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REVISÃO DO PLANO DE MANEJO DO PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA Relatório de Herpetofauna Técnico: Daniel Marques Alves Velho CTF 1505-751 Outubro de 2011

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REVISÃO DO PLANO DE MANEJO DO

PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA Relatório de Herpetofauna

Técnico: Daniel Marques Alves Velho

CTF 1505-751

Outubro de 2011

i

Sumário

1 Equipe Executora .............................................................................................................. 1

2 Introdução ......................................................................................................................... 1

2.1 Objetivo ................................................................................................................. 1

2.2 Histórico/Dados Pretéritos ..................................................................................... 1

3 Metodologia....................................................................................................................... 2

3.1 Área de estudo ...................................................................................................... 2

3.1.1 Caracterização do Ambiente ........................................................................... 2

3.2 Armadilhas de interceptação e queda "pitfall traps". .............................................. 4

3.3 Quadrado ............................................................................................................... 4

3.4 Busca ativa/visual .................................................................................................. 5

3.5 Amostragens oportunísticas ................................................................................... 5

3.6 Triagem e destino dos animais coletados .............................................................. 5

4 Resultados e Discussão .................................................................................................... 5

4.1 Esforço e sucesso amostral ................................................................................... 5

4.2 Caracterização da Herpetofauna ........................................................................... 7

4.2.1 Sítio 1 - Vargem Grande ................................................................................. 8

4.2.2 Sítio 2 - Palmital .............................................................................................. 8

4.2.3 Sítio 3 - Três Picos .......................................................................................... 8

4.2.4 Sítio 4 - RPPN Agulhas Negras....................................................................... 8

4.2.5 Sítio 5 - Morro do Cavado ............................................................................... 8

4.2.6 Sítio 6 - Serra Negra ....................................................................................... 8

4.2.7 Sítio 7 - Dois Irmãos ........................................................................................ 8

4.2.8 Sítio 8 - Planalto .............................................................................................. 9

4.3 Entrevistas ............................................................................................................. 9

4.4 Espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção ........................................... 9

4.5 Espécies exóticas .................................................................................................. 9

4.6 Análise dos sítios amostrais ................................................................................... 9

5 Conclusões gerais ........................................................................................................... 10

6 Recomendações de Manejo ............................................................................................ 10

7 Referências Bibliográficas ............................................................................................... 12

8 Anexos ............................................................................................................................ 15

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1 EQUIPE EXECUTORA

Profissional Formação e Titulação Função CTF-IBAMA

Daniel Marques Alves Velho Mestre em Biologia Animal Levantamento da Herpetofauna 1505-751

Felipe Wilhelm Peixoto Bodens Bacharel em Ciências Biológicas Assistente de Herpetofauna

2 INTRODUÇÃO

A degradação ambiental dos ecossistemas devido às atividades humanas é um fenômeno global, resultando em declínios populacionais e extinções de diversos grupos faunísticos (Campbell, 1999; Dunn, 2005; Gibbons et al., 2000; Kerr & Currie, 1995; Lydeard et al., 2004; Munday, 2004; Thomas et al., 2004), inclusive espécies desconhecidas pela ciência.

Esse fenômeno é extremamente preocupante, principalmente nas regiões tropicais, onde se encontra a maior parte da biodiversidade mundial (Collen et al., 2008). Existem muitas áreas que não foram inspecionadas adequadamente, mas correm o risco de desaparecer, sem que sua biota seja devidamente conhecida (Dirzo & Raven, 2003; Laurance, 1999).

A herpetofauna normalmente é utilizada como modelo ecológico em estudos ambientais, pois a diversidade de espécies geralmente é diretamente ligada à qualidade dos hábitats em que se encontram. Principalmente os lagartos (Pianka & Vitt, 2003) e os anfíbios (Vitt et al., 1990), pois muitas espécies são extremamente dependentes à determinados microhabitats e sensíveis a mudanças ambientais.

Suas funções na cadeia alimentar como predador/presa são fundamentais para uma dinâmica “saudável” dos ecossistemas. A extinção local de algumas espécies pode gerar um efeito cascata de extinções, inclusive de outros grupos da fauna.

Entretanto, o conhecimento sobre a herpetofauna sul-americana ainda é incipiente e são necessários muitos estudos adicionais para compreender sua história natural, sistemática, ecologia e biogeografia.

Devido a alta diversidade de espécies, um elevado índice de endemismo, juntamente com a frequente destruição dos hábitats, a Mata Atlântica é considerada um “hotspot”, ou seja, uma área prioritária para a conservação da biodiversidade mundial. Dentre todos os biomas brasileiros, a Mata Atlântica possui o maior números de registros de declínios populacionais de anfíbios (Myers et al., 2000). Infelizmente esse fenômeno ainda é pouco compreendido, principalmente devido à alta diversidade de espécies, variedade de ambientes e poucos estudos de monitoramento em longo prazo (Silvano & Segalla, 2005).

A revisão do Plano de Manejo do Parque Nacional do Itatiaia é de grande importância para a conservação da biodiversidade da região e consequentemente do bioma Mata Atlântica. A atualização desse plano é fundamental para a diagnose das principais ameaças à conservação na região do parque e na implementação de estratégias conservacionistas, com o objetivo de minimizar os impactos negativos ao meio ambiente.

