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Prospectiva - Análise Estrutural 1.Variável: Falta de Conhecimento da Matéria Prima: caracterização tecnológica e planejamento da produção. 2.•Expressão Mnemônica: Matéria Prima Argila-MPA Descrição: Caracterização Tecnológica das argilas e planejamento da produção. Esta variável é dependente da variável: Levantamento/Mapeamento Geológico das reservas de argilas de várzea. Pois no mapeamento geológico das reservas deve ser feita avaliação qualitativa e quantitativa das argila em estudo. 3.•Evoluções Passadas: Fonte: ASCEO-Dados retirados do relatório do APL, Retrospectiva doPlanejamento do Desenvolvimento do APL Cerâmica Vermelha doNorte de Goiás. 3.1-TECOLOGIA USADA temos em destaque os itens: 1.Prospecção e Caracterização da Jazida --------- 0% Processo de Produção: 2.Preparo de massa ----------0% 3.Mistura de Argila no Pátio ---------30% 4.Secagem atural ---------70% 5. Secagem Forçada Estática ----------20% 6.Secagem Forçada Semi Contínua ----------10%

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Prospectiva - Análise Estrutural 1.Variável: Falta de Conhecimento da Matéria Prima: caracterização tecnológica e planejamento da produção.

2.•Expressão Mnemônica: Matéria Prima Argila-MPA

•Descrição: Caracterização Tecnológica das argilas e planejamento da produção.

Esta variável é dependente da variável: Levantamento/Mapeamento Geológico das reservas de argilas de várzea. Pois no mapeamento geológico das reservas deve ser feita avaliação qualitativa e quantitativa das argila em estudo.

3.•Evoluções Passadas:

Fonte: ASCE1O-Dados retirados do relatório do APL, Retrospectiva doPlanejamento do Desenvolvimento do APL Cerâmica Vermelha doNorte de Goiás. 3.1-TEC1OLOGIA USADA temos em destaque os itens:

1.Prospecção e Caracterização da Jazida --------- 0%

Processo de Produção:

2.Preparo de massa ----------0%

3.Mistura de Argila no Pátio ---------30%

4.Secagem 1atural ---------70%

5. Secagem Forçada Estática ----------20%

6.Secagem Forçada Semi Contínua ----------10%

7.Secagem Forçada Continua -----------0%

8.Queima em Fornos Contínuos -----------0%

9.Grau de Automatismo do Processo Produtivo-----0%

10.Enfardamento e Paletização -----------0%

3.2. -DESAFIOS: 3.2.1.- Jazidas:

-Conhecimento das Qualidades e Quantidades da matéria prima (depósitos de argila) - Curto Prazo.

3.2.2. - Produção:

-Otimização da matéria prima/insumos-Curto/médio prazo.

-Criar novos produtos e conquistar novos mercados.

-Implantação do PSQ.

3.3. -Ações Propostas:

Ação 04. Prospecção, Legalização e Avaliação de Jazidas.

a)Descrição: Realizar a avaliação e a legalização de jazidas, para garantir o suprimento e a identificação de novas fontes de matérias prima de qualidade, com volume suficiente para a padronização nas sete micro regiões do APL, visando a sustentabilidade da produção.

Ação 05. Instalação de Centros de Preparo de Massa nas sete micro regiões.

Ação 06. Recuperação das áreas mineradas com opção para novas atividades.

Ação 08. Desenvolvimento de novos produtos.

a)Descrição :Firmar convênio com IPT-SP e SE1AI-Mario Amato-SP, para analises amostras de argila.

Obs: Estas ações anteriormente propostas ainda são atuais, pois foram novamente colocadas no atual processo prospectivo do APL-Uruaçu,24 a 25/Jan 2014.

3.4.- •Variáveis que provocaram as evoluções.

1.Buscar Legalização das Jazidas.

2.Legalização da Atividade Ceramista (D1PM, M.Amb, Fiscal, Trabalhista).

3.Levantamento/Mapeamento Geológico das Reservas de Argila de Várzea.

4.Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação.

5.Administração Capacitada.

