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Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n. o 3851, de 15 de Outubro de 2018, e não pode ser vendido separadamente. Retinopatia diabética, uma visão de futuro Rastreio O apoio das novas tecnologias Tratamento O milagre dos novos fármacos O risco da perda de visão na vida activa O papel das ópticas e dos optometristas Os números e a prevalência David Martins

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Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n.o 3851,de 15 de Outubro de 2018, e não pode ser vendido separadamente.

Retinopatia diabética,uma visão de futuro

RastreioO apoio das novas tecnologiasTratamentoO milagre dos novos fármacos

O risco da perda de visão na vida activaO papel das ópticas e dos optometristasOs números e a prevalência

David Martins

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retinopatia dia-bética é a mani-festação oftal-mológica mais

importante nadiabetes”, consideraRita Flores, médica oftalmologistano Centro Hospitalar Lisboa Cen-tral e professora na Nova MedicalSchool, namesa-redonda“Retino-patiaDiabéticaeRespetivosimpac-tos na saúde visual”, moderada por

JoséHenriques,presidentedoGru-po de Estudos da Retina.

“A retinopatia diabética é umdrama,porquecontinuaaseraprin-cipal causa de cegueira e perda devisão na população activa. Estaspessoas ficam incapacitadas paraotrabalho e acabamporserumacar-ga para o sistema de segurança so-cial”, refere João Figueira, médicooftalmologistano Centro Hospita-lar da Universidade de Coimbra.

Avisão e o olho são, muitas ve-zes,subvalorizadosporqueéumór-gão pequeno, não é considerado vi-talporqueavidadeumapessoanãodepende dele. “Mas se perguntar-mosaumdiabéticoqualéacompli-

cação que mais teme, responde queéacegueiraoufaltadevisão”,subli-nha João Figueira. Segundo dadospublicados em 2015 pela Socieda-de Portuguesa de Oftalmologia,pelo menos 25 mil indivíduos têmperda de visão devido à diabetes e13 mil estão cegos por retinopatiadiabética em Portugal.

O que a diabetesfaz ao olhoHá vários tipos de diabetes, mas éo aumento de glicemia, do açúcarno sangue, que provoca as grandescomplicações oculares ao atingirumtecido muito específico do olho,provocando a retinopatia diabéti-

ca. “Tem um envolvimento maiscentral, emque predominamos fe-nómenos de edema macular, oumais periférico, com as complica-ções daisquemia”, explicaRitaFlo-res.

No primeiro caso, “a incompe-tência dos vasos da retina, que dei-xam de funcionar correctamente,permitem o extravasar líquido dointerior dos vasos para o espaço daretina,oqueprovocaoespessamen-to e o edema da retina”, resumeJoão Figueira.

No caso da isquemia dá-se aoclusão dos vasos, que ficam semsangueearetinasemnutrição,oqueprovoca a isquemia, a retinopatia

diabética proliferativa. “O edemamacular e a retinopatia diabéticaproliferativa são as principais cau-sas de perda de visão nestes diabé-ticos”, conclui João Figueira.

Este professor universitário einvestigador alerta para o facto deque,muitasvezes,estesdoentespo-derem ter edema macular ou for-masisquémicas,enãotersintomas.“Éimportanteidentificaressaspes-soassemsintomas,paraquesepos-sa fazer atempadamente os trata-mentos disponíveis, que se modifi-carammuito nos últimos tempos, eque dão a estes doentes esperançaeresultadosemtermosfuncionais”,assinala João Figueira.�

“Como oftalmologistas temos de ter a responsabilidade de proporcionaros melhores tratamentos e evitar a propagação da doença e da cegueira”,diz João Figueira

FILIPE S. FERNANDES

“A

José Henriques moderou a primeira mesa-redonda em que participaram João Figueira, José Manuel Boavida, Rita Flores e Marco Dutra Medeiros, e que se realizou no Epic Sana Lisboa Hotel a 29 de Setembro.

David Martins

O risco da cegueira

NEGÓCIOS INICIATIVAS RETINOPATIA DIABÉTICA, UMA VISÃO DE FUTURO

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SUPLEMENTO|

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Hoje no mundo existem mais de450 milhões de diabéticos e a dia-betes é adoençamais mortal, com5 milhões de mortos por ano. Se amortalidadeéelevada,“érelevantepelamorbilidade associadade ou-tras doenças e a complicações,comoaretinopatiadiabética”,refe-riuMarcoDutraMedeiros.