2.1 Objetivo

O objetivo desse estudo foi registrar a herpetofauna da região do parque, identificar a ocorrência de espécies novas ou ameaçadas de extinção e contribuir para a revisão do plano de manejo do parque. Desse modo pode ser elaborado, compreendido e implantado um conjunto de ações necessárias para o uso sustentável dos recursos naturais, conciliando adequadamente seus diferentes tipos de usos com a conservação da biodiversidade.

2.2 Histórico/Dados Pretéritos

Apesar do tempo de criação do parque, as informações disponíveis sobre a herpetofauna da região ainda são escassas. Os poucos trabalhos realizados na região foram restritos à listas de espécies (Lutz, 1951) e principalmente na descrição de novas espécies do parque e entorno (Bokermann, 1967; Nascimento, 2010; Peixoto & Cruz, 1992; Targino & Carvalho-e-Silva, 2009; Van Sluys & Castro, 2011), há uma grande carência de estudos sobre as comunidades de répteis

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e anfíbios do parque.

Os dados secundários utilizados no estudo foram a lista de espécies que consta no primeiro plano de manejo do parque (IBDF, 1982) e informações disponíveis na literatura. A nomenclatura das espécies da lista foi atualizada (SBH, 2010a; SBH 2010b), pois ocorreram muitas mudanças taxonômicas nas ordens Anura e Squamata nos últimos anos.

Após a revisão, a lista resultou em um total de 75 espécies da herpetofauna (Anexo 01). A classe dos anfíbios foi a mais representativa, com 52 spp de 13 famílias distintas. Em seguida foram as serpentes, com 15 spp de três famílias, os lagartos com sete spp de cinco famílias e uma espécie de jacaré.

3 METODOLOGIA

3.1 Área de estudo

O levantamento da herpetofauna foi realizado entre os dias 21 de junho e 15 de julho de 2011, distribuídos em oito sítios amostrais da seguinte forma: cinco sítios no interior do parque (01, 03, 05 e 08), dois nos limites (04 e 07) e um sítio (02) fora do parque (Figura 01).

3.1.1 Caracterização do Ambiente

As fitofisionomias predominantes no PARNA do Itatiaia são: Florestas Ombrófilas Densa Montana, Florestas Ombrófilas Densa Alto - Montana, Florestas Ombrófilas Mistas, Floresta Estacional Semidecidual, Refugio Vegetacional, Sistemas de Transição e Ecotono.

Os hábitats foram identificados como: áreas desprovidas de vegetação (trilhas e planaltos), áreas com vegetação herbácea (campos de altitude), áreas com vegetação arbórea, áreas com vegetação ao longo de curso d’água (córregos ou rios), áreas rochosas (morros) e ambientes antropizados (urbanizado, com algum tipo de interferência humana) (Quadro 01).

Quadro 01: Sítios amostrais, respectivas fitofisionomias, hábitats, métodos de amostragem utilizados e coordenadas planas (UTM, Zona 24M). Legendas: Fitofisionomia Floresta Ombrófila Densa Montana (FODM) Floresta Ombrófila Densa Alto - Montana (FODAM), Floresta Ombrófila Mista (FOM), Floresta Estacional Semidecidual, Refugio Vegetacional (RV) e Sistemas de Transição (ST). Habitat I – Área desprovida de vegetação (trilhas e planaltos);II – Área com vegetação herbácea (campo de altitude); III – Área com vegetação arbórea (<10m); IV – Área com vegetação arbórea (>10m); V – Área com vegetação ao longo de curso d’água (córregos ou rios);VI – Área rochosa (morros);VII – Ambiente antropizado (urbanizado, com algum tipo de interferência humana).

SÍTIOS FITOFISIONOMIAS HÁBITATS MÉTODO DE AMOSTRAGEM

PONTO CENTRAL DOS SÍTIOS

LAT LOG

1- Vargem Grande FODM/FODAM/FOM/ST III,IV,VI,VII Pittfall, procura ativa 526756 7531274

2- Palmital FODM III,IV,V,VII Pittfall, procura ativa 528818 7521385

3- Três Picos FODM/FODAM/FOM/ST III,IV,V,VI,VII Procura ativa, quadrado 541778 7519739

4-RPPN Agulhas Negras

FODM III,IV,V,VII Pittfall, procura ativa 543640 7522872

5- Morro do Cavado FODM/FODAM/ST III,IV,VI,VII Procura ativa 537417 7531266

6- Serra Negra FODM/FODAM/FOM/ST III,IV,V,VI,VII Procura ativa 532678 7531545

7- Dois Irmãos FODM/FODAM/FOM/FES/ST I,III,IV,V,VI,VII Pittfall, procura ativa 537004 7537228

8- Planalto RV I,II,V,VI, VII Procura ativa 533188 7524310

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Figura 01: Mapa de distribuição dos sítios amostrais na Região do Parque Nacional do Itatiaia.

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3.2 Armadilhas de interceptação e queda "pitfall traps".