6.Fortalecimento da ASCE1O.

7. Flexibilizar o Código de Mineração.

•Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções.

•Tendências Futuras das variáveis provocadoras.

•Rupturas Futuras das variáveis provocadoras.

4. - Variável: Falta de Conhecimento da Matéria Prima (Argila de várzea/ Sequeiro), Carcterização Tecnológica e Planejamento da Produção.

I) Para o Desenvolvimento do Setor Minero-Cerâmico é fundamental reduzir:

MI1IMIZAR A DEFICIÊ1CIA no Suprimento de matéria-primas minerais, através da:

1. Regularização dos empreendimentos na obtenção dos títulos minerários e licenciamento ambiental.

2. Detalhamento das reservas minerais tanto qualitativa como quantitativamente.

3. Investimento na Mineração, em pesquisa mineral e tecnológica para a identificação e desenvolvimento de novos depósitos e novos produtos.

II) PROPOSTA METODOLÓGICA PARA CARACTERIZAÇÃO DE FO1TES DE SUPRIME1TO DE MATÉRIAS-PRIMAS CERÂMICAS: ESTRUTURA E PROCEDIME1TOS.

A metodologia para a avaliação sistemática das alternativas de suprimento mineral para a indústria de cerâmica vermelha está estruturada em etapas sucessivas de avaliação e triagem que possibilitam o afunilamento seletivo das oportunidades das fontes de abastecimento de argila.

A Figura 2, do estudo de caso do polo cerâmico de Barra Bonita-SP apresenta, na forma de fluxograma, a estrutura da metodologia, organizada em etapas sucessivas e orientada através do detalhamento: Ver, Figura 2. Fluxograma da metodologia Proposta.

4.1.- 1ªFase: Diagnóstico do Setor minero Ceramico (Estudo de caso: Polo de Barra Bonita-SP)

4.2.- 2ªFase: Localização/prospecção de novos depósitos de argila

4.3.- 3ªFase: Identificação de potenciais fornecedores.

4.4. - 4ªFase: Consolidação dos resultados

ARGILAS QUATER1ÁRIAS/VÁRZEA.

As argilas quaternárias ou de várzea ocorrem associadas aos depósitos sedimentares de preenchimento de fundo de vales (planícies atuais e terraços aluvionares), formando jazidas lenticulares, com espessuras de porte métrico, que ocupam áreas de poucos hectares até alguns quilômetros quadrados. Esses sítios deposicionais constituem zonas saturadas em água, nos quais, juntamente com a sedimentação de argila, acumula-se matéria orgânica, o que interfere nas propriedades tecnológicas desses materiais. Dessas características geoambientais decorrem a sua elevada umidade e alta plasticidade, o que lhes propicia boa trabalhabilidade para os processos cerâmicos de conformação plástica, a exemplo dos produtos extrudados, tais como tijolos, blocos e telhas, até mesmo para a produção artesanal em olarias ou com equipamentos de pequeno porte.

De forma geral, constituem-se de caulinitas detríticas; no entanto, em áreas mais restritas, sobretudo em regiões de clima mais seco, são encontradas também argilas detríticas mistas, compostas de caulinita e illita (eventualmente esmectita). Depósitos mais puros de argila de elevada plasticidade

("argilas gordas" no jargão dos ceramistas) constituem bolsões lenticulares dentro dos ambientes aluviais e da planície costeira. Freqüentemente, estão associados a argilas arenosas, menos plásticas ('argilas magras"). Sendo ambas misturadas para a manufatura dos diversos produtos de cerâmica vermelha. A fração silto-arenosa dessas argilas é composta por quartzo e pode conter outros minerais como feldspato e mica. Os depósitos de argilas aluvionares são de ocorrência relativamente abundantes, espalhando-se por todo o substrato geológico brasileiro, (Cabral Junior et al, 2012).

Vemos no Quadro 1: Características dos depósitos de argila para cerâmica vermelha.

Na área do APL-CV no Norte-Goiano, estão sendo minerados apenas depósitos de argilas quaternárias (argilas de várzea).