“Anível mundial com base emdados entre 1980 a2008, apreva-lência global de retinopatia diabé-tica foi de 35%, mas o estudo ba-seia-seemestudoscommétodosdeinclusãodiferentesnosquatrocon-tinentes, tanto em idades como naduração da doença. Aretinopatiadiabética proliferativa, que se não

fortratada,levaàcegueira,temumaprevalência total de 7% e o edemaocular diabético de 6,8%”, referiuMarco Medeiros.

Em relação a Portugal, MarcoDutra Medeiros citou vários estu-doscomooRetinodiab,queliderouefoipublicadoem2015,eapresen-tava uma prevalência de 16,3% aonível de retinopatia diabética glo-bal. Um outro estudo feito no âm-bito da APDP chegava-se a umaprevalênciaemtornodos20%.Nasprevisões do GER– Grupo de Es-tudosdaRetina,aprevalênciacifra--seemtornodos25%.

O estudo da Retinodiab jun-tou a Associação Protectora dos

DiabéticosdePortugal(APDP)eaFaculdadedeCiênciasMédicas,para aferir a prevalência da reti-nopatia diabética em Lisboa eVale do Tejo.

Foifeitoapartirde103milre-tinografiasfeitasentre2009eou-tubrode2014,quecorrespondemacercade 53 mil pessoas rastrea-das através do programa de ras-treio da retinopatia diabética im-plementado pela APDP desde2008,tendosidovalidadas96milretinografias, “o que demonstraaqualidade do rastreio”, refereMarco DutraMedeiros. Aretino-patiadiabéticafoireferenciadaem6,1%daspessoas,que“foramaumaconsulta da especialidade no hos-pitalcentral”.

Foifeitoumestudodeincidên-ciadeprogressão,nessemesmoras-treio, que envolveu 110 mil retino-grafiasvalidadasde57mildoentes.

Aincidência cumulativa começouem 4,6% e, no final de cinco anos,era de 15%. “É uma patologia que,de ano paraano, aumentade riscode agravamento, por isso os doen-testêmdeestarsensibilizadosparaadoençaeparaorastreio”,concluiuMarcoDutraMedeiros.

O Reino Unido começou, nosanos60,afazerorastreiodaretino-patiadiabéticadeformanacionaletransversal. Um estudo comparouosbiénios1990-2000e2009-10econcluique,nosegundobiénio,pelaprimeiravez,aretinopatiadiabéti-ca não foi a primeira causa para oatestado de incapacidade para ce-gueiravisualemidadeactivaemIn-glaterraePaísdeGales, 40anosde-poisdorastreio.“Aspolíticaspúbli-casaoníveldadiabetesedaretino-patiadiabéticanão têmresultadosimediatos, masamédioelongopra-zo”,concluiMarcoMedeiros.

“A diabetes é uma pandemia por isso devia serfalada todos os dias em todos os órgãos decomunicação social”, afirmou Marco DutraMedeiros, médico oftalmologista.

25% da população de diabéticospode ter retinopatia diabética

O mapa-múndi da diabetes

“Nas pessoas com mais de 60anos temos umaprevalênciapró-xima dos 30% de diabetes, o quesão números assustadores”, refe-riuJoséManuelBoavida,médicoendocrinologista e presidente daAPDP (Associação Protectorados Doentes Diabéticos). Adian-ta que “a incidência da diabetesemPortugal temalgumaestabili-dade,mascomnúmeroselevadosque não se vão reduzir nos próxi-mos anos”.

Outro problema é que a dia-betes, que surgia depois dos 60anos, hoje aparece aos 30/40anos.“Significaqueaspessoasvãovivertrintaouquarentaanoscomdiabetesemvezdosquinzeouvin-te anos”, disse José Manuel Boa-vida.

Em 2017, havia 451 milhõesde pessoas, com mais de 18 anos,portadoras de diabetes emtodo omundo. As estimativas apontam

para 693 milhões de pessoas até2045. Estima-se que 49,7% daspessoas que vivem com diabetesnãosãodiagnosticadas e374mi-lhões de pessoas têm intolerân-cia à glicose. Os gastos globaiscomsaúde compessoas comdia-betes foram estimados em 850mil milhões de dólares em 2017,segundo o Atlas de Diabetes daInternational Diabetes Federa-tion (IDF).

Estabilização e explosãoNos Estados Unidos háumaten-dênciaparaaestabilizaçãodadia-betes. Éboanotíciaporquesigni-fica que “há um limite à progres-são dadiabetes. Pensa-se que de-veráchegara40/50% dapopula-ção. Nem toda a população che-garáaterdiabetes”,concluiuJoséManuel Boavida.