O método mais utilizado na amostragem da herpetofauna são as armadilhas de queda conhecidas como "pitfall traps" (Cechin & Martins, 2000; Costa et al., 2008a; Enge, 2001; Mengak & Guynn, 1987), essas armadilhas são amplamente utilizadas em estudos de curto a longo prazo (Williams & Braun, 1983).

Podem viabilizar estudos de riqueza, sazonalidade, abundância relativa e trabalhos com marcação e recaptura. Geralmente capturam pequenos vertebrados e invertebrados que estejam andando na superfície do solo. Sua vantagem sobre os demais métodos é a padronização do esforço amostral, pois as capturas independem da experiência de campo dos coletores (Cechin & Martins, 2000).

O método consistiu no aterramento de baldes ao nível do solo com sua abertura voltada para cima. As armadilhas foram montadas com baldes plásticos de 30 litros dispostos em forma de linha. Os 60 baldes foram unidos por uma barreira feita com lonas plásticas ("drift fence"), com uma distância de 6m entre cada balde (Figuras 02).

As armadilhas foram revisadas diariamente pela manhã e à tarde, os animais capturados foram identificados e tiveram seus dados como local e data registrados. O esforço amostral correspondeu a 60 baldes/noite, permanecendo quatro dias abertos em cada sítio amostral.

Figura 02: Armadilhas de queda. A) Modelo esquemática de armadilha de queda em forma de linha; B) Armadilhas de queda em forma de linha instaladas na mata.

Foto: Daniel Velho

3.3 Quadrado

Alguns fatores limitam a instalação das armadilhas de queda, principalmente o tipo e declividade do solo, como por exemplo, os afloramentos rochosos e campos hidromórficos. O método do quadrado é indicado para áreas onde não é possível a instalação de armadilhas, principalmente em locais predominantemente rochosos. Consiste em isolar fisicamente uma área discreta com cercas guia, utilizando lonas plásticas e estacas de madeira para montar um quadrado de aproximadamente 10 x 10 m (Figuras 03). As medidas da área amostral podem variar conforme a necessidade de adaptação ao relevo e a cobertura vegetal.

Depois de instalar a cerca, toda matéria orgânica em decomposição como folhas, galhos, troncos etc., foi verificada e retirada do perímetro interno do quadrado. Todos os abrigos foram inspecionados minuciosamente, com o uso de pinças e varetas. Dessa forma, os animais escondidos sob a vegetação e abrigos ficaram expostos e foram capturados. Todos os animais tiveram seus dados registrados individualmente, espécie, horário de captura, microhábitat e comportamento.

Esse método possibilita a captura de praticamente toda a herpetofauna terrestre confinada dentro do quadrado. Viabiliza a avaliação do uso de microhábitats, abundância absoluta e estimar a biomassa das espécies por unidade de área. Permite também estimar a abundância de espécies

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geralmente tidas como raras, por não serem capturadas nos demais métodos.

Figura 03: Lona plástica do quadrado.

Foto: Daniel Velho

3.4 Busca ativa/visual

Consistiu na procura dos animais em seus prováveis abrigos, como troncos caídos, árvores, serapilheira, buracos no chão, ambientes úmidos, entre outros (Bernarde, 2008). Foi realizada por dois pesquisadores em todos os sítios amostrais e com um esforço maior nos sítios aonde foi inviável a instalação de armadilhas ou quadrados.

3.5 Amostragens oportunísticas

Animais que são encontrados mortos, eventuais coleções particulares de escolas e moradores da região, são importantes na complementação da lista da herpetofauna local. Em todos os sítios amostrais foram realizadas entrevistas com os moradores da região. O objetivo foi identificar as espécies mais relatadas, recolher qualquer material que possa ser utilizado na identificação das espécies (ex: escamas descartadas durante a troca de pele de répteis) e principalmente conseguir indicações de locais propícios ao encontro da herpetofauna.

3.6 Triagem e destino dos animais coletados

Os espécimes capturados foram identificados e soltos no mesmo local da captura. Os espécimes encontrados mortos, com problemas taxonômicos ou que são um registro novo para a localidade, foram coletados, sacrificados com doses letais de anestésico (lidocaína), fixados em formalina 10%, preservadas em álcool 70% e depositadas na coleção científica de herpetologia da Universidade de Brasília (UnB). As coletas consistiram em no máximo três indivíduos por espécie para servir como testemunho.

Todo material coletado foi triado com o auxílio de herpetólogos com experiência de coleta na região e artigos científicos disponíveis na literatura. Após a triagem o material foi etiquetado e inserido na base de dados digital da coleção científica de herpetologia da UnB (CHUNB). Nesta base constam o número de registro, informações detalhadas sobre forma de registro, coordenadas do local de coleta, fisionomia, coletores, data e horário de captura.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Esforço e sucesso amostral

Durante os 25 dias consecutivos de levantamento da herpetofauna foram registrados no total de 17 espécies (ver registro fotográfico Anexo 02), divididas em 13 espécies de anfíbios, três espécies de serpentes e uma de lagarto (Quadro 02).

Os anfíbios encontrados pertencem a sete famílias: Brachycephalidae (1 espécie), Bufonidae (2), Cycloramphidae (1), Craugastoridae (1), Hylidae (5), Leptodactylidae (1) e Microhylidae (1). Uma espécie não foi identifica devido à problemas taxonômicos.

