as atividades de susten-tabilidade, valorização e inclusão social que realiza junto à comunidade da Barra de Mamanguape. Foram menciona-dos o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, o Projeto Biologia Populacional do Peixe-Boi Marinho, Eco-Oficina Peixe-Boi & Cia e o Projeto Sou Fruto do Mar: Construindo Novas Possibilidades. De acordo com a professora Maria Danise Alves, responsável pela turma, o objetivo da atividade foi levar os estudantes a campo para conhecer o ambiente marinho-estuarino, evidenciando a ecologia e zoologia, em especial dos vertebrados marinhos, incluindo o peixe-boi marinho, considerado o mamífero aquático mais ameaça-do de extinção do Brasil.

SOMANDO ESFORÇOS PARA A CONSERVAÇÃO DO PEIXE-BOI MA-RINHO NO LITORAL PARAIBANONos dias 19 e 21 de maio, a equipe da Funda-ção Mamíferos Aquáticos visitou os efetivos do Batalhão da Polícia Ambiental da Paraíba para estreitar a comunicação entre as instituições e levar informações importantes sobre como os policiais podem colaborar para a conservação do peixe-boi marinho no litoral paraibano. A FMA está atuando na região com o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, uma estratégia de conservação e pesquisa para evitar a extinção desta espécie no Nordeste do Brasil. Durante as visitas, a equipe do Projeto falou sobre a biologia e ecologia do animal e passou orientações sobre procedimento de resgate em casos de encalhe de mamíferos marinhos (peixe-boi marinho, golfinho e baleia), vivo ou morto, no litoral paraiba-no. Esta ação faz parte das atividades de educação ambiental do Projeto, que está percorrendo municípios da costa paraibana com a campanha de sensibilização “Ajude a preservar o peixe-boi marinho”.

Na foto, a equipe FMA com o Major Tibério e os agentes do Batalhão da Polícia Ambiental da Paraíba, em João Pessoa.

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FUNDAÇÃO MAMÍFEROS AQUÁTICOS PARTICIPA DA 9ª SEMANA DE EXTEN-SÃO DA UNITNo final de março, em Aracaju (SE), a FMA parti-cipou da 9ª edição da Semana de Extensão da Uni-versidade Tiradentes (Unit) - Semex. Com o tema “Fundação Mamíferos Aquáticos: 25 anos de com-promisso ambiental”, a diretora vice-presidente da organização sem fins lucrativos, Jociery Einhardt Vergara-Parente e a médica veterinária Fernanda Rodrigues falaram um pouco sobre a história da instituição e suas ações de cunho socioambiental no Brasil. A linha do tempo da FMA, traduzida em importantes estudos que contribuem para a con-

servação dos mamíferos aquáticos e seus habitats, foi tratada durante a conferência de forma que incenti-vasse os participantes a lutarem por seus sonhos. “Muitas pesquisas realizadas pela Fundação são exclusivas no Brasil e América Latina. Outra contribuição da FMA está no aprimoramento técnico de pessoas e me-todologias, que, com o passar do tempo, foram tomando cada vez mais espaço no segmento ambiental do Terceiro Setor”, destacou Vergara-Parente. A Semex tem o objetivo de divulgar a extensão universitária, tornando pública suas ações, de forma prática e ilustrativa, com palestras temáticas, minicursos, filmes de arte, apresentações culturais, oficinas e apresentação de projetos de extensão. O evento reuniu estudantes, professores e comunidades de Sergipe.

Como parte da comemoração dos seus 25 anos, a Fundação Mamíferos Aquáticos lançou a Série Verde Mar. Trata-se de um programa de TV web, que vai ao ar no canal institucional da FMA no Youtube, com dicas de práticas sus-tentáveis que podem colaborar para melhorar a qualidade de vida das pessoas e dos animais e ajudar a conservar o meio ambiente. A sé-rie, que também é divulgada na fan page e no site da FMA, é dividida em capítulos mensais e apresenta um estilo documental. Com uma linguagem de fácil compreensão, aborda os problemas ambientais que atualmente afetam o planeta e os conceitos de sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e consumo consciente. De forma simples, o programa traz cenas da vida real, informações históricas, depoimentos de personagens, exemplos de boas práticas, inserções lúdicas e muita natureza. A classificação é livre, qualquer pessoa pode assistir, seja criança, adolescente, jovem ou adulto.

Na foto, Sr. Francisco, catador de resíduos na cidade do Recife, um dos entrevistados da Série.