OespecialistaemEndocrino-logia e Nutrição explicou que é a

partir de situações catastróficas,dopontodevistaalimentar,oudemáscondiçõesde vidaque levam,algunsanos,depois,aumsurtodediabetes,quepoderesultardoquepodeserumaadaptaçãodocorpoa novas condições de vida. “É oque está a acontecer na Croácia,na ex-Jugoslávia, passados dezanos de guerra, está dar-se umcrescimentoenormedadiabetes”,referiu José Manuel Boavida.

Nos próximos anos vai haverumaprogressãomaislentanaEu-ropa, enquanto, nos últimos dezanos, aexplosão foi naÁsiacomoaChinaeaÍndiaquepassaramdefome paraumarelativaabundân-ciaeapresentamosprincipaisnú-meros de diabetes.

África e América Latina éonde se vai desenvolvermais dia-betes nos próximos anos, segun-doaInternationalDiabetesFede-ration. Revelouque nas tribos ín-dias americanas a prevalência dadiabetes chega aos 40/45%, e al-gumas ilhas do Pacífico, os paísesárabes, em geral, estão nos 20%de prevalência da diabetes.�

FILIPE S. FERNANDES

MARCO DUTRAMEDEIROSMédico oftalmologista no CentroHospitalar de Lisboa Central eprofessor na NOVA Medical School

As políticas públicasna diabetes ena retinopatiadiabética não têmresultados a curtoprazo, mas a médioe longo prazo.

“A diabetes é uma doença hete-rogénea, e complexa. Dizemos,até, que a diabetes não é umadoença mas um saco onde mete-mos hoje todo um conjunto de si-tuações que se caracterizam pelaglicemia elevada”, explica JoséManuel Boavida.Para João Figueira, “a diabetesatinge uma larga população, éuma doença cruel porque nãodói, e são as complicações da dia-betes que trazem os grandes pro-blemas como as amputações, osenfartes, os AVC, a insuficiênciarenal. É umadoençacom um pesogrande em termos sociais e eco-nómicos, e tem de ser abordadade forma multidisciplinar”.O diabético de tipo 1, mais jovem,pode ter uma acuidade visual,com uma mácula saudável, semedema, mas com alterações pro-liferativas marcadas na retina pe-riférica, na vertente isquémica.O doente de tipo 2 é mais idoso,tem uma vertente edomatosamais agressiva do que as compli-cações proliferativas, que podemaparecer mas que, de uma formageral, não são tão agressivas.

Na géneseestá a diabetes

A incidência da diabetes em Portugal temalguma estabilidade, mas com númeroselevados que não se vão reduzir nospróximos anos.

JOSÉ MANUELBOAVIDAMédico endocrinologista epresidente da APDP(Associação Protectora dosDoentes Diabéticos)

Nas pessoas commais de 60 anos,temos umaprevalênciapróxima dos 30%,o que são númerosassustadores.

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xiste uma tendência parao aumento global de pre-valência de diabetes, mas

existe,poroutrolado,“umadiminui-ção de perda de visão por retinopa-tiadiabéticaproliferativa”,disseJoséCunha-Vaz,coordenadordasecçãodeRetinopatiaDiabéticaedeDoen-ças Vasculares da Retina doEVICR.net, professor catedráticoeméritodeOftalmologiadaUniver-sidade de Coimbra, e presidente daAIBILI – Associação para Investi-gaçãoBiomédicaeInovaçãoemLuze Imagem, na sua comunicação “OProblema Global da RetinopatiaDiabética. Avanços recentes no seuconhecimento”.

Acausa para este resultado po-sitivo, segundo José Cunha-Vaz,está num acompanhamento maisprecoce e a capacidade de trata-mentodasprimeirasalteraçõesquese encontram e um melhor acom-panhamentodosdoentes.“Sãomaisobservados pelos oftalmologistas,hámaisacesso,ecomooedemama-cularpodesurgiremqualqueraltu-ra, adetecção precoce é fundamen-tal. Aincidênciado edemamaculardiabético é, segundo um estudo de2014, de 4%/4,5% num período dedez anos”, explicaJosé Cunha-Vaz.

Asuaintervençãocentrou-senodiagnóstico e na forma de “encon-traralteraçõesquelevemaesteede-ma macular e a retinopatia prolife-rativa, e novos métodos paraverifi-car essas alterações , do ponto devista imagiológico”.

OCT combinadaAOCT (Optical Coherence Tomo-graphy)foiumatecnologiaquemu-dou a compreensão da incidência,evolução e taxas de progressão do

edema macular. Para José Cunha--Vazveiomodificarradicalmente“anossaperspectivadaretinopatiadia-béticaporqueestamosaverdeuma

forma imediata, simples, rápida, e,em minutos, ficamos com um qua-dro das camadas da retina, quais asque estão afectadas, as que têm as

célulasalteradas,equaisasque,em-boranãosejacélulaacélula,masporcamada,porregião,permitemsabero que estaaacontecer naretina”.