As três serpentes pertencem as famílias Colubridae (1) e Dipsadidae (2). E a única espécie de

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lagarto pertence a família Scincidae.

Quadro 02: Lista de espécies com os nomes comuns, sítios, categorias de ambientes, tipos de registro e grau de ameaça que foram encontradas durante o estudo no PARNA do Itatiaia. Legendas: I – Área desprovida de vegetação (trilhas e planaltos); II – Área com vegetação herbácea (campo de altitude); III – Área com vegetação arbórea (<10m); IV – Área com vegetação arbórea (>10m); V – Área com vegetação ao longo de curso d’água (córregos ou rios); VI – Área rochosa (morros); VII – Ambiente antropizado (urbanizado, com algum tipo de interferência humana). VO- vocalizando; VI- visualização; CM- captura manual; CA- captura em armadilha; NL- Não listada; LC- Least Concern - Não qualificada como criticamente ameaçada, ameaçada, vulnerável ou em perigo.

TAXA NOME COMUM SÍTIO CATEGORIA DE

AMBIENTES TIPO DE

REGISTRO IUCN

CLASSE AMPHIBIA

Ordem ANURA

Família Brachycephalidae (1)

Ischnocnema cf melanopygia Sapo 3 IV CA LC

Família Bufonidae (2)

Rhinella icterica Sapo-cururu 2,3 e 4 III, IV, VII CA, VI, VO LC

Rhinella ornata Sapo-cururu 4 VII CM LC

Família Cycloramphidae (1)

Proceratophrys appendiculata Sapo-de-

chifre 2 e 4 III, IV CA, CM LC

Família Craugastoridae (1)

Haddadus binotatus Rã-do-folhiço 3 IV CA LC

Família Hylidae (5)

Dendropsophus minutus Perereca 4 V VO LC

Hypsiboas polytaenius rã-de-pijama 4 V CM, VO LC

Scinax sp1 (grupo catharinae) Perereca 3 V CM -

Scinax sp2 Perereca 4 V, VII CM, VO -

Scinax sp3 Perereca 4 V CM, VO -

Família Leptodactylidae (1)

Leptodactylus sp 5 III CM -

Família Microhylidae (1)

Myersiella microps Sapinho-bicudo 2 III CA LC

Não Identificado

Sp1 4 IV CM

CLASSE REPTILIA

Ordem SQUAMATA (Serpentes)

Família Colubridae (1)

Spilotes pullatus Caninana 4 VII VI NL

Família Dipsadidae (2)

Oxyrhopus clathratus Coral-falsa 3 VII CM NL

Xenodon cf neuwiedi Boipeva 3 VII VI NL

Ordem SQUAMATA (Lagartos)

Família Scincidae (1)

Mabuya cf dorsivittata Lagarto-liso 8 VI VI NL

O esforço amostral das armadilhas de queda foi de 960 baldes/noite (60 baldes x quatro dias x quatro sítios amostrais). O esforço da procura ativa foi de 96 horas no total, dividido em 12 horas

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para cada sítio, resultando em 72 espécimes registrados com todos os métodos de amostragem descritos anteriormente.

Para estimar se os 25 dias de amostragem foram suficientes para registrar a maioria da herpetofauna da região, foi realizada uma curva de rarefação (Figura 04) baseada nas capturas dos animais (indivíduos/riqueza acumulada) (Gotelli & Colwell, 2001). A curva foi gerada por 100 randomizações das amostras originais, sem reposição, utilizando o programa EstimateS 8.2.0 (Colwell, 2009).

Figura 04: Curva de rarefação que representa a acumulação de espécies de anfíbios e répteis por dias de amostragem.

A curva tende claramente a continuar em ascendência caso houvessem mais dias de amostragem, indicando que com um maior esforço amostral provavelmente seriam encontradas novas espécies.

Em alguns sítios amostrados as capturas foram pouco representativas ou nulas. Esse resultado não indica necessariamente uma baixa riqueza de espécies nessas localidades, nem que os hábitats foram degradados a ponto de não suportar populações viáveis da herpetofauna. Existem várias possibilidades de diferentes hipóteses que poderiam explicar esse tipo de resultado. As mais prováveis são as baixas temperaturas atmosféricas e a falta de precipitação, características da época do ano que foi realizado a levantamento. Durante as madrugadas e início das manhãs, foi comum o registro de temperaturas negativas nos termômetros.

A atividade de répteis e anfíbios é fortemente influenciada pela temperatura ambiental, pois são animais exotérmicos (não possuem um sistema de produção de calor) (Duellman & Trueb, 1994), as baixas temperaturas podem diminuir o desempenho do animal, tornando-o mais suscetível à predação (Zug et al., 2001). Fatores ambientais como a temperatura e precipitação são determinantes na fase reprodutiva dos anfíbios, influenciando diretamente sua termorregulação, alimentação e interação (Van Sluys & Castro, 2011).

Devido a esses e outros fatores, é provável que os animais estivessem inativos durante essa época do ano, pois os répteis e anfíbios podem passar um grande período de tempo sem alimento (Zug et al., 2001), diferentemente da ornitofauna e mastofauna, que precisam se alimentar constantemente para suprir suas demandas energéticas.