Obs. Caracteristicas das Argila tipo quaternário ou de várzea e do tipo formacional, de origem sedimentar ou de alteração intempérica.

Detalhamento da variável: Falta de Conhecimento da Matéria Prima (argila): Caracterização Tecnológica, Planejamento da Produção.

4.1. - 1ª Fase: Diagnóstico do Setor Mínero-Cerâmico

A fase inicial consta de um levantamento expedito, a ser realizado do setor mínero-cerâmico da localidade de interesse, no caso da área territorial do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Entre as informações importantes que devem ser buscadas, incluem-se: produção e

- número de empresas cerâmicas,

- tipos de produtos,

- produção,

- tipos de argilas empregadas e respectivas fontes geológicas,

- consumo de matéria-prima,

- atuais fornecedores,

- distâncias de transporte e preços praticados,

-deficiências do sistema de suprimento.

Síntese Orientativa

Esse conjunto mínimo de informações guia as etapas sucessivas de ambos os caminhos prospectivos, pois devem estabelecer parâmetros básicos de rastreamento, tais como:

-quantidade de matéria-prima demandada,

-reservas e porte dos depósitos requeridos,

-tipos de matérias-primas a serem buscadas (em função dos produtos e argilas consumidas),

-estabelecimento dos raios de distâncias limítrofes do rastreamento prospectivo (considerando o transporte de argila praticado e frete embutido).

4.2. - 2ª Fase: Prospecção Mineral de 1ovos Depósitos de Argila

4.2.1. - 1ª Etapa - Seleção de Alvos Prospectivos

-Efetuada uma seleção de alvos para posterior checagem em campo: Que tem haver com,

- Logística: em decorrência da localização das fontes tradicionais de matéria-prima e dos preços praticados, é definido o raio de maior interesse para

a avaliação prospectiva, privilegiando-se áreas mais próximas e de mais fácil acesso.

- Contexto geológico: o arcabouço geológico-geomorfológico constitui um condicionante inerente na geração e localização de um depósito mineral, pela delimitação dos terrenos geológicos e da análise de seu potencial mineral e elaboração do mapa de potencial geológico para a ocorrência de depósitos de argila.

- Considerar os parâmetros, ambientais e legais, restritivos à disponibilidade ou ao acesso aos recursos minerais.

Entraves ambientais ou relativos à ocupação do solo: eliminando-se alvos inseridos em unidades de conservação ambiental, com restrições severas à implantação da atividade de mineração, e em áreas afetadas por ocupação urbana e industrial.

Impedimento de processos minerários: excluindo-se alvos já onerados por títulos minerários (áreas já requeridas)

Individualizar áreas remanescentes, que correspondem às zonas com potencial geológico e livres desses fatores inibidores, e que podem ser denominadas de janelas prospectivas.

4.2.2. - 2ª Etapa - Levantamentos de Campo

Os trabalhos de campo compreendem:

- reconhecimento geológico da região de estudo,

-potencialidade e o levantamento dos alvos selecionados,

-apreciação preliminar quanti-qualitativa dos depósitos identificados.

Metodologia

-seções geológicas em situações de afloramentos, corte de estradas e ravinas em encostas,

- nas zonas rebaixadas (várzeas e terraços aluvionares) por meio de perfurações. Nessas sondagens exploratórias são empregados trados manuais ou motorizados.

- descrição litológica, com a distinção das variedades de minérios argilosos e sedimentos arenosos estéreis,

-características como granulometria, textura, cor e plasticidade dos materiais.

- amostragem dos horizontes argilosos obedece às variações texturais das camadas de minério.

4.2.3. - 3ª Etapa - Caracterização Cerâmica das Argilas Amostradas

Nos estudos qualitativos dos depósitos, são adotadas duas rotinas laboratoriais: expedita e completa.