Depoispassou-separaomapea-mento multimodal, que é o uso devários métodos como o OCT, ima-gemde autofluorescência, imagemdealteraçãodabarreira,imagensdeprofusão capilar. Passou a haveruma série de métodos, que usadosem conjunto, permitem caracteri-zarmuito melhoraretinopatiadia-bética.

Hoje“temosaOCTcomangio-grafiaquepermitefazeraangiogra-fia não invasiva, e dá uma informa-ção sobre a profusão capilar. Comestes métodos derivados do OCTpodemos identificar muito bem aslesões de oclusão capilar, se estãona superfície capilar, se na rede su-perficialouprofundadaretina.Ain-formação que se obtém é muitomais detalhada do que a angiogra-fia” concluiu José Cunha-Vaz.�

FILIPE S. FERNANDES

E

“Com estes métodos derivados do OCT podemos identificar muito bem as lesões de oclusãocapilar, se estão na superfície capilar, se na rede superficial ou profunda da retina. A informaçãoque se obtém é muito mais detalhada do que a angiografia” concluiu José Cunha-Vaz.

Os novos meiosde diagnóstico

José Cunha-Vaz, professor catedrático emérito da Faculdade de Medicina de Coimbra, é referência da oftalmologia europeia.

NEGÓCIOS INICIATIVAS Retinopatia Diabética, Uma Visão de Futuro

David Martins

A OCT combinadacom outrosmétodos permitecaracterizar muitomelhor aretinopatiadiabética.JOSÉ CUNHA-VAZCoordenador da secção deRetinopatia Diabética e deDoenças Vasculares da Retinado EVICR.net

“José Cunha-Vaz falou sobre uma investigação em curso em Coimbraem que se procura fazer uma caracterização dos diferentes fenótiposde retinopatia diabética. Pode, pela primeira vez, vir a identificar osdoentes cuja retinopatia diabética oferece risco de progressão e po-dem desenvolver complicações, edema e/ou proliferação vascular.“Há olhos em que a retinopatia diabética nunca progride ou fá-lo compouca intensidade, enquanto os outros progridem rapidamente. E sãoestes e que estão em risco de ter complicações como o edema macu-lar ou a proliferativa e que é preciso colocar, conhecer, acompanharde perto”, disse José Cunha-Vaz. São cerca de um quarto, os pacien-tes, que com lesões de retinopatia diabética, desenvolvem estas com-plicações num período de cinco anos.“Vislumbra-se a possibilidade de ter uma medicina personalizada

para a retinopatia diabética”, concluiu José Cunha-Vaz.

O futuro com medicinamais personalizada

A incidênciado edemamaculardiabético é,segundo umestudo de 2014,de 4%/4,5%num períodode dez anos.

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“O tratamento de diabetes é umpouco como umicebergue. Meta-dedapopulaçãodiabéticanãosabeque é diabética, e a outra é silen-ciosa”, diz João Figueira. “Porissotemosdeencontrarfórmulasparaencontrar precocemente as pes-soas que são diabéticas e que nãoo sabeme trazê-los parao sistemadecontroloeterapêuticoparaevi-tar mais tarde as complicações”.

Aretinopatia diabética é umadoença, muitas vezes, traiçoeira,porque se pode estar com visão e,meses depois, perder totalmentea visão. Como avisa José ManuelBoavida,“hásituaçõesdevistatur-va nos diabéticos, que não tem aver com a retina, e que por vezesdescansa as pessoas e por outrolado as pessoas podem ter lesõesgravíssimas sem perda de visão.Por outro lado, 90% dos doentes,ao fim de quatro ou cinco anos decontrolo em que não aconteceunada, ficam àesperade que acon-teça alguma coisa para voltar aooftalmologista.”

A retinopatia diabética é umcontinuum, pode terfase assinto-mática, em que o doente já tem adoençamas aindanão temos sin-tomas, até uma fase em que pro-gressivamente se agravae que de-pois precisam de tratamento, re-fere José Henriques.

Obrigação de rastreio“Aretinopatia diabética tem umafase geral, que existe em muitosdoentes e é a retinopatia diabéti-canãoproliferativa,queéumafaseinicial e que não tem consequên-cias para a visão. Não tem sinto-mas, tem umas queixas vagas, e,por isso, é enganosa para o doen-te. De repente, pode, emqualqueraltura da sua diabetes, aparecer oedema macular e a retinopatiaproliferativa”, descreve José Cu-nha-Vaz

Para João Figueira, “é umaobrigaçãodosistemadesaúdeen-

contraressas pessoas”. E este temde encontrar modelos para fazero rastreio.