4.2 Caracterização da Herpetofauna

O total de espécies identificadas no levantamento, no plano de manejo e na literatura, somam 87 espécies. A classe dos anfíbios apresenta 62 spp de 13 famílias distintas, as serpentes com 16 spp de três famílias, os lagartos com oito spp de cinco famílias e uma espécie de jacaré. Foram identificadas nove espécies citadas na literatura, que foram incorporadas à lista geral (Amphibiaweb, 2011; Carvalho-e-Silva & Cruz, 2004; Peixoto & Cruz, 1992; Targino & Carvalho-e-Silva, 2009), oito anfíbios anuros de três famílias distintas e um lagarto (Anexo 01).

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Dias de amostragem

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4.2.1 Sítio 1 - Vargem Grande

Vargem Grande apresenta áreas abertas e matas pouco densas. Perto dos córregos podem ser encontradas poças temporárias que acumulam água na época da chuva, que provavelmente são utilizadas pelos anfíbios para nidificação. Apesar dos quatro dias consecutivos de armadilhas abertas e três dias de procura ativa no local e entorno do sítio, nenhum animal foi encontrado. Durante o período diurno não houve nenhum registro de répteis e durante as rondas noturnas, não foram detectados anfíbios vocalizando ou nos hábitats com disponibilidade de água, muito comuns na região.

4.2.2 Sítio 2 - Palmital

A região do Palmital possui uma vegetação principalmente formada por matas pouco densas e uma grande disponibilidade de água. Apesar da fragmentação devido a ocupação humana, ainda existem hábitats relativamente bem conservados. Foram registrados somente três espécies de anfíbios nas matas, Proceratophrys appendiculata, Rhinella icterica e Myersiella microps.

4.2.3 Sítio 3 - Três Picos

Essa localidade apresenta uma cobertura florestal densa e uma grande disponibilidade de água. O solo da mata é completamente coberto por matéria orgânica vegetal, fornecendo uma enorme quantidade de abrigos que podem ser utilizados pela herpetofauna. Foram registrados quatro espécies de anfíbios, Scinax sp1, Haddadus binotatus, Ischnocnema cf melanopygia e Rhinella icterica. E foram localizadas duas espécies de serpentes, Oxyrhopus clathratus e Xenodon cf neuwiedi.

4.2.4 Sítio 4 - RPPN Agulhas Negras

A RPPN e seu entorno apresentam matas densas e muita matéria orgânica no solo. Os hábitats são relativamente preservados e a grande quantidade de água favorece a anurofauna. Neste sítio foram registradas nove espécies de anfíbios, Rhinella icterica, Rhinella ornata, Proceratophrys appendiculata, Dendropsophus minutus, Hypsiboas polytaenius, Scinax sp2, Scinax sp3 e uma espécie não identificada. O único réptil encontrado foi a serpente Spilotes pullatus.

4.2.5 Sítio 5 - Morro do Cavado

Apresenta áreas predominantemente de matas e arbustos, com pouca disponibilidade de água. Aparentemente é uma localidade interessante para a ordem Squamata. Durante a procura ativa foram identificados diversos hábitats ideais para a termorregulação dos répteis, como os lagartos e as serpentes. Nesta localidade só foi encontrada uma espécie de anfíbio do gênero Leptodactylus (Leptodactylidae).

4.2.6 Sítio 6 - Serra Negra

Apresenta um relevo muito acidentado e sua cobertura vegetal é composta predominantemente por matas. Possui uma grande disponibilidade de água e hábitats pouco fragmentados. Por ser uma região de maior altitude, as baixas temperaturas podem ser um fator limitante para a diversidade da herpetofauna, mas aumenta a possibilidade do encontro de espécies endêmicas. Neste sítio não foi encontrado nenhum animal.

4.2.7 Sítio 7 - Dois Irmãos

Apresenta diversos morros com uma peculiar diferença de hábitats conforme o aumento de altitude. A vegetação predominante na base dos morros é de mata, mas a partir de determinada altitude, essa fitofisionomia é substituída por manchas de vegetação muito similares às encontradas no bioma Cerrado. Essas manchas podem abrigar espécies restritas à fitofisionomias de Cerrado e até espécies ainda não descritas pela ciência. A pesquisa da fauna dessa região pode contribuir para a conservação e ampliação do conhecimento da biodiversidade do PARNA. Neste sítio as armadilhas de queda contemplaram as duas fitofisionomias, mas apesar do esforço amostral, não foi localizado nenhum animal nessa localidade.

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4.2.8 Sítio 8 - Planalto

A fitofisionomia predominante do Planalto do Itatiaia são os campos de altitude. Essa localidade apresenta diversos córregos, lagoas e pequenas poças. Essa grande quantidade de recursos hídricos favorece a colonização por anfíbios, pois são locais ideais para seu período reprodutivo. O Planalto é conhecido por apresentar uma baixa diversidade e um alto endemismo de anuros, inclusive de espécies que não são encontradas na natureza há décadas. Durante a amostragem foi encontrado somente o lagarto Mabuya cf dorsivittata.