FMA ESTREIA SÉRIE AMBIENTAL EM CANAL NO YOUTUBE

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O peixe-boi marinho é o mamífero aquático mais ameaçado de extin-ção no Brasil. Ele vive em regiões costeiras, nos mares, rios, estuários, manguezais e áreas próximas às praias. Em um ambiente conserva-do e livre de ameaças, o peixe-boi marinho pode viver até 60 anos. Atualmente, o que mais coloca em risco a existência desta espécie são os impactos ambientais causados por atividades humanas. Com consciência e reponsabilidade ambiental, todos nós - sociedade civil, instituições de ensino, governos e empresários - podemos reverter esta situação. É possível a convivência harmônica entre os seres e a natureza. Vamos conservar o meio ambiente para que imagens como esta, captada pelo fotógrafo Enrico Marcovaldi, possam ser vistas por muitos e muitos anos.

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ILUSTRAÇÃO

Em todas as edições, a Revista A Bordo traz ilustrações que abordam o universo dos animais aquáticos e de seus habitats, como forma de reflexão sobre a importância da conservação do meio ambiente. Aproveite!

Fundo do MarPor Julio Cesar

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Este livro é considerado uma referência na literatura ambienta-lista brasileira, reunindo um conjunto de informações conceitu-ais e práticas sobre o processo de Educação Ambiental (EA). O autor aborda um histórico da EA pelo mundo, sugere mais de cem atividades na área, fornece subsídios para a ampliação dos conhecimentos sobre o tema e expõe as diferentes formas legais de ação individual e comunitária que possibilitam um exercício de cidadania, visando uma melhor qualidade de vida. Trata-se de uma obra inovadora, de fácil leitura e compreensão - tanto para estudiosos como para leigos na área -, que coloca a Educação Ambiental como instrumento de busca da harmonia racional e responsável entre o homem e o meio ambiente.Autor: Genebaldo Freire Dias

Organizado pela socióloga Tania Zapata, o livro reúne artigos de autores ligados ao Instituto de Assessoria para o Desenvol-vimento Humano que elaboram uma reflexão teórica e prática permanente sobre o tema do desenvolvimento local/territorial. A publicação aborda a temática da Nova Governança como ca-minho para construção do desenvolvimento, incentivando uma nova cultura política, de cooperação entre os setores dos gover-nos, das empresas e da sociedade civil.Organizadora: Tânia Zapata

EDUCAÇÃO AMBIENTAL – PRINCÍPIOS E PRÁTICAS

DESENVOLVIMENTO LOCAL E A NOVA GOVERNANÇA

INDICAÇÕES

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I SIMPÓSIO EM ECOLOGIA E BIODIVER-SIDADE: ABORDAGENS INTERDISCIPLI-NARESData:18 a 21 de junhoLocal: Rio Claro (SP)www.simposioeb.wix.com/simposioeb

XV CONGRESSO BRASILEIRO DELIMNOLOGIAData: 12 a 16 de julhoLocal: Maringá (PR)www.cbl2015.com.br

XII CONGRESSO DE ECOLOGIADO BRASIL Data: setembro Local: São Lourenço (MG)www.seb-ecologia.org.br/xiiceb

VIII CONGRESSO BRASILEIRO DEUNIDADES DE CONSERVAÇÃO (CBUC)IV Simpósio Internacional de Conservação da NaturezaV Mostra de Conservação da NaturezaData: 21 a 25 de setembroLocal: Curitiba (PR)http://eventos.fundacaogrupoboticario.org.br/CBUC

Programe-se para os eventos técnico-científicos previstos para 2015 nas áreas de Medi-cina Veterinária, Biologia, Ciências Biológicas, Ecologia e campos afins.

EVENTOS

XV CONGRESSO BRASILEIRO DEFISIOLOGIA VEGETALData: 28 de setembro a 02 de outubroLocal: Foz do Iguaçu (PR)www.iguassu.com.br/?post_type=eventos&p=4725

INTERNATIONAL CONFERENCE ON EDUCATION FOR SUSTAINABLEDEVELOPMENT Data: 06 e 07 de outubroLocal: Ebonyi, Nigériawww.icesd2015.org

XVI CONGRESO LATINOAMERICANO DE CIENCIAS DEL MARData: 18 a 22 de outubroLocal: Santa Marta, Colômbiawww.colacmar-senalmar2015.com

66º CONGRESSO NACIONAL DEBOTÂNICAData: 25 a 30 de outubroLocal: Santos (SP)www.66cnbotanica.com.br

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Para saber mais sobre o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, acesse:www.vivaopeixeboimarinho.org

FUNDAÇÃO MAMÍFEROS AQUÁTICOS

Av. 17 de Agosto - 2001/1º andarCasa Forte - Recife - PE

+55 (81) 3304 1443 | [email protected]

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