Amonitorização daretinopa-tiadiabéticaconsistenumcontro-lo anual através de uma consultaoftalmológica, o que tem um car-ga e um custo elevado tanto parao doente como para o sistema.

Poroutrolado, orastreiotinhauma estrutura pesada, como re-cordaJoãoFigueira.“Paísescomoos escandinavos e o Reino Unido,por exemplo, desenvolveram umprogramaderastreioderetinopa-tiadiabética.Estesbaseiam-seemvisualizararetina, tirarumafoto-grafia que depois é analisada porespecialistasqueclassificameava-liam quem tem retinopatia e ne-cessidade de tratamento.”

Atecnologia, nomeadamentea inteligência artificial, gerou ossistemas que analisam e classifi-cam, de forma automática, as fo-tografiasdaretinadosdoentesfei-tas para o rastreio e, que “são tãobonscomoaanálisedeespecialis-tashumanoseatéfalhammenos”,considera João Figueira.

O RetmarkerEm Portugal existe o Retmarker,umatecnologiadeinteligênciaar-tificialquefoidesenvolvidanoAI-BILI, e, numestudo independen-te inglês, foi comparada com ou-trossistemas,tendoa“melhorper-formance”, referiu João Figueira.

Desde 2011 que está instala-do em algumas ARS do Centro eVale do Tejo (2016) e estão aapli-car este sistema de classificaçãoautomática. Faz a selecção dedoentes e 85 a 90% dos rastrea-dos, emmédia, não têmretinopa-tia. Os restantes 10 a15% emquefoi detectada a doença são trata-dos por especialistas e estes deci-dem os que têm de ser tratadosdevido a edema macular ou pormotivos de retinopatia diabéticaproliferativa.�

O rastreio é a chavepara o tratamento

A tecnologia, nomeadamente com base na inteligência artificial, está aajudar a melhorar o rastreio da retinopatia diabética. Como o Retmarkerque foi desenvolvido em Coimbra.

Oprimeiropassonotratamentodaretinopatia diabética foi a utiliza-ção do laser. “Era a arma terapêu-ticacontraaretinopatiadiabética”,assegurouRitaFlores.

Provou-se eficaz no tratamen-to dos doentes diabéticos, tendosidoaplicadanaperiferiadaretina,destruindo as áreas isquémicas.“Atéhá10anos,tambémseaplica-va na região central para reduzir oedema, poupando os 500 micracentrais,quedeveserprivadadefo-tocoagulação”,explicaRitaFlores.

“O laser era muito económicomasnosestudosmostramque,comlaser,perdia-semenosvisãomasra-ramente se ganhava visão. Dizía-mos aos doentes: se não fizer laservão cegar mais depressa”, recordaJoão Figueira.

A mudança de paradigmaAs injecções vieram mudar o pa-radigma, garante João Figueira.

“Os doentes são injectados e mui-tos melhoram a sua visão.”

Apartirde2005,surgiramfár-macos injectáveis intravítreas deanti-VEGF, com a função de bai-xaros níveis e aredução do edemamacular. O tratamento do edemamacular,comintravítreo,foieficaze“trouxeaesperançanocontroloalongo prazo no tratamento destesdoentes”, assinalaRitaFlores.

Umplanodeinjecções,mesmoagressivo,implica,noprimeiroano,cercadeseteinjecções,masnostrêsanosseguintes,sãosuficientesumaaduas injecções porano. Os doen-tes ficam relativamente controla-dos apartirdo quarto ano.

“Hoje deixou-se praticamentede utilizar o laser nos edemas, émarginal”,refereRitaFlores.“Ola-sertemtambémalgumaeficácianocontrolo daisquemiaperiférica.”

Paraadoençaproliferativa,ola-seraindaéumarealidade,mastam-bém pode ser feito com tratamen-tos de associação. Existem fárma-cosquetêmumpapelnotratamen-todoedemamaculardiabéticoquesão os corticóides de aplicação in-travítrea.Eacirurgiasurgeparaascomplicações do hemovítreo e odeslocamentoderetinatraccional.

Emtermos de custos, os novosfármacos têm impacto no sistemade saúde. Segundo João Figueira,“olasercusta15mileurosedaparatrataros doentes todos de umhos-pital durante 15 anos. Mas com asinjecçõesgasta-se15mileurosnummês emtratamentos no hospital.”