4.3 Entrevistas

Nas entrevistas realizadas foi muito comum o relato de serpentes peçonhentas, pela descrição dos moradores provavelmente trata-se do gênero Bothrops, mas foi difícil confirmar essa informação. A herpetofauna é um grupo em que muitas espécies são de difícil identificação, mesmo por registros fotográficos. Muitos detalhes morfológicos básicos na identificação não podem ser visualizados em fotos. Por esse motivo, os relatos foram mais utilizados para encontrar locais propícios ao encontro dos animais.

4.4 Espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção

Não foram encontradas espécies raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção durante o estudo, todos os registros foram de animais com ampla distribuição na Mata Atlântica e pertencentes a outros biomas como, por exemplo, a perereca Dendropsophus minutus e a serpente Spilotes pullatus.

A maioria dos anfíbios identificados é classificada como de baixo risco de ameaça (least concern) e os répteis não constam na lista de espécies da International Union for Conservation of Nature (IUCN) (tabela 02). Nenhuma das espécies consta na lista de animais ameaçados do IBAMA ou da Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES).

O parque abriga pelo menos duas espécies de anfíbios endêmicas que estão ameaçadas, Paratelmatobius lutzii e Holoaden bradei que não são vistos na natureza desde a década de 70 e podem estar extintas (Machado et al., 2008). Outra espécie endêmica, sapo-flamenguinho Melanophryniscus moreirae é classificado pela IUCN como quase ameaçado, pois apesar de ser comum no parque possui uma distribuição geográfica restrita.

4.5 Espécies exóticas

Durante o estudo não foram encontradas espécies exóticas na região, pelo menos pertencentes à herpetofauna. Nas localidades de maior altitude do parque e arredores, foram comuns os relatos de moradores quanto a presença porcos ferais nas matas. Esses animais podem ser uma séria ameaça à herpetofauna, pois são predadores oportunistas e muito vorazes (Jolley et al., 2010).

A truta, peixe exótico da família Salmonidae, é uma espécie comumente criada em cativeiro pelos moradores das áreas mais altas nos limites do parque. Durante o estudo, foi constatada a presença dessa espécie nos córregos próximos aos criatórios. Provavelmente fugiram dos tanques ou foram introduzidas propositalmente, sem nenhum tipo de controle. Esses peixes podem causar impactos negativos direta (Pilliod & Peterson, 2001) ou indiretamente (Pope et al., 2008) nos anfíbios da região, podendo até resultar na extinção de populações inteiras.

4.6 Análise dos sítios amostrais

Para análise dos sítios amostrais foram utilizadas três categorias com valores de 1 a 5 (Quadro 03), que levaram em consideração a fragilidade, qualidade e diversidade de hábitats encontrados em cada sítio. A diversidade e endemismo de espécies não foram utilizados como categorias, pois o número de animais encontrados não foi suficiente para comparar os sítios. As localidades com maior pontuação na avaliação foram as áreas mais montanhosas do parque e entorno. Os sítios 7 e 8 foram os que obtiveram os maiores valores, devido a seus melhores estados de conservação e os menores valores foram dos sítios 1 e 2.

Quadro 03: Avaliação dos sítios amostrais do PARNA do Itatiaia baseada em cinco parâmetros. Valores variando em escala crescente de 1 a 5.

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Sítio Fragilidade do hábitat

Qualidade dos hábitats

Diversidade de hábitats Média

1 - Vargem Grande 2 2 3 2,3

2 - Palmital 3 2 3 2,6

3 - Três Picos 3 5 4 4

4 - RPPN Agulhas Negras 3 4 3 3,3

5 - Morro do Cavado 4 3 4 3,6

6 - Serra Negra 4 4 4 4

7 - Dois Irmãos 4 4 5 4,3

8 - Planalto 5 5 4 4,6

5 CONCLUSÕES GERAIS

O Parque Nacional do Itatiaia é um importante refúgio de diversas espécies da fauna, inclusive de endêmicas e ameaçadas de extinção. Sua conservação é de grande importância para a manutenção da biodiversidade regional e do bioma Mata Atlântica.

O conhecimento da herpetofauna ainda é pequeno quando comparado ao potencial de estudos ecológicos que podem ser realizados na região do parque. Seu relevo montanhoso tem uma forte influência na diversidade dos répteis e anfíbios da região, enquanto as partes baixas do parque apresentam uma maior riqueza, as partes altas possuem um número maior de espécies endêmicas.

Apesar do baixo sucesso de captura da herpetofauna obtido nesse estudo, foi possível averiguar a qualidade dos hábitats disponíveis na região, os potenciais riscos à fauna como as espécies invasoras e os impactos antrópicos no ambiente.

O objetivo do trabalho não foi comprometido, porém o resultado poderia ser muito melhor caso tivesse sido realizado durante a estação chuvosa do ano. O clima permaneceu frio e seco durante todo o estudo, ou seja, as condições ambientais foram péssimas para a captura da herpetofauna. Provavelmente a diversidade total (17 spp) que foi registrada durante os 25 dias de amostragem, seria alcançada em poucos dias em períodos mais quentes do ano.