4.2.3.1. -Caracterização Expedita

Utilizando-se de métodos ágeis, simplificados e pouco onerosos, este expediente laboratorial é empregado para a caracterização qualitativa preliminar dos depósitos, com análises realizadas em amostras de argila coletadas em afloramento e furos de sondagens.

tipos de determinações:

-(i) análise granulométrica - peneiramento a úmido segundo a série de peneiras de aberturas 0,84 mm; 0,074 mm; 0,044 mm e fundo; e

-(ii) ensaio cerâmico expedito confecção manual de esferas de argila de aproximadamente 2 cm de diâmetro e queima a 1000 °C, com observação das propriedades - cor, brilho de superfície, sonoridade das esferas, aspereza da superfície e absorção de água.

4.2.3.2. - Caracterização Completa

São submetidos ao procedimento de caracterização completa materiais representativos dos depósitos para uma aferição mais detalhada de suas qualificações técnicas como matérias-primas para cerâmica vermelha e de suas propriedades mineralógicas e químicas (Quadro 2).

4.2.4. - 4ª Etapa - Qualificação dos Depósitos

Análise integrada das informações de campo e laboratoriais.

-estimativa de reservas: O cálculo de reservas efetuado com base nas sondagens e seções levantadas em campo, e amostragens das frentes de lavra.

- depósitos aluvionares, a análise de imagens de fotos aéreas e sensores remotos permitem delimitar a área da bacia argilosa.

-logística de acesso e distância do centro consumidor,

-especificações quanto ao desempenho tecnológico das argilas.

4.3. - 3ª Fase: Identificação de Potenciais Fornecedores

4.3.1.- 1ª Etapa - Catalogação dos Processos de Direitos Minerários

-Informações sobre os processos de Direitos Minerários, e que são passíveis de serem acessadas eletronicamente em dois bancos de dados do DNPM (www.dnpm.gov.br), para identificação de potenciais fornecedores: a identificação do titular, fase de tramitação do processo, substância mineral objeto de interesse, e localização precisa da área do processo, integrando duas bases de dados: o Cadastro Mineiro e o Sistema de Informação Geográfica da Mineração - SIGMine.

-O cadastramento de títulos minerários tem como referência as distâncias de transporte praticadas no centro consumidor do parque cerâmico.

-As informações dos títulos minerários selecionados são georreferenciadas e integradas em um mapa contendo as

principais vias de circulação, hidrografia, geologia e principais unidades de conservação ambiental, o qual permite uma visualização espacial do cenário de potenciais produtores de argilas na região e serve de orientação para o setor cerâmico na busca de novos ofertantes de matérias-primas.

4.3.2.- 2ª Etapa - Aferição dos dados Cadastrais

-Feitas reuniões com representantes empresariais do pólo cerâmico e visitas in loco a minerações para definir, quais processos podem ser relacionados a potenciais fornecedores.

-Avaliar o grau de interesse do setor produtivo às alternativas de suprimento de matéria prima preliminarmente identificadas.

-Como resultado dessa 2ª etapa é definida os potenciais fornecedores, que podem ser hierarquizados em função de características como: estágio do processo minerário, qualidade da matéria-prima, condições de frete (distância da jazida) e outros fatores comerciais.

4.4.- 4ª Fase: Consolidação dos Resultados

-Fase de integração dos resultados das duas fases de investigação: prospecção mineral e os potenciais fornecedores com base na catalogação e triagens sucessivas dos títulos minerários, obtendo-se um panorama das possíveis fontes de abastecimento - minas em operação, jazidas em fase de regularização e novos depósitos.

5– Planejamento da Produção:

Na fase de produção o ceramista deve responder:

-O que produzir ? Quanto produzir ? Quando e com que recursos produzir.?

O processo produtivo é formado basicamente pelas seguintes etapas:

� Extração da argila;

� Preparação da massa cerâmica;

� Conformação;

� Tratamento térmico;

� Acabamento;

� Inspeção;

� Estocagem e expedição.