Contudocompensapoistrata--sede“populaçãoactivaquevaime-lhorar a sua capacidade de visãoparatrabalharepagarimpostos,vaievitar mais casos de cegueira, comacargafamiliar, social, psicológicaque acarreta”.

João Figueira insiste que se aretinopatia diabética “for tratadaprecocemente evita as cirurgiaspara coisas mais complexas queaindavão sermais caras”.�FSF

O milagredos fármacosinjectáveis

Com o tratamento a laser tentava conter-se aperda de visão, com os fármacos injectáveisintravítreas pode recuperar-se a visão.

Em Setembro deste ano a Di-recção-Geral Saúde emitiu asNormas de Orientação Clínicapara a realização do rastreio daretinopatia diabética, que defi-nem o esquema de seguimen-to e orientação até ao trata-mento, que implica a criação decentros de diagnóstico e trata-mento integrado (CDTI). “A NOCé um documento estruturantee pilar do tratamento da diabe-tes e da retinopatia diabética”,acentuou João Figueira quejuntamente com José Henri-ques, participou na sua elabo-ração. “Define quem faz equem tem de ir ao rastreio,onde se fazem os rastreios, ten-tar levar os rastreios para jun-to das pessoas para ser mais fá-cil o acesso, a proximidade aodoente.”Refere que os exames devemser realizados por profissionaisde saúde treinados na técnicade retinografia, preferencial-mente técnicos de diagnósticoe rastreio. Compreendem a rea-lização de duas fotografias,uma centrada na mácula e ou-tra na pupila. O retinógrafodeve ter câmara não midriáti-ca, para que não seja necessá-ria a dilatação da pupila, e osdados devem ser colocados naplataforma digital da gestão daretinopatia diabética.O programa nacional da diabe-tes tem como objectivo que em2020 todos os diabetes em Por-tugal, independentemente dasua residência tenham acessoao rastreio da retinopatia dia-bética e esta pode ser uma for-ma de ajudar a cumprir a meta.

Como deve sero rastreio

Os novos fármacosinjectáveistrouxeramuma novaesperançaaos doentes.

RITA FLORESMédica oftalmologista do CentroHospitalar Lisboa Central

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oje a rede de ópti-cas, commais de 2mil optometristas

espalhados pelo país, tem uma ca-pilaridade interessante, de fácilacesso à população em geral, quepode ser ummeio fundamental, rá-pido, simples, fácil acesso, paraesterastreio e paraumdiagnóstico mui-to precoce”, refere Elísio Lopes, op-tometrista na Optivisão MarinhaGrande, durante a mesa-redonda“Saúde Visual: Proteger a Visãopara o futuro”, que foi moderadapor André Veríssimo.

O optometristaé um profissio-nal de cuidados básicos de saúde vi-sual. “Além de prescrever e execu-taras próteses visuais como os ócu-los tambémfaz umadespistagemeo rastreio de outros problemas. Seestes existirem deve encaminharobrigatoriamente paraos médicosespecialistas, os oftalmologistas”,considera Elísio Lopes.

A proximidade e a facilidadecomque se chegaaumoptometris-ta ou óptico–optometrista para fa-zerumexameoptométrico atépelacapilaridade da rede de ópticas.

“Actualmente cerca de 20% a25% dos consultórios de Optome-triaemPortugaltêmretinógrafos,eaproximadamente metade deste jáfazem a avaliação das imagens ob-tidas comrecurso ainteligênciaar-tificial, através de umprotocolo es-tabelecidoentretrêsentidadespor-tuguesas aAIBILI, aRetmarkere aI3O”,refereSérgioCabanas, direc-tor tecnologias de informação evice-presidente daAssociação Na-cional de Ópticas (ANO).

Optometrista mais próximoAdianta que: “Os optometristasconseguem cada vez mais, a nívelnacional, ter ferramentas moder-nas, exactas e eficazes para fazeruma boa avaliação dos pacientes.”

Os privados podem ter um pa-

pel nas campanhas de sensibiliza-ção pararastreio daretinopatiadia-béticae de outras doenças do olho.Mas é necessária uma maior arti-culação entre optometristas e of-talmologistas, e a integração darede de optometristas na rede decuidados de saúde primários davi-são. Como diz Elísio Lopes, “dos13% de diabéticos emPortugal, umterço foi ao oftalmologista, mas secalhar mais de metade já foi ao op-tometrista”.

“Aretinopatiadiabéticatemdeser diagnosticada por um médicooftalmologista, mas o rastreio dapopulação no que se refere à reti-nopatia diabética tem de ser alar-gada e não ficar apenas focada nosoftalmologistas”, defende ArnaudLambert.