6 RECOMENDAÇÕES DE MANEJO

As propostas a seguir foram elaboradas com o intuito de contribuir para a conservação das comunidades da herpetofauna e consequentemente dos hábitats do parque e entorno. São basicamente programas de médio à longo prazo que certamente serão úteis na geração de conhecimento e manutenção da biodiversidade. Para que esse objetivo seja alcançado, é fundamental a parceria entre os órgãos governamentais, a sociedade e a iniciativa privada.

Pesquisa: o PNI necessita de um grande investimento em atividades de pesquisa, na tentativa de monitorar a herpetofauna do parque e entorno. A região prioritária deve ser o planalto do Itatiaia, pois essa localidade abriga espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Anfíbios como Paratelmatobius lutzii e Holoaden bradei não são vistos na natureza desde a década de 70 e podem estar extintas.

A espécie endêmica e símbolo do parque Melanophryniscus moreirae (sapo-flamenguinho) é classificada pela IUCN como quase ameaçada de extinção. Estudos recentes constataram a presença do fungo quitrídio, Batrachochytrium dendrobatidis em alguns indivíduos dessa espécie (Van Sluys, 2007). Pouco se sabe sobre esse fungo, mas existem indícios que sua proliferação na natureza é responsável pela extinção de populações inteiras de anfíbios ao redor do globo, inclusive em áreas conservadas (Lam et al., 2010). A taxa de infecção pelo fungo encontrada em M. moreirae foi muito baixa, mas o monitoramento da evolução desse patógeno nos anfíbios poderia contribuir para uma melhor compreensão da dinâmica dessa doença e seus possíveis

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impactos nos anuros do parque.

Logo, seria importante elucidar o status de conservação dessas espécies e definir estratégias que contribuam para sua conservação. Inicialmente o monitoramento pode ser realizado com a instalação de armadilhas de queda, visando contemplar o máximo de fitofisionomias possível. Os animais devem ser marcados com ablação de falanges (Heyer et al., 1994), ter suas medidas morfométricas registradas e liberados no mesmo local de captura. As campanhas devem ser no mínimo bimestrais e com um maior esforço amostral no período chuvoso do ano, pois a temperatura é maior nessa época, favorecendo um maior sucesso de captura.

Controle de espécies exóticas: as populações de espécies introduzidas como porcos e trutas pode ser uma séria ameaça à herpetofauna (Jolley et al., 2010; Pilliod & Peterson, 2001; Pope et al., 2008). Esses animais devem ser monitorados e como é praticamente impossível erradicar essas populações invasoras, devem ser adotadas estratégias para reduzir o número de indivíduos livres na natureza, seja por meio de captura e translocação ou abate.

Educação ambiental: A herpetofauna é pouco compreendida pela população em geral e muitas mortes de animais são causadas pela falta de informação, preconceito e mitos resultantes da falta de conhecimento desse grupo. Os acidentes ofídicos são a maior preocupação da população em relação aos répteis, mas a falta de informação é tanta que esse medo inclui os lagartos e anfíbios, animais que não possuem peçonha e são praticamente inofensivos. Um programa educativo cujo publico alvo focasse moradores e turistas da região, poderia evitar a morte de milhares de espécimes, inclusive as serpentes mais perigosas que são predadores importantes no ecossistema.

Abrigo Rebouças - Pico das Agulhas Negras: todos os anos ocorre a restrição do transito de veículos na estrada entre o Posto Avançado 3 do IBAMA e o abrigo Rebouças durante o período reprodutivo da espécie de anfíbio M. moreirae. Esse procedimento aparentemente é muito eficiente para a conservação da espécie, pois elimina o risco de atropelamento dos animais, porém resulta em dificuldades logísticas para os pesquisadores e visitantes em geral que utilizam o referido percurso.

Uma alternativa para contornar esse problema, com o objetivo de favorecer os pesquisadores e visitantes, sem prejudicar a reprodução dos anuros, poderia ser a realização de um projeto de engenharia para modificar a estrada, reduzindo a disponibilidade de poças artificiais para os anfíbios, por sua vez geradas por má drenagem do leito estradal. Vale ressaltar que a execução do referido projeto presume a elaboração de um estudo ambiental que determine sua viabilidade. As poças formadas na estrada durante a estação chuvosa são utilizadas pela espécie M. moreirae para depositar seus ovos fertilizados e desenvolvimento dos girinos. Caso essas poças não se formem mais, provavelmente a espécie utilizará outro ambiente para a desova, sem prejuízo para seu ciclo reprodutivo.

A estratégia mais indicada para alcançar esse objetivo, deve ser definida com a formação de um grupo multidisciplinar de biólogos, engenheiros e demais profissionais que possam contribuir com esse diagnóstico. O grupo pode analisar a possibilidade de terraplanagem da estrada ou a pavimentação utilizando o material mais indicado para o local, como o uso de concreto, blocos intertravados, bloquetes etc. O menos indicado seria o asfalto, pois além de ser um material pouco ecológico, pode ocorrer a contaminanção do ambiente e principalmente a água durante sua construção. Também seria interessante a instalação de placas educativas, redutores de velocidade, pontes, cercas de contenção e passagens subterrâneas para os animais, conforme for determinado em estudo ambiental específico.