Fluxograma do Processo Produtivo

5.1 – Extração

A extração da argila é realizada a céu aberto, podendo ser manual por meio de pás ou mecanizada com o auxílio de retroescavadeiras, pá carregadeiras, trator de esteira com lâmina, pá escavadeiras. 5.2.- Preparação da massa cerâmica A finalidade da preparação da massa cerâmica é a obtenção de homogeneidade granulométrica e composição mineralógica. Observadas as características da argila e do produto a serem fabricados, é necessário ter uma preparação adequada da massa para evitar a ocorrência de trincas, deformações, variações no processo de extrusão, amperagem, corte, regulagem de boquilha, quantidade produzida, entre outros. a) Sazonamento O sazonamento é a fase de descanso ou maturação da matéria-prima. Ele consiste em estocar a argila a céu aberto quando ocorre o processo de aeração e cura do material. A exposição ao tempo ajuda na lixiviação de sais solúveis e auxilia na homogeneização e distribuição da umidade na massa argilosa. O sazonamento deve variar de seis meses a dois anos. As argilas são depositadas em camadas nos pátios das empresas, onde a espessura e alternância das camadas dependem dos tipos de argilas e das propriedades desejadas da mistura final. Devido a esse processo, facilita-se a moldagem por extrusão, evitando o inchamento dos materiais após a moldagem; o que causaria deformações, trincas e ruptura nas peças durante o processo de secagem, assim como o desenvolvimento de gases durante a queima. A ausência de sazonamento adequado explica grande parte dos defeitos encontrados nos produtos de cerâmica vermelha,

que se propagam ao longo das etapas do processo produtivo.

b) Mistura e Homogeneização A massa consumida na cerâmica vermelha pode ser uma mistura de argilas plásticas com argilas não-plásticas. A mistura de argilas de diferentes características físico-químicas atende às diferentes especificações do produto e também uma melhor qualidade. Na primeira etapa de preparação da massa, a argila é descarregada em um silo ou caixão alimentador e por meio de correia transportadora é direcionada para um desintegrador, que desmancha os torrões. Logo após, é realizada uma moagem e mistura das argilas, eliminando em muitos casos os problemas causados por raízes. Nesta etapa, o misturador promove simultaneamente o amassamento, umidificação e homogeneização da matéria-prima. Na saída do misturador, o material deve ter cor uniforme. Caso contrário o produto apresentará retrações e absorções diferentes.

A terceira etapa consiste em destorroar e laminar. Os laminadores são máquinas semelhantes a um moinho de rolos destinados a desagregar os grãos maiores e os torrões e impurezas presentes na matéria-prima, misturando-os à massa cerâmica, complementando assim o trabalho do misturador. Eles também são destinados à melhoria na distribuição da água e ao aperfeiçoamento da homogeneização da massa cerâmica, deixando-a em condições adequadas para a conformação. c) Conformação A conformação envolve três processos: -extrusão, prensagem e torneamento, O processo de extrusão dá forma ao produto cerâmico por meio da

passagem da massa plástica, ou semi-firme, pela abertura na seção transversal do objeto extrusado. Logo após a extrusão, cortadores manuais ou automáticos são utilizados para dar a dimensão desejada às massas. As peças cortadas podem ser retiradas manualmente ou automaticamente em prateleiras. Depois de cortadas, as peças que se apresentam aparentemente perfeitas são submetidas à secagem artificial (forçada) ou natural. 5.3. Tratamento Térmico O tratamento térmico envolve dois processos: secagem e queima. a) Secagem A secagem é realizada após o processo de conformação/moldagem do material, tendo como objetivo reduzir o máximo possível de umidade antes de se proceder à queima. Em geral, as peças ao saírem da etapa de moldagem, contêm cerca de 30% de umidade, dependendo do tipo de sistema de moldagem (com ou sem vácuo). Ao final da secagem, a umidade deve estar em torno de 3%, sendo o ideal teor de umidade de 1% antes do início da queima. A secagem de uma massa cerâmica é influenciada por diversos fatores como: temperatura, umidade relativa do ar, velocidade e aplicação da direção do ar, densidade de carga, composição granulométrica da massa, forma, dimensão e método de conformação das peças. O processo de secagem pode ser realizado por meio de ar aquecido ou aeração natural. b) Queima A queima é a etapa mais delicada do processo cerâmico. Eventuais defeitos originados nas etapas anteriores revelam-se somente quando o material é queimado.