No entanto, José González--Méijome,optometristaeprofessore investigador da Universidade doMinho, tem uma ideia muito dife-rente.Ementrevistapore-mail,ex-plicou que “a implementação derastreiosnãotemporquepassarpe-las ópticas”.

Acrescentouquenãoexclui“ne-nhumaalternativadesde que bene-ficieoacesodosutentesaorastreio,mas os optometristas deveriam es-tar no Sistema Nacional de Saúdeparase poderarticularmelhorcomtodaarede de cuidados primários eespecializados da visão e poder as-sim desenvolver o seu máximo po-tencialnalutacontraestapatologiaque pode prejudicar muito severa-mente a visão”.�

FILIPE S. FERNANDES

O papel das ópticas edos optometristas no rastreio

Em Portugal, as ópticas com serviços de optometriatêm muitos anos e prestam um serviço de cuidadosprimários da saúde da visão ao nível da retinopatiadiabética, do glaucoma e de outras patologias.

NEGÓCIOS INICIATIVAS Retinopatia Diabética, uma Visão de Futuro

“H

“Saúde Visual: Proteger a Visão para o futuro”, que foi moderada por André Veríssimo e contou ainda com a presença de Arnaut Lambert, CEO da aiVision health, Elísio

Lopes, optometrista, e Sérgio Cabanas, vice-presidente da Associação Nacional de Ópticas (ANO).

David Martins

20% a 25%dos consultórios deoptometria em Portugaltêm retinógrafos

3 millojas na rede nacionalde ópticas

2 miloptometristas

2 milhõesde consultas feitas pelosoptometristas

200 milconsultas deoftalmologia em lista deespera

OS NÚMEROS

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SUPLEMENTO|

VII

Optometristasnãocontamparaa Estratégia Nacional para aSaúde Visual ao contrário doque acontece em Espanha, Es-tados Unidos ou Reino Unido.

Para José González-Méi-jome, optometrista e professore investigador da Universida-de do Minho, “a educação paraa saúde deve estar muito pre-sente na interacção de qual-quer profissional de saúde vi-sual com a população e os op-tometristas devem estar na li-nha da frente”.

O optometrista, que estámuito próximo da população,pode ter um papel não só na“detecção mas também de sen-sibilização dos doentes diabé-ticos para as consequênciasdramáticas que a patologiapode ter nos seus olhos e emoutros órgãos vitais”. Deve,ainda, o optometrista, “peran-te qualquer mínima dúvida ouse detectar alterações que nãoforam avaliadas ainda pelo es-pecialista em oftalmologia, re-ferenciar o paciente para esseprofissional”.

A rede de cuidados primá-rios de saúde visual em Espa-nha conta com o contributo es-sencial dos 17 mil optometris-tas existentes, tal como no Rei-no Unido, com os 15 mil, e nosEstados Unidos, com os 35 mil.No entanto, como assinalaJosé González-Méijome, emPortugal os mais de dois miloptometristas não foram con-siderados na Estratégia Nacio-nal para a Saúde Visual, que es-teve recentemente em discus-são pública.

Este investigador conside-ra que os optometristas pode-riam libertar os especialistasem oftalmologia de muitas dastarefas rotineiras como os tes-tes de diagnósticos básicos eavançados, refracção, prescri-ção e ajudas ópticas, etc., e“concentrar todo o seu poten-cial de tratamento médico-ci-rúrgico na atenção a estes e ou-tros pacientes que tanto preci-sam deles”. � FSF

Optometristasnão contamna saúdevisual

Para Arnaud Lambert esta pre-sençadatecnologiaémuitorele-vante porque “nos próximos 25anos vai haver um aumento de54%dediabéticos,e,simultanea-mente, temos o número de oftal-mologistas a crescer 2%, e aindaporcima,comumadeficientere-partição geográfica destes espe-cialistas”.

Acrescenta que “a compo-nentetécnicaconsisteemobteraimagem ou afotografiado fundodo olho e não temde serfeitaporumoftalmologista”.Entendequecom alguma formação os profis-sionais de saúde podem operarcomestatecnologia.

EmFrança,umaconsultadeoftalmologiaparaumrastreioderetinopatia diabética tem umtempo de espera de seis a oitomeses. O tempo médio fora dosgrandescentrosemPortugalédemais de 12 meses. “A Aivisionconsegue que os resultados e odiagnóstico de exame feito sobprescrição de um médico de clí-nicageral demore 12 dias ”, refe-re Arnaud Lambert.