Até que seja executado o projeto, o trânsito de carros deve ser restrito a funcionários do parque e pesquisadores que justifiquem a necessidade de transitar pela referida estrada na época de reprodução dos anfíbios (setembro a dezembro).

Para verificar a eficiência das alterações na estrada e do manejo do transito de veículos, é fundamental que seja realizado o monitoramento da espécie em questão e das demais que utilizem o local. Os pontos de amostragem devem contemplar todo o trajeto da estrada e seu entorno. Desse modo pode ser inferido se o impacto negativo da estrada é significativo para a fauna e contribuir para seu manejo de uma forma mais eficaz, baseado em dados empíricos.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8 ANEXOS

Anexo 01: Lista secundária atualizada da herpetofauna do plano de manejo do PARNA do Itatiaia e do levantamento realizado na região. *Espécies do parque identificadas na literatura.

TAXONS PLANO DE MANEJO LEVANTAMENTO

ANFÍBIOS

Família Brachycephalidae (7)

Brachycephalus ephippium X

Ischnocnema concolor*

Ischnocnema holti*

Ischnocnema guentheri X

Ischnocnema nasuta X

Ischnocnema nigriventris X

Ischnocnema cf melanopygia X

Família Bufonidae (5)

Dendrophryniscus brevipollicatus X

Melanophryniscus moreirae X

Rhinella ornata X

Rhinella crucifer X

Rhinella icterica X X

Família Centrolenidae (1)

Vitreorana eurygnatha X

Família Ceratophryidae (2)

Ceratophrys aurita X

Thoropa miliaris X

Família Craugastoridae (1)

Haddadus binotatus X X

Família Cycloramphidae (7)

Cycloramphus asper X

Cycloramphus brasiliensis X

Cycloramphus eleutherodactylus X

Cycloramphus granulosus X

Odontophrynus americanus X

Proceratophrys appendiculata X X

Proceratophrys boiei X

Família Hemiphractidae (2)

Flectonotus fissilis X

Gastrotheca ernestoi X

Família Hylidae (21)

Aplastodiscus albofrenatus X

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TAXONS PLANO DE MANEJO LEVANTAMENTO

Aplastodiscus callipygius*

Aplastodiscus leucopygius*

Bokermannohyla circumdata X

Bokermannohyla gouveai*

Bokermannohyla luctuosa*

Dendropsophus leucophyllatus X

Dendropsophus minutus X X

Hypsiboas albomarginatus X

Hypsiboas faber X

Hypsiboas geographicus X

Hypsiboas pardalis X

Hypsiboas polytaenius X X

Phasmahyla cochranae*

Phyllomedusa burmeisteri X

Scinax alter X

Scinax catharinae X

Scinax cuspidatus X

Scinax duartei X

Scinax flavoguttatus X

Scinax perpusillus X

Família Hylodidae (6)

Crossodactylus dispar X

Crossodactylus grandis X

Hylodes glaber X

Hylodes lateristrigatus X

Hylodes ornatus X

Hylodes regius X

Família Leiuperidae (1)

Physalaemus cuvieri X

Família Leptodactylidae (6)

Leptodactylus fuscus X

Leptodactylus labyrinthicus X

Leptodactylus mystaceus X

Leptodactylus ocellatus X

Leptodactylus gracilis X

Paratelmatobius lutzii*

Família Microhylidae (1)

Myersiella microps X X

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TAXONS PLANO DE MANEJO LEVANTAMENTO

Família Strabomantidae (2)

Holoaden bradei X

Holoaden luederwaldti X

JACARÉ

Família Alligatoridae (1)

Caiman latirostris X

LAGARTOS

Família Anguidae (2)

Diploglossus fasciatus X

Ophiodes striatus X

Família Gymnophthalmidae (2)

Colobodactylus dalcyanus*

Heterodactylus imbricatus X

Família Leiosauridae (2)

Enyalius catenatus X

Urostrophus vautieri X

Família Scincidae (1)

Mabuya cf dorsivittata X X

Família Teiidae (1)

Tupinambis teguixin X

SERPENTES

Família Colubridae (4)

Chironius carinatus X

Mastigodryas bifossatus X

Spilotes pullatus X X

Tantilla melanocephala X

Família Dipsadidae (10)

Apostolepis assimilis X

Erythrolamprus aesculapii X

Leptodeira annulata X

Liophis miliaris X

Liophis poecilogyrus X

Oxyrhopus clathratus X

Oxyrhopus rhombifer X

Philodryas olfersii X

Xenodon merremii X

Xenodon neuwiedii X X

Família Elapidae (2)

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TAXONS PLANO DE MANEJO LEVANTAMENTO

Micrurus corallinus X

Micrurus decoratus X

TOTAL: 87 75 12

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Anexo 02: Registro fotográfico de algumas espécies da herpetofauna registradas no PN do Itatiaia.

Ischnocnema cf melanopygia Rhinella icterica

Rhinella ornata Proceratophrys appendiculata

Haddadus binotatus Hypsiboas polytaenius

Scinax sp1 (grupo catharinae) Scinax sp2

20

Myersiella microps espécie não identificada

Oxyrhopus clathratus Mabuya cf dorsivittata