É durante a fase da queima que os produtos cerâmicos, submetidos ao tratamento térmico, sofrem transformações físico-químicas, alterando-lhes as propriedades mecânicas e conferindo-lhes as características inerentes a todo produto cerâmico. As temperaturas máximas de queima para fabricação de cerâmica vermelha variam conforme tipo de forno, natureza da argila e produto cerâmico, oscilando entre 800ºC e 1000ºC. A queima é subdividida em cinco fases: -pré-aquecimento (esquente ou “fogo fraco”), -caldeamento ou “fogo forte, -manutenção de temperatura, -abafamento, -resfriamento. Durante a fase de “fogo fraco”, o aquecimento deve ser lento para se evitar que ocorram estouros e trincas nas peças cerâmicas. Na fase de “fogo quente” a taxa de aquecimento pode ser acelerada entre 30 e 40º C por hora. As peças cerâmicas nesta etapa adquirem a mínima resistência mecânica tolerável para serem utilizadas. A etapa de manutenção de temperatura consiste em manter as temperaturas as mais constantes possíveis. Durante esta fase ocorre à sinterização das peças cerâmicas o que eleva a resistência da cerâmica. Na fase de abafamento todos os registros devem ser fechados e também a fornalha e o cinzeiro. Isso é necessário para se manter o máximo de calor dentro do forno, completando a queima. O processo de resfriamento, por sua vez, deve ser lento, com tempo de permanência dos produtos no forno desligado por cerca de vinte e quatro horas. A temperatura e o tempo são os principais determinantes das condições e qualidade da queima das peças cerâmicas.

Nesse processo, é de fundamental importância o rigor no controle do tempo de ciclo de aquecimento, queima e resfriamento. Um tempo de queima não controlado pode acarretar em deformações, fissuras e quebra de peças, além de peças cruas no caso em que as temperaturas sejam muito baixas. Para se ter um controle mais acurado da temperatura, usa-se termopares que são dispositivos elétricos de medição de temperaturas. Nos fornos contínuos, após a queima os produtos são retirados pelas esteiras ou carrinhos, não necessitando aguardar o resfriamento do forno. Nos fornos onde o manuseio é feito sem o auxílio de equipamentos é necessário esperar o resfriamento do forno para que manualmente se possa remover os produtos. Em alguns casos, o resfriamento pode durar até três dias. 5.4 Acabamento Essa etapa não é muito usual no setor de cerâmica vermelha. Em geral, é realizada nos empreendimentos produtores de telhas, que aplicam uma resina para embelezamento da peça. 5.5 Inspeção A inspeção pode ser visual ou por meio de ensaios físicos: de resistência, de absorção de água, de granulometria, além de medição, para aferição das dimensões. Em geral fabricantes de telhas, possuem laboratório próprio para aplicação dos ensaios citados acima. Em blocos estrutural e de vedação são feitos ensaios laboratoriais de determinação das dimensões, desvio em relação ao esquadro e planeza das faces, massa, absorção de água e área líquida e resistência a compressão.

Em telhas são realizados ensaios laboratoriais de determinação das dimensões, massa, absorção de água, permeabilidade, deflexão, torção e tensão de ruptura à flexão. 5.6 Estocagem A estocagem dos produtos é realizada em área a céu aberto ou galpão, onde permanece até sua expedição. 5.7 Expedição A expedição (transporte) é efetuada por meio de caminhões. As empresas cerâmicas utilizam veículo próprio ou terceirizado, sendo a última mais comum. Os caminhões utilizados na expedição trafegam, em média, com dez milheiros de tijolos. O mau condicionamento e mau empilhamento do produto cerâmico por ocasião do transporte, o manuseio no carregamento e no descarregamento causam defeitos (lascas e fraturas) nas peças cerâmica. Em geral, apenas as telhas são mais bem acondicionadas em lotes envoltos por cinta plástica, que evita o desgaste por atrito e por manuseio individual das peças.

6. Bibliográfia

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