Retinógrafos nas ópticas“Estarequipadascomretinógra-fos representaum investimentomínimo de dez mil euros, e quedepois aumenta em valor con-forme o grau de sofisticação dosequipamentos”, diz Sérgio Ca-banas, que faz parte da direcçãodaAssociaçãoNacionaldosÓp-ticosquerepresentaomaiornú-merodeópticasanívelnacional.Sublinha que “há algumas ópti-cas que não têm capacidade deinvestimento.

A rede nacional de ópticas,cerca de 3 mil, onde estão opto-metristas, tem uma proximida-de mais directa das populações,estando algumas ligadas àRetmarker. Outras, como aredeOptivisão relacionam-se com aAivisionHealth,umastart-updeorigem francesa.

A Aivision Health concorreem Portugal com a Retmarker,comquemoServiçoNacionaldeSaúde criou, desde 2011, “umaplataformaparafazerestetipodediagnósticocomputorizadoequeestá a implementar em várioscentros de saúde em regiões demaior pendor demográfico deLisboae Porto. Mas não estáim-plantado ainda em todo o país”,assinalaSérgio Cabanas.

Tudo numa máquina“A inovação que a Aivision trazé dupla”, diz ArnaudLambert. Aprimeiracomponenteéacelerarodiagnóstico,comalgoritmosdeinteligênciaartificial, que foramtrabalhados comprofessores deoftalmologia e de matemáticaaplicada à retina de faculdadesde universidades francesas e, si-multaneamente,reinventartodooacessoaocuidadodesaúdeque

o paciente diabético vai ter eabrirocaminhodorastreioaou-tras áreas fora do gabinete domédico oftalmologista.

“Atecnologiaestáaevoluirdeuma forma bastante rápida e osequipamentos que vão ficandodisponíveisnaáreadaópticaedaoftalmologia são cada vez maiseficienteseexactosnasmediçõesemaisfacilitadoresparaosespe-cialistas”,explicaSérgioCabanas.

Aoutratendênciaéqueosvá-rios equipamentos se integremnuma única máquina. “Antiga-mente tinha de se ter um retinó-grafo, um aparelho para medir atensãoocular,umamáquinaparafazer um exame refractivo, paratirar um topografia ou mapa dacórnea.Hojeestescomeçamaserintegrados num único aparelho.Aumentaopreçomasreduzoin-vestimento”, conclui Sérgio Ca-banas.� FILIPE S. FERNANDES

O impulsoda tecnologia

As tecnologias digitais e a inteligência artificial têm um papel cada vezmais central no rastreio e diagnóstico precoce das doenças do olho,nomeadamente, a retinopatia diabética.

Arnaud Lambert, CEO da Aivision Health, aposta no mercado português.

David Martinsx

2 PERGUNTAS AARNAUD LAMBERTCEO da aiVision Health

“Tecnologiaconfiguradaà populaçãoportuguesa”

Qual é a importância destas tec-nologiasdigitaisedeinteligênciaartificial para a prevenção e dia-gnósticodaretinopatiadiabética?AtecnologiaAivision visareduzir

a cegueira evitável pelo que abran-ge o “patient pathway” completodesde a prevenção, passando pelodiagnóstico automático até àmoni-torização do tratamento. A nossatecnologiapermitemelhoraracoor-denaçãodoscuidadosdesaúdeen-tre todos os profissionais de saúdeenvolvidos no rastreio das doençasretinianas. A Aivision também des-envolveu um companheiro digitalno smartphone do paciente quepermitefazerrastreiosoftalmológi-cos de prevenção de doenças ocu-lares.

Em que consiste a tecnologia derastreio da retinopatia assistidapor computador que permitiráaosprofissionaisdesaúdeutilizaroretinógrafoàdistânciaapresen-tadapelaAivision?Garante a confidencialidade dos

dadosdesaúdequepermiteaapren-dizagem dainteligênciaartificial au-tónomasobreosdadosmédicossemque a Aivision tenha de constituiruma base de dados central. A nossatecnologiapermite o acesso ao con-juntodosprofissionaisenvolvidosnorastreio e a partilha da informaçãopertinente do paciente ao longo dotempo parapoderfazeranálises so-bre um período longo.

Em que difere estatecnologiadaAivison do Retmaker e do Reti-nalyze?Asegurançaeaconfidencialidade

sãoextremamenteimportantesparaaAivision.AAivisionarmazenaocon-juntodosdadosdesaúdeligadosaorastreio da retina num parceiro cre-denciado a nível internacional (CE,HIPPA).Osnossosmodelosdeinteli-gência artificial permitem aos oftal-mologistasfazerumdiagnósticocomo suporte da inteligência artificialadaptadaàpopulaçãoportuguesa.�

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